You are on page 1of 27
° =) = o f—¥ _) s = 4 Oo FI fn.) ee (=) FE > =} => Bhai a rE Be z= es 2 INL i ei Fe} A 2 é g Fi » 3 g 3. 4 8 A 3 FS indice 10 12 14 19 20 26 28 32 33 Apresentagio Uranio e ¢ ciclo do combustivel nuclear no Brasil 0 Distrito Uranifero de Lagoa Real — Caetité - Bahia Pesquisa de campo do Greenpeace sobre mineragao de uranio em Caetté Contaminagao da agua por urdnio em Cactté Resultados das andlises do estudo de caso Impactos da mineracao de urénio em Caetité Acidentes na mina de uranio de Caetité Operagao da INB em Caetité Transporte de yellow cake na Bahia Uranio — contexto mundial Concluséo Demandas do Greenpeace Releréncias Bibliogréficas ‘Anexos 1. Pesquisa preliminar de radionuclideos naturais no entorno da mina de urdnio Caetité, Brasil, abril de 2008 2. Por que dizer nao & energia nuclear is i i F iy ‘Scrnersncre St Apresentagao ‘anos, municipios do sertéo balano softem com os nocivas impactos so- Gs ‘causados pala Induistias Nuckeares do Brasil (NB), estatal resnonsével Beio complero de extragdo @ produgao do yalow cake, gerador do combustivel para as usinas nucteares brasieires. 'Nesse period. a INB Idera em denuncias, inquéritos, autuandes e muitas ambientaise trabalhistas, devdo a acidentes (mais de uma dezena de “eventos ‘nucleares usvais’) vérias peraisacdes,incicadores dos problemas tSerico- ‘operacionals que caracterzam a mineradora Ante tantas evicéncias da inseguranga em Caetité (64), quando 0 governo Lula ‘anuncia a expansio da energa nucear @.a Bahia disputa uma das quatro Usiias Pro gramadas, este relatério do Greenpeace é da maior importéncia, pos a precisa conheoer@ realdade de quem jé sote 08 impacto na ogem co! Nuclear Brasiero, Zor Viatons corde comico da ‘Aco overt Padp Jackson ta, st, Cita un ONG ue scone sats dN em acts. desde 2000. Coma construgao da usina nuclear da mina de uranio de Caetté, ve 6 ‘Angya.3, projeto que ficou peredo por gsrenciada pela estat Industias Nuclo- mais de 30 anos, aumentad a deman- ares do Brasl (NB) desc 2000. da por mao-de-obre especiaizada, tec: ("A organizagao anelsou a qualidade nologia e, principelmente, combustivel _) da dgua uiizada por comunidades que ‘uclear, bern como aumentaréo custos, /-vivem na érea de influéncia deta da ‘isos ¢ mpactos associados & gerago | ming, aém do realizar extence pesquisa atomica no Bras. documenta sobre a5 condigoes do (Os impactos ambienais @ socais da foenciamonto ambiental da rineracao. cenerga nuclear comecam com amine- Em abri de 2008, uma eauipe do aco do urérioe aumentem & medida Greenpeace coletou diversas amos- ‘que o mineral ¢ erriquecio pare a tras de qua pera consuro humano {ebricagao do combustvel nuclear, 6 animale secimentos no ertomo da ‘euminando com os rjlios rachoatwos ‘que saem dos restores: Praticamente desconhecida do grande pico bra- ior, a mineraga0 de urénio na Bahia mrinerago de unio da NB. cola e amostes ti rezada om focalida- ‘des compreendidas em um aio de 20 qulémeiros ~area de influrcia cota para fabrcagao do combustvelnudleer da mina coniorme defnido ro Estudio Utizado nas usinas de Angra dos Reis 8 Rlatro de impacto Ambenial EIA/ ‘a pimera etapa do longo ciclo de vida ima) do empreendimento, da energia atémrica no pas. ‘As amostras foram encaminhadas Para demonstrar que a geraco dea. um leboraténo independiente creden- energie nucear é perigosa e polvente _ciado ng Reino Unido para a realizagao. desde a sua origem, o Greenpeace de analises. Os resultados dessas. imvestigou a8 condigtes de operagdo _ardlses pralminares mostram que pelo Cielo do Peso menos duas emoctras de aqua viizada Pata consumo humano apresentarn ‘conteminago por urério muito acima os fndices maximos da Organizagso Mundal da Satie (OMS) ¢ da egsiaca0 brasieira do Conselno Nacinal de Mo ‘Ambiente (Conermal ‘Uma des amosiras de agua | Cofatada de um pogo artesiano acerca de oto quiémetos da mina e axeser- tou concentragses de urinio sete vezes Imaiores do que os lites maxims ie ‘cados pela OMS @ cinco wezes males do que os espenticadas pelo Conama. Autre amestre que apresentou ndkios de contarrinagio foi coletada de una ‘omer que bombeiadgua de Poros ‘ertesianos da érea da infuencia deta do ‘empreendimento da NB, Os incioas de Luranio contidos nessa amostra ua aqua ‘eramo dobro do late estabetecdo pala ‘OMS. acima do indice Conan E35es resuttados comprovam Ue a contaminagao por uso ne Aue tsede para consumo human na 28 de infloincia Greta da mineragdo da INB. em Caatté, A gravidede da denuncia reforga a evessidede urgente de uma invest ‘gaydo ample e Independente sobe a ‘qualidade da aqua e sobre as cond (hes de saide da popuiacae que vive no entorno da INB para idantificar a fonts exatae a extensfo da contern- rnagdo ambiental por urénio, Segundo ‘os habitantes das comunidades que ullizam Agua desses fortes, aINB cone ‘amosiras em intenvaios requeres de 60 (04 90 dias para andlces. Eles disseram ‘que jamais receberam inforrnagSes da ‘empresa sobre a qualidade da équa. Este reat6ro também apresenta dads obtidos através de axtensa pes ‘quisa documenta que revelar que os rioos de cortamrinagao da éque foram ‘2poniados no EIA/Fima do ornpreenc ‘mento, sendo, portanto, velbos conhed: dos da INB € dos érgos leenciadores © fiscalzadores da ativdade de mineracao ‘do urério, Ibama e Comisséo Naconal de Enorgia Nuctear (CNEN). ‘Aiém ce lista as muitas © 0s aci- ‘dentes oconidos na érea de atuano da empresa, a andlse dos documentos srastra que os processos de toencis- mento nuctear e ambvental da INB em Cadlté <0 controversies. pds mais de esa no entono da mina de unio (a undo) to anos de cnerarzo, ainda existem condicionantes em aberto sobre monto- ramento da saide dos trabathadores @ ‘populacao atetada palo emoreencimen- to, duvidas sobre o controle da qualida- de da 4gua e pendéncias técricas. ‘A exploragao da mina de urério de ‘Coetts, ou “Projeto Lagoa Real’, ot Soenciada palo Ibama © pela CNEN 19m 2002. Até hoje, a INB no cumpry a obigara0 prevsta no EIA/Bima e ra hoenga de operagdo do tbema de ‘espace La Para (Uma vez liberado no meio ambien- 1e, 0 urénio entra na cadela almentar humana através da aqua ou de aimen- tos contaminados como lets © vegeta. De acordo com bibllografia médica e Genta cisponivel, a ingestdo conti= nua de urdrio, ainda que em pequenas ‘doses, pode causar dversos danios ai sade, ais como oconténcia de-eancer @ problemas nos rins. [Enquanto os verdaders impact rmineragdo de urdnio em Cacti petma- monitors a sade dos rebahadores _necerndesconbexidos, 0 setor nuclear da populagao que vive no aio de 20 _planeia dupicar a capacidade produva ‘quldmetros no entomo demine. Jéa__ da INB.de 400 pra 800 toneedes do ‘Aforzayéo de Operacdo lil (AO), yellow cake — concentra de urio CCencadida pela CNEN, fl renovada pelo — por ano pera atender a demand de menos seis vezes, conraiando regras _comrbustel com a construgao de Angra ca propria Comissao que pamitem ese mobiiza para inci a exoragao _apones due renovariee da autoizagdo da mina de urério de Sania Qutéia, no Provecta Cearé. Oirteesse comercal emit ra Apesqusa mostrou ainds que rTinerso do urtnio @na tebrcardo do ister Gvergéncias sobre as concu- _comnibustivel nuclear & um fator de peso ‘S028 dos estucins hidrogeoiogiens entre na atval retomada de poliicas de ncent- obama eo institta de Gestéo das _vo & energia nuclear no pais. ‘Aguas (nga, ex Superintendéncia de (estudio “Ciclo do perign: impacts Recursos Hicrioos) do estado da Bahia. \ da produgao de combustvel nuctear no Esses estuos apontam justamente Bras" expe 0 comego de una hist6ria ‘08 rs00s de contarrinado da dqua de poluigao radioativa, 'sons ambientis ‘subtenénea no entomo da mina ¢ esta- vam preistos como condicionantes na loenca ambiental. 2 sade e falta de transparéncia © controle do Estado sobre a origem dO Programa Nuclear Brasiei, Lreenpesce | ilo to Peigo, EI Uranio e o ciclo do combustivel nuclear no Brasil © Beast registra a sexta meior resprva geoldgica de urénio do mundo ‘com cerca de 309,009 toneladas de concenirado de Urano (Ux0s) nos: estados da Bahia, Ceard, Perand e Mi- ras Gerais, entre ours ocorréncas. Estudos de prospeceao @ pesquisas eoldgices foram realzados em cerca {6 90% do tertrio nacional. 0 pals ppassul também ocorréncias associa~ ‘das a outros mineras, como squeles encontrados nos depdstos de Pitnga, no Amazonas, ©na érea do Caraiés, no Paré, com potencialacicionalest- mado em 180.000 toneladas. © Codigo Brasioro de Mineragdo A128 sequins ciassicagées para 29 resorvas minetis: reserva infer, reserva indicada @ reserva medi. Figura 1: Reservas brasileiras em tonetadas (t) de concentrado de uranio (Us0:) A Consiituicao Federal de 1988 (Brasi, 1968) esta- belece come monopdlio da Unido “a pescusa, a lava, 0 ‘enniquecimento, 0 reprocessamento, a industraizacho © 0 ‘comércio de minérios e minerais nucieares e seus deriva doe". O Licenciamento de Minas ¢ Usinas de Beneficia- mento de Minérios de Urnio 6 detnido pela Portaria Dex! (03/80, publicada no Didrio Oficial da Unido om 8/8/1989 (CNEN, 1989). (O primeiro complexe minero-industral de urénio no Basi fol instalado em 1982, no municipio de Cakdas, no) BE eso 0000 Frco ‘sul de Minas Gerais (INB, 2003). A unidade de Caldas pr itu cerca de 1.300 tonelades de concentrado de urénio, © suficiente para o siprimento de Angra 1 © do prograrias ‘db desenvolimento tecnolégico. Esqotada a vabitcade econémica da produgdo de Caldes, passou-se a expbocar ® unidade de Lagoa eal, em Caetié, Bahia, martendo-° ‘apenas © beneficlamento na unidade de Minas Geis. A mineragao do urdnio pode ser feta a céu aberto ou fm minas subternees, Pogos de Caldas iniiou-se com Iminerago subterrénea, passando posterornente pera Mi- noragdo a ou aberto. A mina de Caetité, na Babia, utiiza atuaimente a mineragao a céu aberto, ‘A téctica de extracSo do urénio depende do rinésio a ‘que 0 encontra ass0cedo para defn 0 processo com ‘a melhor relaqo custo-baneficio. O minério de ura ‘normalmente moido para feciliter 0 “ataque" por agentes quimicos. © urério é entéo fniviado com dcido para ser ‘separado do minero. A solugdo obttda, denominada ficor {de uriio, 6 depois purticada por metcdos quimicos. O produto final desse beneficiamento é um concentraco de Lrério (UsOs), um p6 de cor amarela, conhecido por vesow ake, que contém aproxmadamente 70% do uririo do minéric, Hoje, no Brasl, ecsas etacas 30 realzadas unica- mente na unidade da INB em Castté BA). De acordo com ‘estudos de viabifdade, 0 teor € &s reserves da mina na Bahia Seriam suficientes pera 0 supnmento de Angra 1, 2¢ 3 (vee Figura 2) por um periods estimado em cem ancs. ‘O yellow cake segue em caminies para o porto de ‘Sahadox, de onde 6 enviedo 80 Canad para a etena ‘de converséo para 0 o8s UFS: Em seguide, 0 material 6 encaminhedo 20 conséreo Urenco, na Holanda, para (0 erriquecimento isoi6pico, culo objetivo & aumentar a ‘concantiagdo de wrénio-235 presente a 0,7% no estado natural pera 2% a 6%, servindo entgo core combustivel nuclear ‘56 entc 0 material relorna 80 Brasil, pelo Rio de Janet 10,8 segue pare a Fébrica de Combustiv! Nuciear FCN) da. INB localzace om Rasande, no Flo oe Jane#o. Na FCN, 0 as UFS 6 reconvertido ao estado scl (éxido de urénio) o transformado em pestihas. As pestihas de ci6xido de urénio por fm 90 montadas em varetas met- fleas espaciia. O corjunto das veretas ¢ a fonte de calor da gorapo termonuctear nas usnas de Angra dos Reis através da fiss#0 de nicleos de dtomas de urénio. “Todoesse ciclo de extravdo, beneficiamento @ enrique- ‘cimento Go urdnio consome grande quanticade de energia 2, como conseqiéncia, gera emissies de gases de efeto estula come 0 Or. Em novembre de 2007, 0 Greenpeace ‘ulbkcou © relatéro “Contra de Fumaga: emissdes de Cr @ outtos mpactoe da energia ructear”O estico detahou 0 ciclo de vida da energia nuclear gerada por urna usina ‘como Angra 3 e estimou 2s ertisobes desse ciclo ern 4190g0O2/KWn, muito superiores &s emissoes de empreen- ‘mento edkicos (609202). Entre cada uma das etanas de fabricacéo do combus- tel das usin, 0 materek nucear 6 transportado Por vias terrestres e mentimes, tomande-se viner val a acidentes ‘evezamentos © colocando em risco nagiées densamen- te habtadas como a Gade de Salvador, na Batia, ou a Baixada Fluminense, n0 Rio de Janeiro. ‘Desde 2004, a etaoa de enrquecrmento Isotépico & socenvohida em escalz plo na unidede de Resende. A _amibicao do setor nuciea ¢instelar escala ndustral para ‘tingi a auto-sufciéne's no suprimento de Combustvel nuclear até 2014 (LEFTE, 2008), j6 contabilzanco 0 forne- Cimento 2 Angra 3 ¢ as pesquisas tecnokégicas realizadas pela Marinha. Segundo noticias velculades na impronca LETTE, 2009), a retomada do Programa Nuclear Brasiro Indu ainda uma unidade piloto de transformacao do ‘yolow cake em gés UFO, etapa realizaca hoje no Canada. ‘Ausina funcionard no Centro Experimental de Arariay pola Manna, ¢ deverd estar conchida até 2010 (RODRIGUES, 2008) Em setembro de 2008, os governs do Brasile da ‘Argentina enunciaram a intengao de Constr uma fabrica ‘binacional de combustivel nucter, em um claro mov- mento de regionalizagdo do mercado, © Brasi também ié demonstrou intoresse em exporter urbrio enriquecido para: 9 usinas nucleares quo a india quer construs até 2020 (MARIN, 2008). De acordo com a imprensa, exstra Una proposta de acordo Brasi-rdia envolvendo @ consiricéo, de uma .usina @ 0 comércio de conbustivel nuclear ® Pesquisa de campo doGreenpeace sobre a mineracao de uranio em Caetité a Em abril do 2008, uma equipe do Greenpeace ooletou emostras de aguae te (..] Foram destacados oto poqos de \sedimenio para vericar a possivel contaminacao por radionucideos como uranio qua subterrénea ditos como polutsos e:tén0 no entomo da Uniddade de Gonoentrado de Urério de Caeiité (URA Cae- por poluante radioativ (uranio). (.) 0 tite). Para selecionar os locais de coleta das amostras, o Greenpeace consultou _risco de contaminagdo de gua por ‘anigos cinticos, teses, pesquises offcias © documentos constantes do proces- _radéagdo foi defnido pela probablidade \s0 de Iicenciamento das ativdades de mineracao de uranio em Castt6. dde contaminacao dos pogos alcan- ‘A pubicacao “Avaliagdo dos recursos hickicos visando a Sade humana e garem teores acima dos pacroes de ‘gyicutura na provineia uranfera Lagoa Real, regido centro-oeste do estado da qualidade recomiendadios para o con- aria - Lagoa Real’. do Sarvigo Geoldgico do Brasil (CPRM) ¢ de Secretaria de sumo humano (0,02 mg/L U, cerca de Minas e Metaurgia do Minstério de Minas © Energia fl utlizaca como releréncia _ 20pbj".O estudo epresentou concen OE eee trades elevadas do urdnio em varias De acordo com 0 estud, “o trabalho visa contibur para a idenificago de amostras. como pode oer observado na problemas relacionados & satide da populagéo @ & degradagdo do meio ambien- _tabela abatxo: Figura 3: Relacao das amostras, locali BET rvenpeace | Ccto 00 Pern Renee etre are Ct ee et ee eer sociados a qualquer material particu Peete an a eens eee et yo) Retains ‘ambas coletadas de fontes de agua eee es ee te ee ud peter ee tt eye eg Poe ae eae {de chumbo detectada foi signticati vamente superior a todas as outras, ainda que abaixo do limite da OMS ee ed See tas tragao de uranio era sete vezes maior Cee et ee are ee Re ae ee eee Ce eee Ty ee eer ets Ce td eee ta Pee ee eon ee naa) Ce eet Oe ee ty ay ee ee rd Cee ey Roe es ee ee ny tee Seer (08 eventos de enchentes e transbor. Cea al ‘er desempentiado um papel no Ce eet eee eit ey totaimente se a operagao de minera: et ete eee See Cee eens Pee eon ete ed eee ted exposigdo da ponulagdo local aniveis eee cies Por conta desse potencia de Cree eed erie eet eee ee po ted pe de Bn tee Ree ee eee Tt) Contaminagao ambiental ‘Agus tines de moléculas 880 Par seuiamento resistentes & dogredago quimica e bioquimica © apresentam vids longa no solo, nos secmentos @ ‘a due, causando grende impacto amoiental. Esso 6 justamente 0 C350 dos 45 compostos de uréio presen- tes na natuceza, que persistem no sme © podem causar eos rBnicos biota e aos seres humaris PRADO, 2007). © ura € um metal pesado radicatvo. Quando 0 unin é extreido ca netureza e converide.em diéxido ou outas fermas, 0 residvo dos Prosessos quimicas @ mineralgicos também contém pequenas queniidades de rerio ¢ outros rates neturammonteradcativos come o trio (PRADO, 2007). OFINFima do proto de explo- ‘a0 de uréno em Casi previa diversas impactos, entre os quais (INB, 1997): ‘ateragao da qualidade do ar, deve 40 as emissdes atmostércas durante ‘@ peracdo do empreendimento de- corente da movimentagéo dos solos © do desmonte de roches na lava, ‘na britagem € rebritagem do minério, “gerando quantidade significativa de ‘material particulado além da ema- nagéio de 9s radinia”. Segundo o irra, es9e3 contaminates podem transportados pelos ventos atingndo o ‘melo ambiente, €, conseqientemente, home 4 ~ contamnina¢so dos rmananciais sublerréneos com alteragées das suas propriedades e potabilidads. “A Reragao de poluentes para o meio anes durarte a mprtorso © 8 40 do empreendimento, poset alreroes ra quaidade dao fquas subterraneas poderé ooo, de forma signfcatva, a partir do desmonte de rochas na lavra, do patio de IxviagSo, da bacia de depasicao 2 reciclagem de efuentes iquidos, da disposigao de rejeitos sdlidos e estén, da unidade de trtamento do réco, dos patios de estocagens de insumos ‘© das operagées da unidade de pro- cesso.” O estudo previa que 0 controle sobre a qualidade da aqua deveria ser “constantee os dados periocicamente informados aos usuarios e & comuni- dade em geral’ ~ deposicao de particulas comuns « raciostives sobre a cobertura vegetal. “0 aerossol gerado nesta ethidades do mineraga0 da unig} devera conter certo teor de isétopos Tachoatvos, devido & ocorréncia dessas substncias no solo e no subeolo da dee do proj, ean 06) a0 9 deaico eae ie deen “sncoranna concen Devido & longa duragao (BA), a contaminago das aguas subterréneas e superticias por metas pesados € particulados estd prevista no Rima mas, apasar de terem sido colocadas medidas mitigadoras da poluicao dos recursos hiricos, existem fortes expectativas de que 0 fato venha a ocorrer’ (BRAGAGNOLO & DOURADO, 2000). O histérico de acidentes, vazamen- tos e eventos ocorridos ao longo dos ‘anos na unidede da INB em Castté mostra que a previsio estava coreta (ver Figura 5, na pagina 19). Incorporagao de uranio por habitantes de Caetité Os elementos radicativos como 0 uranio chegam ao interior do corpo humano quando ingeridos através de alimentos e da agua, inalados, absorvidos pela pele ou mucosas, OU quando administrados em exames que utilzam esses materiais. No caso de liperagao de uranic ao meio ambiente, esse elemento 6 ingerido diretamente ‘através da agua contaminada e de toda a cadeia alimentar por meio de vegetais, do leite e da came. 5m Caetité, metade dos 46 mi Rabitantes do municipio vive na zona dioca, cana-de-aciicar, fei, milho @ ‘Outros Produtos. Na regio, hé con- ‘Sumo humano e animal de agua no- tratada de pogos artesianos e de um ‘acho que atravessa a mina de Urénio, ‘© Rlacho da Vaca (ALVES, 2006). Em 2007, a pesquisadora Georgia Prado escreveu “Estudo de contami Os indices de incorpora- ao de uranio por habi- tantes de Caetité foram 25 vezes maiores do que os apresentados na regiao controle, e cem vezes maiores do que a média mundial pio de Caetité (BA), utilzando dentes ‘de humanos como bioindicadores”, Gissertagao de mestrado para a Universidade Estadual de Santa Cruz, em lhéus (BA). O principal objetivo do trabalho foi estudar a contaminagéo ‘ambiental & qual estao expostos os moradores de Castité e regiéo, que “enfrentam problemas ambientais decorrentes de atividades antropicas de mineradoras de urdnio, bem como os conseqientes efeitos & satide da populagao”. do estudo expressam 0 contetido de Urano no esqueleto como um todo. Para quantiicar 0 urdnio, ela utiizou a técnica de Espectrometria de Massa ‘Acoplada ao Plasma de Argonio (IGP- MS) no Laboratério do Centro de Laser © Aplicagoes do Instituto de Pesquisas Energéticas © Nuclesres (PEN), da Universidade de S40 Paulo (USP) Nos resultados do estudo citado, os habitantes da regiao de Caetité apre sentaram uma incorporagao média de Uranio igual a 52,3 ppb (ug/L), cerca de duas vezes maior do que em Lagoa Reel e quase 0 dobro do que foi me- ido em igaporé, municipios baianos Vizinhos. (s indices de inoorporago de urd- nio por habitantes de Caetité foram 25 vvezes maiores do que os apresentados 1a regiao controle, a Represa de Gua- rapiranga, e ainda cerca de com vezes malores do que a média muncial ( estudo conclu que “esses resul- tados sao bastante consistentes com © fato de que a maior proximidade ‘com a planta de extragdo © proces- samento de uranio, operada pela INB, resulta em maior contaminago ‘ambiental, evando assim os habitantes de seu entomo a ingerirem retatva- ‘mente mais urénio. Essa foi a situagao verificada em Castité, onde a ingestéo de urdnio € mais do que o dobro dos valores encontrados nas duas outras regides mais distantes da planta de processamento da INB, Lagoa Real e Igapora. : “Admitindo-se que a Ccorrelagao entre urénio incorporado © UrGnio ingerido seja aproximadamente linear, conctuirfamos que em Gactits a populagao ingere cem vezes mais ura- rio do que a mécia mundial’."..) as populagSes dessas localades, © de CCactité em particular, esto sujetas a riscos raciobioligioos muito superiores 208 de populagdes de outras regibes, tanto no pais como no restante do mundo. Essa circunsténcia pode levar a sérios problemas de satide como a ‘ocorréncia de neoplasias.” ‘Apesar das circunsténciasfavord- vis a fort incidéncia de‘neoplasias, até noje Caetité nao dispde de um centro de diagndstico, controle & ‘ratamento de céncer, 05 casos S40 cencaminhados aos municipios de Guanambi, Vitéria da Conquista e até mesmo Salvador para diagndstico € ‘ratamento. Veale notar que 0 Rima da URA Caetté (INB, 1997) a indicava alteragdes nos indicadores de salide na regio, ressaltando que “as neoplasia ¢ os incicadores de possivel dano genotéxico foram ‘0s mais investigados". Segundo 0 documento, “foi constatado um risco

You might also like