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weennn ends A IMPRENSA DO CEARA EM 1918 Memoria apresentada, e unanimemente approvada, a0 1." Congresso Brasileiro de jornalistas, reunide no Rio de Janeiro, de 10 @ 21 de setembro de 1918. al POR Eusebio de Souza oes Escrever a historia do jornalismo, no Cear4, seria trabalho insano se fosse dado a quem-della se occu- passe desbravar terreno nao eonquistado, A materia, porém, esta sufficientemente explanada, devidamente estudada nos seus minimos detathes, ’ Espiritos reconhecidamente operosos como, os de il) A presente memoria, em que se descreve um periodo da imprensa cearense, vae ferir, de perto, a lettra 4) do pro- gramma do 1." Cangresso Brasileiro de jornalistas, targamente distribuido por todo 0 paiz, ¢, em feliz momento, por estradas indirectas, em poder de quem escreve estas linhas. » | Ella tem a sua razdo de ser: nasceu do muito deseja do au- tor de vér o Ceara representado nesse grandioso certamen, con- tribuindo, pobremente embora, para o brilhantismo que é de es- perar no mesmo. Tal procedimento, entretanto, pode ser taxado de inoppor- timo, desde que o auxilio nao foi requerido, mas, se se levar em conta o gesto patriotico do autor, procurando torfiar conhecido 9 estado actual da imprensa cearénse, certo, ao envez de cen- guras, louvores surgitae . .. bo Cruz Gulinaraes (2), Damon Padilha (3), Pedro Ca- tao (4), Franca Cavaicante (5), Tancredo Mello (0), Joao Brigido, Paulino Nogueira, Perdigao de Oliveira (7) e Barao de Studart, notadamente este ulimo com o sea importante trabalho -~Annaes da imprensa Cearense-, do assumpto trataram, com minucias, exgottando-o, além do mais documentando-o, certos de que a historia moderna € escripta scientificamente e documentada- mente, sabido serem os documentos «a fonte unica donde se arrancam os tracos de Paros para os esteios dos herées ». Material abundante existe, pois, despertando a curi- osidade do investigador intelligente que se disponha a estudar os primordios de nossa imprensa encarada E quando assim nao queiram justiticar a opportunidade da memoria, leve-se em conta ainda gratas reminiscencias dos tempos idos, quando, em decennio passado, militava o autor nas fileiras do jornalismo pernambucano, ao lado, pode-se as- sim dizer, de uma geracdo de intellectuaes que se formava, li- gurando os nomes de Luiz Mendes, Leonidas de Oliveira, An- tonio Drummogd, Philemon d’Albuquerque, Manoel Monteiro, Casado Lima, Domicio Rangel, Mario Mello, Euniciano Ribeiro, Ribeiro Dantas, Ernesto Santos, de saudosa memoria, e outros, alguns ainda na actividade da «afanosa vida» de fazedores de ~ phrases, outros na exploragdo de carreira diferente, como o proprio; auter. Parece que, deste modo, fica justificada a procedencia do trabatho. 7 (2y; Dr. Joaquim Mendes da Cruz Guimaraes—Relacdo dos periodicos gue se. tem publicado na Provincia—1873. (3) Austricliano Dioscorides Damon Paditha—Lisfa alpha- betica de todos os jornaes que se tem impresso na Provincia—1883. (4) Pedro Catio—A /mprensa em Baturité. (5) José Vicente Franca Cavalcante—Typographias e for- naes de Sobral. (6) Tancredy Mello—Noticia sobre o primeiro jornal do Ceara. - (1) Joao Baptista Perdigao de Oliveira—A Imprensa ne Ceard—(Notas). - 2t REVISTA ‘TRIMENSAL sob qualquer ponto de vista: social, politico, doutri- nario, scientilico e litierario (8). Outro, porém, é © nosso intuito, frisando apenas uma these mais simples -~succinta analyse da imprensa actual, isto mesmo nos limites estreitos de notas elu- cidativas que possam servir de guia ao historiador de amanha, Ademais a historia do jornalismo cearense é de hontem. Nesse particular acompanhamos a opiniio do Sr. Perdigdo de Oliveira (op. cit.) julgando nao. ser ainda tempo de se escrever a historia de nossa imprensa Por serem os personagens que nella se envolvem nos- $08 Contemporaneos, faltando-nos dia, ao vizinho, che- gando alé a mandar buscal-o em ruas extranhas ds suas, o que fazem, systematicamente, por méro habite, por que —ndo se occupam-—dizem elles —com a compra de jornaes, bastando que se lh'os ceda por alguns minu- tos—o tempo bastante para verem pequena noticia, a chegada de um-vapor, um informe qualquer, etc. Este primeiro grupo é reputado como sendo o mais to- civo aos interesses economicos do jornal por ir de perto prejudicar a sua vendagem, desde que © emprestimo se estende ao vizinho da esquerda, este ao fronteiro que por sua vez passa ao da direita, lendo-o, na maioria dos casos, um quarteirao de rua completo. Basta que um in- dividuo compre o jornal do dia em determinada rua... A conclusao é logica ... O segundo grupo dos que nao assignando ou com- prando o jornal, o 1é diariamente, devorando, pacien- temente, todas as suas paginas, desde o massudo artigo . DO INSTITUTO DO CHA de fundo ao mais ligeiro annuncio intercalado na ul- tima pagina: sao os que procuram as barbearias ~ as de primeira classe, ja se vé, pois, os demais seguem a regra geral nao se preoccupandy com a compra de jornaes. Sob pretexto futil, apegam-se a uma cadeira, séa deixando quando finda a leitura. Este grupo, ao que parece, € 0 mais exigente delles, pois, quando Ihe nao agrada a feicdo material do jornal, um artigo ou. noticia qualquer lhe nao satisfaz, torna-se inconveniente, desfiando entéo a sua censura de eitor gue se via pre- judicado com a leitura que acabava de fazer. O terceiro grupo dos que vio procurar 0 jornal nas bibliothecas, esperando minutos enfadonhos que chegue a sua vez para poderem entao apreciar os factos do dia, ja no dominio do esquecimento, O quarto grupo, finalmente, dos que vao 4 redacg4o buscar o seu jornalzinho, cheios de agachamentos e protestos de lealdade, fieis ao credo politico, com o que se julgam com direito ao exemplar desejado. Sao estes talvez os mais inoffensivos por que, na maioria, sio pobres creaturas incapazes do mal, sempre dispos- tos ao bem em prol do jornal a que prestam relevantes favores, Eis a razdu principal da decadencia da imprensa cearense nos tempos que correm. Nao ha o auxilio di- recto do publico, procurando este ignorar esta ver- dade: «ser o jornal o amigo commum que nos entra pela porta a dentro e nos vae levar noticias de toda a parte; 0 genuino advogado de nossos interesses ; 0 propagandista que mais se empenha pelo desenvolvi- mento da industria ¢ do commercio; a _tribuna onde se _discutem todos os assumptos magnos de interesse ge- ral, a escola que modifica o nosso caracter e nos ha- bilita a acompanhar questdes de alta importancia ». REY. DO INSTITUTO 4 28 REVISTA THIMENSAL Os males apontados nio abrangem somente a vida da imprensa diaria. Tambem affectam elles a periodica, alids com maioria de raz4o, por ser 9 campo de ex- ploragao estreitissimo, circumscrevendo-se a determi- nado grupo de intellectuaes. 56 a custa de abnegados esforgos, com sacrificio immenso de certa empreza ou pessda, é que pode vi- ver um joxnal periodico no Ceara, Aqui bem se podem ajustar as palavras do grande Affonso Celso; , . «Com que anciedade, com que amor, com que odio foram esperados e percorridos! « Que immensa influencia exercerain ¢ que extra- ordinaria autoridade em dado momento se Ihes _attri- buiu! sE quao breve tudo passou! > es A imprensa do Ceara ainda estd por se fazer. Pre- sentemente, quando muito, ella esta em periodo de for- macio. Ao que parece nao tem querido ella comprehen- der o verdadeiro papel que Ihe assisie, desvirtuando quasi sempre sua accdo moralisadora para o terretu das paixGes partidarias. Proclama esta verdade conhecido diario local quando, Tangando wm apello no sentido de levantar o nivel da imprensa, mostra em linguagem acerba que, honrosas excepcées, tem sido ella e ainda é o campo de opera- DO _INSTfruTO DO GBKARA 29 gdes dos politiqueiros sem idéas, dos aventureiros que para satistagio de seus interesses egoisticos nao re- cuatt nem mesmo deante de uma honra immaculada, caffirmando que j4 € tempo de se pdr um ponto final a esses processos ignobeis de propaganda politica que nada edifieam e que 36 servem para lancar nas classes govetnadas a desmoralisagio e o scepticismo acabru- uhante que ameacgam tudo dominar >, E' a propria imprensa da terra que propugna pelo saneamento do jornalismo cearense, mosteando ainda “ser preciso que o jornal, indispensavel ao esclareci- mento da opiniio publica, desempenhe a sua missao com criterio, e, sobretudo, compostura, requisito im- prescindivel em todas as manifestagdes da ordem pu- blica>. Forca é reconhecer, entretanto, nio ser o mal so- mente nosso. Ha bem pouco tempo a imprensa fuminense bra- dava que a maioria de suas folhas ¢ degradante e igno- bil, havendo, porém, excepgdes, mas excepgdes extre- mamente raras (10). Para conhecido jornalista a imprensa de opinigo, no Rio, estiola-se e morre... Mal de muitos A reaccio, eniretanto, se faz sentir, J4 € tempo dese dar um desmentido, mostrando » possuir o Cearé a verdadeira imprensa na altura de sua missio sagrada: apontar os nossos defeitos, comba- ter o erro, defender os que necessitarem de seu au- xilio, emfim propugnar pelo bem, abandonando de vez as baixas paixdes, os falsos expedientes até entio pos tos em pratica. Desse remodelamento, cuja iniciativa deve partir da propria imprensa, ser ella a primeira a tirar pro- veito, + aos Na historia do jornalismo cearense muito ha a es- (10) Jornal da Semana, Rio. 30 REVISTA TRIMES SAL crever, Quando o historiador imparcial della tratar, re- memorando um dos seus periodos, justamente 0 que serve de base para o presente estudo, mio esquecerd dos que moirejam na imprensa diaria, e, sem duvida, referird os nomes de Joao Brigido, 0 primus inter pa- res dos jornalistas do Ceara, de H. Firmeza, J. Mattos Ibiapina, Antonio Theodorico, Leonarde Motta, An- drade Furtado, Eleias Lopes, Luiz Santos, Clovis Mat- tos, Odorico de Moraes, Carlos Camara, Manoel Mon teiro, Clovis Monteiro e Theodoro Vieira, individualida- des em evidencia no jqrnalismo diario da Capital. Si, destacadamente, procurar o investigador estu- dar a personalidade de cada um dos nomes citados, concluird que tanto em Joo Brigido, o jornalista que mais tem iniluido nos costumes cearenses por que, 4 par de seu saber historico, tem tido a coragem de por a descoberto os erros, vicios e defeitos de seus con- cidadaos; tanto em H. Firmeza, nome que ja se impéz nas lides jornalisticas da terra; Mattos Ibiapina, que encarna o typo de jornalista perfeito, pelos multiplos conhecimentos que possue; Antonio Theodorico da Costa, senhor de uma cultura invejavel ; Luiz Santos, que tem aptidio bastante para dirigir um jornal; Leonardo Motta, Andrade Furtado, Elcias Lopes e outros; em qualquer um desies nomes verd a personificagio do jornalista conhecedor do officio, e que, deste modo, esta muito bem representada a imprensa cearense, sendo talvez aquella que se ufana de possuir entre os seus o primeiro de todos os jornalistas do norte do Brasil ~ Joio Brigido do Santos, cotejado ao lado de Pauio Maranhio, Alves de Souza, Carlos Fernandes, Manuel Caetano, Goncalves Maia, Oswaldo Machado e outros vultos do jornalismo do Norte. Nesta succinta relagao ficaram apenas enumeradas as individualidades em destaque na imprensa diaria, tegistando-se ainda os nomes respeitaveis de Thomaz Pompeu, Bardo de Studart, Antonio Bezerra, Antonio Salles, Rodolpho Theophilo, Sophocles Camara, ete, pon- DO INSTITUT pO CRA tificadores na imprensa litteraria, scientifica, historica, commercial e industrial. aoe Si, pelo que foi descripto, a imprensa da capital, do Estado, meio relativamente mais populoso e de des- envolvimento economico-industrial mais amplo, € defei- tuosa, nao é de extranhar affirmar-se ser ella no in- tertor, nas poucas locatidades de sua exploragio, de todo nulla, constituindo um acontecimento na vida do jor- nalismo matuto quando o jornal consegue commemorar a passagem do seu segundo anniversario sem ter soi- frido a menor solugio de continuidade em sua exis- tencia, Das cidades do interior, Sobral € a que se des- taca, possuindo u’a‘imprensa regular, contando acttal- mente quatro orgdos hebdomadarios, todos elles com officinas proprias, nao logrando, entretanto, até hoje, fazer circular um diario. Tentativas teem havido, mas improficuas. Sobral orgulha-se de ser a terra onde véa luz da publicidade 6 jornal mais antigo do Estado, com o desapparecimento do Unitario de propriedade e direc- gio do coronel Jodo Brigido (11). Trata-se d’O Rebate, semanario independente que entrou no 12.° anno de existencia, tendo como director e proprietario uma das mais raras enfibraturas jornalisticas, 0 sr. Vicente Loyola. Seguem-se ao Rebate,-A Lucta, A Ordem, © 0 Correio da Semana, este ultimo catholico, orgao da diocese local, e nos quaes liguram as pennas de Deo- lindo Barretto, padre José de Lima, Leopoldo Fernan- des, N. Craveiro e Craveiro Filho. Sobral publica ainda interessante revista litteraria —A Escola—de direccao de duas intelligentes patricias, dd. Antonietta Craveiro e Francinon de Albuquerque. (11) O ultimo Unitario que circulou toi o de n" 2516, sa- hido a 24 de fevereiro do corrente anno. 32 REVISTA TRIMENSAL Em segundo logar temos a cidade de A que tem fdres de adiantada, publicando quatro or: : A Semana, que se diz independente e noticiosa e de informagdes e tem como directores os srs. dr. Olivio Camara e Joaquim Marques; —O Rosario, orgao catho- lico; O Porvir; e a Estrelta, revista litteraria, de direc- cio da conhecida belletrista d. Francisca Clotilde. A cidade do Crato, na época presente, enumera apenas dois hebdomadarios: A Regido, de regular for- mato e que se diz orgao catholico e a Gazeta do Ca- riry, independente, doutrinando nas respectivas columnas o padre Manoel Feitosa e Bruno Menezes. Baturité é representado pela A Verdade, semanario litterario e noticioso e a Folha Commercial que se an- nuncia tambem semanaria. Camocim, cidade maritima ao norte do Estado, vae desenvolvendo a sua imprensa e j4 conta dois bem feitos semanarios e um orgado litterario: Correio de Camocim, com prélo proprio e Folha do Littoral, 0 jornal de maiores dimensGes de todo o interior do Estado, talvez o unico que posstia as melhores offi- cinas typographicas do centro. Publica ainda 0 men- sario—O Rubi. Hebdomadariamente apparecem nesses jornaes as pennas de Julio Cicero Monteiro, cujo nome € uma recommendacao para as lettras, Lemos Duarte, Josias Carvalho, André Pesséa, Fernando Cavalcante, A. Barros e F. Menescal Carneiro. [pti tem seus orgaos na imprensa representado, pri- ineiramente, pelo Correio do Norte, semanario noticiosa que obedece a orientagao do dr Abilio Martins e 0 autor destas linhas e O Campo, revista mensal do «syn- dicato Agricola Ipuense>, a melhor publicagdo, no ge- nero, do interior do Estado. Quixadé tem 0 Lavrador Cearense. Massapé publicou recentemente o Correio de Mas- sapé, sob a direccdo do sr. Lauro Menezes. Canindé publica @ Santuario de Sao Francisco. Sto esses os orgdos que se editam nas diversas BO INSTITUTO DO GBARA 33 localidades do interior do Estado, sendo de lastimar ser ainda por demais desanimador o estado desses pe- riodicos encarado sob qualquer ponto de vista, nao pas- sando de meros ensaios ou simples arremédo da ver- dadeira imprensa o que por ahi aféra circula com este rétulo. A causa motivadora do anniquilamento da imprensa da capital, acima apontada, mais se identifica no in- terior onde maior é a ignorancia ¢ nao pequeno o des- prezo pelas lettras de forma, o que facilmente se justi fica, bastando registrar que possuindo o Ceara 34 ct dades ¢ 51 villas, formando 85 municipios, somente 0 cidades possuem jornaes em numero de 21, nado entrando, porém, nesse relac&o, os da capital, em numero de 24, perfazendo o total de 45 em todo o Estado, inclusive as revistas mensaes e demais publicacdes. ® aoe Do exposto pode-se coucluit: que mio s6 na ca- pital, como uo interior, nio posstie o Ceara, na qua dra actual, jornaes na altura do seu desenvolvimento nestes ultimos anos, existindo apenas méros_ ensatos de futurosa imprensa quando melhor comprehendido o seu papel haja o auxilio efficaz do publico em = accao conjuncta com os jornalistas 110 sentido de, em decisivo movimento de reaccAo, soerguer-se o nivel dessa mesma imprensa, como ella o requer, saneando-se o jornalismo de seus elementes mdos, passando eniao a ser ella ver- dadeiramente interpretada como effectivamente o deve ser em todo o rigor do vocabulo, ¥ SH E’ este o estado actual da imprensa cearense. Documentando 9 exposto a seguir o leitor encon- trara a prova provada do desenvolvimento dos respec- tivos org&os em circulagio 10 Esiado abrangendo o periodo estudado. . v ee eae Bee oo neetee DO INSTITUTO bO CEARA 37 1) FOLHA DO POVO—Orgao do Partido Repu- blicano Democrata, publica-se diariamente, obedecendo a orientagio de H. Firmeza. Tem como redactor-chefe o dr. Odorico de Moraes, e como redactor-secretario Clovis Mattos. Seu primeiro numero é de 13. de feve- reiro de 1912, a esse tempo propriedade de uma so- cledade anonyma que tinha um conselha fiscal composto dos srs. Joaquim Sa; J. Costa Souza, Francisco Hol- Janda, José Carvalho, Emilio Sa, Antonio Martins, José Brasil de Mattos, Raymundo Agostinho Rodrigues ¢ Joaquim Hollanda. Era entéo orgao de propaganda 4 candidatura Franco Rabello 4 presidencia do Estado ¢ de interesse exclusivamente popular. Sua direccdo, j4 por essa época, obedecia ao sr. H. Firmeza, tendo como redactores (secretario) drs, Adonias Lima, Alvaro Tei- xeira de Souza Mendes, (enente dr. Augusto Cor- reia Lima e Antonio Bezerra de Souza Menezes. O dr. Adonias Lima, na secretaria da redacgio da Folha do Povo, foi substituido pelo dr. G. de Souza Pinto que, provisoriamente, assumiu a direccdo do mesmo jornal. Sob o titulo~O nasso programma, estampa © seu - ptimeiro numero: «A Fotha do Povo apparece na faina jornalistica, desejosa de trazer sua pedra ao editicio social que se tem de erguer na terra que um dia chamaremos da li- berdade. Nao vem imbuida de preconceitos vaos e traz inscripto na sua bandeira, que desfralda aos ventos, 9 lemma da confraternisagéo de todos os cearenses. Passou a época dos odios e das vingancgas. O povo de Fortaleza, na sua grande generosidade para com uma familia vencida, da qual aliis soffrera o vi- lipendio de vinte annos, deu ao resto do Estado e ao paiz inteire a mais bella licgéo de tolerancia e grandeza d'alma, somente comparada a’dos beers modernos ou, REV. DO INSTITUTO — 5 38 REVISTA TRIMENSAL a dos cultos japonezes quando tratavam com os seus prisioneiros de guerra. «E’ preciso evitar que seja mareado o brilho dessa victoria, que encheu de orgulho a todos os peitos cea- renses e nos elevou 4 altura de um povo civilisado. O exemple maravilhoso de Fortaleza deve ser imitado por todo o Ceara, para que o manto purissimo da lei e da justiga possa envolver a todos igualmente nas suas do- bras, estabelecendo-se a paz e a seguranga individual por toda a parte. «Este nobre tentamen, é verdade, s6 podera ser realisado com 0 concurso de todos, porque bastard que espiritos impatrioticos venham perturbar a screnidadé que ja habita em todas as consciencias, querendo lutar contra a corrente popular que se levantou em torno de uma idéa que esta vencedora, para que seja impossivel conter 0 povo nos seus impulsos e tenhamos assim de ecair de novo no braco da revolucgdo. E' isto justamente © que desejamos evitar, concilando todos os cearenses a se unirem num pensamento s6—a felicidade do Ceara — trabalhando todos para o mesmo fim, sem cogitacdes partidarias, sem odios nem resentimentos. <42, para reduzil-o finalmente nos tempos que correm, natu- PO INSTITUTO DO GEAR. 4 ralmente devido 4 evise de papel por forga da conflagia- cao eurepéa, as dimensdes de 57 30. Tem officinas proprias. 2) DIARIO DO ESTADO -Orgam do Partido Republicano Conservador Cearense, obedece 4 direccdo polilica do dr. Aurelio de Lavor. Tem como redactor- chefe®J. de Mattos [biapina e gerente Antonio de Souza Mattos. Traz no seu cahecaiho a seguinte epigraphe: Jor. ul de maior circulagao e de mais copioso servico telegra- phico do Estado:. Seu primeito numero é de 13 de de- zembro de 1914, cujo artigo programma subordinado ac titulo—De Novo, ’é 0 seguinte : O Diario, que desappareceu da circulacdo em consequencia do barbaro, frio e covarde assassinato de seu director, dr, Joio Demetrio, resurge,transformade em. orgio de propaganda dos principios politicos que fize- ram, fazem e faréo para sempre a forca invencivel do PLR, C. Cearense, sob a direce%o do grande republico Thomaz Cavalcante. <41, sendo impresso em officina propria. 3) CORREIO DO CEARA —Diario noticioso e€ consagrado aos intevesses do Estado, Seu p:imeiro nu- mero é de 2 de marco de 1915, tendo a esse tempo como director o sr. de. A. Montezuma, como redactor ca- tholico o padre Sylvano de Souza e redactor commercial A. Fiuza Pequeno. E’ de propviedade do sr. A. C. Mendes. Presentemente tem como redactores os srs. drs. An- drade Furtado e Leonardo Motta. Do seu artigo-programma, intitulado Profissdo de sé, da lavra do mallogrado jornalista dr. A. Montezuma, seu primeiro directo”, extrahimos o.seguinte : «E’ commum a todo jornal que inicia sua publi- cacao trazer, na primeira columna de seu primeiro nu- mero, algumas palavras 4 guisa de programma, valendo simultaneamente, como razao de seu apparecimento. «Fora, talvez, dispensavel: ficasse 20 tempo. escla- recel-o. «Mas, guand tout le monde a tort, tout le mond a raison: e aqui estamo; tambem nés, apresentando ao publico 2 nossa plataforma. «Para que de um golpe se percebassem 03 nossos intuttos, bastariam as palavras de que se encima o Cor- reio do Cearé, —noticioso, iHustrado e dedicado aos in- teresses vitaes do Estado—. . + Nao que estes mesmo: objectivos hajam passado. sem os favores e sem as altengdes de outros orgams da imprensa estadoal, nio; mas--é forcga reconhecel-o—, quasi todos, mais ou menos abertamente, acham-se ao servigo de partidos politicos, entrando-lhes per accidens umas tantas ou quantas consideragdes a outros prismas de relagdes sociaes. «Temos de nos afastar dessa linha. . «O nosso escdpo est definido: evitaremos ir ao encontro de idéaes ja amparados por esteios rigorosos, attendo-nos a outros interesses nao menos importan- tes e significativos, «Estamos que politica, religiao c commercio—este como expressao ultima e culminate de todas as indus- frias, representam as forgas mais poderosas cujo resul-. fante final é 0 equilibrio social e economico. «Tem a primeira seus valentes ¢ denodados pala- dinos: encontra-se a segunda e 0 terceiro, em nds, os seus leaes ¢ fervidos servidores, cada qual sob seu aspecto. « Fal-o-hemos, porém, ao nosso jornal, um diario al- tamente discreto, com secgdes especialmente reservadas aos interesses religiosos e commerciaes, aunca entre tanto, deslembrados das exigencias de um josnal mo- derno e variado. «Sobretudo cogitaremos de imp imis a esta folha o cunho da moralidade e de sisudez, povladoras do aprego e da confianca dos leitores: teremos a superstigin da moral e da verdade! Por-outro lado amenizarao estes rigores apparen- tes a noticia, o folietim, as letiras, as sciencias ¢ artes — utile dutci, assim ajude-nos Deus. O meio cearense j& nao comporta o jornal mera- mente adstricto as conveniencias partidarias : esta a exigir imperiosamente um que se occupe do que immediata- mente the diz ainda respeilo. «E que mais do que as aspiragdes da sua crenca ¢ a expansibilidade de suas condigdes economicas ? « Pensamos prestar um valioso s2rvico ao nosso que- tido Estado e, sem prejuizo desta honrosa directriz, sa- tisfazer o variado gésto do publico ledo:. « Queira Deus seja abencoado nosso tentamen: con- fiamos rio favor das classes sociaes, que poderdo cucon trar nesta columna a hypotheca de nossa firmeza no programma ora tracejado :. Dimensdes : —57 40, impresso em officinas proprias, wma das melhores, sendo a melhor do Estado. bo INSTIT 4) O IMPARCIAL -(12) Orgio noticioso e in- dependente, publicou-se pela vez primeira em 7 de maio de 1915. Tinha como director o sr. Emygdio Barboza e como gerente o sr. T. N. Vieira. Actualmente é de propriedade exclusiva ‘do sr. T. N. Vieira, cuja direccao obedece. Publica-se ds segundas, quartas ¢ sabbados. Dimensées: — 42><29, impresso em officinas proprias. 0 DO GEARA 45 5) JORNAL PEQUENO — Vespertito indepen- dente de direcgdo e propriedade do dr. Luiz Santos. Seu primeiro numero é de 18 de outubro de t917, Subordinado ao titulo—O nosso programma, pu- blicou, no ailudido primeiro numero o fornal Pequeno : «O simples nome com que nos apresentamos ao pu- blico desta terra, talvez jd possa deixar transparecer, de Jonge e em parte, pelo menos, 0 panel que teremos de re- presentar, ao lado dos demais cotlegas, no scenario da im- prensa cearense. Nao que d'ahi possamos deduzir toda a latitude de um programma: é claro. Mas ficar-se-d sa- bendo, desde logo, a feigdo material que havemos de manter no decurso de toda a nossa existencia. «Essa feigdo material, alits tem para ndés uma yrande importancia, Achamos mesmo que ella deve fa- ver parte titegranie do programma de qualquer jornal. Assim como uma individualidade humana € um’ com- plexo de dois elementos muito differentes—corpo e es- pirito, vivendo ambos tio intimamente ligados entre si que nldo se podera conceber um sem o outro, assim tambem um orgao de imprensa é um conjuncto indis- (12: Baldado foi 0 esforco do organisador do presente tra- balho, no sentido de obter o primziro numero deste jornal, pubiicado na épaca acima citada. A propria redacgdo ndo pos- sue o alludido numero, ¢ as collecgdes consultadas, na canital, se acham todas desfalcadas. REV. DO INSTITUTO 6 46 __ THVISTA TRIMENSAL pensavel desse3 dois elementos de ordem material ¢ im- material, que, associadus, constituem a sua verdadeira individualidade perante a sociedade em que vae cir- cular, «Isso quer dizer, portanto, que vamos desde ja considerando 0 nosso aspecto exterior coms elemento constitutivo e inevilavel do nosso programma. Assim é que, ao lado do programma redaccional, teremos tam- bem um programma material a zelar e a desenvolver. Faremos todo o possivel afim de que, harmonizando-os sempre, possam elles marchar indissoluvelmente para o mesino e unico fim a que nos destinamos. «E’ por isso que ligaremos bastante importaucia ao aspecto extcrior desta folha, desejando tornal-o sempre sympathico e altrahente, introduzindo-Ihe todas as_ in- novagées que possam concorrer para esse fim. E, se Nos occupamos em primeiro logar desse programma material, nao é tambem porque Ihe queiramos dar pre- ferencia, sobrepondo-o ao programma redaccional. Nao, Se assim o fazemos, é simplesmente em obediencia a um facto muito natural. «Numa individualidade humana, comquanto repre- sente a parte mais nobre ¢ elevada, ¢ 0 corpo que pri- meiramente nos impressiona. 56 depois, através a physionomia da pessda, € com atteugio mats ou menos acuradas, 6 que chegaremos a prescrutar-lhe 0 espirito. A mesma cousa acontece, nas devidas proporgdes, relati- vamente a um jornal. A primeira impressio que elle produz no leitor ¢, naturalmente, a que diz respeito ao seu aspecto exterior. Se essa impressio € boa e agrada- vel, entio o leitor j4 é un elemento mais ou menos con. quistado em favor da outra parte do programa, a mais importante, nao ha duvida, Isso é de uma grande vantagem ¢ nao podera passar desapercebido a um obser- vador que tenha alguma experiencia da materia. «Digamos agora alyumas palavras sobre o fim que tem em vista o programma redaccional do Jornal Pe- gqueno, Precisamos, alids, ser curtos e incisivos, para DO _INSTITUTO DO CEARA al no contradizermos aquella outra parte do programma ja exposto. « J ha bastante tempo, a populacao desta terra vi- nha observando e fazendo mesmo sentir a necessidade de um orgio de imprensa verdadeiramente independente e imparcial. Os nossos jornaes sio quasi todos estreita- mente partidarios, e mesmo aquelles que nao 0 sdo, tém sempre uma serie de conveniencias particulares a zelar, para que nem de longe corram perigo os interesses pessdaes que se sobrepdem assim aos interesses de or- dem geral. Por causa disso, quando se trata de assum- ptos da maior relevancia social, a verdade anda por ahi constantemente sacrificada. InformagGes 4s vezes bas- {ante interessantes séo cuidadosamente subtrahidas ao conhecimento do publico, e este, finalmente, é quem vae ficando inevitavelmente prejudicado, desde que fica desconhecendo aquillo que muitas vezes se relaciona muito de perto com o seu bem estar presente e fu- turo, «Fomos dos que vinham comprehendendo a ne- cessidade a que alludimos. E com um arrojo que esta provocando a descrenga de uns, os applausos de ou- tros e a indifferenca de muitos, nos abalangdmos a satis- tazel-a, se no em toda a saa plenitude, ‘pelo menos dentro dos limites do possivel. « Conseguiremos 0 nosso fim? Sé mesmo o futuro o diré. O que podemos entretanto, affirmar € que ha de nossa parte o mais firme proposito e a maior forca de vontade para nao nos afastarmos uma sé linha do ca- minho que destimidamente desde ja nos tragamos, « Synthetisando a missdo que nos trouxe ao seio da imprensa local, poderemos francamente affirmar que todo 0 nosso programma consistirad em dizer sempre a ver- dade, A verdade sob todos os pontos de vista, sem encarar qualquer conveniencia de ordem particular. A verdade nas noticias que levatmos ao conhecimento dos nossos leitores, bem como nos commentarios’ que tivermos de fazer sobre todos os factos de interesse col- lectivo. 48 REVISTA TRIMENSAL «Ja nao € pouca cousa, alias, Trata-se mesmo de um programma bem difficil de ser cumprido, fielmente, numa terra t4o eivada de preconceitos para com um jornal verdadeiramente imparcial e independente. Bem comprehendemos a serie de embaragos ¢ tropegos que iremos encontrando a cada instante em nossa trajecto- ria. Mas esperamos que a mesma coragem que nos le- vou ao emprehendimento de lancar esta folha aos ven- tos da publicidade, nos dard a energia precisa para en- frenitarmos resolutamente todas as difficuldades que se forem oppondo ao perfeito cumprimento de nosso dever. «A verdade ha de ser assim o fanal para o qual encaminharemos todos os nossos actos e todas as nos- sas palavras. EF, se alguem se julgar um dia maguado pelo simples facto de a proclamarmos em nossas ¢o- lumnas, é porque essa pess6a se incompatibilizou la- mentaveimente com a verdade, @ nesse caso, ndo nos po- derd ser conscientemente attribuida a culpa do desgosto incidentemeute provocado. «Mas, como a verdade, quer sob o ponto de vista philosophico, quer sob 0 ponto de vista pratico, nem sempre pode ser attingida em toda a sua plenitude, por motivos inherentes 4 propfria organizac&o social, entdo, quando assim nao nos f6r possivel conhecer e revelar a verdade absoluta sobre os factos de que nos occu- parmos, a0 menos saberemos exteruar a nossa convic- cdo, que vem a ser, linalmente, no dizer de um douto pensador patricio, a expressio relativa dessa mesma verdade ». O Jornal Pegqueno, declarando se esforgar para asempre dar uma ieigic sympathica e attrahente ao seu aspecto exterior, tanto que considerava isso como fa- zendo parte do seu programma», no seu primeiro nu- mero apresentou uma verdadeira novidade, inteiramente desconhecida na imprensa local, Assim € que, na_ pri- meira pagina estampou . 17. 10) A CONQUISTA -Orgam official do «Re- creto Literatto Soriano de Albuquerque. Cireula em dias fadeterminados, soh a responsabilidade da directo- via da soctedade e do seu respectivo director, A directo- tia do , estampou, em seu primeiro numero, os retratos de al- guns dos illustres cidadios que compunham entio a directoria da benemerita Associaggo Commercial, desta- cando-se, em bello conjuncto, as figuras do Bardo de Ca- mocim, de saudosa memoria, e seu Vice-Presidente, em exercicio, naquelle tempo, Maximiano Leite Barboza, Is- mael Fiuza Pequeno, José Gentil A. de Carvalhe, Fran- cisco da Costa Freire, Antonio Mattos Porto e Antonio B, de_H. Cavalcante, Foi o'seguinte o seu artigo-programma : «Qwando em outubro de 1897 a maioria dos com- merciantes desta praca resolveu restaurar a Associacdo Commercial, que, por motivos de ordem economica se extinguira annos atraz, uma disposicéo votada nos esta- tutos que. entao deviam reger os destinos da sociedade nascente, autorisou, desde logo, a creagzo de um _perio- dico quinzenal, que, sob a forma de revista, se dedicasse especialmente 4 causa do Commercio, Agricultura, In- dustria e Colonisacdo da Estado. «A reforma dos «Estatutos» da sociedade, que en- tdo se votou na Assembléa Geral realisada para esse fim em 28 de dezembro de 1905, em nada alterou por sua vez, tio acertada disposicao. «Ninguem, certamente, contestard de béa fé, 0 al- cance dessa medida; ahi estd o testemunho da historia para attestar a influencia bemfazeja que a imprensa tem exercido no espirito e desenvolvimento de todas as classes sociaes. Nao ha ramo de actividade humana em REVISTA TRIMEXSAL que se nao encontrem vestigios de sua accdo benefica e poderosa, ora guiando os governos e encaminhando as opinides, ora estimulando as energias e fomentando o trabalho. «No Brasil actualmente, nio ha negal-o, uma fe: bre de progresso invade o organismo nacional: aug- menta-se a tonelagem da navegago costeira e de longo curso 4 medida que crescem rapidas as vias de commu- nicacio terrestre; estudam-se portos, construenrse dé- cas, cream-se bancos, colonisa-se; ac mesmo tempo que 0 governo emprega esforcos ingentes por levar a effeito, da maneira mais condigna i nossa_civilisagio, a Expo- sigo projectada para junho do atmo nascente, que in- contestavelmente muito ha de concorrer para a expan- sio do commercio interno ¢ externo da Republica, que dentro em pouco, a persistir esse movimento, conquis- rara a hegemonia da America do Sul, «A classe commercial do Cear4, parcella j4 mais ou menos notavel da federacdo brasileira, néio deve ser nota divergente nesse concerto de actividade cujo escépo € o engrandecimento da patria. +E assim no podia ser mais opportuno © appa- recimento da Revista Commercial que hoje, pela pri- meira vez, se langa nos bragos da benevoleacia publica. +O seu programma serd, antes de tudo, servir a causa do commercio, em suas variadas ramificagdes. «Quanto ao servico estatistico de que nio pode prescindir uma folha commercial, sera elle organizado na altura do auxilio que é justo esperar da parte do com- mercio e dos chefes das reparticdes publicas. «Constituird um dos seus principaes empenhos tor- nar o Brasil conhecido do Ceara e este conhecido de si mesmo. «Pode bem ser que nos fallega competencia, mas béa_vontade sobrar-nos-a >. Dimensées :—26 18. E' impressa na Typ. Com- mercial, de Carlos Jatahy. DO INSTITUT bO UEARA 59 13) CEARA MEDICO—Orgao do , primitivamente publicou-se com o nome de Norte Medico, cujo primeiro numero veio 4 luz ca publicidade a 15 de abril de 1913. Nos seus primeiros tempos era de publicacdo bi-mensal, seiido actualmente mensal e de formato mais artistico, Teve como primei- ros redactores os srs, drs. Aurelio de Lavor, Virgilio de Aguiar e Cezar Cals, e, hodiernamente, os srs. drs.iCar- los da Costa Ribeiro redactor-chefe, Rocha Lima, Gdes Ferreira, Nelson Catunda e Amancio Philomeno. Permitte em suas paginas collaboracao franca de todas os scientistas. Do seu artigo-programma, firmado pelo sr. dr. Au- relio de Lavor, seu redactor principal ao tempo da fun dagio, € digno de registo o seguinte : «Nos amplos dominios da sciencia de Hypocrates teem sido cultivadas a clinica medica e a cirurgia, po- rém a imprensa medica, que € 0 expoente maximo da solidariedade mundial da classe, por facilitar a permuta de nogdes theoricas ¢ praticas entre profissionaes, habitando as mais remotas regides do globo, nao tem sido até hoje considerada cousa viavel no Ceara, apezar do que val de humano e sympathico nesse tentamen, + Por certo nao contamos em nossa meio profes- sores eminentes, scientistas de alto renome que ilustrem as paginas de uma revista com trabathos oviginaes que fagam escola, ou sabias liches ex-cathedra, « Quid inde? E’ feito de pedra tosca ¢ argamassa informe o alicerce dos templos. O porphyro e 6 marmore relusentes vao 4s columnatas e ao rendilhado das super- estructuras. Levaremos 4 grande obra cabedal mais pre- cioso. «Uma revista modestamente feita pode alias rea- lisar um programma assds ulilitario; ¢, para os que vi- vem to tirocinio clinico, o mais interessante ¢ proveltoso nem sempre € a dissertagdo erudita, que tantas vezes fal- seia a liccZo dos factos, porém o conselho pratico, insi- nuante e intuilivo como a propria verdade,

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