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Tec Mil II - UD 6 e 7
Tec Mil II - UD 6 e 7
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
PERÍODO BÁSICO
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TÉCNICAS MILITARES II
UD 6 e 7
2019
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................2 /126)
ÍNDICE DE ASSUNTOS
UD 6- TÉCNICAS ESPECIAS
REFERÊNCIAS....................................................................................................126
INTRODUÇÃO
Finalidade
O presente manual tem por finalidade divulgar conhecimentos gerais, processos
e técnicas para a transposição de obstáculos pelo combatente a pé
Objetivo
Padronizar no âmbito do Exército, os métodos e a instrução de transposição de
obstáculos pelo combatente a pé. Destina-se ao uso em instrução e em campanha.
Importância do Treinamento
As operações colocam frequentemente as pequenas frações e o combatente a
pé diante de obstáculos que devem ser transpostos com rapidez e segurança, a fim de
permitir o cumprimento da missão. Tais obstáculos são mais comuns em ambientes
especiais como a selva, a montanha, etc. A capacidade e a destreza das frações e dos
combatentes para vencer estes obstáculos, utilizando meios reduzidos e recursos
locais, vai condicionar sua eficiência em combate. Instruir e treinar o combatente e as
pequenas frações para a transposição de obstáculos significará, muitas vezes,
garantir-lhes a sobrevivência e o êxito
Conhecimentos Complementares
O T5-725- Aparelhos de força - oferece dados complementares, e mais
detalhados, à Primeira Parte deste Manual, Igualmente, o C21-72 – Montanhismo
Militar oferece conhecimentos complementares à transposição de obstáculos
propriamente dita.
Generalidades
Definição
Corda é um conjunto de cordões de fibra, torcidos ou trançados entre si.
Espécies de Fibras
a. As fibras de origem animal (seda, crina e couro) têm o seu uso limitado.
b. As fibras de origem vegetal têm larga aplicação. As mais utilizadas são: sisal,
cânhamo , algodão, coco e manilha (juta)
c. As fibras de origem sintética (nylon, perlon e polietileno) têm grande emprego
e duracão.
Tipos De Cordas
Os tipos de cordas são designados de acordo com a combinação das fibras, fios e
cordões que as constituem. Existem dois tipos básicos, a corda trançada e a torcida
(Fig 2-2).
Características
Tabela De Resistência
Para exemplificar, e para efeito de comparação do peso da carga de ruptura entre
as cordas de sisal e as de nylon, é apresentada a tabela 2.1.
Nomenclatura
Utilização e Manutenção
Generalidades
A utilização adequada das cordas e sua criteriosa manutenção têm por objetivo
prolongar o tempo de duração do material.
Inspeção
As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser verificado o
seu estado, deve-se destorcer ligeiramente os cordões para examinar o interior da
corda; caso este se apresente escurecido, a corda não poderá ser utilizada em
situações que exijam segurança
Utilização
a. Evitar friccionar a corda sobre arestas vivas
b. Evitar o contato da corda com areia ou terra.
c. Evitar pisar na corda
d. Evitar arrastar a corda sobre qualquer superfície ásperas
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................9 /126)
Manutenção
a. As cordas devem ser submetidas a manutenção periódica. Abaixo é
apresentada um plano de manutenção idealizado para uma região úmida. O plano é
previsto para realização em um mês, devendo, todavia, ter continuidade durante o ano
inteiro.
Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª
Atividades 1 1e2 1e3 1e4
Tab 2-2. Plano de manutenção
(1) Atividade 1 - expor as cordas ao sol e surrá-las para que se desprenda a lama
(2) Atividade 2 realizar a inspeção visual para verificar se a corda apresenta excessivo
desgaste
(3) Atividade 3- submeter a corda a tração correspondente a 1/2 da carga de ruptura.
(4)Atividade 4- banhar a corda em alcatrão.Tal atividade só será realizada
com cordas de fibra vegetal que tenham tido contato com água salgada.
b. A água e a umidade diminuem o tempo de duraçao das cordas. Se
durante sua utilização a corda ficou molhada, deve-se inicialmente estendê-la,
evitando-se as cocas, em local arejado e, se possível, à sombra.
c. Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira
tal que facibte seu transporte e armazenamento, e possa ser desenrolada
sem perda de tempo para ufilização.
Nós Alceados
a. Nó de aselha – é empregado normalmente para dar tensão as cordas e na
segurança durante a ransposição de obstáculos (Fig 3-7).
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................14 /126)
Fig 3-7.Nó de aselha
Nós de Amarração
a. Nó de porco, barqueiro ou volta do fiel – é empregado para fixar uma corda no
ponto de amarração (Fig 3-12).
d. Volta completa com cote – é a combinação da vlta completa com cote, para
fixar a corda no ponto de amarração (Fig 3-15).
Introdução
Os assentos são confeccionados com o cabo solteiro e o mosquetão de
escalada. Têm como finalidades permitir as descidas de grandes alturas ou ângulos
negativos e a evacuação de acidentados através de paredões, quando se torne
impraticável o "rappel" em "S". Permite, também, a transposição da ponte de uma
corda.
Assento de Um Nó
a. Confecção — permear o cabo solteiro; mantendo o seu ponto médio nas
costas, laçar a cintura dando um nó direito à frente; passar os chicotes por entre as coxas,
apanhando-os à retaguarda; passá-los por baixo da laçada da cintura eajustar o assento ao
corpo; passar os chicotes por baixo do firme da corda que se encontra sobrepondo os glúteos
e trazê-los à frente do corpo, unindo-os em seguida na lateral através de um nó direito; a fim
de que os chicotes não fiquem soltos, envolvê-los na laçada da cintura; por fim, passar o
mosquetão de escalada na laçada da cintura e por entre as cordas das pernas, de tal
forma que a abertura permaneça para frente e para cirna (Fig 5-1 e 5-2).
b. Emprego — é utilizado no "rappel, seja com o mosquetão de escalada seja
com o freio de descida, na "tirolesa" e na transposição da ponte de uma corda.
Generalidades
a. Construção – O cabo submerso consta de uma corda, de preferência de
origem sintética, ancorada em ambas as margens do curso d’água, tangenciando a
superfície líquida. Para larguras de até 15m, usa-se corda de 1/2 pole, acima de 15m,
deve-se usar corda de 3/4 pol.
b. Processos de ultrapassagem –
(1) Deitar sobre o cabo submerso, empunha-lo com ambas as mãos, mantendo as
pernas aberas, em movimentos iguais e sucessivos, tracionar o corpo com os braços,
deslizando sobre a corda, até atingir a margem oposta (Fig 7-1).
(2) Empunhar o cabo submerso, com as costas voltadas para o sentido da correnteza
do rio, tracionar o corpo lateralmente, através de movimentos sucessivosdos braços,
até atingir a margem oposta (Fig 7-2).
Boias Improvisadas
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................23 /126)
Boia de Cantis
Prender ao cinto de guarnição cerca de oito cantis vazios e fechados, fixando-o
a cintura ou ao torax do combatente (Fig 7-3).
Balsas Improvisadas
Jangadas
Generalidades
a. Neste artigo serão apresentados dois tipos de jangada; no entanto,
dependendo do material e tempo disponíveis, de distância n ser percorrida e da
habilidade dos construtores, ela poderá ser construída de outras maneiras que não as
apresentadas.
b. Construção
(1) Execute o teste de flutuabilidade dos troncos escolhidos, ou seja, lance na água
pequenos pedaços do tronco; se estes flutuarem, é sinal de que a madeira pode ser
utilizada na construção da jangada
(2) Corte os troncos que apresentem melhor flutuabilidade, no tamanho
desejado, e una-os através de corda, cordões ou cipós, conforme mostram as figuras
7-13 e 7-14
c. Transposição :
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................29 /126)
(1) Os combatentes preparam com o seu equipamento uma balsa improvisada,
amarrando-a sobre a jangada e, com remos improvisados ou varas, auxiliam a
transposição.
(2) O número de homens e a quantidade de material dependem do tamanho da
jangada. Uma jangada com 10 toras de 6 metros de comprimento por 30 cm de
diâmetro permite um grupo de 7 homens navegar durante dias, com todo seu
equipamento.
d. Emprego:
É empregada normalmente para efetuar longos percursos, umavez que sua construção
e trabalhosa e demorada.
Pinguela
Quando o curso d’agua tiver pequenas proporções, com largura de até 30m e não
for vadeável, pode ser usado um tronco de árvore, de comprimento suficiente para
cruzar de uma margem à outra. Na selva, pode-se abater uma árvore em uma das
margens, fazendo com que, ao cair, cruze o rio na sua largura. Para que a travessia
seja feita em segurança, é necessário fazer um corrimão. É um processo simples, no
qual a perda de tempo no abater da árvore e plenamente compensado pela segurança
e pela rapidez na transposição ( Fig 8-1).
Passadeira Pênsil
Fixar dois cabos de aço paralelamente cobre o obstáculo, distantes entre si de
aproximadamente 1,20 metro. Fixar sobre os cabos tábuas de 1,40m x 0,30m x
0,025m. A passadeira é um trabalho semipermanente, normalmente realizado por
elementos da Engenharia. É empregada, em princípio, em vãos de até 30m. A
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................30 /126)
travessia deve ser feita em passo vivo pelo centro da passadeira, procurando pisar
firme, a fim de neutralizar o movimento ondulatório (Fig 8-2). Para maior segurança,
pode-se instalar corrimão. Os elementos de Engenharia têm condições de construir
diversos tipos de passadeiras pênseis, de acordo com o material e tempo disponíveis.
Pontes de Cordas
Generalidades
As pontes de cordas são meios improvisados e temporários para cruzar
obstáculos, tais como cursos d’água, canais, desfiladeiros, etc. Este método só é usado
quando resulta em economia de tempo.
Fig 8-3 Travessia pela ponte de uma corda pelo processo comando “craw”
(2) Preguiça - Agarra-se a corda com as mãos, cruzando sobre ela os pés. Para
transposição, deve-se puxar o corpo, alternadamente, com as mãos, auxiliando com as
pernas, ou então, caminhar como uma preguiça(Fig 8-4).
(3) Assento - Confecciona-se um assento de um nó e engancha-se o mosquetão de
escalada na corda da ponte. Para a transposição, procede-se como no item anterior. É
o processo mais seguro (Fig 8-5).
Fig 8-5. Travessia pela ponte de uma corda pelo processo do assento
Construção
a. Cabo trilho de cordas:
Escolher o local e providenciar os pontos de amarração em cada lado do
obstáculo, utilizar corda dupla para maior segurança, providenciar sua fixação e tesá-la,
a fim de diminuir a curvatura, enganchar no cabo trilho um mosquetão de escalada,
amarrar a este um cabo de carga, conforme indicado (Fig 9-1).
Unir, de preferência, a alça central do cabo de carga, uma corda de menor
diâmetro, para racionar pessoal ou material. Dependendo da inclinação do cabo- trilho,
pod ser necessária a utilização de duas cordas. Esta corda recebe o nome de cabo de
tração.
Caso se disponha de roldanas ou patescas, é vantajosa sua utilização em
substituição ao mosquetão de escalada, uma vez que diminui o desgaste da corda pelo
atrito.
Fig 9-1. Cabo aéreo com cabo-trilho de corda, cabo de carga e cabo de tração
b. Cabo-trilho de aço:
Semelhante ao descrito na letra “a” anterior, o cabo-trilho de corda é substituído
pelo cabo de aço e o mosquetão de escalada por uma roldana o petasca (Fig 9-2).
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................37 /126)
Fig 9-2. Cabo aéreo com cabo-trilho de aço, cabo de carga e cabo de tração
Processo de Travessia
a. Deve-se preparar um assento de um ou três nós para o combatente ferido e,
com o mosquetão de escalada, prende-lo ao cabo de carga. Pra ultrapassar o
obstáculo, o combatente é tracionado para outra extremidade, por meio do cabo de
tração. Quando o cabo-trilho tiver uma declinação acentuada, a ação da gravidade
poderá auxiliar na travessia e uma das pernas do cabo de tração será utilizada para
controlar a velocidade (Fig 9-3).
b. Quando se tratar de carga, a travessia será semelhante, havendo
necessidade apenas de preparação dos fardos ou pacotes (Fig 9-4).
Utilização da Baioneta
a) Muitas vezes, o fogo, isoladamente, não é suficiente para desalojar de suas
posições um inimigo resoluto e disciplinado. Fazendo um aproveitamento adequado
das cobertas e abrigos, o adversário permanecerá muitas vezes em suas posições, até
que delas seja expulso por uma ação corpo a corpo, rápida e brutal, mas decisiva. A
ação a baioneta ou simplesmente a sua ameaça é, no entanto, o argumento
fundamental de todo assalto.
b) A noite, em missões de infiltração, e sempre que o sigilo deva ser preservado, a
baioneta é a arma, por excelência, do silêncio e da segurança de que o infante se
utiliza.
c) No combate aproximado, quando amigos e inimigos estão demasiadamente
próximos e entrevados, impedindo o emprego das armas de fogo ou granadas, a
baioneta é a arma principal de que se vale o soldado de infantaria para levar a cabo
sua missão.
Posições e Movimentos
1) Generalidades
Tomando qualquer posição ou executando qualquer movimento, o combatente à
baioneta relaxará os músculos que não serão utilizados diretamente no esforço.
Mantém o fuzil firmemente, mas sem rigidez. Músculos tensos causam fadigas e
retardam a velocidade dos movimentos.
Dando-se a devida importância ao treinamento, todos os movimentos se
tornarão instintivos. O combatente à baioneta aproveitará automaticamente qualquer
brecha da guarda adversária e forçará o ataque sem hesitação. Evitará repetir
sequências de movimentos. Manterá o equilíbrio em todos os seus movimentos e uma
constante presteza para ferir instantaneamente em qualquer direção, e continuar
ferindo até que o inimigo seja destruído. Observará continuamente a baioneta e o corpo
do adversário. As posições e os movimentos descritos neste artigo têm por finalidade
atingir estes fins.
As posições adotadas no combate e a baioneta são: a GUARDA, a GUARDA
CURTA e o PASSO DE CARGA. E os movimentos prescritos são: a MUDANÇA DE
FRENTE, a PONTADA A FUNDO, a PONTADA, O ARRANCAMENTO, a PARADA A
DIREITA (ESQUERDA). A PANCADA HORIZONTAL (VERTICAL) COM A CORONHA,
A PANCADA COM O COICE e o GOLPE CORTANTE. O principiante deverá aprender
estes movimentos como ações independentes; pelo treinamento, entretanto, aprenderá
a executá-los não só variando as combinações como a rapidez, de maneira a imprimir
aos mesmos a aparência de ações contínuas.
2) Guarda
a. Entrada em guarda
1) Frente para o adversário.
2) Avançar o pé esquerdo um pouco a frente e à esquerda, com a ponta deste
voltada para o adversário. Flexionar ligeiramente os joelhos, inclinar o corpo
ligeiramente para frente, a arma na altura dos quadris.
3) Ao mesmo tempo, lançar o fuzil à frente com a ponta da baioneta voltada
na direção do adversário, empunhando o fuzil com ambas as mãos. Este movimento
deverá ser rápido e decisivo.
4) Abarcar o fuzil com a mão esquerda, mantendo a palma da mesma, do
mesmo lado do fuzil, no ponto mais cômodo, imediatamente à frente da braçadeira
inferior; braço esquerdo ligeiramente flexionado. Com a palma da mão direita voltada
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................41 /126)
para esquerda, empunhar o delgado da coronha. Para evitar que o dedo indicador seja
contundido, empunhar o delgado de maneira que este dedo fique logo atrás do guarda
mato. Manter o pulso apoiado de encontro ao delgado, e a parte extrema da coronha
apoiada de encontro ao quadril direto. Empunha firmemente o fuzil com ambas as
mãos, sem entretanto empunhá-lo com rigidez, ou incliná-lo demasiadamente. Apontar
a baioneta para a base da garganta do adversário.
5) Distribuir o peso do corpo sobre ambas as pernas, pronto para deslocar-se
instantaneamente em qualquer direção.
6) Olhar vigilante, mantendo-o sobre a baioneta e o corpo do adversário.
b. Guarda curta
Para entrar em guarda curta, partindo da posição de guarda, o executante
deve trazer o fuzil a retaguarda, de modo que a mão direita fique junto ao quadril
direito. Esta posição de transporte é aconselhada para deslocamentos através de
bosques densos e terrenos matosos, sobre trincheiras, em torno de edifícios, ou
quando o inimigo possa ser encontrado repentinamente, em espaços muito reduzidos.
c. Erros mais comuns
a) Separação dos pés, não assegurando um equilíbrio estável;
b) Linha dos quadris não perpendicular à direção do inimigo;
c) O corpo muito erguido;
d) Falta de firmeza no antebraço direito, por não manter a coronha de
encontro ao corpo;
e) Braço direito estendido ou demasiadamente flexionado;
f) Fuzil empunhado com rigidez, prejudicando a liberdade de movimento;
g) A ponta da baioneta muito alta.
d. Guarda Alta
a) Para entrar em guarda alta, partindo da posição de guarda, sem mudar a
posição dos pés e a empunhadura do fuzil, trazer a arma diagonalmente à frente do
corpo, para à esquerda e bandoleira para frente, até que o pulso esquerdo fique na
altura e na frente do ombro esquerdo.
b) Emprego na transposição de trincheiras e outros obstáculos.
1) Para saltar mantendo a arma em guarda alta, o homem deve levar a arma
francamente para cima e para frente no início do salto, e trazê-la à posição normal, no
fim do mesmo. Este salto será também executado utilizando-se somente a mão
esquerda para empunhar a arma, ficando, então, a direita livre para auxiliar a limpeza
do obstáculo.
2) Para saltar, mantendo a arma na posição de guarda, o homem levantará a
arma, rapidamente, no início do salto, sem modificar a empunhadura, e começará a
descê-la, ao atingir o ponto mais alto do salto. A arma será trazida à posição de guarda
à medida que o homem finaliza o salto.
Pontada a Fundo
Execução
1) Para executar uma pontada a fundo, partindo da posição de guarda,
avançar o pé traseiro e dar uma estocada à frente, distendendo completamente o corpo
(figura 44).
2) Completar a distensão do corpo no momento em que o pé traseiro atingir
o solo. Durante esse movimento, o fuzil empunhado firmemente por ambas as mãos,
será orientado decididamente pela mão esquerda numa linha reta, em direção a
garganta ou contra outra parte vulnerável do adversário, em cuja guarda tenha
provocado uma brecha. Rapidamente distender totalmente o braço esquerdo, de modo
que a baioneta seja arremessada na direção do alvo. No momento da distensão total,
manter a coronha junto e de encontro ao antebraço direito, flexionar a perna dianteira,
inclinar o corpo bem à frente e distender a perna de trás.
3) Manter os olhos no ponto do ataque, durante todo o movimento.
4) Se a pontada for evitada, aplicar rapidamente outra pontada ou uma
pancada com a coronha. O recuo e a recaída em guarda, após o apontar, deverão ser
instantâneos. Não deverá nunca haver demora na posição distendida.
Execução
Para arrancar quando a pontada a fundo tiver sido executada como pé direito à
frente, deve avançar-se a perna esquerda e retirar a arma na mesma direção em que
penetrou, para isso todas as forças, e inclinando o corpo para trás pela distensão da
perna dianteira. (Figura 45). Se necessário, manter-se-á o equilíbrio, recuando mais o
pé direito. Se a pontada a fundo tiver sido executada com o pé esquerdo à frente,
avançar o pé direito o suficiente, para manter o equilíbrio e arrancar de acordo com o
acima descrito. Se o adversário cair, colocar um pé sobre seu corpo e arrancar o ferro.
Em qualquer situação, arrancar imediatamente, pronto para executar uma pontada
curta ou uma pancada com a coronha, retomar a posição de guarda curta. Não
demorar na posição final da ponta a fundo.
Arrancamento
O arrancamento de uma pontada curta é semelhante ao de uma pontada a
fundo. Terminado o arrancamento, retomar a posição de guarda, ou executar uma
outra pontada ou uma pancada com a coronha.
Batidas
Finalidade
A batida é uma ação destinada a criar uma brecha na guarda adversária;
consegue-se essa brecha, desviando-se a arma adversária da direção do seu próprio
corpo. O ímpeto da batida é, continuado por uma pontada ou uma pancada com a
coronha. A posição da arma adversária determinará a direção da batida. A batida,
invariavelmente, será feita numa direção que provoque a brecha mais favorável à
execução de uma pontada ou uma pancada com a coronha.
Execução
a) Batida à direita
- Para parar a direita, partindo da posição de guarda, investir à frente como para
uma pontada a fundo.
b) Batida à esquerda
Para bater à esquerda, investir à frente, como numa batida à direita, lançar o
fuzil à frente e à esquerda, de maneira que a coronha fique aproximadamente a frente
da virilha esquerda, desviando a baioneta adversária da frente do corpo. A batida à
esquerda é seguida por uma pontada, ou por uma pancada com a coronha, caso a
ponta da baioneta não esteja na direção do adversário.
Execução
a) Pancada vertical com a coronha - Para executar a pancada vertical com a
coronha, avançar com a perna traseira e ao mesmo tempo levar a coronha para à
frente e para cima, descrevendo um arco no plano vertical em direção à virilha, plexo
solar, ou queixo do adversário, e concentrar no golpe o peso de todo o corpo (Figura
49). Essas pancadas poderão ser aplicadas, partindo-se de uma posição agachada,
quando os objetivos forem pontos baixos do corpo do adversário, ao mesmo tempo que
a este se oferecerá um alvo pequeno e difícil.
Fig. 4
(Figura 50) e dirigir energicamente a chapa da soleira contra a cabeça do inimigo,
distendendo completamente os braços à frente, e avançando o pé direito para manter o
equilíbrio.
Fig. 5
e) Pancada com o coice - Se o adversário recuar e evitar a pancada horizontal,
aplicar uma pancada com o coice, mantendo a coronha na horizontal. Se a pancada
com o coice não atingir o adversário, continuar o ataque com um golpe cortante,
executando o movimento de maneira idêntica à prescrita para o golpe cortante vertical.
.
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
Generalidades
a) O homem que no combate ficar desarmado em virtude da perda ou inutilização
de sua arma, não está ainda perdido. Terá duas coisas a fazer: apanhar imediatamente
outra arma, qualquer que seja, e continuar a luta; se isto não for possível, tratará de
desarmar seu adversário e matá-lo com sua própria arma.
b) O homem, temporariamente desarmado, reagirá agressivamente, como se
estivesse armado. Com seus olhos, cérebro e músculos se preparará para um oportuno
combate corpo a corpo. O justo momento, dar-se-á no instante em que o adversário
assaltar ou executar uma pontada, quando ficará momentaneamente incapaz de
recobrar-se ou opor-se a uma repentina manobra do adversário desarmado.
Fig. 11 Fig. 12
Primeiro processo
a) Com a mão direita parar a baioneta do adversário para a esquerda e, ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à direita, com a mão esquerda, palma para cima, agarrar o
fuzil entre as braçadeiras. Então, com a face externa da mão direita, golpear a parte
interna da articulação do cotovelo esquerdo do adversário e agarrar seu antebraço.
Segurando firmemente o fuzil avançar rapidamente pelo lado esquerdo do atacante
num movimento enérgico, empurrar a arma para cima e para trás em arco, sobre o
ombro do adversário. Se este ainda continuar segurando o fuzil, golpeá-lo ou atingir-lhe
com o pé arrancando a arma já frouxa; voltar-se a atacar o inimigo, empregando a
baioneta arrebatada.
Segundo processo
a) Com a mão esquerda parar a baioneta do adversário para a direita e ao mesmo
tempo, dar um passo lateral à esquerda. Com a palma da mão direita voltada para
cima, segurar o fuzil entre as braçadeiras. Então, com a palma da mão esquerda
voltada para baixo, agarrar a arma na altura do depósito e girá-la vivamente para cima
e para trás, em arco, por cima do ombro do atacante. Segurando o fuzil firmemente,
com ambas as mãos, ultrapassar rapidamente o atacante pelo lado, arrebatando-lhe a
arma; aplicar-lhe, então, pancadas com a coronha ou voltar-se para atacá-lo coma
própria baioneta.
Generalidades
a) As ações básicas para desarmar um adversário armado de faca são: desviar a
facada e imediatamente, aplicar no atacante um golpe que o force a largar a arma. Os
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................51 /126)
movimentos aqui descritos para um homem, são os que deverão ser empregados por
um combatente que tenha de enfrentar um atacante, armado de faca na mão direita. Se
o atacante for canhoto, os movimentos sofrerão uma adaptação: o preconizado para a
mão direita será feito pela esquerda e vice-versa.
b) Golpe de cima para baixo - Parar o braço do adversário antes que o mesmo se
distenda, com o antebraço direito; e flexionar o pulso para evitar que o braço do
adversário escorregue para os lados. Avançar a perna direita, aplicando contra o
inimigo uma joelhada na virilha, ou se isso não for possível, ultrapassá-lo para proteger
o corpo. Passar o antebraço direito por baixo e por trás do braço do adversário e
segurar o próprio pulso esquerdo, com a mão direita. Fazer uma pressão para trás, a
fim de forçar o adversário a largar a faca, e possivelmente, deslocar o cotovelo.
c) Golpe de baixo para cima - Dar rapidamente um passo lateral à esquerda,
fugindo ao golpe, empurrando ao mesmo tempo com o braço esquerdo, o braço do
adversário para o lado oposto. Com a mão direita, agarrar o pulso direito do adversário,
fazendo simultaneamente uma pressão sobre seu cotovelo direito, com o antebraço ou
mão direita. À medida que vai sendo torcido o pulso do adversário, a mão direita
continua a pressão sobre seu cotovelo, exercendo-a de cima para baixo. Colocando
uma perna na frente da perna do adversário, que estiver mais próxima, poderá calçá-lo,
e derrubá-lo no solo.
d) Outros tipos de ataque - Um adversário, que vibra sua arma em rápidos arcos
em todas direções, e não emprega o golpe de cima para baixo e nem o de baixo para
cima, será dificilmente desarmado. O melhor será, então, manter-se fora do raio de
ação de sua arma, e atirar-lhe qualquer coisa na cara ou golpear lhe os joelhos,
enquanto mantém-se alerta para o corpo a corpo, aproveitando qualquer brecha.
O Instrutor
a) O instrutor deve ter bom físico e ser capaz de demonstrar pessoalmente todos
os movimentos e posições; além disso, deve possuir um grande entusiasmo, vigor e as
qualidades de chefe, capazes de despertar nos instruendos a serem exercitados a
melhor boa vontade. Essas qualidades ou sua falta se refletirão no aproveitamento dos
homens.
b) O instrutor deve incutir nos homens que o combate a baioneta poderá ser a
coroação de extenuante progressão ou de uma defesa determinada, ocasião em que
estarão fisicamente quase exaustos. Por isto, durante o exercício, o instrutor salientará
a importância do espírito ofensivo do combate a baioneta, baseado no poder da
vontade, mesmo quando o aniquilamento das forças físicas for iminente
c) O instrutor deverá evitar ações violentas, disparatadas ou desordenadas. Deverá
fazer uma exposição clara, precisa e encorajadora para conseguir atenção e
aproveitamento por parte dos instruendos.
d) O instrutor não empregará nem animará o emprego de palavras ofensivas para
incutir no instruendo o espírito combativo. Deverá encorajar as exclamações
espontâneas, mas não exigirá exclamações forçadas. Gritos não substituem o
entusiasmo e a habilidade.
e) Antes de começar o exercício, os homens deverão estar em boas condições
físicas. A adaptação física posterior é progressiva. Para obter os melhores resultados,
o instrutor não deve exigir que os instruendos fiquem com os músculos excessivamente
doloridos.
f) As explicações e demonstrações serão simultâneas, breves e claras. Os
instrutores, primeiro, deverão fazer as demonstrações na cadência do combate real;
depois numa cadência bem lenta e com interrupções para explicações, de maneira que
os pormenores do movimento se tornem claros aos instruendos.
g) O instrutor salientará a importância da rapidez, do equilíbrio, da oportunidade e
da avaliação das distâncias. Uma vez que a tensão dos músculos contraria todas essas
qualidades, uma atenção especial deverá ser dada ao relaxamento dos mesmos.
h) Cada homem deve pensar e agir por si mesmo. Por isso, o instrutor deverá
evitar a tendência nociva, de transformar o exercício em “ordem unida”. O exercício a
comando só deverá ser utilizado no início do treinamento. Tão cedo quanto possível, o
exercício pelo processo instrutor-instruendo, a fim de assegurar a coordenação de vista
e dos músculos, sem voz de comando.
i) Durante a instrução sobre a tática de combate em grupos e nas pistas de
assalto, será ensinado aos homens como agir em conjunto.
b) Segunda sessão
1) Recordação da sessão anterior
2) Novos movimentos
- Pancada vertical com a coronha e volta à guarda;
- Pancada horizontal com a coronha e volta à guarda;
- Batida à direita, pontada, arrancamento; executado por duplas,
trocando-se as funções, repetir na cadência do marche-marche;
- Batida à esquerda, pancada vertical com a coronha; executada
por duplas, trocando-se as funções.
c) Terceira sessão
1) Recordação das sessões anteriores
2) Novos movimentos
- Série de pancadas verticais com a coronha;
- Série de pancadas horizontais com a coronha;
- Batidas e pontadas contra manequins executadas quando parado
ou em movimento.
d) Quarta sessão
1) Revisão das sessões anteriores;
2) Instruções preliminares sobre o bastão de treinamento;
3) Batidas e pontadas com o bastão de treinamento, processo do instrutor-
instruendo, sabre- baioneta sem a respectiva bainha.
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência do
marche-marche.
e) Quinta sessão
1) Revisão (prática de pontadas e batidas com o bastão de treinamento);
2) Pancadas com a almofada do bastão de treinamento;
3) Tática do assalto em grupos: dois contra um, sabre-baioneta com bainha;
4) Batidas e pontadas contra manequins executadas na cadência de
marche-marche.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................55 /126)
f) Sexta sessão
1) Revisão de todos os movimentos com o bastão de treinamento
2) Tática do combate em grupos
- Dois contra um
- Três contra dois
- Dois contra três
- Um contra dois
3) Pista de assalto, ao passo.
g) Sétima sessão
1) Revisão
2) Pista de assalto, em marche-marche.
h) Oitava sessão
Desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca b) Pista de
assalto, em marche-marche.
i) Décima sessão
1) Revisão de: desarmar um adversário munido de fuzil-baioneta ou faca.
2) Pista de assalto em marche-marche, equipamento completo A repetição
constante das sessões de treinamento é necessária para treinar e manter
o homem em boas condições. Essas sessões deverão ser orientadas nos
moldes do treinamento básico aqui esboçado. Uma prática de vinte
minutos, três dias por semana, é indispensável para manter a forma e a
perfeição física. Durante essas sessões a importância dos exercícios na
pista de assalto, e de outros exercícios de natureza enérgica deverão ser
levados em consideração.
Fig. 24 - Toca apresentando uma cabeça exposta, para ser atacada por
estocadas.
b) Manequins suspensos –
Quando os instruendos tiverem aprendido a técnica da pontada a fundo e da
pontada curta, deverão ser treinados nas pontadas contra discos de papel, ou
círculos pintados nos manequins suspensos. Os grupos não devem exceder de
seis a oito homens por manequim. Os homens munidos de baionetas sem as
respectivas bainhas agirão da seguinte maneira:
1) O instrutor riscará uma linha-base no solo para as primeiras pontadas,
fará em seguida uma distensão total de corpo e de fuzil em uma pontada a fundo, a fim
de determinar a localização exata dessa marca. Essa marca será riscada na posição
que ocupar o pé dianteiro. Uma vez que a contínua preocupação com a linha-base
desvia para a posição do pé a atenção da pontada a ser executada; o instruendo
deverá abandonar a utilização da linha-base, tão logo se familiarize com o alcance de
sua pontada.
2) De início, o instruendo executará a pontada parado, em seguida,
começará a apontar após ter dado alguns passos. Gradualmente aumentará a distância
e a velocidade do avanço. E, finalmente, fará o avanço em marche-marche, de um
ponto situado a 20 passos do manequim. Quando estiver a 5 passos do manequim, o
instruendo tomará a posição de guarda antes de executar a pontada. Avançará
naturalmente, sem se preocupar com o pé que terá à frente, quando executar a
pontada.
3) Após ter realizado o acima prescrito, o homem executará uma pontada a
fundo em um círculo, e uma ou várias pontadas curtas em outros círculos, em rápida
sequência.
Figura 29 Figura 30
Pista de Assalto
a) Finalidade
O treinamento na pista de assalto prescrito na sexta sessão e nas
sessões seguintes tem as seguintes finalidades:
1) Proporcionar um treinamento sob condições semelhantes às do
combate real.
2) Ajudar o combatente a desenvolver agilidade, força e rigidez.
3) Oferecer um desafio à decisão e à força de vontade do instruendo,
qualidades essas essenciais no combate a baioneta.
4) Proporcionar meios para incutir nos instruendos reflexos da tática do
combate em grupos e ação de conjunto.
5) Possibilitar a aferição da capacidade do combatente.
6) Proporcionar o recurso de manter em forma o combatente por meio
de exercícios periódicos, contínuos, incluindo-se práticas de acordo com o tempo
disponível.
b) Descrição
1) As pistas de assalto deverão ser construídas em terreno acidentado
e, de preferência matoso. O comprimento da pista poderá variar de 180 a 270 metros.
O número e o tipo dos obstáculos dependerão das condições locais e da
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................65 /126)
engenhosidade do construtor. O construtor deverá aproveitar os obstáculos naturais,
tais sejam: riachos, ravinas, dobras do terreno, e árvores grossas. Completará o
ambiente com obstáculos artificiais, tais sejam: trincheiras, fossos, crateras, redes de
arame, cercas, caminhos com leito de troncos, (estivas), escadas horizontais, etc.
2) Os alvos deverão consistir de manequins dispostos em pontos
escolhidos, sendo de preferência móveis, a fim de que a pista possa ser alterada com
frequência. O construtor deverá colocar alvos suspensos em vários pontos e
manequins dependurados em árvores, de maneira que surjam à frente do atacante,
quando este se aproximar. Poderá organizar manequins em armações com dobradiças,
de modo que surjam detrás de árvores ou moitas, quando o atacante se aproximar.
Manequins para pontadas e pancadas com a coronha poderão ser montados em
estacas de 10 por 10 cm, dispostos nos quadros da armação de estacas, de acordo
com a figura 20. O construtor poderá localizar diversas armações de estacas na pista,
para que possam ser modificadas as posições dos manequins no curso da mesma,
transferindo-se os manequins de uma para outra armação. Poderá, também, construir
diversos alvos especiais para o exercício da tática de assalto em grupos.
3) A pista deverá ter seis subpistas, (com uma série completa de
obstáculos para cada subpista), de modo que possa ser percorrida por um grupo
chefiado por um sargento comandante, por um cabo auxiliar ou por outro chefe
designado.
c) Como orientar o exercício na pista
1) Em virtude das variações do terreno e diferenças nas disposições dos
obstáculos e manequins, não deverá haver um tempo, limite fixo, para que a pista seja
percorrida. Inicialmente, o homem deverá percorrê-la a passo moderado e a medida
que sua técnica e condições físicas forem desenvolvendo-se, far-se-á aumentar a
cadência, até atingir a natural do combate real.
2) O instrutor manterá a disciplina e o controle organizado. Designará um
homem em cada grupo para chefe, e o grupo atuará com um conjunto organizado
coordenado.
3) O instrutor e seus auxiliares colocar-se-ão ao longo da pista, para
observar a ação dos instruendos corrigi-los quando necessário.
Finalidade
O presente manual trata das medidas defensivas contra o emprego de agentes
químicos, biológicos e nucleares (QBRN). É um guia dos oficiais e sargentos para a defesa
contra os ataques QBRN, devendo ser usado tanto na instrução individual como na coletiva.
Refere-se, apenas, às medidas defensivas, sendo o emprego dos agentes tratado nos manuais
relativos ao emprego tático das munições e armamento QBRN.
Definições
Os seguintes termos técnicos ou especializados são empregados, frequentemente,
neste manual, e devem ser aprendidos.
a. Aerosol — É uma nuvem de finas partículas, liquidas ou sólidas, suspensas no ar. A
neblina e a fumaça são aerosóis. Os agentes OBRN, tais como agentes químicos, micro-
organismos e substâncias radioativas, podem ser dispersados como aerosóis.
b. Agente Químico (AO) — Chama-se agente químico de guerra a toda substância que,
por sua atividade química, produz, quando empregada para fins militares, um efeito tóxico,
fumígeno ou incendiário.
c. Agente Biológico — É um organismo vivo, ou seus derivados tóxicos, empregado
para causar morte, doença ou ferimento no homem, nos animais e nas plantas. Alguns
produtos químicos, utilizados como veneno para plantações, poderão ser empregados como
tal.
d. Agente Nuclear (AN) — E qualquer substância que produza baixas pela emissão de
radiação. O termo se aplica aos materiais radioativos que podem ser disseminados corno
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................67 /126)
poeira ou nuvem, com o fim de causar baixas, e aos produtos secundários de urna explosão
atômica.
e. Agente QBRN — É um termo genérico que compreende agentes químicos,
biológicos, radiológicos e nucleares.
f. Baixado QBRN — É uma pessoa, ou animal, de tal forma atingida por um agente
QBRN que se torne incapaz para o desempenho de sua função ou missão.
g. Concentração — É a quantidade do gás ou fumaça presente num dado volume de ar.
A concentração pode ser expressa em miligramas por metro cúbico (mg/m3). A concentração
pode ser eficiente, letal e inquietante:
(1) Concentração eficiente — É aquela em que o agente produz o efeito que lhe é
característico;
(2) Concentração letal — É aquela em que o agente é capaz de produzir a morte
em pessoal desprotegido;
(3) Concentração inquietante --- É aquela em que o agente, embora não produza
integralmente o seu efeito característico, exige o uso de equipamentos de proteção, para evitar
outros efeitos secundários inquietantes.
h. Contaminação — É a presença de um agente QBRN, em quantidade ou
concentração perigosas para uma pessoa, objeto ou área, ou o ato de aplicá-lo.
i. Descontaminação — É o processo de tornar inofensiva, para o pessoal desprotegido,
uma determinada área, quer removendo, absorvendo ou destruindo os agentes QBRN, quer
tornando-os inoperantes.
j. Dosagem química (Ct) — É a concentração (C), à qual o homem ou animal foi
exposto, multiplicada pelo tempo de exposição (t). O tempo (t) é usualmente expresso em
minutos (min) e o produto Ct em miligramas por minuto, por metro cúbico (mg/minim3).
(1) Dosagem de vapor — É a concentração do gás na atmosfera, multiplicada pelo
tempo durante o qual a mesma persiste;
(2) Dosagem líquida — É a quantidade de agente liquido sobre a pele, sendo expressa
em gramas de agente líquido sobre a pele e considerando que um grama equivale,
aproximadamente, a 20 (vinte) gotas de agente líquido.
1. Classificação básica dos agentes químicos - A classificação chamada básica, divide
os agentes químicos em três grupos:
(1) Gases — São todos os agentes que, quando empregados contra pessoal, para
contaminar áreas e materiais, produzem efeitos tóxicos;
(2) Fumígenos — São todos os agentes que por queima, hidrólise ou condensação,
produzem fumaça ou neblina;
Agentes Químicos
Características e Propriedades Gerais
a. Toxidez — É a maior ou menor capacidade que, num mesmo período de tempo,
dosagens iguais de agentes diferentes, têm de produzir efeitos sobre o organismo.
b. Dosagem letal média (Ct L 50) — A produção de 100% (cem por cento) de mortes na
tropa inimiga seria, certamente, o objetivo desejado em um ataque; entretanto, devido às
limitações observadas no emprego de um agente em campanha, é considerada satisfatória a
produção de 50% (cinquenta por cento) de mortes na tropa inimiga. A dosagem letal média é,
MEIOS DE DISSEMINAÇÃO
Gerador de Fumaça
AGENTES
Espargidor Portátil
Granada Art/Mtr
Minas Terrestres
Granada De Mão
QUÍMICOS
Lança Chamas
Foguete
Bombas
Míssil
Tubo
Tóxico dos Nervos X X X X X X
Vesicantes X X X X X X
Tóxico do Sangue X X X X X
Sufocantes X X X X X
Vomitivos X X X X
Lacrimogênio X X X X X X X X
Psicoquímicos X X X X X X
Fumígenos X X X X X
Incendiários X X X X X X
(Fig 3-1),
Emprego de Agentes Químicos Pelo Inimigo
A defesa contra agentes químicos, requer o conhecimento das condições em que o
inimigo poderá empregá-los, tais como a influência do terreno, das condições meteorológicas,
e dos meios de disseminação dos agentes. O inimigo poderá também, atacar com mais de um
tipo de agente químico tóxico, dificultando sua identificação, ou ainda combinar agentes tóxicos
com fumígenos. Face a um ataque químico, por parte do inimigo, cabe observar alguns
aspectos de sua possível doutrina:
a. Objetivo — O inimigo pode empregar agentes químicos para matar, incapacitar,
desmoralizar e contaminar áreas, equipamentos e suprimentos. Numa situação de
estabilização de forças, o inimigo poderá empregar inquietantes, combiná-los com fumígenos e
ainda empregar a fumaça para realizar movimentos de tropa.
b. Condições meteorológicas e terreno — As condições meteorológicas afetam, de
forma considerável, o comportamento dos agentes químicos, quando disseminados. Os
agentes químicos podem ser empregados, sob quase todas as condições meteorológicas e a
qualquer hora do dia ou da noite; entretanto, há certas condições e horários em que podem ser
obtidos resultados mais eficazes. As condições mais favoráveis ocorrem à noite, pela manhã
bem cedo, ao anoitecer e durante os dias em que o tempo estiver muito encoberto e o vento
brando. O terreno plano e regular geralmente é mais favorável do que o terreno ondulado e
PRINCIPAIS AGENTES DO
DESCONTAMINAÇÃO DE
PRIMEIROS SOCORROS
VELOCIDADE DE AÇÃO
MEIOS DE DETECÇÃO
TIPO DE AGENTE
DISSEMINAÇÃO
CAMPANHA
FORMA DE
SINTOMAS
EFEITOS
PROTEÇÃO
GRUPO
DIFICULDADE DE CAUSA BAIXAS. MUITO RÁPIDA SE NÃO É NECESSÁRIA MÁSCARA GA- TABUN
AEROSOL OU RESPIRAÇÃO, MORTE SE FOR FOR INALADO, LENTA CONTRA GB- SARIN
VAPOR CORRIMENTO INALADO EM SE ABSORVIDA PELA INJEÇÃO DE GASES E GD- SOMAN
TÓXICO DOS NERVOS NASAL, NÁUSEAS, ALTAS PELE. ATROPINA, ROUPA DE
VÔMITOS, CONCENTRAÇÕES RESPIRAÇÃO PROTEÇÃO.
CONVULÇÕES E AS CAUSA BAIXAS. LENTA ATRAVÉS DA ARTIFICIAL LAVAR OS OLHOS
VEZES MORTES SE AA PELE, MAIS RÁPIDA PODE SER COM ÁGUA E A PÉLE
LÍQUIDA OBSCURECIMENTO CONTAMINAÇÃO PELOS OLHOS NECESSÁRIA COM ÁGUA SABÃO
DA VISÃO DA PELE NÃO FOR VX
DESCONTAMINADA
A TEMPO.
MOSTARDAS NÃO BOLHAS NA PELE, BOLHAS APARECEM LAVAR OS OLHOS MÁSCARA HD MOSTARDA DESTILADA
APRESENTAM DESTRUIÇÃO DAS EM HORAS OU DIAS, COM ÁGUA E A PÉLE CONTRA HN NITROGÊNIO MOSTARDA
SINTOMAS VIAS EFEITOS NOS OLHOS UNGUENTO COM ÁGUA SABÃO GASES E DESTILADA
DETECTORES MEDIATOS. RESPIRATÓRIAS SÃO MAIS PARA A PÉLE E ROUPA DE HL MOSTARDA DESTILADA
AUTOMÁTICOS ARSENICAIS, AREIA SUPERIORES. PODE RÁPIDOS,ARCENICAIS POMADA PARA PROTEÇÃO.
VESICANTES LÍQUIDA ESTOJOS NOS OLHOS E CAUSAR SEGUEIRA AGEM OS OLHOS
DETECTORES ALFINETADAS NA TEMPORÁRIA. RAPIDAMENTE
PAPÉIS DE PELE
TECTORES IMEDIATAMENTE
CONVULÇÕES E CAUSA BAIXAS. INALAR NITRITO MÁSCARA ACÁCIDO CIANIDRICO
COMA MORTE SE FOR DE AMILO. NÃO É NECESSÁRIA CONTRA CLORETO DE CIANOGÊNIO
INALADO EM RÁPIDA RESPIRAÇÃO GASES.
TÓXICO DO SANGUE VAPOR ALTAS ARTIFICIAL
CONCENTRAÇÕES. PODE SER
NECESSÁRIA.
TOSSE, CAUSA BAIXAS. MÁSCARA
SUFOCANTES VAPOR SUFOCAÇÃO E DOR MORTE POR RETARDADA DE 3 A 4 REPOUSO E NÃO É NECESSÁRIA CONTRA CO FOSFOGÊNIO
DE CABEÇA EDEMA HORAS AQUECIMENTO GASES.
PULMONAR.
IMPREVISÍVEIS. INCAPACIDADE EM LAVAR A PÉLE COM MÁSCARA LSO – 25
PSICOQUÍMICOS AEROSOL COMPORTAMENTO TEMPORÁRIA LENTA TEMPERATURAS ÁGUA E SABÃO CONTRA GÁS PARALIZANTE.
IRRACIONAL FÍSICA E MENTAL. ACIMA DE 25º, GASES.
ALIVIAR A
NÚVEM ROUPA.
SEMELHANTE TOSSE, NÁUSEA, IRRITAÇÃO E MANTER-SE EM LAVAR PÉLE COM MÁSCARA
VOMITIVO AEROSOL A FUMAÇA NO VÔMITO E DOR DE DEBILIDADE FÍSICA RÁPIDA ATIVIDADE ÁGUA E SABÃO, CONTRA
PONTO DE CABBEÇA PARA DIMINUIR NARIZ E GARGANTA GASES. DM - ADAMSITA
LIBERAÇÃO OS EFEITOS. COM ÁGUA.
TOSSE, IRRITAÇÃO IRRITAÇÕES NAS VOLTAR O LAVAR A PELE COM MÁSCARA CN CLOROACETOFENONA
NOS OLHOS E VIAS ROSTO PARA O ÁGUA E SABÃO E OS CONTRA CS
LACRIMOGÊNEO AEROSOL LACRIMEJAMENTO RESPIRATÓRIAS, INSTANTÂNEA VENTO E NÃO LHOS COM AGUA GASES. ORTOCLOROBENZIMALONITRILO
ABUNDANTE OLHOS E PELE. ESFREGAR OS
OLHOS.
Agentes Biológicos
Generalidades
Agentes biológicos são microorganismos vivos, seus produtos tóxicos ou compostos
herbicidas, empregados em operações militares para: causar baixas na tropa inimiga, pela
morte ou incapacitação; através de doenças, ferir ou matar animais domésticos e rebanhos;
danificar ou destruir alimentos e produtos agrícolas; reduzir o rendimento da produção ou
destruir plantações. Embora estes agentes atuem em diferentes tipos de alvos e produzam
variados efeitos, seu objetivo principal é reduzir o poder de combate das tropas inimigas. Este
manual tratará, principalmente, do modo como o inimigo poderá empregar os agentes
biológicos.
Efeitos do Terreno
As nuvens de agentes biológicos, na forma de aerosol, comportam-se da mesma
maneira que as de agentes quirnicos. Terrenos ondulados criam turbulências no vento,
modificando as influências da difusão vertical da nuvem de aerosol. O solo terá efeito somente
Agentes Nucleares
Generalidades
As armas nucleares empregadas em operações militares produzem três principais
efeitos, que lhes são peculiares: o efeito mecânico (sopro), a radiação térmica e a radiação
nuclear. A extensão e a intensidade de cada tipo de efeito dependem do tipo da arma, altura de
arrebentamento (ADA), distância do ponto de arrebentamento, resistência do alvo e potência
da arma, medida em quilotons (KT) ou magatons (MT); embora não seja considerado
praticável, materiais radioativos podem ser disseminados de outra forma que não por meio de
armas nucleares, sendo seus efeitos limitados à radiação nuclear.
A Precipitação Radioativa.
A precipitação radioativa é produzida pelo material do solo, que é absorvido pela bola
de fogo, vaporizado, combinado com material radioativo e condensado em partículas, que
caem na superfície. As partículas maiores caem imediatamente, nas proximidades do ponto
zero. Partículas menores são conduzidas pelos ventos e vão caindo, aos poucos,. na
superfície. A chuva e a neve aceleram a precipitação, reduzindo o alcance da nuvem
radioativa. De acordo com alguns fatores a área contaminada pela precipitação poda se; muito
pequena ou atingir alguns milhares de quilômetros quadrados, e os níveis de radioatividade
podem variar de valores insignificantes para efeito militar, até níveis extremamente perigosos
para o pessoal que não estiver devidamente protegido. Os níveis de radiação e a extensão da
área contaminada dependem dos seguintes fatores:
a. Tipo e potência do artefato nuclear
b. Altura de arrebentamento
c. Direção e velocidade do vento
(2) Roupa protetora impermeável — É uma roupa que não exige impregnação, para que se
torne resistente aos agentes químicos, pois é feita de material resistente ou impermeável aos
agentes líquidos e seus vapores. Em virtude do desconforto e da perda de eficiência,
consequentes do uso da roupa impermeável, ela não é utilizada em combate, sendo mais
eficiente para os trabalhos de descontaminação ou em outras operações que envolvam perigo
de derramamento ou vazamento, na manipulação de agentes líquidos. Isto não afasta a
possibilidade de empregar-se roupas protetoras impermeáveis, mais modernas e confortáveis,
nos combates em áreas contaminadas. Apesar da boa proteção que oferece, o prazo de seis
horas de uso deve ser respeitado, para maior segurança. A roupa deve ser descontaminada no
corpo, sumariamente, antes de ser retirada e, logo após, deve ser descontaminada totalmente.
A grande maioria dos modelos é reaproveitável após a descontaminação e, de acordo com o
material, podem ser classificadas como leves e pesadas.
Reconhecimento QBRN
Realizado para obter informações sobre as Ameaças e Perigos QBRN, configurados ou
em potencial. Utiliza meios com tecnologia de detecção em detrimento da observação humana.
O Reconhecimento QBRN é regido pelos seguintes princípios:
a) ser realizado de forma contínua;
b) não manter meios de detecção em reserva;
c) priorizar os objetivos;
d) manter a liberdade de ação e movimento;
e) reportar as informações obtidas com rapidez e precisão;
f) manter atualizada a situação sobre o Perigo QBRN; e
g) determinar o Perigo QBRN e suas implicações para as operações.
Vigilância QBRN
Observação dos espaços aéreo-superfície-subterrâneo, de locais de interesse, de
pessoas e objetos. Utiliza meios visuais, fotográficos, eletrônicos e outros com o objetivo de
confirmar a presença ou não do Perigo QBRN.
Informa qualquer alteração ocorrida no ambiente sendo orientada pelos seguintes
princípios:
a) Vigilância QBRN contínua na Região de Interesse para a Inteligência (RIPI);
b) realizar o alerta QBRN e reportar informações com rapidez e precisão; e
c) monitorar e avaliar as Ameaças e Perigos QBRN detectados.
As formas da Vigilância QBRN são as seguintes:
a) Vigilância de ponto: observação, intermitente ou contínua, de um local de interesse, pessoa
ou objeto e é realizada no menor espaço geográfico;
b) Vigilância de área: observação temporária ou contínua, de uma área específica ou pré-
determinada. É de fundamental importância a utilização de detectores remotos; e
c) Vigilância de saúde: fornece informações por meio do trabalho de coleta, análise e
interpretação de dados para a avaliação, planejamento e implementação de práticas de saúde
pública.
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................93 /126)
A Vigilância de Saúde monitora a higidez de uma população e identifica os riscos
potenciais para a saúde. Alguns Perigos QBRN se manifestam após o período de incubação
(Biológico) ou após uma exposição prolongada (Químico e Radiológico). O fluxo de pacientes
com sintomas similares pode ser um indicativo de um incidente QBRN.
Com relação ao Perigo QBRN, as ações para a Vigilância QBRN são as seguintes:
a) monitorar: checar sua presença no ambiente;
b) observar: examinar locais específicos para determinar o potencial de sua presença;
c) detectar: determinar sua presença;
d) identificar: especificar a natureza;
e) quantificar: determinar sua quantidade no ambiente;
f) coletar Amostras: obter uma porção representativa para análise subsequente;
g) reportar: prover informações relevantes e outros dados relacionados.
Considerações Gerais
Reúne as medidas de proteção apropriadas diante do Perigo QBRN. A MOPP
correspondente será definida de acordo com as informações recebidas pelo Sensoriamento
QBRN.
A Segurança utiliza os equipamentos de proteção individual (EPI), abrigos coletivos e
veículos com proteção contra o Perigo QBRN.
Algumas ações podem ser realizadas com o intuito de reduzir a vulnerabilidade, como
por exemplo: reforço da segurança das instalações e sistemas, restrição da exposição e
aplicação de tratamentos profiláticos.
situação em que a Proteção Individual estará comprometida. As RPPC fornecem uma proteção
limitada contra MIT.
Além dos níveis de MOPP, as OM DQBRN possuem níveis específicos de proteção contra
Perigos QBRN, particularmente os MIT. Estes níveis são estabelecidos considerando as proteções
respiratória e cutânea. O grau adicional de segurança é necessário durante os trabalhos de
Reconhecimento em locais confinados ou em áreas onde o Perigo QBRN seja desconhecido. Os níveis
(No caso do Perigo Radiológico ou Nuclear (RN), serão tomadas medidas adicionais de
proteção. Os efeitos da onda de choque e térmica de uma explosão nuclear serão minimizados
com a utilização de abrigos. Durante a precipitação radioativa existe a flexibilidade para adaptar
os níveis de MOPP para a proteção das vias respiratórias de uma possível contaminação
interna.)
Proteção Coletiva
Permite a realização de tarefas sem as restrições impostas pelo EPI. De acordo com
Avaliação do Risco, a DEO estabelece os parâmetros da Proteção Coletiva.
A Proteção Coletiva possui três tipos:
a. Fixa: estabelecida em bases permanentes. Utiliza sistemas de filtragem de ar de alta
eficiência em construções e abrigos hermeticamente selados (proteção ativa). Podem ainda
limitar a troca de ar entre o ambiente interno e externo (proteção passiva). Indicada para os
Centros de Comando e Controle.
b. Transportável: utiliza instalações modulares temporárias com sistemas de pressão positiva e
purificação de ar. Possui uma atmosfera livre de contaminação, permitindo a realização de trabalhos tais
como: Comando e Controle, manutenção leve, tratamento de saúde, descanso da MOPP e recuperação
fisiológica.
Controle da MOOP
Tem por objetivos analisar, determinar e atualizar a MOPP em uma área. Acompanha a
performance e os limites de execução de suas atividades. O Controle da MOPP orienta os
trabalhos de Proteção Individual e Coletiva, executado conforme a DEO.
O principal fator para determinar a MOPP deve ser a Ameaça QBRN. Considerando a
probabilidade de ataque do oponente é possível classificar o grau de ameaça. Conforme os
dados anteriormente citados, adota-se a MOPP mais conveniente, de acordo com a Tab 5-1.
Após a ocorrência do ataque QBRN, a MOPP será reavaliada e atualizada. Os
indicadores considerados para definir a proteção são os seguintes:
a) tipo de Perigo QBRN;
b) máxima exposição permissível; e
c) mínimo de proteção indispensável e degradação da performance.
limite
Verde 27-28 Sem limite 500 50/10 min 750 30/30 min 1000
Amarela 29-30 Sem limite 750 40/20 min 750 30/30 min 1000
Vermelha 31-32 Sem limite 750 30/30 min 750 20/40 min 1000
Preta > 32 50/10 min 1000 20/40 min 1000 10/50 min 1000
Generalidades
As medidas de defesa contra os ataques químicos incluem o treinamento individual, as
ações a serem tornadas antes, durante e após o ataque, bem corno, os primeiros socorros e a
descontaminação.
a. Possibilidades do inimigo realizar um ataque químico — Devido ao potencial do
inimigo e às informações colhidas sobre suas possibilidades, pode concluir-se que realizará um
ataque maciço sobre determinada unidade, em um curto espaço de tempo. Em ações deste
tipo, o perigo de inalação e absorção, pela pele, de agentes químicos, antes do combatente
colocar seu equipamento de proteção, é relativa. mente grande. Em altas concentrações, uma
ou duas inalações do agente tóxico podem ser fatais ou, pelo menos, causar sérias lesões, É
perfeitamente possível o combatente ser contaminado por um agente líquido antes de vestir a
cobertura protetora e, se isto ocorrer, o agente apresentará seus efeitos, levando o combatente
a crer que a proteção não foi eficaz. Para haver urna proteção contra esta capacidade potencial
do inimigo, deve a tropa adotar medidas operacionais de proteção preventiva, quanto ao
equipamento a ser utilizado.
b. Medidas Operacionais de Proteção Preventiva (MOPP) — É uma situação em que
todos os homens que se encontram sob ameaça de iminente ataque químico, ou ante a
necessidade de atravessas uma área contaminada, devem estar vestidos com suas roupas
protetoras e. máscaras contra gases. Caso as condições meteorológicas, o trabalho a ser
realizado ou as necessidades pessoais impeçam tal procedimento, poderá haver exceções;
entretanto, o equipamento de proteção só deve ser retirado durante o espaço de tempo que se
faça necessário conceder tal exceção. O equipamento e o grau de proteção a serem adotados,
Generalidades
As ações de proteção individual, contra os efeitos de um arrebentamento nuclear, são
voltadas, especificamente, para os efeitos térmico, mecânico e radioativo. a. Efeito
térmico — O calor e a luz, liberados durante um arrebentamento nuclear, compõem o efeito
térmico. A luz intensa que é liberada, deve ser evitada e, em hipótese alguma, o combatente
deverá olhar diretamente para a bola de fogo. O uniforme de combate oferece uma pequena
proteção contra os efeitos do calor, que podem ser perigosos, mesmo em áreas livres dos
efeitos de choque e da radioatividade.
Em tais circunstâncias, as partes do corpo que estiverem cobertas pela roupa terão uma
razoável proteção contra queimaduras. Roupas largas oferecem melhor proteção contra
queimaduras do que roupas apertadas, aumentando a proteção à medida que o combatente
adiciona mais roupas ou cobertas ao corpo. (F ig. 16-1).
b. Efeito mecânico — O efeito mecânico, ou de sopro, ocorre produzindo um violento
deslocamento de ar. A proteção contra o sopro consiste, principalmente, em abrigar-se do
Descontaminação Individual
A descontaminação radioativa consiste em remover, fisicamente, o material
contaminado, uma vez que o material radioativo não pode ser destruído ou neutralizado. A
descontaminação individual é restrita ao combatente (sua roupa, equipamento, posição e seu
alimento).
a. Pele e roupa contaminadas — A pele e a roupa do combatente que esteve exposto à
precipitação•radioativa, ou que tenha atravessado uma área contaminada com radioatividade,
podem estar contaminadas em níveis perigosos (doses de 20 a 50 rad). Se a situação não
permitir que o combatente faça sua descontaminação, através do banho e troca de roupa, ele
deverá fazê-lo por métodos expeditos. Estes métodos consistem em: remover e sacudir a
roupa energicamente, ou escová-la, com uma escoa, vassoura ou com um ramo de vegetação;
remover a poeira do cabelo e das unhas e limpar a pele, esfregando-a com um pano úmido. O
combatente deve tomar todo o cuidado para evitar a contaminação indireta dos alimentos e da
água, durante e após estes processos de descontaminação.
b. Equipamento contaminado — A necessidade de descontaminação do equipamento
individual, viaturas, armamento e munição, pode ser reduzida se, antes da precipitação chegar,
o combatente colorir seu material com uma lona, o meio pano de barraca ou com o poncho.
Urna maneira eficaz de remover a contaminação radioativa é lavar o material com água.
c. Posição individual contaminada — Após a precipitação cessar, as partículas radioativas que
caíram devem ser removidas, imediatamente, das proximidades da toca do combatente.
Métodos expeditos também podem ser utilizados para tal finalidade, assim como varrer a área,
com urna vassoura comum ou improvisada com ramos de vegetação, ou ainda, raspar a área
Monitoração Radiológica
Uma vez que a radioatividade não pode ser detectada pelos sentidos humanos, são
necessários dispositivos especiais para a sua detecção. A monitoração radiológica é o ato de
detectar a radioatividade e medir suas taxas de dosagens com instrumentos de detecção e
mensuração. A monitoração radiológica serve para alertar o comandante do perigo, que
poderia passar sem ser percebido nem medido, A simples medição da radiação, normalmente,
(Coletânea de Manuais / Tec Mil II /UD 6 e 7....................................................................116 /126)
tem uma importância operacional limitada, pois fornece a informação apenas no ponto onde foi
feita a leitura, Por este motivo, é necessário que se façam diversas leituras, de modo a levantar
os níveis de radioatividade em toda a área. Uma série de medições em um mesmo ponto, em
períodos variados de tempo, fornecerá o decaimento radioativo da contaminação nesse ponto.
Em terrenos variados, é necessário selecionar uma quantidade maior de pontos a serem
medidos, em relação a terrenos regulares.
a. Responsabilidades A monitoração está incluída no reconhecimento normal e nas
atividades de informações de qualquer unidade. A responsabilidade, em qualquer escalão, é do
comandante. Uma vez sendo detectada a contaminação radioativa, seus danos devem ser
informados ao escalão superior, e a área deve ser demarcada. As informações devem conter
as taxas de dosagens e os horários em que forem medidas. (Ver Anexo E - Sinalização de
Áreas Contaminadas).
b. Subunidades — As subunidades devem monitorar sua área de operações, para
detectar a radiação. Via de regra, as subunidades devem manter, no mínimo, dois homens
treinados, para monitorar cada aparelho de detecção e mensuração que possuírem. As
monitorações podem ser periódicas ou contínuas, como é descrito abaixo:
(1) Monitoração periódica — É uma conduta rotineira numa guerra nuclear. Todas as unidades
devem manter equipes monitorando determinados pontos, pelo menos uma vez a cada hora.
Todos os instrumentos que a unidade possuir devem ser utilizados para este fim. Contudo, os
instrumentos podem ser alternados para poupar baterias. A dosimetria também deve ser feita
em inspeções periódicas, realizadas nos homens que estejam trabalhando na área
contaminada.
(2) Monitoração contínua — É iniciada por todas as unidades: quando recebem o alerta da
precipitação radioativa; quando o arrebentamento nuclear é alertado, visto ou ouvido; quando
uma taxa de 1 rad/h é detectada pela monitoração periódica; e quando é dada a ordem pelo
escalão superior. É o escalão superior que suspende a monitoração contínua, que também
pode ser encerrada quando for constatado que a taxa de dosagem desceu a níveis inferiores a
1 rad/h, excetuando-se os casos em que a unidade esteja em movimento.
c. Levantamento radiológico — O levantamento radiológico é um esforço dirigido para
determinar o grau e a extensão da contaminação radioativa, numa certa área. Os comandantes
de todos os escalões são responsáveis pelo treinamento do pessoal e pela execução do
levantamento radiológico.
d. Monitoração de alimentos, água, equipamentos e pessoal - Após um ataque nuclear, ou a
passagem da precipitação radioativa sobre uma determinada área, os alimentos, a água, os
equipamentos e o pessoal, que estejam sob suspeita de contaminação, devem ser
monitorados. A finalidade desta monitoração é determinar a necessidade de descontaminação,
Descontaminação Da Unidade
A descontaminação radioativa consiste na remoção física do material radioativo de
superfícies contaminadas. A unidade realiza esta descontaminação, normalmente, em seu
equipamento e alimentos em estoque. A descontaminação de largas áreas, normalmente, não
é praticável sem equipamentos de escavação ou terraplenagem. A unidade pode recorrer ao
posto de descontaminação total, para urna descontaminação mais eficaz.
a. Equipamento contaminado - Os esforços para descontaminar viaturas, armamento e
munições, podem ser reduzidos se, antes da chegada da precipitação radioativa, este
equipamento for coberto com lonas, ponchos ou materiais impermeáveis. O equipamento que
necessite ser descontaminado, pode ser lavado, assim como os recipientes com alimentos, que
estiverem vedados. A descontaminação deve ser realizada em local de boa drenagem. A água
contaminada deve ser canalizada para uma fossa. Caso seja canalizada para um rio, as
unidades que estiverem rio abaixo devem ser informadas. Proteção individual durante
operações de descontaminação - O pessoal encarregado de realizar descontaminações deve
fazê-lo com o equipamento de proteção individual, para evitar a inalação desnecessária de
material radioativo, assim como o contato deste com a pele.
Descontaminação do Pessoal
O pessoal que tiver sido exposto à precipitação radioativa ou tiver atravessado uma
área contaminada, deve ser monitorado e, se necessário, descontaminado.
a. Monitoração do pessoal - Deve ser realizada numa área limpa ou num abrigo. Se for
acusada a contaminação, a descontaminação deve ser realizada o mais rápido possível.
b. Descontaminação do pessoal - Deve ser feita através do banho e da troca de roupa,
normalmente nos postos de descontaminação total. Métodos expeditos podem ser
empregados, como já foi citado no capítulo 16.
REFERÊNCIAS