Reflexões feitas a partir da leitura dos livros: “A Educação no século XXI” e
“Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento”.
A Educação no século XXI
O presente trabalho pretende discutir possíveis estratégias de práticas
escolares que defendam os jovens e crianças contra alguns desafios da cultura digital, ao mesmo tempo em que busca demonstrar as potencialidades cognitivas, que surgiram a partir da interação dos sujeitos com os aparatos tecnológicos. É perceptível, dentre a geração que nasceu em contato com as tecnologias digitais, a facilidade que eles possuem em “navegar na internet” e se familiarizar rapidamente com esta tecnologia. Chegamos ao ponto em que os papéis se inverteram, pois jovens e crianças ensinam os mais velhos a utilizarem e acessarem os dispositivos eletrônicos. Entretanto, segundo a perspectiva cognitiva, a aprendizagem se dá através do esforço conjunto entre mente, corpo, ambiente, instrumentos, cultura e comunidade. Sendo assim, ainda falta a essa geração, o suporte da comunidade pois, ao acessar a internet ou navegar nas redes de interação social, o usuário está exposto a uma enorme gama de informações, disseminadas por diversos tipos de fontes, que podem não ser confiáveis e podem expor suas opiniões sem filtro, bem como convivem coma falta de segurança e privacidade dos seus dados. Em paralelo a isso, podemos perceber também, que assim como tivemos aspectos e mudanças positivas vindas da evolução dos modos de reprodução da escrita, em nossas vidas e organização social, o uso das tecnologias digitais proporcionou novamente esse movimento gerando ainda, novos modelos cognitivos. O acesso, criação e reprodução de diversos tipos de mídia, a utilização dos hiperlinks e a possibilidade de ampliação da percepção de mundo através de ferramentas digitais, trouxeram mudanças impossíveis de passarem despercebidas pelo docente em sua prática. Pensando na escola, como sendo um dos pilares para a organização da sociedade e principal base responsável pela educação da mesma, torna-se necessário que ela atue como mediadora dos problemas e se adeque às novas demandas pedagógicas. Dessa forma, procurou-se examinar o modo que esses desafios e potencialidades se apresentam e realizar uma busca por medidas existentes de intervenção e formas de utilização dessa cultura digital no meio pedagógico, a fim de que alerte, prepare e beneficie, tanto pedagógica como socialmente, os sujeitos que a utilizam. Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento
As mudanças causadas na sociedade pela revolução tecnológica, ainda não
atingiram completamente o sistema escolar. Podemos ver uma tentativa disto, na inserção de aparelhos e salas de informática, a partir da primeira etapa do ensino fundamental. Entretanto, o número é inferior ao desejado, além do que, esta não é a mudança capaz de nivelar totalmente a escola aos novos modelos sociais, permeados pela tecnologia de informação e comunicação. Pensando neste meio, onde a maioria da população, mas principalmente crianças e jovens, estão imersos no uso frequente dos aparelhos de comunicação, percebo os impactos que essas relações causam na sociedade atual. O salto geracional atual é enorme se comparados aos anteriores, fazendo com que os papéis se invertam e os mais novos sejam capazes de ensinar aos mais velhos. Porém, isso não significa que esses primeiros não tenham nada a aprender, pois existem desafios no mundo cibernético que necessitam de habilidades ainda não construídas para superá-los. Visto isso, pergunta-se, de que forma a educação poderia contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente e crítica, mediante às TIC? Em outra perspectiva, penso nas novas práticas mediadas pelas tecnologias que vem mudando a interação e modalidades comunicacionais em escala global. Percebo uma geração que a tempos não se adequa aos modelos tradicionais educativos e agora sente uma necessidade ainda maior de renovação da estrutura escolar. Sendo assim, indago a respeito de entender quais são as demandas desses estudantes e como o professor e escola devem se modificar para atendê-los. Alguns parecem entender que usar recursos tecnológicos nas escolas basta para a renovação acontecer. Este é um engano que deve ser superado. O ponto chave se encontra na mudança do modelo pedagógico, ao se transformar de linear para horizontal. Incluir aprofundamento deste assunto Isso remete ao pensamento de Paulo Freire, da comunicação na educação, de um professor como mediador, de usar o educando como instrumento de partida, de levar os sujeitos para a construção do seu próprio conhecimento, de valorizar a cultura das massas, dentre outros. Todo esse conjunto trabalharia para culminar em um sujeito ativo, crítico, autônomo, criativo e produtor, ou seja, em um sujeito multidimensional. Com a expansão do alcance do conhecimento, as instituições escolares perderam lugar como única fonte formal de construção de saber. Ela deve agora ser capaz de dialogar com as demais instituições formadoras e suscitar o debate sobre as produções das mesmas, levando os educandos a construírem sua própria autonomia discursiva. . Para tal, necessitamos de um novo perfil de educadores. Tanto para formar aqueles atuantes, quanto para fomentar mais esse desafio nas formações. Para ajudar nesse processo, um novo campo de estudo está sendo construído, a Educomunicação. A Educomunicação seria a convergência entre o campo da educação e a comunicação, buscando nos estudos sobre a recepção, respostas e direcionamentos mais relevantes para as novas gerações. . Nos seus estudos sobre a recepção encontraremos respostas sobre direcionamentos mais relevantes das novas gerações. Entretanto, muito desse assunto não é tão novo nos debates pedagógicos, logo, qual o motivo da demora? 1. Infraestrutura urbana e rural. 2. A escola está relutante em perder seu “poder” de única instituição legal de transmissão do saber. 3. Os professores antigos que não querem se modificar, seja por desconhecer a necessidade dela ou desmerecer tudo aquilo proveniente dos meios de comunicação. Para além disto, devemos considerar também a desvalorização do profissional no país e o sobrecarga de tarefas, que causam entraves na modernização de sua formação continuada. 4. As pesquisas acadêmicas na área de comunicação são poucas devido a pouca oportunidade de trabalho nesse sentido. 5. O Estado ainda não criou políticas suficientes para a reestruturação do sistema educativo. Disponibilizar aparelhos não é suficiente para se modernizar. Porém, entendendo a formação de sujeito que esta educação poderia causar, seria ingênuo esperar políticas de Estado que as apoiasse, visto o ‘perigo” de criar uma sociedade mais ciente de seu poder cidadão. Sem querer esperar por isso, e entendendo que uma gestão governamental não é a única força de um país, - a força do mercado econômico também “governa”- se faz necessário promover a mudança pela base. Logo, a escola como instituição social deve propiciar essa tomada de conscientização.
Cabe, então, aos educadores, comunicadores e sociedade civil, buscarem e
lutarem cada vez mais por caminhos que levem a essa nova perspectiva. Se ainda não temos suporte suficiente para mudar todo o modelo escolar, vamos aos poucos modificando nossas práticas, percebendo novas possibilidades e abrindo para essa educação, que fundamenta a construção de uma nova sociedade.