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Química e Ciência dos Materiais (ELT052A)

Cap 19 – Degradação dos materiais


Cap 20 – Questões ambientais
Wilson Sant’Ana
Universidade Federal de Itajubá
Bibliografia

SHACKELFORD, James F. Ciência dos materiais. 6 ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall., caps 19 e 20.

CALLISTER JUNIOR, William D; RETHWISCH, David G.
Fundamentals of Materials Science and Engineering: An
Integrated Approach. 3rd Edition. Wiley., caps 16 e 20.

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Deterioração dos materiais

Materiais apresentam algum tipo de interação com ambientes diversos.

Tais interações comprometem a utilidade do material,

como resultado da deterioração de sua propriedades.

Metais: Existe uma perda de material

Seja por dissolução (corrosão)

Ou pela formação de um filme de material não metálico (oxidação)

Cerâmicos: São relativamente resistentes à deterioração

Ocorre geralmente em temperaturas elevadas ou ambientes extremos.

Com frequência é um processo de corrosão.

Polímeros: os mecanismos são diferentes dos metais e cerâmicas

Normalmente, usa-se o termo “degradação”

Podem se dissolver quando expostos a um solvente líquido

Ou podem absorver o solvente e inchar

Radiações (principalmente UV) e calor podem causar alterações em suas estruturas moleculares.
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corrosão


Corrosão:

Ataque destrutivo;

Processo eletroquímico;

Começa, normalmente, na superfície.

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Considerações Eletroquímicas

Reação eletroquímica: reação química em que existe uma
transferência de elétrons de um componente para outro.

Enquanto um componente perde elétrons (reação de oxidação),

o outro componente recebe os elétrons (reação de redução).
reação de oxidação: M → M n+ +ne− reação de redução: M n+ +e− → M (n−1)

Metal M, de valência n, ●
íon metálico Mn+ diminui seu

torna-se um íon positivamente estado de valência aceitando um
carregado (Mn+) ao perder n elétron.
elétrons.

Local onde ocorre redução: catodo

Local onde ocorre oxidação: anodo.
(região mais nobre).

Oxidação: reação anódica

redução: reação catódica
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Figura: Callister

Potenciais de eletrodo

Os diversos materiais metálicos não se
oxidam com o mesmo grau de facilidade.

Par galvânico: 2 metais conectados
eletricamente em um eletrólito liquido.
Peça de Fe Peça de Cu

Um metal torna-se anodo e sofre corrosão em solução em solução
(nesse caso, o Fe) e o outro atua como de íons de íons
catodo e sofre eletrodeposição. Fe2+. Cu2+.
Quando conectadas

Haverá um potencial elétrico entre as duas eletricamente, ocorrerá
semipilhas. redução de Cu2+ (depósito de
Cu) à custa dos elétrons do Fe
(que sofre oxidação e perde
material).

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Figura: Callister

Série de potenciais de eletrodo

anodo catodo
V catodo −V anodo
0,340−(−0,440)=0,780 V

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Figura: Callister

Série de potenciais de eletrodo

Zn é mais
anódico

catodo anodo

V catodo −V anodo
−0,440−(−0,763)=0,323
s V

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Passividade


Sob condições específicas, alguns metais e ligas normalmente
ativos perdem sua reatividade química e se tornam inertes.

Resultado da formação de um filme de óxido sobre a superfície
do metal,

que serve como uma barreira de proteção contra corrosão
adicional.

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Ambientes de corrosão


Ambientes corrosivos incluem a atmosfera, soluções aquosas,
solos, ácidos, bases, solventes inorgânicos, sais fundidos,
metais líquidos e o corpo humano.

Corrosão atmosférica é responsável pelas maiores perdas.

Umidade contendo oxigênio dissolvido é o principal agente
corrosivo.

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Prevenção da corrosão

Algumas formas de prevenção:

Inibidores: substâncias que, quando adicionadas, reduzem a corrosividade do
ambiente.

Alguns reagem e eliminam um componente quimicamente ativo na solução (como o
oxigênio dissolvido).

Outros se fixam à superfície, formando um revestimento protetor.

Proteção catódica: envolve o suprimento (através de uma fonte externa) de
elétrons para o metal a ser protegido (tornando-o um catodo):

Anodo de sacrifício: metal a ser protegido é conectado eletricamente a outro que é mais
reativo (que vai oxidar e fornecer elétrons, protegendo o metal principal).

Galvanização: camada de zinco é aplicada sobre o aço (Zn é anódico).

Corrente imposta (com fonte CC): terminal negativo da fonte ligado à estrutura a ser
protegida.

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Incrustação (corrosão seca)


Vimos corrosão de materiais metálicos em termos de reações
eletroquímicas que ocorrem em soluções aquosas.

Também pode ocorrer em atmosferas gasosas (normalmente,
ar), onde uma camada de óxido (ou incrustação) se forma
sobre a superfície do metal.

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Corrosão de materiais cerâmicos


Materiais cerâmicos são metais que já sofreram uma
oxidação/corrosão.

Dessa forma, são bastante imunes à corrosão causada por
ambientes, especialmente à temperatura ambiente.

Podem sofrer corrosão em temperaturas muito elevadas ou em
ambientes muito extremos.

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Degradação de polímeros


Polímeros apresentam deterioração por interações com o
ambiente:

Chamada degradação (ao invés de corrosão):

Maioria das reações de corrosão nos metais é de origem eletroquímica;

Degradação polimérica é físico-química.

Polímeros podem se deteriorar por inchamento e por dissolução;

Também é possível a ruptura de ligações covalentes como resultado de
energia térmica, reações químicas ou radiação.

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Inchamento e dissolução


Quando os polímeros são expostos a líquidos, as principais
formas de degradação são o inchamento e a dissolução.

Com o inchamento, o líquido se difunde para o interior e é
absorvido pelo polímero.

Isso força uma separação das macromoléculas,

que reduz as forças de ligação secundárias.

Isso faz com que o material se torne menos resistente.

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Ruptura da ligação


Polímeros também podem sofrer degradação por cisão:

Rompimento de ligações das cadeias moleculares.

Isso causa separação dos segmentos da cadeia no ponto de cisão.

Ruptura pode resultar da exposição à radiação ou ao calor – assim como de
uma reação química.

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Intemperismo


Muitos materiais poliméricos são usados em aplicações que
requerem sua exposição às condições de um ambiente externo.

Qualquer degradação resultante (pode ser combinação de
vários processos diferentes), é chamada intemperismo.

Sob essas condições, a deterioração é resultado de reações de
oxidação, iniciadas pela radiação UV do sol.

Alguns polímeros são suscetíveis à absorção de água.

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Cap 20 - Questões ambientais

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Ciclo dos materiais

Um material de um produto passa por diversos estágios:
2-matérias primas são
purificadas, refinadas e
convertidas em formas
3-após síntese e processamento,
1-Matérias primas são brutas
resultam os materiais engenheirados
extraídas de seus (ligas metálicas, pós cerãmicos,
ambientes naturais por plásticos, etc)
operações de
mineração, cultivo, etc.

4-mat engenheirados
são conformados e
montados em produtos

6-constituintes podem
ser reciclados ou
descartados
(incinerados ou vão
para aterros)

5-consumidor utiliza o
produto até que eles se
desgastem ou se
tornem obsoletos.
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Existe o descarte.
Figura: Callister
Ciclo dos materiais

Estima-se que cerca de 15 bilhões de toneladas de matérias-
primas são extraídas do planeta todos os anos:

Algumas dessas matérias primas são renováveis;

outras não.
Figura: Callister

Recursos são finitos.

Energia precisa ser suprida
em cada estágio do ciclo.

Produto precisa ser projetado de modo

Energia também tem suprimento que, durante sua vida útil, seu impacto
limitado. ambiental seja mínimo;

Também existem impactos ●
Ao fim de sua vida útil, deve ser feita uma
sobre o meio ambiente em provisão para reciclagem ou para descarte
todos os estágios. com um mínimo de degradação ecológica.

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Reciclagem


A partir da perspectiva ambiental, o material ideal deve ser ou
totalmente reciclável ou completamente biodegradável.

Reciclável indica um material que pode ser reprocessado e entrar novamente
no ciclo indefinidas vezes;

Biodegradável indica que, por interações com o meio ambiente (produtos
químicos naturais, microrganismos, oxigênio, calor, luz do sol, etc), o material
se deteriora e retorna ao mesmo estado em que existia antes de seu
processamento inicial.

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Reciclagem de metais


A maioria das ligas metálicas sofre corrosão e é biodegradável.

Entretanto, alguns metais (por exemplo, Pb e Hg) são tóxicos e,
quando dispostos em aterros, representam perigo à saúde.

Ligas de alumínio são muito resistentes à corrosão e, portanto,
não são biodegradáveis.

Mas podem ser reciclados (com gasto de energia menor do que a requerida
na sua produção primária.)

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Reciclagem de vidros


Vidro é inerte e não se decompõe → não é biodegradável.

Pode ser reciclado múltiplas vezes, sem depreciação de sua
qualidade.

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Reciclagem de plásticos e borrachas

Maioria dos polímeros não é biodegradável.

Existem polímeros biodegradáveis, mas sua produção é
relativamente mais cara.

No entanto, alguns polímeros são combustíveis (podem ser
queimados) e não emitem níveis apreciáveis de materiais tóxicos →
podem ser descartados por incineração.

Termoplásticos podem ser reciclados – uma vez que podem ser
conformados novamente por aquecimento.

Termofixos (borracha vulcanizada) não são biodegradáveis nem são
reciclados facilmente:

São picotados em migalhas e misturados em outros produtos (por exemplo, asfalto).

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Reciclagem de materiais compósitos


Compósitos são inerentemente difíceis de serem reciclados,
pois são multifásicos.

As duas ou mais fases/materiais que constituem o compósito estão
misturadas em uma escala muito fina,

e a tentativa de separá-las durante a reciclagem é um processo difícil.

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Resíduos eletrônicos

Rápida expansão da tecnologia e apetite por aparelhos mais novos
resultaram na geração de resíduos a uma taxa impressionante.

Grande número de materiais são encontrados nesses resíduos.

Alguns tóxicos – precisam ser prevenidos de entrar no solo, no lençol freático e na
atmosfera.

Pouca e pequena quantidade desses resíduos são reciclados.

Com frequência são exportados para países em desenvolvimento.

Lá, os resíduos são processados em ambientes sem regulamentação.

As substâncias tóxicas geradas colocam em risco a saúde dos recicladores.

Muitos desses resíduos são despejados em aterros → contaminação do meio
ambiente e graves riscos à saúde da população local.

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Dúvidas???

Grato!!!

E-mail: wilson_santana@unifei.edu.br
Sala: I.1.2.24
Telefone: 35-3629-1145

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