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1919 - A Imprensado Cearaem
1919 - A Imprensado Cearaem
<42, para reduzil-o finalmente nos tempos que correm, natu-PO INSTITUTO DO GEAR. 4 ralmente devido 4 evise de papel por forga da conflagia- cao eurepéa, as dimensdes de 57 30. Tem officinas proprias. 2) DIARIO DO ESTADO -Orgam do Partido Republicano Conservador Cearense, obedece 4 direccdo polilica do dr. Aurelio de Lavor. Tem como redactor- chefe®J. de Mattos [biapina e gerente Antonio de Souza Mattos. Traz no seu cahecaiho a seguinte epigraphe: Jor. ul de maior circulagao e de mais copioso servico telegra- phico do Estado:. Seu primeito numero é de 13 de de- zembro de 1914, cujo artigo programma subordinado ac titulo—De Novo, ’é 0 seguinte : O Diario, que desappareceu da circulacdo em consequencia do barbaro, frio e covarde assassinato de seu director, dr, Joio Demetrio, resurge,transformade em. orgio de propaganda dos principios politicos que fize- ram, fazem e faréo para sempre a forca invencivel do PLR, C. Cearense, sob a direce%o do grande republico Thomaz Cavalcante.<41, sendo impresso em officina propria. 3) CORREIO DO CEARA —Diario noticioso e€ consagrado aos intevesses do Estado, Seu p:imeiro nu- mero é de 2 de marco de 1915, tendo a esse tempo como director o sr. de. A. Montezuma, como redactor ca- tholico o padre Sylvano de Souza e redactor commercial A. Fiuza Pequeno. E’ de propviedade do sr. A. C. Mendes. Presentemente tem como redactores os srs. drs. An- drade Furtado e Leonardo Motta. Do seu artigo-programma, intitulado Profissdo de sé, da lavra do mallogrado jornalista dr. A. Montezuma, seu primeiro directo”, extrahimos o.seguinte : «E’ commum a todo jornal que inicia sua publi- cacao trazer, na primeira columna de seu primeiro nu- mero, algumas palavras 4 guisa de programma, valendo simultaneamente, como razao de seu apparecimento. «Fora, talvez, dispensavel: ficasse 20 tempo. escla- recel-o. «Mas, guand tout le monde a tort, tout le mond a raison: e aqui estamo; tambem nés, apresentando ao publico 2 nossa plataforma. «Para que de um golpe se percebassem 03 nossos intuttos, bastariam as palavras de que se encima o Cor- reio do Cearé, —noticioso, iHustrado e dedicado aos in- teresses vitaes do Estado—. . + Nao que estes mesmo: objectivos hajam passado. sem os favores e sem as altengdes de outros orgams da imprensa estadoal, nio; mas--é forcga reconhecel-o—, quasi todos, mais ou menos abertamente, acham-se ao servigo de partidos politicos, entrando-lhes per accidens umas tantas ou quantas consideragdes a outros prismas de relagdes sociaes. «Temos de nos afastar dessa linha. . «O nosso escdpo est definido: evitaremos ir aoencontro de idéaes ja amparados por esteios rigorosos, attendo-nos a outros interesses nao menos importan- tes e significativos, «Estamos que politica, religiao c commercio—este como expressao ultima e culminate de todas as indus- frias, representam as forgas mais poderosas cujo resul-. fante final é 0 equilibrio social e economico. «Tem a primeira seus valentes ¢ denodados pala- dinos: encontra-se a segunda e 0 terceiro, em nds, os seus leaes ¢ fervidos servidores, cada qual sob seu aspecto. « Fal-o-hemos, porém, ao nosso jornal, um diario al- tamente discreto, com secgdes especialmente reservadas aos interesses religiosos e commerciaes, aunca entre tanto, deslembrados das exigencias de um josnal mo- derno e variado. «Sobretudo cogitaremos de imp imis a esta folha o cunho da moralidade e de sisudez, povladoras do aprego e da confianca dos leitores: teremos a superstigin da moral e da verdade! Por-outro lado amenizarao estes rigores apparen- tes a noticia, o folietim, as letiras, as sciencias ¢ artes — utile dutci, assim ajude-nos Deus. O meio cearense j& nao comporta o jornal mera- mente adstricto as conveniencias partidarias : esta a exigir imperiosamente um que se occupe do que immediata- mente the diz ainda respeilo. «E que mais do que as aspiragdes da sua crenca ¢ a expansibilidade de suas condigdes economicas ? « Pensamos prestar um valioso s2rvico ao nosso que- tido Estado e, sem prejuizo desta honrosa directriz, sa- tisfazer o variado gésto do publico ledo:. « Queira Deus seja abencoado nosso tentamen: con- fiamos rio favor das classes sociaes, que poderdo cucon trar nesta columna a hypotheca de nossa firmeza no programma ora tracejado :. Dimensdes : —57 40, impresso em officinas proprias, wma das melhores, sendo a melhor do Estado.bo INSTIT 4) O IMPARCIAL -(12) Orgio noticioso e in- dependente, publicou-se pela vez primeira em 7 de maio de 1915. Tinha como director o sr. Emygdio Barboza e como gerente o sr. T. N. Vieira. Actualmente é de propriedade exclusiva ‘do sr. T. N. Vieira, cuja direccao obedece. Publica-se ds segundas, quartas ¢ sabbados. Dimensées: — 42><29, impresso em officinas proprias. 0 DO GEARA 45 5) JORNAL PEQUENO — Vespertito indepen- dente de direcgdo e propriedade do dr. Luiz Santos. Seu primeiro numero é de 18 de outubro de t917, Subordinado ao titulo—O nosso programma, pu- blicou, no ailudido primeiro numero o fornal Pequeno : «O simples nome com que nos apresentamos ao pu- blico desta terra, talvez jd possa deixar transparecer, de Jonge e em parte, pelo menos, 0 panel que teremos de re- presentar, ao lado dos demais cotlegas, no scenario da im- prensa cearense. Nao que d'ahi possamos deduzir toda a latitude de um programma: é claro. Mas ficar-se-d sa- bendo, desde logo, a feigdo material que havemos de manter no decurso de toda a nossa existencia. «Essa feigdo material, alits tem para ndés uma yrande importancia, Achamos mesmo que ella deve fa- ver parte titegranie do programma de qualquer jornal. Assim como uma individualidade humana € um’ com- plexo de dois elementos muito differentes—corpo e es- pirito, vivendo ambos tio intimamente ligados entre si que nldo se podera conceber um sem o outro, assim tambem um orgao de imprensa é um conjuncto indis- (12: Baldado foi 0 esforco do organisador do presente tra- balho, no sentido de obter o primziro numero deste jornal, pubiicado na épaca acima citada. A propria redacgdo ndo pos- sue o alludido numero, ¢ as collecgdes consultadas, na canital, se acham todas desfalcadas. REV. DO INSTITUTO 646 __ THVISTA TRIMENSAL pensavel desse3 dois elementos de ordem material ¢ im- material, que, associadus, constituem a sua verdadeira individualidade perante a sociedade em que vae cir- cular, «Isso quer dizer, portanto, que vamos desde ja considerando 0 nosso aspecto exterior coms elemento constitutivo e inevilavel do nosso programma. Assim é que, ao lado do programma redaccional, teremos tam- bem um programma material a zelar e a desenvolver. Faremos todo o possivel afim de que, harmonizando-os sempre, possam elles marchar indissoluvelmente para o mesino e unico fim a que nos destinamos. «E’ por isso que ligaremos bastante importaucia ao aspecto extcrior desta folha, desejando tornal-o sempre sympathico e altrahente, introduzindo-Ihe todas as_ in- novagées que possam concorrer para esse fim. E, se Nos occupamos em primeiro logar desse programma material, nao é tambem porque Ihe queiramos dar pre- ferencia, sobrepondo-o ao programma redaccional. Nao, Se assim o fazemos, é simplesmente em obediencia a um facto muito natural. «Numa individualidade humana, comquanto repre- sente a parte mais nobre ¢ elevada, ¢ 0 corpo que pri- meiramente nos impressiona. 56 depois, através a physionomia da pessda, € com atteugio mats ou menos acuradas, 6 que chegaremos a prescrutar-lhe 0 espirito. A mesma cousa acontece, nas devidas proporgdes, relati- vamente a um jornal. A primeira impressio que elle produz no leitor ¢, naturalmente, a que diz respeito ao seu aspecto exterior. Se essa impressio € boa e agrada- vel, entio o leitor j4 é un elemento mais ou menos con. quistado em favor da outra parte do programa, a mais importante, nao ha duvida, Isso é de uma grande vantagem ¢ nao podera passar desapercebido a um obser- vador que tenha alguma experiencia da materia. «Digamos agora alyumas palavras sobre o fim que tem em vista o programma redaccional do Jornal Pe- gqueno, Precisamos, alids, ser curtos e incisivos, paraDO _INSTITUTO DO CEARA al no contradizermos aquella outra parte do programma ja exposto. « J ha bastante tempo, a populacao desta terra vi- nha observando e fazendo mesmo sentir a necessidade de um orgio de imprensa verdadeiramente independente e imparcial. Os nossos jornaes sio quasi todos estreita- mente partidarios, e mesmo aquelles que nao 0 sdo, tém sempre uma serie de conveniencias particulares a zelar, para que nem de longe corram perigo os interesses pessdaes que se sobrepdem assim aos interesses de or- dem geral. Por causa disso, quando se trata de assum- ptos da maior relevancia social, a verdade anda por ahi constantemente sacrificada. InformagGes 4s vezes bas- {ante interessantes séo cuidadosamente subtrahidas ao conhecimento do publico, e este, finalmente, é quem vae ficando inevitavelmente prejudicado, desde que fica desconhecendo aquillo que muitas vezes se relaciona muito de perto com o seu bem estar presente e fu- turo, «Fomos dos que vinham comprehendendo a ne- cessidade a que alludimos. E com um arrojo que esta provocando a descrenga de uns, os applausos de ou- tros e a indifferenca de muitos, nos abalangdmos a satis- tazel-a, se no em toda a saa plenitude, ‘pelo menos dentro dos limites do possivel. « Conseguiremos 0 nosso fim? Sé mesmo o futuro o diré. O que podemos entretanto, affirmar € que ha de nossa parte o mais firme proposito e a maior forca de vontade para nao nos afastarmos uma sé linha do ca- minho que destimidamente desde ja nos tragamos, « Synthetisando a missdo que nos trouxe ao seio da imprensa local, poderemos francamente affirmar que todo 0 nosso programma consistirad em dizer sempre a ver- dade, A verdade sob todos os pontos de vista, sem encarar qualquer conveniencia de ordem particular. A verdade nas noticias que levatmos ao conhecimento dos nossos leitores, bem como nos commentarios’ que tivermos de fazer sobre todos os factos de interesse col- lectivo.48 REVISTA TRIMENSAL «Ja nao € pouca cousa, alias, Trata-se mesmo de um programma bem difficil de ser cumprido, fielmente, numa terra t4o eivada de preconceitos para com um jornal verdadeiramente imparcial e independente. Bem comprehendemos a serie de embaragos ¢ tropegos que iremos encontrando a cada instante em nossa trajecto- ria. Mas esperamos que a mesma coragem que nos le- vou ao emprehendimento de lancar esta folha aos ven- tos da publicidade, nos dard a energia precisa para en- frenitarmos resolutamente todas as difficuldades que se forem oppondo ao perfeito cumprimento de nosso dever. «A verdade ha de ser assim o fanal para o qual encaminharemos todos os nossos actos e todas as nos- sas palavras. EF, se alguem se julgar um dia maguado pelo simples facto de a proclamarmos em nossas ¢o- lumnas, é porque essa pess6a se incompatibilizou la- mentaveimente com a verdade, @ nesse caso, ndo nos po- derd ser conscientemente attribuida a culpa do desgosto incidentemeute provocado. «Mas, como a verdade, quer sob o ponto de vista philosophico, quer sob 0 ponto de vista pratico, nem sempre pode ser attingida em toda a sua plenitude, por motivos inherentes 4 propfria organizac&o social, entdo, quando assim nao nos f6r possivel conhecer e revelar a verdade absoluta sobre os factos de que nos occu- parmos, a0 menos saberemos exteruar a nossa convic- cdo, que vem a ser, linalmente, no dizer de um douto pensador patricio, a expressio relativa dessa mesma verdade ». O Jornal Pegqueno, declarando se esforgar para asempre dar uma ieigic sympathica e attrahente ao seu aspecto exterior, tanto que considerava isso como fa- zendo parte do seu programma», no seu primeiro nu- mero apresentou uma verdadeira novidade, inteiramente desconhecida na imprensa local, Assim € que, na_ pri- meira pagina estampou . 17. 10) A CONQUISTA -Orgam official do «Re- creto Literatto Soriano de Albuquerque. Cireula em dias fadeterminados, soh a responsabilidade da directo- via da soctedade e do seu respectivo director, A directo- tia do , estampou, em seu primeiro numero, os retratos de al- guns dos illustres cidadios que compunham entio a directoria da benemerita Associaggo Commercial, desta- cando-se, em bello conjuncto, as figuras do Bardo de Ca- mocim, de saudosa memoria, e seu Vice-Presidente, em exercicio, naquelle tempo, Maximiano Leite Barboza, Is- mael Fiuza Pequeno, José Gentil A. de Carvalhe, Fran- cisco da Costa Freire, Antonio Mattos Porto e Antonio B, de_H. Cavalcante, Foi o'seguinte o seu artigo-programma : «Qwando em outubro de 1897 a maioria dos com- merciantes desta praca resolveu restaurar a Associacdo Commercial, que, por motivos de ordem economica se extinguira annos atraz, uma disposicéo votada nos esta- tutos que. entao deviam reger os destinos da sociedade nascente, autorisou, desde logo, a creagzo de um _perio- dico quinzenal, que, sob a forma de revista, se dedicasse especialmente 4 causa do Commercio, Agricultura, In- dustria e Colonisacdo da Estado. «A reforma dos «Estatutos» da sociedade, que en- tdo se votou na Assembléa Geral realisada para esse fim em 28 de dezembro de 1905, em nada alterou por sua vez, tio acertada disposicao. «Ninguem, certamente, contestard de béa fé, 0 al- cance dessa medida; ahi estd o testemunho da historia para attestar a influencia bemfazeja que a imprensa tem exercido no espirito e desenvolvimento de todas as classes sociaes. Nao ha ramo de actividade humana emREVISTA TRIMEXSAL que se nao encontrem vestigios de sua accdo benefica e poderosa, ora guiando os governos e encaminhando as opinides, ora estimulando as energias e fomentando o trabalho. «No Brasil actualmente, nio ha negal-o, uma fe: bre de progresso invade o organismo nacional: aug- menta-se a tonelagem da navegago costeira e de longo curso 4 medida que crescem rapidas as vias de commu- nicacio terrestre; estudam-se portos, construenrse dé- cas, cream-se bancos, colonisa-se; ac mesmo tempo que 0 governo emprega esforcos ingentes por levar a effeito, da maneira mais condigna i nossa_civilisagio, a Expo- sigo projectada para junho do atmo nascente, que in- contestavelmente muito ha de concorrer para a expan- sio do commercio interno ¢ externo da Republica, que dentro em pouco, a persistir esse movimento, conquis- rara a hegemonia da America do Sul, «A classe commercial do Cear4, parcella j4 mais ou menos notavel da federacdo brasileira, néio deve ser nota divergente nesse concerto de actividade cujo escépo € o engrandecimento da patria. +E assim no podia ser mais opportuno © appa- recimento da Revista Commercial que hoje, pela pri- meira vez, se langa nos bragos da benevoleacia publica. +O seu programma serd, antes de tudo, servir a causa do commercio, em suas variadas ramificagdes. «Quanto ao servico estatistico de que nio pode prescindir uma folha commercial, sera elle organizado na altura do auxilio que é justo esperar da parte do com- mercio e dos chefes das reparticdes publicas. «Constituird um dos seus principaes empenhos tor- nar o Brasil conhecido do Ceara e este conhecido de si mesmo. «Pode bem ser que nos fallega competencia, mas béa_vontade sobrar-nos-a >. Dimensées :—26 18. E' impressa na Typ. Com- mercial, de Carlos Jatahy.DO INSTITUT bO UEARA 59 13) CEARA MEDICO—Orgao do , primitivamente publicou-se com o nome de Norte Medico, cujo primeiro numero veio 4 luz ca publicidade a 15 de abril de 1913. Nos seus primeiros tempos era de publicacdo bi-mensal, seiido actualmente mensal e de formato mais artistico, Teve como primei- ros redactores os srs, drs. Aurelio de Lavor, Virgilio de Aguiar e Cezar Cals, e, hodiernamente, os srs. drs.iCar- los da Costa Ribeiro redactor-chefe, Rocha Lima, Gdes Ferreira, Nelson Catunda e Amancio Philomeno. Permitte em suas paginas collaboracao franca de todas os scientistas. Do seu artigo-programma, firmado pelo sr. dr. Au- relio de Lavor, seu redactor principal ao tempo da fun dagio, € digno de registo o seguinte : «Nos amplos dominios da sciencia de Hypocrates teem sido cultivadas a clinica medica e a cirurgia, po- rém a imprensa medica, que € 0 expoente maximo da solidariedade mundial da classe, por facilitar a permuta de nogdes theoricas ¢ praticas entre profissionaes, habitando as mais remotas regides do globo, nao tem sido até hoje considerada cousa viavel no Ceara, apezar do que val de humano e sympathico nesse tentamen, + Por certo nao contamos em nossa meio profes- sores eminentes, scientistas de alto renome que ilustrem as paginas de uma revista com trabathos oviginaes que fagam escola, ou sabias liches ex-cathedra, « Quid inde? E’ feito de pedra tosca ¢ argamassa informe o alicerce dos templos. O porphyro e 6 marmore relusentes vao 4s columnatas e ao rendilhado das super- estructuras. Levaremos 4 grande obra cabedal mais pre- cioso. «Uma revista modestamente feita pode alias rea- lisar um programma assds ulilitario; ¢, para os que vi- vem to tirocinio clinico, o mais interessante ¢ proveltoso nem sempre € a dissertagdo erudita, que tantas vezes fal- seia a liccZo dos factos, porém o conselho pratico, insi- nuante e intuilivo como a propria verdade,