You are on page 1of 11

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INDEPENDENTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

TRABALHO INVESTIGATIVO DE FILOSOFIA DO DIREITO

TEMA: EMPIRISMO

AUTORES:

-Enígma Chimuco
-Moisés Java
5º ANO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TURMA: A1

LUBANGO 2023

O DOCENTE

_________________________________

NUNES FELIX BENTO


INTRODUÇÃO

A capacidade de obter conhecimento é a linha divisória entre o ser humano e os outros


animais. Este facto levou os homens a refletirem em vários pontos do tempo, sobre a origem
deste conhecimento. Já na antiga Grécia, era tópico de debates entre sábios, filósofos e sofistas
o entendimento de como os seres humanos adquirem o conhecimento. Contudo, no presente
estudo nos vamos ater a questões ligadas ao chamado Empirismo que é uma corrente do
pensamento que aborda sobre as forma de adquirir o conhecimento.
1. O EMPIRISMO
1.2.PRINCIPAIS EXPOENTES
O empirismo como corrente filosófica que predominou no Reino Unido da Grã-
Bretanha teve como principais expoentes os seguintes pensadores:

1.2.1. JOHN LOCKE- (1632-1704)


Foi um filosofo inglês, um dos célebres representantes do empirismo ou ,
sendo considerado fundador desta corrente de pensamento. Nasceu no
Reino Unido propriamente em Wrington, em 29 de Agosto de 1632 e veio
a falecer em 28 de outubro de 1704 High Laver, Reino Unido.
Teve suas Influências em : Thomas Hobbes, René Descartes, Platão,
Aristóteles.
Influenciou: Kant, Hume, Voltair
Sua principal Obra foi: Ensaios Sobre o entendimento Humano. Nesta
podemos as suas principais ideis sobre empirismo.
1.2.2. GEORGE BERKELEY-(1685-1753)
Foi um Bispo, cientista e filósofo idealista da Irlanda do Norte, nascido em
12 de março de 1785 no Condado Kilkeny e faleceu em 14 de Janeiro de
1753.
Influenciado por: Locke
Influenciou as ideias de Einstein e Mach.
Sua Magnum opus foi o Tratado dos Princípios do Conhecimento Humano.
1.2.3. DAVID HUME-(1711-1776)
Foi um filósofo Escocês, nascido em Edimburgo aos 7 de maio de 1711 e
viria a falecer aos 25 de Agosto 1776. David Hume elaborou um
pensamento crítico Cartesiano e outras filosofias que consideravam o
espirito humano à partir de um posto de teológico-metafísico, fortemente
influenciado por Locke Berkeley.
Influenciou: James Medison, Kant.
Sua obra de destaque foi o Tratado da Natureza Humana, onde utilizou o
método analítico de Isaac Newton.
1.3. CONTEXTUALIZAÇÃO

A preocupação sobre, os modos de aquisição do conhecimento não é um tópico


novo entre os seres humanos, e tal como introduzimos, já na antiguidade se discutia
a respeito de tal assunto. Filósofos antigos como Aristóteles já experimentavam
debates defendendo ideias que no seu cerne tinha um conteúdo semelhante ao que
chamamos hoje de Empirismo.

O Empirismo surge na idade moderna como uma tendência filosófica que se


desenvolvia principalmente no Reino Unido desde a idade média. Esta corrente
opõe-se ao racionalismo que predominava em maior parte da Europa continental.
1.4. VISÃO GERAL
O empirismo é uma corrente filosófica, referente a ideia do conhecimento, que
tem suas origens na filosofia aristotélicas. O termo empirismo advém a palavra
grega empeiria, que significa experiência. Na idade moderna quando a questão
do conhecimento se tornou o tema central para a produção filosófica esta
corrente doi impulsionada por grandes filósofos como Thomas Hobbes, John
Locke, George Berkeley e David Hume
No seu sentido mais amplo o Empirismo, corresponde a todas aquelas correntes
do pensamento que sustentam a Origem única ou fundamental do conhecimento
dado pela experiência sensorial.
Contudo, o entendimento sobre a origem desse conhecimento não é uniforme.
Deste modo vejamos como a tríade da corrente filosófica empirista britânica
observa e analisa esta questão:

1.5. JOHN LOCKE desenvolveu o chamado Empirismo Crítico utilizando para tal o
método indutivo, esta critica feita por Locke, dirigiu-se contundentemente a doutrina
das ideias inatas de Descartes. A partir desta teoria outros Empiristas, como
Berkeley e Hume, desenvolveram suas doutrinas acrescentando ou revisando quando
necessário.

Para Locke se houvessem ideias inatas, tal como defendia descartes, então todos
os seres humanos de todas as origens e idades, incluindo crianças deveriam ter as
mesmas ideias, porém, pela observação não é possível comprovar esta conclusão.
Locke, explica que para chegar-se ao conhecimento o ponto de partida são as
sensações, dito de outro modo, todas as ideais são a elaboração elementos que
captamos pelos sentidos quando entramos em contacto com a realidade. Assim, o
conhecimento é posterior a experiência.

Não podemos perder de vista, no entanto, segundo Locke, o facto segundo o


qual, o conhecimento emana da experiência, não significa que podemos considerar
válido este conhecimento, apenas tendo por base os limites desta experiência uma
vez que existem verdades universalmente válidas, como as verdades matemáticas
que não resultam da experiência, mas do pensamento. Este facto faz com que Locke
não seja considerado um empirista integral.

Locke acreditava no Empirismo da seguinte maneira:


O homem nasce como uma Tábua rasa, uma folha em branco sem qualquer
conteúdo ou conhecimento tangível, com a vivência o indivíduo acessa ideias por
meio da sensibilidade corporal. Então, por fim, ele pode atingir a verdade e o
conhecimento. Ele dividia a obtenção do conhecimento em sensação e reflexão:

A sensação- diz respeito ao entendimento da verdade por meio dos cinco


sentidos corporais, ou seja, é uma experiência externa a mente que acontece rápida
e praticamente;
Já a reflexão é o reconhecimento da verdade a partir de uma análise racional. Neste
caso, o processo acontece mais lenta, crítica e burocraticamente.

O termo ideia tem para Locke um significado, um sentido mais exato, ou seja é
tudo aquilo que está presente em nosso entendimento. Uma ideia é todo e qualquer
objeto do entendimento, de outra maneira diríamos, é tudo aquilo que a nossa mente
se aplica a pensar. Com isto a conclusão é que não podem existir ideias das quais
não possamos ter consciência.

Apesar de Locke nos apresentar este conceito do que é ideia, como sendo tudo
aquilo que está presente em nosso entendimento, Locke admite que, as ideias
também podem ser armazenadas na memória em condições de virem a ser acessadas
em um momento posterior , porém tal facto não deve constituir uma contradição,
mas devemos entender que o mente possui o poder de reviver percepções que ela já
alguma vez teve ou seja não há uma necessidade indispensáveis que estejam
presentes as coisas que desencadearam estas ideias a primeira vez.

Dentro desta questão das ideias, Locke ainda nos apresenta uma
distinção entre as ideias Símples e as ideias Complexas. Para ele as ideias
fornecidas pela experiência são simples, e o entendimento possui a capacidade de
formular as ideias complexas a partir das ideias simples, na medida em que a mente
tem um caráter eminentemente ativo, combinando ideias simples, compondo
ideias complexas.

EXEMPLO:
A ideia de uma montanha de ouro, resulta da combinação das ideias de
montanha e de ouro. Porém esta ideia de montanha de ouro não resulta , tal como
as componentes simples, da experiência.

Locke na sua construção teórica nos trais ainda a distinção entre qualidades
primárias e qualidades secundárias. Assim, as qualidades primárias ou originais
seriam aquelas que a mente não poderia separar com, solidez, formato, extensão
mobilidade. Tais qualidades produzem em nós as ideias simples.

Por outro lado temos as ideias secundárias, que são aquelas ideias que os corpos
também possuem, produzem também em nós algumas ideias simples, por conta das
qualidades primárias, mas que essas características não possam ser atribuídas às
qualidades primárias, tais como, cores, sons, gostos etc.

A diferença fundamental entre as duas é que as qualidades primárias pertencem


aos corpos, que percebamos quer não, já as secundárias são aquelas que são
produzidas em nós pelo corpos e estão, por isso, apenas na mente.
1.6. GEORGE BERKELEY- influenciado pela doutrina de Locke, Berkeley, de um
certo modo acaba por levar às últimas consequências a noção de que há determinadas
propriedades dos corpos que não pertencem a eles, mas às ideias que eles provocam
em nós. Segundo este autor esse caso não se aplica apenas as propriedades
secundárias , como Locke dizia, mas também das próprias propriedades primárias
atribuídas aos corpos.

Por esta razão , Berkeley, passou pela história da Filosofia como um dos poucos
defensores de um ponto de vista idealista ou neste caso, Fenomenalista, isto é, como
defensor da tese de que todo tipo de realidade é mental, é que a matéria não existe
independentemente de ser percebida ou não pela mente. Todas as coisas que não
são pensantes só existem enquanto são percebidas por uma mente.

Berkeley entende constitui uma contradição, falar destas coisas sem referência
a percepção que temos delas e o seu principal argumento para corroborar a sua tese
é que, não podemos conceber as qualidades primárias de um corpo independentes
das qualidades secundárias.

Assim, a titulo de Exemplo, não podemos falar da extensão e do movimento de


um corpo a não ser atribuindo-lhe determinada cor , assim como outras
propriedades secundárias, tal como Locke já admitia, estão apenas na mente.

Esta doutrina conseguia dar mais consistência a posição filosófica segundo a


qual o que podemos conhecer é o que esta presente no nosso entendimento.
Porém, ela agudiza o problema de distinguir a realidade da ficção. Dito de outro
modo, por um lado tudo que é percebido é real e, por outro, enquanto alguma coisa
não for percebida por alguém, ela não existirá. Por exemplo, se uma pessoa deixa a
sua sala, e a sua mesa onde esteve a trabalhar e não a percebe mais, então tais coisas
deixam de existir.

Para Berkeley, o que garante a distinção entre a realidade e a Ficção, é


essencialmente o facto de que , Deus esta constantemente percebendo as coisas e
que sendo assim, elas existem independentemente de serem percebidas ou não . Esta
solução aproxima Berkeley à Descartes e dos racionalistas , embora o seu ponto
de partida tenha sido o empirismo de Locke, este não foi capaz de dar uma solução
epistemológica para o problema colocado sem considerar a figura de Deus, que já
desempenhava no sistema cartesiano, um papel epistemológico fundamental.

1.7. DAVID HUME- também crítico do racionalismo diagnostico, e do Inatismo


Cartesiano, o Empirista Hume defende que todo conhecimento é fruto da experiência
sensível, com a atuação dos 5 sentidos, tacto, olfato, audição, visão e paladar.
Para ele, a experimentação das coisas Gera impressões sensíveis no corpo humano.
Com isso, a mente é capaz de criar representações e elaborar ideias a partir delas. A
seguinte frase sintetiza a teoria do pensador «toda ideia mental é uma
representação de alguma impressão sensível».

Por exemplo: Uma impressão externa(sensação), atinge os nossos sentidos e


nos faz perceber que é calor ou o que é frio, sede ou fome, prazer ou dor. A partir
desta impressão a mente tira uma cópia que permanece indelével, mesmo depois da
impressão desaparecer. Esta cópia é uma ideia, ideia de prazer ou de dor que quando
regressa a alma provoca novas impressões de desejo ou aversão, tais novas
impressões são as chamadas impressões por reflexão porque derivam da Própria
reflexão.

Além disso, para David Hume, as ideias e impressões, se associam


constantemente razão humana. Por exemplo, é comum que seja associado céu cinza
e nublado com a queda de uma chuva. Não é comprovável que choverá naquele dia,
mas por uma relação de causa e efeito perante as experiências já vivenciadas pelos
sentidos, admite-se mentalmente, que um dia nublado resultara em chuva.

Segundo Hume a partir das sensações internas e externas (as impressões),


temos as ideias simples, que podem ser combinadas de diversas formas pelo
entendimento. Mas, dada uma ideia qualquer, podemos e devemos nos perguntar,
diz o autor, de que impressão deriva, ou, caso ela não derive diretamente de uma
impressão, de que outras ideias ela resulta e, de que impressão tais ideais resultam.

Para Hume além da distinção entre as impressões e as ideias, distingue


impressões e ideias simples e complexas. As impressões e as ideias simples não
são divisíveis, ou seja não podem ser tornadas mais simples do que são, portanto é
esta simplicidade que as tornam de fácil trato pela mente. As ideias e as Impressões
complexas por outro lado, podem ser decompostas em impressões e ideias simples.

Daqui nós podemos compreender que as ideias resultam das impressões, mas
não é verdade afirmar que toda e qualquer ideia tem sua origem nas impressões,
apenas as ideias simples derivam das impressões simples, no seu primeiro
aparecimento e, aquelas são cópias exatas destas.

Tal constatação tem para o autor sustentáculos, na medida em que as impressões


ocorrem na mente sempre em primeiro lugar em relação as respectivas ideias. Por
exemplo, quando queremos dar a conhecer a alguém uma determinada cor , uma
tonalidade de azul, suscitamos em primeiro lugar naquela pessoa uma impressão
dessa tonalidade e não absurdamente tentamos suscitar a ideia para gerar a
impressão.
Outra questão se prende a questão segundo a qual, quando, determinada pessoa
seja limitada em determinado sentido, por exemplo, da visão, essa pessoa não tem
impressões visuais, consequentemente ela não tem as respectivas ideias.

Hume continua, dizendo que, existem três formas pelas quais podemos
combinar as ideias, segundo ele, há três princípios de associação de ideias, nem
mais, nem menos: Semelhança, Contiguidade( de tempo, ou de lugar) e causa ou
efeito.

Assim o retrato de uma pessoa por exemplo, nos faz pensar na própria pessoa,
caso em que a associação é , assim, por semelhança. Ao mencionarmos um
cômodo da casa podemos pensar em outro, contiguo com o primeiro ou ao
mencionarmos um dia da semana, podemos pensar no dia anterior, ou seguinte.
Nestes casos, a acção do principio de associação por contiguidade. Por fim, ao
olharmos para um ferimento, por exemplo, podemos pensar na dor que este tenha
causado, caso em que temos a acção do princípio da causa efeito.

A causa efeito acarreta um problema, a verdade das proposições que expressam


relações de ideias não depende de qualquer estado de coisa existente no universo e a
sua negação da origem de uma contradição. Dito de outro modo, essas verdades são
verdades ainda que não passem pela experiência. É o que acontece com as proposições
matemáticas, como dois vezes três é igual a meia dúzia, ou que a soma dos quadrados
dos catetos é igual a hipotenusa.

Já, as questões de facto dizem respeito como o mundo é e por isso, a verdade das
proposições sobre questões de facto pode apenas ser estabelecidas a priori pelo recurso
a experiência, assim, o contrário de uma proposição de facto é sempre possível sem que
isto constitua uma contradição, assim, não é possível estar absolutamente certo da
verdade destas proposições. Por exemplo, a proposição segundo a qual o Sol vai nascer
amanhã é falsa, mas não é uma contradição, uma vez que o sol pode não nascer amanhã.

Deste modo o pensador conclui que, a causa e efeito é aplicável apenas em relações
de facto, e nunca para as ideias, uma vezes que estas têm uma relação necessária com
a experiência.

1.8. O EMPIRISMO E A LEGITIMIDADE

A legitimidade pode ser entendida como um primado do direito mediante o qual se


pode aferir a qualidade, a conformidade de uma norma jurídica ou de um governo em
relação a ordem jurídica em que tal norma ou governo pertence. Por outro lado podemos
ver a legitimidade por um ângulo como a capacidade de um poder gerar obediência
sem precisar recorrer a força, assim, nesta perspectiva o estado é legitimo se existe um
consenso entre os membros da comunidade política para aceitar a autoridade vigente.
Sabemos então, que as ideias simples emanam das impressões e que sendo assim
elas só pode existir por via da experiência, e que estas ideias simples tal como as
impressões simples que as originam, não são decomponíveis ou divisíveis dado que
corresponde a unidade mais básica. Parece curial que a legitimidade constitui uma ideia
simples, tal qual a juridicidade e assim como as próprias normas jurídicas e, estas
refletem a impressão que as deu origem, Assim, das relações que podem se estabelecer
entre estes conceitos na visão de Hume resultariam ideias complexas como a validade
das normas no sistema jurídico.

Daqui resulta que, para os empiristas uma norma seria considerada legitima e
portanto, apta a produzir efeitos e gerar obediência quando a sua elaboração tem sua
origem em uma impressão, impressão esta que nos é fornecida pelos nossos 5 sentidos.
Assim, não podemos falar de uma norma que consagra a liberdade sem termos tido uma
experiência sensorial de liberdade, e mais, nem se quer cogitaríamos em tal ideia, na
medida em que, fazendo alusão a Berkeley, se tal questão nunca foi alvo da nossa
percepção ela não existe.

Falar do Justo, falar do bom e do belo, significa que com base nas nossas vivências
práticas, tenhamos experimentado sensações que nos permitiram criar ideias do que é
Justiça, do que é Beleza ou do que é o bem. Assim, o bem não é o bem em si, mas, uma
construção humana, resultante das impressões e que, na tendência humana de uma
coexistência social pacífica e segura, considera devido toda e qualquer ação que permita
reviver a sensação inicial.

Então, os homens são livres porque de alguma forma, por meio dos sentidos
experimentaram sensações de livre, o que lhes permitiu criar a ideia de liberdade e
consequentemente atribuir situações futuras que desencadeassem as mesmas sensações
aquela mesma ideia secundária.
Então são legitimas
CONCLUSÃO
Portanto, a questão do conhecimento e a forma como adquirimos é sobre tudo
uma discussão filosófica e que teve para os empiristas dois elementos preponderantes,
a experiência e os sentidos. Sendo que, não se pode perder de vista a ideia de que nem
todo o conhecimento é intrinsicamente ligado a experiência, apenas aqueles que
estabelecem relações de factos.

You might also like