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II Jornada
Jornada de
de Psiquiatria
Psiquiatria do
do
Vale
Vale do
do Itajaí
Itajaí ee
Itajaí
Norte
Norte Catarinense
Catarinense
IV
IV Jornada
Jornada Catarinense
Catarinense de
de
Psicoterapia
Psicoterapia de
de Grupo
Grupo
Políticas
Políticas de Saúde
Saúde Mental
Géder
Géder Grohs
Grohs
1
Grupo de Estudos para avaliação da atual
Política de Saúde Mental no Brasil
Hipó
Hipócrates (460–
(460–370 aC)
aC)
desequilí
desequilíbrio dos humores
(fleuma, bile amarela, bile negra e sangue)
alteraç
alterações somá
somáticas adoecer psí
psíquico
(ou mesmo na constituiç
constituição do cará
caráter do indiví
indivíduo)
p.ex.: epilepsia, paranó
paranóia, psicose pó
pós-parto, fobias,
depressão e histeria
combinar terapêuticas somá somáticas
(purgação, sangrias...) com tratamentos
(purgaç
psicoló
psicológicos (conversas, ilustraç
ilustração,
encorajamento...)
2
Todavia, as vezes
o conhecimento é
“esquecido” por
longos períodos
Transfiguration of Christ'
Christ'
Raphaelo Santi,
Santi, 1483-
1483-1520
3
Renascimento
René
René Descartes
(1596-
(1596-1650)
Mente | Corpo
Igreja | Estado
Leonardo da Vinci
(1452-
(1452-1519)
Ramó
Ramón y Cajal (1852-
(1852-1934)
Sherrington (1857-
(1857-1952) – “sinapses”
sinapses”.
4
Enquanto isto no Brasil
Aclamação de D. Pedro II. À Rio de Janeiro, 7 Abril, 1831 -Jean Baptiste Debret, 1834. National Library of Brazil
Brasil Império
5
Brasil República (1889...)
1890 - Hospí
Hospício Pedro II passa a ser chamado de
Hospí
Hospício Nacional dos Alienados
Criam-
Criam-se Hospí
Hospícios tb em diversos Estados
Decreto de 1903
"O indiví
indivíduo que, por molé
moléstia mental, congênita ou
adquirida, comprometer a ordem pú pública ou a seguranç
segurança
das pessoas, será
será recolhido a um estabelecimento de
alienados".
§ 1º A reclusão, poré
porém, só se tornará
tornará efetiva em
estabelecimento desta espé
espécie, quer púpúblico, quer
particular, depois de provada a alienaç
alienação.
ão.
§ 2º Se a ordem pú pública exigir a internaç
internação de um
alienado, será
será provisó
provisória sua admissão em asilo pú público ou
particular, devendo o diretor do estabelecimento, dentro de
24 horas, comunicar ao juiz competente a admissão do
enfermo e relatar-
relatar-lhe todo o ocorrido a respeito,
respeito, instruindo
o relató
relatório com a observaç
observação mémédica que houver sido
feita."
Decreto de 1934
6
Ao longo do séc.XX,
no resto do mundo ocidental
2 grandes guerras
A polarização entre Esq. e Dir.
O desencanto da cultura ocidental
Cias de seguro médico
Manage care
7
[Amarante, 1995]: ... o gesto de Pinel
ao liberar os loucos das correntes, não
possibilita sua inscrição em espaço de
liberdade, mas, pelo contrário, funda a
ciência que os classifica e acorrenta
como objeto de
saberes/discursos/práticas
atualizados na instituição da doença
mental”.
8
BR, final do 70 e anos 80...
1979, Cong.de
Cong.de B.Cambori
B.Camboriú
ú - Ulysses Vianna Fº
moç
moção pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita
1980 – Cong.
Cong. Bahia, tema em discussão:
... a segregaç
segregação dos doentes mentais nos
grandes asilos, já
já que o tratamento -asilar
está
está totalmente superado e os grandes
hospitais se revelam agentes cronificadores
da doenç
doença mental, sendo necessá
necessário discutir
propostas alternativas de prestaç
prestação de
serviç
serviços de saú
saúde mental para a populaç
população.
de: A reforma...:novas alianças” -depoimento do ex-pres. da ABP, Dr. Miguel Jorge, publicado no Psiquiatria Hoje (#1 de 2006)
9
Ainda em 1980, ex-pres. Marcos Ferraz
denunciava: "(...) "o Governo apóia
uma atitude hospitalocêntrica que se
contrapõe frontalmente com a posição
da ABP, que acredita que a atitude
mais coerente para o tratamento
mental seria o atendimento de caráter
muito mais ambulatorial e ligado aos
postos de saúde“
de: A reforma...:novas alianças” -depoimento do ex-pres. da ABP, Dr. Miguel Jorge, publicado no Psiquiatria Hoje (#1 de 2006)
10
Neste contexto...
1989 - projeto de lei do deputado Paulo
Delgado”
Delgado” (PL.3.657)
“regulamentaç
regulamentação da internaç
internação psiquiá
psiquiátrica
compulsó
compulsória”
ria”;
“a extinç
extinção progressiva dos manicômios e
sua substituiç
substituição por outros recursos
assistenciais”
assistenciais”, onde ficaria “proibida,
proibida, em
todo o territó
território nacional, a construç
construção de
novos hospitais psiquiá
psiquiátricos pú
públicos e a
contrataç
contratação ou financiamento, pelo setor
governamental, de novos leitos em hospital
psiquiá
psiquiátrico"
11
“dispõem sobre a proteção e os
direitos das pessoas portadoras de
transtornos psíquicos”
“redireciona o modelo assistencial
em saúde mental”, “para a
intervenção menos restritiva
possível, junto a comunidade
faculta a internação em instituições
que não tenham características
asilares”
12
Na Lei 10.216 ...
Entretanto...
referência
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Relatorio15%20anos%20Caracas.pdf
13
També
Também que não existe Lei Paulo Delgado
Como já
já vimos, o projeto de lei do referido
deputado não foi aprovado e é bastante
distinto da Lei 10.216
Exemplo, no mesmo documento
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Relatorio15%20anos%20Caracas.pdf
14
Entende-
Entende-se que os relató
relatórios do MS deveriam
utilizar uma linguagem mais apropriada e se
aterem a evidências e dados epidemioló
epidemiológicos
( como veremos em documento da OMS, “a inspiradora”
inspiradora” Itá
Itália tem
hoje o dobro de leitos que o Brasil ! )
A reduç
redução de leitos deveria ser conseqü
conseqüência
de uma rede ambulatorial operante, feita de
forma cuidadosa e responsá
responsável, para que não
ocorresse desassitência.
desassitência.
Lei 10.216
(relatório do MS de Nov/2005)
15
1989 =
120mil
leitos p/
145mi.hab
Hoje =
40mil
leitos p/
183mi.hab
aprox 74%
de leitos a
menos
No mesmo
perí
período =
+100 leitos
em HG/HUs
HG/HUs
16
Nº de leitos por 1.000 habitantes
0,8 0,77
0,7
0,6
0,6 0,58
0,54
0,5
0,46 0,45
0,39
0,4
0,3
0,25
0,2
0,1
0
EUA Argentina Reino Unido Uruguai Itália preconizado Austrália Brasil (média
pelo MS p/ o existente)
Brasil
Dados da OMS, Projeto Atlas
17
Deverí
Deveríamos aprender com os erros e acertos
dos outros paí
países que passaram pela Reforma
(há
(há 20 anos ou mais, p.ex.: EUA, Inglaterra,
Canadá
Canadá, Austrá
Austrália e Itá
Itália)
Estamos tendo um agravamento do fenômeno da
porta-
porta-girató
giratória (por não ter uma estrutura, nem
intra nem extra-
extra-muros, capaz de absorver nossos
pacientes);
A populaç
população de doentes mentais aumenta entre os
sem tetos e presos;
Estamos contribuindo para um mecanismo perverso
conhecido nos paípaíses que já
já passaram por reformas
semelhantes: o não muito elegante termo, mas
bastante esclarecedor - a “privatizaç
privatização da loucura”
loucura”.
18
Silogismo
Deus é amor.
O amor é cego.
Steve Wonder é cego.
Logo, Steve Wonder é Deus.
19
Na SM tb é propagandeada,
propagandeada, mil vezes, uma
lógica perversa e sofismada...
que tenta reduzir os problemas da SM ao Nº de
leitos
que relaciona nú
número de leitos com modelo
hospitalocentrico;
hospitalocentrico;
que extrapola a má
má qualidade de assistência de
um psiquiatra ou de uma instituiç
instituição a toda
prá
prática psiquiá
psiquiátrica.
“Esquece-
Esquece-se”
se” que os modelos de saú
saúde mental
foram programas de governos e não de
psiquiatras isolados!
20
Assim como o MS (e antes deste),
os psiquiatras são inteiramente
contrários aos manicômios e ao modelo
hospitalocêntrico
21
Resumindo e Concluindo
22
Enfatizamos a necessidade de programas
de atenção em Saúde Mental
em todos os níveis,
integrados e
centrados nas necessidades dos
pacientes e não nos
aparelhos/instrumentos de assistência;
Enfatizamos a necessidade critérios de
avaliação constante, da relação custo X
benefício, para todas intervenções.
23
É preciso també
também –transparência-
transparência- p.ex.
em se fechando 80mil leitos, onde foi parar
o dinheiro “economizado”
economizado”?
Foram criados menos de 1/3 dos CAPS
necessá
necessários (segundo dados do pró
próprio MS)
Quanto a ONG “Franco Basaglia”
Basaglia” já
recebeu do Governo, para auxiliar na
implementaç
implementação de um sistema já já falido
inclusive em seu paí
país?
Quem são os profissionais indicados pelo
MS para “treinar”
treinar” as equipes de SM que
irão atender nos CAPS?
24
Que significa o seguinte gráfico?
DATASUS - MS
O
percentual
do
orçamento
do SUS,
destinado
a SM, cai
e +/-5,8%
para 2,3%
25
Pesquisa independente (registrada):
Outubro/ 2006
Metodologia
Amostra
2.267 entrevistas.
Margem de erro
Para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para
menos, considerando um nível de confiança de 95%.
26
POPULAÇ
POPULAÇÃO: perfil dos entrevistados
Distribuiç
Distribuição por Região
Norte/
Centro-Oeste: Nordeste:
15% 28%
NATUREZA DO
MUNICÍPIO
Sudeste:
CAPITAL:
43%
Sul: 38%
15%
INTERIOR:
62%
Perfil da População
(Em %)
Sexo Idade
Idade média:
38 anos
48 52
20 23 17 21
6 12
Classificaç
Classificação econômica (Crité
(Critério Brasil) Escolaridade
38
21 50
41 41
32
19
6 9
2
27
Renda Mé
Média Familiar Mensal
Até 2 S.M. 48
De 2 a 3 S.M. 20
De 3 a 5 S.M. 14
De 5 a 10 S.M. 10
Ocupaç
Ocupação
De 10 a 20 S.M. 3
36% Ñ PEA
De 20 a 50 S.M. 1 64% PEA
Mais de 50 S.M. 0
Saúde Mental
(Estimulada e única, em %)
Doenç
Doença mental (referida)
(entrevistado ou algué
alguém da famí
família)
91
Nos últimos 12 meses você ou alguém de sua família teve alguma doença mental?
9% ≅ 17 milhões / BR
28
Precisou de atendimento ou assistência mé
médica e facilidade
Você/ a pessoa de sua família conseguiu este atendimento____ ? Foi fácil ou difícil conseguir este atendimento?
100%
90%
80%
45
70%
60% 83 83
Fácil
50% Difícil
Ñ atend.
40%
30% 48
20%
10% 17 17
7
0% 0 0
Pub.(72%) Conv.(21%) Priv.(23%)
MARGEM DE ERRO 8 p.p. 15 p.p. 14 p.p. Considerando um nível de confiança de 95%
Finalizando
29
Neste momento, temos milhões de brasileiros
sem atendimento ou com dificuldade em
acessa-
acessa-lo (mesmo p/ problemas GRAVES).
Devemos unir saberes e esforç
esforços, para tentar
aproximar-
aproximar-nos de algum entendimento do que
venha ser a mente humana e seu adoecer.
Saú
Saúde Pú
Pública não é moeda de
troca. É preciso que ela se
paute na mesma boa práprática e
no mesmo bom relacionamento
que os diferentes profissionais
da SM têm em seus exercí
exercícios
privado e em suas vidas
pessoais.
FIM
Referências:
este documento assim como có
cópia das
referências utilizadas, estarão disponí
disponíveis para
download em
www.esnips.com/web/saudemental
30