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OS SENTIDOS DAS TRAJETÓRIAS UNIVERSITÁRIAS E O

POSICIONAMENTO IDENTITÁRIO DE CAMPONESES LGBTQIA+ EM


RONDÔNIA

Angélica de Souza Lima

Wolembergue Lopes Gomes

Juliana da Silva Nóbrega

RESUMO

Este trabalho é fruto da reflexão de dois recortes de pesquisas da Universidade Federal


de Rondônia, mestrado e iniciação científica, que aqui se encontram para narrar
experiências de jovens camponeses, estudantes do curso de Licenciatura em Educação
do Campo e militantes do MST e que têm em comum, assumirem posicionamentos
identitários LGBTQIA+. A proposta metodológica nas duas pesquisas consistiu em
observação participante, grupo focal e entrevistas narrativas, na perspectiva do
construcionismo social. As narrativas trouxeram aspectos sobre a importância da
educação do campo vislumbrando um caminho para juventude que não esteja tão
fortemente conectado a lógica capitalista e urbana possibilitando pensar alternativas de
melhoria das condições de renda e trabalho no campo. Contudo, o MST e demais
movimentos sociais do campo são percebidos de forma pejorativa e negativa pela
comunidade acadêmica. Além disso, a diversidade de gênero que também trás consigo
marcadores históricos e sociais de preconceitos e estereótipos, quando atrelados a
vivência cotidiano de estudantes camponeses e LGBTQIA+ produzem efeitos nas
relações sociais. A lgbtfobia advém de uma somatória de outras tecnologias de poder
vivenciadas em um contexto secular de atuação do patriarcado, que repulsa através de
discursos e comportamentos contra homossexuais e/ou pessoas que fogem da norma
sexual. Acerca disso, os movimentos sociais do campo vêm desenvolvendo ações contra
essas humilhações sociais na busca da diminuição e/ou extinção dos sofrimentos ético-
políticos destes sujeitos LGBTQIA+. Também na vivência de formação destacou-se a
aceitação e o acolhimento dentro do curso de Licenciatura em Educação do Campo,
indicando esse também como um lugar possível de expressão e que retoma o
posicionamento identitário de ser camponês e LGBTQIA+. Por fim, acreditamos que
cabe à Psicologia se apossar dessas reflexões para dentro da universidade, propor
oportunidades de encontro e acolhimento, sem esquecer do enfrentamento individual e
também coletivo, sendo a universidade lugar de produção de saberes diverso e potente
na transformação de projetos de vida.

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