Considerando a situação apresentada abaixo, identifique no texto os principais
problemas associados à cultura do arroz na região da Bacia do Mampituba e apresente potenciais soluções. • Grupos de até três estudantes • Data da entrega: na respectiva aula da semana do dia 19 a 23 de setembro
Arroz na Bacia do Mampituba
A região sul do Brasil sobressai-se como a principal produtora de arroz no cenário nacional. A produção gaúcha é considerada como estabilizadora da safra nacional, representa 3,1% do PIB estadual, gera 175 milhões em ICMS (Imposto para Circulação de Mercadorias e Serviços) e contribui com a promoção direta de 250 mil empregos. Além do significativo volume de produção esses estados destacam-se também pela produtividade. Com um rendimento médio de 6.700 kg/ha Santa Catarina possui a mais alta produtividade do país – alguns agricultores no Alto Vale do Itajaí chegam a alcançar 15 T/ha em uma única safra, seguida pelo estado do Rio Grande do Sul com aproximadamente 6.000 Kg/ha. No Rio Grande do Sul as principais regiões produtoras são: Fronteira Oeste, Depressão Central, Campanha, Litoral Sul, Planície Costeira Interna da Lagoa dos Patos e Planície Costeira Externa da Lagoa dos Patos à qual pertencem os municípios do Litoral Norte. Em Santa Catarina a microrregião de Araranguá responde por 33% da produção estadual, cerca de 300 mil toneladas, constituindo-se assim como a principal região produtora. Dentre os municípios que pertencem à Bacia do Mampituba, Jacinto Machado, Araranguá, Ermo e São João do Sul lideram a produção, destacando-se também no contexto estadual. Semelhante ao Litoral Norte do Rio Grande do Sul a atividade possui relativa importância no contexto socioeconômico da região, perdendo apenas para o fumo na composição do valor bruto da produção. O sistema de cultivo do arroz na Bacia do Mampituba, à exemplo de outras regiões produtoras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é predominantemente irrigado. A produção segue os padrões tecnológicos amplamente difundidos pela pesquisa e extensão oficial: variedades com grande potencial produtivo, preparo do solo mecanizado, adubação química e uso de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças. A irrigação e o uso intensivo de insumos explicam, em parte, as altas produtividades alcançadas pela lavoura no sul do país. Entretanto, ao longo dos últimos anos, o incremento na produção não tem revertido em renda para o agricultor, face às flutuações no preço do arroz e o aumento do custo dos insumos. Ao longo dos últimos a área de arroz vem se expandindo na Bacia do Mampituba. Entretanto, essa expansão vem pressionando as áreas de várzea ao longo das lagoas, do rio Mampituba e de seus tributários, ocasionando sérios impactos ambientais na região. Dentre esses impactos podemos destacar a drenagem das áreas de banhado e de cursos d’água, a sistematização de áreas antes dedicadas à outras lavouras ocasionando a desagregação do solo, o desmatamento das margens dos rios e lagoas e a contaminação do solo e da água por agrotóxicos e fertilizantes químicos. Para mitigar parte desses impactos a legislação federal prevê o licenciamento de operação para a outorga da água e o atrelamento do financiamento bancário à regularização ambiental. Além dessas questões ambientais a expansão da orizicultura na região tem ocasionado o aumento no conflito pelo uso da água. Segundo relato de técnicos que trabalham na extensão rural os conflitos entre produtores devem-se basicamente ao acesso à água, sendo comum a escassez de água para irrigação durante os picos de demanda para as lavouras localizadas à jusante. Algumas iniciativas no sentido de organização e estruturação do setor vem sendo promovidas pelos órgãos públicos visando também equacionar estes problemas.