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INVERSORES DE FREQUENCIA Me levee am f 7 —S | oy =~, se : : i Claiton Moro Franchi Ean) 2° EDIGAO Inversores de Frequéncia Teoria e Aplicagoes EDITORA AFILIADA. as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Seja Nosso Parceiro no Combate a Cépia Illegal A cépia ilegal € crime. Ao eletué-la, 0 infretor estard cometendo um grave efro, que ¢ inibir a producao de obras lerarias, prejudicando protissionais que Serao atingidos pelo crime praticaco. Junte-se a nés nesta corrente contra a piretaria. Diga nao a c6pia ilegal. Seu Cadastro E Muito Importante para Nos ia Phere epoca oles lmonllen de ap aac sot pene mica ber informagées sobre nossos langamentos em sua area de preferéncia. Conhecendo melhor nossos leitores e sues preferéncias, vamos produzir titulos que aten- dam suas necessidades. Obrigadn pela tia acentha Fale Conosco! Eventuais problemas referentes ao contelido deste livro sero encaminhados 20(s) respectivo(s) autor(es) para esclarecimento, excetuando-se as dividas que dizem respeito a pacotes de softwares, as quais sugerimos que sejam encaminhadas aos distribuidores & revendedores desses produtos, que estao nabiltados a prestar todos os esciarecimentes. (Os prublernies 86 pull ser enviadus pur 4. E-mail: producao@erica.com.br 2. Fax: (11) 2097-4050 3. Carta: Rua Séo Gil, 159 - Tatuapé - CEP 03401-030 - Sao Pauio - SP INVISTA EM VOCE. Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Claiton Moro Franchi Inversores de Frequéncia Teoria e Aplicagées 23 Edigdo 8? Reimpressao Sao Paulo 2013 - Editora Erica Ltda. as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Copyright © 2008 da Editora Erica Ltda. Todos os direitos reservados. Probida a reproducao tolal ou parcial, por qualquer melo ou processo, especiimente por sistemas graficas, mitflinices, fologricos, reprografics, fonogrcos, videorafica, Intemel, e-books. Vedada 2 memorizardo eou recuperacao total ou parcial em qualquer sisema de processamenio de dados e ainclusio de qualquer parte da obra em qualquer programa jisiberntico. Essas ‘roids epicam-se também as caraceisicas grfcas da obra ea sua exitoracio. A volacao dos dretos auloris€ punivel como crime (a. 184 e pardgafos, do Codigo Penal, confonme Lei ne 10695, de 0711/2003) ‘com pena ae recusao, de dos a quatro anos, € muta, cnjuntamente com pusca e apreensa0 © maenizacoes diversas (argos 102, 103 pardgrafo unica, 104, 105, 106 € 107 Hens 1, 2¢ 3 da Lei ne 9610, de 1916/1998, Lol des Ditcitos Autras). Aor e a Ediraacreitam que tas as informagoes aqui apresentads esto corelas e podem ser utizadas para qualquer fm logo. Enictanto, no existe qualquor gaatia,explcia ou impli, de quo © uso do tis inforacoes conduc sempre ao resultado desejado. Os nomes de sles e empresas, poneniure mencionados, focam zoe apenas para hiar as amp. nda tenn nein neem emo ur, da eeantind sia ceistécia nem diulgaca. Eventuaserratasestarao disponives pare downoad no sie da Ecloa Era. CContxido aapach 20 Novo cord Ortogrfico da Lingua Portuguesa. em execucao desde 18de aio de 2008 “Algumas imagens uiizadas neste Ivo foram obtidas a parr do CoreDRAW 12, X3 e KA e da Colecao do MasterClipsMasterPholns© da IMS. 100 Rowkand Way, 3rdloor Novato, CA 94945, USA" Rade Internacinnais de Catalagacaa na Publicagaa (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Franchi, Claiton Moro Inversores de Frequéncia: Teoria e Apicagées / Claiton Moro Franchi. -- 2. ed. ~ ‘Sao Paulo: Erica, 2008. Bibliografia ISBN 978-85-365-0561-9 1. Inversores de frequéncia - Estudo ¢ ensino 2. Inversores elétricos 1. Titulo 0.06756 Edita também come livre impresse ep0-621.281522207 indices para catdlogo sisteratico 1. Inversores de frequéncia: Engenharia elétrica 621.381532207 Coordenacéo Editoria Rosara Arruda daSilva Capa Mauricio S. de Franca Editracao e Finaizacao: Adriana Aguiar Santoro Rosara Ap. A. dos Santos Flavio Eugenio de Lima Marlene Teresa S. Aves Carla de Olivera Morals Figura da maine na caps Fain te Nard Editora Erica Ltda. Rua Sao Gil, 159 - Tatuapé CEP: 03401-030 - S40 Paulo- SP Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060 www.editoraerica.com.br Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as dia -tiveronen We Preyuennta Teles Aaa Claas Me Patt Fabricantes Schneider Electric Brasil Enderego no Brasil: Avenida das Nagées Unidas, 23.223 04795-907 - Sao Paulo - SP Call center: 0800 7289 110 Site: http://www schneider-electric.com.br WEG Equipamentos Elétricos S.A. Enderego no Brasil: Avenida Prefeito Waldemar Grubba, 3.300 89256-900 - Jaragui do Sul Santa Catarina - Brasil Tel.: +55 (47) 3276-4000 Fax: +55 (47) 3276-4010 Site: http://www.weg.nev/br as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Sobre o Material Disponivel na Internet O material dispontvel no site da Editora Erica (www.editoraerica.com.br) contém todas as respostas dos exercicios desenvolvidos no livro. Para visualizar esses arquivos 6 necessdrio possuir instalado o Adobe Acrobat Reader versio 6 ou superior. RESPOSTAS.EXE - 280 KB Procedimento para Download Acesse o site da Editora Erica Ltda.: www.editoraerica.com.br. A transferéncia do arquivo disponivel pode ser feita de duas formas: Por meio do médulo pesquisa. Localize o livro desejado, digitando palavras-chave (nome do livro ou do autor). Aparecem os dados do livro e 0 arqniva para dawnload Cam um clique o arqnive executavel é transferida Por meio do botio "Download". Na pégina principal do site, clique no item "Download". E exibido um campo no qual devem ser digitadas palavras-chave (nome do livro ou do autor). Aparecem o nome do livro e 0 arquivo para download. Com um clique o arquivo executavel ¢ transferido. Procedimento para Descompactagao Primeiro passo: apés ter transferido 0 arquivo, verifique o diretério em que se encontra e dé um duplo-clique nele. Aparece uma tela do programa WINZIP SELF-EXTRACTOR que vunduz av prucessu de descumpaciayau. Abaixo do Unzip To Folder hi um campo que indica o destino do arquivo que sera copiado para o disco rigido do seu computador. CAnversores de Frequéncia Segundo passo: prossiga a instalaciio, clicando no hottie Unzip, o qual se encarrega de descompactar 0 arquivo. Logo abaixo dessa tela, aparece a barra de status que monitora 0 processo para que vocé acompanhe. Apés 0 término, outra tela de informacio surge, indicando que 0 arquivo foi descompactado com sucesso e esté no diretério criado. Para sair dessa tela, clique no botio OK. Para finalizar o programa WINZIP SELF-EXTRACTOR, clique no botdo Close. Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Dedicatoria ‘Aos meus pais, Calixtro e Lurdes, por todo apoio, educacdo e confianga em mim depositados; Em especial 8 minha esposa Eliane pela paciéncia, amor e apoio que recebi durante a elaboraco deste novo trabalho. Claiton Moro Franchi "0 Senhor tem os othos voltados para os justos, e 0 ouvido atento ao seu clamor.” SI. 34,16 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Agradecimentos Ao professor Evandro Cherubini Rolin, coordenador dos cursos de Engenharia de Controle e Automacio, Engenharia Elétrica e Superior de Tecnologia em Auto- magio Industrial do Cesumar, pelo apoio e incentivo; A Schneider Electric que permitiu a reprodugio de figuras que proporcionaram cardter pratico A obra, especialmente a Rogério Issao Tamai pela atengdo e suporte: A WEG pela permissao da reprodugo de figuras, exemplos priticos e tabelas; Aos colegas professores e alunos dos cursos de Engenharia de Controle e Automagio e Superior de Tecnologia em Automagdo Industrial do Cesumar de Maringa, PR pelo incentivo e apoio; Avs deimais amigos © culegas udu citadus que contibufian de fouma directa vu indireta para a realizaco deste trabalho; A Editora Erica pelo apoio na elaboracio e edigdo do livro, em especial & Rosana Arruda pela paciéncia e atencao fundamentais; ‘A Deus por conceder-me satide e condig6es intelectuais para concluir mais esta tarefa. 8 Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Sumario Capitulo 1 - Conceitos Basicos 1.1 - Dispositivos para variagio de velocidade em motores de corrente continua. 1.2 - Vaniagens do uso de motor CA em comparago com o motor CC e sistemas de variagao de velocidade 1.3 - Pares constituintes de um motor de indugao CA . 1.3.1 - Constituigao do motor de indugao 129 -1ei de Faraday 1.33 - Lei de Lenz... 1.4 - Principio de funcionamento de um motor de indugao trifisico 1.4.1 - Caracteristicas dos motores trifasico: 1.4.1.1 -Rendimento (n).. 1.4.1.2 - Rendimento do motor em fungao de sua poténcia nominal 1s 1.42 - Escorregamento 3 - Rendimento do motor em fungao da poténcia no seu eixo . 1.43 - Categoria de conjugado.... 1.44 - Tempo com rotor bloquead 1.4.4.1 - Classe de isolamento 1.4.5 - Ventilagi 1.4.5.1 - Motor aberto . 1.4.5.2 - Motor totalmente fechado 1.4.6 - Rotago nominal .. 1.4.7 - Regime de servigo. 1.4.8 - Fator de servigo (FS). 1.49 - Tensao nominal miltipla.. 1.4.10 - Corrente de partida 1.4.11 - Numero de rotagées 1.4.12 - Sentido de rotacdO..cssssssnsssinetsmustneiemesssn 1.4.13 - Condigdes ambientais 1.4.14 - Grau de protegdo de motores (IP 1.4.15 - Formas construtivas 15 - Selegdo dos motores 1.6 - Exercicios .. as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Capitulo 2 - Prinefpios de Funcionamento. 2.1 - Relagdes de torque em um inversor de frequéncia 2.2 - Blocos componentes do inversor de frequéncia.. 2.2.1 - Unidade Central de Processamento (CPU) .. 2.2.2 - Interface Homem/Maquina (THM). 2.2.3 - Interface: 2.2.4 - Etapa de poténcia.. 2.3 - Princfpio bisico de funcionamento da etapa de poténcia 2.3.1 - Sistema de controle... 2.2. - loco inversar 61 2.4 - Controle de chaveamento... .5 - Modulagao por largura de pulso (PWM) . 2.6 - Exercicios Capitulu 3 - Classificagav dos Inversores de Frequéncia 3.1 - Controle escalar 3.1.1 - Caracteristicas do controle scalar... 3.1.2 - Consideragoes finais sobre os inversores com controle escalar ... 3.2 - Controle vetorial 3.2.1 - Principios do motor de corrente continua 3.2.2 - Principios do controle vetorial .. 3.2.3 - Caracteristicas do controle vetorial. 3.2.3.1 - Controle vetorial malha aberta (sensorless) 3.2.3.2 - Com realimentagio .. 3.3 - Exercicios Capitulo 4 - Descrigao dos Parametros... 41 4.2 - Formas de variago de velocidade em um inversor de frequéncia .. 4.2.1 - Acionamento pela IHM... 4.2.2 - Acionamento pelas entradas digitais Sistemas de entrada e safda de dados. 4.2.3 - Acionamento pela fungio multispeed 4.2.4 - Acionamento por potencidmetro eletronico 4.2.5 - Acionamento pelas entradas anal6gicas... 4.3 - Fungées de saidas dos relés 4.4 - Conexées de entrada e saida do inversor de frequéncia .. 4,5 - Diagramas de ligagao tipicos de um inversor de frequéncia.. 10 Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 4.6 - Transferencia de configuragio pela IMM... 4.7 - Aplicagio dos inversores de frequéncia em controle de processos 4.7.1 - Controle em malha aberta... 4.7.2 - Controle em malha fechada 4.8 - Aplicagio dos inversores de frequéncia para economia de energia elétric: . 105 4.9 - FungOes paramewizdveis du inversor de frequéncia. 4.9.1 - Tipos de rampa de aceleracao e desaceleragai 4.9.2 - Corrente de sobrecarga do motor... . 108 4.9.3 - Limitagao da corrente maxima de saida... . 108 4.94 Fecalha da freqnéncia de chaveamenta 109 4.9.5 - Frequéncias evitadas . 109 110 110 4.9.6 - Rampa de desaceleragio. 4.9.7 - Frenagem 4.9.7.1 - Injeco de corrente continu: 113 4.9.7.2 - Frenagem reostitica . 4.9.7.3 - Frenagem regenerativa. 11d 4.98 - Boost de torque manual (compensagio IxR) 116 4.99 - Ajuste da curva V/P. 116 4.9.10 - Ciclo automatico. ~117 410 - EXerCfCI08 occ sssssennenttnennse oa IB. Capitulo 5 - Caracteristicas e Dimensionamentos ... ~119 5.1 - Protegao elétrica para inversor de frequéncia L119 5.1.1 - ProtegGes incorporadas ao inversor .. 120 5.1.2 - Protegao contra subtenséo CA e CC ~121 5.1.3 - Falha de subtensao de alimentagio 121 5.1.4 - Falta no barramento de tensio CC 9.1. - Protegao CA e UL contra sobretensoes 124 5.1.6 - Protecdo contra sobrecorrente 125 . 126 ey) 128 129 . 130 136 5.17 - Protecio contra fugas a terr 5.18 - Protegdo de sobretemperatura nos dissipadores de calor 5.1.9 Protegao contra sobrecarga térmica do motor. 5.1.10 - Revisao geral das protegdes possiveis nos inversores de frequénci: 5.1.11 - Informagoes de falhas e diagndsticos 5.2 - Protegao elétrica do motor. 5.3 - Dimensionamento do inversor. il as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 5.3.1 - Procedimento basico para a selecdo de inversores... 5.3.1.1 - Selecdo dos motores. 5.3.2 -Escolha do inversorde frequéncia de acordo com 0 tipo de carga .. 5.3.2.1 - Tipos de carga aplicada.. 5.3.2.2 - Torque de carga. 5.3.3 - Seleyau da faixa de velucidade 5.4 - Consideracées finais para especificacao do inversorde frequéncia 5.5 - Exercicios ... CapituloG. Caataiticasdelniaa-doeAplicaress.. 6.1 - Rede de alimentacao 6.2 - Cuidados com o cabeamento do inversorde frequéncia.. 6.3 - Dispositivos de saida dos inversores 6.3.1 - Relés térmicos. 6.3.2 - Reatancia de saida (caiga). 6.4 - Condicdes ambientais da instalacdo .. 6.4.1 - Redugdo da conente devido a temperatura 6.4.2 -Reducao da conente devido a altitude... 6.5 - Formas de ligacio 6.5.1 - Associacao de motores em paralelo.... 6.6 - Regras para instalacdo de inversores de frequéncia 6.7 - Haménicas geradas porinversores de frequéncia. 6.7.1 - Definicées .. 6.7.2 - Anilise da distorcao haménica 6.7.3 - Taxa de distorgao harmonica (THD) 6.7.4 - Efeitos das frequéncias haménicas nos equipamentos .. 6.8 - Selecdo da frequéncia de chaveamento. 6.9 - Alas taxas de crescimento de tensao (dv/dt) em inversores de frequencia .. 6.9.1 - Protecao de motores contra alta frequéncia de chaveamento.... 6.9.2 - Conclusoes finais sobre altas frequéncias de chaveamento em inversores de frequéncia 6.10 - Aplicacées de inversores de frequénci 6.10.1 - Ventilacao . 6.10.2 - Divisao de cargas e mestre-escravo .. 6.11 - Exervicios ..... 12 Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Apéndice A - Transdutores de Velocidade A.1 - Tacogeradores.. A.1.1 - Tacogerador CC A.1.2 - Tacogeradores em CA. A.2 - Transdutores de velocidade e de posigao digitais 175 175 175 .177 177 177 . 180 . 180 181 A.2.1 - Encoder routive absolute .. A.2.1.1 - Conversio de cédigo bindrio em Gray. A.2.1.2 - Converso de cédigo Gray em bindrio. A.2.2 - Encoder rotativo incremental... Bibliografia Marcas Registradas ... Glossario Indice Remissivo.. 13 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Sobre o Autor Claiton Moro Franchi é consultor técnico em Automagao Industrial, professor dos cursos de Engenharia Quimica e de Produgao da Universidade Estadual de Maringa (UEM). onde ministra as disciplinas de Andlise. Simulacao e Controle de Processos. Doutor e mestre em Engenharia Quimica na area de Controle, Modelagem e Automagao de Processos pela Universidade Estadual de Maringi (UEM), especialista em Automagio Industrial pela Universidade Estadual de Maringé (UEM). Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), té&nico em Eletro- técnica pelo Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (UFSM). Autor dos livros Controladores Légicos Programiveis - Sistemas Discretos e Acionamentos Elétricos, publicados pela Editora Erica. www.claitonfranchi.com 14 Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Prefacio Os inversores de frequéncia ocupam cada vez mais espaco no ambiente industrial para controle de velocidade, torque, economia de energia, entre outras aplicagdes, fato que motivou a elaboragiio desta obra. Aliada a esse aspecto esta a dificuldade em obter material didético em literatura nacional que aborde o tema de forma clara sem perder a esséncia técnica. Com linguagem direta e grande niimero de ilustragdes, 0 livro apresenta de maneira didética conceitos fundamentais e aplicagGes praticas dos inversores de frequéncia, o que torna a leitura bem agradavel. Nao ¢ pretensao esgotar 0 assunto, ¢ sim incentivar 0 estudo continuado dos inversores de frequéncia. A iniengio é que, a partir dos t6picos estudados, o leitor, que fatalmente confron- tard diversas marcas e modelos de inversores de frequéncia, possa exercer suas ativi- dades de parametrizacao e aplicagio independentemente do fabricante do inversor. Inicialmente trata dos conceitos basicos dos inversores de frequéncia e sua ne- cessidade de uso. Aborda motores de indugao trifasicos e suas caracteristicas, dados de placa e aplicagdes, além do principio de funcionamento do inversor, torque, poténcia, aceleraciio, momento de inércia, relagdes de torque, blocos componentes, controle de chaveamento e PWM. Abrange a classificacdo dos inversores de frequéncia, que inclui controles escalar e vetorial, diagramas de bloco e os tipos de controle, controle em malha aberta e em malha fechada e curvas caracteristicas torque x velocidade Descreve os pardimetros dos inversores. sistemas de entrada e safda de dados. formas de variagio de velocidade, fungdes de safda dos relés, diagramas de ligagao tipicos, aplicagfio em controle de processos e economia de energia, funcSes parame- trizdveis do inversor e frenagem. Os aspectos e o dimensionamento dos inversores, como protecio elstrica, prote- gdes incorporadas ao inversor, informagées de falha ¢ diagnésticos, dimensionamento do inversor, procedimento basico para a selegio dos inversores, tipos de carga e selecio de motores, sio assuntos tratados na obra. Lista as caracteristicas de instalago e as aplicagdes dos inversores de frequéncia, como rede de alimentacio, cuidados com 0 cabeamento, dispositivos de saida dos inversores, condicoes ambientais da instalacao, formas de ligacao, regras para insta- lagdo, harménicas, taxa de distorcdo harménica e selecao da frequéncia de chaveamento. 15 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas O apéndice A destaca os transdutores de velocidade, fundamentais para o con- tole efetivo da velocidade e da posigdo com inversores de frequéncia. Este livro € destinado a técnicos, tecnélogos ¢ engenheiros que atuam nas reas de automagao, mecatrénica ¢ eletrotécnica, além de profissionais que desejam manter- -se atualizados. 16 Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicagdes _eatora nea -inversres ae Frequenc: eons @ Apicagoes-Liaton woo Fraren!- EOD 1 CardtaBaésicas Existem inimeras 1azdes para o uso de dispositivos para controle de velocidade. Algumas aplicacdes, como em indistrias de papel e celulose, nao podem operar'sem 0 controle de velocidade, enquanto outras, como bombas centiifugas, podem ser bene- ficiadas com a redugio de energia. Enfim, 0 uso de dispositivos para 0 controle de ve- locidade em motores tem uma extensa gama de aplicacdes na indistria. De uma maneira geral, os dispositivos para controle de velocidade so usados para as seguintes operagées: © Ajuste da velocidade de um motorelétrico visando a rapidez. do processo: © Ajuste do torque de um conjunto de acordo com as necessidades do processo; © Redugio do consumo de energia e aumento de eficiéncia. Dispositivos modemos de controle de velocidade podem ser empregados para manter a velocidade de uma maquina com uma variacéo de no maximo +0.1%, independente da carga a seraplicada. Se formos comparar; a regulacao de velocidade possivel com um motor convencional de indug&o com gaiola de esquilo é um valor excelente, pois a velocidade nesse motor pode vatiarmuito mais que 3%. Os beneficios da economia de energia muitas vezes nao sao completamente notados pela maioria dos usuarios. Destacam-se mais em aplicagdes que envolvam bombas centrifugas e ventiladores, em que o torque da carga aumenta com o quadrado da velocidade e o consumo de energla, com o cubo da velocidade. Desta forma, reduces de custo substanciais podem serconseguidas em diversas aplicacdes. automével é um exemplo interessante do cotidiano para ilustar 0 uso de dispositivos de vatiacdo de velocidade para otimizar a performance em termos de velocidade, torque e enexgia de uma maquina. Conceitos Basicos 17 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas E facil notar que a velocidade de um automével deve ser continuamente con- wolada por um motorista (operador da industiia) de acordo com as condicoes de tra- fego na estrada (processo industrial). Em uma cidade é necessdtio obedecera limites de velocidade, evitarcolisées e partir; acelerar, desacelerare parar quando necessario. Os dois controles principais de velocidade sio o acelerador, que contiola o torque, e 0 sistema de frenagem, que ajusta o torque da carga. Um automével nao pode ser pilotado sem esses controles. O motorista deve continuamente ajustar a entrada de combustivel para 0 motor (dispositivo de controle de velocidade) para manter uma velocidade constante, apesardas mudancas na pista, como subidas, descidas ou vento. Em outias ocasides deve usar os freios para ajustara carga e reduzir-a velocidade do veiculo. Ou item importante € v custu de energia vu de combustivel. A velucidade do veiculo é controlada pelo acelerador que regula o fluxo de combustivel no motor: O mesmo acontece com 0 dispositivo de controle de velocidade de um motor, no qual a velocidade do motor sera proporcional ao consumo de energia. Desta forma, é funda- menial controlara velocidade do motorpara a reduco do consumo de energia. Os primeitos dispositivos utilizados para variar a velocidade eram mecanicos devido a sua relativa simplicidade e baixo custo. Existem diversos dispositivos meci- nicos que podem serutilizados para variacdo de velocidade, assunto bastante extenso, distante dos objetivos deste livro, que aborta variadores elétticos de velocidade 1.1 - Dispositivos para variacao de velocidade em motores de corrente continua Os dispositivos de controle de velocidade em motores de conente continua (CC) tém sido lagamente utilizados com uma fonte de conente continua produzida por um circuito retificadora paitir de uma fonte de conente altemada (CA) trifasica que se chama conversorCA/CC. A eficiéncia de um conversorCA/CC € alta, em tomo de 98%. A eficiéncia global do dispositivo, incluindo o motor; é baixa, sendo tipicamente em tomo de 90% a plena carga, dependendo do tamanho do motor A Figura 1.1 ilusta a configuracao de um dispositivo de variacio de velocidade que utiliza um motorde conente continua. Fonte de alimentagao Retificador - trfasice tristorizado TensioCC la Motor CC \ ; Maquina Hoe—l x =a _j_ Circo de controle oven (7) Tacogerador Figura 1.1 - Configuracdo de um dispositivo de variacao de velocidade que utiliza motor de corrente continua 18 Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Ha alguns anos, para ter um controle preciso de velocidade eram utilizados motores de Conente continua, 0 que acaretava diversos problemas, como custo do motore necessidade de etificacdo da tensao de fomecimento para alimentaro motor Com o advento da eletiOnica de poténcia aliado a necessidade de aumento de producao e diminuicao de custos, passaram a ser utilizados dispositivos eletxOnicos de vatiacao de velocidade. Uma grande infinidade de equipamentos foi desenvolvida para as mais diversas variedades de aplicagGes e setores industriais. Um dos equipamentos mais utilizados nesses processos, junto com os con- toladores légicos programaveis (CLP), é 0 inversor de frequeéncla, mostrado na Figura 1.2, um equipa- mento versatil e dinamico que pemnitiu o uso de mo- tores de inducdo para contole de velocidade em subs- Figura 1.2-Inversor de tituicdo aos motores de conente continua. frequéncia Altivar 71. (Cortesia: Schneider Electric) 1.2 - Vantagens do uso de motor CA em comparacao com 0 motor CC e sistemas de variacao de velocidade O motorem coremte alteada (CA) oferece diversas vantagens em relagao avs motores de conente continua (CC), sendo as mais importantes dispostas a seguir: e OmotorCA tem custo mais reduzido que o motor CC, inclusive na aqui- sigdo e com estoques para manutencao © OA molar CA oferce melhor wndimenta que o matarCC. pmparionande reducdo no consumo de energia e menoraquecimento do motor © — Reducao no custo de manutencdo, devido ao fato de o motorCA usarmenos componenies na sua fabricacdo. Um motor CC tem enrolamentos de campo e amadura, escovas comutadoras, entre outros, 0 que ocasiona um custo maior de manutencio, assim como em caso de defeito, a0 passo que a constmgio do motorCA é bem mais simples. © Outro fatoré o rebobinamento de um motor CC, que traz resultado inferior ao do motor CA, pois o desempenho de um motor rebobinado nao cor. responde ao original. © Outro item importante € 0 numero de empresas capacitadas e habihitadas a trabalharem com motores CA, ao passo que em motores CC a oferta de oficinas especializadas em rebobinamento é bem menor: © Grande disponibilidade de fomecedores de motores CA em telacio ao motorCC, o que toma a sua compra e venda mais rapida e facil. Conceitos Basicos 19 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas © —OmotorCA é bem menorque um motorCC coma mesma poléncia. e Existe uma padronizacao de tamanhos, poténcias e caracteristicas técnicas dos motores CA, facilitando a escolha do motor mais adequado para a apli- aco e a substituicao de um motordanificado poroutto em caso de falha. © — Utilizagdo de chaves de pattida convencionais (direta, estrela-Liangulo, com- pensadora. soft-start, inversorde frequéncia). enquanto o moterCC sé pode seracionado portécnicas especiais. © Para contiole de velocidade, o sistema CA (inversorde frequéncia) é bem mais simples. Permite economizar energia, produz menos harménicos (quando com filo embutido), tem mais recursos de automacio, pemnitindo operar a maquina de diversas maneiras. Q invewor de frequéncia 6 mais facilmente programado, pemmitindo maior rapidez na colocacdo em fun- cionamento. A programacio de um inversor também pode ser copiada para outro inversor © Possibilidade de integracao porredes industriais de comunicacio. © Omoior CA e 0 inversorde frequéncia podem tabalhar com uma sobreve- locidade de até 20% com manutencdo do torque necessixio para acionar a maquina, por meio da programacdo do inversor: Por problemas de faisca- mento e de comutacao nas escovas, 0 motor CC nao pode ter esse limite superado. © Melhor controle, pois o inversorde frequéncia com controle vetorial permite estabilidade de operacdo do motor CA. sem o uso de um tacogerador digital (encoder). No moior CC é impossivel 0 controle sem 0 uso de encoders. O inversor de frequéncia, em conjunto com um encoder; permite precisio no acionamento bem superior de um motorCC no atual estagio da tecnologia © — Utilizacdo de recursos de um inversor de frequéncia para motores CA que nio estio disponiveis em conversores CC, como, por exemplo, suporta maiors quedas de tensio da rede, por um tempo maior; mantendo a méquina em funcionamento; retomada de velocidade mais suave; protegdes (sobrecarga, curto-circuito, fuga a tena, falta de fase etc.); acionamento em velocidades presselecionadas, impedindo a operacdo inadequada por talha humana; sistema PID para controle de variavel de um processo ou maquina (pressio, vazao, temperatura, velocidade, posicionamento, nivel, peso, tensao de um fio), entre outros. Devido aos fatores citados o inversor de frequéncia, junto com um motor CA, toma-se a melhor solucao para controle e acionamentos de motores em processos in- dustriais. Antes de iniciarmos 0 estudo do inversor de frequéncia, vamos ilustrar o fun- cionamento de um motorde inducao assincrono. Inversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.3 - Pares constituintes de um motor de inducao CA Para melhor compreender o funcionamento de um inversor de frequéncia, fundamental, primeiramente, entendero funcionamento de um motorde inducao. Os motores trifasicos de conrente altemada sao conversores eletromagnéticos de energia que convertem energia elétrica em energia mecanica (operando como motor) ¢ vice-versa (operando como gerador) pela inducao eletromagnética 1.3.1 - Constituigao do motor de inducao © motorassincrono é constituido, basicamente, dos seguintes elementos: © Um circutomagnticoed ico composto de chapas fenomagnéticas em- pilhadas e isoladas entre si, denominado estator; onde se localiza a carcaca, estrutura que também tem a funcao de suporte do conjunto. Possui uma constiuco robusta em feno fundido, aco ou aluminio injetado, resistente & conpsio ¢ com aletas para a refrigeracio. © Bdbirns de acordo com o nimero de grupos que caracterizam o motor monofisico ou polifasico; localizadas em cavas abertas no estatore alimen- tadas pela rede de conente altemada © Rada: fomado porum nitcleo fenomagnético, também laminado, sobre 0 qual se encontra um enrolamento ou um conjunto de condutores paralelos, nos quais sio induzidas conentes provocadas pela conente altemada das bobinas do estator: Q_o O wtor é apoiado em uma cavidade que transmite a carga a energia mecinica pro- duzida. O entreferro (distancia entre o rotor e o estator) é bastante reduzido, de forma a diminuir a conente em vazio, que leva a perdas, mas tam- bém aumenta o fator de po- téncia em vazio. A Figura 1.3 apresenta os diversos elementos que com- poem © motor assincrono de rotorem gaiola de esquilo. Figura 1.3 - Motor de inducio em gaiola de esquilo. (Cortesia: WEG) Conceitos Basicos as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A pantirda Figura 1.3 podemos dividirconstrutivamente 0 motorem duas pattes: 1. Edaa © Caraga (1) © Niicleo de chapas (2) © Enrolamento trifasico (8) 2 Rda © Eixo (7) © Niicleo de chapas (3) © Baras e anéls de curto-cliculto (12) Outraspates © Tampa (4) © Ventilador(6) © Tampa defletora (6) © Caixa de ligacao (9) © Terminais (10) © Rolamentos (11) Quando 0 motor ¢ energizado, ele funciona como um transformador com se- cundario em curto-circuito, portanto exige da rede uma conente muito maiordo que a nominal, podendo atingir cerca de sete vezes o valor da conente nominal. A medida que 0 campo girante anrasta o rotor, aumentando sua velocidade, a conente diminui até atingira conente nominal. no tempo em que a rolacio atinge seu valornominal. A pate fixa do motor é 0 estator: Na carcaca do motor existe um nticleo constituido de laminas finas de ferro de cerca de 0,5 mm, com ranhuras que abrigam 0 enrolamento trifasico. Os enrolamentos de fase e 0 micleo do estator sio responsiveis por gerar o campo magnético. A velocidade do motoré deteminada pelo numero de parde polos. Quando o motor esta ligado na sua frequéncia nominal, a velocidade do campo magnético é chamada de velocidade sincrona do motor (19). Para entendermos melhor o funcionamento do motor de induc2o tiifasico, é fundamental 0 conhecimento de alguns conecitos de cletromagnetismo. A seguir sio apresentadas as Leis de Faraday e de Lenz, essenciais para entender o funcionamento do motor Bz Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.3.2 - Lei de Faraday Para iniciamos o estudo da Lei de Faraday, precisamos rever os conceitos de eletromagnetismo. Um condutor perconido por conente elétrica (1) gera ao seu redor um campo magnético, como ilustra a Figura 1.4. A intensidade do campo magnético é proporcional a conente elétuica que cir cula no condutore o sentido do campo magnético é dado pela regra da mio direita, na qual o polegar indica o sentido da conente elétzica (1) e os dedos indicam 0 campo magnético (B), Figura 1.5. Ali Figura 1.4 - Campo magnético criado em Figura 1.5 - Regra um condutor percorrido por corrente eletrica. da mao direita. Desta forma, se considerarmos um solenoide, temos a seguinte formacao do campo magnético: (V0 Pom WO te If Figura 1.6 - Campo magnético de um solenoide submetido a uma corrente elétrica. Como foi ilustrado anteriommente, uma conente eléttica sempre produz um campo magnético. A situagdo inversa também ocone, ou seja, um campo magnético também pode produzir conente eléttica. Michael Faraday, em 1831, na Inglatena, e Joseph Henry, nes Estados Unidos, trabalhando de forma independente, chegaram a uma espira de um material condutor de eletricidade conectada a um galvandmetio. Nessa situacdo, nao se pode esperar indicacio no instrumento, uma vez que nao ha fonte de conente no circuito, como ilustra a Figura 1.7. A primeira experiéncia de Faraday foi um arranjo como o da Figura 1.8. Entre- tanto, se um ima foraproximado da espira, o galvanometio indica uma conente. Se for afastado, também indica, mas em sentido oposto, como ilustra a figura. Conceitos Basicos B as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas ima_N{) Figura 1.7 - Indicacao do galvanémetro Figura 1.8 - Indicacéo de corrente ‘igual a zero quando nao ha no galvanometro submetido a uma variacdo no campo magnético. variacao de campo magnético. Podemos concluir que, com o imi em repouso, nio ha nenhuma indicacdo, ou seja, somente haveria indicacao se houvesse um movimento do campo magnético. Uma outta experiéncia com fonte de comente continua foi realizada, Figura 1.9. Figura 1.9- Experiéncia com fonte de corrente continua. Nesse circuito, ao ligar a chave, ocome uma pequena e rapida deflexio no galvandmetto, e também ao desligar, mas em sentido oposto. Entyetanto, se mantida a chave ligada, por maior que seja a conente circulando na espira esquerda, no ha nenhuia indivagau nu yalvanuet. Essas experiéncias levaram a deducao da Lei de Inducao de Faraday. A cor rente que circula pela espira com o galvandmetro é denominada corrente induzida, que ¢ produzida poruma forca eletromotriz (fem) induzida V,.. Faraday concluiu que esta iltima ¢ proporcional ao negativo da variacdo do fluxo magnético com o tempo. V,=— dO, /dt Se, no lugar de uma espiza, for considerada uma bobina de N espiras suficien- temente compacias para desprezar-se a distancia entre elas, a fem é dada por: V, =-N db, /dt ‘Vimos anterformente que a inducao conesponde a geracdo de uma conente elétrica a paitirdo deslocamento de um campo magnético proximo a um condutor; ou vice-versa. a Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Quando se tem uma conente elétrica citculando em uma bobina, um campo mag- netico € gerado. Se a conente eleutca forvartavel, o campo magnetico tambem sera va- ridvel. Sendo assim, existe um movimento do campo magnético em relacdo ao condutor Se proximo a essa bobina (primeira bobina ou bobina indutora) houver uma segunda bobina, ela também ser cortada pelas linhas de forca. Em consequéncia surge, na segunda bobina, uma tensio, Figuras 1.10 e 1.11, conhecida como fensdo induzida, e seu valor depende de: © Intensidade da tensao aplicada a bobina indutora; © timer de espiras da bobina indutora (primeira bobina); © Niimero de espiras da segunda bobina. Figura 1.10- Campo Figura 1.11 - Inducao de uma tensao magnético devido a ‘na bobina secundaria por estar uma corrente elétrica. proxima de uma bobina indutora 1.3.3 - Lei de Lenz Essa lei diz que a conente induzida ocone sempre de forma a contratiar a variacaa da grandeza que a prnduzin Cam essa lei, 0 sentida da canente induzida 6 claramente definido. A passagem de conente elétrica através de um fio ctia um campo magnético em tomo dele, como ilustra a Figura 1.10. Este sentido pode serdeterminado pela "regra da mao direita": seguraro fio com a mao direita na posico em que o polegaraponta para 0 sentido da conente sesulia um campo magnético B com sentido coincidindo com a posi¢io dos dedos em tomo do fio. Desta forma, se tivermos um eletroima, a sua polaridade val altemarde acordo com o sentido da conente, Figura 1.12. [Norte] F@® ore © Ei (@) ) Figura 1.12 Alterndncia de polaridade no eletroima. Conceitos Basicos B as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Com 0 uso desses conceitos ¢ possivel determinar o sentido da conente indu- zida. Da mesma forma que um ima, uma espira de conente tem um polo none, de onde emergem as linhas de campo magnético, e um polo sul. Para que o campo da espita contratie o movimento do ima, a face da espira deve tero mesmo sinal da face do ima que se aproxima, Assim havera repulsao enue ambos. A acio de empunar o ima € a alteragdo que produz a conente induzida, que atuara no sentido de oporsse a aproximacao. Se o ima for puxado, a conente induzida tenderd a oporsse a esse movimento, criando um polo sul para atrairo ima. As Figuras 1.18 1.14 exibem esses fendmenos. SQ eh Fi Figura 1.13 - Sentido do campo induzido com a aproximacéo do ima. Nay wen “eas oo > Figura 1.14 - Sentido do campo induzido com o afastamento do ima. Vimos que uma conente circulando na espira provoca a criacio de um campo magnético. O inverso também ocone: uma variacio do campo magnético atravessando @ esplia acameta crlacao de comente elétrica nela. Para obter corrente elétrica, basta, portanto, variara induco magnética, porexemplo, movimentando um ima proximo a espira. O valor da conente elétrica gerada e da tensto associada a ela depende do mimero de espitas e da frequéncia de vatiacdo do campo magnético. 1.4 - Principio de funcionamento de um motor de inducao trifasico principio de funcionamento de um motor de inducdo é baseado na Lei de Faraday da indugdo elettomagnética, que afizma que, se um condutor é movimentado B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas através de um campo magnético (B), uma tensio é induzida. Se o condutor é um circuito fechado, uma conente (1) val circular: Quando o condutoré movimentado, uma forca (F), que € perpendicular ao campo magnético, vai agir sobre o condutor: Este é 0 principio de um geradoreléttico. No motor, o principio da indugao atua de forma invertida, ou seja, um condutor conduzindo uma conente é posicionado dentro de um campo magnético. O condutoré entao influenciado por uma forca (F) que o movimenta para fora do campo magnético. As figuras a seguirilustram esses principios. N N r—», F. B LE Ss Ss Fol I>F (a) Principio do gerador (b) Principio do motor Figura 1.15 - Principios de funcionamento do gerador e do motor. O sentido da conente pode ser determinado pela regra da mao esquerda para 0 caso do geradore da mao dieita para o caso do motor; como indica a Figura 1.16. Figura 1.16 - Regras da méo esquerda e da mao direita, usadas para determinar o sentido da corrente no gerador e no motor respectivamente. (Fonte: Acionamentos Elétricas, Claiton Moro Franchi, 2008) Como foi citado anteriomente no principio do motor; 0 campo magnético e 0 condutorcom uma conente circulando geram o movimento. O campo magnético é gerado na parte estacionaria (0 estator) e os condutores, que sao influenciados pelas forcas eletromagnéticas, estao na parte girante (0 rotor), como mostra a Figura 1.17. Conceitos Basicos a7 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Quando uma bobina é perconida por uma conente elétrica, cria-se um campo ‘magnético dirigido conforme o eixo da bobina e com seu valorproporcional a conente. a (a) Figura 1.17- Enrolamento de motor monofasico (a) e enrolamento de motor trifésico (b). A Figura 1.17a exibe um enrolamento monofisico atravessado poruma conente Tl, © 0 campo H 6 criado porela. 0 enrolamento 6 constituide por um par de pales (norte e sul) cujos efeitos se somam para estabelecer o campo H. 0 fluxo magnético alravessa 0 rotorentie os dois polos e se fecha através do niicleo do estator: Sea conrente 1 altemada, o campo H também é e 0 seu valor; cada instante, 6 representado pelo mesmo grafico da Figura 1.18, inclusive invertendo o sentido a cada meio ciclo. Ludo ~ 960" Ldiclo = 360° Figura 1.18 - Gréfico da corrente e da tenséo alternadas de um circuito monofisico. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas O campo H toma-se pulsante, pois sua intensidade varia proporcionalmente a conrente sempre na direcao nonte-sul, como ilusua a Figura 1.19. Figura 1.19 - Campo magneético pulsante. A Figura 1.17b apiesenta um enrolamento trifésico feito com trés enrolamentos monofisicos defasados entre si de 120°. Se esse enrolamento for alimentado por um sistema trifisico, as conentes I), Ip, I; criario, do mesmo modo, os seus proprios campos magnéticos H, Hy, Hs, sendo esses campos também espacados de 120°. Além disso, como sao proporcionais as respectivas conentes, tomam-se defasados no tempo 120° entie si e podem serrepresentados porum grafico igual ao da Figura 1.20. 360° 1 Ciclo Figura 1.20 - Grafico da corrente e da tensao alternadas de um circuito trifasico. campo total resultante a cada instante € igual A soma grifica dos ués campos H,, H, e Hy num dado instante. No instante 1, a Figura 1.21 mostra que o campo H, ¢ maximo e 0 campo Hy é de valor igual a 0.5. Os tés campos sio representados na Figura 1.21 na patte superior; Ievando em conta que o campo negativo é representado poruma seta de sentido posto ao nomnal. Conceitos Basicos BD as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas ie tb th Soma a Hy gréfica als He ba H, Hy 4 ee Hy “HHL HoT t bh Hy a) e) 8) (4) 6 (6) Figura 1.21 Soma grifica dos campos magnéticos om um circuito trikésico, Repetindo a constuco nas préximas figuras, observamos que 0 campo resul- ‘ante H tem intensidade constante, porém sua direcdo gira, completando uma volta no fim do ciclo. Assim, quando um enrolamento trifasico é alimentado por conentes trifisicas, cria-se um campo girante como se houvesse um tinico parde polos girantes com in- tensidade constante. Esse campo gitante, criado pelo entolamento trifasico do estator, induz tensdes nas banas do rotor (linhas de fluxo cortam as bairas do rotor) as quais geram conentes e, consequentemente, campo no rotor de polatidade oposta a do campo girante. Como campos opostos se atraem e 0 campo girante do estator é rota- tivo, o rotortende a acompanhara rotacdo desse campo, desenvolvendo um conjugado motor que faz com que o rotor gire. No motorde inducao trifasico o estatore o rotorsao constituidos de laminas de feno silicio espacadas. Existem dois tipos principais de rotor: 0 bobinado e 0 curto- -cireuitado. Os rolores com banas em curtos-circuitos, também chamados de gaiola de esquilo, sio os mais utilizados na industria. Esse tipo de rotor possui bamas de aluminio que passam através das ranhuras com um anel de aluminio colocado em cada extremidade do rotorpara curto-circuitaras barras. Campo girante a Desta forma, quando uma —_Fluxo magnético (). bana do rotor 6 colocada nam “ campo girante, um polo magné- )) tico passa atiavés da bana. O \ campo magnético do polo induz Raio WAC AE Ny uma conente (Iw) no rotorque é S a afetada apenas pela fora (F), como ilustra a Figura 1.22. Figura 1.22 - Campo girante e 0 rotor curto-circuitado. (Fonte: Acionamentos Elétricos, Claiton Moro Franchi, 2008) D Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A forca resultante é proporcional a densidade de fluxo (B), a conente induzida (Qw), ao amanho do rotor () e ao angulo (9) enue a forra e a densidade de fluxo. Desta forma teremos: F=B-L-Iw-1-sen(6) Considerando (0) igual a 90°, teremos: F=B-L-Iw-l O proximo polo que vai passar pelo rotor tem a polaridade invertida. Isso induz uma conente na direcao contrétia. Visto que a direcio do campo magnético também mudou, a forga age na mesma direcdo que antes, Figura 1.23. Va N fa) (b) Figura 1.23 - Inverséo de polaridade no rotor. Quando todo o rotore colocado no campo girante, a velocidade do rotornao val atingir a velocidade do campo girante, posto que na mesma velocidade, nenhuma conrente seria induzida no rotor Para ilustraro principio de funcionamento de um motor de inducao, usaremos 0 dispositivo mostrado na Figura 1.24. Na figura um im permanente é suspenso porum fio sobre um disco de aluminio num mancal de apoio sobre uma placa fixa de ferro. As Tinhas de forca que constituem 0 campo magnético vio se completaratravés da placa. Para este experimento consideramos 0 pivé com um atrito nulo. A medida que o disco gitar; o disco abaixo dele girara com ele, independentemente do sentido de rotacio do ima. Desta forma, o disco vai seguiro movimento do ima devido as conentes parasitas induzidas que aparecem gracas a0 movimento relativo do disco em relacgao 20 campo magnético. De acordo com a Lei de Lenz, o sentido da tenso induzida e de suas comeentes parasitas produz um campo que tendera a opor'se a forea (movimento) que produziu a tensio induzida. Conceitos Basicos a as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Fio ima permanente Sentido das conentes paresitas induzidas Rotacho do disco, Disco girante de cobre ou aluminio Placa de ferro. Mancal- Pivd Figura 1.24 - Experimento que ilustra o principio de funcionamento do motor de inducao. As conentes parasitas que foram induzidas no disco vio produzirum polo S no disco em um ponto situado sob o polo girante N do imi e um polo N no disco sob o polo girante S do ima. Assim, sempre que 0 ima estiverem movimento, continuara a produzirconentes parasitas e com polos de polaridade oposta ao elemento (ima) que 0 criou. Desta forma, o disco vai girarno mesmo sentido que o ima, mas deve girara uma velocidade menorque ado ima. Se o disco fosse acionado a mesma velocidade do ima, nao existitia movimento wlativo entie 0 condutor e 0 campo magnético e nao seriam produzidas conentes parasitas no disco. Assim, a velocidade de giro do disco nunca sera igual a do imi. Existe entio uma diferenca de velocidade enue o movimento do ima e do disco, chamada de esconegamento, essencial para o movimento e producao de torque no motor: Todo motor de inducdo possui diferentes velocidades produzidas entre a velocidade sincimna do campo magnético girante e a velocidade do wtor: Para melhor entender o funcionamento dos inversores de frequéncia, a seguir faremos uma breve abordagem das caracteristicas dos motores tifasicos de inducio gaiola de esquilo. 1.4.1 - Caracteristicas dos motores trifasicos 1.4.1.1 - Rendimento (n) Ea relacao entre a poténcia ativa fomecida pelo motore a poténcia ativa solicitada pelo motora rede, sendo expressa pela seguinte relacio: 11 = poténcia ativa fomecida pelo motor/poténcia solicitada pelo motora rede 1) = Psaida/Pentrada A medida que € aplicada carga ao motor; o rendimento aumenta e pode chegara 96% nas maquinas de grande poténcia. Devemas levar em consideracdo duas curvas para analisamos 0 rendimento das maquinas. 2 Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.4.1.2 - Rendimento do motor em funcao de sua poténcia nominal Devido a caracteristicas relativas 8 massa de fer e a espessura do entrefeno, embora com baixos canegamentos, a maquina de inducio tifasica possui uma con- siderivel conente de armadura. Em razio de os condutores terem suas resisténcias Ghmicas pr6prias, isso leva a consideraveis valores para as perdas no cobre do enrola- mento de armaduia. Com pouca carga no motor: 0 rotor possui baixissimo esconegamento, fazendo com que as conentes induzidas no enrolamento ret6rico sejam de pequenas inten- sidades e as perdas, ai localizadas, pequenas. A massa de fern do rotor: apesar de apreciavel. quando sob pequenas es- comegamentos, conduz a pequenas perdas. Entao, podemos concluir que, quando a maquina esta em vazio, as perdas presentes devem-se, unicamente, ao estator: micleo de feo e enolamento. Se a poténcia nominal da maquina for pequena, comparativamente, tem perdas elevadas, conduzindo a rendimentos relativamente menores. De maneira geral, o rendimento aumenta quando a poténcia nominal aumenta, como podemos observar na Figuia 1.25. 1000 Py(CV) Figura 1.25 - Rendimento do motor em funcao de sua poténcia nominal. ‘A Tabela 1.1 apresenta o rendimento do motorpara diversas poténcias: Pdérianmirn 2 i Faade cw “apm | Rewimato | Toes 1,0 1705 69% 0,66 5,0 1730, 83% 0,80 25,0 1750, 90% 0,84 125,0 1770 92% 0,88 500.0 1785 959% 001 Tabela 1.1 - Rendimento em funcao da poténcia nominal. (Fonte: Maquinas de Inducao Trifasicas, Gilio Aluisio Simone, 2000) Conceitos Basicos B as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.4.1.3 - Rendimento do motor em funcao da poténcia no seu eixo A medida que se aplica carga ao eixo do motor, temos aumento no seu rendi- mento. Assim, quanto mais proximo da carga nominal, maior é 0 rendimento da mé- quina. O grafico seguinte mostra uma curva de rendimento x poténcia no eixo para um motorde inducio trifisico de 5 CV e 3470 rpm. O1 02 08 Of 05 06 O7 08 00 10 “B Figura 1.26 - Rendimento em funcéo da poténcia aplicada ao motor. (Fonte: Maquinas de Inducao Trifésicas, Gilio Aluisio Simone, 2000) 1.4.2 - Escorregamento Se 0 motor gia a uma velocidade diferente da velocidade sincrona, ou seja, di- ferente da velocidade do campo girante, 0 emolamento do rotor corta as linhas de forca magnética do campo e, pelas leis do eletromagnetismo, circulam coneentes induzidas. Quanto ra carga, maior teri de sero conjugado necessatio par aciona la. Para obter 0 conjugado, a diferenca de velocidade precisa ser maior para que as conentes induzidas e os campos produzidos sejam maiores. Pottanto, a medida que a carga aumenta, cai a rotacdo do motor: Quando a carga do motoré zero (motor-vazio), o rotor gira praticamente com a rotagdo sincrona. Outia caracteristica importante que devemos levarem consideracdo é que o escor- regamento diminui a medida que a poténcia nominal do motor aumenta. Por exemplo, um motorde 10 CV e quatro polos tem um esconegamento de 2,78%, ao passo que um motorde 500 CV com o mesmo ndmero de polos possui um esconegamento de 0.83%. A diferenca entre a velocidade do motore a velocidade sincrona n, chama-se esconegamento s, que pode serexpresso em rpm, como fracio da velocidade sincrona ‘ou como porcentagem desta: SQpm) =n,-n S(%6) = 100* (n, - n)/n, a Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Exemplo: Qual é 0 esconegamento de um motor de quatro polos de 60 Hz se sua velo- cidade € 1730 rpm? S(9%) = 100* (1800 — 1730) / 1800 S(%) = RR, 1.4.3 - Categoria de conjugado De acordo com a carga mecanica a ser acionada, ha uma curva de conjugado sesisteute assuciada, Ein caryas de ventilayau, por exemplo, ov coujugady sesistente & ptoporcional ao quadrado da velocidade, ao passo que, em guindastes, talhas e pontes rolantes, 0 conjugado resistente é praticamente constante, oconendo um aumento de torque na regido proxima do repouso. ac \ Conjugado acelerante I Ponto de ‘operacio C resistente Figura 1.27 - Curva torque x velocidade para motor trifasico. De acordo com a figura, o ponto de operagio do motor ocone onde a curva de conjugado do motor encontia a curva do conjugado resistente da carga, e esta sera a velocidade nominal, com o esconegamento nominal do motor O conjugado acelerante 6 0 responsavel pela aceleracio do motor na fase da partida e ele é igual a diferenca entre o conjugado do motore o conjugado resistente. No ponto de vperacay, v conjuyady aceleraute € nulu, puis us conjuyados du mutoce resistente so iguais. Assim, 0 motornao varia a velocidade. Quando a tensio do motoré menor que a tensdo aplicada, porexemplo, quando usamos uma chave de pastida com reducdo de tensdo como a estiela-tiiéngulo, a curva do conjugado do motor-desce o eixo do torque € € possivel interceptara curva do con- jugado resistente precocemente, o que definizia 0 ponto de operacao do motorem um Conceitos Basicos sS as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas ponto de velocidade bem menor do que o esperado. O resultado é que, quando a ten- sao nominal do motor for aplicada, havera uma reaceleracao do motor até 0 ponto de partida nominal. Nestas condicdes, a chave ndo est adequada a paitida do motor Além disso, com a reducao do conjugado do motor; o conjugado de aceleraco também se reduz, acanetando maiortempo de partida. A noma NBR 7094 classifica 0s motores de gaiola em cinco categorias, conforme as catacteristicas de conjugado em telacdo a velocidade e a conente de paitida. Sao elas: © CategviaN: conjugado de partida nommal, conente de partida normal e baixo esconegamento. A maior parte dos motores encontrados no mercado enquadra-se nessa categoria. Utilizado pam acionamento de cargas normais com baixo conjugado de partida, como bombas, maquinas operattizes etc. © Czteggria NY: possui as mesmas caracteristicas anteriores, mas tem a previsio de uma partida estrela-triangulo. © CateggriaH: conjugado de partida alto, corente de partida normal e baixo esconegamento. Utilizado para cargas que exigem maior conjugado de pattida. como transportadores canegados. moinhos etc. © CateggriaHY: possui as mesmas caracteristicas anteriores, todavia tem a previsao de uma pattida estrela-triangulo. © CeteggriaD: conjugado de partida alto, conente de partida nomnal ¢ alto esconegamento (s > 5%). Utilizado em prensas e maquinas semelhantes, em que a carga apresenta picos periédicos, e em elevadores nos quais a carga necessita de alto conjugado de partida. A Figura 1.28 mostra as curvas caracteristicas conjugado x rotagdo para as tiés categutias N, He D. z é 3 8 5 3 e 30 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % da velocidad Figura 1.28 - Curvas: conjugado x rotacao. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Cada categoria tera uma forma geométiica definida, Figura 1.29. a) & 8b Categoria Categoria H Categoria D Figura 1.29 - Formas geométricas das barras de um rotor gaiola de esquilo. Para a categoria N temos uma forma geométrica simples com um desenho circular; a0 passo que na categoria H o desenho geométrico é mais complexo, podendo a gaiola, praticamente, dividir-se em duas, uma de pequena secéo mais superficial e outra de maior seco 1eta. Deste modo, as conentes induzidas na partida vao para a gaiola superficial, e como essa gaiola tem uma secao 1eta menor, a sua resisténcia elétrica é maior, portanto o conjugado de partida é maiordo que a categoria N, pois as conentes parasitas ficam limitadas pela alta resisténcia da gaiola extema. A medida que motor ganha velocidade, as conentes, sob o efeito das caracteristicas dinamicas do cireuito, distribuem-se na superficie total da barra. Nos motores da categoria D as banas da gaiola de esquilo sio estreitas e nascem na periferia do rotor; aprofundando-se gradativamente. Essas gaiclas possuem elevada weistincia elétrica A grande dissipacin de calarnas resisténcias das hanas da itor exige uma capacidade de ventilacdo maior para o motor se ele tabalhar em regime continuo. 1.4.4 - Tempo com rotor bloqueado Define-se como o tempo maximo admissivel pelo motor sob conente de rotor bloqueado (conente de pattida). Na pritica, adota-se esse tempo como o de partida do motor 1.4.4.1 - Classe de isolamento Todo condutor atravessado por conente elétrica dissipa enewgia na forma de calorpormeio do efeito Joule, conhecido pela seguinte equacio: P (calor) =R 2 Sendo: P = poténcia elétrica em watts R = resisténcia elétrica em ohms 1=conente elétrica em ampéres Conceitos Basicos FT as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Tanto as bobinas do enrolamento do estator como as do rotor; ou suas banas, caso se uate de um rotor de galola, dissipam calor: O fluxo varlavel que atua no niicleo magnético estator-rotor também induz conentes indesejaveis nas chapas de ago, posto que elas também so material condutor: Essas conentes sdo chamadas de parasitas, ou conentes de Foucault. Elas também so fonte de aquecimento porefeito Joule. Os micleos do estatore do rotor'sdo laminados, isto é, feitos de chapas muito finas, justamente para minimizar essas conentes. Por isso, as laminas sao feitas na direcdo do fluxo para reduzira Area sujeita a indugdo e aumentara resisténcia elétrica do circuito parasita. A histerese magnética, devido a altemancia do fluxo, também é uma fonte de geracdo de calorintema do motor: O motor é utilizado para fomecertabalho mecanico por meio da conversao de energia elétrica. Assim, o caloré uma forma de energia que nao é aproveitada para produzir tabalho mecanico, sendo considerada energia perdida. Quanto maiores as perdas, menoro rendimento do motor: Normnalmente, 03 motores de indugio trifésicos pam aplicagio normal sio inteiramente fechados e o calor gerado intemamente acaba promovendo uma elevacao de temperatura intema. Devido a diferenca de temperatuia estabelecida entre o interior do motore o meio exterior; ocone um processo de transferéncia de calor calorgerado intemamente é dissipado pormeio da carcaca, que é aletada para facilitara toca de calorcom o ambiente, como mostra a Figura 1.30. Atras da tampa tuaseira da carcaca existe um ventiladoracionado pelo proprio eixo do motor, que tem a finalidade de aumentara circulacdo de arpelas aletas. Uma tampa defletora de aco ou feo fundido serve para direcionar o fluxo de ar: Esta ¢ a configuracdo do motor totalmente fechado com ventilacio extema. Existem também os motores que sdo aber- tos ¢ com ventilacao intema. Careaca Emolamento Chapasdo ——aletada Figura 1.30 - Localizacéo dos enrolamentos do motor. (Fonte: Acionamentos Elétricas. Claiton Moro Franchi. 2008) B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas O enrolamento constitui-se na parte mais critica do motorsob o ponto de vista Temmico, em que os flos das bobinas sdo Isolados. Os flos sdo recobertos com esmalte sintético de natureza orginica, sendo colocado no enrolamento ainda um reforco do isolamento pela impregnagdo de vemiz. Se a temperatura das bobinas ultrapassar detemminado valor; o material isolante de recobrimento dos fios acaba se queimando, colocando as bobinas em curto-citcuito. Se o motor trabalhar denuo de seus limites de temperatura, o isolante deve ter uma vida uti] ilimitada. Havendo elevacdo da temperatura das bobinas, mesmo que insuficiente para causara queima, ela contribui para a degradacao do isolante, até que ele seja perdido em algum ponto. Uma regra pritica diz que a cada 10°C de elevacao além do limite de temperatura do enrolamento, a vida util do motor é reduzida a metade. A maior temperatura do motor localiza-se no interior da ranhura onde esto colocados os enrolamentos. A impregnacio com vemiz e a compactacao das bobinas devem ser perfeitas, pois o aré um mau condutor de calor e a existéncia de espacos vazios dificulta a extracdo do calore a temperatura aumenta, prejudicando a vida wtil do enrolamento. Um ponto mais quente no interiordo enrolamento pode comprometero motor, ainda que a temperatura média do enrolamento como um todo permaneca abaixo do limite maximo. Desta forma, a temperatura e um ponto-chave a ser considerado na escolha de um motor, ou seja, deve-se assegurar que a temperatura nos enrolamentos devido ao acionamento de uma carga nao exceda uma temperatura critica pemnitida pelos enrolamentos, aquela que a isolacdo do estalor e do rotor pode suportar sem danos permanentes. Os limites de elevacao de temperatura para os materiais utilizados na isolacao dos motores so fundamentados em nomnas, sendo a classe de isolamento definida pela noma NBR 7034 e intemacionalmente pela IEC 34.1. Essas nommas especificam as temperaturas maximas possiveis para as diversas classes de isolamento. Uma tem- peratura de trabalho segura é a soma da temperatura ambiente maxima especificada e a elevacao de temperatura maxima permitida devido a uma carga acoplada ao motor. Veja a seguiras principais classes de isolamento: © ClasseA = 105°C e Classe E 120°C e Classe B 130°C © ClasseF 155°C © ClasseH — 180°C Conceitos Basicos D as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas As temperatura criticas maximas e a temperatura maxima de elevacdo para maquinas eletiicas rotativas encontram-se na Tabela 1.2. Clasedeisiga0 | Pe Temperatura maxima 105°C | 120°C | 130°C | 155°C | 180°C Maxima temperatura de elevacao | 60°C | 70°C | 80°C | 100°C | 125°C Tabela 1.2 - Temperaturas criticas maximas e temperatura maxima de elevacao para maquinas elétricas. Pela norma, motores para aplicaco nomal sio instalados em temperaturas ambientes maximas de 40°C. Acima disso, as condigdes de trabalho sao consideradas especiais. A temperatura maxima nas ranhuras deve ser a admitida pela classe, subtraida a temperatura ambiente, Além disso, a temperatura nunca é uniforme no enrolamento. A noma considera uma diferenca entre a temperatura média do enrolamento e o ponto de temperatura maxima para cada classe de isolamento. Para as classes B e F esse valoré de 10°C e para a classe H, 15°C. As classes B, F e H sao as mais comuns para motores de aplicacdo normal. A Figura 1.31 ilustra essas carac- teristicas. Acréscimo de temperatura para 0 F— ponto mais quente do enrolamenta Maxima elevacéo de temperatura ‘Temperatura ambiente Figura 1.31 - Temperaturas maximas admisstveis para cada classe de isolacéo. Observagio A maioria dos motores antigos utilizava a classe de isolacdo B. Atualmente os motores utilizam a classe F/B (ABNT), 0 que significa que, em operacao nominal, possuem uma reserva de temperatura de 25°C. A partirda Tabela 1.2 e da Figura 1.30, observa-se que as maquinas elétricas tativas so desenvolvidas para um aumento total de temperatura que esta abaixo do maximo especificado para os materiais de isolagio. Porexemplo, se usarmas a classe de isolacia F, teremas: temperatura amhien- te + maxima elevacao de temperatura = 40°C + 100°C = 140°C que dard uma reserva de temperatura de 15°C. Quanto maior fora reserva térmica, maior a expectativa de vida util do material de isolacao. Se 0 motor operar continuamente na maxima tem- peratura de sua classe de isolacao, a expectativa de vida util do material isolante é em média dez anos. E fundamental o motortrabalhar em temperaturas abaixo da maxima pemnitida, para que sua vida itil seja em tomo de 20 a 25 anos. D Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Uma pratica comum utilizada por grandes fabricantes é projetar o motor para classe B de Isolacao e uullizar materials para isolacao de classe F, fazendo com que seja possivel uma reserva térmica extra de 20°C que vai aumentara expectativa de vida do isolamento do motor: Para a protecao dos enrolamentos dos motores utilizam-se sensores témicos inseridos nas cabecas das bobinas. Os mais comumente utilizados sao termonesis- tores, termistores, termostatos e protetores térmicos. Os fabricantes fomecem um dado muito importante sobre a resistencia témica de um motor: E 0 chamado tempo com rotor bloqueado a quente (Trb). Esse tempo indica quantos segundos o motor pode suportar uma situac4o com o rotor bloqueado, considerando que ele estivesse operandn em condicées narmais. Trata-se de uma situagao extremamente critica, pois a conente toma-se muito elevada e ndo existe ven- tilagdo. Tipicamente, esse tempo varia de cinco a 30 segundos, dependendo do motor: 1.4.5 - Ventilacao E 0 proceso pelo qual é realizada a troca de calorentre 0 interiordo motore 0 meio extemo. Os tipos de ventilacao mais usados em motores de inducao sao motor aberto e motor totalmente fechado. 1.4.5.1 - Motor aberto Nesse tipo de ventilacdo o aram- biente circula no interior do motor, reti- rando calor das partes aquecidas da ma- quina. A Figuia 1.32 indica como o fluxo de aratravessa 0 motor: A carcaca desses motores é lisa. Sao fabricados nas poténcias de 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1% 2e 3 CV. Tipicamente. 0 grau de protecdo mais comumente encontrado para esses motores é o IP 21. A Figuia 1.33 mostra esse tipo de motor: Figura 1.38 - Motor de inducio aborto. (Cortesia: WEG) Conceitos Basicos 4a as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.4.5.2 - Motor totalmente fechado No motor totalmente fechado nao ha troca entre o meio intemo ao motor e 0 exterior No motor existem folgas nas gaxetas que pemmitem a saida do meio reftige- rante intemo quando ele entra em operacio, aquecendo-se. Essas folgas também penmitem a penetracio do meio refrigerante extemo quando ¢ desligado e inicia o seu processo de resfiiamento. A troca de calor desses motores € feita por transferéncia de calor através de aletas colocadas na sua carcaca. A Figura 1.34 mostra como se pro- cessa 0 fluxo de arno motor. Olhal para Carcaga igamento aletada S ’ —> —> Ventilador externo — — — — Fluxo ————> de or Tampa protetora Pas do ventiador Caixa de ligacao Figura 1.34 - Fluxo de ar no motor totalmente fechado. ‘Sao fabricados numa faixa de poténcia de 1/6 CV até 500 CV. Na familia de motores que possuem carcaca aletada de feno fundido existe uma caixa de ligacio em que é feita a conexan com a rede elétrica, que esta localizada na lateral da careaga. A Figura 1.35 apresenta um motorde inducdo com ventilacdo totalmente fechado. Fguat a alesse fecha. ‘ortesia: WEG) 1.4.6 - Rotagao nominal Rotacio do eixo do motorsob carga nominal. 1.47 - Regime de servicn O regime de servico é definido como a regularidade de carga a que 0 motoré submetido. O principal fator limitante da potencia desenvolvida ¢ a temperatura maxima que o motor atinge. A elevacao de temperatura do motor-nio é imediata; ela acontece segundo uma funcio exponencial. Da mesma forma, ao desligar.o motor, a temperatura diminui de forma exponencial. Se o regime de funcionamento do motor Be Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas forintemitente, ou seja, variével, importa sabera temperatura maxima, posto que ela define a potencia nominal do motora serespecificado. Existem situagdes em que 0 motor; durante o seu ciclo de tabalho, fica efe- tivamente desligado. Um exemplo desse fato é um motor que aciona uma bomba de Agua de um sistema de abastecimento usualmente ligado por um longo petiodo sob carga constante. Um motorque aciona o sistema de elevacao de automoveis para troca de dleo num posto de gasolina tem um tempo de funcionamento muito custo em relacdo ao tempo total que fica parado. Na pritica, existem infinitos ciclos de trabalho aos quais 0 motor pode sersubmetido. A NBR 7094 padroniza dez diferentes tipos de regime de servico. Eviden- temente, eles no traduzem todas as situacdes reais encontradas na pritica. Por isso, uma situacdo real deve ser aproximada a uma das situagGes padronizadas que seja mais severa que a real. Nomalmente, os motores io projetados para um regime continuo, isto é, carga constante atuando por um tempo indefinido, igual a poténcia nominal do motor: Esse regime é classificado como continuo (S1). O motor nao é um equipamento que pode. sersuhmetida a constantes partidas paradas, como liga/desliga de um pisca-pisca. E muito comum que a carga mecanica exigida do eixo soja varidvel, desde uma situacdo "sem carga" até situacées de sobrecarga. Por isso, ¢ recomendavel que haja uma pequena folga de poténcia, além daquela estabelecida pelo fatorde servico, para vencerpequenas sobrecargas. A Tabela 1.3 mostia os demais regimes nomalizados: Regjmedesrvicc Caatattica S2 Regime de tempo limitado S3 Regime intermitente periddico S4 Regime intermitente periédico com partida S5 Regime intermitente periddico com frenagem elétrica| S6 Regime de funcionamento continuo periédico com carga intemnitente S7 Regime de funcionamento continuo periédico com carga intemmitente 38 Regime de funcionamento continuo periédico com mudancas conespondentes de carga e velocidade 39 Regime com vatiacbes nao peridicas de carga e velocidade S10 Regime com cargas constantes e distintas Observago Motores para os regimes de servico S2 a S10 devem ser encomendados diretamente com os fabricantes, ¢ nio sio considemados motores para aplicacao normal Tabela 1.3 - Regimes de servico para motores de inducao. 1.4.8 - Fator de servico (FS) Chama-se fatorde servico (FS) 0 fatorque, aplicado a poténcia nominal, indica a sobrecarga pemnissivel que pode seraplicada continuamente ao motorsob condicdes especificadas. Conceitos Basicos B as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Exemplo: F.S. = 1,15; 0 motorsuporta continuamente 15% de sobrecarga acima de sua potencia nominal. O fatorde servigo é uma capacidade de sobrecarga continua, isto é, uma reserva de poténcia que dé ao motorcondigées de funcionamento em situacdes desfavoraveis. Observagéo —Fator de servico nao deve ser confundido com capacidade de sobrecarga momen- tanea. 1.4.9 - Tensao nominal multipla A maioria dos motores é fomecida com terminais do enrolamento religaveis, de modo a poderem conectarse em redes de, pelo menos, duas tensdes diferentes, por exemplo, 220 V/380 V. 1.4.10 - Corrente de partida No instante da partida, a conente do motorcostuma variarna faixa de seis a oito vezes a conente nominal do motor: Na placa do motor temos o fator Ip/In que indica quantas vezes a conente de partida é maiorque a nominal. Na Figura 1.37 temos para tensio de 220 V (In = 8,4 A), Desta forma, a conente de partida (Ip) sera: I Ip= Pxin=6,7 8.4 =56,28 A 1.4.11 - NUmero de rotacdes © numero de rotacdes de um motor de indugio Uifésico depende de ues parametios: © Frequéncia da rede; © Numero de polos; © Esconegamento. A frequéncia da rede ¢ 60 Hz e 6 praticamente constante. Para variar a velo- cidade de motores por meio de variacao da frequéncia, so necessatios equipamentos eletrdnicos, como, porexemplo, conversores de frequéncia. © mimeo de polos de cada motor é invariavel. Excecies sio motores Dahlander ou de dois enrolamentos separados, que dispem de dois, u@s ou quatio ndmeros de polos diferentes. Esses tipos de motor podem ser ligados através de comandos elétricos apropriados para girarem diferentes velocidades. mw“ Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A equacdo seguinte mostra a relacao entre a frequéncia da rede, 0 nimero de polos e o numero de rotacoes: N=120-F/P Sendo: N = niimero de rotacdes em rpm (totacées porminuto) F = frequéncia da rede em Hz P = numero de polos do motor ‘A equacao anterior nao leva em conta 0 esconegamento. Assim, 0 mimeo de rotagées seri sempre 2% a 496 menorque o calculado mediante a aplicagao de carga. O niimero de polos é sempre um miltiplo de dois e, considerando a frequéncia de 60 Hz da rede, temos os seguintes nimeros de rotacdo para motores assincronos: Name odepdas Rdazo 2 polos 3600 rpm 4 polos 1800 xpm_ 6 polos 1200 rpm. 8 polos 900 xpm 10 polos 720 xpm Tabela 1.4 - Rotacao dos motores com relacao ao mimero de polos. uso de motores com mais de seis polos ¢ bastante ra1o, e a sua aquisicao deve ser feita sob encomenda. Devido a producdo em um niimero muito pequeno, quanto maioro nimero de polos do motor, maioré o seu prego. 1.4.12 - Sentido de rotacao A mudanca no sentido de rotagio de motores ttifasicos é bastante simples. Basta inverter duas fases, como mostia a Figura 1.36, nao importa qual das fases sera tocada. L1L2L3 LIL2L3 Figura 1.36 - Inverséo do sentido de rotacéo de um motor de inducdo trifésico. Conceitos Basicos as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 1.4.13 - Condicdes ambientais Os motores de inducdo em CA sao projetados para operar em determinadas condicdes ambientais de temperatura, ambiente ¢ altitude. Quando a temperatura am- biente é excessivamente alta, tabelas de 1educao de comente sao fomecidas pelos fabri- cantes. Um exemplo de tabela de reducao para temperatura e altitude é apresentado em seguida. Teupedura | Fac deralucao | Altitudezimado | Fac deralucio anbiete(C) | detanpedura | rivddoma(m) | devidoaatitude 30 107 1000 1 40 1 1500 0,90 45, 0.96 2000 0,92 50 0,92 2500 0,88 55 087 3000 0,84 60 082 3500 0,84 70 0,65 4000 0,76 Tabela 1.5 - Fatores de reducao tipicos para altitude e temperatura, Em grandes altitudes, onde a pressdo atmosfética é reduzida, o resfriamento de um equipamento elétrico é reduzido pela diminuicao da capacidade do arde emovero calor do motor: Quando a pressio atmosférica cai com o aumento da altitude, a densidade do arcai e, como consequéncia, a capacidade témmica do aré reduzida. De acordo com as normas, os motores CA sio projetados para altitudes até 1.000 m acima do nivel do max: A poténcia e 0 torque do motorso reduzidos para altitudes acima de 1.000 m. Quando o motorprecisa ser projetado para temperaturas ¢ altitudes acima das nomias, os fatores de reducdo da tabela devem ser multiplicados em conjunto. Por exemplo, para um motor operando na altitude de 2.500 m em uma temperatura am- biente de 50°C, os fatores de reducdo serio (0.92 x 0.88) x 100%, ou 81%. 1.4.14 - Grau de protegao de motores (IP) A careaga faz o papel do invélucro de protecao do motorou, mais precisamente, do conjunto estatorrotor A exigéncia do grau de prdi@do irtrinsea (Intrinsic Protection, em inglés = piotecdo propria do dispositive) depende diretamente do ambiente em que o motoré instalado. Um motor instalado ao tempo, sujeito a sol e chuva, deve exigir grau de pro- tecdo superiora um motorinstalado no interiorde uma sala limpa e seca. Os ambien- tes considerados agressivos par motores sio aqueles com presenca de pé, poeira, fibras, particulados etc., assim como os ambientes molhados ou sujeitos a jato de agua sao considerados agressivos. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A carcaca, como invélucro, deve oferecer eficaz protecdo 20 motorno meio em que ele opera. A NBR 6146 estabelece diversos graus de protecao para os Involucros elétricos. Em geral, o grau de protecdo dos motores elétricos é normalmente expresso em dois digitos. O primeito indica protecao contra corpos s6lidos; o segundo, protecao contra agua. As Tabelas 1.6 e 1.7 mostam as protecdes do primeiro e do segundo digitas respectivamente. Digtc Tete Inilicz:2odoprimarodigto 0 Nio é protegido. 50mm 1 Protegido contra objetos sdlidos maiores que oO 50 mm. Exemplo: contato acidental das maos. 12mm Protegido contra objetos sélidos maiores que 2 12 mm. Exemplo: protecao contra contato dos dedos. 25 mim & Protegido contra objetos sélidos maiores que @ See Imm 4 Protegido contra objetos sdlidos maiores que (oy 1,0 mm, Exemplo: pequenas feramentas. 3 a Proteghil contra poets paella av mio. 6 : (oy Totalmente protegido contra poeira. Tabela 1.6 - Prieto digo do grau de prowgau dos mutures. Digtc Tete Inlicaaodosgyrdodigto 0 No protegido, ; Protogido contm quedae vorticais de goias-diagua. . Protegido contra queda de gotas-d'agua para uma inclinagio maxima de 15°. 3 Protegido contia gua aspergida de um Angulo de 60° na vertical (chuva). Conceitos Basicos a as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Inlica2odosgnlodigio Protegido contra projecdes de agua de qualquerdirecao. Protegido contra jatos de dgua de qualquerdiresao. Protegido contra ondas do marou de ‘gua projetada em jatos potentes. Protegido contra imersdo em agua entre 0,15 € ‘1m, Sob condicdes definidas de tempo e pressio. Protegido contra submersio continua em agua, znas candigios especificadas pola fahricante Tabela 1.7 - Segundo digito do grau de protecao dos motores. Os motores de inducao trifasicos totalmenie fechados para aplicacio normal sao fabricados, geralmente, com os seguintes graus de protecio: © IP54 protecdo completa conta toque e contra acimulo de poeiras nocivas. Protecdo contra respingos de todas as direcdes. Sao utilizados em ambien- tes muito empoeitados. © IPSB protecdo completa contra toque e acimulo de poeiras nocivas. Pro- tecdo contza jatos de Agua em todas as direcdes. Sao utilizados nos casos em que os equipamentos sio lavados periodicamente com mangueitas. © — IP(W)53 idénticos ao IP55, porém sao pwotegidos contra intempéries, chuva e maresia. Sao utilizados ao arlivre. Também denominados motores de uso naval. Os motores de inducao Uifasicos abertos para aplicagao normal sao fabricados, quase sempre, com grau de protecdo IP21. Sao protegidos contra toque dos dedos e contra corpos estranhos s6lidos com dimensao acima de 12 mm (2). Também apre- sentam protecdo contra pingos na vertical (1). A.NBR 5410 considera que os motores para aplicacdes nommais devem operar adequadamente em temperatura ambiente de até 40°C e em altitudes de até 1.000 m. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A seguir; veja a placa de um motorcom todas as suas caracteristicas: Data da fabricacéo Tipo de carcaca Motor trifésico Nimero do lote Frequéncia 199 FESO Categoria de Penn do motor —e canes = vee téncia do motor. hewpecy 2.213.0)} nw 1730 joie 1 Fator de servo —e [3 regis BFK Tow 57 alesse CO nominal Classe de isolamento —“F-2oseguao VT 8.44 86 2A | Grau de protecéo Nimero de vezes que a correnie de partida domotor ‘maior que a nominal Correntes nominais do motor Tinos de ‘conexo dos enrolamentos Tipos de rolamenios Rendimento’ oe Fetor de poténcia Figura 1.37 - Dados de placa de um motor trifasico, Tipo de lubrificante 1.4.15 - Formas construtivas Para a construcdo de um motor; um dos itens mais importantes é a maneita de fixacdo, que é feita de acordo com o projeto mecanico da maquina a seracionada. A norma bnasileira, baseada na IEC, define as seguintes formas, identificadas pelas letras IM (de International Mounting System), seguidas de uma letia e um ou dois nimeros caracteristicos. As posic&es de montagem precisam ser especificadas pata que os elementos mecanicos como rolamentos, carcaga, entre outros sejam corretamente localizados e dimensionados durante a montagem. sistema utilizado para descreveros tipos de arranjo é mostrado a seguir: © Um prefixo que compreende as letras IM e tambem quatro numeros que representam: > tipo de construgdo > tipo de constiugao > posico de montagem » posicdo de montagem Conceitos Basicos D as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Um resumo dos tipos de montagem ¢ mostrado em seguida. Algumas normas utllizavam as leuas 6 (montagem horizontal) e V (montagem vertical). A noma IEC 347 nao utiliza mais esse sistema. As Figuras 1.38 e 1.39 mostam os tipos de confi- guracdo para os motores fixados a partirde sua base, sendo o sistema antigo mostrado entie parénteses. Motores fixados a partir de cua bace IM 1001 (IM B3) IM 1071 (IMB8) - Eixo horizontal ~ Exo horizontal = Base no solo ~ Bese no teto IM 1051 (IM B6) IM 1011 (IM V5) = = Lino hoxioritel pais uaineak eee - Eixo posicionado abaixo parede com sustentagho Boeke no lado esquerdo Pos neperde U TM 1061 (IM B7) IM 1031 (IM V6) Eixo horizontal Base montada na L, | - Fixe vertical parede com sustentagao = = Eixo posicionado acima no lado direito ~ Base na parede i Figura 1.38 - Motores fixados a partir de sua base de acordo com a norma IEC 347. Matarea fiuadas pov mein Ae flanges IM 3001 (IM B5) 1M 2001 (IM B35) - Eixo horizontal ~ Eixo horizontal = Base no solo IM 3011 (IM V1) — IM 2011 (IMV15) — Eixo vertical qd 0 vertical q + Bho posicioniils | - Eixo posicionado abaixo abaxo Base ne parede TM 3031 (IM V3) 1M 2031 (IM V36) Eixo vertical h Exo vetical Onli ~ Base posicionada acima posicionado acima SS - Base na parede SS Figura 1.39 - Motores fixados por meio de flanges de acordo com a norma IEC 347. 1.5 - Selecao dos motores A selecdo coneta de um motor de inducdo é baseada fundamentalmente na utilizacio do motor: E preciso conhecer o tipo e o tamanho da carga mecanica, suas necessidades de partida e aceleracdo, velocidade, regime de servico, necessidades de D Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas parada e condicdes ambientais. A seguiré apresentado um checklist com os principais aspectos que devem serconsiderados para a selecao de um motor: © Necessidade e tipo de torque da carga © Tipo de partida © Tempo de aceleracio © Tipo construtivo do motor > gaiola de esquilo > rotorbobinado © —Condicées ambientais > temperatura ambiente > altitude > presenca de po > presenca de agua © Grau de protegao do motor © Classe de isolaciio © Protecio do motor © Tipo de ventilacao © Tipo de montagem > horizontal > vertical © Cabos de conexao © Ditecdo de rotacao © Regime de trabalho © Controle de velocidade De uma forma geral, a selecdo do motoré feita a partirdo tipo de carga e do am- biente em que ele vai operar: A escolha entre motor de gaiola ou motor com rotor bobinado € relacionada com o tamanho da maquina, 0 tempo de aceleracao necessario (determinado pela carga) e 0 método de partida (determinado pela fonte de alimentacao). Do ponto de vista de preco, confiabilidade e manutencao, 0 motor gaiola de esquilo 6 normalmente a primeita escolha. O motorcom rotor bobinado é geralmente necessario quando: © A carga necessita de um torque elevado de partida. © O tempo de aceleracao é longo devido a grande inércia da carga, como, por exemplo, um ventilador © A carga necessita de pattida frequente, sofre avanco lento ou obstrucao. Conceitos Basicos 4a as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas A escolha coneta do motor é item que muitas vezes ndo recebe a atencao devida, mas ¢ fundamental para a performance do inversor de frequencia, pols 0 conjunto de acionamento de uma determinada carga depende muito da selecio coneta do motor 1.6 - Exercicios 1. Qual a finalidade de usar inversores de fiequéncia em conjunto com motores elétricos? 2. Cite as vantagens do uso de motores CA acionados com inversores de frequéncia em relagao a motores em CC. 3. Quais sio os elementos que constituem um motorde inducao trifasico? 4. Conceitue Lei de Faraday e de Lenz. 5. Quais regras podem ser utilizadas para determinaro sentido da conente em um motore um gerador? 6. Conceitue rendimento para um motorelétiico. 7. Defina esconegamento. & — Explique categoria de conjugada. Quais sia as cinco categorias segundo a norma NBR 7094? 9. Que tipos de ventilacdo os motores elétricos podem ter? 10. Conceitue regime de servico. 11. Porque € importante conhecere fatorde servigo de um motor eléuico? 12. Que fatores influenciam na determinacio da rtacdo de um motor de inducio trif’sico assinciono? 13. Como se inverte o sentido de giro de um motorde inducao trifasico? 14, De que forma as condicdes de temperatura ¢ altitude afetam o desempenho do motorde inducao trifasico? 15. Conceitue grau de protecao (IP) de um motor: 16. Quais aspectos devem serlevados em consideracdo para a selecdo de um motor eletnco? 17. Quando devem ser escolhidos motores de indugio com rotor bobinados em aplicagées industriais? Rg Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas PrircipicsdeFurriaganato Antes de iniciarmos o estudo sobre o principio de funcionamento dos inversores de frequéncia, vamos apresentaralguns conceitos fundamentals para sua abordagem. Fa¢alF) Movimento é 0 resultado da aplicacao de uma ou mais forcas a um determinado objeto. O movimento ocone na direcao em que a resultante das forcas é aplicada. Forca é uma combinacao de intensidade e direco. Uma forca pode ser aplicada no sentido direto ou reverso. A unidade do SI de forca € newton (N). Vdaiidale(a Velocidade 6 a medida da distancia que um objeto pode atingirem uma de- terminada unldade de tempo. Geralmente a unidade utllizada € metto por segundo (m/seg). Para movimento na direcdo direta, a velocidade é considerada positiva, sendo considerada negativa para direcao reversa. Vdaidaleargile (0) Embor a fora seja direcional e wsulta em um movimento linear, muitas aplicagdes industiais s4o baseadas em movimentos rotatétios. A fora de rotacdo associada com equipamentos rotativos é conhecida como torque. Velocidade angularé © resultado da aplicacéo do toryue e rotacao angular: E geralmente medida como revolucoes porminuto (1pm). Toque Torque é 0 produto da forca tangencial F, da circunferéncia de uma roda, e o raio do centro dessa roda. A unidade de torque mais comumente utilizada é newton.metio (N.m). O torque pode ser positivo ou negativo, dependendo da direcao de rolacao. Principios de Funcionamento B as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Para melhor entendimento desses conceitos vejamos 0 exemplo da Figura 2.1, em que uullizamos um automovel para Hustaras relacoes enue direcao, forra, torque, velocidade linear e velocidade angular: No automével um motor a combustao desen- volve torque rotacional e o transfere porum sistema de transmissao pata as rodas, que convertem torque em uma forca tangencial (F). Quanto maiora magnitude dessa forca, mais rapido o automével acelera. ATs) se Direcéo do movimento _ (o) Forga fangencial Torque (7) Torque (N.m) = Forca tangercial (N) x Raio im) Figura 2.1 - Exemplo de relacoes entre forca, raio e torque. Aceleraydo lireer (a) € a taxa de variacdo da velocidade linear, geralmente apresentada em metios porsegundo ao quadrado (m/seg’). _ vatiagao develocidade al sok variacaode tempo (nvseg’) E chamado de aceleracao linear o aumento de velocidade em qualquer direcdo, sendo a desaceleracao ou frenagem a reducao da velocidade em qualquer direcdo. Acdaazazordatianl (a) é a taxa de variacdo da velocidade angular, geral- mente em radianos porsegundo ao quadrado (1ad/seg?). variacdo de velocidade angular a ake as oe Pad@riaé a taxa na qual o trabalho ¢ realizado poruma maquina. A unidade de poténcia mais utilizada é o watt (W). Em méquinas rotativas a poténcia pode ser-cal- culada como o produto do torque e da velocidade. A poténcia pode serrelacionada com o torque da seguinte forma: Torque (N- m) x Velocidade(pm) Poténcia(kW) = = Energaé o pinduta da poténcia pelo tempo e tepresenta a quantidade de trabalho ealizada em um periodo de tempo. Geralmente é expressa em quilowatt-hora (kWh). No exemplo do automével da Figura 2.1 0 consumo de combustivel em um periodo de tempo representa a enerpia consumida. A equacdo que representa a enerpia 6 a seguinte: Energia (kWh) = Poténcia (kW) x Tempo (1) aA Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Manetode irercia(J) é a propriedade que uma méquina rtativa possui de resistira uma mudanca da velocidade de rotacao seja poraceleracao ou desaceleracao. A unidade pata o momento de inércia é o SI, Kgm’. Isso significa que, para acelerarum objeto em movimento de rotacio da veloci- dade n, para a velocidade nz, um torque de aceleracdo TA (Nm) deve ser fomecido para promover a aceleracdo. O tempo { necessirio para a mudanca da velocidade depende do momento de inércia J (Kgm*) do sistema de acionamento compreendido pelo inversorde frequéncia e pela carga mecanica. O torque de aceleracao seri: 2m (mz —m)(pm) = 2), 2n Ta (Nam) = J(Kgm?) x ) Em aplicagdes em que 0 movimento rotacional ¢ transformado em movimento Iinear, por exemplo, uma esteira transportadora, a velocidade (n) pode ser convertida em velocidade linear (v) usando 0 diametro do elemento rotativo, como 6 mostrado a seguir: den 60 V=(m/seg) = x-d-n(apm) Desta forma: 2 (v2 -vi)(m/seg) a” t(seg) T, (Num) = J (Kgm?) 2.1 - Relagdes de torque em um inversor de frequéncia Us motores de inducdo podem sermodelados como um transtormadorem que 0 primario é o estator e 0 secundatio é 0 rotor: Pelo equacionamento da maquina assincrona, 0 conjugado desenvolvido pelo motor assincrono é dado pela seguinte equacio: T=0.4 ‘le Ea tensio aplicada na bobina de um estatoré dada por: U,=4,44-F,-Ny-@_ Sendo: T = torque do motor(N.m) m = fluxo de magnetizaco (Wb) I, = conente no rotor (A) U, =tensao no estator(V) F, = frequéncia da rede (Hz) N, =mimero de espiras Principios de Funcionamento DS as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas O fluxo altemado 9, resultante da tensao no estator U,, induz no estator uma femno wtor (Uz), a qual produz um fluxo @, proporcional a tensio U, e inversamente proporcional 4 fiequéncia. Portanto, temos: = U,/f Para possibilitar a operacio do motor com torque constante para diferentes velocidades, deve-se fazer varia a tensio U, proporcionalmente com a vatiacio da frequéncia f,, mantendo, desta forma, o fluxo constante. 2.2 - Blocos componentes do inversor de frequéncia Na Figura 2.2 temos uma representacao em blocos dos componentes dos inver- sores de frequéncia. (REDE) — son Interface serial 0-10Vec analégico vo Aigital Plgura 2.2 - Blocos compouenes do tuversor de freyuetcta, 2.2.1 - Unidade Central de Processamento (CPU) A CPI de um inversor de frequéncia pode ser farmada por um micmpm- cessadorou porum microcontrolador: Isso depende apenas do fabricante. De qualquer forma, é nesse bloco que todas as informacées (parimetros ¢ dados do sistema) esto amnazenadas, visto que também uma meméuia esta integrada a esse conjunto. A CPU nao apenas atmazena os dados e parametros relativos ao equipamento, como também executa a funcdo mais vital para o funcionamento do inversor: geracdo dos pulsos de disparo, pormeio de uma l6gica de contuole coerente, para os IGBTs. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas 2.2.2 - Interface Homem/Maquina (IHM) O segundo bloco é a IHM. Com esse dispo- sitivo podemes visualizaro que esta ocomendo no inversor (display) e parametrizé-lo de acordo com 2 a aplicacdo (teclas). Na Figura 2.3 temos um de- ee talhe da ITM de um invessor Altivar71. ie Com essa THM podemos visualizar dife- oro rentes grandezas do motor, como: tensdo, conen- te, fee status de alame, entre outias fun- oes. E também possivel visualizar o sentido de giro, venficar 0 modo de operacao (local ou 1e- moto), ligarou desligaro inversor, variara velo- Figura 23 - IHM de um inversor Altvar 71. cidade, alterarparametios e outras funcdes (Contesia: Schneider Elect'ic) 2.2.3 - Interfaces ‘A maioria dos inversores pode ser comandada por dois tipos de sinais: anal6gicos ou digitais. Normalmente, quando queremos controlar a velocidade de rotagio de um motor CA no inversor, utilizamos uma tensdo analégica de comando, que se situa entre 0 e 10 Vcc. A velocidade de rotacao (rpm) é proporcional ao seu valor; porexemplo: 1 Vcc = 1000 rpm, 2 Vee = 2000 xpm Para inverter sentido de rotacao, basta invertera polaridade do sinal analégico (de 0 a 10 Vcc sentido horatio e -10 a 0 Vcc sentido anti-hordtio). Este é 0 sistema mais utilizado em méquinas ¢ ferramentas automiticas, sendo a tensio analégica de controle proveniente do controle numérico computadorizado (CNC). Além da interface anal6gica, 0 inversor possui entradas digitais. Com um para- metzo de programacio, podemos selecionara entiada valida (analogica ou digital), 2.2.4 - Etapa de poténcia A etapa de poténcia é constituida porum cireuito retificador; que por meio de um circuito intermediario denominado "baramento CC" alimenta o circuito de saida inversor (médulo IGBT). 2.3 - Principio basico de funcionamento da etapa de poténcia avanco da eletronica de poténcia pemnitiu o desenvolvimento de conversores de fiequéncia com dispositivos de estado sélido, inicialmente com tiristores e atualmente com transistores, mais especificamente o IGBT, transistorbipolarde porta isolada. Principios de Funcionamento 7 as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Algumas definicdes sio importantes para o funcionamento do inversor de fie- quencia, Cujos simbolos a seguirsao usados para descrever os diferentes upos de con- versores. ¢ Reificalc:: conversorque tem a funcao de transformarCA em CC. v Figura 2.4 - Conversor do tipo retificador © Inverscx: € um upo especial de conversorque converte CC em CA. vee 4 Entrada CC Sada CA h mn NY r t Figura 2.5 - Conversor do tipo inversor. oy Em conversores de frequéncia é comum o uso de um circuito intemediario, chamado de link CC com filtro, para tomara forma de onda senoidal. Rettioador sy oe Inversor Entradaca |, PO — Saida CA, Figura 2.8 Conversores de frequéncia. Com a unido desses ts médulos temos um conversor de frequéncia que pode seraplicado em um motorde inducao trifasico. Retiicador Fitro _Inversor Tr + Figura 2.7 - Conversor de frequéncia aplicado a um motor trifésico. Se Us cicloconversores antecederam, de certa torma, os atuais inversores. Eles eram utilizados para converter 60 Hz da rede em uma frequéncia mais baixa, uma converso CA-CA. J4 os inversores utilizam a conversao CA-CC e, por fim, em CA novamente. B Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Os inversores podem ser classificados pela sua topologia, que ¢ dividida em trés partes, sendo a primeira para o tipo de retificacao de entrada, a segunda para o po de controle do circuito intermediatio e a terceira para a saida Como foi mostrado anteriomente, pode-se consideraro inversor de fiequéncia como uma fonte de tensdo altemada de fequéncia variavel. A Figura 2.8 mostia um diagrama simplificado dos principais blocos do inversor de frequéncia, contendo etificador, cireuito intemmediirio, inversore circuito de contuole. M ©) Qreuito Retificador| |. termediério Inversor ‘ t ‘ ¥ lena Circuito de controle * ? v Figura 2.8 - Diagrama simplificado dos principais locos do inversor de frequéncia Observacéo 0 termo tecnicamente correto para o dispositivo de variacdo de velocidade 6 con- versor de frequéncta, pots a etapa inversora converte CC em CA, sendo o conversor de frequéncia responsavel pela conversdo de uma frequéncia de entrada de apro- atcalauiente 60 He ent wun valor a ser defintdo pelo usucitie. O terme conversor de frequéncia 6 empregado por alguns fabricantes, entretanto a denominacao inversor do frequéncia tornou-se muito popular ¢ 6 largamente utilizada por diversas fabri canes e usuérios, sendo o termo utilizado neste livro, Na Figura 2.9 temos os blocos de retificagao, circuito intermediario, inversor e circuito de controle ilustrados com mais detalhes. Retificador Link DC laversor B OO @ a) c ° lL Cpr |n t rt ) 4— r . ° ® ® Motor tifésico | © a e Figura 29 - Diagrama detalhado das etapas do inversor de frequéncia. Principios de Funcionamento DP as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas Para acionamento e controle do motor, o conversor de frequéncia é constituido dos estagios seguintes: © Reiificadar: responsivel pela retificacdo do sinal altemado que possui tensio e frequéncia constantes provenientes da rede de alimentacao. Na rede de entrada, a frequéncia € fixa em 60 Hz, sendo uansformada pelo relificador em continua (1etificador de onda completa). O filuo transforma essa tenso em continua com valorde aproximadamente: Vee = 1,41 x Viede vu A tensao de alimentagao é do tipo tensio altemada trifasica com uma frequéncia fixa de 60 Hz, como mostra a Figura 2.10. a b asb=4T Figura 2.10 - Tensdo de alimentacao alternada trifésica. Para 0 circuito de retificacio sio utilizados diodos, componentes semicondutores que pemnitem a passagem da corrente em apenas uma direcdo: do anodo (A) para 0 catodo (K), nao sendo possivel conuolar a intensidade da conente. Uma tensao alter nada sobre um diodo convertida em uma tensdo CC pulsante. Se uma fonte tuifasica € utilizada junto com um retificador nao controlado, a tensio CC continua a ser pulsante. ‘A Figura 2.11 ilustra a aplicacdo de uma tensio tifasica através das fases L,, L, e Ly na ponte reuificadora contendo os diodos Dj, D2, D3, D4, Ds € Dg. we bk & +(A} D4 Ds % Ds Lo ot u b,& D,& oA {B) Figura 2.11 - Aplicacéo de uma fonte de tensao alternada trifésica em uma ponte retificadora Desta forma temos uma forma de onda retificada pulsante com o formato apre- sentado em seguida. Esse sinal tera a oscilacao reduzida por meio de capacitores de filtro. Esse circuito forma uma fonte em conente continua simétrica, devido a existéncia de um ponto de tena como referéncia. Oo Jnversores de Frequéncia - Teoria e Aplicacées as di -tiversnes We Preyuoneta Tala Apa Claas Mi Patt 2 Euyas

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