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Lição 1: Jesus e a salvação

TEXTO Á U R E O “Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 1.21; 8.25; 10.22; Lucas 1.47; 2.11,30.

INTRODUÇÃO

Desde o ventre de sua mãe, Jesus já era apresentado por Deus como aquele que haveria de trazer
a solução para a reconciliação do homem com o seu Criador, livrando-o da condenação eterna,
resultante do pecado do primeiro Adão. A nossa salvação foi, e é, sem dúvida, o maior de todos os
milagres operados por Jesus. Com esta lição, iniciamos uma incursão pelas páginas dos Evangelhos,
extraindo alguns dos maravilhosos ensinos de Jesus, nosso Senhor.

I. O NOME DE JESUS ANUNCIADO

1. Sete séculos antes. Jesus teve seu nome previsto, séculos antes de seu nascimento, e
divulgado nas páginas áureas das Escrituras. O profeta messiânico, Isaías, com setecentos anos de
antecedência, vaticinou que seu nome seria “…Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” (Is 9.6b). Para cumprir sua missão salvífica, Ele teria que ter um nome assim,
revelando sua personalidade e seu caráter único e inigualável.
2. O nome de Jesus e sua missão. Quando José, desposado com a jovem Maria, percebeu que
sua noiva estava grávida (cf. Mt 1.18), sem haver-se ajuntado com ele, “intentou deixá-la
secretamente” (Mt 1.19). Contudo, por ordem divina, o anjo do Senhor lhe apareceu, tranquilizando-
lhe, e dizendo que ela estava grávida pelo poder do Espírito Santo, e teria um filho, cujo nome seria
Jesus, “porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). [grifo nosso]
3. O nome de Jesus e seu significado. O nome Jesus é a forma grega do nome Josué (no
hebraico, Yeoshuah ), que significa “O Senhor salva”, ou “Jeová Salva”. O significado do nome está em
harmonia com a missão salvadora de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso é confirmado em Hb 7.25, que diz
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus…” e em At 4.12: “E em
nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos”.

II. JESUS PROCLAMADO COMO SALVADOR

1. O testemunho do anjo. Antes, o anjo Gabriel já anunciara a Maria que o nome do seu filho
seria Jesus, que significa “salvador”. Aos pastores de Belém, um mensageiro celestial asseverou que
não temessem, pois, na cidade de Davi, havia nascido “o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).

2. O testemunho de Simeão. Por revelação do Espírito Santo, o velho Simeão, “homem justo e
temente a Deus”(cf. Lc 2.25) soube que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. “E, pelo
Espírito, foi ao templo…” (Lc 2.26,27a) [grifo nosso]. No santuário, Simeão, ao ver o menino Jesus, o
tomou nos braços, e exclamou: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua
palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2.29,30).

3. O testemunho de João, o Batista. Como um pregoeiro da verdade, João Batista testificou da


missão de Jesus, exclamando, às margens do Jordão: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo” (Jo 1.29b), e o fez por revelação divina, pois Deus lhe dissera que o Cristo seria aquele sobre
quem João visse descer o Espírito Santo em forma corpórea de pomba (Jo 1.32-34; Mt 1.16,17).

4. O seu próprio testemunho. Na casa de Zaqueu, após este confessar seus pecados, Jesus
afirmou que a salvação chegara àquela casa, “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se
havia perdido” (Lc 19.8-10). Apresentando-se como o Bom Pastor, Jesus afirmou: “Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á…” (Jo 10.9a). No memorável sermão, à entrada de Jerusalém, o
Senhor afirmou que não veio para julgar, “mas para salvar o mundo” (Jo 12.47). A Nicodemos, príncipe
dos Judeus, Jesus disse que todo aquele que nEle crê não perece, mas tem a vida eterna (cf. Jo 3.16).
Em Jo 5.24, Ele afirmou que quem ouve a sua palavra tem a vida eterna.
III. OS ENSINOS DE JESUS SOBRE A SALVAÇÃO

1. A fé como meio para a salvação (Jo 3.16). No diálogo com Nicodemos, Jesus asseverou a
necessidade do novo nascimento (Jo 3.1-5), e revelou a verdade central do Novo Testamento,
considerada por muitos estudiosos o “Texto Áureo” dos Evangelhos, ao dizer que “Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3.16). Da parte de Deus, o amor que salva. Da parte do homem, a fé que aceita a
salvação de Deus (ver Ef 2.8,9). A fé que salva não é a fé meramente intelectual (ver At 8.13,21). Mas
é a fé viva, que nasce no coração, estimulada pelo Espírito, com base na Palavra de Deus. “…a fé é pelo
ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). O amor leva Deus ao encontro do homem perdido. A
fé leva o homem perdido ao encontro com Deus.

2. A necessidade do arrependimento. O termo “arrependimento” na Bíblia tem o sentido de


contrição, tristeza e angústia do pecador diante de Deus, por seus pecados, e também voltar-se
resoluto para Deus. É uma mudança total de rumo na vida: deixar a senda de pecado e caminhar de
volta a Deus e, continuar a caminhar com Deus.

3. A renúncia indispensável. O arrependimento para a salvação não pode ser apenas um


impulso de um momento. Precisa ser vivido na prática, na continuidade da vivência do cristão. Para
tanto, há necessidade de renúncia quanto à velha vida (cf. 2Co 5.17). Jesus disse: “Se alguém quiser
vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Aqui está o
ponto crítico da conversão de um pecador. A natureza humana, contaminada pelo germe do egoísmo, e
da rebeldia contra Deus, reluta e resiste em dar lugar à renúncia dos interesses mesquinhos, carnais e
efêmeros, para aceitar o senhorio de Cristo.

4. A perseverança do salvo. A vida cristã não é um “mar de rosas”. Jesus afirmou aos seus
discípulos que teriam aflições, no mundo, mas que tivessem bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (cf.
Jo 1 6.33). Jesus nos garante a vitória, na luta pela permanência como salvos em seu nome. Mas, para
chegarmos na eternidade, com Deus, é necessário que tenhamos perseverança.
O cristão enfrenta lutas e desafios constantes, a começar de parte de seus próprios familiares e
conhecidos. O Senhor previu que pais e filhos não se entenderiam, e que os crentes seriam odiados por
causa de seu nome (Mt 10.21,22), mas que “…aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10.22b).
Diante disso, não há base bíblica para a doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns já
nascem para serem salvos, e outros, desafortunados, já nascem miseravelmente predestinados à
perdição. Isso não condiz com o caráter de Deus, revelado nas Escrituras. Para ser salvo, é necessário
crer em Jesus, com arrependimento, e permanecer salvo, através da santificação (cf. Hb 12.14). A
santificação se manifesta através da perseverança, em obediência aos ensinos de Jesus.

IV. A FÉ PESSOAL RECONHECIDA

A doutrina calvinista ensina que o homem nada faz para ser salvo. Segundo esse ensino, a
salvação vem de cima, como um “prato feito” para o pecador. Se ele é um “eleito”, não precisa nem
estender a mão para receber a salvação. Nesse ensino, não há lugar para a fé pessoal. Mas Jesus
valorizou a fé de cada pessoa que o buscou de todo o coração. A mulher que foi curada do fluxo de
sangue ouviu de Jesus: “…Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou” (Mt 9.22); vendo a fé do paralítico de
Cafarnaum, Ele disse: “Filho, perdoados estão os teus pecados ” (Mc 2.5); à pecadora que ungiu seus
pés, Jesus disse: “A tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 7.50). A fonte da salvação é a graça de Deus:
“Pela graça sois salvos…”; mas a fé é o meio da parte de Deus, qual é a mão estendida do pecador em
direção à mão estendida do amor de Deus: “…por meio da fé”. (Ver Ef 2.8,9.) “…e isso não vem de vós;
é dom de Deus” (Ef 2.8). Grifamos a palavra isso, lembrando que ela se refere diretamente à salvação
e indiretamente à fé. A salvação é o grandioso dom de Deus, bem evidente nesta passagem e no seu
contexto.

CONCLUSÃO

Sem dúvida alguma, a salvação trazida por Jesus Cristo, foi o maior milagre propiciado por Deus ao
ser humano, depois da Queda, no Éden. As curas, as maravilhas, a sua mensagem, tudo foi usado por
Ele para despertar o homem para aceitar o dom de Deus, a salvação (Ef 2.8). O perdido, uma vez que
creia e se arrependa dos seus pecados, confessando a Cristo como seu Salvador e Senhor, tem a vida
eterna (Jo 5.24).
Lição 2: Jesus e a renúncia

TEXTO ÁUREO “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome
cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Lucas 9.23-26; 14.33.

INTRODUÇÃO

As pessoas descrentes ouvem o evangelho e muitas delas entendem que ele é a verdade de Deus
para a salvação. Entretanto, a natureza humana, decaída por causa do pecado, resiste em aceitar
Cristo como Salvador, em virtude de ter que abrir mão de seus próprios interesses, dos prazeres
efêmeros, das amizades, da opinião dos parentes, dos amigos, que são contrários a uma decisão tão
séria, que implica mudar completamente a maneira de ser, de viver, de pensar e de agir. Nesta lição,
veremos que Jesus foi bastante incisivo com relação à renúncia, como fator indispensável para que
alguém seja seu discípulo.

I. CONCEITUAÇÃO

Renúncia quer dizer “ato ou efeito de renunciar” e renunciar significa “não querer; rejeitar,
recusar; deixar voluntariamente a posse de algum bem, de alguma coisa” (Aurélio). Nesta lição,
entenderemos a renúncia, no sentido da pregação de Jesus, significando a voluntariedade em abrir
mão dos próprios interesses, e da própria vida, a fim de segui-lo fielmente.
É preciso que tenhamos em mente que a renúncia do seguidor de Cristo não é um ato de
alienação, inconsequente, gratuito e sem propósito. Pelo contrário, quando alguém abre mão de si
próprio para entregar sua vida ao senhorio de Cristo, esse alguém foi conscientizado pelo Espírito
Santo de que o faz porque sabe que terá algo infinitamente melhor para a sua vida.

II. CONDIÇÕES PARA SEGUIR A JESUS

1. Ter vontade. Jesus respeita a vontade da pessoa, e essa é uma das mais impressionantes
características do seu relacionamento com o homem. Em sua pregação ele disse: “Se alguém quer vir
após mim...” (Lc 9.23a). Ele não impôs sua vontade sobre os sentimentos dos pecadores. Nas
Escrituras vemos esse traço da sua personalidade. Numa festa, em Jerusalém, dentro do templo, Ele
disse: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba” (Jo 7.37). Na carta à igreja de Laodiceia, Jesus
escreveu: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua
casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20) [Grifo nosso]. Jesus não empurra portas, não força a
vontade humana. É preciso segui-lo voluntariamente.

2. Renunciar a si mesmo. É o mesmo que negar-se a si mesmo. Jesus disse: “negue-se a si


mesmo…” (Lc 9.23b). E isso não é fácil. A natureza humana, após a Queda, tornou-se egoísta,
insensível, individualista, personalista. O “eu” tornou-se uma espécie de “deus”. Poucas pessoas
conseguem romper com a natureza carnal, a fim de renunciar a si próprias e darem lugar a Deus. Na
parábola do semeador (Lc 8.4-15), vemos que uma parte da semente caiu entre os espinhos, e Jesus
explicou que são aqueles que recebem a Palavra com alegria, mas depois, “são sufocados com os
cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição” (Lc 8.14). A natureza humana,
mesmo a do cristão, tende a acomodar-se à velha vida, aos velhos costumes. Mas para ser discípulo de
Jesus, é imprescindível renunciar às práticas antigas e más (vide 2Co 5.17).

3. Renunciar bens, pai, mãe e amigos (Mc 10.28-30). Um jovem rico entristeceu-se por Jesus
ter-lhe dito que deveria vender tudo o que tinha e segui-lo (Mc 10.17-23). Pedro, então, disse: “eis
que nós tudo deixamos e te seguimos” (Mc 10.28). Jesus deu uma resposta de sublime sabedoria,
dizendo que “ninguém há que, tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher,
ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste
tempo, em casas, e irmãos, e irmãos e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século
futuro, a vida eterna” (Mc 10.29,30). Notemos que, aqui, não há um ensino impositivo, no sentido de
sempre alguém ter que deixar bens, pais e parentes para seguir a Jesus. Mas Ele disse que não há
ninguém que, fazendo isso, tenha prejuízo, mas que será recompensado, tanto nesta vida, quanto no
porvir (ver Lc 14.33). Na realidade, o que Jesus não aceita é que alguém ame ao pai, à mãe ou a filhos
mais do que a Ele.
4. Tomar cada dia a cruz. “…tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23c). Só toma a cruz
quem já decidiu seguir a Cristo. Tomar a cruz significa renunciar ao seu próprio “eu” (o viver segundo
a carne, fazendo a nossa própria vontade), e de bom grado sofrer por amor de Cristo. E isso acontece
com todo o crente fiel, sincero, humilde e obediente. Jesus disse: “…no mundo tereis aflições…” (Jo
16.33; ver 2Tm 3.12). A cruz inclui aflições, tribulações, perseguições, de modo claro e explícito. Há
crentes, infelizmente, que, dominados pelo relativismo e pelo modernismo, entendem que a vida deve
ser de tal forma que não tenha qualquer sofrimento. Muitos são adeptos da falsa Teologia da
Prosperidade, que prega o paraíso na terra, sem pobreza, sem doença, sem aflições, contrariando a
Palavra de Deus.

III. PERDENDO PARA GANHAR

1. Quem quer ganhar, perde (Lc 9.24). Jesus colocou diante dos discípulos uma crucial decisão
a ser tomada. Ele afirmou que “qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á”. A vida humana, por
melhor que seja, é efêmera, passageira. Muitas pessoas apegam-se a ela de tal forma, que rejeitam a
Deus, a Cristo e a salvação. Há quem perca a salvação, mesmo tendo ouvido a Palavra, por causa dos
cuidados deste mundo, da sedução das riquezas (Mt 13.22). Há os que não admitem de modo algum
deixar de lado a vida social, com suas festas, encontros, reuniões de fim de semana; há os que não
querem perder a condição financeira, pois, se tornando cristãos, terão que renunciar negócios escusos,
sonegação de impostos, venda de produtos ilícitos (bebidas, fumo, jogos, loterias, etc); há os que não
querem deixar a fornicação, o adultério, a prostituição, o homossexualismo, pois tudo isso é a vida que
não querem perder. E, assim, “salvando” a vida, acabam por perdê-la eternamente, por rejeitarem a
salvação em Cristo Jesus.

2. Quem perder, ganha (Lc 9.24b). Por outro lado, há pessoas que “perdem” a sua vida para
salvá-la, pelo fato de renunciarem às coisas terrenas, e darem lugar às coisas de Deus, aceitando
Cristo como Salvador, cumprindo o que ensinou o Senhor; “mas qualquer que, por amor de mim,
perder a sua vida a salvará”. Na vida espiritual, os que aceitam Jesus, sabem que estão renunciando a
muitas coisas, conscientemente, entendendo que em Cristo têm muito mais a ganhar nesta vida e na
eternidade (ver Mc 10.29,30). Paulo, divinamente inspirado, exclamou: “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

3. O perdedor insensato (Lc 9.25). Neste ensino, Jesus fez uma indagação de profundo
significado espiritual e filosófico, após dizer que quem quer ganhar a vida sem Ele, a perderá: “Porque
que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?”. Ter
bens, ganhar dinheiro, comprar objetos, possuir terras, casas, propriedades, e outras coisas mais, é o
sonho da maioria das pessoas. De fato, há os que querem “granjear o mundo todo”. Daí, porque tantos
estão buscando o enriquecimento ilícito, seja utilizando-se da jogatina, oficial ou não; seja através de
negócios escusos, nas empresas ou nos órgãos públicos, gerando escândalos, que envergonham a
nação. É a avareza, a ganância por dinheiro, que conduz muitos à perdição. Paulo diz que “o amor ao
dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1Tm 6.10), levando muitos a se desviarem da fé e se
prejudicarem a si mesmos, como previu Jesus. Testemunho diferente teve o apóstolo Paulo, quando,
em sua carta aos filipenses, escreveu: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E,
na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que
possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8).

CONCLUSÃO

A renúncia para seguir a Cristo é passo importante na conversão. Para aceitar Jesus, o pecador é
chamado a arrepender-se e crer no evangelho. Para ser discípulo, de modo consciente, ele descobre
que precisa renunciar o mundo com seus prazeres, também à opinião dos pais e de amigos, e abrir
mão de seus conceitos e preconceitos, dando a primazia ao senhorio de Cristo em sua vida. O ensino
de Jesus é claro a esse respeito, requerendo do crente buscar o reino de Deus em primeiro lugar (vide
Mt 6.33).
Lição 3: Jesus e a humildade

TEXTO ÁUREO

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Mateus 11.25-30.

INTRODUÇÃO

Entre os ensinos de Jesus, certamente os que se referem à humildade têm nEle um exemplo
inigualável. Sendo Deus, fez-se homem, sujeitando-se às tentações, ao sofrimento, “humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8b). Sendo rico, fez-se pobre para nos
enriquecer eternamente; sendo onipotente, onisciente e onipresente, “aniquilou-se a si mesmo,
tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7).

I. REVELAÇÃO AOS PEQUENINOS

1. Coisas ocultas aos sábios e entendidos (v.25b). Jesus, elevando sua voz aos céus, dirigiu-
se a Deus, e agradeceu-Lhe por haver ocultado “estas coisas aos sábios e instruídos”. “Estas coisas” a
que se referia Jesus eram as profundas verdades, a “Palavra de Deus; o mistério que esteve oculto
desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos”, “…são as
riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.25-
27). Quando Ele falou aquelas palavras, o mundo já tinha conhecido Sócrates, Platão, Sófocles, e tanto
outros filósofos da antiguidade, sem contar os muitos sábios, ensinadores e mestres no reino de
Herodes. Entretanto, desde o nascimento de Cristo na manjedoura, até à sublimidade de sua morte,
nada foi revelado aos grandes daquele tempo. Da mesma forma, hoje, as verdades do evangelho estão
ocultas àqueles que se consideram grandes, sábios e entendidos. A esses, falta a condição
indispensável para ter acesso aos arquivos dos céus — a humildade.

2. A revelação aos pequeninos (v.25b). No momento em que agradecia ao Pai por haver
ocultado as verdades dos céus aos “sábios e instruídos”, Jesus se alegrava por haver Deus as revelado
“aos pequeninos”. Sem dúvida, naquele contexto, Ele se referia aos humildes, que se sentiam
pequeninos diante de Deus. Os Evangelhos comprovam esse fato. Havia tantas virgens em Israel, mas
só Maria recebeu o anúncio da encarnação de Jesus (Lc 1.28-35); havia muitos rapazes em Israel, mas
só José foi escolhido para ouvir sobre a vinda do “Emanuel” (Mt 1.19-23); havia muitos pastores em
Belém, mas somente alguns poucos tiveram a visão dos anjos, anunciando o sublime evento (Lc 2.10-
14). Eles eram pequeninos. Agora, também, só os humildes, sejam eles pobres ou ricos; sábios ou
ignorantes; só a eles, os que temem a Deus, o evangelho é revelado pelo Espírito Santo.

II. CONVITE GLOBAL

1. “Vinde a mim, todos…” (v.28a). O convite de Jesus aos homens não é excludente, mas é
inclusivo, pois é feito a “todos” que estão “cansados e oprimidos”, ou seja, aos pecadores, sofridos e
oprimidos, sob o fardo do pecado, que lhes é imposto pelo Diabo. Infelizmente, a maioria das pessoas
encontra-se assim. Jesus, que não amou só a Israel, mas “…o mundo, de tal maneira… para que todo
aquele que nele crê não pereça…” (Jo 3.16), mandou pregar o evangelho não só aos “eleitos”, mas “por
todo o mundo”, “a toda criatura” (Mc 16.15). Podemos dizer que o evangelho, no plano de Deus, é
globalizado. Aliás, os homens estão muito atrasados. Só agora falam de “globalização”. A globalização
de Deus já foi prevista, antes mesmo da criação do mundo. Ainda assim, mesmo sendo um convite a
“todos”, só têm condições de se beneficiar dele os que são “pequeninos”, os “pobres” ou “humildes de
espírito” (vide Mt 5.3). Há muitos cansados do pecado, mas não têm condições de atender ao convite
de Jesus, pelo fato de se considerarem “grandes” perante Deus. Há ricos humildes e pobres orgulhosos.
Os primeiros tornam-se pequeninos e têm acesso às coisas reveladas por Deus. Os últimos, mesmo
pobres, tornam-se grandes, distantes do evangelho.
2. Convite ao alívio divino (v.28b). Jesus convidou a todos os cansados e oprimidos,
prometendo-lhes alívio para suas vidas. O cansaço e a opressão do pecado têm efeito terrível sobre as
pessoas, a ponto de levar muitas à depressão, à angústia profunda e até ao suicídio. Os que se
embriagam, os que usam drogas, os que se prostituem, os homossexuais, um dia acabam cansando.
Muitos, porém, não têm forças para romper os grilhões do pecado. Falta-lhes a força da humildade para
receberem o alívio prometido pelo Senhor. Quantos que enchem as salas dos psiquiatras, dos
psicólogos e clínicas de repouso, buscando alívio para seus males espirituais e emocionais, pagando
caro por tratamentos demorados, muitas vezes sem sucesso. Quantos gostariam que fosse anunciada a
descoberta de um comprimido, uma pílula, que, tomada, propiciasse alívio para alma, dando-lhes paz.
Mas, infelizmente, a paz não vem em comprimidos. Só Jesus, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) pode
conceder a paz e o alívio aos corações. Para isso é necessário que atendam ao convite de Jesus. E só
podem fazê-lo os “pequeninos” ou os humildes a quem o Senhor se referiu.

III. TOMANDO O JUGO DE JESUS

1. Conceito de jugo. A palavra jugo designa um antigo instrumento de trabalho que se colocava
sobre uma junta de bois, para que os mesmos trabalhassem juntos; é equivalente à canga,
representada por uma madeira curva, que se punha sobre o pescoço do boi, para mantê-lo preso ao
carro ou ao arado (Aurélio); também significa, figuradamente, opressão, sujeição.

2. O jugo de Jesus. “Tomai sobre vós o meu jugo…” (v.29a). A palavra jugo dá ideia de algum
tipo de peso, de instrumento de opressão. O jugo de Jesus, no entanto, é diferente. Não é pesado, nem
opressor. Ele próprio afirmou: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (v.30). Contudo,
uma pessoa só pode aceitar o jugo de Jesus se for humilde, após ter passado pelo teste da renúncia e
de ter tomado a cruz de cada dia (Lc 9.23). Os pobres ou humildes de espírito (Mt 5.3) aceitam o jugo
de Jesus, mesmo sabendo que isso implica ficar muitas vezes em desvantagem perante o mundo, pelas
consequências da decisão, em seguir ao Senhor. Já vimos que podem perder pais, mães, irmãos,
amigos e até bens, por causa do nome de Jesus. Contudo, a visão espiritual, resultante do
quebrantamento diante de Deus e de sua palavra, os torna humildes o suficiente para aceitarem o jugo
do Senhor.

IV. CONVITE AO APRENDIZADO

1. “Aprendei de mim…” (v.29). Existiram muitos mestres e ensinadores no passado e ainda


hoje. Contudo, ninguém jamais se igualou ao Mestre Jesus. Os estranhos lhe reconheciam como mestre
(Mt 9.11; 17.24); seus discípulos reconheciam sua maestria; Ele próprio se apresentou como Mestre
(Mt 23.8; Jo 13.13). Em sua ressurreição, Maria lhe chamou de “Raboni”, que quer dizer Mestre! (Jo
20.16b).

2. “Que sou manso e humilde de coração” (v.29). Jesus demonstrou ser o Mestre por
excelência. Quando convidou os discípulos para aprenderem com Ele, tinha autoridade para isto. Na
noite que antecedeu sua morte, deu uma profunda lição de humildade. Assumindo a posição de um
escravo, tomou uma bacia com água, e pôs-se a lavar os pés dos discípulos (Jo 13.5). Nenhum rabi
(mestre) fizera aquilo antes. Jesus lhes indagou: “Entendeis o que eu vos tenho feito?”. E acrescentou:
“Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu sou” (Jo 13.12b,13), e lhes disse que
deveriam seguir o seu exemplo de humildade. Hoje, se alguém, na igreja, precisa aprender a ser
humilde, basta matricular-se na escola de Jesus. Ele ensina, e não cobra nada, a não ser a obediência à
sua Palavra. Suas aulas não são teóricas, mas práticas, ou seja, “espírito e vida” (Jo 6.63).

3. Os humilhados são exaltados. É um ensino revolucionário o de Jesus. Enquanto para os


homens os exaltados são os grandes, os poderosos, o Mestre contrariou todos os conceitos, e afirmou
que o maior entre seus seguidores é servo dos outros, e que “o que a si mesmo se exaltar será
humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.11,12), constituindo-se um
verdadeiro paradoxo para a mente humana.

CONCLUSÃO

Jesus em seu viver foi um exemplo em tudo. Diferente de muitos mestres, que ensinavam o que
não faziam, e faziam o que não ensinavam, Ele provou ao mundo que seus ensinos e sua doutrina
estavam muito acima das filosofias humanas, inspiradas no intelecto limitado e falho dos mortais. Seus
ensinos sobre a humildade foram por Ele vividos a cada dia no seu ministério, quando “humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
Lição 4: Jesus e a solicitude pela vida

TEXTO ÁUREO

“Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo
que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir” (Mt 6.25a).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.19,24-26,28,31-33.

INTRODUÇÃO

Certo pensador disse que “a ansiedade começa onde termina a fé; e a fé termina onde começa a
ansiedade”. A solicitude recorrente é sinônimo de cuidado e preocupação. Ela tem sido responsável por
grande parte dos problemas espirituais e emocionais de muitos crentes. Segundo Mc Millen, médico
evangélico, 90% das enfermidades são de origem emocional e a ansiedade contribui para seu
agravamento. Diante disso, os ensinos de Jesus são poderosos para evitarmos as causas e efeitos da
ansiedade.

I. A SOLICITUDE QUANTO A TESOUROS PERECÍVEIS

1. Traça, ferrugem e ladrões (v.19). Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça
e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”. Os “tesouros na terra” são as
coisas consideradas pelos homens de valor absoluto, tomando o lugar das coisas que Deus tem para
nós. Ler 2Co 4.18. Os bens da terra estão sujeitos ao desgaste, à deterioração. Hoje, a traça e a
ferrugem pode ser a desvalorização do dinheiro, seja pela inflação (aumento constante, geral e
sistemático dos preços), seja pela desvalorização cambial, em relação a uma moeda forte estrangeira,
como é o caso do Real perante o Dólar, ou um confisco monetário, como ocorreu no Brasil, num
determinado “plano econômico”. Além disso, literalmente, os bens terrenos são cobiçados pelos ladrões
e isso causa ansiedade.
2. O coração no tesouro (v.21). O Mestre disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará
também o vosso coração”. Há quem volte o seu coração totalmente para as coisas desta vida, ou seja,
preocupa-se somente em conseguir e acumular muitos bens, principalmente dinheiro. A avareza é
idolatria (Cl 3.5a). “…o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1Tm 6.10a). O coração no
tesouro significa colocar pensamentos, emoções, sentimentos, energias e habilidades, voltados
inteiramente para coisas desta vida. (Ler 2Co 4.8).

II. TESOUROS NO CÉU

1. Nem ladrão, nem inflação. Jesus ensina como sermos verdadeiros milionários ou bilionários
do céu, recomendando que devemos ajuntar “tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”. Aquilo que mandamos para lá está seguro,
imune a qualquer desgaste. A preocupação com a segurança, aqui, na terra, é geral. Contudo, no céu,
a “Nova Jerusalém”, para onde vão os salvos, nem sequer há luz nem grades, porque “o Cordeiro é a
sua lâmpada” (ver Ap 21.23,25,27). Os bens entesourados no céu estão seguros.

III. COMO NÃO VIVER ANSIOSO

1. Não servir a dois senhores (v.24). Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores”, sob
pena de se dedicar a um e desprezar o outro, e aduziu: “Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Tudo
isso tem um sentido espiritual. Na verdade, Jesus queria dizer que se alguém queria segui-lo, não
poderia voltar-se para outro deus. Mamom é palavra aramaica, que significa riquezas, as quais, para
muitos, são um deus. Ou se confia em Deus, ou nas riquezas. Uma atitude exclui a outra. Tentar
acomodar-se, numa vida dúbia, buscando servir ao Senhor e às riquezas desta vida, é um engano
gerador de solicitude.
2. Não andar cuidadosos:
a) Quanto à vida (v.25). A vida é dom de Deus (1Sm 2.6). É um milagre que se repete a cada
nascimento de um novo ser. E na sucessão de seus momentos, com o passar dos anos, vão surgindo
problemas, dificuldades e apreensões. Isso faz parte do viver na terra. Entretanto, a inquietação ou
solicitude jamais resolverão os problemas. Pelo contrário, só os agravarão. Por isso, Jesus ensinou que
não devemos andar ansiosos quanto à vida. É melhor viver como o salmista: “O Senhor é a força da
minha vida; de quem me recearei?” (Sl 27.1b).
b) Quanto ao alimento. O Senhor exorta a não andarmos cuidadosos pelo que havemos de comer
ou beber (v.25b) e indaga: “Não é a vida mais do que o mantimento...?”. Esse ensino é reconfortante.
O alimento e a água são elementos essenciais, indispensáveis mesmo à sobrevivência do ser humano
sobre o planeta. A falta de pão e de água causam desespero a populações inteiras, que vivem em
regiões desérticas. A seca no Nordeste e em outras regiões do nosso País, causam muita preocupação,
principalmente aos mais pobres. Mas o servo de Deus não precisa se desesperar, deixando-se dominar
pela ansiedade.
Jesus disse: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai celestial as alimenta” (v.26). De fato, não se vê passarinhos mortos de fome por aí, quando
eles estão em liberdade. Jesus, indagou se os homens não teriam muito mais valor que passarinhos?
Com isso, quis estimular a fé em “Jeová Jiré”, o Senhor que provê todas as coisas. No mesmo texto,
Ele diz: “Não andeis, pois, inquietos dizendo: Que comeremos ou que beberemos?” (v.31). Ler Sl
37.25; Mt 6.11; 1Ts 2.9; 1Co 4.12.
c) Quanto ao vestuário (v.28). Deus fez o homem, no Éden, sem vestimentas como conhecidas
hoje. Entretanto, com o pecado, a natureza foi transtornada e Deus teve que cobrir a nudez dos
pecantes. De lá até hoje, é necessário o uso do vestuário, seja por causa do clima, seja por causa do
pudor, exigido por Deus. Mas o vestido é um bem de consumo, que custa dinheiro. E muitos passam a
preocupar-se com isso, ficando ansiosos. Jesus chamou a atenção para os discípulos, e mandou que
eles olhassem para “os lírios do campo” e observassem “como eles crescem”, sem trabalhar para isso.
Acrescentando que “nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”.
Concluindo, o Senhor assegurou que se Deus veste a erva, quanto mais haveria de vestir as pessoas!
3. Não andar inquietos (vv.31,32a). Jesus disse que a preocupação com a comida e o vestido é
própria dos gentios (v.32a). E afirmou que o Pai celestial sabe que necessitamos de todas essas coisas,
ou seja, da integridade do corpo, do alimento e do vestuário, símbolos dos bens de primeira
necessidade. Para evitar a ansiedade, o ensino geral da Bíblia corrobora as orientações de Jesus,
conforme Sl 55.22; Fp 4.6,7; 1Pe 5.7. Nenhuma ansiedade resiste a uma campanha de oração e jejum,
feita pelo crente fiel, em meio às lutas próprias da vida.
4. O Reino de Deus em primeiro lugar (v.33). É valorizar as coisas relativas a Deus, à Igreja,
acima das coisas terrenas. É cuidar da evangelização, das missões, do discipulado, da ajuda aos
necessitados, da libertação dos oprimidos pelo Diabo e tudo o mais que diz respeito ao domínio de
Deus. Notemos que essa busca não deve ser irracional, a ponto de alguém deixar de cuidar da família,
do cumprimento dos deveres, para só viver nas reuniões da igreja local. É antes de tudo, uma
prioridade espiritual. Devemos lembrar que o Reino de Deus começa em nossa casa (ler 1Tm 5.8).
5. A justiça de Deus em primeiro lugar (v.33). O Senhor não nos manda só trabalhar em prol
do seu reino, mas, também, buscar a sua justiça. Jesus deu o exemplo, no cumprimento de “toda a
justiça” (Mt 3.15), e ensinou que a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
Assim, devemos viver em justiça e santidade, a começar pelo relacionamento com os familiares, com
os amigos e irmãos, demonstrando que vivemos segundo a justiça de Deus perante os descrentes. Isso
fala da integridade que deve marcar o testemunho cristão, não só diante dos líderes da igreja, mas
diante do mundo (vide Fp 2.12,13).

CONCLUSÃO

A ansiedade tem causado muitos males espirituais, emocionais e físicos a milhões de pessoas no
mundo. Mesmo entre os crentes em Jesus, há os que se deixam dominar por fatores que causam
ansiedade, fazendo com que a fé fique sufocada e anulada em suas vidas. Como vimos, nosso Senhor
Jesus Cristo, em seus ensinos indicou-nos o caminho para vencermos a ansiedade, demonstrando que
o Deus que cuida das aves e dos “lírios do campo”, cuida de nós com seu amor e cuidado. Para tanto,
basta que nEle confiemos e busquemos o seu Reino e sua justiça em primeiro lugar.
Lição 5: Jesus e a oração

TEXTO ÁUREO

“E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus” (Lc
6.12).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.5-13.

INTRODUÇÃO

Jesus experimentou todas as situações que um homem pode sofrer. Diante de sua sublime missão,
“aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7).
Assim, Ele não somente pregava e ensinava, mas orava ao Pai, todos os dias, para assim vencer todas
as coisas, dando-nos assim o exemplo para nEle vencermos todas as coisas. Nesta lição, aprenderemos
alguns dos mais importantes ensinos de Jesus sobre a oração.

I. O EXEMPLO DE JESUS NA ORAÇÃO

1. Na escolha dos apóstolos. Jesus precisava escolher seus discípulos e não fez isso de
improviso, nem segundo critérios puramente humanos. Antes de fazer a difícil escolha, Ele “subiu ao
monte a orar e passou a noite em oração a Deus”. Quando o dia raiou, Ele se levantou, “e escolheu
doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc 6.12,13).
2. Antes de ir ao Calvário. Jesus orou a Deus, rogando por seus discípulos (Jo 17.1,9,20). Mais
tarde, às vésperas de encarar o Gólgota, Jesus foi ao monte das Oliveiras, como era seu costume (Lc
22.39) e, ali, no Getsêmani, orou intensamente, submetendo-se à vontade de Deus (Lc 22.42). Do
início ao fim do seu ministério, Jesus nos deu o exemplo de oração. Se quisermos vencer na vida cristã,
teremos que nos dedicar à oração.
3. Em momentos difíceis. Diante do sepulcro de Lázaro, morto há quatro dias, Jesus orou ao Pai,
agradecendo-Lhe, por sempre o haver ouvido (Jo 11.41,42).

II. OS PRECIOSOS ENSINOS SOBRE A ORAÇÃO

1. Não ser como os hipócritas (v.5). Jesus exortou que os discípulos não fossem como os
hipócritas, que se compraziam em “orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem
vistos pelos homens”. Os judeus cumpriam três obrigações muito importantes: dar esmolas, orar e
jejuar. Normalmente, oravam às nove horas da manhã, ao meio-dia e às três horas da tarde, à “hora
nona” (At 3.1). Ao que tudo indica, alguns escolhiam os horários de maior movimento, nas esquinas e
nas sinagogas, para chamarem a atenção a si. Na verdade, não buscavam comunhão com Deus, mas
queriam aparecer. Não devemos ser como eles.
2. “Entra no teu aposento” (v.5). Jesus ensinou aos discípulos a fazerem diferente dos
hipócritas. Ao orar, deveriam entrar no seu aposento, fechar a porta e orar ao Pai, “que vê o que está
oculto”, para serem recompensados por Ele. Extraordinária lição essa, que o Mestre da oração nos dá.
Hoje, há muitos crentes que não sabem mais o que orar, estando a sós com Deus. Só oram na igreja,
aproveitando curtos momentos de oração. Certamente, orar a Deus, em segredo, é muito valioso. Se
não o fosse, Jesus não o teria ensinado.
3. “Não useis de vãs repetições” (v.7). Note-se o adjetivo “vãs”. Jesus advertiu que os
discípulos não deveriam fazer como os gentios, os quais pensavam ser melhor atendidos por Deus se
fizessem longas orações, repetindo certas palavras rotineiras. Aqui, não se deve entender que o crente
não pode orar mais de uma vez por determinado problema. Neste caso, havendo necessidade, não se
trata de vã repetição, mas de oração insistente, perseverante, ensinada por Jesus (Lc 18.1-8; Mt 7.7).
4. “Vosso Pai sabe o que vos é necessário” (v.8). Deus sabe o que necessitamos, mesmo
antes que Lho peçamos. É o que Davi entendeu, séculos antes, ao dizer: “Sem que haja uma palavra
na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces” (Sl 139.4). Parece uma contradição: Se Deus sabe
tudo a nosso respeito, por que e para que orar? Acontece que, lá no Éden, o pecado cortou a ligação
direta que o homem tinha com Deus. Desse modo, é necessário orar, para que tenhamos comunicação
e comunhão com Deus, com a ajuda indispensável da intercessão de Jesus e do Espírito Santo (vide Rm
8.26,34).
III. A ORAÇÃO-MODELO

Na chamada Oração do Pai nosso, que Jesus ensinou, encontramos sete petições, sendo três,
relativas a Deus, e quatro, relativas às necessidades humanas.
1. Primeira petição. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (v.9). A base da
oração é a ideia de que Deus é Pai de todos os que nEle creem. A súplica começa no plural, afastando a
presunção de um Deus personalizado. Embora seja Deus onipresente, o fiel deve voltar seu olhar para
cima, aos céus, vendo-o em posição elevada (2Cr 20.6; Sl 34.3; 115.3). A primeira petição parece uma
redundância: Sendo Deus santo, para que pedir que seu nome seja santificado? Jesus nos mostra que o
nome de Deus deve ser honrado, venerado e santificado por nós, seja no falar, e no agir em seu nome.
2. Segunda petição. “Venha o teu reino” (v.10a). Aqui, há um sentido atual, que diz respeito à
implantação do Reino de Deus no presente, com a presença de Cristo, o Emanuel; e também há o
sentido escatológico, pelo qual desejamos a vinda de Cristo em glória para estabelecer o Reino eterno
de Deus, no Milênio (Ap 20.11; 21.1; 22.20; 2Pe 3.10-12). Na prática, o crente deve aceitar o domínio
de Deus sobre todas as áreas de sua vida, tendo Deus, não só como Salvador, mas como seu Senhor.
3. Terceira petição. “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (v. 10b). Temos aqui
a oração típica de quem é servo, que não tem vontade própria, e submete-se incondicionalmente a seu
Senhor. Querermos a vontade de Deus no céu, não nos implica em nada. A vontade dEle na terra, no
entanto, nos compromete. Se não tivermos cuidado, ao expressar essa petição, poderemos incorrer no
perigo da dubiedade do coração. Ou seja: a boca diz uma coisa e o coração não concorda com ela,
quando, na prática, queremos fazer valer a nossa vontade e não a de Deus.
4. Quarta petição. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (v.11). Segundo os estudiosos da
Bíblia, a expressão “de cada dia” não se encontra em outra parte do Novo Testamento. Ela indica que
devemos depender quotidianamente de Deus, para a satisfação de nossas necessidades físicas. Aqui,
literalmente, o pão é um tipo de tudo que necessitamos, tais como alimento, roupa, calçado, saúde e
bem-estar. Note-se que Jesus não nos ensinou a pedir a provisão de Deus para um mês ou um ano.
5. Quinta petição. “Perdoa-nos as nossas dívidas...” (v.12). A nossa sorte é que Deus se compraz
em perdoar. Com Ele está o perdão (Sl 130.4; Dn 9.9) pois é perdoador (Ne 9.17; Sl 99.8). Jesus nos
deu o exemplo (Lc 23.34). Devemos lembrar, porém, que essa quinta petição talvez seja a mais
comprometedora para quem a profere. É que, além de pedirmos perdão, o condicionamos à maneira
pela qual perdoamos aos nossos devedores. Assim, se alguém não perdoa de coração, pede a Deus que
lhe faça o mesmo. Por isso, é preciso ter cuidado ao orar o Pai Nosso.
6. Sexta petição. “E não nos induzas à tentação” (v.13a). Esta tradução tem causado polêmica.
Haveria possibilidade de Deus induzir à tentação? De modo algum, pois diz a Bíblia: “Ninguém, sendo
tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta”
(Tg 1.13). Parece-nos mais adequada a tradução que diz: “Não nos deixes cair em tentação...” É como
pedir a Deus que não permita vir circunstâncias sobre o crente que este não possa resistir. (Ler 1Co
10.13.)
7. Sétima petição. “Mas livra-nos do mal” (v.13b). É uma extensão da anterior. Mas entendemos
que alguém pode ser livre do mal, sem que este seja somente uma tentação. Esta última petição é
seguida de um louvor a Deus (doxologia): “porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre.
Amém!”.

CONCLUSÃO

Orar é tarefa sublime. À oração opõe-se até o Inferno. No dizer de certo pregador, “o Diabo ri de
nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”. Faz sentido.
Quando o crente ora, descortina-se diante de si, um panorama espiritual, que lhe propicia o contato
com os céus. Ele chega ao próprio trono de Deus, através de Jesus Cristo. Por isso, o Senhor nos
ensinou preciosas lições acerca do valor da oração.
Lição 6: Jesus e o amor

TEXTO ÁUREO

“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.30).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Marcos 12.30,31; João 3.16; 13.34-35; Mateus 5.43-46.

INTRODUÇÃO

Até hoje, ninguém foi capaz de definir o que é amor. Poetas, escritores e dramaturgos, sempre
tentaram esboçar uma definição de amor, mas nunca conseguiram. Por que isto? Certamente, porque o
amor, em sua expressão perfeita e absoluta, é o próprio Deus (1Jo 4.8). Podemos dizer que o amor é a
“pedra de toque” do cristão genuíno. O verdadeiro discípulo de Jesus é identificado pelo amor. Nesta
lição, abordaremos alguns aspectos importantes desse tema.

I. AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

1. O primeiro mandamento: amar a Deus (v.30). Um escriba aproximou-se de Jesus e


perguntou-lhe qual seria o “primeiro de todos os mandamentos” (Mc 12.28). O Mestre, serenamente,
respondeu, citando Dt 6.5, que diz: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu poder”.
a) “De todo o teu coração”. No Antigo Testamento, Deus disse: “Não terás outros deuses diante de
mim” (Êx 20.3). Era um preceito, uma determinação legal. Nosso Senhor Jesus Cristo, tomou esse
preceito e o transportou para a esfera do amor. O Senhor não admitia nem admite que o crente tenha
outro deus além dEle, em seu coração. Não se pode servir a Deus com coração dividido. O amor a Ele
devotado deve ser total, incondicional e exclusivo, verdadeiro e santo. É condição indispensável,
inclusive, para poder encontrar a Deus: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo
o vosso coração” (Jr 29.13).
b) “De toda a tua alma”. A alma é a sede das emoções, dos sentimentos. Podemos dizer que é o
centro da personalidade humana. O amor a Deus deve preencher todas as emoções e sentimentos do
cristão. Maria disse: “A minha alma engrandece ao Senhor” (Lc 1.46). O salmista adorou: “Bendize, ó
minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma,
ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Sl 103.1,2).
c) “De todo o teu entendimento”. Isso fala de compreensão, de conhecimento. Aquele que ama a
Deus de verdade, tem consciência plena desse amor, sendo, por isso, grato ao Senhor. É o culto
racional (Rm 12.1b).
d) “De todas as tuas forças”. Certamente, o Senhor Jesus referia-se aos esforços espiritual,
pessoal, emocional, e, muitas vezes, até físico, voltados para a adoração a Deus.
2. O segundo mandamento: amar ao próximo (v.31). Jesus, complementando a resposta ao
escriba, acrescentou que o segundo mandamento, semelhante ao primeiro, é: “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”, concluindo que “Não há outro mandamento maior do que estes”. Os judeus, a
exemplo dos orientais em geral, não valorizavam muito o amor ao próximo. O evangelho de Cristo
trouxe nova dimensão ao amor às pessoas. Paulo enfatiza isso, dizendo: “porque quem ama aos outros
cumpriu a lei” (Rm 13.8b); “O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o
amor” (Rm 13.10).

II. CARACTERÍSTICA DO VERDADEIRO DISCÍPULO

Jesus, dirigindo-se aos discípulos, de modo paternal, disse: “Filhinhos, ainda por um pouco estou
convosco... Um novo mandamento vos dou”:

1. “Que vos ameis uns aos outros” (v.34). O discípulo de Jesus tem o dever de amar ao
próximo, ou seja, a qualquer pessoa, independente de ter afinidade, amizade, ou não (Mc 12.31). Esse
é um amor devido, que faz parte das obrigações dos que servem a Cristo. Contudo, o Senhor quer que
amemos uns aos outros, como discípulos dEle, não apenas para cumprir um mandamento, mas por
afeto, de modo carinhoso, mesmo. Paulo absorveu esse entendimento, e o retrata nas seguintes
palavras: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma
comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões” (Fp 2.1). Com isso, ele enfatiza o
amor que consola, e os “entranháveis afetos e compaixões”. Esse é o amor que deve haver entre os
crentes, de coração, e não só por obrigação. Nada justifica o crente aborrecer a seu irmão. Isso é
perigoso. Pode levar à condenação (vide 1Jo 3.15).
2. “Como eu vos amei a vós” (v.34). O padrão do amor cristão é o exemplo de Cristo. É o amor
ágape, que tem origem em Deus, o qual nos amou de modo tão grande (1Jo 3.1). Cristo demonstrou
seu amor para conosco, de modo sacrificial. “Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por
nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1Jo 3.16). Isto mostra que Jesus nos amou de verdade,
de modo sublime. Por isso, precisamos expressar o amor pelos irmãos, não de modo teórico, porém
prático: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo
3.18). A prática do amor deve começar em casa, entre marido e mulher, pais e filhos e, na igreja, entre
pastores e fiéis, membros do Corpo de Cristo.
3. “Nisto conhecerão que sois meus discípulos” (v.35). Aqui, encontramos o padrão do
verdadeiro discípulo de Jesus: “...se vos amardes uns aos outros”. Este “se” é o grande desafio ao
verdadeiro discipulado. É importante que haja discípulos que façam outros discípulos. Contudo, mais
importante é que os cristãos amem uns aos outros, pois, assim, demonstram serem discípulos de
Cristo, em condições de obedecer ao Evangelho e, desse modo, viverem aquilo que pregam. Notemos
que o Mestre não indicou outra característica pelos quais seus seguidores seriam conhecidos de todos.
Não sabemos o impacto total dessas solenes palavras de Jesus entre os seus discípulos, mas Pedro
mudou de ideia rapidamente (ver Jo 13.36-38).

III. O AMOR CRISTÃO GENUÍNO

1. “Amai a vossos Inimigos” (v.44). No Antigo Testamento, a norma era aborrecer o inimigo e
amar apenas ao próximo, de preferência o amigo. Jesus contrariou toda aquela maneira de pensar e
mandou que os cristãos amassem os próprios inimigos. Ao proferir essas palavras, certamente, os
olhos dos ouvintes se arregalaram, causando-lhes grande impacto em suas mentes.
2. “Bendizei o que vos maldizem” (v.44). Sem dúvida alguma, os que ouviam o sermão
olharam uns para os outros, indagando: “Que ensino é esse? Isso contraria tudo o que nos foi ensinado
até agora!”. Podemos ver, na Bíblia, homens piedosos, como Davi, expressar até ódio aos seus
inimigos: “Não aborreço eu, ó SENHOR, aqueles que te aborrecem, e não me aflijo por causa dos que
se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl 139.22).
3. “Fazei bem aos que vos odeiam” (v.44). O espanto deve ter sido completo entre todos que
ouviam o Mestre pregar. Na Lei de Moisés, a ordem era “olho por olho e dente por dente” (Mt 5.38).
Jesus mudou todo esse ensino e disse: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se
qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”, mandando que os seus seguidores
façam bem aos que os odeiam! Se para os judeus, isso era terrível, não o é menos difícil para os
crentes, hoje. Só um crente com “abundante graça” (At 4.33) e sob o controle do Espírito Santo (1Pe
4.13,14) aceita e vive um ensino e uma prática como essa.
4. “Orai pelos que vos maltratam” (v.44). Jesus não disse em que termos se deve orar pelos
que nos maltratam e nos perseguem. Mas, no contexto em análise, não deve ser com vingança e ódio.
Certamente, devemos orar para que Deus mude seus pensamentos, as circunstâncias, e os salve,
assim os nossos desafetos passem a agir de modo diferente.
5. “Para que sejais filhos do Pai que estás nos céus” (v.45). Aqui está todo o escopo do
ensino de Jesus sobre o amor cristão. Não é amar por amar. Não é ingenuidade. É amor consequente,
que tem um objetivo sublime a ser alcançado. Todo esse amor deve ser praticado, “para que sejais
filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça
sobre justos e injustos”. Essa parte do sermão é concluída com a pergunta: “Pois, se amardes os que
vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (v.46).

CONCLUSÃO

Os ensinos de Jesus sobre o amor contrariam toda a lógica ou referencial humano a respeito do
assunto. No Antigo Testamento, o comum era amar o amigo e aborrecer, e até odiar o inimigo. Jesus
determina que o verdadeiro cristão deve amar o seu inimigo, orar por ele e abençoá-lo. É a
superioridade da ética evangélica. Uma coisa é certa: muitos que se dizem cristãos não terão condições
de ir ao encontro de Jesus, na sua vinda, pelo fato de aborrecerem a seu irmão (ler 1Jo 3.15). Que
Deus nos ajude a cumprir a doutrina cristã do amor.
Lição 7: Jesus e as enfermidades

TEXTO ÁUREO

“Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.17).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 4.23,24; 8.14-17 .

INTRODUÇÃO

Dentre as consequências da entrada do pecado no mundo, certamente as enfermidades são as que


mais perturbam as pessoas. Até mesmo os crentes em Jesus são acometidos de doenças, muitas vezes
graves, que os levam à morte. Entretanto, o Senhor Jesus Cristo deu à sua Igreja a autoridade para
curar enfermos em seu nome.

I. A TRÍPLICE MISSÃO DE JESUS

1. Ensinando o evangelho (v.23a). Nas sinagogas, normalmente aos sábados (Lc 4.16,17),
Jesus ensinava aos que ali se reuniam. Sua mensagem, exposta de modo claro e simples, o fazia
admirado por muitos, porém, irritava aos que não queriam ouvir a Palavra de Deus.
2. Pregando o evangelho (v.23b). A pregação do evangelho, ou das boas novas de salvação,
era o ponto alto do ministério de Jesus. Ele pregava nas sinagogas (Mc 1.39), nas cidades (Mt 4.13,17)
e de aldeia em aldeia (Lc 8.1).
3. Curando enfermidades (v.23c). A pregação de Jesus não era um evangelho só de palavras,
como faziam os fariseus (Jo 7.46). Sua mensagem tornava-se eloquente por causa dos sinais e
prodígios que operava (Jo 2.11). Ele próprio enfatizou este aspecto: “Se não virdes sinais e milagres,
não crereis” (Jo 4.48). Muitos creram por causa dos sinais (Jo 2.23; 3.2). Dentre esses sinais, a cura
das enfermidades teve lugar especial no ministério terreno do Senhor.

II. OS ENSINOS DE JESUS SOBRE AS ENFERMIDADES

1. Valorizava a visita ao enfermo (Mt 25.36). Ao final do sermão profético, Jesus revelou que,
no final dos tempos, serão galardoados aqueles que, em sua missão, tiveram o cuidado de visitar os
doentes: “adoeci, e visitastes-me”. Os justos indagarão sobre tal visita ao Senhor: “E, quando te vimos
enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que,
quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.39,40).
2. Jesus não condena a Medicina. Criticado por entrar na casa de um publicano, Jesus disse aos
escribas e fariseus: “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos” (Lc
5.31). Lucas, discípulo de Jesus, era médico. Quando enfermo, o crente não peca se recorrer à
Medicina, pois Deus pode usar os médicos e os remédios para conceder a cura desejada. No entanto,
para o crente deve sempre prevalecer a vontade divina, pois, às vezes, a cura não é concedida.
3. Enfermidade para a glória de Deus. Num certo lugar, Jesus viu um homem cego de
nascença. “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para
que nascesse cego?”. Ele respondeu, afirmando: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para
que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3). É preciso evitar os erros e exageros das
doutrinas extrabíblicas, muito em moda nestes dias.

III. ELE TOMOU SOBRE SI AS NOSSAS ENFERMIDADES

1. O cumprimento profético da cura divina. Em visita à casa de Pedro, Jesus “curou todos os
que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: ele tomou
sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.16,17). Neste texto bíblico, está o
cumprimento do que Isaías profetizou (Is 53.4) sete séculos antes de Jesus se manifestar ao mundo,
curando os enfermos e doentes.
2. Salvação e cura. Jesus cumpriu a profecia sobre seu poder sanador, mesmo antes de morrer
na cruz. Após o seu sacrifício expiatório, ele assegurou o direito aos seus servos de serem salvos e
curados dos males do corpo físico. O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) diz: “A morte
expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito,
alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás
para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vem juntos como bênçãos
irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16)”.
3. Exageros doutrinários. Com base no texto bíblico de Mt 8.17, que repete Is 53.4, os adeptos
da chamada “Confissão Positiva” entendem que, como a salvação, a cura divina já foi realizada na cruz,
não existindo mais doenças para os crentes. Segundo eles, se o crente apresenta algum problema de
saúde, isto é apenas “sintoma”, que precisa ser expulso, pois é coisa de Satanás. Se um crente fica
doente, dizem que é por “falta de fé” ou “por causa de pecado”. Isso é terrível, pois há homens e
mulheres de Deus, fiéis, que ficam doentes e até passam para o Senhor. Será que eles são pessoas
incrédulas ou cheias de pecado? Por outro lado, há quem diga que o texto refere-se unicamente ao
pecado (enfermidade espiritual). Jesus, com seu sacrifício, veio nos dar vitória tanto sobre o pecado,
quanto sobre suas consequências, incluindo as enfermidades. Entretanto, a vitória total, ou seja “a
redenção do nosso corpo” (Rm 8.23) só ocorrerá por ocasião da ressurreição (1Co 15.54), no
arrebatamento (Fp 3.21).
4. O crente fiel pode adoecer. Timóteo, “filho na fé” de Paulo, tinha frequentes enfermidades
(1Tm 5.23); Trófimo ficou doente cm Mileto (2Tm 4.20); Epafrodito esteve quase à morte (Fp 2.25-
30). Isso sem falar de Jó, que “era homem sincero, reto e temente a Deus; e se desviava do mal” (Jó
1.1), e padeceu de uma doença que lhe acometeu desde a cabeça até a planta dos pés (Jó 2.7). Em Mc
16.18, Jesus não disse que os enfermos seriam apenas os descrentes.
5. As doenças são reais. Se podemos impor as mãos sobre “os enfermos”, é porque eles existem
e suas enfermidades são reais e não virtuais. Não são “sintomas” apenas. São concretas. É para isso
que o crente ora, impondo as mãos ou fazem a “oração da fé” (Tg 5.14,15), que levantará “o doente”,
de verdade, e não o falso enfermo. O crente pode adoecer e ser curado imediatamente, ou
progressivamente; e pode não ser curado, se assim Deus o quiser ou permitir. A Bíblia diz “Tudo
sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao
impuro...” (Ec 9.2). Somente na eternidade, o justo será completamente diferente do ímpio: “Então,
vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml
3.18).

IV. JESUS DEU AUTORIDADE PARA CURAR

1. Poder para curar. Preparando os seus discípulos para a missão de evangelizar, Jesus “deu-lhes
poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo mal (Mt
10.1). Isso é maravilhoso. Os crentes em Jesus têm autoridade para orar pelos enfermos de todo o
tipo, seja a enfermidade espiritual, emocional ou física. Na mesma ocasião, ele disse: “Curai os
enfermos, limpai os leprosos, ...de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). No envio dos 70, ele
mandou curar os enfermos (Lc 10.9). Em suas últimas palavras, antes de ser assunto aos céus, Jesus
garantiu o seu poder, para que em seu nome os enfermos sejam curados (Mc 16.18).
2. A imposição das mãos. Jesus ensinou que os seus servos “imporão as mãos sobre os
enfermos e os curarão”. Trata-se de um ato de fé, numa demonstração de que o poder de Deus no
crente envolve o seu interior e o exterior. Assim como do corpo de Jesus saiu virtude (Mc 5.30), esta
pode, da parte de Deus, fluir do crente para o enfermo e este receber a cura, não por causa das mãos
de quem ora, mas pelo poder no nome de Jesus. Além da imposição de mãos, o crente pode ser curado
através da oração da fé com unção com óleo (Tg 5.14-16) ou através dos dons de curar (1Co 12.9).

CONCLUSÃO

As doenças, no seu aspecto geral, são consequências da entrada do pecado no mundo. No aspecto
específico, ou seja, a doença de determinada pessoa, no entanto, não se pode julgar que seja fruto de
pecado, ou de falta de fé. O cristão pode adoecer e pode ser curado de imediato ou não. Depende não
só de fé, mas, também, da vontade diretiva ou permissiva de Deus. Que o Senhor nos ajude no
incremento do ministério de cura divina, não só como fator de alívio para os doentes, mas como meio
de propagar o poder de Deus através do evangelho.
Lição 8: Jesus e o testemunho cristão

TEXTO ÁUREO

“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta,
senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens” (Mt 5.13).

LEITURA BÍBLICA EM C L A S S E Mateus 5.13-16.20.

INTRODUÇÃO

O crente em Jesus tem grande responsabilidade, diante de Deus e dos homens, para que, com seu
testemunho, glorifique o nome do Senhor.

I. “VÓS SOIS O SAL DA TERRA”

1. Propriedades do sal. Na Química, o sal é chamado Cloreto de Sódio. Esta substância tem
propriedades importantes. Por isso, Jesus a usou para tipificar o papel daqueles que são seus
discípulos.
a) O sal preserva. Desde tempos imemoriais, o sal tem sido utilizado pelos povos como substância
conservante, que preserva as características dos alimentos. O cristão, como o sal espiritual, tem a
capacidade de preservar o ambiente sob sua influência. Este mundo ainda existe porque, apesar de sua
degeneração, a Igreja, formada pelos crentes, está preservando o que resta de saúde moral e espiritual
no mundo. Quando a Igreja for tirada da terra, a podridão tomará conta dos povos sem Deus, levando-
os à decomposição final, que os levará ao Inferno. O crente tem o dever de “salgar” para preservar sua
família, seus amigos, crentes ou não e todos os que estejam de uma forma ou de outra sob sua
influência. Através das missões, da evangelização local e regional, a Igreja espalha o sal sobre o
mundo, para que ele não apodreça de vez.
b) O sal dá sabor. Uma comida sem sal nunca é vista como saborosa. Normalmente, é indicada
para pessoas que estão com problemas de saúde, para quem é contraindicado o uso do sal. A Bíblia
registra a importância do sal, como elemento que dá sabor: “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido?
Ou haverá gosto na clara do ovo?” (Jó 6.6). Da mesma forma, o crente em Jesus tem a propriedade de
dar sabor espiritual ao ambiente em que vive, à vida dos que lhe cercam. Há pessoas que se sentem
felizes em conviver com crentes fiéis, sentindo o efeito benéfico do contato com eles. E isso glorifica o
nome do Senhor. É necessário ter sal na vida, ou seja, um viver cheio de alegria, de poder,
entusiasmo, cheio do Espírito Santo. Jesus reconhecia o valor do sal, quando afirmou: “Bom é o sal,
mas, se o sal se tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal em vós mesmos e paz, uns com os
outros” (Mc 9.50). Em seu ensino, Ele disse que, “se o sal for insípido, com que se há de salgar. Para
nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens” (v.13). Isso quer dizer que, se
o crente deixar de dar seu testemunho, sua vida perde o sentido, torna-se inútil, e passa a ser “pisado”
pelos pecadores.
2. Sal na medida. Uma das características do sal é sua “humildade”. Ele preserva e dá sabor, sem
aparecer. Assim é o crente fiel. Ele é humilde. Não faz questão de aparecer. Quando o sal “aparece”,
pelo excesso, ninguém suporta. O crente como sal prega mais com a vida do que com palavras. João
Batista foi um exemplo. Falando sobre Jesus, disse: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo
3.30). O crente, quando tem sal demais, torna-se insuportável. Isso acontece, quando se torna
fanático. Em lugar de passar para os outros o sabor da vida cristã, acaba afugentando as pessoas, com
excesso de santidade. São pessoas legalistas, que vêm pecado em tudo. Por outro lado, há os que não
têm mais sal em suas vidas. São os liberalistas, que se acomodam com o mundanismo, e dizem que
nada é pecado. São extremos. É preciso ter equilíbrio no testemunho. Paulo disse: “A vossa palavra
seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um”
(Cl 4.6). O fruto do Espírito inclui a temperança (Gl 5.22).
II. “VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO”

Fazendo uso de metáforas, Jesus afirmou que os seus discípulos são “a luz do mundo”. Figura
extraordinária essa! Diferentemente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é
percebida, quando aparece.
1. O testemunho elevado. Comparando seus seguidores como luz do mundo, Jesus disse que
“não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”. De fato, as cidades sobre os montes,
quando chega a noite, refletem as luzes de suas casas e ruas. Como luz, o crente está edificado sobre
Cristo, em posição muito elevada. Ele “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6). O salmista reconhecia essa posição elevada, quando disse:
“Leva-me para a rocha que é mais alta do que eu” (Sl 61.2).
2. Crentes no velador. Jesus disse que não se “acende uma candeia e se coloca debaixo do
alqueire, mas no velador, e dá luz a todos os que estão na casa” (v.15). Velador é um suporte de
madeira, sobre o qual se coloca um candeeiro ou uma vela, em lugar elevado, na casa, de forma que a
luz que ali estiver, ilumine a todos que estiverem a seu redor. “Mas quem pratica a verdade vem para a
luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3.21). Infelizmente,
há pessoas nas igrejas, que se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da indiferença, da falta de
fé e de ação, e apagam-se, por lhes faltar o oxigênio da presença de Deus.
3. O testemunho que resplandece (v.16). “Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens...”. O crente em Jesus não tem luz própria. Ele não é estrela, com luz própria. Ele pode ser
comparado a um planeta, que é um astro iluminado por uma estrela, em torno do qual ele gravita. Na
verdade, nós somos iluminados por Jesus. Ele, sim, é a “estrela da alva” (2Pe 1.19), a “resplandecente
Estrela da manhã” (Ap 22.16). NEle, e em torno dEle, nós vivemos, e recebemos a sua luz. Com nosso
testemunho, precisamos esparzir a “luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4).
4. “Para que vejam as vossas boas obras”. O crente, como luz, dá seu testemunho, através
das boas obras de salvo, “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Muitos têm ganho almas para Jesus, na
evangelização, parque praticam um testemunho eloquente, em todos os lugares. Sabemos de servos e
servas de Deus, que, no seu lar, ganharam toda a família, por causa de suas atitudes cristãs; outros,
que no trabalho, ganharam seus colegas, por causa do comportamento cristão. Com isso, eles
glorificam a Deus, que está nos céus. Paulo, exortando os crentes acerca do testemunho, disse que
fizessem tudo “para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma
geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15). Em
Provérbios, lemos: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até
ser dia perfeito” (Pv 4.18).

CONCLUSÃO

O testemunho cristão, segundo os ensinos de Jesus, deve ser de tal modo elevado, que os homens
possam ver as boas obras do crente, e glorifiquem a Deus por causa delas.
Lição 9: Jesus e as mulheres

TEXTO ÁUREO

“E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é comigo; bendita és tu
entre as mulheres” (Lc 1.28).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 1.30,31; Lucas 8.1-3; Marcos 16.1,2,9.

INTRODUÇÃO

Do primeiro ao último livro da Bíblia, vemos a presença da mulher, direta ou indiretamente, como
parte importante do plano de Deus para a humanidade. No princípio, criada à imagem de Deus (Gn
1.27), a mulher foi protagonista inicial da Queda. Recebeu, no entanto, a promessa de que, de sua
semente, nasceria o Salvador. E Jesus, desde o seu nascimento, até à sua morte, teve participação
feminina no cumprimento de sua missão.

I. A MULHER NA NATIVIDADE

1. Uma mensagem do céu (Lc 1.28,30,31). Nazaré, na Galileia, era uma cidade sem grande
importância política ou econômica. Certamente, nunca recebia a visita de pessoas de destaque.
Entretanto, num dia especial, uma de suas filhas, a jovem Maria, recebeu nada menos que a visita de
um mensageiro, enviado diretamente do céu, para lhe anunciar a maior notícia que o mundo jamais
ouvira: O anjo Gabriel lhe saudou, dizendo: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre
as mulheres... Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus... eis que em teu ventre
conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus”. Era o início do cumprimento da
promessa que Deus fizera à mulher, em Gn 3.15.
2. O milagre da encarnação. Pela ação sobrenatural do Espírito Santo, Maria concebeu Jesus (Lc
1.34,35). Cumpria-se a profecia de Is 7.14, que previra sua concepção virginal. No ventre de Maria,
Deus se fez presente entre os homens (Mt 1.23), redimindo a mulher da tremenda mancha que lhe
atingiu, no Éden, quando se tornou culpada, ao lado do homem, pela entrada do pecado no mundo (Rm
5.12).
3. Nascido de mulher. A promessa feita a Eva, no Paraíso, teve seu cumprimento pleno, quando
Maria “deu à luz seu filho primogênito, a quem pôs-lhe o nome de JESUS” (Mt 1.15). Jesus não nasceu
antes nem depois da hora, “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4).

II. MULHERES NO MINISTÉRIO DE JESUS

1. Jesus valorizou a mulher. Entre os judeus, de modo geral, as mulheres eram vistas como
inferiores aos homens. O historiador Josefo relata que as mulheres podiam dar graças, desde que
houvesse um homem presente, e que cem mulheres não valeriam mais do que dois homens. A mulher
não podia ler as Escrituras na sinagoga, mas um escravo, homem, podia. Certos rabinos desconfiavam
até que a mulher tivesse alma. No entanto, Jesus valorizou a mulher em seu ministério. Dialogava com
elas, em diversas ocasiões (Mt 15.21-28; Jo 4); Enquanto o Talmude dizia que era preferível destruir a
Torá (Lei) do que transmiti-la às mulheres, Jesus lhes ministrava o ensino (Lc 10.38-42). Certo rabino
escreveu a Deus: “Eu te agradeço porque não nasci escravo, nem gentio, nem mulher”. Enquanto isso,
Jesus ouvia as mulheres, curava suas enfermidades (Lc 13.11), e usava-as como exemplo em suas
parábolas (cf. Lc 15.8-10; 18.1-8). Sem dúvida, ao nascer de uma mulher, Jesus dignificou a
maternidade (Lc 1.28; Gl 4.4).
2. Jesus valorizou o trabalho da mulher. Ele as admitiu como suas cooperadoras em seu
ministério, até a sua morte (Mt 27.55b; Mc 15.41). Quando andava pelas cidades e aldeias, pregando o
evangelho, além de seus discípulos, Jesus tinha a inestimável cooperação de mulheres, de diversas
classes sociais, incluindo Joana, esposa de um procurador do rei Herodes, além de Maria Madalena, a
quem libertou, Suzana e outras, cujos nomes a Bíblia omite (Lc 8.1-3).
III. MULHERES NA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS

1. Diligência e coragem. Enquanto os homens, como discípulos, estavam “com medo dos judeus”
(Jo 20.19,26), as mulheres estavam observando o triste espetáculo da crucificação. Diz Marcos: “E
também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e
Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé” (Mc 15.40), as quais serviam a Deus. Depois,
diligentemente, foram ver o local, no qual Jesus fora sepultado por Jose de Arimatéia (Lc 23.50,55,56).
Passado o Sábado, “Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem
ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol” (Mc
16.1,2). De certo, aí, vemos o cuidado e o desvelo feminino, por parte daquelas mulheres, que foram
beneficiadas por Jesus, o seu Salvador. Ao vê-lo sepultado, quiseram demonstrar o carinho por Ele,
levando aromas para ungir seu corpo.
2. Espanto e privilégio. Quando se aproximaram do sepulcro, estavam preocupadas com a pedra
que fora posta à sua entrada (Mc 16.3). No entanto, não havia mais razão para tal, pois a pedra já
estava removida por um anjo por que Deus ressuscitara Jesus, (Mt 28.2; At 2.32; 3.15; 4.10). A
experiência vivida pelas mulheres, ali, no Horto do Sepulcro, talvez não tenha sido observada por outra
pessoa. À direita do túmulo, estava um anjo, que a Bíblia chama de “jovem”, “vestido de roupa
comprida e branca, e ficaram espantadas”. Elas foram as primeiras e únicas pessoas a ouvirem a
palavra tranquilizadora do anjo, dizendo: “Não vos assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi
crucificado; já ressuscitou”.
3. Testemunhas especiais. Parece-nos significativo o fato de Jesus, após sua ressurreição, ter
aparecido, “primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios” (Mc 16.9). Ele
não apareceu a Pedro, a Tiago ou a qualquer dos seus discípulos, não obstante ter compartilhado mais
o seu ministério com eles. Após ouvirem a mensagem do anjo, Maria Madalena correu a anunciar o
auspicioso fato aos discípulos, que estavam entristecidos e chorando. Lamentavelmente, quando
aqueles ouviram a notícia da ressurreição, da boca de uma mulher, não o creram (Mc 16.11). Será que
eles teriam perdido a fé? Ou será que descreram porque as boas novas foram transmitidas por uma
mulher? O fato é que as primeiras testemunhas do grande milagre da ressurreição de Jesus foram as
mulheres que o serviram em seu ministério.

CONCLUSÃO

Os judeus, acostumados numa sociedade oriental e patriarcal em que o homem tinha todos os
privilégios, enquanto a mulher era considerada como cidadã de segunda classe, Jesus demonstrou
interesse e atenção às mulheres, não só curando-as, libertando-as, mas admitindo-as como
cooperadoras em seu profícuo ministério. Certamente, isso chocou a muitos, sendo, inclusive,
considerado um desrespeitador das leis do país em que vivia. Que o Senhor nos ajude a entender os
ensinos sábios do Mestre da Galileia.
Lição 10: Jesus e as crianças

TEXTO ÁUREO

“Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os
impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc 10.14).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 2.21,22,46; Mateus 18.1-5,10.

INTRODUÇÃO

Tendo sido criança, Jesus vivenciou a infância em seus diversos momentos, crescendo ao lado de
seus pais, e recebendo a instrução devida na lei do Senhor. Já em seu ministério, Ele apresentou
preciosas lições, tomando as crianças como exemplo a ser seguido pelos seus discípulos. Nesta lição,
abordaremos alguns aspectos importantes dos ensinamentos de Jesus sobre as crianças.

I. JESUS VIVENCIOU A INFÂNCIA

1. Foi circuncidado ao oitavo dia. Cumprindo a Lei (Lv 12.3), os pais de Jesus o levaram ao
Templo para ser circuncidado ao oitavo dia, após o seu nascimento (Lc 2.21). Após aquela cerimônia,
Maria teve de ficar trinta e três dias em casa, até que se cumprisse o período de sua purificação (vide
Lv 12.4). Quanto a esse período higiênico, vemos o cuidado de Deus, também, com a mãe, pois,
ficando em casa em repouso, seu corpo melhor se recuperaria do desgaste natural, sofrido com o
parto.
2. Foi apresentado ao Senhor. Trinta e três dias após a circuncisão de Jesus, ele foi levado pelos
pais ao Templo, para ser apresentado ao Senhor (Lc 2.22). Normalmente, os pais teriam que oferecer,
naquela cerimônia, um cordeiro e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado (Lv 12.6,7).
Sendo pobres, apresentaram apenas “um par de rolas e dois pombinhos” (Lc 2.24; Lv 12.8). Assim
como os pais de Jesus fizeram, levando-o nos primeiros dias ao Templo, hoje, é importante que os pais
levem seus filhos para os apresentarem na Casa do Senhor.
3. Aprendeu as Escrituras em casa. Sem que seus pais soubessem, o menino achou-se no meio
dos doutores, “ouvindo-os e interrogando-os, e todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e
respostas” (Lc 2.46,47). Certamente, Jesus aprendeu com seus pais as Escrituras Sagradas. Ele podia
citar versículos de cor (Mt 4.4-7,10; 5.21,27,33,38 e outros). Sem dúvida, José e Maria procuraram
obedecer o que foi ordenado, segundo Dt 11.18-21. É indispensável, hoje, que os pais crentes tenham
o cuidado de fazer o culto doméstico, reunindo os filhos para louvar a Deus, ler as Escrituras juntos, e
orarem uns pelos outros.
4. Acompanhava seus pais ao templo. Era costume dos pais levarem os filhos ao Templo (Lc
2.41,42). Nos dias em que vivemos, em que a família está ameaçada de destruição, é necessário que
os pais, desde cedo, ensinem aos filhos o valor da Casa do Senhor, do templo mesmo, para a adoração
coletiva. Há muitos que estão permitindo que seus filhos fiquem em casa, ensinados pela “babá
eletrônica”, diante da qual, normalmente, não aprendem nada que os edifique.
5. Deu trabalho a seus pais. Jesus foi uma criança normal, que deu prazer e alegria, mas
também deu preocupação a seus pais. Por ocasião do retorno, após a Festa da Páscoa, Jesus ficou em
Jerusalém, e “não o souberam seus pais” (Lc 2.43). Isso é coisa de criança. Ele aproveitou para dar
“uma entradinha” no Templo, e “colocar os doutores no bolso”. Os pais pensavam que Ele estivesse
“entre os parentes e conhecidos”, após um dia de caminhada (Lc 2.44). Quando o procuraram, durante
um dia, e não o encontraram, voltaram a Jerusalém, “passados três dias” de busca (Lc 2.46). E foram e
o encontram, muito tranquilo, “assentado no meio dos doutores”. Ao vê-lo, ali, sua mãe lhe disse:
“Filho, porque fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos” (Lc 2.48).
É prova de sua humanidade.

II. JESUS FICOU AO LADO DAS CRIANÇAS

1. Jesus repreendeu os discípulos por causa das crianças. Os pais levavam as crianças a
Jesus para que as tocasse (Mc 10.13-16; Lc 18.15-17), lhes impusesse as mãos (Mt 19.13-15) e os
discípulos não gostavam, talvez por causa do barulho que elas faziam. Nas três referências, Jesus fica
ao lado das crianças e acrescenta: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira
nenhuma entrará nele (Mc 10.15).
2. Jesus repreendeu os sacerdotes por causa das crianças. Quando diversas crianças
clamavam “Hosana ao filho de Davi”, os principais dos sacerdotes e os escribas ficaram indignados por
causa das maravilhas que Jesus operava, e pelo fato de ouvirem o barulho do louvor das crianças. E
perguntaram a Jesus se Ele não ouvia o cântico das crianças. O Mestre, então, respondeu: “Sim; nunca
lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mt 21.15,16). Esse
ensino é significativo, pois, hoje, há pessoas que não se sentem à vontade com as crianças, no templo,
por causa do barulho que fazem. Mas é exatamente delas que sai o perfeito louvor.

III. JESUS VALORIZOU AS CRIANÇAS

1. Destacou as crianças (Mt 18.1,2). Em Cafarnaum, Jesus foi indagado pelos discípulos sobre
quem seria “o maior no Reino dos Céus”. Sem rodeios, Jesus preferiu dar uma lição prática, com uma
ilustração convincente. Chamou uma criança e “a pôs no meio deles”. Notemos que Jesus colocou o
menino “no meio”, no centro das atenções. É uma grande lição para nós. Devemos dar melhor atenção
às crianças. Elas são almas limpas que Deus colocou em nossas mãos, para que sejam salvas desde
cedo, antes que o Maligno as atraia para o mundo. Infelizmente, há obreiros que não gostam de
crianças. Há igrejas onde não há lugar para as crianças.
2. Jesus valorizou os meninos. Após colocar o menino “no meio”, Jesus respondeu aos
discípulos, mostrando que, se alguém quer entrar no reino dos céus, tem que se fazer como menino,
destacando os seguintes aspectos:
a) Conversão (v.3). “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum
entrareis no reino dos céus”. Uma criança, quando devidamente conduzida ao Senhor, ela segue a
Cristo. Ela crê em Deus com simplicidade, de todo o coração.
b) Humildade (v.4). “Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no
reino dos céus”. A criança, em geral, é humilde. Muitas vezes, quando se mostra orgulhosa, é por ver o
mau exemplo dos pais ou de parentes, a quem imita. Jesus ensinou que “os humilhados serão
exaltados” (Mt 23.12).
3. O relacionamento com os meninos (v.5). “E qualquer que receber em meu nome um
menino tal como este, a mim me recebe”. Que lição tremenda! Que bom seria que, nas igrejas, fosse
observado esse ensino de Jesus! Que os líderes tratassem melhor as crianças, cuidando do ensino
apropriado para as crianças; tudo isso, em nome de Jesus.
4. Não escandalizar os meninos (v.6). “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos,
que creem em mim, melhor lhe fora que se lha pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se
submergisse na profundeza do mar”. É um ensino duro, sem dúvida. Mas demonstra quanto o Senhor
Jesus valorizou os meninos. Os pais são sacerdotes no lar. Precisam cuidar para que seus filhos não se
escandalizem, não sofram influência da imoralidade que campeia por toda a parte, principalmente nos
meios de comunicação. Os pais devem edificar seus filhos com a Palavra de Deus.
5. Não desprezar os meninos (v.10). “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque
eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai que está nos céus”. Com esse
ensino, Jesus fez saber que é pecado desprezar ou subestimar as crianças. A expressão “seus anjos”
tem levado alguns a concluir que cada criança tem seu anjo da guarda. Aliás, era crença antiga entre
os judeus. Contudo, não podemos ensinar isso como doutrina. Se assim fosse, quando uma criança se
acidentasse, poder-se-ia dizer que o anjo tinha-se descuidado. O que podemos ensinar, e que “o anjo
do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34.7).

CONCLUSÃO

As Escrituras registram episódios notáveis, em que o Mestre aproveitou a presença de crianças,


para dar ensinos de grande significado espiritual e moral para os que o ouviam. Entre os sacerdotes
legalistas e as crianças, que cantavam no templo, Jesus ficou ao lado dos pequeninos. Quando os
discípulos quiseram ver-se livres da presença dos meninos, Jesus os repreendeu, colocando as crianças
nos seus braços para as abençoar.
Lição 11: Jesus e a felicidade

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5.8).

INTRODUÇÃO

No mundo, as pessoas têm um conceito materialista de felicidade. Na mente da maioria, ser feliz é
ter bastante dinheiro, um bom casamento, um emprego seguro, uma família ajustada. Sem dúvida,
tudo isso é desejável e pode ser visto como elementos que contribuem para um estado de espírito feliz.
Porém, a verdadeira felicidade começa, quando a pessoa se sente em comunhão com Deus, através de
Jesus Cristo, e passa a desfrutar a “paz de Deus, que excede todo o entendimento” e guarda os
corações e “os sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7). No Sermão da Montanha, Jesus explanou sua
visão, mostrando quem são as pessoas felizes, através das nove bem-aventuranças.

I. CONCEITOS IMPORTANTES

1. Origem da expressão. Bem-aventurança significa “grande felicidade, a glória, a felicidade


perfeita”. A palavra vem do grego makarismós , com o sentido de “felicidade”.
2. Bem-aventurado. Vem do grego, makários , identificando um indivíduo feliz, bem-aventurado,
“livre de sofrimentos e preocupações”. Para os judeus, uma pessoa bem-aventurada deveria ser
próspera materialmente. Para o cristão, o conceito de bem-aventurança extrapola a ideia dos gregos e
dos judeus. O crente em Jesus pode ser feliz, alegre ou triste, sorrindo ou chorando, desde que suas
lutas sejam decorrentes da fidelidade ao Senhor, e como pertencente ao Reino de Deus.

II. OS POBRES, OS QUE CHORAM E OS MANSOS

1. Os pobres de espírito (v.3). São bem-aventurados os humildes de espírito, que se sentem


sempre dependentes de Deus. A eles pertence o Reino dos céus. Não se deve confundir com alguém
que seja fraco de espírito. No Sermão da Montanha, quer dizer uma pessoa que, espiritualmente, é
totalmente dependente de Deus, para a solução de seus problemas. O pobre de espírito não é um
alienado, que abdica de sua personalidade, nem precisa viver como um monge. Tem o mesmo sentido
do que disse Davi: “Clamou este pobre e o Senhor o ouviu...” (Sl 34.6). Essas pessoas são
espiritualmente riquíssimas!
2. Os que choram (v.4). Em contraste com a visão do homem do mundo, que gasta milhões para
rir, buscando a felicidade, Jesus afirma que são muito felizes os que choram. São os que choram por
causas dos pecados e se arrependem; são os que choram, sentindo pelos outros; esse choro traz
alegria, paz e conforto; eles serão consolados (Ap 7.17).
3. Os mansos (v.5). Neste mundo, a ideia dominante é a de que uma pessoa mansa é fraca, por
não agredir, não revidar as ofensas. Na visão de Cristo, é diferente. O manso é uma pessoa forte. É
capaz de suportar com equilíbrio as afrontas, as calúnias, as injúrias. Um fraco não suporta. É uma
pessoa muito feliz. Aos mansos é prometido que herdarão a terra, sem precisar invadir propriedades
alheias.

III. OS FAMINTOS E SEDENTOS DE JUSTIÇA, OS MISERICORDIOSOS E OS LIMPOS DE


CORAÇÃO

1. Os famintos e sedentos de justiça (v.6). Certo irmão pensava que esse versículo se referia a
pessoas que têm fome e sede de vingança. Mas não é isso que Jesus ensinou. Quanto à vingança, a
Bíblia diz que pertence a Deus (Rm 12.19). O que Ele ensinou é que são felizes os que desejam a
justiça de Deus; sua retidão. Primeiro, para suas vidas (Rm 5.1). Depois, que os outros sejam
abençoados pela graça e pela justiça de Deus em suas vidas. A promessa é de que serão fartos.
2. Os misericordiosos (v.7). No sentido popular, misericórdia significa “compaixão suscitada pela
miséria alheia”. No Novo Testamento, o sentido tem a ver com alguém capaz de se colocar no lugar do
outro, sentindo sua dor, seu sofrimento. Os misericordiosos têm a promessa de que alcançarão
misericórdia. É preciso ter cuidado, pois o juízo será severo contra quem não usa de misericórdia (Tg
2.13).
3. Os limpos de coração (v.8). São muito felizes os que têm o coração limpo e puro, ante o
“Raio-X” de Deus, que é a sua Palavra. Na Palavra de Deus, limpo de coração é aquele “que não
entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.4). Esses têm a promessa de que
verão a Deus.

IV. OS PACIFICADORES, OS PERSEGUIDOS E OS INJURIADOS

1. Os pacificadores (v.9). Estes são os que promovem a paz. No grego paz é eirene e em
hebraico, shalom . Na Bíblia, a paz de Deus não significa apenas ausência de guerra, de problemas,
mas se refere a um estado de bem-estar pleno. A bem-aventurança dos pacificadores contraria o
espírito agressivo que domina o mundo presente. Em muitas igrejas, há pessoas em guerra contra
outras. Em muitos lares, há um campo de batalha. Por quê? Simplesmente porque não dão lugar ao
fruto do Espírito Santo, que lhes dá paz (Gl 5.22). O pacificador é alguém que, antes de tudo, tem paz
em si mesmo. E é capaz de dar de comer e de beber ao inimigo (Rm 12.20). Esses serão chamados
filhos de Deus.
2. Os perseguidos (v.10). Como pode ser muito feliz uma pessoa perseguida? Esta pergunta
pode ser feita pela lógica do homem natural. Notemos que a bem-aventurança é para os perseguidos
“por causa da justiça”. Hoje, fica difícil entender esse conceito ensinado por Jesus. Os cristãos
primitivos o entenderam muito bem. Foram crucificados, entregues às feras, queimados vivos,
amarrados aos postes, untados com óleo, para servirem de “lâmpadas” no palácio de Nero. Os crentes,
no início da evangelização do Brasil, foram perseguidos por causa da justiça de Deus. Ainda hoje, há
quem sofra perseguição por causa do evangelho. A esses o Senhor promete que “deles é o reino dos
céus”. É preciso seguir o ensino de Jesus sobre o que o mundo pode fazer conosco (Jo 15.18-20; ver
1Pe 2.18-25).
3. Os injuriados (v.11). Os injuriados, no texto, são os perseguidos por algum tipo de agressão
verbal, acusados injustamente pelo fato de serem servos do Reino de Deus. Contra eles, dizem todo o
mal por causa de Jesus. Nos primórdios do evangelho pentecostal, crentes eram acusados por padres
de serem “comedores de crianças”, filhos do Diabo, etc. Hoje, há quem sofra injúria e perseguição por
ser crente em repartições, em empresas, e, infelizmente, até algumas igrejas, por não compartilharem
das injustiças que o mundo perpetra contra a Igreja do Senhor. Mas aos que permanecerem fiéis ao Rei
Jesus, é prometido que o seu galardão é grande nos céus.

CONCLUSÃO

As bem-aventuranças, proclamadas por Jesus, se constituem uma das mais belas páginas das
Escrituras Sagradas. Nelas, vemos um elevadíssimo padrão ético-espiritual, o qual, em conjunto com os
demais ensinos do Sermão da Montanha, ainda não foi alcançado por muitos que se dizem cristãos. É
fácil buscar felicidade no hedonismo ou no liberalismo. Difícil é ser feliz por ser humilde, por chorar, ser
manso, sedento de justiça, misericordioso, limpo de coração, pacificador, perseguido e injuriado. Mas
para cada um desses, há promessas gloriosas, que só os vencedores por Cristo alcançarão.
Lição 12: Jesus e a Igreja

TEXTO ÁUREO

“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

LEITURA BÍBLICA EM C L A S S E Mateus 16.18-19; 18.15-20.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos alguns aspectos importantes em relação à Igreja. Esta instituição,
fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, é única em todo o mundo, em sua missão, atribuições e ação,
em prol da salvação da humanidade. Como “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), a Igreja
congrega a reserva moral e espiritual, inabalável, sobre a terra, a servir de padrão para todos os que
nela se firmarem. Que Deus nos ensine a compreender e valorizar mais a Igreja do Senhor.

I. CONCEITUAÇÃO DE IGREJA

1. Origem da palavra. A palavra igreja vem do grego, ekklesia , significando, literalmente, “os
chamados para fora”. Na Grécia antiga, identificava uma “assembleia”, em que um arauto convocava as
pessoas para uma reunião, que podia ser realizada ao ar-livre, numa praça, com finalidade religiosa,
política ou de outra ordem. Na realidade, tomos tirados “para fora” do mundo e Ele “nos fez assentar
nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6).
2. Conceituação bíblica. No Novo Testamento, encontramos expressões que denotam o
significado e missão espiritual da Igreja.
a) “Multiforme sabedoria de Deus” (Ef 3.10). Neste aspecto, a igreja revela ao mundo a sabedoria
de Deus, em suas muitas e variadas formas de manifestação. A criação do mundo, do homem, e do
universo, bem como suas relações com as coisas criadas são expressões da sabedoria divina (ver Sl
19.1-4; Rm 1.19,20).
b) “Coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15). É a única e exclusiva instituição, em todo o mundo,
em todos os tempos, que tem credenciais para ser sustentáculo da verdade. As “verdades” dos homens
mudam a cada dia. A verdade apresentada pela Igreja é imutável, pois é encarnada no próprio Cristo
(vide Jo 14.6).

II. O FUNDAMENTO DA IGREJA

1. Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo entre Jesus e os discípulos,
quando estes disseram que certas pessoas o consideravam como João Batista ressurreto, ou Elias, ou
Jeremias ou outro dos antigos profetas (ver Mt 14.1,2; Lc 9.7,8; Mc 6.14,15). Jesus lhes perguntou: “E
vós, quem dizeis que eu sou?” (v.15). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo” (v.16). Diante dessa resposta, Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque
não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que
tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela” (vv.17,18).
2. A pedra é Cristo. Na resposta de Jesus (v.18), podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a
qual a Igreja está assentada. Quando Ele disse: “Tu és Pedro”, usou a palavra petros que quer dizer
“pedrinha” ou “fragmento de pedra”, que pode ser removida. De fato, Pedro demonstrou certa
fragilidade, em sua personalidade. Numa ocasião, deixou-se usar pelo inimigo (Mc 8.33); num
momento crucial, negou Jesus três vezes (Mt 26.69-75). Por isso, quando Jesus disse: “sobre esta
pedra edificarei a minha igreja”, Ele utilizou a palavra petra , que tem o significado de rocha
inamovível, e não petros que é “fragmento”.
3. A edificação da Igreja. Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação da Igreja sobre o
próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz essa condição, conforme lemos em 1Co 3.11;
10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem dúvida, Pedro foi um dos líderes da Igreja
primitiva, ao lado de Tiago e de João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Contudo, não há base bíblica para
afirmar que a Igreja teria Pedro como a rocha sobre a qual ela seria edificada. Jesus é o fundamento da
Igreja (1Co 3.11). Se alguém tem dúvida, basta ouvir o que o próprio Pedro disse em 1Pe 2.4,5; At
4.8,11.
4. As chaves dadas a Pedro. Em sua resposta a Pedro, Jesus disse: “E eu te darei as chaves do
Reino dos céus...” (Mt 16.19a.). As “chaves dos céus” são melhor entendidas como o poder e a
autoridade para transmitir a mensagem do evangelho. No Dia de Pentecostes, Pedro foi usado por Deus
para abrir as portas do Cristianismo aos judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At
10.34-36). Portanto, Pedro não é o porteiro do céu, como pensam os romanistas.

III. PRERROGATIVAS DA IGREJA

1. O poder de ligar e desligar. “...e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o
que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19). Trata-se de autoridade dada por Cristo à
Igreja, representada ali por Pedro, usado por Deus, e estendida a todos os apóstolos (Mt 18.18; Jo
20.23), no sentido de receber a aceitação de pecadores ao Reino dos céus, ou de desligá-los, mediante
a autoridade concedida por Jesus. Esse poder não é absoluto. Só pode ser utilizado de modo legítimo,
nos limites estabelecidos pela Palavra de Deus.
2. A autoridade para reconciliar. Jesus mostrou que há quatro passos importantes, para a
reconciliação entre irmãos: a) o ofendido deve procurar o irmão: “vai e repreende-o entre ti e ele só”
(Mt 18.15a); neste passo, há uma bifurcação; “se te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15b); “mas,
se não te ouvir”, vem o segundo passo; b) “leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas
testemunhas toda a palavra seja confirmada” (Mt 16.16); c) “e se não as escutar, dize-o à igreja”
(v.17a); d) “e, se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano” (v.17b).
Aqui, temos algumas observações. Primeiro, Jesus não mandou o irmão ofendido pedir perdão ao
ofensor, como ensina alguém, de modo ingênuo. Segundo, vemos, nesse texto, a autoridade da Igreja
para respaldar a reconciliação e para excluir aquele que não quer reconciliar-se.
3. Autoridade da concordância (Mt 18.19,20).
a) “Se dois de vós concordarem na terra”. Esta expressão mostra-nos o valor da união entre os
crentes, bem como o valor da oração coletiva, a começar por um grupo de duas pessoas, que resolvem
orar a Deus, em nome de Jesus (Jo 14.13), num só pensamento, num só propósito santo. Esse ensino
previne contra o egoísmo na adoração. Deus é “Pai nosso”, de todos, e não apenas de cada indivíduo. A
oração individual é valiosa (Mt 6.6), mas não exclui a oração coletiva.
b) “Acerca de qualquer coisa que pedirem”. A expressão “qualquer coisa” tem levado muitos a uma
interpretação forçada do texto, crendo que o crente pode pedir o que deseja a Deus, tendo este
obrigação de atendê-lo. Ocorre que Jesus ensinou algumas condições para o crente ser ouvido. Não é
só dois crentes se unirem e pedirem, por exemplo, a morte de um desafeto; ou para ganharem rios de
dinheiro; ou para fazerem o casamento de alguém com outrem. É necessário que as pessoas estejam
em Cristo, e que sua Palavra esteja nas pessoas (Jo 15.7). É importante lembrar que Deus nos atende
se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1Jo 5.14).
c) “Isto será feito por meu Pai que está nos céus”. Conforme dissemos no item anterior, Deus
atende o crente que lhe pede algo em nome de Jesus (Jo 14.13), e se tal pedido for da sua vontade
(1Jo 5.14).
d) “Dois ou três” (v.20). Jesus nos garante que podemos ter sua presença, não só nas grandes
reuniões, mas em qualquer lugar em que dois ou três crentes estejam em comunhão com Deus e com
eles mesmos. Dessa forma, a dimensão da igreja local (At 20.28; 1Co 1.2) ou universal (Hb 12.23) não
depende de grandes números, mas de união e reunião em nome de Jesus.

CONCLUSÃO

A Igreja de Jesus Cristo, seja no sentido local ou universal, representa os interesses do Reino de
Deus, na face da Terra. Sem ela, certamente a humanidade não teria como encontrar o caminho, a
verdade e a vida, indispensáveis à salvação dos homens. No sentido espiritual, a Igreja é a noiva do
Cordeiro, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”
(Ef 5.27). Que nos sintamos felizes e honrados de pertencer à Igreja do Senhor Jesus.
Lição 13: Jesus e os sinais da sua vinda

TEXTO ÁUREO

“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a
vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Mateus 24.4-8,12,14.

INTRODUÇÃO

Jesus, em seu sermão profético, deixou registrado os principais eventos futuros que se
descortinarão sobre a humanidade. Ele enfatizou a necessidade da vigilância dos salvos, à espera do
arrebatamento da Igreja, à vinda de Jesus para os seus, ao dizer: “Por isso, estai vós apercebidos
também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.44).

I. SINAIS DA VINDA DE JESUS NA ESFERA RELIGIOSA

1. Os falsos cristos e falsos profetas (vv.4,5,11). Jesus alertou para o surgimento de pessoas,
em seu nome, “dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (v.5). É a velha tática do Diabo,
enganando a humanidade (2Jo 1.7; 2Co 11.14). Os falsos profetas estão por aí, e já previram a volta
de Jesus para 1993, 1997, 1998, 1999, e 2000. Ele advertiu que o dia e a hora de sua vinda ninguém
sabe (ler Mt 24.36,42,44,50; 25.13). É melhor pregar que Jesus pode vir hoje.
2. Falsos ministros do evangelho. Jesus previu que certos ministros do evangelho agirão de
modo errôneo, espancando a igreja, com sua sede de poder, de vícios e maldades, pensando que o
Senhor vai tardar (vide Lc 12.45). Nos últimos anos, tem sido grande o número de escândalos
provocados por ministros, “espancando” a consciência dos crentes mais fracos.
3. A globalização do evangelho (v.14). Enquanto os homens desenvolvem a globalização
econômica, científica e tecnológica, a Igreja do Senhor vai cumprir sua missão, nos últimos tempos,
globalizando a mensagem do evangelho, através de todos os meios disponíveis, seja rádio, jornal,
televisão, satélite, fibra ótica, telefone, telemática, raios laser, Internet, etc, sem deixar de usar os
legítimos e eficazes meios tradicionais de evangelização, como culto ao ar-livre, evangelismo pessoal,
em massa, de grupos, nos lares, jornais, livros, revistas, folhetos, etc. Paulo mostra que é necessário
usar todos os meios para salvar alguns (1Co 9.22).
4. O Estado de Israel (Lc 21.23,24). Israel foi disperso pelas nações, por ter rejeitado o
Messias. Mas Jesus previu seu retorno, para se tornar uma nação politicamente organizada (Jr 31.17;
Ez 11.17; 36.24; 37.21). Em 14 de maio de 1948, a ONU aprovou a criação do Estado de Israel. Foi o
renascimento nacional daquela nação, cumprindo o que diz Ez 37.7,8. Falta o renascimento espiritual
(Ez 37.9), que só acontecerá em meio à Grande Tribulação (Zc 12.10; Rm 11.25,26). Devemos ficar
atentos, pois Israel é chamado “relógio de Deus”, indicando a hora do fim.

II. SINAIS DO CÉU

Jesus previu que, antes do arrebatamento, “haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do
céu” (Lc 21.11,25). Em At 2.19, lemos: “e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais em baixo
na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça”. Muito se tem falado nos discos voadores, ou OVNIs. Serão
eles de Deus? Do Diabo? Da Terra? Acreditamos que não são de Deus, pois causam confusão, medo e
pavor. Se for do homem, trata-se de uma tecnologia desconhecida. Ao que tudo indica, são aparições
demoníacas, que impressionam os homens, em sua mentalidade tecnicista, afastando-os de Deus.

III. SINAIS EMBAIXO NA TERRA

1. Terremotos em vários lugares (v.7). Os terremotos são sinais na Terra (At 2.19), usados por
Deus como indicadores de seus desígnios sobre o planeta. Para que se tenha uma ideia, os terremotos
estão aumentando em número, a cada ano. Entre 1901 e 1908, houve mais terremotos do que nos
dezenove séculos. Dados científicos indicam que, neste século, já houve mais de um milhão de
terremotos, em graus de intensidade diferentes. É Deus falando. As pedras falam (Lc 19.40). Quando
da morte de Jesus, as pedras falaram (Mt 27.51).
2. Secas e catástrofes eco lógicas (At 2.19). Há fenômenos estranhos. O chamado “El Nino”
tem provocado secas em umas regiões, enquanto causa enchentes em outras, confundindo os
meteorologistas. O planeta está sendo destruído pelo homem. A poluição do ar, das águas e do solo
causam prejuízos inimagináveis ao meio ambiente e ao ser humano. Mas, por trás dessa ação maléfica,
está o espírito demoníaco, que deseja provocar o maior número de mortes, de pessoas que não tem a
salvação, para levá-las ao Inferno. Ainda bem que a Bíblia diz que Deus punirá os que destroem a terra
(Ap 11.18).

IV. SINAIS NA VIDA POLÍTICA

1. Guerras e rumores de guerra (v.6). Após as duas guerras mundiais, do século passado,
ocorreram muitas outras guerras menores, como no Sudeste asiático, no Oriente Médio, nas Américas,
na África e, mais recentemente, na Europa, com a guerra na ex-Iugoslávia, envolvendo a Sérvia, a
Croácia, Kosovo e outras regiões. A China vive em estado de guerra contra Taiwan. É “nação contra
nação, e reino contra reino” (v.7). Lembramos que há guerras eletrônicas, que podem trazer
catástrofes reais. É “o princípio de dores” (vv.6,8). Vale salientar que ninguém sabe até quando durará
esse “princípio”. Não nos esqueçamos de que “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como
um dia” (2 Pedro 3.8). É necessário ficarmos atentos.
2. Formação de blocos econômicos. É a preparação do palco para a encenação do governo do
Anticristo. Em Ap 13.3,7 e 17.12,13, vemos a previsão do renascer do Império Romano. A Comunidade
Europeia, com sua moeda única e um parlamento supranacional, já preparam o terreno para o governo
mundial. Na América do Sul, há o Mercosul e na América do Norte, o Nafta.

V. SINAIS NA VIDA SOCIOECONÔMICA

1. Fomes (v.7a). O homem já sabe como chegar a Marte. Mas não sabe como fazer a comida
chegar à mesa da maioria das pessoas. A fome é uma realidade, que acomete quase dois terços da
humanidade. Todos os sistemas econômicos têm falhado. A fome atinge milhões de pessoas.
2. Pestes. Em nosso País, doenças endêmicas do início do século, como a dengue, a tuberculose, o
sarampo e outras, estão voltando, apesar de todos os recursos da Medicina. Na África, há pouco tempo,
surgiu o vírus Ebola, de efeito tão devastador, que mata uma pessoa em vinte e quatro horas; a AIDS
(em português: Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida), já acomete mais de 20 milhões de
pessoas, ameaçando propagar-se rapidamente por todo o mundo. Certamente, é sinal de que o fim
está próximo. Fomes e pestes são juízo de Deus sobre os ímpios (Dt 28.48; Dt 32.24; 1Rs 18.2).

VI. SINAIS NA VIDA MORAL

1. Aumento da iniquidade (v.12). Os homicídios, latrocínios, sequestros, estupros e outros atos


de violência têm se multiplicado e aterrorizado as cidades, alimentados pelo tráfico de drogas, de
armamentos, de prostituição, até de crianças. Mas iniquidade não é só a prática de violência e
corrupção. É a falta de equidade. Muitos, mesmo se dizendo evangélicos, têm agido com iniquidade,
praticando a injustiça contra os irmãos. Em consequência, o amor tem esfriado, como Jesus previu.

2. Depravação, como nos dias de Ló (Lc 17.28; Gn 19). Como no tempo de Ló, a imoralidade
se espalha. Em lugar do casamento, da família tradicional, prega-se abertamente outros tipos de união
tais como “produção independente”, em que uma mulher se junta com um homem, que faz o papel
apenas de reprodutor, sem que se casem, para ter um filho. Homossexuais e lésbicas têm o apoio legal
para suas práticas, condenadas pela Bíblia (Lv 20.13: Dt 23.17,18; Rm 1.23-28). Mas será severo o
juízo de Deus sobre esse comportamento social (vide Lc 17.28-30).

CONCLUSÃO

Os ensinos de Jesus são um alerta solene sobre a natureza, a forma e o tempo em que ocorrerá a
sua vinda, quando os mortos ressuscitarão e os vivos serão transformados, para encontrá-lo nos ares.
Que o Senhor nos ensine e nos ajude a ter uma vida santa de tal maneira que nosso “espírito, e alma,
e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts
5.23).

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