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Na manhã de 26 de fevereiro de 1972, ocorreu um colapso no represamento de

lama de carvão em Buffalo Creek, resultando no despejo de milhões de galões de águas


residuais na área abaixo. Este desastre teve um alto custo humano, com centenas de
vítimas fatais, feridos e milhares de pessoas desabrigadas. Isso levanta a pergunta: o que
levou à ruptura da barragem?
Para entender as razões por trás desse colapso, é necessário analisar uma sequência
de eventos. Em outubro de 1966, um deslizamento de resíduos de carvão em Aberfan,
País de Gales, resultou na morte de 144 pessoas, a maioria delas crianças em idade
escolar. Esse evento levou o Bureau of Mines dos EUA a inspecionar 38 barragens de
resíduos de carvão na Virgínia Ocidental em 1966, incluindo a de Buffalo Creek. A
conclusão foi alarmante: a barragem apresentava riscos de ruptura e potenciais danos.
A barragem nº 3 de Buffalo Creek já havia enfrentado problemas prévios. Em
março de 1971, uma inspeção do Departamento de Recursos Naturais da Virgínia
Ocidental apontou deficiências na barragem, especialmente pela falta de um sistema de
transbordamento no represamento superior. Em 23 de fevereiro de 1972, apenas três
dias antes do desastre, a empresa sabia das deficiências apontadas pela Divisão de
Recursos Hídricos, reconhecendo o bloqueio do tubo de transbordamento da Barragem
nº 3. No entanto, não houve alerta às comunidades do Vale de Buffalo Creek quando a
água começou a subir naquela noite.
Às 8 horas da manhã de 26 de fevereiro de 1972, a barragem nº 3 cedeu, liberando
132 milhões de galões de água pelo vale. Uma onda de inundação com altura entre seis
e nove metros avançou a aproximadamente dois metros por segundo, destruindo parcial
ou completamente dezessete comunidades ao longo de dezessete milhas.
Após o desastre, a empresa tentou se eximir da responsabilidade, referindo-se ao
ocorrido como um "ato de Deus". Entretanto, o Bureau of Mines dos EUA iniciou uma
investigação, seguida pela formação da Comissão Ad Hoc de Inquérito sobre a
Inundação de Buffalo Creek em março de 1972, com o objetivo de apurar os
responsáveis pelo colapso da barragem e as perdas resultantes em vidas e propriedades.
A conclusão da Comissão atribuiu a culpa principal à empresa-mãe da Buffalo
Mining Company, embora reconhecesse que a falta de legislação e regulamentação por
parte dos governos estadual e federal também contribuiu para o desastre. Foram
identificadas quatro condições principais que levaram ao rompimento da barragem:
construção inadequada, fundação frágil, sistema de transbordamento deficiente e falta
de monitoramento adequado.

COON, Crystal. The Buffalo Creek Disaster. West Virginia Universite Libraries,
2022. Disponível em: < https://storymaps.arcgis.com/> . Acesso em: 03/12/2023.

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