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CLC 6 – Escola Secundária de Camarate

CLC 6 – Culturas de urbanismo e mobilidade


A EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO
Na Europa ocidental a arte de construir apareceu pela primeira vez, com uma forma
organizada, durante o Império Romano.
Durante a idade Média as principais realizações foram os castelos e as grandes
construções religiosas.
Os mestres construtores “master builders” destas épocas, eram responsáveis por todas
as fases do ciclo da construção, o projeto era então realizado ao mesmo tempo que a
obra, sendo mesmo conduzido em função das necessidades da obra.
Esta situação manteve-se até ao período Renascentista, no século XV, quando começa
a nascer a profissão de Arquiteto e se começa a definir o conceito de Arquitetura.
Durante este período alguns arquitetos valorizavam, maioritariamente os aspetos
estéticos da obra a construir, em detrimento da ponderação dos processos de
construção, em manifesta oposição à situação vivida nos séculos anteriores.
Começou assim a separação entre a fase de conceção ou projeto e a fase da obra ou da
construção.
Durante o período do Renascimento teve início o ensino académico da arquitetura, em
França e Itália.
A arte de construir começa a partir daí a separar em definitivo o desenho ou projeto da
obra.
Durante o período da Revolução Industrial, com o aparecimento de novos materiais,
novos sistemas e métodos de construir, dá-se o aparecimento da Engenharia Moderna,
com a criação de Universidades e cursos de Engenharia.
Procura-se nos dias de hoje combinar da melhor forma os vários sistemas e
infraestruturas que compõem um edifício, para que a solução global de conceção seja
integrada.
A ideia e o desenho devem ser transportados para a realidade através de uma
combinação de materiais, equipamentos, sistemas e processos construtivos.
A realidade da construção é orientada por regras e normas específicas que,
dependendo dos profissionais que as aplicam, dependem também da sociedade, da
economia e das forças políticas.
O desafio estará porventura na aprendizagem da melhor forma de integrar a “arte” e o
“ato de construir edifícios, através da correta articulação entre o conhecimento dos
processos.
Atualmente, existem diferentes sistemas para a construção de edifícios.
O método mais utilizado no nosso país é a alvenaria convencional, porém novos
métodos e materiais vão começando a ser cada vez mais frequentes.
De entre os vários sistemas construtivos, atualmente utilizados, os predominantes são:

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Alvenaria convencional

Composto por estruturas porticadas (vigas, pilares e lajes de betão armado) onde as
paredes representam apenas função de vedação.
São os pilares, as vigas e as lajes que assumem a função estrutural, sendo responsáveis
por transmitir as cargas para as fundações. Neste caso a alvenaria tem como única
função vedar e separar ambientes, sendo para isso, normalmente utilizados os blocos
cerâmicos.
É o sistema mais utilizado devido à facilidade de materiais e mão de obra, e no qual
existe mais experiência.
Vantagens:
• Suporta grandes vãos;
• Grande disponibilidade de mão de obra e materiais;
• Pouca exigência de qualificação da mão de obra;
• Facilita futuras alterações e modificações ao layout do projeto inicial.
Desvantagens:
• Maior custo
• Maior tempo de execução
• Produz muitos resíduos

Alvenaria estrutural

Consiste num sistema de construção em que os painéis de preenchimento de parede


atuam também como estrutura. Nesse sistema construtivo, as cargas são transmitidas
das paredes para as fundações, não apresentando vigas.
Como as paredes e os demais elementos apresentam função estrutural, este sistema
construtivo não é aconselhável para edifícios com grandes vãos, nem permite grande
margem para obras de alteração.

O projeto de alvenaria estrutural deve ser muito bem detalhado e compatibilizado com
os projetos de especialidades (elétrico e de águas e esgotos, etc.). Deve também,
definir os vãos da edificação de acordo com a modulação do bloco que será utilizado.

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Este método construtivo necessita de mão de obra mais especializada, pois se as


paredes não ficarem niveladas, podem ocorrer acidentes, já que são elas que
sustentam a edificação.

Betão Armado

Sistema mais comum, caracteriza-se pelo uso de uma estrutura metálica que recebe
betão, tornando-se assim resistente aos esforços de tração e de compressão.
Sistema bastante recorrente em edificação de maior dimensão, como shoppings,
parques de estacionamento ou edifícios para habitação de vários pisos.
Apesar de oferecer elevada resistência às tensões e ao desgaste mecânico, como
choques e vibrações, e de ser mais económico do que outras construções, tem vindo a
ser preterido a favor de outros mais sustentáveis:
• a produção de cimento consome muita energia, recursos naturais e gera
desperdícios;
• a pegada ambiental é grande;
• demolição difícil;
• fraco isolamento térmico e acústico.

Madeira

Este é dos sistemas mais ancestrais que ainda hoje se utiliza na edificação, o mais
frequente em países do Norte, como a Escandinávia, os EUA e o Canadá, onde as
condições climatéricas exigem um material simultaneamente flexível e com
bom isolamento térmico.
Todavia, entre nós, o sistema em madeira ganha cada vez mais adeptos já que vai ao
encontro de um estilo de vida mais sustentável, reduzindo-se os custos de construção,
o consumo energético e a pegada ambiental:
• estrutura mais leve e rápida de executar;
• assegura isolamento térmico e acústico;
• grande durabilidade.

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Light steel framing (LSF) / Aço leve

Neste tipo de construções a estrutura é formada por perfis de aço galvanizado zincado
e o preenchimento das paredes é feito com placas OSB ou placas de compósito
cimentício, aparafusadas diretamente aos perfis da estrutura.
A principal diferença entre este sistema construtivo e outros é “limpeza” em obra, uma
vez que a quantidade de resíduos é mínima e não há necessidade do uso de água.
Desvantagens:
• Limite de pisos;
• Dificuldade de encontrar mão de obra especializada.

Outros materiais:
1- Taipa

Na taipa utiliza-se a terra húmida para a construção de paredes espessas através de um


processo de compactação.
As paredes de taipa são construídas através da compactação de uma mistura de
agregados selecionados, incluindo gravilha, areia, siltes, e uma pequena quantidade de
argila. A compactação é realizada entre dois painéis de cofragem.

2 – Adobe

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O adobe é uma técnica de construção em terra onde são utilizados blocos de terra crua
moldados. O termo “adobe” provém do vocabulário Árabe e Berber e foi
implementado na Península Ibérica quando os povos do Norte de África dominavam
esta zona do continente europeu.
Para se executarem os blocos (adobes), em primeiro lugar realiza-se uma mistura de
terra e água que é colocada em moldes com as dimensões que se pretende atribuir aos
blocos. Posteriormente os blocos ficam a secar ao ar livre (naturalmente). Os adobes
podem ser produzidos a partir de terra líquida ou plástica, utilizando moldes muito
diversos.

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