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Companheiros do Armageddon

Livro 5

A Companheira de Griffin

Por Hazel Gower


É S E M P R E B O M L E M B R A R QU E…
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com intuito da leitura de livros que não têm qualquer previsão de lançamento no
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Pode o destruidor de mundos mudar sua trajetória?

Griffen encontrou sua companheira, mas Pet não é quem esperava. Ele a

encontrou quase morrendo e cuidou de sua saúde. O bando não aprova a

companheira de seu Ômega. Griffen espera que dada à oportunidade, poderiam

se apaixonar por Pet assim como ele.

Pet foi uma prisioneira a vida toda, forçada a usar suas visões para ajudar os

demônios em sua luta para conquistar a Terra. Graças a Griffen e sua família, ela

finalmente está livre e disposta a desistir de suas habilidades de vidente para viver

uma nova vida. O problema é que ninguém além de seu companheiro está feliz

por ela ser parte do bando. Pet quer apenas viver sua vida, fazer amigos e ter uma

família. A questão é: será que o bando de Griffen a aceitará e ela alcançará tudo

que anseia?

Advertência: Este livro contém metamorfos sexys lutando contra demônios

para salvar o mundo.


Para os meus fãs, espero que gostem desta edição. Obrigada por aguardar o

próximo livro.

Escrever um livro dá muito trabalho, então sempre preciso agradecer às

pessoas por sua ajuda em prepará-lo para todos vocês.

Um enorme obrigada e eu te amo para minha família incrível, por ficar em

segundo plano enquanto eu me concentro em livros e os concluo. Eu sou tão

abençoada por ter vocês em minha vida e amo-os mais do que as palavras podem

dizer.

Em segundo lugar, Jessica Henshall da Sinfully Sweet Designs, muito

obrigada pela incrível capa.


Um grande agradecimento à minha incrível editora, Pamela Tyner. Você

sempre faz meus livros brilharem. Não posso agradecer o suficiente.

Agradeço também a Elena M. Reyes por me ouvir refletindo e trocarmos

ideias, me ajudando a manter o foco para terminar o livro. Obrigada, agradeço

tudo o que você fez para me ajudar.

Também quero agradecer a todos os meus leitores pelo apoio.

Por último, obrigada a todos que ajudam a promover meu trabalho. Eu

realmente aprecio.
Este livro acontece na Austrália. Na Austrália, a idade legal para beber, votar,

casar e assim é por dezoito anos. Os personagens falam inglês australiano, então

se você ver a palavra rabo ao invés de bunda é porque é assim que falamos na

Austrália. E se encontrar uma palavra que não viu antes, procure-a ou envie uma

mensagem para mim. Eu ficaria feliz em explicá-la com você.


O texto a seguir foi revisado de acordo conforme as novas Regras Ortográficas,
entretanto, com o intuito de deixar a leitura mais leve e fluida, a revisão pode
sofrer alterações e apresentar linguagem informal em vários momentos,
especialmente nos diálogos, para que estes se aproximem da nossa comunicação
comum no dia a dia.

Alguns termos, gírias, expressões podem ser encontrados bem como objetos que
não estão em conformidade com a Gramática Normativa.

Boa leitura!
A floresta era enorme, um mar interminável de verde e marrom. A água era

de um azul escuro e ocupava apenas trinta por cento do mundo. As pessoas de

Enewu viviam pacificamente com as outras espécies que ocupavam seu mundo. O

povo Enewu eram um com a floresta e quando esta começou a sussurrar a dor que

estava sofrendo com uma nova entidade em seu mundo, eles consultaram sua

vidente. Ela disse que o tempo deles estava chegando ao fim. Os seres chamados

demônios estavam invadindo seu mundo e assumindo-o. Ela disse que alguns

deles lutariam, mas no final, perderiam. Os anciãos ficaram chocados com as

notícias e relutaram em acreditar, mas quando os demônios começaram a

aparecer, descobriram que a vidente dizia a verdade.

A vidência tornou-se mais valorizada do que nunca, mas quando predisse que

aquela que profetizou por séculos, agora se converteria na destruidora dos

mundos e não na salvadora, os outrora pacíficos Enewu começaram a lutar entre

si sobre o que deveriam fazer. A maioria perdeu contato com o mundo e

dividiram-se em grupos. Os demônios lentamente destruíram o mundo. O povo

Enewu começou a desaparecer e responsabilizar uns aos outros. Começaram as

guerras entre os grupos até que se tornou difícil não notar seus números cada vez

menores e o que os demônios fizeram aos Enewu. A natureza e os pacíficos Enewu

se mostraram e ajudaram a unir o que restou de seu povo.


Eles sabiam o que precisava ser feito. O tempo dos Enewu chegou ao fim, mas

podiam salvar outros mundos. Não podiam deixar a destruidora de mundos

nascer. O abate começou, mas uma mulher se escondeu, mantendo sua gravidez

em segredo e quando foi capturada pelos demônios, ela lhes entregou o que

estavam procurando desde o começo, o que os Enewu estavam tentando impedir,

A Destruidora dos Mundos.


Há pouco mais de um mês

Esperança. Hoje estava brilhante. Pet soube logo que acordou que hoje era um

dia de mudança e agora olhava alegremente para as pessoas que mudariam o

mundo, não apenas o seu. Ela lutou de várias maneiras diferentes contra o destino

sobre o que poderia acontecer neste momento e esperava que os desfechos dois e

cinco não acontecessem. Três e um seriam desfechos razoáveis, exceto para ela. Ela

desejava o de número quatro. E se o destino concedesse seu número quatro, ela

teria uma chance e Faith cumpriria seu destino. E se o resultado do número quatro

se cumprisse, as pessoas ao seu redor, sua família e amigos teriam os meios para

salvar não apenas o mundo deles, mas muitos outros. Entretanto, Pet sabia que o

número quatro era um risco. Seriam muitas mudanças, não apenas para ela, mas

para Faith e o homem de seus sonhos, o homem que era seu companheiro.

Tudo estava confuso, no entanto, suas visões não revelaram o acontecia até

agora e ela não tinha o mesmo poder de Faith. Supunha-se que Pet não deveria se

encontrar com a pessoa diante dela, aquela chamada Sandra, hoje... Se suas visões
fossem reais. Ava foi aquela quem a visão número quatro mostrou, ninguém mais,

não Sandra. O que aconteceu para mudar suas visões tão drasticamente?

Pet saltou de excitação quando percebeu que os demônios mudaram o

destino. Ela sorriu para Ava. Isso era bom. Significava que as visões um, dois, três

e cinco não aconteceriam. Isso também significava que ela poderia nunca conhecer

seu companheiro.

Uma visão intensa veio sobre ela e Pet soube que ficaria incomunicável por

um minuto ou dois até que passasse. Quando saiu da visão, esperança e felicidade,

como nada que sentiu antes, fluíram por seu corpo e ela rezou para que o destino

que viu se tornasse realidade.


Dias de hoje

Pet torceu a barra de seu vestido. O tecido de qualidade parecia estranho. Ela

não achava que alguma vez se acostumaria com isso. Era suave e tão quente contra

sua pele aquecida, coisas que um mês atrás nunca sentiu. Tudo era novo. Bem, já

tinha visto tudo isso antes, mas nunca teve o privilégio de experimentar ou sentir

algo em primeira mão. Moveu os dedos e afundou ainda mais na areia quente.

Ouviu quando sua nova amiga, Remy, se casava com seu companheiro.

Hoje era o primeiro dia que saia por mais de uma hora. Era um dia para

celebrar novidades e havia muitas, como vestir um lindo vestido e sutiã. Pet

admitia que não gostava do sutiã. Era mais feliz sem, mas suas amigas disseram

que o vestido precisava de um sutiã. O sutiã que usava combinava com a calcinha.

Tudo novo. Tantas coisas novas para se acostumar. Começou a usar calcinha

quando foi resgatada dos demônios. Elas pareciam ótimas contra sua pele. Eram

proteção extra. Era bom ter qualquer tipo de proteção extra. Nunca esteve segura

com os demônios.

Estremeceu com o pensamento de sua antiga vida. Estava tremendo, sentindo

que poderia vomitar e ficar aterrorizada. Fechou os olhos por um momento para

se concentrar em permanecer na sua cor de pele e não desaparecer no fundo.

Quando se tornava um camaleão, os demônios sempre a puniam de forma

drástica. Ela se mataria se voltasse para as mãos de seus torturadores.


Mãos grandes a acalmaram e seu companheiro Griffen se acomodou contra

suas costas, envolvendo-a em um abraço seguro. Ela abriu os olhos e suspirou de

contentamento. Griffen era seu sonho tornando-se realidade. Uma visão que

nunca acreditou que aconteceria. Não o merecia. Não com todo o caos, destruição

e morte que causou.

Sua cabeça abaixou e a respiração tocou sua orelha, uma parte do corpo que

ela sempre escondia, já que ela odiava qualquer coisa perto delas, porque

formigavam. Suas orelhas eram o único indicativo de que ela não era humana além

disso, eram altamente sensíveis. Suas outras características, podia ocultar.

— Está quase terminando. Espere mais um minuto ou dois, pequena e

podemos ir embora.

Movendo levemente a cabeça se virou para ele e sussurrou.

— Eu não quero ir embora. Agora que você está comigo, estou a salvo.

Seus lábios contra a cabeça dela tinham um calor reconfortante.

— Fico feliz que você se sinta segura comigo, mas esta é a primeira vez que

sai com tantas pessoas. Não quero sobrecarregá-la.

Girando em seu abraço, Pet descansou a cabeça em seu peito, ouvindo a

batida de seu coração. Estava rapidamente se tornando seu som favorito.


— Estou me divertindo aqui. Sei que você está preocupado. Posso sentir a

tensão fluindo, mas precisa me deixar sair por algum tempo e este momento é

provavelmente o mais seguro.

Sua testa desceu para descansar sobre a dela.

— Posso sentir o ódio do bando sobre mim. Eles não sabem nada a seu

respeito. A maioria nem a conheceu. Como podem saber se você teve alguma coisa

a ver com o que aconteceu com seus entes queridos? Demônios mataram, não você.

Ela desejou acreditar no que ele estava dizendo, mas se não fosse por ela,

muitos ataques de demônios não teriam acontecido. Aprendeu há muito tempo a

não mentir para os demônios, eles a machucavam mais quando o fazia. Estava

grata por ter convencido os demônios de que, se perdesse a virgindade, perderia

seus poderes. Deveria ter lidado com a dor e mentido. Deveria ter se matado. Ela

tentou, mas os demônios a trouxeram de volta à vida.

Griffen se virou e segurou-a em seu abraço. Ela deveria tê-lo deixado ir, deixa-

lo livre. Não deveria ter permitido que acasalasse com ela. Ele merecia alguém

mais adequada. Merecia sua companheira humana. Um segredo. Outro entre os

muitos que ela tinha.

Resistiu ao desejo de mudar sua pele, misturar-se ao fundo e se esconder. Ela

sabia que se fizesse algo assim, contaria seu grande segredo. Precisava guarda-lo,

porque tinha a sensação de que eles nunca a deixariam se aproximar de Faith e

isso era algo que Pet sabia que precisava fazer. Precisava se certificar que a profecia
de que Faith fosse a mais poderosa vidente que o mundo já conheceu se tornasse

realidade. Ela já era a mais poderosa vidente de seu mundo, mas Pet pretendia

torná-la a mais poderosa vidente dos mundos. Para fazer isso, Pet precisava dar-

lhe o seu poder.


A cerimônia acabou, todos estavam comendo e socializando. Este era o

período mais longo que Pet saiu de casa desde que a encontraram. Griffen a

observava como o predador que era enquanto ela conversava com a família. Bem,

mais ouvia do que falava. Ela não conversava muito. A voz de Pet estava rouca e

parecia que precisava beber uma garrafa de água antes de falar. Depois de ficar

com eles por vários meses, ela ganhou peso e parecia muito mais saudável, mas

sua voz não mudou.

Griffen notou que ela se misturaria facilmente ao fundo se ele não ficasse de

olho nela. Estava nervoso sobre hoje, não apenas porque ela estaria cercada por

membros do bando que a odiavam, mas porque ficaria sem ele. Em casa estava

sempre por perto para chegar até ela rapidamente ou se ele saísse, uma de suas

irmãs ou irmãos estavam junto, mas ali havia muito espaço para ela vagar e ficar

sem segurança.

Pet não falava muito sobre o cativeiro, mas pelo pouco que disse e a ouviu

dizer a Remy e Ava, tinha certeza que foi ruim, pior do que a maioria das pessoas

poderia imaginar. Sabia que ela era paranormal como Faith, mas ela insistia que

não era tão forte ou poderosa. No entanto, pelo que viu ela era. Havia algo mais

sobre sua companheira que não a deixava à vontade... Não, isso era diferente. Pet

parecia bem através do vínculo de companheiro, como os laços dos outros


companheiros que ele podia sentir com suas habilidades de ômega, mas havia algo

diferente que não conseguia entender.

No começo, pensou que fosse porque eles não eram íntimos ou tiveram algum

contato físico desde que ele a mordeu e fez dela sua companheira. Depois de

algumas semanas, ele notou outras coisas, como se ela sempre mantivesse suas

orelhas escondidas e às vezes ele tinha certeza que sua cor de pele parecia quatro

ou cinco tons mais escuros e então clareava novamente. Seus olhos faziam o

mesmo, o que não era nada novo, pois ele conhecia pessoas cujos olhos mudavam

com o humor, mas o dela mudava para cores diferentes, como azul para preto e

verde para marrom, não eram dourados, apenas de um amarelo vibrante. Pet era

definitivamente diferente. Tanto que o impediu de levar o relacionamento adiante.

Seu lobo estava deixando-o louco. Queremos tocá-la. Acasalar. Ela precisa de

nós. Nós precisamos dela. Ela é boa.

Seu lobo continuava dizendo que ela era boa. Ele podia sentir por sua conexão

com o bando todo o ódio que nutriam por ela. Seu lobo parecia entendê-la mais do

que o homem. Quando estava em sua forma de lobo, Pet era mais carinhosa. O

acariciava por horas e felizmente dormia com ele em sua cama. Em sua forma de

homem, ela parecia mais hesitante ou pelo menos ele achava assim. Não sabia se

era ele mesmo dando desculpas para não se aproximar dela. Sua família, ou a

maioria dela aceitou-a, mas não muitos do bando o faziam e ele se perguntou se

os sentimentos deles o afetavam, porque já fazia mais de um mês e ele ainda não

completou o acasalamento.
A pele de Griffen coçava e ele queria vomitar, todas as vibrações

desagradáveis que fluíam através do bando de como eles se sentiam sobre Pet

faziam seu coração doer. Ele balançou sua cabeça. Bem, se soubessem o que ela

suportou, poderiam ter um pouco de compaixão. Seu nome ou falta dele, deveria

ser um indicativo de como sua vida foi. Sua irmã Ava e a cunhada Remy eram

algumas das poucas que estavam dispostas a dar uma chance a Pet e formar uma

amizade com ela.

Todos em sua família disseram que aceitaram Pet ou pelo menos Griffen

achava que sim, até que percebeu os sentimentos de Kane e descobriu o porquê de

não tê-lo visto e muito menos ter falado com ele, desde que se acasalou com Pet.

Pelo que podia sentir através dos vínculos, Kane estava frustrado e irritado com

ele por ter se acasalado com ela e Griffen podia sentir a irritação direcionada a ele

por conta disso através das conexões com o bando. Era em momentos assim que

odiava ser o ômega de um bando tão grande e forte.

Logan, companheiro de sua irmã Ava, aproximou-se dele quando a comida

do bufê foi servida e deu um tapinha em suas costas.

— Pensei que fosse uma celebração. Arden e Remy estão atrelados, mas porra,

posso sentir a animosidade das pessoas em direção a Pet.

Ele olhou ao redor para todo mundo antes de fixar o olhar em Griffen.

— Ei, quer que a levemos para casa antes que alguém se aproxime mais?
Griffen olhou para Pet que estava com Sara e Ava. Sua irmã Ava pairava sobre

ela na expectativa de protegê-la caso um dos membros do bando explodisse. A

enorme barriga de Ava estava esticada e dava a impressão que estava prestes a

cair, mas seu rosto estava tenso enquanto olhava para o bando que, por sua vez,

pareciam estar virados em sua direção.

— Você está certo, mas gostaria de vê-los tentar passar por Ava. Viu sua

companheira?

Griffen apontou a cabeça para Ava enquanto ele e Logan se moviam, de modo

que estavam a apenas alguns passos das mulheres.

A risada de Logan foi profunda e sem apreensão por sua companheira.

— Oh, eu sei que ninguém mexeria com Ava, pode parecer que uma brisa

suave a faria tombar para frente com sua barriga grande, mas droga, desde que

ficou grávida, é uma fêmea supermãe com enorme força.

Ele balançou a cabeça e um sorriso enorme se espalhou por seu rosto.

— Eu fui contra o treinamento de luta dela enquanto estava grávida, mas ela

ficou mais forte e ninguém se aproxima de sua barriga. Meus filhos estão bem

protegidos.

Ele estalou os dedos.

— Mas se alguém chegar perto é melhor que estejam prontos para me

enfrentar, porque posso dizer que eles não se afastariam sem lidar comigo.
Logan estreitou seu olhar em alguns membros do bando que não tiravam os

olhos de Ava, Sara e Pet. Griffen ficou surpreso ao ver que quando pegaram Logan

os olhando, se afastaram.

— Logan, que porra? Eles estão com medo de você.

O rápido lampejo de terror que atravessou o vínculo do bando quando Logan

capturou seus olhares chocou Griffen, uma vez que ele era humano ou ao menos

em sua maior parte e agora que acasalou com sua irmã estava mais forte.

— Você é humano.

Logan encolheu os ombros.

— Acasalar com sua irmã me deu força extra, posso chutar suas bundas agora,

especialmente se usar meu dom. Isso também ajudou.

Revirando os olhos, Griffen olhou para Ava quando ela olhou para Logan e

mostrou a língua, soprou um beijo e revirou os olhos também. Ela ouviu o que

Logan disse e levantou a voz quando falou com Sara e Pet.

— Meu companheiro acha que é durão. Ah, coitadinho, não direi a ele que

todos estão com medo de mim e estão apenas fingindo estar apavorados com o

que ele fará.

Pet soltou uma risadinha rouca e foi música para seus ouvidos, já que

raramente fazia um som. Sua voz era um som rouco, por isso fazia sentido que sua

risada fosse rouca como sua voz. Pet não falava com frequência. Pelo menos com
as pessoas. Griffen a pegou conversando sozinha, mas nunca entendia o que ela

dizia, era como se falasse em outro idioma.

Logan cutucou Griffen e sussurrou.

— Como você está? Eu sei que tem ficado escondido em casa com Pet para

sentir menos as sensações do bando. Ava explicou um pouco sobre você ser um

ômega e que sente tudo.

Ele moveu as sobrancelhas para cima e para baixo.

— Você pode me sentir?

Griffen fechou os olhos e concentrou-se em sua conexão com Ava e seguiu

para Logan. A luxúria e o desejo fluíam de Logan em ondas por sua irmã.

Tremendo, Griffen rosnou para ele.

— Ew, obrigado por isso... Não. Ava é minha irmã. Simplesmente é nojento

sentir.

A risada de Logan foi profunda e estremeceu seu corpo. As mulheres se

viraram para olhá-lo e Ava levantou a sobrancelha para Logan.

— O que você está fazendo com meu irmão agora?

Logan tentou um olhar inocente, mas não conseguiria nem se sua vida

dependesse disso. Ele bateu os cílios, encolheu os ombros e fez beicinho. Sara e Pet

começaram a rir, Griffen se deliciou com o som alegre.


— É hora de ir, Pet.

Griffen achava melhor sair enquanto estava tudo e bem e antes de qualquer

coisa começar com o bando.

Levamos nossa companheira para casa. Nós a acasalamos. Nós a fazemos

completamente nossa. Seu lobo uivou em sua cabeça.

Pet caminhou em sua direção e ele entrelaçou os dedos nos dela. Era hora de

parar de se importar com a forma como o bando se sentia sobre Pet, parar de

examinar tudo o que ela fazia e começar a agir como seu companheiro. Ele

precisava deixar seu lobo assumir mais.

********

Sair de mãos dadas era o primeiro passo para ficar mais íntimo com sua

companheira. Fazia várias semanas desde que ele a encontrou e eles mal se

tocavam, a menos que estivesse em sua forma de lobo. Com sua história, ele foi

cauteloso sobre ser íntimo com ela.

Pet estava quieta desde que chegaram em casa, mas sabia que ela estava

pensando. Ainda estava imóvel. Quando ela voltava ao normal, sempre

conversava ou dizia algo importante. Então ele esperou.


Foram horas mais tarde, mais do que geralmente ela costumava ficar quando

finalmente retornou. Desta vez foi diferente também, ela saiu de seu transe com

um solavanco, pulou pela sala e foi até ele para que ficassem cara a cara.

— Eu quero conhecer Faith.

Ela passou os dedos pelos cabelos.

Griffen balançou a cabeça antes que Pet terminasse de falar. Não havia uma

pessoa que permitiria que ela ficasse perto de Faith, independente dele ser seu

companheiro ou não. Eles não confiavam em Pet.

— Eu deixaria você ir, mas minha família não.

Kane definitivamente não o faria. Ele estava irritado com Griffen e pôde sentir

naquela tarde que Kane estava mais estressado do que o normal com seu filho e

sendo o alfa do bando, pelo menos era assim que se sentia. Agora não era hora de

Pet conhecer Faith.

Sim, ela deve conhecer Faith. Nós a levaremos. Seu lobo rosnou em sua cabeça

e implorou para ser libertado, mas não era a hora certa para o seu lobo sair.

O rosto de Pet ficou triste, seus ombros caíram e seus lábios se fecharam em

um aperto. Ele se sentiu mal por negar, especialmente quando ela nunca pediu

nada, mas o que pedia agora não era algo que pudesse lhe dar. Faith era a mulher

mais protegida e amada da matilha. Não apenas Kane não deixaria Pet ver Faith,

mas o bando também não.


Seu coração se partiu quando ela não discutiu, apenas acenou com a cabeça e

foi para seu quarto.

Porra, tanto por querer levar as coisas adiante com ela.

*****

Kane precisava dele. Griffen podia sentir sua frustração e uma sensação de

desamparo. Hesitou quando Pet não saiu do quarto desde que pediu para ver

Faith, bem, exceto para ir ao banheiro e ele hesitou em deixá-la, mas sabia que

ficaria bem por algumas horas. Seu irmão precisava dele, então mudou para seu

lobo e correu para a casa de Kane. Ele estava na frente andando de um lado para

o outro em sua forma de lobo. O estresse fluía dele em ondas. Griffen não precisava

sentir isso através do vínculo de bando para saber.

— Que porra você está fazendo aqui?

Kane rosnou quando mudou de volta para a forma humana e Griffen seguiu

o exemplo.

— Eu me mantive longe tempo suficiente. Sua raiva e frustração estão me

consumindo e isso é injusto, porque afeta meu relacionamento.

— Sua companheira. Você sabe o problema que sua companheira me causou?

— Tanto ódio. — Não me diga que você não pode sentir isso.
Kane passou os dedos pelos cabelos e parecia estar prestes a puxá-los.

— Eu sinto. Embora não esteja aqui para falar dela. Estou aqui por você.

Griffen observou seu irmão. Ele parecia uma merda: bolsas negras pesadas

sob os olhos, a pele pálida e perdeu peso.

— Kane, estou aqui por você.

Ele se aproximou de seu irmão e o abraçou.

— Ela está começando a ficar mal novamente. Nosso filho...

Ele gemeu.

— Faith não está mais aqui. Ela não sabe que dia é hoje. Eu não sei o que fazer.

Ele murmurou contra Griffen.

Faith era a única pessoa que podia bloquear Griffen e ultimamente ela vinha

fazendo isso. Talvez Pet realmente precisasse ver Faith.


Fazia alguns meses e Pet ainda dormia sozinha. Toda noite ela sentia Griffen

entrar e apenas olhar. Ele respeitava seus limites. Pet tinha certeza que agora ele

notava suas diferenças, como suas orelhas pontudas, seus olhos que mudavam de

cor e sua pele. Ela tentou manter sua pele parecendo humana e seus olhos

castanhos ou negros. Seus olhos eram amarelos naturais e seu arco-íris cintilante,

quase translúcido, a pele continuava mudando e precisa se esconder para se

recompor. Ela nunca teve que manter seu estado de camaleão desde que esteve

com Griffen. Sabia que se fizesse o que precisava fazer e entregasse a Faith o que

ela merecia, então não seria capaz de manter a forma humana por muito tempo.

Aumentou o volume do romance em audiobook e desejou que Griffen a visse

da mesma forma que o herói do romance. Claro, ela era sua companheira, mas ele

nunca a beijou como ela viu os outros machos fazerem com suas companheiras.

Algumas noites sonhava em beijá-lo. Imaginava todas as maneiras diferentes que

seria seu primeiro beijo. Desde que começou a sonhar com Griffen e a ver todos os

resultados possíveis, desejava e esperava o melhor, em outras palavras, o

resultado que lhe daria o desejo de seu coração.

A voz em seus ouvidos anunciou o próximo capítulo e ela desligou, ouvindo

a casa silenciosa, certificando-se de que Griffen estivesse dormindo. Sentada na


cama, saiu debaixo das cobertas e tirou a camisola. Já era tempo. Pet sabia que não

podia deixar de ver Faith por mais tempo. Pelo que Remy e Ava disseram a ela, a

sanidade de Faith estava quase acabando e não podia controlar o destino que viu

ou o quão longe no futuro viu, nem quantos resultados diferentes.

Pet permitiu que sua pele ficasse translúcida. Era a pele em que ficava mais

confortável. Abrindo a janela, saiu e correu para a floresta, subindo na primeira

árvore e camuflando enquanto pulava de árvore em árvore, indo até a casa de

Faith e Kane. Nesta forma ela tinha maior sucção em seus dedos e seu corpo estava

coberto por pelos protetores e ásperos. Seu povo era camaleão e era sua natureza

e se misturar. Ela sentia como se estivesse em casa. Pet levou seu tempo,

aproveitando a sensação de liberdade.

Com o olfato dos Shifters, seu cheiro era a coisa mais difícil de esconder. Seu

aroma mudou, antes que Griffen a mordesse podia esconder seu cheiro, mas não

após sua mordida. Isso tornava fácil para Pet ficar em forma humana e dava a ela

um aroma, já que não tinha um antes de acasalar com Griffen.

Dois lobos sentiram seu cheiro, mas com a camuflagem estava segura. O que

teria levado de quinze a vinte minutos se fosse uma amiga e pudesse aparecer sem

ser convidada, levou mais de uma hora e meia. Era melhor prevenir do que

remediar, já que estava traindo a confiança de seu companheiro ao fazer isso sem

ele saber.

Não foi fácil para Pet entrar na casa. Usou suas habilidades e nunca foi mais

grata em sua vida por ser uma Enewu. Faith estava na sala, sentada em uma mesa
e olhando para uma câmera que gravava tudo o que dizia. Ela parecia um desastre,

seu cabelo castanho avermelhado era uma confusão de nós ao redor do rosto e sua

pele parecia um branco doentio. Olhando ao redor do lugar, Pet viu que ninguém

mais estava ali, mas havia muitos discos, papéis e quadros brancos. Era pior do

que qualquer coisa que poderia ter imaginado ou pensado que veria.

Pet saiu lentamente da parede e se tornou humana com pele branca e cremosa

indo até Faith com as mãos levantadas.

— Você precisa parar Faith. Porque se quiser vencer a luta, precisa da minha

ajuda. Precisa se tornar o que você está profetizada para ser e para que isso

aconteça, preciso ajudar dando-lhe algo.

Pet repetiu isso algumas vezes em silêncio e depois ficou mais alto.

A princípio Faith não pareceu notá-la, entretanto, uma vez que o fez ela piscou

rapidamente e então seus olhos se arregalaram. Olhou por um momento antes de

sua boca se abrir por apenas um segundo, então piscou novamente e fechou.

— Você não é humana. — Murmurou.

Aproximando-se, mantendo as mãos levantadas, Pet mostrou-lhe as ventosas

nas mãos e nos dedos, abaixou uma mão e colocou o cabelo atrás da orelha

finalmente mudou seus olhos para uma cor dourada. Faith não gritou nem se

moveu e Pet tomou isso como um bom sinal.


— Eu sou Enewu. Apenas sei o que vi e o pouco que minha mãe me contou

em visões e o que vi do meu povo, mas sou de um planeta que os demônios

destruíram.

Faith balançou a cabeça e se levantou indo até Pet.

— Como? Quem mais sabe disso?

— Você é a única.

Pet suspirou.

— Eu não tenho muito tempo antes que alguém chegue a você. Então preciso

fazer o correto e dizer o que precisa saber.

Faith olhou para ela por um longo tempo, sem dizer nada. Então gritou:

— Por que eu sabia desde o começo que você é boa? Por que pedi a Remy para

ajudá-la? Por quê? O que você fez comigo?

Ela sussurrou a última pergunta.

Com seu grito, Pet sabia que não tinha muito tempo, então correu para Faith

e a agarrou em um abraço.

— Eu sinto muito, Faith. Você precisa de mais poder para ajudar a controlar

o seu próprio e eu preciso, não, eu quero menos.

Fechando os olhos, Pet cavou fundo e disse em seu próprio idioma.


— Senor cold weelono assna beensa. Dou-lhe livremente um pouco da minha

força e dom. Klenzo rexno senoro aalonp. Pegue o que você precisa.

Pet a soltou e sentiu seu dom e força escoarem para fora dela. Abrindo os

olhos, ela sorriu para Faith.

— Isso a ajudará a ganhar controle. Precisa parar com as visões e viver o aqui

e agora. Você é importante não apenas para este mundo, mas tem uma família que

merece amar e desfrutar.

Faith gritou, mas antes mesmo do som sair de sua boca a porta foi aberta e

Kane invadiu com um lobo branco seguindo. Pet observou enquanto a olhavam

em choque em sua verdadeira forma, seus olhos dourados, cabelos brancos como

a neve, orelhas pontudas e pele que ficava translúcida e depois tentava se tornar

camaleão.

— Puta merda! O que é isso?

Kane gritou enquanto corria para Faith e tentava separá-las.

O lobo branco sabia quem era Pet, ele e Kane simplesmente não sabiam o que

ela era.

Faith ofegou e juntas elas tiveram uma visão do mundo natal de Pet, de sua

mãe grávida sendo levada e então dos demônios que destruíram seu mundo. A

visão mostrava o paraíso exuberante que seu mundo foi antes dos demônios, seu

povo e suas habilidades, então mostrou-lhes o que os demônios fizeram à mãe e o


que fizeram a Pet. Isso revelou o que foi feito quando ela não obedecia. Quando

ela tentou ajudar outro mundo, não tão diferente deste, mas ainda assim acabou

com a mesma destruição. Revelou que os Shifters não eram originalmente deste

mundo. Mostrou-lhes que os Shifters eram uma raça antiga que se tornaram

protetores contra os demônios quando os derrotaram em seu mundo. A visão

parou nas muitas visões que ela viu de Faith e os Shifters deste mundo e de mais

outros dois derrotarem os demônios. Quando terminou, Pet soltou e Faith

também. Pet caiu no chão, drenada.

Com pouca energia, Pet olhou para Faith e sorriu.

— Lembre-se do que eu disse. Eu lhe dei o poder de controlar o que você vê

para que não veja alternativas e sim o caminho certo, além de poder controlar

quem e o que quer ver. A profecia foi cumprida. Precisa começar a viver agora,

não apenas para todos no mundo, mas para sua família, para vencer a guerra e eu

acredito, tenho fé que o fará.

Ela sorriu amplamente com a ironia.

— Seu nome é tão apropriado. Porque você vale a fé de todos.

Pet deixou Faith tomar o que ela precisava, porque tinha mais fé nela do que

qualquer um.

— Você precisa viver sua vida, ter o amor e lembranças que está perdendo

agora.
Dando um olhar para o lobo branco, Pet franziu a testa e estremeceu com o

frio que parecia penetrar em seus ossos. Pela primeira vez em semanas, ela se

sentiu sozinha.

— Eu sinto muito. Não o mereço, Griffen, mas o amei desde a primeira visão.

Ficarei fora por um tempo. Meu corpo irá recarregar e entrarei em estado de coma

por uma semana ou mais, mas depois acordarei.

Para Kane, Pet disse a única coisa que podia.

— Sinto muito pelo problema que causei. Faith ficará melhor agora.

Certifique-se de que ela faça o que disse. Tome con...

A escuridão tomou conta e ela se deixou cair.


Correndo para Pet, Griffen se moveu o mais rápido que pode, tirando força

de seu bando e segurando sua companheira alienígena. Puta merda! Sua

companheira não era humana.

Enquanto olhava para ela, sua pele se transformou de translúcida para

combinar com a dele por um momento e depois ficou clara novamente, então

mudou como se não pudesse decidir com o que queria ficar. Seus olhos estavam

fechados, mas seu cabelo estava longe de seu rosto e pela primeira vez ele notou

que suas orelhas eram pontudas, como um elfo ou uma fada. Como ele não

percebeu? Bem, claramente ela não era da Terra.

— Ela é Enewu.

Faith sussurrou.

O olhar de Griffen passou de sua companheira para sua cunhada. Ela parecia

diferente mais como ela mesma, parecia reabastecida e mais presente do que em

quase um ano, parecia bem.

Kane segurou Faith para ele e a beijou.

— Ela não é deste mundo. — Faith murmurou.


— Nós sabemos que os demônios vêm de outro mundo através dos portais.

Existem centenas, senão milhares de mundos. Apenas tive um vislumbre de

alguns.

Ela fechou os olhos por um momento e depois os abriu.

— Pet é de um mundo que os demônios conquistaram e destruíram.

Faith suspirou e recostou-se contra Kane e deu um tapinha para impedi-lo de

sufocá-la com beijos.

— Ela é inocente ou tão inocente quanto alguém pode ser quando você é

torturado há quase um século. As coisas que ela suportou, ninguém...

Faith balançou a cabeça.

— Seu povo a queria morta. Ela era uma profecia que não queriam que se

tornasse realidade. Sua mãe escondeu-se, mas os demônios a encontraram. Ela é a

destruidora de mundos.

Faith grunhiu e cruzou os braços sobre o peito.

— Eu não quero chamá-la desse nome terrível que deram a ela. Depois de ver

o que ela passou, nunca mais o farei.

Griffen olhou para Faith, chocado com o que ela acabou de revelar. Sua

companheira tinha um século de idade, foi torturada e era uma estrangeira de

outro mundo, tinha uma profecia como Faith, mas não de felicidade. Ele se
importava que ela não fosse humana? Era realmente sua companheira ou usou

alguma coisa alienígena sobre ele? Sempre pensou que os metamorfos fossem

imunes a qualquer tipo de influência mágica ou paranormal.

Faith deu um soco no braço dele.

— Pare. Eu posso ver as rodas em seu cérebro girando. Não a condene. Ela é

sua companheira.

Ela levantou a sobrancelha.

— E se isso for uma das coisas que você está questionando. Sim, ela é sua

companheira, mas...

Ela mordiscou o lábio e olhou para Pet em seus braços.

— Você tem uma humana também. Sim. Bem, acho que sim. Provavelmente

poderia me concentrar e descobrir mais. Ela me deu um enorme impulso. Posso

sentir o poder fluindo em minhas veias e sei que ela acabou de me dar um dom.

Posso me concentrar agora. Posso escolher o que vejo. Eu verei apenas um futuro

agora, não um monte de visões diferentes que poderiam se tornar realidade. É

como se ela tivesse me dado uma máquina para controlar o meu poder.

— O que você quer dizer com que verá apenas um futuro agora?

Kane perguntou.

Faith se virou de costas para Griffen, olhando para Kane.


— O destino pode mudar, então posso ver muitos resultados diferentes, mas

há sempre um ou dois daqueles que são os mais prováveis, como um é noventa e

cinco por cento, mas o outro é noventa e nove. Esse é a que eu quero ver todas as

vezes e se o destino mudar, posso ver o resultado para a mudança o mais rápido

possível. Nunca funcionou assim para mim. Eu vejo o que o destino me permite

ver, mas o que ela... — Faith apontou a cabeça para Pet. — ... me deu, é como se eu

fosse o destino ou mais, estou lá vendo o destino tecer seus fios. — Ela suspirou

alto. — Isso faz sentido?

Parecia complicado e Griffen pensou ter entendido, mas sua cabeça parecia

sobrecarregada com tudo o que descobriu. Ele assentiu e respondeu por Kane. —

Sim.

Olhando para o irmão e depois para Faith, ele levou sua companheira contra

o peito e a aconchegou. Ela não fez nenhum som, mas seu corpo instintivamente

se encolheu contra ele. Por mais que quisesse respostas para algumas perguntas

muito necessárias, Griffen sabia que agora não era a hora de fazê-las.

Ele olhou para sua companheira, depois de volta para Kane e Faith.

— Eu a levo de volta para minha... er, nossa casa ou você a quer aqui?

Faith colocou as mãos nos quadris e olhou para ele. Ela parecia estar de volta

ao seu antigo eu.

— Bem, se você será um idiota para ela, pode ficar aqui.


Ele não estava sendo um idiota. Estava frustrado e com raiva porque sua

companheira escondeu muita coisa dele. Tinha uma estranha vivendo com ele por

semanas. Ele se envolveu e ameaçou amigos, por alguém que não conhecia. Ele era

o ômega e sabia coisas sobre todos do bando e ainda não sabia nada sobre sua

própria companheira.

Olhando para ela, tudo se encaixou e de repente sentiu a necessidade de ar, a

necessidade de pensar. Ele lançou seu olhar ao redor da sala e viu a cama, foi até

ela e gentilmente colocou sua companheira ali. Ele se virou para Faith e Kane.

— Eu preciso de um momento. Voltarei logo.

Ele não esperou por uma resposta. Griffen voltaria, ele simplesmente não

sabia quando e seu momento poderia durar um tempo.

*****

Griffen estava furioso com Pet por esconder coisas dele. Ela dormiu por uma

semana e ele não conseguia nem mesmo vigiá-la. Não podia sequer olhá-la. Ele se

sentiu solitário e traído. Antes de descobrir e ver o que ela realmente era já

dormiam em quartos diferentes, mas agora que estava acordada ele sequer entrava

em seu quarto. Ele a ouviu chorando, mas não conseguiu ir até ela.
A culpa o dominou e ele se sentiu mal pela forma como a estava tratando, mas

estava muito irritado. Não porque ela era de outra espécie, mas porque não lhe

contou. Ela não disse a ele o que podia fazer. Não contou tudo o que sabia. Precisou

descobrir o que ela era na frente de sua cunhada, que descobriu antes dele e de seu

irmão. Houve chances de dizer, pelo amor de Deus, ele se agarrou a ela, pensando

que não podia se cuidar.

Ele se afundou em auto piedade e bloqueou o bando da melhor maneira

possível usando o wolfsbane1, que não era a coisa mais inteligente a se fazer, mas

era a única coisa que funcionava para entorpecer todas as emoções e sentimentos

que estavam sendo enviados ao bando. Sabia que como ômega tinha

responsabilidades para com eles, mas agora não conseguia encontrar energia para

se importar. Tentou não ficar tão mal quanto seu irmão Arden, mas Griffen agora

entendia melhor o que Arden passou e por que ele bebeu para afogar seus

sentimentos.

Pet acordou de seu sono curativo e ele ia ao seu quarto com frequência, até

mesmo colocou a cabeça ali para ter certeza de que alguém estivesse com ela, mas

não conseguia se obrigar a encará-la. Ainda estava ferido e sentia raiva de si

mesmo por se esconder.

1 - Wolfsbane ou acônito é uma planta venenosa também conhecida como mata-lobos, pois em lendas de
lobisomens o acônito pode enfraquece-los e ou entorpecê-los.
Griffen não estava lá quando Pet acordou. Ela não tinha certeza se esperava

que ele estivesse depois que descobriu o que ela era e as mentiras que contou.

Ficou surpresa ao encontrar Ava lá quando acordou. Pet ainda não podia falar.

Sua energia não respondia no momento. Mas Ava conversava com ela, embora

não ficasse à sua frente, mas olhando a janela.

— Faith está chateada com ele também. Griffen ficou amuado a semana inteira

em que você esteve fora. Agora, não estou dizendo que ele não tem razão para

ficar louco. Quer dizer, você escondeu algo importante de seu companheiro, mas

ele... Todos nós pensamos que ele teria se acalmado até agora e pelo menos viesse

se sentar com você. — Ela suspirou alto. — Ele explodiu uma ou duas vezes

quando estive aqui, Faith, Remy, Sara e Sandra disseram que ele também fez isso

com elas, mas ele não sentou com você como nós fizemos. Sabe, eu nunca disse

isso antes, mas estou ficando doente com o som da minha voz. Kane tem

monitorado você. Bem, ele fez o melhor que pode, pois Kane não tem certeza se

sua anatomia é diferente dos humanos. Nós não poderíamos levá-la ao hospital e

arriscar que descubram que você é diferente. Tivemos uma reunião e uma coisa

que todos concordaram é que você permanecerá entre nós e os militares humanos,

qualquer um em quem não confiamos não saberá.


Pet ouviu o que ela disse e se perguntou por um momento se estava falando

sobre essas coisas agora ou era o que falou enquanto esteve fora do ar durante a

semana. Curiosa, ela limpou a garganta seca e perguntou.

— Você esteve comigo enquanto eu estava fora?

— Pet! — Ela saltou o melhor que pode com sua barriga enorme. — Você está

acordada?

Pet assentiu, sem saber se Ava realmente queria que ela respondesse.

— Água, por favor. Ela pediu.

— Ah, claro.

Ava foi até uma mesa e Pet observou enquanto ela derramava água em um

copo com um canudo e retornava. Ela segurou perto dos lábios de Pet para que

pudesse saborear.

— Estou feliz que esteja acordada. Estávamos preocupados. Kane é tão grato

pelo que você deu a Faith e como ela está feliz agora que tem um poder que pode

controlar, ele também a verifica e não tem problemas com Faith vindo aqui,

cuidando de você por uma ou duas horas. Faith diz que está usando o tempo

enquanto a observa para descobrir o nível de poder que deu a ela e testar seus

limites.

— A profecia precisava de ajuda para se concretizar.


Ava levantou a sobrancelha.

— Agora que todos nós sabemos que você é uma alienígena muitas coisas

estranhas sobre você fazem mais sentido. Sua sobrevivência por tanto tempo com

demônios, por exemplo.

Ela balançou a cabeça como se estivesse tentando se livrar de algo.

— Eu ia dizer algo sobre ser jovem, mas merda, você não é. Faith disse que

tem um século ou mais de idade.

Assentindo, Pet debateu sobre o que deveria dizer a ela. Fechou os olhos por

um momento antes de abri-los, percebendo que era hora de apenas contar

verdades. Não mais mentiras. Não mais se esconder.

— Eu tenho quase dois, bem, dois séculos humanos. O tempo para mim passa

de forma diferente, pelo menos foi assim. Sinceramente, desde que estou com sua

família, vivi mais nesses meses do que em muitos anos. O tempo voou. Acho que

foi por isso que hesitei por tanto tempo para dar a Faith o que ela precisava.

Poderia ter feito isso na primeira noite ou na próxima depois de ser libertada, mas

aproveitei meu tempo sendo humana.

Pet usou um pouco de sua força lentamente retornando para apontar a janela

em direção às casas onde os humanos viviam. Os Shifters não eram humanos, mas

eram próximos ou estavam em sua pele humana.


— Eu queria um pouco de paz, mesmo que fosse por algumas semanas ou um

mês. Quando percebi que estava livre, queria ser humana, apenas por um tempo.

Quanto mais ela falava, mais rouca sua voz ficava. Pet não estava acostumada

a falar tanto. Aprendeu a ficar em silêncio o máximo possível. Os demônios

pensavam que era divertido torturá-la, com líquidos que queimavam enquanto

eles os forçavam pela garganta ou a sufocavam até ela desmaiar. Não tinham

permissão para matá-la, o rei demônio decretou, mas encontraram outras formas

criativas de puni-la.

— Bem, agora que você está acordada, dê a Griffen alguns dias a mais para

esfriar e ele estará com um humor mais tolerante.

Ava tocou seu ombro, inclinou-se para baixo e a surpreendeu quando beijou

sua bochecha.

— Obrigada por trazer Faith de volta. Realmente não sei o que você fez, mas

ela está bem ou pelo menos tão sensata quanto era. Faith tentou explicar o que

você deu a ela, mas sinceramente não entendi. Apenas sei que você a ajudou.

Obrigada.

Ela beijou a outra bochecha de Pet.

— Meu irmão pode ser um idiota às vezes, mas ele está ferido e os homens

têm orgulho, quando ficam feridos demoram um pouco para superarem as coisas,

então, seja paciente. Eu sei que você teve uma vida dura e não merece mais
nenhuma merda jogada assim, mas... seja paciente. Eu a vejo novamente em um

ou dois dias. Remy, Faith e os outros também virão. Descanse. Recupere sua força.

Pet a observou sair do quarto. Ela deixou a porta entreaberta quando saiu e

Pet fechou os olhos, esperando que sua pele permanecesse em uma cor humana.

Queria se encaixar e parecer como uma. Talvez agora que deu seu poder de

premonição para Faith, bem, Pet ainda podia sentir um pouco de poder fluindo

através dela, mas não era o mesmo de antes, poderia viver uma vida normal ou

pelo menos o que seria normal para ela.

Abrindo os olhos, levantou a mão e suspirou ao vê-la mudar de cor. Ainda

estava drenada e não conseguia segurar nada. Fechando os olhos novamente,

aumentou sua audição para procurar por Griffen. Ele estava na sala de estar, sua

respiração era lenta e não a batida constante habitual.

Pet respirou fundo e sentiu todos os aromas que a assaltavam, antisséptico,

alvejante, álcool e o mais forte odor de todos era o wolfsbane. Seus olhos

imediatamente se abriram. Oh não, o que ela fez? Griffen era um ômega. Além do

alfa, ele era a pessoa mais importante do bando. Ele era o coração. Nunca deveria

entorpecer seus sentimentos.

Afastando-se da cama, ela estava tão fraca que precisou rastejar até a sala de

estar. A visão que a saudou fez seu coração apertar e tristeza como nada que ela já

sentiu a percorreu. Seu corpo tremeu e as lágrimas escorreram pelo seu rosto

enquanto seu estômago ficava agitado ao ver Griffen. Ele estava coberto por uma

barba desalinhada, parecendo magro e doente, sua pele era quase branca, mas foi
seu olhar que a assustou, não continha nada, seus olhos pareciam mortos. Sem

calor. Nenhuma força. O alfa pode ser o líder do bando, mas o ômega é a força, o

calor, o coração e tudo o que um bando precisa para se manter unido.

Isso era culpa dela. Deveria ter dado tudo para Faith e se entregado, passando

para a vida após a morte para encontrar sua mãe e seu povo novamente.

Rastejando de volta para o quarto, ela sentou em sua cama. Chorou por sua mãe,

seu povo, a vida que nunca teve, as vidas que destruiu, ela chorou por cada pessoa

em cada mundo que ajudou a destruir.


O mês passou devagar.

Griffen se sentia uma merda. Ele não saiu de casa e basicamente ficou na

cama, evitando o bando, sua família e Pet. Isso não era o que esperava quando

encontrou sua companheira. Sabia que não seria fácil, viu seus irmãos e irmã

encontrarem seus companheiros, mas ele não esperava o que tinha com Pet ou

mais precisamente, o que ele não tinha.

Aprendera com Arden não ficar em sua forma de lobo o tempo todo ou beber

álcool para afogar a dor, mas o wolfsbane não era apenas bom para se livrar de

gravidezes indesejadas, mas também o anestesiava.

Bang!

Assustado quando a porta da frente se abriu, Griffen se levantou e debateu

em sair da cama para ver quem porra entrou em sua casa. Sua mãe sabia que

deveria ficar longe dele no momento. Seu pai apareceu duas semanas atrás e

depois que ele contou tudo, disse que apenas queria um tempo para respirar, para

descobrir o que fazer com o que sabia, então seus pais o deixaram sozinho.

— Griffen. Griffen, traga sua bunda aqui agora! — Remy gritou.


Ele caiu de costas na cama. Gemendo ao som da voz da companheira de seu

irmão, que também era a maior dor no traseiro, ele pegou o travesseiro ao lado e

cobriu o rosto.

— Não se esconda em seu quarto! — Gritou Faith.

— Foda-se. — Não aquelas duas juntas.

O som na porta de seu quarto o fez gemer no travesseiro, então ele ouviu, —

E se não trouxer sua bunda aqui agora, vou entrar e arrastá-lo para fora. — Ava

rosnou.

— Porra. Porra. Porra. — Ele gritou no travesseiro antes de jogá-lo do outro

lado do quarto. — Estou saindo.

Ele não queria sua irmã ali, grávida ou não, ela iria arrastá-lo para fora. Saindo

da cama, revirou as roupas que tinha, cheirando-as para tentar encontrar as menos

sujas.

As batidas ou mais como pancadas, recomeçaram e ele pegou uma camiseta

diante dele, não se importando com o cheiro, também vestiu uma bermuda.

— Ava tenho certeza que ele virá. Pare de bater na porta.

A doce voz de Kirby, a companheira de seu irmão Rane, fez um pequeno

sorriso curvar seu rosto por um momento. Então todas as mulheres estavam ali.
Abrindo a porta, ele encontrou Kirby e Ava de pé do lado de fora de sua porta.

Sua irmã o olhou de cima abaixo e franziu a testa, mas Kirby, com sua enorme

barriga de grávida, sorriu para ele. Ela estava enorme, mas seus olhos tinham

pena. Ele odiava que as pessoas sentissem isso por ele. Antes de Pet, nunca soube

que as pessoas sentiam isso por ele ou o viam em seus olhares, mas talvez o

fizessem e ele simplesmente ignorou.

— Você parece e cheira a merda, irmão.

Ava deu um passo para trás.

Remy veio pelo corredor e pela primeira vez notou que ela tinha uma pequena

barriga de bebê aparecendo. Incapaz de evitar, um sorriso se espalhou pelo rosto

de Griffen.

— Não fique tão perto. Vamos acabar com essa merda. Estou com fome

novamente.

Ela deu um tapinha na pequena barriga de bebê.

— Este gosta de comer. — Remy parecia cheia de amor enquanto se abraçava

e tinha um brilho sonhador nos olhos.

Concentrando-se no bando, Griffen se acalmou e grunhiu quando demorou

muito mais do que o necessário para ligá-los, mas os encontrou depois de um

tempo e seguiu para Remy, o amor inundou-o, amor incondicional, transbordando

e brilhante. Era uma sensação que ele não sentia há algum tempo. Pela primeira
vez em semanas, Griffen concentrou-se nos elos de sua família e encontrou todas

as mulheres à sua volta delirantemente felizes, bem com seus companheiros e

amigos, mas com ele, nem tanto.

Sua força retornou e sua festa de pena parou. Ele manteve seu foco nelas e foi

para sua sala de estar para ver Sara, Nara, Lexie e Sandra sentadas com Pet, que

parecia pronta para fugir e mal resistia a se misturar à mobília. Isso era algo que

ele não achava que iria se acostumar.

— Estamos todas aqui para ajudá-lo a se recompor.

Remy disse, batendo em suas costas enquanto passava e sentou-se em sua

poltrona, o que significava que ele ficaria no chão com todas as mulheres no sofá.

— Aposto que ele não ouve isso com frequência, mas Remy está certa.

— Foda-se, Ava.

Remy olhou para Ava, mas havia calor e ela ainda estava feliz, Griffen sabia

que Ava e Remy ficaram muito próximas.

— Estamos todos cansados de sua debilidade. Pet é incrível e você não deveria

dar a mínima por ela ser uma alienígena. Acho isso tão legal.

Claro que ela achava. Remy não era alguém que seguia as regras ou fazia o

que era dito. Porra, ele a viu dizer a um oficial militar de alta patente para se foder.

Ela gostava de ser diferente. Adorava ser imprevisível.


— Concordo com a Remy.

Faith sorriu para sua amiga e depois fixou seu olhar em Pet.

— Você é além de incrível. O que me deu, jamais poderei pagar. Tenho minha

vida de volta.

— Sim. Ela não é mais totalmente louca. Bem, sempre um pouco maluca,

mas... — Remy sorriu. — Agora, ela está pelo menos aqui, cerca de oitenta por

cento das vezes.

Remy dramaticamente piscou para Faith e então olhou para Griffen.

— Não estamos aqui para falar sobre Faith, então vamos acabar com isso.

Aqui está o que eu acho que todos deveríamos dizer Griffen, pare de ser uma

bocetinha de mau humor homem. Vale a pena levar tempo para conhecer Pet.

Ela voltou seu olhar para Pet.

— Pet, pare de chorar e comece a viver.

Faith revirou os olhos.

— O que Remy está dizendo é o porquê estamos aqui, mas nem todos nós

estamos aqui para dizer assim. Eu sei que você está ferido e que ela... — Faith virou

a cabeça para Pet, não querendo chamá-la desse nome. — ... mentiu e escondeu

algumas coisas de você, mas entendo por que fez isso. Pense nisso. Por que nos

mostraria o que era quando acabou de nos conhecer? Nós não estávamos prontos
para descobrir. Todos precisávamos nos acostumar com ela e ela precisava se

estabelecer aqui, confiando em nós antes que pudesse se revelar. Mais do que isso,

ela precisava se recuperar. Meu Deus, você viu a condição em que estava quando

a encontramos e a trouxemos para casa.

— Você acasalou com ela, precisa começar a ser um companheiro.

Ava levantou a mão.

— Não diga que era antes de descobrir o que ela é... er, é, porque não é. O

modo como a tratava era como se fosse um irmão ou um pai. Pet não quer que

você seja seu pai ou irmão, ela precisa que você seja seu companheiro.

Ava acrescentou antes de voltar seu foco para Pet.

— Pet, você precisa parar com esse mau humor. Todo mundo aqui sabe que

você não é humana e nenhuma de nós se importa. Estamos todos começando a

amá-la. Você precisa começar a viver sua vida agora. Não é mais uma prisioneira.

Comece a sair por aí. Explorar. Viver.

Lexie se levantou e estendeu a mão para Sandra, que a pegou e se afastou do

sofá, com Nara e Sara seguindo-a. Sandra olhou para Griffen.

— Nós vamos sair, mas você e Pet precisam conversar. Já faz vários meses

desde que você a acasalou e um mês desde que descobriu que ela é uma alienígena.

Precisam falar sobre isso e todas achamos que é o momento de fazê-lo.


Nara e Sara acenaram para Pet e Griffen, caminhando até a porta. Sandra

levantou o queixo para ele e Pet antes de sair também.

Ava, Faith, Kirby e Remy também ficaram de pé, mas não saíram.

— Sentem. Conversem. Avancem. Sorriam.

Ava sorriu para Pet e depois olhou para ele.

— Você precisa seguir em frente, não apenas pelo seu relacionamento, mas

por todos nós. Griffen, você é o ômega, o bando precisa de você.

Sua irmã estava certa e ele odiava isso, porque ela era sua irmã mais nova, ele

que deveria dar conselhos. Era o ômega e vinha negligenciando seus deveres.

— Eu sinto muito. Sinto muito.

A voz rouca de Pet fez Griffen voltar seu foco para ela.

— Por favor, me perdoe. Sinto muito mais do que jamais poderia expressar

em palavras.

Ela olhou para ele com seus olhos dourados e seu estômago agitou, seu

coração parecia prestes a sair do peito.

— Sinto muito por ter enganado a todos, mas acima de tudo, sinto muito por

ter mentido para você. Quero ser sua companheira. Quero que você confie em

mim, mas sei que depois do que fiz, isso não acontecerá. Sinto muito, mas estou
aprendendo. Quero ser a companheira que você merece. Por favor, me perdoe ou

me diga o que preciso fazer para me perdoar.

Aquela era a oração mais longa que Pet já falou em sua vida ou pelo menos a

mais longa que ele já a ouviu falar. Aparentemente, quando ela foi para Faith e

disse a ela o que ou quem era, começou a falar mais. Normalmente, Pet era uma

ouvinte e dava respostas curtas quando falava.

Griffen sabia que precisava seguir em frente, estava pronto antes de descobrir

que Pet mentiu e escondeu quem era. Seria capaz de realmente acreditar nela?

Griffen sabia que ela teve uma vida difícil. Ouviu seus pesadelos. O estado em que

estava quando foi resgatada. Poderia deixar seu orgulho de lado? Suspirou alto.

Era disso que se tratava, Pet era sua companheira e ele não sabia que ela era uma

alienígena, além de não ser o primeiro a conhecer seus segredos.

— Eu entendo, pelo menos estou tentando. Estou tentando lidar com o fato

de que mentiu para mim por meses, mas...

Permaneceu com o olhar fixo nela, levantou-se e sentou-se ao seu lado no sofá.

Olhou ao redor da sala, surpreso ao ver que sua irmã e cunhada se foram.

— Sem mais mentiras ou esconder as coisas. Vou tentar se você prometer não

ter mais segredos.

As lágrimas escorriam por suas bochechas, que mudavam de cor para

coincidir com a dele.


— Eu tentarei. Gostaria de poder prometer, mas quando se viveu tanto tempo

como eu e viu o que vi... Não sei se saberei o que é importante o suficiente para

contar.

Hesitante, ela segurou sua mão e entrelaçou os dedos com os dele.

— Tenho coisas que preciso dizer a Faith e a você. Tenho certeza que tem

muitas perguntas, sei que Faith e os outros também tem, apenas estão esperando

resolvermos esta bagunça na qual nos coloquei.

Ela estava certa. Pet tinha muita informação e todos estavam tratando-a com

luvas de pelica, especialmente ele. Talvez se não tivesse resistido por tanto tempo,

ela poderia ter contado. Ele se lembrava dela pedindo para ver Faith, mas não lhe

contou por quê. Teria acreditado nela se tivesse revelado por que precisava ver

Faith? E se tivesse trabalhado em seu relacionamento e não tivesse se retraído,

talvez tudo fosse diferente. Nem toda a culpa era dela. Eles precisavam aprender

a se comunicar.

— Você está certa. Temos muito que trabalhar e tenho muitas perguntas.

Apertando sua mão, ele a levantou e beijou. Pet era sua companheira. Era uma

benção.

— O primeiro é que você precisa de um nome. Faith me disse algo e fiquei

pensando… Você não é uma mascote mais. Pode ser o que quiser. Acho que

precisa de um nome real. Um que não lhe deram. Agora é livre. Não é escrava ou

mascote de ninguém.
Ela piscou e logo assentiu.

— Tem razão. Deixe-me pensar um pouco a respeito.


Kirby dera à luz um grande garoto de quatro quilos e eles o chamaram de

Ryland. Ela precisou induzir o parto quando o bebê não quis sair. Rane estava tão

orgulhoso de Kirby e se gabava para todos sobre o tamanho de seu garoto e como

ele era fofo. Todos ficaram felizes com o nascimento de uma criança, qualquer

criança nascida era uma grande celebração por uma nova vida. Griffen parou de

tomar wolfsbane e agora se sentia parte da matilha novamente.

Ele e Pet estavam indo devagar, construindo a confiança novamente. Desta

vez, porém, Griffen sabia que ela não era uma criança e que podia se proteger se

quisesse. Pet não ficava em casa o tempo todo, mas não se aventurava muito. Até

as últimas semanas, ele não havia percebido que Pet praticamente saiu de uma

prisão para outra, uma vez que esta confinada em sua casa. Inicialmente eles

avançaram devagar subindo e descendo a rua, depois de uma semana fazendo isso

sem que ninguém a atacasse, começaram a explorar a floresta. Eles não

conversavam muito, apenas gostavam da companhia um do outro. Griffen não a

deixou sair sozinha até a outra semana e quando permitiu, ela foi para a floresta

onde ele sabia que ela poderia se camuflar se estivesse em perigo.

Hoje era sua primeira caminhada na praia. Ele segurou a mão dela no

caminho de tábuas de madeira até a praia aberta. Seu coração acelerou e suas
palmas estavam suadas. A praia era um ponto central para todos, seu bando

amava a água e ele sabia que a praia geralmente era o lugar onde se deparava com

a maior parte deles e alguns humanos.

Ele apertou a mão de Pet e se concentrou no bando, sentindo muitos deles por

perto. Este seria o teste real. Hoje era apenas ele e Pet. Não tinha sua família para

ajudar se algum problema surgisse. A praia era diferente da floresta, porque não

havia muito para Pet se camuflar e se esconder se precisasse. Ele não tinha ideia

se podia nadar, mas duvidava disso, porque não a ensinou e ela nunca foi a

nenhuma praia.

Franzindo a testa, ele estreitou o olhar enquanto olhava para Pet.

— Você sabe nadar?

Ele deveria saber coisas como esta, mas a água e a necessidade de nadar nunca

surgiram antes.

Pet balançou a cabeça.

— Não. Nunca precisei aprender.

Ela fechou os olhos e seus lábios se curvaram para cima, seu rosto pareceu

brilhar por um momento antes que seus olhos se abrissem e sua cor dourada

aparecesse.
— Eu já vi pessoas nadando. Você... — ela passou por uma série de cores antes

de respirar fundo e soltar lentamente, voltando na sequência para a cor de pele

mais próxima da dele. — ... Nu. — Ela sussurrou.

Segurando uma risada pela vergonha dela, Griffen se lembrou que ela tinha

mais de dois séculos e vê-lo nu não deveria fazê-la corar. Ele tinha certeza de que

a rápida perda de controle era sua forma de corar ou talvez fosse necessidade por

se lembrar de seu corpo. Agora que ele sabia que ela era uma alienígena, precisava

descobrir todos os seus significados... Bem, Pet não era humana e ele tinha certeza

de que ela reagiria de forma diferente.

— Você gostou do que viu?

Não havia como confundir seu significado quando ela o olhou de cima abaixo.

— Sim. É uma visão que poderia ver mais vezes.

Ela o puxou pela mão e soube que a conversa acabou, então caminharam até

a praia. Quando chegaram ao final do caminho de madeira, ela soltou algo que

apenas poderia ser descrito como um suspiro contente.

— É lindo. Já tive visões de praias e oceanos antes, mas nunca os vi

pessoalmente, sentir a areia, as conchas e outras formas de terra sob meus pés.

Ela se virou para encará-lo e sorriu. Seu sorriso era tão brilhante que teria que

ser cego para não o ver.

— Eu quero aprender a nadar. — Ela suspirou ansiosa.


— Vou te ensinar.

Seu sorriso brilhante acelerou meu coração.

— Eu gostaria disso. — Ela cutucou-o.

— Você sabia que a maioria dos mundos que eu vi tinha um oceano?

Ela olhou para baixo por um momento, depois se virou para observar as

ondas batendo na praia.

— Demônios odeiam água. Essa é uma das razões pelas quais eles deixaram

esse mundo em paz tanto tempo. O planeta deles não tem água, bem, quase nada,

algo como dez por cento. Demônios não precisam de água. Embora possam

suportar pequenas quantidades. Eles precisam suportar, porque é como a maioria

deles viaja quando o raio atinge a terra e cria os rasgos. Havia um mundo que

avançou muito além deste na ciência, eles descobriram a forma de viajar que os

demônios utilizavam e construíram um dispositivo.

Ela começou a andar, mas seu olhar permaneceu no oceano.

— O rei demônio tem o dispositivo.

Ela bufou e uma lágrima grande e gorda deslizou por sua bochecha.

— Eu fui punida. Foi o pior castigo. — Ela balançou a cabeça e começou a

soluçar. — O rei demônio queria que os seres vivos fizessem mais dessas máquinas

para que ele pudesse viajar pelos mundos e eu deveria ajudar.


Ela cobriu o rosto, parou de andar e ajoelhou no chão, os dedos peneirando a

areia.

— Eu dei a informação errada e fiz com que os demônios inferiores

destruíssem o mundo, matando todos os seres que poderiam fazer outro

dispositivo. — Ela olhou para ele através dos olhos inchados. — Os demônios não

são espertos o suficiente para replicar a máquina, mas o rei demônio sabia que esse

mundo significava algo para mim, então ele ordenou que viéssemos aqui. Os

seres... Er, quer dizer humanos e Shifters... São espertos, não sei quanto tempo

levará, mas acredito que em breve ele perceberá que humanos, Shifters e até

mesmo seres como Bengie, mestiço demônios, são inteligentes o suficiente e com

as ferramentas certas, podem replicar a máquina para viajar. Eu sou a destruidora

de mundos, mas o que você e os demônios não sabem é que existem milhares e

milhares de mundos com mais máquinas que os demônios poderiam alcançar.

Ela sorriu, mas era um sorriso triste e olhou para o oceano.

— No momento, o rei demônio apenas viaja para os mundos que os portais

abriram anteriormente. Seu mundo, a Terra, tem quatro mundos que quando uma

tempestade bate e os rasgos acontecem, se abrem, mas os mundos conectados a

vocês podem não se conectar com os outros três. Entende o que eu estou dizendo?

Griffen assentiu. Sua mente agora parecia prestes a explodir. Puta merda ele

sabia que os demônios vinham de outro reino ou mundo e que Pet também, mas

descobrir que havia milhares de mundos e como eram conectados era alucinante.
Quando entendeu, percebeu o que isso poderia significar. Ele precisava levar

essa informação para todos. Os governos precisavam ser notificados, cientistas e

pessoas em potencial precisavam ser vigiados. Era importante que os demônios

não levassem as pessoas a construir mais máquinas.

Pet se levantou e deu um tapinha no braço dele.

— Eu posso ver as rodas girando em seu cérebro. Acho que temos tempo. Veja

você, bem, não você pessoalmente, mas Shifters são algo que os demônios não

esperavam neste mundo. Demônios são difíceis de matar e as pessoas na maioria

dos planetas não sabem como fazê-lo. — Ela colocou os braços ao redor dele. —

Você não é deste mundo. Bem, você é, mas originalmente sua espécie, Shifters,

veio de um mundo diferente e são uns dos únicos que conheço que podem derrotar

os demônios. Vocês são muito difíceis de matar.

Com sua mente prestes a explodir, Griffen se sentou na areia, sem palavras.

— Somos de outro planeta também?

— Sim. Originalmente acho que são, mas muito tempo se passou desde que o

primeiro grupo de Shifters chegou aqui.

A risada rouca de Pet alcançou seus pensamentos transbordantes e Griffen

soube que tudo ficaria bem. Era o seu som favorito e o fazia se sentir calmo.

Ele soube naquele momento que precisava contar o que ouviu para todos os

líderes Shifter ao redor do mundo, todos precisavam trabalhar juntos. Mas por
enquanto, enquanto Pet se sentava ao lado dele e se aconchegava, olhando as

ondas baterem na praia, ele precisava de tempo para pensar. Era um momento de

paz. Tempo com sua companheira incrível. Tempo que ele tinha certeza, que

graças a sua companheira, eles teriam, porque ela deu-lhe informações que

ninguém mais sabia.

****

A praia foi um sucesso. Claro, alguns membros do bando estavam ali, mas se

mantiveram longe e ele não sentiu nenhuma hostilidade enviada a Pet. Eles

passaram a tarde na praia, banhando-se ao sol e ele prometeu que ensinaria Pet a

nadar, reservando uma hora ou mais por dia. A excitação que demonstrou por

algo que ele considerava natural, como saber nadar, era contagiante.

Ele estava animado desde então, mesmo quando chegou em casa e ligou para

seu irmão para organizar uma reunião com os alfas mundiais juntos para discutir

todas as novas informações que descobriu. A tecnologia era ótima, Pet poderia não

gostar, mas era útil quando precisava reunir um grupo inteiro quando estavam

espalhados por todo o mundo.

Ele descobriu, depois de uma reunião com todos os alfas, que Kane colocou

Pet sob sua proteção e Faith também acrescentou que se mexessem com Pet,

mexeriam com ela. E ninguém mexia com Faith ou queria que ela ficasse irritada
com eles. Essa proteção explicava por que eles não foram atacados enquanto

estavam fora e porque a hostilidade do bando em relação a Pet não era tão ruim

quanto antes.

Braydon estava nos braços de Faith e ela estava andando de um lado para o

outro na sala, embalando-o para dormir. Ela estava na reunião. Todos os alfas

confiavam em Faith e sabiam que ela era uma parte vital na guerra contra os

demônios. Todas as telas da grande sala estavam desligadas agora e Faith

conversava com Pet.

As duas ficaram mais próximas desde que Pet fez o que quer que fosse para

ajudar Faith. E Pet a ajudou, Faith estava louca, noventa por cento do tempo sua

cabeça era bombardeada por visões e não querendo perder nada importante, ela

deixou que as visões a controlassem. Faith parecia estar de volta ao normal agora...

Bem, normal para ela.

— Uma coisa que não consigo parar de pensar...

As palavras de Faith chamaram a atenção de Griffen e ele parou de ajudar

Kane a arrumar o equipamento para ouvir.

— Por que tive uma visão onde o rei demônio diz que ele não possuía um

vidente?

Pet não disse nada por um tempo. Ela sentou-se estranhamente, seus olhos

nem piscaram, então inclinou a cabeça para o lado, piscou e se endireitou.


— Eu vejo opções ou via quando tinha visões, muitos caminhos diferentes.

Onde você, Faith, recebe apenas uma ou duas, no máximo quatro. Quando tenho

uma visão, geralmente recebo pelo menos quatro resultados diferentes, nunca um.

Faith balançou a cabeça.

— Não. Eu costumava ver apenas uma. Mas como minhas visões vinham com

mais frequência, usava a visão em vez de me afastar e comecei a ter mais de uma

opção que o destino poderia sugerir.

— Sim. — Pet assentiu. — Porque você estava usando seu dom mais do que

deveria. Quanto mais usa, mais vê. Você continuou mudando esse resultado. O

que viu provavelmente foi uma versão do que aconteceria se não mudasse.

Faith suspirou, inclinou-se e beijou a testa de Braydon.

— O grande demônio disse que ele não tinha alguém como eu, mas ele tinha

você?

— O futuro pode ter mudado, porque ele me tinha, mas dizendo isso, eu sou...

Não sou tão poderosa quanto você.

Pet pegou o olhar de Griffen, e seus olhos brilharam dourados.

— Kane mudou o destino. Vocês dois juntos começaram as mudanças do

destino. Estou viva, quando não deveria estar. Quantos anos você tinha nessa

visão?
Faith estreitou as sobrancelhas e franziu os lábios. Ela então se sentou em uma

cadeira.

— Eu não era muito mais velha do que sou agora, mas também não estava

com Kane. Então sim, eu mudei, mas apenas por alguns anos.

— Ahh.

Pet se aproximou de Faith e sentou-se ao lado dela sorrindo.

— Eu não estive sempre neste mundo. Posso ter mais de dois séculos, mas o

tempo não passa do mesmo modo em todos os mundos. O mundo natal dos

demônios é muito lento. Um dia no deles é um ano neste. Meu próprio mundo

natal, pelo que vi, é diferente daqui. O que é o tempo? — Pet encolheu os ombros.

Griffen observou sua companheira e nesse momento ele percebeu que tinha

muita sorte. Sua companheira não era apenas inteligente, era especial e uma parte

crucial na compreensão dos demônios e do mundo ao seu redor.

— Você me surpreende.

Griffen a pegou em seu abraço e beijou ambas as bochechas antes de tocar

seus lábios e sentar-se com ela em seu colo.

— Quando a conheci, achei que fosse uma jovem assustada que não sabia

nada e que eu teria que ensinar como fazer as coisas. Então você me surpreende

com todo o conhecimento que tem. E começo a te ensinar a nadar e a ler, achando

que levaria anos para aprender, mas você aprendeu em semanas. Surpreendente.
— Porra. — Faith murmurou.

Pet se aconchegou em seu abraço e Griffen segurou firme. Hoje foi um dia

agitado e emocionalmente desgastante. Pet revelou o que ela disse a ele na praia

para todos os alfas e eles passaram o dia conversando.

O bando enviaria mais pessoas. As novas equipes mistas estavam

funcionando bem e como Pet disse, todas vieram de outro mundo. Hoje ele

descobriu que inicialmente os Shifters estavam todos juntos. Foram os humanos

com sua necessidade de se separar e lutar sobre qual raça era melhor que mudaram

e os dividiram. Descobriram que as guerras mundiais que aconteceram não foram

iniciadas por humanos, mas sim por demônios, mas os humanos foram rápidos

em jogar a culpa em outros países.

As informações saíram de Pet, e Griffen esperava que ela estivesse cansada,

emocionalmente pelo menos, com tudo o que contou e explicou. Ela ficou até o fim

e antes de se sentar, estava ajudando a limpar.

Bengie se deitou porque sabia que as pessoas não se sentiriam à vontade perto

dele. Ele e as outras crianças ainda eram um assunto delicado com alguns dos

alfas. Griffen manteve Pet longe deles também. Ele não tinha certeza de como ela

reagiria, porque foi mantida prisioneira por demônios toda sua vida e ele era meio

demônio.

Bengie entrou.

— Colocarei Braydon na cama dele. Eu sei que é hora do cochilo.


Ao vê-lo, Pet congelou contra Griffen, seu corpo tenso. Sua pele mudou e ela

se camuflou contra ele.

Bengie não pareceu notá-la quando entrou na sala e foi direto para Faith. Ele

tirou Braydon de seus braços e Faith beijou a testa de Braydon, depois a de Bengie.

Pet não se mexeu o tempo todo que Bengie estava na sala. Ela ficou camuflada

contra ele. Por um momento Griffen se preocupou, porque não podia sequer ouvir

ou sentir o coração dela batendo. Uma vez que Bengie saiu, ela mudou de volta

para a cor da pele mais próxima da dele.

— Isso é tão legal. — Faith murmurou, rompendo o silêncio.

Pet não olhou para ela, ficou contra Griffen por um tempo antes dele ouvir e

sentir seu coração bater novamente. Foi então que perguntou.

— Você pode parar seu coração? Eu não o ouvi e juro que não pude sentir.

Lentamente, ela recuou e olhou para Faith e Kane.

— Sim. É uma segurança... Não, talvez mais como uma coisa de sobrevivência

para meu povo. Como somos camaleões, isso me ajudou a viver o suficiente para

que pudesse conhecer você.

— Você é incrível.

Eram coisas assim que o lembravam de que ela era uma alienígena e especial,

teve a sorte de tê-la.


Enquanto pensava em tudo que descobriu hoje, sabia que com a ajuda de Pet

eles poderiam ganhar a guerra contra os demônios. Não podia acreditar que meses

atrás estava tão inseguro de tudo e como se sentia sobre sua companheira. Nunca

disse isso em voz alta, mas por um tempo, se arrependeu de salvá-la. Teve uma

grande festa de pena. Agora sabia o quão sortudo era.

— Você sabe outra razão pela qual, mesmo que haja muita água aqui, os

demônios querem este mundo? — Pet perguntou. — É porque os humanos são

adaptáveis. Eles podem acasalar com quase todas as espécies dos mundos em que

estive. Pelo menos tenho certeza que podem com a maioria dos mundos, a partir

dos vislumbres de minhas visões. Pense nas possibilidades. Os demônios sabem.

É por isso que tentaram eles mesmos. Eu sei que os demônios tentaram acasalar

com pelo menos uma outra espécie e não funcionou.

— O que? — Faith gritou.

Pet passou por uma série de cores antes de voltar para pele humana.

— Eu nunca perdi o controle antes, mas você faz com que eu me revele. Desde

que dei alguns de meus poderes para você, estou achando mais difícil controlar

minhas reações e ficar bem. — Gemeu e então se levantou. — Estou pronta para ir

agora.

Griffen se levantou também e seguiu-a.

Ela parou na entrada da sala.


— Estou contando tudo isso para vocês saberem como é importante impedir

e matar tantos demônios quanto puderem. Precisam vencer. Não é apenas o seu

mundo que perderá o equilíbrio se eles vencerem.

Com isso, Pet saiu. Griffen a seguiu. Ela passou o dia dando-lhes informações

vitais. Ele não sabia se sentia melhor ou não sabendo o quão ruim tudo realmente

era. Uma coisa que sabia era que estava lentamente se apaixonando por Pet.

Quanto mais ela saía de sua concha e ele aprendia sobre ela, mais gostava.
Esperança. Era assim que queria ser chamada. Estava cansada de ser

considerada destrutiva. Não era mais isso. Fez coisas boas. Contou aos Shifters

tudo o que sabia. Certificou-se de manter informações dos demônios o melhor que

pudesse. Esforçou-se para ser uma pessoa melhor, alguém que seu companheiro

pudesse querer e sentir orgulho de reivindicar.

Ela fez coisas ruins, mas descobriu que ninguém era perfeito. Fez o melhor

que pode com o pouco que lhe foi dado. Agora estava livre e merecia uma vida.

Merecia sonhos. Merecia ser quem ela queria ser.

Pet não seria mais chamada por seu nome de escrava. Queria ser chamada de

Hope. Queria ser conhecida pelo bem, não pelo mal. Queria que as pessoas

pensassem positivo e tivessem esperança quando ouvissem o nome dela. Sem mais

piedade e sem mais pessoas pensando nela como a Destruidora de Mundos.

Saindo de seu quarto, pois apesar dela e Griffen se darem tão bem ainda não

compartilhavam o mesmo quarto, o encontrou na cozinha. Amava comida. Os

demônios não lhe deram muita comida e quando o faziam não era muito boa. Ela

amava a comida de Griffen. Gostava quando suas novas amigas Faith, Sara e

Sandra cozinhavam também, mas Griffen era o melhor.

— Eu tenho um nome.
Ela pulou para cima e para baixo, cheia de emoção.

— Esperança. Meu nome é Hope.

— Então, não mais Pet? — Griffen levantou uma sobrancelha.

Balançou a cabeça. — Não. Não mais um nome de escrava. — Rosnou.

Ela estava lendo, uma de suas coisas favoritas em fazer. No começo, realmente

não sabia ler. Apenas tinha visões de palavras aqui e ali, sabendo o que

significavam. Griffen foi muito paciente em ensiná-la. E ela tinha sorte de ser

uma aprendiz rápida.

Mas havia algo que não conseguia pegar o jeito... A internet. Nunca ia para

onde ela queria, parecia causar um curto-circuito e parar de funcionar. Até mesmo

Griffen não entendia por que nunca funcionava direito para ela.

Griffen caminhou até ela e passou os braços ao redor de sua cintura,

abraçando-a.

— Hope.

Ele olhou para o rosto dela e seus olhos brilhavam de felicidade, o que lhe

disse que ela escolheu o nome certo.

— Isso combina com você. Você é minha esperança.


Radiante, ela sentiu seu coração acelerar. Amor, isso era novo para ela e

adorava se sentir apaixonada. Ela riu. Não era algo que fazia antes de encontrar

Griffen... Rir. Amar e rir.

— Obrigada. — Disse. — Você é mais do que apenas esperança para mim.

Deu-me coisas que eu nunca sonhei.


Ela iria ao cinema e a um restaurante hoje. Hope estava tão animada. Tinha

um encontro com Griffen. Não era apenas seu primeiro encontro, mas sua primeira

vez no cinema e um restaurante. Ela assistia a filmes na TV enorme que Griffen

tinha em sua... Nossa casa, mas não era a mesma sensação de ir ao cinema.

Hope não andava de carro com muita frequência. Ela e Griffen caminhavam

por todos os lugares e costumavam ficar perto de casa. Comprava na internet a

maioria das coisas ou mais precisamente, Ava e Remy compravam o que ela

precisava, pois, a internet parava de funcionar quando estava por perto. Este era

seu primeiro passeio real em um carro, desde que não considerou o tempo em que

eles a encontraram.

Era um bom carro, veloz e preto, disseram que tinha um visual esportivo. O

caminho para o restaurante à beira-mar não era longo e ouviram Lifehouse, que

era uma das bandas favoritas de Griffen. Hope gostava da música e não

conversaram enquanto ele dirigia, mas ela não se importava, seu olhar estava

focado nos arredores. Ela apenas viu a maior parte do mundo através de suas

visões, era diferente vê-lo aqui e agora quando passava por ele.

Quando chegaram à cidade, Hope ficou feliz por ele ter reduzido a velocidade

para que ela conseguisse ver melhor ao redor. Tudo estava tão perto e quando se

aproximaram da praia, ela notou a atividade. Vendedores de rua, muitas pessoas


passeando em diferentes estados de vestimenta, filas esperando por cafés,

restaurantes e bares.

Griffen estacionou em uma rua lateral e deu a volta para abrir a porta

ajudando-a a sair do carro. Ele segurou sua mão enquanto caminhavam pelas ruas

movimentadas. Hope segurou a mão dele com força e respirou profundamente.

Nunca esteve perto de tantas pessoas sem conhecer nenhuma delas.

Ela foi ao casamento de Remy, mas estava cercada pela família de Griffen e

por pessoas que conhecia. Podiam não gostar dela, mas ainda assim os conhecia

de suas visões e pessoalmente na casa de Griffen. Isso era novo embora, nunca viu

estas pessoas. Este também era o mais longe que foi de sua nova casa desde que

foi salva dos demônios.

Colocou toda sua concentração em permanecer humana e não mudar. Ela se

concentrou em seu companheiro e no conhecimento de que ele a levou para sair e

que a tratava como uma verdadeira companheira.

— Obrigada. — Murmurou, não alto o suficiente para os transeuntes ouvirem,

mas o suficiente para sua audição de lobo.

Ele apertou sua mão.

— Não há necessidade de me agradecer. Você é minha companheira. Preciso

cortejá-la e... — Piscou. — Estava ficando louco por não deixar nossa pequena

cidade.
— Eu gosto da ideia de cortejar. Então, o que mais está envolvido em me

cortejar?

Hope levantou a sobrancelha enquanto lançava um olhar para ele. Ele os

guiou ao redor das pessoas, certificando-se de que ela não batesse ou tocasse em

ninguém.

— Muitos passeios e conversas. Filmes, jantares e até mesmo assistir alguns

filmes de garotas que eu normalmente não chegaria perto, mas que estou disposto

para fazer você feliz. Fazer o jantar e apresentá-la formalmente a toda a minha

família e me gabar de você.

Hope riu quando ele declarou tudo o que pretendia fazer.

— Acho que conhecer sua família e se gabar pode ser um pouco difícil, já que

conheço a maioria deles. Não tenho muita certeza a respeito do que você gostaria

de se gabar.

Ela não era humana. Não era nem um metamorfo. Claro, tinha algumas boas

qualidades, como poder dizer-lhes muito sobre os demônios e seu camaleão

poderia ser útil se precisassem de um espião, talvez e se ela treinasse, mas fora

isso, não conseguia pensar em muito mais para ele se gabar.

Griffen a guiou para a fila de um restaurante que tinha dois andares. Todas

as mesas pareciam cheias.


— Não se venda por pouco. Há muito para me gabar com relação a você. Por

um lado, nos deu informações que salvam vidas sobre os demônios. Descobri... —

Se inclinou perto de sua orelha e sussurrou. — ... que eu sou tão estranho na Terra

quanto você.

Hope virou-se para ele e roçou os cabelos com os dedos, certificando-se que

escondesse as orelhas.

— Você nasceu aqui e seus pais também. Então isso faz de você um terráqueo.

Como nossos filhos serão.

Ela murmurou a última parte, sem saber se conseguiriam ter... filhos. Eles

ainda não fizeram sexo e sequer dormiam na mesma cama.

— Filhos? Você quer? Quer dizer, podemos ter filhos?

Sua voz se elevou e as pessoas à sua frente se voltaram para olhá-los. Ela podia

sentir os que estavam atrás deles também. Apertou os dentes, fechou os olhos e se

concentrou em ficar como estava... Em sua forma humana.

Griffen gemeu alto e abaixou a voz para que apenas ela pudesse ouvir. — Sou

estúpido. Sinto muito. Você disse que poderíamos ter filhos.

Hope balançou a cabeça.

— Não. Eu disse que os humanos podem ter filhos com quase todas as

espécies. Lembre-se, você não é humano. Espero que sim, porque você é meu

companheiro, então isso significa que somos compatíveis e poderemos ter filhos.
Hope olhou para seus olhos azuis claros e estendeu a mão carinhosamente

escovando seu cabelo na direção de sua orelha.

— Tudo o que eu sempre quis foi ter minha própria família. A partir do

momento em que o vi, comecei a ter esperança, sonhar, rezar, em ter uma vida

com você, ter uma família como as que vi seus irmãos, irmãs e amigos terem.

Queria ser amada. Queria dar tanto amor quanto meu ser me permitisse.

— Oh, Hope. Ficarei feliz em tentar dar a você quantos filhos quiser, mas você

não precisa deles para ser amada. Sabe que minha família está cada dia mais

apaixonada por você. — Ele se inclinou e roçou os lábios nos dela, quando falou.

— Eu também estou.

Ela sentiu a esperança aumentar dentro dela e sabia que já estava apaixonada

por Griffen. Estava apaixonada por ele há anos, depois de ver tudo o que ele fez,

o amava mais a cada visão. Ela estava em êxtase, porque ele estava começando a

se apaixonar por ela.

Um garçom segurando um iPad limpou a garganta.

— Senhor, senhora, vocês fizeram uma reserva e em caso afirmativo, em que

nome está?

Griffen tinha uma reserva e por causa disso eles entraram e foram guiados

para uma mesa localizada na varanda superior. Tinha uma visão linda do oceano

à noite. Ela olhou para a água, observando as ondas baterem na praia.


Ele se inclinou e usou as pontas dos dedos sob o queixo e virou seu rosto para

encará-lo.

— Adoro vê-la experimentar todas essas coisas novas. — Sua mão se abaixou,

mas seu sorriso permaneceu no lugar. — Eu quero experimentar todas essas

primeiras vezes com você.

Seu batimento cardíaco acelerou e ela sabia que neste momento não podia

amar Griffen além do que já amava. Ele era o homem de seus sonhos e tinha sorte

em tê-lo. Estendendo a mão, segurou seu rosto e se inclinou para beijá-lo.

— Obrigada por isso. Obrigada por querer me dar todas as primeiras vezes.

Ela o soltou e se recostou em seu assento, sorrindo para ele.

— Senhor, sou Jeffery e serei seu garçom está noite. Aqui estão os especiais de

hoje.

Hope olhou para o cardápio na mesa, o papel dourado e branco com os pratos

especiais e não conseguiu tirar o sorriso do rosto. Estava em seu primeiro encontro

e em um restaurante chique. Estava vivendo sua vida. Estava sendo normal.

*****
O jantar foi incrível e todo mundo estava certo, ir ao cinema era muito melhor

do que assistir em casa. Agora estavam andando pela praia. O final perfeito para

uma noite perfeita. Segurava as sandálias que Remy e Ava compraram para ela.

— Eu sei que não fizemos o... básico. — Griffen parou e olhou para ela.

— O que você quer dizer com básico? — Ela não tinha ideia do que ele estava

falando.

Ele começou a andar novamente e puxou-a por um momento antes que desse

um passo ao lado dele.

— Noções básicas. Você sabe, como cor favorita, comida e animal.

Hope não sabia por que seria básico conhecer seu animal favorito ou comida,

mas encolheu os ombros.

— Eu gosto de azul. Azul claro e cristalino. Às vezes quando você olha para

mim seus olhos ficam com essa cor. — Ela viu um tom vermelho tocar suas

bochechas antes de um sorriso se espalhar por seu rosto. — Comida. Eu amo tudo

o que você faz. Não recebia muita comida dos demônios e quando recebia era

horrível. Animais, bem, conheço muitos diferentes. Até conheço animais de outros

mundos, mas na verdade nunca vi nenhum deles. — Ela encolheu os ombros. —

Eu não tenho um favorito. Você tem?


Eles continuaram andando e passaram por outros casais, até mesmo um

cachorro ou dois em coleiras, mas ela não prestou muita atenção, todo seu foco

estava em Griffen.

— Bem, você deve adivinhar qual é o meu animal favorito... — Ele parou,

virou-a para encará-lo e piscou. — Lobos. — Ergueu as sobrancelhas.

Ela riu e sentaram-se na areia colocando as sandálias entre suas pernas.

— Deveria ter adivinhado. Bem, lobos são meus favoritos também. Brancos,

com olhos azuis claros.

Passou o braço pela cintura dela, se inclinou e colocou o cabelo atrás de sua

orelha, beijou a extremidade pontiaguda e depois colocou o cabelo de volta no

lugar.

— O dourado é uma das minhas cores favoritas, dourado e brilhante com um

toque de amarelo.

Hope perdeu o controle de sua cor de pele por um momento enquanto

absorvia suas palavras. Olhou para ele e sabia que seus olhos que ficavam

castanho claro quando ela parecia humana, brilharam em sua verdadeira cor

dourada. Sua risada era música para seus ouvidos. Nos meses desde que a

conheceu, com todo o drama que ocorreu, ele não riu muito.

— Eu gosto que você perca o controle. — Disse. — Isso me acalma. Você nunca

fez isso antes.


— É mais difícil agora que dei a Faith o que ela precisava. É preciso

concentração e energia para permanecer na forma humana.

Sua mão acariciava suas costas, mas parou em suas palavras.

— Você nunca disse nada. Nem sempre você precisa se parecer assim. Por que

não me contou?

Ela encolheu os ombros.

— No começo eu não sabia que dar a Faith o que dei me afetaria. Então,

quando fiz, não queria que as pessoas se sentissem desconfortáveis comigo.

A carícia em suas costas continuou.

— Eu não sou as pessoas. Sou seu companheiro.

Ela lançou um olhar ao redor, certificando-se de que não estava sendo

observada enquanto mantinha sua pele humana.

— Que tal se ficar em minha forma normal em casa?

Hope observou-o enquanto seu olhar parecia procurar o dela e seus dentes

mordiscavam seu lábio inferior com o pensamento.

— Eu entendo que não possa ser você mesma aqui e nos outros lugares onde

as pessoas não sabem o que você é, mas quero que se solte em casa e até mesmo

com minha família. São locais seguros, shifters entenderão. Nós temos duas

formas, você não deveria ter que esconder quem é. — Ele gemeu. — Não posso
acreditar que estou dizendo isso, mas Remy está certa. Agora que estou

acostumado, o que você pode fazer é muito legal.

Seu coração acelerou e ela se inclinou contra Griffen. Estava começando a ser

aceita. Talvez, apenas talvez, tudo funcionasse como sonhou.


Hope saiu de sua concha. Ela tornou-se uma borboleta social, visitando todas

as cunhadas de Griffen e seus amigos. Amava Braydon, Ryland e todos os outros

bebês da matilha e as crianças a adoravam. Hope tinha um efeito mágico sobre

elas, podia fazê-los dormir quando algumas das mães estavam prontas para

arrancar os cabelos. As pessoas estavam lentamente ficando mais confortáveis com

ela.

Todos estavam treinando duro, sendo cautelosos e preocupados, porque os

demônios e seus lacaios estavam em silêncio. Gostavam de pensar que os

demônios recuaram após o último ataque, mas pelo que soube de Hope e pelo que

Faith viu, não seria assim.

Os guardas que percorriam o perímetro externo da cidade se depararam com

alguns dos zumbis dos demônios, mas não entraram na cidade, nem receberam

nenhuma informação deles. Os guardas se livraram deles. Uma vez que os

demônios transformavam os humanos em zumbis escravos, eles estavam perdidos

e não podiam ser salvos. Eles tentaram, mas não encontraram nada que

funcionasse para que voltassem a ser humanos.

Agora que sabiam o que os demônios estavam fazendo, tinham um plano. O

problema era que não havia Shifters suficientes para o que precisavam. E com a
possibilidade de os seres humanos serem transformados em zumbis, caso fossem

levados por demônios, proteger os cientistas e outras pessoas que sabiam sobre

tecnologia e fabricar mais máquinas seria arriscado.

Mais militares humanos chegaram para que fossem treinados e isso os estava

disseminando. Griffen ficou longe do treino por um período, a princípio por ter

Hope em casa e depois que ela se revelou, mas agora estava de volta ao complexo,

ajudando seus irmãos e amigos a treinarem os militares humanos. As gravidezes

de Ava e Sandra estavam avançadas demais para que pudessem treinar as

mulheres, então a mãe dele as estava treinando. Suas irmãs mais novas, Josie e

Emma não ficaram felizes com isso, pois sua mãe era dura com elas, onde Ava e

Sandra davam um pouco de folga e permitiam que fossem adolescentes.

Ele e os outros Shifters estavam estabelecendo tarefas para os humanos que

davam mais trabalho. Sabia que nunca seriam capazes de caçar demônios por

conta própria, mas estavam melhorando. Eram os novos recrutas que ele odiava

treinar, tinha muitos deles e quando os humanos chegavam eram sempre tão

arrogantes.

Rosnando enquanto resistia à vontade de derrubar um dos novos recrutas

com quem estava trabalhando, ele olhou para Grayson, que parecia querer fazer o

mesmo. O novo recruta, Dillan Hancock, era um idiota com letra maiúscula.

Terminou o novo percurso primeiro e deixou todos os outros cinco minutos atrás

dele, mas Dillan era um idiota porque depois de estar lá por uma semana não

percebeu que precisavam trabalhar juntos como uma unidade para vencer os
demônios. Eles tinham que trabalhar como uma equipe. Os humanos prometeram

enviar os melhores de todas as divisões militares, mas agora Griffen não tinha

certeza disso.

— Eu queria que a gravidez de Ava não estivesse tão avançada, para que

pudesse mostrar a esses idiotas o devem fazer.

Grayson gemeu, enquanto Dillan sorria para eles, se esticava e corria no local

para manter seu corpo aquecido.

Essa era outra coisa que os humanos faziam, não podiam controlar seu calor

corporal. As noites estavam ficando mais frias e os novos uniformes de couro que

os humanos precisavam usar não eram tão quentes quanto os seus.

Griffen levantou a sobrancelha quando uma ideia se formou em sua mente.

Ele se perguntou se Hope estaria disposta a ajudá-los. No primeiro dia em que os

humanos chegaram, mostraram a eles suas formas Shifter, então sabiam o que

estavam enfrentando e o que faziam. Então deram aos novos recrutas vinte e

quatro horas para analisar tudo o que descobriram antes de começarem o

treinamento. Esses novos homens eram mais arrogantes do que muitos dos

recrutas anteriores, talvez até mais do que Logan e ele era o companheiro humano

de Ava.

Falando do diabo, Logan apareceu se pavoneando. Ele gostava de seu novo

uniforme e infelizmente, eles sabiam o porquê. Ava o deixou saber o quanto

apreciava seu companheiro no uniforme e Logan, sendo um idiota, se gabava


disso. Ele já andava por aí como uma merda arrogante, porque achava que seu

esperma era poderoso, já que Ava estava gravida de trigêmeos.

— E aí, cadelas?

O sorriso de Logan se ampliou mais quando Griffen e Grayson rosnaram.

Logan sabia o quanto Griffen odiava ser chamado de cadela.

— Cala a boca, Logan. — Rosnou Grayson.

— Eu sou felino, não uma porra de lobo ou cachorro e posso chutar sua bunda

lamentável. Leopardos são os melhores Shifters.

Logan dramaticamente revirou os olhos e se virou para Griffen.

— Você poderia tentar. — Ele piscou para ele. — Diga a ele como Ava chutaria

seu gatinho.

Suspirando quando Grayson virou seu rosto para Logan, Griffen bateu nos

dois homens.

— Parem de foder. Nós não temos tempo para essa merda. Não tem como

levar esses novos recrutas a qualquer lugar e precisamos de todo mundo, não

podemos passar seis meses os treinando como fizemos com sua bunda preguiçosa,

Logan.

Logan ignorou a provocação, mas seu sorriso diminuiu enquanto estudava os

novos recrutas e o percurso que estavam fazendo. Outros três homens haviam
completado e estavam correndo como Dillan, o que os ajudava a permanecer

aquecidos.

— Há quanto tempo eles estão aqui? — Logan balançou a cabeça.

— Mais de uma semana. — Griffen levantou a sobrancelha. — Vocês seres

humanos estão nos sacaneando e não nos enviando os melhores?

O olhar de Logan disparou dos quatro homens que terminaram o percurso e

foi para os outros seis que estavam quase terminando, mas terminando como um

grupo. Ele avaliou cada homem antes de se concentrar em Griffen.

— Bem, se me perguntasse isso antes de conhecer Ava, eu teria dito que sim,

mas agora não tenho tanta certeza. A ameaça é real e se é isso que eles estão

fazendo depois de uma semana, não gosto de nossas chances.

Logan olhou de volta para os outros grupos.

— Odeio dizer e fazer isso com Bengie, mas eles precisam vê-lo.

Logan pegou o olhar de Griffen e ele não tinha certeza se gostaria do que

Logan diria em seguida.

— Precisamos mostrar a eles Pe...

— Hope. — Griffen cortou-o.

Logan limpou a garganta.


— Quer dizer, Hope. Eu sei que eles viram você mudar para seu animal e

aquela merda de mudança de fase que você faz, mas desde que nós não temos um

demônio para mostrar e eu não recomendaria pegar um... nós precisamos mostrar

a eles o quão difícil isso é e eles precisam trabalhar em equipe.

Ele apontou a cabeça para o grupo de homens que estavam se aproximando

agora.

— Deveriam ter voltado juntos. Somos tão fortes quanto o nosso elo mais fraco

e eles precisam saber disso. — Logan parou por um momento e passou os dedos

pelo cabelo curto e vermelho. — Eu tenho treinado com Bengie. — Continuou. —

Ele é muito bom. Irei organizar uma demonstração. Enquanto isso, precisamos

descobrir se estes homens são uma equipe. Olhei seus arquivos e sinceramente,

vocês têm os melhores. O problema é que os humanos não são tão fortes quanto

os Shifters. Levaria pelo menos seis homens realmente bem treinados para

derrubar um demônio. Eu sei que Faith e as outras mulheres já ajudaram antes,

mas estão acasaladas com vocês e quando acasalamos com um Shifter, ganhamos

força e para completar Faith teve anos de treinamento, as outras mulheres tem

dons como o meu, mas esses homens não, pelo menos acho que não.

Logan estava certo. No momento, eles tinham os homens treinando em

grupos de dez. E se realmente pensasse, precisava que fossem em média de seis

seguidos de dois Shifters como líderes em cada grupo.

Griffen olhou ao redor e observou os outros grupos que estavam trabalhando

duro. O único grupo que parecia capaz de lidar com eles eram os homens que
estavam lá desde que Logan chegou. Eles não tinham seis ou mais meses para

treinar cada grupo. Precisavam de mais grupos de patrulha agora. Ele pegou o

olhar de Rane e Kane, pode ver que eles tinham a mesma preocupação. Ele se

perguntou se os outros países com Shifters militares estavam tendo problemas

semelhantes.

— Eu terei uma conversa com Kane, Rane e os outros. Os grupos precisam ser

menores e precisamos treinar cada grupo com os dois Shifters que os conduzirão.

Conversarei com Hope também. Esses homens precisam saber que os demônios

também podem usar outros seres. É algo que precisamos procurar. Faith disse que

viu outros seres quando teve sua primeira grande visão.

— Foda-se. — Grayson esfregou o rosto. Seus ombros caíram e ele fechou os

olhos por um momento antes de abri-los. — Eu não queria dizer nada porque ela

já passou por tanta coisa e está realmente lutando agora, mas Nara ouviu coisas

que não deveria. Ela entrou na cabeça de alguns demônios, mas disse que era

difícil lê-los porque a estrutura deles é diferente da nossa, são muito distorcidos e

sempre planejam ou sonham com coisas ruins. Ela ouviu coisas, planos. Eu sei que

deveria ter dito algo mais cedo, mas demorei tanto para conquistar a confiança

dela, que não quis arriscar nada que pudesse colocar em risco.

Grayson não era um lobo, mas ainda fazia parte do bando. Griffen estava

sentindo há algum tempo que algo estava errado com ele, mas com tudo o que

estava acontecendo, tudo que eles descobriram, Grayson encontrando sua

companheira e Griffen lidando com seus próprios problemas, deixou passar.


Ele deu um tapinha nas costas de Grayson.

— Tenho certeza que dará tudo certo. Nós garantiremos que Remy esteja lá

para apoio enquanto conversamos com ela.

Grayson riu, mas foi um som oco.

— Sim, Nara adora sua irmã e Remy não deixa os anciões intimidarem Nara.

Está na hora.

Pareciam ter muito a discutir e descobrir. Griffen se virou para seus recrutas

e os levou para a próxima aula.

****

— Eu… provavelmente não deveria ter sentado assim e dito que

precisávamos conversar. Sei que você está desconfortável em mostrar o que é,

mas... — Griffen parou quando seus olhos brilharam dourado, sua pele brilhante

mudou de cor, se aproximando do tom de pele dele e todo seu corpo congelou. Ele

andava de um lado para o outro enquanto ela demonstrava o quão errado ele

iniciou a conversa deixando-a assustada. Seu corpo aqueceu e ele enxugou as mãos

suadas em sua calça e recomeçou. — Você é especial. Estou me acostumando com

o quanto você é diferente e gosto de tudo que estou descobrindo. Você é única. A

pessoa mais flexível que conheço.


Ele se sentou ao lado dela, pegando suas mãos dela e embalando-as. — Vou

sugerir algo e quero que você pense. E se realmente não quiser fazê-lo, prometo

que não mencionarei novamente. Não falaremos mais sobre isso.

Ele fez uma pausa e esperou por alguma indicação de que poderia continuar.

Seus ombros caíram e ela deu o mais simples aceno de cabeça.

— Eu... não, nós precisamos da sua ajuda para treinar os militares. Eles não

têm ideia do que enfrentarão até ficar cara a cara com um demônio. Precisamos

mostrar-lhes algo... hum, quer dizer, um ser que eles não conhecem e que não

esperam encontrar.

Ela ficou em silêncio por um momento e ele apertou suas mãos.

— Shifters são outros seres.

Ele assentiu, porque, como descobriu, ela estava certa.

— Sim, mas graças aos livros e filmes, os humanos são imunes aos Shifters.

Claro, quando mostramos a eles nossas diferentes formas, eles tiveram as reações

certas, alguns assustados, chocados, outros não ficaram surpresos, apenas

curiosos. Mas não pareciam assustados o suficiente quando mostramos a eles

imagens de demônios. Nós lutamos contra eles, eles revidam e dizem todas as

coisas arrogantes e pensam que podem vencer e lutar até que estejam exaustos,

mas eu preciso que vejam algo que não viram antes. Algo que os chocaria. Algo

parecido com você, que pode se esconder até mesmo de nós Shifters.
Griffen observou seu olhar e levou as mãos para cima e beijou os nós dos

dedos.

— Você é incrível. Eu sei que pode se esconder de nós, fez isso quando deu a

Faith seus poderes. Mas não a vi você lutar contra nós. Eu sei que pode e aposto

que se os demônios tivessem mais seres como você, perderíamos.

Ela piscou, seus olhos mudando de castanho para dourado, para azul, para

verde. Ela se afastou dele e freneticamente balançou a cabeça.

— Não. Não, não, não. Eu não posso fazer isso. Os Enewu perderam a guerra

porque não somos combatentes. Somos um com a natureza. Não. Eu sei que os

demônios não têm mais da minha espécie. Sou a última. Todas morreram ou

tiraram a própria vida para que os demônios não conseguissem pegá-los. Eu

deveria ter tirado a minha também, mas na primeira vez que o vi, tive esperança.

Ela recuou no sofá, a cabeça ainda se movendo e o corpo tremendo.

— A única caçada que os Enewu faziam, era por comida e mesmo assim,

apenas matamos o que precisamos e dividimos com os outros. Eu entendo que as

coisas são feitas de maneira diferente aqui. Sei que você precisa de ajuda. Eu o vi

lutar e se quiser, mostrarei para eles como eu posso me esconder, mas não sou uma

lutadora.

— Porra. Porra. — Ele gemeu ambas as palavras.


Ele se perguntou como deveria proceder? Pensou que uma vez que ela se

estabelecesse, começaria a treinar como todas as outras mulheres. Puta merda, ela

era a última da sua espécie. Ela considerou se matar também, mas o viu em uma

visão. Porra. Isso tudo era tão fodido.

Ele não tinha ideia de como ela podia sorrir, rir e fazer o que fazia quando via

e sabia que era a última de sua espécie. Griffen sabia que os demônios dominaram

o mundo dela, mas achou que alguns poderiam ter escapado. Isso realmente

definia quão terrível era a situação dos demônios. Sua companheira era a única

sobrevivente do mundo dela. Nunca poderia deixar os demônios colocarem suas

mãos imundas em Hope novamente. Não podia deixar nada acontecer com ela.

Achava que ela era especial antes, mas agora sabia que era verdadeiramente única.

Ninguém em todo o universo tinha uma companheira como a dele.

Ele se aproximou de Hope e a abraçou.

— Prometo protegê-la. Eu sei que você disse que seu povo era amante da paz,

mas eu... — Bateu no peito para se certificar de que ela entendesse o que ele diria.

— Eu preciso que você aprenda a lutar. Para se defender. Preciso saber que pode

se proteger, se necessário.

Ele segurou suas bochechas e acariciou-a com o polegar.

— Eu sei que você não quer lutar, espero que nunca tenha que usar o que

ensinarei, mas quero, não, preciso que aprenda. Você é importante demais para

mim e minha família.


Ela não disse nada por um tempo, mas depois de um momento sua pele

voltou para a cor clara e cintilante e seus olhos ficaram dourados.

— Eu aprenderei...

Examinou seu rosto e ele não sabia o que ela estava procurando, mas deve ter

encontrado, porque assentiu.

— Bem, se você me ensinar a me proteger, aprenderei. Farei qualquer coisa

que pedir. — Segurando-a perto dele, Griffen acariciou suas costas e rezou para

todos os deuses que estivessem ouvindo que ela não tivesse que usar o que ele lhe

ensinaria. — Eu mostrarei aos militares também. — Disse em um suspiro longo e

prolongado.

Puxando-a para trás para que pudesse encará-la, ele continuou acariciando

seu rosto, então se inclinou e roçou os lábios sobre os dela, uma, duas e uma

terceira vez antes de descansar a testa contra a dela.

— Obrigado. Eu realmente aprecio isso.

*****

Griffen olhou para a floresta pela centésima vez. Ele não conseguia localizar

Hope em nenhum lugar. Ela era incrível. Levou-a para dentro da floresta e disse a
ela para se esconder de forma que não pudesse encontrá-la. Testaria suas

habilidades descobriria como localizá-la.

Ele respirou fundo e tentou procurá-la usando seu olfato. Fechando os olhos,

se concentrou na floresta ao redor dele. Podia sentir o cheiro fraco e familiar de

sua casa, mas não conseguia determinar de que direção vinha. Normalmente, se

estivesse rastreando alguma coisa, o cheiro estaria mais próximo se seguisse em

certa direção para o que quer que estivesse escondido. Sempre tinha uma direção,

norte, sul ou um pouco mais à esquerda, mas agora, não podia sentir o cheiro de

Hope.

Mudando para uma tática diferente, se concentrou em sua audição. Ouviu o

farfalhar das folhas, o bater pesado de um coração, a ausência de ruídos de

animais, qualquer coisa que pudesse levá-lo até onde Hope estava. Ele deu alguns

passos para esquerda e não ouviu nada fora do lugar, não viu nada que parecesse

não pertencer e sentiu o cheiro de todas as coisas como se estivesse sozinho.

Abrindo os olhos, olhou ao redor pela última vez, sem ver sinal de Hope.

— Caramba, Hope, você é incrível. Torne-se visível. Adoraria ver onde você

está.

Ele girou em círculo até ver cabelos loiros ondulando na brisa e uma cor de

pele igual à dos galhos em uma árvore há apenas algumas árvores à sua direita.

Hipnotizado, ele foi para Hope e a olhou para maravilhado.


— Posso ver você desaparecer? Ver como é e descobrir se consigo vê-la agora

que sei onde está.

— Ok. — Ela sorriu e seu coração pulou uma batida com sua felicidade. Hope

era linda quando estava feliz e sorria, seu rosto todo se iluminava.

Griffen ficou admirado quando, lentamente desapareceu ou mais

precisamente, tornou-se um camaleão. Agora que estava realmente observando,

podia apenas distinguir a forma estranha de seu corpo contra a árvore. Ele nunca

a teria encontrado se ela não tivesse feito isso na frente dele.

— Vamos tentar um esconderijo diferente e eu em forma de lobo. — Ele

sugeriu.

Ela ficou visível novamente.

— Pode ser mais fácil na forma de lobo já que tudo fica mais aguçado, mas

quando fui para Faith, estava preocupada de como seria meu cheiro, pois agora

meu aroma se assemelha um pouco com o seu.

Ela voltou e Griffen não poderia ter desviado o olhar de seu corpo nu nem se

sua vida dependesse disso. Ela era toda tonificada, músculos tensos, com uma

pequena estrutura e todas as curvas certas. Seu pau ficou duro contra o tecido da

calça e seu corpo doía com a necessidade de tocá-la, sentir sua pele contra a dela,

circular sua cintura e passar os dedos para cima e para baixo em sua pele lisa. Ele

gemeu quando ela se virou e seus seios saltaram quando ela aterrissou com um

suave baque no chão. Seu sorriso tímido também não ajudou em nada. Seu corpo
estava quente e ele se perguntou se deveria parar o que estavam fazendo e

finalmente fazer o seu movimento.

Quando se aproximou dele, ela cheirou o ar e seu olhar se arregalou, seu

sorriso se alargou mais.

— Você nunca me olhou assim antes.

O que? Ele balançou a cabeça. O que ela quis dizer com que ele não olhou para

ela como fazia agora? Certamente ele mostrou seu desejo por ela antes, certo? Não?

Procurou em seu cérebro, tentando pensar em um momento em que se sentiu

conectado assim com Hope, mas nada veio à mente. Oh merda! Que tipo de

homem não faz sua companheira se sentir desejável? O que isso significava?

Ele a achava atraente, mas precisava admitir que não conseguia pensar em

nenhum momento antes, quando ela parecia tão sexy quanto agora. Tudo o que

fazia era caminhar em direção a ele, nua na floresta, mas em sua própria pele,

brilhando e piscando um arco-íris de cores, profundos olhos dourados, cabelos

brancos e seu movimento cheio de confiança. Era isso, era por isso que ela era tão

impressionante, agora estava em seu elemento.

— Você está linda. Não... — Ele balançou a cabeça. — Essa não é a palavra

certa. Está deslumbrante, como uma deusa se exibindo.

Indo em sua direção, Griffen a puxou e fez a única coisa que podia quando

ela estava em sua forma normal, ele reivindicou seus lábios, saboreando-os e
persuadindo-a a abrir a boca. Quando o fez, ele deslizou a língua dentro e a

devorou. Hope o colocou sob um feitiço e ele não queria que rompesse.

Ele rasgou suas roupas e saiu dos restos, saboreando quando seus corpos se

tocaram. Fechando os olhos, deixou suas mãos a explorarem, seus dedos

percorrendo cada uma de suas curvas. Ela era tão suave. Lembrava-o da melhor

seda. Abrindo os olhos, ele afastou a boca da dela e beijou sua mandíbula, foi para

o pescoço e depois seu ombro, para a marca de companheiro. Ele beijou a marca

enquanto suas mãos tocavam sua bunda.

— Te quero tanto. Por favor, me diga que está pronta e que me quer. — Ele

sussurrou contra ela.

Hope colocou as mãos nos ombros dele e segurou-o.

— Estou pronta. Quero você. Quero dar o próximo passo. Esperei muito

tempo.

Os batimentos cardíacos de Griffen aumentaram e ele jurou que o calor de seu

corpo disparou. Eles estavam prontos. Isso parecia certo. Isso estava certo. Ela

estava em casa na floresta. Seu povo eram pessoas da natureza. Este era o lugar

perfeito para fazê-la totalmente dele. Para reivindicar sua companheira. Hope era

sua companheira. Chega de pensar. Eram apenas Griffen e Hope.

Beijando o corpo dela, ele parou em seus seios. Não eram grandes, mas

também não eram pequenos, eram perfeitos. Seus mamilos não eram tão grandes

quanto os de um humano ou de um Shifter, eram de uma cor mais clara. Ele abriu
a boca e chupou. Ela soltou um suspiro e seus dedos cravaram em seus ombros.

Ela podia não ter cheiro, mas tinha gosto de paraíso, uma mistura de uma fresca

brisa marinha e amoras silvestres. Soltando seu seio, ele foi para o outro enquanto

suas mãos percorriam seu corpo.

Os dedos de Hope estavam hesitantes no começo enquanto se moviam para

explorá-lo. Griffen se perguntou se deveria dizer alguma coisa para ela ou lhe dar

encorajamento, mas quando seus dedos acariciaram as dobras entre suas coxas,

suas mãos desceram e congelaram por um momento. Ele separou seus lábios e

seus dedos encontraram seu clitóris. Era maior do que qualquer outro que viu

antes e mais uma forma grande e redonda de botões, todo o seu corpo tremeu

quando ele tocou. Hope ficou louca em seus braços enquanto sua boca chupava

seus seios e seus dedos exploravam sua boceta.

Seus dedos não estavam mais hesitantes enquanto ela explorava. Afastando a

boca de seu seio, ele observou seu corpo. Ela estava tão concentrada no que eles

estavam fazendo, que sua pele não podia ficar em uma cor. Seus olhos eram de

um amarelo escuro e seus lábios pareciam vermelhos pelos beijos. Seu peito estava

arqueado ao seu toque e suas pernas abertas. Ele nunca viu nada tão erótico.

Griffen moveu uma das mãos para cima e passou os dedos por seu corpo,

segurando um seio antes de beliscar o mamilo. Hope tremeu e seus gemidos de

prazer lhe disseram que ela estava gostando do toque. Os dedos de Hope traçaram

suas costas antes de se aproximar e levemente arranhar sua bunda.


— Mmm, eu amo a sensação do seu corpo. — Ela gemeu, sua voz tão sexy

com sua profunda rouquidão. O suspiro de Hope era de pura felicidade quando

ele flexionou permitindo que seus dedos tocassem seu abdômen, sua confiança

aumentou. — É duro, mas suave ao mesmo tempo.

Ela disse enquanto seguia seus dedos.

Seu corpo aqueceu e sua excitação aumentou com as palavras dela, enquanto

ela o observava.

— Eu vi seu corpo em minhas visões e quando você mudava, mas eu nunca

imaginei que seria tão incrível. Estremeço apenas pelo que estou fazendo. É tão

bom. — Ela enfatizou as palavras tão bom.

Griffen cuidava de seu corpo, apesar de ser um Shifter, queimava muita

energia. Aproximando-se mais dela, acalmou os dedos em sua boceta e a puxou

para ele beijando-a novamente. Ele devastou sua boca e ela o seguiu, enroscando

sua língua com a dele e movendo os lábios para combinar com seu ritmo. Ela era

uma aprendiz rápida. Colocou os braços ao redor dele e passou os dedos para cima

e para baixo em suas costas enquanto separava suas pernas.

Sua boca se afastou dela em um gemido, sorriu quando ela ofegou. Ele

descansou o rosto em seu pescoço e chupou sua pele. Indo para as orelhas, sua

língua lambendo antes de mordiscar a ponta. Ela se moveu contra ele e seus

gemidos ficaram mais altos. Puta merda. Seus dedos desceram e ele a encontrou

molhada e pronta, mas queria lhe dar mais prazer.


Griffen se concentrou em suas orelhas, mordendo e mordiscando até que ela

começou a subir por seu corpo se esfregando nele. Segurou-a para que ela não

caísse, mas a empurrou para que pudesse ter mais um sabor de seus seios

suculentos. Suas coxas tremiam contra ele enquanto sua respiração tocava seus

mamilos enrugados. Ela respirou fundo, seu corpo tremendo quando ele chupou

um mamilo antes de repetir a ação com o outro. Suas mãos subiram e ela agarrou

seu cabelo, segurando-o contra ela. Ele estava ansioso para se enterrar dentro dela

e reivindicá-la.

Ele estava pronto e tinha certeza de que ela também. Com um estalo, ele soltou

o seio e ajudou-a descer o corpo até os pés dela tocarem o chão. Passou os dedos

pelo corpo quente dela. Parando em sua boceta, deslizou dois dedos em seu núcleo

e gemeu quando sentiu como estava molhada. Ele lançou um olhar rápido ao redor

e localizou sua roupa, as moveu para que ficassem sob as costas dela. Griffen

gentilmente colocou-a em suas roupas, tomando um momento para ajeitá-las para

que não estivesse no chão da floresta.

Ela sorriu e ele se perdeu. Estava deslumbrante, sua pele enlouquecida de

oliva claro, verde, amarelo, marrom, branco e um tom mais escuro, seus olhos

estavam cheios de luxúria, dirigida para ele. O corpo de Griffen doía de

necessidade, seu lobo implorava para ser libertado. Seus dentes se alongaram,

preparando-se para reivindicá-la, mas ele não estava pronto para isso ainda.

Queria afundar nela e deixar sua paixão chegar ao nível de explosão.


Griffen alinhou seu pau com sua entrada e separou os lábios de sua boceta

com os dedos. Descansou sua testa contra a dela, respirou fundo, inalando seu

aroma calmante, antes que recuasse e encontrasse seu olhar.

— Está pronta? Uma vez feito isso, nunca a deixarei ir. Não conseguirei viver

sem você. — Ele suspirou. — E não quero nunca o fazer.

Ela assentiu e ofegou quando ele lentamente se moveu para dentro dela.

— Não quero ficar sem você. Eu tenho uma vida agora. Eu te amo.

Ele não respondeu, porque todo seu foco estava em como ela se sentia. O que

sentia era diferente de qualquer coisa. Ela era apertada, mas suas paredes eram

como seda aveludada ao redor do seu pau. Sabia que isso seria o mais próximo da

perfeição que jamais sentiria. Colocou a mão em ambos os lados dela,

equilibrando-se.

Ele pensou que a primeira vez deveria doer, mas ela não disse nada e estava

quase dentro completamente quando finalmente sentiu uma barreira. Ele fez uma

pausa, inclinou-se e tomou seus lábios, mergulhando a língua enquanto saia e

empurrava para dentro dela, rompendo a barreira que sentia. Griffen entrou mais

fundo. Tinha certeza de que sua barreira estava muito além dos humanos. Quando

não estivesse queimando de necessidade, perguntaria a ela sobre isso, mas agora

seu corpo estava em chamas, tenso e pronto para explodir.

Ele afastou a boca e olhou para seus lindos e incomuns olhos dourados

enquanto saia e deslizava de volta para dentro. Seus suspiros eram tão sexys e ele
ficou tenso quando os dedos suaves saíram de seus cabelos e se arrastaram sobre

seu estômago. Ele estava pronto para explodir, sabia que não poderia durar muito

tempo. Estava no céu enquanto respirava o cheiro dela e ela olhava-o com olhos

cheios de paixão. Tudo o que ele tinha que fazer era se segurar até que ela gozasse.

Griffen ficou olhando, ela gemeu quando seus músculos se esticaram e

ficaram tensos a cada movimento. Ela olhou para baixo e teve um vislumbre dele

entrando nela, gemeu e cravou os dedos em sua carne. Ele acelerou e certificou-se

que estava totalmente dentro dela. Hope começou a levantar sua bunda,

encontrando seus impulsos. Griffen gemeu quando seus seios saltaram com seus

movimentos e então ele parou. Ela gemeu seu aborrecimento e ele não pode evitar

a risada que escapou. Ela passou as mãos sobre o peito e as costas dele e o imenso

êxtase que o dominava era o melhor tipo de tortura.

Movendo-se novamente, Griffen empurrou para dentro dela, ela fechou os

olhos e ofegou.

— Sim. Mais. Não pare.

Ele esperava que ela estivesse perto de gozar, porque ele estava mais do que

pronto. Cada golpe o fazia subir mais e mais alto, grunhindo de frustração e a

necessidade de lhe dar prazer. Segurou a coxa dela e se inclinou para que seu rosto

descansasse em seu ombro. Hope apertou suas costas e se ela tivesse unhas,

apostaria que o faria sangrar.


— Você é minha. — Ele rosnou. — Diga-me que pertence a mim. A quem você

pertence? Diga-me. — Ele rosnou, seu lobo saindo à superfície.

— Sua. Eu sou sua, Griffen. — Ela respondeu, sua voz sem fôlego.

— Sim. Minha. — Ele uivou. — Minha companheira.

Griffen mordiscou o lóbulo da orelha dela enquanto se aproximava. Estava

prestes a explodir e seu núcleo agarrou-o com tanta força que ele sabia que ela

estava perto também.

Colocando a cabeça no lugar entre o ombro e o pescoço, ele soltou o lobo e

rosnou: — Companheira. Minha. — Antes de morder, reivindicando sua

companheira.

Ela gritou e seu corpo tremeu com a liberação. Sua boceta estremeceu ao redor

dele, apertando seu pau que começou a inchar na base. Griffen bombeou para

dentro dela com um empurrão final antes de gozar tão forte que grunhiu e soltou

um uivo alto. Soltou o pescoço dela e lambeu a marca de companheiro, ela gemeu

quando seu pau inchou e prendeu-os juntos.

Ele estava torcido, mas era incrível tê-la contra ele. Olhou-a e soube que estava

apaixonado. Ela estava linda com um sorriso eufórico em seu rosto e seus olhos

brilhavam com êxtase. Ele não disse que a amava, mas beijou sua testa e rosto antes

de pressionar um beijo rápido em seus lábios.


— Pensei que isso seria quente, como a natureza está em seu sangue ou como

seu povo vive, mas não pensei nas consequências de ficarmos presos aqui por meia

hora ou mais.

— Mmm. — Ela gemeu.

Ele riu ao pensar que ela estava tão feliz que não podia nem responder. Seu

peito inchou e se ele não estivesse ligado a ela, tinha certeza de que andaria por aí

como se fosse o único homem capaz de satisfazer sua mulher a ponto dela não

conseguir falar. Acariciou seu pescoço e ela suspirou alto.

— Que tal eu rolar para que você não fique no chão duro? — Ele perguntou.

Ele não esperou por sua resposta enquanto manobrava e tentava manter as

roupas debaixo dele por conforto. Ela ainda não disse nada, mas se aconchegou

contra o peito dele e ficou surpreso quando ela adormeceu.

Não conseguiria dormir enquanto ainda estava dentro dela, mas estava feliz

com o que fizeram e gostava de vê-la dormir. Uma paz tomou conta dele e sabia

que as coisas ficariam bem. Precisavam ficar, porque ele nunca desistiria do que

tinha agora. Abraçou-a e ela suspirou satisfeita.


Ela e Griffen fizeram sexo ou fizeram amor e foi incrível, melhor do que

qualquer coisa que poderia ter imaginado. Faith, Remy, Lexie e as outras garotas

vieram buscá-la para um passeio de compras. Ela escolheria roupas e não as

compraria online.

Enquanto andavam pelo centro comercial, Remy e Faith ficavam olhando

para ela e sorrindo. Sabia que era porque estava andando por aí como se tivesse a

cabeça nas nuvens, mas estava realmente lutando para ficar com a pele verde-oliva

clara e olhos castanhos como um ser humano. Uma das garotas sussurrou para

Hope que ela estava parecendo um arco-íris, mas isso era porque ela não conseguia

parar de pensar em quão suave a pele de Griffen era sob a dela e como era dura

também. Hope amou a sensação de seus músculos flexionando e esticando.

Gemeu.

— Oh, pelo amor de Deus, Hope. — Remy bufou. — Eu não sou um maldito

lobo, mas aposto que você cheira a excitação. — Ela piscou. — Devemos ir a algum

lugar tranquilo? Você tem algo para nos dizer?

Ava segurou seu nariz com uma mão e a outra segurou seu estômago

enquanto ela andava.

— Confie em mim, fique feliz que você não seja capaz de sentir, Remy. Eu não

achava que Hope tivesse um cheiro, mas porra, hoje tudo o que posso sentir é sua
necessidade, desejo e meu irmão. — Ela estremeceu. — Já é ruim o suficiente eu

ter que aguentar a luxúria dos meus irmãos em Faith, Remy e Kirby, agora eu

tenho que adicionar você também. — Gemeu. — Pensei que como você não tem

um cheiro não teria que aturar aos aromas. — Ela deixou a mão cair do nariz e

descansou em sua barriga.

Kirby, que tinha seu filho em uma tipoia e estava quieta enquanto as outras

conversavam, falou.

— Eu não reclamaria muito, Ava, porque não sou um lobo, mas todo mundo

sabe quando Logan a marcou. — Ela levantou as mãos e colocou a palavra

marcada entre aspas.

— Ele diz a qualquer um que esteja disposto a ouvir o quanto seu esperma é

poderoso por ter nocauteado sua mulher com trigêmeos. Anda por aí como se

fosse um presente de Deus. — Ela estremeceu dramaticamente. — Então, não

preciso sentir nada, ele diz a todo mundo.

Hope sorriu enquanto observava suas amigas. Ela tinha amigos e familiares.

Agora a vida era como o melhor sonho que já teve. Tentou não se assustar, porque

passou tanto tempo sem as coisas que tinha agora e ficou aterrorizada que o outro

sapato caísse... pelo menos pensava que era o que ouviu as pessoas dizerem.

Expressões eram outra coisa que ainda estava aprendendo. Aprendeu coisas com

visões antes, mas agora estava aprendendo através da leitura, amigos e familiares.
O centro comercial não estava cheio. Era de manhã e estava relativamente

seguro. Tinham apenas que ter cuidado com os zumbis, que eram humanos

escravizados pelos demônios quando estes lhes deram um pouco do seu sangue,

mantendo-os desta forma sob controle. Demônios não gostavam da luz do dia.

Podiam sair, mas evitavam. Ainda não dominaram o mundo e estavam

praticamente ocultos. Mas Hope sabia que, se algum dia conquistassem a Terra,

sairiam à luz do dia.

Remy bateu no ombro dela.

— Você está conosco, Hope?

Ela balançou a cabeça.

— Sinto muito, estava perdida em pensamentos.

— Sim, imaginei que não era sobre seus momentos sensuais.

Remy sorriu, mas Hope apenas balançou a cabeça. Pensar nos demônios

sempre acabava com seu humor.

— Que tal irmos para a praça de alimentação?

Lexie se intrometeu. Ela esfregou sua barriga. Todas as mulheres acasaladas

estavam grávidas ou tinham um bebê.

Hope queria filhos. Queria muito ter filhos com Griffen. Não podia esperar

para ver como seriam e quais habilidades teriam. Poderia estar grávida agora.
Ofegou quando percebeu isso. Griffen rompeu sua barreira e ela sabia que para o

seu povo a barreira se mantinha no lugar até que você quisesse ter filhos. Seu

coração acelerou e ela parou de andar, fechou os olhos para se concentrar em

parecer humana enquanto a felicidade fluía através dela. Poderia ser como suas

novas amigas e ter uma família própria.

Dedos suaves e gentis tocaram seu braço e a doce voz de Kirby interrompeu

sua concentração.

— Você está bem, Hope? Posso ajudá-la ou precisa de mim para alguma coisa?

Sorrindo para sua amiga, um sentimento vertiginoso veio sobre ela quando

percebeu tudo o que tinha agora.

— Estou bem. Não, estou melhor do que bem, estou em êxtase. Tão feliz. Eu

tenho mais do que poderia sonhar.

O sorriso de Kirby se iluminou e Hope sorriu para ela.

— Vamos, vocês duas. — Remy gritou para elas. — Estou faminta.

Tanto ela quanto Kirby riram quando alcançaram o grupo de mulheres,

porque tudo o que Remy e Ava faziam ultimamente era comer. E se Hope não

soubesse poderia pensaria que Remy também teria mais de um bebê.

*****
Olhando para Griffen, Hope se debateu se deveria deixá-lo dormir. Agora,

dormiam na mesma cama e adorava abraçá-lo. Toda noite dormia como um

tronco, porque ele a esgotava. E se ele dissesse “vamos tentar mais uma vez”,

“desta vez coloque um pouco mais de força”, “isso é para sua própria segurança e

não vamos parar até você conseguir” mais uma vez, ela o mataria.

Sofria e os músculos protestavam contra cada movimento. Ela era uma Enewu

e não foi feita para o combate. Sabia por que seu povo estava feliz em permanecer

em paz e não lutou quando os demônios chegaram. Nas últimas semanas, Griffen

ensinou-lhe movimentos de autodefesa e algumas habilidades básicas de luta. Ele

a ensinou a nadar também, mas era muito menos agressivo com isso.

— Não mais. Eu terminei.

Ela disse e soltou a espada. Sabia que estava em sua pele natural, pois

simplesmente não tinha energia para manter uma aparência humana. Sequer

pensava que poderia se esconder agora, estava morta sobre os pés doloridos.

— Vamos tentar esse movimento mais uma vez. Pegue a espada.

Ela fez seu melhor rosnado e o olhou, tentando queimá-lo com seu olhar

mordaz. Ele fez beicinho e ela não conseguia nem pensar em quão gostoso ele

parecia.

— Vou levá-la para a base amanhã e quero que você confie em suas

habilidades.
Sentando-se na grama do quintal, Hope se deitou e o ignorou, esperando que

ele entendesse a mensagem e a deixasse em paz. Quando pairou sobre ela com as

mãos estendidas como se fosse ajudá-la, ela gemeu e se virou para o lado.

— Griffen, não mais. Eu terminei.

Hope fechou os olhos, ignorou o lobisomem ainda pairando sobre ela e deixou

a natureza cercá-la enquanto dormia.


Hope sentou-se no carro, olhando para os portões do complexo militar. Nas

últimas duas semanas, Griffen esteve treinando-a. Suas sessões eram duras e

exaustivas, sempre terminando com ela deixando a natureza curá-la. Era uma com

a natureza quando deixava sua parte Enewu fluir, quando ela não tinha energia

para se mover, era toda Enewu. Muitas vezes queria desistir e parar, mas toda vez

que acordava de seu sono rejuvenescedor, Griffen ia até ela, a enchia de beijos e

eles faziam amor, o que a ajudava a querer aprender mais quando a recompensava

desta forma. Satisfação.

Ela agora estava pronta para participar do treinamento com as outras

mulheres. Não estaria no mesmo nível que elas, pois começou há pouco tempo,

mas treinaria com Nara e algumas das outras mulheres que começaram a

aprender. Faith ajudou a ensinar algumas das lições e Hope estava interessada em

vê-la em ação e não apenas em uma visão.

Visões. Seus lábios se curvaram e ela não pode evitar o sorriso. Não teve

nenhuma visão diurna. Tinha alguns sonhos que sabia serem visões, mas nada

como antes. Ela tinha uma vida e com o que via e Griffen dizia, Faith também tinha

uma. Hope estava orgulhosa de si mesma por ajudar a profecia a se tornar

realidade.
Nada disso era porque fitava os portões, apreensiva sobre entrar. Tinha a ver

com mostrar a mais pessoas o que ela era. Humanos. Militares. Sabia o que eles

faziam com coisas que não entendiam. Pelas visões que teve, ela sabia como

atiravam e jogavam explosivos contra os demônios, sem saber que isso tinha o

efeito oposto do que queriam e os alimentavam, dando-lhes mais energia e força.

Essa foi uma das razões pelas quais os demônios estavam dispostos a permanecer

e destruir a Terra, gostavam da destruição que os humanos fizeram.

— Você não tem nada para temer.

Griffen apertou a mão dela e Hope tirou o olhar dos portões e o olhou.

— Eu não consigo superar a rapidez com que você aprende as coisas. Está se

tornando uma adversária notável. Estou tão orgulhoso de você e mal posso esperar

para mostrar o quão bem está.

— Isso não é o que me deixa nervosa. Estou com medo do que acontecerá

quando mostrar aos homens o que sou e posso fazer.

Griffen se inclinou e apertou os botões em um bloco e depois falou em um

microfone, os portões se abriram. Ele se voltou para ela.

— Confie em mim. Não deixarei ninguém machucá-la novamente. E se

tentarem, terão que passar por mim.


Ele dirigiu pelos portões, parecendo confiante de que acalmou seus medos.

Hope confiava em Griffen e acreditava em suas palavras, mas era nas outras

pessoas que não confiava e não queria ser responsável por Griffen se machucar.

Griffen estacionou seu carro ao lado dos outros e saiu, ela ficou dentro ainda

sem saber o que estava prestes a fazer. Sua porta se abriu e Griffen estendeu a mão.

Ela soltou o cinto de segurança e olhou para a mão estendida por um momento

antes de colocar a mão na dele e sair do carro fechando a porta. Ela ficou atrás de

Griffen, os dedos dele entrelaçados com os dela, enquanto a guiava.

Hope podia ouvir o grito e o barulho dos homens, se lembrou de que estava

ajudando Griffen e ele a protegeria, confiava nele. Entraram num grande edifício

e Hope foi agredida com o cheiro de suor humano. Seus sentidos eram tão bons

quanto os dos Shifters, apesar de que perdeu parte deles depois que deu algum

poder a Faith. No entanto, seus sentidos ainda eram mais fortes que os de um

humano. Quando estava com os demônios, suas habilidades eram úteis, ajudando-

a sentir o humor e o que acontecia antes de ser convocada. Também era um

obstáculo quando podia sentir o cheiro do corpo sujo dos demônios e cativos.

Agora, os cheiros não eram agradáveis. Franziu o nariz e aproximou-se de Griffen

para que pudesse se concentrar no cheiro dele.

Hope quase sentiu como se tivesse pulado de sua pele quando ouviu uma

risada e uma voz profunda ao seu lado.

— Fofa. Acho que você pode sentir o cheiro tão bem quanto nós Shifters

podemos. — Ela percebeu que estava olhando para Grayson, o companheiro de


Nara e sabia que perdeu sua pele humana e parecia um arco-íris translúcido. —

Não posso acreditar que direi isso, mas Remy está certa, você é incrível.

Erguendo uma sobrancelha, Hope esperou para ver se ele diria mais, como,

por exemplo, por que achava que não gostaria de concordar com Remy.

— Não me olhe assim. Remy já tem uma cabeça grande. — Ele balançou a

cabeça, mas o enorme sorriso em seu rosto era inconfundível. — Ela é muito

divertida, mas porra, eu estou feliz que Nara é minha companheira e não ela,

porque Remy é encrenca.

Hope assentiu em compreensão, porque ouviu falar das aventuras de Remy e

a viu em ação, tanto em visões quanto quando estava lá sozinha. Remy foi uma de

suas primeiras amigas verdadeiras, então Hope a adorava e ela estava tão feliz que

Remy encontrou sua família, mesmo que sua mãe fosse diferente do que queria.

Hope sabia que Remy estava em êxtase por ter uma irmã e amava Nara.

— Eu adoro Remy. Ela é muito divertida. — Disse Hope.

— Oh, acredite em mim, ela é. — Ele suspirou. — Eu sei que Nara não teve

uma vida muito fácil, mas Remy lhe dá muitos conselhos e a leva a lugares que eu

prefiro que ela não vá.

Eles entraram em uma sala com um grupo de homens em calças de couro e

camisetas que ajudavam a proteger do sangue dos demônios. Eles estavam se

exercitando em aparelhos. Hope percebeu que desde que Grayson chegou, ele a
distraiu de sua preocupação. Ela estava mais calma agora pensando em suas

amigas.

Griffen soltou a mão dela, mas o braço dele deslizou ao redor de sua cintura

e a puxou para seu lado.

— Atenção. — Ele gritou. Todos os homens o olharam e ficaram retos.

— Vocês terão um treinamento diferente. Minha companheira lhes mostrará

algo que lhe dará um vislumbre do que enfrentarão. Lembrem-se, os demônios

não são tão legais quanto minha companheira. Eles confiam principalmente em

sua força e usam seu corpo como arma. Movam-se. Quero todos vocês lá fora.

Griffen se virou e levou Hope para um conjunto de portas. Abriu-as e com o

braço ainda em sua cintura, conduziu-a para o exterior. O chão era de concreto,

mas quando Hope olhou ao redor, viu grama, árvores e alguns obstáculos. Outros

grupos de homens estavam no meio de completá-los. Devlin e Jamie, irmãos de

Griffen, estavam ao lado de alguns, Logan e Rane observavam o outro.

Kane caminhou em direção a eles, seu estômago agitou e ela encolheu contra

Griffen. Ainda não estava confortável na presença de Kane, mesmo sabendo que

ele estava feliz com ela pelo poder que deu a Faith.

— Se estiver pronta, reunirei todos os novos recrutas. — Disse Kane.


— Faith deve chegar em breve. Ela está ansiosa para chutar uma dessas

bundas, para mostrar o quão ruim ela é. — Ele gemeu. — Essas são as palavras

dela, não as minhas.

Ele estava sorrindo e isso a fez endireitar e deixar parte de sua ansiedade.

— Estou tão pronta como sempre estarei.

Hope falou, embora não tivesse certeza se contava a verdade.

Griffen a treinou bem. Ela o mataria se ele a ensinasse mais. Bem, quando

ganhasse um pouco de sua energia de volta ela o faria. Agradecia à natureza por

suas habilidades curativas. Ainda hesitou, porque não tinha certeza se estava

pronta para mostrar às outras pessoas o que era. Não sabia se estaria pronta algum

dia para fazer isso.

Griffen apertou sua cintura, inclinou-se e beijou suas orelhas. Ela estremeceu

de prazer. Ele sabia que suas orelhas eram sensíveis.

— Agora não. Você sabe o que isso faz comigo.

Disse ela. A risada dele fez seu corpo aquecer e ela gemeu.

— Pare ou eu não conseguirei fazer isso. Não é o mesmo que apresentar

Shifters, eu sou diferente. Humanos matam o que eles não conhecem.

— Eu nunca deixaria os humanos machucá-la.

Griffen beijou seu pescoço, e ela se inclinou contra ele.


— Ela está pronta.

Ela acenou com a cabeça com a declaração de Griffen.

— Bom. Vou juntá-los.

Kane disse antes de sair para chamar todo mundo.

Griffen a guiou para uma área mais aberta onde os grupos estavam se

reunindo. As mulheres estavam lentamente se aproximando. Não demorou muito

até que um grupo de homens, com roupas de couro semelhantes às que Griffen

usava quando patrulhava, se alinhasse na frente dela. Kane retornou com Faith e

ficaram ao lado dela e de Griffen.

Uma vez que todos estavam reunidos, Rane se aproximou e ficou ao lado de

Griffen, com uma voz estrondosa, ele disse:

— Todos se acalmem e prestem atenção, porque isso apenas será dito e

mostrado a vocês uma vez. — Hope observou quando ele deu um olhar mortal

para os homens. Desejou poder parecer tão aterrorizante assim quando olhava. —

Está é Hope. Ela é a companheira do meu irmão... esposa e mostrará por que os

demônios são uma ameaça maior do que imaginam. Ela contará sua história e se

alguém a interromper, eu pessoalmente me certificarei de que nunca mais possa

fazer um som.

Rane não disse mais nada e Hope esperou alguns momentos apenas para ter

certeza de que ele acabou. Ela olhou para Kane e ele assentiu, Griffen apertou seu
ombro em apoio. Sem saber como começar, olhou para todos os rostos que a

encaravam. Incapaz de controlar suas emoções, soube no minuto em que sua pele

humana se transformou em seu arco-íris translúcido natural. Houve um suspiro

aqui e ali, os homens passaram de um leve interesse para ela ser seu único foco.

Respirando fundo, se controlou e esperou que sua pele normalizasse.

— Olá. Meu nome é Hope e sou um ser de um mundo chamado Enewu. Hope

nem sempre foi o meu nome. Eu já fui chamada de Pet. Era refém dos demônios e

eles me usaram por conta das habilidades que possuo. Sou a última da minha

espécie. Os demônios destruíram meu mundo e mataram todo o meu povo.

Ela se perguntou o que mais contaria a eles. Não queria que os humanos

soubessem tudo. Lançou seu olhar ao redor, desejando poder correr e se esconder.

Não se sentia confortável com todos os olhos nela.

— Está bem, é o suficiente. — Griffen acariciou seu pescoço e seus dedos

arrastaram para cima e para baixo em suas costas. — Eles entenderam a ideia e a

gravidade do que aconteceu.

Isso era bom, porque Hope não achava que poderia dizer mais nada. Olhou

para baixo e percebeu que tentou se camuflar contra Griffen. Contra suas roupas.

— Tudo bem. — Faith se aproximou e ficou na frente dela.

— Agora todos vocês já viram o quão incrível e legal minha amiga é. — Ela

enfatizou a palavra amiga. — Deixe-me mostrar-lhes como sou incrível. — Lançou


seu olhar entre Kane e Rane. — Quem é o idiota mais arrogante para trabalhar?

Dê-me um grupo deles. Deixe-me mostrar-lhes o quanto sou má.

Hope riu quando Faith bateu em sua própria bunda e piscou para seu

companheiro. Ela sabia que tinha uma amiga para sempre em Faith. Hope

recostou-se contra Griffen, seus braços circularam sua cintura e ela esperou

ansiosamente que Faith colocasse esses militares em seu lugar e mostrasse como

era boa.

*****

Faith era incrível. Hope agora via por que aprender a lutar e se proteger viria

a calhar. Observar todos os homens lutando e perdendo para Faith fez seu corpo

se aquecer e formigar. Ela gostava de Griffen segurando-a e isso apenas

aumentava sua necessidade. Ela nunca se excitou assim antes. Griffen foi seu

primeiro amante e mesmo vendo outras pessoas em suas visões, ela nunca se

sentiu atraída por nenhuma delas.

Ela não praticou nada hoje e estava cheia de energia. Virando-se no abraço de

Griffen, ficou na ponta dos pés e se inclinou para seu ouvido.

— Eu quero ir para casa.

Passou as mãos sobre o peito dele e desceu para esfregar seu pau. Gostava de

como o pau dele fazia-a se sentir. Amava o modo como se sentia quando Griffen
estava com ela. Recuando, mordeu o lábio inferior. Sentia-se estranha. Nunca foi

tão direta. Seu corpo nunca se aqueceu como agora.

Seu rugido era de pura necessidade e ela estremeceu. Precisava de algo. Seu

corpo estava queimando. Algo não estava certo. Nunca se sentiu assim. Ela

esfregou seu corpo contra o dele.

— Eu preciso... Griffen, alguma coisa está acontecendo.

Ele se inclinou para perto e a cheirou. Quando se afastou, a jogou por cima do

ombro e Hope gritou. Ele saiu correndo, com a mão na bunda dela, o que a

impediu de pular. Não parou até chegarem ao carro, onde gentilmente a colocou

no chão, abriu a porta e a guiou para dentro. Griffen entrou no carro e deu partida.

Seu corpo estava em chamas. Quando ela não o estava tocando, seu corpo doía e

queimava com a necessidade de ser tocada. Não podia controlar seu corpo.

Eles chegaram em casa em tempo recorde e ela estava gemendo com uma

necessidade dolorida e formigante. Ele saiu do carro, deu a volta para o lado do

passageiro e abriu a porta. Jogou-se para ele, envolvendo as pernas ao redor de

sua cintura. Ela rasgou suas roupas, ansiosa para ficar pele a pele. Nunca sentiu

essa dor forte antes.

Ele caminhou de costas em direção à casa e ela não desceu quando ele se virou

e abriu a porta da frente. Deslizou pelo corpo dele, tirando todas suas roupas. Ele

tirou as botas.
— Tire. — Hope sussurrou enquanto puxava suas roupas, recuando para

puxar Griffen. Ela engoliu enquanto olhava para baixo em seu corpo esculpido,

parando em sua excitação dura, longa e espessa. Sua boca se encheu de água e

ficou de joelhos se arrastando até ele. O grunhido profundo e gutural que Griffen

soltou fez seu corpo tremer de necessidade e a boceta ficar mais molhada.

Griffen ampliou sua postura e ela envolveu sua mão ao redor de seu pau e

colocou os lábios sobre ele. Ela nunca fez isso antes, mas viu em suas visões,

mesmo que tentasse bloquear. Queria fazer com Griffen, queria mostrar a ele o

quanto significava para ela e como sempre a satisfazia.

Ela beijou a ponta de seu pau antes de abrir a boca e levá-lo, chupando

profundamente. Seu gemido dizia que estava fazendo certo e os formigamentos

que a atravessaram, aliviaram um pouco da dor. Ela moveu a mão em seu pau,

chupando e levando-o mais fundo.

— Porra, Hope. Isso é bom demais. Eu vou gozar muito rápido e sei que você

me quer enterrado profundamente. Ei, minha companheira. — Hope adorava

quando ele a chamava de sua.

Griffen a puxou para cima e levantou-a, embalando-a em seu abraço, em

seguida, foi para o quarto deles. Entrou no quarto onde dormiam juntos e

gentilmente a colocou no pé da cama. Hope recuou até que suas coxas tocaram o

colchão. Ondas de puro prazer fluíam através dela. Seu corpo estava queimando

e precisava de Griffen. Sabia que ele era o único que poderia acalmá-la.
— Eu preciso de você. Estou sofrendo. O que está acontecendo, Griffen?

— Você está no calor. Não sabia que poderia entrar em calor. Pensei que por

ser uma alienígena, seria mais como os humanos.

Ela suspirou com a aspereza em sua voz. Estava cheio de desejo... desejo e

necessidade por ela. A boceta de Hope estava encharcada. Ela colocou os braços

ao redor dele e passou as mãos pelo peito, sentindo os músculos flexionados.

— Você é tão sexy. Eu... ah, eu... amo tudo sobre você. Continue falando,

porque sua voz está me fazendo derreter. — Gemeu. Ela o queria dentro dela.

Precisava de seu corpo contra o dele. Ansiava-o.

Griffen grunhiu e sorriu quando uma mancha vermelha cobriu seu pescoço

até as bochechas. O rubor fez um ronronar sair de seus lábios e ela se afastou para

se sentar na cama. Lentamente ele se moveu, então pairou sobre ela, seus lábios a

poucos centímetros dos dela.

— Você é minha. Toda minha. — Ele rosnou antes de tomar sua boca com a

dele. Sua língua escorregou e traçou seus lábios, procurando entrada. Ela abriu e

encontrou a língua dele, enrolando-as juntas enquanto seus dedos corriam para

cima e para baixo em seus músculos esculpidos.

O beijo de Griffen tirou seu fôlego, mas acalmou a necessidade dolorida

pulsando através dela. Suas mãos exploraram seu corpo, aliviando a necessidade

ardente. Ela se arqueou com cada golpe e quando seus dedos encontraram as
dobras de sua boceta, ela gemeu e o arranhou ansiosa por mais. O calor se

espalhou através dela e se estabeleceu em seu núcleo, latejando.

Afastando a boca, ela respirou fundo, absorvendo o cheiro dele. Griffen

deixou beijos pelo seu pescoço, em seguida, mordiscou sua clavícula. Passando as

mãos por suas costas, ela agarrou-o. Faíscas dispararam diretamente em seu

núcleo. Ele chupou seu pescoço e quando lambeu suas orelhas, ela se esfregou,

sempre que a boca dele tocava suas orelhas, ela ficava louca.

Hope o puxou de volta para um beijo. Seus lábios se encontraram enquanto

passava as mãos pelas costas dele. Hope amava esse homem e ele era todo dela.

Queria-o dentro dela. Queria que esta dor parasse.

As mãos de Griffen correram por seu corpo, segurando seus seios e beliscando

seus mamilos. Usando as pontas de seus dedos, ela traçou os sulcos em suas costas

antes de percorrer cada fenda e músculo. Hope amava a sensação de seu corpo

contra o dela.

Ela recuou na cama e ele se arrastou para ficar sobre ela. Sentiu o aço do pau

de Griffen enquanto deslizava para frente e para trás através de suas dobras. Seu

corpo estava quente, ardendo. Precisava de liberação, ansiava por isso. Griffen

devastou sua boca e ela queria que ele fizesse isso com seu corpo. Ele desceu sobre

ela que se esfregou nele, seus mamilos grudados em seu peito.


Não podia esperar mais. Precisava de liberação. Ela afastou sua boca da dele

com um gemido e ofegou. Ele colocou o rosto no pescoço dela, chupou e

mordiscou a ponta da orelha. Faíscas flutuaram sobre ela e seu corpo se apertou.

— Por favor, não espere mais. Preciso de você dentro de mim. Por favor, eu

preciso... — Gemeu de frustração por não ter o que queria.

Seu pau se alinhou com a entrada dela, sentiu os dedos dele abrirem os lábios

da sua boceta enquanto afundava nela. Olhando para os brilhantes olhos azuis

cheios de posse, com necessidade apenas por ela, se deliciou com cada centímetro

de pau entrando mais e mais.

Ele a olhou nos olhos. — Você é minha. Minha companheira. A quem você

pertence? Quem lhe dá tudo o que precisa?

— Você. Apenas você. — Ela ofegou quando ele empurrou seu longo e grosso

pau dentro dela.

Ela gritou de puro prazer quando ele se esticou e alcançou o ponto certo.

Agarrou Griffen enquanto a pressão aumentava mais a cada movimento de seu

pau.

— Você é incrível. Tão gostosa. — Ele descansou sua testa na dela. — Seu

cheiro está me deixando louco. É como um afrodisíaco. — Ele suspirou e se

inclinou para trás, observando-a, mas ela não queria que deixasse seu corpo, então

envolveu suas pernas ao redor dele, impedindo sua retirada.


— Não, não vá. Estou tão perto. Eu preciso gozar. Por favor. Por favor, não

pare. — Hope implorou pelo que precisava, puxando-o para baixo e beijando-o.

Ele a pegou em seus braços e o movimento fez com que ela se levantasse e seu

pau afundasse mais. Com cada retirada, ela cravava os calcanhares em sua bunda

para trazê-lo de volta e fazia eletricidade explodir por seu corpo, se estabelecendo

em seu núcleo. Ela estava tão perto e sabia que seria uma grande coisa quando

tivesse o que ansiava. Apertou os músculos ao redor dele experimentalmente e

sorriu quando ele gemeu e parou de se mover.

— Eu gozarei se você fizer isso, minha linda companheira. — Ele se inclinou

e mordeu as pontas de suas orelhas e ela gemeu de prazer.

Sua mão deslizou pelas costas dando a volta até que seus dedos esfregaram

seu clitóris. Quando ele moveu seu pau para fora e deslizou de volta novamente,

ela explodiu. — Griffen. Ah sim. Griffen.

Ele não parou de se mover em um ritmo constante para dentro e para fora,

mas seus dedos em seu clitóris desaceleraram e a deixaram sair de seu orgasmo.

Em uma névoa de euforia, ela olhou para baixo e viu seus músculos se

esticarem e ficarem tensos a cada movimento. Ele manteve seu ritmo constante por

um tempo antes de lentamente começar a ganhar velocidade e mudar. O prazer

aumentou novamente e ela começou a mover seus quadris para encontrar seus

impulsos. Passando as mãos sobre o peito e as costas, ela deixou o imenso calor e

a necessidade dominá-la novamente.


Fechando os olhos por um momento, concentrou-se nas sensações que

cresciam dentro dela, deixando-as assumir e consumi-la. Borbulhando cada vez

mais alto a cada carícia, a cada golpe do membro de Griffen. Ela se levantou,

agarrando seus ombros e movendo-se o melhor que pode, procurando por mais.

— Minha. Minha. — Griffen rosnava repetidamente.

— Oh Deus. Sim. Sim. Mais forte. Mais rápido. Oh sim, tão perto. — Ela

gritou, indiferente se o mundo inteiro pudesse ouvi-la. Sua respiração saiu

ofegante e ela se esforçou para o que queria, não, precisava.

Grunhindo, Griffen entrou com força e ela se deleitava em sua força. Ele se

inclinou, acariciou seu pescoço e mordiscou a ponta de suas orelhas, enviando

prazer diretamente para sua boceta. Com alguns golpes mais poderosos, ele se

enterrou profundamente e ela sentiu a base de seu pau começar a inchar.

Gritando, ela se rompeu em um milhão de pedaços. Sua boceta estremeceu e

se agarrou a ele. Segurando-o perto dela, deixou a euforia tomar conta. Nada

nunca foi assim antes. E se havia um paraíso, ela estava nele agora.

Griffen bombeou para ela com um empurrão final antes de gritar sua

libertação. Ela gemeu quando seu pau inchou, travando dentro dela enquanto a

sua semente quente disparava profundamente. Foi fantástico. Ela sabia o que esse

calor significava. O objetivo era engravidá-la. Ela estava cem por cento a bordo

com isso.
Griffen estava exausto. Hope estava faminta e ele não saía de casa havia quase

uma semana. Ele nunca pensou que diria que fez sexo demais, mas agora...

Ele lançou seu olhar de volta para cama para ver Hope finalmente dormindo.

Seu calor era diferente do que ele ouviu a respeito das mulheres Shifters e até dos

humanos. Ela mal dormia, o devorava em toda chance que tinha. Sua única função

era obter liberação e satisfação. Ela não parava a menos que ele implorasse por

isso.

Ele iria sair e a primeira coisa que pretendia fazer era ir até a casa de sua mãe

e comer. Depois iria até o restaurante e comeria o maior bife que tiverem. Sabia

que perdeu peso. Estava pele e ossos.

Mudando para seu lobo, olhou para seu reflexo nas portas deslizantes

francesas e viu que até seu lobo parecia faminto, mas seu sorriso de lobo era

presunçoso. Seu lobo amou as vezes que reivindicaram sua companheira e ela

gritou seu nome.

Ele saiu da casa e correu para seus pais. Odiava usá-los, mas com toda a nova

segurança, sabia que não tinha escolha, então seu lobo relutantemente passou pela

porta.
— Porra, eu não tenho o meu telefone. — Eve resmungou. Rosnando, ele

mudou para sua forma humana. — Eca, nojento. Eu não quero ver sua bunda nua.

— Que porra você está fazendo aqui? — Ele perguntou. — Pensei que você

ainda estivesse se escondendo.

Eve estava na merda com Kane, Rane e Logan, seu cunhado. Ela não era a

pessoa favorita de Griffen no momento também. Eve colocou as mulheres em

perigo. Pode ter lhe trazido Hope, mas se não tivessem conseguido as mulheres

de volta e os demônios as tivessem levado para fora do mundo, tudo poderia ter

sido diferente.

Eve encolheu os ombros.

— A força aérea sugeriu que eu tirasse um tempo. — Ela revirou os olhos. —

Mamãe arrastou minha bunda aqui. Eu estava na minha casa longe de vocês. —

Estremeceu.

Concentrando-se em seu elo através de suas habilidades ômega, ele podia

sentir o medo real de sua irmã, mas não era dirigido a sua família. Levantando a

sobrancelha, ele passou por ela, pegou a calça de agasalho que seus pais

mantinham na porta da frente e de trás, entrou, amarrando os cordões antes de

encarar Eve.

— O que está acontecendo? E não me dê nenhuma besteira, sou o ômega.

Ela evitou os olhos dele e passou os dedos pelos cabelos.


— Estou sob muito estresse. Você sabe, trabalho e merda.

Balançando a cabeça, ele olhou para ela.

— Besteira. Porra, Eve, do que você tem medo? Você é tão dura quanto suas

unhas e tem bolas maiores que as minhas.

Ela bufou e se virou para que ele não pudesse ver seu rosto, mas estava sendo

estúpida, porque ele podia sentir suas emoções violentas: aborrecimento, raiva e

medo.

— Eu não quero um companheiro. Vejo o que acontece quando as mulheres

encontram seu companheiro. Elas se transformam em lutadoras de banco traseiro.

Ficam em casa, fazem bebês e cuidam das crianças. Eu quero lutar. Não quero ficar

de fora.

Puta merda, Eve encontrou seu companheiro, mas ela obviamente não o

acasalou.

— Quem é ele, Eve?

Lançou lhe um olhar irritado e exclamou:

— Não é da sua conta. — Ela saiu e Griffen sabia que ela não contaria a ele e

ninguém descobriria quem era até que Eve estivesse pronta.

Griffen foi até a cozinha e encontrou sua mãe com as duas irmãs adotivas,

Grace e Sophie.
— Griffen. — Sophie gritou. Ela envolveu seus pequenos braços ao redor de

suas pernas e apertou com toda a força.

— Senti sua falta. Onde você estava?

Ajoelhando-se, ele pegou Sophie e a abraçou.

— Ei querida, o que você está fazendo?

— Isa assou cupcakes. — Se inclinou e pegou algo do topo do banco. — Aqui,

esses. — Ela empurrou o cupcake em direção a sua boca e ele abriu a tempo, mas

ainda ficou coberto de glacê.

Ele engoliu o bolinho de chocolate e lambeu os lábios para tirar um pouco da

cobertura.

— Obrigado, querida. Estão muito gostosos.

Assentiu com a cabeça freneticamente. Griffen pegou outro e desta vez comeu

sem ficar coberto de glacê.

— Você quer comida de verdade ou você vai comer esse lote de cupcakes? —

Sua mãe nem ao menos se afastou de ajudar Grace a congelar os cupcakes.

— Sim, o que você tem? — Griffen foi para geladeira enquanto ele dizia isso.

Abrindo, viu que estava cheio de recipientes de comida.

— Por que perguntar se você vai olhar? — Suspirou alto, mas ele não saiu da

geladeira.
Sophie pegou o recipiente marcado com lasanha e o prato marcado com

salada. Griffen colocou a salada de volta.

— Mamãe disse que, mesmo que você seja um grande e forte lobo, ainda tem

que comer verduras. Coisas saudáveis.

Ela pegou a salada e deu a ele seu melhor olhar furioso, mas foi a coisa mais

fofa que ele já viu.

Ele fechou a porta da geladeira e gentilmente colocou Sophie para baixo. Ele

colocou os recipientes no balcão e retirou pratos, facas, garfos e colocou a tampa

do micro-ondas para que não houvesse respingos.

Sua mãe finalmente se virou quando ele colocou tudo e abriu os recipientes.

— Oh filho, o que aconteceu? — Ela se aproximou dele e segurou seu rosto. —

Quando foi a última vez que você comeu? — Ele beijou as mãos de sua mãe e ela

acariciou sua bochecha, colocando a mão em seu quadril.

— Hope entrou no calor e foi muito mais intenso do que eu poderia imaginar.

Seu olhar se arregalou, sua boca se abriu e fechou por um momento. Depois,

olhou-o de cima abaixo e voltou-se, certificando-se de que ele tivesse muita

lasanha e uma pequena salada no prato antes de colocar a tampa sobre ele e

empurrá-lo no micro-ondas.
— Eu irei alimentá-lo, filho. Você estará de volta ao seu antigo eu em pouco

tempo. — Ela lançou um olhar para Grace e Sophie, murmurando baixo o

suficiente para que somente ele pudesse ouvir.

— Isso significa que terei mais um neto?

Griffen não tinha ideia se ele e Hope poderiam ter filhos, mas ele tinha a

sensação de que, se pudessem, ela estaria grávida agora. Ele assentiu e sua mãe

sorriu. Não tinha dúvidas de que se Hope estivesse grávida, ela seria a melhor avó

de todos os tempos.

Ele queria que Hope fosse feliz. Amaria seus próprios filhos, mas se por

alguma razão ele e Hope não pudessem tê-los, ficaria feliz em ser o melhor tio de

todos os tempos. E havia outras maneiras de serem pais. Sempre havia crianças

precisando de boas casas.

O micro-ondas apitou e sua mãe pegou sua comida.

— Vá se sentar. Eu levarei. — Ele foi e sentou-se à mesa, sua mãe colocou o

prato e Grace colocou a faca e o garfo também. — Coma. Você pode comer mais

cupcakes se comer tudo no seu prato.

Griffen não discutiria com sua mãe. Engoliu sua comida e se deliciou com seu

amor.
Ela se sentia incrível. Hope dormiu por quase dois dias e estava pronta para

sair agora. Estava pronta para ser livre. Estava no cio. Esperava ter feito um bebê.

Bebês. Ela acrescentou algo novo à sua lista de sonhos. Hope queria que seus

próprios filhos a amassem. Ela tinha certeza que estava grávida.

Praticamente dançou fora do banheiro e se vestiu. Sabia que Griffen estava

fora da casa. Ela o encontraria mais tarde. Primeiro, visitaria suas amigas e faria

carinho nos bebês.

Ela não se incomodou com os sapatos, amava a sensação da terra sob seus pés.

Foi para a casa de Kirby. O sol estava se pondo, mas havia luz suficiente para

enxergar com clareza, não que precisasse da luz, também tinha uma boa visão

noturna, talvez até melhor que a de um Shifter.

A casa de Kirby e Rane estava em sua linha de visão e ela não conseguia evitar

o enorme sorriso cobrindo seu rosto. Fechou os olhos por um momento e deixou

que o ambiente a envolvesse. Gostava que este lugar estivesse cercado por floresta.

Abrindo os olhos, caminhou até a porta deles e congelou quando foi tomada por

uma visão.
Demônios, zumbis e asseclas estavam por toda parte. Esta era uma missão

que os demônios sabiam que a maioria não voltaria. Eles estavam lá para pegar

todas mulheres e crianças que pudessem, matar os Shifters e quem os ajudasse.

Era um ataque surpresa e eles pensavam que no último minuto ela ou Faith não

veriam.

O rei demônio usou seu portal para mover tantos demônios quanto pudesse

para as entradas da cidade. Ele moveu asseclas e zumbis para cidade, pois podiam

ficar mais perto da água do que dos demônios. Ele instruiu-os a pegar reféns fora

da cidade para os demônios que posicionou na frente. Uma vez que tivesse os

asseclas e zumbis onde queria, então moveria os demônios. Hope observou

enquanto ele tentava manter o portal aberto pelo maior tempo possível, drenando

sua fonte de energia.

O rei demônio não lutaria sozinho. Ele também não enviaria seus melhores

recrutas. Em vez disso, enviaria os demônios que sentia serem descartáveis. Seu

objetivo para o dia era a destruição, matar e capturar o máximo de inimigos. Sabia

que seu portal seria drenado por um tempo depois desta operação, mas queria

vingança contra os malditos Shifters, queria que Pet pagasse. Queria que alguém

morresse.

Hope observou com horror enquanto os demônios e asseclas matavam e

pilhavam tudo ao redor da cidade.

Ela precisava impedir essa visão e avisar sua família.


Hope saiu da visão, sabendo que ela não tinha muito tempo. Pela primeira

vez estava grata por uma visão e nem se importava que esta fosse a primeira vez

que ajudava Faith. Tudo o que queria agora era levar as mulheres e crianças para

a água. Os demônios não iriam para o oceano. As gêmeas Shifters e humanas

poderiam lidar com os asseclas e zumbis. Os asseclas podiam voar sobre a água,

mas queria matá-los antes que chegassem à sua família.

Ela tropeçou na porta de Rane e Kirby, batendo nela. Rane abriu com um

grunhido, mas ela não deixou que ele falasse uma palavra.

— Os demônios estão chegando. É um ataque surpresa. Pegue todas as

mulheres e crianças e leve para a praia. Na água seria o melhor. Agora. Não há

tempo para conversar ou perder tempo.

Hope entrou e farejou Kirby e Ryland.

— Movam-se agora. Precisamos levar vocês dois para o oceano.

Hope girou, não surpresa ao ver Rane atrás dela.

— Preciso de facas e espadas. Eu lutarei. Ninguém matará minha família.

Essas pessoas a receberam na família de braços abertos. Os Enewu não eram

um povo lutador, mas ela lutaria pelas pessoas que amava.

— Que porra está acontecendo, Hope? — Rane rosnou.


Agarrando a mão de Kirby, ela puxou-a para a saída dos fundos e para praia.

Kirby tinha Ryland em uma tipoia e estava pegando itens e empurrando-os em

uma bolsa enquanto saíram.

Hope não desacelerou nem se virou para Rane enquanto falava.

— Eu tive uma visão. Os demônios estão chegando. Eles já estão nos arredores

da cidade. Estão chegando com força total com asseclas e zumbis, visando as

mulheres e crianças. É um ataque surpresa. Eles esperavam que Faith e eu não

víssemos. Você precisa garantir que todas as mulheres e crianças sejam colocadas

em algum lugar seguro.

Ela não se virou ou parou quando ouviu.

— Foda-se. Porra. Vou ligar e organizar tudo. Coloque minha família em

segurança.

— Eu o farei e os protegerei com a minha vida. — Ela quis dizer cada palavra.

*****

Merda atingiu o ventilador. Felizmente, Faith também teve uma visão e já

estava na praia com muitas mulheres e crianças. Faith estava com seu uniforme de

couro com todas as suas facas e espadas amarradas a ela, Bengie tinha um

transportador preso à frente dele com Braydon. Não foi isso que fez Hope levantar

as longas facas que Rane lhe deu, não, foram os asseclas e zumbis humanos se

aproximando deles.
Hope empurrou as mulheres que ela sabia que estavam grávidas e com

crianças, colocando-as no mar até a altura dos joelhos. A praia era uma faixa longa,

ela corria para cima e para baixo o melhor que podia, conseguindo deixar tantas

mulheres e crianças tão seguras quanto possível. As crianças choravam e gritavam,

mas era melhor do que se machucarem.

Remy não ia para água. Ela estava determinada a lutar. Della, a mãe de

Griffen, estava ajudando a levar as mulheres para segurança também. Havia

fêmeas de lobos subindo e descendo a praia, esperando que os asseclas atacassem.

Eles vieram voando e foram direto para os retardatários. Com a espada e a faca,

Hope correu para eles como se sua vida dependesse disso. Ela usou suas

habilidades em um esforço de proteger as mulheres e crianças que estavam caindo

na areia.

Hope agora estava agradecida a Griffen pelas semanas de treinamento duro.

Ela pulou e deu um soco, ouvindo o nariz sibilante e o bater de asas. As garras da

criatura cinzenta semelhante a um porco arranhavam seus braços, mas ela estava

acostumada a sentir dor. Agarrou o assecla e fez o que Griffen lhe ensinou assim

como previu nas visões antes, cortou sua cabeça e arrancou o coração. Ela não

cortou as asas, pois sabia que já estava morto. Hope moveu-se para o próximo.

Ela se perdeu nas lições de Griffen. Fingiu não ser Enewu. Deixou todo o ódio

e raiva que sentia soltos sobre os asseclas, que apareceram primeiro. Os zumbis

estavam lá para pegar o que os asseclas conseguiram.


O povo de Hope era pacífico, sem vontade de lutar, mas enquanto ela lutava

para manter sua família segura, sentiu raiva de toda sua raça. Como ousaram

desistir? Deveriam ter lutado por aqueles que amavam. Deveriam ter lutado pelo

seu planeta. Ela canalizou toda sua raiva na luta quando balançou a espada em

arcos largos e enterrou fundo, cortando até os ossos. As facas eram afiadas e

tinham um gelo especial.

Os ex-humanos ou zumbis, como eram apropriadamente nomeados, estavam

focados em uma tarefa e passariam por qualquer coisa para conseguir o que foram

designados a recuperar. Receberam sangue de demônios, o que os fortalecia e os

colocava sob o controle dos mesmos. Ela notou que muitas mulheres humanas

eram mais hesitantes e não as matavam tão rapidamente.

Hope sabia que esse ataque era uma tentativa desesperada de recuperar o

controle. Com ela longe dos demônios e o último ataque dos Shifters os demônios

foram atingidos duramente. Eles queriam reconstruir. Hope sabia que havia

demônios subterrâneos em outros países, precisava dizer aos líderes daqueles

países onde estavam, para que os Shifters pudessem atacá-los. Isso se não se

moveram, pensando que ela já teria contado. Os lobos eram o foco do rei demônio,

já que eles tinham Faith e a Austrália tinha uma população grande e talentosa.

Ela cortou os zumbis e atacou os asseclas com força renovada, porque os

demônios estavam perdendo. O controle deles sobre esse mundo não era tão forte

e ela era uma força a considerar agora que estava livre. Ela grunhiu quando um

zumbi puxou seu cabelo para impedi-la de matar um assecla. Hope nunca voltaria
aos demônios. Terminaria sua própria vida antes de ser Pet novamente. Com um

rugido, ela girou e apontou para cima, cortando o zumbi que a soltou quando seu

intestino se derramou.

Ela era a última Enewu, mas agora era algo novo. Não seguiria os passos do

seu povo, lutaria até o último suspiro para se salvar e a sua nova família. Esperava

que Griffen e os homens estivessem fazendo o mesmo.


Ele nunca viu tantos demônios juntos. Kane disse a ele que não eram os únicos

sob ataque. Faith viu cidades ao redor do mundo: duas cidades americanas, uma

na Inglaterra e uma cidade chinesa também estavam sob ataque. Os ataques eram

um apelo desesperado para ganhar vantagem. Agora que seu povo tinha Hope, os

demônios estavam perdidos. Perderam sua vidente e suas fortalezas subterrâneas.

Griffen olhou para Grayson, que estava parado, preparado para os demônios

que se aproximavam deles. Os novos recrutas humanos pareciam apavorados,

mas precisavam de toda a ajuda que pudessem obter. Ele e todas as equipes não

deixariam os demônios entrarem em sua cidade. Eles não pegariam nenhuma das

crianças nem mulheres.

Não havia asseclas ou zumbis com todos os demônios, esperava que as

mulheres estivessem lidando com o que foi jogado contra elas. Faith e Hope

disseram que iriam reprimir os asseclas e zumbis. Ele estava muito feliz por ter

passado aquelas semanas treinando Hope e sabia que as mulheres também

treinaram duro. Griffen precisava ter fé que as mulheres poderiam lidar com os

asseclas e zumbis, mas agora tinha que se concentrar em sua própria batalha.

Griffen nunca lutou contra tantos demônios.

Redirecionou seus esforços para os demônios que se aproximavam. Eles

vieram em um grande grupo de dez. Podia ouvir o som fraco de luta à distância
dos outros grupos. Os demônios devem ter chegado primeiro a eles. Griffen e sua

equipe estavam em desvantagem, com apenas dois Shifters no grupo. Logan

estava acasalado com sua irmã e às vezes era melhor do que Shifters em luta, mas

com vinte humanos e metade deles não estava em conformidade com o que eles

estavam prestes a fazer, temia que pudessem perder a luta. Ele precisava lembrar

aos humanos o que estavam enfrentando antes que fosse tarde demais.

— Lembrem-se de trabalhar juntos como uma equipe. Será preciso dois

humanos para cortar suas cabeças. Seu sangue queima como ácido. Tentem não

ser atingidos. Apenas lembrem-se que são um time. — Ele gritou enquanto os

demônios rugiam e balançavam suas caudas, acertando um humano e

derrubando-o de uma só vez.

Ele mudou parcialmente, tirou suas espadas e atacou os demônios. Caudas

afiadas e pontiagudas balançavam, ele se abaixou e cambaleou. Tinha uma missão,

cortar os corações e apunhalá-los. Os humanos estavam subindo nas costas de um

demônio, então ele foi direto para seu coração, esperando mantivesse sua cauda e

mãos nele, não nos humanos.

Ele se moveu do primeiro para o segundo com facilidade rápida e eficiente,

mas o terceiro demônio foi mais difícil. Os humanos estavam se esgotando

rapidamente. Podia ver que não durariam muito enquanto os demônios estavam

deliberadamente se cortando para que o sangue ácido deles caísse sobre a pele

exposta dos humanos. Cobriram os humanos com couro, o que parecia ser a
melhor proteção contra o sangue ácido, mas suas mãos e rosto não estavam

cobertos.

O primeiro humano desceu rapidamente em gritos enquanto suas mãos

chiavam e os buracos em suas roupas ficavam maiores antes de uma cauda de

demônio afundar em seu peito. O humano soltou as armas enquanto a cauda se

arrastava, rasgando-o e ele caia no chão.

Griffen não tinha tempo para sentir pena do homem, eles estavam perdendo.

Não podiam perder, havia muito em jogo. Havia muitas crianças e muitas

mulheres grávidas na cidade. Eles poderiam estar em menor número, mas lutaria

até seu último suspiro para salvar as mulheres e crianças. Lutaria para que Hope

nunca voltasse a ser uma escrava. Ela merecia liberdade. Todos mereciam a chance

de ser livres.

*****

Griffen nunca esteve tão exausto em sua vida. Não sabia quantas horas se

passaram, mas estava escuro como breu e tinham oito humanos e seis demônios.

Ele não desistiria embora. Continuaria lutando até seu último suspiro.

Arrastou seu corpo até um demônio prestes a arrancar a cabeça de um

humano e cortou a mão ao redor de seu pescoço, observando o aperto afrouxar e


cair no chão. Logan estava nas costas do demônio e ia para sua cabeça. Griffen foi

para o coração, mas grunhiu quando sentiu o corte de uma cauda afiada em suas

coxas. Não parando, ele ignorou a dor e usou suas espadas para apunhalar o

demônio.

Ele ouviu o helicóptero, o barulho era alto mesmo contra o som de grunhidos

e rosnados da luta. Não esperava o que aconteceu em seguida. Homens sendo

impulsionados para baixo... não, não homens, metamorfos parcialmente

mudados, dez deles. Griffen não os conhecia, mas estava muito grato por sua

chegada. Entraram direto na luta e com energia renovada, atacaram os demônios

restantes.

Os novos Shifters foram rápidos enquanto matavam os demônios. A maioria

eram panteras. Ele sabia que estavam na Nova Zelândia, mas não havia trabalhado

com eles antes. Conheceu seu alfa e os viu nas reuniões, mas esta era a primeira

vez que trabalharam juntos e pelo que estava vendo agora, sabia que eles eram

bons. Havia um lobo que ele não conhecia e um urso que conhecia, que veio de

uma troca da América, mas o restante eram panteras, eles eram rápidos e moviam-

se com graça sem esforço enquanto lutavam e matavam um demônio após o outro.

Griffen tinha três ursos para se juntarem ao bando e uma pantera, mas ele era

da Inglaterra, além de ganharam quatro leões da África, outros lobos de todo o

mundo para aumentar seu bando. Faith foi uma grande carta para o bando. Muitos

Shifters queriam companheiras e Faith poderia dar isso a eles.


A luta terminou com a ajuda dos novos Shifters. Griffen queria descansar, mas

não seria capaz até que soubesse que as mulheres e crianças estavam seguras, até

que soubesse que Hope estava segura.

Uma pantera deu um passo em direção a ele, suas espadas ainda em suas

mãos.

— Eu sou Blaine. Faith nos ligou horas atrás e nos contou sobre a visão.

Pegamos um avião e viemos direto para cá, com nosso avião particular,

poderíamos chegar aqui rápido. Eu sei que outros bandos enviaram ajuda

também. Meu irmão é o alfa, ele queria vir, mas achamos melhor que ele não viesse

para proteger nossa casa, caso houvesse um ataque lá. Agora vá. Aposto que você

está ansioso para chegar a suas mulheres e crianças. Também enviamos homens

para as praias.

Mudando, Griffen acenou com a cabeça de lobo antes de sair em direção à

praia em alta velocidade.


Hope nunca ficou tão feliz em ver novos Shifters. Ela passou as últimas duas

horas lutando como se sua vida dependesse disso e de certa forma dependia. Ela

nunca voltaria a ser um animal de estimação para os demônios, preferia estar

morta. Os Shifters vieram em helicópteros e caíram de cordas. Desceram

rapidamente e mataram os asseclas e zumbis.

Hope tropeçou até a água e enquanto as ondas batiam em seus pés, ela ficou

de joelhos, grata por haver ajuda. Sua força se foi, ela fechou os olhos por um

momento e deixou as dores latejantes de todos seus cortes, contusões e lacerações

serem conhecidas. Ainda segurava a espada e as facas, tinha certeza de que agora

elas se fundiam ao seu corpo.

Griffen estava ensinando-a nadar. Era boa nisso. Qualquer coisa a ver com a

terra ela gostava. Amava a água e não queria ficar longe novamente.

Mãos a levantaram sob os braços.

— Hope. Hope. Fique acordada. Precisamos de você. — Ouviu a voz doce de

Kirby e sentiu seu toque gentil enquanto a ajudava a se levantar.

Ela não queria abrir os olhos. Cada músculo doía e não achava que poderia se

mover sem ajuda se tentasse. Erguendo um olho aberto, ela olhou para Kirby,

vendo que ela tinha alguns arranhões aqui e ali, mas fora isso parecia bem. Hope
estava feliz por Kirby não estar gravemente ferida. Ela lutou tanto para garantir

que sua família estivesse segura e parecia que Kirby estava.

— Estou tão feliz por você estar segura. Ryland também está bem? —

Murmurou.

— Ryland está bem. Ele está com a tia Sandra. — A voz de Kirby era

reconfortante e Hope fechou o olho que estava aberto.

— Ava também? — Hope precisava saber que toda a sua família estava viva.

— Oh, Hope, estamos todos vivos e fazendo o melhor que podemos.

Hope assentiu ou pelo menos esperou que fosse um aceno de cabeça, antes

que pontos negros nublassem sua visão e então a escuridão assumisse

completamente.
Hope acordou em uma cama macia e quente. Estava viva e seu corpo apenas

doía um pouco. Ela se lembrava de lutar. Lembrou-se dos Shifters aparecendo e

Kirby, além do resto de sua família que estavam bem.

Respirou fundo, gemendo quando o cheiro de Griffen a cercou. Ela arqueou-

se, alongando-se. Seus lábios se curvaram quando ouviu um longo gemido, então

os lábios de Griffen se arrastaram da parte inferior de seus pés e subiram pelo

corpo dela.

— Ouvi dizer que você foi incrível no outro dia. — Disse ele contra sua pele.

Ela se virou para direita. — O que você quer dizer no outro dia? — Gritou.

O grito de Hope se transformou em um gemido quando ele moveu as mãos

por seu corpo e colocou dois dedos dentro dela, deslizando-os para dentro e para

fora.

— Relaxe, você está se recuperando há quarenta e oito horas. — Ele pairou

sobre ela, seus dedos ainda dentro dela.

— Você é fascinante. Estive a observando e cuidando de você, seu corpo se

curou. É tão incrível e toda minha.


Sua boca cobriu a dela, sua língua traçou seus lábios antes que os abrisse e

juntos eles se enroscassem. Ela apertou os dedos dele, que se aprofundaram e se

afastaram enquanto suas bocas se devoravam. Ansiava mais dele, amando o gosto

deles combinados. Queria satisfação. Ela o queria dentro. Queria que seus corpos

estivessem fazendo o que a língua dele fazia dentro de sua boca.

Os dedos de Griffen deixaram seu núcleo e ele os virou de forma que Hope

ficasse por cima. Ele afastou a boca da dela e disse.

— Monte-me. Quero ver você pegar o que quer.

Hope gemeu com uma necessidade profunda e crescente, ansiosa para

conseguir o que seu corpo queria. Sorrindo, ela se abaixou, então ficou sobre sua

ereção dura e grossa e lentamente, muito lentamente, deslizou sobre ele,

saboreando cada centímetro. Sua cabeça recuou enquanto se sentava, se

aquecendo no sentimento pleno e sensual. Seu cabelo era selvagem e bagunçado,

mas não se importava.

Ela olhou para Griffen e amou o sorriso convencido que se espalhou por seu

rosto enquanto a olhava. Acariciou seu rosto e foi incapaz de resistir a dizer como

se sentia. — Eu te amo.

Os olhos de Griffen ficaram brilhantes e seu sorriso tomou todo seu rosto. —

Eu também te amo, Hope. Você é incrível. Ajudou a proteger todos na praia. Estou

tão orgulhoso de você. Eu te amo muito.


Hope sabia que estava radiante como uma idiota, mas não se importava. Ele

puxou seu rosto e a beijou.

Ela estava no céu. O manteve enterrado o máximo que pode enquanto o

beijava. Necessidade ardente disparou através dela. Querendo, não, desejando

mais, ela recuou e usou as mãos em seu peito musculoso para que ficasse para

baixo enquanto o montava, subindo e descendo em sua dura ereção.

Seus peitos saltaram conforme ela pegou o ritmo, levou uma mão para eles.

O gemido dele a fez beliscar os mamilos. Griffen rosnou e a vibração através de

seu corpo fez sua boceta formigar. Ele moveu as mãos dela de volta para seu peito

e segurou seus seios. Seus polegares esfregaram seus mamilos, Hope soltou um

gemido quando os formigamentos dispararam diretamente em sua boceta. Seu

corpo já no limite, ela sabia que não precisava de muito para gozar.

Ele moveu a mão pelo seu estômago para descansar em seu quadril, ajudou-

a em seu ritmo. Começou a se mover mais forte. Griffen soltou seu seio e as pontas

de seus dedos fizeram cócegas no estômago parando em seu clitóris para esfregar

círculos ao redor dele.

Hope gemeu. — Mmm, não pare. Por favor, não pare. Tão perto.

Seus quadris empurraram para encontrar os dela enquanto se afundava em

seu pau, aprofundando-se mais. Pressionou mais forte em seu cerne e ela arqueou

em seu toque.

Deixando-se ir, ela jogou a cabeça para trás e gritou. — Sim. Griffen, sim.
Sua liberação a percorreu quando ela explodiu em um milhão de pedaços. Seu

corpo inteiro estremeceu quando ele empurrou uma última vez, grunhindo. Hope

sentiu a base de seu pau se expandir e seus músculos se flexionaram com sua

liberação.

Hope desabou sobre ele, que a abraçou. Esfregou a bochecha contra o peito

dele.

— Você pode me acordar assim a qualquer momento. Na verdade, faça disso

a única maneira de me acordar a partir de agora. — Pressionou beijos por todo o

peito dele. — Eu realmente te amo. Obrigada por me amar de volta.

Ele segurou seu rosto e ela olhou para o homem que se tornou uma parte vital

do seu mundo. — Você é fácil de amar. Uma vez que se encontrou e se tornou você

mesma, foi impossível não me apaixonar.

Aconchegando em seu homem, soltou um suspiro satisfeito. A vida era boa.

Não, era melhor do que poderia sonhar. Fechou os olhos e se deleitou em sua

felicidade, feliz com sua nova família e vida.


Ela segurou um dos trigêmeos de Ava, Phoenix e olhou para a pequena

réplica perfeita de seu pai. Todos os trigêmeos tinham o cabelo ruivo do pai, mas

tinham os olhos da mãe. Carrick estava no abraço de sua mãe, alimentando-se e

Griffen segurava a linda pequena, Keela. Você já podia ver que ela seria linda, com

seus cílios enormes, grandes lábios carnudos e cabelos ruivos.

— Você fez tão bem. Eles são incríveis, Ava. — Hope beijou Phoenix. — Eu

espero ter um tão fofo.

Ava estava deitada na cama e apesar de dar à luz trigêmeos no dia anterior,

estava linda. Irradiava amor e felicidade. — Você terá. — Um enorme sorriso se

espalhou sobre o rosto de Ava. — Estou tão animada para ver como será seu bebê.

Eu me pergunto quais genes serão mais fortes.

Hope não pode evitar colocar a mão no leve inchaço do estômago. Ela estava

em êxtase por estar grávida. Todos seus sonhos mais loucos estavam se tornando

realidade. Tinha um companheiro incrível em Griffen, grandes amigas, uma

família amorosa e estava começando uma família própria.

Ela pegou o olhar de Griffen e murmurou eu te amo.


O coração de Hope acelerou quando seu olhar se suavizou e ele sussurrou: —

Eu também te amo.

A vida era realmente boa.


Ela não deveria fazer isso. Não queria, mas seu lobo a estava deixando louca.

Sentou-se em seu carro, seu binóculo nos olhos enquanto o observava. Seu lobo

rosnou nós vamos para ele. Nós reivindicamos.

Cale a boca, ela rosnou para seu lobo. Eve não queria um homem, um

companheiro para controlá-la. Amava sua liberdade. Pode encontrar o homem que

estava espionando, com suas maçãs do rosto salientes, lábios carnudos e grandes

olhos castanhos, mas não estava pronta para um companheiro. Ela não estava

pronta para bebês, descobriu que quando os Shifters encontravam sua

companheira, eles acabavam nocauteados meses depois de estarem juntos.

Estava tão atraída por seu companheiro e a cada dia que passava ficava cada

vez mais difícil ficar longe dele. Ela estava até ficando doente do estômago, por

negar seu lobo. Resistiu à vontade de mudar, porque sabia que seu lobo procuraria

seu companheiro e não a deixaria voltar até que o encontrasse e reivindicasse o

que era deles.

Colocando seus binóculos para baixo, ela fechou os olhos por um momento,

ganhando o controle de si mesma antes que cedesse e fizesse o que seu lobo

queria... reivindicar seu companheiro.

Movendo o carro, ela dirigiu para casa, sentindo falta de sua família e bando.
Para você que chegou até aqui, o nosso muiiiito obrigado.
Esperamos que tenha gostado pois foi feito especialmente para você!

Continue com a gente!

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