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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO EM CONDICIONAMENTO FÍSICO E


SAÚDE NO ENVELHECIMENTO

ATIVIDADE FÍSICA E SUA RELAÇÃO COM A


PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOR CRÔNICA
NO ENVELHECIMENTO

LUCAS MARQUES VIEIRA


Orientadora: Ms. Renata Gomes Navarro

2018
ATIVIDADE FÍSICA E SUA RELAÇÃO COM A PREVENÇÃO E
CONTROLE DA DOR CRÔNICA NO ENVELHECIMENTO

RESUMO
Conforme o ciclo vital prolonga-se, de forma dinâmica e progressiva
neste processo, naturalmente ocorrem mudanças podendo levar a inúmeras
doenças crônicas e degenerativas, das quais a dor é um sintoma e forma de
manifestação que pode interferir na longevidade. A dor crônica é uma forma de
dor é responsável por interferir de forma negativa de 7% a 40% da população
mundial, principalmente na vida de adultos e idosos que poderiam
desempenhar normalmente suas atividades cotidianas. Este trabalho teve
como objetivo evidenciar o papel da atividade física na prevenção e controle da
dor crônica no avanço da idade. Neste sentido foi realizado uma revisão de
literatura, sendo a busca realizado por meio dos termos Physical Activity,
Chronic Pain e Aging nas seguintes bases de dados digitais: Pubmed e
Cochrane Library. Foram encontrados 314 estudos, sendo pré-selecionados os
resumos de 30 artigos em que fossem possível identificar os termos
relacionados à atividade física ou dor crônica ou envelhecimento, para em
seguida passando por uma avaliação criteriosa para verificação da presença da
relação da atividade física como intervenção pertinente à dor crônica. Dentre os
30 estudos somente 6 estudos estavam disponíveis com texto completo para
leitura, e assim conduzindo à seleção final de 4 estudos, dos quais 1 deles
constituindo uma revisão sistemática. Dessa forma a atividade física regular
com outras formas terapêuticas tornam-se uma abordagem bem aceita para
prevenção e controle da dor persistente à medida que há o avanço da idade da
população com dor crônica.
PHYSICAL ACTIVITY AND ITS RELATION TO THE
PREVENTION AND CONTROL OF CHRONIC PAIN IN AGING

ABSTRACT
As the life cycle proceeds dynamically and progressively in this process,
naturally occur changes leading to innumerable chronic and degenerative
diseases, of which pain is a symptom and form of manifestation that can
interfere with longevity. Chronic pain is a form of pain that is responsible for
negatively interfering with 7% to 40% of the world's population, especially in the
lives of adults and seniors who could normally perform their daily activities. This
work aimed to evidence the role of physical activity in the prevention and control
of chronic pain in the advancement of age. In this sense a literature review was
carried out. The search was done using the terms Physical Activity, Chronic
Pain and Aging in the following digital databases: Pubmed and Cochrane
Library. A total of 314 studies were found, with abstracts of 30 articles in which
it was possible to identify the terms related to physical activity or chronic pain or
aging, followed by a careful evaluation to verify the presence of the relation
between physical activity and intervention chronic pain. Of the 30 studies, only 6
studies were available with full text for reading, and thus leading to the final
selection of 4 studies, of which 1 was a systematic review. Thus regular
physical activity with other therapeutic forms becomes a well accepted
approach for the prevention and control of persistent pain as the age of the
population with chronic pain advances.
INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população tornou-se tema de grande reflexão


sobre novas demandas na sociedade e repercussão nos sistemas de saúde.
Antes considerado como um fenômeno, hoje se faz realidade no mundo,
despertando interesse em várias áreas do conhecimento (FREITAS, E. V. F et
al. 2013)

Caracterizado por um processo natural, no qual ocorre diminuição


progressiva da reserva funcional dos indivíduos. Pode ser denominado como
senescência quando essas perdas acontecem em condições normais, e
senilidade caracterizando-se por um declínio e acometimentos por mecanismos
fisiopatológicos (Caderno de atenção básica – Envelhecimento e Saúde da
Pessoa Idosa, 2006)

Considera-se sob o ponto de vista demográfico o envelhecimento


populacional como efeito do aumento nas taxas de crescimento de pessoas
idosas, superior às taxas dos mais jovens (FREITAS, E. V et al. 2017).

Os motivos que ocasionam esse aumento no processo do envelhecer


estão ligados a diversos fatores como queda na fecundidade, redução na
mortalidade, avanços científicos, tecnologia, melhorias na qualidade de vida,
políticas públicas, saúde, assistência social, previdência, dentre outros.
(DÁTILO, G. M. P. A et al 2015).

O aumento na expectativa de vida e longevidade como o Brasil tem


registrado vem mostrando maiores tendências de participação nesta fase,
atenção aos problemas das doenças crônicas e principalmente a manifestação
da dor durante o envelhecimento, seja no desenvolver da fase adulta ou até
atingir a parcela da população com mais de sessenta anos. (SANTOS, F. C et
al. 2011).

Conforme o ciclo vital prolonga-se, as condições de vida associadas às


experiências poderão ser determinantes para repercussão positiva ou negativa
na saúde de cada indivíduo quando idoso. De forma dinâmica e progressiva
neste processo, naturalmente ocorrem mudanças morfológicas, funcionais,
bioquímicas e psicológicas, podendo levar a inúmeras doenças crônicas e
degenerativas, das quais a dor é um sintoma e forma de manifestação que
pode interferir na longevidade. (BARCELOS, D. K et al. 2018).

Definida pela International Association for the Study of Pain (IASP) como
uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com dano
tecidual real ou potencial, a dor pode estar presente em uma fase específica da
vida ou mesmo desenvolver-se durante a progressão cronológica de um
indivíduo. Trata-se de uma experiência que origina-se por interpretação
individual, podendo ocasionar em leve desconforto ou até sensação
incapacitante (FREITAS, E. V et al. 2017).

Diversos estudos descrevem a dor como uma experiência angustiante


associada dano tecidual real ou potencial com componentes sensoriais,
emocionais, cognitivos e sociais.

Tratando-se da subjetividade no que diz respeito à sensação, cada pessoa


determina a intensidade de acordo com o seu repertório de experiências
prévias associado aos fatores socioculturais e/ou ambientais, representando
um fenômeno multifatorial e multidimensional (LINI, E. V et al. 2016).

Considerando as classificações da dor, uma das formas para determinar


o seu reconhecimento inclui-se a duração dos estímulos, e nesse contexto a
dor crônica está normalmente associada a um longo período de tempo, levando
a manifestação dolorosa como consequência ou não de uma doença crônica
(SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR).

As formas de manifestação da dor crônica podem ser identificadas como


tendo origem patológica, genética ou biológica, e fonte idiopática de origem
desconhecida para a doença. A primeira inclui osteoartrite, doenças reumáticas
inflamatórias sistêmicas, doenças do tecido conjuntivo, neuralgia pós-herpética
e neuropatia periférica. As condições idiopáticas, que muitas vezes dependem
do relato subjetivo do paciente compreendem a síndrome dolorosa regional
complexa, fibromialgia, dor crônica generalizada, subgrupos de dor lombar
crônica(DL) e dor pélvica crônica (GUYTON, A. C; HALL, J. E, 2016)

No que diz respeito às condições inflamatórias, são respostas que


podem surgir à medida que o organismo envelhece, em decorrência de
possível desequilíbrio nas funções orgânicas, contribuindo ainda mais para o
estresse oxidativo. Sabe-se que a presença constante desse estado infeccioso
tecidual são causados pelo aumento de citocinas pró-inflamatórias
desenvolvendo o risco de doenças inflamatórias, e assim levando maior
incidência de dor crônica (SANCHÉS, V. C et al. 2018).

Essa forma de dor é responsável por interferir de forma negativa de 7%


a 40% da população mundial, principalmente na vida de adultos e idosos que
poderiam desempenhar normalmente suas atividades cotidianas. Persistindo
de três meses ou maior período de duração, a dor crônica é um dos principais
problemas de saúde, indicando que a sua prevalência pode aumentar da fase
adulta até aproximadamente a 7ª década de vida, estabilizando ou declinando
levemente o quadro (PITCHER, M. H et al. 2018).

De acordo com estudos, esse tipo de dor pode estar presente em até
30% dos adultos, nos quais ocorrem impactos físicos, psicológicos, sociais,
resultando muitas vezes em incapacidade, medos e incertezas, reduzindo a
qualidade de vida. É possível ainda que grande parte destes adultos possam
sofrer recorrências dessa manifestação, e quando associada a aspectos
patológicos o quadro álgico pode tornar-se frequente até a fase senil (SMITH,
D et al. 2014).

Dessa forma a ocorrência da dor crônica entre os idosos é ainda maior,


estimando-se que até 62,2% dos indivíduos acima de 60 anos vivendo na
comunidade apresentam esse problema, sendo que há maior frequência nos
membros inferiores 34,5% e 29,5% com relação à região lombar (SANTOS, F.
A. A et al. 2015)

Estratégias empregadas em ações multiprofissionais como gestão do


estresse, educação, psicoterapia, relaxamento e principalmente a atividade
física, dada a importância ao impacto e alta prevalência da dor crônica que
acomete sobretudo os idosos, podem auxiliar no alivio e tratamento
(BARBOSA, M. H et al 2011)

A atividade física regular é uma abordagem bem aceita para o manejo


da dor crônica e é frequentemente recomendada como adjuvante à
farmacoterapia, e também pode desempenhar um papel importante na
prevenção da dor persistente em idosos. Sabe-se que a maioria dos adultos e
idosos não atingem as recomendações mínimas de atividade física, no entanto
há evidências crescentes que o comportamento fisicamente ativo e hábitos
saudáveis podem reduzir o risco de desenvolver dor crônica em idosos
(BRUCE, B et al. 2005).

Além disso é estabelecido que a prática regular e bem definida da


atividade física é um importante fator para reduzir a dor. Em uma pesquisa a
atividade física moderada foi associada com menor frequência de dor nas
costas do que a inatividade, mostrando também que a atividade intensa pode
levar a maior incidência dessa dor em comparação à intensidade moderada e a
inatividade (HANS, H et al. 2008).

Bruce et al. investigaram durante 14 anos o impacto do exercício


aeróbico na dor musculoesquelética em idosos corredores. Os corredores
reduziram acentuadamente os níveis de dor em relação ao grupo
controle. Além disso, o exercício foi associado com uma redução substancial
na dor musculoesquelética,

Levando em consideração a possibilidade do desenvolvimento do


quadro álgico durante o envelhecimento com alta prevalência na fase após os
60 anos, resultando muitas vezes em incapacidade e limitações diárias, torna-
se necessário definições estratégicas no sistema de saúde e por profissionais
de saúde para prevenir e desenvolver abordagens consistentes no controle
desse sofrimento. Embora as evidencias entre o estilo de vida fisicamente ativo
associado à redução dos riscos para desenvolver dor crônica sejam
significativas, necessita-se do esclarecimento das características de programas
de atividades físicas que contribuem de forma significativa na prevenção e
controle da dor crônica em idosos. Portanto o objetivo deste estudo evidenciar
o papel da atividade física na prevenção e controle da dor crônica no avanço
da idade.
MÉTODOS

Para esse trabalho foi usado como instrumento, a síntese de


pesquisa, pois de acordo com Thomas, Nelson e Silverman (2011) essa
permite o desenvolvimento da análise, avaliação e a relação entre os estudos
publicados em uma temática para criar novas possibilidades de futuras
pesquisas.
Nesta revisão de literatura foi abordado o tema referente à relação
da atividade física com a prevenção e controle da dor crônica no
envelhecimento, de modo a evidenciar o papel e as contribuições da atividade
física no avanço da idade adulta para a idade senil. Para identificar os artigos
acerca do assunto realizou-se busca nas bases Pubmed e Cochrane com os
seguintes termos: Physical Activity, Chronic Pain, Aging; e assim adotando uma
estratégia de combinação entre eles, formando um conjunto temático da
seguinte maneira: physical activity and chronic pain and aging
Após a realização da busca foram utilizados os estudos que
empreguaram a atividade física em intervenções relacionadas à dor crônica,
tendo preferência àqueles envolvendo indivíduos com a faixa etária entre 30 e
70 anos, isso porque de acordo com Mcfarlane, G. J (2016) é uma
característica da dor crônica acentuar-se da fase adulta para a fase senil,
podendo estar associada ao desequilíbrio da modulação endógena, no qual
aumenta com a vida adulta atingindo o seu ápice aproximadamente na sétima
década de vida. A exclusão foi realizada com a verificação por meio da leitura
dos títulos, resumos e métodos dos trabalhos publicados, nos quais foi
constatada a ausência dos três termos: atividade física, dor crônica e
envelhecimento; ou ausência da atividade física ou exercício como intervenção
relacionada à dor crônica. O critério do período de publicação do estudo
também foi determinante para a exclusão, atendendo somente trabalhos de
2010 a 2018, e outra abordagem realizada para exclusão foi a faixa etária dos
indivíduos determinados como amostra, considerada entre 30 e 70 anos de
idade a ser utilizada para a revisão.
Como critério de inclusão, primeiramente os trabalhos foram pré-
selecionados através da leitura do título e seus resumos tendo sido observado
o ano de publicação com um dos termos presentes, physical activity, chronic
pain, aging, e a relação da atividade física ou exercício com a prevenção e
controle da dor crônica no envelhecimento, foi em seguida conduzida à seleção
final tomando por base além do resumo também os métodos, nos quais a
presença da intervenção da atividade física somente com indivíduos na faixa
etária entre 30 anos e 70 anos.
Dessa maneira, os trabalhos encontrados nesta consulta foram
analisados, buscando relacionar as variáveis levando em conta o número de
sujeitos, faixa etária, características dos sujeito avaliados, características da
dor, características da atividade e revista publicada.
RESULTADOS

A pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados Pubmed e


Cochrane, foi feita utilizando as palavras physical activity, chronic pain e aging,
essas foram combinadas formando um conjunto temático da seguinte maneira:
physical activity and chronic pain and aging. Foram encontrados no total de 314
resultados. Na Pubmed encontrou-se 195 referências com o cruzamento dos
termos e 118 estudos localizados na Cochrane, respectivamente. Com a leitura
inicial dos resumos e dos métodos, foram pré-selecionados os resumos de 30
artigos em que fossem possível identificar os termos relacionados à atividade
física ou dor crônica ou envelhecimento, para em seguida passando por uma
avaliação criteriosa para verificação da presença da relação da atividade física
como intervenção pertinente à dor crônica. Dentre os 30 estudos somente 6
estudos estavam disponíveis com texto completo para leitura, e assim
conduzindo à seleção final de 4 estudos, dos quais 1 deles constituindo uma
revisão sistemática.
A distribuição por idade e sexo das amostras do estudo variou entre os
estudos, mas não houve diferenças claras nos resultados que poderiam ser
atribuídos a isso. O estudo foi conduzido usando resultados que foram
ajustados para idade, limitando a influência desses fatores sobre a
heterogeneidade observada.
A alta heterogeneidade entre os estudos encontrados pode ser explicada
pelo pequeno número de estudos incluídos e diferenças na distribuição por
idade, considerando o envelhecimento e não uma faixa etária específica, além
das amostras estudadas, tempo de seguimento, fenótipo de dor, características
da população e atividades de intervenção.
A seguir pode-se visualizar a tabela de descrição dos estudos com
as características abordadas nesta pesquisa.
TABELA 1 – DESCRIÇÃO DE VARIÁVEIS DOS ESTUDOS

Estudos N Faixa Etária Características dos Revista Características da Dor Período de Treinamento
sujeitos avaliados Publicada

Naugle, K. M 51 60 a 77 anos Idosos saudáveis, 21 Pain: the jornal ------------------- Atividade física em
et al. (2017) masculino e 30 feminino of the geral durante 7 dias
international consecutivos
association for
the study of pain
Cheng, S. T et 160 ≥ 60 anos Idosos com dor Pain Dor musculoesquelética Intervenção
al. (2017) muculoesquelética Management crônica ≥ 40 de 100 Multicomponente
crônica moderada com Nursing 1,8anos - 10 sessões
pontos Chronic Pain
habilidade basica ler- semanais
escrever Grade
Casey, M. B et 160 ≥ 18 anos Adultos que frequentam Trials Journal Dor crônica persistente por Exercício físico +
al. (2018) clínicas de dor crônica mais de 12 semanas e ≥ 2 terapia – 8 semanas (8
no Brief Pain Inventory – sessões – 1/semana –
Interference Scale 3,5hrs)
Hurley, M. et 21 ------------------ ----------------------- Cochrane Dor crônica ---------------------------
al. (2012) estudos Library
DISCUSSÃO

Os resultados desta revisão sugerem uma relação entre a atividade


física e a dor crônica, na qual a prevenção e o controle podem ser explicados
por meio de intervenções combinadas entre atividade física e outras formas
eficazes para a dor. Sugere-se que a atividade física e o exercício pode reduzir
a dor diretamente por meio de ajustes em algum ponto na transdução,
transmissão e processamento de estímulos nocivos, podendo levar a uma
diminuição da dor com o aumento do nível de atividade com o aumento da
idade.

A prática de atividade física regular pode ser uma estratégia eficaz para
reduzir o risco de dor crônica. Neste trabalho os estudos apresentados tiveram
população preferencialmente idosa, acima de 60 anos, e também adultos
acometidos pela dor crônica. O aumento da dor crônica na população idosa
deve-se levar em consideração, já que a maioria dos estudos relacionam-se à
esta faixa etária em questão, podendo estar associada à especificidade do
envelhecimento em que há um alterações e desequilíbrio na inibição do perfil
da dor, principalmente em comparação ao público jovem-adulto (NAUGLE, K.
M et al. 2017).

Um dos motivos bem fundamentados dor crônica em idosos, de acordo


com estudos populacionais mostram que indivíduos fisicamente mais ativos
têm menor risco de desenvolver dor crônica, e os idosos têm maior incidência
de dor crônica, pois geralmente são menos ativos fisicamente que os adultos
jovens. Um declínio relacionado à idade nos processos modulatórios da dor
central pode ser um mecanismo que coloca a população de maior faixa etária
em um risco aumentado para o desenvolvimento de dor crônica em
comparação com adultos. Algumas características da dor estão associadas a
maiores déficit funcionais e incapacidade, como dores intensas, múltiplos locais
de dor, dores em região dorsal e em membros inferiores. Independentemente
da atividade física a ser realizada por meio de exercícios ou atividades de
menor intensidade diária (menor gasto de energia), terapias de movimento (Tai
Chi, Qigong, yoga) ou exercícios de maior intensidade associados à aptidão
cardiovascular, a falta de evidências por não haver uma modalidade ou tipo de
exercício para pacientes com dor crônica torna-se mais importante a abordar a
dosagem de atividade física e exercícios (LEI , L. F; SLUKA, K. A, 2017)
Ainda por falta de evidências não há uma modalidade ou tipo de
exercício para pacientes com dor crônica; em vez disso, os regimes de
tratamento multimodal, incluindo estratégias de gestão farmacológica e não
farmacológica, parecem ser mais eficazes.

Visto que a maior parte dos estudos desta revisão abordou atividade
física de forma combinada a outras terapias, combinar atividade física com
outras terapias não farmacológicas, como terapia cognitivo-comportamental e
educação de autogerenciamento, socialização e adaptação podem ser uma
estratégia clínica efetiva para redução da dor. No trabalho de intervenção de
autogestão para dor em idosos, utilizou o exercício físico combinado com a
terapia cognitiva, mostrando que as técnicas cognitivas comportamentais,
quando combinadas com o exercício físico, eram superiores ao exercício
sozinho ou a outra intervenção de forma isolada no sofrimento relacionado à

dor e incapacidade. Ainda que na literatura faltem evidencias mais

contundentes, o manejo da dor crônica utilizando formas

combinadas de intervenções, mostram-se mais eficientes no

controle e alívio da dor. (NICHOLAS, M. K et al. 2013).

Dessa forma, como trata-se de uma transição de fase adulta para idosa,
e muitas vezes um idoso com limitações, sem informações e conselhos
adequados dos profissionais de saúde, as pessoas não sabem o que devem ou
não devem fazer e, consequentemente, evitam atividades pelo medo do
movimento e causar complicações. Fornecer garantias e orientações claras
sobre o valor do exercício no controle dos sintomas e as oportunidades de
participar de programas de exercícios que as pessoas considerem prazerosas
e relevantes podem encorajar maior participação na atividade física, o que traz
uma série de benefícios à saúde para uma grande parte desta população.
CONCLUSÃO

A atividade física regular com outras formas terapêuticas tornam-se uma


abordagem bem aceita para o manejo da dor crônica e é frequentemente
recomendada como adjuvante à farmacoterapia, desempenhando um papel
importante na prevenção e controle da dor persistente em à medida que há o
avanço da idade da população com dor crônica. No entanto, mais pesquisas
são necessárias para determinar as características dos programas de atividade
física ideais para a prevenção e controle da dor crônica no envelhecimento e
principalmente na população acima dos 60 anos. À medida que a população
envelhece, haverá mais e mais pessoas idosas com dor crônica que não
podem ser tratadas apenas por tratamento farmacológico. Intervenções não
farmacológicas baseadas em evidências são muito necessárias. Tais
intervenções são concebidas preferencialmente de tal maneira que sejam
entregues por uma série de profissionais de saúde em diferentes contextos
para melhorar o acesso à prevenção e ao controle da dor
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