Assine o DeepL Pro para traduzir arquivos maiores.

Mais informações em www.DeepL.com/pro.

Empreendedorismo técnico: o que sabemos?

Arnold C. Cooper, Universidade de Purdue"

Resumo. Os fatores que influenciam o nascimento de empresas de orientação técnica nos Estados Unidos tiveram
novas empresas de alta tecnologia foram investigados em
taxas de fracasso relativamente baixas
vários estudos separados. Este documento resume e relata * Este artigo foi preparado durante um período passado na Unidade
de Pesquisa de P&D da Manchmter Business School, em 1972.
essa pesquisa.
As empresas novas e de base tecnológica t i v e r a m , no A & D Management 3, 2, 1973
impacto econômico agregado e substancial. O nascimento
dessas empresas se concentrou em determinados lugares
e em determinados momentos.
A decisão de fundar uma nova empresa parece ser
influenciada por três fatores principais. As características do
empreendedor, incluindo os muitos aspectos de seu
histórico que o tornam mais ou menos inclinado ao
empreendedorismo, são importantes. A organização para a
qual ele está trabalhando, que pode ser chamada de
"o r g a n i z a ç ã o incubadora", também influencia a
decisão empreendedora de várias maneiras. Um terceiro
fator consiste em um complexo de influências externas,
incluindo a disponibilidade de capital de risco e as atitudes
coletivas em relação ao empreendedorismo. Os processos
de retroalimentação parecem estar em ação, de modo que
o empreendedorismo passado torna mais provável o
empreendedorismo futuro.

O que sabemos sobre como novas empresas de base

tecnológica são fundadas? Que fatores influenciam o
surgimento dessas empresas? O fenômeno do
empreendedorismo técnico foi investigado em vários
lugares por várias pessoas; este documento resume e
relata essa pesquisa.
Novas empresas de base tecnológica contribuem de
várias maneiras para o crescimento e a vitalidade da
economia:
1. Elas são importantes fontes de inovação e, às vezes,
obtêm grande sucesso na combinação de tecnologias em
desenvolvimento e necessidades do mercado.
2. Elas aumentam a vitalidade do setor, servindo como
novas fontes de concorrência e complementando e
estimulando os esforços das empresas estabelecidas.
3. Eles oferecem possibilidades alternativas de carreira para
aqueles
engenheiros e gerentes que não funcionam de forma
mais eficaz em grandes organizações.
4. Do ponto de vista do desenvolvimento econômico
regional, eles são vizinhos agradáveis, produzindo
relativamente pouco ruído e poluição, empregando
pessoas com treinamento técnico altamente
remunerado e ampliando a base econômica regional,
diminuindo assim a dependência de poucas
organizações.
Embora muitas dessas empresas tenham tido apenas um
sucesso modesto e outras tenham fracassado, algumas
foram extremamente bem-sucedidas. Empresas como a
Metals Research Ltd. e a Nuclear Instruments Ltd., na
Inglaterra, e a Digital Equipment, Raychem e Memorex,
nos Estados Unidos, obtiveram grande sucesso. Em
comparação com outros tipos de novos negócios, as
[Draheim, et al. (1966), Roberts (1972), Cooper (1971)}
Os empregos gerados por novas empresas, considerados
em conjunto, podem ser substanciais. Por exemplo, as
empresas derivadas dos principais laboratórios afiliados ao
M.I.T. geraram, em poucos anos após a fundação, muito
mais empregos do que os laboratórios-mãe [Roberts
(1969)].
O surgimento dessas novas empresas parece estar
concentrado em determinados lugares e em
determinados momentos. Nos Estados Unidos, cidades
como Boston, Los Angeles, São Francisco e
Minneapolis tiveram nos últimos anos um grande
número de novas empresas. Há outras regiões que,
embora empreguem um grande número de pessoal
técnico, tiveram relativamente poucas empresas novas
fundadas. Algumas das regiões em que o
empreendedorismo técnico foi estudado estão indicadas
no Quadro 1.

Anexo 1
EMPRESAS DE ALTA TECNOLOGIA ESTUDADAS
Áreas Número de empresas
estudadas
Ann Arbor, Michigan 76
Austin, Texas 31
Boston, Massachusetts 250
Buffalo, Nova York 42
Canadá (em todo o país) 47
Erie-Niagara, Nova York 43
Minneapolis-St Paul, Minnesota 142
Oak Ridge, Tennessee 2J
Palo Alto, Califórnia 250
* Esses dados não representam todas as novas empresas
fundadas nas áreas indicadas, apenas as estudadas.

Entender o que foi aprendido até o momento sobre

empreendedorismo técnico deve ser de interesse de
vários grupos, incluindo engenheiros ou gerentes
técnicos que pretendem se tornar empreendedores,
pessoas preocupadas com o desenvolvimento
econômico regional e gerentes de organizações
interessados em formas alternativas de explorar a
tecnologia.

I N F L U EN C ES U PO N ENT R E P R EN E U R SH I P
A fundação de uma nova empresa é, em um sentido
básico, uma decisão tomada por um ou vários
empreendedores. As influências sobre essa decisão
podem ser organizadas em três categorias gerais:
1. O próprio empreendedor, incluindo os vários
aspectos de seu histórico que afetam suas
motivações, suas percepções e suas habilidades e
conhecimentos.
2. A organização estabelecida para a qual o fundador
estava trabalhando anteriormente, que pode ser
chamada de "organização incubadora". Suas
características influenciam a localização e a natureza
das novas empresas, bem como a probabilidade d e
spin-offs.
3 Vários fatores externos, muitos deles de natureza
regional. Entre eles estão a disponibilidade de capital, a
coleta de dados e a disponibilidade de informações.
atitudes e percepções positivas relacionadas ao
empreendedorismo e à acessibilidade a fornecedores,
pessoal e mercados.
59

INFLUÊNCIAS SOBRE A DECISÃO EMPRESARIAL
In flu ên cia s a nteceden tes sobre o Empreendedor
1. Histórico familiar e religioso.
2. Histórico educacional.
3. Composição psicológica.
4. Idade no momento (a) da oportunidade externa máxima e do "pueh" organizacional.
5. Experiência profissional anterior.
6. Oportunidade de formar grupos empresariais.
Organização da Incubadora
1. Localização geográfica.
2. Natureza das habilidades e conhecimentos adquiridos.
3. Motivação para permanecer ou deixar a organização.
4. Experiência em ambiente de "pequenas empresas".
Fatores externos
t. Exemplos de ação empreendedora e
disponibilidade de conhecimento sobre empreendedorismo.
2. Atitudes sociais em relação ao empreendedorismo.
3. Capacidade de economizar "capital inicial".
4. Acessibilidade e disponibilidade de capital de risco.
5. Disponibilidade de pessoal e serviços de apoio;
acessibilidade aos clientes; acessibilidade à
universidade.
6. Oportunidades de consultoria interina.
7. Condições econômicas.
As várias influências sobre a decisão empresarial são
mostradas no Quadro 2.
O RE P R E S E N T A N T E I N D I V I D U A L
Quais são as características dessas pessoas que decidem
dar o passo incomum de abrir novas empresas? O que as
prepara e impulsiona para essa atividade única? A
história mais longa de pesquisa em empreendedorismo
se concentra no fundador individual. Embora o
empreendedor técnico tenha sido estudado muito menos
extensivamente do que sua contraparte não técnica, as
seguintes características emergem:
1. Os fundadores de empresas de alta tecnologia
geralmente formam grupos para abrir novas
empresas. A porcentagem de novas empresas
iniciadas por grupos de duas ou mais pessoas foi de
48% em Austin, 61% em Palo Alto e 59% em um
estudo de 955 empresas geograficamente
diversificadas [Susbauer (1967), Cooper (1971),
Shapero (1971)]. Os grupos permitem uma equipe de
gestão mais equilibrada, menos propensa a ter grandes
áreas de fraqueza. Eles também oferecem apoio
psicológico em um momento em que o indivíduo pode
estar se perguntando se está dando o passo certo.
2. Os fundadores tendem a estar na casa dos 30 anos
quando abrem empresas de alta tecnologia. A idade
média dos fundadores estudados era de 34 anos em
Austin, 35 anos na Filadélfia e 32 anos em Boston
[Susbauer (1969), Industrial Research (1967), Roberts
(1968)]. Aparentemente, a essa altura de suas carreiras,
eles têm experiência e recursos financeiros
suficientes, mas ainda estão dispostos a incorrer nos
sacrifícios e riscos necessários.
3. O típico empreendedor técnico americano tinha pelo
menos um B.S. ou primeiro grau, geralmente em
engenharia. Em Boston e em Austin, o nível
educacional médio era de m e s t r a d o [Roberts (1969),
Susbauer (1969)]. Como as vantagens competitivas dessas
novas empresas são baseadas no conhecimento dos
fundadores, isso não é surpreendente.
ARNOLD C. COOPER
Anexo Dois
Decisão do
empreended
or
Estudos anteriores sobre empreendedores não
técnicos enfatizaram que eles tendiam a ter
qualificações educacionais modestas. Em geral, eles
não se davam bem com seus pais, professores e
empregadores; muitas vezes abandonavam a escola em
uma idade precoce [Collins & Moore (1964)]. As
evidências disponíveis sobre empreendedores
técnicos sugerem que eles não se encaixam nesse
molde, pelo menos no que diz respeito à sua
tolerância à educação formal.
4. Os fundadores parecem ser mais obstinados em suas
devoção à carreira do que os executivos contratados.
No setor de semicondutores, eles tinham menos
atividades cívicas e esportivas externas [Howell
(1972)].
5. Estudos que envolveram testes psicológicos e um
número muito limitado de entrevistados mostraram
que os empreendedores obtiveram uma classificação
acima da média em orientações estéticas e teóricas,
orientação para liderança e orientação para realização.
Eles tiveram notas baixas em orientação religiosa,
necessidade de apoio, necessidade de conformidade e
mentalidade prática. É interessante notar que eles não
tiveram pontuações altas em relação a valores
econômicos [Komives (1972)]. As altas pontuações
em necessidade de realização são consistentes com
um conjunto considerável de pesquisas que enfocam
a importância desse fator na atividade empreendedora
[McClelland (1961)].
6. Uma porcentagem desproporcionalmente alta de
fundadores vem de lares onde o pai tinha um negócio
próprio [Roberts & Wainer (197 l), Shapero (197 l)].
7. Em alguns casos, uma porcentagem excepcionalmente
alta de fundadores é proveniente de segmentos
específicos da população. No Canadá, 50% eram
imigrantes; em Boston, 16% eram judeus [Litvak e
Maule (1972), Roberts e Wainer (1971)].
A ORGANIZAÇÃO DA INCUBADORA
Quando um fundador abre uma nova empresa, ele
normalmente deixa alguma organização. As
características dessa
A 'k fI Management 3, 2, 1973
 organizações não tinham spin-offs; outras tinham como
Empreendedorismo técnico: o que sabemos?
principal produto os empreendedores [Cooper (1972)].
A organização, que pode ser chamada de "incubadora",
2t & fI M z";gement 3, 2, 1973
influencia o empreendedorismo de várias maneiras.
1. A organização da incubadora afeta a localização da
nova empresa. Embora os fundadores técnicos
possam ter tido mobilidade geográfica em estágios
anteriores de suas carreiras, eles raramente se mudam
no momento em que estão fundando novas empresas.
A porcentagem de novas empresas iniciadas que
envolviam pelo menos um fundador que já estava
trabalhando na área era de 97% em Palo Alto e 90%
em Austin [Cooper (197 l), Susbauer (1972)].
2. As organizações estabelecidas também influenciam a
natureza dos novos negócios estabelecidos. Em Palo
Alto, 85% a 5% das novas empresas atendiam ao
mesmo mercado geral ou utilizavam a mesma
tecnologia geral que a empresa matriz (Cooper
(1971)). Em Ann Arbor, 83% a 7% das novas
empresas tinham produtos ou serviços iniciais que se
baseavam "diretamente" na experiência e no
conhecimento técnico anterior dos fundadores
[Lamont (1971)]. Em geral, o fundador abre sua nova
empresa para explorar aquilo que conhece melhor.
Assim, surgem famílias de empresas relacionadas,
como empresas de aparelhos auditivos em
Mineápolis ou empresas químicas em Buffalo
[Draheim (1972)].
Um estudo mostrou que as empresas derivadas de
universidades se concentraram inicialmente na
prestação de serviços - P&D, testes ou consultoria.
As spin-offs de pequenas empresas tendiam a
fornecer produtos padrão, enquanto as de grandes
empresas tendiam a fornecer produtos personalizados
[Lamont (1971)].
3. A organização estabelecida também parece influenciar,
em um grau acentuado, as motivações do
empreendedor. Em pesquisas breves, como
questionários, os fundadores tendem a relatar os
motivos socialmente aceitáveis que os levaram a se
tornarem fundadores; esses motivos incluem o desejo
de independência, ganho financeiro, etc. [Howell
(1971), Roberts & Wainer (1971)]. [Howell (1971),
Roberts & Wainer (1971)]. Entretanto, as entrevistas
aprofundadas geralmente revelam que o fundador é
"empurrado" da organização matriz por frustração.
Em um estudo, 30% dos fundadores deixaram seus
empregos anteriores sem planos específicos para o
futuro; 13% tiveram de sair devido a fatores como
fechamento de fábricas, e outros 40% disseram que
teriam deixado seus cargos anteriores mesmo que não
tivessem se tornado empreendedores (Cooper
(1971)).
Estudos sobre spin-offs de organizações
individuais também mostram que fatores internos
influenciam as taxas de spin-off. Assim, os
problemas internos da Univac, em Minneapolis, e da
Tracor, em Austin, foram associados a subsequentes
cisões (Draheim (1972), Susbauer (1972)).

TAXAS DE RETORNO
As taxas de spin-off parecem variar muito, mesmo entre
empresas da mesma região geográfica. Algumas
organizações funcionam como incubadoras em um grau
muito maior do que outras. Em Palo Alto, a variação nas
taxas de spin-offs para empresas com mais de 3 spin-offs
durante a década de 60 foi de cerca de 200 para 1. Muitas
 6I tinham universidades importantes. Vários não tinham
faculdades quando o processo de formação de empresas
Que tipos de empresas têm altas taxas de spin-off e que técnicas estava começando [Shapero (197 l)].
tipos têm baixas taxas de spin-off? Em Palo Alto, as Sem dúvida, as universidades têm desempenhado um
pequenas empresas consideradas como uma classe papel importante na atração de jovens capazes para
(menos de 5t3£i funcionários) tinham taxas de spin-off 10 determinadas regiões e, às vezes, na concessão de
vezes mais altas do que as grandes empresas vantagens competitivas às empresas localizadas nessas
consideradas como um grupo [Cooper (1971)]. Estudos regiões no recrutamento e na retenção dessas pessoas. Elas
de quatro grandes laboratórios do M.I.T. também
mostraram que as taxas de spin-off estavam inversamente
associadas ao tamanho do laboratório (Forseth (1966)).
Em consonância com essas descobertas, outro estudo
mostrou que, quando uma cidade depende de uma
empresa grande e dominante, o desenvolvimento de
novas empresas raramente ocorre [Draheim, et of.
(1966)].
Dados muito limitados sugerem que, em grandes
empresas industriais, os spin-offs ocorrem
principalmente a partir das "pequenas empresas" dentro
da empresa e raramente a partir das divisões grandes e
dominantes [Cooper (197 l)].
Claramente, as organizações de incubadoras
influenciam o empreendedorismo de várias maneiras e
algumas organizações são melhores incubadoras do
que outras.

R O L E O D E U N I V E R SI D A D E S
Alguns dos maiores complexos de novas empresas
cresceram em torno de universidades, como Boston,
Palo Alto e Ann Arbor, nos Estados Unidos. Alguns
observadores concluíram que as universidades
desempenham um papel central no desenvolvimento
do empreendedorismo local [Deutermann (1964),
Allison (1965)].
O grau em que as universidades funcionaram como
incubadoras, com estudantes ou funcionários que se
desdobraram para abrir novas empresas, variou muito.
Em Boston, Austin e Ann Arbor, porcentagens
substanciais das novas empresas estudadas eram spin-
offs diretos de uma universidade ou de um de seus
laboratórios [Roberts (1969), Susbauer (1972), Lamont
(1971)]. Nos casos em que ocorreram spin-offs diretos
das universidades, raramente o corpo docente
abandonou seus cargos em tempo integral para se
tornar fundador. Embora o corpo docente tenha se
envolvido em uma variedade de funções, incluindo, às
vezes, ser a "força motriz" e, às vezes, dar apenas
consultoria, seu compromisso geralmente foi apenas
em tempo parcial [Roberts (1972)]. Muitos spin-offs
ocorreram a partir de laboratórios de pesquisa
contratados pela universidade, fortemente envolvidos
em pesquisas contratadas pelo governo; exemplos
notáveis são o Laboratório de Instrumentação e o
Laboratório Lincoln no M.I.T.
Entretanto, também existem vários outros padrões.
Em Palo Alto, apenas 6 das 243 empresas fundadas na
década de 1960 tinham um ou mais fundadores em
tempo integral que vieram diretamente de uma
universidade [Cooper (1971)]. Nesse complexo, o
papel da universidade como incubadora parece ter sido
relativamente mais importante nos primeiros anos.
Tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, há
universidades fortes em ciência e engenharia que têm
sido associadas a pouquíssimo empreendedorismo. Há
também casos de empreendedorismo substancial sem a
presença de uma universidade forte. Shapero descobriu
que, de 22 complexos técnicos estudados, apenas 7
 d2 prospectivo fundador entrar em contato com as fontes de
capital "certas", aquelas cuja experiência e atitudes aumentam
também oferecem fontes de assistência em consultoria e a probabilidade de ajudar esse tipo de empreendimento.
oportunidades de educação continuada para funcionários
profissionais. Entretanto, o grau em que as universidades
desempenham um papel central ou essencial no
empreendedorismo técnico parece variar muito.

FATORES EXTERNOS

Um complexo de fatores externos ao indivíduo e

externos à organização matriz parece influenciar o
empreendedorismo. As pesquisas realizadas até o
momento nos fornecem apenas uma compreensão
limitada de muitos desses fatores. No entanto, está claro
que eles interagem para criar climas mais ou menos
favoráveis ao empreendedorismo. Também está claro
que os climas podem mudar com o tempo e que, até
certo ponto, o empreendedorismo passado torna mais
provável o empreendedorismo futuro.
A decisão de fundar uma empresa é afetada pelas
percepções do empreendedor sobre riscos e recompensas
e pelo seu conhecimento sobre fontes de capital de risco e
sobre indivíduos e instituições que podem oferecer ajuda
e orientação. O empreendedorismo anterior cria o que
pode ser chamado de "ambiente empreendedor", no qual
o possível fundador é cercado de exemplos e envolvido
em conhecimento sobre o processo. Vários
pesquisadores relatam que a credibilidade do ato de abrir
uma empresa parece depender, em parte, do fato de o
fundador conhecer outras pessoas que deram esse passo
[Shapero (1971), Cooper (1971)].
As atitudes da sociedade em relação aos negócios e ao
empreendedorismo também são, sem dúvida,
importantes para influenciar a decisão de um indivíduo.
Embora as decisões de fundar empresas tecnicamente
orientadas não tenham sido estudadas nesse contexto,
estudos em vários países mostram que algumas culturas
são mais inclinadas ao empreendedorismo do que outras
[Hagen (197 l), McClelland (1961)].

V ENT U R A C A P I T A L

O capital de risco é fornecido tanto pelos próprios

fundadores quanto por indivíduos e instituições externas.
Em um estudo americano, 40% das empresas de
orientação técnica foram iniciadas principalmente com
capital dos fundadores; em um estudo canadense, 35%
das empresas foram inicialmente financiadas pelos
fundadores [Cooper (1971), Litvak & Maule (1972)]. O
grau em que os fundadores podem economizar capital
suficiente depende do salário e dos níveis de tributação.
Os observadores acreditam que o empreendedorismo no
Reino Unido e no Canadá é seriamente prejudicado pela
dificuldade de economizar "capital inicial" [Bolton
(1972), Hodgins (1972)]. No setor eletrônico americano,
as opções de compra de ações, que muitas vezes se
destinam a vincular executivos às empresas, às vezes
tornam financeiramente viável que eles se tornem
empreendedores [Cooper (1971)].
As instituições e os investidores individuais variam
substancialmente
em que medida estão dispostos a investir em empresas
novas e de base tecnológica. O fundador em potencial que
busca capital deve, portanto, tentar entrar em contato com
as fontes "certas" de capital, aquelas cuja experiência e
atitudes tornam mais provável que ajudem esse tipo de
empreendimento. Em áreas de empreendedorismo ativo, é
possível que existam canais de comunicação bem
desenvolvidos, de modo que seja relativamente fácil para o
 adicional é o desenvolvimento de conhecimento
A R l'i OL D C . COO P E R
especializado entre contadores, banqueiros e advogados
O fundador deve fazer contato com fontes experientes de locais em relação às necessidades especiais de pequenas
capital de risco (Baty (1964)). empresas de alta tecnologia (Shapero (1971)).
Em Palo Alto, o capital fornecido externamente para A localização em um complexo de empresas
as novas empresas da década de 1960 geralmente vinha relacionadas também oferece oportunidades de
dos empreendedores bem-sucedidos da década de 1950. consultoria; essas oportunidades são
Alguns deles se tornaram capitalistas de risco depois de
A A D Management $' 2, 1973
venderem suas empresas; outros, ainda ativos em suas
empresas, aconselhavam empreendedores e capitalistas
de risco e serviam como elos vitais de comunicação
[Cooper (1971)].
As atitudes em relação ao investimento em novas
empresas de base técnica podem mudar substancialmente
com o tempo. O sucesso da Control Data em Minneapolis
e da Tracor em Austin aparentemente ajudou a mudar o
clima de investimento local e facilitou muito o
levantamento de capital pelas ondas subsequentes de
empreendedores [Draheim (1972), Susbauer (1972)]. É
claro que o contrário também pode acontecer; o colapso
do mercado americano de "novas emissões" em 1961 foi
seguido por um período em que as instituições e os
indivíduos eram extremamente céticos em relação a esse
tipo de empreendimento.

CONDIÇÕES DE VIDA
Até que ponto condições de vida atraentes são
essenciais para o desenvolvimento de um complexo de
novas empresas? Claramente, as organizações
estabelecidas consideram se poderão atrair e manter
pessoal científico móvel e altamente treinado ao decidir
onde instalar filiais e laboratórios. Essas organizações,
por sua vez, podem se tornar as incubadoras que trazem
possíveis empreendedores para uma região. No entanto,
as evidências disponíveis sugerem que, embora
condições de vida atraentes possam atrair pessoas
técnicas para uma área como funcionários, elas
raramente atraem homens que estão no ato de fundar
empresas [Cooper (1971)]. Além disso, um estudo de
22 áreas de empreendedorismo ativo mostrou que
apenas 8 tinham condições de vida excepcionalmente
atraentes [Shapero (1971)]. Alguns homens deixam as
organizações-mãe e se tornam fundadores porque, em
parte, não querem ser transferidos de uma região da
qual gostam [Susbauer (1972)]. Entretanto, na maioria
dos casos, as condições de vida não parecem
influenciar diretamente a decisão de fundar uma
empresa.

ECONOMIA DE LOCALIZAÇÃO
Qual é a importância dos aspectos econômicos da
localização, incluindo os custos de transporte e o
desenvolvimento de complexos de empresas
relacionadas que compram e vendem umas para as
outras? Embora sejam necessárias mais pesquisas para
determinar a importância relativa desses fatores, parece
que o crescimento de um complexo traz muitos
benefícios para as novas empresas. Esses benefícios
incluem grupos de mão de obra treinada e o
desenvolvimento de fornecedores especializados.
Embora os custos de transporte possam não ser muito
importantes em muitos produtos de alta tecnologia, a
capacidade de trabalhar de perto com os clientes às
vezes é essencial. A localização em um complexo pode
ser particularmente importante para as novas empresas
que prestam serviços de fabricação personalizados e
que atuam como fornecedores satélites. Um benefício
Empreendedorismo técnico", o que sabemos?
particularmente importante para os fundadores que
deixaram seus empregos anteriores sem planos específicos
para o futuro e que precisam se sustentar enquanto os
planos estão se cristalizando e o capital está sendo
levantado [Cooper (197 l)].
E X P E R I Ê N C I A D O S P R E P R E S E N T E S E D O S F I R M A SM
AISEXPERIENTES
O empreendedorismo do passado cria em uma
determinada região muitas empresas novas, pequenas e
de base tecnológica. Conforme indicado anteriormente,
essas empresas, como classe, tendem a ter altas taxas de
spin-off e a ser incubadoras quase ideais. Além disso, as
fundações anteriores criam empreendedores experientes.
Mais tarde, quando o fundador vende a empresa ou
quando as disputas causam o rompimento da equipe
fundadora, o que o fundador experiente faz? Às vezes,
ele abre outra empresa, valendo-se de sua experiência
anterior [Cooper (1971)}. Em uma área de
empreendedorismo ativo, pode haver centenas de
fundadores experientes. Sua presença torna mais
provável o empreendedorismo futuro.
ODESENVOLVIMENTODEUMAPREPRESENTAÇ
à O D E U M A ENT R E P R E S E N T A Ç Ã O
ÁREA ATIVA
Como se desenvolve uma área empresarialmente ativa?
Há poucos estudos que envolvem comparações
sistemáticas entre regiões ou de influências ambientais
conforme elas mudam ao longo do tempo. Entretanto, os
estudos realizados até o momento sugerem que os
seguintes processos influenciam o clima regional para o
empreendedorismo.
Se uma área quiser desenvolver e manter o
empreendedorismo técnico, as organizações que podem
servir como incubadoras devem estar presentes, ser
atraídas ou criadas. Como os fundadores tendem a abrir
empresas onde já estão morando e trabalhando, deve
haver organizações que contratem, tragam para a área e
treinem os engenheiros, cientistas e gerentes técnicos que,
algum dia, poderão se tornar empreendedores técnicos.
Entretanto, a natureza dessas organizações é
fundamental para determinar se os spin-offs realmente
ocorrem. Certamente não é difícil apontar cidades
onde milhares de engenheiros estão empregados, mas
onde há pouco empreendedorismo. O Quadro 3 indica
as características das empresas e os setores em que operam
que
Anexo 3
ATRIBUTOS ORGANIZACIONAIS E DO SETOR
RELACIONADOS À TAXA DE NATALIDADE DE NOVAS
EMPRESAS
Características do setor
Baixa taxa de natalidade
crescimento lento do setor
mudança tecnológica lenta
O investimento pesado de capital exigiu
economias de escala substanciais
Características das organizações de incubadoras
estabelecidas Baixa taxa de natalidade
grande número de
funcionários organizados
por função
recrutar pessoas técnicas medianas
relativamente bem gerenciadas
6j
pode estar associado a taxas de natalidade altas ou baixas
de novas empresas.
Se as empresas estabelecidas atenderem a mercados
estáveis ou
Se as empresas estabelecidas estiverem em setores que
exigem grandes investimentos de capital ou organizações
substanciais para competir, será difícil reunir a massa
crítica necessária para iniciar uma nova empresa. Se as
empresas estabelecidas estiverem em setores que exigem
grandes investimentos de capital ou organizações
substanciais para competir, será difícil reunir a massa
crítica necessária para iniciar uma nova empresa. Se as
empresas incubadoras em potencial contratarem pessoas
relativamente pouco dinâmicas, treiná-las de forma
restrita e organizá-las de modo que os engenheiros falem
apenas com os engenheiros, e assim por diante, será
difícil reunir uma equipe fundadora completa com o
conhecimento e as habilidades necessárias em
marketing, engenharia e fabricação. Se as empresas
estabelecidas forem bem administradas e evitarem crises
periódicas, pode haver pouco incentivo para que os
possíveis fundadores deixem posições confortáveis.
Nessas condições, um aspirante a fundador terá
dificuldades. Se ele procurar aumentar sua confiança ou
obter conselhos, encontrará poucos fundadores bem-
sucedidos que o precederam. Se ele quiser se sustentar
como consultor enquanto formula seus planos e levanta
capital, poderá ter dificuldades se houver poucas
pequenas empresas na região.
As fontes de capital de risco com experiência em
investir em empresas novas e de base tecnológica
provavelmente não estão disponíveis localmente e fazer
contato com possíveis investidores pode ser trabalhoso e
demorado. Em um ambiente como esse, é provável que a
experiência pessoal do possível fundador tenha sido em
empresas grandes e estabelecidas. É provável que ele
saiba pouco sobre o que está envolvido na abertura e no
gerenciamento de uma nova empresa.
Como a primeira nova empresa se estabelece em uma
região como essa? Às vezes, isso ocorre nos raros casos em
que o fundador vem de outra localização geográfica ou
abre uma nova empresa não relacionada aos negócios da
empresa matriz que ele deixou. Às vezes, envolve uma
pessoa treinada tecnicamente que estava trabalhando em
uma organização não técnica [Shapero (1971)].
A taxa de atividade empresarial parece ser acelerada
ou diminuída por vários fatores, entre eles
localizado em uma área isolada de pouco
empreendedorismo
 Alta taxa de natalidade
Taxa de natalidade alta

rápido crescimento do setor

rápida mudança tecnológica pequeno número de funcionários
baixo investimento de capital organização descentralizada por
necessário pequenas economias de produto
escala recrutar pessoas muito capazes e
ambiciosas que sofrem com crises periódicas
localizado em uma área de grande empreendedorismo

Todos os atributos em uma determinada coluna não precisam ser combinados nem são necessários para gerar
uma determinada taxa de spin-off. Podem existir várias combinações.

2t & D Management 3, 2, 1973

d4
embora esse seja outro assunto que merece pesquisas
adicionais. Um dos fatores mais importantes é o
desenvolvimento dos mercados e das tecnologias em que se
baseia o setor da área. Se as taxas de crescimento do
mercado e as mudanças tecnológicas diminuírem, o
empreendedorismo técnico também diminuirá, pois os
fundadores em potencial encontrarão menos áreas de
oportunidade. Nos Estados Unidos, as atitudes públicas
relacionadas a novas emissões de ações de empresas recém-
formadas também são importantes, pois afetam
substancialmente a disponibilidade de capital de risco.
No entanto, se esses fatores forem favoráveis, um sistema
de auto-reinamento pode ser usado.
ocorre um processo de forçamento. O empreendedorismo
passado torna mais provável o empreendedorismo futuro
e, com o tempo, pode se desenvolver uma alta taxa de
atividade empreendedora.
REFERÊNCIAS
Allison, D. (1965) 'The university and regional prosperity', Inter
National Science and Technology, abril.
Baty, G. (1964) 'Initial Financing of the New Research-Based
Enterprise in New England', Boston, Massachusetts: The
Federal Rcscrvc Bank of Boston.
Bolton, J. (1972) "Small firms", discurso no Management Forum,
Universidade de Manchester, 26 de abril de 1972.
Collins, D. F. A Moore, D. G. (1964) 'The Enterprising Man',
East Causing, Michigan: MSU Business Studies, Michigan
State University.
Cooper, A. C. (1971) 'The Founding of Technologically-Based
Firms', Milwaukee, Wisconsin: The Center For Venture
Management. Cooper, A. C. (1972) 'Spin-offs and technical
entrepreneurship',
I.E.E.E. Transactions on Engineering Management, Vol. EM-18,
No. 1.
Oeutermann, E. (1966) 'Seeding science-based industry', New wiih caution', Harvard Business Review, Vol. 43, No. 1. Mahar, J. &
England Business Review, dezembro.
Drahcim, K., Howell, R. P. & Shapero, A. (1966) 'The Develop-
ment of a Poieniial defense R & D Complex', Menlo Park, Cal:
Stanford Research Institute.
Draheim, K. (1972) 'Factors influencing the rate of formation of
technical companies', Technical Entrepreneurship: A Symposium
(eds. A. Cooper & J. Connives), Milwaukee, Wisconsin: The
Center For Venture Management.
Forscth, D. A. (1965) 'The Role of government-sponsored research
laboratories in ihe generation of new enterprises-a comparative
analysis', S.M. Thesis, Cambridge, Massachusetts: M.I.T. Sloan
School of Management.
Hsgen, E. E. (1971) 'How Economic Growth Begins: A Theory
of Social Change', Entrepreneurship and Economic
Development (ed. P. Kilby), New York, N.Y.: The Free Press.
Hodgins, J. W. (1972) 'Management challenges to lhe entrepreneur',
The Business Quarterly, Vol. 37, No. 1.
Howell, R. P. (1972) 'Comparative profiles-entrepreneurs versus
the hired executive: San Francisco Peninsula Semiconductor
Industry", Technical Entrepreneurship: A Symposium, op. ci/.
Komives, J. L. 11972) 'A preliminary study of the personal values of
high technology entrepreneurs', Technical Ent reprencurship: A
Symposium, op. cit.
Lamont, L. M. (1972) 'The role of marketing in technical
entrepreneurship', Technical Entrepreneurship: A Symposium,
op. rim.
A R NO L D C. C OO PE R
Lamont, L. M. (1971) 'Technology Transfer, Innovation, and
Marketing in Science-Oriented Spin-Off Firms', Ann Arbor,
Michigan: Industrial Development Division, Instilutc of Science
and Technology, University of Michigan.
Litvak, I. A. & Maule, C. J. (1972) 'Managing the entrepreneurial
enterprise', The Business Quarterly, Vol. 37, No. 2.
NicClelland, D. C. (1961) 'The Achieving Society', Princeton, N.J.:
D. Van Nostrand, Inc.
Roberts, E. B. (1969) 'Entrepreneurship and technology', Factors
in ihe Transfer of Technology (eds. W. G ruber 'k D. Marquis),
Cambridge, Massachusetts: The M.I.T. Press.
Roberts, E. B. & Wainer, H. A. (1971) 'Some characteristics of
technical entrepreneurs', I.E.E.E. Transactions on Engineering
Management, Vol. EM- IS, No. 3.
Roberts, E. B. 11972) 'Influences upon performance of new
techical enterprises', Technical Entrepreneurship: A
Symposium, op. cif.
Shapero, A. (1971) 'An action Program For Entrepreneurship',
Austin, Texas: Multi-Disciplinary Research, Inc.
Susbauer, J. C. (1969) 'The technical company formation process: a
particular aspect of entrepreneurship', Ph.D. Dissertation,
Austin, Texas: Universidade do Texas.
Susbauer, J. C. (1972) 'The technical entrepreneurship prc'cess in
Austin, Texas', Technical Entrepreneurship: A Symposium, op.
cif.
Susbauer, J. C. (1967) 'The science entrepreneur', Industrial Re-
snarch, fevereiro.
R EA D I Ç Ã O A D I C I O N A L
Bruce, F. R. (1972) 'Spinoff industry', Oak Ridge National Labora-
tory Review, Spring.
Cooper, A. C. (1970) 'The Palo Alto experience', Industrial
Research, maio.
Cooper, A. C. (1970) 'Entrepreneurial environment', Industrial
Research, setembro.
Goldstein, J. (1967) 'The spin-off of new enterprises from a large
government funded industrial lab.', S. M. Thesis, Cambridge,
Massachusetts: M.I.T. Sloan School of Management.
Mahar, J. & Coddington, D. (1965) 'The scientific complex- proceed
Coddington, D. (1965) 'Academic spinoffs', Industrial
Pesquisa, abril.
Roberts, E. B. & Waincr, H. A. (1968) 'New enterprises on Route
128', Science Journal, dezembro.
Roberts, E. B. (1969) 'What it takes to be an entrepreneur ... and
to hang on to one', Innovation, Number Seven.
Rogers, C. E. (1966) 'The availability of venture capital for new,
technically-based enterprises', S.M. Thesis, Cambridge,
Massachusetts:
M.I.T. Sloan School of Management.
Shapero, A., Howell, R. P. 'k Tombough, J. R. (1965) 'The Structure
and Dynamics of the Defence R 'k D Industry', Menlo Park,
Cal: Stanford Research Institute.
Teplitz, P. V. (1965) 'Spin-off Enterprises from a Large Govern-
ment Sponsored Laboratory', S.M. Thesis, Cambridge,
Massachusetts:
M.I.T. Sloan School of Management.
Thurston, P. (1965) 'The founding and growih process of new
technical enterprises', S.M. Thesis, Cambridge, Massachusetts:
M.I.T. Sloan School of Management.
(1967) 'Technical Innovation: Its Environment and Manage-
ment", Departamento de Comércio dos EUA, Washington,
D.C.: U.S. Government Printing Office.
n A D fazi "gement 3, 2, 1973