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Disciplina: Patologias em UTI – Medicina Intensiva

Identificação da tarefa: Tarefa 6.2. Envio de arquivo.


Pontuação: 10 pontos.

Tarefa 6.2

A partir da leitura minuciosa do conteúdo da disciplina podemos perceber que


existem inúmeros fatores que preocupam as autoridades e profissionais de
saúde em relação ao risco de agravamento do quadro do paciente por causa
do surgimento de infecções que aparecerem dentro do próprio ambiente
hospitalar, essas infecções muitas vezes podem ser letais para quem já está
com quadro clínico debilitado. Além das infecções encontradas no ambiente
hospitalar, em especial nas UTIs, foi abordado quais são os indicadores
encontrados e estimados para essas infecções, classificação dos principais
agentes etiológicos e a contextualização dessas internações na saúde pública
no Brasil.

Desse modo, a partir da leitura e interpretação do conteúdo abordado, faça


uma contextualização de como o profissional farmacêutico poderia contribuir
dentro do ambiente hospitalar para o controle e combate desses agravos à
saúde, sendo que esse texto deve conter no mínimo 2.000 e no máximo 3.000
caracteres, excluindo do total de caracteres os espaços e referências.

A infecção hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta
durante a hospitalização ou após a alta, quando relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares. O controle de infecção hospitalar (CIH) é um conjunto de ações
implantadas buscando a diminuição da incidência e a prevenção das infecções hospitalares. A
IH, em situações frequentes, pode ser controlada ou prevenida. É ocasionada por vários
fatores, desde os citados a pessoa aos de sequência ambiental, administrativo e profissional.

A incidência de IH é causa de preocupação para profissionais de saúde e administradores de


unidades hospitalares e constitui um problema de saúde pública que deve ser debatido com
frequência. A IH institui um dos principais problemas para avaliar a qualidade da assistência
hospitalar em vista de sua influência, mortalidade significativa e aumento do tempo de
permanência no hospital, o que provoca aumento de custos hospitalares, além do sofrimento
para o paciente. Sua ocorrência exerce impacto importante sobre mortalidade e morbidade. A
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) tem como função organizar, planejar,
avaliar e executar o programa de controle de infecção hospitalar apropriado às necessidades
da instituição.

De acordo com a American Society of Health - System Pharmacists (ASHP) as atribuições do


farmacêutico no controle de infecções nosocomiais abrangem: transmissão reduzida de
infecções, educação continuada para profissionais de saúde e pacientes, e também promoção
do uso racional de antimicrobianos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para
uma antibioticoterapia racional, deve-se buscar uma maior eficácia aliada à menor toxicidade,
antes observando a indicação do agente causal da infecção e sua sensibilidade aos
antimicrobianos (ATM). O desenvolvimento da racionalização precisa do apoio de vários
setores do hospital. É um trabalho multiprofissional que abrange a CCIH. Nesse contexto, o
farmacêutico desempenha um papel importante, interagindo com a equipe de saúde e o
paciente, realizando ações em farmacovigilância que proporcione melhor qualidade de vida
para o paciente e, como resultado, custos reduzidos para a instituição.

Durante muitos anos, no Brasil, o farmacêutico hospitalar ficou esquecido dentro das farmácias,
que, geralmente, localizavam-se nos lugares mais afastados das unidades de internação,
deixando-o cada vez mais distante dos outros profissionais da saúde e dos pacientes.
Entretanto, nos últimos anos, este cenário vem se modificando. Com as mudanças nos
sistemas de distribuição de medicamentos, busca-se diminuir os custos, mas também se
questiona a qualidade dos medicamentos, sendo que várias instituições ligadas ou não
desenvolvem estudos de utilização de medicamentos, farmacovigilância, farmacoepidemiologia
e farmacoeconômia.

Em 1983, o Ministério da Saúde promulga a Portaria 196, determinando que todos os hospitais
no país deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), e em 1985
passou a incentivar a reestruturação das Farmácias Hospitalares (FH), promovendo cursos de
especialização. A portaria nº 2.616 de 1998 estabelece competências da CCIH em que a
farmácia possui participação importante, como: na promoção do uso racional de
antimicrobianos, germicidas e matérias médico-hospitalares; definir, em conjunto com a
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), políticas de utilização de antimicrobianos,
germicidas e artigos médico hospitalares; cooperar com o setor de treinamento ou
responsabilizar-se pelo treinamento de funcionários e profissionais no que diz respeito ao
controle de infecções hospitalares. Conforme a resolução nº 300/97 do Conselho Federal de
Farmácia, o farmacêutico deve manter-se membro permanente da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar, exercendo as funções de sua competência.

Dentro da estrutura organizacional hospitalar, o controle de infecção é um órgão de consultoria


à direção e a todos os profissionais que atuam diretamente com o paciente ou em atividades de
apoio, em assuntos relativos à prevenção e ao controle das infecções nosocomiais. Entre a
equipe que compõe a CCIH encontram-se representantes dos serviços Médico, Enfermagem,
Farmácia, Laboratório de Microbiologia e Administração.
Considerando-se como um dos objetivos principais da Farmácia Hospitalar a promoção do uso
racional de medicamentos, o farmacêutico hospitalar deve participar ativamente da seleção dos
antimicrobianos e dos agentes antissépticos, desinfetantes e esterilizantes a serem
padronizados no hospital, em conjunto com a Comissão de Farmácia e terapêutica da
instituição. Para a seleção de medicamentos, devem-se incluir medicamentos de comprovada
eficácia, realizar a seleção de antimicrobianos juntamente com a CCIH, verificando o perfil
microbiano de forma que atenda às necessidades do hospital e controlar os novos antibióticos
para tratamentos de micro-organismos multirresistentes. Com a participação efetiva do
farmacêutico nos PCIH tende a diminuir a disseminação da resistência bacteriana promovendo
o uso adequado do antimicrobiano, resultando na melhor e eficaz assistência ao paciente
internado.

É evidente que esta participação não pode ser apenas administrativa devendo ser efetiva nas
comissões multidisciplinares, em ações que objetivam fazer do ambiente hospitalar um local
apropriado para recuperação do paciente. Dessa forma a participação do farmacêutico no
controle de infecção hospitalar existe algumas atividades dentre as quais se destacam:
Contribuir na monitorização dos níveis de sensibilidade, prevalência de microrganismos e nas
investigações de surtos; Participar na elaboração de normas e rotinas de limpeza, desinfecção,
esterilização e antissepsia; Participar dos estudos de utilização de antimicrobianos, priorizando
os de uso restrito; Monitorizar as ações de controle de vetores e da qualidade da água;
Participar de cursos e treinamentos, transmitindo conhecimentos relativos à sua área de
atuação.

Segundo Storpirtis et al., (2008) a farmácia é quem assegura as ações de controle de infecções
hospitalares em todos os seus estágios: planejamento operacional e educativo. Para que esse
controle seja eficaz e efetivo, são competências do farmacêutico: Atuar nas reuniões da CCIH,
fazer protocolos de meios terapêuticos com antimicrobianos e revisar a padronização desses;
Informar sobre a política de uso racional de ATM, as interações, incompatibilidades físico-
químicas e interferência laboratorial de medicamentos, principalmente dos ATM; Instituir
permuta entre CCIH, Comissão Farmacoterapêutica e Comissão de Padronização de Material
Médico Hospitalar; Organizar rotinas para dispensação de antimicrobianos e relatórios
periódicos sobre o consumo, a frequência de uso de ATM e o custo; Integrar no programa de
monitorização terapêutica de ATM e na pesquisa de casos suspeitos de contaminação de
medicamentos por soluções parenterais e outros; Trabalhar em parceria com o laboratório de
microbiologia; Incentivar o uso de embalagens em dose única para produtos estéreis; Implantar
políticas internas de procedimentos e programas, na farmácia, para prevenir a contaminação
de medicamentos produzidos e dispensados; Atuar como membro da padronização dos
germicidas e saneantes; e divulgar relatórios sobre produtos lançados; Recomendar os critérios
para aquisição de antissépticos, desinfetantes, esterilizantes, medicamentos e produtos para a
saúde; Inspecionar a manipulação dos antissépticos, desinfetantes e esterilizantes, dando
informações e orientações sobre os produtos para os setores que os utilizam; Fazer parte da
elaboração e desenvolver projetos de pesquisa em CIH, de investigação epidemiológica dos
surtos ou suspeita desses; Integrar nos programas de farmacoepidemiologia, relacionados a
estudos de utilização de medicamentos e farmacovigilância.

Nos programas de CIH, a contribuição do farmacêutico está progredindo as atividades na


equipe multiprofissional, reduzindo a propagação de resistência bacteriana e promovendo o
uso adequado de ATM, tendo como objetivo a melhor assistência ao paciente hospitalizado. Os
farmacêuticos hospitalares podem ainda, por sua vez, colaborar com a fiscalização e
treinamento do quadro de funcionários dos hospitais, quanto à implantação de medidas de
higienização pessoal, de roupas e materiais, e da própria estrutura do hospital. O trabalho
conjunto realizado pelo médico da CCIH e farmacêutico, é comprovado pela disponibilização de
manuais de orientações e guias em apoio às diretrizes para o uso racional de antibióticos no
hospital. Hoje, a participação do farmacêutico clínico nas ações de 22 vigilância epidemiológica
para o uso racional de ATM é relevante e reconhecida internacionalmente, propondo
adequações às prescrições de ATM com base nas características farmacodinâmicas e
farmacocinéticas, além de apresentar subsídios para a prescrição de ATM com menor
toxicidade medicamentosa e com eficácia na erradicação da infecção.
As responsabilidades do farmacêutico nas ações de controle de infecção hospitalar incluem:
redução da transmissão das infecções, promoção do uso racional de antimicrobianos e
educação continuada para os profissionais da saúde e pacientes. Atualmente, segue-se
também essas recomendações e o que há mais recente no Brasil é a revisão dos padrões
mínimos para a farmácia hospitalar, elaborado pela Sociedade Brasileira de Farmácia
Hospitalar (SBRAFH), que coloca nas atribuições essenciais da farmácia a participação do
farmacêutico nas CCIH.

De acordo com Cavallini e Bisson, é essencial que o farmacêutico dimensione o consumo de


antibióticos por meio do cálculo do percentual de pacientes que utilizaram essas drogas e da
frequência relativa do emprego de cada princípio ativo. O farmacêutico hospitalar deve
participar ativamente da seleção dos antimicrobianos e dos agentes antissépticos,
desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados no hospital, em conjunto com a Comissão
de Farmácia e Terapêutica da instituição. Conforme menciona por Araújo existem três pontos
fundamentais que precisam ser lembrados e que respondem o porquê do controle desses
medicamentos: I- Qualidade assistencial aos pacientes, em que se deve saber que somente é
necessário o uso dessa classe de medicamentos quando houver um diagnóstico de infecção;
II- Reduzir a pressão seletiva de antimicrobianos específicos para que se possa diminuir a
seleção de microrganismos resistentes; III- Diminuir os custos hospitalares que direta ou
indiretamente estão ligados ao uso de antimicrobianos. Com isso, o farmacêutico deve
trabalhar, com a equipe multiprofissional, na orientação e prevenção da infecção hospitalar, por
meio de treinamentos com as diferentes equipes hospitalares.

Dentro deste novo contexto da prática farmacêutica, no qual a preocupação com o bem estar
do paciente passa a ser a viga mestra das ações, o farmacêutico assume papel fundamental,
somando seus esforços aos dos outros profissionais de saúde e aos da comunidade para a
promoção da saúde. Os autores James & Rovers identificaram quatro categorias de iniciativas
que podem ser implantadas pelos farmacêuticos para a melhoria do estado de saúde da
comunidade: Acompanhamento e educação do e para o paciente; Avaliação dos seus fatores
de risco; Prevenção da saúde; Promoção da saúde e vigilância das doenças. Ainda segundo os
autores acima, a promoção da saúde pode ser feita através de três domínios que dão suporte
aos serviços oferecidos à população: Disposição de serviços de prevenção clínica; Vigilância e
publicações em saúde pública e Promoção do uso racional de medicamentos pela sociedade.

A abordagem de James & Rovers está alinhada aos tópicos relacionados pela OMS em relação
a medidas que podem ser adotadas para a promoção da saúde. Transpondo para a nossa
realidade as estratégias defendidas mundialmente, é possível dizer que o farmacêutico (da
drogaria, farmácia comercial ou farmácia privativa dos hospitais e unidades ambulatoriais de
saúde) pode trabalhar sob três pontos básicos: reorientando o serviço de farmácia,
desenvolvendo as habilidades da comunidade e incentivando os indivíduos à ação comunitária.

A profissão farmacêutica, do século XX até os dias de hoje, passou por vários momentos
difíceis, inclusive experimentando a perda da identidade. Com a prática da atenção
farmacêutica e a carência da população de um farmacêutico mais atuante em defesa do uso
racional dos medicamentos, surge uma oportunidade ímpar para o desempenho de seu papel
perante a sociedade. Com isso, através dessa revisão, percebe-se que para um bom
funcionamento das CCIH e PCIH, faz-se necessário a interação de todos os membros e de
todos os profissionais de saúde, com o objetivo principal de prevenir a propagação dos micro-
organismos resistentes, evitando assim, as altas taxas de infecções hospitalares, altas
mortalidades e/ou alto tempo de internação.

O controle das infecções nosocomiais é uma atividade essencialmente multidisciplinar. Para


conhecê-las, analisá-las e fazer o seu controle, é necessário que os diversos segmentos do
hospital, como a farmácia, a enfermagem, o corpo clínico e o laboratório de microbiologia,
exerçam as funções que lhe cabem nesta atividade. E dessa forma faz-se necessário à
permanência constante do farmacêutico, que possua amplo conhecimento em antimicrobianos,
de forma a auxiliar no controle e na escolha adequada dos mesmos e de germicidas, para uso
hospitalar.

Através dos programas de farmácia clínica, o farmacêutico pode participar da elaboração de


protocolos clínicos para profilaxia antibiótica e para o uso terapêutico em infecções bacterianas,
levando- se em consideração os dados de farmacoeconômia. De forma que resulte num perfeito
uso racional dos antimicrobianos, garantindo assim a sua eficácia por vários anos que se
seguem, de modo a controlar ou mesmo evitar novas bactérias resistentes e novos casos de
infecções hospitalares que aumentam à permanência em hospital e/ou a taxa de mortalidade
dos pacientes.

Contudo, é de fundamental relevância a integração multiprofissional do farmacêutico no


controle de infecção hospitalar, na orientação, prevenção e na conscientização do uso racional
de antibióticos, por meio de levantamentos de dados, discussões e treinamentos com as
diferentes equipes hospitalares a fim de garantir a melhoria na qualidade assistencial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

A importância do farmacêutico dentro de um programa de controle de infecção


hospitalar (PCIH). Disponível em:
<https://www.senaaires.com.br/wp-content/uploads/2017/05/A-IMPORT%C3%82NCIA-DO-
FARMAC%C3%8AUTICO-DENTRO-DE-UM-PROGRAMA-DE-CONTROLE-DE-INFEC
%C3%87%C3%83O-HOSPITALAR-PCIH.pdf> Acesso em: 14 de abril de 2021.
A importância do farmacêutico no controle da infecção hospitalar. Disponível em:
<https://www.efdeportes.com/efd177/farmaceutico-no-controle-da-infeccao-hospitalar.htm>
Acesso em: 20 de abril de 2021.
Papel do farmacêutico no controle da infecção hospitalar. Disponível em:
<https://www.ccecursos.com.br/img/resumos/papel-do-farmac-utico-no-controle-da-infec--o-
hospitalar.pdf> Acesso em: 19 de abril de 2021.
Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde. Disponível
em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000100024>
Acesso em: 19 de abril de 2021.

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