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Acordo e Legislação sobre o Benzeno

25 Anos

São Paulo

2023
Disponível também em: www.fundacentro.gov.br
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Serviço de Documentação e Bibliotecas — SDB / Fundacentro
São Paulo — SP
Erika Alves dos Santos CRB-8/7110

1234567Acordo e legislação sobre o benzeno [recurso eletrônico] : 25 anos / coordenação


1234567890de Arline Sydneia Abel Arcuri, Luiza Maria Nunes Cardoso ; organização de
1234567890Patrícia Moura Dias, Karina Penariol Sanches ; colaboração de Paulo
1234567890Conceição. – Dados eletrônicos (1 arquivo: 11 megabytes). – São Paulo:
1234567890Fundacentro, 2023.
1234567890E-book : 287 páginas.
12345678901 e-book no formato PDF.
1234567890Público a que se destina: Estudantes, profissionais da área de segurança e
1234567saúde no trabalho e agentes atuantes ou interessados nas questões sobre
1234567segurança e saúde no trabalho e riscos ocupacionais relacionados à exposição
1234567ao Benzeno.
1234567890Resumo: Trata da compilação de acordos, normas, instruções normativas,
1234567notas, pareceres técnicos, e outros documentos instrucionais e legais que
1234567refletem os 25 anos da assinatura do Acordo Nacional do Benzeno.
1234567890ISBN 978-65-88344-76-7
12345678901. Benzeno – Legislação – Brasil. 2. Benzeno – Exposição – Risco
1234567profissional. 3. Benzeno – Aspectos toxicológicos. I. Arcuri, Arline Sydneia Abel. II
1234567Cardoso, Luiza Maria Nunes. III. Dias, Patrícia Moura. IV. Penariol Sanches,
1234567Karina. V. Conceição, Paulo.

1234567CDD 615.9511 CIS Darb Vyc (2Bra)

et d'Hygiène du Travail”

Presidência da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério do Trabalho e Emprego
Luiz Marinho

Fundacentro
Presidência
Pedro Tourinho de Siqueira
Diretoria de Conhecimento e Tecnologia
Remígio Todeschini
Diretoria de Pesquisa Aplicada
Rogério Bezerra da Silva
Diretoria de Administração e Finanças
Karina Nunes Figueiredo

Produção editorial
Editora-chefe: Glaucia Fernandes
Preparação de originais: Karina Penariol Sanches

Oliveira Reis (estagiário/2016)


Edição textos e capa: Flávio Galvão
Apresentação à Edição de 25 Anos

Em 2015 completaram-se 20 anos da assinatura do Acordo Nacional


do Benzeno. Havia, na ocasião, a intenção de publicar um livro para comemorar
a data, no entanto, por razões que não serão aqui elencadas, o livro compilando

outro ciclo, ciclo no qual o Acordo Nacional do Benzeno completou 25 anos.


O livro começa com a reprodução da apresentação e da introdução da
edição comemorativa referente aos 10 anos da assinatura do Acordo Nacional
do Benzeno, em especial em função da importância do levantamento histórico
que a introdução daquele volume faz e que é de grande valor para o registro da
evolução dos fatos que levaram a assinatura do Acordo que em 2022 chegou
aos seus 27 anos.
O conjunto de documentos assinados em 1995: Acordo Nacional do
Benzeno, Instrução Normativa no. 1, Instrução Normativa no. 2 e Anexo 13A
da Norma Regulamentadora no. 15 estão aqui reunidos em suas versões mais
atualizadas. Além destes, este livro procura reunir todo material legal dispo-
nível, nos mais diversos níveis, que tratam da questão do Benzeno. O consultor
e leitor encontrará decretos, portarias, notas técnicas, resoluções, pareceres

estão reunidos um conjunto de informações que, acreditamos, enriquecem ain-


da mais o material.
As Bodas de Prata do Acordo Nacional do Benzeno também marca-
ram o encerramento pelo governo federal das comissões tripartite paritárias
permanentes, dentre elas a Comissão Nacional Permanente do Benzeno. Os de-

reproduzidas neste livro Decreto no. 9.759, de 11 de abril de 2019 (página 267),

*
ARCURI, A. S. A.; CARDOSO, L. M. N. Acordo e legislação sobre o benzeno – 10 anos. São Paulo: Fundacen-
tro, 2005.
Decreto no. 9.812, de 30 de maio de 2019 (página 271) e Portaria no. 972, de 21
de agosto de 2019 (página 273)
Este é um material de consulta. É também um material dinâmico,
porque as questões relacionadas com o Benzeno continuam sendo discutidas
em diversos fóruns. Esperamos que este material tenha utilidade a todos aque-
les que lidam de alguma forma com a questão do Benzeno, agente cancerígeno
para o qual não existe nível seguro de exposição.

Dra. Patrícia Moura Dias


Organizadora
Apresentação à Edição de 10 Anos

O Acordo do Benzeno foi assinado em 28/09/95 e, portanto, completa


dez anos em 2005.
A Fundacentro lança a presente publicação como uma forma de mar-
car esses dez anos que decorreram com muito trabalho, avanços e até alguns
retrocessos. Esta história toda está registrada em vários trabalhos.
Parte dela foi encaminhada, em 2003, para a reunião dos Ministros do
Trabalho da OEA (Organização dos Estados Americanos), que foi incorporada
em um catálogo de programas bem-sucedidos na área do trabalho e que será
usado para facilitar a cooperação horizontal entre os países das Américas.
Outra parte está compondo um livro em que serão relatadas expe-
-
volvimento no Brasil”, ocorrido durante o 27º Congresso de Saúde Ocupacio-
nal da ICOH (International Commission on Occupational Health), em Foz do
Iguaçu Brasil, em fevereiro de 2003, e é descrita no capítulo com o título:

caso do acordo do benzeno”.


-
tório Brasileiro do Benzeno”, do Ministério da Saúde, 3ª edição, 2005, lançado
pela Fiocruz, e que contou, para sua preparação, com a colaboração da Delega-
cia Regional do Trabalho de São Paulo e da Fundacentro.
Uma breve introdução da presente publicação, escrita com a colabo-
ração da Dra. Raquel Rigotto, que foi uma das responsáveis pela retomada da
discussão sobre benzeno na então Secretaria de Segurança e Saúde no Traba-
lho, da qual era chefe de 1992 ao início de 1994, retoma outra parte da história.
O restante do livro traz todas as normas, portarias, pareceres, notas

acompanha e que regulamenta, através do Anexo 13-A da Norma Regulamenta-


Apresentação à Edição de 10 Anos

dora nº 15 da Portaria nº 3214, atribuições e procedimentos para a prevenção


da exposição ocupacional ao benzeno, produto comprovadamente cancerígeno,
visando à proteção da saúde do trabalhador.

Coordenadoras da publicação
Prefácio

A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante


quando se transforma em deterioração do mundo e da
qualidade de vida de grande parte da humanidade.
Papa Francisco – Carta Encíclica Laudato Si’

O Acordo Nacional do Benzeno, assinado em 28 de setembro de 1995,


completa vinte anos. Semelhantemente ao que ocorreu em 2005, a Fundacen-

tem esta história que não termina aqui. É uma história que vem sendo contada,
aplicada e valorizada ao longo de todos estes anos.

em prol de dias melhores para a saúde e a vida dos trabalhadores, é uma grande
honra ter sido convidado para escrever estas linhas em tão importante obra.
Participar, com tantos outros atores sociais, de um grande acordo e
de uma grande luta que ainda persiste é mais do que a lembrança de alguém
que estava naquele momento, há poucos meses, frente à Secretaria de Seguran-
ça e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho.
-
ciativas de um processo contínuo de diálogo social foi uma obrigação e um re-

empregadores e trabalhadores vinham desenvolvendo. Realmente, a história


que sempre apreciamos lembrar é aquela que se faz com pessoas e com fatos de
grandeza, como este, de construir algo que pudesse contribuir para preservar
a saúde de tantos trabalhadores e garantir que tivessem uma vida mais digna
e mais saudável.
Infelizmente, a lembrança de tantos trabalhadores que adoeceram
Prefácio

descontrolada e muitas vezes irresponsável, entristece-nos, pois não temos


como fazer o tempo voltar. Entretanto, o trabalho que foi feito, que vem sendo
feito e ainda resta por fazer pode ser uma forma de tributo a todos eles. Pode
ser uma resposta responsável às suas famílias e, mais do que tudo, a tantos
homens e mulheres que continuam expostos a esta substância, tão tóxica e pe-
rigosa, além de cancerígena.

muito trabalho, avanços e até alguns retrocessos”, mas, se colocarmos na ba-


lança, teremos um saldo positivo e a possibilidade de conseguirmos mais avan-
ços, pois acreditamos ainda nesta sociedade que busca, por meio de ações sé-
rias, éticas e responsáveis, garantir um ambiente de trabalho mais digno, mais
seguro e mais saudável.
Em um mundo em constante transformação, globalizado e reestrutu-
rado, onde a produção de substâncias químicas vem aumentando de maneira
assustadora, cresce a importância do benzeno no cenário ambiental e ocupa-

do enfrentamento de novos e velhos problemas, assim como o da ética global,

com a vida, com a convivência societária, com a preservação da Terra, com cada
um dos seres nela existentes e com o derradeiro sentido do universo”.*
Portanto, a preservação da saúde e da vida daqueles que trabalham
deve ter por base um plano comum, o qual todos nós devemos conhecer, deta-
lhar e aplicar, considerando – também – a necessidade de criarmos consensos,
coordenarmos conjuntamente certas ações e coibirmos determinadas práticas,
procurando, desta forma, construir expectativas saudáveis em projetos coleti-
vos que um acordo como este deve proporcionar.
O livro traz o conjunto de portarias, instruções normativas e notas

e a ter acesso ao processo histórico da construção de um dos acordos tripar-


tites de mais elevada importância na história do diálogo social, internacional-
mente reconhecido. Esta obra é, portanto, um convite a todos os atores envol-
vidos com o cuidado da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno para que
continuem interessados no repensar de suas ações, tanto no que tange à articu-
lação das forças sociais, quanto em termos de postura ética e responsável entre
os sujeitos e as organizações envolvidas.

* Nota da editoria: BOFF, l. Ethos mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Rio de Janeiro: Re-
cord, 2009. p. 23.
Neste processo contínuo de gestão dos riscos e da saúde dos trabalha-
dores expostos ao benzeno, é necessário propiciar a construção de espaços de
aprendizagem e novas dinâmicas que possibilitem a continuidade do diálogo
-

sobretudo, ambientes de trabalho decente, onde sejam respeitados a dignidade


e os direitos humanos de todos os trabalhadores.
Mais do que tudo, esperamos que a nossa sociedade socialmente res-
ponsável possa garantir que isto aconteça!

Zuher Handar
Especialista em Medicina do Trabalho
Presidente da Anamt
Ex-Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho
do Ministério do Trabalho (1995-1999)
Sumário
Introdução: um breve olhar sobre a trajetória histórica da legislação
do benzeno no Brasil ........................................................................................................19

Acordo sobre Benzeno ....................................................................................................27

Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995 .......................................................39


Altera o subitem “Substâncias Cancerígenas” do Anexo 13 da Norma
Regulamentadora nº 15 – Atividades e Operações Insalubres e inclui
o Anexo 13A – Benzeno

Instrução Normativa nº 01, de 20 de dezembro de 1995 ...........................49


Trata da avaliação das concentrações de benzeno em ambientes de trabalho

Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 1995 ...........................69


Aprova o texto sobre a vigilância da saúde dos trabalhadores na prevenção
da exposição ocupacional ao benzeno

Portaria nº 01, de 18 de março de 1996 ...............................................................77


Instala a Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNPBz

Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001 .......................................................81


Publica o protocolo para a utilização de indicador biológico da exposição
ocupacional ao benzeno

Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991 ...................................................................93


Promulga a Convenção nº 139, da Organização Internacional do Trabalho

substâncias ou agentes cancerígenos

Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994 ..................................................99


Promulga a Convenção nº 136, da Organização Internacional do Trabalho,
sobre a proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo benzeno

Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004 .............................................................107


Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos relativos à vigilância
da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno

Nota Técnica COREG nº 07, de 12 de setembro de 2002 ...........................127


Trata da abrangência do campo de aplicação do Acordo e Legislação do Benzeno

13
Portaria Interministerial nº 775, de 28 de abril de 2004 .......................129
Proíbe a comercialização de produtos acabados que contenham benzeno
em sua composição

Resolução RDC nº 252, de 16 de setembro de 2003....................................131


Trata do controle do benzeno em produtos cadastrado pela Anvisa

Nota Técnica DSST nº 30, de 23 de novembro de 2004 .............................135


Trata da revisão do Capítulo V do Acordo Nacional do Benzeno – Da Partici-
pação dos Trabalhadores

Instrução Normativa nº 01, de 7 de março de 2005 ....................................137


Regulamenta a Portaria nº 1.172/2004/GM, no que se refere às competências
da União, estados, municípios e Distrito Federal na área de vigilância em
saúde ambiental

Nota Técnica DSST/SIT nº 382, de 18 de novembro de 2010.................145


Refere-se à consulta da Comissão Nacional Permanente do Benzeno quanto
à aplicação dos dispositivos do Acordo Nacional do Benzeno aos trabalhado-
res terceirizados

Parecer Técnico de 19 de março de 2010..........................................................151


Apresenta fundamentação técnica quanto ao uso de EPIs e EPCs por traba-
lhadores expostos ao benzeno em empresas do Rio Grande do Sul

Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010 ..........................169


Complementa o parecer técnico anterior no que tange ao uso de EPIs e EPCs
por trabalhadores expostos ao benzeno em empresas do Rio Grande do Sul

Portaria nº 186, de 28 de maio de 2010 ...........................................................183


Estabelece o Regimento das Comissões Nacionais Tripartites Temáticas

Portaria nº 191, de 19 de novembro de 2010 ................................................187


-
ções e competências

Portaria nº 203, de 28 de janeiro de 2011 .......................................................191


Altera o Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamentadora nº 15 (Ativida-
des e Operações Insalubres)

14
Portaria nº 207, de 11 de março de 2011..........................................................193
Dispõe sobre procedimentos de cadastramento de empresas e instituições
que trabalham com o benzeno, previstos no Anexo 13-A (Benzeno) da
Norma Regulamentadora nº 15

Portaria nº 252, de 04 de agosto de 2011 .........................................................197


Constitui a Subcomissão de Postos Revendedores de Combustíveis

Portaria nº 291, de 08 de dezembro de 2011 .................................................199


Altera o Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamentadora nº 15 (Ativida-
des e Operações Insalubres) e a Portaria SIT nº 207, de 11 de março
de 2011, quanto a aspectos relativos ao cadastramento de empresas
e instituições que utilizam benzeno

Portaria nº 333, de 28 de agosto de 2012 .........................................................201


Prorroga o prazo de Atividade da Subcomissão de Postos Revendedores
de Combustíveis

Nota Técnica CGMBI/DPSSO/SPPS nº 006, de 02 de julho de 2012....203


Trata da aposentadoria especial e da natureza qualitativa da exposição
ao benzeno

Portaria nº 371, de 26 de abril de 2013 .............................................................209


Dispõe sobre o funcionamento das Comissões Estaduais e Regionais
do Benzeno

Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013..........................................213

quanto ao seu controle de qualidade

Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 207, de 05 de agosto de 2013 ......227


Esclarece critérios para a caracterização de riscos à saúde relacionados
ao benzeno

Nota Informativa CGNOR/DSST/SIT nº 43, de 21 de março de 2014 ..231


Trata do posicionamento da CGNOR quanto às reuniões plenárias como
parte da pauta das reuniões da CNPBz

Memorando-Circular DIRSAT/INSS nº 8, de 08 de julho de 2014 .......235


Trata de orientações para análise de enquadramento de atividade especial
na exposição ao agente químico Benzeno

15
Portaria Interministerial nº 09, de 07 de outubro de 2014 ...................237
Publica a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (LINACH)

Memorando-Circular DIRSAT/INSS nº 02, de 13 de janeiro de 2015 ..243


Trata de orientações para análise de atividade especial na exposição aos
agentes nocivos comprovadamente cancerígenos

Instrução Normativa nº 77, de 21 de janeiro de 2015 ...............................245


Estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos

Portaria nº 507, de 29 de setembro de 2015 ..................................................247


Dispõe sobre os procedimentos de descadastramento voluntário de empresas
e instituições que deixem de utilizar o Benzeno

Portaria no 1.109, de 20 de setembro de 2016 .............................................249


Aprova o Anexo 2 - Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedo-
res de Combustíveis - PRC - da Norma Regulamentadora n.º 9 - Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPR A.

Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 164, de 13 de abril de 2017 ..........257


Trata de questionamento sobre a higienização de uniformes nos postos revende-
dores de combustíveis

Resolução ANP nº 684, de 29 de junho de 2017 ............................................261


Dispõe sobre a alteração da Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013, que

controle da qualidade

Portaria nº 871, de 06 de julho de 2017 ............................................................263


Altera a redação do subitem 12.1.1 do Anexo 2 – Exposição Revendedores de
Combustíveis – PRC – da Norma Regulamentadora nº 9 – Programa de Preven-
ção de Riscos Ambientais – PPRA, sobre proteção respiratória

Lei nº 16.656, de 12 de janeiro de 2018 ............................................................265


Proíbe, no estado de São Paulo, que postos de combustíveis abasteçam com
combustível os veículos após ser acionada a trava de segurança da bomba de
abastecimento

Decreto no. 9.759, de 11 de abril de 2019 ........................................................267


Extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações para colegiados da admi-
nistração pública federal.

16
Decreto no. 9.812, de 30 de maio de 2019 ........................................................271
Altera o Decreto no. 9.759, de 11 de abril de 2019, que extingue e estabelece di-
retrizes, regras e limitações para colegiados da administração pública federal.

Portaria no. 972, de 21 de agosto de 2019 ......................................................273


Revoga portarias de criação de colegiados e de aprovação dos respectivos regi-
mentos no âmbito do extinto Ministério do Trabalho.

Anexos Informações Complementares ...............................................................275

Anexo A .................................................................................................................................276
O que é a Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNPBz

Anexo B .................................................................................................................................278
Recomendação nº 144 de 1971: Proteção Contra os Riscos da Intoxicação pelo
Benzeno (Organização Internacional do Trabalho)

Anexo C ..................................................................................................................................284
Fluxograma para diagnóstico e encaminhamento de possíveis casos
de benzenismo

Anexo D .................................................................................................................................286
Referências Complementares.

17
Introdução: um breve olhar sobre a trajetória
histórica da legislação do benzeno no Brasil

Arline Sydneia Abel Arcuri1


Luiza Maria Nunes Cardoso2
Raquel Rigotto3

O leitor vai encontrar aqui uma compilação atualizada da legislação


brasileira sobre o benzeno. Ela é fruto de um contexto sócio-histórico e técni-
co-político que merece ser resgatado. Vínhamos de um momento marcante da
história de nosso país. No início dos anos de 1980, a ditadura vivia seu ocaso
e, dialeticamente, deixava alguns bons frutos – produto da esplêndida capaci-
dade humana de reciclar a vida, de tirar da dor, o dom, do trauma, a competên-
cia. É que os trabalhadores, mesmo com suas entidades representativas atadas
pela repressão política, mesmo pagando, em suas condições de vida e saúde,
pelo milagre brasileiro, gestaram e trouxeram à luz o Novo Sindicalismo, as-
sentado na concretude dos processos de trabalho – inclusive com seus riscos à
saúde e à vida e nas questões cotidianas do chão de fábrica. No mesmo cenário,
emergem os novos movimentos sociais, defendendo direitos de cidadania, hu-
manos e sociais, questões étnicas, de gênero e ambientais e ainda conformando
e difundindo novos valores éticos e sociais.
Foi quando o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santos-
-SP desvendou a chamada epidemia de benzenismo, denunciando a existência
de diversos casos de leucopenia por exposição ao benzeno em trabalhadores da
Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão-SP. Em seguida, o Sindi-
cato dos Trabalhadores da Construção Civil de Santos-SP comprova também

¹ Química, Pesquisadora aposentada da Fundacentro, Doutora em Físico-Química.


² Química, Pesquisadora aposentada da Fundacentro, Doutora em Química Analítica.
³ Professora da Universidade Federal do Ceará e secretária da Secretaria de Segurança e Saúde no Traba-
lho, do Ministério do Trabalho, entre 1992 e 1994.

19
Introdução: um breve olhar...

a ocorrência da intoxicação em trabalhadores de manutenção e montagem in-


dustrial que operavam na empresa.
As denúncias assumiram repercussão nacional e novos casos foram
sendo detectados em empresas onde este agente podia estar presente: side-

produtoras de álcool anidro. O movimento se espalha principalmente pelas


cidades onde existem siderúrgicas (Cubatão-SP; Volta Redonda-RJ; Ipatinga e
Ouro Branco-MG; Serra-ES) e polos petroquímicos (Cubatão e Grande ABC-SP;
Camaçari-BA; Triunfo-RS). Mais de três mil trabalhadores chegaram a ser afas-
tados do trabalho com benzenismo.
O pano de fundo era o movimento pela redemocratização política do
país, consignado na campanha Diretas Já, em que reemerge uma nação ciosa
de seus direitos e sedenta de justiça, e também o Movimento pela Reforma
Sanitária, que, em uma ampla estratégia técnico-político-cidadã, articulou in-
-
sionais dos serviços de saúde para juntos construírem a saúde como direito
de todos e dever do Estado, com todas as implicações desta façanha para as
políticas públicas, que deixaram marcas decisivas na Constituição Federal de
1988, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde e da I Conferência Nacional
de Saúde dos Trabalhadores, ambas em 1986.
Como parte de toda essa mobilização social, no tocante ao benzeno,
naquela década, ocorreram ainda três eventos importantes de natureza téc-

Controle, organizado como parte das comemorações do 42º aniversário da As-


sociação Brasileira de Prevenção de Acidentes (ABPA), em maio de 1983; Sim-
pósio de Leucopenia, em 1987, na cidade de São Roque-SP, que foi convocado
pela Sociedade Brasileira de Hematologia, pelo Colégio Brasileiro de Hematolo-
gia e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi); e Seminário Nacional sobre Expo-
sição ao Benzeno, em 1988, em São Paulo, promovido pela Fundacentro.
É preciso reconhecer que, naquele momento, a área de Saúde do Tra-
balhador se constituia enquanto campo de saberes e de práticas expandido

Epidemiologia Social, com Anamaria Tambellini, Asa Cristina Laurell, Jaime


Brehil, entre outros, e o processo de produção era erguido como categoria cen-
tral na determinação do processo saúde-doença. O reconhecimento do saber
construído pelos trabalhadores como discurso competente e de sua condição
de sujeitos da saúde e das necessárias transformações é alçado ao status de
princípio. Por sua vez, o problema dos processos produtivos que expunham
trabalhadores a um conhecido cancerígeno – o benzeno – foi exemplar naquele
-
varem na construção de leituras e propostas de intervenção sobre o problema.

20
Sob pressão da sociedade, os serviços públicos tiveram que respon-
der com ações de normatização, inspeção, pesquisa e informação. Em março de
1993, o Seminário Nacional sobre Exposição ao Benzeno e outros Mielotóxicos,
realizado em Belo Horizonte-MG, recomendou a revisão da legislação sobre o
benzeno no âmbito dos ministérios envolvidos com o tema. O primeiro resul-
tado dessa recomendação foi a Norma Técnica sobre Intoxicação ao Benzeno,
do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), ainda em 1993. Ainda naquele
ano, o Ministério do Trabalho (MTb), por recomendação do seminário de Belo
Horizonte, iniciou um processo de revisão e atualização da Norma Regulamen-
tadora nº 15 (NR 15) no que dizia respeito ao benzeno. Para isso, criou um gru-
po de trabalho técnico, encarregado de propor uma nova legislação. Esse grupo
elaborou o documento Benzeno – Subsídios Técnicos à Secretaria de Segurança
e Saúde no Trabalho – SSST/MTb, que levanta dados sobre a situação brasileira e
propõe várias medidas para o controle da exposição.
Em 1994, frente a uma mudança ministerial e possível reestrutura-
ção da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), o que acabou ocor-
rendo, foi publicada a Portaria nº 3 de 10/03/1994 do MTb. O ponto principal
dessa regulamentação foi o reconhecimento do benzeno como substância can-
cerígena, o que implicava em que nenhuma exposição humana fosse permitida,
sendo possível sua utilização apenas em sistema hermético.
Essa regulamentação mobilizou os setores empresariais siderúrgicos
e petroquímicos para conseguirem maior prazo de adequação à Portaria. Cons-
tituiu-se um grupo técnico tripartite que foi questionado pelos representan-
tes dos trabalhadores e por setores do governo quanto à representatividade.
Nova comissão foi então estabelecida pela Portaria nº 10 de 08/09/1994; era
composta por representantes do governo (Ministério do Trabalho, Fundacen-
tro, Ministério da Saúde, Ministério da Previdência Social), dos trabalhadores
(Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria CNTI, Confederação
Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos CNTM, CUT, Força Sindical) e em-
pregadores (Instituto Brasileiro de Siderurgia IBS, Associação Brasileira da
Indústria Química Abiquim, Confederação Nacional da Indústria CNI e Sin-
-
química no Estado de São Paulo Sinproquim). Cada bancada contava com o
apoio de três assessores, e foram indicados ainda quatro assessores técnicos

Em 1995, essa comissão tripartite elaborou quatro documentos (um


acordo, uma legislação e duas instruções normativas: de avaliação ambiental e
de vigilância à saúde do trabalhador) que foram entregues ao MTb.

21
Introdução: um breve olhar...

O Acordo tem como principais pontos:


• o estabelecimento de competências dos órgãos envolvidos (Mi-
nistério do Trabalho, Fundacentro, Ministério da Saúde), de em-
presas e trabalhadores;
• a criação da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz),
órgão tripartite de discussão, negociação e acompanhamento do
acordo que tem como principais atribuições, entre outras: comple-
mentar o acordo nas questões dos trabalhadores com alterações
de saúde, propor e acompanhar estudos, pesquisas, eventos cien-

• a criação do Grupo de Representação dos Trabalhadores do Benze-


no (GTB) nas empresas, com no mínimo dois eleitos que recebem
treinamento especial e devem acompanhar todas as ações na em-
presa referentes à prevenção da exposição ocupacional ao benze-
no.

A Legislação:
• regulamenta ações, atribuições e procedimentos de prevenção da
exposição ocupacional ao benzeno;

armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas lí-


quidas contendo 1% ou mais de volume e àquelas por elas contra-
tadas, no que couber;
• proíbe a utilização de benzeno a partir de 01/01/97, exceto nas
indústrias ou nos laboratórios que o:
- produzam;
- utilizem em processos de síntese química;
- empreguem em combustíveis derivados de petróleo;
- empreguem em trabalhos de análise ou investigação em labora-
tórios, quando não for possível a sua substituição;
- empreguem como azeótropo da obtenção de álcool anidro, até a
-
tuição até 31/12/96).
• estabelece a obrigatoriedade de cadastramento das empresas
abrangidas pelo anexo;
• estabelece prazo de 180 dias após a publicação para a apresentação
de Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno;
• estabelece o conteúdo desse programa;
• estabelece o conceito de Valor de Referência Tecnológico (VRT):

22
- concentração de benzeno no ar considerada exequível do ponto

Deve ser considerado como referência para os programas de me-


lhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho. O cum-
primento do VRT é obrigatório e não excluir o risco à saúde.
VRT-MTP:
- concentração média, ponderada pelo tempo e obtida na zona
respiratória, para uma jornada de 8 horas.
• estabelece os valores de VRT-MTP:
- 2,5 ppm para as indústrias siderúrgicas;
- 1,0 ppm para as outras empresas abrangidas pelo acordo.
• Estabelece sinalização e indicações de rotulagem;
• Estabelece requisitos para situações de emergência.
Várias ações ocorreram a partir da assinatura do acordo e legisla-
ção sobre benzeno, em dezembro de 1995, e com a formação da CNPBz. Dentre
elas, as bancadas de governo e de trabalhadores consideraram a necessidade
de formação de comissões regionais para a implementação do acordo. Estas
comissões, inicialmente, não contaram com o apoio da bancada patronal, o que

nos principais polos petroquímicos, siderúrgicos, de produção de combustíveis


e de petróleo do país (Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São
Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul).
As principais ações de implementação do acordo e legislação sobre
benzeno em âmbito regional são: capacitação dos técnicos envolvidos (principal-
mente Saúde e Trabalho), capacitação dos trabalhadores do GTB, de sindicalistas

e da legislação, além de ações regionais de negociação de impasses surgidos.


Além disso, foram negociadas e realizadas as seguintes ações:
• proibição do uso do benzeno na produção de álcool anidro, o que
evitou a exposição de milhares de trabalhadores a este agente, as-
sim como a circulação de centenas de caminhões transportadores
pelas estradas;
• estabelecimento de indicador biológico de exposição ao benzeno;
• formulação de nota técnica explicitando a abrangência do acordo
e da legislação do benzeno sobre as plataformas e os terminais de
petróleo;
• portaria estabelecendo um cronograma para diminuição da por-
centagem de benzeno em produtos acabados;

23
Introdução: um breve olhar...

• norma do Ministério da Saúde sobre a vigilância da saúde dos tra-


balhadores;
• Sistema de Monitoramento de Populações Expostas a Agentes Quí-
micos (Simpeaq) – iniciada a partir do benzeno;
• visita, pela CNPBz, a todas as cinco siderúrgicas onde existem co-
querias;
• visita, pela CNPBz, às quatro empresas produtoras de benzeno;
• organização de diversos cursos, palestras, seminários, inclusive
um internacional;
• apresentação de trabalhos em congressos e publicações em revis-
tas nacionais e internacionais;
• elaboração de material didático para capacitação de GTBs, incluin-
do um vídeo;
• organização de Comissões Regionais do Benzeno;
• organização de encontros nacionais de Comissões Regionais do
Benzeno;
• organização de encontros de GTBs;

nas siderúrgicas e estabelecimento de propostas;

nas petroquímicas e estabelecimento de propostas;


• recomendação da criação de núcleos de diagnóstico de benzenis-
mo, com a participação dos Ministérios do Trabalho, da Saúde e da
Previdência Social, bem como dos Centros Hematológicos, aprova-
da pelo Grupo Executivo Interministerial de Saúde do Trabalhador
(Geisat) em 2001;
• estabelecimento de critérios de retorno com alta médica para os
trabalhadores que se afastaram por benzenismo. Estes critérios
foram incluídos como anexo da norma do Ministério da Saúde para
a vigilância da saúde dos trabalhadores;
• estímulo a investimentos das empresas petroquímicas em contro-
les coletivos;
• estímulo a investimentos das empresas siderúrgicas em controle de

-
ção em 2001, 2ª edição em 2002 e 3ª edição em abril de 2005);

24
-

comum com 1,0% de benzeno e gasolina especial com até 1,5%;


• acordo referente às mudanças na composição e na participação
nos cursos de formação do GTB, em 2004.
Desde 2003, a CNPBz está centrando suas discussões em três itens:
diminuição do VRT; melhores práticas a serem implantadas nas indústrias para
a prevenção da exposição; e revisão do GTB – já conseguido. Essas discussões
estão sendo incorporadas às ações das empresas e às discussões dos trabalha-
dores e de seus representantes.

dos trabalhadores que emerge de seus movimentos e, em um campo tripartite,


é equacionado enquanto política pública – Estado e sociedade construindo con-
dições para o diálogo e o avanço no cumprimento do direito dos trabalhadores
à saúde e do dever de que os ambientes de trabalho devem ser compatíveis com
sua saúde e integridade.
Ao lado de outros problemas e movimentos que solidariamente avan-
çaram neste país desde o início dos anos de 1980, muitos têm sido os aprendiza-
-

mão da visão ao mesmo tempo cômoda e ingênua de que a ciência nos revela

de aproximar campos disciplinares e de saber, possibilitando uma abordagem

-
cas de saúde, trabalho e ambiente.
Trata-se, fundamentalmente, de reverter o núcleo central da maior
parte dos problemas vividos por nossas sociedades modernas: a subordinação
de todos os subsistemas sociais – o político, o ambiental, o institucional, o cultu-
ral – à lógica do subsistema econômico. Trata-se, fundamentalmente, de avançar
na construção de um equilíbrio harmônico no peso e no poder de cada um desses
subsistemas, o que trará muito mais força àquilo que de fato deve ser o centro de
qualquer sociedade: a vida – sua preservação, sua expansão, sua plenitude.

25
Acordo sobre Benzeno

A Confederação Nacional da Indústria – CNI, a Associação Brasileira


da Indústria Química – ABIQUIM, o Instituto Brasileiro de Siderurgia – lBS, o
Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petro-
química no Estado de São Paulo – SINPROQUIM, a Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria – CNTI, a Confederação Nacional dos Trabalhadores
Metalúrgicos – CNTM, a Central Única dos Trabalhadores – CUT, a Força Sindi-
cal, o Ministério do Trabalho- MTb, a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Se-
gurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, o Ministério da Saúde – MS e
o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS;
CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidência de casos de ben-
zenismo no Brasil;
CONSIDERANDO que o benzeno é uma substância reconhecidamente
carcinogênica;
CONSIDERANDO que o Decreto nº 157, de 02 de julho de 1991, deter-
mina que seja executada e cumprida a Convenção nº 139 e a Recomendação 147
da Organização Internacional do Trabalho – OIT, sobre a Prevenção e o Controle

CONSIDERANDO o Decreto nº 1253 de 27/09/94 que aprova o texto


da Convenção nº 136 e Recomendação nº 144 da Organização Internacional do
Trabalho – OIT, sobre a Proteção Contra os Riscos de Intoxicação Provocados
pelo Benzeno;
CONSIDERANDO a Portada SSST nº 10, de 08/09/94, que instituiu o
Grupo de Trabalho Tripartite para elaboração de proposta de regulamentação
sobre benzeno;
RESOLVEM acordar os seguintes compromissos entre as partes:

27
Acordo sobre Benzeno

CAPÍTULO I – DOS OBJETIVOS

1. O presente instrumento tem como objetivo a formalização de compromisso


assumido entre os signatários, contendo um conjunto de ações, atribuições e
procedimentos para a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, visando
à proteção da saúde do trabalhador.

CAPÍTULO II – DO CAMPO DE APLICAÇÃO

2. O presente instrumento se aplica a todas as empresas que produzem, trans-


portam, armazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas
contendo 1% (hum por cento) ou mais em volume, e àquelas por elas contrata-
das, no que couber.

3. O presente instrumento não se aplica às atividades de armazenamento,


transporte, distribuição, venda e uso de combustíveis derivados de petróleo, que
deverão ter regulamentação própria.

CAPÍTULO III – DAS COMPETÊNCIAS

4. DO MINISTÉRIO DO TRABALHO

4.1. Da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho


4.1.1. Publicar Portaria regulamentando as condições de segurança e saúde do
trabalhador na utilização do BENZENO.
4.1.2. Publicar a Instrução Normativa sobre "AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES
DE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO".
4.1.3. Publicar a Instrução Normativa sobre "VIGILÂNCIA DA SAÚDE DOS TRA-
BALHADORES NA PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO".
4.1.4. Publicar outras Normas Técnicas referentes à prevenção da exposição ocu-
pacional ao benzeno.
4.1.5. Coordenar a Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNP-benzeno,
e submeter os assuntos relevantes, de âmbito nacional, pertinentes à exposição
ocupacional ao benzeno, à sua apreciação.

28
4.1.6. Informar à CNP-benzeno, sempre que solicitada, sobre cadastramento,
programas de prevenção da exposição ocupacional nas empresas e outros dados
sobre benzeno, de posse da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.
4.1.7. Submeter à apreciação da CNP-benzeno as solicitações de prorrogação de
-
nológico – VRT conceituado e normatizado na portaria relativa à prevenção da
exposição ocupacional ao benzeno.
4.1.8. Submeter à apreciação da CNP-benzeno a concessão e manutenção do Cer-

4.1.9. Organizar visitas nas empresas para acompanhamento do cumprimento


do presente acordo ou da legislação sobre o benzeno, quando necessário.
4.1.10. Atuar em consonância com as políticas recomendadas pela CNP-benzeno.

4.2. Da FUNDACENTRO
4.2.1. Promover, em conjunto com outras instituições públicas e privadas, es-
tudos e pesquisas referentes à substituição e utilização controlada do benzeno
do ponto de vista da exposição ocupacional e seus efeitos biológicos, atendendo
as prioridades estabelecidas pela CNP-benzeno.

5. DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

-
trole e diagnóstico da exposição ocupacional ao benzeno.

5.2. Manter registro de trabalhadores expostos, com ou sem sinais e sintomas de


benzenismo, afastados ou não do trabalho, incluindo os demitidos, com atuali-
zação anual.

5.3. Fomentar pesquisas no campo da saúde, visando o aprimoramento técnico


do diagnóstico precoce e o controle do benzenismo.

5.4. Publicar nos instrumentos legais próprios a normatização para "VIGILÂN-


CIA DA SAÚDE DOS TRABALHADORES NA PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPA-
CIONAL AO BENZENO".

5.5. Normatizar outros procedimentos para a padronização de exames clínicos e


laboratoriais de admissão, periódicos, demissionais e de retorno ao trabalho dos
afastados por benzenismo, ouvido parecer da CNP-benzeno.

29
Acordo sobre Benzeno

-
plementares necessários à elucidação de danos à saúde por benzeno, tais como:
avaliações citoquímicas, imunológicas, citogenéticas, histológicas e neuropsico-
lógicas.

5.7. Participar da CNP-benzeno e de outras Comissões regionais e locais sobre as


questões relacionadas ao benzeno.

6. DAS EMPRESAS

6.1. Desenvolver programas permanentes de melhoria contínua, visando à


redução dos níveis de concentração ambiental do benzeno e sua substituição,
quando possível e necessário.

6.2. Assumir o gerenciamento ambiental como expressão de alta prioridade em-


presarial, em busca da excelência.

6.3. Implantar medidas que previnam, na fonte, a liberação ou dispersão do ben-


zeno.

-
nar a exposição ocupacional ao benzeno.

6.5. Implementar programas de treinamento e conscientização dos trabalhado-


res quanto ao conhecimento dos riscos do benzeno e as medidas de prevenção
da exposição.

6.6. Cumprir e fazer cumprir, no menor prazo possível, as determinações previs-


tas no presente acordo e na Portaria relativa à prevenção da exposição ocupa-
cional ao benzeno.

6.7. Colaborar no desenvolvimento de estudos, pesquisas e eventos para preven-


ção da exposição ocupacional ao benzeno e sua substituição, quando possível e
necessário.

7. DOS TRABALHADORES

7.1. Executar suas atividades em conformidade com os requisitos e exigências


previstas no presente acordo e nos instrumentos legais que o acompanham.

relativa à prevenção da exposição ocupacional ao benzeno.

30
CAPÍTULO IV – DA COMISSÃO NACIONAL PERMANENTE
DO BENZENO – CNP-benzeno

8. Será constituída a Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNP-


-benzeno, que funcionará como um fórum tripartite de discussão, negociação e
acompanhamento deste acordo. A comissão não terá funções de natureza execu-
tiva e se relacionará diretamente com a SSST/MTb.

8.1. A CNP-benzeno terá como atribuições:


8.1.1. Acompanhar a implantação e o desenvolvimento do presente acordo e au-
xiliar os Órgãos Públicos nas ações que visem o cumprimento dos dispositivos
legais que o acompanham;
8.1.2. Conhecer, analisar e propor soluções para os impasses que vierem a ocor-
rer no cumprimento do presente acordo;
8.1.3. Complementar o presente acordo nas questões relacionadas ao suporte
aos trabalhadores com alterações da saúde provenientes da exposição ocupacio-
nal ao benzeno, respeitada a realidade dos diferentes segmentos signatários do
presente acordo, com início dos trabalhos após 30 (trinta) dias da instalação da
CNP-benzeno e prazo previsto de 120 (cento e vinte) dias para apresentação das

-
venção da exposição ocupacional ao benzeno, priorizando:

b) realização de Seminário Internacional sobre o benzeno;


c) atendimento ao subitem 8.1.5.
8.1.5. Propor inclusões e alterações nos dispositivos legais que regulamentam a
prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, priorizando:
a) atividades excluídas do campo de aplicação do presente acordo;
b) redução da concentração de benzeno em produtos acabados;
c) substituição do benzeno, na produção de álcool anidro, e em outras
situações em que se comprovar a possibilidade técnica e necessidade
de tal substituição.
8.1.6. Apreciar as solicitações de prorrogação de prazos para adequação ao VRT
e deliberar sobre sua aprovação.

Controlada do Benzeno.

31
Acordo sobre Benzeno

8.2. A CNP-benzeno será composta de 6 (seis) representantes titulares e 6 (seis)


suplentes de cada um dos seguintes setores: trabalhadores, empregadores e de
governo.
8.2.1. As representações titulares e suplentes serão indicadas por:
a) Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - Ministério do Traba-
lho;
b) FUNDACENTRO – Ministério do Trabalho;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério da Previdência Social;
e) Ministério da Industria e Comércio;
f) Instituto Brasileiro de Siderurgia/IBS;

da Petroquímica no Estado de São Paulo/SINPROQUIM;


h) Instituto Brasileiro do Petróleo/IBP;
i) PETROBRAS;
j) Confederação Nacional da Indústria / CNI;
k) Associação Brasileira da Indústria Química / ABIQUIM;
l) Central Única dos Trabalhadores/CUT;
m) Força Sindical;
n) Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria/CNTI.

(trinta) dias, após a publicação da Portaria relativa a prevenção da exposição


ocupacional ao benzeno, para indicarem formalmente à SSST/MTb, seus repre-
sentantes.

8.4. A SSST/MTb terá o prazo máximo de 60 (sessenta) dias, após a publicação


da Portaria relativa a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, para a
instalação da CNP-benzeno.

8.5. Caberá à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho/MTb a coordenação


da CNP-benzeno.

8.6. A CNP-benzeno poderá constituir sub-comissões e grupos de trabalho sem-

8.6.1. Estão inicialmente acordados os seguintes grupos de trabalho para:


a) estudos para a redução da concentração de benzeno em produtos
acabados, com início das atividades 180 (cento e oitenta) dias após a

32
publicação da Portaria relativa a prevenção da exposição ocupacional
ao benzeno;
b) protocolo de estudos para implantação do Indicador Biológico de Ex-
posição, com prazo de 90 (noventa) dias após a publicação da Porta-
ria relativa a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno.

8.7. A CNP-benzeno respeitará as instâncias locais e regionais de negociação


existentes ou que venham a ser constituídas, seguindo os princípios de respeito
mútuo e de cumprimento deste acordo.

CAPÍTULO V – DA PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES

9. Nas empresas abrangidas pelo presente acordo, e naquelas por elas contra-
tadas no que couber, será constituído, no prazo de 30 dias após a publicação da
Portaria relativa à prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, o "Grupo de
Representação dos Trabalhadores do Benzeno – GTB", objetivando o acompa-
nhamento da elaboração, implantação e desenvolvimento do Programa de Pre-
venção da Exposição Ocupacional ao Benzeno.

9.1. O GTB das empresas de produção de álcool anidro e daquelas proibidas de


utilizar o benzeno a partir de 01/01/97 deverão observar o estabelecido espe-
-
pacional ao benzeno.

9.2. O GTB será composto por 30% (trinta por cento) do número de membros
da representação titular dos trabalhadores na CIPA, com o mínimo de 2 (dois)
representantes.
9.2.1. O número obtido no cálculo percentual será sempre aproximado para o
número inteiro superior.
9.2.2. Os trabalhos desenvolvidos pelo GTB da empresa contratada, quando hou-
ver, deverão se adequar ao Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao
Benzeno e aos trabalhos do GTB da empresa contratante.

9.3. Os representantes dos trabalhadores que não forem reeleitos para o GTB, te-
rão prorrogado a sua participação nas reuniões do GTB / CIPA, pelo prazo de 90

da reunião ordinária de Belo Horizonte/MG, de que não se trata de prorrogação


do mandato de membro da CIPA.
9.3.1. A escolha dos membros do GTB não implicará em aumento do quadro total
da CIPA, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 5 – NR 5.

33
Acordo sobre Benzeno

9.3.2. A participação dos membros do GTB nas atividades da CIPA seguirá o dis-
posto na NR 5, respeitados os acordos coletivos vigentes.

9.4. Os membros do GTB devem participar de treinamento sobre os riscos do


benzeno e seus efeitos sobre a saúde, com carga horária mínima de 20 (vinte)
horas, com o seguinte conteúdo:

• riscos da exposição ao benzeno;


• vias de absorção;
• sinais e sintomas do benzenismo;
• vigilância da saúde dos trabalhadores;
• monitoração da exposição ao benzeno;
• detalhamento do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao
Benzeno;
• procedimentos de emergência;
• riscos de incêndio e explosão;
• caracterização básica das instalações e pontos de possíveis emissões;
• acordos e dispositivos legais sobre o benzeno.
9.4.1. Poderá haver participação do sindicato no treinamento, mediante acordo
entre as partes.
9.4.2. Este treinamento deverá ser realizado no prazo máximo de 90 dias após a
publicação da Portaria relativa a prevenção da exposição ocupacional ao benze-
no. No caso de organização de novas CIPA, o treinamento será realizado imedia-
tamente após o curso previsto na NR 5.

9.4.4. As empresas se comprometem a continuar a efetuar o treinamento dos


trabalhadores expostos ao Benzeno.

9.5. São atribuições do GTB:


a) sugerir e acompanhar a implantação de medidas de segurança que
visem eliminar riscos à saúde dos trabalhadores;
b) inspecionar periodicamente os locais de trabalho, inclusive os das
contratadas, onde o benzeno está presente, observando a existência
de vazamentos, derrames, fontes de emissão para o ambiente, execu-

observância das normas de segurança e outras questões pertinentes


a assuntos de sua competência;

34
obrigações referentes ao benzeno, assumidas pelo empregador, ou

d) acompanhar e analisar o desenvolvimento do Programa de Prevenção


da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB, respeitados os aspec-
tos técnicos e éticos;
e) apresentar mensalmente para a CIPA relatórios dos trabalhos realiza-
dos;
f) participar de cursos, eventos e treinamentos que versem sobre as-
suntos ligados ao benzeno, de comum acordo entre as partes.

9.6. São atribuições do empregador:


a) permitir o acesso e fornecer cópia, quando solicitado, de toda a docu-
mentação e informação relativos ao benzeno, aos membros do GTB,
respeitando as questões éticas;
b) garantir e facilitar aos membros do GTB tempo necessário para o
cumprimento de suas atribuições;
c) garantir e facilitar o acesso do GTB a:

cópias, impressão e guarda de formulários, serviços e aparelhos de


comunicação, local para reunião e arquivamento de documentos, e
outros necessários;
• documentos, laudos, relatórios e informações relativas a assunto de
sua competência, respeitadas as questões éticas;
• locais de trabalho, estabelecimentos, frentes de obras ou serviços
onde se desenvolvam atividades que por sua natureza ou caracte-
rística, se enquadrem entre as atribuições do GTB;
d) garantir e custear a participação dos membros do GTB no Curso de

-
rão ser reportadas ao Responsável pelo Programa de Prevenção da Exposição
Ocupacional ao Benzeno indicado pela empresa.
9.7.1. Nas situações em que a empresa não atender adequadamente e em tempo
hábil acordado as solicitações, o GTB deverá informar a CIPA, os Órgãos Pú-
blicos competentes e o Sindicato da Categoria, visando garantir a saúde dos
trabalhadores.

35
Acordo sobre Benzeno

CAPÍTULO VI – DA ADEQUAÇÃO AO VRT-MPT


10. As empresas abrangidas por este acordo, com exceção das indústrias si-
derúrgicas, as produtoras de álcool anidro e aquelas que deverão substituir o
benzeno a partir de 01 de janeiro de 1997, terão prazo até 31/12/97 para se
adequarem ao Valor de Referência Tecnológico – VRT-MPT em 1,0 (um) ppm,
conforme determinação da Portaria relativa a prevenção da exposição ocupacio-
nal ao benzeno.

11. As indústrias siderúrgicas terão prazo até 31/12/98 para se adequarem ao


Valor de Referência Tecnológico – VRT-MPT em 2,5 (dois vírgula cinco) ppm,
conforme determinação da Portaria relativa à prevenção da exposição ocupacio-
nal ao benzeno.

caráter excepcional, até 31/12/99.


12.1. A solicitação de prorrogação deverá ser entregue no prazo máximo de 360
(trezentos e sessenta) dias após a publicação da Portaria relativa a prevenção da
exposição ocupacional ao benzeno.
12.2. Os prazos só serão prorrogados diante da comprovação, pela empresa, de
uma das seguintes situações:

vendas da empresa;
c) concorrência acirrada dos investimentos para sobrevivência com os
investimentos em melhoria ambiental;
d) impedimentos de natureza temporal.

-
nir proposta de substituição do benzeno até 31 de dezembro de 1996.
13.1. O desenvolvimento dos estudos de substituição do benzeno deverá ser
apresentado e discutido periodicamente na CNP-benzeno.

CAPÍTULO VII – DO CERTIFICADO DE


UTILIZAÇÃO CONTROLADA DO BENZENO

14. As empresas que cumprirem os requisitos previstos no presente acordo e


na Portaria sobre o benzeno poderão requerer junto ao CNP-benzeno, através

36
Benzeno.

pela SSST/MTb, por deliberação prévia da CNP-benzeno, sempre que houver


comprovação de descumprimento do presente acordo ou da Portaria relativa a
prevenção da exposição ocupacional ao benzeno.

CAPÍTULO VIII – DAS PENALIDADES

15. As empresas pagarão as seguintes multas pelo descumprimento do presen-


te acordo:
a) pelo descumprimento dos prazos de implantação previstos no pre-
-
dos nas alíneas "b" e "c":
• 4 (quatro) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-
28 da Portaria 3214/78, e
• o dobro na reincidência;
b) pelo descumprimento do prazo de adequação do VRT, previsto nos
itens 10 e 11, do CAPÍTULO VI do presente acordo:
• 6 (seis) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-28
da Portaria 3214/78, e
• o dobro na reincidência;
c) pelo descumprimento do prazo de prorrogação de adequação ao VRT,
previsto no item 12, do CAPÍTULO VI do presente acordo:
• 10 (dez) vezes o valor da maior penalidade (I-4) prevista na NR-28
da Portaria 3214/78, e
• o dobro na reincidência;

para pesquisas, seminários e outros eventos que objetivem a prevenção da ex-


posição ocupacional ao benzeno.
15.1.1. A operacionalização da utilização dos recursos do Fundo será matéria de
deliberação da CNP-benzeno.

37
Acordo sobre Benzeno

15.2. O descumprimento do prazo de adequação ao VRT-MPT ou do prazo de


prorrogação de adequação ao VRT-MPT caracteriza irregularidade grave, poden-

15.3. Caberá ao MTb, através dos Órgãos Regionais responsáveis pela área de
Segurança e Saúde do Trabalhador, a comprovação do descumprimento do pre-
sente acordo.

Signatários do Acordo
REPRESENTANTES DO GOVERNO
Ministério do Trabalho
Paulo Paiva – Ministro do Trabalho
Humberto Carlos Parro – Presidente da Fundacentro

Ministério da Previdência e Assistência Social


Reinhold Stephanes – Ministro da Previdência e Assistência Social

Ministério da Saúde
José Carlos Seixas – Secretário Executivo do Ministério da Saúde

REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES


Arnaldo Gonçalves – Força Sindical
José Gabriel T. dos Santos – Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Indústria
Paulo Machado – Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos
Remígio Todeschini – Central Única dos Trabalhadores

REPRESENTANTES EMPRESARIAIS
Augusto C. L. de Carvalho – Instituto Brasileiro de Siderurgia
Décio de Paula Leite Novaes – Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para
Fins Industriais e Petroquímica de São Paulo
Guilherme D. E. de Moraes – Associação Brasileira da Industria Química e de
Produtos Derivados

TESTEMUNHAS
Antonio Augusto Junho Anastasia – Secretário Executivo MTb
João Carlos AIexim – Diretor da OIT Brasil
Plínio Gustavo Adri Sarti – Secretário de Relações do Trabalho

38
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995
Ministério do Trabalho
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
(DOU de 22/12/95 – Seção 1 – p. 21.865 e 21.866)

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de


suas atribuições legais, e
CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidência de casos de
benzenismo no Brasil;
CONSIDERANDO que o benzeno é uma substância reconhecidamente
carcinogênica;
CONSIDERANDO que o Decreto nº 157, de 02 de julho de 1991, deter-
mina que seja executa e cumprida a Convenção nº 139 e a recomendação 147 da
Organização Internacional que seja executada e cumprida a Convenção nº 139
e a recomendação 147 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, sobre

cancerígenas ou Agentes Cancerígenos;


CONSIDERANDO o Decreto nº 1.253 de 27 de setembro de 1994, de-
termina que seja cumprida a Convenção nº 136 e a recomendação 144 da Orga-
nização Internacional do Trabalho – OIT sobre a Proteção Contra os Riscos de
Intoxicação Provocados pelo Benzeno;
CONSIDERANDO o acordo assinado entre a Confederação Nacional
da Indústria – CNI, Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM, o
Instituto Brasileiro de Siderurgia - IBS, o Sindicato das Indústrias de Produtos
Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo – SIN-
PROQUIM, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria – CNTI, a
Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos – CNTM, a Central Úni-
ca dos Trabalhadores – CUT, a Força Sindical, a Fundação Jorge Duprat Figuei-
redo de Segurança e Medicina no Trabalho – FUNDACENTRO, o Ministério da
Saúde – MS e o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, resolve:

39
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995

Art. 1º Alterar o item "Substâncias Cancerígenas" do Anexo 13, da Nor-


ma Regulamentadora nº 15 – ATIVIDADE S E OPERAÇÕES INSALUBRES, da Por-
taria MTb nº 3.214, de 08 de junho de 1978, com redação dada pela Portaria SSST
nº 3 de 10 de março de 1994, que passa a vigorar com a seguinte redação:
Substâncias cancerígenas
Para as substâncias ou processos a seguir, relacionados, não deve ser permitida
nenhuma exposição ou contato, por qualquer via:
- 4 - amino difenil (p-xenilamina);
- produção de benzidina;
- Beta-naftilamina
- 4 - nitrodifenit
Entende-se por nenhuma exposição ou contato, hermetizar o processo ou ope-
ração, através dos melhores métodos praticáveis de engenharia, sendo que o
trabalhador deve ser protegido adequadamente de modo a não permitir ne-
nhum contato com o carcinogênico.
Sempre que os processos ou operações não forem hermetizados, será conside-
rada como situação de risco grave e iminente para o trabalhador.
Para o Benzeno, deve ser observado o disposto no Anexo 13-A.
Art. 2º Incluir na Norma Regulamentadora nº 15 – ATIVIDADES E
OPERAÇÕES INSALUBRES, o Anexo 13-A – Benzeno.
Art. 3º As empresas que produzem, transportam, armazenam, utili-
zam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas contendo 1% (hum por cen-
to) ou mais de volume deverão, no prazo máximo de 90 (noventa) dias da data de
publicação desta Portaria, ter seus estabelecimentos cadastrados junto a Secre-
taria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho – SSST/MTb.
Art. 4º As empresas que produzem, armazenam, utiliza ou manupu-
lam benzeno e sua misturas líquidas contendo 1% (hum por cento) ou mais
de volume deverão apresentar à SSST/MTb, no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias, após a publicação desta Portaria, o Programa de Prevenção de
Exposição Ocupacional do Benzeno – PPEOB.
Parágrafo único - Ficam excluídas desta obrigatoriedade as empre-
sas produtoras de álcool anidro e aquelas proibidas de utilizarem o benzeno.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revo-
gadas as disposições em contrário, em especial a Portaria SSST nº 3 de 10 de
março de 1994.

Zuher Handar

40
Anexo 13-A*1
Benzeno
(Atualizado conforme Portaria nº 203, de 28 de janeiro de 2011,
e Portaria nº 291, de 08 de dezembro de 2011)

1. O presente Anexo tem como objetivo regulamentar ações, atribuições


e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, visando
à proteção da saúde do trabalhador, visto tratar-se de um produto comprova-
damente cancerígeno.

2. O presente Anexo se aplica a todas as empresas que produzem, transportam, ar-


mazenam, utilizam ou manipulam benzeno e suas misturas líquidas contendo 1%
(um por cento) ou mais de volume e aquelas por elas contratadas, no que couber.

2.1. O presente Anexo não se aplica às atividades de armazenamento, transpor-


te, distribuição, venda e uso de combustíveis derivados de petróleo.

3. Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para


qualquer emprego, exceto nas indústrias e laboratórios que:
a) o produzem;
b) o utilizem em processos de síntese química;
c) o empreguem em combustíveis derivados de petróleo;
d) o empreguem em trabalhos de análise ou investigação realizados em
laboratório, quando não for possível sua substituição.

* O Anexo 13-A foi acrescentado à NR-15 através da Portaria no 14 de 20 de dezembro 1995.

em que se aplicam o presente Anexo devem ser submetidos à aprovação da SSST/MTb.”.


A Portaria no 203 de 28 de janeiro de 2011, alterou este Anexo. Ela retirou os itens relativos
à utilização do benzeno como na formação de azeótropo na produção de álcool anidro, uma
vez que tinha vencido o prazo para a sua substituição. Esta Portaria acrescentou o item
4.1.1 que diz que somente serão cadastradas as instalações concluídas e aptas a operar e

-
tar os projetos de novas instalações para a aprovação do MTE. Considerando, no entanto,
os investimentos necessários para implantação de novas unidades, é de bom alvitre a
consulta preliminar à Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz), que poderá
esclarecer os requisitos necessários ao cadastramento, além de oportunamente propor
medidas de melhorias e apresentar recomendações de boas práticas para a redução da ex-
posição ao benzeno.

41
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995

3.1. (Revogado pela Portaria SIT nº 203, de 28 de janeiro de 2011).

-
das nas alíneas do item 3 e que apresentem inviabilidade técnica ou econômica
de sua substituição deverão comprová-la quando da elaboração do Programa de
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno - PPEOB.

3.3. (Revogado pela Portaria SIT nº 291, de 08 de dezembro de 2011).

4. As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipu-


lam benzeno e suas misturas líquidas contendo 1% (um por cento) ou mais de
volume devem cadastrar seus estabelecimentos no DSST. (Alterado pela Portaria
SIT nº 203, de 28 de janeiro de 2011).

4.1. Para o cadastramento previsto no item 4, a empresa deverá apresentar ao


DSST as seguintes informações: (Alterado pela Portaria SIT nº 203, de 28 de
janeiro de 2011):

b) número de trabalhadores por estabelecimento;


c) nome das empresas fornecedoras de benzeno, quando for o caso;
d) utilização a que se destina o benzeno;
e) quantidade média de processamento mensal;
f) documento-base do PPEOB. (Inserido pela Portaria SIT nº 203, de 28
de janeiro de 2011).
4.1.1 Somente serão cadastradas as instalações concluídas e aptas a operar.
(Inserido pela Portaria SIT nº 203, de 28 de janeiro de 2011).
4.1.2 Para o cadastramento de empresas e instituições que utilizam benzeno
apenas em seus laboratórios, processos de análise ou pesquisa, quando não for
possível a sua substituição, a solicitação deve ser acompanhada de declaração
assinada pelos responsáveis legal e técnico da empresa ou instituição, com justi-

de 08 de dezembro de 2011).
4.1.2.1 O PPEOB do laboratório de empresas ou instituições enquadradas no

trabalho, não sendo necessário o seu encaminhamento para o Departa-


mento de Segurança e Saúde no Trabalho - DSST. (Alterado pela Portaria
SIT nº 291, de 08 de dezembro de 2011).

42
4.2. A comprovação de cadastramento deverá ser apresentada quando da aqui-
sição do benzeno junto ao fornecedor.

4.3. As fornecedoras de benzeno só poderão comercializar o produto para em-


presas cadastradas.

4.4. As empresas constantes deverão manter, por 10 (dez) anos, uma relação
atualizada das empresas por elas contratadas que atuem nas áreas incluídas na
caracterização prevista no PPEOB, contendo:

- período de contratação;
- atividade desenvolvida;
- número de trabalhadores.

4.5. O cadastramento da empresa ou instituição poderá ser suspenso em caso de


infração à legislação do benzeno, de acordo com os procedimentos previstos em

se destina o benzeno e a quantidade média de processamento mensal devem ser


-
presa. (Alterado pela Portaria SIT nº 203, de 28 de janeiro de 2011).

5. As empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipu-


lam benzeno em suas misturas líquidas contendo 1% (um por cento) ou mais
do volume devem apresentar ao DSST o documento-base do PPEOB, juntamente
com as informações previstas no subitem 4.1. (Alterado pela Portaria SIT nº 203,
de 28 de janeiro de 2011) .

5.1. (Revogado pela Portaria SIT nº 203, de 28 de janeiro de 2011).

5.2. O PPEOB, elaborado pela empresa, deve representar o mais elevado grau
de compromisso de sua diretoria com os princípios e diretrizes da prevenção da
exposição dos trabalhadores ao benzeno devendo:

cargo gerencial mais elevado;


b) ter indicação de um responsável pelo Programa que responderá pelo
mesmo junto aos órgãos públicos, às representações dos trabalhado-

43
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995

5.3. No PPEOB deverão estar relacionados os empregados responsáveis pela


sua execução, com suas respectivas atribuições e competências.

5.4. O conteúdo do PPEOB deve ser aquele estabelecido pela Norma Regula-
mentadora nº 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, com a redação
dada pela Portaria nº 25, de 29.12.94, acrescido de:
- caracterização das instalações contendo benzeno ou misturas que o
contenham em concentração maior do que 1% (um por cento) em vo-
lume;
-
ção ocupacional e vigilância do ambiente de trabalho segundo a Ins-
trução Normativa IN nº 01;
- ações de vigilância à saúde dos trabalhadores próprios e de terceiros,
segundo a Instrução Normativa IN nº 02;
- descrição do cumprimento das determinações da Portaria e acordos
coletivos referentes ao benzeno;
- procedimentos para o arquivamento dos resultados de avaliações
ambientais previstas na IN nº 01 por 40 (quarenta) anos;
- adequação da proteção respiratória ao disposto na Instrução Norma-
tiva nº 01, de 11.4.94;
-
des de apoio e medidas de organização do trabalho necessárias para
a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno. Nos procedimen-
tos de manutenção deverão ser descritos os de caráter emergencial,
rotineiros e preditivos, objetivando minimizar possíveis vazamentos
ou emissões fugitivas;
- levantamento de todas as situações onde possam ocorrer concentra-
ções elevadas de benzeno, com dados qualitativos e quantitativos que
contribuam para a avaliação ocupacional dos trabalhadores;
- procedimentos para proteção coletiva e individual dos trabalhado-
-
cadas no item anterior, através de medidas tais como: organização
do trabalho, sinalização apropriada, isolamento de área, treinamento

proteção para evitar contato com a pele;


- descrição dos procedimentos usuais nas operações de drenagem, la-
vagem, purga de equipamentos, operação manual de válvulas, trans-
ferências, limpezas, controle de vazamentos, partidas e paradas
de unidades que requeiram procedimentos rigorosos de controle de
emanação de vapores e prevenção de contato direto do trabalhador
com o benzeno;

44
- descrição dos procedimentos e recursos necessários para o controle
da situação de emergência, até o retorno à normalidade;
- cronograma detalhado das mudanças que deverão ser realizadas na
empresa para a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno e a
adequação ao Valor de Referência Tecnológico;
- exigências contratuais pertinentes, que visem adequar as atividades
de empresas contratadas à observância do Programa de contratante;

18 (dezoito) anos, mulheres grávidas ou em período de amamentação.

6. Valor de Referência Tecnológico - VRT se refere à concentração de benzeno

negociação tripartite. O VRT deve ser considerado como referência para os pro-
gramas de melhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho. O cum-
primento do VRT é obrigatório e não exclui risco à saúde.

6.1. O princípio da melhoria contínua parte do reconhecimento de que o ben-


zeno é uma substância comprovadamente carcinogênica, para a qual não existe
limite seguro de exposição. Todos os esforços devem ser dispendidos continua-
mente no sentido de buscar a tecnologia mais adequada para evitar a exposição
do trabalhador ao benzeno.

VRT-MPT que corresponde à concentração média de benzeno no ar pondera-


da pelo tempo, para uma jornada de trabalho de 8 (oito) horas, obtida na zona
de respiração dos trabalhadores, individualmente ou de Grupos Homogêneos de
Exposição
6.2.1 Os valores Limites de Concentração - LC a serem utilizados na IN nº 01,

7. Os valores estabelecidos para os VRT-MPT são:


- 1,0 (um) ppm para as empresas abrangidas por este Anexo (com ex-
ceção das empresas siderúrgicas, as produtoras de álcool anidro e
aquelas que deverão substituir o benzeno a partir de 1º.01.97).
- 2,5 (dois e meio) ppm para as empresas siderúrgicas.

7.1. O Fator de Conversão da concentração de benzeno de ppm para mg/m3 é:


1ppm = 3,19 mg/m3 nas condições de 25°C, 101 kPa ou 1 atm.

7.2. Os prazos de adequação das empresas aos referidos VRT-MPT serão acor-
dados entre as representações de trabalhadores, empregadores e de governo.

45
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995

7.3. Situações consideradas de maior risco ou atípicas devem ser obrigatoria-

7.4. As avaliações ambientais deverão seguir o disposto na Instrução Normativa

8. Entende-se como Vigilância da Saúde o conjunto de ações e procedimentos


que visam à detecção, o mais precocemente possível, de efeitos nocivos induzi-
dos pelo benzeno à saúde dos trabalhadores.

8.1. Estas ações e procedimentos deverão seguir o disposto na Instrução Nor-


-
posição Ocupacional ao Benzeno.”

9. As empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas por elas contratadas

trabalhadores para o benzeno objetivando a acompanhar a elaboração, implan-


tação e desenvolvimento do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional
ao Benzeno.

9.1. A organização, constituição, atribuições e treinamento desta representação


serão acordadas entre as representações dos trabalhadores e empregadores.

10. Os trabalhadores das empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas


por elas contratadas, com risco de exposição ao benzeno, deverão participar de
treinamento sobre os cuidados e as medidas de prevenção.

11. As áreas, recipientes, equipamentos e pontos com risco de exposição ao

Risco à Saúde” e o acesso a estas áreas deverá ser restringido às pessoas auto-
rizadas.

12. A informação sobre os riscos do benzeno à saúde deve ser permanente,


-
gurança sobre Benzeno”, sempre atualizada.

13. Será de responsabilidade dos fornecedores de benzeno, assim como dos fa-
bricantes e fornecedores de produtos contendo benzeno, a rotulagem adequada,
destacando a ação cancerígena do produto, de maneira facilmente compreensí-

46
vel pelos trabalhadores e usuários, incluindo obrigatoriamente instrução de uso,
riscos à saúde e doenças relacionadas, medidas de controle adequadas, em cores
contrastantes, de forma legível e visível.

14. Quando da ocorrência de situações de emergência, situação anormal que


pode resultar em uma imprevista liberação de benzeno que possa exceder o
VRT-MPT, devem ser adotados os seguintes procedimentos:
a) após a ocorrência de emergência, deve-se assegurar que a área envol-
vida tenha retornado à condição anterior através de monitorizações
sistemáticas. O tipo de monitorização deverá ser avaliado dependen-
do da situação envolvida;
b) caso haja dúvidas das condições das áreas, deve-se realizar uma ba-
teria padronizada de avaliação ambiental nos locais e dos grupos ho-
mogêneos de exposição envolvidos nestas áreas;
c) o registro da emergência deve ser feito segundo o roteiro que se se-
gue: - descrição da emergência - descrever as condições em que a
emergência ocorreu indicando:
- atividade; local, data e hora da emergência;
- causas da emergência;
- planejamento feito para o retorno à situação normal;
- medidas para evitar reincidências;
- providências tomadas a respeito dos trabalhadores expostos.

15. Os dispositivos estabelecidos nos itens anteriores, decorrido o prazo para


-

OPERAÇÕES DIVERSAS
Insalubridade de grau máximo
Operações com cádmio e seus compostos:
- extração, tratamento, preparação de ligas, fabricação e emprego de

ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante em revesti-


mentos metálicos, e outros produtos.
Operações com as seguintes substâncias:
- éterbis (cloro-metílico);
- benzopireno;
- berílio;

47
Portaria nº 14, de 20 de dezembro de 1995

- cloreto de dimetil-carbamila;

- dióxido de venil ciclohexano;


- epicloridrina;
- hexametilfosforamida;

- nitrosaminas;
- propano sultone;
- beta-propiolactona; e
- tálio.

Produção de trióxido de amônio - ustulação de sulfeto de níquel.

Insalubridade de grau médio


- Aplicação a pistola de tintas de alumínio.
- Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem).
- Fabricação de emetina e pulverização de ipeca.
- Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico e sulfúrico, bromí-
drico, fosfórico, pícrico.
- Metalização a pistola.
- Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira.
- Operações com o timbó.
- Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cro-
magem, zincagem, cobreagem, anodização de alumínio.

e recepção de sinais em fones.


- Trabalhos com escórias de Thomas: remoção, trituração, moagem e
acondicionamento.
- Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas.
- Trabalhos na extração de sal (salinas).
- Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.

Insalubridade de grau mínimo


- Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição
à poeira.
- Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre

48
Instrução Normativa nº 01, de 20 de dezembro de 1995
Ministério do Trabalho
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
(DOU de 04/01/1996 Seção 1 p. 127 - 130)

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atri-


buições legais e,
CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidência de casos de
benzenismo no Brasil;
CONSIDERANDO que a benzeno é uma substância reconhecidamente
carcinogênica;
CONSIDERANDO a Decreto nº 1253 de 27/09/94 que aprova o texto
da Convenção nº 136 e Recomendação nº 144 da Organização Internacional do
Trabalho OIT, sobre a Proteção Contra as Riscos de Intoxicação Provocados
pelo Benzeno;
CONSIDERANDO a retirada do agente químico benzeno do Quadro I,
do Anexo 11, da Norma Regulamentadora nº 15 Atividades e Operações Insa-
lubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3214, de 08/06/78, conforme publicação
do artigo 3º da Portaria SSST nº 03, de 10/03/94;
CONSIDERANDO a obrigatoriedade da realização do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais PPRA, conforme redação da Norma Regula-
mentadora nº 9, aprovado pela Portaria MTb nº 3214, de 08/06/78;
CONSIDERANDO a necessidade de se obter uma uniformização dos
critérios e procedimentos das avaliações ocupacionais ao benzeno;
CONSIDERANDO a redação do Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regu-
lamentadora nº 15 Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Porta-
ria MTb nº 3214, de 08/06/78;
CONSIDERANDO o parecer do Grupo de Trabalho Tripartite para ela-
boração de proposta de regulamentação sabre benzeno, instituído pela Porta-
ria SSST nº 10, de 08/09/94, resolve:

49
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

Art. 1º
DAS CONCENTRAÇÕES DE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO”, refe-
rente ao Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamentadora nº 15 Atividades e
Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTb nº 3214, de 08/06/78, com
a seguinte redação:

Anexo
Avaliação das Concentrações de Benzeno
em Ambientes de Trabalho

1. OBJETIVO
Esta Norma Técnica visa a determinação da concentração de Benzeno
no ar nos ambientes de trabalho. Leva em consideração as possibilidades e li-
mitações das determinações analíticas, estatísticas, bem como do julgamento

2. CAMPO DE APLICAÇÃO
Esta Norma Técnica se aplica, exclusivamente, à determinação e ava-
liação das concentrações de Benzeno no ar em ambientes de trabalho.

3. DEFINIÇÕES

apresentadas a seguir:
a) Ambiente de trabalho
-
presa.
b) Amostra de Curta Duração
Para efeito dessa norma é aquela coletada durante um período de até
15 minutos.
c) Amostra instantânea
No escopo desta Norma Técnica, entende-se por amostra instantâ-
nea aquela coletada através do usa de instrumentos que permitem a
determinação da concentração de Benzeno no ar representativa de
um determinado local em um dada instante. O tempo total de coleta,
nestes casos, deve ser inferior a 5 minutos.
d) Amostragem

50
É o processo de seleção de amostras, baseado em estudos e métodos
estatísticos convenientes que possam oferecer resultados represen-
tativos da exposição ocupacional ou concentração ambiental.
e) Análise

concentração de Benzeno em uma amostra.


f) Avaliação
Caracteriza-se pelo conjunta de ações necessárias para se realizar
uma caracterização completa de um determinado ambiente ou da ex-
posição ocupacional de trabalhadores.
g) Benzeno

ONU nº 1114.
h) Coleta
Corresponde ao processa de se obter uma amostra de Benzeno no ar.
i) Concentração de Benzeno no ar
Corresponde a quantidade total de Benzeno par unidade de volume
de ar. É expressa como massa por unidade de volume (m/v) ou volu-
me por unidade de volume (v/v).
Para efeito desta norma as unidades adotadas são respectivamente
mg/m³ e ml/m³.
j) Concentração Media Ponderada no Tempo (CMPT)
Corresponde a concentração de Benzeno obtida pelo somatório das
concentrações ponderadas pelos respectivos tempos de duração
das coletas, dividido pelo somatório dos tempos.
k) Distribuição log-normal

de que a logaritmo dos seus valores são normalmente distribuídos.


l) Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)
Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam expo-
sição semelhante de farina que, a resultado fornecido pela avaliação
da exposição de qualquer trabalhador do grupa seja representativo
da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo.
m) Limites de Concentração (LC)
Para efeito desta Norma Técnica, corresponde a um valor de concen-
tração de Benzeno media ponderada no tempo, estabelecido pelo Mi-

n) Local de trabalho
Local onde o trabalhador desenvolve as suas atividades.

51
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

o) mg/m³
Unidade de concentração correspondente a miligrama de Benzeno
por metro cúbico de ar.
p) Monitoramento
É o processo periódico e sistemático da avaliação ambiental de Benzeno.
q) ppm
Unidade de concentração correspondente a partes de Benzeno por
milhão de partes de ar, em volume. É equivalente a mililitros de vapor
de Benzeno por metro cúbico de ar (ml/m³), nas mesmas condições
de pressão e temperatura.
r) Turno ou jornada de trabalho
Refere-se ao período de tempo diário no qual o trabalhador exerce a
sua atividade remunerada no ambiente de trabalho.
s) Zona de respiração
Região hemisférica com um raio de aproximadamente 30 cm das na-
rinas.
t) Zona de trabalho

onde o trabalhador desenvolve sua(s) atividade(s).


Uma zona de trabalho pode ser formada por um ou mais locais de
trabalho.

4. AVALIAÇÃO
A avaliação das concentrações de Benzeno no ar nos ambientes de
trabalho visa atender aos seguintes objetivos:
• conhecer as exposições efetivas dos trabalhadores durante um de-
terminado período de tempo;
• conhecer os níveis de concentração em locais determinados;
• diagnosticar fontes de emissão de Benzeno no ambiente de trabalho;

• comparar as resultados com Limites de Concentração estabelecidos.


A avaliação de Benzeno nos ambientes de trabalho deve compreender
as seguintes etapas:
4.1. RECONHECIMENTO/CARACTERIZAÇÃO;
4.2. ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO;
4.3. AVALIAÇÃO INICIAL;
4.4. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS/JULGAMENTO
PROFISSIONAL.

52
4.1 RECONHECIMENTO/CARACTERIZAÇÃO
A consulta aos trabalhadores e discussão com os mesmos é elemento
fundamental para um correto reconhecimento/caracterização.
Esta etapa envolve a coleta inicial de informações, a visita aos locais
de trabalho para observações detalhadas e a determinação dos GHE.
Os resultados obtidos nesta etapa são de vital importância para a de-
terminação da ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO e dos GRUPOS HOMOGÊNEOS DE
EXPOSIÇÃO.
As informações levantadas devem incluir os procedimentos de ope-
ração normal, procedimentos para manutenção, procedimentos pré-operacio-
nais e situações de emergência.
Devem ser levantadas as seguintes informações:
4.1.1. Referentes ao Processo Produtivo e a Planta Industrial
a) relação de todos os equipamentos (bombas, tanques, vasos, colunas
de extração, de destilação, de secagem, reatores, etc.) que contenham
ou por onde circule Benzeno puro ou em misturas, suas característi-
cas e localização no processo ou planta industrial;
b) relação de todas as possíveis fontes de emissão de vapores de Benze-

c) descrição do processo produtivo enfatizando as circunstâncias, fases


do processo ou procedimentos que podem contribuir para a contami-
nação dos ambientes de trabalho pelo Benzeno;
d) quantidade de Benzeno processado (como matéria prima, como pro-
duto e como solvente, quando for a caso);
e) parâmetros operativos, como temperatura e pressão, nas várias fases
do processo e nos equipamentos contendo ou por onde circulem Ben-
zeno;
-
dustrial contendo as disposições dos equipamentos e fontes relacio-
nados nos itens a e b acima;
g) descrição dos locais de trabalho, enfatizando se são ambientes abertos
ou fechados (se fechados, área e pé direito), a ventilação natural deter-
minada e a existência ou não de equipamentos de proteção coletiva;
h) dados climáticos: temperatura do local de trabalho, umidade relativa
do ar e direção dos ventos com as respectivas taxas de predominância;
i) interferência de áreas vizinhas aos locais de trabalho.

53
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

4.1.2. Referentes aos trabalhadores e processos de trabalho (pessoal próprio e


contratados)
a) zonas de trabalho e posição dos trabalhadores em relação as fontes
de emissão de Benzeno;
b) descrição das funções, dos procedimentos e das atividades dos tra-
balhadores, enfatizando o tempo e freqüência de cada operação ou

c) duração da jornada e regime de trabalho;


d) número de trabalhadores totais expostos ao Benzeno e daqueles com
atividades idênticas e que possam ser separados por grupos conside-
rados de exposição similar;

risco de exposição;
f) atividades, procedimentos e zonas de trabalha, a priori, como de
maior risco de exposição;
g) dados indicativos de possível comprometimento da saúde relativo a
exposição ao benzeno.
4.1.3. Avaliações pregressas de concentração de Benzeno no ar
a) resultados de todos os monitoramentos anteriores realizados (moni-
toramento pessoal e de área);
b) outras medições já realizadas (de fontes de emissão, em situações de
emergência, na avaliação de medidas de controle, etc.).
Outras informações também poderão ser utilizadas de modo orien-

monitoramentos ou mesmo, na interpretação dos resultados. São elas:


c) resultados de concentrações de Benzeno no ar obtidos em processos
de trabalho comparáveis (quando disponíveis);
d) cálculos matemáticos de dispersão (quando disponíveis).

4.2. ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO


-
ção da coleta e tempo de coleta/medição, do número mínimo de resultados
exigidas, da escolha dos períodos para a realização das coletas/medições e a
realização do diagnóstico inicial.
4.2.1. Métodos de coleta de amostras
a) Coleta de amostra pessoal (ou individual)
Visa a determinação da concentração de Benzeno na zona de respiração
do trabalhador, fornecendo, assim, resultados representativos da sua exposição.

54
trabalhador, na altura da zona de respiração (geralmente na lapela).

É aquela onde o sistema de coleta ou medição é posicionado em um

respiração dos trabalhadores.

concentração de Benzeno no ar de um determinado ambiente de trabalho aos

medidas de controle ou quando se quer realizar avaliações em tempo real


através do usa do monitores contínuos com sistemas de registro de resulta-
dos, acoplados ou não a sistemas de alarme.
As avaliações de área podem ser usadas para detectar variações sa-
-
ção coletiva implementados.
As avaliações de área não devem ser consideradas como um substi-
tuto da avaliação pessoal, pois algumas atividades do trabalhador podem in-

Para trabalhadores cujas atividades não gerem exposições adicionais


ao Benzeno, a avaliação de área pode ser uma alternativa aceitável para uma
estimativa das exposições ocupacionais.
Os pontos de coleta de amostras da área devem ser determinados atra-
vés de critérios técnicos e discussão com os trabalhadores. Devem ser conside-
rados os seguintes fatores: número e localização das fontes de emissão de Ben-

4.2.2. Duração da coleta e tempo da coleta/medição


A duração da coleta se refere ao período avaliado. A duração da coleta
será, no máximo, o turno inteiro de trabalho.
O tempo de coleta/medição é o tempo no qual ocorre a coleta de cada
amostra de ar ou cada medição da concentração do Benzeno. O tempo de cole-
ta/medição será, no máximo, igual à duração da coleta.
4.2.3. Técnicas de coleta de amostras
a) Amostra única
Nestes casos, uma única amostra de ar é coletada continuamente du-
rante todo o período desejado. O tempo de coleta da amostra é igual ao da dura-
ção da coleta. A concentração de Benzeno obtida já é representativa da concen-
tração MPT do período.

55
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

A concentração de Benzeno no ar é calculada pela equação abaixo:

Quantidade de Benzeno na amostra (mg) x 1000 (mg/m3)


CMPT = volume de ar coletado (litros)

b) Coletas de amostras consecutivas


Nestes casos, várias amostras do ar são coletadas durante o período
desejado, sendo que, o tempo total de coleta deverá ser igual ao da duração do
período. As amostras são analisadas e os resultados de concentração de Benze-
no em cada uma delas são utilizados para a cálculo da concentração MPT (CMPT )
para o período, utilizando a equação abaixo.
Esta técnica de coleta é útil nos casos de existirem atividades diferen-
ciadas ao longo da jornada, pois, além de possibilitar a comparação com o Limi-
te de Concentração para o turno inteiro, permite conhecer as concentrações de
Benzeno correspondentes a cada período/atividade amostrado.

C1 T1 + C2 T2 + ......+ Cn Tn
CMPT =

onde,
CMPT = concentração MPT no período, em ppm ou mg/m³.
Cn = concentração de Benzeno no ar obtida na amostra n, em ppm ou mg/m³.
Tn = tempo de coleta da amostra n, em minutos ou horas.
Tt = tempo total da coleta = T1 + T2 + ... + Tn. Deverá ser aproximadamente igual
ao tempo e duração do período (ex.: 8 horas = 480 minutos).

c) Coletas parciais
Também nestes casos, várias amostras de ar são coletadas duran-
te o período do trabalho, sendo que, o tempo total de coleta é inferior ao da
duração do período de trabalho escolhido. As amostras são analisadas e os
resultados de concentração de Benzeno em cada uma delas são utilizados para
o cálculo de concentração MPT para o período avaliado utilizando a mesma
equação do item anterior. O tempo total, Tt, será igual à soma dos tempos de
coleta de cada amostra.
Para comparar a resultado do CMPT obtido com o Limite de Concentra-
ção para o turno inteiro, é necessário que o tempo total de coleta cubra, pelo
menos, 70% da jornada de trabalho (Ex.: 5,6 horas para jornadas de 8 horas).

d) Coletas/medições instantâneas
As coletas/medições instantâneas só poderão ser usadas para a de-
terminação da concentração média ambiental de Benzeno se houver um nú-

56
mero mínimo de 8 coletas/medições no período de interesse (jornada inteira
ou períodos das atividades/operações). Para avaliações da jornada inteira de
trabalho só se deve usar esta técnica de coleta/medição quando for possível
garantir que a distribuição da exposição ou concentração ambiental de Benze-
no são uniformes ao longo da jornada.
Quando se deseja estimar a exposição de um trabalhador que desen-
volve várias atividades diferentes ou muda de local ou zona de trabalho ao lon-
go da jornada, devem ser realizadas um número mínimo de 8 coletas/medições
em cada situação. As coletas/medições deverão ser realizadas na altura média
da zona de respiração dos trabalhadores.
Para avaliações da jornada inteira do trabalho utilizando-se a coleta
de amostras de curta duração, um número mínimo de 8 amostras deverão ser
obtidas durante a jornada. Também neste caso, só se deve usar esta técnica de
coleta quando for possível garantir que a distribuição da exposição ou concen-
tração ambiental do Benzeno são uniformes ao longo da jornada.
Os momentos de coleta das amostras deverão ser escolhidos aleato-
riamente, subdividindo-se o período de interesse em um número de subperío-
dos de tempo equivalente, no mínimo, ao tempo de coletas/medição.
Ex.: Uma atividade que dura 2 horas (120 minutos) contém 8 subpe-
ríodos de 15 minutos, 12 de 10 minutos, 24 de 5 minutos, etc.
Tomando-se como exemplo uma jornada de trabalho de 8 horas (480
minutos), durante a qual se deseja realizar 8 coletas de 15 minutos, deve-se
proceder da seguinte forma:
1) subdivide-se o período de 480 minutos em n subperíodos de 15 minutos:
subperíodo intervalo (hora)
01 08:00-08:15
02 08:15-08:30
03 08:30-08:45

31 16:00-16:15
32 16:15-16:30

2) utiliza-se qualquer metodologia de escolha aleatória para selecionar os 8


subperíodos a serem avaliados. Cada subperíodo estará associado ao seu in-
tervalo de tempo. Procedimento análogo deverá ser utilizado para as coletas/
medições dentro de períodos de tempo menores.

57
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

O resultado da concentração de Benzeno nestes casos corresponderá a


Média Aritmética das Concentrações obtidas nas 8 coletas/medições no período
amostrado. A Média Aritmética neste caso corresponde a MPT.
4.2.4. Número mínimo de resultados exigidos para uma avaliação.
O número mínimo de resultados de MPT necessários para serem uti-
lizados na avaliação estatística é de 5.
No caso da avaliação ambiental (amostragem de área), deve ser uti-
lizado um número mínimo de 5 resultados em cada ponto escolhido como re-
presentativo do local de trabalho, na etapa de reconhecimento/caracterização.
Para a avaliação dos valores de curta duração devem ser obtidos um
mínimo de 5 resultados em cada operação ou atividade em que haja a possibi-
lidade de ocorrência de picos de concentração ou em cada período avaliado.
Para a avaliação do GHE deverão ser obtidos 5 resultados de MPT es-
colhendo-se aleatoriamente os períodos de coleta. A escolha aleatória poderá
recair sobre um mesmo trabalhador ou em até 5 trabalhadores do mesmo GHE.
O número mínimo de resultados permite que possa haver uma con-

4.2.5. Distribuição das amostras no tempo


A escolha das épocas para a realização das coletas deve ser feita alea-
toriamente, isto é, não será dada preferência especial a nenhum período, turno,
dia, trabalhador, época do ano, etc.
Situações consideradas do maior risco ou atípicas devem ser obrigato-
riamente avaliadas. Vale, no entanto, a escolha aleatória dentro dessas situações.
4.2.6. Diagnóstico inicial
-
verão ser complementadas por avaliações adicionais. Essas avaliações normal-
mente devem ser realizadas considerando-se os pontos ou situações críticas
nos locais de trabalho.
Nesta fase é possível utilizar inúmeras ferramentas analíticas que
não necessariamente as que serão empregadas na avaliação formal para efeito
desta Norma Técnica.
4.2.7. Metodologia analítica

da Concentração Atmosfera de Benzeno nos ambientes de trabalho,


respeitando as Limites de Concentração estabelecidos polo Ministé-
rio do Trabalho. O resultado deve ser único com respeito à concentra-
ção do Benzeno.

58
b) A metodologia analítica deverá fornecer resultados nas mesmas
unidades dos Limites do Concentração estabelecidos. Deve ter seu
limite de detecção, sensibilidade e precisão ajustados para os referi-
dos Limites.
c) A metodologia analítica deverá ser capaz de medir concentrações de
Benzeno na faixa de um vigésimo (1/20) a três (3) vezes o Limite
de Concentração MPT para o período em avaliação. E, quando não
for possível, como no caso das amostras de curta duração, no míni-
mo um quinto (1/5) do Limite de Concentração MPT para o período
em avaliação.
-
tração total deverá ser reportado como sendo referente ao Benzeno.
e) A imprecisão como erro integral de toda a metodologia e erros aci-
dentais durante o procedimento de monitoração não deve exceder a
25% (vinte e cinco por cento).
f) O procedimento analítico deverá ter sido validado em laboratório e
no campo.
g) Os laboratórios deverão desenvolver Programas de Controle de
Qualidade Laboratorial Interno e participar, sempre que possível,

resultados.
h) Poderão ser utilizadas metodologias analíticas da Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (ABNT), de organismos internacionais de
renome como, NIOSH, OSHA, ACGIH (EUA), DFG (Alemanha), entre
outras, como referência.
i) No caso de só utilizar metodologias que requeiram o uso de bombas

seguidos:
• as bombas devem ser calibradas contra qualquer sistema padrão
primário de calibração, ou padrão secundário devidamente aferido;
• a calibração deve ser feita antes e após cada coleta de amostra, obe-
decendo-se os critérios de correção dos valores de vazão;
• para efeito da avaliação estatística, só serão admitidas amostras
cujas variações nos resultados das calibrações sejam de, no máxi-
mo, 5%, isto é, se o resultado absoluto da expressão:

result. da calibração inicial

Caso o resultado seja maior que 5%, as amostras só poderão ser utili-

59
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

4.3. AVALIAÇÃO INICIAL


Baseado nas informações levantadas no item 4.1, deve-se planejar e
executar uma avaliação inicial completa atendendo ao disposto no item 4.2.
Os resultados dessa avaliação inicial serão objeto de análise de acor-
do com o item 4.4

4.4. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS/JULGAMENTO PROFISSIONAL


a) Para proceder a interpretação os resultados devem ser separados da
seguinte forma:
• Avaliações individuais: para o turno inteiro, períodos determina-
dos, especiais tais como: procedimentos, atividades e condições
operacionais.
• Avaliações de área: para o turno inteiro, contínua, períodos de-

medidas de controle, fontes de omissão, estimativa de exposição


ocupacional e condições operacionais.
Em cada caso devem ser separados os resultados de curta duração
(curta exposição).
b) Para efeito desta Norma Técnica, se considera que os resultados de
concentração média do Benzeno obedecem a uma distribuição log-
-normal.
c) Os resultados (mínimo de 5) deverão ser submetidos ao tratamento
estatístico de acordo como Apêndice 1, obtendo-se o LIMITE SUPE-

valor do LSC passa a ser adotado como valor representativo da avalia-


-
zeno.
d) Em seguida, calcula-se a relação:
LSC (95%) = I
onde, I = índice de julgamento
LC = Limites de Concentração de Benzeno
Este índice I deve ser utilizado para desencadear medidas de controle
e para balizar a freqüência do monitoramento.
e) Recomenda-se que a freqüência mínima para o monitoramento seja a
seguinte:

Nesta situação, a freqüência de monitoramento deve ser aquela neces-


sária para a avaliação das medidas adotadas.

60
f) Independente da avaliação do GHE, qualquer desvio dos resultados
individuais em relação aos Limites de Concentração estabelecidos de-
verão ser investigados, relatando-se as possíveis causas e eventuais
medidas recomendadas ou adotadas.
g) Caso haja qualquer alteração, seja tecnológica, operacional ou de
procedimentos e atividades, que levem à suspeita de ocorrerem al-

avaliação.
h) Até a realização de uma nova avaliação, a situação a ser considerada
como representativa do objeto da avaliação (exposição do trabalha-
dor ou do GHE, ou a concentração ambiental de Benzeno) será aquela
da última avaliação realizada.
i) Quando ocorrerem situações de emergência tais como, respingos, va-
zamentos, rupturas ou outras falhas que possam levar a uma maior
exposição ocupacional ou a um aumento na concentração ambiental
de Benzeno, deverão ser realizados, logo após normalizada a situa-
ção, monitoramentos visando garantir que a situação retornou ao ní-
vel anterior. Caso a condição anterior à situação de emergência não
seja alcançada, deve-se proceder uma nova avaliação padrão, ou seja,
para determinar o novo valor de I.
j) Os monitoramentos realizados durante a situação de emergência ser-
virão, apenas, para a caracterização da situação, visando o direciona-
mento e avaliação das medidas corretivas implantadas.
k) A garantia de que as Limites de Concentração não serão ultrapassa-
dos pode ser atingida através do monitoramento contínuo com ins-
trumentos de leitura direta (medição instantânea) acoplados a siste-
mas de pré-alarme e alarme principal que desencadeiam medidas de
controle para baixar a concentração o mais rapidamente possível.

6. RELATÓRIO
Todos as dados e informações obtidos dentro do escopo desta Norma
Técnica deverão ser registrados em relatório completo, contendo:
a) Informações obtidas no item 4.1- Reconhecimento/Caracterização.

a todos os critérios escolhidos.

quanto a todos os critérios escolhidos, inclusive do uso de monitores


contínuos acoplados a sistemas de alarme.

61
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

d) Metodologia analítica utilizada, incluindo:


• sistemas do coleta utilizados;
• equipamentos utilizados (bombas de amostragem, instrumentos
de leitura direta, medidores do umidade relativa e temperatura,
medidores de velocidade de vento, etc.);
• método de análise adotado;
• cálculos dos resultados de concentração detalhados
• informações gerais sobre a metodologia analítica conforme item

validação em campo, programas de controlo de qualidade interno e


externo que participa ou desenvolve, etc.).
e) Resultados das avaliações e a julgamento das situações
Deverão estar relacionados:
• nomes dos trabalhadores amostrados;
• os responsáveis pelas coletas;
• os responsáveis pelas análises laboratoriais;
• a instituição que realizou os monitoramentos;
• a instituição que realizou as análises das amostras;
• as datas e horários em que foram realizadas as coletas/medições;
• as condições operacionais e dos locais de trabalho durante os mo-
nitoramentos;
• todos as resultados de concentração obtidos;
• os resultados das avaliações realizadas conforme item 4.4, acompa-
nhado dos respectivos cálculos

f) Recomendações gerais

APÊNDICE 1
CÁLCULOS ESTATÍSTICOS

Procedimento
Para cada situação avaliada os resultados de concentração média de
Benzeno (mínima de 5) deverão ser tratados da forma descrita abaixo:

1. Os principais parâmetros a serem obtidos são:


• número de resultados totais = n
• graus de liberdade (n-1) = g
• maior resultado = Max. *

62
• menor resultado = Min. *
• media aritmética dos resultados = MA *
• desvio padrão da MA para (n-1)= DP *
• Logaritmo neperiano (ln) dos resultados = ln(xi)
• media dos ln(xi)= M(ln)
• desvio padrão de M(ln) para (n-1) = DP(In)
• media geométrica = MG *
• desvio padrão geométrico DPG *
• t( /2) do Student para 95% e g. graus de liberdade = t( /2)

2. Para efeito desta Norma Técnica, os resultados nulos ou abaixo do limite de


detecção do método deverão ser considerados como sendo o valor correspon-
dente à metade do limite de detecção (Ex.: Caso o limite de detecção da metodo-
logia seja igual a 0,1 ppm, todos os resultados nulos ou abaixo deste valor serão
considerados como sendo 0,05 ppm).

3. O grau de liberdade (g) é sempre o número total do resultados menos 1 (n-1)

4. A média aritmética (MA) é igual a soma dos resultados dividido pelo número
destes.

5. O desvio padrão (DP) da média aritmética (MA) é igual a:

6. Tanto média aritmética MA quanto o seu desvio padrão DP, podem ser obtidos

resultados Xn na função estatística da calculadora e pedir diretamente que a mesma


forneça os resultados de MA e de DP, este último para n-1 graus de liberdade.

7. O logaritmo neperiano (lnxi) dos resultados, a sua média, M(ln), e respectivo


desvio padrão, DP(ln), podem ser obtidos com auxílio da mesma calculadora.

8. A média geométrica dos resultados, MG, e o desvio padrão geométrico para


n-1graus de liberdade, DPG(n-1), são obtidos aplicando-se, na calculadora, a fun-
ção exponencial (eX) ou anti ln (o inverso de ln) sobre as resultados de M(ln) e
DP(ln), respectivamente.

63
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

9. A partir da Tabela Resumida da Distribuição t deste Apêndice obtém-se o

10. Os dados obtidos podem ser ordenados em uma tabela como a abaixo indi-
cada (Tabela 1).

11. Com os dados obtidos, calcula-se a logaritmo neperiano do Limite Superior

média verdadeira, através da equação abaixo.

12. Em seguida, obtém-se o LSC como abaixo indicado

LSC(95%) = exp(ln(LSC)) = eln(LSC) (4)

verdadeira é menor que este limite.

13. Utiliza-se a LSC(95%) conforme procedimento descrito no item 4.4 desta


Norma.
Tabela 1 - Parâmetros estatísticos obtidos
Resultados (Xi) lnXi
X1 lnX1
X2 lnX2
Xn lnXn
. .
. .
. .
Xn lnXn
MA M(ln)
DP DP(ln)
MG = exp(M(ln)) ou eM(ln)
DPG = exp(DP(ln))ou eDP(ln)

64
EXEMPLO PRÁTICO (Situação SIMULADA)
Avaliação de Benzeno no ar.
Resultados correspondem a MPT para um turno de 8 horas. (amostragem única
cobrindo toda a jornada de trabalho).
Limite de detecção do método = 0,1 ppm

Graus de liberdade (g) = 10 - 1 = 9

Resultados (Xi) lnXi


0,05 -2,996
0,3 -1,204
0,4 -0,916
0,1 -2,303
0,05 -2,996
0,5 -0,693
0,2 -1,609
0,05 -2.996
0,2 -1,609
0,3 -1,204
MA= 0,22 M(ln)= -1,85
DP= 0,16 DP(ln)= 0,90
MG = 0,16
DPG = 2,5

Pela Tabela Resumida da Distribuição t, a valor de t (/2) para 9 graus


de liberdade é 2,262. Utilizando-se as equações 3 e 4 deste Apêndice encontra-
remos os valores de ln(LSC) e LSC(95%), ou seja,

IN (LSC) = -1,85 + 0,5 [0,90]2 + 2,262.(0,9) (3)


10

logo, In (LSC) = -0,80 e LSC(95%) = e-0,80 = 0,45

O valor de LSC(95%) é utilizado juntamente com a LC, conforme o pro-


cedimento do item 4.4.

65
Instrução Normatina nº 1, de 20 de dezembro de 1995

Tabela Resumida da Distribuição t

Graus de Liberdade (g) t0,975


1 12,706
2 4,303
3 3,182
4 2,776
5 2,571
6 2,447
7 2,365
8 2,306
9 2,262
10 2,228
11 2,201
12 2,179
13 2,160
14 2,145
15 2,131
16 2,120
17 2,110
18 2,101
19 2,093
20 2,086
21 2,080
22 2,074
23 2,069
24 2,064
25 2,060
26 2,056
27 2,052
28 2,048
(...)
66
(...)
Graus de Liberdade (g) t0,975
29 2,045
30 2,042
40 2,021
60 2,000
120 1,980
1,960

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Leidel NA., Busch K.A. & Lynch, J.A., Occupational Exposure Sampling Strategy
Manual, National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), EUA, 1977
2. American Industrial Hygiene Association (AIHA), A Strategy for Occupational
Exposure Assesrnent, Hawkins N.C., Norwood S.K. & Rock J.C. (Ed.), EUA, 1991
3. TRGS 402, Ermittlung und Beurteilung der Konzentrationen gefarlicher Sto-
ffe in der Luft in Arbeitsbereichen (Determinação e Avaliação de Substâncias
Perigosas a Saúde Contidas no Ar no Ambiente de Trabalho) - BMA-Ministério
do Trabalho e da Ordern Social Alemão, Alemanha (Oc.) 1986.
4. Benzene, Federal Register 1910.1028, Occupational Safety and Health Admi-
nistration (OSHA), EUA, 1989.
5. Goelzer, B. Estratégias para Avaliação de Exposição no Ambiente de Trabalho
a Contaminantes Atmosféricos, Revista CIPA, Brasil, 1993.
6. AIDII, Guide Operative di Igiene Industriale - Strategia di Controllo del Fattori
di Rischio Chimici negli Ambienti di Lavoro, Sordelli D. & Nano G. (coord.), Itália.

Art. 2º - Esta I.N. entra em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições em contrário.

Zuher Handar
Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho

67
Instrução Normativa nº 02, de 20 de dezembro de 1995
Ministério do Trabalho
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
(DOU de 04/01/1996 Seção 1 p. 130-131)

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atri-


buições legais e,
CONSIDERANDO a necessidade de evitar a incidência de casos de
benzenismo no Brasil;
CONSIDERANDO que o benzeno é uma substância reconhecidamente
carcinogénica;
CONSIDERANDO o Decreto nº 1253 de 27/09/94 que aprova o texto
da Convenção nº 136 e Recomendação nº 144 da Organização Internacional do

pelo Benzeno;
CONSIDERANDO a redação do Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regu-

3214, de 08/06/78;
CONSIDERANDO a obrigatoriedade da realização do Programa de

Regulamentadora nº 7, aprovada pela Portaria SSST nº 24, de 29/12/94;


CONSIDERANDO a necessidade de se obter uma uniformização dos
critérios e procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores na preven-
ção da exposição ocupacional ao benzeno;
CONSIDERANDO parecer do Grupo de Trabalho Tripartite para elabo-
ração de proposta de regulamentação sobre benzeno instituído pela Portaria
SSST nº 10, de 08/09/94; resolve:

Art. 1º
DA SAÚDE DOS TRABALHADORES NA PREVENÇÃ0 DA EXPOSIÇÃO OCUPACIO-

69
Instrução Normatina nº 2, de 20 de dezembro de 1995

NAL AO BENZENO”, referente ao Anexo 13-A Benzeno, da Norma Regulamen-


tadora nº 15 Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Portaria MTb
nº 3214, de 08/06/78, com a seguinte redação:

Anexo
Vigilância da Saúde dos Trabalhadores na
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno

1. DEFINIÇÃO

1.1. Para efeito desta Instrução Normativa, vigilância da saúde é o conjunto de


ações e procedimentos que visam à detecção, o mais precocemente possível,
de efeitos nocivos induzidos pelo benzeno à saúde dos trabalhadores.

2. INSTRUMENTOS

2.1. Os instrumentos utilizados para o propósito de vigilância da saúde, confor-

2.1.1. Anamnese clínico ocupacional;

2.1.3. Exames complementares, compreendendo, no mínimo, hemograma


completo com contagem de plaquetas e reticulócitos;
2.1.4. Dados epidemiológicos dos grupos de risco;
2.1.5. Dados toxicológicos dos grupos de risco obtidos pela avaliação de indi-
cadores biológicos de exposição, aplicados de acordo com protocolo a ser desen-
volvido pelo Ministério da Saúde/FIOCRUZ – CESTEH e Ministério do Trabalho/
FUNDACENTRO.

3. APLICAÇÕES

3.1. As ações e procedimentos de vigilância da saúde deverão ser realizados


para os trabalhadores das empresas abrangidas pelo item 7.4.1. da NR7 (Porta-
ria 3214 de 08/06/78, alterada pela Portaria 24 de 29/12/94).
3.1.1. Exame Admissional: realização do anamnese clinico ocupacional, exame

70
alterações hematológicas encaminhar ao Sistema Único de Saúde – SUS e INSS
para as devidas providências;
3.1.2. Exame periódico: devem ser realizados a intervalos máximos de 6 meses

ressaltando a importância da construção da série histórica dos hemogramas.


3.1.3. Exame de mudança de função ou local: procedimentos idênticos aos do
exame admissional;
3.1.4. Exame de retorno ao trabalho: procedimentos diferenciados, em função
da patologia que o afastou e da exposição pregressa ao benzeno;
3.1.5. Exame demissional: deve ser feito nos trabalhadores compreendendo os

4. AÇÕES

4.1. No caso de exposição aguda:


4.1.1. No acidente de exposição sem quadro clínico de exposição aguda, deve o
médico:
4.1.1.1. Estabelecer rigoroso programa de acompanhamento clínico e labora-
torial do acidentado nos primeiros dias a partir da data do acidente;
4.1.1.2. Registrar em prontuário do trabalhador o evento acidente e seus acha-
dos clínicos e laboratoriais de vigilância da saúde;
-
zeno;
4.1.1.4. Desencadear ações imediatas de correção, prevenção o controle no
ambiente, condições e processos de trabalho.
4.1.2. No acidente com sinais e sintomas de intoxicação aguda, deve o médico:
4.1.2.1. Dar o suporte de pronto atendimento clínico e laboratorial necessário;
4.1.2.2. Observar a evolução dos efeitos agudos do acidentado, acompanhando-
-o até o seu restabelecimento. O primeiro exame periódico após este
evento, deve ser realizado dentro de um período máximo de 3 meses.
4.1.3. O registro do acidente se fará em formulário próprio a partir de informa-

4.2. No caso de exposição crônica:


4.2.1. Detectada alterações clínicas o laboratoriais em trabalhadores, deve o
médico:

71
Instrução Normatina nº 2, de 20 de dezembro de 1995

4.2.1.1. Providenciar o imediato afastamento do trabalhador da exposição;


4.2.1.2. Aplicar de imediato procedimentos de investigação diagnóstica mais
complexos e abrangentes (biópsia de medula, avaliações neuropsicoló-
gicas e imunológicas, etc.), se necessário.

4.3. Nas situações 4.1.2. o 4.2., deve o médico:


4.3.1. Emitir CAT, conforme NR-7 e Portaria MS/SAS nº 119, de 09/09/93;
4.3.2. Encaminhar ao INSS para caracterização do acidento do trabalho e ava-
liação previdenciária;
4.3.3. Encaminhar ao SUS, para investigação clínica e registro;
4.3.4. Desencadear ações imediatas de correção, prevenção e controle no am-
biente, condições e processos de trabalho.

5. INFORMAÇÃO AO TRABALHADOR

5.1. O empregador deve fornecer ao trabalhador as cópias dos resultados dos


seus exames, laudos e pareceres.

6. GARANTIAS DOS TRABALHADORES

6.1. As empresas devem garantir ao trabalhador sob investigação de alteração


do seu estado de saúde suspeita de ser de etiologia ocupacional:
6.1.1. Afastamento da exposição;
6.1.2. Emissão da CAT;
6.1.3. Custeio pleno de consultas, exames e pareceres necessários a elucidação
diagnostica de suspeita de danos à saúde provocado por benzeno;
6.1.4. Custeio pleno de medicamentos, materiais médicos, internações hospi-
talares e procedimentos médicos de tratamento de dano à saúde provocado por
benzeno ou suas sequelas e conseqüências.

7. REFERENCIAIS

7.1. O benzenismo é uma síndrome decorrente da ação do benzeno sobre di-


versos sistemas (nervoso central, hematopoiético, imunológico, genético, etc.).
Os sinais e sintomas observados são também comuns a outros agentes tóxicos e
nosológicos e sua diferenciação requer avaliação clínica e laboratorial adequada
associada aos dados de exposição ocupacional e ambientais atuais ou pregres-

72
sos, além da investigação de outros processos clínicos que possam estar relacio-
nados ou serem agravantes dos mesmos.

7.2. Para efeito de vigilância da saúde devem ser valorizados e rigorosamente


investigados:
7.2.1. Sintomas tais como: astenia, infecções repetitivas ou oportunísticas, he-
morragias e distúrbios neurocomportamentais cefaléia, tontura, fadiga, sono-

7.2.2. Sinais tais como: palidez da pele e mucosas, febre, petéquias, epistaxes,
estomatites, sangramentos gengivais, etc.
7.2.3. O hemograma não é um exame próprio para detecção de alterações pre-
coces. E um instrumento laboratorial que detecta alterações de hematopoiese

de comparação deve ser o do próprio individuo em período anterior ao trabalho


em atividades que o exponha a agentes mielotóxicos. Na ausência deste dado,
-

edition; 1993).
7.2.4. Os hemogramas são instrumento auxiliar no diagnóstico devendo ser
relacionados com o quadro clínico e/ou anamnese ocupacional. Sua utilização
para o diagnóstico do benzenismo deve estar sempre associado a esses dados.
7.2.5. As possíveis variações nos hemogramas devem ser levadas em conside-
ração, assim como as características individuais de cada trabalhador. Para tanto,
a série histórica de hemograma de cada indivíduo deve ser valorizada como re-
ferência principal.
7.2.6. Os hemogramas devem ser realizados de preferência pelo método de
contagem automática, tendo em vista apresentar menor margem de erro. No
entanto, o importante é manter o mesmo método para possibilitar o controle
do erro.
7.2.7. Toda e qualquer alteração hematológica qualitativa ou quantitativa deve
ser valorizada. Na casuística brasileira e internacional a leucopenia e/ou neutro-
penia são sinais frequentemente observados.
7.2.8. Outras alterações: o estudo da medula óssea por biópsia deve ser crite-

e avaliado por anatomopatologista ou hematologista, é um recurso importan-

Outros exames como testes do mutagenicidade (testes do rnicronúcleos e de


avaliação de metáfases), imunológicos (imunoglobulinas e provas funcionais

73
Instrução Normatina nº 2, de 20 de dezembro de 1995

dos casos em que houver necessidade.

7.3. Os prontuários médicos de trabalhadores e dos intoxicados devem ser man-


tidos à disposição daqueles, dos seus representantes legalmente constituídos e
dos órgãos públicos por no mínimo 30 anos após o desligamento do trabalhador.

7.4. Após doze meses, a contar da publicação da norma, a Comissão Nacional Per-
manente de Negociação sobre o Benzeno, constituirá grupo do trabalho tripartite
para, a partir dos dados epidemiológicos e ambientais existentes e dos conheci-

-
dade dos exames de saúde, do retorno ao trabalho e de mudança de função.

Art. 2º
revogadas as disposições em contrário.

Zuher Handar
Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho

Grupo de Trabalho Tripartite sobre Benzeno


PARTICIPANTES DA NEGOCIAÇÃO

MINISTÉRIO DO TRABALHO
Danilo Fernandes Costa

José Eduardo Freire de Menezes


Mário Bonciani

FUNDACENTRO
Albertinho B. de Carvalho
Arline Sydneia Abel Arcuri
José Possebon

74
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Alfredo Benatto
Jacinta de Fátima Sena da Silva

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


Adalis Antônio Lopes Santos
Sandra Maria Hannuê Narciso

REPRESENTAÇÃO DOS EMPREGADOS


Baldomero de Oliveira (IBS)
Cláudio Silva (IBIQUIM)
Cláudio Tavares (IBS)
Eduardo Y. Koizumi (Copersucar)
Homero Arujas (SINPER)
Irundi Sampaio Edelweiss (CNI)
José Líbero Reis Cajazeira (Assessor Técnico)
José Raimundo Pontes Barreira (IBS)
José Roberto Teixeira (Assessor Técnico)
Mário Leopoldo de Pinto Neto (ABIQUIM)
Nelson Zorovich (SINPROQUIM)
Silvio Nascimento Martins (IBS)
Zunara Carmel Neves Leite (Assessoria)

REPRESENTAÇÃO DE TRABALHADORES
Antônio Silvan Oliveira (CNTI)
Arnaldo Gonçalves (CNTI)
Francisco Antônio de Castro Lacaz (Assessor Técnico)
Francisco José de Souza Ribeiro (CUT)
Gilberto de Souza Caldas (Força Sindical)
José Gaspar Ferraz de Campos (Força Sindical)
Josino Silva Rodrigues (CUT)
Nilton Benedito Branco Freitas (Assessor Técnico)

COLABORADORES
Alberto de Oliveira Pereira (SINPROQUIM)
Bernardo Bedrikow (Assessor Técnico)
Devanir Claro (DNGQ/CNTI)
Fausto Renato Vilela (Usina Nova América)

75
Instrução Normatina nº 2, de 20 de dezembro de 1995

Geraldo B. da Costa (Sindiquímica – CUT)


Heli Vieira
Jarbas Senas
José Arimatéia dos Santos (CUT)
José Zito Calasãs Rodrigues (CNTI)
Luiz Sérgio Soares Mamari (CNI)
Luiz Augusto de F. Cavalcanti
Luiz Carlos Ferreira Pedro (IBS)
Marco Antônio Vasconcelos Rego (MS)
Maurício Xavier Contrim (USP)
Milton Ribeiro (CUT)
Mônica Angelin Gomes de Lima (MS)
Norma Souto (CESAT/BH)
Onorio Kitayama
Rubens Machado da Silva (Usina Nova América)
Stênio Rodrigues (CUT)

76
Portaria nº 01, de 18 de março de 1996
Ministério do Trabalho
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
(DOU de 20/03/1996 Seção 2 p. 1999)

O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO no uso de


suas atribuições legais e considerando a necessidade de atender ao disposto
no item 8.4 do Benzeno, assinado no dia 20 de dezembro de 1995 pelo governo,
empregadores e trabalhadores, resolve:

Art 1º - Instalar a Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNP-


-Benzeno) às 09:00 horas do dia 29 de março de 1996 nas dependências do
Centro Técnico Nacional da FUNDACENTRO/SP.

Art 2º - A Comissão de que trata o artigo 1º desta Portaria será com-


posta pelos seguintes representantes titulares e suplentes das instituições
mencionadas:

Representação Governamental
TITULARES
Mário Bonciani - Ministério do Trabalho
Danilo Fernandes Costa - Ministério do Trabalho
Arline Sydneia Abel Arcuri - Fundacentro
Alfredo Benatto - Ministério da Saúde
Nilma Paulo - Ministério da Previdência e Assistência Social
Márcio Ferreira Venturini - Ministério da Indústria, Comércio e Turismo

SUPLENTES
Luiz Carlos Correa Oliveira - Ministério do Trabalho
José Possebom - Fundacentro

77
Portaria nº 01, de 18 de março de 1996

Albertinho Barreto de Carvalho - Fundacentro


Jorge Mesquita Huant Machado - Ministério da Saúde
Laura Maria Gomes - Ministério da Previdência e Assistência Social
Renato Navajas - Ministério da Indústria, Comércio e Turismo

Representação dos Empregadores


TITULARES
Baldomero de Oliveira - Instituto Brasileiro de Siderurgia
Nelson Zorowich
Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo
José Manoel Gana Soto - Instituto Brasileiro de Petróleo
Laércio Rodrigues Horta - Petróleo Brasileiro S.A.
Luiz Sérgio Mamari - Confederação Nacional da Indústria
Cláudio Silva - Associação Brasileira da Indústria Química

SUPLENTES
José Raimundo Pontes Barreira - Instituto Brasileiro de Siderurgia
José Roberto Teixeira - Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para

Gilberto Fonseca de Jesus - Instituto Brasileiro de Petróleo


Maria Cristina Dias dos Reis - Petróleo Brasileiro S.A.
Luiz Fernando de Meire Fontes - Confederação Nacional da Indústria
Waldemir Monteiro de Queiroz - Associação Brasileira da Indústria Química

Representação dos Trabalhadores


TITULARES
Moema Gramacho - Central Única dos Trabalhadores
Francisco José Ribeiro - Central Única dos Trabalhadores
Paulo Agildo Liz - Força Sindical
Paulo Roberto - Força Sindical
José Zito Calasãs Rodrigues - Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Indústria
José Silvan de Oliveira - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria

SUPLENTES
Josino Silva Rodrigues - Central Única dos Trabalhadores
Roberto Odilon Horta - Central Única dos Trabalhadores
Ernesto Saraiva - Força Sindical

78
Fernando da Silva Pereira Filho - Força Sindical
Manoel Valadares da Fonseca Filho - Confederação Nacional dos Trabalha-
dores na Indústria. Representante indicado pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Indústria

Art. 3º - É facultado a CNP-Benzeno, a convocação de entidades ou


instituições ligadas a área de segurança e saúde no trabalho, bem como re-
presentantes de Universidades ou outras instituições de ensino, para atuarem
como suporte técnico das reuniões, sempre que necessário.

Art. 4º - O Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministé-


rio do Trabalho, coordenará os trabalhos da CNP-Benzeno e nos seus impedi-
mentos eventuais, será substituído pelo Secretário-Adjunto desta Secretaria.

Art. 5º
de assessorar a CNP-Benzeno, no que tange aos assuntos administrativos, ope-
racionais e de ordem geral.
Parágrafo único – A Secretaria Executiva de que trata o artigo ante-
rior será coordenada pelo Engenheiro José Eduardo Freire de Menezes, Coorde-
nador da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

Art. 6º - As despesas exigidas para o comparecimento às reuniões,


constituirão ônus das respectivas entidades representadas.

Art. 7º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

Zuher Handar
Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho

79
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 27/12/2001 Seção 1 p. 260-261)

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DE-


PARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atri-

indicador biológico de exposição, proposto no item 8.1.4 do Acordo do Benze-


no; considerando que o item 5.4 do Anexo 13 A, com redação dada pela Portaria
nº 14, de 20 de dezembro de 1995, estabelece que as ações de vigilância à saúde
dos trabalhadores próprios e de terceiros previstas no conteúdo do PPEOB de-
vem ser realizadas segundo a Instrução Normativa - IN nº 02, de 20 de dezem-
bro de 1995; considerando que o item 2.1.5 do anexo da IN nº 02 supracitada
estabelece que os dados toxicológicos dos grupos de risco obtidos pela avalia-
ção de indicadores biológicos de exposição devem ser instrumentos utilizados
para o propósito de vigilância da saúde; e, considerando ainda que a Comissão
Nacional Permanente do Benzeno - CNPBz aprovou o protocolo atendendo ao
disposto no item 2.1.5 do anexo da IN nº 02, desenvolvido sob coordenação do
Ministério da Saúde/FIOCRUZ - CESTEH e do Ministério do Trabalho/FUNDA-
CENTRO, resolvem:

Art. 1º - Publicar o protocolo anexo a esta Portaria, visando deter-


minar os procedimentos para a utilização de indicador biológico de exposição
ocupacional ao benzeno.
Art. 2º - Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação.

Vera Olímpia Gonçalves


Secretária de Inspeção do Trabalho
Juarez Correia Barros Júnior
Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

81
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001

Anexo
Protocolo para a Utilização de
Indicador Biológico da Exposição Ocupacional ao Benzeno

1. Histórico
Com as medidas previstas e em alguns casos já estabelecidas, para a
diminuição da concentração do benzeno nos ambientes de trabalho e, por con-
seguinte, o controle da exposição ocupacional a este agente, o fenol urinário,
como Indicador Biológico de Exposição ao Benzeno (IBE-Bz), teve sua aplicação
restringida, quando não ultrapassada, no gerenciamento deste controle.
Desta forma foi retirada à obrigatoriedade da determinação de
fenol urinário em trabalhadores potencialmente expostos a benzeno. A Co-
missão Nacional Permanente do Benzeno (CNP-Bz), vem desde sua criação,
discutindo a implantação de outros indicadores para avaliação da exposição
ocupacional a este agente.
Com este objetivo foram já realizados:
a) Protocolo de estudos para implantação do indicador biológico de
exposição ao benzeno;
b) Seminário informativo IBE-Bz, realizado na FUNDACENTRO, em São
Paulo, no dia 12.08.96, que contou com cerca de 70 participantes;
-
vidados, além dos integrantes do Grupo de Trabalho indicado na
época, pela CNP-Bz. Nesta oportunidade foram apresentados proje-
tos de pesquisa visando estudar alguns dos indicadores propostos
na literatura;
-
cipantes resolveram encaminhar para a CNP-Bz uma recomenda-
ção de que fosse elaborado um protocolo indicativo sobre possíveis
IBEs a serem utilizados para a avaliação da exposição ocupacional
ao benzeno;
e) Acompanhamento das teses de doutorado de Maurício Xavier

a determinação de indicador biológico de exposição ao benzeno”

cabilidade do ácido trans,trans-mucônico urinário como indicador


biológico de exposição ao benzeno”, assim como a dissertação de
-
cional ao Benzeno: o ácido trans,trans-mucônico como indicador
-

82
-
rização de trabalhadores expostos ao benzeno”; e,
f) Decisão da CNP-Bz em dar encaminhamento à elaboração do pre-
sente protocolo, com a indicação do ácido trans,trans-mucônico
urinário (AttM - U) como IBE-Bz.

2. Do objetivo
Estabelecer a utilização de indicadores biológicos para detecção de
possível exposição ocupacional ao benzeno, que possuam características de apli-

de benzeno em ambiente de trabalho compatíveis com o valor de referência tec-


nológico preconizado no Brasil, podendo portanto ser utilizado como ferramenta
de acompanhamento de Higiene do Trabalho e da Vigilância da Saúde do Traba-
lhador, conforme item 2.1.5 da Instrução Normativa nº 2.

3. Do indicador biológico de exposição

3.1 Conceito
Indicador biológico de exposição é uma substância química, elemento
químico, atividade enzimática ou constituintes do organismo cuja concentra-
-
dos, possui relação com a exposição ambiental a determinado agente tóxico.
A substância ou elemento químico determinado pode ser produto de uma bio-
transformação ou alteração bioquímica precoce decorrente da introdução des-
te agente tóxico, no organismo. Para os agentes químicos preconizados na NR7,

do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria das pessoas ocupa-
cionalmente expostas não corre risco de dano à saúde. A ultrapassagem deste

-
te de tolerância ou limite de exposição ocupacional.
A adoção do VRT (Valor de Referência Tecnológico) traz a necessidade
de reavaliar o conceito de IBMP para o IBE ao benzeno. O VRT é baseado princi-
palmente na exeqüibilidade tecnológica e foram estabelecidos valores distintos
para diferentes ramos industriais. O cumprimento do VRT é obrigatório, mas
NÃO EXCLUI RISCO À SAÚDE. Por isso, para o benzeno não faz sentido o estabe-
lecimento de índice biológico máximo permitido.
Na Alemanha, onde se utiliza TRK, valor técnico de concentração am-
biental para substâncias carcinógenas, base conceitual do VRT, não se estabe-

83
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001

lecem valores limite para IBEs de substâncias carcinógenas ou mutagênicas.


-
lógicos equivalentes a diferentes valores de concentração ambiental, para que
sirvam de guia na investigação da exposição do trabalhador a esses agentes.
No Brasil, também está sendo adotado este conceito. Deverão ser es-
tabelecidas concentrações equivalentes dos IBEs com a concentração ambien-
tal do benzeno.
Portanto, este protocolo não trata somente da introdução de um novo

os resultados obtidos.

3.2 Objetivo
O IBE deve ser utilizado como ferramenta de higiene do trabalho e
como instrumento auxiliar de vigilância à saúde. Poderá, portanto, ser utiliza-
do para:
(1) correlação com os resultados de avaliações da exposição ocupa-
cional na zona respiratória do trabalhador, obtidas pela higiene
ocupacional;
(2) dedução, a partir dos resultados obtidos, da parcela de benzeno
absorvida após exposição do trabalhador;

grupo homogêneo estudado (mudanças de processo, de procedi-


mentos ou de equipamentos);
-
mo, que não a inalatória; pela pele, por exemplo; e,

3.3 Metodologia de aplicação

de sua determinação e estabelecidos os critérios de interpretação dos resul-


-
dadas, como nos exames periódicos, por exemplo, que podem coincidir com
períodos em que o trabalhador não executou nenhuma atividade relacionada
com o benzeno. Quando se pretende atingir qualquer um dos três primeiros
objetivos relacionados no item 3.2 deve-se de preferência avaliar o IBE em
grupos de no mínimo 20 trabalhadores (Buschinelli & Kato, 1989) ou em todo
o grupo homogêneo de exposição, se este for em número menor do que 20, em
conjunto com as avaliações da exposição ocupacional na zona respiratória do
trabalhador. Para os dois últimos objetivos, a análise deve ser realizada em
grupos de quaisquer número de trabalhadores que estiveram em situações

84
de exposições aguda e sujeitos a outras vias de penetração. A interpretação
dos resultados do grupo homogêneo de exposição deve ser feita levando-se
em consideração os dados de todo o grupo avaliado, segundo Buschinelli &
Kato. Esta forma de interpretação permite avaliar o nível de exposição e fazer

ção respiratória. Resultados individuais do grupo homogêneo muito discre-


pantes do conjunto não devem ser tratados como provável dano à saúde e
devem ser expurgados estatisticamente da análise grupal, procedimento de
rotina em estudos estatísticos. Devem, no entanto, ser investigados visando
desencadear ações corretivas de higiene industrial e de vigilância à saúde indi-

potencialmente excessivas ou não rotineiras tais como emergências ou vaza-

possível sobre-exposição.

4. Da indicação do ácido trans, trans-mucônico


A monitorização biológica da exposição ao benzeno pode ser reali-
zada através de diferentes indicadores, que vão desde aqueles com meia vida
biológica curta como o benzeno no ar exalado ou seus metabólitos urinários,
até os adutores formados a partir de proteínas do sangue e moléculas de DNA
que podem persistir por meses no organismo humano.
O desenvolvimento de metodologias analíticas vem oferecendo a pos-
sibilidade de avaliar uma série de indicadores biológicos de exposição. Dentre os
mais estudados, podemos destacar: os ácidos trans,trans-mucônico e fenil mer-
captúrico urinários, e o benzeno inalterado no ar exalado, na urina e no sangue.
A concentração do metabólito urinário corresponde a um valor mé-
dio ponderado, em relação ao período da exposição, ao momento da coleta e ao

que pode ser coletado através de processo não invasivo, e recomendada neste
protocolo. Entre os indicadores biológicos urinários preconizados para avaliar
a exposição ocupacional ao benzeno em baixos níveis de concentração no ar,
o AttM-U é o de mais fácil determinação analítica, e por isto foi decidido pela
CNP-Bz recomendá-lo como IBE ao benzeno.

4.1 Características do ácido trans,trans-mucônico


A primeira etapa no processo de biotransformação do benzeno ocorre
com a formação do epóxido de benzeno, através de uma oxidase microssomal
de função mista, mediada pelo citocromo P-450. A partir daí, duas vias meta-
bólicas se apresentam: a hidroxilação do anel aromático ou a sua abertura com
a formação do ácido trans,trans-mucônico (AttM) (Barbosa, 1997). Para a ava-

85
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001

liação da exposição ocupacional de indivíduos com turnos de trabalho de seis


a oito horas, a biotransformação do benzeno em ácido trans,trans-mucônico
fornece uma concentração máxima do produto a partir de aproximadamente
5,1 horas após o inicio da exposição, sendo que cerca de 2 a 3,9% do benzeno
absorvido é excretado pela urina na forma de AttM (Coutrim et al., 2000; Boo-
gaard & Sittert, 1995)

4.2 Procedimentos de coleta


As amostras de urina devem ser coletadas em coletores universais de
plástico, de 50 ml, no término da jornada de trabalho. Para jornadas de seis a
oito horas diárias de trabalho, coletar a urina a partir do terceiro dia seguido
de exposição. Os frascos devem ser imediatamente fechados e mantidos sob
refrigeração (4°C) até no máximo uma semana.
Em situações de jornadas diferentes das anteriores ou situações de

4.3 Transporte das amostras


As amostras devem ser mantidas refrigeradas e devem ser enviadas o
mais rápido possível ao laboratório.

4.4 Armazenagem
Barbosa (1997) mostrou a estabilidade das amostras refrigeradas a
-20°C (menos vinte graus celsius) por um período de até dez semanas. Costa
(2001) indicou que a amostra não sofre alteração por um mês, a esta tempera-
tura. De acordo com os achados de Martins, I. (1999) em estudos de estabilida-
de do AttM -U, os resultados mostraram que no intervalo analisado (0,2 - 2,0
mg/L) a concentração de 0,2 mg/L mostrou-se estável somente por seis sema-
-
trole. Já para a concentração de 2,0 mg/L, a estabilidade foi de quinze semanas,
permanecendo o analíto estável. Este autor também examinou a estabilidade
por um período de dez dias em amostras conservadas a 4°C e os resultados
mostraram que o analíto permaneceu estável durante este período para as
concentrações estudadas. Destes fatos, julgamos prudente que se armazene a
amostra de urina a 4°C por um período de no máximo sete dias antes da análise.
Se não for possível a análise das amostras, no prazo de uma semana, elas devem
ser refrigeradas a -20°C (menos vinte graus celsius), por no máximo um mês.

4.5 Análise química


Recomenda-se a determinação do AttM-U segundo metodologia cro-
-

86
Costa (2001). O laboratório deve ter um método padronizado, validado e parti-
cipar de programa de controle de qualidade interlaboratorial e intralaborato-

4.6 Interferentes

-
multânea ao tolueno ou pela ingestão de ácido sórbico e seus sais presentes na
alimentação (Ducos et al., 1990; Inoue et al., 1989; Ruppert et al., 1997; Maestri
et al., 1996; Kok & Ong, 1994). Há suspeitas que hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos (HPAs) também interferem nesta avaliação (Kivistö et al., 1997).
Em trabalhadores não ocupacionalmente expostos ao benzeno, a concentração
do AttM-U está abaixo de 0,5 mg/g creatinina. A presença do AttM-U (abaixo de
0,5 mg/g creatinina) em pessoas não ocupacionalmente expostas é atribuída
geralmente a ampla poluição ambiental pelo benzeno que surge de fontes tais
como hábito de fumar e outros processos de combustão, poluição urbana pelos
automóveis e provavelmente contaminação de alimentos pelo ácido sórbico um
preservativo e agente fungistático muito comum em alimentos (queijo, carnes,
peixe desidratado, vegetais em conserva, bebidas, etc) que é também converti-
do ao AttM, embora em quantidades traços. Nesta situação sugere-se a coleta
de urina muitas horas após a última refeição o que permitiria ignorar um pos-
sível efeito aditivo do AttM-U decorrente da ingestão do ácido sórbico.

4.7 Correção de resultados


Os resultados deverão ser ajustados pela concentração de creatinina
na urina, e expressos em miligramas por grama de creatinina.

5. Interpretação dos resultados


Os valores de AttM-U acima dos valores de referência obtidos a partir
de uma amostragem de uma população sadia, não ocupacionalmente exposta ao
benzeno, podem indicar provável exposição do trabalhador a esta substância.
Desta forma deve-se investigar o local de trabalho e como estão sendo realiza-

acima dos correspondentes aos VRT indicam que o ambiente de trabalho não
está em conformidade com o preconizado no Anexo 13A. Os resultados de mui-
tos trabalhos realizados em ambientes onde não há exposição ocupacional ao
benzeno, têm mostrado dados bastante variados de AttM-U em populações de
fumantes e não fumantes. A tabela abaixo demonstra esta situação:

87
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001

Tabela - Dados encontrados na literatura para concentração de AttM-U, em


fumantes e não fumantes de população não exposta ao benzeno
Ácido trans, trans-mucônico Referência
Fumantes Não Fumantes
0,075 mg/g*
0,025 mg/g* Javelaud et al. (1998)
(0,025-0,175)
0,09 mg/g* 0,05 mg/g* Ruppert et al. (1995)
0,25 mg/l** (0,06-0,43) 0,13 mg/l** (0,03-0,33) Lee et al. (1993)
0,207 mg/g*
0,067 mg/g* Maestri et al. (1995)
(média 20 cigarros)
0,207 mg/g 0,14 mg/g* Ong et al. (1994a)
* mg/g = miligrama de ácido trans,trans mucônico por grama de creatinina
** mg/l = miligrama de ácido trans,trans mucônico por litro de urina

Para se fazer as correlações dos resultados das análises de AttM-U


com a concentração de benzeno no ar, deverão ser utilizados os valores de cor-
relação abaixo, estabelecidos pelo DFG (1996), com alteração dos resultados
em mg/l para mg/gramas de creatinina, que foram feitas admitindo-se uma
concentração média de 1,2 grama de creatinina por litro de urina.

Tabela - Correlação das concentrações de AttM-U com benzeno no ar, obtidas a


partir dos valores estabelecidos pelo DFG (1996), corrigidos para grama/gra-
ma de creatinina (admitida concentração média de 1,2 grama de creatinina por
litro de urina)
Benzeno no Ar Benzeno no Ar Ac. t,t mucônico Ac. t,t mucônico (urina)
(ppm) (mg/m3) (urina)(mg/l) (mg/grama creatinina)
0,3 1,0 - -
0,6 2,0 1,6 1,3
0,9 3,0 - -
1,0 3,3 2 1,6
2 6,5 3 2,5
4 13 5 4,2
6 19,5 7 5,8

6. Comissão Nacional Permanente do Benzeno


À Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) caberá acom-
panhar, na medida do possível, a aplicação destes indicadores biológicos, atra-
vés de informações dos agentes de inspeção, das empresas e dos trabalhadores.

88
Poderá ainda, estabelecer o uso de novos indicadores ou
reformulação de metodologias de análise, de acordo com a evolução do estado
da arte sobre o assunto.

7. Reavaliação do protocolo
Este protocolo poderá ser revisto no prazo de dois anos de sua
publicação, se assim for considerado relevante pela CNP-Bz.

trans mucônico como indicador biológico de exposição na indústria de

de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

to benzene: a comparison between s-phenylmercapturic acid, trans,trans-


muconic acid and phenol”, Occup. Environ. Med., 52: 611.
• Brugnone, F.; Perbellini, L.; Romeo, L.; Cerpelloni, M.; Cecco, A.; Leopard

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a agentes químicos”, São Paulo, FUNDACENTRO.


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Bonciani, M.; Kato, M.; Gramacho, M.I.P.; Freitas, N.B.B.; & Novaes, T.C.P,
1995, - BENZENO Subsídios Técnicos à Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho (SSST/MTb); 2. ed. - São Paulo: FUNDACENTRO: FUNDUNESP, 86p.

biológico na avaliação da exposição ocupacional ao benzeno”, Revista


Brasileira de toxicologia,13:63-68.

mucônico urinário como Indicador Biológico de Exposição ao Benzeno”,


Tese de Doutorado, Rio de Janeiro, Escola Nacional de Saúde Pública.

métodos analíticos para a determinação de metabólitos do benzeno


como potenciais biomarcadores de exposição humana ao benzeno no ar”,
Química Nova, 23(5): 653.

89
Portaria nº 34, de 20 de dezembro de 2001

electrophoresis determination of urinary muconic acid as a biological


marker for benzene in cigarette smoke”, J. Capillary Electrophor. 44:39.

determinação de indicador biológico de exposição ao benzeno”, Tese de


doutorado. Instituto de Química, USP.

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92
Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991*2
Presidência da República
Casa Civil
(DOU de 03/07/1991 Seção I p. 12.905 - 12.907)

Promulga a Convenção nº 139, da Organização Interna-


cional do Trabalho OIT, sobre a prevenção e o contro-

agentes cancerígenos.

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art.


84, inciso VIII, da Constituição e
Considerando que a Convenção nº 139, da Organização Internacional
-
sados pelas Substâncias ou Agentes Cancerígenos foi concluída em Genebra, a
24 de junho de 1974;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou a Convenção, por
meio do Decreto Legislativo nº 3, de 7 de maio de 1990;
-
da, foi depositada em 27 de junho de 1990.
Considerando que a Convenção nº 139 sobre a Prevenção e o Controle

entrará em vigor para o Brasil, em 27 de junho de 1991, na forma de seu artigo


8º, parágrafo 3,

* Anexo XLVII do Decreto no. 10.088, de 5 de novembro de 2019, que consolida atos
normativos editados pelo Poder Executivo Federal que dispõem sobre a promulgação de

pela República Federativa do Brasil.

93
Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991

DECRETA:
Art. 1º A Convenção nº 139, da Organização Internacional do Traba-
lho -
las Substâncias ou Agentes Cancerígenos, apensa por cópia ao presente Decre-
to, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 2 de julho de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

Fernando Collor
Francisco Rezek

Anexo
Conferência Internacional do Trabalho
Convenção nº 139 – Convenção sobre a Prevenção e Controle de Riscos

Aprovação: Decreto Legislativo nº 03, de 7 de maio de 1990.


27 de junho de 1990.
Promulgação: Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991.
Vigência nacional: 27 de junho de 1991.

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, con-


vocada em Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição Interna-
cional do Trabalho, e reunida naquela cidade em 5 de junho de 1974, em sua
qüinquagésima nona reunião;
Tendo tomado conhecimento das disposições da Convenção e da Re-
comendação sobre a proteção contra as radiações, de 1960, e da Convenção e da
Recomendação sobre o benzeno, de 1971;
Considerando que é oportuno estabelecer normas internacionais so-
bre a proteção contra substâncias ou agentes cancerígenos;
Tendo em conta esforço empreendido por outras organizações inter-
nacionais, em especial a organização Mundial da Saúde e do Centro Interna-

94
cional de Investigações sobre o Câncer, com os quais colabora a Organização
Internacional do Trabalho;
Depois de ter decidido adotar diversas proposições relativas à preven-
-
cerígenos, questão que constitui o quinto ponto da ordem do dia da reunião, e
Depois de ter decidido que tais proposições revistam-se da forma de
uma Convenção Internacional,
Adota com a data de vinte e quatro de junho de mil novecentos e se-
tenta e quatro, a presente Convenção, que poderá ser citada como a Convenção

Artigo 1º

-
dicamente as substâncias e agentes cancerígenos aos quais estará proibida a
exposição no trabalho, ou sujeita a autorização ou controle, e aqueles a que se
devam aplicar outras disposições da presente Convenção.

2. A exceções a esta proibição apenas poderão ser concedidas mediante auto-

3. Ao determinar as substâncias e agentes a que se refere o parágrafo 1 do


presente Artigo, deverão ser levados em consideração os dados mais recentes
contidos nos repertórios de recomendações práticas ou guias que a Secretaria
Internacional do Trabalho possa elaborar, assim como a informação provenien-
te de outros organismos competentes.

Artigo 2º

as formas substituir as substâncias e agentes cancerígenos a que possam estar


expostos os trabalhadores durante seu trabalho por substâncias ou agentes
não cancerígenos ou por substâncias menos nocivas. Na escolha das substân-
cias ou agentes de substituição deve-se levar em conta suas propriedades can-
cerígenas, tóxicas e outras.

2. O número de trabalhadores expostos às substâncias ou agentes canceríge-


nos e a duração e os níveis dessa exposição devem ser reduzidos ao mínimo
compatível com a segurança.

95
Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991

Artigo 3º

as medidas a serem tomadas para proteger os trabalhadores contra os riscos


de exposição a substâncias ou agentes cancerígenos e deverá assegurar o esta-
belecimento de um sistema apropriado de registros.

Artigo 4º

-
didas para que os trabalhadores que tenham estado, estejam ou corram o risco
de vir a estar expostos a substâncias ou agentes cancerígenos recebam toda
a informação disponível sobre os perigos que representam tais substâncias e
sobre as medidas a serem aplicadas.

Artigo 5º

-
didas para assegurar que sejam proporcionados aos trabalhadores os exames
médicos ou os exames ou investigações de natureza biológica ou de outro tipo,
durante ou depois do emprego, que sejam necessários para avaliar a exposição

Artigo 6º

a) adotar, por via legislativa ou por qualquer outro método conforme a prática
e as condições nacionais, e em consulta com as organizações internacionais
de empregadores e de trabalhadores mais representativas, as medidas ne-
cessárias para efetivar as disposições da presente Convenção;
b) indicar a que organismos ou pessoas incumbe, de acordo com a prática na-
cional, a obrigação de assegurar o cumprimento das disposições da presen-
te Convenção;
c) compromete-se a proporcionar os serviços de inspeção apropriados para

de que se exerce uma inspeção adequada.

96
Artigo 7º

seu registro, ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho.

Artigo 8º

1. Esta Convenção obrigará unicamente aqueles Membros da Organização In-


-
-Geral.

dos Membros tenham sido registradas pelo Diretor-Geral.

3. A partir desse momento, esta Convenção entrará em vigor, para cada Mem-

Artigo 9º

expirar um período de dez anos, a partir da data em que tenha entrado em


vigor, mediante uma Ata Comunicada, para seu registro, ao Diretor-Geral da
Organização Internacional do trabalho. A denúncia não surtirá efeito até um
ano após a data em que tenha sido registrada.

ano após a expiração do mencionado período de dez anos, não faça uso do direi-

de dez anos, podendo, futuramente, denunciar esta Convenção ao expirar cada


período de dez anos, nas condições previstas neste Artigo.

Artigo 10

Membros da Organização Internacional do Trabalho do registro de quantas rati-

97
Decreto nº 157, de 2 de julho de 1991

que tenha sido comunicada, o Diretor-Geral comunicará aos Membros da Orga-


nização a data em que entrará em vigor a presente Convenção.

Artigo 11

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho apresentará


ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para efeito de registro e em conformi-
dade com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, uma informação completa

registradas de acordo com os Artigos precedentes.

Artigo 12

Sempre que julgar necessário, o Conselho de Administração da Secre-


taria Internacional do Trabalho apresentará à Conferência uma memória sobre
a aplicação da Convenção, e considerará a conveniência de incluir na ordem do
dia da Conferência a questão de sua revisão total ou parcial.

Artigo 13

1. Caso a Conferência adote uma nova Convenção que implique a revisão total
ou parcial da presente, e a menos que a nova Convenção contenha disposições
em contrário:
ipso
jure, a denúncia imediata desta Convenção, não obstante as disposições con-
tidas no Artigo 9, desde que a nova Convenção revisora tenha entrado em
vigor;
b) a partir da data em que entre em vigor a nova Convenção revisora, a presen-

2. Esta Convenção continuará em vigor em qualquer hipótese, em sua forma e

Convenção revisora.

Artigo 14

As versões inglesa e francesa do texto desta Convenção são igualmen-


te autênticas.

98
Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994*3
Presidência da República
Casa Civil
(DOU de 28/09/1994 Seção I p. 14.672 - 14.674)

Promulga a Conversão nº 136, da Organização Interna-


cional do Trabalho, sobre a proteção contra os riscos de
intoxicação provocados pelo benzeno, assinada em Gene-
bra, em 30 de junho de 1971.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confe-


re o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
Considerando que a Convenção nº 136, da Organização Internacional
do Trabalho, sobre a Proteção contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo
Benzeno, foi assinada em Genebra, em 30 de junho de 1971;
Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamente
submetida ao Congresso Nacional, que a aprovou por meio de Decreto Legisla-

233, de 20 de novembro de 1992;


Considerando que a Convenção em tela entrou em vigor internacional
em 27 de julho de 1973;
-
cação do instrumento multilateral em epígrafe em 24 de março de 1993, pas-
sando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 24 de março de 1994, na forma do
seu art. 16,

* Anexo L do Decreto no. 10.088, de 5 de novembro de 2019, que consolida atos normati-
vos editados pelo Poder Executivo Federal que dispõem sobre a promulgação de conven-

República Federativa do Brasil.

99
Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994

DECRETA
Art. 1º A Convenção nº 136, da Organização Internacional do Traba-
lho, sobre a Proteção contra os Riscos de Intoxicação Provocados pelo Benzeno,
assinada em Genebra, em 30 de junho de 1971, apensa por cópia a este decreto,
deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

Art. 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 27 de setembro de 1994; 173º da Independência e 106º da
República.

Itamar Franco
Roberto Pinto F. Mameri Abdenur

Anexo
Convenção nº 136 de 1971
Organização Internacional do Trabalho
Proteção contra os Riscos da Intoxicação pelo Benzeno

Aprovação: Decreto Legislativo nº 76, de 19 de novembro de 1992.


24 de março de 1993.
Promulgação: Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994.
Vigência nacional: 24 de março de 1994.

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho:


Convoca em Genebra pelo Conselho de Administração do Departa-
mento Internacional do Trabalho, e congrega na citada cidade no dia 2 de junho
de 1971 na sua qüinquagésima sexta reunião;
Após haver decidido adotar diversas propostas relativas à proteção
contra os riscos do benzeno, questão que constitui o sexto ponto da ordem do
dia da reunião, e
Após haver decidido que ditas propostas revisam a forma de um con-
vênio internacional, adota neste 23 de junho de 1971, a seguinte convenção que
será denominada Convênio sobre Benzeno, 1971:

100
Artigo 1º

A presente convenção aplicar-se-á a todas as atividades que acarre-


tem exposição dos trabalhadores:
a) ao hidrocarboneto aromático benzeno C6H6, doravante denominado
"benzeno";
b) aos produtos cuja taxa em benzeno ultrapassar 1 por cento em volu-
me, doravante "produtos contendo benzeno".

Artigo 2º

1. Sempre que estiverem disponíveis produtos sucedâneos inofensivos os me-


nos nocivos, eles deverão substituir o benzeno ou os produtos contendo benzeno.

2. O parágrafo 1 não será aplicado:


a) à produção de benzeno;
b) ao emprego do benzeno em trabalhos de síntese química;
c) ao emprego de benzeno em combustíveis;
d) aos trabalhos de análise ou de pesquisa em laboratórios.

Artigo 3º

1. A autoridade competente em cada país poderá permitir derrogações tempo-


-
fo 1 do artigo 2 da presente convenção, nos limites e nos prazos a serem deter-
minados após consulta às organizações mais representativas dos empregadores
e dos trabalhadores interessados, se existirem.

2. Nesses casos, o Membro interessado indicará, nos relatórios sobre a aplica-


ção da presente convenção que está obrigado a apresentar em virtude do artigo
22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, o estágio de sua
legislação e de sua prática relativas às derrogações e aos progressos realizados

3. Após a expiração de um período de três anos, após a entrada em vigor ini-


cial da presente convenção, o Conselho de Administração da Repartição Inter-
nacional do Trabalho apresentará um relatório especial sobre a aplicação dos
parágrafos 1 e 2 do presente artigo e que contenham as propostas que julgar

101
Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994

Artigo 4º

1. A utilização do benzeno e de produtos contendo benzeno deverá ser proibida


em certos trabalhos a serem determinados pela legislação nacional.

2. Esta proibição deverá, pelo menos, incluir a utilização de benzeno e de pro-


dutos contendo benzeno como solventes ou diluentes, exceto em operações que
se efetuem em sistemas fechados ou por outros processos que apresentem as
mesmas condições de segurança.

Artigo 5º

Deverão ser adotadas medidas de prevenção técnica e de higiene do

benzeno ou a produtos contendo benzeno.

Artigo 6º

1. Nos locais em que forem fabricados, manipulados e utilizados benzeno ou


produtos contendo benzeno, deverão ser adotadas todas as medidas necessárias
para impedir o escapamento de vapores de benzeno na atmosfera dos locais de
trabalho.

2. Quando os trabalhadores estiverem expostos ao benzeno ou a produtos con-


tendo benzeno, o empregador deverá garantir que a concentração de benzeno

autoridade competente num nível que não exceda o valor teto de 25 partes por
milhão (80m³g/m³).

3. A autoridade competente deverá expedir instruções sobre a maneira de pro-


ceder para determinar a concentração de benzeno na atmosfera dos locais de
trabalho.

Artigo 7º

1. Os trabalhos que impliquem na utilização de benzeno e de produtos conten-


do benzeno deverão ser feitos, na medida do possível, em sistemas fechados.

2. Quando não for possível o uso de sistemas fechados, os locais de trabalho


onde forem utilizados o benzeno ou produtos contendo benzeno deverão ser

102
medida necessária à proteção de saúde dos trabalhadores.

Artigo 8º

1. Os trabalhadores que venham a ter contato com benzeno líquido ou produ-


tos líquidos contendo benzeno deverão estar munidos de meios de proteção
individual adequados contra riscos de absorção cutânea.

2. Os trabalhadores, que, por razões especiais, se acharem expostos à con-


centração de benzeno na atmosfera dos locais de trabalho que ultrapassem o
máximo previsto no parágrafo 2 do artigo 6º da presente convenção, deverão
estar munidos de meios de proteção individual adequados contra riscos de as-
piração de vapores de benzeno; deverá ser limitado, na medida do possível, o
tempo de exposição.

Artigo 9º

1. Quando trabalhadores forem empregados em trabalhos que acarretarem ex-


posição ao benzeno ou a produtos contendo benzeno, deverão ser submetidos:
a) a exame médico completo de aptidão; anterior ao emprego, abran-
gendo o exame de sangue;
b) a exames posteriores periódicos que compreendam exames biológi-
cos (inclusive exame de sangue) e cuja freqüência seja determinada
pela legislação nacional.

2. Após consulta às organizações mais representativas dos empregadores


e dos trabalhadores interessados, se existirem, a autoridade competente em
cada país poderá permitir derrogações nas obrigações referidas no parágrafo
1 do presente artigo em relação a determinadas categorias de trabalhadores.

Artigo 10

1. Os exames médicos previstos no parágrafo 1 do artigo 9º da presente con-


venção deverão:
a) ser efetuados sob a responsabilidade de médico especializado, apro-
vado pela autoridade competente com a assistência, se for necessá-
ria, de laboratórios competentes;

103
Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994

b) ser atestados de modo apropriado.

2. Esses exames não deverão acarretar despesas para os interessados.

Artigo 11

1. As mulheres em estado de gravidez, atestado por médico, e as mães em pe-


ríodo de amamentação não deverão ser empregadas em trabalhos que acarre-
tam exposição ao benzeno ou produtos contendo benzeno.

2. Os menores de dezoito anos não poderão prestar serviços em trabalhos que


acarretem exposição ao benzeno ou a produtos contendo benzeno; entretanto
essa proibição poderá não se aplicar a menores que receberem instrução ou
treinamento e que estiverem sob controle técnico ou médico, adequado.

Artigo 12

A palavra "benzeno" e os símbolos de perigo necessários deverão es-


tar claramente visíveis sobre todo recipiente contendo benzeno ou produtos
contendo benzeno.

Artigo 13

Cada Membro deverá adotar as medidas indispensáveis para que


todo trabalhador, exposto ao benzeno ou a produtos contendo benzeno, receba
instruções apropriadas a respeito das medidas de prevenção a serem tomadas,

todas as medidas a serem adotadas no caso em que se manifestarem sintomas


de intoxicação.

Artigo 14

a) tomará, por meio de legislação ou de qualquer outro método compa-


tível com a prática e as condições nacionais, as medidas necessárias
para tornar efetivas as disposições da presente convenção;
b) designará, de conformidade com a prática nacional, pessoas a quem
caberão a obrigação de assegurar a aplicação das disposições da pre-
sente convenção;

104
c) comprometer-se-á a incumbir os serviços de inspeção apropriados
do controle da aplicação das disposições da presente convenção, ou
a garantir que uma inspeção adequada está sendo executada.

Artigo 15

Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho e por ele registradas.

Artigo 16

1. A presente convenção não obrigará senão aos Membros da Organização Inter-

tiverem sido registradas pelo Diretor-Geral.

3. Em seguida, esta convenção entrará em vigor para cada Membro doze me-

Artigo 17

convenção, por ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional


do Trabalho e por ele registrado. A denúncia não terá efeito senão um ano de-
pois de ter sido registrada.

um ano depois da expiração do período de dez anos mencionado no parágrafo

será obrigado por novo período de dez anos e, depois disso, poderá denunciar a

no presente artigo.

Artigo 18

os Membros da Organização Internacional do Trabalho o registro de todas as

105
Decreto nº 1.253, de 27 de setembro de 1994

que lhe for comunicada, o Diretor-Geral chamará a atenção dos Membros da Or-
ganização para a data em que a presente Convenção entrar em vigor.

Artigo 19

O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho enviará ao

da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas as ra-

artigos precedentes.

Artigo 20

Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Administração da Re-


partição Internacional do Trabalho apresentará à Conferência Geral um re-
latório sobre a aplicação da presente Convenção e examinará se é necessário
inscrever na ordem do dia da Conferência a questão de sua revisão total ou
parcial.

Artigo 21

1. No caso de a Conferência adotar nova convenção de revisão total ou parcial


da presente convenção, e a menos que a nova convenção disponha diferente-
mente:
-
rá, de pleno direito, não obstante o art. 17 acima, denúncia imediata da
presente convenção quando a nova convenção de revisão tiver entrado
em vigor;
b) a partir da data da entrada em vigor da nova convenção de revisão, a

convenção de revisão.

Artigo 22

As versões em francês e em inglês do texto da presente convenção


fazem igualmente fé.

106
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004*4
Ministério da Saúde
Gabinete do Ministro
(DOU de 29/04/2004 Seção I p. 34-37)

Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos rela-


tivos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao
benzeno, e dá outras providências

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e


Considerando o arcabouço jurídico legal que fundamenta as ações
de Saúde do Trabalhador no País, conforme o disposto nos arts. 198 e 200 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, combinado com os
preceitos da Lei Orgânica da Saúde Lei nº 8080/90 e da Portaria nº 3.120/
GM, de 1º de julho de 1998, que dispõe sobre a Instrução Normativa de Vigilân-
cia em Saúde do Trabalhador;
Considerando o determinado no Acordo Benzeno, assinado em 1995,
Capítulo III Das Competências, nos subitens 4.1.3 e 5.3, que prevêem respon-
sabilidades para o Ministério da Saúde e para o Ministério do Trabalho e Em-
prego, com relação à Vigilância da Saúde dos Trabalhadores na Prevenção da
Exposição Ocupacional ao Benzeno;
Considerando a necessidade de articular, no âmbito do Sistema Único
de Saúde SUS, ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos tra-
balhadores urbanos e rurais independentemente do vínculo empregatício e do
tipo de inserção no mercado de trabalho;

Expostos ao Benzeno”, à Portaria de Consolidação no. 5, de 28 de setembro de 2017, que


consolida as normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.

107
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

Considerando a necessidade de garantir a atenção em saúde do traba-


lhador no SUS, incluindo ações de assistência, vigilância e promoção;
Considerando que o acompanhamento epidemiológico sistemático
das populações expostas a agentes químicos é uma das formas de controle sa-
nitário que permite a detecção de casos de agravos à saúde precocemente; e
Considerando que o benzeno é um agente mielotóxico regular, leuce-
mogênico e cancerígeno, mesmo em baixas concentrações, resolve:
Art. 1º – Instituir, na forma do Anexo desta Portaria, as Normas de Vigi-
lância à Saúde dos Trabalhadores expostos ao Benzeno nos processos de trabalho
que produzem, utilizam, transportam, armazenam ou manipulam benzeno e, ou
suas misturas líquidas.

Art. 2º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Humberto Costa
Ministro da Saúde

Anexo
Normas de Vigilância à Saúde dos
Trabalhadores Expostos ao Benzeno

1. OBJETIVO
Regulamentar os procedimentos relativos à vigilância da saúde dos
trabalhadores expostos ao benzeno.

2. CAMPO DE APLICAÇÃO
As empresas e respectivas contratadas que produzem, utilizam,
transportam, armazenam e manipulam benzeno ou suas misturas líquidas
para os serviços de saúde públicos e privados, laboratórios e outras instâncias
institucionais do campo da saúde do trabalhador.

3. CONCEITOS
Vigilância Epidemiológica Entende-se por vigilância epidemiológica
um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou pre-
venção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da

108
de prevenção e controle das doenças ou agravos (Lei nº 8.080/90).
Vigilância Sanitária Entende-se por vigilância sanitária um conjunto
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação
de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde (Lei nº 8.080/90).
Vigilância em Saúde do Trabalhador Entende-se por vigilância em saú-
de do trabalhador uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no
sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e
condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de
trabalho, em seus aspectos tecnológico, social e organizacional e epidemiológico,
-
tos, de forma a eliminá-los ou controlá-los (Instrução Normativa de Vigilância
em Saúde do Trabalhador no SUS Portaria nº 3.120/GM, de 1º de julho de 1998).
Benzeno É um hidrocarboneto aromático que se apresenta como um
-
tível a concentrações da ordem de 12 ppm, cuja fórmula molecular é C6H6. Re-
gistro CAS nº 71-43-2, registro ONU nº 1114.
Benzenismo Conjunto de sinais, sintomas e complicações decorren-
tes da exposição aguda ou crônica ao hidrocarboneto aromático, benzeno. As
complicações podem ser agudas, quando houver exposição a altas concentra-
ções com presença de sinais e sintomas neurológicos, ou crônicas, com sinais e
sintomas clínicos diversos, podendo ocorrer complicações a médio ou a longo
prazo, localizadas principalmente no sistema hematopoético.

4. DIRETRIZES

4.1. Diagnóstico da Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno


4.1.1. Introdução
O benzeno é um mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno,
mesmo em baixas concentrações. Outras alterações podem também ocorrer
como descrito a seguir. Não existem sinais ou sintomas patognomônicos da in-
toxicação.
4.1.2. Síndrome Clínica da Intoxicação pelo Benzeno:
Quadro Clínico e Laboratorial da Toxicidade pelo Benzeno: Considera-
-se toxicidade do benzeno (ou benzenismo) quando a pessoa apresenta um con-
junto de sinais e sintomas e que tenha sido exposta ao benzeno. O quadro clínico
de toxicidade ao benzeno caracteriza-se por uma repercussão orgânica múlti-

109
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

pla, em que o comprometimento da medula óssea é o componente mais freqüen-

Os sinais e sintomas ocorrem em aproximadamente 60% dos casos.


São eles: astenia, mialgia, sonolência, tontura e sinais infecciosos de repetição.
Os dados laboratoriais hematológicos mais relevantes são representados pelo
-

O diagnóstico de benzenismo, de natureza ocupacional, é eminente-


mente clínico e epidemiológico, fundamentando-se na história de exposição
ocupacional e na observação de sintomas e sinais clínicos e laboratoriais des-
critos anteriormente.
Entende-se como exposição ocupacional a exposição acima de níveis
populacionais, decorrente de atividades laborais*.
Em pessoas potencialmente expostas ao benzeno, todas as alterações

A toxicidade do benzeno pode ser aguda ou crônica. Em cada um des-


ses casos há sinais e sintomas clínicos que descreveremos a seguir:
Efeitos Agudos: O benzeno é um irritante moderado das mucosas e
sua aspiração em altas concentrações pode provocar edema pulmonar. Os va-
pores são, também, irritantes para as mucosas oculares e respiratórias.
A absorção do benzeno provoca efeitos tóxicos para o sistema nervo-
so central, causando, de acordo com a quantidade absorvida, narcose e excita-

respiratória, tremores, convulsões, perda da consciência e morte.


Efeitos Crônicos: Principais Agravos à Saúde
Alterações Hematológicas: Vários tipos de alterações sangüíneas,
isoladas ou associadas, estão relacionadas à exposição ao benzeno. Em virtude
da lesão do tecido da medula óssea (local de produção de células sangüíneas),
essas alterações correspondem, sobretudo, a hipoplasia, displasia e aplasia.
-
-
tas são alterações precocemente apreciadas na toxicidade benzênica.
A hipoplasia da medula óssea pode ocasionar, no sangue periférico,
citopenia(s). A leucopenia com neutropenia corresponde à principal repercus-
são hematológica da hipoplasia secundária ao benzeno e, em menor freqüên-
cia, à plaquetopenia isolada ou associada à neutropenia. Estudos realizados em

* Nota da coordenação: Na falta de dados da região, utilizar, para determinar o patamar de exposição não
ocupacional, padrões de literatura.

110
medula óssea de trabalhadores com benzenismo evidenciaram a relação entre
a neutropenia periférica e a hipoplasia granulocítica, numa mediana de quatro
anos de exposição. Estudo posterior, realizado com a mesma coorte de pacien-
tes, após o afastamento da exposição, demonstrou um tempo médio de 5 anos
para a recuperação hematológica periférica.
A aplasia da medula óssea, que corresponde à depressão de todas as
linhagens hematológicas, expressa-se no sangue periférico através de pancito-
penia (leucopenia, plaquetopenia e anemia).
O caráter leucemogênico do benzeno é amplamente reconhecido. As
transformações leucêmicas, precedidas ou não por alterações mielodisplási-
cas, são objeto de diversas publicações, sendo a leucemia mielóide aguda, entre
todas, a mais freqüente. Outras variantes são também descritas.
Além de leucemogênica, a toxicidade por benzeno está também rela-
cionada ao surgimento de outras formas de doenças onco-hematológicas, como
-
qüência.
Alterações Neuro-Psicológicas e Neurológicas: São observadas al-
terações como: atenção, percepção, memória, habilidade motora, viso-espacial,
viso-construtiva, função executiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendiza-
gem e humor.
Além dessas disfunções cognitivas, surgem outras alterações como:
astenia, cefaléia, depressão, insônia, agitação e alterações de comportamento.
São também descritos quadros de polineuropatias periféricas e mie-
lites transversas.
No sistema auditivo podem aparecer alterações periféricas como cen-
trais, podendo ser observadas: perdas auditivas neurossensoriais, zumbidos,

Outras Alterações: Foram observadas alterações cromossômicas


numéricas e estruturais em linfócitos e células da medula óssea de trabalha-
dores expostos ao benzeno. É possível fazer avaliação de danos cromossomiais
através de técnicas citogenéticas.
Podem ocorrer alterações dermatológicas tais como eritema e der-
matite irritativa de contato por exposições ocupacionais repetidas e prolonga-
das ao benzeno.
Outras formas de câncer podem ser observadas devido a associação
da exposição do benzeno com gás de coqueria e de vazamentos em indústrias
que manipulam correntes de naftas ou produtos petroquímicos.

111
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

4.1.3. Parâmetros Clínico-Laboratoriais


Parâmetros Clínicos: Durante a condução diagnóstica dos casos sus-
peitos de leucopenia secundária à toxicidade benzênica, alguns fatores devem

cursam com leucopenia, como, por exemplo, colagenoses, viroses, alcoolismo,


exposição a medicamentos e a outros agentes mielotóxicos devem ser investi-
gadas. As neutropenias constitucionais e as situações anteriormente descritas
devem ser objeto de análise sistemática, sem, contudo, permitir que sua com-

benzênica, (veja principais causas de leucopenias no QUADRO I).

QUADRO 1 - PRINCIPAIS CAUSAS DE LEUCOPENIA

Gripe, Mononucleose, Hepatite, CMV,


Virais
Sarampo, Rubéola, Dengue, HIV e Febre Amarela
Infecciosas Bacterianas Tuberculose, Febre Tifóide, Septicemia e Brucelose

Outras
Psitacose, Malária e Calazar
Hepatopatia Crônica, Hepatopatia Alcoólica, Esquistosomose, Espleno-
Esplenomegalias
megalia Congestiva, Doença de Gaucher e Síndrome de Felty
LES, Artrite Reumatóide, Periarterite Nodosa, Outras Colagenoses,
Imunológicas

Outras Pseudoneutropenia, Desnutrição, Hipervitaminose A e Alcoolismo

Regulares Colchicina, Irradiação, Citostáticos e Benzeno

Agentes Analgésicos, Antibióticos, Anticonvulsivantes, Sais


Leucopenizantes de Ouro, Tranqüilizantes, Antitiroidianos, Diuréticos,
Ocasionais
Hipoglicemiantes, Antimaláricos, Anti–Histamínicos,
Tuberculostáticos, Sulfonamidas e Barbitúricos.
Metástase, Linfoma e Necrose MO

Ferro, Vitamina B12, Vitamina B6 e Ácido Fólico


Alterações da
Medula Óssea Leucemias, Síndrome Mielodisplásica, Síndrome de
Alteração do Fanconi, Hemoglobinúria Paroxística Noturna, Anemia
Parênquima Aplástica Idiopática, Neutropenia Cíclica Familiar, Hipo-
plasia Crônica e Agranulocitose Infantil

Por outro lado, uma série histórica evidenciando valores leucocitá-


rios baixos e constantes, na ausência de exames pré-admissionais, não deve ser

portanto, permanecer em investigação.

112
Uma criteriosa análise do quadro clínico é insubstituível. Para se ter
uma visão panorâmica, não se deve considerar apenas os resultados de exa-
mes, devendo ser valorizada também, a história ocupacional.
Hemograma: O hemograma é um dos principais instrumentos labo-
ratoriais para detecção de alterações tardias da hematopoese em casos de to-
xicidade crônica por benzeno. Deve ser realizado pelo método automático com
hemocitoscopia criteriosa. Deve-se salientar que a coleta deve ser realizada, na
ausência de jejum.

indivíduo em período prévio à exposição a qualquer agente mielotóxico. Do


ponto de vista prático, caso seja desconhecido, admite-se como supostamente
anormal toda leucopenia que, após ampla investigação, nenhuma causa reativa

Os resultados de hemogramas devem ser organizados na forma de


série histórica de forma a permitir a comparação sistemática e permanente dos
dados e análise de alterações eventuais ou persistentes.
Deve-se salientar que todos os trabalhadores expostos ao benzeno,
portadores de leucopenia isolada ou associada à outra alteração hematológica,
são, a princípio, suspeitos de serem portadores de lesão da medula óssea me-
diada pelo benzeno. A partir desse ponto de vista, na ausência de outra causa, a
leucopenia deve ser atribuída à toxicidade por essa substância.
Outros Exames: A análise clínica dos casos suspeitos deve nortear os
passos seguintes até a conclusão destes. Pode ser necessária a realização de uma
grande variedade de exames, como punção aspirativa e, ou biópsia de medula

4.1.4. Protocolo de Investigação de Casos Suspeitos:


O protocolo de investigação de dano em expostos ao benzeno deve
conter as seguintes informações e procedimentos:
a) História Clínica Atual e Pregressa, incluindo a investigação de exposição a
agentes mielotóxicos (medicamentos, radiação ionizante, entre outros), in-
terrogatório dos diversos aparelhos, antecedentes pessoais e familiares e

-
bre as empresas, setores, funções, tarefas e respectivos períodos de trabalho;
c) Levantamento dos Dados Hematológicos de que dispõe o trabalhador, inclusi-
ve os anteriores à admissão na empresa suspeita de causadora da toxicidade;
d) Exames Complementares:
• Hemograma com análise quantitativa e qualitativa das três séries
sangüíneas e contagem de reticulócitos. Na ausência da série histó-
rica, realizar três hemogramas com intervalo de 15 dias.

113
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

• Transaminases (AST e ALT), gama glutamil transferase, bilirrubinas


totais e frações e LDH.

reativa e FAN.
• Marcadores de Hepatite B e C (anti-HBsAg, anti-HBc–IgM e anti-
-HCV).
• Anti-HIV.
e) Estudo da Medula Óssea (Biópsia de medula óssea e mielograma) sempre
que indicados clinicamente;
f) Outros Exames poderão ser solicitados, de acordo com o exame clínico; e
g) Outras Investigações:
• Avaliação Sobre o Sistema Nervoso Central Avaliação de queixas
neuropsicológicas e neuropsiquiátricas, efeitos ototóxicos e altera-
ções citogenéticas deverão ser realizados sempre que necessário.
• Avaliação Neuropsicológica / Neurocomportamental, É um instru-
mento para investigação dos efeitos que à exposição a substâncias
neurotóxicas produz sobre os processos psíquicos no homem. Ob-
jetiva estabelecer a presença ou não de disfunção cognitiva e distúr-
-
ções ainda em estágios iniciais.
• O benzeno, como os solventes, pode causar distúrbios de memória
de curto prazo, raciocínio e resoluções de problemas, execução de
tarefas visoconstrutivas ou verbais e habilidade de planejar.
• A avaliação das alterações neuropsicológicas é feita por meio de ba-

• Avaliação Neurológica Para investigar os efeitos da exposição ao


benzeno, bem como a solventes orgânicos no sistema auditivo, o uso
de exames convencionais como a audiometria tonal por via aérea e

• O emprego de outros testes audiológicos como imitanciometria,


exame vestibular, otoemissão acústica, audiometria de tronco cere-
bral e provas de processamento auditivo são importantes para com-
plementar informações sobre o topodiagnóstico da lesão.

4.1.5. Conclusão Diagnóstica:


O diagnóstico diferencial da intoxicação crônica pelo benzeno deverá
ser conduzido pelo médico clínico responsável de acordo com o que lhe parecer
adequado.
Do Caso Para Ser Investigado:
Critérios Para Iniciar a Investigação do Caso de Toxicidade Crônica do Benzeno
Alterações Hematológicas:

114
Para o reconhecimento de casos que serão investigados, deverão ser
evidenciadas as seguintes situações em indivíduos expostos ocupacionalmente
ao benzeno.
Embora estejam explícitos somente os critérios de alteração nos va-
lores da contagem de leucócitos totais, todas as alterações hematológicas, con-
sideradas relevantes, devem ser valorizadas e investigadas.
Constatação de alterações hematológicas Instalação de leucopenia.
Para análise da leucometria, recomenda-se:
4.1.5.1. Para Trabalhadores sem História de Exposição:
A média de 3 hemogramas realizados com intervalo de 15 dias, sendo
o primeiro realizado no processo de admissão no emprego.

de leucopenia.
4.1.5.2. Para Trabalhadores Antigos:
• O exame admissional anterior à exposição a agentes mielotóxicos
servirá como referência.
• Caso não se localize o exame referido no item anterior, deve-se uti-
lizar a média da contagem de leucócitos dos hemogramas anterio-

-
xos populacionais contidos na Tabela 1 do anexo 1A destas Normas.
Devem ser alvo de investigação os trabalhadores que apresentarem:
(1) Queda relevante e persistente da Leucometria, constatada atra-
vés de 3 (três) exames com intervalo de 15 (quinze) dias, com ou sem outras
alterações associadas.
Um índice arbitrário de 20% de redução da leucometria poderá ser

Essa taxa poderá ser reavaliada, baseada em novos estudos. Variações meno-
res e a presença de outras alterações hematológicas devem ser consideradas,
quando suspeitada sua relevância.

*
a média da contagem de leucócitos dos hemogramas anteriores,
deve ser considerado o seguinte critério: Calcular a média dos três últimos hemogramas, desconsideran-
do-se os hemogramas: decorrentes de investigação de doenças anteriores ou que foram realizados em
período concomitante com doenças leucopenizantes ou que estimulem a produção de leucócitos.

115
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

Observação: na análise de séries históricas consolidadas com grandes


períodos de acompanhamento, deve ser considerado o patamar pré-exposição
ou o mais próximo possível desse período.
(2) Presença de alterações hematológicas em hemogramas seria-
dos
• AUMENTO DO VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (macrocitose), di-
minuição do número absoluto de linfócitos (linfopenia ou linfocito-
penia);
• LEUCOCITOSE PERSISTENTE;
-

• PRESENÇA DE MACROPLAQUETAS;
• LEUCOPENIA COM ASSOCIAÇÃO DE OUTRAS CITOPENIAS (pla-
quetopenia).

Do caso considerado suspeito


Considera-se CASO SUSPEITO de toxidade crônica por benzeno a pre-
sença de alteração hematológica relevante e sustentada.

-
valos de 15 dias entre eles. Nas situações em que persistem as alterações nesse
tempo mínimo de 45 dias, considera-se o CASO SUSPEITO.
Deve ser iniciada investigação segundo item protocolo de investiga-
ção de caso suspeito destas Normas.

Ao se realizar a avaliação clínico-laboratorial do caso suspeito e con-

benzenismo.

4.2. Tratamento de Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno


-
toxicação pelo benzeno.
-
ção deve ser regular e em longo prazo. As intercorrências clínicas devem ser
tratadas com precocidade. As perturbações de ordem psíquica e social cau-
sadas aos indivíduos devem merecer atenção especializada em programas de
saúde integrados sob o enfoque do trabalho.

116
4.3. Prognóstico de Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno
4.3.1. Os trabalhadores que apresentaram alterações hematológicas devido à
exposição ao benzeno devem ser considerados suscetíveis ou hipersensibiliza-
dos, sendo maior o risco de agravamento do quadro, em especial o desenvolvi-
mento de neoplasias.
4.3.2. É possível a reversão do quadro hematológico periférico que pode ocorrer
-
malidade” do quadro hematimétrico, no sangue periférico, não deve ser consi-
derada como estado de cura.
Todas as pessoas expostas e que manifestaram alterações hematoló-
gicas devem ter acompanhamento médico, devendo seu posto de trabalho e sua
atividades serem analisados, no sentido de serem afastadas da exposição ocu-
pacional ao benzeno, utilizando-se para tal o anexo 2 como critério. Tal proce-
dimento deve ser assegurado pela empresa e aprovado pelo órgão competente

4.3.3. A reversão das alterações periféricas para níveis hematimétricos normais


não exclui a possibilidade de evolução para o agravamento, como a manifestação
de hemopatias malignas ou anemia aplástica tardia.
4.3.4. Mesmo após a remissão das alterações hematológicas periféricas ou de
outras manifestações clínicas, os casos deverão ser acompanhados clínica e la-
boratorialmente de forma permanente, com periodicidade pelo menos anual,
através da realização de exames complementares propostos em um protocolo
de acompanhamento pelo órgão de referência do SUS.
4.3.5. A normalização ou estabilidade dos valores hematimétricos do sangue
periférico, após afastamento do ambiente de trabalho, não descaracteriza a into-
xicação e nem constitui critério para retorno a um ambiente ou função com risco
de exposição.

4.4. Consequências do Afastamento


4.4.1. Alterações Psicossociais: A condição de incapaz, ainda que temporária
ou circunstancial, para o trabalho, pode acarretar sérios transtornos psicosso-
ciais a esses indivíduos, entre os quais destacamos:
• Perda da Identidade Psicossocial: o indivíduo perde a sua referên-
cia social, ao deixar de ocupar o lugar que lhe era socialmente con-
ferido, o que acarreta a conseqüente perda da identidade psíquica.
O indivíduo não sabe mais quem é, nem que lugar ocupa.

117
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

• Estigmatização: o indivíduo se sente marcado cabe lembrar que a


palavra estigma é sinônimo de ferrete, instrumento que era usado
para marcar os escravos - pela sua condição de não trabalhador.
Essas alterações psicossociais características dos trabalhadores,
-
teração orgânica por exemplo, uma leucopenia, propicia o desenvolvimento
de outra, de ordem psíquica, ou seja, a necessidade de afastamento desses tra-

-
lharem em outra atividade econômica, faz com que, mesmo afastados, ou mais
precisamente em virtude desse afastamento, se produza um adoecimento de
natureza psicossocial.

4.5. Prevenção
Considerando-se as características do produto como toxicidade e car-
cinogenicidade, as ações preventivas são as que se apresentam como sendo de
maior relevância na proteção da saúde. Assim, o ambiente e o processo de tra-
balho devem assegurar sempre a menor exposição ocupacional possível.
Medidas de proteção coletiva adotadas no processo de trabalho, mi-
nimizando a exposição ou eliminando o agente, e medidas de proteção indivi-
dual contribuem decididamente na prevenção da intoxicação.
A avaliação quantitativa do nível de benzeno no ar, associada à avalia-
ção individual da exposição e à análise do Índice Biológico de Exposição (IBE)
em grupos homogêneos de risco de exposição, constituí ferramenta importan-
te quando se objetiva a avaliação da ex-posição e a implantação de medidas
de controle para diminuição e eliminação do risco (vide Instrução Normativa
IN-01 Acordo do Benzeno).

5. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

5.1. Procedimentos Administrativos: (Conforme o Acordo Nacional do


Benzeno e normatizado na IN-02).
As empresas devem garantir ao trabalhador sob investigação de alte-
ração do seu estado de saúde com suspeita de ser de etiologia ocupacional, os
seguintes procedimentos:
• afastamento da exposição, de acordo com o anexo 2;
• emissão da CAT;
• encaminhamento ao INSS para avaliação previdenciária;
• encaminhamento ao SUS para investigação clínica e registro;

118
• custeio pleno de consultas, exames e pareceres necessários à elu-
cidação diagnóstica de suspeita de danos à saúde provocados por
benzeno;
• custeio pleno de medicamentos, materiais médicos, internações
hospitalares e procedimentos médicos de tratamento de dano à
saúde provocado por benzeno ou suas seqüelas e conseqüências; e
• desencadear ações imediatas de correção, prevenção e controle no
ambiente, condições e processos de trabalho.

5.2. Procedimento Retorno:


Consideram-se como área de retorno os critérios apresentados no
-
zeno e, em caso da não existência dessas comissões, aos órgãos de vigilância da

5.3. Procedimentos de Informação:


O Ministério da Saúde, a partir dos dados de cadastro de empresas da
CNPBz, deverá encaminhar aos respectivos Estados a relação dessas empresas

5.3.1. Informações Decorrentes das Empresas:


Cabe aos serviços das empresas cadastradas no MTE encaminhar aos
serviços de saúde do trabalhador de sua área de abrangência, em meio magné-
tico padronizado pelo SIMPEAQ, anualmente, no mês de março:
• Nome e registro de trabalhadores com data de nascimento, sexo,
função, setor de atividade e empresa em que está prestando serviço
no caso de terceiros, com ou sem sinais e sintomas de benzenismo,
afastados ou não do trabalho, incluindo os demitidos a contar de um
período de 20 anos passados.
• A série histórica de hemogramas realizados em exames admissio-
nal, periódicos e demissional, anualmente, no mês de março, em
meio magnético padronizado pelo SIMPEAQ.
• Cópia dos resultados das alterações clínicas e dos exames de indi-
cador biológico de exposição realizados em exames periódicos e
demissional, bem como avaliações citoquímicas, imunológicas, ci-
togenéticas, histológicas, neuropsicológicas e neuropsiquiátricas,
realizadas em trabalhadores expostos ao benzeno, em meio mag-
nético padronizado pelo SIMPEAQ.
• Dados de monitorização ambiental do benzeno (exposição indivi-
dual e de área; média ponderada pelo tempo, curta duração, ins-

119
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

tantâneas de emergência ou não) realizada nos diversos setores da


empresa, a cada semestre.
• As informações de acidentes com vazamentos, em 24 horas, e o re-

plantas.

Observações:
• É de responsabilidade solidária de contratantes e contratadas o
envio e a padronização das informações contidas nos itens 1 a 7.
• Os prontuários médicos dos trabalhadores e dos intoxicados de-
vem ser mantidos à disposição daqueles, dos seus representantes
legalmente constituídos e dos órgãos públicos por, no mínimo, 20
(vinte) anos após o desligamento do trabalhador.

5.3.2 Informações Decorrentes de Outras Instâncias:


As instâncias e serviços que atuam na área de saúde do trabalhador
deverão realizar a vigilância epidemiológica de morbi-mortalidade de casos de
aplasia de medula e câncer do sistema hematopoético, ocorridos em maiores
de 18 anos de idade. Esse sistema deve ser gerenciado pelos serviços de saúde
do trabalhador responsáveis por cada região, que terão as seguintes atribuições:
• analisar dos os dados das companhias de seguros das empresas
cadastradas no MTE relativas a estes dados;

de saúde do trabalhador da região. Por sua vez, esses serviços de


saúde do trabalhador deverão investigar o nexo com a exposição ao
benzeno em cada um desses casos;

ser comunicados pelos serviços de saúde via SINAN.

pela vigilância em saúde do trabalhador de sua área todos os resultados de


indicadores biológicos de exposição do benzeno, anualmente, em meio magné-
tico, conforme padronização pelo SIMPEAQ.
Todos os dados constantes do Sistema de Informação deverão ser
analisados e compilados nos diversos níveis do sistema (região/Município, Es-
tado, Ministério da Saúde) e gerenciados pelas comissões regionais de acompa-
nhamento do acordo do benzeno. O Ministério da Saúde deverá fazer a publica-
ção anual dos dados analisados e compilados a esse nível.

120
5.4. Procedimentos de Intervenção:
Os serviços de saúde do trabalhador realizarão a vigilância dos am-
bientes e processos de trabalho, compreendendo a análise, a investigação, a

de inspeções sanitárias.
-
dades e a interdição seguirão legislação da área de abrangência do serviço, de
acordo com as legislações e portarias pertinentes, tais como Códigos Sanitá-
rios, Lei nº 8080/90 e Portaria nº 3120/GM, de 1º de julho de 1998.
Critérios para priorização da vigilância dos ambientes de trabalho:
• estatísticas geradas pelos Sistemas de Informação (SINAN, SIMPE-
AQ entre outros);
• o não-cumprimento de qualquer norma estabelecida para o benzeno;
• denúncia de trabalhadores, meios de comunicação ou sociedades
civis;
• solicitação do sindicato de trabalhadores; e
• investigações sistemáticas.
Os serviços de saúde do trabalhador deverão privilegiar na interven-
ção nos ambientes de trabalho:
• Análise das informações existentes (atas de CIPA, ROAS, PPEOB,
PPRA, PCMSO, programas de saúde, ambiente e segurança, informa-
ções de outras instituições).
• Análise e observação das situações potenciais de risco.
• Estabelecimento de propostas de eliminação, controle e redução de
risco.
• Participação dos trabalhadores e seus representantes em todas as
etapas da intervenção.
• Processos de discussão, de negociação e de formalização de acordos
envolvendo empregadores, governo, trabalhadores e sociedade civil
para estabelecimento de medidas de eliminação, controle e redução
da exposição ao benzeno além do previsto na legislação.
• Ações de integração interinstitucionais com o Ministério do Trabalho
e Emprego, Ministério da Previdência Social, os Ministérios Públicos,
as Secretarias de Meio Ambiente, e as Instituições de ensino e pesqui-
sa, entre outras.
Os serviços de saúde do trabalhador deverão manter atualizado o ca-
dastro das empresas de produção, utilização, manipulação, armazenamento ou
transporte de benzeno na sua área de abrangência.

121
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

As instâncias estaduais do SUS deverão assessorar os serviços muni-


cipais e regionais de saúde do trabalhador nas ações de vigilância dos ambien-
tes de trabalho e realizá-las em caráter complementar.
Deverão ser incentivadas a criação e as ações de instâncias regionais
de acompanhamento do acordo nacional do benzeno.
O Ministério da Saúde estabelecerá estratégias de integração entre os
pólos de vigilância visando o reforço da municipalização e à comunicação entre
os níveis do sistema.

6. ANEXOS
Anexo 1A
Valores de Referência em Hematologia:

Tabela 1: Tabela de leucócitos, segundo Williams – 6ª edição – 2001


Linfócitos Monócitos
Leucócitos (X 103/µL)
Idade (X 103/ (X 103/ (X 103/
(X 103/µL) (X 103/µL)
segmentados bastões µL) µL) µL)

1 6.0 – 17.5 1.0 – 8.5 0,35 0,05 – 0,7 0 – 0,2 4,0 – 10,5 0,05 – 1,1
4 5.5 – 15.5 1.5 – 7.5 0 – 1,0 0,02 – 0,65 0 – 0,2 2,0 – 8,0 0 – 0,8
6 5.0 – 14.5 1.5 – 7.0 0 – 1,0 0 – 0,65 0 – 0,2 1,5 – 7,0 0 – 0,8
10 4.5 – 13.5 1.8 – 7.0 0 – 1,0 0 – 0,60 0 – 0,2 1,5 – 6,5 0 – 0,8
21 4.5 – 11.0 1.8 – 7.0 0 – 0,7 0 – 0,45 0 – 0,2 1,0 – 4,8 0 – 0,8

Anexo 1B
Variações dos Valores dos Hemogramas:
Tabela 2: Diferenças étnicas no hemograma, segundo Williams - 6ª edição – 2001
Homens Mulheres
Afro Afro
Caucasianos Africanos Caucasianos Africanos
Caribenhos Caribenhos
Leucometria 5,7 5,2 4,5 6,2 5,7 5,0
(X 103/µL) (3,6 – 9,2) (2,8 – 9,5) (2,8 – 7,2) (3,5 – 10,8) (3,3 – 9,9) (3,2 – 7,8)
3,2 2,5 2,0 3,6 3,0 2,4
(X 103/µL) (1,7 – 6,1) (1,0 – 5,8) (0,9 – 4,2) (1,7 – 7,5) (1,4 – 6,5) (1,3 – 4,2)
Linfócitos 1,7 1,9 1,8 1,8 2,0 2,0
(X 103/µL) (1,0 – 2,9) (1,0 – 3,6) (1,0 – 3,2) (1,0 – 3,5) (1,2 – 3,4) (1,1 – 3,6)
Monócitos 0,34 0,33 0,29 0,30 0,31 0,28
(X 103/µL) (0,18 – 0,62) (0,18 – 0,52) (0,15 – 0,58) (0,14 – 0,61) (0,16 – 0,59) (0,15– 0,39)
0,12 0,13 0,12 0,13 0,10 0,10
(X 103/µL) (0,03 – 0,48) (0,03 – 0,58) (0,02 – 0,79) (0,04 – 0,44) (0,03 – 0,33) (0,02– 0,41)
Plaquetas 218 196 183 246 236 207
(X 103/µL) (143 – 332) (122 – 313) (115 – 290) (169 – 358) (149 – 374) (125 – 342)

122
Tabela 3: Diferenças étinicas e de horário de coleta no hemogama, segundo
WIintrobe – 10ª edição – 1999.
HOMENS ADULTOS
Europeus Americanos
Caucasianos Caucasianos Afroamericanos Africanos
Idade média 25 16-44 anos
Horário de Antes do meio dia ou à tarde
9:30-11:30 14:30-16:30 09:00-12:00
coleta próximo ao meio dia
Leucometria
3,487-9,206 3,722-9,828 4,550-10,100 3,600-10,200 2,587-9,075
(X 103/µL)

1,539-5,641 1,775-6,508 2,050-6,800 1,300-7,400 0,775-4,131


(X 103/µL)
Linfócitos
1,500-4,000 1,450-3,750 1,012-3,876
(X 103/µL)
Monócitos
0,220-0,950 0,210-1,050 0,062-0,688
(X 103/µL)

0,030-0,860 0,030-0,720 0,047-3,371


(X 103/µL)
Nota: Os valores das tabelas 1, 2 e 3 demonstram que as variações são diferentes segundo a base popu-

de serem estabelecidos valores a partir da experiência brasileira e que estes deverão estar disponíveis

Anexo 2
Critérios de Retorno de Trabalhadores Afastados do Trabalho
por Agravos à Saúde Decorrentes da Exposição ao Benzeno

1. Objetivo -
dos por agravos à saúde decorrentes da exposição ao benzeno.

2. Critérios: O local de trabalho deve ser avaliado quanto aos seguintes critérios:
• avaliação da exposição - qualitativa e quantitativa; e
• avaliação epidemiológica de agravos à saúde dos trabalhadores.

3. Critérios de Avaliação da Exposição:


Qualitativa: O trabalhador em situação de retorno, independente-
mente da área ou setor para onde for lotado, não deve participar de atividades
que representam risco de exposição acima de 0.1 ppm, tais como (lista exem-

• Paradas, emergências, vazamentos;


• Leitura de nível de tanque com trena (e temperatura);

123
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004

• Transferências e carregamento de produtos;


• Comando de evasões;
• Coletas de amostras de produtos, insumos, matérias-primas, etc.,

• Limpeza de equipamentos;
• Acompanhamento de serviços de manutenção ou de liberação de
equipamentos;
• Atividade envolvendo outros mielotóxicos; e
• A empresa deve possuir procedimento escrito que garanta o cum-
primento deste critério e deve orientar seus trabalhadores quanto a
esse procedimento.
Quantitativa: O trabalhador somente poderá ser lotado em área ou
setor onde esteja ocorrendo controle rigoroso das concentrações de benzeno,
de acordo com a IN-01.
Os resultados de avaliação da concentração de benzeno na área e na
atividade não devem ultrapassar 0,1 ppmv MPT.
Para avaliação da conformidade com o valor de referência para retor-
no (0,1 ppm), serão considerados os resultados das concentrações obtidas no
processo de avaliação realizado pela empresa, devendo ser submetidos à ava-
liação e validação das autoridades públicas competentes, TEM e/ou SUS, tanto
o processo de coleta e análise quanto os valores obtidos.

4. Critério de Avaliação Epidemiológica:


Realizar comparação das séries históricas de hemogramas de pelo
menos 30 trabalhadores do setor/atividade escolhida para o retorno. Analisar
a existência de casos de alterações hematológicas possivelmente relaciona-
das ao benzeno. Quando o setor tiver menos que 30 trabalhadores, considerar
a população total dos trabalhadores do setor e a sua história epidemiológica
para agravos à saúde decorrentes da exposição ao benzeno. É recomendado que
o(s) grupos(s) homogêneos(s) de referência para avaliação seja(m) constituído(s)
por empregados com cinco anos ou mais na atividade ou local de trabalho.
Na ocorrência de pelo menos um caso de diminuição persistente de,
no mínimo, 20% da média dos parâmetros hematológicos considerados pela
-
tos de mielotoxidade ocupacional no grupo avaliado.
A presença de suspeitos de mielotoxicidade no setor ou atividade im-
plica setor inadequado para o retorno do trabalhador.

124
Observações:
Caso o empregado tenha sido remanejado de área com exposição, o
seu histórico deve ser avaliado à luz das atividades na nova área.
Na ausência de série histórica, recomenda-se a utilização dos seguin-
tes parâmetros:
• realização do indicador biológico adotado pela empresa para avalia-
ção de exposições a benzeno até 1 ppm (ácido trans, trans - mucônico
urinário, por exemplo) no (s) grupo(s) homogêneo (s) de referência;
• comparação do hemograma atual com o exame admissional; e
• na ausência de exame admissional deve ser considerado como refe-
rência o critério de Williams (IN-02) para avaliação.
Validação: O GTB deverá participar do processo de seleção das áreas/
atividades para o retorno dos trabalhadores, observando o item 9.7.1 nos casos
de discordância.
A liberação da área/atividade para retorno deverá ser realizada pelas
autoridades competentes na área de saúde e segurança.

Anexo 3

de Exposição do Benzeno acima da Normalidade

Nome da empresa
Endereço
Município Estado
CEP Tel.:

Tipo de indicador biológico de exposição utilizado


Valor encontrado Valor de normalidade
Nome do trabalhador
Função do trabalhador
Setor de atividade
Atividade realizada previamente o achado de anormalidade

Investigações proferidas ao caso para sua avaliação pelo setor competente

Nome dos demais trabalhadores envolvidos nesta mesma atividade

Condutas estabelecidas para os trabalhadores envolvidos na atividade de risco

(...)

125
Portaria nº 776, de 28 de abril de 2004
(...)
Condutas estabelecidas ou a serem estabelecidas no ambiente de trabalho para
melhoria das condições de exposição ao benzeno

Observações

Data __/__/__

Anexo 4
Siglas

Anti-HBs Ag - marcador da Hepatite B


Anti-HBc -IgM - marcador da Hepatite B
BMO - Biópsia de Medula Óssea
CAS - Código Internacional de Substâncias Químicas
CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho
CMV - Citomegalovirus
DRT - Delegacia Regional do Trabalho
FAN - Fator Anti-Nuclear

HCV - Vírus da Hepatite C


IBE - Indicador Biológico de Exposição
IgM - Imunoglobulina M
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
MO - Medula Óssea
MS - Ministério da Saúde
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
LES - Lupus Eritematoso Sistêmico
ONU - Organização das Nações Unidas
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPEOB - Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SIMPEAQ - Sistema de Informações de Populações Expostas a Agentes Químicos
SUS - Sistema Único de Saúde
VHS - Velocidade de Hemossedimentação

126
Nota Técnica COREG nº 07, de 12 de setembro de 2002
Secretaria de Inspeção do Trabalho
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

Brasília, 12 de setembro de 2002.

ASSUNTO: Abrangência do campo de aplicação do acordo e legislação do benzeno

Senhor Diretor,

Em atendimento à solicitação da Comissão Nacional Permanente do


Benzeno a este Departamento, proponho a publicação de nota de esclareci-
mento referente à abrangência do campo de aplicação do acordo e legislação
do benzeno, nos termos em anexo, conforme deliberação registrada em ata da
reunião plenária realizada dias 23 e 24 de maio de 2002.

À consideração superior.

Maurício Passos de Melo


Coordenador do DSST/SIT/MTE

DE ACORDO

Juarez Correia Barros Júnior


Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

127
Nota Técnica COREG nº 07, de 12 e setembro de 2002

Anexo
Abrangência do Acordo e Legislação
do Benzeno (Anexo 13-A da NR 15)

1) Entende-se como integrantes do campo de aplicação do acordo do benzeno


e do Anexo 13-A da Norma Regulamentadora 15, as plataformas, terminais, ba-
ses de distribuição de petróleo, gás e derivados.

2) As atividades de armazenamento, transporte, distribuição, venda e uso de


combustíveis derivados de petróleo, conforme disposto nos itens 3 do acordo
do benzeno e 2.1 do Anexo 13-A da NR 15, dizem respeito àquelas que envol-
vem os combustíveis derivados de petróleo após sua preparação para o consu-

128
Portaria Interministerial nº 775,
de 28 de abril de 2004
Ministério do Trabalho e Emprego
Ministério da Saúde
(DOU de 29/04/2004 Seção I p. 33-34)

”Proíbe a comercialização de produtos

em sua composição, admitindo, porém,


alguns percentuais”

OS MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO E DA SAÚDE,


no uso das atribuições que lhes confere o art. 87 da Constituição, e
Considerando que o benzeno é um produto cancerígeno, para o qual
não existe limite seguro de exposição;
Considerando que existe possibilidade técnica de diminuir o teor de
benzeno em produtos acabados;
-
vidos pela Comissão Nacional Permanente do Benzeno -CNPBz, para propor
a redução da concentração de benzeno em produtos acabados, atendendo aos
itens 8.1.4 e 8.1.5 do Acordo do Benzeno; e
Considerando, ainda, o contido na ata da Reunião Plenária da CNPBz,
realizada nos dias 22 e 23 de agosto de 2002, resolvem:

Art. 1º Proibir, em todo o Território Nacional, a comercialização de

porém, a presença desta substância, como agente contaminante, em percentual


não superior a:
a) 1% (um por cento), em volume, até 30 de junho de 2004;
b) 0,8% (zero vírgula oito por cento), em volume, a partir de 1º de
julho de 2004;

129
Portaria Interministerial nº 775, de 28 de abril de 2004

c) 0,4% (zero vírgula quatro por cento), em volume, a partir de 1º de


dezembro de 2005; e
d) 0,1% (zero vírgula um por cento), em volume, a partir de 1º de de-
zembro de 2007.
§ 1º Aos combustíveis derivados de petróleo é admitido um percen-
tual não superior a 1% (um por cento), em volume.
§ 2º Os produtos sob o regulamento sanitário conforme a Lei nº
6.360, de 23 de setembro de 1976, seguirão a Resolução - RDC nº 252, de 16 de
setembro de 2003 e suas atualizações.

Art. 2º Estabelecer a obrigatoriedade de que o rótulo de qualquer


produto acabado que contenha mais de 0,01% (zero vírgula zero um por cen-
to), em volume, de benzeno, deve indicar a presença e a concentração máxima
deste aromático.

Art. 3º Fixar o prazo de 180 dias, após a publicação deste ato, para
que os fabricantes e distribuidores dos produtos acabados se adequem ao dis-
posto no artigo 2º desta portaria.

Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Ricardo Berzoini
Ministro de Estado do Trabalho e Emprego
Humberto Costa
Ministro de Estado da Saúde

130
Resolução RDC nº 252, de 16 de setembro de 2003
Ministério da Saúde
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(DOU de 18/09/2003 Seção I p. 90)

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no


uso da atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVI-
SA aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o Art. 111, inciso

de agosto de 2000, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião


realizada em 11 de setembro de 2003,
C
envolvam risco à saúde pública conforme o disposto na Lei nº 9.782, de 26 de
janeiro de 1999,
Considerando a necessidade de serem adotados procedimentos para
-
tional Agency Research on Câncer, Agência de pesquisa referenciada pela OMS
Organização Mundial de Saúde, para analisar compostos suspeitos de causa-
rem câncer, e a categorização da substância como cancerígena para humanos,
Considerando a necessidade de atualização dos parâmetros técnicos
referenciados na Portaria Interministerial nº 03 de 28 de abril de 1982,
Considerando os produtos sob o Regulamento Sanitário conforme es-
tabelece a Lei nº 6360 de 23 de setembro de 1976 e suas atualizações,
Considerando as padronizações para as embalagens e rotulagens es-
tabelecidos pela Portaria nº 10/DISAD, de 15 de setembro de 1980,
Considerando a necessidade de resguardar a saúde humana e o meio
ambiente e considerando os riscos de exposição, incompatível com as precau-
ções recomendadas pela Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, Decreto nº
79.094, de 5 de janeiro de 1977 e a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, face
aos riscos oferecidos, adotou a seguinte Resolução, e eu, Diretor-Presidente de-
termino a sua publicação;

131
Resolução RDC nº 252, de 16 de setembro de 2003

Adotou a seguinte Resolução, e eu, Diretor-Presidente determino a


sua publicação;
Adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu Diretor-Presi-
dente, determino a sua publicação:

Art. 1º Proibir, em todo o território nacional, a fabricação, distribui-


ção ou comercialização de produtos avaliados e registrados pela ANVISA que
contenham o BENZENO, em sua composição, admitida porém, a presença dessa
substância, como agente contaminante, em percentual não superior a 0,1% v/v
(zero vírgula um por cento, expresso em volume por volume).

Art. 2º Os produtos que contenham concentrações do contaminante


BENZENO superiores a 0,01% v/v (zero virgula zero um por cento, expresso em
volume por volume), deverão possuir no painel instruções claras do risco de
manipulação do produto seguindo o Anexo I e II desta Resolução.

Art. 3º A inobiservância do disposto nesta Resolução e seus Anexos,


constitue infração sanitária, sujeitando o infrator às penalidades previstas na
Lei nº 6437 de 20 de agosto de 1977, e demais normas cabíveis.

Art. 4º Fica concedido o prazo 180 (cento e oitenta) dias, para que os
fabricantes dos produtos se adeqüem aos dispositivos da presente Resolução.

Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Claudio Maierovitch Pessanha Henriques

Anexo I
FRASES E INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS PARA OS DIZERES
DOS RÓTULOS.

1.1. Advertências gerais


"ANTES DE USAR LEIA AS INSTRUÇÕES DO RÓTULO.", em destaque e caixa alta
com altura mínima das letras conforme o disposto na tabela abaixo:
Conteúdo líquido em gramas ou mililitros Altura mínima das letras em milímetros
Menor ou igual a 50 2
Maior que 50 e menor ou igual a 200 3
Maior que 200 e menor ou igual a 1000 4
Maior que 1000 6

132
ATENÇÃO: MANTER FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS E ANIMAIS DO-
MÉSTICOS.”, em destaque, caixa alta e negrito.

1.2. Advertências toxicológicas


CONTÉM CONTAMINANTE COMPROVADAMENTE CANCERÍGENO
PARA HUMANOS
O produto contém o máximo ______ (% vol/vol) de BENZENO. (Nome
em Negrito e em caixa alta).

1.3. Recomendações de segurança


-

Manter afastado do fogo e do calor. Quando for o caso.


Não perfurar a tampa.

1.4. Recomendações de uso


Não derramar sobre o fogo. Quando for o caso.
Recomendações para armazenamento da embalagem.

1.5. Recomendações para primeiro socorros

for o caso.
-
te o Centro de Intoxicações ou Serviço de Saúde mais próximo.”

Anexo II
DISPOSIÇÃO DOS DIZERES DE ROTULAGEM

PAINEL ONDE
CAMPO DESCRIÇÃO
DEVE FIGURAR

1. NOME e/ou
Nome comercial completo Principal
MARCA DO PRODUTO

2. CATEGORIA
Destinação de Uso Principal
DO PRODUTO

3. INDICAÇÃO Conforme indicação metrológica


Principal
QUANTITATIVA (Quanto peso ou volume)

(...)
133
Resolução RDC nº 252, de 16 de setembro de 2003
(...)
PAINEL ONDE
CAMPO DESCRIÇÃO
DEVE FIGURAR

Advertências gerais: Frases obrigatórias.


Principal ou
4. FRASES GERAIS Outras frases de advertências de caráter
Secundário
geral.

Advertências toxicológicas: Frases


obrigatórias. Outras recomendações para
5. INFORMAÇÕES Principal ou
o uso do produto como: modo de usar e/ou
TOXICOLÓGICAS Secundário
aplicação; limitações de uso e cuidados de
conservação.

Recomendações de uso: Frases obri-


gatórias. Outras recomendações para o
Principal ou
6. MODO DE USAR uso do produto como: modo de usar e/ou
Secundário
aplicação; limitações de uso e cuidados de
conservação.

Recomendações para primeiro socor-


ros: Outras recomendações para os pri-
meiros socorros e indicações para uso
7. PRIMEIROS Principal ou
médico. É obrigatório a inclusão de um
SOCORROS Secundário
número de telefone para obtenção de
maiores informações. (Atendimento ao
Consumidor e o Centro de Intoxicações).

Principal,
8. LOTE E DATA Lote ou partida e a data de
Secundário ou
DE FABRICAÇÃO
Terciário

Principal,
9. PRAZO Indicação clara e precisa da validade do
Secundário ou
DE VALIDADE produto.
Terciário

Principal,
10. TÉCNICO Nome do responsável técnico e o número
Secundário ou
RESPONSÁVEL
Terciário

Principal,
Razão social, endereço do fabricante e
11. FABRICANTE Secundário ou
cadastro nacional da pessoa jurídica.
Terciário

134
Nota Técnica DSST nº 30, de 23 de novembro de 2004
Revisão do Capítulo V do Acordo Nacional
do Benzeno – Da Participação dos Trabalhadores*

Interessado: Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNPBz.

A presente Nota Técnica tem por objetivo apresentar e esclarecer as


alterações propostas pela bancada dos trabalhadores quanto à constituição
e o funcionamento do Grupo de Representação dos Trabalhadores do Benze-
no – GTB, com base nas disposições do subitem 8.1.5 do Acordo Nacional do
Benzeno assinado pelas bancadas do Governo, dos Trabalhadores e dos Em-
pregadores em 20 de dezembro de 1995. Tais alterações foram aprovadas, por
consenso, durante a reunião da Comissão Nacional Permanente do Benzeno –
CNPBz, realizada nos dias 17 e 18 de junho de 2004, conforme consta no item
quatro da ata lavrada na ocasião e constituem-se em:
*
Nota do colaborador: O Capítulo V do Acordo Nacional do Benzeno trata da participação dos traba-

do Benzeno (GTB) seria composto por 20% (vinte por cento) do número de representação titular dos
trabalhadores na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), com no mínimo dois represen-
tantes. Na reunião da CNPBz realizada nos dias 17 e 18 de junho de 2004 em Belo Horizonte, MG, por

da participação dos trabalhadores. Foi elaborada a Nota Técnica DSST nº 30/2004 para consolidar a
revisão do Capítulo V do Acordo Nacional do Benzeno. Além da ampliação da participação dos trabalha-
dores, conforme deliberação da reunião da CNPBz, a Nota Técnica estabeleceu a inclusão do item 9.3,

GTB, terão prorrogado a sua participação nas reuniões do GTB / CIPA, pelo prazo de 90 dias, a contar do

MG, de que não se trata de prorrogação do mandato de membro da CIPA”. Como diz o texto da Nota
-
mente colocados à par do desenvolvimento das ações do PPEOB de forma a não permitir soluções de
continuidade em seu andamento.” Ocorre que já existia um item 9.3 no Capítulo V do Acordo Nacional do
Benzeno. Como a Nota Técnica referiu a inclusão e não a substituição, entende-se que houve obviamente
um equívoco na numeração. Na verdade, era para ser incluído o subitem 9.3.3 com a redação acima,

trabalhadores eleitos para a CIPA (titulares e suplentes), sendo escolhidos pelos mesmos”.

135
Nota Técnica DSST nº 30, de 23 de novembro de 2004

1) O item 9.2 do Capítulo V do Acordo Nacional do Benzeno, que passa a vigorar


como a seguir:

membros da representação titular dos trabalhadores na CIPA, com o mínimo


de 2 (dois) representantes”.
Essa alteração objetivou a ampliação da participação dos trabalhado-
res quanto ao acompanhamento da elaboração, implantação e desenvolvimen-
to do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB.

2) Inclusão de um item 9.3 nesse mesmo Capítulo do Acordo Nacional do Ben-


zeno, para vigorar como a seguir:

para o GTB, terão prorrogado a sua participação nas reuniões do GTB / CIPA,

o compromisso da reunião ordinária de Belo Horizonte/MG, de que não se trata


de prorrogação do mandato de membro da CIPA.”
Essa inclusão teve como objetivo garantir que novos componentes

PPEOB de forma a não permitir soluções de continuidade em seu andamento.

3) Inclusão de dois subitens ao item 9.4 desse mesmo Capítulo do Acordo Na-
cional do Benzeno, que passam a vigorar como a seguir:

a todos os membros da CIPA, sem aumento da carga horária de 20 horas para

-
mento dos trabalhadores expostos ao Benzeno”.
A inclusão desses dois subitens visou ampliar a conscientização e a
formação de todos os membros da Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes com relação aos processos de trabalho envolvendo o Benzeno.

A consideração superior.
Brasília / DF, 23 de novembro de 2004.

José Eduardo Freire de Menezes


Auditor-Fiscal do Trabalho
Luiz Sérgio Brandão de Oliveira
Auditor-Fiscal do Trabalho

136
Instrução Normativa nº 01, de 7 de março de 2005*
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
(DOU de 22/03/2005 - Seção I - p. 35)

Regulamenta a Portaria nº 1.172/2004/GM, no que se re-


fere às competências da União, estados, municípios e Dis-
trito Federal na área de vigilância em saúde ambiental.

O SECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, no uso das atribuições que


lhe confere o Art. 36, do Decreto nº 4.726, de 09 de junho de 2003 e considerando
o disposto no Art. 31 da Portaria nº 1.172/GM, de 17 de junho de 2004, resolve:

CAPÍTULO I
Do Subsistema Nacional Vigilância em Saúde Ambiental

Art. 1º O Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental


SINVSA compreende o conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e en-
tidades públicas e privadas, relativos à vigilância em saúde ambiental, visando
o conhecimento e a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde hu-

ambiental, prevenção e controle dos fatores de riscos relacionados às doenças


e outros agravos à saúde, em especial:
I. água para consumo humano;
II. ar;
III. solo;
*
Nota da coordenação editorial: Publicada primeiramente, no DOU nº 45, de 08/03/2005, Seção 1, p. 45,
com incorreção no original.

137
Instrução Normativa nº 1, de 7 de março de 2015

IV. contaminantes ambientais e substâncias químicas;


V. desastres naturais;
VI. acidentes com produtos perigosos;

VIII. ambiente de trabalho.

Parágrafo Único Os procedimentos de vigilância epidemiológica


das doenças e agravos à saúde humana associados à contaminantes ambien-
tais, especialmente os relacionados com a exposição a agrotóxicos, amianto,
mercúrio, benzeno e chumbo serão de responsabilidade da Coordenação Geral
de Vigilância Ambiental em Saúde CGVAM.

Art. 2º Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde SVS/MS, às Se-


cretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos equivalentes nos estados
e municípios, a gestão do componente federal, estadual e municipal do SINVSA,

Art. 3º As metas e atividades de vigilância em saúde ambiental serão


expressas na Programação Pactuada Integrada da área de Vigilância em Saúde
PPIVS, a ser elaborada pelos gestores do SINVSA, na forma disciplinada pela
Secretaria de Vigilância em Saúde, e custeadas com os recursos provenientes
do Teto Financeiro de Vigilância em Saúde TFVS, estabelecido na Portaria nº
1.172/2004/GM.

CAPÍTULO II
Das Competências

SEÇÃO I
União

Art. 4º Compete ao Ministério da Saúde, por intermédio da Secreta-


ria de Vigilância em Saúde SVS gestora nacional do Subsistema Nacional de
Vigilância em Saúde Ambiental:
I. propor a Política Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental;
II. participar na formulação e na implementação das políticas de

na saúde humana;
III. coordenar as ações de monitoramento dos fatores não biológi-
cos que ocasionem riscos à saúde humana;

138
IV. elaborar normas relativas às ações de prevenção e controle de
fatores do meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham re-
percussão na saúde humana;
V. normalizar os procedimentos de vigilância em saúde ambiental
nos pontos de entrada no território nacional de pessoas, meios
de transporte e outros que possam ocasionar riscos à saúde da
população;
VI. propor normas e mecanismos de controle a outras instituições,
com atuação no meio ambiente, saneamento e saúde, em aspec-
tos de interesse da saúde pública;
VII. coordenar e supervisionar as ações de vigilância em saúde am-
biental, com ênfase naquelas que exija simultaneidade em mais
de uma unidade da federação;
VIII. executar ações de vigilância em saúde ambiental, em caráter
excepcional, de forma complementar a atuação dos estados,
nas seguintes situações:
a) em circunstâncias especiais de risco à saúde decorrente de
fatores ambientais, que superem a capacidade de resposta
do nível estadual; e/ou
b) que representem risco de disseminação nacional.
IX. normalizar e coordenar a Rede Nacional de Laboratórios de Vi-
gilância em Saúde Ambiental;
X. credenciar Centros Nacionais e Regionais de Referência em Vi-
gilância em Saúde Ambiental;
XI. estabelecer os padrões máximos aceitáveis ou permitidos e os
níveis de concentração no ar, água e solo, dos fatores e caracte-
rísticas que possam ocasionar danos à saúde humana;
XII. estabelecer normas, critérios e limites de exposição humana a

XIII. realizar avaliações de impacto e de risco à saúde da população,


relacionadas ao emprego de novas tecnologias;
-
formação relativos à vigilância de contaminantes ambientais
na água, ar e solo, de importância e repercussão na saúde públi-
ca, bem como à vigilância e prevenção dos riscos decorrentes

acidentes com produtos perigosos;

139
Instrução Normativa nº 1, de 7 de março de 2015

-
minantes ambientais na água, ar e solo de importância e reper-
cussão na saúde pública, bem como para a vigilância e prevenção

desastres naturais, acidentes com produtos perigosos;


XVI. coordenar e supervisionar as ações de vigilância em saúde am-
biental de contaminantes ambientais na água, ar e solo de impor-
tância e repercussão na saúde pública, bem como a vigilância e

trabalho, desastres naturais, acidentes com produtos perigosos;


XVII. coordenar e executar as atividades relativas à informação e comu-
nicação de risco à saúde decorrente de contaminação ambiental;
XVIII. promover, coordenar e executar estudos e pesquisas aplicadas
na área de vigilância em saúde ambiental;
XIX. analisar e divulgar informações epidemiológicas sobre fatores
ambientais de risco à saúde;
XX. prestar assessoria técnica em vigilância em saúde ambiental
aos estados e, excepcionalmente, aos municípios;
XXI. promover a cooperação técnica internacional na área de vigi-
lância em saúde ambiental;
XXII. fomentar e executar programas de desenvolvimento de recur-
sos humanos em vigilância em saúde ambiental;

ambiental;
XXIV. realizar a vigilância epidemiológica das doenças e agravos à
saúde humana associados à contaminantes ambientais, es-
pecialmente os relacionados com a exposição a agrotóxicos,
amianto, mercúrio, benzeno e chumbo; e
XXV. desenvolver estratégias e ações de Atenção Primária em Saúde
Ambiental em articulação com Estados, Distrito Federal, Mu-
nicípios e sociedade civil organizada como instrumento de im-
plantação da Vigilância em Saúde Ambiental.

Parágrafo Único: Saúde ambiental compreende a área da saúde públi-


-
nadas à interação entre a saúde humana e os fatores do meio ambiente natural e

a qualidade de vida do ser humano, sob o ponto de vista da sustentabilidade.

140
SEÇÃO II
Dos Estados

Art. 5º Compete aos estados a gestão do componente estadual do


SINVSA, compreendendo as seguintes ações:
I. coordenar as ações de monitoramento dos fatores não biológi-
cos que ocasionem riscos à saúde humana;
II. propor normas relativas às ações de prevenção e controle de
fatores do meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham re-
percussão na saúde humana;
III. propor normas e mecanismos de controle a outras instituições,
com atuação no meio ambiente, saneamento e saúde, em aspec-
tos de interesse da saúde pública;
IV. coordenar e supervisionar as ações de vigilância em saúde am-
biental, com ênfase naquelas que exija simultaneidade em mais
de um município;
V. executar ações de vigilância em saúde ambiental, em caráter
excepcional e complementar à atuação dos municípios, nas se-
guintes situações:
a) em circunstâncias especiais de risco à saúde decorrentes de
fatores ambientais, que superam a capacidade de resposta
do nível municipal; ou
b) que representem risco de disseminação estadual.
VI. normalizar e coordenar a Rede Estadual de Laboratórios de Vi-
gilância em Saúde Ambiental;
VII. credenciar Centros Estaduais de Referência em Vigilância em
Saúde Ambiental;
VIII. gerenciar os sistemas de informação relativos à vigilância à
vigilância de contaminantes ambientais na água, ar e solo, de
importância e repercussão na saúde pública, bem como à vigi-

ambiente de trabalho, desastres naturais e acidentes com pro-


dutos perigosos, incluindo;
-
tes e dos municípios, por meio de processamento eletrônico,

141
Instrução Normativa nº 1, de 7 de março de 2015

b) envio dos dados ao nível federal, regularmente, dentro dos


prazos estabelecidos pelas normas de cada sistema;
c) análise dos dados; e
d) retro alimentação dos dados.
IX. coordenar as atividades de vigilância em saúde ambiental de
contaminantes ambientais na água, no ar e no solo, de impor-
tância e repercussão na saúde pública, bem como dos riscos
decorrentes dos desastres naturais, acidentes com produtos

X. monitorar, de forma complementar ou suplementar aos muni-


cípios, os fatores não biológicos, que ocasionem riscos à saúde
da população, observados os padrões máximos de exposição
aceitáveis ou permitidos;
XI. coordenar e executar as atividades relativas à informação e
comunicação de risco à saúde decorrente de contaminação am-
biental de abrangência estadual e intermunicipal;
XII. promover, coordenar e executar estudos e pesquisas aplicadas
na área de vigilância em saúde ambiental;
XIII. analisar e divulgar informações epidemiológicas sobre fatores
ambientais de risco à saúde;
XIV. prestar assessoria técnica em vigilância em saúde ambiental
aos municípios;
XV. fomentar e executar programas de desenvolvimento de recur-
sos humanos em vigilância em saúde ambiental;
-
biental, na forma estabelecida na Portaria nº 1.172/2004/GM; e
XVII. executar as ações de vigilância em saúde ambiental em municí-

nº 1.172/2004/GM.

SEÇÃO III
Dos Municípios

Art. 6º Compete aos municípios a gestão do componente municipal


do SINVSA, compreendendo as seguintes ações:

142
I. coordenar e executar as ações de monitoramento dos fatores
não biológicos que ocasionem riscos à saúde humana;
II. propor normas relativas às ações de prevenção e controle de
fatores do meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham re-
percussão na saúde humana;
III. propor normas e mecanismos de controle a outras instituições,
com atuação no meio ambiente, saneamento e saúde, em aspec-
tos de interesse de saúde pública;
IV. coordenar a Rede Municipal de Laboratórios de Vigilância em
Saúde Ambiental;
V. gerenciar os sistemas de informação relativos à vigilância de
contaminantes ambientais na água, ar e solo, de importância e
repercussão na saúde pública, bem como à vigilância e preven-
ção dos riscos decorrentes dos desastres naturais, acidentes

a) coleta e consolidação dos dados provenientes de unidades

b) envio dos dados ao nível estadual, regularmente, dentro


dos prazos estabelecidos pelas normas de cada sistema;
c) análise dos dados; e
d) retro alimentação dos dados.
VI. coordenar as atividades de vigilância em saúde ambiental de
contaminantes ambientais na água, no ar e no solo, de impor-
tância e repercussão na saúde pública, bem como dos riscos
decorrentes dos desastres naturais, acidentes com produtos

VII. executar as atividades de informação e comunicação de risco à


saúde decorrente de contaminação ambiental de abrangência
municipal;
VIII. promover, coordenar e executar estudos e pesquisas aplicadas
na área de vigilância em saúde ambiental;
IX. analisar e divulgar informações epidemiológicas sobre fatores
ambientais de risco à saúde;
X. fomentar e executar programas de desenvolvimento de recur-
sos humanos em vigilância em saúde ambiental;

143
Instrução Normativa nº 1, de 7 de março de 2015

em saúde, na forma estabelecida na Portaria nº 1.172/04.


XII.coordenar, acompanhar e avaliar os procedimentos laborato-
riais realizados pelas unidades públicas e privadas, componen-
tes da rede municipal de laboratórios, que realizam exames
relacionados à área de vigilância em saúde ambiental.
Parágrafo único. As competências estabelecidas neste artigo pode-
rão ser exercidas pelos estados nas condições pactuadas na Comissão Interges-
tores Bipartite CIB.

SEÇÃO IV
Do Distrito Federal

Art. 7º A coordenação e execução das ações de vigilância em saúde


ambiental no Distrito Federal compreenderão, no que couberem, simultanea-
mente, as competências referentes a estados e municípios.

CAPÍTULO III
Das Disposições Finais

Art. 8º As ações de promoção de saúde ambiental, prevenção e con-


trole dos fatores de riscos relacionados às doenças e outros agravos à saúde de-
verão ser realizadas em articulação com fóruns intrasetoriais e intersetoriais
relacionadas à questão ambiental, bem como com o fóruns de controle social.

Art. 9º Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação desta


Instrução Normativa serão dirimidos pelo Secretário de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde - SVS/MS.

Art. 10 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua pu-


blicação.

Art. 11 Revogar a Instrução Normativa/FUNASA nº 1, de 25 de se-


tembro de 2001, publicada no DOU nº 185, Seção 1, página 56, de 26 de setem-
bro de 2001.

Jarbas Barbosa da Silva Junior

144
Nota Técnica DSST/SIT nº 382, de 18 de
novembro de 2010

Ministério do Trabalho e Emprego


Secretaria de Inspeção do Trabalho

NOTA TÉCNICA Nº 382/2010/DSST/SIT

Documento de referência: Consulta da Comissão Nacional Permanente do


Benzeno
Interessado: Comissão Nacional Permanente do Benzeno
Assunto: Aplicação dos dispositivos do Acordo Nacional
do Benzeno aos trabalhadores terceirizados

I - Relatório
Trata-se de consulta técnica formulada pelo Sr. Coordenador da Co-
missão Nacional Permanente do Benzeno CNPBz, a respeito da aplicação das
disposições do Acordo Nacional do Benzeno ANB aos trabalhadores terceiri-
zados em atividade nas instalações das empresas por ele abrangidas.
Esclarece-se que a questão vem sendo objeto de reiteradas discus-
sões na CNPBz, havendo levantamento de dúvidas por parte da bancada patro-
nal a respeito da segurança jurídica de as contratantes assumirem as ações de
vigilância e de proteção à saúde dos trabalhadores das contratadas.
Aponta-se que há um grupo minoritário de empresas englobadas pelo
ANB que já assumiram essas responsabilidades, assim como iniciativas insti-
tucionais nesse sentido, tal como a anexa "Recomendação Técnica de Procedi-
mento nº 1/2008", construída no âmbito da Comissão Estadual do Benzeno da

É o relatório.

145
Nota Técnica DSST/SIT nº 382, de 18 de novembro de 2010

II – Análise
A terceirização, aqui compreendida, de modo genérico, como tres-
passe da execução de funções acessórias da pessoa jurídica a terceiros1, é um
fenômeno sociojurídico cuja amplitude e dimensão apresentou crescimento ex-
ponencial no Brasil a partir da década de 1970.
Inserida no processo de reestruturação produtiva relacionado à evo-
lução competitiva dos mercados, a terceirização representou um novo padrão
-
rais do labor e no modo e extensão de acesso a direitos pelos trabalhadores.
Diversos estudos têm demonstrado impacto negativo da terceiriza-
ção sobre a saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos2, indicando-se
como principais causas: a) a sua menor intimidade com as tarefas e/ou com o
espaço em que estas devem se desenvolver, em razão da alta rotatividade; b)
-
mentos menos frequentes e menos aprofundados, quando comparados àqueles
destinados aos trabalhadores contratados diretamente; d) a sua falta de conhe-
cimento quanto aos riscos existentes nos locais de trabalho e quanto aos meios
para preveni-los ou limitá-los; e) a atribuição, a eles, das atividades de maior
periculosidade.
Tendo em vista esses aspectos, as Normas Regulamentadoras NR
sobre segurança e medicina no trabalho estabelecem, em diversos dispositivos,
o dever de colaboração entre empregadores que realizem atividades em um

destacam-se3:
1. A extensão da assistência de seus Serviços Especiali-
zados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
aos empregados das contratadas (itens 4.5 e respectivos subi-
tens, da NR nº 4);
2. A integração e participação dos trabalhadores das
contratadas em relação às decisões das CIPA existentes no es-
tabelecimento (item 5.47, da NR nº 5; item 18.33.6, da NR nº 18;
item 31.7.14, da NR nº 31);
1

toda forma de contratação indireta cujos trabalhadores envolvidos exerçam atividades nas instalações do

2
Vejam-se, à guisa de exemplo, os seguintes artigos: SOUZA, Douglas Martins de Souza. Terceirização:
suas implicações na saúde e segurança do trabalho. Belém, 1993 e MIRANDA, Carlos Roberto. Ataque
Salvador,
2003.
3
Além dos versículos citados, o item 10.13.1 da NR nº 10, o item 2 do Anexo nº 12 da NR nº 15, o item
32.11.4 da NR nº 32 e o item 33.5.2 da NR nº 33 estabelecem a responsabilidade solidária dos contratan-
tes e contratados em relação ao cumprimento das obrigações previstas nas correspondentes NR.

146
3. A adoção de medidas necessárias para que os traba-
lhadores das empresas contratadas recebam as informações
sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como
sobre as medidas de proteção adequadas (item 5.49 da NR nº 5;
item 7.1.3 da NR nº 7; item 10.13.2 da NR nº 10);
4. A implementação das medidas de prevenção de aciden-
tes e de doenças do trabalho de forma integrada com as contra-
tadas, de modo a garantir o mesmo nível de proteção em matéria
de segurança e saúde a todos os trabalhadores em atividade no
estabelecimento (item 5.48 da NR nº 5; item 9.6.1 da NR nº 9);
5. O acompanhamento do cumprimento das medidas
de segurança e saúde no trabalho pelas empresas contratadas
(item 5.50 da NR nº 5) e;
6. O auxilio na elaboração e implementação do Progra-
ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional das empresas
contratadas (item 7.1.3 da NR nº 7).

15 (item 2) e o Acordo Nacional do Benzeno (item 2) prevêem expressamente


a aplicabilidade de seus dispositivos, no que couber, às empresas contratadas
por aquelas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam
benzeno e suas misturas líquidas contendo um por cento ou mais de volume.
Determina, ainda, o Anexo, que os trabalhadores terceirizados de-
vem participar de treinamento sobre os cuidados e as medidas de prevenção
-
do acompanhar a elaboração, implantação e desenvolvimento do Programa de
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB (item 9).
Além disso, são estatuídos como deveres da contratante:
1. A manutenção, por dez anos, de uma relação atualiza-
da das contratadas, com informação sobre o período da contra-
tação, a atividade desenvolvida e o número de trabalhadores
envolvidos (item 4.4);
2. A indicação, no PPEOB, das ações de vigilância à saúde
dos trabalhadores de terceiros, e as exigências contratuais que
visem a adequar as atividades das contratadas à observância
do Programa de contratante (item 5.4).

-
jetável que as ações de vigilância e de proteção à saúde dos trabalhadores con-
tratados de forma indireta e expostos ao benzeno competem primacialmente

147
Nota Técnica DSST/SIT nº 382, de 18 de novembro de 2010

-
do não importam em insegurança jurídica para o contratante.
Isso porque os diversos dispositivos normativos analisados apontam
no sentido da corresponsabilidade do tomador em relação às medidas preven-
tivas de proteção dos trabalhadores contratados indiretamente4. Bem por isso,
a assunção da sua execução pelo contratante, ao contrário de gerar inseguran-
ça, resguarda-o de consequências detrimentosas decorrentes da eventual in-
cúria das empresas contratadas.
Além disso, se, do ponto de vista jurídico, os trabalhadores contrata-
dos direta e indiretamente pertencem a segmentos laborais diversos – tendo

serviços –, do ponto de vista epidemiológico, considerá-los como integrantes de


categorias distintas quando é similar à exposição ocupacional deles ao agente
nocivo é completamente sem sentido, e tecnicamente discutível.
De fato, a Instrução Normativa SSST/MTb nº 1, de 20 de dezembro de
1995, ao disciplinar a composição dos grupos homogêneos de exposição (item
-

vigilância à saúde e de monitoramento da exposição ocupacional ao benzeno:


Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)
Corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam
exposição semelhante de forma que, a resultado fornecido pela
avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupa seja
representativo da exposição do restante dos trabalhadores do
mesmo grupo. (grifo não original)

Mais. O dispositivo indica que a exclusão indevida dos trabalhadores

mesmas ações em relação também aos trabalhadores diretamente contratados.

3. Conclusão
Fundando-se em tudo o que antecede, conclui-se que a assunção, pelo
tomador dos serviços, das ações de vigilância e proteção à saúde dos trabalha-
4
Esta intelecção é corroborada pela disciplina jurisprudencial sobre a contratação indireta propugnada
pelo Tribunal Superior do Trabalho, que reconhece a responsabilidade subsidiária do tomador de ser-
viços relativamente a todas as obrigações trabalhistas, consoante o inciso IV do Enunciado nº 331, nos
seguintes termos: "O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos
órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das so-
ciedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do
título executivo judicial."

148
dores contratados indiretamente, além de não importar insegurança jurídica,
-
pacional ao benzeno.
É o meu parecer.
Brasília, 18 de novembro de 2010.

Oton Abreu Gracia


Auditor Fiscal do Trabalho

De acordo. Encaminhe-se ao DSST.


Brasília, 19/11/2010.
Rinaldo Marinho Costa Lima
Coordenador-Geral de Fiscalização e Projetos

De acordo. Encaminhe-se a SIT.


Brasília, 19/11/2010.
Julia Maria de Almeida Barreto
Diretora do DSST

Documento de referência: Consulta da Comissão Nacional Permanente do Benzeno


Interessado: Comissão Nacional Permanente do Benzeno
Assunto: Aplicação dos dispositivos do Acordo Nacional do Ben-
zeno aos trabalhadores terceirizados

Brasília, 19/11/2010

Ruth Beatriz Vasconcelos Vilela


Secretaria de Inspeção do Trabalho

149
Parecer Técnico de 19 de março de 2010
Ministério do Trabalho e Emprego
Fundacentro

151
Parecer Técnico de 19 de março de 2010

152
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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

166
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Parecer Técnico de 19 de março de 2010

168
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010
Ministério do Trabalho e Emprego
Fundacentro

169
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

170
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Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

172
173
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

174
175
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

176
177
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

178
179
Parecer Técnico Complementar de 05 de julho de 2010

180
181
Portaria nº 186, de 28 de maio de 2010
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 1º/06/2010 – Seção 1 – p. 111)

Estabelece o Regimento das Comissões Nacionais Tripar-


tites Temáticas

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e a DIRETORA DO DE-


PARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atri-
buições legais, resolvem:
Art. 1º Este Regimento Interno aplica-se às Comissões Nacionais Tri-
partites Temáticas – CNTT coordenadas pela Secretaria de Inspeção do Traba-
lho – SIT e relacionadas ao acompanhamento da implementação da regulamen-
tação em segurança e saúde no trabalho, conforme estabelecido pela Portaria
MTE nº 1.127, de 02 de outubro de 2003 e alterações posteriores.
Parágrafo único. Incluem-se entre as CNTT as Comissões Nacionais
Permanentes constituídas previamente a esta Portaria.

Art. 2º As CNTT têm por objetivo subsidiar o Departamento de Segu-


rança e Saúde no Trabalho – DSST/SIT na implementação de sua política institu-
cional e devem pautar-se pelos princípios gerais da regulamentação, em especial:

II. o compromisso ético adequado ao trato da coisa pública;


III. a busca do consenso, valorizando a atuação comprometida com
interesses coletivos;
IV. a transparência, facilitando a participação e o acesso equitati-
vo ao processo;
-
do no cumprimento dos seus objetivos;

183
Portaria nº 186, de 28 de maio de 2010

VI. a harmonização, consistência, praticidade, coerência e unifor-


mização das normas;
VII. a perenidade das normas, levando em consideração mudanças
tecnológicas e sociais;
VIII. a celeridade do processo, evitando procedimentos procrastina-
tórios ao bom andamento dos trabalhos.
Art. 3º Compete às CNTT o acompanhamento permanente da imple-
mentação da regulamentação em segurança e saúde no trabalho, incluindo:
I. elaborar e divulgar instrumentos e materiais consultivos que con-
tribuam para a implantação do disposto nas normas regulamenta-
doras em segurança e saúde no trabalho;
II. incentivar a realização de estudos e debates visando o aprimora-
mento permanente da legislação;
III. avaliar distorções ou efeitos não previstos ou não pretendidos da
regulamentação;
IV. sugerir, quando necessário e ouvida a Comissão Tripartite Paritá-
ria Permanente CTPP, a criação de grupos de trabalho, subcomis-
sões, comissões estaduais ou regionais;
V. contribuir para a melhoria e aperfeiçoamento das práticas da re-
gulamentação, propondo atualizações ou alterações na legislação.
Art. 4º Quando da atualização das normas regulamentadoras em se-
gurança e saúde no trabalho, as CNTT devem:
I. avaliar o impacto social e a distribuição dos efeitos na socieda-
de, considerando aspectos sociais, ambientais e econômicos;
II. garantir que os objetivos a alcançar estejam claramente esta-
belecidos desde o início do processo;
III. analisar a compatibilidade e o respeito às normas internacionais;
IV. proceder a um levantamento amplo das demais regulamenta-
ções existentes aplicáveis ao tema;
V. avaliar a adequação e a consistência com outras regulamenta-
ções e políticas sociais e ambientais;
VI. conceber as normas de forma estruturada, com níveis de deta-
lhamento escalonados, de maneira a facilitar a compreensão;
VII. garantir que os textos sejam escritos com clareza, lógica, coe-
rência e objetividade, em linguagem acessível, e detalhados o
estritamente necessário para a sua melhor compreensão e apli-
cabilidade;
-
cidos e validados, especialmente em outras normas regula-

184
mentadoras, e, ao estabelecer conceitos inovadores, buscar a
fundamentação técnica, jurídica ou semântica que garanta sua
adequada compreensão;
IX. analisar estrategicamente se a explicitação de soluções técni-
-
dade da regulamentação.

Art. 5º No cumprimento de suas atribuições, cabe às CNTT:


I. elaborar e implementar plano de trabalho anual;
II. efetuar periodicamente análise do cumprimento da norma, es-
tabelecendo indicadores quantitativos e qualitativos que per-
mitam avaliar os impactos da sua aplicação, principalmente no
decorrer do primeiro ano de vigência;
III. garantir comunicação e sintonia entre as atividades, das comis-
sões nacionais, estaduais, regionais, subcomissões e grupos de
trabalho, quando houver;
-
gerindo a criação de instrumentos que auxiliem na implemen-
tação das normas;
V. emitir pareceres referentes a dúvidas na compreensão da le-
gislação, sempre que demandados pelo DSST/SIT;
VI. manter o DSST/SIT e a CTPP permanentemente informados do
andamento dos trabalhos, por meio do encaminhamento das
atas das reuniões, de relatório semestral e do planejamento anual.

Art. 6º As CNTT são constituídas por:


I. três a cinco membros de governo indicados pela SIT e órgãos de
governo ligados ao tema;
II. três a cinco membros da representação dos trabalhadores, indi-
cados pelas entidades que compõem a CTPP; e
III. três a cinco membros da representação dos empregadores, in-
dicados pelas entidades que compõem a CTPP.
§ 1º O número de membros de cada Comissão, subcomissão ou grupo

§ 2º As CNTT podem solicitar ao DSST/SIT a participação de assessores

Art. 7º A coordenação das CNTT será exercida por representante de


governo indicado pelo DSST/SIT, salvo no caso já previsto em Norma Regula-

185
Portaria nº 186, de 28 de maio de 2010

mentadora, cabendo aos representantes dos trabalhadores e dos empregado-


res a indicação dos coordenadores de suas respectivas bancadas.
Art. 8º Cabe ao Coordenador das CNTT:
I. coordenar as reuniões e acompanhar a execução do planejamento
da Comissão, bem como das subcomissões, comissões estaduais e
regionais e grupos de trabalho, quando houver;
II. observar o cumprimento das atribuições das CNTT;
III. solicitar ao DSST/SIT a convocação das reuniões ordinárias e ex-
traordinárias da Comissão, assim como das subcomissões e gru-
pos de trabalho;
IV. elaborar a pauta e as atas das reuniões, encaminhando-as ao DSST.
V. encaminhar à CTPP o plano de trabalho anual da comissão, bem
como das subcomissões, comissões estaduais e regionais e grupos
de trabalho, quando houver, assim como os relatórios semestrais.
Art. 9º As CNTT terão reuniões ordinárias, conforme estabelecido
em calendário preestabelecido e submetido à aprovação do DSST/SIT.
-
nárias consecutivas ou três não consecutivas enseja a solicitação de sua subs-
tituição, a ser feita pelo DSST/SIT, à instituição representada, que deve efetuar
nova indicação em sessenta dias.
§ 2º Caso não haja nova indicação no prazo, o DSST/SIT deve comuni-
car o fato à CTPP para apreciação e providências.
Art. 10 Reuniões extraordinárias devem ser propostas ao DSST/SIT,
que analisará a demanda.
Art. 11 A ausência de representantes não obsta a deliberação de as-
suntos previstos na pauta da reunião, desde que a convocação tenha sido feita
regularmente a todos os participantes.
Art.12 Compete à SIT decidir sobre questões controversas.
Art. 13 A participação nas CNTT é atividade relevante e não remune-
rada cabendo a cada representação custear os deslocamentos devidos.
Art. 14 Este Regimento Interno entra em vigor na data de sua aprovação.

Ruth Beatriz Vasconcelos Vilela


Secretária de Inspeção do Trabalho
Júnia Maria de Almeida Barreto
Diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

186
Portaria nº 191, de 19 de novembro de 2010
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 22/11/2010 – Seção 1 – p. 91)

Trata da Comissão Nacional Permanente do Benzeno e

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e a DIRETORA DO DE-


PARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribui-
ções conferidas pelos arts. 14, inciso II, e 16, inciso I, do Decreto nº 5.063, de 3
de maio de 2004 e em face do disposto no inciso II do art. 55 da Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452, de 1º de maio de
1943 e art. 2º da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, resolvem:

Art. 1º
CNPBz, como Comissão Nacional Tripartite Temática – CNTT responsável pelo
acompanhamento permanente do cumprimento do Anexo 13A – Benzeno da
Norma Regulamentadora – NR nº 15, aprovada pela Portaria MTE nº 3214, de 8
de junho de 1978, conforme prevê o art. 9º da Portaria nº 1.127 de 2 de outubro
de 2003.

Art. 2º Compete à Comissão Nacional Permanente do Benzeno –


CNPBz:
I. elaborar e divulgar instrumentos e materiais consultivos que con-
tribuam para a implantação do disposto na legislação do benzeno;
II. incentivar e acompanhar a realização de estudos, pesquisas e de-
bates visando o aprimoramento permanente da legislação;
III. avaliar distorções ou efeitos não previstos ou não pretendidos oca-
sionados pela regulamentação;

187
Portaria nº 191, de 19 de novembro de 2010

IV. sugerir ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho


DSST da Secretaria de Inspeção do Trabalho SIT, quando neces-
sário e ouvida a Comissão Tripartite Paritária Permanente CTPP,
a criação de grupos de trabalho, subcomissões, comissões estadu-
ais ou regionais;
V. contribuir para a melhoria e aperfeiçoamento da regulamentação,
com apresentação de propostas de atualizações ou alterações nor-
mativas e prioridade na eliminação ou o controle dos riscos à saú-
de relacionados ao uso do Benzeno; e
VI. manifestar-se quando solicitado pelo DSST, pelas Comissões
Estaduais do Benzeno, onde houver, e pelas Superintendências
Regionais do Trabalho, nos assuntos relativos ao benzeno, espe-
cialmente no que diz respeito ao cadastramento de empresas.

Art. 3º A CNPBz compõe-se de cinco membros titulares e respectivos


suplentes, representantes das bancadas do Governo, dos empregadores e dos
trabalhadores, designados pela SIT após indicação formal das seguintes enti-
dades públicas e privadas:
I. Governo:
a) DSST;
b) Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho – FUNDACENTRO;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério da Previdência Social; e
e) Agência Nacional do Petróleo - ANP.
II. Empregadores:
-
triais e da Petroquímica no Estado de São Paulo;
b) Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás;
c) Instituto Aço Brasil;
d) PETROBRAS S/A;
e) Confederação Nacional da Indústria; e
f) Associação Brasileira da Indústria Química.
III. Trabalhadores:
a) Central Única dos Trabalhadores;
b) Força Sindical;
c) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; e
d) União Geral dos Trabalhadores.

188
Art. 4º A CNPBz obedecerá ao regimento interno das CNTTs aprova-
do pela Portaria SIT nº 186, de 28 de maio de 2010.

Art. 5º A coordenação da CNPBz caberá a membro da bancada do go-


verno, indicado pelo DSST e designado pela SIT.

Art. 6º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Ruth Beatriz Vasconcelos Vilela


Secretária de Inspeção do Trabalho

Júnia Maria de Almeida Barreto


Diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

189
Portaria nº 203, de 28 de janeiro de 2011
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 01/02/2011 – Seção 1 – p. 180)

Altera o Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamenta-


dora no 15 (Atividades e Operações Insalubres)

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelos arts. 14, inciso II, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004 e
em face do disposto nos arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho
CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e art. 2º da Portaria
MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, resolve:

Art. 1º Os itens 3, 4 e 5 do Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regula-


mentadora NR nº 15 (Atividades e Operações Insalubres), aprovada pela Por-
taria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, passam a vigorar com as seguintes
alterações:

a) cadastramento dos estabelecimentos no Departamento de Seguran-


ça e Saúde no Trabalho DSST da Secretaria de Inspeção do Traba-
lho SIT;”

-
lam benzeno e suas misturas líquidas contendo 1% (um por cento) ou mais de vo-
lume devem cadastrar seus estabelecimentos no DSST.

4.1. Para o cadastramento previsto no item 4, a empresa deverá apresentar ao


DSST as seguintes informações:
.........
f) Documento-base do PPEOB.

191
Portaria nº 203, de 28 de janeiro de 2011

4.1.1 Somente serão cadastradas as instalações concluídas e aptas a operar.


4.1.2 Para o cadastramento de empresas e instituições que utilizam ben-
zeno em seus laboratórios, processos de análise ou pesquisa, quando não for
possível a sua substituição, a solicitação deve ser acompanhada de declaração
assinada pelos responsáveis legal e técnico da empresa ou instituição, com jus-

4.1.2.1 A documentação relativa ao PPEOB do laboratório ou empresa previs-

trabalho.”

de infração à legislação do benzeno, de acordo com os procedimentos previstos

que se destina o benzeno e a quantidade média de processamento mensal de-


-
mento da empresa.”

-
pulam benzeno em suas misturas líquidas contendo 1% (um por cento) ou mais
do volume devem apresentar ao DSST o documento-base do PPEOB, juntamen-
te com as informações previstas no subitem 4.1.”
Art. 2º
Anexo 13-A da NR nº 15, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 1978.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque


Secretária de Inspeção do Trabalho

192
Portaria nº 207, de 11 de março de 2011*
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 17/03/2011 – Seção 1 – p. 85)

Dispõe sobre os procedimentos de cadastramento de em-


presas e instituições previsto no Anexo 13-A (Benzeno) da
Norma Regulamentadora nº 15, aprovada pela Portaria
MTb nº 3.214, de 1978.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelos arts. 14, inciso II, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004 e
em face do disposto nos arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho
CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e art. 2º da Portaria
MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, resolve:

Art. 1º Fixar os procedimentos para análise das solicitações de ca-


dastramento, no Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho DSST, de
empresas e instituições que utilizem benzeno, conforme previsto no item 4 e
subitens do Anexo 13-A (Benzeno), da Norma Regulamentadora NR nº 15
(Atividades e Operações Insalubres), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de
8 de junho de 1978.
Parágrafo único. Os pedidos de cadastramento devem ser dirigidos
ao DSST e instruídos com os documentos que comprovem as informações pre-
vistas nos subitens 4.1 e 4.1.3.1 do Anexo 13-A da NR nº 15 e o cumprimento da
legislação do benzeno.

Art. 2º O DSST poderá encaminhar a solicitação de cadastramento,


juntamente com a documentação pertinente, para manifestação da Comissão
Nacional Permanente do Benzeno - CNPBz, de acordo com o disposto no inciso
4
Nota da editoria: Alterada pela Portaria SIT nº 291, de 08 de dezembro de 2011 (vide p. 199)

193
Portaria nº 207, de 11 de março de 2011

VI do art. 2º da Portaria SIT nº 191, de 19 de novembro de 2010, publicada no

Art. 3º A solicitação de cadastramento, juntamente com a documen-


tação pertinente, deve ser encaminhada pelo DSST à unidade de Segurança e
Saúde do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
SRTE, da Unidade da Federação onde se localiza o estabelecimento ou instala-
ção objeto do pedido.

Art. 4º A unidade de Segurança e Saúde do Trabalho da SRTE deverá


providenciar inspeção das instalações da empresa para avaliar:
I- a conformidade do PPEOB;
II - a composição da representação dos trabalhadores prevista no
item 9 do Anexo 13-A da NR nº 15 no Grupo de Representação
dos Trabalhadores do Benzeno GTB;
III - a existência de equipamentos que possuam tecnologias com ca-
pacidade de minimizar as emissões e;
IV - a adoção de processos baseados nas tecnologias previstas no in-
ciso III.
§ 1º Nas empresas de transporte, a inspeção deverá ser em um ou
mais estabelecimentos onde estejam disponíveis os equipamentos, veículos
ou embarcações mais representativos dos processos de trabalho em que o ben-
zeno seja manipulado ou transportado.

existência de mecanismos para garantir o efetivo controle da jornada de trabalho


dos motoristas ou condutores que transportam benzeno, devendo ser indeferido
o cadastramento se for apurada a prática habitual de sobrejornada de trabalho.

Art. 5º O resultado da inspeção prevista no art. 4º será informado


pelo Auditor Fiscal do Trabalho à unidade de Segurança e Saúde no Trabalho
da SRTE em relatório circunstanciado, com conclusão pela regularidade ou não
-
cação da empresa para cumprimento de exigências decorrentes de inconformi-

§1º Havendo exigências, a unidade de Segurança e Saúde no Trabalho


-

§2º Fica garantido à empresa o direito de solicitar dilação do prazo ou


recorrer da exigência, na forma prevista na Norma Regulamentadora NR nº
28, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 1978.

194
§3º Da decisão da SRTE caberá recurso para o DSST.
-

Art. 6º A SRTE deverá encaminhar o processo ao DSST com manifes-


tação acerca do cadastramento, que poderá ser:
-
ções, equipamentos e processos de trabalho ou o cumprimento
das exigências previstas no art. 5º; e
II - pelo indeferimento, quando decorrido o prazo sem correção das
irregularidades.
Parágrafo único. Para subsidiar sua manifestação, a SRTE poderá ou-
vir a comissão estadual do benzeno, caso exista na Unidade da Federação.

Art. 7º A partir de indícios ou denúncia de descumprimento da le-

de análise documental ou inspeção das instalações, equipamentos, processos


produtivos e de trabalho.
§1º Constatada infração à legislação do benzeno, a empresa será no-

§ 2º O prazo previsto no § 1º poderá ser prorrogado na forma previs-


ta na NR nº 28, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 1978.

Art. 8º Caso a empresa não promova a regularização dos itens nos


prazos estabelecidos, a SRTE encaminhará o processo ao DSST, acompanhado
dos documentos pertinentes, com sugestão de suspensão do cadastramento da
empresa, sem prejuízo da lavratura dos autos de infração devidos pelo des-
cumprimento da legislação.
§1º Nos processos de suspensão do cadastramento de empresa o
DSST poderá solicitar manifestação da CNPBz.
§ 2º Da decisão que concluir pela suspensão do cadastramento caberá
recurso à Secretaria de Inspeção do Trabalho no prazo de dez dias contados da
data da ciência, na forma da Lei nº 9.784, de 1999.

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque


Secretária de Inspeção do Trabalho

195
Portaria nº 252, de 04 de agosto de 2011
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 08/08/2011 – Seção 1 – p.139)

Constitui a Subcomissão de Postos Revendedores de


Combustíveis.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelo art. 14, inciso II, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004, em
face do disposto no inciso II do Art. 155 da Consolidação das Leis do Trabalho
CLT, aprovada pelo Decreto no 5.452, de 1º de maio de 1943, e do inciso IV do
Art. 3º, da Portaria SIT nº 186, de 28 de maio de 2011, resolve:

Art. 1º Constituir a Subcomissão de Postos Revendedores de Com-


bustíveis SPRC com o objetivo de avaliar a exposição do trabalhador nas ati-
vidades desse segmento à substância benzeno.

Art. 2º A Subcomissão será composta por cinco membros titulares


representantes das bancadas do Governo, dos trabalhadores e dos empregado-
res, designados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho SIT, conforme indi-
cação formal das seguintes entidades públicas e privadas:
I - Representantes do Governo
a) Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho DSST da SIT/
MTE;
b) Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Tra-
balho FUNDACENTRO;
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério da Previdência Social MPS;
e) Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANP.

197
Portaria nº 252, de 04 de agosto de 2011

II - Representantes dos Trabalhadores


a) Central Única dos Trabalhadores CUT;
b) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil CTB;
c) União Geral dos Trabalhadores UGT.
III - Representantes dos Empregadores
a) Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
CNC.

Art. 3º A Subcomissão será coordenada por membro indicado pela SIT.

Art. 4º A Subcomissão terá o prazo de 12 meses para conclusão dos tra-

Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque

198
Portaria nº 291, de 08 de dezembro de 2011
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 09/12/2011 – Seção 1 – p. 131)

Altera o Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamenta-


dora nº 15 (Atividades e Operações Insalubres) e a Porta-
ria SIT nº 207, de 11 de março de 2011.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelo Art. 14, inciso II, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004 e
em face do disposto nos arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e art. 2º da Portaria
MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, resolve:

Art. 1º Alterar a redação dos subitens 4.1.2 e 4.1.2.1 do Anexo 13-A


(Benzeno) da Norma Regulamentadora nº 15 (Atividades e Operações Insalu-
bres), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que passam
a vigorar com a seguinte redação:

apenas em seus laboratórios, processos de análise ou pesquisa, quando não for


possível a sua substituição, a solicitação deve ser acompanhada de declaração
assinada pelos responsáveis legal e técnico da empresa ou instituição, com justi-

4.1.2.1 O PPEOB do laboratório de empresas ou instituições enquadradas no su-

não sendo necessário o seu encaminhamento para o Departamento de Seguran-


ça e Saúde no Trabalho – DSST.”

199
Portaria nº 291, de 08 de dezembro de 2011

Art. 2º Revogar o subitem 3.3 do Anexo 13-A (Benzeno) da Norma


Regulamentadora nº 15 (Atividades e Operações Insalubres).

Art. 3º Alterar o Artigo 3º da Portaria SIT nº 207, de 11 de março de


2011, publicada no DOU de 17 de março de 2011, Seção 1, pág. 85, que passar a
vigorar com a seguinte redação:
-
tinente, deve ser encaminhada pelo DSST à unidade de Segurança e Saúde do
Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, da
Unidade da Federação onde se localiza o estabelecimento ou instalação objeto
do pedido.”

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque

200
Portaria nº 333, de 28 de agosto de 2012
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 29/08/2012 – Seção 1 – p. 90)

Prorroga o prazo de atividade da Subcomissão de Postos


de Revendedores e Combustíveis

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelo Art. 14, inciso II, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004, em
face do disposto no inciso II do Art. 155 da Consolidação das Leis do Trabalho
– CLT, aprovada pelo Decreto nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e do inciso IV do
Art. 3º, da Portaria SIT nº 186, de 28 de maios de 2011, resolve:

Art. 1º Prorrogar por 12 meses o prazo estabelecido no artigo 4º


da Portaria SIT nº 252, de 08 de agosto de 2011, publicada no DOU do dia 04 de
agosto de 2011, Seção 1, página nº 139.

Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque

201
Nota Técnica CGMBI/DPSSO/SPPS nº 006,
de 02 de julho de 2012
Ministério da Previdência Social
Secretaria de Políticas de Previdência Social

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL


DPSSO/SPPS

CGMBI

Nota Técnica CGMBI/DPSSO/SPPS nº 006/2012

Brasília, 02 de julho de 2012.

Ass.: Suporte técnico às participações institucio-


nais do MPS no âmbito das comissões temáti-
cas sobre Saúde do Trabalhador
Ementa: Aposentadoria especial – natureza qualitati-
va da exposição ao benzeno.

1. Trata-se sobre uniformização de entendimento por parte da Previdência


Social quanto à interpretação dos critérios de ocorrência do fato gerador da
contribuição previdenciária, destinada ao custeio da aposentadoria especial,
no que diz respeito ao agente benzeno, a ser declarada na Guia de Recolhimento
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
GFIP pela empresa, bem como sua concessão pelo Instituto Nacional do Se-

203
Nota Técnica CGMBI/DPSSO/SPPS nº 006/2012

guro Social-INSS, conforme o disposto nas Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24
RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, alterado pelo Decreto nº
4.882, de 18 de novembro de 2003.
2. De pronto esclarecemos, quanto à tolerância do benzeno, que os §§ 7º e 11
do art. 68 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, na redação dada
pelo Decreto nº 4.882, de 2003, determinou que as avaliações ambientais de-

estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os proce-


dimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo
de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, nivelando os limites
-
belecidos na Norma Regulamentadora - NR nº 15, do Ministério do Trabalho e
Emprego – MTE. Para melhor compreensão, reproduzimos abaixo esses dispo-
sitivos:

"Art. 68º ..........................................................................................................................


..........................................................................................................................
§ 7º O laudo técnico de que tratam os §§ 2º e 3º deverá ser elaborado
com observância das normas editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e
dos atos normativos expedidos pelo INSS.
..........................................................................................................................

agentes nocivos e os limites de tolerância estabelecidos pela legislação trabalhis-


ta, bem como a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUN-
DACENTRO.
........................................................................................................................”
NR 15:
“15.1, considera insalubre as atividades ou operações que se desenvol-
vem acima dos limites de tolerância para os anexos: 1,2,3,5,11 e 12 (conforme item
15.1.1), bem como nas atividades mencionadas nos anexos 6,13 e 14 (conforme
item 15.1.2)”

204
3. Tem-se expressamente disposição normativa quantitativa para o item
15.1.1 e qualitativa para o item 15.1.2, ou seja, não há, absolutamente, ausência
ou omissão de critério de insalubridade, ao contrário, positiva-se no direito
trabalhista-previdenciário brasileiro duas abordagens clássicas da engenharia
de segurança, quais sejam:
I - o fator de risco que possui linha divisória entre condição segura e insegura,
conhecida como limite de tolerância, fator esse que necessariamente carece
de reconhecimento e avaliação quantitativa, onde se encaixa o subitem 15.1.1
(anexos 1,2: ruídos; 3: calor; 5: radiação ionizante; 11: agentes químicos e 12:
poeiras minerais); e
II - os fatores de riscos listados no subitem 15.1.2 que possuem nocividade
ostensiva e altamente deletéria ao ser humano, a ponto de prescindirem de
-
de não há limite de tolerância porque exatamente não é tolerável, bastando
o reconhecimento da existência do fator de risco nas atividades sujeitas aos
respectivos agentes.
4. O limite de tolerância para insalubridade e, por conseguinte, para aposen-
tadoria especial, descrito pela NR 15, é o Valor de Limite de Exposição VLE

riscos qualitativos, como é o caso do Benzeno, o VLE é inexistente, por ser


intolerável. Ressalte-se que o Valor de Referência Tecnológica VRT não se
confunde com VLE, pois seus conceitos são díspares pela natureza e pelos ob-
jetivos a que se prestam.
5. O anexo 13-A da NR 15, proíbe a utilização de Benzeno a partir de 1º de
janeiro de 1997, para qualquer emprego, todavia excetua alguns, como são os
casos da petroquímica e siderúrgicas. No caso em tela, como o próprio nome
sugere, o VRT é meramente tecnológico, sendo fruto de negociação econômi-
ca em função do estado do parque fabril petroquímico e siderúrgico à época
da edição do anexo 13-A que, diante da iminente paralisia industrial, dada a
importância no PIB e estratégica para o Brasil desses segmentos econômicos,
permitiu-se um mínimo de balizamento em contrapartida ao compromisso
-
zeno, o chamado PPEOB que, de alguma forma, mitigaria a carcinogenecidade

205
Nota Técnica CGMBI/DPSSO/SPPS nº 006/2012

dessa substancia e seus efeitos conexos. O item 6 do anexo 13-A da NR 15,


estabelece, in verbis:
6. Valor de Referência Tecnológica VRT se refere à concentração de benzeno

negociação tripartite. O VRT deve ser considerado como referencia para pro-
gramas de melhoria contínua das condições dos ambientes de trabalho. O cum-
primento do VRT é obrigatório e não exclui risco à saúde. (grifos nossos)
7. Outra questão que se discute é se todo mundo teria direito à aposentadoria
especial, uma vez que o benzeno estaria presente em todo lugar. Cabe escla-
recer que qualquer pessoa, no exercício de sua atividade, estará em contato
com bacilos, bactérias, fungos, esporos, vírus, sem, no entanto, estar, neces-
sariamente, exposto a um fator de risco, salvo se o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais PPRA, que sistematizou esse ambiente de trabalho, assim

8. Por analogia, a presença do agente Benzeno, por si só, não determina o fator
de risco, pois é possível que ele exista no processo produtivo, mas não haja fa-
tor de risco, porquanto exista um aparato tal de prevenção e proteção que au-
torize ao responsável técnico pelo PPRA/PPEOB asseverar nesse sentido, jun-
tamente com as evidencias epidemiológicas extraídas do Programa de Contro-
le Médico de Saúde Ocupacional PCMSO.
9. Portanto, a empresa cujo processo produtivo que demonstrar, via sistema
-
-
teção são capazes de controlar ou eliminar o fator de risco, estará isenta da
insalubridade, e por consequência, da aposentadoria especial.

função das políticas internas das empresas, das cargas, das matérias-primas,
dos regimes de produção, que exige alerta máximo permanente ao longo da
-
nação ou controle do fator de risco, até porque os indicadores biológicos e epi-
demiológicos do PCMSO não são imediatos, dada a característica insidiosa e de
media latência das doenças relacionadas.

206
-
ção direta entre a presença do agente benzeno no processo produtivo com a
insalubridade e, por conseguinte, com a aposentadoria especial é que a norma
-
sumem insalubres.
-
cana ACGIH pois a NR-15 é explícita. Eventual alteração na referida NR seria
acatada pela Previdência Social.

Encaminhe-se à consideração superior.

por Incapacidade – CGMBI/DPSSO/SPPS/MPS


Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira

De acordo

Encaminhe-se à consideração superior.


Diretor do Departamento de Políticas de Saúde
e Segurança Ocupacional – DPSSO/SPPS/MPS
Cid Roberto Bertozzo Pimentel

Ao Secretário de Politicas de Previdência Social SPPS/MPS


Leonardo José Rolim Guimarães

207
Portaria nº 371, de 26 de abril de 2013
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 29/04/2013 – Seção 1 p. 97)

Dispõe sobre o funcionamento das Comissões Estaduais e


Regionais do Benzeno.

O SECRETÁRIO DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e o DIRETOR DO DE-


PARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atri-
buições legais, resolvem:

Art. 1º O funcionamento das Comissões Estaduais e Regionais do


Benzeno CERBz no âmbito das Superintendências Regionais do Trabalho e
Emprego SRTE deve se dar em conformidade com o disposto nesta Portaria
e nas Portarias SIT nº 186, de 28 de maio de 2010, e nº 191, de 19 de novembro
de 2010.

Art. 2º -
perintendência Regional do Trabalho e Emprego SRTE publicada no Diário

Art. 3º As CERBz tem por objetivo o acompanhamento da implemen-


tação do Acordo Nacional do Benzeno ANB e sua legislação complementar, no

criação, conforme Artigo 2º.

Art. 4º Além do que dispõem as Portarias SIT nº 186/2010 e nº


191/2010, compete às CERBz:
a) discutir acidentes e incidentes ocorridos nas empresas, bem como
denúncias envolvendo questões vinculadas ou decorrentes da
aplicação do ANB;

209
Portaria nº 371, de 26 de abril de 2013

-
tros documentos que visem facilitar a aplicação do ANB;
c) manter-se informada, através de seus representantes, sobre novos
projetos, ampliações de instalações a partir do inicio do processo
de licenciamento ambiental e incorporação de novas tecnologias de
produção e controle pelas empresas que possam impactar a exposi-
ção ocupacional ao benzeno;
d) considerar em suas discussões os aspectos inerentes às empresas
prestadoras de serviço que atuam em áreas e atividades previstas
no Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno
PPEOB;
e) comunicar à CNPBz distorções, efeitos não previstos ou não preten-
didos ocasionados pela aplicação de regulamentações sobre o ben-
zeno na sua área de atuação;
f) contribuir para a melhoria e aperfeiçoamento da regulamentação,
com apresentação à CNPBz de propostas de atualização ou altera-
ção normativa que priorizem a eliminação ou o controle dos riscos à
saúde relacionados ao uso do Benzeno;
g) manifestar-se quando solicitado pelo Departamento de Segurança e
Saúde no Trabalho DSST da Secretaria de Inspeção do Trabalho
SIT, pela Comissão Nacional Permanente do Benzeno CNPBz, e pe-
las Superintendências Regionais do Trabalho, nos assuntos relativos
ao benzeno, especialmente no que diz respeito ao cadastramento e
descadastramento de empresas abrangidas pelo ANB;
h) manter a SRTE, a Gerência Regional do Trabalho e Emprego GRTE
e a CNPBz permanentemente informados do andamento de suas ati-
vidades mais relevantes, por meio do encaminhamento das atas de
suas reuniões e do planejamento anual;
i) estimular, através das três bancadas, o intercâmbio de informações
entre as CERBz e a CNPBz.

Art. 5º No cumprimento de suas atribuições, cabe as CERBz:


a) respeitar as decisões da CNPBz;
b) elaborar seus próprios regimentos internos, consensualmente, des-

portarias referidas no art. 1º;


c) elaborar, consensualmente, Plano de Trabalho Anual com calendário
de reuniões ordinárias e planejamento de visitas técnicas às empre-
sas, quando houver, seguindo o protocolo estabelecido pela CNPBz.

210
Art. 6º A CERBz deve ser tripartite e paritária, sendo constituída por
representantes de governo, trabalhadores e empregadores formalmente indi-
cados à SRTE por suas organizações representativas, com cópia para o coorde-
nador da CERBz.
§ 1º A CERBz deve ser coordenada por um membro do Ministério do
Trabalho e Emprego - MTE ou, na falta deste, por um representante das demais
representações do governo.
§ 2º Cabe ao Coordenador de cada bancada, por meio de registro em
ata, permitir a substituição dos representantes por no máximo duas vezes con-
secutivas.

Art. 7º As deliberações das CERBz devem sempre buscar o consenso,


valorizando a atuação comprometida com os interesses coletivos.

Art. 8º A dinâmica e a formatação das reuniões ordinárias das CERBz


-
posições desta portaria e das demais portarias referidas no art. 1º, especialmen-
te em relação à representação tripartite formalmente indicada.
§ 1º as reuniões devem ser obrigatoriamente registradas em atas,
cuja aprovação será feita na forma estabelecida pelo regimento interno;
§ 2º as atas aprovadas devem ser entregues a cada um dos coorde-
nadores de bancada, aos quais incumbe o repasse às respectivas bancadas na
CNPBz;
§ 3º as atas aprovadas podem ser divulgadas em sítios das represen-
tações de governo, trabalhadores e empresários em função do interesse e dis-
ponibilidade de meios.

Art. 9º As CERBz podem se reunir extraordinariamente, à vista de si-


tuação relevante, por convocação de seu coordenador ou por solicitação do coor-
denador de uma das bancadas, na forma do regimento interno.

Art. 10 Em caso de dúvidas, as mesmas deverão ser encaminhadas e


dirimidas pela CNPBz.

Art. 11 Essa Portaria entra em vigor na data de sua aprovação.

Celso de Almeida Haddad


Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

Luiz Felipe Brandão de Mello


Secretário de Inspeção do Trabalho

211
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013
Ministério de Minas e Energias
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(DOU de 30/10/2013 – Seção 1 – p. 55-56)*

O DIRETOR-GERAL SUBSTITUTO da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓ-


LEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS ANP, no uso das atribuições que
lhe foram conferidas pela Portaria ANP nº 178 de 21 de agosto de 2013, e da
Resolução de Diretoria nº 1112, de 23 de outubro de 2013,
Considerando que compete à ANP implementar a política nacional do
petróleo, gás natural e biocombustíveis, com ênfase na garantia do suprimento
de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis,
em todo o território nacional;
Considerando que é atribuição da ANP proteger os interesses dos
consumidores quanto a preço, qualidade e oferta de produtos;
-
dos de petróleo, gás natural e seus derivados e dos biocombustíveis; e
Considerando os esforços envidados pelo governo e indústria para o
controle da poluição atmosférica de modo a promover a melhoria da qualidade
ambiental e o bem-estar da população;
Resolve:

Seção I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º
gasolinas de uso automotivo, consoante as disposições contidas no Regulamen-
to Técnico nº 3/2013, parte integrante desta Resolução, e as obrigações quanto

* Nota da editoria: Publicada, primeiramente, no DOU de 28/10/2013, Seção 1, p. 83 a 85, com incorre-
ção. Alterada pela Resolução ANP nº 684, de 29 de junho de 2017, como se verá adiante.

213
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos


que comercializam o produto em todo o território nacional.
§ 1º Fica vedada a comercialização de gasolina automotiva que não se

marcador regulamentada pela Resolução ANP nº 3, de 19 de janeiro de 2011.


§ 2º A gasolina produzida por processos diversos dos utilizados nas

bem como a partir de matérias-primas distintas do petróleo e seus derivados,


depende de autorização prévia da ANP para comercialização.
§ 3º Esta Resolução não se aplica à gasolina de aviação.

Art. 2º Para efeitos desta Resolução as gasolinas automotivas classi-

I - gasolina A: combustível produzido a partir de processos utilizados


-
dores, destinado aos veículos automotivos dotados de motores de ignição por
centelha, isento de componentes oxigenados;
II - gasolina C: combustível obtido da mistura de gasolina A e etanol

Seção II

Art. 3º
I - Boletim de Conformidade: documento da qualidade, emitido pelo
distribuidor, que deve conter os resultados das análises das características do

parte integrante desta Resolução;

produtor e pelo importador de gasolina A, que deve conter todas as informa-


ções e os resultados das análises das características do produto, conforme o
Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução;
III - Distribuidor: pessoa jurídica autorizada pela ANP ao exercício
da atividade de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo,
gasolina C, etanol combustível, biodiesel, óleo diesel B e outros combustíveis
automotivos;
IV - Formulador: pessoa jurídica autorizada pela ANP para o exercício
da atividade de formulação de combustíveis;

214
V - Importador de gasolina A: pessoa jurídica autorizada pela ANP
para o exercício da atividade de importação;
VI - importador de aditivos: pessoa jurídica que importa e comercia-
liza aditivos.
VII - Produtor de aditivos: pessoa jurídica que produz aditivos via sín-
tese ou formulação;

petroquímicas e formuladores.

Seção III
Das Obrigações quanto ao Controle da Qualidade

Art. 4º O produtor e o importador de gasolina A deverão analisar


-
-
cial anual.

de química responsável pela qualidade do produto, com indicação legível de seu


nome e número da inscrição no órgão de classe, devendo constar, ainda, o núme-
ro e lacre da amostra-testemunha armazenada, nos termos do § 4º deste artigo.

conforme legislação vigente.

que se julgue necessária, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a contar da


data de comercialização do produto.
§ 4º O produtor e o importador de gasolina A deverão manter, sob sua
guarda e à disposição da ANP pelo prazo mínimo de 2 (dois) meses, a contar da
data da comercialização do produto, uma amostra-testemunha de 1 (um) litro.

respectiva amostra-testemunha, numerada e lacrada nos termos do § 1º deste


artigo.
§ 6º A amostra-testemunha deverá ser armazenada em embalagem
de cor âmbar, fechada com batoque e tampa plástica com lacre, que deixe evi-
dências em caso de violação, mantida em local protegido de luminosidade e à
temperatura inferior a 20° C.
§ 7º O Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) ou a do-
-

215
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

zadas pelo produtor e pelo importador de gasolina A deverão indicar o código e


descrição do produto, estabelecidos pela ANP, conforme legislação vigente, além

§ 8º O produto, ao ser comercializado pelo produtor e pelo impor-


tador de gasolina A, deverá ser acompanhado de cópia legível do respectivo

Art. 5º A responsabilidade pela adição de etanol anidro combustível


à gasolina A é exclusiva do distribuidor autorizado pela ANP.
§ 1º É de responsabilidade do distribuidor garantir que o teor de eta-
nol na gasolina C esteja em conformidade com o teor estabelecido na legislação
vigente.
§ 2º O etanol anidro combustível a ser adicionado à gasolina A deverá
atender à regulamentação vigente da ANP.

Art. 6º O distribuidor deverá analisar uma amostra representativa


do volume de gasolina C a ser comercializado e emitir o Boletim de Conformi-
dade, com numeração sequencial anual.

de química responsável pela qualidade do produto, com indicação legível de


seu nome e número da inscrição no órgão de classe.
§ 2º O Boletim de Conformidade poderá ser assinado digitalmente,
conforme legislação vigente.
§ 3º O Boletim de Conformidade deverá conter, pelo menos, os resul-

conforme o Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução.


§ 4º É responsabilidade do distribuidor garantir que a qualidade da
-
dade.
§ 5º O produto comercializado, ao ser transportado, deverá ser acom-
panhado de cópia legível do respectivo Boletim de Conformidade.

pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a contar da data de comercialização do

-
mercialização da gasolina realizadas pelo distribuidor deverão indicar o códi-
go e a descrição do produto estabelecidos pela ANP, além do número do Bole-
tim de Conformidade correspondente ao produto.

216
Seção IV
Do Controle da Formação de Depósitos

Art. 7º A gasolina C comercializada em todo o território nacional de-


verá conter detergente dispersante registrado junto à ANP, em concentração
igual ou superior ao teor mínimo informado em seu formulário de registro.
Parágrafo único. O detergente dispersante de que trata o caput deve
estar registrado junto à ANP conforme estabelece a Portaria ANP nº 41, de 12
de março de 1999.

Art. 8º A adição de detergente dispersante é de responsabilidade do


produtor e do importador de gasolina A.
Parágrafo único. O produtor e o importador de gasolina A somente
poderão comercializá-la adicionada de detergente dispersante, conforme esta-
belecido no art. 7º, sendo dispensados nos casos previstos no art. 9º.

Art. 9º Nos casos de bases de distribuição que recebem diretamente


gasolina transportada por cabotagem, de produção nacional ou importada, a
responsabilidade da adição de detergente dispersante a toda a gasolina da base
será do distribuidor, sem prejuízo do disposto no art. 7º.

dispensados o produtor e o importador de gasolina A da adição do detergente


dispersante.

Art. 10. O produtor de gasolina A, o importador de gasolina A e o dis-


tribuidor, de acordo com os casos dispostos nos artigos 8º e 9º, deverão infor-
-
cial e o número de registro junto à ANP do detergente dispersante utilizado
para atender o disposto no artigo 7º.
Parágrafo único. Quando ocorrer alteração do detergente dispersan-
te, o produtor de gasolina A, o importador de gasolina A e o distribuidor deve-
rão comunicar as informações contidas no caput aos distribuidores com pelo
menos seis meses de antecedência.

Seção V
Do Controle da Movimentação dos Detergentes Dispersantes

Art. 11. O produtor de aditivos e o importador de aditivos deverão


informar à ANP, até o 15º dia de cada mês, por intermédio do Sistema de Infor-

217
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

mação de Movimentação de Produtos (SIMP), os dados referentes à comerciali-


zação do mês anterior, com cada agente econômico.
§ 1º Os dados de movimentação de que trata o caput referem-se ao
fornecimento de detergentes dispersantes utilizados para atendimento do ar-
tigo 7º.
§ 2º O produtor de aditivos e o importador de aditivos devem cadas-
trar-se junto à ANP para o envio das informações de que trata o caput.
§ 3º A solicitação de cadastro de que trata o parágrafo anterior deste
artigo deverá ser encaminhada por meio de correspondência protocolada na
ANP, conforme formulário disponível no sítio da ANP: http://www.anp.gov.br.
§ 4º Sempre que houver alteração nos dados informados no cadastro,
deverá ser encaminhado novo formulário, em até 30 dias a partir da alteração,
para atualização.

Art. 12. O produtor de gasolina A, o importador de gasolina A e o dis-


tribuidor deverão informar à ANP, até o 15º dia de cada mês, por meio do Siste-
ma de Informação de Movimentação de Produtos (SIMP), os dados referentes à
aquisição do mês anterior dos aditivos de que trata o parágrafo 1º do artigo 11.

Seção VI
Das Disposições Transitórias

Art. 13. Os dispositivos contidos nos artigos 1º ao 6º passam a vigo-


rar a partir de 1º de janeiro de 2014.

Art. 14. Os dispositivos contidos nos artigos 7º ao 12 passam a vigo-


rar a partir de 1º de julho de 2015.

Art. 15. A partir de 1º de janeiro de 2014, toda a gasolina comerciali-


-
mento Técnico nº 3/2013, parte integrante desta Resolução.
Parágrafo único. Até 31 de dezembro de 2013, a gasolina deverá

parte integrante da Resolução ANP nº 57, de 20 de outubro de 2011.

Art. 16. -

fósforo e benzeno (este último apenas para a gasolina C Premium), e hidrocar-

218
I - Na distribuição: 60 dias após a data da entrada em vigor do Regu-
lamento Técnico nº 3/2013, constante desta Resolução;
II - Na revenda: 90 dias após a data da entrada em vigor do Regula-
mento Técnico nº 3/2013, constante desta Resolução.

Seção VII
Das Disposições Gerais

Art. 17. O produtor e o importador de gasolina A deverão encaminhar


à ANP, após cada trimestre civil, os resultados da análise de depósitos em vál-
vulas de pelo menos uma batelada de gasolina comercializada no período.
§ 1º Os resultados deverão ser encaminhados até o 30º dia do mês
subsequente ao encerramento de cada trimestre civil.
§ 2º Caso, no período, haja comercialização de gasolina proveniente
de produção nacional e de importação, deverão ser realizadas análises de duas
bateladas distintas, uma para cada caso.
§ 3º O encaminhamento disposto no caput também deverá conter,
pelo menos, os resultados das análises de teor de enxofre, teor de aromáticos,

Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução.


§ 4º A análise de depósitos em válvula, a que se refere o caput, deverá
ser realizada conforme a norma ABNT NBR 16038 - Combustíveis - Medição de
depósitos em válvulas de admissão em motor com ignição por centelha.
§ 5º As bateladas indicadas no caput deverão ser de gasolina cujos
resultados das análises das características listadas no § 3º deste artigo sejam
superiores aos do 65º (sexagésimo quinto) percentil calculado com base nos
volumes comercializados no respectivo trimestre civil e discriminados por
produção nacional e importação.
§ 6º O ensaio de depósito em válvulas deverá ser realizado com a adi-
ção de etanol anidro combustível à gasolina A, no teor vigente estabelecido
pela legislação.

Art. 18. A ANP poderá, a qualquer tempo, submeter o produtor de ga-


solina A, o importador de gasolina A e o distribuidor à vistoria técnica da quali-
dade, a ser executada por seu corpo técnico ou por entidades credenciadas pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inme-
tro), sobre os procedimentos e equipamentos de medição que tenham impacto

219
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

Seção VIII
Das Disposições Finais

Art. 19. Os casos não contemplados nesta Resolução serão objeto de


análise e deliberação pela ANP.

Art. 20. Fica incluída, na Tabela de Métodos ABNT dos Regulamentos


Técnicos nº 7/2011 da Resolução ANP nº 57, de 20 de outubro de 2011, e nº
3/2011 da Resolução ANP nº 7, de 09 de fevereiro de 2011, a norma NBR 16041
Etanol combustível Determinação dos teores de metanol e etanol.

Art. 21.
do Regulamento Técnico nº 7/2011 da Resolução ANP nº 57, de 20 de outubro
de 2011, passa a vigorar com a seguinte redação:

LIMITE MÉTODO
Gasolina Comum Gasolina Premium
CARACTERÍSTICA UNIDADE
ABNT
Tipo A Tipo C Tipo A Tipo C ASTM
NBR
...
Teor de Metanol,
% volume 0,5 (1) 16041 -
máx
...
(1) Proibida a adição. Deve ser medido quando houver dúvida quanto à ocorrência de contami-
nação.

Art. 22.
do Regulamento Técnico nº 3/2011 da Resolução ANP nº 7, de 09 de fevereiro
de 2011, passa a vigorar com a seguinte redação:

LIMITE MÉTODO
CARACTERÍSTICA UNIDADE
EAC EHC NBR ASTM
...
Teor de Metanol, máx % volume 0,5 (11) 16041 -
...
-
ção de produto pelo importador e em caso de dúvida quando da possibilidade de contaminação
por metanol, o que não isenta de responsabilidade cada agente econômico que comercializa o

considera-se o limite máximo de 0,5 % em volume.

220
Art. 23. Fica revogada a Resolução ANP nº 38, de 9 de dezembro de
2009, e, a partir de 1º de janeiro de 2014, a Resolução ANP nº 57, de 20 de ou-
tubro de 2011.

Art. 24. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Helder Queiroz Pinto Júnior

Anexo
REGULAMENTO TÉCNICO ANP Nº 3/2013

1. Objetivo
Este Regulamento Técnico aplica-se às gasolinas A e C, de uso auto-
motivo, comercializadas em todo o território nacional e estabelece suas espe-

2. Normas aplicáveis
A determinação das características dos produtos será realizada me-
diante o emprego de Normas Brasileiras (NBR) da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) ou de normas da ASTM International.
Os dados de precisão, repetibilidade e reprodutibilidade, fornecidos
nos métodos relacionados a seguir, devem ser usados somente como guia para
aceitação das determinações em duplicata do ensaio e não devem ser conside-

A análise do produto deverá ser realizada em amostra representativa


o mesmo, obtida segundo o método ABNT NBR 14883 - Petróleo e produtos de
petróleo - Amostragem manual ou ASTM D4057 Practice for Manual Sam-
pling of Petroleum and Petroleum Products.

determinadas de acordo com a publicação mais recente dos seguintes métodos


de ensaio:
2.1. Métodos ABNT

Método ABNT Título

NBR 7148
densidade relativa e °API - Método do densímetro
(...)
221
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

(...)
Método ABNT Título
NBR 9619 Produtos de petróleo - Destilação à pressão atmosférica
Gasolina automotiva - Determinação do teor de álcool etílico anidro
NBR 13992
combustível (AEAC)
Destilados de petróleo e óleos viscosos - Determinação da massa
NBR 14065

Gasolina e misturas de gasolina com produtos oxigenados - Determinação


NBR 14149
da pressão de vapor pelo método seco
NBR 14156 Produtos de petróleo - Determinação da pressão de vapor – Minimétodo
Produtos de petróleo e biodiesel - Determinação da corrosividade -
NBR 14359
Método da lâmina de cobre
Gasolina - Determinação da estabilidade à oxidação pelo método do
NBR 14478
período de indução
NBR 14525 Combustíveis - Determinação de goma por evaporação
Produtos líquidos de petróleo - Determinação dos tipos de
NBR 14932

NBR 14954 Combustível destilado - Determinação da aparência

NBR 15289
gasosa
Combustíveis de motores a explosão - Determinação de benzeno por
NBR 15441
espectroscopia de infravermelho médio
Etanol combustível - Determinação dos teores de metanol e etanol por
NBR 16041

2.2. Métodos ASTM


Método ASTM Título
D86 Distillation of Petroleum Products at Atmospheric Pressure
D130 Corrosiveness to Copper from Petroleum Products by Copper Strip Test
D381 Gum Content in Fuels by Jet Evaporation
D525 Oxidation Stability of Gasoline (Induction Period Method)
Density, Relative Density, or API Gravity of Crude Petroleum and Liquid
D1298
Petroleum Products by Hydrometer Method
Hydrocarbon Types in Liquid Petroleum Products by Fluorescent
D1319
Indicator Adsorption
Sulfur in Petroleum Products by Wavelength Dispersive X-ray
D2622
Fluorescence Spectrometry
D2699 Research Octane Number of Spark-Ignition Engine Fuel
D2700 Motor Octane Number of Spark-Ignition Engine Fuel
(...)
222
(...)
Método ASTM Título
Trace Quantities of Sulfur in Light Liquid Petroleum Hydrocarbons by
D3120
Oxidative Microcoulometry
D3231 Phosphorus in Gasoline
D3237 Lead in Gasoline by Atomic Absorption Spectroscopy
Determination of Benzene and Toluene in Finished Motor and Aviation
D3606
Gasoline by Gas Chromatography
Density, Relative Density, and API Gravity of Liquids by Digital Density
D4052
Meter
Free Water and Particulate Contamination in Distillate Fuels (Visual
D4176
Inspection Procedures)
D4953 Vapor Pressure of Gasoline and Gasoline-Oxygenate Blends (Dry Method)
D5191 Vapor Pressure of Petroleum Products (Mini Method)

D5443 Petroleum Distillates Through 200ºC by Multi-Dimensional Gas


Chromatography
Determination of Total Sulfur in Light Hydrocarbons, Spark Ignition
D5453
Engine Fuel, Diesel Engine Fuel, and Engine Oil by Ultraviolet Fluorescence
D5482 Vapor Pressure of Petroleum Products (Mini Method-Atmospheric)
Determination of Ethanol and Methanol Content in Fuels Containing
D5501
Greater than 20% Ethanol by Gas Chromatography
Determination of Benzene in Spark-Ignition Engine Fuels Using Mid
D6277
Infrared Spectroscopy
Determination of Vapor Pressure (VPX) of Petroleum Products,
D6378 Hydrocarbons, and Hydrocarbon-Oxygenate Mixtures (Triple Expansion
Method)
Total Sulfur in Naphthas, Distillates, Reformulated Gasolines, Diesels,
D6920 Biodiesels, and Motor Fuels by Oxidative Combustion and Electrochemical
Detection
Sulfur in Gasoline and Diesel Fuel by Monochromatic Wavelength
D7039
Dispersive X-ray Fluorescence Spectrometry
Sulfur in Automotive, Heating, and Jet Fuels by Monochromatic Energy
D7220
Dispersive X-ray Fluorescence Spectrometry
Silicon in Gasoline and Related Products by Monochromatic Wavelength
D7757
Dispersive X-ray Fluorescence Spectrometry

223
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

LIMITE
Gasolina Gasolina MÉTODO
Comum Premium
ABNT
CARACTERÍSTICA UNIDADE
Tipo Tipo
Tipo C Tipo C ASTM
A A

NBR
Cor - (2) (3) (2) (3) visual
14954 D4176
Aspecto - (4)
(5) (5)
%

Teor de Etanol Anidro -D5501


(6) (7) (6) (7) 13992 -
Combustível (8)

volume
7148 D1298
kg/m³ anotar
20ºC 14065 D4052
Destilação 9619 D86
10% evaporado, máx. 65,0
50% evaporado, máx. 120,0 80,0 120,0 80,0
°C
90% evaporado, máx. 190,0
PFE, máx. 215,0
Resíduo, máx. % volume 2,0
Nº de Octano Motor -
- - 82,0 - - - D2700
MON, mín. (9)
Índice Antidetonante - D2699
- - 87,0 - 91,0 -
IAD, mín. (9) (10) D2700
D4953
Pressão de Vapor a 45,0 a 69,0 45,0 a 69,0 14149 D5191
kPa
37,8ºC (11) 62,0 (máx.) 62,0 (máx.) 14156 - D5482
D6378
Goma Atual Lavada, mg/
5 14525 D381
máx. 100mL
Período de Indução a
min - 360 - 360 14478 D525
100°C, mín. (12)
(...)
224
(...)
LIMITE
Gasolina Gasolina MÉTODO
Comum Premium
ABNT
CARACTERÍSTICA UNIDADE
Tipo Tipo
Tipo C Tipo C ASTM
A A

NBR
Corrosividade ao Co-
- 1 14359 D130
bre a 50°C, 3h, máx.
D2622
D3120
Teor de Enxofre, máx. D5453
mg/kg - 50 - 50 ----
(13) D6920
D7039
D7220
D3606
15289
Benzeno, máx (13) % volume - 1,0 - 1,0 D5443
- 15441
D6277
- D7757
Teor de Silício mg/kg anotar
AAS ICP-AES
Hidrocarbonetos: (13)
14932 D1319
(14)
Aromáticos - 35 - 35
% volume - 25 - 25
Saturados anotar
(1) É permitida a utilização de aditivos, conforme legislação em vigor, sendo proibidos os aditivos
que apresentam compostos químicos à base de ferro ou metais pesados.
(2) De incolor a amarelada, isenta de corante.
(3) De incolor a amarelada, se isenta de corante, cuja utilização é permitida, no teor máximo de 50
ppm, com exceção da cor azul, restrita à gasolina de aviação.
(4) Límpido e isento de impurezas.
(5) Procedimento 1.
(6) Proibida a adição. Deve ser medido quando houver dúvida quanto à ocorrência de contamina-
ção. Considera-se o limite máximo de 1% em volume;
(7) O teor de etanol anidro combustível (EAC) a ser misturado à gasolina A para produção da gaso-
lina C deverá estar em conformidade com a legislação vigente.
(8) Este método não se aplica para gasolina C com teor de etanol inferior a 20%.
(9) Os ensaios de número de octano MON e RON deverão ser realizados com a adição de EAC à gaso-
lina A, no teor de um ponto percentual abaixo do valor em vigor na data da produção da gasolina A.
(10) Índice Antidetonante é a média aritmética dos valores de número de octano determinados
pelos métodos MON e RON.

225
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013

(11) Para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espí-
rito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, bem como para o Dis-
trito Federal, admite-se, nos meses de abril a novembro, um acréscimo de 7,0 kPa ao valor máximo

(12) O ensaio de Período de indução deverá ser realizado após a adição de etanol anidro à gasolina A,
no teor de um ponto percentual acima do valor em vigor na data da produção da gasolina A.
-
verão ser realizados com a adição de EAC à gasolina A, no teor de um ponto percentual abaixo do
valor em vigor na data da produção da gasolina A.

-
lores determinados pelo ensaio realizado conforme a norma ABNT NBR 14932 ou ASTM D1319.

3.1. Tabela 2 - Contaminantes (1)

LIMITE
Gasolina Gasolina MÉTODO
Comum Premium
ABNT
CARACTERÍSTICA UNIDADE
Tipo Tipo
Tipo C Tipo C ASTM
A A

NBR
Teor de Metanol, máx. % volume 0,5 16041 -
Chumbo, máx. g/L 0,005 - D3237
Fósforo, máx. mg/L 1,3 - D6261
(1) Proibida a adição. Devem ser medidos quando houver dúvida quanto à ocorrência de contami-
nação.

226
Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 207,
de 05 de agosto de 2013
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho

227
Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 207, de 05 de agosto de 2012

228
229
Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 207, de 05 de agosto de 2012

230
Nota Informativa CGNOR/DSST/SIT nº 43,
de 21 de março de 2014
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho

231
Nota Informativa CGNOR/DSST/SIT nº 43, de 21 de março de 2014

232
233
Memorando-Circular DIRSAT/INSS nº 8,
de 08 de julho de 2014
Ministério da Previdência Social
Instituto Nacional do Seguro Social
Diretoria de Saúde do Trabalhador

Memorando-Circular nº 8 /DIRSAT/INSS

Em 8 de julho de 2014.

Aos Representantes Técnicos da Perícia Médica nas Superintendên-


cias Regionais, Chefes de Serviço/Seção de Saúde do Trabalhador e Peritos Mé-
dicos Previdenciários nas Gerências-Executivas.
Assunto: Orientações para análise de enquadramento de Atividade Espe-
cial na exposição ao agente químico Benzeno.

1. A Diretoria de Saúde do Trabalhador tem recebido diversos questionamen-

agente químico benzeno e, considerando:


a) o disposto no Manual de Aposentadoria Especial, Resolução PRES/
INSS, de 25/04/2012, sobre o potencial carcinogênico dos hidrocar-
bonetos aromáticos;

235
Memorando-circular DIRSAT/INSS nº8, de 08 de julho 2014

b) o parecer técnico da FUNDACENTRO, em anexo, de 13 de julho de 2010,

e/ou individual para elidirem os riscos na exposição ao Benzeno;


c) que o parecer supracitado, embora elaborado com base em empre-

qualquer estabelecimento em que haja exposição ao Benzeno.


-
doria Especial oriundos da exposição ao agente químico Benzeno, seja adotado o
critério qualitativo e que não sejam considerados na avaliação os equipamentos
-
tes para elidir a exposição a este agente químico.

Atenciosamente,

Doris Terezinha Loff Ferreira Leite


Diretora de Saúde do Trabalhador
Substituta

236
Portaria Interministerial nº 09,
de 07 de outubro de 2014
Ministério do Trabalho e Emprego
Ministério da Saúde
Ministério da Previdência Social
(DOU de 08/10/2014 Seção I p. 140-142)

Publica a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para


Humanos (LINACH), como referência para formulação
de políticas públicas, na forma do anexo a esta Portaria.

OS MINISTROS DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, DA SAÚDE


E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, no uso de suas atribuições que lhes conferem os
incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e
Considerando o Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011, que dis-
põe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST);
Considerando o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
(PLANSAT), disponível no sítio eletrônico http://portal.mte.gov.br/geral/pla-
no-nacional-de-segurança-e-saude-no-trabalho-plansat.htm, em particular a

do Objetivo 4; e
Considerando a elevada incidência de câncer no Brasil; e

cancerígenos da Agência Internacional para a Investigação do Câncer (IARC),


da Organização Mundial da Saúde (OMS), resolvem:

Art. 1º Fica publicada a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para


Humanos (LINACH), como referência para formulação de políticas públicas, na
forma do anexo a esta Portaria.

237
Portaria Interministerial nº 9, de 07 de outubro de 2014

Art. 2º -
dos de acordo com os seguintes grupos:
I - Grupo 1 - carcinogênicos para humanos;
II - Grupo 2A - provavelmente carcinogênicos para humanos; e
III - Grupo 2B - possivelmente carcinogênicos para humanos.
Art. 3º A LINACH será atualizada semestralmente.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Manoel Dias
Ministro de Estado do Trabalho e Emprego
Arthur Chioro
Ministro de Estado da Saúde
Garibaldi Alves Filho
Ministro de Estado da Previdência Social

Anexo
Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos - LINACH¹
Grupo 1* ²
Registro no Chemical
Agente
Abstracts Service - CAS
Acetaldeído associado com o consumo de bebidas alcoólicas 000075-07-0
Ácido Aristólico 000313-67-7
Ácido Aristólico (plantas que o contem) 000313-67-7
Ácidos Mistos, Inorgânicos Fortes Não se aplica
001402-68-2
Alcool Isopropilico, manufatura usando ácidos fortes Não se aplica
Alumínio, produção de Não se aplica
(...)
1
A lista de agentes cancerígenos da Agência Internacional para a Investigação do Câncer - Iarc, conside-

sua última atualização em 10 de abril de 2013.


*

www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/65/MPS-MTE-MS/2014/9.htm>. Acesso em: 06 nov. 2015.


2
Para efeito do art. 68, § 4º, do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, serão considerados agentes
reconhecidamente cancerígenos aqueles do Grupo I desta lista que têm registro no Chemical Abstracts
Service CAS.

238
(...)
Registro no Chemical
Agente
Abstracts Service - CAS
4-Aminobifenila 000092-67-1
Arsênio e compostos inorgânicos de arsênio 007440-38-2
001332-21-4
Asbestos ou amianto - todas as formas, inclusive actinolita, 013768-00-8
012172-73-5
(nota: Substâncias minerais, a exemplo do talco ou vermicu- 017068-78-9
lita, que contenham amianto também devem ser considerados 012001-29-5
como cancerígeno para os seres humanos) 012001-28-4
014567-73-8
Auramina, produção de Não se aplica
Azatioprina 000446-86-6
Bebidas alcoólicas Não se aplica
Benzeno 000071-43-2
Benzidina 000092-87-5
Benzo[a]pireno 000050-32-8
Berílio e seus compostos 007440-41-7
Bifenis policlorados 001336-36-3
Bifenis policlorados, 'dioxin-like' ('tipo dioxina' ou 'do grupo
das dioxinas'), com Fator de Equivalência de Toxicidade de
Não se aplica
acordo com a OMS (PCBs 77, 81, 105, 114, 118, 123, 126, 156,
157, 167, 169, 189)
Borracha, indústria de transformação da Não se aplica
Breu de alcatrão de hulha 065996-93-2
Bussulfano 000055-98-1
1,3 Butadieno 000106-99-0
Cádmio e compostos de cádmio 007440-43-9
000050-18-0
Ciclofosfamida
006055-19-2
059865-13-3
Ciclosporina
079217-60-0
Clonorchis sinensis, Infecção com Não se aplica
Clorambucil 000305-03-3
Cloreto de vinila 000075-01-4
Clornafazina 000494-03-1
Compostos de cromo (VI) 018540-29-9
Compostos de níquel Não se aplica
(...)

239
Portaria Interministerial nº 9, de 07 de outubro de 2014

(...)
Registro no Chemical
Agente
Abstracts Service - CAS
Coque, produção de Não se aplica
Corantes que liberam benzidina no metabolismo Não se aplica
Destilação do alcatrão de hulha 008007-45-2
Detilestilbestrol 000056-53-1
Emissões em ambiente fechado na combustão doméstica do
Não se aplica
carvão
Erionita 066733-21-9
Estrogênio-progesterona associados como contraceptivo oral
(nota: há também provas convincentes em seres humanos de
Não se aplica
que esses agentes conferem um efeito protetor contra o câncer
em endométrio e ovário)
Estrogênio-progesterona associados em terapia menopausal
Não se aplica
combinada
Estrógeno, terapia pós-menopausal Não se aplica
Etanol em bebidas alcoólicas 000064-17-5
000542-88-1
Éter bis (clorometílico); éter metílico de clorometila
000107-30-2
Etoposide 033419-42-0
033419-42-0
Etoposide em associação com cisplatina e bleomicina 015663-27-1
011056-06-7
Exaustão do motor diesel Não se aplica
Fenacetina 000062-44-2
Fenacetina (mistura de analgésicos contendo fenacetina) Não se aplica
Formaldeído 000050-00-0
Fósforo 32, como fosfato 014596-37-3
Fuligem (como os encontrados na exposição ocupacional dos
Não se aplica
limpadores de chaminés)
Fundição de ferro e aço (exposição ocupacional em) Não se aplica
Não se aplica
Gás Mostarda 000505-60-2
Helicobacter pilori, Infecção com Não se aplica
Hematita, mineração subterrânea Não se aplica
Magenta, produção de Não se aplica
Material particulado na poluição do ar Não se aplica
(...)

240
(...)
Registro no Chemical
Agente
Abstracts Service - CAS
Melfalano 000148-82-3
Metoxsalen associado com radiação ultravioleta A 000298-81-7
4,4'-Metileno bis (2-cloroanilina) (MOCA) 0 00101-14-4
MOPP e outros agentes quimioterápicos, inclusive agentes
Não se aplica
alquilantes
2 -Naftilamina 000091-59-8
N'- nitrosonornicotina (NNN) e 4-. (metilnitrosamino)-1-(3- 016543-55-8
piridil)1-butanona (NNK) 064091-91-4
Noz de Areca Não se aplica
Noz de Betel, misturada com tabaco Não se aplica
Noz de Betel, não misturada com tabaco Não se aplica
Óleos de xisto 068308-34-9
Óleos minerais (não tratados ou pouco tratados) Não se aplica
Opisthorchis viverrini, Infecção com Não se aplica
Óxido de Etileno 000075-21-8
Papilomavírus humano - HPV tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45,
Não se aplica
cancerígenos para humanos podem diferir na magnitude do
risco em relação ao câncer cervical)
Peixe estilo chinês , salgado Não se aplica
3, 4, 5, 3´, 4' - Pentaclorobifenil (PCB - 126) 057465-28-8
2 ,3 ,4 ,7 , 8 - Pentaclorodibenzofurano 057117-31-4
Pintor (exposição ocupacional como pintor) Não se aplica
Plutônio 007440-07-5
Poeira de couro Não se aplica
Poeira de madeira Não se aplica
Poeira de sílica, cristalina, em forma de quartzo ou cristo-
014808-60-7
balita
Poluição do Ar Não se aplica
Poluição do ar em partículas Não se aplica
Não se aplica
Radiação de Nêutrons Não se aplica
Radiação Ionizante (todos os tipos) Não se aplica
Radiação Solar Não se aplica

(...)

241
Portaria Interministerial nº 9, de 07 de outubro de 2014

(...)
Registro no Chemical
Agente
Abstracts Service - CAS
Radiação ultravioleta (100-400 nm, abrangendo UVA, UVB e
Não se aplica
UVC)
Radiação ultravioleta emitida por dispositivos de
Não se aplica
bronzeamento
Radiações X e gama Não se aplica
Rádio-224 e seus produtos de decaimento 013982-63-3
Rádio-226 e seus produtos de decaimento 015262-20-1
Rádio-228 e seus produtos de decaimento 010043-92-2
Radioiodos, incluindo o iodo-131 Não se aplica
Radionuclídeos, emissores de partículas alfa, internamente
Não se aplica
depositados
Radionuclídeos, emissores de partículas beta, internamente
Não se aplica
depositados
Radônio-222 e seus produtos de decaimento 013233-32-4
Sarcoma de Kaposi associado com herpes vírus Não se aplica
Schistosoma haematobium, infecção com Não se aplica
Semustina [1-(2 - c l o ro e t i l ) -3-(4-metilciclohexil)-1-nitro-
013909-09-6
sourea, Metil CCNU]
Tabaco em uso passivo Não se aplica
Tabaco sem fumaça Não se aplica
Tabagismo Não se aplica
Tamoxifeno (nota: há evidências também conclusivas para seu
uso na redução do risco de câncer de mama contralateral em 010540-29-1
pacientes com câncer de mama)
2, 3, 7, 8 - Tetraclorodibenzo - para - dioxina 001746-01-6
Tiotepa 000052-24-4
orto-Toluidina 000095-53-4
Treosulfano 000299-75-2
Tricloroetileno 000079-01-6
Tório-232 e seus produtos de decaimento 007440-29-1
Vírus da Hepatite B, infecção crônica com Não se aplica
Vírus da Hepatite C, infecção crônica com Não se aplica
Não se aplica
Vírus Epstein-Barr Não se aplica
Vírus linfotrópico célula-T humana tipo I Não se aplica

242
Memorando-Circular DIRSAT/INSS nº 02,
de 13 de janeiro de 2015
Ministério da Previdência Social
Instituto Nacional do Seguro Social
Diretoria de Saúde do Trabalhador

Memorando-Circular nº 2 /DIRSAT/INSS

Em 13 de janeiro de 2015.

Aos Representantes Técnicos da Perícia Médica nas Superintendên-


cias Regionais, Chefes de Serviço/Seção de Saúde do Trabalhador e Peritos Mé-
dicos Previdenciários nas Gerências-Executivas.
Assunto: Orientações para análise de atividade especial na exposição aos
agentes nocivos comprovadamente cancerígenos.

1. Após a alteração do Decreto 3.048/99 pelo Decreto 8.123/13, em seu artigo


68, § 4º e a publicação da Portaria Interministerial nº 09, de 07/10/2014, a Di-
retoria de Saúde do Trabalhador orienta:
a) serão considerados agentes reconhecidamente cancerígenos aque-
les do Grupo 1 da lista da LINACH que possuam o Chemical Abstracts
Service CAS.;

243
Memorando-circular DIRSAT/INSS nº2, de 13 de janeiro 2015

b) dentre os agentes listados no Grupo 1, serão considerados os que


constem no Anexo IV do Decreto 3048/99;
c) a presença no ambiente de trabalho com possibilidade de exposição

comprovação da efetiva exposição do trabalhador;


d) a avaliação da exposição aos agentes nocivos comprovadamente can-
cerígenos será apurada na forma qualitativa; e) a utilização de EPC e/
ou EPI não elide a exposição aos agentes comprovadamente cancerí-

ATENCIOSAMENTE,

Sérgio Antonio Martins Carneiro


Diretor de Saúde do Trabalhador

244
Instrução Normativa nº 77, de 21 de janeiro de 2015*
Ministério da Previdência Social
Instituto Nacional do Seguro Social
(DOU de 22/01/2015 – Seção I - p. 32-80)**

Estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhe-


-
vidência Social, com observância dos princípios estabele-
cidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988.

INSS, no uso da atribuição que lhe confere o art. 26 do Anexo I do Decreto nº


7.556, de 24 de agosto de 2011, resolve:
[...]

Art. 279 Os procedimentos técnicos de levantamento ambiental, res-


salvadas as disposições em contrário, deverão considerar:
I - a metodologia e os procedimentos de avaliação dos agentes nocivos
estabelecidos pelas Normas de Higiene Ocupacional NHO da FUNDA-
CENTRO; e
II - os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15 do MTE.
§ 1º Para o agente químico benzeno, também deverão ser observados
a metodologia e os procedimentos de avaliação, dispostos nas Instruções Nor-
mativas MTE/SSST nos 1 e 2, de 20 de dezembro de 1995.

gov.br/sislex/paginas/38/inss-pres/2015/77.htm>. Acesso em: 06 nov. 2015.


** Nota da editoria: Alterada pela Instrução Normativa INSS/PRES nº 79, de 01 de abril de 2015 (DOU
de 02/04/2015 Seção I p. 26) e no DOU de
08/04/2015 (Seção I p. 44).

245
Instrução Normativa nº 77, de 21 de janeiro de 2015

deverão estabelecer as metodologias e procedimentos de avaliação não con-


templadas pelas NHO da FUNDACENTRO.
§ 3º Deverão ser consideradas as normas referenciadas nesta Subse-
ção, vigentes à época da avaliação ambiental.
§ 4º As metodologias e os procedimentos de avaliação contidos nesta
instrução somente serão exigidos para as avaliações realizadas a partir de 1º
de janeiro de 2004, sendo facultado à empresa a sua utilização antes desta data.
§ 5º Será considerada a adoção de Equipamento de Proteção Coletiva
EPC, que elimine ou neutralize a nocividade, desde que asseguradas as con-

técnica do fabricante e respectivo plano de manutenção, estando essas devida-


mente registradas pela empresa.
§ 6º Somente será considerada a adoção de Equipamento de Proteção
Individual EPI em demonstrações ambientais emitidas a partir de 3 de dezem-
bro de 1998, data da publicação da MP nº 1.729, de 2 de dezembro de 1998,
convertida na Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, e desde que compro-
vadamente elimine ou neutralize a nocividade e seja respeitado o disposto na
NR-06 do MTE, havendo ainda necessidade de que seja assegurada e devida-
mente registrada pela empresa, no PPP, a observância:
I - da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE, ou seja,
medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de
organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem, admitindo-se
a utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica, insu-

complementar ou emergencial;
II - das condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao

às condições de campo;

comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em época própria; e


V - da higienização.
§ 7º Entende-se como prova incontestável de eliminação dos riscos
pelo uso de EPI, citado no Parecer CONJUR/MPS/nº 616/2010, de 23 de dezem-
bro de 2010, o cumprimento do disposto no § 6º deste artigo.

246
Portaria nº 507, de 29 de setembro de 2015
Ministério do Trabalho e Emprego
Secretaria de Inspeção do Trabalho
(DOU de 01/10/2015 – Seção I p. 123)

Dispõe sobre os procedimentos de descadastramento


voluntário de empresas e instituições que deixem de uti-
lizar Benzeno.

O SECRETÁRIO DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições


conferidas pelo Art. 14, inciso II e XIII, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de
2004, e em face do disposto nos Art. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Tra-

Art. 1º Fixar os procedimentos para análise das solicitações de desca-


dastramento voluntário, no Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
DSST, de empresas e instituições que deixem de utilizar benzeno, conforme
previsto no item 4 e subitens do Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamen-
tadora NR nº 15 - Atividades e Operações Insalubres, aprovada pela Portaria
MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
Parágrafo único. Os pedidos de descadastramento voluntário devem
ser dirigidos ao DSST.

Art. 2º O DSST deve informar à CNPBz, por meio de seus coordenado-


res de bancada, a solicitação de descadastramento voluntário.

Art. 3º A solicitação de descadastramento deve ser assinada pelo re-


presentante legal da empresa, com anexação de cópia do contrato social e sua
última alteração ou carta de preposto.

247
Portaria nº 507, de 29 de setembro de 2015

Art. 4º A solicitação de descadastramento deverá conter uma Decla-


ração de Responsabilidade, assinada pelo responsável pelo PPEOB e pelo repre-
sentante legal da empresa, com as seguintes informações:
I - a não produção, transporte, armazenamento, utilização ou manipu-
lação de benzeno ou misturas líquidas que contenham benzeno igual ou
acima de 1% em volume em seu processo produtivo.
II - a ausência de benzeno e suas misturas acima de 1% em volume em
depósitos, tanques, vasos, almoxarifado e outras dependências da em-
presa.
III - a destinação dos produtos restantes, dos resíduos e dos materiais e
equipamentos contaminados.
IV - a garantia do atendimento pela empresa dos requisitos da Portaria
nº 776, de 28 de Abril de 2004, do Ministério da Saúde, quanto à vigilân-
cia à saúde de todos os trabalhadores incluídos no PPEOB que trabalha-
ram durante o período de seu cadastramento.

Art. 5º O DSST poderá enviar a solicitação de descadastramento à


SRTE responsável pela circunscrição em que se localiza o estabelecimento ou
-
ção das informações prestadas na Declaração de Responsabilidade.

Art. 6º Após o prazo de seis meses, a contar da data da solicitação de


descadastramento, e não havendo informação de irregularidade da Declaração
de Responsabilidade, o DSST comunicará o descadastramento à empresa e à
CNPBz.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Paulo Sérgio de Almeida

248
Portaria no 1.109, de 20 de setembro de 2016*1
MINISTÉRIO DO TRABALHO
GABINETE DO MINISTRO

(DOU de 22/09/2016 - Seção 1)


- Exposição Ocupacional ao
Benzeno em Postos Revendedores de
Combustíveis - PRC - da Norma
Regulamentadora n.º 9 - Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das atribuições que


lhe conferem o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e
os arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, resolve:
Art. 1º Aprovar o Anexo 2 - Exposição Ocupacional ao Benzeno em
Postos Revendedores de Combustíveis - PRC, da Norma Regulamentadora n.º 9,
aprovada pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, com a redação
constante no Anexo desta Portaria.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, exceto
quanto aos itens abaixo discriminados, que entrarão em vigor nos prazos
consignados, contados da publicação deste ato:

* Este anexo foi deslocado para a Norma Regulamentadora nº 20 - Segurança e Saúde no Tra-
que a aprovou na forma do Anexo IV (Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos de Serviços
Revendedores de Combustíveis Automotivos).

249
16

Quadro 1

Itens Prazo

2.1.2.1 12 meses

5.1 24 meses

8.1 12 meses

9.1 6 meses

9.2 84 meses

9.4 12 meses

10.2 18 meses

14.3 36 meses

Quadro 2
Prazos aplicáveis ao item 14.1

Ano de fabricação da bomba Prazo para instalação do sistema de


de combustível recuperação de vapor

Até 2019 180 meses após a publicação da presente


portaria

Anterior a 2016 144 meses após a publicação da presente


portaria

Anterior a 2014 132 meses após a publicação da presente


portaria

Anterior a 2011 120 meses após a publicação da presente


portaria

Anterior a 2007 96 meses após a publicação da presente


portaria

Anterior a 2004 72 meses após a publicação da presente


portaria

250
5 Anos

Art. 3º Um ano após a publicação desta portaria, deverá ocorrer


reunião extraordinária da Comissão Nacional Permanente do Benzeno - CNPBz
para avaliar a implementação deste anexo, bem como dos prazos definidos.
RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA

ANEXO

Anexo 2
Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis

Sumário:
1. Objetivo e Campo de Aplicação
2. Responsabilidades
3. Dos Direitos dos Trabalhadores
4. Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
5. Da Capacitação dos Trabalhadores
6. Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
7. Da Avaliação Ambiental
8. Procedimentos Operacionais
9. Atividades Operacionais
10. Ambientes de Trabalho Anexos
11. Uniformes
12. Equipamentos de Proteção Individual - EPI
13. Sinalização referente ao Benzeno
14. Controle Coletivo de Exposição durante o abastecimento

251
16

1. Objetivo e Campo de Aplicação


1.1 Este anexo estabelece os requisitos mínimos de segurança e saúde
no trabalho para as atividades com exposição ocupacional ao benzeno em
Postos Revendedores de Combustíveis - PRC contendo essa substância. Estes
requisitos devem complementar as exigências e orientações já previstas na
legislação de Segurança e Saúde no Trabalho - SST em vigor no Brasil.
1.1.1 Para fins deste anexo, consideram-se Postos Revendedores de
Combustíveis - PRC contendo benzeno o estabelecimento localizado em terra
firme que revende, a varejo, combustíveis automotivos e abastece tanque de
consumo dos veículos automotores terrestres ou em embalagens certificadas
pelo INMETRO.
2. Responsabilidades
2.1 Cabe ao empregador:
2.1.1 Cumprir e fazer cumprir o presente anexo.
2.1.2 Só permitir a contratação de serviços de outras empresas desde
que faça constar no contrato a obrigatoriedade do cumprimento das medidas
de SST previstas neste anexo.
2.1.2.1 Os PRC devem adequar os contratos de prestação de serviços
vigentes às disposições desta norma.
2.1.3 Interromper todo e qualquer tipo de atividade que exponha os
trabalhadores a condições de risco grave e iminente para a sua segurança ou
saúde.
2.1.4 Fornecer às empresas contratadas as informações sobre os riscos
potenciais e às medidas preventivas de exposição ao benzeno, na área da
instalação em que desenvolvem suas atividades.
2.1.5 Prestar as informações que se fizerem necessárias, quando
solicitadas formalmente pelos órgãos fiscalizadores competentes com relação
às disposições objeto deste anexo.
2.1.6 Informar os trabalhadores sobre os riscos potenciais de
exposição ao benzeno que possam afetar sua segurança e saúde, bem como as
medidas preventivas necessárias.
2.1.7 Manter as Fichas com Dados de Segurança de Produto Químico
dos combustíveis à disposição dos trabalhadores, em local de fácil acesso para
consulta.

252
5 Anos

2.1.8 Dar conhecimento sobre os procedimentos operacionais aos


trabalhadores com o objetivo de informar sobre os riscos da exposição ao
benzeno e as medidas de prevenção necessárias.
2.2 Cabe aos trabalhadores:
2.2.1 Zelar pela sua segurança e saúde ou de terceiros que possam ser
afetados pela exposição ao benzeno.
2.2.2 Comunicar imediatamente ao seu superior hierárquico as
situações que considerem representar risco grave e iminente para sua
segurança e saúde ou para a de terceiros.
2.2.3 Não utilizar flanela, estopa e tecidos similares para a contenção
de respingos e extravasamentos, conforme previsto no item 9.7 deste anexo.
2.2.4 Usar os Equipamentos de Proteção Individual - EPI apenas para a
finalidade a que se destinam, responsabilizando-se pela sua guarda e
conservação, devendo comunicar ao empregador qualquer alteração que o
torne impróprio para o uso, bem como cumprir as determinações do
empregador sobre o uso adequado.
3.Dos Direitos dos Trabalhadores
3.1 São direitos dos trabalhadores, além do previsto na legislação
vigente:
3.1.1 Serem informados sobre os riscos potenciais de exposição ao
benzeno que possam afetar sua segurança e saúde, bem como as medidas
preventivas necessárias.
3.1.2 Quando o trabalhador tiver convicção, fundamentada em sua
capacitação e experiência, de que exista risco grave e iminente para a sua
segurança e saúde ou para a de terceiros, deve suspender a tarefa e informar
imediatamente ao seu superior hierárquico para que sejam tomadas todas as
medidas de correção adequadas. Após avaliar a situação e se constatar a
existência da condição de risco grave e iminente, o superior hierárquico
manterá a suspensão da tarefa, até que venha a ser normalizada a referida
situação.
4. Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
4.1 Aplicam-se aos PRC as disposições da NR-5.
4.1.1 O conteúdo do treinamento referente ao item 5.33 da NR-5, dado
aos membros da CIPA ou designado, nos PRC que operem com combustíveis
253

253
16

líquidos contendo benzeno, deve enfatizar informações sobre os riscos da


exposição ocupacional a essa substância, assim como as medidas preventivas,
observando o conteúdo do item 5.1.1 deste anexo.
5. Da Capacitação dos Trabalhadores
5.1 Os trabalhadores que exerçam suas atividades com risco de
exposição ocupacional ao benzeno devem receber capacitação com carga
horária mínima de 4 (quatro) horas.
5.1.1 O conteúdo da capacitação a que se refere o item 5.1 deve
contemplar os seguintes temas:
a) riscos de exposição ao benzeno e vias de absorção;
b) conceitos básicos sobre monitoramento ambiental, biológico e de
saúde;
c) sinais e sintomas de intoxicação ocupacional por benzeno;
d) medidas de prevenção;
e) procedimentos de emergência;
f) caracterização básica das instalações, atividades de risco e pontos de
possíveis emissões de benzeno;
g) dispositivos legais sobre o benzeno.
5.1.1.1 A capacitação referida no item 5.1 deve enfatizar a identificação
das situações de risco de exposição ao benzeno e as medidas de prevenção nas
atividades de maior risco abaixo elencadas:
a) conferência do produto no caminhão-tanque no ato do
descarregamento;
b) coleta de amostras no caminhão-tanque com amostrador específico;
c) medição volumétrica de tanque subterrâneo com régua;
d) estacionamento do caminhão, aterramento e conexão via mangotes
aos tanques subterrâneos;
e) descarregamento de combustíveis para os tanques subterrâneos;
f) desconexão dos mangotes e retirada do conteúdo residual;
g) abastecimento de combustível para veículos;
h) abastecimento de combustíveis em recipientes certificados;

254
5 Anos

i) análises físico-químicas para o controle de qualidade dos produtos


comercializados;
j) limpeza de válvulas, bombas e seus compartimentos de contenção de
vazamentos;
k) esgotamento e limpeza de caixas separadoras;
l) limpeza de caixas de passagem e canaletas;
m) aferição de bombas de abastecimento;
n) manutenção operacional de bombas;
o) manutenção e reforma do sistema de abastecimento subterrâneo de
combustível (SASC);
p) outras operações e atividades passíveis de exposição ao benzeno.
5.2 A capacitação referida no item 5.1 deve ser renovada com a
periodicidade de 2 (dois) anos.
5.3 A capacitação referida no item 5.1 poderá ser realizada na
modalidade de ensino a distância, desde que haja previsão em acordo ou
convenção coletiva.
6. Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO
6.1 Aplicam-se aos PRC as disposições da NR-7 e adicionalmente o que
se segue.
6.2 Os trabalhadores que exerçam suas atividades com risco de
exposição ocupacional ao benzeno devem realizar, com frequência mínima
semestral, hemograma completo com contagem de plaquetas e reticulócitos,
independentemente de outros exames previstos no PCMSO.
6.2.1 Os casos de dispensa de aplicação dos exames previstos no item
6.2 devem ser justificados tecnicamente nos PPRA e PCMSO dos PRC.
6.3 Os resultados dos hemogramas devem ser organizados sob a forma
de séries históricas, de fácil compreensão, com vistas a facilitar a detecção
precoce de alterações hematológicas.
6.4 As séries históricas dos hemogramas devem ficar em poder do
Médico Coordenador do PCMSO.

255

255
Nota Técnica CGNOR/DSST/SIT nº 164,
de 13 de abril de 2017
Ministério do Trabalho
Secretaria de Inspeção do Trabalho

257
Nota técnica CGNOR/DSST/SIT nº164, de 13 de abril 2017

258
259
Ministério de Minas e Energias
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(DOU de 30/06/2017 – Seção 1 – p. 68-69)

Dispõe sobre a alteração da Resolução ANP nº 40, de 25


-
solina automotiva e das obrigações quanto ao controle
Resolução ANP nºda qualidade, a serem atendidas pelos diversos agentes
684,
econômicosdeque29 de junho
comercializam de 2017
o produto em todo o ter-
ritório nacional.
Ministério de Minas e Energias
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NA-
(DOU de 30/06/2017 – Seção 1 – p. 68-69)
TURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP, no uso das atribuições legais, tendo em
vista as disposições da Lei nº 9.4789.478, deDispõe 06 desobre a alteração
agosto da Resolução
de 1997, e com baseANP
na Resolução de Diretoria nº 365, de 29 de junho de 2017,
das especificações da gasolina automotiva e
Considerando que compete à ANP implementar a política nacional do
petróleo, gás natural e biocombustíveis, com ênfase na garantia do suprimento
de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados e biocombustíveis, em
todo o território nacional, produto em todo o território nacional.

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E -


sibilitaram o cumprimento
BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP,do
noprazo de 01
uso das de julho legais,
atribuições de 2017, estabelecido
tendo em vista as na
Resolução ANP da
disposições nº Lei
40/2013, para implementação
nº 9.4789.478, de 06 de agosto da obrigatoriedade
de 1997, e com de base aditi-
na
vação em todadea Diretoria
Resolução gasolinanºproduzida
365, de 29ede
comercializada
junho de 2017, no país,
Considerando que há
Considerando queacompete
necessidade
à ANPde reavaliar aa política
implementar sistemática
nacionalde im-
do
petróleo, gás natural e biocombustíveis, com ênfase na garantia do suprimento
a visãodeintegrada
derivados da matriz de
de petróleo, gáscombustíveis
natural e seus automotivos e a melhoria, em
derivados e biocombustíveis, em
2014, da qualidade
todo da nacional,
o território gasolina comercializada no país para atender aos limites
de emissões mais rígidos da fase L -6 do PROCONVE,
Considerando que dificuldades metodológicas e laboratoriais
impossibilitaram o cumprimento do prazo de 01 de julho de 2017, estabelecido
automotiva, nova metodologia,
na Resolução ANP nº 40/2013, para implementação da obrigatoriedade de
Resolve:
aditivação em toda a gasolina produzida e comercializada no país,
Art. 1º Alterar o artigo 14 da Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro
Considerando que há a necessidade de reavaliar a sistemática de
de 2013, que passa a vigorar com a seguinte redação:
implementação da aditivação compulsória, observadas a relação custo-
benefício, a visão integrada da matriz de combustíveis automotivos e a
melhoria, de
para realização emestudo
2014, da
de qualidade da pelos
reavaliação, gasolina comercializada
segmentos no país
envolvidos, dopara
pro-
atender aos limites de emissões mais rígidos da fase L -6 do PROCONVE,

261
Considerando
cesso de aditivação a conveniência
compulsória de todadea incluir,
gasolina na automotiva
especificaçãocomercializada
da gasolina
automotiva,
no território nova metodologia, Resolve:
nacional."
Art. 1º Alterar o artigo 14 da Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro
Art. 2º Fica incluída, na Tabela de Métodos ASTM, item 2.2 do Regula-
de 2013, que passa a vigorar com a seguinte redação:
mento Técnico nº 3/2013 da Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013, a
norma D6729“Art. 14. Ficam suspensos
- Determination os efeitos
of Individual dos artigos in
Components 7º Spark
ao 12 eIgnition
do artigo
Engi-
17, para realização de estudo de reavaliação, pelos segmentos
ne Fuels by 100 Metre Capillary High Resolution Gas Chromatography. envolvidos, do
processo de aditivação compulsória de toda a gasolina automotiva
Art. 3º no território nacional."
comercializada -
solinas Comum e Premium), item 3 do Regulamento Técnico nº 3/2013 da Re-
Art. 2º Fica incluída, na Tabela de Métodos ASTM, item 2.2 do
solução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013, passa a vigorar com a seguinte
Regulamento Técnico nº 3/2013 da Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de
redação.
2013, a norma D6729 - Determination of Individual Components in Spark Ignition
Engine Fuels by 100 Metre Capillary High Resolution Gas Chromatography.
LIMITE MÉTODO
Art. 3º AUNIDADE
CARACTERÍSTICA característica benzeno
Gasolina Comumda Gasolina
Tabela Premium
1 (Especificações das
gasolinas Comum e Premium),Tipo
itemA 3 do Regulamento
Tipo C Tipo A
Técnico nº 3/2013 da
Tipo C ABNT NBR ASTM
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013, passa a vigorar com a
seguinte redação.
15289 D3606
LIMITE MÉTODO
- D5443
Benzeno, máx. (14)
% volume - 1,0 - 1,0
(16) 15441 D6277
CARACTERÍSTICA UNIDADE Gasolina Comum Gasolina Premium
- D6729
Tipo A Tipo C Tipo A Tipo C ABNT NBR ASTM
Art. 4º -
D3606
linas Comum e Premium), item 3 do Regulamento Técnico15289 nº 3/2013 da Reso-
lução ANP
Benzeno, nº(14)
máx. 40, de 25 de outubro de 2013, que passa a vigorar com a seguinte
D5443
% volume - 1,0 - 1,0 -
redação.
(16) D6277
15441
D6729
"(16) Em caso de desacordo entre resultados, prevalecerão os valores
determinados pelo ensaio realizado conforme a norma ASTM D3606."
Art. 5º
Art. 4º Esta
Fica Resolução
incluída a entra
nota 16
emna Tabela
vigor 1 (Especificações
na data das
de sua publicação.
gasolinas Comum e Premium), item 3 do Regulamento Técnico nº 3/2013 da

Décio
Resolução ANP nº 40, de 25 de outubro de 2013, queFabricio Oddone
passa a vigorar daaCosta
com
seguinte redação.
"(16) Em caso de desacordo entre resultados, prevalecerão os valores
determinados pelo ensaio realizado conforme a norma ASTM D3606."
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Décio Fabricio Oddone da Costa

262
5 Anos

Portaria nº 871, de 06 de julho de 2017


Ministério do Trabalho
Gabinete do Ministro
– p. 146)
(DOU de 07/07/2017 – Seção 1 – p. 146)

em Postos
Altera a redação
Revendedores do subitem 12.1.1
de Combustíveis – PRCdo–Anexo 2 – Exposi-
da Norma
ção Ocupacional ao Benzeno
Regulamentadora em Postos
– Programa Revendedores
de Prevenção de de
Combustíveis
Riscos – PRC
Ambientais – da Norma Regulamentadora nº 9
– PPRA.
– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das atribuições que
lhe conferem o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e
os arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo
O MINISTRO
Decreto-Lei DE1ºESTADO
nº 5.452, de DO1943,
de maio de TRABALHO,
resolve: no uso das atribuições que
lhe conferem o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal
Art.
e os arts. 155 1º Alterar
e 200 o subitem 12.1.1
da Consolidação do Anexo
das Leis 2 – Exposição
do Trabalho – CLT,Ocupacional
aprovada pelo
ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, resolve: – PRC – aprovado pela
Portaria MTb nº 1.109, de 21 de setembro de 2016, da Norma
Art. 1º Alterar
Regulamentadora nº 9 –oPrograma
subitemde
12.1.1 do Anexo
Prevenção 2 – Exposição
de Riscos AmbientaisOcupacional
– PPRA
ao –Benzeno
aprovadaem Postos
pela Revendedores
Portaria dedeCombustíveis
MTb nº 3.214, 8 de junho de– 1978,
PRC –que
aprovado
passa a pela
Portaria
vigorarMTb
com anº 1.109, redação:
seguinte de 21 de setembro de 2016, da Norma Regulamenta-
dora nº 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – aprovada
12.1.1 Os trabalhadores que realizem, direta ou indiretamente, as ati-
pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que passa a vigorar com a
seguinte
vidadesredação:
críticas listadas no subitem 5.1.1.1, exceto as alíneas "d", "g" e "h", e,
inclusive, no caso de atividade de descarga selada, alínea "e", devem utilizar
12.1.1de
equipamento Osproteção
trabalhadores que realizem,
respiratória direta
de face inteira, ou filtro
com indiretamente, as ati-
para vapores
vidades críticas
orgânicos, assimlistadas no subitem de
como, equipamentos 5.1.1.1, exceto
proteção paraas alíneas "d", "g" e "h", e,
a pele.
inclusive, no caso de atividade de descarga selada, alínea "e", devem utilizar
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
orgânicos, assim como, equipamentos de proteção para a pele.
Ronaldo Nogueira de Oliveira
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Ronaldo Nogueira de Oliveira

263
Lei nº 16.656, de 12 de janeiro de 2018
Assembleia
Assembleia Legislativa
Legislativa
(DOSP de 13/01/2018 – Legislativo – p. 4)
(DOSP de 13/01/2018 – Legislativo – p. 4)
Deputado Marcos
Martins - s
(Projeto de lei nº 247, de 2015, do Deputado Marcos Mar-
abasteçam com combustível os veículos após ser
tins - PT). Proíbe que postos de combustíveis abasteçam
acionada a trava de segurança da bomba de
com combustível os veículos após ser acionada a trava de
abastecimento.
segurança da bomba de abastecimento.
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA:
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo, nos
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA:
termos do artigo 28, § 8º, da Constituição do Estado, a seguinte lei:
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo, nos
termos do artigo
Artigo28,1º§ 8º,
Ficadaproibido,
Constituição do Estado,
no Estado, que apostos
seguinte
de lei:
revenda de
combustíveis permitam o abastecimento de tanques veiculares após o desarme
Artigo 1º Fica proibido, no Estado, que postos de revenda de com-
do sistema automático das bombas de combustível.
bustíveis permitam o abastecimento de tanques veiculares após o desarme do
sistema automático
Parágrafodas bombas
único – Osdepostos
combustível.
ficam autorizados a proceder ao
abastecimento dos tanques após o desarme automático somente nos casos em
que houver o desligamento precoce do bico, que pode ocorrer em função de -
tecimento dos tanques após o desarme automático somente nos casos em que
características de determinados tubos de enchimento do próprio tanque do
houver o desligamento precoce do bico, que pode ocorrer em função de carac-
veículo.
terísticas de determinados tubos de enchimento do próprio tanque do veículo.
Artigo 2º Fica proibido o abastecimento com bicos e bombas que não
possuam o sistema de desarme automático nos postos de revenda de combustíveis.
Artigo 3º O Chefe do Poder Executivo Estadual regulamentará a pre-
sente lei, no que couber, no prazo de até 90 (noventa) dias.
Artigo 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 12 de janeiro de 2018.

a) Cauê Macris – Presidente


265
Publicada na Secretaria da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, aos 12 de janeiro de 2018.
a) Rodrigo del Nero – Secretário Geral Parlamentar
Artigo 2º Fica proibido o abastecimento com bicos e bombas que não
possuam o sistema de desarme automático nos postos de revenda de
combustíveis.
Artigo 3º O Chefe do Poder Executivo Estadual regulamentará a pre-
sente lei, no que couber, no prazo de até 90 (noventa) dias.
Artigo 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 12 de janeiro de
2018.
a) Cauê Macris – Presidente
Publicada na Secretaria da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, aos 12 de janeiro de 2018.
a) Rodrigo del Nero – Secretário Geral Parlamentar

266
Decreto no. 9.759, de 11 de abril de 2019
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 11/04/2019 | Edição: 70-A | Seção: 1

Extra | Página: 5 Órgão: Atos do Poder Executivo

Extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações


para colegiados da administração pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


caput , inciso VI, alínea "a", da Constituição,
DECRETA:
Objeto e âmbito de aplicação
Art. 1º Este Decreto extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações para
colegiados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Parágrafo único. A aplicação deste Decreto abrange os colegiados instituídos
por:
I - decreto, incluídos aqueles mencionados em leis nas quais não conste a
indicação de suascompetências ou dos membros que o compõem;
II - ato normativo inferior a decreto; e
III - ato de outro colegiado.
Art. 2º Para os fins do disposto neste Decreto, inclui-se no conceito de
colegiado:
I - conselhos;
II - comitês;

267
D

III - comissões;
IV - grupos;
V - juntas;
VI - equipes;
VII - mesas;
VIII - fóruns;
IX - salas; e
X - qualquer outra denominação dada ao colegiado.
Parágrafo único. Não se incluem no conceito de colegiado de que trata o caput :
I - as diretorias colegiadas de autarquias e fundações;
II - as comissões de sindicância e de processo disciplinar; e
III - as comissões de licitação.
Norma para criação de colegiados intermininisteriais
Art. 3º Os colegiados que abranjam mais de um órgão, entidades vinculadas a
órgãos distintos ou entidade e órgão ao qual a entidade não se vincula serão criados por
decreto.
Parágrafo único. É permitida a criação de colegiados por meio de portaria
interministerial nas seguintes hipóteses:
I - quando a participação do outro órgão ou entidade for na condição de
convidado, sem direito a voto; ou
II - quando o colegiado:
a) for temporário e tiver duração de até um ano;
b) tiver até cinco membros;
c) tiver apenas agentes públicos da administração pública federal entre seus
membros;
d) não tiver poder decisório e destinar-se a questões do âmbito interno da
administração pública federal; e
e) as reuniões não implicarem deslocamento de agentes públicos para outro
ente federativo.

Duração das reuniões e das votações


Art. 4º As convocações para reuniões de colegiados especificarão o horário de
início e o horário limite de término da reunião.

268
5 Anos

Parágrafo único. Na hipótese de a duração máxima da reunião ser superior a


duas horas, será especificado um período máximo de duas horas no qual poderão
ocorrer as votações.
Extinção de colegiados
Art. 5º A partir de 28 de junho de 2019, ficam extintos os colegiados de que
trata este Decreto.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos colegiados:
I - previstos no regimento interno ou no estatuto de instituição federal de
ensino; e
II - criados ou alterados por ato publicado a partir de 1º de janeiro de 2019.
Propostas relativas a colegiados
Art. 6º As propostas de criação de novos colegiados, de recriação de colegiados
extintos em decorrência do disposto neste Decreto ou de ampliação dos colegiados
existentes deverão:
I - observar o disposto nos art. 36 a art. 38 do Decreto nº 9.191, de 1º de
novembro de 2017, ainda que o ato não seja de competência do Presidente da
República;
II - estabelecer que as reuniões cujos membros estejam em entes federativos
diversos serão realizadas por videoconferência;
III - estimar os gastos com diárias e passagens dos membros do colegiado e
comprovar a disponibilidade orçamentária e financeira para o exercício em curso, na
hipótese de ser demonstrada, de modo fundamentado, a inviabilidade ou a
inconveniência de se realizar a reunião por videoconferência;
IV - incluir breve resumo das reuniões de eventual colegiado antecessor
ocorridas nos anos de2018 e 2019, com as medidas decorrentes das reuniões;
V - justificar a necessidade, a conveniência, a oportunidade e a racionalidade de
o colegiado possuir número superior a sete membros; e
VI - vedar a possibilidade de criação de subcolegiados por ato do colegiado,
exceto se a norma de criação do colegiado principal houver:
a) limitado o número máximo de seus membros;
b) estabelecido caráter temporário e duração não superior a um ano; ou
c) fixado o número máximo de subcolegiados que poderão operar
simultaneamente.
Parágrafo único. A mera necessidade de reuniões eventuais para debate,
articulação ou trabalho que envolva agentes públicos da administração pública federal
não será admitida como fundamento para as propostas de que trata o caput .
269
D

Parágrafo único. A mera necessidade de reuniões eventuais para debate,


articulação ou trabalho que envolva agentes públicos da administração pública federal
não será admitida como fundamento para as propostas de que trata o caput .
Tramitação de propostas para a Casa Civil
Art. 7º Na hipótese de o ato ser de competência do Presidente da República, as
propostas de recriação de colegiados, sem quebra de continuidade dos seus trabalhos,
serão encaminhados à Casa Civil da Presidência da República até 28 de maio de 2019,
observado o disposto neste Decreto e no Decreto nº 9.191, de 2017.
Relação dos colegiados existentes
Art. 8º Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional encaminharão a relação dos colegiados que presidam,
coordenem ou de que participem à Casa Civil da Presidência da República até 28 de
maio de 2019.
§ 1º A relação referente às entidades vinculadas serão encaminhadas por meio
do órgão ao qual se vinculam.
§ 2º A relação conterá o nome dos colegiados e os atos normativos que os
regem.
§ 3º A relação de colegiados que o órgão ou a entidade da administração pública
federal presida, coordene ou participe será divulgada no sítio eletrônico do órgão ou da
entidade até 30 de agosto de 2019.
§ 4º A relação de que trata o § 3º será atualizada mensalmente.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica a colegiados cujos membros sejam
agentes públicos do mesmo órgão ou entidade.
Revogação das normas sobre os colegiados extintos
Art. 9º Até 1º de agosto de 2019, serão publicados os atos, ou, conforme o caso,
encaminhadas à Casa Civil da Presidência da República as propostas de revogação
expressa das normas referentes aos colegiados extintos em decorrência do disposto
neste Decreto.

Cláusula de revogação
Art. 10. Fica revogado o Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014.
Vigência
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
ONYX LORENZONI

270
Decreto no. 9.812, de 30 de maio de 2019
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 31/05/2019 | Edição: 104 | Seção: 1 | Página: 1
Órgão: Atos do Poder Executivo
Altera o , que
extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações
para colegiados da administração pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, caput , inciso VI, alínea "a", da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º O Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
"Art. 1º ....................................................................................................................
§ 1º A aplicação deste Decreto abrange os colegiados instituídos por:
I - decreto;
II - ato normativo inferior a decreto; e
III - ato de outro colegiado.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º aos colegiados instituídos por ato
infralegal, cuja lei em que são mencionados nada conste sobre a competência ou a
composição." (NR)
"Art. 2º ....................................................................................................................
............................................................................................................................................
Parágrafo único. ......................................................................................................
............................................................................................................................................
II - as comissões de sindicância e de processo disciplinar;
III - as comissões de licitação;

271
IV - as comissões de que trata o art. 10 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto
de 2013;
V - a Comissão de Ética Pública vinculada ao Presidente da República e às
comissões de ética de que trata o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994; e
VI - as comissões de avaliação ou de acompanhamento criadas para
analisar contratos de gestão com:
a) organizações sociais ou agências executivas qualificadas pelo Poder
Executivo federal;
b) serviços sociais autônomos; e
c) comissões de que trata o art. 3º da Lei nº 10.881, de 9 de junho de
2004." (NR)
"Art. 3º ....................................................................................................................
Parágrafo único. Nas hipóteses do caput , é permitida a criação de
colegiados por meio de portaria:
I quando a participação de outro órgão ou entidade ocorrer na condição
de convidado para reunião específica, sem direito a voto; ou
.................................................................................................................................." (NR)
"Art. 6º As propostas de criação, de recriação, de extinção ou de
modificação de colegiados deverão:
...........................................................................................................................................
VI - não prever a criação de subcolegiados por ato do colegiado princial,
exceto se:
............................................................................................................................................
b) estabelecido caráter temporário e duração não superior a um ano; e
............................................................................................................................................
§ 1º A mera necessidade de reuniões eventuais para debate, articulação ou
trabalho que envolva agentes públicos da administração pública federal não será
admitida como fundamento para as propostas de que trata o caput .
§ 2º Aplica-se aos subcolegiados o disposto neste artigo e nos art. 36 a art.
38 do Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017." (NR)
Art. 2º Ficam revogados os seguintes dispositivos do Decreto nº 9.759, de
2019:
I - o parágrafo único do art. 1º; e
II - o parágrafo único do art. 6º.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de maio de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
ONYX LORENZONI

272
Portaria no. 972, de 21 de agosto de 2019
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 22/08/2019 | Edição: 162 | Seção: 1 | Página: 19
Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho/Secretaria de Previdência
Revoga portarias de criação de colegiados e de
aprovação dos respectivos regimentos no âmbito do
extinto Ministério do Trabalho - (Processo nº
19964.103375/2019-89).

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE PREVIDÊNCIA E TRABALHO DO


MINISTÉRIO DA ECONOMIA, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo
art. 71, inciso I, do Decreto nº 9.745 de 8 de abril de 2019, e tendo em vista o
disposto no Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, resolve:
Art. 1º Ficam revogadas as seguintes Portarias:
XXII - Portaria SSST nº 8, 21/9/1995;
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ROGERIO MARINHO

portarias. Sendo assim, reproduzimos apenas o trecho que trata da revogação da Comissão Nacio-
nal Permanente do Benzeno. A portaria na íntegra pode ser consultada em https://www.in.gov.
br/web/dou/-/portaria-n-972-de-21-de-agosto-de-2019-211908255”.

273
Anexos

Informações Complementares
Anexo A - O que é a Comissão Nacional Permanente do Benzeno

Anexo A
O que é a Comissão Nacional Permanente do Benzeno
CNPBz*

A CNPBz foi produto de um processo negocial que culminou com a

1995 e regulamentado através da Portaria SSST nº 14 de 20 de dezembro


de 1995, publicada no DOU de 22 de dezembro de 1995, com o objetivo de acom-
panhar a implementação do Acordo e do Anexo 13-A da NR 15 - Atividades e
Operações Insalubres.
A CNPBz tem por princípio a busca de soluções consensadas para a
implementação do Acordo Nacional do Benzeno e é composta pelos represen-
tantes titulares e suplentes da Bancada do Governo (Ministério do Trabalho e
Emprego / Secretaria de Inspeção do Trabalho / Departamento de Segurança
e Saúde no Trabalho; Ministério do Trabalho e Emprego / FUNDACENTRO-
-CTN; Ministério da Saúde / FIOCRUZ; Ministério da Previdência e Assistência
Social / INSS; e Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio),
da Bancada dos Trabalhadores (Central Única dos Trabalhadores CUT; Força
Sindical FS; e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria CNTI)
e da Bancada dos Empregadores (Confederação Nacional da Indústria CNI;
-
química no Estado de São Paulo SIMPROQUIM; Instituto Brasileiro de Side-
rurgia - IBS; Associação Brasileira da Indústria Química ABIQUIM; Instituto
Brasileiro do Petróleo IBP; Petróleo Brasileiro S/A PETROBRÁS).

*
-
no_oquee.asp>. Acesso em: 28 out. 2015.

276
As atribuições da CNPBz são as seguintes:
a) Acompanhar a implantação e o desenvolvimento do presente acordo
e auxiliar os Órgãos Públicos nas ações que visem o cumprimento
dos dispositivos legais que o acompanham;
b) Conhecer, analisar e propor soluções para os impasses que vierem a
ocorrer no cumprimento do presente acordo;
c) Complementar o presente acordo nas questões relacionadas ao su-
porte aos trabalhadores com alterações da saúde provenientes da
exposição ocupacional ao benzeno, respeitada a realidade dos dife-
rentes segmentos signatários do presente acordo, com início dos tra-
balhos após 30 (trinta) dias da instalação da CNP-benzeno e prazo
previsto de 120 (cento e vinte) dias para apresentação das primeiras

prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, priorizando:

• realização de Seminário Internacional sobre o benzeno;


• atendimento ao subitem 8.1.5.
e) Propor inclusões e alterações nos dispositivos legais que regulamen-
tam a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, priorizando:
• atividades excluídas do campo de aplicação do presente acordo;
• redução da concentração de benzeno em produtos acabados;
• substituição do benzeno, na produção de álcool anidro, e em ou-
tras situações em que se comprovar a possibilidade técnica e ne-
cessidade de tal substituição.
f) Apreciar as solicitações de prorrogação de prazos para adequação
ao VRT e deliberar sobre sua aprovação.
-
ção Controlada do Benzeno.
As reuniões ordinárias da CNPBz ocorrerão trimestralmente nos me-
ses de março, junho, setembro e dezembro de cada ano, podendo ser convocada
extraordinariamente por quaisquer de suas representações, com antecedência
mínima de trinta dias através da Secretaria Executiva.

277
Anexo B - Recomendação nº 144 de 1971

Anexo B
Recomendação nº 144 de 1971
Proteção Contra os Riscos da Intoxicação pelo Benzeno
Organização Internacional do Trabalho

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,


Convocada a Genebra pelo Conselho de Administração da Repartição
Internacional do Trabalho, e ali reunida em 2 de junho de 1971, em sua qüin-
quagésima sexta sessão;
Tendo aprovado a Convenção sobre o Benzeno, 1971;
Tendo resolvido aprovar diversas propostas relativas à proteção con-
tra os riscos devidos ao benzeno, questão que constitui o item sexto da agenda
da sessão; e
Tendo resolvido que essas propostas tomariam a forma de uma Reco-
mendação, adota, neste vigésimo terceiro dia do mês de junho de mil novecen-
tos e setenta e um, a Recomendação abaixo, que será denominada Recomenda-
ção sobre o Benzeno, 1971:

I. Campo de aplicação

1. A presente Recomendação aplica-se a todas as atividades que tenham como


conseqüência a exposição de trabalhadores:
a) ao hidrocarboneto aromático benzeno C6H6, doravante denomina-

b) aos produtos cuja percentagem em benzeno ultrapassa 1 por cento

278
percentagem de benzeno deveria ser determinada por métodos ana-
líticos recomendados por organizações internacionais competentes.

2. Não obstante o disposto no parágrafo 1 da presente Recomendação, a per-


centagem de benzeno dos produtos não mencionados na alínea b daquele pará-
grafo deveria ser progressivamente reduzida a um nível tão baixo quanto possí-
vel, quando o exigir a proteção da saúde dos trabalhadores.

II. Restrições ao Emprego de Benzeno

3. (1) Todas às vezes que produtos de substituição inofensivos ou menos no-


civos são disponíveis, deveriam ser empregados em lugar do benzeno ou dos
produtos que contenham benzeno.
(2) O subparágrafo 1 deste parágrafo não é aplicável:
a) à fabricação de benzeno;
b) ao emprego de benzeno em trabalho se síntese química;
c) ao emprego de benzeno nos carburantes;
d) aos trabalhos de analise ou de pesquisa nos laboratórios.

4. (1) A utilização de benzeno e de produtos contendo benzeno deveria ser


proibida em certos trabalhos a serem determinados pela legislação nacional.
(2) Esta proibição deveria ao menos incluir o emprego do benzeno e dos
produtos contendo benzeno como solventes e diluentes, salvo quanto às opera-
ções que se efetuam em aparelho hermeticamente fechado ou por outros pro-
cessos que apresentam as mesmas condições de segurança.

5. A venda de certos produtos industriais que contenham benzeno (tais como


tintas vernizes, mástiques, colas, adesivos, tintas de escrever, soluções diversas),
-
dade competente.

III. Prevenção Técnica e Higiene do Trabalho

6. (1) Medidas de prevenção técnica e de higiene do trabalho deveriam ser

expostos ao benzeno ou a produtos contendo benzeno.


(2) Não obstante as disposições do parágrafo 1 da presente Recomendação,
tais medidas deveriam, em caso de necessidade, ser igualmente tomadas quan-
do os trabalhadores estiverem expostos a produtos contendo benzeno a uma
taxa inferior a 1 por cento em volume, de modo que a concentração em benzeno

279
Anexo B - Recomendação nº 144 de 1971

-
toridade competente.

7. (1) Nos locais onde são fabricados, manipulados ou utilizados benzeno ou


produtos contendo benzeno, todas as medidas necessárias deveriam ser toma-
-
mosfera dos recintos de trabalho.

(2) Quando os trabalhadores estão expostos ao benzeno ou a produtos


contendo benzeno, o empregador deveria tomar as devidas medidas para que
a concentração do benzeno na atmosfera dos recintos de trabalhos não ultra-
passe um máximo a ser determinado pela autoridade competente, num nível
que não exceda o valor-teto de 25 partes por milhão (80mg/m3).
(3) A concentração máxima de benzeno mencionada no subparágrafo ante-
rior deveria ser diminuída tão rapidamente quanto possível, sempre que houver
recomendação médica.

proceder para determinar a concentração do benzeno na atmosfera dos recintos


de trabalho.

8. (1) Os trabalhos que comportam o emprego do benzeno ou produtos con-


tendo benzeno deveriam processar-se, na medida do possível, em aparelho her-
meticamente fechado.
(2) Quando não é possível fazer uso de aparelhos fechados, os locais de tra-
balho em que forem empregados benzeno ou produtos contendo benzeno deve-

de benzeno na medida necessária para proteger a saúde dos trabalhadores.


(3) Medidas deveriam ser tomadas para que os resíduos que contenham
benzeno líquido ou vapores de benzeno não constituam um perigo para a saúde
dos trabalhadores.

9. (1) Os trabalhadores que podem entrar em contato com benzeno líquido


ou produtos líquidos contendo benzeno deveriam ser equipados de meios de
proteção individual adequados contra os riscos de absorção percutânea.
(2) Os trabalhadores que, por razões particulares, podem achar-se expostos
a concentrações de benzeno na atmosfera dos recintos de trabalho, que ultra-
passem o máximo apontado no subparágrafo 2 do parágrafo 7 da presente Reco-
mendação, deveriam ser equipados de meios de proteção individual adequados
contra os riscos de inalação de vapore de benzeno: a duração da exposição deve-
ria, na medida do possível, ser limitada.
280
Anexo B - Recomendação nº 144 de 1971

10. Todo trabalhador exposto ao benzeno ou a produtos contendo benzeno de-


veria usar roupas de trabalho apropriadas.

11. Deveria ser proibido aos trabalhadores utilizarem benzeno ou produtos


contendo benzeno para limpeza das mãos u das roupas de trabalho.

12. Nenhum alimento deveria ser introduzido ou ingerido nos recintos onde
são fabricados, manipulados ou utilizados benzeno ou contendo benzeno. Deve-
ria, além disso, ser proibido fumar nesses recintos.

13. Nas empresas em que são fabricados, manipulados ou empregados benzeno


ou produtos contendo, todas as medidas adequadas deveriam ser tomadas pelo
empregador para que os trabalhadores possam dispor de:
a) instalações apropriadas para se levarem, dispostas em recintos adequa-

b) recintos ou instalações convenientes para as refeições, a menos que


tenham sido tomadas medidas para que eles possam fazê-las em outro
lugar;
c) vestiários ou outros lugares convenientes em que possam guardar
suas roupas de trabalho separadas das suas roupas comuns.

14. (1) Os meios de proteção individual apontados no parágrafo 9 da presente


Recomendação e as roupas de trabalhos mencionadas no parágrafo 10 deveriam
ser fornecidos pelo empregador que também deveria ter a seu cargo a limpeza e
a manutenção periódica das mesmas.
(2) Os trabalhadores em questão deveriam ser obrigados a utilizar estes
meios de proteção individual e as roupas de trabalho bem como a ter cuidado
com os mesmos.

IV. Prevenção Médica

15. (1) Quando trabalhadores são chamados a efetuar trabalhos que tenham
como conseqüência a exposição ao benzeno ou a produtos contendo benzeno,
deveriam ser submetidos a:
a) um exame médico completo de aptidão, anterior ao emprego, e que in-
clua exame de sangue;
b) exames ulteriores que compreendam exames biológicos (inclusive de

legislação nacional).

(2) Após consulta às organizações mais representativas dos empregadores


e dos trabalhadores interessados, se existirem, a autoridade competente em

281
Anexo B - Recomendação nº 144 de 1971

cada país poderá permitir derrogações às disposições mencionadas no subpará-


grafo anterior em relação a categorias determinadas de trabalhadores.

16. Por ocasião dos exames, os trabalhadores em questão deveriam receber ins-
truções escritas a respeito das medidas de proteção a serem tomadas contra os
riscos devidos ao benzeno.

17. Os exames médicos previstos no subparágrafo 1 do parágrafo 15 da presen-


te Recomendação deveriam:
-
do pela autoridade competente e com auxílio, se for o caso, de laborató-
rios competentes;
b) ser atestado de modo adequado.

18. Os exames médicos deveriam se realizar durante as horas de trabalho e não


deveriam acarretar quaisquer despesas para os trabalhadores.

19. As mulheres grávidas, cujo estado tiver sido clinicamente constatado, e as


mães, quando estiverem amamentado, não deveriam ser ocupadas em trabalhos
que envolvam exposição ao benzeno ou aos produtos contendo benzeno.

20. Salvo se estiverem recebendo educação ou treinamento e se acharem sob


controle técnico e médico adequado, os jovens de menos de dezoito anos não
deveriam ser ocupados em trabalhos que envolvam exposição ao benzeno.

V. Recipientes

21. (
claramente visíveis em qualquer recipiente que encerre benzeno ou produtos
contendo benzeno.
(2) Deveria também ser feita menção da percentagem de benzeno contida
nos referidos produtos.
(3) Os símbolos de perigo mencionados no subparágrafo 1 do presente pa-
rágrafo deveriam ser internacionalmente reconhecidos.

22. O benzeno e os produtos contendo benzeno deveriam ser introduzidos nos


recintos de trabalho somente em recipientes fabricados com material apropria-

qualquer vazamento e quaisquer emanações acidentais de vapores de benzeno.

282
Anexo B - Recomendação nº 144 de 1971

VI. Educação

23. Cada Membro deveria tomar medidas apropriadas para que todo trabalha-
dor exposto ao benzeno ou a produtos contendo benzeno receba, às custas do
empregador, a formação e as instruções adequadas a respeito das medidas de pre-
venção a serem tomadas para salvaguarda da saúde e a prevenção de acidentes,
assim como as medidas a serem tomadas no caso em que sintomas de intoxicação
se manifestem.

24. Nos recintos em que são empregados benzeno ou produtos contendo ben-
zeno, avisos deverão ser empregados em lugares próprios, indicando:
a) os riscos;
b) as medidas de prevenção a serem tomadas;
c) os dispositivos de proteção a serem utilizados;
d) as medidas de primeiros socorros a serem tomadas em caso de into-
xicação aguda devida ao benzeno.

VII. Disposições Gerais

25. Cada Membro deveria:


a) tomar, por meio de legislação ou por qualquer outro método confor-
me a pratica e as condições nacionais, as medidas necessárias para
tornar efetiva as disposições da presente Recomendação;
b) designar, de acordo com a prática nacional, a pessoa ou as pessoas a
quem incumbe a obrigação de assegurar a aplicação das disposições
da presente Recomendação;
-
trolar a aplicação das disposições da presente Recomendação, ou
convencer-se de que uma inspeção adequada está sendo assegurada.

26. A autoridade competente em cada país deveria fomentar ativamente a pes-


quisa de produtos de substituição do benzeno, inofensivos ou menos nocivos.

27. A autoridade competente deveria estabelecer um sistema de estatísticas


que permita reunir e publicar anualmente os dados referentes aos casos de into-
xicação, ocasionados pelo benzeno, e clinicamente constatados.

283
Anexo C
Fluxograma para Diagnóstico e Encaminhamento de Possíveis Casos
de Benzenismo
Exposição Benzeno (Benzenismo)*
Caracterização da Exposição:
- Função/atividade/área de trabalho/
Paciente exposto a tempo de exposição
benzeno e com sinais - Avaliação Qualitativa/Quantiativa
e sintomas sugestivos Ambiental e Biológica Sinais e Sinto-
mas do Benzenismo: astenia, mialgia,
Sonolência, tonturas e sinais infecccio-
História Clínica e sos de repetição
Ocupacional Exame Alterações hematológicas
Físico
linfocitopenia, monocitopenia, mac-
Avaliação Clínica
Completa e Exames Pelger e plaquetopenia
Hematológicos

Iniciar a investiga- Paciente em


ção a partir de três elucidação
hemogramas com diagnostica
intervalo de 15 dias
entre os exames
Afastar paciente da
fonte de exposição
Retornar ao
trabalho Alterações
clínico-he-
Suspeita afastada Não matológicas Sim Ampliar a investigação
Acompanhar -
paciente ca, segundo a Norma.
persistentes
regularmente Considerar os
Diagnósticos Diferenciais

Caso de
Não
Benzenismo **

Paciente com
Benzenismo Sim

Encaminhamentos

Encaminhar ao
Avaliar risco Acompanhar INSS
de exposição evolução clínica em caso de Emitir CAT***
afastamento
do trabalho

Notas:
* Fluxograma extraído de: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáti-
cas Estratégicas. Risco químico: atenção à saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2006. p. 46-47. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/risco_saude_trabalhadores_expostos_ben-
zeno.pdf. Acesso em: 29 maio 2019.
** Serão considerados como casos de benzenismo aqueles com sinais e sintomas e complicações decorrentes da exposição
ocupacional, aguda ou crônica, ao hidrocarboneto aromático benzeno, após investigação médica criteriosa.

meses, através de parecer clínico-ocupacional à instância regional de acompanhamento do Acordo Nacional do Benzeno.
Casos especiais que necessitem de um período de investigação superior a 01 (um) ano, incluindo aqueles casos considerados
inconclusivos, devem ser discutidos nas instâncias regionais, em busca de consenso técnico. A CNPBz atuará na busca do
consenso como instancia de apoio criando mecanismos de assessoramento.

285
Anexo D - Referências complementares

Anexo D:
Referências Complementares.

Risco químico: atenção à saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno.


Saúde do Trabalhador 7. Protocolos de Complexidade Diferenciada. Série A.
Normas e Manuais Técnicos. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú-
de. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estraté-
gicas. Editora do Ministério da Saúde, 2006. 48 p. Brasília, Brasil.
O conteúdo completo pode ser acessado em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/risco_saude_trabalhadores_ex-
postos_benzeno.pdf

Câncer relacionado ao trabalho : leucemia mielóide aguda – síndrome


mielodisplásica decorrente da exposição ao benzeno. Saúde do Trabalha-
dor 8. Protocolos de Alta Complexidade. Série A. Normas e Manuais Técnicos.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saú-
de, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Editora do Ministério
da Saúde, 2006. 48 p. Brasília, Brasil.
O conteúdo completo pode ser acessado em:
-
lacionado_ao_trabalho-benzeno.pdf

286
Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; Organização Fátima Sueli Neto
Ribeiro, Ubirani Barros Otero. 2ª edição revista e atualizada. INCA, 2013. 192 p.
Rio de Janeiro, Brasil.
O conteúdo completo pode ser acessado em:
-
trizes-vigilancia-cancer-relacionado-2ed.compressed.pdf

Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil: Análise Regionaliza-


da e Subsídios para a Vigilância em Saúde do Trabalhador. Ministério da
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Saúde Ambiental,
do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública. Ministério da
Saúde, 2021. 260 p. Brasil.
O conteúdo completo pode ser acessado em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atlas_cancer_relacionado_traba-
lho_brasil.pdf

287
Sobre o livro
Composto em Caimbra 14 (título)
Caimbra10,5 (texto)
1ª edição: 2023

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