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Equações Cartesianas e Parametricas
Equações Cartesianas e Parametricas
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Observação 1.7 Note que equações diferentes podem representar a mesma reta. Por
exemplo,
7x − 3y = 2 e − 14x + 6y = −4
representam a mesma reta (por quê?). Dizemos que as equações são equivalentes.
" !
Multiplicando a primeira equação por 2 e somando com a segunda obtemos 7b = 3c. Logo
b = 3/7c. Da primeira equação,
a = c − 2b = c − 6/7c = c/7.
1+3×2=7 e − 2 + 3 × 3 = 7.
Poderia se fixar c = 1 ou outra constante não-nula qualquer (faça isso!) e obter equações
equivalentes.
(b) Temos que resolver o sistema
1a + 3b = c,
1a + 7b = c.
Parametrização da Reta em R2
Pela definição do produto escalar-vetor (ver Figura 1.5 da p.5), dado u 6= 0 a equação tu é
uma reta passando pela origem na direção u. Somando um vetor w a cada elemento deste
conjunto transladamos a reta tu que passa pela origem e obtemos a reta w + tu, conforme
indicado na Figura 1.6.
w + 2u
w + 1u 2u
w + 0u = w u
w − 1u 0
w − 2u −u
−2u
(b) Temos que ver se existe t ∈ R tal que (1, 2) + t(4, 6) = (−5, 2) resolvendo o sistema
1 + 4t = −5
.
2 + 6t = 2
(−5, 2) 6∈ r.
Exemplo 1.10 A mesma reta pode ser gerada por vetores distintos, basta que eles sejam
paralelos entre si. Por exemplo os conjuntos
representam a mesma reta. De fato o vetor (t, t) pode ser escrito como t/4(4, 4). Tomando
m = t/4 observamos que formam o mesmo conjunto.
Solução:
Para outra solução tome u = (−2, 1) − (1, 2) = (−3, −1) e {(1, 2) + t(−3, −1); t ∈ R}.
Observação 1.10 Se colocarmos y = t no exemplo anterior item (b) obteremos que
t = 7 e não teremos valor para x! A escolha de quem vai ser o parâmetro é importante.
Aprenderemos a fazer a escolha certa de forma sistemática no (próximo) Capítulo Sistema
Linear (p.33). Veja caso similar na Observação 1.14 da p.16.
Exemplo 1.12 A mesma reta possui diversas parametrizações (veja solução do último exem-
plo (c)). Verifique quais retas são iguais à reta {(1, −2) + t(3, −2); t ∈ R}:
1.2. EQUAÇÕES CARTESIANAS E PARAMETRIZAÇÃO 9
(a) {(−2, 0) + t(−3, 2); t ∈ R}; (b) {(−1, 2) + t(3, −2); t ∈ R}.
Solução:
(a) Temos que ver se existem s, t ∈ R tais que (1, −2) + t(3, −2) = (−2, 0) + s(−3, 2). Isto
resulta no sistema
1 + 3t = −2 − 3s
.
−2 − 2t = 0 + 2s
Resolvendo vemos que as duas equações são equivalentes a t + s = 1. Assim a solução
é t = 1 − s: as retas são idênticas.
(b) Temos que ver se existem s, t ∈ R tais que (1, −2) + t(3, −2) = (−1, 2) + s(3, −2). Isto
resulta no sistema
1 + 3t = −1 + 3s
.
−2 − 2t = 2 − 2s
O sistema é sem solução pois devemos ter t − s = −2/3 = −1! Logo não é a mesma
reta e elas são paralelas entre si (não possuem interseção).
(a) {(2, 3) + t(1, 2); t ∈ R}; (b) {(5, 3) + t(0, −1); t ∈ R}.
Solução:
Exemplo 1.14 Determine a interseção da reta {(1, 0) + t(2, 1); t ∈ R} com cada uma das
retas abaixo, caso exista, e determine se são paralelas ou coincidentes:
Solução:
(c) Queremos saber se existem t, s ∈ R tais que (1, 0) + t(2, 1) = (0, 1) + s(0, 2) (porque
trocamos o parâmetro da reta?). Precisamos resolver o sistema
1 + 2t = 0 + 0s
,
0 + t = 1 + 2s
Exemplo 1.15 Determine a interseção da reta {(−2, −3) + t(2, 5); t ∈ R} com o eixo x e
com o eixo y.
Solução: A interseção com o eixo x ocorrerá quando y = 0. Como y = −3 + 5t, queremos
que y = 0 = −3 + 5t. Logo interseção ocorrerá quando t = 3/5. Logo
x = −2 + 2(3/5) = −4/5
e concluímos que a interseção é no ponto (−4/5, 0). A interseção com o eixo y será quando
x = 0. Como x = −2 + 2t, queremos que x = 0 = −2 + 2t e portanto t = 1. Logo
y = −3 + 5(1) = 2
(x, y, z) ∈ R3 ; ax + by + cz = d .
Exemplo 1.17 Determine a equação cartesiana do plano que passa por (1, 0, 2), (−1, 0, 2)
e (3, 2, 1).
Solução: Temos que resolver o sistema
1a + 0b + 2c = d,
−1a + 0b + 2c = d,
3a + 2b + c = d.
Parametrização de Retas em R3
Parametrização de retas em R3 são iguais as de reta em R2 e utilizaremos sem maiores
comentários.
Exemplo 1.18 Determine a parametrização da reta que passa por (1, 2, 1) e (3, −2, −1).
Solução: O vetor paralelo à reta é
v = (1, 2, 1) − (3, −2, −1) = (−2, 4, 2)(pode ser v = (3, −2, −1) − (1, 2, 1) = (2, −4, −2)).
Tomando w = (1, 2, 1) (pode ser também w = (3, −2, 1)) r = {(1, 2, 1) + t(−2, 4, 2); t ∈ R}.
Outras opções:
• (3, −2, 1) + t(−2, 4, 2)
• (1, 2, 1) + t(2, −4, −2)
• (3, −2, 1) + t(2, −4, −2)
Exemplo 1.19 Determine se o ponto (−2, 1, −1) pertence à reta (1, 2, 1) + t(3, 1, 1).
Solução: Devemos ter
−2 = 1 + 3t,
1 = 2 + t,
−1 = 1 + t.
Da 1ª equação, t = −1, que satisfaz a segunda mas não satisfaz a terceira. Assim o ponto
não pertence à reta.
Exemplo 1.20 Determine o(s) ponto(s) de interseção de cada par de conjuntos abaixo, caso
exista:
(a) dos planos 4x − 2y + 3z = 2 e x − z = 1;
(b) de {(2, 3, 0) + t(1, 2, 3); t ∈ R} e x − 2y + z = 2;
(c) de {(2, 3, 0) + t(1, 2, 3); t ∈ R} e −x + 2y − z = 4;
Solução:
(a) Resolvendo o sistema
4x − 2y + 3z = 2
x−z =1
obtemos, colocando z = t: x = 1 + t, y = 1 + 7/2t. Assim a interseção destes 2 planos
é a reta {(1, 1, 0) + t(1, 7/2, 1); t ∈ R}
(b) Como
x = 2 + t,
y = 3 + 2t,
z = 3t,
Parametrização de Planos em R3
Pela regra do triângulo ou paralelogramo (ver Figura 1.3 da p.4), dados dois vetores u e v
não nulos e não paralelos (Definição 1.5 da p.3), a equação tu + sv, com s, t ∈ R é um
plano passando pela origem. Este plano contém o paralelogramo formado pelos pontos 0, u,
v e u + v. Dizemos que o plano é gerado pelos vetores u e v. Somando um vetor w a cada
elemento deste conjunto transladamos este plano. Na Figura 1.7 mostramos o plano tu + sv
que passa pela origem e sua translação w + tu + sv.
w + tu + sv
Π
w
tu + sv
tu
sv
v
0
Exemplo 1.21 Considere o plano Π = {(2, 3, 0) + s(−1, 0, −1) + t(0, 2, 3); s, t ∈ R}. De-
termine se (1, 2, 2) ∈ Π.
Solução: Temos que resolver o sistema
2 − s + 0t = 1
3 + 0s + 2t = 2 .
0 − s + 3t = 2
Das 2 primeiras equações obtemos que t = −1 e s = 1. Mas isto não satisfaz a terceira.
Logo o ponto não pertence ao plano.
Observação 1.11 Se o plano Π passa pelos pontos p1 , p2 , e p3 , definindo u = p2 − p1
e v = p3 − p1 , o plano gerado por u e v é paralelo à Π. Faça uma figura se convencendo
disso. Assim sua parametrização é p1 + tu + sv.
1.2. EQUAÇÕES CARTESIANAS E PARAMETRIZAÇÃO 13
Exemplo 1.22 Determine a parametrização do plano que passa por (0, 1, 0), (1, 1, 1), e
(1, 0, 2).
Solução: Fixamos w = (0, 1, 0) o vetor translação e calculamos dois vetores paralelos ao
plano: u = (1, 1, 1) − (0, 1, 0) = (1, 0, 1) e v = (1, 0, 2) − (0, 1, 0) = (1, −1, 2). Assim o
plano é
(0, 1, 0) + t(1, 0, 1) + s(1, −1, 2).
Podemos fixar w = (1, 1, 1) e calcular os vetores paralelos ao plano u = (0, 1, 0) −
(1, 1, 1) = (−1, 0, −1) e v = (1, 0, 2) − (1, 1, 1) = (0, −1, 1). Assim outra parametrização
para o plano é
(1, 1, 1) + t(−1, 0, −1) + s(0, −1, 1).
Exemplo 1.23 Considere o plano Π = {(2, 3, 0) + s(−1, 0, 1) + t(0, 2, 0); s, t ∈ R}. De-
termine o(s) ponto(s) de interseção de Π com cada um dos conjuntos abaixo, caso exista:
(a) reta {(−1, 0, 1) + t(0, 1, 1); t ∈ R}.
(b) reta {t(−1, 2, 1); t ∈ R}.
(c) plano x − y = 2.
(d) plano {(1, −2, 0) + s(1, 1, 0) + t(0, 1, 0); s, t ∈ R};
(e) com o eixo z.
Solução:
(a) Queremos saber se existem s, t, u ∈ R (porque trocamos o parâmetro da reta?) tais que
(e) O eixo z é caracterizado pelos pontos (0, 0, z). Assim queremos determinar s, t ∈ R tais
que x = 2 − s = 0 e y = 3 + 2t = 0. Concluímos que s = 2 e t = −3/2. Logo o ponto é
Solução:
(b) Como x não aparece na equação, colocamos x = s (um dos parâmetros). Colocando
y = t obtemos que z = 3 − 3/2y = 3 − 3/2t. Logo o plano é
t = −y − x + 3 e s = −y − 2x + 5.
Solução:
(a) Fixe z = t e determine y = 1 + z = 1 + t e x = (2 + 2y − z)/2 = 1 + y − z/2 =
1 + 1 + t − t/2 = 2 + t/2. Logo é a reta (2, 1, 0) + t(1/2, 1, 1).
16 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA LINEAR
(b) Note que y não aparece no sistema e pode assumir qualquer valor. Como x = 2, z =
x − 1 = 1. Assim y = t. Logo a reta é (2, t, 1) = (2, 0, 1) + t(0, 1, 0).
(c) O ponto satisfaz a primeira equação mas não satisfaz a segunda. Logo não pertence à
reta.
Observação 1.14 No exemplo anterior item (a) podemos colocar y = s e resolver
(tente!). A resposta será um pouco diferente da obtida acima.
Se colocarmos z = t no exemplo anterior item (b) teremos um problema (tente fazer isso!).
Veja caso similar na Observação 1.10 da p.8.
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Parametrização da reta → Equações cartesianas (sistema) em R
Para passar de parametrização para equações cartesianas de reta em R3 : Determine o
parâmetro em função de uma das variáveis e substitua nas outras equações.
Exemplo 1.27 Determine equações cartesianas para a reta: (1, 3, 1) + t(2, −1, 1).
Solução: Como x = 1 + 2t, y = 3 − t e z = 1 + t, temos que t = 3 − y. Assim obtemos
duas equações cartesianas
x = 1 + 2(3 − y) e z = 1 + (3 − y).
Logo
x + 2y = 7
.
y+z =4
com o plano