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4 Bs forcas endégenas e a dindmica interna da Terra Deriva dos continentes De acordo com a teoria de Wegener, a Terra passou pelas soguintes alteragdos: H6 250 mithdes de anos (Final da Era Paleozoica). Ha cerca de 200 milhaes de anos (Final do Triéssico), Hi cerca de 65 milhoes de anos (inicio do Terciaric). Configuracao atual dos cantinentes. Nova configuracao dos continentes na Terra, fem aproximadamente 50 mihdes de anos. ace See (Grp) saan 8 Tore: Sao Pads 92 Em 1915, 0 gedgrafo e climatologista alemao Alfred Wegener lan- cou uma teoria revolucionéria, conhecida como Teoria da Deriva Continental. Segundo ela, a0 longo da historia geol6gica da Terra, os continentes nem sempre ocuparam a mesma posigao e configuragao que ocupam hoje. Ainda de acordo com essa teoria, as massas continentais estiveram unidas hé cerca de 200 milhées de anos, formanda um supercontinen- te chamado Pangeia. Desde entao, a Pangeia comecou a se fragmen- tar em continentes menores, que se separaram até atingir a distribuicao © a configuraco atual. Para sustentar essa teoria, Wegener apoiou-se ‘em um conjunto de evidéncias geogréficas e geolgicas, entre elas: +0 encaixe quase perfeito da costa leste da América do Sul ¢ da costa oeste da Africa; + a existéncia de fosseis de animais e de plantas semelhantes nes- ses continentes; + a ocorréncia de certos tipos de rochas, depésitos minerais @ for- mages geolégicas semelhantes em certas regides da América do Sul e da Africa; * a evidéncia de que uma glaciagao, ocorrida ha cerca de 300 mi- Ihdes de anos, teria atingido 0 sudeste do Brasil, 0 sul da Africa, a india, a Antértida e 0 oeste da Austrélia Observe, a seguir, as areas de ocorréncia dos fésseis de plantas ¢ animais que se tornaram evidéncias da teoria de Wegener. Fessil de Mesosaunis. Fossil de Cynognagthus. asrag proces com >) fae rossi ae SSS iossopteris. Lystrosaurus. ® A teoria das placas tecténicas ‘Apesar das evidéncias encontradas por Wegener, sua teoria ndo foi aceita por grande parte dos cientistas de sua época. Faltava encontrar explicagées cientifi- cas para responder a principal interrogagao da teoria: afinal, que mecanismos ou forgas seriam capazes de mover os continentes? Uma explicacao plausivel para essa questao surgiu somente na década de 1960, mais de trinta anos apés a morte de Wegener, a partir do desenvolvimento da cha- mada Teoria da Tectonica de Placas. Segundo essa teoria, a crosta terrestre nao & uma camada rochosa inteiriga, mas é formada por vérias partes, chamadas placas tectOnicas ou litostéricas, que se estendem pelos continentes e pelo fundo dos ocea- nos. Essas placas se movimentam de forma lenta @ continua em diferentes diregoes sobre 0 manto terrestre, distanciando-se e aproximando-se umas das outras e, as vezes, resvalando umas nas outras. Veja 0 planisfério a seguir. | Estudos indicam que 0 calor cexistente no interior do planeta provoca ‘a movimentagao de ‘fandes correntes de massas pastosas, chamadas, correntes de cconvecgao. Elas circulam de maneira muito lenta € ininterrupta em movimentos | ascendentes & descendentes no Interior do manto, como corre com a gua no (experimento acima. Fenn wan Or). F< gneve en caro nxn Deesondo a Tora S Pou: Sea Piss ceihrte tose bree ne © movimento das correntes de conveceao, em contato com a parte inferior da crosta, produz forgas que desiocam as placas tecténicas em varias direcdes, como mostra a ilustragao a seguir. '@ © ciclo de convecedo comaca com o desequibrictermico ene a perte mai protunda (mais aquece) do ndcleo e & sua pare superior fronos aqucida) da eros, Devi a ess ctrenga emia, as massas uontese pastas fender a eur pera a parte externa e menos equecida do mano {© 10 aingrem a pare superior, essas masses perdem calor e 9 foam meis densa formando uma corente descendent en Cirogbo ao tror da ora {@ cuando atingom as partes mais profundas do manto, 840 novamente aquocidas e Impulsionadas para cima, dando continuidade 20 ciclo. Matec cone ove. hte Sa0 Pas Cengage aa, 2008 P Alitosteraeadinamicadoretevo J 93 a encontra entre paca ‘ecto Orogénese: pracessa de soerguimenteeformacao ‘de Brandes montanhas, ‘acorida em tempo ealdgica recente A corditheira dos Andes, na América do Sul, € formada por dobramentos ‘ocasionados pelo encontro de placas. Ac lado, vista panoramica dos Andes, no parque Torres del Paine ‘no Chile, em 2014. A corditheira co Himalaia também é formada por dobramentos arogenicos. Ao lado, vista de ‘montanhas da Cordiiheira do Himalaia, no Nepal, em 2013, 94 » As forcas endégenas e as formas do relevo As bordas ou faixas de contato entre as placas litosféricas, sujeitas as forgas provocadas pelas correntes de convecgao, constituem zonas de grande tensdo @ instabilidade tectonica. Essas zonas sao afetadas por intensas atividades geolégi- cas, como erupgées vulcdnicas, terremotos e movimentos tecténicos. Essas ativi- dades atuam na formagao e transformagéo do modelado terrestre, criando novas formas de relevo ¢ transformando as que jé existem. Verifique, a seguir, os fenome- nos geolégicos e tectdnicos que ocorrem nas zonas de contato entre as placas. Movimentos convergentes Quando as correntes de convecgdo realizam movimentos convergentes, as placas tectonicas colidem uma com a outra, como ocorre entre a placa Sul-Ame- ricana (continental) e a de Nazca (oceanica}. Nesse caso, a placa oceanica, mais fina e mais densa, é empurrada para baixo e mergulha em diregéo ao manto, onde se funde devido as altas temperaturas. Esse fendmeno, conhecido como subduc- 40, origina as chamadas fossas oceanicas, como a do Peru-Chile, na costa pa- cifica da América do Sul. A placa continental, por sua vez, mais espessa e menos densa, é pressionada para cima, formando grandes dobramentos orogénicos (montanhas) na crosta, acompanhados por intensas atividades vulcdnicas e sismicas em sua borda de contato. Foram esses dobramentos, iniciados no final da era Mesozoica, ha cerca de 70 milhdes de anos, que deram origem as grandes cadeias montanhosas do planeta (veja esquemas e fotos abaixo). ago proc cory bao Elin prenisonc me rh New Yor Derg eae 2008. 20 Natio groson co bass ‘orng kinersey. 2010p. Movimentos divergentes Quando as correntes de convec¢ao realizam movimentos divergentes, as pia- cas tectonicas se afastam uma da outra. Como as bordas dessas placas estéo localizadas, em geral, no fundo dos oceanos, onde a crosta é mais fina, a presséo do magma abre fendas no assoalho oceanico, aflorando com as intensas ativida- des vulcAnicas. Ao longo de mithdes de anos, 0 acimulo do magma forma grandes cadelas montanhosas submarinas, chamadas de dorsais. A dorsal meso-Atléntica, por exemplo, se formou com a expansao do assoalho oceanico provocado por movi- mentos divergentes, como 0 que ocorre entre a placa Norte-Americana e a Euroa- sidtica (veja esquema e foto a seguir) nha da Fatha eer on AURAL divergente no Hise eure a * Parque Nacional Earn ew Yr Br Thingveltir, na rly 2016.91 Islandia, em 2014 Movimentos conservativos Quando duas placas sao pressionadas uma contra a outra, elas também po- dem realizar movimentos horizontais, deslizando lateralmente em diregSes opos- tas. Esse tipo de movimento, também chamado conservativo, provoca grandes fissuras @ falhas ao longo da zona de contato entre as placas. Quando conseguem romper a resisténcia das rochas, as placas se desiocam produzindo vibragées (terremotos), as vezes de grande intensidade, que se propa- gam na forma de ondas sismicas (estudadas na pagina 89) pelo interior da crosta. A falha de San Andreas, que se estende por mais de 1200 quilémetros pela costa oeste dos Estados Unidos, constitui uma zona de contato entre as placas Norte-Americana e Pacifica, que se deslocam lateraimente em diregdes opostas (veja esquema e foto abaixo). ~ Falha de San Andreas, localizade no estado da California, nos Estados Unidos, em 2014 rar 201058 Alitosferaeadinamicadoretevo J 95

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