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Revisão - Referencial
Revisão - Referencial
TEÓRICO.pdf
20/05/2023
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SUMÁRIO
1 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................ 4
1.1.1 Incidência.............................................................................. 4
1.1.3 Diagnóstico............................................................................ 6
1.1.4 Classicação........................................................................... 7
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1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Paralisia Cerebral
A paralisia cerebral (PC), é um grupo de distúrbios que afetam o movimento e a postura e são causados por
lesões que ocorrem no cérebro em desenvolvimento.
Essas lesões podem ser difusas ou localizadas e geralmente ocorrem nos primeiros anos de vida, resultando
em uma condição irreversível e não progressiva (CLAUDINO, et al., 2012).
Embora a lesão seja cerebral na maioria dos casos, outras estruturas encefálicas, como o cerebelo, também
podem ser afetadas. Dependendo da etiologia, da extensão, da intensidade e da localização da lesão, a criança
com paralisia cerebral pode apresentar outras condições, incluindo distúrbios de sensação, percepção,
deciência mental, convulsões, distúrbios de linguagem, transtornos de aprendizagem e problemas de visão e
audição (VASCONCELOS, 2009; CAMARGOS, 2021).
Além disso, é comum que crianças com paralisia cerebral apresentem crises convulsivas, bem como problemas
musculoesqueléticos secundários, como contraturas musculares e tendíneas, rigidez articular, deslocamento
do quadril e deformidade na coluna. Essas alterações estão relacionadas ao crescimento físico e à
espasticidade muscular, e podem provocar mudanças qualitativas no movimento, na postura e no tônus
muscular, que podem se modicar à medida que a criança avança de idade, devido a fatores biológicos, de
maturação e adaptação do sistema nervoso central, bem como fatores ambientais e fatores relativos
(ASSUMPÇÃO, 2011; LANZA, 2019).
1.1.1 Incidência
A prevalência da paralisia cerebral varia em diferentes países, sendo encontrada uma variação de 1,5 a 5,9
casos por 1.000 nascidos vivos em países desenvolvidos. Já em países em desenvolvimento, a incidência é
estimada em 7 por 1.000 nascidos vivos. No Brasil, não existem dados irrefutáveis sobre a incidência da
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5 paralisia cerebral, mas estima-se que haja de 30 mil a 40 mil novos casos por ano, sendo esta a principal
causa de deciência física grave na infância (OLIVEIRA, 2013).
1.1.2 Fisiopatologia e Etiologia
O desenvolvimento do cérebro começa logo após a concepção e continua durante a vida. Durante este
processo, o cérebro passa por várias fases de crescimento e maturação, que são críticas para a formação das
conexões entre os neurônios e para o desenvolvimento de funções especícas, como a linguagem, a memória e
a coordenação motora (DIMITRIJEVI E JAKUBI 2005; LANZA, 2019).
No entanto, quando ocorrem fatores agressivos antes, durante ou depois do nascimento, o tecido cerebral
pode ser afetado, o que pode levar a alterações permanentes no funcionamento das áreas afetadas. Essas
alterações são caracterizadas como lesões não progressivas, pois a lesão inicial não piora com o tempo, mas
pode ter consequências permanentes para o desenvolvimento e a função cerebral (LANZA, 2019; CAMARGOS,
2021).
Embora a etiologia exata da PC não possa ser identicada em muitos casos, a literatura cientíca aponta
diversos fatores de risco que aumentam a probabilidade de uma criança sofrer lesão neurológica. Estes
fatores incluem a ocorrência de agressões no tecido cerebral durante os períodos pré, peri e pós-natal
(DIMITRIJEVI E JAKUBI 2005). Estima-se que entre 70% a 80% dos casos de PC tenham origem pré-natal e a
prematuridade, por exemplo, é responsável por 25% das crianças que desenvolvem PC. A seguir, será descrito
as causas que podem ocorrer em cada período:
Pré-natal: Durante o período gestacional, as doenças maternas e os hábitos de vida podem afetar o
desenvolvimento cerebral do feto em formação, causando danos permanentes. Entre as doenças que podem
afetar o desenvolvimento neurológico do feto, destacam-se a rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose, herpes,
crescimento anormal do feto, gestação múltipla, desordens metabólicas, sílis congénita, abuso de álcool e
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6 drogas ilícitas, desprendimento prematuro da placenta, zika vírus, entre outras (LANZA, 2019; CAMARGOS,
2021; OLIVEIRA; 2013).
Perinatal: A fase perinatal é caracterizada por qualquer situação que possa causar danos ao feto durante a
passagem pelo canal do parto ou que altere a sua dinâmica. Entre as situações mais comuns, podemos citar a
leucomalácia periventricular, hemorragia intracraniana, partos distócicos, hipoxia e asxia neonatal,
prematuridade e baixo peso, fórceps, icterícia grave, ruptura uterina, febre materna durante o trabalho de
parto, apresentação pélvica, pré-eclâmpsia, entre outras (LANZA, 2019; CAMARGOS, 2021; OLIVEIRA; 2013).
Pós-natal: Refere-se ao período em que a lesão no cérebro é diagnosticada entre a segunda semana de vida
até os 2 anos de idade. Durante esse período, existem diversas causas de Paralisia Cerebral, como meningite,
encefalite viral, traumatismos cranioencefálicos, hidrocefalia, oclusão de veias e artérias encefálicas, tumores,
leucomalácia periventricular, síndrome do bebê sacudido, crises convulsivas nas primeiras 48 horas de vida
após o nascimento, sepse, entre outras (LANZA, 2019; CAMARGOS, 2021;
OLIVEIRA; 2013).
1.1.3 Diagnóstico
O diagnóstico da Paralisia Cerebral (PC) não é denido por critérios universais, mas sim por uma avaliação
clínica que inclui histórico médico completo, avaliação neurológica e exames de imagem como, a tomograa
computadorizada do crânio, a ressonância magnética e a cintilograa por perfusão cerebral, que podem
auxiliar na compreensão da etiologia da doença, ainda assim, o diagnóstico em si é principalmente baseado na
observação clínica (LANZA, 2019; ROTTA, 2002).
No entanto, atrasos no desenvolvimento motor, como diculdades na sucção, alterações posturais e atrasos em
marcos importantes de desenvolvimento, como controlar a cabeça, sorrir, rolar, entre outros, podem ser sinais
precoces que sugerem a necessidade de uma avaliação neurológica mais aprofundada. Além disso, a
persistência de reexos primitivos e alterações no tônus e postura também
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7 são sintomas que podem variar de acordo com a idade gestacional no nascimento, idade cronológica,
distribuição da lesão e doença de base (JIMÉNEZ, 1997)
Na Paralisia Cerebral (PC), a falta de controle dos movimentos é uma característica comum, que pode gerar
alterações secundárias decorrentes da falta de ortostatismo e descarga de peso nos membros inferiores no
solo e dos padrões anormais de postura decorrentes de alteração tônica; isso pode levar à subluxação ou
luxação do quadril, contraturas, escoliose, dor, e fratura, principalmente, se houver também redução na
mineralização óssea, como se verica nos quadros de osteopenia ou osteoporose (LEITE, 2004; LANZA, 2019).
1.1.4 Classicação
É possível classicar crianças com Paralisia Cerebral de acordo com o tipo de disfunção motora, relacionada ao
tônus muscular, e a topograa do comprometimento do corpo. Essa classicação é importante para orientar a
equipe multidisciplinar na escolha de intervenções terapêuticas especícas e no prognóstico funcional da
criança (LANZA, 2019; CAMARGOS, 2021; OLIVEIRA; 2013).
O tônus muscular é denido como o grau de contração permanente do músculo. Segundo Lee e Tatton-Brown
(1984), o tônus muscular é mantido por
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8 impulsos provenientes da medula espinhal, e pode ser alterado, resultando em hipertonia, hipotonia ou
atonia. A hipertonia é caracterizada por um aumento do tônus muscular, enquanto a hipotonia é caracterizada
por uma diminuição do tônus muscular. A atonia, por sua vez, é a ausência completa do tônus muscular. O
desequilíbrio dos motoneurônios é a principal causa dessas alterações, que interferem em funções como
controle motor, equilíbrio e força muscular, além de gerar deformidades e dor (Lanza, 2019).
A Paralisia Cerebral (PC) é uma condição neurológica que afeta a área do cérebro responsável pelo controle do
tônus muscular. Consequentemente, todas as crianças com PC apresentam uma disfunção motora que pode
se manifestar por meio de um aumento, redução ou utuação do tônus muscular (MASCARENHAS, 2008;
LANZA, 2019).
Para entender como o movimento é gerado, é preciso compreender que os movimentos começam como um
pensamento na área remota do córtex cerebral, emitido no córtex motor por meio de motoneurônios
superiores, que iniciam a contração muscular adequada para alcançar a meta desejada. As bras do trato
piramidal descem pela coroa radiada e pela cápsula interna, chegando na região anterior do tronco encefálico
- pirâmides bulbares - onde as bras decussam para o lado oposto. As vias extrapiramidais, por sua vez, não
passam pelas pirâmides bulbares, mas incluem os núcleos corticais descendentes no corno anterior da
medula. Desse núcleo surgem os tractos vestíbuloespinhal e reticuloespinhal que descem pela medula
espinhal para inuenciar a atividade do motoneurônio inferior (MASCARENHAS, 2008; LANZA, 2019).
Danos no trato corticoespinhal podem levar à perda de controle motor no nos músculos distais dos membros
sem espasticidade, enquanto o envolvimento de outros tratos, como o trato corticobulboespinhal, pode gerar o
aumento do tônus muscular (LANZA, 2019). As lesões no sistema piramidal resultam em fraqueza muscular e
espasticidade, enquanto as lesões extrapiramidais podem resultar em bradicinesia, tremor, coréia e distonia
(LANZA, 2019).
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A Paralisia Cerebral é uma condição que afeta o controle motor e é causada por lesões no cérebro. Existem
diferentes tipos de Paralisia Cerebral, que dependem da localização da lesão no sistema nervoso e do tipo de
tônus muscular resultante.
Dessa maneira, pode-se classicar a PC em:
Espástica: A forma mais comum é a espástica, que ocorre principalmente em crianças nascidas
prematuramente e está associada à hiperatividade da via corticoespinhal, responsável pelo controle motor. A
espasticidade é caracterizada por um aumento do tônus muscular, o que torna os músculos enrijecidos e
diculta o movimento tanto para o paciente quanto para outras pessoas. Isso ocorre porque, ao mesmo tempo
em que a força muscular é diminuída, o tônus muscular é aumentado. Esse desequilíbrio pode levar a
encurtamentos musculares e deformidades ósseas, pois os músculos com maior tensão crescem menos.
(NEVILLE, 2018 e LANZA, 2019). É importante ressaltar que a espasticidade pode ser tratada com terapias
físicas e ocupacionais, que ajudam a relaxar os músculos e melhorar o controle motor.
Em alguns casos, é necessária a intervenção cirúrgica para corrigir deformidades e melhorar a qualidade de
vida do paciente. (TOWNSEND, 2015).
Discinética: Quando a lesão ocorre nas vias extrapiramidais (núcleos da base) temos a forma discinética da
paralisia cerebral, que é caracterizada por contrações musculares involuntárias que levam a torções,
movimentos repetitivos e posturas anormais. Os movimentos involuntários podem se agravar tornando-se
mais intensos e frequentes em situações de estresse, fadiga e emoções. Além disso, pode ser acompanhada de
outros sintomas, como problemas de comunicação, diculdades motoras nas e problemas de equilíbrio.
(LEITE, 2004); Divide-se em três tipos: distônica, atetose e coreia:
Distônica: caracterizada por movimentos lentos e bizarros que afetam grandes partes do corpo, levando a
posturas distorcidas dos membros e do tronco.
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10 Atetose: caracterizada por movimentos involuntários lentos de contorção e retorção nas extremidades, além
de "caretas" e movimentação do pescoço.
Coreia: caracterizada por movimentos anormais explosivos, abruptos e de grande amplitude, que ocorrem em
intervalos irregulares.
Ataxia: condição caracterizada por uma coordenação motora inadequada, resultante da dissinergia,
diminuição do tônus muscular e equilíbrio deciente, causados por lesões no cerebelo. Uma pessoa com ataxia
pode apresentar uma marcha ampla e desequilibrada, além de tremor intencional (LEITE, 2004; LANZA, 2019;
CAMARGO, 2019).
Mista: De acordo com Lanza (2019), é comum que em casos de lesões múltiplas, os sintomas das disfunções do
movimento não aparecem isolados, sendo possível que a criança apresente mais de um quadro clínico. Além
disso, Camargos (2019), destaca que a disfunção do tipo mista pode apresentar-se de diferentes formas,
envolvendo uma variedade de sintomas e afetando a capacidade da criança de realizar atividades cotidianas.
O diagnóstico preciso e o tratamento adequado são fundamentais para minimizar os impactos da disfunção
mista na vida da criança.
Hipotônica: caracterizada por uma grave depressão da função motora acompanhada de frouxidão e aumento
da mobilidade articular, além de menor força e resistência muscular. O diagnóstico dessa forma de PC
geralmente é transitório, uma vez que a maioria das crianças evolui para outros tipos, como os discinéticos ou
atáxicos (LANZA, 2019).
A classicação topográca da paralisia cerebral se refere à distribuição corporal da lesão, que pode ser
categorizada:
Monoplegia: Caracterizada por afetar apenas um membro, porém, é uma condição rara (LANZA, 2019).
Camargo (2019) ressalta que a monoparesia é mais comumente observada em membros inferiores e pode ser
causada por
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Diplegia: De acordo com Lanza (2019), a diplegia é caracterizada pelo comprometimento mais acentuado dos
membros inferiores em relação aos membros superiores, e a função da mão é frequentemente preservada. Já
Camargo (2019) destaca que essa forma de paralisia cerebral pode ser classicada como espástica, com rigidez
muscular predominante, ou atáxica, com incoordenação motora mais acentuada. Além disso, a autora aponta
que a diplegia pode ser classicada como simétrica, quando ambos os membros inferiores estão igualmente
afetados, ou assimétrica, quando um dos membros inferiores é mais afetado do que o outro.
Quadriplegia: Comprometimento motor global, em que tanto os membros superiores quanto inferiores são
afetados com a mesma gravidade ou de forma assimétrica, ou seja com predomínio de um dos lados,
envolvimento do controle de tronco e cervical. o que resulta em um atraso signicativo no desenvolvimento
motor, limitando consideravelmente o potencial de independência dessas crianças (RIBEIRO, 2008).
A diplegia é um tipo de paralisia cerebral que afeta predominantemente os membros inferiores em relação
aos membros superiores, resultando em diculdades motoras para caminhar, manter o equilíbrio e realizar
atividades que exigem coordenação motora na. (LEITE, 2004; RIBEIRO, 2008; LANZA, 2019).
De acordo com Camargo (2019), a diplegia espástica se caracteriza por rigidez muscular e hipertonia, esta
forma de Paralisia Cerebral é a mais comum em crianças prematuras, sendo resultado de lesões como
leucomalácia periventricular
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12 ou hemorragia peri ou intraventricular. Isso ocorre porque as bras motoras que inervam os membros
inferiores estão localizadas mais próximas da região ventricular.
Existem diferentes graus de intensidade do distúrbio, podendo variar de leve (com recuperação e bom
prognóstico, adaptando-se às atividades diárias) a casos mais graves com sérias limitações funcionais. Os
sinais clínicos também podem variar amplamente. No primeiro ano de vida, a criança apresenta hipotonia e
gradualmente evolui para uma fase em que ocorrem episódios de distonia intermitente, com propensão ao
opistótono quando estimulada. Em casos mais graves, a criança pode permanecer em um desses estágios
durante toda a vida, embora geralmente desenvolva hipertonia espástica, inicialmente de extensão e,
posteriormente, com contraturas semi exoras graves (LEITE, 2004).
A mobilidade articular costuma ser limitada e o grau de exibilidade pode ser reduzido, há uma tendência à
contratura em exão dos joelhos, bem como à presença de pés equinovalgo. Além disso, a instabilidade
articular também é comum na diplegia, podendo ocorrer luxações e subluxações em articulações como quadril
e joelho, devido fraqueza muscular. Esses pacientes podem apresentar deformidades estruturais decorrentes
da má formação articular, como a displasia do quadril e a osteoartrose precoce (LANZA, 2019; CAMARGO, 2019).
Todos os aspectos citados anteriormente relacionados às características motoras presentes nesses casos
costumam resultar em signicativas alterações no equilíbrio e na postura. Essas crianças com diplegia
espástica apresentam maior incidência de quedas, principalmente durante atividades que exigem mudanças
rápidas de direção ou suporte unipodal. A falta de equilíbrio pode dicultar o desenvolvimento de habilidades
motoras mais avançadas, como andar de bicicleta ou jogar bola, limitando a participação em atividades
esportivas e recreativas (CAMARGO, 2019).
As alterações de marcha notadas nas crianças com PC do tipo diplegia espástica podem ser variáveis, contudo
apresentam como características comuns a presença de passos curtos e a diculdade em manter o ritmo e a
cadência adequados. De acordo com o autor Leite (2004), a diplegia é caracterizada pelo comprometimento dos
membros inferiores, que frequentemente pode apresentar
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13 hipertonia acentuada nos adutores, resultando em uma postura conhecida como síndrome de Little,
caracterizada pelo cruzamento dos membros inferiores e uma marcha em formato de "tesoura". Além disso,
existem outros padrões de marcha que são frequentemente descritos na literatura, como podemos mencionar:
1) Padrão
Jump Knee - na marcha se observa um aumento da exão dos joelhos no início do apoio e no nal do balanço,
fazendo com que tenha um aumento da oscilação vertical do tronco. 2) Padrão Crouch Knee - Durante toda a
fase de apoio e no balanço terminal, tem um deslocamento com aumento de exão dos joelhos. 3)
Padrão Sti Knee - Nas fases de balanços inicial e médio, tem uma limitação da exão dos joelhos e, 4) Padrão
Recurvatum Knee - Nas fases de apoio simples e segundo duplo apoio, tem aumento da extensão de joelho.
(LANZA, 2019).
1.3 Escalas de Avaliações Utilizadas na Paralisia Cerebral
Existem diversas escalas de avaliação utilizadas na Paralisia Cerebral (PC) para avaliar diferentes aspectos do
desenvolvimento motor e funcionalidade da criança, dentre as mais utilizadas, pode-se considerar:
A Escala de Desenvolvimento Motor Grossa (GMFM) é uma ferramenta utilizada para avaliar a função motora
grossa em crianças com distúrbios neuromotores, incluindo aquelas com paralisia cerebral. A escala é
composta por 88 itens que avaliam a função em 5 dimensões, sendo elas: deitado e rolando; sentado;
engatinhando e ajoelhando; cando em pé; andando correndo e pulando. Cada item é pontuado em uma
escala de quatro pontos, de 0 (não pode fazer) a 3 (completa a tarefa). As dimensões contribuem igualmente
para a pontuação total do teste (RUSSELL, 2002; TECKLIN, 2002, p.48-49; DIAS et al, 2010).
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O PEDI é uma escala padronizada utilizada para avaliar o desempenho funcional em crianças de 6 meses a 7,5
anos de idade, por meio de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Ele é composto por três partes
distintas, que informam sobre habilidades funcionais em diferentes áreas. Na primeira parte, existem três
escalas: autocuidado (73 itens que avaliam habilidades como alimentação, banho, vestir-se, higiene pessoal e
uso do banheiro), mobilidade (59 itens sobre transferência, locomoção em ambientes internos e externos e uso
de escadas) e função social (65 itens sobre compreensão funcional, expressão funcional, resolução de
problemas, brincar, autoinformação, orientação temporal, participação em tarefas domésticas, autoproteção e
função na comunidade). Cada item é pontuado em 1, se a criança for capaz de realizá-lo, ou 0, se a criança não
for capaz. A soma dos escores da primeira parte de cada escala resulta em um escore total bruto para cada
uma das três áreas de desempenho funcional.
Na segunda parte do PEDI, são avaliadas as ajudas fornecidas pelos pais ou cuidadores em 8 tarefas de
autocuidado, 7 de mobilidade e 5 de função social. O escore é dado com base na assistência do cuidador,
incluindo categorias como assistência total, máxima, moderada, mínima, supervisão e independência. A
terceira parte da escala consiste em uma lista de alterações utilizadas pela criança para realizar as tarefas
funcionais, e a pontuação é dada de forma especíca para cada item, conforme descrito no manual do teste
(CHAGAS et al., 2008; MANCINI et al., 2008).
A FMS avalia a habilidade de caminhar em três distâncias especícas - 5, 50 e 500 metros - para avaliar a
mobilidade da criança em diferentes ambientes: em casa, na escola e na comunidade. É importante considerar
que a criança pode utilizar diferentes dispositivos de assistência em cada um desses ambientes (LANZA, 2019).
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O MACS é um instrumento validado e amplamente utilizado para avaliar o comprometimento motor das mãos
em crianças, foi criado em 2002 por um grupo de prossionais em colaboração com um Centro de Pesquisa de
Deciência Infantil.
Esse sistema classica a habilidade manual da criança em cinco níveis, avaliando a funcionalidade e
identicando possíveis limitações e potencialidades. Essa classicação ajuda a monitorar a evolução do
desenvolvimento das habilidades manuais da criança. Os níveis de classicação do MACS são os seguintes: I)
habilidade para manipular objetos com sucesso; II) habilidade para manipular a maioria dos objetos, mas com
a qualidade e/ou velocidade da realização um pouco reduzida; III) diculdade para manipular objetos,
precisando de ajuda para preparar e/ou modicar as atividades; IV) habilidade para manipular uma variedade
limitada de objetos facilmente manipuláveis em situações adaptadas; V) habilidade severamente limitada para
desempenhar até mesmo ações simples devido à incapacidade de manipular objetos (MAIA et al, 2021).
O Sistema de Classicação da Função da Comunicação (CFCS) é uma ferramenta desenvolvida para avaliar o
nível de funcionalidade na comunicação de crianças com deciências motoras e intelectuais. Foi criado por um
grupo de pesquisadores em 1993 e é composto por cinco níveis de classicação, que avaliam a capacidade da
criança em se comunicar efetivamente nas atividades diárias. O primeiro nível (CFCS I) indica que a criança se
comunica de forma ecaz em todas as situações, enquanto o quinto nível (CFCS V) indica que a criança tem
uma comunicação extremamente limitada e, geralmente, não verbal. Os níveis intermediários (CFCS II, III e IV)
avaliam a capacidade da criança de se comunicar de forma mais ou menos efetiva em diferentes situações
(CAMARGOS, 2019).
Escala de avaliação funcional mais empregada nas crianças com PC, entre 0 a 12 anos, tem o objetivo de
determinar qual o nível que melhor representa as
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A Realidade Virtual (RV) é uma tecnologia que tem como objetivo simular os cenários do ambiente real em um
ambiente virtual, além de simular o ambiente em aparência, também permite a interação entre o usuário e a
simulação. A realidade virtual é uma técnica que pode ser realizada utilizando diversos tipos de equipamentos
de videogame, tais como Nintendo Wii, PlayStation Eye Toy, Xbox
Kinect, GestureXtreme e jogos de computador. Cada modelo oferece um ou mais tipos de interação com o
videogame, como joysticks e plataformas, que podem ser manipulados pelas mãos ou apresenta sistemas que
captam os movimentos de todo o corpo da criança enquanto ela joga. A utilização da RV varia de intensidade,
podendo ser realizada por um período de 20 a 90 minutos por dia, entre 1 a 7 dias na semana e por um
período de intervenção que varia entre 4 a 20 semanas, de acordo com os estudos analisados (RESENDE;
SANTOS, 2019; CAMARGO, 2019).
Conforme apontado por BURDEA (2003), a Realidade Virtual apresenta diversas vantagens em relação aos
métodos convencionais para inclusão de crianças com paralisia cerebral. Uma dessas vantagens é a
representação visual, auditiva e cinestésica que estimula o participante e torna a atividade mais envolvente.
Além disso, a Realidade Virtual possibilita feedback imediato e medidas objetivas dos movimentos, como a
velocidade dos membros e a amplitude de movimento. A graduação da complexidade das tarefas pode ser
ajustada para aumentar ou diminuir a carga cognitiva. A interatividade proporciona diversão durante a prática
de atividade física, esporte e reabilitação motora das capacidades funcionais. Além disso, a Realidade Virtual
estimula funções cognitivas básicas, como atenção, concentração, memória, planejamento e cálculo, por meio
das atividades relacionadas aos jogos.
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Ao utilizar a realidade virtual como uma forma de terapia, é importante selecionar jogos que estejam
alinhados com os objetivos terapêuticos. Por exemplo, um jogo de basquete que envolva a realização de
movimentos especícos do basquete, pode ser usado para melhorar a amplitude de movimento dos membros
superiores. No entanto, para que a criança possa participar desse tipo de terapia, ela precisa ter a habilidade
de interagir com o equipamento de realidade virtual, o que geralmente acontece a partir dos 4 anos de idade
(CAMARGOS, 2019)..
De acordo com o estudo de XAVIER (2020), foi constatado que a intervenção com jogos de videogame teve um
impacto signicativo na melhora do equilíbrio e da motricidade global grossa, como comprovado pelas
avaliações pré e pós-intervenção, usando a Escala de Equilíbrio de Berg e a GMFM. A realidade virtual (RV)
proporciona feedback visual sobre os movimentos, interatividade e diversão.
Um estudo anterior, realizado por PAVÃO et al. (2014), utilizou jogos de Xbox 360 Kinect como recurso
terapêutico para uma criança com paralisia cerebral (PC) e obteve resultados positivos em relação ao equilíbrio
e à performance motora, devido ao feedback visual que permitiu à criança visualizar seus movimentos e
realizar correções posturais, em conjunto com comandos verbais do terapeuta, o que pode ter facilitado a
adesão à correção biomecânica e aos movimentos corretos durante a realização das tarefas. A repetição
dessas tarefas, juntamente com a correção postural, pode ter contribuído para o aprimoramento motor e do
equilíbrio da criança com PC.
A terapia com Realidade Virtual tem sido associada a melhorias signicativas na funcionalidade do membro
superior, incluindo aumento no uso das mãos em atividades que envolvem as duas mãos, melhora da destreza
e coordenação manual. Além disso, a Realidade Virtual tem apresentado resultados positivos em relação à
capacidade de caminhar, equilíbrio na posição ereta e desempenho de atividades diárias. Esses benefícios
demonstram o potencial da Realidade Virtual como ferramenta ecaz na reabilitação de pacientes com
deciências motoras, contribuindo para a melhora da qualidade de vida desses indivíduos (CAMARGO, 2019).
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1 Participação de crianças com paralisia cerebral nas habilidades funcionais e impacto na qualidade de vida
de seus cuidadores 49 Josimar Nunes TASSO 1 Carolina Bocato PRIOLI 2 Carolina Daniel de LIMA-ALVAREZ 3
Resumo: Crianças com paralisia cerebral apresentam diculdade na participação das atividades de vida diária,
requerendo auxílio de um cuidador, sobrecarregando-o emocional e ...
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funcionais-e-impacto-na-qualidade-de-vida-de-seus-cuidadores.html
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Apr 15, 2020 · 2. ASSIS-MADEIRA, E. A.; CARVALHO, S. G. Paralisia cerebral e fatores de risco ao desenvolvimento
motor: uma revisão teórica. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.9, n.1,
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