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INDICE Introduga0 1. As Fontes Capitulo A Implantagao da Cafeicultura Machadense Capitulo Il: A Produgao do Café: 1899 - 1912 2.1 Andlise dos Dados 2.2- Uma Hipdtese sobre a Estrutura Agraria Machadense Capitulo Ill Paralelo entre a Politica Cafeeira Nacional e 0 Comportamento da Cafeicultura Machadense Capitulo IV: Perfil dos Principais Cafeicultores e Agentes de Café de Machado 4.1- Os Dez Maiores Cafeicultores 4.2- Os Agentes de Café Conclusao Apéndice intRoDUGAO Quando nos dispusemos recentemente a estudar a histéria do ‘ " SowoUMeSUPT,, €1 99!P9D !ALNO: DaVHOVW SSOLSOdNI Ad OYVAVITNAY We TEPER TAA tree eee TABELA IL ARRECADAGAO DE IMPOSTOS SOBRE PRODUGAO AGROPECUARIA MACHADO - 1899.4 1912 ] ANO__| _IMPosTO_ca¥ RURAL CCRIACNO DE GADO Tora valorem valorem valorem Talorem ssonoreis | 9g | tSo00ras % 15000 ris % 18000 eis 1312 2 0 20 35 18 247 L648 66 500 20 354 i 2.493 [Fis0r 1.682 6 505i ama70 0 17 2.587 [71302] “1.972 66 370) 20 405 14 2.947 [190371934 oT 570) 20 365) 13) 2.869 [190572330 70 590 is 385 12 3.295 [10057967 68 375 20, 360 2.897 [190677948 68 0 21 3is__ | 2873 [= 130771898 68 580) 21 320 U1 2798 [1908] 1's70 6 345 2 3I5 iB 2.430 [19097800 64 80 24 35) 2.315 1910_| 1516 39 685 27 373 is 2.576 (Fon ima oO 715; 26 330 12 2.759 1912 | 1.694 0 700) Smee a5 15 2819 | FONTE: Codice 73 “Langamentos” | Cédice 74 “Contribuintes” Codice 88 “Contribuintes” : Arquivo Casa da Cultura de Machado Pela tabela percebe-se que a patticipagdo do cate na smecadagio dos impostos agropecuirios oscilou de 59% (1910) a 70% }904) sendo a média do periodo 65%, evidenciando a hegemonia do café ‘economia do municipio, ‘© movimento da variagdo do valor dos impostos sobre a peadugdo de café de Machado no periodo € apresentado pelo Grafico a seguir. CGRAFICO DA ARRECADAGAO DE IMPOSTOS SOBRE A ‘CAFEEIRA DE MACHADO: 1099 A 1812 PRoDUGK 4 ¢ 88 do Arquivo da Casa da Cultura de M: Pelo Grafico, 1904 € 0 ano de pico da arrecadagao (2.320800) de impostos sobre o café, fazendo-nos supor ter sido um ano de excepeional saffa. A linha ascensorial até 1904. sugere a tendéncia crescente da produsao cafecira de Machado até esta data, confirmando o movimento ‘nacional de erescimento excepeional das safras cafeciras até 1904, Se accitamos as eonsideragbes de Jodo Heraldo Lima de que Minas Gerais gin aos termos do Convénio de Taubaté de 1906 nao ha porqué tentar se estabelecer uma correlago entre o movimento fiscal cafeeiro machadense pos 1906 e este fato politico. Contudo as quedas de arrecadagao sobre o café nos anos de 1908 e 1910 (valor quase equivalente 1899) em Machado mo podem ser entendidas como um refluxo da eonomia eafeeira no municipio, pelo que sugere a bibliografia sobre o tema Homero Costa, no seu livro sobre Machado, informa que "Se tivermos em conta um surto de progresso ‘mais acentuado na vida urhana de Machado, e, pots, no do sew comércio urbano, hd de ser somente a partir de 1912, com ‘@ reagao dos precos do café, repercutindo no setor, mormente de 1913, com a inauguragao, em novembro, da forca ¢ luz clétrica - que ele comeca a surgir, dando mais vida & cidade” {grifosnossos) © Alta do café é confirmada por Affonso de Taunay: “Em 1911, verificou-se alta cambial sensivel ( Assinaton-se methoria notivel das cotagies cafeeiras. A mais ‘alia cotagao do tipo 7, em 1910, fra 118400; pois bem, a de 1911 elevou-se a 148300 por arrobar E prossegue adiante: ‘Convinuam as cotagdes a sua marcha ascensional, A saca que atingira 0 prego médio de 538876, em 1911, chegara, em 1912, a S7SBI1. Cinco anos antes valera metade, apenas: 298931. O ano de 1913 assinalow uma crise financerra que era, alts, esperada e fora previsia com precisdo quase © COSTA, Homero, Contribuicto & Histiria de Machado Prefeitura Mamicipal de Machado, 1976. px 15. @ TAUNAY. Affonso de 1. Pequena Histéria do Café_no Brasil Departamento Nacional do Café. RU. 1945 py 351 3357 Assim € l6gico supor que os baixos indices de tributago do «café machadense dos primeiros anos da década de 1910 sao indicativos de jo mas esta teria sido compensada pelas altas cotagdes do Uma andlise da cafeicultura mineira do comego do século ¢ a relago entre as principals zonas produtoras, Mata e Sul de Minas, nos sao _apresentadas pelo historiador John Wirth: Minas Gerais for um produtor importante mas ‘marginal da principal exportacao do Brasil Sul produzia wm terco do café, exportando-o arravés de Santos; 0 resto vinha prineipalmente da Zona da Mata e era despachado através do Rio. Por causa das diferentes condigies de solo, a Zona da Mata produzia wna ahundéncia dle tipos inferiores 7 € 9, enquanto que 0 Sul se especializava em café de melhor qualidade, com mercado mais forte. Os fazendeiros dda Mata preocupavam-se principalmente em manter 0 pregos dos tipos de hata qualidade, que sofriam severamente em époeas de queda do mercado. Os plantadores sulistas queriam, como Sao Paulo, methorar a posicdo global de comerctalizagao da indistria, 0 que significava limitar os tipos inferiores, se necessario. Para complicar mais as coisas, os cafeicultores da Mata, que exportavam através do Rio, suportavam toda a carga de impostos de exportagao de Minas, os sulistas que usavam 0 Porto de Samos, recebiam um abatimento parcial de impostos dos exportadores e pagavam taxas mais baixas de frete. Com estas diferengas regionais, os cafeicultores raramente tinham ‘os mesmos. interesses. Diferentemente de seus colegas paulistas, sentiam dificuldades em organizar um grupo efettvo dde pressao. Os fatores politicos e econdmicos prodiziam wn ‘ambteme diverso em Minas, que nao se tratava de uma mera réplica do setor cafeeiro paulista.” JH tivemos oportunidade de debater nia monografia sobre 0 desenvolvimento ferroviario do Sul de Minas que esta regio foi objeto de ‘tensa disputa politica entre Sao Paulo ¢ © Rio de Janeiro, Julgamos ter demonstrado convincentemente que a hegemonia dos interesses paulistas sobre 0 Sul de Minas no se dew de forma “natural € espontanea"~ a0 contranio, fo intensamente combatida pelos interesses fluminenses, EY WIRTH, ohn. op- cH. paR [Assim consideramos que a interpretagao de John Wirth sobre a Gesteal™ hesemonia do Porto de Santos na capitagtio da produgao cafecira ‘setmineira softe de um excessivo simplismo, Nos primeiros anos do século, Se Pracas de Santos ¢ do Rio de Janeiro viveram uma acirrada disputa pela [prodosao cafeeira sul-ineira Evidéncia desta disputa é a informagao do jomal de Campanha, Monitor Sul-Mineiro de 07/01/1909 de n° 554 sobre as eotagdes do café, fnas pragas do Rio de Janeiro ¢ de Santos: Footages do café por arroba Santos Rio TIPOd 68150 78300 TIPO 5 58850 78100 TIPO7 48950 68100 TIPO 48500 68200 (© mercado do Rio oferece uma vantagem de 800 réis| sobre Santos em arroba. Em 23 de novembro de 1912 (deereto n° 3756), foi inaugurada ‘elo Govemador do Estado, Bruno Brando, a Cooperativa Agricola € Lascinios Machadense. (© jomal “Cidade de Machado” , presumivelmente de 1914 {sem foha de rosto), traz 0 sepuinte aniincio da Cooperativa nox contacto para fornecimento. € ‘assentamento de toxdas os machinismos de uma usina de heneficiar e rebeneficiar café, que contamos inaugurar hrevemente. Aveita-se café dos nossos assoctados para ser remettido & vendido nas pracas do Rio de Janeiro ow da Furopa, por imermédio da Agencia Geral das Cooperativas Mineiras do Rio, Adiamam-se 80% sobre o valor das John Wirth “ nos informa que © Govemador Joao Pinheiro feandato de 1906-1908) foi poderoso defensor das cooperativas. Ele cacorajou os produtores de café de cada municipio a organizé-las. WO jornal nos for cedi equem agradecemos 7) WIRTH. John op cit. px. 86. > pelo pesquisador machadense Ricardo Rebello caPiTULO WW ~ PERFIL DOS PRINCIPAIS CAFEICULTORES E AGENTES DE CAFE DE MACHADO Neste quarto capitulo pretendemos _estabelecer uma Jnterlocug0 com a tese do historiador Joao Heraldo Lima, apresentada no livro “Café © Indistria em Minas Gerais: 1870 - 1920". Analisando a cafeicultura da Zona da Mata Mineira, o autor conclu que “o capital de reduzido porte (empregado na cafeicultura) desempenharia, de modo geral, apenas fungdes estritamente agrarias. Nao “transbordaria” diretamente para fora das plantagdes. A comercializagao do café — importante etapa do ccomplexo econdmico cafeeiro da Zona da Mata Mineira — teria sido realizada por agentes externas, uma vez que “a maioria dos fazendeiros ‘ndo Segui carreira politica mem se envolvew com 0 comércio ow a Segundo o mesmo autor, as casas comerciais dos diversos municipios da Mata funcionavam como intermediirias entre os inimeros pequenos produtores da regio e as casas exportadoras do Rio de Janeiro, E conelui: “/:sse importante segmento da atividade cafeeira cestava praticamente ausente da economia minciva. Tal como ocorrera com @ produgdo(.... @ comercializacdo do café tamhém se encontrava pulverizada, dispersa por uma extensa rede de pequenos comerciantes Possivelmente efa nao se concemrou nas dimensdes necesséirias, (..) munca chegando a se constituir um importante mecanismo apropriador centralizador e diversificador do capital cafeeiro, como no caso de Sao Paulo’ Nosso objetivo neste capitulo seri a pesquisa da correlagao entre 0s 10 (dez) prineipais produtores de café e os agentes de café de Machado, identficados nas fontes primrias.consultadas sobre © periodo esiudado de 1899 a 1912. Petendemos identficaro perfil eeonsmico social € palitico desses dois grupos e pesquisar eventuais relagdes entre ambos ¢ enire estes e as casas comissirias nacionais ¢ estrangeiras vinculadas 20 ccomereio de eafé da regido. Para tanto, além das fontes primras ja eitadas, nos valeremos de fontes secundérias de consulta, como biografias dos fazendeiros © agentes de café e livros sobre a historia do municipio, jomais da época do acervo da Casa da Cultura de Machado e ainda alguns s das figuras identificadas em nossas epoimentos colhidos dos descer pesquisas Todo Heraldo. Café ¢ Indlisiria em Minas Gerais: 1870-1920. 1981

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