O presente artigo aborda como a distribuição vegetal e os elementos
naturais repercutem na qualidade e modo de vida das pessoas. Por meio da redução dos níveis de estresse, fadiga mental e restauração da atenção, articulando assim, a inter-relação pessoa-ambiente, sem tornar o ambiente apenas cenário e a pessoa apenas o observador, através de conceitos como percepção e preferência ambiental. É apontada também a existência dentro desses ambientes de fatores específicos como escape, extensão, fascinação e compatibilidade. Em ambientes universitários, os alunos sentem-se fadigados devido ao alto nível de exigência, desse modo, pesquisas constataram a importância do espaço verde em torno do campus e sua relação com o descanso. Considerando a importância desses ambientes para a saúde, este artigo aborda e discute preferências ambientais e suas influências, na tentativa de melhorar processos de gestão universitária. Objetivos
Discutir os benefícios do contato humano com os espaços verdes, a
tecer inter-relações pessoa-ambiente e a influência mútua entre esses elementos.
Buscar e identificar lugares escolhidos por estudantes para descanso
em dois campos universitários, explorar elementos de preferências ambientais e percepções associadas à capacidade restaurativa desses espaços. Na tentativa de subsidiar melhorias em processos de gestão universitária. Método
Este artigo caracteriza-se por um estudo que utiliza o método descritivo
e exploratório, o trabalho seguiu como qualitativo e teve como objetivo identificar as preferencias ambientais de estudantes da graduação em relação aos lugares de descanso em 2 campos universitários, tendo como características associadas à capacidade restaurativa do ambiente, assim compreender os aspectos perceptuais acerca de espaços verdes e as interações dos estudantes com os lugares definidos. Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado articuladas a uma variação da técnica do ambiente fotografado. A técnica utilizada consiste na seleção de imagens representativas do tema do trabalho com o intuito de aprender as principais percepção ambiente em foco. As entrevistas aconteceram em 2 campos universitários relativamente nas regiões Norte e Sul do Brasil. No campo 1, com 35% de área construída em seus 6,7 milhões de metros quadrados, abriga o maior fragmento florestal em área urbana do país. No campo 2, dispõe de ampla estrutura, incluindo biblioteca, restaurantes, hospital, centro de convivência e eventos, gráfica, escolas de ensino fundamental e infantil, além de um bosque de ampla área verde, no qual se encontra um córrego e um planetário. Sendo que dos um milhão da área total de construída corresponde aproximadamente 275 mil metros quadrados.
Resultados e discussões
Os resultados foram apresentados aos dados do campus 1 (região
norte) e a aos dados do campus 2 (região sul). Campus 1: 54 locais foram citados pelos estudantes como promotores de descanso. O espaço verde mais citado foi a área de vegetação gramínea e arbórea localizada no entorno da Faculdade de Educação Física. Foi possível destacar, dentre os padrões estabelecidos por Kaplan, Kaplan e Ryan (1998), o amplo acesso visual percebido na área e a própria textura da superfície do solo coberto por grama, que fortalecem as sensações de conforto e agradabilidade. Campus 2: 52 locais, predominando as interações ativas em espaços verdes foram citados. O lugar mais citado dentre os espaços verdes foi o bosque, que circunda o Centro de Filosofia e Ciências Humanas. A escolha do Bosque no campus 2 ratifica a preferência por ambientes com amplo acesso visual e superfície do solo com textura proveniente de vegetação gramínea
Considerações finais
Este estudo demonstrou compreender a capacidade restauradora a
respeito das preferências ambientais de acadêmicos de dois campus universitários Brasileiros. Entretanto é importante destacar que a capacidade restauradora está atrelada na relação pessoa-ambiente, e também a vivências subjetivas, contextos culturais distintos e características individuais. Desta forma foi observado em ambos os campus que o contato com espaços verdes abertos está associado a interação ativa pessoa-ambiente, enquanto que os ambientes construídos foram utilizados para descanso individual, maior isolamento e interações passivas com elementos naturais; contudo quando o indivíduo busca isolamento para diminuir a fadiga mental, é mais provável alcançar este objetivo em ambientes com maior presença de elementos naturais. Neste sentido entende-se que as preferências ambientais auxiliam na distinção destes propósitos, pois quando os estudantes buscavam restauro, predominavam interações passivas com os espaços verdes e quando outras demandas colocavam-se em pauta, as interações ativas eram mais recorrentes.