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ELETRONICA RADIO E TV SUMARIO 7* LIGAO TEORICA CORRENTE CONTINUA E VARIAVEL | CORRENTE CONTINUA is da Corrente Continua Corrente Continui Il CORRENTES VARIAVEIS Dente-de Quadrada ou retan: Alte 7* LIGAO PRATICA A BANCADA DE TRA 1 - Requisitos de uma 2- Local de trat 3 - Construg: 4- lluminacao 5 - Sistema elétrico da bancada 6 Gi da bancada Ferramentas RAFICOS (1* PARTE) Coneeito de grafico UI Elementos do grafico INSTITUTO UNIVERSAL BRASILEIRO CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 7* LICAO TEORICA CORRENTE CONTINUA E VARIAVEL Introdugao Os componentes passives capacitor, resistor e indutor -, que apresentamos nas ligdes anteriores, S40 fundamentais no estudo da eletricidade & eletronica,pois esses components isolados ou em conjunto deverao desempenhar as fungdes mais variadas, fazendo parte de todos os circuitos que so utiizam em recepeao de radio, televiséo, ampliticadores de som, etc. Como os elementos passives sa0 excitados (alimentados) pelos componentes ativos, vamos mostrar como reagem resistor capacitor e indutor, quando ligados 2 ‘orrentes continua ou variavel. Corrente continua ou variavel Recordemos rapidamente as principais propriedades das correntés continua e variavel, com vista, exclusivamente, as aplicagdes que daremos nesta lig e na ligdo pratica. 1- Corrente continua 1- Defini¢ao Chama-se corrente continua aquela cujo movimento das cargas eletricas (elétrons) se faz sempre em um mesmo sentido, ou seja, do polo Positivo da fonte para 0 polo negative (considerando este sentido como convencional). Como exemplos de geradores de corrente continua, temos os dinamos, as pilhas, etc. Na figura 1, ilustramos um Circuito que faz uso de um gerador de corrente continua.enquanto que na figura 2, ilustramos seu simbolo, indicando 0 sentido convencional da corrente, Observe que utilizamos um circuite esquematico exatamente para generalizar a questo, Assim, o gerador G poderia ser uma bateria de pilhas, acumulador, etc., & Figura 1 - Circuito utlizando um gerador de cotrante cantina. Figura 2- Diagrama esquemaloo da figura 1 a carga podera ser uma limpada, um resistor, um relé, etc. 2 - Caracteristicas da corrente continua Um gerador de corrente continua apresenta duas caracteristicas principais: a) Forca eletromotriz - que corresponde & forca responsavel pelo movimento das cargas elétricas (elétrons), através do circuito externo, No circuito externo, cada componente (ou conjunto de ‘componentes) passivo fica sujeito a uma diferenca de potencial ou tensdo. Como estudamos, mesmo nos terminais de ligagao do gerador ja temos a diferenca de potencial ou tensao, pois da sua forca eletromotriz temos dé descontar a queda em sua resisténcia interna. Se fosse medida a diterenca de potencial, nos terminais do gerador, com um instrumento de medida ‘que nao “consumisse” corrente, isto 6, de resisténcia infinita (coisa impossivel), ‘ento 0 valor lido seria, de fato, 0 da forca eletromotriz, 2 Tanto a forca eletromotriz como a tensao ou diferenca de potencial sao medidas com a mesma unidade de ‘medida, que, no caso geral, sera o Volt @ ‘seus miltipios e submiltiples. ) Corrente elétrica - Como vimos ‘em lig6es anteriores, da-se o nome de ‘corrente elétrica ao movimento das cargas elétricas. Esse movimento aparece sempre que os terminais do gerador S40 ligados a um circuito externo. Se esse Circuito tem resisténcia baixa, 0 ‘movimento é bastante intenso e, em caso contrario, isto é, se a resisténcia do Circuito externo for alta, o movimento dos elétrons sera dificutado. A quantidade de cargas elétricas, ‘que passa pela seogao de um condutor, durante certo intervalo de tempo, ‘chamamos de intensidade de corrente elétrica. A unidade de intensidade do corrente elétrica deu-se o nome de ‘Ampere. Na pratica, para facilidade de ‘expressao, diz-se que a corrente eletrica & ‘medida em Ampéres (ou seus miltiplos @ submiltiplos), mas o aluno sabe que corrente elétrica o nome que se da 20 fendmeno do movimento das cargas, € que intensidade de corrente eletrica uma avaliagao, em termos praticos, desse fenémeno, 3° «continua Sentido da corrente Uma propriedade importantissima da corrente continua, da qual nos valeremos ainda nesta licao para explicar © comportamento de certos componentes passivos, ¢ aquela pela qual os elétrons: (cargas’elétricas) se movimentam sempre em um mesmo sentido, ou seja, do pélo positivo para o negative do ‘gerador. Do exposio e do que ja foi estudado, 0 aluno pode resumir, assim, as propriedades de um gerador de corrente continua: a) Possui uma forca eletro- ‘motriz, que Ihe 6 propria b) Pode fornecer corrente elétrica, corrente essa que dependera naturalmente, do valor da forca eletromotriz @ da resisténcia do circuito externo (desprezarto a-interna do gerador) ©) O sentido do movimento dos elétrons, ou seja, da corrente elétrica, & imutavel ¢ foi convencionado que ole é do p6lo positive para o negative, externamente ao gerador. ‘As correntes continuas tém a propriedade de manter sempre o mesmo sentido de deslocamento das cargas elétricas, no 0 modificando com 0 decorrer do tempo. Isto quer dizer que, se representassemos no papel tal regime de funcionamento tomando 0 cuidado de marcar sobre uma reta horizontal o tempo de duracdo e, sobre uma reta vertical 0 valor da corrente, teriamos a figura 3, que 6 conhecida como grafico da corrente continua, Figura 3 Graice da corrente continua, Para que o aluno entenda melhor a ‘questo, vamos admitir um circuito real, ‘compesto por uma pilha de 1,6 V (um volt ‘@ meio) ligada 2 um resistor de 12 (um ‘Ohm) (veja figura 4). No momento em que ligarios 0 circulto, a corrente que passa pelo resistor 6, como sabemos, de 4,5 A (um ampare @ meio), pois basta ividir 0 valor da tensao da pilha pelo da Figura ¢~ Groullo esquemalico para andlise, resistancia do resistor. Se admitrmos que a pilha jamais se descarregue, a representagao da tensao (gratico'da Figua 8 Gi (hipotetica). igo 6a fensso da figura anterior tenstio) sera aquela, que’ mostramos na figura 5. Como se nota, apés 0 tempo de tum, dois, rés, quatro ou mais minutos, a tenséo permanece sempre a mesma, sendo, no caso, de1,5 V.A corrente também seria sempre a’ mesma (1,5 A) Sou grafico seria semelhante ao mostrado a figura 3, No caso real, a pilha descarrega- se com 0 correr do tempo: portanto, a tensao em seus terminals vai diminuindo, gradual e progressivamente, até se anular. Um grafico representando este fato tem 0 aspecto que mostramos na figura 6. Nota-se que a tensao tinha o Tewsio GRAFICO DA TENSAO Figura 6 - Grafico da reducdo da tenséo (rea). valor V (um volt e meio, no caso) no instante zero, ou seja, quando ligamos 0 resistor, @ atinge 0 valor zero, isto 6, anu- ta-se, apds decorrido 0 tempo t, tempo es- ‘se que depende da capacidade da pilha e do valor da resisténcia. De fato, se ela & baixa, a pitha se descarrega rapidamente, @ 0 tempo 116 pequeno; om caso contrério, sendo atta a resisténcia, a descarga da pilha acontece ‘muito devagar, ¢ 0 tempo t é grande, Esses graficos tm por objetivo mostrar visualmente ao aluno que, no ‘caso da corrente continua, tanto a tensao ‘como a corrente sao representadas por linhas retas, quando a carga é um resistor. - Correntes variaveis Contrariamente ao que acontece com a corrente continua, existem ‘geradores cuja tensao nao se mantém ‘constante com 0 decorrer do tempo, mas ssofre variag6es para mais e para menos, Podendo, inclusive, mudar de sentido Sao os chamados geradores de tenséo (ou de corrente) variaveis. Esses geradores sao muito importantes em eletronica. Gragas a eles 6 que podemos transmit Informacées de som (estagdes de radio); de som & 03 imagem (estacdes de TV); sincronizar (parar) as imagens nos televisores acionar um dispositive a distancia (telecomando); efetuar as comutagées nos computadores © muitos outros. ‘As tens0es e as correntes varidveis mais importantes e que serdo utilizadas ‘em nosso curso de radio e TV sao: 1- Dente-de-serra © grafico de uma tensao ou corrente do tipo dente-de-serra 6 0 que mostramos na figura 7. Como o aluno pode observar, a corrente ou tensao sofre wees) aw Figura 7 - Onda “dente-de-sera” variagdes com 0 tempo, variacoes estas ‘que, levadas a0 grético, dao uma figura pparécida com os dentes de uma serra, 1e- ‘sultando, dai, o nome de onda dente-de- serra dado a figura, 2+ Quadrada ou retangular Na figura 8, mostramos o aspecto do grafico de variacdo da tenséo ou corrente de um gerador de tensdo ‘4 TENSAO OU CORRENTE Figura 8 Onda "quadrada" Figura 9 Onda “etangular quadrada. Na figura 9 temos 0 de uma tensdo ou corrente retangular. Essas figuras sa0 chamadas de onda quadrada ede onda retangular. 3-Alternada © gerador de tensao alternada muito utilzado, tanto em eletrénica como em eletrotécnica, pois, dadas as propriedades extraordinarias desse tipo de gerador, as usinas de fora elétrica da atualidade geram exclusivamente, tens6es alternadas. Por outro lado, os transmissores das emissoras de radio e TV, como estudaremos mais tarde, possuem 0 cifcuito oscilador, que nada mais ¢ que um gerador eletronico de ondas alternadas, ‘Também a tensdo e a corrente alternada podem ser representadas em dgralicos, exatamente como fizemos até ‘aqui, ou seja, tomamos 0 eixo horizontal, para contar os tempos, eo vertical, para marcar 0 valor da tensdo ou corrente. Resulta, dai, um grafico como 0 mostrado na figura 10, que 6 chamado de onda alternada ou senoidal. Figura 10 Onda "senoidar (allernada". Dada a importancia desse tipo de ¢gerador, ou seja, do alternador, em uma {de nossas ligdes especiais vamos estuda lo com maiores detalhes. Por ora, apresentaremos apenas as caracteristicas da corrente alternada, de que Necessitaremos para _explicar, qualitativamente, 0 comportamento dos ‘componentes passivos a ela submetidos. Essas caracieristicas $80 a) Amplitude - que corresponde ‘a0 maximo valor (positivo ou negative) ‘que a corrente ou tensa pode alcancar num determinado instante. Na figura 10, chamamos de + A o valor da amplitude positiva e de - A oda amplitude negativa ‘Amplitude - V maxima © aluno pode observar que a amplitude se repete, igualzinha, em intervalos de tempo que chamamos de periodo. Nesta figura, chamamos de T 0 periode. Vamos dar um exemplo numérico, que esclarecera melhor a questao. Consideremos a tensao alternada que alimenta 0s aparelhos elétricos de nossa residéncia. No medidor, lemos as indi- cagdes: 110 V - 60 hertz. A primeira indi- cacao, ou seja, 110 V, nao é da amplitude, mas do valor que chamamos de eficaz © que sera estudado com detalhes na ligao especial ja citada. A amplitude ou valor maximo da tensdo no caso, serd de cerca de 155 volts. sto quer dizer que, se pos- suissemos um aparelho que nos permi- tisse medir os valores instantaneos da tensao, observariamos que ela variaria de = 155 V (185 volts negativos) até + 155 V (155 volts positivos). Por outro lado, medindo 0 tempo que a tenséo leva para pasar por dois valores maximos iguais © Sucessivos, ou seja, duas amplitudes posi- tivas ou negativas, encontramos 0,016 ‘segundo (16 milésimo de segundo), sendo esse 0 periodo da tensao alternada de 60 hertz. Convém notar que 0 periodo poderia ‘ser medido tomando-se qualquer ponto d= partida, e ele seria sempre o mesmo, Por ‘exemplo, poderiamos medio tempo que a tensao leva para i de - 100 V (100 volts, rnegativos) ao préximo de - 100 ( 100 volts negatives) e encontrariamos de novo 0 mesmo valor ja citado de 0,016 segundo, ue 6 0 perfodo. Devemos observar tam- bem que, a cada periodo o valor conside- rado se repete sempre da mesma maneira. Descarte, se a tensao alcanca 155 V; apés 0,016 segundo, ou seja, apos um periodo, vottard a ser de 185 V; apos 2 Periodos (0,032 segundo}; apos 3 perio- os (0,048 segundo), e assim por diante. ) Freqtiéneia - por trequéncia ¢ conhecido 0 nimero de vezes que 0 ciclo se repete em um segundo. A freqiéncia cprtesponde ao movimento de vaivem dos elétrons , durante um segundo. requéncia - n? de vezes, em 1 segundo Ela é medida em hertz, como ja sabemos. E uma propriedade extraordinaria da corrente alternada. Quando 0 movimento de vaivem dos elétrons @ pequeno, diz-se que a freqGéncia & baixa. Um exemplg tipico de freqdéncia baixa 6 0 da redd de luz e forca domiciiar, cujo valor 6 padronizado em 60 hertz, Os sons que conseguimos ouvir 18m freqléncias que variam numa faixa bastante ampla, indo desde cerca de 20 Hz até cerca de 16 KHz. Acima dessa gama de valores, comecam as frequéncias inaudiveis, que terao suas aplicagdes especiais, como veremos no ‘momento oportuno, 4 Existe relagao entre frequéncia e periodo. Be fato, como periodo ¢ 0 tempo nocessario para que a onda alternada efetue um ciclo, ¢ como frequencia 6 0 numero de ciclos efetuados no tempo de um segundo, resulta que a frequéncia 6 0 inverso do periodo, e vice-versa, Sen- do assim, basta conhecer um, para poder: ‘mgs determinar 0 outfo. Se conhecemos a freqaéncia, basta dividir 0 numero 1 pelo valor dessa frequéncia @ teremos como resultado 0 periodo em segundos. Inversamente, se se conhece o periodo. em segundos, basta dividir 0 numero 1 pelo seu valor @ se terd a frequéncia em hertz, a periodo = — F Por exemplo, se a tensao tem frequéncia de 50 Hz, tera periodo de 1 + 50, ou seja, 0,02 seg. Do mesmo modo, se sabemos que 0 periodo de uma tensa0 6 de 0,001 seg, podemos atirmar que sua frequéncia é de 1 + 0,001, isto 6, 1 000 He, ©) Fase - outro canceita importante ‘em eletrénica, ao qual o aluno encontrara referéncias constantes, 6 0 de fase Principaimente, o de diferenca de fase Na ligdo especial sobre a corrente alternada, 0 aluno encontrara explicagbes mais detalnadas sobre o assunto. De uma maneira intuitiva, podemos dizer que duas tensdes, correntes, etc estao em fase, quando elas variam da ‘mesma maneira, com 0 tempo. Observe, por exemplo, a figura 11 onde Figural Gratioo:tensao @ corronte om fase. reptesentamos uma onda de tensao e ou: tra de corrente. Essas duas grandezas elétricas esto em fase. De fato, quando a tensao se anula, isto 6, tem amplitude ze- ro (nos instantes 0,2 segundos, 4 segun- dos, 6 segundos etc.), a corrente também tem amplitude zero. Nos instantes em que a tensdo tem amplitude maxima positiva, (instantes 1 segundoss segundos, etc.) a Corrente tambem a tera. O mesmo acontece com a amplitude negativa Na figura 12, mostramos 0 grafico de uma tensao e de uma corrente que nao estao em fase. De fato, basta ‘observar que a tensao atinge 0 maximo valor positivo no instante 1 ¢ a corrente $6 © fara bem mais tarde, ou seja, préximo 20 instante 2, em que ocorre a anulacéo (amplitude zero) da tensao. Figura 12 - Grafco: tenséo e corrente que no ‘estdo em fase. Quando a tensao @ a corrente nao estéo em fase, diz-se que ha uma diferenga de fase, medida por um angulo fe geraimente indicado pela letra graga 9. (e-se: fi, diferenga de fase Na licao pratica, veremos qual ¢ esse Angulo para o circulto que contém exclusivamente resistor, indutor ou capacitor. ¢) Valor instantaneo - por valor instantaneo entendemos o valor da tensao ou corrente no instante que nos interessa. De fato 0 aluno observa pela figura 10, por exemplo, que, no instante inicial (instante zero), a amplitude da onda la representada, onda essa que tanto pode ser de tensao como de corrente, tem valor zero. Ja no instante 1, 0 valor de sua amplitude é maximo. Em outro instante, 0 valor da amplitude tem um valor qualquer, que corresponde ao seu valor instantaneo. ©) Valor eficaz - nas aplicacoes praticas de eletrotécnica, 0 valor instantaneo da tensdo ou da corrente nao tem muita utilidade, sendo mais usado 0 valor eficaz, Por valor eficaz de uma tensio ou de uma corrente entendemos aquele valor que deveria ter a tensao ou a corrente alternada, para produzir 0 mesmo efeito que uma tensao ou uma corrente continua conhecida. Por exemplo, suponhamos um Circuito que tenha uma resisténcia imersa nna agua, como mostramos na figura 13. Figura 13 - Exerpo: Resistor imerso na Squa, ‘Suponhamos que ligando os terminais, desse resistor a uma fonte de corrente continua, por ele passe uma corrente de um Ampere, e a gua aqueca até 100° (cem graus), ou seja, ferva em 10 minutos, Pois bem, sé repetirmos a Pratica, ligando o resistor a uma fonte de Corrente alternada, diremos que essa corrente tem a eficdcia da corrente continua, se ela reproduz 0 mesmo efeito, isto 6, aquece a mesma quantidade de agua (nas mesmas condicbes da anterior), até & mesma temperatura @ no mesmo tempo. Entdo, essa corrente serd também de um Ampere de valor eficaz. Agora, se medissemos o valor maximo (amplitude) da corrente de um Ampére eficaz, iriamos encontrar que ele é bem maior que um Ampére, ou seja, exatamente 1,41 A, que corresponde a cerca de 41% (41 por cento) mais do que 1 A. Se fizéssemos outras experiéncias, ou seja, mudando o resistor para que a corrente também mudasse, encontrar mos sempre essa mesma proporgao, isto 6, a corrente maxima corresponde, sempre, a 41% mais do que a eficaz, donde se escreve que: ou, se quisermos conhecer o valor eficaz ‘conhecendo o valor maximo: fop= Iman ® 1.41 Observacées: 18) Tudo 0 que afirmamos acima, para a corrente alternada, vale também para a tensao; logo: Vinic = 1:41. Vor © Vala Vini* 14 Assim, podemos determinar com facilidade 0 valor maximo da tensao da rede de distribuigdo de forca de nossa residéncia, cujo valor eficaz € de 110 V. De fato, 0 valor maximo sera: 110% 1,41 155,1 volts Vinge 2%) O conhecimento do valor maximo, embora nao tenha muito injeresse pratico em eletrotécnica, bastante importante em eletrénica, como mostraremos em ligbes futuras. Por ora, poderiamos citar, por exemplo, 0 caso de Figura 14 - Exemplo: circuit retificador. um circuito retificador, como mostramos na figura 14, circuito esse que ¢ comum ‘nos receptores de radio. Como o aluno sabe, s6 ha passagem de corrente pelo diodo quando 0 4nodo é positive em Felagao ao catodo. Logo, 0 diodo s6 deixa ppassar os semiciclos positivos da corrente €, no resistor de carga ligado ao catodo, teriamos uma corrente, cuja forma de onda é aquela mostrada na figura 18, ou seja, é uma onda alternada, onde s6 existem os semiciclos positivos. Pois bem, essa onda, aplicada a0 ‘capacitor de grande capacidade, carrega- 0, @ ele atinge diterenca de potencial que tem valor mais elevado que o da tensao eficaz aplicada ao diodo. Isto se deve a0 fato de que ele se carrega com a tensao ‘maxima da onda, ° Rememoradas as _principais caracteristicas das correntes continua e alternada, na ligdo prética vamos aplica- las aos componentes passives - resistor, Capacitor @ indutor - separadamente, © verificar seu comportamento, o que & fundamental nos circuitos de eletronica Figura 15 - Graco da tensio de saida oo or cutoretiieac. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 7* LICAO PRATICA COMPORTAMENTO DE R, Le C NOS CIRCUITOS DE CC e CA Introdugao Na igo te6rica anterior, recordamos as caracteristicas mais importantes das correntes continua © alternada. Nesta li¢do, vamos mostrar 0 que acontece quando esses dois tipos de Corrente sao aplicados aos componentes assivos que estudamos, ou sea, resistor, ‘capacitor e indutor. Vamos nos preocupar apenas com os fendmenos qualitativos. Encarecemos ao aluno a necessidade de ‘bem compreendé-los, pois sao a base dos Circuitos elétricos que se utilizam em eletronica, seja para gerar ou para Feceber um sinal como 0 de radio, TV, radar, etc 1-0 resistor 1 - Ligado a uma fonte de corrente continua Liguemos um resistor a uma fonte de corrente continua, como mostramos na figura 16, através de uma chave Ch. Esse circuito ja ¢ muito conhecide do aluno. Sabemos que, ao se fechar a chave interruptora Ch, estabelece-se uma corrente continua através do resistor, cortente essa que 6 calculada dividindo: se 0 valor da tensa, nos pontos ae b pelo valor do resistor. Figura 16 - Greuito CC simples. Se tracarmos os graficos da tensao © da corrente no resistor, como vimos na ligdo teorica, ou seja, marcando no eixo horizontal o tempo e, no vertical, a tensao ‘ou a corrente, encontraremos desenhos ‘como 0s da figura 17, que mostram que a Tensho(v) IRENTE (A) Figura 17 - Graficos de tensao e de corente, tenséo © a corrente permanecem constantes, isto 6, iguais em qualquer tempo, naturalmente admitindo que a tensao do gerador E permaneca cconstante. 2 - Ligado fonte de corrente alternada Liguemos um resistor a uma fonte de corrente alternada, como ilustramos na figura 18. Neste caso, ndo podemos Figura 18 - Circuito CA simples. indicar 0 sentido.da corrente, como fizemos na figura 16, porque a corrente alternada nao tem polaridade, pois os elétrons efetuam 0 movimento do vaivém, Representando os graticos da tensao e da corrente, teremos a figura 19a @b, 6 Figura 19 - Graficos de corrente © de tensto em fase, Tespectivamente. O importante a verificar nessa figura é que a tensdo ea corrente estéo em fase. De fato, quando a tensao aumenta, a corrente também aumenta, e ambas atingem as amplitudes maximas @ minimas no mesmo instante, Por outro lado, se intercalassemos um amperimetro em série com o resistor, leriamos 0 valor eficaz da corrente, valor esse que poderiamos caleular ‘exatamente como sabemos fazer para os Circuitos de corrente continua, ou seja, dividindo o valor da tensao eticaz do {gerador pelo valor Shmico do resistor. Por exemplo, se 0 gerador tem tensao eficaz de 110 Ve a resistencia tem valor @hmico de 55 0, a corrente lida no amperimetro seria exatamente de 2 A (dois Ampéres), pois: 110V + 55.0 A energia desprendida no resistor sob a forma de calor também sera calculada, multiplicando-se 0 valor da iferenga de potencial eficaz pelo valor eficaz da corrente. No exemplo dado, essa Bnergia sera de: 110.V x2 A = 220 watts, Em resumo, devemos saber que, num circuito de’ corrente alternada contendo um resistor (ou somente ‘elementos resistivos), temos: a) A corrente e tensao estao em fase. b) Todos os calculos que se fazem para o resistor, no circuito de Corrente continua, valem também para © circuito de corrente alternada, tomando-se os valores eficazes das grandezas elétricas, tensao @ Corrente, Observacio: Vimos que a funcao do um resistor em corrente continua & dificutar a passagem da corrente, @ isto acontece com a transformagao da energia elétrica em calor. E facil compreender que © sentido da corrente no resistor nao tem rnenhuma influéncia em seu aquecimento, pois bastaria inverter a polaridade do gerador, ou, entao, os terminais de ligagao do resistor, para comprovarmos que a quantidade de calor desprendida continuaria sendo a mesma. Isto serve para entendermos porque o resistor se ‘comporta, para o gerador de corrente alternada, ‘como se ele fosse gerador de Corrente continua. Assim, a variacéo da corrente, ou seja, a frequéncia, dentro de certos ‘limites, nao tem ‘nenhuma influéncia na resistencia. A ressalva quanto a certos limites de freqdéncia é verdadeira, pois, como estudaremos no momento oportuno, quando a frequéncia muito alta, a corrente tem tendéncia a circular somente pela parte externa do condutor, e isso varia (aumenta) a resistencia I- O indutor 1 - Ligado ao gerador de corrente continua O indutor, como ja estudamos, 6 constituido por um tio enrolado em espiras. Esse fio tem resistencia shmica, Quando ligamos o indutor nos terminais de um gerador de corrente continua, desprezando 0 curto espaco de tempo em que ligamos a chave, podemos dizer que a corrente fica determinada fexclusivamente pelo valor da tensio do Figura 20 - Circuito CC com indutor como carga, dgerador e da resisténcia éhmica do fio. Na figura 20, mostramos um circuit possuindo’ um gerador de corrente continua, uma chave interruptora e um indutor. Na figura 21, mostramos o grafico da corrente, transcorrido certo Figura 21" Gralice da carrenta no creulto, tempo apés a ligacao da chave. Essa Corrente & calculada, como o aluno sabe, dividindo-se o valor da tensao em volts pelo valor da resisténcia do fio em Ohms, CO resultado 6 dado em Ampares, Na figura 22, mostramos 0 grafico da corrente no indutor, no instante em que a chave ¢ ligada. Como se observa, a corrente nao passa imediatamente de Figura 22 Graco: corente no indutor quando CH 6 pressionada zero (circuito aberto) ao valor de regime (dado pela divisdo da tensao pela resisténcia do fio), mas vai aumentando, gradativamente. Isto se deve ao fato de ‘que, no momento em que se liga a chave, ‘ corrente comeca a circular pela bobina, passando do valor zero até o valor E ~ R ‘Sabemos que, quando varia a corrente ‘em.um condutor, varia também 0 campo magnético que essa corrente cria. Sabemos ainda que um condutor ‘colocado em campo magnético variavel, gera forga contra-eletromotriz, ou seja, era corrente que se opde a corrente que produziu. Em resumo, 0 fendmeno é 0 ‘sequinte: no momento em que ¢ ligada a have, a corrente, que varia de zero até o valor'| induz na bobina corrente de sentido contrario, que procura evitar 0 ‘aumento da corrente. E por isso que a Corrente passa lentamente de zero até o valor de regime. O aluno deve notar que a cortente de regime acontece quando nao hha mais variagao do campo magnético. Fica, assim, explicada a razdo do gratico da figura 22. Tudo que afirmamos até agora, para 0 estabelecimento da corrente no a indutor vale também para o desaparecimento, isto 6, quando se desliga a chave, a corrente no indutor no cai bruscamente a zero, pelos motivos ja explicados, mas lentamente. A rapidez com que a corrente se estabelece ou desaparece dependera da indutancia L da resistencia R do indutor ou, mais precisamente, da relacao (dlvisao) entre L eR. Essa relacao é chamada de constante de tempo. Esse efeito pode ser visualmente ‘comprovado pela seguinte experiéncia, ‘Tome um indutor de valor elevado, por exemplo, cerca de 100 H, e meca sua resisténcia éhmica. Tome agora um resistor que tenha resisténcia Shmica (gual a do indutor. Para facilidade de exposigdo, vamos admitir que 0 indutor tenha 100 0; entéo, o resistor também deverd ser de 100 2. Agora, tomemos duas lampadas de incandescéncia iguais, uma chave de 2 pélos e duas posicdes, uma fonte de corrente continua, € montemos 0 circuito da figura 23. As lampadas podem ser de 5 W e a fonte de 410 VCC. Montado 0 circuito, a experiéncia consiste no seguinte: a) _Liga-se a chave na posi¢ao 1 Observa'se que a lampada Lp se acende de imediato, ao passo que a lampada L; vai aumentando de brilho aos poucos, 0 que comprova que a corrente no induior aumenta gradualmente. b) Inverte-se o sentido da corrente, passando a chave para a posigo 2, rap ‘damente, Agora, observa-se que a lampa- da Lo dé apenas uma piscadela, que cor: responde ao tempo de passar a chave da osicao 1 para a posicao 2. No entanto, a lampada L; perde seu brilho (apaga-se) lentamente e volta a acender-se também lentamente. Isso comprova que a corrente no indutor desapareceu lentamente e, com a mesma velocidade, voltou a estabelecer se. Observacdes a) Quanto maior a indutancia do Indutor @ menor sua resist@ncia, mais demorado @ 0 estabelecimento © 0 esaparecimento da corrente. b) 0 efeito do desaparecimento da corrente pode ser notado sem necessidade da experiéncia anterior. Basta 0 aluno observar 0 que acontece quando desliga um interruptor qualquer, ‘como a chave de forca de sua residéncia, (com algum aparelhio eletrodoméstico ligado) ou 0 platinado do automével Verificara que, no momento em que a cchave (nao 0 platinado) é desligada, salta uma faisca. Aparentemente, nao ha nenhuma razao para a faisca, pois, ‘quando a chave ¢ aberta, ha 0 corte do Clrouito. Entretanto, a faisca surge em virtude da indutdncia do circuito que pprovoca a forea contra-elatromotriz que se ‘opbe a abertura do circuito, Figura 23 Exerpo praca: Constante de tempo. ©) © aluno deve notar que, na observacao anterior, mesmo que nenhum indutor esteja ligado ao circuito, basta a indutancia prépria dos fios de ligagao para provocar o fenémeno. 0) A faisca na abertura de circultos deve ser evitada, porque ela danifica os contatos. Por isso, algumas chaves interruptoras possuem molas que abreviam 0 tempo de abertura, ao mesmo tempo que distanciam entre si os contatos. No caso dos platinados, ha um capacitor que neutraliza a falsca, como vveremos ainda nesta ligao, 2 - Ligado a uma fonte de corrente alternada Quando um indutor é ligado a uma fonte de corrente alternada, seu comportamento néo é 0 mesmo do que corre se ligado a uma fonte de corrente continua. De fato, para demonstragao do que afirmamos, vamos considerar 0 indutor de 100 H e 100 Q, ja citado, & efetuar com ele duas experiéncias: 1*) Vamos ligé-lo a uma fonte de corrente continua de 100 V, em série com um amperimetro, como mostramos na figura 24. Passado 0 momento inicial de estabelecimento de corrente, 0 amperi- moto se establizara na marca de 1 A (um ‘Ampére), valor esse facilmente calculavel, pois basia dividir 0 valor da tensao (100 V) pelo da resisténcia (100 2), Figura 24 Indutor em corrente continua, 2!) Nesta segunda experiéncia, vamos substituir 0 getador de corrente continua por outro de corrente alternada, ue tenha a mesma tensio, ou seja, 100 V eficazes @ frequéncia de 60 Hz. Admitamos que o amperimetro seja do tipo chamado de ferro mével, que serve ara medir tanto corrente continua como alternada. Temos 0 circuito da figura 25. Ligando a chave Ch, vamos observar que Figura 28 - Indutor em corrente Aternada. a indicagao do amperimetro nao @ mais de 1 Ampére, como na experiéncia anterior, mas. bem menor, ou seja, cerca de 0,0026 A (2,6 miliamperes), Isto significa que sua resisténcia real, de 100 , passou a ter um valor aparente de cerca de 37 700 Q. Essa resistencia recebe o nome de resisténcia aparente ‘ou Impedancia. No caso particular em que a resisténcia 6hmica seja tao equena que possa ser desprezada frente ao valor da resisténcia aparente, a impedancia recebe o nome de reatancia, No caso do indutor, sua reatancia recebe mais uma denominagdo, que ¢ reatancia indutiva, Podemos, entao, dizer que reatancia indutiva 6 a resistencia que um indutor puro (sem resistencia Ghmica) oferece a passagem da corrente alternada, ¢ que impedancia é a resistencia que ele oferece, quando se leva em consideracao também sua resisténcia ohmica. ‘Quem nao possui amperimetro, para a verificacao do efeito que 8 apresentamos, pode fazer a experiencia substituindo-o por uma uma lampada de incandescéncia. Para melhor observacao, substitui-se 0 indutor por outro de menor indutancia e que permita a introdugao de lum niicleo de ferro. Esse indutor pode ser construfdo enrolando-se cerca de 200 espiras de fio 22 AWG sobre um carretel de 2,5 cm de diametro e com cerca de 5 em de comprimento. Com esse indutor @ com uma lampada de 110 Ve 100 W, 0 aluno Monta o circuito da figura 26. Em seguida, liga a tomada a rede alternada de 110'V'e 60 Hz. Verificara que a lampada se acende com brilho quase normal, 0 que significa que a “resistencia oferecida pelo indutor é bastante pequena. Agora, introduzindo 0 nucleo de ferro no oco da bobina, observamos que a intensidade luminosa da lampada vai diminuindo & medida que o nucleo vai ssendo introduzido, Como sabemos que a introdugao do ‘nucleo aumenta a indutancia, podemos concluir que a impedancia (ou reatancia indutva, no caso) depende diretamente da indutancia, Se fosse possivel variar a trequéncia, 0 aluno comprovaria que a reatancia indutiva depende também da frequéncia, isto 6, da velocidade de variacao da corrente, e essa reatancia ser tanto maior quanto mais répida for ‘ssa variagao. Intuitivamente, néo seria dificil prever esse resultado. De fato, vimos que a forca contra-eletromotriz, gerada em um indutor, pela aplicacao do uma corrente variavel, & tanto maior quanto mais rapida a variacao, ou seja, a frequéncia. Ora. essa forca eletromotriz 6 que se opde a tensao aplicada, e a diferenca das duas é que provoca a ccorrente’no indutor. Consequentemente, para um mesmo indutor, quanto maior for a freqiéncia, menor sera a corrente, ou Seja, maior sera sua reatancia. 3 - Fase entre tensdo e corrente, no indutor Vimos que, em um resistor, a tensdo aplicada e’a corrente resultante esto em fase. No indutor, isso nao acontece; dat afirmarmos que a tensio aplicada ao indutor e a corrente que ela determina estao fora de fase, ou seja, 0 maximo da tensao nao coincide, no tempo, com o maximo da corrente. ‘Vejamos qual ¢ a diferenca de fase. Para isso, consideremos um indutor puro, ou seja, que tenha resisténcia ‘hmica praticamente nula. Liguemos esse indutor a uma fonte de tensdo alternada, Nestas condigdes, aparecera uma {orca contra-eletromotriz de auto-indugao, {que se opora a tensao aplicada. Observe © aluno que, se a forca eletromotriz Figura 26 - Com a intradugio do niceo de feo no indutor, 0 brio da lampada diminul gerada fosse de mesmo sentido que a tensao aplicada, as duas se somariam e, como a resisténcia do indutor & praticamente nula, haveria o curto: Circuito. Como isso nao acontece @ a corrente é pequena (dependendo do valor de Le de f), podemos concluir que a fora eletromotriz gerada é de oposigéo a aplicada. ‘Além disso, a torga contra-eletro- motriz, como sabemos, nao depende do valor instantaneo da corrente, mas ‘somente da rapidez da variacdo da cor- rente. Ora, a variacao da corrente sera maxima quando a variagao da tensdo ppassar por zero; entao, podemos afirmar {que a forca contra-eletromotriz atinge seu maximo quando a corrente se anula: logo, ha uma diferenca de fase entre tensao e corrente de 1/4 (um quarto) de ciclo, ou 90° (noventa graus) Por outro lado, a tensao atinge o ‘maximo quando a corrente esta no zero; logo, ela, tensao, esta adiantada em relagao corrente. Na figura 27 desenhamos as duas formas de onda, ou seja, da tensao e da corrente, em'um indutor puro. Fesumindo 0 comportamento de um indutor puro ligado a uma fonte de corrente alternada, temos 0 seguinte: a) A corrente e a tenso estao defasadas, estando a corrente atrasada de 90° (noventa graus) ou 1/4 (um ‘quarto de ciclo) em relacao a tensdo, b) A dificuldade que o indutor oferece & passagem da corrente alter- nada 6 chamada de reatancia indutiva © medida em Ohms. ©) A reatancia _indutiva depende da indutancia do indutor e da ncia da fonte de corrente Como vimos noutra ligao, a reatan- cia indutiva ¢ geralmente designada por X; (xis Indice ele) sendo calculada pela expressao: conde F representa a frequéncia em Hertz, e L, a indutancia em Henry. Il - O capacitor 1- Ligado a um gerador de corrente continua ‘Saberos que se chama capacitor ‘a um conjunto formado por duas placas metalicas denominadas armaduras, separadas por um meio isolante a que $0 “TEMPO Ov Aneuto. Figura 27 - Grafico da tensao e corrente em um indutor puro. dA 0 nome de dielétrico, Quando ligado a uma fonte de corrente continua, como um dinamo, uma bateria, uma pilha, etc., 0 capacitor ‘comporta-se camo um dispositivo do resisténcia infinita, ou seja, ele nao permite a passagem da corrente elétrica Entretanto, isso acontece somente apos o Circuito ser ligado, pois, no momento em que 6 fechada a chave que liga 0 ‘capacitor, ha passagem de corrente, como lremos demonstrar. De fato, seja 0 circuito da figura 28, que contém um gerador de corrente continua, uma chave interruptora @ um ‘capacitor em série com um medidor de corrente. ‘Admitamos que a fonte seja de 6 V (4 pithas em série), que o capacitor seja de 1 000 uF x 12 V e que 0 instrumento esteja na escala de 100 mA, como mostra a figura 29 Com a chave desligada e admitindo que 0 capacitor esteja completamente descarregado, 0 medidor de corrente nao indica passagem. Liguemos, agora, a have Gh, que fecha 0 circuito. O aluno rnotaré qué 0 ponteiro do instrumento sobe rapidamente, indicando que ha passagem de corrente e, em seguida, volta lentamente para a posigao inicial mostrando que nao ha mais passagem de corrente. Se passassemos para o desenho o fendmeno que acontece quando ligamos a chave, teriamos 0 ‘grafico. que mostramos na figura 30. 0 aluno observa que, no momento da ligago, a corrente passa instantaneamente para a maxima e, a partir dai, cal lentamente até zero, 0 que 50 da quando © capacitor esta carregado. © medidor de corrente das figuras 28 e 29 podera ser substituido por uma lampada de 6 V - 150 mA. Nesta situacao, ‘ aluno observaré que, no instante preciso que a chave fecha o circuito, a lampada se acende com 0 maximo brilho e depois se apaga, lentamente, 2- Ligado a um gerador de corrente alternada Coisa diferente da descrita ha pouco acontece quando o capacitor é ligado a uma fonte de corrente alternada. Realmente, se ligarmos uma lampada em série com um capacitor, em uma fonte de tensao alternada, iremos verificar que, apés 0 fechamento da chave, a lampada permanece sempre ‘acesa. Para comprovar isso, 0 aluno pode montar o circuito que mostramos na figura 31, onde a lampada 6 de 5 W - 110 V, 0 capacitor é de 5 uF e a tensao é ada rede de 110 V. Esta experiéncia demonstra que capacitor “da passagem” a corrente alternada. Tal propriedade o aluno ja ‘conhece, pois ela foi explicada na ligao sobre capacitores. Sabe também que nao se trata de passagem de corrente, pois 0 Figura 29 - Exemplo prdtico de um capacitor em CC. Figura 80 - Grafica da corrente no circuito da figura 29, Figura 81 - © capactor em corrente aternada, capacitor néo permite o fluxo de corente, mas ha uma allernacao na carga ¢ descarga nas armaduras do capacitor, € tudo se passa como se ele, efetivamente, permitisse 0 fluxo de elétrons. A intuigdo nos conduz a concluir que, quanto maiores as dimensoes do capacitor, ou seja, quanto mais alta sua Capacitancia, mais facilidade tera a Corrente alternada em atravessé-o. Esse falo 0 aluno podera observar se, no circuit da figura 31, usar Capacitores diferentes. Por exempio, com um capacitor de 1 yF, a lampada néo acende; com capacitor de 2uF, a lampada aacende muito fracamente; com capacitor de 100 pF, a lampada acende com todo 0 seu brilho. Resulta, entao, que a resisténcia oferecida pelo capacitor & passagem da corrente alternada, resisténcia essa que se chama de reatancia capacitiva, _depende inversamente de sua capacitancia, ou soja: ‘quanto maior a capacitancia, menor serd a reatanci ee Outro fator de importancia no valor 4a reatancia ¢é a frequéncia do gerador. A reatancia também depende inversamente da freqiéncia, ou seja, quanto maior a freqdéncia, menor sera a reatancia. Tudo isso que afirmamos @ mostrado pela formula: © 7 6, 28xF xC que permite determinar a reatancia capacitiva, representada por X, (xis indice C), conhecendo-se a frequéncia F em Hertz e a capacitancia C em Farads. Observacdo: Se o aluno se dispuser a efetuar as experiéncias que descrevemos, devera utilizar capacitores nao polarizados, pois, como & sabido, 0 capacitor eletrolitico nao pode ser ligado & rede de tensao alternada. Alem disso, deve-se também considerar a tensdo de trabalho dos mesmos. 3 - Fase entre tensao e corrente no capacitor Em um capacitor submetido a tensdo alternada, ha uma defasagem de 1/4 (um quarto) de periodo ou 90° (noventa graus) entre a tensao e a Corrente, sendo que a corrente esta adiantada em relacao a tensao. Isto significa que a tensao vai atingir sua amplitude maxima somente 1/4 de periodo depois que a corrente passou pela sua amplitude maxima. Na figura 32, mostramos 0 grafico de tensao eda Corrente em um circuito que possua exclusivamente capacitancia. Figura 32 - Grafica da tensao e corrente em um Circuito exclusivamente capacitive. 4 - Resumo do compor- tamento do capacitor no circuito de corrente alternada a) A corrente @ a tensao estao detasadas de 90°, sendo que a corrente esta adiantada em relagao a tensao. b) A dificuldade que o capacitor oferece a passagem da corrente alternada 6 chamada de reatancia capacitiva © & medida em Ohms, c) A reatancia capacitiva diminui quando se eleva a frequéncia e/ou a capacitancia, sendo avaliada pela formula 7 ou 1 +6,28xF xC 7% gaexF xe onde F ¢ a frequéncia em Hertz eC a capacitancia em Farads. IV - Algumas aplicagoes dos indutores e dos capa- citores J tivemos oportunidade de ressaltar que 0s capacitores, os indutores @ 08 resistores S40 os trés elementos Passivos que, _interligados convenientemente alimentados por ‘elementos ativos, tals como geradores de corrente variével @- transistores, constituem o fundamento de todos 0s ircuitos de eletrénica, principalmente os de radio e de TV. Basta isso para justicar 9 estudo separado que fizemos desses {8s componentes; mas, para que o aluno va sentindo desde j4 a importancia desses componentes, vamos dar, em seguida, alguns exemplos simples e de aplicacao individual de cada um deles. 1 exemplo - Emprego do resistor Temos uma lampada com as seguintes caracteristicas: tensao = 50 Ve corrente = 0,15 A. Devemos ligar essa lampada a tensao de 110 V sem usar transformador. ‘A solugao, neste caso, 6 usar um resistor para abaixar a tenséo de 110 V para 50 V, ou seja, um resistor que produza uma queda de tensao de 60 V. Montariamos, pois, 0 circuito da figura 33, Se quisermos determinar o valor esse resistor, bastard dividir a queda de — Figura 93 - Exemplo de apicagio 60 resistor. tensao (60 V) pela corrente que deve passar por ele, que é a mesma da lampada, ou seja, 0,15 A. Daria: 60+ 0,15 = 4000 A poténcia que o resistor transfor- maem calor é de: 60x0,15=9W logo, usariamos um resistor de 20 W. 22 exemplo - Emprego do indutor Vamos supor, que devamos alimentar 0 citcuito de um transistor com corrente continua, Porém, no circuito do transistor existe uma tensdo alternada de alta frequéncia que nao pode ser curto- circuitada através da fonte de corrente continua. Neste caso, ligamos 0 coletor do transistor a fonte, através de um indutor, ‘como mostramos na figura 34, Assim, 0 Indutor oferece pouca resisténci Figura 84 Exemplo de apioagio 00 indutor corrente continua e, portanto, 0 coletor do transistor € corretamente alimentado. Por ‘utro lado, esse indutor oferece elevada resisténcia a passagem de corrente alternada, evitando que esta corrente passe para a fonte de corrente continua que, possuindo baixa resisténcia, eliminaria essa corrente alternada. Essa situagdo 6 muito comum em eletrénica. O calculo do valor do indutor também bastante simples, pois normalmente conhecemos as ‘caracteristicas do transistor, 0 valor da tensao da fonte de corrente continua, etc. Desta maneira, calcula-se a resisténcia ohmica que 0 indutor deve possuir em corrente continua. Isto posto, elegemos um valor bem mais alto para a resisténcia do indutor em corrente alternada (reatancia) © determinamos a indutancia. Por fexemplo, vamos supor que a resisténcia do indutor em corrente continua seja de 10 @ queremos que ela atinja a de 1000 Q (100 vezes maior), em corrente alternada, para uma onda de 1 000 KHz. ‘Temos, pois: X, = 1000 O= 6,28 xF xt X, = 6.28 x 1000 000 Hz x L 1000 1 6.28 +4000 000 resultando: Observacéo: 0 aluno nao precisa preocupar-se com o calculo 11 efetuado, pois tem ele exclusivamente a finalidade de ilustrar a maneira de se cchegar ao valor do indutor 38 exemplo - Aplicacao do capacitor Vamos voltar a0 exemplo anterior. ‘Admitamos agora que o sinal alternado de RF (radiofrequéncia), que evitamos se perdesse, usando 0 indutor, deve ser aplicado 4 base do transistor. Sabemos ‘que a base de um transistor nao se pode aplicar tensdo elevada. Entao, devemos ligar o sinal de RF do coletor do transistor a base do seguinte, através de um componente que bloqueia a corrente continua e nao a alternada. Esse componente €, como sabemos, 0 Capacitor. Assim, terlamos 0 circulto da figura 35. Figura 35 - Exempo de apliagao do capacttor. © cailculo do capacitor também & simples. De fato, a dnica restricao que de- verios impor & que a reaténcia do capa- itor seja bem baixa e bem menor que a do indutor. Como a do indutor é de 1.000 ‘2, vamos impor para a do capacitor 10.0, (u Seja, 100 vezes menor. Pela formula: 7 628xF x. 1 6,28 F xX. Como F = 1 000 000 Hz @ X, = 10 , resulta: 6,28 x 1 000 000 x 10, 1 1 ane eee 62.8 1000000 0,016 uF Observacdo: Como no exemplo anterior, 0 aluno nao deve preocupar-se com o calcul, pois ele apenas complementa a nossa intencao, que € a de mostrar uma das aplicagdes do capacitor, em eletrbnica. ‘Com o decorrer do curso, iremos apresentando mais aplicagdes dos ‘componentes mostrados nesta liggo. CURSO DE ELETRONICA BASICA RADIO - TV 7* LICAO ESPECIAL TECNOLOGIA DOS TRANSISTORES (2' PARTE), A BANCADA DE TRABALHO E GRAFICOS (1° PARTE) 58) - Construcao planar Neste proceso de construgao, a superticie da fatia do cristal ¢ oxidada antes de serem formadas as juncées. Agora, para a formacao das jungdes pelo proceso de difusao, sao feitas aberturas na camada de éxido e introduzidas nelas, por difusdo, as substancias que Constituirdo a base e o omissor. 6%) - Técnica epitaxial A técnica epitaxial 6 um aperteigoamento com a finalidade de reduzir 2 resistividade do cristal que forma © coletor para, com isso, reduzir a queda e tensao na saturacao. Mas, para que se obtenha bom desempenho como transistor, 0 cristal deve ter resistividade alta. Para conciliar essas duas Propriedades —desejaveis, mas antagonicas, faz-se 0 sequinte: toma-se um cristal de baixa resistividade, sobre ele formando-se uma camada de resistividade alta. Agora, sobre essa camada de alta resistividade, formam-se as jungdes, por processo mesa ou planar. Observacoes: 1) Nesta ligéo especial, demos somente uma idgia geral de alguns pprocessos de fabricagao de transistores. Na realidade, a fabricacao de transistores @ bastante complexa e requer técnicas avancadas na purificagao do cristal, soldagem dos terminais, encapsulamento, etc., principalmente em se tratando de ‘components to pequenos, como S80 05 transistores. Basta 0 aluno imaginar que um transistor tipico, sem a cépsula, no tem mais que 2 millmetros de lado. 28) Como o aluno deve ter observado pelos titulos, as denominagdes mesa e planar reférem-se a tipos de construgdo do transistor e nao a técnica de fabricacao. Assim, 6 comum encontrar- se transistores planar de liga, planar epitaxial, etc. 3%) Em nossas explicacées, partimos sempre de um cristal de germanio. Com isso, forma-se um Figura 20 - Exempla: Ratiicador de mela onda, transistor de germanio. Se se partisse do cristal de silico, formar-se-ia transistor de silicio. Atualmente, os transistores de silicio estéo | tendo grande desenvolvimento, em razao de suas {qualidades sensivelmente superiores as dos de germénio, em grande numero de aplicag6es, principalmente porque 0 transistor de silicio 6 menos sensivel a alta temperatura. De fato, uma jungao PN de germanio suporta uma temperatura maxima de 100°C, ao passo que a mesma jung de silicio pode suportar 200°C. Alem disso, a resistencia intrinseca do silicio ¢ bem mais elevada que a do germanio, 0 que possibilita ao silicio suportar tensao inversa bem mais elevada. Adiantamos que se chama de tensao inversa aquela aplicada no sentido inverso do da conducao. Por exemplo, suponhamos que, no retificador ilustrado na figura 20, seja aplicada tensao eficaz de 110 V. Evidentemente, quando o semiciclo positivo da tensao é aplicado no sentido da condugéo, 0 retifcador oferece resisténcia baixa, digamos 5 2, 0 que produz, no retificador, uma queda de tensao baixa. Suponhamos que a corrente seja de 0,5 A. Entao, a queda de tensao & de0.5x5=25V, Mas, quando é 0 semiciclo negativo ue ataca o retificador, ele (o retficador) opoe resisténcia elevada, digamos 200.000 ©. Ora, nesse caso a corrente pelo retiticador 6 praticamente desprezivel, e 0 componente fica submetido a toda a tenso, ou seja, 110 V, No caso. Essa tensto ¢ a tensto inversa. Evidentemente, para que 0 relificador ou o transistor possa funcionar ‘em grandes excursoes de tensao, deve suportar tensdo inversa também grande. 48) As capacitancias internas, ou soja, intereletrédicas do transistor, assim ‘como acontece com as valvulas, S40 um 12 fator importante quando se trata de ampiiicar sinais de alta frequéneia. No transistor, a capacitancia mais importante € aquela entre 0 coletor e a base. Nas valvulas, {01 introduzida uma grade, que, ‘como jé estudamos, recebeu 0 nome dé ‘rade de blindagem, com a finaidade de redu2ir a capacitancia entre placa e grade 4e controle. Nos transistores procurou-se uma solugéo semelhante. Assim, nos transistores para ata freqiéncia, como 0 BF167, BF197, etc, intfoduziu-se uma blindagem integrada, que é uma camada metalica adicional, ditundida na ragido do coletor o ligada 20 emissor. Na figura 21a, simbolizamos o transistor € sua capacitancia entre coletor ¢ base e, na 21b, 0 transistor com a blindagem integrada. Figura 21 - Simbologia: Capacitancia entre colotor @ base e a blndagem inlegrada de um transistor. A BANCADA DE TRABALHO Introdugao Na realizagdo efetiva dos trabalhos praticos, seja na montagem ou na reparagao de aparelhos eletronicos, o primeiro elemento que se deve considerar para a obtengao de bons resultados ¢ a organizacao racional do trabalho. Grande parte dos técnicos em eletrénica nao da ‘muita atengao ao planejamento de uma bancada e a escolha judiciosa do local de trabalho, resultando dai trabalho mal organizado, perda de tempo e cansaco fisico desnecessario, como mostrado na figura 1 Figura 1 tempo e cansago fisico e mental Bancada nao organizada: perda de Com esta licdo especial, visamos orientar 0 aluno na construgao de uma bancada de trabalho individual, mas que pode ser tomada como modelo para a instalacao de local de trabalho em pequenas oficinas. 1 - Requisitos de uma bancada Uma baneada de trabalho bem concebida deve preencher os seguintes requisitos: eficiéncia, confortabilidade, iluminagao e ventilagao. a) Eficiéncia: Para que uma bancada seja eficiente, isto 6, permita que © usuario tenha a mao, com faciidade, 0 material e as ferramentas de que ele necesita para a execucao do trabalho, ela deve ter dimensdes adequadas © compartimentos para pecas, ferramentas, livros, et., de facil acesso. b) Conforto: A bancada deve ser projetada de tal maneira que permita que rela se trabalhe com contorto, isto 6, sem grandes estorcos musculares ou em posigdes desajeitadas. ©) Hluminagao: Muita atengao deve ser dispensada a lluminagéo da bancada, para evitar 0 esforco visual exagerado e, também, 0 ofuscamento, Sempre que possivel, deve se aproveitar a lluminagao natural ¢) Ventilagao: O local de trabalho dove ser arejado. Devem se evitar as correntes de ar e também os locais abafados e imidos. 2- Local de trabalho Como afirmamos, a bancada deve ser instalada em local que possua boa ventilagao e iluminacao (figura 2) Quando possivel, deve-se utilizar todo 0 quarto ou a sala exclusivamente para os trabalhos praticos. Em caso de montagem ‘de uma pequena oficina, grande parte da rea disponivel deve ser reservada a0 local de trabalho, que se chamara, entao, laboratério. A bancada devera ser Figura 2 - Bancada orgarizada: boa luminacto fe ventilagao sao liens. importantes para 0 trabalho do tecnico. localizada de modo a preencher os requisitos c e d. De preferéncia, deve-se instald-la préximo a uma janela ou ‘vitraux" de modo que a luz natural (sol) cchegue até a bancada. ‘As paredes e 0 teto devem ser pintados com tinta opaca, de cor clara. Se 0 local onde for instalada a bancada nao possuir boa ventilagao natural, ser aconselhavel instalar um ventilador elétrico, se possivel dotado de resisténcia de aquecimento, para que se trabalhe, no inverno, em condigdes de conforto, ane bancada Construgao da Uma vez escolhido 0 local de trabalho, deve-se fazer 0 projeto da bbancada, ou seja, um desenho em que se especifiquem as dimensées © os compartimentos desejados. Essas

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