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sendo eles responsdveis por tracar e fomentar a compreensdo do hoje e promo- ver acdes que terdo efeitos significativos em curto ou longo prazo. Os meios aca- démicos e as universidades sao os principais polos desses debates, destacando-se as Ciéncias Humanas, embora nao sejam exclusivas nessas mesas. Uma visdo de aspecto mundial O debate sobre a reponsabilidade social tem seu principal inicio marcado pela Revolugdo Industrial no século XVIII. A situagdo precaria de trabalho, em maioria exploratdrios, fez diversos tedricos debaterem a problematica. Entre as teorias realizadas, uma se encontra em debate até os dias atuais: Karl Marx elabora as primeiras formulag6es sobre o capitalismo. A corrente de pensa- mento de Marx era uma dura critica a explorac¢do exacerbada da classe operaria, e, em contrapartida, aos lucros e a concentracao de renda que estavam nas maos dos grandes donos de empreendimentos. Além disso, as teorias de Marx também contemplavam quest6es ambientais devido aos altos niveis de poluicgdo que se alastravam pela Europa. As problematicas relacionadas ao trabalho exploratorio fizeram a classe opera- ria procurar lutar por alguma forma de garantia de direitos. Esse fator estava atre- lado, também, a constante modernizagao fabril, que diminuiu a dependéncia de mao de obra e fez com que antigos artesdes se tornassem desempregados. Essas perspectivas levaram os operarios a lutar e a construir os sindicatos, reconhecidos pelo parlamento inglés apds varias lutas, que também resultaram no surgimento de movimentos grevistas. Outro ponto esta atrelado ao engajamento dos setores publicos nas tematicas ambientais. A preocupacdo com a satide, o bem-estar e a qualidade de vida social foi peca-chave para 0 surgimento de encontros que buscassem propor solugdes de mitigagdo. Reunides que anteriormente eram realizadas para atender as preo- cupagées com as perspectivas econémicas passaram a ser substituidas pelas pau- tas ambientalistas. O movimento hippie, ocorrido nos anos 1960, também faz parte de uma im- portante conjuntura dos debates sociais. Iniciado com a luta contra 0 uso de armas nucleares, incorporou tematicas importantes em seu @& discurso, como 0 respeito a natureza, homossexualidade, pre- conceito racial e consumo consciente, dando margem a ou- tros debates pouco comentados naquele periodo. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ O Brasil no caminho da responsabilidade social Apos 0 periodo da Ditadura Militar e constitui¢ao do Brasil como democra- cia, novos debates surgiram. A elaboracao da Constituicao garantiu as legisla- ¢6es trabalhistas anteriormente reduzidas durante a ditadura. A liberdade de expressdo e de imprensa é devolvida, ampliando a ascensdo sobre os proble- mas sociais, principalmente relacionados a pobreza, existentes devido a liber- dade dos pesquisadores das ciéncias humanas definirem seus estudos sem a ocorréncia de algum tipo de retaliagdo. A reforma agraria é outro importante marco, que possibilitou a distribui- Gdo e posse de terras para os pequenos agricultores. Diferentemente do que se imagina, esse grupo de trabalhadores sao os principais responsaveis pelo abastecimento alimenticio nacional. As grandes lavouras, as agroindustrias, tém foco na manuten¢do do mercado internacional, uma vez que o Brasil é um dos principais centros do agronegocio mundial. Movimentos mundiais A Segunda Guerra Mundial teve fim no ano de 1945 e deixou conse- quéncias graves para humanidade. O mundo precisava reestruturar-se fi- sicamente e economicamente. Além da morte de milhares de pessoas, outro grande grupo ficou sem acesso a alimentos e suprimentos de neces- sidades basicas. Fatores como esses impulsionaram o problema da fome existente em diversos paises do mun- do, mesmo anteriormente a guerra, e fizeram com que surgisse uma visdo agri- cola denominada Revolugao Verde. Entre os periodos de 1960 e 1970, paises como Estados Unidos e México procuraram implementar tecnologias que ace- lerassem a producao agricola. Por outro lado, a utilizag¢ao desenfreada de pesticidas trouxe problemas ambientais. O uso de produtos quimicos como fertilizantes era algo corriquei- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS e ro, Todavia, estudos de monitoramento do meio fisico e saude humana, bem como avaliagdes de riscos, ndo eram realizados com frequéncia, e ndo existiam protocolos seguros de utilizagao e afins. Estudos que fossem contra e apre- sentassem divergéncias de pensamentos eram duramente criticados: um deles realizado por Rachel Carson em 1962, denominado Primavera silenciosa. A obra, que buscava explicar os impactos da utilizagao inadequada de pes- ticidas no desenvolvimento vegetal, biodiversidade de espécies e saude hu- mana, foi considerada livro célebre pelo movimento ambientalista moderno. Mesmo sendo duramente criticado na época, ele demonstrou com clareza os impactos desse modelo de producao e foi crucial para o processo de mudan¢a, que, obviamente, nao foi rapido. Atualmente, 0 avanco cientifico possibilita 0 desenvolvimento de novas perspectivas e tecnologias no campo agricola, com niveis mais baixos de impactos ambientais. Conferéncia de Estocolmo O fim da Segunda Guerra também ocasionou outras preocupacgoes am- bientais. O relatério produzido pelo Clube de Roma em 1972 apontou um problema de crescimento rapido da po- pulacdo e que os recursos naturais nado conseguiriam suprir as necessidades. Naquele mesmo ano, a ONU de- ONU considera integrados ecologia e desenvolvimento chefes de Estado que procurassem Oe ca tratar dos problemas ambientais, de- nominada Conferéncia Mundial do cidiu realizar a primeira reunido com Homem e do Meio Ambiente, popu- larmente conhecida como Conferéncia de Estocolmo (Figura 6). Problemas como catdstrofes naturais, mudangas climaticas, possivel es- cassez de recursos naturais e modificagé6es econdmicas e sociais foram de- batidas no encontro, que resultou na Declaragdo das Nacgdes Unidas sobre 0 Meio Ambiente, também denominada Declaragao de Estocolmo, que pro- movia acdes ambientais. A importancia dessa reunido 6 pautada por ser a DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS e primeira vez que as entidades governamentais se preocuparam, oficialmente, com os aspectos ambientais. Acriagao do Painel Intergovernamental sobre Mudangas Climaticas (IPCC) As mudangas globais do clima despertaram grande interesse das institui- Gdes governamentais e seus respectivos gestores, 0 que culminou na criagéo do IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change, em 1988. A intencao do Painel é voltada a juncao e difusdo de dados relacionados a mudancas climaticas, com a proposta de conhecimento sobre seus aspectos fundamentais, formas de solucao e efeitos na sociedade (pessoas e questoes econdmicas). Protocolo de Quioto Os relatorios de IPCC foram fundamentais para, em 1997, ser construido o Protocolo de Quioto. A entrada em vigor do Protocolo, porém, foi realizada apenas no ano de 2005. Sua finalidade tem um significado importante para a manutengdo da vida no planeta, pois 0 intuito foi o estabelecimento do controle na emissdo de ga- ses do efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais na atmosfera Os paises assinaram um compromisso para diminuigao das emissGes de CO,, e o protocolo também deu margem para 0 surgimento do termo créditos de carbono, em que uma tonelada de didxido de carbono geraria um crédito em forma de certificado. Essas certificagées poderiam ser negociadas no mer- cado internacional. Eco 92 e Rio + 20 A Conferéncia das NagGes Unidas sobre o Meio Ambiente, popularmente conhecida como Eco 92, foi uma das principais reunides mundiais a tratar dos temas ambientais, com um significativo envolvimento de diversos paises (176) de todo o planeta. Realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a conferéncia procurava de- finir um plano de acado para o desenvolvimento sustentavel, e tor- nou-se o inicio da ascensdo global das discuss6es sobre os problemas ambientais, tendo como foco a busca por alternativas de solucdo (Figura 7). Assim como o relatorio do IPCC, a Eco 92 foi fundamental para ela- boragao do Protocolo de Quioto. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS e E m lw UN YFERENCE UN | ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT Rio de Janeiro 3-14 June 1992 A Rio+20, por sua vez, foi realizada 20 anos depois e teve por objetivo a rea- firmacgao dos compromissos adotados na Eco 92. A conferéncia também teve como foco a observagao e discussdo de problemas ainda existentes e buscou formas de soluc6es futuras. Um grande diferencial do encontro foi a intensifi- cacao dos debates voltados a implementacao da economia verde. Cupula das Nacées Unidas para o Desenvolvimento Sustentavel Esse importante evento ocorreu na cidade de Nova York, Estados Unidos, com o objetivo de direcionar o planejamento para o de- senvolvimento sustentavel até o ano de 2030. Foram tragados 17 objetivos, denominados ODS (Objetivos para o Desenvolvi- mento Sustentavel), como demonstra a Figura 8. No encontro, também foram discutidas as ages propostas durante a Rio +20. 3) OBJETIVE:S De DESENYOWINENTO SUSTENTAVEL DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. ® Marcos historicos da educacao ambiental no Brasil O primeiro registro da institucionalizagéo da educagéo ambiental no Bra- sil ocorreu em 1973, com a criacao da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). A SEMA pode ser considerada 0 inicio do processo de conscientizacao da sociedade brasileira sobre a necessidade de preservacgdo do meio ambiente para a manutengdo e melhoria da qualidade de vida. Com a instituigao da Politica Nacional do Meio Ambiente (PNMA) pela Lei Fe- deral n. 6.938/81, foram explicitados conceitos relacionados a conscientizacao ambiental e a promocao da educacao ambiental em diferentes niveis de ensinoe setores da sociedade (art. 2°, caput, X). Assim, podemos considerar que a PNMA foi o primeiro marco da educagado ambiental formal no Pais. Art 2° - A Politica Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservacdo, melhoria e recuperacao da qualidade ambiental pro- picia vida, visando assegurar, no Pais, condicdes ao desenvolvi- mento sécio-econdmico, aos interesses da seguranca nacional e 4 protecdo da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes principios: [...] X - educa¢ao ambiental a todos os niveis de ensino, inclusive a edu- cacao da comunidade, objetivando capacitd-la para participagao ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981, n.p.). A Constitui¢do do Brasil de 1988 reforca a consolidacao da EA no Pais ao defi- nir, no artigo 225, o direito de todos ao acesso de um ambiente ecologicamente equilibrado e, em seu inciso VI, a necessidade de promogao da EA, ao menos no contexto educacional ou formal: Art. 225. Todos tém direito ao meio ambiente ecologicamente equi- librado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Publico e a coletividade o dever de defendé-lo e preserva-lo para as presentes e futuras geracdes § 1° Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Publico: [...] VI - promover a educacdo ambiental em todos os niveis de ensino e a conscientizagao publica para a preservacao do meio ambiente (BRASIL, 1988, n.p.). DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ Note que temos em nossa Constituicdo Federal, portanto, explicitamente a definigdo de que a promogdo da educagdo ambiental deve ser responsa- bilidade do poder publico. Porém, vale observar que a obrigatoriedade do Estado em estabelecer as bases da EA no contexto formal ndo dispensa a participacgao social no processo de conservacgdo e protegao ambiental. A Conferéncia, Earth Summit, ou Eco-92, possibilitou a adocgdo do Trata- do de Educacao Ambiental para Sociedades Sustentaveis e Responsabilidade Global. Ja a Agenda 21 reforca a perspectiva de atribuigdo de poder aos grupos comunitarios e, com o apoio do Ministério da Educacao na Rio-92, foi produzida a Carta Brasileira para Educagdo Ambiental, que, entre outras coisas, reconhece ser a educacdo ambiental um dos instrumentos para via- bilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivéncia do planeta e da manutengao da vida humana. Infelizmente, a Carta ja admitia a existéncia da lentiddo de producgdo de conhecimentos e a falta de comprometimento dos gestores puiblicos em relacao a fiscalizagdo da legislagao de um modelo educacional que nao resolve as reais necessidades do Pais. DICA A Agenda 21, definida pela ONU na Eco-92, reafirma, dentre outros principios basicos, a reorientagdo da educag4o a um desenvolvi- mento ambientalmente sustentavel e o aprofundamento da cons- cientizagao publica. Em consonancia com esta, em 2015 criou-se a Agenda 2030, um plano de reafirmagao das metas estabelecidas em 1992 que também da continuidade aos esforcos das agora 192 nacodes que fazem parte do tratado. Posteriormente, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Politica Nacional de Educagao Ambiental no Pais. Em uma andlise inicial, podemos perceber que a PNEA é resul- tado de inumeras ideias debatidas em diversos eventos nacionais e internacionais acerca das quest6es ambientais. Em especial, pode ser percebida em seu texto a ado¢ao de conceitos apresentados pela Carta de Belgrado. Assim, a determinagao da responsabilidade do poder publico se da de forma concorrente (nas esferas de poder federal, estadual e municipal), também com o intuito de incentivar a ampla participacdo das organizacdes nao governamentais (ONGs) e de toda a sociedade na elaboracao e execucdo de programas de educa¢ao ambiental. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ Lei federal de educacao ambiental nao formal Criagdo do Programa Nacional de Educa- 0 Ambiental (PRONEA) Instituigo da Politica Nacional dda Educagao Ambiental (PNEA) Earth Summit (Eco 92) Artigo 225 (ConstituigSo): direito a um ambiente ecologicamente equilibrado Criagdo da Secretaria Especial do Meio ‘Ambiente (SEMA) Ressalta-se que, na pratica, ndo ha uma ocorréncia que seja mais importante, sendo todas as a¢Ges e todos os proje- tos necessdrios para que seja possivel atingir os objetivos coletivos com o desenvolvimento da consciéncia ambiental a partir da criticidade dos cidaddos. No proximo tdpico, analisare- mos alguns dos principais conceitos da edu- ca¢do ambiental. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ ® Base conceitual da educacao ambiental Primeiramente, para definir as bases conceituais da educagado ambiental, é necessdario ressaltar que ao longo do aprimoramento dessa ferramenta perce- beu-se que o publico a ser considerado, na realidade, é toda a sociedade. Assim, enfatizamos que a EA é considerada formal quando aplicada em qualquer nivel da educagdo formal (estudantes, professores e funciondrios de escolas, universi- dades e institutos). Adicionalmente, a educagao nao formal engloba campanhas, projetos e outras atividades praticas que envolvem diferentes grupos populacio- nais (trabalhadores, gestores publicos e agricultores, por exemplo). Assim, a PNEA definiu a educagao ambiental e destacou a importancia do de- senvolvimento de praticas educativas voltadas a sensibilizagdo e a organizacao da coletividade sobre questées ambientais. No art. 1° da PNEA, a definicao de educagao ambiental é¢ apresentada: Art 1°. Entendem-se por educa¢ao ambiental os processos por meio dos quais 0 individuo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competéncias voltadas para a conservacao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, es- sencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, n.p.). No art. 2°, a PNEA complementa que a educac¢do ambiental é “um componen- te essencial e permanente da educacgao nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os niveis e modalidades do processo educativo, em carater formal e ndo-formal” (BRASIL, 1999, n.p.). Por fim, a PNEA define como principios basicos da EA: Art. 4° Sao principios basicos da educagao ambiental 1-0 enfoque humanista, holistico, democratico e participativo; Il - a concepgao do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependéncia entre o meio natural, 0 sécio-econémico e o cul- tural, sob o enfoque da sustentabilidade; Ill - pluralismo de idéias e concepgdes pedagogicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV- avinculagao entre a ética, a educacao, 0 trabalho e as praticas sociais; V-agarantia de continuidade e permanéncia do proceso educativo; DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ VI- a permanente avaliagao critica do processo educativo; Vil - a abordagem articulada das questdes ambientais locais, regio- nais, nacionais e globais; Vill - 0 reconhecimento e o respeito a pluralidade e a diversidade individual e cultural (BRASIL, 1999, n.p.). Assim, a Lei n. 9.795/1999 instituiu a Politica Nacional de Educacaéo Ambiental (PNEA), apresentando conceitos e definigdes. Desta forma, podemos sintetizar que o publico-alvo da EA sao tanto os integrantes da educacdo formal quanto os da nao formal. Ressalta-se que os objetivos de ensino em ambientes formais sao construir conhecimento cientifico e desenvolver a relacao dos alunos com a natureza por meio de pedagogias de aprendizagem ativa, como trabalho de campo e experiéncias ao ar livre (PARRA et al., 2020). Assim, mais do que se informar sobre processos que envolvem nossa vida so- cioeconémica, é necessario priorizar o desenvolvimento da EA como ferramenta de participagao social e critica. No Quadro 1, ha uma sintese das principais dife- rengas entre educagao ambiental e informacao ambiental. QUADRO 1. PRINCIPAIS DIFERENCAS DA EDUCACAO AMBIENTAL VERSUS INFORMACAO AMBIENTAL Pierre eee) Disponibiliza fatos e opinides sobre problemas * Aumenta a consciéncia publica e o conhecimento Aue Crees eey SRO re ee Or a + Auxilia no desenvolvimento do pensamento; critico e emancipatério; SPCR Ur omer end SOE DOME SEO emer eer) eee ey + Nao defende um tnico ponto de vista, fomenta , + Pode apresentar apenas um ponto de vista Pr eet em sobre a questao ambiental de interesse. Fonte: 018, r DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ Observe que a informacao ambiental deve possuir qualidade e nao ser ten- denciosa em sua transmissao; mas é a EA que define como essencial o aumento da consciéncia publica ambiental a partir de ensinamentos continuos de pensa- mento critico, reforgando as habilidades individuais e a andlise de fatos utilizan- do 0 raciocinio ldgico. Outra disting¢do que cabe em uma breve andlise é acerca da educacdo de for- ma mais ampla e sua comparagado com a EA. E consenso que a educagao, além de instruir, ja traz em si 0 conceito de propiciar o desenvolvimento da capacidade critica e o senso de responsabilidade. Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Opri- mido, enfatiza que a educagéo é um processo complexo de conscientizagao cole- tiva. Hoje, compreendemos que a educagdo ambiental faz parte desse processo. De fato, podemos considerar que ambientalismo ndo é uma opgao, mas uma responsabilidade e um aspecto fundamental para a construgao de uma socie- dade coesa e que respeita as leis de protecdo do ambiente que ocupa (SAYLAN; BLUMSTEIN, 2011). Isso se refere as responsabilidades de prote¢do ambiental, mas também em compreender minimamente como os ciclos ocorrem: na ex- tracdo de recursos naturais, na geracdo de residuos, na producdo agraria e/ou industrial, entre outros. Tendo em vista 0 desenvolvimento necessario para sociedades mais susten- taveis, os cidadaos precisam ser apoiados e ensinados a superar quaisquer la- cunas ou desafios importantes para integrar esta sociedade sustentavel (PARRA. et al., 2020). Assim, a educagdo ambiental se concentra na promogao do conhe- cimento ambiental e no aprimoramento de atitudes e valores ecologicamente corretos, bem como na conquista da cidadania e das habilidades cognitivas de alto nivel necessdrias para promover um estilo de vida ecologicamente correto. A educa¢do para a cidadania ambiental deve auxiliar os alunos a compreenderem a complexidade dos sistemas socioecoldogicos e a identificar as causas estruturais da degradacado ambiental. Com isso em mente, a educagdo para a cidadania ambiental amplia a perspectiva do aspecto local para o global e enfatiza as interrelacées e inter- dependéncias. Além disso, a aprendizagem da sustentabilidade 6 um conceito multinivel que ocorre tanto no nivel individual quanto no nivel DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS @ dos agregados sociais, grupos, organizagdes e a sociedade como um todo (PARRA et al., 2020). O conhecimento de como mudar democraticamente uma sociedade e os efeitos da justiga social dessas mudancas local e globalmente nao foram, pelo menos no inicio, suficientemente enfatizados na educacgao para a sustentabili- dade, posto que suas raizes estao na educagdo ambiental e possuem foco mais estreito na protecdo ambiental e conservacao de recursos (PARRA et al., 2020). DICA Vocé sabe o que significa uma educacao ambiental critica? Para compreen- der melhor o processo emancipatorio da educagao sobre o qual a EA vem sendo discutida e desenvolvida, sugerimos a leitura dos seguintes textos: “Educagao ambiental critica: nomes e enderegamentos da educagao”, es- crito por Isabel Cristina de Moura Carvalho, e “Educagao ambiental critica”, estruturado por Mauro Guimaraes. © A politica nacional brasileira para a educagao ambiental Otermo educagao ambiental (EA) é muito utilizado, apesar de muitas pessoas nado saberem sua definicdo. Assim, algumas distorgdes podem ocorrer, e a pra- tica da EA pode ser prejudicada. Nesse sentido, Silva Junior et al. (2018, n. p.) destacam que a democratizacao e a divulgacao das formas que temos para inte- ragir com o meio ambiente de maneira responsavel ainda é muito fragil, em uma sociedade que nao exerce, no cotidiano, habitos que favorecem o fortalecimento da tematica em questao. Dessa forma, comecamos esse topico destacando que uma maior preocupa- Go com o meio ambiente é necessaria, bem como o reconhecimento do papel crucial da educagaéo para melhorar a relagéo do ser humano com o meio. Para isso, 6 preciso que haja em todas as bases da sociedade ferramentas para tracar diretrizes para o surgimento de mais iniciativas de conscientizagéo ambiental. A escola € um espaco em que os estudantes podem se tornar pessoas mais atentas quanto a importancia da conservacao e restauracgdo do meio ambiente, fomentando a protecdo também da biodiversidade, de um modo geral (SILVA JUNIOR et al., 2018). A educagao é um processo continuo, de elevada relevancia e, por isso, se fa- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ zem necessarios planejamentos complexos para que possamos obter resultados satisfatorios, colaboran- do para as reflexées de ensino e aprendizagem que ultrapassem as salas de aula. Cada vez mais, precisamos de nos formar como cidadaos, criticos e responsaveis pela preservagdo dos recursos naturais. Aeducacao ambiental nao deve ser entendida como um tipo especial de educacdéo, mas como uma série de etapas continuas ao longo processo de aprendizagem, em que coexiste a filosofia da contribuigéo participativa em que todos (familia, escola e comunidade) devem estar envolvidos (SILVA JUNIOR et al., 2018). Por esse motivo, a Politica Nacional de Educagao Ambiental (PNEA) brasileira visou tracar diretrizes ndo apenas para a EA formal, que ocorre nas escolas, mas também para a EA nao formal, englobando a diversidade de atores sociais e a importancia de todos construirmos coletivamente uma preocupacao que paute as acGes e decisGes regionais e nacionais. Educagao ambiental formal Uma questao importante dentro do sistema educacional superior é propiciar a especializacao na drea de formacao e também em areas cientificas semelhantes ou relacionadas. A relevancia se da, justamente, pelas conexées interdisciplinares e pela transferéncia tedrico-conceitual decorrente de novos resultados cientificos. Nesse contexto, é importante que cada pais explicite em sua politica de educagao ambiental a importancia de toda a sociedade para a conservagdo ambiental e os possiveis papéis das mais diversas areas de formacao técnica nessa conservacao. Assim, os atores socioeducativos envolvidos nas atividades de EA devem assu- mir as agdes em termos de aumento do conhecimento cientifico, e também possi- bilitar a existéncia e qualidade de vida das proximas geragdes. Desse modo, ao nivel da consciéncia humana, é visivel um peso cientifico-axioldgico, segundo o qual sao estabelecidas conexées entre diferentes niveis de realidade (COSTEL, 2015). Para tanto, Costel (2015, n. p.) explicita que para se tornar pragmatico um sistema social deve ser construido, antes de mais nada, sobre a educacao es- pontanea. Em segundo lugar, acreditamos que uma perspectiva de politica social DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ efetiva envolve uma abordagem especifica sobre a educacao ambiental. Portanto, as correspondéncias sociais e meto- doldégicas transpdem em plano operacional as finalidades inscritas na diligéncia educacional. Nas ultimas duas décadas, no entanto, inimeras pessoas ao redor do mundo se preocuparam (e continuam se preocupando) com as ques- tdes interligadas de meio ambiente e desenvolvimento ambientalmente susten- tavel. Desta forma, temos nos tornado cada vez mais conscientes da necessida- de de mudangas nas escolhas de habitos e nos padrées nacionais e globais de desenvolvimento, consumo e comércio. Portanto, poderiamos considerar um erro pensar que apenas a educacéo ambiental nas escolas seria suficiente para a transicdo para a sustentabilidade, a menos que grandes reformas educacionais pudessem ser implementadas e que projetos em consondancia com outros setores da sociedade fossem executados. Nesse momento, destacamos que a educacdo ambiental esta prevista na Constitui¢éo Federal, em seu artigo 225° (Inciso VI), que estabelece que é dever do Estado e de todos de “promover a educacéo ambiental em todos os niveis de ensino, e a conscientizagdo publica para a preservagdo do meio ambiente” (BRASIL, 1988). A Politica Nacional de Educagaéo Ambiental, instituida pela Lei n. 9.795, em seu artigo 3°, determina que, como parte de um processo educativo mais amplo, todos tém direito a educacdo ambiental, incumbindo: | - Ao Poder Publico, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constitui- Gao Federal, definir politicas publicas que incorporem a dimensao ambiental, promover a educa¢ao ambiental em todos os niveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservacao, recupera- Gao e melhoria do meio ambiente; Il - As instituigdes educativas, promover a educacao ambiental de maneira integrada aos progra- mas educacionais que desenvolvem; Ill - Aos 6rgéos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover agées de educacgdo ambiental integradas aos programas de conservacdo, recuperacgdo e melhoria do meio ambiente; IV - Aos meios de co- municacao de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminacao de informacées e praticas educativas sobre meio am- biente e incorporar a dimensdo ambiental em sua programacao; V DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ - As empresas, entidades de classe, instituicées ptiblicas e privadas, promover programas destinados a capacitacao dos trabalhadores, visando a melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de tra- balho, bem como sobre as repercussées do processo produtivo no meio ambiente; VI - A sociedade como um todo, manter atencdo permanente a formacao de valores, atitudes e habilidades que pro- piciem a atuacao individual e coletiva voltada para a prevencdo, a identificacdo e a solucdo de problemas ambientais (BRASIL, 1999). Assim, percebemos que a EA é uma questao que precisa ser incentivada e fo- mentada simultaneamente pelo Estado e por muitos outros setores da sociedade. Em seu artigo 4° (Inciso VII), a PNEA valoriza a abordagem articulada das ques- tées ambientais locais, regionais e nacionais. Enquanto isso, em seu artigo 8° (In- cisos IV e V) ha um evidente incentivo a busca de alternativas curriculares e meto- doldgicas na capacitagao da area ambiental e as iniciativas e experiéncias locais e regionais, incluindo a produgao de material educativo com o contexto social em questdo (BRASIL, 1999). Em seu artigo 9°, a PNEA também define que se entende por educacgao am- biental, na educacao escolar, aquela que é desenvolvida no ambito dos curricu- los das instituigées de ensino publicas e privadas, englobando (BRASIL, 1999): |. Educagao basica: a, Educacao infantil; b, Ensino fundamental; c. Ensino médio. Il. Educagao superior; Ill. Educagao especial; IV. Educagao profissional; V. Educagado de jovens e adultos. Vale destacar que devido ao proprio dinamismo da sociedade, o despertar para a questdo ambiental no processo educativo deve comegar desde a infancia (SOUZA et al., 2018). Ainda que a EA seja prevista em toda a idade escolar e a PNEA tenha sido instituida em 1999, atualmente, os educadores ainda encontram dificuldades e desafios para implementar a educa- ¢ao ambiental no cotidiano escolar. Por isso, mantém-se a discus- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ sdo sobre a maneira que a tematica ambiental vem sendo trabalhada pelos professores que a desen- volvem nas escolas. Quando pensamos na educacgéo ambiental, de- vemos inserir atividades praticas em todos os niveis da educacao formal e informal, de modo que trabalhemos as aplicacdes de EA diariamente. Isso é uma proposi¢ao fun- damental, pois colabora para que haja envolvimento dos edu- candos em questées sobre as probleméticas do meio ambiente, e propicia um sentimento importante de pertencimento e transformagao, em que cada um tem responsabilidades e pode colaborar para a construcdo de um mundo melhor. De maneira geral, a escola pode ser um dos locais mais propicios para a rea- lizagdo de iniciativas de educagado ambiental, por propiciar a inovacdo de costu- mes que nao se limitam apenas aos conceitos ambientais, podendo ainda englo- bar questées culturais e sociais. Acredita-se que, assim, poderiamos alcangar um resultado mais efetivo e promissor diante das situagdes vivenciadas no contexto socioambiental, e que englobam o descarte do lixo de forma incorreta, os impac- tos ambientais e biodiversidade e, também, o tipo de interagdo ecoldgica que ha nas relagdes humanas com a natureza. No artigo 10° da PNEA, se especifica que a educacao ambiental deve ser de- senvolvida como uma pratica educativa integrada, continua e permanente, em todos os niveis e modalidades do ensino formal: § 1° A educacgao ambiental nao deve ser implantada como disciplina especifica no curriculo de ensino; § 2° Nos cursos de pés-graduacao, extensdo e nas areas voltadas ao aspecto metodolégico da educa- Gao ambiental, quando se fizer necessario, é facultada a criagéo de disciplina especifica; § 3° Nos cursos de formacao e especializacao técnico-profissional, em todos os niveis, deve ser incorporado con- teUdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas (BRASIL, 1999). Nesse sentido, sabendo que a educacao ambiental é um processo permanen- te e continuo, ndo deveriamos limita-la ao espaco escolar, pois é importante té-la como habito no ensino do educando (SOUZA et al., 2018). Assim, podemos en- tender que a EA formal continuara a ser aprimorada com a incorporacao de no- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ vos significados sociais e cientificos em relagdo ao meio ambiente e as dina- micas que possuimos com o local que ocupamos. Justamente devido a esse dinamismo da sociedade, a questao ambiental no processo educativo de- veria comecgar na infancia, corroboran- do para a formagao de geracgées mais conscientes e preocupadas com pau- tas ambientais, tais como a protegao da biodiversidade e o enfrentamento das mudangas climaticas. Ficou especificado que a dimensdo ambiental precisa constar nos curri- culos de formagdo de professores, em todos os niveis e em todas as disciplinas. Além disso, “os professores em atividade devem receber formagao complementar em suas areas de atuagao, com 0 propdsito de atender adequadamente ao cum- primento dos principios e objetivos da Politica Nacional de Educagdo Ambiental” (BRASIL, 1999). Souza et al. (2018, n. p.) destacam a diivida de como a EA est sendo conduzida no ensino da educacao ambiental no cotidiano da sala de aula. A abrangéncia das atividades dos docentes engloba a participagdo e gestao dos sistemas de ensino. Dessa forma, os professores podem incluir escolhas metodologicas distintas, vi- sando fomentar pontos de andlise e valorizagéo da consciéncia da diversidade, respeitando as diferengas ecoldogicas, étnico-raciais, de classes sociais, de necessi- dades especiais e de género. As diretrizes de ensino de EA sdo muito diversificadas e podem servir como ferramenta, aproximando conceitos complexos das comunidades de atuacao. Em seu trabalho de andlise, Silva e Almeida (2018, n. p.) notaram que os principais desafios das agdes praticas de EA nas escolas estado vinculados a ques- tdes de: espaco da escola, numero de estudan- tes e de professores com disposicéo para passar por processos de formacao continuada na drea em DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS © questdo, participacado e dedicacgao da direcdo da escola, melhor participacgao do governo estadual, dentre muitos outros problemas. Com isso, algumas barreiras poderiam surgir, limitando as praticas de EA e tornando as atividades pontuais. Em contextos em que a pratica de EA ainda nao ocorre de forma continua, uma alternativa é proceder visitas em centros especializados que possam instruir edu- candos e educadores e mostrar um caminho a ser percorrido. Nesse contexto, ha no Brasil um tipo especial de centro de educacéo ambiental, relacionado com as fazendas e florestas. A Escola da Floresta € um exemplo desses centros. Nela, ha variedade de possibilidades a serem explorados por pessoas de todas as idades. A Figura 2 mostra a realizagéo de uma trilha dos sentidos com criangas de uma escola em visita. Note que atividades como essa podem ser adaptadas a realidade de muitas escolas brasileiras. Uma das maiores dificuldades para que o curriculo escolar possa abranger a EA de forma habitual e com a profundidade de discussdo que se desejaria, pode ser uma consequéncia do modelo adotado pelo nosso sistema escolar. As atuais preocupagées da educa¢do se concentram em notas, desempenho, competicao, esforco individual, sucesso pessoal e padrées hierarquicos de relacionamentos pessoais. O ensino de EA deve ser pensado de forma coletiva, emancipatoria, criti- ca e transversal a muitas diferentes dreas de aprendizagem. Apesar de tais observacg6es fazerem parte de muitas realidades, Souza et al. (2018, n. p.) afirmam que, nos Ultimos anos, foi possivel observar uma expansdo da educa¢ao ambiental no ensino formal das escolas brasileiras. Em contraste a DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS @ essas pontuacées, Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que, de modo geral, pro- fessores de todas as modalidades de ensino, na maioria das vezes, nado possuem orientagdo e nem material para esse trabalho de construcao da EA. Mesmo que essa tematica tenha se tornado uma realidade no ensino formal em muitas localidades do Brasil, sabe-se das dificuldades e desafios que a educa- Gao ambiental ainda tem que enfrentar no cotidiano escolar e na heterogeneidade de oportunidade entre nossas cidades. Silva e Almeida (2018, n. p.) destacam que a tematica ambiental dificil mente esta presente nos cursos de formagao dos pro- fessores, uma vez que os cursos de formagao continuada, geralmente, sdo desti- nados aos professores de ensino fundamental e médio, bem como os materiais produzidos e disponibilizados. No dmbito da aplicagao da EA nas escolas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educa- Gao Nacional (LDB), sancionada em 1997, ja delineava a educagdo ambiental como tema transversal. Os Pardmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Biologia, por exemplo, explicitam que a EA precisa de ser trabalhada de forma interdisciplinar e em consonancia com 0 contexto social e econdmico. Para que sejam realizados trabalhos de qualidade em EA, se faz necessario um comprometimento dos sistemas governamentais e das politicas publicas di- recionadas a tematica ambiental, proporcionando aos professores uma formacao adequada para o desenvolvimento de projetos, com a qualificagao para o trabalho em consonancia a PNEA. Contudo, em alguns casos, tal politica nado esta presente e, muitas vezes, cabe ao professor buscar uma formagdo continuada, de maneira independente, dispondo de seus prdprios recursos (SILVA; ALMEIDA, 2018). De forma complementar, analisou-se que rodas de educagao, escuta e nar- rativas ficcionais sao destacadas como tracos e atividades fundamentais para os processos de formagdo de professores que estdo se tornando educadores am- bientais (GALIAZZI et al., 2018). Galiazzi et al. (2018, n. p.) explicam que os professores de uma comunidade de aprendizagem organizada em rodas de educacéo e comprometidos com os prin- cipios do didlogo, da escuta, do compartilhamento de saberes e agdes podem se tornar educadores am- bientais experientes em processos educativos em que as relagdes de saber sao processos horizontais e continuos. Como educadores e professores ambien- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ tais, eles podem ensinar o valor de ouvir e aceitar diferentes pontos de vista. Sendo assim, diante das adversidades e situagées locais enfrentadas, as prati- cas pedagogicas cotidianas como a aplicacao de projetos de educagao ambiental, envolvendo as escolas, os educandos, suas familias e entorno, poderao figurar como local de reflexdo. Essa reflexdo pode ser mais efetiva se focada na cons- trucdo coletiva de alternativas e, diante das necessidades observadas em cada realidade, propiciar que intervenc6es socioambientais possam ser propostas. A construgdo fora dos ambientes escolares, por sua vez, se refere a educagao am- biental ndo formal, que estudaremos no proximo tdpico. Um exemplo muito comum de pratica de educacao ambiental no Brasil sao as hortas escolares. Devemos valorizar tais a¢Ges e observar que os ensinos vao além das praticas de EA formal. Em muitos contextos, a horta da escola possi- bilita uma interacdo da comunidade do entorno, fomentando a coletividade das ages realizadas. “e Educagao ambiental nao formal Silva Junior et al. (2018, n. p.) definem que a educagao ambiental é um cam- po de conhecimento que se encontra em construcdo e gera desenvolvimentos a medida que tenhamos a pratica cotidiana dos envolvidos nesse processo. O engajamento publico significativo e a responsabilidade exigem um entendimen- to comum do que esperar e demandar das partes envolvidas nos projetos de educacao ambiental. A Conferéncia de Tbilisi (1977), dentre seus principios basicos, ja considerava que a educacaéo ambiental deve ser um processo continuo e permanente, come- gando pelo pré-escolar e continuando ao longo de todas as fases do ensino for- mal e nado-formal, com aplicagao interdisciplinar, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada. Curiosamente, as perspectivas dos praticantes e dos participantes sobre os resultados da educagdo ambiental sdo pouco estudadas, particularmente por- que uma compreensdo das aspiragdes dos participantes para a educagdéo am- biental é complexa, apesar de essencial, para garantir que ela atenda as suas necessidades e que eles continuem se engajando. E compreender os beneficios que os participantes de projetos nao formais de edu- particularmente importante DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS @ cagao ambiental podem obter com a participacdo nos projetos (WEST, 2015). No contexto da educagdo ambiental nao formal, ha linhas de acées destina- das ao planejamento, gestao, monitoramento e avaliagdo de programas e politicas ambientais nas trés esferas de governo, em sintonia com os setores sociais. Esse sistema fortalece 0 didlogo da escola com a comunidade e movimentos sociais (BADR et al., 2017). A PNEA, em seu artigo 13°, definiu a educacgdo ambiental nao formal como sendo as ag6es e praticas educativas voltadas a sensibilizacdo da coletividade sobre as quest6es ambientais e a sua organizacao e participacdo na defesa da qualidade do meio ambiente. Nesse sentido, 0 Poder Ptblico, em niveis federal, estadual e municipal, incentivara: |- A difusdo, por intermédio dos meios de comunicagdo de massa, em espa- gos nobres, de programas e campanhas educativas, e de informagées acerca de temas relacionados ao meio ambiente; I - A ampla participacao da escola, da universidade e de organizagdes néo-governamentais na formulagdo e execugado de programas e atividades vinculadas 4 educagado ambiental nao-formal; Ill - A participagao de empresas publicas e privadas no desenvolvimento de programas de educagao ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organiza- gdes ndo-governamentais; IV - A sensibilizagdo da sociedade para a importancia das unidades de conservagdo; V - A sensibilizagéo ambiental das populagées tra- dicionais ligadas as unidades de conservagao; VI - A sensibilizagao ambiental dos agricultores; VII - O ecoturismo (BRASIL, 1999). Este aspecto nao formal da EA é de extrema relevancia para que os dife- rentes atores da sociedade possam construir indmeras praticas colaborativas em formato de projetos e programas, aprimorando as abordagens pautadas em politicas pUblicas, mas também com parcerias com setores ndo-governamentais, como empresas e ONGS. © Conceitos e objetivos da educacao ambiental A educagdo ambiental 6 um campo multidisciplinar que integra diversos ra- mos de estudio, como quimica, fisica, ciéncias humanas, ciéncias médicas, ciéncias bioldgicas, agricultura, sauide publica e engenharia sanitaria. Dessa maneira, a EA coloca em pauta a importancia da protecdo e conservacgao do meio ambiente. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS. @ O fato de a sociedade ter falhado em aceitar sua responsabilidade socioam- biental resultou no ato de nos colocarmos no centro de nossas relagées, afas- tando-nos do meio natural do qual fazemos parte e acreditando que devemos dominar nosso ambiente. Infelizmente, a situagdo em que nos encontramos atualmente, pautada pelo conceito de que o ser humano pode controlar o meio ambiente sem respeitar ciclos naturais, esta na raiz de grande parte do que é ensinado nas escolas. Acriacdo de educandos ambientalmente conscientes em uma sociedade que nao reconhece a gravidade dos problemas ambientais que enfrenta provavel- mente ndo tera muito impacto sobre esses problemas (SAYLAN; BLUMSTEIN, 2011). Isso porque existe uma desconexdo fundamental entre o que aprende- mos na escola e como nos comportamos em nosso meio social, pelo menos no que diz respeito a educagao ambiental. Embora essas variagdes possuam dificil medicao, essa desconexao é facilmente percebida e precisa ser encarada como uma necessidade a ser superada. Fazer isso exige resiliéncia, criatividade, sensi- bilidade e esforco de todas as classes sociais e econdmicas. Nao é errado pensarmos a EA como uma adjetivacado da educac¢ao, uma vez que tornar esta ultima apta a educagdo ambiental é uma necessidade de nosso presente, e isso se justifica devido ao fato de a EA enfatizar aspectos da educa- a0 que muitas vezes foram e sdo marginalizados, mal interpretados e podem causar uma diversidade de impactos em muitas esferas da sociedade. Os componentes principais da educa¢gdo ambiental sao: |) conscientizacéo e sensibilidade em relacdo aos desafios ambientais; Il) compreensdo das dina- micas relacionadas ao meio ambiente; III) atitudes de preocupacao e motivacao para melhorar ou manter a qualidade ambiental; IV) habilidades para identificar e ajudar a resolver problemas; V) participagdo em atividades para resolucées coletivas. Nesse contexto, a Resolugdo n. 422/2010 estabeleceu “dire- trizes para contetdos e procedimentos em acées, projetos, campanhas e programas de informagao, comunicagao e educagao ambiental no ambi- to da educac¢ao formal e nao-formal, realizadas por instituigdes publicas, privadas e da socieda- de civil” (CONAMA, 2012, p. 1088). DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVELE DIREITOS INDIVIDUAIS @ CURIOSIDADE A educacao para a cidadania ambiental 6 definida como 0 tipo de educagao que cultiva aptidoes, valores, atitudes e competéncias necessarias que um cidadao deve possuir para ser capaz de agir e participar da sociedade como agente de mudanca em escala local, nacional e global (HADJICHAMBIS; REIS, 2020). Essa abordagem é importante para capacitar os cidadaos a praticarem seus direitos e deveres ambientais, bem como para identificar as Causas estruturais subjacentes aos problemas ambientais, levando em consideraco a justiga inter e intrageracional (ENEC, 2018a). Um dos objetivos da EA é que a sociedade compreenda a relacgao de inter- dependéncia entre os ecossistemas naturais e as interagdes sociais humanas. Assim, podemos adquirir conhecimento a medida que desenvolvemos compe- téncias para conservar e preservar o meio ambiente. Diante disso, torna-se im- prescindivel que os atuais padrées de conduta individual sejam alterados e mo- dificados para outros mais coletivos e ambientalmente adequados. Dessa forma, é possivel destacar que sdo objetivos especificos da educagdo ambiental: + Conhecimento acerca das diferentes quest6es ambientais: compreen- der a multiplicidade de interagdes ambientais e sociais entre os elementos que compéem tais sistemas; + Desenvolvimento da conscientizagao ambiental: prover ferramentas Para que os grupos sociais compreendam diferentes problemas, sensibilizando -0S para que atuem na resolucaéo dessas questdes; + Ampliagao das habilidades socioambientais: desenvolver valores sociais para que haja fortalecimento da motivagdo relacionada a conservacéo do meio ambiente, bem como a recuperacao de areas ja afetadas por impactos negativos devido a atividades antrépicas; + Desenvolvimento de competéncias: incentivar habilidades especificas que possibilitem a operacionalizacgao dos conhecimentos e das atitudes coletivas desenvolvidas, tornando-as acdes ambientais concretas; + Participagao social: proporcionar oportunidades e o ensejo de que todo cida- dao participe de atividades e projetos na solugao de questdes am- bientais de variada complexidade e em diferentes contextos. Ressalta-se que o desenvolvimento da consciéncia am- biental passa obrigatoriamente pela andlise critica do meio que ocupamos, das acdes que praticamos, das responsabili- DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ dades que temos e quais ag6es podemos empregar para que tenhamos participacdo (pratica). A par- ticipagdo social é, portanto, uma peca-chave para nao apenas atuarmos de forma corretiva (em relagéo aos problemas ja existentes) como também para agirmos de forma preventiva, protegendo os diferentes sistemas ambientais e prevenindo que novos problemas se tornem inevitaveis e/ou irreversiveis. Assim, observe que a EA se relaciona ao continuo processo educativo formal e ndo formal, de forma a adquirir conhecimentos tedricos e praticos sobre 0 ambiente e em consondncia com a adaptacgao do comportamento social frente as mudan¢as ambientais observadas. Metodologicamente, é fundamental que a andlise das interrelagdes sociais e ambientais seja bem embasada para que toda a sociedade se torne apta a com- preender os problemas ambientais e as potenciais solu¢des a serem implemen- tadas. De certa forma, tanto no campo de atuacao formal quanto no nao formal, a sociedade precisa ser participativa, a fim de que a integracao seja voltada a solidariedade com as futuras geracgées, como previsto na Constituicao Brasileira em seu artigo 225. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ © ° Responsabilidade socioambiental Nos ultimos séculos, o ser humano passou a interferir cada vez mais nos processos naturais. Ao longo do século XX, inumeros avangos tecnoldgicos e crescimento econémico foram obtidos. Com o aprimoramento tecnoldgico e inumeras descobertas em todas as areas do conhecimento, passamos a con- trolar os elementos da natureza e a aumentar sua capacidade de produgdo. Muitos desses avancos visaram a producdo e 0 consumo sem avaliar questdes de risco ambiental e social O crescimento populacional no pds-guerra (com consequente aumento pela demanda por combustiveis fésseis, alimentos e tecnologia) resultou em um fluxo enérgico desequilibrado ecossistemicamente. Ha muitos anos esta- mos sendo alertados sobre a insustentabilidade dos habitos de consumo re- sultantes da economia capitalista. Atualmente, as sociedades tornaram-se cada vez mais complexas e conec- tadas. Desenvolveu-se 0 modo globalizado de vida, sendo que padroes de consumo adotados em escala mundial resultam em perdas progressivas de caracteristicas geograficas, regionais e culturais, bem como na contaminagao ambiental, que resulta em perda de diversidade de fauna e flora. Nesse mesmo contexto, surge o termo responsabilidade socioambien- tal. Segundo 0 Ministério do Meio Ambiente (2020), a responsabilidade so- cioambiental esta ligada a agdes que respeitam o meio ambiente e politicas que tenham entre seus principais objetivos a sustentabilidade. Responsabi- lidade socioambiental também pode ser compreendida como um conjunto de praticas exercidas por cidaddos, governos e empresas publicas e privadas que tém por objetivo providenciarem a inclusdo social (responsabilidade social) e o cuidado com o meio ambiente (res- ponsabilidade ambiental). Se de um lado temos observado diversas atividades que causam degradacao socioambiental e colocam em risco a qualidade de vida e a sobrevivéncia das futuras geragdes, do outro ha diversas organizacgGes se mobilizando para nos conscientizar da necessidade de mudan¢a para que o plane- ta Terra e a humanidade possam coexistir (Figura 1). DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ © 0 nascimento do mundo globalizado e a questao socioambiental Nos tiltimos 250 anos, os impactos causados pelas diversas mudancas de- correntes do desenvolvimento industrial ainda nao estaéo totalmente dese- nhados e sdo debatidos por diversas organizagées e meios de comunicacao. Nos dias de hoje, podemos dizer que a maxima do desenvolvimento industrial € a globalizagao. Para chegarmos ao mundo como conhecemos hoje, o mundo globalizado, alguns momentos historicos foram cruciais. A Revolugdo Industrial intensi- ficou 0 uso e a pressdo sobre os recursos naturais renovaveis e ndo reno- vaveis para atender a intensificagdo da produgdo industrial em escala. Com a maior demanda por trabalhadores nas industrias e em busca de “uma vida melhor” - aos moldes capitalistas -, muitas pessoas sairam do campo para morar nas cidades, processo que culminou na urbanizagao. A revolugao verde levou ao campo das tecnologias nunca vistas, permitindo incrementos anuais na produtividade de vegetais e carnes, comercializados para atender a demanda interna e externa das redes de mercado global. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS @ EXPLICANDO. Recursos naturais renovaveis sao aqueles que possuem maior capaci- dade de manutencao e nao se esgotam facilmente, sao exemplos: agua, solo, matéria organica e vento. Os recursos naturais nao renovaveis sao aqueles que se esgotam quando usados sem praticas sustentaveis e seu tempo de reposicao nao é comparado a cronologia de vida humana, sao exemplos: petrdleo, carvao mineral, gas natural, xisto betuminoso e ener- gia nuclear. Com excegao a energia nuclear, todos os exemplos citados sao de origem féssil. Estas transformacées foram e sao acompanhadas pelos impactos negativos ao meio ambiente e a perda de caracteristicas sociais: ha aumento das areas desmatadas, da poluigdo atmosférica, do solo e hidrica, perda de biodiversida- de, os produtos consumidos nao sao corretamente descartados, ha aumento da desigualdade social, entre outros (Figura 2). ey | Nos dias de hoje, uma vez que é indiscutivel que diversas fronteiras ecol6- gicas mundiais foram ultrapassadas, 0 mundo globalizado vem exigindo conti- nuamente modelos de producdo de bens e servicos obtidos por meio de tecno- logias que repensem questées de competitividade e que considerem formas de mitigagao do impacto social e ambiental. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ A importancia da avaliagéo dos danos que a producao e os processos tém sobre o ambiente e a sociedade toma forma neste contexto. Além da avaliagdo, agdes de gestdo que contribuam para o desenvolvimento ambiental e para o despertar da responsabilidade socioambiental devem ser propostas por gover- nos, empresas e cidadaos. _* A responsabilidade socioambiental como compromisso da modernidade Assistimos em noticidrios, nas redes sociais e vivemos diretamente as ques- tées ambientais. Comumente, ouvimos falar sobre responsabilidade socioam- biental. Isso vem acontecendo porque o mundo moderno se deu conta de que os impactos dos nossos habitos de producgdo e consumo nao estado alinhados com 0 poder de resiliéncia do planeta, uma vez que seus recursos sao limitados. Por esse motivo, instituig¢des publicas e privadas, organizagdes governa- mentais e ndo governamentais tém se dedicado cada vez mais a programas de implementacao de praticas socioambientais e de conscientizagao da popu- lagdo. Aideia consiste em identificar, eliminar ou, ao menos, reduzir o impacto negativo que uma determinada atividade possa causar. EXEMPLIFICANDO Diversas organizagdes governamentais e nao governamentais se dedicam a causa socioambiental. Veja alguns exemplos a seguir: * Plano nacional de juventude e meio ambiente (PNJMA); * Agenda ambiental na administracao publica; * Instituto de pesquisas socioambientais (IPESA); * Instituto socioambiental (ISA); *Fundo casa socioambiental, * Verdejar socioambiental; * Instituto Ethos. Uma vez que elas ja existem e ndo se mostraram totalmente efetivas, as praticas de responsabilidade socioambiental vao além de Leis. Atualmente, os programas devem fomentar e inserir a responsabilidade socioambiental como um compromisso diario a ser adotado pela sociedade, de forma a garantir a existéncia de um mundo melhor para as futuras geracGes. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS. @ Lembrando que se trata de uma vertente global, diversas agdes podem ser adotadas a fim de inserir as praticas de responsabilidade socioam- biental no dia a dia pessoal e profissional. Hoje, a sociedade sabe identifi- car cidadaos, instituigées, organizagoes e empresas que investem em po- liticas e na cultura organizacional sustentavel, posicionando-se de forma ética e responsavel. A responsabilidade socioambiental governamental, cidada e empresarial Todos sdo responsaveis pela elaboragdo, difusao e aplicacdo das praticas de responsabilidade socioambiental; entre seus agentes, estado os governos, as cidades e as empresas. O governo atua na pauta socioambiental, formulando leis e agdes de cons- cientizagao que atingem a sociedade civil e empresarial. Para que os cidaddos se tornem cientes, possam exigir e exercer a responsabilidade socioambiental, 0 governo deve encontrar meios para que as politicas publicas estejam proxi- mas dos cidaddos, divulgando-as nos meios de comunicac¢ao e redes sociais, adequando curriculos escolares e financiando instituig6es de pesquisa. Além disso, a gestao socioambiental deve ouvir os cidaddos por meio de seus repre- sentantes municipais e estaduais, bem como a iniciativa privada e as organiza- ces ndo governamentais. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e suas esferas sdo responsaveis pelo desenvolvimento de politicas publicas que tenham como objetivo promover a producao e 0 consumo sustentaveis. Além disso, também é responsabilidade do governo promover o crescimento do Pais adotando praticas de desenvolvimento sustentavel, ou seja, grandes obras de interesse social devem fazer uso de praticas sustentaveis e serem baseadas em estudos de impacto ambiental. As cidades e seus cidadados tém o compromisso de exercer as praticas de responsabilidade socioambiental. Para isso, como mostra 0 Quadro 1, existem diversas agdes que podem ser adotadas no nosso dia a dia. De- vemos exigir dos governantes, politicas que fomentem tal tematica e dar preferéncia ao consumo de produtos e servicos de empresas atuantes na causa socioambiental. DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E DIREITOS INDIVIDUAIS e&

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