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A imagem do poder
Luís XIV e a Família Real ou A Assembleia dos Deuses, por Jean Nocret, 1670 (pormenor).
Um nascimento “miraculoso”
Louis Dieudonné (Deusdado) nasceu a 5 de setembro
de 1638. Foi um filho tardio de Luís XIII e Ana de
Áustria que, casados há 23 anos, não tinham ainda
assegurado descendência.
1643 1715
Luís XIV subiu ao trono aos 4 anos e reinou durante 72. O futuro Luís XIV, ainda delfim, com sua mãe,
Ana de Áustria. Escola Francesa, século XVII.
Os anos da Fronda
Entre 1648 e 1653, uma violenta revolta contra o reforço do poder real levado a cabo pela
regente Ana de Áustria e pelo seu ministro, o todo-poderoso Cardeal Mazarino, colocou o país a
ferro e fogo.
Conhecida por Fronda, a revolta uniu os magistrados dos Parlamentos e a alta nobreza, que se
ressentiam da progressiva perda de influência política.
●
Luís foi frequentemente descrito como:
§ §
§ brilhante (como o § Mais temido do que o trovão
Sol) § O restaurador das Leis
§ iluminado § O protetor das artes e das
§ generoso letras
§ piedoso § O rei mais católico
§ justo § O exterminador da heresia
§ vigilante § O árbitro da Paz e da Glória
§ trabalhador § O dilatador das fronteiras
§ magnânimo § O segundo fundador do Estado
§ glorioso § O modelo mais perfeito para
§ inabalável grandes reis
§ formoso § O monarca mais poderoso do
§ imortal Universo
§ heroico § Um novo Salomão
§ invencível § Um novo Augusto
§ piedoso § Um novo Alexandre
§ sábio § Um novo Carlos Magno
●
Em suma, GRANDE, epíteto oficialmente adotado em 1671
Luís XIV protetor dascomo
Luís artesApolo,
e das ciências
O Triunfopor
de Jean Garnier, c. 1670.
Luís XIV,
por Joseph Werner, 1664.
Luís coroado peladeVitória,
Apoteose obra
Luís XIV, porde PierreLe
Charles Mignard, 1673.
Brun, 1677.
A construção da imagem real: um cenário de grandeza
Em 1661, no mesmo ano em que assumiu o poder pessoal, Luís XIV deu início à ampliação do
pavilhão de caça mandado construir por seu pai, em Versalhes, perto de Paris. Pouco a pouco,
Versalhes ganhou relevo na vida da corte, que aí se estabeleceu, de forma definitiva, em 1682.
Versalhes tornou-se um símbolo do poder absoluto.
“A magnificência e o esplendor
que rodeiam o rei fazem parte
do seu poder.”
Montesquieu
O Palácio de Versalhes depois da primeira ampliação, por Pierre Patel (c. 1668).
A construção da imagem real: rituais quotidianos
Em Versalhes, a vida quotidiana do rei obedecia a rituais habilmente encenados e
carregados de significado simbólico: o levantar, o deitar, as refeições, tornaram-se
cerimónias públicas às quais era um privilégio assistir.
Ligados a estes rituais, alguns
objetos adquiriram um carácter
de representação real: o leito
vazio devia ser saudado com
uma reverência por quem
entrava no quarto; era proibido
usar chapéu na sala em que a
mesa já estivesse posta para o
rei, assim como voltar as costas
ao trono ou ao retrato do
soberano, na sua ausência.
Grande Galeria do Palácio de Versalhes (2. a metade do Grande Galeria do Palácio de Schönbrunn, Áustria (meados
século XVII). do século XVIII).
Luís XIV, retratado por Rigaud, 1701. D. João V, retratado por Duprà, 1717.
Reflita e responda
Arco de Triunfo da porta de Saint-Denis, em Paris, mandado construir por Luís XIV, em 1672.