You are on page 1of 35

Educação Financeira

para Futuros Ricos

A CABRA DA
MINHA MÃE

O segredo da riqueza
ÍNDICE
1. NOTA DO EDITOR......................................................... 7
2. PREFÁCIO........................................................................ 9
3. INTRODUÇÃO.............................................................. 13
4. A CABRA QUE PERTENCIA
À MINHA MÃE............................................................... 19
5. AS ESCADS PARA A RIQUEZA................................. 43
6. CONSTRUIR E AUMENTAR
OS SEUS FUNDOS........................................................ 63
7. DESENVOLVER A ARTE DE
CONTROLAR AS DESPESAS.................................... 103
8. QUARTO DEGRAU PARA A
RIQUEZA: OPERAR O MILAGRE DA
PROSPERIDADE........................................................ 127
9. SEXTO DEGRAU: OS BENS DE VALOR................ 149
10. CONCLUSÃO ............................................................. 183
NOTA DO EDITOR
África tem as suas grandes particularidades que o diferenciam
dos demais povos de outros continentes.

O baixo índice de escolaridade, as desgraças sociais, o conser-


vadorismo e os elementos tradicionais, em muitos casos, tornam-
na numa verdadeira escrava de si própria.

Lamentar quando tudo tem para ser uma grande potência se


investisse na educação e no desenvolvimento, facilmente sairia
da pobreza em que se encontra mergulhada grande parte da sua
gente guerreira.

O seu povo, ainda assim, tem uma energia incrível e uma


crença na vitória sem igual. Este livro mudou a minha vida, e
tenho quase certeza, que irá mudar a sua também.

É preciso mudar o seu interior e quebrar todos antigos para-


digmas como lhe recomenda o autor desta obra.

Admiro profundamente a capacidade de superação das pes-


soas, mas não imaginava, que um jovem com menos de 37 anos e
em apenas 7, fosse capaz de chegar tão longe. Ainda bem que por
essa via, nos esteja ajudar para o acompanharmos.

Bom apetite caro leitor e lembre-se que quem lê um livro


nunca mais é a mesma pessoa!

Victor Hugo Mendes


Jornalista e escritor
PREF ÁCIO
Em muitos países africanos, um facto já não necessita de ser
demonstrado: a pobreza material atinge, com toda a força, a
maioria da população. Face a este estado das coisas, os jovens en-
contram-se num impasse; não sabem a que santos hão-de rezar:
o Estado já não oferece escapatória ao desemprego; os diplomas
já não são suficientes para garantir as condições mínimas de vida;
os credores e as entidades financiadoras de fundos para sustentar
as iniciativas não estão ao alcance de todos. Daí a pergunta de
muitos jovens:

O que fazer?

E a grande tentação deles: resignarem-se à pobreza!

Ora bem, não a esta tentação! Este livro que Ricardo Kaniama
propõe, oferece uma solução para este problema. Ele mostra que
se pode facilmente, enterrar um presente de pobreza sem esperar,
em vão, por um famoso bom emprego, sem contar, unicamente,
com as possíveis vantagens de um diploma universitário. Este li-
vro é mais do que um livro, é um grande tesouro. É um guia sobre
o caminho para o sucesso material e a autonomia financeira. Pas-
so a passo, Ricardo Kaniama mostra ao leitor como subir, degrau
a degrau, as escadas que conduzem ao sucesso material. Ele mos-
tra como se pode tornar milionário através de meios honestos e
transparentes e isto a partir de nada ou quase.
Não se trata de um engodo como é tão frequente nos nossos
dias.

Ricardo busca esta sabedoria à sua brilhante experiência pes-


soal.

Partindo de um magro salário de professor, ele é, hoje, criador


de empresas pessoais florescentes e um grande empregador; par-
tindo de uma vida de precariedade material, ele domina o topo de
um império financeiro sempre próspero. Partindo de uma aldeia
sem renome, ele é hoje reconhecido como um self-made-man,
cuja voz é procurada em vários continentes. Partindo de alguns
curtos anos de estudos materialmente pouco prometedores de
filosofia, ele impõe-se, hoje, como empreendedor inovador, cujo
sucesso está em fase de se tornar uma fonte de inspiração para os
públicos sedentos de prosperidade em África, na Europa, Amé-
rica e na Ásia.

O livro que ele coloca ao alcance do leitor é uma iniciação a


um combate vital, para qualquer jovem angolano de um modo
particular e africano no geral, no combate a pobreza material.
Como um formador perspicaz, Ricardo coloca à disposição do
leitor, armas seguras que garantem a vitória neste combate. O
que é maravilhoso é que estas armas não se encontram, como
se iludem a crer muitos dos jovens africanos, em algum segredo
esotérico ou em algum misterioso saber. Não. Elas encontram-se
neles próprios(nos jovens), em cada pessoa, pequena ou grande,
menina ou menino, universitário ou não. Elas extraem-se da dis-
ciplina pessoal, da determinação para alcançar o sucesso, do rigor
na gestão, da criatividade, mais do que da resignação.

Talentoso conferencista e motivador, Ricardo desvenda os


seus segredos e receitas num estilo vivo. O livro é, no fundo,
como uma conversa: ele encoraja as boas práticas e desencoraja
as más, ele questiona os hábitos e agita os costumes; ele ajuda a
distinguir as atitudes propícias à riqueza das que não o são; ele
condena, adverte, orienta, ilustra através de exemplos esclarece-
dores e permite, cada vez mais, ao leitor, descobrir-se a si próprio.
Ele é claro, mas também irónico e divertido.

Caro leitor, depois de teres lido este livro, ou melhor, depois de


te teres deixado guiar por este guia claro e esclarecedor, resta-te
apenas uma coisa: tomar a decisão de mudar o teu estado social,
colocando em prática as recomendações sugeridas. Amanhã, será
a tua vez de contar aos outros, não «a cabra que pertencia à minha
mãe», mas talvez o pintainho do teu pai ou sabe-se lá o que mais.

Yves Menanga K.

Doutor em Filosofia Munique, Alemanha


INTRODU ÇÃO
Se houvesse escola que ensinasse aos jovens como ganhar a
vida, viver e usar dinheiro, não só que os nossos países africanos
seriam pobres, como também não haveria tantas pessoas a lutar
toda vida e morrerem pobres.

Ensinando aos outros, acabei por aprender muito sobre as ra-


zões pelas quais muitos são e continuam pobres, apesar dos seus
esforços para sair da miséria. Algumas delas são a ignorância e a
falta de fundos. Muitos não sabem como obtê-los. Eles têm son-
hos e projectos válidos, mas não têm dinheiro para os concretizar.
Evidentemente, o que é que se pode verdadeiramente fazer, neste
mundo, hoje em dia, sem um tostão no bolso? No entanto, se os
fundos são necessários para a concretização dos nossos projec-
tos, o que é que nós fazemos para os obter? Geralmente, nada de
nada, senão esperar passivamente, que eles caiam, um belo dia, de
qualquer parte. Infelizmente, isso nunca acontece. Aliás, de onde
é que eles viriam?

Eu encontrei pessoas jovens com menos de trinta anos, que


estão à espera dos fundos para realizarem os seus lindos sonhos.
Bom, eles ainda são jovens. Se na sua idade eles não os encon-
tram, dizem que será talvez quando tiverem trinta anos. Por um
feliz acaso, eles obterão o tão esperado dinheiro!
Também já convivi com trintanários que aguardam paciente-
mente os fundos, desde os seus vinte anos. Talvez digam «Se nós
não os encontramos agora, nós encontrá-los-emos aos quarenta
ou aos cinquenta anos»?

No entanto, também já me cruzei com indivíduos de quarenta


e cinquenta anos, pobres e humilhados pela sua situação, que afir-
mam que : « se eles tivessem tido fundos, não teriam chegado
àquele ponto».

Estes esperaram pelos fundos durante todas as suas vidas e


ainda os esperam hoje em dia! Quem sabe? Aguardam em vão
ou obterão finalmente este dinheiro quando já não tiverem força
para empreender o que quer que seja?

Provavelmente, o azar de muitos advém do facto de que eles


esperam o dinheiro antes de se lançarem. Eles não compreendem
que, antes deles, muitos fizeram o mesmo e passaram as suas vi-
das na pobreza.

Em África, eu conheci ouvintes que afirmam esperar fundos


de lançamento provenientes das suas famílias que residem na Eu-
ropa. E na Europa, aquando das minhas conferências e viagens,
discuti com imigrados que prevêem regressar à África, uma vez o
dinheiro ganho. É paradoxal!

E o caro leitor, necessita de um capital para se lançar? Tam-


bém está à espera dele? Há quanto tempo? Um, cinco, dez, quinze
anos? Aguardará ainda por quanto tempo? De quem espera obtê-
lo?

Quanto a mim, eu fui uma dessas pessoas que esperaram mui-


to tempo pela chegada dos fundos para se lançar na vida. Eu tinha
batido a todas as portas (as da minha família, dos conhecidos,
dos organismos, dos bancos e das estruturas governamentais),
mas sem sucesso. Aos meus vinte e oito anos, eles ainda não esta-
vam nos meus bolsos.

Foi então que fiz uma grande descoberta: quando é uma ques-
tão de atingir o sucesso e de enriquecer, certos princípios são in-
contornáveis. As mesmas causas produzindo sempre os mesmos
efeitos, os que as encontram e as aplicam tornam-se ricos. Entre
estes princípios, consta aquele de que eu trato neste livro inti-
tulado Educação financeira para futuros ricos. A cabra da minha
mãe. O segredo da riqueza. Ele consiste em construir o seu capital
com os meios disponíveis, em vez de ficar à espera dele indefini-
damente.

Incrédulo, no início, eu me perguntava : « como construir


um património com um rendimento tão baixo como o meu? ».
Sabendo que é com muita dificuldade que eu consigia juntar as
duas pontas. De facto, naquela época, eu ganhava muito pouco,
cerca de 15 Dólares por mês.

11
Após um momento de hesitação, relembrando a história da
cabra que pertencia á minha mãe, resolvi logo aplicar o referido
princípio. Depois de um começo difícil, eu acabei por construir,
pouco a pouco, um capital. E alguns anos mais tarde, aos trinta e
cinco anos, eu já tinha um património de mais de um milhão de
dólares americanos. Durante este tempo, muitos amigos e mais
velhos continuavam à espera dos fundos, apesar de os anos esta-
rem a passar.

A Bíblia não diz «Ao que tem, mais lhe será dado, ao que não
tem, até o que tem lhe será retirado». Daí que, se não tiver nada,
há muitas hipóteses de que nenhum banco lhe forneça os fundos
que espera. Comece a construir o seu pecúlio; quanto mais din-
heiro tiver, mais hipóteses terá de o obter.

Este livro, essencialmente baseado na minha experiência


pessoal da prosperidade e na de vários indivíduos, cujo sucesso
financeiro estudei, vai revelar-lhe o princípio que me permitiu
partir de rigorosamente nada e fazer fortuna. A sua finalidade
é a de ajudar aqueles que desejam experimentar a realidade da
prosperidade financeira nas suas vidas, partindo do nada. Gra-
ças a exemplos e a ilustrações diversas, eles poderão adquirir um
conhecimento prático sobre a natureza do princípio, a melhor
forma de o aplicar, as dificuldades que podem surgir e sobre as
estratégias para as ultrapassar, até gerar felizes resultados concre-
tos: a riqueza financeira. Ele ensina não apenas a forma de obter
o dinheiro, mas também de o guardar e fazer frutificar.
Como descobrirá, graças ao princípio aprendido a partir da
cabra que pertencia à minha mãe, pude transformar a minha vida
de pobre miserável na de um milionário, e isto em menos de sete
anos. E como a forma mais rápida e mais universal para atingir o
sucesso consiste em aprender com aqueles que já conseguiram lá
chegar, encontrará aqui, o ponto de partida para a sua prosperi-
dade e riqueza.

Enfim, peço-lhe que, por sua vez, conte esta história simples
da cabra que pertencia à minha mãe aos seus amigos, familiares,
empregados e membros da sua igreja ou da sua comunidade, uma
vez que eu estou convencido de que toda a gente pode mudar a
sua vida, conhecendo e aplicando esta lei. O maior bem que eu
posso fazer aos outros não é distribuir entre eles a minha fortuna,
mas fazê-los partilhar este meio simples que lhes permitirá não
ter mais falta de dinheiro.
••
A CABRA QUE PERTENCIA
À MINHA MÃE
O segredo da riqueza

1. EIS A HISTÓRIA DA CABRA QUE PERTENCIA


À MINHA MÃE
O meu pai biológico foi um empreendedor, e quando
eu nasci, em 1979, ele dispunha de uma grande quinta
que continha plantações de café, Manada, Rebanho e
Bando. Ele era sem dúvida, um dos mais ricos da aldeia e
da região. Nós comíamos carne à vontade e a nossa vida
era agradável.

Mas um belo dia, quando ele tinha apenas quarenta


anos e eu seis, ficou doente. O seu estado de saúde dete-
riorou-se muito rapidamente e ele faleceu numa quinta-
feira do ano de 1986, e foi enterrado na sexta-feira santa,
à noite, já que a aldeia não tinha morgue para guardar o
corpo. A nossa dor associou-se à de Jesus Cristo na cruz.

A nossa vida alterou-se numa fração de segundo, logo


após o seu enterro. Deve saber-se que, segundo o cos-
tume em vigor, na nossa aldeia perdida de África, os bens
de um homem não pertencem aos seus filhos, mas à sua
família e por isso ao seu clã. Os meus primos paternos,
eram desde logo, os herdeiros legítimos dos haveres do
meu pai, tio deles. Este sistema chama-se «matriarcado».
Ele está em vigor em alguns cantos do continente africa-

15
A cabra da minha mãe

no. Trata-se, provavelmente, da forma mais primitiva de


organização social. Mas, infelizmente! Sendo a tradição
sagrada, quem é que poderia colocá-la em causa? Pior,
não seria a minha mãe que tinha crescido no seio dela!

Nós tínhamos então de abandonar a casa e deixar to-


dos os bens. No entanto, como sinal de reconhecimento
e por pena de nós, ofereceram generosamente à minha
mãe e à co-esposa do seu marido (sendo o meu falecido
pai polígamo), uma cabra, a cada uma delas. Foi deste
drama familiar que nasceu esta famosa história da cabra
que pertencia à minha mãe, que me levou a construir o
meu próprio capital a partir de pequenas economias.

Como os meus ouvintes gostavam, muitas vezes, que


lhes conte, nas minhas conferências, encorajaram-me,
vivamente, a escrevê-la sob forma de livro. Foi o que eu
fiz para ajudar todos aqueles que procuram lançar-se
na vida, sem dinheiro e que não têm a oportunidade de
assistir às minhas conferências. Segundo eles, esta ana-
logia com a cabra que pertencia à minha mãe permite
compreender melhor o segredo graças ao qual, partindo
rigorosamente do nada, consegui construir um grande
negócio e tornar-me milionário em apenas sete anos.

16
O segredo da riqueza

Nós fizemo-nos à estrada rumo à aldeia da minha mãe,


situada há uns (10) dez quilómetros da quinta, deixando
atrás, esta última com as plantações de café, a sua mana-
da e as aves. A minha mãe voltava assim para casa, depois
de ter estado casada durante 25 anos com o meu pai, que
nos tinha deixado sós, face a uma tradição impiedosa.

A nossa cabra, amarrada a uma corda, caminhava à


nossa frente, guiada por um irmão mais velho. Uma ca-
bra, sim, esta cabra! Era a nossa única herança, a nossa
única riqueza. A nossa vida dependia dela. Mas, enquanto
crianças, nós eramos demasiado novos para compreen-
der plenamente a situação em que nos encontrávamos,
naquele momento. Mas a caminho da aldeia da minha
mãe, as lágrimas incessantes que corriam continuamente,
pela sua face, deixavam-nos perceber que este não era
apenas um passeio turístico…

17
A cabra da minha mãe

2. PORQUE É QUE A CABRA NÃO PODIA SER


MORTA?
Chegados à aldeia, tivemos de enfrentar logo uma vida
muito difícil a todos os níveis. Os hábitos, especialmente
alimentares, já não eram os mesmos. Sim, a vida pode
mesmo mudar, acredite em mim! Nós recusávamos este
novo regime alimentar baseado essencialmente em fol-
has de mandioca, batatas-doces ou abóbora, preferindo
a nossa carne habitual. Desde logo, nós pedíamos diaria-
mente e com insistência, à mãe, para matar a cabra para
a comermos.

A nossa mãe sofria terrivelmente com esta situação.


E, no entanto, apesar desse facto e das nossas súplicas
incessantes, ela recusava cometer este acto. Nós estáva-
mos decepcionados com o seu comportamento e consi-
derávamo-la má.

Uma bela noite do mês de Maio de 1986, ela reuniu-


nos à volta da fogueira e explicou-nos a sua decisão,
com lágrimas nos olhos: «Eu faço isto para o vosso bem,
porque se vocês não comerem esta cabra imediatamente,
nós podemos esperar consumir, a longo prazo, a sua
carne, de tempo em tempo. Mas se, pelo contrário, nós

18
O segredo da riqueza

a comermos já, depois disso, nós nunca mais, na nossa


vida, poderemos voltar a comer carne. Além disso, eu já
não terei com que responder às vossas necessidades e,
consequentemente vão morrer uns após os outros». Com
o que os mais velhos se puseram a chorar, uma vez que
eles tinham enfim, tomado consciência da gravidade da
nossa situação.

Mais tarde, eu soube que, na segunda situação, eu teria


sido o primeiro a morrer, sendo eu o mais jovem e por
isso, o mais frágil. Assustados com a ideia de que nós ar-
riscávamos a nossa vida, eles pediram a minha mãe para
não a matar. Graças a Deus! Então demos-lhe o nome
de Mussoluoni («Fonte da vida»). Ao invocar esta lem-
brança, a emoção vence-me.

Mussoluoni comia das nossas mãos. Ela passava os


serões agachada, ao nosso lado, à volta da fogueira, em
vez de estar com as outras cabras da aldeia, sentia o afecto
e a atenção que toda a família lhe dava. À noite, ela dor-
mia à porta da nossa casa de palha. Ela sabia que o seu
lugar era entre nós.

19
A cabra da minha mãe

3. ENFIM, O MILAGRE ACONTECEU MUITO


DEPRESSA
Mussoluoni, esta cabra da qual dependia todo o nosso
futuro, começou a ganhar peso. E numa bela manhã, para
grande surpresa de toda a família, o milagre surgiu: ela
deu à luz uma pequena linda cabra. Não pode imaginar
a nossa alegria e a nossa excitação. Nós tínhamos ago-
ra, duas cabras. Alguns meses depois, Mussoluoni pariu
mais duas cabras.

As cabras não são como as vacas, que esperam vários


anos para se multiplicarem! A cena repetiu-se regular-
mente. O animal estava decidido a salvar-nos. Ela gerava
gémeos ou trigémeos. Os seus pequenos, por sua vez,
procriaram a um ritmo incrível.

Alguns anos mais tarde, a família possuía um rebanho


e uma cabrada, que nos servia para todas as necessidades,
tanto em termos de escolaridade como de alimentação.
Nós tínhamos recuperado a situação em que estávamos
antes da morte do nosso pai.

20
O segredo da riqueza

4. O FUTURO SACRIFICADO
Sabe doravante o que se passou com a cabra que per-
tencia há minha mãe. Dela nasceu um grande rebanho.
Mas o que era feito da minha madrasta? A nossa ma-
drasta também tinha regressado à aldeia dos seus tios,
com os nossos «meios-irmãos órfãos» e a sua cabra para
levar uma vida de sofrimento. Confrontada com as di-
ficuldades de alimentação e com outras necessidades
urgentes, ela resolveu matar e comer o seu animal, sem
esperar mais.

A sua cabra foi então sacrificada sem ter uma descen-


dência, tudo aquilo para uma satisfação imediata. Nós
soubemos a novidade no dia, quando ela nos visitou, na
aldeia da minha mãe.

É importante que vos explique que estas duas mul-


heres eram, na realidade, rivais, como se diz hoje em
dia. Mesmo se pensássemos que elas eram irmãs (a mais
velha e a mais nova) da mesma família, e pela maneira
como pareciam entender-se era impressionante. Eu me
perguntava como é que o meu pai tinha conseguido uma
tal façanha?!

21
A cabra da minha mãe

A nossa madrasta confessou-nos que ela já não conse-


guia ver chorar os seus filhos que exigiam carne. Ela fi-
cou muito espantada, quando constatou que nós possuía-
mos um grande rebanho. Ela tomou consciência de que
ao sacrificar o seu animal, ela tinha escolhido a satisfação
imediata em detrimento de um futuro feliz.

5. NOVOS DONOS E A EXTERMINAÇÃO DAS


CABRAS
Enquanto a Mussoluoni reproduzia, o que era feito das
cabras dos nossos primos? O rebanho tinha duplicado ou
triplicado? Nada de nada! Eles tinha-no exterminado, tal
como as suas vacas, as ovelhas e as aves de aviário, num
espaço de tempo relativamente curto. O que é que quer?
É difícil, diz-se, administrar corretamente os bens não
adquiridos pelo esforço próprio.

Este foi o caso dos nossos primos que se tornaram,


de um dia para o outro, donos da herança do seu tio,
meu pai. Contrariamente a este último que era criador
de gado, eles eram filhos biológicos de caçadores. Desde
logo, eles mataram o gado do seu falecido tio, como o
pai deles abatia os antílopes na foresta. Deste modo, eles
esvaziaram toda a quinta, deixando-a sem os seus reban-
hos.

22
O segredo da riqueza

Um dia, quando eu tinha dez anos, a minha mãe, os


meus irmãos e eu visitámos a exploração. Já não havia
nenhuma cabra, nem nenhuma ovelha. Nós ficámos
muito espantados. E como eu ainda era muito novo para
me saber calar, perguntei ao responsável qual a razão da
ausência dos animais. Um pouco aborrecido, ele respon-
deu-me que os tinha eliminado em proveito dos campos
de mandioca. Eu sabia que esta razão não era verdadeira,
estando o trabalho nos campos reservado aos mais des-
favorecidos.

Mas tendo exterminado o gado, já não havia mais es-


colha senão viver do campo. Esta situação lembra Adão e
Eva; depois de terem pecado, perderam a glória e foram
forçados a trabalhar o campo.

Os que herdam riquezas têm, muitas vezes, pressa


para as gastar. Eles pensam erradamente, como o pobre
Richard de Benjamim Franklin: «O que representaria
um gasto tão pequeno diante desta grande fortuna? Mas
por força de ir buscar água ao poço, sem nada lá meter,
acaba por se ver o fundo. Quando o poço está vazio é que
se conhece o preço da água». Foi o que se passou com os
nossos primos.

23
A cabra da minha mãe

Assim acaba a história da cabra que pertencia à minha


mãe. Dela nasceu um grande rebanho. A da nossa ma-
drasta foi devorada sem descendência. Quanto aos re-
banhos dos meus primos, foram exterminados. Não so-
mos feliz ou infeliz por causa daquilo que acontece na
nossa vida, mas somente para as más resposta que demos
naquilo que nos acontece.

6. PORQUE É QUE EU ESCREVI A CABRA QUE


PERTENCIA À MINHA MÃE?

A minha mãe nunca frequentou a escola, nem mesmo


o nível primário. Neste século XXI, infelizmente, ela não
sabe ver as horas. No entanto, eu aprendi, com ela, uma
grande lição sobre a riqueza e o enriquecimento, que me
permitiu partir de rigorosamente nada e tornar-me um
grande homem de negócios. O meu sucesso é um dos
assuntos principais das minhas conferências, formações,
cursos e seminários sobre o sucesso.

Quando eu percorro o mundo para transmitir os meus


ensinamentos, constato o seguinte: no início, as pessoas
estão cépticas. Muitas vezes, elas não compreendem
porque é que têm de atingir o sucesso, ou não acredi-
tam que o conseguem. Nós vivemos numa sociedade em

24
O segredo da riqueza

que, para muitos, «sucesso» significa «ciências ocultas»


e «inferno». Mas, após as minhas intervenções, são mui-
tos os que acabam por compreender que Deus pode fazer
atingir o sucesso.

Então, nascem neles o desejo de vencer e um interesse


pelo sucesso. Eles perguntam-me se, tendo em conta
as circunstâncias difíceis, também eles podem esperar
prosperar como eu. Ao que eu sempre respondi energica-
mente: «Sim!» Segundo a minha opinião é possível e será
sempre possível, para qualquer um que queira atingir o
sucesso, fazendo não só como eu, mas mais ainda, se apli-
car os princípios por mim colocados em prática.

Eles interrogam-se sempre acerca de como podem aí


chegar, uma vez que não têm os fundos para começar.
Muitos têm ideias geniais, mas não têm dinheiro. Então
eu conto-lhes a história da cabra que pertencia à minha
mãe.

Uma analogia que prova que o sucesso é possível e


acessível. Graças a Deus! Porque partindo desta his-
tória, muitos admitem alcançar uma boa compreensão
do princípio da prosperidade financeira e acabam por se
convencer de que também eles podem vencer.

25
A cabra da minha mãe

Do mesmo modo, o leitor desta obra, se tiver, no seu


íntimo, um desejo real de vencer e se a falta de fundos o
impede, esta experiência pode ajudá-lo, primeiramente,
a compreender a lei à qual obedece incondicionalmente a
prosperidade e, em segundo lugar, a aplicá-la da melhor
forma possível, para transformar o seu futuro financeiro.

A simplicidade da história da cabra que pertencia à


minha mãe deveria convencê-lo de que também pode
tornar-se rico, qualquer que seja a sua situação actual.
De facto, esta sabedoria simples contém um segredo po-
deroso que pode transformar o destino daqueles que a
compreendem e a aplicam. Desta sabedoria aprendemos
aquilo que não nos foi ensinado na escola: Educação e
inteligência financeira. O conhecimento indispensável
para sair da pobreza e tornar-se rico.

7. A EXPERIÊNCIA DO MEU FALHANÇO: UM


DIPLOMA PARA NADA
Eu sou de uma geração que cresceu com a ilusão se-
gundo a qual o diploma abre as portas para um grande
futuro. Os meus pais não paravam de nos dizer: «Vai à
escola se queres ser alguém», «Se consegues um diplo-
ma, terás um bom emprego e ganharás bem a vida».

26
O segredo da riqueza

Além disso, a maioria dos rendimentos provenientes das


cabras foi investida nos meus estudos.

Eu fui o primeiro de toda a família a frequentar a uni-


versidade. Acabados os meus estudos, eu esperava en-
contrar um emprego e constituir um capital para me lan-
çar, um dia, nos negócios. Mas fui confrontado com um
grande problema: eu não encontrava nenhum emprego
viável com o meu diploma de filosofia. Três anos após
os meus estudos, eu trabalhava arduamente, porque eu
queria singrar, mas só ganhava, por mês, o equivalente a
15 Dólares (Quinze Dólares).

Os tempos tinham mudado, estávamos em período de


desemprego. O simples facto de ser titular de um diplo-
ma já não abria, automaticamente, as portas para os bons
empregos. Pela primeira vez na história das nossas jovens
nações, contavam-se mais diplomados do que empregos
disponíveis. Se havia desempregados entre os juristas, os
engenheiros e os economistas, nós filósofos não tínha-
mos nada a esperar... Era um ramo que não dava din-
heiro.

Aos vinte e oito anos, eu tomei consciência de que o


meu sonho de sucesso talvez nunca se realizasse, tanto

27
A cabra da minha mãe

mais que o diploma universitário ao qual eu tinha consa-


grado toda a minha juventude, já não era garantia de
sucesso. Era um papel sem valor. Eu receava entrar nos
trinta sem ter fundado uma família e sem ser capaz de
tomar conta de mim próprio, bem como da minha mãe
que me tinha criado graças à sua cabra. Eu estava aterro-
rizado e preocupado.

Querendo absolutamente vencer na vida, tentei com


todas as minhas forças encontrar um trabalho, mas em
vão. Depois, eu procurei uma bolsa para sair do país e
completar os meus estudos, esperando assim, que um
diploma me ajudasse a consegui-lo. Mas as portas para
as bolsas estavam herméticamente fechadas. Eu elaborei
vários projectos interessantes e meti-me em busca de um
financiamento. Também aí, sem resultado.

Após várias tentativas em vão, para ganhar vantagem,


a minha situação tornava-se cada vez mais precária. Pen-
so que já terá passado por este momento, em que se tra-
balha muito ganhando muito pouco.

Eu não consiguia arranjar um bom emprego com


salário muito alto. Foi então que eu reflecti, pela primei-
ra vez, nestes termos: como fazer para atingir o sucesso

28
O segredo da riqueza

financeiro? Como encontrar fundos de partida para se


lançar num negócio? Para estas questões, todas as lições
aprendidas na escola pareciam ineficazes. Talvez não
acredite em mim, neste momento, mas um dia, dar-me-á
razão: a escola pode ensinar tudo, salvo como encher os
seus bolsos.

No entanto, a falta de dinheiro parece ser uma das


grandes causas de muitos problemas na vida. Toda a
gente repete maquinalmente que o dinheiro é a fonte de
todos os males. Eu penso que é o contrário. A pobreza é
que é a fonte de muitas dificuldades.

Não encontrando nenhuma resposta satisfatória para


as minhas questões, colocava-me uma outra interrogação:
como é que a minha mãe, iletrada, conseguiu criar-nos,
enquanto eu, com um diploma importante não consigo
nada de nada?

Descobri que a universidade nem sempre nos ensina


a tornarmo-nos ricos, mas somente a ter uma profissão.

29
A cabra da minha mãe

8. O SEGREDO DA MINHA MÃE


Uma questão bem colocada pode conter uma boa
parte da resposta. É graças à reflexão suscitada por estas
questões que um dia consegui estabelecer um paralelismo
entre a cabra que pertencia à minha mãe, na aldeia, e as
notas do banco, na cidade. Acabei por compreender que
estas eram apenas uma representação das nossas cabras
na aldeia. A cabra era o capital, a riqueza, o dinheiro da
minha mãe.

Na cidade onde eu vivia, uma cabra custava 50 Dólares.


Resolvi não seguir mais a via clássica para o sucesso, que
consistia em procurar indefinidamente um emprego que
nunca se encontrava ou em aguardar desesperadamente
por um crédito para um capital de partida nos negócios,
quando um banco digno deste nome não o emprestava
aos que estavam a começar.

Infelizmente enquanto que, para muitos, tornar-se


rico é uma questão de magia e mistérios, aprendi com
a minha mãe, que não tem nada de magia no enriqueci-
mento. Pois, tornar-se rico é exactamente como ter um
rebanho a partir duma única cabra. O dinheiro em papel
é somente o equivalente ao número de cabras de alguém.

30
O segredo da riqueza

3. COMO ESTA HISTÓRIA MUDOU A MINHA VIDA


Por analogia à cabra que pertencia à minha mãe,
compreendi que cada vez que eu tinha uma nota de 50
Dólares, possuía, também eu, uma cabra. Da mesma
forma, quando eu gastava tal soma para uma satisfação
imediata, isso equivalia a matar o animal e a colocar fim a
toda a descendência que ele me poderia oferecer, a longo
prazo, como tinha feito a minha madrasta. Eu compreen-
di que, tal como a minha mãe, deveria guardar a nota de
50 Dólares e fazê-la prosperar. Mas o problema é que eu
não a possuía.

Fixei, para mim próprio, o objetivo de alcançar, ini-


cialmente, 50 Dólares, o equivalente a uma cabra. Mas,
com o meu rendimento mensal de 15 Dólares, eu não
conseguia, apesar dos meus sacrifícios, economizar mais
do que 10 Dólares por mês. Era necessário esperar cinco
longos meses para reunir este montante.

Nesta época, fiz pesquisas aprofundadas sobre as leis


da prosperidade financeira e de enriquecimento. Não
descobri mais nada senão esta lei de poupança: «Poupar,
pelo menos, 1/10 do que se ganha para chegar à autono-
mia financeira.»

31
A cabra da minha mãe

Ainda que não acreditando muito neste princípio, eu


resolvi experimentá-lo. Felizmente para mim, o milagre
aconteceu em menos de três meses. Com um amigo, eu
ajudei um idoso a fazer as compras; para nos agradecer,
ele ofereceu, a cada um, 30 Dólares. Naquela noite, eu
encontrava-me com 50 Dólares, ou seja o equivalente à
cabra que pertencia à minha mãe.

Eu estava muito contente, revivendo de algum modo,


esta história de infância. O meu colega agiu exatamente
como a minha madrasta, quer dizer, gastou o dinheiro,
comprando roupas para ir a uma festa de fim-desemana.

Quanto a mim, imitei a minha mãe, tomando a de-


cisão de não matar a única cabra que tinha, na esperança
de que ela procriasse.

Tornar-se rico não tem só a ver com o rio de dinheiro


que você ganha fruto do seu trabalho, mas com a forma
de gastar e usar o seu dinheiro. Em matéria de uso de
dinheiro, sempre estamos semelhantes a uma destas três
pessoas:

A madrasta: representa aqueles que têm um rendi-


mento normal, gastam-no todo no consumo e nunca eco-
nomizam. Sempre vão permanecer pobres.

32
O segredo da riqueza

Os primos: simbolizam aqueles que ganham um bom


salários ou têm altos rendimentos, mas têm o patamar
de vida muito elevado e gastam tudo comprando carros,
viagens, roupas... E nunca pensam no investimento.

Minha mãe: representa aqueles que tem o rendimento


normal, mas mesmo assim, economizam uma parte para
investimento. Eles sabem a lei da prosperidade: um re-
banho pode nascer duma única cabra.”

10. O DINHEIRO PODE MULTIPLICAR-SE?


O problema que se colocava era o de saber como fazer
fruticar os 50 Dólares. A cabra reproduzia-se natural-
mente; só podíamos alimentá-la e esperar o milagre da
vida. A nota de 50 Dólares, que equivalia à cabra, não
podia multiplicar-se a si própria. Então, eu li o segui-
mento da lei da prosperidade financeira segundo a eco-
nomia: conseguir investir bem as suas economias para
gerar juros. Fixei então, para mim próprio, o objetivo de
atingir 400 Dólares, ou seja, o equivalente a um rebanho
de oito cabras.

Eu tinha previsto vender bebidas como vendedor am-


bulante. Apesar de algumas dificuldades no início, gra-
ças ao trabalho e às economias, acabei por juntar os 400

33
A cabra da minha mãe

Dólares e isto em menos tempo do que o previsto. Eu


tinha assim compreendido o outro princípio do sucesso,
ter objectivos elevados e planos para os atingir.

Eu queria duplicar os meus fundos, mas tendo com-


preendido que o objectivo deveria ser consequente, fixei
como meta, juntar 3.500 Dólares, num ano. Como eu já
estava bem rodado em matéria de economias e de desen-
rasques, consegui atingir este objectivo em menos de
doze meses. Este montante, eu poderia tê-lo utilizado
para mobilar a minha casa, comprar um carro, ou ainda
roupas. Mas dado que ele representava o rebanho de ca-
bras da minha mãe, eu não o queria gastar. Eu mudei-me
para a capital. Sendo o custo de vida, de longe, mais ele-
vado, uma cabra valia 100 Dólares em vez de 50 Dólares.

Conclui que o meu capital equivalia a 35 cabras. Não


podia, por isso, sentir-me pobre. Foi assim que eu come-
cei nos negócios. Nas páginas que se seguem, eu vou apre-
sentar-vos estes princípios que me permitiram passar de
15 Dólares a 50 Dólares, de 50 Dólares a 400 Dólares, de
400 Dólares a 3.500 Dólares, depois de 3.500 Dólares aos
milhões!

34
O segredo da riqueza

Se puder então, esperar obter uma nota de 50 Dólares


ou de 100 Dólares segundo o preço da cabra no meio em
que vive, tem igualmente a hipótese de enriquecer como
eu; com a condição de respeitar o princípio da poupança
e de seguir os conselhos e estratégias que eu exponho
neste livro. Resumindo, a prosperidade responde a uma
lei natural, a da poupança e do investimento. Do mesmo
jeito que um rebanho de cabras e de cabritos pode nas-
cer duma única cabra, você pode tornar rico progressi-
vamente economizando e investindo uma parte do seu
rendimento de hoje. Isto é uma responsabilidade sua,
não espera para o seu empregador ou para o governo. O
futuro rico cria-se assim mesmo.

ou a vida de milhares
A leitura deste liv ro mud

lo m un do. Po de to rn ar-se embaixador ler o


pe
liv ro e ganhar dinheiro:
l. : +244 933590903
info@cfi-angola.com Te

edoria financeira é a chave


Investir nos conhecimentos e sab
f para vencer e alcançar a sua ind
Visita www.cfi-angola.com
dependência financeira.

35

You might also like