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Resumo sobre: Parentesco e família

Referência Bibliográfica: MARTINEZ, Francisco Lerma. Antropologia Cultural: guia para o


estudo. Maputo, Edições Paulinas, 2003

O estudo do parentesco, ocupa um lugar importante na ciência antropológica, desde a década


trinta, entretanto foi na década sessenta, que deu-se um importante passo de ressurgimento, com
a publicação do estudo de Levi-Strauss, denominado as estruturas elementares do parentesco
(1967). O parentesco, no sentido amplo, significa tanto os laços de sangue (consanguinidade),
bem como os laços de afinidade (casamento). Em sentido restrito significa apenas laços de
sangue.

1. Laços de parentesco

Existem três tipos a destacar:

 Laços de sangue - descendência


 Laços de afinidade - casamento
 Laços fictícios – adopção

1.1 Descendência

Em relação a descendência, também denominada por linhagens (patriarcal e matriarcal), importa


dizer que, todos somos filhos de um pai e de uma mãe, mas em muitas sociedades tem-se em
conta, apenas a descendência unilateral ou seja, patrilinear ou agnática, por parte de pai e
matrilinear ou uterina por parte de mãe. Porém nas sociedades modernas a descendência é
bilateral.

1.2 Casamento

O casamento, diz respeito as relações de afinidade, é ele que vai dar autoridade as relações de
sangue, inclui todas as normas que regulam as relações de afinidade, regras relativas a escolha
dos nubentes, aos deveres dos esposos, as obrigações dos filhos, com os parentes e aos direitos
que ele confere.
1.2.1.Critérios de classificação

 Os requisitos na escolha dos nubentes


 A forma de casamento
 O número de nubentes
 A morada dos novos esposos

1.2.2.1 Escolhas dos nubentes

 Casamento preferencial – quando apenas se considera aconselhável que o individuo


despose uma mulher de determinada categoria social
 Casamento prescrito – casamento compulsório e preestabelecido, onde as pessoas ao
nascer já estão comprometidas com outras, tendo em vista um casamento futuro ou
antecipado

1.2.2.2 A forma de casamento

 Casamento por captura – rapto da noiva ou roubo da moça


 Casamento por fuga – não sendo do agrado dos pais, a jovem foge para se encontrar com
seu futuro marido
 Casamento por serviço
 Casamento por compra – lobolo, dote

1.2.2.3 Número de nubentes

 Monogâmicos (um único homem+ uma única mulher)


 Poligâmicos (um homem, com mais de uma mulher)
 Poliândricos (uma mulher desposada com vários homens)

1.2.2.4 Residência

 Patrilocal
 Matrilocal
 Mista
 Neolocal
 Duolocal
1.3 Relações interditas

Categorias de parentes com os quais o casamento é proibido. As relações entre tipos de parentes
proibidos (é o que se entende por incesto). As relações sexuais entre membros de uma família
elementar (excluindo aquela entre os esposos), são universalmente consideradas como
incestuosas. Portanto, incesto significa proibição universal das relações sexuais entre parentes
consanguíneos, geralmente com os parentes do primeiro grau.

Quanto a procedência dos cônjuges, estes podem ser: casamento exogámico (casamento entre
membros de Clãs diferentes) e casamento endogámico (casamento entre membros do mesmo
Clã)

2. Terminologia de parentesco

É um sistema simbólico de denominação das posições relativas aos laços de sangue de


descendência e de afinidade. Existem dois tipos de terminologia a destacar:

 Descritivo - se usa um termo diferente para designar cada parente


 Classificatório - se usa um termo para designar uma classe ou grupo de pessoas.

As sociedades de pequena escala usam o sistema classificatório e as sociedades mais complexas,


as ditas modernas, usam a terminologia descritiva, assim podemos encontrar:

 Clã - este termo se refere a um grupo de pessoas, dotadas de um nome, de descendência


unilinear (ancestral comum)
 Fratria - um conjunto de Clãs
 Tribo - Um conjunto de Fratria

3. Apresentação gráfica dos laços de parentesco

São os diagramas usados pelos etnólogos para a apresentação das relações de parentesco.
Assim ficam:
No contexto das relações podem ser:

= Casamento

‖ - Filiação

― Fraternidade

4. Família

4.1. Relações de afinidade

Parte-se do facto que na família, marido e mulher, não são parentes consanguíneos. Os laços
de afinidade têm uma grande importância no conjunto de organização social de qualquer
agrupamento humano. Este tipo de relação, mesmo em sociedade de grande escala, é
responsável em grande percentagem, pela distribuição de benefícios, pela luta na diminuição
de distâncias sociais e por muitas alianças. O casamento não é apenas uma aliança entre duas
pessoas, mas entre dois grupos de pessoas, isto é entre duas famílias.

O termo FAMILIA: provém do latim FAMULUS, que significa serviçal, doméstico, com raiz
do Sânscrito FAAMA, que significa casa, morada e residência. Ao falarmos em família, nos
vem a ideia de uma unidade social composta de pessoas unidas por laços de afinidade e de
sangue.

As instituições familiares são universalmente reconhecidas, embora em cada sociedade assumam


formas diferentes. O termo Família é um tanto vago e pode significar várias coisas, sendo:
 O agrupamento composto de pais e filhos.
 Uma linhagem patrilinear,
 Uma linhagem matrilinear,
 Um grupo cognático
 Um grupo de parentes que vivem juntos

Podemos considerar alguns tipos de família:

 Família nuclear – a menor unidade social ligada por laços de consanguinidade, de


afinidade e de adopção
 Família composta – unidade composta de três ou mais cônjuges e seus filhos
 Família de orientação – na qual o Ego nasceu e foi criado
 Família de procriação – aquela em que o Ego se forma se forma através do casamento9
inclui seu conjugue e filhos.

4.2. Importância social da família

A família representa o ordenamento e a padronização de normas de comportamento, no que se


refere ao sexo, regulamenta os direitos, os deveres com relação a prole, a sua educação e a
responsabilidade com novos membros da sociedade.

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