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Tarefa 6.2 PÓS
Tarefa 6.2 PÓS
Tarefa 6.2
A infecção hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta
durante a hospitalização ou após a alta, quando relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares. O controle de infecção hospitalar (CIH) é um conjunto de ações
implantadas buscando a diminuição da incidência e a prevenção das infecções hospitalares. A
IH, em situações frequentes, pode ser controlada ou prevenida. É ocasionada por vários
fatores, desde os citados a pessoa aos de sequência ambiental, administrativo e profissional.
Durante muitos anos, no Brasil, o farmacêutico hospitalar ficou esquecido dentro das farmácias,
que, geralmente, localizavam-se nos lugares mais afastados das unidades de internação,
deixando-o cada vez mais distante dos outros profissionais da saúde e dos pacientes.
Entretanto, nos últimos anos, este cenário vem se modificando. Com as mudanças nos
sistemas de distribuição de medicamentos, busca-se diminuir os custos, mas também se
questiona a qualidade dos medicamentos, sendo que várias instituições ligadas ou não
desenvolvem estudos de utilização de medicamentos, farmacovigilância, farmacoepidemiologia
e farmacoeconômia.
Em 1983, o Ministério da Saúde promulga a Portaria 196, determinando que todos os hospitais
no país deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), e em 1985
passou a incentivar a reestruturação das Farmácias Hospitalares (FH), promovendo cursos de
especialização. A portaria nº 2.616 de 1998 estabelece competências da CCIH em que a
farmácia possui participação importante, como: na promoção do uso racional de
antimicrobianos, germicidas e matérias médico-hospitalares; definir, em conjunto com a
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), políticas de utilização de antimicrobianos,
germicidas e artigos médico hospitalares; cooperar com o setor de treinamento ou
responsabilizar-se pelo treinamento de funcionários e profissionais no que diz respeito ao
controle de infecções hospitalares. Conforme a resolução nº 300/97 do Conselho Federal de
Farmácia, o farmacêutico deve manter-se membro permanente da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar, exercendo as funções de sua competência.
É evidente que esta participação não pode ser apenas administrativa devendo ser efetiva nas
comissões multidisciplinares, em ações que objetivam fazer do ambiente hospitalar um local
apropriado para recuperação do paciente. Dessa forma a participação do farmacêutico no
controle de infecção hospitalar existe algumas atividades dentre as quais se destacam:
Contribuir na monitorização dos níveis de sensibilidade, prevalência de microrganismos e nas
investigações de surtos; Participar na elaboração de normas e rotinas de limpeza, desinfecção,
esterilização e antissepsia; Participar dos estudos de utilização de antimicrobianos, priorizando
os de uso restrito; Monitorizar as ações de controle de vetores e da qualidade da água;
Participar de cursos e treinamentos, transmitindo conhecimentos relativos à sua área de
atuação.
Segundo Storpirtis et al., (2008) a farmácia é quem assegura as ações de controle de infecções
hospitalares em todos os seus estágios: planejamento operacional e educativo. Para que esse
controle seja eficaz e efetivo, são competências do farmacêutico: Atuar nas reuniões da CCIH,
fazer protocolos de meios terapêuticos com antimicrobianos e revisar a padronização desses;
Informar sobre a política de uso racional de ATM, as interações, incompatibilidades físico-
químicas e interferência laboratorial de medicamentos, principalmente dos ATM; Instituir
permuta entre CCIH, Comissão Farmacoterapêutica e Comissão de Padronização de Material
Médico Hospitalar; Organizar rotinas para dispensação de antimicrobianos e relatórios
periódicos sobre o consumo, a frequência de uso de ATM e o custo; Integrar no programa de
monitorização terapêutica de ATM e na pesquisa de casos suspeitos de contaminação de
medicamentos por soluções parenterais e outros; Trabalhar em parceria com o laboratório de
microbiologia; Incentivar o uso de embalagens em dose única para produtos estéreis; Implantar
políticas internas de procedimentos e programas, na farmácia, para prevenir a contaminação
de medicamentos produzidos e dispensados; Atuar como membro da padronização dos
germicidas e saneantes; e divulgar relatórios sobre produtos lançados; Recomendar os critérios
para aquisição de antissépticos, desinfetantes, esterilizantes, medicamentos e produtos para a
saúde; Inspecionar a manipulação dos antissépticos, desinfetantes e esterilizantes, dando
informações e orientações sobre os produtos para os setores que os utilizam; Fazer parte da
elaboração e desenvolver projetos de pesquisa em CIH, de investigação epidemiológica dos
surtos ou suspeita desses; Integrar nos programas de farmacoepidemiologia, relacionados a
estudos de utilização de medicamentos e farmacovigilância.
Dentro deste novo contexto da prática farmacêutica, no qual a preocupação com o bem estar
do paciente passa a ser a viga mestra das ações, o farmacêutico assume papel fundamental,
somando seus esforços aos dos outros profissionais de saúde e aos da comunidade para a
promoção da saúde. Os autores James & Rovers identificaram quatro categorias de iniciativas
que podem ser implantadas pelos farmacêuticos para a melhoria do estado de saúde da
comunidade: Acompanhamento e educação do e para o paciente; Avaliação dos seus fatores
de risco; Prevenção da saúde; Promoção da saúde e vigilância das doenças. Ainda segundo os
autores acima, a promoção da saúde pode ser feita através de três domínios que dão suporte
aos serviços oferecidos à população: Disposição de serviços de prevenção clínica; Vigilância e
publicações em saúde pública e Promoção do uso racional de medicamentos pela sociedade.
A abordagem de James & Rovers está alinhada aos tópicos relacionados pela OMS em relação
a medidas que podem ser adotadas para a promoção da saúde. Transpondo para a nossa
realidade as estratégias defendidas mundialmente, é possível dizer que o farmacêutico (da
drogaria, farmácia comercial ou farmácia privativa dos hospitais e unidades ambulatoriais de
saúde) pode trabalhar sob três pontos básicos: reorientando o serviço de farmácia,
desenvolvendo as habilidades da comunidade e incentivando os indivíduos à ação comunitária.
A profissão farmacêutica, do século XX até os dias de hoje, passou por vários momentos
difíceis, inclusive experimentando a perda da identidade. Com a prática da atenção
farmacêutica e a carência da população de um farmacêutico mais atuante em defesa do uso
racional dos medicamentos, surge uma oportunidade ímpar para o desempenho de seu papel
perante a sociedade. Com isso, através dessa revisão, percebe-se que para um bom
funcionamento das CCIH e PCIH, faz-se necessário a interação de todos os membros e de
todos os profissionais de saúde, com o objetivo principal de prevenir a propagação dos micro-
organismos resistentes, evitando assim, as altas taxas de infecções hospitalares, altas
mortalidades e/ou alto tempo de internação.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA