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Sumário

UNIDADE DO CENTRO-CIRÚRGICO ....................................................................... 3


ESTRUTURA FÍSICA ................................................................................................... 3
INSTRUMENTAIS, AGULHAS E FIOS ................................................................... 28
TERMINOLOGIAS ..................................................................................................... 36
ANESTESIOLOGIA .................................................................................................... 45
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS ............................................................................ 56
PRÉ-OPERATÓRIO .................................................................................................... 56
Pré-operatório Mediato................................................................................................. 56
Consentimento cirúrgico .............................................................................................. 57
QUADRO – AVALIAÇÃO PRÉ- OPERTÓRIA ........................................................ 59
COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO ........................................ 68
COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO ................... 79
AVALIAÇÃO .............................................................................................................. 85
ALTA DA URPA ......................................................................................................... 85
ADMISSÃO NA UNIDADE CIRÚRGICA ................................................................ 86
Formaldeído ............................................................................................................... 109
Fenólicos: ................................................................................................................... 111
Iodo e derivados: ........................................................................................................ 111
Biguanidas .................................................................................................................. 111
Quaternário de amônio ............................................................................................... 111
Ácido peracético ......................................................................................................... 111
Com exceção de.......................................................................................................... 128
FONTE DE INFECÇÃO RELACIONADA AO AMBIENTE ................................. 134
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES ............................................... 134
POSIÇÃO DO PACIENTE PARA A CIRURGIA OU POSIÇÃO CIRÚRGICA .... 135
PROCEDIMENTOS NA PARAMENTAÇÃO PARA A CIRURGIA ...................... 138
DEGERMAÇÃO DAS MÃOS E ANTEBRAÇOS ................................................... 138
A ESCOVAÇÃO DAS MÃOS E ANTEBRAÇOS ................................................... 140
AVENTAL ESTERILIZADO.................................................................................... 141
OPA ESTERILIZADA............................................................................................... 143
PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE ............................................................. 145
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 146
UNIDADE DO CENTRO-CIRÚRGICO

O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais


complexas do hospital devido sua especificidade, presença de agentes estressores
devido às possibilidades de risco à saúde a que os pacientes estão sujeitos ao serem
submetidos à intervenção cirúrgica.
O CC é constituído de um conjunto de áreas e instalações que permite efetuar a
cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto e segurança
para as equipes que o assiste.
Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas finalidades, a
realização de procedimentos cirúrgicos devolvendo os pacientes às suas unidades de
origem nas melhores condições possíveis de integridade; otimização de campo de
estágio para a formação, treinamento e desenvolvimento de recursos humanos; e o
desenvolvimento científico para o aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e afins.

ESTRUTURA FÍSICA

O CC deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança


necessária às técnicas assépticas, portanto distante de locais de grande circulação de
pessoas, de ruído e de poeira. Recomenda-se que seja próximo às unidades de
internação, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva, de modo a contribuir com a
intervenção imediata e melhor fluxo dos pacientes.
De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco cirúrgico a
Recuperação Pós-Anestésica e a Central de Materiais e Esterilização. As demais áreas
são assim caracterizadas:

Vestiários (masculino e feminino)


Localizados na entrada do CC, onde é realizado o controle de entrada das
pessoas autorizadas após vestirem a roupa privativa da unidade. Deve possuir chuveiros,
sanitários e armários para guarda de roupas e objetos pessoais.

Área de conforto
Área destinada a lanches para que os mesmos não sejam realizados em locais
inadequados. Deve-se dispor nesse local, cadeiras, poltronas e sofás.

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Sala dos cirurgiões e anestesiologistas

Destinada aos relatórios médicos

Sala de Enfermagem

Reservada ao controle administrativo do CC. Deve estar em local de fácil acesso


e com boa visão de todo o conjunto do setor.

Sala de recepção dos pacientes

Espaço para receber os pacientes. Aqui os pacientes são avaliados clinicamente


antes da cirurgia ou receber medicação pré-anestésica. Este ambiente deve ser o mais
calmo possível a fim de diminuir o estresse do período pré- operatório.

Sala de material de limpeza

Destinado à guarda dos materiais utilizados na limpeza do Centro-cirúrgico.

Sala para guarda de equipamentos

Área para guarda e recebimento de equipamentos como: microscópios, bisturis,


monitores cardíacos, respiradores, entre outros. Em condições de uso e utilização
imediata.

Sala para armazenamento de material esterilizado (arsenal)

Destinado ao armazenamento e distribuição dos artigos estéreis, para uso nas


salas de cirurgia.

Sala de gases medicinais


Destinada ao armazenamento de torpedos de gases medicinais como oxigênio, ar
comprimido, óxido nitroso e especialmente o nitrogênio para uso em aparelhos

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específicos ou em casos de emergência.

Expurgo

Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve estar provida de
um vaso sanitário apropriado com descarga e uma pia para lavagem dos artigos
utilizados nas cirurgias.

Apoio técnico e administrativo do Centro-cirúrgico

O Centro-cirúrgico conta com o apoio imprescindível de alguns setores ligados


direta ou indiretamente a ele e que deve estar prontamente preparados para atendê-lo
para seu funcionamento, tais como: banco de sangue, raio-x, laboratório e anatomia
patológica, serviço de engenharia clínica e de manutenção, farmácia, segurança e
secretaria.

Sala de Operação (SO)

Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo a


proporção de leitos cirúrgicos e Salas de Operação. A Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do
Ministério da Saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não
especializados ou 15 leitos cirúrgicos.
Para um dimensionamento ideal, devem-se levar em consideração alguns
aspectos como:
- Horário de funcionamento do Centro-cirúrgico;
- Especialidades cirúrgicas atendidas (cardiologia, neurocirurgia, ortopedia,
oftalmologia, etc.);
- Duração média das cirurgias;
- Número de cirurgias por dia;
- Número de leitos cirúrgicos do hospital;
- Hospital escola;
Quantidade de artigos médicos e instrumentais cirúrgicos disponíveis.

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Tamanho da sala

Depende dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem realizadas;


seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo a RDC 307/2002, quanto ao tamanho,
às salas são assim classificadas:
- Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, destinadas às
especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia.
- Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, destinadas às
especialidades gástrica e geral.
- Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, específicas para as
cirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas.

Portas

As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a
passagem de macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da maca
para evitar seu estrago, ser de materiais laváveis e resistentes, de preferência revestidas
de fórmica.
É indicado o uso de portas do tipo “vaivém” que impeçam o uso das mãos para
abri-la. O ideal é que se tenha outra porta de acesso à sala apenas para membros das
equipes com visor de separação dos dois ambientes.

Piso

Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistentes a agentes químicos comuns,
sem fendas ou fissuras, ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz,
impermeável, resistente ao choque, durável, de fácil limpeza, pouco sonoro e
principalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar faíscas. Exemplo:
granilite, vinílicos e mármore.

Paredes

Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não


refletor de luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir

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cheiro.
É vedado o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para rejunte de
peças cerâmicas ou similares tanto nas paredes quanto nos pisos.
Devem ser utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de
Controle de Infecção Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Teto

Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser
poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de micro-organismos. Deve ser
contínuo, não sendo permitida a utilização de forro falso-removível, a não ser nas
demais áreas do centro-cirúrgico, onde é necessário este tipo de forro por razões ligadas
à manutenção desde que resistentes aos processos de limpeza, descontaminação e
desinfecção.
É recomendado um espaço útil de no mínimo 80 cm de altura livre entre a laje
do forro e o piso do pavimento superior, possibilitando assim a instalação de novos
equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de manutenção.
Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de fácil
combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de combate a
incêndio do centro-cirúrgico (extintores e mangueiras) a sala de cirurgia deve contar
com um sistema de segurança que, por meio da elevação da temperatura, produz fortes
borrifos de água no ambiente - (borrifador de teto – também conhecido como splinkers).

Janelas

Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a


entrada de poeira e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro ou
fora da sala, não deve ainda, possuir cortinas ou persianas.

Iluminação

A iluminação de o ambiente hospitalar é tratada legalmente pela NR-17 da


portaria n°3214/78, e por meio da NBR 5413/92 da Associação Brasileira de Normas
técnicas (ABNT) recomenda os níveis ideais de iluminação para o ambiente de trabalho.

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Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das
equipes médicas e de enfermagem e oferecer condições para que a operação se processe
com precisão, rapidez e segurança. Devem-se levar em consideração os seguintes
aspectos:
- Eliminação de sombras e reflexos;
- Eliminação do excesso de calor no campo operatório;
- Proteção contra ocasional interrupção devido à falta de energia elétrica.
Iluminação de emergência:
Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem geradores de
reserva de imediato na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força para
o Centro-cirúrgico.

Ventilação/ Ar-condicionado

Deve atingir as exigências da NBR n°7256/82 tais como:


- Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e saúde:
99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 micra de diâmetro;
- Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das
salas sem acarretar turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações completas do
ar da sala, no espaço de uma hora;
- Impedir a entrada no Centro-cirúrgico de partículas potencialmente
contaminantes, oriundas de áreas adjacentes: a pressão do ambiente da sala deve ser
discretamente mais elevada que nos demais compartimentos do centro-cirúrgico;
- Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de
conforto e segurança para o paciente e para a equipe que o assiste: temperatura entre 22
e 23°C. A umidade deve permanecer entre 55 a 60%. No entanto, não deve ultrapassar
70% para não se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de micro- organismos;
- Manter nível sonoro mínimo de instalação e utilização do sistema de
ventilação: não devem ultrapassar os previstos pela norma brasileira NBR n° 6401/80;
- Sistema energético alternativo para o sistema de ventilação na falta do
sistema elétrico principal.

Tomadas

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Voltagem fornecida pela concessionária local e uma com voltagem diferenciada,
ambas com dispositivo de aterramento. Devem ser instalados também pontos para
negatoscópio e aparelhos portáteis de raios-x.
É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada
corrente, salvo se a instalação for projetada para este fim. Devem ser inspecionadas
periodicamente, observando integridade do condutor terra, tensão de contato e a
segurança global.

Rede de gases

Oxigênio:
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros
avulsos, transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por
tubulação central até os pontos de utilização).

Ar comprimido:
Também pode advir de um sistema descentralizado (cilindros com pressões
entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio) ou centralizado (compressor com 100% de
consumo máximo provável, que funcione automaticamente ou manualmente).

Vácuo clínico:
Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do consumo máximo
provável, que funcione alternadamente ou em paralelo em caso de emergência. É
importante manter outro tipo de sistema de suprimento autônomo de emergência, para
manutenção da rede de vácuo ou pane da distribuição convencional.

Óxido nitroso:
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (alto consumo - conduzido
por tubulação dos cilindros até os pontos de utilização) ou centralizado (utilizado em
caso de baixo consumo – utilização de cilindros transportáveis até os pontos de
utilização).

Nitrogênio:
É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 190 Kgf/cm², e

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também em forma líquida. Quando misturado com oxigênio medicinal, é chamado de ar
estéril.
De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais são
distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 12188:
- Verde emblema: oxigênio;
- Azul marinho: óxido nitroso;
- Amarela segurança: ar comprimido medicinal;
- Cinza claro: vácuo medicinal.
Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos cilindros de gases
medicinais:
- Uso de equipamentos especiais para o transporte de cilindros;
- Manter o cilindro acorrentado durante o transporte;
- Evitar choques mecânicos, inclusive de um cilindro contra o outro;
- Não arrastar o cilindro;
- Armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados;
- As etiquetas não devem ser arrancadas ou estragadas;
- Oxigênio e óxido nitroso não devem ser armazenados no mesmo ambiente
que outros gases inflamáveis devido à mistura destes ser facilmente incendiada.
- Cilindros cheios devem estar separados dos cilindros vazios para evitar erros
de procedimento e sempre com o capacete rosqueado.
- Os cilindros devem ser sempre limpos antes de serem levados ao centro-
cirúrgico.
- Cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem ser
devolvidos ao fabricante ou distribuidor.

Lavabo

Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de água quente e


fria, escovas e antissépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para cada
duas salas de operação que deve possuir:
- Duas torneiras de acionamento por pé, joelho, braço, fotoelétrico ou
qualquer outro meio que não as mãos;
- Espaço suficiente para duas pessoas lavarem-se simultaneamente (1,10 m²
por torneira);

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- Dispensadores de produtos antissépticos (devem obedecer ao mesmo princípio
de dispensação que a torneira).
Os antissépticos devem estar regulamentados por órgão governamental e
autorizados pela Comissão de Infecção do Hospital. Recomenda-se também a instalação
de um relógio para o controle do tempo de escovação.

RECURSOS MATERIAIS

Classificados em permanentes ou de consumo, o controle dos materiais


utilizados no centro-cirúrgico são de competência da equipe de Enfermagem.
Os materiais permanentes podem ser fixos ou móveis. Os móveis são aqueles
que podem ser deslocados ou acrescidos à sala de operação de acordo com a
necessidade no ato operatório, dentre os quais se destacam:
- Aparelho de anestesia;
- Aspirador portátil estéril;
- Banco giratório;
- Balde para lixo;
- Balança para pesar compressas;
- Bisturi eletrônico;
- Carrinho abastecedor;
- Carrinho de medicamentos;
- Coxins;
- Escada com dois degraus;
- Estrados;
- Foco auxiliar;
- Mesa de operação com os respectivos acessórios: arco de narcose,
ombreiras, suportes laterais, perneiras, colchonetes em espuma;
- Mesa auxiliar para acondicionar pacotes de aventais;
- Mesa de Mayo;
- Mesa para instrumental cirúrgico (simples e com traves ou suportes);
- Suporte de braço;
- Suporte de hamper;
- Suporte de soro;
- Artroscópio;

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- Balão intra-aórtico;
- Bomba de circulação extracorpórea;
- Cardioversor ou desfibrilador;
- Colchão de água para hiper ou hipotermia;
- Criogênico;
- Manta térmica;
- Microscópio eletrônico;
- Monitor multiparamétrico.
Equipamentos fixos: adaptados à estrutura da sala de operação que são:
- Foco central;
- Negatoscópio;
- Torre retrátil ou painel de gases medicinais.
Os materiais de consumo (médico-hospitalares) por se tratar de grande
diversidade e rotatividade podem ser classificados em três tipos:
▪ Classe A: São os itens de maior importância e que merecem um tratamento
preferencial, justificando procedimentos meticulosos e uma grande atenção por parte de
toda a administração;
▪ Classe C: São os itens de menor importância e que justificam pouca ou
nenhuma atenção. Os procedimentos são os mais rápidos possíveis.
▪ Classe B: São os itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Os materiais pertencentes à classe A são os que representam maior custo para o
centro-cirúrgico. Não significa que sejam os de maior custo unitário. Pode ser que o
custo unitário de certo material seja pequeno, porém, conforme a quantidade em que é
usado pode representar um custo elevado.

RECURSOS HUMANOS

Os profissionais que atuam no Centro Cirúrgico são: as equipes médicas


(cirúrgica e anestesiologia), de enfermagem, administrativa e de higiene, que têm como
objetivo assistir adequadamente às necessidades do paciente. É de extrema importância
que seus componentes atuem de forma harmônica e integrada para a segurança do
paciente e a eficiência do ato cirúrgico. É importante ainda que as boas relações
humanas e o profissionalismo sempre prevaleçam sobre as tensões, inevitáveis nesse
tipo de trabalho.

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Em uma equipe, todos os seus membros têm suas responsabilidades e funções
definidas, assim como devem ser habilitados para as atividades que desempenham. As
funções do enfermeiro coordenador, do enfermeiro assistencial, dos técnicos de
enfermagem, dos auxiliares de enfermagem e auxiliares e dos auxiliares administrativos,
devem estar devidamente descritas.
Para o enfermeiro ter condições de prestar assistência ao paciente na sala de
cirurgia, como: monitorização, ações de segurança para evitar queda, auxiliar o
anestesiologista durante a indução anestésica, juntamente com a equipe cirúrgica
posicioná-lo na mesa cirúrgica colocando os coxins para conforto, e outras ações
específicas, é necessário que haja pelo menos um enfermeiro assistencial para cada
quatro salas de cirurgia, além do enfermeiro gerente (coordenador) que é responsável
pelas ações administrativas.
A assistência de Enfermagem perioperatória, compreende as atividades
desenvolvidas nos períodos:
- Pré-operatório imediato: da véspera da cirurgia até o momento em que o
paciente é recebido no centro-cirúrgico;
- Transoperatório: do momento em que o paciente é recebido no CC até o
momento em que é encaminhado para a sala pós-anestésica;
- Intraoperatório: Do início até o final da anestesia;
- Recuperação pós-anestésica: do momento da alta do paciente da sala de
operação até sua alta da sala de recuperação pós-anestésica;
- Pós-operatório imediato: da alta do paciente da sala de recuperação pós-
anestésica até as primeiras 48 horas pós-operatórias.
Para cada hora de cirurgia, são necessárias 2,25 horas de assistência de
Enfermagem. No que se refere à proporção do quadro de pessoal, 65% são Enfermeiros
e 35% técnicos com atribuições de circulação de sala à instrumentação cirúrgica.

ROTINAS E SALAS DE OPERAÇÃO

Entende-se por montagem da sala os procedimentos para prever e prover artigos


e equipamentos necessários, adequados que visam proporcionar o desenvolvimento do
ato anestésico cirúrgico em ambiente seguro, físico e humano, a que o paciente tem
direito.
A fase de montagem da sala compreende desde o momento em que a circulante

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recebe do enfermeiro o plano assistencial para o período transoperatório até o início do
ato anestésico-cirúrgico.
Os procedimentos dependem de informações a respeito da equipe médica,
cirurgia, anestesia, mas, sobretudo, do paciente, e que podem ser obtidas por meio de
aviso de cirurgia, ficha pré-operatória de enfermagem e ficha de visita pré- operatória.
A montagem da sala abrange as seguintes etapas:

Procedimentos básicos

• Preparo da sala de operação:


- Colocar o mobiliário em posição funcional;
- Proceder à limpeza da sala de operação quando for necessário conforme a
rotina estabelecida no CC. Na limpeza deve-se seguir um fluxo funcional, de modo a
evitar desperdício de tempo e energia. Mobiliário, aparelhos, foco e mesa cirúrgica;
- Prover equipamento para monitoração (cardíaca, oximetria, pressão não
invasiva e temperatura, capnografia);
- Testar o funcionamento de aparelhos elétricos como monitores, focos,
aspiradores, entre outros;
- Testar o funcionamento da rede de gases medicinais;
- Verificar os artigos do carrinho de anestesia; bandeja para intubação,
esfigmomanômetro, estetoscópio, etc.;
- Verificar material e equipamento para procedimentos especiais como:
bisturi elétrico, trépano, microscópio, etc.;
- Observar controle ambiente quanto à temperatura recomendada da sala de
operação entre 22 a 24ºC;
- Observar controle terapêutico da sala quanto à segurança elétrica;
- Realizar degermação das mãos.

• Prover o carrinho com os seguintes artigos médicos esterilizados de


acordo com a rotina estabelecida no CC:
- luvas de todos os tamanhos (7,0; 7,5; 8,0; 8,5 e 9,0);
- pacotes de campos cirúrgicos (LAP);
- pacotes de aventais;
- pacotes de compressas grandes de pequenas;

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- pacotes de gazes (10 a 20 unidades);
- fios de sutura comuns e específicos para o procedimento cirúrgico;
- impermeáveis para mesa de instrumental;
- artigos em aço inoxidável (cubas-rim, cúpulas, bacias);
- caixa de instrumental cirúrgico;
- seringas; agulhas; equipos e artigos para anestesia;
- sondas; drenos e cateteres;
- coletores (diureses, sonda nasogástrica, etc.);
- cabo de bisturi elétrico e sistema de aspiração de secreção;
- manoplas;
- artigos específicos de acordo com o procedimento cirúrgico (laparoscópios)
- checar a validade da esterilização e a integridade das embalagens dos
artigos.

• Prover com artigos diversos:


- talas;
- ataduras;
- acessórios para o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica;
- soluções antissépticas (PVPI tópico e degermante, clorexidina);
- soluções medicamentosas como Ringer simples e lactato, soro fisiológico e
glicosado, etc.;
- medicamentos de forma geral e anestésicos;
- adesivos (micropore, esparadrapo);
- escovar para degermação à base de PVPI ou clorexidina.

• Dispor os pacotes nas respectivas mesas auxiliares de modo a facilitar a


sincronia de movimentos para a abertura dos pacotes, preparo da paramentação, preparo
do paciente e preparo do carrinho de anestesia.
• Prover os impressos, tais como: registro de anestesia, débito de sala,
requisição de exames, descrição de cirurgia, prescrição médica, requisição de
hemoderivados, etc.

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Procedimentos em relação à equipe médica e à instrumentadora cirúrgica:

O circulante de sala deve:


- controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo, visando à segurança
do paciente;
- Auxiliar os elementos da equipe cirúrgica a vestirem o avental e as luvas;
- Iniciar a abertura dos pacotes em sequência de uso e obediência à técnica
asséptica;
- Auxiliar a montagem da mesa de instrumentação, apresentando os artigos
médicos necessários ao procedimento cirúrgico.

Procedimentos relacionados ao paciente

Para o transporte do paciente da área de recepção até a sala de operação, o


enfermeiro deve considerar os problemas detectados no recebimento e prover sua
segurança física e emocional. Para tal, a maca deve ter grades e travas e o funcionário
responsável pelo transporte, estar orientado a transportar o paciente, posicionando-se
sempre à cabeceira da maca, observando a expressão facial do doente e tomando os
cuidados necessários com infusões e drenagens.
• Transferência do paciente para a mesa de operação:
Após a apresentação do paciente à equipe da sala de operação, ele deve ser
passado para a mesa cirúrgica, mantendo sua privacidade, segurança física e emocional
e seu conforto. Alguns cuidados devem ser tomados para a transferência do paciente,
como:
- Nivelamento da altura da mesa cirúrgica com a maca;
- Posicionamento da maca contra as laterais da mesa cirúrgica, evitando
assim sua movimentação que pode ocasionar a queda do paciente;
- Solicitar ao paciente para que passe para a mesa cirúrgica, se fisicamente
capaz;
- Posicionar confortavelmente o paciente na mesa cirúrgica.

• Proporcionar apoio emocional ao paciente:


O sucesso de uma cirurgia depende da perícia de toda a equipe cirúrgica. Cada

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membro da equipe tem importante papel na manutenção do preparo psicossomático dos
pacientes. Interações adequadas minimizam o medo e favorecem o alívio da dor e mal-
estar, além de ajudar a enfrentar situações desagradáveis ou desconhecidas.

• Avaliar continuamente e comunicar sobre o estado emocional do


paciente aos outros membros da equipe de saúde:
O medo é uma barreira de comunicação que reprime sentimentos e aumenta a
insegurança. Cada pessoa apresenta uma reação diferente diante de situações
idênticas, o que exige, da equipe de enfermagem, algum preparo para o bom
inter-relacionamento com o paciente.
• Verificar e anotar os valores dos sinais vitais, observar e anotar os sinais
de estresse:
O enfermeiro do CC não deve fazer da montagem da sala de operação uma
sequência de tarefas, que obedeçam a uma rotina predeterminada, e sim uma função
especial, compromissada com o paciente, proporcionando condições para individualizar
a assistência requerida.

Constituem ainda, funções do circulante da sala responsabilidade pelo


andamento geral da sala de operação antes, durante e após o procedimento cirúrgico.
Uma das responsabilidades mais importantes é assegurar que a esterilidade seja mantida
durante todo o tempo.
O circulante tem ainda, as seguintes funções:
- Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros.
- Auxiliar o anestesiologista na indução e manutenção da anestesia.
- Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente.
- Realizar cateterismo vesical do paciente quando necessário.
- Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica.
- Auxiliar na antissepsia da área operatória.
- Colocar a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico (placa do bisturi).
- Auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos.
- Prover as mesas do instrumentador e de cirurgião assistente com artigos e
equipamentos necessários ao ato operatório.
- Manter o ambiente asséptico.
- Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos necessários ao

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ato operatório.
- Manter boa iluminação da área cirúrgica.
- Manter o ambiente calmo.
- Realizar controle de perda sanguínea por meio da pesagem das compressas
e gazes utilizadas.
- Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios para a
continuidade dos cuidados de enfermagem.

No final da cirurgia, o circulante deve:


- Avisar o paciente do término do procedimento cirúrgico.
- Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico.
- Retirar equipamentos, campos sujos e molhados que estão sobre o paciente.
- Colocar o paciente em posição dorsal.
- Verificar permeabilidade, fixação e drenagem de sondas, drenos e cateteres.
- Remover a placa dispersiva do gerador eletrocirúrgico.
- Cobrir, aquecer e promover o conforto do paciente na mesa cirúrgica.
- Ajudar o anestesiologista a manter a permeabilidade das vias aéreas
superiores.
- Controlar a permeabilidade, fixação e gotejamento das infusões e irrigações.
- Fazer anotações de enfermagem e ordem no prontuário.
- Completar a ficha de débito.
- Avisar o enfermeiro da recuperação pós-anestésica (RPA) ou da unidade de
terapia intensiva das condições em que o paciente se encontra.
- Transportar o paciente à RPA ou à sua unidade de origem de acordo com a
rotina do CC.

Fase de desmontagem da sala

- Reunir todos os artigos não usados (estéreis) e colocar no carrinho para


devolução ao centro de material e esterilização e farmácia ou central de suprimentos.
- Calçar luvas de procedimentos.
- Retirar da mesa de instrumentais artigos perfurocortantes descartando em
local apropriado designado pela instituição.
- Desprezar artigos de uso único, não cortantes em recipientes de lixo

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apropriados.
- Encaminhar as ampolas e frascos vazios de medicamentos controlados ao
destino determinado pela instituição.
- Reunir campo de pano nos hamperes, revisando-os.
- Retirar instrumental das mesas e colocar em suas caixas apropriadas para
devolução no CME verificando integridade, número de peças, colocando os mais
delicados sobrepostos aos mais pesados.
- Aspirar com o aspirador da sala todos os líquidos restantes em mesa cirúrgica
e encaminhá-lo para limpeza conforme rotina da instituição.
- Cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso.
- Conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, desprezadas ou
levadas ao expurgo.
- Frascos de aspiração devem ser descartados ou trocados e desinfetados antes
do uso da próxima cirurgia.
- As Lâminas de laringoscópios devem ser limpas com água e sabão com pH
neutro, utilizando-se uma escova para remoção da sujidade e desinfecção com álcool a
70%. Na presença de sangue, recomenda-se a desinfecção com glutaraldeído a 2% por
30 minutos.
- Recolher cubas e avulsos colocando-os no carrinho abastecedor de
devolução.
- Retirar luvas de procedimentos.
- Lavar as mãos.
- Encaminhar o carro abastecedor conforme designação da instituição.
- A roupa e o lixo devem ser retirados da sala de operação em carros fechados,
seguindo a rotina da instituição.
- Após as etapas anteriores, realizar a limpeza da sala de operação conforme
preconizado.

Limpeza da sala de operação

É o procedimento de remoção de sujeira, detritos indesejáveis e micro-


organismos, presentes nas superfícies dos equipamentos e acessórios, mobiliários, pisos,
paredes mediante a aplicação de energia química, mecânica e térmica.
A escolha do procedimento de limpeza deve estar condicionada ao potencial de

19
contaminação das áreas e artigos e dos riscos inerentes de infecções hospitalares. Os
ambientes podem ser assim classificados:
- Áreas críticas:
São aquelas que oferecem risco potencial de transmissão de infecção, seja por
procedimentos invasivos realizados, pela presença de pacientes com seu sistema
imunológico deprimido ou por executar limpeza de artigos (hemodiálise, central de
material e esterilização, centro-cirúrgico, UTI, etc.).
- Áreas semicríticas:
São todas as áreas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas (unidades de internação, ambulatórios).
- Áreas não críticas:
Áreas hospitalares não ocupadas por pacientes (salas administrativas, depósitos).

São consideradas quatro etapas da limpeza em CC:


• Limpeza preparatória: realizada antes do início das cirurgias
programadas do dia. Remover as partículas de poeira nas superfícies dos mobiliários,
focos cirúrgicos e equipamentos com solução detergente ou desinfetante (álcool 70%)
com um pano úmido e branco são seus objetivos;
• Limpeza operatória: realizada durante o procedimento cirúrgico
consistindo apenas na remoção mecânica da sujidade (sangue e secreções) utilizando
um pano comum embebido em agente químico de amplo espectro para que não ocorra
secagem da superfície e disseminação contaminando o ar;
• Limpeza concorrente: Executada no término de cada cirurgia. Envolve
procedimentos de retirada dos artigos sujos da sala, limpeza das superfícies
horizontais dos móveis e equipamentos.

- O hamper deve ser fechado e levado ao local de acesso à lavanderia.


- O instrumental cirúrgico deve ser colocado aberto em caixas perfuradas
(usando luvas) e encaminhado ao expurgo da central de materiais e esterilização (CME)
o mais cedo possível para o reprocessamento.
- As conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, desprezadas ou
levadas ao expurgo da CME.
- Artigos em aço inoxidável, de vidro, de borracha, utilizados na cirurgia
recebem cuidados especiais. O conteúdo do frasco deve ser desprezado em local

20
apropriado. Os frascos devem ser descartados ou trocados e desinfetados, antes do uso
da próxima cirurgia.
- As cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso.
- As superfícies dos mobiliários e dos equipamentos existentes na SO devem
ser limpas com solução desinfetante, geralmente o álcool 70%.
- Não usar hipoclorito de sódio em superfícies metálicas devido ao risco de
corrosão dos metais.
- O chão deve ser limpo usando máquinas lavadoras e extratoras. Como isso
nem sempre é possível, recomenda-se o uso da um pano de chão seco e limpo a cada
sala de operação e para cada limpeza concorrente, e após isso deve ser mandado à
lavanderia para ser processado.
- As paredes devem ser limpas somente se houver contaminação direta com
material orgânico (secreção, muco, sangue, etc.), assim com o teto.
- A SO pode ser montada para outra cirurgia.

• Limpeza terminal: diária e periódica.


A limpeza diária é realizada após a última cirurgia programada do dia. Envolve
todos os procedimentos da limpeza concorrente, acrescentados à limpeza de todos os
equipamentos, acessórios e mobiliários, pisos e paredes da SO.
As portas devem ser limpas diariamente, especialmente o local próximo à
maçaneta. O chão deve ser lavado com água e sabão. As macas e os carros de transporte
também devem ser limpos. Os lavabos devem ser limpos, trocar a solução antisséptica,
assim como as escovas de degermação.
Já a limpeza periódica envolve itens cuja frequência de limpeza não necessita ser
diária, por não se sujar com facilidade e ou por não estarem diretamente relacionados
com a infecção direta do sítio cirúrgico. Dessa forma, rotinas de limpeza com
periodicidades maiores podem ser estabelecidas. É o caso das superfícies verticais,
janelas, portas, teto, grades de entrada e saída do ar- condicionado, armários que
permanecem fechados dentro e fora da sala de operação.
A equipe de limpeza:
A limpeza do CC é dividida entre o pessoal da limpeza e o circulante da sala. O
pessoal da limpeza deve ter noções de: micro-organismos e sua transmissão; o porquê
da limpeza da sala de operação; como realizar a limpeza em função da técnica (paredes
e anexos de cima para baixo; tetos no sentido unidirecional; pisos: do fundo para a porta

21
da sala; piso e corredores, saguões: de dentro para fora e de trás para frente; iniciar
sempre da área menos contaminada para a mais contaminada; nunca realizar
movimentos de vai-vém; iniciar a limpeza pelas paredes e por último o piso).
Os procedimentos devem estar escritos, organizados em um manual, de fácil
cesso a qualquer pessoa que deseja consultá-los, e devem sofrer revisão periódica.
Deve-se ter um programa contínuo de atualização e desenvolvimento da equipe
de CC, ressaltando a importância da limpeza no processo de controle de infecção.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

É um método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades internas e


externas executado por meio de técnicas geralmente realizadas com o auxílio de
instrumentos. A cirurgia abrange a abertura ou não do corpo com a finalidade
diagnóstica, terapêutica ou estética. A partir deste conceito, podemos dizer que
enfermagem cirúrgica é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem prestados
aos pacientes nos períodos pré-operatório, transoperatório e pós- operatório.
Esses cuidados objetivam minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior segurança ao
paciente e reabilitá-lo para se reintegrar à família e à sociedade o mais rápido possível.

HISTÓRICO DA CIRURGIA

Escavações demonstram instrumentais sugestivos de procedimentos cirúrgicos


pelos povos primitivos, com técnicas que abrangiam tratamento de feridas, correção de
fraturas, trepanação, circuncisão, etc.
• No século VI e V a.C.: Grécia com a Medicina dos Templos.
Hipócrates deu o cunho científico à medicina, em que desenvolveu técnicas cirúrgicas,
vindo do grego: cirurgião (cheir = mão, ergon = trabalho).
• História da anestesia: nasce o grande fortalecedor da cirurgia, com os
egípcios sendo os representantes de maior destaque. Uso inicial pela odontologia.

FIGURA - PRIMEIRA CIRURGIA COM NARCOSE REALIZADA EM 1846

22
FONTE: http://www.noticias.uff.br/noticias/2008/10/dia- anestesiologista.php

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

As cirurgias podem ser classificadas quanto à urgência cirúrgica que engloba:

• Cirurgia eletiva:
Tratamento cirúrgico proposto, mas cuja realização pode aguardar ocasião mais
propícia, ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia, gastrectomia.

• Cirurgia de urgência:
Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de
24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia, brida intestinal.

• Cirurgia de emergência:
Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação
crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região pré-cordial, hematoma
subdural.

As cirurgias podem ser classificadas de acordo com a finalidade do tratamento


cirúrgico:

• Cirurgia Curativa:

23
Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao
paciente. Para essa finalidade é necessário às vezes a retirada parcial ou total de um
órgão. Este tipo de cirurgia tem uma significação menos otimista quando se trata de
câncer, neste caso, a operação curativa é aquela que permite uma sobrevida de alguns
anos. Ex. Apendicectomia.

• Cirurgia Paliativa
Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas
não cura a doença. Ex. Gastrostomia.

• Cirurgia Diagnóstica
Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.
laparotomia exploradora.

• Cirurgia Reparadora
Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou
traumatismo. Ex. enxerto de pele em queimados.

• Cirurgia Reconstrutora / cosmética / plástica.


Realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de embelezamento.
Ex.: Rinoplastia, mamoplastia, etc.
As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto ao porte cirúrgico ou risco
cardiológico (pequeno, médio ou grande porte), ou seja, a probabilidade de perda de
fluidos e sangue durante sua realização.

• Grande porte: Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue.


Por exemplo: cirurgias de emergência, vasculares arteriais.

• Médio Porte: Com média probabilidade de perda de fluido e sangue.


Por exemplo: cabeça e pescoço – ressecção de carcinoma espinocelular, ortopedia -
prótese de quadril.

24
• Pequeno porte:
Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo: plástica
mamoplastia e endoscopia.

Quanto ao tempo de duração as cirurgias ainda podem ser classificadas quanto a:

• Porte I: com tempo de duração de até 2 horas. Por exemplo:


rinoplastia.
• Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por
exemplo: colecistectomia, gastrectomia.
• Porte III: de 4 a 6 horas de duração. Por exemplo: Craniotomia.
• Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por exemplo:
transplante de fígado.

Quanto ao potencial de contaminação da cirurgia:

• Cirurgia limpa:
Eletiva, primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática.
Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de
processo infeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram penetrações
nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Por
exemplo: mamoplastia.

• Cirurgia potencialmente contaminada:


Realizada em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido
de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com
falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-
se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem
contaminação significativa. Por exemplo: colecistectomia com colangiografia.

• Cirurgia contaminada:
Cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados
por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, bem

25
como todas aquelas em que tenha ocorrido falha técnica grosseira, na ausência de
supuração local; presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda
intenção ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária
também se inclui nesta categoria. Por exemplo: hemicolectomia.

• Cirurgia infectada
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão em
presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e
feridas de origem suja. Por exemplo: cirurgias de reto e ânus com secreção purulenta.

Tem-se ainda a classificação de cirurgias conforme a tabela utilizada pelo


sistema de cobrança dos hospitais segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) que
caracteriza de acordo com o procedimento anestésico. Varia do porte 0 a 8, sendo o
porte zero, um procedimento com anestesia local e por ordem crescente, cresce a
complexidade anestésica e consequentemente a cirúrgica.
As cirurgias também podem ser classificadas de acordo com a Associação
Médica Brasileira (AMB), que diz:
Para a AMB as cirurgias são classificadas de porte 0 a 8, sendo oporte
zero um procedimento com anestesia local e à medida que se utiliza a classificação
em ordem crescente, existe também crescimento da complexidade cirúrgica. Portanto,
trata-se de uma classificação com finalidade de cobrança do convênio e Serviço Único
de Saúde (SUS), principalmente dos honorários médicos (anestesista e cirurgião), da
instrumentação cirúrgica e da sala de operação.

Tempos Cirúrgicos

De modo geral, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro fases ou


tempos básicos e fundamentais: diérese, hemostasia, exérese e síntese.
▪ Diérese:
É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir
uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física.
A diérese mecânica possui alguns tipos, dentre eles:
- Punção: realizada por meio da introdução de uma agulha ou trocarte nos
tecidos, sem, contudo, seccioná-los, com várias finalidades como drenagem de coleção

26
líquida das cavidades ou do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de
líquidos para exame diagnóstico, injeção de contraste e medicamentos.
- Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material
cortante, como tesouras, serras, lâminas ou bisturi elétrico.
- Divulsão: realizada pelo afastamento dos tecidos nos planos anatômicos
com tesouras de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores.
- Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio
de cureta.
- Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão
tubular.

Já a diérese física pode ser classificada em:


- Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica,
por intermédio do bisturi elétrico.
- Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que vai ser
realizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio
liquefeito por ser uma substância criogênica potente.
- Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega
um feixe de radiação infravermelha de alta intensidade. Os sistemas laser podem ser
obtidos com materiais em estado sólido, líquido e gasoso. Existem vários sistemas laser,
mas o mais utilizado na cirurgia é o laser de dióxido de carbono (CO 2).

▪ Hemostasia:
É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento, pode ser
feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos,
eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa antes da cirurgia,
quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de tempo de coagulação e
dosagem de pró-trombina.
Pode ser classificada em:
- Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. A
hemostasia medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais pré-operatórios,
enquanto a cirúrgica é realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o
ato operatório, temporária ou definitiva.
- Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não

27
favoráveis e com material muitas vezes improvisado, como, por exemplo, compressão
digital, garrotes e torniquetes.
- Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção
cirúrgica e pode ser medicamentosa (drogas que diminuem o sangramento por
vasoconstrição), mecânica (compressão e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou
biológica (absorventes).

▪ Exérese:
Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo,
paliativo, estético/corretivo, diagnóstico.
▪ Síntese:
É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a
separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade
tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma:
- Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos
apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis.
- Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso,
adesivos (esparadrapos) ou ataduras.
- Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a
extensão da incisão cirúrgica.
- Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da
ferida em consequência da colocação de dreno em determinado local da incisão
cirúrgica.
- Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por
traumatismos.
- Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do
rompimento da continuidade ou contiguidade deles.

INSTRUMENTAIS, AGULHAS E FIOS

Os vários tipos de instrumentos podem ser agrupados da seguinte maneira:

INSTRUMENTAL DE DIÉRESE

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Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e outros,
utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais.
O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um
instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com uma
extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. Os cabos de bisturis são
designados por números, por exemplo: cabo n°3 ou n°4. Quanto menor o número,
menor a lâmina, destinado a atos cirúrgicos delicados. Os cabos de bisturis com
números maiores apresentam encaixe maior para lâminas também maiores, destinados a
procedimentos cirúrgicos gerais.

INSTRUMENTAL PARA HEMOSTASIA

Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao pinçamento de vasos


sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por exemplo, as pinças
Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido proporcionarem um
manuseio mais fácil. As pinças hemostáticas são usadas em situações que exigem
instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas para hemostasia
temporária.

INSTRUMENTAL PARA PREENSÃO

É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças


elásticas e pinças com anéis e cremalheira.

INSTRUMENTAL PARA SEPARAÇÃO


Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor
visualização da cavidade operatória. Os afastadores são divididos em dois grupos:
autoestáticos e dinâmicos.
Os autoestáticos são usados para a abertura da cavidade abdominal. Os mais
utilizados são: Gosset, Balfour, e para a cirurgia torácica, o Finochietto. Os afastadores
Weitlaner, Gelpi, Alm são usados em operações mais superficiais.
Os afastadores dinâmicos são usados para a separação e abertura do campo
operatório em diversas áreas do corpo. Nas operações do abdômen os mais usados são

29
Valvas de Doyen e suprapúbicas. Nas cirurgias torácicas são usados os afastadores
Harrington, Deaver, Allison, Coryllos e Davidson. Nas operações mais superficiais ou
na apresentação de órgãos específicos, podem ser utilizados os afastadores planos, como
Farabeuf, Langenbeck.
Outros afastadores com usos diversos, em formas laminares, rígidos ou
maleáveis, são as espátulas de Reverdin, utilizados geralmente na cavidade abdominal.

INSTRUMENTAL E MATERIAL PARA A SÍNTESE

É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e,


principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele.
Algumas características devem ser consideradas para a escolha do fio cirúrgico:
- Manter a força de tensão por tempo suficiente até que a cicatriz adquira
sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais.

Fios cirúrgicos

- Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual.


- Tipo de tecido a ser suturado.

Características físicas de manuseio e reação tecidual dos fios cirúrgicos

- Configuração física:
Refere-se à composição dos fios quanto aos seus filamentos. O fio pode ser
monofilmentar, quando é constituído de um único filamento, ou multifilamentar que
contém várias fibras trançadas ou intercaladas compondo um único fio.
- Capilaridade: refere-se à capacidade de captar e absorver líquidos ao
longo do fio cirúrgico. Os fios multifilamentares possuem maior superfície e maior
capilaridade, portanto podem apresentar maior aderência microbiana em relação aos
monofilamentares.

- Diâmetro: é determinado em milímetros e expresso em tamanhos com


zeros. Quanto menor o diâmetro, maior o número de zeros. A numeração varia de sete
(mais grossos com diâmetros mínimo de 0,90 mm e máximo de 0,999 mm) até dez

30
zeros (mais fino com diâmetro mínimo de 0,020 e máximo de 0,029mm).

- Força de tensão: é a quantidade de peso necessária para a ruptura do fio


cirúrgico. A força de tensão varia de acordo com o tipo de material de constituição do
fio cirúrgico.
- Força do nó: é a força necessária para fazer com que certo tipo de nó deslize
parcial ou completamente. Os fios multifilamentares apresentam coeficiente de atrito
mais elevado do que os fios monofilamentares, permitindo assim uma fixação mais
segura do nó, enquanto os fios monofilamentares possuem um bom deslize do nó,
mas a fixação é menos segura, necessitando reforçar o nó simples com nós duplos.
- Elasticidade: é a capacidade inerente do fio cirúrgico de recuperar a forma
e o comprimento originais depois de um estiramento. A elasticidade contribui para
diminuir a possibilidade de romper as bordas as incisão cirúrgica ou favorecer uma
estenose em sutura vascular.
- Memória: é a capacidade de um fio cirúrgico de retornar à sua forma
original após ser deformado, geralmente após um nó. Quando um fio apresenta alta
memória, consequentemente oferece menor segurança do nó.
- Manuseio: relacionado com a rigidez, ou seja, quão facilmente ele pode ser
dobrado quanto com o coeficiente de fricção, ou seja, quão facilmente o fio cirúrgico se
desliza pelo tecido e dá o nó. Um fio cirúrgico com alto coeficiente de fricção tende a
deslizar com dificuldade pelo tecido. Ele é mais difícil de dar nó porque este não se
mantém. Certos fios são revestidos para reduzir o coeficiente de fricção, entretanto o
coeficiente não deve ser muito baixo, pois ao contrário, os nós podem se desfazer
facilmente.
- Reação tecidual: como se trata de substâncias estranhas, todos os fios
cirúrgicos causam certa reação tecidual. A reação começa quando o fio agride o tecido
durante a introdução e pode persistir de acordo com a composição dele. A reação
tecidual tem início com a infiltração de leucócitos na área de agressão. Posteriormente,
aparecem os macrófagos e os fibroblastos e finalmente por volta do sétimo dia encontra-
se presente um tecido fibroso com inflamação crônica. A reação persiste até que o fio
cirúrgico seja encapsulado, e isso ocorre quando ele é constituído de material não
absorvível, ou seja, absorvido pelo corpo.

Classificação dos fios cirúrgicos

31
Fios cirúrgicos absorvíveis

São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em que são


implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade enzimática
durante o processo de cicatrização. Os de origem sintética são hidrolisados quando da
reação com as moléculas de água dos líquidos corporais, que se degradam e são
assimiladas pelos tecidos em cicatrização. Eles são divididos em dois grupos: sintéticos
e biológicos.

Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos

São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à obtenção do


intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino delgado de ovinos ou
serosa de bovinos. Conforme o tempo de absorção, os categutes podem ser simples ou
cromados. Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno de oito dias, e os
cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo tratados com bricomato de
potássio. O categute cromado é indicado para tecidos com cicatrização mais demorada,
como em estruturas do aparelho gastrointestinal ou no útero.
O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução alcoólica
para que sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de protegidos da luz e
das grandes variações de temperatura, por isso são embalados em envelope primário
aluminizado. Quando é removido de sua embalagem e não usado imediatamente, o
álcool evapora e o fio perde sua flexibilidade. Para reestruturá-la, pode-se mergulhar o
fio em água estéril ou soro fisiológico, entretanto o umedecimento excessivo pode
reduzir a força de tensão.

Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos

Ácido poliglicólico – fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem


sido empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e dos
inabsorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio de
polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa tolerância.
São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias ginecológicas, cirurgia geral

32
e operações urológicas.
Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes

Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São


monofilamentares, maleáveis e mantêm a resistência de tensão por um período mais
prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja um apoio
prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para pacientes idosos
ou oncológicos.
Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope primário
aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz e as variações de
temperatura.

Fios cirúrgicos não absorvíveis

São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois tipos:
biológicos e sintéticos.

Fios cirúrgicos não absorvíveis biológicos

O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e de


pouca reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio embalado
em envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de comprimento. Indicado
para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para suturas cutâneas devido à sua
reatividade tissular.
O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da- seda.
Suas fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de enceramento
para diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, resistência à tração e
segurança na fixação do nó.

Fios cirúrgicos não absorvíveis sintéticos

Subdivididos em quatro grupos:


- Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode ser
mono ou multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e

33
corrediço e pouca segurança de manutenção do nó.
- Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou
siliconizado. Fio de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não ocorra,
normalmente se adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se dissociar e
provocar reação tecidual. Utilizados em estruturas que requerem grande resistência à
tração.
- Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não biodegradável, e tem sido
recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, devido à
reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa capilaridade, com
mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É indicado nas
cirurgiascardiovasculares.
- Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em
tenorrafia; eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. O tântalo
é menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, bem tolerados, de
espessura variável, mono e multifilamentar.

AGULHAS CIRÚRGICAS

A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser suficientemente


larga, penetrante para ultrapassar a resistência tecidual, resistente para não dobrar, mas
ao mesmo tempo flexível, para dobrar antes de quebrar, resistente a corrosão de
tamanho, forma, e calibre apropriados à aplicação a que se destina.
São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos,
servindo de guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, às agulhas são retas, curvas
(círculos de 3/8, ¼, ½ e 5/8) e semicurvas específicas para cirurgia laparoscópica,
quanto à ponta são cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou triangulares, e
quanto ao fundo podem ser traumáticas ou atraumáticas.
As agulhas retas geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na
reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. Frequentemente
são usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas.
As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de curvatura é
variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado, sempre utilizadas
com porta-agulhas. As cortantes são usadas para sutura de pele e periósteo. As

34
cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais profundos.
As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, asseguram
fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo

GRAMPOS DE PELE

Método frequentemente usado para fechamento da pele. Quando usados


corretamente, oferecem excelentes resultados estéticos. Além de diminuir o tempo de
cirurgia, eles permitem a distorção decorrente do estresse exercido individualmente
pelas pontas de sutura.

FITAS ADESIVAS DE PELE

As feridas sujeitas à tensão estática e dinâmica mínimas podem ser aproximadas


por uma fita adesiva de pele. A escolha da fita para fechamento da pele se baseia na
capacidade adesiva e força tensiva para manterem as bordas da ferida intimamente
aderidas e especialmente a sua porosidade para facilitar a transmissão de umidade,
evitando assim o acúmulo de fluídos debaixo da ferida.
universalmente mais usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento
de uso e elas provocam dilacerações nos tecidos.
As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São
utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas.
Indicado para determinado tipo de cirurgia a ser realizada, por exemplo, a pinça
de Abadie é empregada na cirurgia gastrointestinal especialmente para anastomose
gastroentérica; o descolador de amídalas, na amidalectomia; a pinça atinsky, na cirurgia
vascular, pinças Duval e Allis na histerectomia.

INSTRUMENTO ESPECIAL

INSTRUMENTAL DE CAMPO

É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para
delimitação do campo operatório.
O instrumental cirúrgico se apresenta em tamanhos variados e muito deles

35
tomam as formas retas ou curva. Essa grande variedade de tamanhos e formas visa
proporcionar ao cirurgião uma infinidade de recursos para as mais variadas situações
cirúrgicas.

INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPIO

- Irrigador/ aspirador
Utilizado para a irrigação e aspiração de fluidos orgânicos ou não. Importante
para a aspiração de sangue e para a lavagem da cavidade com soro fisiológico.

- Pinças, tesouras, ganchos, afastadores.


Instrumentos de 5 e de 10 mm de diâmetro que não introduzidos na cavidade
abdominal ou torácica por meio dos trocantes para realização dos procedimentos
cirúrgicos.

- Trocartes
Compostos de cânulas de 5, 10, 12, 23 e de 33 mm no interior das quais um
mandril (tipo de lança pontiaguda) é introduzido. O conjunto perfura a parede
abdominal ou torácica. Uma vez no interior da cavidade, o mandril é retirado e a cânula
fica postada para a introdução dos instrumentos. Normalmente nos trocantes maiores,
utilizam-se um redutor de diâmetro permitindo a introdução de instrumental de menor
diâmetro sem a perda de CO2.

TERMINOLOGIAS

Entende-se por nomenclatura cirúrgica “o conjunto de termos de uma arte ou de


uma ciência: terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de
termos utilizados para indicar o procedimento cirúrgico a ser realizado. Os termos, do
ponto de vista etimológico, são compostos de:
• Raiz: é a parte básica da estrutura do termo;
• Afixos: constituídos de prefixos e sufixos, partes que podem ser
acrescidas antes e após a raiz.
Na nomenclatura cirúrgica, então, a raiz significa o segmento anatômico e os

36
afixos a intervenção cirúrgica a ser realizada.
Os principais objetivos da nomenclatura cirúrgica são:
- Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento
cirúrgico realizado.
- Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios
apropriados para cada tipo de cirurgia.

CLASSIFICAÇÃO
Os termos são formados por um prefixo que designa a parte do corpo
relacionada com a cirurgia e por um sufixo que indica o ato cirúrgico realizado.

QUADRO - PREFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS

Prefixo Relativo a
A Sem, negativa
Adeno Glândula
Artri(o) Artéria
Artr(o) Articulação
Bi Dois
Blefaro Pálpebra
Cardi(o) Coração
Cefal(o) Cabeça
Célio Abdome
Cerat(o) Tecido corneano
Circun Ao redor
Cist(o) Bexiga
Cleido Clavícula
Colecist(o) Vesícula biliar
Colo Cólon
Cólon Intestino grosso

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Colpo Vagina
Condr(o) Cartilagem
Costo Costela
Derm(a) Pele
Dia Através, separado
Ecto Fora
Enter(o) Intestino delgado
Episio Vulva
Espen(o) Baço
Face Membrana do cristalino
Faring(o) Faringe
Fleb(o) Veia
Gastro Estômago
Glico Glicose, açúcar
Gloss(o) Língua
Hem(o) Sangue
Hepat(o) Fígado
Híster(o) Útero
Lapar(o) Abdome
Lip(o) Gordura
Mast. Mama
Mega Grande
Meso Meio
Metro Útero
Mi(o) Músculo
Mielo Medula
Nefro Rim
Odont(o) Dente
Oftalmo Olho
Olig(o) Pouco, escasso
Onfalo Cordão umbilical, umbigo
Ooforo Ovário
Orqui Testículo

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Osteo Osso
Oto Ouvido
Peri Ao redor, próximo
Pleur(o) Pleura
Pneum(o) Pulmão
Post Prepúcio
Proct(o) Reto, ânus
Rin(o) Nariz
Ritido Face
Salping(o) Trompa
Semi Metade
Sialo Saliva
Taqui Rápido, veloz
Ten(o) Tendão
Traque(o) Traqueia
Ur(o) Urina, aparelho urinário

QUADRO 2 - SUFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS

Sufixo Significado
Algia Dor
Anastomose Formação de passagem entre dois órgãos
Centese Punção
Clise Fechamento
Dese Ação de ligar, fixação, fusão
Clise Injeção de fluidos
Ectomia Extirpação, excisão, remoção parcial ou total
Estase Parar
Estesia Relacionado sensibilidade
Grafo Desenho, registro gráfico
Ite Inflamação
Lise Dissolução, liberação
Lito Pedra, cálculo

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Malácia Amolecimento
Oma Que denota tumor
Ostomia Criação de um novo orifício/artificial
Penia Falta de, redução
Pexia Fixação de um órgão
Plastia Alteração da forma e/ou função de um órgão
Poiese Formando, produzindo
Polese Fazer, formar
Ptose Queda
Ráfia Sutura
Ragia Fluir, jorrar.
Síntese Composição
Stasia Detenção, parada
Scopia Visualização do interior do corpo em geral por meio de
aparelhos com lentes especiais
Strofia Torção
Tomia Abertura de um órgão
Stomia Abertura de uma nova boca
Tripsia Esmagamento
Trofia Crescimento, desenvolvimento

QUADRO - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE REMOÇÃO COM


SUFIXO ECTOMIA

Cirurgia Remoção de
Apendicectomia Apêndice
Cistectomia Bexiga
Colecistectomia Vesícula biliar
Colectomia Cólon
Craniectomia Calota óssea
Embolectomia Êmbolo
Esofagectomia Esôfago

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Esplenectomia Baço
Fistulectomia Fístula
Gastrectomia Parcial ou total do estômago
Hemorroidectomia Hemorroidas
Hepatectomia Parcial do fígado
Histerectomia Útero
Lobectomia Lobo de um órgão
Mastectomia Mama
Ooforectomia Ovário
Miomectomia Mioma
Pancreatectomia Pâncreas
Pneumectomia Pulmão
Prostatectomia Próstata
Retosigmoidectomia Reto-sigmoide
Salpingectomia Trompa
Simpatectomia Segmentos selecionados do sistema
nervoso simpático produzindo
vasodilatação.
Tiroidectomia Tiroide

QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA FIXAÇÃ

Cirurgia Para fixação


Cistopexia Bexiga
Histeropexia Útero à parede abdominal
Nefropexia Rim à parede abdominal
Retinopexia Retina
Orquiopexia Testículo em sua bolsa

QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA


ALTERAR A FORMA E/OU A FUNÇÃO DE UM ÓRGÃO COM SUFIXO PLASTIA

41
Cirurgia Alterar forma e/ou função
Artroplastia Articulação para restaurar movimento e função
Blefaroplastia Pálpebras
Mamoplastia Mamas
Piloroplastia Piloro
Queiloplastia Lábio
Rinoplastia Nariz
Ritioplastia Rugas da face
Salpingoplastia Trompa para sua recanalização
Toracoplastia Parede torácica

QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE SUTURA


COM SUFIXO RAFIA

Procedimento Sutura de (a) (o)


Blefarorrafia Pálpebra
Colporrafia Vagina
Gastrorrafia Estômago
Herniorrafia Hérnia
Osteorrafia Sutura ou colocação de fio metálico no osso
Palatorrafia Fenda palatina
Perineorrafia Períneo
Tenorrafia Tendão

QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA


VISUALIZAÇÃO COM SUFIXO SCOPIA
Procedimento Visualização
Artroscopia Articulação
Broncoscopia Brônquios
Cistoscopia Bexiga
Colonocospia Cólons
Colposcopia Vagina
Duoenoscopia Duodeno

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Endoscopia Órgãos internos
Esofagoscopia Esôfago
Gastroscopia Estômago
Laringoscopia Laringe
Laparoscopia Cavidade abdominal
Sigmoideoscopia Sigmoide
Ureteroscopia Ureter
Uretroscopia Uretra
Ventriculoscopia Ventrículo cerebral

QUADRO - PRINCIPAIS APARELHOS PARA VISUALIZAÇÃO DIRETA

Aparelho Finalidade
Artroscópio Artroscopia
Broncoscópio Broncoscopia e laringoscopia
Cistoscópio Cistoscopia, uretroscopia e ureteroscopia
Colposcópio Colposcopia
Colonoscópio Colonoscopia
Endoscópio digestivo Esofagoscopia, gastroscopia, duodenoscopia

Sigmoidoscópio Sigmoidoscopia
Laringoscópio Laringoscopia

QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA


ABERTURA COM SUFIXO TOMIA OU STOMIA

Cirurgia Para abertura


Artrotomia Articulação
Broncotomia Brônquio
Cardiotomia Cárdia
Cistostomia Bexiga pra drenagem da urina por sonda
Colecistostomia Colocação de dreno na vesícula biliar
Coledocolitotomia Do colédoco para retirada de cálculo

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Coledocotomia Exploração do colédoco
Duodenotomia Duodeno
Enterostomia Do cólon através da parede abdominal
Flebotomia Dissecção de veia
Gastrostomia Colocação de uma sonda do estômago através da
parede abdominal
Hepatotomia Do fígado
Ileostomia E colocação de uma sonda ou dreno no íleo
Jejunostomia Colocação de sonda no jejuno para alimentação
Laparotomia Da cavidade abdominal
Nefrostomia E colocação de sonda no rim
Tenotomia Do tendão
Toracotomia Da parede torácica
Toracostomia Da parede de tórax para drenagem
Traqueostomia Da traqueia para facilitar a passagem de ar
Ureterolitotomia Do ureter para retirada de cálculo

QUADRO - TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS


CITADAS

Cirurgia Para abertura e


Amputação Remoção de um membro ou parte necrosada do
corpo
Anastomose Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações
Bartolinectomia Retirada de cisto de Bartholin
Biópsia Remoção de um tecido vivo para diagnóstico
Cauterização Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou calor

Cesariana Retirada do feto por incisão através da parede abdominal

Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande


Cistocele Queda de bexiga
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo uterino

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Deiscência Separação dos bordos previamente separados e unidos

Dissecção Corte, retalhamento


Divertículo Bolsa que sai da cavidade
Enxerto Transplante de órgão ou tecido
Episiotomia Incisão perineal destinada a evitar a rutura do períneo
durante o parto
Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade
Fístula Orifício que coloca em comunicação parte de um órgão,
cavidade ou foco supurativo com a superfície
cutâneo ou mucosa
Goniotomia Cirurgia de glaucoma
Onfalectomia Remoção do umbigo
Bursh Levantamento da bexiga
Hammsted Correção de estenose pilórica
Manchester Correção do prolapso de útero
Paracentese Punção cirúrgica da cavidade abdominal para retirada
de líquido
Ressecção Retirada de parte de órgão
Retocele Protusão de parte do reto
Toracocentese Punção da cavidade torácica
Varicocele Veias dilatadas no escroto
Vasectomia Corte de um segmento do canal deferente para
controle da natalidade

QUADRO -TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS


Ação Sufixo Instrumental cirúrgico
Que corta Tomo Craniótomo, costótomo
Que detém Stato Laparóstato
Que rompe Clasto Osteoclasto

ANESTESIOLOGIA

45
A anestesia é caracterizada pela perda da sensibilidade dolorosa, com perda de
consciência e certo grau de amnésia, ao passo que a analgesia é a perda da sensibilidade
dolorosa com preservação do estado de consciência. Pode ser causada por: estados
patológicos diversos ou provocada artificialmente, por agentes anestésicos.

CONCEITOS BÁSICOS EM ANESTESIOLOGIA

Anestesia
Tem origem nas palavras gregas an = privação + aísthesis = sensação + ia, que
literalmente quer dizer perda total ou parcial da sensibilidade, especialmente da tátil. O
termo foi sugerido pelo médico e poeta norte-americano Oliver Wendel Holmes,
entretanto, já existia na língua grega, e foi empregado no sentido de insensibilidade
dolorosa, pela primeira vez por Dioscórides, no século I d.C. O termo anestesia se
emprega, contudo, para a perda de qualquer tipo de sensibilidade. Sendo causada por
estados patológicos diversos ou provocada artificialmente, por agentes ditos anestésicos.

Analgesia

Também tem origem na palavra grega an = privação + algesía = sensação à dor


+ ia, que significa perda da sensibilidade à dor com conservação das demais sensações.
Supressão temporária da dor sem perda da consciência.

Anestesia local

Também chamada de analgesia, implica perda da sensação dolorosa em uma


área limitada do corpo. O agente anestésico atua temporariamente sobre fibras e
terminações nervosas, insensibilizando o lugar onde elas estão localizadas.

Anestesia regional

Perda da sensibilidade em uma área maior do corpo, porém dentro de certo


limite. Essa área é o que chamamos de território. O agente anestésico é capaz de
bloquear localmente a condução dos impulsos nervosos provenientes de uma

46
determinada área corporal.

Anestesia geral

Um estado reversível de depressão do SNC. Ocorre inconsciência, com perda de


sensação de dor em todo o corpo.
Hipnótico Estado semelhante ao sono profundo normal (sono fisiológico)
que causa depressão moderada do SNC.

O indivíduo dorme, mas pode ser despertado por estímulos sensitivos.

Narcose

O que se conhece por sono artificial. Provoca perda de consciência e


insensibilidade. O indivíduo não consegue ser despertado por estímulos sensitivos. É o
estado que se deseja obter durante o processo de anestesia cirúrgica.

Anestesia basal

Nível de anestesia mais superficial conseguido, em geral, pela administração de


medicação pré-anestésica. O paciente fica inconsciente, mas não suficientemente
deprimido para que se possa realizar um procedimento cirúrgico.

Sedação

Estado em que o paciente se encontra acordado, apresentando um grau


moderado de depressão do SNC, calmo e sem nervosismo.

Notria

Estado de torpor ou estupor, sendo o termo utilizado para definir inatividade


mental e motora do sistema nervoso. O tipo de anestesia em que há bloqueio sensitivo,
motor, dos reflexos e do estado mental ou vigília é denominado anestesia equilibrada ou

47
notria.

FONTE: http://caminhandocomciencia.blogspot.com.br/

Os objetivos do ato anestésico são:


- Suprir a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia com manutenção ou não
da consciência;
- Relaxamento muscular;
- Proporcionar condições ideais para a ação da equipe cirúrgica.

como:
- Posição do paciente durante a cirurgia;
- Exigências particulares do cirurgião.

Para escolha do tipo de anestesia levam-se em consideração alguns fatores


- Condições fisiológicas do pacientes;
- Presença de severidade de doenças coexistentes;
- Recuperação pós-operatória de vários tipos de anestesia;
- Opções de manuseio da dor no pós-operatório;
- Tipo e duração do procedimento cirúrgico;

Durante a anestesia devem ser continuamente avaliadas as condições de


oxigenação, ventilação, circulação e temperatura do paciente. Esta monitorização
depende das condições fisiológicas e estabilidade do paciente; do procedimento
cirúrgico; da extensão de perda sanguínea e das necessidades de monitoração prevista
diante do uso de anestesia geral ou local.

48
FATORES FÍSICOS E FISIOLÓGICOS DOS ANESTÉSICOS

Os anestésicos gerais produzem anestesia porque eles passam para o cérebro por
uma alta pressão parcial. Quantidades relativamente grandes de anestésico devem ser
administradas durante a indução e nas fases iniciais de manutenção, pois o anestésico
recircula e é depositado nos tecidos corporais.
À medida que estes tecidos se tornam saturados, pequenas quantidades de
anestésico são necessárias para manter a anestesia devido ao equilíbrio, ou quase
equilíbrio, que foi alcançado entre o cérebro, o sangue e os demais tecidos.
Qualquer fator que diminua o fluxo sanguíneo periférico, tal como a
vasoconstrição ou o choque, pode fazer requerer apenas pequenas quantidades de
anestésico. Inversamente, quando o fluxo sanguíneo periférico está extraordinariamente
alto, como em um paciente com os músculos ativos ou em paciente apreensivo, a
indução é lenta e grandes quantidades de anestésico são exigidas, uma vez que o cérebro
recebe uma menor quantidade de anestésico.

Profundidade da anestesia definido de sinais e sintomas:

Estágio I: estágio inicial da anestesia até a perda da consciência. O pulso e a


respiração são irregulares.

Estágio II: Da perda da consciência até o início de um padrão regular de


respiração e o desaparecimento do reflexo palpebral. Também denominado estágio de
delírio. Caracterizado por excitação e muitas reações indesejáveis, tais como: vômitos,
laringoespasmo e mesmo parada cardíaca podem ocorrer durante esse período.
Respiração e pulso são irregulares e rápidos. As pupilas estão dilatadas, porém,
contraem-se quando expostas à luz.

Estágio III: Também chamado de anestesia cirúrgica. A respiração é irregular e


o pulso tem ritmo quase normal com bom volume, a pele está rosada ou levemente
enrubescida. Com a administração adequada do anestésico, esse estágio pode ser
mantido por várias horas. A maior parte das cirurgias é executada neste estágio.

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Estágio IV: Dura desde o momento da cessação da respiração até a insuficiência
do sistema circulatório. O pulso é filiforme e fraco. Desenvolve-se cianose
gradualmente. Quando se chega a este estágio, suspende-se o anestésico imediatamente,
faz-se respiração artificial. Os estimulantes, ainda que raramente utilizados, podem ser
administrados à circulação, se houver dosagem excessiva de anestésicos.
Durante a administração dos anestésicos não há, naturalmente, divisão definida
entre os vários estágios. O paciente passa gradualmente de um estágio ao outro e
somente pela observação cuidadosa dos sinais evidentes (condições das pupilas, pressão
sanguínea, batimento cardíaco e ritmo respiratório) o anestesiologista pode ter o
controle da situação.

MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

Consiste na administração de uma ou mais diferentes drogas antes do ato


anestésico com o objetivo de produzir amnésia e sedação, diminuir a dor, potencializar
os agentes anestésicos, diminuir secreções de vias aéreas e o metabolismo, reduzir
volume do conteúdo gástrico e aumentar o seu pH, reduzindo as necessidades de
anestésicos. Reduz a ansiedade, pois o estresse pré-operatório pode provocar
inquietação, insônia, arritmias, hipertensão arterial e crise de angina.
Portanto, a medicação pré-anestésica deve proporcionar a redução da ansiedade,
de modo que a indução e manutenção da anestesia sejam mais fáceis, pois o estresse
pré-operatório pode provocar inquietação, insônia, arritmias, hipertensão arterial e crise
de angina. A medicação deve ser prescrita de acordo com as necessidades individuais do
paciente, as quais podem ser distribuídas em três grupos:

1. Anticolinérgicos: diminuem a secreção salivar e os reflexos vagais


sobre o coração. A atropina exerce sua ação por antagonismo competitivo com a
acetilcolina. Ela tem como efeito colateral taquicardia devido ao bloqueio vagal,
agitação psicomotora, hipertermia, sialosquiese, aumento da pressão intraocular em
doentes glaucomatosos, midríase, no aparelho renal relaxa a bexiga e contrai os
esfíncteres. A escopolamina provoca agitação e delírio por atravessar a barreira
hematoencefálica. O glicopirrolato é mais potente que a atropina é mais potente que a
atropina. Aumenta a frequência cardíaca, atravessa a barreira hematoencefálica, Pode
elevar o pH gástrico mais que a atropina.

50
2. Tranquilizantes: possuem efeitos ansiolíticos, amnéstico, sedativo,
anticonvulsivante e relaxante muscular. Podem ser administrados por via
ambulatório. A principal alteração cardiovascular decorre da discreta redução da
pressão sanguínea arterial média por diminuição da resistência vascular sistêmica. O
midazolan tem a vantagem de provocar amnésia anterógrada, potencializa o efeito dos
anestésicos gerais e pode provocar depressão respiratória.

3. Hipnoanalgésicos: diminuem a ansiedade dolorosa com sedação. As


drogas morfina, meperidina, dolantina, fentanil, alfentanil produzem analgesia em
pacientes com dores pré-operatórias. Entretanto, em doses analgésicas podem deprimir a
respiração e aumentar o risco de acidose respiratória e pneumonite aspirativa. Grandes
doses podem causar hipotensão, náuseas, vômito, constipação e distensão abdominal. A
ocorrência de urticária e broncoespasmo indica hipersensibilidade. A morfina produz
hipnose e analgesia. As principais complicações são: euforia, confusão mental, náuseas
e vômitos, bradicardia, hipotensão arterial, hipoventilação pulmonar, espirro, em doses
altas pode provocar rigidez e convulsões; miose, hiperglicemia, efeito constipante,
aumento da pressão liquórica e das vias biliares, prurido, retenção urinária. A
meperidina produz analgesia que se inicia dez minutos após administração
intramuscular. Como complicações mais comuns, provoca náuseas e vômitos, depressão
respiratória, hipotensão postural, aumento da pressão intracraniana e disforia. O fentanil
é um analgésico narcótico. Possui ação rápida, curta duração e elevada potência (100
vezes maior do que a da morfina). Pode causar: depressão respiratória, espasmo da
musculatura bronquiolar, aumento do tônus da musculatura esquelética, bradicardia,
hipotensão arterial, náuseas e vômitos, sudorese, toxicomania. O início da ação do
alfentanil é rápido. Pode causar depressão respiratória, embora de curta duração,
raramente sendo necessário o emprego dos antagonistas dos hipnoanalgésicos ao
término da cirurgia.
A visita do anestesiologista e de um enfermeiro de centro cirúrgico antes da é
mais calmante para o paciente que os medicamentos utilizados no pré-anestésico. As
medicações pré-anestesicas devem ser administradas 45 a 75 minutos antes de começar
a anestesia, para que tenham ação antes do isício da anestesia com a finalidade de
produzir sedação, amnésia, analgésia, diminuição do metabolismo basal e boqueio
vagal.

51
TIPOS DE ANESTESIA

Os diferentes tipos de anestesias se dividem em dois grandes grupos: a anestesia


de consciência (geral) e as de partes do corpo (sendo as loco regional: local, tissular,
plexular, troncular, epidural e raquianestésica). Uma classificação frequentemente usada
para a assistência anestésica é a seguinte:

Anestesia geral
A anestesia geral pode ser entendida como um estado reversível de ausência de
percepção dolorosa, relaxamento muscular, depressão neurovegetativa e inconsciência,
resultante da ação de uma ou mais drogas no sistema nervoso.
São administrados por vias endovenosas e inalatória preferencialmente em razão
da relação efeito-doze e o tempo de curso de efeito são mais previsíveis. Outras vias
podem ser usadas, como a anestesia geral retal.

Anestesia geral por inalação

Os anestésicos líquidos podem ser administrados pela mistura de vapores com


oxigênio ou óxido nitroso-oxigênio e, então, fazer o paciente inalar a mistura. O vapor é
administrado ao paciente por meio de um tubo ou máscara.
A técnica endotraqueal para administração de anestésico consiste na introdução
de um tubo endotraqueal ou da máscara laríngea de borracha macia ou plástico, dentro
da traqueia (tubo) ou laringe (máscara laríngea), com a ajuda de um endoscópio óptico
de fibra flexível, ou também pela exposição da laringe com um laringoscópio ou pela
introdução do tubo cegamente. O tubo pode ser inserido tanto pelo nariz quanto pela
boca (a ML somente pela boca). Quando o tubo encontra-se no local, o mesmo isola os
pulmões do esôfago de forma que, se o paciente vomita, nenhum conteúdo do estômago
entra nos pulmões.
São exemplos de anestésicos líquidos voláteis: o alotano, tricloetileno,
metoxiflurano, enflurano e cevoflurano e gases (óxido nitroso e ciclopropano –
combinado com oxigênio). O que determina a profundidade da anestesia é a
concentração do anestésico no cérebro.

52
FONTE: http://www.viaaereadificil.com.br/tecnicas_int/guias.htm

POSICIONAMENTO DA MÁSCARA LARÍNGEA

FONTE: http://www.medtech.com.br/lma/imagens_ML/ML-inserc-2.gif

INSERÇÃO DA MÁSCARA LARÍNGEA

53
FONTE:<http://www.viaaereadificil.com.br/mascara_laringea/ML_p/ML/histori
co_ML.htm

Anestesia geral endovenosa

Pode ser produzida pela injeção intravenosa de várias drogas. Tem a vantagem
de não ser explosiva, agradável para o paciente, ação rápida, fácil de dosar, não requer
aparelhagem e é muito fácil de administrar, porém, não há meio de removê-la do
organismo (tiopental sódico, etomidato, acetamina, diazepínicos, propofol e methoexital
sódico).

Anestesia local

Caracteriza-se pela administração de anestésico local nas imediações dos


axônios. Sua ação é de estabilizar a membrana do axônio impedindo a despolarização e
consequente propagação do impulso elétrico. Pode ser classificada em: local
propriamente dita regional e espinhal.
Anestesia local pode ser tópica (mucosa do nariz, boca, árvore
traqueobrônquica, esôfago e trato geniturinário) ou por infiltração (injeção de anestésico
nos tecidos nos quais deve passar a incisão).

Anestesia regional

O agente anestésico é injetado nos nervos ou ao redor deles, de modo a


anestesiar a área por eles inervada. As áreas mais comumente utilizadas são: bloqueio
do plexo (plexo branquial); anestesia paravertebral (parede abdominal e vísceras);
bloqueio transacral (períneo e baixo abdômen);

Anestesia espinhal

Epidural ou peridural - injeção de anestésico no canal medular no espaço ao


redor da dura-máter.

54
Raquianestesia – é obtida pela punção lombar e, no mesmo ato, injeta-se a
solução de anestésico no líquido cefalorraquidiano, no espaço subaracnóideo.
Outras medicações são utilizadas como coadjuvantes no ato anestésico. É o caso
do miorrelaxantes utilizados para facilitar a intubação e oferecer condições cirúrgicas
ideais em planos menos profundos que a anestesia geral. Dividem-se em três grupos:
relaxantes musculares despolarizantes (succinilcolina), relaxantes musculares não
despolarizantes (antagonistas da acetilcolina) que podem ser divididos enquanto
duração de ação em intermediários (atracurium) e de longa duração (pancurônio). São
utilizadas também antagonistas dos hipinoanalgésicos como a nalorfina e neurolépticos
como a clorpromazina.
A regressão do ato anestésico se inicia na sala de operação paralela à eliminação
ou biotransformação dos agentes anestésicos, tratando-se assim do processo de
recuperação - a consciência. Essa se processa em três fases e quatro estágios clínicos.

Fases:
- Imediata (minutos): o paciente apresenta volta à consciência, existe
presença de reflexo das vias aéreas superiores e movimentação;
- Intermediárias (minutos/horas);
- Tardia (normalidade motora e sensorial): deve-se julgar o desempenho do
paciente entre 24 e 48 horas após a anestesia porque alguns efeitos indesejáveis podem
persistir por este período.

Estágios clínicos:
1º estágio: o paciente responde a estímulo doloroso;
2º estágio: ocorre abertura dos olhos ao comando verbal; 3º estágio: o paciente
responde a pergunta simples;
4º estágio: apresenta boa orientação no tempo e no espaço.

Outra classificação quanto às condições físicas, desenvolvida pela ASA –


American Society of Anesthesiologists para avaliação da gravidade das disfunções
fisiológicas e anormalidades anatômicas é dada por:

ASA 1: paciente sadio;


ASA 2: paciente com doença sistêmica leve; ASA 3: paciente com doença

55
sistêmica severa;
ASA 4: paciente com doença sistêmica severa que é um constante risco para a
vida;
ASA 5: moribundo que não se espera sobreviver sem a cirurgia;
ASA 6: paciente com morte cerebral declarada cujos órgãos estão sendo
removidos para doação.

CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS

O termo perioperatório é empregado para descrever todo o período da cirurgia,


incluindo antes e após a cirurgia em si. As três fases dos cuidados perioperatórios são:
Pré-operatório, Transoperatório e Pós-operatório.

PRÉ-OPERATÓRIO

Esse período tem início desde o momento em que o paciente recebe a indicação
da operação e se estende até a sua entrada no centro cirúrgico. Divide-se em duas fases:
pré-operatório mediato e pré-operatório imediato.

Pré-operatório Mediato

Começa no momento da indicação da operação e termina 24 horas antes do seu


início. Geralmente, nesse período o paciente ainda não se encontra internado.
Neste período mediato, sempre que possível, o cirurgião faz uma avaliação do
estado geral do paciente por meio de exame clínico detalhado e dos resultados de
exames de sangue, urina, raios X, eletrocardiograma, entre outros. Essa avaliação tem o
objetivo de identificar e corrigir distúrbios que possam aumentar o risco cirúrgico.
Tratando-se de cirurgias eletivas, em que há previsão de transfusão sanguínea,
muitas vezes é solicitado ao paciente para providenciar doadores saudáveis e
compatíveis com seu tipo sanguíneo. Com essa medida pretende-se melhorar a
qualidade do sangue disponível e aumentar a quantidade de estoque existente nos
hemocentros, evitando sua comercialização.

56
Os cuidados de enfermagem aqui neste período compreendem os preparos
psicoespiritual e o preparo físico.

Consentimento cirúrgico

Antes da cirurgia, o paciente deve assinar um formulário de consentimento


cirúrgico ou permissão para realização da cirurgia. Quando assinado, esse formulário
indica que o paciente permite a realização do procedimento e compreende seus riscos e
benefícios, explicados pelo cirurgião. Se o paciente não compreender as explicações, o
enfermeiro notifica ao cirurgião antes que o paciente assine o formulário de
consentimento. Os pacientes devem assinar um formulário de consentimento para
qualquer procedimento invasivo que exija anestesia e comporte risco de complicações.
Quando um paciente adulto está confuso, inconsciente ou não é mentalmente
competente, um familiar ou um tutor deve assinar o formulário de consentimento.
Quando o paciente tem menos de 18 anos de idade, um dos pais ou um tutor legal deve
assinar o formulário. Pessoas com menos de 18 anos de idade, que vivem longe de casa
e sustentam-se por conta própria, são considerados menores emancipados e assinam o
formulário de consentimento.
Em uma emergência, o cirurgião pode ter que operar sem consentimento. No
entanto, a equipe de saúde deve se esforçar ao máximo para obter o consentimento por
telefone, telegrama ou fax. Todo enfermeiro deve estar familiarizado com as normas da
instituição e com as leis estatais relacionadas aos formulários de consentimento
cirúrgico.
Os pacientes devem assinar o formulário de consentimento antes que lhes seja
administrado qualquer sedativo pré-operatório. Quando o paciente ou a pessoa
designada tiver assinado a permissão, uma testemunha adulta também assina para
confirmar que o paciente ou o indivíduo designado assinou voluntariamente. Em geral,
a testemunha é um membro da equipe de saúde ou um empregado do setor de admissão.
É responsabilidade de o enfermeiro assegurar que todas as assinaturas necessárias
figurem no formulário de consentimento, e que este se encontre no prontuário do
paciente antes que ele seja encaminhado ao centro cirúrgico (CC).

57
Avaliação Pré-operatória
Os cuidados pré-operatórios exigem uma avaliação completa do paciente. A
avaliação varia, dependendo da urgência da cirurgia e de o paciente ter sido admitido no
mesmo dia da cirurgia, ou antes. No entanto, mesmo em emergências, o enfermeiro
deve se esforçar ao máximo para coletar o maior número de dados possível. O quadro
abaixo apresenta uma lista de informações importantes que devem ser obtidas durante a
avaliação do paciente.

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QUADRO – AVALIAÇÃO PRÉ- OPERTÓRIA

REVISÃO DOS EXAMES • Nível de consciência (confusão mental,


DIAGNÓSTICOS E LABORATORIAIS sonolência, não responsividade)
PRÉ-OPERATÓRIOS • Sinais vitais.
• Hemograma completo • Peso e altura.
• Tipagem sanguínea e prova de • Integridade cutânea.
compatibilidade • Capacidade de se mover/deambular.
• Eletrólitos séricos • Nível de exercício.
• Urinálise • Próteses.
• Radiografia de tórax • Condição circulatória.
• Eletrocardiograma
• Outros exames relacionados ao AVALIAÇÃO DAS NECESSIDAS
procedimento ou à condição clínica do paciente PSICOLÓGICAS
(ex. tempo de protrombina, tempo de • Estado emocional.
tromboplastina parcial, nitrogênio da ureia • Nível de compreensão do procedimento
sanguínea, creatinina, outros estudos cirúrgico e das instruções pré e pós-
radiográficos). operatórias.
• Estratégias de enfrentamento.
REVISÃO DOS ANTECEDENTES • Sistema de apoio.
MÓRBIDOS DO PACIENTE E PREPARO • Papéis e responsabilidades.
PARA A CIRURGIA
• Histórico da doença atual e razão da AVALIAÇÃO DAS
cirurgia. NECESSIDADES
• Antecedentes mórbidos: condições clínicas CULTURAIS
agudas e crônicas, hospitalizações e cirurgias • Linguagem – necessidade de intérprete.
anteriores, qualquer problema anterior com • Costumes particulares relacionados à
anestesia, alergias, medicamentos atuais, uso de cirurgia, à privacidade, à eliminação de partes
substâncias como álcool, tabaco, drogas ilícitas. do corpo e a transfusões sanguíneas.
• Revisão dos sistemas.

AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES


FÍSICAS

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• Capacidade de comunicação.

Preparo psicoespiritual

O estado emocional influencia diretamente no funcionamento do corpo,


consequentemente, o paciente que apresenta alterações nesta área (ansiedade, estresse)
poderá ter um comprometimento na sua evolução pós-operatória. As principais
intervenções de enfermagem compreendem:
a) Explicar ao paciente a sua cirurgia e os exames na medida do possível.
b) Diminuir a sensação de medo da anestesia, cirurgia, dor, morte, do
desconhecido, e de destruição da autoimagem.
c) Orientar sobre os procedimentos e a importância da sua cooperação no
pré e pós-operatório.
d) Explicar como irá retornar da cirurgia e que a enfermagem estará
presente para atendê-lo em qualquer anormalidade.
e) Transmitir sensação de calma e confiança, e ouvir com atenção os

60
problemas do paciente.
f) Proporcionar um ambiente calmo e tranquilo, favorecendo o equilíbrio
psicológico e o entrosamento com o ambiente hospitalar.
g) Atender a família, explicando resumidamente a cirurgia, como o
paciente retornará da SO e a importância da família em apoiá-lo nesse período.
h) Providenciar ou dar assistência religiosa, de acordo com a religião ou
solicitação do paciente.

Preparo físico

São cuidados para melhorar o esclarecimento do diagnóstico e para adequar o


estado geral do paciente à cirurgia. Eles objetivam remover as possíveis fontes de
infecção e preparar o paciente para a operação.
a) Realizar exame físico, atentando para determinadas condições que
podem atuar negativamente na cirurgia. Ex. idade, outras doenças, quadro infeccioso,
hipersensibilidade medicamentosa, alimentar, fatores exógenos, etc.
b) Providenciar e preparar o paciente para os exames laboratoriais e
outros exames auxiliares de diagnóstico.
c) Controlar os SSVV.
d) Observar o equilíbrio hidroeletrolítico e o estado nutricional,
orientando, estimulando e administrando dietas adequadas, medicamentos, soros, etc.
e) Ensinar exercícios respiratórios com frascos, luvas, principalmente aos
que serão submetidos à anestesia geral, cuja finalidade é prevenir complicações
pulmonares após a realização da cirurgia. Normalmente, se orienta para o paciente
colocar as duas mãos na parte inferior das costelas, a fim de sentir o movimento
torácico, expirar completamente, inspirar profundamente pelo nariz e expulsar todo o ar
pela boca. Repetir esse exercício várias vezes. Há pequenos aparelhos denominados
expirômetros de incentivo, utilizados para a realização de exercícios respiratórios.
f) Exercícios de tosse cujo objetivo é retirar secreções da traqueia e dos
brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as mãos sobre o
local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as mãos e pressionar o
local. Isso funciona como imobilização durante a tosse, eliminando a dor. Depois de
pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente para frente, encher os pulmões e
provocar rápidas tossidelas. O exercício deve ser repetido uma ou duas vezes, tentando

61
eliminar possíveis secreções.
g) Orientar o paciente referente à deambulação precoce, que consiste em
pequenas caminhadas após a cirurgia, tão logo as suas condições o permitam. A
deambulação precoce favorece a expansão pulmonar, a circulação de membros
inferiores e estimula o peristaltismo intestinal, evitando a distensão abdominal por
acúmulo de gases e conteúdo intestinal estático.
h) Limpar a pele com banho completo no dia anterior, e no dia da
cirurgia, banho corporal completo com antisséptico degermante (ex. chlorexidina
degermante).
i) Manter as unhas curtas, limpas e sem esmalte.
j) Iniciar o jejum, conforme a prescrição médica, normalmente após o
jantar. Suspende-se a ingestão de água de 8 a 10 horas antes da cirurgia. Comumente a
última refeição ingerida pelo paciente antes da cirurgia contém apenas líquidos,
alimentos facilmente digeríveis, como sopa, caldos, etc. Após essa refeição, o paciente
precisa permanecer em jejum absoluto por várias horas, até o momento da cirurgia, não
sendo também permitida a ingestão de líquidos (chá, suco, etc.) e água. Antes do
período de jejum total, o enfermeiro estimula o paciente a manter uma boa nutrição para
ajudar a suprir a demanda aumentada de nutrientes do organismo durante o processo de
cicatrização. Proteínas e ácido ascórbico (vitamina C) são particularmente importantes
na cicatrização da ferida.

Pré-operatório Imediato

Esta fase compreende as 24 horas que antecedem a operação. De um modo


geral, o paciente é admitido no hospital dentro desse período, com o objetivo de ser
devidamente preparado para o ato cirúrgico. Esse procedimento, entretanto, pode variar
de instituição para instituição, ou dependendo do tipo de cirurgia ou do estado do
paciente. Há casos em que o paciente interna-se com vários dias de antecedência,
quando necessita de um tratamento para habilitá-lo a ser operado. Em outros casos, no
entanto, a admissão se dá no mesmo dia da operação.
k) Preparo da pele: esse procedimento tem como finalidade eliminar ao
máximo a flora bacteriana que normalmente habita a pele do paciente. A área em torno
da futura ferida operatória deve ser limpa de modo completo e feita a tricotomia, que
significa a raspagem dos pelos em uma região do corpo. Em vários hospitais, a

62
tricotomia é realizada na véspera da cirurgia, à noite, muito embora seja mais indicado
fazê-la até duas horas antes da cirurgia, para evitar a proliferação de germes após o
preparo da pele. A rotina de limpeza da pele depende do procedimento cirúrgico e das
normas do cirurgião ou da instituição. O objetivo é diminuir a quantidade de
microrganismos sem comprometer a integridade cutânea. Para uma cirurgia planejada,
pode-se solicitar ao paciente que limpe a área determinada com um sabão detergente
germicida durante vários dias antes do procedimento. Normalmente, os pelos não são
removidos antes da cirurgia, exceto se puderem interferir na incisão. Nesse caso, os
pelos são removidos com tricotomizadores elétricos no momento da cirurgia.
l) Preparo intestinal: para a maioria das cirurgias, principalmente as
realizadas sob anestesia geral, é importante o reto estar vazio, evitando, assim, que o
paciente evacue durante o ato cirúrgico. Em função do tipo de cirurgia a ser realizada, o
médico irá prescrever o preparo adequado, que pode variar desde ouso de laxante até a
aplicação de clister ou lavagem intestinal. Uma cirurgia de intestino grosso, por
exemplo, exige um preparo maior, para o órgão ficar o mais vazio e limpo possível.
Nesses casos, o laxante é administrado dias antes, mas o clister e a lavagem são feitos
na véspera da operação. Já em cirurgias de pequeno porte, pode-se dispensar a execução
desse preparo, desde que o paciente tenha evacuado normalmente na manhã do dia da
cirurgia. Um intestino limpo permite a visualização acurada do sitio cirúrgico e previne
traumas intestinais ou contaminação acidental do peritônio por fezes. Um enema
evacuador ou um laxante é prescrito para a noite que antecede a cirurgia, e pode ser
repetido na manhã do dia da cirurgia. Quando uma cirurgia intestinal é programada,
antibióticos também podem ser prescritos para reduzir a microbiota intestinal.
m) Higiene geral: além do preparo local da pele, um banho completo
antes da cirurgia, ajuda a evitar infecções, principalmente com uso de antissépticos
degermantes.
n) Retirar os esmaltes: no mínimo em uma das unhas, se for o caso, para
o anestesista controlar melhor a oxigenação durante a cirurgia.
o) Orientar o paciente deambulante para ir ao banheiro, com o objetivo
de esvaziar a bexiga e o intestino, realização da higiene bucal adequada.
p) Fornecer camisola limpa e ajudar o paciente a vesti-la com a abertura
para as costas, orientando-a para não colocar qualquer roupa de baixo.
q) Pentear os cabelos do paciente e cobri-lo com gorro.
r) Retirar próteses, lentes de contato, joias, adornos em geral. Depois,

63
para evitar que se percam, identificar esses objetos e entregá-los ao responsável ou
encaminhar para guarda-volumes no hospital. A retirada de prótese dentária antes da
anestesia para alguns pacientes em violação da privacidade, em que alguns serviços têm
como rotina a retirada na SO, guardando-as para posterior devolução.
s) Conferir os exames pré-operatórios, à autorização para a operação e as
radiografias, se estão juntas ao prontuário médico do paciente.
t) Administrar a medicação pré-anestésica prescrita aproximadamente 30
a 60 minutos antes de encaminhar ao CC, quando prescrita. Quando o efeito da
medicação estiver iniciando, o paciente deve permanecer sob observação, jamais sendo
deixado sozinho, pois poderá apresentar reações adversas, como depressão respiratória
ou mesmo agitação. A medicação pré-anestésica visa basicamente reduzir a ansiedade,
diminuir secreções do trato respiratório e reduzir as intercorrências alérgicas.
u) Deixar o paciente deitado, protegido com grades. Verificar,
novamente, os SSVV, anotando-os no prontuário e comunicando qualquer anormalidade
observada.
v) Alguns hospitais usam como protocolo de rotina a SVD no período
pré- operatório, neste caso realizá-la.

Checagem Pré-operatória

A maioria dos pacientes é transportada ao centro cirúrgico em uma maca. Para


proporcionar privacidade, segurança e aquecimento, o enfermeiro cobre a pessoa com
um lençol e fixa em torno dela os cintos de segurança. Antes de o paciente deixar o
quarto, o enfermeiro registra todas as informações necessárias no seu prontuário: sinais
vitais, peso, medicamentos pré-operatórios administrados, procedimentos realizados, se
o paciente esvaziou a bexiga, o destino de objetos valiosos e próteses dentárias e
observações pertinentes.
A maioria dos hospitais ou dos serviços de cirurgia utiliza uma checagem pré-
operatória para que não haja dúvida de que se realizaram todas as avaliações e
procedimentos antes da cirurgia. Essa checagem geralmente envolve:
• Avaliação: inclui a pulseira de identificação de alergia; lista de
medicamentos em uso atualmente, horário de a última ingestão alimentar ou líquida do
paciente; destino de objetos de valor, dentaduras ou próteses; remoção da maquiagem e
do esmalte para unhas; e o uso de vestimentas hospitalares.

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• Medicamentos pré-operatórios: inclusive a via e o momento da
administração.
• IV: inclusive localização, tipo de solução, velocidade de infusão.
• Preparos pré-operatórios: incluindo, quando apropriado, preparo da
pele, passagem de sonda vesical de demora ou de sonda nasogástrica, horários e
resultados de enemas ou duchas, uso de meias ou ataduras antiembolismo, e horário e
quantidade da última micção.
• Prontuário: inclui o consentimento cirúrgico assinado, história e
exame físico, registros antigos, e resultados de exames solicitados.
• Outras informações: conforme as exigências do serviço.
• Assinatura(s): do enfermeiro e de outras pessoas envolvidas no
preparo do paciente para a cirurgia e no seu transporte para o CC.
Quando a checagem pré-operatória termina, o paciente está pronto para ser
encaminhado ao CC. O pessoal do setor cirúrgico ajuda na transferência do paciente
para a maca e depois para o CC ou para a área de espera.

PERÍODO TRANSOPERATÓRIO (INTRAOPERATÓRIO)

É aquele em que o paciente será submetido a uma cirurgia propriamente dita,


sendo realizada na unidade de centro cirúrgico, que é dotada de uma infraestrutura que
garanta plena segurança e conforto ao paciente e a equipe de saúde.
As funções da enfermagem abrangem a recepção do paciente no CC,
organização da SO, atendimento as necessidades de saúde e segurança do paciente
durante e após a cirurgia, encaminhando o paciente para a RPA, UTI ou enfermaria.

UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

Período Pós-operatório Pós-operatório


Transoperatório Imediato Mediato ou tardio

A fase dos cuidados pós-operatórios imediato começa tão logo o procedimento


cirúrgico seja concluído e o paciente transferido para a Unidade de Recuperação Pós-

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Anestésica (URPA). Esta Unidade deve ser adjacente ao centro- cirúrgico, oferecendo
facilidade de acesso. O estado do paciente deve ser avaliado quanto às necessidades
durante a transferência (com oxigênio, dispositivo manual de pressão negativa, um leito
no lugar da maca).
A permanência do paciente nesta unidade permite rápida convalescença, evita
infecções hospitalares, poupa tempo, reduz gastos, ameniza a dor e aumenta a sobrevida
do mesmo.
Este é o período mais crítico da recuperação do paciente, por isso, vários
cuidados de enfermagem são dispensados a ele com as seguintes dificuldades: prestar
assistência intensivista até a total recuperação dos reflexos, assistir o paciente
integralmente, proporcionando segurança e retorno rápido às suas atividades normais,
prevenir complicações, e em alguns casos, auxiliar na reabilitação e na adaptação do
paciente às novas condições resultantes da operação, como é o caso, por exemplo, da
colostomia, da mastectomia, e da amputação, entre outras.
O Enfermeiro assume os cuidados do paciente após uma avaliação inicial e um
relato da equipe de transferência; deve sistematizar o registro das informações,
mantendo vínculo ativo com os profissionais de saúde, além de oferecer à equipe de
enfermagem condições para atuar com o cliente de maneira efetiva, planejada e segura.
O histórico de enfermagem inicial do paciente pós-operatório começa com a
determinação da avaliação imediata da via aérea e circulatória adequada. A via aérea é
avaliada quanto à perviedade, oxigênio umidificado é aplicado e a frequência
respiratória contada. É iniciada a oximetria de pulso em todos os pacientes, e a
qualidade dos sons respiratórios é determinada. O paciente é então conectado ao
monitor cardíaco, e a frequência cardíaca e ritmo são avaliados, assim como a
verificação da pressão arterial.
Após a avaliação imediata e completados os registros, inicia-se uma avaliação
mais completa pós-anestesia. A avaliação é realizada rapidamente e é específica para o
tipo de procedimento cirúrgico.
Em alguns casos, o enfermeiro da URPA avalia os sinais vitais na admissão e
inicia a avaliação pelo sistema respiratório. A avaliação respiratória consiste em
frequência, ritmo, ausculta dos sons respiratórios e o nível de saturação do oxigênio. A
presença de uma via aérea artificial e o tipo de sistema de liberação de oxigênio são
anotados.
O sistema cardiovascular é avaliado pela monitorização da frequência e ritmo

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cardíacos. A pressão arterial inicial do paciente é comparada para uma ou mais leituras
do pré-operatório.
A temperatura corporal é obtida e a condição da pele é examinada, incluindo o
pulso periférico, se indicado. O paciente é então avaliado quanto ao funcionamento
neurológico. O paciente está reativo (despertando da anestesia)? O paciente pode
responder aos comandos? O paciente está orientado no mínimo quanto a nomes e
hospital? O paciente pode movimentar as extremidades? Existem desvios da função
neurológica pré-operatória? Alguns procedimentos operatórios requerem uma avaliação
mais detalhada.
Para avaliar a função renal, a ingesta e a excreta são examinadas. O líquido total
intraoperatório e a estimativa de perda sanguínea são avaliados. Os acessos venosos,
infusões e soluções de irrigação são anotados. A presença de todos os acessos venosos,
drenos e cateteres são anotados; a excreta de urina é anotada quanto à coloração,
quantidade e consistência.
Toda informação obtida da avaliação na admissão é anotada no relatório da
URPA.

A avaliação inicial inclui o registro de:


1. Sinais vitais:
- Pressão arterial;
- Pulso;
- Temperatura;
- Respiração
2. Nível de consciência
3. Leitura da pressão venosa central (PVC) se indicado;
4. Posição do paciente;
5. Condição e coloração da pele;
6. Necessidade de segurança do paciente;
7. Neurovascular: pulso periférico e sensação nas extremidades quando
possível;
8. Condições de curativos ou linhas de sutura;
9. Tipo, perviedade e fixação dos tubos de drenagem, cateteres e
recipientes;
10. Quantidade e tipo de drenagem;

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11. Resposta muscular e força;
12. Resposta pupilar quando indicado;
13. Terapia venosa: localização, condição, fixação e quantidade de soluções
infundidas em acessos venosos (inclusive sangue e derivados);
14. Nível de suporte físico e emocional;
15. Escore numérico de escala utilizada na unidade.

A rotina em algumas instituições da frequência da verificação dos sinais vitais,


bem como seu estado geral dá-se a cada quinze minutos na primeira hora de chegada do
paciente a URPA; a cada trinta minutos na segunda hora e a cada hora nas horas
subsequentes até a liberação deste para a unidade de internação de origem.

COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO

O enfermeiro circulante ou o anestesiologista notificam informações referentes à


cirurgia, incluindo qualquer complicação que o paciente possa apresentar. O aspecto
mais importante da intervenção de enfermagem é a observação e a monitorização
rigorosas do paciente durante a fase da emergência anestésica. Após uma cirurgia é
comum o paciente passar por vários desconfortos, dentre eles os mais comumente
encontrados nas cirurgias de médio e grande porte são:

RESPIRATÓRIA

A prioridade nos cuidados ao paciente pós-anestesia é estabelecer a perviedade


das vias aéreas. Uma causa muito comum de obstrução das vias aéreas é a língua, que se
relaxa devido ao agente anestésico e aos relaxantes musculares usados durante a
cirurgia. O paciente pode apresentar roncos, retração dos músculos intercostais,
movimentos assincrônicos do tórax e abdômen e uma redução do nível de saturação de
oxigênio. A ação que a enfermagem toma pode ser tão simples quanto a estimulação
para que o paciente respire profundamente. Se o paciente não estiver responsivo pode
precisar abrir a via aérea pela inclinação do queixo ou pela abertura da boca. A
inclinação do queixo é realizada pela suspensão deste com uma das mãos, enquanto

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inclina-se a fronte para trás com a outra. A abertura da boca pela mandíbula é obtida
pelo deslocamento da articulação temporomandibular na direção bilateral.
Se estas ações não abrem a via aérea, uma via aérea artificial pode precisar ser
inserida. Tanto a via aérea oral como a nasal podem ser usadas. Uma via aérea oral está
indicada para uso em pacientes que não respondem; uma via aérea nasal está indicada
para pacientes que estão despertos porque é mais bem tolerada por um paciente
consciente.
Em certas situações como a apneia, intubação com ventilação pode ser
requerida. Se a intubação é impossível, o paciente pode precisar de uma traqueostomia,
embora isto seja raro.
Uma complicação muito séria que pode ocorrer na URPA é o laringoespasmo.
Os músculos da laringe contraem-se e obstruem a via aérea parcialmente ou
completamente. O laringoespasmo geralmente se deve a uma via aérea irritável. As
ações de enfermagem incluem a redução de estímulos irritantes, a hiperextensão da
cabeça do paciente, a oxigenação é possivelmente a administração de um aerossol com
adrenalina racêmica. Em muitos casos, a ventilação por pressão positiva deve ser
administrada por máscara e ambu. Se os sintomas permanecerem por mais de um
minuto e não forem aliviados pela pressão positiva, a administração de um relaxante
muscular é necessária. A intubação é indesejável e é usada somente como último
recurso.
O broncoespasmo é uma obstrução da via aérea baixa, sendo causada pelos
espasmos dos tubos bronqueais. Os broncodilatadores inalados são a terapia de primeira
escolha para estes pacientes, seguidos pela aminofilina EV. A adrenalina e a
metilprednisolina também podem ser administradas em alguns casos.

CARDIOVASCULAR

A instabilidade do sistema cardiovascular é um achado frequente depois da


cirurgia. Problemas comuns incluem hipotensão, hipertensão e disritmias.
A hipotensão é experimentada por cerca de 3% dos pacientes no pós- operatório.
A hipotensão tem sido definida com uma pressão arterial menor que 20% do nível basal
ou que a pressão do pré-operatório. Muitas vezes, os sinais clínicos de hipotensão são
mais confiáveis como um indicador, especialmente no paciente com apenas um registro
de pressão no pré-operatório. Os sinais clínicos podem incluir pulso rápido e filiforme,

69
desorientação, sonolência, oligúria, pele fria e pálida.
O débito cardíaco e a resistência vascular determinam a pressão arterial. A
hipotensão pode ser em razão da disfunção cardíaca como infarto do miocárdio,
tamponamento, embolia ou medicações, incluindo agentes anestésicos. Nesse caso, o
coração não está bombeando muito eficazmente. O oxigênio e estimulantes cardíacos
serão usados quando necessário, também com monitoração hemodinâmica.
A hipovolemia reduz o débito cardíaco e pode ser causada pela hemorragia,
desidratação, ou aumento da pressão positiva expiratória final. A reposição de líquidos
e/ou sangue é usada para tratar a hipovolemia. Se o paciente está com hemorragia no
local da cirurgia, está indicado o retorno à sala de cirurgia.
A resistência vascular reduzida pode estar relacionada com as medicações,
anestesia geral e local, ou anafilaxia. A vasodilatação pode ser tratada com líquidos
vasopressores ou elevação das pernas do paciente. As reações anafiláticas são tratadas
com adrenalina, anti-histaminas e líquidos adicionais.
A hipertensão arterial sistêmica é geralmente definida como uma pressão arterial
maior que 20% do nível basal do paciente ou do pré-operatório. Se novo, os sinais
clínicos são os mais importantes indicadores da gravidade da hipertensão. A cefaleia,
alterações do estado mental e dor subesternal são todos indicadores de danos a um órgão
fim.
A hipertensão assintomática é uma ocorrência comum na URPA e geralmente é
considerada como inofensiva. A solução é determinada, geralmente, pela causa. A
pressão arterial elevada faz causar aumento da tensão na parede ventricular, pós-carga e
trabalho miocárdio. O paciente com uma história de doença cardíaca corre risco de
resultados adversos.
A hipertensão pode ser em razão do volume pré-carga ou edema pulmonar, que
causa um aumento do débito cardíaco. Nesse caso, dá-se diurético ao paciente, faz-se
restrição de líquidos e o paciente é monitorizado hemodinamicamente.
Outras causas de hipertensão são a dor e a ansiedade, hipotermia, hipoxemia,
hipercardia e distensão vesical, todos os quais causam aumento na resistência vascular.
Os pacientes com dor são medicados e os pacientes com hipotermia são aquecidos. Os
pacientes são bem oxigenados e ventilados, se necessário, para melhorar a hipoxemia ou
hipercarpnia. Os pacientes são estimulados a urinar ou são cateterizados para esvaziar
toda a bexiga.
Drogas anti-hipertensivas são usadas, quando necessárias, para controlar a

70
pressão arterial, os pacientes devem retomar os medicamentos anti-hipertensivos
prescritos no pré-operatório tão logo quanto possível após a cirurgia. Aos pacientes de
cirurgia ambulatorial, bem como aqueles internados, deve ser permitido tomar seus anti-
hipertensivos prescritos no dia da cirurgia.

Uma causa comum de disritmia

Uma causa comum de disritmia posterior à cirurgia é a sinus taquicardia (uma


frequência maior que 100 no adulto). Causas frequentes incluem dor, hipoxemia,
hipovolemia, aumento da temperatura e ansiedade. A causa subjacente é tratada.
Propranolol, mesoprolol, ou esmolol podem ser dados. A sinus bradicardia (frequência
cardíaca menor que 60 no adulto) também é uma causa comum de disritmia na URPA.
A causa inclui hipoxemia, hipotermia, anestesia espinhal alta, estimulação vagal e
algumas medicações que são dadas comumente durante a cirurgia. A causa subjacente é
tratada. Atropina é a droga de escolha para aumentar a frequência cardíaca, e
geralmente nenhum outro tratamento é requerido. Marca- passo temporário ou
permanente pode algumas vezes ser requerido.
As contrações vasculares prematuras (CVPs) são representadas pela visualização
de um complexo QRS largo e bizarro. As causas mais comuns no período pós-
operatório são hipoxemia e hipocalemia. Aquelas condições subjacentes são tratadas.
Muitas vezes, se a doença cardíaca ou hipotensão não está presente, as CVPs não
requerem medicação. Se a intervenção é requerida, a lidocaína mantém-se como a droga
de escolha.

TEMPERATURA ANORMAL

A hipotermia pós-operatória, definida como uma temperatura menor que 36°C


continua a ser um problema crescente na URPA. Acredita-se que mais de 60% dos
pacientes na URPA apresentem hipotermia. Às vezes, a hipotermia não se constitui em
uma ameaça à vida; contudo, ela causa estresse psicológico. A hipotermia pode
prolongar o tempo de recuperação e contribuir para a morbidade pós-operatória. O idoso
e as crianças maiores de dois anos de idade são especialmente vulneráveis aos efeitos da
hipotermia.
A prevenção da perda de calor começa na sala de cirurgia. O paciente sob

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anestesia geral não produz calor e é dependente da temperatura ambiental. A prevenção
pode incluir o aumento da temperatura ambiental na sala de cirurgia e a cobertura do
paciente na chegada para minimizar a exposição. Os umidificadores de aquecimento e
os aquecedores de líquidos adicionam calor. Uma técnica recente de prevenção da
hipotermia na sala de cirurgia é o dispositivo que força o aquecimento do ar.
Na URPA, demandas tremendas são feitas ao corpo se o paciente apresenta
calafrios. Os calafrios podem aumentar a necessidade de oxigênio de 300 a 400%. Os
pacientes hipotérmicos devem ter iniciada sua oxigenoterapia imediatamente após a
admissão. Para um paciente com o coração saudável não pode existir nenhum efeito
adverso. Contudo, para o paciente com doença da artéria coronária ou cardiomiopatia,
pode ocorrer descompensação.
Há outros problemas associados com a hipotermia. A perda do volume
intravascular, devido ao deslocamento de líquido do espaço extravascular,
provavelmente está relacionada com a vasoconstrição. Quando o paciente começa a
reaquecer-se, acontece a vasodilatação e o paciente pode requerer grandes quantidades
de líquidos intravenosos para evitar a hipovolemia.
O sistema nervoso central fica deprimido pela hipotermia. O paciente na pós-
anestesia demorará mais tempo para recuperar a sua temperatura corporal. A perda de
nitrogênio e a hipocalemia podem causar uma predisposição à infecção da ferida e
problemas cardíacos. A hipotermia retarda o metabolismo e altera os efeitos de algumas
drogas anestésicas. De especial interesse é o prolongamento da eliminação de relaxantes
musculares nos pacientes hipotérmicos. Podem ocorrer anormalidades na coagulação. A
atividade plaquetária declina e aumenta a fibrinólise com a hipotermia. Ambas as
condições acentuam a tendência ao sangramento.
O reaquecimento é uma prioridade nos cuidados imediatos do paciente pós-
operatório porque a normotermia reverte todos os efeitos da hipotermia. Roupas e
cobertores úmidos e frios devem ser retirados e aquecidos; roupas e cobertores secos,
aplicados à cabeça e ao corpo. Várias técnicas de reaquecimento externo estão
disponíveis. A aplicação de cobertores aquecidos de tecido de algodão tem sido a
tradição na URPA. Os cobertores aquecidos são aplicados a cada 5 a 10 minutos até que
o paciente fique normotérmico. Os cobertores de tecido de algodão fazem aumentar a
temperatura do paciente gradualmente. Entretanto, eles não aquecem o paciente
ativamente, e o processo ainda pode ser lento. Os cobertores de circulação contínua de
líquidos ou colchão d'água aquecido têm se mostrado de pouco valor no reaquecimento

72
de pacientes devido ao tamanho da área de superfície em contato com a fonte de calor.
As lâmpadas de calor radiante dependem da exposição de grandes áreas da superfície do
corpo, o que limita o seu uso aos pacientes adultos. Os aquecedores de líquidos e sangue
são úteis para grandes volumes de líquidos frios, mas não reverte a hipotermia.
Os dispositivos que forçam o aquecimento do ar, uma tecnologia nova, tem sido
apontada como eficaz no reaquecimento de pacientes. Esse dispositivo produz um foco
térmico no ambiente, que transfere calor pelo fluxo de ar quente por meio de um
cobertor de plástico ou de tecido de papel que cobre o paciente. Esses dispositivos que
forçam o aquecimento do ar são agora a terapêutica-padrão na hipotermia de pacientes
no serviço da URPA.
A hipertermia pode ser uma indicação de um processo infeccioso ou sepse, ou
pode indicar um processo hipermetabólico - hipertermia maligna. Isso é uma
emergência muito séria, que é genética na origem e desencadeada por agentes
anestésicos voláteis e o relaxante muscular despolarizante succinilcolina. A morte
acontece, a menos que a hipertermia maligna seja reconhecida imediatamente e tratada.

Cuidados de enfermagem na hipotermia

Aquecer o paciente, aplicação de bolsas de água quente, controlar a temperatura


verificando os valores constantemente, na hipertermia, retirar cobertores, aplicar
compressas (regiões frontal, axilar e inguinal), usar antipiréticos cpm, controlar a T e
sinais de instalação de quadro convulsivo.

PROCESSO MENTAL ALTERADO

O paciente da URPA pode estar desorientado, sonolento, confuso ou delirante. A


causa pode variar de efeito residual da anestesia, a dor e ansiedade. A hipoxemia deve
ser descartada primeiro; permanece como causa mais comum de agitação pós-
operatória.
Os pacientes que são dependentes ou abusam de substâncias químicas muitas
vezes despertam em estado de agitação. A distensão vesical também pode contribuir
para a agitação em um paciente sonolento, confuso. O enfermeiro da URPA deve
identificar e eliminar a causa da agitação ou confusão, se possível. O paciente pode
participar de pequenas conversações e ser reorientado quanto ao lugar e à pessoa. Dados

73
pré-operatórios de base são importantes para determinar a causa. Mudanças persistentes
do estado pré-operatório requerem avaliação completa e possível intervenção do
médico.

DOR

A dor é uma experiência subjetiva e pode ou não ser verbalizada. Muitas vezes o
profissional de saúde requer sinais objetivos de desconforto além do relato subjetivo da
dor do paciente. Como resultado, acredita-se que mais de 75% dos pacientes pós-
cirúrgicos são subtratados para dor. Atualmente, tem-se desenvolvido guias clínicos
práticos para controle da dor aguda, entende-se que todos os pacientes devem ser
avaliados, quanto à gravidade da dor usando uma escala de frequência verbal ou uma
escala visual análoga.
Intervenções não farmacológicas que podem ser usadas incluem
posicionamento, confiança verbal, toque, aplicações de calor ou gelo, massagem, e
estimulação elétrica transcutânea do nervo (EETN). Se o paciente foi ensinado no pré-
operatório, outras técnicas que podem ser usadas são o relaxamento, imagem
autossugestiva, distração com música e biofeedback.
Evidências têm indicado que a analgesia precoce reduz os problemas pós-
operatórios. Drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINES) e opiáceos são os
analgésicos de escolha. Uma dose intramuscular de 30 mg de cetorolac é equivalente a
100 mg de meperidina. AINES e opiáceos são usados geralmente em combinação na
URPA. O paciente pode receber uma dose de cetorolac na sala de cirurgia ou
imediatamente após a chegada a URP A. A dor é então tratada com um opiáceo por via
intravenosa, como a morfina, a meperidina e o fentanil.
A analgesia controlada pelo paciente (ACP) permite que este controle a
administração analgésica. Dosagem, tempo entre as doses e a dosagem máxima que
pode ser administrada são prescritos pelo médico. A ACP pode ser iniciada na URPA
ou imediatamente na chegada à sala do paciente. Outros métodos de alívio da dor no
pós-operatório incluem a colocação de opiáceo espinhal e epidural e a colocação
direcionada de anestésico local pelo cirurgião.
Cuidados de enfermagem

Avaliar o grau de dor de cada paciente, afastando causas extracirúrgicas,

74
tranquilizar o paciente, orientando-o. Administrar analgésico conforme prescrição
médica, anotar tipo, local e intensidade da dor.

NÁUSEA E VÔMITO

Náusea e vômito são problemas pós-operatórios que afetam um grande número


de pacientes na URPA. O controle da náusea e do vômito atualmente começa no pré-
operatório e continua em todo o período intraoperatório. A terapia preventiva tem sido
efetiva na redução da incidência. Não há um único método de prevenção ou tratamento
de náusea e vômito.
Muitos fatores causais estão relacionados com a anestesia e cirurgia. O
enfermeiro da URPA deve proteger as vias aéreas do paciente inconsciente ou
semiconsciente para prevenir a possibilidade de aspiração de conteúdo gástrico. Fatores
precipitantes devem ser eliminados, como evitar conversações que poderiam suscitar
náusea e vômito, prevenir o movimento rápido e elevar a cabeça do paciente.
Terapia antiemética é planejada para reduzir os sintomas gastrointestinais (GI)
sem supersedar o paciente. Uma droga usada frequentemente, especialmente nos
serviços de cirurgia ambulatorial, é o droperidol. Outras drogas usadas comumente são
metoclopramida (Reglan, Plasil), proclorperazina (Compazine) e prometazina
(Fenergan). O agente antiemético odansetron (Zofran) foi aprovado recentemente para a
prevenção da náusea e do vômito pós-operatório. Essa droga tornou-se popular devido a
sua ausência de efeitos colaterais como a sedação, hipotensão e tremores. Outras
medicações úteis incluem dimenidrinato (Dramamine), hidroxizina (Vistaril, Atarax) e
escopolamina (Transderm-Scop).

Cuidados de enfermagem

Posicionar em decúbito lateral, aspirar se necessário, aspirar por SNG se intenso,


higienização oral após episódios, pesquisar a natureza do episódio, anotar
características, quantidades, cor, odor, etc. Oferecer gelo para chupar. Um equipamento
de aspiração deve ser mantido à beira do leito do paciente até não mais haver risco de
aspiração. O enfermeiro observa atentamente se o paciente mostra dificuldade de
deglutir ou eliminar secreções orais. Exceto quando houver contraindicação, o
enfermeiro coloca o paciente em decúbito lateral até ele conseguir deglutir secreções

75
orais.

SOLUÇOS

São espasmos diafragmáticos intermitentes, provocados pela irritação do nervo


frênico causados por estímulo do nervo por distensão gástrica ou abdominal, peritonite,
abscesso diafragmático, pleurisia e tumores torácicos. Ou ainda, por estímulo no centro
do nervo (situado na medula espinhal), por uremia e toxemia, ou então por estímulos
reflexos decorrentes do tubo de drenagem, exposição ao frio, ingestão de líquidos muito
frios ou quentes, obstrução intestinal. No PO, normalmente cessa espontaneamente, mas
podem persistir causando complicações como deiscência, vômitos, irritação, etc.
Cuidados de enfermagem: eliminar as causas aquecendo o paciente, mudando
decúbito, aspirando conteúdo gástrico, estimulando deambulação, fazer o paciente
respirar em um saco de papel (aumentando o CO2), reduzindo a irritação nervosa,
administrar medicamentos prescritos como o dióxido de carbono e em casos mais
graves Amplictil®. Auxiliar na infiltração de anestésico local ou preparo do paciente
para esmagamento cirúrgico do nervo (último recurso)

SEDE

É a sensação de ressecamento da boca e faringe por ação inibidora de secreções


da Atropina, perdas sanguíneas, de líquidos (sudorese excessiva, evaporação da
cavidade, etc.), hipertermia.

Cuidados de enfermagem

Observar os sinais de desidratação pelo turgor da pele, diurese, alterações de PA,


sonolência. Verificar o jejum para hidratar EV, umidificar a boca e realizar higiene oral.

CHOQUE

É um quadro grave caracterizado pela oxigenação celular inadequada e pela


incapacidade de excretar os produtos do metabolismo, o prognóstico dependerá da

76
rapidez do atendimento. Pode ser classificado em: hipovolêmico, cardiogênico,
neurogênico, séptico, anafilático, pirogênico. A sintomatologia é clássica, pulso
taquicárdico e filiforme, hipotensão arterial, dispneia, cianose das extremidades,
palidez, sudorese fria, hipotermia, agitação, oligúria ou anúria.

Cuidados de enfermagem

Variam de acordo com o tipo, mas basicamente visa avisar o médico


imediatamente, controle SSVV, controle de PVC, controle de hemorragias, instalar
soroterapia, avaliação neurológica, colher amostra de sangue para tipagem, manter o
paciente calmo em DD e MMII elevados, aquecendo moderadamente. Administrar
medicamentos cpm, sangue e hemoderivados prescritos, controlar volume, uso de SVD
(anúria), preparar material de emergência.

COMPLICAÇÕES PULMONARES

São os mais comuns e frequentes problemas de PO, sendo as principais


complicações as atelectasias, broncopneumonias (Bcp), e embolia pulmonar
(principalmente em POM). Todos apresentando como sintomas básicos a hipertermia,
alterações de pulso e respiração, dor torácica, dispneia e tosse, tendo como fatores de
risco: o tipo de cirurgia (tamanho, localização e duração), repouso prolongado no leito,
idade, condições físicas (obesos, desidratados, fumantes) e aspiração de secreções de
VAS como o vômito, etc.

Cuidados de enfermagem

Estimular a movimentação e deambulação, incentivo dos exercícios


respiratórios, estímulo de tosse, tapotagem, aspiração VA, manter material de
oxigenoterapia pronto (máscaras, cânulas, cateteres, material de intubação endotraqueal,
traqueostomia, etc.), manter nebulização contínua, manter hidratação adequada,
verificar SSVV e evitar infusão EV em MMII.

COMPLICAÇÕES URINÁRIAS

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A mais comum em POI é a retenção urinária, que é caracterizada pela
incapacidade de urinar, apesar da vontade, causada por espasmos do esfíncter urinário,
cistite aguda, hipertrofia prostática, estenose uretral, perfuração uretral, cálculo uretral,
paralisia dos nervos da bexiga ou compressão.

FIGURA – COMPLICAÇÕES URINÁRIAS

FONTE: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/15968

COMPLICAÇÕES URINÁRIAS

FONTE: http://www.uro.com.br/prostexto.htm

Cuidados de enfermagem
Observar a quantidade e frequência urinária, observar queixas álgicas do

78
paciente, a visualização do bexigoma, estimular a diurese com aberturas de torneiras e
chuveiro, usar compressas mornas na região suprapúbica (se não houver
contraindicação), utilizar SVA se necessário, banhos de assento com água morna.

HEMORRAGIA

É a perda de sangue anormal, cuja consequência para o paciente vai depender da


quantidade de sangue perdido e do estado geral no momento. Pode ser venosa ou
arterial, primária ou secundária, interna ou externa. Suas causas principais são: defeitos
de hemostasia, distúrbios de coagulação e tensão no local da incisão.

Cuidados de enfermagem

Identificar precocemente os sinais de hemorragia, principalmente a interna,


manter o paciente em repouso, fazer curativo compressivo, comprimir artérias próximas
ao local de sangramento, controlar SSVV, posicionar o paciente em DD e MMII
elevados (exceto em hemorragias cranianas ou torácicas).

COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO

Compreende o período que decorre após 24 horas da cirurgia até o momento da


alta hospitalar e pode apresentar inúmeras situações de complicações, sendo as
principais:

DISTENSÃO ABDOMINAL

É uma complicação relativamente comum no pós-operatório, especialmente em


operações abdominais. Após a anestesia, os movimentos peristálticos desaparecem e,
muitas vezes, demoram a retornar, fazendo com que líquidos e gases se avolumem no
estômago e intestinos. Outras causas: imobilidade do paciente no PO, alimentação
imprópria, traumatismo cirúrgico intestinal no transoperatório.
Medidas profiláticas incluem a mobilização no leito ou a deambulação precoce.
Os sinais e sintomas mais clássicos incluem: abdome de volume aumentado, sensação

79
de plenitude como se estivesse com o estômago cheio, dor abdominal tipo cólica,
dificuldade respiratória pela pressão sobre o diafragma, o que pode ocorrer em casos
extremos. Os cuidados incluem: estímulo da deambulação, mobilizar o paciente com
exercícios passivos no leito quando necessário, incentivar o paciente a alimentar-se de
acordo com a prescrição evitando alimentos que provoquem fermentação, realização da
sondagem retal por aproximadamente 20 minutos para eliminação de gases do cólon
inferior, administrar se prescrito clisteres ou laxantes para estímulo da peristalse, aplicar
calor no abdome se não for contraindicado, aspiração gástrica em casos muito graves e
que é possível à descompressão por drenagem de conteúdo gástrico.

COMPLICAÇÕES PULMONARES

São frequentes e graves para o paciente cirúrgico, em especial para os idosos e


debilitados ou aqueles cujo período de convalescença é longo. Grande parte das
complicações respiratórias, no entanto, pode ser evitada, a profilaxia consiste em um
pré-operatório bem feito e na tomada de precauções durante e após a cirurgia. Por isso,
se antes da cirurgia o paciente apresenta sintomas como tosse, espirro, conjuntivas
inflamadas e secreção nasal, o cirurgião deve ser avisado imediatamente. Durante a
cirurgia, e logo depois também, deve-se evitar que o paciente sinta frio, para protegê-lo
de possíveis complicações respiratórias. Outro procedimento importante para evitar tais
problemas é a aspiração de secreções na sala de recuperação. Também é necessário
estimular o paciente a realizar exercícios de tosse e respiração, pois com a dor,
principalmente em operações torácicas e abdominais, eles evitam respirar
profundamente. Dentre as principais complicações encontramos:

a) Atelectasia: é a redução do volume de um lobo ou de uma parte ainda


maior do pulmão, frequentemente causada pela obstrução de um dos brônquios. Os
principais sinais e sintomas são a dispneia de intensidade variável, a cianose em caso de
estarem comprometidas grandes áreas do pulmão, dor torácica de localização imprecisa
e febre. Em outras palavras, é a obstrução do brônquio por um tampão de muco
provocando colabamento dos alvéolos pulmonares.

b) Broncopneumonia: ocorre a inflamação da mucosa brônquica


associada à inflamação com endurecimento de parte do pulmão ou de todo ele.

80
Normalmente causada por aspiração de vômito ou alimentos, infecção ou intoxicação
por produtos químicos. Os sinais mais comuns são a tosse com secreção purulenta ou
sanguinolenta, dor ao tossir, febre, dispneia, taquicardia, mal- estar geral.
Os cuidados de enfermagem envolvem a identificação dos primeiros sinais de
elevação de temperatura, aumento do pulso e respiração, dor torácica, dispneia e tosse,
anotando no prontuário do paciente, aspirar secreções, estimular a deambulação ou
movimentação no leito, de acordo com as condições do paciente, estimular a tosse e a
prática de exercícios respiratórios, inclusive com aparelhos especiais, nebulizar, tapotar
e promover drenagem postural para o paciente.

COMPLICAÇÕES VASCULARES

São as de natureza circulatória, causadas pela imobilidade do paciente durante a


operação. Em virtude disso, o sangue tende a fluir pelas veias mais lentamente do que o
normal, podendo levar a problemas como flebite (inflamação de uma veia) e
tromboflebite (inflamação de uma veia com formação de coágulos no interior), afetando
mais as veias dos membros inferiores.

c) Tromboflebite: os coágulos formados e liberados podem ocasionar a


interrupção do fluxo sanguíneo de um órgão vital, como por exemplo, do pulmão.
Quando o coágulo obstrui a artéria pulmonar, provoca a embolia pulmonar, uma das
complicações mais graves no pós-operatório, podendo, inclusive, levar à morte.
Os fatores que predispõem a tromboflebite são: já possuir distúrbios venosos em
membros inferiores, como varizes; a posição do paciente durante a operação, em
especial aquelas nas quais os membros ficam dobrados, como em operações
ginecológicas, proctológicas e algumas urológicas; mobilidade no leito e hidratação
insuficiente.

COMPLICAÇÕES VASCULARES

81
FONTE: http://www.omniccni.com.br/noticias.php?id=26

COMPLICAÇÕES VASCULARES

http://www.unisinos.br/blogs/projeto-alerta/2011/07/11/o-que-e-a-trombose-
venosa-profunda

As medidas preventivas incluem manter o MMII enfaixados, inclusive durante a


cirurgia, se for portador de veias varicosas nesses membros; evitar a compressão de
vasos sanguíneos, ao posicionar o paciente na mesa cirúrgica; estimular a deambulação
precoce; fazer movimentos de extensão e flexão com os MMII, se o paciente estiver
impossibilitado de deambular e manter o uso de meias elásticas ou faixas nos MMII,
também no PO.
Os sinais e sintomas mais comuns incluem: dor local, que se apresenta quente,
edemaciado, hiperemiado. Febre.
Os cuidados incluem: elevar o membro afetado, administrar os anticoagulantes e
anti-inflamatórios prescritos e orientar o paciente para fazer repouso, dentre outros.

82
COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA

Algumas complicações podem ser identificadas na ferida operatória por


inúmeras causas diferenciadas no POM, sendo as principais:

Infecção

É grande o número de bactérias que causam infecção da ferida operatória, sendo


os fatores de risco principais o estado geral, em que a debilidade ou obesidade
excessiva, idade avançada, tempo prolongado de internação e da cirurgia, doenças
associadas, como o DM e a HAS, responsáveis por grande parte destes casos. Outra
situação depende do local da ferida, seu grau de contaminação, falhas cirúrgicas, de
realização de curativos, preparo inadequado da pele no pré- operatório, a presença de
corpo estranho, de tecido desvitalizado e de hematoma.

Deiscência de sutura e evisceração

É a abertura total ou parcial na incisão operatória provocada por rompimento da


sutura, infecção, distensão abdominal e estado nutricional. A deiscência com saída de
órgãos internos ao meio externo denomina-se evisceração, ocorrendo com maior
frequência após cirurgias abdominais.

DEISCÊNCIA CIRÚRGICA

http://4.bp.blogspot.com/-

83
p415f4yBU8U/TmkZ7tIrlTI/AAAAAAAABPc/U2TrWK7ZRLA/s320/22-08-11+4.JPG

No caso de deiscência pode-se fazer a lavagem com soro fisiológico, utilizar


medidas de prevenção e tratamento da ferida operatória e prevenir e tratar a distensão
abdominal. No caso da evisceração não manipular os órgãos expostos e não tentar
recolocá-los na cavidade, cobrir os órgãos eviscerados com compressas estéreis,
umedecidas com soro fisiológico, manter o paciente calmo, em decúbito dorsal e com os
joelhos flexionados, deixar o paciente em jejum, comunicar o médico e preparar o
paciente para a cirurgia.

INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO

A cirurgia é um procedimento traumático que provoca o rompimento da barreira


de defesa da pele, tornando-se, assim, porta de entrada de microrganismos. A infecção
do sítio cirúrgico manifesta-se entre 4 a 6 dias após a realização da cirurgia,
apresentando localmente eritema, dor, edema e secreção.
A prevenção da infecção de sítio cirúrgico envolve medidas pré-operatórias na
Unidade de Internação, tais como, por exemplo, abreviação do tempo de internação,
lavagem criteriosa das mãos pelos profissionais de saúde, banho pré- operatório e
tricotomia. No Centro Cirúrgico, as medidas adotadas relacionam-se à preparação do
ambiente, equipe cirúrgica e paciente.
Segundo o Centers of Desease Control and Prevention (CDC), as infecções de
sítio cirúrgico devem ser divididas em:
- superficiais: que acometem apenas a pele e o tecido celular subcutâneo;
- incisionais profundas: que podem acometer os mesmos tecidos moles mais
fáscias e camadas musculares;
- infecção de sítio cirúrgico de órgãos ou espaços profundos manipulados
durante o ato cirúrgico.

As Infecções do sítio cirúrgico são responsáveis por 14 a 16% de todas as


infecções hospitalares e representam um problema de saúde pública por acarretarem
substancial morbimortalidade e aumentarem os gastos hospitalares. Uma infecção pode
ser considerada motivada pela cirurgia se manifestar até 30 dias após o fato. Em alguns

84
casos pode se manifestar até um ano após a cirurgia.
Os sinais e sintomas são: para a superficial temos presença de secreção
purulenta, cultura positiva de fluídos ou tecidos, dor, hiperemia, edema ou calor local;
para a incisional profunda os seguintes sinais e sintomas: febre de 38ºC, dor localizada,
rubor e presença de abscessos; e finalmente para órgãos ou espaços profundos temos
drenagem purulenta, cultura positiva de fluído ou tecido e abscessos.
Alguns fatores de risco contribuem para a aquisição de infecções do sítio
cirúrgico, as quais podem ser relacionadas aos pacientes (condições físicas e
emocionais), relacionados ao período pré-operatório (internação, procedimentos
invasivos e não invasivos, tabagismo, alcoolismo e antibioticoterapia profilática),
relacionados ao período intraoperatório (preparação das mãos, limpeza e desinfecção de
superfícies, esterilização de artigos médicos e instrumental cirúrgico, uso de roupas e
vestimentas cirúrgicas adequadas, ambiente da sala de operação, especificidades da
cirurgia e anestesia) e os riscos relacionados ao período pós- operatório (cuidados da
incisão).

AVALIAÇÃO

O paciente é avaliado com base nos resultados identificados como significativos


após a avaliação inicial.
- O paciente mantém adequada saturação de oxigênio no ar da sala.
- A pressão arterial e a frequência cardíaca estão dentro da variação normal
do paciente.
- O paciente é normotérmico.
- O paciente está orientado quanto a tempo e pessoa.
- A dor do paciente reduz-se a nível tolerável. O paciente está relaxado e
dormindo a intervalos. O paciente verbaliza alívio da dor.

ALTA DA URPA

O enfermeiro da URPA completa a avaliação imediatamente antes da alta do


paciente e o transfere à enfermaria cirúrgica. O enfermeiro avalia os sinais vitais do

85
paciente, o nível de consciência, as condições do local da cirurgia, o nível de conforto e
outros parâmetros como aqueles sugeridos anteriormente.
O paciente geralmente recebe alta da URPA que é dada pelo anestesista, o qual
pode estar presente e na oportunidade escrever a ordem de alta. Alternativamente, um
sistema de escore numérico aprovado pelo Serviço de Anestesia pode ser usado para
determinar se o paciente está pronto para a alta. O sistema de escore mais comum em
uso é o escore de Aldrete e Kroulik. O escore total de 9 a 10 é aceitável geralmente para
a alta da URPA, desde que não haja contraindicação médica. Um relato das condições
do paciente é feito para o enfermeiro que assumirá os cuidados do paciente na
enfermaria de cirurgia. Esse relato pode ser feito pelo telefone antes que o paciente
deixe a URPA ou pessoalmente, depois que o paciente chega à enfermaria. O relato
deve incluir a história pré-operatória, informações pertinentes sobre a cirurgia e a
recuperação do paciente, medicações que foram administradas, ordens médicas e
qualquer outra informação importante.

ADMISSÃO NA UNIDADE CIRÚRGICA

O quarto do paciente é preparado para a admissão, e qualquer equipamento


necessário é providenciado. O paciente é colocado no leito com ajuda adequada. As
grades laterais do leito devem ser mantidas elevadas até que o paciente esteja
completamente consciente para evitar que caia. O paciente é informado para chamar a
enfermagem para ajudá-lo na deambulação. A família também é instruída e orientada
para manter a segurança do paciente. O equipamento e condição do paciente devem ser
explicados aos familiares que estão presentes.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA URPA:

Após o recebimento do paciente na unidade cirúrgica, devem ser prestados os


seguintes cuidados:
1. Receber o paciente operado, certificando-se do tipo de operação e de
anestesia realizados.
2. Checar, logo na chegada, as condições ventilatórias, assim como a
presença e a permeabilidade de cânula orofaríngea ou tubo endotraqueal.

86
3. Realizar exame físico específico, ausculta e observar o estado de
consciência do paciente, coloração de pele, mucosas, etc.
4. Posicionar no leito de acordo com a cirurgia e anestesia. Normalmente em
decúbito lateral, mas como necessidade por tipo de anestesia em decúbito dorsal,
cuidando para a cabeça lateralizada sem travesseiro.5. Conectar drenos e sondas. Se
houver necessidade, iniciar o balanço hídrico.
6. Verificar se o curativo cirúrgico apresenta anormalidades, como
hemorragias.
7. Controlar infusões EV, soros, infusão de soroterapias, controle de SSVV
tão intensamente conforme o quadro de estabilidade pós-operatória e porte da cirurgia.
8. Controle da diurese.
9. Estimular o paciente a realizar os exercícios respiratórios e de tosse,
treinados no pré-operatório.
10. Administrar medicações prescritas criteriosamente.
11. Realizar a mudança de decúbito.
12. Aspirar vias aéreas superiores – VAS - conforme a necessidade,
principalmente nos pacientes submetidos à anestesia geral e com déficits respiratórios.

QUADRO - ESCALA DE ALDRETE E KROULIK – UTILIZADA COMO


ESCORE NUMÉRICO PARA AVALIAÇÃO E ALTA DO PACIENTE NA URPA
UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA - ESCALA DE ALDRETE E
KROULIK
2 Apto a mover 4 membros
ATIVIDADE 1 Apto a mover 2 membros
0 Incapaz de mover os membros

2 Apto a respirar fundo e tossir


RESPIRAÇÃO 1 Dispneia ou respiração limitada
0 Apneia

2 PA 20 mmHg acima/abaixo do valor pré-anestésico


CIRCULAÇÃO 1 PA 25 mmHg acima/abaixo do valor pré-anestésico
0 PA 50 mmHg acima/abaixo do valor pré-anestésico

2 Lúcido, orientado no tempo e espaço

87
CONSCIÊNCIA 1 Desperto ao chamar
0 Não responde a estímulos ativos

COLORAÇÃO/ Sat. O2 2 Róseo/ Sat. O2 >92%

1 Pálido, marmóreo, ictérico/ Necessita de O2 p/ Sat O 2


>90%
0
Cianótico/ Sat. O2<90% mesmo com O2 suplementar

ÁREA FÍSICA DA URPA

A unidade de recuperação pós-anestésica deve estar localizada dentro ou


próxima ao centro cirúrgico; CTI e outros recursos como raio-x, laboratório, etc. De
acordo com as normas estabelecidas a estrutura física deve obedecer os seguintes itens:
- Instalação elétrica – uma tomada de 110 e 220v por leito;
- Fornecimento de energia elétrica de emergência (Gerador);
- Portas, paredes e pisos apropriados (seguem o indicado para a
estrutura do Centro-cirúrgico e salas de operação);
- Temperatura ambiente entre 23 e 24ºC;
- Ventilação – 12 a 15 trocas/hora;
- A iluminação deve favorecer a avaliação precisa e trazer conforto ao
paciente;
- Os níveis de ruído devem ser mínimos – zona de SILÊNCIO;
- Possuir dimensões relacionadas ao tipo e volume de cirurgias
realizadas: dois leitos por sala cirúrgica (MS 1994);
- Ter área mínima de 8,5 m² por leito.
- Possuir equipamentos básicos em cada leito:
- Duas saídas de O2 com fluxômetros;
- Uma saída de ar comprimido;
- Uma fonte a vácuo;
- Um foco de luz;
- Um monitor cardíaco;
- Um oxímetro de pulso;

88
- Um esfigmomanômetro;
- Uma cama-maca com grades.
- Possuir equipamentos e materiais de suporte:
- Carro de emergência;
- 01 ventilador mecânico;
- Materiais de enfermagem diversos;
- Entorpecentes;
- Cilindros pequenos de O2 para transporte;
- Aspirador elétrico;
- Elementos:
- Sala de estocagem;
- Sala de utilidades;
- Posto de enfermagem para área de anotações;
- Área de preparo de medicações;
- Área de visitantes;
- Pia para lavagem das mãos.
A planta física da URPA deve ser planejada para que haja adequada visualização
de todos os pacientes.

RECURSOS HUMANOS

São atribuições do Enfermeiro da URPA:


- Ser especialista na área;
- Ter reconhecimento científico e prático das situações de emergência que
possam ocorrer;
- Conhecer as possíveis complicações das especialidades cirúrgicas;
- Conhecer as drogas mais usadas em anestesias;
- Priorizar prestação dos cuidados complexos ao paciente;
- Elaborar plano de cuidados e prescrição para cada paciente;
- Aplicar a SAE (Sistematização de Assistência de Enfermagem) – perioperat
- Conhecer o mapa cirúrgico;
- Passar informações do paciente para unidade de origem;
- Participar de grupos de estudos e pesquisa em anestesia;
- Ter visão administrativa da unidade;

89
- Conhecer “o dia cirúrgico”;
- Participar de orientações de pacientes e familiares;
- Manter o grupo de funcionários treinados;
- Controle de entorpecentes;
- Estar presente em todas as admissões e altas dos pacientes da URPA;
- Viabilizar boletim dos pacientes da unidade a cada hora.

São atribuições do técnico de Enfermagem:


- Prestar cuidados ao paciente conforme planejamento e supervisão do
enfermeiro;
- Zelar pelo conforto do paciente;
- Aplicar a escala numérica de Aldrete e Kroulik;
- Realizar tarefas diárias da unidade determinada pelo enfermeiro;
- Participar dos treinamentos;
- Emitir junto ao Enfermeiro opiniões e sugestões.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Os diagnósticos de enfermagem comuns, relacionados com os cuidados ao


paciente pós-anestesia, podem incluir os seguintes:
- Padrão respiratório ineficaz;
- Débito cardíaco reduzido;
- Alto risco para alteração na temperatura corporal;
- Processos do pensamento alterado;
- Dor.

IDENTIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados identificados para os diagnósticos de


enfermagem selecionados poderiam ser afirmados como:
- O paciente manterá a ventilação, perfusão e expansão adequadas dos
pulmões na alta da URPA;
- O paciente manterá o débito cardíaco adequado na alta da URPA;
- O paciente manterá a temperatura corporal em níveis normais (35,5 a

90
37,5°C) na alta da URPA;
- O paciente demonstrará apropriado funcionamento cognitivo na alta da
URPA;
- O paciente exibirá uma redução no nível da dor ou a dor terá melhorado e
estará em nível tolerável na alta da URPA.

CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO

Definido pelo Ministério da Saúde (Brasil, 1999) como "o conjunto de


elementos destinados à recepção, expurgo, preparo, esterilização, guarda e distribuição
dos materiais para as unidades dos estabelecimentos assistenciais à saúde".
CME é uma unidade de apoio técnico a todas as unidades assistenciais,
responsável pelo processamento, limpeza, esterilização, estocagem e distribuição dos
artigos a todas as unidades consumidoras. A CME também tem por finalidade o
fornecimento de artigos médico-hospitalar, adequadamente processados,
proporcionando, atendimento direto e a assistência à saúde dos indivíduos enfermos e
sadios.

HISTÓRICO DA CME

Central de Material e Esterilização nos Hospitais brasileiros ocorreu na década


de 40,(limpeza o preparo e o acondicionamento dos artigos hospitalares) era realizado
pelo pessoal da Enfermagem das próprias unidades, sendo que a CME apenas realizava
a esterilização. Em meados de 50 surgem os centros de materiais parcialmente
esterilizados, preparo e esterilização.

Atividades:
- Receber, desinfetar e separar os artigos;
- Lavar os artigos;
- Receber as roupas vindas da lavanderia;
- Preparar os artigos e roupas (pacotes);
- Esterilizar os artigos, roupas por meio de métodos físicos ou químicos;
- Realizar o controle microbiológico e das validades dos
produtos esterilizados;

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- Armazenar e distribuir os artigos e as roupas esterilizadas;
- Zelar pela proteção e pela Segurança dos operadores

ESTRUTURA DA CME

A Central de Esterilização deve ser uma unidade de produção autônoma e


independente do Centro Cirúrgico, considerando ser sua atividade meio, pois possui
vários clientes e fornecedores.
Esta deve ser gerenciada por profissional de saúde devidamente habilitado.
A Portaria n° 1.884/94/MS normatiza que estabelecimentos de saúde devem
possuir Central de Esterilização, e segundo esta portaria, pode localizar-se fora ou
dentro da Instituição. No Anexo 1, quadro 1, podemos observar os parâmetros básicos
para instalação de uma Central de Esterilização, que resumidamente recomenda:
Pisos e paredes:
- De cor clara;
- Limpeza fácil;
- Piso de preferência vinílicos;
- Resistente ao calor, umidade, corrosão;
-Forro acústico, para amenizar os ruídos;

Janelas:
- Amplas que permitam a entrada de luz natural;
- Altas e fechadas – quando a ventilação for feita por ar-condicionado;
- Altas e abertas – proporcionando ventilação natural. Estas devem ser
protegidas com telas milimétricas de nylon de forma a evitar entrada de vetores.
-Iluminação:
- Artificial;
- Natural.

Obs.: Ambas devem facilitar o desenvolvimento das


atividades dos funcionários.

Temperatura:

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- Adequada ao ambiente do processo de trabalho da Central de Esterilização
entre 18° e 25°C

Ventilação e exaustão do calor:


- Manter a temperatura em níveis adequados ao conforto (18° a 25° C),
principalmente na área onde se localizam as autoclaves;

Ambiente de apoio:
- Vestiários com sanitários e chuveiros para funcionários e barreiras para
áreas limpas e para áreas sujas com barreiras, podem ser áreas em comum desde que
tenham barreiras com acessos específicos;
- Depósito de material de limpeza, que pode ser comum às áreas limpas e
sujas, desde que seu acesso seja externo;
- Sala administrativa;
- Área e manutenção dos equipamentos de esterilização física;
- Local próprio destinado a descanso e lanche dos funcionários;
- Pia para lavagem das mãos de fácil acesso.

Dinâmica e Fluxo:
- O fluxo contínuo e unidirecional do artigo, evitando o cruzamento de artigos
sujos com os limpos e esterilizados, como também evitar que o trabalhador escalado
para área contaminada transite pelas áreas limpas e vice-versa. Caso seja necessário o
trabalhador deverá trocar de roupa.
1 - Fluxo unidirecional com barreiras físicas entre as áreas.
- Expurgo (área suja) – Preparo de material e carga da autoclave (área limpa) –
retirada de material da autoclave e guarda do material estéril (área estéril).

RECURSOS HUMANOS E EQUIPAMENTOS

A complexidade dos processos de esterilização, o alto custo na aquisição de


instrumentais cirúrgicos cada vez mais sofisticados e a demanda cada vez maior no uso
desses materiais, exige investimentos na qualificação do profissional, na montagem e na
manutenção da Central de Esterilização. Ter pessoas qualificadas, equipamentos e
insumos que acompanham a evolução tecnológica é garantir a qualidade do serviço

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prestado e manter em níveis reduzidos os riscos de agravo à saúde do cliente.

Gerência

Deve ser ocupada por profissional da saúde de nível superior com qualificação
específica, experiência na área, que responda legalmente por todas as ações ali
realizadas. O enfermeiro “tem perfil perfeitamente adequado para realizar este
gerenciamento”.

Demais membros

Devem possuir no mínimo o 1º grau completo, ter afinidade com o processo de


trabalho, compreender a importância dos procedimentos e saber executá-los
corretamente.
Posto isso, ressalta-se alguns valores que devem ser relevantes para esta
equipe:
- Ter competência técnica;
- Inspirar confiança e credibilidade;
- Planejar e organizar;
- Ser atento;
- Ter postura profissional;
- Ter espírito de trabalho em equipe;
- Possuir responsabilidade profissional;
- Estar atento às regras básicas de assepsia e antissepsia;
- Estar envolvido em processos de educação continuada.

Quantitativo

O quantitativo de pessoas necessárias para impulsionar a Central de


Esterilização está diretamente relacionado ao porte da Instituição, a produção e a
jornada de trabalho da equipe.

Equipamentos

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Ao planejar uma Central de Esterilização deve-se levar em conta o tipo e a
previsão correta dos equipamentos, tais como:
- A complexidade de atendimento da Instituição;
- Volume e características do material a ser esterilizado;
- Disponibilidade de recursos financeiros;

A previsão correta dos equipamentos leva em médio prazo à redução do custo da


mão de obra e o aumento da vida útil dos instrumentais e materiais submetidos aos
processos de limpeza e esterilização.
Em uma Central de Esterilização podemos dizer que basicamente existem dois
tipos de recursos materiais:
Materiais permanentes e insumos:
- Lavadoras termo-desinfectadoras;
- Máquina seladora de embalagens;
- Embalagens;
- Cestos suspensos para armazenamento de materiais a serem esterilizados
e/ou estéreis;
- Carrinho de transporte interno na Central de Esterilização e externo, para
diversos setores;
- Lupa.

Equipamentos específicos

- Autoclave – vácuo pulsátil;


- Autoclave – gravitacional;
- Autoclave – alto-vácuo;
- Autoclave – óxido de etileno;
- Autoclave – peróxido de hidrogeno.

• Cuidados com os equipamentos específicos:

✓ Qualificação operacional no momento da instalação:


Nesta etapa deve estar presente, além do enfermeiro da Central de Esterilização

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e do serviço de engenharia clínica, o fabricante.
- Checar manômetros, vacuômetros e termômetros;
- Validar a autoclave conforme indicação do fabricante ou normas vigentes;
- Guardar os registros da validação controlando sua periodicidade;
- Realizar manutenções corretivas e/ou preventivas nos equipamentos de
forma a montar o histórico dos mesmos. Nos casos de manutenção preventiva, o setor
de engenharia clínica deve manter registros de suas realizações (cronograma e check-
list) bem como controlar sua periodicidade;
- Fazer teste físico com termopares para assegurar que os registradores
externos de temperatura sejam fiéis à temperatura interna da câmara e que haja
uniformidade e estabilidade de temperatura dentro do esterilizador;
- Fazer ensaio de esterilização com o uso de indicadores biológicos com
vários tipos de cargas;
- Checar tempo de cada fase do ciclo.

✓ Controle rotineiro do equipamento:


- Registrar a cada ciclo o desempenho dos manômetros, vacuômetros e
termômetros, ou no mínimo uma vez ao dia, por meio de formulário específico,
mantendo-o com registro;
- Utilizar indicadores químicos externos em todos os pacotes e
preferencialmente anexá-los ao prontuário do paciente;
- Utilizar indicadores biológicos uma vez ao dia ou, no mínimo,
semanalmente;
- Utilizar teste de Bowie & Dick em autoclaves pré-vácuo, na primeira
carga do dia;
- Estabelecer um calendário de manutenção preventiva;
- Utilizar sempre que possível integradores em todos os pacotes
(indicador
químico interno).

✓ Checagem da função do equipamento após consertos, reformas e


grandes mudanças no tipo de carga e/ou embalagens:
É importante nesta fase que sejam feitos testes para assegurar que não houve
comprometimento da função do equipamento.

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- Fazer teste de Bowie & Dick em autoclaves pré-vácuo.
- Registrar o desempenho dos manômetros, vacuômetros e termômetros.
- Utilizar indicador biológico em pelo menos uma carga teste.

✓ Manutenção preventiva da autoclave:


Realizada por serviço contratado ou pela engenharia do próprio hospital. Os
procedimentos devem ser registrados e o manual do aparelho consultado.
- Diariamente:
- limpar dreno;
- verificar ralo da câmara interna;
- limpar a câmara interna do aparelho.
- Quinzenalmente:
- limpar filtros, válvulas de retenção, gerador e purgadores;
- verificar as borrachas de vedação da porta;
- lubrificar a guarnição com silicone líquido.
- Mensalmente:
- verificar elementos filtrantes;
- verificar ajuste de fechamento de porta;
- verificar troca da guarnição da tampa;
- verificar acionamento manual das válvulas de segurança;
- verificar grau de impregnação dos elementos hidráulicos. Se necessário
desimpregnar.
- Anualmente:
- teste e avaliação hidrostática e aferição dos instrumentos de controle;
- validação do equipamento;
- calibração dos instrumentos de medida que integram o equipamento.

Observação:
As manutenções mensais devem ser realizadas pelo fabricante, ou empresa
devidamente capacitada a realizar o serviço, sendo que este deve ser acompanhado por
um profissional de engenharia clínica.

CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS E MÉTODOS DE LIMPEZA

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Denominam-se artigos hospitalares os materiais empregados com o objetivo de
prevenir danos à saúde das pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos cuidados
dispensados. Eles têm grande variedade e as mais diversas finalidades, podendo ser
descartáveis ou permanentes, e esterilizáveis ou não.
A equipe de enfermagem tem importante papel na manutenção dos artigos
hospitalares de sua unidade de trabalho, sejam em ambulatórios, unidades básicas ou
outros setores em que esteja atuando. Para sua previsão e provisão, devem-se levar em
consideração as necessidades de consumo, as condições de armazenamento, a validade
dos produtos e o prazo de esterilização. Os artigos permanentes devem ter seu uso
assegurado pela limpeza, desinfecção, descontaminação e esterilização.
Os artigos utilizados nos serviços de saúde são classificados em três categorias,
propostas pela primeira vez por Spaulding, conforme o grau de risco de provocar
infecção nos pacientes, nas seguintes categorias: críticos, semicríticos e não críticos.
Esta classificação irá nortear a escolha do processo de desinfecção ou esterilização a ser
utilizado.

Artigos Críticos

São assim denominados em função do alto risco de infecção, se estiverem


contaminados com qualquer micro-organismo ou esporos (forma de resistência). São
artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis devendo, portanto
ser submetidos ao processo de esterilização. Ex.: agulhas, instrumentais cirúrgicos,
soluções injetáveis, cateteres intravasculares e dispositivos a eles conectados, como
equipos de solução e torneirinhas.

Artigos semicríticos

São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra e membranas
mucosas. Devem ser submetidos no mínimo à desinfecção. Em algumas circunstâncias a
esterilização é desejável pelo risco do artigo tornar-se crítico, como em lesões acidentais
de mucosas.
Dificuldades técnicas e riscos inerentes aos processos de desinfecção química
também concorrem para a indicação da esterilização. Ex.: sonda nasogástrica,
equipamentos respiratórios, equipamentos de anestesia e endoscópios.

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Artigos não críticos

São os que entram em contato com a pele íntegra e que somente necessitam
desinfecção de médio ou baixo nível, quando reutilizados entre pacientes. Esta medida
tem por objetivo bloquear a transmissão de microrganismos. Ex.: estetoscópios, mesas,
focos, comadres, termômetro etc.

QUADRO - RELAÇÃO DE ALGUNS ARTIGOS COM A RESPECTIVA


CLASSIFICAÇÃO

CRÍTICOS SEMICRÍTICOS NÃO CRÍTICOS

Metais sem/ fio de Inaladores, máscaras de


corte; Metais sem/ motor; nebulização, extensores
Instrumental cirúrgico plásticos, ambú, cânula de Termômetro
Guedel, acronebulizacão

Tecido para Válvulas de ambú com Esfigmomanômetro


procedimento componentes metálicos coberto por plástico
cirúrgico (ex.: enxerto Máscaras de ambú
vascular)
PVC, nylon, plástico Circuitos de Esfigmomanômetro:
respiradores Cânula coberto por brim
endotraqueal
Tubos de Látex, Lâmina de laringoscópio Cabo de laringoscópio
Acrílico, Silicone, teflon (sem lâmpada)
Lâmpada do
laringoscópio

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Vidraria e borracha para Espéculos vaginais, nasais, Comadres e patinhos
aspiração otológicos (metálicos).

Peças de mão dos motores Endoscópios do trato digestivo Bacias, cubas, jarros e baldes
e respiratório

Fibra ótica: endoscópios, Mamadeira Bicos de Recipiente p/ guardar


artroscópios, laparoscópios, mamadeira mamadeiras e bicos já
aparelhos de cistoscopia Utensílios plásticos para processados e embalados
preparo das mamadeiras Copos
e talheres

MÉTODOS DE LIMPEZA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

Limpeza manual

Executada por meio de fricção com escovas e uso de soluções de limpeza.

Limpeza mecânica

Meios de equipamentos:

- Lavadora ultrassônica – processo de ondas ultrassônicas, com pressão


negativas;
- Lavadora desinfetadora, termodesinfetadora. (lav casa).

LAVADORA

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http://www.hc.unicamp.br/sites/default/files/users/Administrador/noticias/not-
090922/EPSN0008a.jpg

Recomendações para limpeza de instrumental cirúrgico

- Processo de limpeza facilita a remoção de sujidade;


- Limpeza em lavadora desinfetadora antes da manipulação pelos funcionári
- Lavar peça por peça com escova apropriada, friccionando delicadamente o
corpo, articulações e a cremalheira da pinça seguindo as ranhaduras;
- Lavar manualmente os instrumentais, escolher o método de limpeza que
seja eficaz e conserve o artigo;
- Separar o instrumental cirúrgico cortante e os pesados, colocando os leves
por cima;
- Desmontar o instrumental sempre que possível, abrir as pinças;
- Utilizar produtos e escovas não abrasivos, a fim de evitar corrosão no
instrumental;
- Artigos canulados, utilizar pistola de ar comprimido;
- Instrumentais novos devem passar por todos os processos;
- Enxaguar abundantemente o artigo;
- Realizar a inspeção e secagem;
- Lubrificar os instrumentais com articulações;
- Validar o processo de limpeza e desinfecção dos artigos;
- Retirar os instrumentais danificados.

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Processo de Limpeza:
- Agrupar por tipo de artigo;
- Imergir ou embeber em solução;
- Limpar;
- Enxaguar em água potável;
- Enxaguar em água deionizada;
- Secar.

PROCESSO DE LIMPEZA

http://www.hospitalar.com/index.php?http://www.hospitalar.com/noticias/not19
31.html

USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

A manipulação de agentes químicos, de contato com altas temperaturas e de


materiais contaminados por material biológico, requer medidas de segurança aos
profissionais. Precauções padrão devem ser adotadas independentemente do grau de
sujidade do artigo e da toxicidade dos produtos químicos a serem manipulados. Portanto
é imprescindível o uso do EPI.
Tais equipamentos também devem ser utilizados em todas as etapas do processo,
sempre relacionando a atividade ao equipamento.
Devem ser utilizados para garantir a segurança do profissional ao se expor a

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substâncias químicas, gases tóxicos, riscos de perfuração ou corte e ao calor, prevenindo
assim acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. A tabela abaixo indica quais são
os EPI necessários para cada procedimento.

QUADRO - EPI NECESSÁRIOS PARA CADA PROCEDIMENTO

HIPOCLORITO DE SÓDIO

DE
DE
ÁLCOOL ETÍLICO A 70%

GLUTARALDEÍDO A 2%

PERACÉTICO
ÓXIDO DE ETILENO
FORMALDEÍDO

QUATERNÁRIO
ÁGUA QUENTE

HIDROGÊNIO
AUTOCLAVE

PERÓXIDO
PROCESSOS ESTUFA

ÁCIDO
1%
Equipamentos
LUVA DE AMIANTO x x
CANO LONGO
LUVA DE LÁTEX x
CANO LONGO
LUVA DE BORRACHA x x x x x
ÓCULOS x x x
MÁSCARA COM FILTRO x x x

103
QUÍMICO

AVENTAL x x x
IMPERMEÁVEL
CONFORME x
LEGISLAÇÃO
VIGENTE

PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES

Limpeza e secagem

A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e


sabão ou soluções detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no
mercado, variando do neutro a específicos para lavadoras. Ainda nesta classificação,
podemos apontar os enzimáticos utilizados para limpeza de artigos por imersão,
bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza - são capazes de
remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo inferior a
15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e
biodegradáveis.
É importante frisar que todo processo de desinfecção ou esterilização deve ser
precedido pela limpeza e secagem rigorosas dos artigos, devendo todo artigo sujo com
sangue ou secreções serem considerados contaminados.
A imersão de artigos sujos em soluções germicidas possui limitações; “é
desconhecido o nível de proteção oferecido por este processo, uma vez que todas estas
soluções sofrem redução de atividade, em maior ou menor grau em presença de matéria
orgânica. Além dessa, outras desvantagens podem ser citadas, como: o alto custo
envolvido, a impregnação da matéria orgânica nos artigos, a toxicidade dos produtos e o
aporte de grandes volumes de desinfetantes na rede de esgoto, acarretando possíveis
danos ambientais”.
Falhas na limpeza dos artigos impedem a esterilização, pois sujeira e gordura
atuam como fatores de proteção para os micro-organismos, agindo como barreira
para o contato com agentes esterilizantes químicos, físicos ou físico- químicos.

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A limpeza de artigos deve ser feita preferencialmente por equipamentos que
utilizem processos físicos, como lavadoras termodesinfetadoras, pois promovem
limpeza e descontaminação simultâneas, reduzindo a manipulação do material
contaminado.
Detergentes enzimáticos facilitam a ação mecânica, reduzindo potencialmente os
riscos ocupacionais. Agem removendo a matéria orgânica, são atóxicos e
biodegradáveis.
Na ausência do detergente enzimático, os instrumentais deverão sofrer exposição
à água morna e corrente. Estes artigos deverão estar preferencialmente em cestos
aramados para minimizar a manipulação do material contaminado e reduzir a produção
excessiva de aerossóis.
Além das lavadoras que utilizam jatos de água quente há no mercado as
lavadoras ultrassônicas, as quais a ação desencrostante do detergente enzimático é
potencializada pelo ultrassom.
Na impossibilidade de tais processos, efetuar lavagem manual por fricção,
auxiliada por escova ou esponja. Este método deve ser utilizado após a imersão do
artigo em desencrostantes, preferencialmente enzimáticos.
O enxágue deverá ser feito em água corrente.
A água que abastece as Centrais de Esterilização deve ter qualidade
diferenciada. Para este setor não basta obedecer a padrões de potabilidade, pois muitas
vezes água em uso é potável, porém está impregnada com metais pesados e cloro, o que
acelera a corrosão dos metais.

Produtos Utilizados

- Detergente enzimático: amilases, que promovem simultaneamente a


dispersão, solubilização e emulsificação, removendo substâncias orgânicas das
superfícies dos artigos. São biodegradáveis, neutros concentrados, não oxidantes, com
ação bacteriostática e, portanto não promovem desinfecção.
- Detergente não enzimático (desencrostante): Detergente de baixa
alcalinidade a base de tensoativo aniônico ou em associação de tensoativos aniônicos e
não iônicos (nonilfenois), cuja formulação coadjuvante é à base de polifosfato, agente
alcalinizante e agentes antioxidantes.

105
Secagem

Outro passo importante é a secagem, pois a umidade interfere em diferentes


processos de esterilização. Para tal processo é recomendável o uso de:
- Secadoras de ar quente ou frio;
- Estufas reguladas para este fim;
- Ar comprimido medicinal, principalmente para artigos que possuam lúmen;
- Pano limpo, absorvente e seco.

Após tal processo deverá ocorrer a inspeção rigorosa dos artigos,


preferencialmente com auxílio de lupa, no sentido de detectar presença de oxidações,
secreções e umidade. Nessa fase pode-se utilizar o álcool a 70% com fricção, que
acelera a secagem do material.
Objetivando aumentar a vida útil dos instrumentais, principalmente os que
possuem articulações, cremalheiras ou ranhuras, estes devem ser lubrificados com
produtos não tóxicos, que possuam ação anticorrosiva.

MÉTODOS DE DESINFECÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES

É subdivido em três níveis:


Desinfecção de alto nível – Destrói todas as bactérias vegetativas, micobactérias,
fungos, vírus e parte dos esporos. O enxágue deverá ser feito preferencialmente com
água estéril e manipulação asséptica.

Desinfecção de nível intermediário - Viruscida, bactericida para formas


vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose. Não destrói esporos.

Desinfecção de baixo nível - É capaz de eliminar todas as bactérias na forma


vegetativa, não tem ação contra os esporos, vírus não lipídicos nem contra o bacilo da
tuberculose. Tem ação relativa contra os fungos.

O conhecimento adquirido sobre a transmissão de doenças e o estabelecimento


de precauções básicas faz com que se considere potencialmente contaminado todo e
qualquer instrumento ou material que tenha tido contato com matéria orgânica,

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independente do seu grau de sujidade aparente.
A desinfecção de artigos pode ser feita por métodos físicos, químicos e físico-
químicos.

Agentes Físicos

Pode ser feita imersão dos artigos em água a 100°C (ebulição) por 30 minutos.
Preferencialmente utilizando sistemas automáticos, lavadoras termodesinfetadoras, com
programas específicos, validados para cada grupo de artigos.

Agentes Químicos

Exigem que todos os artigos estejam limpos e secos antes de serem


completamente imersos em solução desinfetante.
Como o desinfetante age por contato, o artigo deve ser colocado em recipiente
contendo solução suficiente para que tal artigo fique totalmente imerso.
Quando o artigo tem áreas ocas, a solução desinfetante deve preenchê-la
totalmente.
O recipiente utilizado deve ser preferencialmente de plástico. Caso de metal,
este deve ser forrado com tecido (tipo compressa) para evitar que sua superfície entre
em contato com os instrumentos metálicos, evitando a formação de corrente galvânica e,
consequente desgaste dos materiais.
Após a desinfecção, os artigos devem ser abundantemente enxaguados em água
de qualidade, conforme descrito posteriormente.

Princípios ativos utilizados para desinfecção ou esterilização química

A fim de que os profissionais de saúde possam utilizar os artigos com segurança,


a Portaria 15/88 do MS estabelece os seguintes princípios ativos para os desinfetantes
de artigos hospitalares:
− Aldeídos (Formaldeído / Glutaraldeído);
− Fenólicos (Fenol Sintético);
− Quaternário de Amônio;

107
− Compostos Orgânicos Liberadores de Cloro Ativo;
− Compostos Inorgânicos Liberadores de Cloro Ativo;
− Iodo e Derivados;
− Álcool;
− Glicóis;
− Biguanidas;
− Peróxidos.

Aldeídos

Glutaraldeído: O glutaraldeído é um dialdeído saturado com potente ação


bactericida, viruscida, fungicida e esporicida, podendo ser utilizado para esterilização
química de artigos termossensíveis.
A atividade biocida dá-se por reação química de alquilação, alterando o DNA,
RNA e a síntese proteica dos micro-organismos. Quanto aos esporos, age enrijecendo a
parede celular. Sua ação dependerá do tempo de exposição e condições do artigo, que
deverá estar limpo e seco para facilitar a penetração deste agente.
É indicado para desinfecção de alto nível em artigos termossensíveis com tempo
de exposição de 30 minutos em solução a 2%. Também é indicado como esterilizante,
com o tempo de exposição entre 8 e 10h. O produto sofre alterações em temperaturas
superiores a 25°C. A solução deve ser trocada de acordo com orientação do fabricante,
na ocorrência de alteração na cor e presença de depósitos. É tóxico, não biodegradável,
portanto deve ser manipulado em local ventilado e com uso de EPI. As soluções neutras
ou alcalinas possuem ação microbicida e anticorrosiva superiores quando comparadas
às ácidas.
Os artigos processados em glutaraldeído não podem ser armazenados, mesmo
em recipiente estéril, (risco de recontaminação). O glutaraldeído é um produto tóxico
que pode irritar os olhos, nariz e garganta, por isso, seu manuseio deve ser feito com uso
de EPIs.
Recomendação:
- Utilizar este método de esterilização só nas situações em que não houver
outro recurso disponível;
- Ativar a solução conforme descrição do fabricante, validade de 14 a 21

108
dias, datar e identificar;
- Realizar uma limpeza, secagem antes da imersão, após o término do tempo
indicado fazer a lavagem dos artigos com água estéril;
- Desprezar a solução em caso de contaminação ou prazo de validade.

Formaldeído

Tem o mesmo mecanismo de ação semelhante ao do Glutaraldeído. É pouco


ativo a temperaturas inferiores a 20°C, aumentando a atividade em temperaturas
superiores a 40°C. Em processo de desinfecção ou esterilização possui desvantagens,
pois tem baixo poder de penetração, distribuição não uniforme e alta toxicidade que
restringem o seu uso.
O tempo de exposição deve seguir orientações do fabricante: para desinfecção
utiliza-se solução 4% volume-volume (v/v) por trinta minutos. Para esterilização, tanto
na solução alcoólica a 8%, quanto para a solução aquosa a 10%, o tempo mínimo é de
18 horas.
Além da forma líquida, existem os polímeros sólidos do formaldeído, o
paraformaldeído, conhecidos como “pastilhas de formalina”. Para se alcançar a
esterilização deste modo necessita-se de concentração de 3%, estufa pré-aquecida a
50°C, em tempo de 4 horas e umidade relativa de 100%. Devido à dificuldade técnica
de execução do processo em condições ideais e de sua validação, não deve ser utilizado
de rotina.

Álcoois
Agem por desnaturação das proteínas dos micro-organismos e sua ação
bactericida aumenta quando hidratado. É tuberculicida, fungicida, viruscida, porém não
destroem esporos bacterianos.

- álcool isopropílico: tem ação seletiva para vírus, é mais tóxico e com menor
poder germicida que o etílico.

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- álcool etílico (70%): a concentração 70% tem baixa toxicidade, é indicado
para desinfecção de nível intermediário ou médio. Deve ser utilizado por fricção, em
três aplicações, com secagem espontânea e tempo total de exposição de 10 minutos.

Compostos Inorgânicos Liberadores de Cloro Ativo

Hipoclorito de Sódio/Cálcio/Lítio: Produto instável, termossensível,


fotossensível e inativado rapidamente em presença de matéria orgânica (sangue, fezes e
tecidos), que diminui sua atividade rapidamente em recipientes claros ou em altas
temperaturas. Por ser corrosivo seu uso é contraindicado em artigos metálicos.
Na forma não diluída o tempo máximo de armazenamento é de seis meses.

Hipoclorito de Sódio: São formulações comercializadas na forma líquida.


Devem ser utilizados nas seguintes concentrações e tempo de contato:
I. Desinfecção/Descontaminação de Superfícies – 10.000ppm ou 1% de
Cloro

– 10 minutos de contato.
II. Desinfecção de Lactários e utensílios de Serviço de Nutrição e
dietética
(SND) –
200ppm ou 0,02% Cloro ativo – 60 minutos.
III. Desinfecção de Artigos de Inaloterapia e Oxigenoterapia não metálicos -
200ppm ou 0,02% a 0,5% de Cloro ativo - 60 minutos. Dispensando enxágue.
VI Desinfecção de Artigos Semicríticos – 10.000ppm ou 1% de Cloro ativo – 30
minutos.
Hipoclorito de Cálcio e Lítio: São compostos sólidos comercializados na forma
de pó.
Efeitos adversos: os compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo são
tóxicos, irritantes de pele, mucosa e árvore respiratória.

Compostos Orgânicos Liberadores de Cloro Ativo

110
São produzidos somente em forma de pó. Possuem vantagens em relação ao
hipoclorito, tais como: maior atividade microbicida, pH mais baixo, menos propenso a
inativação por matéria orgânica, ação corrosiva e tóxica mais baixas, maior estabilidade,
podendo ser armazenado por até 12 meses (e não 6 meses como o hipoclorito). Uma vez
ativado mostra-se muito mais instável, devendo ser diluído apenas no momento do uso.

Fenólicos:
Desinfetante de nível médio tendendo ao desuso por sua toxicidade, sendo
inclusive contraindicado para desinfecção de centros obstétricos e berçários devido à
ocorrência de hiperbilirrubinemia em neonatos.

Iodo e derivados:
Não há no mercado nacional iodo para desinfecção de artigos e superfícies.

Biguanidas
Disponível no mercado brasileiro somente como antisséptico.

Quaternário de amônio
Disponível e indicado somente para desinfecção de superfícies, em áreas críticas
e semicríticas, especialmente superfícies e mobiliários em berçários, pediatria e SND
por possuir baixa toxicidade.

Ácido peracético
É bactericida, fungicida, viruscida e esporicida. Promove a desnaturação de
proteínas e alteração na permeabilidade da parede celular.
Possui como vantagens manter-se efetivo em presença de matéria orgânica e não
promover a formação de resíduos tóxicos. Como desvantagens: é corrosivo e instável
depois de diluído.
Ácido peracético ou peroxiacético, em baixas concentrações (0,001% a 0,02%)
apresenta rápida ação contra os micro-organismos, incluindo os esporos.

MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO

111
Convencionalmente considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de
sobrevivência dos micro-organismos contaminantes é menor do que 1:1000.000. A
exposição de um artigo a um agente esterilizante, não garante a segurança do processo,
uma vez que essa depende de limpeza eficaz.
A eleição do método de esterilização dependerá do tipo de artigo a ser
esterilizado. Esses métodos poderão ser físicos, químicos ou físico-químicos.

Métodos Físicos

Métodos físicos são aqueles que utilizam calor em diferentes formas e alguns
tipos de radiação para esterilizar artigos. Nas Centrais de Esterilização hospitalares o
método mais utilizado e factível é a autoclavação por vapor saturado sob pressão. Outro
método igualmente conhecido, porém em desuso pelas dificuldades operacionais e pelo
avanço da tecnologia das autoclaves a vapor, é o calor seco (estufa).
A esterilização por radiação será tratada neste trabalho, devido ao uso cada dia
maior do processamento por tal método pelos produtores de materiais hospitalares
descartáveis em uso nas nossas instituições. No entanto, a manipulação do método é
restrita às indústrias que recebem a orientação/capacitação do CNEN (Conselho
Nacional de Energia Nuclear).
O uso de radiação ultravioleta para esterilização de artigos é proibido pelo
Ministério da Saúde (Portaria n. 674, de 31.12.97).

Vapor Saturado Sob Pressão (autoclavação)

Este é o processo de eleição nas unidades hospitalares, indicado para os artigos


termorresistentes. Destrói os micro-organismos por coagulação das proteínas.
Dá-se o nome de vapor saturado porque sua temperatura equivale ao ponto de
ebulição da água, e produz-se pela combinação da energia que aquece a água com níveis
de pressão maiores que a pressão atmosférica, que aceleram o aquecimento levando ao
alcance de temperaturas próprias para esterilização (121°C a 135°C), em tempo mais
rápido. Portanto as variáveis para avaliação do método são: tempo, temperatura e
pressão.
Os aparelhos são programados com uma razão tempo/temperatura, isto é,
aumentando a temperatura, o tempo necessário para esterilização diminui ou vice-

112
versa.
A programação deverá seguir os critérios estabelecidos na validação do
equipamento e das cargas a serem processadas pelas Instituições.
Vapor saturado é um gás e está sujeito às leis da física, sendo assim, não se
altera a temperatura do vapor sem alterar a pressão e vice-versa.

Tipos de autoclaves:
Gravitacional – A injeção de vapor na câmara força a saída do ar frio por uma
válvula localizada na parte inferior. Pode ocorrer formação de bolhas de ar no interior
do pacote, que impede a esterilização. Para que a penetração de vapor ocorra em todos
os materiais, o tempo deve ser mais logo, tornando o ciclo mais demorado.
Pré-Vácuo – Por meio de bomba de vácuo contida no aparelho, o ar é removido
do material e da câmara, podendo ter um ou três ciclos o que favorece a penetração mais
rápida do vapor dentro dos pacotes. Após a esterilização ocorre a sucção do vapor e da
umidade interna, secando mais rápido e completando o ciclo.
Mecanismo de ação: O processo baseia-se na transformação das partículas de
água em vapor. Na esterilização da autoclave, ocorre a morte celular pela coagulação de
proteínas bacterianas, por meio de calor.
Tempo: pode variar três a 30 min de acordo com a temperatura e o tipo de
equipamento utilizado.
Temperaturas X Tempo:
• Gravitacional 132°c a 135°c 10 a 25min
121ºc a 135°c 15 a 30 min
• Pré-vácuo 132°c a 135ºc 3 a 4 min
Ciclo de esterilização: varia de acordo com equipamento, validação do processo,
embalagem (invólucros algodão, papel grau cirúrgico, papel crepado, filmes
transparentes container, caixas metálicas, vidro refratário, TNT).
Controle do processo: Eficácia do equipamento, manutenção, registro dos
instrumentos, indicadores químicos, indicadores biológicos, integradores químicos,
testes de Bowie Dick.

Qualidade do Vapor
O vapor pode ser obtido em vários estados físicos, cada um com um efeito na
qualidade da esterilização.

113
Vapor saturado seco
Contém somente água no estado gasoso agregando tanta água quanto possível
para sua temperatura e pressão (100%UR). É a forma mais efetiva de vapor para
esterilização.

Vapor saturado úmido (condensado)


É normalmente formado quando a água da caldeira ou condensador dos tubos é
carregada pelo vapor saturado ao ser injetado na câmara da autoclave, resultando em um
excesso de água que poderá comprometer a secagem da carga em processo.

Vapor Saturado Superaquecido


Formado a partir do vapor saturado, o qual é submetido a temperaturas mais
elevadas. O vapor torna-se deficiente em umidade e consequentemente, com maior
dificuldade de penetração.

Esterilização por gravidade

Neste aparelho o vapor é injetado na câmara e o ar vai sendo expulso, na mesma


velocidade. O aquecimento da carga é feito de fora para dentro o que exige aumentos
elevados de tempo, para conseguir aquecimento necessário à esterilização. A secagem é
feita por venturi, conseguindo-se um vácuo de capacidade média. Quando se alonga o
tempo de exposição, previamente determinado têm-se como o resultado artigos secos e
estéreis.

Esterilização por alto-vácuo

Neste tipo de equipamento o vapor introduz-se na câmara interna quando uma


bomba de alto-vácuo elimina o ar interno, o que reduz o tempo quando comparado com
equipamento por gravidade.

Esterilização por vácuo-pulsátil

Neste sistema o ar é extraído da câmara por sucessivas injeções e retiradas de

114
vapor. O sistema mais eficiente é o de pulsos de pressurização, pois existe grande
dificuldade em obterem-se níveis adequados de vácuo em um só pulso. O tempo da
esterilização propriamente dito só será contado após total remoção do ar
dos pacotes. Após esta fase a bomba de vácuo irá fazer a sucção do vapor
promovendo assim a secagem dos pacotes. Esse sistema permite mais rapidez no
processo total, pois com a rápida extração do ar e consequente aumento da temperatura
da carga, obtém-se o ciclo de esterilização e secagem em tempo mais reduzido que nos
processos descritos anteriormente.

Esterilização ultrarrápida (flash sterilization)

Equipamentos de pequeno porte programados para operar sem o ciclo de


secagem e com material desempacotado. Esse método deve ser utilizado
preferencialmente para resolver problemas emergenciais, como a contaminação
acidental de instrumentais utilizados em cirurgias em curso. Neste sistema não devem
ser esterilizados os implantes.
Seu uso deve ser extremamente racionalizado e o material utilizado de imediato,
devido às dificuldades de controle deste processo.
Antes da aquisição de tais equipamentos devem ser verificadas, pela engenharia
clínica ou substituto, juntamente com o fabricante ou as revendedoras, as condições das
redes elétricas e hidráulicas, se estas ajustam-se ao equipamento a ser adquirido.
Também deve ser avaliada a qualidade da água que formará o vapor. Esta deve estar
livre de contaminantes químicos em concentrações que possam interferir no processo de
esterilização, danificar o aparelho e/ou os produtos a serem esterilizados (Norma ISO
11134).
A inobservância deste aspecto deverá interferir diretamente no produto final, isto
é, na esterilização, em que normalmente se encontrarão pacotes úmidos e/ou
manchados, causando a rápida deterioração dos artigos processados, assim como a
possibilidade de contaminação dos artigos.
É importante ressaltar que, além dos ajustes do equipamento realizados na
instalação e manutenção, o artigo deve estar rigorosamente limpo e seco, o
posicionamento correto dos pacotes, bem como o tipo de embalagem adequada.
Os pacotes não podem ocupar o volume total da câmara interna das autoclaves,

115
objetivando favorecer a circulação e penetração do vapor nos pacotes centrais.
Para garantir a qualidade da esterilização deve-se ter a certeza de que o material
encontra-se seco ao término do processo e a estocagem em local e posição adequados.

Calor Seco (Estufas ou Fornos de Pasteur)

São aparelhos elétricos equipados com resistência, termostato para regulagem de


temperatura, contactor, lâmpada piloto, termômetro e interruptor. O calor é irradiado
das paredes laterais e da base do equipamento. Este processo requer longo tempo de
exposição para que se atinjam altas temperaturas nos artigos e possa ocorrer a morte
microbiana pelo processo de oxidação das células.
Os artigos que podem ser esterilizados em estufas são termorresistentes,
instrumental cirúrgico, material inoxidável em geral, vidros, ceras, pomadas, óleos, pós.
Atualmente recomenda-se calor seco apenas para óleos e pós.
Mecanismo de ação: Destruição dos microrganismos por oxidação e dessecação
celular, (desidratação celular).
Recomendações: invólucros adequados ao processo, evitar volumes pesados,
sobrecarga do aparelho, controlar o tempo de exposição, não abrir a estufa durante o
processo, Invalidar o ciclo caso haja sinal de defeito ou dúvidas, usar luvas de proteção,
não colocar produtos quentes em superfície fria se houver condensação o material ficará
úmido, lacrar as caixas após a esterilização quando frias, limpar o equipamento
semanalmente.

Radiação

A radiação ionizante age como esterilizante por produzir modificações no DNA


das células, provocando lesões estruturais, o que acarreta alterações funcionais graves
por difusão de radicais livres no volume adjacente da célula microbiana.
A forma mais utilizada é a radiação gama (Raios gama são ondas
eletromagnéticas de alta energia e grande penetração devido à ausência de matéria.),
cujo elemento mais utilizado é o Cobalto 60, que possui grande poder de penetração nos
materiais. É utilizado principalmente em implantes.
O tempo de permanência do material frente à bomba de Cobalto é calculado a
partir da distância do material à fonte, das condições de atividade da fonte e da natureza

116
do material a esterilizar. O processo é monitorado por painel eletromecânico que avalia
os riscos, ou seja, os níveis de radiação no equipamento. Cada lote de artigos é
monitorado por dosímetros que controlam a quantidade de radiação recebida.
Mecanismo de Ação: A eficácia das radiações ionizantes depende da interação
com o ácido desoxirribonucleico (DNA). Ocorrem rupturas nos filamentos do DNA,
necessário para causar a morte da célula.
Risco de exposição ambiental: Os limites de exposição ocupacional à radiação
são estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Parâmetros de esterilização: O único parâmetro a ser controlado no ciclo é o
tempo de exposição do material a ser processado.
A esterilização normalmente é realizada a temperatura ambiente, porém com
elevações cerca de 10°c podem reduzir acentualmente o valor da umidade e o oxigênio
influenciam na sensibilidade do processo.

Métodos químicos

A utilização de agentes esterilizantes líquidos por imersão requer cuidados


especiais, com relação ao seu manuseio:
- Lavar rigorosamente o artigo e secar para evitar que a água altere a
concentração da solução;
- Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI);
- Imergir completamente o artigo no recipiente com tampa contendo a
solução;
- Marcar a hora de início e término do processo;
- Retirar o artigo da solução, utilizando luvas estéreis;
- Enxaguar abundantemente os artigos com água destilada ou deionizada
estéril. Evitar o uso de soro fisiológico, pois este pode promover depósito e acelerar a
corrosão do metal;
- Secar o material com compressa estéril. Para artigos com lúmem, a
secagem deverá ser promovida com ar comprimido estéril;
- Utilizar imediatamente o artigo, sendo proibido o armazenamento;
- Desprezar a solução ao término do processo, ou de acordo com a
recomendação do fabricante.

117
Observação - Devido à dificuldade do manuseio, este não deve ser um método
rotineiro de esterilização.

Métodos Físico-Químicos

Óxido de Etileno (ETO)

É um gás incolor, de alto poder viruscida, esporicida, bactericida,


micobactericida e fungicida. A ação do ETO é atribuída à alquilação das proteínas dos
micro-organismos. Essa ação depende dos parâmetros de concentração, temperatura,
umidade relativa e tempo de exposição ao gás. Sua indicação de uso é para os artigos
termossensíveis. É altamente explosivo e facilmente inflamável, devendo ser utilizado
em equipamentos especiais denominados autoclaves para óxido de etileno.
Sua utilização encontra-se regulamentada pela Portaria Interministerial n.° 482,
de 16 de abril de 1999. Nessa Portaria encontram-se as condições exigidas para
instalação, processamento, embalagem, transporte de artigos, saúde e segurança
ocupacional.
A exposição ao gás pode resultar em câncer, anomalias do sistema reprodutor,
alterações genéticas e doenças neurológicas caso não se respeitem as condições de
segurança já estabelecidas.
O ciclo de esterilização ocorre em cinco fases:
- Pré-umidificação – umidade em torno de 40% admissão do gás;
- Tempo de exposição – 3 a 4 horas;
- Exaustão do gás;
- Aeração – tem por finalidade a remoção dos resíduos tóxicos e seus
subprodutos.

Peróxido de Hidrogênio

O plasma, considerado um quarto estado da matéria, é definido como uma


nuvem de íons, elétrons e partículas neutras, altamente reativas. A geração de um campo
eletromagnético pela energia de radiofrequência produz a formação do plasma.
Os radicais livres gerados no plasma de peróxido de hidrogênio apresentam- se
com cargas negativas e positivas, que excitados tendem a se reorganizar, interagindo

118
com moléculas essenciais ao metabolismo e reprodução microbianos, ligando-se de
maneira específica às enzimas, fosfolipídeos, DNA e RNA. Essa reação química é
extremamente rápida, viabilizando o processo de esterilização em curto espaço de
tempo.
É indicado para esterilização de artigos termossensíveis. O ciclo de esterilização
ocorre em torno de 1 hora. É compatível com a maioria dos metais, plásticos, vidros,
borrachas, acrílicos, sendo incompatível com celulose e ferro. O produto final é água e
oxigênio, não oferecendo, portanto toxicidade para os profissionais e clientes.
Equipamento de fácil instalação e operação em que um cassete contendo 10
ampolas de peróxido de hidrogênio é colocado na parte frontal externa, em que cada
ciclo consome uma ampola.
As fases do ciclo (75 minutos) são:
- Vácuo;
- Injeção;
- Difusão;
- Plasma;
- Ventilação.

O equipamento é automatizado e computadorizado. Ao final de cada ciclo emite


relatório com controle das pressões e tempo alcançados nas diferentes fases. Seus
parâmetros são tempo e pressão.

INVÓLUCROS

As dimensões dos pacotes dependerão do equipamento utilizado na


esterilização. Sendo fundamental o registro do seu conteúdo, data de esterilização e
prazo de validade.
O empacotamento dos artigos para esterilização pode se dar por meio da
utilização de embalagens diversas cujos requisitos recomendados pela Associação
Americana de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (Association of Operating Room Nurses
– AORN) são:
- Ser apropriada para as instalações e método de esterilização;
- Proporcionar selagem adequada e resistente;
- Proporcionar barreira adequada;

119
- Ser compatível e resistir às condições físicas de esterilização;
- Permitir adequada remoção de ar;
- Permitir penetração e remoção do agente esterilizante;
- Proteger o conteúdo do pacote de danos físicos;
- Resistir a punções e rasgos;
- Ausência de furos;
- Não conter ingrediente tóxico;
- Não gerar partículas;
- Apresentar custo x benefício positivo;
- Ser usada de acordo com as instruções descritas pelo fabricante.

Tipos de embalagens
- Tecido;
- Não tecidos;
- Papel grau cirúrgico;
- Papel crepado;
- Containers rígidos.

CONTROLE DE QUALIDADE

Testes Físicos

Avaliador de desempenho do esterilizador

Fazem parte do equipamento e servem para apontar as condições internas da


autoclave. Envolvem observação dos parâmetros apresentados pelo menos durante o
processo. São eles:
- Termômetro: para medir a temperatura, que deve estar no mínimo em 121º
C;
- Manômetro: para medir a pressão, que deve estar no mínimo em 28 libras
de vapor.

Qualificação térmica (termopares)

120
Servem para determinar o tempo de penetração do calor dentro dos pacotes e
frascos.
- Consiste de dois fios metálicos fundidos em uma extremidade que informará
a temperatura dentro do equipamento. Na outra extremidade, fora do equipamento, é
feita a leitura da temperatura por meio de um registrador.
- É um método utilizado quando se dá a instalação ou após grandes reparos de
autoclaves ou estufas. Seu custo é muito alto e não há necessidade de ser feito
rotineiramente.

Dosimetria de radiação

Consiste na avaliação da quantidade de energia absorvida pelo material tratado.


São utilizados dosímetros que indicam se a dose recebida foi compatível com o
processo de esterilização.

Testes Químicos

Indicadores Químicos

Servem para indicar imediatamente falhas no equipamento com relação à


penetração do calor em estufas ou autoclaves, além de ajudar na identificação dos
pacotes que foram esterilizados.
- São tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam de cor
quando expostas à temperatura pelo tempo recomendado pelo fabricante. Devem ser
utilizados dentro dos pacotes, em locais de difícil acesso à penetração do vapor ou
dificuldade de remoção do ar em autoclaves.
- Não devem ser utilizados como critério único de eficácia de esterilização,
devendo ser associado ao teste biológico.
- Os indicadores externos são fitas autoadesivas utilizadas unicamente para
diferenciar os pacotes processados dos não processados.

Há diferentes tipos de indicadores internos, de acordo com o processo de


esterilização:
- Classe 1: Indicadores de processo: ex.: fitas zebradas.

121
• Demonstram que o material passou pelo processo de esterilização.
• Devem ser usados em todos os materiais a serem esterilizados.
• Para uso em materiais tipo pacotes ou caixas.

- Classe 2: Indicadores para uso em testes específicos: ex.: Bowie & Dick.
• Projetados para testar a eficácia do sistema de vácuo nas autoclaves de pré-
vácuo. Faz a detecção de bolhas de ar e avalia a habilidade das autoclaves pré- vácuo
em remover o ar quando o vapor é admitido, formando o vácuo. Não deve haver
formação de bolhas que possam comprometer o processo de esterilização.
Deve ser realizado diariamente, antes do processamento da primeira carga.

- Classe 3: Indicadores de um parâmetro


• Projetados para medir um dos parâmetros críticos do processo de
esterilização: vapor, tempo, temperatura ou vapor saturado.

-Classe 4: Indicadores multiparâmetros:


• Projetados para medir dois ou mais parâmetros críticos do processo de
esterilização.
• indicam a exposição ao ciclo de esterilização.

- Classe 5: Indicadores integrados:


• Projetados para reagir com todos os parâmetros críticos do processo de
esterilização, dentro de um intervalo específico de ciclos de esterilização.

- Classe 6: Simuladores:
• Projetados para reagir com todos os parâmetros críticos do processo de
esterilização. A leitura do indicador é capaz de apontar possíveis falhas em parâmetro
específico.

Teste de Bowie & Dick (passo a passo)

Realizar no primeiro ciclo do dia da autoclave.


- Ligar a autoclave e submetê-la a um ciclo completo e vazio.
- Colocar a folha teste no meio de uma pilha de campos de tecido com 25 cm

122
a 28 cm de altura.
- Esta pilha pode ser embalada em tecido ou papel, podendo ser atada com
fita adesiva.
- Colocar apenas o pacote teste na autoclave na direção do dreno e apoiado
no “rack”.
- Iniciar o ciclo, que poderá ser interrompido antes da fase de secagem; e
após o tempo determinado pela temperatura, conforme esquema abaixo:
134° – 3 e meio a 4 minutos;
127° – 11 minutos;
129° – 15 minutos. Leitura do Teste:
- Positivo (+) Quando a folha teste apresenta falhas na revelação, que é
observada por uma mudança incompleta na coloração, geralmente no centro da mesma.
- Negativo (-) Quando a mudança na coloração da folha for uniforme em
toda a sua extensão, demonstrando não haver ar residual.

Testes Biológicos

São os indicadores utilizados para o controle da esterilização. A frequência


destes testes é semanal, apesar de ser recomendada sua realização diária.
As etapas dos testes devem seguir essencialmente as orientações do fabricante.
O teste biológico consiste:
- Na colocação de indicadores dentro de um pacote selecionado, em local de
difícil acesso à penetração do vapor.
- Deve ser reservado um indicador piloto com o intuito de testar o incubador.
- O material é esterilizado e logo após o resfriamento são retirados os
indicadores de dentro do material.
- O indicador incubado é retirado juntamente com o indicador controle.
- O tempo necessário para crescimento da cepa varia de 3 a 48 horas, de
acordo com o teste biológico utilizado.
- Deve-se observar a colocação correta das ampolas no cesto.
- O teste biológico deve ser realizado em toda carga que contenha próteses e
estas devem ficar retidas até o resultado final da incubação.
Os bacilos utilizados na preparação de indicadores biológicos são:

123
- Em autoclaves a vapor: Bacillus stearothermophilus.
- Em calor seco, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio:
Bacillus subtilis variedade niger.
- Em radiação gama: Bacillus pumilus.

Teste de esterilidade de controle biológico

São testes realizados em laboratório, diretamente no material processado, para


que seja verificada a eficácia da esterilização.
- Exige pessoal extremamente habilitado para que o resultado final seja
confiável.
- É muito útil na ocorrência de surtos de infecção hospitalar por um agente
específico, especialmente se a investigação epidemiológica sugerir uma fonte comum.

Avaliação de Esterilizantes Químicos

Consiste em testes que utilizam diferentes diluições do germicida em relação à


inibição de crescimento bacteriano.
- O micro-organismo – o teste será selecionado levando-se em consideração
a indicação de uso do produto químico. Em caso de esterilização, é obrigatória a
avaliação da ação sobre esporos.
- Os micro-organismos envolvidos nos testes são Clostridium sporogenes e
Bacillus subtilis.
- A temperatura, a técnica, a composição do meio de cultura e outros
detalhes são especificados no processo oficial e devem ser obedecidos para que os
resultados sejam válidos.

Controle de esterilização por radiações ionizantes: gama ou cobalto 60

É um método amplamente empregado na indústria, especialmente nas áreas de


drogas, alimentos, transplantes e material de pronto uso. Seu alto custo inviabiliza sua
aplicação em hospitais (MOURA, 1996).
A qualificação funcional dos artigos deve garantir a manutenção das
características de funcionalidade, biocompatibilidade e atoxicidade após o processo.

124
Os indicadores dosimétricos são distribuídos na carga para assegurar que a dose
mínima determinada seja atingida em todas as dimensões do produto.
As instalações deverão ser qualificadas para o processo e todos os instrumentos
de mensuração devem ser aferidos e calibrados regularmente.

Monitorização dos processos de esterilização

Monitorar o processo requer etapas, são elas:


- Qualificação operacional no momento da instalação;
- Controle rotineiro do equipamento;
- Checagem da função do equipamento após consertos, reformas e grandes
mudanças no tipo de carga e/ou embalagens.
Todos os procedimentos executados, bem como as condições dos ciclos,
disposição das cargas, tipos de artigos e embalagens, devem fazer parte do relatório.
Ao término do processo deverão ser feitas as recomendações e os relatórios
checados pelo Controle de Infecção Hospitalar da Instituição.
O controle rotineiro das cargas e dos esterilizadores é de vital importância para a
qualidade do processamento.
Este controle será feito por:
- Meios mecânicos: Observação de pressão, tempo,
temperatura e manutenção preventiva com aferição do
equipamento.
- Meios Químicos: Teste BOWIE & DICK em autoclaves pré-vácuo,
integradores químicos no interior e indicadores na parte externa das embalagens.
- Meios Biológicos: Testes biológicos, já disponíveis para leitura após 3 à
48h de incubação.

É importante lembrar que nenhum método de esterilização ou meio de controle


será eficaz, se os artigos não estiverem rigorosamente limpos e secos.
Todas essas etapas devem ser formalmente documentadas e devem contar com a
presença do responsável pela Central de Esterilização e do Serviço de Engenharia
Clínica do Hospital.

Prazo de validade da esterilização

125
É consenso na literatura que o prazo de validade deve ser estabelecido por cada
serviço, de acordo com as características do invólucro selecionado, do método de
selagem das embalagens, do número e condição de manipulação dos pacotes antes do
uso e das condições de estocagem.
Consideramos condições ideais de estocagem: setor fechado, janelas vedadas,
ambiente limpo, com controle de temperatura e umidade por termo- higrômetro e
armários de fácil visualização para controle dos lotes.
Tolerável para estocagem, sem condições ideais: setor fechado, com janelas
fechadas ou teladas e ambiente limpo.

Importante:
- Nas instituições em que o material esterilizado não puder permanecer
estocado na Central de Esterilização, o mesmo deve ficar o menor tempo possível nos
setores, visto que estes podem não oferecer condições adequadas de armazenagem.
- A manutenção preventiva se aplica a qualquer equipamento.

Validação dos Processos de Esterilização

Validar é constatar com experiências práticas e registradas se um processo de


esterilização cumpre seu real objetivo.
Deve-se lançar mão da validação em diferentes situações:
- Na instalação de equipamentos novos ou recém-instalados.
- Após manutenções não preventivas, em que existam trocas de
componentes, ou mesmo instalação de filtros (validações retrospectivas).
- Nas modificações do tipo de carga e/ou embalagem.
Na aquisição do equipamento, a validação será feita pelo fabricante
acompanhada por técnico especialista da instituição (engenheiro e enfermeiro da central
de esterilização). Nesta fase a avaliação será feita pela verificação das condições do
equipamento após instalação, aferição de temperatura, pressão, ou seja, as condições
mecânicas do equipamento.
Em seguida os testes com indicadores químicos e biológicos, realizados pelo
responsável da Central de Esterilização e assessorado pelo fabricante, nas diferentes
situações, para que sejam estabelecidos os critérios rotineiros da esterilização.

126
A programação de ciclos em esterilizadores digitalizados deverá ocorrer na fase
de validação.

REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES

Reprocessamento é o processo a ser aplicado a artigos hospitalares com a


finalidade de reutilizá-los. Tais artigos vêm do fabricante como material descartável,
contudo, sabe-se que é prática das instituições hospitalares nacionais e internacionais
reaproveitá-los. A bibliografia existente sobre o assunto não é conclusiva, e a legislação
vigente deixa de contemplar vários fatores inerentes ao processo.
Assim sendo, temos de um lado desta questão, uma legislação incompleta e o
fabricante isento de responsabilidades éticas e legais, por comercializar seu produto
como descartável, e do outro lado, a instituição e o profissional que reprocessa/reutiliza,
recaindo sobre estes, toda responsabilidade.
Partindo das dúvidas que surgem em nossa prática diária, procuramos
desenvolver a seguir uma breve análise das fontes de consultas disponíveis, a fim de nos
guiar no decorrer de nossas decisões profissionais sobre reprocessamento/reutilização
de artigos hospitalares.

Legislação vigente

Até 1986, apenas duas Unidades Federadas, São Paulo e Minas Gerais,
possuíam legislação normativa sobre o uso e a reutilização de materiais médico-
hospitalares descartáveis. Por conta disto, o Ministério da Saúde reuniu em Brasília, em
1985, um grupo de profissionais peritos, que emitiu um relatório de conclusões e
recomendações. Este relatório deu origem à única legislação nacional, ainda vigente, a
Portaria n. 4, de fevereiro de 1986, da Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de
Medicamentos e ainda, a portaria n. 3, da mesma data, que revê o artigo 35 do Decreto
n. 79.094/77, enquadrando os produtos descartáveis que devem ser objeto de registro na
DIMED/MS.

Portaria N°3, de fevereiro de 1986:


- Normatiza a obrigatoriedade ou não de registro de artigos médico-
hospitalares estéreis e de uso único em órgão competente da Vigilância Sanitária do

127
MS:
- Todo artigo de uso único, utilizado para monitoração diagnóstica e
terapêutica deve ser registrado.
- Todo artigo de uso único, utilizado na área hospitalar deve ter registro.

Com exceção de
− Roupas descartáveis não estéreis;
− Gaze simples, em rolo ou em compressa não estéril;
− Adesivos (esparadrapos, fitas adesivas e curativos adesivos);
− Absorventes higiênicos externos;
− Fraldas;
− Ataduras;
− Cotonetes;
− Dispositivos externos para incontinência urinária;
− Embalagens para uso em esterilização de materiais por processos
físicos;
− Ataduras gessadas;
− Salto de borracha ortopédico e estribo para salto ortopédico.

Define os pré-requisitos básicos para obtenção deste registro:


- Laudos do tipo de tecnologia aplicada na sua preparação;
- Método de esterilização adotada;
- Tipo de embalagem e acondicionamento;
- Resultados de testes de esterilidade e pirogenicidade;
- Resultados de testes de irritabilidade, toxicidade e mutagenicidade.

Define o conteúdo dos rótulos dos materiais registrados:


- Número do lote;
- Data da esterilização;
- Processo de esterilização ao qual o material foi submetido;
- Prazo máximo de validade da esterilização recomendado pelo fabricante.

Portaria n° 4, de fevereiro de 1986.

128
Conceitua artigos hospitalares de uso único, relaciona-os e proíbe seu
reprocessamento.
- Agulhas com componentes plásticos;
- Cânulas para fístulas;
- Escalpes;
- Bisturis descartáveis e lâminas;
- Cateteres para punção venosa;
- Equipos para administração de soluções endovenosas, sangue, plasma e
nutrição parenteral;
- Bolsas de sangue;
- Seringas plásticas;
- Sondas uretrais simples;
- Sondas de aspiração;
- Sondas gástricas;
- Coletores de urina de drenagem aberta;
- Drenos de penrose e kehr;
- Cateter de diálise peritoneal.

Esses artigos e produtos, caracterizados como de “uso único”, devem conter,


rótulo, esta especificação em destaque. Os artigos e produtos que não se enquadrem
neste grupo não podem ser assim rotulados.
- Conceitua artigo descartável.
- Conceitua reprocessamento.
- Conceitua reesterilização.
- Define riscos reais e potenciais à saúde do usuário.

ARTIGOS DESCARTÁVEIS X ARTIGOS DE USO ÚNICO

Artigos descartáveis: São artigos médico-hospitalares fabricados com o


objetivo de descarte após o primeiro uso, porém, são passíveis de reutilização, desde
que atendidas às condições específicas para o reprocessamento por se reconhecer que o
reprocessamento é tecnicamente viável, seguro para uso subsequente e sem alterações
de suas características originais.

129
Artigos de uso único: É o produto que, após o uso, perde suas características
originais ou que, em função de outros riscos reais ou potenciais à saúde do usuário, não
pode ser reutilizado.

REPROCESSAMENTO E REESTERILIZAÇÃO

Reprocessamento: É o processo a ser aplicado a artigos médico- hospitalares


para permitir sua reutilização. Inclui limpeza, preparo, embalagem, rotulagem,
desinfecção, esterilização e controle de qualidade.

Reesterilização: “É o processo de esterilização de artigos já esterilizados, mas


não utilizados, em razão de vencimento do prazo de validade da esterilização ou de
outra situação, na qual não haja segurança quanto ao processo ou resultados da
esterilização inicial”.

Riscos no processamento:
Ao reprocessar e reutilizar artigos hospitalares, alguns riscos reais ou potenciais
devem ser considerados, destacando-se:
- Infecção;
- Pirogênio;
- Toxicidade residual, decorrente de produtos ou substâncias empregados
nos usos antecedentes ou no reprocessamento;
- Alterações físicas, químicas e biológicas na matéria-prima utilizada para
confeccionar o material;
- Perda das características originais em decorrência da fadiga dos usos
prévios e reprocessamento;
- Perda da funcionalidade.

ESTES RISCOS DEVEM SER CONSIDERADOS EM RELAÇÃO A


CADA
ARTIGO QUE SE DECIDA REPROCESSAR!

Protocolo de Reprocessamento

130
É imprescindível que a Instituição que reprocessa possua protocolos escritos
sobre o processo. Estes protocolos devem ser elaborados por uma comissão
multiprofissional, composta de: membro da CCIH, usuário do artigo, responsável pela
compra, assessor jurídico e enfermeira da Central de Esterilização, ou ainda, de outras
unidades reprocessadoras quando o processo for descentralizado.
Relacionamos abaixo itens que devem ser contemplados neste protocolo, que
deverá ser individualizado, por artigo:

Classificação do artigo quanto:


- Potencial de Contaminação (Classificação de Spaulding);
- Sensibilidade ao Calor;
- Natureza dos Artigos (Matéria-Prima);
- Densidade;
- Comprimento e Diâmetro (Artigos com Lúmem);

Parecer técnico do fabricante quanto ao número de vezes que o artigo possa ser
reprocessado.
Determinação do número de vezes que o produto possa ser reprocessado
estabelecido pela comissão multiprofissional.

Etapas do reprocessamento descritas passo a passo, determinando o


processo a ser adotado
- Limpeza e secagem (etapa obrigatória, especificar produto indicado e
técnica);
- Desinfecção/esterilização (processo de escolha de acordo
com as características do artigo, especificar
produto indicado e técnica);
- Embalagem (indicar o tipo adequado ao reprocessamento realizado);
- Rotulagem (contendo número de reprocessamentos, processo utilizado, data
do reprocesso, profissional que executou e validade);
- Estocagem (recomendações sobre forma adequada de estocar, a fim de
garantir o prazo de validade estabelecido).

131
Controle de qualidade:
- Inspeção visual rigorosa dos artigos com auxílio de lupa;
- Validação dos processos de desinfecção e esterilização utilizados;
- Controle do número de reprocessamentos;
- Solicitação periódica de laudos técnicos de toxicidade residual;
- Solicitação periódica de pareceres técnicos quanto à funcionalidade do
artigo aos profissionais usuários, a fim de reavaliar o número de reprocessamentos
estabelecidos.

PREPARO E EMPACOTAMENTO DE ARTIGOS ESTERILIZADOS

• Definição: preparar os artigos de acordo a sua classificação (crítico,


semicrítico e não crítico) e embalo em invólucro compatível com o processo e com o
próprio artigo.
• Objetivo: oferecer ao usuário um artigo em boas condições, proteção
adequada, favorecendo a transferência asséptica.
• Recomendações: lavar as mãos, inspecionar o artigo, avaliar a
necessidade de embalagens, ajuste, antes de esterilização fazer a identificação, verificar
possíveis falhas nas selagens atender as especificações das normas estabelecidas.

FIGURA - EMPACOTAMENTO DE ARTIGOS

FONTE: http://www.sitebarra.com.br/wp-
content/uploads/2011/09/hbjghjhgf.jpg

• O sistema de embalagem deve ser compatível com o processo de


esterilização.
• Seleção de embalagens: é necessário selecionar o sistema de

132
embalagem de acordo com as características:
- Registro no Ministério da Saúde;
- Apropriado para o artigo;
- Promover integridade adequada de selagem;
- Barreira microbiana.
- Resistir a rasgos e furos;
- Permitir a penetração e a remoção do agente esterilizante;
- Barreira adequada a líquidos;
- Manter a esterilidade até a utilização do artigo;
- Não conter ingredientes tóxicos, alvejante, corante.
- Evitar a liberação de fibras ou partículas;
- Ter relação custo – benefício no mercado;
- Possuir data de validade do produto;
- Permitir adequada remoção de ar;
- Ser livre de furos ou microfuros.

ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ARTIGOS


ESTERILIZADOS

Definição e objetivo: A área de estocagem deve facilitar a localização do item e


manter a integridade da esterilização e do conteúdo.
Recomendação:
- Uso de prateleiras fechadas ou coberturas sobre os pacotes é desejável.
- Controle do fluxo de pessoal, limpeza, ventilação, espaço adequado.
- Estabelecer normas e rotinas;
- Manusear os pacotes apenas quando estiverem completamente frios antes
da estocagem.
- Separar os artigos esterilizados dos não estéreis;
- Proteger os artigos da contaminação, danos físicos, cuidados nos
transportes;
- Considerar contaminado pacotes furados, úmidos, torcidos, ou que caiam
no chão;
- Efetuar inspeção periódica dos artigos, datas de validades;
- Adotar sistema de controle de distribuição dos artigos;

133
- Validação dos processos de esterilização;
- Registrar todos os resultados desejados para o estabelecimento de um
processo com especificações pré-determinadas.

FONTE DE INFECÇÃO RELACIONADA AO AMBIENTE

O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais fazem parte do


meio ambiente de uma instituição de saúde. Particularmente no hospital, o ambiente
pode tornar-se foco de infecção hospitalar, embora estudos tenham demonstrado não ser
esse o principal meio de transmissão.
Os cuidados com o ambiente estão centrados principalmente nas ações de
limpeza realizadas pelo Serviço de Higiene Hospitalar. Há uma estreita relação deste
com o Serviço de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar, cabendo-lhe as
seguintes incumbências:
- Padronizar produtos a serem utilizados na limpeza;
- Normatizar ou indicar o uso de germicidas para as áreas críticas ou para as
demais, quando necessário;
- Participar de treinamentos e dar orientação técnica à equipe de limpeza;
- Participar da elaboração ou atualização de manuais a respeito do assunto.

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES

A frequência da limpeza varia de acordo com as áreas do hospital.


Da mesma maneira que os artigos, as áreas hospitalares também foram
classificadas de acordo com os riscos de infecção que possam oferecer aos pacientes:

ÁREA CRÍTICA

São as áreas de maior risco para a aquisição de infecções, devido à presença de


pacientes mais susceptíveis ou pelo número de procedimentos invasivos realizados; são
também considerados como críticos os locais onde os profissionais manipulam
constantemente materiais com alta carga infectante. Ex.: UTI, centro cirúrgico, centro
obstétrico e de recuperação pós-anestésica, isolamentos, setor de hemodiálise, banco de

134
sangue, laboratório de análises clínicas, banco de leite, dentre outros.

ÁREA SEMICRÍTICA

São as áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados intensivos
ou de isolamento. Ex.: Enfermarias, ambulatórios.

ÁREA NÃO CRÍTICA

São todas as áreas não ocupadas por pacientes. Ex.: Áreas administrativas,
almoxarifado.

MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO

ABERTURA DE PACOTES

Como abrir os pacotes:

- Segurar o pacote afastado do corpo e soltar a ponta que está afixada com
adesivo, levando-a do lado oposto de quem está manuseando;
- Abrir, alternadamente, as pontas laterais do campo; afastar a ponta do
campo, próxima do conteúdo do pacote, segurando-o com uma das mãos e, com a outra,
prender as pontas soltas, tendo o cuidado de não contaminar a face interna do campo; a
seguir, depositar o conteúdo deste sobre a mesa do instrumentador.
Os pacotes grandes como os de aventais, campos e outros, devem ser abertos
sobre uma mesa.

POSIÇÃO DO PACIENTE PARA A CIRURGIA OU POSIÇÃO


CIRÚRGICA

É aquela em que o paciente é colocado, depois de anestesiado, para ser


submetido à intervenção cirúrgica, de modo a propiciar acesso fácil ao campo
operatório.

135
Esta posição depende do tipo de cirurgia a ser realizada, bem como da técnica
cirúrgica a ser empregada.
As principais posições cirúrgicas são:

POSIÇÃO DORSAL

Nesta posição, o paciente deve ser mantido em decúbito dorsal ou supino, tendo
as pernas esticadas e os braços estendidos ao longo do corpo. É a posição mais
comumente usada para as cirurgias abdominais supra e infraumbilical, algumas
torácicas, vasculares etc. De todas as posições cirúrgicas, é a mais utilizada e a que
menos complicações trazem ao paciente.
Quando se faz necessário, a posição dorsal pode ser modificada com a
inclinação da mesa cirúrgica para proclive ou trendelemburg. Como, por exemplo, numa
laparotomia infraumbilical, o cirurgião pode solicitar a modificação da posição da mesa,
de modo que o paciente fique em trendelemburg, ou seja, com a cabeça em nível
inferior ao dos membros inferiores. Para isso, toma-se necessário colocar suportes de
ombro ou ombreiras. Em outras situações, a modificação pode ser para proclive, ou seja,
a cabeça fica em nível superior ao dos membros inferiores.

POSIÇÃO VENTRAL

É a posição em que o paciente é colocado com o abdome para baixo, tendo a


cabeça voltada para um dos lados e apoiada em um travesseiro, as pernas estiradas, os
braços ligeiramente flexionados e apoiados em suportes. Esta posição exige, ainda, a
colocação de coxins sob os ombros, para facilitar a expansão pulmonar, sob a região
infraumbilical e sob a face anterior dos pés, para evitar a distensão muscular. É indicada
para as cirurgias da região dorsal, lombar, sacrococcígea e occipital, sendo que, nesta
última, a cabeça precisa estar apoiada, pela região frontal, num suporte acolchoado.

POSIÇÃO LATERAL

Nessa posição, o paciente é colocado sobre um dos lados, tendo a perna inferior
fletida e a superior em extensão, separadas por um coxim ou travesseiro.
Coloca-se, também, um coxim sob a linha da cintura e, a seguir, fixa-se o

136
paciente transversalmente à mesa cirúrgica com uma faixa larga de esparadrapo,
passada sobre o quadril. Esta posição é utilizada para as intervenções cirúrgicas de
acesso aos rins.

POSIÇÃO GINECOLÓGICA

Nessa posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os membros


inferiores elevados e colocados em suportes especiais, também chamados perneiras e
fixado com correias. Deve-se ter o cuidado de evolver-lhes as pernas com campos ou
perneiras de tecido para lhe proporcionar conforto e segurança. Esta posição está
indicada para as cirurgias ginecológicas, proctológicas, algumas urológicas e exames
endoscópicos.
A obtenção de uma posição cirúrgica funcional e correta exige da equipe
cirúrgica habilidade para manusear o paciente, com movimentos firmes, precisos e
delicados. Exige, ainda, a disponibilidade de alguns recursos materiais essenciais, como
talas, suportes de diferentes tipos, travesseiros, coxins de tamanhos e formatos diversos,
sacos de areia pequenos, correias e esparadrapo.
- Vale destacar que é da competência do cirurgião e/ou assistente a
responsabilidade de posicionar corretamente o paciente para o ato cirúrgico. O
circulante de sala pode auxiliá-los nessa atividade ou mesmo realizá-la sob orientação
dos mesmos.
Ao se colocar o paciente na posição cirúrgica, alguns aspectos fundamentais
devem ser lembrados:
- evitar contato de partes do corpo do paciente com as superfícies metálicas da
mesa cirúrgica;
- posicioná-lo de modo funcional e seguro, a fim de prevenir distensões
musculares, evitar compressão de vasos, nervos e saliências ósseas, e facilitar a
dinâmica respiratória;
- possibilitar livre fluxo das infusões venosas e a adaptação dos eletrodos para
a perfeita avaliação intraoperatória.
Da mesma maneira, ao se retirar o paciente da posição cirúrgica, alguns pontos

137
precisam ser observados:
- manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a
mudança repentina de posição pode levar à queda de pressão arterial;
- ao se retirar o paciente da posição ginecológica, deve-se ter o cuidado de
descer, alternadamente, as pernas, a fim de prevenir o afluxo rápido de sangue para os
membros inferiores, podendo causar a mesma situação acima referida;
- manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente permanecer
em decúbito dorsal;
- observar o posicionamento correto das infusões e drenagens.
Nesta fase do período operatório é que mais frequentemente costumam
acontecer às quedas acidentais. Daí a necessidade de redobrar a vigilância, NÃO
deixando o paciente sozinho em nenhum momento, até que seja transportado para a
recuperação pós-anestésica.

PROCEDIMENTOS NA PARAMENTAÇÃO PARA A CIRURGIA

A paramentação da equipe cirúrgica exige a realização de procedimentos


específicos, executados em passos padronizados e com observação rigorosa dos
princípios científicos. Estes procedimentos são: degermação das mãos, vestir avental e
opa esterilizados, e calçar luvas esterilizadas.

DEGERMAÇÃO DAS MÃOS E ANTEBRAÇOS

Este procedimento se justifica porque a pele, normalmente, é habitada por duas


populações bacterianas, ou seja, a flora residente e a transitória. A flora residente é
constituída por micro-organismos capazes de sobreviverem e se multiplicarem na
superfície cutânea e folículos pilosos, sendo, portanto de difícil remoção. Os
estafilococos I coagulase negativa, corynebactéria (difteroides e corniformes),
acinetobactéria e outros são micro-organismos comumente encontrados na flora
residente.

138
A transitória, também conhecida como flora de contaminação, é composta por
micro-organismos diversos e de virulência variadas. Estes micro-organismos nem
sempre estão presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidos
mais facilmente. Algumas bactérias Gram-negativas (como, por exemplo,
E. Coli) têm condições mínimas de sobrevivência sobre a pele.
A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve promover a
eliminação da flora transitória e redução da flora residente e, ainda, o retardamento da
recolonização da flora residente pelo efeito residual. Sabe-se que, após a realização de
tal procedimento, estes micro-organismos multiplicando-se rapidamente sob as luvas
cirúrgicas e podem ser agentes de infecção da ferida operatória, no caso de estas
sofrerem microperfurações.

FIGURA - LAVAGEM DAS MÃOS

http://2.bp.blogspot.com/_Mz82Dvgeu0I/S66-
vWRUnDI/AAAAAAAAAh8/sdQoHHFo9cs/s640/lavagem-das-maos.jpg

Para uma lavagem adequada das mãos deve-se, após molhá-las e colocar o
sabão, fazer os seguintes movimentos: friccionar palma contra palma (figura 1), palma

139
direita sobre o dorso da mão esquerda, com os dedos entremeados (figura 2) e vice-
versa, palma contra palma, friccionando a região interdigital com os dedos entremeados
(figura 3), dedos semifechados em gancho da mão esquerda contra a mão direita (figura
4) e vice-versa, movimento circular do polegar direito (figura 5) e esquerdo, movimento
circular para frente e para trás com os dedos fechados da mão direita sobre a palma da
mão esquerda (figura 6) e vice-versa.
O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os antebraços
voltados para baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem às áreas
limpas. Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os
microrganismos. Após esse processo, as mãos não devem ser enxaguadas em água
corrente, mas sim posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de
modo que a água escorra das mãos para os punhos.
Após a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as mãos com
papel-toalha descartável, começando pelas mãos e, depois, os antebraços.
O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos.
Em situações especiais, como surtos de infecção ou isolamento de
microrganismo multirresistente, seguir as orientações do setor responsável pela
prevenção e controle de infecção hospitalar.

A ESCOVAÇÃO DAS MÃOS E ANTEBRAÇOS

Antes de iniciar o procedimento de escovação das mãos e antebraços, é


fundamental que o componente da equipe cirúrgica obedeça a alguns requisitos, quais
sejam: estar devidamente uniformizado, de acordo com as normas de Centro Cirúrgico;
ter as unhas aparadas e sem esmalte; retirar relógio e joias, inclusive aliança. A seguir,
abrir a torneira, regulando a temperatura da água e lavar as mãos, antebraços e cotovelos
com água corrente e solução degermante, enxaguando-as antes de iniciar a escovação;
retirar a escova esterilizada do suporte e segurá-la por uma das extremidades e, a seguir,
embeber as cerdas com solução degermante;
- iniciar a escovação por uma das mãos, unindo as pontas dos dedos e
escovando as unhas e leitos ungueais em movimentos de vaivém.
A escovação das mãos pode ser padronizada pelo tempo, em minutos, ou pelo
método de contagem do número de movimentos. Em relação ao tempo, estudos
europeus relatavam a variação do tempo entre 2 e 6 minutos, chegando à conclusão de

140
que, com a utilização de determinados produtos, a escovação das mãos por 3 a 4
minutos é tão eficiente quanto a escovação por 5 minutos.
Em relação ao número de fricções, GElli; CONSUL(1992) armam, com base em
pesquisa feita, que o procedimento para degermação das mãos, antes da cirurgia,
realizando a técnica com o antisséptico detergente preconizado pelo Ministério da
Saúde, “pode ser desenvolvida com 5, 10 ou 15 fricções com 95% de segurança";
- escovar a palma da mão, começando pela face lateral do dedo mínimo, os
demais dedos e espaços interdigitais, desde as pontas dos dedos até a região do pulso;
- virar a palma da mão para baixo e continuar a escovação da região dorsal,
mantendo os dedos afastados e começando pela face lateral externa do polegar;
- escovar, a seguir, as regiões anterior, laterais e posterior do antebraço com
movimentos amplos do pulso ao cotovelo;
- passar para o cotovelo, escovando-o com movimentos circulares;
- lavar a escova, conservando-a em posição vertical; a seguir, passá-la para a
outra mão, segurando-a pela extremidade oposta àquela que segurava anteriormente;
- embeber as cerdas na solução degermante e proceder à escovação da outra
mão;
- ao terminar a escovação, enxaguar as mãos separadamente, de modo que a
água escorra dos dedos para o cotovelo;
- manter as mãos e antebraços em posição vertical, acima da cintura e dirigir-
se à sala de cirurgia;
- enxugar as mãos, antebraços e, por último, os cotovelos com compressa
esterilizada;
- desprezar a compressa em local apropriado, de modo a não se misturar com
aquelas utilizadas no campo cirúrgico.

Considerando que a escovação das mãos e antebraços é um procedimento que


exige movimentos repetitivos de vaivém sobre a pele, a qualidade das escovas é um
aspecto importante a ser avaliado pelo enfermeiro na aquisição deste tipo de material.
Sendo assim, deve-se dar preferência às escovas de cerdas macias.

AVENTAL ESTERILIZADO

141
Para vestir o avental esterilizado, a equipe de cirurgia necessita da ajuda do
circulante de sala, por isso este profissional deve estar capacitado para desempenhar
esta função. As medidas de assepsia cirúrgica relacionadas ao manuseio dos aventais
esterilizados são fundamentais como prevenção da infecção da ferida operatória.
Ao vestir o avental, os componentes da equipe cirúrgica devem:
- segurá-lo com as pontas dos dedos pelas dobras do decote, elevá-lo do
campo esterilizado e trazê-lo para fora da mesa;
- abri-lo com movimentos firmes para que as dobraduras se desfaçam, tendo o
cuidado de não o esbarrar em superfícies não estéreis ou em pessoas da sala;
- segurá-lo pela parte interna do ombro, afastando do corpo e, com ligeiro
movimento para cima, introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas,
conservando-as em extensão para cima;
- colocar-se de costas para o circulante de sala e solicitar-lhe ajuda para
acertar as mangas. Desta feita, o circulante introduz as mãos nas mangas pela parte
interna do avental, puxando-as até que os punhos cheguem à região dos pulsos;
- permanecer de costas ao circulante, para que este amarre as tiras ou fitas do
decote do avental;
- distanciar da cintura os cintos, para que o circulante possa pegá-los e
amarrá-los.
FIGURA – AVENTAL ESTERILIZADO

142
FONTE: http://coral.ufsm.br/tielletcab/HVfwork/img/avental6.jpg

OPA ESTERILIZADA

A opa é uma peça que faz parte da indumentária de paramentação cirúrgica. Sua
finalidade é cobrir a parte posterior do avental esterilizado em uso pelo cirurgião e
assistentes, em cirurgias de grande porte.
Para vesti-la, o cirurgião deve:
- pegar as alças superiores da opa com as mãos enluvadas, trazendo-a para
fora da mesa, abri-la com movimentos firmes e suaves, tomando cuidado para não
contaminá-la;
- apresentar para o circulante de sala a face externa da opa, a fim de que este
possa segurá-la pelas pontas superiores com o auxílio de pinças;
- virar-se de costas para o circulante de sala e introduzir os braços nas alças da
opa; a seguir, puxar para frente os cintos e amarrá-los.
Atualmente, já se encontra comercializado o avental-opa que, por constituir uma
única peça, toma mais prático o uso.

LUVAS ESTERILIZADAS

É da responsabilidade do circulante prover a sala cirúrgica de embalagens de


luvas de diferentes tamanhos, para não prejudicar o desenvolvimento do ato operatório.
Deve estar, ainda, atento para o momento exato de abri-las e oferecê- las, diretamente,
aos componentes da equipe cirúrgica, ou depositá-las sobre o campo esterilizado da
mesa de roupas.
Ao calçar as luvas, o usuário deve:
- abrir o invólucro de papel que as protege e expô-las, de modo que os punhos
fiquem voltados para si;
- calçar a luva E (esquerda), segurando-a pela dobra do punho com a mão D
(direita); introduzir os dedos da mão E enluvada sob a dobra do punho da luva D e
calçá-la, desfazendo a seguir esta dobra até cobrir o punho da manga do avental;
- colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E,
repetindo o procedimento descrito acima.

143
Outro modo de realizar este procedimento consiste em:
- segurar o par de luvas pelas dobras dos punhos e calçar a mão D;
- introduzir a mão D enluvada sob a dobra do punho da luva E e calçar amão
E;
- desfazer as dobras dos punhos das luvas, conforme descrito acima.

http://www.ebah.com.br/content -

https://lh4.googleusercontent.com

144
Na realização dos diversos procedimentos do Centro Cirúrgico, a equipe de
enfermagem deve priorizar a segurança do paciente e de todo o pessoal, bem como a
assistência a ser prestada, desde a visita pré-operatória até a transferência do paciente
para a Unidade de internação.

PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE

No preparo da cama, o profissional deve organizar o trabalho de forma a evitar


problemas posturais e desperdício de energia. Portanto, deve providenciar todo o
material necessário antes de iniciar sua tarefa; dobrar a roupa de cama de maneira
funcional, na ordem de instalação; soltar, primeiramente, todo o lençol da cama e, em
seguida, preparar todo um lado da cama e depois o outro.
Observar a reorganização da unidade ao término da arrumação, visando não
disseminar microrganismos, lavar sempre as mãos antes e após a realização do
procedimento, jamais colocar a roupa limpa sobre o leito de outro paciente e evitar o
manuseio excessivo da roupa - como esticar o lençol, alisando-o com as mãos e o seu
contato com seu próprio uniforme profissional ou o chão.
Se a cama estiver destinada ao recebimento de paciente operado, a arrumação
dos lençóis deve ser feita de modo a facilitar o acolhimento, aquecimento e a higiene do
mesmo. A cama de operado é preparada para receber paciente operado ou submetido a
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos sob narcose.
É importante ressaltar que um leito confortável, devidamente preparado e
biologicamente seguro, favorece o repouso e sono adequado ao paciente.
Para evitar futuros problemas posturais, o profissional deve realizar os
movimentos respeitando os princípios da ergonomia, principalmente ao cuidar de
pacientes acamados.
Nesses cuidados é muito comum ocorrer levantamento de peso excessivo,
incorreto ou repetitivo, o que, com o tempo, pode vir a prejudicar a coluna. Assim, ao
executar atividades que requeiram esse tipo de esforço, o profissional deve solicitar o
auxílio de um colega, planejar estratégias que favoreçam a tarefa e, ao fazê-la, manter as
costas sempre eretas e os joelhos flexionados.
Ao deslocar o paciente de posição, deve cuidar para evitar trauma(s) - por
compressão - de alguma parte do corpo do mesmo, pois podem formar úlceras de

145
pressão; além disso, atentar para não tracionar as sondas, cateteres e tubos, que podem
desconectar-se com movimentos bruscos ou mesmo lesar o local onde estão instaladas.

REFERÊNCIAS

ALEXANDER, J.C. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. 10. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
POSSARI, J. F.Assistência de Enfermagem na Recuperação Pós-Anestésica.1
ed. São Paulo: Iátria, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Orientações
gerais para central de esterilização. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 56 p. ilus.
POSSARI, J. C. Centro cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1. ed.
São Paulo: Iátria, 2003.
SILVA, M. A. A.: RODRIGUES, A. L.; CESARETTI, I. U. R. Enfermagem na
unidade de Centro Cirúrgico. São Paulo: EPU; 1997.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.

146
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