You are on page 1of 78

TIREOTOXICOSE

Parte 1
ENDOCRINOLOGIA
Prof. Camila Moma
ROTEIRO DA AULA

1 DEFINIÇÃO

2 PADRÕES LABORATORIAIS

3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Diabetes Mellitus tipo 2- Prof. Camila Moma


DEFINIÇÕES

TIREOTOXICOSE

HIPERTIREOIDISMO SEM AUMENTO DE ↑ SÍNTESE FORA DA


HT TIREOIDE

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


Feedback
negativo

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


RECOMENDAÇÕES DE TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO

TSH < 0,1 mUI/L TSH 0,1-0,39 mUI/L

Idade > 65 anos Idade > 65 anos e presença de doenças


cardiovasculares ou diabetes

Presença de doenças cardiovasculares ou


comorbidades agravadas pelo
hipertireoidismo (principalmente: Motivos:
osteopenia/osteoporose) • Evitar progressão para
hipertireoidismo clínico;
• Reduzir risco de mortalidade
(geral e cardíaca), fibrilação atrial
Presença de sintomas e fraturas de quadril.

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA TIREOTOXICOSE
Sintomas Sinais
Nervosismo Taquicardia
Sudorese excessiva Bócio
Intolerância ao calor Tremor de extremidades
Palpitação Pele quente e úmida
Fadiga Sopro na tireoide
Perda ponderal Alterações oculares (retração palpebral,
lid lag)
Dispneia Fibrilação atrial
Fraqueza Ginecomastia
Aumento de apetite Eritema palmar
Queixas oculares
Edema de membros inferiores
Aumento de hábito intestinal
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
Distúrbios menstruais
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

APRESENTAÇÃO ATÍPICA

PREDOMINAM ALTERAÇÕES FIBRILAÇÃO


IDOSOS
CARDIOVASCULARES ATRIAL

APATIA

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Na avalição laboratorial de pacientes com suspeita de hipertiroidismo, pode-se afirmar:
A) Em casos de TSH baixo, mas com T4 livre normal, a tireotoxicose está excluída.
B) Em pacientes com TSH normal e T4 livre normal, deve-se dosar o T3 livre para investigar
tireotoxicose.
C) Nos casos de TSH baixo e T4 livre alto, o adenoma de hipófise deve ser investigado,
mesmo quando há bócio.
D) Nos casos de T4 livre normal e TSH baixo, o T3 livre deve ser medido para avaliar a
possibilidade de toxicose induzida por T3.
E) O hipertiroidismo subclínico é suspeitado quando há exames que demonstram TSH
normal com T4 livre discretamente elevado.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?

Mulher, 27 anos, refere labilidade emocional, choro fácil, dificuldade para dormir e palpitações
taquicárdicas. Na avaliação clínica apresenta-se inquieta, com pele quente e úmida e tremor
fino de extremidades. Sua frequência cardíaca é de 116 bpm e nota-se reflexos tendinosos
exacerbados. Assinale a alternativa que contém o achado de exame complementar mais
provável.
A) T4 total baixo.
B) T3 indetectável.
C) TSH baixo.
D)T4 livre baixo.
E) Captação de iodo baixa pela tireoide.

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


OBRIGADA!

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


TIREOTOXICOSE
Parte 2
ENDOCRINOLOGIA
Prof. Camila Moma

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


ROTEIRO DA AULA

1 DOENÇA DE GRAVES

2 DOENÇAS NODULARES TÓXICAS

3 TIREOTROPINOMA

4 RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDDiabetes Mellitus tipo 2- Prof. Camila Moma
HIPERTIREOIDISMO PRIMÁRIO

DOENÇA DE GRAVES
DOENÇA DE GRAVES

PRINCIPAL CAUSA DE TIREOTOXICOSE

MULHERES

30-40 ANOS

TRAB +
Feedback
negativo
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
DOENÇA DE GRAVES

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TRATAMENTO
TIONAMIDAS

TRATAMENTO IODO
DO RADIOATIVO
HIPERTIREOIDISMO

TIREOIDECTOMIA

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TRATAMENTO
Tionamidas
PRIMEIRA ESCOLHA TERAPÊUTICA

PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO


OU
CRISE TIREOTÓXICA?

METIMAZOL NÃO SIM PTU

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TRATAMENTO
Radioiodoterapia

GESTAÇÃO

CONTRAINDICADO!
OFTALMOPATIA
MODERADA A GRAVE

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TRATAMENTO
Tireoidectomia
CONDIÇÕES ASSOCIADAS SINTOMAS FALHA À RIT
QUE NECESSITAM DE COMPRESSIVOS
CIRURGIA

OFTALMOPATIA
HIPERPARATIREOIDISMO GRAVE
PRIMÁRIO

DESEJO DE ENGRAVIDAR
NÓDULO MALIGNO
EM < 6 MESES

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Paciente 30 anos, apresentando perda de peso (6 kg, em 40 dias), palpitações, exoftalmia,
bócio, pele úmida, tremores de extremidades. Sobre essa patologia, assinale a alternativa
CORRETA.
A) A solicitação do anticorpo TRAB, para fazer o diagnóstico, é essencial.
B) O uso de beta-bloqueador e drogas anti-tireoidianas, como tapazol e propiltiuracil, é
necessário para o manejo clínico inicial dessa doença.
C) A paciente tem indicação de tireoidectomia de emergência.
D) A paciente tem indicação de realização de radioiodo, especialmente, se for tabagista e com
altos níveis de anticorpos TRAB.
E) Presença de prurido com uso de tapazol, contraindica o uso de drogas anti- tireoidianas,
sendo necessária dose ablativa com radioiodo.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
A principal causa de hipertireoidismo é a doença de Graves, uma patologia que acomete a tireoide, em
que há produção de anticorpos, que atacam a glândula simulando o hormônio TSH, um estimulador do
funcionamento da tireóide. Esta é a causa de 3 em cada 4 casos de hipertireoidismo. No que diz
respeito ao tratamento do hipertireoidismo, qual a informação CORRETA?
A) Medicamentos antitireoidianos são drogas, que diminuem a quantidade de hormônio produzido
pela tireoide, sendo a droga preferida a levotiroxina sódica.
B) O tratamento com iodo radioativo cura o problema da tireoide, sem o risco de ter que tomar
comprimidos de hormônio tireoidianos para o resto de sua vida a fim de manter níveis normais de
hormônio.
C) A remoção cirúrgica da tireoide (tireoidectomia) é uma solução permanente, mas não normalmente
a preferida.
D) Os betabloqueadores são drogas de escolha, pois além de diminuírem os sintomas, como por
exemplo, os tremores, tratam a patologia.
E)Todas as terapias possuem grandes riscos, devendo o hipertireoidismo ser tratado somente em
casos muito sintomáticos.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


HIPERTIREOIDISMO PRIMÁRIO

DOENÇAS NODULARES TÓXICAS


Nódulo
tireoidiano

TSH normal ou ↑ Dosar TSH TSH ↓

US tireoide Cintilografia de
tireoide

Avaliar PAAF

Cirurgia ou
iodo
radioativo
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
DOENÇAS NODULARES TÓXICAS

DOENÇA DE PLUMMER

BMNT

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


DOENÇAS NODULARES TÓXICAS
Tratamento
Definição da escolha de tratamento em doenças nodulares tóxicas
Favorece RIT Favorece Tireoidectomia
Bócios muito volumosos (> 80g)
Sintomas compressivos (disfonia, disfagia,
dispneia)
Presença de nódulo suspeito de malignidade
Alto risco cirúrgico e anestésico
Hiperparatireoidismo associado (com
indicação cirúrgica)
Necessidade de retornar ao status
eutireoidiano o mais rápido possível
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
DOENÇAS NODULARES TÓXICAS
Tratamento- Tireoidectomia
EXTENSÃO DA TIREOIDECTOMIA

LOBECTOMIA
DOENÇA DE PLUMMER
TIREOIDECTOMA TOTAL

TIREOIDECTOMA TOTAL
BMNT
OU PRÓXIMA AO TOTAL

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Mulher, 45 anos, refere quadro de perda de peso, palpitação e insônia há 1 mês. Nega
antecedentes patológicos. Nega uso de medicamentos. Ao exame físico: bom estado geral, sem
alterações oftalmológicas, normotensa, taquicárdica, nódulo palpável em lobo direito da
tireoide, sem outras alterações. Assinale a alternativa CORRETA quanto à conduta e à hipótese
diagnóstica.

A) Dosagens de TSH, T4 livre e cintilografia da tireoide. Doença de Plummer.

B) Dosagens de TSH, T4 livre e anti TPO. Doença de Graves.

C) Dosagens de TSH, TRAb e ultrassonografia da tireoide. Tireoidite de Hashimoto.

D) Dosagens de TSH, T4 livre e antiTPO. Tireoidite de Hashimoto.

E) Dosagens de TSH, TRAb e ultrassonografia da tireoide. Doença de Graves.


TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
HIPERTIREOIDISMO SECUNDÁRIO

RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS


TIREOIDIANOS
TIREOTROPINOMA
T4 ↑ TSH ↑

Resistência aos
Tireotropinoma hormônios
tireoidianos

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


HERANÇA
AUTOSSÔMICA
DOMINANTE

MUTAÇÃO NO
RARA RECEPTOR DE HT

RESISTÊNCIA
AO HT

QUADRO CLÍNICO
T4 ↑ e TSH ↑
VARIÁVEL

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Menina com 3 anos e 4 meses, é trazida à consulta pela mãe que refere agitação
psicomotora e dificuldade para dormir e ganhar peso desde os primeiros meses de vida.
Nega outras queixas, doenças prévias e uso de medicações. DNPM adequado. Tem
antecedentes de pai e avô paterno com bócio. Exame físico: peso = 10,9 kg. Estatura = 90
cm. FC = 140 bpm. Discreto bócio difuso, parenquimatoso, móvel e indolor. Sem outras
alterações. Exames laboratoriais: T3 total = 210 ng/dL (VR: 84 a 172); T4 livre = 2,3 ng/dL
(VR: 0,9 a 1,8); TSH = 8,2 mIU/L (VR: 0,4 a 4,5); anticorpo anti-TPO = 34 IU/L (VR: menor
que 35). Qual é a hipótese diagnóstica mais provável?
A) Tireoidite de Hashimoto.
B) Hipotireoidismo.
C) Resistência aos hormônios tireoidianos.
D) Doença de Graves.

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


OBRIGADA!
TIREOTOXICOSE
Parte 3
ENDOCRINOLOGIA
Prof. Camila Moma
ROTEIRO DA AULA

1 TIREOIDITES SUBAGUDAS

2 TIREOIDITES AGUDAS

3 TIREOIDITES CRÔNICAS

4 TIREOTOXICOSE INDUZIDA POR AMIODARONA

5 OUTRAS CAUSAS DE TIREOTOXICOSE


Diabetes Mellitus tipo 2- Prof. Camila Moma
TIREOIDITES SUBAGUDAS

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


TIREOIDITES SUBAGUDAS

Fonte: Shutterstock
ID 625640087

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOIDITES SUBAGUDAS
TIREOIDITE
GRANULOMATOSA
SUBAGUDA

TIREOIDITE
LINFOCÍTICA

TIREOIDITE
PÓS PARTO

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


Infecção de vias aéreas
Tireoidite precedendo dor cervical
granulomatosa
subaguda TSH ↓, T4 e T3 ↑
Anticorpos negativos
Tireotoxicose
VHS ↑
Cintilografia com baixa captação AAS ou AINE
Corticóide*
Tratamento sintomático
β-bloqueador

Eutireoidismo
Levotiroxina se
Hipotireoidismo sintomático ou
permanente TSH > 10 mUI/L
Hipotireoidismo

Eutireoidismo
Suspender levotiroxina e reavaliar
ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
COMO CAI NA PROVA?
Homem de 35 anos procurou assistência médica com queixa de ter perdido 4 quilogramas em 1
mês, mesmo o apetite estando preservado. Sente-se agitado, com palpitações, tremores e
insônia. Esse quadro vem evoluindo com dor de forte intensidade e de caráter persistente em
região cervical anterior. Refere ter recebido o diagnóstico de “arbovirose”, 6 s emanas antes do
início do quadro atual. No retorno, trouxe os seguintes exames: TSH 0,01 mIU/mL (VR 0,5 - 4,5
mIU/mL), T4 Livre 5,9 ng/dL (VR 0,7-1,5 ng/dL), TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH) negativo.

O tratamento desse paciente deverá incluir propranolol e


A) metimazol.
B) anti-inflamatório.
C) levotiroxina.
D) radioiodoterapia.

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


Tireoidite linfocítica
subaguda Autoimune

Indolor
TLSA
VHS nl

Evolução Anticorpos
+ ACTG Anti-
TPO

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


Até 1 ano após
parto ou aborto

História de Antecedente pessoal de doença


doença autoimune, como DM tipo 1
autoimune Tireoidite pós parto prévia
TIREOIDITE
PÓS PARTO
Anti-TPO + No primeiro trimestre
em
níveis elevados Após o parto

Semelhante à TGSA e à TLSA


Evolução clínica
variável
Apenas tireotoxicose ou hipotireoidismo

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOIDITES AGUDAS

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


TIREOIDITES AGUDAS

SINAIS FLOGÍSTICOS
1 ETIOLOGIA INFECCIOSA 2 ABSCESSO

3 TIREOTOXICOSE É RARA 4 IMUNOCOMPROMETIDOS

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOIDITES CRÔNICAS
TIREOIDITES CRÔNICAS
Anti
ACTG
TPO

TIREOIDITE DE HASHIMOTO
HASHITOXICOSE TRAB

TIREOIDITE DE RIEDEL
NÃO CURSA COM
TIREOTOXICOSE!

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE INDUZIDA PELA AMIODARONA
EFEITO WOLFF-
HIPOTIREOIDISMO
CHAIKOFF

EXCESSO DE
IODO HIPERTIREOIDISMO
EFEITO JOD
INDUZIDO PELA
BASEDOW
AMIODARONA TIPO 1
TIREOTOXICOSE
HIPERTIREOIDISMO
TOXICIDADE
INDUZIDO PELA
DIRETA
AMIODARONA TIPO 2
ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
TIREOTOXICOSE INDUZIDA PELA AMIODARONA
HIPERTIREOIDISMO INDUZIDO HIPERTIREOIDISMO INDUZIDO
PELA AMIODARONA TIPO 1 PELA AMIODARONA TIPO 2

hipercaptação Baixa captação

US: ↑ fluxo US: ↓ fluxo

Bócio + Não há bócio

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE INDUZIDA PELA AMIODARONA
HIPERTIREOIDISMO INDUZIDO HIPERTIREOIDISMO INDUZIDO
PELA AMIODARONA TIPO 1 PELA AMIODARONA TIPO 2

Tionamida Prednisona

RIT Tireoidectomia

Tireoidectomia

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Homem, 59 anos, branco, procura ambulatório com queixas de palpitações, tremores, polifagia
e emagrecimento. O quadro teve início há 30 dias. Refere tratamento para arritmia cardíaca
com amiodarona 200 mg/dia há seis meses. Nega outras comorbidades e/ou intercorrências.
Ao exame: PA = 120 x 80 mmHg; FC = 68 bpm; peso = 63,2 kg; altura = 1,76 m; IMC = 20,4
kg/m²; tireoide: normal; tremores de extremidades. Restante do exame físico dentro da
normalidade. Exames laboratoriais: TSH = 0,01 (0,35-4); T4L = 4,12 (0,7-1,8); TRAb: negativo;
anti-TPO: negativo; antitireoglobulina: negativo. US de tireoide: volume normal (11,6 g);
heterogênea; hipovascular e sem nódulos. Cintilografia de tireoide: captação diminuída
difusamente. Qual a hipótese diagnóstica?
A) Hipertireoidismo autoimune.
B) Tireoidite de Hashimoto.
C) Hipertireoidismo induzido por amiodarona tipo 1.
D) Doença de Basedow-Graves.
E) Hipertireoidismo induzido por amiodarona tipo 2.
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma 51
OUTRAS CAUSAS DE TIREOTOXICOSE
OUTRAS CAUSAS DE TIREOTOXICOSE
METÁSTASE DE
TIREOTOXICOSE STRUMA OVARII
CARCINOMA DIFERENCIADO
FACTÍCIA
DE TIREOIDE

Não há bócio Não há bócio Não há bócio

Anticorpos
↑ Tireoglobulina ↑ Tireoglobulina
negativos

↓ Tireoglobulina ↑ captação no ↑ captação no


local local

Baixa captação
TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
COMO CAI NA PROVA?
Paciente jovem apresentando palpitação, procura cardiologista que descarta causas cardíacas.
Suspeita de origem endocrinológica e solicita exames de tireoide que revelam: TSH 0.01 mU/L,
T3 250 ng/dl, T4 livre 2.5 ng/dl, T4 25ng/dl, tireoglobulina 1.0 ng/ml, cintilografia com baixa
captação.
O provável diagnóstico é Valores de referência:
TSH: 0,3 e 4,0 mU/L
A) doença de Graves T3: 80 a 180 ng/dL
B) bócio nodular tireotóxico T4 livre: 0.7-1.8 ng/dL
C) tireoidite factícia T4 total: 4,5 a 12.6 mg/dL
D) tireoidite subaguda Tireoglobulina 2,0 a 60,0 ng/mL.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma 54


RACIOCÍNIO PARA DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO
BMNT
Doenças Hipertireoidismo
nodulares induzido por
Adenoma tóxicas amiodarona tipo 1 Struma
tóxico ovarii
Captação
Doença Cintilografia
fora da
de Graves hipercaptante Metástase
tireoide
de câncer
de tireoide

TSH ↓ e T4L ↑
Tireoidite
granulomatosa
subaguda Tireotoxicose
Tireoidite factícia
linfocítica Cintilografia
Tireoidites
subaguda hipocaptante
Hipertireoidismo
induzido por
Tireoidite amiodarona tipo 2
pós-parto
ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
COMO CAI NA PROVA?

Considere 2 grupos de pacientes com hipertireoidismo: Grupo I: captação de


radioiodo normal ou aumentada. Grupo II: captação de radioiodo praticamente
ausente. São exemplos desses grupos, respectivamente:
A) Adenoma hipofisário produtor de TSH e hipertireoidismo factício.
B) Adenoma tóxico e doença trofoblástica.
C) Tireoidite pós-parto e tireoidite linfocítica.
D) Tireoidite de De Quervain e amiodarona.
E) Câncer folicular metastático e doença de Graves.

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


OBRIGADA!

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO

ENDOCRINOLOGIA
Prof. Camila Moma

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED


ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO

TIREOTOXICOSE GESTACIONAL TRANSITÓRIA

TSH ↓
DOENÇA DE GRAVES
T4 E T3 ↑

DOENÇAS TROFOBLÁSTICAS

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO

PRIMEIRO TRIMESTRE
TIREOTOXICOSE REPETIR
ASSINTOMÁTICA
GESTACIONAL TSH NO 2O
TRANSITÓRIA TRIMESTRE
SEM ESTIGMAS DE
DOENÇA DE GRAVES

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO

HIPEREMESE
Mola hidatiforme
SANGRAMENTO VAGINAL completa

CURETAGEM
↑ ALTURA UTERINA PARA
A IG
DOENÇAS TROFOBLÁSTICAS
HISTERECTOMIA
CISTOS TECALUTEÍNICOS Mola invasiva

PRÉ ECLÂMPSIA PRECOCE Coriocarcinoma

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO

BÓCIO DIFUSO

SINTOMÁTICA INICIAR
DOENÇA DE GRAVES
TIONAMIDA
TRAB +/ ESTIGMAS DE
DOENÇA DE GRAVES

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


Neonatais
Hipertireoidismo Fetal
Complicações do associado ao bócio
hipertireoidismo
durante a
gestação RCIU e baixo peso ao nascer
Fetais

Hipotireoidismo congênito
central
Maternas Obstétricas
Aborto/morte fetal

ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO
Tratamento da Doença de Graves
BETABLOQUEADOR

1º Trimestre
PROPILTIOURACIL

Gestação TIONAMIDAS
2º Trimestre em
diante
METIMAZOL

META DE CONTROLE: T4 no 1/3 superior da normalidade

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


TIREOTOXICOSE NA GESTAÇÃO
Tratamento da Doença de Graves

RIT É CONTRAINDICADA!

TIREOIDECTOMIA

MÁ ADESÃO EFEITOS ADVERSOS COM TIONAMIDAS FALÊNCIA TERAPÊUTICA

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Paciente de 21 anos, secundigesta (um parto normal anterior), com idade gestacional de 11
semanas, retorna trazendo os exames complementares solicitados em consulta de pré-natal
anterior. Refere náuseas matinais, que melhoram com uso de antieméticos. Nega outras
queixas clínicas e obstétricas. Antecedentes pessoais: história pregressa de tireoidite pós-
parto com resolução completa após 3 meses. Exame físico: dentro dos padrões de
normalidade para o período gestacional. Exames complementares: dentre os exames
laboratoriais, observa-se resultado de hormônio estimulador da tireoide com valor de 0,07
µUI/mL e tiroxina livre de 0,9 ng/dL; Qual a conduta mais adequada para o caso clínico
apresentado?
A) Encerrar investigação e manter seguimento de pré-natal de risco habitual.
B) Prescrever metimazol e solicitar dosagem de função tireoidiana após seis semanas.
C) Prescrever propiltiouracil e solicitar dosagem de função tireoidiana após seis semanas.
D) Solicitar dosagem de hormônio estimulador da tireoide no segundo trimestre de
gestação.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?

A doença de Graves, a forma mais comum de hipertireoidismo, quando acomete mulheres


grávidas apresenta características e cuidados específicos. Assinale a alternativa incorreta:
A) a crise tireotóxica, decorrente do hipertireoidismo na gravidez, exige cuidados intensivos
devido à extrema gravidade
B) o propranolol pode ser usado, porém em baixas doses e por um curto e período de tempo,
para evitar efeitos prolongados sobre o feto, como bradicardia ou retardo de crescimento
intrauterino
C) o propiltiouracil não deve ser indicado para o tratamento no 1° trimestre, devido ao risco
de embriopatia acentuada
D) a administração de iodo-131, como forma definitiva de tratamento do hipertireoidismo, é
contraindicada durante a gravidez

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


COMO CAI NA PROVA?
Paciente do sexo feminino, raça branca, 30 anos, foi encaminhada ao ambulatório da
endocrinologia para acompanhamento da doença de Graves. Encontrava-se na 18ª semana de
gestação. Nega queixas e outros antecedentes patológicos. Medicações em uso: metimazol
(tapazol) 30 mg/dia. Nega etilismo e tabagismo. Exame físico: frequência cardíaca de 92 bpm,
pressão arterial 120x80 mmHg, tireoide difusamente aumentada, sem nodulações aparentes.
Exames laboratoriais: TSH: 0,35 (VR 0,35 - 4,5), T4l 1,6 (VR: 0,7 - 1,8), TRAB negativo, anti-TPO
positivo (450). Qual a conduta CORRETA?
A) Manter metimazol e reavaliar com quadro clínico e laboratorial.
B) O propiltiouracil é considerado o medicamento de escolha durante toda a gestação e a
amamentação.
C) Suspender metimazol e iniciar propiltiouracil, mantendo-o até o final da gestação.
D) Indicar tireoidectomia parcial para controle hormonal, pois paciente se encontra nosegundo
trimestre de gestação.
E) Suspender metimazol, pois durante a gestação não se dever usar tioureia.

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


OBRIGADA!
CRISE TIREOTÓXICA

ENDOCRINOLOGIA
Prof. Camila Moma
CRISE TIREOTÓXICA

RISCO IMINENTE À VIDA

ALTA MORTALIDADE

TSH ↓ e T4L ↑

TIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma


ESCALA DE BURCH-WARTOFSKY
Hipertermia (OC) Disfunção Alteração de Insuficiência Disfunção TGI/ Fator
cardiovascular SNC cardíaca hepática precipitante
0 - - - - - não
5 37.2-37.7 99-109 bpm - Leve (edema em pés) - -
Moderada
Moderada (diarreia,
10 37.8-38.2 110-119 bpm Leve (agitação) (estertores sim
náusea, vômito)
pulmonares bibasais)
Grave
15 38.3-38.8 120-129 bpm - - -
(edema pulmonar)
Moderada (delirium,
Grave (icterícia
20 38.9-39.4 130-139 bpm psicose, letargia ao - -
inexplicada)
extremo)
25 39.5-39.9 > 140 bpm - - - -
Grave (convulsão,
30 > 40 Fibrilação atrial - - -
coma)

Crise tireotóxica ≥ 45 pontos

Somam-se os pontos Tratamento intensivo conforme julgamento clínico 25-44 pontos

Afasta crise tireotóxica < 25 pontos


ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED
CRISE TIREOTÓXICA
Tratamento
SEQUESTRADORES
GLICOCORTICÓIDE BETABLOQUEADOR PROPILTIOURACIL IODO
DE SAIS BILIARES

INIBE INIBE
CONVERSÃO DE INIBE CONVERSÃO CONVERSÃO DE
EFEITO
T4 A T3 DE T4 A T3 T4 A T3
WOLFF- QUELANTE DE HT
CHAIKOFF
↓ PROCESSO CONTROLAR FC INIBE SÍNTESE DE
INFLAMATÓRIO HT

TRATA
INSUFICIÊNCIA
ADRENAL
ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MEDTIREOTOXICOSE- Prof. Camila Moma
Homem, 28 anos de idade, chega ao pronto socorro com história de agitação, perda de peso (10 kg),
diarreia e palpitações há um mês. Há 2 dias, houve piora dos sintomas, principalmente das palpitações, e
passou a apresentar alucinações visuais. Ao exame físico, apresentava-se extremamente agitado, porém
consciente. Pele quente e úmida. Temperatura axilar 38,9ºC. Pulso de 140 batimentos por minuto,
arrítmico, PA = 160 x 60 mmHg. Tireoide aumentada cerca de 2 vezes seu tamanho normal e proptose
ocular bilateral. Eletrocardiograma revelou fibrilação atrial. Exames laboratoriais mostraram: TSH <0,05
mUI/L (referência: 0,45-4,5) e T4 livre >7,7 ng/dL (referência: 0,6-1,5). Qual a hipótese diagnóstica mais
provável e a conduta imediata?
A) Crise adrenérgica por feocromocitoma associada à tireotoxicose por Doença de Graves. Tratar com
drogas antitireoidianas e internar para betabloqueio e planejamento cirúrgico da neoplasia adrenal.
B) Crise de pânico precipitada por hipertireoidismo por Doença de Graves e fibrilação atrial. Tratar com
iodeto de potássio, anticoagulação e avaliação psiquiátrica.
C) Surto psicótico precipitado por tempestade tireoidiana. Estabilizar o quadro de agitação com
antipsicóticos, terapia antiagregante plaquetária com ácido acetilsalicílico e indicar tireoidectomia de
urgência.
D) Tempestade tireoidiana complicada com fibrilação atrial. Internar preferencialmente em unidade de
cuidados intensivos; iniciar antitireoidianos, betabloqueadores, corticoide e, se disponível, iodeto de
potássio 1-2 horas após a primeira dose de antitireoidianos.
E) Tireoidite aguda levando a tireotoxicose e sepse. Tratar com antibioticoterapia de amplo espectro e, caso
identificado abscesso cervical, indicar drenagem cirúrgica.
ENDOCRINOLOGIA ESTUDE COM O ESTRATÉGIA MED
OBRIGADA!

You might also like