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PRINCIPIOS DO TRATAMENTO BIOLOGICO DE AGUAS RESIDUARIAS ~ PRINCIPIOS DO TRATAMENTO BIOLOGICO DE AGUAS RESIDUARIAS VOLUME 1 2! Edigdo Revisada Pc Introducdo a qualidade das aguas e ao tratamento de esgotos MARCOS VON SPERLING ‘GEFETES- BIBLIOTECA Belo Horizonte Departamento de Engenharia Sanitéria ¢ Ambiental = DESA, ‘Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Copyright © 1995,1996, by Marcos van Sperling, Este livro nflo pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizagao eserita do autor (Capa, Editaragio PletrOnica e Impressao: SEGRAC (031) 411-7077 Impresso no Brasil It edigio (1995) - 1000 exemplares 2 edicdo (1996) - 1000 exemplares 2 reimpressao (1998) - 1500 exemplares Ficha catalograticn von Sperling, Marcos Introdugio a qualiclade das dauas € a0 tratamnchio de esgotos / Marcos von Sperling «2, ed, « Helo Horizonte: Departamento de Engeahasia Sanitévia e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 1996, 243 p. (Prineipios do tratamiento biolésieo de sguas residuéties;v.1) 1, Aguas residuatias - Tratamento biolégico. L Titulo, 1 Série DU: 628.36. ISBN: 85 Apoio: + DESA-UFMG (Departamento de Fogenharia Sanitaria e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais) + Projeto DESA/GTZ (Sociedacie Alemi de Cooperagio Técnica) * CNPg (Conseiho Nacional de Deseavolvimento Cientifico e ‘Teenolégien) Como sotictar 6 livre: Marcos von Sperling Departamento de Engenharia Sanitésia e Ambiental - URMG ‘Av. Contorno 842-7" andar - 30110-0650 - Belo Horizonte - MG Brasil ‘Tel: (031) 238-1880 Fax: (031) 238-1879, 'SPERLING, Marcos Von Principios do tratamento biolégico de 4guas residuarias (978.18 Volt 6283 ‘$749 1996 2. ed. Y.1 Ext 2.rcimpe. 19s ext N.Cham. 628.3 $749 1996 2. ed Autor: Sperling, Marcos von Titulo: Introdugao a qualidade das iii AWA 2sTsm At 158369 Vit te Bev 4 minha esposa, Vanessa, ¥ meu flho, Bruno PREFACIO Prefaicio da Segunda Edicao FE atamente gratiicante observa que, poucos mescs as olangemento,o Volume i pare pars segunda dig, Next oportaiade, fram aeozpo- sails peqoenas reviedes de digital, bem eomeo arescestaos alguns pariralos ace riguras que comlementam deterinad ispivo que neesstava de ceria rrcrato, Devido go eur inerslo etre as duos edges, fo foram includ i leagdes ie unto mis exiitiral, Permanece no entanto,ocanvite 20 clegss votes ara encainkarem as suas sugesges © comentris, de forma asubsidar rons Capanitex e motificagies. Volto reitera os meus agradecimentos 2 todos cls ave, inituconalmentee indvidualmente,contbutan pasa 8 come Segunda edcao,especinimente 0 CNPq, DESA-UFMG ¢ GTZ. Marcas von Sperling ‘Maio de 1996 Prefiicio da Primeira E grande 0 désafio que Se aprecenta para os atnis € 8 fitros engeahelros Jintao no Basil: bd praticamentetdo se fazcr na Area de alantento de es20%08 Tue possamos veneer este inadisvel desaio, € nooesiro que projetemos ¢ vos ostagbes dl ratamsento de wma forma eficiente eecandmic, possiblitando mantabilidade do empreeadimento a sua expnnso para um nmero cada vez “fe comunidades e indistias. Este desaio, sem vornbra de divida, exige & cdo dem amolo contingente de profissionals DN presene se na dea de tranmento biolgieo de fas resid pretend Spirneetsenfengo de capacitagao, a comegae dos atunsestudantes. Exeles que Mldisodes os lives componentes da sie. Por esta rezio, a grande énfase da séric present ce conceitos prineipos,essencian porno desempeabo consciente Drisdo.Alnda que os listostenham também um crite pric, refietdo no vtumoro de excmmpios de efleal, evitiese 9 mensagem através de simples Metts de bolo”, Nao hi, também, wina preocupayio maior com o detalhamento dias unidades: para estes aspectos, hi outs livros, ji conse grades, além de eatilogos de fabricantes, A presente séric enfoca os projetos ao nivel de pré-dimensionamento, om o eficulo dpenas das principais dimenstes das uniidsdes, De fora a tornas © contesdo mais assimilivel, evitov-se apresentar uma profusio de citagdes bibliogni- ficas, concentrando-se principalmente nas teorias e informacoes ja eonsistidas. Ape~ sar do direcionamento expltcito ao piblicn estudail,espera-se que os livros possam ser de uilidade também aos profissionas pratcantes no meio, {A série completa ters os dois primeiros volumes dedizados uos prineipios funda- ‘mentais. Os volumes subsequentes serio orientados através dos prineipas sistemas de tratamento de esgotos: lodos ativads, [agoas de estabilizago, sistemas anaeré- bios, sistemas aersbios com biofilmes ¢ tratamento do lado. © primeiro volume procutt apresentar uma visio integrada de qualidade das Aguas, tanto a nivel das compos fevepiones, quanto das earacteristicas das esgotos. Come substéio para a seleghia de sistema de tratamento, sio descrtos os estudos -mbientais que devem ser eNeoutads para se avalinr o impaczo dos langamentos nos corpos receptores. Ent exter Inlvodulério, x0 descritos os principnis sistemas de tratamento € suns val Wo 0 criérins técnieos e econdraicas para a selegio da alterna cada situngio em anslise. Por se tratar de uma aéfie, 08 livros pressupBem wma continuidade temstien, No entanto, procurou-se dar uma cea aiiomfieléneli-em cada volume, paca reduzir © rudmero de consults envzadas aos demas volumes, A presente série deve serena apenas como usnn contibuigo, dentro de vm esforgo mais amplo, que deve ser abragado por todornés, de implants no nosso pats uma infraestratara sanitéria que permita @ melhoria das coudigtes ambiental e da qualidade de vida da nossa populago, Finalmente, gostaria de agradccer a toios aqueles que contribu e que pros- seguem contribuindo para a realizagio desta série. A nivel individual, umn agradeci- mento a todos que se motivaram, juntamente comigo, a dar forma e contesdo 20s livros. A nivel institucional, a entidades c agéncias responsives pela viabilizago ‘do empreendimento; Departamento de Engenharia Sanitaria © Ambiental da UFMG (DESA-UFMG), Sociesiade Aleml de Cooperagie Téeniea (GTZ) e Consetho Na- ional de Desenvolvimento Cieatifico ¢ Tesnol6gieo (CNP4) Marcas von Sperling Jutho de 1995 SUMARIO -Biblioteca CAPITULO 1 Nogies de qualidade das siguas A INTRODUGAO. ncn Pes ai m1 2. A AGUANANATUREZA.... 2 2.1. Distribuigio da gua na terra. 12 2.2. Cielo hidrol6gico. .B 3. A AGUA B 0 HOMEM ccm teats 3.1. Usos da gua ee 15 “3.2. Cielo do uso da gua 4. IMPUREZAS ENCONTRADAS NAAGUA.. 4.1. Caracteristioas das impurezas... 4.2. Sélidos presentes na gua 43. Organismos presentes na 4gua. . 5. PARAMETROS DE QUALIDADE DA AGUA. 5.1. Pardimetios fisicos.. 5.2, Parfimetyos quimicos $.3, Pariimetros biolSgicos aun 5,4, Forma fisica representada pelos parimetros de qualidade. 45.5, Urilizago mais frequente dos parimetros. 6. REQUISITOS E PADROES DE QUALIDADE DA AGUA. 6.1. Requisitos de qualidade 6.2. Pauhrdes de qualidade... ; POLUIGAO DAS AGUAS TLL. Canceitos BAsiC0S.... id 7.2. Quantificayao das cargas poluidoras. CAPITULO 2 Caracteristicas das iguas residuirias > 1, CARACTERIZAGAO DA\ cua scoTos 31 11, Preliminares. 1.2, Vaziio doméstica. 1.3. Vazio de infiltagio, 1.4, Vazfo industrial 2, CARACTERIZAGAO DA QUALIDADE DOS ESGOTOS, 2.1. Pardmetros de quale sas : 2:2, Principais caracteristigas das gs residusins 2.3. Principais pardmettO¥ susiasn 2.4. Rolagocs dimenslondls enlte Gatya © concent 2.5, Coracteristicas daw ticos, 2,6. Coracteriticns ais 2.7, Bxemplo.geralidal nxga poluidoras. CAPITULO 3 Impacto do langamento de efluentes nos corpos receptores 1 POLUIGAO POR MATERIA ORGANICA P. AUTODEPURAGAO DOS CURSOS D'AGUA 1.1 Intiodugi 1.2, Aspeotos ecoldgitos da autodpuragio. 1.3.0 balango do oxigénio dissolvido 1.4, Cindies da desoxigenaeio 1.5, Cinéion da reaeragto 1.6, Acura de deplesio do oxigénio dissolvido 1.7, Obtengio dos dados de entrada para 0 Hel. 1.8. Formas de controle da poli 1.9. Exemplo de cileulo 2, CONTAMINACAO POR MICRORGANISMOS PATOGENICOS «0.0100. 141 2.1, Introdugio. 2.2. Pardes para coliformes em corpos ¢' gua. 2.3, Cinétien do decaimento bacteriano.. 24, Contcole da contaminagdo por patogénicos.. 3, EUTROFIZAGAO DOS CORPOS D'AGUA. 3.1. Conceitusgo do fendmeno. ae $-Biblioteca 3.2, Problemas da eutrofizagao... ee 154 . Graus de trofia.. i ee 3.4, Dinimica de lagos e reservatérios “ 158. 3.5. Nutrieate limitante en : 158 336, Ratimaliva da carga de fsforo afluente a um lago ou repre 1s 159 3.7. Estimativa da concenteagio de fésforo no compo Agia ...2..sennnn 160 3.8, Controle da eutrofizacio, 162. 1a de fsforo em uma represt. 3,9. Exemplo da estimat 1, REQUISITOS DE QUALIDADE DO EFLUENTE: LL. Preliminares 1.2. Nivel do tratamento 2. OPERAGOES, PROCESSOS UNITARIOS E SISTEMAS DE TRATAMENTO 2.1. Classificagio des métodos de tratamento. | 2.21 Operactes, processos¢sisteras de tratamiento (Fas lquida) 2.4. Operagces, provessos ¢ sistemas de tratamento do lodo (fase sélida. 3. ANALISE E SELECAO DO PROCESSO DE TRATAMENTO... 3,1. Critérios para a analise, a 3.2, Comparagaio entre 0s sistemas... CAPITULO S: Estudos preliminares para projetos | ESTUDOS PRELIMINARES. ESTUDOS POPULACIONAIS. |, PERIODO DE PROJETO E E'TAPAS DE IMPLANTACAO. PRE-DIMENSIONAMENTO DAS ALTERNATIVAS: . ESTUDO ECONOMICO DAS ALTERNATIVAS, IRENCIAS BIBLIOGRAFICAS. CAPITULO 1 Nogées de qualidade das aguas ETFES-Biblioteca 1. INTRODUGAO [Na ética da Bagenharin Ambiental, o coneeito de qualidade da gua € muito mais Aamplo do que a simples caracterizgio di ‘gua pela f6emula molecular HO. Isto Porque a dgua, devido as suas propriedades de solvente © A sua capacidade de transportar particulas,incorporaa si diversasimpurezas, as quaisdefinem a quatidede da dgua. ‘A qualidade da dgua é sesultante de fenémenos naturaise da angio do homem. De maneira geral, pode-se dizer que a qutidade dle uma deverminade dgua €funcao do.uso¢ da ocupagao do solo na bacia hidrogréfica. Talse deve aos seguintes fatores: + Condigées naturais: mesmo com a bacia hidrogufica preservada nas suss condi sex natursis, a qualidade das fguas subtertineas é afetada pelo escoamento superficial ¢ pela infiltragie no solo, resultantes da precipitagio atmostérica. O impacto nas mesmas € dependente do eontato da iguaem escoamento ow infilragdo com as partculns, substincias ¢ impuseras no solo. Assim, a incorporagio de sélidos em suspensio (cx: pariculas de sole) ou dissolvidos (ex: fons oriundos da dissolugio derochas) ocorte?mesmo na condigioem qua baviahidrogrificaesteja totalmente preservadaem suas condigSes naturais (ex: ocypag do solo com matas e florestas), Neste caso tem grande intuéncia a cobertura ea composigio do solo. ‘+ Interferéncia do homem: a in‘erfestacia do homem, quer de uma forma concen- ‘ata, como na geragio de despejos doinéstices ou industriais, quer de uma forma dispersa, como na aplicagdo de defensivos agricolas no solo, contribui na introdu- ‘¢h0 de composios na gua, afetando a sua qualidade. Porlanto, a forma em que © hhomem usa e ocupa o solo tem uma implicagao direta na qualidade da agua. ‘A Figura 1.1 apresenta um exemplo de possiveis intesrelagdes entre 0 iso ¢ cupngfo do solo e a geragio de agentes alteradores da qualidade da dgua de rios e .08. O controle ca qualidade da gua esta associndo a um planejamento global, a fvel de toda a bacia hidrogrfica, ¢ nfo individualmente, por agente alterador, Em contraposigio a qualidade existente de uma determinada Agua, tem-se 2 ualidade desejével para esta agua. A quaiidade desejivel para wna determinada ua & frurgo do seu uso previsio. S20 diversos os usos provistos para uma Sigua, os uais $30 listados no Item 3.1. Em resumo, tem-se: Nogces de quatidade das gus ‘QUALIDADE DAS AGUAS E USO E OCUPAGAO DO SOLO NA BACIA HIDROGRAFICA nett x a - Fig 1A. Exemplosdeiniemelagorente uso eves so do solo agents lleradones da quia da gua ‘+ qualidade de uma gua existente: tungio do uso e da ocupago do solo na hacia hidrogrtiea + qualidade desejével para uma gua: fangio do uso previsto para a fgua Dentro do enfoque do presemtet=xto,oestudo da qualidadedasiguaé fundamental, tanto para se earacterizar as consequéncias de uma determinada atividade poluidora, quanto para se estabelecer os meios para que se stisiaga determinad uso da gua, Os capitulo iniiais abordam aspectos de quantidade de digun ede qualidade da {gua urs vez que ambos esto extremamente interslacionados. Nio se pode aalisnr um destes aspectos sem se avaliae 6 ont 2. AAGUA NA NATUREZA. 2.1, Distribuigio da égua na terra A Sua 0 constituinte inorginieo mais nbundante na matéria viva no homem, mais de 60% do seu peso € consttuido por agua, e em ceites animais agusticos esta porcentagem sobe a 98% A agua é fundamental para a manutengo da vida, rao pela qual € importante saber eomoeln se distribui no nosso planeta, eeomo ala cirenla de um meio para o outro, 2 Iravoduyao & qualidade das deus ao rrtamenta de esgoros 05 1,36x10!° m1 de Agua dispontvel existentes ia Tera dsteibuem-secda seguinte ~ Agua do mar 970% = Geleiras: 20% Agua doce: ose gua sabterranen: 97% gua superficial: 3% = TOTAL: Poile-se ver claramente que, da agua dispontvel, apenas 0,8% pode ser wilizada ais facilmente para abastocimento pUblico. Desta pequena fragiio de 0,8%, apenss 1% apzesentam-se na forma de égua superficial, de extragao mais Fil. Esses valores ssallam a grande importincia de se preservar os recursos hidrieos na Terra, © $e evitar a contaminage da pequena tracto mais facilmente disponivel 2.2, Cielo hidrol6gico Uma ver visto como a fgua se distribui em nosso planeta, € importante também eonhecimiento de como a égua se movimenta de um meio para outro na Tera, A circulagio da fgua se dio nome de eclo hidrol6gico ‘ATFigora2. | aprescntao ciclo idreldgico de uma forma simplificadn. Nesse ciclo, stinguem-se os seguintes mecanismos de transferenc preeipitarco escoanenso superficial infiloagaio seveporacao ranspira 8) Precipitagao {A prccipitagao compzoende toda a agua que cat da atmosfora na superficie da 5. As principais formas sao: chuva, neve, granizo e orvalho. A precipitayio & nada a partir dos Seguintesestigios: ‘esfriamento do ar proximidace da saturagio “condensagio do vapor d’agua ua forma de goticlas fumento do tamanho das gotieulas por eoalisioe aderéncia até que estejam grandes ‘o sufciente para formar a precipitagio ) Escoamento superficial [A precipitagZo queatinge a superficie da Terra tem dois caminhos por onde seu ar a supeficie av infltrarno solo, O escoamento supericial é responsive pelo locamento da gua sobre 0 solo, formance edregos, lagos eriose eventualmente ETFES-Biblioteca jes de qualidade das dgnas n CICLO MIDROLSGICO. < fs i Fig. 24.Cict hitiobigioo atingindo o mar. A quantidade de gua que escon depende dos seguintes fatores principais: '* intensidade da chuva + capacidade de infltragio do solo ©) Infiltragiio A infiltragao comesponde a égua que atinge o solo, formando os lengdis digua, A gua subterranea € prandemente responsivel pela alimentagie dos cospos digua superficiais, principalmente nos periodos secs, Um sole cobeito com vegetagio (ov seja, com menor impermeabilizag3o advinda, por exemplo, da urbanizagéo) é capaz de desempenhar melhor as seguintes importantes fungBes ‘+ menos escoamento superficial (menos enchentes nos perfodos chuvoses) ‘© mais infiltragio (maior alimentacao dos rios nos periodos secos) ‘© menos carreamento de particulas do solo para os cursos d'igua 4) Evapotranspiracio A transferéncia da dgua para o meio atmosférica se dé através dos soguintes principals meeanismos, conjuntarente denominados de evapoteanspiracéo: * Evaporapao: transteréucia da igua supericial do estado liquide para 0 gasoso. A cevaporagao depende da temperatura ¢ da umidade relativa do ar ‘* Transpiraeaor 2s plantas reticam a Agua do solo peas raizes, A dgua 6 transferida para a folhas eentéo evapora, Bste mecanisio ¢ importante, eorsiderando-se que 4 Invredusio& qualidade das dguas e a0 tratamenta ile esgotos ‘em uma rea coberta com vegetaeao 2 superficie de exposigio das fellas para a ‘evaporagiio & bastanté elevada 3.4 4GUAE 0 HOMEM “3.1. Usos da gua ‘io 0s seguintes os prineipais usos da gua meservacéo da flora e dea fauna sreagiio e lazer yrmantia paisagistica yracio de energia elérrica egagao luigiio de despejos Destestusos, os quatro primeiros (abastecimento doméstico, abaviecimento indus irrigagdo ¢ possivelmente dessedentagiio de animais) implicam na retirada da das colegies hidricas onde se-encontram. Os dems sos s40 desempenhaos ipa colegio de Sgua. {ermos gerais, apenas os dois primeiros usos (abastecimento doméstico © itecimento industrial) esto frequentemente associndos a um tratamento prévio fave aos seus requisitos de qualidade mais exigentes. ntertelagio entre 0 uso da Sigua e a qualidade requerida para a mesma é deta pode-se considerar que o uo mais aobre seja representado wenio de 4gus doméstico, o qual requeras le diversos eritérios lidade, De formaopesia, ows menas nabre é0 da simples cilnigfo de despejos, io passuiacnhum requisito especial em teimos de qualidade, No entanto, Tembrar que diversos corpos d’éeua tém usos muilriplos previstos para os ss decorrendo data necessidiade da satisfacto simmultinen de diversos evitévios idade. Tal € © caso, por exemplo, de represas construidlas com finalidade de ente de dgua, getagio de energia, ecreagio, itigagao e outros juns das usox da gua permitem tnrerpreiacdes conftitantes com relag%0 as jetivos. A utiizagfo de uma Agua para preservacio da fauna eda flora possui nso bem ampla, © a caracterizayio espeetfica dos seres que se pretend ir estd sempre cercada de um certo clemento cc subjetividade, Esta subjetivi i ossociacn agatha, por pacte do homem, no sentido de quaisespécies ele de quattdede as eguas 1s {ulga importante sejam preservadas, © quais espécies ele considera nfo sejam impor- tantes de ser preservadas. © mecanismo desse processo decisério é, sem sombra de iivida, essencialmente polemico. 3.2. Cielo do uso da égua ‘Além do ciclo da égua no globo teresre, existem ciclos internos, em que a gua permanece na sua forma liquids, mas tem as suas caractevisticas alteradas em virtude dda sua utilizagio. A Figura 3.1 mostra um exemplo de um ciclo tipico do uso da agua. Neste ciclo, a qualidade da gua € alterada em cada etapa do seu percurso. ‘CICLO DO USO DA AGUA ESCAO De BRARNENTS BeECotOs had i eno conto [Fea cl or ke yy e Te. CIDADE REDE De DETRELICAO Fig. Ciclo do uso da eva « Agua brata, toicialmente, a Agua éretirada do ro, lago ou lengol sublerineo, possuindo uma determinada quslidad2 + Agua tratade, Apésa caplugio, a dgua votre transformagées durante o seu trata- tamento para se adequar nas usos previslos (ex: abastecimnto piolico ou industrial) + Aqua used (esgoto brute). Com a uilizeeto da égnn, a mesma tofre novas transformagées na sua qualidade, vindo a constituir-se em um despejo liquide, # Esgoto iratado, Visando remover os seus principais polucntes, os despejos sofrem nm tratamento antes de serem lancsdos ao compo receptor. O tratamento dos esgotos ¢ reponsdvel por uma nova alleragio na qualidade do liquide, * Corpo receptor. 0 eluente do tratamento dos esyotosatinge 0 corpo receplor, onde, face A ciluigio ¢ meeanismos de antodepurasto, 1 qualidade agua volta a softer novas modificagces. 16 Invodueto & qualidade'das dguas ao trtamento de exgotos ETFES-Biblioteca Hum popel fundamental da Engenharia Ambiental o genenclomenta dese ciclo, ob pane amen, pojta, xecocto & entole dus obras neceassas para a seas ca cuntade ta dgun cepted fungto dos sean divesoeusos. 0 fe ate. aspect do trnarento doa goto eciba, nate voHvnA, Iamalisado também oimprcto do langamento nos corps receptors, 4, IMPUREZAS ENCONTRADAS Na AGUA 4.1. Caracteristicas das impurezas )s diversos componentes presentes na sigua, e que alteram o seu grau de pureza, fem ser retratados, de uma mancira ampla e simplificada, em termos das suas toristicas fisicas, quimicas e bioldgicas. Estas caracterfsticas podem ser tradi~ jas na forma de pardimeiras de quelidacte da dgua, 0s quais so abordados no Mem principais caracteristicas da gua podem ser expressas como: practeristicas fisicas, As impurezas enfocadas do ponto de vista fisico esto sociadas, em sua maior parte, a0s sélidos presentes na égua. Estes sélidos podem ‘em suspensio, caloidais ou dissolvidos, dependendo do seu tamanho, yracteristicas quimicas, As caracteristicas quimicas de uma égua podem ser expretadas atcaves de uma das das classificagSes: matéria orginica ou inorg’- ea, wracteristicas bioldgicas, Os seres presentes ma Sgua podem ser vivos ou mors. ire 08 seres vivos, tem-se os pertencentes 20s reinos animal e vegetal, além dos sta. igura 4.1 apresenta de forma dingramética estas interrelagdes. Os principais, 105 sio explicados em maidr detalhe nos itens seguintes, Antes de se proceder a lise dos diversos parametros de qualidade da dgua, apresenta-se uma introdugio, is tépicos de fundamental importincia: (a) sélidox presentes na aus © (b) sos presentes na dgua, ccaracteristicas espectficas das Aguas resiGusrias encontram-se abordadas no No 2, 12. Sélidos presentes na gua “Todos os contaminantes da égua, com excegtio dos gases dissolvidos, contribuem ‘acarga de sélidos, Por esta razvio, os slidos sao analisados separadamente, antes apreseatar os diversos parimetros de qualidade da 4gua. Simplificadamente, os jos podem ser classificados de acordo com (a) as suas caracterfsticas fisicas ho ¢ estado) ou (b) as suns earactersticas quimicas. Grande destaque € dado, Sélidos, em vatios volumes desta série, aprescntando outras classificagbes coun inves e mais aprofundadas de qualidade das gus pecs mer 3G] [San] [leases] [Gamez bs L idee oa ae Lc en ig. 4. Impurezas ooidas vay (ada de Burnes ea, 1981) * classificacdto pelas caractertsticas fisicas = sdlidos em suspensiio = sélidos coloidais ~ sélidos dissolvidos: * classifteagdo pelas earacteristicas quimicas s6lidos onginicos -sélidos inorgéinicos 8) Classificago por tamanho A.divisito ds s6lidos por tamanho & sobrerudo uma divisto prética, Por conven- ‘0, diz-se ue as particulas de meaores dimens6es, eapuzes de pussar por um papel de filtro de tamanho especificado correspondem sos sides dissolvidos, enquatto que as de maiores dimensdes,retidas pelo filtro sf consideradas sélidos em suspen so. A rigor, os termos slides fliravets © sdlidos nao fltrdveis so mais adequados, ‘Numa faixa intormedisria situam-se os sélidas colvidais, de grande importancia no” tratamento da jgua, mas de dilieil identificagso pelos métodos simpliticados de filtcago em papel. Nos resultados das andlises de 4gua, a maior parte dos sélidos coloidais entra como sétidos dissolvidos, « o restante como sélidos em suspensio, A Figura 4.2 mostra a distribuiczo das particulas segundo o tamanho, De manera _geral, sit cansiderados como s6lidos dissolvidos aqueles com dimetro inferior a 10° jim, como s6lidos coloidais agueles com didmeiro entre LO" 10° tm, ¢ como s6lidos em suspensio aqueles com difimetro superior a 10? um. 8 Introd d quatidade das dguas ¢ ao iratamento de exgotos DISTRIBUICAO DOS SOLIDOS \ ee \ i {nee ke | | | loos sachs {ca et ee } | mses rose bisso1vij0s fae pep ol pe 5 Fo Se 1° 16° 1 10% a0% 10" 10% 10" TAMANHO DAS PARTICULAS (IL) 4.2, Clasico e disbuigdo dos sOidosem fun do amano }) Classificagdo pelas caracteristicas quimieas ‘Ao se submeter 08 slides a uma temperatura elevada (550°C), a fragao organica latilizada, pormanecendo apés combustde apenas a fragao inorganica. Ox sélidos idieis representam portanto uma estimaliva da matéria organiea nos sélidos, a0 50 que 08 sélidas ndo voldreis (fixos) representam a matéria imorganica ou eral. 43. Organismos presentes na gua ‘A microbiologia & 0 ramo da biologia que trata dos microzganismos. Em termos avaliagio da qualidade da és, os microrgenismos assumem um papel de maior jortincia dente os sers vivos, devido A sua grande predomindneia em determi- 8 ambientes, A sa atuago nos processos de depuragio dos despejos ow & sua yao com as doengasligadas gua, Alguas grupos de miccorganismos 16m propriedades em eomum com os vegeta, janlo outros possuem algumas caracteristicas de animais. Tradicionalmente, a sificagio dos seres vivos apresentava como os dots grandes reinos os Vegetal © ‘Animals, tendo-se grupos de microrganismos presentes em cada uma destas, ides subdivisdes. as de qualtdade das deuns ee Posteriormente, no entanio, os bidlogos adotaram uma divisio mais prética, posicionando os microrganismes num reino separado, o dos Protistas. A diferenga crucial entre os protistas © os demais (vegetais e animais) 0 elevado nivel de diferenciagio eclular encontrado nos times. Isto quer dizer que, nur protista, as células de-um mesmo incividuo so morfolégica e furcionalmente similares, o que reduz sobremaneira a sua eapacidade de adaptagio e desenvolvimento, J6 em orga- nismos com diferenciagao celular ocorre, uma divisio de trabalho. Nos organismos superiores, as células diferenciadas (mans geralmente de mesmo tipo), retinen-se em ‘grupos maiores ou menores, denominadbos tevidos. Os teeidos, por sua vez, const tuem os érgaos (eX: pulmao), ¢ estes formam os sistemas ou aparethos (ex: sistema respirat6rio). O grau de difereneiagao celular & portanto, um indicative do nivel de desenvolvimento de uma espécie. 0 Quadro 4.1 apresenta as eareetersticas basicas dos reinos do mundo vive, Mais recentemente,tem-se adotado uma nova proposta de clnssiticagso dos seres viivos, englobando os seguintes reinos: (a) monera (seres mais simples, sem nicleo diferenciado, como baetérias € tianoficeas), (b) protista (seres simples, mas om tcleo diferencindlo, como algas, fiingos protozosrios, (¢) vegetal e (4) animal Quadro 4.1, Caracterstivas bisieas dos irs reinos do mundo ‘Cartes var Vegeta nina cana Urata Muloaler Mulan erage colar Inoxttera Bevaca ‘Sevag Foneaoarege —Luxinatiaegarmataa ergo, Ue Matevaerganca ‘Goraia ‘Aserteprasente rasan ‘sant ovina mavens naw Neva Paria aay Asertapracnte Pros A Observa-se, portanlo, que alguns grupos de protistas apresentam caracteristicas de plantas, enquanto outros assemelham-se aos animais, Come comentado, a princi pal diferenca dos protistas com relagiio aos demais 60 nivel de diferenciagaa celular, inexistente nos primeiros. Os microrganismos pertencem, de maneira geral, a0 sino dos protistas. 0 Quadro 4.2 apeesents uma deserigdo sucinta dos principais microrganismos do interesse dentro da Engenharia Ambiental 20 nero a quaticade das dguase ao rattonento de esgonoe ETFES-Biblioteca Quadro 42 Prinepais microrsanismos de intersse Terni ae ad Oreos ermine ‘Si ca ripe etponsvels pela ebMleagso de mat rica Algurga bacteria a0 penis, usande pipe ses dens bias ‘Organsros aloes, eesti, cent es “Inporanis na prod sins ms amp osu prosonbo> Agee) at ntareric ch one En aon eas den elf een ealasndD ua detsragan di qualidade cs Sue a ‘gonaraaaebios, muiicslaces, na ctor ently htecs Fungos “Taam e ance inpatarcla na cecarmogdoda Ma Ogee Pom casero cot ds ban 6M Orqansos unten tm pero cel Amin ecb ea ‘Alerts de baci, agus o1oe ricorgait Sao aeencas no alae idea pic 3 naenga do un Sloss ene Algura sb pantie urn paras orrados ola atacand nal goo (DNA Gu ANA) our carenaga pron Causim doen « pes src ngs rat i ena = Aina Sperores ‘vos de hamits presets ro e018 po Becta Pelozotioe Vis Um resumo das principais Zaracteristias dos diversos grapos eomponentes dos teinos monera ¢ protista est4 apresentado no Quadro 43. Quardro 4.3. Caracteriticas bésicas dos prineipais erupos de mieronganismes = Monae Prot Bacias WeseGeneteess | Aue Hesoaoalos Fungo. Merbranaruciear Asante. Amani Pr Pron Pst Fojosahieso—Nannna Marin ‘sm Na oo Movimeno _Algurms Aguas Aguas Mele Ives Te eps cola ean) ‘Os microrganismos em que-o nicleo das eélulasenconta-se confinado por uma ‘membrana celular (alga, protozoatios e funges) so denominados eueariotas, 29 Passo que os micronganismos que possuem 6 aeleo disseminado no protoplasma {algas cianoficess » bacteria) so denominados procariotas. De maneira ger, 0s Nogbes de qualidade das dguos a ‘ecariotas apresentam um maior nivel de diferenciagdio interna, Os virus nao fnclufdos na classificayio acima por possuiem caracteristicas totalmente particulares Os principais grupos de protistas podem ser divididos na seguinte clasificagio piética para 0 engenheiro ambiental, a qual no & necessariamente filogenctica (adaptado de Branco, 1978): * Bactérias = patogénicas eo vida livre ‘fotossintetizantes (utilizam a luz como fonte de energia) ‘quimiossintetizantes (uilizam matéria inorgfiniea como fonte de energia) = Sapr6fitas (decompositoras) - coliformes (algumas patogénicas, a maioria de vida livre) 4 Algas aauts(cianoficeas) * Algas ~ verdes = vermelhas - diatomaceas ~ flagelados pigmentados = Fungos ~ flamentoses = leveduras + Prowozostrios = amebas - flagelados nio pimentados, = ciliados 5. PARAMETROS DE QUALIDADE DA AGUA. ‘A qualidade da égun pode ser representad através de diversospardmetros, ue sraduzem as suas principis caractersticas fisieas,quimicas e biologias. Os tens sequintes descrevem o& principals parhmetios de forma sucinia, apresentando 0 oneeito do mesmo, a sua origem (natural ou antropogenca, isto 6, causaca pelo hhomem),asuainportnciasaiti, a sua ullizagio ea interpreta dos resultados de andlise (compiado. de. Add, 1972, von Sperling, 1985, Peavy et al, 1986; “Tehobanogloss de Schroedes, 1985; Richter c Neto, 1991; Vianna, 1982; ). Todos ess parimetos so de dterminagloroineim em Inboratéios de andlise de Sigua, Os pardmetrossbordados nose item podem yer de ilizagao geal, tao para cearactetiznriguas de abastcimento,Sguas residurias, manancai e corps reepio- res. Bimportane esta vido integrada da qualidade da ua, sem uma sparagaoestita nie a8 suas diversas apliagdes, Devido a esta razio, apresenasse neste texto a 2 Invrodugdo & qualidade des dguas e ao rreiamento de esgotos lescrigdo de parimettos que nfo so normalmente enfocados na literatura de trata- yo deesgotos. A caracterizacio aprofundada da qualidade das ‘guas residusirias ira-se no Capitulo 2. 5.1, Pardimetros fisicos ito: Responsivel pela coloragio na égua “orma do constituinte responsivel: Sélidos dissolvidos Origem natural: = Decomposicio da matéria orginica (principalmente vegetais - Acidos himicos & fvicos) = Ferro e manganes rigem antropogénica: = Residuos industeiais (ex: tinturaras, tecelagem, procuicho de papel) = Esgotos domésticos Amportinci = Origem natural: nfo representa risco direto d satide, mas eonsumidores podem questionar a sua confiabilidade, © buscar éguas de maior tisco. Além disso, @ clorago da égua contendo a matéria onginica dissolvida responsavel pela cor pode _gerar produ‘os potencialmente cancerfgenos (tihalometanos «ex: loroférmia) ~ Origem industrial: pode ou nio apresentartoxicidade Utilizagio mais frequente do parametro: = Caracterizaglo de sguas de abastocimento brutase tratadas ‘Unidade: uH (Unidade Hazen - padrao de platina-cobalto) Interpretacio dos resultados: = Devers distinguir entre cor aparente ¢ cor verdadeira, No valor da cor apatente pode estar incluida uma parcela devida A turbidez da égua. Quando esta € removida por centrifugario, obiém-se a cor verdadeira = Hm termos de tralamenio e abastecimento piblico de seu # Valores decor da igua brotainferiores 2 5 ull usualmente dispensama coagulaga0 ‘quimica; valores superiores a 25 uH{ usualmente requerem a coagulagtio quimica seguida por fliragio + gguas com cor elevada implicam em um mais delicado cuidado operacional no ‘ratamento éa égua + vor Padido de Potabilidade Canin «* S16) ~ Em termos de compos d'gua + ver Pado para Coxpos d’ Agua Nocies de qualidade das dguas ——— Torbider Conctto: Abies representa og: dsinetréciacoma pasagemda lua da gua, conferindo uma aparéncia turva mesma —(l- Forma do eonstituinte responsivel: Sotdias em suspensio Origem natural: ~ Particulas de ocha,argila site ~ Algas ¢ outros microrganismos Origem antropogénica: ~ Despejos domésticos ~ Despejos industriais + Microrganismos - Erosio Importineia: ~ Origem actucal: mio traz inconvenientes sanitériosdinetos. Porém, 6esteticamente desagradével na dgua poidvel, ¢ 0s s6lidos em suspensio podem sezvir de abrigo ‘para mierorganismos patogEnicos (diminuindo a eficiéneia da desinfeego ) = Origema antropogénica: pode estar associada a compostos t6xicas e organismos patogénicos = Fm corpos gun: pode reduzira peneteagio da luz, pesjudicando a fotossintese Utilizagiio mais frequente do parametro: ~ Caracterizacao de éguas de abastecimento bruias ¢ tratadas ~ Controle da operagao das estagdes de tratamento de sigua Unidade: uT (Unidade de Turbider.- unidade de Jackson ou nefelomética) Interpretagio dos resulta ~ Em termos de tratamento e abastecimento piblico de gua: # noma dguacom tarbidez igual a 10 UT, ligeitanebulosidade pode ser notada; com turbidez,izual a 500 wT, a Agua é pratieamente opaca + valores de turbicez da agua brutainferiores a 20 wT podem ser drigidas direta- ‘mente para a filragao lent, dispensando a coagulagio qulmica; valores syperiones 150.uT requerem uma etapa antes da filtraga0, que pode ser a coagulagao quiinica ou um pré-filtro grosseiro 1 ver Padrio de Potabilidade ~ Em termos de corpos digua + yer Padeao para Campos s'Seua, Conceito: © sabor ¢ a intcragao entre © gosto (salgad, dove, azedo e amargo) ¢ 0 ‘odor (sensagio olfativa). ey Introducdio& quaidade das dguas ¢ ao tratamento de esgotos ma do constituinte responsivel: Sélidos em suspensito, sélidos dissolvidos, dissolvidos nm natural: rétia arginica em decomposigo Gases dissolvidos (ex: gas sulfirico H2S) antropogénica: pejos indust Gases dissolvidos (ex: H2S) INio representa rsco a sade, mas consumidores podem cestionar asta confiabi- Tidace, ehusear guns de maior seo, Representa a maior causa de reclamagées dos gonsumidores ilizayao mais frequente do parametr: aracterizagao de Aguas de abastecimento brutas ¢traindas Inidade: Concentragio limite minima detectivel 2 origem do sabor e do odor ‘Em termos de tratamento e abastecimento pithlico de Agua vor Padriio de Potabilidade Temperatura Sonceito: Medicfo da intensidad de calor gem natural ransferéncia de calor por madiagSo, condugdo ¢ conveegaa (atmosfera ¢ sol0) rigem antropogénic: Aeuas de torres de restriamento Despejos industciais mportancia: ElevagSes cla temperatura aumentam a taxa das reaoes quimieas e hiol6gieas (na | faixa usual de temperatura) FlovagSes da temperatura ciminuem a solubilidade dos gases (ex: oxignio dissol- vido) Flevagdes da temperatura aumentam a taxa de transferéncin de gases (0 que pode {gerar mau cheiro, no easo da lberagio de gases com odores desagradéveis) Utlizacio mais frequente do parimet Caracterizagiio de corpos d'dgua CCaracterizagfo de éguas residuirias brutas Nodes de qualidade das éguas 5 Unidade:°C Interpretagio dos resultados ~ Em termos de corpos d'Sgua: * Altemperatura deve ser analisuda em conjunto com outeos parimetros, tas como oxigenio dissolvido ~ Bm termios de tratamemo de Sguas residuitias ‘A temperatura deve proporcionar eondigées para as reagdes bioguimicas de remogio dos pohientes + ver Padtio de Langamento de Efuentes 5.2, Pardmetros qui rl pH Coneeito: Potencial hidrogenidnico. Representa a concentragio de: fons hidrogénio ‘H (em escala ant-logatimica), dando uma indicaglo sobre a condiso de acidez, neutralidade ou alealinidade da figua, Afaixa de pH de O a 1 Forma do constituinte responsivel: Sélidos dissolvidos. gases dissolvidos Origem natural ~ Dissoluglo de vochas + Absorgiio de gases da atmosfera ~ Oxidagio da matéria orginica ~ Fotossintese Origem antropogéniea: = Despejos domiésticos (oxidagiio da matétia orginica) = Despejos industiais (ex: lavagem écida de tanques) Importancia: - E importante em diversas etapas clo tatamento da égua (congulagho, desinfecgio, controle da cortosividade, remogao da durera) ~ pH baixo: corrosividade ¢ agressividade nas Aguas de abastesimento - pH elevado: possibilidade de incrustagdes nas éguas de abastecimento + valores de pH afastados da neutralidade: podem atetar a vida aqutica (ex: peixes) .©05 microrganismos responsaveis pelo tatamento bioldxico dos esgotos Usilizagio mais frequente do pardmetro: + Caracterizagao de dguas de abastecimento brutas e tratzdas + Caracterizagao de siguas residusrias brutas + Controle da operagio de estagSes de. tratamento de dgua (congulago © grau de incrastabilidade/corrosividade) ~ Controle da operagao de estagdes de tratamento de esgotos (digestto anacrdbia) > Caracterizagiio de corpos d'igua Unidade:- 2% Invodugao & qualidade das éeuas ¢ an tatamema de esgoros Interpretacio dos resultados ‘# pH> 7: condicdes bisicas Em tetmos do tratamento e abastecimento pablico de gua: + diferentes valores de pH estio associndos a diferentes faixas de atungio étima de coagulantes # frequentemente o pH necessita ser corrigido antes e/ou depois da adiyao de pprodutos quimicos no tratamnento * ver Alcalinidade e Acidez Em termoc de tratamento de Sguas residuirias * valores de pH afastados da neutralidade tendem a afetar as taxas de erescimento dos microrganismos ‘© ver Padrio de Langamenio de Efluentes, Em termos de corpos dégua ' valores clevados de pH podem estar associades & proliteragio de algas © ver Padrio de Corpos Agua Conceito: Quantidade de ons na ggua que cergitfo para nevttalizar os fons bidrog 16 unin medigso da capacidad da dgua de neutralizar os deidos (eapacidade de esate as mudangas de pH: capaciéade tampic). Os principais constitintes da iid sos earboatos (ICO), srbonatos (COs) eo hides (OH) igem natural: Dissolugto de rochas Reagiio do COs com a dgua (COs resultante da atmosfera ou da decomposi¢o da matéria orginica) gem antropogénica: Despejos industais Amportancia: [Nio tem significado sanititio para agua potivel, mas em elevadas concentcagies onfere um gosto amargo para a Agua E uma determimeio importante no controle do tatamento de gua, estando felacionada com a coagulags0, redugio de dureza e prevengio da eorrosto em tubulagses + uma determinagio importante no tralsmento de esgotos, quando hi evidéncias de que aredugio do pl pose afetaros microrganisiaos respons4veis peladeparaga0 Wocties de qualidade das dguas 7 Utilizagao mais frequente do parimetro: ~ Caracterizacio de ‘guas de abastecimento brutas ¢ tratadas ~ Caracterizagio de diguas resiusrias brutas = Conttole da operagio de estagies de tratamento de gua (coagulagio © grau de incrustabilidade/corrosividade) Unldade: mg/l de CaCOs Interpretagdo dos resultados ~ Em termas de tratamento e abastecimento piblico de agua « a alcalinidade, o pH e 0 teor de gas earbinico esto interrelacionados + pH > 9.4: hidrSxidos ¢ earbonatos + pH entre 8,3 ¢ 94: earhonatos ¢ bicarbonatos + pll entie 4,4.€ 83: apenas bicurhonato ~ Em termos de tratamento de goa residudtias * processos oxidativos (como a nitifiengi) tendem a consumir alealinidade, a qua «ato ata baixos teores, pode dar eondigdes a valores reduvides de pH, afetando « prépria taxa de ecescimento dos microrganismos responsiveis pela oxidagto Conceito: Capacidade da égua em resistir ty mudangas de pH causadas pelas bases, E devida principalmente 4 presenga de gis eaybdnico livee (pH entre 4,5 8,2) Forma do constituinte responsiivel: Sélidos dissolvidos ¢ gases dissolyidos (COs, Tbs) ~ COz absorvido da atmosfera ou resultante da detomposigiio da matéria organica = Gés sulfiéico ‘ Origem antropogénica: + Despejosindustras(cidos mineais ou ongnieos) ~ Passage da dun por ins abandonadas,vazadoutos de mineraglo¢ das brras asinine Inpertinea: + Tem pouco significado saniario ~ Aguas com acier mineral so desagradveis ap paladr, endo retsadas ~ Responsivel pela comosto de ubulagdese materia UtilzngGo mats frequente do pardmeteo = Caracterizagio de dis de abstecimento (incisive indus) brats e ratadas Unidade: ing/l de CaCOs Interpretagéo dos resultados ~ Em teros de tratamentoe shastecimentopiblico de égua * o tear de COs live iretamenteasociado acd), 2 alealnidade eo pH estio interelacionados 28 Introduce & quatidade cas gues e.a0 tatamema de esgenes ETFES-Biblioteca 8.2: COs livre ausente : (pH entre 4,5 ¢8,2: cider carbénica ‘cide por cides mineras Fortes (usualmente resultant de despejos ecito: Concentragfo de citions multimetslicos em solugio. Os céitions mais ilemente associados & dureza sG0 os cations divalentes Ca? e Mg?*. Em es de supersaturagfio, esses cations reagem com Snions na gua, formando ipitados. A dureza pode ser classificadn como dureza carbonato ¢ dtareza mio (nate, dependendo do Anion com a qual ela esi associada. A dureza conespon- te alealinidade é denominada dureza corbonato, enquanto que as demais formas carbonato, A dureza carbonato &sensfvel ao calor, espojos indust ortancin: i ha evidencias de que a durcea cause problemas sanititios, © alguns estudos alizados em Sreas com maior dureza indicaram uma menor incidéncia de doengas im doterminadas concentraybes, causa um sabor desagradivel e pode ter eleitos wxativos 12a formagio de espum, imolicande num maior consume de sabto usa incrustagfo nas tubulagdes de sgua quente, caldeiras e aquecedores (devido jzagiio mais frequente do parsimetro bracieizayio de Seuas de abastecimento (inchasiveindustrnis) brut © tats dale: mg/l CxCOs ppretacho dos resultados: termos de tratamento ¢abastecimento pblice de gua Gureza <50 mg/l CaCO: gua mole §eureza entre 50 ¢ 150 mg/l CACO: dureza moderada ureza ene 150 e 300 mg/l CaCOv dgua dura ureza > 300 mg/l CaCOs: gua muito dura Bes de qualidade las dguas is gas Conceito: O ferro ¢ 6 manganés esto presentes nas formas insoliveis (Fee Ma") numa grande quantdade de tipos de solos, Na auséncia de oxigénio disolvido (ex gua subtecrénea ou fundo de lagos), eles se apresentam na forma soltvel (Fe ‘Ma?*). Caso a gua contendio as formas reduzidas seja exposta ao ar atmostésico (ex. ‘a torneina do consumidor), 0 ferro ¢ 0 manganés voltam a se oxidar i sas formas insohiveis (Fe™ ¢ Mn‘), 0 que pode eausar cor na fgua, além de manchar roupas ‘durante a lavagem. Forma do constituinte responsivel: Sélidos em suspensio ou dissolvidos Origem natural: ~ Dissolugao de compostos do solo Origem antropogénicar = Despejos industrial Importineia’ = Tem poico significado sanitivio nas eoncentracbes usualmente encontradas as ‘éguas naturals, = Em pequenas concentragdes eausim problemas de cor na gua = Em certas concentragdes, podem eausar sabor e odor (mias, nessas concentragdes, ‘ consumidorjérejeltou a digs, devido & cor) Utilizagio mais frequente do parsimetro: + Caracterizayivo de iguas de abastecimento brutase tratadas Unidade: me/t Interpretago dos resultados: = Em termos de tratamento e absstecimento pablico de agua + vor Padrao de Potabilidade ~ Em termos do tratamento de dguasrestdurias + ver Padrio de Langamento ~ Em termos dos corpos ddgua «ver Padirio de Compos d’ Agua ‘Todas dguas naturais, em maior ou menor escala, contém fons resultanes da digsolugao de minerais. Os cloretos (Cl) sio advindos da dissolugao de sais (ex: cloreto de sédio). Forma do constituinte responsiivek: Slides dissol vidos (Origem natural ~ Dissolugdo de minerals «= Tntrustio de Aguas salinas 0 Introduetio& qualidade des dguas e ap trasamento de estos rigem antropogénica: Despejos domésticos Despejosinustriais ‘Aguas utlizadas em inigayio portinela izagao mais frequente do parametro: acterinaedo de fguas de absstecimento brutas dade: ms/ erpretacio dos resultados Bim termos de tratumento e abastecimento piblico de 6gun ver Padrao de Potabilidade tems dos corpos d ‘yer Padrio de Compos d Agua neelto: Dentro do ciclo do niogénio na biosfera este altomasse entre varias formas quitico,o nitrogénio pode ser encontrado nas seguintes 5: (@) nitogénio molecular (No), escapando para a atmosfera, (6) nitrogéaio nico (dissolvide c em suspensao}, (¢) amdnia, (A) nitro (NO) € (@) nitrato (NO: 1a do constituinte responsivel: Solids em suspensio e slides dissolvidos natural: ” + mstituinte de proteinas, clorolila e varios outros compostos biolégicos antropoginica: pejos domésticos jo na forma de nitrato esta associadio a doensas como a motahemoglo- indrome do bebé azul) trogénio € um elemento indispensfvel para o crescimento de algas ¢, quando levadas concentragdes em lagos e represas, pode conduzir a um creseimento jgerado desses organismos (processo denominado eutrofizagao) lilroxénio, nos processos bioquimicos de conversio da am6nia a nitrto e deste (rato, implica no consume de oxigéuio dissolvide do meio (o que pode afetar a io na forma de aménia live € diretamente téxico aos peixes hitrogénio é um elemento indispensivel para o crescimento dos microrganismos lonsiveis pelo tratamento de exgotos ide qualidade das iguas onversio do ntrogénio tm imolicaghes na operagao dasestagdes exgotos 4'4gua, a determinagao da forma predominante do nitrogeaio pode Bes sobre 0 estigio da poluicSo (poluigio recente esié associada a forma orgénica ou de ania, enquanto uma poluigao mais remota 20 nitrogénio na forma de ntrato) frequente do pardimetro: fo de fguas de abastesimento brutas c tratadas 0 de dguas resid brut e tratadas fermos de tratamento ¢ abastecimento piiblico de agua "# Yer Padrio de Potabilidade (nitrato) “+ Bim termos de tratamento de dguas residurias 4 6necessario um adequado balango C:N:P no esgoto pamao desenvolvimento dos ‘mierorgonismos ‘ver Padrio de Langamento (amdnia) + Bim terms dos corpos dg # yer Paco de Corpos d' Agus (amine nitesto) Fosfor Conceito; 0 fésforo na dgua aprescnta-se prineipalments nas formas de ortofasfato, polifesfato ¢ fésforo orgénica. Os ortfosfares so dirtamente disponiveis para 0 tetabolismo biolégico sem necessidade de convers6es 9 formas mais simples. As formas em que os ortofosfatos se apresentam na Agua (POs, HPO,”, HaPOy", HsPO4), Adependem do pi, sendo.amais comum na fsixa usual de plo HPO4®-Os poifosfatos lo moléculas. mais complexas com dois ou mais stomos de fésforo, © fésforo ngdnico é normalmente de menor importancia, Forma do constituinte responsavel: Soidos em suspensio e slidos dissolvidos Origem natural: = dissolugio de compostos do solo = decomposigdo da matéra orgnica Origem antropogénica: = Despejos domésticos + Desjejos industrinis = Deterzentes ~ Exerementos de animals += Featilizantes 32 Incrodugo &qualidede das dguas e ao sratamento de esgotos purtsinciay (0 feforo nfo apresenta problemas de ordem sanitiria nas guas de abastecimento 0 fSsforo é um elemento indispensivel para © crescimento de alga e, quando em clevadas concentraydes em lagos e represas, pode conduzit a um ctescimento exagerado desses organismos (eutrofizg0) 0 fbsforo é umn nustieate essencal para ocrescimento dos miesorganismos respon siveis pela estabilizagio da matéia orginica izacio mais frequente do parimetro: “Coracterizagio de fguas residurias brata ¢trataas Caracterizago de corpos d' gua Inidade: rog/ retagio dos resultadas: [Bin termos de tatamerto de Suns resisting necesirio um adequade balanco C:N:P no esgoto para o desenvolvimento dos -microrganismos # em Iangamentos a montante de represas com problemas de eutroizagi, frequen- temente se limita o P total em 1,0 mg/l am termos dos corpos dau “+08 seguiates valores de P total podem ser wilizados como indicatives aproxima- dos Jo estado de eutrofizagdo de lagos (lagos topicais provavelmente accitam “concentragoes superiores): (a) P < 0,01-0,02 mg/l: aio euwéfico; (b) P entre 01-0102 € 005 mgrl: estigio intermedi; (c) P> 0,05 m/l: enrotien + ver Padrio de Corpos d'Aavia Oxigénio dissolvido to; O oxigénie dissolvido (OD) é de essencial importneia paraos organismos. jios (que vivem na presenga de oxigéniv). Durante a estabilizagio da matéria ca, as hactérins frzem isa do oxigenio nos seus processos respiratérios, ado vir a causar uma vedugio da sua concentragio no meio. Dependendo da nitude deste fendmeno, podem vir a motrer diversos seres aqusticos, inclusive speixes, Caso 0 oxigénio seja totalmente consumido, tem-se as condigdes anaers- (ausGncia de oxigénio), com geragio de maus adores, rma do constituinte responsaivel: Gis dissolyido issalugio do oxigénio atmostérico dug pelos arganismos fotossintéticos rodugio de aeraglo artificial portdncia: ‘oxigénio dissolvido & vital para os seres aqusticos aershios de qualidade das équae ~ © oxigénio dissolvide # o principal parimetro de caracterizagio dos efeitos da poluigdo das gguas por despejos organicos Utilizagio mais frequente do parimetro: ~ Controle aperacional de estagées de tratamento de esgotos ~ Coracterizagio de earpos d'sgua Unidade: mg/l Interpretacio dos resultados + Em termos de tratamento de sguas residues + € necessério um teor minimo de oxigénio dissolvido (1 mg/l) nos reatores dos sistemas aerébios ~ Em teemsos dos eorpos dau * 2 solubilidade do OD varia com altitude ¢ temperatura. Ao nivel do may, na temperatura de 20°C, « concentragio de snturago ¢ igual a9,2 mg/l ‘valores de OD superiores A saturagio so indicalives da presenca de algas otossintese) + valores de OD ‘hem inferior i satunngto sto indicativos da presenga de matéria orginica (provavelmente esgotos) ‘com OD em tomo de 4-5 mg/l mosrem os peixes mais exigentes; com OD igval 82 mg/ todos os peixes esto mortos; com OD igual a0 mg/l temese condigdes de anaerebiose + ver Padsio de Cospos d'Agua Matéria orgénica Coneeite: A matéria orgénica presente nos corpos d'igua e nos esgotos € uma caatacteristica de primordial importincia, sendo a causadora do prineipal problema de oligo das dguas: © consumo do oxigénio dissolvido pelos microrganismos nos seus processos metabélicos de utilizacio © estabilizago da matéria orglinica, Os principais componentes orgénicos sfio os compostos de protelna, os carboidrntos, a gordura ¢ os 6leos, além da uréia, surfactantes, fensis, pesticidas e ovtros em menor ‘quantidade. A materia carboruicea divide-se nas seguintes frages: (a) nfo biodegra- ig can pshle Due * coll caate Siai oom I llama alee Fenvemenats x xk ‘Aga nincarm em eoTi0 CO pa Cloretos. x x “a prodiule (ex telrigeragiio, iad wi Ninogirio iu x x x x x x r caldeiras) PSAP Ce hy ‘ae ee a ae Vrs leaded pice” = Ge mail rs rc Gig sesabice Heats odiosnaicns 3), Em fangio dos usos previsios, foram eriadas nove classes. O Quadro 6.2 apresenta im resume dos uses prepondernntes das classesrelativas gua doce, em que a Classe Especial pressupde os usos mais nobres, © a Classe 4, os menos nobres. ‘Quadro 6.2. Classificasio das aguas doces em fungio dos usos preponderantes GResohugio CONAMA 0° 29, 18/05/86) ube — Espetia 2 2 Anattesineno cmdico ® x ‘ x Preserapao de quite natal _ das comnidedn agains Reems de evs pvt Blas: Pegugia dos condos ae ion ina ae Gives ds venice i) eset Desenarac de ial zi Nave 5 amon pasagiscs : soe res engi 1 {shape rent sre: ote vane omer ‘fos jeutonerean creed otoraetar algae staan 0 (dhe a Introducdo & qualidade das dguas ¢ ao tratamanto de esgotos ‘cada uma dessas classes conesponde uma determanoda qualidade a ser manta corgo d'igua. Esta qualidade & expressa na forma de padiSes, através da referida luge CONAMA. Além dos parities de qualidade das compas receptores, ugo CONAMA apresenta ainda padres parc: 0 langamenta de efluentes nas 1 agua, bem como padres de bulneabilidade. “Amos os pndrBes esto de certs forma interelacionados. O real objetivo de bos 6 a preservagio da qualidade no corpo d’sigua. No entanto, os podries de mento existem apenas por uma questéo pritca, jd que é dificil se manter © le efetivo das fontes poluidoras com base apenas na qualidade do corpo tor. Em prinefpio, o interelacionamento entre os dos padres sed no sentido que um efluente, além de satisfezer os padrées de lancamento, deve proporcionar ides tals no corporeceptor de tal forma que a qualidade do mesmo se enguadre dos padroes para corpos receplores. Os principais padres de qualidade ascociados As diversas classes dos eorpos Mégua encontram-se no Quadto 6.3, conjuntamente com os paces de langamento 623. Padries de potabilidade Os padites de potabilidade estio ditelamente associados 4 qualidade da Agua ida a6 consumior, ox seja, na propria ligagio domiciliar. Os padrées de ilidade foram definidos na Portaria n* 36, de 19/01/90, do Ministrio da Sade de nfo haver uma vinculagdo digeta com poltigao das éguasetratamento de 010s, apresenta-se no Quadro 6.4, apenas a titulo de comparagio com os demais es, um resuma dos padres de potabilidade dos principals pardmetros de idade da Sgus. ES-Biblioteca de qualidade das dguas a ‘Quadro 63 Pardes de qualidade para os corgas d'4gua dae diversas classes (gua doce) © de aia ee se See an uavcnvento oe ma como DAeyA ae ma ae or a oss = wh \qesaeeime 3 Pareto Undade a Posto do mgt At ans me rm aaa wie a 7: oe oo Se 3 2 = vee é 2 taboo iis ossecSnowugieicconse pe oe ee ne cipal a G99 s0a20 e0a00 s0 50 gaues “oom eat ‘DBO; mat a a 40) ¥ a got got got = a ee 3 Ce ae 2 bla) RR atm aa ‘Solder sr supancso ff in 9f8_.909_o oe. sr ee : fears SR A ab MRME ati oe Bh die tbe : acs a ae 5 ae FOR oy 8 BOR oH ht etl ao va conn ds prretos pues eto ll don i maw oe © Be eres ences rn neon sts eS Th : EEE Ii ERS Teter hago a = Fk eee eee varies eer sainees nearer ee ea ae Seep ob ler ol le Gianstos mgCNf 091 ot a2 pa oa os eee a ee : cua fet anon ay oS ete © ge ae to oa wor os & & cemy mot ts % ee ey at em iren ee eal ie FA % PEP cae Ween air a e favichet ee NE ee rota ot oy Pe able ever at : a pe MME ie rile “ adn id al etoile Pele iterates ‘Quadro 6 Padrio d= potabilidade do gua éestinada zo consumo amano. (Portaria n° 26, 19/01/90, Ministéio da Sasde) Pater. ‘aor asa Pama a sctniaices nacisSipeotepices, or prem oH = Ouse io objets saber ‘to objet ules ot Le 4 ‘Componenies que seam a qusiece oganciépicn ‘mina ma 02 losis mae =o ‘Caste ma 50 Dureza tt igh x03 a Fetes 93 Nangaras on ‘Sloe oa sais a 100 Componentes wengnios que aft asada Bi arse mat 05 Churn teat 0s Glenots mat a1 Mears mat 01 Ft i 05 ‘Comparertasorginicos que ale a sae ‘hse! consular o pada aciiotagens oto eons ‘gt00 Colts tie 703. 7. POLUIGAO DAS AGUAS. 7.1. Conceitos Bisicos Entende-se por poluigio das aguas « adicdo de substancias ou de formas de energia que, direta ou indiretamente, alterem a nanireza do corpo d'égua de wna ‘maneira tal que prejudique os legitinins usos que dele sito feitos Ensia definigao ¢ essencialments pritica e, em devorréncia, poteneialmente pole- ‘mica, pelo fato de associar a poltigio 20 conceito de prejuiz0 ¢ a0s uss do corpo agua, conceitos esses atribudos pelo proprio homem. Noentanto, esta visio pritica € importante, principalmente ao se analisar as medidas de controle para a redugio da poluigio. © Quatro 7 lista as principais fontes de poluentes, conjuntamente-com os seus efeitos potuidores mais representativos. 46 Introdugdo & qualidade das dguats e ao tratamento de esgoios ETFES-B 7.1. Principais agentes poluidores das éguas nat aie = (ies alec cc oa eg ra a ae eae ae EP st Dol) aon = Probimas ossiene Depestes ae lode Aeon de pease Demands Bloquinica we on Consus de exgenio “Neri oe pats CGrusaenontn exo se alges “ovlidade a0 ceeos ‘amy Dongs rood nace nto) Pgs da ga Desneas de vieuagae arian ‘owed eis) Pasties Espumas (doteoente) guns = vx foie da rantertncia etergentee de corgtnn deergares) ‘owes Neobodesradabrdace -Maus eso ex fers Tosco Elarentoe bia do vata ‘xpoctions belgie dos asgetor (a, 64, * Protas nade psics0 Cu Ho, 9 edo na araltra Pb, znete) Contamina a dade excessive Setdoo ello as slantagsee ‘ischidoe Cireaga0h toa % ined 9 plete Conc “ * —Galouns ion) vote Problemae de eas parmeabiade do ao (esd) de qualidade das Aguas . a No presente texto, mii atengio € dada ao equacionamenta da poluigio dos esgotos domésticas, através do seu adecuado tratamento, Dentro deste enfoque, a maior énfase & dada z0 pico do eonsumo de oxigénio dissolvido, o qual, apesar de ji equacionado n0s palses deseavolvides, consttul-se possivelmente no principal problema de poluigdo das éguas em nosso pais, No entanto, slo enfocados também {05 outros paluentes tipiens dos esgotos domesticos, ou seja,patogénicos emutrientes. Existem basicamente duas formas em que a fonte de poluentes pode atingir um corpo agua (ver Figura 7.1): + poluigao ponnval * poluicao difusa 'Na polio pontual, os polventesstingem o compo dua de forma eoncentrada no espago, Um exemple é da devearga em um rio de um emissario transportando 195 esgotos de uma comunidad. 'Na poluigo difusa, os poluentes adentram o corpo gua distribuidos ao longo de parte da sua extensio. Tal 60 easo tipico da poluigio veiculada pela drenagem pluvial natural, a qual é descarregoda no eoxpo a égua de uma forma distribu, no concentvada em um tinice ponto, POLUICAO PONTUAL anso DASA POWICAO DIFUSA ttt, CURSODAGUA Fig. 71, PolugSo pon paleo dite O enfoque do presente texto & para © controle da poluigao pontual por meio do tratamento dos esgotos previamente coletados e transportados. Nos paises deseavol- ‘vidos, grande atengio tem sido dada & poluigio difusa, pelo fato dos langamentos ppontuais jd terem sido em grande parte equacionados. Entretanto, nas nossas condi- ‘¢Bes, hd praticamente tudo a se fazer ainda em termos do controle da poluigio pontual corigindrin de cidades e inddstrias. 48 Iniroduedo & qualidade das dguas ¢ ao traiamento de esgotos 7.2. Quantificagio das cargas poluidoras Para a avaliagio do impacto da poluigi e da efiedcia das medidas de controle, 6 csséria a quankificagio das cargas peluidoras afluentes 20 eorpo a ,sio necessérios levantamentos de campo na dea em estuco, incluindo zmos- em dos poluentes,anilises de Inboratirio, medigdo de vazbes € outros, Caso nto ja possivel a execugdo de todos estes ‘tens, podo-se complementar com dados de tra, Informagdes picasa serem obtidas em um levaniamento saitirio de uma a hidrografica sin (Mota, 1988): ns fisicos da bacia: sspectos geolégicos: precipitagto pluviomeétriea ¢ esco- to; variagBes climes; temperatura, evaporasio etc, rmiaedes sobre o comportamento kidréulico das corpos d'dgiua: vaades mixi- a, médin € minima; volumes de reservat6rios; velocidades. de escoamento; fandidade et. Iso ¢ ocupagdo do solo: tipos; densidades; perspectivas de crescimentoy distrtos ustriais; te aracterisayo sécto-econdmice: demografia; desenvolvimento econdmico te jos miluplos das diguas. lequisits de qualidade para o corpo d'dgua. saline, quannficao ¢ tendéncia das principatsfoses poluidoras. Hagndstico da simagto amal da qualidade da cgua: cacacterstcas fisicas, (Como comentado, de mancira geral, os peluentes sio frequentemente originirios seguintes fontes principais: yoros domésticos spefos industriais ‘gamento superficial {quantificagio dos poluentes deve ser apresentada em termos de carga. A carga sa em termos de massa por unidade de tempo, podendo ser calculada por um “seguintes métodes, dependendo do tipo de problema em anilise, da origem do jente € dos dados disponiveis (nos cileulos, converter as unidades para se thar sempre em unidades consistentes, como por exemplo, kg/d) tea = concentragao x vazio tea = contribuigo per capita x populagae rea = contribuigo por unidade produzida (ke/unid produzida) x produgio (und luzida) ‘contribuigao por unidade de drea (ke/km?.dia) x dea (kan) de qualidade des dguas ” Esqotos domésticos e industriais: concentragto (g/m) vaio (n'/d) carga (kg/a)= 1.000 (9/3) Obs: gin” = moll Esgotos domésticos: carga = populagio x carga per capita __populagio ab). cargaper capita (¢/hab.d) perne ae 1.000 (¢/ks) Esgotos industrials: carga = contribuigio por unidade produzida x produto carga (kg/d) = contribuiedto por unidlade prodzila(Kg/untd) x producto (unid/d) Drenagem superfici ‘carga = contribuigo por unidade de érea x rea carga (keld) = contribuigdo por unidacde ce rea (ken?) x drea (kan?) * 0 Insrodugio & qualidade das dguas e ao tratamento de esgotos CAPITULO 2 Caracteristicas das aguas residudrias 1 CARACTERIZAGAO DA QUANTIDADE DE ESGOTOS: AL. Preliminares (Os esgotos oriundos de uma cidade e que contribuem a estagio de tratamento de cesgotos sdo busicamente originaclos de ties fontes distintas: + esgotar domésticas (incluindo residéucias, instituigBes ¢ comércio); ques de infiltragao + despejos indusiriais (diversas ocigens e tipos de indistrias). No Brasil adots-se predominantemente o sistema separador de esgotamento sanitdvio, o qual sepaca 2 guns pluviais em linhas de drenagem independentes e que rio contsibuem ATE, Em outtos pafses, no entanto, adota-se o sistema combinado, no qual os espotos e as Siguas pluviais 20 veiculadas conjuntamente pelo mesmo sistema (ver Figura 1.1), Neste caso, o dimensionamento da ETE tem de levar em consideragie a parcela correspondente As Aguas pluviais. No presente texto conside- ro-se apenas os irés componentes listados acim. Para a caracterizagao, tanto quantitativa, cuanto qualitativa, dos esgotos afluentes A ETE, € necessitia a andlise em separacio de cada tim destes tr6sflens 1.2. Vazfio doméstiea 1.2.1. Preliminares (O conceite de vazie doméstica engloba ustalmente os esgotos oriundos dos domi- cflios, bem come de atividades comerciaiscinstinicionais narmalmente components de uma localidade. Valores mais expressives originados de fontes pontuais significa- tivas devem ser computados em scparado, ¢ acrescentados as valores globais. Normulmente a vazo doméstica de esgotos é calculnda com base na vanio de figua da respeetiva Tocalidade. Tal, por sua vez, é usvalmente calculada em fuagio da populagto de projeto e de um valor atribuide para 0 consumo médio distio de 4gua de um individue, denominado Quota Per Capita (QPC) Antes de se apresentar as férmulas e ©: parimetros de efileulo, € importante observar que para 0 projelo de uma estagio de tratamento de esgotos so basta eonsiderat apenas a vazio média, F necessaria tambsm a quantificagao dos valores minimos © maximios de vazao, por 1nz6es hidravlicas ¢ de processo, Garacteristicas das dguas residedirias SI SISTEMA SEPARADOR REDE DE ESGOTOS “ETE pene PUM as SISTEMA COMBINADO sols - sgsggaors ASS were a Fig... Sistemas de esgoamsntorparadorecombinide 1.2.2, Consumo médio de sigua ‘Como comentado, a vario doméstica é fungto do consumo de égua. Valores {ipicos da quota per capita de gua para populugdes dotadas de ligagdes domiciliares cencontram-se apresentades no Quadro 1.1, Quadro 1-1. Consumo per capita de igua edacominidade Faxadaponlagsathab| Constr pov capa (GPC) hala) Povoaco wal ‘<5.000 10 “i sox oom 100-160 aque tad sa000 soa 110-120 (Gitace mca spon 230000 120-220 Cass crane > 200000 0-00 Fer stands OETED (T7770) Ear aa 8) Dae 6 GaTea TOTO Bea TED 2 Iniroducio& quailade das diguas «ao tratanento de esgotos © Quadro 1.2 apresenta diversos fatores que influenciam no consumo de agua, (Quadro 1.2. Fatores de intuncis no consumo de sigue ater deinen fom ‘las mala quar 2c induaem 2 un mele enum Pino ca comuniciose Cidacas msiores geratenteacresriam mai QPC (erties ecorémicas ca corte Umertner nl ecoréico associ- 3 ur consumo Grau oe insane Localidad induce apccontay raion encima Modicts co coraumovericencial ——_A.presanga de edge nino un mar corer ern ‘Um custo mais levado ecu 0 concumo rosso da aqua (vad pressio induzatricres csi Pos no sere Persasirplicn ne needed de urna penance it (0s dados listados no Quadro 1.1 sio simplesmente valores médios, estanda eitos a todas as variabilidades decorrentes dos fatoreslistados no Quadro 1.2. Campos e yon Sperling (1995) obtiveram, para esgotos predominantemente omicilares,oriundos de nove sub-bacias de Belo Horizont, a relagzo expressa na 1agfo 1.1 entre quota per eapita de éguae rendimento familiar mensal médio (em mero de Salios minimos) (ver Figura 1.2). Tas relagdes foram oriuadas de dados tidos pela COPASA-MG (1988). Natoralmente que os dacos guardam uma expe- cidade regional, necessitando de eautela para a sua extrapolagdo para outras nics, Renda 0,021 + 0.003 x Renda ay C sau quota per eapita de gua (hab.d) sida = renda Familiar mensal média (niimero de salérios minimos) (salétio jimo em 1995: US 100 por més) (Os Quadros 1.5 ¢ 1.4 apresentam faixas de valores médios de consumo de gua liversos estabelecimentos comerciais e instttucionais. Tais informagées, que syem ser usadas apenas na auséncia de dados mais espectficos, sio particivlarmente j20 se dimensionar estagdes de tratamento dos esgotos de pequenas comunidades, {jue a coutribuigao de algum estabelecimento principal possa ter importineia no iputo geral das vazGes. ueristions clas dguas residudrias

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