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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2

2 PROJETOS........................................................................................ 3

2.1 Ferramentas de gestão de projetos ...................................................... 7

3 MATEMÁTICA FINANCEIRA ........................................................... 10

3.1 Elementos conceituais básicos da matemática financeira.................. 12

3.2 Como aprender e aplicar os conceitos da Matemática Financeira? ... 14

4 FUNDAMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE


PROJETOS........ ....................................................................................................... 15

4.1 Qual é o Objetivo de uma empresa? .................................................. 15

4.2 Planejamento financeiro ..................................................................... 17

4.3 Ativo e Passivo ................................................................................... 18

4.4 Capital de Giro ................................................................................... 22

4.5 Sociedade por ações .......................................................................... 27

4.6 Fluxo de Caixa ................................................................................... 30

5 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROJETOS ....................................... 35

5.1 Análise de Investimentos.................................................................... 35

5.2 Valor presente líquido e taxa interna retorno...................................... 38

5.3 Custo de Oportunidade ...................................................................... 41

5.4 Payback Simples e Payback Descontado .......................................... 43

5.5 Análise do risco .................................................................................. 47

5.6 Avaliação de riscos ............................................................................ 49

6 PROJECT FINANCE........................................................................ 52

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 57

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 PROJETOS

Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço


ou resultado exclusivo.
O projeto é temporário; por ter uma data prevista para iniciar e uma data
prevista para terminar e gera entregas exclusivas que podem ser serviços ou produtos
ou resultados específicos.
O ato de gerenciar projetos existe desde o início dos tempos, sendo modificado
e aprimorado pela utilização de ferramentas e técnicas conhecidas nos dias de hoje.
Os projetos em que o gerenciamento era necessário podiam ser dos mais diversos
tipos, desde construções até projetos administrativos.
Com o passar do tempo, foi crescendo a necessidade de se seguir um
planejamento, detalhando uma sequência de atividades, para a realização de um
projeto, de modo a garantir seu sucesso. Entre as décadas de 50 e 60, essa
necessidade era mais aparente em empresas realizavam tarefas complexas em um
ambiente dinâmico, como as aeroespaciais, de defesa e de construção. Já as
empresas envolvidas com tarefas mais simples geralmente mantinham um
Gerenciamento de Projetos informal, em que o gerente de projetos tinha pouca
autoridade e a comunicação informal era predominante. Exemplos de aplicação do
Gerenciamento de Projetos entre as décadas de 50 e 60 foram os programas Polaris,
da Marinha Norte-Americana, e Apollo, da Nasa. (KERZNER, 2001; WIDEMAN, 2001
apud GAUER, Ermano Leopoldino).
Durante as décadas de 70 e 80 muitas empresas aderiram ao Gerenciamento
de Projetos formal, frente ao aumento da complexidade de suas atividades. A partir
da década de 90, o Gerenciamento de Projetos deixou de ser uma escolha, passando
a ser uma necessidade, para continuidade da mesma.
Segundo CASAROTTO (2004 apud GAUER, Ermano Leopoldino) nas últimas
décadas, os projetos têm se tornado cada vez mais complexos, dinâmicos e com
maiores riscos envolvidos. Isso se deve à globalização do mercado, ao maior fluxo de
informações e ao crescimento tecnológico, os clientes se tornaram mais exigentes
quanto à qualidade de produtos e serviços, ao mesmo tempo em que seus projetos
se tornaram mais complexos. Neste ambiente de crescente competitividade, as

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empresas são pressionadas a trabalhar com maior eficiência, desenvolvendo produtos
melhores a cada nova tendência de mercado.

Os projetos estão intimamente ligados com a estratégia de negócios da


empresa; portanto, seu sucesso é de grande importância para a prosperidade
da mesma. Ao mesmo tempo, por serem únicos, frequentemente envolverem
mais de uma pessoa, ou até mesmo diversas áreas de uma empresa, e
estarem limitados por diversos fatores, como custo, tempo, pessoal
envolvido, entre outros, os projetos podem atingir um grau de complexidade
que torna cada vez mais importante a coordenação e o controle dos
processos envolvidos nos mesmos, minimizando a possibilidade de
fracassos. (VARGAS, 2005 apud GAUER, Ermano Leopoldino).

As características principais dos projetos são unicidade, ou seja, cada projeto


apresenta peculiaridades que o diferenciam dos demais, e temporariedade, que
significa que os projetos apresentam um início e um fim bem definidos. (PMI, 2000;
VARGAS, 2005 apud GAUER, Ermano Leopoldino).
Os projetos são desenvolvidos sob diversas condições, mas três delas se
destacam por serem suas restrições: tempo, custo e desempenho técnico, sendo
desenvolvimento e qualidade. Essas restrições costumam ser representadas através
de um triângulo, onde cada uma se encontra em um dos vértices (ou lados).

Fonte: CLELAND; IRELAND, 2002, p. 11

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Essa representação mostra a dependência entre as restrições, ou seja, a
alteração de uma delas irá afetar as demais. Podemos citar como exemplo, um projeto
realizado em um prazo muito curto afeta o custo, devido à necessidade de horas
extras, e pode afetar também seu desempenho devido à pressa para a conclusão.
Uma figura muito importante no ambiente de gerenciamento de projetos é o
gerente de projetos. As atividades do gerente de projetos envolvem todo o projeto,
incluindo seu planejamento e implementação, com constante coordenação das áreas
funcionais da empresa. Assim, ele é responsável pelo sucesso do projeto. Ao mesmo
tempo, os demais membros da equipe devem reconhecer a competência do gerente
de projetos no que diz respeito ao entendimento geral.
Assim, o trabalho do gerente de projetos envolve muitas responsabilidades,
mas pouca autoridade, ou seja, ao longo do processo de desenvolvimento do
Gerenciamento de Projetos, foram criadas diversas associações dedicadas a esse
assunto. Atualmente, existem inúmeras delas, que representam os interesses em
Gerenciamento de Projetos em seus respectivos países.
Entre todas as associações existentes, uma merece destaque por seu alcance
mundial: o PMI – Project Management Institute.
O PMI é uma associação sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento do
Gerenciamento de Projetos. Fundada em 1969 na Pensilvânia, EUA, possui hoje mais
de 150.000 associados em todo o mundo. Os trabalhos do PMI incluem publicações
como revistas, livros e boletins informativos. O PMI também certifica profissionais em
Gerenciamento de Projetos (Project Management Professional, PMP) e mantém um
Programa de Desenvolvimento Profissional.
Uma importante contribuição do PMI para o Gerenciamento de Projetos foi o
estabelecimento de padrões para a sua prática. O principal documento feito com esse
objetivo é o PMBOK Guide, A Guide to the Project Management Body of Knowledge,
que descreve as áreas de conhecimento envolvidas no Gerenciamento de Projetos.
O PMBOK é reconhecido mundialmente e também aprovado como um Padrão
Nacional Americano (ANS).

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Outras associações e manuais
A maioria das associações de gerenciamento de projeto surgiram a partir do
final da década de 1960, de acordo com o PMI. Assim como o PMI as outras
associações perceberam a necessidade de elaborar um material de referência para
seus membros utilizarem, que servissem como um padrão e também como base para
a formação e certificação de profissionais. Vale destacar as seguintes associações e
seus respectivos manuais.
A ISO 10006:2007, Quality management: Guidelines to quality in project
management, é o padrão internacional desenvolvido pela ISO para a gestão da
qualidade em empreendimentos, mais especificamente para o gerenciamento de
projetos. Esse padrão é similar ao PMBOK, contudo, os padrões da ISO são muito
menos detalhados. No Brasil a ABNT tem o seu equivalente que é a NBR 10006:2006.
A International Project Management Association (IPMA), sediada na Suíça e
seu manual IPMA Competence Baseline (IBC). Ela pode ser classificada como a
opção européia ao PMI. No Brasil, a Associação Brasileira de Gerenciamento de
Projetos (ABGP) é filiada a IPMA e adotando também seu manual, o Referencial
Brasileiro de Competências (RBC) em Gerenciamento de Projetos.
A Association for Project Management (APM), sediada na Inglaterra e seu
manual APM Project Management Body of Knowledge.
Por fim, vale a pena mencionar o Project Risk Management International
Association (PRMIA), associação internacional criada para reunir indivíduos e
organizações interessados na área de gestão de riscos, e seu manual The Risk
Manager Handbook. Essa associação também tem uma filial brasileira.

Associação Site
PMI http://www.pmi.org
PMI Brasil http://www.pmi.org.br
IPMA http://www.ipma.co.uk
ABGP http://www.abgp.org.br
APM http://www.apm.org.uk
PRMIA http://www.prmia.org

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2.1 Ferramentas de gestão de projetos

Diante de todos os recentes avanços tecnológicos dos últimos tempos,


importantes recursos de automação têm surgido para que os gestores de diversas
áreas lidem melhor com as tarefas do dia a dia. Em vista das possibilidades existentes,
todo o mercado empresarial passou a contar com diferentes ferramentas para otimizar
a gestão.
São vários os modelos, as técnicas e as ferramentas que emergiram ou se
reciclaram para auxiliar e potencializar o crescimento das organizações. Veja algumas
dessas ferramentas a seguir.

Gráfico de Gantt
O engenheiro e consultor de empresas Henry Gantt foi um pioneiro na
humanização da Administração. Ao trabalhar para otimizar processos, o profissional.
Henry Gantt colaborou por muitos anos com Frederick Taylor, que é considerado hoje
o pai da administração científica. Sua visão diferenciada, de que o ser humano deve
ser o foco dentro da indústria, fez dele o precursor de métodos administrativos mais
humanizados e menos autoritários adotados durante os anos que se seguiram.
Henry Gantt, com uma mente à frente de seu tempo, se tornou referência na
administração pelo Diagrama elaborado por ele e que leva seu nome o Gráfico de
Gantt.
Com a ferramenta, sua proposição era tornar racionalizadas e manter sob seu
controle quaisquer operações de produção em curso que estivesse administrando, em
qualquer âmbito. Se, hoje, o Diagrama de Gantt é uma ferramenta simples adotada
largamente pelos administradores, em sua época ele mudou radicalmente e para
melhor a administração da produção.
Também conhecido como Diagrama de Gantt, o Gráfico de Gantt é uma
ferramenta que possibilita a visualização do progresso dos projetos em curso.
Em síntese, ele consiste em um recurso visual de monitoramento das
atividades, que fornece o status de todas as tarefas pertencentes ao escopo do
empreendimento.

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Um dos grandes atributos desse tipo de gráfico é sua forma de apresentação
dos dados, que possibilita uma compreensão bastante intuitiva por todos aqueles que
o observam, sejam ou não gestores.
No gráfico de Gantt, os intervalos de tempo correspondem ao início e ao fim de
cada etapa do projeto em andamento. Essas fases surgem no gráfico representadas
por barras em um eixo horizontal. Assim, cada barra é equivalente a uma determinada
demanda e pode conter, além da tarefa em si, o tempo disponível para realizá-la e os
recursos humanos designados para sua execução.
A atualização diária do gráfico, conforme decorrem os dias de realização da
atividade, mostra a evolução das demandas. Assim, ele comunica, de maneira visual,
aquelas que estão próximas do vencimento de seus prazos.
Ele funciona, então, como uma linha do tempo, que enumera as atividades
envolvidas, estabelecendo limites de início e fim para cada uma delas.
Cinco partes principais do Gráfico de Gantt:
Tempo: O tempo é fator crucial das atividades de gerenciamento e um dos
pontos mais complexos para se gerir. No Gráfico de Gantt, o eixo horizontal principal
representa o tempo do projeto. Ele pode ser dividido em horas, dias, meses, ou até
mesmo anos, de acordo com as suas necessidades.
Responsáveis: Em um plano de ação nos moldes 5W2H, por exemplo, um dos
fatores envolvidos é a definição de um responsável (Who ou quem, entre os W’s). Ou
seja, cada etapa de sua consecução nomeia um responsável que, mesmo tendo
pessoas sob sua supervisão, é quem responde pela execução da tarefa. Assim, a
parte do Gráfico de Gantt que trata dos responsáveis define quem são as pessoas e
equipes que se comprometem a responder pelas diferentes etapas do projeto.
Barras: As barras são distribuídas horizontalmente e representam as tarefas. O
tamanho varia de acordo com o tempo que vão levar até que sejam finalizadas. Elas
são o elemento visual mais importante do Diagrama, pois vão ser a principal fonte de
acompanhamento do desenrolar do projeto.
Setas: As setas demarcam as relações de interdependência. Elas definem
quais tarefas dependem da finalização de outras e quais estão diretamente
relacionadas entre si.
Objetivos e metas: Por último e não menos importantes, os objetivos e as metas
são marcas no gráfico que funcionam como uma espécie de demarcação vertical ou

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linha de chegada, avisando sobre o final de etapas importantes ou até mesmo o fim
do projeto.
Na prática, para ilustrar de modo mais prático, imaginemos o projeto de um
software, por exemplo. Os requisitos do sistema devem ser levantados antes de
quaisquer ações serem colocadas em prática. Ainda que algumas atividades possam
ser realizadas em paralelo, para a entrega dos requisitos, existem aquelas que devem
ser feitas primeiro. Somente depois que elas são finalizadas é que as outras podem
começar.
Ou seja: a primeira deve ser completada em tempo hábil, para que não venha
a prejudicar o andamento das próximas. E as atividades em paralelo também
precisam acontecer de forma concomitante às demais, para que o prazo não sofra
prejuízos.
Por isso, o Gráfico de Gantt é considerado uma das melhores ferramentas de
gestão de projetos. Ele fornece um acompanhamento visualmente otimizado das
atividades, evitando a necessidade de geração, análise e cruzamento de diferentes e
complexos relatórios para se aferir o status das atividades do projeto.
A suíte de aplicativos do Office, amplamente adotada no meio corporativo,
oferece a possibilidade de montar um Gráfico de Gantt utilizando softwares como o
Excel ou o Outlook.
Tomando como base o Excel, que é um dos mais populares softwares de
planilhas eletrônicas, você pode montar um Gráfico de Gantt básico, a partir de uma
tabela simples, de três colunas, contendo: tarefas envolvidas no projeto; dias
decorridos desde o início do prazo de cada tarefa; dias que restam para conclusão da
tarefa.
A tecnologia, que facilita a aplicação dessas ferramentas, é aliada do sucesso,
na medida em que atua fortemente para o aumento de produtividade e a lucratividade
de um negócio. Não a utilizar a seu favor é, basicamente, perder dinheiro.

Microsoft Project
Contemporâneo do MS-DOS, o Microsoft Project é considerado um dos
aplicativos mais adequados à área de gerenciamento de projetos. Isso porque ele
evoluiu junto com os sistemas operacionais da gigante norte-americana que o produz
e empresta seu nome a esse software.

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O programa proporciona aos líderes facilidades como: Calendários detalhados,
distribuidores automáticos de tarefas e visualização de dados em múltiplos ângulos,
entre outras vantagens.
MS Project é um dos produtos da Microsoft, sendo o mais popular para criação
de cronogramas. O Project gerencia 3 fatores de seu projeto, de forma
interdependentes e sujeitos as alterações no decorrer do processo. Sendo que, se
houver modificação em um dos fatores, os outros também serão afetados. Estes
fatores são: Tempo, recursos e o escopo.
Veja as principais etapas para criação de um cronograma no MS Project, desde
um projeto que pode ser simples como o planejamento de uma viagem, até projetos
mais complexos como a construção de um edifício ou uma usina hidrelétrica.

Fonte: Apostila MS Project 2013: Um breve resumo de aplicações

3 MATEMÁTICA FINANCEIRA

A matemática financeira é um dos mais importantes pilares das diversas áreas


que envolvem a gestão empresarial.
Em um mercado dinâmico e complexo, o conhecimento da matemática torna-
se elemento básico para profissionais que estejam envolvidos nas operações de

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qualquer organização, de grande ou pequeno porte, nacional ou internacional, pública
ou privada. Seu uso é indispensável e se estende por toda a estrutura empresarial.
A matemática financeira e comercial tem sido adotada como instrumento
estratégico onde compreendem sua aplicação, inclusive, quando a utilizam para obter
vantagens negociais quase que imperceptíveis para a outra parte contratante, porém
com consequências expressivas no resultado final.
Para exemplificar melhor, vamos observar como ocorre na prática.

“A empresa CBX deseja comprar uma máquina no valor de R$ 20.000. A


empresa não quer pagar juros ao banco, fixado em 8%. O comerciante oferece uma
opção: 5% ao mês de juros, o valor total será R$ 21.000. Metade à vista (R$ 10.500),
a outra metade no próximo mês”. Nesse caso, é preciso notar que o comprador está
pagando R$ 10.500 à vista. Não pode correr juro algum sobre essa parte. Como o valor
total à vista era R$ 20.000, o saldo financiado é de apenas R$ 9.500 (R$ 20.000 menos
R$ 10.500). Depois de 30 dias, o comprador vai pagar outra parcela R$ 10.500, que
é 11% maior que o verdadeiro valor financiado de R$ 9.500. Ou seja, a taxa de
juros real da operação é quase 11% ao mês – 3% superior à fixada pelo banco. Pelo
exposto, percebe-se que o vendedor está maximizando seus lucros apenas utilizando
a matemática a seu favor, enquanto o comprador está contratando uma operação
menos benéfica aos negócios justamente por não compreendê-la.
Fonte: Gabriel Tavares (Graduado em Direito pelas Faculdades COC, pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto
Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).

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Fonte: vendamais.com.br

Podemos observar como uma simples operação de compra e venda pode


afetar de maneira significativa o resultado esperado pelo vendedor e comprador, não
é difícil imaginar a importância desse instrumento nas complexas operações que
envolvem a gestão de um negócio, inclusive na análise de contratos, financiamentos,
operações com mercadorias e projetos.

3.1 Elementos conceituais básicos da matemática financeira

 Valor atual (VP)


Pode ser chamado de principal, capital inicial, valor presente, valor atual,
montante inicial, valor de aquisição, valor à vista. O valor atual é o valor a ser aplicado
por meio de alguma operação financeira.
 Valor futuro (VF)
Valor Futuro (siglas VF ou FV) permite estimar como valores irão evoluir ao
longo do tempo, levando em consideração uma taxa de juros para a correção do
dinheiro no período. É importante no planejamento da aposentadoria e em
investimentos em geral. Pode ser chamado de montante, montante final, valor futuro.
É o valor de resgate.

 Juros (J)
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O grande objetivo da matemática financeira é permitir a comparação de valores
em diversas datas de pagamento ou recebimento, e o elemento-chave para a
comparação desses valores é a taxa de juros.
Na prática da matemática financeira, o juro é o elemento que nos permite levar
um valor datado de uma data para outra, isto é, são os juros que nos permitem levar
um Valor Presente para um Valor Futuro ou vice-versa. Enfim, são esses que nos
permitem comparar valores e decidir pela melhor alternativa de compra, venda ou
pagamento, os juros representam a remuneração do capital empregado em alguma
atividade produtiva. O juro pode ser simples ou composto.
 Regime de capitalização
Os juros são normalmente classificados em simples ou compostos,
dependendo do processo de cálculo utilizado. Ou seja, se um capital for aplicado a
certa taxa por período, por vários intervalos ou períodos de tempo, o valor do montante
pode ser calculado segundo duas convenções de cálculo, chamadas de regimes de
capitalização: capitalização simples (juros simples) e capitalização composta (juros
compostos).
Juros simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o
capital inicial emprestado ou aplicado, ou seja, os juros gerados em cada período são
sempre os mesmos.
Juros compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo
no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é
incorporado ao capital inicial e passa a render juros também.
Os juros compostos são mais utilizados nas operações empresariais e no
comércio, principalmente em operações de médio e longo prazo. O juro simples é mais
utilizado em operações de curtíssimo prazo, por exemplo, em duplicatas.
 Taxa de juros (i)
A taxa de juros representa os juros numa certa unidade de tempo. A taxa
obrigatoriamente deverá explicitar a unidade de tempo. Por exemplo, o juro pode ser
diário, semanal, mensal, bimestral etc.
O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para
empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais conhecida como taxa de
juros. A taxa de juros pode ser nominal ou efetiva.
 Tempo (n)

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Quando se diz “tempo” na matemática financeira, leia-se número de períodos.
Por exemplo, se uma taxa é mensal, o tempo corresponde ao número de períodos de
um mês; por outro lado, se a taxa é semestral, o tempo corresponderá ao período de
um semestre.

3.2 Como aprender e aplicar os conceitos da Matemática Financeira?

A matemática financeira não é um conteúdo de assimilação imediata, pelo


contrário, envolve um estudo gradativo e prático. Portanto, não sendo possível
compreendê-la apenas com uma simples leitura de um texto. Pelo contrário,
recomenda-se o estudo por meio de um conteúdo interativo.
Lembrando que há algum tempo, o conhecimento da matemática financeira e
comercial era limitado àqueles que dominavam o conteúdo matemático. Assim, a
compreensão dessa ferramenta exigia domínio matemático de diversas formas, o que
dificultava o acesso à boa parte dos profissionais. Atualmente é muito mais favorável
ao aprendizado da matemática financeira, graças à disponibilização de novos meios
tecnológicos que facilitam o aprendizado e a aplicação do seu conteúdo.
A matemática financeira pode ser utilizada por qualquer profissional inclusive
por aqueles que possuem dificuldade com o aprendizado matemático, podemos citar
como exemplo o uso comum de duas importantes ferramentas tecnológicas: o Excel
e a calculadora HP-12C.
O Excel é um aplicativo que permite a criação e o gerenciamento de planilhas
eletrônicas, no entanto, sua utilização não se restringe apenas a esse aspecto, tendo
aplicações mais diversas quanto se possa imaginar.
Entre as vantagens da utilização do Excel, podemos mencionar: automatização
de cálculos, fórmulas intuitivas, fórmulas parametrizadas, registro das operações,
facilidade de correção de valores e fórmulas etc.
Nesse sentido, o Excel tem sido um instrumento facilitador para a compreensão
e aplicação da matemática financeira pelos profissionais contábeis, tributários,
gerentes, diretores, investidores, dentre outros, inclusive, por usuários que não
tenham muito domínio matemático.
A HP-12C possui várias facilidades que agregam à rotina profissional de
profissionais das mais diversas áreas. Possui uma estrutura simples que facilita o

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aprendizado, a calculadora emprega uma lógica de cálculo incomum, a Notação
Polonesa Reversa – RPN. Nela, primeiro digitam-se os números e, só depois, indica-
se que operação deve ser feita com eles. Essa maneira de calcular evita o uso de
parênteses e do sinal de igual. O maior desafio, de utilização, passa a ser a
compreensão e o uso dessa ferramenta, de forma a tirar proveito de todas suas
funcionalidades.

4 FUNDAMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE PROJETOS

4.1 Qual é o Objetivo de uma empresa?

Uma empresa pode ter vários objetivos; ser uma grande empresa, exportar
para diversos países, ser líder de mercado, recordes em produção, produzir com
responsabilidade, valorizar seus trabalhadores. São vários os objetivos de uma
empresa. O principal objetivo de uma empresa é produzir com poucos custos obtendo
o maior lucro possível, ou seja, o principal objetivo da empresa é gerar lucros.

Segundo Oliveira; Peres; Silva 2002. “A definição dos objetivos


organizacionais de uma empresa ou grupo empresarial é competência de sua
administração. Ou seja, é dela a incumbência de traçar os objetivos e também
de idealizar ferramentas que venham fazer cumprir esses objetivos. ” (Apud
Barbosa, 2016 p. 05).

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Fonte: cotanet.com.br

Ressaltando que a empresa precisa ser bem administrada para que se tenha
exatamente qual é o seu resultado, se o resultado não for positivo é preciso retificar
os erros antes que seja tarde demais, na maioria das vezes a empresa até apresenta
lucro, mas não significa necessariamente que a empresa está bem. É preciso avaliar
qual foi o investimento e se o retorno está de acordo com o esperado.
Por outro lado, se a empresa está dando um retorno bastante favorável, é
preciso que seja avaliada a possibilidade de novos investimentos, avaliar o mercado
é preciso lembrar ainda que a rentabilidade de um mês pode não se repetir no mês
seguinte. O dinheiro gera dinheiro, mas se não soubermos utilizá-lo da maneira
correta podemos ter uma enorme dor de cabeça.

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4.2 Planejamento financeiro

Gitman (1997, p.588) menciona “O planejamento financeiro é um dos


aspectos importantes para funcionamento e sustentação de uma empresa,
pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na
consecução de seus objetivos. Dois aspectos-chave do planejamento
financeiro são o planejamento de caixa e de lucros. O primeiro envolve o
planejamento do orçamento de caixa da empresa; por sua vez, o
planejamento de lucros é normalmente realizado por meio de demonstrativos
financeiros projetados, os quais são úteis para fins de planejamento
financeiro interno, como também comumente exigidos pelos credores atuais
e futuros. ” (Apud Lucion, 2005, p.04).

Um bom planejamento financeiro deve prevenir o que acontecerá caso o


planejado não ocorra, frustrando as expectativas dos executivos e do mercado ou se
o mercado não estiver aquecido o suficiente para retornar o resultado esperado. Deste
modo, o objetivo do planejamento financeiro é evitar surpresas e desenvolver planos
alternativos.
Por meio do planejamento financeiro as metas estabelecidas para o
crescimento de uma empresa atingem resultados satisfatórios. O planejamento
financeiro ocupa-se da parte financeira, na qual pode-se destacar, os elementos da
política de investimento e financiamento da empresa, sem examinar detalhadamente
os componentes individuais dessas políticas.
É de suma importância ter um bom conhecimento do negócio para uma análise
das políticas de investimento e financiamento. O planejamento financeiro torna-se um
instrumento indispensável para a estratégia empresarial fornecendo um relatório
técnico para os executivos tomarem decisões que consequentemente trazem
crescimento em uma empresa.
Uma empresa tem como principal objetivo à criação e obtenção de lucro, porém
outros objetivos também são dos quais destaca-se, uma maior taxa de retorno do
capital, participação do mercado, obtenção de recursos financeiros. Um bom
planejamento financeiro é a forma de garantir que os objetivos e planos traçados em
relação às áreas particulares de operação da empresa sejam viáveis e internamente
coerentes. O planejamento financeiro ajuda a estipular metas, deixando os gestores
motivados, oferecendo os mecanismos para avaliação dos resultados.
De modo paralelo, um planejamento financeiro atribui a empresa à
oportunidade de desenvolver, avaliar e comparar muitos cenários de diferentes

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ângulos, permitindo assim, que questões relativas às linhas futuras de negócios da
empresa e os melhores projetos de financiamento se necessários, sejam analisados.
Segundo Weston (2000, p.342), “O planejamento financeiro envolve a
realização de projeções de vendas, renda e ativos baseados em estratégias
alternativas de produção e de marketing, seguidas pela decisão de como atendes às
necessidades financeiras previstas” (Apud Lucion, 2009).
A ausência de um planejamento financeiro a longo prazo é o principal motivo
de ocorrência de dificuldades e falências de empresas. Planos financeiros a longo
prazo possuem a tendência a serem custeados por planos financeiros a curto prazo e
estão ligados a planejamento estratégico da organização.

4.3 Ativo e Passivo

ATIVO

Representa os direitos que a entidade possui junto a terceiros e os bens


pertencentes a ela. O ativo também corresponde às aplicações e recursos de uma
entidade.
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de transações
passadas ou eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios
econômicos para a entidade.
As entidades normalmente obtêm ativos comprando ou produzindo, mas outras
transações ou eventos podem gerar ativos, podemos citar por exemplo: Um imóvel
recebido do governo como parte de um programa para fomentar o crescimento
econômico da região onde se localiza a entidade ou a descoberta de jazidas minerais.
Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não podem resultar, por si
mesmos, no reconhecimento de ativos; por isso, por exemplo, a intenção de adquirir
estoques não atende, por si só, à definição de um ativo.

Bens
Contabilmente, tudo aquilo que é útil à entidade e pode ser representado
monetariamente é denominado BEM. Os bens podem ser classificados de diversas

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formas. De acordo com sua natureza e finalidade, os bens podem ser assim
classificados:
Quanto à natureza:
 Bens tangíveis: Bens corpóreos, que têm forma física, palpáveis. Exemplos:
Veículos, máquinas, edificações, mercadorias, dinheiro etc.;
 Bens intangíveis: Bens incorpóreos, que não têm forma física. Exemplos:
marcas, patentes, softwares, direitos autorais etc.
Quanto à finalidade:
 Bens numerários: Bens que representam disponibilidades em dinheiro. Esses
bens são registrados na conta Caixa.
 Bens de venda: ativos que pertencem à entidade e que há a intenção de sua
venda. Normalmente, os bens de venda são aqueles registrados na conta
Estoque, como matéria-prima, mercadorias, produtos em elaboração, produtos
acabados.
 Bens de uso: Bens que pertencem à entidade, mas que não há intenção de
venda. Esses bens têm como finalidade gerar benefícios para a empresa
mediante o seu uso, mas não mediante sua venda. Exemplos: bens registrados
no ativo imobilizado (máquinas, edificações, veículos, hardwares, imóveis,
terrenos etc.) e no ativo intangível (marcas, patentes, softwares, direitos
autorais etc.);
 Bens de renda: Bens que pertencem à entidade e que geram benefícios
mediante sua valorização ou locação. Exemplos: participações societárias em
outras empresas, imóveis para locação etc.

Direitos
Contabilmente, direitos representam o poder de receber ou de compensar
alguma coisa em benefício da própria entidade. Representam créditos da entidade
junto a terceiros (governo, empregados, empresas etc.). Direitos representam
recursos da entidade em posse de terceiros. Assim, se a entidade tem direito a receber
algo, há um terceiro que tem a obrigação correspondente. Exemplos de contas
contábeis do ativo que representam direitos:
 Clientes ou Duplicatas a receber: registra o direito de receber determinado valor
por venda de ativos ou por prestação de serviços para recebimento a prazo;

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 Adiantamento de salários: registra o direito de a entidade compensar o valor
adiantado a empregado quando ocorrer o posterior pagamento do salário;
 Tributos a recuperar: registra o direito que a entidade possui de compensar o
valor do tributo pago a maior ou pago antecipadamente.
Duplicata é um título de crédito emitido pelo credor em uma transação de
compra venda de mercadorias ou de prestação de serviços. A entidade vendedora ou
prestadora do serviço emite uma duplicata para cobrança da mercadoria vendida ou
do serviço prestado, a qual deverá ser aceita pelo comprador (devedor). Assim:
 Duplicata emitida = vendedor (direito, ativo);
 Duplicata aceita = devedor (obrigação, passivo).
Nota promissória é um título de crédito emitido pelo devedor em favor de determinada
pessoa, com o objetivo de representar uma promessa de pagamento. Assim:
 Nota promissória emitida = devedor (obrigação, passivo);
 Nota promissória aceita = credor (direito, ativo).
O sacador da duplicata é o emitente, ou seja, o credor. O sacado da duplicata
é o comprador, ou seja, o devedor.
Na nota promissória, o sacado é o emitente, ou seja, o devedor. Já o
beneficiário é o credor.

PASSIVO
Representa as obrigações (dívidas) da entidade para com terceiros. As contas
do passivo representam recursos de terceiros em posse da entidade. O passivo
também pode ser denominado Passivo Exigível ou Capital de Terceiros e corresponde
às Origens de recursos de uma entidade.
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de
gerar benefícios econômicos. Uma característica essencial para a existência de um
passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente.
Assim, por exemplo, a aquisição a prazo de mercadorias ou de serviços resulta
em contas a pagar, e a obtenção de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-
lo. São exemplos de contas do passivo:
 Fornecedores ou Duplicatas a pagar: registra a obrigação da entidade de pagar
determinado valor por compras ou contratação de serviços a prazo;

20
 Empréstimos e financiamentos obtidos;
 Provisões passivas – 13º salário, de férias, de contingências etc.;
 Notas promissórias a pagar (ou emitidas)
 Tributos a recolher (ou a pagar);
 Salários a pagar.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Patrimônio Líquido (PL) é a diferença entre o Ativo e o Passivo de uma
entidade, ou seja, é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos
os seus passivos. O patrimônio líquido pode também ser denominado Riqueza líquida,
Capital próprio, passivo não exigível, situação líquida. Também corresponde,
juntamente com o passivo, às origens de recursos.

No patrimônio líquido são


registrados os recursos aportados
pelos sócios, o resultado do exercício
(lucro ou prejuízo), as reservas
resultantes de apropriações de lucros
(Reservas de lucros) e as reservas para
manutenção do capital (Reservas de
capital).

Fonte: investorcp.com

RECEITAS E DESPESAS

As receitas e as despesas são conhecidas como variações patrimoniais e não


são contas patrimoniais, ou seja, não são contas do ativo, do passivo e do patrimônio
líquido.
Quando somadas as receitas e despesas de uma entidade, chega-se ao
resultado em determinado período. Se as receitas foram superiores às despesas, a

21
entidade apurou “Lucro Líquido”. Se as despesas foram superiores às receitas, a
entidade apurou “Prejuízo”. Esse resultado, lucro líquido ou prejuízo, é registrado no
patrimônio líquido. Daí, conclui-se que receitas têm efeito positivo no PL, e as
despesas têm efeito negativo no PL.
 Receitas: Variações patrimoniais que aumentam o patrimônio líquido de uma
entidade em determinado período. Podemos citar como exemplo, rendimentos
de aplicações financeiras, pagamento de uma dívida com desconto,
recebimento de um direito com juros, recebimento de uma doação etc. O
Pronunciamento Conceitual Básico CPC Estrutura para a Preparação e a
Apresentação das Demonstrações Contábeis define assim as receitas: “são
aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma
de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que
resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de
aporte dos proprietários da entidade”.
 Despesas: Correspondem às variações patrimoniais que reduzem o patrimônio
líquido de uma entidade em determinado período, seja por um evento que
provocou uma redução do ativo sem a correspondente diminuição do passivo,
seja pelo evento que provocou um aumento do passivo sem o correspondente
incremento do ativo. São exemplos de despesa: baixa de um ativo por perda
ou perecimento, pagamento de uma dívida com juros, recebimento de um
direito com desconto, registro de uma dívida sem registro de um ativo
correspondente etc.

4.4 Capital de Giro

O capital de giro é o dinheiro necessário para bancar a continuidade do


funcionamento da sua empresa.
O capital de giro garante a saúde financeira de uma empresa, proporcionando:
 Recursos de financiamento aos clientes (nas vendas à prazo);
 Mantendo os estoques;
 Assegurando o pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou
mercadorias de revenda), bem como o pagamento de impostos, salários e
demais custos e despesas operacionais.

22
Fonte: capitalsocial.cnt.br

O capital de giro é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma


das despesas e contas a pagar.
Para calcular o Capital de Giro líquido (CGL), basta somar os Ativos Circulantes
(Investimentos) e reduzir os Passivos Circulantes (Fonte de Recursos).

CGL = AC – PC

“AC ” é o ativo circulante e “PC” corresponde ao passivo circulante.


Ou seja, o Capital de Giro pode ser entendido como a quantidade de dinheiro
que a empresa precisa para operar regularmente. E este recurso financeiro está
alocado nos estoques, nas contas a receber, no caixa ou na própria conta corrente da
empresa.
Exemplo: Suponhamos a inauguração de uma pizzaria quando iniciar suas
atividades ela irá precisar inicialmente de ter farinha de trigo, queijos, massa de tomate
e outros itens que compõem o cardápio, além disso é preciso contar com bebidas,
refrigerantes e cerveja. Estes itens estarão no Estoque da Pizzaria.
As mercadorias em estoque, são necessárias para que o empreendimento não
falhe na hora que o cliente solicitar uma pizza no cardápio, é um dinheiro que está

23
parado na empresa. E até que o cliente não pague pela pizza, esse dinheiro parado
precisa ser financiado por uma fonte.
Agora imagine que o cliente pediu a pizza, comeu, e no final pediu para pagar
no cartão de crédito. O empreendedor sabe que na hora que ele passar aquele cartão,
levará cerca de 30 dias para efetivamente receber o dinheiro, esse recebível que está
contabilizado na conta de Contas a Receber também é um dinheiro parado e que
precisa de financiamento.
Podemos concluir que os itens que estão no Balanço Patrimonial e nas contas
do Ativo Circulante, tais como Estoques e Contas a Receber, são investimentos
necessários para que a empresa opere, ou seja, o Capital de Giro.
Podemos identificar que estes itens são um investimento, sendo assim quais
são os recursos que financiam essa necessidade?
Existem várias fontes para financiá-lo, mas temos aquela que é a natural, que
se trata da fonte de recursos ligada a operação: os fornecedores.
Então, supondo que aqueles itens de Estoque na Pizzaria foram adquiridos a
prazo, ainda não foram pagos, assim não houve necessidade de financiamento do
Capital de Giro.
A conta de Fornecedores a Pagar no Balanço Patrimonial está no grupo de
Passivo Circulante. Existem outras que assim como esta contribuem nesse
financiamento como as Contas a Pagar por exemplo, Funcionários e Impostos a
recolher.
Para compreendermos melhor a dinâmica do Capital de Giro é preciso
conhecer os conceitos do Ciclo Econômico, Operacional e do Ciclo Financeiro de uma
empresa.
Suponhamos que nesta pizzaria a mercadorias permaneçam 42 dias em
estoque, com uma média de recebimento de clientes igual a 60 dias sendo o
pagamento a fornecedores em 30 dias. Teremos os seguintes valores para o cálculo
dos ciclos como exemplo:

Ciclo Econômico
O ciclo econômico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Vai
desde a aquisição dos produtos até o ato da venda, não levando em consideração o
recebimento das mesmas.

24
Fórmula:
Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME)

Exemplo:
Ciclo Econômico = 42 dias

Ciclo Operacional
O conceito de ciclo operacional é bastante simples, ele é o intervalo de tempo
gasto na execução de todas as atividades da empresa até o recebimento de suas
vendas. Então temos dentre as atividades, a compra de matéria prima, pagamento
dos fornecedores, a estocagem, a produção a venda e o recebimento das vendas.
Compreende o período entre a data da compra até o recebimento de cliente.
Caso a empresa trabalhe somente com vendas à vista, o ciclo operacional tem o
mesmo valor do ciclo econômico.

Fórmula:

Ciclo Operacional = Ciclo Econômico + Prazo Médio de Contas a Receber


(PMCR)

Exemplo:
Ciclo Operacional = 42 dias + 60 dias
Ciclo Operacional = 102 dias

Ciclo Financeiro
Também conhecido como Ciclo de caixa é o tempo entre o pagamento a
fornecedores e o recebimento das vendas. Quanto maior o poder de negociação da
empresa com fornecedores, menor o ciclo financeiro.
O ciclo financeiro é o intervalo de tempo entre os eventos financeiros que
ocorreram no ciclo operacional da empresa.

Fórmula:

25
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento a
Fornecedores (PMPF)

Exemplo:
Ciclo Financeiro = 102 dias - 30 dias
Ciclo Financeiro = 72 dias

Quando há necessidade em Capital de Giro, as empresas precisam de recursos


para financiar sua operação, estes recursos podem ser de empréstimos bancários, ou
de recursos dos próprios sócios. Por isso é muito importante tomar as decisões de
compras e vendas com bastante critério, já que quanto maior for o prazo que você
oferece ao seu cliente ou quanto maior forem as parcelas de vendas a prazo no seu
faturamento, mais recursos financeiros a empresa deverá ter.
Porém, pode ocorrer o inverso. A saída de recursos com pagamento do
fornecedor pode ocorrer após as entradas do recebimento das vendas e essa sobra
de recursos normalmente é alocada no caixa da empresa.
Essa situação pode ser de dificuldades nas empresas a sobra de Capital de
Giro, acredite! Pois os recursos em Caixa dão a falsa impressão que a empresa pode
distribuir lucros, fazer investimentos em imobilizados ou utilizá-los de outras formas, e
quando chega a hora de pagar fornecedores não há recursos suficientes.
Por isso é tão importante acompanhar os relatórios contábeis, pois eles
poderão dar a dimensão real do que está ocorrendo com a empresa.
É importante para a empresa, sempre buscar alternativas que resultem em
ciclos financeiros reduzidos, observando sempre as limitações do mercado e o setor
econômico inserido.
Com ciclos menores temos o aumento do giro de negócios, proporcionando
maiores retornos sobre os investimentos. No exemplo temos um ciclo financeiro de 72
dias, isso significa dizer que durante 1 ano (360 dias) a empresa gira 5 vezes. Observe
que após o pagamento a fornecedores, a empresa começa a financiar suas atividades
com seu próprio capital de giro. Abaixo temos a diminuição do ciclo financeiro
estendendo o pagamento a fornecedores de x' para x''. Outras medidas seriam a
antecipação de vendas e de seus respectivos recebimentos.

26
Fonte: portaldecontabilidade.com.br

4.5 Sociedade por ações

Fonte:prof-paulo.grande.adv.br

Conforme Ricardo Negrão (2003, p.3372 apud Tenório Ageu) a origem das
sociedades por ações deriva da junção de diversos fatores os quais coligados levavam
a união do Estado com investidores para empreender a alguma aventura mercantil.
Esta relação ganhou destaque a partir da Idade Média, período em que os grandes
descobrimentos passaram a incentivar as aventuras comerciais.

27
A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.
A regulação das S/A está estabelecida na Lei 6.404/1976, com alterações
posteriores. O estatuto social definirá o objeto de suas atividades de modo preciso e
completo.
A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões
"companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviada, mas
vedada a utilização da primeira ao final.
A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se
por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública,
considerando-se fundadores todos os subscritores.
O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda
nacional.
O capital social é repartido em partes chamadas ações. É a soma de toda
contribuição dos sócios, isto é, o montante financeiro pertencente à companhia. Com
essa quantia a sociedade dá início a parte econômica. O capital social é expresso em
moeda nacional e pode compreender qualquer espécie de bem que possa ser
avaliado em dinheiro durante seu processo de formação. São instituídas por lei
algumas regras que delimitam os valores dos bens que farão parte do capital social.
 Redução de capital: pode ocorrer por desvalorização das ações ou por excesso
ou falta de subscritores (alguém que ingressa na sociedade, adquirindo ações);
 Aumento de capital: ocorre quando as ações se valorizam ou há entrada de
subscritores, pois eles adquirem ações, aumentando o patrimônio da
companhia.
Sociedade de Capital: As ações de uma sociedade anônima podem ser
transmitidas para qualquer pessoa sem se importar com a característica do sócio. O
estatuto não pode proibir esse tipo de negociação, mas pode limitá-la.
Responsabilidade do Acionista - A responsabilidade do acionista é limitada ao
valor das ações adquiridas e subscritas. Assim que a ação for integrada, o acionista
não terá nenhuma responsabilidade suplementar.
Podem ser divididas em dois tipos:

28
Capital aberto (quando seus valores mobiliários podem ser negociados no
mercado de valores - bolsa de valores ou mercado de balcão) e;
Capital fechado (seus valores mobiliários não passam por negociações na
bolsa ou no mercado de balcão).
É importante saber a diferença entre as duas, suas principais características e
as vantagens e desvantagens. Outro elemento essencial é a questão das ações. Elas
podem restringir os direitos e as vantagens do acionista e mostram o tamanho da
empresa.
Principais Órgãos
As sociedades anônimas possuem uma estrutura fixa, determinada pela lei
6.404/76. Deve existir uma divisão de órgãos dentro das companhias para que não
haja relação de vantagem e desvantagens entre grupos, além de manter a legalidade
de tudo que se pratica dentro da empresa.

Assembleia Geral
É o órgão mais poderoso no que diz respeito às decisões da empresa. A
responsabilidade da assembleia é reunir os acionistas para discutir os interesses da
companhia. Através de eleição, é possível decidir sobre o futuro dela ou mesmo
destituir membros da administração e do conselho fiscal. Existem, ainda, a
Assembleia geral ordinária e Assembleia geral extraordinária. A primeira é obrigatória,
anual e visa discutir matérias pré-estabelecidas. A segunda pode ser convocada a
qualquer momento quando houver necessidade de debater assuntos residuais ou
urgentes. Com o objetivo de modernizar o contato entre os acionistas, a Lei das S.A.
instituiu em 2011 uma autorização para que os acionistas de companhias abertas
pudessem realizar assembleias gerais à distância, podendo até realizar votações.
Elas são chamadas de Assembleias Eletrônicas ou Votações Eletrônicas.
Conselho de Administração
É um órgão facultativo. Só precisa existir caso a sociedade seja do tipo dualista,
isto é, quando, além da assembleia geral, existe outro órgão com poder de fiscalizar
a diretoria, que, no caso, é o conselho de administração. É também um órgão
deliberativo e composto por acionistas escolhidos pela assembleia geral, os
chamados conselheiros. A principal função do conselheiro é agilizar as decisões.

29
Cabe a ele também se reunir com os outros conselheiros para que possam discutir os
negócios da empresa e fiscalizar o trabalho dos diretores.
Possuem os seguintes tipos de acionistas:
Acionista Controlador - é um grupo, empresa ou indivíduo que precisa ser
escolhido por meio de voto, o que lhe dá o poder de controle da companhia;
Acionista Majoritário - aquele que detém boa parte das ações ordinárias,
representado por mais de 50%;
Acionista Minoritário - aquele que tem uma pequena parcela em ações.
O conceito de acionista controlador evoluiu e, assim, foi definido que ele não
está associado apenas à pessoa (física ou jurídica) que detém a maioria das ações
com direito a voto. É observado na sociedade quem verdadeiramente exerce o poder
de controle, quer seja um grupo de acionistas ou uma pessoa.
Essa regra geral do comando das companhias parte do pressuposto de que as
sociedades são feitas para atender aos interesses dos sócios e, portanto, aquele que
é selecionado por voto na assembleia geral pode decidir pelos seus próprios
interesses dentro da empresa.
No Brasil, as sociedades anônimas foram aceitas por lei no Brasil em 1850.
Nessa época, as sociedades eram abertas para funcionar por tempo determinado. Ao
fim do prazo, elas eram dissolvidas. Cerca de trinta anos depois, estabeleceu-se uma
lei para regulamentar esse tipo de companhia. No século XX, com a evolução
comercial do país, o funcionamento das S/As se tornou mais eficiente, tanto as
nacionais quanto as estrangeiras.
Em 1976, uma reforma na lei de número 6.404 favoreceu os acionistas
minoritários de sociedade anônima de capital aberto, que não eram privilegiados por
causa de algumas falhas no decreto anterior. Depois, ela foi sendo complementada e
modificada por causa das mudanças nos planos econômicos e crises financeiras
enfrentadas no país.

4.6 Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa


possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras. Logo o fluxo de caixa
deverá refletir, com precisão, a situação econômica da empresa.

30
Em termos financeiros é a capacidade de honrar seus compromissos também
pode ser chamada de liquidez. Conforme Zdanowicz; (2004 pág. 15, apud Antônio
José 2005). “Para a análise e a segurança da mesma, o instrumento estratégico que
pode e deve ser amplamente utilizado é o Fluxo de Caixa”.
Esta ferramenta pode ser também conceituada como o instrumento utilizado
pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar os somatórios de ingressos e
desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando
assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela
empresa.
O fluxo de caixa pode ser elaborado em função de sua projeção. A curto prazo
para atender as necessidades para empresa, principalmente, de capital de giro, que
é o caso de nosso estudo, e a longo prazo para fins de investimento em bem do ativo
permanente.
O fluxo de caixa tem como propósito básico a projeção das entradas e das
saídas de recursos financeiros para determinado período, proporcionando dessa
maneira um planejamento do fluxo de recursos, tendo como resultado o diagnóstico
da necessidade de se captar empréstimos ou disponibilidade de aplicar o excedente,
mas atividades mais rentáveis da empresa.
O fluxo de caixa não somente permite ao gestor financeiro uma visão real da
situação da empresa, tanto em termos de equilíbrio de caixa como os recursos
disponíveis, contrapondo a Demonstração de Resultado do Exercício, que informa
somente a situação econômica da empresa em um dado momento.
O processo de elaboração e planejamento do fluxo de caixa da empresa está
embasado na construção de uma estrutura capaz de coletar, processar e utilizar as
informações de forma segura para estimar os futuros ingressos e desembolsos de
caixa conforme as intenções e necessidades da empresa.
Conforme IUDÍCIBUS, MARTINS, GELBECKE, (2003, apud ALLAN Marcos,
SANDERSON Idelmo, 2012). A demonstração do fluxo de caixa é dividida de acordo
com a função e classificação das atividades de sua estrutura e possui o objetivo de
qualificar a movimentação, identificando se sua natureza é operacional de
investimento ou financiamento.
Requisitos de importância para implantação do fluxo de caixa, segundo
(ZDANOWICZ, 2000).

31
 Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos
níveis de responsabilidade de cada área.
 Integração dos diversos setores e/ou departamentos da empresa ao
sistema do fluxo de caixa.
 Definição do sistema de informação, quanto a qualidade e aos
formulários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados
(periodicidade) e os responsáveis pela elaboração das diversas
projeções.
 Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na
empresa.
 Criação de um manual de operações financeiras.
 Comprometimento dos responsáveis pelas diversas áreas, no sentido de
alcançar os objetos e metas propostas no fluxo de caixa.
 Controles financeiros adequadas, especialmente da movimentação
bancária.
 Utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos da
tomada de decisões que tenham impacto financeiro na empresa.
 Fluxograma das atividades da empresa, ou seja, definir as atividades
meio e as atividades fins.
Sendo assim, pode-se reafirmar que o fluxo de caixa é uma ferramenta que
permite ao administrador financeiro visualizar, num determinado período, se ocorrerá
excedentes de caixa ou escassez de recursos financeiros, consentindo um
direcionamento mais assertivo dos mesmos.

Transações que afetam o caixa (entradas e saídas)


Os aumentos do disponível de caixa provem de várias transações dentro do
ciclo operacional da empresa e consistem em transpor do orçamento de vendas as
entradas provenientes, podemos citar: Aumento de capital social, entrada de recursos
financeiros através de venda do ativo, descontos e calções de duplicatas e
empréstimos, financiamentos, cobrança simples e recebimento à vista, dividendos
recebidos de outras pessoas, indenizações de seguros e processos, juros recebidos,
aluguéis a receber entre outros.

32
As transações de saída de caixa são provenientes de todas as operações
financeiras decorrentes de pagamentos gerados pelo processo de produção,
comercialização e distribuição de produtos pela empresa como: Pagamentos de
dividendos aos sócios, pagamentos efetuados a fornecedores e compras á vista,
pagamentos relativos aos custo e despesas operacionais, diretas e indiretas, compras
à vista dos itens que vão compor o imobilizado da empresa e ativo permanente,
pagamentos com origem de dividas contraída ou atrasos em sua liquidação como:
Encargos financeiros, comissões, pagamento de juros, correção monetária,
amortização e regate de débitos junto as instituições financeiras e outros.

Fonte: Principais ingressos e desembolsos de caixa (ZDANOWICZ,200 apud Marcos Allan)

33
Métodos de Fluxo de Caixa
Para projetar o fluxo de caixa a empresa pode utilizar vários métodos, porém a
projeção vai depender de vários fatores como seu porte, sua atividade econômica,
seu processo de comercialização ou produção, periodicidade com que efetuam os
recebimentos fazem os pagamentos e revelar dados de como são originadas as fontes
de caixa:
Fontes Internas: Vendas a prazo, vendas à vista e vendas do ativo permanente.
Fontes Externas: Provenientes de instituições financeiras, impostos (governo),
fornecedores etc.
Modelo de fluxo de caixa

Fonte: Principais ingressos e desembolsos de caixa (ZDANOWICZ,200 apud Marcos Allan)

34
5 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROJETOS

5.1 Análise de Investimentos

A análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com


prazos longos (maiores que um ano), com o objetivo de propiciar retorno adequado
aos proprietários desse capital.
Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de
investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder
a questões como:
 O projeto vai se pagar?
 O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminuí-la?
 Esta é a melhor alternativa de investimentos?
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que
serão obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de
vendas, também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma
mais realista a acurada possível.
De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois
envolve cenários econômicos e políticos de longo prazo.
Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são:
 Valor presente líquido – VPL;
 Taxa interna de retorno – TIR.
 Payback;
 Payback descontado;

Análise de riscos financeiros


A análise de riscos financeiros consiste na avaliação das incertezas
relacionadas às operações financeiras de uma empresa, que incluem da gestão do
fluxo de caixa até a alocação de recursos em investimentos.
O objetivo da análise de riscos financeiros é auxiliar na tomada de decisões
pelo gestor da companhia no sentido de evitar riscos indesejáveis ou criar planos para
minimizar seu impacto sobre as contas da empresa.

35
Fonte: pilulaempreendedora.com.br

Na análise dos riscos financeiros, as incertezas são mensuradas por meio da


avaliação da probabilidade de que determinado evento ocorra, utilizando métodos de
contabilidade e estatística.
Riscos financeiros têm relação com as operações financeiras de uma
organização. Eles incluem os riscos provocados por uma má administração dos fluxos
de caixa e os riscos ligados a retornos abaixo do esperado nas transações financeiras
e nos investimentos. Entre as possíveis causas desses riscos podemos citar:
 Administração financeira inadequada
 Endividamento elevado
 Exposição a variações de câmbio ou de taxas de juros
 Operações de mercado ou investimentos com alto grau de incerteza
sobre seus retornos
 Baixa qualidade das informações que pautam a tomada de decisão
O risco financeiro pode ser dividido em risco de mercado, risco de crédito, risco
de liquidez e risco operacional.
Riscos de mercado

36
São os riscos provocados por possíveis oscilações em preços e cotações. É o
risco a que está exposto, por exemplo, um industrial que importa os seus insumos,
pagando em dólar, mas vende o produto final no mercado nacional. Esse empresário
pode ter prejuízos, por exemplo, no caso de uma queda brusca na cotação na moeda
local, que poderá afetar sua capacidade de pagar seus fornecedores.
Riscos de crédito
São os riscos relativos à possibilidade de o credor não receber um dinheiro que
lhe é devido ou de o pagamento ser feito com atraso.
O exemplo mais comum é o dos bancos que emprestar dinheiro ou fazem
financiamentos para seus clientes. Esses consumidores costumam ser avaliados
antecipadamente de acordo com o risco de não pagarem o que devem. Riscos
maiores costumam ser compensados com taxas de juros mais altas.
Além dos bancos, esse risco também atinge indústrias, comércios e outros
negócios que vendem a prazo. Um pequeno distribuir que recebe por meio de boletos,
por exemplo, está exposto ao risco de o comprador de seus produtos não pagar a
mercadoria após o recebimento.
Riscos de liquidez
O risco de liquidez corresponde à possibilidade de a empresa não conseguir
arcar com os seus compromissos. Uma das causas possíveis é a má gestão do fluxo
de caixa.
Contas com prazos não casados com as previsões de entrada de caixa, por
exemplo, podem fazer com que a empresa não tenha dinheiro para pagar o que deve
no momento do vencimento.
Riscos operacionais
O risco operacional corresponde a perdas geradas por falhas provocadas, por
exemplo, por funcionários, processos, sistemas e eventos externos que afetem as
operações da companhia. É o caso dos defeitos em equipamentos, do uso de
sistemas de informática obsoletos e da baixa qualificação de funcionários.
Esse é um dos riscos mais difíceis de medir com objetividade. Conseguir
calculá-lo de forma confiável depende de a empresa ter criado um bom banco de
dados com o registro de falhas dessa natureza.
Ao tomar conhecimento dos riscos financeiros a que está exposta, a empresa
pode decidir por evitá-lo ou assumi-lo, podendo tomar as medidas necessárias para

37
minimizar ou anular os efeitos adversos. As opções de tratamento após a identificação
e análise de um risco financeiro são:
Evitar o risco: A empresa pode não entrar na situação que gera esse risco ou
decidir se retirar dela, por exemplo, se desfazendo de um investimento.
Aceitar o risco e retê-lo: A empresa assume o risco tal como ele se apresenta.
Por exemplo, mesmo sabendo que sua frota de veículos está obsoleta, decide não
renová-la agora, por considerar que o risco que ela representa é tolerável.
Aceitar o risco e reduzi-lo: A empresa toma medidas para minimizar a chance
de problemas. Se há um risco alto de assaltos, por exemplo, a companhia poderá
optar por adquirir um sistema de alarme e vigilância eletrônica, reduzindo as chances
de o evento ocorrer. No caso dos investimentos, a empresa também pode optar por
protegê-los por meio de uma operação de hedge.
Aceitar o risco e transferi-lo ou compartilhá-lo: Nesse caso, a empresa
reconhece o risco, mas transfere suas possíveis consequências para um terceiro. O
exemplo mais simples é a contratação de um seguro que a indenize no caso de o risco
se verificar.
Aceitar o risco e explorá-lo: Nesse caso, não apenas a empresa sabe dos riscos
a que está sujeita como ainda aumenta seu grau de exposição. É o caso dos
investimentos agressivos no mercado financeiro, que têm possibilidades de ganhos
proporcionais aos riscos inerentes.

5.2 Valor presente líquido e taxa interna retorno

O Valor Presente Líquido (VPL) é a ferramenta muita utilizada por grandes


empresas na análise de investimentos, sendo avaliada como o somatório do valor
presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa. Ou seja,
desconta os fluxos de caixa do projeto que está sendo avaliado a uma determinada
taxa, estipulada pelos shareholders 1 . Essa taxa, usualmente chamada de taxa de
desconto, é o retorno mínimo que deve ser esperado para que o projeto seja aceito.
Se o fluxo de caixa do projeto, após ser descontado ao valor da taxa de
desconto, for maior ou igual a zero significa que executar o projeto é viável, pois este

1
Shareholder: É uma palavra em inglês bastante comum no contexto empresarial, que em português
significa acionista, ou seja, é uma pessoa que possui pelo menos uma ação de uma organização ou empresa. Os
acionistas (shareholders) podem obter algum lucro se a empresa tem algum sucesso no mercado.
38
remunera o capital investido a uma taxa igual ou maior que a taxa mínima de retorno.
Quando o VPL for menor do que zero, via de regra, o projeto é rejeitado.
A fórmula de cálculo do VPL é representada da seguinte forma:

Onde: FC: Fluxo de caixa de cada período


I: É a taxa de desconto escolhida e
j = 1.
Assim, como observado, cada fluxo de caixa é dividido pela taxa de desconto
elevada ao seu respectivo período, observando que os juros, neste caso, são
compostos. Para a taxa de desconto, normalmente aplica-se a Selic.
Segundo, Ross, Westerfield e Jordan 2002 (Apud SEBBEN Jéssica, 2018). O
valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado ou adicionado hoje por
realizar um investimento
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto que iguala
ao valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, a
TIR é a taxa de desconto que anula o VPL.
A fórmula de cálculo da TIR é representada da seguinte forma:

Onde, F significa o fluxo de caixa de cada período e o t é o período em questão.


Ao observar a fórmula, notamos que cada fluxo de caixa é dividido pela (TIR) elevada
ao seu respectivo período, sendo que os juros, neste caso, são compostos. E tudo
isso deve ser igual a zero.
Segundo Souza (2014, p. 153, apud SEBBEN Jéssica, 2018), a taxa interna de
retorno:

Representa a taxa que iguala o valor presente das entradas de caixa do


investimento com o desembolso inicial, ou seja, a TIR é a taxa de desconto
que iguala o valor presente líquido do investimento a zero. O processo
decisório, utilizando esse método de análise, dá-se em decorrência do
investimento que apresenta a maior taxa.

39
No processo decisório, os projetos que tiverem a TIR maior ou igual à taxa
mínima de retorno, definida pelos shareholders, podem ser executados. Já os projetos
que tiverem a TIR menor que a taxa mínima de retorno exigida, via de regra, são
recusados.
O princípio fundamental da TIR é que as entradas líquidas de caixa
intermediárias são reinvestidas à própria TIR. O VPL, por sua vez, supõe que as
entradas líquidas de caixa intermediárias são reinvestidas ao custo de capital da
empresa.
O conflito de avaliação entre estes dois métodos acontece sob certas condições
onde cada um deles classifica alternativas de projeto de forma diferente. Isso pode
acontecer por diversos fatores.
Em casos de conflito sugere-se o método do VPL para escolher qual projeto
deverá ser executado, pois indica o projeto que gerou maior riqueza aos shareholders.
Enfim, pode-se perceber que nenhum método é suficiente para analisar e
comparar projetos, principalmente os mais complexos e com diferentes horizontes de
tempo.
É importante ressaltar que as metodologias devem ser utilizadas como suporte
à tomada de decisão, porém estas devem ser confrontadas e analisadas por
diferentes aspectos que levem em consideração a visão estratégica da empresa.

Como calcular a VPL na calculadora financeira HP 12c:


A função correspondente nesta calculadora aparece de cor laranja com a sigla
NPV, que quer dizer o VPL em inglês (Net Present Value). Esta função se torna ativa
quando pressionamos o botão " f ".
O cálculo é feito preenchendo cada valor do fluxo de caixa nas funções de cor
azul ativadas com a tecla "g". Os passos são os seguintes:
Digitar o valor de investimento inicial - CHS - g - CFo;
Preencher com os valores do fluxo de caixa - g - CFj;
Caso algum valor preenchido em "CFj" se repita, basta digitar a quantidade
desta repetição - g – Nj.
Digitar a Taxa Mínima de Atratividade - i;
Descobrir a VPL pressionando: f - NPV.

40
Exemplo
Considerando um VPL para um investimento inicial de R$ 40.000,00 com um
retorno esperado de R$ 5.000,00 ao fim de cada ano e por um período de 12 anos e
uma taxa de 4%. Os passos para este cálculo são:
40.000 - CHS - g - CFo ;
5.000 - g - CFj ;
12 - g - Nj ;
4-i;
Ao final, as teclas: f - NPV
O VPL resultante é o de R$ 6.925,37. Se quisermos também saber qual a TIR
deste investimento basta pressionar "f" e a tecla "IRR" e o resultado é de 6,865%
para este investimento.

5.3 Custo de Oportunidade

É a rentabilidade da melhor opção existente, ao invés do projeto.


Sendo assim, um investidor ao comparar projetos de investimento, sempre
considera como alternativa o investimento cuja remuneração é igual ao custo de
oportunidade do capital investido.
Um critério para a decisão de fazer ou não um investimento é comparar TIR e
Custo de Oportunidade.
Se: TIR > Custo de Oportunidade = vale a pena investir no negócio
TIR < Custo de Oportunidade = não vale a pena investir no negócio
Custo de capital é o valor da taxa de juros que pagamos para ter acesso aos
recursos necessários para efetivar nosso negócio. Podemos citar como exemplo, a
realização de um empréstimo. Ele deve ser inferior ao rendimento proporcionado pelo
negócio, que é dado pela TIR.
Desta forma, temos um outro critério de decisão:
Se: TIR > Custo de capital = compensa investir no negócio
TIR < Custo de capital = não compensa investir no negócio
A taxa mínima de atratividade é aquela taxa de juros mínima para que o
investidor prefira investir no negócio ao invés da aplicação financeira.

41
Sabendo-se qual é a taxa mínima de atratividade para um determinado
investidor ou empresa, temos que:
Se: TIR > Taxa mínima de atratividade = vale a pena investir no negócio.
TIR < Taxa mínima de atratividade = não vale a pena.

Investimentos Independentes
São aqueles cujos fluxos de caixa não se relacionam, sendo independentes
entre si, de modo que a aceitação ou rejeição de um projeto
não influencia na aceitação ou rejeição do outro.
Investimentos mutuamente excludentes
São os projetos que competem entre si, por restrições de ordem técnica ou
financeira, de modo que a aceitação de um inviabiliza a aceitação do outro.

Na existência de investimentos mutuamente excludentes, o investidor deve


buscar o investimento que:
Tenha maior VPL;
Apresente maior TIR;

Análise Incremental (Fluxo Incremental)


Se forem fornecidas as informações sobre VPL e TIR de projetos mutuamente
excludentes (ou seja, for preciso escolher apenas um deles), deve-se lançar mão da
análise incremental.
Calcula-se a TIR do fluxo de caixa incremental entre dois projetos.
É a diferença entre o fluxo de caixa entre os 2 projetos, calculada em diversos
pontos no tempo.
A partir destas diferenças calcula-se a rentabilidade desta diferença.
O resultado é o cálculo da rentabilidade do adicional investido no projeto mais
“caro”.
Faz-se uma análise sobre esta TIR (Taxa Interna de Retorno) é maior do que
a TMA (Taxa Mínima de Atratividade), custo de capital ou custo de oportunidade,
conforme o caso.

42
Neste caso deve-se dar preferência ao projeto com maior investimento, desde
que ele tenha TIR maior que o mínimo exigido, e o fluxo incremental também tenha
TIR maior que o mínimo exigido.

5.4 Payback Simples e Payback Descontado

Payback, ou “retorno do investimento” é uma técnica utilizada para calcular o


prazo de recuperação do capital investido. É o tempo de retorno do investimento inicial
até o momento no qual o ganho acumulado se iguala ao valor deste investimento.
Normalmente este período é medido em meses ou anos.
Segundo BRUNI e FAMÁ (2007, p.67 apud MATTE, Djessica Karoline) O
método do payback é uma forma simples, fácil e direta, que estima o prazo necessário
para se recuperar o investimento realizado”.
O método de período payback determina o número de períodos necessários
para recuperar o investimento realizado. Quanto mais rápido a aplicação recuperar o
investimento, melhor será o resultado. Para que isso aconteça, a soma acumulada de
entrada caixa deve ser igual ao investimento realizado.
Para determinar a aceitação do investimento, o avaliador deve estipular um
prazo máximo para o retorno do investimento. Esse prazo máximo de retorno é o
tempo que o investidor estipula para ter de volta o dinheiro investido.
O payback pode ser calculado de duas formas:
Payback Simples: Não considera o custo de Capital da empresa;
Payback Descontado: Considera o custo de Capital da empresa.

Fonte:wrprates.com
43
Payback simples
É definido como o número de períodos (anos, meses, semanas etc.) para se
recuperar o investimento inicial. Para se calcular o período de payback de um projeto
basta somar os valores dos fluxos de caixa auferidos, até que essa soma se iguale ao
valor do investimento inicial.
Uma vez que o período de payback é encontrado quando os fluxos de caixa
“pagam” o investimento, então basta somar os fluxos de caixa ao valor do investimento
inicial. Observe a tabela a seguir:

n FC Saldo

0 -1500 -1500

1 150 -1350

2 1350 0

3 150

4 -80

5 -50

No exemplo, o payback é de 2 anos.

Vantagens: Simplicidade e rapidez; é uma medida de risco do investimento,


pois quanto menor o período de payback, mais líquido é o investimento e, portanto,
menos arriscado.
Desvantagens: Não considera o valor do dinheiro no tempo, não considera os
fluxos de caixa após o período de payback; não leva em conta o custo de capital da
empresa.

Para obter o Payback Simples de um projeto de investimentos, basta verificar


o tempo necessário para que o saldo do investimento (soma dos fluxos de
caixa colocados e gerados pelo investimento) seja igual a zero. Como o
payback simples não considera o custo de capital, a soma do saldo do
investimento pode ser feita com base nos valores nominais (nas datas
futuras) BRUNI e FAMÁ (2007, p.67 MATTE, Djessica Karoline).

44
Payback descontado

Quando o custo de capital é considerado na análise, o método do payback


passa a ser denominado payback descontado (BRUNI e FAMÁ, 2007, p. 72
apud MATTE, Djessica Karoline)

Este método é semelhante ao payback simples, mas com o adicional de usar


uma taxa de desconto antes de se proceder à soma dos fluxos de caixa. Em geral
esta taxa de desconto será a TMA.
Neste método, todos os fluxos de caixa futuro deverão ser descontados por
esta taxa em relação ao período ao qual o fluxo está atrelado.
Por exemplo: Se desejássemos trazer a valor presente (VP) um fluxo que
estivesse a 5 períodos futuros, o procedimento seria o seguinte:

Suponha que o valor desse fluxo é R$500 e a TMA é 12%:

Logo, o payback descontado é igual ao payback simples, com a diferença de


que considera os fluxos descontados (trazidos a valor presente) para encontrar
quando os fluxos de caixa pagam o investimento inicial.
Confira o que ocorre com o payback descontado aplicado ao mesmo fluxo de
caixa utilizado para exemplificar o payback simples, agora utilizando uma TMA de
10%:

n FC VP VP Acumulado

0 -1500 -1500 -1500

1 150 136,36 -1363,64

2 1350 1115,70 -247,93

3 150 112,70 -135,24

4 -80 -54,64 -189,88

5 -50 -31,05 -220,92

45
No caso deste exemplo, o investimento nunca irá se pagar! Isto ocorre porque
o valor presente acumulado não chega a zero.

n FC VP VP Acumulado

0 -1500 -1500 -1500

1 0 0 0

2 0 0,00 0

3 450 338,09 -1161,91

4 1050 717,16 -444,74

5 1950 1210,80 766,05

Percebe-se que desta vez o investimento terá, sim, um período de payback


descontado, e este valor estará entre o fluxo de caixa 4 e o fluxo 5. Mas como
encontrar o valor exato do momento em que ocorrerá o período de payback?
Basta dividirmos o último fluxo de caixa negativo pela soma do último fluxo
negativo com o primeiro fluxo positivo, em valor absoluto, da seguinte forma:

Podendo concluir assim: Além dos 4 anos, ainda será necessário mais 37%
de um ano para que ocorra o período de payback descontado, isto é, 4,37 anos!
Vantagens do payback descontado: Continua simples e prático, como o payback
simples, resolve o problema de não considerar o valor do dinheiro no tempo.
Desvantagens do payback descontado: Apesar de considerar uma taxa de desconto,
continua sem levar em conta os fluxos de caixa após o período de payback.
O período de payback é um dos métodos mais simples para analisar a
viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento. O payback simples
é uma medida muito utilizada no dia a dia, principalmente quando precisamos fazer
contas rápidas e não temos tempo para uma análise mais detalhada.

46
5.5 Análise do risco

Segundo o PMI (2000), “os riscos são eventos ou condições incertas que, caso
ocorram, provocam um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto”.
O PMI sugere que os riscos possam ter efeitos positivos ou negativos sobre o
projeto, porém, esses riscos com efeitos positivos nada mais são do que as
estimativas positivas do projeto, e as novas oportunidades que surgiriam poderiam
exigir tal contingência de recursos que isso implicaria na realização de um novo
projeto, o que, consequentemente, exigiria uma outra análise. E também, essa
semelhança das estimativas positivas de algumas das variáveis relacionadas ao
projeto não dão a entender que sejam necessariamente riscos.

Fonte: Riscos em projetos: Fiocruz (2007)

Normalmente, as organizações reconhecem a existência do risco quando ele


significa uma ameaça para o sucesso do projeto, podendo ser aceito se estiver em
equilíbrio com o benefício que pode ser ganho ao se aceitar o risco. Se por um lado
um pequeno risco não irá pressionar as barreiras técnicas, de cronograma e custos
do projeto, por outro, assume-se um grande risco quando não há a compreensão
necessária dos elementos que podem levar o projeto ao fracasso. Em geral, os riscos
se opõem às metas técnicas, de cronograma e de custos, podendo haver outras metas
como a satisfação do cliente, por exemplo.
Todos os projetos terão um risco associado a eles ou então não seriam
projetos. É impossível eliminar um risco por completo.
Antes de avançar, é necessário fazer um paralelo entre risco e incerteza. A
incerteza é aquela situação em que não se tem um conhecimento perfeito quanto ao
futuro. Ela deriva da impossibilidade de se contar com todas as informações
47
necessárias para avaliar o projeto, seja pelo fato de não ser possível coletá-las, seja
pelo fato de o futuro por natureza ser incerto. A incerteza pode ser atribuída a diversas
causas além da falta de informações: excesso de informações, informações de
veracidade duvidosa, fontes sem credibilidade, dados contraditórios, entre outros
fatores.
Segundo CLELAND e IRELAND (2002 apud NOBREGA, Newton Carlos
Medeiros) a incerteza, em geral, responde pelas previsões do projeto, pois, uma vez
que não há informações suficientes para a tomada de decisão, as previsões
preenchem esse vazio. Realizar previsões é razoável, porém existe a possibilidade de
fracasso caso elas não se concretizem. A essas incertezas chamam de risco.
O risco pode ser definido então como a medida da incerteza dos eventos que,
se ocorrerem, terão algum impacto sobre os resultados previstos para o projeto. Essa
medida é mensurada em função da probabilidade de ocorrência desses eventos.
Em relação a sua origem, os riscos são divididos em duas fontes, e são
classificados como internos ou externos ao projeto.
É possível determinar que um risco possui três componentes: um evento, a
probabilidade de ocorrência do evento e o impacto do evento.
Riscos internos ou endógenos: São aqueles associados às estimativas e/ou
hipóteses internas e são inerentes ao projeto. Sobre esses riscos a organização pode
exercer um maior grau de controle sendo que eles podem ser reduzidos mediante
ações diretas. Os riscos internos estão relacionados à parte técnica, ao
gerenciamento ou à organização. São exemplos de riscos internos: utilização de
tecnologias complexas, metas de desempenho não realistas, alocação inadequada de
tempo e custos, qualificação da mão-de-obra e inadequação dos recursos financeiros.
Riscos externos ou exógenos são aqueles associados às estimativas e/ou
hipóteses externas, sobre as quais a organização tem pouco ou nenhum controle,
portanto, não há um controle direto sobre sua ocorrência. São exemplos de riscos
externos: a legislação de um país, os problemas trabalhistas e a política econômica.
Podemos mencionar outras formas de risco como por exemplo: Conhecidos ou
desconhecidos.
Riscos conhecidos são aqueles aos quais é possível se antecipar.
Riscos desconhecidos são aqueles não planejados ou então que não eram
conhecidos até então.

48
Numa outra classificação os riscos são classificados como de negócio ou puros.
Riscos de negócio são aqueles normais a qualquer tipo de atividade como
greve ou falta de materiais.
Risco puro é aquele que representa somente uma chance de perda, por
exemplo, terremoto.

Riscos internos
do projeto

Riscos externos
do projeto

Fonte: Newton Carlos Medeiros

5.6 Avaliação de riscos

A avaliação de riscos vem se constituindo em importante ferramenta na


avaliação de projetos; seu objetivo é subsidiar o processo decisório, oferecendo ao
tomador de decisão os elementos necessários para o estabelecimento de estratégias
de gerenciamento de riscos.
A avaliação de riscos é fundamental para a determinação de retornos de projeto
de investimento porque constitui uma forma de aprofundamento para a compreensão
dos problemas que afetam um projeto, ocasionando efeitos negativos sobre seus
resultados. Como todo e qualquer projeto está sujeito a forças e fatores que podem
de alguma maneira afetá-lo e, assim, influir no seu resultado final, surge então a
necessidade de compreensão dessas forças e fatores que se ocorrerem, provocarão
um efeito negativo nos objetivos do projeto.
A aplicação da avaliação de riscos passa pela identificação de perigos,
probabilidades de ocorrência, desenvolvimento de cenários e análise de

49
consequências dos eventos adversos para, a partir daí estabelecer as estratégias de
gerenciamento dos riscos.
A evolução da avaliação de riscos se deu pela formalização de técnicas de
identificação, qualitativas e quantitativas, com o objetivo de avaliar as causas e
consequências dos eventos adversos. Esse movimento partiu de grupos de estudos
com interesse na área de gerenciamento de projetos, e a partir daí surgiram
organizações e manuais que tinham por objetivo padronizar e formalizar conceitos,
diretrizes e técnicas. Esse tipo de avaliação formal difere muito daquela intuitiva, a
qual acaba por ser incompleta, por alguns riscos não serem identificados ou
subestimados.
Esses grupos dividiram o processo de avaliação de riscos em três etapas:
identificação dos riscos, análise qualitativa dos riscos e análise quantitativa dos riscos
na avaliação, então, os riscos são identificados, classificados e quantificados segundo
a probabilidade de ocorrência dos eventos associados a esses riscos e o impacto que
terão caso os mesmos se concretizem. Os métodos de avaliação de risco de projetos
de investimentos que serão apresentados neste trabalho têm a vantagem de abarcar
todo o conjunto de resultados possíveis e de permitir a efetiva medida do risco.

Identificação dos Riscos → Qualificação dos Riscos → Quantificação dos Riscos

Na maioria dos projetos os riscos são tão numerosos que não é possível tratar
todos eles com o mesmo rigor. Portanto, uma vez que os dados foram obtidos, é
preciso aplicar uma metodologia de análise de riscos que seja eficaz e rápida na sua
utilização, sob pena de atrasar as atividades do projeto. O propósito da avaliação de
riscos é priorizá-los. Um exemplo disso é a matriz de classificação da
probabilidade/impacto de riscos, ela fornece uma orientação para os esforços,
distinguindo os riscos toleráveis e os intoleráveis.
A finalidade da avaliação de riscos pode ser resumida até aqui como sendo,
prover o responsável pelo projeto do embasamento que lhe permita tomar as melhores
decisões, realizar os ajustes necessários e montar planos de contingência a partir da
compreensão das consequências do risco ao projeto nas dimensões técnicas, de
tempo e de custos.

50
Avaliação qualitativa dos riscos
O PMI (2000) define a análise qualitativa dos riscos como o processo por meio
do qual se avalia o impacto dos riscos e a probabilidade de que eles venham a ocorrer,
com o objetivo de reduzir os efeitos negativos dos riscos.
Numa análise qualitativa se determinam quais são os riscos mais importantes
ao sucesso do projeto, colocando-os numa ordem de prioridade. As consequências
associadas a esses riscos prioritários são aquelas já mencionadas, as que podem
impedir que o projeto atinja os resultados e desempenho desejados, o que se refletiria
em maior duração do cronograma e custos adicionais.
A análise qualitativa utiliza palavras ou escalas explicativas para descrever a
magnitude das consequências potenciais e a probabilidade subjetiva dessas
consequências ocorrerem. Essas escalas podem ser adaptadas ou ajustadas de
acordo com as circunstâncias, podendo se utilizar descrições diferentes para riscos
diferentes.
A análise qualitativa de riscos é normalmente uma maneira rápida e econômica
de estabelecer prioridades para o planejamento de respostas a riscos, e estabelece a
base para a análise quantitativa de riscos, se esta for necessária. A análise qualitativa
de riscos deve ser reexaminada durante o ciclo de vida do projeto para acompanhar
as mudanças nos riscos do projeto. A análise qualitativa de riscos exige saídas dos
processos de planejamento do gerenciamento de riscos e identificação de riscos. Este
processo pode levar à análise quantitativa de riscos ou diretamente ao planejamento
de respostas a riscos (PMI, 2000).

Análise quantitativa dos riscos


Está é a última etapa da avaliação de riscos, definida pelo PMI (2000) como o
processo de análise numérica da probabilidade de ocorrência de cada risco e suas
implicações para os objetivos do projeto, assim como a extensão do risco para o
projeto em geral. Ainda de acordo com o PMI (2000) os objetivos da análise
quantitativa de riscos são:
 Determinar a probabilidade de atingir um objetivo específico do projeto;
 Quantificar a exposição do projeto a riscos e determinar a quantidade de
reservas de contingência necessárias em termos de cronograma e custos;

51
 Identificar os riscos que requerem mais atenção através da quantificação de
sua contribuição relativa aos riscos do projeto;
 Identificar metas realistas e alcançáveis de escopo técnico, cronograma e
custo.

A maneira pela qual são expressas a probabilidade e as consequências, e os


modos como são combinadas para fornecer o nível de risco irá variar de acordo com
o tipo de risco e com o contexto no qual é utilizado o nível de risco.
Os processos de análise qualitativa e quantitativa podem ser utilizados em
separado ou em conjunto. Para que ambas as análises sejam efetuadas, é necessário
que seja observada a disponibilidade de recursos do projeto, de maneira que as
exigências para proceder tais análises não venham a pressionar de maneira excessiva
as barreiras de cronograma e custos do projeto. Também tem de ser observada a
necessidade de se realizar tais análises e suas relevâncias em termos de avaliação
dos riscos. Isso não só determina se é viável ou não proceder tanto à análise
qualitativa quanto à análise quantitativa de riscos como também aponta que métodos
devem ser utilizados para isso (PMI, 2000).

6 PROJECT FINANCE

O Project Finance é uma modalidade específica de financiamento de projetos


de índole empresarial, no meio de um vasto conjunto de alternativas, tais como:
empréstimos bancários, capitais próprios ou emissão de títulos. Fernandes, M. (2008)
refere que não é o Project Finance que faz com que um projeto menos bom no
presente se transforme num bom projeto no futuro. No entanto, podemos destacar
algumas das suas vantagens: Maior tranquilidade para o empreendedor e credores,
dado que não existe melhor garantia do que os fluxos de caixa que o projeto gera; a
não prestação de garantias reais e pessoais dos empreendedores; possibilidade de
avançar com projetos de investimento que, de outra forma, não seria possível devido
à falta de capitais próprios ou capacidade de financiamento.

52
Fonte:wallstreetmojo.com

O Project Finance é, essencialmente, uma modalidade de estruturação


financeira de projetos, utilizada para o desenvolvimento de grandes investimentos de
infraestruturas, onde o fluxo de caixa gerado pelo projeto é a principal fonte de
pagamento do serviço e da amortização do capital de terceiros. Trata-se de um
importante instrumento que permite viabilizar projetos de infraestruturas, os quais
exigem investimentos elevados. Devido à complexidade e diversidade de interesses
das partes, o Project Finance apresenta-se como uma estrutura relacionada à gestão
do risco. Desta maneira, os objetivos de alocação de risco tornam-se mais claros. Esta
é uma forma de financiamento que pode facilitar a execução de projetos em qualquer
lugar do mundo, mais particularmente nos países em desenvolvimento que enfrentam
grandes dificuldades em obter recursos financeiros. O Project Finance, nestes países,
torna-se mesmo a solução mais viável e eficiente para o investimento em
infraestruturas. Ele é fortemente utilizado para financiar petróleo, gás, energia e
projetos de telecomunicações. Podemos assim dizer que o Project Finance é um
instrumento de alta qualidade financeira que irá permitir uma melhor gestão do
investimento e consequentemente mais crescimento económico.
Farrell, L. M. (2002 Apud RIBEIRO, Sonia 2012) Refere que o Project Finance
pode ser definido como o financiamento de um projeto por uma entidade
patrocinadora, no qual os fluxos de caixa gerados pelo projeto servem como fonte de

53
recursos de que o empréstimo será reembolsado e onde os ativos do projeto servem
de garantia para o empréstimo.
O Project Finance significa muito mais do que a simples tradução
“financiamento de projeto” da língua inglesa. O Project Finance traduz-se na “captação
de recursos para financiar um projeto de investimento de capital economicamente
separável, no qual os provedores de recursos veem o fluxo de caixa vindo do projeto
como fonte primária de recursos para atender ao serviço de seus empréstimos e
fornecer o retorno sobre o capital investido do projeto.” (De acordo com Finnerty, 2007,
citado por Blank, F., 2008, pp. 20).
De acordo com Ghersi, H. e Sabal, J. (2006) as principais características do
Project Finance são:
 A evolução do projeto é feita através de duas fases: a construção e
operação;
 A estruturação é cara, sendo apenas justificável para grandes projetos;
 O grosso do investimento destina-se a ativos tangíveis;
 A totalidade dos ativos do projeto é revertida para os credores
financeiros;
 Os investimentos são geralmente de longo prazo;
 A única finalidade do financiamento é cumprir com a realização do
projeto, e como tal, tem um tempo de vida limitado.

A chave para o Project Finance está na previsão dos fluxos de caixa, ou seja,
a possibilidade de estimar os fluxos de caixa com um nível aceitável de incerteza
permitindo a alocação de riscos entre as várias partes interessadas.
O Project Finance é geralmente empregado nas seguintes áreas:
 Setor imobiliário
 Empresas que querem iniciar projetos
 Bancos para fins de concessão de empréstimos

Portanto, é adequado para:


 Projetos de vulto, onde o patrimônio da empresa seria insuficiente para
aproveitar uma oportunidade de investimento tradicional (corporate finance)

54
 Projetos de longo prazo de maturação, em que o investidor tradicional não se
interessaria pelo período de retorno do capital (payback) alongado
 Projetos de infraestrutura onde o poder público não possui recursos suficientes
para sua realização, especialmente em países em desenvolvimento, onde o
Estado tem baixa capacidade de financiamento de obras públicas
 Parcerias público-privadas (PPP), onde a aliança de capital viabilize projetos
de interesse público de forma atraente ao investidor privado. Neste formato, o
poder público transfere os riscos da construção e da operação à iniciativa
privada para maior eficiência em sua própria operação

No Brasil, importantes projetos foram realizados com este tipo de


financiamento, como importantes usinas hidrelétricas, ampliação e operação de
aeroportos, grandes obras de saneamento básico, linhas de transmissão, ampliação
e manutenção de rodovias, entre outras, muitas vezes aliando o capital público ao
privado. Sempre que existe nestes casos algum arranjo de concessão pública à
iniciativa privada, o projeto é classificado como PPP. É responsabilidade estrita do
Estado, pela Constituição Federal de 1988, apenas educação, saúde e segurança
pública. A operação dos demais serviços públicos podem ser concedidos à iniciativa
privada, nestes casos cabendo ao Estado a obrigação de regular o setor para a
preservação da qualidade e de preços justos.
O desafio atual do Project Finance no Brasil é a alta taxa básica de juros da
economia, que cria um elevado patamar de custo de oportunidade para os projetos.

Principais vantagens do Project Finance

 Melhor alocação de riscos entre os stakeholders em função da especialidade


de cada um
 Economia de escala na operação
 Benefícios fiscais – ao contrário dos dividendos, os juros da dívida são
dedutíveis
 Liberação dos fluxos de caixa – ao fim da vida da SPE, há distribuição dos
fluxos aos investidores
 Melhor avaliação dos riscos

55
 Substituição de garantias tradicionais por garantias de desempenho
 Custo mais baixo para o produto ou serviço oferecido (ao cliente final), em
função da elevada alavancagem
 Redução dos custos de agência por melhor sistema de controle de conflitos
(interesses e graus de aversão ao risco) entre acionistas e gestores na SPE

Principais desvantagens do Project Finance

 Custos elevados de estruturação e administrativos posteriores


 Alocação de riscos complexa
 Taxas de juros elevadas (prêmio pelo risco)
 Supervisão e possibilidade de intervenção por parte do credor

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa. 16ª ed., São
Paulo, Saraiva, 2014, v.2.

FILHO, ERMANO LEOPOLDO GAUER. Utilização de Ferramentas de Gerenciamento


de Projetos em Concessionárias de Funilaria e Pintura, CURITIBA, 15 abr. 2013.

FRANCO, V. G. Parcerias público-privadas no Brasil: em busca da eficiência por meio


da alocação de riscos. São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Dissertação (Mestrado em Economia Política), 2007, 165p.

GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Habra,


1997.

GONÇALVES, Marcos Allan; CONTI, Idelmo Sanderson. Ferramenta estratégica e


base de apoio ao processo decisório nas micro e pequenas empresas. Revista de
Ciências Gerenciais, São Paulo, p. 173-190, 15 out. 2012. Revista.

IUDÍCIBUS, Sergio de Martins, Eliseu, GELBECK, Ernesto Rubens. Manual de


contabilidade das sociedades por ações. 7. Ed. São Paulo: Atlas,2008.

MATTE, Djessica Karoline. Administração Financeira e Orçamentária II. Técnicas de


Orçamento de Capital, [S. l.], p. 01-23. 2010

RIBEIRO PRATES, Wlademir. Qual a diferença entre payback simples e descontado?


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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: Uma decisão de planejamento e controle


financeiro. 8.ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzato, 2000.

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