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Educação Ambiental

e Cidadania
História da
Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA:
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
VALÉRIA STRANGHETTI
ZÉLIA APARECIDA VALSECHI DA SILVA

Guia referente à disciplina de Educação


Ambiental e Cidadania do Centro Univer-
sitário de Rio Preto, elaborado pela Prof.ª
Dra. Valéria Stranghetti e pela Prof.ª M.ª
Zélia Aparecida Valsechi da Silva.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

Halim Atique Junior


Reitor

Manuela Kruchewsky Bastos Atique


Vice-Reitora

Agdamar Affini Suffredini


Pró-Reitora Acadêmica
APRESENTAÇÃO ............................................. 6

1. ASPECTOS CONCEITUAIS .......................... 7


1.1 Aspectos da Educação Ambiental ............................ 9
1.2.2 Educação informal ................................................. 8
8
2. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL .. 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................... 23

REFERÊNCIAS ............................................. 24
Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

APRESENTAÇÃO

Bem-vindo à segunda parte do guia de estudos da disciplina de


Educação Ambiental e Cidadania! Neste guia, percorreremos, especifica-
mente, a história da Educação Ambiental!

Para que este guia fosse produzido, utilizamos, além de nossa ex-
periência acadêmica, a legislação concernente aos problemas que serão
abordados na disciplina. A partir deste estudo, poderemos ter, em linhas
gerais, um panorama sobre o que trata a história da Educação Ambiental.

Leia e estude atentamente o guia! Esperamos não só que este tex-


to o ajude em uma melhor compreensão do assunto, mas também que o
motive para o desenvolvimento de outros estudos!

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1. ASPECTOS CONCEITUAIS

No nosso primeiro guia de estudos, referimo-nos ao conceito de


meio ambiente conforme a lei federal n° 6.938/81, que dispõe sobre a Po-
lítica Nacional do Meio Ambiente. Vamos, agora, discutir outros aspectos
relacionados à conceituação desse assunto!

Existem várias definições de Educação Ambiental (EA). Dentre as


muitas definições, a definição apresentada na Conferência Intergoverna-
mental de Tbilisi (em 1977) significa um marco no desenvolvimento da EA,
pois apresenta a Educação Ambiental como um processo de reconheci-
mento de valores e de clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvi-
mento das habilidades e modificando atitudes em relação ao meio, a fim de
entender e apreciar as inter-relações entre humanos, suas culturas e seus
meios biofísicos.

Ainda de acordo com o que foi mostrado nessa Conferência, a Edu-


cação Ambiental também está relacionada à prática das tomadas de deci-
são e à ética, as quais nos conduzem para a melhoria na qualidade de vida
(SATO, 2003).

Essa conferência apresentou a Educação Ambiental como fator pri-


mordial para que a riqueza e o desenvolvimento dos países sejam atingidos
igualitariamente. Ainda, determinou que a EA devesse ser abordada pela
educação formal e pela educação informal, procurando atingir pessoas de
todas as idades, despertando o indivíduo a participar ativamente da solu-
ção de problemas ambientais de seu cotidiano (PEDRINI, 1997).

No capítulo 36 da Agenda 21 (instrumento de planejamento parti-


cipativo para o desenvolvimento sustentável), a EA é definida como o pro-
cesso que busca:

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

[...] desenvolver uma população que seja consciente e preocu-


pada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são
associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilida-
des, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, indivi-
dual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas
existentes e para a prevenção dos novos [...].

Outra definição importante está presente na lei n. 9.795 de 1999,


que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental:

Art. 1º. Entende-se por educação ambiental os processos por


meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valo-
res sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competên-
cias voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999).

Existem diferentes definições atribuídas à Educação Ambiental,


porém, a sua inclusão na escola ainda se apresenta como um grande de-
safio aos educadores.

Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhe-


cimentos sobre os recursos naturais, a EA é uma ferramenta indispensável
à construção de novos valores e atitudes, voltados ao desenvolvimento de
uma sociedade comprometida com a solução de seus problemas ambien-
tais, proporcionando condições adequadas de sobrevivência para as atuais
e futuras gerações.

A educação, seja formal, informal, familiar ou ambiental só é


completa quando a pessoa pode chegar nos principais momen-
tos de sua vida a pensar por si próprio, agir conforme os seus
princípios, viver segundo seus critérios (REIGOTA, 1997).

Tendo essa premissa básica como referência, propõe-se que


a EA seja um processo de formação dinâmico, permanente e participativo,
no qual as pessoas envolvidas passem a ser agentes transformadores,
participando ativamente da busca de alternativas para a redução de impac-
tos ambientais e para o controle social do uso dos recursos naturais.

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

1.1 Objetivos da Educação Ambiental

Considera-se como objetivo da EA atingir o público em geral. Par-


te-se do princípio de que todas as pessoas devem ter oportunidade de ter
acesso às informações que lhes permitam participar ativamente na busca
de soluções para os problemas ambientais atuais.

A EA é uma das ferramentas existentes para a sensibilização e para


a capacitação da população em geral sobre os problemas ambientais. Com
ela, buscam-se desenvolver técnicas e métodos que facilitem o processo
de tomada de consciência sobre a gravidade dos problemas ambientais e a
necessidade urgente de debruçarmo-nos seriamente sobre eles (CELSO,
2002).

A educação formal e a informal, segundo Celso (2002), são catego-


rias básicas de educação ambiental.

1.2 Categorias básicas de educação ambiental

1.2.1 Educação formal

A educação formal envolve estudantes em geral, desde a educa-


ção infantil até a fundamental, média e universitária, além de professores
e demais profissionais envolvidos em cursos de treinamento em EA (figura
1).

Figura 1: Educação Ambiental formal


Fonte: disponível em: < https://www2.unipam.edu.br/documents/951462/0/estrutura+160.jp-
g/52adc573-8294-499c-ad69-695885732cc0?t=1394471010027>.

Acesso em: 2 fev. 2021.

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

1.2.2 Educação informal

A educação informal envolve todos os segmentos da população,


tais como: grupos de mulheres, de jovens, de trabalhadores, de políticos,
de empresários, de associações de moradores, de profissionais liberais,
dentre outros (figura 2).

Figura 2: Associação de moradores


Fonte: disponível em: <https://freguesiadolivro.files.wordpress.com/2012/05/freguesiadoli-
vro_aguanascente_catadoresreciclaveis.jpg> Acesso em: 2 fev. 2021.

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2. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

De acordo com o Brasil (2006), segue a história da EA:

2.1 No mundo

A seguir, veremos os eventos que marcaram a Educação Ambien-


tal no mundo.

No século XIX:

• 1869: Ernst Haeckel propõe o vocábulo “ecologia”


para os estudos das relações entre as espécies e seu
ambiente;
• 1872: criação do primeiro parque nacional do mundo
“Yellowstone” (USA).

No século XX:

• 1947: funda-se na Suíça a União Internacional para a


Conservação da Natureza – UICN;

• 1952: acidente de poluição do ar em Londres provoca


a morte de 1.600 pessoas.

Nos anos 60:

• 1962: publicação da “Primavera Silenciosa” por Ra-


chel Carlson;

• 1965: é utilizada a expressão “Educação Ambiental”


(Enviromental Education) e “Conferência de Educa-
ção” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha;

• 1966: Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos


- Assembleia Geral da ONU;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• - 1968: fundação do Clube de Roma e Manifestações


de Maio de 68 na França.

Nos anos 70:

• 1972: publicação do relatório “Os Limites do Cresci-


mento” - Clube de Roma;

• 1972: Conferência de Estocolmo - Discussão do De-


senvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesen-
volvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Am-
biente;

• 1973: Registro Mundial de Programas em Educação


Ambiental – USA;

• 1974: Seminário de Educação Ambiental em Jammi,


Finlândia – reconhece-se a Educação Ambiental como
educação integral e permanente;

• 1975: Congresso de Belgrado - a Carta de Belgrado


estabelece as metas e os princípios da Educação Am-
biental;

• 1975: Programa Internacional de Educação Ambiental


– PIEA;

• 1976: Reunião Sub-regional de EA para o ensino Se-


cundário Chosica, Peru. Questões ambientais na Amé-
rica Latina estão ligadas às necessidades de sobrevi-
vência e aos direitos humanos;

• 1976: o Congresso de Educação Ambiental Brasarville


(África) reconhece que a pobreza é o maior problema
ambiental;

• 1977: a Conferência de Tbilisi (Geórgia) estabelece os


princípios orientadores da EA e remarca seu caráter
interdisciplinar, crítico, ético e transformador;

• 1979: Encontro Regional de Educação Ambiental para


América Latina em San José, Costa Rica.

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

Nos anos 80:

• 1980: Seminário Regional Europeu sobre EA para Europa e


América do Norte. Assinala a importância do intercâmbio de
informações e de experiências;

• 1980: Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes,


Manama, Bahrein; Primeira Conferência Asiática da UNES-
CO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) – PNUMA (Programa das Nações Uni-
das para o Meio Ambiente) sobre Nova Delhi, Índia;

• 1987: divulgação do Relatório da Comissão Brundtland,


Nosso Futuro Comum; Congresso Internacional da UNES-
CO – PNUMA – sobre Educação e Formação Ambiental
– Moscou: realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi,
reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a
importância e a necessidade da pesquisa e da formação em
Educação Ambiental;

• 1988: Declaração de Caracas - ORPAL – PNUMA – sobre


Gestão Ambiental; a América denuncia a necessidade de
mudar o modelo de desenvolvimento;

• 1989: primeiro seminário sobre materiais para a Educação


Ambiental (ORLEAC-UNESCO-PIEA) em Santiago, Chile.

• 1989: Declaração de HAIA; o preparatório da RIO/92 apon-


ta a importância da cooperação internacional nas questões
ambientais.

Nos anos 90:

• 1990: Conferência Mundial sobre Ensino para Todos – sa-


tisfação das necessidades básicas de aprendizagem – em
Jomtien, Tailândia: destaca o conceito de analfabetismo am-
biental; a Organização das Nações Unidas (ONU) declara o
ano 1990 como Ano Internacional do Meio Ambiente.

• 1991: reuniões preparatórias da Rio/92;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1992: Conferência sobre o Meio Ambiente e o Desen-


volvimento, UNCED, Rio/92 - Criação da Agenda 21;
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sus-
tentáveis; FORUN das ONGs - compromissos da socie-
dade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente;
Carta Brasileira de Educação Ambiental; apontam-se
as necessidades de capacitação na área do MEC.
1993: Congresso sul-americano de continuidade da
Eco/92 na Argentina; Conferência dos Direitos Huma-
nos em Viena.

Nos anos 2000:

• 2002: em dezembro, a Assembleia Geral das Nações


Unidas, durante sua 57ª sessão, estabeleceu a resolu-
ção nº 254, declarando 2005 como o início da Década
da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, de-
positando na UNESCO a responsabilidade pela imple-
mentação da iniciativa;

• 2003: durante a XIV Reunião do Foro de Ministros de


Meio Ambiente da América Latina e Caribe, em novem-
bro, no Panamá, é oficializado o PLACEA, o Programa
Latino-Americano e Caribenho de Educação Ambien-
tal, que teve como principal protagonista a Venezuela,
e, como foro de discussões, a série dos congressos
ibero-americanos de educação ambiental; em novem-
bro, é realizada, na Venezuela, a reunião de trabalho
de especialistas em gestão pública da educação am-
biental na América Latina e Caribe, reunião essa na
qual se elaborou o plano de implementação do PLA-
CEA, de modo articulado com a Iniciativa latino-ameri-
cana e caribenha para o desenvolvimento sustentável;
em janeiro, é criada, em Portugal, durante as XII Jor-
nadas Pedagógicas de Educação Ambiental da Asso-
ciação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA)

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

a Rede Lusófona de Educação Ambiental, reunindo


educadores ambientais brasileiros, portugueses e de
outras nacionalidades de língua portuguesa;

• 2005: os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODS) são uma agenda mundial adotada durante a
Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável em setembro de 2015 composta por 17
objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. Nes-
sa agenda, estão previstas ações mundiais nas áreas
de erradicação da pobreza, da segurança alimentar,
da agricultura, da saúde, da educação, da igualdade
de gênero, da redução das desigualdades, da energia,
da água e do saneamento, dos padrões sustentáveis
de produção e de consumo, da mudança do clima, de
cidades sustentáveis, da proteção e do uso susten-
tável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, do
crescimento econômico inclusivo, da infraestrutura, da
industrialização, entre outros. Os temas podem ser di-
vididos em quatro dimensões principais:

• social: relacionada às necessidades humanas,


de saúde, educação, de melhoria da qualidade
de vida e justiça;

• ambiental: trata da preservação e da conser-


vação do meio ambiente, com ações que vão
da reversão do desmatamento, da proteção das
florestas e da biodiversidade, do combate à de-
sertificação, do uso sustentável dos oceanos
e recursos marinhos até a adoção de medidas
efetivas contra mudanças climáticas;

• econômica: aborda o uso e o esgotamento dos


recursos naturais, a produção de resíduos, o
consumo de energia, entre outros;

• institucional: diz respeito às capacidades de


colocar em prática os ODS.

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

2.2 No Brasil

Vejamos, agora, como se deram os acontecimentos relativos à


Educação Ambiental no Brasil.

No século XIX:

• 1808: criação do Jardim Botânico no Rio de Janeiro;

• 1850: Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploração


florestal nas terras descobertas: a lei foi ignorada, con-
tinuando o desmatamento para implantação da mono-
cultura de café;

• 1876: André Rebouças sugere a criação de parques


nacionais na Ilha de Bananal e em Sete Quedas;

• 1891: decreto 8.843 cria a reserva florestal em Acre,


reserva essa que, infelizmente, não foi ainda implan-
tada;

• 1896: foi criado o primeiro parque estadual em São


Pablo (Parque da Cidade).

No século XX:

• 1920: o pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) é con-


siderado extinto;

• 1932: realiza-se no Museu Nacional a primeira Confe-


rência Brasileira de Proteção à Natureza;

• 1934: o decreto 23793 transforma em lei o anteprojeto


de Código Forestal;

• 1937: cria-se o Parque Nacional de Itatiaia;

• 1939: cria-se o Parque Nacional do Iguaçu.

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

Nos anos 60:

• 1961: Jânio Quadros declara o pau-brasil como árvore


símbolo nacional e o ipê-amarelo como a flor símbolo
nacional.

Nos anos 70:

• 1971: cria-se a Associação Gaúcha de Proteção ao


Ambiente Natural – AGAPAN no Rio Grande do Sul.

• 1972: a Delegação Brasileira na Conferência de Esto-


colmo declara que o país está “aberto à poluição, por-
que o que se precisa são dólares, desenvolvimento e
empregos”. Apesar disto, contraditoriamente, o Brasil
lidera os países do Terceiro Mundo para não aceitar
a Teoria do Crescimento Zero proposta pelo Clube de
Roma;

• 1972: a Universidade Federal de Pernambuco inicia


uma campanha de reintrodução do pau-brasil conside-
rado extinto em 1920;

• 1973: cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente


- SEMA no âmbito do Ministério do Interior, que, entre
outras atividades, começa a fazer Educação Ambien-
tal;

• 1976: a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente), a Fun-


dação Educacional do Distrito Federal e a Universida-
de de Brasília realizam o primeiro curso de Extensão
para professores do 1o Grau em Ecologia;

• 1977: implantação do Projeto de Educação Ambiental


em Ceilândia (1977-81);

• 1977: a SEMA constitui um grupo de trabalho para


elaboração de um documento de Educação Ambiental
para definir seu papel no contexto brasileiro;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1977: seminários, encontros e debates preparatórios


à Conferência de Tbilisi são realizados pela Fundação
Estadual de Engenharia de Meio Ambiente – FEEMA
– RJ;

• 1977: a disciplina Ciências Ambientais passa a ser


obrigatória nos cursos de Engenharia;

• 1978: a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul


desenvolve o Projeto Natureza (1978 - 85);

• 1978: criação de cursos voltados para as questões


ambientais em várias universidades brasileiras;

• 1978: nos cursos de Engenharia Sanitária se inserem


as disciplinas de Saneamento Básico e Saneamento
Ambiental.

• 1979: o Ministério da Educação (MEC) e a Companhia


de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB/
SP) publicam o documento “Ecologia: uma Proposta
para o Ensino de 1o e 2o Graus”.

Nos anos 80:

• 1981: a lei 6.938 de 31 de agosto dispõe sobre a Po-


lítica Nacional do Meio Ambiente (presidente João Fi-
gueiredo);

• 1984: Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONA-


MA) apresenta uma resolução, estabelecendo diretri-
zes para a Educação Ambiental, que não é tratada;

• 1986: a SEMA e a Universidade Nacional de Brasí-


lia organizam o primeiro Curso de Especialização em
Educação Ambiental (1986-88);

• 1986: I Seminário Nacional sobre Universidade e Meio


Ambiente;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1986: Seminário Internacional de Desenvolvimento


Sustentado e Conservação de Regiões Estuarino –
Lacunares (Manguezais), São Paulo;

• 1987: o MEC aprova o Parecer 226/87 do conselheiro


Arnaldo Niskier em relação à necessidade de inclusão
da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1o
e 2o graus; Paulo Nogueira Neto representa ao Brasil
na Comissão Brundtland; II Seminário da Universidade
e Meio Ambiente em Belém, Pará.

• 1988: a Constituição Brasileira, de 1988, no capítulo


VI (Do Meio Ambiente), art. 225, VI, destaca a neces-
sidade de ‘’promover a Educação Ambiental em todos
os níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente’’. Para cumprimento
dos preceitos constitucionais, das leis federais, dos de-
cretos, das constituições estaduais, as leis municipais
determinam a obrigatoriedade da Educação Ambien-
tal; a Fundação Getúlio Vargas traduz e publica o Re-
latório Brundtland, “Nosso Futuro Comum”; a Secreta-
ria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a edição piloto do livro “Educação Ambiental”
Guia para professores de 1o e 2o Graus.

• 1989: criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente


- IBAMA, pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA
e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação Ambien-
tal.

• 1989: Programa de Educação Ambiental em Universi-


dade Aberta da Fundação Demócrito Rocha por meio
de encartes nos jornais de Recife e Fortaleza;

• 1989: Primeiro Encontro Nacional sobre Educação


Ambiental no Ensino Formal - IBAMA/ UFRPE, Recife;

• 1989: cria-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente


(FNMA) no Ministério do Meio Ambiente (MMA);

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1989: III Seminário Nacional sobre Universidade e


Meio Ambiente em Cuiabá (MT).

Nos anos 90:

• 1990: I Curso Latino-Americano de Especialização


em Educação Ambiental (PNUMA/ IBAMA/ CNPq/ CA-
PES/ UFMT, Cuiabá (MT)) de 1990 a 1994.

• 1990: IV Seminário Nacional sobre Universidade e


Meio Ambiente em Florianópolis (SC).

• 1991: o MEC resolve que todos os currículos nos di-


versos níveis de ensino deverão contemplar conteú-
dos de Educação Ambiental (portaria 678 (14/05/91);
Projeto de Informações sobre Educação Ambiental
- IBAMA/ MEC; Grupo de Trabalho para Educação
Ambiental coordenado pelo MEC; preparatório para a
Conferência do Rio/92; Encontro Nacional de Políticas
e de Metodologias para Educação Ambiental - MEC/
IBAMA/ Secretaria do Meio Ambiente da Presidência
da República/ UNESCO/ Embaixada do Canadá;

• 1992: Conferência do Rio/92; Criação dos Núcleos


Estaduais de Educação Ambiental do IBAMA, NEAs;
Participação das ONGs do Brasil no Fórum de ONGs
e na redação do Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis. Destaca-se o papel da Edu-
cação Ambiental na construção da Cidadania Ambien-
tal; o MEC promove no CIAC do Rio das Pedras em
Jacarepaguá, Rio de Janeiro, o workshop sobre Edu-
cação Ambiental cujo resultado encontra-se na Carta
Brasileira de Educação Ambiental, destacando a ne-
cessidade de capacitação de recursos humanos para
EA;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1993: uma proposta interdisciplinar de Educação Ambiental


para Amazônia; IBAMA, Universidades e SEDUCs da re-
gião; publicação de um documento metodológico e de um
de caráter temático com 10 temas ambientais da região (de
1992 a 1994); criação dos Centros de Educação Ambiental
do MEC, com a finalidade de criar e difundir metodologias
em Educação Ambiental;

• 1994: aprovação do Programa Nacional de Educação Am-


biental (PRONEA), com a participação do MMA/IBAMA/
MEC/MCT/MINC; publicação da Agenda 21 feita por crian-
ças e jovens em português (UNICEF); 3º Fórum de Educa-
ção Ambiental;

• 1995: todos os projetos ambientais e/ou de desenvolvimen-


to sustentável devem incluir como componente atividades
de Educação Ambiental;

• 1996: criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental


do CONAMA; novos Parâmetros Curriculares do MEC, nos
quais inclui a Educação Ambiental como tema transversal
do currículo; cursos de capacitação em Educação Ambien-
tal para os técnicos das SEDUCs e DEMECs nos Estados,
para orientar a implantação dos Parâmetros Curriculares;
convênio UNESCO – MEC; Criação da Comissão Intermi-
nisterial de EA (MMA).

• 1997: criação da Comissão de Educação Ambiental do


MMA; I Conferência Nacional de Educação Ambiental – IC-
NEA, Brasília; Cursos de Educação Ambiental organizados
pelo MEC – Coordenação de Educação Ambiental, para as
escolas técnicas e segunda etapa de capacitação das SE-
DUCs e DEMECs; convênio UNESCO – MEC; IV Fórum de
Educação Ambiental e I Encontro da Rede de Educadores
Ambientais, em Vitória; I Teleconferência Nacional de Edu-
cação Ambiental em Brasília, promovida pelo MEC;

• 1998: publicação dos materiais surgidos da ICNEA;

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

• 1999: criação da Diretoria de Educação Ambiental do


MMA, Gabinete do Ministro; aprovada a Lei 9.597/99
que institui a Política Nacional de EA; Programa Nacio-
nal de Educação Ambiental – PNEA; criação dos Mo-
vimentos dos Protetores da Vida Carta de Princípios
Brasília (DF); a coordenação de EA do MEC passa a
formar parte da Secretária de Ensino Fundamental –
COEA.

Nos anos 2000:

• 2000: Seminário de Educação Ambiental organizado


pela COEA e pelo MEC em Brasília (DF); Curso Bá-
sico de Educação Ambiental à Distância (DEA/ MMA
UFSC/ LED/ LEA).

• 2002: Lançado o Sistema Brasileiro de Informação


sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis –
SIBEA; Decreto Nº 4.281 de 25 de junho de 2002. Tal
sistema regulamenta a lei que institui a Política Nacio-
nal de Educação Ambiental e dá outras providências;

• 2004: em setembro, é realizada a Consulta Pública do


Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA,
que reuniu contribuições de mais de 800 educadores
ambientais do país. Em novembro, foi realizado o V
Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, após sete
anos de intervalo ocorrido entre o IV Fórum, com o lan-
çamento da Revista Brasileira de Educação Ambiental
e com a criação da Rede Brasileira de Educomunica-
ção Ambiental – REBECA. Ainda em novembro, após
dois anos de existência enquanto Grupo de Estudos,
é oficializado o Grupo de Trabalho em Educação Am-
biental da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Educação - ANPEd. Em dezembro, é
criado o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental no
FBOMS, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos
Sociais.
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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse guia, tivemos a oportunidade de apresentar um panorama sobre


os aspectos conceituais relacionados à Educação Ambiental e verificamos os
principais acontecimentos históricos no mundo e no Brasil concernentes a essa
disciplina.

No próximo guia, estudaremos, especificamente, a biodiversidade e as


condições de preservação ambiental!

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Guia II de Educação Ambiental e Cidadania

REFERÊNCIAS

BRASIL, Governo Federal. Lei de educação ambiental n. 9795/99. Bra-


sília, 1999.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Desenvolvimento


Sustentável/Agenda 21. Passo a passo da Agenda 21 local. Brasília:
SDS, 2005.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Histórico Brasileiro, 2006. Dispo-


nível em:< http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-edu-
cacao-ambiental/historico-mundial> Acesso em: 3 fev. 2021.

BRASIL Ministério do Meio Ambiente. Histórico Mundial, 2006. Disponí-


vel em:< http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educa-
cao-ambiental/historico-brasileiro> Acesso em: 3 fev. 2021.

CELSO, M. Educação Ambiental: conceitos e princípios. /Celso Marca-


to - Belo Horizonte: FEAM, 2002. Disponível em: <http://pt.scribd.com/
doc/7028363/Educacao-Ambiental-Conceitos-Principios.>. Acesso em: 29
fev. 2021.

PEDRINI, A.G. (Org.). Educação Ambiental: reflexões e práticas contem-


porâneas. Petrópolis: Vozes, 1997.

REIGOTA, M. Meio Ambiente e representação social. 2 ed. São Paulo:


Cortez, 1997.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2003.

24

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