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CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – ABUSO DE PODER NA


PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

REQUERIMENTO 298/2022

RELATÓRIO FINAL

Presidente: Vereador Wesley Moreira (Progressista)

Relatora: Fernanda Pereira Altoé (NOVO)


COMPOSIÇÃO

Membros efetivos Membros suplentes

Wesley Moreira – Presidente Fernando Luiz

Fernanda Pereira Altoé – Relatora Marilda Portela

Cleiton Xavier Reinaldo Gomes

Loíde Gonçalves Álvaro Damião

Gilson Guimarães Dr. Célio Froes

Ciro Pereira Wilsinho da Tabu

Helinho da Farmácia Professora Marli


SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1.1 - DO FUNDAMENTO LEGAL .............................................................................. 3
1.2 - DO REQUERIMENTO ...................................................................................... 4
2 - DOS TRABALHOS .................................................................................................. 5
2.1 - DA 1ª REUNIÃO ORDINÁRIA........................................................................... 6
2.2 - DA 2ª REUNIÃO ORDINÁRIA........................................................................... 7
2.3 - DA 3ª REUNIÃO ORDINÁRIA......................................................................... 28
2.4 - DA 4ª REUNIÃO ORDINÁRIA......................................................................... 29
2.5 - DA 5ª REUNIÃO ORDINÁRIA........................................................................ 110
2.6 - DA 6ª REUNIÃO ORDINÁRIA....................................................................... 141
2.7 - DA 7ª REUNIÃO ORDINÁRIA....................................................................... 195
2.8 - DA 8ª REUNIÃO ORDINÁRIA....................................................................... 253
2.9 - DA 9ª REUNIÃO ORDINÁRIA....................................................................... 255
2.10 - DA 10ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 255
2.11 - DA 11ª REUNIÃO ORDINÁRIA ................................................................... 290
2.12 - DA 12ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 349
2.13 - DA 13ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 414
2.14 - DA 14ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 486
2.15 - DA 15ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 487
2.16 - DA 16ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 488
2.17 - DA 17ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 489
2.18 - DA 18ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 585
2.19 - DA 19ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 675
2.20 - DA 20ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 726
2.21 - DA 21ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 726
2.22 - DA 22ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 786
2.23 - DA 23ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 870
2.24 - DA 24ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 871
2.25 - DA 25ª REUNIÃO ORDINÁRIA................................................................... 871
3 - ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS E DOCUMENTAÇÕES CORRELATAS ........... 872
3.1 - DEPOIMENTO DE ELOÁ STARLING ........................................................... 872
3.2 - RODOLFO GROPEN - CONSELHO DE ÉTICA MUNICIPAL ....................... 879
3.3 - CARLOS ANTÔNIO SILVA FABEL ............................................................... 886
3.4 - DÍVIDAS DE IPTU ........................................................................................ 888
3.4.1 – IMÓVEL DA RUA SALINAS, Nº 2260, BAIRRO SANTA TEREZA ......... 888
3.4.2 – IMÓVEL AVENIDA BERNARDO MONTEIRO, Nº 432 ........................... 892
3.4.3 – IMÓVEL AVENIDA DOM PEDRO I, S/N, VENDA NOVA
(POSTERIORMENTE IDENTIFICADO COMO RUA DAS PEDRINHAS, 343) .. 896
3.4.4 – APURAÇÃO DE EVENTUAL PRÁTICA DE ADVOCACIA
ADMINISTRATIVA PELO PROCURADOR LUIZ GUSTAVO LEVATE ............... 906
4 - CONSTRUÇÃO DA ARENA MRV: RELAÇÃO COM O PODER PÚBLICO E
CONTRAPARTIDAS ................................................................................................. 915
5 - DENÚNCIAS RECEBIDAS PELO EMAIL INSTITUCIONAL DISPONIBILIZADO À
POPULAÇÃO ........................................................................................................... 933
6 - CONCLUSÕES FINAIS DOS TRABALHOS DA CPI ABUSO DE PODER .......... 935
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

REQUERIMENTO 298/2022

RELATÓRIO FINAL DOS TRABALHOS DA CPI DE ABUSO DE PODER NA


PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

1 - INTRODUÇÃO

1.1 - DO FUNDAMENTO LEGAL

Trata o presente relatório da consolidação dos trabalhos realizados pela


Comissão Parlamentar de Inquérito instituída pelo requerimento 298/2022, datado de
16/12/2022, e assinado por 15 (quinze) Vereadores da Câmara Municipal de Belo
Horizonte.

O fundamento legal para a constituição da CPI encontra-se positivado na


Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 58, §3º, que faz previsão
da condução de trabalho investigativo pelo Poder Legislativo de forma atípica, veja-se:

Art. 58 - (...)

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão


poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos nos regimentos das respectivas
Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

A Lei 1.579 de 18 de março de 1952 baliza a atuação do Poder Legislativo


nessa tarefa atípica, resguardando os poderes dos parlamentares de maneira a garantir
a autonomia no procedimento investigativo, bem como para fornecer-lhes meios de
obter os documentos e elementos de prova necessários para apuração dos fatos
investigados.

3
A instituição de Comissão Parlamentar de Inquérito pelos municípios já
teve a legitimidade reconhecida pelos Tribunais, tendo a Lei Orgânica do Município de
Belo Horizonte previsto sua instalação em seu art. 82, §3º:

Art. 82 - (...)

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, observada a


legislação específica, no que couber, terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos no Regimento Interno, e serão criadas a
requerimento de um terço dos membros da Câmara, para
apuração de fato determinado e por prazo certo, e suas
conclusões, se for o caso, serão encaminhadas ao Ministério
Público, ao Defensor do Povo ou a outra autoridade
competente, para que se promova a responsabilização civil,
criminal ou administrativa do infrator.

As disposições sobre as regras e limites de atuação da Comissão na


Câmara Municipal de Belo Horizonte é regulamentada pelo Regimento Interno desta
Casa, nos arts. 47, §6º, §7º, §9º, 54, II, 55, 57 a 59 e demais, ressalvada a
subsidiariedade da aplicação da Lei e das normas de âmbito federal nos casos omissos.

O presente relatório é a conclusão dos trabalhos de investigação


realizados durante 160 (cento e sessenta) dias, pelos integrantes da Comissão
Parlamentar de Inquérito, e será apreciado e votado para posterior encaminhamento
de suas conclusões sobre a adoção de medidas necessárias em relação aos eventuais
indícios de abuso de poder e seus desdobramentos às autoridades competentes.

1.2 - DO REQUERIMENTO

A instalação da Comissão Especial para a apuração de omissão, abuso


ou desvio de finalidade na atuação de agentes públicos foi apresentada por 15 (quinze)
Vereadores, cumprindo-se o quórum mínimo constitucional (requisito deflagrador).

Ademais, está presente o requisito material de apuração de fatos


determinados, com a delimitação das situações que geraram algum tipo de

4
irregularidade ou anormalidade na atuação de agentes públicos, seja em face do
ordenamento jurídico ou do interesse público como um todo.

In casu, ao longo do ano de 2022, a Câmara Municipal de Belo Horizonte


questionou, por meio de pedidos de informação aprovados em comissões
parlamentares, a atuação da Procuradoria do Município na condução de ações de
execução fiscal de dívidas de IPTU do ex -Prefeito Alexandre Kalil, a atuação reiterada
do Conselho de Ética do Município no arquivamento de plano das denúncias recebidas
sobre eventuais desvios de atuação de servidores públicos membros da Alta
Administração municipal, bem como sobre o desenvolvimento e as contrapartidas
envolvidas na construção da Arena MRV.

Todavia, a sistemática recusa da Prefeitura de Belo Horizonte em


responder aos questionamentos enviados pelo Poder Legislativo ou o envio de
respostas superficiais e incompletas, e com descumprimento do prazo legal de 30
(trinta) dias, sem deixar de mencionar as limitações de acesso aos documentos
requisitados, justificaram a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para
garantir o exercício do dever-poder constitucional de fiscalização dos parlamentares, o
que se concretizou com as oitivas dos envolvidos e o acesso aos documentos
necessários.

Dessa feita, o desenvolvimento e a evolução de todo o trabalho


investigativo foi para a apuração de eventuais abusos de poder e seus reflexos para a
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência da Administração
Pública Municipal, seus reflexos para a população de Belo Horizonte e eventuais
favorecimentos pessoais e de terceiros.

2 - DOS TRABALHOS

Inicialmente, cumpre-se destacar que o grande volume de documentação


produzida, requerimentos e respectivas respostas, encontram-se em sumário anexo e
disponibilizados no sítio eletrônico da Câmara Municipal de Belo Horizonte, para fácil
acesso de qualquer cidadão

5
Posto isso, passamos aos trabalhos desenvolvidos em cada uma das
reuniões, oitivas e visitas técnicas realizadas pela CPI durante o seu período de
funcionamento.

2.1 - DA 1ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A primeira reunião1 da Comissão Parlamentar de Inquérito de abuso de


poder na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 29 de dezembro de 2022, às
10h11m, no plenário Helvécio Arantes, sob a presidência interina do Vereador Wilsinho
da Tabu, e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Wesley Moreira,
Miltinho CGE, Gilson Guimarães, Ciro Pereira e Wilsinho da Tabu.

A reunião teve como finalidade a eleição do presidente e do relator da


Comissão, assim como a fixação de dia, horário e local de realização das reuniões
ordinárias.

Colocada em discussão a presidência da comissão, apenas o Vereador


Wesley Moreira se candidatou, sendo eleito por unanimidade, com abstenção de voto
do Vereador Gilson Guimarães. Em seguida, o Vereador assumiu a presidência e deu
início à eleição para relator da CPI. Apenas a Vereadora Fernanda Pereira Altoé se
candidatou, sendo eleita por unanimidade.

A relatora eleita se manifestou para esclarecer que não se trata de uma


CPI para apurar questões internas do Clube Atlético Mineiro. Ressaltou que o objetivo
da CPI é investigar se a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de seus servidores, foi
utilizada de forma a promover os interesses de alguns particulares em detrimento do
bem público.

O Presidente Vereador Wesley Moreira ressaltou que há massivos fatos


já publicados que merecem investigação em respeito ao povo belo-horizontino.

O Vereador Miltinho questionou como foi escolhida a constituição da


comissão, informando que não tinha conhecimento prévio da sua indicação.

1
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/1%C2%AA-
reuni%C3%A3o-comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito-cpi---abuso-de-poder-na-pbh-29-12-2022

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O Vereador Wesley Moreira explicou que a composição da comissão foi
definida pela presidência da Câmara, e que se o Vereador foi escolhido é porque foi
considerado competente.

Aberta a discussão quanto à fixação de dia, horário e data da reunião, o


Vereador Wilsinho, juntamente com a Vereadora Fernanda, sugeriram que as reuniões
ordinárias fossem realizadas, semanalmente, às quintas-feiras, às 09:30 horas, no
Plenário Helvécio Arantes. A proposta foi aprovada por unanimidade pela Comissão.

O Vereador Wilsinho pediu licença para ler seu requerimento de renúncia


ao cargo de membro efetivo da comissão.

O requerimento foi acatado, no mesmo dia, pela Vereadora Nely Aquino,


Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que designou o Vereador Helinho
da Farmácia como titular da vaga e o Vereador Wilsinho da Tabu como suplente.

Sem nada mais a tratar a reunião encerrou-se às 14h57m.

2.2 - DA 2ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A segunda reunião2 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de


Poder na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 02 de fevereiro de 2023, às
09h47m, no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do
Vereador Wesley Moreira, com a presença da Vereadora Fernanda Pereira Altoé e dos
Vereadores Uner Augusto, Ciro Pereira, Gilson Guimarães, este de maneira remota.

A Vereadora Fernanda Pereira Altoé apresentou o plano de trabalho que


foi aprovado por unanimidade.

2ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: 9:47. Nós daremos início à segunda reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito denominada “Abuso de Poder” na PBH, na Prefeitura de Belo
Horizonte. Antes disso, farei a chamada dos Vereadores que compõem essa Comissão.

2
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/2%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-02-02-2023

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Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto.

Vereador Uner Augusto: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Miltinho CGE.

Vereador Wesley Moreira: então, com a presença confirmada dos Vereadores Ciro
Pereira, Fernanda Pereira Altoé, Vereador Uner, Vereador Gilson Guimarães, Vereador
Wesley vamos dar prosseguimento à ordem dos trabalhos.

Comunicação de aprovação da ata da primeira reunião da segunda sessão Legislativa


visto não ter havido impugnação desta nos termos regimentais. Audiência pública não
prevista. Discussão e votação. Nós vamos passar aqui para as proposições da nossa
Comissão. Eu quero propor aos nobres pares para ficar dentro de uma ordem aqui bem
exequível a inversão da pauta, nós temos aqui o requerimento 23 de 2023 que seria o
nosso último requerimento que trata da apresentação do plano de trabalho elaborado
pela nossa relatora, Vereadora Fernanda Pereira Altoé. Queria propor a inversão da
pauta para que a nossa relatora faça a apresentação do plano de trabalho e a gente
faz essa análise, delibera e depois nós retornaremos aos outros requerimentos em
pauta, tranquilo? Precisa ser votado isso não né? Então, Vereadora Fernanda fique à
vontade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia a todos! A gente apresentou um plano de
trabalho mais para ter uma organização, não é uma imposição, obviamente, é só uma
sugestão de assuntos que nós podemos tratar para a gente estabelecer um
8
cronograma, a gente quer a participação e conta com a participação de todos os
Vereadores não só dessa Comissão, mas também dos Vereadores integrantes da casa.
As pessoas têm o hábito de confundir a CPI com poder judiciário, nós não julgamos
ninguém, nosso papel aqui é só de fazer uma investigação para que a gente possa
mandar para os órgãos responsáveis eventuais irregularidades e ilegalidades que a
gente possa encontrar.

Aquilo que a gente entender e tiver indícios de que está correto a gente pode inclusive
fazer essa conclusão e nós faremos no nosso relatório final, mas diante de tantos
assuntos que foram aí analisados e apontados principalmente ao longo do ano de 2022,
sobre desvios de finalidade, sobre abuso de poder, sobre excesso de poder e sobre
omissão da administração pública, que tira o foco da atuação com busca no interesse
público e passa a ser interesses pessoais ou de poucas pessoas privilegiadas, é nosso
dever e nosso obrigação investigar.

Então nós teremos reunião todas às quintas-feiras, às 9:30 da manhã. Tá constando


errado aqui como plenário Camil Caram, eu gostaria de fazer já a retificação em todos
os documentos para que seja no plenário Helvécio.

Bem, nós teremos requerimentos, pedidos de informação, oitivas de particulares,


autoridade públicas e especialistas. Todos os Vereadores podem indicar e fazer pedido
para quem entender que possa contribuir para essa investigação. Nós podemos fazer
realização de audiências públicas, visitas técnicas, estamos aí abertos a sugestões e a
pedidos de todos. Nós colocamos aqui alguns assuntos. A CPI precisa ter um objeto
certo e delimitado. Então, nós já colocamos aqui.

Bem, assuntos: aparelhamento do Poder Executivo para o controle de órgãos e setores


da administração pública por representante de grupos de interesses, bem como para
favorecimento pessoal através de nomeações sem critérios objetivos e técnicos, o
problema do nepotismo, inclusive o nepotismo cruzado, omissão e prevaricação de
agentes públicos na condução de processos administrativos e judiciais em prejuízo do
Município, abuso do poder econômico e abuso de poder político para fins eleitorais,
contratações administrativas com ofensa a lei de licitações, atuação administrativa com

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desvio de finalidade para interferência na expedição de autorizações de construções
imobiliárias e outros tipos de alvarás e outros desdobramentos.

Então Presidente, só para a gente ter uma noção do objeto, até porque muitas pessoas
estão confundindo essa CPI, achando que é uma CPI do Galo, aqui não é uma CPI do
Galo, muito embora muito desses temas a gente vê que há sim, houve uma confusão
por parte de alguns gestores com a administração do Galo e a atuação na Prefeitura
de Belo Horizonte, mas os problemas internos do Galo serão tratados pelo Galo que é
uma empresa privada. O nosso interesse aqui é a confusão entre o Poder Público e
interesses pessoais e privados que acaba passando pelo Galo. Obrigado.

Vereador Wesley Moreira: Então vamos colocar em discussão a proposta. Vereadores


fiquem à vontade. Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Por enquanto tá em discussão, tá tranquilo?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Uner, algum comentário, algo a acrescentar?

Vereador Uner Augusto: Sim, primeiro eu gostaria de agradecer a acolhida que eu


recebi aqui na Câmara não só pelo corpo técnico da Câmara, que eu elogio muito, mas
também pelos colegas Vereadores. Minha primeira participação nessa CPI e eu tenho
certeza que acompanhado dos melhores quadros da Câmara né, aqui presencialmente
e virtualmente, nossa CPI vai saber encaminhar bem pelo interesse público, pelo
interesse Belo Horizonte, os trabalhos que nós iniciamos há tempo e agora dando
sequência em 2023.

Eu gosto muito do plano apresentado, acho que ele abrange todas as áreas e todos os
instrumentos necessários que nós dispomos aqui na casa para realizar um bom
trabalho. Acredito que também, no desenvolvimento dos trabalhos, nós podemos
pensar em novas alternativas, novos instrumentos, para que a gente acrescente no
plano de trabalho. Acredito que nós não precisamos de ficar tão presos a um plano de
trabalho, porque a própria natureza da CPI é essa de ir puxando um novelo né. Então

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vão saindo várias coisas e eu acredito que, com certeza, investigando bem os trabalhos
que foram feitos nos últimos anos no Município de Belo Horizonte por gestões, eu diria
algumas até desastrosas, nós vamos encontrar aí bastante coisa para investigar. Acho
que tudo o que puder contribuir para valorizar o dinheiro do pagador de imposto e ao
mesmo tempo expulsar da vida pública aqueles maus gestores, é bem-vinda a esta
CPI, e eu acredito que corajosamente nós vamos conseguir dar sequência de trabalho
com a proposta apresentada.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson.

Vereador Gilson Guimarães: bom dia a todos. Quero desejar que a gente faça um
bom trabalho e que a população belo-horizontina seja contemplado né, as falas aí
contemplam o que eu iria falar, mas eu espero que a gente faça um bom trabalho e que
tudo seja revelado as claras para os nossos belo-horizontinos que confiam na nossa
gestão. Era isso que eu queria dizer.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Só fazer uma correção aqui, na hora da
chamada eu chamei o Vereador Miltinho, mas na verdade houve uma substituição e o
Vereador que tá compondo a Comissão é o Vereador Cleiton Xavier, ok? Então essa
CPI ficou formada pelos Vereadores Wesley, Fernanda, Cleiton, Uner, Gilson, Ciro, e o
nosso amigo Helinho da farmácia, tá? Essa é a composição da nossa da nossa CPI.

Bom, primeiro parabenizar o plano de trabalho apresentado e realmente enfatizar


mesmo o desejo e o objetivo que nós temos com essa CPI. Nós tivemos uma gestão
dos seus primeiros quatro anos do então Prefeito, Alexandre Kalil, que infelizmente
tivemos várias situações, até mesmo do seu próprio perfil de ser um ser que em várias
situações foi tratado como um ditador aqui na nossa amada BH. Situações em que
foram realmente, aonde o diálogo foi cessado, aonde o diálogo foi realmente
distanciado em vários momentos, em várias situações conflitantes que vivemos aqui na
nossa cidade.

Essas denúncias chegaram até a Câmara Municipal, denúncias sérias, muito sérias,
como a própria situação de um grande empreendimento que está sendo levantado na
nossa cidade. Posso te dizer que o maior talvez nos últimos 50 anos aqui na nossa

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amada BH, que vai trazer um impacto de grande atração, e denúncias chegaram até
nós, que evidentemente serão investigadas. Tem uma situação muito séria do que trata
da questão do próprio IPTU, de que não ficou muito claro quais as razões de perdões
que ou então Prefeito recebeu e moradores na mesma situação e habitantes nas
mesmas situações em BH não receberam também esse perdão. Então caracteriza
assim algum privilégio que deve ser sim investigado nessa CPI. Então eu iniciei essa
CPI com muita tranquilidade, reforçando a fala da nossa relatora que ninguém aqui vai
fazer um pré-julgamento. O que nós queremos é que seja trazido à tona e que
evidentemente se algo for constatado de um abuso de poder, com certeza ações de
penalidades serão sim aplicadas àqueles envolvidos, àqueles que serão chamados
aqui como objetivos dessa CPI.

Então eu início com muita tranquilidade, evidentemente apenas cumprindo um papel


que eu acho um dos mais belos da nossa função, que é o papel fiscalizador. Não falo
que é o mais importante, nem que é o menos importante, nós gostamos sempre de falar
que é representar, legislar e fiscalizar. Então quando eu sou convidado para exercer
esse papel de fiscalizar, me alegra, me alegra muito e é isso né pelo qual a população
belo-horizontina nos colocou aqui na casa do povo e a casa do povo tem a sua função
principal que é fiscalizar e fiscalizar se quem o Poder Executivo, aquilo que está sendo
feito com os recursos bilionários que a nossa cidade recebe. Então isso tem que ser
transparente. BH foi classificada, no ano de 2020 ou de 2021, como a segunda pior
cidade do Brasil quando se trata de transparência e isso foi justamente no momento
em que o Prefeito, Alexandre Kalil, exercia ali a sua função como chefe do Executivo.
Então vamos sim, a fundo, investigar e com muita tranquilidade e imparcialidade e o
cidadão belo-horizontino pode ter certeza que essa CPI vai deixar um grande legado
aqui para nossa cidade.

Vereador Ciro Pereira: Presidente, se eu puder dar uma palavrinha aqui. Bom, essa
já é a terceira ou quarta CPI que essa casa abre nesta legislatura. E não me surpreende
termos mais um escândalo, mais informações de possível corrupção, possível abuso
de poder da máquina pública. Vale lembrar que a CPI é um instrumento legal que os
Vereadores utilizam para fiscalizar. Porque no fim do dia, Presidente, é o pagador de

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imposto que tá custeando esse abuso de poder da máquina pública e isso não ficará
escondido.

Essa CPI veio para trazer clareza. Como a Vereadora bem colocou aqui, não se trata
aqui do Clube Atlético Mineiro. Eu, por exemplo, torço para o Cruzeiro. Mas essa não é
uma disputa de times. Nós estamos aqui com o objetivo em comum da cidade, que é o
que: o que foi feito com a máquina pública, os indícios que nós temos aqui que nós
vamos deliberar ao decorrer dessa CPI, é justamente para identificar se por uma briga
pessoal foi utilizada a máquina pública para prejudicar empresários e a cidade e seja
ele do tamanho que for, porque nós estamos aqui porque nós temos que tratar todos
de maneira igualitária Presidente. E nós não vamos admitir que através dessas
denúncias, se for comprovado, que as pessoas que cometeram esse abuso sejam
punidas e seja quem for.

Quero deixar muito claro para o cidadão de Belo Horizonte que nos acompanha, para
imprensa que nos acompanha, de que essa CPI nós temos Vereadores aqui que estão
compromissados com a verdade de Belo Horizonte. Aqui estamos num objetivo comum,
que é revelar para a cidade se houve abuso de poder e, se houve, nós vamos colocar
tudo às claras aqui, porque esse é o sentimento do Povo quando a gente caminha nas
ruas, quando a gente encontra com as pessoas, eles querem saber o que está
acontecendo com a minha cidade, onde está indo o meu dinheiro. Será que eu estou
sendo aí usurpado por políticos? E nessa casa a gente já provou, através de outras
CPIs, de que esses Vereadores, de que essa casa Legislativa não se curvará a
intimidações.

Então desejo um bom trabalho a todos, gostaria de contar também com o empenho de
todos os colegas. Seja bem-vindo Vereador Uner, a essa CPI, tenho certeza que nós
ganhamos muito com a sua presença aqui. E o recado é esse, Presidente. Estou muito
animado, porque quando se trata do povo de Belo Horizonte, quando se trata de
dinheiro público, sempre vou estar empenhado, porque é a nossa cidade, é a cidade
do amanhã, e se queremos uma política justa, para todos, temos que tratar todos de
maneira igualitária.

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Vereador Wesley Moreira: nesse momento vou colocar em votação o plano de
trabalho apresentado. Como vota o Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota a Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: bom, os outros Vereadores ainda não chegaram aí não né,
Vereador Cleiton, Vereador Helinho. Bom, eu também voto de acordo, então... Mas eu
acho que eles não estão presentes. Tranquilo. Então fica aprovado o plano de trabalho
apresentado.

Então vamos retornar aqui aos primeiros requerimentos da pauta. Requerimento de


Comissão número 4 de 2023. Solicitação: envio de ofício. Destinatário: Tribunal de
Justiça de Minas Gerais e Ministério Público de Minas Gerais. Finalidade: requer que
seja oficiado o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o Ministério Público de Minas
Gerais para que tome conhecimento sobre a instauração desta Comissão. Em
discussão.

Para discutir. Como o próprio requerimento fala mesmo é só esse comunicado né. Nós
iremos precisar e precisar bastante desses órgãos aí importantíssimo nesse caminhar
desta CPI e vamos colocar então em votação. Como vota Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

14
Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto de acordo, então fica aprovado o


requerimento de Comissão número 4 de 2023.

Requerimento de Comissão número 5 de 2023. Solicitação: envio de ofício.


Destinatário: Diretor-Geral da Câmara Municipal. Finalidade: requer que seja
deliberado a criação de um endereço de e-mail específico para o recebimento de
denúncias encaminhadas pela população à CPI, sendo resguardado o anonimato
quando solicitado pelo denunciante. Requer ainda que seja deliberado quem será o
integrante responsável pelo gerenciamento do e-mail, competindo-lhe a guarda da
senha e concessão do acesso aos demais membros, de autoria do Vereador Wesley.

Em discussão. Para discutir. Com certeza essa CPI já tornou-se pública e em toda
cidade. E evidentemente, reforçando, que aqui nós estamos representando a
população belo-horizontina. Então é de fundamental importância a participação da
sociedade civil. Então a criação deste e-mail para que denúncias sejam encaminhadas
e também sejam devidamente analisadas nessa CPI. Então esse canal de
comunicação direto com a população, creio eu de ser de interesse Fundamental aqui
de todos os membros, ok? Vamos colocar em votação. Como vota a Vereadora
Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.


15
Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o
requerimento de Comissão número 5 de 2023.

Requerimento de Comissão número 6 de 2023. Solicitação: é um envio de ofício.


Destinatário: Clube Atlético Mineiro. Finalidade: oficiar para que tome conhecimento
sobre a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI. Autoria do Vereador
Wesley. Em discussão. Isso também é só trâmites comuns aqui quando se instaura
uma CPI. Evidentemente o Clube Atlético Mineiro ele é citado várias vezes ali no
requerimento que originou a abertura desta CPI. Assim como o que mais para frente
também nós vamos oficiar todos os nomes de pessoas físicas que aparecem nesse
requerimento também, o Clube Atlético Mineiro como pessoa jurídica foi citado então
nós estamos solicitando para que o clube seja oficiado, que essa CPI começou os seus
devidos trabalhos, ok? Em votação. Como vota a Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 6 de 2023.

Requerimento de Comissão número 7 de 2023. Solicitação: envio de ofício.


Destinatário: os senhores Alexandre Kalil, Jackson Machado Pinto, Rodolfo de Lima,
Lucas Couto de Souza, Daiane Faria do Couto, Gustavo Campos Melo Lima, Renata
Cunha Dias Pedro, Fuad Noman, Hércules Guerra, Gustavo Levate, Bruno Mussi,
Sérgio Sette Câmara, Lucas Ragazzi. Finalidade: enviar ofício aos mencionados no
requerimento para que tomem ciência da Constituição da Comissão Parlamentar de

16
Inquérito, de autoria do Vereador Wesley, reforçando o que eu disse né, primeiro falar,
em discussão né, reforçando que eu disse são pessoas citadas no requerimento de
abertura dessa CPI, eles serão também oficiados apenas como a questão de praxe da
abertura desta CPI. Em discussão. Em votação. Como vota a Vereadora Fernanda
Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, então fica aprovado o
requerimento de Comissão número 7/2023.

Vou só fazer uma parte aqui informando que foram retirados de pauta os requerimentos
de Comissão número 9 a 14 de 2023, ok? O requerimento de número 9 a 14 e o
requerimento 17, perfeito? Em razão de apresentação de retirada de pauta. Muito bem.
Então agora deixa eu ir para o requerimento número 5.

Requerimento número 5. Informação ou pedido de informação. Destinatário: Prefeito


Municipal de São Paulo, Sr. Ricardo Nunes. Finalidade: obter informações sobre as
contrapartidas impostas pelo Poder Executivo Municipal para construção da Neo
Química Arena e do Allianz Parque. Autoria do Vereador Wesley. Em discussão.

Vereador Ciro Pereira: para discutir, Presidente. Esse requerimento aqui, para mim, é
um dos até agora lidos aqui um dos mais importantes. Por quê? Porque a gente vai ver
o que foi feito em São Paulo. Quais foram os moldes, quais foram as contrapartidas. E
aí serve até de um balizador para essa CPI e para a gente equiparar quais foram as
contrapartidas que São Paulo colocou para construção de um estádio e o que foi

17
solicitado pelo ex-prefeito aqui em Belo Horizonte. Então, eu acho que é importante o
Prefeito de São Paulo, o Sr. Ricardo Nunes, apresentar para essa CPI para que a gente
tenha uma base comparativa. Eu acho que isso vai nos ajudar muito a nortear o nosso
trabalho aqui e identificar se o que foi proposto aqui para construção da arena MRV faz
de fato sentido ou se há itens a serem revelados para essa CPI.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu queria até olhar com assessoria, porque a
gente fez um pedido aqui para que nessa CPI seja aplicada inclusive um parecer da
Procuradoria do Município, de que os pedidos de informação tenham o prazo de 5 dias,
que é o prazo inclusive utilizado pelo Senado. Por quê? O nosso Regimento Interno
fala que os pedidos de informação das comissões o prazo de resposta é de 30 dias,
mas nós não temos um regramento específico para o caso de CPIs e a lei de CPIs não
fala a respeito disso. Ela menciona o código de processo penal, que não estabelece
prazo, que menciona o código de processo civil que estabelece o prazo de 5 dias ou a
critério do juiz. Então a gente fez um pedido ano passado, durante a CPI covid, que
aqui na Câmara Municipal também, através de deliberação, os pedidos de informação
possam ter esse prazo de 5 (cinco) dias que caso sejam informações mais detalhadas,
de maior complexidade, que prazo seja de 10 dias e não de 30 dias. A gente precisa
deliberar então esse pedido antes da votação desses outros pedidos de informação?

Vereador Wesley Moreira: o requerimento que você solicitou é o requerimento


número... Qual que é o número dele?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o requerimento número 19, item 16. Então,
Presidente, eu proponho inversão de pauta, para que a gente possa julgar esse
requerimento antes para que todos os pedidos de informação já venham com essa
formatação e prazo novo.

Vereador Wesley Moreira: então vamos mais uma vez fazer a inversão de pauta. A
gente suspende por enquanto a discussão e a deliberação desse requerimento, tá?
Então vamos pro requerimento, o item 16 da pauta, ok? Vamos lá então. Vamos lá.

Requerimento de Comissão número 19 de 2023, está vinculado ao requerimento de


Comissão 298/2022. Solicitação: requer que seja adotado o entendimento exarado pelo

18
parecer da nossa procuradoria, o parecer é o número 172 de 2021, de que para
resposta aos requerimentos de Comissão Parlamentar de Inquérito poderá ser adotado
o prazo de 5 (cinco) dias úteis previsto no artigo 18, no parágrafo...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 218.

Vereador Wesley Moreira: é, o artigo 18, no parágrafo. Que isso aqui? Parágrafo 32
mesmo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. É 218, parágrafo 3º?

Vereador Wesley Moreira: parágrafo 3º e tem um 2 aí na frente. Do Código de


Processo Civil, contados a partir do recebimento pelo destinatário. Ainda nos termos do
citado parecer ressalta-se que o Presidente da Comissão não possui liberdade para
fixar prazo obrigatório inferior aquele determinado pela lei e que referindo o seu
requerimento as informações complexas ou volume significativo de documentos é
dever da Comissão ampliar o prazo de atendimento, utilizando-se de razoabilidade e
bom senso, em harmonia com a norma do artigo 139, inciso VI, do novo Código de
Processo Civil, observando-se os parâmetros básicos mencionados nos parágrafos 54
a 56. Em discussão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós pegamos aqui trechos do próprio parecer da
procuradoria da Câmara. Traduzindo, nós queremos que o prazo padrão de resposta
seja de 5 (cinco) dias. Eventualmente, tratando-se de uma situação mais complexa,
que aí a gente possa deliberar um prazo maior, mas nunca inferior a cinco dias para
resposta.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Então, por exemplo, a cada pedido de informação
a gente vai deliberando um prazo ali na hora, tal que a gente vai falando né, quando a
gente assim julgar.

Vereador Uner Augusto: apenas para complementar, eu acho que é fundamental essa
deliberação, tendo em vista o próprio prazo exíguo para a existência da CPI. Se nós
não adotarmos um prazo reduzido para que as respostas sejam encaminhadas, nós
não vamos conseguir caminhar nos trabalhos, e a investigação da CPI vai ser

19
infrutífera. Então é mais que necessário que isso seja votado e sugiro que todos nós
votemos de acordo.

Vereador Wesley Moreira: e o interessante nesse requerimento, porque eu acho que


mais para frente pode virar quase que um abuso de poder também do Poder Executivo
Municipal, que eu lembro que a própria Vereadora Fernanda, o Vereador Mateus
Simões ainda na legislatura anterior, o meu gabinete mesmo, o que nós tivemos de
pedir de informação que a informação não veio, assim, foi incontáveis. Inclusive, teve
até requerimento do ex-Vereador, Fernando Borja, solicitando um processo de
impeachment contra o então o Prefeito, Alexandre Kalil, justamente tendo como base
isso mesmo né, essas negativas de respostas ao Poder Executivo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente inclusive, Presidente, esse pedido foi feito
na CPI covid exatamente pela situação que o Vereador Uner está falando. Nós não
recebíamos as informações e os prazos eram de 30 dias. Aqui são cinco dias úteis, só
ressaltar isso. E nós estamos até hoje esperando respostas da CPI Covid. Então a
gente precisa de ter resposta dentro do prazo correto para que a gente possa fazer
conclusões e ter um andamento normal de uma CPI.

Vereador Ciro Pereira: até para não ser usado como manobra né, de quem tá
respondendo isso aí, de “barrigar” a CPI.

Vereador Wesley Moreira: excelente. Então vamos colocar em votação. Como vota o
Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

20
Vereador Wesley Moreira: obrigado e eu também voto com requerimento. Fica
aprovado o requerimento de Comissão 19 de 2023.

Retornaremos ao item 5. Isso, eu vou só fazer a leitura novamente, ok? Perfeito?

Requerimento de Comissão número 8 de 2023. Ele é vinculado ao requerimento de


Comissão 298 de 2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário: Prefeito
Municipal de São Paulo, Sr. Ricardo Nunes. Finalidade: obter informações sobre as
contrapartidas impostas pelo poder executivo Municipal para construção da Neo
química Arena e do Allianz Parque. Autor: Vereador Wesley. Em discussão. Já foi
discutido, mas é importante agora durante a discussão, a gente acrescentar um prazo?
Neste caso? Beleza? 30 dias? Então, no momento que vossas excelências estiverem
votando fica registrado que o prazo para a resposta é de 30 dias corridos, ok? Então
vamos colocar em votação. Tranquilo. Como o vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 8 de 2023. Agora o item 12 perfeito?

Requerimento de Comissão número 15 de 2023. Uma solicitação de oitiva. Finalidade:


intimar Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro para, pessoalmente, prestar informações
pertinentes à prestação de serviços de sua empresa, Unitour Turismo Universal Ltda.,
para o Município de Belo Horizonte e para o ex-prefeito, Alexandre Kalil. Data: 16 de
fevereiro de 2023. Horário: às 9:30 da manhã. Local: será no plenário Helvécio Arantes.
Há uma convocação de autoridade, de autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé. O

21
fundamento ele será alterado do inciso 4º para o inciso 6º do § 2º do art. 82 da Lei
Orgânica, ok? Em discussão. Em votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 15 de 2023.

Requerimento de Comissão número 16 de 2023. Realização de oitiva. Finalidade:


requer que seja convocado o Sr. Rodolfo de Lima Gropen, Presidente do Conselho de
Ética Pública de Belo Horizonte para, pessoalmente, prestar informações pertinentes à
condução de procedimentos no conselho. Data: 16 de fevereiro de 2023. Horário: às
9:45, no plenário Helvécio Arantes. De autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé.
Em discussão. Em votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

22
Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o
requerimento de Comissão número 16 de 2023.

Requerimento de Comissão número 18 de 2023. Solicitação: envio de ofício.


Destinatário: Câmara Municipal de Belo Horizonte. Finalidade: requer que seja enviada
solicitação à casa pedindo a abertura de um canal para recebimento de denúncias
anônimas pela Comissão. O presente canal tem por objetivo fomentar a realização de
denúncias pela população, sendo assegurado o sigilo de informações e da identificação
ao denunciante através do anonimato. De autoria do Vereador Wesley. Em discussão.

Vereador Ciro Pereira: discutir Presidente. Esse requerimento aí eu acho que é muito
importante que fique claro para a população de que eles podem contribuir muitas vezes
pessoas que de fato possam ter informações a respeito dessa CPI se sentem acuadas,
com medo de prestar um depoimento e perderem seus empregos ou serem
perseguidas. Então eu acho que esse requerimento ele vai nos dar muito subsídios,
porque a gente garante assim que a informação chegue, mas que a pessoa seja
preservada. Então acho que é muito importante e para passar essa segurança para as
pessoas, de que elas não só podem como devem contribuir com a nossa Comissão,
porque a gente precisa de todas as informações possíveis para a gente apurar o que
tem que ser apurado.

Vereador Uner Augusto: e para além da abertura do canal é preciso dar publicidade
a isso também né. Recomendo que a casa coloca no seu Portal, na internet, também
nas suas redes sociais, o número desse canal que vai ser disponibilizado para que as
pessoas realmente tomem conhecimento e possam fazer as denúncias tão necessárias
para o encaminhamento dos trabalhos.

Vereador Wesley Moreira: excelente, excelente. Nós tivemos a questão do e-mail,


mas o e-mail acaba sendo até mais difícil esse anonimato e realmente esta ferramenta
aqui será muito importante. Não sei vocês, mas eu já recebi já através do meu
WhatsApp algumas denúncias. Já recebi também via “direct” do nosso querido
Instagram e com certeza isso vai ser um canal importantíssimo com a população,
também até mesmo com pessoas que compõem ali o quadro do Poder Executivo

23
Municipal e outros órgãos. Muito bem. Vamos colocar em votação. Como vota o
Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 18 de 2023.

Requerimento de Comissão número 19. Esse foi apreciado né.

Requerimento de Comissão, o item 17 agora. Requerimento de Comissão número 20:


Solicitação: pedido de informação. Promotor de Justiça. O destinatário é o Promotor de
Justiça da 17ª Procuradoria de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais, Sr.
Bruno Alexander Vieira Soares. Finalidade: obter informações sobre os atos praticados
no Inquérito número 0024-20010234/1 a partir de 18/05/2022, bem como o atual
andamento e, caso não seja prejudicial às investigações, toda a documentação e atos
juntados após 18/05/2022. De autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé. Em
discussão. Prazo. Isso. Então fica deliberado um prazo de 5 (cinco) dias úteis, ok? Em
votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

24
Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 20 de 2023.

Requerimento de Comissão número 21/2023, é um pedido de informação. Destinatário:


delegado do grupo de atuação especial de combate ao crime organizado, que é o
nosso, a sigla GAECO, o Sr. Marcos Vinícius Lobo. Finalidade: obter informações sobre
a existência de inquérito para apuração de interferência de agentes públicos da capital
nos processos administrativos de concessão de licenças e alvarás de construção e
funcionamento de estabelecimentos. Caso haja inquérito com esse tema em
andamento, requer o acesso aos dados que não sejam sigilosos. De autoria da
Vereadora Fernanda Pereira Altoé. Em discussão. 5 (cinco) dias também. 5 (cinco) dias
úteis. Em discussão. Em votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 21 de 2023.

Requerimento de Comissão número 22 de 2023. Solicitação: pedido de informação.


Destinatário: Prefeito Fuad, Secretário Municipal de Política Urbana, João Antônio
Fleury Teixeira, e Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras. Finalidade: obter

25
informação sobre os contratos de terceirização com exceção dos vinculados à MGS.
Autoria da Vereadora Fernanda Pereira. 10 (dez) dias úteis. Em votação. Como vota o
Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão número 22 de 2023.

Vamos fazer um informe aqui tá. Informe que o advogado, Sr. Tarcísio Maciel Chaves
de Mendonça, advogado do Sr. Alexandre Kalil, ele protocolou uma procuração como
representante do Sr. Alexandre Kalil nessa CPI, ok? Vamos fazer esse informe. Bom
pessoal nós, com isso nós encerramos os requerimentos. De hoje foram apresentados
a nossa Comissão. Deixo que a palavra aberta caso algum Vereador queria fazer
alguma manifestação.

Vereador Ciro Pereira: eu gostaria, Presidente. Pode por gentileza Fernandinha.


Jamais iria passar na sua frente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que bom. Presidente, não sei se seria necessário
a gente de repente convocar uma extraordinária. Eu acho que seria importante nós
tentarmos uma agenda, uma visita técnica à Arena MRV, para que a gente possa ter
um contato, um primeiro contato com os responsáveis por todo o processo de
licenciamento, para que eles possam explicar pra gente como que esse processo de
licenciamento aconteceu, como que funciona o processo de licenciamento, as diversas
etapas, como que isso foi encaminhando, como que funciona um processo de

26
contrapartidas né, quem apresenta, quem aprova, como que acontecem as alterações,
porque muitos de nós a gente nunca teve contato com isso. Então eu acho até que para
gente fazer análise da construção e das contrapartidas e fazer de repente um
comparativo com a questão de São Paulo, seria importante a gente ter informação de
quem fez, de como que funcionou, como que aconteceu, para que a gente possa fazer
um trabalho técnico e bem objetivo a respeito disso.

Vereador Ciro Pereira: teria uma reunião extraordinária ou você tá propondo uma visita
técnica lá?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é. Para fazer um pedido de visita técnica,
pode ser feito esse pedido hoje?

Vereador Wesley Moreira: o que nós estamos chegando em um acordo aqui. Hoje eu
já vou solicitar essa extraordinária, para amanhã, ok? Só para fazermos a deliberação
desse requerimento dessa visita técnica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem que protocolar esse pedido hoje?

Vereador Wesley Moreira: a gente protocola hoje.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente faz por escrito então.

Vereador Wesley Moreira: então a extraordinária vai ser na segunda-feira. Então tá


bom. Vai ser na segunda-feira deliberando para visita técnica na quinta. Aí não teria a
reunião aqui? Seria lá?

Vereador Ciro Pereira: sugestão pessoal. Como a reunião é na quinta-feira, e


lembrando que na CPI a gente também tá correndo contra o tempo, o Vereador mesmo
colocou isso aqui. Sei que tem mais requerimentos aí, a assessoria até comunicou,
mas se há esse desejo da gente fazer essa visita técnica, a minha sugestão é a gente
manter amanhã a extraordinária, para fazer a visita técnica na segunda-feira, e se for o
caso chama mais uma para provar esses outros requerimentos, para na quinta-feira a
gente já tá com tudo andando.

Vereador Uner Augusto: qual é a urgência dos outros requerimentos?

27
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de repente, se a gente marcar a extraordinária
para segunda, a gente apresenta todos os requerimentos para serem votados na
segunda junto com pedido de visita técnica.

Vereador Ciro Pereira: e a visita antes de quinta?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente faz na quinta

Vereador Ciro Pereira: então não teria reunião na quinta?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: seria lá. Seria a visita técnica, que é um dos
objetos da CPI também de investigação.

Vereador Ciro Pereira: então beleza. As oitivas ficaram pro dia 16 né. Duas semanas.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo? Então a gente já providencia isso aí. Beleza. Aí
na segunda-feira será a nossa extraordinária. A gente vai e faz as devidas formalidades
aí.

Vereador Ciro Pereira: perfeito.

Vereador Wesley Moreira: então, às 10 horas e 36 minutos, não tendo nada mais nada
a ser tratado, declaro encerrada a nossa segunda reunião aí na nossa CPI. Obrigado.

Às 10h36m a reunião foi encerrada.

2.3 - DA 3ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A terceira reunião3 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 06 de fevereiro de 2023, às 9h40m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença da Vereadora Fernanda Pereira Altoé e dos Vereadores Uner
Augusto, Cleiton Xavier, Gilson Guimarães e Helinho da Farmácia estes dois de
maneira remota.

3
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/3%C2%AA-
reuni%C3%A3o-comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito----abuso-de-poder-na-pbh-06-02-2023

28
Foram aprovados requerimentos para que os cartórios informassem sobre
a existência de imóveis em nome do ex-Prefeito Alexandre Kalil e seus familiares;
requerimento sobre o quantitativo de cargos comissionados e suas respectivas
nomeações; requerimento dos documentos do procedimento licitatório de contratação
da empresa Unitour Turismo; requerimento de oitiva dos senhores Lucas Ribeiro Horta,
Eugênio Eustáquio Veloso e Ana Paula Gonçalves Chaves Lemos para o dia
23/03/2023; bem como o pedido de visita técnica à Arena MRV, no dia 09/02/2023.

Às 13h55m foi encerrada a reunião.

2.4 - DA 4ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A quarta reunião4 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 16 de fevereiro de 2023, às 9h40m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença da Vereadora Fernanda Pereira Altoé e dos Vereadores Uner
Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Helinho da Farmácia, este de maneira remota.

Foram votados e aprovados requerimentos para obter informação de


nomeações em cargos em comissão; para solicitar a contratação de taquígrafo; para
informações sobre as denúncias recebidas pelo Conselho de Ética Pública, nos anos
de 2022 e 2023; para informações sobre a condução de pagamento de emendas
impositivas pela Secretaria Municipal de Governo; para informações do GAECO sobre
o inquérito nº 0024.20.082.618-8; para informações sobre os registros do google
calendar do endereço agendaprefeito@pbh.gov.br, em datas específicas; alteração de
data, horário e local da oitiva de Rodolfo Gropen para o dia 02/03/2023, às 10h, no
Plenário Helvécio Arantes.

Foi informada a apresentação de uma petição do advogado do sr.


Alexandre Kalil requerendo o uso da palavra. O Presidente da Comissão informou a
presença dos advogados Dr. Tarcísio Mendonça e Dr. Mauricio Lopes de Paula.

4
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/4%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-16-02-2023

29
O Vereador Wesley Moreira ressaltou que todos os direitos constitucionais
dos investigados serão resguardados e que a CPI tem ciência do direito do advogado
de usar a palavra pela ordem, garantido pelo estatuto da OAB. Contudo, acrescentou
que o direito não pode ser exercido de maneira irrestrita, deferindo em parte o
requerimento para que tenha assento somente quando e se o representado for
convocado. Assegurou-lhe o direito de petição para esclarecer ou questionar qualquer
informação proferida nas reuniões.

O Presidente Wesley Moreira leu a petição dos advogados que sugeriu o


envio de requerimentos sobre as contrapartidas da Arena MRV.

Iniciada a oitiva da Sra. Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro, foi deferido
prazo ao advogado, Dr. Tiago Souza de Resende, para juntada de procuração em 24
(vinte e quatro) horas, e solicitado à testemunha que prestasse o compromisso de a
verdade, que o fez.

4ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: bom dia a todos. Às 09h40, vamos dar início aqui à quarta
reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito. Nesse momento vou fazer a chamada
dos vereadores que compõem essa comissão. Vereador Cleiton Xavier:

Vereador Cleiton Xavier: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto.

Vereador Uner Augusto: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia.

30
Vereador Helinho da Farmácia: presente.

Vereador Wesley Moreira: muito bem! Então, com a presença dos vereadores Cleiton
Xavier, Ciro, Fernanda, Uner, Hélio e Wesley, vamos dar prosseguimento aqui à ordem
dos trabalhos. Quero só avisar a senhora Eloá que nós faremos aqui a apreciação de
alguns requerimentos que estão em pauta. Vamos fazer de uma maneira mais ligeira
aqui. E aí nós retornaremos a oitiva da senhora, ok? Então vamos lá.

Dr. Thiago de Souza Rezende: ok, Presidente. A senhora Eloá responderá por mim.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ok.

Vereador Wesley Moreira: e daqui a pouco vamos dar a instrução com relação à
participação do senhor advogado. Comunicação de aprovação das atas das reuniões
segunda e terceira, visto não ter havido impugnação destas nos termos regimentais.

Discussão e proposição. Requerimento de Comissão 71 de 2023, turno único,


vinculado ao Requerimento de Comissão 298, é um pedido de informação. Destinatário
Prefeito Fuad, Secretário Municipal de Governo, Josué Valadão, Presidente da
Empresa Municipal de Turismo (Belotur), Gilberto Castro, Presidente da Fundação de
Parque Municipal e Zoobotânico, Sérgio Augusto Domingues, Presidente da Fundação
Municipal de Cultura, Luciana Rocha, Presidente da Empresa Municipal de Transporte
(BHTrans), Giulia Gallo, Diretor-Presidente da PBH Ativos, Pedro Meneghetti, Diretor-
Presidente da Prodabel, Jean Mattos Duarte, Superintendente de Limpeza Urbana,
Coronel Genedempsey Bicalho Cruz, Superintendente da SUDECAP, Henrique
Castilho Marques Souza, Diretor-Presidente da Urbel, Claudius Vinícius Leite Pereira.
Finalidade: obter informações para esclarecer se os nomes abaixo estão o já estiveram
nomeados nas instituições listadas, inclusive em conselhos, informando ainda a data
de nomeação, o cargo, o valor da remuneração, a formação profissional, a eventual
data de exoneração, bem como se há parentes desses nomes, nos termos da Súmula
13 do STF, nomeados na administração pública, direta ou indireta. São os nomes:
Fernanda Amarante Guimarães, Marcelo Amarante Guimarães, Priscila Barros Naves,
Izidoro Nunes Vieira. Autoria da Vereadora Fernanda Pereira. Em discussão. Em
votação. Como vota o Vereador Cleiton Xavier?

31
Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernando Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Eu também voto com requerimento. Fica


aprovada o requerimento de comissão 71/2023.

Requerimento de Comissão 80 de 2023, que é vinculado ao requerimento de Comissão


298 de 2022. Solicitação: envio de ofício. Destinatário: Presidente da Câmara
Municipal, Vereador Gabriel Azevedo. Finalidade: Solicitar a contratação de um
taquígrafo para a promoção da transcrição integral dos depoimentos da CPI. Autoria da
vereadora Fernanda Pereira Altoé. Em discussão. Em votação. Como vota o Vereador
Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

32
Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 298 de 2022.

Requerimento de Comissão 96 de 2022. Solicitação: é um pedido de informação.


Destinatário: Prefeito Fuad, Presidente do Conselho de Ética Pública, Rodolfo Gropen,
e Controlador-Geral do Município, Leonardo de Araújo Ferraz. Finalidade: obter
informação sobre quantas denúncias foram recebidas nos anos de 2022 e 2023.
Quantas foram apuradas? Quantas foram arquivadas e quantas ainda permanecem em
apuração pelo Conselho de Ética Pública? E requerer que sejam encaminhadas
integralmente todas as denúncias que foram arquivadas. Autoria: Vereadora Fernanda
Pereira Altoé, Ciro Pereira, Uner Augusto e Wesley. Em discussão. Em votação. Como
vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento, fica aprovado o


Requerimento de Comissão 96 de 2023.

Requerimento de Comissão 171 de 2023. Ele é vinculado ao 298 de 2022. Solicitação:


pedido de informação. Destinatário: Secretário Municipal de Governo. Finalidade: obter

33
informações sobre a condução do processo de pagamento das emendas impositivas
pela Assessoria de Demandas Estratégicas da Secretaria Municipal de Governo.
Autoria: Vereador Cleiton Xavier, Jorge Santos, Professor Juliano Lopes, Ramon
Bibiano da Casa de Apoio e Vereador Wesley Moreira. 5 (cinco) dias, 10 (dez) dias. O
que vocês acham?

Vereador Uner Augusto: 5 (cinco) dias.

Vereador Wesley Moreira: ok. Então nós vamos deliberar com o prazo de 5 (cinco)
dias úteis para a resposta, o envio da resposta. Em votação. Como vota o Vereador
Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 171 de 2023.

Requerimento de Comissão 172 2003. Ele é vinculado ao Requerimento de Comissão


298 de 2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário: Delegado do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Marcus Vinícius Lobo. Finalidade:
obter informações sobre o inquérito nº 0024200826188, com encaminhamento da
íntegra dos autos. Autoria: Vereadores Wesley, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé
e Uner Augusto. Em discussão. Em votação. Como o vota o Vereador Cleiton Xavier?

34
Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


Requerimento de Comissão 172 de 2023.

Requerimento de Comissão 177 de 2023, vinculado ao Requerimento de Comissão 298


de 2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário: Diretor-Presidente da
Prodabel, Jean Matos Duarte. Finalidade: requer a apresentação dos registros da
Google Calendar ou registro semelhante de marcação de compromissos do endereço
eletrônico “agendaprefeito@pbh.gov.br”, nas datas de 31/01/2019 a 3/02/2019,
14/02/2019 a 17/02/2019, 25/05/2019 a 28/05/2019, 10/06/2019 a 11/06/2019. Autoria
dos Vereadores Uner Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé e
Wesley. Em discussão. Em votação. Como vota o Vereador Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

35
Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Eu também voto com o requerimento, fica


aprovado o Requerimento de comissão 177/2023.

Requerimento Comissão 178/2023, turno Único. Solicitação: alteração de data, horário


e local da oitiva. Nova data: 2 de março de 2023. Novo horário: 10:00. Novo Local:
Plenário Helvécio Arantes. Finalidade do evento: requer que seja convocado Rodolfo
de Lima Gropen, Presidente do Conselho de Ética Pública de Belo Horizonte, para
pessoalmente prestar informações pertinente à condução dos procedimentos do
Conselho. De autoria dos vereadores Uner Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Fernando Pereira e Wesley. Em discussão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: inclusive pedir desculpas pro Dr. Gropen, porque
vi que ele está presente aqui hoje e a gente sabe que o dia a dia de todo mundo é muito
corrido. Mas nós temos algumas perguntas para a senhora Eloá, então acredito que a
gente possa delongar mais. E para que não seja corrido o depoimento dele, para que
ele não tenha que ficar esperando e ficar tarde, e também é um processo cansativo
para todos nós, a gente fez esse requerimento para adiar a oitiva dele para o dia 2 de
março.

Vereador Wesley Moreira: alguém mais para discutir? Então vamos colocar em
votação. Como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?


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Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Hélio da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


Requerimento de Comissão 178 de 2022 e reforço aqui o agradecimento ao Senhor
Rodolfo pela presença, de maneira remota, e fica remarcada então a oitiva para dia 2
de março, às 10:00. Mais uma vez, obrigado e desculpa qualquer contratempo aí. Um
forte abraço.

Deliberações sobre requerimento aprovado anteriormente pela Comissão.


Requerimento de Comissão do dia 5 de fevereiro de 2023. Foi um envio. Finalidade
requer que seja deliberado a criação de um endereço de e-mail específico para o
recebimento de denúncias encaminhadas pela população à CPI, sendo resguardado o
anonimato quando solicitado pelo denunciante. Requer, ainda, que seja deliberado
quem será o integrante responsável pelo gerenciamento do e-mail, competindo-lhe a
guarda da senha e a concessão do acesso aos demais membros. De autoria do
Vereador Wesley. Em discussão. Perfeito. Inclusive, assim, para discutir, isso já está
aprovado, já está criado. Eu acho que depois tem uma imagem aí e parece que foi
criado esse canal direto para fazer essa denúncia utilizando o portal da Câmara
Municipal. Depois nós vamos pedir para que a Câmara faça também essa informação
nos seus meios de comunicação. Então sim, creio que está bem tranquilo. Quando
vocês, quando a sociedade civil acessar o portal da Câmara Municipal, já terá esse
canal direto para fazer a denúncia e fazer as suas devidas manifestações no que diz
respeito à condução da nossa CPI. E nós vamos agora deliberar qual o Vereador ficará
responsável. Então vamos deliberar o nome do presidente dessa comissão para ser o
responsável por esse meio de comunicação, por este canal e pelas senhas dos
acessos. Beleza? E depois, vamos lá. Então tem que votar. A, é mesmo, tem o Helinho.
O Hélio, caso você queira participar e ser o responsável, você faz questão, Hélio?

Vereador Helinho da Farmácia: não, não, eu sugiro Vossa Excelência mesmo.

37
Vereador Wesley Moreira: muito obrigado, Helinho. Então vamos lá então. Tem que
votar. Em votação, então. O vereador Wesley ficará responsável. Como vota o Vereador
Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: muito de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: como vota a Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Hélio da Farmácia, lá do Barreiro,


meu amigo?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: muito obrigado. Eu também voto. Então fica então eleito,
Vereador Wesley, que não perde eleição aqui dentro dessa casa. Impressionante. Muito
obrigado. Então deliberado, tudo tranquilo, vamos lá.

Outros assuntos: ofício em resposta ao requerimento de comissão número 20 de 2023.


Então foi já enviada a resposta do Promotor de Justiça Bruno Alexander Vieira Soares,
foi um pedido de informação feito pela Vereador Fernanda Pereira Altoé.

Ofício em resposta ao Requerimentos Comissão 32 de 2023, de autoria dos Vereadores


Fernanda, Ciro, Uner e Wesley. A resposta foi enviada pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais, pelo senhor Pedro Henrique Amaral dos Reis.

Outros documentos recebidos pela Comissão. Assunto: apresenta à Comissão


Parlamentar de Inquérito de Abuso de Poder na PBH, ofício de autoria do advogado
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça, procurador do senhor Alexandre Kalil, solicitando
o uso da palavra, pela ordem, nos termos do artigo 7º, inciso X, da Lei Federal nº

38
8906/1994, de autoria do Vereador Wesley. Em discussão. Então vamos, deixa eu só
fazer as devidas declarações aqui e comunico também a presença do senhor Tarcísio
Maciel Chaves de Mendonça e a presença do Senhor, do Doutor Maurício Lopes de
Paula, advogado, representando o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

Então vamos lá. Sobre esse requerimento, sobre esse ofício, eu vou fazer algumas
ponderações aqui, ok? Para os advogados e para todos que estão acompanhando. Em
primeiro lugar, na qualidade de presidente dessa CPI, afirmo que todos os direitos
constitucionais, como ampla defesa e contraditório, serão assegurados a todas as
autoridades que vierem a ser investigadas. Também jamais haverá nenhuma tentativa
de cercear o exercício da advocacia na CPI. Essa CPI tem ciência de que o Estatuto
da OAB garante a todo e qualquer advogado usar da palavra pela ordem em qualquer
tribunal, órgão da administração pública ou Comissão Parlamentar de Inquérito.
Contudo, esse direito não pode ser exercido de maneira irrestrita e ilimitada. O próprio
texto da lei menciona que a intervenção do advogado deve ser pontual e sumária. Por
outro lado, além do livre exercício da advocacia, deve também esse Presidente atentar-
se para a ordem dos trabalhos dessa CPI. Diante disso, a fim de garantir a incolumidade
dos trabalhos da Comissão, defiro em parte o requerimento subscrito pelos advogados
do ex-prefeito, Alexandre Kalil, nos seguintes termos. Na atual fase dos trabalhos da
CPI, em que o senhor Alexandre Kalil sequer foi convocado, razão não há para
conceder assento com microfone ao advogado. Será assegurado o direito do advogado
sentar-se ao lado do seu cliente, caso esse seja convocado. Embora não seja neste
momento concedido o assento com microfone ao advogado, terá assegurado o direito
de peticionar, por escrito, como já o fez durante as sessões da CPI, para que possa
esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação aos fatos. A documentação ou
afirmações feitas durante a reunião. Então fica deliberado aí, dessa forma.

O último, aqui agora, para partirmos para a oitiva. É o documento número 531 de 2023.
Assunto: petição de Alexandre Kalil, por meio de seus advogados, considerando o
requerimento de comissão número 8 de 2003, de autoria do Vereador Wesley, para se
manifestar a respeito das contrapartidas exigidas pelo licenciamento do
empreendimento da Arena MRV e sugerir o envio de ofício à Secretaria Municipal de

39
Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, questionamento a respeito
dos impactos ambientais na estrutura urbana e as contrapartidas exigidas. Autoria:
Alexandre Kalil, por meio de seus advogados Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça,
Maurício Lopes de Paula. Foi feito essa sugestão e nós, como comissão,
provavelmente, em um momento oportuno, requerimentos como esse com certeza
serão sim solicitados e enviados a essas secretarias que ora foram mencionadas aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: com certeza nós vamos fazer oitiva, inclusive
pedir essas documentações. Mas eu sugiro aos advogados que eles já podem enviar
via LAI, porque aí vocês já ganham esse tempo, fazendo requerimento desses
documentos via LAI e aí a Secretaria já encaminha, e se vocês receberem antes da
gente, vocês já podem inclusive pedir juntada aqui na CPI.

Vereador Wesley Moreira: tudo bem? Então nós retornaremos aqui ao segundo item
da pauta aqui, que é a oitiva da Sra. Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro, para
pessoalmente prestar informações pertinentes à prestação de serviço de sua empresa,
Unitour Turismo Universal Ltda., para o Município de Belo Horizonte e para o ex-
prefeito, Alexandre Kalil. Eloá, por enquanto vocês podem fechar o microfone ou fazer
alguns ajustes que está dando muita microfonia. E eu gostaria de solicitar ao Sr.
Advogado Thiago de Souza Rezende que enviasse a procuração no endereço do e-
mail que já está disponível no chat.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Presidente, eu não estou enxergando, eu não estou
vendo este endereço de e-mail aqui no chat, não, tá? Qual o prazo que o senhor está
me concedendo para a juntada dessa procuração?

Vereador Wesley Moreira: vai chegar agora o endereço. Só um momento.

Dr. Thiago de Souza Rezende: agora sim, recebi.

Vereador Wesley Moreira: foi sugerido aqui 24 horas, tá bom? Tranquilo? Mas ela
pode fazer de maneira oral agora também.

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Dr. Thiago de Souza Rezende: mas assim, se o Senhor tá me concedendo o prazo de
24 horas, eu não vejo problema não. Eu faço aqui, eu colho a assinatura dela, digitalizo
e encaminho nesse e-mail protocolodirleg@cmbh.mg.gov.br, no prazo de 24 horas.

Vereador Wesley Moreira: Tranquilo.

Dr. Thiago de Souza Rezende: vai ser exclusivo pra esse ato né, porque pelo menos
pelo que eu pude inferir da intimação, ela está na condição de testemunha, correto?

Vereador Wesley Moreira: perfeito, perfeito.

Vereador Wesley Moreira: então é só pra esse ato mesmo.

Vereador Wesley Moreira: ok. Então nesse momento nós partiremos para a oitiva. Foi
aprovado por essa comissão a realização dessa oitiva, a requerimento da Vereadora
Fernanda Pereira Altoé, para ouvir Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro. Dando início a
oitiva, convido para compor essa mesa a Sra. Eloá Starling Mendes Ribeiro na
qualidade de testemunha. Solicito à Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro, que preste o
compromisso, nos termos do artigo 203 do Código do Processo Penal e informo que
fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade poderá incorrer no crime de falso
testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ok.

Vereador Wesley Moreira: gostaria de pedir à Sra. que fizesse a leitura do texto que
foi enviado, por favor, no chat.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Presidente, o Sr. está me ouvindo?

Vereador Wesley Moreira: sim, ouvindo bem.

Dr. Thiago de Souza Rezende: por algum motivo a gente não te ouve mais. O
microfone do Sr. está parecendo desligado aqui para mim.

Vereador Wesley Moreira: e agora, voltou? Retornou aí? Só um momento, então,


estamos vendo aí. Som. Retornou?

Dr. Thiago de Souza Rezende: agora sim.

41
Vereador Wesley Moreira: então tá ok. Nós enviamos no chat um texto para que a
Sra. Eloá leia só pra fazer o compromisso formalmente, por favor.

Dr. Thiago de Souza Rezende: agora a senhora vai ler aqui.

Vereador Wesley Moreira: se vocês puderem abaixar um pouco o volume, abaixa um


pouco o volume de vocês, por favor.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu, Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro, 65 anos,
estado civil viúva, residente em Belo Horizonte, profissão agente de viagem, cuja
atividade é desenvolvida no endereço Avenida Getúlio Vargas, 67, prometo dizer a
verdade, relatando sempre o que souber, explicando sempre as razões da minha
ciência, sobre o fato ou a circunstância pelas quais pode avaliar-se a sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: reforçando que o doutor não vai responder por ela, ok?
Apenas orientá-la.

Dr. Thiago de Souza Rezende: sem dúvida, meu papel aqui é apenas acompanhar a
Sra. Eloá, mesmo porque nós temos consciência de que ela está sendo ouvida na
condição de testemunha.

Vereador Wesley Moreira: então está ok, obrigado. Então vamos partir para as
perguntas. Sra. Eloá. A Unitour já havia prestado algum serviço para o Poder Público,
Prefeitura, estado ou algum outro órgão público, participado de alguma licitação antes
de 2017? Participou de mais alguma depois?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, a Unitour foi fundada em 1965 e já participou de
diversas licitações estaduais, inclusive governo, Prefeitura, qualquer órgão de governo,
gabinete militar, todos os governos, quase todos os governos de Minas, a gente
participava das licitações, as vezes ganhava, as vezes não, sempre participamos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia, Sra. Eloá. No caso, eu sei que é uma
empresa antiga. Nos cinco anos anteriores à contratação emergencial, teve algum
contrato com o Poder Público?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não me lembro, mas acredito que sim.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A gente pode fazer os requerimentos agora? Ou
tem que fazer depois os requerimentos de juntada de documento. Podem ser agora?
Tem como a senhora enviar para a gente, dos cinco anos anteriores a 2017 e nos cinco
anos após 2017, esses contratos com o Poder Público no município, no âmbito
estadual.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu tentarei o possível.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Vereadora, a Sra. poderia repetir quais são os
documentos para eu anotar aqui e depois orientar minha cliente?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: os contratos firmados com a Prefeitura de Belo


Horizonte ou o Estado, nos cinco anos que antecedem 2017 e nos cinco anos
posteriores.

Dr. Thiago de Souza Rezende: cinco anos antes de 2017 e cinco depois.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu inclusive tenho nas minhas mãos o contrato que eu
atendi antes do Dr. Alexandre. A prefeitura. Eu atendi a prefeitura antes dele e tinha
terminado nosso contrato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi um contrato, foi uma licitação que a Sra.
Ganhou ou foram atuações esporádicas?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, foi uma licitação que nós ganhamos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de qual ano que é esse?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: 2014, de 2014 para 2015.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então ótimo. A Sra. encaminha para a gente
também, por favor?

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Antes de 2017, a Unitour recebeu algum pedido
de orçamento da Prefeitura de BH ou de alguma outra Prefeitura?

43
Eloá Starling Mendes Ribeiro: para participar da licitação de 2015 acredito que nós
tenhamos feito o normal de um processo licitatório.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas além desse de 2017, a Sra. tinha pedidos de
orçamentos esporádicos e isolados ou não, foi sempre através de licitações?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, eu já, várias vezes, como a Unitour sempre
atendeu os órgãos de governo, várias vezes a gente recebe solicitação de orçamentos,
tomada de preço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok, obrigada.

Vereador Wesley Moreira: muito bem.

Vereador Uner Augusto: Esses pedidos são feitos normalmente por e-mail ou por qual
outra forma?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: normalmente, sempre foram feitos pedidos por e-mail.

Vereador Uner Augusto: a Sra. poderia nos encaminhar esses e-mails, por gentileza?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu prometo a vocês que eu tento fazer, mas não sei se
eu conseguiria, mas eu tento.

Vereador Uner Augusto: tá bem? Obrigado.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é que em função da pandemia, muita coisa se perdeu,
tá.

Vereador Uner Augusto: em função da pandemia?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é porque o escritório ficou fechado dois anos.

Vereador Uner Augusto: eu acho que é possível. Sra. Eloá.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: acredito que sim.

Vereador Wesley Moreira: vamos lá. Em 2017, como a Sra. recebeu o pedido de
orçamento para participar da dispensa emergencial?

44
Eloá Starling Mendes Ribeiro: foi uma carta, um e-mail do senhor Alisson. Acho que
Alisson Bernardo que nos fez essa solicitação de tomada de preços.

Vereador Uner Augusto: o Sr. Alisson ele ocupava algum cargo na Prefeitura, Eloá?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu acredito que sim. Eu posso olhar aqui no contrato
qual que era o cargo dele, mas eu acredito que sim. Um minutinho só, por favor.

Vereador Uner Augusto: antes da contratação emergencial, a Sra. nunca tinha tido
nenhum contato, troca de e-mail com o Sr. Alisson?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Alysson, não. Eu não. Aliás, para dizer a verdade para
o senhor eu estava inclusive dentro de um hospital, atendendo meu marido, que estava
muito mal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu até lamento pelo falecimento dele. No caso, a
tomada de preço. Essa contratação foi por tomada de preços, que é no caso são
empresas que são pré-cadastrados ou foi por convite, que são empresas que não são
cadastradas?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu explicar. Acredito eu que como eu já tinha
atendido à Prefeitura e a vários órgãos do governo, eles nos fizeram esse convite,
entendeu? E nós participamos normalmente, como sempre participamos de todos os
convites que nos eram feitos. Muitas vezes perdendo, muitas vezes às vezes
ganhando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por quê no inquérito que corre no Ministério
Público, a Sra. afirmou que esse convite veio do Sr. Alexandre Kalil, em função da
amizade de anos, inclusive do seu pai com o pai dele.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso não é uma verdade. Isso não é uma verdade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. não falou isso no Ministério Público?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu nunca falei. Isso não é uma verdade. Eu nem estava
na empresa quando aconteceu essa solicitação.

45
Vereador Uner Augusto: Sra. Eloá, como a Sra. acha que o Sr. Alisson entrou em
contato com a Sra., com a Unitour, para fazer esse convite?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: exatamente, como eu já tinha atendido à Prefeitura, eu


acredito que ele tenha visto as empresas que poderiam atender à Prefeitura.

Vereador Uner Augusto: ok, obrigado.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nós sempre tivemos muito cuidado com os órgãos
públicos no atendimento. Então eu creio que a gente era uma empresa que poderia
atendê-los sem problema. E eu os atendi, nesse caso, pela emergencial, de 180 dias
constando neste contrato, e que o mesmo foi rescindido com três meses, rescindido.

Vereador Uner Augusto: A Sra. Consegue, por favor, Sra. Eloá, nos enviar o nome
completo do Alison Bernardo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Sr. pode aguardar, por favor.

Vereador Wesley Moreira: durante o processo da oitiva ela, se localizar, ela já manda,
ou precisa ser agora.

Vereador Uner Augusto: é porque enquanto ela está procurando, ela não vai
conseguir ouvir as outras perguntas.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: só um minutinho.

Vereador Wesley Moreira: ok. Vamos aguardar então.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu inclusive estou falando o nome do Sr. Alisson em
função da solicitação de vocês, eu tive que fazer esse levantamento, de procurar,
entendeu?

Dr. Thiago de Souza Rezende: Presidente, se for necessário, eu posso junto da


petição em que eu encaminhar essa documentação que já foi solicitada à Sra. Eloá,
dizer o nome completo do Sr. Alisson. Pode ser que aí os trabalhos podem ter
continuidade.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo.

46
Eloá Starling Mendes Ribeiro: aqui, tem o Sr. Alison. São duas pessoas. Eu consegui
encontrar uma aqui, que é o Bernardo Ascensão.

Vereador Uner Augusto: e a senhora já tinha contato com...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nenhum deles.

Vereador Uner Augusto: nenhum deles. Nem com o Bernardo e nem com o Alisson?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, nenhum deles.

Vereador Uner Augusto: nem mesmo nas contratações anteriores?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. É que normalmente isso era feito pelo meu
contador. E infelizmente ele também veio a falecer.

Vereador Uner Augusto: sim. E como que era comunicação que o seu contador tinha
com as pessoas da Prefeitura? Era por meio de e-mail, ofícios?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sempre por e-mail.

Vereador Uner Augusto: a senhora poderia nos encaminhar também os e-mails que
o contador...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: vou tentar localizar.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Obrigado.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu estou falando com o sr. aqui. Eu estou até puxando
aqui no meu telefone. Aqui ó, achei.

Dr. Thiago de Souza Rezende: eu vou ler para ela, tá, porque a letra está um pouco
pequena, se os Srs. me permitem.

Vereador Wesley Moreira: ok.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Alisson Cardoso Amendoeira. O cargo que está escrito
aqui, logo abaixo do nome dele, é de Gerente de Apoio Logístico, Secretaria Adjunta
de Gestão Administrativa.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. ok, obrigado.

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Dr. Thiago de Souza Rezende: por nada, disponha.

Vereador Wesley Moreira: vamos pra próxima pergunta. Como você ganhou a
licitação por convite? Qual foi a sua classificação na licitação?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: dessa emergencial?

Vereador Wesley Moreira: exato.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu lhe falar. Eu não sei como é feito, tá. Eu acho
que deve ter uma forma. Eles nos solicitaram a proposta, nós enviamos a proposta. A
gente cobrava taxa de administração, ou seja, a gente cobrava cada emissão de
passagem cada coisa um X por cento. Isso foi enviado a ele e a decisão não foi minha,
foi deles. Eu não sei como é que era feito isso aí. Eu acho que o Sr. Alison... Não sei te
responder.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo. A Sra. sabe qual a razão de a proponente com
orçamento mais baixo, a SX tecnologia, ter sido desclassificada?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: qual? Desculpa, eu não entendi a pergunta.

Vereador Wesley Moreira: farei novamente. A Sra. sabe qual a razão de a proponente
com orçamento mais baixo, foi a SX tecnologia, ter sido desclassificada?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nessa emergencial?

Vereador Wesley Moreira: exato.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não, de jeito nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente pegou o documento da licitação, Sra.


Eloá, e na verdade uma empresa ficou na frente da Unitour, que é essa SX Tecnologia.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não tive conhecimento disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí a Sra., no caso, teve uma outra empresa que
foi desclassificada e aí tinha a Unitour. Quando eles convocaram a Sra. para prestar o
serviço, eles não falaram que o primeiro lugar tinha sido desclassificado e por essa
razão estavam convidando a empresa da Sra.?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Só nos encaminharam falando que nós tínhamos
sido aceitos nessa emergencial. E é o que eu estou te dizendo. Como eu também não
estava, estava o meu contador, era difícil para eu saber exatamente os termos,
entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta. e aí, no caso, o argumento da Prefeitura é que
a empresa da Sra. tinha um sistema informatizado de gestão... Que a empresa, na
verdade, a SX Tecnologia, tinha um sistema informatizado de gestão incompatível com
a necessidade do Município. Então, qual o sistema que a Sra. tinha que virou diferencial
para essa contratação emergencial?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é porque na contratação deles, eles pedem um sistema
que é mais técnico, eu não entendo. É um sistema que é colocado dentro da Prefeitura
para que a Prefeitura determine as passagens que ela quer, os valores e como ela quer.
Pode ter sido isso que pode ter acontecido. Eu não saberia te responder com certeza.
Estou imaginando que seja isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e é um sistema de...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é um sistema que a gente coloca dentro do cliente,
onde o cliente ele tem a visão do que ele vai comprar e o preço que ele vai comprar e
o horário que vai determinar. Então os pedidos já chegam para nós determinados. Eu
quero a passagem no horário tal, no dia tal, tudo direitinho. Esse é um sistema que eu
deixo dentro da empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então é simplesmente a Prefeitura permitir que a


empresa coloque o sistema dentro dela para que ela tenha acesso diretamente a essas
informações.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a empresa tem que ter esse sistema, não é como, por
exemplo, a Sra. me ligar e me pedir uma passagem e eu estou vendo dentro do meu
computador. Não. O sistema é colocado dentro lá da Prefeitura. É um sistema em
conjunto conosco.

49
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e é um sistema difícil de conseguir? Caro? Ou
não, é um sistema muito específico, difícil de conseguir no mercado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Deixa eu te falar, depende da administração da


empresa. Cada um... Hoje não é um único sistema, são vários sistemas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. E na época a Sra. já tinha esse sistema?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu já tinha, eu já tinha, eu já tinha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque a Sra. já tinha esse sistema dentro da
Prefeitura.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: dentro da nossa empresa. É que pela empresa ser
antiga, à medida que iam surgindo as coisas mais modernas, a administração da
empresa ia colocando, o contador, mas detalhezinhos de quando, onde, eu não saberia
te responder. Não seria correto eu falar uma coisa dessas, que eu não tenho certeza.
Mas era um sistema já existente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e no caso assim, não sei. Estou perguntando de
curiosidade mesmo. No caso de ganhar uma licitação, se você não tem um sistema que
de repente é fácil de adquirir, é possível a empresa pedir um prazo para poder instalar,
para poder cumprir os cronogramas e os requisitos? Ou não? Tudo tem que ser
apresentado de imediato, você tem que ter naquele momento de contratação?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não aqui, aqui, conforme está aqui solicitado, eu teria
que apresentar imediatamente, até porque era emergencial já.

Vereador Uner Augusto: Sra. Eloá, em alguma outra licitação que a Sra. participou,
houve a exigência desse sistema?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, sim, sim, sim, sim, vários.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: na verdade, o sistema das companhias aéreas está
mudando a cada dia ele muda, entendeu? Então hoje, são vários, vários sistemas
diferentes. Tem clientes que recebem pelo valor da passagem, pela comissão. A

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companhia aérea paga. Tem outros que é só uma taxa de administração, que eles
chamam de fi.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Algum outro cliente, além da Prefeitura, faz a
exigência desse sistema específico?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sempre. Atualmente, ultimamente que eu digo, quando
eu digo atualmente, eu vou voltar cinco anos atrás, mais ou menos. Desde que esses
sistemas começaram a aparecer, algum tempo atrás, alguns pedem, outros não, mais
isso é uma exigência para que a empresa defina qual a passagem que ela quer, se é
mais cara, a mais barata, se atende. Eles enxergam comigo o que eu enxergo.

Vereador Uner Augusto: correto. Desses clientes que fazem essa exigência, desse
sistema, algum deles é algum ente público?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, sim, sim.

Vereador Uner Augusto: sim. Sra. saberia dizer, outras Prefeituras, Estado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Prefeitura não. Prefeitura eu não me lembro de
nenhuma. Aquilo que eu estou te dizendo, muita coisa também eu não consigo me
lembrar.

Vereador Uner Augusto: claro, claro. Mas, por exemplo, nas contratações com o
Estado de Minas Gerais, a exigência desse sistema é praxe?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, sim, sim, sim, sim. É o que eu expliquei. À medida
que vai desenvolvendo as coisas, as coisas vão sendo solicitadas, entendeu? É o
sistema que eu chamo de self book, que eles enxergam a passagem com a gente. Mas
eu não saberia te dizer qual e quando e qual é.

Vereador Uner Augusto: e há cinco anos atrás, mais ou menos, era incomum nas
empresas a utilização desse sistema? Ou não?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, não, não. Isso já é uma coisa antiga.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Obrigado, Sra. Eloá.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: de nada.


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Vereador Wesley Moreira: a Sra. disse que era o contador que fazia, analisava
algumas questões. Ele que exercia mais esse papel de administrador da empresa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não seria administrador, tá. As propostas eram
elaboradas por ele, juntamente com a diretoria, que era o meu marido, na época, que
realmente também veio a falecer.

Vereador Wesley Moreira: e quem era o profissional responsável da Unitour pela


gestão desse sistema?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: olha, como é que eu lhe explico. A empresa, ela tem
várias, várias pessoas, ela tinha várias pessoas na emissão, então desde a hora que
era solicitado esse sistema, essas passagens, eram emitidas por qualquer
funcionário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dra. Eloá, só mais um minuto. Quem era o
administrador da empresa, naquela época em que firmou o contrato em 2017? Porque
seu marido estava...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o meu marido estava no hospital e pela primeira vez
eu assino esse contrato com a Prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o emergencial?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o emergencial. Ele está na minha mão aqui, é o
emergencial de 180 dias, que tem um valor de 1 milhão e pouquinho, 1 milhão e, vou
dizer para vocês. É um valor de 1 milhão e pouco e que é rescindido três meses depois.
Eu tive o cuidado de verificar as passagens que foram emitidas nessa época e eu te
adianto o seguinte. Em torno de, sei lá, vamos botar 70% dessas solicitações, foram de
passagens rodoviárias.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, só um momento. A Sra. Era a


administradora da empresa nesse momento, em função do seu marido estar
hospitalizado, certo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então não era o contador quem respondia e quem
negociava com a Prefeitura, era a senhora, por que o contador só é responsável pelos
livros.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, desculpa. Deixa eu lhe explicar. Talvez eu
tenha falado alguma coisa não muito correta. O meu contador recebia a solicitação. Ele
elaborava as propostas com a gente, certo? E eu assinava o contrato. Eu quero dizer
que eu assinei o contrato emergencial.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então a Sra. assinou o contrato e a Sra. leu o
contrato antes de assinar?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: lógico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a Sra. era administradora nesse momento?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, se eu assinei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e uma questão importante. No caso, como a


primeira colocada que é a SX Tecnologia, ela foi desclassificada por não ter o sistema,
para a Sra. assumir o contrato, a Sra. tinha que cobrir o preço dela, que foi o melhor
preço apresentado. Então, como que a Sra. não sabe que o primeiro lugar foi
desclassificado, se a Sra. cobriu o preço dela?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: desculpe, eu não cobri o preço de ninguém. Eu


apresentei somente a proposta. Eu não cobri e nem sabia da existência de outras
empresas junto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então a Sra. foi chamada, em segundo lugar, sem
cobrir a proposta de quem tinha sido o primeiro lugar.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eles me pediram que eu apresentasse uma proposta,
em caráter emergencial, para atendimento da Prefeitura, certo? A proposta foi enviada.
Se eu fiquei em primeiro, segundo, terceiro, quinto lugar, eu não sei. Eu só recebi o
comunicado que a nossa proposta foi a vencedora e que a gente tinha um prazo X de
tomar as providências necessárias. Assim foi me passado pelo meu contador.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta. Esse documento em que a Sra. abaixou o
preço para cobrir o da empresa desclassificada...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não abaixei o preço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas esse documento foi apresentado no
Ministério Público no inquérito sobre o Copacabana Palace.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: como é que é?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim. Consta no inquérito. O Ministério Público


enviou esse documento para a gente.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não tenho conhecimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque inclusive teve mais uma empresa
colocada que, se não me engano, foi a Primus, não me lembro qual foi. Ela não cobriu
o preço, por isso ela não assumiu e a empresa da Sra. assumiu o contrato.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não tenho conhecimento disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada.

Vereador Uner Augusto: Sra. Eloá, só para confirmar. O preço da contratação nesse
contrato emergencial foi exatamente aquela primeira proposta enviada pela Sra. à
Prefeitura quando convocada para apresentar a proposta, correto?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso é que eu tenho conhecimento, eu.

Vereador Uner Augusto: quem, além da Sra., poderia ter conhecimento do contrário?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: posso tentar verificar se alguém pode me esclarecer,
mas acredito que... Eu não tenho conhecimento disso.

Vereador Uner Augusto: quem poderia ter conhecimento, além da Sra., a respeito?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: vou verificar com algum ex-funcionário se eles podem
me ajudar nesse ponto.

Vereador Uner Augusto: com um ex-funcionário?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: vou tentar ver com quem estava mais próximo do
contador.

Vereador Uner Augusto: então havia uma pessoa que auxiliava o contador na
elaboração de proposta, no contato com a Prefeitura e na licitação.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: todos nós lá trabalhávamos em conjunto.

Vereador Uner Augusto: eram quantos nessa época?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: vamos colocar aqui? Poderíamos ser sete, oito na
época.

Vereador Uner Augusto: e todos tinham contato com a Prefeitura, não apenas o
contador?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: existe uma diferença entre o contato com o contador,
com a Prefeitura e o trabalho de atendimento, que eu estou dizendo. O atendimento
era feito pelos funcionários, entendeu? O meu contador, ele atendia às exigências do
contrato, como documentação, essas coisas todas e elaboração da proposta. Mas eu
posso tentar verificar quem é que talvez estivesse neste ano, por eu estar no hospital,
mais próximo e que poderia me auxiliar para lhe responder com mais certeza.

Vereador Uner Augusto: está também. Se houvesse alteração na proposta, essa


alteração, ninguém tomaria essa decisão na empresa sem comunicar a Sra., correto?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não saberia lhe dizer.

Vereador Uner Augusto: mas a Sra...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não soube disso, então eu não saberia lhe dizer.

Vereador Uner Augusto: mas caso houvesse a alteração da proposta que a Sra. já
disse que não sabe se houve ou não, porque vai conversar com outra pessoa. Se
houvesse, haveria necessidade de ter autorização da Sra. para que a proposta fosse
enviada novamente à Prefeitura, correto? Ou outra pessoa tomaria a decisão? O
contador, por exemplo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso poderia ter acontecido. Isso seria o correto.
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Vereador Uner Augusto: o que seria correto?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas poderia ter acontecido porque eu estava numa
fase muito delicada da minha vida.

Vereador Uner Augusto: o que poderia ter ocorrido? Perdão, Sra.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: talvez ele ter negociado alguma coisa para melhorar,
acredito eu. Pelo que vocês estão me falando, eu não tenho conhecimento disso.

Vereador Uner Augusto: o contador diretamente com a Prefeitura, negociado, sem


comunicar a Sra. com antecedência.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso.

Vereador Uner Augusto: perdão. Perfeito, está bem.

Vereador Ciro Pereira: Sra. Eloá, a Prefeitura atesta que a Unitour não pagou de
imediato a garantia dos R$ 62.186,09, por impossibilidade de pagamento. Essa
garantia era para quê?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é o que eu estou lhe dizendo. Quem cuidava das
licitações diretamente, documentação, não era eu. Era o meu contador, certo? Agora,
eu vejo aqui na minha mão e isso já tem tempo. Eu não me lembro. Eu vejo aqui que
tem uma garantia. Não sei lhe dizer, não entendo, não sei por quê.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque a licitação exigia uma garantia de


R$ 62.186,09. E a Sra. não lembra para quê que era? Qual a razão desse tipo de
garantia? É usual esse tipo de garantia em licitações?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: era usual isso, tá? Isso é uma coisa usual de alguns
contratos, sim. Tem contratos que exigem alguma garantia, sim, certo. Tem contrato
que sim, que exigem sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, E aí a empresa da Sra. falou que não poderia
pagar essa garantia de imediato. Se a SX foi desclassificada porque não tinha o
programa, né, instalado na Prefeitura, por que que a Sra. pôde ser contratada sem
pagar a garantia de imediato?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: não sei dizer. Posso tentar ver, assim, se em algum
documento, existe alguma... Eu estava no hospital, não saberia te dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você me desculpa. Eu entendo a situação da Sra.,


mas só o que a gente está querendo entender, porque tem um documento onde a
empresa da senhora pede 30 dias e isso é deferido pela Prefeitura. A Sra. se lembra
por que que a Sra. não pôde pagar os R$ 62.000? Como que foi feito esse pedido?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Não porque eu tinha esse conhecimento. Eu não
tinha esse conhecimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vou dar uma olhada aqui, quem que assina o
documento.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: gente, desculpa algumas perguntas eu não ser muito
positiva em responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não tem problema não.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é que eu não estava dentro da empresa, então é difícil
até responder uma coisa que eu possa estar respondendo errado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse documento, na verdade, a gente está


conferindo, a própria Prefeitura quando faz ali um resumo e uma justificativa que eles
encaminham para o Ministério Público, eles fundamentam isso, que foi feito o pedido
de 30 dias, porque a empresa afirmou que não poderia fazer o pagamento imediato da
garantia. Mas a Sra. não se preocupe, não, que a gente faz esse questionamento,
então, para a própria Prefeitura, se a Sra. não se recorda.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: porque talvez, se fosse, não sei. Estou falando, tá, a
gente às vezes pode falar olha: eu não tenho dinheiro de imediato, eu posso dar dentro
de 30 dias. Acho que isso é uma coisa normal. Não sei, não sei te dizer, aquilo que eu
volto a dizer. Eu não estava dentro da empresa.

Vereador Uner Augusto: quem além da Sra. poderia ter assinado esse documento
pedindo prazo de 30 dias pro pagamento?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: acredito que, talvez, o próprio Valter.

Vereador Uner Augusto: quem é Valter?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é o meu contador.

Vereador Uner Augusto: a, sim, o falecido.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas eram mais pessoas. Eu não sei te responder,
realmente.

Vereador Uner Augusto: ele tinha procuração à época para exercer esses poderes...?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, eu poderia até ter assinado e se me
fizessem um papel para eu assinar. Eu tava no hospital e eles mandavam. Eu tinha que
resolver, vamos resolver.

Vereador Uner Augusto: sim, sim. Mais uma pergunta. Em alguma outra ocasião em
que a Sra. participou de algum processo licitatório, a Sra. pediu prorrogação do prazo
para pagamento de garantia, em contrato, ou não?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não saberia lhe responder. Poderia ser alguma
coisa usual, mas eu não saberia lhe responder. Tem muito tempo.

Vereador Uner Augusto: sim, tá bem. E esse valor de R$ 62.000,00 (sessenta e dois
mil reais) nessa garantia, era algo usual praticado também, ou não? Ele é discrepante
em relação a outras garantias de outros contratos?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: tem garantias muito mais altas e que muitas vezes a
gente não participa porque a gente não tem como cobrir.

Vereador Uner Augusto: perfeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a comissão de companhia aérea é uma comissão


pequena e quando é inclusive só taxa de administração, muitas vezes não vale a pena.
Se assumir um empréstimo do banco, alguma coisa assim.

Vereador Uner Augusto: qual que é o nome completo do contador da Sra.? Valter?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Valter Rivers.

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Vereador Uner Augusto: ele trabalhava exclusivamente para Unitour ou para outras
empresas também?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Ele era meu contador exclusivo. Já tinha 20 e
poucos anos ou 30 de casa.

Vereador Uner Augusto: perfeito, obrigado.

Vereador Ciro Pereira: Sra. Eloá, essa garantia que a gente está falando aqui ela foi
paga quanto tempo depois de iniciado o contrato emergencial?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: desculpa, não sei lhe responder. Posso verificar, mas
não sei. Não saberia lhe responder de imediato. Não estava dentro do escritório.

Vereador Ciro Pereira: a Sra. prestou algum serviço, a empresa da Sra., com efetivo
pagamento pela Prefeitura antes de pagar a garantia que estava exigida no edital?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não saberia lhe responder, mas acredito que sim. Se
era emergencial, eu teria que ver as datas do contrato para lhe responder com certeza.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente já queria fazer a solicitação de


documentação comprovando quando que a garantia foi prestada e como ela foi
prestada, para a gente ter uma noção, inclusive, de quanto tempo depois de iniciado o
contrato que isso foi feito. Não, não precisa ser pra agora não. Dr. Maurício, encaminha
para gente depois.

Dr. Thiago de Souza Rezende: na verdade é Thiago.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desculpa Thiago. Na verdade Dr. Maurício é quem
está aqui né. Desculpa.

Dr. Thiago de Souza Rezende: qual seria o prazo que vocês estão concedendo.
Porque até agora eu anotei aqui os contratos firmados pela empresa, todos os contratos
públicos firmados pela empresa, com entes federados ou empresas públicas,
autarquias, etc., 2017 como o ano base, cinco anos antes, cinco anos depois. Enviar
os e-mails com os valores que foram ofertados aos entes federados em processo de
contratação pública. E agora o comprovante de pagamento da garantia do contrato

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público específico, esse firmado com o município de Belo Horizonte. Essa contratação
emergencial.

Vereador Uner Augusto: Dr. Thiago, os e-mails, se possível, não só os da Dr. Eloá, o
da Sra. Eloá, mas também do contador, Valter. Por favor.

Dr. Thiago de Souza Rezende: sim. Quando falo dos e-mails, é dos e-mails da Unitour.

Vereador Uner Augusto: da Unitour, perfeito.

Dr. Thiago de Souza Rezende: o remetente, aí vai depender de quem realmente o


encaminhou naquela oportunidade. E o comprovante agora de pagamento desse,
dessa garantia e do contrato firmado com o Município. Quando e como isso foi feito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, por favor. E só em relação a isso, para o
vereador Ciro continuar. Qual é o capital social da empresa? Quanto que é o capital
social da empresa?

Dr. Thiago de Souza Rezende: só um minutinho, Vereadora. Qual é o prazo que vocês
vão me conceder para anexar essa documentação que está sendo solicitada nessa
oportunidade?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual é o prazo razoável para o Sr.? 5 (cinco) dias
úteis? É pouco ou...

Dr. Thiago de Souza Rezende: é porque, na verdade, ela já me disse que vai,
obviamente alguma documentação ela detém lá na empresa, mas outras não. Por
exemplo: os e-mails ela vai tentar buscar no servidor da empresa e depois anexar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu já conferi aqui com a assessoria jurídica da


casa. São 5 (cinco) dias úteis, que inclusive é conforme o parecer da Procuradoria da
Câmara.

Dr. Thiago de Souza Rezende: 5 (cinco) dias úteis. Tá ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, saber a Sra. Eloá quanto que é o capital
social da empresa?
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Eloá Starling Mendes Ribeiro: trezentos mil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: duzentos mil?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: trezentos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a, trezentos mil, tá. E aí o contrato era de até 1
milhão de reais, né? Era sob demanda, mas o valor dele era até 1 milhão de reais?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: espera um minutinho só. O presente contrato tem o
valor de mil duzentos e quarenta e três, setecentos e vinte e um e setenta e cinco. O
presente contrato terá vigência de 180 dias a partir da data de sua assinatura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Mil que a Sra. falou é um milhão ne?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é, um milhão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, ta bom, obrigada. Desculpa Ciro.

Vereador Ciro Pereira: Sra. Eloá, a Unitour, ela participou da licitação que ocorreu
após a contratação emergencial?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: participei, participei.

Vereador Ciro Pereira: por quê?

eu acho. Essa informação que eu estou lhe dando, tá, é uma informação que parece
que chegou para mim, assim, no meio dos e-mails que eu dei uma olhada. Vocês estão
me ouvindo?

Vereador Ciro Pereira: sim, estamos.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é porque sumiu aqui da tela. O que eu entrei para olhar
os e-mails, parece que houve um convite, houve convite, nós entramos, perdemos e eu
encontrei outro e-mail também, onde, em outubro, eles nos convidam novamente, em
caráter emergencial, para participar da licitação. Outro emergencial, onde eu também
acho que participo e acredito ter perdido, porque eu não tenho documentação deles
aqui.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Sra., me desculpe, eu não entendi. A Sra.
participou da emergencial em 2017, né?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é. Em 2017, pelo que eu estou vendo nos e-mails,
como falei, por eu não estar dentro da empresa e por ter mais tempo foge, até porque
os funcionários vão mudando e as coisas vão se perdendo, tá. Houve essa contratação
emergencial de 180 dias, foi rescindida três meses após, porque houve a licitação e
outra empresa ganhou. Certo? Certo. Eu saí. Ok. Amigável, um termo amigável, esse
termo está aqui comigo, assinado, ok? Ok. Aí acontece o seguinte: eu encontro um
outro e-mail, em outubro, me convidando novamente para uma emergencial. Acredito
que a empresa que tenha ganho não tem atendido as exigências. Acredito, tudo o que
eu falo eu acredito. Eu não tenho certeza.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas é porque tinha um prestador de serviço.
Ele pediu para encerrar o contrato até que fizesse a nova licitação. Como não tinha
tempo, foi feito esse emergencial com a Unitour, que durou três meses. Essa nova
licitação que iria se iniciar, a Sra. estava participando dessa nova licitação?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu acredito que sim. Não saberia te dizer. Eu não
estava dentro do escritório, mas era comum que o meu contador participasse de todas
as licitações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o contador não era o administrador da


empresa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. O contador é que fazia as propostas da empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a Sra. tinha que assinar o documento, porque
estando o seu marido no hospital, a Sra. como administradora, a Sra. deve ter assinado
todos esses documentos, porque ele como contador não pode.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é, deixa eu lhe falar, qualquer coisa que eu te
responda, agora, eu não tenho certeza absoluta, porque eu não tenho documentos na
mão para te dizer sim ou não, mas é normal da gente participar de licitação.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas com o contador assinando documento e
respondendo pela empresa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não. Eu assinava os contratos. Agora, as


propostas, não, as propostas o contador podia assinar sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e ele tinha procuração da empresa, para


representar a empresa, apresentando proposta?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não sei se existia essa exigência. Para te dizer a
verdade. Não sei te dizer se existia essa exigência. Eu posso apresentar uma proposta
e o contador, acredito eu, que o contador assinar. Agora, na hora da execução do
contrato, aí quem assinava era a diretoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nessa segunda emergencial, que a gente até
desconhecia, a Unitour atuou por quanto tempo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, eu não atuei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. só foi convidada?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não atuei. Não, eu devo ter perdido. É o que eu
estou dizendo. Eu devo ter perdido. Eu encontrei um e-mail, eu encontrei um e-mail,
eles chamando uma emergencial de novo. Eu só atendi a Prefeitura durante esses três
meses, em caráter emergencial, que eram 180 dias e foi rescindido em três meses. Isso
é o que eu tenho certeza, porque eu estou com os documentos na mão e eu pude
realmente verificar os documentos. Eu te dou essa certeza.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas assim, a gente está incisivo aqui, mas é
porque causa estranheza, uma empresa que desde 1965 presta serviço para a
Prefeitura. Eu entendo que neste momento a Sra., em função de questões pessoais,
estivesse mais aérea, isso acontece mesmo. Mas uma empresa que presta serviço e
tem contratos públicos desde 1965, a Sra. deveria ter noção disso na ponta da língua,
não é o contador que que estava fazendo isso. A Sra. deveria ter conhecimento de tudo
o que estava acontecendo.

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: quem sempre fez tudo pela empresa foi o contador
com o meu marido. A partir da hora que ele ficou doente é que eu passei a assinar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a tá. Quem ficava à frente, então, era o seu
marido?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: era o meu marido, infelizmente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a tá. Aí nesse momento, então, é que a Sra.
começou a participar?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, eu participava, mas assinar era ele.

Vereador Uner Augusto: uma pergunta, Sra. Eloá. A Sra. disse que depois desse
contrato emergencial, a Sra. recebeu uma nova proposta, enviada pela Prefeitura.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: para te dizer a verdade, eu abri os e-mails e eu vi uma
nova solicitação, em outubro. Eu posso até enviar para vocês, mas eu tenho impressão
que eu ou participei ou perdi. Eu sei que eu não atuei mais.

Vereador Uner Augusto: a Sra. pode dizer quem foi que enviou essa proposta pra
Sra.?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu estou puxando aqui no meu WhatsApp aqui, no
outlook aqui.

Vereador Uner Augusto: essa de outubro, né?

Dr. Thiago de Souza Rezende: ela pediu um minutinho que ela está buscando aqui.

Vereador Uner Augusto: perfeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: você pode me dar uns cinco minutos, pelo menos, para
eu poder achar isso com calma? Eu estou procurando no meu e-mail.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente não precisa gerar... Pode. Se não vai
gerar ansiedade na Sra., não precisa, não.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é, isso pra mim não é legal, porque eu não consigo
achar e aí...

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode ficar tranquila. Isso vai te gerar ansiedade,
não tem necessidade. A gente pode pedir essa documentação, inclusive depois.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo.

Vereador Ciro Pereira: eu gostaria que colocasse o slide, por gentileza. Sra. Eloá, a
Sra. confirma que essas notas são da sua empresa à Prefeitura de Belo Horizonte?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não consigo enxergar. Não sei, eu não estou vendo
nada.

Dr. Thiago de Souza Rezende: tem como aumentar um pouco a figura? Ou pelo
menos se for possível descrever. A parte específica da justificativa a gente consegue
ler, mas o restante não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Tiago, manda no chat o e-mail, eu peço para
encaminhar as notas aí por e-mail para ficar mais fácil de enxergar, para ela poder
identificar.

Dr. Thiago de Souza Rezende: já encaminhei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente, eles vão encaminhar para o doutor aí,
que fica mais fácil de abrir e dar uma olhada.

Dr. Thiago de Souza Rezende: não entendi. Vai mandar pelo próprio chat?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pelo e-mail, o e-mail que o senhor indicou aí no
chat, a assessoria vai encaminhar, tá? Obrigada.

Dr. Thiago de Souza Rezende: são quantas notas do total?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são quatro. Já foi enviada. É só para confirmar se
essas faturas foram de fato apresentadas pela Unitour à Prefeitura de Belo Horizonte.
Se ela reconhece que são faturas da empresa dela.

Dr. Thiago de Souza Rezende: só um minutinho que eu ainda não recebi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, pera aí que o pessoal está olhando aqui.

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Dr. Thiago de Souza Rezende: se quiser me mandar pelo WhatsApp também, as
vezes eu abro aqui no WhatsApp Web, pode ser mais rápido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pro Sr. Colocar o número no chat, que eles te
encaminham por WhatsApp. Não vai aparecer pra todo mundo aqui não, só a
assessoria que está tendo acesso.

Dr. Thiago de Souza Rezende: não, não tem problema. Eu acho que eu recebi aqui
pelo e-mail, só um minuto. Eu recebi pelo e-mail, ta? Não precisa encaminhar pelo
WhatsApp não. Essa é a nota de empenho da Prefeitura, correto? Não é a nota fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, desculpe, são as notas de empenho.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Quinze mil reais. Isso é uma nota de empenho, uma
nota de empenho da administração do município, relacionada, evidentemente, a
alguma nota fiscal de prestação de serviço que a Unitour...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deve ser, mas eu não sei, eu não saberia dizer assim.

Dr. Thiago de Souza Rezende: tem uma de quinze mil reais. Eu vou ler a especificação
pra Sra. Remarcação, alteração, cancelamento, entrega de bilhetes de passagens
aéreas.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas isso não deve ser de uma única passagem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só pra saber se é o padrão das notas da Unitour.
As notas de empenho da Prefeitura vinham com essas especificações assim?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, eu não reconheço sendo assim não tá? Dra.
Fernanda, pra te dizer a verdade, eu não reconheço sendo assim não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como que a Sra. apresentava os pedidos de


pagamento para gerar as notas de Empenho?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: essa parte eu não tenho muito conhecimento, para te
dizer a verdade.

Dr. Thiago de Souza Rezende: mas esse aqui é um documento público. Não é a nota
fiscal de prestação de serviço que a Unitour emitiu contra a Prefeitura. Isso aqui é uma
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nota de empenho. Essa nota de empenho não foi o seu contador que a emitiu, isso é
alguém de dentro da Prefeitura. A pergunta da Dra. Fernanda é se corresponderia, por
exemplo, aos valores, ou, por exemplo, se a especificação de justificativa que consta
da nota de empenho tem correlação com os serviços prestados pela Unitour para a
Prefeitura. Deixa eu aumentar pra Sra. Ta vendo aqui, isso aqui são os serviços que
constam da nota de empenho, que não é um documento privado, é um documento
público.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque esses documentos aí, eles foram pagos
pela Prefeitura, e não existe nota fiscal apresentada pela empresa dela para o
pagamento dessas notas de empenhos. Era usual a Prefeitura fazer nota de empenho
sem nota fiscal da prestação de serviço?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Fernanda, não era assim que a gente tratava. Eu
estou dizendo assim, estou te falando, eu não estava dentro do escritório, mas não era
um costume da gente receber notas de empenho, isso, entendeu? Eu não reconheço
isso dessa forma, mas eu posso estar enganada por não ter este conhecimento, mas
eu, normalmente, deixa eu lhe explicar, vamos ver se você consegue me ajudar.
Normalmente os serviços são discriminados, entendeu? E o total, pode ser que dê este
valor, mas assim, exatamente valores. Tipo, exemplo, fazer uma fatura no valor de trinta
mil não bate não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. apresentava nota fiscal de tudo o que a
Sra. prestava, de todos os serviços?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a gente mandava faturas sim, sempre.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e elas eram todas discriminadas?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eram discriminadas. Agora, esse discriminado eu, eu,
o normal, por exemplo, na minha fatura o normal seria constar a passagem, você tá
entendendo? Mas aí é uma nota de empenho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a Sra. tem as ordens de serviço dessa época
referente a esse período do contrato emergencial?

67
Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, a gente está em 2023. Eu acredito que eu
consiga sim levantar isso dentro do escritório pelo tempo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a gente pede, então, já pro Dr...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: muita coisa. Deixa eu te falar. Fernanda, infelizmente
eu, nesses últimos anos, eu tive muitos problemas, inclusive com a morte do meu
marido, com o problema do contador vir a falecer, e ter que passar para outra
contabilidade. A outra contabilidade não fez coisa certa. Aí aconteceu que voltou...
(trecho inaudível). Eu arrumei um outro contador. Então neste meio houve essa
bagunça de documentação, mas que eu acredito ter sido acertada direitinho. Mas o que
for possível, está nas suas mãos.

Vereador Ciro Pereira: Sra. Eloá, tudo o que a Sra. prestou de serviço, a Sra. informou
à Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: sim, tudo. Eu consegui puxar outro dia, até as
passagens que foram emitidas, para onde que foram. Inclusive quando eu falei o
negócio do ônibus, que me chamou a atenção que tem muita passagem de ônibus.

Vereador Ciro Pereira: correto. Gostaria de ler para a Sra. um trecho aqui. A cláusula
8.1.1.1 do contrato diz que a fatura apresentada pela empresa para o pagamento pela
Prefeitura deveria descriminar separadamente: a) tipo de serviço realizado; b) código
de identificação de serviços, localizador, código de reserva e etc. c) período da
execução e itinerário/destino; d) nome do usuário do serviço; e) valor cheio devido à
prestadora do serviço, tarifa, diária e etc.; f) taxa de embarque, seja ela aeroportuário,
rodoviária; g) valor da bonificação da agência. Aí entende-se como ADE, ADEDU, etc.;
h) créditos e descontos e eventuais reembolsos; j) o valor total por serviço; k) o valor
total da fatura. Aí minha pergunta é: por que que essas faturas não apresentavam as
informações exigidas no contrato?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: todas as ordens de serviço que a empresa emitia
tinha essas informações? A Sra. pode me confirmar isso?

68
Eloá Starling Mendes Ribeiro: tenha seguido exatamente os termos do contrato, até
porque não haveria por que não seguir, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e Sra. sempre mandou, então, todas essas
informações nas notas de serviço?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: essas faturas iam com nome, no caso eram seguidas
normalmente, tá, to falando normalmente. Todos os contratos eram seguidos à risca.

Vereador Ciro Pereira: a Sra. podia enviar para a gente, então, as notas de serviço,
por gentileza?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: vou tentar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mais um para casa, Dr. Thiago.

Dr. Thiago de Souza Rezende: quais notas? Vocês poderiam especificar para mim,
por gentileza.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: do período do contrato emergencial.

Dr. Thiago de Souza Rezende: só as notas emitidas contra o Município, né? Em razão
desse contrato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Obrigada.

Dr. Thiago de Souza Rezende: ta ok, já está até anotado aqui.

Vereador Ciro Pereira: Sra. Eloá, alguém já questionou a falta de discriminação


desses dados e informações para realizar o pagamento da empresa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: que eu saiba não. Acredito que não.

Vereador Ciro Pereira: quem era o ordenador de despesa do contrato da Unitour?


Quem que autorizava os pagamentos?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: normalmente eu. Eu ou o diretor.

Vereador Ciro Pereira: a Prefeitura deixou de pagar alguma nota que não tinha
discriminação?

69
Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não estava no escritório nessa época. Mas eu
acredito que não. Se não eu saberia.

Vereador Uner Augusto: a Sra. tem informação da Prefeitura ter deixado de pagar
alguma fatura emitida alguma vez durante esse contrato emergencial?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: acredito que não, se não talvez eu tivesse
conhecimento. Talvez não, com certeza saberia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só esclarecer pro Dr. Thiago. Dr. Tiago, todas as
faturas em função das ordens de serviço da Prefeitura, tá? Então a Prefeitura
encaminhava uma ordem de serviço e a empresa emitia a fatura. Então são as faturas
e as ordens de serviço que foram recebidas. Só pra esclarecer, para não ficar na dúvida.

Dr. Thiago de Souza Rezende: tá ok.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu tento abrir para você o máximo que eu
consegui referente a esse atendimento da Prefeitura, com certeza, é do meu interesse
isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ótimo. É porque assim, a gente viu que o contrato
era de até 1 milhão, né? A Prefeitura efetuou o pagamento de trezentos mil, mas só tem
documentação referente a duzentos mil. Então a gente está querendo saber onde que
entra esses cem mil aí que não tem ordem de serviço, não tem comprovação de nada.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu vou ser sincera com você, eu não posso
te dizer que não é real, mas não me parece real.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem era o ordenador de despesa do contrato da


Unitour na Prefeitura? Quem na Prefeitura fazia o pagamento para a Unitour dessa
prestação de serviço?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu acredito que, difícil falar. Não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era o contador também quem tinha noção de
quem pagava ou não?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não.

70
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se tivesse algum problema no pagamento, pagou
a menos, ligava para quem?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: era o financeiro. O financeiro me comunicava. O


financeiro era um menino que conferia as faturas que eram pagas ou não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o menino ele tá ainda na Unitour?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Infelizmente, com a pandemia, eu tive que demitir
todos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. tem o nome dele pra gente? Ou a lista dos
funcionários que trabalhava com a Sra. nesse período? Para a gente poder...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu passo para você.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é importante. Obrigada.

Vereador Cleiton Xavier: Sra. Eloá, a Sra. e também o seu procurador, Dr. Tiago, quem
fala é o Cleiton Xavier. Eu queria perguntar para a Sra. como que funcionava a
prestação de serviços pela sua empresa. Como que era esse fluxo? Outra pergunta:
alguém específico lá na Prefeitura fazia o pedido de marcação das viagens? E uma
terceira pergunta: qual o trâmite administrativo desse fluxo da prestação do serviço?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: bom, não saberia responder. Eu não estava na
empresa nessa época. Eu vou verificar quem é que poderia te dar essas informações
mais precisas. Quem poderia nos ajudar nesse momento, na empresa.

Vereador Cleiton Xavier: quem que poderia auxiliar a Sra. nesse período?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: vou ver quem é que pode me ajudar na falta do
contador e na falta do meu pessoal. Mas o normal é o seguinte. A Prefeitura solicitava.
Isso acontece com todos os clientes. O cliente solicita, os emissores emitem, fazem as
reservas, são vários, e enviam para o cliente a confirmação, e depois é faturado.

Vereador Cleiton Xavier: essas viagens englobavam o que? Hotel, aéreo, gastos,
transferência? Qual a prestação do serviço, a discriminação?

71
Eloá Starling Mendes Ribeiro: vai depender do contrato. Se o contrato da emissão de
passagem aérea, é emissão de passagem. Se coloca: emissão de passagem aérea e
reservas de hotel, é emissão de passagem aérea e reservas de hotel. Se o contrato
diz: passagens aéreas, passagens rodoviárias, marítimas, atende exatamente o que
está no objeto do contrato. Que no objeto do contrato está dizendo que, aqui: constitui
o objeto presente contrato sendo reserva, emissão, remarcação, alteração,
cancelamento, entrega de bilhetes, passagens aéreas, terrestres, nacionais,
internacionais, reserva de hospedagem em todo o território nacional, com utilização de
sistema informatizado de gestão de viagens, outros serviços referentes a viagens
destinados ao serviço do Município. Então eu acredito que seja passagens aéreas, o
que eu acabei de ler, as reservas de hotel e reservas de... Pelo que ouvi de tanta
passagem de ônibus, tinha essas passagens de ônibus terrestres aqui.

Vereador Cleiton Xavier: entendi. Por que várias notas apresentadas à Prefeitura de
Belo Horizonte têm valores absolutos? Exemplo 50 mil, 30 mil, valores redondos? Eram
valores estimados ou valores reais?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não tenho conhecimento disso. O Sr. tem essas
faturas? Eu não tenho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós temos. Nós temos várias, inclusive com valor
de 50 mil, 30 mil. Geralmente quando é prestado esse serviço é o valor real ou é o valor
estimado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não saberia responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque nós temos inúmeras faturas apresentadas
com 50, 30, e a gente vive no mundo do vírgula 0,99 centavos. Então é difícil entender
por que tantas notas com valores redondos, e o contrato, ele determina, determinava
que a apresentação fossem valores reais, então a gente queria entender como que era
possível compra de passagem, reserva em hotel, gasto com alimentação e notas
geradas em valores sempre múltiplos de cinco, inclusive.

72
Dr. Thiago de Souza Rezende: Vereadora, só um minuto. Você está dizendo que são
as faturas ou as notas de empenho? Faturas da empresa ou são as notas de empenho
da própria Prefeitura?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são as notas de empenho. Desculpa, as notas de


empenho.

Dr. Thiago de Souza Rezende: são aqueles mesmos documentos que foram emitidos
pelo Município, não pela empresa.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não sei se é uma forma do Município fazer, mas as
nossas faturas não eram apresentadas assim não. De jeito nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. A Sra. apresentava com o valor real do gasto.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o valor do gasto, é lógico. Isso na Prefeitura,


normalmente nos órgãos públicos todos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vai ser importante trilhar esse caminho de como
vocês apresentavam essas notas, de como era faturado e como vinha depois a nota de
empenho, para a gente ver onde que gerou esse problema, então, dessas notas nesse
modelo.

Vereador Uner Augusto: uma pergunta. Nunca chamou a atenção da Sra., Eloá,
porque a fatura vem no valor quebrado e a nota de empenho no valor redondo. Isso
nunca gerou um questionamento da parte da Unitour?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, porque eu não estava dentro do escritório.

Vereador Uner Augusto: entendi. Nunca foi comentado pelo financeiro, nem por
ninguém.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: também não, também não.

Vereador Uner Augusto: tá bem.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas isso é normal?

73
Vereador Uner Augusto: a previsão do contrato não é essa. O ponto é esse. A previsão
do contrato é de que a nota de empenho deva corresponder exatamente ao valor do
valor prestado, do pagamento.

Vereador Cleiton Xavier: uma outra pergunta. A Unitour, em algum momento, pegou
o dinheiro adiantado e guardava para execução posterior?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nunca. Nunca.

Vereador Cleiton Xavier: então a Sra. não tem conhecimento se a Prefeitura adiantava
dinheiro para depois usar ou só pagava o que usava:

Eloá Starling Mendes Ribeiro: de jeito nenhum, com certeza não. Isso com certeza
não. Como eu digo com certeza. Só se existir alguma coisa errada dentro da minha
empresa que não era do meu conhecimento, mas não era essa ordem na empresa, eu
estando ou não dentro dela.

Vereador Cleiton Xavier: o contrato inicial era de R$ 1.243.721,75. Quanto foi


executado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: tá aqui, é exatamente esse valor. R$ 1.243.721,75.

Vereador Cleiton Xavier: esse é o valor total?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: esse é o valor do contrato que eu assinei, do contrato
emergencial.

Vereador Cleiton Xavier: e a execução, quando se deu?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu verifiquei que ela foi cancelada três meses depois
e pelo que eu fiz o levantamento rapidamente lá no escritório, porque na hora que me
chamaram eu fui lá no escritório e tentei ver alguns e-mails, certo? Aí eu verifico que
parece que foi emitido, só foi faturado trezentos e poucos mil.

Vereador Cleiton Xavier: qual o valor? Repete o favor.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: trezentos e alguma. Eu não lembro. Detalhes picados
eu não lembro.

74
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: R$ 300.695,28.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: foi 300 e pouco. Eu não sei precisar exatamente o
valor, porque eu não sabia disso que vocês iam me perguntar exatamente esses dados,
então eu não me preocupei em trazer anotado, entendeu? Eu trouxe mais os contratos.

Vereador Cleiton Xavier: houve alguma facilitação do ex-prefeito, Alexandre Kalil, para
a sua participação na dispensa? E já emendo com outra pergunta: ele te deu alguma
informação? Te indicou alguém para procurar na Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: de forma nenhuma.

Vereador Wesley Moreira: durante a execução desse contrato emergencial, a Sra.


frequentava a Prefeitura? Tinha algum contato direto com o ex-prefeito? Tinha reuniões
privadas com ele dentro do gabinete?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o prefeito, ele é amigo da família há muitos anos,
entendeu? Principalmente do meu marido, que vem da amizade dos pais. Então,
eventualmente, eu posso ter ido, mas acredito que não, por causa da época da
internação do meu marido e eu não tinha muito costume de ir à Prefeitura falar o
Prefeito, em momento nenhum, eu acredito.

Vereador Wesley Moreira: só lembrando a Sra. aqui que a Sra. está sob o
compromisso de falar a verdade.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: certo.

Vereador Uner Augusto: nessas ocasiões que a Sra. ia à Prefeitura, Sra. Eloá, a Sra.
se reunia privadamente com o Prefeito, com os Secretários? Ou eram outras pessoas
que recebiam a Sra. lá?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: normalmente eram outras pessoas. Acho que o
Prefeito, se me recebeu, acho que foi uma vez. Se me recebeu.

Vereador Uner Augusto: durante todo o período que ele exerceu o mandato de
Prefeito ou apenas durante o contrato emergencial que a Sra. se refere.

75
Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, é difícil afirmar uma coisa que eu não
me lembro.

Vereador Uner Augusto: a Sra. foi uma vez só à Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, não me lembro exatamente. Não, não me
lembro.

Vereador Uner Augusto: a Sra. se reuniu uma vez só com o Prefeito, Alexandre Kalil?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não vou afirmar uma coisa que eu não tenho
certeza. Se foi uma, duas ou três vezes. Desculpe, eu não posso afirmar uma coisa. Eu
só posso afirmar aquilo que eu tenho certeza absoluta e eu não consigo me lembrar o
que aconteceu durante cinco, seis anos atrás. Tanto, sob tanta tensão, como eu estava.
Desculpa.

Vereador Uner Augusto: tá bem.

Vereador Cleiton Xavier: a Unitour já prestou serviço para grandes empresas? Quais?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Sigma Engenharia, Mendes Júnior, Gabinete Militar,
Governo do Estado de Minas, Cemig, Secretaria de Educação, Secretaria de Turismo,
Secom.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: empresas particulares, por favor.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Mendes Júnior, Tratex, deixa eu ver mais qual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá te fugindo à memória aí a empresa que a Sra.


prestou serviço por mais tempo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Mendes Júnior...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual foi a empresa que a Sra. prestou serviço por
mais tempo? Me parece que a Sra. está esquecendo uma bem importante.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu prestei serviço por muito tempo a várias empresas,
inclusive a siderúrgica Bel mineira, e eu prestei serviço a ela por 43 anos.

76
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. prestou serviços para o Clube Atlético
Mineiro?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: prestei serviço para o Clube Atlético Mineiro por mais
de 20 anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mais de 20 anos e a Sra. não estava lembrando?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não. Volte a pergunta para mim para que eu possa
lhe responder melhor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. prestou serviço para o Clube Atlético
Mineiro por 20 anos e a Sra. não estava se lembrando o nome dessa empresa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Não, não. Eu prestei à Bel Mineira 43 anos e foi a
última que eu te respondi, inclusive, que eu tentei puxar as mais antigas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais são as mais antigas?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: as mais antigas em tempo que eu digo, desculpa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais são as mais antigas que a Sra. prestou
serviços, tirando o setor público, no setor privado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a Bel mineira foi uma de 43 anos, A bel Micar, a Bel
mineira, a Mendes Júnior, a Tratex.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Mendes Júnior foi por quanto tempo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu acho que desde que ela foi quase que inaugurada
aqui, que meu marido prestava desde a época em que ela estava na Rua Sergipe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a Tratex?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é difícil lembrar,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, por alto.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, muitos anos. Muitos anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Atlético há 20 anos?

77
Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Atlético eu não sei precisar exatamente o número de
anos, mas desde que o presidente era o Dr. Ricardo Guimarães.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que é desde?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não me lembro, data eu não me lembro. Desculpa,
Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas é mais ou menos. Tem mais ou menos 20
anos, então, que a senhora afirmou.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: olha, teve o Dr. Ricardo, depois teve Dr. Alexandre,
depois teve o Dr. Sérgio...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, só o tempo que a Sra. prestou serviço lá,
mais ou menos 20 anos.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a, eu acredito que foi uns 18 a 20 anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, Obrigada. Com esses clientes particulares,
como que era feito o pagamento? Quando a Sra. presta serviço pra uma empresa
particular e a Sra. presta o serviço no setor público, qual que é a diferença na forma de
prestação, as exigências, a questão da transparência? A Sra. afirmou que na Prefeitura
de Belo Horizonte, todas as notas, todos os serviços que a Sra. prestava, a Sra. cumpria
aquele item contratual de discriminar bem ponto a ponto. A Sra. fez isso na Prefeitura
e isso também era um hábito com os seus clientes particulares?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: depende. Depende da exigência de cada setor


financeiro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: da empresa que se presta o serviço?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: na Prefeitura, eu tenho impressão, tá. Na prefeitura e


nos órgãos públicos, que a gente siga exatamente o que tá escrito aqui por causa de
contrato, certo? Agora, um cliente normal, as vezes, mas o normal é que venha
discriminado nas faturas os serviços, é uma coisa normal.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Sra. se lembra como que a Belgo exige algumas
coisas? A Mendes, a Tratex e o Clube Atlético Mineiro.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: às vezes não. É lógico que gente tem noções, mas
lembrar detalhes...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não precisa detalhe. Num geral.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Normalmente, às vezes, não se discrimina. Aí é


difícil eu te dizer exatamente isso. Vai depender da solicitação do gestor da conta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. A Sra. sabe que então depende do gestor da
conta no caso do privado, mas tudo que a gente pergunta para a Sra. em relação à
prefeitura, só o contador que sabe.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não senhora. Exatamente. Volto a lhe falar, Fernanda,
desculpa. Exatamente em 2017 foi uma época na minha vida que eu tive que me retirar
do escritório pela doença do meu marido. Então foi uma época que até 2019 que a
doença foi se agravando, foi uma época que eu fiquei mais ausente diretamente do
escritório, mas antes disso eu sei de tudo o que acontecia na empresa. Você desculpa
se eu fui não clara com isso. Deixa eu te falar, eu fui casada há 40 anos, e infelizmente
o meu marido teve um problema e veio agravando a doença e eu vivia no hospital. Ia e
voltava do hospital quase que semanalmente, tendo ao último ano dele ficado no
hospital quase que direto. Então é normal que eu não me lembre e eu tenha sido muito
baqueada nessa época.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eu estou falando não desse período
específico, esse período específico eu entendi a situação da Sra. Estou perguntando
num todo. Num todo, geralmente, quando a empresa prestava serviço para um órgão
público que não tinha especificação necessária, eles entravam em contato com a
empresa para empresa trazer especificação para depois fazer nota de empenho e
pagamento?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, era feito contrato, era atendido por todos os
funcionários e ia para um setor financeiro, o setor financeiro faturava e o cliente pagava.

79
Processo normal. Como a empresa é uma empresa que há muito tempo que ela existe,
existia já um trâmite dentro da empresa, você entendeu? Que a gente, eu não
acompanhava todas as passagens que eram pedidas, nem, presta atenção, nem desta
Prefeitura e nem de outros clientes normais. Isso não. Eu não sei quantas passagens
eram emitidas para a Belgo, quantas eram emitidas para a Tratex, quanto era da
Mendes, eu só sabia das coisas mais graves, vou colocar para você.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: depois a gente vai fazer pedido então, para que
algumas notas da forma como a Sra. especificava a prestação do serviço de empresas
como a Belgo, a Mendes Júnior, a Tratex, o Clube Atlético Mineiro, eram feitas pra gente
saber se eram feitas nos mesmos moldes de como acontecia para a Prefeitura de Belo
Horizonte em relação às especificações.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Vereadora Fernanda, Sra. poderia repetir o que a Sra.
está requisitando são outras notas fiscais diversas daquela que foram emitidas pela
Prefeitura, que essas já estão aqui na minha lista.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como que vocês trabalhavam, nos termos de olha,
o serviço prestado foi esse. Então, empresa, é isso que eu prestei de serviço, essa
especificação, ou essa nota fiscal, essa comprovação de que você tem que me pagar
X, Y, ou Z. A gente quer ver se funcionava assim com a Prefeitura também, se a forma
como se trabalhava era igual, porque em tese, o Município tem que ter uma exigência
maior, porque é dinheiro público, né?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: certo.

Dr. Thiago de Souza Rezende: essas requisições vão ser formalizadas ao final?
Formalizadas, eu digo, no sentido de serem enviadas por escrito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente já está formalizando agora, né.

Dr. Thiago de Souza Rezende: não, não. Eu só estou perguntando pra eu caprichar
mais aqui nas minhas anotações.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só um momento. O pedido tá sendo feito aqui já
oralmente e caso tem algum problema, a gente depois formaliza, mas o prazo já foi
dado, cinco dias úteis e o pedido já está formalizado a partir de agora.

Dr. Thiago de Souza Rezende: ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada. A gente consegue saber com quem que
a Sra. tratava nessas outras empresas, Sra. Eloá? Senhora tem e-mails, quais eram os
funcionários da Sra. que faziam essas tratativas? Nessas empresas, quais eram as
pessoas que atendiam a Sra.?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: atendiam à empresa, nunca sempre a mim. Vários
secretários e várias. Normalmente eram secretários, normalmente eram os gestores
das contas ou eram pessoas que pediam passagem normalmente. Mas, por exemplo,
empresas como a Mendes Júnior, por exemplo, cada setor pedia as passagens,
secretaria da diretoria, secretaria de recursos humanos, você entendeu? Não era uma
única pessoa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não existia uma pessoa específica, um setor
específico de cada empresa para fazer?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: por exemplo. Só para o seu conhecimento. Dentro da
Cemig eu tinha um posto dentro da Cemig, então, por exemplo, lá eu tinha um outros
funcionários, entendeu? E as emissões eram feitas por lá. Era um outro esquema
dentro, em que podiam também ser atendidos pela minha empresa, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, aí a senhora manda para a gente então, todo
o descritivo que embasaram as notas fiscais dessas empresas, eu acho que a gente
pode focar nessas belgo, Mendes Junior, Tratex.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Belgo é mais antiga, tipo, eu não sei se eu ainda tenho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Pode ser os últimos dez anos de cada empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês podem pegar por demonstrativos anuais.
Não precisa ser todas. Podem ser amostras dos últimos dez anos.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Tratex, Belgo, Mendes e Clube Atlético Mineiro,
por favor.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Atlético, Tratex, Mendes e Belgo. Pode ser alguma
outra que, por ventura, ela lembre-se depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quanto mais, melhor.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, deixa eu te fazer uma pergunta. Eu tô te


chamando de Fernanda. Quando eu dou essas empresas, você me pediu essas
empresas aleatórias, certo? Eu não sei se eu ainda tenho documentações da Belgo,
Tratex, eu não sei essas mais antigas. Eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pelo menos dos últimos cinco anos a senhora tem
que ter por causa imposto de renda, né.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu digo assim, é porque são mais antigas entendeu?
A Belgo eu atendi ela 43 anos, a empresa tem 65, tem 58, então se eu analisar tem
muito menos tempo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vamos botar os últimos cinco. Então para facilitar
a gente coloca os últimos cinco anos que aí bate com a questão do imposto de renda.

Dr. Thiago de Souza Rezende: mas o que ela está dizendo, Vereadora, é que, por
exemplo, a belgo ela já não presta serviço há algum tempo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: algum tempo, a Tratex já há algum tempo, o Atlético já
há um ano e pouquinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não tem problema do período que prestou. Eu
quero fazer comparativo da forma como a prestação do serviço funcionava, as
exigências que eram cumpridas, todo o cuidado aí nessa questão da transparência.

Dr. Thiago de Souza Rezende: sim, com a senhora Eloá junto dos funcionários da
Unitour, eles irão buscar o maior número de notas fiscais possíveis emitidas pela
empresa. Contra todas essas pessoas, essas outras empresas maiores que o senhor
solicitou. O que a senhora Eloá tá dizendo é que muitas vezes quando ela fala de Belgo,

82
que ela não presta serviço há muito tempo, que ela não encontra Notas Fiscais
especificamente da Belgo, mas de outras empresas que ela vem pensando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual foi a última que ela encerrou o contrato?

Dr. Thiago de Souza Rezende: a empresa presta serviço até hoje.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu não sei se por ignorância minha ou não,
é porque normalmente parece que a gente tem um tempo que a gente guarda as
documentações, depois não mais, não tem isso? Ou é ignorância minha?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: geralmente nos últimos cinco anos, em função de
imposto de renda.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: estes últimos cinco anos com certeza serão fáceis de
eu puxar qualquer cliente nosso, entendeu? Eu só não sei há mais tempo. Como a
Belgo, a Tratex, a Mendes Junior ela quebrou. No que ela quebrou, ela ficou em aberto
comigo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Mendes a senhora não presta serviço há quanto
tempo? Para a Mendes?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não me lembro. Eu não me lembro. Desculpa


Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Tratex também não?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Tratex e Belgo Mineira há bastante tempo. A Mendes
Júnior desde que ela quebrou e eu lembro quando que a Mendes Junior quebrou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Atlético, não presta serviço para o Atlético há
quanto tempo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Atlético eu não presto serviço desde 2021.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então tá recente, vai ter documento.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: essa não tem problema.

83
Vereador Uner Augusto: deixa eu te perguntar Sra. Aloá. A senhora diz que não presta
serviço para Atlético desde 2021. Isso coincide com o período que o ex-prefeito deixou
a prefeitura para se candidatar. Tem alguma ligação? Essas duas coisas a senhora ter
deixado de prestar serviço pro Atlético com a saída do Alexandre Kalil da Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: acredito que não. Deixa eu lhe explicar. Eu comecei a
atender ao Atlético na gestão do Dr. Ricardo. Depois eu atendi o outro presidente. Que
foi, eu acho que o Alexandre. Depois disso atendi ao doutor Nepomuceno, depois do
Nepomuceno, entrou acho que o Dr. Sérgio, depois do Dr. Sérgio, acho que entrou o
outro Dr. Sérgio, aí nesse período do Dr. Sérgio ainda atendi durante um período e
deixei de atender agora no final do ano de 2021. Eu não sei se veio a calhar, eu nem
tinha prestado atenção nessa, talvez, nessa coincidência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no Atlético, que a senhora lembra o nome e a


ordem de todo mundo, quem fazia os pedidos e quem fazia os pagamentos para o
Atlético na época, para a empresa Unitour? Quem no Atlético fazia os pagamentos para
Unitour? Quem era o contato? O financeiro do Atlético fazia os pagamentos?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: já tivemos vários né. Era o financeiro. Mas
ultimamente... é que diretamente não era eu, ele é do setor financeiro, tinha o Luís,
tinha o Dr. Plínio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Luís o que? A senhora lembra do nome do Luís?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Luís era do financeiro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem era o responsável pelo financeiro para fazer
os pagamentos. Pode me passar os nomes que a gente depois vai pedir a oitiva nessas
empresas todas. Quem seria um nome? Um nome possa ter informações para passar
para a gente? Como que funcionava essa prestação do serviço? A gente quer saber se
funcionava igual na prefeitura.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: e lembro do Luiz no Atlético, mas teve o Fabel, que era
responsável pelo setor financeiro, mas não eram eles que faziam o pagamento. O
pagamento era feito através de banco.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só o nome das pessoas. Era Luis...

Vereador Uner Augusto: a pergunta é pelo responsável não para quem efetuava a
operação mesmo. O responsável.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual é o nome desse Luís, desse Fabel. Só pra
gente ter o nome dessas pessoas, porque eu sou fora do mundo do futebol, eu não
conheço ninguém.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: você está perguntando todas de empresas ou


diretamente do Atlético?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no Atlético, na Belgo, na Tratex.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, no Atlético. Eu lembro que tinha o
Fabel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual é o nome dele?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Jean Carlos Fabel. E depois passou a ser acho que o
Plínio passou a administrar também essa parte. Depois tinha outra pessoa que eu não
estou lembrando o nome que.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Senhora sabe o nome do Plínio?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas eu realmente assim não saberia te dizer, para te
dizer a verdade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Plínio é mais diferente. Mas Luís a senhora
lembra?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Luiz é uma pessoa que quando eu ia receber o
pagamento, vamos supor, era uma fatura. De alguma forma não tinha sido pago. Eu
ligava: “ô Luiz, vai pagar? tem dinheiro? vai entregar?” só pra gente ter um fluxo. E isso
quando eu estava dentro empresa. Fernanda, aquilo que eu te falei, eu fiquei fora da
empresa um bom tempo. Assim, dentro da empresa não. Eu digo lá do hospital eu ficava
segurando a empresa porque a situação minha estava muito crítica.

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Vereador Uner Augusto: Eloá, a senhora comentou que prestou serviço ao Atlético
por cerca de 20 ou 18 anos, correto?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não guardo datas.

Vereador Uner Augusto: sim, mas foi muito tempo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: mas é que comecei na época do Dr. Ricardo.

Vereador Uner Augusto: pois é, pois é, o tempo mesmo não vem ao caso, mas foi por
muito tempo. Qual foi o motivo de ter deixado de prestar o serviço no ano de 2021? O
que o Atlético te comunicou?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu tenho quase certeza que à medida que muda, as
pessoas tem liberdade para isso. Eu acho que o Dr. Sergio pediu para mudar.

Vereador Uner Augusto: muda, o que? Tem a ver com a briga interna dentro do clube,
sendo a senhora próxima do Alexandre Kalil, a senhora sabe dizer?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não saberia te informar, lógico, eu não posso decidir
nem pensar pelos outros. Mas pode ser. Pode ser. Como é que eu vou saber?

Vereador Uner Augusto: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vou rapidamente passar para o vereador Uner.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu só te adianto o seguinte, eu nunca tive problema


nenhum no atendimento com Atlético Mineiro. Nunca deixei de cumprir, nunca. Nunca
deixei ninguém na mão, nunca deixei nenhum problema, nada. Então se foi, deve ter
sido escolha mesmo do Presidente.

Vereador Wesley Moreira: só pedir licença, que eu vou prorrogar essa reunião por
mais uma hora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu vou ser breve aqui para permitir o Uner. É
porque eu estou acompanhando as investigações do Ministério Público sobre os
pagamentos do ex-prefeito Alexandre Kalil no Copacabana Palace, né? E nesse caso,
foi ele quem contratou pessoalmente todas essas viagens? Essas contratações foram

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feitas através da prefeitura, quem entrou em contato com a senhora para fazer essa
prestação do serviço, que foi feita aí ao longo do ano de 2019?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Desculpa se eu poderia fazer a pergunta para mim
de novo, Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: posso sim, sem problema. Foi ele pessoalmente
quem fez a contratação dessas viagens ao Copacabana Palace?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: quais viagens, Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Copacabana Palace, no ano de 2019. Foi do


período de 31 de janeiro de 2019 a 3 de fevereiro de 2019, que é quinta a sábado, o
réveillon. Do dia 14 de fevereiro de 2019 ao dia 17 de fevereiro de 2019, que é de quinta
a domingo, no dia 25 de maio de 2019 a 28 de maio de 2019, que é de sábado a terça,
do dia 10 de junho, 2019 a 11 de junho de 2019, que é segunda e terça. Eu queria saber
se foi ele, Alexandre Kalil, quem te contratou pessoalmente, se foi através da prefeitura,
quem foi que fez o contato e o pedido da prestação de serviço.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: se essas viagens forem viagens particulares,


normalmente eram solicitadas por ele. Ou para mim ou para qualquer funcionário
nosso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tirando o réveillon, são dias úteis. E ele era
prefeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: desculpa, não cabe a mim perguntar não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas então.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: só te digo a seguinte, eu nunca tive nenhuma


solicitação de Copacabana Palace pela Prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pela Prefeitura não?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não de jeito nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então reserva em Copacabana Palace


geralmente eram feitas pessoalmente por Alexandre Kalil.
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Eloá Starling Mendes Ribeiro: acredito que sim, por ele ou pela esposa dele. Eu não
sei. Eu realmente não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque, inclusive a senhora então lembra quem
viajou com ele nessas datas? Era família, segurança, funcionário da prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não lembro. Podia ser família. Sabe o que é Fernanda,
a gente quando atende a gente não atende só eles. A gente atende a muita gente. É
difícil ficar lembrando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, quando você fez essas viagens, a Senhora
também emitia as passagens aéreas ou eles geralmente são contratavam hospedagem
com a senhora?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: como é que é? Desculpa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: geralmente ele emitia as passagens aéreas ou só


a hospedagem nesses hotéis?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: normalmente quando se viaja, se pede hotel e


hospedagem. Se pede hospedagem e passagem. Mas a emissão disso não era minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque no processo não tem as passagens.


Porque é nesse período, inclusive de 25 de maio...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: pra ir pode ir de carro também né. Não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é verdade. No período de 25 de maio de 2019 a


28 de maio de 2019, tem nota de pouco mais de 5.000 reais, paga pela Unitour para
hospedagem e tem outra nota de pouco mais de 10.000 reais paga pela Erkal para o
consumo. Aí se não me engano, foi um jantar no hotel, 10.000 reais. Por que que
algumas notas foram emitidas em nome da Unitour, por exemplo, por que a
hospedagem foi o nome da Unitour e no mesmo período o consumo foi no nome da
Erkal?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: pode ser que talvez as diárias tenham sido solicitados
para serem faturados pela Unitour e as outras sido pagas pela Erkal. A Erkal também
era uma empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era normal esse fracionamento?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: pode ser, pode ser, pode sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e é normal a empresa pagar também o consumo


do cliente? A senhora como agente de viagem, não emitia só o avião, o hotel. O
consumo é normal? Vocês pagarem o consumo do cliente?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: existe algumas formas de faturamento, Fernanda.


Existe faturamento somente de diárias, diárias e extras, diárias, extras e o cliente pagar
o fora, cigarro, bebidas alcoólicas, isso depende de cada contrato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí quando tem esse tipo de contratação de


consumo, como o cliente paga para Unitour, como é que ele faz a contratação? Ele
paga um caução? Como que é feito?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: depende do cliente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor Alexandre Kalil, que é seu cliente há
muitos anos, como ele faz isso?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a explicação da vida do Dr. Alexandre conosco é o


seguinte. Dr. Alexandre eu já o conheço há muitos anos. O pai dele era amigo de meu
marido, então sempre foi o meu marido que atendia ao pai, que depois veio atendendo
também ao filho. A Erkal, a gente ia atendendo normalmente, a gente atendendo,
faturando algumas notas. E eu tinha um contrato dele comigo, de segurar as vezes
quando ele atrasava alguma coisa. Era uma ordem do meu marido não deixar de
atender o Dr. Alexandre e nem o Dr. o pai dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, então a senhora sempre pagava o


consumo dele? Era usual a senhora pagar o consumo nos hotéis.

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, deixa eu lhe explicar, a Unitour pagava, às vezes
dependendo, quando estava atrasado de pagar as faturas, alguma coisa. Às vezes o
hotel dava possibilidade de dividir num cartão alguma coisa a gente fazia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí a senhora confundia a sua pessoa física com a
sua pessoa jurídica e a senhora pagava no seu cartão pessoal em vez do cartão da
empresa?

Vereador Wesley Moreira: vou suspender a reunião aqui por dez minutos, às 11h45.
Suspendo por dez minutos até o retorno.

Vereador Wesley Moreira: às 11h53 nós iremos retornar à nossa reunião. Vereadora
Fernanda está fazendo as perguntas. Sra. Eloá já retomou aí?

Dr. Thiago de Souza Rezende: nós estamos de volta, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: obrigado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu já estou terminando aqui. Vou só fazer as


últimas perguntas. E vou passar para o vereador Uner. Sra. Eloá, então a gente estava
querendo saber o seguinte, que a senhora pagava inclusive despesas pessoais em
valores bem altos, que é a investigação do Copacabana Palace. A senhora tinha um
contrato com o senhor Alexandre Kalil para fazer a prestação do serviço dessa forma?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixe eu lhe explicar novamente, como a amizade do
meu marido pelo pai do Alexandre era muito grande. Eles tinham uma amizade muito
antiga. Eu sempre que todos eles pediam alguma coisa, a gente atendia, certo? E eles
acertavam depois com a gente. Faturando pela empresa, indo para o faturamento
normal ou quando tinha alguma dificuldade, anotava. Esperava acertar devagar do jeito
que meu marido pedia que fosse feito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso específico do Copacabana Palace,


como que foi feito o pagamento?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: parece que nesse caso específico foi feito da seguinte
forma. Se eu não estou enganado que isso foi uma coisa que nós levantamos há pouco
tempo. Parece que uma parte foi paga pela empresa no cartão da empresa e a outra

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foi paga no meu cartão. O meu cartão deve ter sido inclusive dividido para facilitar a
espera do pagamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como ele fazia os pagamentos para a senhora
depois?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ele mandava dinheiro para mim e às vezes um filho
mandava, o outro pagava diretamente no banco, eu tinha uma caderneta com ele, eu
tenho um acordo de segurar alguma fatura que teve em atraso alguma coisa com ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas aí era feita através de uma
transferência bancária?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: poderia ter solicitações. Por exemplo, as vezes ele
pediu uma passagem aérea, faria normal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eu quero saber agora tudo especificamente
a Copacabana Palace, que a senhora inclusive já apresentou documentação, está
sendo requisitada a documentação que não está sendo apresentada. Como que ele fez
esse pagamento para a senhora?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nós tivemos que fazer esse levantamento para eu me
lembrar. Ele fez o seguinte, Dr. Alexandre ia mandando para mim, para a empresa
valores de dinheiro para mim pequenos, entendeu? E que a gente juntava e foi
mandado para mim lá no hospital.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eram R$ 50.000,00 ele mandava picadinho em


espécie?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não lembro, aí você está pedindo uma coisa que eu já
nem lembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a senhora não lembra como que foi feita em
2019? Um pagamento 50.000 R$?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu não estava no escritório, estava no


hospital. Então o escritório recebia. Se ele recebia um cheque, se ele recebia o dinheiro,

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eu não me lembro. Ele mandou para mim no escritório, mandou para mim uma parte
que inclusive eu gastei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Senhora, lembra se o Atlético pagava a empresa


em dia?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: para mim, para a empresa, a Unitour? Nós tivemos
várias épocas do Atlético tá? Uma época do Atlético, o Atlético teve muita dificuldade
financeira e que demorava muito a nos pagar. Depois, teve uma época em que o Atlético
melhorou as condições financeiras e passou a nos pagar normalmente dentro dos
prazos e tal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e isso foi mais ou menos em qual período?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: algumas épocas nós tivemos alguns altos e baixos
neste período.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: neste período, quando especificamente?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu lembro que na época do Dr. Ricardo foi uma época
que acho que durante um bom tempo o Atlético até acertar, parece ele estava com
alguma dificuldade financeira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa época do Dr. Ricardo era qual período?
Quais anos?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ah, não lembro, me desculpe. Eu não saberia te dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Senhora lembra como que era feito o
pagamento em 2004 e 2006 e a senhora não lembra como foi feito o pagamento em
2019, é isso?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: desculpa?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é que a senhora está me falando como que foi
feito o pagamento pelo senhor Ricardo em atraso em 2004 e 2006. Eu estou
perguntando como o Kalil pagou em 2019 e a Senhora não lembra?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, Fernanda, vamos lá, filha. Às vezes na hora que
você pergunta eu posso estar te respondendo alguma coisa. Eu lembro que eu comecei
a atender ao Dr. Ricardo uma época.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não, eu só estava querendo fazer esse
comparativo, que eu só estou perguntando em 2019. Viagens, Alexandre Kalil,
Copacabana Palace. Só isso, esquece o resto. Como que foi feito o pagamento de
quase R$ 50.000,00 que a senhora pagou através da Unitour e através do seu cartão
pessoal? Quando que esse pagamento foi feito? Foi transferência? Foi dinheiro? Quem
levava o dinheiro? Onde que entregava o dinheiro? Eu queria saber isso.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não saberia te dizer porque eu estava no hospital
na época. Eu não sei se o Dr. Alexandre, ele que mandou o dinheiro, se foi um filho ou
se foi. Eu não sei. O escritório me mandou dinheiro, uma parte do dinheiro para mim,
que eu gastei, isso eu me lembro perfeitamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quem recebeu o dinheiro no escritório?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: os funcionários do financeiro. Eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais? Cinquenta mil reais e a senhora não sabe
nem o nome do funcionário que recebia em dinheiro. Cinquenta mil reais em espécie.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu não falei que nós recebemos 50.000 em
espécie.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a senhora falou no Ministério Público, No


Ministério Público a senhora tem um documento da Unitour falando que os pagamentos
foram feitos em espécie.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: posso voltar a falar para você. Foram feitos em
espécie, mas não foram feitos total, foram feitos picados.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Quem entregava o dinheiro? E onde? E para
quem?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não me lembro. Deve ter sido ao meu setor financeiro.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual era o nome dos funcionários do setor
financeiro?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, o Valter cuidava de tudo comigo na minha
ausência. Por favor, é isso que eu quero deixar claro para você, você entendeu? Tinha
o Valter e o setor financeiro que cuidava dos valores. As vezes eles recebiam em
espécie, eu não sei de perto que eu não estava lá.

Vereador Uner Augusto: quem que entregava esse dinheiro para eles?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não sei. Não sei se.

Vereador Uner Augusto: durante 20 anos a senhora prestou serviço para o Atlético.
Sra. Eloá, me desculpe, mas olha só, durante 20 anos a senhora prestou serviço para
o Atlético. A senhora não sabe dizer quem entregava o dinheiro para a Unitour?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Atlético nunca foi entregue em dinheiro. Eu nunca
falei isso.

Vereador Uner Augusto: mas esse pagamento. De fato. Esse pagamento do


Alexandre Kalil?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não foi feito pelo Atlético não.

Vereador Uner Augusto: eu sei, foi feito por quem? A senhora prestou serviço por meio
da Unitour ao Alexandre Kalil e ao pai dele por muitos anos. Tem uma relação por muitos
anos, como que o Alexandre Kalil fez o pagamento no caso do Copacabana Palace em
espécie? Para quem é que ele entregou? Quem que entregou esse dinheiro? Foi o
próprio Kalil ou alguma outra pessoa ligada a ele?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: pode ter sido um filho.

Vereador Uner Augusto: pode ter sido um filho? Qual filho geralmente entregava esse
dinheiro para vocês?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não estou dizendo que foi um filho. Eu estou
dizendo.

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Vereador Uner Augusto: eu sei, a senhora disse pode ter sido. Eu estou querendo
saber qual é o filho pode ter entregado esse dinheiro.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: qualquer um deles. Pode ter sido um filho, pode ter
sido o boy. Eu não sei te dizer. Não tem como saber se eu não estava no escritório.
Quem entregou eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a senhora pode afirmar que essa viagem foi
em função da Prefeitura, ou foi questões pessoais dele?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, não. Não tem nada de Prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que ele era prefeito. Foram viagens durante a
semana para assuntos pessoais dele mesmo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele te afirmava isso, que eram viagens pessoais?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eram viagens pessoais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e ele depois foi te pagando. Só mais uma dúvida,
o seu marido ficou internado qual período? Senhora, me desculpe a indiscrição, mas é
porque quando nós falamos da licitação de 2017. A senhora falava que ele estava no
hospital agora, em 2019, ele também estava no hospital. Qual o período que seu marido
ficou no hospital? A senhora me perdoe pela indiscrição e pela lembrança.

Vereador Wesley Moreira: parece que caiu de novo. Para a gente não perder tempo
aqui, que pode ser que demore. Suspendo novamente por dez minutos às 12h02.

Vereador Wesley Moreira: então às 12h04 eu retorno.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desculpa a indiscrição de levantar essa lembrança


para a senhora. É porque quando a gente estava falando do contrato emergencial de
2017, a senhora alegou a questão de saúde, a internação de seu marido e agora 2019
também. Qual foi o período que ele ficou internado?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu ser clara com você, talvez na hora que eu
esteja te explicando. O meu marido começou a adoecer, na verdade, em 2014, ele teve
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a primeira pneumonia. Aí ele saiu do hospital, ele teve uma vida normal, depois ele
voltou a ter uma segunda pneumonia. Aí ele teve uma outra pneumonia. Aí nós tivemos
vários períodos, entre idas e vindas no hospital. Quando chegou em 2017, a situação
foi se agravando, chegando a 2018 se agravando. Em 2019 ele teve, foi até onde ele
faleceu, nós ficamos bastante tempo entre idas e vindas. Neste período, por eu não ter
filhos, certo? A única pessoa que olhava o meu marido era eu, então o que acontecia?
Eu tinha que me ausentar do escritório, ou seja, no escritório, ou seja em casa, ou seja
no hospital, ou seja em casa, para cuidar dele. A doença dele foi uma doença muito
séria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, só pra entender essa dúvida que eu fiquei.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: inclusive ele chegou a ter Ausaimer, depois ele
quebrou a perna, depois ele teve uma infecção hospitalar no MaterDei?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você me desculpa, de estar lembrando isso. E


nesse período, então, do Copacabana Palace, que foram feitos esses pagamentos em
dinheiro, pelo Alexandre Kalil, você teria o nome de algum funcionário que possa
comprovar isso para a gente? Ou você tem algum documento na gestão da empresa
comprovando que ele, Alexandre Kalil, fez o pagamento em espécie? Porque a Sra.
juntou no Ministério Público um documento de um empréstimo, de uma conta da
questão conta empresarial sua, como se a Sra. tivesse feito um empréstimo em nome
pessoal. Mas como é que eu vou saber que esse dinheiro foi o Alexandre Kalil quem
fez o pagamento? A senhora emitir recibo para ele?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu posso tentar verificar se eu consigo levantar isso,
tá, mas como era uma caderneta, não existia isso não tá, Fernanda. Era uma coisa bem
de confiança, que vem lá do Dr. Elias.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas desde 2016 ele está com inúmeras contas
bloqueadas, porque eu analisei mais de 80 processos trabalhistas dele. Inclusive, tem
duas motos Harlley Davidson dele. Ele indicou em todos os processos como garantia
de dívida. Como que ele pagava viagens pra Sra. numa caderneta se eles não tinham
dinheiro pra pagar?

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: o Fernanda, desculpa, eu vou falar pra você um
negócio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu estou querendo entender o rastro do dinheiro.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, deixa eu contar pra você. Vida particular do
cliente a gente não fica, não fica esmiuçando não. O cliente pede, e um pedido do meu
marido, pra mim era uma ordem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mesmo que a Sra. ficasse no prejuízo.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não tem problema, não teria problema. Ele mandou, tá
mandado. Ele era o dono da empresa, ele tinha todo esse direito de mandar e
desmandar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e minha última pergunta que eu já vou passar.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu vou te dar só um exemplo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque a Sra. inclusive pediu no MP, a Sra. falou
que pediu para ele pagar em espécie, em outubro. As viagens foram em fevereiro, maio
e junho de 2019. A sra. no documento que junto ao Ministério Público, o pagamento de
vinte e cinco mil, digamos, do Kalil, foi em outubro. A Sra. tem uma conta. O documento
que a senhora mostrou de 2019 a movimentação da empresa foi cinquenta milhões de
reais e a senhora falou que pegou dinheiro pra pagar o hospital, que estava em
dificuldade financeira, é que as informações não batem.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, Fernanda. Existe uma, existe alguma coisa
errada nas minhas informações. O dinheiro que foi para o hospital, que foi me mandado,
foi me mandado um dinheiro, para mim em espécie. E o que eu fiz? Eu tinha
funcionários ali para pagar, cuidadores, coisa que eu paguei, mas nunca houve
necessidade, dificuldade financeira de pagar o hospital, não tá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a senhora lançava na contabilidade da


empresa, então, o dinheiro que era pago em espécie.

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Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não. Presta atenção no que eu estou falando que
isso é importante. Meu marido esteve internado, ele tinha seguro e eu nunca tive
dificuldade nenhuma de pagar hospital e médico para ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a senhora no MP afirmou que o pagamento


foi feito por Alexandre Kalil, em espécie, e que a senhora fez os pagamentos do
hospital, porque a senhora precisava.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não. Não é pagamentos do hospital não. Eu usei
o dinheiro para uso próprio meu, uso próprio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: dinheiro da empresa para uso próprio.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não, não hospital no hospital não, não, não, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: hospital não. Então era dinheiro da empresa para
uso próprio, sem passar pela contabilidade. Foi isso?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não filha, como tinha sido no meu cartão, eu usei o
dinheiro que eu precisei na hora, eu precisei pagar uma cuidadora, eu precisei mandar
comprar alguma coisa. O dinheiro ficou comigo, eu usei o dinheiro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, mas foram vinte e cinco mil da senhora, vinte
e cinco mil da empresa. No inquérito que está correndo no MP a senhora falou que o
dinheiro da empresa a senhora usou para pagar as dívidas e que depois a senhora fez
um empréstimo, inclusive pessoal pra empresa que a senhora usou esse dinheiro, que
a senhora teve que colocar o dinheiro de novo na empresa.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, eu vou tentar ver se eu consigo explicar um
pouquinho disso para você. Como a empresa era nossa, certo? Eu fazia o seguinte:
muitas vezes a empresa pagava minhas coisas diretamente e eu acertava com a minha
empresa depois, porque eu estava no hospital ou eu estava dando atendimento para
ele ou estava em exames e a empresa era eu e a empresa acertando. Então se eu
devesse a empresa não tinha problema. Depois eu pagava dela e pagava e colocava o
dinheiro. Você entendeu? Era uma coisa minha com a minha empresa, a empresa era
nossa, era um presidente que estava com dificuldades dentro de um hospital. Eu não

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ficava prestando. Para te dizer a verdade, eu não ficava muito prestando atenção se eu
estava pagando a cuidadora dois mil reais, cinco mil reais, não é? E não eram esses
valores também. Eu digo assim, eram diárias que a gente pagava para a cuidadora,
quem ficava de manhã comigo, quem ficava a tarde, eu peguei o dinheiro e deixei lá
comigo, precisava das coisas, eu ia usando e eu acertava para empresa que a empresa
tinha um acerto comigo, um acerto de pendências comigo. Você entendeu, Fernanda?
Você fala para mim: Eloá, ficou meio bagunçado nessa época? Ficou e eu te dou razão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa foi a impressão.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, Fernanda, talvez você nunca tenha
tido os problemas que eu tive.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, Sra. me desculpa, eu vou passar para o Uner
aqui que eu já terminei. Muito obrigada e desculpa.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: obrigada, Fernanda. Se Você tiver alguma dúvida,
pode votar que eu tento ser o mais claro possível. Quero te dizer a verdade, eu tive
muitos problemas, muitos problemas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu agradeço.

Vereador Uner Augusto: senhora Eloá, a gente já está caminhando para o final. Vou
fazer apenas algumas perguntas. Queria voltar ao caso do atendimento prestado pela
Unitour, ao Alexandre Kalil. A senhora disse que era normal que ele fizesse as
despesas, às vezes tinham despesas extras e tudo mais. A senhora e a empresa às
vezes até pagavam do próprio bolso as despesas e tudo mais. E depois ele
reembolsava, mandando alguém levar o dinheiro até a empresa, correto?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa, com quem eu estou falando agora? Desculpa.

Vereador Uner Augusto: com Uner Augusto.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te fazer uma pergunta. Quando eu digo
despesas pessoais do Alexandre, o Alexandre era um cliente que ele pedia um serviço.
Sempre os serviços eram faturados.

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Vereador Uner Augusto: quais serviços ele pedia, Eloá? Quais serviços ele pedia pra
Unitour?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ele pedia passagem aérea da Erkal, normal,
passagens normais dele, de viagens. E algumas viagens eu ficava, anotava comigo as
viagens quando ele não conseguia pagar.

Vereador Uner Augusto: quando a senhora diz anotava comigo, significa que não
anotava na contabilidade da empresa. Como que é esse anotar comigo?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não. Eu tinha o controle do que o Alexandre devia
para ele pagar quando ele pudesse.

Vereador Uner Augusto: quando a senhora diz eu tinha o controle é: a empresa


Unitour tinha o controle ou a senhora tinha o controle?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu, Eloá. Eu, Eloá.

Vereador Uner Augusto: perfeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu digo eu, empresa. Quando eu digo empresa, é
porque às vezes isso tem um significado diferente. Quando eu digo empresa, é porque
a empresa era nossa, era do meu marido e que desde a hora que meu marido mandava
fazer, fosse para ele quem fosse, fosse Mendes Júnior, fosse Alexandre, fosse Dr.
Murilo, fosse quem fosse, quem mandava era ele. Bota no meu nome, deixa aí que eu
que estou devendo, acabou.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Então, o dinheiro chegava. A senhora tinha um


controle.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, o dinheiro não chegava. Eventualmente, quando
eu estava no hospital, foi me enviado esse dinheiro, que uma parte dela ficou comigo.
Eu até depois depositava.

Vereador Uner Augusto: como que foi enviado esse dinheiro? Como que foi enviado
esse dinheiro?

100
Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não sei. Meu boy levou lá no hospital para mim.
Desculpa, eu não lembro, mas parece, pelo que eu entendo...

Vereador Uner Augusto: o dinheiro chegou em envelope, em mala...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, não chegou, presta atenção...

Vereador Uner Augusto: o boy levou para a senhora até o hospital. Como que o boy
entregou esse dinheiro para a senhora? Estava no envelope, estava numa mala? Era
uma quantidade grande de dinheiro?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, que mala. Deve ter entregue num envelopinho.
Deve ter entregue o dinheiro para pagar o cartão.

Vereador Uner Augusto: tá bom, entendi.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Deve ter sido um envelopinho, deve ter sido, sei lá
como. Meu Deus do céu, gostaria que vocês estivessem no meu lugar pra vocês
saberem...

Vereador Uner Augusto: eu entendo perfeitamente. É só porque nós precisamos


rastrear o dinheiro. O ponto é esse mesmo. E existe e a gente não conseguiu identificar
aqui até que ponto existe uma confusão, uma confusão patrimonial entre o controle
feito pela Eloá e o controle feito pela Unitour. Mas tudo bem.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: desculpe, eu não consegui entender.

Vereador Uner Augusto: é, porque, com outros clientes, acontecia essa confusão
também, ou era um caso específico do Alexandre Kalil?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: tinham três clientes que eu tinha obrigação de atender,
independente se devessem ou não.

Vereador Uner Augusto: eram amigos pessoais do seu marido?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: amigos pessoais do meu marido.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Um deles, Alexandre Kalil?

101
Eloá Starling Mendes Ribeiro: Dr. Marcos Mendes, Mendes Júnior, Alexandre Kalil,
Dr. Elias Kalil e alguns outros clientes que não importam agora eu falar aqui.

Vereador Uner Augusto: perfeito, é, não são objeto. O ponto é, com esses outros
clientes a dinâmica era a mesma? Era um motoboy que levava um dinheiro ali, um
dinheiro que chegava no escritório lá?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso daí variava, porque são vários anos atrás.

Vereador Uner Augusto: não são tantos anos. São poucos anos.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, dos meus outros clientes, não.

Vereador Uner Augusto: sim, digo em relação ao...

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Dr. Elias Kalil lá atrás, Dr. Murilo Mendes lá atrás, Dr.
Marcos Mendes, lá atrás, muito tempo, muito tempo. Dr. Alexandre, mais recente.

Vereador Uner Augusto: me refiro especificamente ao caso do Copacabana Palace.


O caso do Copacabana Palace. Esse dinheiro é uma quantidade de dinheiro
expressiva. A senhora concorda comigo? Cinquenta mil reais.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não chegou. O que eu fiquei informada é que esse
dinheiro não chegou em dinheiro assim, cinquenta mil não. Parece que eles ficaram
guardando no escritório para me mandar para pagar o cartão. Parece que foi de maio
até outubro.

Vereador Uner Augusto: eles quem? Quem que ficou guardando o dinheiro?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a minha empresa ficou com o dinheiro, para mandar
eu pagar o cartão.

Vereador Uner Augusto: tá bom.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deve ter ficado no caixa da empresa, alguma coisa.
Não sei, eu não sei. Realmente eu não sei. Com esse problema da pandemia, com o
problema da minha doença.

102
Vereador Uner Augusto: voltando à Pandemia. Bom que a senhora tocou na
pandemia. A senhora disse que fechou a empresa durante a pandemia.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu não fechei a empresa. Deixa eu lhe falar. Durante
a pandemia eu respeitei as normas normais, certo? Então nós fechamos as portas e
passamos a atender internamente aos nossos clientes que podiam viajar, certo? O
Atlético, foi atendido o Atlético, foi atendido alguns outros clientes que precisavam
viajar. Como a gente não necessita estar com a empresa aberta para atender, foram
atendidos em home office.

Vereador Uner Augusto: e a senhora disse nas primeiras perguntas que infelizmente
teve que demitir algumas pessoas da empresa.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu demiti todos, desculpa, todos.

Vereador Uner Augusto: algum desses funcionários passou a trabalhar na Prefeitura


de Belo Horizonte?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: meus? Nenhum.

Vereador Uner Augusto: sim. Nenhum?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nenhum. Na Prefeitura? Nenhum.

Vereador Uner Augusto: nenhum. Nenhum funcionário seu então saiu da Unitour e foi
trabalhar na Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, nenhum.

Vereador Uner Augusto: e não houve nenhum pedido da senhora ao Alexandre Kalil
para que isso acontecesse?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, nenhum.

Vereador Uner Augusto: tá bem, perfeito.

Vereador Uner Augusto: Sra. Eloá, a senhora tem algum vínculo partidário ou já teve
filiação partidária, alguma coisa assim?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não.

103
Vereador Uner Augusto: não, nunca? Com nenhum partido?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não.

Vereador Uner Augusto: já trabalhou em alguma campanha partidária?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: já. Na última campanha do Dr. Alexandre Kalil nós
atendemos as passagens, as necessidades da campanha.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Isso consta na prestação de contas da campanha


dele? A senhora sabe?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: foram todas, foram todas apresentadas normais.
Todos. Inclusive pediram toda documentação.

Vereador Uner Augusto: houve contrato da campanha do Alexandre Kalil com a


Unitour?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: houve contrato, sim. Houve.

Vereador Uner Augusto: a senhora pode nos encaminhar, por gentileza, também. Isso
é mais recente, né. Isso é reeleição.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: isso agora, na campanha, agora.

Vereador Uner Augusto: então.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: é, houve o contrato de atendimento, sim. Aí eu não sei,
foi o Dr. Igor que fez o contrato. Se precisar eu tenho o contato dele aqui, se vocês
precisarem, também.

Vereador Uner Augusto: perfeito. E a senhora conhece a pessoa de Duda Salabert?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: se eu conheço?

Vereador Uner Augusto: sim.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a Duda? Conheço.

Vereador Uner Augusto: pessoalmente?

104
Eloá Starling Mendes Ribeiro: conheço. Deixa eu lhe explicar. Você pode perder dois
segundinhos comigo?

Vereador Uner Augusto: claro, claro. Três horas já.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: negócio é o seguinte. Quando meu marido faleceu, em
setembro, eu voltei para o escritório tentando trabalhar no final do ano. Quando foi
março, a empresa fechou, por ordem do governo, certo? Aí eu fechei as portas, segurei
os meus funcionários durante uma média de uns seis meses dentro das condições que
as leis trabalhistas. Quando eu vi que eu não dava conta, aí eu demiti todo mundo,
certo? Aí o que aconteceu? A casa ficou desalugada, ficou vazia e eu atendendo
somente numa sala. Aí houve uma necessidade, agora na campanha, da senhora
Duda, precisar locar um espaço, certo? Que me procurou, porque conhece a casa e
também pra saber se eu poderia locar.

Vereador Uner Augusto: quem procurou a senhora para fazer esse aluguel?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: quem me procurou?

Vereador Uner Augusto: é.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: foi o, foi o Vitor.

Vereador Uner Augusto: quem é Vitor? Vitor o quê?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: ai meu Deus do céu! Eu não sei.

Vereador Uner Augusto: o sobrenome dele? É o Vitor? E o Vitor trabalhava na


campanha do Kalil ou da pessoa de Duda?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: presta atenção, desculpa, o Vitor trabalha com ela, tá?
O Eloá, tem a tua casa aqui que a gente já conhece e tal. A senhora Duda precisaria
de um lugar para a campanha. Você se importa de nos alugar? Eu fiquei meio assim
na época. Se devia, se não devia, por causa de partidos e tal. Eu falei assim: a, quer
saber um negócio, eu tenho que olhar o meu lado, tá? Peguei, passei, fiquei só numa
sala atendendo e a senhora Duda, que eu vim a conhecer nesta época, ficou lá durante
45 dias e para isso foi feito um contrato do partido conosco.

105
Vereador Uner Augusto: do partido? Do partido? Então não foi a campanha da pessoa
de Duda Salabert que celebrou o contrato com o...?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu acho que foi a campanha sim. Aí eu não sei. Como
é que eu vou saber...?

Vereador Uner Augusto: porque uma coisa é o partido alugar casa, outra coisa é a
campanha. Quem utilizou a casa, a pessoa de Duda ou o partido?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, o partido. Eles ficaram lá fazendo a campanha,
eu não sei, eu não qual a diferença de Duda, de campanha para partido, pra mim é
tudo a mesma coisa.

Vereador Uner Augusto: tá, entendi, entendi.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eu fui para lá e ficava trabalhando lá.

Vereador Uner Augusto: a sala, a sala que a senhora trabalhava era uma sala dentro
da...?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: dentro da Unitour, no segundo andar.

Vereador Uner Augusto: ah, tá, entendi.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: eles ficaram lá embaixo, tinham uma entrada
independente. Eu não lidava com eles.

Vereador Uner Augusto: entendi. E a senhora disse que houve um contrato?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: houve e foi pago religiosamente em dia.

Vereador Uner Augusto: a senhora se lembra o valor?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: acho que foi quarenta e, quarenta mil. Alguma coisa
assim, eu poderia verificar para você. Porque isso entrou no banco, direitinho. E isso já
era uma parte que eu estava assumindo a responsabilidade.

Vereador Uner Augusto: a senhora sabe se houve prestação de contas disso?

106
Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, se não engano, o contrato foi feito em
meu nome, Eloá, pelo partido, em meu nome, porque a casa estava no meu nome. Por
ordem do advogado, teria que ser feito no meu nome, no inventário.

Vereador Uner Augusto: perfeito. A senhora sabe informar porque que o contrato não
foi anexado à prestação de contas da pessoa de Duda Salabert?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: a, desculpa. Gente, aí eu já estou partindo para outra
pessoa que eu não conheço, já não tenho, desculpa. Eu, a senhora Duda, eu
simplesmente fiquei conhecendo na locação da casa depois que a casa tinha locado.
Agora, detalhes da vida eu não sei nada.

Vereador Uner Augusto: entendi, e depois da locação da casa, houve alguma outra
prestação de serviços?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não, eles entregaram a casa. Eles entregaram a casa
dentro do prazo certo, eu pedi que fosse feitas as observações que foram contadas em
contrato, tipo devolver a casa em perfeitas condições. No dia exato entregaram a chave,
tive problema nenhum. Aliás, o que todo mundo diz, que todo dá trabalho, para mim,
para te dizer a verdade, eu não tive nenhum problema.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Depois disso, houve prestação de serviço a pessoa
de Duda Salabert?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não.

Vereador Uner Augusto: não mais?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: não. Aliás, eu vou te dizer. Eu não atendia a campanha
da senhora Duda não.

Vereador Uner Augusto: e depois disso, a senhora alugou o imóvel para alguma outra
pessoa?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: nunca, comigo. A casa está vendida e começou o
inventário. Essa casa está vendida e foi entregue. Agora, para te dizer a verdade,
semana passada, aquele imóvel foi entregue a quem comprou.

107
Vereador Uner Augusto: entendi. Perfeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: e a outra parte eles me deram o prazo de sair até o
final de março, agora.

Vereador Uner Augusto: ok, obrigado, estou satisfeito. Muito obrigado, senhora Eloá.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: obrigada.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Gostaria de perguntar ao Dr. Tarcísio, Dr.
Maurício, gostaria de dar um tempo a eles aqui, de até cinco minutos, caso eles queiram
fazer algum questionamento, pode ocupar aqui... Então tá ok.

Vereador Wesley Moreira: vamos deixar registrado mesmo que nós abrimos aqui o
momento de fala.

Vereador Uner Augusto: Presidente, só uma última pergunta. A Fernanda vai fazer
uma pergunta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Sr. Vitor, que a senhora está falando, a senhora
conheceu em função desse aluguel para campanha ou a Senhora já o conhecia da
época da Prefeitura?

Eloá Starling Mendes Ribeiro: deixa eu te falar, eu não sei te dizer. Eu não me
lembrava dele, não. Se eu já tinha o conhecido, eu não me lembrava dele. Eu não sou
muito de marcar as pessoas, até porque eu não tinha muito contato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi só uma curiosidade. Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: bom, aí quero mais uma vez, então, já agradecer a senhora
Eloá Maria, por todas as respostas, por todos os esclarecimentos. Também o Dr. Thiago
Souza e dizer que esta essa CPI é algo muito sério. Quero aqui já, de público, mostrar
minha indignação com uma fala do atual Prefeito, o senhor Fuad, que em uma
entrevista a uma rádio ele menosprezou totalmente o nosso trabalho fiscalizador. É
importante que ele entenda. Ele já vem tendo uma grande dificuldade de relação com
essa casa e agora ele procurou em um jornal de grande veiculação e fala que essa CPI
não vale pra nada, que essa CPI, que uma outra CPI é boa, mas que essa CPI é ruim.

108
Então, quero só lembrar ao Prefeito que uma das nossas funções, inclusive uma das
que a gente mais gosta de fazer, é a função de fiscalizar, é fiscalizar, e a ferramenta
Comissão Parlamentar de Inquérito é a que nos dá mais ainda esse poder, de poder
exercer esta função. E tudo aquilo que for considerado por essa Casa legislativa um
abuso de autoridade, um abuso de poder é sim função dessa casa legislativa. Nós não
estamos fazendo nenhum juízo de valor, já não estamos condenando ninguém, nada
disso. Estamos apenas fazendo as averiguações e, evidentemente, no final, um
relatório será destinado aos órgãos que para isso irão prestar esse serviço. Então, uma
fala infeliz, hoje, do prefeito Fuad.

Dr. Thiago de Souza Rezende: Presidente, se me permite, por favor. Primeiramente


eu queria aderir a manifestação de Vossa Excelência. Nós entendemos, eu na condição
de advogado da Senhora Eloá, a importância da CPI. Estamos aqui para colaborar. Dito
isso, doutor, me foi concedido o prazo de cinco dias úteis pra apresentar esses
documentos. Acontece que a quantidade de documento, de documentação solicitada
não é pouca. Logo no início, realmente, me foi solicitado três documentos e eu já estou
vendo aqui que eu tenho pelo menos uns dez itens anotados de documentação a ser
apresentado a essa comissão. Em razão disso, eu gostaria de pedir, pedindo vênia, a
prorrogação desse prazo, a dilação desse prazo. Será que não poderíamos falar em
dez dias úteis? Porque não são poucos os documentos e eu acredito que, como o nosso
intuito é colaborar, se me for concedido um prazo maior, talvez a gente seja mais
eficiente ao final disso.

Vereador Wesley Moreira: Dr., está então cedido o prazo, tá? Dez dias úteis para o
envio de toda a documentação que foi solicitada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Thiago, a gente pediu no final, meio
embaralhado, a questão da ordem de serviço, do período ali do contrato emergencial,
de 2017, e o descritivo das notas emitidas ali quando a gente pediu dessas empresas.
Então pelo menos dos últimos cinco anos que prestou um demonstrativo pra gente vê
que era feito igual todas as empresas, das amostras. E Sra. Eloá, desculpa por ter sido
cansativo, três horas, mas é exatamente pra gente não precisar chamar a senhora para
depor aqui de novo. A senhora fica livre disso.

109
Eloá Starling Mendes Ribeiro: não tem problema não, Fernanda. Me desculpa
também alguma, entre vai e volta, mas às vezes para mim é difícil, porque essa parte
contábil, sabe? Infelizmente eu não entendo. Eu não entendo quando fala alguma coisa
ou outra. Minha cabeça bagunça... É porque eu não entendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada, viu?

Dr. Thiago de Souza Rezende: e a procuração eu vou anexar no e-mail que foi
informado no prazo de 24 horas, conforme ajustado no início da oitiva da Sra. Eloá.

Vereador Wesley Moreira: perfeito.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: Fernanda, obrigada, obrigada senhores.

Dr. Thiago de Souza Rezende: queria agradecer a todos, pela, pela, junto à Sra. Eloá,
pela oitiva. Muito obrigado.

Eloá Starling Mendes Ribeiro: obrigada.

Vereador Wesley Moreira: ok. Bem pessoal, às 12h30, declaro encerrada essa
reunião. Muito obrigado a todos. Forte abraço. Até quinta.

Às 12h30m a reunião foi encerrada.

2.5 - DA 5ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A quinta reunião5 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 23 de fevereiro de 2023, às 9h37m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença dos Vereadores Uner Augusto, Cleiton Xavier, Helinho da
Farmácia, Ciro Pereira, Gilson Guimarães e Fernanda Pereira Altoé, estes três últimos
de maneira remota.

5
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/5%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-23-02-2023

110
A testemunha Ana Paula pediu autorização para que o Procurador do
Município, Dr. Francisco Freitas, pudesse acompanhar a reunião, o que foi deliberado
e autorizado.

Foram votados e aprovados requerimentos para obter informações sobre


os registros de presença da sra. Eloá Starling, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte;
a lista de funcionários da empresa Unitour, nos anos de 2017, 2019 e 2021; os editais
09/2017 e 188/2018 de contratação de serviço de marcação de viagens; e informações
sobre todos os processos licitatórios que teve a participação da empresa Unitour.

O presidente comunicou a presença do sr. Mauricio Lopes de Paula,


advogado do sr. Alexandre Kalil.

A reunião teria três oitivas, sra. Ana Paula Chaves Lemos, da Secretaria
Municipal de Política Urbana, o Sr. Lucas Ribeiro Horta – CREA 70352/D MG, da
Superintendência de Desenvolvimento da Capital, e do sr. Eugênio Eustáquio Veloso
Fernandes, da Subsecretaria de Receita Municipal, mas apenas a Sra. Ana Paula
Chaves compareceu.

Iniciada a oitiva, a sra. Ana Paula prestou o compromisso de falar a


verdade, sendo informada que sua oitiva trataria do Ofício SMPU/PGM-Contencioso
Fiscal nº 1036/2020, por ela subscrito e pela Secretária Maria Caldas, constante nos
autos dos embargos à execução nº 6119259-50.2015.8.13.0024, apresentados por
Alexandre Kalil.

5ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: às 09h37m damos início à quinta reunião da Comissão


Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Nesse
momento farei a chamada dos Vereadores que compõe essa comissão.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto.

111
Vereador Uner Augusto: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães: Presente.

Vereador Gilson Guimarães: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

Vereador Wesley Moreira: muito bem! Então, com a presença dos Vereadores Cleiton
Xavier, Uner Augusto, Helinho da Farmácia, Fernanda Pereira Altoé, Gilson Guimarães
e a minha, vamos dar prosseguimento à ordem dos trabalhos. Muito bem, hoje nós não
temos comunicação de aprovação de ata. Nós temos a oitiva. Temos hoje três oitivas.

Ana Paula Chaves Lemos: vereador Wesley Moreira, se não me engano, tem um
pedido de informação. Vai inverter a pauta?

Vereador Wesley Moreira: vamos sim. Vou só citar aqui quem serão as testemunhas
ouvida hoje. Serão a Senhora Ana Paula Chaves Lemos, o Sr. Lucas Ribeiro Horta, o
Sr. Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes. Já está presente aqui de maneira remota, a
Senhora Ana Paula Chaves Lemos. Nós já, de antemão, já agradecemos a sua
presença. Ana Paula Chaves Lemos, nós temos alguns requerimentos na pauta. São
poucos. São só quatro requerimentos e algumas respostas. Nós vamos primeiro só
deliberar esses requerimentos de maneira bem rapidinha e aí retornaremos a sua oitiva.
Ok?

Ana Paula Chaves Lemos: não tem problema. Eu só queria fazer um pedido. Eu estou
com o Procurador Francisco. Está com um pedido para acompanhar também a reunião.

112
Ele está aguardando autorizar a entrada dele autorizada. Se alguém puder autorizar
por favor. É o Procurador Francisco.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o seu advogado, Ana Paula Chaves Lemos?

Ana Paula Chaves: é o Procurador da Prefeitura, não é?

Vereador Wesley Moreira: mas ele não foi chamado para oitiva.

Ana Paula Chaves Lemos: mas ele pode acompanhar. Não?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem que ver com a Procuradoria da Câmara. Não
sei se o Procurador Marcos tá aí. Se não me engano, é aberto ao público o
acompanhamento da CPI.

Ana Paula Chaves Lemos: se de alguma maneira ele puder acompanhar, tá bom.

Vereador Wesley Moreira: ele pode acompanhar o YouTube. Ana Paula Chaves
Lemos, você já encaminhou o link para ele?

Ana Paula Chaves Lemos: então encaminhei esse link que eu tinha.

Ana Paula Chaves Lemos: fala para ele apertar a primeira opção que o acesso é
liberado.

Vereador Wesley Moreira: não somos nós que liberamos ou restringimos esse acesso.

Vereador Wesley Moreira: agradeço. Apenas depois você manda para a gente pelo
chat, o nome completo dele, se possível. Tudo certinho. Será liberado sim, Ana Paula
Chaves Lemos. Ele vai estar acompanhando. Evidentemente ele não vai ter o poder e
a representação como um advogado. Mas ele pode sim participar. E ir acompanhando
todo o andamento. Sim, está ok?

Ana Paula Chaves Lemos: agradeço.

Vereador Wesley Moreira: vamos lá, então. Proposições da Comissão: Requerimento


de Comissão 209/2023, que é vinculado a Requerimento de Comissão. 298/2022

113
Solicitação é o Pedido de Informação. Destinatário: Prefeito de Belo Horizonte Fuad e
o Secretário Municipal de Governo Josué Valadão. Finalidade: obter informações
acerca da presença da Senhora Eloá Mendes Ribeiro na sede da Prefeitura de Belo
Horizonte, de autoria dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Vereador Wesley
Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Uner Augusto. Em discussão, em votação como
o voto do Vereador Cleiton Xavier. De acordo. Vereador, Helinho da Farmácia. Também
estou de acordo. Vereador Uner Augusto. De acordo. Vereadora Fernanda Pereira
Altoé. De acordo. Vereador Gilson Guimarães. De acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado


requerimento de comissão 209/2023.

Vereador Ciro Pereira: presidente, só registrar que eu também estou de acordo. Não
tinha conseguido entrar antes.

Vereador Wesley Moreira: legal, então a gente registra também a presença do


Vereador Ciro Pereira. Seja bem-vindo também, votando de acordo com o requerimento
209 de 2023 Requerimento de Comissão 210/2023, vinculada ao 298/2022 Solicitação:
Pedido de informação. Destinatário: Senhora Eloá Maria Mendes Ribeiro. Finalidade:
Obter a lista de todos os funcionários que trabalharam na empresa Unitour nos anos
2017, 2019 e 2021. Autoria dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Vereador Wesley
Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Uner Augusto, em discussão, em votação, como
vota: Vereador Cleiton Xavier. De acordo

Vereador Hélio da Farmácia. De acordo Vereador Uner Augusto. De acordo. Vereador


Fernanda Pereira Altoé. De acordo. Vereador Gilson Guimarães. De acordo. Vereador
Ciro Pereira: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, fica aprovado


requerimento de comissão 210/2023 Requerimento de Comissão 211/2023, que é
vinculado ao 298/2022. Solicitação: Pedido de informação. Destinatário: Prefeito de
Belo Horizonte, Senhor Fuad e ao Secretário Municipal de Governo Josué Valadão.
Finalidade: Obter informações sobre os editais 9 de 2017 e 188 de 2018 para

114
contratação de serviço de marcação de viagens. Autoria: Vereadores Fernanda Pereira
Altoé, Vereador Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Uner Augusto. Em
discussão, em votação. Como vota: Vereador Cleiton Xavier. De acordo

Vereador Hélio da Farmácia De acordo. Vereador Uner Augusto: De acordo. Vereadora


Fernanda Pereira: De Acordo. Vereador Gilson Guimarães: De acordo

Vereador Ciro Pereira. De acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado


Requerimento de Comissão 211/2023, Requerimento de Comissão 212/2023 vinculado
ao Requerimento de Comissão 298/2022. Solicitação: Pedido de informação.
Destinatário: Prefeito de Belo Horizonte Senhor Fuad, ao Secretário Municipal de
Política Urbana, João Antônio Fleury, e ao secretário Municipal da Fazenda, Leonardo
Colombini. Finalidade: obter informações sobre todos processos licitatórios em que
esteve presente a empresa Unitour Turismo Universal Limitada. Autoria dos Vereadores
Fernanda Pereira Altoé, Vereador Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Uner
Augusto. Em discussão, em votação. Como vota:

Vereador Cleiton Xavier: De acordo. Vereador Hélio da Farmácia: de acordo. Vereador


Uner Augusto. De acordo. Vereadora Fernanda Pereira. De acordo. Vereador Gilson
Guimarães, de acordo. Vereador Ciro Pereira, de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento, fica aprovado


Requerimento de comissão 212/2023. Outros assuntos. Respostas a Requerimentos e
Indicações da Comissão. Ofício em resposta à requerimento de comissão 21 de 2023,
de autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé. A resposta número 47 de 2023,
enviada pelo senhor Marcos Vinícius Lobo Leite Vieira, Delegada Polícia Civil. Ofício
em resposta ao requerimento de Comissão 33 de 2023. Ele é vinculado ao 19/2002, de
autoria dos Vereadores Ciro Pereira, Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto e Vereador
Wesley Moreira. Resposta número 89 de 2023, enviado pelo Secretário Municipal
Adjunto de Governo, Subsecretário de Relações Institucionais, Leonardo Amaral
Castro. Ofício em resposta ao requerimento de comissão 34 de 2023, vinculado ao

115
requerimento 298 de 2022, de autoria dos Vereadores Ciro Pereira, Fernanda Pereira
Altoé e Uner Augusto e a resposta número 88/2023, enviado pelo senhor Leonardo
Amaral Castro, Secretário Municipal de Governo, Subsecretário de Relações
Institucionais. Todas essas respostas encontram já disponíveis no Portal da Câmara
Municipal e são importantíssimas para o embasamento das nossas, das nossas
reuniões, dos nossos futuros relatórios. Comunico que a presença do senhor Maurício
Lopes de Paula, advogado, representando o ex prefeito Alexandre Kalil. Feitas as
deliberações dos requerimentos que estavam em pauta. Partiremos agora então, para
o nosso segundo item da pauta, que são as oitivas. A primeira oitiva será da Senhora
Ana Paula Chaves Lemos, da Secretaria Municipal de Política Urbana. Ela vai prestar
informações acerca do Ofício da Secretaria Municipal de Política Urbana e a
Procuradoria Geral do Município. Contencioso fiscal número 1036 de 2020, que trata
do imóvel registrado sob o índice cadastral número 900000000X8668. Essa oitiva foi
aprovada por essa comissão, fruto de um requerimento dos Vereadores Vereador
Wesley Moreira, Ciro Pereira, Uner Augusto e da Vereadora Fernanda Pereira Altoé.
Vamos lá, vamos dar início então a essa oitiva. Primeiro eu falei que vou solicitar a
Senhora Ana Paula Chaves Lemos que preste o compromisso do artigo 203 do Código
do Processo Penal e informo que, fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade.
poderá incorrer no crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código
Penal. Vi aqui que a Senhora Ana Paula Chaves Lemos, inclusive já até enviou de
maneira preenchida aqui pelo chat, mas eu gostaria de pedir à Senhora que a Senhora
fizesse a leitura desse compromisso. Por favor.

Ana Paula Chaves Lemos: eu, Ana Paula Chaves Lemos, 42 anos, solteira, residente
na Rua Sagitário, 38, ap.101, arquiteta e advogada, cuja atividade é desenvolvida na
avenida. Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, ficando sempre as
razões da minha ciência sobre fatos ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar a
credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: muito bem.

116
Dr. Francisco: pela ordem. Só agradecer o link e me apresentar. Eu estou
acompanhando aqui por determinação do Procurador-Geral. Eu sou o Francisco
Freitas, Procurador do município de BH e depois encaminho a minha OAB como
solicitado. Agradeço aqui pelo link e pela oportunidade de participar. Muito obrigado.

Vereador Wesley Moreira: ok. Senhora Ana Paula Chaves Lemos, nós vamos tratar
aqui do ofício da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas e da Procuradoria Geral do
Município Contencioso Fiscal número 1036 de 2020, subscrito pela Senhora e pela
Secretaria Maria Caldas, nos autos dos embargos à execução, número 6119259-
50.2015.8.13.0024, de autoria do ex Prefeito Alexandre Kalil. A Senhora conhecia
pessoalmente o ex Prefeito Alexandre Kalil?

Ana Paula Chaves Lemos: não.

Vereador Wesley Moreira: a Sra. esteve com ele pessoalmente durante a gestão dele?

Ana Paula Chaves Lemos: não, nunca falei com ele pessoalmente.

Vereador Uner Augusto: mas, Ana Paula Chaves Lemos, a Senhora não esteve num
contato direto, porque em eventos…

Ana Paula Chaves Lemos: não, nenhum contato direto. Nem em evento eu me recordo
de ter encontrado o Alexandre Kalil pessoalmente.

Vereador Uner Augusto: obrigado.

Vereador Wesley Moreira: o ofício de julho de 2020, quando o Alexandre Kalil era
prefeito, a Senhora recebeu alguma orientação para elaborar esse documento?

Ana Paula Chaves Lemos: não teve nenhuma orientação. Recebi um e-mail da
Procuradoria com o questionamento do Paulo e da resposta.

Vereador Wesley Moreira: foi feito então esse documento. Ele foi todo desenvolvido
pela Senhora, mesmo sem orientação, preenchido por tudo.

117
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só um momento aqui Presidente. Senhora Ana
Paula, a senhora preencheu esse documento junto com a então Secretária Maria
Caldas, não é?

Ana Paula Chaves Lemos: é, só explicar como é que funciona meu serviço na
prefeitura. Eu trabalho na gerência técnica processual, então eu presto apoio à
Procuradoria nas questões relacionadas à Secretaria e que estão em discussão nos
processos judiciais. Então eu faço uma análise técnica. E envio para a Procuradoria as
informações que eles precisam para a defesa do Município nos processos judiciais.
Então, eu recebo por e-mail os questionamentos ou enfim, é o que a Procuradoria
precisa, faço e verifico dentro da Secretaria o que a gente tem de informação
relacionada ao caso. E redijo o ofício. E foi exatamente isso nesse caso. A Procuradoria
me encaminhou um ofício com os questionamentos sobre esse índice cadastral. Eu
mesmo fiz a pesquisa nos nossos sistemas informatizados disponíveis e disse que ia
para o gabinete para assinatura da Secretária.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Senhora pode ficar tranquila que a gente não
está questionando a lisura do trabalho. É só para a gente entender o procedimento
mesmo, porque, na verdade, essa foi uma resposta para ser juntada a um processo
judicial onde estava sendo questionado o IPTU, o devedor do imóvel. Então foi falado
que isso era em função de uma demanda judicial. A resposta já não foi encaminhada
direto para o Judiciário, não? A Senhora fez a resposta, passou pela Procuradoria para
depois eles encaminharem isso para o processo judicial?

Ana Paula Chaves Lemos: isso, as Secretaria, todas em geral, a gente não manda
nenhuma resposta diretamente. Cabe a Procuradoria, a defesa do município, nas ações
judiciais. Então, a Secretaria só presta assistência técnica à Procuradoria. A gente não
envia diretamente ao Judiciário.

Vereador Uner Augusto: a Senhora pode encaminhar para a gente esse e-mail,
depois? O e-mail solicitando. E o e-mail que a Senhora enviou para a Procuradoria?
Os dois e-mails na verdade.

118
Ana Paula Chaves Lemos: posso sim. Eu tenho o e-mail de vinda da Procuradoria. Eu
passo a resposta. É que chega no gabinete e chega com cópia para mim. Na verdade,
só para adiantar o serviço. Então eu tenho essa entrada, a saída com a assinatura, com
o de acordo que é feita pelo gabinete da SMPU. Mas eu posso pedir para eles lá. Esse
encaminhamento também não tem, não tem problema não. A resposta não sai direto
do meu e-mail, mas sai do e-mail da Secretaria. Não tem problema. Vocês podem me
informar depois como a gente faz esse trâmite.

Vereador Uner Augusto: e só para entender. A Senhora ocupa hoje então, o cargo de
gerente dentro dessa gerência? E desde quando que a Senhora ocupa esse cargo?

Ana Paula Chaves Lemos: esse cargo foi criado com essa configuração que existe
hoje em 2017. Eu ocupo ele desde que ele existe.

Vereador Uner Augusto: entendi, e desde que a Senhora ocupa o cargo, a Secretaria
de Políticas Urbanas é a Senhora Maria Caldas?

Ana Paula Chaves Lemos: Maria Caldas era Secretária na época.

Vereador Uner Augusto: enquanto presidente, esclarece algumas coisas. Vou


aproveitar, fazer umas perguntas, Ana Paula. A Senhora recebe essa solicitação por
meio de qual órgão mesmo para elaborar a análise técnica?

Ana Paula Chaves Lemos: ele vem da Procuradoria.

Vereador Uner Augusto: sempre da Procuradoria ou não?

Ana Paula Chaves Lemos: quando é ação judicial sempre da Procuradoria. Eu só


queria dizer assim, eu respondo outras demandas a gente responde também
Defensoria Pública, Ministério Público e tal, mas em específico, relativa à ação judicial
a gente recebe diretamente da Procuradoria, às vezes a Secretaria intimada e às vezes
é um mandado de segurança da Secretaria intimado. Mesmo assim, nesse contexto, a
gente manda a resposta também para a Procuradoria. Mesmo que a gente tenha um
juízo. A nossa resposta sempre para a Procuradoria.

119
Vereador Uner Augusto: e quando a Senhora fala em análise técnica, o que é análise
técnica? Precisamente?

Ana Paula Chaves Lemos: olha aí, vai depender do caso. Neste caso específico, foi
uma consulta com relação ao INSS. Eu fui questionada especificamente se a gente
tinha alguma cópia de matrícula ou alguma informação sobre a localização do imóvel
referente ao índice cadastral que já me foi dado. Então o que eu fiz foi uma busca no
informatizado para ver se a gente tinha alguma informação específica sobre esse índice
cadastral. Então o que eu fiz nesse caso foi consultar o nosso sistema. Só para vocês
entenderem. A gente da Secretaria Urbana não tem a cópia das matrículas. É muito
comum a gente receber pedidos de cópia de matrícula de algum imóvel, mas a
Secretaria, no seu cotidiano, não é detentora desta informação. Só que eventualmente
a gente pode ter alguma cópia de matrícula, principalmente porque no escopo do nosso
serviço tem o serviço de parcelamento do solo, que se a pessoa tiver um parcelamento
do solo aberto para a área, ela precisa entregar um cópia da matrícula. Então, existem
alguns casos que a Secretaria tem sim a cópia da matrícula. Então, embora não seja
nossa responsabilidade ter esse documento, que é um documento cartorial, é
cotidianamente demandado. Se a gente por acaso tem cópia deste documento ou de
algum outro relativo ao terreno, é muito por causa da Secretaria. Neste caso eu tenho,
eu acho que vocês estão com cópia do ofício. Aí eu até explico isso, motivo pelo qual a
gente não tem uma cópia da matrícula e a gente não encontrou nem um ou outro, uma
cópia desse documento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas Ana Paula, esse imóvel tinha parcelamento
de 2012. Porque que nesse caso não tinha matrícula do imóvel?

Ana Paula Chaves Lemos: o que acontece, me foram fornecidos dois índices
cadastrais, tá? Esses links cadastrais que por si só já são e já causaram uma
estranheza para a gente porque vocês podem ver que ele tinha um número cadastral
antigo que foi alterado para o novo. Vocês podem ver, eu não sei. Aí gente, essas coisas
aqui que a Fazenda vai saber explicar melhor do que eu porque a atribuição é dela, da
nomenclatura do índice cadastral. Mas em regra, os números do índice cadastral são a

120
zona fiscal, os próximos três são o quarteirão, os próximos três são o lote e os três
últimos são o número que valida o índice cadastral. Em regra, vocês podem ver que o
primeiro número fornecido ele tem uma porção de zero. Ele começa com 900, 000. Por
si só já é uma estranheza. A gente, por óbvio, não teria um quarteirão zero zero zero,
né? Vocês podem ver que existe um “W” que significa, em regra também, é um indício
que trata-se de um terreno indiviso. Você está me dizendo que teve um parcelamento
em 2012? Eu não identifiquei na minha pesquisa. Você pode ver que a pesquisa que
eu disse a gente inclusive mandou a informação básica de parcelamento do solo e não
há informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, no caso é de parcelamento do solo. O que


eu estou falando é do parcelamento de IPTU. Parcelamento da dívida.

Ana Paula Chaves Lemos: então, a informação básica de parcelamento do solo existe
para todo o território. A gente manda essa informação básica mesmo para os lotes que
são parcelado, e para as áreas não parceladas. Essa é uma área que pelo índice
cadastral identificar um lote e nem uma área, foi possível identificar apenas uma
quadra. Então eu coloquei que aquele número do índice correspondia a algum lugar
supostamente naquela quadra, mas não sabia a localização exata porque isso não
estava disponível. A gente teve esse problema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: para entender, aquele primeiro número 9 mil,
aquele tanto de zero significa que era um lote não localizado?

Ana Paula Chaves Lemos: essa pergunta você vai ter que fazer pra fazenda. Em
regra, os três números é a zona fiscal, quarteirão e lote e este número está dizendo
que não existe uma quadra para este índice cadastral. Esse número antigo tem uma
porção de zeros. Ele me indica que não existe uma quadra atribuída num primeiro
momento. Mas assim, quem faz essa nomenclatura do índice cadastral é a Secretaria
de Fazenda, eles tem uma porção de regras, eles vão saber explicar melhor. A gente
trabalha lá com o básico, a gente bate o olho no índice cadastral e a gente já tem mais
ou menos que a maioria dos votos assim, é zona e lote, em regra, é isso. Então, isso
por si só, já me causa estranheza. E uma dificuldade de localização.

121
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas na Secretaria Municipal de Política Urbana,
vocês conseguiram localizar o lote, a quadra, a localização do indivíduo, não
especificamente do lote. E aí, através disso, é que você conseguiu chegar à conclusão
de que esse terreno não foi desapropriado em função da questão da Avenida Dom
Pedro I, né?

Ana Paula Chaves Lemos: não. Com este número eu só consegui identificar a quadra.
A gente não pode falar de lote quando não é parcelado, então para a área (inaudível)
que não for parcelada, que é este caso. Então, como não tem parcelamento formal, eu
não posso falar de lote. Eu vou falar, mas o que foi constar foi a quadra, porque eu vou
dizer assim o quarteirão tá? O quarteirão foi possível identificar. O lote ou a localização
não foi possível identificar. E também o que a gente disse sobre desapropriação foi que
eles pediram as informações que a gente tinha sobre a área. Então a gente pode
verificar que a desapropriação da Pedro I foi feita deste lado porque teve e houveram
variações ao longo da Pedro I. Às vezes a desapropriação foi feita de um lado da
avenida. E este caso, a gente consegue ver claramente. Até consultei agora um pouco
mais cedo no Google, você coloca no street view, é possível ver que a frente desta
quadra que a gente está tratando neste ofício foi desapropriada para o BRT. Mas os
contornos e a desapropriação, quem sabe seria a SUDECAP.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então não tem como falar em lote, que é um
terreno indiviso. Quem teria condições de falar a respeito do lote seria a Secretaria de
Fazenda, Secretaria Municipal de Fazenda. Ela é quem sabe falar a respeito de lote?

Ana Paula Chaves Lemos: os lotes são sempre a Secretária Municipal de Política
Urbana. Quem aprova lote e loteamento, parcelamento de solo é a minha Secretaria.
Só que a gente no indivisa lote, porque lote pressupõe-se que teve um parcelamento
anterior, que neste caso não foi identificado. Então lá é uma área indivisa que a gente
vai chamar de gleba, a gente nunca vai chamar de lote. A gente fala lote, mas eu estou
passando aqui de uma maneira técnica. A gente fala lotes, essa informação está
equivocada. Ela é uma gleba, porque ela é uma área não parcelada.

122
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então nós não podemos falar em lote, porque não
teve nenhum pedido de parcelamento na Secretaria Municipal de Política Urbana.
Então, por isso que se fala em quadra, porque seria o todo ali indiviso. Na conclusão
do ofício, fala o seguinte, que a desapropriação para o MOVE da Avenida Pedro I neste
trecho, foi realizado do lado da via em que se encontra a quadra. E conforme o
desenho, essa quadra ela não consta na desapropriação da região. Ela está fora da
desapropriação. Conforme a conclusão do ofício. E aí, no caso, sugere mais uma
consulta à SUDECAP. É isso mesmo?

Ana Paula Chaves Lemos: não, é porque o que acontece: como eu não consigo te
falar qual é a área, esse índice cadastral, a qual área eu consigo delimitar, eu não tenho
a delimitação desta área por esse índice que me foi mandado. O que eu disse foi: esta
quadra foi parcialmente desapropriada para o MOVE. Agora, a área desapropriada
precisa perguntar para a SUDECAP. Porque a gente não tem essa informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aquela metragem de 1.362,14 m², que está
inclusive na perícia de avaliação que consta no processo. É isso?

Ana Paula Chaves Lemos: eu não tenho essa informação porque eu só fiz esse Ofício,
a única coisa que eu consigo identificar é que esta área deste índice cadastral, estaria
em algum lugar nesta quadra, embora eu não consiga localizar. Essa informação de
área de quantidade, eu não tenho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu estou juntando todos os quebra-cabeças que


eu entendo que cada um é responsável por uma parte, porque no ofício da Secretaria
Municipal de Política Urbana fala isso. Que na verdade, a desapropriação do trecho
para o MOVE foi ao lado. Inclusive, o “xiszinho” amarelo está fora de todas as imagens
onde vocês delimitam a parte que foi desapropriada. O “xiszinho” não consta da parte
desapropriada. Aquele “xiszinho” amarelo e grosso.

Ana Paula Chaves Lemos: é o “xis” que está no desenho do meu ofício que você está
dizendo? O “xiszinho” que está no meu ofício não indica a área que é deste índice
cadastral. O “xiszinho” indica a quadra porque a informação básica para parcelamento

123
do solo é por quadra, não por área ou gleba ou lote. Ela é por quadra. Então o “xiszinho”
indica a quadra sobre a qual está se dando informação. E pelo índice que me foi
passado, ele está em algum lugar da quadra, mas eu não sei dizer qual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o “xiszinho” está dentro de uma quadra que não
foi desapropriada, então o “xiszinho” não foi desapropriado.

Ana Paula Chaves Lemos: não, mas é que a quadra foi parte desapropriada. A quadra
sempre teve este número. A quadra é identificada por um número. Este número já era
da quadra da totalidade, antes da desapropriação, então a quadra tinha um tamanho.
Ela foi desapropriada. A quadra ficou menor com o mesmo número.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então tem a quadra toda e um pedaço dessa
quadra foi desapropriada. Vocês não sabem o imóvel onde estaria nessa quadra
desapropriada. Tá, obrigada.

Vereador Uner Augusto: pergunta, Ana Paula. Essa parte desapropriada da quadra
tem o proprietário identificado ou não?

Ana Paula Chaves Lemos: eu não sei. A desapropriação foi feita pela SUDECAP.

Vereador Uner Augusto: é possível fazer uma desapropriação sem o conhecimento


do proprietário? Sendo uma propriedade particular?

Ana Paula Chaves Lemos: de novo, a desapropriação é feita pela SUDECAP. Então
vocês precisam ver.

Vereador Uner Augusto: sim, mas eu só tô perguntando se a Senhora sabe se é


possível, se a Secretaria de Política Urbana tem esse conhecimento. Por exemplo, você
tem uma quadra ali dentro da...

Ana Paula Chaves Lemos: a Secretaria de Política Urbana não trabalha com…

Vereador Uner Augusto: sim, mas eu tô perguntando o seguinte, a Senhora tem


conhecimento se dentro de uma quadra, uma parte do terreno dessa quadra, se ela é

124
uma propriedade particular, é possível fazer essa desapropriação sem o conhecimento
de quem é o real proprietário? Ou seja, o município pode chegar lá e desapropriar,
sabendo que é uma propriedade particular?

Ana Paula Chaves Lemos: eu vou falar uma coisa que extrapola a função da minha
Secretaria, mas eu imagino que o Município vá fazer uma pesquisa cartorial e, não
sendo possível identificar o proprietário, paga o depósito e “pesta” a desapropriação,
porque a gente está partindo do pressuposto que a área não é pública. logo, a Prefeitura
é obrigado a indenizar o proprietário. Eu imagino que deva ter algum mecanismo para
depositar em juízo esse tipo de coisa, mas o proprietário conhecido, imagino que ele
esteja (inaudível) da desapropriação.

Vereador Uner Augusto: obrigado.

Vereador Wesley Moreira: a senhora já falou algumas questões aqui, mas a Sra.
poderia nos explicar aqui algumas hipóteses para essa mudança de índice cadastral e
qual é o procedimento para essa mudança.

Ana Paula Chaves Lemos: essa mudança da numeração do índice cadastral é toda
da Secretaria de Fazenda, mas eu posso ter hipóteses que são inclusive resultantes de
ações da minha Secretaria. Então, por exemplo, quando uma área parcelar, o índice
cadastral costuma, como eu disse, a gente tenta aproximar o número do índice
cadastral ao lote de quarteirão, para fazer essa configuração. Então assim, se você tem
um lote, você divide esse lote, o índice cadastral muda para você identificar que você
tem duas áreas separadas. Se você constrói você mesmo não dividindo. Mas se você
faz um prédio de apartamentos, esse índice cadastral original e desmembrado em
outros. Então tem sim várias hipóteses de alteração cadastral, mas essa alteração de
índice é feito pela Fazenda, por exemplo, a minha Secretaria faz uma divisão de lote,
uma modificação de parcelamento, dividindo a gente paga essa divisão. Depois a gente
comunica à Secretaria de Fazenda que faz esse desmembramento do IPTU. Quando
a gente aprova também e tem mais de uma unidade, a gente manda para a Secretaria
de Fazenda que faz esse desmembramento do IPTU. Então a Secretaria de Fazenda
vai explicar para vocês toda essas hipóteses ou caso de alteração. Os que eu conheço

125
que são oriundos da nossa Secretaria são esses. Alteração de parcelamento e
(inaudível) de unidades, seja residenciais ou não residenciais no mesmo lote, também
gera o desdobramento de IPTU.

Vereador Wesley Moreira: bom, foram feita mudanças no índice cadastral do imóvel,
que seria de Alexandre Kalil, passando de 900000000X8668 para 888024W3250016.
Senhora sabe falar quando isso aconteceu? O que significa os códigos?

Ana Paula Chaves Lemos: não tenho esta informação. Essa alteração, o motivo do e
nem a data eu tenho a informação.

Vereador Wesley Moreira: você sabe falar se todos os imóveis da quadra sofreram
essa mudança?

Ana Paula Chaves Lemos: não sei.

Vereador Uner Augusto: senhora Ana Paula Chaves Lemos, algum desses números
do índice cadastral, a Senhora sabe dizer se se refere ao ano de alteração ou não?

Ana Paula Chaves Lemos: não, não, não.

Vereador Uner Augusto: não sabe dizer ou não é?

Ana Paula Chaves Lemos: eu prefiro que você confirme com a Fazenda. Mas eu diria
que não é.

Vereador Uner Augusto: entendi sim, ok.

Ana Paula Chaves Lemos: o que eu posso dizer é que em 2020 já era esse. Pelo meu
próprio ofício que na primeira página este número também no exercício de 2020, que
foi quando eu produzi esse documento, ele já estava, mas há quanto antes ele havia
alterado eu não tenho essa informação aqui.

Vereador Uner Augusto: perfeito!

126
Vereador Helinho da Farmácia: Ana Paula, Vereador Helinho, o ofício afirma que
através do CTM foi possível localizar a quadra do imóvel e outras informações, o que
seria necessário para localizar o imóvel dentro de um quarteirão?

Ana Paula Chaves Lemos: ou o índice cadastral em geral poderia dar essa resposta
para a gente. A gente tem um sistema na prefeitura, talvez com o índice, em geral, a
gente consegue o local, ele é georreferenciado e a gente consegue localizar. Neste
caso, isso não estava acontecendo. Por isso a gente só conseguiu fazer a identificação
da quadra e pelo número CTM, o nome do CTM é um número bem sinalizado, então a
gente só conseguiu fazer a identificação da quadra por este número porque o índice
cadastral não estava georreferenciado. (inaudível) sistema e ele me retornar com uma
localização parecida, como acontece em outros casos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e até pegando um gancho na pergunta do Helinho,


aí até te interromper porque é uma pergunta boa. O CTM do imóvel 190401030000. O
que significa cada número desses?

Ana Paula Chaves Lemos: eu sei que os quatro primeiros. Aí gente, de novo, a
Fazenda que. Mas se eu não me engano, os quatro primeiros são a quadra, o número
do setor e da quadra são os primeiros números. Vocês vão têm pergunta pra fazer,
porque se eu não me engano, os quatro primeiros são a quadra, mas não é uma
certeza. Eu sei que o número do setor da quadra são os sete primeiros números. Dá o
setor e a quadra. Que é com esses números que eu faço a geração básica que eu fiz,
eu uso os sete primeiros números. Só conferir se são sete. E é isso mesmo. Os sete
primeiros números para fazer essa geração.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque no seu ofício você confirma que o
número um número do setor e da quadra, que é onde você coloca o “X” amarelo com
o número 1904010. E existe diferença entre CT e CTM?

Ana Paula Chaves Lemos: a nomenclatura que a gente tem corriqueira nessa área de
ordenamento seria “CP”, “P” de pato. E aí seria cadastro de planta. Será que não seria
isso?

127
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, é porque a gente tem as duas coisas, a gente
tem o CP 162111G e a gente tem o CT 1904010. Eu queria saber a diferença dos dois,
o que significa cada um.

Ana Paula Chaves Lemos: eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esse cadastro de planta é o quê?

Ana Paula Chaves Lemos: o Cadastro de Planta é quando a prova. É só para só lote
aprovado. Como é muito comum. Por isso que este não tem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse tem. Vocês citaram, inclusive é o número
que consta e até me chamou a atenção porque vocês levantaram cinco CP´s, e as
investigações continuaram apenas em relação a um CP. Se tem cadastro de planta,
porque o resto então, não foi também analisado? E por que então não existe planta?

Ana Paula Chaves Lemos: olha, eu não fiz essa pesquisa à época, não encontrei para
esta área, um (inaudível) aprovado para esse tipo, para este pedaço de área. Existe,
nessa quadra a gente tem três CP´s mesmo aprovados, CP´s pequenininhos. Eles não
aparecem aqui na minha pesquisa, mas eles eu não consigo informar se eles têm
relação com esse índice cadastral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque no documento que vocês juntam da


Secretaria Municipal de Política Urbana contas cinco CP´s e aí todas as investigações
acontecem só em um CP. Inclusive, os quatro últimos tem uma numeração sequencial.
Tem o CP 162-111G, identificação G, deve se até lote. Existe o CP 162-541F, 162-542F,
162-543F e 162-544F.

Ana Paula Chaves Lemos: se for o caso, eu posso até pedir a minha assessoria que
está aí, que eles podem fornecer para o pessoal da Câmara para botar na imagem aí
onde está o documento e esses números.

Ana Paula Chaves Lemos: (inaudível) Na informação básica para o parcelamento que
foi incluída junto, tem lotes aprovado nesta quadra, mas o restante da quadra é toda
indivisa mesmo. Tem três.
128
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, mas então vocês conseguiram esses lotes
com base no número do índice cadastral porque que foi fornecido apenas um índice
cadastral que depois foi renumerado duas vezes. Então isso diz respeito a esse
cadastral, certo?

Ana Paula Chaves Lemos: não, eu só consigo te dizer que nesta quadra tem esses
três lotes aprovados, mas eu não consigo linkar este lote no índice cadastral. Esse
índice cadastral não tem georreferenciamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esses lotes que estão citados aí tem?

Ana Paula Chaves Lemos: aí eu teria que checar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ninguém teve a curiosidade de checar os lotes em


nenhum momento?

Ana Paula Chaves Lemos: mas eles não correspondem a esse.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por que eles foram citados então?

Ana Paula Chaves Lemos: porque eles foram apresentados na planta de


parcelamento. A informação básica para parcelamento é um documento que contém
todo o zoneamento. Tudo o que a gente tem de informação sobre aquela quadra é
compilado num documento único. Então, assim, esse documento não foi produzido
especificamente para este caso. É um documento que ele é automatizado, entendeu?
Nesse caso eu entrei com o número de CTM, porque o índice cadastral eu poderia
produzir esse documento pelo índice cadastral. Não foi o caso, porque não era possível.
Eu usei o (inaudível) e aí a quadra e era uma informação para quadra inteira. Ela
fornece todas informações da quadra e aí eu tenho a informação. Se vocês tiverem o
desenho aí vocês conseguem ver que tem divisõesinhas, assim em seguida, melhor
ainda né? Ela tem umas divisões em preto que são supostamente o que está lá, as
divisões que existem no local. Eu vou falar do lote, mas erroneamente, a divisão dada
dos imóveis das pessoas no local e eu tenho uma linha em amarelinho que seria o
(inaudível), então de fato eu tenho uma beiradinha que tem um lote, tem uns dois lotes

129
aprovados, tem dois, talvez três. Eu terei consulta no CP, mas dessa busca não existia
essa correspondência do índice com esses lotes. É um índice que a gente não
conseguiu georreferenciar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então só para eu entender, a gente tem a quadra,
o índice cadastral me deu a quadra, certo?

Ana Paula Chaves Lemos: o índice cadastral me veio junto com a informação do modo
CTM e aí eu busquei a quadra.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas nós temos a informação que há cinco
cadastros de planta, certo? Dentro dessa quadra. Isso pode ser um início de pesquisa.
Eu tenho cinco cadastros de planta dentro dessa quadra, certo?

Ana Paula Chaves Lemos: certo. São as que estão citadas ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então ok. A quadra é a quadra número 24, não é?

Ana Paula Chaves Lemos: o quarteirão é o 24. Isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o número do CP vem de onde? Vem do CP, vem
do número da quadra, vem de onde? Porque para este índice cadastral consta que a
quadra número 24, mas o CT é o número 61. Por que vem números assim? Esse
número 61 vem de onde?

Ana Paula Chaves Lemos: eu não sei de onde está vendo esse número 61.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não está no documento seu. Na verdade, está em
outro documento, em processo diferenciado. Eu só queria saber se você saberia me
explicar a relação de onde que surge um número de CT com relação ao número da
quadra, com relação ao CP, com relação ao CTM, ou não? E eu teria que questionar
isso na fazenda?

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Ana Paula Chaves Lemos: infelizmente é porque assim eu vou ser muito sincera, eu
não sabendo de onde vem CT. Eu não estou conseguindo fazer ligação com algum
número que eu conheça, então você pode ver se a Fazenda vai saber te explicar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem outros documentos juntados pela SUDECAP
e pelo laudo de avaliação, que inclusive avaliou a parte desapropriada que é
exatamente essa parte que eu te falei de 1362,14 m², de 9.965,50 m², imóvel de Moisés
Kalil, remanescente da área de 8.613,36 m². E aí consta esse CT 61 nessa avaliação,
que por sinal é um bocado de dinheiro, só desses 1362 m² aí, deu mais 2 milhões de
reais. Mas eu queria saber se você tinha informação sobre isso, mas a gente pergunta
depois para quem sabe. Obrigado.

Vereador Helinho da Farmácia: a Senhora sabe informar a quem foram pagas as


desapropriações dos imóveis da quadra 24? O que é preciso apresentar para se
identificar como proprietário e receber a indenização.

Ana Paula Chaves Lemos: não sei. Para identificar o proprietário é preciso fazer uma
busca cartorial. Mas, ademais, há questões relativas à desapropriação eu sugiro
questionar a SUDECAP.

Vereador Helinho da Farmácia: vocês atestaram que a desapropriação para o MOVE


da Avenida Dom Pedro I nesse trecho em análise, foi realizada do lado da via em que
se encontra a quadra. Então vocês atestaram que não houve desapropriação do imóvel
em questão, certo?

Ana Paula Chaves Lemos: não, não, nós não fizemos essa afirmação. Nós fizemos a
afirmação porque o imóvel em questão, hora nenhuma foi georreferenciado pela gente,
nosso ofício diz que ele se encontrava em algum lugar dessa quadra, mas a gente não
conseguiu fazer a localização. O que a gente contou é que, sabendo que esta quadra
foi desapropriada pelo MOVE, nós prestamos a informação de que, neste trecho, a
desapropriação não teve, segundo foi feito para cima dessa quadra. Foi identificado
pela gente e que outros questionamentos deviam ser verificados, junto a SUDECAP

131
porque a gente não tinha maiores informações sobre a desapropriação só de ter sido
feita em cima desta quadra.

Vereador Wesley Moreira: Fernanda, vamos lá então.

Ana Paula Chaves Lemos: você quer fazer outras perguntas?

Vereador Wesley Moreira: sra. Ana Paula Chaves Lemos, ainda no ofício como se traz
a foto da representação do CTM, a menção às plantas 162-111G, 162-541F, 162-542F,
162-543F, 162-544F. O que significam esses códigos e qual a necessidade de citar
todos?

Ana Paula Chaves Lemos: embora esses códigos sejam construídos na minha
Secretaria, eu não sei dizer como eles são formados, mas ele fornece essa
nomenclatura. Mas eu não tenho esse conhecimento específico. Eles estão citados
todos, porque essa é uma informação básica. Eu encaminhei para facilitar a leitura pra
Procuradoria e entendendo que poderia colaborar, eles solicitaram que eu quero enviar
informações sobre a área. Como foi possível identificar a quadra, eu gerei essa
informação básica para parcelamento e como eu disse, essa não foi produzida, os
campos, os mapas e o mapeamento não foi produzido especificamente para essa
resposta. Eu só gerei para essa resposta. Mas esses campos tudo aí são as
informações necessárias para que a pessoa que tiver uma gleba, uma área não
parcelada nessa quadra, a essas informações de fazer o seu parcelamento do solo,
então essas informações desses, esses TP são citados aí, porque eles são importantes,
que vão fazer o parcelamento do solo nesta quadra, por isso que eles são citados ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: para quem que a gente pede informações a
respeito desses cinco CP´s? É para Secretaria de Política Urbana ou é pra Secretaria
de Fazenda? Porque de um lote que era indiviso nós já encontramos cinco lotes, já é
um começo. Pelo menos um pedido de parcelamento nós temos que você tem cadastro
de planta.

Ana Paula Chaves Lemos: é que eu não tinha especificamente para esse fim. De qual
informação que você precisa? Só para eu saber te orientar melhor. Porque os

132
parcelamentos do solo, a planta. Então o base da minha Secretaria sim. Eu preciso
saber só qual outra informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber a localização desses cinco lotes,
em qual cartório que eu procuro os proprietários e eu quero saber se eles têm relação
com algum recebimento de desapropriação ou não.

Ana Paula Chaves Lemos: em recebimentos e desapropriação, SUDECAP.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: localização dos lotes?

Ana Paula Chaves Lemos: as outras informações, Secretaria. Se vocês colocarem de


novo o mapa que estava aqui e eu até consigo mostrar para vocês, já um indicativo.
Mas depois a gente fala específico de cada lote e CP, mas se vocês puderem colocar
de novo o mapeamento. Naquele desenho que estava sendo mostrado aqui na tela,
você consegue ver o desenho,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esses números no cadastro de planta, eles têm
algum significado Ana Paula Chaves Lemos? Porque um é 162-111G e os outros são
162-541 aí vem 1F, 2F, 3F, 4F.

Ana Paula Chaves Lemos: sim, eles têm sim. Embora eu não saiba explicar aqui, a
diretoria responsável pelo parcelamento, ela numera. E eu sei sim que eles por exemplo
os CP´s próximos geralmente na mesma quadra tem só o final diferente, mas eu não
sei explicar como é construído esse número, mas é a própria, é a minha Secretaria que
dá esse número. Eu posso correr atrás.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente pode fazer através de pedido de


informação também, que fica mais fácil. Então, então, de um lote que é indiviso, eu
posso afirmar que tem sim cinco lotes lá, que tem cadastro de plano?

Ana Paula Chaves Lemos: não, o que eu contei é que o índice cadastral fornecido foi
de um imóvel. Vocês podem ver que ele tem um indicativo de que ele é uma área
indivisa, porque inclusive ele tem um W. Isso é um indicativo. Não é uma certeza, mas
é um indicativo. Agora, esta é um é uma quadra predominantemente não parcelada. Aí
133
deixa só eu explicar para vocês. Eu não sei se dá para ver o amarelinho é a quadra que
nós estamos tratando, é o remanescente da quadra. Se vocês olharem na ponta ao sul,
à esquerda, mais à esquerda, vocês veem que tem uma linha clarinha e umas em
amarelo, um laranjinha que vão até quase a via. A linha que está escrito Pedro I. Tá
vendo? Eu tenho umas linhas, isso eu tenho alguma da área. A linha que está preta
dentro da quadra, ela se estende para fora da via. Não sei se dá para ver, tem três.
Elas se estendem. Estas áreas, muito provavelmente esses CP´s são desses três
pedacinhos que que passam, tá vendo? O lote originalmente provavelmente era
grande, vinha até o meio da Pedro I e foi desapropriado nessa área.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Ana Paula e quando você passa as coordenadas
geográficas 7801000 significa que as coordenadas geográficas são o quê? Desse
índice cadastral? Da área que significa o índice cadastral ou não? São coordenadas
geográficas de alguma coisa específica? Desculpa, essas coordenadas geográficas
foram passadas pela SUDECAP. Essas coordenadas geográficas, a SUDECAP
confirmou o número do setor e a quadra que a 1904010 confirmou o código e nome da
rua. O código é o 01155, Rua um. Esse código é da quadra ou é do lote ou é do que?
Existe código? O código é para verificação do quê?

Ana Paula Chaves Lemos: repete o código que você está me reportando? É código
de via?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque você tinha falado que aquele índice
cadastral tinha o código 01155, Rua Um. Esse código se refere a que? Se ao lote, à
quadra, à rua, ao quê?

Ana Paula Chaves Lemos: não. O que eu falei que é da quadra é aquele 19040010.
Esse que você tá me falando não foi esse aí não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui, o ofício, vocês mandaram informações para
identificar o imóvel daquele índice cadastral. Aí você fala que foi possível localizar a
quadra CTM em que se localiza o imóvel que é o CTM 190401030000 que está ativo.
O que significa esse ativo, inclusive?

134
Ana Paula Chaves Lemos: ativo é que eu consigo verificar no sistema. É que esse
número antigo, eu consegui jogar no sistema e baixar essa informação que está aqui
embaixo na primeira página. É visível para mim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, é porque está no sistema?

Ana Paula Chaves Lemos: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí você coloca aqui com o número do CTN
localizaram o quarteirão em que se encontra a área do índice cadastral, que o setor é
o 1904010, que o número do quarteirão é o 024, que o código da via é o 081155, Rua
Um. Nessa imagem que você juntou.

Ana Paula Chaves Lemos: é, aham.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí essas informação são confirmadas pela


SUDECAP, o número do setor, o número da quadra, o código, o nome da rua e eles
ainda acrescentam coordenadas geográficas. Não é possível ainda localizar o imóvel
com tudo isso?

Ana Paula Chaves Lemos: aí eu teria que verificar. O meu questionamento se foi só a
este ofício. As informações da SUDECAP eu sequer tive acesso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso, eu juntando todas essas informações
que são de órgãos oficiais da prefeitura, se eu te encaminhar, para a Secretaria
Municipal de Política Urbana, que eu tenho que questionar essas informações sobre a
identificação desse imóvel? Ou seria bom eu fazer isso para a Secretaria Municipal de
Política Urbana e para de Fazenda? Porque nós vamos acabar fazendo esse pedido
de informação. Eu quero saber até para otimizar o trabalho, já encaminhar para o setor
correto.

Ana Paula Chaves Lemos: eu encaminharia para todo mundo. Porque eu preciso
entender qual informação é essa que a SUDECAP tem de informação geográfica. Eu
não saberia falar a priori se é possível essa identificação, porque eu sei que quando a
Procuradoria me perguntou e fez esse questionamentos não era possível e o número
135
do índice que ela falou não estava georreferenciado para a gente fazer essa
identificação e a gente não tinha informações adicionais sobre isso. Agora, se tem
novas informações e tem georreferenciamento, a gente pode verificar novamente, mas
eu não saberia dizer a priori se as informações que vocês vão fornecer eventualmente
são suficientes para que se faça isso. Porque só pra você ter uma ideia é essa
dificuldade de localizar, de localização é uma questão assim, é uma questão que a
gente tem corriqueira, inclusive para aqueles lotes que a gente tem matrícula. O órgão
envia cópia para a gente da matrícula e pede (inaudível) e a gente não consegue
fornecer, porque as informações, mesmo da matrícula, são insuficientes para a gente
da Secretaria de Política Urbana fazer a locação de um imóvel. Então, localizar imóvel
não é tão fácil, mas enviando as informações, é possível a Secretaria verificar se com
aquelas informações a gente consegue fazer uma indicação. Não é um problema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quanto mais informação melhor, né? Ao invés de
estar focado, só no sempre no índice cadastral, eu tenho o número do setor, número
da quadra, código e nome da rua, coordenadas geográfica e agora ainda tenho mais
cinco cadastro de planta, pode ser que isso ajude né?

Ana Paula Chaves Lemos: é, manda que a gente vai verificar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu acabei entrando aqui em algumas perguntas


do Vereador Cleiton. Cleiton, pode fazer a 13, a 14 e a 15 aí, você me desculpa.

Vereador Cleiton Xavier: ainda no ofício, quando se traz a foto de representação do


CTM, a menção às plantas 162-111, 162-541F, 162-542F. O que significa esses códigos
e qual é a necessidade de citar todos, ou seja, os cinco?

Ana Paula Chaves Lemos: eu não tem conhecimento. Eu sei que essa nomenclatura
existe, é dada pela minha Secretaria, mas eu não tenho esse conhecimento específico.
Mas a necessidade de se citar todos é que esse documento, neste ofício traz uma
informação base para parcelamento do solo. Ela se destina a auxiliar as pessoas que
vão fazer o parcelamento do solo parcelada nesta quadra e essa informação é
importante para essas pessoas. Foi por isso que ela está neste conjunto de informação.

136
Vereador Cleiton Xavier: ao fazer o memorial descritivo do imóvel, a SUDECAP só
verificou o imóvel de código 162-111G. Não deveria fazer de todos? Qual o eventual
prejuízo de só fazer do primeiro código? A escolha foi aleatória?

Ana Paula Chaves Lemos: eu sugiro direcionar esse questionamento para a


SUDECAP. Eu não tenho conhecimento. Secretaria Municipal de Política Urbana.

Vereador Cleiton Xavier: porque surgiram consulta à SUDECAP se vocês atestaram


que o imóvel não foi desapropriado?

Ana Paula Chaves Lemos: o meu ofício não atesta que o imóvel foi desapropriado. Eu
inclusive, que sugeri ao questionamento sobre a desapropriação da quadra à
SUDECAP.

Vereador Cleiton Xavier: então, vocês não afirmaram no ofício?

Ana Paula Chaves Lemos: não.

Vereador Cleiton Xavier: quais informações adicionais caberiam à SUDECAP no


tocante à localização do imóvel?

Ana Paula Chaves Lemos: como a SUDECAP é responsável pela desapropriação dos
imóveis, a gente sugeriu a consulta a ela, porque, muito provavelmente ela fez o
levantamento das áreas e, eventualmente, de alguma propriedade que constava no
local. Foi por isso a sugestão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se alguém tiver aí o ofício, eu só gostaria que


lesse essa parte do ofício que fala assim que a desapropriação para o imóvel da
Avenida Pedro I, neste trecho, foi realizada ao lado da via em que se encontra a quadra.
Só para a gente firmar o que está escrito no documento.

Vereador Uner Augusto: está escrito o seguinte. Através de consulta ao Google Maps
foi possível verificar que a desapropriação para o MOVE na Avenida Pedro I, neste
trecho, foi realizada do lado da via em que se encontra a quadra CTM 1904010. Assim,
sugerimos consulta à SUDECAP para informações sobre a desapropriação e

137
documentação existente sobre a área. Esse é o último parágrafo do documento. E bem,
era esse trecho mesmo, Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era isso mesmo. porque a gente agora passa para
SUDECAP, como a Secretaria Municipal de Política Urbana fez. Obrigado, Ana Paula.

Vereador Uner Augusto: obrigado, Ana Paula Chaves Lemos.

Vereador Wesley Moreira: tudo bem. Então com isso nós finalizamos aqui as
perguntas para a Ana Paula Chaves Lemos. Como foi deliberado na última reunião, o
senhor Maurício Lopes de Paula, advogado, representando o ex-prefeito Alexandre
Kalil, tem aí cinco minutos aí para suas perguntas e tudo.

Maurício Lopes de Paula: senhor Presidente, obrigado. Eu vou ser bastante breve.
Senhora Ana Paula, eu tenho somente um questionamento. Não sei se é da atribuição
da Senhora. Não ter a delimitação de uma área de um imóvel é motivo de cancelamento
do índice cadastral?

Ana Paula Chaves Lemos: esse questionamento é da Secretaria de Fazenda.

Maurício Lopes de Paula: perfeito, sem mais perguntas.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Ana Paula Chaves Lemos, nós vamos aqui te
agradecer pela participação, pelas suas respostas. A CPI vai dar prosseguimento aqui
a sua pauta e você fique à vontade aí para se despedir. Muito obrigado.

Ana Paula Chaves Lemos: Continuo à disposição.

Vereador Wesley Moreira: muito bem, agora Vereadores estão participando remoto
aí, o que acontece? Nós recebemos aqui um comunicado da prefeitura que o Sr. Lucas
Ribeiro Horta não foi encontrado. O homem é um engenheiro que assinou aí alguns
documentos de que trata essa questão do perdão que foi dado ao ex-prefeito Alexandre
Kalil. Então agora nós teremos que procura-lo e ver aonde ele está, se está aqui em
BH ainda, nós precisamos encontra-lo, porque nós temos assinatura de um documento

138
muito importante do senhor Lucas Ribeiro Horta e foi comunicada essa CPI que a
prefeitura não o encontrou. Perfeito, Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: perfeito. Nós fizemos uma pesquisa rápida aqui. Nós
verificamos que o Sr. Lucas Ribeiro Horta ele é sócio administrador Cap Brasil
Engenharia Limitada. Então acho que nós poderíamos fazer uma intimação para a
empresa para que ele pudesse comparecer. Acho que dessa forma não haveria como
se esquivar da intimação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é uma pena, porque o Senhor Lucas foi quem fez
o laudo da SUDECAP em 18 de agosto de 2020 e a Senhora Ana Paula Chaves Lemos
passou diversas informações, explicou para gente melhor como que é o funcionamento.
Então teria sido uma ótima oportunidade poder conversar com ele. Já pegando o
gancho do que a gente aprendeu, das informações que nós tivemos para entender,
inclusive como que tudo está sendo organizado, porque é um imóvel que foi indicado
como garantia de uma dívida, de um imóvel que consta parcelamento de dívida, de um
imóvel que sempre foi cobrado e IPTU, de um imóvel, houve desapropriação ou não,
indiferente. Porque as dívidas são anteriores e tem, inclusive já a decisão do STJ
falando que como a desapropriação é uma aquisição originária, as dívidas
permanecem. Mas enfim, vamos descobrir o que está acontecendo com a
documentação da prefeitura. O Lucas fez um laudo falando inúmeras informações
importantes para a gente. Informações, inclusive, que depois, já em 2022, vai surgir aí
o tal do PTA. E aí a gente quer entender como que tudo isso está sendo organizado e
como que a prefeitura trabalhou em função de provar que o Kalil não precisa pagar
IPTU, mas continua mandando guia IPTU para inúmeros imóveis que para o Kalil não
precisa pagar. É isso que a gente precisa descobrir, entender o porquê. Mas a gente
vai conseguir conversar com essas pessoas ainda, pena que não compareceram hoje.

Vereador Wesley Moreira: nós vamos sim continuar. Vamos tentar aqui entender esse
imóvel que hora parece, hora some, hora aparece, hora some de um processo de tão
longo prazo e de maneira talvez coincidentemente, justamente na gestão do ex-
prefeito, foi tomada essas decisões de perdão. Recebemos uma resposta que agora o

139
imóvel sumiu, o imóvel não existe. Mas nas gestões de Márcio Lacerda e outros
prefeitos, o processo continuava andando. Então é importantíssimo que essas dúvidas
sejam devidamente esclarecidas. Bom, como o senhor Lucas Ribeiro Horta não foi
encontrado e nós agora faremos esse papel em investigativo aí de encontrá-lo, nós
vamos deliberar aqui apenas para nós adiarmos essa oitiva e numa próxima data a
gente decide. De repente, nós poderemos fazer uma extraordinária até mesmo antes
de quinta feira, porque o senhor Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes também enviou
documento a essa casa, falando que não será possível a sua participação, porque ele
está no período de férias e nós também vamos deliberar através de uma extraordinária,
uma nova data para ouvi-lo. Nós temos uma importante oitiva, já marcada para quinta-
feira que vem, que acredito que vai tomar bastante do nosso tempo, da nossa CPI, que
é muito limitada, só de três horas. E aí nós vamos decidir e vamos deliberar se vamos
ouvi-lo antes, ok? Fernanda, como relatora e os outros Vereadores.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok, Vereador Wesley Moreira. A oitiva do Eugênio
também é muito importante, porque ele é o responsável por assinar dois pedidos de
informação que nós fizemos ano passado a respeito de imóveis e cobranças de IPTU
de imóveis que passaram de uma loja para imóvel de quatro andares e o IPTU continua
o mesmo valor. Ele fez todo um estudo da parte sucessória do ex-prefeito Alexandre
Kalil, acho que, se não me engano, desde a avó dele, fez todo uma análise de
desapropriações na cidade desde 1968. Então eu estou curioso para saber se todo
cidadão belorizontino, quando questiona a propriedade, uma cobrança de IPTU tem
essa atenção da prefeitura de Belo Horizonte também.

Vereador Wesley Moreira: bom pessoal, então acho que vamos decidir dessa forma.
Vou colocar aqui em votação o adiamento da oitiva do Sr. Lucas Ribeiro Horta, do
senhor Eugênio Eustáquio Veloso. Aí nós vamos decidir essa nova data.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto: De acordo.

140
Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, eu também voto de acordo, então fica adiada a
oitiva dos senhores Lucas Ribeiro Horta, Eugênio Eustáquio Veloso. Não havendo mais
nada a ser tratado, às 10h59, declaro encerrada essa reunião. Um forte abraço a todos.

Às 10h59m foi encerrada a reunião.

2.6 - DA 6ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A sexta reunião6 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 01 de março de 2023, às 9h37m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença dos Vereadores Uner Augusto, Cleiton Xavier, Ciro Pereira,
Fernanda Pereira Altoé e Helinho da Farmácia, este último de maneira remota.

Foram votados e aprovados requerimentos com pedido de informações


sobre o signatário do laudo da SUDECAP, inserido nos autos nº 6119259-
50.2015.8.13.0024; pedido de alteração de data e horário da oitiva de Eugênio
Eustáquio Veloso Fernandes, da Subsecretaria de Receita Municipal, para o dia
09/03/2023, às 9:30h; pedido de informação para a servidora Ana Paula Chaves Lemos
enviar o e-mail da Procuradoria Geral do Município que lhe requisitou o laudo
mencionado e apurado no depoimento do dia 23/02/2023; pedido de envio de
publicação ou documento equivalente para a comprovação de férias do servidor
Eugênio Eustáquio, que justificou sua ausência na oitiva do dia 23/02/2023; pedido de
alteração de data e horário de oitiva de Lucas Ribeiro Horta, da SUDECAP, para o dia
16/03/2023, às 9:30h; pedido de informações complementares a Ana Paula Lemos,
sobre seu depoimento prestado no dia 23/02/2023, pedido de esclarecimentos sobre
assinatura no documento juntando aos autos nº 6119259-50.2015.8.13.0024; pedido

6
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/6%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito--abuso-de-poder-na-pbh-02-03-2023

141
de informação sobre a existência de contas bancárias da Prefeitura de Belo Horizonte
em que Alexandre Kalil seja administrador ou representante; pedido de informação ao
Clube Atlético Mineiro sobre a prestação de serviço da Unitour; pedido de informação
para acesso ao inquérito nº 002420082618-8; pedido de informação complementar
sobre a nomeação de cargos comissionados; ofício para encaminhamento ao Ministério
Público do Trabalho de Minas Gerais de informações trazidas no depoimento de Eloá
Starling; envio de ofício ao Ministério Público de Minas Gerais para ciência de
informações trazidas pelo depoimento de Eloá Starling.

Iniciada a oitiva, o sr. Rodolfo de Lima Gropen prestou compromisso de


dizer a verdade.

6ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: às 09h43, nós daremos início aqui à sexta reunião ordinária
da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte.
Nesse momento, farei a chamada dos vereadores que compõem essa comissão:
Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto.

Vereador Uner Augusto: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente.

142
Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Wesley Moreira: então, com a presença dos vereadores Cleiton, Ciro,
Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner, Hélio e Vereador Wesley Moreira. Vamos dar
prosseguimento a ordem dos trabalhos Reunião com convocados. Oitiva do Sr. Rodolfo
de Lima Gropen, Presidente do Conselho de Ética Pública de Belo Horizonte, para
pessoalmente prestar informações pertinentes à condução de procedimentos no
Conselho. Como nós estamos fazendo aqui e nas outras sessões. Nós estamos
invertendo a pauta, deliberando os requerimentos e depois vamos retornar ao item da
pauta relacionada à oitiva. E até o momento, também o senhor Rodolfo ainda não está
presente.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Mas mesmo está ok. Vamos, vamos partir para os
nossos requerimentos. Requerimentos Comissão 233 de 2023 Solicitação: pedido de
Informação. Destinatário: Procurador Fernando Couto Garcia. Finalidade: solicitar
informação sobre quem foi o responsável pela assinatura do documento 318256850
inserido nos autos Número 611 92 59 50 2015 8 13 0024. Solicitar o encaminhamento
da documentação do pedido que gerou o documento. Solicitar informação sobre o
motivo da resposta ter sido inserido nos autos citados. Autoria dos vereadores Cleiton
Xavier, Ciro Pereira, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto e Wesley
Moreira. Em discussão. Ok, agora durante a discussão vamos definir um prazo de cinco
dias úteis. Ok, vamos deliberar considerando cinco dias úteis. Muito bem. Discussão
em votação como vota o Vereador Cleiton. De acordo o requerimento.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro. De acordo.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.


143
Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o


Requerimento de comissão 233/2023. Requerimento de Comissão 234/2023. É uma
Alteração de data e horário de oitiva. Data 9 de março de 2023 Horário às 09h30 da
manhã. Finalidade do evento Intimar Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes na
Subsecretaria de Receita Municipal, para, pessoalmente prestar informações acerca
dos ofícios número 125 de 2022, Ofício 185 de 2022, referente ao imóvel registrado
sob o índice cadastral 900000000X8668, de autoria dos vereadores Cleiton Xavier, Ciro
Pereira, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto e Vereador Wesley Moreira
em discussão em votação como vota o Vereador Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado.


Requerimento de comissão 234/2023. Requerimento Comissão 235/2023. Solicitação:
o pedido de informação. Destinatário Ana Paula Chaves Lemos da Secretaria Municipal

144
de Política Urbana. Finalidade Oficiar para que encaminhe o e-mail na íntegra que
recebeu da Procuradoria Geral do Município, que gerou a resposta do ofício da
Secretaria Municipal de Políticas Urbanas Contencioso Fiscal número 1036 de 2020,
referente ao Ofício Contencioso Fiscal/GC TRI e DP DCSD SUDECAP número 415 de
2020, que fora mencionado na oitiva realizada por essa comissão no dia 23 de fevereiro
de 2023, de autoria dos vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Vereadora Fernanda
Pereira Altoé Uner e Augusto Vereador Wesley Moreira Moreira, em discussão.

Vereador Wesley Moreira: e vamos deliberar um prazo em cinco dias. Tá tranquilo?


Muito bem. Vamos votar então, já com prazo determinado de cinco dias úteis em
votação, como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 235 de 2023 Requerimento de Comissão 236/2023. Pedido
de informação. Destinatário: Secretário Municipal de Governo Josué Costa Valadão.
Finalidade: Solicitar informação e encaminhamento da publicação no Diário Oficial do
Município ou qualquer outro veículo oficial sobre o período de férias e a data em que
foi solicitada a marcação pelo subsecretário da Receita Municipal, o senhor Eustáquio

145
Fernandes, com a finalidade de justificar a ausência do intimado na oitiva solicitada
pelo requerimento de comissão 36 de 2023 aprovado para essa Comissão a autoria
dos vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Vereador Wesley Moreira em discussão. Cinco dias úteis. Cinco dias úteis
em votação, como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Eu também voto com requerimento. Fica


provado. Requerimento de Comissão 236/2023. Requerimento de Comissão 237/2023.
Alteração de data e horário da oitiva. Data: 16 de março de 2003. Horário: às 09h30 da
manhã. Finalidade do evento: intimar Lucas Ribeiro Horta na Superintendência de
Desenvolvimento da Capital para pessoalmente prestar informações acerca do
memorial descritivo apresentado no processo 2008 12 181 231 014 00000 31 66 24
222. Referente ao imóvel registrado sob o Índice Cadastral 900000000X8668. A autoria
dos Vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Vereador Wesley Moreira. Em discussão. Ok. Bom, nós vamos só mudar
aqui o que foi pedido para que a intimação fosse enviada endereçada à SUDECAP.
Vereador Wesley Moreira: mas nós vamos deliberar aqui sem o destino correto e

146
vamos passar posteriormente aonde será encontrado o Lucas Ribeiro Horta, o senhor
Lucas Ribeiro Horta, para fazer o seu, para prestar o seu depoimento. Ok. Então vamos
colocar em votação, como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Então, fica aprovado o
requerimento de comissão 237/2023, com a ressalva que será passado a assessoria o
endereço correto para a entrega da intimação. Requerimento de Comissão 239/2023.
Pedido de informação. Destinatário: Prefeito Fuad Noman, Secretário Municipal de
Governo Josué Valadão, Secretária Municipal da Fazenda, Leonardo Colombini,
Secretário Municipal de Políticas de Política Urbana, Josué Antônio Fleury e o
Superintendente da SUDECAP, Henrique de Castilhos Marques de Souza. Finalidade:
obter informações acerca dos esclarecimentos prestados pela servidora Ana Paula
Chaves Lemos na oitiva de 23/02/2023, de autoria dos vereadores Wesley Moreira,
Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto, em
discussão. Em votação como vota, o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

147
Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: muito bem, acho que ele deve ter caído a conexão. Eu
também voto com requerimento, fica aprovado Requerimento Comissão 239 de 2023 e
o prazo determinado de cinco dias para enviar a resposta. Cinco dias úteis.

Vereador Wesley Moreira: requerimentos Comissão 240/2023. Pedido de informação.


Destinatário: Prefeito Fuad Noman, Secretário Municipal de Governo José Valladão e
Superintendente da SUDECAP Henrique de Castilhos Marques de Souza. Finalidade:
solicitar esclarecimentos sobre a assinatura do documento. 318256856 juntado ao
processo número 611 92 59 50 2015 Número 8 13 0024, de autoria dos vereadores
Vereador Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleide Xavier, Vereadora Fernanda Pereira
Altoé e Uner Augusto em discussão.

Vereador Wesley Moreira: o prazo também já está definido em cinco dias, em votação
como vota como vota, o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

148
Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira eu também voto com requerimento, então fica aprovado
Requerimento de Comissão 240 de 2023. Requerimento de Comissão 241/2023.
Solicitação Pedido Informação: destinatário Prefeito Fuad Noman, Secretário Municipal
de Governo Josué Valadão e o Secretário da Fazenda Leonardo Colombini. Finalidade
de obter informações a respeito de eventuais contas bancárias em que Alexandre Kalil
figure como representante. Autoria dos vereadores Vereador Wesley Moreira, Ciro
Pereira, Cleiton Xavier, Vereadora Fernanda Pereira Altoé e Uner Augusto, em um
prazo de cinco dias úteis para resposta em discussão em votação como o vota o
Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

149
Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado
Requerimento de Comissão 241 2023. Requerimento de Comissão 304/2023. Pedido
de Informação. Destinatário: Presidente do Clube Atlético Mineiro Sérgio Coelho.
Finalidade: obter informações acerca da prestação de serviços da empresa Unitour.
Autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Vereadora Fernanda Pereira Altoé,
Uner Augusto e Vereador Wesley Moreira. Em discussão. Cinco dias pessoal
deliberado e tranquilo, cinco dias úteis em discussão e em votação, como vota como o
vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado


Requerimento de Comissão 304/2023. Requerimento de Comissão 305/2023.
Solicitação: Pedido de informação. Destinatário: Juiz Titular da Vara Criminal de
Inquéritos Policiais da Comarca de Belo Horizonte. Finalidade: Obter informações
referente ao inquérito número 002420082618/8, de autoria dos vereadores, Vereadora
Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Uner Augusto e Vereador Wesley
Moreira em discussão em votação. Tá, já está. E se já vem já com o prazo determinado,
cinco dias úteis em votação, como vota o Vereador Cleiton Xavier?

150
Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento, fica aprovado


Requerimento de Comissão 305 2023 Requerimento de Comissão 306/2023. Pedido
Informação. Destinatário: Prefeito Fuad Noman e Secretário de Governo Josué
Valadão. Finalidade: obter informação complementar ao requerimento de Comissão
33/2023 Acerca da nomeação de cargos comissionados. Autoria dos vereadores Ciro
Pereira, Cleiton Xavier, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto e Vereador
Wesley Moreira. Em discussão. Cinco dias úteis é o prazo para recebermos a resposta
em votação como vota o Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

151
Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica provado


Requerimento de Comissão 306/2023. Requerimento de Comissão 311/2023.
Solicitação: envio de ofício. Destinatário: Procurador Chefe do Ministério Público do
Trabalho de Minas Gerais Arlélio de Carvalho Lage. Finalidade Tomar medidas que ele
entender necessárias no tocante ao ex prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil e
suas empresas Erkal Engenharia Limitada, Fergical limitada. Autoria: Vereadores.
Vereador Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleide Xavier, Vereadora Fernanda Pereira
Altoé e Uner Augusto Prazo determinado. Então, vamos colocar em votação como vota
o Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

152
Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica provada que
elementos Comissão 311/2023. Requerimento de Comissão 312/2023. Solicitação:
envio de Ofício. Destinatário: Promotor de Justiça Bruno Alexandre Vieira Soares.
Finalidade: tomar as medidas que entender necessárias sobre a oitiva de Eloá Maria
Starling Mendes, proprietária e administradora da empresa Unitour Turismo Universal
Limitada, na qualidade de testemunha na quarta reunião da Comissão Parlamentar de
Inquérito do Abuso de Poder instaurada na Câmara Municipal, que investiga ações e
omissões da Prefeitura de Belo Horizonte na gestão do ex-prefeito Alexandre Kalil,
autoria dos vereadores. Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Uner Augusto e Vereador Wesley Moreira em discussão em votação como vota o
Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner.

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, fica provado o


Requerimento de Comissão 312 de 2023. Outros assuntos: resposta a Requerimentos
Indicações da Comissão. Ofício em resposta ao requerimento de Comissão 22/2023,
de autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé. E a resposta foi enviada pelo
secretário municipal de Adjunto de Governo, Subsecretário de Relações Institucionais,

153
Leonardo Amaral Castro. Solicitação resposta disponíveis no Portal da Câmara
Municipal Ofício em resposta ao requerimento de Comissão 32/2023, de autoria dos
vereadores Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Uner Augusto e Vereador
Wesley Moreira. Remetente: escrevente autorizado do Cartório do Sexto Ofício de
Registro de Imóveis da Comarca de Belo Horizonte, Maria Serafina Garcia Régis
também encontra-se disponível no portal da Câmara Municipal. Ofício em respostas ao
Requerimento de Comissão 35 de 2023, de autoria dos vereadores, Vereadora
Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Uner Augusto e Vereador Wesley Moreira foi
enviado pelo secretário municipal de junto de Governo, subsecretário das Relações
Institucionais, Leonardo Amaral Castro, também disponível no portal da Câmara
Municipal.

Vereador Wesley Moreira: ofício à resposta Requerimento de Comissão 36/2023, de


autoria dos vereadores, Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Uner Augusto
Vereador Wesley Moreira. Enviada a resposta pelo secretário municipal de Adjunto de
Governo Subsecretário de Relações Institucionais, Leonardo Amaral Castro, também
disponível no portal da Câmara Municipal. Ofício em resposta ao Requerimento
Comissão 172 de 2023, de autoria dos vereadores Vereador Wesley Moreira, Cleiton
Xavier e Vereadora Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto foi enviada pelo delegado de
Polícia Civil, Marcos Vinícius Lobo Leite Vieira, também disponível no portal da Câmara
Municipal. Com isso, nós finalizamos a parte dos requerimentos e respostas e agora o
nosso desejo é retornamos a oitiva, a oitiva do senhor Rodolfo de Lima Gropen.

Vereador Wesley Moreira: retomamos à Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de


Poder na Câmara Municipal. Já agradeço aqui a chegada. Aqui a presença do Sr.
Rodolfo de Lima Gropen, Presidente do Conselho de Ética Pública de Belo Horizonte.
Já fomos comunicados aqui ainda da pequena problema que teve com relação ao
acesso e o sr. estava acessado nessa reunião desde as dez horas. Mas teve uma
pequena diferença no endereço no endereço para poder participar.

Vereador Wesley Moreira: mas desde já agradeço. Senhor, bom dia! Dou bom dia
para o senhor. Também comunico a presença do senhor Tarciso Maciel Chaves

154
Mendonça, procurador do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que também
aproveito para agradecer também ter passado aqui o contato direto do senhor Rodolfo.
Muito bem, vamos lá.

Vereador Wesley Moreira: então vamos só suspender a reunião por mais cinco
minutos, só para organizarmos aqui algumas questões regimentais e vamos retornar a
oitiva do senhor Rodolfo.

Vereador Wesley Moreira: bem, às dez horas e 43 minutos. Retomamos a nossa


reunião e vamos retomar ao nosso segundo item da pauta, que é a oitiva do senhor
Rodolfo de Lima Gropen, presidente do Conselho de Ética Pública de Belo Horizonte,
para pessoalmente prestar informações pertinentes à condução de procedimentos no
Conselho de Ética. Eu quero reforçar aqui para o senhor Rodolfo, que eu solicito que
ele preste o compromisso, nos termos do artigo 203 do Código do Processo Penal, e
informo que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade poderá incorrer no crime
de falso testemunho de acordo com o artigo 342 do Código Penal, foi enviado tanto
para o WhatsApp do senhor e para o chat. Um compromisso. Eu gostaria que o senhor
fizesse a leitura.

Rodolfo De Lima Gropen: eu, Rodolfo de Lima Gropen, 58 anos de idade. Casado,
residente em Belo Horizonte. Profissão: advogado, cuja atividade desenvolvida no
endereço: Rua Inconfidentes, 1190, oitavo andar. Prometo dizer a verdade, relatando
sempre o que souber, explicando sempre as razões da minha ciência sobre o fato ou
as circunstâncias pelas quais possa avaliar se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: agradeço, senhor vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: Rodolfo de Lima Gropen, Bom dia. Doutor é advogado
renomado. Eu gostaria que se o senhor não se importasse de nos falar o currículo do
senhor.

Rodolfo De Lima Gropen: eu sou advogado. Formado em 1989 na Universidade


Federal de Minas Gerais e atuo na área tributária, que é a minha especialidade desde
que me formei, há 33 anos.

155
Vereador Ciro Pereira: e o senhor poderia falar para também para nós a área de
atuação escritório, se já advogou para empresas e se já trabalhou anteriormente no
serviço público.

Rodolfo De Lima Gropen: nunca trabalhei no serviço público anteriormente. Eu


advogo, como disse, na área tributária, presto serviço para empresas e o escritório que
trabalhei primeiro em São Paulo e há 26 anos tem o meu escritório e que que milita
exclusivamente nessa área tributária.

Vereador Ciro Pereira: senhor Rodolfo, o senhor conhecia o Conselho de Ética e as


suas atribuições antes de ser nomeado presidente do órgão?

Rodolfo De Lima Gropen: conhecia. Não de participar de alguma reunião. Mas tinha
notícia, sim, e sabia da sua existência.

Vereador Ciro Pereira: dr., como, quando e quem convidou o senhor para ser
presidente do Conselho de Ética de Belo Horizonte?

Rodolfo De Lima Gropen: desculpe, presidente?

Vereador Ciro Pereira: isso, para fazer parte do Conselho de Ética.

Rodolfo De Lima Gropen: para fazer parte do Conselho de Ética, foi o prefeito
Alexandre Kalil e para ser presidente foi uma eleição com os conselheiros, a doutora
Misabel Derzi e Dr. Marcelo Leonardo, Dr. Rômulo Ferraz, que me elegeram em outubro
de 2021 para ser o presidente.

Vereador Ciro Pereira: e como isso aconteceu, Doutor? Foi um convite? Como que se
deu esse convite do ex-prefeito?

Rodolfo De Lima Gropen: foi através de um convite. Ele me chamou à prefeitura e me


convidou para ser membro do Conselho de Ética em abril, se não me engano, de 2021.

Vereador Ciro Pereira: perfeito. O Doutor leu os regramentos do órgão e do cargo, a


exemplo do decreto 14.635 de 2011 e demais legislações aplicáveis.

156
Rodolfo De Lima Gropen: sim, naturalmente.

Vereador Ciro Pereira: doutor, quais são os servidores submetidos ao processo e


julgamento do Conselho de Ética? Em quais circunstâncias isso acontece?

Rodolfo de Lima Gropen: os servidores são da alta administração.

Vereador Ciro Pereira: e quem são os membros da alta administração municipal?

Rodolfo de Lima Gropen: são o Prefeito, Vice-Prefeito e os Secretários, titulares de


órgãos de primeiro e segundo grau hierárquico e estrutura organizacional da
Administração direta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia Doutor, o que determina essa questão do
os titulares do primeiro e segundo grau? Existe uma lei que a gente consegue identificar
é uma nomenclatura?

Rodolfo de Lima Gropen: é o decreto 14.635.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o decreto fala que é o primeiro segundo grau?

Rodolfo de Lima Gropen: o decreto define quais são as pessoas que são submetidas
ao Conselho de Ética. Agora, a legislação do município é que define quem pode ser,
quem são os membros do primeiro e segundo escalão. A da gestão do município tem
uma estrutura, demonstra uma organização e demonstra a estrutura organizacional,
digamos assim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu vou ver se a gente manda um


questionamento para ter uma específica. O Senhor saberia se Procurador do município,
Procurador geral do município.

Rodolfo de Lima Gropen: Procurador-Geral do Município Sim, Procurador do


Município. Sim, Secretário Municipal, sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: gerência? Diretoria?

157
Rodolfo de Lima Gropen: diretoria de órgão Sim. Secretaria, subsecretaria

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ir. quem são os demais integrantes do Conselho
de Ética?

Rodolfo de Lima Gropen: são Dr. Marcelo Leonardo, Dr. Hermes Guerreiro e Doutor
Rômulo Ferraz. São os titulares.

Vereador Ciro Pereira: perfeito. E como que funciona o órgão? Periodicidade de


reuniões, distribuição dos processos entre os membros, atuação.

Rodolfo de Lima Gropen: pelo Regimento Interno há uma reunião semestral. Quando
chegam em uma denúncia vai ao presidente e o presidente designa o relator, o relator,
ele ouve a parte denunciada e leva o processo para julgamento. Após ter o seu o seu
voto definido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ela é semestral e essa periodicidade é fixa de seis
em seis meses ou é até seis meses?

Rodolfo de Lima Gropen: e é semestral, definido no Regimento Interno do Conselho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a minha questão é porque a gente vê. Por
exemplo, teve reunião dia 23 de março de 2022. A próxima reunião deveria então ser
23 de setembro de 2022. E ela aconteceu antes. A data ela é definida de seis em seis
meses, contando mensal, estilo código Processo Civil. Assim, com mais rigor ou não, e
até seis meses vocês consideram o mês forma mais aleatória a data?

de Lima Gropen: sim, eu considero na verdade semestral. Na verdade, é vereadora e


o que acontece nós do Conselho de Ética somos pessoas que se não são agentes
públicos e que cada um tem sua profissão, inclusive essa do Conselho de Ética é não
remunerada. Então o que a gente tenta conciliar a agenda de todos eles pra que faça
a reunião cada um o seu, respeitando cada, cada a cada trabalho de todo membro,
cada trabalho profissional.

158
Rodolfo de Lima Gropen: por isso que não é exatamente, por exemplo, próxima
reunião agora na primeira quinzena de abril, mas eu não consegui definir ainda porque
eu estou dependendo outros membros para a gente conciliar a agenda para que ela
seja efetivada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque na verdade vocês são agentes públicos,
né?

Rodolfo de Lima Gropen: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas é porque, por exemplo, em tese, a próxima
reunião deveria ser em março, considerando a data da última. É por essa razão, da
dificuldade de agendas de agendas, que o Conselho de Ética deixou de ter reuniões
mensais para ser semestral?

Rodolfo de Lima Gropen: bom, eu tenho que me reportar a quando eu cheguei no


Conselho e assumi a presidência e as reuniões mensais não existiam, elas estavam
previstas e não existia, porque imagino que pelo que eu tinha que me lembro, elas
haviam nesses anos todos, de 2011 para até 2021, houve só apenas tão somente dois
processos, então não havia. Suponho que seja isso motivo para reuniões.

Rodolfo de Lima Gropen: então, houve essa alteração com a semestral e em função
exatamente do passado. Então, se é que a senhora me entendeu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu entendi, porque foi criado por um decreto do
ex-prefeito Márcio Lacerda, em 2011 e continham atas mensais. E mesmo que não
tivesse pauta, mas de reuniões. Aí desde que o Alexandre Kalil assumiu a prefeitura
ficou de 2017 até 2019 sem nenhuma reunião, muito embora o decreto determinasse
reuniões mensais. E aí, de fato, houve essa mudança para reuniões semestrais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas na hipótese de aparecerem, por exemplo, eu


mesmo fiz uma denúncia a respeito da atuação do procurador Gustavo Levate. Nesses
casos não seria necessário a convocação de uma extraordinária? Tem que aguardar a
reunião dos próximos seis meses?

159
Rodolfo de Lima Gropen: aí a senhora sabe que eu não posso falar de procedimento
enquanto ele não terminar. No caso, eu. O que acontece na prática: esse caso
especificamente, vereadora, eu posso dizer isso como há uma petição do meu escritório
que está juntada à denúncia que a senhora fez e nem designar relator eu designei. Eu
aproveitando um artigo do regimento que fala quando o presidente não está presente
na reunião, o decano do Conselho, que deve, deve designar e deve coordenar os
trabalhos.

Rodolfo de Lima Gropen: então, eu pedi, eu fiz um despacho no sentido do decano,


que é o Marcelo Leonardo, designar o relator. E eu não sei nada a respeito disso, desse
processo. A partir desse momento e conforme regimento interno, eu não vou participar
desse caso. Mas tudo depende do relator entregar o caso para ser julgado. Então, no
caso normal, por exemplo, eu tenho falado da situação de agora, tenho um caso que já
está pronto para ser julgado e tem mais três casos que estão aguardando o relator e
para o relator apresentar o voto para reunião.

Rodolfo de Lima Gropen: eu já solicitei relator para que ele tentasse apresentar os
votos da reunião da próxima quinzena de abril, para que nós não deixamos, não
deixamos nada e sem votação até, porque eu entendo que o mandato ele vence agora
em abril, por conta dos dois anos, só para não deixar a senhora sem uma resposta, o
comentário que o senhor fez.

Rodolfo de Lima Gropen: e eu não posso falar sobre o passado do Conselho porquê
de 2017 até 2021, eu não fiz parte do CONEP e então não posso falar sobre se houve
ou não esse movimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu agradeço.

Rodolfo de Lima Gropen: eu que agradeço.

Vereador Ciro Pereira: doutor, quais alterações foram realizadas no modelo original
do Conselho de Ética na sua gestão?

Rodolfo de Lima Gropen: quais modificações?

160
Vereador Ciro Pereira: isso?

Rodolfo de Lima Gropen: é uma resolução e houve essa alteração no regimento, mas
eu não era presidente ainda. Foi antes da minha eleição para presidente e em que
participaram as sugestões que foram dadas pelo controlador geral do município,
Leonardo Ferraz que participou e também pelo procurador geral do município que está
presente também à época, o Dr. Castellar Guimarães. Nessa reunião que foi aprovada
a alteração do Regimento Interno, que basicamente alterou muito pouca coisa.

Rodolfo de Lima Gropen: mas essa questão de seis meses foi colocada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só mais uma dúvida então, não teve reunião ainda
para distribuir a denúncia que a gente fez no dia 1 de setembro?

Rodolfo de Lima Gropen: não houve, na verdade o seguinte quando há uma denúncia,
ele vai conclusa ao presidente. O presidente designa o relator. No caso que a senhora
fez a denúncia para evitar de eu funcionar neste trabalho, em atendimento ao regimento
Interno, que diz quando você tem alguma relação com a Denúncia, você não pode.
Você tem que se abster. Então eu pedi ao conselheiro decano, pedi formalmente para
que designasse o relator.

Rodolfo de Lima Gropen: ele designou esse caso desde outubro, se não me engano,
novembro, com o novo relator, com o relator designado. É só para a senhora saber do
andamento. E eu pedi que todos os processos sejam levados até essa primeira
quinzena de abril para o julgamento. Mas eu dependo do relator. Naturalmente, eu não
posso obrigá-lo a fazer o voto se ele não tiver tempo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e atropelando, só fazer mais uma perguntinha. Eu


vi que em 2022 vocês passaram a não aceitar mais denúncias anônimas no Conselho
de Ética.

Rodolfo de Lima Gropen: não é não aceitar. Nós fizemos uma resolução com base
inclusive no Ministério Público e normas do Ministério Público Estadual do Tribunal de
Contas, em que o relator pode sugerir a não aceitação de denúncias anônimas, caso

161
não sejam revestidas de mínimo indício para evitar o julgamento. A resolução. Ela tem
exposição de motivos, mas eu posso encaminhar para a senhora se ela quiser.

Rodolfo de Lima Gropen: mas não é que não deva se aceitar, é que abre-se um
caminho na linha que o Ministério Público Estadual adota na linha do Tribunal de Contas
do Estado adota para que o Conselho possa não julgar se não houver indícios mínimos
de autoria.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nesse eu cheguei a ver o documento. Ele
começa com considerandos e justificando. Com base nisso.

Rodolfo de Lima Gropen: eu tentei o vereador fazer isso de forma mais claro possível
para que isso fosse entendido, porque houve algumas denúncias que realmente não
tinham o mínimo substrato fático para si e assim encaminhar para julgamento. Mas é
apenas uma faculdade. E, naturalmente, se a senhora quiser fazer críticas a ela, elas
serão muito bem acolhidos, que eu sei que a senhora realmente tem um passado de
Ministério público e tem muito a contribuir no aprimoramento desse tipo de
procedimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vi, inclusive, que tem relato de que os senhores
recebiam um volume muito grande de denúncias anônimas e que isso, inclusive, estava
prejudicando a atuação do Conselho. O número de denúncias anônimas na atual
gestão do Conselho de Ética, vocês têm um paralelo de como que foi desde a criação
de 2011 para cá, esse volume de denúncias anônimas, o porquê do aumento ou não.

Rodolfo de Lima Gropen: não, não tem. Eu acho que isso é questão política, quer
dizer, quando há atritos, eu acho que isso pode levar às denúncias anônimas, só para
não deixar a senhora sem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente sabe como é que é o ambiente público, a
gente sabe a dificuldade de conciliar os interesses.

Rodolfo de Lima Gropen: e eu estou vendo isso agora, vereadora, e me assustei. E


para falar assim, vou falar. Eu tenho um hábito de não me candidatar, quando eu fui
presidente do Conselho do Atlético diretor do Atlético, a recondução. Eu sempre fui

162
contra, mas com mais rigor ainda agora. Eu pretendo me aposentar em abril. Agora
desse ano.

Vereador Wesley Moreira: senhor Rodolfo, qual era ou qual é o grau de relação com
o ex prefeito Alexandre Kalil? Como que o senhor o conheceu?

Rodolfo de Lima Gropen: bom dia vereador, Vereador Wesley Moreira, e agradecer o
bom dia do Senhor e peço desculpa novamente que eu sou um velho de 58 anos. Fiz
o link aqui e parece que eu dei um espaço a mais antes de 2023. Aí eu criei uma reunião
dentro da CPI que só tinha eu e eu fiquei meia hora esperando. Então me perdoe,
credite isso a idade avançada. Com relação ao Alexandre Kalil, eu lhe digo o seguinte:
eu conheci ele dois dias antes da primeira eleição que ele disputou no Atlético, em
2008. Eu forcei essa apresentação porque meus filhos choravam depois do Atlético,
nós estamos numa situação péssima e eu, por minha experiência tributária queria
ajudar alguma forma o Atlético e por amigos comuns, fui apresentado a ele e me
disponibilizei a ajudá-lo caso ele fosse eleito. Dois dias antes da eleição dele. Então eu
não o conhecia. Conhecia por ser de televisão, daquelas entrevistas dele que ele dava,
digamos, fortes. Então, como ele foi eleito e eu fui apresentar um trabalho para ele,
tributário, para que o Atlético e pagasse menos impostos, aproveitando uma
determinada lei de 96. E ele me chamou para ajuda-lo lá no Atlético.

Rodolfo de Lima Gropen: e eu assim fiz. E depois, logo depois, ele me chamou para
ser diretor também não remunerado, digo remunerado pela paixão, e fiquei com ele
durante seis anos, primeiro como diretor de gestão e segundo como diretor de
Planejamento. Depois me candidatei, para ser presidente do conselho do Atlético. Eu
já estava afastado, então fui presidente do Conselho. Naturalmente, desenvolvemos
uma relação durante esse período de seis anos.

Rodolfo de Lima Gropen: posso dizer que sou amigo, mas um amigo, digamos, se o
Sr. me perguntar Vereador, se eu vou na casa dele e de dois em dois meses ou ele vai
na minha casa, não sei. Só me perguntar no meu aniversário, que se passou há poucos
dias, se ele me ligou, eu digo ele mandou um WhatsApp dando parabéns, uma

163
mensagem, mas eu tenho uma relação com ele e tenho orgulho do tempo que fiquei
com ele no Atlético nesses seis anos.

Vereador Wesley Moreira: certo. E o senhor recebia alguma orientação específica


para tomadas de decisões ou, de repente a elaboração de alguns documentos, essas
orientações diretas do ex-prefeito Alexandre Kalil, justamente no curso das suas, das
suas funções. E se teve alguma, alguma orientação nesse sentido, quais foram?

Rodolfo de Lima Gropen: Vereador, ele participou apenas de uma reunião do


Conselho, que foi da posse da nova gestão. E nessa, nessa reunião, ele só disse. Eu
inclusive constou em ata, que todo o trabalho devia ser devolvido com isenção e é
independentemente da pessoa e tal. Depois disso não, não tratei disso com ele e ele
não participou de nenhuma reunião e nem aceitaria ele.

Rodolfo de Lima Gropen: Vereador eu posso dizer, eu tenho uma história, tenho três
filhos e meus pais não se formaram. E ele, mas meu pai que já se foi, disse para mim
em testamento que eu fiz, que nome a gente escreve, mas a gente não reescreve.
Então, mesmo que ele fizesse isso, eu não teria problema em falar isso, até porque
estou sob juramento. Eu não aceitaria.

Vereador Wesley Moreira: queria entender essa relação também, porque o Sr. mesmo
sendo presidente do Conselho de Ética do Município, o senhor também ajuizar ações
contra o município de BH?

Rodolfo de Lima Gropen: sim, eu sou advogado em algumas causas dentro das
empresas do Alexandre Kalil e em algumas poucas dele. Então são casos de
execuções fiscais, de natureza patrimonial e elas não conflitam ou colidem de alguma
forma com a presidência. Exercício do Conselho de Ética, que tem natureza de índole
disciplinar. Então tenho ações sim, sem dúvida. E mais, elas não influenciam
naturalmente em nada, porque os interesses são absolutamente distintos. Interesses
jurídicos são inteiramente distintos.

164
Vereador Wesley Moreira: então, nesse caso, sou não só não considero essa atitude
antiética por atuar contra o município, mesmo zelando por condutas éticas da
administração pública municipal.

Rodolfo de Lima Gropen: não considero, não são, são só são interesses
completamente diverso: um interesse patrimonial das execuções fiscais. O outro
interesse disciplinar que é verificar, diante de uma situação específica, se a uma colisão
com o Código de Ética e o Código de Ética Municipal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então até pegar um vereador. Vereador Wesley
Moreira, a gente sabe do seu sigilo profissional como advogado. Nem a gente não, de
forma alguma, quer entrar nessa seara. Mas nós temos aqui uma disposição, que é o
artigo oitavo, do Decreto 14.635, de 2011, que institui o Código de Ética que fala:
Aplicam se à alta administração municipal todas as disposições deste Código de Ética
e, em especial as constantes deste capítulo, as quais visam as seguintes finalidades
minimizar a possibilidade de conflito, o interesse privado e o dever funcional das
autoridades públicas da administração pública municipal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso, não haveria violação a algumas
disposições do Conselho de Ética e até de obrigação de servidores e de agentes
públicos. O senhor, como presidente do Conselho, processar o município?

Rodolfo de Lima Gropen: eu entendo que não vereadora. Eu acho que o que um
interesse não elimina ou afeta o outro. Punir um agente, não impede de contestar uma
cobrança. Eu acho que são realmente dessemelhantes os objetos, então eu respeito e
a opinião dos senhores, mas eu vejo que juridicamente um não colide com o outro. Não
há conflito, ao meu ver.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só a título de exemplo, no caso dos IPTU´s, onde
nós estamos questionando um tratamento diferenciado e no caso de ações trabalhistas,
onde, inclusive, nós tivemos aqui o depoimento do depoimento da senhora Eloá, onde
ficou muito claro que foram entregues R$ 25.000 e dinheiro em espécie. Inclusive, a
gente até fez um ofício ao Ministério Público do Trabalho, em que as execuções

165
trabalhistas não estavam conseguindo bens do ex-prefeito. Ele estava pagando em
dinheiro, em espécie, viagens ao Copacabana Palace, porque, por exemplo, no caso
dos IPTU´s, a gente questionando aí o tratamento diferenciado para o ex-prefeito
Alexandre Kalil nas execuções fiscais, o procurador geral do município e o procurador
ou os procuradores que atuam nessas execuções em eventual irregularidade na
atuação deles, eles seriam julgados pelo senhor no Conselho de Ética.

Rodolfo de Lima Gropen: no caso, se houvesse essa e uma denúncia relativa a isso,
eu desconheço essa questão de pagamento em dinheiro. Naturalmente, não é da
minha alçada? Mas, o regimento interno do Conselho já dá uma vacina em relação a
isso. O artigo se não me engano, o artigo 21. Que é que desde 2011, ele não foi alterado
em 2021, ele diz que o conselheiro que por acaso tiver alguma relação com o fato, ele
tem que se abster de participar do julgamento. Então, o próprio regimento do Conselho
de Ética, ele já admite uma possibilidade de uma para parcialidade de uma. Como é
que eu posso dizer? Ou seja, eu e com o prefeito Alexandre Kalil, pela relação que eu
tenho, se algo dele aparecesse, porque agora ele já não é autoridade e eu não poderia
participar do julgamento, se quer, na minha opinião, distribuir ou designar um relator.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas, aí o senhor então, me desculpe, eu vou citar
um caso, a denúncia do ex-secretário Alberto Lage, quando ele denuncia que o ex-
prefeito, enquanto prefeito de Belo Horizonte, encomendou ao prestador de serviço, eu
peço desculpas, que eu não sei o nome dele, que é Cacá Moreno, a pedido do então
secretário Adalclever e foi juntado, inclusive esse documento, comprovando que era
uma pesquisa eleitoral paga com dinheiro público através de um pedido de um
secretário, e o senhor não só distribuiu como o senhor também votou, acompanhando
a decisão do conselheiro de arquivamento por falta de justa causa. Sequer mandaram
para a Procuradoria ou para a Controladoria. Olha o nome: avaliação da atuação dos
governos e percepções sobre as eleições 2022. Eu tive acesso. Tem a foto do Zema, a
foto do Kalil, percentual de votações. Isso inclusive está sendo investigado pela polícia,
se não me engano, Política Federal.

166
Rodolfo de Lima Gropen: a denúncia era contra o secretário Adalclever, o Secretário
Adalclever queria fazer uma pesquisa com relação ao Estado e o senhor Alberto disse
que ele seria o coordenador de uma futura campanha. Então, não houve envolvimento,
nem a denúncia do senhor Alberto fala do Alexandre Kalil, fala do senhor Adalclever,
que era Secretário de Estado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de fato, mas envolve a atuação do ex prefeito,


inclusive tem falas dele, tem whatsapp mencionando que ele pediu para fazer uma
apresentação pessoal, tem whatsapp falando da ex-secretária Adriana Branco falando
que não ia participar porque não foi convidada, mas que o ex-prefeito fez e aconteceu,
então assim, não teria o envolvimento de um cliente seu numa situação onde o senhor
votou?

Rodolfo de Lima Gropen: todas as menções, tanto da Adriana Branco quanto do


Alberto foi relativamente ao senhor Adalclever, não foi ao Alexandre Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso é verdade, a denúncia foi em face do senhor
Adalclever, mas estando presente, ali tem provas. Não são nem indícios de que houve
ali ciência do prefeito, de que ele inclusive recebeu a apresentação dessa pesquisa
eleitoral, de que ali as conversas ah, vou falar com prefeito, se ele quer, penso que isso
não quer isso, isso aí. Então, pelo fato de não ter sido dele, não ter consultado tudo na
denúncia, então não geraria essa suspeição e nem esse impedimento de atuação do
senhor?

Rodolfo de Lima Gropen: desculpe vereadora, eu pelo que eu me lembro não tenho
isso na minha cabeça aqui agora, mas não houve a citação ao Alexandre, ao Alexandre
Kalil, só houve não é só a denúncia ter sido referente ao Adalclever, no próprio
depoimento do senhor Alberto, ele fala do senhor Adalclever, não fala do Alexandre
Kalil, não fala de ciência do Alexandre Kalil. Falou que isso poderia beneficiar o Sr.
Alexandre Kalil, mas não há efetivamente nenhuma referência ao Alexandre Kalil na
denúncia.

167
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem uma frase, tem um whatsapp do Cacá Moreno
falando assim: se não me engano, Alberto e Vitor, por favor, agendem a reunião com o
prefeito para que ele tenha acesso à pesquisa. Tem inclusive o trecho de uma gravação
de um zap do então secretário Adalclever falando: o prefeito encomendou, nós
precisamos dessa pesquisa de qualquer jeito. Isso está lá.

Rodolfo de Lima Gropen: o senhor Cacá. O Cacá Moreno também negou isso. Enfim,
na denúncia do senhor Alberto e nós todos, tanto o relator quanto os outros membros,
achamos que houve muita fragilidade. Não, não provas. Não houve justa causa para
isso. Depois ele até quis complementar a denúncia, mas já havia a decisão. Se eu fosse
advogado dele, eu faria. Eu te teria feito uma nova denúncia. Não, não persistindo
naquela. Porque que ele não se comprometeu no depoimento, em falar a verdade e
sempre pôs na condicional que talvez fosse então realmente a denúncia foi muito frágil
e não mereceu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: olha só, tudo o que a gente fala, a gente fala,
talvez, supostamente, eventualmente. Isso aí é uma praxe jurídica, inclusive para você
não ter um perigo de uma denunciação caluniosa. Agora nós estamos em uma. O
Conselho de Ética faz um procedimento de investigação. Ele foi ouvido online, falou
que tinha provas e que juntaria. Ok, foi arquivado por falta de justa causa. A
documentação que ele distribuiu depois, ao invés de ser considerada apta a
desarquivar esse arquivamento por falta de justa causa. Porque era a prova que ele
estava apresentando, pelo menos indícios daquilo que ele falava, foi distribuído,
inclusive em forma de prevenção, ao mesmo conselheiro que falou que as provas
estavam preclusas. Eu nunca ouvi falar em preclusão de investigação. Eu nunca ouvi
falar isso na minha vida e em momento nenhum, que inclusive o Regimento Interno do
Conselho Ética determina, foi encaminhado para a Procuradoria e para a Controladoria
do Município, porque ali haviam indícios, sim. Então, esse é o nosso estranhamento
aqui, no caso.

Rodolfo de Lima Gropen: é, Vereadora, e eu entendo a posição da senhora. Mas o


que o conselho entendeu na época é que, como ele apresentou a prova posteriormente

168
ao julgamento que não caberia, reanalisar e refazer um julgamento. Então isso desafiou
o recurso cabível.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu até recorri e perdi porque o ex-prefeito falou
que não procedia. Minhas alegações.

Rodolfo de Lima Gropen: exatamente. Eu me lembro que a senhora recorreu, mas


dali a partir da decisão, o nosso, o nosso trabalho se encerrou. Então como é o
entendimento, embora a senhora não concorde, eu respeito que a Sra. não concorde,
mas o nosso entendimento é que ali ele não poderia mais juntar prova, porque o
processo já tinha sido julgado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e as provas novas estão preclusas? E aí faz


como? Então não pode mais porque já arquivou, não pode apresentar de novo porque
está preclusão e encerra erro. O caso não seria pelo menos, então, já que
apresentaram novas provas para um novo procedimento, uma nova distribuição? Não
era o caso, então, de naquele momento, avaliar o que estava sendo apresentado?
Rodolfo de Lima Gropen: o que o conselho decidiu foi demonstrar como já tinha
havido o julgamento. Não cabia novas provas num julgamento que já tinha sido feito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por isso que foi redistribuído como novo processo,
Doutor.

Rodolfo de Lima Gropen: na minha opinião, eu entendo a resignação da senhora,


mas eu na minha opinião, o que ele deveria ter feito é fazer uma nova denúncia com o
com provas novas, o que não teria problema nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi o que ele fez.

Rodolfo de Lima Gropen: naquele julgamento e o conselho não podia mais funcionar,
porque o que a previsão depois do julgamento é o recurso ao prefeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, essa questão, teve um julgamento, este foi
arquivado. Falta de justa causa. Porque a pessoa que denunciou teve o cuidado, como
qualquer promotor de justiça, como qualquer denunciante, de falar suposta, talvez,
169
porque se não faz isso, coloca uma denunciação caluniosa. De repente, às vezes
aparece até uma falsificação de documento público. Acusam a gente de falsificar
documentos que a gente nem assina. Então, o que me estranhou é que, se naquele
momento não tinha prova para acompanhar aquela alegação, mas em momento
posterior houve uma prova e foi considerado que era uma nova denúncia.

Rodolfo de Lima Gropen: teria que ser uma nova denúncia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi considerada assim, tanto que foi redistribuído
com o novo número. Foi o procedimento número dois.

Rodolfo de Lima Gropen: na minha visão, o que deveria ter sido feito se o senhor
Alberto fosse melhor orientado, na minha opinião, ele teria que fazer uma nova
denúncia. E aí os indícios, essa preocupação de denunciação caluniosa é
absolutamente real. Mas na medida que além de tudo ele não se comprometeu a falar
a verdade na oitiva. Então, se você junta tudo, você vê essa, vê a fragilidade, o que ele
deveria ter feito? Fazer uma nova denúncia. Não há nenhum impedimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nenhum denunciante presta depoimento de dizer


a verdade. Isso é papel de testemunha.

Rodolfo de Lima Gropen: imagina um denunciante sem o compromisso de falar a


verdade e a minha opinião é diversa da senhora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí você mete uma Denunciação caluniosa na


cabeça da pessoa. É para isso que existe denunciação caluniosa.

Rodolfo de Lima Gropen: bom.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu te entendi. Me desculpe a insistência, porque


esse é um ponto que eu fico indignada. O senhor me desculpa.

Rodolfo de Lima Gropen: eu peço desculpa a senhora, mas a decisão do CONEP é


que pode estar errada. Naturalmente, nós não somos infalíveis. Ela está além de ser
submetida a um recurso que é ao prefeito, o que eu acho complexo isso, por um

170
decreto, ela não impede apuração de outros órgãos, naturalmente, e não impede uma
nova denúncia. O mesmo caso que eu acho que deveria ter sido feito no caso do senhor
Alberto.

Vereador Uner Augusto: dr. Gropen, Vereador, Uner aqui. Bom dia.

Rodolfo de Lima Gropen: bom dia, Vereador.

Vereador Uner Augusto: dr., o Conselho pode atuar de ofício ou ele atua apenas
recebendo denúncias?

Rodolfo de Lima Gropen: ele atua recebendo denúncias e em alguns casos eu acho
que ele pode agir de ofício.

Vereador Uner Augusto: então, existe a prova, o documento juntado de uma pesquisa
eleitoral. O nome da pesquisa é avaliação da atuação dos governos e percepções sobre
as eleições 2022 e que, como a vereadora Fernanda Pereira Altoé disse, tem uma foto,
duas fotos, uma do Zema de um lado e outra do Kalil mostrando o percentual de
intenção de voto. Isso foi marcado para ser apresentado para o então prefeito pelo
publicitário Cacá Moreno na prefeitura. O senhor acha que isso não fere a ética.

Rodolfo de Lima Gropen: Eu? Eu teria que verificar.

Vereador Uner Augusto: os documentos foram apresentados no conselho que o


senhor preside.

Rodolfo de Lima Gropen: não tem dúvida. Mas foi apresentado depois do julgamento
do caso. Então, caberia.

Vereador Uner Augusto: mas o Sr. acabou de me dizer que poderia atuar de ofício.

Rodolfo de Lima Gropen: eu poderia atuar em tese, eu acho que uma foto é
apresentada junto com.

Vereador Uner Augusto: a pesquisa né, as fotos compõe todo o…


Rodolfo de Lima Gropen: a pesquisa que que foi apresentada. Ela foi negada pelo outro

171
ouvido que foi o Cacá Moreno. Então, não pode se pegar o fato isolado porque um
julgamento onde foi ouvido Adriana Branco, onde foi ouvido Cacá Moreno e todos
negaram. Primeiro que o prefeito tinha.

Vereador Uner Augusto: existe um documento. O Cacá Moreno negou que negou que
a pesquisa foi realizada? Isso não é possível.

Rodolfo de Lima Gropen: olha vereador, eu não tenho aqui. A Vereadora Fernanda
Pereira Altoé eu tenho a cópia do que ela pediu, mas eu não tenho aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de fato, ele negou, ele negou. Ele fala que na
verdade é e foi outra. A pesquisa tinha outro objetivo, outro cunho. Eu tenho que ler.

Vereador Uner Augusto: a pesquisa foi realizada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi outro intuito, foi o depoimento dele.

Vereador Uner Augusto: entendi. Dr. Gropen e continuando. O senhor não acha que
isso fragiliza o Conselho de Ética? Esse fato?

Rodolfo de Lima Gropen: não entendo que foi. Tudo foi feito de acordo com o
regimento Interno e com o Decreto. Eu acho que caberia ao Sr. Alberto fazer uma nova
denúncia. Se ele tivesse sido bem orientado. Bastava ele pegando e fazendo uma
denúncia e com outras provas que ele falou que teria. Mas veja, as provas, eu acho.

Vereador Uner Augusto: perdão interromper doutor. O Conselho de Ética é um


Conselho de Ética do Município, não do Prefeito. Tendo as informações que tem, o
senhor acredita que isso fere o interesse público e seria motivação para uma atuação
de ofício do Conselho, já que ele zela pelo interesse público? Esperar uma denúncia
nova do senhor Alberto Lage?
Rodolfo de Lima Gropen: eu preciso atender os procedimentos para agir de ofício. Eu
acho que que o que ele juntou não, não bastaria para o Conselho agir de ofício.

Vereador Uner Augusto: entendi. Perfeito. Obrigado.

172
Vereador Wesley Moreira: muito bem. Nós nesse momento. Agora nós gostaríamos
de saber quando se deu a contratação para o doutor atuar como advogado nos
processo da dívida de IPTIU do ex-prefeito Alexandre Kalil. O senhor também atuou
como advogado em algumas ações trabalhistas também ou alguma outras ações
voltadas?
Rodolfo de Lima Gropen: Eu não posso falar de quando de contratação e por violação
do sigilo profissional, mas eu lhe digo que eu só atuo na área tributária e nem atuo em
todos os casos tributários da empresa dele. E é dele, mas é só em casos tributários.

Vereador Wesley Moreira: e nesses casos só atua nessas causas de forma pro-bono
ou é remunerado?

Rodolfo de Lima Gropen: desculpe, eu não posso responder isso também por violar.
Eu não posso violar o nosso dia profissional lá. Perdão.

Vereador Wesley Moreira: o senhor é advogado do Prefeito em ações contra a


prefeitura e ao mesmo tempo Presidente do Conselho de Ética. Em algum momento
isso foi questionado dentro da Administração Pública? Há alguma vedação legal sobre
esse tipo de autuação?

Rodolfo de Lima Gropen: não. Como eu expliquei anteriormente, não há, na minha
opinião, nenhum conflito de jurídico entre você atuar em uma discussão de cobrança,
uma discussão patrimonial e atuar de semelhança com uma, em uma atuação de índole
disciplinar. São só institutos distintos e diversos.

Vereador Wesley Moreira: mas o senhor sabia que uma das obrigações do Conselho
de Ética é receber relatórios dos processos em curso contra as altas autoridades?

Rodolfo de Lima Gropen: sim, mas no meu caso específico, presidência do Conselho,
não houve essa necessidade porque o Prefeito, o então prefeito Alexandre Kalil, tomou
posse janeiro de 2017, teria que em dez dias, apresentar as questões de impostos ou
de ações, ou seja, 10 de janeiro de 2017, e no caso de 2021, ele teria o prazo até o dez
janeiro de 2021, para apresentar o Conselho de Ética. E, naturalmente, eu assumi a
presidência do Conselho de Ética em outubro de 2021, e não cabe, de acordo com o

173
Regulamento Regimento Interno, o Decreto ao presidente do Conselho de Ética revisar
a atuação de conselheiros precedentes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na época em que ele deveria ter apresentado, em
2017, 2021, o que de fato o senhor não estava lá, quem era o presidente do Conselho
de Ética?

Rodolfo de Lima Gropen: a doutora Mizabel Derzi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a doutora Mizabel nunca fez o pedido de


prestação dessa responsabilidade dele? Dessa obrigação.

Rodolfo de Lima Gropen: não sei dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor saberia falar quantas denúncias que
foram apresentadas ao Conselho de Ética durante a sua gestão?

Rodolfo de Lima Gropen: não sei exatamente. Eu acho cerca de 15 mais ou menos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: fazer um comparativo em relação às gestões


anteriores. O senhor conseguiria ou é melhor fazer como pedido de informação para
ficar mais fácil a resposta?

Rodolfo de Lima Gropen: não, eu acho que foram apenas duas. Não, não tenho
certeza. Mas eu me lembro que esse foi o motivo dos colegas sugerirem alteração do
seu nome nomes mensais para semestrais, mas eu tenho teria que conferir. Mas eu
acho que foram apenas dois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, a gente faz com pedido de informação
também. Eu acredito seja mais fácil do que de cabeça. As denúncias mais usuais Dr.
Gropen são em relação a quais cargos, quais condutas ilegais ou que são contrárias
ao Conselho de Ética? O que é o mais usual de ter denúncia lá no conselho?

Rodolfo de Lima Gropen: eu posso falar dos que já foram julgados. Os que ainda não
foram julgados. Eu não posso dizer.

174
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só o tema geral. Geralmente é contra a diretoria
e contra a gerência?

Rodolfo de Lima Gropen: contra Secretário ou contra Diretor. Mas, são as mais
diversas Vereadora, a senhora que é muito diligente, a senhora tem quase todas as
cópias ou todas do que foram julgadas por mim. Mas elas são muito diversas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente acaba tendo acesso, só ao que já foi
julgado, que corre em segredo, sigilo.

Rodolfo de Lima Gropen: Infelizmente. E aliás, o que aliás é. Aliás, eu queria dizer
aqui aproveitar que só a partir da minha gestão é que eu que o Conselho passou a
publicar as decisões porque antes não eram publicadas, eram arquivadas, inclusive
porque o secretário executivo nem pouco por conselheiros. Então, eu fiz questão para
a publicidade, que deve nortear os Serviços públicos. Todas as decisões são publicadas
no Diário oficial.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de fato, eu recorri porque ela foi publicada e
chamou minha a atenção na primeira. Numa das primeiras decisões. Os mais graves,
provavelmente, assim como esse caso da questão de terem sido encomendada uma
pesquisa eleitoral. Mas outros, nos casos mais graves, qual é a conduta padrão do
Conselho de Ética?

Rodolfo de Lima Gropen: conduta padrão? E em que sentido?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual seria a conduta mais prudente do Conselho
de Ética? Fez a distribuição para o relator. Qual o próximo passo do relator no caso
dessas denúncias mais graves? A gente sabe que tem muita questão de perseguição
no ambiente público, como se não fosse, muita denúncia anônima. No caso dessas
denúncias mais graves, o ideal é qual o procedimento dentro do Conselho de Ética?

Rodolfo de Lima Gropen: o procedimento é repassar para o relator, o relator. Ele,


depois de examinar no seu tempo, pede para ouvir a outra parte por escrito ou
pessoalmente. Depois ele diz que está com o processo pronto e é colocado na próxima

175
reunião do conselho para o julgamento. Ele apresenta o seu voto. Os conselheiros tiram
as dúvidas que eventualmente tenham e também julga.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque lá tem uma previsão, inclusive de fazer
encaminhamento para a Procuradoria do Município e Corregedoria do município que
eles façam uma investigação mais detalhada. Em algum momento ou em algum
processo, o Conselho de Ética adotou essa postura? Quantas vezes?

Rodolfo de Lima Gropen: sim, eu me lembro de um caso que foi para controladoria
geral, mas eu não tenho aqui de cabeça.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Conselho de Ética, que também é responsável


por julgar recursos, o artigo 17, inciso cinco, a fazer consultas, que é o artigo 17, incisos
oito e nove. Vocês também têm o hábito de serem demandados nessas situações?

Rodolfo de Lima Gropen: e, nesse caso, recursos conselhos das secretarias. Não
houve nem nenhum recurso nesse sentido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e considerando que o Controlador-Geral e o


Procurador-Geral, eles podem ser julgados pelo Conselho de Ética. Eles atuam dentro
do Conselho.

Rodolfo de Lima Gropen: não, o papel do Controlador-Geral é encaminhar a denúncia


que foi feita à Controladoria que não seria da alçada dele e ele, naturalmente, não tem
voto, nem atua. Tanto procurador geral quanto ele só participaram da primeira reunião,
que foi de revisão do Regimento Interno do Conselho de Ética.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí foi um convite do Conselho para procurar a


Controladoria, Procuradoria e Controladoria para eles participarem da revisão do
Regimento Interno de um regimento que vai regular, inclusive o eventual julgamento
deles ali dentro?

Rodolfo de Lima Gropen: sim, eu posso dizer, eu posso dizer, eu não era o presidente
e eu fui eleito no dia seguinte ou no final da reunião. Mas eu não sei a natureza do
convite que foi feito a eles, mas eu participei da reunião com a presença deles.
176
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí só mais três perguntinhas aqui que eu estou
terminando. O Conselho de Ética pode atuar de ofício? Não é só mediante provocação.
Quando sai na imprensa todas essas notícias, às vezes suposições e possibilidades.
O Conselho de Ética já atuou de ofício, chamando para si a análise dessas denúncias
de eventuais irregularidades ou não? Vocês só têm atuado mediante provocação.

Rodolfo de Lima Gropen: nós até agora atuamos apenas por provocação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o artigo 12 da Resolução Conep 001, de 5 de


outubro de 2021. Ela determina que as decisões do Conselho de Ética serão tomadas
por maioria dos votos dos membros presentes e registradas em ata, cabendo ao
presidente o voto de qualidade, o voto de minerva, é possível decisão monocrática e
depois com posterior ratificação pelos demais integrantes.

Rodolfo de Lima Gropen: sim, e foi colocado isso ou naquela resolução da eventual
denúncias anônimas. É, mas eu sempre tento compartilhar com todos o julgamento de
qualquer questão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a resolução é de 2022. Não seria aplicável
antes.

Rodolfo de Lima Gropen: não seria aplicável antes e o único caso que se aplica é, na
minha opinião, a questão da atuação primária e final no caso de exoneração do
denunciado.

Vereador Uner Augusto: o fato de um investigado ele ser exonerado do cargo, autoriza
o pronto arquivamento da denúncia?

Rodolfo de Lima Gropen: sim. Mas não por mim, mas há um parecer da Procuradoria
Geral do Município que é, nesse sentido, parecer de 2019. E há outro, uma outra
manifestação do procurador geral do município de 2021 ou 22, se não me engano, que
é a manifestação nesse sentido, então eu sigo que o procurador geral do município
para isso deu o parecer.

177
Vereador Uner Augusto: mas se tratando do Conselho de Ética, não caberia, por
exemplo, encaminhar os documentos ou, dependendo da robustez do caso, para o
Ministério Público ou para algum órgão dentro da própria estrutura da Prefeitura, para
que as investigações caminhem fora do Conselho.

Rodolfo de Lima Gropen: não. Eu entendo o que eu sigo, o que o Procurador-Geral


do Município disse o parecer em 2019 e há pouco tempo a mesma coisa. Razão que
não é dever do Conselho de Ética julgar essa denúncia. E isso é publicado no Diário
Oficial.

Vereador Uner Augusto: o contrato do Cacá Moreno da empresa Perfil 252 ainda está
em vigor. O senhor Alberto Lage poderia apresentar uma nova denúncia para ser
apreciada pelo Conselho?

Rodolfo de Lima Gropen: e contra quem? Se ele se ele fizer contra um servidor de
alta administração ativo, pode naturalmente.

Vereador Uner Augusto: entendo.

Rodolfo de Lima Gropen: eu não posso, vereador Uner, colidir com o parecer do
procurador geral do município, que foi referendado pelo outro procurador geral do
município. No caso do Castellar Guimarães, que eu tive a honra de ser sucedido na
presidência do Conselho.

Vereador Uner Augusto: eu entendi que o entendimento da Procuradoria era no


sentido de que não caberia a continuação da denúncia no Conselho de Ética, mas não
que esses fatos tirariam do Conselho de Ética a possibilidade, por exemplo, de
comunicação, com os órgãos investigação.

Rodolfo de Lima Gropen: no parecer do Dr. Castellar Guimarães. Inclusive ele fala o
seguinte, que é desnecessário o envio ao Conselho de Ética, é desnecessário.
Vereador Uner Augusto: não quer dizer que não seja possível, porque o Conselho de
Ética tem essa finalidade. Na minha visão.

178
Rodolfo de Lima Gropen: desculpe. Não é dever do conselho julgar esse caso. Então,
se não é dever do conselho, eu me valho disso para não dar andamento algum ao caso.

Vereador Uner Augusto: dentro das atribuições do Conselho, está prezar pela ética
pública, pela moralidade, pela probidade na administração municipal. Havendo essas
informações dentro de uma denúncia, me parece que os senhores membros do
Conselho e o senhor da Presidência teriam total liberdade para encaminhar essas
informações para os órgãos de investigação, como Ministério Público e dentro da
própria estrutura do Município, me parece uma posição, às vezes um pouco omissa, o
que descredibiliza a própria instituição, o próprio Conselho.

Rodolfo de Lima Gropen: eu compreendo a sua posição, mas eu tenho que respeitar
os procedimentos. Não cabe a mim dar andamento algum ao processo do Conselho de
Ética. O dever do Conselho de Ética, nesse caso, está suspenso, eu entendo, mas eu
tenho que obedecer os procedimentos para o conselho de Ética e não há essa previsão.
Acho até que esse decreto merece ser aperfeiçoado. Concordo e acho importante isso,
mas eu não posso extrapolar o que eu tenho de dever nos procedimentos.

Vereador Uner Augusto: perguntar o senhor, como que é a relação da presidência do


Conselho de Ética com a Procuradoria Geral do Município? Como se dá essa relação
nos trabalhos?

Rodolfo de Lima Gropen: nenhuma, nenhuma relação até hoje eu tive com relação
ao Conselho de Ética com o Procurador-Geral do município. O único que eu tive uma
reunião foi o Dr. Castellar. Na primeira vez que eu participei do Conselho, foi a única
vez que ele participou de que o procurador participou.

Vereador Uner Augusto: eu estou dando uma olhada aqui no artigo 17 do Decreto
14.365 e ele determina que quer dizer, ele prevê que é atribuição determinar a
Corregedoria-Geral do Município o processamento de denúncias recebidas pelo
Conselho. Então, voltando àquele ponto que nós já conversávamos antes, não
extrapola a competência. Eu vou falar assim a atribuição do Conselho encaminhar para

179
CGM ou para algum outro órgão de investigação, o conhecimento de eventuais
irregularidades.

Rodolfo de Lima Gropen: conforme eu falei para o Vereador, a Vereadora Fernanda


Pereira Altoé, ela me perguntou exatamente se houve algum encaminhamento. Eu falei
que houve para a Controladoria Geral Municipal. Então isso já foi feito. Isso foi feito no
caso.

Vereador Uner Augusto: Algum órgão, fiscaliza o Conselho de Ética?

Rodolfo de Lima Gropen: não sei. A Câmara dos Vereadores, por exemplo, pode
fiscalizar.

Vereador Wesley Moreira: sim.

Rodolfo de Lima Gropen: mas é verdade. Não só fiscalizar. Eu exorto aos senhores
vereadores de que que contribuam, porque o regramento de 2011 é muito antigo, as
mudanças são muito necessárias. Então, por exemplo, a questão, por exemplo, de
apresentar relação de processos foi feito numa época que nenhum cidadão conseguiria
saber os processos todos de uma pessoa. Então É desnecessário, mas há outros que
são necessários pela evolução da vida comunitária. Então eu exorto a Vereadora
Fernanda Pereira Altoé, atual, que é muito atuante, ao vereador Uner, que assumiu há
pouco tempo, mas que é muito atuante também, o vereador Wesley Moreira, presidente
aqui da nossa CPI, porque é muito importante a participação da Câmara dos
Vereadores no aprimoramento das regras de ética, porque o que se vê é uma evolução
muito rápida do que não é ético, é um engessamento do que um decreto, por exemplo,
fez e fez lá atrás. Então, eu exorto aos senhores vereadores a participarem, a tentar
contribuir, porque até com as situações que nós estamos vendo agora, para deixar mais
clara a linha de atuação e da maior, como é que eu posso dizer? Dá maior musculatura
para que a gente possa fazer um trabalho melhor do que a gente tem feito hoje. Mas o
fato é que eu peguei um conselho de ética que tinham dois processos desde 2011 ou
três, em que não se fazia publicações de decisões em que secretários executivos
arquivaram o processo e tentei dar publicidade. Fiz uma resolução com o cuidado de

180
explicar por que eu estava fazendo para ficar em linha com o Ministério Público
Estadual, o Tribunal de Contas do Estado e Final de Contas da União. Mas eu sei que
isso pode melhorar muito e há muito que se fazer, mas é importante ajustar. É
importante modernizar. Não é o decreto que cuida de tudo e os deveres éticos da
prefeitura, no caso, o Decreto 14.635.

Vereador Cleiton Xavier: perfeito. Rodolfo de Lima Gropen, Cleiton Xavier. Bom dia!

Vereador Cleiton Xavier: o doutor conhece os servidores públicos Lucas Couto de


Souza, Raimundo Cirilo Martins, Jorge Jerônimo Fraga, Lúcio Fábio Magalhães e
Carmem Lúcia de Souza Lopes. Alguns servidores públicos?

Rodolfo de Lima Gropen: eu o conheço apenas um, esse Lucas Couto, que ele era
diretor na época, que eu era presidente do Conselho, se não me engano. Na, gestão
do Daniel Nepomuceno. Ele era diretor do Atlético na época. Eu conheço ele.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor lembra o ano?

Rodolfo de Lima Gropen: 2015 ou 2016?

Vereador Cleiton Xavier: o senhor saberia me informar ou nos informar se saíram do


Clube Atlético Mineiro e foram para a Prefeitura de Belo Horizonte?
Rodolfo de Lima Gropen: eu não sei. Eu conheci ele no Atlético Mineiro.

Vereador Cleiton Xavier: mais contato com ele, o senhor teve na prefeitura. O senhor
teve algum na prefeitura?

Rodolfo de Lima Gropen: nenhum, nenhum.

Vereador Cleiton Xavier: o doutor conhece Carlos Donato Casserone Duarte, Camilla
Flávia Pereira Costa? O Lucas, o senhor já disse. Daiane Faria do Couto, que são
conselheiros. Se são conselheiros ou parentes de conselheiros do Clube Atlético
Mineiro? E se foram nomeados na prefeitura?

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Rodolfo de Lima Gropen: eu conheço Carlos, ele é conselheiro. Ele é filho de Nelson,
que era dono da Excelsior, que era amigo do meu pai, o Carlos Casserone, mas ele é
do Atlético.

Vereador Cleiton Xavier: desculpa, mas ele foi contratado na Prefeitura?

Rodolfo de Lima Gropen: não tenho ideia.

Vereador Cleiton Xavier: o doutor considera que a nomeação de conselheiros do


Clube Atlético Mineiro na Prefeitura pode interferir na condução das votações no
Conselho?

Rodolfo de Lima Gropen: é difícil dizer, mas acho que não. Não sei. Não escapa
minha, meu conhecimento. Mas. Mas não sei. Desculpe.

Vereador Cleiton Xavier: o doutor tem conhecimento do inquérito de número 0024 21


015 2104 e da ação de número 522 21 40 78 2022 813 0024 que apuram relação de
nepotismo entre Fernanda Amarante Guimarães e Marcelo Amarante Guimarães.

Rodolfo de Lima Gropen: olha, eu nem tenho conhecimento desses processos, nem
dessas pessoas.

Vereador Cleiton Xavier: o doutor tem conhecimento de que Lucas Couto de Souza e
Daiane Faria do Couto estão nomeados na Belotour, ambos em cargos de direção e
assessoramento, e que são marido e mulher?

Rodolfo de Lima Gropen: olha, a Daiane eu não sei, mas o Lucas Couto, pelo que eu
sei, ele trabalha na Fecomércio, ele é diretor da Fecomércio. Pelo que eu sei.

Vereador Cleiton Xavier: o doutor conhece Bruno Abrahão Dias e Felipe Abrahão
Dias?

Rodolfo de Lima Gropen: acho que não.

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Vereador Cleiton Xavier: o nobre doutor tem conhecimento de que eles estão
nomeados em cargos de direção e há assessoramento no mesmo lado da prefeitura?
Rodolfo de Lima Gropen: e eu não os conheço. Eu não sei dizer.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o Regimento Interno, antes da alteração


realizada em 6/10/2021, o Conselho deveria se reunir mensalmente. E assim aconteceu
até dezembro de 2016. Após a nomeação do novo Conselho, em janeiro de 2017. A
primeira reunião só aconteceu em julho de 2019. O senhor saberia dizer por quê?

Rodolfo de Lima Gropen: Vereador Cleiton, eu não estava no Conselho de Ética nessa
época. Eu entrei, eu tomei posse em outubro de 2021. Então tudo que é precedente a
isso ou não, eu não tenho como lhe informa.

Vereador Uner Augusto: dr. Gropen, a senhora Fernanda, que o vereador eleito
comentava, Fernanda Amarante Guimarães. Ela trabalhou no Atlético, você não
conheceu nenhuma Fernanda Amarante lá no Atlético Mineiro enquanto o senhor
esteve por lá?

Rodolfo de Lima Gropen: eu não. Ela era diretora lá? O diretor é o qual eu conheço
todos. Ele conhecia todos os diretores.

Vereador Uner Augusto: então ela veio a público informação de que, entre os anos
2011, 2012, ela teve um relacionamento amoroso com o ex-prefeito Alexandre Kalil.
Tinha alguma Vereadora Fernanda Pereira Altoé lá dentro do Clube Atlético Mineiro,
que se eu sabia que tinha essa relação com o ex-prefeito, enfim.

Rodolfo de Lima Gropen: não faço ideia. E não tem como te ajudar a vereador nem
nisso, porque eu sou advogado, não sou advogado do Alexandre em assuntos
pessoais. Não conheço Fernanda Amarante e não lembro de nenhuma Fernanda em
cargo assim que que eu pudesse me relacionar. Pode ser ela no centro de treinamento
mesmo, mas eu realmente não me lembro de ter ninguém ser relacionado ou saber de
alguma Fernanda lá não.

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Vereador Uner Augusto: não é só porque são informações que constam no plano,
nessa ação penal. E tanto ela quanto o irmão dela, que é o senhor Marcelo Amarante.
Eles trabalharam posteriormente na prefeitura de Belo Horizonte. Então, só ver se
realmente o senhor tinha conhecimento de que ela havia trabalhado no Núcleo Atlético
Mineiro antes da contratação. Só isso.

Rodolfo de Lima Gropen: eu desconheço o vereador Uner. Que trabalhou no Atlético


ou se trabalhou na prefeitura também, porque eu realmente as pessoas que eu conheço
na Prefeitura são Adriana da minha relação com o Atlético, o Castellar Guimarães, que
também era conselheiro, era assessor do Kalil, e na época que ele foi presidente e
depois ele me sucedeu na presidência do Conselho.

Rodolfo de Lima Gropen: esse Lucas Couto foi depois do Kalil. Foi ele que, se não
me engano, ele tem alguma relação com o Daniel Nepomuceno, familiar. Ele entrou lá
com Daniel do Conselho, mas mais ninguém. É assim específico, não. Chico Maia
também, que é um jornalista também, que eu conheço, mas mais ninguém.

Vereador Uner Augusto: perfeito do grupo e muito obrigado.

Rodolfo de Lima Gropen: sou eu que agradeço.

Vereador Wesley Moreira: voltando aqui mais uma vez sobre a questão do perdão
dado ao ex-prefeito Alexandre Kalil com relação à dívida do IPTU. O senhor exerce
algum de alguma autoridade sobre quem providenciou esse perdão?

Rodolfo de Lima Gropen: perdão? Bom, vereador Wesley Moreira, esse caso eu até
posso falar do processo que eu mexo, porque com alguns meses atrás me perguntaram
isso da imprensa. Eu perguntei para o meu Constituinte que é o Alexandre se eu poderia
falar se não eu estaria cometendo no sigilo profissional. Mas esse caso eu desconheço.
Perdão, o que eu acho que o que teve e eu vou contar a história toda para facilitar a
compreensão dos senhores, é que eu tenho um caso que eu advogo em relação ao
IPTU, da Avenida Pedro primeiro, onde o terreno é de um espólio, primeiro Moisés,
depois senhor Elias, ele não é esse não é do Alexandre Kalil, começaram a cobrar o
IPTU dele. Então eu fui constituído nesse caso e eu defendi a ilegitimidade passiva dele

184
de cobrar o IPTU. Fui trabalhando nisso, inclusive porque não tinha também a
metragem, não sabia o tamanho do terreno, então não haveria como se fazer o fato
gerador e a base de cálculo perfeita. O que ocorreu é que parece que houve um
documento. Parece que não houve um documento em que o advogado do Alexandre
Kalil na área criminal, Dr. Tarcísio Mendonça, me passou para que eu usasse o que
suponho que ele pensou. Era para usar isso num determinado caso. Só que o processo
que que ele achou que o que eu ia usar. Eu não sou advogado, mas eu usei para o
meu que eu estou cuidando é referente ao mesmo IPTU referente ao outro ano, mas
eu não estou constituído nesse caso. Então, eu peguei, juntei. Parece que esse
processo teve uma decisão extinguindo ele e eu pedi para que o meu processo tivesse
o mesmo destino, porque os fatos eram os mesmos e apenas no ano diferente e juntei
essa documentação no meu processo. Agora a respeito de perdão eu não sei, não
posso te ajudar porque não tem conhecimento minha atuação no processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: dr. Gropen, porque são dois processos referentes
ao imóvel da Pedro Primeiro. O primeiro ocorreu sem advogado do ex-prefeito e ele foi
citado. Ele apresentou o imóvel como garantia um imóvel que se não me engano ele
mesmo colocou no alto de penhora em 3 milhões de reais e aí depois, em um
determinado momento, se não me engano, na época o Dr. Hércules Guerra, que não
era o procurador geral, ele era procurador do município. Ele pediu a suspensão desse
processo para ser analisada eventual desapropriação do imóvel em um outro processo.
Uma desapropriação, inclusive, que só começou a correr a partir de 2012, se não me
engano 2013. E enquanto dívidas são de 2004, 2005 e 2006, a desapropriação forma
de aquisição originária de propriedade, então ele continuaria responsável por essas
dívidas. Assim, olhando superficialmente em termos de decisões judiciais. Depois
desse processo, ele foi suspenso por várias vezes seguidas, a pedido do procurador
Gustavo Levate. Ao final, ele pediu a extinção do feito, sem julgamento do mérito e
menciona que não tinha interesse processual. Era um dos incisos, se não me engano,
e nunca juntou a justificativa. E aí então o ex-prefeito, ele fez um pedido ao procurador
Gustavo através do direito de petição dele para ter acesso ao tal PTA que é um
procedimento do processo tributário administrativo que o próprio Lucas Ragazzi nessa
hora fazendo uma lembrança, fez também não teve acesso e foi processado por
185
Alexandre Kalil. E um documento que eu pedi através de comissão nessa Casa e que
demorou mais ou menos nove meses para eles me responderem. Foi bom porque o
Alexandre Kalil teve acesso no mesmo dia, antes mesmo de ser juntado aos autos,
antes mesmo da conclusão de eventual conclusão e publicidade disso. E aí o senhor
imediatamente já juntou no processo. Foi isso né?

Rodolfo de Lima Gropen: os fatos que a senhora está narrando, Vereadora, eu não
conheço porque eu não trabalhei, me desculpa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só confirmando com o senhor a parte do senhor.


O senhor foi através do direito de petição dele. O senhor teve acesso ao documento e
juntou aos autos desse processo em que o senhor atua.
Rodolfo de Lima Gropen: exatamente o que aconteceu. O advogado tem que falar o
compromisso, falar a verdade. Ele que me entenda bem, mas o Dr. Tarcísio, talvez que
eu fosse advogado, no caso que a senhora narrou, ele me entregou, me mandou esse
documento. E eu supondo, imagino que ele tenha achado que eu era advogado no
caso, como o documento é público, eu peguei e juntei, no meu caso, para que o meu
processo tivesse o mesmo destino e a parte que eu posso ajuda-la com relação ao
outro processo, o encaminhamento eu não acompanhei, realmente não sei.

Rodolfo de Lima Gropen: mas o problema, além da questão da desapropriação, é que


além dele ser, na minha opinião, como advogado tributarista, parte ilegítima, porque
isso era do avô e depois do pai e não foi transferido para ele. Não tinha a metragem
correta. Quer dizer, parece que não se sabe inclusive qual é o a metragem até antes,
por ouvi dizer, da desapropriação. Então, é o que ocorre aqui. E foi minhas alegações
que foram enxertadas pelo documento que o Dr. Tarciso me passou e simplesmente eu
pedi que tivesse o mesmo destino e infelizmente até agora eu não consegui o mesmo
destino que o que o outro processo teve.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu só não entendi uma parte. O doutor Tarciso te
entregou o documento sem saber que o senhor era advogado no caso?

186
Rodolfo de Lima Gropen: não, como ele sabe que eu sou advogado tributário do
Alexandre Kalil. Então ele me entregou o documento achando sobre o processo que
estava correndo, que é esse que está sem advogado entendeu? Eu suponho que ele
tenha achado, advogado do Kalil, isso deve ser importante pra ele. Minha suposição e
realmente foi importante para usar no meu caso, apesar de não ter tido o mesmo
destino.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esse inventário, inclusive nós fizemos o


desarquivamento dele. Nós temos acesso ao inventário todo. Ele é de 1993 e ele tem
a metragem lá só para observação.

Rodolfo de Lima Gropen: obrigado. Eu não sabia. Obrigado. A prefeitura precisa saber
disso pelo poder cobrar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: já encaminhamos os documentos todos em forma


de indicação, inclusive.

Rodolfo de Lima Gropen: prefeito.

Vereador Uner Augusto: é só uma curiosidade. O senhor diz que é advogado do


Alexandre Kalil. O senhor também é advogado das empresas do Alexandre Kalil?

Rodolfo de Lima Gropen: não de todo dos casos, mas na área tributária. Sou da
maioria.

Vereador Uner Augusto: sim senhor. Pode citar quais, por gentileza?

Rodolfo de Lima Gropen: não posso. Vereador Uner, Violação do princípio de sigilo
profissional.

Vereador Uner Augusto: tá bem, prefeito, desculpe.

Rodolfo de Lima Gropen: mas se ele me autorizar, vai sim. Ele está vindo
imediatamente. Perfeitamente, Desculpe.

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Vereador Wesley Moreira: vou fazer uma pergunta mais ou menos nessa mesma linha
se o senhor exerce alguma autoridade ou alguma influência direta sobre a pessoa da
Secretaria de Política Urbana, que é, a princípio, aqui nas nossas consultas, fez esse
imóvel sumir?

Rodolfo de Lima Gropen: eu não conheço ninguém nas políticas urbanas que não
tenho como imóvel. Eu não entendi perfeitamente, mas eu não conheço ninguém na
prefeitura e no que não atuo, inclusive no meu processo. E a vereadora Fernanda
Pereira Altoé pode acessá-lo como PJe aí me passar para vocês. Eu peço as
informações através do juiz, tanto para a secretaria quanto para SUDECAP. E o juiz
pede informação da prefeitura, porque eu não posso confundir as coisas. Então nesse
meu processo eu fiz isso judicialmente e eles responderam e eu usei essa resposta
dentro do meu processo para mostrar que a própria prefeitura não tinha a metragem do
imóvel, então por isso eu não poderia cobrar o IPTU.

Vereador Uner Augusto: mais uma. O senhor tem conhecimento de outros


conselheiros do Clube Atlético Mineiro trabalhando na prefeitura?

Rodolfo de Lima Gropen: Adriana Branco, conselheira do Atlético, O Dr. Castellar


Guimarães, que é o procurador geral do município, mas agora não trabalha mais.
Também, pelo que eu me lembro.

Vereador Uner Augusto: sabe dizer se esses funcionários do Atlético. Eles entraram
para a prefeitura justamente depois da administração do ex-prefeito Alexandre Kalil ou
desde antes já havia essa relação entre Clube Atlético Mineiro e Prefeitura de Belo
Horizonte?

Rodolfo de Lima Gropen: não sei dizer, não sei dizer. Adriana Branco. Por exemplo,
ela era diretora do Atlético na gestão do Daniel e foi para a prefeitura que eu me lembro.

Vereador Uner Augusto: e de Parentes, de conselheiros, parentes próximos, filhos.


Sr. tem notícia dentro da estrutura da Prefeitura de Belo Horizonte.

Rodolfo de Lima Gropen: que não tenho.

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Vereador Uner Augusto: nem na época.

Rodolfo de Lima Gropen: então, eu não o tenho assim porque eu não participei, eu
não. Na verdade, o Alexandre prefeito. O meu contato com ele diminuiu muito, mas
muito mesmo, porque eu não trabalhava para ele na prefeitura, não tinha o meu contato.
Ficou muito restrito na época que ele foi prefeito. Então é difícil para mim dizer quem
eu conheço do Atlético, que foi para prefeitura. E que eu me lembre o que ele não sabe,
não sei dizer quem trabalha na prefeitura para tentar vir agora de parente. Como são
muitos conselheiros, é difícil até de reconhecer para lhe falar a verdade. Então o
vereador Uner, eu espero poder contribuir mais em outra pergunta. Eu não tenho isso
na minha cabeça.

Vereador Uner Augusto: pronto perfeito. Obrigado de novo.

Rodolfo de Lima Gropen: eu que agradeço que o senhor.

Vereador Wesley Moreira: o Sr. Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes ele será ouvido
aqui também por essa, por essa comissão. O Sr. exerce alguma autoridade sobre ele,
algum poder.

Rodolfo de Lima Gropen: eu desconheço essa pessoa.

Vereador Wesley Moreira: é subsecretário da Receita Municipal.

Rodolfo de Lima Gropen: desconheço. Não conheço.


Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só fazer uma última. Desde a última reunião do
Conselho. Acho que foi setembro de 2022 e até agora o senhor falou que deve reunir a
próxima reunião para a primeira quinzena de abril.

Rodolfo de Lima Gropen: exatamente quando não conseguir fazer em março, pois por
falha de conciliação de agenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quantas denúncias foram apresentadas nesse


período ao Conselho que precisam ser processadas?

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Rodolfo de Lima Gropen: Vereadora. Acho que quatro ou cinco é quatro ou cinco e
eu fui alertado pelo atual secretário executivo, que parece ter mais uma denúncia a
apresentar essa semana. Mas eu não fui. Eu não tive a oportunidade ainda de ir na
prefeitura para verificá-la e dar um encaminhamento, mas essa vai ser difícil de votar
até a primeira quinzena de abril.

Rodolfo de Lima Gropen: mas eu estou pedindo a todos os relatores que têm
processos pendentes para que o apresentem em abril, para que a gente termine todas
as pendências. Até porque deve ser a minha última participação no Conselho por conta
do prazo de dois anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nesse caso, foi em função de agendas? A


questão de não conseguir.

Rodolfo de Lima Gropen: em março.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: convocar e convocar extraordinárias. Porque se a


gente fica de setembro até abril, com denúncias e sem reunir, e a gente sabe inúmeros
casos de que assim que apresentadas denúncias no Conselho de Ética, as pessoas se
exoneram do cargo e aí a competência do Conselho acaba se esvaziando. Não sei se
a gente colocasse um artigo no novo regimento, de que assim que foram apresentadas
demandas para terem reuniões extraordinárias, como o senhor falou, é ficar correndo
atrás do rabo. A gente sabe que funciona assim. Seria uma tentativa de minimizar isso?

Rodolfo de Lima Gropen: o vereadora eu dependo e sendo muito franco, do


conselheiro dizer que está com o voto pronto, porque se ele me fala, tem dois
processos. Eu prefiro fazer uma reunião, mesmo que virtual, para facilitar a agenda e
finalizar. Mas eu dependo do prazo. Eu acho que tem um ou dois que já estão prontos
para julgar e faltam esses três. Eu quero é que um conselheiro apresente e já solicitei
a ele. Vou ratificar isso e o voto para que nós possamos finalizar todos em abril, porque
com certeza a senhora está correta. Um dos problemas do decreto que eu acho que
nós podemos ajudar é mais uma vez ou outra a repetir que é fundamental os senhores
contribuírem e ter um prazo.

190
Porque eu não tenho como cobrar um conselheiro por exemplo de ele admitir o prazo
X para devolver, porque o conselheiro não tem prazo para devolver o processo com o
voto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: uma sugestão de uma próxima alteração. Assim,
sabendo que são pessoas que trabalham de forma não remunerada, mas querendo ou
não, é um compromisso que você assume, então você tem que ter uma dedicação
mínima. Isso porque você acaba sendo um agente público também.

Rodolfo de Lima Gropen: isso, isso é sem dúvida, sem dúvida é. Se temos é
advogado, temos um procurador do Ministério Público também, que tem muito trabalho
a fazer no MP, mas até tendo a ir colhendo a sua manifestação, Vereadora Fernanda
Pereira Altoé, Vereador Wesley Moreira e Uner, que também está muito intenso. O
vereador Cleiton quer dizer, você tendo o prazo para apresentar o seu voto e se a
pessoa a minha e a minha profissão não admite eu conseguir isso e me comprometer
com esse prazo, então não assume o Conselho de Ética, mas você assume porque não
tem prazo e a pessoa vai de acordo que ela pode. Então, por isso o meu esforço para
que esses casos todos ser julgado, exceto esse último, porque esse último,
infelizmente, não vai dar.

Vereador Wesley Moreira: eu preciso prorrogar essa reunião por mais 01h00. Às 12 e
16 minutos. Prorrogo por mais 01h00.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu agradeço, Dr. Gropen e não tenho mais
nenhuma pergunta. E peço desculpas até pela insistência e da sabatina, mas era
importante a oitiva do senhor e esses esclarecimentos para a gente conseguir entender
com que tudo estava funcionando. Muito obrigado.

Rodolfo de Lima Gropen: obrigado Vereadora Fernanda Pereira Altoé e sua senhora
me chama de senhor. Eu já tenho cabelos brancos, eu com 58 anos eu fico mais velho
ainda então. E eu peço que continue atuando dessa forma, porque isso só contribui
para o Conselho de Ética. O Conselho de Ética tem, que ser aprimorado. O decreto tem
que ser aprimorado, porque de 2011 pra cá o mundo mudou muito. Há que se prever

191
muitas coisas que que não vou participar disso. Mas a Câmara junto com o equipe
técnica, o que que eu acho que a Controladoria tem, que é competente. O secretário
executivo nosso é muito competente também é importante essa alteração para
modernizar e para dar mais efetividade ao Conselho de Ética, para que nós possamos
tomar atitudes de ofício mais claras. Entendeu? Ter esse compromisso? Então, eu
agradeço a senhora. A senhora sempre está pedindo os documentos. Eu já tomei uma
decisão, eu já falei separa isso aqui que daqui a pouco a vereadora Fernanda Pereira
Altoé Torres vai solicitar entrega todas as vias porque a senhora vai conferir. Esse é o
papel da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Que que a senhora vem tão bem
desempenhado? Muito obrigado e desculpe se eu não pude responder alguma
pergunta mais que seria de valiosa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não respondeu tudo. O senhor está me chamando
de senhora e nem viu o meus cabelos brancos. Obrigado.

Rodolfo de Lima Gropen: obrigado.

Vereador Wesley Moreira: bem, o senhor Tarciso Maciel gostaria de cumprir o nosso
regimento. À disposição de fazer perguntas no presidente.

Tarcísio Chaves Mendonça Maciel: obrigado senhores vereadores. Bom dia, senhor
Rodolfo, teu tenho só um questionamento acerca da questão tratada da denúncia do
Alberto Lage contra o Adalclever no Conselho de Ética. O senhor já disse que ela foi
arquivada por ausência de elementos probatórios. O senhor se recorda qual foi o placar
de votação desta decisão? O que o senhor já diz ter participado?
Rodolfo de Lima Gropen: o relator, Marcelo Leonardo, votou. Votou pelo arquivamento
a pedido pelo Dr. Dr. Rômulo Ferraz, o Ministério Público e eu acompanhei.

Tarcísio Chaves Mendonça Maciel: ok, sem mais perguntas Senhor Presidente.

Vereador Wesley Moreira: nós recebemos também aqui uma procuração do seu
Alberto Lage Paula Carvalho Rezende, uma vez que ele foi citado durante essa oitiva
e ele deu uma procuração para o doutor. Seu advogado Felipe César Santiago, que eu

192
acredito que ele já está aí online e já participando com a gente também. Vamos dar a
ele o seu devido tempo de fala.

Felipe César Santiago: aqui representando o senhor Alberto Lage, que foi citado pelo
depoente, apenas para ressalvar e ressaltar, o senhor Alberto Lage, durante sua
participação na administração, teve um desempenho íntegro. Ao contrário do que se
pode afirmar muitos partícipes daquela administração e, sobretudo, haja vista a
instauração da CPI, certamente há muito o que investigar pelos nobres edis dessa
cidade. E especificamente sobre a última administração do ex alcaide, o senhor
Alexandre Kalil. Sr Alberto Lage não deve nada à Justiça, sr o Alberto Lage não preside,
não preside nem presidiu nenhum conselho ético e deixou de fiscalizar e de cumprir as
suas funções Sr. Ele não está impedido de participar de uma administração, ao
contrário do que o próprio depoente e depoente presidiu o Conselho tendo sido
advogado pessoal do prefeito, deixando ali de fiscalizar ou deixando o conflito do
interesse público.

Vereador Wesley Moreira: pela ordem. Nesse caso, seria para fazer alguma pergunta?
Seria dessa forma?

Felipe César Santiago: perfeitamente. Então a pergunta é diretamente ao Senhor


Gropen. E eu quero saber se ele não se sente, mas não se dá por suspeito ou impedido
sendo advogado do ex-prefeito e presidindo o Conselho de Ética e da Administração
Pública do Município de Belo Horizonte, onde estaria o interesse público ou se não há
nenhuma, nenhum impedimento na visão dele aqui para responder perante essa CPI?

Rodolfo de Lima Gropen: talvez o meu colega não tenha assistido a esse depoimento,
Então eu só falo novamente, eu só me refiro tudo que eu já disse anteriormente que
essa pergunta foi respondida por demais. Então não vou repetir aqui a pergunta porque
o meu colega não assistiu o depoimento. Se ele tivesse realmente o interesse de
participar com contribuição ou com alguma pergunta, ele teria assistido e teria visto que
eu já respondi essa pergunta.

193
Felipe César Santiago: eu tenho sim interesse, presidente, mas se eu repeti porque
não ficou suficientemente claro.

Rodolfo de Lima Gropen: eu não vou falar novamente. Eu já falei para os vereadores
que para quem eu fui chamado e eles satisfeitos. Então, se não ficou suficientemente
claro pra ele, que ouça de novo, porque realmente eu já repeti isso para todos. Já falei
isso para todos os vereadores.

Felipe César Santiago: e para encerrar presidente. Eu queria saber por que a única
conselheira que não votou pelo arquivamento saiu logo em seguida, porque ela saiu?
Tem alguma informação sobre isso?

Rodolfo de Lima Gropen: não tem só informação como tem documentos. A professora
Mizabel não residia mais em Belo Horizonte. Então ela fez um ofício pedindo o
desligamento, porque ela não mora em Belo Horizonte. Ela não pode ser mais
conselheira. Então, essa ilação de que ela saiu para não votar é, fruto do
desconhecimento de um ofício que ela fez e ela sair, é só fruto de desconhecimento,
ok.

Tarcísio Chaves Mendonça Maciel: gostaria de requerer que as próximas vezes que
for dada a palavra a um advogado que seja no estrito limite do estatuto da OAB. Quando
eu fiz o requerimento. Acho que na segunda reunião eu fiz um requerimento dizendo
que eu só iria me manifestar pela ordem nos termos da OAB e já estamos na sexta ou
sétima reunião. Não sei ao certo e os senhores são prova de que eu não fiz nenhuma
colocação além da pergunta. E o senhor Alberto Lages não é investigado aqui. Se não
é investigado Aqui eu não vejo sentido no sentido de fazer pergunta, quanto mais
argumentar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi por isso, inclusive, que o presidente pediu para
ir pra pergunta o que de fato autorizar saber para fazer pergunta no interesse do cliente.

Vereador Wesley Moreira: muito bem, Então nós vamos nesse momento agradecer
mais uma vez aqui a presença do senhor Rodolfo de Lima Gropen, que se dispôs a
responder a todas essas perguntas com mais de 01h00. E reforço aqui aos vereadores

194
se gostaria de fazer mais alguma observação, alguma pergunta. Vereadora Fernanda
Pereira Altoé ou Cleiton, o vereador Helinho, tudo ok. Então as 12h25 eu declaro
encerrada essa reunião. Muito obrigado a todos.

Rodolfo de Lima Gropen: Vereador eu queria agradecer ao senhor vereador Wesley


Moreira, agradecer a Vereadora Fernanda Pereira Altoé, ao vereador Uner, ao vereador
Cleiton, que participar dessa reunião, e dizer que eu estou absolutamente a disposição
tanto para responder outras perguntas que se façam necessárias quanto também para
contribuir no que eu puder também nesse novo procedimento ou decreto de ética, para
que a gente possa aprimorar o nosso Conselho de Ética, mediante procedimentos e e
artigos que sejam mais modernos e que deem mais impulso ao próprio conselho.
Às 12h25m foi encerrada a reunião.

2.7 - DA 7ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A sétima reunião7 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 09 de março de 2023, às 9h37m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Uner Augusto, Gilson
Guimarães, Helinho da Farmácia e Ciro Pereira, estes dois últimos de maneira remota.

Foi comunicada a aprovação das atas da 4ª e 5ª reuniões, e foram


votados e aprovados requerimentos para obter informação acerca do funcionamento
do Conselho de Ética; pedido de informação sobre o imóvel localizado na Avenida
Pedro Primeiro, Venda Nova, com índice cadastral 888024W3250016, antigo índice
cadastral 9000000000X8668, e pedido de informação sobre o contrato emergencial
número 012007 080300060000, processo número 01017.005, celebrado com a
empresa Unitour Turismo Universal Ltda.

Deu-se início à oitiva do Senhor Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes,


Subsecretário de Finanças Municipais, que prestou compromisso de dizer a verdade.

7
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/7%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-09-03-2023

195
O servidor foi acompanhado do Procurador Municipal Dr. Francisco Freitas de Melo
Franco Ferreira.

7ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: damos início à sétima reunião, tendo um eco aí né. A sétima
reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito, instituída pelo Requerimento
298 de 2022, CPI do Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Nesse momento
eu farei a chamada dos vereadores que compõem essa Comissão. Bom está dando
um eco ai né, o pessoal do som vai corrigir isso? Aqui está fechado.

Vereador Wesley Moreira: então vamos lá.

Vereadora Fernanda Pereira: presente.

Vereador Uner Augusto: presente

Vereador Gilson Guimarães: presente

Vereador Helinho da Farmácia: presente

Vereador Ciro Pereira: presente

Vereador Cleiton Xavier: presente

Vereador Wesley Moreira: então com a presença dos vereadores Wesley, Fernanda,
Uner, Gilson, Ciro e Helinho, vamos dar prosseguimento aqui a ordem dos trabalhos.
Comunicação de aprovação das atas das reuniões quarta e quinta, visto não ter havido
impugnação dessas nos termos regimentais. Reunião com convocados. Finalidade:
intimar o sr. Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes na Subsecretaria de Receita
Municipal, para pessoalmente prestar informações acerca dos ofícios: SUREM/DALE-
SURIN, número 125, de 2022, e o 185 de 2022 referente ao imóvel registrado sob o
índice cadastral 900000000X8668. Esse requerimento de comissão é o 36 de 2023, de
autoria dos vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Uner Augusto e Wesley
Moreira. Muito bem, só já comunicar aqui a presença do sr. Eugênio Eustáquio Veloso.

196
Vereador Wesley Moreira: Senhor Eugênio, nós vamos só apreciar aqui alguns,
alguns requerimentos. Vai ser bem rápido, a gente faz a deliberação e aí nós vamos te
convidar para começarmos a oitiva, ok? Só um momento. Então vamos lá pessoal.
Requerimento de comissão 401 de 2023. Solicitação Pedido de informação.
Destinatário Prefeito Fuad e o presidente do Conselho de Ética Pública, Rodolfo
Gropen. Finalidade: obter as seguintes informações sobre o funcionamento do
Conselho de Ética desde a sua fundação.

Vereador Wesley Moreira: quantas denúncias foram recebidas e em cada um desses


anos, quantas foram processadas em cada um desses anos? Quantas foram
arquivadas sumariamente em cada um desses anos? Quantas foram enviadas a
Controladoria do Município em cada um desses anos? Quantas foram enviadas ao
Ministério Público em cada um desses anos? Quantas tiveram o prefeito, vice prefeito,
titulares de órgãos do primeiro grau, titulares de órgão do segundo grau da
administração direta, ocupantes de cargo de primeiro grau, ocupantes de cargo de
segundo grau da administração indireta, como denunciados em cada um desses anos?

Vereador Wesley Moreira: quais os três tipos de infrações mais denunciadas em cada
um desses anos? Quantos procedimentos foram abertos de ofício pelo Conselho, nos
termos do artigo 17, inciso dois, do Decreto 14.635, de 2011 em cada um desse anos?
De autoria dos vereadores, Uner Augusto, Ciro Pereira, Vereador Cleiton Xavier,
Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira. Em discussão, esse requerimento demos um
prazo de cinco dias úteis para resposta, ok? Isso é fruto da nossa última oitiva. Em
discussão, em votação. Como vota a vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

197
Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo com requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: com requerimento.

Vereador Wesley Moreira: bom, eu também voto com requerimento. Fica aprovado o
requerimento de Comissão 401 de 2023. Requerimento de Comissão 402 de 2023, é
um pedido de informação, Destinatário Prefeito Fuad Noman, Secretário Municipal de
Política Urbana, João Antônio Fleury, Secretário Municipal de Fazenda, Leonardo
Colombini, Superintendente da SUDECAP, Henrique Castilho Marques de Souza.
Finalidade: obter informações sobre o imóvel localizado na Avenida Pedro Primeiro,
Venda Nova, com índice cadastral 888024W3250016, antigo 9000000000X8668, para
que seja enviada toda documentação existente referente ao imóvel, como certidões,
registro de parcelamento, laudos e etc. Autoria dos vereadores Ciro Pereira, Vereador
Cleiton Xavier, Fernanda, Uner Augusto e Wesley Moreira, também com prazo de cinco
dias úteis. Em discussão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: rapidamente Presidente, é só fazer observação.


A observação de que esse requerimento inclusive foi uma sugestão do Dr. Tarcísio, que
peticionou e é advogado do Alexandre Kalil. A gente entendeu pertinente o pedido dele
e estamos dentro da linha do que o doutor pediu.

Vereador Wesley Moreira: muito bem, vamos colocar então em votação. Como vota a
Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner Augusto?

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães?

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Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Eu também voto com requerimento. Fica
aprovado o requerimento de comissão 402, de 2023. Requerimento Comissão 426.
Solicitação: pedido de informação. Destinatário: Prefeito de Belo Horizonte, Senhor
Fuad, o Secretário Municipal de Fazenda, Leonardo Colombini. Finalidade: obter
informações sobre o contrato emergencial número 012007080300060000. Processo
número 010561481765. Celebrado com a empresa Unitour Turismo Universal Limitada,
de autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleide Xavier, Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Wesley Moreira. Esse também é de cinco dias.

Vereador Wesley Moreira: em discussão, em votação. Como vota a vereadora


Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Uner

Vereador Uner Augusto: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: De acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro Pereira.

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Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovada


Requerimento de Comissão 426 2023. Ok.

Vereador Wesley Moreira: respostas a requerimentos e indicações da Comissão


Oficio em resposta ao Requerimento de Comissão 71 de 2023, de autoria da vereadora
Fernanda Pereira e a resposta foi enviada pelo Secretário Municipal de Adjunto de
Governo, Subsecretário de Relações Institucionais, Leonardo Amaral Castro,
disponível no Portal da Câmara Municipal. Oficio em resposta ao requerimento de
Comissão 96 de 2023, de autoria dos vereadores Fernanda Pereira, Ciro Pereira, Uner
Augusto e Wesley Moreira. Essa resposta também enviada pelo senhor Leonardo
Amaral Castro. Disponível também no Portal da Câmara Municipal. Ofício em resposta
ao Requerimento de Comissão número 171 de 2023, de autoria dos vereadores
Vereador Cleiton Xavier, Jorge Santos, Professor Juliano Lopes, Ramon Bibiano, da
Casa de Apoio Wesley Moreira.

Vereador Wesley Moreira: a resposta enviada pelo senhor Leonardo Amaral de


Castro, também disponível no Portal da Câmara Municipal. Requerimento, Oficio em
Resposta ao Requerimento de Comissão 177 2023, de autoria dos vereadores Omni,
Ciro, Cleiton, Fernanda e Wesley. Enviada também pelo senhor Leonardo Amaral de
Castro, disponível no portal da Câmara Municipal. Ofício em resposta ao Requerimento
de Comissão 209 de 2023, de autoria dos vereadores Fernanda, Wesley, Ciro, Cleiton.

Vereador Wesley Moreira: também enviada a resposta pelo senhor Leonardo Amaral,
disponível no Portal da Câmara Municipal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé:

Gente, eu só queria discutir esse requerimento, ok? Bem, nós fizemos o pedido de
registro dos dias e horários de eventuais entradas e saídas da senhora Eloá Mendes
Ribeiro, da sede da Prefeitura de Belo Horizonte, bem como apresentação dos
registros de do Google Calendar, ou outro tipo de registro que mostrasse que ela
esteve na presente da Prefeitura de Belo Horizonte entre os anos de 2017 e 2023.

200
Vereadora Fernanda Pereira Altoé:

E nós recebemos essa resposta da prefeitura falando que abre aspas não a registro
de entrada da senhora Eloá Mendes Ribeiro neste edifício a partir de 30 de março de
2022 até a presente data, que o gabinete não mantém eventuais registros de entrada
e saída de visitantes de gestões anteriores em. A questão é nós temos uma tabela de
temporalidade destinação de documentos de arquivo em Belo Horizonte e ficha com
assinatura de visitante tem que ser guardada pelo prazo de um ano. O nosso pedido é
do dia 17 de fevereiro de 2023. Então os registros a partir de 17 de fevereiro de 2022
eram obrigatórios. A prefeitura tem que ter esses registros e nós então vamos insistir,
porque a Prefeitura não pode sumir com um documento público que tem o prazo de
um ano para ser mantido nesses registros. Então, nós vamos reiterar esse pedido do
dia 17 de fevereiro de 2022 até o dia 17 de fevereiro de 2023, que foi a data da
aprovação desse documento. Muito bem.

Vereador Wesley Moreira: excelente. Então essa resposta ela encontra disponível no
portal da Câmara Municipal, insuficiente, mas está lá. Ofício em resposta a
requerimento de Comissão 210, de autoria dos vereadores Fernanda Pereira Altoé,
Wesley Moreira, Ciro Pereira, Vereador Cleiton Xavier, Uner Augusto. Essa resposta foi
enviada pelo Sr. Resende Ribeiro e Reis Advogados, também disponível no Portal da
Câmara Municipal. Do escritório. Ofício em resposta ao Requerimento de Comissão
211, de 2023, Fernanda Pereira Alto e Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleide Silvério,
são os autores e a resposta foi enviada pelo Senhor Leonardo Amaral Castro,
Secretário municipal Adjunto de Governo Ofício em resposta ao requerimento de
Comissão 212 de 2023. Essa esse requerimento, de autoria dos vereadores Fernanda
Pereira, Wesley Moreira, Ciro Pereira, Vereador Cleiton Xavier, Uner Augusto. A
resposta foi enviada pelo senhor Leonardo Amaral Castro, Secretário Municipal Adjunto
de Governo, disponível no Portal da Câmara Municipal.

Vereador Wesley Moreira: ok, isso mesmo. Outros documentos recebidos pela
comissão é um requerimento para sugerir a requisição de cópia do procedimento
administrativo que culminou com o cancelamento do índice cadastral

201
900000000X8668, bem como para sugerir a requisição de cópia de procedimento
administrativo que culminou com o cancelamento da CD relativa aos débitos de PT do
imóvel registrado sob o índice cadastral 900000000X8668. Já decorei. De autoria dos
vereadores, de autoria de Alexandre Kalil, por meio de seu advogado Tarcísio Maciel
Chaves de Mendonça, justamente trata do Requerimento de Comissão 402, de 2023.
Perfeito, já contemplado aqui e já aprovado por esta Comissão. Nesse momento, então
nós vamos retornarmos aqui ao segundo item da pauta, que é uma reunião com
convocados. E desde já eu convido o Senhor Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes
para tomar lugar aqui à mesa e já agradeço mais uma vez a presença do Senhor aqui
nessa CPI.

Vereador Wesley Moreira: seja bem-vindo! Também comunico a presença do senhor


Francisco Freitas, Procurador-geral do Município de Belo Horizonte. Não é não? Ah tá,
ok. Procurador, tá ok. O senhor Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça, advogado do ex-
prefeito Alexandre Kalil, do Sr. Flávio Luiz Andrade, agente fazendário, gerente da
Secretaria Municipal da Fazenda, o senhor Roberto Freitas Soares da Silva Filho,
Auditor Fiscal, Diretoria de TI da Secretaria Municipal de Fazenda.

Vereador Wesley Moreira: sejam bem vindos do senhor Fernando Huber, Auditor
Fiscal da Secretaria Municipal da Fazenda, o senhor Osmar Pinto Domingos, Auditor
Fiscal da Secretaria Municipal da Fazenda. Tá aí também. O Sr. Yuri Max Souto, agente
fazendário, Secretário Municipal da Fazenda. Sejam todos bem-vindos a essa Casa, a
esta reunião. Muito bem! Vamos partir então para nossa oitiva.

Vereador Wesley Moreira: fazemos a leitura, tá aqui, muito bem. Bom, primeiro
comunicar ao senhor Eugênio Eustáquio que que o senhor e solicitar o senhor que o
senhor preste o compromisso nos termos do artigo 203 do Código de Processo Penal
e informo ao senhor que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade poderá
incorrer no crime de falso testemunho. De acordo com o artigo 342 do Código Penal.

Vereador Wesley Moreira: então pedir ao senhor que faça aí a declaração que já foi
entregue ao senhor.

202
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu, Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes, 61
anos de idade, estado civil, casado, residente em Belo Horizonte, profissão Auditor
Técnico de Tributos Municipais, ocupando o cargo na condição de Subsecretário da
Receita Municipal, cuja atividade desenvolvida no endereço na Rua Espírito Santo,
número 605, quinto andar, Secretaria Municipal de Fazenda. Prometo dizer a verdade,
relatando sempre o que souber, explicando sempre as razões da minha ciência sobre
o fato ou as circunstâncias, pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. O senhor chegou a conhecer pessoalmente o ex-


prefeito Alexandre Kalil.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: tive a oportunidade ao longo desse período,


de 2007 para cá, quando fui nomeado subsecretário de conhece-lo pessoalmente. Até
então não conhecia. Sou servidor de carreira do município. Ingressei por concurso
público em julho de 2003, de 93, perdão, a quase 30 anos de julho de 93. Agora faço
30 anos de serviço e é quando da minha nomeação fui convidado pelo atual prefeito
Fuad Roman, ele foi o secretário de Fazenda e quando a partir daí, em reuniões de
trabalho, eu tive contato com o prefeito. A maioria das vezes acompanhando inclusive
o próprio secretário de Fazenda nas reuniões ou reuniões com os outros Secretários,
Subsecretários, Prefeito.

Vereador Wesley Moreira: evidentemente, o senhor. O próprio requerimento que fez


a convocação do senhor ali. Essa solicitação é para que o senhor responda aqui com
relação aos ofícios 125 e 185 de 2022. E eles que motivou a essa comissão a convoca-
lo para fazer as obras, fazer os devidos esclarecimentos com relação a um dos temas
que estão sendo que está sendo debatido amplamente por essa CPI, que é o processo
que culminou no seu no seu final, com a questão desse arquivamento, desse processo
que cobrava e o IPTU de longa data do ex-Prefeito Alexandre Kalil.

Vereador Wesley Moreira: houve alguma orientação para elaboração dos seus
documentos por tratar de um processo que envolvia o ex-prefeito, envolvendo o ex-
prefeito?

203
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, não houve orientação alguma. Bom, eu
na minha função de Subsecretário eu faço a coordenação, a supervisão dos
macroprocessos. As atividades de rotina são executadas pelas áreas, pelas gerências
e diretorias responsáveis de cada tema. E esse tema é que envolve, inclusive, questão
cadastral, questão relacionada ao lançamento tributário, questão relacionada à
cobrança é feita de modo administrativo. A dívida ativa, que é na Prefeitura de Belo
Horizonte, administrada pela Secretaria de Fazenda e Procuradoria, quando
judicializado. Então, se não houve, nós recebemos a solicitação de informações e
imediatamente eu distribuí esse documento para as áreas envolvidas que se
incumbiram de prestar os esclarecimentos. A minha função nesses ofícios foi traduzir
essas respostas. Elas vêm de várias áreas para dar uma, mas até ser didático na
exposição e procurar informar de maneira mais precisa. Então, por essa razão, eu
enderecei ao secretário de Fazenda, Secretário Colombini e encaminhei essa
documentação e essas respostas à Secretaria de Governo para encaminhar a Câmara
Municipal.

Vereador Wesley Moreira: mas o senhor sabia que supostamente se tratava de uma
área pertencente à de propriedade do ex do ex-Prefeito?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e no requerimento informa, relatou o fato, o


fato de no lançamento ter sido cancelado o índice cadastral vinculado a essa pessoa,
ao ex-prefeito. Sim, eu tinha conhecimento.

Vereador Wesley Moreira: bom, e como que é atualizado o Cadastro Tributário


Municipal para definição do tipo de ocupação para cobrança do IPTU devido?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: bom o cadastro de imóveis do município, o


cadastro tributário, ele tem finalidade tributária, ou seja, instruir o lançamento dos
tributos imobiliários que são calculados em razão da existência da propriedade
imobiliária. Esse cadastro existe desde a fundação da cidade e ao longo do tempo, não
tenho conhecimento do passado como é que se fazia esse registro, mas imagino que
ao longo do tempo esses controles tenham venham sendo aperfeiçoados. Imaginar
numa época assim, 30 anos pra cá, que nós entramos na era da digitalização da

204
informática e até então todos os processos eram feitos de modo em papel e fichas.
Inclusive, a gente tem uma documentação em microfichas, coisas que remontam
inclusive a fundação da cidade e, posteriormente passou por processos de, de
atualização. Bom, a manutenção desse cadastro ele é basicamente ele é feito primeiro
através do resgate dessas informações de origem do passado que vão sendo tratadas,
aperfeiçoadas e inclusive complementadas, porque muitas vezes elas não preenchem
todos os elementos que precisam para você fazer a instrução de um lançamento e botar
ela lá. Ela também atualizada com as informações da dinâmica do mercado imobiliário,
compra e venda de imóveis que são declarados para fins de ITBI. Ela é atualizada
também diante dos pedidos de parcelamento de imóveis. E uma pessoa pode ter uma
gleba. Aí vai parcelar essa, essa e essa gleba. Então ela passa pela Secretaria de
Política Urbana, Política Urbana, que aprova o tal cadastro, o CP, o cadastro de plantas
aprova essa planta que é levada o registro imobiliário e é feito também por meio do
levantamento de situações fáticas de 2005 pra cá, foi feito em 2005 e depois de 2015.
Levantamentos aerofotogrametria os que tentam que procure identificar o território do
município e ver como as ocupações são feitas. Fora isso, existem atividades de ofício
também. Levantamentos que são feitos pela equipe de auditoria tributária, que
identifica a ocupação, às vezes ocupação irregular de imóveis. E assim vai se fazendo
a atualização. Não sei se te respondi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: respondeu. Desculpa. Com relação às questões


de compra e venda, essas informações, os cartórios, eles têm alguma obrigação de já
encaminhar automaticamente?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, infelizmente não é. O que acontece é o


seguinte. Aliás, acho que um dos grandes desafios que tem não só de Belo Horizonte,
mas de todas as administrações fiscais, de voltar, seja de nível da União com relação
aos terrenos rurais de fazenda, quanto dos municípios é não ter um acesso adequado
aos cartórios e a própria informação do cartório também. Ela infelizmente não é
padronizada. Ela vem sofrendo. Você pega matrículas muito antigas, regiões muito
antigas, a própria indicação de localização do imóvel ela não é precisa hoje. Pra nós,
da geração dos de 30 anos pra cá, é muito fácil fazer a coordenada do GPS. Você

205
sabe, a rua tal. Essas informações estão antigas, elas não oferecem essa precisão.
Você olha o imóvel Fulano de tal é proprietário do imóvel tal, localizado na área na
região tal, perto de um córrego. Não sei o que fazer. Então assim é um trabalho muito
complicado traduzir essas informações. Bom, então esse é um primeiro problema. O
que acontece é o seguinte como é que as informações básicas hoje a maior atualização
é feita através do ITBI? A primeira informação, porque quando há uma compra e venda,
ele é o proprietário. Ele se apresenta ele ou ele. Hoje ele é obrigado inclusive a
identificar o índice cadastral. Se não tem o índice cadastral e o cadastro tributário na
informação do cadastro tributário, ele é obrigado a providenciar isso, esse
cadastramento. Nós ainda temos no município uma área expressiva que não está no
cadastro tributário, embora eu, eu, eu assisti, acompanhei depoimentos anteriores. Nós
temos um cadastro técnico, o TCM, que é um cadastro da situação, que é inclusive
gerenciado pela CTM. Ele é gerenciado pela Prodabel. Isso já de longa data, é
competência dela, tem no estatuto, tem um normativo que que estabelece essa
atribuição, porque esse cadastro, inclusive, é depois do Estatuto da Cidade, ele passou
a ser chamado de Cadastro Multi-finalidade, que ele orienta não só a questão de
conhecimento do território, que serve para estudos e conhecimento da situação
fundiária de cada território. Mas ele serve também para, por exemplo, a fins de
orientação das desapropriações, da instalação de equipamentos públicos e a
secretaria de Fazenda consome informação desse cadastro, ou seja, ela pega
informação desse cadastro para poder montar o cadastro tributário, que é o que orienta
o lançamento do IPTU das taxas do ITBI e tudo mais. Tem um outro cadastro também,
que é o cadastro de planta, que é o da cidade formal, né? Inclusive é interessante lá
na que ela tem camadas. Esse cadastro a gente fez um cadastro referenciado, ele tem
esse ao que a cidade formal aprovada, que tem lotes aprovado, o que a cidade é
informal e o que a cidade e não só descobrir realmente o que é que a cidade dos
cartórios que está com o registro, o cartório. Então assim é uma multiplicidade de
informações que felizmente eu acho que inclusive eu gosto de ressaltar em Belo
Horizonte, é referência nesse tipo de trabalho de gestão de cada área cartográfica do
território do município e então isso assim. Talvez seja por essa razão, inclusive, que a
gente é até referência assim, na cobrança do IPTU. Bom, não sei. Acho que essa

206
consideração que eu ia fazer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: até pegar no código.

Vereador Uner Augusto: pergunta, existe uma correspondência entre esse cadastro e
a tabela CTN.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: olha só, a gente consome esse, essa
informação, esse cadastro CTN Ele tem várias finalidades. Não sei exatamente quando
é que ele foi instituído, mas acredito que seja nos últimos 30 anos, quando se tomou a
decisão de informatizar e ter esse controle disso aí é um cadastro tributário já existia
antes disso, inclusive até 2005 esse cadastro vocês viram esse número 9000 e tal, ele
não tinha. Eu não tenho conhecimento como é que eram os números que identificava
os lotes, mas ele não tinha a preocupação de ter a identificação geográfica. Ele
simplesmente tinha um número que que dizia assim, provavelmente a informação podia
chegar até dez de forma declaratória. Alguém que declarava ao cadastro, nós estamos
falando da fundação das cidades. Olha, tem um imóvel tal e situado em Venda Nova,
na rua tal não se precisava. Nem sempre aí dependia muito do servidor. O fato é que a
gente tem esses problemas no registro cadastral, então é bom esse cadastro botar ele
vem sendo ao longo do tempo, aperfeiçoado. Em 2005, 2006, houve dois movimentos
importantes. Em 93 já tinha sido implantado um sistema que já tinha pelo menos
informatizado, se chamava SF01, que controlava o sistema não só do cadastro de, de
imobiliário, mas também cadastro de empresa, crédito, lançamento, tudo o mais. Esse
sistema foi substituído em novembro de 2005, 2006, passou por diversas
transformações e inclusive hoje nós estamos numa fase de reescrita, de atualização
disso aí, desse sistema. Bom, aí de 2005 pra cá, que teve essa preocupação, inclusive
veio através de normativos. Na época, tem dois decretos de 2005. Deixa eu ver se eu
localizo aqui que ele disciplinou isso. Quando se olha para incluir imóvel no cadastro,
tem que ter a identificação geográfica. Você tem que saber onde que está o para não
chegar, como acontece nos cartórios, gente, nos cartórios. Hoje tem situações como
vou dar um exemplo, lá no bairro Olhos d'Água tem imóveis lá, territórios que tem três,
quatro matrículas de proprietários diferentes, porque eles faziam o registro sem ter essa

207
preocupação de verificar se naquele território, que é uma coisa tão óbvia, esse território
que já está ocupado tem o proprietário. Não se tinha, então para não ter essa esse
problema, porque é o tipo de coisa a gente imposto ele e não há problema quando
paga. O problema surge quando não tem pagamento. Aí você tem que fazer a cobrança
forçada. Aí a pessoa vai se defender. Antigamente a declaração ela é, a confissão,
inclusive com opção de dívida, era tomada como uma verdade que não podia ser
declinada. Aquilo ali era, era absoluto. Hoje em dia isso não existe mais. Tudo é uma
declaração. Ela tem sempre a presunção relativa de verdade. Mas o cara me enganei,
não sou dono, então essas coisas acontece. Então, por essa razão a gente tem muita
preocupação não só com IPTU, mas também no ISS, nos outros tributos, de fazer o
lançamento, tal qual a lei artigo 142 do CTN, determina Você tem que identifica
precisamente quem é o devedor, o fato gerador aí possa fazer corretamente o cálculo
do tributo, considerando a base de cálculo do mais. Então essa. Por isso o cadastro
tributário de 2005 pra cá ele passou a ter, a ser direcionado com essa. Com esse
objetivo foi constituído, então preocupação com a perfeita identificação do contribuinte,
nome, CPF e, por incrível que pareça, nós temos até situações lá de nomes que tal
nome é uma pessoa, o CPF não corresponde o que está na base lá da Receita Federal.
Então isso são trabalhos que estão sendo feitos ao longo dos últimos nos últimos anos.
Eu diria até que de 2005 para cá, quando a gente teve um sistema mais robusto para
poder enriquecer essa base e reduzir a sucumbência. Nossa, nossa preocupação é,
principalmente cobrar um imposto. Evidentemente, a gente arrecadação de IPTU de
Belo Horizonte, ela é significativa. A gente tem um índice de inadimplente muito baixo
comparado a outras capitais e outras cidades, em torno de 14, 15%, com uma planta
de, valores, dizia assim ela está desatualizada de 2010, mas comparada a município
de Maceió, que tem há 30 anos, não atualiza uma planta assim. Então, essa
preocupação de dar consistência ao lançamento tributário para evitar uma
sucumbência e mesmo o descrédito das pessoas. Se você não cobra com
transparência e com cumprindo a legislação, acho que cai em descrédito essa questão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu já estou falando de gestão cartográfica, que


fala isso de BH, que é uma excelência e no caso de ser um tipo de imóvel, depois vira
outro tipo de imóvel. Isso já é identificado pela prefeitura com certa facilidade para
208
mudar a cobrança do IPTU. Como que é feito assim que aqui? Como que atualizado
esse cadastro para você definir qual tipo de ocupação é ali? Qual o valor do IPTU
daquele local, daquele imóvel?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: como disse, a gente tem muita informação
que é legada, que veio do passado. Uma pessoa que tinha uma casa, um imóvel
registrado como uma casa residencial e tem todas as características de residencial, até
prova em contrário, ele é cobrado como residência, Mas aí a gente verifica, está
mudando a cidade. Olha, identificamos que uma empresa se transferiu. Lourdes tem
vários lugares que é parado agora, aparentemente aquele tipo construtivo, casa.
Usualmente a presunção seria residência é usado por uma empresa. Isso a gente
obtém através de cruzamento de dados do cadastro de empresas que que Muniz, que
a Secretaria de Fazenda também tem então pus os endereços. De um tempo pra cá,
não sei precisar exatamente a data para se obter o. Acho que acredito que desde a
época do alvará para se obter o alvará tem que se indicar um índice. Então e uma vez
informou que aquela casa ali é ocupada por um comércio, muda a classificação porque
inclusive a tributação altera. Essa é uma hipótese e a outra. À medida que a cidade,
por exemplo, a cidade regular, a pessoa aprova um projeto, faz uma modificação. Isso
passa pela política urbana. A política urbana concede e aprova o projeto concede baixa.
Essa informação de baixa e a Secretaria de fazenda consome da Secretaria de Política
Urbana que e faz a atualização então ali onde que tinha um lote vago, hoje tem uma
edificação. Tem até uma questão assim curiosa que muitas vezes o CTM é o que eles
chamam de lote CTM, que é gerido lá pela Prodabel é a ocupação do território. Só que
às vezes ocorre o cadastro tributário, ele olha isso aí, mas ele olha outras coisas, vamos
supor, em determinada área ela pode estar e ser uma área regular que teve um
parcelamento de solo regular, tem uma CP regular, mas pode ser uma área que
simplesmente uma gleba que foi sendo ocupada, seja por invasão, seja porque tinha
uma planta particular do proprietário que não foi aprovado. Ele vendeu aquelas áreas
ali, ela foi ocupada a nuca da CTM. Eles identificam esses polígonos essas áreas de
ocupação, observando como é que fala os limites, se tem um muro, se tem uma
limitação de área do terreno. Só que dentro dessa área a gente está falando isso aqui,
Mas não sou especialista na área cartorária e nem de tributação imobiliária. Eu trabalhei
209
minha vida inteira com ISS. Assim, é um tema que eu tenho muito mais segurança e
habilidade de dizer. Mas assim como coordenador do fluxo desses processos todos, a
gente tem que conhecer o tema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas só conhecem se você tem uma nova
construção ali você muda uma atividade na hora que tem esse registro na prefeitura
para ter o alvará, para ter que automaticamente uma secretaria comunicar outra, para
você ter uma mudança na questão da cobrança do IPTU.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é a mesma coisa do prédio e não construir


prédio. Esse prédio pode ser, por exemplo, uma unidade não desmembrada, com
unidades autônomas, tipo apartamento, lojas, ou pode ser. Às vezes uma empresa
construiu aquela edificação enorme, com vários andares, mas ela não parcelou, não
criou matrículas individualizadas para cada uma dessas unidades. Então a gente
recebe a informação de que ele tem uma edificação e aí é feita uma era através de
hoje. Hoje você tem recurso, recursos de informática para poder pesquisar como é que
a edificação intima a empresa a prestar informação é convenção de condomínio, se ela
vai ser parcelado, mas isso vem fazendo. Agora, são coisas também, vereadores assim
que, são processos que estão sendo melhorados essa comunicação entre áreas. Eu
falo assim porque já estou há quase 30 anos. A gente observa sim, que ela tem
evoluído, mas nem sempre foi assim. Por exemplo, é uma coisa que logo quando eu
entrei me incomodava muito o fato, por exemplo, a SUDECAP fazia uma
desapropriação e ela tem lá toda a delimitação de área. Ela consome informação do
cadastro, ele identifica a área que vai ser desapropriada, tem lá toda a codificação que
não está atrelada com a gente. E ela fazia, faz esse processo e depois de concluído se
quer informava a Secretaria de Fazenda que determinada área foi desapropriada.
Existiu no passado cobrança de IPTU de área que já estava desapropriada, entendeu?
Então, assim, nós procuramos de 2007, 2017 para cá, como eu entrei para tentar
resolver problema, sabe de melhorar a comunicação? É isso aí, tem que ser por
sistema. Esse processo de IPTU são 860.000 imóveis, 1000 índices cadastrais, vamos
dizer assim, no Município. Para você fazer a gestão, a atualização disso tem que ser
por sistema, porque quase que uma linha de produção tem todo dia gente pedindo a

210
comunicando que está só de ITBI. Nesse período que o mercado estava mais aquecido,
nós chegamos até 5000 solicitações mensais de alteração. Então sim, você tem que
dar rapidez, agilidade e atender a tempo e modo nessas pessoas. Você tem que criar,
então é um fluxo contínuo, tanto para poder fazer alteração quanto para poder fazer
também o saneamento, as correções dos problemas que a gente tem consciência já
tem. Hoje já é possível identificar. Você ter uma ideia, em 2005, lá quando foi
implantado até áreas de rua, ou seja, tinha isso cadastral.

Vereador Gilson Guimarães: mas o senhor está falando que existiu ou, ainda existe
isso ainda com a SUDECAP?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: Existiu, existiu. Existiu e não existe mais.
Hoje, felizmente, a gente conseguiu essa promessa. Não só a SUDECAP, não é só ela
que desapropria. O governo do Estado também desapropria. Vocês podem ver que da
própria legislação, decreto que dispõe sobre o IPTU, sobre cadastro de imóveis na
cidade e a legislação de multas, tem a previsão que é para se multar se não informar,
entendeu? Então, assim, por exemplo, a desapropriação feita pela própria União no
âmbito de o Estado, várias áreas e são eles, tem que nos comunicar, porque do
contrário, infelizmente, a gente ainda não diria criar um sensor para poder captar essas
coisas. Uma das coisas que que acho que sim é essa, é a Câmara Municipal. Acho que
prestaria um grande serviço. Não sei. Eu acho que tem que estudar isso aí, mas porque
nós estamos participando hoje como projeto piloto que se chama sim, ter uma
legislação federal que está passando a exigir que toda a propriedade imobiliária, urbana
e rural ela tenha essa base geográfica exatamente para evitar a ação dos grileiros.
Exatamente para evitar essa ação de avanço sobre devolutas e minimizar os conflitos
de terra. Então não. Mas aí eu acho sim, que a gente devia exigir que os cartórios de
Belo Horizonte antes de fazer e ao fazer. Porque se mudar o passado é difícil, mas se
está fazendo uma operação exigir, olha, tem que ter a localização. Nós fizemos um
convênio com o cartório. Primeiro eu fiz até uma portaria da Secretaria de Fazenda.
Essa portaria foi assinada, se não me engano, pelo Estado. Tem uma portaria que a
gente é padrão, foi na época, o Fleury estabeleceu o pessoal, os cartórios que quiserem
combinar com o município, com a fazenda, com a tabela para exatamente

211
georreferenciar suas matriculas podem fazer. Atualmente nós tivemos reunião com o
primeiro ofício, com se não me engano, o quarto, quinto e nono. Tem um problema que
cada um está num nível de gestão de administração, tal, diferente e tem uns que é
totalmente manual, tem outros que estão super informatizado, como o primeiro ofício
que fez o convênio conosco e está sim muito. Mas o que a gente consegue resolvendo
boa parte dos problemas de lá, tentando identificar as áreas das matrículas, mas
evidentemente, com essa área lá do Olhos d'Água que está lá com eles...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu tenho até uma boa sugestão. A gente pode
botar como recomendação para o Estado nessa relação com cartórios, para fazer esse
tipo de alteração. Esse tipo de inserir esse tipo de informação.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a própria Corregedoria de Justiça, que faz a


fiscalização e gestão dos cartórios. Eu acho que ela tinha que ser sensibilizada também
para esse tipo de coisa.

Vereador Wesley Moreira: bom, vamos continuar aqui nas nossas perguntas. Estou
vendo que o senhor Eugênio tem muito conhecimento disso, viu. O senhor falou que
não, que não, mas o senhor tá...

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: mas olha os 30 anos é uma carreira, vereador.

Vereador Wesley Moreira: é muito tempo.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é muito tempo. A gente é, assim a parte de


imóveis, eu tenho que confessar.

Vereador Wesley Moreira: hoje como é que é calculado assim o valor venal de um
imóvel?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: bom, a pergunta técnica que se eu vou


respondendo dentro daquilo, no conhecimento macro que eu tenho, porque isso é bom,
A área tem um preâmbulo aqui. Antes falar a Secretaria de Fazenda, a receita
municipal, inclusive hoje ela é formada só por quadros, por cargos efetivos. A carreira
de tributação, inclusive, é carreira de estado e boa parte das informações a gente tenta
212
através desses profissionais, auditores, agentes fazendários, analistas fazendários,
construir e lá a gente aprende lá dentro dessa carreira, a avaliação imobiliária hoje ela
tem. Ela segue dois rumos, duas metodologias básicas. No caso de IPTU, existe uma
lei no caso de 2010, que estabeleceu ali a planta genérica de valores, tem lá todos os
indicadores de metro quadrado de terreno, valor de metro quadrado, o tipo construtivo
e com base nessas informações é que são feitos cálculos. Esses valores são da data
aprovação da planta lá em 2010 para cá e eles vêm sendo corrigidos pela inflação,
atualizados monetariamente. A inflação na época da elaboração desse dessa planta
genérica de valores, o município, o executivo apresentou o projeto. Eu estava lá, eu
estava na prefeitura, mas eu não lidava com a diretamente. Mas eu acredito que
tenham sido apresentados valores resultantes de estudos de mercado, levantamentos
feitos junto ao mercado imobiliário. Então ali trouxe o levantamento de quanto que seria
um valor de cada metro quadrado de terreno em diversas áreas do município. As áreas
fiscais que a gente denomina conforme as variações existentes e em cima desse
desses parâmetros de valor de construtivo é que é construído o valor do IPTU. O valor
do ITBI e ele não existe uma lei que estabelece esses valores acertadamente. Até os
tribunais hoje têm tem entendido que no caso e ITBI você tem que acompanhar
realmente apurar o valor de mercado. Bom, aí esse valor de mercado que a gente tem,
tem feito. E seguindo a metodologia de pesquisa de levantamento da oferta do
mercado, foi preciso. A gente construiu inclusive aplicações para poder pesquisar esses
levantamentos na internet. Hoje está muito mais fácil. Antigamente, antigamente, mais
de 30 anos, eles tinham que acompanhar pelo jornal, pelos pequenos anúncios. Hoje
está muito mais simples identificar a oferta. Você tem a possibilidade de de também
nas próprias declarações que são apresentados, isso, uma venda de um tempo de um
apartamento dentro de um prédio. Aquilo ali já vai para um banco de dados que
alimenta a instrução desses valores. Fora isso, a gente busca também informações
junto a parceiros do mercado, como a Caixa Econômica Federal e as instituições
financeiras que operam com crédito imobiliário. E isto em cima dessa movimentação é
que é feita a construção do levantamento, o cálculo do valor, inclusive. Assim, é uma
diferença, porque quando se faz um cálculo em massa envolvendo 850 índices
cadastrais, se faz o que a gente chama de avaliação genérica. Eu não leva em

213
consideração, por exemplo, os aspectos internos de um imóvel. Entendeu se qual o
acabamento que tem? Eu tenho que tentar aferir como a lei determina que é o valor
venal, o valor médio razoável de venda, ele eventualmente pode ficar acima, abaixo,
mas ele tem que ficar na média e em razão. No caso concreto, quando há uma
distorção, aí sim há a possibilidade do processo administrativo e a pessoa apresenta
os laudos, as informações que tem para se chegar à avaliação específica daquele
imóvel ali.

Vereador Wesley Moreira: bom, muito bem a cobrança errada pelo tipo de ocupação
e pela metragem. Isso pode trazer algum dano ao erário municipal?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: como não pode, inclusive assim, como eu
disse, se o lançamento tributário, é o tipo da coisa. Quando a gente recebe uma conta
que está sendo protestado, a primeira coisa que vem parece poxa, será que isso aí é
justo? Está sendo cobrado corretamente? Eu estou falando só de tributo, não o
empregado que você tem que entra na justiça e descobre uma série de coisas. Então,
se a preocupação que nós temos ao fazer o lançamento tributário é seguir os preceitos
da lei, então identificar corretamente se eu não identifico, se o CPF que consta lá da
CDL não corresponde ao nome que está ali, aquele é motivo e advogados sabem
manipular, sabem? No processo de execução fiscal, os dados disso aí em benefício
próprio, pode resultar no cancelamento da CDL e na sucumbência do município do
valor que está sendo cobrado. Então sim, tem prejuízo sim. Antigamente vou mandar
para a justiça e cobrar e não vai ter não tem, tem responsabilização, não tem. O erário
responde por está cobrando de forma errática, de forma errada, sem as informações.
Então, se determinados critérios legais não foram observados, não.

Vereador Ciro Pereira: bom dia Eugênio, Tudo bem? Pelos registros do Google, é
possível observar que os imóveis localizados na Avenida Bernardo Monteiro, 432/C,
número 013028009001X e Avenida Bernardo Monteiro, 458C0130280110018 são hoje
um grande empreendimento comercial de quatro andares, que ocupa quatro lotes.
Ainda assim, conforme resposta do ofício da sua embasa oriunda dá número 098/2022.
Os e IPTU’S estão sendo cobrados como loja e casa comercial. Como é que isso é

214
possível, doutor?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: bom, esse fato não tem a ver com esses dois
ofícios, esses dois ofícios, mas tem a ver com o questionamento sobre o funcionamento
do cadastro, não é isso?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu acho que a desculpa na verdade foi uma
resposta também que a gente obteve. Eu não lembro se foi o senhor quem, quem
respondeu também foi a respeito de um outro imóvel.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: mas que é bom. A questão é o seguinte a


gente faz esse acompanhamento sim e agora? Se naquela localidade não existe mais
uma empresa, é possível que a cobrança do imposto permaneça na situação anterior.
Tem um erro aí que deveria ter um sincronismo. Olha, eu mudei o tipo de ocupação,
não é mais um imóvel residencial, mas agora ele passou olhar não é mais comercial e
passou a ser residencial. Tem que haver essa comunicação. Inclusive é uma obrigação
do titular do imóvel fazer essa informação. Quando não presta essa informação, essa
informação não é prestada e nesse caso eu vejo assim que você imagina o seguinte
estava funcionando uma empresa, ela saiu de lá, será que não entrou outra? Será que
aquilo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exatamente isso era uma casa, era uma casa,
uma casa comercial, entrou um outro tipo de empreendimento, que inclusive foi
construído. Então, no caso, teve pedido de habite se, de alvará da prefeitura para
funcionar e desde 2019 continua sendo cobrado como a casa e a loja que foram
demolidos e foi construído no local um grande empreendimento de quatro andares.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e esse sincronismo nem sempre a gente


consegue, exatamente porque nem todos os eventos estão integrados. Esse é um fato.
E o outro é que muitas vezes a situação alteração depende muito mais de levantamento
fático ou uma declaração do interessado, ou mesmo diante de uma denúncia de uma
situação, que possa a fiscalização atuar e verificar o que aconteceu. O fato assim, a
gente não tem que ter compromisso com erro, está errado. Tem que corrigir.

215
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí a responsabilidade é tanto do proprietário
quanto de quem construiu nesse local um imóvel diferente. Ou é da prefeitura que deu
o alvará e não fez alteração na cobrança de um IPTU ou é de todo mundo?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: olha só, o proprietário do imóvel, o titular do


imóvel, a meu ver ele sim, se ele vai demolir aquilo lá ele tem, ele entra com pedido.
Então se...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem que ter pedido de demolição, então?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: tem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: inclusive de imóvel que é dado como garantia,
como garantia de dívida.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: bom, aí eu acredito que não, eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas ele tem que entrar então, com pedido de
demolição?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: se ele for executar a demolição, tem que
haver a solicitação. Eu não sei se é essa o deferimento, se esse alvará de demolição,
se ele já está integrado, ao nosso sistema tributário. Mas de qualquer maneira haveria
de ter a comunicação à Fazenda, informando que tal imóvel está sendo demolido, não
tem mais prédio, não tem mais casa, ele vai passar a ser um terreno. Tem algumas
coisas que são reguladas até pelos benefícios que são concedidos, sabe? Vereadores,
por exemplo, onde tem qualquer lote vago e quando a pessoa vai edificar uma
construção, durante três anos existe um benefício de isenção de 50% do IPTU. Então
isso aí acaba sendo pra nós que muitas vezes quando a gente não recebe...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem for construir, não deixar aquilo ali
desocupado, como na questão do IPTU progressivo, quando a pessoa não utiliza.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e aí até na solicitação do benefício. E se a


gente não recebeu comunicados que ele foi demolido, que está tendo uma obra, a

216
gente fazer alteração do cadastro. Alguns eventos, eles são alterados
automaticamente, o que já está integrado com a regulação urbana, com outras áreas,
como a questão da desapropriação, a desapropriação até mais complicada, porque a
gente consegue fazer integração com o sistema de empresa do município e quando é
de fora, desapropriação feita por lei estadual ou federal é mais complicado.

Vereador Ciro Pereira: antes de 2006, o sistema de cobrança de Betel era baseado
no SF01 e IPTU. E, como era determinada a propriedade do imóvel e para fins de
lançamento nesse sistema que é mais antigo?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu não tenho assim certeza dessa


informação. Tá, eu posso trazer a minha suposição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente poderia até fazer um pedido de


informação. Nesse caso a gente tem que mandar para qual secretaria.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: as informações que são do Cadastro


Tributário de Imóveis podem ser dirigidas para Secretaria da Fazenda. E aí, o que
acontece no processo? Nosso secretário Colombini recebe e manda para o
Subsecretário da área temática e quem informa é a gerência, a diretoria temática, que
é pertinente. Então do cadastro ele pode conferir. Eu te falo assim muitos registros, a
informação que eu tive dos colegas, como é que era isso era feito, que hoje, hoje,
seguramente todo processo tem, inclusive processo eletrônico no passado, que diz que
também era processo, mas tem alguns registros antes do SF01 que estão em fichas
de papel, anotações e anotações, tem tem fichas inclusive, que é a gente mantém isso
aí até por uma questão até do patrimônio histórico do município, porque muitas vezes
as pessoas recorrem a informação para o planta. Então, isso aí é um, é um, são dados,
é um documento, documentação preciosa para a cidade.

Vereador Ciro Pereira: e como é que era determinada a localização do imóvel nesse
modelo? No SF01.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: no é SF01 não existia, não existia. E assim,
quando eu falei, não existia. Assim, do ponto de vista da consistência do dado dentro

217
de um sistema, por exemplo. Olha, se eu exijo que olhe para eu colocar o registro do
Eugênio sistema eu não admito que seja incluído os dados do Eugênio. Se ele não
informar o CPF dele, então ele é um dado primário básico para poder colocar. Então,
nessa época não existia, os sistemas não faziam essa consistência, então eles
admitiam, principalmente quando o contribuinte queria pagar alguma coisa. Pessoa
declarando aqui que eu tenho um imóvel tal e quero pagar o IPTU, então se podia, aí
ficava a conta do servidor. Imagino isso aí eu informação assim porque não vivenciei
essa época. Mas como não tem um sistema que faz consistência, imagino que
dependeria de quem estivesse atendendo ou de algum roteiro, algum protocolo de rede
de trabalho, instrução de serviço que exigisse. Mas assim, se ele não colocasse no
número do, por exemplo, o número do endereço passava e ficava registrado ali daquela
forma. Entendeu? Com SF01 começou-se pelo menos é assim. Formalizou, então
colocou os dados que precisava. Aí esse 93 e aí, na sequência, eu não sei como é que
era antes de 93, se era informatizado, mas acredito que não, porque computador foi a
partir dos anos 90, que antes, antes tinha aqueles grandes mainframes e tal. Mas aí
em 2005 que começou a implantação, aí sim tomou essa decisão. Inclusive eu até ia
citar os decretos aqui. Se me permite a seguinte eu acho que é importante vocês terem
o decreto 11922, de 4 de janeiro 2005, esse foi revogado tá? Artigo terceiro: “a inclusão
de imóveis não aprovados depende de comprovação documental de sua localização
geográfica e de sua titularidade”. Ou seja, criou o sistema, colocou os parâmetros no
sistema daquilo que existia e teve o normativo que passou a exigir. Ou era o que era
aprovado, isso já era exigido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem como o senhor ler de novo para mim.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pelo decreto 11922, de 4 de janeiro de 2005,


artigo terceiro: “a inclusão de imóveis não aprovados depende de comprovação
documental de sua localização geográfica e de sua titularidade”.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, depende da documentação, da


comprovação através de documentação de propriedade e localidade.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso.

218
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso aí é de quando de 2005?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: janeiro de 2005.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque dois dos lançamentos de IPTU, inclusive
dos requerimentos, são de 2005 e 2006. Então você teve lançamento de IPTU de 2005
e 2006, conforme a normativa da época, então tinha localização e propriedade?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, não tinha. Porque o cadastro desse
imóvel que nós estamos falando, esse que está atribuído à família Kalil, ao Kalil, ele foi
incluído num cadastro em 93.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a cobrança são de IPTU de 2005, 2006.
Então, como é que fez cobrança e com o lançamento. Fez o lançamento sem essa
identificação? Com um decreto exigindo.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e eu tenho para mim que esse é o maior erro,
não só desse caso, de inúmeros nessa época foi a constituição de um lançamento sem
as informações básicas para poder ter.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, como que eu devo fazer isso ao que gerou
esse lançamento na época eu usei que todas as informações da cidade precisam
existir, desde que, nem que seja em fichinha.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: existem registros, que não é processo


lançamento de IPTU, como eu disse, muito grande. É uma linha de produção, não
processo individualizado, mas tem registro num sistema, ou seja, hoje, o qual é o
documento básico. Isso chama se planta básica.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas assim, quando fizeram esses
lançamentos de 2004, 2005 e 2006, tem que ter as informações para isso. Lançamento
de cobrança, certo? Como que eu vou ter o acesso a essas informações?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso tem que ser solicitado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu solicitei e falaram que não existe mais.

219
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, eu não saberia disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: falaram que quando teve a migração do sistema
antigo em 2005 para o SIATU, é que perdeu essas informações.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e isso, essa é área técnica que pode informar,
de fato eu não sei. O fato é o seguinte...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o é fato é que na época eu tinha que ter tido a
informação. Era o que eu queria, mas aí perdeu no sistema.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a informação que permaneceu, porque como


que funciona, você tem a informação do dado cadastral que se baseia. Esse dado
cadastral, ele.. isso aí, ele existe desde sempre e então sim, agora os lançamentos,
eles consomem o sistema que faz o lançamento, ou seja, calcula o imposto e tal, ele
consome essa informação dessa base e gera um documento que se chama planta
básica. Dessa época, se foi informado que não tem que, é porque de fato se perdeu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que nós temos esse sistema antigo desde 1993,
o inventário do Elias Kalil é de 1993. Nós temos lançamentos de 2004, 2005 e 2006. Aí
muda o sistema em 2005 e some tudo. De um sistema que já era informatizado desde
93. Não era o sistema atual, mas.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é, mas a informação que sumiu. Qual foi a
informação que eu estão dizendo que sumiu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está num requerimento, no lançamento original e


eu tenho essa resposta aqui.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: mas de qualquer maneira, é possível


recuperar, por exemplo, nos processos de execução relativos a esses débitos se eles
não foram pagos, você tem a CDA, a CDA tem as informações relativas ao lançamento,
ou seja, como é que está identificado o imóvel. Entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse é o argumento. Na CDA só consta o

220
endereço, a rua e não consta o número. Mas e a questão da propriedade e da
localização, que era uma exigência do decreto em 2005.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: essa propriedade, a propriedade, cabe,


então, eu sim, nas respostas às informações que que foram apresentadas no ofício, é
feito um esclarecimento. Quando foi incluído esse lote foi feito, a inclusão foi feita pelo
Elias Kalil. Bom, houve pagamentos desde a inclusão. Eu acho que ele não ia incluir
um lote, se ele não fosse pagar, houve pagamentos e em um determinado momento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Eugênio, desculpa. Foi até na sua resposta. O
pedido, foi o pedido número...

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a resposta qual que é o ofício?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: É o 1455/2022.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é, esse eu não tenho aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu tenho aqui.

Vereador Gilson Guimarães: eu acho que é bom, eu acho que é bom sempre fazer
um levantamento antes para ficar bem colocado nessas questões também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, esse é o objetivo. Por isso que o doutor
Eugênio vai ajudar a gente. No item três a pergunta foi as informações de titularidade,
localização constantes no cadastro da PBH acerca do imóvel registrado sob o índice
cadastral número 900000000X8668. Aí o senhor fala, vou ler a resposta inteira: “em
relação ao item um, que já é do PTA, enviamos em anexo o arquivo digital do processo
em epígrafe. No que concerne ao item dois, que também diz respeito ao
questionamento sobre PTA, não é possível a apresentação de documento original de
lançamento número 13002030757349 do IPTU, posto que o sistema de administração
tributária e urbana SIATU surgiu em 2006 parênteses, o lançamento refere se ao
exercício de 2003. Antes disso havia o antigo sistema SF01/IPTU que já foi desligado
e não é mais possível acesso ao mesmo. Sendo assim, o lançamento citado refere se
ao antigo IC 90000000X8668, parênteses que em 2014 foi alterado para
221
888048W3250012 e depois para 888024W3250016 fecha parênteses. Para este IC, a
planta básica mais antiga que existe no SIATU é de 2006 e segue anexo”.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, essa foi a informação que a gerência
de cadastro me passou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu posso olhar então com essa gerência então,
mas aprofundada em função do sistema antigo ser desde 1993.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: de fato quando tem esse sistema, essas
mudanças, estava realmente informatizado e muitos dados, eu não sei por que razão,
é o 125, na substituição eu não sei que destino foi dado a essa base, entendeu? Não
sei que como é que, se ela...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi construída na Secretaria de Fazenda, também


pra eu pedir isso?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é igual assim, todas essas respostas e


mesmo esses atos que estão sendo questionados do cancelamento, eu não participei
diretamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor fez um compilado das respostas e


traduziu para a gente, que por sinal ficou extremamente didático.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: sim, eu procurei exatamente para esclarecer.


Eu acho que a gente como servidor de carreira, atividade por gente, tem um
compromisso de prestar contas e colaborar. Onde é que tem dúvida? Eu até falo o
seguinte poxa, a dúvida instalada mexe comigo também. Mexe com a categoria da
auditoria fiscal, que é a carreira de Estado, porque coloca em dúvida a lisura e
idoneidade de um trabalho que nós estamos tentando fazer construída da melhor
maneira possível, a duras penas mesmo e sem recursos. E é assim que funciona. Não
é só o questionamento do abuso de poder. Nós temos que mostrar que na Secretaria
de Fazenda, na Administração Tributária, nós não conduzir uma coisa de modo político.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e mostra que não é um trabalho também


222
arbitrário, mostra que não é um trabalho... que mexe no bolso das pessoas.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: exatamente. Então, assim, os processos que


a gente vê é tudo assim. Quando busca, do delegado, você tem duas opções, vamos
romper, começar do zero tem um custo, um custo gigante. Então, assim, esse trabalho,
por exemplo, hoje a minha nossa maior preocupação é exatamente fortalecer esses
vínculos com os cartórios, identificar as áreas CTM que não estão no nosso cadastro.
Isso, inclusive, nós vamos evitar que ter aumento de imposto, tendo a partir do
momento que a gente conseguir tributar áreas que tem pessoas que se escondem.
Enfim, infelizmente é isso. Não, não, não, não, não. Você não consegue identificar
quem é o proprietário, né? Então assim, isso é muito importante, e a presença aqui da
Câmara, esse contato com a Corregedoria de Justiça, com os cartórios. Esse projeto
eu acho que nós temos especialistas lá na Secretaria ligadas a essa gerência de
cadastro, que tem participado ativamente, inclusive junto à Receita Federal, para a
construção do SINTER em Belo Horizonte, no país. E então, assim, eles são muito
qualificados e podem auxiliar muito, inclusive a instruir essas proposições e mostrar
essa esse problema. Agora, a minha, evidentemente, sim, a gente tenta. Nós não temos
compromisso com erro, com errado. Eu acho assim, se essa base de informações foi
cancelada, foi anulada. Não existe. Quer dizer, eu acho que se tinham lançamentos
sendo exigidos. Estranho. Eu acho que devia ser esse ter sido mantido.

Vereador Ciro Pereira: perfeito. É, qual a diferença do sistema do SF01, que era um
sistema antigo, para o SIATU, quando a gente fala na determinação da localização de
propriedade dos imóveis?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: bom de determinação, de propriedade eu


acredito que não tenha distinção, porque você não consegue fazer cobranças sem
identificar o titular, o contribuinte sujeito passivo da obrigação. Então eu acho que com
relação a isso acho que ambos eram iguais. A diferença fundamental do sistema, do
ponto de vista dos tributos imobiliários, não só do IPTU, foi passar a exigir sim e do
ponto de vista sim, como disse, de sistema de consistência de dados, tudo mais que
se é que o imóvel está incluído ali doravante, porque o passado nós tínhamos que

223
receber o legado, o que, da forma como ele estava e tratar aquilo ali com o tempo que
era muito registro, mas daquela data em diante, para ter aquela exigência olha, você
tem que me falar qual é o endereço, qual é o georreferenciamento, qual que é a info. E
dali para frente, que inclusive vai orientar os lançamentos. A outra diferença
fundamental e que, na verdade, ela está em evolução e aí integração. Ou seja,
antigamente eram sistemas estanques, regulação urbana. Desculpe vereador, tô de
costas para o senhor e essas outras áreas, SUDECAO e tudo mais tinham sistemas
estanques que não conversavam. O SIATU, o Sistema Integrado de Informações
Tributárias e Urbanísticas, ele foi concebido com o objetivo de fazer essa integração de
informação e essas coisas, essa integração. Isso é um processo que infelizmente não
ocorre na velocidade que a gente gostaria que fosse, mas ele vem ocorrendo
sistematicamente ao longo dos anos em que a gente identifica a necessidade de ter
informação. Então, essa acho que foi o grande mudança do ponto de vista de
funcionamento estrutural que o SIATU trouxe em relação ao sistema anterior.

Vereador Ciro Pereira: por que com a instalação do SIATU houve alteração dos
índices cadastrais?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: exatamente porque... Bom, primeiro eu estou


falando aqui também. Gente, eu não estava lá nessa época pegando informações que
eu obtive junto a área técnica, então sim, pode até ser que não sejam precisas, mas é
dentro daquilo que eu conheço. Os sistemas antigos eles trabalham com parâmetros,
dados, formato, até número de códigos. Vamos dizer assim, qual é o identificador de
imóvel, não sei quantos números eram, mas podia ser diferente. Com o SIATU, ele
estabeleceu um padrão de número. Olha, os três primeiros posições tem que identificar
a zona fiscal, o bairro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é bom falar isso. Como é que é, como é que são
esses números? A pergunta que não quer calar muda de 48 pra 28, vai para W, sair de
zero, vai para zero zero dois vai para zero zero 16. Eu queria entender isso.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: nossa, eu tive que tomar uma aulinha para
entender usar esses números. É o seguinte e nesses decretos que eu mencionei eu

224
peguei um outro que também teve o decreto 12089, também de 30 do 06 de 2005. Ele
também faz essa exigência da representação da base geográfica cartográfica. Depois
teve em 2015 um outro decreto 16127, que fala a identificação da localização
geográfica por meio de planta aprovada ou de planta particular não aprovada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: doutor Eugênio, acho que nós vão ter que correr,
que já são 11h00 e é até meio dia e meio. Senão a gente vai ter que chamar o senhor
de novo, aí vai ser um trampo pro senhor.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: você quer que eu te diga a questão do


número? É isso?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, né, como é que funciona?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, o índice cadastral está em normativo


também tá. Em um desses decretos que eu mencionei, tem lá como é que compõem.
Isso foi preciso exatamente para documentar e para instruir o desenvolvimento sistema.
Os 3 primeiros números identificam a zona fiscal ou bairro. Os outros quatro números
indicam o quarteirão seguido de mais quatro números que identificam o lote e três que
identificam o índice cadastral. E, na verdade. Esse conceito não acho muito até difícil
de entender, mas é porque muitas vezes, em determinado terreno você vê. Quando eu
falo de zona fiscal, quadra e lote, eu identifico o terreno. Só que dentro desse terreno
eu posso ter, por exemplo, um prédio, apartamento. Então ali vai se desmembrando,
cada uma das unidades ou eu posso ter olha uma economia residencial, uma parte do
imóvel e residencial e a garagem funciona hoje como um imóvel comercial, por
exemplo, uma residencial e outra comercial.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas olhando pro nosso caso aqui, tirando aquele
nove e aquele tanto de zero, que era do antigo, os três, oito, oito, oito. Então no caso é
o bairro, Venda Nova, 048?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: 048 é até a quadra.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como que muda de 024 para 048?

225
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: também não.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso aí, essa informação, tem um quadro e
nós encaminhamos à secretaria atendendo a requisição. Requerimentos Comissão
239. A gente manda dia 3 de março. Ai lá vocês até pedem para a gente mostrar a
transformação dos índices e antecipando aqui, eu posso passar isso aqui. Essa
informação aqui não tem. Ela foi oficial dentro do ofício, mas aqui tem as datas em que
ocorreram essas alterações. Na quadra 24.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas aqui tem uma que é 24 e outra 48.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, aí mostra isso aí. Isso que foi feito na
época pelo pessoal da Prodabel, essas alterações, porque eles é que fazem esse
controle e gerencia, o georreferenciamento, pelo que eu vi aqui e algumas, aliás várias
sofreram essa alteração de 48 que estão lá hoje na 24 passaram 48, passou a ser 24.
Está aqui nessa esquadria aqui inclusive. Aí tem a relação de todos os índices
cadastrais tá, que constavam que que foram objeto da desapropriação. Alguns foram
objeto, desapropriação total. Teve outro que parece que teve alguns poucos aí foram.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se troca de 48 para 24 pelo menos localizado ele
foi, como é que se troca o número e não localiza?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a quadra a quadra, está dizendo agora o


critério, isso foi uma das questões que eu indaguei a minha equipe lá funciona como
que foi feita e ninguém soube me dizer, porque eu imagino vereadora Fernanda, que
esse trabalho lá muitas vezes ele vai fazendo por exclusão, ou seja, aquilo que já está
identificado, o que que sobra, entendeu? Então assim, eles foram colocando, nós não
temos, infelizmente. O fato é que para o cadastro imobiliário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: fato é que para ter alteração tem que ter alguma
base lógica de localização, informação, você não troca informação daquilo que você
desconhece isso.

226
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: então eu não sei qual o critério que foi
utilizado para alterar de 48 para 24, mas o fato é que eles atribuíram 24, não sei porque
razão, até porque, como lá fala asse em avenida, eu imagino estar. Imagino que isso
aí dentro do conhecimento lógico que eu tenho, funciona. Eu tenho lá um registro que
no cadastro, falando que é um imóvel na Av. Pedro I, a Avenida Pedro i começa num
ponto, termina no outro, é Venda Nova. Então, primeiro os 48. Está certo. Aí é esses,
esses outros números. A ocupação das outras quadras. Eu acredito que ele foi fazendo
por exclusão, aquilo que já estava identificado. Não podia ser porque já estava todo
ocupado. Território eles lá, eles tem essa visão do mapa e da ocupação do território,
Então foram fazendo e eu sinceramente eu acho esse 24 não é nem correto. A minha
suspeita de que não é possível, porque a Avenida, pelo dado que tem o registro
documental, fala na Av. Pedro I, pode ser de um lado ou do outro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exatamente.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: então assim, onde é que está esse lote? Esse
é um dos fundamentos, uma das razões porque o lançamento ele não prosperou. Acho
que ele começou errado lá no início. O erro primeiro foi esse, depois no curso ainda
teve um outro problema, porque quando o Elias Kalil morreu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí se o lançamento foi errado, você tem que
chegar na conclusão de que o lançamento foi errado. Questionar o lançamento porque
a certidão a princípio ela tem. Ela goza de presunção, de veracidade e, digamos, de
estar correta, de estar completa. É uma presunção, não é absoluto, ela é relativa. O
001200, os últimos quatro números significam o quê?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: da primeira três, quatro, quatro, quadra,


quatro, o lote, aí depois tem três, e um tem dígito verificador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é que as duas são 325 e aí o dígito verificador
são quatro números, zero 12

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não o dígito verificador é um só.

227
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o 12?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, é o último lá de trás.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então é o dois e o seis. Ele significa o que?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: esse, ele faz uma conta para saber que se
esse índice é correto, existe um algoritmo que chega nesse número. É só para conferir
se aqueles números lá, é questão de sistema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se são corretos ou não.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: corretos ou não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então tem número. Então o princípio teve a
conferência.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, conferência lógica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é a conferência lógica.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: conferência lógica dos números


simplesmente, só dos algarismos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque um termina em 0012, o outro 0016

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: outros ainda tem letra. A letra W é colocada
quando isso está, inclusive no decreto que disciplina. Se não me identificou, onde é
que está o paradeiro, coloca aquilo ali pra eu não perder o registro, entendeu? Porque...
há situações inclusive de pagamentos hoje, atualmente nós estamos desse cadastro
que foi chamado, é o código 33, que tem pagamento, tem registro, então assim tem
que ser buscado de alguma maneira a informação. Foi feita pela gerência de cadastro,
a tentativa de localizar. Contribuintes foram intimados a apresentar, mas a grande
maioria não apresentou nada. Então, assim, nós estamos avaliando o que fazer daqui
para frente.

228
Vereador Uner Augusto: tá, Subsecretário, é só uma pergunta. O senhor nos diz que
acredita que esse 0024, ele seja incorreto.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: acredito sim. Não sei porque que ele está aí.

Vereador Uner Augusto: pois é. A certidão do 6º Cartório de Registro de Imóveis


pesquisou os índices daquele número 9000000000X8668 e também o índice do 0024,
mas não foi pesquisado o índice cadastral do 0048 lá em 2014.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: Vereador, é o seguinte, a pesquisa no cartório


ele é complicado porque também é uma sugestão. Os imóveis registrados,
considerados na matrícula, eles não são identificados lá pelo índice cadastral.
Infelizmente, pelo número de matrícula e pela descrição que é feita lá, que às vezes
não tem nem endereço. Então assim, é o cartório, quando a gente faz essa pergunta
para eles, a gente pergunta porque são cartórios da circunscrição daquela área ali,
nessa circunscrição, no cartório, existe alguma matrícula em nome de fulano,
entendeu? Ou então existe alguma matrícula? Porque se eu não falar para eles,
simplesmente fala assim na avenida, se eu não falar na Avenida Pedro I, aí não é fácil,
mas é longe da Avenida Pedro I, entendeu? Então, isso aí precisa que a grande
dificuldade de às vezes você localizar. O cartório, ele pode falar assim olha, tem ou não
tem a informação, o nome da pessoa é e tem um agravante, porque como era área que
não era, não foi sempre de Belo Horizonte. Ela já foi de Pedro Leopoldo na década de
40, de Santa Luzia. Os registros originários desse índice tá lá, e a descrição na
matrícula é daquele jeito que a gente falou assim, é totalmente imprecisa. É um
trabalho, realmente.

Vereador Uner Augusto: posso perguntar, Presidente? Umas perguntas um pouco


técnicas aqui também, que.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: se eu souber informar.

Vereador Uner Augusto: sim. Por qual razão um imóvel ele passa a ter o CTM 30.000?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: tá, bom, pelo que eu apurei junto à gerência

229
de cadastro, isso é uma convenção lá em 2005, tá em que, o que o que eles fizeram?
Pegaram as informações, os registros anteriores e junto a Prodabel, que coordena o
CTM, foi fazendo, disse olha, esse aqui tem o endereço completo. E aí foi atribuindo o
CTM. Eu também não sei como que é o padrão de identificação dos números cadastro
CTN, mas foi feito de a forma como aquilo o registro e foram foi feito. Foi sendo
realizado esse batimento aqueles que sobraram que não tinha identificação de de... a
Prodabel não conseguiu localizá-lo. Ele foi localizar o imóvel aquela área
geograficamente. Para fins controle, colocou lá 30.000 no CTN e no registro cadastral
colocou essa marca ai do W. A identificação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente consegue saber quando que esse imóvel
foi marcado com 30.000 ou não? Tem como ele só perguntar para eles, olha, quando
que o imóvel tal recebeu a identificação de 30.000?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: sim, eu acredito que sim, porque isso aí faz
parte do processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor não saberia falar né,

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: falar, eu não sei dizer, mas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vou ter que perguntar na Fazenda inclusive.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é sempre na gerência de cadastro, as


questões que envolvem o tributo. É igual eu falei, o cadastro tributário, ele leva em
consideração, é fonte, ele alimenta de dados, de onde, de informação de cartório, do
CTM, que é lá da política urbana, de informação cartográfica, que a Prodabel gerencia
e ali das declarações que são apresentados pelos contribuintes para poder construir os
índices cadastrais e fazer a cobrança do imposto. Então ele tem a finalidade tributária
estrito. Inclusive tem um decreto que fala aqui que esse cadastramento, que ele não
dá, que não valida do ponto de vista administrativo, a regularidade de imóvel algum.
Muitas vezes o contribuinte nos procuram lá, querem pagar o imposto porque às vezes
não tem título de propriedade, mas para até garantir uma eventual ação de usucapião
posteriormente tem. E isso é uma coisa que a gente tem que zelar também por pela

230
não conceder. Agora, isso é um processo de aperfeiçoamento, sim. Todavia.

Vereador Uner Augusto: a pergunta é porque só a partir de 2021 esses imóveis com
esse índice cadastral do CTM 30.000, deixaram de ter cobrança de PT?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: então não, não, não. Inclusive nesse último
ofício agora de março, eu acho que a gente colocou isso. O que acontece quando foi
feito lá em 2005, 2006, nessa mudança e se identificou, porque não era só 30.000,
tinha um monte de, tinha 50.000 que foram identificados, olha essa área que você está
me falando aqui, desse endereço virou rua, entendeu? Se virou rua, deixou de existir
lá, provavelmente tem alguém que foi indenizado, isso geograficamente. E tinham
outras, outras questões lá. Foi melhor coisa que o município fez foi essa, esse
saneamento da base cadastral. E evidentemente, imagina o gestor época a dificuldade,
o dilema dele foi assim olha, joga isso no lixo, ou mantém. Então optou por manter e
trabalhar ao longo do tempo para tentar localizar ele. Tipo, eu sei e tenho conhecimento
de esforço enorme de convênio com a Receita Federal para identificar, para ter acesso
ao cadastro, CPF, CNPJ, esses convênios com cartórios, essa aproximação. Então
olha só, lá em 2005 a informação que eu tive da gerência de cadastro é que foram
identificados aproximadamente 32, 33.000 índices cadastrais nessa situação. 33.000.
Eu não sei quanto que era o número de inscrições na época, tá? Bom, de lá pra cá,
sistematicamente, o que é o processo que é a linha de montagem que foi estabelecida?
Tem um regulamento e falam ah, tem que ter, porque nós estamos sofrendo problema
de sucumbência, perda, lançamento, execução fiscal e tudo mais. E foi se
paulatinamente desativando os índices cadastrais depois de tentativas de localizar
junto a fonte de informação para dar maior. E que o resultado é o cancelamento do
lançamento em que está vinculada aquele índice que não está perfeitamente
informado. Então, de de 32, 33.000 nós chegamos agora em maio de 2022, pela
informação que eles me passaram, com cento e poucos que estão nessa situação.
Então, ao longo desse tempo, muita gente pode ter corrigido, muitos contribuintes. E
muitas vezes eu estou vendendo o imóvel e ele estava com essa pendência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são 185 e 33%, mais ou menos aproximadamente

231
desses números para os próprios proprietários, foram o que identificaram o imóvel.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso acontece porque vai instalar uma
empresa e aí é exigido índice. Se não tem índice, procura colocar o proprietário que vai
vender ou vai ter um empreendimento ali, uma construção. Então assim, é dinâmico, é
dinâmico. Agora a despeito disso, eu tenho...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desculpa, são 156.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu tenho esse número aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui: “nesse sentido, respondendo o mérito da


pergunta formulada, esclarecemos que das 156 correspondências enviadas, que são
esses né, recebemos o retorno de apenas 53 da 33 com 97%”.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é só essa informação. Lá em 2021, dentro


desse processo existiam pela informação da gerência de cadastro está anexada
também as minhas informações. A gente fez essa tradução, mas o documento que, que
que veio da gerência está anexado. Foram 748 imóveis, índices cadastrais lá em
outubro de 2021, 241, 244 não estava com registo de pagamento de IPTU em 2021.
504 tinha tinham registro de algum recolhimento do IPTU, então eles focaram nos 244.
Então esses 244. E teve processos recebendo o processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas porque na resposta vocês colocam assim:
“antes de abordar o mérito desta indagação, esclarecemos que, de acordo com
informações prestadas pela Diretoria de Tecnologia da Informação e Apoio Técnico, em
novembro de 2021, foi procedida a desativação de 244 índices cadastrais”. É, deixa eu
achar aqui.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: mas, lá na frente ele seguiu com o trabalho.
Porque esse trabalho que foi até maio, quando tirou, foram desativados esses 44,
sobrou 504. Aí, num segundo momento foi realizado uma nova pesquisa, um batimento
de recolhimento de imposto e estão separados, aliás foram desativados 279, 279
índices foram desativados depois, em maio, 279 tem um outro processo também,

232
processo 3100379120...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e foi com base em quem não pagou em IPTU em
2021.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: esse aí eles já fizeram uma pesquisa dos
últimos cinco anos até registrar também o que aconteceu. Quando esse fato veio à tona
na imprensa, eu tomei conhecimento pela imprensa, não sabia da desativação e eu me
reuni com os diretores e disse que nós vamos ter que suspender esse procedimento
até a gente fazer uma avaliação geral. Mas em maio, ou seja, depois dos 244, 279
índices foram desativados pelo mesmo motivo. Ou seja, agora isso é feito dentro das
condições da gerência, da Gerência de Cadastro Operacional.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: os 244 então tiveram os índices desativados?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: desativados em outubro de 2021.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 2021. Isso significa que não terão os IPTUs
cobrados para frente e nem os retroativos?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quem pagou?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não... olha só, bom, quem pagou pode
questionar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode pedir repetição de indébito nesse caso.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: nesse momento nós vamos para poder repetir
a informação dele, porque afinal de contas, com o pagamento está extinta tal obrigação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, mas aí você está premiando quem não paga.
Se você tem uma decisão que em 2021 você não tem a informação, você desativa o
cadastro e dali para frente não tem problema o que a prefeitura não vai cobrar mais,
obviamente em si, mas é quem pagou.

233
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é um questionamento. Eu acho importante
isso que está dizendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem não paga se deu bem, é um incentivo a não
pagar.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, mas eu não posso cobrar o que está
errado. Se eu já identifiquei que tem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não pode cobrar o que tá errado. Mas quem
cobrou e pagou o município cobrou errado, não é porque a pessoa pagou, que cobrou
certo? Concorda? Será que aí a gente poderia inclusive recomendar uma ação civil
pública para o Ministério Público, por uma questão coletiva de repetição de indébito de
todos esses contribuintes do Município que estão pagando errado? Porque houve uma
cobrança errada. A cobrança foi errada. Você pagou o problema é seu. Tá errado, né?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: olha, eu não colocaria dessa forma, eu não
colocaria dessa forma, porque eu acho que essa é uma possibilidade. Eu diria assim,
que o lançamento não tinha todas as formalidades que ele deveria atender. Tá bom,
houve o pagamento. Eu acho que esse munícipe que fez o pagamento, ele tem sim o
direito de pleitear a restituição se tiver ainda dentro do prazo de cinco anos que tem o
prazo para isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí está uma questão importante, o prazo de cinco
anos. E em relação a quem tem as dívidas ainda mais antigas, as dívidas do Kalil são
de 2004, 2005, 2006, tem até 2018. E aí? Essa questão do tratamento diferenciado. E
quem pagou, porque ele tem uma ação, está sendo cobrado na justiça, porque ele não
paga, mas e quem paga? Então prescreveu. Ele não tem mais esse direito de ter esse
dinheiro que ele pagou, que ele foi correto, mas quem não pagou vai ser beneficiado?
E isso é que é a lógica do sistema, que para mim não está, não faz sentido.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, mas não tem olha só, não teve
privilégio algum.

234
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não estou falando em privilégio, estou fazendo
um questionamento, posto em função do que a gente está sabendo. 2021 índice
desativado. Daqui pra frente vai ser todo mundo igual, que não vai cobrar de mais
ninguém. E daqui pra trás. E como nós vamos trabalhar com essa informação de que
o Município cobrou errado, e quem pagou? E quem não pagou tá ok.

Vereador Gilson Guimarães: acho que não é bem assim não Vereadora. Eu acho que
a questão aqui, até para não causar um caos, eu acho que a sugestão dele, acho muito
importante de das pessoas reivindicarem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, isso que nos estamos falando. A forma de
se reivindicar isso é inclusive através de uma ação coletiva. Isso é um assunto de ação
coletiva. Não estou falando de caos, eu estou querendo saber isso. Então não, eu saio
dessa pergunta. Então a questão é essa foi desativado. Significa que daqui pra frente
não vai ser cobrado. Dos últimos cinco, quem não pagou teve a dívida perdoada em
função da questão da prescrição tributária. Quem pagou? Não é a análise do caso.
Então quem tem dívida de cinco anos pra trás da desativação não terá mais a cobrança
e houve desistência de todos os processos em andamento. Pode ser assim? Fica mais
objetivo né?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: esse procedimento está sendo feito desde
2005, desde quando tinham lá 32, 33.000 índices cadastrais. Eu, pelo que me informei,
está sempre vinculado a desativa. Não é perdão, não é perdão, porque o perdão é outro
tratamento, é outro processo. Inclusive o perdão tem que ser construído, tem que ser
concedido de acordo com a situação do sujeito passivo, da situação particular dele.
Esse caso nós estamos tratando de um caso de massa indistintamente. Contribuintes
estão na mesma situação e então a questão que você levantou eu acho que é um outro
problema e um outro problema para a Administração Tributária.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora, e temos outros que já foram desativados e
foram reativados depois que foram localizados, porque a gente sai de números grandes
de não identificação. É só pra entender se pode ter a reativação. Em 2005 eram 33.000
imóveis, lote CTM 30.000 sim, em 2017, 1123 lotes nessa situação, em outubro de

235
2021, 504 lotes, nessa situação.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: 700 e... é, na verdade o número correto era
748 em outubro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí 11.05.2022 são 435 imóveis. Então significa
que índices cadastrais estão sendo reativados. ou não? Estão sendo criados outros
índices cadastrais quando se localiza o imóvel? Porque de 33, cai para 435. São 33.000
imóveis em 2005. Em 2022 são 435, nessa situação.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: os outros? Não. Essa diferença eu acho que
sim. Pode ter sido transformado, pode ter sido localizado e adquiriu um número. Pode
ter sido...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não há a reativação, a reativação. Pode ser que
criasse outro número.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pode. Mas considerando esse parâmetro de


identificação de lote, bairro, quadra, número, endereço, pode ter acontecido, por
exemplo, uma vez que localizou e confirmou que era naquele local, aí atribui. Agora o
lançamento, uma vez que regularizou isso aí, o lançamento retroativo, ele é possível?
Sim. Nos cinco anos é possível fazer ciclo. Se aqueles dados o que lhe dado não era
conhecido, pode se fazer o lançamento agora que muitas vezes já está prescrito aquela
cobrança que está lá.

Vereador Uner Augusto: só duas perguntas aqui em relação ao imóvel do Alexandre


Kalil e do Elias Kalil e qual o dado que falta para a geolocalização dele desse imóvel?
Qual foi o dado que faltou aí?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: faltou as informações. Pelo que eu apurei,


pelo que me informaram, é o seguinte, no cadastro original não tinha identificação de
qual lote. Aliás, tinha lá um registro originário e de um imóvel na Avenida Pedro I. Nós
precisamos resgatar os documentos originários dessa área, que estão certamente no
cartório lá de Santa Luzia para tentar localizar.

236
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E a gente até viu assim que vocês fizeram
diligência, como o senhor falou no sexto cartório e no nono.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e em Santa Luzia também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em Santa Luzia também.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: então você não recebeu resposta ainda, salvo
engano.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eles foram feitos em nome do Sr. Elias Kalil e
do senhor Alexandre Kalil. Foi feita a pesquisa também em nome de Moisés Kalil e da
Amélia. Ou não?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não sei dizer. Não sei dizer que essas
solicitações partiram da diretoria e da gerência que cuida da área cadastral. Então eu
não sei dizer, mas pela experiência que eles têm, eles devem ter solicitado
encaminhando o maior número de informações possíveis relativos à área.

Vereador Uner Augusto: Doutor, o que significa esse CT61, esse índice, eu acho que
ele não está aqui.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: CT, CT deve ser o cadastro técnico, 61 é um


número também, que acredito que seja do CTM. Mas eu não sei dizer o que significa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, é desse mapinha aqui.

Vereador Uner Augusto: é porque aparecem os índices e...

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é deve ser alguma informação


relacionada ao CTM, mas eu não sei dizer não.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, eu não sei te dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: CT e CTM é a mesma coisa também ou não?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pois é, aí é muito técnico.

237
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem que perguntar para a Fazenda.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: também acho que tem que perguntar para a
área técnica para encontrar. Informações relativas ao cadastro, ao CTM quem
responde é a Prodabel. A gente consome as informações de lá, como usuários durante
o cadastro.

Vereador Uner Augusto: esse cadastro CTM foi criado pela própria Prodabel.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu acredito que tenha sido criado, que é o
mapeamento geográfico da cidade utilizado para várias finalidades.

Vereador Uner Augusto: perfeito. Obrigado.

Vereador Cleiton Xavier: bom dia Eugênio, eu tenho 15, eu tenho 15 perguntas aqui,
mas se as respostas forem prolixas, eu acredito que a gente vai sair daqui lá pras 17
horas. Eu nem sei se o regimento permite isso. A justificativa para o cancelamento da
inscrição imobiliária, conforme descrito no PTA é de que abre aspas sem conhecimento
da localização geográfica do imóvel não podemos aferir a base de cálculo do IPTU, que
varia em função da zona de uso homogênea que ele está localizado. Fecha aspas. No
entanto, o ofício da SMPU atesta que conseguiu identificar a quadra em que o imóvel
se localiza. Há como se calcular o IPTU nesse caso?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: ele foi calculado com base na informação de
que esse índice, esse imóvel supostamente estaria na quadra 24. Então utilizou-se os
parâmetros de valor dez dessa área.

Vereador Cleiton Xavier: se a zona fiscal 9000000X era inexistente, como trocaram o
índice cadastral duas vezes? Esse índice existe desde quando?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: o índice 900, esse 9.000 era um índice do
cadastro anterior, que não era georreferenciado, ele não continha a informação de
quadra, zona fiscal, quadra, lote. Posteriormente é que foi feita esse trabalho de
localização com base nos dados do cadastro legado pela Prodabel e juntamente
acredito na época com a Secretaria de Fazenda para poder tentar identificar.
238
Vereador Cleiton Xavier: agora veja, mas esses índices ele não fica claro. Se não fica
claro para nós que somos legitimados fiscais, imagina para um cidadão da nossa
cidade que eventualmente não detém nenhum tipo de conhecimento técnico, nem às
vezes nem informação estudantil de nível de primeiro grau. Como que entende índice
dessa forma. Essa nomenclatura de números aqui, é muito confuso, muito confuso,
mas eu vou pular aqui para a gente poder correr um pouco. Desde o lançamento inicial,
já houve pagamento de algum IPTU por alguém da família de Alexandre Kalil referente
a esse imóvel ou parte dele?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: sim, tem registro de recolhimentos de IPTU,


lá do início de 93 para frente.

Vereador Cleiton Xavier: de qual ano? 93?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: acho que tem parcelamento de 2012 também.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: tem, tem, tem registros. Essas informações a
gente pode passar também com precisão, que tem o histórico de pagamentos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: existe um histórico de pagamentos? É uma


informação e é uma informação que tem sigilo ou não? O histórico de pagamentos.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: assim tem um registro do quanto do imposto


da época foi pago. Se não foi isso, tem isso, isso e essa informação tem esse histórico
no sistema.

Vereador Cleiton Xavier: há registro de que pagava esse IPTU antes da mudança do
sistema? O sistema foi que foi alterado?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: o 01? Sim, esse imóvel parece que foi incluído
no cadastro na década de 90, 93. Nessa época o sistema SF01 ele ficou vigorando,
funcionando até 2005.

Vereador Cleiton Xavier: a migração do sistema mesmo se deu quando? 2005?

239
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: 2005.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor falou que houve migração do sistema antigo para
o novo em meados 2005. Por que não conseguiu fornecer informações antes de 2006,
quando começou o SIATU?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: são aquelas informações que você


mencionou?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor falou que na verdade não foi o senhor
quem prestou as informações. O senhor só fez um compilado de tudo que foi passado
e respondeu.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: essa informação foi trazida e me passada


pela gerência de cadastro.

Vereador Cleiton Xavier: mas por exemplo, a base de dados, as informações foram
perdidas com a migração do sistema?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu não sei te dizer, eu não sei te dizer quais
dados se perderam, se qual informação que foi preservada. Essa é uma informação
que tem ser obtida junto à fazenda.

Vereador Cleiton Xavier: o que a gente tem que avaliar é se esses dados se perderam
ou se fizeram perder os dados. E o imóvel em questão tem localização de quadra e
lote, certo?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: no índice cadastral sim. Não, lote não. Tem
só indicação da quadra 24.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: da quadra que mudou 48 para 24 inclusive.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: tudo mudou. Não sei por que teve essa
alteração, não.

Vereador Cleiton Xavier: no laudo da SUDECAP diz abre aspas, que por se tratar de

240
uma área indivisa, não é possível afirmar, com segurança que toda a área
remanescente pertence ao espólio de Moisés Kalil ou seus herdeiros, não tendo sido
apresentados quaisquer documentos hábeis a comprovar a atual titularidade da área,
nem mesmo especificá-la ou mensurá-la. Fecha aspas. Assim acabam sugerindo que,
abre aspas, seja formulado o questionamento ao órgão competente acerca de quais
documentos se alicerçou a abertura e eventuais alterações promovidas no índice
cadastral objeto de discussão, fecha aspas. Então, qual órgão é responsável por esses
documentos?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: da inscrição no cadastro tributário é a


Secretaria de Fazenda. Eu até tenho tentando lembrar aqui e parece que a informação
que não existe é o documento original que foi apresentado à Secretaria de Fazenda
para abrir o índice cadastral em nome de Elias Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no inventário dele, será?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, o inventário é posterior, de 93.

Vereador Wesley Moreira: eu vou só prorrogar essa reunião por mais 01h00, por
questão regimental, agora, às 11h43, prorroga por mais 01h00.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: falo do nascedouro mesmo, o primeiro

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: primeiro, como é que foi que ele entrou no
cadastro? Como e qual o registro e acredito que foi essa informação que a gerência de
cadastro não conseguiu obter, porque eu não sei em que ano que o Elias Kalil comprou
esse imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Município tem que ter né? Se a gente tem
informação desde sempre, a gente poderia tentar esse documento inclusive.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e não sei quando que foi o fato é que, em 93,
quando ele faleceu, aí houve um inventário. Nessa época, inclusive tinham
pagamentos. É que se solicitou a alteração da titularidade, para que não fosse, eu acho
que foi a Procuradoria que requereu essa alteração, mandou um processo, abriu um
241
processo e não foi. Nem acredito que não foi nem em 93, foi em 2010, salvo engano.
Tem um processo de alteração dessa titularidade, porque até então as cobranças
estavam sendo direcionadas para a pessoa que morreu, entendeu? Então ali nessa
época foi apresentado atestado, óbito e requerido a alteração, entendeu? Deveria ter
sido colocado naquela época o espólio de Elias Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas já pode ser vezes um indício de pesquisa a
localização do imóvel dele, do primeiro lançamento de IPTU.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: eu, por exemplo, eu vi esse processo de 2010
e te digo o seguinte, lá não tem essa informação precisa. Tem um atestado de óbito,
tem uma representação, foi assinado por uma procuradora dizendo que está
comprovado que ele faleceu. Tem que alterar o polo passivo dessa CDA, dessa
certidão, porque não é mais Elias Kalil. E isso é um espólio de Elias Kalil, cujo
inventariante é o Alexandre Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nós temos informação, inclusive, de que em


1960 o imóvel era da Amélia. E ninguém nunca fez pesquisa em nome da Amélia. A
gente está indo já lá para frente, ao invés de começar desde o início.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é esse, esse trabalho de localização, de


indicação. Assim, ele é um trabalho de formiguinha. Ele tem que ser individual, muitas
vezes envolve pesquisa em outros cartórios, vias e a dificuldade que as informações
às vezes não estão uniformizadas. Você tem que pedir de forma genérica para que ela
seja prestada. Agora, como eu já tinha dito assim, por que ele mudou? Por que ele
mudou de 900 para outro número 88? Eu tenho essa explicação com base nele, não
localizado e o sistema mudou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não localizado e o sistema mudou de número


agora.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: agora essa mudança do 48 pro 24 não sei
dizer. Tentei obter essa informação junto da equipe lá do cadastro. Não souberam dizer
também, mas olhando todos os índices da quadra eu vi que vários, todos eles tiveram

242
essa mudança de 48 pra 24. Esse quadro que vai constar do ofício que que a gente
respondeu, que eu respondi dia 3 de março. Ai tem lá esses, as datas das alterações.
Esse que eu te antecipei isso.

Vereador Cleiton Xavier: Eugênio, a SUDECAP diz o seguinte, que em 1960 houve
desapropriação de área situada aos fundos do CT 61, que era de propriedade de Amélia
Salum Kalil. Você sabe onde estão os documentos dessa desapropriação? Porque a
gente entende, porque pela data e pela época, esses documentos deveriam ser
preservados no arquivo lá da secretaria, não?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a desapropriação ela é feita pela SUDECAP.


E como eu tive oportunidade de falar no início aqui e até em pouco tempo atrás, as
integrações entre os órgãos de informações, elas não corriam de maneira adequada.
É bom, mas qualquer processo, documento, pertinentes à desapropriação tem que ser
buscado junto a SUDECAP, porque a fazenda não dispõe dessa informação. No
máximo, quando a gente fica, toma conhecimento, eles encaminham quais são as
áreas que foram desapropriados. Aí nós temos que fazer a verificação no cadastro
tributário para identificar os índices cadastrais pertinentes, entendeu? Então, agora o
controle, a documentação que receber, nós levantamos. Inclusive estamos
respondendo aqui com base na informação que a gerência de cadastro obteve na
SUDECAP, quais foram as pessoas desapropriadas, as áreas, isso foi informado
também nessa resposta complementar agora de março.

Vereador Cleiton Xavier: você sabe nos dizer como podemos identificar o índice
cadastral dessa área desapropriada? E se o índice foi criado após a sua
desapropriação? Se houve parcelamento também da área?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: olha essa, essa informação é possível obter
junto a SUDECAP, junto a Prodabel, que é um cadastro CTM e a fazenda também que
dispõe. Nessa relação que a gente mandou, eu descrevi aí, está assinalado os índices
cadastrais da área que foi desapropriada. E tem uma outra tabela que também está
nesse ofício de março, que tem o nome de todos eles.

243
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: posso ficar com ele?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: pode, claro, mas ela já está na resposta
oficial. Aí nós fizemos um compilado do histórico de índices. Veja bem, eu não tenho
certeza tá. Isso aí eu não estou afirmando. Mas não sei se toda área desapropriada
tinha índice cadastral. Pode ser que tinha. Aliás, nós chegamos a conclusão que não,
que não, porque eu comparei a área desapropriada com a área que a gente tinha no
cadastro, a área desapropriada é 9000 metros, sendo que a área do cadastro 7000 e
alguma coisa. Então assim, provavelmente tem uma área lá que não estava sequer no
cadastro tributário.

Vereador Cleiton Xavier: Eugênio, em resposta ao pedido de informação 1455 de 22,


enviado à Câmara, como que o senhor sabe que no antigo sistema constava como
proprietário do imóvel Elias Kalil?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: a gerência de cadastro me disse que


constava o nome lá. Inclusive tem um processo que pede a alteração de titularidade.
Esse processo, deixa eu ver se eu acho o número dele aqui. As cobranças estavam
sendo endereçadas a Elias Kalil, que é o que constava no processo. Então em 93, com
a morte dele teve esse processo de 2010 que só altera porque essa pessoa é falecida.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e tem nome do Kalil.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: e aí foi colocado inclusive errado, que tinha
que ter sido colocado no polo passivo o espólio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor até fala na legislação da época, não
definia isso. Hoje em dia é o que define?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: infelizmente, o servidor que fez...

Vereador Cleiton Xavier: mas a pesquisa foi o senhor que fez na gerência de
cadastro?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não. Todas as informações que estão nesses

244
dois ofícios foram por mim traduzidas. Eu levantei porque como são dados que vêm de
diversas áreas lá da Subsecretaria de Receita, cadastro, cobrança, dívida ativa,
lançamento, eu peguei as informações que essas áreas, os diretores, os técnicos
mandaram e fiz essa tradução para responder de forma didática, até para os senhores
entenderem, porque era um emaranhado de coisa. Então assim, não fiz pesquisa em
cadastro. Nesses processos mesmo de cancelamento de índice cadastral ou de
lançamento, eu não atuei pessoalmente em nenhum deles, porque não é isso aí é da
rotina. As gerências já atua nisso aí de forma rotineira, dentro de um processo,
seguindo a determinação dos decretos que vêm lá desde 2005. Então, assim, esse o
conhecimento que eu tenha do macro processo e não dos atos em si, esses atos
individualizados não foram praticados por mim, nenhum deles. Então assim, a tentativa
de auxiliar a compreensão e até esclarecer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está ajudando muito a entender, tentar entender.
Porque a gente não estava conseguindo entender.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: então é assim, é que nós tivemos essa
preocupação de transcrever e dar essa ordenação para também não ter ilação
incorreta, entendeu? Eu acho que eu acho que a função como servidor é prestar
informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa, eu tenho só três perguntinhas e eu acabo


aqui. As informações constantes no inventário seriam suficientes para localização
imóvel? Eu vou ler aqui, quais eram os bens inclusive do Elias Kalil: metade
aproximadamente do imóvel constituído de uma área global de 2057 metros quadrados,
medindo 52,69 metros de frente para a Rua das Pedrinhas, 44,70 metros de um lado,
40,60 metros de outro lado e, finalmente, 46,65 metros para a Avenida Pedro I em
Venda Nova, nesta capital, ficando esta parte do terreno do lado Rua Campo Alegre e
medindo cerca de 1.027,77 metros quadrados.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não sei dizer, não sou técnico e tenho
informações muito que precisam ser avaliadas.

245
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são muito valiosas, inclusive pela descrição do
inventário, a área que foi desapropriada é a amarela. Esse imóvel é a parte laranja.
Nós estamos inclusive analisando, conforme inventário, o lugar errado.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não sei, eu não sei. Primeiro que eu não vi o
processo inventário, não conheço, não tenho conhecimento e a área de cadastro e,
normalmente quando tem esse tipo de documentação para poder localizar
geograficamente, é encaminhado aos técnicos da Prodabel, que tem experiência em
cartografia e leitura desse espaço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, isso aqui eu teria de caminhar então para
a Prodabel, ela que é o órgão correto para me falar de acordo com isso, o local é esse.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: é o local físico, geográfico, quem vai te


informar é eles, nós só consumimos. As informações técnicas são produzidas por eles.
Nós não temos técnico em cartografia para poder fazer isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: até porque a Prodabel foi que ela surgiu em 1974
e ela é quem faz todas, é ela quem faz todo o levantamento dessas informações,
inclusive da cidade. Então, com base nessas informações e com as informações que
tem desde 1974 e não 1960, foi antes, pode-se ter uma informação às vezes mais
correta e abrangente a respeito do que se está questionando.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso é um perito que pode ser um técnico em
cartografia que sabe fazer leitura dessas matrículas. Que bom, para mim, não, eu não
consigo. Se não tiver a coordenada geográfica, o endereço eu não sei te dizer não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu que me perco aqui na Câmara até hoje então
nem se fala. E a minha última pergunta é na resposta ao Requerimento 1946/22, afirma-
se que abre aspas todos os imóveis em nosso cadastro tem a titularidade identificada
e além do endereço do imóvel, temos identificado um endereço de correspondência
para envio da Guia de cobrança IPTU. Quem que indica esse endereço para envio
dessas cobranças e quem é responsável quem indica esse endereço para o Município?

246
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: em tese, o titular, o titular ou o proprietário ou
o possuidor, que imagino não motivar, nem o possuidor também porque ele também
pode figurar no polo passivo da obrigação. Então, se ele presta informações que é um
lote vago, ele tem que ter um endereço para poder ser localizado, chegar as cobranças
e tudo mais. Então essa informação é prestada por ele. Inclusive nesse, relativa a esses
índices cadastrais do 900, tem dois endereços aqui, pelo que eu vi, ele já teve com o
endereço de correspondência na Rua Martim de Carvalho, 671, sala 600 Santo
Agostinho e na Rua Bernardo Monteiro, 432, Santa Efigênia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí é o próprio e a própria pessoa quando troca


o endereço, ela é quem tem a obrigação de informar. E aí a gente consegue, não sei
Procuradoria se essa é uma informação sigilosa também. Hoje existe até um sistema.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: no nosso sistema a pessoa faz pela internet,
ele entra lá e altera o endereço da correspondência dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu consigo ter informação assim, não pedindo,
mas sim olha, o endereço é alterado desse para esse. Quando a procuradoria me
informa sem pedir informação dos endereços e tal, mas saber quando que foi feito o
pedido de alteração para quem tem que falar. Foi informado que não sendo uma
informação sigilosa será concedida. Obrigada, muito obrigada senhor Eugênio, ajudou
muito, porque a gente que a gente quer entender exatamente como o senhor está
falando, ninguém tá querendo fazer conclusão errada. E do seu depoimento nós já
vamos te dar uma indicação, inclusive para o relatório pro Estado, para tentar fazer
essa melhoria. A gente pode fazer a indicação já pro Município, porque isso tudo faz
parte de uma conclusão de uma CPI, inclusive a indicação de melhorias e propostas
do Poder Público. Eu não tenho mais perguntas não, obrigada.

Vereador Wesley Moreira: o senhor Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Senhor Presidente, Senhor e Senhora


Vereadora, demais presentes, Senhor Subsecretário, bom dia. Eu tenho um
questionamento a partir de uma colocação posta pelo senhor, que disse e se eu estiver

247
equivocado, por favor me corrija. Que a partir de 2005 passou a ser exigido a
localização geográfica para inclusão de imóveis no cadastro Município e os imóveis
que já estavam lá antes de 2005, eles foram excluídos?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: não, não, foram mantidos.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: mantidos sem localização.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: mantidos. Teve um ato, se não me engano.


Um decreto de 2015, 16127, artigo quinto, inciso 11. A desculpa, artigo 15. No artigo
quinto ele fala assim: “A inclusão de imóveis no cadastro imobiliário deverá atender aos
seguintes requisitos Identificação da localização geográfica por meio de planta
aprovada ou de planta particular não aprovada ou de levantamento planimétrico,
conforme previsto no decreto”. Por exemplo, se não é um lote aprovado, pode particular
para fins do cadastro tributário, isso não implica em regularização fundiária, apresentar
o levantamento planimétrico, localizando o imóvel para inclusão. No artigo 15 desse
decreto 16127 de 2015 fala assim: “são motivos para cancelamento da inscrição
imobiliária de um imóvel”. Motivos de cancelamento. Isso aqui para o servidor público
é quase como dizer assim, você está autorizado a fazer o cancelamento. Então, nesse
decreto de 2015, disse olha, não ser possível sua localização geográfica ou se tratar
de leito de via pública sem desapropriação oficial.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então é correto dizer que só a partir de 2015
se pôde cancelar os imóveis que não eram geograficamente localizados?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: acredito que sim. Não tinha essa orientação
expressa e realmente não tinha. Então aí entra dentro do âmbito da discricionaridade
do gestor, do responsável pelo lançamento, em manter ou não. Agora, porque a partir
do momento que existe um comando, então ele está fundamentado nessa ordem de
2015.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: um outro questionamento agora sobre um


outro ponto. O senhor disse que se se faz uma execução equivocada, se se faz uma
execução errada, o Município pode pagar sucumbência. Todos nós sabemos disso.

248
Verdade. Agora, e se o Procurador desiste de uma execução sem dar explicação,
simplesmente manifesta o desinteresse. O Município deve, é condenado a pagar a
sucumbência? Eu não sei se essa é uma resposta da área.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: essa pergunta tem que ser dirigida à
Procuradoria do Município.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeitamente. Sem mais perguntas. Muito


obrigado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só pegando o gancho. Então é só a partir 2005.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: 2015.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 2015 foi o decreto.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: 2005 passa a ter a exigência da localização.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: antes de 2005 não tinha exigência de localização,
não. Isso até esse decreto, doutor, ele foi depois repetido, essa determinação no
decreto 17115 de 2019, artigo 16, inciso nono.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: esse decreto 17115, ele foi, na verdade,
tentou se consolidar a legislação que estava toda desatualizada, então atualizou. Mas
ele reproduz lá as normas que estavam em vigência e tinham sentido também.

Vereador Wesley Moreira: senhor Eugênio, em 2016, o senhor já estava na Secretaria


da Fazenda, não estava? Em 2016.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: já, entrei em 93.

Vereador Wesley Moreira: só pra entender aqui que em 2016, algo que foi muito batido
pelos, os então concorrentes do ex-Prefeito Alexandre Kalil, era, com relação à famosa
dívida dele do IPTU. Então batiam, batiam, batiam muito nisso. E quando o senhor
ouvia, ouvia essas notícias, essas propagandas, qual era a sensação do senhor.

249
Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: olha, como gestor, servidor público de
carreira, que tem que fazer a defesa da Receita Municipal é constrangedor ter o chefe
do Executivo devendo imposto, não é isso? Agora, a cobrança deve seguir,
evidentemente, os meios legais, os processos normais. E foi esse tratamento que a
Secretaria da Fazenda, a Subsecretaria procura dá a todos os contribuintes. Fazer ou
dar o mesmo tratamento.

Vereador Wesley Moreira: bom, a princípio a gente percebe que o Prefeito, ele está
saindo fora dessa, dessa acusação e está jogando isso aí na culpa de um tanto de
gente aí. Então, essa CPI realmente vai ter muitas pessoas para poderem serem
ouvidas ainda. Bom, mais alguma pergunta? Meu amigo Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: Presidente estou satisfeito. Agora o senhor aventou a


questão de 2016. Não ficou claro para nós, nem para a população de Belo Horizonte.
É justamente isso. Ele de fato estava devendo IPTU. É comprovado. Mas aí, de uma
hora para outra, aparece 2 milhões de reais, que não sabemos de fato a veracidade
das informações que comprovam a doação para suprimento de pagamento de área e
de outros imóveis também, que a gente sabe que não são objetos de discussão na
reunião dessa quinta-feira e que está confuso já tem sete anos. Então essa Comissão
sob a sua presidência, não vai medir esforços para que a gente de fato esclareça todas
as manobras possíveis que foram feitas desde 2016 para tentar. A meu ver, não sei
nem se cabe a palavra dessa forma nos enganar, mas que a gente vai até o final apurar
para que isso venha a constar no relatório.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a minha preocupação é de fato descobrir a


verdade. Se se deve ou não. E é o que o Cleiton falou, a Prefeitura através dos seus
órgãos, fez inúmeras diligências para encontrar o imóvel. Quando você tem seu IPTU
cobrado e você questiona, a Prefeitura faz as mesmas diligências para você? Quando
tem alguma irregularidade no seu cadastro e você questiona isso, você tem a Prefeitura
buscando a informação real para ter uma desistência do processo?

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: isso é possível.

250
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a gente vê na forma como a gente tem visto
nesse em especial.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: qualquer cidadão. Ele pode, inclusive


anualmente. A gente faz uma campanha aberta quando é feito o lançamento do imposto
É que as pessoas têm um prazo para poder apresentar as reclamações e as
indagações que tiverem a respeito do lançamento. Então, essa oportunidade é
franqueada nesse momento e em qualquer época do ano ela pode entrar com esse
questionamento administrativo. Aí é feita diligência específica em cima das informações
que são apresentadas, os dados, é apurado. Qualquer um que chegar e falar às esse
imóvel que eu não tenho mais, não existe esse imóvel. Eu me enganei. Evidentemente
essa informação é checada e é corrigido. A Administração Tributária não tem
compromisso de cobrar de forma errada. Eu acho que a gente, evidentemente, os erros
acontecem. Tem muitas falhas aí que precisam logo serem corrigidas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas olha só o Doutor Eugênio é, dos números
que chegaram aqui, que eu não vou lembrar de cabeça. Qual foi a resposta que a gente
teve aqui. Que você tem X imóveis que não foram localizados, CTM 30.000. Daqueles
imóveis que não pagam o IPTU, desativou. Quem não paga IPTU, se deu bem que
desativou. Quem paga IPTU, ele foi procurado a se manifestar para mostrar no Google
onde está a localização do imóvel dele. Você que não paga IPTU e não teve imóvel não
localizado, você não perdeu sua propriedade não. Você parou de pagar IPTU que o
imóvel foi desativado. Nós conhecemos gente inclusive que paga IPTU, que chega a
guia todo mês, todo ano, mas não sabe onde está o imóvel, mas não tem coragem de
não pagar. Então isso é temerário.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: vamos dizer assim, é uma distorção


realmente, que até pra mim é oportuno ouvir. E eu, como o gestor do processo, a gente
fazer uma reflexão sobre essa situação. As decisões, inclusive normativas, do ponto de
vista normativo, já foram tomadas e já estão sendo. Existem os instrumentos para poder
atuar e tem de tem se feito esse trabalho. Agora é uma questão importante.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu não tenho mais nada.

251
Vereador Wesley Moreira: Senhor Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes, quero
agradecer ao senhor essa presença. É a primeira oitiva presencial. As outras foram de
maneira remota. Então, agradeço ao senhor a disponibilidade de estar aqui na Casa,
respondendo a todas, a todas as perguntas. E é isso. Caso queira fazer alguma
consideração, fique à vontade.

Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes: Presidente Wesley, Vereadora Fernanda,


relatora da Comissão. É foi a primeira vez que eu também venho depor numa CPI.
Estou debutando aqui, mas eu tenho perfeita consciência de que, como servidor
público, eu tenho de prestar contas dos meus atos. Vim presencial, fiz questão disso,
até coloquei para meus pares, olha, não conheço pessoalmente. Eu conhecia o
Vereador Wesley, o Gilson também, mas não conhecia a Vereadora Fernanda, o
Vereador Cleiton, os outros pessoalmente. Então tenho que ir, porque afinal de contas
eu a gente vê governos passando, mas o servidor efetivo ele permanece e está ali
compromissado com as tarefas dele. E então assim, me mantenho a disposição para
esclarecer. Como eu disse, os atos desse processo não foram praticados por mim, eu
cuido da controle dos processos gerais, dos fluxos gerais. Mas qualquer dúvida
eventualmente que precisa ser obtida nas áreas pertinentes, estamos à disposição para
fornecer um esclarecimento.

Vereador Wesley Moreira: nós nos conhecemos foi ano passado porque a prefeitura
acabou enviando várias pastas de engenho Publicidade para igrejas e elas são imunes,
isentas. Então muitos foram, receberam. Aí tinha um processo para entrar, pra pedir
perdão. Foi quando nós, levei essa demanda até para o senhor e lá surgiu a ideia de
um projeto que vai estar em pauta amanhã, que eu estou de olho em vocês. É um
projeto que está em pauta amanhã, porque houve uma mudança na lei, na lei federal.
Mas a questão de texto mesmo, que diz respeito a isenção de IPTU para as igrejas em
imóveis alugados, isso já existia, mas teve uma mudança de texto e foi sugerido uma
adequação à lei que não me foge agora, que me foge agora o número dela, uma lei
mais antiga. Então o projeto de lei que vai estar sendo discutido amanhã aqui nessa
bela Câmara Municipal. Beleza. Então, mais uma vez quero agradecer a presença do
Senhor, a uma equipe que veio em peso, aí lado a lado representando a prefeitura.

252
Várias vezes você perguntava ele iam respondendo com gestos.Então as 12h12 eu
declaro encerrada essa reunião. Um forte abraço a todos.

Às 12h12 foi encerrada a reunião.

2.8 - DA 8ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A oitiva reunião8 da Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder


na Prefeitura de Belo Horizonte foi realizada no dia 16 de março de 2023, às 9h46m,
no plenário Helvécio Arantes e se deu, de início, sob a presidência do Vereador Wesley
Moreira, com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira e
Helinho da Farmácia, este último de maneira remota.

Foi comunicada a aprovação da ata da 6ª reunião e foram votados e


aprovados requerimentos para obter informação sobre os cadastros imobiliários do
município de Belo Horizonte; ofícios para o Prefeito Fuad Noman e para o Diretor-
Presidente da Prodabel, Jean Mattos Duarte, para reiterar o pedido de apresentação
dos registros de presença da sra. Eloá Mendes Ribeiro que, conforme resposta, não
existem a partir de 30/03/2022, mas que deveriam ter sido guardados por um ano,
conforme Tabela de Guarda de Documentos, e requerimento de realização de oitiva do
sr. Jean Mattos Duarte, Diretor-Presidente da Prodabel, em 23/03/2023, às 9:30h.

O Presidente informou o recebimento de duas petições dos advogados do


sr. Alexandre Kalil, uma pedindo que ele seja ouvido presencialmente em data a ser
designada e outra sustentando que as investigações sobre as dívidas de IPTU, do
imóvel localizado na Av. Dom Pedro I, têm conotação política e não guardam justa
causa de persecução.

O Presidente colocou em votação, ficando deliberado que, em momento


oportuno, conforme o planejamento da Comissão, o sr. Alexandre Kalil seria convidado
a participar.

8
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/8%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito--cpi-abuso-de-poder-na-pbh-16-03-2023

253
O Clube Atlético Mineiro pediu dilação de prazo de 15 (quinze) dias para
cumprimento do Ofício nº 711/2023, que requisitava notas da prestação de serviço da
empresa Unitour.

Sobre a manifestação dos advogados de Alexandre Kalil, protocolo nº


001147/2023, sobre os trabalhos da CPI, a Vereadora Fernanda disse que, caso seja
comprovado que o imóvel é “não localizado” ou “não localizável”, é justo que o
tratamento seja o mesmo para todos os cidadãos. Essa inclusive foi a indagação na
última reunião, sobre a lógica de que quem paga IPTU seja prejudicado, ao passo de
que quem não paga seja beneficiado. Mas que o grande ponto, nesse caso, é se o
imóvel está ou não localizado na quadra desapropriada, indicada pela Prefeitura, pois,
de acordo com o inventário de Elias Kalil, essa localização não está correta. A
Vereadora disse que não se trata de um embate político, que tem ampla documentação
recebida em 2022, e que tem visto que algumas informações e atitudes acontecidas
em processos envolvendo execuções de Alexandre Kalil são inexplicáveis. Que os
processos de execução de IPTU envolvem dinheiro público e a postura da Prefeitura.
Terminou pedindo respeito aos trabalhos da comissão.

O Presidente reiterou a fala da Vereadora Fernanda.

Aberta a palavra ao advogado, dr. Tarcísio de Mendonça disse que a


expressão “por hipótese ou por imaginação” é uma expressão jurídica comum e que,
na sua opinião, a situação é clara, pois, na ação de execução, onde está o laudo
assinado pelo sr. Lucas Horta, a Prefeitura indica que o terreno está na área
desapropriada, não sabendo a área ou a localização. Pontuou que lá há o registro de
compra de Moysés Kalil e o registro de venda de Amélia Kalil, além do registro de uma
desapropriação de 1969 que atingiu o imóvel. Que irá peticionar apresentando esses
documentos.

Era prevista a oitiva do sr. Lucas Horta, que não compareceu. A oitiva será
remarcada.

Às 10h29m foi encerrada a reunião.

254
2.9 - DA 9ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A 9ª Reunião Ordinária9 da CPI Abuso de Poder se deu no Plenário


Helvécio Arantes, no dia 23 de março, às 9h45. Foi presidida pelo Vereador Wesley
Moreira e contou com a presença dos Vereadores Cleiton Xavier, Fernanda Pereira
Altoé, Gilson Guimarães e Uner Augusto.

A reunião tinha como objetivo realizar a oitiva do Sr. Jean Mattos Duarte,
da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte, para prestar
depoimentos acerca das informações sobre o Sistema CTM, da guarda e da
digitalização da documentação original de lançamentos tributários, bem como dos
processos de geolocalização dos imóveis de Belo Horizonte. Todavia, foi comunicado,
via ofício, que o Sr. Jean estaria em viagem institucional representando a Empresa de
Informática e Informação, a PRODABEL.

Ficou deliberada pelos Vereadores, de forma unânime, nova data, horário


e local para a realização da oitiva do Sr. Jean, para o dia 31/03, às 9h30, no Plenário
Camil Caram, em Reunião Extraordinária da CPI.

Também foi aprovado Requerimento de Comissão para realizar a oitiva


do Sr. Lucas Ribeiro Horta e foram lidas respostas encaminhadas à CPI.

A reunião foi encerrada às 09h55.

2.10 - DA 10ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h49 do dia 30 de março de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 10ª Reunião Ordinária10 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira, com a presença dos Vereadores Professora Marli, Cleiton Xavier,
Fernanda Pereira, Gilson Guimarães e Helinho da Farmácia.

9
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/9%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito--cpi---abuso-de-poder-na-pbh-23-03-
2023

10
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/10%C2%AA-
reuni%C3%A3o-comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---cpi---abuso-de-poder-na-pbh-30-03-2023

255
Ao início da reunião foi aprovada a ata da 9ª Reunião e foram apreciados
Requerimentos de Comissão a respeito da participação e presença do Sr. Jean Mattos
no Fórum da Associação Nacional de Cidades Inteligentes, Tecnológicas e Inovadoras;
sobre a responsabilidade pela assinatura de documentos investigados pela Comissão
e também a oitiva do Sr. Carlos Antônio Silva Fabel.

Deu-se início à oitiva do Sr. Lucas Ribeiro Horta, que prestou o


compromisso de falar a verdade perante à Comissão.

10ª REUNIÃO

vereadores Vereador Wesley Moreira: às 09h49 damos início à décima reunião da


Comissão Parlamentar de Inquérito Abuso de Poder. Nesse momento farei a chamada
dos que compõem essa comissão. Vereador Gilson Guimarães

Vereador Gilson Guimarães: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Professora Marli.

Vereadora Professora Marli: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: bom, então com a presença confirmada dos vereadores
Profª Marli, Fernanda Pereira, Cleiton Xavier e Wesley, vamos dar prosseguimento à
ordem dos trabalhos. Comunicação de aprovação da ata da nona reunião, visto não ter
havido impugnação dessa nos termos regimentais. Hoje, nós temos uma oitiva que a
finalidade foi intimar o Sr. Lucas Ribeiro Horta para pessoalmente prestar informações
acerca do memorial descritivo apresentado no processo número 2008. 12.
18.12.310.14.00000.31.66.24.222. Referente ao imóvel registrado sob o índice

256
cadastral número 900000000X8 668, de autoria dos vereadores Wesley Moreira,
Fernanda Pereira Altoé e Cyro Pereira, Uner Augusto e Cleiton Xavier. Comunico
também agora a presença, a chegada do vereador Helinho da Farmácia. É bem vindo,
amigo.

Vereador Wesley Moreira: muito bem! Também vejo que já está online o senhor Lucas
Horta e que desde já lhe desejo um bom dia.

Lucas Horta: um bom dia a todos. Eu fui receber essa intimação, me conectei aqui
online. Eu peço só desculpa, pois eu tenho um compromisso e eu vou ter que me
ausentar às 10h00. Ninguém me informou sobre a variação de horário que poderia
ocorrer ser chamado em um espaço de 01h00 com duração até de 03h00. Eu peço
desculpa a todos pelo meu compromisso profissional que eu tenho após as dez horas.

Vereador Wesley Moreira: você pode ligar a câmera aí rapidinho. Perfeito! Bom, Sr.
Lucas, confesso ao senhor que se nesse período que nós estamos aqui é novo. Tá bom
se é, não vou julgar como estratégia, nem nada, mas é algo novo, porque normalmente,
quando se é convocado para prestar um depoimento, não tem essa questão de dia, de
um horário já pré-determinado. E nós já estamos fazendo aqui uma consultoria aqui da
Procuradoria da Casa e nós vamos te dar o devido retorno.

Lucas Horta: perfeito.

Vereador Wesley Moreira: então está ok. Vamos fazer o seguinte, então, só então
deliberar aqui os requerimentos e eu aguardo aqui a presença da procuradoria aqui da
Casa. Tá? Vamos lá então. Nós temos aqui um requerimento de comissão que é um
pedido de informação que o destinatário é prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman e
um diretor presidente da Prodabel Jean Max Duarte. Finalidade: Solicitar que seja
apresentada a lista de presença ou certificado de participação do Sr. Jean Matos no
Fórum da Associação Nacional de Cidades Inteligentes Tecnológica Inovadoras, a fim
de comprovar sua participação e justificar a ausência na oitiva do dia 23 de março de
2023, de autoria dos vereadores Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda
Pereira e Uner Augusto. Em discussão, em votação como vota

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Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Hélio da Farmácia: de acordo

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: boa, eu acho que o Gilson não chegou da presença
naquela hora, bem vindo viu meu amigo, Mais uma vez, ok?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento, fica aprovado o


requerimento de comissão 671/2023. Requerimento de Comissão 692/2023, é um
pedido de informação destinatário sobre desenvolvimento da Capital Henrique Castilho
Marques de Sousa, solicitar que informe quem foi o responsável pela assinatura do
documento 318 256 850 inserido nos autos 6119.259.50 2015 8130024.

Vereador Wesley Moreira: nós vamos dar um prazo de cinco dias úteis para a
resposta. Esse requerimento, de autoria dos vereadores Fernanda Pereira Altoé e Cyro
Pereira, Cleiton Xavier, Uner Augusto e Wesley Moreira. Em discussão, em votação
como vota

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 692/2023. Vou suspender essa reunião agora às 09h55,
suspendo essa reunião por cinco minutos.

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Vereador Wesley Moreira: então vamos lá às 09h58 nós retornamos aqui a nossa CPI.
Vamos dar continuidade, mas antes vou ceder à palavra a Vereadora Fernanda Pereira
Altoé. O senhor Lucas Horta, ainda continua presente na sala Lucas? O senhor Lucas?

Lucas Horta: oi, opa.

Vereador Wesley Moreira: ok, só um momentinho que nós vamos fazer uma fala direta
para o senhor. Vereadora Fernanda, fique a vontade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia, Bom dia a todos. Bom dia Sr. Lucas, o
senhor sabe o que é uma CPI?

Lucas Horta: bom dia! Sei sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: senhor, já ouviu falar? Já viu algum depoimento
na televisão?

Lucas Horta: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você já viu alguém falar por 30 minutos e falar que
não pode ficar mais, que tem um compromisso?

Lucas Horta: olha, isso eu nunca me atentei. O que eu já sempre vi foi nos jornais,
então nunca acompanhei uma CPI inteira. Então o que eu falo é o seguinte: eu acho
que duas vezes vocês tentaram me comunicar para poder fazer a minha oitiva e
mandaram para um endereço errado, que não tem nada a ver comigo. Mas na terceira
vez me ligaram no escritório, pegaram o endereço correto, chegou a isso essa carta de
vocês.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não é uma carta, é uma intimação. Acho que o
senhor leu intimação e o senhor me parece que é perito, inclusive apresenta laudos.

Lucas Horta: é já fui, já fui. Hoje eu sou assistente técnico, hoje eu não trabalho como
perito.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor nesses laudos sabe a importância de
um processo, de uma perícia, de um depoimento, de uma testemunha?

Lucas Horta: sei, perfeitamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor sabe que o senhor tem obrigação de
depor e que o senhor não escolhe a hora de sair, porque o senhor fica à disposição.

Lucas Horta: sei, igualmente eu poderia não estar aqui e ser intimado novamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: novamente, sem dúvida, e poderia ser trazido
coercitivamente pelo juiz criminal. Então, o senhor vai apresentar de fato um documento
comprovando.

Lucas Horta: ou só uma coisa? Eu assim fico muito decepcionado com uma posição
de você tentar me coagir dessa maneira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, doutor Lucas, eu estou só querendo saber
se o senhor tem ciência que o senhor está estabelecendo um horário de dez horas.

Lucas Horta: eu peço me deixa acabar de falar, conversar, Pode?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode falar.

Lucas Horta: eu estou tentando reagendar o meu compromisso aqui para poder
atender, então não precisa vir com essa e dessa maneira que você está vindo aí
querendo impor certas condições. Eu estou aqui numa boa conversando por conta,
como te falei, eu não precisava nem estar aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor terminou de falar?

Lucas Horta: perfeitamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ótimo, Eu não estou impondo condições. Eu quero
saber se o senhor tem ciência do que o senhor está fazendo. Eu estou cientificando o
senhor que isso é uma CPI. Estou cientificando o senhor de que o senhor foi intimado.

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Estou cientificando o Senhor de que o depoimento é uma obrigação. Eu estou
cientificando o Senhor, que já inclusive trabalhou como perito em processos. Eu quero
saber se o senhor tem ciência da escolha do Senhor de não depor para ir para um
compromisso, sendo que a oitiva do senhor está marcada para as nove, 09h30 e o
senhor está pedindo para se ausentar às dez. Eu só quero saber se o senhor está
ciente.

Lucas Horta: eu tenho ciência de tudo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, ótimo, o senhor vai conseguir reagendar
ou o senhor vai se retirar do depoimento?

Lucas Horta: ainda não tive. Eu estou aguardando ainda cinco minutos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: acho que a gente pode suspender por mais 15
minutos Presidente.

Vereador Wesley Moreira: vamos só apreciar aqui mais esse requerimento aqui e a
gente suspende e aguarda. Aguarda o retorno dele. Ok, Senhor Lucas nós vamos
apreciar mais dois requerimentos aqui, enquanto isso, o senhor decide. Aí vamos lá.
Requerimento de comissão 693. A finalidade dele é a realização de uma oitiva. Intimar
o senhor Carlos Antônio Silva Fabel para pessoalmente prestar depoimento acerca das
menções ao seu nome no depoimento de Eloá Maria Starling Mendes Ribeiro, bem
como sobre as relações entre Unitour, ex-fornecedor no município de Belo Horizonte,
Clube Atlético Mineiro e Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, data 13 de abril
de 2023 Horário às 09h30, Local Plenário Helvécio Arantes. De autoria dos vereadores
Ciro Pereira, Cleide Xavier, Fernanda Pereira Altoé e Uner Augusto e Wesley Moreira.
Em discussão, em votação como vota

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com requerimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

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Vereador Gilson Guimarães: com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 693/2023. Outros assuntos, respostas a requerimentos e
indicações da Comissão. Ofício em resposta ao Requerimento de Comissão 462/2023,
de autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Wesley Moreira. A resposta foi enviada pelo secretário municipal adjunto de
Governo, o senhor Leonardo Amaral Castro encontra-se disponível no Portal da
Câmara Municipal. Ofício sem resposta Requerimentos Comissão 463 de 2023 de
autoria dos vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Wesley Moreira. A resposta é a de número 187 de 2023, enviada pelo
secretário municipal adjunto de Governo, senhor Leonardo Amaral Castro. Ofício sem
resposta Requerimento Comissão 475 de 2023, de autoria dos vereadores Uner
Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira. A
resposta de número 223 2023, enviada pelo senhor Leonardo Amaral de Castro,
Secretário municipal adjunto de Governo. Ofício em resposta ao requerimento 467 de
2023, de autoria dos vereadores, Uner Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Vereadora
Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira. A resposta número 224 2023, enviada pelo
senhor Leonardo Amaral Castro, secretário municipal adjunto de Governo. Muito bem,
suspender a reunião por mais cinco minutos e aí vamos só aguardar aqui o retorno do
senhor Lucas Horta para nós darmos prosseguimento, às dez horas e cinco minutos.

Lucas Horta: eu consegui reagendar o meu compromisso.

Vereador Wesley Moreira: às dez horas e oito minutos nós retornamos a nossa
reunião da Comissão que está tratando do Abuso de Poder na Prefeitura de Belo
Horizonte. Antes de iniciarmos aqui a oitiva do senhor Lucas Horta, gostaria de pedir
mais uma vez, se possível, que ele ligasse a câmera dele. Nós temos aqui algumas
situações voltadas àquilo que a Justiça determina.
De acordo com precedentes do STJ e do Supremo Tribunal Federal, as pessoas
convocadas como testemunhas para uma CPI têm um dever de comparecer aos atos
para os quais foram chamados, para que prestem esclarecimentos e contribuam com

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as investigações. O direito ao não comparecimento está restrito aos investigados, não
se estendendo às testemunhas. O relator lembrou que as CPIs possuem poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, como previsto no artigo 58, parágrafo
terceiro da Constituição Federal. Ademais, segundo o ministro, entre as provas que
podem ser produzidas na instrução criminal está a indagação a pessoas capazes de
contribuir para o esclarecimento dos fatos. A essas pessoas dar o nome de testemunha,
às quais, nos termos do artigo 206 do Código de Processo Penal, não podem eximir-
se da obrigação de depor. Ou seja, trata-se de ônus público, explicou o ministro. Então,
realmente, na nossa primeira solicitação de comparecimento, nós enviamos de maneira
equivocada. Enviamos para a SUDECAP. Quando nós de imediato corrigimos, na
segunda e na segunda, encontramos o contato dele. E agora agradecemos aqui a
presença do Senhor Lucas Horta. Se você puder ligar a câmera, senhor Lucas .

Lucas Horta: está ligada.

Vereador Wesley Moreira: para nós que não está aparecendo, tá ligado? Aí você está
claramente não está. Não, então tá bom. Depois pede o técnico para olhar aqui para
mim. Muito bem, senhor Lucas, solicito o senhor que preste o compromisso, nos termos
do artigo 203 do Código de Processo Penal. E lhe informo também que fazer afirmação
falsa ou negar ou calar a verdade poderá incorrer no crime de falso testemunho de
acordo com o artigo 342 do Código Penal. Nós enviamos, aí no chat, para o senhor
fazer esse compromisso. O senhor já teve acesso ai?

Lucas Horta: sim. É para eu falar isso?

Vereador Wesley Moreira: você pode fazer isso, pode fazer a leitura e acrescentar eu
posso à vontade, ok?

Vereador Wesley Moreira: eu, Lucas Ribeiro Horta, 52 anos, Estado civil, casado,
residente na Rua João Resgate, número 11, engenheiro civil, cujo desenvolvo atividade
profissional na Rua Maranhão, número 166, sexto andar. Prometo dizer a verdade,
relatando sempre o que souber, explicando sempre as razões de minha ciência sobre
o fato ou circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

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Vereador Wesley Moreira: bom, obrigado. Comunico também a presença do senhor
Tarciso Maciel Chaves, que é o advogado do ex-prefeito Alexandre Kalil. Ele fez um
pedido para que pudesse sentar ali próximo dali para poder ficar mais fácil o acesso
aos seus documentos. Pode ficar à vontade.

Lucas Horta: Presidente, só gostaria também que todo mundo que fosse me arguir,
fosse com a câmera aberta também, por gentileza.

Vereador Wesley Moreira: ótimo. Bom, minha câmera está aberta. O senhor está me
vendo bem? Aí está. Tá bem, Tá certo. Tranquilo. Mas por enquanto sou eu. O primeiro
sou eu. Muito bem, senhor Lucas. Nós vamos tratar aqui de um memorial descritivo
feito pelo senhor nos autos de embargos à execução número
611.92.59.50.2015.8.13.0024, de autoria do senhor Alexandre Kalil.

Vereador Wesley Moreira: quem contratou o senhor para fazer o memorial descritivo
da desapropriação?

Lucas Horta: eu, em 2009, eu assinei um contrato com a Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte para poder desenvolver os trabalhos técnicos de cadastro para imóveis de
interesse do município para fins de desapropriação. Então, foi na época da SMURB,
acho, se eu não me engano, o órgão público que fez essa contratação, se eu não me
engano, era eu mesmo e foi a prefeitura de Belo Horizonte.

Vereador Wesley Moreira: nesse caso, o senhor fez apenas esse memorial descritivo
ou teve outros também?

Lucas Horta: não, não, não. Isso é um contrato, digamos assim tenho produtos nesse
contrato, onde nós fizemos ali naquela região ou em Belo Horizonte inteira. Era um
segundo contrato nosso. A gente fazia esse contrato com a prefeitura desde 2016 ou
2017.

Vereador Wesley Moreira: deixa eu só ver a questão de data. Primeiro, o senhor falou
uma data anterior, era um contrato diferente em 2009?

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Lucas Horta: eu acho que tenho até a cópia desse contrato aqui. Deixa eu olhar as
datas certinhas aqui, esse contrato especificamente, ele foi um contrato que eu lembro
que a gente fez muita coisa ali ao longo da Antônio Carlos e Pedro I, para poder as
obras de mobilidade para a Copa do Mundo e isso foi o contrato SCM 6209. Ele durou
540 dias, exatamente. Então se não me engano, esse que foi o primeiro contrato que
eu tive com o município, eu tive um antes, isso eu falei e eu falei 13. Mas e está com
esse contrato aqui? Ele acabou em 13, 2013, eu acho.

Vereador Wesley Moreira: quando o senhor começou a fala do senhor, citou um


contrato de 2009, o senhor confirma esse contrato em 2009?

Lucas Horta: confirmo. O contrato era o contrato número 01-0168 20-09-42. O número
de controle da prefeitura. E o contrato SC-62/09. Então Município de Belo Horizonte,
através da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas SMURB e a minha empresa Cap
Brasil Engenharia.

Vereador Wesley Moreira: então tá certo. Então esse é o contrato firmado entre o
senhor e a prefeitura este 2009. Aí só se começou a falar agora sobre um outro de
2011, Copa do Mundo é outra coisa?

Lucas Horta: ele se estendeu até 2013 e os contratos para falar geral, eu tive um antes
desse com a prefeitura também, não vou me recordar aqui o nome e o número do
contrato com esse mesmo objetivo. Entendeu? E a gente fez essa parte de
desapropriação e ao longo de toda a cidade de Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: senhor Lucas, bom dia! Eu sou Fernanda. Esse
contrato aí, ele foi até 2013, então ele se encerrou em 2013?

Lucas Horta: esse é um contrato de 540 dias. Ok, isso dá uns 18 meses. Em até 40
dias ele pode ter sofrido aditivo de prazo? Sim, eu não tenho aqui. Eu estou com o
original do contrato aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só para saber mais ou menos o marco temporal.
Em 2020, então esse contrato não estava mais funcionando?

265
Lucas Horta: eu nem tinha nenhum contrato com a prefeitura em 2020.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: então, esse contrato não foi apenas para fazer esse
memorial teve outros?

Lucas Horta: como eu expliquei, esse é um contrato. O objeto desse presente contrato
é prestação pela contratada sob regime de empreitada a preços unitários de prestação
de serviços técnicos de engenharia consistentes na elaboração de cadastros técnicos
para remoção e desapropriação, topografia, estudos geotécnicos, regulação,
regularização e parcelamento de áreas e consultoria e apoio técnico para projetos
internos e demais demandas da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Vocês vão tentar colocar lá agora? Pode colocar?
Vamos colocar a imagem agora? Então esse é o memorial. Vamos colocar a imagem
do memorial. Na hora que o senhor estiver conseguindo vê-lo, confirma por favor.

Lucas Horta: eu tô conseguindo. Se puder, dá um zoom maior que eu consigo ver a


tela, só não consigo ler os dados.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: senhor Lucas, isso aí é parte de um documento


que foi juntado nos Embargos à Execução. Esse documento aí foi feito pelo senhor?

Lucas Horta: você pode baixar assim? Porque foram muitos documentos que nós
fizemos e eu te precisar, ah tenho certeza, tem que pegar, entrar no arquivo meu aqui
e está aqui nos desativados, devido a data do contrato, eu consigo com precisão falar
isso que foi feito pela gente na data tal, inclusive quando foi feito o serviço de campo.
Aqui que tem até inclusive o meu nome.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então esse ai foi feito pelo senhor?

Lucas Horta: a princípio sim, se tratando, aonde que é a localização dessa área, por
gentileza?

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, nós vamos chegar lá ainda, mas eu só
queria confirmar a questão do documento feito pelo senhor em 2009.

Lucas Horta: sim, a princípio sim, eu teria que checar aqui só para poder ver se não
teve adulteração nenhuma.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, não, não, isso jamais. Nós pegamos do
processo.

Lucas Horta: não, não, eu estou falando até mesmo juntado no processo, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, entendi. Entendi. Tá, mas assim, a princípio...
Depois a gente pode até pedir para te encaminhar isso. O senhor fazer um documento
atestando se bate com o que o senhor fez ou não. A gente pode, a gente pode fazer
esse documento via CPI e a gente manda esse documento. Quem está em mãos
pedindo pro senhor atestar que foi o senhor quem redigiu o senhor confere? Está tudo
direitinho, é até melhor pra gente, mas a princípio foi o senhor quem fez.

Lucas Horta: a princípio sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na próxima também é um documento de 2009,


onde tem relatório fotográfico e duas fotos. Foi o senhor também quem fez?

Lucas Horta: sim. Por favor. Só uma observação quando a gente fala a gente, eu que
fiz, como é uma empresa de engenharia, são várias pessoas que fazem, então vai ter
situações que eu não vou até o local. Mas eu como engenheiro eu assino e
responsabilizo tecnicamente sobre a execução do serviço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, isso aí sem problema. A gente sabe como
funciona. O próximo… abaixa só um pouquinho, começa assim: prezados, após detida
análise, da solicitação, informamos o que se segue, com a existência de ação de
desapropriação de número tal. Esse documento faz parte daquele outros de 2009?

Lucas Horta: não.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor redigiu?

Lucas Horta: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode baixar mais, porque inclusive está assim
conforme memorial descritivo da área desapropriada e colocam uma foto do seu
memorial. Foi o senhor quem fez isso?

Lucas Horta: não a gente. O material que nós entregamos para a Prefeitura ele segue
um rígido padrão de formatação e formulários específicos, entendeu? Não tem
nenhuma formato de livre escolha a título, tipo, como se fosse um laudo feito pela gente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem como descer mais a imagem, por favor, até
chegar em Belo Horizonte, 30 de julho de 2020. Aí o senhor vê que não tem assinatura.
E o documento que foi juntado por quem? Pelo procurador do Município. Junto do seu
laudo, um laudo que o senhor fez em 2009 para uma desapropriação de 2009 foi
juntado um prezados, com data de 30 de julho de 2020, sem assinatura. E o senhor
confirma que não faz parte do laudo que o senhor apresentou para a Prefeitura de Belo
Horizonte.

Lucas Horta: confirmo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok? Muito obrigado. Pode continuar.

Vereador Wesley Moreira: agora voltou. Qual era o tipo de vínculo que o senhor tinha
com a SUDECAP, quando o senhor fez esse memorial?

Lucas Horta: como já foi falado, eu tinha um contrato que eu já citei o número. Que foi
obtido através de uma licitação pública de número 019/2009.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Hoje é muito importante a presença do senhor aqui
nessa CPI, porque uma das coisas que realmente tem sido muito debatido e avaliado
que como provas e como documentos realmente é esse memorial descritivo
desenvolvido pelo Senhor. E hoje o senhor vai também esclarecer até algumas dúvidas

268
que nós mesmos como membros dessa CPI, podemos esclarecer. É comum a
contratação desse tipo de memorial descritivo? E também em quais casos?

Lucas Horta: hoje, inclusive nós nos logramos vencedores de uma licitação agora em
dezembro, junto à Prefeitura também, para a mesma finalidade. Nós ficamos aí desde
2013 até agora, sem contrato nenhum com a Prefeitura, aí teve uma nova licitação. Nós
participamos, logramos vencedores dessa licitação Esse contrato, que é o mesmo
objeto deste que nós estamos, que eu estou praticando agora, este de 2009. O que
acontece, o Município de Belo Horizonte, ele tem necessidade de adquirir algumas
áreas para, seja ele ampliação da rede municipal de ensino, ampliação dos postos de
saúde, melhoria da infra estrutura urbana, viária, de escoamento de água, canalização.
Ela contrata as empresas detentora deste contrato para que, ela vai ao local, baseado
num projeto executivo fornecido por alguma empresa da SUDECAP, para falar eu
necessito desapropriar este imóvel, este imóvel e este imóvel.

Lucas Horta: aí nós temos que ir a campo levantar quem é o proprietário, a


documentação do proprietário, cópia da matrícula do imóvel. Fazemos a caracterização
do terreno com o levantamento topográfico e posterior desenvolvimento do memorial
descritivo. E depois nós temos a caracterização das benfeitorias. A gente faz toda essa
documentação e ela é encaminhada para a Prefeitura, para o departamento
competente lá e depois eles fazem a avaliação do imóvel dentro da Prefeitura e tenta
uma negociação a posteriori com isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Lucas, o senhor se lembra se tem outras
páginas depois daquele memorial descritivo que eu te mostrei aí, o relatório fotográfico,
que são aquelas duas fotos, e existem outras páginas desse trabalho seu?

Lucas Horta: a gente tem a qualificação de todo proprietário. Eu posso até


disponibilizar isso para você.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero muito. A gente vai fazer um pedido para
o senhor.

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Lucas Horta: e aí a gente tem plantas disso. Tem a planta do levantamento, que condiz
com o memorial descritivo apresentado, a qualificação dos proprietários do imóvel,
cópias da matrícula, inclusive, tudo isso tem na Prefeitura, porque a gente fornece isso
para a Prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a gente vai fazer o pedido então, para o senhor
entregar o trabalho que o senhor fez naquela época, em 2009, a forma como fizeram o
pedido para o senhor, a forma como o senhor respondeu na sua inteireza, no todo, para
a gente poder fazer essa análise. Foi falado quem era o proprietário do imóvel na
época? O senhor lembra?

Lucas Horta: não. Muitas vezes acontece o seguinte, a Prefeitura manda um espelho
da Guia de IPTU, o cadastro é muito sinalizado, que ela tem para a gente. Para poder
facilitar isso, eu tenho que ver o como que veio essa informação na época. Que a
Prefeitura hoje ela tem sistema que é, esqueci o nome do sistema, onde você consegue
identificar o lote. Aí você tem a planta CP, que é a planta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o SIATU.

Lucas Horta: eu não sei o nome perfeitamente aqui agora, mas aí você consegue
identificar a área. Mas você tem que confirmar isso em campo ou com a equipe a
campo, levantar, ver o que está aprovado junto da regulação urbana é o que está
implantado e o que realmente vale lá. Então a gente tem que fazer esses batimento e
a gente geralmente com eles passa um espelho do IPTU informando quem é o
proprietário. Aí a gente vai lá, faz a busca no cartório, muitas vezes a gente encontra,
até invasores nos terrenos. Não estou falando que é isso que aconteceu nesse. Mas aí
a gente tem que montar toda uma cadeia dominial para poder explicar o que tá
ocorrendo ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esse tipo de estudo, nós vamos pedir mais
formalizado para o Senhor. Para o Senhor entender direitinho o que que tem que
mandar. O Senhor depois manda esse documento para onde? E eu tenho que pedir
isso na Prefeitura também? Para quem e onde e qual o nome que eu dou para isso?

270
Lucas Horta: nesse contrato a gente pega e encaminha para a SUDECAP. Lá está
SMURB na época, entendeu? A gente encaminhava para SMURB, tinha a
coordenadora do meu contrato lá, chamava Mirian Zandona. Ela que recebia esse
material, analisava, fazia as devidas correções e mandava isso para, eu não sei se na
época isso estava ligado ao departamento jurídico da SUDECAP ou para o setor de
projeto, porque houve alterações lá dentro e hoje é ligado a área jurídica e encaminhava
para o setor de avaliação, onde fazia avaliação e tentava se o acordo. Eu estou falando
porque nós somos experts nessa parte fundiária. Lido só com isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é maravilhoso isso.

Lucas Horta: então eu mandava para o setor de avaliação e eles tentavam fazer uma
negociação extrajudicial. Não logrando êxito, ajuizava ação de desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aqui eu estou vendo aqui que no relatório
fotográfico consta o nome Luciano Magno Real de Oliveira, endereço Avenida Dom
Pedro I, sem número. Esse imóvel está perdido? Ele não é um imóvel identificado?

Luciano Horta: não, porque às vezes realmente não tem número, entendeu? Ele tem
uma planta, tem um CP, o CP, o que é? É um cadastro junto à Prefeitura, aonde ele tem
o número do lote, o número da quadra, é como que ele foi aprovado lá atrás, quando
aquele ali um dia ele foi uma área rural, ok? Depois transformou em área urbana.
Quando a pessoa vai vender um lote, ela tem que aprovar um projeto de parcelamento
com todas as diretrizes que cada Município tem. Doando parte da infraestrutura para o
Município. Então isso gera uma planta, um lote aprovado. Eu tenho até que me
relembrar se isso é o lote aprovado, esse lote em questão, ele é um lote aprovado ou
é uma gleba.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor já fez algum memorial descritivo e


registro fotográfico de imóvel não localizável ou não localizado?

Lucas Horta: não, não localizado, não. O que pode ter é não ter número. Quando ele
fala imóvel, a gente fala que um bem físico concorda. Não localizado é, proprietário
pode ser não localizado? Pode. Documento pode ser não localizado? Pode. Mas se a

271
gente fez um trabalho com memorial descritivo, aquilo tá lá. Não existe a possibilidade
não. A gente vai fazer um memorial descritivo do ato? Não existe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, eu também fiquei me questionando isso.


E eu vi que esse CP, desse relatório fotográfico do senhor, ele é o número 162111G e
a gente viu no outro documento que havia referências a outros números: CP 162541F,
162542F, 162543F, 162544F.

Lucas Horta: pois é, por isso eu teria que ver essa documentação. O que acontece é
o seguinte, pelo número que você falou, parece que todos os números são iguais, só
tem letras diferentes ao final, concorda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o último número é que muda 1F, 2F, 3F e 4F.

Lucas Horta: e isso pode ser desmembramento de uma mesma área, entendeu? Você
tem o primeiro CP, que é uma área maior, o primeiro número. Aí depois ele cria e te tira
uma pequena parcela dessa área. Aí cria o A, depois tira outra área, cria o B. Entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entendi.

Lucas Horta: você tem uma origem, hoje em Belo Horizonte, é fácil de rastrear isso
porque a prefeitura é muito bem documentada disso. Você tem toda uma planta de
origem daquela área e aonde você tem aprovação ou não. Às vezes você tem um lugar
que você não tem aprovação, você tem ou é uma planta particular. Mas a Prefeitura
tem tudo isso cadastrado e mostra o que a evolução daquele e daquela divisão territorial
tem ali em lote, em área e a ocupação daquilo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então em um imóvel eu pesquiso isso onde? É na


Prodabel? A Prodabel vai saber me responder isso?

Lucas Horta: eu vou tentar achar aqui para você rapidamente e eu te falo. Tem um
portal da Prefeitura que se chama siurbe.pbh.gov.br ai você tem N ferramentas dentro
para poder fazer essa pesquisa. Certidão de origem de lote, você tem informação de
parcelamento, você tem tudo isso.

272
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ai eu vou pedir tudo para o senhor que vai nos
ajudar muito, muito obrigado.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton

Vereador Cleiton Xavier: bom dia Lucas Ribeiro Horta, tudo bom? O senhor sabia da
possibilidade do imóvel pertencer à família de Alexandre Kalil?

Lucas Horta: olha, nós nem atentamos para isso. A gente pode ter recebido alguma
coisa falando de quem que era o proprietário, mas isso para a gente é uma mera
documentação, se veio falando não nós chamou atenção de quem pertencia.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor conhecia pessoalmente o ex-Prefeito Alexandre


Kalil?

Lucas Horta: não.

Vereador Cleiton Xavier: nunca esteve com ele?

Lucas Horta: não estive. Se falar que eu nunca estive, eu poderia estar mentindo. E
quando eu era presidente do SINAENCO, Sindicato Nacional das Empresas de
Engenharia Consultiva e Arquitetura, e antes da campanha, nós fizemos uma reunião
com todos os candidatos a Prefeito. Na época era o João Leite e o Alexandre Kalil. Nós
tivemos com o vice-Prefeito, que era o senhor, e ele era até engenheiro, usava óculos
na época.

Vereador Wesley Moreira: foi em que ano, que você fala, na primeira? Na primeira, o
vice era o Paulo Lamarck.

Lucas Horta: é o Paulo Lamarck. A gente teve uma reunião com o Paulo Lamark no
final dessa reunião. Eu lembro perfeitamente. Num comitê ali na rua Inconfidentes entre
Alagoas e Pernambuco, que era o comitê deles. A gente foi, o Sindicato foi entregar
uma carta de compromisso dos candidatos com a cidade, com a parte urbanística da
cidade. Ele passou. Ele chegou na porta da sala de reunião, cumprimentou todo mundo
e foi embora. Esse foi o único contato que tive com ele.

273
Vereador Cleiton Xavier: a sua presença lá no comitê foi para manifestar apoio a
chapa do Kalil?

Lucas Horta: não, foi pedir um compromisso com todos os candidatos, inclusive nós
temos isso assinado lá no SINAENCO. E não foi só com ele, mas foi com o Kalil e com
o João Leite também. Nesse sentido, com o compromisso com a cidade na área
urbanística.

Vereador Cleiton Xavier: então, o mesmo documento que você entregou para a chapa
do Kalil, o senhor entregou para a chapa do João Leite?

Lucas Horta: sim, e se eu não me engano, também tinha um candidato. Ele era do PT,
aquele que tem uma mancha na cara assim. Como é o nome dele? Hoje ele é deputado
federal, não é?

Vereador Cleiton Xavier: Reginaldo Lopes.

Lucas Horta: Reginaldo Lopes. Eu acho que ele participou também. Nós tivemos com
ele. Isso tudo foi em primeiro turno, se eu não me engano.

Vereador Cleiton Xavier: a Superintendência Municipal de Política Urbana confirmou


que a desapropriação do Move aconteceu do lado da via em que se encontra a quadra.
Você confirma isso?

Lucas Horta: eu tenho que até me lembrar de que lado que estava a quadra. Se a
gente for pegar, aí eu consigo lembrar assim das áreas que foram desapropriadas e
você está pegando o sentido Belo Horizonte Confins. Na Pedro I você teve
desapropriação tanto do lado direito quanto do lado esquerdo da Via. Você chega ali
antes da Lagoa do Nado, naquela descida, perto daquele viaduto que caiu, as
desapropriações foram do lado esquerdo. Aí você passou aquele viaduto que caiu,
subindo as desapropriações já foram do lado direito. Aí em frente onde era o antigo
frango assado. Aí na hora que você chega ali perto da Vila Olímpica, antiga Vila
Olímpica do Galo, você naquela descida ali, as desapropriações já foram feitas do lado
esquerdo.

274
Lucas Horta: não, não tudo isso, centro-bairro. Você olha de novo vindo da Lagoa
Pampulha, em direção a Confins, antes de chegar no viaduto que caiu do Parque Lagoa
do Nado ali, as desapropriações foram feitas do lado esquerdo, sentido centro-bairro.
Passou o viaduto, passou a Lagoa do Nado. As desapropriações foram feitas do lado
direito a aproximar até quase chegando ali na Vila Olímpica. Da Vila Olímpica em
diante, as desapropriações foram feitas do lado esquerdo. Quando se faz um projeto
geométrico, eles fazem um estudo aonde a obra de engenharia vai ficar mais fácil
implantar e onde o custo de desapropriação vai ser menor.

Vereador Cleiton Xavier: então você me confirma que o lado da quadra que foi
desapropriado é o lado direito sentido Confins?

Lucas Horta: eu tenho que pegar onde essa quadra. Eu não lembro assim, desse modo
a gente faz muitos imóveis. Então, para falar a verdade, eu não sei qual é esse imóvel.
Eu teria que ver o projeto para poder te confirmar isso. Se você tiver acesso a ele aí e
poder compartilhar para mim, eu consigo te responder perfeitamente isso.

Vereador Cleiton Xavier: a desapropriação foi de imóveis lindeiros, à quadra 24 ou da


quadra 24 especificamente, estavam ao lado de dentro ou de fora da quadra?

Lucas Horta: eu tenho que analisar todos os projetos. Eu não consigo te responder
isso sem ver, inclusive esse material, entendeu?

Vereador Wesley Moreira: nós vamos colocar um mapa aqui, só aguardar um


momento, por favor.

Vereador Cleiton Xavier: olha, tem uma imagem aí, por gentileza Lucas.

Lucas Horta: você pode dar um zoom nela por gentileza, só para poder ver o nome
dessa avenida que está aqui, essa avenida que está em cima dessas áreas que estão
hachuradas. É rua Pastor Aquiles Júnior que esta ai?

Vereador Cleiton Xavier: Júnior.

275
Lucas Horta: pastor Aquiles Júnior é essa no início da imagem, aqui no início do lado
esquerdo da imagem que está pegando, a parte é Rua Antônio, que fala.

Vereador Wesley Moreira: rua Antônio. Tem outro nome que não dá para ver, não dá
para ver o sobrenome da rua, não é rua Antônio. Alguém sabe?

Lucas Horta: isso aí, a localização desses imóveis estão do lado direito, sentido centro.

Vereador Cleiton Xavier: tá ok. Mas veja bem, a parte desapropriada é a parte cinza
ali CT 173 até altura do CT 163 ali, aquela área cinza.

Lucas Horta: a parte desapropriada é exatamente essa área de cinza clara e cinza
escura são as benfeitorias. Tipo assim é o que a gente recebe do projeto e a gente vai
a campo e cadastra. Se foi efetivamente desapropriado isso, a gente fez material em
cima disso. Se foi efetivamente desapropriado, a gente, eu não posso te precisar, eu
não acompanho a finalização do processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aquele laudo de 2009 que o senhor juntou
daquelas fotos e memorial descritivo tá nessa parte cinza?

Lucas Horta: sim, a princípio sim. Eu tenho que conferir qual é o CT. Aquele CT que
está lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o 61.

Lucas Horta: do cadastro de desapropriação só tem um número do CT.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o 61, quadra 24, CT 61. Aquele documento das
fotos está assim relatório fotográfico para fins de desapropriação, CT número 61.

Lucas Horta: e aqui está 173 a 160. Isto então, teoricamente não seria aí. Eu tenho
que ver todo o material que eu tenho para poder responder com certeza isso para
vocês.

276
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é assim, quando o senhor faz um memorial
descritivo, um relatório fotográfico do CT número 61, porque o senhor sabe que o imóvel
está ali?

Lucas Horta: sim, sim, sem dúvida nenhuma. Não tem dúvida quanto a isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigado.

Vereador Cleiton Xavier: agora o Lucas, a questão de índice cadastral, por exemplo,
quando há uma mudança do índice cadastral, qual que é o impacto? A influência da
localização do imóvel no tocante à mudança?

Lucas Horta: não entendi sua pergunta.

Vereador Cleiton Xavier: eu vou tentar ser um pouco mais claro. Quando há uma
mudança do índice cadastral do imóvel, isso influencia de que maneira? Na localização
do imóvel que teve o seu índice cadastral mudado?

Lucas Horta: a localização do imóvel é única, o que vai alterar é o índice cadastral. Eu
não sou expert em índice cadastral da Prefeitura, que são vários números, mas o índice
cadastral da Prefeitura, se você pegar nele, ele tem a localização de quadra, setor,
quadra e lote. Então a Prefeitura ela tem um histórico falando o setor, quadra e lote.
Quando tem alteração nisso, ela fala assim: é o índice cadastral novo, é o índice
cadastral, vão falar X, Y, Z, no histórico da Prefeitura, antigo índice cadastral tal,
entendeu? Mas eu não. Eu não sei falar assim o que o imóvel ele não muda de lugar,
tá? A pergunta é ele imóvel, não mudo de lugar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois o senhor lembra qual foi o índice cadastral
que te mandaram para fazer esse laudo de 2009 na época?

Lucas Horta: como eu falei, eu tenho que olhar toda documentação, ver como chegou
isso aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eles enviam então o índice cadastral para o
senhor fazer aquele memorial descritivo e o relatório fotográfico.

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Lucas Horta: se eles não enviam o índice cadastral, eles enviam a quadra e o lote ou
eles enviam um projeto mostrando essa região aqui, você tem que ter uma amarração.
Você não, eles não conseguem e eu não posso receber um trabalho, para eu
desenvolver um trabalho, falar assim vai lá, levanta o lote que tem naquela rua, não
tem. Tem que ter um lote, eu tenho que ter uma referência, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí eu vou pedir para o senhor também. A gente
vai formalizar tudo isso, porque a gente estranha que nesse caso, que tinha um primeiro
índice cadastral, que era 900000000X8668, aí mudou para 888048W32512. Aí mudou
para 88800 de 48 virou 24. Então assim a gente está tentando entender como que um
imóvel que está sendo falado, que não é localizado e nem localizável, muda de quadra,
tem memorial descritivo e tem relatório fotográfico, mas ninguém sabe onde está esse
imóvel. Isso que nos estamos querendo entender, entendeu? Mas eu encaminho para
o senhor. Obrigada.

Lucas Horta: olha só, nesse projeto que está aberto aqui, para auxiliar vocês, tem essa
mancha cinza clara, não tem?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim.

Lucas Horta: essa mancha cinza clara é a área que foi teoricamente desapropriada,
então hoje em dia isso aqui se foi implantado, isso aqui, é uma pista hoje da Avenida
Pedro I.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok.

Lucas Horta: é uma pista bem nítida que não existe mais. Nada disso vai passar lá
tem uma avenida em cima. Se você tem um imóvel, que ele fosse isso, a divisa dele
estivessem dentro dessa área na totalidade, dentro da área cinza, esse imóvel não
existiria mais hoje tá? Se ela tivesse todas as divisas dentro da área cinza. Aí tem que
olhar o seguinte, isso a Prefeitura com certeza ela deve ter histórico disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, não existe mais, mas já existiu.

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Lucas Horta: já existia essa quadra toda aqui. Quais eram as divisas dos imóveis antes
da implantação dessa via? Os imóveis começavam na antiga Pedro I, na existente e
iam até essa Pastor Aquiles Júnior. Então ela ia até o final. Teve remanescente. O
imóvel teria remanescente. Concorda que ele foi desapropriado parcialmente? Se ele
foi desapropriado totalmente e foi utilizada toda a área para uma implantação de um
equipamento público, uma pista de infraestrutura igual a essa, o imóvel não existe mais,
tá? Mas o imóvel seria pequeno para poder pegar toda essa área aí, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: perfeito. E o que não está sombreado aí no caso
é porque não foi desapropriado?

Lucas Horta: porque não foi desapropriado. Nesse projeto, tá? E a gente tem que ver
se houve alguma evolução em algum… Acontece o seguinte, depois de obra, a obra
precisa entrar durante a obra, a obra precisa entrar mais um pouco aqui, ainda mais
um metro, mais dois metros.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, eu entendi. O pior é que eu não sei se
conseguiria colocar aí, porque a gente tem uma descrição em um inventário, colocando
assim que o imóvel é constituído de uma área global de 2057 metros quadrados,
medindo 52,69 metros de frente para a Rua das Pedrinhas, 44,70 de um lado, 40,60
metros de outro lado e, finalmente, 46,65 para a Avenida Pedro I, em Venda Nova,
nesta capital, ficando esta parte do terreno do lado da Rua Campo Alegre, medindo
cerca de 1.027,77 metros quadrados. Com essa descrição e um mapa, a gente
consegue localizar?

Lucas Horta: consegue. Tem que saber essa Rua Campo Alegre ai, essa Rua das
Pedrinhas eu até abri o mapa aqui e vocês podem abrir o Google.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Nós vamos até mandar para o senhor também
colocar outra imagem. Mas pode continuar. Espera ai que nós vamos colocar aí nessa
imagem. Está dando para ver a Campo Alegre, ali onde termina o traçado vermelho.

Lucas Horta: teoricamente aqui não tem área nenhuma desapropriada, de acordo com
esse projeto, tá? Pode ser que tenha outra prancha igual a essa que atinja essa área

279
aqui. Pelo que vocês estão vendo aí, aí você está vendo que a avenida continua,
concorda? Então, a desapropriação ela continuou no sentido Confins. Então, pela
descrição que você leu aí do inventário, ele teria uma divisa com essa Rua Campo
Alegre, indo pela Rua das Pedrinhas que é essa Pastor Aquilis Júnior e Pedro I.

Lucas Horta: nessa esquina, ela estaria nessa esquina, se você der um zoom um
pouquinho mais aí por gentileza, você vê aí que a frente do imóvel Pastor Aquilis Júnior
ele tem alguma divisa, tem um número 12, o número 21 125 120. Teoricamente, o que
é isso? No levantamento que foi feito, o levantamento topográfico foi feito. Não sei nem
se foi feito pela gente. A gente diz que está parecendo levantamento da projetista. Eu
não sei quem foi que fez. Ele colocou aqui essas divisas, que é a divisa de propriedade
que estava ocupando lá no local. Então você tinha um número 12, o número 121 e o
número 125. Aí são três propriedades e era divisa dela, o muro de divisa e está junto à
rua Aquiles Junior ou Rua das Pedrinhas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, provavelmente essa descrição que eu fiz
do inventário não está dentro da parte sombreada?

Lucas Horta: ela não está dentro da parte sombreada aí não, com certeza absoluta.
Analisando isso aí agora, desse projeto é até o CT173, ela não está, ela está de acordo
o inventário, ela está aí na frente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: perfeito. Muito obrigado.

Vereador Cleiton Xavier: Lucas veja bem, se a prefeitura quiser suprimir ou não
informar o índice cadastral, você pode me afirmar que há como identificar uma área
para desapropriação com outro dado que não seja o índice cadastral?

Lucas Horta: tem. Vamos supor que a Prefeitura não informe o índice cadastral ou
você vai fazer um trabalho para qualquer outra pessoa que esteja interessada comprar
uma área. Se eu não tenho o índice cadastral, mas você consegue, qual é o cartório
que é daquela região. Aí você vai dar o endereço, aí você vai por eliminação, entendeu?
Você pega duas, três matrículas e vai tentando casar com a descrição que está na
matrícula ou informação de quadra e lote que possa conter a matrícula. Isso é uma

280
pesquisa como se fosse uma perícia. Você consegue chegar nisso. A gente faz isso
com um imóvel rural, o imóvel rural, que é no meio do mato, a gente consegue fazer
isso. A área urbana é muito mais simples.

Vereador Cleiton Xavier: nesse caso específico você sabe nos dizer como é possível
que a quadra tenha sido alterada de 48 para 24 sem que se saiba a localização do
imóvel?

Lucas Horta: não, isso eu não sei te falar sobre isso.

Vereador Cleiton Xavier: você já viu algum imóvel mudar de quadra?

Lucas Horta: não, que eu tenha em mente não. Não, eu nunca. O que pode ocorrer aí
você tem um novo parcelamento e ele abre uma rua no meio de uma quadra. Aí a
quadra, uma parte da quadra fica com o número antigo, a outra parte da quadra fica
com um número novo. Isso é pensamento meu tá, isso é eu pensando aqui para poder
ter uma alteração de número de quadra ou um lançamento errado na Prefeitura,
também pode ocorrer.

Vereador Cleiton Xavier: o que significa os números do CTM 190401030000? Você


sabe?

Lucas Horta: Não.

Vereador Cleiton Xavier: você sabe do contrato estabelecido quem que vinculou o
índice cadastral 888024W3250016 ao CTM 190401030000. Sabe, quando isso foi
feito?

Lucas Horta: não

Vereador Cleiton Xavier: o CP 162111G indica o que?

Lucas Horta: eu não estou querendo negar a resposta. Eu não consigo. Eu sei que um
CP é um cadastro da Prefeitura que indica uma quadra aprovada com o nome de
aprovação dela. Mas de onde é isso aí, e pra qual lote, eu não sei.

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Vereador Cleiton Xavier: mas quando vem assim no documento CP e três algoritmos
e uma letra igual está aqui 162111G, não tem uma especificação?

Lucas Horta: não, não quer dizer que 1 é esquina, o 6 é meio de quadra? Alguma coisa
nesse sentido, não é. Não, não tem. Não tem uma regra para isso, entendeu. Às vezes,
dentro da Prefeitura tenha, mas eu desconheço.

Vereador Cleiton Xavier: esses CPs foram analisados no memorial descritivo?

Lucas Horta: foram analisados CPs. Não sei te falar se foram esses. Inclusive a gente
faz no nosso contrato. É obrigação nossa fazer o que foi aprovado com o que está,
fazer sobreposição do que foi aprovado, com o que está de fato em campo, entendeu?
Para a gente falar olha ele está invadindo o lote seguinte ou ele invade uma via pública.
A gente tem que apontar tudo isso.

Vereador Cleiton Xavier: o porquê da pergunta é porque o laudo da Superintendência


Municipal da Política Urbana consta esse CPs 162111G, 162541F, 1621542F, 162543F
e 16255544F. E aí, o que acontece? Já no memorial só consta o CP 162111G. Você
sabe por que não consta do memorial todos os outros?

Lucas Horta: não, isso não sei, porque às vezes há um lote inserido só em um único
CP. Ele não pode ser inserido mais, não houve desdobramento do CP depois do
trabalho realizado. Isso realmente eu não sei te falar.

Vereador Cleiton Xavier: Senhor Lucas, como o senhor conseguiu identificar o imóvel
fotografado no seu memorial era o imóvel do endereço da Avenida Pedro I, tendo em
vista que estava sem número?

Lucas Horta: eu não sei a documentação que foi nos repassada na época, mas, por
exemplo, aí houve a leitura de um documento falando a esquina ali da frente para a rua
Pedrinhas, frente tantos metros para frente, para a rua tal, tantos metros pela Avenida
Pedro I. Ok, isso já bastaria de você ir lá identificar isso e fazer. Você consegue, através
de ferramentas de desenho, fazer esse casamento. Você tem imagens de satélite hoje
públicas, você consegue fazer essa definição, bem como a documentação que a

282
Prefeitura fornece. Aí você tem registro do imóvel e você faz a para poder ver se é o
mesmo imóvel que você está trabalhando você faz isso em cima do registro, em cima
da planta aprovada pela prefeitura, em cima da imagem de satélite em cima do
levantamento de campo. Então você tem como amarrar tudo isso e com uma precisão
muito boa falar, olha, ele está no local certo ou não ele não está no lugar certo. Mas
você identifica um imóvel e consegue sim desenhá-lo e colocar a área certinha que está
sendo desapropriada, a área necessária.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Senhor Lucas é que eu fiquei até muito
impressionada é que pegaram dois documentos que o senhor fez de um imóvel de uma
desapropriação de 2009. Foi por isso que chamou nossa atenção. E a gente teve tanto
interesse na oitiva do Senhor. E eu te agradeço que o senhor tá esclarecendo muita
coisa para a gente. Juntaram um documento com informações, direcionando a um
imóvel e com informações outras sem assinar. Um documento de 2020 juntaram outras
plantas dando a entender no processo que isso era uma continuidade daquele trabalho
do Senhor. E aí ficou muito claro para a gente que na verdade não é.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então eu lamento. Isso inclusive me assusta


também.

Lucas Horta: isso me assusta muito, porque é usar, tipo assim, o meu nome, o nome
da minha empresa, que a gente tem mais valioso hoje é um nome nosso, para poder
fraudar um documento. Eu pediria que ficasse registrado e caso tenha ocorrido isso, eu
fosse municiado para tomar minhas devidas providências.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós vamos encaminhar para o senhor essa
documentação para o senhor ver com os próprios olhos e aí, inclusive para o senhor
mostrar que o documento do senhor não está vinculado a essas informações, que elas
não foram prestadas pelo senhor. O senhor conhece o Procurador Dr. Fernando Couto
Garcia?

Lucas Horta: não.

283
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque no documento que tem assinatura digital
embaixo, foi ele quem fez a juntada do seu memorial descritivo, do seu relatório
fotográfico para fins de desapropriação. Todos na mesma data, no mesmo horário, dia
12 de agosto de 2020, às 18 horas 12 minutos e 30 segundos, seguido desse
documento começando com prezados com várias afirmativas, data de 30 de julho de
2020 e sem assinatura.

Lucas Horta: não, eu não tinha nenhum vínculo com prefeitura, com nada nessa
época, em plena pandemia inclusive.

Vereador Wesley Moreira: vamos deliberar, inclusive junto a esse memorial descritivo.
Nós temos uma parte abre aspas, um de seus objetos da ação de desapropriação
imóvel situado na Avenida Pedro I, sem número de propriedade presumível do espólio
de Moisés Kalil. Mais adiante consta abre aspas, por se tratar de uma área indivisa,
não é possível afirmar com segurança que toda a área remanescente, que pertence ao
espólio de Moisés Kalil e seus herdeiros. Essas afirmações foram feitas pelo senhor
nesse memorial descritivo?

Lucas Horta: está no memorial descritivo da SUDECAP?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está naquele documento que foi juntado ao seu
trabalho com essas afirmativas e sem assinatura, levando a crer que o senhor tinha
feito essa análise.

Lucas Horta: não, e mais uma vez eu reafirmo toda documentação que nós
entregamos para a SUDECAP, ela está em papel timbrado do município e nosso, em
formulário padrão do município para inserir essas informações. É esse de 2020 que
vocês estão falando?

Vereador Wesley Moreira: isso mesmo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu vou fazer só mais duas perguntas finais. Teve
uma perícia onde foi fixado o valor de indenização que consta esse imóvel CT 61 com
uma metragem que é 1.362,14 metros quadrados. E aí na verdade a gente fez com

284
base nesse documento que não foi o senhor que redigiu, mas levaram a crer que tinha
sido o senhor. Essas indenizações a gente consegue saber quem recebeu?

Lucas Horta: sim, o trâmite normal de um processo de desapropriação na Justiça você


tem lá a propositura da ação feita pelo município ou quem tem o poder sobre aquela
área através de uma declaração de dado de utilidade pública. E nesse caso oMunicípio
tem uma DUP embasando isso, informando o imóvel. Com toda essa documentação
que a gente elabora, processo com memorial descritivo, informando cópia da matrícula,
informando o real proprietário ou posseiro, ou se for o caso os dois. A gente informa
tudo isso. Tem o laudo de avaliação elaborado pelo Município que dá valor a esse bem.
A parte contrária ela é citada para poder contestar isso. Ainda mais não sei se quando
tem benfeitoria ela é citada, quando não tem benfeitoria, aí o Município tem urgência
ele já pede uma imissão na posse e o juiz pode dar ou não. Aí depois vem uma perícia
para poder discutir valor e esse valor ele é depositado em juízo e depois para poder ser
levantado esse valor, tem lá um alvará para poder levantar esse valor, rol expedido pelo
juiz e teoricamente tem inclusive quem sacou esse alvará, se foi procurador, se foi a
parte. Isso tudo está no processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí para ter acesso a isso eu tenho que saber
onde está o imóvel e ninguém vai desapropriar aquilo que não se sabe onde está, não
faz sentido.

Lucas Horta: sem poder fazer o cadastro lá atrás. Se você tem que fazer o cadastro,
ele é feito com alguma coisa que está ali. Não tem como fazer um cadastro técnico,
memorial descritivo de alguma coisa que não existe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigado, senhor Lucas, eu já encerrei.

Vereador Wesley Moreira: o senhor Tarcísio Maciel Chaves é o advogado que


representa o ex-Prefeito Alexandre Kalil, o senhor tem aí um tempo de fala e de
pergunta.

Tarcísio Chaves: senhor Lucas boa tarde, tudo bem.

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Lucas Horta: boa tarde.

Tarcísio Chaves: bom tarde não, bom dia.

Lucas Horta: bom dia.

Tarcísio Chaves: eu estou com a cópia do memorial descritivo do senhor. Acredito que
o senhor tem uma cópia ai também.

Lucas Horta: não, não tem em minhas mãos, não tem não.

Tarcísio Chaves: mas nele vem escrito o seguinte Memorial descritivo CT 61 acho que
identifica o lote que o senhor está descrevendo, a área que você está descrevendo e
vem escrito assim: Proprietário Luciano Magno Real de Oliveira. Essa informação de
quem é o proprietário é o senhor que busca ou lhe é passado pela Prefeitura?

Lucas Horta: depende. Depende. Tem situações que a prefeitura fornece isso e tem
situações que nós temos que buscar isso. Mas em todos os casos a gente faz uma
pesquisa cartorial, no cartório competente para poder ter um documento legal que
comprove isso. Não existindo, a gente coloca uma certidão negativa, que a gente busca
até mais cartórios, falando que aquele proprietário ali não é dono daquilo, que aquele
imóvel, não está registrado no cartório.

Tarcísio Chaves: é possível. E aí nós estamos falando não desse caso específico, nós
estamos falando em abstrato. É possível que se identifique uma área e que depois se
seja surpreendido com uma série de possuidores, usucapião, venda não registrada e
se descubra que essa área é de dois, três, quatro ou mais proprietários. O senhor já
vivenciou isso?

Lucas Horta: já isso. Isso é muito comum.

Tarcísio Chaves: o senhor tem ciência, e aí o senhor já trabalhou com a Prefeitura, da


existência de índices cadastrais referente a imóveis que não são localizados com
precisão pela prefeitura e consciência da existência disso?

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Lucas Horta: não, nunca, nunca tive isso. Você pode ter problemas de divisa dos
imóveis, mas a localização do imóvel nós sempre o localizamos, entendeu? Ele pode
ter descrição um pouco diferente do que consta no cadastro da prefeitura ou consta na
matrícula, mas a identificação é sempre possível. É sempre possível.

Tarcísio Chaves: o senhor já fez trabalhos para identificar geograficamente um imóvel,


trabalho ou para a prefeitura ou para particulares?

Lucas Horta: não. Todo esse trabalho a gente tem que identificar geograficamente o
imóvel.

Tarcísio Chaves: cruzando com os dados do cartório?

Lucas Horta: cruzando com os dados do cartório e com os dados do cadastro da


Prefeitura. Isso aí a gente trabalha só com isso e a gente já fez vários isso no Brasil
inteiro. Tem algumas regiões de convívio com Amazônia, uma coisa assim. Eu acho
que lá pode sim existir. Você tem um imóvel só no papel, você não tem ele físico,
entendeu? Ou você tem um prédio de imóveis, tem região Belo Horizonte que tem isso.
Você tem um prédio de escrituras.

Tarcísio Chaves: tá bom, Sem mais perguntas. Obrigado senhor Lucas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Senhor Lucas, o senhor trabalha na prefeitura?

Lucas Horta: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor já trabalhou para a Prefeitura? A não ser
fazendo laudos para desapropriação de imóveis a serem localizados?

Lucas Horta: a minha empresa, é o terceiro contrato dela com a Prefeitura nesse
sentido.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, então eles indicam o imóvel. O senhor
localiza o imóvel? Eles nunca entregaram para o senhor imóveis não localizáveis para
o senhor localizar. Por isso o senhor desconhece isso.

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Lucas Horta: exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigado.

Lucas Horta: tem que ter pelo menos a ponta do fio do novelo para você desenrolar,
entendeu? Ninguém chega e fala assim Eu preciso desapropriar um imóvel tal, acha
onde que é. Isso não existe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vou fazer só mais uma última pergunta. Eu te
agradeço e lamento pelo senhor ter desmarcado seu compromisso, mas o senhor vai
ficar livre da gente. O senhor conhece o doutor Rodolfo Groupe?

Lucas Horta: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor nunca conversou com ele?

Lucas Horta: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok, obrigado, senhor Lucas.

Vereador Wesley Moreira: nós vamos fazer de maneira formal aqui esse pedido de
informação. Cinco dias úteis, quantos dias seriam necessários para o senhor enviar por
isso?

Lucas Horta: me dá 10 dias, porque está em um arquivo morto nosso, a gente tem
tudo isso digital e está no backup fora do servidor, para a gente pode entregar o material
de acordo com a necessidade de vocês.

Vereador Wesley Moreira: não, tranquilo.

Lucas Horta: só uma coisa, que eu estou ouvindo essa discussão toda da existência
ou não do imóvel hoje. Se isso fosse um processo judicial, o juiz nomearia um perito
para poder fazer esse trabalho e ele conseguiria dar uma precisão nessas informações,
sendo uma pessoa neutra. Então, hoje eu não sei. A gente não sabe das ferramentas
que a Câmara Municipal dispõe, mas tendo um engenheiro de confiança de vocês, ele

288
consegue fazer um trabalho neutro e apontar tudo isso para vocês do jeito que tem que
ser.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Lucas, o senhor foi lúcido nessa observação,
porque a nossa preocupação como Câmara Municipal é exatamente essa. Como que
um procurador do município, em uma discussão de cobrança de IPTU, se levanta a
hipótese de não ser localizável para se anular uma certidão ativa não contrata uma
perícia? Essa é a pergunta que não quer calar, principalmente depois de um documento
juntado ao seu, dando a imagem de que era uma continuidade da sua perícia, do seu
trabalho sem assinatura, faz direcionamentos e conclusões vindo de um Procurador e
não de um perito. Perfeita observação do senhor. Muito obrigada!

Vereador Wesley Moreira: bom, nós teremos uma extraordinária amanhã e aí nós
vamos já protocolar esse pedido de informação. Vamos enviar para o senhor.
Colocaremos aí o prazo de dez dias úteis aí para essa resposta, que mais uma vez
será fundamental aqui para a nossa comissão. Agradecer mais uma vez não só a
presença realmente nos desculparmos pelo o erro que aconteceu no início, quando
estávamos ansiosos para poder procurar o senhor. Porque um documento que foi
embasado para uma decisão muito importante, que foi tomada pelo Município para uma
desistência de uma ação. E esse documento ele encontra-se sem assinatura, então
tornou se algo muito sério e tornou se alvo dessa Comissão Parlamentar de Inquérito.
Entendemos como isso fosse uma ação de abuso de poder. Então, a sua presença aqui
hoje foi fundamental, mais uma vez, agradecer o senhor e pedir o senhor para que fique
à disposição dessa CPI.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor Lucas, nós vamos encaminhar o


documento para tomar as providências que entender necessárias.

Lucas Horta: é um questionamento que eu tenho a fazer o seguinte isso, esse


documento que foi juntado, ele foi imputado à minha pessoa ou isso é uma inferência
que deixou assim da uma coisa que está obscura? Deixa entender que o Lucas que
colocou esse documento.

289
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Foi o seguinte, ficou obscuro. Juntaram o
seu memorial descritivo, onde tem sua assinatura ao final, né? RT Lucas Ribeiro,
CREA, número, juntaram uma imagem do relatório fotográfico para fins de
desapropriação que o senhor fez, que eu nem sei se esse documento tem outras partes
ou não. Só aquela que a gente mostrou. O documento seguido começa com Prezados,
várias afirmações, inclusive com a imagem do seu memorial descritivo e constando em
cima, conforme memorial descritivo da área desapropriada e tudo afirmando na
primeira pessoa, após detida análise da solicitação, em consulta realizada, cumpre
destacar. Então faz conclusões. E aí tem uma data e sem assinatura. Mas como foi
juntado no mesmo dia, na mesma hora, pela mesma pessoa, seguido do seu
documento, gerou essa dúvida para todos nós. Mas a dúvida restou esclarecida.

Lucas Horta: então foi tipo assim o documento não foi imputado a mim?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. Eu agradeço, viu? Muito obrigada. Desculpa
a insistência do início, mas era importante o senhor tomar essa decisão de não depor
e a gente saber que o senhor estava ciente de tudo aquilo. Então muito obrigado.

Lucas Horta: obrigado vocês.

Vereador Wesley Moreira: alguma consideração final? Então mais uma vez, obrigado.
A CPI agradece a presença do senhor, que foi um depoimento muito esclarecedor e
fundamental para os encaminhamentos que serão dados à nossa Comissão
Parlamentar de Inquérito. Então o senhor está aí, dispensado? Muito obrigado. Então
é isso, às onze horas e vinte e um minutos declaro encerrada essa reunião. Um abraço.

Às 11h21m foi encerrada a reunião.

2.11 - DA 11ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h46, do dia 31 de março de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 11ª Reunião Ordinária11 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador

11
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/reuni%C3%B5es/11%C2%AA-reuni%C3%A3o--
-comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---cpi-abuso-de-poder-na-pbh-31-03-2023

290
Wesley Moreira, com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira,
Cleiton Xavier, Gilson Guimarães e Helinho da Farmácia.

Foram aprovados Requerimentos de Comissão com pedidos de


informação sobre o depoimento do Sr. Lucas Horta e sobre o imóvel localizado na Rua
das Pedrinhas, número 253, bairro Venda Nova, em Belo Horizonte.

Passou-se para a oitiva do Sr. Jean Matos Duarte, Diretor Presidente da


Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte, do Sr. Angelo
Riso Neto, Gerente da Gerência de Manutenção do Cadastro Territorial Multifinalitário
da PRODABEL, e do Sr. Carlos Roberto Bortoni, Diretor de Sistemas da PRODABEL,
para prestar depoimento sobre as informações do sistema CTM, a guarda e
digitalização da documentação original de lançamentos tributários, bem como dos
processos de geolocalização de imóveis em Belo Horizonte.

11ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: às 09h46 minutos, damos início à 11ª reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito, titulada CPI Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte.
Neste momento farei a chamada dos vereadores que compõem essa comissão.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: presente presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: presente

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.


Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães.

291
Vereador Gilson Guimarães: bom dia! Presente.

Wesley Moreira: então com a presença dos vereadores Wesley, Fernanda Pereira,

Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Helinho da Farmácia que compõe essa comissão e a

presença ilustre também da Professora Marly, do nosso amigo vereador Gilson

Guimarães vamos dar prosseguimento aqui a ordem dos trabalhos. Hoje nós não temos

a aprovação de ata.

O segundo item da pauta é uma oitiva cuja finalidade é intimar o senhor Jean Matos
Duarte, da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte, para
prestar depoimento acerca das informações do Sistema CTM da Guarda e digitalização
da documentação original de lançamentos tributários, bem como dos processos de
geolocalização de imóveis em Belo Horizonte. Gostaria só de avisar o senhor Jean, né
e tem outros dois que estão acompanhando ele, lá, é o senhor, acho que tem o nome
aqui, é o senhor Ângelo Rizzo Neto e o senhor Carlos Roberto Bortone, que nós vamos
apenas aqui apreciar 2 requerimentos que estão na pauta e aí retornaremos aqui, coisa
de cinco minutos.

Vereador Wesley Moreira: vamos lá. Requerimento de comissão número 713/2023 é


o pedido de informação. Destinatário Lucas Ribeiro Horta. Finalidade: obter
informações acerca do depoimento prestado pelo destinatário em 30 de março de 2023,
de autoria dos vereadores Uner Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira
Altoé e Wesley Moreira.

Em discussão, em votação. Como vota a Vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o vereador Ciro Pereira

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

292
Vereador Wesley Moreira: como vota o vereador Cleiton Xavier

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo, seu presidente.

Vereador Wesley Moreira: como vota o vereador Gilson Guimarães

Vereador Gilson Guimarães:

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Eu também voto com requerimento. Então fica
aprovado requerimento de comissão 713/2023.

Requerimento de Comissão 714/2023 é um pedido de informação. Destinatário:


Prefeito de Belo Horizonte Fuad, Secretário Municipal de Política Urbana, João Antônio
Fleury, Diretor Presidente da ProdaBel o senhor Jean Matos. Finalidade: obter
informações sobre o imóvel localizado na Rua das Pedrinhas, número 253 Venda Nova,
Minas Gerais, de autoria dos vereadores Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Fernanda Pereira Altoé e Uner Augusto. Em discussão em votação, como vota a
Vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: de acordo também com o presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo, presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

293
Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães

Vereador Gilson Guimarães: de acordo, presidente.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, fica aprovado o


Requerimento de comissão 714/2023. Outros assuntos, resposta a requerimentos e
indicações da Comissão, Ofício em Resposta ao Requerimento de Comissão 463/2023,
de autoria dos vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Fernanda Pereira Altoé, Uner
Augusto e Wesley Moreira. A resposta é de número 225, foi enviada pelo Secretário
Municipal Adjunto de Governo, Leonardo Amaral Castro.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Com isso nós finalizamos aqui a parte dos
requerimentos que estavam em pauta e vamos agora partir para a nossa oitiva.

Vereador Wesley Moreira: muito bem, então vamos retornar a oitiva. Comunico aqui
já a presença e já agradeço e muito aqui a presença do senhor Jean Matos Duarte, que
é o diretor presidente da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo
Horizonte, também está acompanhando o senhor Jean de maneira remota, o senhor
Ângelo Rizzo Neto, gerente da Gerência de Manutenção do Cadastro Territorial
Multifinalitário, da empresa de informática e informação do Município de Belo Horizonte
(Prodabel) e também o senhor Carlos Roberto Bortone, diretor de Sistemas da
Prodabel. Inclusive, se possível, gostaria até de pedir que os mesmos já ligassem as
suas câmeras. Senhor Jean, bom dia, senhor Jean.

Jean Matos Duarte: bom dia vereador Wesley e a todas as vereadoras e vereadores
presentes nessa sessão.

Vereador Wesley Moreira: ok? Muito obrigado. Bom dia senhor Ângelo.

Ângelo Rizzo Neto: bom dia ao vereador Wesley e a todos os Vereadores presentes
aí.

Vereador Wesley Moreira: também bom dia ao senhor Carlos Roberto.

294
Carlos Roberto Bortone: bom dia vereador Wesley e a todos vereadores presentes.

Vereador Wesley Moreira: ok! Sejam todos bem vindos. Também quero conceder uma
parte da mesa para o Dr. Tarcísio, que é o advogado que representa o senhor Alexandre
Kalil, seja bem vindo aí, tá? Fique à vontade. Eu quero comunicar ao senhor Jean, ao
senhor Ângelo e o senhor Carlos Roberto que neste momento vocês prestem um
compromisso nos termos do artigo 203 do Código de Processo Penal e informo que
fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade poderá incorrer no crime de falso
testemunho de acordo com o artigo 342 do Código Penal.

Foi enviada para os senhores uma declaração no chat. Não sei se vocês já estão vendo
aí. Então eu gostaria de pedir o senhor Jean que fizesse a leitura.

Jean Matos Duarte: eu, Jean Matos Duarte, 39 anos de idade, casado, residente em
Belo Horizonte, administrador, cuja atividade é desenvolvida na Avenida Presidente
Carlos Luz, 1275, prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, explicando
sempre as razões da minha ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa
avaliar-se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: muito obrigado. Senhor Carlos.

Carlos Roberto Bortone: eu, Carlos Roberto Bortone, 53 anos de idade, casado,
residente em Belo Horizonte, profissão administrador, cuja atividade desenvolvida na
Avenida Presidente Carlos 1275 Prodabel prometo dizer a verdade relatando sempre o
que souber, explicando sempre as razões da minha decisão sobre o fato ou as
circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Senhor Ângelo.

Ângelo Rizzo Neto: eu Ângelo Rizzo Neto, 57 anos de idade, casado, residente em
Belo Horizonte, analista de geoprocessamento cuja atividade desenvolvida no
endereço Avenida Presidente Carlos Luz, 1285, na Prodabel prometo dizer a verdade,
relatando sempre o que souber e explicando sempre as razões da minha ciência sobre
o fato ou a circunstância pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

295
Vereador Wesley Moreira: muito bem, agradeço a manifestação dos três. Vamos
iniciar. Vereadora Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bem. Bom dia a todos. Bom dia, Senhor Ângelo.
Senhor Jean. Senhor Carlos Roberto, obrigada pela presença. Eu vou começar com
algumas perguntas e depois os outros vereadores também vão complementando.
Ontem à tarde nós recebemos o ofício da SUREM, número 060 de 2023, datado do dia
22 de março de 2023, assinado pelo senhor Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes, que
é o subsecretário da Receita Municipal, que esteve aqui na Câmara, onde ele afirma
que o lote de Alexandre Kalil foi encontrado. Então por um simples exercício de
imaginação, levando a sério a hipótese de antagonismo político à lógica dos fatos,
encontraram o imóvel. Ainda de acordo com essa resposta, quem encontrou o imóvel
foi o senhor Ângelo Rizzo Neto da Gerência de Manutenção de Cadastro Territorial,
Multifinalitário. O senhor confirma isso, senhor Ângelo?

Ângelo Rizzo Neto: confirmo que localizei o imóvel a partir do momento que me foi
enviado as plantas do terreno.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem solicitou essa demanda para o senhor ir ao
local e encontrar o imóvel que está sumido em Belo Horizonte ‘ad eternum’ e que graças
a essa CPI nós localizamos?

Ângelo Rizzo Neto: foi aberto um processo, porque já tivemos demandas que vieram
via processo. Certo? É um fluxo que a gente tem estipulado desde 2005. Foi aberto um
processo. A princípio foi entregue uma descrição do inventário, que com ela,
simplesmente com ela, não era possível fazer a identificação, mas no momento que me
entregaram plantas do processo de inventário de Moisés Kalil com base nas plantas e
na descrição, foi possível fazer a localização do imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem fez esse pedido com base nessas plantas
de Moisés Kalil?

Ângelo Rizzo Neto: foi a Secretaria de Fazenda.

296
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor sabe desde quando a Secretaria de
Fazenda tem essas plantas?

Ângelo Rizzo Neto: bom, eu não sei te dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso foi solicitado como? Foi um ofício, um e-mail,
uma ligação, como?

Ângelo Rizzo Neto: tem uma solicitação que foi aberta. O processo foi aberto, uma
solicitação de serviço lá na empresa para a gente fazer a identificação, né com base
na descrição do terreno que fosse levantado. E eu informei que a gente não conseguia
fazer a localização desse modo, a partir dessa solicitação que chegou no início de
março e aí foram buscar os documentos do inventário e no inventário constou a
existência de duas plantas e a partir dessas plantas foi possível fazer a identificação da
área.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e considerando que toda planta do município de


Belo Horizonte a Prodabel tem, é provável que essas plantas já estivessem no sistema
da Prodabel?

Ângelo Rizzo Neto: não, não estavam no sistema da Prodabel. Nosso processo de
identificação, ele passa por uma pesquisa que ele faz, mas também a partir do
momento que é feito antes desse aumento de proprietário. Ele inclui no processo
levantamento volumétrico de a gente. Levantamentos volumétricos são deferidos, ou
seja, não tem nenhum problema de identificação da propriedade que a gente cataloga.
Mas essas plantas a gente não tinha no acervo, mas agora já as catalogamos no acervo
da empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas e as informações dos imóveis, tirando as
plantas, é possível que já estivessem no sistema da Prodabel?

Ângelo Rizzo Neto: não, a gente tem a localização espacial, a delimitação das áreas
de acordo com a realidade e a gente armazena no acervo da empresa levantamentos
que compõem processos de georreferenciamento.

297
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e em algum momento durante o processo das
cobranças de IPTU, das dúvidas, o município como responsável por cobrar as dívidas
ativas e proteger o patrimônio do município. Em algum momento a procuradoria do
município fez uma solicitação e eu falo assim antes dessa descoberta durante os
processos de execução. Em algum momento, a Procuradoria do Município fez
solicitação de informações desses imóveis?

Ângelo Rizzo Neto: para mim diretamente não, não sei te responder se teve uma
solicitação dessas para a empresa, mas não me lembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor Jean saberia nos responder isso?

Jean Matos Duarte: vereadora Fernanda não, eu não tenho essa informação.
Podemos levantar mediante requerimento dessa comissão se for necessário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: acho que pode ser uma né Wesley, a gente fazer
um requerimento formal e aí pedir inclusive que seja enviado para gente qualquer
requerimento da Procuradoria do Município em busca do imóvel perdido que foi
encontrado. Há registros de pesquisa na Prodabel para identificação deste lote. Essa
pergunta já fiz da quadra 24 ou dos índices? Eu vou questioná-los, inclusive em relação
aos três índices que identificam o imóvel e em especial também fazer perguntas em
relação a 2015 e 2017 porque são aqueles processos que vocês fizeram de
geolocalização de inúmeros imóveis em BH.

Jean Matos Duarte: vereadora, a senhora está se referindo ao aerolevantamento feito


em duas ocasiões?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso.

Jean Matos Duarte: qual a pergunta específica? Porque o aerolevantamento ele


cumpri alguns objetivos importantes. E aí a gente precisa só entender a pergunta para
correlacionar o aerolevantamento com o que se pretende.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, em relação se a procuradoria fez algum pedido
de informação para Prodabel para instruir os processos de execução, a gente vai fazer.
298
A outra pergunta seria que em 2015, 2017, queria até que vocês explicassem o que é
esse processo de localização, se é por drone, como que funciona. E aí esses índices
cadastrais da quadra 24, que são os índices desses lotes
888048W3250128880024W3250016 e 900000000X8668 se em algum momento teve
alguma identificação deles nesses processos e o senhor explica como que funciona, é
dessa identificação aérea.

Jean Matos Duarte: vereadora só para retificar os aerolevantamentos aconteceram


em 2007 e 2015.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a tá, desculpa, é sobre eles. Explica para gente o
que é, por favor.

Ângelo Rizzo Neto: o aerolevantamento por si só, ele não identifica a propriedade, ele
gera imagens de vetores para gente ver, por exemplo, desenhar a cidade como ela foi
margeada naquele período. Antes de 2005 eu estou falando de 2005 porque foi criado
um decreto, foi publicado o decreto 12089 e ele regulamentou todo o procedimento de
forma bem organizada de identificação de imóveis. Ou seja, de todo modo que você vai
gerar um novo lançamento, vai corrigir um lançamento, a partir de 2005 com esse
decreto, ele tem que passar, o proprietário ou requerente tem que abrir por um
processo, nele tem que incluir o levantamento planimétrico, com coordenadas, num
sistema de coordenadas e tudo né, com data, e incluir também a documentação de
propriedade. Aí a Secretaria de Fazenda encaminha esse processo para a Prodabel,
com base nele, a gente consegue pegar o arquivo DWG do levantamento sobre a base
cartográfica e avaliar se aquele terreno não está dando sobreposição para o
logradouro, se ele sobrepõe algum terreno já mapeado. Então, a partir de 2005, tem
todo um procedimento que a gente vem evoluindo de identificação territorial dessas
áreas. Antes disso a gente não tinha esse procedimento. Então a gente tem índices
cadastrais, que eles foram criados, gerados sem esse procedimento. E o que acontece
é que eu tenho algumas imagens. Vocês querem que eu mostre? Eu poderia
apresentar? Pra facilitar.

299
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode, a gente até vai pedir depois essas imagens
também ao longo das perguntas, mas se for importante para sua explicação, pode ficar
à vontade.

Ângelo Rizzo Neto: não é, porque eu já vou tentar explicar o processo porque esses
índices foram associados a trinta 30.000, porque houve uma mudança na numeração
deles. Eu consigo mostrar isso e acho que visualmente fica mais fácil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque inclusive teve alteração do índice, se não
me engano em 2015, e aí vocês fizeram um desses procedimentos em 2017 né.

Ângelo Rizzo Neto: esses procedimentos de 2015 e 2017 eu não me recordo. Não me
lembro disso. O que a gente participa, igual te falei, é toda vez que a gente é acionado
via processo de identificação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente tem uma resposta de que uma das
mudanças do índice aconteceu em 2015. E aí nós temos aí esse processo que vocês
fazem e que foi feita em 2017 né.

Jean Matos Duarte: vereadora a gente não tem referência a esse processo de 2017.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ficou mudo.

Jean Matos Duarte: desculpem, a gente não tem informação sobre esse processo de
2017,a gente tem informação que a Secretaria de Fazenda, que é responsável pela
manutenção dos índices cadastrais somente que os índices em apreço tiveram uma
alteração de codificação, preservando ao longo do tempo o lançamento
correspondente. Mas aí, talvez enquanto o Ângelo abre para ilustrar, seja oportuno
esclarecer que o grande desafio dos cadastros técnicos municipais de um modo geral
e sua evolução histórica é justamente compatibilizar a cidade real com a cidade formal,
justamente porque a cidade real ela vem de ocupações históricas, de questões de
propriedade, desenhos e a cidade formal é como o município regula o território e
reconhece as respectivas quadras, lotes e zoneamento muito em função de processos
de parcelamento, e que, historicamente, essa compatibilização evolui tanto com a

300
tecnologia quanto com aprimoramento de processos que, como Ângelo explicou
passou acontecer a partir de 2005 e, da mesma forma, com o aprimoramento do
relacionamento com cartórios e com o uso de tecnologias, como também o
aerolevantamento, georreferenciamento por GPS e outros recursos. Então, não
necessariamente historicamente se tinha uma compatibilização exata entre o desenho
da cidade, a cartografia que apresenta a cidade, a delimitação dos lotes que vem
evoluindo ao longo do tempo. Tinha inicialmente quadras e o relacionamento do índice
cadastral que era até então antigamente associado somente à quadra com a precisão
do lote. E isso vem evoluindo ao longo do tempo em que essas transições de cadastros,
sobre evolução e regras passam a ser refletidas ao longo do tempo nos novos
levantamentos, dos novos índices e no processo de tentar recuperar e qualificar
informações anteriores.

Então existe o desenho da cidade, vamos dizer assim, que é o cadastro técnico
trabalhado e não necessariamente tem informações sobre propriedade. Existe uma
relação de posse propriedade que o índice cadastral vem estabelecer para fins
tributários. E existe a compatibilização desses elementos, que inclusive para fins de
atribuição de posse e proprietário cadastral, a Secretaria de Fazenda faz avaliações
com relação a propriedade posse do imóvel com pesquisa em cartórios, processo esse
que veio evoluindo ao longo das últimas décadas. Eu acho importante esclarecer se
me permite, justamente porque essas coisas necessariamente historicamente andaram
estritamente casadas, como o processo que se tem hoje. E aí o Ângelo pode continuar
os esclarecimentos. Ele já conseguiu abrir a tela.

Ângelo Rizzo Neto: vocês estão visualizando minha tela?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigado. Estamos sim.

Ângelo Rizzo Neto: eu vou fazer o seguinte, eu vou mostrar primeiro para vocês uma
questão histórica que aconteceu. É muito importante para nós, para o desenvolvimento
e para a questão dos cadastros e a gente tem um cadastro que é responsável pela
aprovação de parcelamentos, atualmente da Subsecretaria de Regulação Urbana. Tem

301
o cadastro tributário que responde pelo lançamento fiscal e o cadastro da Cidade Real,
que é o que a gente não tem certo. A gente não tinha um vínculo do índice cadastral
com o lote CTM, igual o Jean falou tinha um vínculo até o âmbito da quadra. A gente
precisava visualizar o lançamento, o índice cadastral no âmbito do lote e no final de 99
a gente começa um grupo de trabalho voltado e uma das ações desse grupo foi de
representar um cadastro do IPTU e o que a gente tinha naquela época, era o que a
gente estava fazendo naquela época era a frente do imóvel. Pra cada imóvel dentro de
Belo Horizonte, a gente lançava uma frente desse imóvel. E a gente conseguiu, ao
longo dos anos, um trabalho complexo, a gente conseguiu até 2004, fazer uma
compatibilização do cadastro do IPTU com o cadastro da Cidade Real e isso nos
permitiu fazer uma série de análises e nos permitiu também vislumbrar a importância e
a necessidade de gerar um polígono. A representação desses imóveis como lote
polígono e outros procedimentos foram sendo executados. Um dos procedimentos que
se fez necessário a partir desse procedimento foi que os índices cadastrais. Aí a
Fernanda cita esse 900000000X866. Os índices cadastrais de glebas eles eram
identificados no quarteirão por 000, às vezes no quarteirão do lote com informação 00
e às vezes só no lote ou às vezes só no quarteirão com informação 00. Então teve uma
diretriz de buscar alterar isso, entendeu? Criar uma identificação de quarteirão e uma
identificação de lotes que não fosse zerado, porque tinham situações que parecia que
eram distorções, alguns problemas do cadastro. Então foi criado o procedimento, fez a
publicação do Decreto 1104 de 2003. Também seguiu o procedimento, um dos
procedimentos fundamentais na publicação do Decreto 12089 de 2005 foi que a gente
publicou o limite das zonas fiscais, mas isso facilitou porque a gente conseguiu
identificar essa que é a zona 900 essa é a 888, essa aqui é a zona 112, 113 e conseguiu
fazer um saneamento da nossa base, e uma das regras que foi feito, aí entra uma
questão, índices que estavam na situação de quarteirão, lote e vice versa, ou só
quarteirão, ou só lote 00, é em torno de 22.684 índices.

Então a lógica que a gente utilizou para fazer a conversão foi localizar a zona fiscal e
qual era o quarteirão sugerido e daí vem a questão do quarteirão 48W era pegar o
número do quarteirão, por exemplo, dentro da zona 88 qual era o último quarteirão
utilizado já no cadastro, aí era o quarteirão 47, certo? Aí o próximo quarteirão era 48 e
302
a gente colocou a letra W, porque? para facilitar aquilo ali é uma gleba. Onde tem a
letra W ou quarteirão a gente sabe que não é o índice de uma área aprovada, é o índice
de uma área não aprovada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, tendo em vista que vocês precisavam mudar
para gerar uma identificação, vocês pegaram a 0048, que até 0047 já tinha tudo
localizado como lote. Então, os seguintes que não tinham.

Ângelo Rizzo Neto: o último índice cadastral daquela zona 888 já tinha o quarteirão
47. Aí a identificação do 48 foi em função de não existir outro 48. A gente colocou a
letra W no quarteirão para saber que aquele imóvel ali era um imóvel não aprovado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não aprovado! não é não identificado. É não
aprovado.

Ângelo Rizzo Neto: não aprovado, certo? E aí o que acontece, a gente então que fez
essa transformação com 22.684 índices cadastrais, né? Esses índices muitos já tinham
localização, mas a lógica desse primeiro procedimento foi de tirar, não ter mais índice
cadastral relacionado a quarteirão e lote zerado, certo? Mas aí vem outra questão, que
quando da implantação do SIATU, vocês já conhecem o sistema. Quando a
implantação SIATU, uma das exigências para implantar foi que todo índice cadastral
tem que estar associado a uma representação geográfica do lote CTM. E aí o que que
acontece, eu vou mostrar pra vocês aqui, uns casos que são, vou pegar aqui, alguns
30 mil que ainda existem na base cartográfica, porque na época que a gente fez essa
análise foram gerados em torno de 33 mil, mas isso num universo de mais de 700 mil
índices cadastrai. A gente tinha esses 33 mil que a gente não sabia a localização exata,
saber a localização exata é saber o limite do terreno.

Jean Matos Duarte: Ângelo, você está falando isso na transição de 2005 não é isso?

Ângelo Rizzo Neto: isso, sim! Jean obrigado! Aí o que acontece, hoje ainda existem
107 imóveis nessa situação de 30 mil. Esses 107 imóveis estão espalhados aqui no
Município. Na época eram 33.000, mas isso, esse trabalho acabou direcionando e
facilitando muito o nosso trabalho de saneamento, que à medida que as pessoas

303
entregavam a gente conseguia delimitar a partir do levantamento do planimétrico, tem
muito caso que eu não posso dizer que é ali, né? eu tenho que ter certeza. Então por
exemplo, nesse índice aqui, qual foi o georreferenciamento, como é que foi
georreferenciado nesse caso se vocês não tinham localização? A gente tinha uma
localização igual o Jean falou do número da quadra, eu vou mostrar pra vocês aqui.
Vou a abrir a camada de lotes CTM e vou mostrar pra vocês o seguinte: quando eu
clico no lote aqui, e esses dois primeiros dígitos do lote CTM é a localização do setor
cartográfico, Belo Horizonte ela tem 22 setores cartográficos, os outros cinco dígitos
são o número da quadra CTM, então por exemplo, esse aqui é o setor 19, quadra
07944, os demais dígitos aqui são os números lote CTM, que são calculados a partir
da medida do perímetro da quadra, a gente vai fazendo o cálculo do número dos lotes,
certo? Como a gente tinha um volume ali de 33.000 índices que não tinha a localização
ou a localização precisa deles, mas precisavam fazer parte do cadastro, nós fizemos a
localização no centro da quadra, ou seja, a gente tinha que criar um identificador
geográfico. E esse identificador geográfico, foi um ponto de coordenadas dentro da
quadra que corresponde a um índice que está associado ao lote 30.000. E está
localização espacial dá uma ideia do índice da própria região.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Ângelo, que é aquela coordenada geográfica


78010000?

Ângelo Rizzo Neto: desculpa, qual coordenada você está falando?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você falou que tem que descobrir, que pegaram
um ponto no meio ali do da quadra.

Ângelo Rizzo Neto: de todos os índices associados a 30 mil a gente gerou um


georreferenciamento pontual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso! aí a quadra 24 tem a coordenada geográfica


78010000?

Ângelo Rizzo Neto: a coordenada geográfica tem uma numeração maior, Fernanda,
porque você tem o X e Y. Eu te mostro essas coordenadas aqui

304
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não precisa não. Era só para saber se era esse
número que tinha em um documento, que veio pra gente.

Ângelo Rizzo Neto: a coordenada desse objeto aqui é 609.472,69 e indo pra
7.807.864,69 isso é uma coordenada que nós inferimos a partir da quadra, julgando ser
a quadra para todos esses imóveis. Aí vem a questão, o seguinte, ao longo do tempo
nós fomos aprimorando esse processo de identificação, certo? Então ele foi identificado
inicialmente com o 48W beleza? Só que quando você começa a aprofundar na análise,
eu abri uma camada, que é a camada construída pela Secretaria de Regulação Urbana,
que a gente chama de lote CP, né. CP é um croqui de parcelamento é o código de
planta que faz referência a um parcelamento que foi aprovado pela prefeitura.
Quando você faz um refinamento daquela primeira geolocalização que a gente fez lá
para tirar o lote e o quarteirão do 000 e criar um meio de identificação mais plausível,
mais fácil de lidar com ela. O avanço nessa identificação fez com que, os imóveis e
mesmo que de glebas e divisas. E a gente considera como dado os imóveis que estão
em uma quadra onde já existe o parcelamento proposto pela prefeitura e ela já identifica
o quarteirão a gente pode sim, ao invés de usar o que a gente utilizou para o quarteirão
48W nós podemos sim utilizar o quarteirão que foi aprovado, ou pelo menos assim que
já tem uma tendência para aquela área. Então esse quarteirão 48W passou a ser o
quarteirão 24 porque ele acompanha a sugestão da aprovação. Na época, a gente
ainda manteve a letra W, manteve a identificação, deixou de ser 48W e passou a ter
uma identificação mais próxima de onde ele realmente está. Passou a ter a identificação
do quarteirão 24W. Hoje, para você ter ideia a gente já evoluiu, a gente aceita inclusive,
não incluir o W, desde que o lote seja indiviso, e o lote indiviso é chamado de 301, 302,
ai vai dentro dos lotes não localizados ali naquela área ou que são indivisos dentro
daquela área. Eu acho que é isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi ótimo, que é bom, até porque a gente viu a
evolução. Agora foi dado o novo índice cadastral né, já que o imóvel foi localizado que
vai ser o 888024 W3310011. Certo?

305
Jean Matos Duarte: vereadora, esse índice cadastral já foi estabelecido há mais tempo
pelo que me consta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele está estabelecido desde quando esse índice
cadastral?

Jean Matos Duarte: seria oportuno verificar nessa resposta da Secretaria de Fazenda,
eu não estou com alguns anexos que ela menciona, mas se eu não me engano,
inclusive eles relacionam a lançamentos referentes ao histórico desses índices
cadastrais e aí, de fato, esclarecimentos sobre índice cadastral e lançamentos
tributários é importante que faça pela Secretaria de Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, então a gente estava olhando pelo índice
cadastral errado né?

Jean Matos Duarte: eu não sei dizer se há erro ou não. O que a gente tem, mediante
esclarecimentos que o órgão prestou é que na verdade, com as atualizações da
evolução do processo de cadastro entre identificação de quadra, lote e a regularização
que se faz da chamada cidade formal no cadastro ao longo do tempo, e com a própria
identificação de proprietário, o índice cadastral vai evoluindo para refletir esses
atributos de identificação que o Ângelo explicou que vão caracterizar o que é uma
quadra, um lote indiviso, algo já parcelado, mas que, segundo consta na Secretaria de
Fazenda as alterações de índice cadastral não significam a perda de dados ao longo
do tempo, que é um pouco que o Ângelo tentou explicar quando ele fala da evolução
do cadastro, em que isso é natural. Na verdade, na transição de qualquer sistema ao
longo do tempo, você vai evoluindo. O sistema passa a gerenciar informações que você
não tinha antes, justamente para que não se perca informações anteriores, se toma
decisões de como compatibilizar isso ao longo do tempo. Por isso, na ocasião da
transição de 2005, esses mais de 30.000 imóveis em um universo de mais de 700.000
teve que tomar essas referências, vamos adotar no zoneamento 900, uma quadra W,
justamente para evoluir. Na medida em que isso vai evoluindo, as informações vão
sendo transportadas de um índice para o outro.

306
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como se fosse uma evolução do índice em
questão de informação que passa a ter.

Jean Matos Duarte: de atributos de verificação de localização no cadastro territorial, e


de qualificação das informações na medida que aquela gleba, aquela quadra, aquele
lote, vai sendo qualificado a partir de processos de parcelamento e reconhecimento
disso na cidade formal justamente por ter esse desafio de compatibilização. Começou
nele previamente porque a cidade ela é dinâmica, e o município acaba correndo muitas
vezes atrás de compatibilizar isso dentro dos processos de regularização no espaço
urbano.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o que chama a nossa atenção é que tem um
pedido de informação antigo nosso, não sei nem se é do ano passado, ou da CPI desse
ano, e a prefeitura falou que não tinha mais as informações em função da troca do
sistema em 2015. Mas que bom que as informações de repente apareceram de novo
né. Esses três índices que a gente fala do 88800240048 o 900.000. Então o novo índice
da localização do imóvel não foi uma evolução disso. Na verdade é porque era outro
índice que já existia, conforme vocês mencionaram de informação da Secretaria
Municipal de Fazenda, certo?

Jean Matos Duarte: conforme a informação na verdade, a Secretaria de Fazenda


coloca o índice que vai ser alterado na medida em que as informações vão sendo
qualificadas, mas que os dados de um índice para o outro são preservados. Essa na
verdade eu estou falando da mesma resposta de conhecimento da secretaria de
Fazenda que está com os senhores e senhoras nesse ofício, mas eu não consigo
explorar além disso, justamente porque a gestão do índice cadastral e das informações
associada a um índice justamente para finalidade tributária que o índice tem, são de
competências da Secretaria de Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pra eu pedir o histórico desse novo índice, que é
o índice do imóvel localizado eu tenho que pedir para Prodabel ou para a Secretaria
Municipal de Fazenda?

307
Jean Matos Duarte: o histórico do cadastro no CTN daquela localização a Prodabel
possui, mas como a gente diz, por décadas, na verdade não tinha necessariamente
uma associação do índice com a localização precisa do imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, ok.

Jean Matos Duarte: então, na situação que cheguei na transição de 2005, que na
verdade eu tinha um conjunto de índices imputados a uma quadra, ou seja, você sabia
que o imóvel estava naquela quadra, mas você não tinha uma localização precisa do
lote. Na medida em que isso vai evoluindo, os índices vão evoluindo pra referenciar
aquele índice no lote. Tanto que no processo atual, inclusive, há uma correlação de
índice com o lote se é um lote diviso ou mesmo que seja indiviso e ele consiga ter
representações do índice naquela local, inclusive com um esforço da Secretaria de
Fazenda de fazer verificações com cartórios que não meramente acontecia no
passado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente manda um pedido de informação para


saber se há uma evolução desses outros índices ou se é um índice que sempre existiu
de forma separada. E depois as informações que foram aparecendo ao longo do tempo.
O aerolevantamento foi feito em 2015 certo?

Jean Matos Duarte: aí eu acho que é importante de voltar em alguns marcos


temporais. O sistema atual que gerencia o cadastro tributário, no qual vinha evoluindo
para fazer correlacionamento com o cadastro territorial, que é o CTM que é a planta da
cidade, vamos dizer assim, da cidade formal, ele foi implantado em 2005 e a gente tem
dois aerolevantamento um de 2007 e um 2015, que ajudam a ver qual é o desenho real
atual da cidade, a confrontar com as plantas oficiais do município que são conhecidas.
E inclusive o Ângelo pode explicar tecnicamente melhor, foi em cima desses
levantamentos em que foi possível ter os limites de confrontação do lote. Porque como
o Ângelo explicou inicialmente só tinha frente ou se posicionava os pontos de
localização no meio da quadra sem ter uma precisão dos lotes. Aí o Ângelo pode
explorar melhor seus questionamentos vereadora, se ele é nesse sentido, se não ele
pode complementar.

308
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada!

Ângelo Rizzo Neto: então qual o questionamento, por favor, vereadora Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no caso do aerolevantamento da cidade para


descobrir a cidade formal, ele começou 2015 ou foi em 2007 como o Jean falou?

Ângelo Rizzo Neto: o aerolevantamento feito em 2007 ele veio subsidiar também na
atualização da base cartográfica do município de Belo Horizonte. Porque além da
imagem, vou colocar a imagem para vocês terem uma ideia do aéreo de 2015. Além da
imagem a gente recebe vetores, ou seja, uma representação de uma divisa, das
edificações. Eu consigo a partir dos vetores recebidos promover uma atualização da
base cartográfica. Um grande diferencial do aéreo de 2007 foi que a gente também
contou com o produto, que foi a de iniciar o processo de representação do lote que a
gente tinha a representação até então da testada. A gente conseguiu evoluir
geograficamente. Antes, a representação que a gente tinha era só da frente do imóvel,
com o aéreo de 2007 a gente também contratou e participou do projeto para gerar a
delimitação da propriedade do lote. Isso deu um resultado muito positivo, porque a
gente, naquela georreferenciamento que a gente fez anteriormente, com base na
frente, a gente começou a fazer com base no limite do lote e em 2015 já foi uma
evolução também dessa cartografia, principalmente porque em 2013, 2014 foram feitas
várias obras na cidade para a gente receber a Copa e foi necessário esse novo
levantamento para recadastro, cadastramento imobiliário e para gente também, com
base nessas informações que vem com muita precisão, atualizar a base cartográfica
do Município, de maneira que dê condições da prefeitura de planejar e o próprio cidadão
de visualizar o território que a gente publica isso também, num software público, com
as imagens das representações que a gente faz.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso que foi feito em 2007, essas imagens de
aerolevantamento elas depois continuam anualmente ou não? Depois eu consigo fazer
evolução dessas imagens pelo Google Earth de 2007 até hoje?

309
Ângelo Rizzo Neto: Fernanda, no nosso caso, a gente tem a ortofoto de 2007 e a
gente deixa isso disponível. Inclusive a prefeitura utiliza essas imagens, sobrepõe e as
imagens também geradas em 2015, são todas de um processo bem trabalhado, bem
técnico e cientificamente com resultado extremamente positivo para a composição de
uma cartografia de excelência. O Google, ele tem também imagens que a gente utiliza
é óbvio. Ele vem atualizando essas imagens, mas não tem o compromisso que a gente
tem de precisão. Que nossa imagem ela é respaldo para a gente, muitas vezes
utilizamos vetores que foram objetos de restituição dessas imagens definir limites.
Aí você me fala assim: Ângelo, mas como é que vocês fazem então pra poder fazer
algumas identificações usando imagens mais recentes com uma maior precisão? Foi
daí que, a partir de 2019 a gente conseguiu, felizmente, agregar na nossa equipe a
utilização do drone. Mas as imagens que a gente gera, elas são extremamente
qualificadas também, porque são já georreferenciadas utilizando essa base
cartográfica. E a gente faz isso de forma pontual, não é de todo o município. A gente
gera imagens para análise processual, gera imagens para Secretaria de Saúde no
combate à dengue, no combate à chikungunya. A gente gera imagens para a Sudecap,
para projetos de animais para a companhia urbanizadora (Urbel), pra fazer projetos
urbanísticos, mas são as filmagens de áreas pontuais. A gente hoje tem um
equipamento, um drone com NPK que gera um nível de precisão muito boa, entendeu?
Mas a gente utiliza essas imagens para direcionar a nossa equipe de topografia e fazer
levantamento topográfico do município.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: muito bom. Dá para ver detalhes inclusive. A PGM
pediu esse documento? Por exemplo, no PTA no processo tributário administrativo ou
nos processos de cobrança de IPTU ou vocês não sabem informar?

Jean Matos Duarte: a gente não tem essa informação, vereadora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu posso formalizar pela CPI esse pedido?

Jean Matos Duarte: só enviar um requerimento, que se tiver um pedido formal aqui, a
gente consegue identificar.

310
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, Obrigada. Eu vou fazer outras poucas
perguntas e já vou passar aqui para o presidente Wesley. A gente teve uma resposta
também nesse mesmo ofício, que foi uma resposta ao item 12, que fala o seguinte:
“GCTRI/DTAT não teve acesso anteriormente ao levantar ao inventário de Elias Kalil, o
que só ocorreu em fevereiro de 2023”. E eu vou até pesquisar porque se não me
engano, ano passado eu encaminhei esse inventário como indicação para a própria
Procuradoria do Município a título de sugestão, de ser uma forma de pesquisa, mas eu
acho que só resolveu fazer isso agora, esse ano, em função da CPI, por meio da
Procuradoria Geral do Município. “Assim que houve acesso, foi identificado na folha 84
do processo judicial de Inventário de Elias Kalil essa descrição do imóvel mencionado
no quesito acima, em seguida, foi solicitado ao setor de georreferenciamento da
Prodabel que fosse procedida a geolocalização do imóvel. Porém, segundo Prodabel,
apenas com essas informações não teria sido possível fazer a geolocalização, pois
dentro da quadra 024 ainda existem lotes sem identificação do índice cadastral”. E eu
até já vou adiantar em outra resposta, são só três lotes! Um do Kalil, um tio do Kalil e o
outro que a gente não sabe de quem é. “Posteriormente, após o acesso a cópia do
processo judicial de inventário de Moisés Kalil, recebido neste mês, fevereiro de 2023,
por intermédio da PGM foram identificadas plantas particulares que estavam anexadas
ao referido processo. Assim, a Prodabel, através de avaliação documental e diligência
de campo, teria identificado o imóvel original de 2057 metros quadrados, me corrijam
por favor, que seria o de Moisés Kalil, bem como os imóveis originados deste de
1.027,77 metros quadrados, se não me engano é o que ficou pro senhor Elias Kalil e
1.029,23 metros, que se não me engano, ficou para o senhor Roberto Kalil”. A gente
pode afirmar que é essa localização que vocês fizeram dessa planta, pesquisa de
campo condiz com a descrição do inventário de Elias Kalil? “A área global de 2.057
metros quadrados, medindo 52,69 metros de frente para a Rua das Pedrinhas, 44,70
metros de um lado, 40,60 metros de outro lado e, finalmente, 46,65 metros para a
Avenida Pedro Primeiro em Venda Nova, nesta capital, ficando esta parte do terreno ao
lado da Rua Campo Alegre e medindo cerca de 1.027, 77 metros quadrados”, bate com
essa descrição após somar as informações do inventário de Moisés Kalil?

311
Jean Matos Duarte: vereadora Fernanda, acho que é só para a gente poder esclarecer,
a gente não tem informações de como se deu essa questão documental entre PGM e
Secretaria de Fazenda. A gente recebeu em conjunto com a Secretaria de Fazenda
esse mesmo requerimento com essas 20 perguntas que a Fazenda respondeu, nós
respondemos também às questões 1 e 12 e tem atuação direta da Prodabel, porque as
demais questões elas são de natureza tributária, até porque o índice cadastral, e as
informações de administrações são gerenciados pela Secretaria da Fazenda. Não
temos competência para manifestar sobre esse tema.

Quando a gente recebeu esse requerimento, a Secretaria de Fazenda já tinha acionado


a Prodabel para que com base no texto que a senhora leu no memorial descritivo que
fala de medidas, confrontação com Pedro Primeiro, fala de terreno ao lado da Rua
Campo Alegre, etc, se conseguiria fazer a localização. Com base nesse texto a gente
informou a Secretaria de Fazenda que não seria possível fazer essa localização, o que
na verdade permite mais de uma interpretação para que a gente possa fazer essa
inferência, o Ângelo pode explicar tecnicamente.

Pouco antes de a gente concluir essa manifestação, no dia 13 de março último, foi nos
enviado a questão do inventário, aonde nesse inventário, para além da matrícula com
esse numeral descritivo, tinha também uma planta particular elaborado a época, em
que tinham desenhos desses lotes com as referências ali na Avenida Pedro Primeiro e
outros, em que com base nesses desenhos da planta a gente fez uma sobreposição
que permite inferir a localização desses lotes. O Ângelo pode explicar melhor e até peço
que ele mostre essa sobreposição para essa comissão, mas não é papel do CTM e não
cabe a Prodabel nessa inferência atribuir propriedade ao imóvel.

Na verdade, o que a gente fez foi pegar a planta, que na planta mencionava de quem
seriam os dois lotes que foram divididos ali na partilha do inventário e fazer a
sobreposição, mas a gente não fez qualquer inferência ou ateste de propriedade desse
processo, eu peço ao Ângelo para explicar tecnicamente e mostrar sobreposição para
poder ilustrar.

312
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada. Enquanto o senhor Ângelo está
procurando a planta, só uma pergunta. Essa planta então foi feita pelo particular? Não
é uma planta oficial do município?

Jean Matos Duarte: não, não é uma planta oficial do município. É uma planta particular,
antiga inclusive, que constava do processo de inventário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: seria interessante então com tudo isso, fazer uma
perícia para a gente localizar exatamente onde está. Já temos várias informações. O
senhor acha que é prudente?

Jean Matos Duarte: eu não sei dizer, porque, na verdade, a responsabilidade de


fiscalizar, avaliar e periciar não seria da Prodabel. A Prodabel dá o suporte técnico
quando demandado nesses processos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é uma pergunta pessoal, o senhor pode ficar a
vontade para responder ou não. Obrigada.

Ângelo Rizzo Neto: deixa eu partir primeiro dessa questão que foi apresentada, está
certo. É o seguinte: leia essa descrição por si só. Vocês estão visualizando a descrição
na luz.

Jean Matos Duarte: Ângelo, na sua tela está ainda o lote.

Ângelo Rizzo Neto: dessa descrição, por si só, ela não nos permite fazer a
identificação. Aí tem muita gente que vai falar: Ah, mas, tem a descrição, tem a medida
da rua Pedrinhas e tem a medida da Pedro Primeiro. Aí depois ele cita que o terreno
está ao lado da Rua Campo Alegre. Mas esse, pela experiência que a gente tem, a
gente sabe que se, quando ele cita as medidas de lá, se o terreno fosse que tivesse
divisa com a rua Campo Alegre, ele teria citado na documentação essa divisa, mas isso
não é citado. Ele faz a inferência de que a área de nível de 1027,77 metros quadrados,
ela está pro lado da Campo Alegre. É como se fosse ele, ele identifica o primeiro terreno
de 2057,00 metros quadrados, o de 1027,77 metros quadrados, e um de 1029,00
metros quadrados, falando que o de 1027,77 metros quadrados está para o lado da

313
Campo Alegre, no sentido da Campo Alegre, então é igual o Jean, deixou muito claro
né, muitas pessoas tem essa menção de que: Ah não, é aqui o terreno, mas gente tem
então essa menção e que eu não posso assumir essa, como sendo uma descrição
certeira, não é? E ela não é. Tanto que, quando a gente tem acesso as plantas, aí eu
não sei se você está visualizando bem, mas essa foi uma das plantas que foi
apresentada para a gente, essa é a planta aqui do terreno de 2057 metros quadrados.
Mas que é o seguinte, que é uma planta particular, reforçando isso, mas que ela não
tem sistema de coordenadas, foi feito um desenho com o limite do quarteirão antes da
desapropriação, e ela tem assim, a gente, pelo conhecimento que a gente tem, fazendo
e buscando um georreferenciamento dessa planta que eu vou mostrar para você, que
a gente recebeu essa planta de 1057 metros quadrados e na sequência que a gente
também localizou essa planta, que é o desmembramento da mesma área. A área de
2017 metros quadrados virou uma área de 1027,77 metros quadrados e outra de
1029,23 metros quadrados. Aí a gente consegue fazer um georreferenciamento. Esse
aqui já é o resultado final desse estudo referente à tela.

Jean Matos Duarte: Ângelo, a sua tela não está passando para a gente não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui pra gente tá.

Ângelo Rizzo Neto: tá passando pra vocês, vereadora?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o título Plantas Constantes do inventário, de


Moisés Kalil, acho que eu acho que é o quarto slide.

Jean Matos Duarte: isso, porque ele já está mais pra frente na fala dele, ele está mais
para frente.

Ângelo Rizzo Neto: vocês estão vendo essa planta aí agora? Foi apresentada essa
planta, certo? Foi as plantas que a gente recebeu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa planta tem data, a planta particular tem data
nela?

314
Ângelo Rizzo Neto: não, me deixa visualizar aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Tem algum documento, alguma identificação de


data?

Ângelo Rizzo Neto: deixa-me pegar o arquivo original aqui, só um minutinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ou assinatura?

Ângelo Rizzo Neto: não, tem acesso a tudo de responsável técnico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E essa assinatura de responsável técnico é o


que? Algum engenheiro, alguma coisa, empresa?

Ângelo Rizzo Neto: aqui, provavelmente é o CREA de algum engenheiro. Não tá muito
claro na planta não, viu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E a gente vê que tem os furinhos. Isso aí estava
em algum arquivo, pelo visto.

Jean Matos Duarte: é um documento muito antigo, papel tá amarelado, é digitalização


na verdade.

Ângelo Rizzo Neto: é o RT do responsável técnico e tem o nome do desenhista, mas


não tem data não, da planta. Mas tem essa identificação. Então essa identificação, com
base dela e agora, aqui com a descrição a gente conseguiu fazer uma inferência na
geolocalização inicial dessa área, tá vendo? A gente conseguiu mapear. Isso eu vou
mostrar depois, na aplicação a imagem vai ficar melhor e aí sim a gente consegue
identificar a área de 2057. As informações de aprovação, e as outras informações aqui
foram importantes e a gente conseguiu chegar nas medidas que foram colocadas
naquela descrição, fazendo também a mesma coisa com o parcelamento, da compra
que foi apresentada. Sobrepomos a nossa cartografia e fizemos essa identificação
também da área, das áreas parceladas. E aí eu vou voltar a aplicação. Eu acho que vai
ficar melhor, que eu consigo até dar zoom, mas é pra mostrar pra vocês que, com a

315
descrição por si só já não consegue, com as plantas, a gente conseguiu e colocou o
que vem na descrição, as medidas e tudo. A gente conseguiu fazer uma referência
muito interessante para localizar o terreno.

Jean Matos Duarte: a Rua Campo Alegre está lá na parte interior, né?

Ângelo Rizzo Neto: isso, isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Rua com a Campo Alegre, da época desse
dessa planta particular, até hoje, ela teve ampliação ou redução do tamanho dela? Essa
informação vocês procuraram saber?

Ângelo Rizzo Neto: a Rua Campo Alegre?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, isso.

Ângelo Rizzo Neto: teve uma desapropriação ali que envolveu boa parte daquele
terreno todo ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, assim, em relação à Rua Campo Alegre,
ela reduziu ou aumentou? Foi desapropriada? Mudaram de lugar em relação à data
desse documento, dessa planta particular ou não?

Ângelo Rizzo Neto: em relação com a planta particular reduziu sim, mas é diferente,
mas não é a mesma área. Eu vou te mostrar como.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque assim, se a gente tem essas medidas
de 50 para cá, de 40 para cá, 47 pra cá, não sei quanto para cá, houve evolução da
época da planta, da época da narrativa para hoje? Porque eu acho que a gente tem
que pegar não só o de hoje, nós temos que pegar na época da narrativa, certo?

Ângelo Rizzo Neto: então, a gente consegue fazer uma sobreposição a partir do
momento que a gente conseguiu localizar o imóvel. Como a gente tem imagens antigas

316
também do território, a gente consegue fazer uma sobreposição antes da
desapropriação, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu entendi. Mas assim, se a gente tem uma
descrição, a gente tem que ver nesse documento, no cartório, qual a data dessa
descrição, certo? A gente consegue.

Ângelo Rizzo Neto: no cartório, não sei dizer não. Sei que a gente recebeu esse
parecer, essa descrição, que veio do inventário, com base nessa descrição, por si só
não consegue identificar a área, mas sobrepondo com plantas antigas, fazendo uma
análise do território, a gente conseguiu fazer a localização.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu tô falando assim. Nós encontramos e ponto.


Pra ser o mais preciso possível. Nós temos uma descrição de um imóvel em um
inventário, isso vai constar de um documento em cartório. Então se esse documento
de cartório for o ano X, a gente tem que pegar o mapa da cidade no ano X. Se nós
temos uma planta particular do ano Z, nós temos que pegar a planta da cidade no ano
Z, e, junto com a planta que seja de hoje, que seja da época da desapropriação, nós
temos que fazer uma sobreposição dessas três plantas para a gente saber a localização
exata. É o mais prudente não é?

Jean Matos Duarte: Vereadora, eu queria que o Ângelo mostrasse com base na
sobreposição onde está a Rua Campo Alegre, para poder esclarecer o porque que ele
está mencionando que somente com base no memorial descritivo, quando fala ao lado
da Rua Campo Alegre, não quer dizer que é algo contíguo à rua ou estaria margeando
a rua. Vamos dizer assim.

Ângelo Rizzo Neto:


O que está de laranja na tela é a área de 2057 metros quadrados, certo? A Rua Campo
Alegre, ela está localizada bem distante de onde está localizado o imóvel apresentado
na planta. Entendeu?
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu entendi. Eu estou querendo assim, a gente ter
o máximo de precisão.

317
Ângelo Rizzo Neto: vereadora, é o seguinte, a gente tem como, pra fazer a
identificação da situação de hoje, a gente conseguiu fazer a representação do polígono
em cima dessa imagem aí, inclusive a imagem aérea de drone dessa região ali da área
de Venda Nova, mas a gente sim consegue também sobrepor isso com a imagem mais
antiga.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu acho que seria importante. A gente pode fazer
esse pedido, por exemplo?

Ângelo Rizzo Neto: a gente teve que fazer isso, inclusive Fernanda para fazer essa
localização, entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é exatamente isso que eu queria chegar, eu acho
que é mais prudente. A gente pode fazer esse tipo de solicitação para vocês, ou a gente
tem que fazer uma indicação para a Secretaria de Fazenda fazer esse pedido?

Jean Matos Duarte: pode fazer o requerimento para a prefeitura, vereadora e aí dentro
da Prefeitura a gente distribui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque inclusive nós estamos lembrando aqui,
que em 1960 teve uma desapropriação, em 1968 teve uma venda de 5000 metros
quadrados. Tudo isso vai implicar porque? Porque assim, se nós estamos procurando,
estamos perto disso. Não vale fazermos com a planta de hoje. Se nós temos uma
descrição de x metros para cá, x metros para lá no ano X, se nós temos uma planta
desenhada à mão por um engenheiro no ano Z, se nós temos o desenho de hoje, eu
acho que nós temos que sobrepor esses três desenhos para tentar ter o máximo de
máximo fidedigno possível a localização desse imóvel. Eu acho que nós estamos
evoluindo e é muito bom.

Ângelo Rizzo Neto: eu afirmo que gente conseguiu o máximo de fidelidade aí na


localização do imóvel, porque a gente utilizou plantas antigas dessa área.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas colocando em comparação com a situação


de hoje.

318
Ângelo Rizzo Neto: sim, o que está apresentado aqui em comparação com a situação
de hoje.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá ok, obrigado. Eu vou passar para o vereador
Wesley, muito obrigado.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: pela ordem, é só um esclarecimento. Senhor


Jean, senhor Ângelo, eu não sei se eu entendi bem.

Vereador Wesley Moreira: o senhor não quer se apresentar primeiro pra eles?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: senhor Ângelo, senhor Jean, senhor Carlos,
eu sou Tarcísio, eu sou procurador do senhor Alexandre Kalil, então só uma questão
que parece para mim não ficou muito claro. Não sei se eu entendi mal, os senhores
fizeram o trabalho em cima de uma planta no inventário de Moisés Kalil. Essa planta
tem uma data?

Ângelo Rizzo Neto: na planta que nós recebemos aqui, não tem data.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Sem mais perguntas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Dr Tarcísio está até falando aqui, é importante
a gente descobrir a data dessa planta. A gente pode ver esse documento e ali tem dois
furinhos. Então isso está em algum lugar, em algum arquivo. Às vezes nesse arquivo
consta a data adjuntada ou até no próprio CREA também. A gente pode pedir.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu não falo com felicidade não, é interesse do
meu constituinte encontrar esse imóvel, por razões que eu já expliquei várias vezes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nosso também.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: exato. Se a gente olhar no processo do


Moisés, nessa edição, essa planta foi juntada, com data do protocolo significa que
aquela planta não é posterior.

319
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não me parece que isso aí é de um processo.
Olha só a posição da folha. A posição da folha está assim todo o processo. A posição é
assim, o furinho deveria estar aqui, ela vem assim, a gente pode tentar arquivar, então.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não é preciso. Mas pode nos dizer se foi
juntado antes de 1968 ou depois, esse foi antes de 68, com todo respeito ao trabalho
dos senhores, ele não prestaria para os fins a que se propôs, porque teve venda,
desapropriação. Depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não , ele vale, porque a CDA, a certidão de dívida
ativa, ela foi anulada porque não é localizável.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Mas o não localizável, não é saber
onde tá é não saber os limites precisos. Porque se a base de cálculo do IPTU é uma
questão formal e legal. Onde tá a gente sabe, na quadra 24. Agora, qual que é o limite?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o inventário de 1983.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: de Moisés?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: vamos ver, vamos ver depois e provavelmente
essa minha ideia não vai surtir efeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e provavelmente, então nós vamos encontrar o


que vai ser bom para todo mundo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: ela foi juntada depois, mas isso não vai
significar a data em que ela foi elaborada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí nós vamos ver, aí cabe ao Kalil discutir, afinal
de contas, o município não trabalha para ninguém né.

320
Senhores, eu só estou aqui olhando as perguntas. Tem algumas que a gente acabou
adiantando pra gente não fazer repetida.

Jean Matos Duarte: Ok, estamos à disposição.

Vereador Wesley Moreira: então vamos lá, agora. Às 10 horas, 59 minutos. Vou
suspender essa reunião aqui por dez minutos e nós retornaremos só para fazer um
balanço das perguntas. É bom que vocês tomem uma água, um café aí, é dez minutos.

Jean Matos Duarte: Pode tirar o compartilhamento de tela, se necessário, a gente


compartilha novamente.

Vereador Wesley Moreira: 11 minutos. Retornamos aqui a nossa reunião. Vamos lá


então vou fazer a pergunta. Aí Seu Ângelo e o Seu Carlos, já retornaram também, estou
vendo. Só aguardar eles, abre a câmara também, boa, tranquilo. O imóvel com
IC888024W3250016 foi um dos três não localizados geograficamente no quarteirão 024
Ele é o imóvel da planta CP 162111G? vocês fiquem a vontade para responder.

Jean Matos Duarte: vereador eu vou passar para o Ângelo. Vou verificar se ele tem
essa informação de pronto. Se ele não tiver, a gente pode apurar sim.

Ângelo Rizzo Neto: inclusive eu vou compartilhar a tela aqui para mostrar a localização
desse imóvel. Desse CP, tá certo?

Vereador Wesley Moreira: ok.

Ângelo Rizzo Neto: vou compartilhar aqui tá, só um minuto. Eu até aproveitei aqui só
pra mostrar também. Eu já peguei uma imagem de 2007, coloquei a imagem 2007 antes
da desapropriação da Pedro Primeiro e vou mostrar aqui que é uma referência antiga,
identifica? Ajudou também no mapeamento, tá vendo? Aqui, antes da desapropriação,
só que você tem uma ideia de que eu vou desligar essa imagem e ligar a imagem mais
recente, pra vocês que é possível, depois que você localiza o imóvel, eu tenho imagem
dele aqui com a desapropriação já, isso aqui é uma imagem de drone, e tenho condição

321
já de sobrepor com a imagem mais antiga que está mais próximo daquela planta que
foi apresentado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa imagem é de 2007 é com base em qual o
índice cadastral?

Ângelo Rizzo Neto: não, essas imagens Fernanda são resultado da era fotogrametria,
então a imagem por si só não está associada não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então o senhor associou agora em função do que
foi descoberto né?

Ângelo Rizzo Neto: então não consigo sobrepor as imagens que a gente tem. No
momento que a gente tem elas georreferenciadas, eu consigo depois que a gente
localizou também essas inferências. Respondendo ao vereador Wesley, esse polígono
que eu abri aqui são polígonos de lotes parcelados e aprovados em planta de
parcelamento. Eu coloquei aqui, por exemplo, vou dar um zoom específico nessa área.
Então o rótulo que eu coloquei aqui é relacionado ao número do quarteirão 024 lote 1.
Eu vou mudar o rótulo desse para ficar no número do CP, que é o que você vê na hora
de passar, aqui vou colocar o número 8 agora com o número do CP. Então, por exemplo,
o CP 162111G corresponde a esse imóvel aqui, entendeu?

Vereador Wesley Moreira: certo.

Ângelo Rizzo Neto: os outros CP´s 16254, 544F, 542F, 543F, eles também estão
identificados aqui, inclusive o 541F que está na divisa do terreno que a gente
georreferenciou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma dúvida, então, o amarelinho lá em cima é


o que hoje a gente tem em função da pesquisa e de todos os levantamentos, certo? O
azulzinho que a gente falou, o número que a gente falou agora é esse azulzinho mais
estreito.

322
Ângelo Rizzo Neto: o azulzinho aqui é o CP que o vereador Wesley questionou, o CP
162111G, ele aprova um parcelamento que traz essa representação que está
sobreposta na base cartográfica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, e esse daí do azulzinho? Considerando a


desapropriação, aquela outra imagem mais recente, como é que ele estaria você
consegue mostrar para a gente?

Ângelo Rizzo Neto: consigo. Então aqui eu estou mostrando a imagem de 2007 certo?
Vou mostrar a imagem que foi gerada em agosto de 2022. É uma imagem que a gente
fez um trabalho específico da ADE Venda Nova, aqui, entendeu? Estão visualizando
bem?

Vereador Wesley Moreira: agora sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora sim. Então esse é o 162111G?

Ângelo Rizzo Neto: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que foi aquela documentação inclusive, que
juntaram com o do senhor Lucas Horta, que depôs aqui para a gente ontem.

Vereador Wesley Moreira: perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok.

Vereador Wesley Moreira: o ofício, ele também menciona que foi encontrado um
ocupante no lote, que apresentou um título de possuidor desde 2015. Que título que foi
esse?

Jean Matos Duarte: vereador, a gente não tem informações a esse respeito. Essa
informação consta da resposta que a Secretaria de Fazenda enviou a essa casa, a
Prodabel, na verdade, o cadastro não tem, como eu já havia dito, não tem o intuito de

323
atestar propriedade ou posse dos imóveis ser feito por outros com relações, a gente
não tem informações a respeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: onde que eu pego a informação a respeito disso
na Secretaria Municipal de Fazenda?

Jean Matos Duarte: sim,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ela que é a responsável então ?

Jean Matos Duarte: considerando que ela que encaminhou as respostas eu


recomendo que volte na secretaria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Bom, o ofício fala que o lote de 2057 metros,
transferido de Elias Kalil, foi dividido em dois lote, ficando um, com Alexandre Kalil
medindo 1.027,77 metros quadrados e outro com Roberto Kalil medindo 1.029,43
metros quadrados. Informa ainda que cada lote tem seu índice cadastral próprio, ou
seja, foram devidamente parcelados. Por fim, o ofício afirma que, portanto, utilizando
as referências que se elucidaram a partir do georreferenciamento, temos que o terreno
remanescente do terreno de origem e consequentemente, dos terrenos desmembrados
da origem, corresponde ao atual lote. Falar o número que se tem CPM190401000270 .
Situação que também estabelece a localização da área remanescente dos índices
cadastrais 88888024W3250016 do imóvel com a área de terreno de 1.027,77 metros
quadrados e o 1888024W326001X2 do imóvel com área de terreno de 1.029,23 metros
quadrados e que da parte de Alexandre Kalil ficou o remanescente de 682,38 metros
quadrados. Então, em cima dessa informação, pergunta-se por que se menciona o
terreno remanescente do terreno de origem? O restante foi desapropriado, vendido ou
invadido?

Jean Matos Duarte: vereador, nós não temos essa informação. Na verdade, a tabela
foi incitada a se manifestar quando do envio da planta particular e anteriormente do

324
memorial para a tentativa, e o que o Ângelo demonstrou foi possível de localização do
imóvel mencionado na matrícula com base na planta particular que estava no
inventário. Essas afirmações sobre índice cadastral e a área remanescente não é do
nosso conhecimento. Nós fizemos foi enviar para a Secretaria de Fazenda essa
sobreposição, assim como, enviamos para sua casa e estamos apresentando aqui,
mas informações sobre desapropriação, área remanescente é a relação do índice
cadastral com as áreas demarcadas na quadra a gente não tem essa informação.

Vereador Wesley Moreira: nesse caso, então, é a Secretaria da Fazenda?

Jean Matos Duarte: Secretaria da Fazenda.

Vereador Wesley Moreira: vamos ter que chamar o Eugênio novamente aqui, vamos
convocar o Eugênio novamente, que por exemplo, a 13 seria sobre o lote de Roberto
Kalil perguntando se também foi desapropriado? Sim? Quando? Quanto que restou
dele?

Jean Matos Duarte: vereador, da mesma forma a desapropriação, ela é processada


pela Sudecap, então o CTM. o cadastro, na verdade ele é atualizado posteriormente
com os reflexos das intervenções decorrentes da desapropriação. Então, por exemplo,
o traçado da Pedro Primeiro foi alterado com a obra, na verdade, ele passou a ser
atualizado no cadastro em decorrência das informações que a Sudecap passa da nova
configuração cartográfica daquele local. Mas em relação ao processo em si, inclusive
o cadastro para desapropriação, esses também são de domínio da Sudecap.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: senhor Jean, essas informações que os senhores
enviaram para a gente, que a gente está trabalhando em cima dessas dúvidas agora
elas já foram encaminhadas para a Sudecap ou não? Porque a Sudecap, no pedido de
informação que a gente fez, lá está sem ter notícia de nada.

Jean Matos Duarte: vereadora, a gente recebeu esse requerimento no final da semana
retrasada, que foi o mesmo requerimento que a Secretaria Da Fazenda respondeu com
essas 20 questões. A submetemos à Secretaria de Fazenda informações para subsidiar

325
resposta delas que competiam a Prodabel, referente a localização desse imóvel, a
Prodabel especificamente respondeu às questões 1 e 12 a 1, naturalmente, sobre quem
na Prodabel deu a responsável pelo CTM e a 12, justamente que é sobre memorial
descritivo a relação com essa planta. As demais questões foram respondidas pela
Secretaria da Fazenda, por ter e guardar estrita correspondência, em especial com
cabaço tributário e evolução dos índices cadastrais em relação com esse espaço
geográfico. Fora, isso não é do nosso conhecimento que o mesmo requerimento ou
requerimentos equivalentes de ter sido encaminhado à Sudecap e respostas que não
consigo responder a senhora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: perfeito. Então acho que a gente vai ter que fazer
um novo questionamento à Sudecap indicando toda a informação que a Fazenda
encaminhou para Prodabel, mas me parece que não encaminhou para a Sudecap,
porque a gente pediu alguns documentos, algumas informações e eles não tinham. Ok,
obrigada.

Vereador Wesley Moreira: certo! Bom, em anexo ao ofício da Surem número 60 de


2023. Há uma certidão do 6º Cartório de Registro de Imóveis de BH, atestando que não
há imóveis em nome de Alexandre Kalil, mas que se encontram lá arquivados e
pendentes comunicações sob determinações judiciais relativos a bloqueio,
indisponibilidade e impedimento de transferências em nome de Alexandre Kalil, foi
informado a Prodabel desde quando há esses registros?

Jean Matos Duarte: vereador, na verdade, essa diligência é feita pela Secretaria de
Fazenda para fins de verificação de propriedade do imóvel para fins tributários. Na
verdade, a Prodabel não é necessariamente informada sobre a propriedade e
titularidade de imóveis, porque não cabe à empresa gerenciar esse tipo de informação,
ainda que ela seja utilizada pela Secretaria de Fazenda para as apurações de natureza
tributária nos sistemas, a Secretaria de Fazenda usa, mas não é uma informação que
ela é comunicada a Prodabel, ela precisa ser comunicada a Prodabel para fins de
propriedade. Como o Ângelo disse no começo, na verdade a Prodabel ela recebe os
processos já instruídos pelos órgãos competentes, seja de parcelamento ou nesse

326
caso, de natureza tributária, para localização dos imóveis e compatibilização com o
cadastro. Mas a gente não diligencia sobre propriedade ou faz qualquer controle a
respeito de propriedade ou restrições em decorrência de natureza cartorial ou outros
que o imóvel possa ter.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: para a gente saber então, desde quando o
município tem ciência de que há arquivada ou pendente de comunicação, determinação
judicial sobre bloqueio, indisponibilidade e impedimento de transferência de imóvel de
Alexandre Kalil para outras pessoas. Eu tenho que olhar isso na Secretaria de Fazenda
também. Ou não, é alguma coisa relacionada?

Jean Matos Duarte: eu não tenho. Eu não tenho exatamente essa informação
naturalmente a Secretaria de Fazenda ela gerencia as transferências de imóveis para
fins tributários, mas eu não consigo precisar se seria somente com a Secretaria de
Fazenda.

Vereador Wesley Moreira: de repente não é possível que seja por esse motivo, que o
imóvel recebido por Kalil no inventário de seu pai não tenha sido transferido a ele?

Jean Matos Duarte: não temos essa informação.

Vereador Wesley Moreira: o ofício menciona lançamentos ajuizados que não migram
para o novo índice cadastral, ficando no original. Vocês conseguem explicar isso pra
gente?

Jean Matos Duarte: os lançamentos tributários nos índices cadastrais são feitos pela
Secretaria de Fazenda, então é prudente buscar esclarecimentos junto ao próprio
órgão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bem ,é porque no item 9 da resposta ao


requerimento Comissão 463/2023, eles trazem para gente informações sobre
endereço, setor, quadra e log do imóvel do índice cadastral 900.000 e aquele tantão de
número. E aí a gente tem um documento que é de dezembro, setembro de 2022,

327
quando a gente pede informação de titularidade e localização constantes do cadastro
da prefeitura desse imóvel e aí eles nos informam o seguinte: “havia o antigo sistema
SF01-IPTU, que já foi desligado e não é mais possível acessar o mesmo. Sendo assim,
o lançamento citado refere-se ao antigo, a esse 900.000 e que em 2014 foi alterado
para O888048W e depois para 888024W e que para esse ser a planta básica mais
antiga que existe no SIATU é de 2006 e que segue em anexo. E de fato, nós não temos
mais nenhuma documentação a respeito do sistema SF01-IPTU?

Jean Matos Duarte: vereadora, eu vou pedir até para o diretor Bortone complementar
tecnicamente, mas esse sistema, na verdade ele é o sistema que foi mencionado, que
passou por transição para o sistema que hoje desde 2005 é denominado SIATU que
cuida da administração tributária na transição de sistema. Na verdade, todos os dados
eles são migrados, então não há perda de dados na transição de sistemas, que pode
não existir justamente na evolução do processo e a completude de dados que se tem
hoje ou que tinha ali na transição para 2005, o novo sistema passaria a gerenciar, em
relação a dados históricos e antigos, que justamente esse processo de saneamento,
esse cerca de 30.000 imóveis de mais de 700.000, que na época tinha alguma
incompletude ou restrição de informação, pela característica daquele imóvel, daquele
quadro ou daquele lote. Então houve a transição de todos dados com a migração de
todos os dados para o SIATU. Então não tem e não tem perda de dados. E o que se
tem hoje, na verdade, que veio do sistema anterior, foi preservado, qualificado, tanto é
que o Ângelo menciona na sequência que dos 30.000 imóveis da época, hoje tem cerca
de cento e poucos imóveis, ainda tem alguma questão de apuração? Se o Bortone
quiser complementar.

Carlos Roberto Bortoni: sem nada para complementar. Na época eu era gerente do
projeto do SIATU. Eu fiz esse passo do desenvolvimento do sistema lá e a gente fez
uma migração muito criteriosa, justamente porque a ideia era desativar o sistema. A
gente até manteve o sistema durante algum tempo, mas a tecnologia dele era muito
cara e muito defasada, mas nós mantemos aqui mais uns dois anos para uma eventual
consulta, mas assim a homologação disso, dos dados conferências foram satisfatórias
e a gente trouxe todas as informações, muitas vezes, inclusive essa situação inicial que

328
a Fazenda coloca para vocês, a informação que a gente tem que estava no sistema.
Muitas vezes ela pode ser um pouco precária, porque realmente o sistema é um
sistema que foi criado em 1989. Então é um sistema muito antigo, e por isso que a
gente estava migrando para um sistema novo, que era mais sobrecarregado de
informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no caso, para a Fazenda ter dado essa
informação para a gente em setembro de 2022, eles teriam que ter consultado vocês
para ter uma informação que essa informação caberia a Prodabel fornecer?

Carlos Roberto Bortoni: não, ela está localizada no próprio sistema SIATU, houve
realmente uma consulta, se era possível reativar o sistema e a gente colocou lá depois
de 12 anos, aí não tinha mais. Possivelmente o sistema já foi desativado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas nós temos ou não as informações? Elas
migraram ou não.

Carlos Roberto Bortoni: migraram, todas as informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: elas não se perderam?

Carlos Roberto Bortoni: não se perderam.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, a informação que foi dada, ela é falsa?

Carlos Roberto Bortoni: não sei, porque não foi eu que dei a informação, vereadora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, então nós vamos ter que pedir ao secretário
Colombini, porque o senhor Eustáquio falou aqui que ele não prestou informação, que
ele só assinou o documento fazendo um compilado das respostas. Então nós vamos
ter que ver com base em qual documento e qual pesquisa foi informado para a gente
que não há mais as informações e que elas se perderam, e aí a gente vai também
requisitar então as informações para a Prodabel.

329
Jean Matos Duarte: vereadora, se você me permite. Só um ponto que é importante,
porque as informações, elas foram todas migradas e uma vez que ela foi migrada,
quando se busca uma informação no sistema atual referente a um histórico de um
registro que foi migrado, essa informação está lá, naturalmente não tem como recuperar
o sistema antigo e também porque eles ficaram ativos um tempo conforme o Bortone
relatou e foi desativado, mas elas foram migradas, não teve perda de informação na
transição

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse é o ponto. A gente não pediu o sistema
antigo, a gente pediu a informação e a resposta que nos foi dada é: “não temos mais a
informação, porque em função da migração do sistema, essas informações se
perderam”.

Jean Matos Duarte: eu entendo, aí é importante apurar com quem forneceu a


informação.

Vereador Wesley Moreira: em resposta ao item 14, consta posteriormente com a


identificação da aprovação pela Secretaria Municipal de Política Urbana, um lote nesse
quarteirão que é essa planta aí, CP 162111G e que aprovou o lote 001 do quarteirão
024 de Venda Nova. O quarteirão identificado por 048 recebeu o número 024. Desta
forma, os índices cadastrais que estavam no cadastro com a identificação do quarteirão
com índice o 048W foram todos transformados em 024. Então a parte não aprovada
acrescido da letra W, como já foi dito, que hoje pelo Sr Ângelo. Não houve alteração
dos lotes, CTM a eles associados, ou seja, o lote CP 162111G e individualizado e
localizado desde 2014. Ele é um imóvel da família do Sr. Alexandre Kalil?

Ângelo Rizzo Neto: senhor vereador, a gente sabe dizer a localização do lote 1 quadra
024 e apresentado no CP, se ele é ou não da família Kalil, é uma outra informação,
entendeu? Eu consigo te dizer que a descrição e a planta que a gente já referenciou
não estão sobrepondo a área desse CP, entendeu? São áreas distintas. Agora, essa é
a propriedade da família, eu não saberia te dizer. Eu sei que o lote 1 quarteirão 24,
representava no CP162111G, ele não se sobrepõe com a área que a gente delimitou.

330
Vereador Wesley Moreira: conclui-se pela existência de área remanescente originária
do imóvel em questão e com 682,38 metros quadrado, situado à rua das Pedrinhas,
343, para a qual está atribuído o índice cadastral 388024W3310011, sendo esse
compatibilizado com o lote CTM190401000270. Também é oportuno destacar que este
lote CTM não tinha índice cadastral associado a ele até agosto de 2022, com a
realização de diligência ao local. Com a realização de diligências no local, nesse
período, foi identificado que o imóvel é ocupado por um possuidor que declarou
formalmente encontrar-se nessa condição desde 2015. Tudo bem, Então o que significa
essa afirmativa de que o lote não tinha índice cadastral associado a ele até agosto de
2022?

Jean Matos Duarte: vereador, uma questão semelhante foi tratada antes do intervalo
e é importante esclarecer que a apuração dessa área remanescente, bem como essa
avaliação in loco do possuidor e a existência ou não de índice cadastral e sua
correlação com o CTM. Elas foram informações trazidas pela Secretaria de Fazenda e
essa referência do CTM em relação à localização feita a partir do inventário
naturalmente desejado também pela Prodabel, mas a gente não tem informações sobre
esse processo de apuração, que vem de uma diligência da Secretaria de Fazenda.

Acho que talvez é importante esclarecer novamente, porque na verdade, há uma


sobreposição e uma correlação de informações. O CTM., ele é a planta da cidade,
vamos dizer assim. Ele é um cadastro cartográfico que visa evidenciar qual é o desenho
da cidade real formal e a compatibilização disso é basicamente arruamento, lotes de
quadras e a sobreposição de plantas que são aprovadas dos parcelamentos pela
Secretaria de Política Urbana e que vão caracterizar o que a gente chama cidade formal
e que em cima dessas informações se aplica a informação do cadastro tributário, que
são os índices cadastrais e o cadastro tributário, ele, na verdade, cumpre a finalidade
de associar o índice a uma localização precisa desse imóvel, o que ao longo do tempo
não necessariamente era plenamente associado, seja porque não se tinha a
localização precisa do imóvel na quadra, seja porque processos de décadas atrás não
necessariamente fazia essa correspondência precisa do índice com CTM. Isso vai
evoluindo ao longo do tempo e hoje o processo vai ter um novo parcelamento, um novo

331
imóvel é as próprias medidas de saneamento já exigem esse cruzamento para que se
tenha essa precisão e, naturalmente, se busca fazer uma relação do índice com a
propriedade do imóvel nas diligências que a Secretaria da Fazenda mesmo mencionou
que faz com os cartórios, mas essa relação na verdade não é uma relação entre
cadastros, o CTM é um cadastro, o índice cadastral para fins tributários é outro cadastro
que tem uma correlação com atributos do CTM. Então a gente não consegue explicar,
necessariamente, a relação do índice cadastral, e como as informações do índice vão
evoluindo, a gente consegue explicar o que está no Cadastro Municipal, como o Ângelo
demonstrou sobre CP, sobre lotes, sobre quadra e essas verificações.

Vereador Wesley Moreira: Ângelo, não sei se foi o seu caso, mas foi o meu caso aqui.
Sabe quando começou essa CPI? Bem, se no início eu fiz questão de lá nesse local,
rodei esse quarteirão procurando essa área perdida que eu rodei, rodei, inclusive
perguntei para muitos moradores que moram em frente, que mora do lado e fiz mesmo
uma pesquisa lá in loco, isso não é proibido. Fui lá, foi muito tranquilo, fui lá com a
minha assessoria e durante muito tempo aqui nessa CPI, a gente recebia muitas
respostas aqui que parecia que nós estávamos procurando. Nós começamos aqui
como boçais, fomos tratados dessa forma mesmo e agora a gente tá meio que
parecendo o Indiana Jones aqui, sabe? Encontramos aí uma área perdida.

Você teve a curiosidade de ir lá, é outra coisa, se você teve a curiosidade de ter acesso
a um memorial descritivo, que foi utilizado como base principal para a decisão de
desistência da ação, isso foi o fim que a prefeitura tomou desistir dessa ação, da
cobrança em função de um memorial descritivo que ontem, quando foi aqui ouvido o
autor desse, desse memorial, ele desconheceu que o memorial dele tinha esse fim.
Não sei se você acompanhou isso ai Ângelo, acompanhou?

Ângelo Rizzo Neto: em relação a ir ao local, nossa ideia era trazer equipes de campo,
de topografia, a gente faz levantamento dos endereços da cidade com GPS, a gente
alimenta o banco de infraestrutura, com informações precisas sobre água, esgoto,
assistência à asfalto, iluminação pública, a gente esteve no local para buscar uma
localização, para entender a descrição que nos foi passada, como já informamos antes,

332
que não tinha o fluxo. Esses índices foram gerados antes da gente estabelecer o ciclo
ativo e esse fluxo foi estabelecido para evitar esse tipo de situação. Ou seja, foi tempo
de relatar o índice e corrigir o índice a partir de uma identificação geográfica. E a gente
conseguiu, com todo esforço dos técnicos da Prefeitura, da Fazenda, da Regulação ,
da Prodabel e de outras áreas e conferiram a base, que nos desse a condição de criar
esses procedimentos de localização espacial, de forma que hoje, com base tudo que
chega para a gente em termos de identificação do limite de uma propriedade ou
aparição de algum lançamento fiscal, chega ali um processo por levantamento com
informações, mas antes disso não tinha esse fluxo, entendeu?

Igual eu falei com você, a partir de 99 a gente senta, no primeiro momento pensando
em unificar cadastro, aí a gente viu que isso não era viável. O mais viável era buscar
uma representação geográfica para lançamento fiscal. E aí começa a mobilizar os
técnicos desses órgãos em busca de uma representação que nos permitiu criar e
depois com muito sucesso, a representação do lote CTM vincular o índice, cadastrar o
ocorrido e saber que o que estava antes a gente precisava trabalhar num universo de
33.000, a gente hoje tem 107 índices cadastrais. Então, evoluímos bastante, mas eu
não tenho acesso aos documentos antes disso. O que a gente também tá tudo
documentado, tudo é representação. O que a gente faz nesse documento a gente
coloca representação. Então é isso.

Vereador Wesley Moreira: você sabe que hoje lá, se você levantar um tijolo lá, a
prefeitura chega lá nesse pedaço toda aí nessa área. E hoje não pode, se chegar um
tijolo, se você levantar um tijolo. Inclusive, eu conversei com alguns moradores lá e
esse lote mesmo é de esquina, ele da rua, da outra a de lá, Rua Antônio Rocha, esse
lote de esquina, ele pertence a pessoas que foram herdeiros de um ex-prefeito,
Carlúcio, e está lá, está lá para poder vender. Mas quem comprar vai deixar só uma
placa de outdoor que está lá, porque todo e todo esse quarteirão eles tem um nome
técnico para isso que me fugiu agora, não pode levantar lá um tijolo. Conversei lá com
pessoas próximas lá e um senhor até relatou para mim lá uma briga que alguém vendeu
pra ele e ele não sabia. E aí ele começou a mexer, a prefeitura chegou lá. E o mais
engraçado é isso que é uma área que a prefeitura o tempo inteiro sabia que existia,

333
sabia que estava lá e nós aqui estávamos aqui procurando, procurando algo, um
tesouro aí escondido, procurando o Jardim do Éden. É um negócio muito engraçado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só continuar a conversa, serão poucas perguntas


para dar tempo do Dr. Tarcísio também. Vocês fizeram uma pesquisa de campo agora
com essas informações? Ou essa pesquisa de campo foi feita pelo pessoal da
Fazenda?

Jean Matos Duarte: Ângelo, por favor.

Ângelo Rizzo Neto: Fernanda, a gente só pode falar com relação ao que a gente fez.
A gente foi a campo sim.

Vereador Wesley Moreira: pode falar quando foi Ângelo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês foram lá quando? Agora?

Ângelo Rizzo Neto: então a gente percorre o território o tempo todo, o tempo inteiro,
mas especificamente para fazer esse processo é medido no momento em que foi
acionada a gente foi ao local para confirmar, verificar informações que poderiam
subsidiar com relação às referências que foram colocadas naquela descrição. Isso foi
importante para gente dizer com certeza que com aquela descrição não havia nenhuma
possibilidade de identificação do território.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas assim essa pesquisa de campo que
vocês fizeram recente, foi quando? Foi semana passada, essa semana?

Ângelo Rizzo Neto: se não me engano, foi na primeira semana ou na segunda semana
de março.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí quando vocês fazem a pesquisa de campo,


vocês conversam com as pessoas, com os moradores, para pegar as informações
adicionais ou não? Vocês vão com as informações que vocês têm para constatar in
loco.

334
Ângelo Rizzo Neto: isso depende, mas na maioria das vezes a gente tenta, a gente
conversa sim. Se a pessoa nos aborda, a gente é orientado a conversar, falar o que
que a gente está fazendo. Para você ter ideia, em agosto de 2020, nós estivemos na
região ali para fazer imageamento solicitado pela Secretaria de Planejamento por causa
da ADE Venda Nova. Então a gente é sempre acionado, vai fazer levantamento com
drone porque? Porque a gente está trabalhando aqui com a prefeitura, com a área da
saúde, no combate à dengue, são imagens importantes pra eles. Porque vocês estão
aqui hoje? Porque a gente está atualizando a informação da infraestrutura desse
logradouro ou porque tem uma movimentação de abertura de via, ou criar um novo
endereço. Então a gente está sempre indo nos locais, e na medida do possível a gente
tem que conversar sim com as pessoas para explicar inclusive o trabalho que estamos
fazendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: os questionamentos então costumam ser em


função do que você precisa atestar no seu trabalho, né? Porque a gente tem a
informação, aí provavelmente foi o pessoal da Fazenda, nós temos que questiona-los,
que eles foram ao local onde hoje está sendo identificado o imóvel e eles pegaram uma
assinatura do possuidor falando quando que ele entrou em posse do imóvel. Mas eu
acho que aí eu vou ter que perguntar para a Fazenda por que. Porque aí geram
algumas dúvidas, né? Desapropriação foi em 2013, o possuidor então tem que afirmar
que foi em 2015. Como foi essa conversa, como foi essa abordagem, se cabe ao
Município fazer isso ou não em uma pesquisa de campo.

Jean Matos Duarte: é porque a finalidade das diligências são distintas. O levantamento
que o Ângelo e a equipe na verdade do geoprocessamento da Prodabel fazem, o
objetivo é justamente ter a maior precisão e atualização possível do levantamento
topográfico, planialtimétrico da cidade, dos arruamentos, das divisas, das quadras, etc.
Eles não fazem nenhum tipo de diligência no sentido de verificar a propriedade ou
regularidade de ocupação das áreas. Na verdade, eles têm de providenciar a maior
atualização com precisão possível da situação constatada. Inclusive, ele citou aí, por
exemplo, de onde que passa duto da Gasmig e de tubulação da Copasa.

335
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora já estou finalizando mesmo. A gente sabe
que a cobrança de IPTU é na residência ou no local de trabalho, de acordo com o
Código Tributário, quem faz o lançamento? E me corrija se não me engano é no SIATU.
Para onde que tem que ter a correspondência para uma cobrança de IPTU? Quem faz
esse lançamento?

Jean Matos Duarte: o processo de IPTU Vereadora, ele é gerenciado todo pela
Secretaria de Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas quem? Quem mexe com o sistema SIATU
é a Prodabel?

Jean Matos Duarte: na verdade a Prodabel da a manutenção no sistema SIATU e as


evoluções mediante requisições e regras que os clientes da Prodabel, por assim dizer,
fazem. Ela não tem interferência direta nos processos dos órgãos e entidades para fim
dos lançamentos correspondentes no sistema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pra eu saber o histórico de quem fez, quem
colocou qual endereço, é para a Prodabel que eu peço ou para a Secretaria de
Fazenda?

Jean Matos Duarte: para a Secretaria de Fazenda e se a Secretaria de Fazenda


demandar ou não tiver condições de buscar diretamente no sistema, ela demanda a
Prodabel, e ela faz o levantamento se essa informação exige algum tipo de log, de
algum registro ou algum outro formato. Mas a princípio, os sistemas são feitos para que
o órgão gestor dos processos correspondentes tenham condições de extrair as
informações do sistema diretamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o usuário que fez uma alteração. Se eu te


perguntar quem é, o senhor vai saber me responder através de ofício.

336
Jean Matos Duarte: depende da informação, mas é prudente que o gestor do sistema
se manifeste primeiramente porque na verdade a Prodabel é provocada pelo gestor do
sistema caso ela precise fornecer alguma informação. A nossa recomendação, nesse
caso, ou em casos análogos, é que se provoque o órgão responsável pelo sistema e
se ele precisar do suporte da Prodabel ela é acionada para fornecer a informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não é qualquer pessoa.

Jean Matos Duarte: até porque, na verdade, a gente está falando do sistema da
Prodabel, mas os órgãos da prefeitura utilizam sistemas diversos, não necessariamente
serão mantidos pela Prodabel para poder abrir e possuem outros fornecedores. Então
o ponto de contato é sempre com o órgão e se o órgão demandar e a informação existir
e precisar do apoio da Prodabel para levantar, a gente providencia esse levantamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essas alterações, elas são feitas por qualquer
pessoa via algum link de internet ou não? Tem um procedimento para isso?

Jean Matos Duarte: se a senhora se refere a uma das questões do requerimento em


que a Secretaria de Fazenda menciona sobre alteração de endereço de
correspondência de IPTU, de fato que a Secretaria de Fazenda coloca é o
procedimento atual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na cobrança de IPTU do imóvel da Bernardo


Monteiro a gente teve duas alterações recentes, que é 2019 e 2020, e aí a gente tem
um código que é o PR0123456. Eu queria saber se isso é um servidor e como foi feita
essa alteração. No imóvel da Salinas a alteração foi pouco antes do início do processo
de execução do título executivo, foi feita pela internet e a gente não sabe quem fez. A
Prodabel vai saber identificar quem fez?

Jean Matos Duarte: se a informação tiver no registro do sistema, apresentado


requerimento ao órgão gestor do sistema e ele demandando a Prodabel a gente pode
apurar se essa informação existe.

337
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é importante porque nas Salinas a intimação do
processo de IPTU ficou por volta de três anos em busca de um endereço que é Rua
Domingos Costa Resenha de 110 Braúnas que não tem qualquer relação com o ex-
prefeito Alexandre Kalil a princípio, e essa alteração foi feita pela internet antes do
ajuizamento da ação, enquanto ele era prefeito de Belo Horizonte, e ainda bem que a
gente pôde observar isso. A gente fez uma indicação para a procuradoria e aí me
parece que agora eles corrigiram a intimação para pagamento do IPTU.

Vereador Wesley Moreira: as 11h e 55 minutos eu vou prorrogar essa reunião por
mais uma hora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a outra pergunta que eu gostaria de saber, a


gente consegue através de imagens da Prodabel fazer um levantamento sobre
construção e demolição de imóvel?

Jean Matos Duarte: Ângelo poderia responder, por favor, o que a gente teria
disponível.

Ângelo Rizzo Neto: então a gente consegue fazer uma sobreposição com as imagens
que a gente possui no cadastro e mostrando o que a gente tinha antes e tem hoje. E aí
o que foi vetorizado nas aerofotogrametria, por exemplo, a camada edificação de 2000
gerado em 2007, comparar com a camada de edificação de 2015. Mas precisaria
detalhar bem Fernanda, qual a sua intenção. Entender o que você quer e verificar a
viabilidade de fazer isso com a informação que nós temos de anos diferentes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse documento tem uma informação de que no
dia 1 de dezembro de 2021 foi apresentado um relatório junto com outras 56 baixas de
construção concedidas pela Secretaria Municipal de Política Urbana, onde consta uma
certidão de baixa de construção ao número 2018R03497 de 25 novembro de 2021 “que
englobou além do lote 009, os lotes 010, 011, 012 correspondentes aos índices
cadastrais 013028009001X, que é um imóvel do Kalil, 013028010013, 0130280110018
que é um imóvel do Alexandre Kalil e 013028C120012”. E aí em função dessa baixa de
construção não deveria ter sido feita automaticamente uma alteração na cobrança do

338
tipo IPTU? Onde sai de uma casa e uma loja, para uma construção de um imóvel de
mais de quatro andares.

Jean Matos Duarte: vereadora Fernanda, o processo de baixa de construção e a


sequência de atualização do processo tributário que refletem a realidade dos imóveis,
apesar de um processo que ele é executado pela Secretaria de Política Urbana no que
respeita à baixa e a parte atualização tributária pela Secretaria de Fazenda. Inclusive,
acredito que na resposta do requerimento eles esclarecem esse ponto e não há
intervenção da Prodabel nesse processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá bom, muito obrigada. E pelo visto a gente vai
ter que fazer os questionamentos para a Fazenda. No que cabia ao trabalho de vocês
já foi, pelo menos para mim esclarecido as dúvidas que eu tinha, muito obrigado. Eu
agradeço ao Sr. Jean, Carlos e o Sr. Ângelo.

Vereador Wesley Moreira: senhor Tarcísio.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: obrigado Presidente. Senhora Vereadora.


Tenho algumas perguntas. Meu nome é Tarcísio, procurador de Kalil e as perguntas
que vou fazer podem ser respondidas por qualquer um dos três, o que se sentir mais
habilitado dentro da sua área de atuação. O senhor Eugênio Eustáquio esteve aqui na
CPI e nos informou que em 2005 BH tinha em torno de 32.000 índices cadastrais
referentes à imóveis sem localização precisa. A Prodabel de 2005 até hoje fez o
trabalho similar ao que os senhores fizeram com o imóvel ora discutido para localizar
esses 32.000 imóveis? E isso implica consulta a plantas particulares, visitas em loco,
etc?

Ângelo Rizzo Neto: Dr. Tarcísio depois que a gente fez a identificação desses 30.000
índices e a gente criou um fluxo, a Prodabel no caso atua à medida que é acionada
pela Secretaria da fazenda via processo de georreferenciamento de imóvel. E ao longo
dos anos a gente vem fazendo pontualmente e resolvendo essas questões, a ponto de
chegar hoje em menos de 107 índices cadastrais. Então foi feito todo um procedimento
e à medida que a gente tinha o levantamento planimétrico, movimentação de
propriedade da área, a gente consegue tirar ela daquela situação que eu mostrei de

339
localização geográfica de ponto para transforma-lo em polígono. Então, ao longo
desses anos, após a publicação do decreto, a gente que vem trabalhando, e no nosso
caso aqui, a medida que a gente é acionado e recebe a documentação a gente tem
todo esse alinhamento via processo para fazer essa identificação.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: senhor Ângelo, só um outro questionamento.


O senhor fez a afirmação aí agora, que a própria Prodabel fez a identificação desses
32 em 2005, restando agora 100, mas fez a identificação com êxito, indicando a
localização geográfica precisa? Pergunto isso por uma questão específica, do
procedimento administrativo que anulou o índice cadastral do imóvel ora em debate,
foram anulados mais 215 além desse, por não ter localização precisa e havia
pagamento parcial de IPTU feito, situação idêntica a essa. Então eu queria que
esclarecesse isso. O senhor pode afirmar que esses 32.000 imóveis foram localizados
geograficamente pela Prodabel?

Ângelo Rizzo Neto: como eu mostrei aqui, esses 32.000 imóveis não foram
localizados. Até por isso foram identificados com o código 30.000 e foram
georreferenciados como ponto, certo? Eles não foram localizados esses 30.000. Eles
entraram num processo de identificação após a publicação do decreto, para que
paulatinamente fosse feito o trabalho de localização. Mas no momento lá em 2005, não
teve uma localização precisa desses imóveis não. Quando falo em localização precisa,
é ter delimitação da propriedade, tem identificação das divisas do terreno. Mas esses
32.000 naquela época não foram identificados desse jeito, foram identificados com o
lote 30.000 que foram georreferenciados no centro da quadra, como eu mostrei aqui no
início da nossa questão aqui.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Esclarecidos. Pela análise da planta


que pelo que eu entendi não se sabe a data dela, é possível dizer que o imóvel ora em
debate está no todo ou em parte dentro da área desapropriada pela gestão Márcio
Lacerda? Refiro-me a desapropriação do imóvel da Pedro Primeiro.

340
Ângelo Rizzo Neto: pela representação que a gente fez e como já foi lida inclusive
aqui, o imóvel foi desapropriado sim, pela Pedro Primeiro, restando uma área que
corresponde a um lote CTM que está representado na base cartográfica.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito, obrigado. Só mais um segundo. Em


relação a esses 100 imóveis que ainda restam sem identificação, acredito que seja em
torno de 100. O número não é exatamente 100. A Prodabel recebeu alguma solicitação
ou foi aberto algum procedimento administrativo para que se pudesse fazer a
localização geográfica?

Ângelo Rizzo Neto: a gente tem que receber, para localização de um modo específico
nessa situação do caso 30.000, a gente recebe isso a partir de um processo. E pra
gente fazer essa localização nós precisamos aqui do levantamento planimétrico, da
planta, da documentação de propriedade para fazer essa localização. Ao longo dos
anos a gente vem fazendo isso e esses 107 com certeza serão objeto de análise no
momento que a gente receber a documentação e tudo, a gente consegue sim fazer a
localização desse modo, a partir do levantamento que foi apresentado. Mas a gente
tem que fazer estudo, nem sempre a pessoa apresenta um levantamento as vezes que
ela sobrepõe com outras áreas e tem que fazer uma série de reuniões e discussões
pra tentar localizar esse imóvel.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o senhor sabe ou tem ciência que esse imóvel,
ora em debate, é considerado pela prefeitura desde 2003, ou seja, 14 anos antes do
Alexandre Kalil assumir pela primeira vez, imóvel sem localização precisa e, portanto
CTM 30.000. O senhor tem conhecimento desse dado?

Ângelo Rizzo Neto: com relação à propriedade não, mais que o índice cadastral, como
eu mostrei aqui, ele é um dos índices que foi pouco utilizado com o lote 30.000 para
ser incluído no sistema SIATU sim. Ele esta em uma relação de índices que a gente
também trabalhou com ele naqueles 22.600 que ele transformou. Tirou o quarteirão 00
do lote 00. É um índice que já vem com esse histórico de não localização lá de trás.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: esse lá de trás, o senhor pode precisar se é


2003?

341
Ângelo Rizzo Neto: eu trabalhei com essa informação, nós trabalhamos com a
identificação disso a partir de 2004, 2005, ou seja, antes os índices eram associados a
quadra e a partir do trabalho que a gente fez no final, 99 até 2004 que a gente foi
associando esses imóveis a representação da testada. Então, provavelmente a não
localização desse índice, tinha uma identificação no âmbito da quadra, mas não tinha
identificação no âmbito do lote. E para incluir ele no sistema SIATU, a premissa básica
era que tinha que ter uma representação de lote, então ele ele vem com histórico, sem
identificação do CTM a mais tempo sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: sem mais perguntas, presidente. Obrigado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só para complementação das perguntas do Dr.


Tarcísio, desses 32.000 imóveis que agora tem uma localização de quadra, não
necessariamente de divisas, todos foram mediante provocação da Fazenda. Ou a
Prodabel faz isso de ofício?

Ângelo Rizzo Neto: eu não posso fazer uma identificação sem ter esse respaldo,
vereadora Fernanda, a gente tem que ter um processo administrativo pra gente localizar
o imóvel com base no levantamento, com base na documentação de propriedade. Mas
como eu não tenho, eu não posso tirar o imóvel de 30.000, simplesmente porque eu
acho que é em outro local, tem todo um procedimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e do imóvel que nós estamos analisando então,
isso aconteceu esse ano?

Ângelo Rizzo Neto: no imóvel que a gente estava analisando, a gente recebeu um
processo. Vamos identificá-lo a partir das plantas que foram anexadas nesse processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse ano?

Ângelo Rizzo Neto: sim

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no momento que foi feito o PTA? Ninguém pediu ?
Que foi no ano passado.

Ângelo Rizzo Neto: Não entendi, PTA?

342
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi feito esse ano.
Ângelo Rizzo Neto: a nossa identificação foi feita esse ano.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque o processo tributário administrativo, que


justificou a desistência em um processo de cobrança desse imóvel, e o outro, foi feito
o mesmo pedido, aconteceu ano passado, então ninguém procurou a Prodabel ano
passado para fazer esse processo tributário administrativo de baixa e cancelamento?

Ângelo Rizzo Neto: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esses imóveis, 32.000 imóveis que teve a quadra
identificada, que não foram localizados, cabe a Prodabel fazer essa localização ou cabe
ao outro órgão?

Ângelo Rizzo Neto: pelo processo que a gente criou no decreto, o processo
administrativo é aberto na Fazenda, e hoje o decreto que vale é o 17.115 de 2019, mas
o processo que organizou esses procedimentos de forma bem definida é o 12089 de
2005. Todo procedimento, a localização do imóvel seja para gerar um índice cadastral
para, corrigir o lançamento fiscal, pra acertar uma compatibilização, tirar o imóvel do
lote 30.000 e localizar, é aberto o processo na Secretaria de Fazenda ou o requerente,
sabendo que ele tem que incluir o levantamento planimétrico, e a documentação de
propriedade. Feito isso, esse processo é encaminhado para a Prodabel fazer a
localização do imóvel na base cartográfica e fazer a verificação do polígono da área.
Quando a gente faz a representação do polígono e verifica se ele sobrepõe com rua,
se ele sobrepõe com outro imóvel, que já está identificado, se é área do poder público
municipal, se tem sobreposição ou não, checa a documentação, verifica se a matrícula
que foi apresentada, ela é daquela área específica, porque a gente já pegou casos que
não tinham associação. Então a gente faz toda uma avaliação documental e dos limites,
e assim que a gente defere ou indefere, a gente devolve o processo para a Secretaria
de Fazenda com o relato, semelhante ao relato que vocês têm aí, da identificação que
ele fez, falando que o que a gente fez como que a gente fez, o que foi levantado, quais
as dificuldades que a gente teve, mas que a gente sempre dá um parecer final sobre

343
aquela área, mostrando se foi possível, ou não identificar e qual seria o índice,
associando esse índice ao cadastro técnico municipal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e desses 32.000,eles não são identificados, eles
foram localizados, né? Que continuam com códigos CTM 30.000, certo?

Ângelo Rizzo Neto: hoje só 107 continuam nessa situação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então não são 32.000, com códigos CTM?

Ângelo Rizzo Neto: de um universo de 700.000 como se tinha 32.000 ali que a não
tinha localização precisa, e que precisava migrar, precisava entrar no sistema. Então a
gente criou essa questão da identificação 30.000. E após essa identificação que eu
mostrei com relação ao ponto de coordenada, foram feitos procedimentos que tinha
que e a gente identificou sim, grande parte deles foram identificados a partir desse
procedimento que a gente que realizou e vem realizando ao longo dos anos, hoje com
base no decreto 17.115 de 2019

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, código 30.000 hoje só 107?

Ângelo Rizzo Neto: Hoje 30.000 são 107.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e desses 1027 metros quadrados que tem uma
parte, então que, conforme essa avaliação, está numa parte desapropriada, restou 682
metros quadrados, Então teria aí 340 metros quadrados que teriam sido
desapropriados, certo? Assim, numa conta de padaria.

Ângelo Rizzo Neto: não, é porque o seguinte, na realidade foi desapropriada a área
de 2057, sendo que essa área de 2057 tem uma parte que é 1027, 77 e uma parte que
é 1029,23. Foi desapropriada uma área maior desses lotes e hoje eles correspondem
a um CTM só, que tem uma área aproximada de 682 metros quadrados. Entendeu? Se
quiser eu mostro isso aqui também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí essa análise, como a gente já falou antes, ela
foi feita com base naquele desenho, nas informações do inventário de Elias Kalil e do
mapa de hoje, 2023?

344
Ângelo Rizzo Neto: sim, como mostrei, a gente pra chegar naquele
georreferenciamento também utilizamos plantas antigas, foi inclusive a sobreposição
que eu mostrei aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, de repente valeria a gente fazer pedido de
perícia para fazer essa evolução do mapa original, do desenho da planta particular com
o inventário do Elias Kalil. Essas evoluções. Então é isso.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: bom, eu pedi a palavra presidente aqui só para
fazer um pequeno esclarecimento de uma questão que voltou à baila agora, mas que
é da audiência do dia de ontem. Foi ventilado nos meios de comunicação uma
informação que me parece atentatória à honra do meu cliente. E foi através de
informações que foram trazidas daqui. Não, não estou dizendo que foi dolosamente,
não é isso. Mas foi afirmado aqui, que um procurador juntou um documento, um
memorial descritivo com um relatório de fotografias com,um documento apócrifo.
Concordo, o documento é apócrifo e isso não devia acontecer em hipótese qualquer.
Vou sugerir que esse procurador seja ouvido para explicar a origem desse documento.
Agora não dá para entender, com o devido respeito, a opinião em contrário, que ali
houve por parte do procurador, qualquer intenção de falsear ou de colocar nas palavras
do senhor Lucas Horta a informação do documento apócrifo, por quê?
Portanto, aquele documento não é fraudado, por causa de quê? Se consultarmos a
petição que juntou, vamos ver que lá há uma série de documentos juntados para instruir
a petição. E tem ID’s diferentes. ID’s marca no PJe cada um desses documentos. Então
tenho ID para o documento apócrifo. Eu tenho um ID para o relatório fotográfico e eu
tenho um ID para o índice cadastral, então eu não poderia com aquilo nem verificar que
o relatório fotográfico corresponde ao índice cadastral. Eu posso porque o senhor Lucas
confirmou isso aqui, agora por isso, essa informação foi passado pro senhor Lucas, e
ele diz que ficou assustado com a possibilidade de fraude. Eu achei prudente pontuar
que, na minha modesta visão, não houve qualquer fraude por parte do procurador,
embora eu ache que ele deva explicar a origem do documento apócrifo. E uma outra
questão também importante, que foi ventilado aquele momento e agora, aqui também,
que esse documento apócrifo foi base para o pedido de extinção do processo sem ônus

345
das partes, feito pelo procurador Luís Levate e que gerou toda repercussão na
imprensa. Isso também me parece que não se confirma com as informações dos autos.
Esse documento apócrifo foi posto num Embargos à Execução, que está ligado a uma
execução promovida pelo Município, que não é a mesma execução que o procurador
pediu a extinção sem ônus, eu suponho, mas aí é suposição minha, é preciso ouvi-lo
para ver se isso é verdade, que ele pediu a extinção do processo sem ônus para a parte
e não pediu perícia qualquer, porque se ele pedisse perícia, ele confessaria que o
município não sabia a localização exata. E aí é importante dizer, a localização não é
quadra não, localização são os limites precisos, porque isso é base de cálculo do IPTU.
Então, se ele confessa isso, ele estaria cometendo patrocínio infiel, porque ele estaria
impondo um ônus sucumbência ao para o município, que no lugar dele eu não faria.
Então são esses esclarecimentos que gostaria de registrar e os faço respeitosamente
e seguros de que esta divergência de interpretação não é fruto de conduta dolosa de
quem quer que seja.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu concordo com o Dr. Tarcísio. Não foi uma
afirmação nossa, Dr. Tarcísio, nós questionamos isso, mas muito embora os ID’s sejam
diferentes, o documento apócrifo cola a imagem dos documentos anteriores nele e faz
menção a ele. São ID’s diferentes, mas ele faz menção a documentos do Dr. Lucas
Horta e consta imagens dele naquele documento. De fato, o processo em que teve
pedido de desistência não é o mesmo processo de cobrança, mas é uma cobrança
IPTU do mesmo imóvel. Não sei nem porque separaram, se é do mesmo imóvel, porque
pegaram um processo, fez a cobrança de um ano e no outro processo fez a cobrança
dos outros anos. O que gera estranheza é que sempre foi , a pedido do município,
pedido suspensão de uma execução em função de uma desapropriação e a
jurisprudência fala que não tem que suspender, porque desapropriação é modo de
aquisição de propriedade originária e não impede o pagamento, não exonera o devedor
dos IPTU’s anteriores, e não há menção de que o pedido de desistência seja em função
de um PTA, por exemplo, que depois é dado à Alexandre Kalil, no mesmo dia, pelo
procurador, e juntado pelo advogado dele, que é o Dr. Gropen no outro processo,
pedindo o arquivamento. Isso é um fato. Mas em momento nenhum nós falamos que
era uma fraude. É até importante falar aqui, o Código de Ética do OAB, lá no artigo 32,
346
fala: “O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com
dolo ou culpa” não se exige erro grosseiro. Culpa é uma situação, pode ter sido uma
imprudência colocar um documento apócrifo em um documento onde está se
questionando, e ele, como procurador do município, o dever dele é patrocinar o
interesse do município, que é a arrecadação fazendária. O artigo 34 “constitui infração
disciplinar, deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária de julgado, bem
como os depoimentos, documentos e alegações da parte contrária”. E nós temos
também o artigo 32. “ o advogado é responsável pelos atos que, no exercício
profissional, praticar” e nós temos também como advogados, a ciência de que o
documento que a gente junta pressupõe veracidade e se não tem assinatura, o
advogado responde por ele como se dele fosse. Então acho que vai ser muito
importante sim, essas oitivas, porque é no mínimo estranho. Mas eu concordo com o
senhor. Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: sobre sobre ouvi-los. Quando nós iniciamos a CPI, nós
acreditávamos que seria só uso o prazo regimental de 120 dias. Só que para nós já
está claro que vamos precisar de mais dias, porque a cada nova oitiva, a cada nova
reunião, a gente percebe que outras pessoas precisam também ser chamadas, serem
ouvidas, para que no final dessa CPI a gente entregue à sociedade belorizontina um
relatório bem fidedigno de tudo que está sendo levantado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: queria agradecer a todos que estão presentes e
nós vamos passar um videozinho.

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Apresentadora: prefeito,


tem uma questão muito controversa que foi na primeira campanha de novo agora, que
é a respeito da dívida de imóveis do senhor com o IPTU da prefeitura, e isso foi tema
da campanha, disse devo não nego, pago quando der, to apertado.
E agora tem uma notícia de quatro dias atrás de que teria sido quitada uma parte dessa
dívida. Afinal, qual é o valor da dívida? Houve uma parte quitada ou não houve?

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Alexandre Kalil: não, não
houve nada quitado, deixa eu te falar. Eu aproveitei isso muito na primeira campanha e

347
na segunda resolvi esclarecer. Eu não pago IPTU pros outros. Qualquer imóvel daquela
relação que eu devo à prefeitura, que for meu, eu doou para a prefeitura, eu doou, dou
de graça, está aqui o imóvel de presente para a prefeitura.

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Apresentadora: não são


seus?

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Alexandre Kalil: eu tenho


12% e isso é uma herança maldita. Então vamos parar com essa bobajada que eu
deixei rolar porque me beneficiava na primeira campanha.

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Apresentadora: de que


maneira beneficiava?

Vídeo do Programa Roda Viva, exibido em 30/11/2022 - Alexandre Kalil: porque eu


era igual a vocês e eu não tinha nada para mostrar. Eu não tinha centro de saúde, eu
não tinha a rua asfaltada, eu não tinha poda de árvore, eu não tinha rua recapeada.
Então eu deixei acolá. Então está colocado aqui para o Brasil inteiro que o imóvel que
for meu e eu dever IPTU dele, ele está doado à prefeitura de Belo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, só uma observação, o imóvel da Avenida


Pedro Primeiro ele não tem, é inteiro, conforme o inventário de Elias Kalil, ele ficou na
propriedade de Alexandre Kalil. Ele não tem 12%. É o imóvel que foi para ele no
inventário, em 2016 ele estava sem dinheiro, mas não é isso que fala, inclusive a
prestação de contas dele de campanha, nós temos, inclusive documento em processo
trabalhista de que havia dinheiro no exterior, mais de 1 milhão de reais. E em 2009,
curiosamente, pagava-se em dinheiro, em espécie, em envelopes, 25.000 reais pra
senhora Eloá, então nós depois vamos ver, como é que essa doação vai ser feita para
o município.

Vereador Wesley Moreira: senhor Antônio Rizzo Neto, mas primeiramente também
agradecer que não é por ordem de hierarquia e agradecer muito a presença do
presidente da Prodabel, o senhor Jean Duarte. Agradeço muito a sua participação, e
como foi importante aqui os esclarecimentos. Senhor Ângelo acabou tendo uma

348
participação assim de um tempo maior em função da área que exerce. E também
agradeço pela importância dos esclarecimentos trazidos à nossa CPI.
Agradeço também o nosso amigo Carlos Roberto Bortoni, que foi fundamental também
aqui nas suas colocações e espero que talvez não seja preciso chamá-los, mas se
necessário for, com muita tranquilidade nós iremos fazer, porque ainda há muitas
questões a serem levantadas, como assuntos que motivaram a abertura dessa CPI.
Caso vocês queiram fazer alguma consideração final, fique a vontade, senhor Jean,
senhor Ângelo.

Jean Matos Duarte: da nossa parte, acho que os esclarecimentos solicitados foram
feitos, dentro daquilo que compete a Prodabel, estamos à disposição para eventuais
esclarecimentos adicionais, se assim fizerem necessários.

Vereador Wesley Moreira: senhor Ângelo?

Ângelo Rizzo Neto: não só agradecer mesmo, uma boa tarde!

Vereador Wesley Moreira: senhor Carlos?

Carlos Roberto Bortoni: agradecer também, e estamos a disposição, se for


necessário.

Vereador Wesley Moreira: muito bom. Então, ao meio dia e vinte sete minutos, eu
declaro encerrada essa reunião. Um forte abraço a todos.

Às 12h27m foi encerrada a reunião.

2.12 - DA 12ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h44, do dia 13 de abril de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 12ª Reunião Ordinária12 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador

12
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/12%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---cpi-abuso-de-poder-na-pbh-13-04-2023

349
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Helinho da Farmácia, Gilson
Guimarães, Ciro Pereira e Fernanda Pereira Altoé.

Foram aprovados pedidos de informação sobre o ofício SUREM


060/2023, discutido na reunião anterior, sobre os depoimentos prestados à Comissão
pelos servidores da Prodabel. Foram aprovados Requerimentos de Comissão para a
realização de oitiva do Sr. Lucas Couto de Souza e do Sr. Thiago Silva Martins.

Deu-se início à oitiva do Sr. Carlos Antônio Silva Fabel, que prestou o
compromisso de dizer a verdade.

12ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: Bom dia a todos. Às 09h e 44 minutos, damos início à 12.ª
reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito do Abuso de Poder na Prefeitura de
Belo Horizonte. Farei nesse momento a chamada dos vereadores que compõem essa
comissão.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: presente presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: presente presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda Pereira Altoé

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente

Vereador Wesley Moreira: vereador Uner Augusto

Vereador Uner Augusto:

350
Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton Xavier

Vereador Cleiton Xavier:

Vereador Wesley Moreira: vereador Wesley presente

Vereador Wesley Moreira: então vamos lá, com o quórum vamos dar continuidade nas
ordens dos trabalhos. Comunicação de aprovação da ata hoje nós não temos, oitiva
finalidade: intimar Carlos Antônio Silva Fabel para pessoalmente prestar depoimento
acerca das menções a seu nome em um depoimento de Eloá Maria Starling Mendes
Ribeiro, bem como sobre as relações entre o dito ex fornecedora do município de Belo
Horizonte, Clube Atlético Mineiro, e Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte.

O senhor Carlos Antônio Fabel, ele já está aqui presente de maneira on-line e desde
já, já agradeço ao senhor pela presença nessa comissão. Nós vamos apenas aqui
deliberar poucos requerimentos que nós temos aqui na pauta e aí nós retornaremos a
nossa oitiva. O senhor mandou a mensagem no nosso chat e nós não estamos te
ouvindo. Se quiser é cumprimentar, dar um bom dia aí para testar os microfones e a
câmera também. Bom, agora a imagem deu certo. Vamos ver se a gente consegue te
ouvir. Bom dia!

Vereador Wesley Moreira: senhor Carlos, caso tenha dificuldades, eles estão
sugerindo se o senhor puder acessar algum outro aparelho, alguma coisa assim. Ou
usar um fone, a imagem tá bem tranquila aqui, só o som que por enquanto não.
Carlos Antônio Silva Fabel: “vou tentar outro equipamento”.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo, vamos aguardar então o senhor conectar por um
outro equipamento e enquanto isso nós vamos deliberando aqui, ok? Vamos lá.
Requerimento de Comissão 783 de 2023, é um Pedido de informação, destinatário ao
Prefeito Fuad Noman, superintendente da Sudecap, Henrique Castilhos Marques.
Finalidade: obter informações acerca do ofício da SUREM número 060/2023. O prazo
de resposta é de cinco dias úteis. De autoria dos vereadores: Uner Augusto, Ciro
Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira. Em discussão, neste

351
momento eu comunico a chegada desse plenário do nosso nobre amigo vereador
Cleiton Xavier. Seja bem-vindo, amigo.

Vereador Cleiton Xavier: obrigado presidente.

Vereador Wesley Moreira: boa!

Vereador Wesley Moreira: vamos colocar então em votação esse requerimento como
vota a vereadora Fernanda Pereira Altoé?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: de acordo, presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado então
o requerimento de comissão 783 de 2023. Requerimento de Comissão 784 de 2023 é
um pedido de informação. Destinatário Prefeito Fuad, o diretor Presidente da Prodabel,
Jean Mattos Duarte. Finalidade: obter a informação complementar acerca de questões
não esclarecidas sobre o ofício de Nº 062/2023, no depoimento prestado em 30 do três
de 2023. Prazo de resposta de cinco dias úteis, de autoria dos vereadores Uner
Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier e Fernanda Pereira? Em discussão em votação,
como vota a vereadora Fernanda.

352
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: de acordo, presidente.

Vereador Wesley Moreira: também o voto com requerimento, fica aprovado o


requerimento de comissão 784 de 2023. Requerimento de Comissão 785 de 2023, é
um pedido de informação. Destinatário Prefeito de Belo Horizonte Senhor Fuad e o
Secretário Municipal da Fazenda, Leonardo Colombini. Finalidade: obter informações
acerca de questões não esclarecidas sobre o ofício de Surem Nº 060/2023 no
depoimento do senhor Jean Mattos Duarte, diretor Presidente da Prodabel, prestado
em 30 do três de 2023. O prazo de resposta é de cinco dias úteis. Autoria dos
vereadores Uner Augusto, Ciro Pereira, Cleide Xavier, Fernanda Pereira e Wesley
Moreira. Em discussão. Em votação, como vota o vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: a vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: o vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro.

353
Vereador Ciro Pereira: pessoal bom dia, caiu aí o sistema de todo mundo?

Vereador Wesley Moreira: você está me ouvindo agora, amigo? Está me ouvindo
Ciro?

Vereador Wesley Moreira: fala Ciro, fala Helinho. Gilson Guimarães. Senhor Carlos
António Fabel, se o senhor quiser utilizar o microfone, será que funciona?

Vereador Ciro Pereira: Helinho, caiu aí você também, caiu?

Vereador Helinho da Farmácia: caiu.

Vereador Ciro Pereira: beleza. Eu consegui voltar. Aliás, ele.

Vereador Wesley Moreira: vocês vão ficar aí conversando entre vocês?

Vereador Ciro Pereira: reunião caiu aqui também.

Vereador Wesley Moreira: vocês vão fazer uma reunião paralela ai...
Tá me ouvindo mesmo não. Oh Helinho, tá me ouvindo ai Helinho? Tá não. Ciro me
escuta? Vou suspender então. Às 10:02, suspendo a reunião por dez minutos até que
seja sanado aqui a situação. Deixa eu chamar eles aqui.

Vereador Wesley Moreira: fala Gilson.

Vereador Gilson Guimarães: um bom dia. Conseguem me escutar agora?


Vereador Wesley Moreira: senhor Carlos, estamos escutando bem agora. Bom dia! O
senhor está nos escutando? Tudo bom senhor Carlos?

Vereador Wesley Moreira: bom dia, Bom dia! Consegue me escutar?

Vereador Ciro Pereira: bom dia! Eu consigo perfeitamente.

Vereador Helinho da Farmácia: que ótimo! Eu mudei de equipamento aqui. Peço


desculpa a todos.

354
Vereador Wesley Moreira: você não está sabendo? Não, ele não está me ouvindo. Ele
não me escuta, eu também não ouço. O Ciro não me escuta. Eles não acham que está
resolvido.

Vereador Gilson Guimarães: como estão.

Vereador Helinho da Farmácia: eu tive de mudar de equipamento aqui. Peço desculpa


a todos.

Vereador Wesley Moreira: está suspenso aqui amigo, porque vocês não estão nos
escutando, nós estamos te escutando. Avisa o pessoal que está remoto que nós
estamos, a reunião está suspensa só para sanar isso aí de vez.

Vereador Ciro Pereira: pessoal, cadê o presidente? Acabou de ir falar comigo aqui que
parece que estão nos escutando lá, mas nós não estamos escutando. Então para a
gente aguardar um pouco aí porque a reunião parece que está suspensa. Por esse
motivo eles vão tentar resolver lá e eu acho que em breve a gente já dá continuidade
aqui.

Vereador Wesley Moreira: Helinho, tá me ouvindo agora Helinho?

Vereador Helinho da Farmácia: ouço sim, agora te escutamos, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Ciro, o Senhor Carlos nos escuta também?

Carlos Antônio Silva Fabel: também, vocês estão escutando?

Vereador Wesley Moreira: sim, agora sim.

Carlos Antônio Silva Fabel: desculpa. Peço desculpa a todos porque eu tive que
trocar de equipamento, o outro deu problema.

Vereador Wesley Moreira: nada, deve ser o senhor que atrapalhou tudo aqui então,
caiu tudo.

Carlos Antônio Silva Fabel: risos… Perdão.

355
Vereador Wesley Moreira: estou brincando, mas já está resolvido, então.

Carlos Antônio Silva Fabel: isso não vai se repetir mais.

Vereador Wesley Moreira: tô brincando… Tá tranquilo aí, Gilson? Ciro?

Vereador Ciro Pereira: sim, escutamos todo mundo perfeitamente.

Vereador Wesley Moreira: então tá ok. Então às 10:05, nós… Oh meu Deus, às 09h55,
nós vamos retornar à nossa reunião.

Vereador Gilson Guimarães: eu também tô te ouvindo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: que bom Gilson, então agora está sanado. Nós estamos
no item três, nós estamos no quatro. Votou o três? Vamos colocar, já está em votação.
Então vou fazer a leitura aqui novamente. O Requerimento de Comissão 785 de 2023
é um pedido de informação. Destinatário Prefeito de Belo Horizonte Fuad, o Secretário
Municipal da Fazenda, Leonardo Colombini. Finalidade: obter informações acerca de
questões não esclarecidas sobre o ofício da SUREM de Nº 60/2023. no depoimento,
do senhor Jean Mattos Duarte, diretor presidente da Prodabel, prestado em 30 de
março de 2023, prazo de resposta cinco dias úteis, de autoria dos vereadores Uner
Augusto, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira, em
discussão, em votação, como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira.

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

356
Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: bom, eu também voto com requerimento, fica aprovado o
Requerimento Comissão 785 de 2023. Requerimento Comissão 822 de 2023.
Solicitação: Realização de oitiva, finalidade: intimar o senhor Lucas Couto de Souza,
para pessoalmente, prestar depoimento acerca da sua nomeação em cargo
comissionado na Administração Pública Municipal. Data 20 de abril de 2023, às 10:00h,
no Plenário Helvécio Arantes, de autoria dos vereadores: Fernanda Pereira, Ciro
Pereira, Cleiton Xavier, Uner Augusto, Wesley Moreira. Em discussão, em votação,
como vota o Vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho da Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento, fica aprovado o


Requerimento de Comissão 822 de 2023. Requerimento de Comissão 841 de 2023 é
uma oitiva. Finalidade: intimar Thiago Penido Martins, para pessoalmente, prestar
depoimento acerca dos documentos juntados no processo número 611.92
5950.2015.8130024, que, conforme indicação do Ofício número 2548 de 2023, de sua

357
autoria. Data 20 de Abril de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, de autoria dos
vereadores Fernanda Pereira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Uner Augusto, Wesley
Moreira. Em discussão, em votação, como vota o vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro Pereira?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Helinho?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento, fica aprovado o


Requerimento de Comissão 841 de 2023. Requerimento acabou. Resposta à
Requerimentos e Indicações da Comissão. Ofício em resposta ao Requerimento de
Comissão 304 de 2023, de autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Fernanda Pereira, Uner Augusto e Wesley Moreira.

Vereador Gilson Guimarães: Presidente?

Vereador Wesley Moreira: a resposta foi enviada pelo Clube Atlético Mineiro viu
Gilson? O remetente Presidente Sérgio Batista Coelho.

Vereador Gilson Guimarães: foi você que me chamou, Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: sim, eu votei todos os requerimentos, porque nesse


intervalo que caiu aqui, caiu ai, tá tudo certo né?

358
Vereador Wesley Moreira: foram votados todos, amigo. Te agradeço a compreensão,
que realmente teve uma falha técnica aqui.

Vereador Gilson Guimarães: até achei que tinha passado algum.

Vereador Wesley Moreira: não passou, você votou todos.


Ofício em resposta ao Requerimentos Comissão 423 de 2023, de autoria dos
vereadores Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira, Uner Augusto e Wesley
Moreira. A resposta número 230 de 2023, enviada pelo secretário municipal Adjunto de
Governo, senhor Leonardo Amaral Castro. Outros documentos recebidos pela
Comissão. Assunto: Ofício interno número 22 de 2023 apresentando formalmente
denúncia protocolada na Presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte contra o
Procurador geral do Município, o senhor Hércules Guerra, por infração político
administrativa em descumprimento da legislação de acesso à informação, bem como
solicitando encaminhamentos frente aos fortes indícios de autuação contra o interesse
público levantados pela denúncia, de autoria do vereador Gabriel. Muito bem, nós
vamos discutir rapidinho sobre, sobre esse documento recebido. Foi feita uma análise
pela Procuradoria da Casa, uma análise por todo o departamento jurídico e chegamos
ao entendimento que, mesmo que no momento essa solicitação, ela não está no escopo
da nossa CPI e que por isso, nós vamos encaminhá-lo à Comissão de Mobilidade,
inclusive Comissão, que eu sou vice presidente e hoje o nosso presidente, vereador
Bráulio Lara, que já até recebeu toda aquela documentação, fez aquelas fotos, que eles
aqueles vídeos, aquele tanto de pasta, que chegou aí e tá lá mesmo debruçando em
cima disso aqui. Então com certeza será mais um assunto que será debatido na nossa
comissão. Então eu gostaria até de propor aos nobres pares, vamos deliberar dessa
forma que esse documento será encaminhado à Comissão de Mobilidade e a Comissão
de Mobilidade fará os seus devidos encaminhamentos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu queria discutir também, Presidente. Eu


concordo. A gente fez uma análise do pedido inicial de abertura da CPI e isso não está
descrito ali. Então eu acho que no momento o mais prudente é encaminhar para a
comissão que trata do assunto de mobilidade. E eu sugiro, inclusive, a gente fazer uma

359
reflexão sobre eventual possibilidade de aditamento do objeto da nossa CPI. O doutor
Hércules Guerra, ele em algum momento acredito que ele vai ser chamado para vir
aqui, porque há a atuação dele em diversos dos processos de IPTU que nós estamos
investigando, e eu acho que é importante, inclusive, já que pode haver aí a atuação da
Procuradoria como advogado o senhor Alexandre Kalil, em processo, onde apura-se
questão de nepotismo. Eu acho, inclusive também do que a gente tem visto na CPI da
Lagoa da Pampulha, procurador do município atuando como advogado de servidor que
não é parte em processo administrativo, apenas testemunha, e com pedido até de ser
tratado como indiciado e fazendo sugestão de uso do direito ao silêncio quando há
eventual documento disso com suspeitas de fraude a licitação. Então eu acho que nós
devemos sim, nós devemos sim fazer um aditamento ao objeto da CPI para que a gente
também não fique muito limitado diante de fatos supervenientes que possam ser objeto
de atuação nossa.

Vereador Wesley Moreira: concordo plenamente com a sua colocação, é, realmente


quando nós analisamos tudo aquilo que já foi investigado e averiguado pela nossa
comissão, a gente vê em vários momentos o nome do procurador do senhor Hércules
citado. Então com certeza em breve ele será chamado aqui nessa CPI também para
fazer os seus, o seu devido depoimento, ser ouvido por nós. Tranquilo?
Mas alguém que queira discutir? Então vamos colocar em deliberação o
encaminhamento desse ofício à Comissão de Mobilidade, ok? Como vota o Vereador
Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: eu sou a favor de que seja deliberado nessa manhã,
remetendo para a Comissão de Mobilidade.

Vereador Wesley Moreira: ok. Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Ciro? Ciro? Não deu. Vereador Helinho da
Farmácia?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo, senhor Presidente.

360
Vereador Wesley Moreira: obrigado. Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Vereador Ciro?


Bom, ele está desconectado aí. Eu também voto com a proposta. Então fica
encaminhado esse ofício à comissão de Mobilidade Urbana da Câmara Municipal.
Muito bem. Com isso, nós finalizamos aqui a parte da pauta dos requerimentos e das
respostas recebidas desse ofício, que foram o que nós comentamos agora. E
retornaremos ao nosso segundo item da pauta, que é a nossa oitiva, mais uma vez aqui
reforça que o bom dia ao senhor Carlos Antônio Silva Fabel. Gostaria de pedir o senhor
que ligasse a câmera mais uma vez aqui. Agradeço o senhor por estar presente aqui,
atendendo a nossa convocação. Foi enviado aí no chat para o senhor, para que o
senhor faça uma declaração. Então eu quero solicitar ao senhor que o senhor preste
um compromisso nos termos do artigo 203 do Código de Processo Penal e informo que
fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade, poderá incorrer no crime de falso
testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal. Então eu gostaria de pedir
ao senhor que fizesse essa declaração, basta o senhor preencher os campos aí nesse
texto que foi enviado pelo chat, e é possível falar oralmente, por favor.

Carlos Antônio Silva Fabel: desculpe, eu achei que teria que preencher alguma coisa.
Podem contar comigo, e vou colaborar com tudo que vocês precisarem. À disposição.

Vereador Wesley Moreira: o senhor pode fazer como está aí, por exemplo, - Eu, Carlos
Antônio Fabel… Aí só coloca a idade, estado civil, só o senhor ir lendo e preenchendo
e falando. O seu Carlos, o senhor não precisa preencher aí no chat não, tá?

Carlos Antônio Silva Fabel: eu, Carlos Antônio Silva Fabel, 62 anos, sou divorciado e
estou à disposição de vocês para colaborar com a CPI.

Vereador Wesley Moreira: então tá bom. Beleza!

Carlos Antônio Silva Fabel: ficou faltando alguma resposta?

Vereador Wesley Moreira: faltou mais um pouquinho, para o senhor ler aí.
361
Carlos Antônio Silva Fabel: eu não estou achando esse campo de leitura aqui. Eu
estou no equipamento emprestado aqui, estou apanhando um pouquinho. Vocês me
perdoem, se eu tentar achar esse aqui. Se falta alguma resposta aqui.

Vereador Wesley Moreira: faltou a atividade, endereço, mas tá aí. Tá bom.

Carlos Antônio Silva Fabel: atividade - eu sou administrador de empresas.

Vereador Wesley Moreira: então tá bom. Beleza, Aí tem idade…

Carlos Antônio Silva Fabel: eu sou administrador de empresa.

Vereador Wesley Moreira: aí o senhor vai falar – ´´Prometo dizer a verdade.

Carlos Antônio Silva Fabel: prometo dizer a verdade.

Vereador Wesley Moreira: risos... Tá bom! Muito bom! Então vamos começar aqui
então. O Seu Carlos, durante o depoimento da senhora Eloá, o senhor foi mencionado
como sendo o responsável pelos pagamentos do Clube Atlético à empresa Unitour. O
senhor confirma isso?

Carlos Antônio Silva Fabel: confirmo. Fui o responsável, no período que eu estava lá,
eu cheguei no Atlético em 2009 e eu me desliguei em 2019. Quando eu cheguei no
Atlético, já existia a prestadora de serviço Unitour da Eloá, e quando eu saí do Atlético,
a Unitour ainda continuou prestando serviço e não sei dizer aos senhores ao certo, até
quando ficou prestando serviço, Mas na época que eu cheguei, já prestava serviço e
quando eu saí ainda continuou prestando serviço. E sim, nesse período de dez anos
eu era o responsável, era o diretor financeiro e eu realizava os pagamentos, seguindo
todo um trâmite que tinha dentro do Clube Atlético Mineiro.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. É, só para nós irmos desenvolvendo aqui, como
que aconteceu a sua contratação e o ingresso do Senhor no clube Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: eu era superintendente de bancos, passei por vários
bancos, tive uma carreira de 33 anos em bancos, e o Kalil estava buscando uma pessoa

362
para assumir a área financeira e desligar quem estava lá, o diretor financeiro. Aí ele foi
ao mercado. Um outro diretor de banco me indicou, ele na época me falou e também
depois eu tive essa confirmação, que ele perguntou ao Ricardo Guimarães que eu tinha
sido superintendente do banco BMG, o que ele achava de mim profissionalmente e o
Ricardo Guimarães falou com ele - ´´Olha, se ele aceitar, você vai fazer uma ótima
contratação. É um profissional qualificado, muito organizado e vai somar muito na sua
equipe.`` Me convidou, fui entrevistado por ele, por ele, pelo Bebeto de Freitas, falecido
Bebeto de Freitas. E aí eles gostaram da minha conversa, minha linha de trabalho e eu
comecei a trabalhar e aí lá fiquei dez anos, fiquei com Kalil, depois fiquei com o Daniel,
foi o sucessor e fiquei um período de mais quase dois anos com Sette Câmara.
Até completar dez anos lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia Doutor Carlos, é Fernanda quem está
falando. Essa contratação do senhor, é, o senhor era funcionário? Ou o senhor já foi
contratado para um cargo específico ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, eu fui contratado com o cargo especial de diretor
financeiro e administrativo, mas sempre como uma pessoa jurídica. Mas eu era
exclusivo no Atlético, eu tinha horário a cumprir lá, chegava cedo e saía no final de
expediente, 19h00. Eu cumpria horário como, como uma pessoa física, mais recebia
como uma pessoa jurídica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vi em algumas notícias de jornal da época que


o senhor se desligou do Atlético, que o senhor foi contratado como pessoa jurídica de
uma primeira empresa e depois teve uma outra e depois uma terceira? Ou foi sempre
a mesma? Esse é o objeto social dessas empresas? Sempre foi o mesmo?

Carlos Antônio Silva Fabel: o objeto social das três empresas, sempre foi o mesmo.
Eu só mudei de empresa por causa mais de sociedade que não deu certo em outro
escritório que eu tinha. E aí eu tive que constituir uma nova empresa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, em cada empresa dessas aí o senhor teve
um sócio diferente? Dr. Carlos? Em cada uma dessas empresas o senhor tinha um

363
sócio diferente ou só na primeira o senhor teve um sócio, teve divergência e aí, em
função disso, montou as outras?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu tive sócios que houve divergência na primeira,
depois eu mudei a sociedade na segunda. Por isso que eu passei para a terceira
empresa. E essa terceira empresa tem até hoje.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e em algum momento essas empresas, o senhor


encerrava essas empresas para depois receber pela seguinte, ou em algum momento
essas empresas, elas trabalharam no mesmo período com o senhor sócio nas duas ou
três empresas ali?

Carlos Antônio Silva Fabel: essa situação é o seguinte, eu tive um período em que
eu tive duas empresas prestando serviço, que uma prestava serviço na área
administrativa e a outra prestava serviço na área financeira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor está conversando, tem algum advogado
do seu lado?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não! Estou sozinho. Precisaria trazer um advogado?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não! é só porque se tiver presente, ele tem
que estar ao lado do senhor aí pra aparecer na câmera.

Carlos Antônio Silva Fabel: Ah, não, não, não, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor está sozinho então?

Carlos Antônio Silva Fabel: estou sozinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o objeto social de cada uma dessas empresas.
É qual?

Carlos Antônio Silva Fabel: prestação de serviços na área administrativa e financeira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, obrigada.

364
Vereador Wesley Moreira: então o senhor diz que foram dez anos.? Prestando
serviço?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, por dez anos. É, de 2009 a 2019

Vereador Wesley Moreira: perfeito. O senhor pode assim, me detalhar assim, quais
são as funções então? Que exercia como um diretor financeiro?

Carlos Antônio Silva Fabel: é, teve o período que eu era também diretor financeiro e
administrativo. E nesses dez anos de período, eu diria que seis anos foram ocupados
nessas duas funções. E como diretor financeiro, a função é, fazer e receber os recursos
do Atlético, preparar os orçamentos para os anos seguintes e fazer os pagamentos e
os compromissos e ir acompanhando o dia a dia do Atlético, entre receitas e despesas
e a parte administrativa é estruturação do quadro de funcionários, acompanhar os
custos com funcionário, acompanhar os custos administrativos, melhorar a parte
administrativa, não só do Atlético Futebol, mas dos clubes recreativos, do sócio
torcedor. Eu cuidei de tudo isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na prática, tinha diferença ou não? Era mais
questão de setor? Tinha diferença na atuação ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: tinha diferença na atuação. Quando você é só diretor
financeiro, está preocupado só com o orçamento do Clube Atlético Mineiro, como
receber e pagar. Quando você cuida da parte administrativa, está preocupado quanto
ta custando a alimentação lá no CT, quanto ta custando a alimentação dos funcionários
lá no Clube Recreativo. E foi eu que implantei, inclusive, essa situação de alimentação
também no Clube Recreativo para os funcionários, também no CT base e no CT
profissional. Era na época. Eu tinha as cozinhas industriais e eu que implantei tudo isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor sabe botar assim, desse período de
2009 a 2019, em qual período que o senhor exerceu qual função?

Carlos Antônio Silva Fabel: olha, quando eu cheguei em 2009, até os primeiros seis
anos, sete anos, eu ocupei as duas funções, e depois, vamos dizer meio que no papel,

365
deixei de ocupar, mas sempre como eu tinha o controle muito bom dessa área
administrativa, eu sempre acompanhei e eu ficava muito preocupado com a parte de
satisfação dos custos, e tocava que eu opinava também, mas em termos de sentimento,
de ocupação, de ofício mesmo, diria que 70% do meu período eu fiquei com o diretor
administrativo financeiro, o restante só como ativo financeiro só.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, obrigada.

Carlos Antônio Silva Fabel: pois não.

Vereador Wesley Moreira: no caso, então seria essas duas funções, diretor financeiro,
diretor administrativo. Mas o senhor exerceu alguma outra função além dessas duas?
Ou foi só as duas mesmo?

Carlos Antônio Silva Fabel: fora do Atlético ou não?

Vereador Wesley Moreira: no Atlético mesmo.

Carlos Antônio Silva Fabel: ah sim, que eu fui exclusivo nesses dez anos, só o
Atlético. Não, eu ocupava, lá dentro. Eu fazia de tudo um pouco como diretor
administrativo, financeiro e como disse aos senhores aí, cuidava do sócio torcedor,
cuidava de bilheteria que estava entrando, não era o tesoureiro lá da bilheteria lá, mas
eu cuidava disso. Eu cuidava dos cartões de crédito, recebia do sócio torcedor, eu
cuidava de tudo um pouco. Do total de alimentações que o Atlético fornecia aos seus
funcionários, que era em média naquela época. Eu me lembro bem que eu tinha na
cabeça, entre lanches e almoço, a gente executava com a administração própria dentro
das cozinhas do Atlético, dentro das quatro cozinhas, 35.000 refeições por mês. Então
a gente que comprava as miudezas dos insumos para isso, então era serviço bem
detalhado lá no dia a dia, de acompanhar desde a compra do fósforo ao filé mignon.

Vereador Wesley Moreira: perfeito!

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: durante esses dez anos, então as empresas do
Senhor, elas não prestaram nenhum serviço para nenhum outro lugar e foi
exclusivamente para o Atlético?
366
Carlos Antônio Silva Fabel: exclusivamente para o Atlético.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor tinha funcionários lá ou era só o senhor


e o sócio?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, só eu ou só eu e os sócios, e os sócios não atuavam


lá dentro. Quem ficava lá dentro era só eu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí os sócios, através da empresa, prestavam


serviço para outros ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, também não prestavam. Era sócios, só que
familiares eram sócios só no contrato social. Só me ajudava na parte contábil do meu
negócio, porque tinha que emitir nota fiscal para receber todo mês, tinha que pagar
meus compromissos tributários. Uma empresa tem em paralelo, tem esse trâmite.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quem eram os sócios? Na primeira empresa,


qual que foi a primeira empresa?

Carlos Antônio Silva Fabel: a primeira empresa foi Consultoria Pontual. Os primeiros,
os sócios lá eram dois irmãos meus. A segunda empresa foi eu com mais um irmão e
a terceira empresa, eu e minha mãe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a segunda empresa, qual que foi?

Carlos Antônio Silva Fabel: a segunda empresa foi a Casfi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esse irmão, Esse irmão não era o mesmo da
primeira empresa?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não. Mudaram a composição dos sócios.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a terceira empresa foi qual?

Carlos Antônio Silva Fabel: a terceira que está rodando até hoje? Eu e minha mãe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como ela chama?

367
Carlos Antônio Silva Fabel: Inês Francisca.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, é a empresa. “Risos…”

Vereador Wesley Moreira: o nome da empresa, como que é?

Carlos Antônio Silva Fabel: Artes Assessoria Esportes, na verdade, Arte Esportes
Assessoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada.

Vereador Wesley Moreira: o diretor financeiro, ele responde a quem no clube? Essa
prestação de serviço, ela é reportada a quem?

Carlos Antônio Silva Fabel: ao presidente no dia a dia e aos conselheiros. Tanto o
Conselho Deliberativo quanto o Conselho Fiscal. Você sempre é chamado para
apresentar os números e quando eles têm dúvida em algum balancete, eles te chamam
para uma audiência, pra uma reunião é aí, questiona um número outro para você
prestar esclarecimento. Quando você entrega o balanço anual, você é chamado e eles
fazem um relatório de questionamento para esclarecimento para depois eles, o
Conselho Fiscal apresentar ao Conselho Deliberativo que são mais de 400 membros e
o Conselho Fiscal, dez pessoas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor, a sua atuação dependia de alguma
autorização prévia ou de ratificação do presidente ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: ratificação do presidente, sempre.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sempre do presidente, então, tudo que o senhor
fazia lá dentro tinha que ter autorização do presidente?

Carlos Antônio Silva Fabel: tudo, autorização do presidente. Seguia um trâmite, tudo
que chegava a mim, vinha devidamente deliberado pelos setores contratantes,
assinado por todo mundo. E aí depois era tudo preparado, seguindo o roteiro, nosso
ilustrativo e financeiro, mandava se para o Presidente numa pasta, sentava com ele

368
quando precisar, assinava tudo, realizava os pagamentos de acordo com a autorização
dele, o Presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, os pagamentos realizados pelo clube


sempre tinha a sua assinatura como diretor financeiro e a do presidente?

Carlos Antônio Silva Fabel: sempre, sempre, sempre.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e cabia assinatura ou exigência de mais algum


setor ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: é isso que eu expliquei no início Doutora eu não sei quem
está me perguntando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é a Fernanda! Desculpa.

Carlos Antônio Silva Fabel: na verdade, sim, antes de chegar a mim já chega
assinada por uma equipe, pelos setores que pleitearam o serviço, que realizaram
aquela despesa. Depois que esse setor assinou, chega para nossa estrutura do
financeiro, é preparado todo um relatório, vai ao Presidente, assina depois de
autorizado, item por item que nós realizamos o pagamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, onde que entram os conselhos? Isso depois
tem que ser deliberado pelo conselho. Só é feito uma prestação de contas lá?

Carlos Antônio Silva Fabel: só é feito uma prestação de conta depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eles têm que votar ou não?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. Eles se reúnem mensalmente, o Conselho Fiscal tá,
não o Deliberativo, o Conselho Fiscal, que são dez membros eleitos pelo Conselho
Deliberativo, que são mais de 400. E aí, mensalmente, eles fazem reuniões, a gente
prepara os balancetes mensais e eles vão para esses balancetes mensais, chamando
a gente, batendo item por item para dar a validação deles.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, obrigada.

369
Vereador Wesley Moreira: tá, então no caso o diretor financeiro, não é um cargo, é
um cargo que se dá por eleição ou não? Não é não né?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, dentro da estrutura do Clube Atlético Mineiro não,
eu não tenho conhecimento de outros clubes, se tem que ser um cargo eleito pelo
Conselho Deliberativo. Mas no caso do Atlético, o presidente tem essa autonomia para
nomear.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é ignorância mesmo viu Doutor Carlos. O senhor
me desculpa. No Atlético o presidente é quem indica, mas tem situações em que é um
conselho?

Carlos Antônio Silva Fabel: Não, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em outros clubes, o senhor falou que em outros
clubes pode ser que seja assim. Mas no Atlético, o presidente quem indica.

Carlos Antônio Silva Fabel: pode até ser que seja, mas eu até tive atuação no Clube
dos 13, que era a entidade que existia e eu ajudei lá, inclusive quando eles estavam
fechando a estrutura que tinha e eu fui e ajudei lá com um empréstimo pelo Clube
Atlético Mineiro, que era um membro de lá e tinha vários diretores de vários clubes lá
para prestar serviço. Na época, pelo que eu conversei, todos eram nomeados pelos
próprios presidentes dos clubes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí no caso de, não sei como é que chama, no
caso da pessoa, ser desligada também é uma decisão do presidente?

Carlos Antônio Silva Fabel: é uma decisão do presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, obrigada.

Vereador Wesley Moreira: o senhor já declarou aqui que as três empresas, elas
prestavam um serviço exclusivo para o Clube Atlético Mineiro e durante todo o período
em que o senhor trabalhou, quais as empresas que prestavam serviços de marcação

370
de hotel, voos, viagens? Isto era um serviço com pagamentos de valores altos,
significativos?

Carlos Antônio Silva Fabel: você está falando no caso, só prestador naquela época,
tinha mais de 300 prestadores de serviço, os ônibus, as linhas, desde comida até
passagens, no caso sua pergunta é direcionada, Presidente, só para os casos de
passagem e hotéis né?

Vereador Wesley Moreira: pode ser hotel, voos, viagens.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agência de turismo mesmo, que faça serviço de
hospedagem, passagem aérea, locação de veículos, fretamento de aeronaves,
passagens, alimentação, transfer.

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, não, transfer já tem outras empresas lá no destino
que prestam serviço, sabe? Logística quando chega em terra, no outro destino, tem
empresas que prestam serviço de segurança, tem empresas que prestam serviço de
transporte terrestre no local do destino dos atletas, ou do presidente ou dos diretores
que estão viajando. Mas quando eu cheguei no Atlético, em 2009, a Unitour já estava
lá, a empresa da dona Eloá já prestava serviço, ela já estava lá antes mesmo da minha
chegada e quando eu saí, ela ainda continuou lá prestando serviço. Mas no período do
Sérgio Sette Câmara, do presidente Sette Câmara, ele incluiu mais uma empresa para
prestar esse tipo de serviço também na parte aérea e hotéis. Então, no período do
Sérgio Sette Câmara, foram os últimos dois anos meu lá, além da Unitour tinha mais
uma empresa que eu não me recordo o nome, se era Master Turismo e fugiu agora que
já tem cinco anos que me desliguei. Mas tinha uma outra empresa que prestava serviço
também. Mas quando eu cheguei até dois anos antes de eu sair, a Unitour tinha
exclusividade lá e ela continuou quando eu saí de lá com esse pessoal que continua
hoje, não sei se mudou a equipe que me substituiu, prestavam serviços lá. Não sei se
estão lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é ignorância também. O Dr. Sérgio Sette Câmara
ele entrou quando? Ele foi presidente, quando?

371
Carlos Antônio Silva Fabel: eu saí, em 2019, eu penso que ele entrou lá. Eu fiquei um
ano e pouco lá, foi um ano e meio. Ele deve ter entrado em 2017.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, de 2017 até o período em que o senhor
saiu, que foi em 2019, aí teve a Unitour junto com essa outra empresa?

Carlos Antônio Silva Fabel: é, eu não posso dizer o nome porque eu não me recordo.
Confesso a vocês que eu não me recordo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas de 2009 até 2017, então a Unitour era a única
prestadora de serviço lá?

Carlos Antônio Silva Fabel: dessa coisa de passagem é, de passagem, reserva de


hotéis. Funcionava assim doutora, é, tem uma estrutura do futebol, aí eles acionavam
a empresa, montava toda essa logística, que até hoje está difícil de mudar, porque é
toda a engenharia de logística, as viagens dos atletas e a Presidência quando eles
tinham viagem, mas é mais os atletas né, então eles ligam ao nosso líder e tal, querendo
sair daqui tal dia, chegar lá e ela fazer as cotações de hotel, definir qual hotel e já os
hotéis que são mais ou menos parceiros dos clubes de futebol, quando a estrutura que
muitas pessoas chegam ao mesmo tempo e aí ela fazia essas cotações, passava a
estrutura do futebol, aí eles faziam as reservas e, e aí ela contratava o serviço nesse
destino lá, depois chegava para mim pra eu pagar lá no financeiro, já tudo devidamente
assinado pelo pessoal do futebol, diretor de futebol, gerente de futebol, essa coisa toda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esses pedidos eram feitos por e-mail, por
documento impresso ou é por telefone? Como é que era feito?

Carlos Antônio Silva Fabel: eles faziam de todos os jeitos viu, eu não acompanhava
muito essa rotina deles lá não que eles faziam um direto para ela lá. Mas eles faziam,
conversavam por telefone, trocava ideia sobre o dia, sobre, eu questionava muito,
inclusive sobre essa situação de escolher um horário que combinasse com o custo e
tentar conciliar custo com o horário do voo para não ficar muito pesado, que tem hora
que as passagens ficam mais caras e aí eu entrava. Eu era muito consultado quando,
quando tinha de fretar avião, porque às vezes o fretamento de avião são coisas mais

372
caras, mesmo eu tendo saído a cinco anos atrás, mas esses voos internacionais, o
fretamento, aí eles me punham um circuito para a gente falar também com as empresas
lá e tentar fechar um custo mais baixo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e no caso dessa relação com a Unitour, que era
a agência de viagens, qual que era o setor responsável que fazia essa intermediação
para depois passar para o setor financeiro?

Carlos Antônio Silva Fabel: olha, quando era viagem dos atletas, sempre a área de
futebol, que é o gerente de futebol, tem uma pessoa para a logística dessas viagens,
tem uma pessoa exclusiva para ir junto com o gerente de futebol. Na época minha lá,
tinha lá o saudoso Maluf, passava para o Maluf, que era o diretor de futebol. Aí eles
sentavam lá, definiam horário, definia o hotel e aí depois de resolvido, eles resolviam
direto com a Unitour. Eu não tinha esse meio do caminho com a Unitour não, eles
resolviam direto lá, contratavam o serviço, assinavam tudo, mandavam para mim com
as datas de vencimento. Aí ia pro presidente, o presidente, assinava tudo e eu tinha
que realizar os pagamentos. Quando era viagem de presidente ou de algum diretor ou
de outra área de atuação, aí a secretária do presidente é que fazia essa interface e
falava com eles para poder fazer as reservas de passagem, comprar a passagem,
secretária do presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, e aí, quando vinha essa demanda então para
o setor financeiro, ela já vinha pronta, com valores, com especificação, para que o
senhor fizesse depois o pagamento mediante comprovação?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, ela já vinha não só fechado todo um relatório, como
já vinha assinado por todos os departamentos que passaram por esse processo. Já ia
pro presidente, ele assinava para depois chegar em mim para realizar o pagamento e
colocar no nosso fluxo de caixa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor trabalhou com quais presidentes?

Carlos Antônio Silva Fabel: trabalhei com o Kalil, Alexandre Kalil nos seis anos dele,
dos primeiros dos dois mandatos dele, trabalhei três anos com o Daniel .

373
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: O Kalil é de quais anos?

Carlos Antônio Silva Fabel: o Kalil ficou lá no final de 2008, são seis anos né, então
nove, dez, onze, doze, treze e saiu em 2013, 14, perdão. Eu lembro que ele estava lá
quando a gente foi campeão da Libertadores, saiu em 2014, depois entrou. É sempre
final de ano que muda o presidente lá, em Dezembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entra no início, sai no final?

Carlos Antônio Silva Fabel: então, eles sempre trocam lá, no final do ano.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah não, entendi, de final, a final de ano aqui no
caso?

Carlos Antônio Silva Fabel: é, eu acredito que ele saiu em final de 2014, foi um ano
depois da Libertadores, entrou o Daniel, ficou 3 anos.

Vereador Wesley Moreira: acho que o Kalil saiu no final de 2013, aí ganho a
Libertadores, a Copa, a Copa do Brasil. Acho que já era o Daniel…

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não, eu lembro que no Mundial de Interclubes, que
foi em dezembro, ele ainda era presidente.

Vereador Wesley Moreira: 2014. Ele também ganhou a Copa do Brasil? Acho que não
hein...

Carlos Antônio Silva Fabel: foi sim, presidente na Copa do Brasil. Não podemos tirar
os títulos do homem não gente.

Vereador Wesley Moreira: você está tirando o Daniel aí ó. Risos… Tô brincando.

Carlos Antônio Silva Fabel: Daniel tem um grande mérito aí viu gente, o estágio inteiro
ele trabalhou afinco nisso aí viu, ele está de parabéns nesse negócio do estádio. Se
você tá saindo hoje, ninguém nunca pode esquecer do nome dele. Ele comprou essa
ideia e foi afundo nisso.

374
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então ele, o Daniel, é de 2014 a 2017?
Carlos Antônio Silva Fabel: isso, depois, exatamente, fechou as contas que eu fiquei
dois anos com o Sérgio né? Então ele fechou a conta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ai o Sérgio foi de 2017 à?

Carlos Antônio Silva Fabel: ele ficou um ano depois ele ficou até 20.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí o senhor.. já não estava mais lá.

Carlos Antônio Silva Fabel: eu saí no 19, ele ficou até 20.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e no caso do Alexandre Kalil, quando vinha pedido
da secretária, quem era secretária dele?

Carlos Antônio Silva Fabel: quem era a secretária do Kalil quando eu cheguei lá?
Deixa eu lembrar aqui gente. Que se você falar as últimas, 62 anos vai pesando a idade,
mas eu lembrei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então só fala se o senhor se lembrar, de cada


uma.

Carlos Antônio Silva Fabel: não, mas eu tenho que lembrar, gente, era a Beth, a
Elizabeth, pelo amor de Deus.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e do Daniel?

Carlos Antônio Silva Fabel: do Daniel. A Beth se desligou logo no início e o Daniel
trouxe uma secretária que ele tinha. Já era secretária dele quando ele foi vereador.
Luana.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e do Sérgio?

Carlos Antônio Silva Fabel: Sérgio Sette Câmara, ele trouxe a Antônia e ele tinha uma
segunda secretária também. Sempre tem uma auxiliar da secretária lá. Por causa de
horário de almoço, essas coisas, né?

375
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, quando era questões pessoais que diziam
respeito à presidência do clube, eram elas quem apresentavam a demanda e depois ia
para o senhor, e aí seguia o trâmite né?

Carlos Antônio Silva Fabel: depois, seguia o trâmite, já devidamente assinado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só pra eu entender, por que não faço ideia de
como é que funciona.

Carlos Antônio Silva Fabel: acabou que eu não anotei seu nome, desculpe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é Fernanda.

Carlos Antônio Silva Fabel: Doutora Fernanda pois não, doutora.

Vereador Wesley Moreira: então o senhor já deu alguns detalhes aqui sobre a questão
da contratação e tudo. Esses pagamentos, assim como eles eram feitos, eram
espécies, era transferência, cheque. E se foi feita também alguma modificação nessa
contratação? E a forma como se fazia os pagamentos.

Carlos Antônio Silva Fabel: Presidente, espécie? Nunca, nunca, nunca. Quando eu
cheguei lá ainda tinha aquele hábito antigo, né? 2009 então, começando essa
coisa...Começando não, para mim, que já estava no mercado financeiro, estava
começando. Eu estava acostumado com transferências bancárias, mas quando eu
cheguei ainda tinha muitos cheques. Aí eu fui tirando isso aí e fomos fazendo tudo
eletronicamente. Eu lembro até quando eu cheguei, foi engraçado porque fazia só
abertura entre parênteses, o Leão era o técnico que estava se desligando. Aí passei a
assinar a rescisão dele e ele queria três cheques pré datados. Eu bati o pé e falei que
o clube não ia dar cheque pré datado e foi o caos, porque eles estavam acostumados
com esse desenho de cheques e aí não. Aí depois nós implantamos só essa coisa do
pagamento eletrônico, depois veio aí o pix, mas foi mais só a ted mesmo, até no meu
período.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quando? Desculpa. E quando o senhor entrou


é, eu vi por várias reportagens assim, o mérito do senhor, sanando as contas do Atlético,
376
né? O senhor até menciona, que o clube não tinha, não tinha nome no mercado,
ninguém queria fazer, pagamentos, e negociar com o clube. E o que o senhor conseguiu
recuperar. Em relação à questão da agência de turismo, o procedimento de pagamento
anterior a sua entrada continuou mesmo com a sua entrada em relação a Unitour? Ou
o senhor trouxe alguma modificação, vendo, por exemplo, que tinha algum erro na
prestação de contas, algum erro na apresentação de notas, algum erro ou não? O
senhor simplesmente seguiu o trâmite de antes do seu trabalho lá.

Carlos Antônio Silva Fabel: Dra Fernanda, a mudança na forma de pagamento foi
essa. Chegou a ter cheques no período. Aí nós passamos tudo para pagamento
eletrônico, mudança no trâmite, que já vinha dos setores, não, que era um trâmite que
já apresentava uma segurança, aí e apresentava a assinatura das áreas competentes
para a gente realizar o pagamento. A única coisa que mudou, e a Unitour deve ter ficado
feliz comigo na época, porque tinha muito atraso, pagava com muito atraso para eles,
já estavam lá e não só com a Unitour, mas com os 300 fornecedores.
O Atlético atrasava com todo mundo né, tinha no Serasa, 184 protestos, tinham mais
de 500 ações no fórum, então Atlético tinha uma ficha, não no mercado, bem, bem
judiada. Então a gente começou a colocar em dia com os fornecedores e isso que a
doutora comentou é verdade, não tinha crédito para comprar um quilo de arroz. Teve
um dia que eu fui comprar uns uniformes, aí fui pra lá e eu conhecia a empresa do
mercado financeiro, e aí eu liguei para o dono da empresa. Aí eu falei, ´´Opa, como é
que tá? Tudo bom? Está meio sumido… e tal``, aí eu falei do Atlético, e ele disse ́ S
́ ai
daí correndo, eles não pagam ninguém, tá me devendo há dez anos``, e eu falei não,
nós vamos te pagar, mas queremos que você volte a fornecer para o Atlético, e aí eles
voltaram a fornecer. E deu tudo certo, e aí foi recuperando crédito, recuperando o
crédito do mercado financeiro, começamos a ter comida própria para os funcionários
que comiam de marmitex, funcionários nem comiam né, não tinham comida. Eles
faziam uma vaquinha, eles montavam a comida no fogão, lá na cozinha, bem
improvisado. E aí começou a ter crédito para comprar gênero alimentício no Ceasa
direto. Então a coisa mudou. Isso aí até fico muito feliz da doutora relembrar por que,
nos últimos tempos, aí, eles vão esquecendo das pessoas né, e eu sei porque eu
trabalhei, que expus meu nome no mercado para poder recuperar a máquina do Atlético
377
andando macia e a gente conseguiu entregar o clube para os sucessores. E eu sei que
eu tive um trabalho, graças a Deus, muito positivo. E isso aí, quem pode falar são os
funcionários que estão até hoje.

Vereador Wesley Moreira: o Atlético, mantinha algum sistema de controle? Assim,


com detalhamento dos custos dos serviços prestados pela Unitour e os respectivos
pagamentos?

Carlos Antônio Silva Fabel: Presidente, tudo o que vinha não só da Unitour, como
vinha também da secretária, vinha discriminações lá, vinha a diretoria, viagem dos
atletas para a Colômbia, viagem para a Bahia, para o Campeonato Brasileiro. Então
vinha os detalhamentos, mas efetivamente eu seguia o ritual de tudo que estava já
aprovado pela Presidência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas existia algum sistema de controle que fosse
na época em papel ou que fosse informatizado, alguma coisa de relatório físico?

Carlos Antônio Silva Fabel: vinha relatório físico doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tudo físico então?

Carlos Antônio Silva Fabel: físico, via relatório físico, não tinha sistema ainda lincado,
então vinha tudo físico e assinado por todas as áreas competentes, com detalhamento
e as respectivas assinaturas, se é viagem da diretoria se é viagem do presidente, aonde
foi, para onde foi e enfim onde a equipe foi, qual o hotel que ficou, tudo isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e tinha detalhamento então desses custos que a
Unitour apresentava para ser paga?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, sim, sim, sim, sim. Se era viagem da diretoria, vinha
viagem da diretoria, se era viagem do Presidente, vinha viagem do Presidente, se era
viagem dos atletas, vinha um relatório com todos atletas que viajaram.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: com nome, período e gasto, tudo?

378
Vereador Cleiton Xavier: bom dia Carlos Fabel. Cleiton Xavier, tudo bem?

Carlos Antônio Silva Fabel: bom dia Doutor Cleiton, estou a disposição do senhor aí
também.

Carlos Antônio Silva Fabel: vereador né?

Vereador Cleiton Xavier: sim, obrigado. Nesse período de dez anos em que o senhor
atuou dentro do Atlético, o senhor saberia precisar, qual foi o período em que a empresa
Unitour, foi mais requisitada? O senhor consegue precisar o período?

Carlos Antônio Silva Fabel: ela foi requisitada em todo o período que eu estava lá, eu
cheguei, ela já estava e eu saí deixando a Unitour lá. Ela sempre era usada para as
viagens de todos, de atletas, de presidente da diretoria. Sempre foi e como é,
recapitulando, vereador Cleiton, teve um período no final da minha estada no Atlético,
que aí também teve uma segunda empresa que presta serviço de câmara lá nas
viagens que a secretaria solicitava, ela contava também numa segunda empresa.

Vereador Cleiton Xavier: essa segunda empresa. Então alguém ou o senhor fazia uma
cotação, do melhor preço para a contratação?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu nunca fiz cotação. Nunca. Quem fazia cotação
era os setores de Futebol ou a secretária do presidente, que olhava os horários de voo
e hotel. Para mim só chegava tudo pronto para já pagar. Eu só era muito chamado.
Recapitulando, que são tantos assuntos, aí quando tinha muito fretamento de aeronave
que às vezes tinha que pagar direto lá para a empresa aérea.
Então às vezes de pagar direto para Tam, pra Gol e aí eu era chamado para ir para
Azul. Aí eu era chamado porque às vezes era um pagamento da noite para o dia, de
300.000, aí pagava direto para Azul, pagava direto pra Gol. Eu lembro que tinha esse
pagamento direto, sem passar pela empresa até trabalhava no assunto de ajudar a
cotar a empresa aérea, mas a gente pagava direto, porque a empresa aérea não sai
do solo se não pagar antes.

379
Vereador Cleiton Xavier: o senhor afirma então que o contrato entre o Atlético e a
Unitour foi celebrado em 2009?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. Quando eu cheguei, ela já estava lá. Eu cheguei em
2009, vereador. Quando eu cheguei, ela já prestava serviço. Se vocês me perguntarem
a quanto tempo ela prestava serviço antes da minha chegada, eu não sei precisar, mas
já era um bom tempo. Imagino que bem antes da chegada do Kalil, porque eu cheguei
logo depois da chegada do Kalil, e ela já estava lá, já fazia parte das contratações, ela
já estava com outros presidentes lá prestando serviço.

Vereador Cleiton Xavier: a empresa Unitour prestava um serviço dentro do valor de


mercado e cumpria todas as exigências contratuais para o respectivo recebimento?

Carlos Antônio Silva Fabel: vereador, quem fazia as cotações junto com a Unitour
não era eu, volto a dizer, quem fazia as cotações era a estrutura de futebol junto com o
gerente de futebol, diretor de futebol. Então eu não participava junto. Sabe o que ele
faziam que eu sei, até participei de algumas orientações a ele, porque hoje, com a
internet, é muito fácil né, então, se a empresa apresenta um custo de voo lá, a gente
mesmo faz isso na pessoa física, a gente olha, se está dentro do preço lá que está
apresentando na internet né, em outras empresas. Então.

Vereador Cleiton Xavier: mas alguma vez o senhor já questionou o valor ou se senhor
pagou, assim, sem questionamento?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, essa função não era minha não vereador. Essa
função já vinha pronto, é a função do departamento que contratava fazia toda essa
cotação junto com eles e acompanhar. Tem uma pessoa exclusiva lá pra isso, para
olhar os custos. Eu lembro na época que tinha o Toninho, Antônio, me surgiu o nome
dele, e ele era fuçador de internet o dia inteiro, olhando o custo de passagem, o horário
que estava melhor e ele sempre falava ´´Olha Fabel, estou pagando X dessa passagem
porque esse horário é o que encaixou, e a outra era 100 R$, menos, mas tinha que ter
uma refeição a mais no destino, então fazia essas contas toda, sabe vereador...``

380
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor era quem era responsável pelo
pagamento né? Ou quem era?

Carlos Antônio Silva Fabel: a parte mais difícil era essa, porque às vezes não tinha
muita receita, mas tinha que pagar, era dureza. Risos… Sofri muito doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu imagino, pagar não é fácil não.


E aí, o senhor chegou a realizar alguma auditoria? ou era feito algum controle financeiro
e esse controle era feito pelo senhor?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, os relatórios que chegavam eram todos assinados
por várias pessoas que, envolvidos naquele procedimento, daquela logística, daquela
viagem, então já vinha assinado por todas aquelas pessoas que participaram, fizeram
cotações até chegar a mim. Já tinha passado pelo presidente para eu realizar o
pagamento. Não era minha função fazer a cotação, não era minha função questionar
esse trabalho, era a minha função pagar, e eu olhava se estava tudo seguindo um
trâmite.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor, como diretor financeiro não olhava
a questão das notas fiscais, não tinha nenhum tipo de validação, nenhum tipo de
validação dessas notas fiscais para pagamento não?.

Carlos Antônio Silva Fabel: já chegavam validadas para eu pagar, doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pelo setor responsável pela viagem né.

Carlos Antônio Silva Fabel: o som sumiu aqui doutora, o som sumiu aqui.

Vereador Wesley Moreira: ei som, está me ouvindo agora senhor Carlos?

Carlos Antônio Silva Fabel: o som sumiu aqui para mim, sumiu.

Vereador Wesley Moreira: será que é o plenário que desligou? Parece que é do
plenário, que não.

Carlos Antônio Silva Fabel: do presidente, eu estou escutando um som bem baixinho.

381
Vereador Wesley Moreira: o senhor está me escutando baixinho? Agora melhorou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: consegue me ouvir também?

Carlos Antônio Silva Fabel: agora, baixinho, doutora Fernanda. Mas consigo sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor conferia a descrição das notas fiscais e
da prestação do serviço. O senhor nem olhava, só fazia o pagamento?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, conferia se estava assinado por todos os setores.
Aliás, existia esse controle. Só não questionava aquele custo daquela viagem que já
vinha passado pelas áreas competentes, fazer as cotações, etc. Seguiu o trâmite até
chegar a mim para realizar o pagamento. Nada era pago sem nota fiscal não viu,
Doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tudo pago com nota fiscal e nota fiscal com
descrição?

Carlos Antônio Silva Fabel: tudo pago com nota fiscal, com descrição do tipo de
viagem, etc.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o nosso questionamento, eu vou até pedir para a
assessoria colocar aí para gente dar uma olhada nisso. É porque a forma como a
Unitour prestou serviço para o Clube Atlético Mineiro é muito parecida, a forma como
ela prestou serviço para o município. Mas o Atlético é uma pessoa jurídica de direito
privado. E o município, a pessoa jurídica de direito público, é dinheiro público. E a gente
vê que ela não discriminava e os pagamentos sempre foram feitos tanto pelo município
quanto pelo Atlético. Nós vamos colocar uma imagem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa, são notas do Atlético.

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não sei se o senhor está conseguindo ver se fica
pequeno.

382
Carlos Antônio Silva Fabel: perfeitamente doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque tem valores bem altos, de notas bem altas.
E aí fala só a empresa aérea, não fala, não tem mais informações.

Carlos Antônio Silva Fabel: não, aí está falando doutora, tem discriminação até dos
viajantes e nesse caso, do Clube Atlético Mineiro. Não sei se a senhora está querendo
me mostrar alguma coisa da prefeitura. Eu vi uma do Atlético com toda discriminação
das viagens da empresa aérea, que prestou serviço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em alguns tem, outros não. Então, por exemplo,
tem uma ali ó, que o viajante eu acredito que seja o Augusto Castro Neto. Na primeira.

Carlos Antônio Silva Fabel: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no segundo, Bruno Azenha Tonnetta no terceiro.


E aí nós temos notas também de hotel. Não tem uma descrição, você tem um valor
total, você não tem o valor da passagem de ida, da passagem de volta. Tá vendo?

Carlos Antônio Silva Fabel: doutora, esse período que a senhora está mostrando
inclusive é do período do senhor Sette Câmara como presidente, que já vinha para ele,
para assinar e passar para eu pagar. E sei que foi isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, não, independente do período que é, eu peguei,


o período em que o senhor estava saindo. Aí é 2018.

Carlos Antônio Silva Fabel: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem outras aí, ali ó, está vendo? O hotel não tem
discriminação do gasto.

Carlos Antônio Silva Fabel: é a forma que chegava, assinado pelas áreas
competentes da dessa mesma que a senhora está mostrando aí, viu, doutora?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não tinha nada além disso?

383
Carlos Antônio Silva Fabel: não. As informações que eu recebia eram essas mesmo
aí. E os setores que solicitavam a passagem assinavam e levavam para o presidente.
Nesse caso, esse período especificamente aí foi rigorosamente dentro do mesmo
trâmite que existiu com os três presidentes. Quem viajou, qual foi o voo e o total do
custo que teve lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, porque nas notas do município a gente vê o


mesmo modelo, mesmo tipo.

Carlos Antônio Silva Fabel: município eu não posso falar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não! É só para mostrar para o senhor. E aí
nós temos uma informação também, aí que a gente fez um pedido de informação aqui
pela CPI, e o Clube Atlético Mineiro. O item um, nós perguntamos por quanto tempo a
Unitour prestou serviço ao Clube Atlético Mineiro? Favor descrever o serviço prestado.
E aí responderam,´´Diligenciando internamente para se apurar a existência de
contratos e de acervo documental para a aferição do período de prestação de serviços
pela Unitour Turismo Universal junto ao Clube Atlético Mineiro, não foram localizados
contratos escritos, mas apenas faturas e notas fiscais nos departamentos financeiro e
de contabilidade que remontam ao ano de 2018, sendo possível afirmar, contudo, que
a prestação de serviços ao Clube Atlético Mineiro perdurou por mais de uma década,
não havendo informações precisas sobre eventuais interrupções ao longo desse
período.``Eles informam nesse pedido de informação que eles não conseguiram
localizar documentos baseados em lançamentos realizados no sistema do
Departamento Financeiro. Desde 2009, eles não conseguiram localizar documentos
anteriores ao período de 2018. O senhor sabe por que essa documentação sumiu?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu, quando cheguei lá, ao chegar em 2019, como
eu disse, doutora eles já estavam lá prestando serviço. Eu não sei se antes de 2018
eles já prestavam o serviço. Não sei dizer. Perdão, em 2009. Quando eu cheguei em
2009 eles já prestavam, eram bem conhecidos lá pela estrutura do futebol.

384
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, do período que o senhor ficou de 2009 a
2019, eles só encontraram documentos a partir de 2018, os documentos anteriores
sumiram.

Carlos Antônio Silva Fabel: eu não sei o por que não uai, porque estava tudo lá. Todos
os balanços do Atlético não pode sumir porque todos os balanços do Atlético são
auditados, assinado pelo Conselho Fiscal, pelo Conselho Deliberativo, tudo. E o
balanço do Atlético tem uma auditoria que é checado nota por nota. Não pode ter não,
eles implantaram um sistema. Quando eu estava saindo eles estavam implantando o
sistema SAP, inclusive para implantação desse sistema toda documentação foi utilizada
para jogada no sistema. Não tem porque sumir essa documentação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então eles tem que ter essa documentação para
a gente fazer o pedido dela.

Carlos Antônio Silva Fabel: pode fazer o pedido, eles tem que ter esse sistema, eles
podem estar embananados com a implantação do sistema, que é muito comum, estar
implantando um sistema, apanhar pouco no início, demora às vezes dois, três, quatro
anos para implantar o sistema, mas a documentação estava toda lá, nas caixas
encaixotadas. Tem balanços, tem quanto pagou por ano lá para cada prestador de
serviço., tanto é que eu vi aí na demonstração que fala até no números de pagamento.
Então eu volto a dizer eu cheguei em 2009, eles já prestavam serviço, eu saí em 2019,
eles continuaram prestando serviço, não sei até quando, dizer até quando, mas eles
continuaram no mesmo desenho que era adotado. Mesmo a prestação de contas,
mesmo roteiro de aprovação de assinatura pelas áreas competentes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa documentação então, tem que existir.

Carlos Antônio Silva Fabel: tem de existir.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, obrigada.

Vereador Cleiton Xavier: senhor Carlos?

Carlos Antônio Silva Fabel: pois não, vereador.


385
Vereador Cleiton Xavier: qual o nome do funcionário que o senhor disse que fazia
cotação de mercado e repassava para o senhor?

Carlos Antônio Silva Fabel: no início, na verdade não repassava para mim não. Aí ele
repassava toda a estrutura lá de futebol para as próprias secretárias que estava
pleiteando passagens nessa época do Toninho. Antônio, eu deveria lembrar o
sobrenome, mas não tô lembrado. Depois esse Toninho foi demitido, admitiram a
pessoa que veio até do mercado de outro clube de futebol por entender que essa outra
pessoa ainda era mais afiada nesse segmento de cotações de passagem, hotel e
logística de viagens, então não me lembro quem o substituiu na época, assim de nome,
não sabe? E acho que essa pessoa que substituiu o Toninho, seu Antônio, deve estar
até hoje lá viu. Deve estar até hoje lá.

Vereador Cleiton Xavier: quando eu perguntei para o senhor na pergunta anterior,


acerca se o senhor questionava ou não as notas que chegava para o pagamento. O
senhor disse que tinha uma pessoa que discutia com o senhor, as vezes, uma diferença
o senhor até usou o valor de R$100,00. Quem era esse funcionário? Era o Toninho.?

Carlos Antônio Silva Fabel: nessa época era o Toninho, depois o outro. Mas isso aí
acontecia esporadicamente, até para eles mostrarem o desenho de cotações. Eles
falavam pegamos esse voo aqui que é das 09h00, até colocou exemplo de 100 a mais
na base, mas isso não acontecia com toda frequência não viu vereador, porque o
trâmite era eles cotarem a internet, definirem um horário que atendia melhor a eles, aos
atletas, porque tinha horário de atleta, tem que conciliar, por causa do horário de dormir,
horário de refeição no destino, então, aí depois que eles chegavam a esse comum
acordo entre eles, já fechava toda viagem, assinavam depois de toda a viagem fechada,
depois de todo o custo realizado, inclusive no, destino mandava aquele pacote de
despesa assinada por eles e ia o presente presidente assinar e aí chegava a mim para
pagar.

Vereador Cleiton Xavier: esse Antônio, vulgo Toninho, o senhor sabe se ele já
trabalhou na prefeitura de Belo Horizonte?

386
Carlos Antônio Silva Fabel: olha, eu vi ele lá prestando serviço sim, na campanha.
Ele tinha se demitido até já há um bom tempo. Aí ele estava no mercado. Aí a luta na
luta para ter emprego. Aí eu vi que prestam serviço lá só de campanha. Depois eu não
sei se ele trabalhou na prefeitura, porque eu não trabalhei na prefeitura. Então na
campanha eu vi ele prestando serviço.

Vereador Cleiton Xavier: pois não, mas atualmente o senhor sabe se ele ainda está
na prefeitura?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu nunca tive na prefeitura, nunca tive contato assim,
lado interno da prefeitura, dia a dia lá não sabe, nunca. Eu não sei responder.

Vereador Cleiton Xavier: senhor Carlos, o Antônio, vulgo Toninho. Nós temos
informações que ele está lotado no gabinete do prefeito. O senhor sabe se é em razão
da amizade que foi criada dentro do Atlético, o fato de ter sido nomeado dentro do
gabinete do prefeito?

Carlos Antônio Silva Fabel: vereador ele era um rapaz muito bom de serviço, ele era
também do mercado financeiro. Quando eu cheguei ele até me falou: “o Fabel você não
lembrou de mim não? Nós trabalhamos no Banco Rural, ah sim agora eu estou
lembrando de você e tal”. E ele ficou muitos anos lá e ele era um bom prestador de
serviço e as pessoas que estavam desempregada eventualmente procurassem o
prefeito lá, poderia arrumar emprego, ele era uma pessoa de confiança dele, bons
prestadores de serviço e eu não vejo nenhum problema assim. Eu sei, ele me procurar.
Se eu pudesse empregar, eu empregaria, porque ele era bom de serviço. Esse Toninho
aí que estão dizendo , saberia me dizer o sobrenome dele? Pra eu ver se me recorda
que realmente estamos falando da minha pessoa?

Vereador Cleiton Xavier: eu vou informar para o senhor daqui a pouco. Então,
enquanto isso, deixa lhe fazer outra pergunta.

Carlos Antônio Silva Fabel: pois não, doutor.

387
Vereador Cleiton Xavier: quantas vezes que o senhor fez pagamento em espécie para
a Unitour?

Carlos Antônio Silva Fabel: nunca.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor já teve conhecimento de algum outro funcionário


que tivesse feito pagamento em espécie para a Unitour?

Carlos Antônio Silva Fabel: chance zero. Eu fazia os pagamentos e tinha que está
tudo na escrita do Atlético. Tudo que se paga na pessoa jurídica do Atlético tem que ter
na escrita, se não a conta não fecha Doutor.

Vereador Cleiton Xavier: então o senhor afirma que nunca presenciou ninguém
fazendo o pagamento em espécie para a Unitour não?

Carlos Antônio Silva Fabel: nada. Zero. Aí até uma coisa que tinha no início lá em
espécie lá que eu cortei logo de cara é o tal do bicho molhado que é chamado, que é o
bicho em dinheiro para jogador, sabe? Eu cortei isso.

Vereador Cleiton Xavier: eu não entendi. O senhor disse o quê?

Carlos Antônio Silva Fabel: quando eu cheguei tinha o tal do bicho, né? O prêmio que
dá ao jogador é chamado de bicho molhado. O dia que me falaram isso eu assustei,
igual vocês agora. Fabel, esse jogo aí, um jogo importante, nós vamos ter de fazer um
bicho molhado, “o que que é isso? esse bicho molhado?” Aí era o tal do pagar em
espécie pro jogador, porque um jogador tinha insegurança de não receber do clube
depois. Mas quando eu cheguei lá, graças a Deus, logo no início, três, seis meses,
começaram a ver que podia fazer o jogo, podia ganhar que ia receber depois. Aí eles
pegaram confiança.

Vereador Cleiton Xavier: mas o Seu Carlos, o jogo importante, qual era o valor do
bicho pela vitória?

Carlos Antônio Silva Fabel: ah, cada caso é um caso. Eu até detestava isso. Eu
achava um absurdo um jogador que ganhava naquela época, quando eu cheguei

388
80.000, preocupar com o bicho de 300 reais, mais preocupava, viu? Mas era assim,
300, 1000 reais.

Vereador Cleiton Xavier: alguma vez o Toninho foi levar em espécie lá na Unitour
algum pagamento?

Vereador Wesley Moreira: o Toninho é o Antônio de Paula Silva Melo.

Carlos Antônio Silva Fabel: Antônio Melo, é esse mesmo.

Vereador Wesley Moreira: ele foi lotado no gabinete do ex-prefeito.

Carlos Antônio Silva Fabel: então nós estamos falando da mesma pessoa, a mesma
pessoa. Ele até brincava que ele parecia comigo, ele ficava feliz, mas não fala que
parece não, que eu fico um pouco triste.

Vereador Cleiton Xavier: o bicho para os atletas era contabilizado?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim. Não tem jeito de não pagar não, entrou grana no
Galo, saiu a grana do Galo. Entrou dinheiro no Atlético, saiu dinheiro do Atlético. O
dinheiro tem que ser contabilizado, senão a conta não fecha. Toda receita entra na
escrita do Galo. Não tem jeito de ser diferente não, receita de TV, receita de bilheteria,
receita de sócio torcedor. Tem que passar pelos trâmites.

Vereador Cleiton Xavier: a senhora Eloá tinha um papel ativo dentro da empresa, ou
o marido dela que cuidava de tudo?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, sempre Eloá mais ativa. Ela que era a empresária.
Quando eu cheguei, o marido já não tinha a saúde muito boa. Depois até tive a notícia
já mais tempo aí que ele tinha falecido e fiquei sabendo até um bom tempo depois que
eu não tive contato com esse pessoal. Depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então as tratativas do Atlético com a Unitour eram
feitas pela senhora Eloá?

389
Carlos Antônio Silva Fabel: mas ela tinha funcionários viu? Eu quando estava fazendo
cotações de viagem era com os funcionários dela. Lá tinha uma moça que se não me
falha a memória, chamava Dalva, que era até uma moça muito lá e era profissional do
dia a dia dela, ia ajudar nas cotações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a senhora tinha um papel ativo, tal qual o do
marido, a não ser nas épocas em que ele ficou doente?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, ela é ativa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e ela tinha o hábito de ir conversar enquanto ele
estava no Atlético. Ela tinha o hábito de conversar pessoalmente lá?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, um pouco. Às vezes ela me procurava quando me
procurava, já sei que era para cobrar. Eu já sabia que era para cobrar, que estava em
atraso com ela. Ligava, mas não era uma frequência grande não, até porque a gente
começou a pagar relativamente em dia mesmo, as viagens. Então ela diminuiu muito o
fluxo até de ligações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor conheceu o contador da empresa


Unitour?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não me lembro não. Se eu conheci, eu não me
lembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele chamava Valter.

Carlos Antônio Silva Fabel: é, o nome não me é estranho não, porque é um contato
meu com a própria empresa Unitour e mais é quando estava em atraso com ela, poucas
vezes que falei, mas falei algumas vezes com ela, mas não às boas mesmo. Mas esse
Valter eu não lembro, assim, até porque não tinha por que eu falar com o contador
deles.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: concordo. Ele então não era uma pessoa que
representava a empresa?

390
Carlos Antônio Silva Fabel: não, não, não, não, não, não a Eloá, mas as funcionárias
da equipe dela que fazia as cotações. Era a empresa que rodava bem direitinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso durante os dez anos que o senhor trabalhou
no Atlético, fazendo uma média, a Eloá, quem trabalhava, às vezes o marido?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, sim, sim, o esposo dela em algumas vezes que ela
foi lá no Atlético, ele ia junto. Ele gostava de se sentir ativo, mas já estava se
locomovendo com dificuldade, mas era até uma pessoa muito agradável.

Vereador Cleiton Xavier: senhor Carlos.

Carlos Antônio Silva Fabel: pois não!

Vereador Cleiton Xavier: a sua relação com a senhora Eloá era estritamente
profissional e a comunicação dela com o senhor se dava só quando o Atlético estava
em atraso nos pagamentos?

Carlos Antônio Silva Fabel: basicamente vereador, porque não tinha porque ela falar
comigo, até porque o dia a dia dela era com o pessoal que marcava a viagem. Então o
meu caso mais é quando ela estava precisando de dinheiro, estava em atraso lá com
ela, ´´tão me devendo aqui 80.000, eu tô muito apertada consegue me ajudar``, e
pagava 30.000 e ia administrando.

Vereador Cleiton Xavier: e o que o senhor sabe acerca da relação dela com Alexandre
Kalil?

Carlos Antônio Silva Fabel: não sei nem se existia relação, que tipo de relação?

Vereador Cleiton Xavier: pessoal, profissional, afetiva. O que o senhor sabe?

Carlos Antônio Silva Fabel: nada, nada, nada, nada. Ela inclusive ia muito pouco
presencialmente no Atlético, não tinha contato dela com o presidente, o contato dela
com o Alexandre Kalil, era pequeno, porque o Kalil não tinha nem tempo para lidar com

391
prestador de serviço, que quem tratava com ela quando eram assuntos para o Kalil era
a própria secretária do Kalil, a Beth.

Vereador Cleiton Xavier: Camilla?

Carlos Antônio Silva Fabel: a Beth.

Vereador Cleiton Xavier: a Beth!

Carlos Antônio Silva Fabel: a Elizabeth. Chamada de Beth, a Beth esta na prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Beth também está lá? O senhor lembra do nome
completo dela?

Carlos Antônio Silva Fabel: Elisabete, aí o sobrenome não vou lembrar. É porque ela
tinha 650 funcionários, Doutora.

Vereador Cleiton Xavier: a Unitour tinha alguma sala dentro do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não tem, porque até não tinha necessidade
nenhuma. Nem no Atlético, na sede onde eu ficava no Lourdes, nem no CT. As
comunicações todas por telefone, por e-mail.

Vereador Cleiton Xavier: pessoalmente, a Eloá, ou o marido dela, teve com o senhor
dentro do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: visitas?

Vereador Cleiton Xavier: não, pessoalmente. O senhor já recebeu a Eloá ou, o falecido
esposo dela dentro do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, recebi e já sabia, como disse a vocês anteriormente,
sempre era para cobrar, ela vinha atrás aqui, precisando receber, aí eu via lá, com
80.000 em atraso de várias viagens , eu falava, pode emitir nota fiscal dessas viagens
aqui, pá, pá, pá, pá, aí eu pagava, mas levava para o presidente, o presidente assinava,
ela. Na verdade, ela quando emitia a nota já entregava para presidência assinar ou

392
para as áreas competentes. E tem casos também que ela ia cobrar e o trâmite já estava
todo seguido, da área de futebol assinada, o presidente já assinava, só que eu estava
sem caixa para pagar e quando ela ia cobrar a gente buscava lá dentro da programação
e tentava ou no fluxo para pagar. Já estava até empenhado, já ia assinado por todas
as áreas.

Vereador Cleiton Xavier: então o senhor está afirmando que ela nunca recebeu bicho
não?

Carlos Antônio Silva Fabel: bicho?

Vereador Cleiton Xavier: é.

Carlos Antônio Silva Fabel: como bicho? bicho quem recebe é jogador, comissão
técnica, não tem bicho para isso não. E eu até brigava que eu gostaria também de
receber bicho porque trabalhava com futebol direto. Mas, é mais o pessoal ligado, mais
não, é o pessoal ligado direto ao futebol, prestador de serviço não tem bicho não.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor sabia que enquanto Alexandre Kalil era prefeito de
Belo Horizonte, a empresa Unitour foi contratada para um contrato emergencial na
prefeitura?

Carlos Antônio Silva Fabel: nunca trabalhei na prefeitura. Desconheço o assunto.

Vereador Cleiton Xavier: durante os meses de maio a agosto de 2017, mais


precisamente 9 de Maio de 2017 a 31 de Agosto de 2017, a empresa Unitour prestou
serviço na prefeitura e para o Atlético simultaneamente, senhor tem conhecimento
disso?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não tenho conhecimento, não tem. Trabalhava no
Atlético nessa época, não tem conhecimento nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas existe alguma possibilidade de viagens de


Alexandre Kalil enquanto prefeito terem sido pagas, nesse período ou depois, pelo
Atlético?

393
Carlos Antônio Silva Fabel: o que chegava para mim autorizado pela presidência e
por todos os setores competentes para as viagens. Nunca vi nome de Alexandre Kalil,
nunca, nunca, nunca.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Atlético, nunca fez pagamento para ele e depois
que ele saiu da presidência?

Carlos Antônio Silva Fabel: não teria nem jeito de chegar uma coisa dessa situação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nunca chegou nada no nome dele. Fora, depois
da saída dele então?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, nunca, nem dele, nem do Daniel, quando o Sérgio
assumiu, nada.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor tem conhecimento se durante a gestão de


Alexandre Kalil no Atlético, a empresa Unitour também prestava serviço de turismo
particular para ele?

Carlos Antônio Silva Fabel: não tenho conhecimento, mas acredito que não, porque
ele trabalhava com Atlético. As viagens dele a serviço do Atlético, era o Atlético que
pagava, o que particular? Não tenho conhecimento. Eu cuidava só do Atlético, eu não
cuidava da vida particular do presidente não, como eu não cuidei do Kalil, como não
cuidei do Daniel. Não cuidei do Sérgio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a verdade é que, como diretor financeiro, se


passou pelo senhor algum pedido de pagamento para a Unitour de Alexandre Kalil fora
do período dele como presidente do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, chances zero. Todas as viagens para o clube, cotado
pelos funcionários do clube para fazer viagem a São Paulo, para a Globo, quando eles
iam junto comigo lá para tentar antecipar alguma coisa de contratos Globo, renegociar
a renovação de contratos, essas coisas assim. Nada de relacionado ao particular.
Nunca, zero.

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Vereador Cleiton Xavier: é porque nós temos conhecimento de que a empresa Unitour
pagou viagens particulares ao senhor Alexandre Kalil em quatro oportunidades durante
o ano de 2019, talvez já próximo da data que o senhor informou da sua saída do
Atlético. Então, por isso que nós perguntamos entendeu? Porque em alguns momentos
poderia ter chegado até o senhor, ordem de pagamento para a Unitour fazer
pagamentos de viagens particulares de Alexandre Kalil enquanto ele estava na gestão.

Carlos Antônio Silva Fabel: não, nunca chegou nenhum pedido de pagamento nesse
período relacionada a pessoa física dele. Zero. Não tenho conhecimento.

Vereador Wesley Moreira: a senhora Eloá, no depoimento dela, ela afirmou que um
dos filhos do senhor Alexandre Kalil fez pagamento, em dinheiro, em espécie por volta
de R$ 25.000, entregues em envelopes. Em alguma oportunidade o senhor presenciou
ou teve notícia desse tipo de pagamento?

Carlos Antônio Silva Fabel: nunca, desconheço esse assunto. Surpreso! Nunca,
nunca zero. Porque, como disse você, se houve, houve alguma trativa da pessoa física?
Desconheço totalmente. Eu era diretor do Galo, do Atlético.

Vereador Wesley Moreira: de acordo com informações do Atlético Mineiro, em 2019,


o clube pagou a Unitour quase dez milhões, enquanto que nos anos subsequentes, a
média de pagamento ficou em torno de 3 milhões. O senhor sabe dizer porque esse
aumento?

Carlos Antônio Silva Fabel: eu saí no início de 2019, teve ano sim de Libertadores,
teve anos de Campeonato Brasileiro, chegou até o final do ano e foi vice-campeão duas
vezes, que tinha altos custos. Agora, 2019, eu saí no início, eu não tenho conhecimento
dessa evolução, não.

Vereador Wesley Moreira: certo o senhor Carlos, o senhor trabalhou ou contribuiu


para a campanha do Alexandre Kalil em 2016?

Carlos Antônio Silva Fabel: trabalhei. Em 2016?

Vereador Wesley Moreira: é, em 2016.


395
Carlos Antônio Silva Fabel: em 2016 foi a reeleição dele né?

Vereador Wesley Moreira: não, foi a primeira.

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não trabalhei não. Eu estava no Atlético em 2016,
eu tava no Atlético, trabalhei não.

Vereador Wesley Moreira: então, na campanha de 2020, o senhor trabalhou?

Carlos Antônio Silva Fabel: trabalhei, trabalhei. Eu já estava fora do Atlético, eu saí
no início de 19.

Vereador Wesley Moreira: inclusive o senhor realmente está listado na Justiça


Eleitoral como administrador financeiro da campanha eleitoral de Alexandre Kalil, da
chapa Alexandre Kalil, o senhor Fuad em 2020. Essa contratação foi da pessoa física
do Carlos Fabel ou pessoa jurídica?

Carlos Antônio Silva Fabel: foi na pessoa jurídica e foi até muito difícil para mim,
porque eu aceitei o convite e eu fiz uma cirurgia na época e peguei infecção hospitalar.
Fiquei hospitalizado 30 dias. Aí eu tinha que estar reportando direto do hospital. Foi um
período complicado para mim, foi até difícil de aceitar o convite viu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e deu algum problema para o senhor?


Considerando que pessoa jurídica não pode ser administrador de campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: zero, as contas foram aprovadas da campanha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e isso nunca foi questionado para a empresa?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não. Lá na campanha tem prestadores de serviço,
pessoa jurídica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque de acordo com relatório da Justiça


Eleitoral, o Ministério Público falou, inclusive foi um dos pontos de questionamento do
Ministério Público. É que pessoa jurídica não pode prestar o serviço de administrador
financeiro de campanha.

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Carlos Antônio Silva Fabel: mas nunca foi e nunca fui questionado. E prestei bem lá
viu, trabalhei bem lá, mesmo doente, mas trabalhei bastante lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí a sua empresa que foi contratada e o


pagamento era para sua conta de pessoa física?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, para a minha conta pessoa jurídica, porque eu emiti
nota fiscal para receber.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí foi de qual das três empresas?

Carlos Antônio Silva Fabel: a última empresa, Arte Esporte.

Vereador Wesley Moreira: de esportes! arte e esportes na campanha, tá certo? E


então, como, como era essa atuação do senhor como administrador financeiro na
campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: sentar com o contador da campanha, definir os custos
que íamos ter, as campanhas hoje, pelo que me falaram do passado, que eu não sei,
mas são campanhas mais modestas financeiramente, tem que ficar muito firme no
custo, desde o custo de panfleto até a locação de um carro, até a locação até
pagamento de gasolina. Então era muito…É isso aí, dia a dia era bater item por item
das despesas.

Vereador Wesley Moreira: mas esse recurso era recebido do fundo especial de
Financiamento de Campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: foi.

Vereador Wesley Moreira: foi o famoso Fundão?

Carlos Antônio Silva Fabel: foi, o fundão.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, e esses pagamentos como o senhor diz. Era para
pessoa jurídica?

397
Carlos Antônio Silva Fabel: pagamentos pra pessoa jurídica, tinha pessoas físicas
também. Prestavam o serviço lá e recebiam por RPA.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Mas no caso da empresa de esporte do senhor


atuando na campanha do prefeito Alexandre Kalil, era o pagamento direto para a
empresa mesmo?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, eu recebi. Eu prestei serviço como pessoa física e
recebi como pessoa jurídica.

Vereador Wesley Moreira: Ah, perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quanto que o senhor recebeu pela prestação de
serviço?

Carlos Antônio Silva Fabel: Doutora, foi em 2019, 2020 né, eu estava falando três
anos. Acho que foi R$ 70.000 que eu recebi para esses três meses. Serviço lá. Não me
lembro muito bem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foram quantos meses de serviço?

Carlos Antônio Silva Fabel: três meses, que é o período da campanha até o
fechamento final da prestação de contas.

Vereador Wesley Moreira: 45 dias.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, mas a campanha são só 45 dias. Aí o senhor


recebeu três meses?

Carlos Antônio Silva Fabel: depois tem a prestação de contas. Eu recebo para fazer
o serviço da campanha. Só que acaba ficando um tempo prestando serviço, porque
tem que prestar contas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo com o relatório do Ministério Público,


foi o valor de R$100.000.

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Carlos Antônio Silva Fabel: foi 100.000 né? Ah não, é porque eu recebi, eu não recebi
de uma vez não, recebi em parcelas, me pagaram em três parcelas, duas ou três
parcelas.

Vereador Wesley Moreira: e quantas pessoas da empresa então, a Arte Esportes


trabalharam na campanha do prefeito de reeleição de 2020?

Carlos Antônio Silva Fabel: o meu serviço como financeiro lá, foi só eu.

Vereador Wesley Moreira: foi só o senhor?

Carlos Antônio Silva Fabel: sim, sim, sim. Por esse período de teoricamente, 45 dias,
mais aí depois tem que fechar os números da campanha, assinar tudo. Daí eu me
lembro que deram 60 e uns 90 dias de trabalho.

Vereador Wesley Moreira: então no caso, a empresa do senhor, nessas três


empresas, sempre foi mais nessa linha mesmo, o senhor e mais o sócio, não tinha
contratação de funcionários não, o senhor nunca teve essa linha de contratar
funcionário?

Carlos Antônio Silva Fabel: é uma pessoa jurídica para eu poder prestar serviço como
pessoa jurídica e receber pelos meus serviços prestados.

Vereador Wesley Moreira: ah, perfeito.

Carlos Antônio Silva Fabel: eu atuo assim atualmente como consultor financeiro.

Vereador Wesley Moreira: ah, perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor prestou serviço do hospital ou senhor,


depois que melhorou foi para o comitê de campanha e trabalhava de onde?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, no hospital eu fiquei internado e doente, com
infecção hospitalar, fiz três cirurgias. Estive internado no Materdei durante 30 dias por
infecção hospitalar.

399
Vereador Wesley Moreira: Isso foi antes, durante, a campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: foi no período pré campanha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí quando começou a campanha, então o senhor


estava bem?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. Quando começou a campanha, já estava andando
de muleta. Eu fui lá trabalhar de muleta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, então, durante a campanha, o senhor já


não estava mais no hospital e aí o senhor ainda trabalhava. E trabalhava de casa, do
comitê?

Carlos Antônio Silva Fabel: como é que é doutora, desculpa?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse período, o senhor trabalhava de casa, do


comitê, em função da limitação que o senhor teve?

Carlos Antônio Silva Fabel: mas eu ia lá fisicamente mesmo, de muleta. Eu ia viu.

Vereador Wesley Moreira: então que bom. Essa questão da empresa jurídica,
prestando serviço, mesmo sendo proibido, a princípio era a Justiça Eleitoral. Isso não,
ainda não foi, o senhor não foi comunicado nada ainda sobre isso?
Carlos Antônio Silva Fabel: não, nunca foi, não. Até porque, se eu não pudesse
prestar o serviço como pessoa jurídica, eu prestaria como pessoa física. Não tem
nenhum problema me recolher e receber por RPA e recolher os impostos do RPA, como
recolhia na nota fiscal.

Vereador Wesley Moreira: o senhor teve conhecimento, então, como a administrador


financeiro, tinha movimentação também em dinheiro? durante o período de campanha
eleitoral, isso passava pelo senhor também como administrador da campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não. Na campanha zero, não teve e nunca passou
nada de pagamento, espécie.

400
Vereador Wesley Moreira: as empresas do senhor fez também doação de campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: não.

Vereador Wesley Moreira: não, nem na de 2016, 2020, 2022 na campanha dele para
governador, não teve doação em dinheiro não?

Carlos Antônio Silva Fabel: da minha empresa não.

Vereador Wesley Moreira: a pessoa física do senhor, mesmo.

Carlos Antônio Silva Fabel: na pessoa física, em 2016, na primeira campanha dele,
eu acho que eu dei R$ 1.000, mas eu não me lembro bem do valor não, mas acho que
foi isso R$1.000, não me lembro bem o valor não, mas eu ajudei sim.

Vereador Wesley Moreira: que amigo ruim o senhor hein, só R$1000, Risos…

Carlos Antônio Silva Fabel: como é que fala? amigo mão de vaca!

Vereador Wesley Moreira: porque o salário do senhor lá era bom, lá né? Acima do
nível ai! Do padrão da série A.

Carlos Antônio Silva Fabel: oh presidente, quando eu tive todo esse auê de quanto
que eu ganhava, eu ganhava bem, mas eu achava que era pouco, em função de vários
atletas que eu vi passando por lá.

Vereador Wesley Moreira: e o senhor queria o bicho molhado ainda?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu não recebi o bicho molhado não.

Vereador Wesley Moreira: mas o senhor ficava chateado, que o senhor falou.

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu não recebi bicho molhado e nem seco viu, Doutor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor achava pouco por que? Em função
dos atletas?

401
Carlos Antônio Silva Fabel: é porque eu vi cada atleta que fez um gol eu fazer as
contas. Teve alguns que não fizeram nem um gol e eu falava assim, pois o gol desse
cara custou 10 milhões, fica lá seis meses, tem cara na casa de jogador, porque futebol
é assim, contrato é no escuro, não dá certo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por isso que eu estou investindo nos meus
meninos.

Carlos Antônio Silva Fabel: mas é impressionante como é que é difícil fazer carreira,
né? Os jogadores é impressionante como é que, mais é o jogador, as pessoas mais
humildes que vem no interior, que eles consegue fazer carreira, porque ficam ali
confinados, dedicando a vida toda a isso.

Vereador Wesley Moreira: a gente escuta bastante, o senhor fala que nesse período
só conseguiu lhe trazer um choque de gestão na questão do Clube Atlético Mineiro,
mas hoje está com essa dívida de quase 1,1 bilhão e meio quase né. E alguns alegam
que justamente essa dívida ela teve esse crescimento durante esse período aí que o
senhor estava aí.

Carlos Antônio Silva Fabel: não tem que pegar os balanços. Os balanços mostram
que não. Quando, foram mudando de presidente para presidente, não tiveram um
choque de gestão pessoal, e na folha de atletas, na folha de diretoria lá de futebol. E
aí, como houve isso, muitas contratações, muitas compras de direitos econômicos,
federativos, dos atletas. Então a dívida, os balanços mostram isso, a dívida cresceu
muito e vai crescer muito daqui pra frente, porque os juros teve um período, estavam
baixos, com juros 14% a dia, uma dívida de mais de 1 bi e meio, imagina só o serviço
da dívida e quanto que cresce por ano é.

Vereador Wesley Moreira: o senhor doou só R$1000 né? Mas não teve um parente
do senhor que doou também na campanha?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não.

Vereador Wesley Moreira: só o senhor mesmo.

402
Carlos Antônio Silva Fabel: não sei se foi 1000 ou foi 5000.

Vereador Wesley Moreira: que isso ein, haha.

Carlos Antônio Silva Fabel: eu não lembro. Foi em 2016. Na verdade, lá internamente,
na época, todo mundo doou, porque tinha acabado de ser presidente e todo mundo
queria apoiá-lo e tal. E aí a gente fez uma doação na pessoa física.

Vereador Wesley Moreira: e quando o senhor exerceu essa função de administrador


da campanha, o senhor ocupava também um cargo no Clube Atlético Mineiro?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, eu saí no início de 19, a campanha foi em 2020. Foi
quando eu fiz a cirurgia.

Vereador Wesley Moreira: ah, tá certo.

Carlos Antônio Silva Fabel: até porque para poder participar da campanha, não pode
estar com outra atividade não, né?

Vereador Wesley Moreira: tá certo. Mas o senhor doou muito pouco ao Kalil, deve ser
por isso que ele nem convidou o senhor a fazer parte lá, pra trabalhar na prefeitura.

Carlos Antônio Silva Fabel: é, para ele pode ter sido isso mesmo.

Vereador Wesley Moreira: o senhor não teve convite. Ele não convidou o senhor
então, para trabalhar, que como tem bastante pessoas do Clube Atlético Mineiro que
ele convidou, o senhor, ele não convidou.

Carlos Antônio Silva Fabel: talvez ele achou que eu era competente só no futebol né.
Se é que achou né.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, perfeito. Vamos lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor lembra de quais pessoas que


trabalharam no seu período no Atlético e que hoje estão na prefeitura?

403
Carlos Antônio Silva Fabel: tem a Beth, tem Adriana, que virou secretária. Agora
vocês falaram do Toninho. Eu vi na campanha também, dessa que eu fui o financeiro,
tinha o Ezequias, que também já tinha se desligado do Atlético. Mas são pessoas de
função, assim, de mais administrativo, salários mais baixos, que também ocupavam e
eram funcionários antigos do Atlético. Eu lembro dessas pessoas. Tinha um rapaz da
segurança também. A gente chamava de Jorginho. Eu também vi ele lá na campanha,
trabalhando lá, todos já tinham sido desligados do Atlético.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Lucas Couto, o Dr. Rodolfo Gropen?

Carlos Antônio Silva Fabel: Lucas Couto, vi também. E também já tinha sido
desligado. O doutor Gropen eu não vi não, não vi não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Raimundo Cirilo?

Carlos Antônio Silva Fabel: Raimundo Cirilo sim, Carmem Lúcia na campanha não.
Raimundo Cirilo eu tive notícia depois dele, ele trabalhando lá. Parece que uma
determinada secretaria, não sei se do zoológico que trabalhou no zoológico da
fundação lá do zoológico.

Vereador Wesley Moreira: o senhor Alexandre Kalil, ele era administrador de contas
bancárias do Atlético Mineiro enquanto era presidente? Do clube?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, zero. Quem administrava as contas lá era eu. Ele só
autorizava por escrito os pagamentos, a gente executar o trâmite todo, todos assinados.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, ele nunca constou como administração de
conta bancária do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: não ele até constava, porque ele era o presidente.
Quando você cadastra uma conta bancária, tem lá o presidente. Mas quem fazia as
movimentações no sistema era eu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, quando a pessoa deixa de ser presidente,
ela tem que ser retirada. Como a administradora dessa conta?

404
Carlos Antônio Silva Fabel: tem que ser retirada. Mas se não retirar, também não
muda nada. Não porque ela nunca operou a conta nem tinha senha pra operar

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem fica a cargo disso é o administrador


financeiro, então?

Carlos Antônio Silva Fabel: é, mas, eles nunca movimentaram contas não, nenhum
presidente, nem o Kalil… Vocês estão perguntando muito sobre Kalil. Mas é um trâmite
de todos que passaram. Daniel, o próprio Sérgio. Esse período que falaram que houve
uma evolução em 2009, já era o Sérgio, que as contas de Unitour passaram para 10
milhões por ano e eram seis parece que vocês falaram esse número. Já era o ano que
eu saí e era o Sérgio que estava como presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui o questionamento acaba sendo mais em


cima dele, pelo fato de ser CPI e pela análise aqui do Município né, do dinheiro do
clube.

Carlos Antônio Silva Fabel: eu li, eu até achei estranho, quando fui convocado porque
falaram sobre CPI de prefeitura, falei eu não trabalhei na prefeitura, mas posso
responder vocês, viu? Nenhuma dificuldade de responder as perguntas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, a gente está vendo. É porque em função do


depoimento da senhora Eloá e de prestações de serviço da empresa dela para a
prefeitura, entendeu? Então acabou gerando esse link. E aí teve a questão do senhor
ter trabalhado durante a campanha como administrador financeiro. Então é por isso que
a gente acaba questionando mais em razão do Kalil. Essas pessoas que saíram do
Atlético e foram para a prefeitura de Belo Horizonte, essas pessoas tinham cargos
estratégicos e importantes dentro do Atlético?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, não. Toninho, nós falamos, era marcador de viagem.
O Ezequias era o responsável pelo almoxarifado, onde guarda no almoxarifado da
sede, onde guardava os uniformes. Adriana não, Adriana era diretora. Elizabete era
secretária.

405
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Lucas Couto?

Carlos Antônio Silva Fabel: Lucas Couto era diretor de marketing.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Rodolfo Gropen?

Carlos Antônio Silva Fabel: Rodolfo Gropen, ele tinha uma atuação mais distinta,
porque não era do dia a dia lá dentro, não. Ele era, era um diretor. Aquele diretor
nomeado, não remunerado, que prestava serviço para ir para as reuniões em algum
local específico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Raimundo Cirilo?

Carlos Antônio Silva Fabel: e, o Cirilo prestava serviço, foi até eu que contratei na
época que ele prestava serviço. Ele era nosso. Eu criei um cargo lá que a gente
precisava, porque era um gerente dos clubes administrativos, para os clubes
recreativos, perdão, o Labareda e a Vila Olímpica. Aí a gente criou um padrão para os
dois clubes rodarem com sistema parecido. Aí ele foi o responsável, por sinal, uma
pessoa muito competente, viu? Muito firme.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Carmem Lúcia?

Carlos Antônio Silva Fabel: Carmen, ela trabalha no setor administrativo da sede.
Essa moça não foi eu que contratei não. Essa moça foi contratada pelo RH do Galo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor falou assim, que o senhor estava no
Atlético, e não poderia fazer esse trabalho dentro da prefeitura ou fora do Atlético pro
prefeito né? O senhor mencionou isso, tanto que a administração da parte financeira
da campanha foi em 2020, porque o senhor já tinha saído. O senhor vê que poderia ter
algum conflito em estar no Atlético e estar na Prefeitura e exercer essa função em
conjunto?

Carlos Antônio Silva Fabel: eu não saberia responder vocês tecnicamente, vocês
estão falando que pessoas jurídicas não podem prestar serviços na campanha eu não

406
tinha nem tempo para ajudar lá. Eu trabalhava muito no Atlético, a minha vida lá era
corrida.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas assim, a pessoa trabalhar dentro da


prefeitura e participar de um conselho do Atlético, onde na prefeitura o prefeito era ex-
presidente do Atlético. Isso foi questionado em algum momento ali dentro do Atlético se
isso poderia gerar ou não uma divergência de posições.

Carlos Antônio Silva Fabel: ex funcionário, problema zero. Ex funcionário tem que
seguir a vida dele, arrumar emprego mesmo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas vários aqui continuaram no conselho
do clube enquanto trabalhavam na prefeitura.

Carlos Antônio Silva Fabel: mas o conselho não é funcionário, não é, não é
remunerado, é conselheiro do Galo, todo conselheiro do Atlético tem um emprego, todo
conselheiro do Atlético tem empresário como conselheiro, que é dono da MRV, todo
conselheiro do Galo, é dono de banco, todo conselheiro é aposentado, todo conselheiro
tem uma empresinha, para ele trabalhar para prestar o serviço dele. O conselho do
Atlético ou Deliberativo são pessoas que querem participar da vida ativa do Atlético
Futebol para poder acompanhar. São 400 pessoas, são gente do mercado, trabalham,
tem advogados e tudo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas existe algum regramento dentro do clube de
que o conselheiro não pode atuar naquilo que diz respeito à área de atuação dele?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. A única coisa que existe lá no Conselho é que o
conselheiro, se ele for conselheiro, ele não pode ser remunerado. Só isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí ele pode inclusive opinar em relação à


atuação do clube, mesmo que seja numa área de atuação dele em conflito de
interesse?

Carlos Antônio Silva Fabel: não entendi a pergunta, Doutora.

407
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por exemplo - existem pessoas que eram
conselheiros, participavam do conselho do Atlético e elas eram servidoras dentro da
prefeitura. Quando havia alguma deliberação dentro do Conselho que implicava a
atuação da prefeitura, essas pessoas deixam de votar ou elas votam e participam?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, as pessoas podem continuar no conselho do Atlético,
participar e tudo no Atlético, que é votado lá no plenário, tem que ser aprovado por 2/3
dos presentes. Se ele fizer parte desses 2/3, ele vai estar lá votando, nada. Mas não
tem nenhuma votação lá no Conselho do Atlético que implica a prefeitura lá se vota o
balanço

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a construção, a construção da Arena MRV,


por exemplo, não seria um caso?

Carlos Antônio Silva Fabel: como assim? Não entendi porque, o que atrapalharia uma
pessoa que está trabalhando na prefeitura votar a favor de uma Arena do Galo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, porque isso envolve o poder público, teve
permuta, teve contrapartida, teve diversos aspectos da Arena que envolve uma atuação
do poder público, de pessoas que fazem parte do Conselho, votaram enquanto
conselho e pessoas que fazem parte da administração pública, enquanto a equipe de
Alexandre Kalil. Era normal, todo mundo via isso como normal?

Carlos Antônio Silva Fabel: Doutora Fernanda, eu não tenho conhecimento técnico
sobre essa coisa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não precisa ser o técnico, não. Eu queria
saber como funcionava mesmo. Participava, votava, trabalhava na prefeitura, Estava
ok, ninguém questionava?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. E respondendo objetivamente sua pergunta, eu até
não participava de todas as reuniões do conselho, porque eu só era chamado quando
envolvia assuntos financeiros. E se, por exemplo, fosse um assunto específico no dia
de votar para ser a favor ou não da construção da arena, eu não precisaria nem

408
participar dessa reunião. Então eu nunca vi nas que eu fui, nunca vi nenhum
questionamento nesse sentido.

Vereador Wesley Moreira: a senhora Eloá, num depoimento dela, ela disse que teve
algumas situações, algumas viagens do ex prefeito, que às vezes ele não tinha recursos
pra pagar lá naquele momento, e ela mesmo, pagava, ela pagava, viagem, pagava
hotel, as coisas, ela pra ele, e depois ele ia, passava pra ela, até mesmo em dinheiro,
em espécie. Aí no caso e nessa administração do senhor isso aconteceu também? Não
né?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, o Atlético não pagava ninguém em dinheiro não, e
sobre essa situação, é, depois dele, já prefeito, se ele teve alguma compra de
passagem com ela, eu desconheço, porque aí eu não tinha mais contato no dia a dia
com a pessoa física do prefeito, nada. O único contato que eu tive foi na campanha lá,
mas não tive contato com ele. Tive contato com a estrutura só para poder fazer a
campanha.

Vereador Wilsinho da Tabu: bom dia Carlos, tudo bem?

Carlos Antônio Silva Fabel: bom dia! Quem é?

Vereador Wilsinho da Tabu: é o vereador Wilsinho da Tabu.

Carlos Antônio Silva Fabel: o vereador, a disposição viu vereador?

Vereador Wilsinho da Tabu: é só nesses questionamentos de que a vereadora


Fernanda fez. Eu também queria fazer um questionamento a respeito disso. Você
consegue me responder? Os conselheiros, eles normalmente, como você falou, tem o
trabalho deles, tem as empresas deles, tem conhecimento se algum desses
conselheiros que tem alguma empresa prestou serviço pra prefeitura?

Carlos Antônio Silva Fabel: quando o conselheiro não pode, ele tem que abdicar do
cargo de conselheiro para prestar algum serviço.

409
Vereador Wilsinho da Tabu: por exemplo, ele tem uma empresa, é conselheiro do
Atlético e a prefeitura solicita um serviço que ele está de acordo com a empresa dele
fornece. Tem algum conhecimento de algum conselheiro que teve, que tem alguma
empresa que prestou serviço para a prefeitura?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. Desde que eu me lembro assim, eu sei que o
estatuto prevê isso, que se pode prestar o serviço, mas ele tem, que ele tem que abdicar
daquele período, do cargo dele, de conselheiro. Mas não tenho conhecimento de
nenhum, apresentar a vocês algum nome específico, não.

Vereador Wilsinho da Tabu: ok, obrigado Carlos.

Carlos Antônio Silva Fabel: fico a disposição. Agradeço.

Vereador Wesley Moreira: teve alguma decisão do ex prefeito Alexandre Kalil, na


gestão dele que de alguma forma assim, causou alguma estranheza no conselho ou
algo assim?

Carlos Antônio Silva Fabel: não, nunca, nunca, nunca. O Kalil no período dele, de
presidente do Atlético, ele era sempre lá ou chegava ovacionado porque tirou até da
situação muito ruim. Tinha acabado de voltar do rebaixamento, o clube não rodava,
estava travado, não tinha presidente. Ele assumiu e começou a rodar e logo depois as
coisas foram dando certo dentro de campo. Porque tem que dar certo dentro de campo.
Não adianta só organizar fora de campo. Mas eu era o contrário. Eu falava para o Kalil
- Kalil, vamos organizar fora de campo, que vai nascer a dentro de campo para
bobagem sua, a bolinha tem que entrar na casinha. Enfim. Aí ele era ovacionado lá no
seis anos dele de mandato, lá ele saiu e todo mundo doido com ele lá, porque ele foi
um presidente muito atuante.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas enquanto prefeito, quais decisões dele,
enquanto prefeito, repercutiram dentro do clube?

Carlos Antônio Silva Fabel: depois que ele foi para a política, ele sumiu do Atlético.
Nem nas reuniões do Conselho ele aparecia mais. Eu lembro que ele apareceu no dia

410
para aprovar. Me lembro bem disso, até o pessoal ficou muito feliz dele aparecer. Ele
apareceu para aprovar o estádio, então teve toda aquela movimentação pelo presidente
Daniel, e aí ele foi prestigiar e foi aprovado, foi dar o poder positivo lá para aprovação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele não participava, ele não participava mais
dessas reuniões do Conselho, mas quantas pessoas que estavam com ele na prefeitura
participavam?

Carlos Antônio Silva Fabel: de votar no conselho?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso.

Carlos Antônio Silva Fabel: nada, zero. Porque Adriana...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Lucas Couto, Adriana, Gropen, essas pessoas.

Carlos Antônio Silva Fabel: o Lucas Couto não era conselheiro não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não?

Carlos Antônio Silva Fabel: não. O Gropen era conselheiro, o Lucas Couto, não era
conselheiro. A Adriana na época, aquela pessoa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Marcelo Leonardo, Gropen. Dr. Marcelo


Leonardo que é do Conselho de Ética do Município, o Dr. Gropen, que é presidente do
Conselho de Ética. Então tinha pessoas?

Carlos Antônio Silva Fabel: tinha, tinha essas. Mas não são pessoas remuneradas
pelo Atlético. Mas elas podem eventualmente, pode.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só saber se assim, as pessoas que estavam na


administração dele, né? A gente pode de repente desculpa tá, mas até pedir informação
sobre isso.

Carlos Antônio Silva Fabel: Doutora Vereadora, veja bem, e esse questionamento da
senhora aí sobre essa coisa de ah, poderia votar no conselho, alguma coisa ele dito. A

411
única coisa que eu me lembro assim que envolveu o município, foi o estádio, não teve
outro assunto, e por sinal o município, deu trabalho. Aí, pelo que eu sei, não era a minha
área lá, mas pelo que eu sei, não foi fácil aprovar a construção do estádio por toda a
situação que envolvia. Então teve uma parte burocrática em torno de aspecto legal que
não adiantou, só ser votado lá no Conselho, o Atlético querer o estádio não, teve todo
um trâmite depois dentro da prefeitura, que foi bem engessado. Não era minha área.
Eu estou falando assim. Pelo que eu acompanho pela imprensa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e teve também cobrança de IPTU né? Do Atlético.

Carlos Antônio Silva Fabel: cobrança de IPTU?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é

Carlos Antônio Silva Fabel: de quem?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: contra o Atlético.

Carlos Antônio Silva Fabel: não conheço o assunto. O que eu sei da minha época,
quando eu cheguei, que o Atlético devia para a prefeitura de, IPTU, uns 6 milhões, nós
fizemos a composição e durante dez anos que eu estive lá, nós pagamos esse débito
em atraso, começamos a pagar em dia o corrente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque um procurador do município, Dr.


Gustavo Levate, que a gente até está analisando a questão da atuação dele nas
cobranças de IPTU pessoais do Alexandre Kalil. Ele desistiu da cobrança de um IPTU
do Atlético e aí depois cobrou porque ele viu que estava errado e aí foi da sede, foi do
imóvel da sede. Mas isso aí o senhor não lembra de ter sido deliberado no Conselho.

Carlos Antônio Silva Fabel: porque deve ter sido alguma demanda. Pode ter sido fora
do meu período e teve alguma demanda de cobrança retroativo. Aí o Atlético deve ter
entrado com algum recurso para se entrar com recurso. O jurídico deve ter entendido
na época que tem que apresentar a garantia. E aí, apresentou agora alguma garantia
real. Imagino isso viu, Doutora.

412
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o jurídico na época. O senhor sabe quem era?

Carlos Antônio Silva Fabel: durante um bom tempo que eu estava lá, o diretor jurídico,
fugiu o nome dele aqui. Vocês estão com todas essas informações aí, se vocês
quiserem me ajudar, eu falo se é ele mesmo. Lázaro Cândido, perdão, Lázaro Cândido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a notícia de jornal fala que o valor era de
R$ 81.000.

Carlos Antônio Silva Fabel: é, deve ter sido alguma coisa retroativa que o Atlético
questionou. Mas não é da minha época não. Eu não me lembro desse assunto não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de fato não era. Não foi em 2021. Agora que eu
vi, era enquanto o Kalil era prefeito, mas não foi durante enquanto o senhor era diretor
financeiro, não.

Carlos Antônio Silva Fabel: na minha época, mesmo a memória de 62 anos aí, eu
acho que eu me lembro bem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigado, Dr. Carlos. Eu não tenho mais
perguntas, não.

Vereador Wesley Moreira: o senhor intermediou alguma negociação ou pedido entre


a PBH e o Atlético, enquanto o senhor Alexandre Kalil era prefeito?

Carlos Antônio Silva Fabel: nunca.

Vereador Wesley Moreira: mais perguntas? Tarcísio? Dr Tarcísio? Fique à vontade.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Presidente, bom dia. Sem perguntas.

Vereador Wesley Moreira: então tá certo. Bom, então, mais uma vez aqui agradecer
a presteza do senhor Carlos Fabel nos esclarecimentos na nossa CPI. Pedir para que
o senhor se coloque à disposição, porque ainda nós teremos mais uns quatro meses
ainda no desenrolar dessa CPI. Talvez venha ser preciso o convite, a presença do

413
senhor aqui novamente. Então deixa aí o microfone aberto para o senhor para suas
considerações finais.

Carlos Antônio Silva Fabel: bom, agradecer a todos. Espero ter atendido aos
questionamentos. Fico feliz aí com as palavras da vereadora Doutora Fernanda, que
fez uma menção ao que leu sobre o meu trabalho na época de Atlético e que foi muito
positivo. E eu estarei sempre à disposição de vocês, porque sempre que eu puder
ajudar no processo, estarei sempre à disposição. Estou à disposição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada, viu senhor Carlos.

Vereador Wesley Moreira: ok senhor Carlos, Obrigado. E às 11h42 eu declaro


encerrada essa reunião. Forte abraço a todos.

Carlos Antônio Silva Fabel: abraço.

A reunião foi encerrada às 11h42.

2.13 - DA 13ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h53, do dia 20 de abril de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 13ª Reunião Ordinária13 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Cleiton Xavier, Gilson Guimarães e
Fernanda Pereira Altoé.

Foram aprovados requerimentos para prorrogar o prazo da CPI por mais


60 dias e ouvir o Dr. Luiz Gustavo Levate, além de aprovar pedidos de informação sobre
ex-funcionários do Clube Atlético Mineiro, nomeados na Prefeitura de Belo Horizonte.

Deu-se início à oitiva do Sr. Tiago Martins, que prestou compromisso de


dizer a verdade.

13ª REUNIÃO

13
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/13%C2%AA-
reuni%C3%A3o-comiss%C3%A3o---parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-20-04-2023

414
Vereador Wesley Moreira: às 09h53, damos início à 13.ª reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito, Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Farei a
chamada agora dos vereadores que compõem essa comissão.

Vereador Cleiton Xavier: Presente.

Vereador Gilson Guimarães: Presente

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Presente.

Vereador Wesley Moreira: Presente.

Vereador Ciro Pereira: não obteve resposta.

Vereador Helinho da Farmácia: não obteve resposta.

Vereador Wesley Moreira: então, com a presença dos vereadores Wesley, Gilson,
Cleiton e Fernanda, nós vamos dar prosseguimento à ordem dos trabalhos.
Comunicação de aprovação das atas das reuniões 10.ª e 11.ª, visto não ter havido
impugnação desta nos termos regimentais. Hoje nós temos uma oitiva as, marcado
para as 09h30 e que já peço aqui desculpa pelo atraso, porque fomos chamados para
uma sessão extraordinária, e pedimos a desculpa ai, tivemos que votarmos ali algumas
prestações de contas, e por isso este atraso.

Vereador Wesley Moreira: a finalidade é intimar o senhor Tiago Penido Martins para
pessoalmente prestar depoimentos acerca dos documentos juntados no processo
6119259-50.2015.8.13.0024, que, conforme indicação do Ofício 2548/2023, de sua
autoria, às dez horas nós temos a oitiva do senhor Lucas Couto de Souza. Nós vamos
apenas aqui apreciarmos alguns requerimentos que estão em pauta, são apenas cinco
requerimentos e aí retornaremos a oitiva. Ok, bem rápido aqui. Vamos lá. Tá atento aí
vereador Cleiton, está tranquilo amigo? Podemos prosseguir?

Vereador Cleiton Xavier: pode prosseguir, presidente.

415
Vereador Wesley Moreira: Tá ok. Requerimentos Comissão 944/2023, a solicitação
requer a prorrogação, por mais 60 dias de prazo de duração da Comissão Parlamentar
de Inquérito Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte, de autoria dos vereadores
Ciro Pereira, Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé e Wesley Moreira. Em discussão.
Como já esperávamos mesmo, seriam os necessários mais essa medida é de
prorrogação, e teremos mais, possíveis 60 dias, para encerrarmos os nossos trabalhos
nessa CPI. em votação como vota o vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento, fica aprovado o


requerimento de comissão 944/2023. Requerimento de Comissão 945, realização de
oitiva, finalidade intimar o senhor Luiz Gustavo Levate, Procurador Municipal, para
pessoalmente prestar depoimento acerca da sua atuação nas ações de execução fiscal
envolvendo o ex-prefeito Alexandre Kalil, e empresas de sua titularidade. Data 27 de
abril de 2023, às 09h30 no Plenário Helvécio de autoria dos vereadores Ciro Pereira,
Cleiton Xavier, Fernanda Pereira e Wesley Moreira, em discussão em votação como
vota o vereador Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, fica aprovado o


Requerimento de comissão 945/2023.

Vereador Wesley Moreira: requerimento de comissão 971/2023, é um Pedido de


Informação destinatário Prefeito de Belo Horizonte, Senhor Fuad e ao Controlador
Geral do Município Sr. Leonardo de Araújo. Finalidade Obter informação sobre o

416
procedimento, ID21996, protocolado em 21/06/2022 em razão de denúncia recebida
pelos canais de comunicação dessa CPI. Autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleiton
Xavier, Fernanda Pereira e Wesley Moreira, em discussão em votação como vota o
Vereador Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento, fica aprovado o


Requerimento de Comissão 971/2023.

Vereador Wesley Moreira: requerimento Comissão 972/2023, solicitação pedido de


informação destinatário Presidente do Clube Atlético Mineiro Sr. Sérgio Coelho
Finalidade Obter informações acerca de ex-funcionários do clube, nomeados na
Prefeitura de Belo Horizonte. Autoria dos vereadores Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Fernanda Pereira e Wesley Moreira. Em discussão, em votação, como vota o vereador
Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo

Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento, fica aprovado


Requerimento de Comissão 972/2023.

Vereador Wesley Moreira: requerimento de comissão 973/2023, Pedido de


Informação Destinatário Tribunal de Contas de Minas Gerais. Finalidade solicitar o
envio da íntegra da tomada de contas. Número 1098420, em razão de denúncias
enviadas pelos canais de comunicação dessa CPI. Autoria dos vereadores Ciro Pereira,

417
Cleiton Xavier, Fernanda Pereira e Wesley Moreira, em discussão e votação, como vota
o vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo

Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento, fica aprovado


Requerimento de Comissão 298/2022.

Vereador Wesley Moreira: resposta à Requerimentos de Indicações da Comissão


Ofício sem resposta, Requerimento de Comissão 671. Autoria dos vereadores Wesley,
Ciro, Cleiton, Fernanda, Uner. Resposta número 301 enviada pelo senhor Leonardo
Amaral de Castro, Secretário adjunto de Governo. Ofício em Resposta Requerimento
692, de autoria dos vereadores Fernanda, Ciro, Cleiton, Uner e Wesley. A resposta é
302/2023 Enviado pelo senhor Leonardo Amaral de Castro para Secretário Municipal
de junto de Governo, ofício em resposta ao Requerimento 713, de autoria dos
vereadores Uner, Ciro, Cleiton, Fernanda e Wesley. Resposta Número Protocolo
Mecânico número 1983 Remetente senhor, o engenheiro, Lucas Ribeiro Horta.

Vereador Wesley Moreira: está certo. Ofício em Resposta ao Requerimentos de


Comissão 714, de autoria dos vereadores Wesley, Ciro, Cleiton, Fernanda, Uner. A
resposta é número 303/2023 enviado para o senhor Leonardo Amaral de Castro,
Secretário municipal adjunto de Governo, tem também resposta 305/2023, também
enviado pelo senhor Leonardo Amaral Castro. Informo que as respostas dos
requerimentos Comissão 713 e 714, ambos de 2023, estão disponíveis no Portal da
Câmara, em decorrência de alto volume de documentos, e da necessidade de análise
preservar o sigilo de dados pessoais. Os anexos das respostas foram encaminhadas
aos membros da Comissão e serão publicados no Portal da Câmara, após análise e
ocultação de dados pessoais, às 10h:02 suspendo essa reunião por cinco minutos.

418
Vereador Wesley Moreira: bem, às 10h:04, retomamos aqui a nossa reunião, e vamos
voltar, voltarmos aqui ao segundo item da pauta, que é oitiva do senhor Tiago Penido
Martins. Nesse momento eu o convido à mesa, e ele será acompanhado pelo senhor
Francisco Freitas, Procurador Geral e, fique a vontade aqui, pode sentar aqui mesmo,
também vamos ceder um espaço para que o Tarcísio, Dr. Tarcísio, fique à vontade no
manuseio dos seus aparelhos eletrônicos, finalizando aqui a gente, nós iniciaremos a
oitiva do Sr. Lucas Couto. Pode ficar à vontade na participação aí, e Finalizando, nós
vamos iniciar a sua oitiva também.

Vereador Wesley Moreira: muito bem. Primeiro, bom dia, Bem vindo aí, à nossa casa
com o Sr. Tiago Penido Martins, bem vindo, mais uma vez também, bem vindo ao Sr.
Francisco. Eu gostaria de pedir/solicitar. Primeiro quero informar ao senhor Tiago e
solicitá-lo que o senhor faça um compromisso nos termos do artigo 203 do Código de
Processo Penal, informo que fazer afirmação falsa, ou negar, ou calar a verdade poderá
incorrer no crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal,
então eles entregaram para vocês esses esboço aí, eu gostaria que você fizesse essa
declaração para gente aí, é só você preencher nos campos aí, tranquilo?
Tiago Penido Martins: bom dia! Bom dia! Tiago Penido Martins, 38 anos de idade,
casado, residente na Rua Souza Magalhães, Belo Horizonte, Advogado Público
Municipal, desenvolvo minha atividade na SUDECAP, rua dos Guajajaras, 1107.
Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, explicando sempre as razões
da minha ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Vamos lá então, senhor Tiago. O senhor é o autor
do documento 318256850, juntado no processo número 61192595020158130024 pelo
procurador do município, o senhor Fernando Couto Garcia, no dia 12/08/2020, às
18h12, só confirma.

Tiago Penido Martins: se for as informações sobre a desapropriação do CT 61. Sim,


sou autor porque eu não sei exatamente qual esse documento, sim aqui eu já vi. É este
mesmo. Sou o autor desse documento.

419
Vereador Wesley Moreira: perfeito, esse documento ele começa com a frase assim:
Após detida análise da solicitação. Que solicitação foi essa?

Tiago Penido Martins: todas as vezes em que há uma dúvida pela Procuradoria Geral
do Município, sobre as desapropriações que ocorrem no município, a Procuradoria do
Município, encaminha à SUDECAP pedidos de informações para instruir atuações dos
procuradores do município, o que, no âmbito do município de Belo Horizonte, as
desapropriações são conduzidas pela SUDECAP, pelo corpo dos advogados públicos
da SUDECAP, então, provavelmente, o procurador do município tinha alguma dúvida,
precisava de algum esclarecimento e ele encaminhou então ao Departamento de
Desapropriações e Contencioso, um pedido de esclarecimentos, um pedido de
informações sobre a desapropriação do imóvel referente ao cadastro Técnico número
61 e a partir dessa solicitação foi feita a análise da documentação que havia disponível
na nossa base de dados, e foi informado aquilo que era necessário para poder instruir
e obviamente, alicerçar a manifestação do Procurador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia Dr. Tiago, pode ficar bem tranquilo. Não
tem nada sobre, o seu trabalho não, mas é porque, como consta um laudo, e teve
aquela questão do jantar assinado, nós estamos só querendo entender melhor isso.
Pode ficar bem à vontade, bem tranquilo. Essa solicitação o senhor lembra se, veio por
e-mail, se veio através de um ofício ou fazia referência a nomes? Como que veio ? A
gente, se a gente pedir esse documento dessa solicitação específica, teria como nos
enviar?

Tiago Penido Martins: sim, ela vem por e-mail, sempre por e-mail. A Procuradoria
Geral do Município numera esse ofício. Ele tem um número de origem e normalmente
consta quem é o procurador responsável pelo processo a que se faz referência.

Vereador Wesley Moreira: vamos fazer essa solicitação? Será que já temos isso aí?
Tranquilo. Em resposta ao requerimento de comissão 233/2023, veio o e-mail
encaminhado pelo Tributário, da Procuradoria Geral do Município para o Departamento
de Desapropriação, perfeito né, e o contencioso da SUDECAP, mencionando o número
do processo de embargos à execução de Alexandre Kalil, com o número dos índices

420
cadastrais e o questionamento. A SUDECAP sendo o órgão municipal responsável
pelas desapropriações da Avenida Dom Pedro I, para determinar todos os detalhes
acerca de eventual desapropriação, qual foi o foco da pesquisa para sua resposta e
das informações prestadas, considerando que não há qualquer menção aos índices
cadastrais de suma importância para a pesquisa a ser realizada ?

Tiago Penido Martins: às desapropriações no município Belo Horizonte, elas são


identificadas e especificadas a partir de um termo que é o cadastro técnico, Cadastro
técnico de desapropriação. Cada cadastro técnico designa um determinado imóvel.
Então, por exemplo, quando você vai fazer o cadastramento dos imóveis que vão ser
desapropriados, a equipe técnica comparece em campo, comparece na localidade e
realiza esse cadastro técnico de desapropriação. Quando você tem quadras ou imóveis
cujo loteamento já está aprovado e os loteamentos estão bem definidos, com números
de lote e quadra. Esse trabalho é muito mais fácil porque para cada lote você atribui
um cadastro técnico de desapropriação. Quando você tem uma área em divisa, que é
o caso da quadra 24, esse trabalho, ele demanda um trabalho técnico mais específico,
que é o comparecimento in loco para verificar as características dos imóveis e,
principalmente, avaliar os marcos físicos, porque eventualmente, como é o caso nessa
quadra 24 para vocês terem uma ideia, foram identificados 32 ocupações distintas um
único registro e 32 edificações distintas. Então, a equipe vai até o local e, a partir de
marcos físicos, como muros, cercamentos, você delimita o cadastro técnico de
desapropriação. As pessoas que lá estão são entrevistadas. Os técnicos perguntam,
perquirem às pessoas “olha a que título você detém esse imóvel, você paga IPTU ?
Você tem um contrato de compra e venda? Você é locador, você é locatário?” E a partir
dessas entrevistas e desses elementos, é feito, elaborado o estudo que vai orientar a
atribuição de uma propriedade presumível o cadastro técnico de desapropriação, ele
se inicia a partir de um proprietário presumível que depois, ao longo das negociações
administrativas, ele vai ser confirmado como proprietário ou não.

Tiago Penido Martins: se durante o atendimento, que é o momento de fazer a


proposta, a oferta de indenização pela desapropriação, aquele que comparece traz
elementos jurídicos hábeis. À comprovar sua propriedade, aí e ele deixa de ser um

421
proprietário presumível e se transforma em um proprietário de fato, jurídico. E aí o
processo de desapropriação prossegue. Nesse caso da quadra 24, como eu dizia a
vocês foram identificados 32 ocupações distintas, que geraram 32 cadastros técnicos
de desapropriação.

Tiago Penido Martins: alguns deles, os proprietários presumíveis, se confirmaram


como proprietários, outros não. E por isso, inclusive, se justificou a propositura da ação
de desapropriação. Porque quando o município tem dúvida sobre quem deve
legitimamente receber, quando o município tem dúvida sobre quem é o real proprietário
para não correr o risco de pagar mal, ele propõe a ação de desapropriação e deposita
o valor em juízo. E competirá ao interessado provar perante o juízo a sua propriedade
e requerer o levantamento do valor indenizatório.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, no caso, com base naquele índice cadastral
que o Wesley já até decorou o número que é 9000000 e que virou o 24W, depois passa
para 48W com base nesse índice cadastral e que o senhor fez a resposta com base na
área 61 ?

Tiago Penido Martins: não, eu não. A minha resposta não se baseia com o índice
cadastral, porque nem sempre o índice cadastral corresponde exatamente a um
cadastro técnico. Até porque nós sabemos que em Belo Horizonte existe a possibilidade
de você ter mais de um índice cadastral no mesmo imóvel. Às vezes você tem famílias
que ocupam, às vezes o barracão no fundo, aí o sujeito da casa na frente, o sujeito tem
um segundo andar. E para evitar conflitos de família, muitas vezes a prefeitura segrega
índices cadastrais e mantém um radical, mas segrega índices cadastrais. Então assim,
a SUDECAP, para fins de desapropriação, ela adota o cadastro técnico e o documento
de propriedade. A questão tributária a questão do índice cadastral não é afeta aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque eu estou tentando até encontrar aquilo
que é tanto documento. Não sei se a Renata já, é um que o e-mail não é esse aqui
também não deixa eu ver aqui, porque quando fizeram o pedido eles não colocaram o
número de cadastro técnico. O e-mail está assim: Prezado senhor ou senhora, visando
subsidiar a manifestação desta Procuradoria Geral na defesa dos interesses do

422
Município de Belo Horizonte, nos autos da Ação de Embargos à Execução Fiscal,
Processo número 611 92 59-50.2015.8.13.0024. Proposta por Alexandre Kalil contra o
município de Belo Horizonte, referente ao imóvel em discussão nos autos de índice
cadastral número 900000000X8668 (atual 888024W3250016). E diante da ligação do
autor quanto à desapropriação do mesmo em razão da implementação do serviço de
transporte público rápido denominado BRT Move, peço a gentileza de informar, em
caráter de urgência, o item um foi para GCTRI, e aí o item dois à SUDECAP, sendo o
órgão municipal responsável pelas desapropriações na Avenida Dom Pedro I para
determinar todos os detalhes acerca da eventual desapropriação. Então, assim, não
pediu o CT 61, foi, o pedido foi com base em um índice cadastral. Então, assim, o nosso
questionamento é como que fazem, um pedido a respeito de um índice cadastral e a
gente recebe uma resposta de um CT que tem mais de 32 imóveis numa área, que era
indivisa, e no documento não faz nenhuma referência ao índice cadastral. Por isso, até
que nós estamos querendo entender.

Tiago Penido Martins: não, não é muito claro. Assim, até digo que a minha resposta
foi muito intuitiva, porque eu particularmente, eu trabalhei nesta obra. O meu local de
trabalho durante a execução do primeiro era no local, então eu caminhava por toda a
obra e eu conheço cada um dos proprietários, cada uma das pessoas que ocupava a
obra e a época do atendimento. Eu lembro que havia a menção pelos vizinhos de que
haveria um imóvel que era um imóvel vago, com pés de manga, e eu lembro certamente
disso, que seria de propriedade da família Kalil, isso lá nos anos de 2012. Então foi
meio que intuitivo. Na hora que eu vi que os embargos, em ação referia se ao Kalil, e
era o único imóvel que tinha na quadra que pertencia ao Kalil, praticamente foi uma
resposta muito intuitiva. Eu não. Eu confesso a vocês que eu não levei em consideração
o índice cadastral, porque quando a gente acessa a base mapa Info, nem sempre a
locação do índice cadastral ocorre de forma perfeita, exata, tanto é que um dos
documentos que eu junto no documento na manifestação você vai ver que no fundo do
CT 61 tem cinco índices cadastrais, um coladinho no outro. Então sim, para fins de
desapropriação isso não é uma informação relevante para nós, porque o que acontece
quando a gente conclui o processo de apropriação ou a gente obtém imissão na posse,
a gente comunica a fazenda para que a fazenda, de posse daquela documentação,
423
proceda as alterações necessárias no cadastro tributário, seja para cancelar o índice,
caso seja desapropriação total, seja para reduzir a área ou fazer as modificações
necessárias.

Tiago Penido Martins: então, nesse caso, te confesso, foi algo muito intuitivo. Como
eu convivi lá na época, na época eu conversei com as pessoas, eu sabia que tinha um
imóvel lá, que seria possível propriedade da família do Kalil. Tanto é que em um dos
documentos que eu inclusive junto,que estava lá no cadastro Técnico de
desapropriação, teria havido uma desapropriação na década de 60, em 1968, que teria
já desapropriado uma parte deste imóvel e naquele documento faz menção à Rua das
Pedrinhas, Pastor Aquiles Júnior, número 253, que é mais ou menos na mesma
localidade, então se você pegava o número 253 ele estava abaixo. Então eu
obviamente meio que presumir e constatei que então se referia ao CT 61, e até mesmo
porque os imóveis do lado já estavam mais ou menos com a sua propriedade
presumível mais esclarecida do que isso. Então foi uma resposta, confesso, meio que
intuitiva, como eu, como geralmente a gente trabalha e fazem alguns outros casos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é então, foi feita uma análise a respeito de
desapropriação de uma área que não necessariamente tem relação com aqueles
índices cadastrais?

Tiago Penido Martins: sim, não sei te dizer se aquele índice cadastral tem ou não
haver.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu entendi assim, a resposta não foi com base
nos índices cadastrais, a resposta foi com base em conhecimento da desapropriação
daquela área.

Tiago Penido Martins: sim, o que, até porque eu não tenho acesso cadastral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, é pois é.

Vereador Wesley Moreira: Vamos entrar então na questão agora daquele memorial
descritivo e ali desenvolvido pelo São Lucas Horta, que inclusive já foi ouvido aqui por

424
essa comissão em algumas situações e em determinado momento acabou recebendo
até um nome meio diferente a palavra apócrifo é uma palavra que lá no meio cristão, a
gente usa muito e m algumas situações. Alguns acreditam que alguns livros não
entraram na Bíblia por serem apócrifos. Eu lembro quando eu fui falar isso na imprensa,
a empresa falou não no usa esse nome não, que esse nome até você explicar e tudo,
mas acaba sendo um nome muito pesado, muito forte, porque apófico é aquilo que
realmente não tem fundamentação, não tem uma verdade. Não, não se liga a uma
sequência de fatos, perfeito? Mas foi o nome dado a esse documento e é a quem foi
endereçado essa peça apófica aí, sem assinatura, redigida pelo senhor, no caso?

Tiago Penido Martins: vamos fazer alguns, dois pequenos esclarecimentos, como o
pedido de informações chega por e-mail, o nosso e-mail, em tese, tem força de ofício.
Então o que acontece? A minha chefe de departamento, a chefe do Departamento de
Desapropriações e Contencioso, sabendo que eu era o advogado que era responsável
por aquela obra, ela me encaminha. E aqui, fazendo a observação que nós estávamos
no contexto pandêmico, eu estava trabalhando de home office em casa e ela me
encaminha essa demanda. E eu respondi o e-mail dela pelo meu e-mail institucional.
Tanto é que se vocês lerem a última frase e o último parágrafo, vocês vão perceber que
eu identifico quem é o responsável pela informação, que é o departamento. O
Departamento de Desapropriações e Contencioso da SUDECAP não possui elementos
técnicos. Então eu particularmente, eu coloquei como se fosse uma resposta do
departamento, mas obviamente encaminhei através do meu e-mail oficial como
institucional. Então essa é uma observação importante. Segundo, e eu optei por mandar
um arquivo anexo porque eu achei que as informações ficariam melhores organizadas,
um documento word porque me permitiria colar as imagens e ilustrar aquilo que eu
estava dizendo. Tanto é assim que, além de mandar este arquivo contendo as
informações, todas as imagens que aqui foram colecionadas, os respectivos arquivos
foram encaminhados como anexos. Todas, todas as imagens como anexos. Se eu
estivesse, provavelmente, e obviamente que esses arquivos foram extraídos da base
de dados digitais do cadastro porque eu estava em casa. Se provavelmente eu
estivesse lá na SUDECAP, eu provavelmente escanearia esses documentos com as

425
respectivas assinaturas e encaminharia esses documentos porque daria maior
fidedignidade ou credibilidade.

Tiago Penido Martins: em que pese presumir que o servidor público tem uma certa
presunção de veracidade. E então foi por isso, em momento nenhum a ausência de
assinatura teria qualquer outro motivo. Na verdade, é algo automático como a pergunta,
o questionamento. O pedido de esclarecimento chega por e-mail, você responde pelo
meio institucional, a gerência faz a validação e remete à Procuradoria para que a
Procuradoria tome as providências cabíveis.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora entendi. O Senhor, isso aqui é uma
resposta por e-mail, a um pedido da área tributária da PGM, que veio por e-mail.

Tiago Penido Martins: aquele e-mail que vocês estão procurando aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, que está aqui.

Tiago Penido Martins: um dos anexos se chama Informações. Então, no texto do e-


mail, esta assim: seguem informações anexas, e eu tomei o cuidado de colocar o nome
do documento de “informações” para corresponder exatamente o que eu disse no corpo
do texto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o equívoco, então, foi de quem juntou, de não ter
juntado, o pedido por e-mail, a resposta por e-mail, porque na verdade pegaram, a sua
resposta, recortaram, e colocaram numa página em branco, porque a sua resposta foi
dada em e-mail, como e-mail institucional, que obviamente o senhor presume-se ser
seu. Agora, a Procuradoria, ao invés de juntar, o pedido de informação enviado pelo
tributário da PGM, com a resposta do senhor pelo seu e-mail institucional, pegou só
recortou e colou só a sua resposta, porque não está aqui o e-mail.

Tiago Penido Martins: eu acredito o seguinte, nem sempre nós juntamos e-mails em
manifestações judiciais porque pode, de alguma forma, comprometer ou não ser do
interesse do município. Obviamente que eu não vou avaliar a conduta do procurador

426
colega, até porque isso violaria o Estatuto da Advocacia. Eu não posso comentar sobre
isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e não, desculpe, eu não estava querendo... Eu só


queria, assim uma constatação. Não juntaram a sua resposta como ela foi enviada?

Tiago Penido Martins: não sei. Eu não vi o processo porque eu não acompanho o
processo tributário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e... não, há resposta a essa. Não, Eu só quero,
eu só quero essa resposta. Juntaram a resposta como o senhor prestou por e-mail?

Tiago Penido Martins: sim. Se for essa a resposta, é exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas ela foi por forma de e-mail, juntaram a sua
resposta. Como o senhor prestou, como e-mail?

Tiago Penido Martins: eu não vi. O processo né ? Mas a minha, essa é que a minha
resposta é essa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, essa é a sua resposta.

Tiago Penido Martins: com todos os anexos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Esses anexos, foi o senhor que juntou?

Tiago Penido Martins: no e-mail.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no e-mail, isso. Essa resposta juntada nos autos
é um e-mail sim ou não? do senhor? É o conteúdo, mas não é o e-mail.

Tiago Penido Martins: é o anexo do e-mail. E o meu e-mail se limita a falar assim
seguem as informações solicitadas ou algo parecido com isso e em anexo as
informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e as informações foram solicitadas, então, não no


corpo do e-mail, foi como um anexo, um documento de Word em anexo.

427
Tiago Penido Martins: eu anexei um documento de Word.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Pode até pegar o início do documento, em
nenhum momento mostra-se que é um e-mail com anexos.

Tiago Penido Martins: não, mas são documentos que estão extraídos da base de
dados da prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não.. Sim! Eu só queria, assim, confirmar que a
resposta juntada pela Procuradoria do Município no processo.

Tiago Penido Martins: foi produzida por mim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi produzida pelo senhor, como anexo de um e-
mail onde não foi juntado o e-mail. isso, só isso.

Tiago Penido Martins: mas, eu particularmente acredito que o e-mail em si nem teria
sentido ser juntado porque ele tinha uma frase na resposta A minha resposta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, mas aí o senhor concorda com a nossa
surpresa de ter um documento sem assinatura, né? Porque o que veio para a gente é
um documento sem assinatura. A gente não sabe do contexto do e-mail. Até que a
gente pega essa informação né? Então.. não venho papel timbrado, não veio
assinatura. E num documento juntado pela PGM. Renata, pode vim aqui… num
documento juntado pela PGM, junto com outro, ha estes documentos iniciais foi o
senhor quem juntou? esse?

Tiago Penido Martins: estava no anexo este.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor juntou.

Tiago Penido Martins: este tava no anexo, todos esses aqui. Então vamos falar. É o
primeiro que é o cadastro geral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: da quadra 61.

428
Tiago Penido Martins: não, da quadra 24.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a é da quadra 24 ?

Tiago Penido Martins: da quadra 24. Só que são três tabelas dessa, porque elas foram
separadas em três tabelas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então esse é da quadra 24, CT 61.

Tiago Penido Martins: aqui está incluído o CT 61.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e falta mais coisa, o CT 61 aí?

Tiago Penido Martins: não, CT 61 é um imóvel. Você tem outras tabelas, dessas de
outros imóveis que estão na quadra 24 e que inclusive foram encaminhados para vocês
no último pedido de informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso.

Tiago Penido Martins: ok? Então isso aqui foi junto, foi, tava anexo um e-mail. O
memorial descritivo estava como anexo e-mail, o relatório foi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e por que esse memorial descritivo e esse
relatório não foram juntados na integralidade aí? E de onde que o senhor chegou
nesses documentos? Se o senhor não faz análise de índice cadastral?

Tiago Penido Martins: não, eles são vinculados ao CT 61.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, em função daquela situação que o senhor
foi com o foco, já assim.

Tiago Penido Martins: fui com foco.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: naquilo e não no índice Cadastral?

Tiago Penido Martins: exatamente. Então todos estes estão na base de dados do
cadastro.

429
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que dizem respeito ao CT 61, mas, não aos
índices cadastrais necessariamente ?

Tiago Penido Martins: você vai ver que todos eles aqui, por exemplo, que cadastro
técnico 61. Aí quando você pega aqui todos eles no altinho, aqui ele tem, aqui ó.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que são documentos de 2009 né ?

Tiago Penido Martins: deixa eu ver a data aqui porque eu não lembro. Me parece que
sim e me parece, são produzidos ali 2009, 2010.

Tiago Penido Martins: e o senhor sabe se tinha mais documentos a respeito desse
laudo do senhor Lucas Horta.

Tiago Penido Martins: não, porque geralmente, como o que é, o que compõe o
cadastro técnico de desapropriação, o cadastro técnico de desapropriação, você vem
com um quadro geral que faz um retrato dos imóveis que estão lindeiros no entorno,
até mesmo para você confrontar os lindeiros em e saber se tem alguma questão
fundiária que possa gerar alguma repercussão de um imóvel sobre o outro. Você tem o
memorial descritivo, você tem o relatório fotográfico e, além disso, você tem as plantas
de desapropriação, uma planta macro que é uma planta com uma visão um pouco mais
distante e uma planta específica daquele imóvel que vai ser desapropriado e ali uma
área demonstrando qual é a área que vai ser desapropriada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí nós temos informação completa sobre o CT


61.

Tiago Penido Martins: Exato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas, que não foi a resposta a respeito do índice
cadastral?

Tiago Penido Martins: isso, que eu não posso dizer que efetivamente tem aqui aquele
índice já esteja alocado no local.

430
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada.

Vereador Wesley Moreira: Então qual é o papel da SUDECAP na demanda judicial de


execução e embargo de execução de IPTU do senhor Alexandre Kalil?

Tiago Penido Martins: a SUDECAP tem competência apenas para desapropriação


apenas nas ações de desapropriação recentemente. agora, a partir deste último ano, a
SUDECAP não faz mais desapropriações judiciais. A gente só faz a parte
administrativa. Então a gente não tem qualquer atuação direta nas ações de natureza
tributária. Obviamente, quando você desapropria um imóvel, como pode haver a
supressão do imóvel ou a redução da sua área, aquela informação é comunicada à
Secretaria da Fazenda e isso vai ter reflexos tributários. Mas a atuação da SUDECAP
em ações tributárias, ela não existe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso específico. É… eles procuraram a


SUDECAP porque? O setor tributário da PGM ?

Tiago Penido Martins: Provavelmente, pelo que eu entendi, havia uma cobrança de
tributos. Aquele que estava sendo cobrado alegou que o imóvel havia sido
desapropriado logo a PGM, falou: Olha, vamos perguntar para quem cuida da
desapropriação se esse imóvel foi desapropriado mesmo e aí, diante daquele pedido,
como eu expliquei intuitivamente, houve a resposta de que o CT 61 havia sido
desapropriado e tanto é que no final da minha minha frase Olha, olha o que eu digo
aqui.

Tiago Penido Martins: nesse diapasão, em que pese identificar a existência das
desapropriações acima descritas, o Departamento de Desapropriações e Contencioso
da SUDECAP não possui elementos técnicos suficientes para afirmar categoricamente
se o lançamento tributário tem por objeto a área remanescente da desapropriação
efetivada, quais seriam as suas dimensões, nem mesmo a sua titularidade, haja vista
que até o presente momento, não houve qualquer manifestação judicial no âmbito da
ação de desapropriação acerca da titularidade da área desapropriada.

431
Tiago Penido Martins: ou seja, até agora, se você consultar a ação de desapropriação,
não tem uma manifestação lá de alguém pleiteando o recebimento da indenização pela
desapropriação do CT 61.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é que não necessariamente foi o pedido de
informação encaminhado que foi com base em índice cadastral. Eles já teriam que ter
mandado para você a localização daquele índice geral para fazer uma análise
desapropriação.

Tiago Penido Martins: eu digo a você o seguinte se mesmo que ele tivesse me
mandado um índice cadastral, eu poderia até utilizar esse.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eles mandaram. Eles pediram com base no índice
cadastral?

Tiago Penido Martins: mas como a minha base de dados, que é a desapropriação,
não está vinculada ao índice cadastral necessariamente, porque é o seguinte quando
você tem um lote aprovado, o lote vai corresponder a um índice cadastral. Você
consegue, por exemplo, pelo índice cadastral, descobrir o bairro, quadra e lote. Os 9
primeiros dígitos, ok? Para aquele que pega aquele cadastro e fala Olha o lote quatro
da quadra 32 fica mais fácil.

Tiago Penido Martins: está aqui. Mas esses índices cadastrais que tem, esse monte
de W, esses oito, oito, oito, esses 900. Isso é extremamente tormentoso, porque ele
não te dá, como expliquei aqui, segurança jurídica para afirmar categoricamente, que
aquele índice cadastral se refere exatamente àquele imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é aí, assim, porque o senhor falou que não
fez análise, foi no automático, no piloto automático, a gente sabe que isso acontece
mesmo, da área que o senhor conhecia, o senhor foi e fez a análise da desapropriação
em relação àquela área.

Tiago Penido Martins: sim.

432
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas não foi em relação ao índice cadastral
pedido, que é o que diz respeito à cobrança de IPTU, primeiro ponto que está bem
claro.

Tiago Penido Martins: porque na verdade, como é, se você ver o corpo, me parece,
eu não me recordo bem se você lê no corpo do texto do e-mail. Parece que a pedido
de informações a outros órgãos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: teve, é mas o da SUDECAP foi isso.

Tiago Penido Martins: isso o da SUDECAP foi isso. Então, o que eu imagino que
sempre acontece nesses casos, o procurador lá responsável vai agrupar essas
informações e verificando se elas são suficientes ou não. Ele vai tomar a decisão de
qual é o melhor interesse a ser defendido lá no processo. Então assim, eu forneci o que
eu tinha. Tudo o que estava à disposição da SUDECAP, foi informado e foi
disponibilizado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o que causa estranheza para a gente, Dr.
Tiago, Porque é a tese seguinte, porque como é primeiro começa não é meu, segundo
começa não está no meu nome, depois vem, tá desapropriado, depois vem o imóvel
sumiu, ninguém encontra. Então nós temos um decreto, não tem que cobrar IPTU. Se
já sabiam que é um índice de imóvel não localizável, como que pede informação de
desapropriação, se é um imóvel não localizável?

Tiago Penido Martins: sobre isso eu não consigo opinar, porque como eu disse, a
minha atuação é apenas...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e vindo o índice cadastral. O senhor não olhou o
índice cadastral? Se o senhor tivesse visto que esse índice cadastral é de um imóvel
não localizável, não teria como prestar informações então?

Tiago Penido Martins: eu não tem essa base de dados, entende. Se, eu não tenho
onde consultar o índice cadastral.

433
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então o senhor não fez análise do imóvel de
execução de IPTU.

Tiago Penido Martins: não, eu fiz a análise daquele imóvel que eu intuitivamente sabia
que pertenceria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: à família...

Tiago Penido Martins: presumivelmente a família...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em função do que já ouviu falar na região, durante
o processo de desapropriação...

Tiago Penido Martins: e do própria experiência in loco. Ter comparecido no local.

Vereador Cleiton Xavier: doutor Tiago, bom dia!

Tiago Penido Martins: Bom dia.

Vereador Cleiton Xavier: os demais documentos, como o memorial descritivo, o


relatório fotográfico e mapas citados no seu documento.

Vereador Cleiton Xavier: então, então eu vou refazer a pergunta aqui.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor tem alguma competência técnica na área de


engenharia ou arquitetura?

Tiago Penido Martins: não sou advogado, formação exclusivamente jurídica.

Vereador Cleiton Xavier: especialização, o Senhor tem alguma ?

Tiago Penido Martins: mestrado, doutorado em Direito.

Vereador Cleiton Xavier: direito público?

Tiago Penido Martins: direito privado.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor já esteve com o ex-prefeito Alexandre Kalil?

434
Tiago Penido Martins: não.

Vereador Cleiton Xavier: essa ação de desapropriação ou fatos relacionados à


cobrança de IPTU do ex-prefeito Alexandre Kalil foram discutido com ele ou com algum
secretário?

Tiago Penido Martins: Não.

Tiago Penido Martins: aí deixa só esclarecer que, na época dessa desapropriação é


importante destacar, que depois que a ação de desapropriação havia sido proposta, eu
fui procurado certa vez, na sua SUDECAP, por um parente, por um dos herdeiros do
imóvel, que havia dito que o imóvel seria da família e ele pedia orientações sobre como
proceder. E o que foi dito é aquilo que é dito a todos padrão.

Tiago Penido Martins: eu expliquei a ele que deveria haver a regularização do imóvel,
a regularização da titularidade do imóvel e a comprovação da propriedade em juízo,
para que pudesse levantar o valor que estava depositado em juízo.

Vereador Cleiton Xavier: O senhor lembra o nome ou parentesco?

Tiago Penido Martins: salvo engano, não posso afirmar, mas eu acho que a pessoa
chamada Guilherme Kalil.

Vereador Cleiton Xavier: Quando o senhor faz a constatação: “na ação de


desapropriação de número 0024120211982, que tem como um de seus objetivos
objetos imóveis. Situado na Avenida Pedro I, sem número de propriedade presumível
do espólio de Moisés Kalil à época, a ação foi proposta em desfavor de Luciano Magno
Real de Oliveira e outros, baseando se em pesquisa cartorária realizada pela Gerência
de Cadastros de Desapropriação”. Por qual motivo foi citado que a propriedade era
presumível do espólio de Moisés Kalil? Se isso não consta em nenhum documento.

Tiago Penido Martins: então na verdade consta nos documentos, inclusive no


cadastro técnico, porque à época existia aquele alvará que dava poderes a, salvo
engano, Amélia Kalil para assinar em nome de Moisés Kalil. Você tem esse documento
aí? E além desse documento, como eu disse, a propriedade era presumível porque eu
435
o havia tido, nós fazemos contato com todos os expropriados, aqui no município de
Belo Horizonte, não a uma desapropriação em que as pessoas não são contactadas,
em que as pessoas não são convidadas para serem ouvidas, e que não há um processo
de negociação. Então, nesses contatos, nesses atendimentos, você acaba absorvendo
muitas informações que não necessariamente, são traduzidas em documentos físicos.

Tiago Penido Martins: então, o que acontece é que tinha a informação de que esse
imóvel seria presumidamente da família e ainda tinha esses documentos que de certo
modo indicavam que aquele fato era uma verdade. O alvará que inclusive eu menciono
no ofício. Esse alvará judicial, ele foi expedido no inventário número 26521 e ele dá
poderes aqui: “atendendo ao que me foi, ao que este juízo foi requerido por Dona
Amélia Salum Kalil, brasileira de prendas domésticas, residente domiciliada nessa
cidade, inventariante dos bens deixados por falecimento de seu marido, Moisés Kalil”.

Tiago Penido Martins: e esse alvará é o alvará que autorizou ela a assinar a escritura
pública de desapropriação da primeira desapropriação ocorrido em 68.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse é o alvará que o senhor menciona no ofício?
Porque a SUDECAP falou para gente que esse alvará não existe.

Tiago Penido Martins: na verdade é o seguinte, eu inclusive eu participei disso, porque


na verdade vocês usaram a expressão licenciamento, aí nós estavam achando que era
licenciamento de edificação, e na verdade é alvará de licença.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui ó, por oportuno, diferentemente do que


consta do ofício em referência, o documento constante dos autos do processo judicial
não faz menção a nenhum alvará de licenciamento.

Tiago Penido Martins: então, isso o nome dele aqui é alvará de licença, não é
licenciamento, são natureza jurídicas diferentes. Então assim, querendo ou não, na
hora que vocês pediram a informação, como veio, como existe alvará de licenciamento,
então a gente realmente acreditou, falou não, não tem alvará de licenciamento.

436
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí não cabia falar tem o de licença, o que eu
mencionei foi esse. Deste modo, a SUDECAP não localizou nenhum documento que
tenha pertinência com essa solicitação. Mudou de licenciamento para licença, isso não
pode entregar, mas, pode supor que o imóvel está localizado naquele lugar, e juntar um
laudo num processo.

Tiago Penido Martins: tanto é que agora, nessa outra resposta, que foi encaminhada
agora dia 18 ou 19, a gente informa, que a gente foi induzida ao erro e nós juntamos...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e juntaram?

Tiago Penido Martins: isso aqui, inclusive, é um anexo daquele e-mail que foi
encaminhado ao setor tributário da PGM.

Advogado do Tiago Penido Martins: o vereadora, só rapidamente ponderando para


a gente permanecer vinculado ao objeto depoimento dele, que foi o esclarecimento que
ele prestou para o processo judicial. E aí, aqui só se me permite, porque o alvará de
licença, de licenciamento remete ao alvará de construção. Então uma coisa assim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a gente deu o nome errado, por erro técnico,
mas a gente.

Advogado do Tiago Penido Martins: não, o nome tá errado, o alvará de


licenciamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas a gente fez menção ao documento que ele
cita na resposta dele. Então bastava falar, não é um alvará de licenciamento. O
documento que se refere é um alvará de licença.

Advogado do Tiago Penido Martins: e eu acho que é um tema para tratar, entre essa
troca de informações que está havendo, não pelo depoente.

Tiago Penido Martins: e o que ouve foi realmente foi. E inclusive hoje nem se fala
alvará de licença ou geralmente um alvará judicial, que autoriza alguém assinar por

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outrem, né? Então, assim, é uma questão que, como veio um nome diverso do que
efetivamente é, isso acabou induzindo a erro mas não foi nada intencional.

Vereador Cleiton Xavier: De onde o senhor tirou essa informação no tocante aos lotes
de propriedade presumível de Luciano Magno?

Tiago Penido Martins: veja bem, é o advogado público municipal, o advogado da


SUDECAP. Ele recebe o cadastro técnico pronto. Quem faz essa análise é o corpo de
Engenheiros do Cadastro Técnico de Desapropriação. Então é feito uma pesquisa
cartorial e, a partir dessa pesquisa cartorial, é atribuído uma propriedade presumível
que, no momento do atendimento ela pode se confirmar ou não. Isso porque? Porque
pode ser que o imóvel pode ter se pode ser vendido nesse interregno, nesse lapso
temporal, pode ser que se chega lá, o imóvel está registrado em nome de A, mas ele
fez um contrato de gaveta e efetivamente já está em nome de B. Então quem faz essa
pesquisa é a equipe técnica, o setor técnico de engenharia que elabora o cadastro de
desapropriação. O advogado, quando recebe o processo administrativo, ele vai
convocar para o atendimento, vai ouvir aquelas pessoas, e vai investigar se
efetivamente aquele documento de propriedade ele se confirma na realidade, se não
houve uma venda, se não houve algum ato que transmitiu a propriedade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa pesquisa técnica foi encaminhada então,
pro senhor?

Tiago Penido Martins: dentro do cadastro técnico de desapropriação consta como


proprietário presumível, Luciano Magno Real de Oliveira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas em relação ao lote do senhor Moisés Kalil,
foi encaminhada essa pesquisa técnica a respeito do imóvel dele?

Tiago Penido Martins: dentro do CT 61 tem lá, proprietário presumível Luciano Magno
Real de Oliveira. Tanto é que a ação foi proposta em nome de Luciano Magno Real de
Oliveira. Ok, Só que acontece. Grande parte dos imóveis da quadra 24 estava como
propriedade presumível de Luciano Magno Real de Oliveira. Ao desenvolver as

438
atividades de desapropriação, vocês vão perceber pela tabela que lhes foi
encaminhada que nós descobrimos que, na verdade, os proprietários eram outros.

Tiago Penido Martins: as pessoas foram apresentando escrituras de compra e venda,


contrato de compra e venda, usucapião e outros indícios ou títulos de propriedade que
fizeram com que nós simplesmente falamos. Não, não é Luciano Magno Real de
Oliveira nesse caso, neste caso, é Eva Maria Mota, nesse caso é Cirilo Manuel, tem lá
esses nomes, vocês vão ver. E aí nós fomos descobrindo e a partir disso vai
descobrindo você vai atuando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, mas em relação ao Moisés Kalil, de onde
surge? Só surgiu por aquela pesquisa de campo, e o conhecimento do Senhor de que
era presumível Moisés Kalil, porque não tem documento ali instruindo, e mencionando
Moisés Kalil ?

Tiago Penido Martins: tanto é que que, por exemplo, na própria ação de
desapropriação, não é mencionado, que a propriedade presumida é Moisés Kalil,
porque não tem elementos suficientes para isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso não consta no processo de desapropriação


nesse, de onde foi tirado todo esses documentos o nome de Moisés Kalil?

Tiago Penido Martins: só esse alvará.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só esse ?

Tiago Penido Martins: o alvará e o decreto anterior.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e não tem nenhum documento falando, sobre, ser
presumível, então?

Tiago Penido Martins: é que me, de segurança, por exemplo, inclusive para poder ter
habilitado, por exemplo, qualquer herdeiro na ação de desapropriação.

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Vereador Cleiton Xavier: Como o senhor chegou a conclusão de que o lote do senhor
ex prefeito Alexandre Kalil, era de fato o lote localizado no CT 61? Porque o seu laudo
“de acordo com o cadastro técnico de desapropriação, o CT 61 que instrui a ação de
desapropriação. O imóvel em questão de suposta propriedade do espólio de Moisés
Kalil, teria a área total aproximada de 9.965,50 m², da qual foi pleiteada a
desapropriação parcial de 1.362,14 m² remanescendo a área de 8.603,36 m², conforme
documentos anexos, à imissão na posse da área objeto de desapropriação, foi deferida
judicialmente e ocorreu em 4 de outubro de 2013”.

Tiago Penido Martins: ok, veja bem, é aquele documento... Fernanda, você me
empresta aquele documento com a quadra, por favor? Quando você pega esse quadro
de desapropriações, você vai ver o seguinte que a área indicada como terreno é de
9.665,50, a área desapropriada, ela é de 1362,14, remanescendo uma área de?

Vereador Cleiton Xavier: 8.603,36

Tiago Penido Martins: isso, o que eu reproduzia, é o que dizia o cadastro técnico,
obviamente que nessa quadra você tinha uma, questão...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí no cadastro técnico você tem outros
nomes.

Tiago Penido Martins: sim, mas tem uma propriedade presumível que de Luciano
Magno Real de Oliveira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí por que saiu ali Moisés Kalil?

Tiago Penido Martins: porque, como eu disse, pelo atendimento, pelos documentos
que passaram a ser acostados ao processo administrativo e como o pedido era relativo
a um suposto imóvel de propriedade de Alexandre Kalil, foi isso que foi informado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mesmo tendo um documento botando o nome de


Luciano, colocou se o nome de Moisés Kalil em função desse processo investigativo ?

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Tiago Penido Martins: e tanto é, que você vai ver que isso aconteceu em tantos outros
imóveis na tabela que foi encaminhada a vocês, vocês vão ver que o proprietário
presumível que está na coluna da esquerda, em sua maioria, Luciano Magno Real de
Oliveira, e depois o proprietário identificado o possuidor, muda o nome.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mudou exatamente.

Tiago Penido Martins: então, assim é porque neste trabalho de atendimento, nesse
trabalho de loco, eu fui a casa das pessoas, eu sentei com as pessoas. Às vezes você
vira praticamente um psicólogo das pessoas, porque elas falam de seus problemas
familiares, a fala nós não fizemos inventário porque não tinha dinheiro. Ah, meu pai fez
aqui um contrato de compra e venda, nunca registrou porque não pode pagar ITBI.

Tiago Penido Martins: a gente vai absorvendo essas informações, a gente vai
anotando em tabelas, a gente vai fazendo um controle. Então, na verdade, foi como eu
disse, intuitivo. Eu sabia que tinha um imóvel no CT 61. Eu já tinha ido naquele imóvel
e acreditei que efetivamente seria aquele imóvel que se referia.

Tiago Penido Martins: bom dia!

Vereador Ciro Pereira: vamos lá. O senhor disse também que, por se tratar de uma
área indivisa, não é possível afirmar com segurança que toda a área remanescente
pertence ao espólio de Moisés Kalil, ou seus herdeiros, não tendo sido apresentados
quaisquer documentos hábeis a comprovar a atual titularidade da área, nem mesmo
especificá-la e mensurá-la. A razão pela qual sugere-se que seja formulado o
questionamento ao órgão competente acerca de em quais documentos se alicerçou a
abertura e eventuais alterações promovidas no índice cadastral objeto de discussão.

Vereador Ciro Pereira: Mais uma vez, por qual razão foi feita a relação do imóvel com
o espólio de Moisés Kalil?

Tiago Penido Martins: justamente por causa dos elementos colhidos através do
atendimento que foi feito e desse documento que estava no cadastro técnico, que indica
que teria havido uma desapropriação em 68 de um imóvel situado nas ruas das

441
Pedrinhas 253. Se você jogar no Google Maps lá, Rua das Pedrinhas 253, ela vai dar
ali certinho o muito próximo de onde está localizado o CT 61.

Vereador Ciro Pereira: o senhor fez diligências cartoriais para a identificação do imóvel
antes da confecção do documento apócrifo?

Tiago Penido Martins: veja bem o advogado público, ele não faz pesquisa cartorária,
ela já vem pronta do cadastro Técnico de Desapropriações. Obviamente que quando a
gente realiza o atendimento junto ao desapropriado, aquela pessoa que vai ser
desapropriada, eles podem fornecer documentos que nós vamos conferir a validade, a
certeza daquele documento. Mas neste caso não foi feito qualquer investigação, porque
não tinha sentido, o que a PGM perguntava era, este imóvel foi ou não desapropriado?

Tiago Penido Martins: eu expliquei que o imóvel de CT 61 foi desapropriado. Se este


imóvel estava vinculado ao INSS, Cadastral A ou B, e eu inclusive nada sobre isso,
disse.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é não mencionou, mas, mencionou o nome de


Moisés Kalil.

Tiago Penido Martins: por causa desse documento que eu avisei à vocês.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então não foi feito nenhuma análise desse setor
específico de pesquisa é, quando veio o questionamento pro Senhor, essas
informações todas foram pegadas no processo de desapropriação de 2013.
Tiago Penido Martins: porque, veja, acaba que o nosso esforço de tentar localizar o
efetivo proprietário.

Tiago Penido Martins: ele deixa de ser tão, digamos, ele perde um pouco sentido
depois que você propõe a ação judicial. Porque a partir do momento você propõe a
ação judicial, aquela pessoa que é interessada é que tem que procurar o Judiciário e
provar a propriedade. Se não, igual, a gente já tinha feito o atendimento de todos os
ocupantes, todos os possuidores daquele local, aqueles que tiverem interesse,
compareceram, trouxeram documentos, trouxeram elementos, o CT 61.

442
Tiago Penido Martins: a não ser essa vez que o Guilherme Kalil o procurou, pedindo
orientações sobre como ele deveria proceder. Não voltou na ação judicial, não se
habilitou. Então, a partir desse momento, a gente não propôs a ação judicial. Já
tínhamos obtido o principal objetivo, que era imissão na posse. A obra já estava sendo
realizada. Querendo ou não, a advocacia pública não vai, não vai gastar sua energia
tentando localizar o proprietário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa, inclusive, foi a postura do procurador inicial.
Valadão Eu não me lembro o nome. O primeiro nome dele, doutor não sei o que
Valadão, ele fala quando o questionamento da defesa de Alexandre Kalil, se o senhor,
alega que o imóvel foi desapropriado é seu, cabe ao senhor fazer a prova e não o
município. Mas aí depois, com a mudança da alteração da PGM, o município começou
a fazer pesquisa e procura de documentação para comprovar a propriedade de um
imóvel para justificar a desapropriação, que depois mudou a tese e virou uma tese de
imóvel não localizável.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa foi a manifestação do primeiro procurador,


cabe a quem alega a desapropriação para isenção de pagamento, até porque
desapropriação é forma de aquisição originária de propriedade. Então, se a
desapropriação aconteceu em 2013, a dívida de 2004, cinco e seis você deve do
mesmo jeito. Essa, inclusive, é a manifestação do primeiro procurador do município.

Tiago Penido Martins: vereadora Fernanda, que na condição só de contribuir para o


esclarecimento, porque eu passei os olhos nesse processo de judicial e que nunca
atuei, diante da alegação do embargante de que o imóvel teria sido objeto de uma
desapropriação, houve uma determinação judicial para que o município apresentasse
documentos ou esclarecesse a respeito. E isso é que ensejou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exatamente, exatamente o município, o Juiz pediu


para o município se manifestar, não para procurar, manifeste-se a respeito da alegação
do embargante, não, é hora do município falar, cabe ao embargante fazer a prova da
desapropriação, e o município começou a trabalhar em prol de uma prova de
desapropriação do imóvel do Alexandre Kalil.

443
Advogado do Tiago Penido Martins: aí nesse ponto, enfim, eu penso de forma
diferente, mas não é o objeto aqui do depoimento a PGM respondeu o que foi solicitado
judicialmente.

Vereador Wesley Moreira: toda hora que fala de desapropriação e não


necessariamente alguém recebeu pela desapropriação ?

Tiago Penido Martins: essas onde, pela tabela, a tabela que foi encaminhada, vocês
vão ver que quase ninguém da quadra 24 recebeu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é uma perícia judicial, grande, tinha uma empresa
com nomes de identificação.

Tiago Penido Martins: porque? Porque a situação ali dominial é complexa. Por
exemplo, o CPC 61. Aqui quem provar ser o dono dele vai receber 2.570.00,00.

Vereador Wesley Moreira: Você teve lá foi quando Tiago?

Tiago Penido Martins: eu vou tentar lembrar, mas foi entre 2012 e 2014.

Vereador Wesley Moreira: Quando eu estive lá também há uns meses atrás também.
Conversei também com muitos moradores lá próximo. E até hoje a sensação é essa
mesma e as pessoas ficam muito perdidas, tal aquilo ali que não é. E fica nessa
subjetividade mesmo. Fala aquele ali que tem, que tem aquela árvore, aqueles pé de
manga ali, eu acho, eu acho e ninguém confirma.

Vereador Wesley Moreira: E então também foi em cima desse, dessa subjetividade
que vocês fizeram, atestaram para que essa.

Tiago Penido Martins: porque esse imóvel em específico, ele tinha uma peculiaridade,
não tinha ninguém ocupando. Então você chegava lá, pé de manga.

Vereador Wesley Moreira: Tinha um Lava Jato lá, eu fui tinha um Lava Jato.
Tiago Penido Martins: é assim, na época que estava lá na época que eu estava lá, eu
não conseguia conversar com ninguém, extrair, a equipe, por exemplo, de cadastro,

444
certamente não conseguiu obter maiores detalhamentos por causa da característica do
imóvel.

Vereador Wesley Moreira: Esse memorial descritivo ele foi sim fundamental para suas
decisões, para tudo o que você?

Tiago Penido Martins: veja bem, o memorial descritivo era locado dentro da quadra.
Então quando, quando a gerência de uma das desapropriações alocou. Aí você sabe
que um lado está o CT 60, do outro está CT 172 salvo engano, você tem até no mapinha
isso. Isso é importante para que, porque se você identifica o proprietário da esquerda
ou da direita.

Tiago Penido Martins: já fica mais fácil você porque você pergunta também para o
proprietário do lado você conhece o proprietário do lado? Você sabe quem que ele é?
muita gente, muitas vezes as pessoas não sabem falar. Às vezes elas dão indícios.
Falar ah não, eu acho, exemplo, não estou falando desse caso específico. Eu acho que
tem um cara ali que sabe te falar.

Tiago Penido Martins: então esse trabalho da advocacia na desapropriação, ele é


muito, muito artesanal mesmo, sabe? Porque às vezes é muito difícil, principalmente
em imóveis com essas características, você conseguir chegar ao efetivo proprietário,
aquele que tem direitos de propriedade sobre aquele imóvel.

Vereador Ciro Pereira: no trecho, “razão pela qual sugere se que seja formulado o
questionamento ao órgão competente acerca de em quais documentos se alicerçou a
abertura e eventuais alterações promovidas no índice cadastral objeto de discussão”.
A qual órgão competente o senhor se refere? E o senhor fez diligência a esse órgão
para fins de identificação do imóvel? Faz parte da sua ação, da sua atuação fazer essa
diligência?

Tiago Penido Martins: não, não faz parte da minha atuação. Até porque, como eu
disse, como eu vi que na cadeia de meios havia pedido a outros órgãos, inclusive ao
órgão que eu suponho, a gerência de cadastro tributários, toda vez você pega a planta
básica e há uma alteração. Essa alteração ela é datada e ela se alicerce algum

445
documento, então, Por exemplo, quando eu encaminho a gerência de cadastro
tributário, uma emissão na posse e ela vai lá e torna o município o proprietário do imóvel
e exclui aquele índice, não excluindo cadastral, mas exclui a cobrança tributária. Ali fica
registrado você ter uma rastreabilidade. Então o que eu queria dizer nesta neste trecho
é que eu entendia que devia ser consultado o cadastro tributário para entender

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa gerência de cadastro tributário fica dentro
de qual órgão ?

Tiago Penido Martins: eu acho que a Secretaria da Fazenda, acho que a Secretaria
da Fazenda!

Vereador Ciro Pereira: essa diligência sugerida foi realizada pelo procurador do
município ou algum outro servidor ou órgão da prefeitura?

Tiago Penido Martins: não tem conhecimento.

Vereador Wesley Moreira: Senhor Tarcísio.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: Senhor Presidente,
bom dia senhores vereadores, Senhor Vereador, eu acredito que o depoimento do Dr.
Tiago já foi, na minha visão, suficientemente esclarecedor. Não tenho nenhuma
pergunta.

Vereador Wesley Moreira: Bom, então quero agradecer aqui a presença do Sr. Tiago
Penido Martins, sua disponibilidade em estar respondendo os questionamentos, com
certeza será fundamental aí, para os encaminhamentos da nossa a nossa CPI. Caso
você queira fazer as suas considerações finais, fique a vontade.

Tiago Penido Martins: só agradecer mesmo. Estou à disposição para esclarecimento


que quiserem necessários.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada, viu Dr. Tiago.

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Vereador Wesley Moreira: tranquilo? Tá bom. Vamos agora suspender aqui só por
cinco minutos. Vamos suspender essa reunião por cinco minutos, para alguns aqui
tomarem uma água, e aí nós retornaremos aqui à oitiva do Sr. Lucas Couto.

Vereador Wesley Moreira: ás 10h:14 minutos suspende por mais cinco minutos.

Vereador Wesley Moreira: às 11h16, vamos retornarmos aqui a nossa reunião já


retorna aqui, agradecendo o senhor Lucas Couto pela paciência e por estarmos nos
aguardando. Hoje realmente foi um dia atípico e já pediram desculpas antecipadas mais
uma vez pelo atraso, por tudo isso que aconteceu aqui. Mas reforça aí a sua
compreensão e o seu aguardo para a sua oitiva.

Vereador Wesley Moreira: Vamos lá, deixa eu pegar aqui, o senhor Lucas Couto de
Souza, eu solicito ao senhor que preste o compromisso, nos termos do artigo 203 do
Código de Processo Penal, e reforço aqui a informação que fazer, a afirmação falsa ou
negar ou calar a verdade poderá incorrer num crime de falso testemunho, de acordo
com o artigo 342 do Código Penal.

Vereador Wesley Moreira: Nós enviamos aí pelo chat só um modelo para o senhor
fazer essa declaração. Então eu gostaria pedir ao senhor que o senhor fizesse essa
declaração aí, apenas fazer a leitura preenchendo aí, os campos vazios.
Lucas Couto: boa tarde, boa tarde não bom dia, eu, Lucas Couto, de 44 anos, Estado
civil separado, Residente Martins de Carvalho, 240, profissão de publicitário atividade
desenvolvida no endereço Curitiba, 5002. Prometo dizer a verdade relatando sempre
oque souber, explicando as razões de onisciência sobre o fato ou circunstâncias pelas
quais valida-se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: Perfeito. E como foi enviado para nós aqui não, só para
título de conhecimento, o nome do advogado, se poderia falar em algum outro.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: meu nome é Felipe
Prates. Felipe Machado Prates OAB-MG 140190

447
Vereador Wesley Moreira: ta ok. Ele já nos já nos comunicou estar aqui, enviará aqui
até o final da nossa oitiva a procuração. Tranquilo. Foi enviada e o e-mail? Tudo
certinho, Muito bem. Então, muito obrigado. Senhor Lucas vamos então aqui aos
devidos esclarecimento. Durante quanto tempo o senhor trabalhou no Atlético, e em
qual função?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu trabalhei no Atlético 2017 a 2020 e passei pelas
diretorias de administração, Marketing e no final fui de estádio.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, e qual era… Acabou que você já até falou com
relação ao trabalho, qual era o trabalho pelo qual o senhor foi contratado?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu fui contratado na parte no início novo na presidência
de quando eu entrei no Atlético, na presidência do Sr. Daniel Nepomuceno. Quando eu
comecei a trabalhar no Atlético onde eu era responsável por tudo patrocínio, camisa,
estrutura de jogos, ingressos, tudo isso. E foi até o final. Só que fui diminuindo o pouco,
de sócio torcedor, aí no último ano eu fiquei só com estádio e ingressos.

Vereador Wesley Moreira: perfeito isso, então era funções que eu senhor exerceu
como diretor de administração e controle?

Sr. Lucas Couto de Souza: de administração, controle, marketing e depois eu fiquei


só com um pouco o clube de estágio. Foram nomenclaturas diferentes durante o
período.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. E como era a relação do senhor com o senhor
Alexandre Kalil?

Sr. Lucas Couto de Souza: Alexandre Kalil foi o ex-presidente do Atlético e era prefeito
de Belo Horizonte, conhecido pela torcida atleticana.

Vereador Wesley Moreira: então era uma relação só, comercial mesmo no caso
mesmo?

448
Sr. Lucas Couto de Souza: é um grande atleticano, foi presidente antes do Daniel,
isso, e era prefeito de Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era. Bom dia, desculpa, eu sou a Fernanda. Bom
dia Dr. Lucas, eu esqueci o nome do advogado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu esqueci o nome do advogado, desculpa.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: Felipe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bom dia, Dr. Felipe.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: bom dia!

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só um questionamento. A sua relação então com


Alexandre Kalil naquele momento era uma relação profissional dentro do Atlético. E
depois é, ou, tinha uma relação de amizade, uma relação mais estreita com ele.

Sr. Lucas Couto de Souza: Oh doutora Fernanda. Eu nunca trabalhei com Kalil no
Atlético. Quando eu entrei no Atlético, ele não era mais presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, até então, o senhor não teve, esse, o seu
contato com ele, não foi através do Atlético ?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Eu nunca trabalhei direto com ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, e dentro da prefeitura? como que foi?
entendeu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor trabalhou não, na prefeitura de Belo


Horizonte?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu trabalhei na Belotur, por um ano.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só, na Belotur ?

Sr. Lucas Couto de Souza: só na Belotur!

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Vereador Wesley Moreira: Certo. O senhor viajou pela empresa Unitour?

Sr. Lucas Couto de Souza: Unitour prestava serviço pro Atlético. Mas eu, não era eu
que tinha acesso. Isso era a presidência, o setor de logística do Atlético né, por causa
das viagens de Libertadores, eu ia para organizar as coisas da parte de uniforme, de
torcedor e tudo.

Vereador Wesley Moreira: Então, viagem pessoal, viagem ao trabalho ?

Sr. Lucas Couto de Souza: não só viagem pelo trabalho. Pessoal não, que eu lembre
nunca contratei Unitour.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor entrou então no Atlético em 2017, não
foi em 2013 não ?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não. Entrei em 2017.


Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, o senhor então não tinha relação pessoal
com Alexandre Kalil?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não !

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas senhor e a sua esposa doaram. Acho que o
senhor doou, se não me engano, R$40.000,00 (quarente mil reais) e a sua esposa
R$10.000,00 (dez mil reais) para campanha dele?

Sr. Lucas Couto de Souza: na primeira campanha? Sim né, doamos. Sim, eu doei
sim. Eu acreditei no projeto de um novo, de uma nova política para Belo Horizonte. Aí
eu acreditei. Doei sim, e tenho os recibos, está na minha declaração, no meu imposto
de renda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, E essas viagens que o senhor fez através do
Atlético, pela Unitour, quem fazia o pedido para essas viagens?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu fiz só junto com time, com a delegação né? E tudo
certinho, no setor de logística lá no Atlético, onde você solicita as demandas né? E

450
geralmente quando, as minhas ou era porque que eu fiz particular, ou era CBF ou era
uma coisa muito específica, a gente sempre solicitava no setor de logística, e quando
era jogo era comitiva, né, uma vez, todo mundo junto, onde que ia atletas, todo mundo
junto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, então nós não vamos encontrar documentos
do senhor fazendo o pedido para pagamento de viagem, é durante o período do Atlético
pela Unitour?

Sr. Lucas Couto de Souza: pagamento? Eu não lembro disso não, eu não lembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor nunca fez pedido pessoal para
pagamento de nenhum tipo de viagem pela Unitour, enquanto esteve no Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não lembro disso não. Não lembro. É porque tem muito
tempo né Dr. Fernanda, eu não lembro.

Vereador Wesley Moreira: Então no caso, era comum os funcionários do clube


também, que eles também contratasse a Unitour para suas viagens pessoais?

Sr. Lucas Couto de Souza: funcionários? Não sei, não sei, não sei. Posso te falar a
respeito disso não,

Vereador Wesley Moreira: Então o senhor sabe informar quem mais no Atlético usava
a Unitour para fazer viagens pessoais?

Sr. Lucas Couto de Souza: não sei, não sei. Unitour é uma agência muito antiga. Eu
não sei te falar quem, que viajava, que viajava, não sei.

Vereador Wesley Moreira: Mas as viagens que o senhor fez pela Unitour eram pagas
pelo senhor mesmo?

Sr. Lucas Couto de Souza: pela Unitour? Se eu tiver feito algumas viagens pela
Unitour, com certeza foi o que paguei. Agora, se for pelo Atlético, com certeza foi
encomendada pelo setor de logística, que eu lembro.

451
Vereador Wesley Moreira: Há uma nota de uma viagem, feita pelo senhor e pela sua
esposa. Essa viagem foi feita pela Unitour, em que ele envia o para o Antonilde pagar
pela Sol Consultoria em 2018.

Sr. Lucas Couto de Souza: ah, pode ser por causa que minha esposa estava, e eu
nunca deixava minha esposa ir pelo clube. Pode ser, se tem pode ser. Eu não lembro,
mas pode ser. Eu nunca deixei minha esposa viajar pelo clube não.

Vereador Wesley Moreira: E quem que, no caso dessas viagens aí nós estamos
começando a retomar algumas questão com relação a essas viagens quem atendia o
senhor Unitour? O senhor conhecia por acaso a senhora Eloá, toda essa gestão da
empresa Unitour?

Sr. Lucas Couto de Souza: conhecia. Já vi ela no Atlético.

Vereador Wesley Moreira: O senhor via ela muito aí no Atlético na época que o senhor
via muito a senhora Eloá no Atlético? Algumas vezes? Ou era raramente? Era
frequente?

Sr. Lucas Couto de Souza: ela sempre ia lá na presidência, porque todas essas
delegações, essas viagens de jogos, ela despachar com presidência, não lembro, mas
não era muito frequente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu esqueci o nome do marido da senhora Eloá.

Sr. Lucas Couto de Souza: Vereadora perdão. A senhora, me concede um segundo


para colher assinatura do Lucas na procuração? Obrigado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor conheceu o senhor Frederico, marido da


senhora Eloá?

Sr. Lucas Couto de Souza: conheci, conheci.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí as tratativas. E com relação à viagem era com
o senhor Wilson, é com o senhor Frederico ou com a senhora Eloá?

452
Sr. Lucas Couto de Souza: eu não participava dessas tratativas, era pelo setor de
logística.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas quem o senhor encontrava dentro do Atlético
era o senhor Frederico ou a senhora Eloá?

Sr. Lucas Couto de Souza: bom, eu já vi os dois lá.

Vereador Wesley Moreira: A é porque gente tem que… Quando a senhora Eloá foi
ouvida aqui e a impressão que passou para a gente que ela ficava só dentro de casa,
que ela era uma dona de casa e tudo era muito assim. E depois que o marido faleceu,
ela foi surpreendida que ela não conhecia nada da empresa e tudo e agora já é o senhor
já é a segunda pessoa que, que fala que a senhora Eloá, ela muito ativa em todas as
ações da empresa e tudo durante depoimento dela que ela parece que ela não sabia
de nada, não viu nada. E agora o que a gente percebe? Que a senhora Eloá, ela não,
que tudo indica que estava se por dentro de muitas, de muitas situações ocorridas e
não aquela imagem que ela deixou para a gente aqui, que é que foi pega de surpresa,
que nem sabia o que assinava e nem nada.

Vereador Wesley Moreira: Então vamos lá, vamos continuar aqui. O senhor prestava
serviço como pessoa física ou como pessoa jurídica?

Sr. Lucas Couto de Souza: como os dois.

Vereador Wesley Moreira: e qual é a pessoa jurídica que o senhor prestava o serviço?

Sr. Lucas Couto de Souza: Sol consultoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como que era a diferenciação para o senhor
receber pelo Atlético, ao mesmo tempo como pessoa física e pessoa jurídica?

Sr. Lucas Couto de Souza: doutora Fernanda, é inclusive o meu acerto agora foi
juntado, a pessoa jurídica com a pessoa física. Depois ficou só física na carteira. O que
era jurídico veio para a carteira.

453
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desculpa, eu não entendi.

Sr. Lucas Couto de Souza: era tudo pelo RH, certo? que eu recebia né, uma parte
dos serviços e, tava, foi tudo pra carteira, depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas, o senhor prestava serviço como
pessoa física e pessoa jurídica?

Sr. Lucas Couto de Souza: Isso, isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e qual era a diferenciação do serviço como


pessoa física, e do serviço como pessoa jurídica?

Sr. Lucas Couto de Souza: uma parte desses serviços, a gente colocou como o que
no Atlético é comum, não só eu, como de outros diretores, recebiam parte CLT e parte
jurídica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ata era só uma questão de recebimento, então a
prestação de serviço era a mesma?

Sr. Lucas Couto de Souza: é de uma parte dos serviços, e tinham os outros serviços
também que eu já fiz no Atlético, e a gente já prestou vários outros serviços para o
Atlético e todos os serviços foram enviados nota fiscais e aprovados pelo Conselho, e
pelo presidente, porque eu nunca fui ordenador de despesas do Atlético.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nessa época era o senhor Fabel?

Sr. Lucas Couto de Souza: não ordenador de despesas do Atlético, sempre foi o
presidente e quem, ninguém pode pagar, quem manda no Atlético é o presidente.

Vereador Wesley Moreira: O senhor conhece o senhor Antonilde Prata Ribeiro?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu conheço.

Vereador Wesley Moreira: E qual que é o seu vínculo com ele?

Sr. Lucas Couto de Souza: conhecimento dele.

454
Vereador Wesley Moreira: só isso. Só conhece?

Sr. Lucas Couto de Souza: Isso.

Vereador Wesley Moreira: Entendi, então relação comercial, nada, só isso? Só um


amigo mesmo que o senhor tem?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não é amigo é conhecido.

Vereador Wesley Moreira: ah ta, porque ele, inclusive ele é o senhor Antonilde né, ele
é marido da Marcelena e Daniel Prata, que foram sócio do senhor na Sol.

Sr. Lucas Couto de Souza: é a Márcia foi sócia minha da Sol.

Vereador Wesley Moreira: Perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Márcia era sócia do senhor na Sol, tem o e-mail
do senhor pedindo para ele fazer o pagamento, é pela Sol Consultoria, e o senhor só
conhece?

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor falou que só o conhece.

Sr. Lucas Couto de Souza: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor não tem relação profissional, o senhor
não tinha uma relação de troca de e-mails com ele?

Sr. Lucas Couto de Souza: a esposa dele era minha sócia.

Vereador Wesley Moreira: O senhor tem conhecimento que o senhor Antonilde


prestou serviço para a campanha do Alexandre Kalil em 2016 anos?

Sr. Lucas Couto de Souza: lembro sim. Eu acho que trabalhava la no almoxarifado.

455
Vereador Wesley Moreira: Mas aí o senhor só esbarrava com ele lá e de vez enquanto
né, não tinha essa proximidade com ele não. No caso aqui, nós estamos falando de
2016. O senhor Antonilde ele foi nomeado para algum cargo na prefeitura após a
eleição de Alexandre Kalil para prefeito de BH?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah eu acho que, eu lembro que ele tava na prefeitura sim,
não tem certeza não, mas eu acho que sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu até fazer mais uma pergunta. O senhor
falou que saiu do Atlético em 2020, né?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi quando em 2020?

Sr. Lucas Couto de Souza: em setembro eu acho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em setembro de 2020?

Sr. Lucas Couto de Souza: Foi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, é porque o senhor em 2020 prestou serviços
para a campanha de Alexandre Kalil. Então, o senhor prestou serviço na campanha de
Alexandre Kalil enquanto trabalhava no Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que a campanha.

Sr. Lucas Couto de Souza: não é isso aí. Tem tudo documentado, sabe Fernanda. É
da campanha do Alexandre Kalil. Eu fui contratado como funcionário e eu já tinha me
desligado do Altético, isso tudo tem documento, tudo direitinho viu?

Vereador Wesley Moreira: só para título de informação mesmo, o senhor Antonilde,


ele foi nomeado na Secretaria de Assuntos Institucionais. E ainda ele está nomeado lá.

456
A gente pode pegar as informações pelo próprio último contracheque dele, só sabe falar
quais são as funções dele lá.

Sr. Lucas Couto de Souza: então, eu não sei. Ele está nomeado lá? Eu não sei.

Vereador Wesley Moreira: você não sabe não né?

Sr. Lucas Couto de Souza: não sei informar não.

Sr. Lucas Couto de Souza: a última vez que eu vi no LinkedIn dele de rede social eu
não lembro que ele estava prefeitura não. Mas eu não posso afirmar para o senhor não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor quando prestou serviço para pessoa
jurídica foi pela Sol?

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor quando prestou serviço ao Atlético pela
pessoa jurídica era pela Sol?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim, sim, sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí o Senhor?

Sr. Lucas Couto de Souza: autorizadas e todos os contratos autorizados pelo


presidente, o qual tem autoridade para ser, é, pra gastar né, tem autoridade de assinar
um contrato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí o senhor recebia pela Sol também?

Sr. Lucas Couto de Souza: recebia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas, o senhor não era sócio da Sol?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim, eu fui sócio da Sol.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: uai, porque é...

457
Sr. Lucas Couto de Souza: sempre fui sócio da Sol.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, o senhor sempre foi sócio da Sol. Ta! Junto
com a Márcia e com o Daniel ?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso, hoje a Sol é só minha viu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desde quando, que é só do Senhor?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah, acho que tem uns dois anos, eu não sei te falar qual a
data certa não, mas, hoje ela é só minha, acho que um ano mais ou menos. Eu não sei
te falar a data exata não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, e é só a Sol consultoria ou existe alguma outra
Sol?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, só a Sol consultoria. Ela e o CNPJ sempre foi o
mesmo.

Vereador Wesley Moreira: Certo. O senhor conhece a empresa em Impax Mídia?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, já ouvi falar de prestadora de serviço do Atlético.

Vereador Wesley Moreira: Então, o serviço que ela prestava para o Atlético Mineiro o
senhor sabe dizer?

Sr. Lucas Couto de Souza: Ah era parte de publicidade, toda do Atlético é como eu
estou te falando, presidente tem muito tempo e todas as coisas que estou citando,
perguntando se tudo já foi aprovado no Conselho do Atlético.

Vereador Wesley Moreira: Não, tranquilo, tranquilo. Então, no caso, se eu não tinha
relação com essa empresa, então nas funções que o senhor exercia, não tinha relação
com essa empresa, não tinha?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, muito pouco. E agora eu estou falando até tem vários
prestadores de serviço, certo? Essa era uma das prestadoras.

458
Vereador Wesley Moreira: Então o senhor conhece o senhor Gilberto Araújo de
Andrade. O Senhor Gilberto Araújo, o senhor conhece ele?

Sr. Lucas Couto de Souza: prestador de serviço do Atlético, foi prestador de serviço.

Vereador Wesley Moreira: Ele, parece que ele também...

Sr. Lucas Couto de Souza: mais 100 prestadores de serviço assim né, passava pela
minha diretoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Impax mídia prestou serviço para o Atlético né?

Sr. Lucas Couto de Souza: prestou, que eu saiba prestou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor na época era diretor de marketing?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim, Impax mídia, e outras várias empresas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entendi. Então o senhor tinha relação com a
Impax mídia, com o senhor Gilberto, em função do cargo que o senhor ocupava dentro
do Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acho que eu atendia todos os fornecedores do Atlético
muito bem Dr. Fernanda, todos os contratos com o Atlético e fornecedores do Atlético.
Era pela presidência do Atlético. Eu nunca fui ordenador de despesa, nunca escolhi um
fornecedor.

Vereador Wesley Moreira: O senhor tem conhecimento que o senhor Gilberto também
foi doador da campanha de Alexandre Kalil, em 2016?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah eu não lembro. Isso aí eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, ele doou R$ 40.000,00 (quarenta mil) também.

Vereador Wesley Moreira: Ele doou mais, doou quarenta. Está certo, a doação do
senhor para campanha do Alexandre Kalil. Foi de qual valor?

459
Sr. Lucas Couto de Souza: então, é o que to te falando, eu não lembro, mas eu tenho
certeza que tem recibo e foi declarado no imposto de renda, que tudo meu eu faço
muito certo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e foi só na campanha de 2016? Ou na de 2020 e


2022 também?

Sr. Lucas Couto de Souza: só 2016, na 2020, eu era até funcionário, nem tinha jeito
de eu doar não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor já doou para outras campanhas


políticas também ou não ?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acredito que sim. Já!

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais outras?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah eu não me lembro, eu posso olhar pra senhora, mas
todos que eu já doei são declarados.

Vereador Wesley Moreira: e como fornecedor da campanha. O senhor já foi


fornecedor de campanha de Alexandre Kalil?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, fornecedor não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor nunca trabalhou na campanha de


Alexandre Kalil?

Sr. Lucas Couto de Souza: Não. Eu trabalhei naquela campanha como pessoa física.
Agora fornecedor.

Vereador Wesley Moreira: Fornecedor de trabalho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de serviços, prestação de serviços.

Vereador Wesley Moreira: desculpa aí. De repente a questão não ficou clara. Então,
trabalhar na campanha. O senhor já trabalhou?

460
Sr. Lucas Couto de Souza: Trabalhei na campanha do Kalil, na última de prefeito. Ele
me contratou como contrato de trabalho. Ele não, foi o coordenador da campanha que
me levou. Eu não sei quem era. Eu não tô lembrado direito. Mas quem que era? Eu
trabalhava no almoxarifado, distribuição de materiais.

Vereador Wesley Moreira: Isso foi só em 2020?

Sr. Lucas Couto de Souza: foi.

Vereador Wesley Moreira: 2022 então o senhor não prestou serviço para a campanha
dele né, para a candidatura dele para governador? O senhor prestou serviço pra ele
também na campanha de governador? O Senhor está lembrado?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não, não prestei não. Não participei de nada.

Vereador Wesley Moreira: Então só pra me lembrar que o senhor falou que o senhor
já trabalhou na prefeitura de BH. Qual foi o órgão e qual foi o cargo mesmo?

Sr. Lucas Couto de Souza: na Belotur, como assessor do presidente.

Sr. Lucas Couto de Souza: ah então foi na empresa Belotur. O período foi qual período
mesmo?

Sr. Lucas Couto de Souza: acho que foi fevereiro de 2021 a outubro de 2022 né? Foi
bem no início da pandemia. No meio da pandemia em outubro do ano passado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta. O senhor também doou para o Daniel
Nepomuceno?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí a doação que o senhor fez para a campanha
dele foi antes ou depois de trabalhar com ele?

Sr. Lucas Couto de Souza: bem antes, eu era diretor da universidade. Diretor não, eu
era, la da universidade FUMEC na época que eu doei para o Daniel.

461
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, e com relação a Alexandre Kalil também, você
fez uma doação para campanha dele e depois é que o senhor foi trabalhar na prefeitura
de Belo Horizonte?

Sr. Lucas Couto de Souza: muito depois, depois que eu saí do Atlético. No segundo
mandato de Alexandre.

Vereador Wesley Moreira: qual que era, como era a função do senhor lá na Belotur?
Qual era a função do senhor? Quem foi que indicou o senhor?

Sr. Lucas Couto de Souza: a função nossa lá na Belotur, nós visitávamos um período
de pandemia, onde nós fizemos parte, junto com o presidente e toda diretoria do
planejamento estratégico e as normas de avanços da Belotur e da melhoria da Belotur,
uma participação ativa que a gente fez, que eu fiz, foi no Arraial de Belo Horizonte do
ano passado, onde eu trouxe inclusive o patrocinador master, que foi Cervejaria Itaipava
e outros patrocinadores e que depois eu queria colocar à disposição de vocês caso
fizesse o meu LinkedIn com o meu currículo, onde explica todas as minhas funções e
toda a minha trajetória.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, se puder encaminhar para a gente.

Vereador Wesley Moreira: Ótimo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada.

Vereador Wesley Moreira: E quem indicou o senhor para trabalhar na Belotur? Quem
foi que te indicou?

Sr. Lucas Couto de Souza: quando terminou a campanha estava no mercado de


trabalho procurando e eu já tinha procurado o presidente da Belotur, com o meu
currículo, me colocando à disposição. Em fevereiro, ele me chamou para uma entrevista
na qual eu fui convidado à trabalhar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual era o presidente da Belotur que te convidou?

462
Sr. Lucas Couto de Souza: não me convidou. Eu que pedi a ele que avaliasse o meu
currículo. Ele em fevereiro, em janeiro, ele avaliou e me convidou para uma entrevista
no qual eu fui aprovado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem era o presidente na época?

Sr. Lucas Couto de Souza: Gilberto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, o senhor Gilberto.

Vereador Wesley Moreira: o senhor conhece a senhora Daiane do Couto?

Sr. Lucas Couto de Souza: conheço minha ex-esposa.

Vereador Wesley Moreira: a sua esposa?

Sr. Lucas Couto de Souza: ex-esposa.

Vereador Wesley Moreira: ah sua ex-esposa? Tá certo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor. Desculpa se eu estou invadindo a


intimidade do senhor, mas, qual foi o período do casamento de quando a quando?

Sr. Lucas Couto de Souza: quando que nós casamos?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quando se casaram? e no caso, quando que os


senhores se separaram?

Sr. Lucas Couto de Souza: nossa separação foi desde de junho, mais ou menos, mas
está sendo homologada agora, por um processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: casaram quando?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah com 17 anos. Eu tenho dois filhos com ela.

Vereador Wesley Moreira: de 17 anos. tem 17 anos né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o divórcio começou ?

463
Sr. Lucas Couto de Souza: em junho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em junho do ano passado?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereador Wesley Moreira: em junho de 2022.

Vereador Wesley Moreira: então, o senhor tem conhecimento que a senhora Daiane
do Couto foi nomeada em janeiro de 2020, em cargo comissionado na Prefeitura de
Belo Horizonte?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim.

Vereador Cleiton Xavier: Lucas, bom dia! Cleiton Xavier, tudo bem ??

Sr. Lucas Couto de Souza: tudo bem? Prazer falar com você.

Vereador Cleiton Xavier: prazer é todo meu. Durante a sua permanência no Atlético,
você fez alguma reunião no Atlético, estando no Atlético com o prefeito, à época,
Alexandre Kalil, ou com a chefe de gabinete Adriana Branco, na prefeitura?

Sr. Lucas Couto de Souza: no Atlético com Alexandre Kalil não. Que eu lembre com
o Alexandre Kalil, nunca. No Atlético. O Alexandre nunca foi lá no período que eu
trabalhava lá para reunião.

Vereador Cleiton Xavier: então no período em que você estava no Atlético. Em


nenhum momento você se reuniu na prefeitura com o ex-prefeito Alexandre Kalil, à
época prefeito, e nem com a chefe de gabinete dele, Adriana Branco?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah não, isso aí eu não lembro. Na prefeitura que você está
perguntando ou no Atlético?

Vereador Cleiton Xavier: enquanto o senhor esteve no Atlético, reunião na prefeitura?

Sr. Lucas Couto de Souza: ah não lembro. Para te falar a verdade, não sei te falar
porque é muito tempo atrás, eu não lembro.

464
Vereador Cleiton Xavier: se a comissão, por exemplo, solicitar as imagens das
câmeras de segurança, corre o risco de observarmos você na prefeitura em reunião?

Sr. Lucas Couto de Souza: uai, eu já fui muitas vezes na prefeitura, já fui muitas vezes.

Vereador Cleiton Xavier: e quando o senhor ia lá, qual era a pautas das reuniões com
o prefeito? Estando, o senhor no Atlético ou na reunião do senhor com a Adriana
Branco, com a qual era pauta da reunião, as vezes que o senhor ia lá?

Sr. Lucas Couto de Souza: as vezes que eu ia lá, eu conversava com o Adriano ou
com os amigos que a gente tinha lá no gabinete da Adriana, com o Alberto, com o
Guilherme para conversar a respeito de Happy Hour, conversar algumas coisas que a
gente sempre saía para poder fazer, os cuidava ali tudo e tínhamos um bom
relacionamento. O Gustavo estava sempre lá, a conversar com ele, com o Guilherme
Papagaio com o Adriano.

Vereador Cleiton Xavier: então, mas os assuntos eram de interesse público, de cunho
político, conotação política ou era questões relacionadas ao Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: sempre que ia lá às vezes, não era nunca de cunho político
nem relacionado ao Atlético, as coisas do Atlético quem decidia era o presidente do
Atlético. Tanto Daniel Nepomuceno como Sérgio Sette Câmara. Nunca fiz nada sem
ser orientado ou mandado executar. Sem ser pelo presidente Sérgio Sette Câmara e
Daniel Napomuceno, eu sempre como funcionário do clube.

Vereador Cleiton Xavier: a sua ex esposa, que trabalhou na prefeitura foi o senhor
que solicitou a nomeação dela?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Nunca tive poder de solicitador, de nomear ninguém
na prefeitura não. Ela tem currículo muito bom e ela se apresentou à secretária de
Assuntos Sociais. Onde acho que ela trabalhou na comunicação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ela trabalhou em comunicação e ela é formada


em que?

465
Sr. Lucas Couto de Souza: ela é formada em Nutrição, com pós graduação em
marketing. Com uma grande experiência em uma executiva do Ibmec a onde ela teve
uma grande experiência em marketing na Itambé, onde ela ficou muitos anos como
coordenadora.

Vereador Cleiton Xavier: você acha que a nomeação, a sua nomeação na Belotur e a
nomeação da sua ex esposa tem alguma coisa relacionada a doação de campanha
realizada em 2016?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu tenho certeza que não, porque a gente tem currículo
para executar os serviços que foram solicitados e o qual nós fomos candidatos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quando o senhor fala que o senhor foi à Belotur e
entregou o currículo ao senhor Gilberto, o senhor já conhecia ele de antes?

Sr. Lucas Couto de Souza: conhecia de dentro do mercado o Gilberto, uma pessoa
do mercado, um grande produtor de eventos e atração.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como que o senhor conseguiu oportunidade de


bater na porta, entregar o currículo para ele e ser convidado a trabalhar lá?

Sr. Lucas Couto de Souza: é o que eu estou te contando eu conheço o Gilberto há


muito tempo. Gilberto organizou a Copa do Mundo. O Gilberto é uma pessoa pública
dentro da nossa cidade, um excelente profissional.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então o senhor já trabalhou com ele em outras
oportunidades?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, nunca trabalhei com ele não, foi a primeira vez.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas conhece pelo nome ou o conhecia


pessoalmente?

466
Sr. Lucas Couto de Souza: pessoalmente, o cara que foi um dos coordenadores da
Copa do Mundo. Era público de Belo Horizonte e eu sempre trabalhei com comunicação
Dra Fernanda a gente conhece, Belo Horizonte é grande mas é um ovo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso aqui é um ovo de codorna, sim.

Sr. Lucas Couto de Souza: são poucos prestadores de serviço em Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor já recebeu enquanto o senhor estava


no Atlético. O senhor recebeu e-mails ou ligações de pessoas que já estiveram no
Atlético, que naquele momento estavam na prefeitura para ter alguma ingerência dentro
do Atlético em função desses contatos?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, que eu lembre não. Que eu lembre.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor nunca recebeu e-mail, ligação de quem
já foi do Atlético. Estava na prefeitura pedindo para o senhor fazer alguma coisa dentro
do Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: que eu lembre não Dr. Fernanda, porque eu estou te
falando tem bastante tempo e a gente já renovou isso, já saí do Atlético, já fiz outras
coisas, hoje estou em outra emprego e trabalhando, que graças a Deus a gente tem
um currículo e um profissionalismo muito bom.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Se a gente pesquisar, então nós não vamos
encontrar a interação do senhor com ex-integrantes do Atlético. No momento em que
eles estavam na prefeitura de Belo Horizonte sobre o assunto do Atlético.

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não sei, não sei te falar, não lembro, eu não lembro. Eu
só te falo uma coisa, nada no Atlético foi feito sem autorização do presidente Sette
Câmara, sem autorização do presidente Daniel. Nada. Tudo o presidente tem
autorizado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o Dr. Carlos mencionou isso também no


depoimento dele.

467
Sr. Lucas Couto de Souza: entendeu ? O Atlético hoje é um regime presidencialista,
onde você vê o estatuto e quem manda no Atlético é o presidente do Atlético. E não
adianta ninguém falar que fez a coisa, que tudo passava na mão do presidente.

Vereador Cleiton Xavier: quando da sua nomeação e da nomeação da sua ex-esposa


havia um processo de seleção aberto. Ou o senhor acha que as contratações foram em
virtude do seu trabalho no Atlético?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acho que, na minha opinião, tem um achismo que foi
em função do currículo e do profissional que nós dois pudéssemos agregar valor na
prefeitura de Belo Horizonte.

Vereador Cleiton Xavier: e quem avaliou a ida da sua ex-esposa para a prefeitura?
Qual foi o secretário?

Sr. Lucas Couto de Souza: na época foi a Maíra né?

Vereador Cleiton Xavier: não entendi.

Sr. Lucas Couto de Souza: na época eu acho que foi a Maíra.

Vereador Cleiton Xavier: Maíra, assistente social?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então a sua esposa entrou na prefeitura em? Qual
foi o período?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não lembro a data não, mas tem mais tempo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é me parece que foi janeiro 2022, que foi na
secretaria Municipal, então de assistência social né?

Sr. Lucas Couto de Souza: ela trabalhava na comunicação antes da pandemia, eu


acho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: estão me confirmando aqui que foi 2020. E aí, o
senhor sabe falar quais funções ela desempenhava naquela época?

468
Sr. Lucas Couto de Souza: ela desempenhou várias funções lá eu não lembro tudo
não, mas ela desempenhou várias funções. Assim, ao final, que eu sei que ela que ela
era assessora de comunicação junto à secretaria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí ela depois foi para a Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: e foi convidada pelo diretor de marketing da Belotur.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que foi um cargo que o senhor ocupou lá?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, não, não tem nada a ver com o meu cargo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o seu cargo era qual na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: estava tendo uma coisa e eu fui assessor do presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor não teve nenhum cargo de
diretoria?

Sr. Lucas Couto de Souza: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ou chefia dentro da Belotur não?

Sr. Lucas Couto de Souza: não fui só assessor do Presidente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, o senhor tinha um cargo de


assessoramento dentro da Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí depois a sua esposa entrou na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: tudo tem decreto né doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: an?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso tudo está com carteira assinada. Belotur tem
tudo escrito.

469
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é... não só para saber. O senhor tinha um cargo
de assessoramento na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, logo depois, a sua esposa entrou num cargo
de direção na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, ela não é diretora, ela é gerente. E o ano que ela
entrou eu não estava na Belotur não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então ela não estava. Ela não tinha cargo de
diretoria, ela tinha cargo de gerência dentro da diretoria de marketing?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acho que ela tem ainda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, tem ainda?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí lá na Belotur ela desempenhava esse papel


de marketing que o senhor falou do currículo dela?

Sr. Lucas Couto de Souza:: Isso.

Sr. Lucas Couto de Souza: e o currículo dela também é público no LinkedIn. Acho que
dá para a gente olhar também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é a Belotur até nos encaminhou o currículo dela.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Quando ela foi para Belotur, ela foi exonerada das
funções que ela desempenhava na Secretaria de Assistência Social?

Sr. Lucas Couto de Souza: acredito que sim, que eu acho que não tem jeito de nomear
duas coisas simultâneas. Eu não entendo dessas coisas. Eu acho que não tem jeito
não, acredito que sim.

470
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a atuação dela de marketing na Itambé era em
relação à questão de turismo ou não?

Sr. Lucas Couto de Souza: de desenvolvimento, no marketing né doutora, a senhora


sabe que o marketing, a senhora na hora que você se especializa a senhora pode fazer
de várias maneiras. Você pode fazer para turismo, você pode fazer para produtos, ela
pode fazer para o eventos. A senhora pode fazer de vários tipos. A senhora faz
marketing.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e na Itambé a atuação dela era de marketing?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim. E ela tem pós graduação, tem um MBA executivo
Ibmec.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá.

Vereador Wesley Moreira: ta. Certo, qual foi o período em que ela atuou nessa
multinacional, em qual estado do país que ela trabalhava?

Sr. Lucas Couto de Souza: que?

Vereador Wesley Moreira: Quer que eu repito a pergunta?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim.

Vereador Wesley Moreira: Ok. Em qual período que ela atuou nessa multinacional? A
Itambé no caso, e em qual estado do país que ela trabalhava?

Sr. Lucas Couto de Souza: deixa eu te falar a Itambé é uma empresa mineira doutor
presidente. Ela é de Minas Gerais e ela também trabalhou em Belo Horizonte em Minas
Gerais.

Vereador Wesley Moreira: Então tá, ela trabalhava aqui em BH mesmo?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso, inclusive, como a doutora falou, já enviou o currículo
da Daiana, eu não sei o período, mas se vocês puderem me auxiliar.

471
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa informação a Belotur não nos deu, mas a
gente pode fazer esse pedido de informação para a Itambé. Então enquanto ela
trabalhou na Itambé, ela trabalhava na unidade de Belo Horizonte?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso, isso. No currículo da Daiana tem explicando tudo
isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. E aí, o senhor, ela trabalhou qual período na
Itambé?

Sr. Lucas Couto de Souza: é o que eu estou te falando, eu não sei te falar a data, foi
antes de nascer minha segunda filha, mas eu não sei te falar tudo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a segunda filha nasceu quando.

Sr. Lucas Couto de Souza: a minha tem três anos. 2020, 2019 a Maria.

Vereador Wesley Moreira: a senhora Daiana Couto costumava frequentar a de


Assistência Social. Em quais dias da semana e em quais horários para desempenhar
suas funções?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não sei te falar assim exatamente, não. Uma coisa eu
te falo que ela batia ponto, e ela tem tudo isso dentro da prefeitura que vocês podem
pedir, pega os pontos dela, que vai estar lá.

Vereador Wesley Moreira: Hum… certo. Só por maneira regimental aqui tá pessoal ao
meio dia e dois minutos eu prorrogo essa sessão para mais 01h00. Então vamos lá
então. Então, no caso, a senhora Daiana Couto costumava frequentar a Belotur, no
caso, quando ela foi para a Belotur, em quais dias da semana e em quais horários para
desempenhar suas funções que ela tinha cargo, multinacional de gerente?

Sr. Lucas Couto de Souza: olha todos os dias da semana, como profissional normal,
comercial de 08h00 por dia. Eu acredito.

Vereador Wesley Moreira: Ela batia ponto ou não?

472
Sr. Lucas Couto de Souza: onde? presidente, eu não entendi nada.

Vereador Wesley Moreira: Ela batia ponto lá na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: Na Belotur. Você pode olhar lá e ela vai todos os dias ou
trabalha todos os dias, 08h00 por dia. Você pode ter certeza, é uma pessoa muito
dedicada. É mãe dos meus filhos, mais uma pessoa muito dedicada e muito
competente.

Vereador Wesley Moreira: ótimo, então o senhor tem conhecimento de que a senhora
Daiana do Couto tem a prática desportiva de corrida, o senhor costumava praticar esses
exercícios com ela?

Sr. Lucas Couto de Souza: não.

Vereador Wesley Moreira: ta, mas ela tem essa prática né?

Sr. Lucas Couto de Souza: tem.

Vereador Wesley Moreira: e o senhor tem conhecimento de quais dias da semana que
a senhora Daiana praticava esse esporte?

Sr. Lucas Couto de Souza: ela pratica quase todos os dias. Porque ela tem tendência
a ser um atleta.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Então o senhor tem conhecimento de algum


momento em que a senhora Daiane deixou de prestar serviço para o município de BH
porque estava na prática esportiva que ela costumava fazer?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acho muito difícil, porque ela corre durante a manhã
cedinho, eu acho muito difícil. Não tenho conhecimento a respeito disso não. Acho
muito difícil a Daiane deixar as suas funções para fazer algum esporte. Essas funções
profissionais.

Vereador Wesley Moreira: certo, no mês de março deste ano ela estava no período
de férias?

473
Sr. Lucas Couto de Souza: não sei te informar. porque sempre tem a profissional né,
tem horas, tem o seu termo. Não sei te falar.

Vereador Wesley Moreira: não sabe informar se ela estava de férias. O senhor
trabalhou na Belotur até quando mesmo que o senhor trabalhou lá?

Sr. Lucas Couto de Souza: final de outubro.

Vereador Wesley Moreira: final de Outubro de 22. Certo?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereador Wesley Moreira: houve cumulação de períodos na sua contratação e de


Daiana em cargos comissionados da administração municipal direta e indireta?

Sr. Lucas Couto de Souza: como assim? a Daiane trabalhava na Secretaria de Ação
Social e eu trabalhava na Belotur.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: me parece que o senhor saiu da Belotur dia 1 de
novembro de 2022.

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí o senhor foi para a Fecomércio né? E o senhor
continua lá?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso, continuo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor saiu do Atlético para ir para Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Eu saí do Atlético porque eu fui desligado.

Vereador Wesley Moreira? então, o senhor hoje trabalha atualmente na Fecomércio?

Sr. Lucas Couto de Souza: isso.

Vereador Wesley Moreira? e qual é a função que o senhor exerce lá?

474
Sr. Lucas Couto de Souza: hoje, Gerência de Marketing, Comunicação e Eventos.

Vereador Wesley Moreira: certo. Isso é só para esclarecimento para a gente aqui, qual
que é a relação entre Sesc e Fecomércio?

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereador Wesley Moreira: qual que é a relação entre Sesc e a Fecomércio?

Sr. Lucas Couto de Souza: a Fecomércio, é a Federação do Comércio, e aí você tem


a federação você tem os braços dela, o Sesc e o Senac, que pertence a Federação do
Comércio, pertence tem um presidente e você tem as duas entidades, uma social e
uma mais educacional.

Vereador Wesley Moreira? certo. O Sesc foi um dos únicos patrocinador do carnaval
de BH.

Sr. Lucas Couto de Souza: a Fecomercio.

Vereador Wesley Moreira: com 1 milhão com patrocínio de 1 milhão de reais. O senhor
participou do processo de seleção de patrocinadores para o carnaval de 2023, quando
o senhor estava na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor não acompanhou?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, porque a Fecomércio só entrou no processo depois
que eu tinha patrocinadores para o carnaval e o presidente resolveu falar com o
Gilberto, que inclusive eu estava nessa reunião que queria ajudar no Carnaval de Belo
Horizonte. Aí teve o processo que eu não sei explicar como que foi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e porque assim os editais de patrocínio do


carnaval eles começaram em julho de 2022, quando o senhor estava lá na Belotur e a
contratação foi acontecer em dezembro de 2022.

475
Sr. Lucas Couto de Souza: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso mesmo?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, mas a Fecomercio não participou do edital não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas ok, nós estamos perguntando a seleção de
patrocinadores para o Carnaval de 2023.

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor participou do processo de seleção dos


patrocinadores para o carnaval de 2023, enquanto estava na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não Participou?

Sr. Lucas Couto de Souza: não.

Sr. Lucas Couto de Souza: era fechado. Tinha que ser candidato. Era um processo
de licitação é diferente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas qual era atuação. Qual era o papel, o serviço
que o senhor prestava na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: Doutora Fernanda é o seguinte, hora que eu estava saindo
da Belotur, tinha o processo de licitação Então você convidava as pessoas para
participar, mas infelizmente deu em branco. Em dezembro, o presidente da Fecomércio
falou em temas com o coletivo de imprensa que estava disponível. Se a prefeitura
quisesse, ele ajudasse no carnaval.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta. Bom ter essa informação. Mas assim, meu
questionamento é: qual era o cargo que o senhor ocupava na Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: assessor da Presidência.

476
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assessor da Presidência. O senhor, como
assessor da presidência, não acompanhou os editais de patrocínio do Carnaval de Belo
Horizonte 2023?

Sr. Lucas Couto de Souza: acompanhei. Acompanhar é uma a coisa, porque você não
pode ter interferência em editais de licitação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só estava querendo saber se o senhor


acompanhou.

Sr. Lucas Couto de Souza: acompanhei tentando chamar, correr atrás das cervejarias
para poder participar. Infelizmente, eles não foram.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quando o senhor foi para a Fecomércio, o


senhor levou ao pessoal da Fecomércio a questão do patrocínio do Carnaval de Belo
Horizonte ou não?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Uma das coisas que eu falei que hoje, e tem que ser
falado, e já que eu estou entre as vereadores, temos que divulgar o carnaval do
Horizonte, porque é um dos grandes investimentos, Carnaval de Belo Horizonte é uma
das maiores festas do país.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é.

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acho que o carnaval de Belo Horizonte, na minha
opinião, com profissionalismo da para fazer um excelente negócio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor então participou, da questão de todo o


patrocínio do Carnaval de Belo Horizonte, durante o período em que esteve na Belotur
como assessor presidente, certo?

Sr. Lucas Couto de Souza: sim, sempre valorizando, tentando trazer o melhor de tudo
para Belo Horizonte.

477
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que bom! E aí, quando o senhor foi para o
Fecomércio, o senhor, não levou o assunto do patrocínio do Carnaval de Belo Horizonte
para Fecomércio e não teve qualquer participação nisso?

Sr. Lucas Couto de Souza: não foi eu que levei o assunto. O presidente da Fecomercio
chegou lá no dia e falou disso no jornal “Bom dia minas”. Disse que BH não tinha
patrocinador para carnaval, e ele como presidente da Federação do Comércio acho
isso um absurdo, falou tem que ia ajudar de alguma maneira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e foi feito como? Ele não participou do processo
de licitação, então?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, foi a Fecomércio que participou, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí foi feito como, esse patrocínio?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não sei como foi feito. Eu acho que ele procurou, e aí
eu não sei te falar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor estava na Fecomércio quando


aconteceu isso?

Sr. Lucas Couto de Souza: estava. Mas quem coordenou isso aí foi a diretoria. Eu sou
gerente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e não era área de atuação do senhor na


Fecomércio?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Depois que teve as coisas assinadas e tudo. A parte
de Layout e a parte de ativação e eu participei, como seria e como que iria fazer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor não sabe como se deu esse
patrocínio, já que não participou da licitação?

478
Sr. Lucas Couto de Souza: eu acredito que foi através de um contrato, eu tenho
certeza. Eu não sei explicar como que foi, mas foi um contrato feito da prefeitura com
os comerciantes.

Fernanda Pereira Altoé: foi o que ? Eu não entendi. Desculpa.

Sr. Lucas Couto de Souza: o contrato, eu não sei explicar. É uma coisa muito técnica.
Eu sei que tudo foi uma das melhores intenções possíveis, da melhor transparência
possível.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas o senhor, como ex-integrante da Belotur,
assessor direto do presidente que participou de todo o processo de edital de patrocínio
do Carnaval de Belo Horizonte, depois foi para o Fecomércio que foi aí então, um
patrocinador fora da licitação não sabe dizer como aconteceu?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não sei. Porque isso foi tudo muito técnico. A única
coisa que eu tenho certeza que eu posso afirmar para a senhora, é que foi das mais
transparência e lisura possível, porque na Federação do Comércio Presidente, jamais
faz alguma coisa que possa ser.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e no final das contas, por que não teve
patrocinador master para o carnaval de 2023?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu não sei te especificar isso não, porque tava no processo
de licitação e todos as pessoas sendo convidadas né, convidados foram. Agora porque
as pessoas não entrou, os empresários não entrou, eu não sei te explicar doutora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor era assessor do presidente?

Sr. Lucas Couto de Souza: e fizemos um grande trabalho pela divulgação do edital,
convidando tudo e várias reuniões com todos as grandes cervejarias.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Aí fizeram tudo isso como assessor do
presidente da Belotur, o senhor não sabe falar o porque que não teve o patrocínio
master para o carnaval de 2023 ou não sabe explicar?

479
Sr. Lucas Couto de Souza: não, porque a gente teria que perguntar pra as empresas
né, o por que elas não quiseram entrar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, mas isso aí está tudo documentado no
processo de licitação, não tá não?

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não consta no processo de licitação. Se foi


deserto, o que aconteceu não?

Sr. Lucas Couto de Souza: não, foi deserto, uai. A senhora está perguntando porque
que não teve master, mas é que eu estou te falando tem que perguntar por que as
empresas não quiseram participar. Eu não sei o porque elas não participaram, não sei
porque que a Ambev não participou. Eu não sei porque a Itaipava não participou, eu
não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entendi, ficou muito subjetivo a pergunta, né?

Sr. Lucas Couto de Souza: não tem jeito de eu saber.

Sr. Lucas Couto de Souza: perguntar o porque você não quis patrocinar o carnaval
de Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não está certo. Está certo. O senhor conhece
Vanusa Souza Porto?

Sr. Lucas Couto de Souza: Vanusa?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Souza Porto !

Sr. Lucas Couto de Souza: não, pelo o que eu estou lembrado, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor conhece o senhor Carlos Fabel?

Sr. Lucas Couto de Souza: que?

480
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Carlos Fabel.

Sr. Lucas Couto de Souza: conheço. Foi diretor do Atlético.

Vereador Wesley Moreira: bom… Doutor Tarcísio se apresenta aí.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: Senhor


presidente, senhores vereadores, senhora vereadora, mais uma vez boa tarde agora.
Senhor Lucas, o senhor pode nos dizer quem foi a pessoa que nomeou o senhor
assessor da presidência da Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: se eu não me engano quem nomeia os cargos da Belotur
é o presidente.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: Presidente eu


não tenho mais perguntas, eu gostaria de fazer só duas considerações muito rápidas
como de costume. A primeira é um esclarecimento acerca do ofício GAB pré 22/2023
que sua Excelência, o Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte comunicou
a essa CPI, uma denúncia feita pelo procurador do município, do promotor de Contas,
de promotor não, do Ministério Público Contas contra o Procurador Geral do Município
de Belo Horizonte.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: em um trecho


desse, desse ofício, eu acho que um esclarecimento da defesa, com o intuito de
colaborar com a investigação, acho que é necessário, porque, diz: “Ressalta-se ainda
que não é a primeira vez que suspeitas, são levadas, contra atuação do Procurador
Geral em Favorecimento de terceiros. recentemente, foi noticiado que a Procuradoria
do Município de Belo Horizonte atuaria em defesa de Kalil, numa ação do MP que o
acusa de nepotismo”.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: a discussão que


foi levantada é que o procurador estaria beneficiando indevidamente o ex-prefeito ao
patrocinar sua defesa. E se essa consideração ela desconsidera, completamente o
artigo 17, parágrafo 20 da Lei 8429/92, com uma redação recente em que diz a

481
assessoria jurídica que emitiu parecer atestando a legalidade prévia de atos
administrativos. Em resumo, deve defender o autor da nomeação até o trânsito em
julgado se é até o trânsito em julgado não se condiciona à manutenção da autoridade
nomeante no cargo em que ele exercia e realizou a nomeação, por dever de lealdade,
informo que esse dispositivo foi objeto de ADI 7042 do Distrito Federal, em que o
Supremo disse exclusivamente que haveria inconstitucionalidade pela imposição do
dever defender, porque não se pode obrigar, por uma lei federal, impor atuações do
município e do Estado na sua advocacia pública. Mas que era facultado, desde que o
agente que praticou o ato de nomeação tem atuado de acordo com o parecer da
advocacia pública e acho isso bastante razoável.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: então, é


exatamente o que aconteceu na ação que supostamente se refere o Presidente da
Câmara, que é a ação 5222170/78 e estamos inteiramente a disposição para explicar.
Acho que a constituição da advocacia pública, no meu entender, está explicado agora
a justificativa do ato. Também estamos à disposição para esclarecer. Um outro ponto
que gostaria de nos levantar também muito rapidamente é que parece que entramos
agora no tópico do relatório de trabalho, do roteiro de trabalho que foi aprovado na
segunda reunião, em que se fala o que se trata do aparelhamento do Poder Executivo
para o controle de órgãos da Administração pública, por representantes ou grupo de
interesse.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: pelo que eu


consegui compreender as nomeações ou está se investigando as nomeações de cargo
de confiança, as nomeações de cargos de confiança e as autoridades públicas podem
nomeá-las o governador, o prefeito, vereadores… Elas são, como o próprio nome diz,
de confiança. A atividade pretérita do ex prefeito era eu trabalhava no clube Atlético
Mineiro. Foi seu presidente por um tempo, então me parece razoável que ele busque
lá pessoas de sua confiança.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: mas estamos


inteiramente a disposição para esclarecer qualquer nomeação. Mas é fundamental. E

482
aí é uma dificuldade da defesa entender qual a ilegalidade que se está investigando.
Qual nomeação, por exemplo, a Adriana Branco Cerqueira foi diretora do Galo e foi
também secretária do então prefeito e continua secretário do atual prefeito Fuad, me
parece que ela tem currículo para isso.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: o Dr. Castellar


Modesto Guimarães foi diretor, foi presidente do Conselho Deliberativo, se não me falha
a memória, e foi procurador do Ministério Público. E tem um currículo imenso. Então, o
que a gente gostaria de que fosse esclarecido com o único intuito de colaborar com a
investigação é: qual nomeação está se questionando e, a partir disso, qual a ilegalidade
supostamente levantada nessa nomeação e quaisquer dúvidas da comissão nós
teremos o máximo prazer em esclarecer, porque o meu constituinte, o Alexandre Kalil,
sabe que quem exerceu uma função pública, tem o dever de esclarecimento, ainda
mais para a Câmara Municipal, e estamos completamente abertos para isso, haja vista
que a defesa nunca tomou nenhuma medida para restringir ou para, como outras
pessoas já fizeram em outras CPI para restringir via judicial, o andamento da presente
Comissão Parlamentar de Inquérito, muito obrigado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: bem, só esclarecendo então ao Dr. Tarcísio, antes
só uma pergunta para o Dr. Lucas quem nomeou o senhor foi o presidente da Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: eu acredito que sim, não é? Eu não lembro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor afirmou Doutor Tarciso que sim, que é o
presidente quem nomeia.

Sr. Lucas Couto de Souza: oi?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor, afirmou para o doutor Tarcísio, que é o
presidente da Belotur, quem nomeia.

Sr. Lucas Couto de Souza: eu estou afirmando, mas assim eu não tenho
conhecimento. quem assina tecnicamente burocraticamente. E eu fui aprovado pelo
presidente da Belotur para trabalhar direto com ele. A entrevista foi com ele.

483
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, quem nomeou também a senhora Daiane, lá
na Belotur deve ter sido, também o doutor, o presidente da Belotur?

Sr. Lucas Couto de Souza: não. Para mim deve ser sim. Eu vou pesquisar a respeito
disso. Mas eu não sei. Fica assim, eu sei, que sai no Diário Oficial isso aí eu sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Doutor Tarcísio, então os questionamentos.


Com relação à defesa pelo Dr. Fernando de Alexandre Kalil é, isso aí é com a
presidência, não é com a CPI, e não é o objeto inclusive da oitiva de hoje.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, recado foi dado, mas não foi dado, não era
pra a gente na verdade.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: o objetivo era só


prestar um esclarecimento, não só a CPI, que eu sei que não é objeto, mas, também a
população de Belo Horizonte, porque essa notícia foi veiculada na imprensa, e ela tem
um conteúdo ofensivo à honra, aqui me interessa o meu constituinte, mas, ao meu
constituinte e ao Procurador Geral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque achei até estranho, me causou


estranheza o senhor fazendo uma defesa de um Procurador do Município, né porque o
Sr. o seu cliente é o Alexandre Kalil.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: o que eu estou


querendo dizer? Eu consultei isso por escrito, é que ele nunca se aproveitou de
nenhuma ação ilegal de funcionário público qualquer. Indiretamente acaba assim,
justificando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por isso, então, a manifestação. A questão da


oitiva de hoje é a seguinte, nós sabemos que os cargos de confiança, e aí eu fui aluno
da ministra Carmen Lúcia, e Carmen Lúcia brincava “Deus que é Deus, mandou o filho”,
não é mesmo? Então o próprio nome diz, é de confiança, mas, a nomeação, ela não é,
ela encontra parâmetros, e ela encontra limites.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça - Advogado Alexandre Kalil: humrum


484
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e tendo em vista que há uma nomeação no
mesmo, na mesma entidade, inclusive de marido e mulher, onde o marido é assessor
do presidente da Belotur. De acordo até com entendimentos do STF, isso pode sim
gerar a questão de nepotismo, porque não necessariamente é uma questão de estar
ou não no mesmo órgão e de estar ou não trabalhando ao mesmo tempo, mas sim da
influência de que um cargo de chefia, direção e assessoramento pode gerar na escolha
de quem entra em cargos de comissão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então está aí a relação do depoimento do doutor


Lucas em relação à Daiane. E foi num período em que Alexandre Kalil era prefeito de
Belo Horizonte, advindo de um ex-funcionário do Atlético. E a questão, da forma como
foi esse trabalho, é porque há sim documentos em que pessoas e ou, e no caso Adriana
Branco encaminhou por e-mail institucional da prefeitura, recomendações em relação
à atuação de Lucas Couto no Atlético Mineiro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e há inclusive um outro e-mail recomendando,


que não mandasse coisas para ela no e-mail institucional da prefeitura. Então, nós não
tão tentando aqui, pescar uma situação, não. Na verdade, nós tamos querendo saber
dele que está prestando depoimento sob juramento, se ele está falando a verdade ou
não, Obrigada.

Vereador Wesley Moreira? muito bem, senhor Lucas Couto, passando agora para
finalizar, agradecer a presença do Senhor, caso queira fazer alguma consideração final,
questão de ordem, pode ficar à vontade.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: o Senhor me escuta
senhor presidente ?

Vereador Wesley Moreira: Sim.

Felipe Machado Prates Advogado Sr. Lucas Couto de Souza: ah ok. O Lucas, ele
compareceu aqui hoje para prestar todos os esclarecimentos, e ele continua à
disposição dos senhores, caso seja necessário esclarecer qualquer outro ponto. O que
eu solicito é apenas que caso em qualquer momento, ao longo dos trabalhos dessa

485
comissão, Vossas Excelências vislumbre qualquer possibilidade de qualquer
responsabilização do meu Constituinte, que isso seja formalmente reconhecido. Que a
situação dele nesses altos seja esclarecida e que, consequentemente, ele seja
esclarecido sobre o dever dele de responder a Vossas senhorias e até da possibilidade
de apresentar documentos e, indicar testemunhas no sentido de contradizer qualquer
indício de irregularidade que Vossas Excelências possam enxergar na atuação dele.

Vereador Wesley Moreira: Excelente. Inclusive a CPI até agradece caso o senhor
queira encaminhar, já tem alguns encaminhamentos. O senhor Tarcísio sempre
representando aqui o ex-prefeito Alexandre Kalil faz sempre esses requerimentos. O
senhor pode ficar à vontade, Tranquilo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada, Dr. Lucas e Dr. Felipe se precisar,
oficiada de expressar alguma informação que seja importante, como o Wesley falou, a
gente está às ordens aqui.

Vereador Wesley Moreira: Excelente.

Vereador Wesley Moreira: Prefeito, mais uma vez agradecemos viu senhor Lucas e
um bom dia. Às 12h27 minutos, declara encerrada essa reunião. Um forte abraço. Muito
obrigado.
Às 12h27 a reunião foi encerrada.

2.14 - DA 14ª REUNIÃO ORDINÁRIA

A 14º Reunião foi realizada no dia 26/04/2023, às 9h30min, no Plenário


Helvécio Arantes, com a finalidade de apreciar o Requerimento de Comissão nº
945/2023 para intimar Luiz Gustavo Levate, Procurador Municipal, para, pessoalmente,
prestar depoimento acerca da sua atuação nas ações de execução fiscal envolvendo o
ex-Prefeito, Alexandre Kalil, e/ou empresas da sua titularidade.

Em razão de problemas técnicos não houve gravação de vídeo da


reunião.

486
2.15 - DA 15ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 27 de abril de 2023, às 9h:38m, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 15ª Reunião Ordinária14 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Gilson
Guimarães, Helinho da Farmácia, Ciro Pereira e Loíde Gonçalves.

Foram aprovados requerimentos para solicitar a íntegra dos


procedimentos nº 03, 05, 06, 07, 08/2022 e 01 e 02/2023 do Conselho de Ética,
mencionados no depoimento de Rodolfo Gropen e cujos resultados foram publicados
no DOM em 25/04/2023, bem como o parecer da PGM, citado pelo depoente, como
fundamento para arquivamento de denúncia contra servidor exonerado após o início do
procedimento; e a indicação da fundamentação de competência para análise prévia de
nomeação de cargo em comissão, a exemplo do objeto do procedimento nº 02/2023.

Também foi requerido a empresa Itambé Alimentos Ltda. informações


sobre o contrato de trabalho da Sra. Dayanne Faria do Couto, atual servidora da
Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (BELOTUR).

Foram lidas as respostas aos Requerimentos nº 783, 784, 785 e


822/2023. Foram recebidos pela Comissão o documento de protocolo nº 002221/2023,
enviado pelo Sr. Lucas Couto de Souza.

A Vereadora Relatora chamou atenção para o fato do Conselho de Ética


nunca ter levado adiante nenhuma denúncia recebida, embora sua atuação seja
justamente o processo investigatório.

Mencionou a denúncia que fez contra a atuação do Procurador Luiz


Gustavo Levate que, assim como as demais, foi arquivada de plano, ao fundamento de
que não havia prova objetiva. Ressaltou que as denúncias ao Conselho não tem o
condão de pedir o julgamento, mas sim, a investigação e que deveriam, conforme

14
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/15%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-27-04-2023

487
previsto no Regimento Interno, serem encaminhadas à Corregedoria ou ao Ministério
Público.

Ainda ressaltou que a íntegra das decisões não são publicadas no DOM,
mas tão somente o dispositivo final de cada uma delas. Que a atitude demonstra a falta
de preocupação do Município com a transparência na ética pública.

Às 9h:47m foi encerrada a reunião.

2.16 - DA 16ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 04 de maio de 2023, às 9h:42m, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 16ª Reunião Ordinária15 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Gilson Guimarães, Loíde Gonçalves,
e Cleiton Xavier.

Estava prevista a oitiva do Sr. Luiz Gustavo Levate, mas foi informada a
impossibilidade de comparecimento por ter sido designado para representar o
Município fora da cidade.

Foi deliberado o adiamento da oitiva para 11/05/2023.

Também foi deliberada a oitiva da Procuradora Municipal Dra. Dione


Ferreira dos Santos e da servidora Luciana Pessoa Dutra Moura, no dia 18/05/2023,
para prestarem esclarecimentos na atuação das execuções fiscais envolvendo o ex-
Prefeito e empresas de sua titularidade.

Foi recebido pela CPI documentos do Sr. Lucas Couto para afastar
suspeitas de nepotismo na nomeação da testemunha e de sua esposa, Dayanne do
Couto.

O Presidente informou o protocolo de dois ofícios de seu gabinete,


apresentando documentos recebidos do escritório Mendonça e Lopes Advogados.

Às 9h52m foi encerrada a reunião.

15
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/16%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito----abuso-de-poder-na-pbh-04-05-2023

488
2.17 - DA 17ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 11 de maio de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve início a 17ª


Reunião Ordinária16 da CPI Abuso de Poder, presidida pelo Vereador Wesley Moreira
e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Cleiton Xavier, Gilson
Guimarães, Helinho da Farmácia e Loíde Gonçalves.

Foram aprovados requerimentos para solicitar a íntegra do procedimento


nº 008/2023 do CONEP, e a realização de oitiva da Procuradora Municipal, sra. Cyntia
Barbabela acerca da sua atuação nas execuções fiscais envolvendo o ex-Prefeito e
empresas de sua titularidade.

Foram recebidas as respostas aos requerimentos nº 305, 311, 971, 972,


973/2023.

Foi chamado para depor o Sr. Luiz Gustavo Levate, Procurador do


Município de Belo Horizonte, que prestou o compromisso com a verdade. O depoente
foi acompanhado do advogado Dr. Hassan Magid de Castro Souki.

17ª Reunião

Vereador Wesley Moreira: damos início à 17ª Reunião da Comissão Parlamentar de


Inquérito CPI de Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Farei a chamada dos
Vereadores que compõem essa comissão.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: Presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde Gonçalves.

Vereadora Loíde Gonçalves: Presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: Presente.

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https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/17%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-11-05-2023

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Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: Presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Presente.

Vereador Wesley Moreira: também presente.

Vereador Wesley Moreira: então, com a presença desses Vereadores, temos o


quórum. Vamos dar prosseguimento à ordem dos trabalhos. Comunicação de
aprovação das atas das reuniões. 12ª, 13ª, 14ª, 15ª, e 16ª, visto não ter havido
impugnação dessa nos termos regimentais. Hoje nós temos a oitiva do Sr. Luiz Gustavo
Levate, o Procurador municipal para pessoalmente prestar depoimento acerca de sua
atuação nas ações de Execução Fiscal, envolvendo o ex-prefeito Alexandre Kalil, e ou
empresas de sua titularidade.

Vereador Wesley Moreira: o senhor Luiz já está presente aqui, inclusive até agradeço.
Nós vamos só deliberar aqui, dois requerimentos, algumas respostas. Aí nós
retornaremos a oitiva, ok? Comunico também a presença do Sr. Hassam Magid de
Castro Souki, advogado do senhor Luiz Gustavo, e também do senhor Tarcísio Maciel
Chaves de Mendonça: Chaves de Mendonça, advogado do nosso ex-prefeito
Alexandre Kalil. Muito bem.

Vereador Wesley Moreira: depois chamarei vocês para sentarem. Vamos deliberar os
requerimentos aqui, Fernanda. Requerimento de comissão 1193/2023. Pedido de
informação. Destinatário: Prefeito Fuad Presidente do Conselho de Ética Pública.
Secretário de Governo Josué Valadão. Finalidade, Solicitar documentação
complementar à requerida no requerimento de Comissão 971/2003, que solicitou a
íntegra do procedimento número 8 “oito” de 2022, para o CONEP.O tempo de resposta
serão de cinco dias úteis. A autoria do requerimento do Vereador Cleiton, Ciro,

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Fernanda e Wesley, em discussão, em votação, bem como o voto do Vereador Helinho
da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde Gonçalves.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vamos retornar, agora já dá também. Vereadora


Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento aprovado o


requerimento de comissão 1193/2023. Requerimento de Comissão 1194. Solicitação:
realização de oitiva. Finalidade: intimar a Procuradora Municipal Cíntia Barbabella para
prestar depoimento acerca de sua ação, nas ações de Execução Fiscal envolvendo o
ex-prefeito Alexandre Kalil e as suas empresas, de sua titularidade. Data 18 de maio
de 2023, horário às dez horas e 30 minutos. Local: no Plenário Helvécio Arantes, de
autoria dos Vereadores Cleiton, Ciro, Fernanda e Wesley, em discussão em votação
como o voto do Vereador Helinho.

Vereador Helinho da Farmácia: eu estou de acordo senhor presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde Gonçalves.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton.

Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda.

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Vereador Wesley Moreira: também voto com requerimento. Fica aprovado
requerimento de comissão 1194/2023.

Vereador Wesley Moreira: respostas a requerimentos e Indicações da Comissão.


Resposta ao Requerimento de Comissão 305/2023, de autoria dos Vereadores
Fernanda, Ciro, Cleiton, Uner e Wesley. A resposta número oito de 2023, enviada pelo
chefe de Cartório da trigésima segunda, Dra. Míriam Cabral Pedrosa.

Vereador Wesley Moreira: isto da zona. Ofício em resposta a requerimento de


Comissão 311/2023, de autoria dos Vereadores Wesley, Ciro, Cleiton, Fernanda e
Uner. A resposta, ela também está disponível no Portal da Câmara. O número dela é o
110663.2023. Remetente Técnico da Administração, Lílian de Paiva Vieira, Ofício em
resposta a Requerimento de Comissão 971/2023, de autoria do Vereador Ciro, Cleiton,
Fernanda e Wesley.

Vereador Wesley Moreira: resposta número 328, enviada pelo Subsecretário de


Relações Institucionais, Adjunto de Governo, o senhor Leonardo Amaral Castro. Ofício
em resposta. Requerimento de Comissão 972/2023, de autoria dos Vereadores Ciro,
Cleiton, Fernanda e Wesley. A resposta foi enviada pelo Clube Atlético Mineiro, em
03/05/2013. Remetente: Presidente do Clube Atlético Mineiro, Sérgio Batista Coelho.
Ofício em resposta ao requerimento 973/2023, de autoria dos Vereadores Ciro, Cleiton,
Fernanda, Wesley.

Vereador Wesley Moreira: a resposta número 7645/2023, enviada pelo Conselheiro


Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Gilberto Diniz.

Vereador Wesley Moreira: com isso, nós hoje tem poucos requerimentos, pouca
resposta, rapidinho. Com isso, nós vamos retornar ao nosso segundo item da pauta,
que é a nossa oitiva. E convido o senhor Luiz Gustavo Levate para tomar lugar. Se
quiser, pode ficar à vontade que o seu advogado também, para acompanhá-lo e ficar
do lado e o senhor Tarcísio para usar o computador dele, para ele ficar à vontade
também, pode entregar para ele, pode.

Sr. Hassam Magid de Castro Souki, advogado do Dr. Gustavo Levate: bom dia a todos
e a todas, gostaria de fazer um requerimento antes da gente iniciar, a presença aqui

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nessa CPI do Procurador Nacional Adjunto de Defesa de Prerrogativas da OAB,
também da OAB MG, Dr. Marco Aurélio de Souza Santos, gostaria de requerer que, se
possível, ele pudesse assentar aqui do meu lado, para poder participar dos trabalhos.

Vereador Wesley Moreira: só um momentinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. não teria nenhum problema né, vai ser um
prazer recebê-lo, é o senhor também atuar como advogado do Dr. Gustavo Levate, e
aí a presença dele seria? Sr. Hassam Magid de Castro Souki, advogado do Dr. Gustavo
Levate: Ele é delegado de prerrogativas do OAB, só para garantir as prerrogativas que
o advogado tem.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: as suas prerrogativas?

Sr. Hassam Magid de Castro Souki: dele, como Procurador do Município, ele é
advogado também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como o Procurador do Município, mas aqui ele
atua como procurador do município e no meu caso não teria que está. Dr. Hércules
Guerra, não?

Dr. Hassam Magid de Castro Souki: poderia estar também, sem problema nenhum.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ta, porque nós estamos questionando uma
atuação como procurador do município né, não como advogado.

Marco Aurélio de Souza Santos: só para esclarecer, a atuação do procurar do


município, ela atinge em cheio as prerrogativas da advocacia, então com relação a
questão jurídica dele enquanto advogado, por isso a OAB se faz presente, decisão do
STF, todo Procurador tem essa ligação com advocacia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, mas Dr. Gustavo, já tem Dr. Hassam aqui ao
lado dele.

Marco Aurélio de Souza Santos: estou representando a OAB, nada a ver com a
questão jurista, estou representando a Ordem dos advogados do Brasil, nada a ver com
a relação dele aqui na casa.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não pode assentar para a gente, não tem o menor
problema. Só estou querendo entender a relação porque o questionamento dele como
Procurador do Município, é como servidor público.

Marco Aurélio de Souza Santos: a função dele como Procurador do Município, ela é
jurídica.

Vereador Wesley Moreira: acho que o Senhor pode acompanhar aí mesmo, se o


Senhor perceber alguma necessidade o senhor pede o microfone e a gente leva até o
senhor, porque existe um regimento para poder compor essa mesa sabe, uma lista de
convidados, e a gente fica preocupado de estar ferindo algum regimento, alguma coisa
dessa forma.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o nosso problema é abrir uma exceção, e aí,
quando vier por exemplo, uma testemunha que seja um Engenheiro, aí o Conselho de
Engenharia vai estar presente, e como o Conselho teria direito a um assento, aí vem
um Arquiteto e vem o Conselho de Arquitetura pedir um assento, eu sei que a OAB é
sui generis, mas, querendo ou não, são conselhos, e aí a gente acaba abrindo uma
exceção, e deixa de ser uma CPI, e passa a ser uma audiência pública, mas, o senhor
fique à vontade, a hora que precisar.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo.

Vereador Wesley Moreira: muito bom, então vamos lá então, mais uma vez, agradecer
a presença do Sr. Luiz, é importante né, tão bom essa presença quando não é de
maneira remota, para a gente fazer esse bate-papo, essa troca de ideias aqui, então,
mais uma vez reforço né, pedimos desculpa, acho que foi naquela primeira oitiva que
acabou, que fomos nós que alteramos a data devido eu acho, que no dia teve um
depoimento que agarrou muito, foi algo parecido, depois compreendemos que na
quinta-feira passada o senhor já tinha uma agenda, então, hoje estamos aqui. Então,
mais uma vez, bem-vindo à Câmara Municipal, bem-vindo à Casa do Povo. Eu gostaria
de solicitar ao Senhor, que o senhor preste um compromisso nos termos do artigo 203
do Código de Processo Penal, e informo que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a

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verdade poderá incorrer no crime de Falso Testemunho, de acordo com o artigo 342
do Código Penal.

Vereador Wesley Moreira: tem um modelo aí, é só o seu. É preenchendo, por favor e
fazer a leitura.

Luiz Gustavo Levate: Eu, Luiz Gustavo Levate, 45 anos de idade, estado civil,
divorciado, residente em Belo Horizonte, profissão de Procurador do Município de Belo
Horizonte, cuja atividade desenvolvida na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, Afonso
Pena 1212. Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, explicando
sempre as razões da minha ciência sobre o fato, as circunstâncias pelas quais possa
avaliar-se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Obrigado.

Vereador Wesley Moreira: o senhor, nós vamos tratar aqui da atuação do Senhor em
alguns processos de Execução Fiscal contra o senhor Alexandre Kalil. À medida que
eu fizer as perguntas, eu vou identificando pro senhor de qual o processo que trata. Ok.
mas primeiro eu gostaria que o senhor contasse a sua trajetória na prefeitura de Belo
Horizonte como que o sr. entrou, quando e por quais cargos o senhor já passou na
prefeitura.

Luiz Gustavo Levate: eu entrei na prefeitura de Belo Horizonte em 2005, como


Procurador do Município como concursado. Em 2009, eu fui nomeado como o gerente
de Atividades de Execução Fiscal. Em 2017, Reforma Administrativa, uma Reforma
Administrativa em que o meu cargo mudou para Diretor Jurídico Fiscal, e agora em
julho do ano passado, em 2022, que eu fui nomeado Subprocurador Geral Fiscal.

Vereador Wesley Moreira: prefeito e quais são as atribuições do seu cargo atual, e
cada um dos cargos citados.

Luiz Gustavo Levate: todos os cargos têm uma atuação semelhante, que é gerir o
contencioso tributário do Município, as Execuções Fiscais. Então, a Coordenação
Técnica, Coordenação Jurídica, relação com os outros órgãos é da minha função.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tudo bom, Dr. Gustavo, Dr. Hassam, Dr. Tarcísio
e Dr. Marco Aurélio. Bom dia todo mundo, quando o senhor fala em gerir o contencioso
tributário, o senhor fica numa relação de hierarquia em relação aos demais
procuradores?

Luiz Gustavo Levate: aos demais Procuradores, Servidores, Estagiários.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são órgãos dentro da PGM.

Luiz Gustavo Levate: São órgãos, ainda tem o quadro hierárquico da Procuradoria,
você tem o Procurador-Geral, aí hoje você tem três Subprocuradorias, que é a do
Contencioso Geral, a Consultiva e a do Contencioso Tributário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a geral, a consultiva.

Luiz Gustavo Levate: consultiva e a fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Senhor é da área Fiscal da então, tá.

Luiz Gustavo Levate: Isso, antes da Reforma Administrativa. Já existia o cargo de


Diretor Jurídico Fiscal, que ficava vinculado à Sub Procuradoria Fiscal, então eu estaria
abaixo e abaixo do Subprocurador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Isso é quando que mudou isso?

Luiz Gustavo Levate: não, é porque em 2009, esse cargo de diretor jurídico fiscal,
chamava de Gerência de Atividades de Execução Fiscal, em 2017, com a Reforma
Administrativa, ele virou pra, se transformou em Diretor Jurídico Fiscal, onde eu
continuei exercendo as mesmas funções.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí entrou dentro das três Subprocuradorias,
tudo com mesmo nível hierárquico aqui.

Luiz Gustavo Levate: tudo sempre debaixo da fiscal, sempre isso, com a minha ida
para Sub Procuradoria Fiscal, extinguiu-se o cargo de Diretor Jurídico Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em 2017.

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Luiz Gustavo Levate: não, em 2017, foi a transformação de gerentes de atividade de
Execução Fiscal para Diretor Jurídico Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a tá, foi uma questão mais de nomenclatura.

Luiz Gustavo Levate: nomenclatura, isso.

Luiz Gustavo Levate: e aí, até 2022, eu exerci o cargo de Diretor Jurídico Fiscal, que
é esse aí que só mudou o nome, com a minha ida para Sub Procuradoria Fiscal, em
julho do ano passado, extingue se esse cargo de diretor jurídico fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí a partir de 2022. Então, o senhor virou


Subprocurador, e aí continuaram três procuradorias ou acrescentou mais uma?

Luiz Gustavo Levate: tem três, não. Continua a do Contencioso Geral, a Consultiva a
Sub Procuradoria Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só foi extinta esse cargo e o senhor entrou na
Subprocuradoria Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, é, o senhor atuou como procurador de


2005, quando o senhor passou no concurso até 2009. Aí, de 2009 a agosto de 2017, o
senhor entrou nesse cargo de Gerente do Núcleo de Execução Fiscal, que ficava abaixo
das três subprocuradorias. Aí ele mudou de nome em agosto 2017 a julho de 2022,
virou Diretor Jurídico Fiscal, mais a mesma coisa, a mesma atuação, a mesma
hierarquia tudo igual. E aí, em julho de 2022, o senhor virou Subprocurador. Então, de
qualquer forma, os demais Procuradores, em relação à área fiscal, são todos
subordinados ao senhor.

Luiz Gustavo Levate: claro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, só para entender.

Luiz Gustavo Levate: mas a subordinação é na questão de orientação técnica né,


orientação técnica jurídica, organização dos trabalhos, neste sentido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem aquela questão também de unicidade, como
funciona no MP e indivisibilidade da instituição. Cada um tem uma autonomia.

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Luiz Gustavo Levate: tem autonomia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de atuação.

Luiz Gustavo Levate: tem autonomia de atuação, eu não interfiro na atuação dos
procuradores. Eu faço, por exemplo, regulamentação normativa, resoluções, portarias,
instruções normativas, orientando a atuação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor não pode, ou não atua como um
Procurador do Município em um processo, por exemplo, que seria o nosso caso.

Luiz Gustavo Levate: eu não recebo distribuição ordinária de processo. Então, cada
procurador recebe todo dia sua carga de trabalho, os processos em que as intimações,
eu não. Eu fico nessa parte de orientação técnico-jurídica, minha relação com os outros
órgãos, faço pareceres para a Secretaria Municipal de Finanças, e essa, eu que cuido
por exemplo da organização do trabalho. Então, tem vários gerentes abaixo de mim
para fazer, por exemplo, essa distribuição de processos.

Eu tenho um gerente específico para isso, distribuição de Execuções Fiscais, tem outra
gerência para isso, tem outra gerência que cuida dos estagiários, porque hoje eu tenho
lá quase 50 estagiários de Direito. São dez Procuradores e 50 estagiários de Direito,
mais os servidores. Então, tem que coordenar todo mundo. Agora, eu não sou impedido
de atuar nos processos do Município, eu tenho o poderes para representar
normalmente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é o senhor pode atuar como Procurador normal.

Luiz Gustavo Levate: e atuo em alguns processos específicos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entendi. E aí, oh, Wesley me desculpe.

Vereador Wesley Moreira: pode sapecar aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só que eu consigo, o tico e teco de manhã sabe.

Vereador Wesley Moreira: fica tranquilo, eu vou só eliminando as perguntas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí, dentro da sua Subprocuradoria Fiscal é que o
senhor tem dez procuradores atuando.
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Luiz Gustavo Levate: aí hoje na Procuradoria-Geral Fiscal são 21 procuradores,
porque além da Execução Fiscal, tem o tributo, o contencioso tributário que na
Execução Fiscal, ele só cuida da cobrança judicial da dívida ativa. No contencioso
tributário a gente faz a discussão nas ações ordinárias, mandado de segurança,
embargos do devedor é feito pelo pessoal do Tributário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como que é feita essa escolha ou essa opção
do senhor atuar neste, ou naquele Processo de Execução,

Luiz Gustavo Levate: por exemplo, vem, ou por demanda né, por exemplo, no final do
ano, no dia 20 de dezembro chegou para mim o pedido que o Município ia ficar sem
aquela certidão de regularidade previdenciário, da questão do plano de previdência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim. Eu lembro, que é da União.

Luiz Gustavo Levate: isso. quem ia ficar sem a Certidão era o Município, não ia poder
ter as transferências condicionais de renda, de contratos e etc. Quem pegou a ação
para fazer foi eu, pela importância da ação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas no caso assim, de um processo de


Execução Fiscal, de Certidão de Dívida Ativa, né, todo mundo aqui contribuinte, o
senhor em tese vai coordenar a atuação dos Procuradores, eles é quem vão executar
essas pessoas aqui, pro senhor atuar no processo de X, Y ou Z, como que é feita essa
definição? Quando que o senhor entra ou não?

Luiz Gustavo Levate: geralmente os processos, as demandas chegam por e-mail ou


por Ofício. Aí eu pego e distribuo lá para Luciana, que é aqui vai semana que vem, que
ela que distribui os trabalhos, ela vai indicar qual o Procurador lá, segundo o critério
dela, que vai atuar no processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas, no caso do senhor atuar, quando tem o seu
nome, e o senhor assina e distribui.

Luiz Gustavo Levate: isso é importante esclarecer. Desde 2009, quando eu assumo
a Gerência de Atividade de Execução Fiscal, a gente trabalhava com cerca de 150.000
processos de Execução Fiscal. Nessa época, eu coordenava uma equipe de 120

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pessoas, entre Procuradores, Estagiários e Servidores Administrativos. Então, é um
volume muito grande. Nessa época, por exemplo, a gente chegava a receber 800
intimações por dia lá no departamento, só da Execução Fiscal.

Luiz Gustavo Levate: era um volume e um volume muito grande. A gente chegou
nesse ano a ter uma média de 120.000 petições feitas no ano de 2012 e 2011. Era um
volume muito grande, mas naquela época as intimações eram físicas, o processo era
físico, então, era pessoal, chegava presencialmente. Na época, os processos eram
distribuídos para todos os procuradores do município, porque, na verdade, em 2006,
que teve uma especialização por Gerências, tem toda essa questão de organograma
da Procuradoria e nessa época tinha um volume muito grande de Execuções Fiscais.
E uma coisa que eu aprendi com a Execução Fiscal é que o processo de cobrança não
pode ficar parado. O Processo de Execução tem que girar e a gente lá trabalha como
linha de produção e a gente trabalha o processo de massa, né. Então, a gente tem os
processos mais complexos e os processos mais simples. E lá dentro do departamento
há essa diferenciação de trabalho entre aquilo que o estagiário faz, o assessor corrige
e o procurador protocola aquilo que é feito diretamente apenas por procuradores.

Luiz Gustavo Levate: então a gente tem essa distinção quando chega em 2017, 2018,
com a implantação do processo eletrônico, para facilitar a gestão desse número imenso
de processos, todas as execuções fiscais são distribuídas no meu nome. A gente tinha
nessa época, cerca de 800 modelos para orientar o estagiário. Como agir. Então, eu e
duas procuradoras da época sentamos, elaboramos 800 modelos para como eles
deveriam atuar em cada tipo de situação.

Luiz Gustavo Levate: como eu disse aqui, a gente tem quase 50 estagiários dos
diversos níveis dentro da faculdade, agora recentemente, de pós-graduação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é uma padronização.

Luiz Gustavo Levate: oi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: para dar uma padronização, na atuação.

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Luiz Gustavo Levate: Luiz Gustavo Levate: e lá a gente não consegue atuar
“casinhos” específico, que é um volume de intimação muito grande. Então chega em
2017, todas as Execuções Fiscais são distribuídas no meu nome, então, todas as
execuções fiscais do Município vão sair em meu nome, vão sair meu nome na petição,
vai sair meu nome no protocolo, todas, e eu não consigo atuar em 150.000 processos

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: claro.

Luiz Gustavo Levate: então, quando vem o processo eletrônico, até mesmo pela
questão do PJ e o sistema do Tribunal de intimações, todas essas intimações chegam
numa caixa geral da Procuradoria e que depois são passados para uma caixa do nosso
sistema interno, no meu nome, que não sou eu que trabalho com essa equipe de
distribuição de processos, que vai daí, não é minha função fazer isso.

Luiz Gustavo Levate: então, as execuções são distribuídas no meu nome. Aí nesses
modelos, quando são petições mais simples, sai o meu nome, uma assinatura
digitalizada que passa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aquela que copia e cola.

Luiz Gustavo Levate: já vem no modelo, não precisa nem copiar colar que já está lá
em todos os modelos e isso vai para o assessor ou para o procurador. Vai depender
do grau de complexidade do trabalho. Se estiver correto, eu já mando. Só que com o
processo eletrônico a gente manteve os modelos. A gente não ia fazer um 800 modelos
para processo físico, 800 modelos para processo eletrônico, então, as petições a serem
utilizadas são as mesmas porque a atuação não mudou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essas pessoas têm autorização para colocar o
seu nome ali?

Luiz Gustavo Levate: sim, sim. E aí você tem determinadas petições, que são os
processos mais simples que pode usar minha assinatura digitalizada.

Luiz Gustavo Levate: agora, com o processo eletrônico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o que chamaria de simples? Que é um processo


simples?

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Luiz Gustavo Levate: processo pra pedir suspensão do processo, porque abriu um
PTA, pedir suspensão porque o contribuinte parcelou, vem na nossa tela do nosso
sistema, que o contribuinte quitou o débito, a gente pede extinção, o que é complexo.
E para ficar bem claro, exceção de pré-executividade, os recursos, manifestação em
prescrição, processos que vêm do Tribunal, porque às vezes a decisão do Tribunal é
simples, mas, se você entregar para um estagiário, interpretar um acórdão do Tribunal
é complexo, para mim é fácil, para outros procuradores também. Então, a gente tem
essa subdivisão do que é o processo simples e o que é o processo complexo, processo
de, mero impulsionamento do processo, que é a citação, a gente vai olhar no nosso
sistema, onde o endereço do contribuinte, e de acordo com o que está nos nossos
sistemas de consulta.

Luiz Gustavo Levate: o estagiário vai pedir a citação naquele endereço. Citou o
executado, Preciso fazer uma penhora, vai pedir penhora pelo sistema sisbajud, é um
processo simples, é você colocar o CPF, CNPJ do contribuinte e pronto, o processo
está pronto. Então, esses são os processos simples.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aquelas situações em que tem que dar só o
andamento, mesmo.

Luiz Gustavo Levate: agora se tiver uma coisa mais complexa, como recorrer de
alguma decisão e fazer Exceção de Pré Executividade, Embargos de Terceiros, aí você
tem os Procuradores que vão cuidar disso. E hoje, como a execução, a gente convive
num mundo híbrido de Execuções físicas e ainda Execuções eletrônicas. Então, para
as execuções eletrônicas, a gente tem o nosso sistema, chamado SAJ.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: com G ou J?

Luiz Gustavo Levate: com “J” – S A J, então os processos chegam via PJe, pelo PJe
são migrado, que é o sistema do Tribunal, são migrados para o SAJ, que é o sistema
da Procuradoria, e ali é feita toda a distribuição de processo e protocolo de processo.
Então essas petições simples, você tem uma assessora que depois que é corrigido,
que é um volume muito grande, que ela faz esses protocolos aí no meu token, porque

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é o processo eletrônico, agora tem os processos dos Procuradores que sai no topo dos
Procuradores, quando vai Procurador e depois ainda tem o protocolo no PJe

Luiz Gustavo Levate: e, então, a depender do cargo que eu atuava, às vezes era só
as Execuções Fiscais que eram distribuídas no meu nome, as petições com o meu
nome. Agora, de 2017, os protocolos das ações mais simples são feitos no meu nome.
O protocolo no PJe, é feito no meu nome, mas, não sou eu que entro lá no sistema para
fazer o protocolo.

Luiz Gustavo Levate: e é tudo automatizado, é tudo automatizado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora eu estou começando a entender aqui no


caso, quando o senhor assina junto com uma ou com outro Procurador do Município,
vocês estão ali no mesmo nível de hierarquia?

Luiz Gustavo Levate: não, porque, como eu disse, assim, eu não faço o processo, eu
não recebo essa distribuição para fazer agora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas quando o senhor atua, que nós temos aqui
quatro execuções em que tem o nome do senhor.

Luiz Gustavo Levate: Claro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assinando como procurador, tem alguns vários
casos, inclusive, a Procuradora Dione, com o nome dela, o seu nome, muitas vezes
com sua assinatura apesar da assinatura eletrônica, ser da doutora Dione. Então, vocês
estão no mesmo nível de hierarquia ali, naquele momento, atuando como Procurador
do Município, naquela execução.

Luiz Gustavo Levate: olha eu nunca parei para pensar, sobre a questão da hierarquia
nesse caso, porque na verdade, como eu disse na assinatura, os processos saem com
o meu nome sem eu ter conhecimento da atitude, da conduta que foi tomada naquele
processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas é uma responsabilidade sua ter o seu
nome ali.

503
Luiz Gustavo Levate: claro como gestor, pela orientação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como advogado, né, porque a gente assina, a
gente responde por aquilo né.

Luiz Gustavo Levate: óbvio não duvido.

Luiz Gustavo Levate: mas, como gestor, como a pessoa que elaborou aqueles
modelos como a pessoa que escreve todas as instruções normativas, agora, por
exemplo, a gente tá consolidando uma resolução com mais de 70 artigos sobre o atuar
da Procuradoria, sou eu que faço, sou eu que faço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só mais uma última pergunta Wesley, já entrando
até em pergunta que seria mais pra frente, porque a gente tem um dos processos da
Pedro I, que é aquele primeiro inclusive teve desistência da Procuradoria, tem uma
petição ali, é, em todo momento foi acontecendo a execução daquela dívida que
começou em 2015, se não me engano, eu faço meu papelzinho, depois eu me perco
neles, e aí teve avaliação, teve auto de penhora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o próprio Alexandre Kalil foi quem indicou o bem
como garantia de execução, avaliou em 3 milhões de reais, aquele bem. Aí, o doutor
foi pediu suspensão do processo por 12 meses para ter resposta de um ofício a respeito
do registro de imóveis. Isso em 2015. Depois, o senhor, inclusive, entra em contato com
cartórios em 2015 e o senhor pede vista depois reitera, chega em 29 de maio de 2017,
o doutor Hércules Guerra, ali, naquele momento, como Procurador, se não me engano,
ele não era Procurador-Geral ainda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele pede a suspensão do processo, mas ele pede
falando que é para verificar se o imóvel foi desapropriado, por que nesse momento não
foi um estagiário?

Luiz Gustavo Levate: Bom.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se era um despacho de mero.

504
Luiz Gustavo Levate: só para retornar as afirmações anteriores, porque eu pedi a
suspensão do processo. Eu mando ofício por cartório, por exemplo, lá no nosso
departamento devem sair para cartório, mais de...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não a atuação do senhor impecável, aí,


diligenciando sua atuação.

Luiz Gustavo Levate: 200, mais de 200 ofícios para cartório, todos saem com minha
assinatura digitalizada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim.

Luiz Gustavo Levate: eu não vou pegar, assinar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. Isso é mero expediente.

Luiz Gustavo Levate: então, essas atuações, como expliquei de mero expediente,
foram feitos por estagiário não foram feitas por mim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim.

Luiz Gustavo Levate: apesar de meu nome, está constando na petição, segundo a
orientação que eu escrevo dos atos normativos, perfeito. Agora sobre atuação nesse
caso, por que foi pedido vista? Não foi eu que pedi. Eu não sei falar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, aqui estava pedindo, reiterando o pedido a
respeito de documento, reiterando o pedido a respeito de fazer penhora em
BACENJUD, atuação normal, que de fato pode ter considerado de mero expediente,
com todo respeito aos estagiários, uma atuação que eles estão aí pra isso mesmo,
mas, aí assim, dentro desse raciocínio. Em maio de 2017, Dr. Hércules Guerra ele
assina esse documento pedindo a suspensão para verificar se o imóvel foi
desapropriado.

Luiz Gustavo Levate: é, eu não sei por que chegou para o Hércules pedir a suspensão,
o que chega lá para a gente, por exemplo. Aí chegam vários pedidos da própria
Câmara. Assim, tô aqui com um contribuinte que está precisando nesse caso, a gente
pega, analisa. Então, chegam demandas da secretaria, olha, a gente está com

505
problema aqui, tem essa Execução, como é que tá o crédito? Como é que ta o valor, a
gente prestas as informações.

Luiz Gustavo Levate: chegam demandas da Secretaria de Fazenda. Olha, a gente


está com esse contribuinte aqui, tem algum processo ajuizado contra ele, está
discutindo o débito, pra gente saber se tem que extinguir o contencioso administrativo.
Se não tem a Fazenda, pede para a gente. Olha, a gente está precisando de
determinado processo, tudo providência para gente cópia da decisão, então chegam
as demandas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só pra poder entender mesmo.

Luiz Gustavo Levate: assim como eu disse, a gente tem os processos simples e os
processos complexos, não significa que o Procurador não possa atuar no processo
simples.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, o senhor é quem é atuando desde sempre,
Dr. Hércules Guerra pede a suspensão para verificar se o imóvel foi desapropriado. O
senhor é quem continua atuando até o final inclusive.

Luiz Gustavo Levate: os estagiários com minha assinatura, isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: O senhor é o procurador, o estagiário, dá um


impulso o senhor é o procurador. E aí, quando ele pede, quando o doutor Hércules
pede a suspensão para verificar se o imóvel foi desapropriado, o senhor fica de acordo.
Depois, reitera, de acordo com essa suspensão, em função da desapropriação. Nesse
momento, aqui é o senhor. Como é uma atuação do senhor, foi conferido esse processo
de desapropriação? Quais eram as partes? O que envolvia esse processo, o senhor
lembra de ter lido esse processo de desapropriação?

Luiz Gustavo Levate: não li o processo, e não toquei nesse processo de Execução
Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, ele ficou anos parado em função de uma
desapropriação, sem a gente nem saber se o imóvel do Kalil estava ali? Dentro
daqueles imóveis.

506
Luiz Gustavo Levate: não sei falar, porque eu não atuei nesse processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas tem seu nome.

Luiz Gustavo Levate: tem meu nome, mas não foi o que atuei, foram os estagiários.
Agora, não sei nem te falar se ficaram anos parados, ou porque que ficou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ficou três anos parado. Na verdade, quatro.
Porque em julho, maio de 2017, o Dr. Hércules Guerra pediu a suspensão, falando que
o imóvel provavelmente tinha sido desapropriado. E aí, a gente tem uma suspensão
em razão do PTA, só em 2022, de maio de 2017 até fevereiro 2022, ele ficou parado
em função de uma desapropriação de 2012, um processo 2012 de uma dívida que era
de 2003.

Luiz Gustavo Levate: essa execução. Qual é o número dela?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é a 4408.

Luiz Gustavo Levate: tem a cópia dela aqui, para analisar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que ver, vai no documento Dr. Hércules Guerra.
Pode ir com calma aí. A dele é do dia 29 de maio de 2017.

Luiz Gustavo Levate: aí teve a virtualização.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: espera aí, deixa eu tentar ver aqui, que eu vi ele
ontem, eu consigo olhar mais rápido que o senhor.

Luiz Gustavo Levate: não queria só ver se eu consigo acesso a essa questão de
datas, porque se eu não me engano, nesse processo teve embargos de terceiro,
embargos de terceiro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, isso aí foi do mesmo imóvel, só que de anos
distintos, que era outro número de processo.

Luiz Gustavo Levate: eu teria que analisar o processo pra ver.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é não essa resposta do PTA não está ali.

Luiz Gustavo Levate: para analisar o processo e ficou de fato parado de 2017 a 2020.

507
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você tem o processo no pendrive para botar aqui.

Luiz Gustavo Levate: vai disponibilizar os autos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você consegue Renata, pedir para ele?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente coloca ali.

Luiz Gustavo Levate: Voltando aqui na explicação do funcionamento, a gente sempre


tem um Procurador que coordena esses estagiários. Então, essa época 2017, eu não
lembro se era doutor Adriana, porque ela já aposentou e depois veio para a doutora
Dione.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas é difícil para a gente pensar em quem
faz o que, quando tem um nome do processo. A gente tem que lidar com quem é assina
né?

Luiz Gustavo Levate: não, claro, mas eu sou assim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é até constrangedor. A gente vim com uma
situação só para o senhor, sendo que tem toda uma procuradoria envolvida, mas, é
porque é o nome do Senhor que tá ali. Tanto a gente vai chamar também a doutora
Dione, que o nome dela também está ali. O senhor tendo explicado a situação é
importante a oitiva dela.

Luiz Gustavo Levate: claro, assim. Quanto a correção da atuação nos processos, a
condução técnica dos processos, meu nome estão nas petições segundo as instruções
normativas, segundo as orientações gerais que são dadas para atuação em todos os
processos. A questão aqui é que está se discutindo que eu favoreci o ex-prefeito de
Belo Horizonte. Então, o que eu estou aqui, à medida que eu vou falando que não fui
eu que atuei nos processos, é para demonstrar que não há dolo de favorecimento a
ninguém. Não estou excluindo a minha responsabilidade pela condução técnica do
processo, mas aí já dessa condução técnica, sair a conclusão que tem saído há muito
tempo que eu tenho favorecido outras pessoas, o contribuinte, o ex-prefeito aí sabe o
que eu quero firmar essa realidade.

508
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque assim é um processo de Execução que
corre normalmente, que corre extrema diligência do Senhor. E isso eu vi nesses
processos, inclusive assim, têm novembro, dezembro, dezembro, janeiro e o senhor
peticionando, sem impulso oficial, uma atuação extremamente diligente.

Luiz Gustavo Levate: esperaí quais processos?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esses. Não estou falando desse específico, da
Pedro I.

Luiz Gustavo Levate: essa questão do sem um impulso oficial, não é isso não. Veio
um requerimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. Isso é com relação da Salinas, depois a
gente vai fazer essa análise também.

Luiz Gustavo Levate: é porque não foi sem impulso oficial não, lá a gente, não foi sem
impulso oficial não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, lá não tem nada não.

Luiz Gustavo Levate: com impulso oficial.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é quer ver, no dia 29 de maio tá, não no dia 29
maio de 2017. Pediu a suspensão necessidade de verificação desta municipalidade
sobre o imóvel objeto da presente ação ter sido desapropriada através da ação de
desapropriação número tal. Abaixo vai descendo favor Dr. Hércules Guerra, por favor,
pode ir descendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a juíza deferiu o pedido de suspensão por seis
meses, suspendendo o processo por seis meses, falando que este imóvel tem a chance
dele ter sido desapropriado naquele processo, e nós pegamos o processo. A gente leu
o processo, nem na capa do processo consta o imóvel, consta o nome do Kalil de
qualquer pessoa relacionado ao Kalil, ficou suspenso por seis meses, lembra lá em
maio 2017, pode descer.

509
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certifico, dou fé, que remeto os autos à
Procuradoria sobre a possibilidade de suspensão para cobrança administrativa. Então
vou lá. Continua descendo.

Luiz Gustavo Levate: porque nessa época a gente fez Decretos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim. Acho que até em função de valor né.

Luiz Gustavo Levate: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vai descendo. Por favor, me desculpe, nos autos
de execução vem dizer que está ciente e de acordo com o despacho folhas 25,
desculpa que a suspensão do processo para análise se o imóvel foi desapropriado ou
não, pediu vista dos autos fora de cartório, né, então, assim.

Luiz Gustavo Levate: é o nosso modelo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas não é um mero expediente, nós estamos que
o imóvel foi desapropriado e pedindo suspensão.

Luiz Gustavo Levate: mas, aí é o processo de execução, não tem nada a ver com a
desapropriação, esse que é o processo de Execução Fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, que está suspenso em função de uma
desapropriação que o Município levantou.

Luiz Gustavo Levate: que aí né, foi pedido vista para verificar, né.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o senhor falou que não verificou porque não
consta o imóvel, não consta nada no processo, a gente leu o processo de cabo a rabo.

Luiz Gustavo Levate: é, eu não conheço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: leiam, não há nada, nada!

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: pela ordem, posso fazer só um esclarecimento


de fato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode à vontade.

510
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não há habilitação de ninguém da família de
Alexandre Kalil. Mas, no processo existe a notícia de confronto, existe a notícia de
confrontação de imóveis na área com um terreno de Moisés Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o terreno não é objeto de desapropriação.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: terrenos, objetos e que se discutia lá, se a


gente ler as indicações, os detalhes do processo, tem lá a menção, eu cheguei a
elencar essas páginas numa petição anterior.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exatamente isso né? Confrontação. O que está
sendo desapropriado não é esse.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não é esse.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não. Na área tem a confrontação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, mas nós estamos falando de um imóvel que
estava sendo desapropriado. A suspensão do processo foi continuo ou não com
execução, que talvez esse imóvel foi desapropriado. É o que consta na petição do Dr.
Hércules.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: de novo, existe menção a imóvel de Kalil que
ninguém sabia onde estava direito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: neste momento isso não tava sendo questionado
lá, porque isso aí só foi surgir lá para 2020, 2021, então desce ai por favor.

Luiz Gustavo Levate: as folhas 25 é o pedido de, é qual? Porque ali faz menção à
folha 25 né, só pra eu saber direitinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sabe, Por favor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sobe por favor, pode subir.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode subir mais uma.

Vereador Wesley Moreira: pode subir mais um.

511
Luiz Gustavo Levate: é porque veio a vista. Não foi sobre a suspensão da execução,
foi para manifestar sobre valor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sobre a manifestação de valor.

Luiz Gustavo Levate: baixo Valor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: verdade, mas ninguém mencionou nada a


respeito da desapropriação né.

Luiz Gustavo Levate: até aí, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ficou meio que voando quer ver, vão descer
agora, por favor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: SIATU, parecer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é SIATU mesmo que fala, né,

Luiz Gustavo Levate: SIATU.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode descer a intimação para avaliação, penhora,
peraí, ai foi na Erkal, essa Harley Davidson aí coitada, foi penhorada, em mais ou
menos uns 80 processos trabalhistas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode descer, de novo, pediu a suspensão do feito
enquanto aguarda a tramitação do processo de ação de desapropriação assinado pelo
senhor e pela Dione. Deixa eu ver. Não, Maria de Fátima, vão descendo todo mundo
esperando a desapropriação, mas ninguém leu, deferiu o pedido de suspensão
formulado, advirto é seu ônus, Procuradoria promover o regular andamento ao feito
após o julgamento da reparação da desapropriação, pode descer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só que assim a responsabilidade vai da


Procuradoria para dar andamento conforme a questão do processo desapropriação,
mas aquilo ali ficou esquecido.

Luiz Gustavo Levate: eu não sei se o processo de desapropriação já terminou, não


sei né, porque ela fala para dar regular andamento feito após o fim do processo de
desapropriação.
512
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas, era hora de alguém da procuradoria falar,
esquece, Doutor, tá errado, por que o imóvel não faz parte do processo de
desapropriação, né.

Luiz Gustavo Levate: a informação não chegou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, então vamos. Vamos ver qual que é o
despacho de folha 32, por favor, 33.

Hassam Magid de Castro Souki: Vereadora, só um esclarecimento de fato que eu


tenho ciência desse processo de desapropriação, só um imóvel foi desapropriado esse
processo não terminou ainda, isso é fato, processo não terminou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo mas, este imóvel é objeto do processo de
desapropriação, não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: isso acho tá sendo investigado agora, né.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas essa dúvida ela começou a surgir com o
PTA. Depois que falou imóvel, sumiu. Aí começaram a falar que estava naquela região,
neste momento não tinha nada a respeito do imóvel nessa desapropriação.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: mais uma vez, eu não quero ser impertinente,
o desaparecimento dessa localização geográfica desse imóvel é de 2003.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: tá no PTA que anulou o índice cadastral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a partir de 2021, anulou a partir de 2022.


Desculpa.

Luiz Gustavo Levate: anulou crédito né, não o índice cadastral?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, inclusive, tem uma frase de que o crédito
não deveria ter sumido, que nunca anularam a CDA. Anularam o índice cadastral a
partir de 2022. Nós vamos mandar isso, mostrar esse documento aí.

513
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: só não anulou antes porque não havia lei que
permitisse, a lei só começou em 2015. Ele está desaparecido de 2003. O decreto que
permitiu a anulação é a partir de 2015.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o decreto é de 2009, e que depois foi ratificado
em 2019, não?

Luiz Gustavo Levate: não. Esse decreto que senhora tá mencionando é a questão da
partir da Fazenda, tentar a localização geográfica de todos os imóveis.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, que quando pode não cobrar IPTU, quando
imóvel não é localizado ou localizável, não lembro se é 2009, 2015, depois foi refeita
em 2019. E ali é 2017, não é? Então a lei já existia, ninguém falou imóvel desaparecido.

Luiz Gustavo Levate: eu acho que tem uma instrução normativa de 2007 falando sobre
isso também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós estamos pensando no momento, nós não
estamos pensando agora não, é igual Covid, chega agora e fala o que tinha que fazer
é fácil, na hora é que é difícil.

Luiz Gustavo Levate: eu acho que tinha um instrução normativa de 2007, que já falava
da questão da desistência das execuções fiscais, que tivessem vários problemas,
prescrição, decadência, não tinha identificado contribuinte porque que não tinha CPF
ou CNPJ.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aqui no nosso nós estamos falando de
desapropriação. Ninguém leu o processo, ninguém, não tem nada em relação ao imóvel
no processo de desapropriação.

Luiz Gustavo Levate: eu não posso afirmar porque que, como foi afirmado aqui,
ninguém sabe o porquê de, se esse processo de desapropriação tem vinculação com
essa execução fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: agora já estão descobrindo, né.

514
Luiz Gustavo Levate: não estou falando assim, à época, porque que foi pedida a
suspensão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pediu a suspensão porque falou assim: o imóvel
talvez tenha sido desapropriado. Você não desapropria imóvel se ele está sumindo,
você concorda?

Luiz Gustavo Levate: o que eu quero dizer, é que não fiz essa petição, não chegou
para mim a informação se havia desapropriação ou não para eu saber, para tomar essa
decisão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas o senhor coloca de acordo com a suspensão
em relação do trâmite da desapropriação.

Luiz Gustavo Levate: com a suspensão do trâmite, sim. Porque um Procurador pede
a suspensão para verificar a desapropriação. Quando chega o processo de novo na
Procuradoria, se tem um pedido de um colega pedindo suspensão para verificar, eu
vou dar ciente, aguardando de acordo com despacho judicial, que é para aguardar o
final do processo de desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor não teve curiosidade de ler o
processo para dar o ciente que estava ok?

Luiz Gustavo Levate: não, é porque o processo não passa na minha mão. Ai, como
eu disse, a gente trabalha com uma média imensa de processos. A gente não faz o
trabalho que a gente chama de alfaiate, então vai chegando aquilo no volume e você
vê. Pedi a suspensão do processo para verificar a desapropriação. Enquanto não
chegar a informação sobre o final da desapropriação, as pessoas vão continuar pedindo
a suspensão, aguardando o final do processo de desapropriação. Agora, qual que é a
vinculação, à época, dessa desapropriação com essa execução fiscal? Eu não sei falar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, nós vamos ter que chamar o Doutor Hércules
Guerra, aqui. Abaixa aí, por favor. Então aí o senhor concorda, não é? E aí, no caso,
inclusive, quer ver? Baixa, pode baixar. Nem foi assinado eletronicamente por ninguém,

515
não, foi uma assinatura física do senhor porque essa Christiane era do juízo, que foi do
PJE.

Luiz Gustavo Levate: é porque o processo ainda era físico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode abaixar. Pode baixar bem rápido. Esse ai é
o coitado que comprou a moto e ficou quatro anos sem ter acesso à moto, porque ele
não conseguia tirar todas as restrições.

Luiz Gustavo Levate: e que paralisou a execução por conta disso

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não paralisou a suspensão em função disso,
não. Ele notificou todos os processos para poder conseguir pegar a moto, que
continuaram usando, e o cara pagou e não conseguiu usar. Pode descer.

Luiz Gustavo Levate: só pra dizer: o processo estava parado, ele passou 2017, 2019,
essa questão da arrematação do bem, então, por isso que o processo tava, a execução
tava parada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: podemos até subir com calma, porque eu não
lembro dele ter ficado parado, por isso não. É, isso aí é de um processo trabalhista.

Luiz Gustavo Levate: e porque esse bem devia estar penhorado nesta execução
fiscal, ai o contribuinte fala assim: pera aí, eu já arrematei. Então está definindo sobre
a validade da penhora da arrematação do bem no processo. A gente não consegue
prosseguir no processo enquanto não resolve esta parte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu até fiquei curiosa, pode subir de novo, por
favor, só pra gente ver se teve suspensão do processo, porque eu não sei te falar,
confesso. Sobe pra mim, por favor, pode subir.

Luiz Gustavo Levate: é porque vem a petição do advogado, do arrematante, que


ingressa no processo de execução fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vou tirar essa dúvida, pode subir se ficou
suspenso por isso ou não. Sobe. Agora descer devagarzinho. Foi devolvido pela

516
Fazenda Pública Municipal. Desce, só mais um pouquinho até o finalzinho desse risco
aí. Juntada, desce. Aí a gente vai ver, que eu não sei te falar, juntou à petição.

Luiz Gustavo Levate: aí, a partir do momento que o advogado junta a petição, o
processo que estava sendo direcionado para o arquivo, parece ali, ele não vai para o
arquivo porque o contribuinte se manifesta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não mandou para o arquivo, não. Estava
suspenso só o processo.

Luiz Gustavo Levate: aí o contribuinte se manifesta, sai da suspensão pela petição do


contribuinte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não vi nenhum despacho do juiz, vamos descer.
Eu só vejo o processo funcionar com o juiz mandando, quem pode manda, quem tem
juízo obedece. Desce aí, por favor.

Luiz Gustavo Levate: mas é porque o juiz não vai falar se o contribuinte pode ou não
entrar com essa petição no processo, né. Ele peticionou. Aí depois, o juiz vai se
manifestar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele peticionou pedindo para retirar a restrição do
veículo. Desce.

Vereador Wesley Moreira: pode sapecar aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa do trabalho, pode descer. Isso aí é tudo
trabalhista, na hora que chegar o primeiro despacho aí, junto.

Luiz Gustavo Levate: tem a petição e ele junta a cópia do processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Aí em 2020, em fevereiro 2020, o pedido de


suspensão pela desapropriação foi maio de 2017. Manifeste-se a Fazenda Pública
exequente no prazo de cinco dias sobre o requerimento formulado pelo terceiro
interessado. No mesmo prazo já assinalado, a Fazenda Pública deverá informar-se o
imóvel gerador do débito foi desapropriado e a questão da emissão da posse.

517
Luiz Gustavo Levate: então, só pra deixar claro. Tem aquela última manifestação da
Procuradoria. Vem a manifestação do executado, quando vem essa manifestação…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, do executado não.

Luiz Gustavo Levate: desculpa, do arrematante.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, é um processo trabalhista.

Luiz Gustavo Levate: um processo trabalhista. Ele quer que a gente libere a penhora.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele quer que a moto dele, que ele comprou,
arrematou no leilão e o Kalil não entregava os documentos.

Luiz Gustavo Levate: a partir do momento que o arrematante ingressa com a petição,
o juiz, então, isso vai concluso pro juiz, pra secretaria. Então não tem como eu afirmar
por que o processo ficou parado de 2017 a 2020, quando o arrematante ingressa com
a petição dele, o juiz só analisa em 2020.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas há de convir que não tem nenhuma decisão
do juiz pedindo a suspensão em função, daqueles pedidos.

Luiz Gustavo Levate: é o que a gente chama de etapas mortas do processo na


Secretaria do Juízo. Com esse volume imenso de execuções fiscais, o próprio Judiciário
não dá conta, a contento de dar um impulso oficial a todos esses processos que a gente
tem ali é o contribuinte peticionando nos autos e aí o juiz demora dois ou três anos para
analisar a petição do contribuinte, do arrematante.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí pra tristeza dele.

Luiz Gustavo Levate: para falar, para dizer que a Procuradoria não estava inerte nesse
tempo enquanto se estava discutindo (INAUDÍVEL) acidente processual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Procuradoria não ficou inerte até novembro de
2016. Assim, era quase que uma atuação. Fevereiro de 2015, novembro de 2015,
novembro 2015, dezembro 2015, dezembro 2015, junho 2016, junho de 2016,
novembro 2016. Aí então, pronto, 18 de fevereiro de 2020. Então, de fato, até 18

518
fevereiro de 2020, o processo ficou suspenso em função da suspensão da
desapropriação.

Luiz Gustavo Levate: não chegando a notícia, porque estava suspenso, tem um
despacho do juiz, até resolver a desapropriação. Tem uma coisa ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pedindo à Procuradoria para ter o ônus de


movimentar o processo.

Luiz Gustavo Levate: mas como a desapropriação não tinha sido finalizada, a
Procuradoria não movimentou o processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a Procuradoria também não olhou se o imóvel


estava dentro desse, dessa questão da desapropriação ou não.

Luiz Gustavo Levate: bom.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, Alexandre Kalil virou Prefeito em janeiro de
2017. Maio de 2017, Hércules Guerra: vamos suspender. Não estou, viu Doutor
Tarcísio? Pra vocês não me processarem, eu não falei nada, estou lendo. Alexandre
Kalil virou Prefeito em janeiro de 2017. Hércules Guerra, em 29 de maio de 2017, entrou
com uma petição pedindo para suspender falando que foi desapropriado. Estou falando
que Doutor Levate, julho, agosto de 2017, ficou de acordo. Processo parado até 28 de
fevereiro de 2020. Só estou lendo aqui a movimentação do processo. Não estou
afirmando nada, não falei nada que conste como, como diz o Jorge, "nos anéis". Então,
depois, em dezembro de 2020, o Procurador Eduardo Magalhães também pede para
manter a suspensão do feito em função da desapropriação. Aí, junho de 2021, agosto
de 2021, o senhor pede a restrição de um veículo. Aí 21 de fevereiro de 2022, o senhor,
aí vai ter a assinatura eletrônica da Doutora Dione, com o seu nome, mas sem aquela
assinaturinha colada, então, a assinatura é dela, pedindo a suspensão, em razão da
tramitação do PTA. Todo mundo esqueceu da desapropriação. Desapropriação, sumiu,
apesar de ter mantido, ficado o processo aí suspenso de 2017 a 2020.

Luiz Gustavo Levate: mas aí tem manifestação do Dr. Eduardo Magalhães.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pediu pra manter.

519
Luiz Gustavo Levate: para manter, porque ainda estava aguardando o desfecho do
processo da desapropriação. Então, assim, não é que ninguém esqueceu. Pelo
contrário, todo mundo assim, como houve a petição…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: todo mundo mantendo a suspensão sem fazer
análise da questão do PTA. Aí a questão…

Luiz Gustavo Levate: qual PTA? Porque o PTA vem só depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: da análise do processo de desapropriação.

Luiz Gustavo Levate: é porque a gente tem que ter em mente o seguinte: o processo
de execução, ele é um processo satisfativo, ele não é um processo de declaração de
direitos. Vereadora Fernanda Pereira Altoé: até porque a declaração já teve, né, com
a certidão de dívida ativa.

Luiz Gustavo Levate: você já tem um título executivo extrajudicial que tem prova que
faz dever de prova pré constituída e a gente não discute a existência ou não do direito
no processo. Claro, que depois, por alguma informação, se a Fazenda cancela o
crédito, cancela qualquer coisa…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, aí que está. A Procuradoria não discute a
existência ou não daquela dívida. Porque que a Procuradoria que entrou com o pedido
em função da desapropriação, se a desapropriação é de 2012? Desapropriação é o
modo de aquisição originário da propriedade, a dívida é de 2003 e não teria qualquer
relação. Inclusive eu fiz uma, eu fiz uma indicação para a Procuradoria falando isso.
Falando: o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e na grande maioria das decisões,
falam que uma desapropriação posterior não suspende o processo de execução fiscal.
Por que a Procuradoria tomou essa postura?

Luiz Gustavo Levate: eu não posso responder, porque não foi eu que pedi a
suspensão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor continuou mantendo.

520
Luiz Gustavo Levate: vários Procuradores continuaram mantendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor, Doutor Eduardo, Doutora Maria de


Fátima, e ninguém se atentou a isso? A dívida ativa, a certidão é de 2003. O processo
de desapropriação é de 2012. A desapropriação é um modo de aquisição original de
propriedade. Ele não apaga a dívida para trás. Tribunal de Justiça, não vou falar
unanimidade, não é bem na maioria. Processos de desapropriação não suspende a
execução fiscal. E aí? A Procuradoria está ok?

Hassam Magid de Castro Souki: Vereadora, se me permite aqui só um


esclarecimento fático aqui só para complementar aqui. O que que o Dr. Luiz Gustavo
disse que foi o seguinte: existem petições que são simples e a petição de suspensão é
uma petição simples. Não interessa por qual motivo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: interessa, Doutor.

Hassam Magid de Castro Souki: eu estou dizendo o seguinte: o estagiário quando você
tem lá uma suspensão que já foi determinada e o estagiário vai fazer a petição lá
requerendo uma nova suspensão, ou seja, é uma petição, digo simples de fazer. O
estagiário faz. E o que está lá, é o modelo que já está com assinatura. Então chegou lá
para distribuição, isso foi distribuído dentro do organograma estabelecido lá na
Procuradoria, então distribuiu para o estagiário tal. Ele olha lá, houve uma suspensão,
aquilo que determinou a suspensão ainda não foi resolvido, novo pedido de suspensão
dentro daquilo que é determinado, já lá previamente, ele faz, vai para o Procurador
responsável pela análise, o Procurador fala: é, realmente aqui, está correta a petição.
Distribui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu entendi isso.

Hassam Magid de Castro Souki: protocola, perdão, protocola.

Hassam Magid de Castro Souki: não que eu só tô querendo deixar claro o seguinte,
porque a senhora está falando: olha, você pediu, você pediu. Não foi ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, então eu vou para a PGM, com a assinatura
do senhor.

521
Luiz Gustavo Levate: claro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vou reformular, melhor. A PGM com um


documento assinado pelo senhor e pela Doutora Dione. As vezes pelo Doutor Eduardo,
as vezes pela Doutora Maria.

Luiz Gustavo Levate: isso. Porque lá a gente não tem, nesse caso, vinculação a um
Procurador. É muito volume de processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem se responsabilizaria, então, nesse caso,


seria o Doutor Hércules Guerra. O primeiro a pedir e ele, depois, enquanto Procurador
Geral?

Luiz Gustavo Levate: eu não sei definir responsabilidades.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque alguém aqui tem que ser responsável por
uma omissão aqui, eventualmente, teria.

Luiz Gustavo Levate: não sou eu que determino responsabilidades. No caso, o que a
gente vê é que o processo vem tramitando desde do pedido de desapropriação para
averiguar se tem desapropriação. Depois, o processo, por um despacho do juiz, fica
suspenso enquanto aguarda o final do processo de desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pedindo para a Procuradoria dar andamento em


relação ao assunto. Porque é ônus da Procuradoria.

Luiz Gustavo Levate: no processo de desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas vocês estão esperando um processo de


desapropriação que não tem um imóvel lá.

Luiz Gustavo Levate: mas que até hoje não acabou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o imóvel não faz parte.

Luiz Gustavo Levate: eu não estou para discutir o processo de desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: estamos, Doutor, por que nós estamos
suspendendo um processo de execução.

522
Luiz Gustavo Levate: o que eu estou dizendo assim, eu não sei responder porque que
não se prosseguiu, ou porque não achou imóvel lá na desapropriação. Isso que eu
estou querendo dizer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber porque que entrou a petição da
desapropriação? Não porque não terminou, mas porque que entrou.

Luiz Gustavo Levate: eu não sei. Então o que acontece, o que eu quero mostrar ali?
Que depois da petição de desapropriação que o juiz fala para o município aguardar o
desfecho da desapropriação, tem a petição de 2020 do arrematante. Depois do
processo, vem...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que nem suspendeu o processo, acabou


caminhando junto.

Luiz Gustavo Levate: deve-se ter resolvido porque está lá a carta de arrematação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: resolveu.

Luiz Gustavo Levate: a gente libera, isso vem para outro Procurador, ele vai consultar
todo o processo. Ele olha: tem que resolver essa questão aqui da desapropriação. Foi
a Doutora Maria de Fátima. Depois volta o processo pro Dr. Eduardo. Tem que resolver,
então. Vários Procuradores atuando de acordo com o que foi pedido.

Luiz Gustavo Levate: e pelo que eu entendi do despacho do juiz, era para aguardar o
desfecho da desapropriação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, mas se a gente parar para pensar. Um
processo de execução fiscal ele é, ele trata de um direito indisponível. O senhor há de
concordar comigo.

Luiz Gustavo Levate: sim

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e há um interesse público muito relevante, porque


imagina se em cada processo de execução do município, a Procuradoria atuar dessa
forma. É uma desídia com dinheiro público.

Luiz Gustavo Levate: atuar de que forma?

523
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assim.

Luiz Gustavo Levate: assim como? Pedindo suspensão…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pedindo suspensão em função de uma


desapropriação que não consta o imóvel lá é que ninguém verificou.

Luiz Gustavo Levate: eu não sei de fato responder (INAUDÍVEL) pela desapropriação.
Eu não sei se foi pela desapropriação, o que a gente faz, por exemplo, se chega uma
notícia na Procuradoria, por exemplo, desse de desapropriação e se, aí não tô falando
essa específica pode ser qualquer uma venda do imóvel, alguma transação imobiliária,
fechamento da empresa com todo tipo de tributo, a gente averigua. Porque se o
município estiver correto, a gente tem que ter claro o seguinte: a autoridade que faz o
lançamento tributário, ele faz, com base nos dados cadastrais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que é a Fazenda Pública Municipal.

Luiz Gustavo Levate: a Fazenda Pública faz, com base nos dados cadastrais. Então
você pode ter o caso do imóvel que a pessoa faleceu e essa informação não chega à
Fazenda, ao Município, porque o contribuinte não cumpre a obrigação acessória de
comunicar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente tem até essa situação em um outro
processo aqui.

Luiz Gustavo Levate: então você tem uma gama imensa de fatores que podem levar
a que o crédito tenha sido construído de forma errada, mas por falta de informação.
Quando a possibilidade chegar, essa informação para a gente, a Procuradoria vai
diligenciar, porque? Porque se de fato o município estiver equivocado naquela
cobrança do crédito, a gente pode sofrer condenação em honorários.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim.

Luiz Gustavo Levate: então, até com esse cuidado que a gente tem que ter com o
dinheiro público, então, pera aí, está errado? Se estiver errado, vamos parar com a
cobrança para a gente não ser condenado lá na frente em honorários.

524
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, quem é responsável até para verificar se
essa cobrança errada é a Fazenda Pública ou é a Procuradoria?

Luiz Gustavo Levate: depende de onde surge a informação, porque, por exemplo,
pode chegar o contribuinte por algum motivo compra o imóvel que ela chega a
informar...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: olha só que interessante nesse processo aqui.
Parado, três anos em função da desapropriação do imóvel que não consta no processo
a desapropriação, ninguém conferiu. Aí, no dia 21 de fevereiro de 2022, o senhor pede
a suspensão em razão da tramitação. O senhor Não, Doutora Dione, porque não consta
a sua assinatura ali, tem a assinatura eletrônica da Doutora Dione. Sabe que dia que
começou a tramitar? Sabe quando foi a solicitação para realização do PTA? No dia 10
de fevereiro de 2022. Menos de dez dias depois, não. 11 dias depois, a Procuradoria
já foi super diligente. Pediu para suspender em função do PTA. E aí, um documento
que inclusive coloca como prazo final de conclusão, agosto de 2022, e ele foi concluído
em menos de mês. Porque menos de um mês depois, em março de 2022, o senhor já
pediu extinção do processo, falando que não tinha mais interesse em continuar. A Dione
assina eletronicamente e o senhor assina aquela assinatura que o estagiário cola.

Luiz Gustavo Levate: é um modelo eletrônico, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas que não é de mero expediente. É um pedido
de desistência.

Vereador Wesley Moreira: não tem a da Dione aí?

Hassam Magid de Castro Souki: Vereadora, feito pela Doutora Dione.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas tem a assinatura dele.

Luiz Gustavo Levate: mas o processo é eletrônico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não me interessa se é modelo. Quem assina


responde por aquele documento que ele assina.

Hassam Magid de Castro Souki: mas ali é uma assinatura digital.

525
Luiz Gustavo Levate: mas a assinatura ali é o processo eletrônico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assinatura digital não é assinatura, não?

Hassam Magid de Castro Souki: assinatura que vale é a digital.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quando tem duas assinaturas, a que vale é só
digital?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a digital, foi quem inseriu no sistema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então é a Doutora Dione que nós temos que
responsabilizar, então.

Hassam Magid de Castro Souki: não estou dizendo que é ela que tem que ser
responsabilizada ou não. Só estou esclarecendo um fato, ou seja, o processo eletrônico
quem assinou a petição, quem inseriu no sistema é aquele que está consta lá
digitalmente. O que no meu escritório, Doutora, Vereadora, perdão, isso também
acontece. E eu assino petições que eu não sou eu que eventualmente fiz.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se aparecer um documento, com todo respeito,


obviamente não iria acontecer, apareceu um documento falso com a sua assinatura
que a estagiária fez em um processo judicial. Quem vai ser responsabilizado pelo
documento falso?

Hassam Magid de Castro Souki: quem inseriu um sistema?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a estagiária.

Hassam Magid de Castro Souki: ela.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se ela falar que o senhor tinha ciência daquele
documento e que o senhor autorizou.

Hassam Magid de Castro Souki: é uma questão de prova e faz perícia na assinatura
e a ssinatura não será a minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assinatura do senhor? Vou baixar o documento.


Essa assinatura é do senhor?

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Luiz Gustavo Levate: a assinatura é.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor autorizou a botar a assinatura aí?

Luiz Gustavo Levate: nós temos em todos os modelos. É que em todos os modelos,
não a autorização usa nesse processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor autorizou em qualquer documento que


tiver a assinatura do senhor tem a sua autorização.

Luiz Gustavo Levate: eu elaborei os modelos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então aí esse é o último documento da


desistência?

Luiz Gustavo Levate: se a senhora, me permite, sobre a questão cronológica dos


dados, fica tudo registrado no nosso sistema. Então tem a solicitação de abertura do
PTA a dia 03/02, aí…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: data da solicitação: 10 de fevereiro de 2022. É o


documento oficial recebido pela Prefeitura.

Luiz Gustavo Levate: tudo bem, mas aqui é o que ela faz no nosso sistema. Uma
coisa é quando chega lá na Fazenda, a tramitação do processo pelo BH Digital. No dia
03/02 é solicitado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vamos considerar, então, dia 03/02. Ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é esse aqui. Inclusive tem o nome da Doutora
Dione, o seu nome sem assinatura de ninguém, e aqui fala o seguinte: o índice 9000,
e "não sei quanto", foi alterado conforme decreto tal índice novo tal, ou seja, o senhor
que começou o PTA, também.

Luiz Gustavo Levate: não foi eu que comecei o PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas tem o seu nome e da Doutora Dione aqui.
Dia 03/02/2022.

527
Luiz Gustavo Levate: mas dessa época o processo. Então, se a gente está discutindo
a questão da responsabilidade por assinatura nesse não tinha assinatura, tem
assinatura eletrônica de ao se incluir no SAJ.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, aqui no SAJ tem assinatura eletrônica da
Dione Ferreira, então ela que sempre assina com o senhor ali no processo, então vão
botar: foi ela quem pediu o PTA?

Luiz Gustavo Levate: foi ela quem pediu o PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: num processo onde estava se falando que tinha
desapropriação?

Luiz Gustavo Levate: vamos lá. O que chega pra gente…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí ela pede com o seguinte pedido, olha aqui: o
índice tal foi alterado conforme decreto tal, aqueles números que a gente já sabe todo
dia, por sua vez, também o índice foi alterado para o outro número e assim está
desativado a partir de 2022, em razão de não ser possível identificar a localização do
imóvel e não estar pagando o IPTU 2021. Poderá ser reativada a pedido, desde que
seja apresentado. Gentileza informar se a cobrança do IPTU desta execução fiscal deve
permanecer considerando não ser possível a localização do imóvel, conforme consta
da planta básica. Comunicar resultado e apuração. Nós vamos ter que ver com ela de
onde surgiu isso. O senhor acha que isso aqui é o papel da Procuradoria?

Luiz Gustavo Levate: porque é o seguinte, aí estou falando atuação genérica, não
estou falando que aconteceu especificamente nesse processo, porque não atuei nele.
Quando o processo chega, a gente pega nossas telas de informação. Então, por
exemplo, qualquer processo, primeiro a gente vai ver se o crédito está parcelado, se o
crédito tá quitado, pra a gente pediu suspensão pelo parcelamento, quitação pelo
pagamento. A gente tem que se orientar pelo nosso sistema, sendo um processo de
IPTU um, o que normalmente as pessoas fazem é consultar a planta básica, por ser
um processo de IPTU, pra gente saber. Se lá na planta básica tiver alguma informação,
imóvel, índice desativado, imóvel cancelado, vai ter uma variável de informações que

528
pode vir na planta básica. De novo para que a gente não seja condenado em
honorários, aí a Procuradoria, em todos os processos desse tipo, abre o PTA para
verificar: peraí, e a gente está cobrando a informação que a Procuradoria tem do nosso
sistema, tá, o seguinte: índice desativado. Porque a gente está cobrando do índice
desativado?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o índice não estava desativado.

Luiz Gustavo Levate: é a informação estava na planta básica, segundo o que a


Doutora Dione coloca aí na petição. Olha no pedido de quando ela cita a planta básica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí ela fala o seguinte: ela faz essa solicitação e
fala que a partir de 2022, não foi possível identificar a localização do imóvel. Mas ele
sempre pagou IPTU e ele sempre existiu. Então cabe à Procuradoria esse papel
investigativo? Porque olha só uma frase que o senhor colocou em uma das execuções
de 2017. O juiz faz um pedido e o senhor coloca assim: considerando que a cobrança
judicial da dívida ativa do município de Belo Horizonte é de responsabilidade da
Gerência de Atividades de Execuções Fiscais, órgão da Procuradoria Geral do
Município, nos termos do artigo oitavo do Decreto municipal 12.603, de 5 de janeiro de
2007, solicito à Vossa Senhoria que seja fornecida a relação de... Não, pera ai, é outra.
Põe para mim a frase, lá embaixo no negrito.

Luiz Gustavo Levate: esse é qual processo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse documento tá no processo 4407530-85.

Luiz Gustavo Levate: esse é da extinção ou é outro processo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é outro processo, é de um imóvel da ERKAL, na


verdade. Que essa manifestação do Senhor foi em 2017, também, em setembro 2017.
Não cabe exequente a Procuradoria, um documento do senhor, informar número de
matrícula de imóvel, ou apresentar certidões do registro imobiliário ou qualquer outro
documento alusivo à ônus, impedimento ou encargo que recaia sobre o imóvel do
executado para fins de efetivação da penhora ou posterior averbação, pois não existe
qualquer lei, nem qualquer posicionamento doutrinário ou jurisprudencial que impõe à

529
Fazenda Pública quaisquer ônus a fim de possibilitar expedição de mandado de
penhora. O senhor acha que assim, para penhora não tem obrigação e para continuar
no processo cabe esse diligenciamento pelo Município?

Luiz Gustavo Levate: de novo, teria que ver qual, se tem algo anterior a isso, se tem
alguma a petição do executado, que que o juiz manda. Provavelmente pelo que eu tô
entendendo ali da jurisprudência, pelo que normalmente acontece na Procuradoria, o
juiz deve ter condicionado a apresentação da matrícula do imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o juiz fez um pedido, isso.

Luiz Gustavo Levate: para prosseguir na penhora. E em qualquer petição que houver
essa determinação judicial, em qualquer processo que houvesse a determinação
judicial, a gente usa esse modelo. A gente não tem que fornecer a matrícula para
realizar a penhora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas tem que descobrir se o imóvel existe ou não
para continuar com a execução?

Luiz Gustavo Levate: eu estou falando da condução daquele processo, da pessoa que
usou esse modelo e que...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse é do Senhor e eu tenho que pegar o


processo todo.

Luiz Gustavo Levate: mas como dito, é o processo que pede...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso que gera na gente a angústia, entendeu?

Luiz Gustavo Levate: ao município, é um processo simples. Ao município para


apresentar a matrícula do imóvel: é um processo simples. Vai pegar um modelo pronto,
chapado, vai falar assim: ao município não compete fornecer a matrícula para realizar
a penhora, porque no despacho ali no artigo sétimo, o despacho do juiz que define a

petição inicial e por ordem para. Se a gente pegar a Lei de Execução Fiscal, vamos
lembrar que no artigo oitavo, isso é atribuição do Oficial de Justiça. Então, quando o
Judiciário impõe a gente o ônus que não é nosso, a gente vai e apresenta defesa,

530
porque se o ônus não é meu, não vou gastar dinheiro, tempo, fornecendo uma matrícula
para realizar a penhora, mas isso em qualquer processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, no caso assim, um processo que estava
correndo uma execução de um imóvel que sempre pagou IPTU, que aqui no caso tá
executando um ano, que é o ano de 2003, que ficou suspensa por três anos em função
de uma desapropriação que não consta como objeto desse processo de
desapropriação. Em 2022, pouco tempo depois vão botar dia 3 de fevereiro, dia 21, tem
um pedido de suspensão pelo PTA. Dia 16 de março, pede a extinção pela desistência,
não junta-se o PTA e depois ainda o município, o juiz extinta pelo duplo grau ali
obrigatório, o senhor abre mão, não fala que não tem interesse em recorrer.

Luiz Gustavo Levate: sim, essa atuação que é feita no início de fevereiro, é porque há
um PTA da Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não PTA foi pedido da Procuradoria do Município.
Luiz Gustavo Levate: foi aberto um PTA no ano anterior para questão da tentativa de
localização de vários imóveis no ano específico. Quando aí o órgão da Fazenda faz
essa tentativa de localização de vários imóveis, 240 se não me engano, um deles é
esse imóvel e aí parece que o índice é desativado, porque não foi possível localizar,
àquela época, com aquelas informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, o índice vai ser desativado só em 2022.

Luiz Gustavo Levate: eu estou falando isso, eu estou querendo dizer, assim, como
que é a atuação da Procuradoria. Antes, a Procuradoria não tinha essa informação de
índice desativado, porque havia, estava sendo feito um tratamento dos imóveis do
município inteiro para tentar localizar imóveis que a gente chama esses CTM 30.000,
CTM 90.000. Quando tem um W, são processos e são imóveis que tem algum tipo de
problema. Então eu estava fazendo essa depuração do cadastro imobiliário. Então,
num processo administrativo que é aberto lá na Fazenda, que eles estão fazendo o
cadastro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são quantos que tem nele, você lembra, Renata?

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Luiz Gustavo Levate: mas isso vem assim, eu acho que de 2007 para cá, vem de
30.000 imóveis, até chegar nesse, enfim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de um decreto de 2015, de uma lei que é de


2015?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a lei é de 2005 que diz que não pode entrar
no cadastro imobiliário nenhum imóvel sem geolocalização. Eu até perguntei para
testemunha Jean: e os anteriores?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque esse é de 2003.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: os anteriores ficaram. 2005 teve a barreira,


não pode entrar. 2015, na gestão Márcio Lacerda, é que permitiu se a anulação desses
índices cadastrais por PTA na Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a partir dessa anulação, foi pingando na


Procuradoria os PTAs para anular a CDA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, se nós pegarmos todos esses índices, a
gente vai ver então que todos os contribuintes que tiveram o pagamento dos seus
IPTUs, em dia, e eles estão nessa lista, a Procuradoria vai fazer pedido de repetição
de indébito para eles?

Luiz Gustavo Levate: a gente é Procurador do município não, do contribuinte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a OAB, será que vai fazer também?

Luiz Gustavo Levate: a OAB também não tem legitimidade. Quem tem legitimidade é
o próprio contribuinte. O Ministério Público também não tem legitimidade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem, ação coletiva. Ação civil pública.

Luiz Gustavo Levate: parágrafo único do artigo primeiro fala que o Ministério Público
não tem atribuição para atuar na área tributária.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem teria?

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Luiz Gustavo Levate: o próprio contribuinte, que para ele é o direito disponível dele.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então quem pagou se deu mal? Porque aí
provavelmente prescreveu, quem não pagou…

Luiz Gustavo Levate: não sei afirmar quem pagou, porque pagou, se eles sabiam
onde que estava o imóvel dele. Se ele tinha o imóvel.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a OAB tem legitimidade para ação civil pública?
Seria uma boa ação para a OAB fazer Doutor? Pois é, inúmeros casos.

Vereador Wesley Moreira: alguém levar o microfone para ele lá, porque tem que ficar
tudo registrado.

Marco Aurélio de Souza Santos: Tem que encaminhar os documentos para a OAB,
para a OAB fazer uma análise e se aí seria o caso de legitimidade, pela circunstância,
para a OAB propor uma ação civil, dependendo do interesse. Mas a OAB tem
legitimidade sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque seria uma ação coletiva pelo interesse aí
de inúmeros contribuintes que pagaram impostos sem dever o imposto.

Marco Aurélio de Souza Santos: A questão é o seguinte: quem seria a legitimidade


para propor essa ação. Aí teria que fazer uma análise nos documentos através de
diversas comissões que a OAB tem, para analisar a documentação para ver se seria o
caso de propor uma ação civil

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso, a gente manda para a presidência?

Marco Aurélio de Souza Santos: manda para OAB.

Luiz Gustavo Levate: só para a gente não perder aquilo que eu estava respondendo.
Então falou assim, por conta da condução do processo, tem processo que é iniciado na
Fazenda para depurar o cadastro dos imóveis. Parece que esse PTA é encerrado no
segundo semestre de 2022, se é agosto ou outubro, não muda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui a data dele de início é 10 de fevereiro de


2022. É a geração do documento, provavelmente é…

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Luiz Gustavo Levate: não, esse aí é o PTA de extinção, estou falando do antigo que
gera a desativação do índice. Ele então é no segundo semestre de 2022, não, 2021.
Quando ele é encerrado, quando o processo, aí eles alimentam o sistema, o SIATU,
quando chega o processo na Procuradoria, por se tratar de IPTU, a gente vai consultar
a planta básica. Então, em fevereiro de 2022, é a primeira vez que a gente tem
informação que trata-se de um modo com índice cadastral desativado. Se o índice
cadastral está desativado, a gente não deve prosseguir com a execução e a gente não
prossegue contra ninguém, até o momento que chega a informação para a gente.
Chegou, a Doutora Dione pega e abre um PTA para a Fazenda, para dizer o seguinte:
Olha só, tem informação aqui que o índice está desativado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele já fazia parte, então, do PTA anterior. Mas
optou-se por fazer um PTA exclusivo para Alexandre Kalil?

Luiz Gustavo Levate: mas aí não. Todo o processo, você vai abrir PTA para aquele
processo. Esse PTA aqui era só para verificar a informação de porquê que na planta
básica, índice está desativado e o lançamento com valor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se eu pedir todos os PTAs, de todos os imóveis


que constavam naquele PTA de 2021, para saber o PTA específico de cada imóvel, eu
tenho que fazer esse pedido para a Fazenda, para a Procuradoria, ou para os dois?

Luiz Gustavo Levate: aí depende do que a gente quer ver, porque assim...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber se todo mundo teve o mesmo
tratamento do Alexandre Kalil.

Luiz Gustavo Levate: sim. Sim. Aí depende, é o seguinte. Muitos dos processos, como
são imóveis não localizados ou com algum tipo de problema, ou às vezes é porque em
inventário, enfim, Belo Horizonte, apesar da cidade ser muito nova, ela tem o cadastro
imobiliário, ele tem os seus problemas. Muitas execuções podem ter terminado por
prescrição. Então, nesse caso, se ela morrer por prescrição...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí é prescrição, não tem problema não.

Luiz Gustavo Levate: não teve abertura de um PTA para aquilo ali.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, não, mas aí já é causa instintiva.

Luiz Gustavo Levate: então, assim, eu acredito que até a grande maioria tem sido
extinto por prescrição, essa não tinha sido extinto por prescrição, porque o processo
estava sendo movimentado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o que eu quero, porque nosso objetivo aqui
é esse, é ver se teve um favorecimento ou não no tratamento da cobrança dos IPTUs
do ex-Prefeito.

Luiz Gustavo Levate: então, assim, o que eu tenho das informações que eu pedi,
quem elaborou foi a Luciana, que vai vir depor semana que vem. Ela informa que houve
a solicitação de abertura do PTA dia 03/02/2022, feito pela Dra. Dione. Quem deve até
ter feito a petição foi a estagiária e depois foi para a Dra. Dione. Dra. Dione abre o PTA
para averiguar essa informação. Isso a gente faz em qualquer processo, qualquer tipo
de informação que chegue para gente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá.

Luiz Gustavo Levate: no dia 22/02, é protocolada a petição de suspensão. Segundo


os nossos registros.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é 21/02, isso.

Luiz Gustavo Levate: é porque pode ter...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é...

Luiz Gustavo Levate: aí, a gente abre isso, vai lá pra Fazenda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. E eles pedem inclusive o prazo até agosto,
em menos de um mês fica pronto. Dia 16 de março já tem pedido de extinção.

Luiz Gustavo Levate: não é, não é a Procuradoria...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eficiência, isso é bom...

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Luiz Gustavo Levate: não é a Procuradoria que faz o PTA, vem aqui, ó. Resposta da
abertura do PTA: data do lançamento desativado em 22/02. Ou seja, a gente abre o
PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só o que me incomoda, Dr. Levate. Demorou mais
ou menos quantos meses para ter a resposta, do documento? Eu fiquei de agosto a
dezembro pra ter o documento, pra ter acesso, de agosto a dezembro, o PTA ficou
pronto em menos, em um mês.

Luiz Gustavo Levate: bom, eu não posso responder por isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não. Só uma observação aqui.

Luiz Gustavo Levate: só estou mostrando aqui, então, toda a tramitação. Então você
tem mais de um órgão envolvido, porque a gente abre o PTA para averiguar, porque a
gente não é o dono do cadastro, a gente não tem a informação, a gente tem que ter a
informação correta para a condução do processo, né? Então, abre-se o PTA. Quando
eles lá brigaram, foi rápido? Eu não posso responder por isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, isso é bom, ser rápido é bom.

Luiz Gustavo Levate: volto a informação para a Procuradoria. A Procuradoria, de


acordo, agora, com a informação que ela tem no sistema, ela vai pedir a extinção. Ou
se falar assim: não, não, teve algum equívoco, ela prosseguiria. Então, o que eu queria
deixar claro aqui é o seguinte: a gente atua num volume imenso de processos, muitas
das vezes você não olha quem é o contribuinte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, que é o ideal, inclusive.

Luiz Gustavo Levate: exato, que é o ideal, né, porque o nosso é uma carga de
processo muito grande.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: apesar de que todos os e-mails que dizem
respeito ao PTA não tem número, no título do email vem em caixa alta “Alexandre Kalil”,
“Alexandre Kalil”, “Alexandre Kalil”, todos os e-mails, em caixa alta no título.

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Luiz Gustavo Levate: não sei. Então, assim, quando você trabalha com esse volume
de processos, você pode ter, por exemplo, uma condução equivocada, porque quem
trabalha com muito processo sabe como é que é trabalhar isso aí, grandes escritórios
e trabalhar com processos em massa. Nesse caso aqui, a Procuradoria atuou nesse
momento de acordo com informação que ela tinha naquele momento, né. E deixar claro,
né, a gente tem os nossos modelos, em várias fases do processo, ali, a gente vê que
vários Procuradores atuaram. Eu posso responder pela minha atuação em cada
processo. As assinaturas são minhas, os modelos foram elaborados por mim, por mais
outras duas Procuradoras. A condução é feita de acordo com os nossos manuais de
procedimento, né? Agora, tem algumas petições ali no processo que eu não posso
responder, porque foi feito pedido de suspensão. Porque que a gente nesse momento
abre o processo para verificar o PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, não, eu acho que a gente teria que chamar,
essas pessoas também assinam. Eu vou passar para o Wesley. Só falar Wesley, que
eu acho que vale a pena a gente pedir para a Procuradoria e para a Fazenda Pública
Municipal, o histórico de todos os índices cadastrais que constam no PTA de 2021,
todos os PTAs individualizados desses índices que aconteceram nos processos. Qual
que é o número do PTA de 2021, o Sr. tem aí? A gente pedir o número desse PTA de
2021, ver todos imóveis que constam ali, a gente ver o que e quais deles tinham
execução de dívidas, o que foi feito nesses processos, para a gente saber que foi uma
atuação padronizada em relação a todos os contribuintes.

Luiz Gustavo Levate: mas como eu disse, pode ter processo que teve prescrição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, mas aí se teve a prescrição está extinta a
cobrança, prescrição é...

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu posso dar uma sugestão?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pode.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: O PTA da Fazenda tem um volume muito


grande. Eu não sei ao certo se 800 índices cadastrais que foram anulados, pelo que eu
entendi, posso estar errado, por diversas outras razões. Mas tem o número de 216 que

537
foram anulados e que já havia sido pago e IPTU. E se já havia sido pago o IPTU e
estavam devendo, é possível que tenha execução. Eu acho que fecha o universo da
pesquisa...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, e aí a gente vai ali no ponto, sim, é o ideal.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: é nosso interesse também saber o seguinte:


o que aconteceu com os outros 216 e quando foi feito o pedido...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, até para saber como orientar esses
contribuintes, e de repente fazer uma ação civil pública para que eles não saiam
prejudicados. Desculpa, Wesley, pode ir.

Vereador Wesley Moreira: bom que você faz uma análise agora das perguntas, aí já
vai tirando, que já antecipou bastante aqui, viu seu Luiz. Tranquilo. O senhor conheceu
pessoalmente o ex-prefeito, Alexandre Kalil?

Luiz Gustavo Levate: não, não tive com ele.

Vereador Wesley Moreira: nunca esteve com ele pessoalmente, perfeito. No caso, o
senhor já atuou como conselheiro em alguma empresa da administração pública?

Luiz Gustavo Levate: fui conselheiro da BHTrans, do conselho de administração da


BHtrans.

Vereador Wesley Moreira: da BHTrans, perfeito. E como que surgiu o convite para
que o Sr. fosse nomeado a esse conselho?

Luiz Gustavo Levate: o Subprocurador-Geral fiscal da época, que na época eu era


diretor jurídico fiscal, me ligou um dia falando que lá na Procuradoria, naquele
momento, eu era a única pessoa que preenchia os requisitos das leis das estatais para
preencher o cargo lá no Conselho de Administração da BH Trans. Ele me fez o convite,
o Subprocurador-Geral fiscal da época. Conversei com vários amigos, porque...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem que era, o Subprocurador.

Luiz Gustavo Levate: Dr. Felipe Mantuan. Ele me faz o convite, conversei com vários
amigos, se eu deveria aceitar ou não. Decidi por aceitar. O convite veio no final de 2019.

538
Vereador Wesley Moreira: então nesse período de Kalil ficou quase seis anos, quase
seis anos. Já teve com ele pessoalmente, alguma situação?

Luiz Gustavo Levate: não estive com ele.

Vereador Wesley Moreira: para um outro despacho.

Luiz Gustavo Levate: não, nunca. É porque, hoje, com o meu cargo, hoje é de
subsecretário, equivalente ao de subsecretário. Então, quando o Prefeito vai lançar
algum projeto, alguma política pública, ele convida as pessoas para participar do evento
lá no Salão Nobre. À época, eu não era subsecretário, eu era diretor. Nunca fui
convidado para participar desses eventos na Prefeitura, com presença. Nunca estive
no gabinete do ex-Prefeito, nada.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, tá certo. Não sei se foi bom, se foi ruim, não. Vocês
estão lá no mesmo prédio, lá né, está tudo lá na 1212 mesmo, né? Eu vi que a
Procuradoria ocupa um andar lá.

Luiz Gustavo Levate: tem que ver, assim, como o meu departamento era maior,
recentemente só que a gente começou a ficar junto do restante da Procuradoria. A
Procuradoria já teve sede na Rua Timbiras, Brasil com Timbiras, enquanto o meu
departamento, por ser maior, tinha um volume de processos maior do que o restante
da Procuradoria. A gente ficava na Brasil com Bernardo Monteiro. Quando a
Procuradoria, parte dela, vai para 1212, Afonso Pena 1212, aí, por questão de
economia de aluguel e tudo mais, a gente se muda para o prédio da Timbiras com
Brasil, e a Procuradoria continua parte dela na prefeitura e outra parte na Avenida
Brasil. E depois teve a mudança para 1212 e porque aí veio também o home office,
aquela coisa toda, foi enxugando despesa, e a gente foi para 1212.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi para 1212, todo mundo foi então durante a
pandemia.

Luiz Gustavo Levate: não, não foi antes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi em 2017. Acho que foi quando o Kalil virou
prefeito, mudou a Procuradoria para lá.

539
Vereador Wesley Moreira: perfeito. Qual era a função do senhor nesse conselho? Lá
na BHTrans.

Luiz Gustavo Levate: ser Conselheiro, que era decidir as matérias que eram levadas
na reunião do Conselho.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Sr. lembra de alguma decisão interessante que o
senhor participou?

Luiz Gustavo Levate: lembro. Teve aquele ano da enchente, 2020 e lá vou lembrar
vagamente assim a situação, você tem a questão das férias dos agentes da BHTrans
e eles tem lá a questão do pagamento da hora extra deles. Na época era diferente. Só
que aí chegou com a enchente, que era algo novo e catastrófico para a cidade. Teve
que remanejar férias, horas extras dos agentes de trânsito, então isso veio para o
conselho para deliberar como é que seria feito o pagamento nessa situação específica.
Uma coisa assim.

Vereador Wesley Moreira: em relação ao imóvel da Rua Salinas, número 2260, o


processo 5098042-26.2019.8.13,0024, o senhor indicou a intimação para o endereço
na Rua Domingos Costa Rezende, no bairro Braúnas, que paralisou o processo por
três anos. Na sua resposta à denúncia de favorecimento de terceiros no Conselho de
Ética, o senhor informa que nas ações de execução fiscal, a condução foi feita por um
por um Procurador do município e se dá com base na tela do SIATU, perfeito? No
entanto, o artigo 10, do Código Tributário, da Lei número 4191, de 24 de dezembro de
1962, determina que é considerado o domicílio fiscal do contribuinte ou do responsável
pela obrigação, tratando-se de pessoa natural, o lugar onde habitualmente reside e,
não sendo este conhecido, o local onde se encontra a sede principal de suas atividades
ou seus negócios. Pergunto, as informações da SIATU se sobrepõe a essa lei?

Luiz Gustavo Levate: não, que a gente não consulta endereço no SIATU. O SIATU só
dá pra gente a situação do crédito. A gente tem os sistemas de consulta ao próprio
endereço. Então a gente tem, por exemplo, a Receita Federal que a gente consulta,
você consulta o cadastro imobiliário. Então a gente já tem os sistemas próprios para
consultar. O SIATU pode trazer o endereço que o contribuinte coloca, mas a gente tem

540
outros sistemas para consultar. Esses sistemas, eles são alimentados pelo contribuinte.
É informação que o contribuinte nos dá. Então, por exemplo, a gente faz declaração de
imposto de renda, você declara qual é o seu endereço. A Receita Federal não pede
para você comprovar que você mora ali, você informa. Então o contribuinte coloca o
endereço, ele quiser, que não tem como você averiguar essa informação do
contribuinte. Então, na CDA, se eu não me engano, você vai ter lá endereço do fato
gerador do imóvel, endereço de correspondência. Então o contribuinte, porque pode ter
um lote vago e indicar que ele quer receber a na guia do IPTU na residência dele. Ele
tem mais de um imóvel e ele indica, né? Então ele vai colocar o endereço na Receita
Federal. Então a gente tem os nossos cadastros, os sistemas em que a gente consulta
o endereço do contribuinte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desculpa, isso é porque na questão lá do


Conselho de Ética, o senhor fala, a gente questiona a questão da intimação, porque
esse é um processo da Salinas.

Luiz Gustavo Levate: qual é o nome que tem os relatórios?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 5098042-26...

Luiz Gustavo Levate: isso não está aqui nessa relação, porque vem um requerimento
que desta casa para que a gente...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a gente até fez uma indicação e vocês, me
parece, que deram andamento, mandaram intimar em outro local.

Luiz Gustavo Levate: sim, é porque tinha informação de endereços que não tinha no
nosso cadastro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque, assim, no SIATU, o endereço que


sempre constou é o da Bernardo Monteiro, o contribuinte Alexandre Kalil, colocado,
sempre constou a informação da Avenida Bernardo Monteiro e aí, se não me engano,
em 2018 há uma alteração no sistema. E a Prefeitura até no ofício disse que não sabe
responder quem fez a alteração, colocando que o endereço seria Domingos Costa
Rezende no bairro Braúnas.

541
E a gente questionou o seguinte, porque as intimações do Kalil nos processos de
execução sempre foram na Bernardo Monteiro, e de repente esse processo que o início
dele foi em 2019, foi nessa Rua Domingos Costa Resende. E a gente fala por que foi
num endereço diferente de todos os demais? E um endereço, a princípio, inexistente.
Aí o senhor respondeu que fez com base no documento do SIATU.

Luiz Gustavo Levate: como eu disse, são petições simples que basta o estagiário
consultar nos sistemas que a gente tem à nossa disposição. SIATU é um deles. A gente
tem a Receita Federal, tem a JUCEMG, né? Então a gente vai, pode pegar em qualquer
processo, várias tentativas de citação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque o endereço dele, em todas as intimações,


sempre foi o mesmo. O estagiário inovou nessa.

Luiz Gustavo Levate: eu não posso responder por isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o estagiário nessa falou “Vou mudar o endereço,
Vou olhar o SIATU”. Então, assim, de um padrão...

Luiz Gustavo Levate: esse foi de que ano?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 2019.

Luiz Gustavo Levate: porque aqui a gente tem outras execuções, tem aqui endereço
do bairro Pilar...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, todas as outras intimações foram. Na


Bernardo Monteiro

Luiz Gustavo Levate: não, mas tem outros endereços aqui, segundo o relatório que
eu tenho aqui. Claro que pode ter tido na Bernardo Monteiro, mas isso deve ser da
empresa ou da pessoa física?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse da Salinas é da Erkal não. Pessoa física.
Pessoa física.

542
Luiz Gustavo Levate: então você pode pegar, por exemplo, lá na JUCEMG, que deve
ter o endereço da empresa, endereço do responsável na Receita Federal também tem
essa informação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está na hora de padronizar com o estagiário,


porque a lei fala que é no lugar onde a pessoa mora, onde está a sede das suas
atividades principais, e ele era prefeito, ele ficava na 1212. Todo mundo sabe que ele
mora no bairro de Lourdes e aí manda um para o bairro Braúnas e o processo ficou três
anos parado, sem pulso oficial, mas é um dever da Procuradoria, que é um direito
indisponível e há o interesse público.

Luiz Gustavo Levate: a questão do domicílio tributário, ele está definindo a questão
da cidade, da pessoa. Então, onde que a pessoa exerce suas atividades? Aqui no
Direito Tributário não é se é na rua A ou na rua B, é no município de Belo Horizonte,
tanto que só pode tributar as pessoas no município de Belo Horizonte. Então tem que
ver assim o que que é endereço de correspondência, o que é domicílio tributário. A
pessoa pode ter, por exemplo, vários domicílios tributários.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o endereço de correspondência é decidido


como? Qual a padronização da PGM?

Luiz Gustavo Levate: não, a PGM não mexe com isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí onde vocês mandam intimar? onde vocês
entregam, qual endereços você mandam pro Juiz poder intimar?

Luiz Gustavo Levate: o endereço que a gente oferece pro juiz, para ele intimar ou para
citar que está no cadastro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então vocês não olham na Receita Federal, no
cadastro imobiliário.

Luiz Gustavo Levate: a primeira citação, a primeira tentativa de citação. A petição já


vem toda padronizada, já vem com endereço lá que o sistema escolheu. Tá, o que vai
na petição inicial. Aí você tenta a citação. Conseguiu citar o contribuinte? Resolvido o
problema. Não conseguiu citar naquele endereço? Aí quando volta, aí você pode

543
procurar na JUCEMG, você pode procurar na Receita Federal, já teve acesso ao
cadastro da Copasa, da Cemig. Você procura né, por exemplo, lá no Cadastral
Mobiliária a pessoa pode ter o endereço de correspondência, o endereço do imóvel. Aí
você vai tentando. Qual é a hierarquia, é melhor eu ir o da Receita Federal primeiro, o
da JUCEMG primeiro ou o cadastro imobiliário primeiro? Porque a gente não tem
essa...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu fui conciliadora no Juizado Especial, Relações


de Consumo, quando abriu uma das primeiras. E aí eu lembro, assim, quando a gente
ia fazer a indicação, a gente colocava o nome da empresa igual hoje existe no PJe.
Quando você faz uma distribuição de uma ação do Juizado Especial, você coloca a
empresa que você está processando e aí o próprio sistema já te fornece todos os
endereços dela.

Luiz Gustavo Levate: isso é o PJe né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, a Procuradoria também é mais ou menos


isso? Porque eu sempre a Procuradoria foi o endereço, de repente mudou.

Luiz Gustavo Levate: sempre, eu não sei informar por que nesse caso específico
mudou, qual que foi o sistema que a pessoa consultou. Você tem vários sistemas e não
é assim como você tem no PJe que você bota o nome da empresa e aparece tudo
listado num único sistema. Aqui você procura na Procuradoria em vários sistemas,
então você vai procurar na Receita Federal, vai procurar na JUCEMG...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas se já era um nome que era sempre intimado
em várias execuções, já não era automático aparecer aquele endereço não?

Luiz Gustavo Levate: não, porque na verdade, como eu disse, você vê que os
processos são pulverizados. Cai na mão do estagiário, depois cai na mão do
Procurador. Depois, nesse processo que foi passado aqui, na mão de quantos
procuradores passaram pelo processo, né? Então você, por exemplo, a orientação que
a gente dá é o seguinte: olha, você tem que consultar os endereços, você tem a sua
disposição o SIATU, o cadastro imobiliário, a Receita Federal, a JUCEMG.

544
Agora, qual que o estagiário ou o procurado vai procurar primeiro, se é primeiro na
JUCEMG, primeiro na Receita Federal. Isso é um processo, como eu disse, nesse
volume imenso, você não tem uma atuação concentrada. Olha, vou pegar este
contribuinte e todos... a gente vai citar nesse agora, porque as pessoas, pelo nosso
volume de trabalho, você não tem notícia do que acontece num processo, e o que está
acontecendo no outro.

Então cai na mão de estagiário hoje. Daqui seis meses, o processo volta e o estagiário
já saiu, caiu para a mão de outro estagiário e ele vai tentar fazer a consulta naquele
volume de processo que a gente recebe todo dia. O estagiário hoje recebe, recebe uma
carga lá, já chegou de receber de 15 a 25 processos para fazer em quatro horas Então
ele pega o processo A, ele não sabe o que aconteceu lá no processo B, porque está
com outro estagiário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, depois que a gente fez a indicação, o senhor
deu andamento e mandou intimar em outro lugar, não foi?

Luiz Gustavo Levate: tinha algumas coisas. Eu não sei como é que foi a questão que
a gente verificou o processo para não fazer as indicações sem a gente ler, que poderia
ter algum erro, alguma coisa assim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente mandou uma indicação e aí a gente


mencionou isso, que o AR tava sem retorno e o processo parado por três anos por não
estar encontrando o Kalil.

Luiz Gustavo Levate: mas ficou para três anos que era pandemia. O juiz não deu
intimação. Não nos intimou. Então não é o Kalil, não é o João, não é a Maria. Se o
processo está suspenso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, o processo não estava suspenso.

Luiz Gustavo Levate: tô dizendo o seguinte, esse dos três anos? Qual é o número do
processo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é esse de Salinas. Ele não ficou suspenso não.
Ele está aguardando o AR.

545
Luiz Gustavo Levate: bom, aí você está aguardando o AR chegar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: três anos, mas ok.

Luiz Gustavo Levate: que seja seis meses, que seja cinco, enquanto o AR não volta,
porque na verdade o seguinte você, o A.R. quem manda é o Judiciário, então tem que
voltar para o judiciário. Então o judiciário estava aguardando AR chegar para nos
intimar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e se ele nunca chegasse? Aí o processo ia ficar


parado ad eternum?

Luiz Gustavo Levate: e aí quando voltasse para a gente, algum momento ele teria que
voltar. Eu ia usar a Súmula 106 do STJ, dizer que se a demora é imputada ao Judiciário,
não corre prescrição, por exemplo, agora...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí o Judiciário mandou intimar no endereço


que o senhor forneceu.

Luiz Gustavo Levate: Claro, agora, se o que os Correios não devolve a cada de
citação pro Judiciário, o Judiciário não vai me intimar e eu não vou ficar lá pensando
“tem aquele processo que eu mandei a carta de A.R., que eu forneci esse endereço
para aí”. A gente não tem isso, não tem esse controle.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Procuradoria podia ficar atenta e botar, como
os escritórios de advocacia. Quando a gente tem muitos processos, a gente coloca um
sistema de alerta. No Ministério Público de São Paulo, a gente tinha. E devia ter mais
de 80.000 processos viu?

Hassam Magid de Castro Souki: só uma questão de fato. Tem que analisar também
qual é o número de promotores do Ministério Público de São Paulo. O número de
procuradores lá na Procuradoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente pode fazer... é uma tentativa de melhoria
que eu tô sugerindo aqui, já que o nosso objetivo é o interesse público.

546
Luiz Gustavo Levate: o que eu queria dizer é o seguinte, às vezes, quando a gente
não conhece a realidade, lá de onde a gente desenvolve a atividade, você pensa em
um mundo ideal, em que você tem muitos servidores, todos sistemas à disposição, tudo
funcionando muito bem. Esse é o mundo ideal que tudo funcionaria bem, você nunca
erraria. E você tem o mundo real. Você tem que tratar com sistemas defasados, poucos
estagiários, poucos procuradores, poucos servidores. A gente não tem um sistema que
faça esse alerta pra gente. Então, assim, seria ótimo se tivesse. Se a gente sair daqui
com emendas parlamentares pra gente poder melhorar a nossa arrecadação tributária.
Para mim vai ser uma vitória da CPI.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pera aí que estamos vendo um documento aqui
porque nesse da Salinas a intimação saiu no dia... Despacho para intimar de 28 de
agosto de 2019. Cadê a intimação, vamos ver. Intimação para a Procuradoria foi no
mesmo dia, mas não tinha intimação. Não tinha assim. A Procuradoria tomou ciência
da expedição da intimação do dia 28 de agosto de 2019, no dia 29 de agosto 2019.
Mas não teve mais nenhuma movimentação a respeito de não ter voltado o AR né?
Ficou parado. Aí a próxima petição foi a que o senhor fez em função da nossa indicação.

Vereador Wesley Moreira: vamos fazer o seguinte. Então, pessoal, vou suspender a
reunião por dez minutos, porque a gente tem que eliminar muitas, muitas perguntas
aqui. Quem quiser ir ao banheiro também, tomar um café, ficar tranquilo, tá bom? Então,
às 11h30, suspendemos por cinco minutos.

Vereador Wesley Moreira: às 11h35 retornamos aqui a nossa CPI. Agora foram
eliminadas aqui bastante perguntas. Fernanda acelerou o negócio. Então vamos lá.
Temos a questão também do imóvel na Avenida Bernardo Monteiro. Em 2020, no
processo número 5099886-11.2019.8.13.0024, após não encontrar a Erkal no endereço
da Avenida Bernardo Monteiro, o senhor pediu a citação no endereço da Martinho de
Carvalho, o que fundamentou a indicação desse endereço?

Na tela da SIATU constava como endereço de correspondência desse imóvel o


endereço do bairro Braúnas. Assim como na execução dos imóveis da Salinas. Mas
neste caso, o senhor mandou intimar no endereço da Rua Martinho de Carvalho. Por
qual razão?

547
Luiz Gustavo Levate: como eu disse, não sou eu que faço os processos, né? Então
assim, quem foi o estagiário que consultou? Qual o sistema que consultou? O outro
procurador que vai poder informar. Eu não recebo essa distribuição ordinária de
processo, não conheço os processos em cada detalhe. Eu conheço, claro. Depois da
instauração da CPI, que eu tomei conhecimento do processo, esse da extinção, esse
que estava 440 e o outro 443, que é sobre o mesmo imóvel e outros lançamentos.
Agora, conhecer especificamente cada processo.

Vereador Wesley Moreira: a partir de 2016. Eu acho que esse processo aí com relação
aos IPTUs do ex-prefeito Alexandre Kalil, acho que tornou-se talvez o mais famoso aí
no Brasil inteiro, porque foi muito explorado isso na campanha de 2016. Os então
concorrentes do ex-prefeito Alexandre Kalil batiam bastante nessa tecla, né? Tanta
questão, tanta questão dessa dívida dele do IPTU. Eu Acho que a maioria dos belo-
horizontinos talvez nem sabiam, mas depois da campanha de 2016 não teve como
ninguém ficar assim ciente. Que tornou-se público demais em função da figura pública
que o que o ex-prefeito se tornou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e é exatamente esse o ponto. Para uma que não
sei se deve ainda. Devia mais de 300.000 reais de IPTU próprio. Renata me confirma
aí os valores. Mais de mais de 3 milhões de reais de IPTU das empresas dele, com a
promessa de quitar todas as dívidas do IPTU e de forma muito coincidente, todos os
processos caminham para o cumprimento dessa promessa.

É o que chamou a nossa atenção, e neste caso aqui, é o que o Wesley falou. Enquanto
o senhor atuou na rua Salinas, o senhor indicou o Braúna como endereço de intimação,
que é o que estava no SIATU. O estagiário, a PGM. Nesse daqui, que é um outro
imóvel, também constava o Braúna, o endereço do Braúnas, mas mandou para Martim
de Carvalho. Não entendo de onde que surge isso. De um documento que o senhor
assina. Que esse aqui é assinado, inclusive ele é protocolado eletronicamente pelo
doutor Levate.

Luiz Gustavo Levate: aí já foi quando eu virei Subprocurador Fiscal, aí todos os


protocolos no PJe saem no meu nome. Todos. Se tiver 10.000 processos no mês, dez
mil processos vão sair com o meu protocolo eletrônico.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tô falando que o Sr. Assinou e a assinatura
eletrônica é do Sr. também.

Luiz Gustavo Levate: a questão dos endereços, não sei se está falando da empresa
ou da pessoa física, então assim teria que consultar, ver qual foi a base de dados que
a gente utilizou para saber se tem esse endereço lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, vira tudo um só. O que a gente vê é isso. A
empresa é pessoa física...

Luiz Gustavo Levate: imagina assim, a gente que cuida de 40.000 processos. Imagina
a confusão colocando todos contribuintes. E aqui a gente tá falando de 10, 15
processos e gera confusão.

Vereador Wesley Moreira: nesse mesmo processo, existe uma certidão de penhora
de imóvel no dia 21/06/2018 que não foi avaliada porque estava fechado. A oficial de
justiça voltou ao local em 29/01/2019 e mais uma vez deixou de avaliar porque estava
fechado. Em 25/04/2019, quando voltou pela terceira vez, encontrou o imóvel demolido.
Em 04/05/2022 a Procuradora Deise dos Santos juntou a certidão de demolição do
imóvel objeto de Cobrança e pediu a penhora do imóvel localizado na Rua Tito Simões.
Em 02/02/2023 o senhor peticionou pedindo que fosse desconsiderada a manifestação
dela e reiterando um pedido de bloqueio de conta feito em 2021. Aí eu gostaria que o
senhor explicasse por que o senhor fez essa essa petição.

Luiz Gustavo Levate: como eu disse, tem a minha assinatura, mas eu não consigo
explicar por que nesse determinado processo, quem fez essa petição tomou essa
conduta dentro do processo. De repente pode ter avaliado que era a melhor estratégia
dentro deste processo naquele momento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, mas é o seguinte, um imóvel que foi dado
em garantia, ia ser penhorado, demoliu, Nem sei se isso gera alguma consequência
pro contribuinte. Ele demoliu o imóvel, que era a garantia da dívida.

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Luiz Gustavo Levate: você tem o próprio imóvel, o próprio terreno, não? Bom ali tem
que ver se tinha depósito, se ele era depositário daquele bem, não ia poder ter
derrubado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, o depositário era um funcionário, inclusive,


que deu o endereço da prefeitura, 1212, Afonso Pena, o depositário eu tô até com o
nome dele aqui, que eu tô querendo descobrir quem é. Não o depositário não foi o Joel,
não. O Joel foi intimado. O depositário depois eu tenho que achar aqui, gente. O
depositário é uma pessoa que deu o endereço, inclusive da prefeitura, como endereço
dele.

Luiz Gustavo Levate: essa questão aí, falando de uma forma genérica, nos processos
que a gente cobra IPTU. A gente sabe que a condução de uma execução fiscal de IPTU
ela é muito complexa, como a gente já viu aqui, por exemplo, uma determinação judicial
para a gente apresentar a matrícula do imóvel. A Procuradoria faz uma petição dizendo
que isso não era obrigação do município, né?

Você tem esses problemas de índice cadastral e todo tipo de problema você pode ter
na execução fiscal. Então, hoje, com as consultas pelos sistemas eletrônicos, a gente
sempre prefere a primeira execução no valor do dinheiro. Porque o dinheiro, por ser um
bem fungível, quando você bloqueia o dinheiro, você converte para conta do município.
Você penhorar um imóvel, aí em qualquer execução fiscal, você está sujeito a
embargos do devedor, desculpa, embargos de terceiro, porque aquele imóvel já pode
ter sido transferido. Você não tem, como acontece em várias execuções fiscais, você
não tem o imóvel registrado, então várias vezes o juiz pede porque a gente registra
penhora no imóvel que não tem o próprio registro e às vezes o documento que o
contribuinte tem são promessas de cumprimento que vão passando do avô pro pai, pro
filho que vendeu e você não tem como registrar a penhora.

Aí chega no meio do processo a informação para a gente que a pessoa vendeu aquele
processo, Então, a cobrança do IPTU ela é tão complexa que a gente pode ter o
seguinte caso: eu estou executando uma pessoa cujo processo está no nome dela, ou
cujo imóvel está no nome dela lá no cartório registrado. E essa pessoa pode ter vendido
esse imóvel por uma promessa de compra e venda sem ter tido registro.

550
Quando eu penhoro o imóvel e quero levar esse imóvel para arrematação, esse
comprador, mesmo não tendo registro, a Súmula 84, do STJ dá direito a ele a opor
embargos de terceiro. Bom, então eu tenho esse problema de um possuidor que não
pode ter o bem levado a leilão por conta da Súmula 84, do STJ. Bom, agora eu tenho
informação de que o imóvel, apesar de estar registrado no nome do José, foi comprado
pelo João por uma promessa de compra e venda. Então agora eu tenho notícia que eu
vou cobrar do João, que é o atual possuidor, o proprietário só não está registrado.
Quando eu vou contra o João, o Juiz vai virar e falar assim: registre a penhora. Eu vou
chegar lá no processo de execução. O cartório vai dizer o seguinte: eu não posso
registrar essa penhora porque o processo está contra o João e o imóvel está registrado
contra José.

Então você tem uma série de problemas na execução fiscal de IPTU, o que a gente
sempre prefere hoje, hoje que eu digo assim desde 2006/7, quando começa o
BACENJUD, hoje vira SISBAJUD, o bloqueio de valor. Então se deu esse problema
que chegou, não estava conseguindo avaliar o imóvel, não consegue avaliar o imóvel.
Chega lá, o imóvel está demolido. Quando eu chego, para aí, deixa eu tentar aqui o
bloqueio de dinheiro, porque eu não estava nem conseguindo avaliar o imóvel para
levar a hasta publica, que é uma condição para levar à hasta pública. Então vou tentar
agora uma penhora online. O sistema “Ah deu zero, não deu certo”. Agora eu vou voltar
pro imóvel que eu vou esgotar todas as outras formas que podem me dar menos
problema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu entendi. A gente sabe que a questão da


execução funciona assim, mas olha só a incoerência: o senhor é quem estava atuando
na execução do imóvel da Pedro Primeiro, dívida de 2003. O senho, certo?

Luiz Gustavo Levate: em qual?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o que teve desistência.

Luiz Gustavo Levate: atuou como...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Sr. estava atuando em 2015, 2015, 2016...

551
Luiz Gustavo Levate: eu? Não, o que a gente viu ali foram vários Procuradores

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não, mas de 2015 até 2016, foi só o senhor.

Luiz Gustavo Levate: ah, 15 e 16 tá. Claro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor pedindo BACENJUD, constrição,


fazendo e acontecendo. 2017, Dr. Hércules Guerra “Não. Nesse imóvel tem chance
desse desapropriado Não, senhor.” Ok, ok, ok, ok. Aqui quem estava atuando era a
doutora Deuse.

Luiz Gustavo Levate: Deuse.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era doutora Deuse.

Luiz Gustavo Levate: sim, claro, porque é um outro processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: outro processo, Av. Bernardo Monteiro. Doutora
Deuse era a Procuradora. Ela fez o pedido de penhora do imóvel. Aí o senhor entrou e
falou “não, não quero mais não. Que dinheiro. Tira a penhora”?

Luiz Gustavo Levate: a gente faz isso em vários processos de execução. Como eu
disse, o processo dele não é vinculado a um procurador específico. A gente viu no
processo que foi passado aqui a enormidade de Procuradores que foram atuando no
processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok, aí o senhor juntou então algum documento
comprovando que ele tem dinheiro em conta, que o senhor tem que mostrar pro
Ministério do Trabalho, porque no Ministério Público Trabalho estão tentando
BACENJUD Dinheiro desde mais ou menos 2016, tanto que o município pagou a conta
de Alexandre Kalil de dívida trabalhista aqui. E graças a uma indicação nossa... Ele
pagou viu gente? Ele pagou. Porque o município nem fazer direito de regresso fez.
Então eu estou querendo entender aqui se foi juntado alguma documentação de que
todas aquelas contas judiciais de Alexandre Kalil, que em todos os processos constam
zero e ninguém consegue fazer penhora de dinheiro, se o senhor fez a análise para
poder desautorizar sua colega.

552
Luiz Gustavo Levate: não, a gente não tem como fazer essa análise porque a gente
não tem acesso, né? O contribuinte tem lá o sigilo fiscal dele. Eu não tenho acesso a
declaração de imposto de renda dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tem que pedir o BACENJUD para o juiz?

Luiz Gustavo Levate: tem que pedir o BACENJUD. Então eu, quando eu peço, em
qualquer processo, a gente pede BACENJUD, a gente não sabe se contribuinte tem
dinheiro na conta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso foi a estagiária ou foi o senhor?

Luiz Gustavo Levate: estagiário.

Vereador Wesley Moreira: Fernanda, às 11h48 prorrogo essa reunião por mais 01h00.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso que incomoda a gente. Num processo onde
o senhor está sendo diligente antes de Alexandre Kalil, e não estou alegando nada, só
estou confirmando datas. Alexandre Kalil tomou posse como prefeito dia 1 de janeiro
de 2017. O processo estava caminhando de forma diligente. Em 2017, o doutor
Hércules Guerra pede a suspensão do processo porque o imóvel tem possibilidade de
ele estar num processo de desapropriação. O senhor “Ok, ok, ok.” Ninguém avalia,
ninguém quer analisar. A Procuradoria.

Aqui em um processo que começa em 2015 com a doutora Deuse. Um processo onde
um imóvel tinha sido dado em garantia de penhora é demolido. Primeiro não deixam o
oficial entrar para avaliar para fazer penhora.

Luiz Gustavo Levate: que não é culpa da Procuradoria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. Só fazer um raciocínio aqui. Primeiro o oficial
vai e não pode entrar, depois o oficial não encontra ninguém, depois a oficiala constata
que foi demolido. Aí a Procuradora do município, antes disso tem BACEN, consta
BACEN no processo lá falando que não tem dinheiro nenhum e provavelmente até em
função desse BACEN ela fala “vão trocar o imóvel para penhorar.” Aí entra uma petição
do senhor e olha aqui...

553
Luiz Gustavo Levate: isso ocorre assim em dezenas, centenas de processos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: teve impulso oficial pedindo para intimar a
Procuradoria? Então isso aqui a gente fica querendo entender, né?

Luiz Gustavo Levate: e é como eu disse, é uma...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em função da fala inicial do Wesley né.

Luiz Gustavo Levate: é uma atuação....

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pedindo para falar a respeito, mas...

Luiz Gustavo Levate: basicamente… assim como a gente vê aqui de novo. A gente
tem essa atuação em vários processos. Você tem orientações gerais, a gente… Eu não
ligo para o Procurador e falo para ele: olha, nesse processo você vai atuar sim, porque
ele tem autonomia para atuar. São processos que são pulverizados. Digo assim, tanto
em relação ao contribuinte, como dentro de um mesmo processo.

Luiz Gustavo Levate: como a gente pode ver, vários Procuradores atuam. É diferente.
Por exemplo, de uma ação ordinária que a gente tem lá no meu departamento tributário,
que um Procurador vai conduzir aquela, aquele processo, aquele processo é vinculado
a ele um Mandado de Segurança, um Embargo do Devedor, a não quando ele sai de
férias, quando ele sai de férias, vai para o Procurador para substituí-lo, agora na
Execução Fiscal.

Luiz Gustavo Levate: com esse volume de processos, primeiro, todas intimações
saem no meu nome. Então, hoje eu vou mandar a servidora da equipe de distribuição,
vou mandar ela lá na planilha dela. Hoje é o Procurador tal. Agora, ele não olha quem
que é o contribuinte, o processo para Procurador. Há 30 processos pro apoio, 20
processos lá para aquela equipe. Então é uma atuação, porque é difícil falar assim, Por
que nesse processo atua dessa forma?

Luiz Gustavo Levate: porque naquele processo atuou de outro modo. Não é a mesma
pessoa atuando.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Procuradoria, a Procuradoria poderia repensar
a forma de atuar dela, que está me parecendo pouco eficiente.

Luiz Gustavo Levate: não é pouco eficiente. É o que eu disse aqui antes. A gente tem
um mundo ideal, que a gente tem assim, orçamento grande, vários Procuradores, vários
estagiários e estagiários de pós-graduação, todos os sistemas para consultar, o
cadastro imobiliário perfeito. Mas a vida real não é essa. A gente trabalha lá com volume
muito grande de processos, com estagiários pedindo rescisão a todo momento.

Luiz Gustavo Levate: você demora um mês para treinar um estagiário. Quando ele
está lá, três meses aprendendo, ele sai. Aí você tem que ficar lá, com quadro de
estagiários defasado. Aí você tem que fazer nova seleção pública para colocar mais
estagiários, para ele aprender, estagiar de terceiro e quarto período, porque a nossa
bolsa é baixa. Então, você tem sistemas defasados, sistemas que são alimentados pelo
contribuinte, como a gente está vendo que estão, principalmente a questão do
endereço.

Luiz Gustavo Levate: então, assim, a gente tem um mundo que seria ideal, que seria
muito bom que a gente trabalhasse nele. E o mundo real, que falta servidor, falta
sistema de controle. O que eu mais queria ter lá, era um sistema de controle. Para que
piscasse lá para mim, olha, está aqui a prescrição intercorrente tá aqui esse caso, ou
esse caso que vocês pediram suspensão por causa de outro processo.

Luiz Gustavo Levate: a gente não tem sistemas disponíveis para a gente. Eu queria
muito fazer, eu queria muito que fosse direcionado uma emenda parlamentar para a
gente melhorar.

Vereador Wesley Moreira: já é a terceira vez que ele pede emenda parlamentar,
Loíde. Ainda bem que você chegou aí. Já viu, né? Quero também falar aqui e agradecer
também a presença da vereadora Loíde Gonçalves, ela também, ela é membro dessa
comissão. Bem-vindo aí. Tá bom? Estava remoto. Agora está aqui, presencialmente.
Nos documentos juntados a essa petição apresentada pelo senhor, há a seguinte
manifestação: são cinco processos.

Luiz Gustavo Levate: em qual processo, Vereador... mesmo?

555
Vereador Wesley Moreira: esse mesmo.

Luiz Gustavo Levate: esse aqui do imóvel que foi demolido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente mudou a ordem, Wesley. Esse agora é
da 443850153 da Pedro I. Onde pede a extinção em razão do PTA.

Luiz Gustavo Levate: tá, esse é 440 que teve a extinção. Isso que a senhora está
falando é o 443, que é o mesmo imóvel e a execução prossegue.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é… os lançamentos de 2004 a 2006.

Luiz Gustavo Levate: quatro, cinco, seis.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é que o senhor deu o documento para o


Alexandre Kalil, pediu a extinção em função do PTA.

Luiz Gustavo Levate: sim, que ele pede o documento, é isso.

Vereador Wesley Moreira: vamos lá, então. A seguinte declaração do senhor Luiz, do
Sr. Flávio Luiz Andrade. Vale esclarecer que a Gerência de Cadastro Tributário em
momento algum cancelou qualquer lançamento de IPTU desse móvel, por não ter
competência para tal. O que a Gerência fez foi desativar o índice cadastral número
888024W325 0016 em outubro de 2021, com base no inciso IX do artigo 16 do Decreto
17.115/2019, por não conseguir geolocalizar o referido imóvel.

Vereador Wesley Moreira: vale lembrar que a desativação do índice, o mesmo citado
acima, passou a valer a partir de 2022. Portanto, a decisão de cancelar a Execução
Fiscal e o lançamento do IPTU, de 2003, do índice 900 000 000 x 8668, não partiu
dessa Gerência, mas, sim da sigla aí, DLDT.

Luiz Gustavo Levate: G3.

Vereador Wesley Moreira: DL e DL.

Luiz Gustavo Levate: DPT.

Vereador Wesley Moreira: DLDT.

556
Luiz Gustavo Levate: isso é departamento, porque o Flávio, ele é o gerente do
cadastro, e você tem a Gerência da Fazenda, que gere o crédito, que tá citado. E o que
o Flávio quer dizer? Assim, eu não cancelo o IPTU, eu cancelo o índice porque minha
competência é de cadastro. Quem cancelou o lançamento foi a outra Gerência da
Fazenda, é o que ele está dizendo aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí cancelou com base no quê?

Luiz Gustavo Levate: é, bom. Aí eles, eles que cancelam, né. Não sei. Aí, uma vez
cancelado, o índice desativado, o lançamento cancelado, a gente desiste da Execução
Fiscal, porque eu não vou cobrar zero.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí tem uma frase do senhor no Conselho de
Ética que fala que constava no sistema zero, né?

Luiz Gustavo Levate: é porque na verdade, é o seguinte, que tinha que ver. Como eu
disse, como eu não atuei diretamente no processo, a partir do pedido da suspensão é
a Dr. Dione. Então a gente tem que ver assim. Às vezes, quando você tem lá, índice
desativado, ela abre o PTA para verificar o porquê da situação. O lançamento está em
valor. Quando abre o PTA e depois retorna, que para o segundo momento ela pede a
extinção, acredito que ela pediu extinção porque o valor estava zerado, é isso.

Vereador Wesley Moreira: está certo. Só para a gente concluir aqui, para deixar
registrado. Então, a explicação está tranquila, é essa mesmo. Então, o que significa
que a desativação do índice só valha a partir de 2022? Só as cobranças posteriores a
2022 é que poderiam ser canceladas?

Luiz Gustavo Levate: aí o procedimento é lá da Fazenda, né, eu não sei falar.

Vereador Wesley Moreira: ó o Eugênio aí de novo.

Luiz Gustavo Levate: mas, a princípio, o índice é desativado em 2022, mas é porque
já não tinha conhecimento do imóvel. Acredito que seja isso. Uma coisa é ele nunca
estar georreferenciado, e outra coisa é a decisão de cancelar naquele momento. Mas
ele, acredito que até então, ele não estava localizado. Então o cancelamento é a partir

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de 2022, o cancelamento, mas significa, o imóvel não existia, ele deixou de existir, digo
juridicamente, juridicamente falando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas foi. O pior é que foi.

Luiz Gustavo Levate: com as informações que se tinha no momento. To querendo


dizer o seguinte: você não tinha antes a localização do imóvel, não se tinha antes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tinha.

Luiz Gustavo Levate: não, não, não, não se tinha. Juridicamente não. Você pode ir lá
no imóvel e ver uma massa de terra lá. Tudo bem, o que eu estou querendo é assim,
juridicamente, tanto que a informação nos PTAs é que o imóvel não tinha sido
localizado por georreferenciamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e acabou até sendo, mas juridicamente existia,
tanto que ele foi objeto de partilha e inventário mais de uma vez, né.

Vereador Wesley Moreira: o rapaz da Prodabel localizou, mostrou, falou.

Luiz Gustavo Levate: mas depois, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, depois da CPI.

Luiz Gustavo Levate: depois da CPI. To falando que naquele momento ele não estava
georreferenciado. Tanto que a informação que consta do PTA. Ele é georreferenciado
por conta da CPI.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso que nós estamos tentando entender.

Luiz Gustavo Levate: Então a gente trabalha com a informação que a gente tinha na
época. Eu estou tentando responder para o Vereador o seguinte. Ele perguntou: mas o
índice está desativado a partir de 2022? Então, em tese, ou seja, os lançamentos pra
trás são válidos e os lançamentos para frente é que deveriam ser cancelados, não. Eu
estou querendo dizer o seguinte, o índice ele é desativado em 2022 por uma situação
anterior, que não tinha sido antes de 2022 localizado. Mas aí a gente tem que perguntar
na Fazenda.

558
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, qual foi o documento que anulou as
cobranças anteriores, né?

Vereador Wesley Moreira: e aí que vem a promessa.

Luiz Gustavo Levate: porque, e de novo, eu não sou a Fazenda Pública, nós somos
procuradores da Fazenda Pública, então a nossa atuação se dá, por exemplo, eu vou
olhar no sistema. Se no sistema consta, por exemplo, quitado por pagamento, eu não
faço nenhum tipo de outra pesquisa, eu tenho que confiar no sistema que ele diz pago,
suspenso, prescrito, índice desativado. É o meu cliente fazenda pública me dando uma
informação de como eu devo atuar no processo. Então, naquele momento, 2002, início
de 2002, a informação que se tinha naquele momento era: imóvel, desativado, índice
desativado. Abre-se o PTA com aquela informação, a gente consulta no sistema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele constava como ativado. A partir de um pedido,
que tem o seu nome com a Dra. Dione, é que começou o PTA para falar que esse
imóvel foi desativado. Ele constava como ativado em todos os SIATUs.

Luiz Gustavo Levate: não, não, na planta básica pra Dra. Dione, ta aí no pedido de
abertura de PTA dela. Ela vira e fala assim ó: conforme a planta básica o índice está
desativado, ele já estava desativado quando chega para ela, porque ele é desativado
no ano anterior, no semestre do ano anterior, no segundo semestre do ano anterior.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a ta, então os documentos do SIATU que constam
no processo é porque são anteriores a isso?

Luiz Gustavo Levate: aí tem que ver o processo, como eu disse, teve um PTA que é
aberto, que vai levar ao cancelamento de duzentos e pouco.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que é o de 2021?

Luiz Gustavo Levate: é. Aí esse PTA gera no SIATU a informação que o imóvel está
desativado. Quando chega para ela, ela vê: desativado. Se ele está desativado, por
que eu vou prosseguir com a cobrança? Volta para a Fazenda. Fazenda, está
desativado, continua a cobrança? Aí o Flávio fala: olha, desativou a partir de tanto, foi
para a DLDT, que aí cancelou o lançamento. Volta pra Dione, volta para a procuradoria,

559
ela vê: cancelado mesmo, a informação que ela tinha, e ela pede a extinção do
processo.

Vereador Wesley Moreira: vamos para alguns detalhes, assim, mais próximos, com
relação a esses sistemas. O Sr. poderia agora nos contar, detalhadamente, como foi o
momento em que o senhor recebeu, em seu gabinete, a petição de Alexandre Kalil
pedindo informações sobre a extinção do processo? Poderia contar, detalhadamente,
o processo é o 4408, tal.

Luiz Gustavo Levate: o Dr. Tarcísio comparece à Procuradoria do Município e me


pede o PTA. O PTA já estava com a gente, porque eu tinha prestado a informação para
a imprensa. Então já tinha o PTA em mãos. Ele queria entender o que gerou a extinção
do processo. Eu tinha o arquivo em PDF. Olha, está aqui. Eu transcrevo na resposta à
imprensa, na resposta para ele, o motivo da extinção. E aí, no exercício do direito de
petição, ele pede essa informação, fala: olha, eu já tenho a resposta pronta. Eu não
vou digitar tudo de novo, só que aqui está em PDF, eu não consigo editar. Vou chegar
em casa e vou editar, que estava em word no meu computador pessoal. Chego lá,
mudo o endereçamento, acho que o primeiro parágrafo, e encaminho pelo meu e-mail
a resposta do pedido.

Vereador Wesley Moreira: ele já tinha um horário agendado com o senhor para poder
fazer isso tudo, esse pedido?

Luiz Gustavo Levate: não, não. Ele me ligou pedindo se ele poderia comparecer na
Procuradoria, que ele queria saber informações de um processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Sr. Atuava nesse processo também? Quem
atuava era o Dr. Gropen, não era, não?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então, eu atuo só na área criminal. Mas


quando saiu a informação na imprensa, eu fui procurar saber o porquê da extinção
daquele processo, porque a atuação e a extinção estava sendo vinculada na imprensa
de uma forma a denegrir a imagem de Alexandre Kalil. E ele me perguntou: eu quero
entender porque que desistiram desse processo. Foi nesse sentido que, usando o
direito de petição, eu fiz o requerimento.

560
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí Dr. Levate, aí o senhor entregou pra
imprensa?

Luiz Gustavo Levate: não. Como está lá na minha defesa do Conselho de Ética, julho,
alguma coisa assim. Eu não me lembro a data. Lá no nosso grupo de WhatsApp dos
procurados do gabinete, chega o o outro subprocurador e pede: olha esse caso aqui
tem que preparar uma resposta para imprensa. Ele me pede isso por volta de 10h00
da manhã. Aí eu vou me inteirar do que se trata. Providencio, faço a minha
manifestação. E no próprio grupo de WhatsApp eu mando: tá aqui a resposta para ser
dada para a imprensa. Com duas horas de pedido, eu prontamente manifestei o que
eles me pediram. O que aconteceu nesse processo.

Vereador Wesley Moreira: grupo de WhatsApp de procuradores, no caso?

Luiz Gustavo Levate: do gabinete.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí o Sr. Mandou a resposta, então, pelo grupo de
WhatsApp?

Luiz Gustavo Levate: foi o mesmo lugar que me pediram.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e tem alguma menção ao ofício, ao que se trata
ou não?

Luiz Gustavo Levate: na minha defesa do Conselho de Ética...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, a gente viu, porque na do o senhor foi assim:
ASCOM.

Luiz Gustavo Levate: ASCOM.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ASCOM. E aí a do Dr. Tarcísio tem o número do


ofício, o pedido do Alexandre Kalil.

Luiz Gustavo Levate: porque quem me pediu, primeiro, seguinte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque o Lucas Ragazzi afirma que até hoje ele
não recebeu essa resposta.

561
Luiz Gustavo Levate: a minha resposta não era para ele, era para a ASCOM que a
ASCOM ia dar o devido tratamento...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que que é ASCOM?

Luiz Gustavo Levate: Assessoria de comunicação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Assessoria de comunicação. Então eu tenho que


ter um protocolo lá de envio de resposta para imprensa através da ASCOM. Vamos
pedir.

Luiz Gustavo Levate: porque o que chega para mim é o pedido no WhatsApp, eu não,
então assim, a minha manifestação não vai para, eu não sabia no momento quem
estava pedindo, eu sabia que era a imprensa, não sabia que era o jornalista X.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque o jornalista, para ele colocar na matéria,
ele não teve acesso à resposta da Procuradoria.

Luiz Gustavo Levate: aí, como eu coloco na minha defesa do Conselho de Ética, eu
passei a minha manifestação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí eu vi isso, o senhor falando que encaminhou


no mesmo dia, o Senhor põe mensagem de grupo de WhatsApp mostrando e eu quero
saber quem na procuradoria não passou para a imprensa, porque aí, se sentiu atingido,
mas uma imprensa que não teve direito e não teve a oportunidade de publicar a
resposta da Procuradoria, porque não foi entregue a ele, e o jornalista Lucas Ragazzi
afirma que até hoje nunca entregaram para ele, mas que o senhor teve acesso não só
para processar o Lucas Ragazzi, como também para pedir no dia seguinte a extinção
do processo em função do PTA.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: inaudível.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Gropen. Entendeu? Então, assim, é uma
situação, e eu estive na Procuradoria, inclusive pessoalmente. E a secretária falou que
o senhor estava lá e que era para eu aguardar a resposta oficial, que seria encaminhada
para mim por e-mail. Resposta oficial aqui na Câmara são 30 dias, demorou quatro
meses. Isso gera crime até de improbidade. Então, eu, Vereadora, não é porque eu sou

562
vereadora, não, é porque a minha função é de fiscalizar. Eu demorei quatro meses
pedindo todos os dias em plenário, eu tenho mais ou menos quantos pedidos de
informação passados por comissão? Dois? E quantos emails? Dois ofícios, duas
indicações, dois pedidos por comissão, quatro meses falando em plenário, quatro
meses.

O jornalista está até hoje sem resposta. Mas o doutor Tarcísio, com todo carinho e
respeito, obteve no mesmo dia. Para quê? Para processar Lucas Ragazzi e para pedir
a extinção do processo da cobrança de IPTU nos anos seguintes do mesmo imóvel.
Muitas coincidências. Não é, Wesley?

Vereador Wesley Moreira: muita coincidência.

Luiz Gustavo Levate: ao definir aqui, no meu caso, a minha responsabilidade. A


pergunta foi feita. Porque você, até lá no Conselho de Ética, porque que não...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a parte do senhor está bem tranquila. O senhor
fez prova no Conselho de Ética de que tem um zap para o Procurador, Caio Perona,
onde o senhor entregou a resposta para ASCOM. Então nós temos que ver na
Procuradoria isso aí, de fato, não é uma relação com o senhor, mas é uma relação com
a Procuradoria, porque eu inclusive não fiz pedido, eu fui lá pessoalmente, né? Eu não
quero ter que repetir tudo de novo. Qual a razão da Procuradoria ter demorado tanto
nesse ponto? Desculpa, Wesley.

Luiz Gustavo Levate: a senhora se referiu à questão da demora da resposta, dos


quatro meses. Eu não sei se foi se referindo a mim, que foi feito o pedido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não. Eu fazia sempre para o Procurador-
Geral, fazendo o pedido sempre pro Prefeito e pro Procurador-Geral do Município. Eu
nunca direcionei especificamente. Nós mandamos um pro senhor só, um ofício através
de e-mail.

Luiz Gustavo Levate: que foi aquele de como manifestar em nove execuções fiscais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, essa o senhor...

Parte inaudível, diálogo com assessores...

563
Luiz Gustavo Levate: isso. Foi feito o pedido e eu respondi. Todas as respostas estão
aqui, foram encaminhadas lá para o chefe de gabinete. Porque, primeiro, não sei o
nome do instrumento. Se foi uma indicação...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu fiz um ofício pedindo a resposta, o PTA...

Luiz Gustavo Levate: aí logo em seguida. Eu acho que isso foi feito numa sexta-feira.
Na semana seguinte vem o requerimento e tinha coisas ali na...

Parte inaudível, diálogo com assessores...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu falar aqui no microfone, ô Renata. O


requerimento foi feito através de comissão para o Procurador-Geral. A é, ta tudo aqui.

Luiz Gustavo Levate: e, bom, não foi feito para mim, o que foi feito para mim, eu
respondi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi feito uma solicitação. Solicitação da imprensa,
do dia 18/072022. A solicitação da defesa do Kalil com o Dr. Tarcísio, do dia 20 de julho
de 2022. Sua resposta para o Dr. Tarcísio foi no mesmo dia. Segundo Lucas Ragazzi,
ele nunca recebeu da Procuradoria. Nosso requerimento é o 1455, de primeiro de
agosto de 2022. A gente teve uma resposta em 10/10/2022, que não veio o PTA.
Falaram que responderam, mas não vem. Está até sendo bem comum isso, a gente
tem que ficar reiterando documento que não vem.

Luiz Gustavo Levate: eu lembro que num dos requerimentos, quando chegou para
mim assim, tem alguns PTAs que não ficam na posse da procuradoria. O PTA que
gerou o cancelamento. O PTA que... Tem acho que num requerimento que fala assim:
favor fornecer o PTA que gerou o lançamento do crédito. Isso fica na Fazenda. Não é,
a Procuradoria não é o órgão lançador, né? Então não tem como a Procuradoria
fornecer esses documentos, ainda mais de um lançamento de 20 anos atrás, 30 anos
atrás.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí eu fiz um ofício pro senhor no dia 5 de agosto
de 2022. Aí o senhor falou que não, que iria responder dentro do prazo regimental do

564
requerimento. Como eu não respondi, eu fiz outro requerimento de novo em 29 de
novembro de 2022.

Luiz Gustavo Levate: mas aí não direcionado para mim, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Procuradoria-Geral. E eu só tive resposta em


dezembro de 2022.

Vereador Wesley Moreira: eu acho que já foi, já foi pro jornalista, já está tudo, já foi
colocando quase tudo aí já, já foi. Extrapolou bastante aí já.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esses documentos, no caso do doutor Tarcísio,


todos tem protocolo, tem. A gente tem comprovação documental dos pedidos? Por
exemplo, o Dr. Caio fez por WhatsApp, a gente está no órgão público, a gente não fica
respondendo a coisa por WhatsApp. Existem protocolos dos pedidos, protocolo das
respostas, protocolo lá na Procuradoria?

Luiz Gustavo Levate: olha, hoje, ainda mais com o home office e tudo mais, eu acho
que a imensa maioria das pessoas trabalha pelo WhatsApp. Eu forneci hoje os
documentos, hoje, na sua grande maioria, chegam por meio eletrônico. Então, por
exemplo, nesse caso, foi me demandado pelo WhatsApp. Eu respondi pelo WhatsApp,
um pedido que, o que chega para mim é um pedido interno da Procuradoria.

Vereador Wesley Moreira: isso ficou registrado, esse documento que a ASCOM
recebeu? Tem algum registro?

Luiz Gustavo Levate: não. Eu devolvi no grupo WhatsApp.

Vereador Wesley Moreira: tem algum número ou alguma coisa assim?

Luiz Gustavo Levate: não, eu devolvi no grupo de WhatsApp. Pra quem me pediu, eu
devolvi. Aí eu não sei como é que foi o encaminhamento pra ASCOM.

Vereador Wesley Moreira: a CPI é Abuso de poder. Ele falou em cento e cinquenta
mil processos de execução fiscal e tal, muita coisa, né. E de repente tem um que o
advogado vai direto na procuradoria e tal, isso que tá sendo complicado.

565
Luiz Gustavo Levate: mas assim, eu faço reuniões direto com advogados, a gente
recebe o que dá para resolver por e-mail, a gente resolve por e-mail.

Vereador Wesley Moreira: mas sem agenda, chega lá e bate e vai.

Luiz Gustavo Levate: a agenda pública foi instituída agora. Não, não. Depende. De
vez em quando chega gente lá com dinheiro bloqueado, se der a gente atende na hora.
Ele me ligou e marcou comigo, né? O que dá para resolver por e-mail, você resolve por
e-mail, o que dá para você resolver...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas ligou no celular ou na procuradoria?

Luiz Gustavo Levate: ligou meu celular.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok.

Vereador Wesley Moreira: bom, eu também, aqui acho que agora encerrou né. Dar o
tempo pro Dr. Tarcísio.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: bom dia Srs. Vereadores, Sra. Vereadora.
Senhor Luiz Gustavo Levate, seu advogado, demais presentes. Vamos às perguntas.
O senhor foi denunciado no Conselho de Ética do Município de Belo Horizonte,
acusando-o de favorecer o ex-prefeito, Alexandre Kalil. Suspeitando, o ex-prefeito
Alexandre Kalil, de favorecer o ex-prefeito Alexandre Kalil, notadamente pela entrega
da resposta ao direito de petição.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o senhor sabe, eu acredito que já foi divulgado
isso no Diário Oficial. Então, no processo tornou-se público.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: qual foi o resultado do Conselho de Ética?

Luiz Gustavo Levate: foi arquivado.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: arquivado? Sob qual fundamento?

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Luiz Gustavo Levate: eu não lembro a questão do fundamento, a gente tem que ver a
decisão, porque pelo que eu me lembro no extrato da ata, tinha sido arquivado.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o Presidente da Câmara Municipal de Belo


Horizonte, à época não era presidente, disse em artigo de jornal, se não me falha a
memória, no jornal O Tempo, que iria pedir ao Ministério Público que o investigasse
exatamente sobre esses mesmos fatos, suposto favorecimento do ex-prefeito,
Alexandre Kalil. O senhor tomou ciência desse artigo de jornal?

Luiz Gustavo Levate: do artigo, sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o senhor tomou ciência de investigação aberta


a pedido dele?

Luiz Gustavo Levate: a pedido dele não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: existe alguma investigação que foi requerida
ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais para investigar o senhor em razão da
entrega desses documentos de supostos favorecimentos de Alexandre Kalil?

Luiz Gustavo Levate: Houve uma denúncia no Ministério Público sobre a atuação da
Procuradoria de ter perdoado débitos do Alexandre Kalil.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: e o senhor pode nos dizer a conclusão do


Ministério Público?

Luiz Gustavo Levate: foi arquivado.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: arquivado? Por ausência de elementos para


iniciar a investigação?

Luiz Gustavo Levate: exatamente, qualquer tipo de indícios suficientes de autoria e...

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: ta. Quanto o senhor recebia como conselheiro
da BHTrans?

Luiz Gustavo Levate: era o valor bruto de R$ 2.000,00.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: R$ 2000,00.

567
Luiz Gustavo Levate: R$ 2.000,00.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o senhor diz que nunca se reuniu com o ex-
prefeito, Alexandre Kalil, mas o senhor já recebeu algum recado dele pedindo que o
favorecesse nas execuções fiscais movidas contra ele ou contra a sua empresa?

Luiz Gustavo Levate: nunca.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: nunca. O senhor conhece o jornalista Lucas


Ragazzi?

Luiz Gustavo Levate: não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o jornalista, Lucas Ragazzi, alguma vez pediu
por o telefonou para a Procuradoria ou chegou ao conhecimento do senhor que ele
tenha pedido alguma reunião com o senhor para saber o porquê da desistência do
processo de execução?

Luiz Gustavo Levate: nunca solicitou reunião comigo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então, aqui eu faço um pequeno parêntese,


porque ali foi citado meu nome expressamente. Eu acho que não é o caso de discutir o
processo criminal movido contra Lucas Ragazzi, porque isso a justiça vai decidir se
houve ou não crime. O que a gente fez foi a comunicação, como a senhora bem disse
antes de fatos. E o fato que me chamou extrema estranheza é que na reportagem
publicada, salvo engano, dia 19/07, e o pedido de informação foi dia 18, um jornalista
que o entrevistava, ou que era companheiro de bancada, disse: o senhor está
investigando isso há dias, há horas, são palavras dele, dias, horas. Não tenha tido a
ideia. E ele é um jornalista experiente, muito competente, não tenha tido a ideia de
pedir, pedir que seja, uma reunião com o autor da petição que pediu a desistência para
saber o porquê. Mas eu não vou me alongar, porque, repito, não é objeto da CPI e
também não quero, seria um desrespeito com o Judiciário antecipar essa discussão.
Bom, o senhor... Deixa eu só tirar algumas perguntas que já foram feitas.

O senhor já explicou por que desistiu da execução 440. E se eu tiver equivocado, por
favor, me corrija. Teve uma desabilitação, uma anulação do índice cadastral. Depois

568
um PTA anulando a certidão de dívida. É claro que sem certidão de dívida válida, não
tem como prosseguir com uma execução. Só que há uma outra execução, a 443, o
imóvel é o mesmo. Houve uma, é, o senhor peticionou, se não me falha a memória, dia
14/04

Luiz Gustavo Levate: certo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: requerendo a continuidade da execução de


uma dívida que é de anos distintos, mas do mesmo imóvel que está com índice
cadastral anulado.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Então eu pergunto: isso não parece


incoerente?

Luiz Gustavo Levate: bom, é só para responder uma pergunta anterior, para não
deixar a questão do arquivamento no Conselho de Ética. Aqui na decisão fala que o
arquivamento do presente procedimento ante a ausência de indícios, provas ou
elementos objetivos que justifiquem sequer a necessidade da presente instrução, foi
aqui, só para pergunta, para agora eu consegui responder.

Bom, como eu disse, nós lá na Procuradoria somos procuradores da Fazenda Pública,


procuradores do Município. A gente atua com as informações que a gente tem naquele
momento. No primeiro processo, como a gente já debateu ele aqui, naquele momento,
o imóvel não tinha sido localizado nem por georreferenciamento. O índice cadastral foi
desativado. Quando a procuradora percebe essa informação na planta básica, ela abre
o PTA para confirmar essa afirmação. O que vai ser feito com execução fiscal.

Quando volta da fazenda, crédito zerado, extingue a execução fiscal. Essa outra
execução fiscal, do mesmo imóvel, de lançamentos diferentes. Aí sim, é uma petição
que eu faço, do meu computador da Procuradoria, do meu gabinete, no dia 14 de abril.
Qual que era a informação agora no processo de início 443: que o imóvel foi localizado.
Diante disso, nos próprios autos, eu faço a consulta à Fazenda Pública e pergunto:
olha, temos imóvel nessa situação, é o mesmo imóvel, apenas lançamentos diferentes.

569
Vamos prosseguir na execução? O que vai ser feito? E tudo mais. A Fazenda diz: o
imóvel hoje está localizado, o imóvel, o lançamento foi feito contra uma pessoa falecida,
mas o contribuinte não cumpriu com a sua obrigação acessória de informar o
falecimento. Os herdeiros não, o falecimento. Diante disso, em razão do
descumprimento da obrigação acessória por parte do contribuinte, a Fazenda entende
que o lançamento, que a execução fiscal deve continuar. Então eu pego, eu faço meu
trabalho de procurador. Peticiono pedindo o prosseguimento da execução.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Sr. Luiz Gustavo. Aí vem uma questão e aí eu
sei que o senhor não é responsável pelos PTAs da Fazenda e nem pelas decisões dela.
Nós entendemos isso bem. Mas eu pergunto para o que eu sei que também é professor
de Direito Tributário, se não me falha a memória. Tem como eu considerar válida uma
certidão de dívida ativa, de um imóvel que quando a certidão foi confeccionada não se
sabia os limites exatos dele? Porque aqui, muito na CPI se fala, se se diz o seguinte:
ah, o imóvel não existe, não existe, não existe. O Sr. resumiu muito bem. Existir é claro
que existe. O problema é: qual é o tamanho daquele imóvel? Exato. Porque se eu não
sei o tamanho daquele imóvel, como é que eu cobro o IPTU?

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: e esse problema, e aí me parece que existia


na segunda, na execução 440.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: e também existe na 443.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então me causou espécie e eu continuei não


entendendo, como é que o senhor pede a continuidade da execução da 443, ainda mais
quando há um parecer, assinado pelo senhor, juntado na CPI. Eu não vou me lembrar
mais em qual reunião. Acho que nos documentos em pauta da 10ª reunião, em que se
diz: não é possível cobrar mais é IPTU do ano lá, quando a CDA foi constituída, mas
sim somente dos últimos cinco anos a contar da data de agora. Então me parece que

570
há uma contradição. Eu queria entender os motivos e se há ou se é só uma percepção
equivocada minha, mas que há uma contradição entre o parecer do senhor e a petição
que o senhor mesmo fez na petição 440 pedindo prosseguimento.

Luiz Gustavo Levate: sim. É porque você tem sempre aí momentos distintos, com
informações distintas. No primeiro caso, a informação que se tinha aqui não localização
georreferencial do imóvel. Em razão disso, a procuradora pede a extinção. Agora, em
abril, havia a informação da localização geográfica do imóvel, trabalho da Sudecap,
Prodabel, Fazenda, conseguiram o imóvel. Então a Fazenda, ela me pede. São dois
momentos distintos: atuação no processo e um parecer sobre a cobrança da dívida,
porque agora você tem, por exemplo, um possuidor identificado. Então, o que se
pergunta no parecer, assim, que é diferente da ação, porque na ação tá falando assim,
olha: o que vai ser feito com lançamento 2004, 2005 e 2006. O que vai ser feito nessa
ação? Agora no pedido de parecer, olha, com as informações que nós temos agora, o
que nós fazer com os últimos cinco anos? Então, aí no parecer, eu estou me referindo
ao que pode ser feito dentro do prazo decadencial, com as novas informações. E a
ação, eu estava me manifestando sobre os lançamentos de 2004, 2005 e 2006.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: me satisfaz também uma outra curiosidade. O


senhor mesmo disse que desde que, o senhor falou 2007, a gente tinha mais ou menos
uns 32 mil índices cadastrais sem georreferenciamento. Essa informação é confirmada
pelo depoimento do Jean, da Prodabel, e pelo depoimento do senhor Eugênio. Todo
mundo fala a mesma coisa. E que tá tendo um trabalho, fazendo um trabalho de
depuração do índice cadastral. Eu posso dizer então, e se eu tiver equivocado, me
corrija, que o imóvel de Alexandre Kalil, desses 32.000, foi um dos últimos, né?

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: da família de Kalil, foi um dos últimos anos a
ter anulado o índice cadastral.

Luiz Gustavo Levate: foi um dos últimos. É, pelo que, assim, eu fiquei meu segundo
semestre todo em função disso. Em função disso, fiquei meu segundo semestre, peço
informação, faço levantamento, peço informação, faço levantamento. Então assim,

571
chega, passaram vários documentos, processos na minha mão. O que eu me lembro
que começa lá com mais de 30.000 imóveis com problema, né, e no segundo semestre
do ano de 2000. Aí me corrija que é muita data, de 2021 ou 2002, tinha apenas 240 e
poucos imóveis, e dentro desses 244 estava o do Alexandre Kalil. Agora por que que o
dele não estava lá nos 30.000 primeiros ou agora no 244, eu não sei.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o Sr. Jean, da Prodabel, nos informou que o
imóvel da família de Kalil foi georreferenciado a partir de uma planta particular, retirada
do inventário de Moisés...

O senhor Jean, da Prodabel, nos informa que o imóvel da família de Kalil foi
georreferenciado a partir da planta particular retirada do inventário de Moisés Kalil. É
um inventário que tem um número de 83, mas ele é bem mais antigo, década de 60.
Consta da movimentação do inventário de Moisés Kalil, que os autos foram acessados
pelo advogado registrado na OAB sob o número 50.693. Isso foi acho que 17/03, se
não me falha a memória, se não foi 17/03, foi 17/04. Consultando cadastro nacional de
advogado verifica-se que quem tem essa OAB é o Sr. Hércules Guerra.

Luiz Gustavo Levate: certo?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: é comum, o senhor já viu isso, a procuradoria


tem um imóvel não georreferenciado, uma anulação de um PT, e o procurador vai lá no
fórum pegar o processo? Procurador geral. É comum isso?

Luiz Gustavo Levate: o que acontece é o seguinte. Quando a gente está falando de
um órgão público com vários processos e nas diversas áreas do Judiciário. Nesse caso
específico, acredito que tenha havido um pedido da Fazenda.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: mas pro Procurador-Geral?

Luiz Gustavo Levate: não, para a Procuradoria, para a Procuradoria. E a gente tem o
nosso cartório, que faz tanto o recebimento e a entrega de processo. Então quem vai
ao fórum pegar é esse setor, né? Normalmente o que acontece é: esse setor que vai
lá, claro...

Vereador Wesley Moreira: não foi estagiário dessa vez, não.

572
Luiz Gustavo Levate: não, sim, não, o que vai no fórum são servidores do cartório da
procuradoria que pegam. Só que para você pegar você tem que ter uma OAB. Eles não
vão liberar o processo para o estagiário. Então, mas quem vai...

Vereadora Loíde Gonçalves: mas o estagiário libera quando você tem a carteira de
OAB. Não tem nenhum que está no sétimo período, sexto, que possa...

Luiz Gustavo Levate: aí bom, eu não cuido dessa área, né? Só que você tem sim,
porque como é um volume muito grande de processos, e a gente tem um benefício da
intimação pessoal, em tese, a gente não precisaria, a gente não vai no fórum buscar os
processos. A gente recebe, manda tudo. E o que acontece é o seguinte: quando há
uma demanda de qualquer setor da Procuradoria: olha esse processo específico da
Procuradoria, não, do município, estamos precisando desse processo. Quem faz, pega
esse processo é a Procuradoria, mas você tem lá o cartório de distribuição, que a gente
chama de eSAJ, que vai providenciar isso.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: sabe qual a impressão que eu tenho? Me


permitam uma parte. É que até o pedido de desistência, não, agora a gente sabe que
não do Senhor, tudo seguia dentro do rito impessoal da Procuradoria.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: com o nascimento da CPI, por pressão


política, isso saiu do rito impessoal e passou a ser pessoal. Localizaram o imóvel de
Alexandre Kalil, e acho até que não localizaram, porque alguém descobriu a data da
planta, acho que ninguém sabe ainda.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então, então essa, eu não sei. O senhor
concorda com essa afirmação? Depois da CPI, a Procuradoria passou a agir de uma
forma incomum para localizar o imóvel de Alexandre Kalil?

Luiz Gustavo Levate: não, a Procuradoria não tomou nenhuma atitude para localizar
o imóvel. Isso é feito pelos outros órgãos.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o Dr. Hércules foi no inventário de Moisés e


pegou lá uma planta particular.

573
Luiz Gustavo Levate: bom, aí eu não posso responder por ele.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: estou perguntando o seguinte. Isso é comum


na visão do Senhor?

Luiz Gustavo Levate: olha, eu não sei te falar, é uma opinião, se é comum, se não é.
Porque a gente trabalha...

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: sabe dizer outro fato em que o Procurador-
Geral foi buscar inventário de pessoa já falecida para localizar um desses 32.000
imóveis que estavam aí também?

Luiz Gustavo Levate: não sei dizer.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: tá. Sr Levate, o pedido de desistência, que a


gente sabe que não é do senhor, porque é da procuradora que irá depor na semana
que vem. Foi feito dia 19, 19 de março de 2022, às vésperas da conhecida renúncia de
Alexandre Kalil à Prefeitura de Belo Horizonte para se candidatar ao governo do Estado.
O Sr. não acha esquisito que esse pedido de desistência tenha sido feito à véspera de
uma, porque ficou lá seis anos. O pedido de desistência foi feito à véspera da renúncia
em que ele ia sair para pro governo do Estado? Você não acha isso uma...? Porque,
por mais que não se tenha controle, e eu acredito no senhor, que não tem como ter um
controle preciso assim não. Mas a procuradora está lá assinando uma petição de
desistência de um processo do Alexandre Kalil. E eu posso dizer, ele preferiria que não
desistisse, mas não é uma coincidência muito esquisita?

Luiz Gustavo Levate: olha, eu posso afirmar da coincidência, porque o que a gente
tem aqui é toda a tramitação. Por exemplo, entrando dia 23 de fevereiro: o recebimento
pela Gerência de Suporte da Cobrança da Dívida Ativa, da alteração do SIATU em
23/02. Encaminhamento da pendência para a equipe de apoio em 15/03, né? Então
recebe dia 23/02 e encaminha para equipe de apoio em 15/03. Tudo feito no meu nome,
porque, de novo, todas as execuções fiscais são distribuídas no meu nome, protocolo
no PJe de todas as execuções são feitas no meu nome e aí o pedido de extinção
protocolado dia 19. Uma vez que chega a informação dia 15 e se protocola no dia 19.

574
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: quem falou para o senhor, pela primeira vez,
de que havia um pedido de desistência assinado pelo senhor e um processo de
Alexandre Kalil? Quando que o senhor ficou sabendo disso pela primeira vez? Foi
algum procurador que te disse? Foi pela imprensa?

Luiz Gustavo Levate: na época, foi o meu cunhado que pergunta porque que eu tinha
extinto esse, tinha sido extinto esse processo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: quem é? Qual o nome do seu cunhado?

Luiz Gustavo Levate: Paulo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o seu cunhado tem alguma ligação com o
Partido Novo?

Luiz Gustavo Levate: ele é advogado.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: advogado?

Luiz Gustavo Levate: do Partido Novo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: do Partido Novo da... Perfeito.

Luiz Gustavo Levate: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: acho que não há mais... Pera, só um segundo,
isso antes de sair da imprensa?

Luiz Gustavo Levate: oi?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: isso antes de sair da imprensa?

Luiz Gustavo Levate: antes da imprensa.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então é correto afirmar que o senhor Paulo,
seu cunhado, advogado do Partido Novo, sabia deste fato antes da imprensa ser
divulgada?

Luiz Gustavo Levate: sim.

575
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o seu cunhado. Agora eu quero perguntar então.
O seu cunhado falou como que ele ficou sabendo?

Luiz Gustavo Levate: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor tem as conversas? Eu gostaria de saber.


Depois eu vou pedir pro senhor encaminhar, porque inclusive nós falamos isso em
plenário. A imprensa ficou sabendo que nós falamos em plenário. Então eu quero saber
como que ele ficou sabendo, inclusive, é, formalizar isso tudo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor acha que teve alguma influência minha
nisso, Dr. Levate?

Luiz Gustavo Levate: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é. O senhor sabe, se ele me conhece? Não sei
por que o Dr. Tarcísio está sugerindo que eu fiz isso, que eu armei isso tudo. Então...

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: só pela ordem aqui, rapidamente eu vou essa
semana, vou trazer essa documentação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por favor. Eu gostaria.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: e outras documentações também


comprobatórias das alegações dos fatos que foram narrados.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui é que é.

Luiz Gustavo Levate: importante.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu também acho.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Vereadora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: muito importante.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: impor, mostrar qual foi a atuação do


Procurador nisso, e o motivo pelo qual ele está aqui, e o juiz até falado por ele já é a
forma.

576
Luiz Gustavo Levate: De trabalho lá desse sistema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: também, porque eu estive na prefeitura uma vez,
conversando com o Jorge Prim, que é assessor do Prefeito, e ele foi a primeira pessoa
a me mostrar o PTA através de um computador e falou que não iria me entregar aquele
PTA, abrir, para não fritar o senhor Gustavo Levante. O Jorge Prim me falou, que foi
ele quem chamou a atenção do PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Gustavo disse que ainda não sabia que tinha
desistido. Então, se for o caso, nós vamos chamar o Prim aqui também, para fazer esse
depoimento. E a gente chama o Paulo também, para a gente fazer uma acareação e
saber na verdade quem falou para o Dr. Gustavo Levate, porque Jorge Prim me falou
que foi ele quem deu a notícia para Gustavo Levate. O senhor está falando que alguém
do NOVO sugeriu que foi através de uma atuação minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quero saber se foi em plenário. Quero saber como
essa informação chegará.

Luiz Gustavo Levate: não só para a gente saber disso. Essa reunião que teve foi para
mim, foi para tratar do 443.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que foi Jorge Prim, que é assessor do Prefeito.
Então, que não é da Fazenda e nem Procurador do Município.

Luiz Gustavo Levate: eu não tinha. Por exemplo, eu não conheço, não conhecia
processos do Alexandre Kalil, nenhum, não conhecia nenhum processo. Eu sabia que
ele devia para o Município. Tudo na imprensa, até em programa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E depois eu quero saber quando, quem é esse
Paulo, qual é o nome dele? Paulo Fernandes. E ele me conhece?

Luiz Gustavo Levate: não, não, não sei, acho que não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber isso. Eu quero saber como chegou
a notícia, porque, inclusive, a gente deu a notícia em primeira mão no plenário. Ninguém
sabia a respeito disso.

577
Luiz Gustavo Levate: de que iria responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nem a Procuradoria.

Luiz Gustavo Levate: quando eu chegar, tem que saber de que processo se trata.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele está falando a respeito da desistência. O


primeiro é PTA, um que é da Pedro I, é em 2003.

Luiz Gustavo Levate: não é não. Só quero organizar aqui a ordem de ideias.

Luiz Gustavo Levate: porque ele me pergunta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso, ok.

Luiz Gustavo Levate: esse processo aqui. Não sei o que é, o que desistiu, o que
desistiu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo.

Luiz Gustavo Levate: o do Prim foi quando chega o segundo processo, esse o do 443.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas, ele perguntou com base no quê? Com base
numa notícia que na imprensa, do nada ele te colocou nesse processo aqui. Você
desistiu porquê?

Luiz Gustavo Levate: eu, pela conversa que foi dia 13 de junho de 2022, vendo aqui,
eu acredito que só eu só queria assim também que... Eu começo a falar da minha vida
particular, que eu começo um namoro em dezembro de 2021, e toda essa questão da
desistência... Tudo se dá em fevereiro de 2022, dois meses depois, e assim, deu para
eu mal conhecer a família, para fazer qualquer tipo de favor, pedido.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ótimo e ele é do Partido NOVO? De qual Diretório
Municipal? Estadual?

Luiz Gustavo Levate: Não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente pode fazer pedido de informação a


respeito disso? Que eu quero a respeito disso, que o doutor Tarcísio está levantando
aqui. Eu vou colocar ele e Jorge Prim aqui pra gente saber o que está acontecendo.

578
Hassam Magid de Castro Souki: Vereadora Fernanda, tudo aquilo que for solicitado
será respondido, porque o maior interessado em esclarecer isso, que teve o nome
enxovalhado já há algum tempo na imprensa, é o Dr. Luiz Gustavo. Ninguém mais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque o Alexandre Kalil, ele tem o hábito de
tentar pegar minúcias para processar as pessoas, mas o respeito com os outros ele
não tem. Eu, inclusive, estou só esperando a conclusão de um Inquérito na Polícia
Federal, para processá-lo. Por Denunciação Caluniosa, porque ele falou que eu alterei
um documento público, quando na verdade, um documento feito por Secretaria, só pedi
que... só continuando.

Hassam Magid de Castro Souki: só quero que seja levado em consideração que ele
não tem nada a ver.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não tem esse.

Hassam Magid de Castro Souki: tipo de situação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não tem qualquer relação comigo.

Luiz Gustavo Levate: nenhuma, não é com a senhora, nenhuma.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não e o seu cunhado?

Luiz Gustavo Levate: com ele também não, também não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ótimo. Eu estava a fazer uma observação aqui
que o tempo está acabando. A ausência de indícios no Conselho de Ética. O papel do
Conselho de Ética, como o senhor sabe, não é julgar, é fazer uma investigação. O
senhor citou o nome de várias pessoas, da Dione, da doutora Cíntia Barbarbella. Nós
estamos tendo o cuidado de ouvir essas pessoas até em respeito à atuação do Senhor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Conselho de Ética não teve essa preocupação.
Eles arquivaram de plano. Uma outra coisa, até vou explicar para o senhor, que eu não
faço denúncia anônima.

Luiz Gustavo Levate: Mas eu não sugeri.

579
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu tenho certeza. Eu quero só deixar claro
pro senhor, que eu vi no Conselho de Ética, que nós estamos até recorrendo essa
decisão, que teve uma denúncia anônima no Ministério Público. Todas as denúncias
que eu faço, eu coloco meu nome ou despacho, eu faço através de ofício do meu e-
mail institucional.

Luiz Gustavo Levate: mas nem na minha defesa do Conselho de Ética no momento,
eu fujo disso. Não, não sugiro. Em momento nenhum...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu vi, eu só falo que esses fatos… e eu quero
justificar para o senhor. Eu não fiz denúncia com Ministério Público, porque no dia que
eu fizer vai ter o meu nome, o meu carimbo, a minha assinatura, e eu leio, e eu redijo
todos esses documentos que saem do Ofício do meu gabinete, através do meu e-mail
oficial... e contribuinte, que não cumpre obrigação acessória. Tem alguma
responsabilidade?

Luiz Gustavo Levate: já que tem que ver a legislação, a legislação municipal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vou fazer uma indicação também para a gente
saber qual a responsabilidade de Alexandre Kalil de não cumprir uma obrigação
acessória, indicar o falecido... A Certidão de Dívida Ativa, ela goza de presunção de
veracidade, legalidade e exequibilidade, enquanto ela não é declarada, nula ela surge
tem os efeitos?

Luiz Gustavo Levate: Segundo a Lei de Execução Fiscal, sim. Ótimo. 204, parágrafo
único.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você tem. Ótimo, muito obrigado. E o imóvel de
Alexandre Kalil não estava nos 33.000 imóveis. Ele aparece no 124.000 de 2021.

Luiz Gustavo Levate: então, não sei.

Luiz Gustavo Levate: eu não trabalho nessa área.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí com a fazenda, não com a Fazenda, porque o
PTA não anulou a Certidão de Dívida Ativa conforme aquela resposta que nós tivemos.

580
Luiz Gustavo Levate: mas aí é questão de distribuição de competência. Quem anula
a CDA é a Procuradoria. Quem anula o lançamento é a Fazenda. Só que a Fazenda
não consegue. Como é que a gente tem que colocar? Tem que ter essa parte
operacional.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a Procuradoria anulou a CDA?

Luiz Gustavo Levate: a gente, porque assim, é todo um procedimento que você tem
que fazer assim, botar a CDA em revisão para, cancelar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas não aquela.

Luiz Gustavo Levate: extinção decisão do processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a CDA não está extinta?

Luiz Gustavo Levate: está, o processo está extinto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. Eu falo com relação aos anos 2004, 2005,
2006. Tem como (inaudível).

Luiz Gustavo Levate: continuidade?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a CDA está válida?

Luiz Gustavo Levate: estava e está prosseguindo a execução. Achei que você está
falando de 2003.

Vereador Wesley Moreira: a gente está com o tempo já no limite, no limite.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: meu nome foi citado.

Vereador Wesley Moreira: eu vou só reforçar também que quem diz que o imóvel não
existe foi o próprio Alexandre Kalil. Ele que falou que inclusive tem vídeos dele
gravados. Se a gente achar ele devolve ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a petição do Gropen. Advogado foi essa pessoa.

Vereador Wesley Moreira: falou isso, não?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi ele quem falou.

581
Vereador Wesley Moreira: Perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Gropen e no processo.

Vereador Wesley Moreira: um minuto.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Vereadora Fernanda, acho que não fui bem
compreendido. Não sugeri em momento nenhum que a senhora tem qualquer ligação
com o Paulo, nem que o Paulo cometeu qualquer ilegalidade. O que eu acho esquisito
é como que o Paulo fala, um advogado do Partido Novo, que é o partido da senhora. É
só essa afirmação que fiz, sabia desta desistência antes de ser divulgado na imprensa.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: só isso... porque nós temos e eu não ia


mencionar, foi a senhora mesmo que mencionou e menciono isso muito
respeitosamente. Nós temos um pedido de abertura, Inquérito Policial, que foi sim,
contra a senhora e contra... Na inicial foi pessoas indeterminadas, porque a gente não
tinha ainda um Ofício, de... Quatro Ofícios, quatro pessoas que teriam cometido erros
de digitação, mas erros de digitação, muito curiosos, que julgavam uma execução de
contrato exatamente no mandato do prefeito do ex-prefeito Alexandre Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e um documento que veio da Prefeitura, né. Que
eu não assino não é mesmo, que me foi encaminhado, né.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não há dúvida em que a única alegação que
nós fizemos foi, alegação, questionamento que vai ser respondido pela Polícia Federal.
Acho esquisito como que uma pessoa com formação jurídica e com experiência na área
não tenha achado esquisito essa distância de tempo de contrato, de assinatura, de
contrato e de execução e pediu para que se investigasse isso, porque estávamos
suspeitando da possibilidade.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: veja a quantidade de condicionantes da


prática do crime e o chamado crime de fake news.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não foi só fake news, não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: falsidade foi imputada aos quatro.

582
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não. O senhor imputa a mim a falsidade
ideológica.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: com absoluta certeza.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu pego a peça.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Mas enfim, as questões então estão
ali postas, e a polícia no dia 23 de dezembro, manteve a linha de investigação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e de forma curiosa, o Ministério Público mandou


arquivar. Já o juiz mandou arquivar, você mandou a polícia, porque é tanta coisa
curiosa, ninguém acha curioso arquivar todos os processos de ITPU do Kalil. Ninguém
acha curioso um imóvel que some em Belo Horizonte depois de ano pagando IPTU.
Ninguém Acha curioso, né? Até porque a licitação foi uma data muito longe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Kalil se gabou e anos a fio, o que fez o Centro de
Saúde de uma licitação de Márcio Lacerda. Uma distância temporal enorme, mas na
hora ninguém lembra e ninguém acha curioso. Mas, é curioso me processarem por eu
ter colocado uma data no documento que eu não respondo. É curioso sugerir que o
senhor tem relação com alguém do Partido Novo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é curioso sugerir que alguém da prefeitura,


inclusive, falsificou um documento em nome do Partido Novo. Isso terá consequências,
porque o que é curioso pro senhor é… tem como comprovar. Agora, o que é curioso
para mim atualmente, deixa pra lá. Bom.

Vereador Wesley Moreira: vão ter que encerrar. O senhor Luís pediu aqui a fala.
Então, você falou isso tem que ser rapidinho, porque em um minuto e meio a gente
encerra.

Luiz Gustavo Levate: não é só mesmo para dizer que desde agosto do ano passado,
né, meu nome vem sendo falado na imprensa, rádio. Meu nome ficou quatro minutos
em rede nacional, sendo pisado, esculachado em YouTube, rádio, sendo que ninguém.
Hoje é a primeira vez que eu estou sendo ouvido, né? E a gente tem nosso trabalho,
tem família. No dia que sai a reportagem na imprensa nacional, quatro minutos, falando

583
o meu nome minuto por minuto, me causa um transtorno do meu, do meu WhatsApp
chegando, você, viu?

Luiz Gustavo Levate: olha isso que aconteceu, né? Então, isso me causou um
transtorno e durante esse período todo muito grande, eu sou um servidor que tenho
todos os méritos para estar onde eu estou, eu boto na minha defesa. Eu tenho
mestrado, tenho doutorado, eu tenho pós-doutorado na Europa, eu tenho um livro de
execução fiscal, livro. Eu escrevo artigos sobre execução fiscal, sobre processos de
direitos fundamentais.

Luiz Gustavo Levate: só uma pessoa séria. Então, a minha atuação é de gestão. Eu
queria muito ter todas as ferramentas disponíveis para ter uma gestão perfeita, mas eu
trabalho com limitação de gente, com número imenso de processos. Desde que eu
cheguei na Gerência de Execução Fiscal, com todos os problemas que a gente tem, a
gente sai em 2009 de uma arrecadação de 50 milhões, vai para 150 milhões, mesmo
reduzindo o número de de 150.000 para hoje, 43.000 processos.

Luiz Gustavo Levate: eu sou Procurador que eu atuo desde o nascimento do fato
gerador. Quando eles me pedem algum tipo de orientação e manifestação, eu dou
pareceres sobre diversas questões tributárias. Sou eu que estou desde 2006, 2007, só
nas minhas férias outra pessoa deu o parecer de Direito Tributário no município. Não
é? Eu atuo junto à Gerência de Dívida Ativa. Sobre a gente analisar, se CDA está tendo
um problema, eu vou atuar na Procuradoria orientando os procuradores que trabalham
comigo, como devem atuar nesse volume imenso de processos.

Luiz Gustavo Levate: sou eu que escrevo as Resoluções. Quem vai fazer reunião com
juiz para discutir a atuação do Município sou eu. Então, a minha atuação vai desde lá,
como é nesse parecer, quem que eu vou indicar como responsável tributário, que deve
fazer nesse caso, essa decisão se aplica nesse caso, aí tô falando de um imenso
número de casos.

Luiz Gustavo Levate: sou eu que coloco a minha assinatura. Esse é o meu trabalho.
O meu trabalho não é a distribuição ordinária de processos. Eu participo de grupo de
trabalho do CNJ, sou ouvido no CNJ para, como vou automatizar a execução fiscal,

584
escrevo artigos, livros dou palestra. Queria ter mais, fazer mais, mas eu não tenho
tempo. Eu espero, então, que tenha ficado claro qual é a minha atuação, que seja
definida a minha responsabilidade, que sejam ouvidas outras pessoas que podem
confirmar tudo aquilo que eu afirmei, que o que eu quero deixar claro, o que o que
importa, eu não excluo nenhuma responsabilidade minha como orientação técnica.

Luiz Gustavo Levate: o que eu quero deixar muito claro aqui, excluir aqui, qualquer
tipo de dolo, que eu tenha favorecido, qualquer tipo de contribuinte a ela pode está
sujeita a críticas em todos os processos, mas vamos analisar todos os processos, que
a gente está faz lá na Procuradoria e eu tenho muito orgulho de estar há 14 anos nesse
cargo há 14 anos, sem nenhum tipo de erro, denúncia, sugestão.

Luiz Gustavo Levate: essa é a primeira vez.

Vereador Wesley Moreira: um parêntese aqui às 12h48 eu encerro só por questão


regimental, sim. Mas você pode concluir que fica, claro.

Luiz Gustavo Levate: então, eu só queria deixar claro o meu tom de desabafo porque
eu passei nesse tempo todo, agora eu estou tendo a possibilidade, se ouvido, eu lido
isso, bem, como eu disse, livros e tudo mais. Há 14 anos, que a gente faz um trabalho
sério na Procuradoria, né. Eu espero muito que daqui a gente possa sair…
(encerramento)

2.18 - DA 18ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h38, do dia 18 de maio de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 18ª Reunião Ordinária17 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Helinho
da Farmácia e Fernanda Pereira Altoé.

Foram aprovados requerimentos para realização de oitiva do Dr. Hercules


Guerra, Procurador-Geral de Município e para solicitar ao jornalista Lucas Ragazzi

17
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/18%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---abuso-de-poder-na-pbh-18-05-2023

585
cópia do requerimento feito à PBH para ter acesso aos autos do PTA nº
3100073384202206, além de aprovar pedidos de informação para obter
esclarecimentos sobre o depoimento do Dr. Luiz Gustavo Levate para a CPI Abuso de
Poder e sobre o formato mais adequado para se enviar os documentos sigilosos
recebidos pela Comissão à Prefeitura.

Deu-se início a oitiva da Sra. Luciana Pessoa Dutra Azevedo de Moura,


Gerente de Suporte à Execução Fiscal, que prestou compromisso com a verdade. A
servidora foi acompanhada pelo Procurador Municipal Dr. Francisco Freitas de Melo
Franco Ferreira.

18ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: às 09h38, nós damos início à 18ª reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito CPI Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Neste
momento farei a chamada dos Vereadores que compõem essa comissão. Vereador
Cleiton Xavier.

Vereador Cleiton Xavier: presente

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda Pereira.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente.

Vereador Wesley Moreira: e Vereador Wesley. Então já com o quórum necessário


aqui, vamos dar prosseguimento à ordem dos trabalhos. Comunicação de aprovação
de ata, não prevista. Temos hoje três oitivas. E só pra avisar aqui aos nossos, aos
nossos convocados que irão serem ouvidos na CPI de hoje, vamos apenas deliberar

586
alguns requerimentos aqui. E aí nós retornaremos as três oitivas, tá ok? Vou ser bem
rápido. Hoje eu vou ter que falar menos. A voz já está daquele jeito. Fernando também
tá com a voz ruim, todo mundo hoje. Não, a Fernanda tá com voz boa.
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu já tô boa. Quer que eu faça a leitura da pauta?

Vereador Wesley Moreira: então, faz. Você pode fazer, por favor. Está com ela fácil?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu ver se eu estou com ela aqui. Alguém
consegue me mandar? Deixa eu ver se me mandaram aqui.

Vereador Wesley Moreira: o Cleiton também pode fazer. Você faz, Cleiton?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Presidente, eu queria até já pedir desculpas por
estar online. Eu fiz uma cirurgia no sábado passado e aí a médica, nem me
conhecendo, acabou me botando de castigo até amanhã, até eu ter o retorno médico.
Então eu só peço desculpas por não estar presencial, mas é por orientações médicas
mesmo.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo.

Vereador Cleiton Xavier: proposições da Comissão. Requerimento de Comissão


1.298/2023, turno único, vinculado a requerimentos 298/2022. Solicitação: realização
de oitiva. Finalidade: Intimar o Sr. Hércules Guerra, Procurador-Geral do Município,
para prestar depoimento acerca da sua atuação nas ações de execução fiscal
envolvendo o ex-Prefeito Alexandre Kalil e/ou empresas da sua titularidade, acerca da
atuação da PGM no processo no 5222140-78.2022.8.13.0024, sobre a condução da
Procuradoria na defesa de servidores e ex-servidores em oitivas de CPI, e acerca da
Tomada de Contas no 1098420 e os demais processos a ela relacionados, conforme
denúncia anônima recebida por essa CPI. Data: 25 de maio de 2023. Horário: 09h30.
Local: Plenário Helvécio Arantes. De autoria dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé,
Wesley Moreira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier Em discussão.

Vereador Wesley Moreira: aí essa parte eu falo, né? Então tá. Em discussão. Em
votação. Como vota o Vereador Cleiton?

587
Vereador Cleiton Xavier: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento, então fica aprovado
o requerimento de comissão número 1.298.

Vereador Cleiton Xavier: requerimento de comissão 1.299/2023, turno único,


vinculado a requerimento 298/2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário:
Prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman; ao Secretário Municipal de Governo, Josué
Valadão; ao Subprocurador-Geral Fiscal, Luiz Gustavo Levate, ao Subprocurador-
Geral do Contencioso, Caio Perona e à Diretora Central de Imprensa, Isabella da
Conceição Souto. Finalidade: Obter esclarecimentos acerca da oitiva do Sr. Luiz
Gustavo Levate, ocorrida em 11/05/2023. De autoria dos Vereadores, Fernanda
Pereira Altoé; Wesley Moreira; Ciro Pereira e Cleiton Xavier.

Vereador Wesley Moreira: em discussão. Em votação. Como vota o Vereador


Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

588
Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 1.299.

Vereador Cleiton Xavier: requerimento de comissão 1300/2023, turno único,


vinculada a requerimento 298/2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário:
Prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman e ao Subprocurador-Geral Fiscal, Luiz
Gustavo Levate. Finalidade: obter esclarecimentos acerca da oitiva do Sr. Luiz
Gustavo Levate, ocorrida em 11/05/2023. Autoria: Vereadores Fernanda Pereira Altoé;
Wesley Moreira; Ciro Pereira; Cleiton Xavier.

Vereador Wesley Moreira: em discussão. Em votação. Como vota o Vereador


Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 1.300.

Vereador Cleiton Xavier: requerimento Comissão 1.301/2023, turno único, vinculado


ao requerimento 298/2022. Solicitação: pedido de informação. Destinatário: Prefeito
de Belo Horizonte, Fuad Noman; Secretário Municipal de Fazenda, Leonardo

589
Colombini; Procurador-Geral do Município, Hércules Guerra; Subprocurador-Geral
Fiscal, Luiz Gustavo Levate. Finalidade: obter esclarecimentos acerca da oitiva do Sr.
Luiz Gustavo Levate, ocorrida em 11/05/2023. Autoria: Vereadores Fernanda Pereira
Altoé; Wesley Moreira; Ciro Pereira; Cleiton Xavier.

Vereador Wesley Moreira: em discussão. Em votação. Como vota o Vereador


Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Wesley Moreira: também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 1.301.

Vereador Cleiton Xavier: requerimento de Comissão 1315/2023, turno único,


vinculado a requerimento número 298/2022. Solicitação: pedido de informação.
Destinatário: Diretor de Transparência & DPO da prefeitura de Belo Horizonte,
Leonardo Fogaça. Finalidade: informar o meio mais adequado para o envio de
informações sigilosas recebidas por este colegiado. Autoria: Vereador Wesley Moreira.

Vereador Wesley Moreira: em discussão e discutido bem, bem rapidinho, porque


acaba que como nós criamos aquele canal exclusivo para atender denúncias voltadas
para a CPI, então nós estamos recebendo várias denúncias contra a administração,
só que não fazem parte do escopo da nossa CPI e, com responsabilidade, nós
queremos estar enviando essas denúncias para o órgão responsável para fazer os
devidos encaminhamentos. Então, por isso que nós estamos aqui hoje apreciando

590
esse requerimento. Vamos colocar, então, em votação. Como vota o Vereador Cleiton?

Vereador Wesley Moreira: em discussão. Em votação. Como vota o Vereador


Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 1.315/2023.

Vereador Cleiton Xavier: requerimento Comissão 1.224/2023, turno único, vinculada


ao requerimento 298/2022. Solicitação: Pedido de formação. Destinatário: jornalista
Lucas Ragazzi. Finalidade: requerer o envio da solicitação que fez à Prefeitura de Belo
Horizonte requerendo acesso ao PTA nº 3100073384202206, na via original do
requerimento (e-mail, papel, aplicativo de mensagem), bem como as eventuais
respostas obtidas. Autoria: Vereadores Cleiton Xavier, Fernanda Pereira Altoé, Wesley
Moreira.

Vereador Wesley Moreira: em discussão. Em votação. Como vota o Vereador


Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

591
Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho?

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de Comissão 1.324.

Vereador Cleiton Xavier: outros assuntos. Respostas a requerimentos e indicação da


Comissão. Ofício em resposta ao requerimento Comissão 973/2023, vinculado ao
requerimento 298/2022. Autoria: Vereadores Ciro Pereira; Cleiton Xavier; Fernanda
Pereira Altoé; Wesley Moreira. Resposta ao ofício 453202/2023. Remetente: Tribunal
de Contas do Estado de Minas Gerais - Secretaria Geral da Presidência.

Vereador Cleiton Xavier: ofício em resposta ao requerimento de Comissão


1.017/2023, vinculada ao requerimento 298/2022. Autoria: Vereadores Ciro Pereira;
Cleiton Xavier; Fernanda Pereira Altoé; Wesley Moreira. Resposta: ofício de protocolo
mecânico nº 002779-1. Remetente: Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito
Abuso de Poder da Prefeitura de Belo Horizonte, Vereador Wesley Moreira. Outros
documentos recebidos pela Comissão: documento protocolo número 002753/2023,
vinculado ao requerimento 298/2022. Assunto: Procuração Ad Judicia na qual Luiz
Gustavo Levate nomeia e constitui como seu Procurador o advogado Hassan Magid
de Castro Souki. Autoria: Luiz Gustavo Levate.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Obrigado Vereador Clayton por essa leitura.
Então nós finalizamos aqui a parte dos requerimentos, das respostas que já foram
recebidos por essa CPI e vamos retornar aqui ao segundo item da pauta, que são
agora as oitivas. Primeiro estaremos ouvindo a senhora Luciana Pessoa Dutra, que
estará também acompanhada do seu advogado Francisco Freitas, que inclusive já até
protocolou aqui a procuração. Nesse momento eu convido a senhora Luciana, o
senhor Francisco, para tomar o lugar de vocês aqui. Senhor Tarcísio, fique à vontade.
Muito bem…Pode oferecer para eles aí. A senhora Luciana Pessoa eu agradeço a

592
presença da senhora aqui nessa CPI, por estar aqui presente para responder algumas
questões que serão voltadas para a senhora. A senhora está na Gerência de Suporte
à Execução Fiscal, e a senhora foi convocada hoje para depor em razão acerca da
atuação da senhora nas ações de execução fiscal envolvendo o ex-Prefeito Alexandre
Kalil e empresas de sua titularidade. Neste momento, eu quero solicitar à senhora, que
a senhora preste o compromisso, nos termos do artigo 203 do Código de Processo
Penal, e informo que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade, poderá incorrer
no crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal. Fez mais
ou menos um modelo, tem um modelo para você, é só você preencher. Não precisa
falar o seu endereço completo na hora, só falar a cidade. Fique à vontade. Bom dia.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: eu, Luciana Pessoa Dutra Azevedo de Moura, 46
anos de idade, estado civil casada, sou residente em Contagem, profissão é Agente
Executivo Governamental, cuja atividade é desenvolvida no endereço da Afonso Pena,
1212. Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, explicando sempre as
razões da minha ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar
de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Vamos lá. Bom, a senhora na defesa do senhor
Luiz Gustavo Levate, foi indicada como responsável pela distribuição dos processos e
recebimento das intimações da Procuradoria. Mas primeiro eu gostaria que a senhora
contasse bem rápido aqui para essa CPI, a trajetória da senhora na Prefeitura de Belo
Horizonte. Como a senhora entrou, quando e por quais cargos já passou, já ocupou
na administração executiva do município.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: tá. Eu entrei no concurso de Assistente de


Procuradoria em 2008, sou concursada, entrei em novembro de 2008, já fui designada
para Gerência de Execução Fiscal, sempre trabalhando aí com essa parte de
recebimento e distribuição de processos. Não, não da Procuradoria inteira, mas na
Gerência de Execução Fiscal especificamente. Em 2014 eu recebi um cargo de
gerência de, à época, antes da reforma administrativa, a gente chamava de Gerência
de Quarto Nível, por conta do aumento das distribuições e aumento de equipe. E aí eu

593
passei, não só a fazer a distribuição, mas como gerenciar essa parte de distribuição
com os servidores, assistentes, estagiários. Com a reforma administrativa, esse cargo
passou de G4, que eles chamavam para DAM-2, e no ano passado eu fui a DAM-4,
promovida, eu recebi o cargo de DAM-4.

Vereador Wesley Moreira: A senhora entrou em 2008?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: entrei em 2008, novembro de 2008.

Vereador Wesley Moreira: e em 2014, que teve…

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a primeira, o primeiro cargo, e ano passado a


alteração para outro cargo.

Vereador Wesley Moreira: ah, perfeito. E nesse cargo atual que a senhora ocupa,
quais são as atribuições?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: é a mesma atribuição, a gente recebe hoje um


volume, eu tenho uma equipe maior, então eu trabalho com toda a parte de
recebimento de intimações, tanto eletrônicas como processo físico, e faço a
distribuição delas na Gerência de Execução Fiscal, porque a Procuradoria tem outro
cartório que faz a distribuição dos outros processos.

Vereador Wesley Moreira: e fica na, a senhora já me falou.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: na Afonso Pena.

Vereador Wesley Moreira: na Afonso Pena, 1212, mesmo né?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: isso.

Vereador Wesley Moreira: o andar lá é qual?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: terceiro andar.

Vereador Wesley Moreira: é o mesmo andar da Procuradoria lá, ou não?

594
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a Procuradoria, ela fica no quarto andar, mas a
execução fiscal fica no terceiro andar.

Vereador Wesley Moreira: perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Wesley, posso fazer um questionamento aqui?


Bom dia Luciana.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: bom dia Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: me desculpa estar online, mas eu não posso
estar presencial, como eu expliquei. Eu fiz uma cirurgia no sábado e aí a médica pediu
que eu ficasse quieta em casa. É só para entender como que funciona. Essas
intimações, de acordo com o Dr. Gustavo, todas saem no nome dele, não sai no nome
dos Procuradores que atuam nos processos.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim. As execuções fiscais são distribuídas pela
Procuradoria. Então, toda a petição inicial ali, a distribuição é feita em nome do Levate,
porque ele era primeiro gerente da execução fiscal, que virou diretor com a reforma
administrativa, então sempre foi distribuído em nome dele. A gente trabalha com um
volume muito grande de processos, a execução fiscal são muitos processos. Então o
que que acontece? Tudo é distribuído no nome dele. Quando a gente recebe as
intimações pelo tribunal, a gente faz uma triagem, por isso que a gente tem uma
equipe, porque a gente olha processo a processo. E aí, caso esses processos tenham
que ser encaminhados para outros Procuradores, aí a gente faz a distribuição da
pendência para outro Procurador, mas todos chegam em nome do Levate. Aqueles
que vão para a equipe, permanecem no nome dele, como o Procurador de base, de
entrada no sistema e após a conferência da Dione, que é a Procuradora responsável
pela equipe de apoio, aí ela faz a conferência e o protocolo dessas intimações. Mas
por causa da dinâmica da distribuição que entra tudo em nome do Levate.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí no caso, então, a sua atuação é uma questão
operacional, de receber essas intimações e fazer a redistribuição dentro desses
Procuradores, de acordo com a atuação de cada um no processo.

595
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: exato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí o foco, as publicações são todas feitas no


nome do Doutor Levate, e chegam no nome do Doutor Levate.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas existem processos em que ele atua como
Procurador também ou não?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não faço distribuição para o Levate. A minha
atribuição é feita para os Procuradores da gerência ou para a equipe de apoio a
depender do tipo de processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, muito embora conste o nome dele nesses
processos, quem atua nesses processos é a Doutora Dione.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: com relação aos processos da equipe que são
passados para os estagiários, sim, é ela que faz a conferência e o protocolo. E o
restante repassado para os outros Procuradores. Aí cada um faz o seu lá com o seu
assessor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo. E aí, no caso, quando tem uma procuração
do Doutor Levate, é assinada por ele, distribuída por ele, em outro processo, isso
passa por você também ou não?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: como assim? Eu não entendi bem a pergunta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós temos um processo, agora, onde teve uma
distribuição eletrônica no nome dele, com a assinatura dele. Agora, em 2023, nesse
caso, essa atuação, por que não passou por você para fazer a distribuição? Foi ele
quem fez o protocolo eletrônico.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: mas aí, qual seria o tipo do processo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: execução fiscal.

596
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não. A execução fiscal, a gente recebe todas as
execuções fiscais pelo programa do SAJ. Eu faço a triagem e faço a atribuição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é você quem faz a distribuição?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: é, eu e a minha equipe, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no caso de não ter sido feito por você e ter sido
feito por ele, é algum equívoco ou alguma forma de burla ao que está acontecendo,
ao sistema de vocês de distribuição?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: mas eu teria que entender qual o processo que foi
distribuído a ele. Porque passa por mim, e a gente não distribui processo para ele,
especificamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Doutora Deise é quem atuava no processo de


execução fiscal do Alexandre Kalil, uma cobrança de IPTU da Avenida Bernardo
Monteiro, se não me engano, onde o imóvel tinha sido dado em garantia da dívida e a
oficial de justiça constatou que esse imóvel tinha sido demolido. Então a Doutora Deise
chegou a fazer um pedido de análise, se tem dinheiro para fazer a cobrança pelo
BACENJUD, e ela acabou optando por indicar o imóvel na rua Tito Simões, como
garantia da dívida e logo em seguida o Doutor Levate assina a petição. A distribuição
eletrônica é feita por ele. Retirando essa indicação de imóvel com garantia de dívida.
Nesse caso, essa distribuição foi feita por você? Ou não, essa distribuição é
eletrônica?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: eu não consigo afirmar para você porque eu
trabalho com uma equipe, né? Então assim, a gente faz a triagem dos processos e a
gente não encaminha o processo para o Levate, especificamente. Eu não sei se Deise
recebeu, neste caso, o processo, a intimação. Eu não consigo afirmar sem, sem saber
a movimentação. O Levate ele manifesta em alguns processos, às vezes, porque
recebe, às vezes, eu acho que assim, por exemplo, se ele recebe alguma coisa por e-
mail, alguma solicitação de advogado, alguma coisa, não é que ele não possa
manifestar, porque ele tem as demandas, também, por e-mail, por ofício, coisas de BH

597
Resolve que às vezes as pessoas vão lá e fazem a abertura do protocolo. Mas assim,
o normal a gente não distribui processo para ele, a atribuição não é feita para ele, a
gente passa para os outros Procuradores da gerência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse é o processo 44075308520158130024. E


aí, nesse caso, para a gente saber porque que ele não atuou com um (INAUDÍVEL),
digamos, habitual, como vou saber se de fato foi ele quem juntou ou não, já que tem
assinatura dele, e é assinado eletronicamente por ele? Para quem que encaminha
esse fundamento, para eu saber por que nesse processo em específico, ele tomou
uma atitude diferente da Dr. Deise, que é a Procuradora responsável, se ele afirma
que essa não é uma atuação dele?

Dr. Francisco Freitas (advogado): só, só pela ordem, Vereadora. Porque a gente
teve o depoimento do Dr. Levate e me parece que essa pergunta já seria sobre uma
atuação que não é da depoente, pelo que ela…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, é porque ela é quem faz a distribuição, Doutor.
Se ela fez a distribuição do processo nas petições anteriores, ela passou para a
Doutora Deise e nós queremos saber como que funciona essa questão de quando ele
entra ou não, porque quando, tem um documento com o nome dele e ele quer jogar a
responsabilidade na Doutora Luciana, na Doutora Dione e na Doutora Cíntia, é fácil.
Agora, quando a gente quer saber se a responsabilidade é dele ou não, eu não posso
perguntar?

Dr. Francisco Freitas (advogado): ela pode responder. Mas o que eu estou dizendo
é que a partir do momento que ela distribui, o processo…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas não foi distribuído por ela. A assinatura
eletrônica é do Doutor Gustavo Levate.

Dr. Francisco Freitas (advogado): a assinatura eletrônica, Vereadora, é de ingresso


dessa peça do sistema do PJE?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu até ver se temos aqui a distribuição,

598
espera aí só um momentinho que eu vou questionar aqui. Renata deve estar presente
aí. A gente consegue ver quem fez a distribuição, aí Renata?

Vereador Wesley Moreira: só um momentinho, deixa a Fernanda.

Dr. Francisco Freitas (advogado): exatamente. Eu acho que tem um outro ponto,
desculpa intervir, mas é na tentativa de até auxiliar na compreensão. Me parece que
a pergunta da Vereadora Fernanda diz respeito à inserção da peça no sistema que foi
feita no nome do Levate. É isso, Vereadora?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, eu estou vendo aqui que nesse caso a gente
confirmou. Se a Renata quiser, pode até colocar a peça aí. A assinatura no documento
é dele, a assinatura eletrônica é dele e a distribuição no PJE foi feito por ele.

Dr. Francisco Freitas (advogado): sim, eu acho que…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então eu queria perguntar para a Doutora


Luciana, que é quem é responsável por fazer isso. Nesses casos, quando o
Procurador faz pessoalmente, o Diretor Geral, qual é a justificativa disso? Deve sair
da praxe de atuação da Procuradoria, nesse ponto.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: Fernanda, eu teria que ver o processo


especificamente, saber qual o processo, pelo seguinte: a gente não faz distribuição
para ele, mas a gente trabalha na Procuradoria com um volume muito grande de
processos, onde de todas as petições, sair no nome do Levate. E a gente tem um
banco de petições que todas têm a assinatura digitalizada, que é a cópia da assinatura
do Levate. Então, essas petições, elas podem ser usadas. Eu coisas que eu já vi. Elas
podem ser usadas tanto pela equipe de apoio, que são os estagiários que fazem e
encaminham para o Dione, e a Dione fica responsável pela conferência e protocolo,
como por algum Procurador, porque elas estão no banco. Então eu já vi, por exemplo:
o processo foi passado ao Procurador X, sair com assinatura eletrônica do Procurador
com assinatura, com o nome do Levate na peça. Então, assim, em nome do Levate
ele vai estar, como é que eu posso te dizer? Tanto na entrada da petição inicial e tudo,
como distribuição, como protocolo, porque ele existe ali em todas as peças.

599
Vereador Wesley Moreira: a manifestação tá, você está vendo aí Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, tá na tela aí. A assinatura eletrônica é dele.


Tem um documento da distribuição pra gente mostrar que foi ele quem fez a
distribuição no sistema?

Vereador Wesley Moreira: só um momentinho aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: lá embaixo tem assinatura eletrônica dele. Onde
que a gente consegue ver a distribuição?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: então, sem sistema eu não consigo afirmar como
foi feita essa distribuição. O que eu consigo ver aí é que ele foi feito, que ele fez o
protocolo da petição, que o protocolo foi feito com a assinatura dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. Mas tem um documento, também, que a
distribuição foi feita por ele. Coloca até no conteúdo, por favor. A gente já mostrou isso
num depoimento dele, a Doutora Deise pediu a penhora de um imóvel do Kalil, da Tito
Simões e ele, na verdade, retira essa penhora do imóvel. Ele pede que seja
desconsiderada a manifestação dela, reiterando um pedido de bloqueio em conta que
nunca encontra nada.

Vereador Wesley Moreira: vamos ver se a gente encontra aqui, só um momentinho,


Fernanda. É esse mesmo? Só esse, tem outro? Mandando subir aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, esse é o teor. A assinatura eletrônica a gente


já viu.

Vereador Wesley Moreira: pode ir subindo. Vamos ver se… Se você ver alguma coisa
aí, você fala pra parar, Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Renata, eu queria só que ela achasse para
mim, onde que consta que a distribuição no sistema foi feita por ele.

Vereador Wesley Moreira: é no PJE, né? Ela falou que não tem como identificar isso

600
agora não, viu Fernanda. A Renata diz.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas está no PJE, e a gente pode confirmar
aqui que a distribuição foi feita por ele. Então, assim, em todo momento, eu entendi
qual que é a dinâmica. São muitos processos, por uma questão de otimização tem um
setor onde esses servidores, é eles é quem fazem a distribuição no sistema, né? Para
quem não é advogado, você faz a peça, o processo judicial eletrônico, você entra no
site da Justiça e anexa lá, o documento. Então, quem faz isso é o servidor.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: quem faz as peças é o estagiário ou assessor ou o


próprio Procurador. A minha parte é só a distribuição, a distribuição da intimação. Sim,
a gente para aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem faz a distribuição no sistema também é o


servidor.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente faz a atribuição das execuções pelo site.
Exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso. E nesse caso, foi o Doutor Gustavo Levate
pessoalmente.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, ele não faz distribuição. Alí ele fez…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas nós temos, depois eu vou encaminhar para
a senhora, esse documento do PJE, podem anotar o número do processo aí. Nesse
caso foi ele quem fez a distribuição. Não foi o setor.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, Fernanda. Ele não faz distribuição de
processo. Qualquer advogado com o token ele pode manifestar em qualquer processo,
mas ele não faz essa parte de distribuição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então ele fez e juntada, desculpa. Ele fez a
juntada da petição.

601
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: petição é juntada sim, mas ele não distribuiu para
ele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, não distribuiu para ele. Vocês distribuíram,
ele fez a juntada.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: ali, tá parecendo que ele fez a petição e fez o
protocolo pelo PJE. Isso está claro pra mim. Mas isso não é, como eu posso falar, pra
eu saber como que foi feita a distribuição, eu teria que ver como foi feita a distribuição,
se foi pelo SAJ. Porque a gente tem um programa que a gente faz toda a distribuição
por ele por conta do volume, porque como o PJE a gente não conseguiria distribuir
para estagiários, especificamente, a gente usa esse programa do SAJ para fazer a
distribuição.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se eu fizer o pedido de qual petição foi


distribuída, qual o processo, o que foi distribuído para quem pelo SAJ, eu posso
encaminhar esse pedido de informação para a Procuradoria ?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: pelo SAJ, ele tem um histórico de distribuição,
recebimento, de intimação e para quem que foi distribuído.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, então ótimo.

Dr. Francisco Freitas (advogado): isso que eu ia dizer, Vereadora. Esses


requerimentos podem ser dirigidos na forma como tem sido, a comunicação com o
município, e esse dado sendo rastreável lá, né Luciana, na Procuradoria, pode
responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí, Luciana, só mais um questionamento. Como


ele é quem recebe todas as intimações, como a distribuição é feita por um setor e
como as pessoas têm a assinatura eletrônica dele até aquela assinatura que copia e
cola, no caso de uma responsabilização, quem vai ser o responsável por isso? Vai ser
o Procurador que atuou, que assina a petição junto com ele, vai ser o Procurador-
Geral, e quando que vai ser ele? Só pra gente conseguir entender a dinâmica de uma

602
responsabilização, porque alguém tem que ser responsabilizado por alguma coisa em
algum momento. Não estou falando necessariamente aqui, tá? Eventualmente, no
caso de erro, como se responsabiliza alguém?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: então, Fernanda, juridicamente eu não tenho como
te responder isso porque a minha parte é totalmente administrativa. Eu estou ali só
para distribuir o processo.

Vereador Wesley Moreira: você não tem nenhum, mas teve alguns casos no
passado, situação lá não, que vocês acabaram sabendo. Nossa gerente ali. Não?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não. Que eu me lembre, não.

Vereador Wesley Moreira: entendi. Tranquilo aí, Fernanda? Então tá bom. O Luciana
você conheceu pessoalmente o ex-Prefeito Alexandre Kalil ?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não.

Vereador Wesley Moreira: tem o contato com ele pessoalmente?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não.

Vereador Wesley Moreira: com relação a esse critério, na verdade, qual é, qual é o
critério para essa distribuição dos processos para os Procuradores? Existe algum
sistema que manda direto ou existe alguma separação? Esse vai para esse
Procurador, esse vai para outro? Qual é o critério que vocês utilizam?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente recebe ali as intimações diárias, faz uma
triagem dessas intimações e a gente tem alguns critérios que a gente separa algumas
intimações que são passadas para os Procuradores. Então, por exemplo, se a gente
pega um processo com valor acima, hoje, tá, porque isso pode mudar conforme
regulamento, hoje, acima de R$ 250.000,00, independente se o processo fosse
simples ou não, a gente passa para Procurador pelo valor. Se tem manifestação de
advogado, da parte, seja exceção de pré-executividade, um embargos de declaração,
que caiba um recurso ou uma manifestação que a gente vá a tratar isso como mais

603
complexo, a gente passa para Procurador. E pra equipe, a gente passa os abaixo de
R$ 250.000,00, que seja um processo de condução mais simples: citação, intimação,
suspensão, pedido de extinção, a esse volume maior, aí vai para uma equipe de
estagiários que a gente aloca todos os dias e eles fazem a petição e encaminho para
a fila da Dione fazer a conferência e protocolo.

Vereador Wesley Moreira: é comum a atuação de um Procurador no município


mediante um pedido ou mediante uma avocação ou Procurador ele pede para atuar
em processo específico?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, na minha distribuição não acontece isso.
Agora, eu não sei se via e-mail, via oficio, via BH Resolve, que aí não é a minha parte,
mas na minha distribuição a gente faz a distribuição baseada nesses pontos que eu te
falei. Valor, complexidade, se é simples, condição simples e a gente passa pra equipe
ou passa para os Procuradores, no caso, a complexidade do processo. Eu fico só com
a parte distribuição de intimações dos processos mesmo. Então, por exemplo, eu não
recebo ofício, não recebo e-mail, essa parte a distribuição não chega para mim para
que eu distribua. Né, então.

Vereador Wesley Moreira: perfeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Luciana? Só um minutinho aqui, Wesley. Como


é que é essa questão da distribuição de valor e complexidade? Como é feita essa
análise? E pela (INAUDÍVEL) inicial?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não. O valor é o valor atualizado do Siatu do dia. O
sistema, ele puxa o valor atualizado, ele tem o valor da distribuição e tem o valor
atualizado, a gente tem como base o valor atualizado do processo, que o Siatu nos
fornece.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como que seria a complexidade? Pelo valor?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não. Valor é só valor. Abaixo de 250, equipe, acima
de 250, Procurador, Tá? Fora a avaliação do valor, se tiver algum processo com

604
manifestação, tiver manifestação de advogado, exceção, embargos ou se tiver
qualquer manifestação da parte, alguma forma a gente passa para o Procurador como
complexo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa complexidade tem que vir da


manifestação só do advogado, ou pode vir também em função do assunto, levado ao
processo pelo Procurador?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: na verdade, a gente, naquela primeira triagem ali a
gente não faz uma análise da manifestação em si. A gente, se já tem uma manifestação
por parte do Procurador do executado, a gente já passa para o Procurador analisar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eu falo assim, o Procurador do município,


nós temos um caso aí, por exemplo, o processo corria normal, o valor abaixo de
R$ 250.000,00, mas tem uma petição da Procuradoria do Município pedindo a
suspensão deste processo em função de eventual suspeita de que o imóvel está sendo
desapropriado de um outro processo. Isso tornaria o processo complexo?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: quem peticionou, foi a parte?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, o Procurador do Município.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, eu estou falando assim: no meu recebimento,
na triagem, eu recebo a intimação do TJ. Então o que eu analiso ali é a intimação do
juiz. A intimação do juiz foi para: "intima-se o município para manifestar na petição X
ou Y, Z do Procurador tal", a gente passa isso para o Procurador como complexo, né?
E outra coisa que a gente passa para o Procurador: a gente fez um pedido, o juiz
indeferiu por algum motivo, como indeferiu, e pode gerar um recurso, a gente passa
para Procurador, então, na verdade, eu faço a análise da última intimação do juiz.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: no caso de o juiz pedir para a Procuradoria fazer
prova, comprovar se o imóvel foi desapropriado ou não, e se já houve imissão na
posse, falando, inclusive, que a Procuradoria fica responsável por tocar o processo,
isso já seria complexidade?

605
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: isso é complexidade, eu acho que sim. Passaria,
com essa manifestação passaria para um Procurador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque nós temos esse caso aí em um dos
processos de cobrança, que foi inclusive o que deu a desistência. E é uma atuação,
inclusive, que começou a partir de uma petição do Dr. Hércules Guerra pedindo a
suspensão do processo em função de uma desapropriação e aí, o Dr. Gustavo Levate,
ele é quem toca o processo, tem essa petição do Dr. Hércules Guerra, depois ele
continua na condução do processo e em um desses momentos o juiz faz esse pedido:
olha, depois de suspender, suspender, suspender, que a Procuradoria do município
comprove que imóvel foi desapropriado, você já teve menção na posse e que ele fica
responsável por dar rumo ao processo, falando assim em português com um linguajar
mais popular. Então, nesse caso, você acredita então que isso aí tenha sido
direcionado ao Procurador e não ao estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, neste momento, sim. Porque o processo passa
por várias fases, aí, acostuma às vezes o processo, por exemplo, passar por uma fase,
assim, o Procurador responder e quando voltar, ele vai continuar de uma forma,
digamos, normal. Eu vou te dar um exemplo muito simples aqui: às vezes o advogado
junta uma petição falando que houve o parcelamento, por exemplo, do processo,
pedindo a suspensão. Como há a petição do advogado, a gente passa para um
Procurador, o juiz volta suspendendo, por exemplo, o processo, a intimação e a
suspensão do processo, porque está parcelado. Neste momento aquele processo que
anteriormente foi ao Procurador e ele vai pra equipe, porque eu vou dar só uma ciência
da suspensão. Então depende da etapa que o processo está. A gente faz uma triagem
da última intimação, da condição naquela data, aí a gente define ali e isso vai para
Procurador ou isso vai para equipe. Então o processo pode passar por Procurador e
pra equipe voltar para um Procurador, né? Vai depender do que está falando na
intimação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é, e inclusive assim, uma petição de um


advogado falando a respeito de retirada de restrição de um bem móvel dentro daquele

606
processo. Isso, também, a partir desse momento vocês tiram do estagiário e passam
para o Procurador?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que foi exatamente o que aconteceu nesse
processo, e depois, inclusive, o Dr. Gustavo Levate, junto com a Dra. Dione, e de
acordo com ele, a responsabilidade é da Doutora Dione, não dele, vem a petição
pedindo a desistência, inclusive, da execução. Então, a partir do momento em que tem
essas petições desses advogados, o processo passa a ter, digamos, uma tarja de
atenção, e não passa só pelo estagiário. Ela passa também pelos Procuradores.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a depender da última intimação do que foi gestado
no processo. Isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exatamente. Essa manifestação do juiz pedindo


para falar se teve desapropriação de fato ou não. Depois, essa petição de um
advogado de um processo trabalhista pedindo para tirar a restrição de um bem móvel
e depois pedindo suspensão por um processo tributário administrativo, e a desistência
da cobrança.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, por exemplo: a equipe de estagiário ela
trabalha com base no, digamos que eu recebi um processo que foi virtualizado, está
físico, foi virtualizado. Quando o processo vem para a gente virtualizado e o juiz intima
a gente para dar só ciência da virtualização, que na verdade ali é só uma conferência
de digitalização de folhas, processo completo e tudo. Essa ciência de digitalização ela
vai pra equipe, só que o estagiário ele faz a análise da tela do SIATO. Se ele vai dar
só ciente ali da digitalização, ou se ele vai pedir alguma coisa. O SIATO é que vai dar
a condução do processo. Então aí, neste caso, o estagiário se ele abre o PTA, ele vai
pedir a suspensão. Se for o caso do SIATO, der condição para aquilo, ele vai pedir a
extinção, mas eles encaminham para que a Dione faça a conferência e o protocolo.
Mas o que eu quero dizer o seguinte é porque às vezes a pessoa pensa assim, o
processo nasceu com Procurador tal, ele vai morrer lá com Procurador, em qualquer

607
intimação, Não. Como o volume é muito grande, a gente vai dividindo às vezes equipe,
às vezes, quando necessário, volta para o Procurador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês têm o princípio da unicidade aí na


Procuradoria também? Igual existe unicidade do Ministério Público, tem esse princípio
de indivisibilidade, de unicidade da Procuradoria do Município?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, todo órgão público.

Vereador Wesley Moreira: na semana passada ficou mais assim, apareceu mais um
agente nesse processo que são os estagiários. Eles foram muito citados. Foi a primeira
vez, né, Fernanda, que apareceu a figura dos estagiários, muito citado pelo Procurador
Luiz Gustavo Levate, e também vê essa questão até mesmo da própria assinatura
digital. E nós ficamos assim, meio sim, preocupados, parece que ele não sabe, talvez
até onde ele responderia por assinaturas digitais que tem nesses processos, e a gente
entende que a assinatura digital, eu tenho isso aqui, os Vereadores tem, todo mundo
tem, os advogados têm e sabem de quanto, como que isso é importante e vai trazer
pesos de responsabilidade sobre ele, e mesmo se falasse "ah, não fui eu, não vi, foi o
estagiário" acabou agora, apareceu essa figura é mais forte. Eu gostaria que a senhora
explicasse para a gente, então como que como que a atuação, como que a
responsabilidade desses estagiários, eles redigem, eles acompanham os processos
de execução sem supervisão, com supervisão, como que é.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente tem supervisão, a Dione, a orientadora,


então quando eles começam, eles têm treinamento e ela acompanha eles diariamente.
Qualquer dúvida que o estagiário tenha, ele tira a dúvida com a Dione. Fora isso, as
petições a gente tem um banco de petições padrão, que é esses que já vem com
assinatura, com a cópia da assinatura ali do Levate e eles utilizam. Eles fazem a
análise do processo e utilizam desse banco de petições para peticionar. Então, na
verdade, eles escolhem a petição que sai de acordo aquele processo e encaminha via
SAJ, que é o sistema. E aí vai cair na fila da Dione e ela faz uma conferência.

Vereador Wesley Moreira: Então é a Dione que faz as correções?

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Luciana Pessoa Dutra A. Moura: desses processos de equipe, sim. Que vão pra
equipe, sim. Aí ela faz o protocolo ou se tiver algo errado e tiver algo para corrigir, ela
devolve para uma fila para que eles retifiquem na petição. Mas já existe um banco de
petições padrão lá que eles utilizam. Eles não redigem por conta própria. Às vezes
acrescenta alguma coisa, mas já existe um banco de petição, que é o que foi feito para
essa finalidade, porque o apoio recebe um volume muito grande e são processos mais
simples, de condução mais simples, que usam geralmente o mesmo tipo de petição.

Vereador Wesley Moreira: então existem funcionários que são responsáveis por
todas as ações. Tudo aquilo que o estagiário faz, evidentemente ele vai estar atrelado
a alguém.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: vai ter uma correção, isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Luciana, só uma dúvida. Fazer um pedido de


suspensão com base em desapropriação, seria uma petição simples de um estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, Se a petição anterior foi com relação a
desapropriação, isso foi passado por Procurador.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: fazer um pedido de suspensão com base em um


PTA, é trabalho, está no banco de modelos do estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: está. A gente tem várias opções de suspensão por
processos, para abrir um processo administrativo, porque a gente vê em vários casos
que, por exemplo, vamos supor aqui, uma suspeita de óbito, que a gente não tem
certeza. Às vezes o estagiário faz uma análise do processo pela data de nascimento,
às vezes, apesar de a gente não ter, por exemplo, um isso registrado na receita, por
exemplo, como óbito, o estagiário, ele abre um processo administrativo para investigar
isso, isso e encaminhar, e aí pede a suspensão. Do mesmo jeito que ele solicita o
processo administrativo, ele pede a suspensão do processo. Mas isso passa pela
Dione, a conferência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é. Ele fazer um pedido de suspensão de um

609
PTA para averiguar anulação de índice cadastral por imóvel não localizado ou
localizável, seria competência do Estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, porque na verdade ele vai receber o processo,
vai analisar o SIATU a partir do SIATU ele vai fazer essa solicitação de PTA, até para
descobrir o porquê o motivo, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí a gente consegue saber, num caso


específico, qual foi o estagiário que atuou ou não?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: consigo. Na própria peça tem o nome do estagiário.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quando não tem o nome do estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: no SAJ tem o estagiário que fez a petição. No
sistema eu consigo identificar. Assim que, a gente passa para essa equipe, e aloca
para um estagiário específico. Assim que ele peticiona e encaminha, fica registrado o
nome dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, então se eu pedir para vocês a tela do SAJ e
vocês nos encaminhar, eu vou ter certeza de quem fez, no caso, aquele documento.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a petição? sim. Eu tenho lá o nome do estagiário


que fez a petição, além do nome na própria petição. E aí o encaminhamento do
estagiário para a Dione. Isso consta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e se não tiver o nome do estagiário, é porque


não foi feito por estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não, não é assim. Porque a gente tem duas
dinâmicas, ou passa pra equipe e aí aloca para um estagiário que vai fazer a petição
e encaminhar, ou então a gente passa para o Procurador. Se a gente mudar o
Procurador, por exemplo, se a gente tiver que passar para um Procurador
especificamente, aí ele sai do nome do Levate e passa a pendência para o nome do
Procurador. Aí, no caso, pode ser o Procurador que faz a petição ou ele pode

610
encaminhar também para um assessor que trabalha com ele. Mas aí não é a dinâmica
do apoio, né? Aí, vai ficar lá constando o nome do Procurador que recebeu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, e uma petição de desistência do processo. A


extinção do processo em julgamento do mérito. Isso aí é uma petição, também, que
pode ser feita por estagiário?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, muito. Por quitação, por cancelamento.
Inclusive, a gente recebe, por exemplo, qualquer alteração no SIATO que a gente
receba da Fazenda, a pessoa foi lá e parcelou, a pessoa foi lá e pagou, a pessoa foi
lá e houve uma alteração do lançamento e houve um cancelamento, por exemplo. Isso
gera um relatório para uma gerência lá da Procuradoria. Cria-se uma pendência e eu
distribuo todas as pendências para estagiário. O que o estagiário faz? Ele vê a
alteração do SIATU e faz a petição conforme, conforme SIATU. Se for suspensão, se
a extinção, se for.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí isso passa pela supervisão de algum


Procurador?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: esses, da equipe, passam pela Dione.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: todos esses, então passarão pela Dione?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim. Extinção, abertura de processo administrativo,


passam pela Dione, a conferência e o protocolo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, quando tem ali o nome desse estagiário,
é ele com a supervisão da Dione.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: isso mesmo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e não necessariamente o Gustavo Levate.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não necessariamente mesmo. O nome do Levate


em petição é banco de petições. Se vocês olharem o banco de petição nosso lá no

611
SIATE, todos tem assinatura do Levate.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso que nós estamos olhando, então.
Obrigada.

Vereador Cleiton Xavier: Luciana, bom dia! Mais uma vez seja bem vinda. Quando a
senhora distribuiu o processo 440848871-2015-8130024, que trata acerca da
cobrança de IPTU da Avenida Dom Pedro I, que foi extinto sem julgamento do mérito,
mediante desistência? Houve alguma recomendação especial para distribuição?
Houve conversa ou discussão da melhor condução nesse processo de execução?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não. Essa primeira triagem, o que que acontece:
era um processo só processo da extinção, não é?

Vereador Cleiton Xavier: sim.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: esse processo era um processo físico que foi
digitalizado. Uma vez digitalizado, eles dão, intimam a gente para ciência da
virtualização. E neste momento a gente passa, se ele for abaixo dos R$ 250.000,00,
a gente passa para a equipe de apoio. Foi que foi feito. Passamos para a equipe de
apoio, porque o estagiário, ele vai fazer o quê ali? Conferir as peças e dar ciente da
virtualização. Então, o que eu faço? Pra te falar a verdade, o volume é tão grande que
a gente nem olha a parte que está sendo executada. A gente trabalha com o número
e toda distribuição do processo lá a gente distribui pelo número do processo, não pelo
nome da parte, sabe? A gente faz tudo pelo número. Então, o que eu faço? Eu entro
ali, olho o processo, esse processo é um processo que deveria ir para equipe ou
deveria para Procurador? E eu faço a distinção pela triagem. Então ele foi passado
pra equipe, condição normal.

Vereador Cleiton Xavier: então você fez a análise pelo número e valor ou os dois?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente olha valor e a gente olha a última intimação
do juiz naquele momento que ele saiu do físico para ser digitalizado, que ele foi
digitalizado, o TJ nos intima para conferência de peças e nos intima da digitalização.

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Então todos os processos abaixo dos R$ 250.000,00 para dar ciência da digitalização
a gente passa pra equipe, independente da parte.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a senhora sabia que se tratava de um processo


que envolvia o ex-Prefeito Alexandre Kalil?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente tem o processo, é público, tem o nome da
parte. Mas a gente não faz a triagem com base nisso, entende? Pra mim, não me
importa ali qual a parte, me importa a condução, a triagem do processo. Então eu olho
a intimação do juiz. Naquele momento eu acho que é um processo que é complexo,
eu passo para o Procurador. Naquele momento, eu acho que é um processo que dá
para ir pra equipe, que a gente faz a condução pela equipe, a gente passa pra equipe.
Eu vou te falar que eu posso distribuir vários processos por dia, se perguntar a parte.
A gente faz uma distribuição de mais ou menos 200 a 250 processos dia, só de
execução fiscal, fora os outros processos que a gente tem na gerência. Então a gente
faz a triagem ali, eu entro no processo, olha a última intimação, olho o valor, e só
defino: passo para o Procurador ou passo pra equipe.

Vereador Cleiton Xavier: então, na hora que a senhora viu lá, perdão, Presidente, na
hora que a senhora viu lá, então, Alexandre Kalil nesse processo específico, você
adotou alguma medida ou você agiu naturalmente num fluxo normal?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: fluxo normal.

Vereador Cleiton Xavier: só viu que era dele.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: ninguém disse que era dele. Pra te falar a verdade,
é igual hoje, por exemplo, fiz triagem na de 200 processos, se me perguntar quais os
executados. Porque é um volume grande e a gente tem que, eu tenho que me ater ali
a última intimação. O que eu preciso fazer? Eu preciso distribuir 200 processos dias.
Eu olho se eu vou passar para a equipe ou não. Tanto que ele foi passado pra equipe.

Vereador Cleiton Xavier: então a senhora não tratou de forma especial ?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: de forma alguma.


613
Vereador Cleiton Xavier: a senhora já tinha ouvido falar alguma coisa sobre esse
processo especificamente antes da distribuição? Não antes da execução?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não.

Vereador Cleiton Xavier: a senhora já viu algum processo ser extinto por desistência
com base em PTA de anulação de índice? Ele costuma ser juntado aos autos?

Vereador Wesley Moreira: Somente um minutinho, para eu tirar uma dúvida. A


distribuição pela senhora foi feito quando?

Vereador Cleiton Xavier: a senhora lembra o ano?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: você está falando desse da extinção? É porque
como eu trabalho com uma equipe, então não faço triagem sozinha, e não faço a
distribuição sozinha. Às vezes sou eu, às vezes é outro servidor. Esse processo ele
chegou para a gente para distribuição de ciência da intimação, deixa eu ver se eu
anotei aqui gente. Em janeiro de 22, que ele foi distribuído pra equipe.

Vereador Cleiton Xavier: a senhora sabia? Não, não. Perdão. Então eu volto a
perguntar. Eu não fiquei satisfeito com a resposta que a senhora nos colocou aqui. A
senhora já viu algum processo ser extinto por desistência com base em PTA de
anulação de índice? Ele costuma ser juntado aos autos?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente faz. Como é que eu posso explicar? Eu
vejo muito a entrada. Eu estou muito mais ligado à entrada da intimação, a saída,
como foi protocolado, eu não faço essa conferência de peça. Mas o que eu posso te
dizer é: pelas triagens que eu faço depois que o processo volta, a gente tem como
base o SIATO tanto o estagiário quanto o Procurador. Então se estiver lá, cancelado,
extinto, quitado, ele vai fazer a petição baseada na tela do SIATU. É assim funciona.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Cleiton, deixa eu fazer só uma pergunta. Mas no
caso então de um PTA não ter extinta a, não ter anulado a CDA, mas no caso ter
anulado só o índice cadastral de 2022 para frente, aí nesse caso isso vai constar no
SIATU?
614
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: Fernanda, essa parte de análise jurídica, de como
pedir extinção, vai pedir, porque que vai, aí eu já não consigo te responder. Essa
análise é feita por Procurador. Eu não peticiono, é porque eu não peticiono. Eu só faço
a distribuição. isso, a minha parte é só a distribuição.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: pela ordem, um esclarecimento. Na décima


reunião consta juntado o PTA que anulou o índice cadastral e o PTA que anulou a CDA.
A décima reunião nos documentos em pauta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como é que é, Doutor Tarcísio? Repete, por favor.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Vereadora, bom dia. A senhora perguntou


sobre o PTA do índice cadastral e se não há PTA da anulação da CDA. Na décima
reunião, nos documentos em pauta, consta lá, a partir de requerimento dessa
comissão, a juntada pela Prefeitura ou pela Procuradoria, eu não sei, de dois
procedimentos administrativos. Na minha leitura, o primeiro procedimento
administrativo, salvo melhor análise, é da anulação do índice cadastral e o segundo
procedimento administrativo é a anulação da CDA. É o que consta lá, segundo minha
análise, salvo melhor avaliação dos senhores, na décima reunião. Desculpa a
interrupção.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só por uma questão, porque o PTA, no caso,
ele não anula a CDA, ele anula o índice cadastral a partir de 2022. Então, no caso,
quando eles pedem o PTA ,como justificativa de não cobrar mais um IPTU, ele não é
a justificativa, na verdade, para desistir de uma execução. É só essa observação, pode
continuar aí Cleiton e Luciana.

Vereador Cleiton Xavier: Luciana, a Prefeitura de Belo Horizonte tem desistido da


cobrança e de outras certidões de dívida ativa com base na não localização de imóvel?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: também não consigo te responder porque não é a
minha parte, a minha parte é totalmente administrativa. Essa análise é com o
Procurador.

615
Vereador Cleiton Xavier: é comum um pedido de suspensão na Gerência de
Execução Fiscal, sob o argumento de desapropriação do imóvel ser apresentado pela
Procuradoria do Município?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: assim, a gente vê muito. É o que eu vejo muito
pedido de suspensão, quando aguarda processo administrativo ou pediu suspensão
da execução enquanto aguarda um outro processo. Por exemplo, o processo foi
embargado, pede suspensão enquanto aguarda a decisão dos embargos e tudo. Mas
é o que eu te disse. Eu não vejo. Eu faço a distribuição, mas eu não vejo a saída.
Então eu não consigo afirmar para você o quanto é comum ou não é comum isso.

Vereador Cleiton Xavier: você tem conhecimento se é comum que a PGM abra esse
tipo de PTA para cancelamento de CDA de imóvel não localizado? Você tem
conhecimento sobre isso?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente tem vários modelos de processo


administrativo que a gente faz a solicitação para esclarecer algo. Os PTAs são para
esclarecimento, não para cancelamento, sabe? Por exemplo, é igual ao óbito que eu
dei de exemplo aqui. Se há indícios de óbito, a gente abre lá o PTA com indícios de
óbito, para que a gente tenha uma resposta daquilo. É uma solicitação de cada caso.

Vereador Cleiton Xavier: entendi

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: porque tem coisa que não é com a Procuradoria. A
gente depende da finanças da Fazenda.

Vereador Cleiton Xavier: Fernanda, Vossa Excelência está com oportunidade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: obrigada Cleiton, vai ser bem rapidinho aqui, Dra.
Luciana. Esse processo, especificamente esse na desistência, quem estava tocando
era o Dr. Gustavo Levate. E aí em 2017 tem uma única petição do Procurador Hércules
Guerra, quando ele pede a suspensão para averiguar a questão da desapropriação.
No SAJ, na verdade, eu vou conseguir ver que neste momento teve uma distribuição
para Dr. Hércules Guerra?

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Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não Fernanda, porque o SAJ ele veio com a
distribuição eletrônica das execuções. Então a gente começou só 2019, a gente tem
dados só de 2019 pra frente no SAJ.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso então, antes do SAJ tem que ter
algum processo interno para indicação da atuação do Dr. Hércules Guerra ou não?
Nesse caso aí, os Procuradores eles entravam no processo da forma como eles
queriam e quando queriam?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: é, porque o Procurador tem acesso ao processo,


então, assim, como foi a distribuição eu não consigo te falar, o SAJ nos dá isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque que ele peticionou nesse processo se
não era ele que atuava?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não sei te falar como foi feito essa distribuição, o
sistema, ele não me dá essa informação. O sistema da informação a partir de 2019,
das intimações eletrônicas,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas antes, para um Procurador atuar no


processo do outro, entra e sai, peticiona e nunca mais atua, tem que ter alguma
indicação do Procurador-Geral para que ele atue naquele processo? Ou eles,
aleatoriamente, resolvem atuar nos processos que eles querem?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: Eles recebem demandas. É o que eu falo, é que às
vezes a pessoa recebe um e-mail , recebe um ofício, recebe demandas e atuam nos
processos, mas eu não consigo falar para você assim, o fluxo exatamente, sabe?
Porque eu distribuo o que chega para mim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu entendi essa questão. O bom é que a
partir de 2019 ficou tudo mais claro, né? Fica tudo muito mais transparente. Eu vou
ver se a gente consegue fazer a requisição para ver se teve algum e-mail ou algum
tipo de avocação ou algum tipo de pedido, porque a pessoa entra, entra com um
pedido de suspensão por uma desapropriação, numa execução que corria

617
normalmente, depois sai e não aparece mais e aí tudo vai desenvolvendo em cima
disso. Hoje, para um Procurador atuar no processo do colega, tudo vai depender então
dessa questão do SAJ?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: você quer saber se tem um histórico ali, se passa…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, a gente sabe que é assim, igual como você
falou: não é porque ele começa no processo ele morre, entre aspas ai esse processo.
Mas por exemplo, se um Procurador X era quem atuava e de repente aparece uma
única procuração de um Procurador Z, a partir de 2019 com o SAJ, isso aí vai estar
nessa distribuição?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: porque assim, a gente passa para um Procurador,
digamos que em determinado momento foi para um Procurador. Esse processo
retorna, a gente faz a análise se ele deve manter com o Procurador, se vai para equipe.
Se for manter com o Procurador, a gente passa para ele. Caso vá para equipe, vai
para equipe. E isso a gente tem essa distribuição do SAJ. De março de 2019, a gente
tem essa, a gente consegue verificar para quem foi distribuído.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era isso que eu queria saber.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não sei se eu consegui te responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu acho que agora é mais um pedido de


informação para a questão documental, mesmo. E é comum essa relação de
Procuradores com advogados ali na Procuradoria?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a gente tem o BH resolve que eles entram com os
pedidos lá no BH resolve, às vezes por meio do BH Digital. Então chegam demandas,
também, que não são só do tribunal. Ou advogado pode peticionar nos autos ou às
vezes, às vezes até o próprio executado, através do BH Resolve, eles podem receber
demandas também pelo BH Digital.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, então essa relação entre advogado e o
setor de execução fiscal se dá documentado através de BH Resolve, BH Digital,
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através de um e-mail, através de um ofício?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: eu acredito que sim.

Dr. Francisco Freitas (advogado): Vereadora, mas só pela ordem. Porque eu acho
que a gente está entrando em questões que estão além da atuação dela. Então, só
para deixar claro que pelo que eu estou vendo, eu tenho condição muito boa de
esclarecer aquilo que ela faz. Mas a partir do momento que sai dessa distribuição que
ela faz, eu fico com medo da gente entrar em ilações próprias dela, de como isso
funciona ou não, sendo que ela não tem esse domínio, então tem medo de a gente
desviar um pouquinho aqui o foco.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está certo. Não, as perguntas que eu precisava
e a gente já sabe agora como ter acesso as respostas. Eu não tenho mais nenhuma
pergunta para a Dra. Luciana, eu agradeço.

Vereador Cleiton Xavier: eu também estou satisfeito com as perguntas e os


esclarecimentos da Luciana.

Vereador Wesley Moreira: Sr. Tarcísio.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: bom dia senhora Luciana, bom dia senhores
Vereadores, senhora Vereadora, demais presentes. Senhora Luciana, a senhora
deixou claro que as petições que a senhora diz ser mais simples são feitas por
estagiários sob a supervisão de Dione.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: era assim também no dia 19/03/2022?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim, já era a Dione. A Dione já era era a responsável
pela equipe.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: vou criar uma situação hipotética e a senhora
me responde pelo que viu acontecer. Se no SIATU aparece dívida zero, o que que a

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Procuradoria faz e é feito normalmente por quem?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: o SIATU é a base que o estagiário ou o Procurador


ali ele vai peticionar com base na informação do SIATU. Mas volto a dizer, como eu
não sou advogada e não faço peticionamento, eu não consigo te dar a resposta dessa
análise. E isso acho que cabe ao estagiário e ao Procurador, a conferência eu não
faço peticionamento.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: pedidos de extinção de processo são feitos


normalmente pela Procuradora, Procurador ou pelo estagiário ou estagiária?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: tanto Procurador quanto estagiário.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: deixa eu perguntar uma outra questão. A


senhora conhece o senhor Flávio Luís Andrade?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a senhora sabe o que significa a sigla DTAT?
Vou explicar o porquê da pergunta. Na décima reunião da comissão foi juntada uma
resposta da Procuradoria ou da Prefeitura, eu não sei, dizendo que há um PTA. O PTA,
o número indica que ele é de 2021 e a descrição de sua solicitação é: desativação dos
índices cadastrais com lote CTM igual a trinta mil, não localizados em parentes e que
não estão pagando e IPTU um em 2021, parece que é o caso, conforme decisão da
diretoria da DTAT. O que é isso?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: não sei te informar.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu acho que essa informação é importante


porque há um requerimento feito hoje, aprovado hoje, que pergunta quem abriu o PTA
de anulação do índice cadastral. E foi decisão de quem? Já está juntada a resposta,
parece que está dizendo: o usuário, unidade responsável pelo atendimento Gerência
de Cadastro Tributário. Parece que a abertura veio de lá, e veio de lá não pela decisão
de um só, veio pela decisão da diretoria do DTAT. Eu não sei o quê é, e não foi para
abrir o PTA para anulação do índice cadastral do imóvel da família do Kalil, foi de todos
620
os imóveis que não eram localizados e, pagando em IPTU, e não tinham pago o IPTU
em 2021. Então, eu estou dando essa informação porque me parece que esse
requerimento está vindo por algo que já foi respondido. Bom, a senhora, existe
também um outro PTA e aí eu esse outro PTA , ele é de 2022 e ele está dizendo aqui,
usuário, data 10/02/2022, usuário, Marcos André Barbosa do Nascimento. Ele é da
Gerência de Suporte à Cobrança de Dívida Ativa, a senhora o conhece?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: conheço. É um servidor nosso lá.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: é um servidor? Qual é a função dele?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: na verdade, o que que acontece, funciona da


seguinte forma: assim que a Dione faz o pedido lá para abertura do processo
administrativo, isso é encaminhado para o Marcos, que é o servidor que está fazendo
essa abertura e ele abre esse processo no BH Digital, ele é o responsável pela
abertura do processo, pelo encaminhamento, pelo pedido. E aí cada um vai pra
fazenda, independente das gerências, ele faz apenas a abertura no sistema.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: me permita ler um trecho do quando


despacho interno deste PTA, porque ficou parecendo que o PTA de cancelamento da
CDA não existe, mas eu tenho certeza que foi uma má compreensão minha.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: vim dizendo à GCDIV. Deve ser alguma coisa
de divisão.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: GCDIV, é a gerência do Marcos, que o Marcos


trabalha.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Considerando que, conforme o


previsto no artigo 16, inciso 9º do decreto municipal, 17.115 e a impossibi… tá meio
apagado aqui, então eu posso está pulando alguma letra aqui, não sei, não estou
sendo impreciso não, é porque não dá para ler. A impossibilidade de localização
geográfica do imóvel é causa de cancelamento da inscrição imobiliária é que não é
possível identificar a localização geográfica do imóvel desde 2003, ou seja, desta data

621
ele está, dentro dessa data ele está cadastrado com o CT 30.000. E aí ele vem
dizendo: iremos promover a desativação deste lançamento. Eu estou entendendo que
isso é cancelamento do CDA. Isso é função dele?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: a função do Marcos é abrir o PTA e quando ele
recebe a resposta via BH Digital, ele inclui a resposta no SAJ novamente.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: ele inclui esse requerimento?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: eu não sei se esse requerimento foi feito por ele,
eu acredito que isso seja a resposta do processo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. E o último questionamento. Nesse


mesmo PTA, que eu estou entendendo que é de cancelamento da CDA, vem dizendo,
conteúdo: favor retirar o protesto do lançamento número tal, me parece que é o CDA
dessa dívida, visto solicitação de cancelamento da CDA feita pela GTRIO, o que é
GTRIO?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: é uma outra gerência que não é lá da Procuradoria.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu estou pensando que é o seguinte: a


Gerência de Triagem de Lançamento? Estou chutando.
Luciana Pessoa Dutra A. Moura: é porque assim, a gente faz a solicitação, as
solicitações vão para várias gerências, fora Procuradoria, que aí eu não consigo afirmar
para você onde fica o tal. E depois que tem o retorno do pelo BH Digital, o Marcos só
insere a resposta no sistema. O Marcos é apenas o operador. Ele abre o processo, a
solicitação que vem pelo PT, no BH Digital e no momento em que ele recebe, ele
digitaliza e coloca isso no SAJ.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: bom, eu tenho uma última pergunta, e a


senhora não é obrigada a saber isso, mas é como a senhora disse, da assinatura do
senhor Levate no banco, a senhora sabe a diferença entre assinatura digital, assinatura
digitalizada?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: acredito que esteja na petição, é a cópia digitalizada.
622
É o que a gente tem no banco de petições em geral, é uma cópia da assinatura.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: sem mais perguntas. Presidente. Obrigado,


senhores.

Vereador Wesley Moreira: bem tranquilo, Fernanda, tranquilo? Cleyton, Tranquilo?

Vereador Cleiton Xavier: tranquilo, Presidente.


Vereador Wesley Moreira: Então tá bom. Eu vou mais uma vez aqui agradecer a
presença da Luciana. Foi muito importante a sua participação aqui, beleza? Deixa só o
finalzinho aqui, estamos doido para poder acabar. Mas em 2016 foi muito batida essa
questão da dívida que o ex-Prefeito Alexandre Kalil tinha com o IPTU. Todos os
concorrentes ao mesmo cargo dele utilizaram bastante disso aí. Ele, pelo que me
parece, teve uns outros que ele até fez o pagamento. E se teve um caminho, um
processo diferente dos outros que ele fez esses pagamentos. Mas a senhora
acompanhou esse momento, viu isso aí. De alguma forma, mesmo assim, na hora que
foi distribuído, isso lhe chamou a atenção do nome dele lá? Porque todo e qualquer
belo-horizontino que você perguntar, vai ficar sabendo que o Kalil tinha uma dívida, e a
senhora tá lá, na gerência que olha esse negócio e só passa o nome assim, sem
perceber?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: sim. Para mim, como servidora, a minha atribuição
é fazer a triagem e distribuição do processo. Não me importa quem é a parte do outro
lado. O meu trabalho é fazer a distribuição e eu faço da melhor forma possível,
independente quem é a parte. Não, não, não cabe a mim esse julgamento.

Vereador Wesley Moreira: Tranquilo. Tá bom? Agradeço, tá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só para completar uma última pergunta aqui para
a Luciana, e agradecendo. Nesses casos que tem repercussão jornalística,
repercussão na mídia, ele acaba tendo algum tipo de atenção especial da
Procuradoria?

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: que eu consiga perceber, não, Fernanda. Porque é

623
igual eu te falo: a minha parte é muito administrativa e o meu volume de trabalho diário,
ali eu faço a distribuição e pronto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, não passa por vocês da distribuição. Isso
seria uma análise dentro da Procuradoria que não passa por vocês, servidores.

Luciana Pessoa Dutra A. Moura: isso, isso. Exato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Obrigada, viu? Muito obrigada.

Vereador Wesley Moreira: agora chega né, então tá bom. , Obrigado. Se quiser fazer
alguma consideração final aí pode ficar a vontade, tá ok? Então agradeço mais uma
vez a presença da senhora Luciana Pessôa Dutra, servidora da Gerência de Suporte
Execução Fiscal da Procuradoria Municipal do Município. Vou suspender essa reunião
aqui por cinco minutos, porque é necessária a chegada da nossa nossa, da Dione, que
será nossa próxima oitiva. Já está aqui já? Que bom. Mas mesmo assim eu vou
suspender o cinco minutos só para nós organizarmos aqui as nossas as nossas
perguntas, bem rapidinho, porque ainda terá uma outra e o tempo tá bem comprimido.
Então, muito obrigado. Então, às 10 horas e 55 minutos, suspendo essa reunião por
cinco minutos.

Passou-se para o testemunho da Sra. Dione Ferreira Santos, Procuradora


Municipal que prestou compromisso com a verdade. A servidora foi acompanhada pelo
Procurador Municipal Dr. Francisco Freitas de Melo Franco Ferreira.

Vereador Wesley Moreira: às 11h00 retomo essa reunião e suspendo por mais cinco
minutos, mas você estiver ouvindo aí online já se manifesta aí que eu já estou pronto
para reiniciar. Às 11 horas e 3 minutos, nós retomamos aqui essa reunião. Vamos agora
para a nossa segunda oitiva do dia, convido a senhora Dione Ferreira dos Santos para,
por favor, tome um lugar à mesa e seja bem vinda, tá? Muito obrigado pela presença
da senhora e vamos partir então aqui para as nossas perguntas. Está aqui Dione
Ferreira dos Santos, a senhora foi intimada, foi convocada na Procuradoria Municipal,
da Afonso Pena 1212, quarto andar, no Centro, para pessoalmente prestar depoimento
acerca de sua atuação nas ações de execução fiscal envolvendo o ex-Prefeito

624
Alexandre Kalil ou de suas empresas. Eu vou pedir à senhora para que a senhora,
solicito a senhora que a senhora preste um compromisso, nos termos do artigo 203 do
Código de Processo Penal, informo que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a
verdade poderá incorrer no crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do
Código Penal. Nós lemos aí o modelo de só não sei de falar o endereço completo, só
a cidade.

Dione Ferreira Santos: ok. Eu, Dione Ferreira Santos, 52 anos de idade, divorciada,
residente em Belo Horizonte, servidora pública municipal cuja atividade é desenvolvida
no endereço da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, prometo dizer
a verdade, relatando sempre que souber, explicando sempre as razões da minha
ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: bom, muito obrigado. Só reforçando aqui que o Dr.
Francisco Freitas estará acompanhando aqui o depoimento da senhora Dione como
seu representante aí, perfeito? São os três, né?

Dr. Francisco Freitas (advogado): eu fui designado para acompanhar as três


testemunhas, aqui, nessa condição.

Vereador Wesley Moreira: excelente. Então vamos lá. Então assim a gente sempre
faz aqui no início conhecer um pouquinho a história e de uma maneira bem, assim,
resumida. Então eu gostaria que a senhora contasse também a sua trajetória na
Prefeitura, como a senhora entrou, quando e quais os cargos que a senhora já ocupou
no Poder Executivo.

Dione Ferreira Santos: eu entrei em 96, por concurso público, eu sou Procuradora do
município, servidora efetiva, sempre trabalhei dentro da Procuradoria. Já trabalhei
como Procuradora, já exerci cargo em comissão. Já à época chamava a diretora, já fui
diretora, já fui assessora, hoje eu sou só Procuradora, só o cargo efetivo dentro do
Núcleo da Execução Fiscal.

Vereador Wesley Moreira: excelente. 96? Bom demais, uma história longa. Legal.

625
Dione Ferreira Santos: uma história longa, muita coisa.

Vereador Wesley Moreira: e quais são as atribuições do seu cargo atual?

Dione Ferreira Santos: hoje eu exerço a função de Procuradora no Núcleo da


Execução Fiscal e trabalho numa área que a gente chama de apoio a um núcleo de
estagiários, com execuções de menor valor, mais simples, menos complexas. Eu
oriento estagiários e trabalho com essas execuções.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, essa coisa de estagiário já é antiga, já dentro da


estrutura da Prefeitura de Belo Horizonte?

Dione Ferreira Santos: o apoio? Sim.

Vereador Wesley Moreira: desde 96 já tinha?

Dione Ferreira Santos: não sei dizer se desde 96, mas foi um jeito que a gente
conseguiu viabilizar o manejo da quantidade de execuções fiscais, a nossa advocacia
ali, nesse núcleo, é uma advocacia de massa. Então a gente trabalha com quantidade,
muita quantidade.

Vereador Wesley Moreira: hoje são quantos estagiários hoje lá, nesse setor que a
senhora é responsável? Pode ser aproximadamente.

Dione Ferreira Santos: alguma coisa, um pouco mais de 20. Porque a gente teve uma
nova contratação, agora, e aumentou um pouco o número. A gente tem estagiários que
ficam com Procuradores e os estagiários que ficam no apoio. Vinte, vinte e cinco,
alguma coisa assim.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Excelente. A senhora em algum momento


conheceu ou teve algumas reuniões com o ex-Prefeito Alexandre Kalil?

Dione Ferreira Santos: não. Conheci só de ver no corredor. Antes da pandemia, por
exemplo, a gente tinha restaurante no quinto andar e a gente almoçava. Às vezes a

626
gente via ele almoçando, mas eu, pessoalmente, conhecê-lo, não. E nunca participei
de reunião com ele.

Vereador Wesley Moreira: Perfeito. Porque o Kalil é uma figura muito conhecida na
cidade.

Dione Ferreira Santos: porque é o Prefeito, exatamente. Você sabe quando o Prefeito
tá passando no seu corredor.

Vereador Wesley Moreira: com certeza, com certeza. E até a própria história dele no
Clube Atlético Mineiro. Então o Kalil é uma pessoa, uma figura pública muito conhecida,
não só em Minas, mas no Brasil inteiro. Então não tem como passar a perder ele não,
e não o reconhecê-lo.

Dione Ferreira Santos: ele é alto, não é?

Vereador Wesley Moreira: é alto, grandão. Mas nunca teve reuniões fechadas, assim,
não né?

Dione Ferreira Santos: não que eu me recorde.

Vereador Wesley Moreira: as vezes só geral, todos os Procuradores, alguma coisa


assim?

Dione Ferreira Santos: Não é comum os Procuradores terem reunião com o Prefeito.
Prefeito ele tem com seu chefe imediato, com seu chefe imediato. E o Procurador-Geral
é que tem as reuniões com o Prefeito.

Vereador Wesley Moreira: excelente. Foi a senhora quem fez o pedido de abertura do
PTA, que depois foi usado para pedir a extinção da cobrança de IPTU no processo
número 440848871.2015.8.13.0024?

Dione Ferreira Santos: É o da extinção. Sim.

Vereador Wesley Moreira: Foi a senhora que fez esse pedido

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Dione Ferreira Santos: De abertura do PTA, sim.

Vereador Wesley Moreira: E de onde surgiu a ideia de fazer esse pedido? Como foi o
processo? Em razão de qual situação a Procuradoria do município agiu pedindo a
abertura do PTA?

Dione Ferreira Santos: toda execução fiscal quando ela chega, a gente vai fazer uma
análise de como ela está, o que está acontecendo, o que tem dentro desse processo.
A gente recorre ao cadastro, vai analisar as telas do SIATO, já deve ter aparecido aqui,
já deve ter visto, vai verificar a situação do lançamento, se tem quitação, você tem
extinção, você tem pagamentos, se tem parcelamento. E quando é caso de IPTU, a
gente vai na planta básica, que é o cadastro do município, é uma planta básica, ela dá
a história do imóvel, quem é o responsável, qual a situação daquele imóvel. Nesse
caso, o índice cadastral estava desativado e a gente começa a fazer uma pesquisa. Ele
já estava desativado, já estava desativado com a observação, que me parece que já
consta dos autos, que é desse CTM 30.000, que o imóvel não pode ser localizado, isso
gera a necessidade de abrir o PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu só fazer uma pergunta aqui, Wesley,
para a Dra. Dione. Bom dia Dra. Dione, me desculpe por não estar presente, é por
recomendação médica. Esse processo ocorreu em 2015, ele se iniciou em 2015 e a
atuação nele, inclusive, desde o início era do Dr. Gustavo Levate. Essa questão do
índice cadastral desativado, apareceu só em 2022. É possível que a dívida de 2003,
em função de uma certidão de dívida ativa, que tem presunção de legalidade,
veracidade, de ser executável, são características de uma certidão de dívida ativa, isso
era fundamental para ter a execução fiscal na época?

Dione Ferreira Santos: eu não entendi bem a pergunta, mas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o processo começou em 2015, certo?

Dione Ferreira Santos: certo.

628
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Tinha uma dívida ativa com base numa certidão
que goza de várias presunções.

Dione Ferreira Santos: ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa dívida ativa foi executada através do Dr.
Gustavo Levate é a questão de fazer um pedido de processo tributário administrativo
em função do imóvel não localizável, isso só foi acontecer em 2022.

Dione Ferreira Santos: ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Dr. Gustavo Levate foi omisso quando ele
começou a execução e não constatou lá em 2015 esse problema do imóvel ?

Dione Ferreira Santos: mas, omisso em que sentido a gente não vai…..

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Uai, porque a execução começou em 2015, o PTA
em função de um imóvel localizável só começou em 2022.

Dione Ferreira Santos: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você tem sete anos de execução.

Dione Ferreira Santos: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Por que isso só foi surgir em 2022?

Dr. Francisco Freitas (advogado): Vereadora Fernanda, só pela ordem mais uma vez.
Assim eu acho que seria importante a testemunha dizer da participação dela nesse
caso, pra gente também não correr o risco dela começar a dizer opiniões, enfim,
apreciações pessoais que não é permitido, sobre atuações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: É o que eu estou querendo entender, Dr.


Francisco, a lógica. É que você tem uma execução que começa em 2015, essa
execução acontece de forma diligente, e vai caminhando, de repente, em 2017,
aparece uma procuração falando que o imóvel consta num processo de

629
desapropriação, o Procurador Gustavo Levate, ele continua no trabalho dele e
concordando com a questão da desapropriação para suspender o processo, muito
embora desapropriação não seja causa de extinção de dívidas anteriores. E aí, de
repente, em 2022, aparece uma atuação através da Doutora Dione pedindo a questão
do PTA. Porque esse pedido, esse surgimento desse pedido aconteceu em 2022?

Dione Ferreira Santos: Eu queria aqui pedir licença para fazer uma explicação geral
sobre todas as execuções e sobre como que funciona uma execução fiscal. Tem uma
CDA, essa CDA é expedida de acordo com aquele momento, para fazer uma
determinada cobrança. E pode acontecer, nesta e em outra, em várias outras, que se
descubra ao longo do processo que fatos ocorreram que vai gerar a impossibilidade
daquela cobrança. Não é raro a gente descobrir, depois de estar executando e
procurando uma determinada pessoa ao longo de anos, que aquela pessoa na verdade
é falecida. Isso não é raro. No dia que a gente distribui a execução, e a distribuição é o
ato jurídico de ir para o processo de ir ao fórum fazer a distribuição, não se sabia. Você
descobre depois que aquela pessoa falecida há vários anos e aí tem que fazer a
extinção da execução fiscal é um exemplo de uma das possibilidades que pode
acontecer no universo de mais ou menos 50 mil execuções fiscais. No dia que se
distribui a execução, é um fato. Ao longo daquele caminho vai se descobrindo coisas,
vai se descobrindo elementos que fatalmente vai levar aquela execução fiscal para a
extinção.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então, no caso agora, de terem sido localizado o
imóvel que aconteceu após o pedido de extinção, como foi um pedido de extinção sem
julgamento do mérito, a execução pode ser retomada. Então a Procuradoria, então,
pode fazer o pedido da retomada da execução?

Dione Ferreira Santos: pode. Isso está inclusive escrito. Os documentos constam
essas frases.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais frases? Quais documentos?

630
Dione Ferreira Santos: na planta básica, no documento do PTA que tem lá o CTM é
30.000, etc. Está escrito: se algum dia esse imóvel for localizado, a cobrança poderá
prosseguir, está escrito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa providência já foi tomada pela


Procuradoria?

Dione Ferreira Santos: não sei, não é da minha competência fazer isso. A Finanças é
que vai fazer a apuração de um novo lançamento, retomar o processo desde o início,
que é a finanças faz, faz um novo lançamento, deste novo lançamento, expede-se uma
nova CDA, distribui se uma nova execução.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí a Finanças é um setor da Procuradoria?

Dione Ferreira Santos: não, é a Secretaria de Finanças.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Secretaria de Finanças. A gente podia fazer


uma indicação como CPI, né? Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: Excelente. Verdade. Será que todos órgãos da Prefeitura
vão concordar que o imóvel apareceu? Que o move existe? Que acho que vai ter aqui,
que às vezes, às vezes bate ainda algumas dúvidas. Como eu disse no dia aqui que o
pessoal da PRODABEL esteve aqui, eu fui lá nesse mesmo local, quando a CPI
começou, fui lá no local, fiz uma, fiz uma diligência, aí depois, depois da abertura desse
processo, depois da abertura da nossa CPI, que a Prefeitura agiu de uma outra forma
e parece ter encontrado o local que tem uns pé de manga. E é isso mesmo, tem uns
pés de manga lá. Isso mesmo.

Dr. Francisco Freitas (advogado): o Presidente, é só pela ordem.

Vereador Wesley Moreira: e é até assim mesmo que o pessoal fala. Quando perguntei
aos vizinhos lá, eles falaram: olha, é ali que eu ouvi falar aqui que fica ali, aonde tem
um pé de manga lá e tal. Como os vizinhos conhecem lá.

631
Dr. Francisco Freitas (advogado): Antes da gente passar para o outro tema, só queria
confirmar com a presidência e os Vereadores, se ficou claro um outro que ela disse,
que essa alteração do SIATO, dando ali que havia essa desativação foi verificada nesse
momento, ou seja, até então esse lançamento e o próprio cadastro estaria, a princípio,
presumidamente regular, mas depois porque a pergunta da Fernanda me deu a
entender que houve uma dúvida da comissão se eventualmente, desde o início, já
haveria eventualmente esse apontamento no SIATO e que não foi considerado. Mas
me parece que a testemunha esclareceu que não, que naquele momento ela consultou
o SIATO e verificou, então, diferentemente de que outros momentos, havia, essa, ficou
claro, né Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, ficou claro. E aí, no caso até essa
constatação foi feita por ela ou pelo estagiário?

Dione Ferreira Santos:

Na verdade, por ambos. O processo chega ao estagiário, o estagiário olha, aponta


e a gente vai discutir o caso em conjunto, depois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E quando teve pedido de suspensão do processo


em função de uma desapropriação, o estagiário também chamou a atenção de algum
Procurador a respeito disso?

Dione Ferreira Santos: quando foi que, em que data que isso aconteceu?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em 2017.

Dione Ferreira Santos: Eu não estava na execução fiscal. Eu entrei para a execução
fiscal em março de 2019.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso, quem é que seria o responsável? A
Doutora Cíntia ou o Doutor Levate?

Dione Ferreira Santos: não sei dizer. Eu não estava na Execução Fiscal.

632
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: esse núcleo da Execução Fiscal, então, a senhora
só entrou em 2019?

Dione Ferreira Santos: março de 2019.

Vereador Wesley Moreira: em relação a quantas execuções fiscais a Procuradoria do


município fez esse tipo de pedido? Tem ideiam, mais ou menos quantas? Isso é
comum?

Dione Ferreira Santos: esse pedido específico? Depois que a gente começou a
conversar, a gente foi apurar e tem mais de 100, quase 200 que sofreram essa mesma
consequência do CTM 30.000. Acredito que esse documento tenha sido juntado já.

Vereador Wesley Moreira: então aproximadamente uns 100 ou mais?

Dione Ferreira Santos: acredito que mais. Porque você vai procurando imóvel
procurando, não localiza, chegou nessa mesma conclusão: imóvel não localizado com
o mesmo despacho que consta na planta básica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu não entendi a resposta. Como assim depois
que a gente conversou? Assim, a Procuradoria qual ano ela já juntou, quantos pedidos
de desistência em função de PTA? E em quantos processos fizeram esses PTAs
específicos daquele processo para anular o índice cadastral?

Dione Ferreira Santos: o que acontece é o seguinte: tem muita coisa que eu não sei
porque eu entrei em 2019. Mas há uma relação de processos relacionados com esse
CTM 30.000 que a conclusão deles foi todos extintos por ausência de interesse, porque
não conseguiu localizar o processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e desde que a senhora entrou, em março de 2019,
quantos pedidos de PTA em função disso a senhora assinou?

Dione Ferreira Santos: que eu assinei depois disso, dois. Porque os processos são
mais antigos, eles foram sendo extintos ao longo do tempo,

633
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, desde março de 2019, a senhora fez o
pedido de instauração de dois PTAs.

Dione Ferreira Santos: sim, mas outros, vários outros foram extintos por conta disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sem o PTA ?

Dione Ferreira Santos: senhora Vereadora, eu não estava lá. Mas a lógica, pois é, a
lógica para extinguir uma execução, o correto para extinguir uma execução é abrir um
PTA e levar à extinção. É assim que se faz uma extinção quando há valores numa tela
SIATU, a não ser que tenha havido um pagamento, outra coisa se faz a extinção por
pagamento. Para haver uma extinção que tenha valores na tela SIATO, você faz um
PTA, manda para Finanças, para Finanças tomar providência que for cabível e levar à
extinção.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Pois é, aí a senhora então, no ano de março de


2019, fez dois pedidos de instauração de PTA.

Dione Ferreira Santos: neste caso, deste caso, em decorrência deste assim, para a
extinção eu faço vários ao longo do dia, da semana. São vários PTAs e várias
extinções.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, são coisas diferentes. O pedido para
instauração de um PTA em função de imóvel não localizado ou não localizável. A
senhora fez dois pedidos?

Dione Ferreira Santos: dois.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí nem esses dois processos foram feitos o
pedido de desistência, extinção sem julgamento do mérito.

Dione Ferreira Santos: depois que o lançamento é desativado, sim.

634
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e como é que é esse processo do lançamento ser
desativado? Porque vocês fazem um pedido para verificação a respeito do índice
cadastral?

Dione Ferreira Santos: ok.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo? E aí esse PTA fica pronto, como o Dr.
Tarciso mandou ali, é o Marco, o Márcio, ele fez aí no caso, o pedido para que seja…
deixa eu até ver o despacho dele, despacho dele não, da frase dele aqui. Gentileza,
então, cancelar a CDA para que possamos desativar o lançamento. Aí foi enviado por
um outro setor da Procuradoria ou da Fazenda para fazer essa baixa no lançamento?

Dione Ferreira Santos: são duas coisas diferentes. Extinguir o lançamento é uma
coisa, cancelar CDA é outra. Para que um lançamento possa ser extinto, tem que fazer
o cancelamento da CDA. Mas são duas coisas diferentes, dois setores diferentes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é isso que eu perguntei. Quais setores que fazem
isso?

Dione Ferreira Santos: o cancelamento da CDA é foi dentro da Procuradoria, é um


ato meramente administrativo de cancelar a CDA. O servidor que faz, ele recebe uma
orientação que vem de um Procurador municipal: cancele a CDA x, y, z por várias
razões, cada fato tem uma razão. A CDA cancelada. Isso é uma coisa, isso é
Procuradoria. O lançamento ele é de gestão da Finanças. Para fazer qualquer coisa no
lançamento, para revisar, para cancelar, essa CDA tem que ser baixada. Baixou a CDA,
vai para Finanças e a Finanças, faz o que for cabível dentro daquele lançamento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, o ato depende dessas duas circunstâncias.
Faz o PTA, que é o processo administrativo interno, para mostrar que tem um problema
em relação ao índice cadastral, aí depois a Procuradoria faz o cancelamento da CDA e
depois é a Finanças quem faz o cancelamento do lançamento, para aí o Procurador
atuar no processo pedindo a desistência.

635
Dione Ferreira Santos: abre se o PTA para que as Finanças apure e responda se é
ou não a hipótese de extinção da execução. A Finanças responde: sim, é uma hipótese,
vamos desativar o lançamento. Próximo passo: para desativar tem que cancelar a CDA.
Cancela-se a CDA, volta para Finanças, desativa o lançamento e a gente pede extinção
da execução fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ok.

Vereador Wesley Moreira: qual é o papel do Procurador Luis Gustavo Levate nesse
pedido e nos demais?

Dione Ferreira Santos: papel do chefe, ele é o chefe, Ele é o diretor jurídico fiscal.

Vereador Wesley Moreira: perfeito, só da ordem. Pronto, acabou.

Dione Ferreira Santos: Não, não é dá ordem. Ele não dá ordem "faz isso, faz aquilo".

Vereador Wesley Moreira: você falou chefe.

Dione Ferreira Santos: pois é, mas não é nesse sentido de dar ordem, de faça isso
ou faça aquilo. Até porque, pela quantidade de execuções fiscais, se ele fosse dar uma
ordem para fazer alguma coisa em cada uma, não faria mais nada da vida. Nós temos
uma média de 50.000 execuções. Ele gerencia, é uma questão de gestão, de
gerenciamento. A gente discute fluxo, a gente discute procedimento, discute
organização, o trabalho todo é todo genérico, é todo feito para a gestão da execução
fiscal. Então o trabalho dele é de gestor.

Vereador Wesley Moreira: ótimo.

Dione Ferreira Santos: e se a gente quiser discutir alguma coisa com ele, olha a tese
fulano de tal, decisão fulana de tal, a jurisprudência tal, entendimento da lei, é o trabalho
de gestor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse caso específico então, muito embora
conste o nome do Dr. Gustavo Levate, a atuação como Procuradora foi da senhora?

636
Dione Ferreira Santos: nesse caso específico, neste momento, neste momento do
PTA e da extinção, a atuação foi minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é. Então assim, que consta o nome dele e o
da senhora fazendo o pedido de instauração do PTA. Nesse momento foi a senhora
quem fez isso?

Dione Ferreira Santos: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quando pede a suspensão do processo em


função da PTA, também foi uma atuação da senhora?

Dione Ferreira Santos: também, uma atuação minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quando tem a desistência do processo, também


foi uma atuação da senhora e não dele.

Dione Ferreira Santos: também, uma atuação minha.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e foi a senhora quem pediu o cancelamento da


CDA?

Dione Ferreira Santos: o cancelamento do CDA decorre do PTA. Decorre da


conclusão. É uma consequência lógica, não é uma questão de pedir, é uma
consequência lógica. Ele decorre da conclusão do PTA, se o PTA conclui que o imóvel
não pode ser localizado, naquele momento, que o imóvel não foi encontrado,
logicamente são consequências lógicas disso. Não teria outra coisa a ser feita que
não, cancelar a CDA, desativar o lançamento e extinguir a execução.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé:

Então, pronto. Uma atuação lógica da senhora, a questão do cancelamento da CDA.

Dione Ferreira Santos: sim.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: assim que a senhora viu que o imóvel era um
imóvel não localizável, de ofício, a senhora fez o pedido, então, de abertura do PTA?

Dione Ferreira Santos: como um todo e qualquer outra execução, onde a gente
encontra alguma questão relevante, abre-se um PTA.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e agora que a senhora já descobriu que o imóvel
foi localizado, a senhora também, de ofício, pode tomar alguma providência em relação
a reativar o lançamento?

Dione Ferreira Santos: desculpa, mas eu não descobri nada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a senhora não, dentro da Prefeitura ninguém


comunicou que o imóvel foi localizado, não?

Dione Ferreira Santos: não é parte da Procuradoria, isso. Isso é dentro da Secretaria
de Finanças.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então a Secretaria de Finanças não mandou nada
para a Procuradoria em relação ao imóvel que eles já localizaram?

Dione Ferreira Santos: não é de competência, não é assim que funciona.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé:

Como que funciona, então, para agora continuar na cobrança dessa dívida?

Dione Ferreira Santos: de novo, é uma questão tributária. A Finanças vai efetivar o
lançamento, desse lançamento sai uma CDA e a gente faz uma execução.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque no outro, no outro processo, do mesmo


imóvel, foi a Procuradoria quem peticionou, falando que é para dar continuidade à
execução porque o imóvel existe.

Dione Ferreira Santos: não sei de que processo a senhora está falando.

638
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: dos outros anos de cobrança de IPTU, o desse
mesmo imóvel.

Dione Ferreira Santos: não participei deles.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber como que a gente tem que fazer
para essa cobrança voltar a ser executada. Porque tem horas assim, que todo mundo
atua demais em prol de uma informação, igual, de repente, um Procurador aparecer
falando que o imóvel foi desapropriado, e tem hora que não é função. Então eu quero
saber qual setor que seria, então, a função de fazer comunicação com a Procuradoria
para tomar as providências necessárias?

Dione Ferreira Santos: não sei, isso não é da minha gestão. Eu sou só Procuradora.
A gente pode falar de um modo genérico como que as coisas funcionam. A Finanças
faz um lançamento e se esse lançamento é expedido, uma CDA e a CCDA vai para a
execução.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então agora cabe a Secretaria de Finanças dar o
primeiro passo? Falando de modo genérico.

Dione Ferreira Santos: de modo genérico, a cobrança tem início dessa forma.

Vereador Cleiton Xavier: bom dia, Dione.

Dione Ferreira Santos: bom dia.

Vereador Cleiton Xavier: eu gostaria de perguntar: em março de 2019 foi o ingresso.


A quem que a senhora sucedeu?

Dione Ferreira Santos: na execução fiscal?

Vereador Cleiton Xavier: sim. A senhora lembra?

Dione Ferreira Santos: nessa função de apoio?

Vereador Cleiton Xavier: na função que exerce.

639
Dione Ferreira Santos: eu sucedi a Doutora Adriana Facchini, que aposentou.

Vereador Cleiton Xavier: Adriana?

Dione Ferreira Santos: Facchini.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e no processo? Essa pergunta do Cleiton é


relevante. E no processo, quem que a senhora sucedeu?

Dione Ferreira Santos: não existe essa figura de suceder dentro do Núcleo da
Execução Fiscal.

Vereador Cleiton Xavier: então, porque, veja bem. A senhora disse que adentrou na
função em março de 2019.

Dione Ferreira Santos: nesse núcleo, sim.

Vereador Cleiton Xavier: e são as atribuições, as funções que a senhora realiza até
hoje.

Dione Ferreira Santos: desde março de 2019, sim.

Vereador Cleiton Xavier: então, aí anterior a senhora era a Doutora Adriana, então
que fazia as funções…

Dione Ferreira Santos: esse trabalho de apoio. Esse trabalho de gerenciamento de


apoio das execuções de baixo valor, de gerenciar estagiários, era.

Vereador Cleiton Xavier: que é o mesmo que a senhora faz hoje?

Dione Ferreira Santos: que é o mesmo que eu faço hoje, sim.

Vereador Cleiton Xavier: ok. Se eu entendi bem, talvez os meus colegas deste
colegiado tenham entendido de forma diversa, a depoente anterior, ela declarou que
tem algumas análises de processos de cancelamento de índices que são feitas por
Procuradores e também por estagiários, se eu entendi bem. E que alguns processos

640
foram cancelados diretamente por estagiários. Isso é uma praxe de execução comum
dentro da Execução Fiscal?

Dr. Francisco Freitas (advogado): só pela ordem, Vereador. Não foi esse o meu
entendimento. Só queria deixar registrado para que eventualmente depois se possa ir
o depoimento. Porque não foi esse o meu entendimento do que foi esclarecido no
depoimento.

Vereador Cleiton Xavier: e qual foi o entendimento que o senhor teve?

Dr. Francisco Freitas (advogado): que há uma atuação dos estagiários


supervisionados e com a revisão de um Procurador. Isso, pelo menos, ficou claro para
mim. Não sei se para a presidência e os demais Vereadores da comissão.

Vereador Cleiton Xavier: então, de ofício, então nenhum estagiário cancela. É isso?
É isso, Doutor? De ofício nenhum estagiário, então, tem a prerrogativa para cancelar?

Dr. Francisco Freitas (advogado): só lembrando que eu não sou depoente, assim,
pra responder uma pergunta. Pelo meu entendimento do que foi esclarecido no
depoimento anterior, é que há um setor de apoio para o qual são encaminhados as
execuções de baixa complexidade, é um corpo de estagiários que faz uma análise,
propõe uma minuta de petição que vai para revisão de um Procurador que também
supervisiona, tira dúvidas desse corpo de estagiários. Não estão respondendo como o
Francisco, estou dizendo qual foi meu entendimento no depoimento anterior.

Vereador Cleiton Xavier: não, perfeito. Mas é porque, veja bem, veja bem. O senhor
não é o depoente. Isso está claro, eu sei muito bem disso. Por isso, ao dirigir a pergunta
Dione Mas o senhor que fez a intervenção, aí eu estou perguntando para o senhor,
então.

Dr. Francisco Freitas (advogado): não, a minha intervenção foi só um registro,


Vereador. Como o senhor disse, que o seu entendimento do depoimento anterior foi
que os estagiários cancelavam o índice, eu só quis registrar que não foi o meu. Como
realmente, assim, a nossa linguagem ela é limitada, por definição, eu só quis fazer esse

641
registro para que não passasse assim, de forma, sem pontuar essa minha, vamos dizer
assim, discordância. Até porque a gente pode eventualmente ir ao depoimento e
verificar, ou até outros depoentes podem esclarecer também, porque essa é uma
questão de fluxo objetivo, qualquer um deles vai poder esclarecer, também.

Vereador Cleiton Xavier: sim, mas superado isso. Aí eu pergunto para Dione, se o
senhor quiser auxiliá-la também na resposta, eu estou dizendo o seguinte: é de praxe
algum estagiário cancelar de ofício, a bel prazer, sem instrução de uma supervisão? Já
viu?

Dione Ferreira Santos: cancelar o quê, o lançamento?

Vereador Cleiton Xavier: qualquer tipo de lançamento, qualquer tipo de pedido que é
feito para análise.

Dione Ferreira Santos: a gestão do lançamento não é feita na Procuradoria. O que a


gente faz, gente, núcleo é abrir o PTA e solicitar. O estagiário não faz absolutamente
nada de ofício, por conta própria, sem supervisão. Ele não age dessa forma, ele é um
estagiário, ele está ali para aprender. Então ele é orientado, absolutamente em tudo o
que ele faz.

Vereador Cleiton Xavier: quando surgiu a primeira petição de suspensão, em razão


de uma desapropriação que eventualmente envolvesse o imóvel? A senhora teve a
curiosidade de ler o processo ou de conversar com o Procurador, autor do pedido?

Dione Ferreira Santos: desnecessário.

Vereador Cleiton Xavier: porque que é desnecessário?

Dione Ferreira Santos: fato que já ocorreu, que já aconteceu dentro do processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é que na verdade aí, Cleiton, ela já tinha
respondido antes que ela entrou em maio de em março de 2019. E essa petição é de
2017. Não é uma questão de ser relevante ou não, porque ela não sabia na época, não
atuava.

642
Vereador Cleiton Xavier: quantos pedidos de instauração de PTA para cancelamento
de CDA de Imóvel não localizado foram feitos pela PGM e pela senhora. A senhora tem
condição de…

Dione Ferreira Santos: eu já disse que eu, particularmente, numa situação idêntica a
esta, eu fiz dois pedidos, que de antes, o que eu sei é que outras execuções já foram
extintas, mas não é da minha época, não é da minha gestão, eu não participei disso.
Mas PTAs abertos para verificar e para fazer averiguações a gente faz o tempo todo,
faz muito, para averiguar questões diversas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: idênticos a esse, a senhora, se a gente fizer um


pedido de informação pedindo os números dos processos, a senhora consegue mandar
para gente?

Dione Ferreira Santos: tem que fazer para PGM. A PGM tem núcleo próprio para
prestar as informações.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é não, a gente quer saber dessas duas atuações.
A senhora tem os números aí ou seria melhor a gente fazer através de pedido de
informação?

Dione Ferreira Santos: fazer o pedido de informação, por favor.

Vereador Cleiton Xavier: quais são as diligências usuais que a PGM faz durante o
processo de execução fiscal?

Dione Ferreira Santos: cada processo de cada tributo tem uma diligência específica.
De todos?

Vereador Wesley Moreira: Os mais comuns.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quais são os usuais? Porque a senhora falou que
o estagiário não faz nada. O Dr. Levate falou que na verdade era o estagiário quem
fazia e ele não dava notícia.

643
Dione Ferreira Santos: não, não é que o estagiário não faz nada, me perdoe, não é
isso. Ele não age por autonomia, ele age por orientação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, até porque ele não é Procurador.

Dione Ferreira Santos: exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, no caso, tudo o que o estagiário faz na
atuação dele tem a supervisão de alguém e tem o acompanhamento e a
responsabilidade de um Procurador ao lado?

Dione Ferreira Santos: sim,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nesse processo, especificamente, nós estamos


analisando, então. As peças que foram feitas pelo estagiário tiveram a sua supervisão
e a sua atuação junto.

Dione Ferreira Santos: essas peças onde consta meu nome, que eu assinei, sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quando, por exemplo, tem uma assinatura
digitalizada e uma assinatura eletrônica? A gente considera então uma
corresponsabilidade ou a gente leva em consideração só a questão da assinatura
eletrônica, a assinatura digital?

Dione Ferreira Santos: hoje com o processo, o processo é eletrônico. O que vale
dentro de um processo eletrônico é a assinatura eletrônica, de quem faz o protocolo.
Aquela petição, ela pode, inclusive, não constar em nome de ninguém. Eu posso fazer
só o corpo da petição e não constar nome de ninguém para o processo eletrônico tem
que ter assinatura eletrônica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, quando em um processo, então, tem uma
petição, independente da assinatura digitalizada que tem ali, eu vou considerar como
autor daquela daquele documento a assinatura eletrônica?

Dione Ferreira Santos: para o processo eletrônico, sim.

644
Dr. Francisco Freitas (advogado): Vereadora, posso fazer um esclarecimento muito
breve? Porque no sistema SIATU, acho que isso ficou claro nos depoimentos
anteriores, há registro interno de quem trabalhou naquela petição, no SAJ, desculpa,
no SAJ. Então é só pra registrar esse ponto que eu acho que ajuda no esclarecimento.
Quer dizer, pode ter tido um Procurador que aprovou, revisou aquela petição, isso vai
estar rastreado no sistema interno da Procuradoria e por uma questão de gestão, há o
protocolo eletrônico em outro token.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim. Mas aí nós estamos falando de quem se
responsabiliza (INAUDÍVEL) naquela petição. É quem faz a assinatura eletrônica. A
Doutora Dione foi bem clara nisso.

Dr. Francisco Freitas (advogado): sim, mas eu estou falando a questão do fato.
Essa interpretação, enfim, aí eu acho que é outra…

Dione Ferreira Santos: no SAJ usa o meu token, eu uso o meu token para fazer o
protocolo via SAJ.

Vereador Cleiton Xavier: a senhora recebeu alguma solicitação da imprensa ou de


órgão da Prefeitura para esclarecer sobre o PTA, uma vez que foi a senhora que
solicitou a abertura dele?

Dione Ferreira Santos: da imprensa, não!

Vereador Cleiton Xavier: e da Prefeitura? Se algum órgão da Prefeitura ou de alguém


da Prefeitura?

Dione Ferreira Santos: para prestar os esclarecimentos aqui, que eram necessários,
sim. Foi me perguntado o que aconteceu, porque, quais os motivos, depois que houve
necessidade de prestar esclarecimentos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a senhora só foi procurada pela Prefeitura para
prestar esclarecimentos em função da CPI?

Dione Ferreira Santos: não sei se vocês sim, mas acho que sim.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ano passado, em nenhum momento, ninguém te
procurou, a senhora quem fez o pedido de abertura do PTA, a senhora quem pediu a
suspensão do processo em função do PTA, a senhora quem pediu a desistência da
cobrança em função do PTA, e em nenhum momento a senhora foi procurada a
responder a imprensa.

Dione Ferreira Santos: a imprensa, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Doutor Tarcísio, que está aí presente também,
nunca te procurou?

Dione Ferreira Santos: não.

Vereador Cleiton Xavier: e quem da Prefeitura procurou a senhora?

Dione Ferreira Santos: para?

Vereador Cleiton Xavier: para solicitar alguma informação? Porque como foi a
senhora que solicitou a abertura, ninguém tipo, a senhora disse que alguém te procurou
da Prefeitura, que não foi da imprensa, Mas quem foi da Prefeitura?

Dione Ferreira Santos: para um momento posterior, para prestar os esclarecimentos,


foi o meu chefe imediato superior, que é o Levate.

Vereador Cleiton Xavier: o senhor Gustavo Levate, tinha conhecimento do teor das
petições?

Dione Ferreira Santos: ele conhece o teor das petições, ajudou a elaborar esse banco
de petições. As petições são modelos que constam no nosso banco e que ele tem
conhecimento delas.

Vereador Cleiton Xavier: é porque ele afirma que só tem assinatura dele e que ele
não sabia do conteúdo. O que que a senhora pode dizer sobre isso?

Dione Ferreira Santos: não, ele falou que ajudou a elaborar os modelos.

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Vereador Cleiton Xavier: porque fica de alguma forma controversa, exatamente isso.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: só um esclarecimento. Eu acho que estamos


falando de coisas separadas. Ela está falando do modelo, se eu estiver equivocado,
me corrija. Ela está falando de um modelo genérico de petições e o senhor está
perguntando sobre a petição daquela, especificamente.

Vereador Cleiton Xavier: especificamente, exatamente.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu acho que ela não compreendeu a pergunta.

Dione Ferreira Santos: pois é, ele tem conhecimento das petições. Agora, acontece é
o seguinte: Luciana esteve aqui antes de mim, ela deve ter comentado sobre a
quantidade de processos, sobre o número de processos, o número de petições que são
feitas. Ele conhece as petições, ele sabe que a gente as utiliza, ele sabe de que forma
elas são utilizadas, ele sabe para quando cada uma é utilizada, mas cada petição que
sai em cada processo não passa, obviamente, pelo conhecimento dele.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: passou pelo conhecimento dele o pedido de


instauração do PTA?

Dione Ferreira Santos: nem isso. Ele sabe que os PTA são abertos. Não é a cada
PTA a gente não vai e "olha, estou fazendo um PTA, olha, estou fazendo outro PTA,
eu vou fazer mais um PTA".

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, tenho o nome dele na solicitação do PTA,
mas ele não sabia que estava sendo aberto esse PTA específico?

Dione Ferreira Santos: ele sabe que PTAs são abertos, ele participou da gestão, da
organização, da criação dos modelos. O nome dele está lá por conta disso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, eu quero saber em relação desse


processo, não no genérico.

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Dione Ferreira Santos: não, não, a quantidade que a gente faz no dia a dia é muito
alta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois, então nesse caso aí, foi só a senhora quem
fez o pedido, apesar de ter o nome dele, ele não tem ciência disso daí?

Dione Ferreira Santos: já disse, é isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ótimo!

Vereador Cleiton Xavier: quem redigiu as petições do processo de desistência do


IPTU, a senhora ou o estagiário?

Dione Ferreira Santos: essa petição? A de extinção?

Vereador Cleiton Xavier: da desistência.

Dione Ferreira Santos: ela já fica pronta no sistema. É uma petição padrão, uma
petição modelo. A gente usa o sistema, tem o editor de texto, a gente altera alguns
elementos e ela já está pronta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tendo em vista que a petição anterior pede a
suspensão do processo em função do PTA, por que não foi feito nenhuma menção na
desistência da cobrança falando do PTA?

Dione Ferreira Santos: porque as petições, são genéricas mesmo, é para ser assim.
Faz-se uma série de petições todos os dias para otimizar o trabalho, ela tem que ser
genérica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, mas o pedido de suspensão do processo


também pode ser genérico?

Dione Ferreira Santos: sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: constou foi em função do PTA.

Dione Ferreira Santos: sim.

648
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: certo?

Dione Ferreira Santos: é, isso mesmo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então alterou-se uma petição genérica para falar
que era em função do PTA?

Dione Ferreira Santos: é tudo genérico. O que tem que ser registrado, o que tem que
ser registrado, o que tem que ficar registrado, fica dentro do sistema. A gente vai ao
sistema, a gente consegue compreender todos os motivos porque, o que aconteceu,
mais pra fins de protocolo no PJe não tem necessidade de ficar esclarecendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e por que se esclareceu no pedido de suspensão


que era em função do PTA e na desistência não se esclareceu?

Vereador Wesley Moreira: só um minutinho, às 11h46 minutos, eu prorrogo essa


reunião por mais uma hora? Pode responder, obrigado.

Dione Ferreira Santos: eu posso fazer diversas petições de suspensão dentro de uma
execução fiscal. Eu faço diversos, há diversos motivos para se pedir a suspensão de
uma execução fiscal. Eu preciso dizer por qual motivo eu estou pedindo a suspensão.
Neste caso, foi para o PTA. Fazemos isso rotineiramente, diariamente, várias vezes,
em várias execuções.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí também existem várias razões para se


desistir de uma cobrança, para pedir…

Dione Ferreira Santos: a razão está exposta na petição. A petição diz porquê.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não diz não.

Dione Ferreira Santos: sim, ela diz.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de desistência não.

Dione Ferreira Santos: Sim, ela diz.

649
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então coloca aí na tela, por favor.

Dione Ferreira Santos: diz. Nos termos do 485. Está fundamentado dentro do CPC. A
ausência de interesse processual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas a suspensão também você pode


fundamentar no CPC, sem você ter que falar que é em função do PTA.

Dione Ferreira Santos: Eu tenho diversos motivos para pedir uma suspensão na
execução fiscal. Eu preciso dizer por qual motivo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: É isso que a gente quer entender. E diversos
motivos para pedir a desistência, por que também não fundamentou?

Dione Ferreira Santos: Mas está fundamentado: nos termos do 485, a ausência de
interesse processual. Está fundamentada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Isso, e qual foi a ausência de interesse


processual?

Dione Ferreira Santos: Nos termos do 485, inciso do CPC. Está fundamentado. Do
485, incisos IV, VI e VIII do CPC, requerem a extinção do feito sem ônus para as partes.
É uma extinção meramente judicial. Extinção da execução fiscal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: coloca a de cima, por favor, que é a da


suspensão.

Dione Ferreira Santos: Pelo prazo de seis meses, tendo em vista a tramitação de PTA.
Ok, é isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, nessa aqui você quis fundamentar no PTA
e na desistência, não. É isso?

Dr. Francisco Freitas (advogado): O Vereadora Fernanda, só pela ordem, só para a


gente também. O que ficou claro para mim foi que a depoente diz que são utilizados
modelos, a gente está entrando aqui, em um detalhe aqui, mais o modelo de

650
suspensão, menciona PTA, mas também não menciona o número. Enfim, é um modelo
que existe.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, eu estou em função da resposta dela. Se a


gente usa modelos aqui, então.

Dr. Francisco Freitas (advogado): sim, mas aí é uma crítica que eu estou
entendendo é o modelo? Não sei, acho que não são sobre os fatos, dos quais ela
participou.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A gente quer saber exatamente por isso. Por que
que o PTA foi tão importante, para a desistência de uma cobrança, mas depois ele
deixa de ser importante na hora de desistir do processo, entendeu? Eu quero entender
por isso.

Dr. Francisco Freitas (advogado): Bom, eu acho que ela esclareceu. Acho que
ela pode esclarecer.

Dione Ferreira Santos: Na lógica do nosso trabalho, do dia a dia, não tem relevância
isso. Onde a gente precisa que as coisas estejam registradas, está nos nossos
sistemas internos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o processo judicial não é importante ter registro
lá não?

Dione Ferreira Santos: O que precisa para o processo judicial, é a justificativa dentro
do CPC. Eu preciso de norma para tomar os atos dentro do processo judicial. Está
justificado dentro do CPC.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A senhora é uma servidora pública. E execução


fiscal é indisponível, é um direito indisponível. A gente está tratando de dinheiro
público, então a senhora acha que não tinha importância, não tem interesse público
em saber por que se tem uma desistência em um processo de cobrança judicial?

651
Dr. Francisco Freitas (advogado): Fernanda, com todo respeito. Ela está aqui para
depor sobre os fatos e está caminhando para uma discussão se o modelo utilizado ele
poderia estar mais detalhado ou não. Enfim, eu acho que estão fugindo do ponto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, Doutor Francisco, eu estou indo dentro do
depoimento dela, de que não tinha importância processual justificar a desistência de
uma cobrança de IPTU.

Dr. Francisco Freitas (advogado): Fernanda, ela entende, como Procuradora, que
está justificado. Inclusive, é muito comum os juízes deferirem esses pedidos, então o
Judiciário também está tendo o entendimento de que esse tipo de manifestação está
devidamente adequada e é uma discussão também técnico jurídica. Então, assim, o
meu medo é a gente caindo aqui numa discussão que está fugindo dos fatos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não, para mim também a discussão já está
irrelevante, eu já entendi que o Doutor Gustavo Levate não é o responsável, e que é
ela. Isso está bem claro para todos nós.

Vereador Cleiton Xavier: a senhora já utilizou a assinatura do Dr. Levate, sem a


ciência ou autorização dele?

Dione Ferreira Santos: Não

Vereador Cleiton Xavier: antes de pedir a desistência da cobrança, a senhora


percebeu que o imóvel pertencia ao Prefeito na época?

Dione Ferreira Santos: Se eu li o nome do executado no processo?

Vereador Cleiton Xavier: a senhora leu? Viu que era do ex-Prefeito e alguma tratativa
especial pelo fato de ter lido lá que era dele ou da família?

Dione Ferreira Santos: Li o nome do executado, mas isso não é a questão relevante
para esse processo. Podia ser qualquer nome, qualquer executado. Relevante é a
existência ou não do imóvel.

652
Vereador Cleiton Xavier: A senhora sabia que o PTA não anulou a certidão de dívida
ativa, mas apenas o índice cadastral?

Dione Ferreira Santos: o PTA vai abrir, o PTA para colher informações, é como eu
disse, as coisas são diferentes. Uma coisa é lançamento, outra coisa é CDA, outra
coisa é índice cadastral. São coisas diferentes.

Vereador Cleiton Xavier: nesse caso, com qual motivo pediu a desistência do
processo?

Dione Ferreira Santos: Porque o lançamento foi desativado. O índice foi desativado,
consequentemente, o lançamento foi desativado. Consequentemente, a execução
fiscal tem que ser extinta.

Vereador Cleiton Xavier: A senhora conversou com o Dr. Levate ou com algum outro
Procurador do município sobre o pedido?

Dione Ferreira Santos: esta específica? Se eu conversei antes ou depois, para fazer
não, é consequência natural dos fatos.

Vereador Cleiton Xavier: E depois ?

Dione Ferreira Santos: Não. Conversei, quando me perguntam: por que fez isso? O
que está acontecendo? Me pediram informações.

Vereador Wesley Moreira: Tá bom, nós vamos fazer o seguinte, vou suspender que
só por mais cinco minutos, porque tem muitas perguntas que nós listamos que a
senhora já respondeu, só para a gente já acelerar um pouquinho mais, tá bom? Então,
aqui às 11 horas e 52 minutos, vou suspender por mais cinco minutos, ok? Às 11 horas
e 57 minutos, nós retomamos aqui a nossa reunião. Fernanda, pode prosseguir.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente já retirou muitas perguntas que elas já
tinham sido respondidas aqui. Doutora Dione como que funciona na sua atuação?
Como que a senhora recebe advogados das partes dos processos em que a senhora
atua?

653
Dione Ferreira Santos: não recebo advogado das partes

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a senhora não recebe porque?

Dione Ferreira Santos: Porque não é o trato geral de uma execução fiscal. Não tem
essa demanda. A gente não recebe essa demanda. Quando a pessoa precisa, ela
manda, por exemplo, se ela precisa de alguma coisa, ela pode abrir um processo no
BH Resolve, no BH Digital, pode fazer uma solicitação por meio digital,
esporadicamente, chega um ou outro e-mail, no e-mail institucional da PGM. Mas não
tem esse contato de advogado de parte com o Procurador do município.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e pedido, por exemplo, de algum documento para
a Procuradoria. Isso é feito também através desses canais ou através do caso do
Procurador-Geral ou do chefe do setor?

Dione Ferreira Santos: dos canais institucionais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o advogado ligar no celular e fazer um pedido de


documentação sem protocolo e sem indicação de data, isso não é usual não?

Dione Ferreira Santos: Pode acontecer, mas porque vai depender de quem é, de qual
é a pessoa. No meu caso, eu sou só a Procuradora nesse momento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá? É porque o advogado, até o Doutor Tarcísio,
que trabalha na área criminal e não Doutor Gropen, que é quem atua nos processos de
execução fiscal, quando ele procurou o Doutor Gustavo Levate para ter acesso ao PTA,
o Doutor Gustavo Levate comunicou isso a senhora?

Dione Ferreira Santos: não tinha motivo para isso,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas não foi a senhora quem fez o pedido do PTA
e quem estava atuando no processo?

Dione Ferreira Santos: sim.

654
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então a senhora não tinha que ter conhecimento
a respeito de um pedido de um advogado da outra parte?

Dione Ferreira Santos: Não. Ele é o superior hierárquico. Ele não tem que prestar
contas a mim das coisas que estão acontecendo. Ele me pergunta o motivo que
aconteceu, porque, por quais circunstâncias. Mas ele é o superior hierárquico.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e ele fez isso? Ele fez esses questionamentos,
ele fez essas perguntas?

Dione Ferreira Santos: Ele perguntou por que o PTA foi aberto. Por que a execução
foi extinta. Falei a mesma coisa que eu já disse aqui, teve um índice desativado, abriu-
se um PTA, cancelou-se o lançamento, chegou a extinção da execução.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. E aí, porque o Doutor Gustavo Levate, ele fala
que a resposta do documento do PTA estava no computador pessoal dele. Então,
nesse caso, a senhora não encaminhou para ele o PTA, para que ele encaminhasse
para o advogado?

Dione Ferreira Santos: encaminha-se a resposta, o que ele vai fazer com essa
resposta? Eu não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi você quem encaminhou a resposta pra ele
para mandar pro advogado?

Dione Ferreira Santos: Não sei dizer. Pode ser, não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A senhora não sabe? Foi a senhora quem fez a
resposta?

Dione Ferreira Santos: não é isso, vereadora, não é isso. A questão é: fazemos trocas
de e-mails profissionais várias vezes. Isso decorreu tem mais de um ano. Troco e-mail
com o Levate, que é meu chefe, com outras pessoas o tempo todo.

655
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Pois é, você trocou e-mail então com ele,
encaminhando para ele a resposta para o advogado.

Dione Ferreira Santos: Não sei se eu teria que olhar minha caixa de e-mail. Não sei o
que ele vai fazer depois com isso, é uma questão de gestão profissional dele também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é um processo em que a senhora atuou. É um


processo que a senhora fez o pedido de abertura do PTA. É um processo em que a
senhora pediu a desistência da cobrança em função desse PTA. E aí, quando o
advogado procurou o seu superior, ele não te comunicou a respeito disso?

Dione Ferreira Santos: não, Ele não tem que me comunicar a respeito disso. Ele tem
que me pedir, porque as coisas foram feitas. É relação hierárquica, ele é o superior
hierárquico. Ele pergunta: "por que você fez?" Eu conto: "fiz por causa disso", e ele
"Ok".

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, aí ele te comunicou que o advogado, esteve
lá e te pediu alguma documentação ou não? Ele só te comunicou depois?

Dione Ferreira Santos: Ele não tem que lhe comunicar quem ele recebe ou quem ele
deixa de receber.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o PTA que a senhora fez o pedido no processo
que a senhora atuou, se ele encaminhou ou não para o advogado, isso aí não passou
pela senhora. A senhora não ajudou a elaborar essa resposta?

Dione Ferreira Santos: Eu respondo os e-mails para ele. Ele me faz perguntas, eu
respondo e-mails. Sobre este caso, e sobre vários outros casos. Nós tratamos das
questões profissionais. São e-mails, são respondidos e são trocados o tempo todo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então, a senhora lembra se teve algum e-mail em
relação a isso?

Dione Ferreira Santos: a esse caso? Provavelmente deve ter tido.

656
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Então se a gente te pedir o e-mail, para a
Procuradoria, então, vai ter essa troca de e-mail de vocês?

Dione Ferreira Santos: provavelmente, talvez, pode ser que sim,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E a resposta para a imprensa, também, quando


a imprensa requisitou para fazer uma matéria a respeito do PTA, a senhora também
não foi comunicada?

Dione Ferreira Santos: eu não tenho relacionamento com a imprensa. O Procurador


municipal não tem relacionamento com a imprensa. A Procuradoria tem os órgãos
institucionais dela para fazer o relacionamento com a imprensa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A senhora faz parte do grupo de WhatsApp da


Procuradoria?

Dione Ferreira Santos: não. Aliás, vou até reformular. Qual o grupo de WhatsApp?
Nós temos um grupo do Núcleo de Execução Fiscal. Qual o grupo de WhatsApp da
Procuradoria, a senhora está se referindo?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Um em que o Gustavo Levate mencionou que o


Dr. Caio Perona fez o pedido desse PTA para ser encaminhado para imprensa?

Dione Ferreira Santos: O grupo de WhatsApp de Procurador-Geral e Subprocurador.


É um grupo de chefia. Não, eu não faço parte, eu sou só Procuradora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não sei. Estou querendo saber se, chama
"Gabinete" o grupo. O grupo em que o Dr. Caio Perona foi e fez o pedido de
encaminhamento do PTA.

Dione Ferreira Santos: como diz o nome do grupo, o grupo é "Gabinete". Eu sou só
uma Procuradora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: A senhora não participou, não participou dessa
relação com a imprensa?

657
Dione Ferreira Santos: Não, com a imprensa, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: E em nenhum momento o Dr. Gustavo Levate


direcionou a sua atuação para imprensa, falando: não, não sou eu, no caso a Dr. Dione
é a responsável, e também não falou com ninguém da Procuradoria, que no caso era
a senhora quem teria que responder esses questionamentos?

Dione Ferreira Santos: a relação hierárquica não é assim que ela funciona. Eu
respondo para ele, ele responde para o superior, vai para os órgãos institucionais. As
coisas passam.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu quero saber quem, se ninguém te perguntou


quando, por exemplo, foi uma indicação do nosso gabinete falando a respeito do PTA
e falando que existia inclusive um outro processo de cobrança de outros anos da
mesma dívida que nós fizemos uma indicação para a Procuradoria? Isso também não
chegou para a senhora?

Dione Ferreira Santos: eu só posso responder sobre o meu trabalho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: É isso mesmo, é seu seu trabalho. Saber se isso
daí chegou para senhora ou não. É simples a pergunta.

Dione Ferreira Santos: reformula a pergunta, por favor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: as indicações a respeito da atuação neste


processo de cobrança sobre a desistência que foram feitos pelo meu gabinete, uma
atuação onde a senhora atua, essas indicações foram encaminhadas para a senhora?
Sim ou não?

Dione Ferreira Santos: Quando as coisas são encaminhadas para o Procurador, as


perguntas são feitas nesse sentido, de porque, por qual motivo, como está o andamento
do processo. O gabinete não precisa para o Procurador dizer porque eu vou…

658
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu encaminhei uma indicação a respeito de
inconsistências nessa execução. A senhora era a Procuradora que atuava. A
Procuradoria não te encaminhou essas indicações?

Dione Ferreira Santos: então, continuando a minha resposta. Pergunta-se para o


Procurador: como o andamento do processo, que providência está sendo tomada, o
que está acontecendo, por que é que isso foi feito. Quando o meu gabinete faz essas
perguntas para um Procurador, por meio das chefias, ele não precisa dizer: ah, porque
eu vou fazer tal coisa, porque eu vou responder ao gabinete, porque eu vou preparar
isso. Só a pergunta. Ele só pega as informações sobre esse processo, sobre qualquer
um outro processo que surja alguma pergunta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não, a questão não é uma pergunta, chama
indicação. Eu fiz uma indicação apontando algumas inconsistências. Isso aí chegou ao
conhecimento da senhora?

Dione Ferreira Santos: Não, é o que eu estou dizendo. É o que eu estou dizendo como
que funciona. Funciona assim: o Procurador e ele vai ser perguntado como está o
andamento do processo, que está sendo feito, por que que essas providências foram
tomadas. Não precisa justificar para um Procurador por que essas perguntas estão
sendo feitas. Isso vai ser tratado no âmbito de gabinete.

Dr. Francisco Freitas (advogado): Vereadora Fernanda, só para talvez auxiliar nesse
ponto, só relembrar o ponto do depoimento dela, que ela explicou que todo esse
histórico fica registrado no próprio sistema, que todos têm acesso. Então,
eventualmente é possível que o gerente ou diretor, ele entrando, ele consegue
identificar. Ela explicou isso muito bem que houve, por exemplo, essa modificação do
lançamento, do índice, enfim. Ele consegue rastrear esse histórico e o fundamento para
cada ato. Claro que nada impede de, né? Só para deixar isso claro.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Eu estou querendo saber o que é responsável por
que, entendeu, porque assim a gente teve uma atuação, a gente fez indicações que
não são questionamentos, inclusive indicando que existia um outro processo. A

659
senhora sabia, que tinha um outro processo de execução de anos diferentes desse, de
IPTU ou desse mesmo imóvel?

Dione Ferreira Santos: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Pois é, eu fiz uma indicação falando a respeito
disso para que as cobranças fossem unificadas. É isso que eu estou querendo saber:
o nível em que uma atuação de um ou de outro, porque quem atuou no processo, quem
fez o PTA, quem pediu a desistência foi a senhora. A defesa do Alexandre Kalil
procurou o Levate. O Levate, pelo visto, respondeu. O Levate enviou a documentação.
A senhora sequer tomou conhecimento disso e as indicações para sugestões, inclusive
respeito da existência de um outro processo para que eles corressem junto, nem
chegou ao conhecimento da senhora, muito embora tenha sido levado para o seu
superior hierárquico.

Dione Ferreira Santos: não tem motivo para chegar ao meu conhecimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: entendi, senhora entende assim, ok. Eu não tenho
mais perguntas não, Presidente.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não são perguntas.

Vereador Wesley Moreira: Sr. Tarcísio, fique à vontade.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Senhor Presidente, Senhores Vereadores,


Senhora Vereadora, Senhora Depoente, advogado e demais presentes. Primeiro uma
colocação que eu ia fazer no curso da resposta da senhora, pedindo a palavra pela
ordem, porque meu nome havia sido citado pela Vereadora Fernanda Altoé, mas achei
melhor não fazê-lo, porque acabaria interrompendo a lógica do seu raciocínio. Eu, que
já ficou sobejamente comprovado aqui, pelo depoimento do senhor Levate, pelo
procedimento aberto no Conselho de Ética do Município, por uma investigação que se
pediu para abrir no Ministério Público do Estado de Minas Gerais para apurar a conduta
do senhor Levate, e notadamente se fala do pedido de informação que fiz ao Senhor
Levate. E eu já digo porque que eu fiz o pedido ao senhor Levate, porque é o chefe da

660
Senhora Dione. É quem responde, se não me falha a memória, ao seu Subprocurador
Fiscal, se eu estiver equivocado, a senhora por favor me corrija, é o chefe dela e é claro
que ele vai dar as informações adequadas. E eu não fiz um pedido de informação no
pé do ouvido. Eu não fiz um pedido de informação num canto escuro do corredor, eu
fiz um pedido de informação fundado no direito de petição. Esse direito de petição está
consagrado na Constituição Federal. E por quê? Porque o Alexandre Kalil se sentiu
ofendido pela divulgação de informações de uma desistência de um IPTU e uma
sugestão, no meu entender, não responsável de que esse pedido de desistência teria
sido ilegal, sem nem mesmo ao menos se perguntar o porquê da desistência. Então,
utilizando o direito de petição para resguardar a honra do meu cliente, fui até o gabinete.
Não foi na casa, não foi num bar, não foi na escola, não foi na faculdade onde ele dá
aula. Fui no gabinete dele, um órgão público, entreguei o direito de petição e ele me
devolveu a resposta pelo e-mail institucional. O Conselho de Ética, o relator, o ex-
Procurador, acho que Rômulo, se não me falha memória, diz não haver nenhum
indicativo de ilegalidade. O Ministério Público não tem acesso ao conteúdo, inclusive é
um dos meus requerimentos para que se pegue cópia desta notícia, de fato, o Promotor,
e isso foi citado pelo senhor Levate na resposta que ele fez ao Conselho de Ética, que
agora é pública, porque já foi publicado. Ele diz lá na nota, na notícia de fato tal, uma
denúncia anônima, não se viu nenhum indicativo de irregularidade na conduta do
Senhor Levate. Então, essas menções, eu queria esclarecer, eu não tenho procuração
para defender o Sr. Levate. Quem tem é o senhor Hassan, é um nome difícil de ser
dito, mas eu não me arriscar a falar o sobrenome, vou ficar só no Hassan. Mas como
envolveu a minha atuação, eu achei prudente fazer essa explicação. Porque procurei o
Levate e não a Dione? Porque é o chefe dela. E é claro que ele responde pelas
execuções. À época, não sei se ainda é, o Subprocurador Fiscal.

Dione Ferreira Santos: ainda é.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Agora eu gostaria de fazer alguns


questionamentos depois desse esclarecimento.

661
Vereador Wesley Moreira: posso dizer, só uma curiosidade. Porque nós estamos
convivendo só aqui, bem rápido. O senhor atua também em outros processos, nessa
mesma linha de execução fiscais também?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não atuo em nenhum processo.


Vereador Wesley Moreira: só esse caso exclusivo?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: o único processo não penal que eu atuo, é
uma questão familiar. E vai me dizer porque então, em uma questão de execução, você
foi fazer o pedido de petição? Por uma razão muito simples: isto afetava a honra do
meu cliente e a afetação da honra poderia indicar, àquela hora só uma indicação,
depois me convenci que havia, e um crime contra a honra, e o crime contra a honra é
de minha atuação.

Vereador Wesley Moreira: o que só chamou a atenção foi essa questão assim, porque
como já foi dito que não é muito comum, o advogado ir, entrar, conversar mesmo, né?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não há nenhum impedimento legal para isso.

Vereador Wesley Moreira: não, ok. Mas falando de 100.000 processos. Foi, foi dito
isso, então, só isso que chamou a atenção, mas está muito bem esclarecido.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: me permita mais o outro esclarecimento. Se


o senhor Gustavo Levate tivesse se negado a receber o meu pedido de petição ou não
tivesse respondido, ele é funcionário público.

Vereador Wesley Moreira: eu sei, mas teve uma questão de WhatsApp, que você
mandou mensagem que ele falou que vocês conversaram.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu marquei reunião. Falei: o senhor pode me


receber no seu gabinete? Sim.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Mas não foi BH Resolve, não foi nada.

662
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: O direito de petição pode ser exercido e pode
ser exercido pessoalmente. Nós estamos com um Procurador aqui, que também pode
nos dizer.

Dr. Francisco Freitas (advogado): até aproveitar que não estamos nas perguntas…

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: me permite só uma última conclusão? Como


funcionário público, se ele não responder a um questionamento feito com base no
direito de petição, ele está sujeito a responsabilização. E eu, em nome do meu cliente,
certamente iria responsabilizá-lo se não houvesse uma resposta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu estou precisando fazer isso, Doutor Tarcísio.
Porque para o senhor respondeu no mesmo dia, o meu demorou quatro meses.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu não sou responsável por outros, por
resposta a outros requerimentos de Vossa Excelência.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: até fazer uma observação aqui, Presidente
Wesley. Porque o direito de petição geralmente é direcionado a uma autoridade e nesse
caso aqui a petição ela não foi direcionada ao Doutor Gustavo Levate como diretor e
chefe de Execução Fiscal, ele na Verdade não foi direcionada a ninguém. Ele é
simplesmente um documento fazendo o pedido para ter acesso ao PTA. Então, assim
até isso fica esquisito, porque não me parece que foram do Doutor Gustavo Levate por
ser o chefe da divisão e do Departamento de Execução Fiscal. E o que me chama
atenção também que o Doutor Tarcísio está falando a respeito da decisão do Conselho
de Ética. Essa decisão não foi publicada, ela não está pública. Eu tive acesso. Eu só
fui ter acesso, inclusive, ao conteúdo dessa decisão porque eu fiz um pedido de
informação para o Conselho de Ética, essa decisão não está pública. Então, todas as
informações que o Doutor Tarcísio tem aí, seria interessante, inclusive, a gente vê o
direito de petição dele, o ofício, os documentos oficiais, onde ele pede acesso a essas
decisões.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: isso já está publicado no Diário Oficial.

663
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, o Diário Oficial não publicou a decisão. Para
que o senhor (INAUDÍVEL) reconhecimento a respeito do que o senhor está falando.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Publicou o resultado. E o senhor Levate


mencionou esse…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Mas as conclusões que o senhor está tirando é
só de uma leitura da decisão.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Exato. Mas ela é, já é…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Ela não está pública, não consta sequer no site.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Ela já pode ser acessada, porque já foi
publicada. O senhor me corrija se for equivocado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: onde? Onde que pode ser acessada? Me fala
onde o senhor acessou ela.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Eu posso ter acesso, o advogado do senhor


Levate me passou esta decisão porque ele já tinha. E quando ele me passou, e quando
ele me passou eu perguntei a ele o seguinte: isso já foi publicado no Diário Oficial? Sim.
Então eu já posso ter conhecimento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não foi publicado no Diário Oficial, foi publicado
só a conclusão. Às vezes foi nessa conversa com o advogado do Doutor Gustavo
Levate que o senhor pegou o nome do advogado do Novo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu acho que nós estamos. Eu acho que nós
estamos falando de coisas distintas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Não, é a mesma conduta.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não é não. No decreto se diz: uma vez
publicada a ementa, o resultado, e aí eu não sei as palavras exatas, aquele

664
procedimento é público. Por isso que a senhora pode fazer o pedido do conteúdo
integral.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Exatamente. É que geralmente tenho que


continuar insistindo para o Conselho de Ética me encaminhar. Mas eu não tenho o
benefício de receber na hora. Mas ok, vamos para a Doutora Cíntia então.

Dr. Francisco Freitas (advogado): eu só vou fazer um comentário muito rápido,


porque essa questão que o presidente, o Senhor disse, não é comum, é comum.
E vocês estão observando aqui que eu estou tentando apenas ajudar na
racionalização e tentar manter e enfim, tentar evitar alguma má compreensão, Apenas
isso. É o que foi dito nos dois depoimentos. Aí também a minha compreensão é que
na função delas elas não atendem advogado, de fato. A gente ouviu uma servidora
administrativa muito competente. Vocês viram aqui como ela consegue falar com tanta
propriedade do trabalho dela? E a Dione, que está à frente do apoio, coordenando os
estagiários no número de centenas de execuções, que são inclusive as não
prioritárias, pelo valor. Então, de fato. Então eu só queria ter o cuidado de não extrair
desses depoimentos, essa afirmação de que, não é comum, até porque aí eu não sou
depoente, mas na minha visão, é algo que acontece, e que pode acontecer. Enfim,
reunião de advogados com o Procurador-Geral. É claro que isso vai acontecer em
posições de maior hierarquia e não com o Procurador que está ali mais no nível
operacional. Mas aqui é só um comentário meu e para evitar um mal entendido.

Dione Ferreira Santos: pode complementar? É exatamente isso que eu disse. Nós,
Procuradores, enquanto Procuradores, a gente não tem contato com advogado.

Eventualmente chega um e-mail para mim, de um advogado, eu vou remeter isso para
a minha chefia, para o superior hierárquico, para quem de direito. O relacionamento
dentro da PGM não é feito diretamente com Procuradores. Se eu recebo um e-mail, eu
queria fazer um acordo no processo: olha, chefe, quer fazer um acordo no processo.
Meu relacionamento, não é com Procuradores, o relacionamento com superiores
hierárquicos.

665
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: Tenho perguntas. Terminadas as colocações
vou fazer as perguntas. Senhora Dione, permita-nos abusar do seu conhecimento de
Direito tributário e de execução fiscal.

Dione Ferreira Santos: Se eu souber.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: certamente sim, que executa tributos. Me


conte algo. O tamanho de um imóvel importa para o cálculo do IPTU?

Dione Ferreira Santos: a área do imóvel? Sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: se eu não sei, ou se a Prefeitura não sabe a


área exata do imóvel, porque muito aqui se diz que o imóvel não existe, não é
localizado, etc, etc. É óbvio que o imóvel existe, e é óbvio que se sabe a quadra do
imóvel. A questão é: se eu não sei os limites exatos deste imóvel, tem como eu cobrar
IPTU? Estou perguntando em abstrato, porque, às vezes a gente fica preocupado de
responder nessa execução específica. Não se sabe o limite exato. Como é que eu
calculo o IPTU?

Dione Ferreira Santos: o IPTU é feito por cálculos aritméticos a partir das
características do imóvel. Então eu preciso das características do imóvel.
Características topográficas, geográficas, localização, aclive, declive, construído, não
construído, tamanho, área. Eu preciso disso tudo para chegar num cálculo.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então uma CDA que é formada a partir de uma
dívida de um imóvel que não se tem a localização precisa, desde 2003, 14 anos antes
do Kalil elegesse Prefeito. Essa CDA, eu poderia dizer que ela, em abstrato, não estou
falando dessa, não, mas uma CDA formada de um imóvel que não se tem a localização
exata, é uma CDA que falta um elemento essencial.

Dione Ferreira Santos: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: ela é nula.

Dione Ferreira Santos: ela é nula.

666
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: se a senhora, como Procuradora, tem ciência
de que uma CDA foi formada a partir de um imóvel que não se tem, a localização
precisa, se a senhora informa isso nos autos com essa riqueza de detalhes, ou se o
advogado da outra parte descobre isso e pede a nulidade da CDA. Caso o juiz a
conceda, haverá honorários de sucumbência a ser pagos pelo município?

Dione Ferreira Santos: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então é correto concluir que, eu sei que a
senhora não participou da formulação dos modelos gerais de petição? Eu sei que isso
foi formulado pelo Levate ou que ele ajudou a formular, pelo que eu entendi, do que a
senhora falou.

Dione Ferreira Santos: pelo grupo de Procuradores, sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: razoável, porque se ele gere a


Subprocuradoria Fiscal é razoável. É razoável dizer que se a colocação de extinção do
processo sem ônus para a parte é uma forma do município não ter que pagar honorário
de sucumbência, mesmo que isso não tenha sido pensado, é uma consequência?

Dione Ferreira Santos: sim.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então, eu posso concluir que se a senhora,


advogada do município, indicasse, eu sei que não poderia fazer por causa do volume,
mas se a senhora indicasse: olha, eu quero a extinção desta execução, porque este
imóvel não está localizado desde 2003 e a CDA foi formada a partir de um imóvel que
não se tinha o elemento tamanho, essa CDA é nula e eu peço a extinção. Se a senhora
fizer isso, a senhora está agindo contrária aos interesses do município. Não? Na
medida em que gera honorário de sucumbência.

Dione Ferreira Santos: geraria honorários, havendo, por exemplo, o que a gente
chama exceção de pré-executividade. Havendo a cessão de pré-executividade,
chegando nessa conclusão e o juiz, julgando a exceção, ele nos condena em
honorários.

667
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: então aí é uma conclusão nossa. Presto
homenagens aos gestores que formaram esses modelos de petição, porque são
gestores que, ao contrário do que já foi dito, esse pedido, da forma com que foi feito,
ele preserva o patrimônio público e não o dilapida.

Dione Ferreira Santos: sim, todo o objetivo, toda a intenção e todo o interesse sempre
é do interesse público. A análise de legalidade, legitimidade, correção das execuções
fiscais, ela tem em mente a melhor solução para aquela execução,

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a melhor solução para a parte ou para o


município?

Dione Ferreira Santos: para a execução. A melhor solução. A solução ideal é


pagamento? Ok. Mas há casos, eventualmente, que há um erro, há um problema, há
um equívoco, há algo que deva ser corrigido e deve ser corrigido por questões de
legalidade, para evitar que o município seja condenado em sucumbência, que o
município tenha prejuízos, que gere prejuízos financeiros ao município.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. O senhor Eugênio e outros depoentes


falaram a mesma coisa aqui. Desde 2005 se começou a fazer uma depuração do
cadastro tributário, primeiro, em 2005, para não entrar mais imóvel sem geolocalização,
e a partir daí foi depurando os que já estavam. O imóvel do Alexandre Kalil, ele está
dentre esse grupo?

Dione Ferreira Santos: dos que a gente chama de CTM 30.000? ok.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: que o Eugênio disse que de 32 ou 33 mil


imóveis, sim, desde 2003. E os senhores Vereadores eu não estou tirando essa
informação do nada não, está no procedimento administrativo. 2015, e aí eu vou chegar
na pergunta para a senhora, surge a primeira legislação que permite o cancelamento
do IC, do índice cadastral. É uma legislação do Prefeito Marcio Lacerda, que ela foi
repetida depois em um outro decreto nesse particular. Aí eu não sei se 2017, 2019,
alguma coisa assim. O certo é que o cancelamento desse índice cadastral, que já tinha
a legislação desde 2015, só aconteceu em final de 2021. Eu não sei a data exata, mas

668
os e-mails dos procedimentos administrativos aqui, eles são de 13 de outubro de 2021.
Eu não tenho aqui a decisão precisa do cancelamento, a data. E pelo que eu entendi
da senhora, cancelado o IC, a gente cancela, a senhora explicou aqui, a CDA, por um
ato administrativo e isso leva ao cancelamento do lançamento.

Dione Ferreira Santos: o inverso.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: que é o cancelamento do lançamento e depois


da…

Dione Ferreira Santos: que para cancelar o lançamento, eu decido que este
lançamento deva ser cancelado. Já tem essa decisão. Para fazer isso eu preciso de,
administrativamente, cancelar a CDA.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: esse procedimento administrativo de


cancelamento, eu não sei se esse procedimento é da CDA ou do lançamento, não
importa. As datas que a gente vê aqui, 22/02/2022. É rápido assim mesmo? A gente
cancela o IC e em outubro de 2021, e no mês dois de 2022, já tem o cancelamento de
CDA e de lançamento?

Dione Ferreira Santos: está dentro do padrão normal. Não tem nada de peculiaridade
não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: 22/02 estavam se discutindo aqui os


cancelamentos.

Dione Ferreira Santos: Sim

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: a petição feita pela senhora de desistência


foi dia 19/03. Não é muito rápido não?

Dione Ferreira Santos: não, dentro do padrão, totalmente normal.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: porque os Vereadores falaram que chama


atenção a eles. Eu vou confessar o que chamou a atenção a mim. Você tem um

669
procedimento que termina no mês dois e uma desistência no dia 19/03. Seis dias
antes, todo mundo sabia, da renúncia do então Prefeito para se candidatar ao
governo do Estado. Essa data foi só coincidência?

Dione Ferreira Santos: só.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não chamou a atenção?

Dione Ferreira Santos: nenhum momento.

Dr. Francisco Freitas (advogado):

Pela ordem, Presidente. Eu acho que a testemunha está aqui para prestar
depoimento sobre os fatos. Estou entendendo que está havendo alguma
insinuação?

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: não, eu não estou insinuando. Eu estou


perguntando se foi só coincidência, só isso. Ela falou que foi.

Dione Ferreira Santos: e eu estou respondendo dentro da minha atribuição. É


totalmente normal, coincidência, não teve nada pensado, planejado, arquitetado de
forma nenhuma. Está dentro do padrão. As coisas vão acontecendo totalmente normal.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: perfeito. Eu estou satisfeito. Senhores


Vereadores, nós vamos ouvir mais uma testemunha o será adiado?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente vai tentar adiar. Deixa eu só perguntar
mais um negócio aqui. Dra. Dione, algum advogado do Novo te pediu pra desistir desse
processo?

Dione Ferreira Santos: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se a senhora que estava atuando nesse


processo, por que o advogado do Novo entrou em contato foi é com o Doutor Levate?

670
Dione Ferreira Santos: de novo, eu sou só a Procuradora municipal. Contatos,
chamadas, e-mails, pedidos. Eles são todos feitos a nível de gabinete ou de pessoas
que detenham os cargos de responsabilidade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Doutor Levate te pediu para desistir desse
processo?

Dione Ferreira Santos: não.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu perguntei se havia um adiamento porque


eu ia falar de um requerimento que que vou fazer? Eu até depois vi que o requerimento
em parte já foi feito pela própria comissão. Eu fiz uma petição, e vi só depois de feita a
petição, mas eu vou protocolar lá, ainda assim, para registrar. Nós estamos requerendo
que se requisite do Sr. Luiz Gustavo Levate a mensagem que ele diz que seu cunhado,
advogado do Novo, avisou para ele da existência de uma assinatura dele no pedido de
desistência da execução 440. Não há de se falar em sigilo, porque ele já disse aqui o
conteúdo da mensagem e eu acho de extrema importância para elucidar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente já fez esse pedido, Doutor Tarcísio.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: mas eu estou fazendo coro à fala da senhora.
Eu acho de extrema relevância entender que aviso foi esse em que termos foi feita essa
comunicação. Então acredito que o advogado dele disse que iria aqui na sessão, que
iria juntar os documentos relativos, mas eu acho importante pedir. Além do mais, é
importante perguntar para ele o nome completo ou se é que ele declinou o nome
completo do advogado. Ele disse aqui Paulo Fernandes, a senhora e os senhores
Vereadores estão indicando a possibilidade de ser o mesmo Paulo que eu pensei.
Porque eu fui na execução e nos acessos externos da execução tem lá o nome de um
monte de gente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a gente até precisa aprovar um negócio e o


senhor vai ver, inclusive, que a nossa entrada é em dezembro de 2021 e a dele em
junho de 2022.

671
Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: eu não ia falar isso não, senhora Vereadora,
mas a entrada, eu não sei se Renata Oliveira Fajardo Reis é assessora da senhora
pelo site da Câmara é. Ela acessou dia 26/04/2022.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não tem um acesso antes, no dia 29 de dezembro
de 2021.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: tem sim, tem em dezembro e depois um mês
e pouco depois da renúncia, ela acessou. Então o gabinete da senhora sabia. O Paulo,
que a senhora, me parece, está suspeitando…
Vereador Wesley Moreira: Fernanda, vocês dois vão estender muito nisso daí, por
que eu queria até conversar depois com o Doutor Tarcísio, que era cinco minutos, agora
já está…

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: suspeitando do senhor Paulo Augusto


Fernandes Fortes. Ele realmente é advogado, não sei qual a que título ser contratado,
etc. Mas ele é advogado do Novo junto com o senhor Lucas Bensoni. Então, não
sabemos se é ele, mas aí precisa perguntar para o senhor Levate.

Vereador Wesley Moreira: Excelente informação. Foi uma informação muito boa que
o Senhor trouxe para a gente. Então nós vamos fazer o seguinte: vamos te agradecer
pela presença, falar que foi um depoimento importantíssimo aqui para nossa CPI, que
com certeza vai agregar e agregar bastante. E se você quiser fazer as suas
considerações finais, fique à vontade.

Dione Ferreira Santos: só agradecer, tá tudo tranquilo. Obrigada.

Vereador Wesley Moreira: tudo de bom. Às 12 horas e 34 minutos ou suspender por


mais cinco minutos aqui só para nos organizarmos alguns detalhes, tá bom Fernanda,
Rapidinho.

Vereador Wesley Moreira: às 12 horas e 37 minutos nós retornamos aqui a nossa


reunião e quero convidar, neste momento, a senhora Cynthia Barbabela, Procuradora
municipal do município, para prestar depoimento acerca de sua atuação nas ações de

672
execução fiscal envolvendo o ex-Prefeito Alexandre Kalil. Seja bem vinda. Boa tarde!
Se quiser registrar o boa tarde.

Cynthia Barbabela: Boa tarde.

Vereador Wesley Moreira: Bem vinda, mais uma vez, reforço aí acompanhada do Dr.
Francisco. Bom, nós havíamos feito uma programação e até entendemos que talvez
seria tranquilo ouvir todo mundo, mas o Dr. Tarcísio pegou nosso tempo todo hoje.
Brincadeira, Doutor. E aí eu queria fazer apenas uma proposta para a senhora. A
senhora fica na liberdade. Na semana que vem nós já temos uma oitiva já agendada
para o Dr. Hércules Guerra, marcado para às 09h30. Aí eu queria fazer uma uma
solicitação. Como agora nós teremos só seis minutos, então evidentemente não vai
ser um tempo suficiente para fazermos as perguntas e fazer um convite. A gente
poderia passar isso já pedindo perdão, desculpa, todas as palavras que são sinônimos
de perdão. Em função desse contratempo que nós tivemos hoje, convidarei a senhora
para semana que vem, a gente faria a oitiva da senhora primeiro, às 09h30 e às 10
horas nós ouviríamos o Senhor Hércules Guerra. E aí, que a maioria das perguntas
também já foram, em sua maioria, respondidas. E ouvir a opinião do senhora.

Cynthia Barbabela: para qual dia o senhor falou?

Vereador Wesley Moreira: para a próxima quinta feira.

Cynthia Barbabela: eu acho até que meu depoimento vai ser muito rápido, mas como
é uma caixinha de surpresa, a gente não sabe. vai depender do Dr. Francisco, que tá
me acompanhando, se vai poder voltar, como é que está a sua agenda? Porque eu
posso ajustar a minha.

Vereador Wesley Moreira: vocês fiquem à vontade, a gente pode fazer dessa forma,
pode convocar novamente, mas eles vão fazer uma coisa bem gestual mesmo.

Dr. Francisco Freitas (advogado): não vejo prejuízo, não. A gente pode fazer na
próxima quinta feira.

673
Vereador Wesley Moreira: então eu vou só deliberar aqui com os Vereadores
presentes. Nós temos aí quatro Vereadores presentes. Vereador Helinho, você está aí?

Vereador Helinho da Farmácia: presente, Sr. Presidente.

Vereador Wesley Moreira: boa. A Loíde também está aí, Loíde?

Vereadora Loíde Gonçalves: presente.

Vereador Wesley Moreira: bom demais da conta. Então não vamos fazer o seguinte:
nós vamos deliberar, nós vamos tá mudando aqui o horário da oitiva do senhor Hércules
Guerra, Vamos passar para as 10 horas, ok? E às 09h30 estamos aqui deliberando
dentro do requerimento 1.298, perfeito? Exatamente. E nós vamos às 09h30,
estaremos ouvindo a senhora Cynthia Barbabela. Tranquilo? Vou colocar aqui em
votação. Como vota o Vereador Helinho?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo, Sr. Presidente.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Loíde?

Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: vereador Cleiton Xavier?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto de acordo. Fica então feita essas
alterações aí, e mais uma vez perdão aí, tá bom. O Dr. Francisco fazer alguma
consideração? Você tem um minuto aí.

Dr. Francisco Freitas (advogado): não, só agradecer pela condução da sessão e a


oportunidade de fazer um bom trabalho junto.

674
Vereador Wesley Moreira: Dr. Tarcísio o senhor tem 3 segundos.

Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça: nenhuma colocação, Sr. Presidente.

Vereador Wesley Moreira: tranquilo. Cleiton, tranquilo?

Vereador Cleiton Xavier: agradecer à Luciana, agradecer também à Dione e também


agradecer à Cíntia. E também os advogados que acompanharam a reunião desse dia
pela presença.

Vereador Wesley Moreira: ok. Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: também só agradecer a presença de todos e pedir


desculpas à Doutora Cynthia. De fato o depoimento dela vai ser bem rapidinho.

Vereador Wesley Moreira: ok. Loíde, Helinho, tranquilo? Agradeço vocês pela
presença e às 12 horas e 43 minutos, declaro encerrada esta reunião. Muito obrigado
a todos.

Não foi possível a oitiva da Sra. Cynthia Barbabela, ficando deliberado


seu o retorno para o dia 25/05/2023.

Às 12h:43m foi encerrada a reunião.

2.19 - DA 19ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h42 do dia 25 de maio de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 19ª Reunião Ordinária18 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira,
Cleiton Xavier, Gilson Guimarães.

Foram aprovados requerimentos para envio da íntegra da movimentação,


no sistema interno da Procuradoria (SAJ), das ações nos processos: 4438501-
53.2015.8.13.0024,4408488-71.2015.8.13.0024, 098042-26.2019.8.13.0024, 4406110-

18

https://www.youtube.com/watch?v=w3ZBEz5yqqc&t=2042s&ab_channel=C%C3%A2maraMunicipaldeBeloHori
zonte

675
45.2015.8.13.0024,5099886-11.2019.8.13.0024, 081300-23.2019.8.13.0024, 4407530-
85.2015.8.13.0024,7079002-68.2012.8.13.0024,407793-83.2016.8.13.0024, 5423737-
79.2014.8.13.0024,5092514-11.2019.8.13.0024, 081301-08.2019.8.13.0024, 5440139-
75.2013.8.13.0024,4436139-10.2017.8.13.0024,5151816-97.2021.8.13.0024,
5160621-73.2020.8.13.0024, 5005876-38.2020.8.13.0024; e para obter informações
sobre a certidão de baixa de construção n° 2018R03497, de 25/11/2021.

Acusou-se o recebimento das respostas aos Requerimentos nº 973, 1193,


1300/2023 bem como dos documentos externos de protocolo nº 003042/2023,
003183/2023,003186/2023,003250/2023.

Foi chamada a depor a Sra. Cyntia Barbabela, Subprocuradora-Geral


Fiscal, que prestou o compromisso com a verdade. A servidora foi acompanhada pelo
Procurador Municipal Dr. Francisco Freitas de Melo Franco Ferreira.

19ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: vamos dar início agora então às 09h42. Damos início à 19ª
reunião da comissão Parlamentar de Inquérito CPI e Abuso de Poder na Prefeitura de
Belo Horizonte. E já aproveito para dar bom dia a todos aí também, que é bom. Muito
bem. Farei a chamada agora dos vereadores.
Vereador Gilson Guimarães. Presente.
Vereador Ciro. Presente.
Vereadora Fernanda. Presente.
Vereador Cleiton. Presente.
Vereador Wesley também presente.

Vereador Wesley Moreira: estão com a presença de cinco vereadores. Vamos dar
aqui prosseguimento à ordem dos trabalhos. Hoje nós temos a oitiva da senhora
Cynthia Barbabela, procuradora municipal, para prestar depoimento acerca de sua
atuação nas as ações de execução fiscal envolvendo o ex prefeito Alexandre Kalil e
suas empresas. Às 10h00, temos também o Sr. Hércules Guerra, procurador geral do
município, para prestar depoimento acerca da situação nas ações de execução fiscal
envolvendo o ex-prefeito Alexandre Kalil e suas empresas da sua titularidade. Acerca

676
da atuação da PGM no processo número 5222140-78.2022.8.13.0024 sobre a
condução da Procuradoria na defesa de servidores e ex-servidores em oitivas da CPI
e acerca da tomada de contas número 1098420 e os demais processo a ela
relacionados, conforme denúncia anônima recebida por essa CPI.

Vereador Wesley Moreira: nós vamos só apreciar alguns requerimentos que estão na
pauta e retornaremos aqui às nossas oitivas. Requerimento de comissão número 1390,
que é um pedido de informação. Destinatário Prefeito Fuad e o procurador geral do
município, Sr. Hércules Guerra. Finalidade: requer que seja enviada a íntegra da
movimentação dos processo número 4438151-53.2015.8.13.0024, 4406110-
45.2015.8.13.0024 e outros em discussão, em votação, como vota:
Vereadora Fernanda. De acordo.
Vereador Cleiton. De acordo com requerimento.
Vereador Gilson. De acordo com requerimento.
Vereador Ciro. De acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica provado


requerimento de comissão 1390/2023. Requerimento de comissão 1391, pedido de
informação. Destinatário Prefeito Fuad e o Secretário Municipal de Política Urbana,
João Antônio Fleury. Finalidade Obter informações sobre a certidão de baixa de
construção número 2018R03497 de 25/12/2021, um prazo de resposta de cinco dias,
de autoria dos vereadores Loíde, Ciro, Cleiton, Fernanda e Wesley Moreira, em
discussão, em votação, como vota:
Vereador Cleiton. De acordo com o requerimento.
Vereadora Fernanda. De acordo.
Vereador Gilson Guimarães. De acordo.
Vereador Ciro. De acordo
Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica provado
requerimento Comissão 1391/2023.

Vereador Wesley Moreira: outros assuntos. Resposta de requerimentos e indicações

677
da Comissão. Oficio em resposta ao requerimento de Comissão 973, de autoria dos
vereadores Ciro, Cleiton, Fernanda e Wesley. A resposta foi a de número 8776/2023,
enviada pela diretora da Secretaria da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do
Estado, de Belo Horizonte, Flávia Ávila Teixeira. Resposta encontra disponível no portal
da Câmara Municipal. Oficio em resposta ao requerimento de comissão 1193/2023, de
autoria dos vereadores Cleiton, Ciro, Fernando e Wesley. Resposta nº 405/2023,
enviado pelo secretário municipal Adjunto de Governo, subsecretário de Relações
Institucionais, Leonardo Amaral Castro, também disponível no portal da Câmara
Municipal. Ofício em resposta ao requerimento comissão 1300/2023, de autoria dos
vereadores Fernanda, Wesley, Ciro, Cleiton. Resposta nº 298/2022, remetente
Guimarães Pompeu Advogados Associados. Outros documentos recebidos,
documento nº 3042/2023, assunto, Ofício da Gab. PGM nº 1332/2023, informando
sobre a designação do Procurador municipal Francisco Freitas Melo Franco, para
acompanhar a servidora Luciana Pessoa Dutra Azevedo de Moura, Cynthia Maria
Gonçalves Barbabela e Dione Ferreira dos Santos, em oitiva programada para ser
realizada em 18 de maio de 2023, de autoria do procurador geral do Município, Sr.
Hércules Guerra. Documento nº 3183/23, assunto, manifestação de Alexandre Kalil em
nome de seu procurador Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça, para requerer que se
notifique Luiz Gustavo Levate, para que forneça a íntegra da mensagem enviada por
seu cunhado, Paulo Fernandes, e que informe o nome completo do seu cunhado,
advogado do Novo, identificado na audiência somente pelo nome Paulo Fernandes,
autoria Alexandre Kalil, por meio de seu advogado Tarciso Maciel Chaves de
Mendonça. Documento nº 3186. Assunto, manifestação de Alexandre Kalil por meio de
seu procurador Tarciso Maciel Chaves de Mendonça, para requerer que se oficie a 17ª
Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, para que envie a integra da
notícia do fato registrado número 002422016521-1 Autoria Alexandre Kalil, por meio de
seu advogado Tarciso Maciel Chaves de Mendonça. Documento nº 3250/2023,
assunto, petição para apresentar esclarecimentos a respeito de sugestões realizadas,
inclusive, na 17ª reunião, de que o peticionário teria cometido ilegalidades ao receber
a defesa de Alexandre Kalil, para o exercício de um direito. Informar que atendeu e-
mail da atual assessora da Fernanda, da vereadora Fernanda Pereira Altoé, em 2013

678
e requerer juntada de documentos anexos. Autoria Luiz Gustavo Levate, por meio de
seu procurador, Hassan. Só Hassan. Tá bom, né? Vamos lá, Suki. Muito bem. Beleza.
Tranquilo. Nesse momento então, quero convidar a senhora Cynthia Barbabela, que
virá acompanhada do seu representante, o senhor Francisco Freitas, para tomarem
lugar aqui a mesa. Mais uma vez, bom dia, e mais uma vez, agradecer a disponibilidade
da senhora em está retornando aí, porque na semana passada acabou que o nosso
tempo ficou pequeno demais. Então te agradeço aí, pela compreensão. Convido
também o senhor Tarcísio para tomar local a mesa e ficar tranquilo aí, e ficar a vontade.
Muito bem. Vou pedir para que a senhora faça uma declaração aí que, inclusive, já foi
entregue. Solicito que preste o compromisso, nos termos do artigo 203 do Código de
Processo Penal. Informo que fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade poderá
incorrer no crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal,
então tem o modelo aí, a senhora, por favor.

Cynthia Barbabela: Bom dia! Eu, Cynthia Maria Gonçalves Barbabela, 50 anos,
casada, residente em Belo Horizonte, Procuradora Municipal, cuja atividade é
desenvolvida na Avenida Afonso Pena, nº 1212. Prometo dizer a verdade, relatando
sempre que souber, explicando sempre as razões da minha ciência sobre o fato ou as
circunstâncias pelas quais possa avaliar se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: Obrigado. Vamos lá. A senhora foi subprocurador geral
fiscal? Certo? Perfeito. E por qual período a senhora ocupou este cargo?

Cynthia Barbabela: De maio de 2021 a julho de 2022. Um ano, um ano e pouquinho

Vereador Wesley Moreira: Um ano e pouco. Perfeito. E foi a senhora quem fez a
juntada das petições de pedido de suspensão e desistência no processo número
4408488-71.2015.8.13.0024, que se trata da cobrança de IPTU de Alexandre Kalil, do
imóvel localizado na Avenida Pedro Primeiro?

Cynthia Barbabela: Assim como todas as petições do Núcleo de Execução Fiscal do


apoio, todas eram feitas, a juntada no PJE, todas eram feitas com a minha senha, no
PJE.

679
Vereador Wesley Moreira: Então nesse período todas eram?

Cynthia Barbabela: Todas, sem exceção.

Vereadora Fernanda Altoé: Só um questionamento, bom dia! Então é igual ao Dr.


Gustavo, enquanto ele foi o subprocurador geral, naquele período, todas as assinaturas
e as distribuições eram feitas no nome dele. Então, no período em que a senhora foi,
também foi no seu nome?

Cynthia Barbabela: Isso.

Vereador Wesley Moreira: A assinatura eletrônica?

Cynthia Barbabela: Assinatura eletrônica no PJE.

Vereador Wesley Moreira: Perfeito. E na defesa do senhor Alexandre Kalil, a defesa


do Sr. Alexandre Kalil procurou à senhora, em algum momento para tratar
exclusivamente desse processo?

Cynthia Barbabela: Não.

Vereador Wesley Moreira: Em momento algum, está certo. Algum representante do


senhor Alexandre Kalil procurou à senhora para tratar de algum processo que envolve
cobrança de IPTU de imóveis dele ou de suas empresas?

Cynthia Barbabela: Não.

Vereador Wesley Moreira: Também não.

Cynthia Barbabela: Também não.

Vereador Wesley Moreira: Então tá perfeito.

Vereadora Fernanda Altoé: E no caso dessas assinaturas, a sua vinha sempre


eletrônica, né? Porque a gente vê que não tinha o seu nome na petição, como Dr.

680
Gustavo utilizava o sistema dele, no nome dele.

Cynthia Barbabela: É o sistema da Procuradoria, para a gente conseguir atuar


naquele volume de processos. Todas as petições desse setor de apoio que a gente
chama, que são as petições mais simples, os processos enquadrados nessa categoria,
o nosso sistema chama SAJ que é interno, para fazer a conexão dele diretamente com
PJE precisava, precisasse de alguma senha, de algum procurador, e é o subprocurador
fiscal responsável por essa, colocar a senha dele.

Vereadora Fernanda Altoé: é uma praxe mesmo. Tá. A petição de suspensão pelo
PTA foi do dia 21 de fevereiro de 2022 e a petição de desistência do processo foi no
dia 13 de março de 2022, né. E a petição de renúncia recursal foi no dia 5 de julho de
2022. Então, todas essas três petições, elas foram no período em que a senhora era
subprocuradora, né?

Cynthia Barbabela: Sim

Vereadora Fernanda Altoé: A senhora saiu, foi final ou início de julho?

Cynthia Barbabela: Foi início, mas acho que meados e não tenho certeza do dia, mas
acho que dia cinco ainda estava lá.

Vereadora Fernanda Altoé: E aí, durante todo esse período. Então, no caso, até a
defesa do Kalil, o Dr. Tarciso, como fez com o Dr. Gustavo Levate, não te procurou,
para fazer nenhum tipo de peticionamento nem conversa?

Cynthia Barbabela: não.

Vereadora Fernanda Altoé: durante o cargo da senhora, como sou subprocurador


geral fiscal, a senhora recebia advogados dos executados? E como que era feito esse
processo para ter essa conversa e esse acesso?

Cynthia Barbabela: sempre que necessário. Sempre que eu era solicitada, recebia,
ou por e-mail, ou por telefonema, ou pelo BH resolve. A gente recebia lá um e-mail ou

681
alguém ligava para algum setor da prefeitura, aí, a liga pra procuradoria, para gabinete.
Aí, a secretária, tem alguém aqui precisando de conversar. Eu que recebia.

Vereadora Fernanda Altoé: então é o papel mesmo do subprocurador geral nesses


casos?

Cynthia Barbabela: Sim.

Vereadora Fernanda Altoé: E quando a senhora fez a juntada do pedido, fizeram, né?
Não foi a senhora. Quando fizeram juntada com assinatura eletrônica da senhora.
Agora, do pedido de desistência com base no PTA, não foi juntada aos autos esse PTA.
A senhora vê isso como equívoco ou não? É normal fazer um pedido de desistência
por uma razão sem fundamentar nessa razão, e nem juntar documentação?

Cynthia Barbabela: Eu vejo como procedimento básico. Você faz a juntada e expõe o
motivo. Se for necessário. Você vai depois lá e procura saber por que do que se trata
o PT, mas assim não, não é normal a gente juntar um PTA na execução, porque é um
trabalho muito grande e desnecessário para o volume que a gente tem.

Vereadora Fernanda Altoé: Mas geralmente faz então a menção do motivo da


desistência?

Cynthia Barbabela: Foi suspenso ou foi extinto. E aí tem fundamentações do Código


de Processo Civil, não necessariamente a razão interna. Você mencionou PTA, a
pessoa vai lá e procura no PTA.

Vereadora Fernanda Altoé: E a senhora sabia do conteúdo do processo, das petições


que estavam sendo juntados?

Cynthia Barbabela: não.

Vereadora Fernanda Altoé: A senhora sabia que se tratava de imóvel do então prefeito
Alexandre Kalil?

Cynthia Barbabela: Não

682
Vereadora Cleiton Xavier: Mais uma vez, bom dia. Cynthia, o subprocurador geral
sempre assina as peças processuais com os procuradores do seu setor?

Cynthia Barbabela: Não apenas as petições do Núcleo de Apoio da Execução Fiscal,


que são as petições mais simples dos processos até um determinado valor. São
processos que são feitos por estagiários coordenados por um procurador, que no caso
atualmente é a doutora Dione. Aí ela faz a correção dessas petições. Suspensão,
arquivamento, pedido de um pedido simples, alguma coisa simples. Ela faz a juntada
disso no nosso sistema que chama
SAJ e a integração disso no processo eletrônico PJE é feito pelo procurador geral do
subprocurador geral, no caso fiscal. Então, somente esses casos que o procurador, o
subprocurador, assina as peças desse núcleo de apoio.

Vereadora Cleiton Xavier: Se a senhora era sub procuradora da época, porque consta
o nome do doutor Levante e da doutora Dione nas peças de suspensão e desistência
do processo?

Cynthia Barbabela: Bom, Dr. Luiz Gustavo Levate era o diretor jurídico fiscal à época,
há muito tempo já, e ele foi responsável, assim como os outros procuradores, por fazer
as peças mais básicas da execução fiscal que a gente usa quase o tempo inteiro.
Então, todas foram feitas, assinadas por ele. Não necessariamente ele vai, é uma
assinatura eletrônica que está ali, digitalizada. Então o nome dele vai estar em todas
as petições. Mas ele não assinou essas petições no dia a dia, elas estão prontas, o
estagiário busca essa petição no banco de dados e junta no processo. A doutora Dione
corrige, manda voltar, manda refazer, se for o caso. Se não, ela anexa aquilo no
sistema e aí vem a assinatura dela. A assinatura dela no PJE, no SAJ.

Vereadora Fernanda Altoé: Ele não assinou, então como subprocurador geral fiscal,
por que que ele não era?

Cynthia Barbabela: no caso, não.

Vereadora Fernanda Altoé: Aí ele assinava todas as petições como diretor jurídico?

683
Cynthia Barbabela: Eu acho até que o nome dele nem saiu como diretor jurídico. Saiu
como procurador municipal, mas pelo fato dele ser o diretor e pelo fato dele ter
elaborado suas petições todas, ao longo do tempo, você vai ver o que é que vai
funcionar, que não vai funcionar, e vai fazendo gestão ali e é uma forma que a gente
encontrou que funcionou muito bem a execução fiscal.

Vereadora Cleiton Xavier: De acordo com o Dr. Levate, quem passou a ele a demanda
da imprensa para acesso ao PTA foi o Dr. Caio Perona, por meio de um grupo de
WhatsApp da Procuradoria. A senhora participava desse grupo?

Cynthia Barbabela: Que data que foi isso?

Vereadora Cleiton Xavier: Foi junho.

Vereadora Fernanda Altoé Junho. Julho de 2022.

Cynthia Barbabela: Bom, eu saí do grupo assim que eu saí do cargo, então eu não
sei exatamente, mas acredito que não. Não me lembro, mas não tem condição de eu
lembrar.
Vereadora Cleiton Xavier: Mas no período de um ano que a senhora esteve, a
senhora lembra desse grupo da Procuradoria? Que eram tratado esses assuntos de
processo, essas demandas.

Cynthia Barbabela: Existe um grupo. Existe um grupo do procurador geral com os


subprocurador gerais fiscais. Acredito que eu não estava mais porque se o Gustavo, o
Luiz Gustavo estava nesse grupo. Eu já tinha saído. Ele entrou no meu lugar.

Vereadora Cleiton Xavier: Então aí algumas alguns assuntos tratados nesse grupo
de WhatsApp. Após esse tipo de pedido feito no grupo, é necessária alguma
formalização institucional lá entre os procuradores?

Cynthia Barbabela: Não entendi a pergunta.

Vereadora Cleiton Xavier: Vocês, por exemplo, o grupo da procuradoria no WhatsApp


eram tratados acerca de alguns processos? Aí, após essas tratativas no grupo do

684
WhatsApp, vocês formalizaram algumas dessas tratativas no grupo, lá na
Procuradoria?

Cynthia Barbabela: Depende do que era pedido. Se fosse.

Vereadora Fernanda Altoé: No caso, que foi, por exemplo, um pedido da imprensa
para ter acesso ao PTA, agente conversou isso com o Dr. Levate no dia, teve um pedido
da imprensa para ter acesso ao PTA. E aí o doutor Caio mandou um pedido a ele pelo
WhatsApp no grupo, pedindo a ele para enviar o PTA.

Cynthia Barbabela: enviar para quem?

Vereadora Fernanda Altoé: Para o doutor Caio.

Cynthia Barbabela: E ele enviou para o Dr. Caio?

Vereadora Fernanda Altoé: ele envio para o Dr. Caio.

Cynthia Barbabela: aí tem que perguntar para ele gente, eu não sei, não tem como
resolver.

Vereadora Fernanda Altoé : Não, não. Aí nesse caso, quando tem essas demandas,
a gente sabe que hoje o WhatsApp é fundamental na atuação de qualquer um, porque
é muito mais rápido e muito mais prático. Tem algum alguma necessidade de
formalização, depois disso, ou não, fica ali no WhatsApp mesmo?

Cynthia Barbabela: acredito que fica só no WhatsApp. Se você, porque está


documentado ali, está registrado. Se for uma demanda do WhatsApp, eu responderia
por WhatsApp.

Vereadora Fernanda Altoé : WhatsApp e fica por isso. Não tem nenhuma necessidade
de formalizar e gerar?

Cynthia Barbabela: Não.

Vereadora Cleiton Xavier: Então, é comum que as solicitações de resposta à

685
imprensa sejam feitas sem tramitação de protocolo?

Cynthia Barbabela: Sim, pelo menos enquanto eu estava no cargo. Eu recebia


demanda da ASCOM e respondia, às vezes por telefone, por WhatsApp, por e-mail.
Depende da situação, coisa mais rápida. Não tinha muito.

Vereadora Cleiton Xavier: Sem mais, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: Então, agradecer mais uma vez a presença da doutora, a
senhora Cynthia Barbabela, a senhora quer fazer algum comentário, alguma coisa, fica
à vontade.

Cynthia Barbabela: Não, obrigado. Bom dia par vocês.

Foi chamado a depor o Sr. Hercules Guerra, Procurador-Geral do


Município de Belo Horizonte, que prestou o compromisso com a verdade. O servidor foi
acompanhado pelo Procurador Municipal Dr. Francisco Freitas de Melo Franco Ferreira.

Vereador Wesley Moreira: Obrigado viu. Tá bom, vamos lá. Muito bem. Quero
convidar agora o senhor Hercules Guerra. Bem, bom dia mais uma vez, o senhor
Hércules Guerra. Vou pedir para que o senhor preste o compromisso nos termos do
artigo 203 do Código de Processo Penal, informo que fazer afirmação falsa ou negar
ou calar a verdade poderá incorrer no crime de falso testemunho, de acordo com o
artigo 342 do Código Penal. Tenho modelos e aí você não precisa falar o endereço
completo não, fica a vontade.

Hércules Guerra: Eu, Hércules Guerra, 66 anos de idade, estado civil casado,
residente em Belo Horizonte, profissão Procurador municipal de Belo Horizonte,
atualmente no cargo de Procurador Geral do Município, cuja atividade é desenvolvida
na Avenida Afonso Pena, 1212. Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que
souber e explicando sempre as razões da minha ciência sobre o fato ou as
circunstâncias pela quais possa avaliar se de sua credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: Obrigado. O Senhor foi chamado aqui para prestar
depoimento acerca da sua atuação nas ações de execução fiscal envolvendo o ex-

686
prefeito Alexandre Kalil e suas empresas, acerca da atuação da PGM no processo
número 5222140-78.2022.8.13.0024, sobre a condução da Procuradoria na defesa de
servidores e ex servidores nas oitivas da CPI e acerca de tomada de contas número
1098420 e os demais processos a ela relacionadas também conforme a denúncia
anônima recebida pela nossa CPI.

Hércules Guerra: Senhor Presidente, só para ressaltar, dos quatro motivos que eu fui
intimado a comparecer aqui, me parece que três estão fora do escopo da CPI e são
dois fatos posteriores à instalação da CPI, e um fato que
é a relativa a licitações no âmbito da Procuradoria Geral do Município, ocorridos em
2016 e 2017. E a questão da ação judicial contra o ex-prefeito Alexandre Kalil está no
escopo da CPI, mas eu não vou me esquivar das respostas, porque eu acho que o
servidor público tem que prestar esclarecimentos à população de Belo Horizonte.
Embora, ressalto, não estão no escopo da CPI, e esse tipo de, digamos assim, de
intimações para assuntos fora do escopo pode trazer prejuízos à própria conclusão da
CPI.

Vereadora Fernanda Altoé: Dr. Hércules, a gente até conseguiu ter acesso ontem ao
documento que era a mencionada denúncia anônima, e a gente de fato viu que não
tem nada a ver com o escopo da CPI. E nós não vamos fazer nem nenhuma pergunta
relacionada à tomada de contas porque não está no objeto da CPI.

Hércules Guerra: Ok. Muito obrigado, Vereadora.

Vereadora Fernanda Altoé: Então é que na época que a gente redigiu o pedido de
oitiva, como a gente não tinha tido acesso, a gente optou por colocar o assunto que
era uma denúncia anônima. Aí a gente ontem, só que nós conseguimos ter acesso ao
documento que foi um parto, conseguir ter acesso ao documento. E a gente viu que de
fato não tinha nada a ver.

Hércules Guerra: Com todo respeito, Vereadora, é uma denúncia anônima com
digital.

Vereadora Fernanda Altoé: então nós não temos. Aí a gente viu que não tem nada

687
a ver com a CPI e a gente não vai fazer nenhuma pergunta a respeito, observou isso
também e não tem a postura dele? Sim, não, não, não, não. Vamos perguntar as 150
perguntas aqui não tem nenhuma relacionado a isso. Aqui esperava 320.

Dr. Francisco Freitas: observou isso também, mas enfim. Ele tem a postura dele.

Vereadora Fernanda Altoé: Sim não vamos perguntar.

Dr. Francisco Freitas: E aproveitando que a gente está tratando aqui do escopo da
oitiva, a gente observou também que a questão da atuação da Procuradoria na
assistência de servidores também não é objeto da CPI. E a gente sabe que gerou um
questionamento aqui na Câmara que foi objeto de um parecer jurídico que, na verdade,
só reproduz o entendimento que já é histórico e consolidado na PGM, assim como
também em outros órgãos da advocacia pública, como AGU, por exemplo. Então, não
sei exatamente qual é o propósito da.

Vereadora Fernanda Altoé: Eu até posso adiantar. E com relação à questão da


atuação da Procuradoria, vai ser só em relação a um processo de nepotismo, que é
objeto do escopo da CPI, o nepotismo.

Dr. Francisco Freitas: Porque saiu no requerimento essa questão da designação dos
servidores, e a gente entende que é uma questão que foi abordada até naquele.

Vereadora Fernanda Altoé: Não vai ser relativo a isso, tá.

Dr. Francisco Freitas: Eu até entreguei, pessoalmente o parecer a Vossa Excelência.

Vereadora Fernanda Altoé: Foi para mim. Vai ser só em relação à questão do
nepotismo. Nós não vamos sair do objeto da CPI não.

Hércules Guerra: estou aqui para prestar os esclarecimentos que eu conseguir.

Vereador Wesley Moreira: Então nós vamos ser bem direto nas nossas perguntas.
Gostaríamos que o senhor também respondesse com bastante objetividade. Então
vamos lá. Qual era a função do senhor em maio de 2017?

688
Hércules Guerra: Eu era subprocurador, subprocurador adjunto tributário, era essa
que era o nome na época.

Vereador Wesley Moreira: o Sr. era sub ou era procurador mesmo?

Hércules Guerra: Subprocurador adjunto tributário. Eu tenho quase certeza que era
essa denominação. Com a reforma administrativa de 2017, mudou para subprocurador
geral o título dado ao cargo efetivo em 2017.

Vereador Wesley Moreira: Perfeito. Vamos lá. O que justificou a petição com o pedido
de suspensão da cobrança do IPTU do imóvel localizado na Dom Pedro I, para
averiguação de desapropriação na ação número 0211982-98.2012.8.13.0024? O que
nós queremos saber, como surgiu a informação de que esse imóvel poderia ser objeto
de desapropriação?

Hércules Guerra: Bem, eu. Eu vou me alongar um pouquinho nessa resposta para
deixar ela bem, tentar deixar ela bem respondida. Eu entrei na Prefeitura de Belo
Horizonte 1988. Eu entrei por concurso público no cargo de Fiscal Municipal de
Tributos. Eu fiquei cinco anos, seis anos nesse cargo, cinco anos. Eu fui fiscal de IPTU
e no último ano da fiscalização eu fui. Eu fui para a planta de valores que é o ITA, O
nosso ITBI. Em 94, fui o terceiro colocado no concurso para procurador do município e
abandonei a minha carreira da fiscalização, que é uma carreira também pública, e me
tornei advogado público. E por que eu pedi a suspensão da, por seis meses de uma
execução fiscal do prefeito de Belo Horizonte? Primeiro, porque ele era o prefeito de
Belo Horizonte, que estava sendo executado. No ano anterior eu já era, eu continuei
no cargo. O governo Márcio Lacerda terminou. Eu era o procurador geral, o
subprocurador geral adjunto tributário e fui convidado a permanecer no cargo pelo Dr.
Tomás de Aquino, que foi designado procurador geral. Eu tenho um conhecimento do
que é uma área indivisa, eu fui fiscal de IPTU durante cinco anos. Houve uma grande
repercussão, todos aqui, quer dizer nem todos, porque alguns são muito jovens, todos
lembram da campanha, a primeira campanha do Alexandre Kalil, as acusações feitas
por dever de IPTU, pelas dívidas de IPTU e as respostas, eu não tenho um imóvel, eu
não tenho um imóvel, eu não tenho um imóvel. Houve uma movimentação em maio de

689
uma execução fiscal do atual prefeito, à época, Alexandre Kalil. Em maio de 2017, foi
a primeira movimentação. Eu tive notícias porque há uma movimentação, chega uma
execução fiscal do prefeito, eu tive a notícia, eu peguei o número do processo, eu vi
que se tratava de uma área indivisa do quarteirão 24 da Avenida Pedro I. Eu estou, eu
estava na gestão da prefeitura, eu sempre atuei na área tributária desde 2006, no
governo Márcio Lacerda, eu fui procurador geral adjunto a convite do meu colega
Russel, que era o procurador geral. Eu participei de certa forma, até de uma certa
forma, mais consistente de todo o planejamento da Copa de 2014. Então eu tinha
ciência das diversas desapropriações que foram feitas na Avenida Pedro I. Chega para
mim, essa notícia, eu tenho, eu olho o SIATO que é o sistema tributário, eu vejo que é
o quarteirão, é o quarteirão 24 de Venda Nova, da Avenida Pedro I. Eu lembro de toda
a discussão. Como advogado público, o que eu fiz? Por cautela, peço a suspensão por
seis meses para averiguar se nós não tínhamos notícia da localização desses imóveis.
Se vocês verem a execução fiscal, vocês vão ver que há diversos ofícios dos cartórios
de imóveis falando que o Alexandre Kalil não tinha imóvel registrado naquele cartório.
Com cautela, por cautela, eu peço a suspensão de um processo por seis meses para
esta averiguação e depois disso, em outubro eu deixo o cargo de procurador geral,
volto para carreira. Em março de 2019 eu me torno, a convite do Dr. Jackson, eu vou
para a Secretaria de Saúde, fico lá até o ano passado. A minha única petição nesse
processo foi, por cautela, para averiguar. Primeiro, havia imóvel do Alexandre Kalil
nessa quadra? Do Alexandre Kalil, ou da família Kalil? O imóvel que existe lá, foi
desapropriado? quando foi desapropriado? Existe alguma informação do processo,
tanto administrativo quanto da SUDECAP, quanto um judicial, alguma informação que
nos leve a concluir que aquele lançamento tributário ele é consistente? Foi esse motivo.
Os seis meses, o processo volta. Eu não tenho notícias do processo mais e o processo
entra no fluxo normal, ressaltando uma execução fiscal de R$ 20.000,00 na época.

Vereadora Fernanda Altoé: Dr. Hercules, só uma dúvida. Era uma execução fiscal de
um valor relativamente pequeno quando começou, que entra na questão do estagiário
tocar, porque não tinha nenhuma. Por que isso chegou para o senhor como sendo um
imóvel do prefeito? E por quem?

690
Hércules Guerra: Olha, vereadora, eu não me lembro por quem. Houve um. A notícia
era o imóvel do prefeito, que foi debate durante o ano de 2016, na campanha eleitoral
toda.

Vereadora Fernanda Altoé: é porque eu preciso lembrar quem que a gente ouviu
semana passada.

Hércules Guerra: você ouviu a doutora Dione e a Dra. Luciana.

Vereadora Fernanda Altoé: porque Dra. Luciana falou que ela nunca olhou o nome
de quem era o executado, que ela nunca olhou se era um imóvel do prefeito ou não. E
essa foi inclusive a fala da doutora Dione também, que elas nunca se preocuparam se
era um imóvel do prefeito, de quem era ou não. Quem chamou a atenção para seu
imóvel, do prefeito, se quem estava tocando o processo e se quem fazia as
distribuições não chamavam atenção de seu imóvel, do prefeito ou não?

Hércules Guerra: Nesse caso específico, alguém leu e eu tomei conhecimento, não
lembro. Não me lembro por quem eu tomei conhecimento. Eu lembro que houve uma
movimentação próxima para a PGM, da data que eu peticionar. Eu procurei saber essas
informações e assim, olha, até agora, fazendo um pulo, pedindo... hoje eu tenho
certeza que essa petição está correta. Hoje eu tenho certeza. A petição está correta. O
imóvel que foi atribuído à família Kalil foi localizado depois de um esforço que não é
comum, porque a gente, porque desde de 2007, salvo engano, existe uma norma na
prefeitura que áreas indivisas não localizadas, elas se, ficarem cinco anos sem pagar
o tributo, elas são canceladas, o índice é cancelado. Aí, daqui a, amanhã o dono do
imóvel resolve que vai regularizar o imóvel. Ele chega aqui, ele chega na prefeitura, na
Secretaria da Fazenda, requer o lançamento. Agora ele comprova com o
georreferenciamento que é o grande, a grande falha do nosso cadastro, dos terrenos
não aprovados, é a falta de georreferenciamento. Ele comprova. A Secretaria de
Fazenda faz o lançamento correto e retroage a cinco anos, que é o tempo decadencial
que a gente tem para fazer os lançamentos dos seguros.

Vereadora Fernanda Altoé: porque em 2016 o Kalil na campanha, ele não. Ele não
negava a questão de IPTU, ele falava que ele devia como um cidadão comum, o
691
discurso dele, a campanha de 2016, o discurso dele para não pagamento do IPTU, é
que ele era um cidadão comum. Em 2020 é que surge a narrativa de que era um imóvel
de família. É um problema de família. Eu não tenho como responder por um problema
de família.

Hércules Guerra: a Vereadora na campanha de 2016, eu não posso falar, porque eu


era do tributário na época. Se a senhora rever a história, o prefeito, o ex-prefeito
Alexandre Kalil devia IPTU, ele fez diversos parcelamentos de imóveis que segundo
ele, está eram dele, estavam legais. Ele não nega que estava atrasado, mas ele fez e
os outros ele fez porque os imóveis não era dele, eram da família e eles não tinham
conhecimento de onde que era esse imóvel. Nesse caso específico, nós não tínhamos
conhecimento, se a senhora voltando hoje, que hoje fica fácil, hoje é muito fácil a gente
ver alguns equívocos que foram feito pela municipalidade, por nós da prefeitura, e fica
fácil ver o que aconteceu. Nós não tínhamos a menor ideia de onde estava esse imóvel
e não só ele.

Vereadora Fernanda Altoé: mas na época não se tinha ideia de onde estava o imóvel?

Hércules Guerra: Não.

Vereadora Fernanda Altoé: e por que ele pediu então analise de desapropriação?

Hércules Guerra: Veja, veja bem, nós não sabíamos a localização quando era 000000,
que é como a senhora, já deve ter explicado aqui para a senhora o que é isso. Eu me
lembro do 900, era Venda Nova, 500 era Barreiro, 275 era fazenda Cercadinho que vai
de Olhos d'Água a Pampulha. Quando em 2006 isso também foi informado, a CPI
através de um ofício da Secretaria da Fazenda, em 2006, quando a Fazenda começa
a localizar alguns e não localizar outros, ela situa, quadras. Então havia em 2003, nós
não tínhamos essa referência, na execução fiscal nós não temos essa referência. Essa
referência está no SIATO alteração do índice que foi informado por essa CPI de 900
para esse aqui, que eu não me lembro o nome.

Vereadora Fernanda Altoé: Vamos voltar aqui para a questão da desapropriação, que
a desapropriação seria uma coisa sim, seria essa questão do imóvel não localizável

692
que inclusive gerou o PTA. Nesse momento aqui a movimentação do processo, no dia
22 de maio de 2017, uma cobrança de IPTU, uma execução fiscal que prosseguiu
normal com a atuação do estagiário, teve uma um pedido de expedição de mandado
de penhora porque foi encontrado através do BACEN em julho, um veículo do devedor.
Isso foi no dia 22 de maio, e aí no dia 29 de maio tem essa petição do senhor pedindo
a suspensão, alegando que o imóvel poderia estar naquele processo de
desapropriação. Foi em função então, desse pedido especial pelo fato do Kalil ser
prefeito, que isso chegou às mãos do senhor, então?

Hércules Guerra: Veja bem, eu peticionei no processo, porque o processo era do


prefeito Alexandre Kalil, da mesma forma que essa CPI, hoje, existe, porque está
relacionada com duas execuções fiscais ou outros fatos que estão sendo investigados
do prefeito Kalil, então assim, a importância de esclarecer esses fatos aqui para a CPI
é o mesmo que é a Procuradoria Geral do Município julgou na época de ter, uma
execução fiscal que foi movimentada em nome do prefeito de Belo Horizonte. Nós
tínhamos toda essa discussão já em aberto. Eu fiz o pedido de suspensão disso por
seis meses, que não prejudicou em nada o andamento da execução fiscal, que
posterior a esse andamento, embora tenha ficado parado.

Vereadora Fernanda Altoé: Ficou parado três anos.

Hércules Guerra: Pois é, mas nesses três anos a senhora se lembra que houve uma
pandemia e os processos físicos no tribunal ficaram paralisados pelo medo de todo
mundo, de pegar COVID pelo processo. Então os processos ficaram paralisados. Após
a paralisação do processo, a senhora também deve ter visto que o prefeito, o prefeito
ainda era Alexandre Kalil. A procuradoria pediu o bloqueio das contas dele. O bloqueio
não foi efetuado porque o BACEN não encontrou dinheiro nenhum nos diversos bancos
que estão aqui e logo em seguida foi pedido o RENAJUD, que é o impedimento de
transferência de qualquer veículo automotor. Ele ainda era prefeito, e a Procuradoria
do Município não se furtou, numa execução fiscal contra o prefeito de Belo Horizonte,
fazer o que ela faz com todos os outros. Posteriormente veio o cancelamento do índice
cadastral com a finalização da ação.

693
Vereadora Fernanda Altoé: Tá, mas a gente focar aqui na questão da desapropriação.
Chamar a atenção, faz sentido, ele era o prefeito, tem que administração tem que ter
uma atenção especial. Ficou difícil de entender como que se chegou ao nome do
prefeito, porque a doutora Luciana e doutora Dione falaram que nunca olharam o nome
de quem é para fazer qualquer tipo de atuação. De onde que surgiu a desapropriação
daquela área em função do Move?

Hércules Guerra: Não, não me desculpa. Eu não entendi a pergunta, de onde surgiu?

Vereadora Fernanda Altoé: O processo de desapropriação, como chegou se ao link


desse imóvel com o processo de desapropriação?

Hércules Guerra: Bem, eu tinha conhecimento das desapropriações da Pedro I. Eu


tinha conhecimento, eu tomei conhecimento que era um imóvel na quadra 24. Eu
pergunto para a SEDECAP qual é? Existe processo de desapropriação da quadra 24?
Eu não sabia. Eu acreditava que existia. A SUDECAP me informa, não me lembro quem
que me informou, o número do processo. Esse número, nesse processo, poderia ter
alguma informação útil para o acerto do cadastro, por exemplo, para as cobranças
futuras. Poderia ter alguma informação que falasse assim olha, realmente o imóvel está
aqui e é desse tamanho e está certo, e vão continuar a cobrança. Ou podia ter uma
informação? O lançamento ele é nulo porque ele é, ele não localiza.

Vereadora Fernanda Altoé: mas na tela do ato da cobrança, fala que fala em quadra
24?

Hércules Guerra: Veja bem, quando você pega o segundo lançamento, o segundo
índice cadastral 38024. Zona Fiscal, isso eu sei de cor e salteado durante cinco anos.
Zona fiscal, quadra, lote, inscrição, dígito verificador. Esse é o índice cadastral do IPTU.

Vereadora Fernanda Altoé: Aí o senhor foi questionar na SUDECAP se tinha alguma


desapropriação? Aí responderam que sim?

Hércules Guerra: Sim, eu sempre respondo. Responderam que havia uma


desapropriação na quadra 24, aí eu faço a petição. Depois disso, infelizmente, eu saí
do cargo e voltei para carreira, e depois fui para Secretaria de Saúde. Foi minha única
694
atuação nesse processo. E aí volto a insistir a minha petição está correta.

Vereadora Fernanda Altoé: E teve o trâmite de pedidos e troca de informações desse


período do senhor com a SUDECAP?

Hércules Guerra: Olha eu, a minha consulta foi por telefone para saber o número do
processo. Eu fiz a petição, pedi, a gente na procuradoria, a gente tinha e hoje a gente
está melhorando, que hoje com informática tudo se melhora, mas a gente tinha uma
informalidade. Favor, abrir expediente para verificar se o imóvel referido nessa
execução é o imóvel tal, índice tal, está localizado na ação de desapropriação ou na
ação administrativa, se há alguma notícia.

Vereadora Fernanda Altoé: E aí, quando informaram esse número do processo, ai o


senhor pegou o processo para ler e fez uma leitura?

Hércules Guerra: Não. O processo da?

Vereadora Fernanda Altoé: O processo da desapropriação. Ninguém nunca leu o


processo de apropriação?

Hércules Guerra: Olha, eu não sei, eu não sei te dar essa informação. Eu não li que
o processo

Vereadora Fernanda Altoé: Porque o processo ficou suspenso seis meses para
averiguação, mas ninguém averiguou, então?

Hércules Guerra: Eu não. Eu sai da, eu saí do cargo que eu estava, que eu tinha e a
execução fiscal voltou para o fluxo normal.

Vereadora Fernanda Altoé: O senhor saiu quanto tempo depois dessa petição?

Hércules Guerra: eu saí em outubro, setembro, outubro, foi logo depois da reforma
administrativa.

Vereadora Fernanda Altoé: Então maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro, o
senhor ainda permaneceu cinco meses e o senhor não pegou o processo de

695
desapropriação para ver se o imóvel era citado lá ou se constava o imóvel?

Hércules Guerra: Eu pedi para se consultar a SUDECAP. A SUDECAP teria muito


mais condições de saber, até pelo processo administrativo que eles têm, que não está
no processo de desapropriação, para dar essa informação.

Vereadora Fernanda Altoé: porque eu não vou lembrar o nome do rapaz que esteve
aqui depondo, foi o Dr. Thiago Penido, falou que não teve nenhum pedido a respeito
de análise do imóvel e que na verdade ele, por conhecimento dele da área, fez a
presunção de que o imóvel estaria lá. Então partiu tanto uma presunção dele que
continua com a presunção da Procuradoria, sem que ninguém olhasse o processo por
cinco meses para constatar se de fato ou não o imóvel fazia parte de uma
desapropriação.

Hércules Guerra: Eu não olhei esse processo, eu fiz a petição pedindo para por seis
meses, insisto aqui de novo, sem nenhum prejuízo, a não ser de seis meses, sem
nenhum prejuízo a execução fiscal.

Vereadora Fernanda Altoé: Tá. Obrigada.

Hércules Guerra: Gostaria também Vereadora, só de fazer mais um esclarecimento.


Olha, é, de 2010 a 2022, isso aqui é, foi informações que eu pedi até para deixar claro
para a população de Belo Horizonte o que aconteceu. De 2010 a 2022, foram
desativados 1795 índices cadastrais que possuíam CTN igual a 30.000 e que não era
localizados, no 795. Nessa época, 2010 a 2021, nós, foi pedido a extinção de 921
execuções fiscais, de 2010 a 22. Essas informações me foram passadas por e-mail
pela Secretaria de Fazenda. Se vocês quiserem, vocês. Não, 1700 são os índices e
921 é uma execuções fiscais. E nós estamos aqui discutindo duas.

Vereador Wesley Moreira: Vamos lá. O senhor conversou com o Dr. Gustavo Levate,
que atuava num processo sobre a questão da desapropriação do imóvel?

Hércules Guerra: Não.

Vereador Wesley Moreira: Não teve essa conversa com ele?

696
Hércules Guerra: Não. Não tive.

Vereador Wesley Moreira: O senhor atuava ou atuou no processo


de desapropriação que justificou a suspensão da cobrança do IPTU?

Hércules Guerra: Não, os processos de desapropriações, à época, eram feitas por


uma delegação de competência da SUDECAP. As desapropriações judiciais só
passaram para a Procuradoria Geral do município no ano passado. Antes de, inclusive,
antes de eu ser convidado a ser procurador geral.

Vereador Wesley Moreira: A desapropriação mencionada pelo senhor, foi iniciada em


2012. A cobrança, objeto da ação de execução, era de 2003. Por que o senhor pediu
a suspensão se a desapropriação não influencia na cobrança da dívida anterior?

Hércules Guerra: Olha, por dois motivos. Primeiro, nós precisamos de saber a
realidade do lançamento de 2003. Vou fazer um pequeno parêntese aqui para explicar
esse lançamento. Nesse lançamento ocorreram alguns erros do município de Belo
Horizonte. 2003 o lançamento foi feito em nome de Elias Kalil. O senhor Elias Kalil já
era falecido, então esse lançamento de 2003 é um lançamento nulo. Nós temos cinco
anos para refazer esse lançamento no nome da pessoa certa. Ocorre que o cadastro
não ficou sabendo do falecimento. A informação não chegou. Essa informação me
chegou por volta de 2010, 2012, eu não me lembro. Eu tenho aqui, mas está nos ofícios
dirigidos essa CPI.

Vereadora Fernanda Altoé: Na verdade acho que nunca chegou a informação,


inclusive foi falado que era uma obrigação acessória do contribuinte, que ele nunca
prestou. E que na época a legislação não exigia. Teve um lançamento em nome do
Elias Kalil, apesar de já ter sido falecido, era na verdade depois, deveria ter sido feito
no nome do inventário, mas na época do lançamento não tinha essa exigência legal, a
gente tem essa resposta, que foi enviado pela Procuradoria, Dr. Eugênio se não me
engano.

Hércules Guerra: o inventariante ele é. Ele não é responsável tributário. Ele não é o
que a gente chama de sujeito passivo da relação tributária. O inventariante, ele é

697
representante do espólio. Mas eu voltando, 2003 um lançamento nulo em nome de
Elias Kalil e em 2014, 2015, 2013, ai a data correta está. Mas com o falecimento do
Elias Kalil nós não foi feito um novo lançamento que tinha que ser feito cinco anos pelo
prazo decadencial do código Tributário Nacional. E quando se faz o lançamento em
nome de Alexandre Kalil em 2012, 2013, eu não me lembro, dez anos após. 2013, 2015,
em 2015, 13 anos após a constituição do que deveria ter sido feita, a constituição do
credito tributário, esse lançamento também é nulo. Então, a execução hoje, hoje, com
isso aqui fica fácil a gente vê esses erros. Execução distribuída em 2015 com o
Alexandre Kalil, ela é nula. Porque? Porque o lançamento foi feito em 2015 estava
decaído. Nós não. O que? O que se faz?

Vereadora Fernanda Altoé: Mas a resposta que tivemos da PGM não fala isso, não.
Fala que não tinha legislação na época que fizesse a exigência, que aquele lançamento
em nome do Kalil era válido, e que inclusive era uma responsabilidade dele comunicar
a Fazenda sobre o falecimento, que era uma obrigação acessória dele, a partir do
momento que imóvel foi para ele.

Dr. Francisco Freitas: se me permite, pela ordem. O que eu entendo do que foi
esclarecido, é no sentido de que o lançamento naquele momento retratou o cadastro,
que por sua vez, deveria ser alimentado pelo contribuinte. O que eu estou entendendo
que a testemunha está dizendo é a visão dele, técnico jurídica, sobre a viabilidade da
execução.

Vereadora Fernanda Altoé: nos dias de hoje, que não é uma legislação aplicável para
época.

Dr. Francisco Freitas: É aquela questão de você vê retrospectivamente.

Vereadora Fernanda Altoé: é, aí não vale a pena falar porque a legislação na


época não era essa.

Hércules Guerra: Vereadora, a senhora é da área, o vereador aqui também é da área.


Eu não sei se os outros têm formação jurídica, mas em 2009 surgiu a Súmula 392 do
Superior Tribunal de Justiça. A senhora deve saber. Eu vou ler, eu vou ler para a

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senhora doutora aqui. A Fazenda.

Vereadora Fernanda Altoé: no nosso caso é igual o ortopedista, né.

Hércules Guerra: Mas para falar a verdade, como é a tese de doutorado a professora
Isabel Dezer, faz uma, não sei se vocês tem conhecimento, faz uma comparação muito
bacana entre tipo penal e o tipo tributário né. Vereadora, sumula 392 a Fazenda Pública
pode substituir a certidão de dívida ativa CDA até a prolação de sentença de embargos,
quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do
sujeito passivo da execução. Então, nós não podemos, por essa súmula. Nós não
podemos substituir, simplesmente, substituir o sujeito passivo. Nós temos que fazer um
novo lançamento. E esse novo lançamento só é possível no prazo decadencial, que
pelo Código Tributário Nacional são de cinco anos.

Vereadora Fernanda Altoé: Mas aí, voltando ao caso aqui, então a dívida era de 2003.
O lançamento foi de 2003. A desapropriação ela começou em 2012 e 2013. E a
desapropriação é a forma de aquisição originária de propriedade. Então ela não.
Mesmo que o imóvel tivesse desapropriado o lançamento, não teria qualquer influência.
Inclusive o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a gente chegou até a fazer uma
indicação. Ele tem o entendimento que quando há uma desapropriação e a dívida é
anterior, não há suspensão do processo, a continuidade da cobrança. Naquele
momento.

Hércules Guerra : Para falar a verdade, quando a gente desapropria um imóvel,


e há dívida do imóvel , a gente desconta do pagamento o valor da dívida.

Vereadora Fernanda Altoé : Isso porque a dívida é anterior?

Hércules Guerra : Sim, é isso. O pedido de suspensão por seis meses desse processo,
não quer dizer que a dívida existia ou não existia, a divida é anterior a desapropriação.
Se nós tivéssemos que pagar a desapropriação, nós teríamos que descontar o tributo
existente. Então o pedido foi o pedido para tentar elucidar uma questão que para nós,
e para o cadastro e para a Fazenda, não estava claro.

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Vereadora Fernanda Altoé : pois é, uma desapropriação não surtiria menor efeito na
questão da dívida e não fazia sentido nem suspender um processo porque não
influenciaria naquilo.

Hércules Guerra : É seu entendimento. Eu respeito, só não concordo. Eu fiz um pedido


para tentar elucidar, para tentar aclarar uma questão, uma suspensão por seis meses,
para aclarar uma questão.

Vereadora Fernanda Altoé: que não foi aclarada, porque ninguém leu o processo.

Hércules Guerra: que não foi aclarada, mas ao final houve, uma certeza eu tenho a
petição estava correta, uma certeza eu tenho a petição de extinção está correta, porque
nós trabalhamos com os dados da fazenda. A fazenda cancela um.

Vereadora Fernanda Altoé: mas encontraram o imóvel, então.

Hércules Guerra: após, após. Veja bem, encontraram o imóvel após a extinção,
porque foram 1738 extinções de cadastro, não foi uma, foi 1000, não foi a do Kalil.

Vereadora Fernanda Altoé: Naquela época a desapropriação não tinha nada a ver
com PTA, não é?

Hércules Guerra: Não tinha nada a ver com o PTA. A desapropriação foi bem anterior.

Vereadora Fernanda Altoé: Foi bem anterior, foi 2017

Hércules Guerra: A desapropriação de 2000, a minha petição é 17, a desapropriação


de 2012. Não tem nada a ver, mas o que eu estou dizendo é o seguinte, hoje nós temos
essa certezas. Existe o imóvel? Existe, se é da família Kalil? Se a senhora me perguntar
por que. Veja bem, existe um depósito de mais de 2 milhões reais dessa
desapropriação. Lá no processo de desapropriação. Até hoje ninguém foi buscar.

Vereadora Fernanda Altoé: Foi sim, a gente teve resposta aqui, de que de 32 imóveis
desapropriados, 12 já receberam os valores devidos.

Hércules Guerra: Não. Esse local. Esse o tal, o famoso tem CT 51, não, na quadra 24

700
são diversos imóveis. Eu, a informação que eu tenho não vi no processo. A informação
que eu tenho é que esse imóvel específico que está sendo atribuído à família Kalil, o
dinheiro está lá, 2 milhões, alguma coisa.

Vereadora Fernanda Altoé: inclusive nós temos resposta da SUDECAP que o imóvel
não está na área desapropriada. Nós temos uma afirmativa da SUDECAP pra CPI.
Infelizmente, porque se fosse dele ia ser bom. Ele tem tanta dívida pra pagar. Resolvia
o problema de todo mundo.

Hércules Guerra: Eu falo o seguinte eu não sei se o imóvel dele, aquele imóvel, como
é que nós chegamos àquele imóvel? A senhora deve saber, que a senhora recebeu.

Vereadora Fernanda Altoé: Foi um trabalho de pesquisa, foi um trabalho, um trabalho


brilhante de pesquisa da Prefeitura agora. Eu vi.

Hércules Guerra: Eu fui. Nós fomos buscar o inventário do pai. Nós.


Vereadora Fernanda Altoé: O Dr. Tarcísio até questionou isso aqui,

Hércules Guerra: Não. Por causa da CPI. Nós fomos buscar o inventário do pai, o
inventário e mandamos inventário do pai para a Secretaria da Fazenda. A Secretaria
da Fazenda nos retorna falando em folha 142 do inventário de Moisés Kalil. Tem um
mapa aí. Lá vamos nós atrás de um inventário da, dos meados do século passado.
Achamos o mapa, um mapa particular, uma planta particular. Não sei se a senhora
teve acesso à planta original, talvez tenha tido acesso. Pelo que eu vi lá, é uma. Foi
uma planta particular feita a mão e a mão tem três risquinhos que delimitam duas
áreas uma escrito RK e outra escrito EK. Foi com isso que nós localizamos esse
imóvel, nós não a PRODABEL e a Secretaria da Fazenda. Agora se ela é, e me parece
a informação que eu tive também pelos oficiais da fazenda que tem o alguém que
ocupam o possuidor desde 2015. Então, sim, se o imóvel é da família Kalil, eles tem
um problema.

Vereadora Fernanda Altoé: É nós estamos até querendo saber depois da questão do
possuidor. Como que alguém da prefeitura foi lá e pegou uma declaração dele que tá
desde 2015.

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Hércules Guerra: Veja, eu não sei explicar. Talvez a Secretaria da Fazenda vai
explicar melhor, mas. Houve uma fiscalização no quarteirão 24 feita pela fiscalização
tributária.

Vereadora Fernanda Altoé: Obrigada.

Dr. Francisco Freitas: Vereadora, eu só pela ordem, só para certificar se ficou claro
que a testemunha estava explicando. E o que eu compreendi, e só confirmar se é a
compreensão também dos senhores, de que essa localização
atual do imóvel não sana todas essas questões que afetam o lançamento, a época e,
portanto, a viabilidade da execução. Porque em algumas oitivas que eu acompanhei,
parece que se tinha essa ideia de que, localizando o imóvel agora, como se fosse
possível ressuscitar essa, enfim. E aí é só pra deixar claro, porque.

Vereadora Fernanda Altoé: aí essa análise da PGM, essa análise não é nossa.

Dr. Francisco Freitas: eu entendi que essa foi um pouco da explicação que ele deu.

Vereadora Fernanda Altoé: O SIATO na época já constava o índice 03000 alguma


coisa, ou era...

Hércules Guerra: não. Veja bem a explicação que eu tive.

Vereadora Fernanda Altoé: da época da petição de desapropriação qual era o número


que constava no índice do SIATO?

Hércules Guerra: no lançamento, o lançamento, salvo engano, lançamento


2002/2003. O que houve, durante algum tempo, os lançamentos já feitos. Eu acho que
anterior a 2006 continuou com 900000000, mas o SIATO da informação que o
900000000 se transformou em tal tal tal tal tal 0024y.

Vereadora Fernanda Altoé: é só essa curiosidade, porque a doutora Dione também,


todo mundo que prestou depoimento aqui, falou que assim o que regia a atuação do
estagiário era a tela do SIATO. E aí eu estou na dúvida, se a tela do SIATO, qual era o
índice que constava. Só uma curiosidade que o Wesley me chamou a atenção.

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Hércules Guerra: Vereadora, quando essa petição que eu fiz saiu do fluxo. Por quê?
Porque era uma execução do prefeito de Belo Horizonte.

Dr. Francisco Freitas: Só fazer uma observação muito breve a análise de alguém
extremamente experiente, especializado e não a linha de massa que é feita no apoio.

Vereadora Fernanda Altoé: É por isso a gente quer entender, que o processo foi, todos
os depoimentos que nós tivemos aqui e que o processo foi trocado por estagiário. Um
processo simples, de execução simples, onde não precisava, inclusive, ter a atuação
de um procurador. O fluxo era simples, tem a entrada de um sub procurador geral, uma
pessoa de peso, de alto alta patente dentro da carreira. Então, o que chamou nossa
atenção né, de um pedido de desapropriação. O porque da relação entre um processo
de execução simples e uma petição sobre uma desapropriação de um imóvel, inclusive,
que ninguém depois leu o processo de desapropriação para saber se estava lá, que
ficou parado por seis meses e depois volta para o fluxo normal do estagiário para ter
pedido de suspensão e desistências. Isso é só o que chamou nossa atenção.

Hércules Guerra: Vereadora, eu volto a insistir, você, é pelo mesmo motivo que essa
CPI existe. Trata se do ex-prefeito de Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Altoé: É não é pelo fato de ser o ex prefeito, é para saber se tem
ou não uma condução diferenciada ou não em função de alguém. E aí, como foi em
função de quatro processos de execução fiscal de um prefeito que falou que não
deveria mais nada quando saísse. Foi aí que foi fechado, fechado o ciclo, mas o
objetivo esse, é investigar.

Hércules Guerra: o vereadora, na época foi um levantamento que eu pedi para fazer,
que na época eu não tinha esse levantamento. Eram três execuções fiscais contra o
ex prefeito e seis execuções fiscais contra a empresa do ex-prefeito. O pedido foi feito
numa, numa execução fiscal que tramitou, que passou pela Procuradoria. Nada mais.

Vereador Wesley Moreira: Então tá, nesse processo não teve nenhum pedido
especial?

703
Hércules Guerra: Não, não teve pedido especial de ninguém.

Vereador Wesley Moreira: Zero zero zero? Na verdade, tranquilo.

Hércules Guerra: Não, não teve um pedido especial, não houve um


pedido. Ninguém me pediu para eu fazer isso.

Vereadora Fernanda Altoé: Não teve um pedido especifico? Chamou sua atenção
pelo fato de ser uma execução contra o então prefeito.

Hércules Guerra: Sim. A pergunta dele foi se houve um pedido especial. Eu não

Vereador Wesley Moreira: do prefeito.

Hércules Guerra: não. Eu. Eu nunca, nunca tive nenhum pedido. E para falar a
verdade, tive um pedido do prefeito Kalil com respeito a uma peça jurídica. Uma única
vez eu estava na Secretaria de Saúde. Nós tínhamos uma recomendação do Ministério
Público de Minas Gerais para aderir obrigatoriamente ao Minas Consciente que era o
programa de combate a COVID do Estado. E como a recomendação era feita em nome
do prefeito Kalil, e como a minha resposta era que nós não iríamos aderir ao Minas
Consciente, porque nós tínhamos o nosso programa, eu tive que discutir com o prefeito
Kalil. Nunca mais eu discuti nada com ele.

Vereador Wesley Moreira: em razão das investidas, das investigações dessa CPI, a
Prefeitura de Belo Horizonte informou ter encontrado um imóvel não localizado de
Alexandre Kalil, na Avenida Pedro I. De acordo com a prefeitura, isso só foi possível
porque a PGM entregou plantas encontradas, como o senhor já disse, no inventário de
Moisés Kalil, que possibilitaram a identificação correta do imóvel. Quando foi feita essa
busca de informação, informações e por qual razão? E de quem foi essa iniciativa?

Hércules Guerra: A busca foi feita. É uma derivação da CPI. Nós tínhamos que buscar
as respostas que usualmente nós não buscamos. 1700 índices cancelados e eu não
me lembro se foi eu, ou o Levate que assinou o pedido de vista fora de cartório do
inventário do Elias Kalil, eu ou o Levate nós conversamos sobre o assunto e alguém
assinou e depois com a informação do, no Elias Kalil do mapa no inventário do Moisés,

704
nós pedimos a vista fora de cartório e enviamos para a Secretaria de Saúde que enviou
para PRODABEL para fazer o georreferenciada.

Vereador Wesley Moreira: Em 16 do oito de 2022, a vereadora Fernanda fez uma


indicação demonstrando as várias inconsistências no processo. 4408488-
71.2015.8.13.0024 e também o 4438501-53.2015.8.13.0024 relativos à cobrança, do
imóvel da Avenida Pedro Primeiro e demostrando que se fossem analisados juntos,
teriam outro desfecho. Inclusive destacou decisões do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais de que a desapropriação não suspende a execução fiscal. Com a indicação,
seria possível reverter pedido de desistência? Já disse aí, uma vez que o processo
ainda não tinha sido encerrado. O senhor teve conhecimento dessa indicação de 18 do
oito de 2022?

Hércules Guerra: Não, não tive. Não, não tive. Infelizmente.

Vereadora Fernanda Altoé: foi uma indicação que a gente fez em direcionando ao
prefeito e ao senhor. A gente questionou a doutora Dione. A gente falou, doutora Dione
chegou ao seu conhecimento? Ela falou, não. A gente questionou o doutor Levate,
chegou ao seu conhecimento? E aí disse que não. E aí o senhor, como destinatário da
informação, não recebeu a indicação.

Hércules Guerra: Eu não me lembro. Eu não me lembro.

Vereadora Fernanda Altoé: devem tá usando minhas indicações de papel higiênico


na prefeitura, porque não chega onde tem que chegar.

Hércules Guerra: Eu não me lembro de vereadora, eu não me lembro.

Dr. Francisco Freitas: Mas esse vereadora, foi um ofício?

Vereadora Fernanda Altoé: indicação. É um documento oficial encaminhado


pela presidência da Câmara Municipal e pela Mesa Diretora.

Vereador Wesley Moreira: Passou por alguma comissão?

Vereadora Fernanda Altoé: Indicação não passa por comissão, só pedido de

705
informação.

Hércules Guerra: foi posterior ao pedido. Só uma dúvida, vereadora, ela é posterior
ao pedido de extinção?

Vereadora Fernanda Altoé: Ela é posterior ao pedido de extinção, mas anterior ao


pedido de desistência do prazo recursal.

Hércules Guerra: Eu não tive conhecimento.

Dr. Francisco Freitas: Só para registrar, eu acho que é exatamente o tema que a
gente acabou discutindo na resposta anterior, em que ele esclareceu que essa
localização atual do imóvel, do ponto de vista jurídico, não permitiria.

Vereadora Fernanda Altoé: não a gente não entrou na questão, não entrou na questão
da localização do imóvel, até outras coisas também. Mas a informação, a gente até
mandava a informação a respeito do inventário do Elias Kalil, falando que ali poderia
ser um indício para o início de pesquisa de localização do imóvel. A gente fez a ligação
aqui, a respeito da dívida ser anterior ao pedido de suspensão do processo por
desapropriação. A gente colocou a jurisprudência do Tribunal de Justiça. A gente fez
uma análise geral só para... e mostrando que tinha outro processo.

Hércules Guerra: Esses fatos não vencem a caducidade do lançamento em 2015.

Vereadora Fernanda Altoé: que seria, que é outra analise. Análise que provavelmente
a PGM vai adotar a partir de agora.

Hércules Guerra: com tudo pronto, com tudo enfileirado, fica mais fácil da gente fazer
essa análise.

Vereadora Fernanda Altoé: Que a PGM fez uma nova analise a respeito disso,
inclusive. Só uma questão aqui a gente conseguiu constatar aqui, a CDA é a mesma
desde o início do processo, ou seja, desde 2003, desde 2015. E a CDA, ela tem o
índice 9.000, o SIATO não consta o índice, só a CDA. De onde que chamou a atenção
o SIATO 024W? Como que surgiu?

706
Hércules Guerra: No SIATO nós temos um histórico. Mudou, mudança de
titularidade. Tem que estar no SIATO. Mudança de índice, tem que está no SIATO, não
está na CDA. A CDA não consta. A CDA, simplesmente, o que, que, qual que foi o
equívoco nesse lançamento? A CDA, manteve se o lançamento de 2013 e alterou o
sujeito passivo, contrariamente à Súmula 392.

Vereadora Fernanda Altoé: Porque o que está no processo, que é mais uma vez eu
falo, é o que todo mundo chama atenção. A gente já trabalha com na tela do SIATO
que está no processo, o estagiário... não tem nada disso no processo.

Hércules Guerra: teve um tratamento, teve uma visão específica nesta execução
fiscal, por se tratar do prefeito de Belo Horizonte.

Vereador Wesley Moreira: Vamos lá essa questão dessa indicação aí. A pergunta é
por que a prefeitura demorou quatro meses para enviar o PTA à Câmara? Não enviou
o PTA à imprensa, mas atendeu no mesmo dia a solicitação de Alexandre Kalil?

Hércules Guerra: Vereador, não, não é o meu papel responder a imprensa. Eu não
tinha posse do ponto do PTA, do processo tributário administrativo, estava em poder
da Secretaria da Fazenda. Quem responde a imprensa era a Secretaria de
Comunicação. E quem atendeu o advogado foi Dr. Luiz Gustavo Levate. E gostaria até
de informar se o advogado procurasse. Como qualquer um que me procure, eu atendo.

Vereadora Fernanda Altoé: no caso o senhor, sendo o procurador geral já na época,


que foi no ano passado.

Hércules Guerra: eu entrei em julho.

Vereadora Fernanda Altoé: sendo uma situação que envolvia a Procuradoria do


município e o ex-prefeito, ninguém chegou, ninguém levou o seu conhecimento que
haviam dois pedidos de informação, dois ofícios da Câmara e um pedido da imprensa?

Hércules Guerra: Eu sabia que existia esses pedidos, mas não me cabia. Não cabia
ao procurador geral responde-los. Quem, a Procuradoria não tem o PTA. O PTA está
na Secretaria da Fazenda.

707
Vereadora Fernanda Altoé: Pois é, mas isso é uma questão assim. Está tendo um
processo de cobrança de uma dívida de valor relativamente baixo. Estagiário tocando,
é do Kalil, ele é o prefeito de Belo Horizonte, e o senhor pede a suspensão em função
de uma desapropriação?

Hércules Guerra: Sim, porque.

Vereadora Fernanda Altoé: Era o nome dele, e sai na imprensa a respeito de uma
desistência. E a imprensa pede o acesso e uma vereadora através de uma comissão.
Ou seja, de uma Câmara Municipal fez um pedido de acesso, o pedido de acesso ao
PTA pelo prazo de 30 dias. Dr. Tarciso bem lembrou, isso pode gerar inclusive
improbidade administrativa. Não é a forma como nós trabalhamos que nós temos uma
relação muito respeitosa com a prefeitura, a gente faz nosso papel, mas nós tem uma
relação muito respeitosa. A gente fez outro pedido de informação que foi novamente
aprovado em comissão. Mesmo assim, não, não enviaram o documento, Foram
encaminhados dois ofícios continuaram sem encaminhar o documento. Eu estive
pessoalmente na Procuradoria, eu não fui recebida, estava em horário de almoço e
foram quatro meses até então. A imprensa até hoje não recebeu isso, não chegou na
Procuradoria, não chegou no senhor como responsável pela instituição?

Hércules Guerra: Veja bem a resposta. A resposta do Dr. Luiz Gustavo Levate me
parece que foi para a Secretaria de Comunicações, foi para o Dr. Caio que enviou para
Secretaria de Comunicação. A Secretaria de Comunicação não enviou à resposta a
imprensa. Não me cabe. Não é a função.

Vereadora Fernanda Altoé: e o caso, que eu continuei reiterando como vereador e


como instituição.

Hércules Guerra: não me cabe responder, você manda.

Vereadora Fernanda Altoé: Ofícios foram dirigidos ao Senhor e os pedidos informação


também.

Hércules Guerra: Veja bem, os ofícios são de, passam pela secretaria de governo, a

708
Secretaria de Governo os informa.

Vereadora Fernanda Altoé: Não. Na verdade, essa questão da Secretaria de Governo


alterou, foi no final do ano ou esse ano. Antes ia direto é, tem até a publicação na
imprensa que teve essa alteração.

Hércules Guerra: A senhora até levou...

Vereadora Fernanda Altoé: o lado da brincadeira.

Hércules Guerra: o nome de uma portaria, mas esse nome foi esse, não lhe foi dado
erroneamente. Não é portaria Fernanda Altoé, não. Essa portaria foi feita para um
controle maior, inclusive não passa só pela Secretaria de Governo, passa pela
Procuradoria também. Quando há uma análise jurídica, ser algum aspecto jurídico, se
a senhora vê a portaria, a portaria, ela coloca que todos os as respostas, as externas
devem passar por uma avaliação da Secretaria de Governo, que pode pedir uma
avaliação da Procuradoria

Vereadora Fernanda Altoé: Pois é, ai os pedidos de informação de comissão


aprovado, enviado pela Mesa Diretora da Câmara para o senhor, não chegou no
senhor. Durante quatro meses.

Hércules Guerra: qualquer solicitação da Câmara. Ela passa pelo governo, vai para,
para quem tem que responder e a gente responde pro governo. Eu não me lembro de
ter recebido isso, não me lembro. Eu só sei que o PTA é a secretaria de Fazenda, que
é que é a responsável por ela, é a resposta a imprensa e a Secretaria de Comunicação.
Não sei porque não deram resposta a imprensa, porque receberam o advogado do
Kalil. Eu também não sei responder, eu também receberia. Hoje eu recebo, eu recebo,
eu recebo todos e qualquer cidadão aqui que me acha na Procuradoria e tem algum
assunto que tem a ver com a Procuradoria, eu respeito.

Vereadora Fernanda Altoé: isso é o ideal, inclusive, é uma prestação de serviço


público. O destinatário final é a população.

Hércules Guerra: Eu vou fazer 35 anos de prefeitura. Eu sempre fui assim, inclusive

709
quando eu era só.

Vereadora Fernanda Altoé: não isso aí ficou bem esclarecido, a questão da discussão
é até basicamente uma questão de fluxo de como é, até interessante que mandaram
um e-mail, o doutor Levate que prestou uma informação. A gente perde um tanto de
informação que falta documento e a gente tem que ficar requisitando os documentos
que vem tudo sem, tá em anexo, não vem, tá em anexo, não vem, tá em anexo, não
vem. Mas de repente veio uma informação de 2013 do Doutor Levate a respeito da
Renata, a minha assessora. Eu achei maravilhoso, porque não acha o documento 2021
da Prefeitura de Belo Horizonte, mas acharam um e-mail da Renata em 2013 onde ela
fez o fluxo, pedindo ao procurador que estava atuando no processo como que faria a
análise de homônimo ou não, do sogro dela, em 2013, o procurador do município, em
atendimento, de forma até rápida, foi no mesmo dia e resolveu, acho que um pouco
tempo. Respondeu que iria encaminhar para o doutor Gustavo Levate, que era o diretor
do setor da época e ele respondeu a ela no caso, falando que no caso de homônimo
era para ela mandar a documentação e que se não funcionasse, seria pelo BH Resolve.
Então a gente vê que de fato há um fluxo legal e um procedimento padrão de
atendimento da população e é o correto. Eu fui assessora por dez anos no Tribunal de
Justiça e nós recebíamos advogados, todos os dias, o tempo inteiro. Aquilo que era
despachar, a gente recebia o que era uma situação, ali, mas que nós não poderíamos
dar um fluxo normal, como o estagiário faz no processo. A gente agendava um horário
com a desembargadora. Nosso questionamento foi só assim, o fluxo, não o acesso.
Isso o senhor não precisa nem se preocupar.

Hércules Guerra: A obrigação nossa, como, nós advogados públicos, porque nós que
lidamos diariamente com isso, nós sabemos o estrago na vida de o cidadão que uma
execução fiscal faz. Você ajuíza uma execução fiscal, no dia seguinte está no Serasa,
tá no CDL. Então a gente tem que ter essa e a gente sempre tem.

Vereadora Fernanda Altoé: por isso é a grande questão aqui da CPI, que é um
negócio de muita gravidade para todo mundo. E a gente quer de fazer
entender. Nós não estamos concluindo nada, a gente quer entender, houve um
tratamento diferenciado ou não.

710
Hércules Guerra: Então, nesse caso, eu reafirmo, não houve.

Dr. Francisco Freitas: Vereadora, só aproveitando esse esclarecimento aqui por


último da testemunha. E quando a senhora fez a pergunta, a senhora, embora
abordando outro assunto, a senhora mencionou olha, foi pedida a suspensão porque
era o prefeito e aí só mesmo no sentido de deixar claro, pelo menos a minha
compreensão do que ele disse. De fato, houve uma atuação por ser prefeito no sentido
de ele atuar no processo, mas não no sentido de pedir a suspensão, de da A ou B.
Como ele explicou, a medida que ele pediu foi em razão do entendimento técnico
jurídico que ele teve naquele processo. Então, só esse

Vereadora Fernanda Altoé: foi o entendimento que ele teve. Não foi técnico jurídico,
porque ele não teve acesso ao processo, né? E foi. Ninguém leu o processo de
desapropriação, mas foi entendimento dele. Isso eu entendi.

Dr. Francisco Freitas: aí já é uma crítica. O que a senhora está fazendo, e tem direito
de fazer, mas é só porque são questões distintas, atuar no processo, porque houve
essa circunstância naquele momento ou dar um determinado direcionamento.

Vereadora Fernanda Altoé: Ainda não consegue entender de onde que tiraram a
questão da desapropriação. Mas eu entendi que foi em função dele ser prefeito na
época.

Dr. Francisco Freitas: mas não o conteúdo do encaminhamento em si. Pelo menos
ficou muito claro aqui no depoimento dele.

Vereador Cleiton Xavier: Mais uma vez, Dr. Hercules, bom dia.

Hércules Guerra: bom dia vereador.

Vereador Cleiton Xavier: agora mudando para o processo 2522140-


78.2022.8.13.0024, que trata de ação de improbidade movida pelo Ministério Público
contra Alexandre Kalil por suposto nepotismo na nomeação de uma ex namorada e seu
irmão na prefeitura. O senhor foi o autor do parecer que autorizou a atuação de
procurador do município na defesa de Alexandre Kalil. O que o senhor pode nos falar

711
sobre isso?

Hércules Guerra: Vereador, eu gostaria primeiro de fazer uma correção. A ação de


improbidade é pelo fato do prefeito ter nomeado o irmão de uma assessora jurídica na
secretaria, que prestava serviço na Secretaria de Saúde. A nomeação da assessoria
jurídica, que, segundo os autos, é ex-namorada do Kalil. Ela não foi objeto da ação de,
dessa ação.

Vereadora Fernanda Altoé: não. Isso é irrelevante. A gente só está usando os termos
da ação para uma coisa.

Hércules Guerra: é porque assim, veja bem, é importante a gente deixar claro isso. A
ação é, a improbidade seria o nepotismo por ter uma servidora que era assessora
jurídica e o irmão dela ser nomeado veterinário na Fundação de Parques. Essa que é
a questão. A questão de da assessora, ela não está na ação.

Vereadora Fernanda Altoé: ela não foi denunciada, mas a relação dela, no caso, faz
parte da narrativa do nepotismo. Eu não vou discutir a ação do nepotismo aqui não,
como eu falei para o senhor é só em relação a atuação da PGM.

Hércules Guerra: Veja bem, a PGM toda nomeação de servidor, eu acredito que aqui
na Câmara também seja assim. O servidor que é nomeado em cargo em comissão, ele
tem que preencher, ele tem que fazer uma declaração falando se ele tem algum parente
até terceiro grau que trabalha na prefeitura, esse rapaz foi nomeado, foi nomeado em
cargo em comissão para prestar serviço como veterinário na fundação Parques. Ele
disse, eu tenho uma irmã que é assessora jurídica na Secretaria de Saúde. Ele disse.
Sempre que existe essa declaração., a declaração vai para a Procuradoria Geral do
Município, para a Procuradoria Geral do Município, fazer uma análise se isso é
nepotismo ou não. Nós temos aqui, que consta nos autos do processo o parecer.

Vereadora Fernanda Altoé: Mas o senhor nem precisa entrar nesse parecer, não, que
isso aí vai acabar entrando na ação, que não é o nosso objeto. A gente falando daquele
parecer onde o senhor justifica a nomeação de um procurador do município para a
defesa do Alexandre Kalil nessa ação?

712
Hércules Guerra: Porque, porque o ato do Alexandre Kalil, o ato do Alexandre Kalil.
Ele foi baseado nesse parecer, esse parecer, então chegou para o prefeito, e falou
assim Prefeito, pode nomear esse rapaz, esse cidadão, porque não há nepotismo
nesse caso, esse, esse parecer juntados aos autos. Então a defesa da PGM, nesse
caso, é a defesa de um ato administrativo que vem de um parecer. Foi embasado num
parecer da Procuradoria Geral do Município. Então sim, é isso.

Vereadora Fernanda Altoé: Então entendi, é porque na época, quando ele falou que
tinha uma irmã que tinha, que já tinha sido nomeada pelo gabinete do então prefeito,
teve uma remessa disso na época para a PGM. A PGM na época autorizou a
contratação dessa pessoa e aí hoje, então, a PGM está atuando em função desse
parecer que justificou a nomeação dele na época.

Hércules Guerra: Para falar a verdade, a PGM atua na defesa de servidores e


servidores sempre que o ato que está sendo atacado, foi um ato que foi feito em função
do cargo que ele ocupa, e um ato legal.

Vereadora Fernanda Altoé: Eu não tive acesso a esse parecer.

Hércules Guerra: O parecer está nos autos. Se quiser eu deixo uma cópia para a
senhora que está aqui.

Vereador Cleiton Xavier: O senhor Dr. Hercules lembra a data em que o senhor
assinou esse parecer?

Hércules Guerra: Qual parecer?

Vereador Cleiton Xavier: Esse.

Hércules Guerra: O que eu fiz?

Vereador Cleiton Xavier: Sim

Hércules Guerra: está aqui também.

Vereadora Fernanda Altoé: E esse, autorizando também a contratação, foi o senhor

713
quem fez?

Hércules Guerra: não eu. Nessa época, 2020 eu estava. Eu estava na pandemia todos
os dias, presencialmente na secretaria Municipal de Saúde.

Vereadora Fernanda Altoé: Quem foi que fez aparecer na época?

Hércules Guerra: O doutor, é o procurador geral adjunto, Marcos Keller Riane, e a


assessora Cristiane Duarte Portes.

Vereadora Fernanda Altoé: e é abordado nesse parecer anterior, o fato da nomeação


tanto da servidora, quanto do irmão da servidora, serem por indicação do gabinete do
prefeito, em função de uma relação íntima que eles tinham ou não?

Hércules Guerra: Não.

Vereadora Fernanda Altoé: não aborda isso?

Hércules Guerra: Mas, veja bem, a súmula do nepotismo. A gente pode assim, ela é
muito clara do que é nepotismo. O fato de você nomear uma ex namorada, um ex
namorado, eu não vejo assim. A gente pode ter uma sensação de ética, do que for,
mas que é legal, é legal.

Vereadora Fernanda Altoé: é porque tem uma decisão unânime do Conselho Nacional
de Justiça, tomada no âmbito do pedido de providência número 323/2006, que dispõe,
que “o simples namoro entre a autoridade e a pessoa indicada pelas mesmas razões
já descritas no voto condutor do julgamento, também vulnera os princípios
constitucionais da impessoalidade, eficiência e igualdade, não sendo juridicamente
válidos, portanto, os atos que acolhem tal situação”. Então.

Dr. Francisco Freitas: Pela ordem.

Hércules Guerra: Isso é um entendimento jurídico, que eu sei, a gente pode concordar
ou não, mas nesse caso aqui, é ex-namorada.

Dr. Francisco Freitas: Na verdade é o irmão. O que estava em discussão nesse

714
parecer era a contratação do irmão de uma ex-namorada.

Vereadora Fernanda Altoé: Isso. Isso não é abordado naquele parecer naquela
época, então? Só o fato de ser irmão?

Hércules Guerra: Sim, o fato de nepotismo.

Vereadora Fernanda Altoé: ok.

Vereador Wesley Moreira: não, tudo bem.

Vereador Cleiton Xavier: O município alega no mérito, que nenhum dos nomeados
eram subordinados ao prefeito. No entanto, em depoimento ao Ministério Público,
ambos os nomeados dizem, expressamente, que foram procurados pelo gabinete do
prefeito e que conheciam o prefeito na época da nomeação. Houve alguma
investigação interna desses fatos antes de ser elaborada a autorização para a defesa
do ex-prefeito?

Hércules Guerra: Não. Veja bem, vereador, é uma coisa muito comum, as nomeações
para cargos, serem de pessoas conhecidas, com alguma proximidade. Isso é um fato
natural. A questão do nepotismo é parente até o terceiro grau. Não, agora respondendo
objetivamente a sua pergunta, não houve.

Vereador Cleiton Xavier: Ok. Houve alguma ponderação em relação à afirmação das
testemunhas de que foram escolhidas para o cargo, por já serem conhecidas do ex-
prefeito em virtude de relacionamento amoroso anterior?

Hércules Guerra: Não

Dr. Francisco Freitas: é só uma dúvida que, para ficar claro, o que está se tratando
então são dos desenvolvimentos na fase de instrução do processo. É isso?

Vereadora Fernanda Altoé: Estamos querendo saber se a Procuradoria, ao fazer o


parecer para a indicação de um procurador do município para defesa em um processo
de improbidade do ex-prefeito. Onde há aí uma eventual ofensa a princípios e ao
interesse do município. Como que foi feita essa indicação para atuação? Se foi feita

715
uma análise do que está sendo tratado no processo? Porque o interesse do município
mais alto do que a defesa no caso.

Dr. Francisco Freitas: Mas uma dúvida, é uma dúvida mesmo. É a testemunha que
prestou depoimento já no curso desta ação civil pública?

Vereadora Fernanda Altoé: Isso. Isso, só pra gente saber se teve essa análise ou não
ao dar essa. Não é a questão do processo em si, é da atuação da Procuradoria. O
senhor falou então que, em razão daquele primeiro parecer. E a gente falando o
seguinte, dentro desse processo são levantadas essas questões. A Procuradoria tomou
o cuidado de fazer essa análise? Dessa ponderação de interesses do próprio
município, da próprio objeto de atuação da procuradoria?

Hércules Guerra: o vereadora, as informações que a gente tem, por exemplo, na


questão da, da garota, eu trabalhei com ela, trabalha na secretaria de saúde, eu a
conheci lá. Não a conheci quando ela foi, quando eu cheguei na Secretaria de Saúde,
ela já estava lá. Ela é uma advogada, ela contribuiu e muito com, ela contribuiu e muito.

Vereadora Fernanda Altoé: Nós jamais questionaríamos isso.

Hércules Guerra: com o serviço. Para senhora ver, a secretaria da saúde gastou na
COVID R$ 1.200.000.000,00, quase tudo com compras emergenciais, tudo passava
pela assessoria jurídica. Essas, as pessoas que estavam lá trabalharam
presencialmente durante a pandemia porque não tinham, na saúde não tem processo
virtual. Assim, eu a conheci lá, quando, pelo que me informaram, ela é ex namorada do
prefeito, ela pode ter pedido emprego e apresentou ao procurador geral da época, um
currículo. Ela foi admitida, foi nomeada e está lá. O rapaz, eu não sei, ele foi nomeado
veterinário. As informações que chegaram para a Procuradoria para Defesa, que estão
nos autos, é que é um ótimo funcionário. Então assim, o fato de ser ex-namorada, na
visão da Procuradoria, não influi em nada.

Dr. Francisco Freitas: e só para complementar e registrar que ficou claro, que não há
esse procedimento de oitiva de testemunhas, etc. Isso foi um procedimento na ação
judicial típico da ação judicial.

716
Vereadora Fernanda Altoé: nós não estamos nem entrando na questão da ação
judicial. Está entrando a questão da Procuradoria atuar na defesa.

Vereador Cleiton Xavier: Então o parecer foi claro da inexistência do


nepotismo é isso?

Hércules Guerra: sim, ok.

Vereador Cleiton Xavier: Nós temos presenciado diversas atuações da Procuradoria


na defesa de servidores que não são partes, mas apenas testemunhas. Inclusive
presenciamos a situação de um promotor, de um procurador, perdão, do município
pedir, a oitiva da testemunha como indiciado e sugerindo o uso do direito ao silêncio,
ao ser indagado sobre determinado documento público. Qual é a orientação da
Procuradoria Geral para essas atuações e qual o limite entre a defesa do servidor e
defesa dos interesses do município?

Hércules Guerra: Bem, vereador, todos aqui devem lembrar, a defesa do servidor,
quando ele faz um ato legal e que acaba aí, a advocacia pública defende é isso, um
ato legal. Ela é comum no Brasil todo. Nós vimos na CPI do Senado da COVID, a
Advocacia-Geral da União entrar com mandado de segurança para o General Pazuello,
ministro da Saúde à época, para ele não ter que falar, para ele poder ficar calado na
CPI. Por quê. E por que a AGU, que é a maior advocacia pública desse país, que é de
sumidades do direito que lá atua. Porque ela fez isso? Porque a AGU entendeu que
estava defendendo os atos administrativos do Ministro Pazuello, durante, no combate
à pandemia. Isso é normal. Isso é normal. Só mais uma coisa, no governo do Estado,
agora, o Ministério Público entrou com uma ação, investigou e entrou com uma ação
de improbidade, contra diversos servidores da Secretaria de Saúde do Estado,
imputando a eles furar a fila da vacinação do COVID. A Advocacia Geral do Estado fez
uma defesa excepcional, defendendo o ato administrativo que falava que, aquela
vacinação foi legal e que seguia o Plano Nacional de Imunização. Isso é uma coisa
normal. Então o procurador municipal, quando veio acompanhar uma testemunha, eu
acompanhei testemunha, inquérito policial. Nós acompanhamos fiscais que autuam,
crimes tributários, crimes ambientais. Os nossos procuradores, quando o fiscal é

717
intimado a ser testemunha no crime ambiental, crime tributário, nós, procuradores,
acompanha ele como testemunha. Nós estamos defendendo o ato administrativo. Nós
não estamos defendendo o crime. Se há crime, não há defesa da advocacia pública.

Dr. Francisco Freitas: Só relembrando que não é objeto da CPI, e formalmente da


oitiva. Mas enfim, isso é de uma relevância muito grande. É claro que para o senhor
estar aqui, eventualmente, também aqui, nesse caso, a gente tem alguém com grande
experiência. Enfim, um procurador geral do município e com grande experiência, mas,
não é algo trivial para um servidor vir aqui prestar um depoimento, e isso é de uma
relevância grande, para que ele tenha a tranquilidade da atividade dele. Então isso é
um testemunho pessoal, que é um parêntese, que nem me caberia fazer.

Vereadora Fernanda Altoé: Mas eu concordo com senhor.

Dr. Francisco Freitas: e só sobre a pergunta, tem um ponto da pergunta, que eu queria
fazer um reparo a pergunta, porque a forma como aquele procurador atuou quando ele
estava acompanhando aquela pessoa, aquela testemunha, naquele momento, aquele
procurador atuou, dentro do que ele entendia que era a melhor atuação para que aquele
contexto, para aquela pessoa. E aí já estabelece uma relação até entre o advogado, o
procurador e aquela pessoa. Então, por exemplo, nem me sinto à vontade aqui de eu
ou o depoente comentar sobre como o procurador atuou. Certamente ele atuou.

Vereadora Fernanda Altoé: Não, seria um comentário e eu entendo que o senhor está
falando. E de fato, é a defesa do servidor, isso aí eu não tenho duvida.

Dr. Francisco Freitas: porque nesse momento já é uma atuação daquele.

Vereadora Fernanda Altoé: E essa questão da pessoa vir depor é um


constrangimento, a gente sabe disso. Eu fico lembrando porque eu era estagiária do
fórum e às vezes a pessoa vinha pedir um documento. Às vezes uma mãe, um parente,
e falava a doutora, meu filho, eu nunca fui nem testemunha. E quando o Dr. Tarcísio
calhou meu processo, eu tive o sentimento daquela pessoa que no balcão do fórum,
porque a gente tem vergonha na cara, a gente sente constrangimento, né? Eu nunca
fui nem testemunha. Na hora eu lembrei porque eu tive constrangimento da situação,

718
porque a gente que é sério, a gente tem constrangimento, por mais que a gente falar
assim, não, eu não tenho nada a ver com isso. Eu atuei de forma correta, mas vir depor
é um ato de constrangimento para todo mundo e para a gente também, podem ter
certeza disso, porque nós não estamos aqui a caça de ninguém. Mas há uma de uma
diferença, por exemplo, assim, Dr. Francisco está aqui já por várias vezes, uma atuação
impecável, também na CPI da Pampulha, Dr. Fernando, uma atuação impecável, mas
naquele momento específico, onde surgiu um documento que pode vir a levantar uma
eventual fraude. E vocês, têm alguma orientação posterior aquele fato, de até onde o
procurador do município pode ir na defesa de um servidor, até onde a atuação dele, a
defesa do município?

Hércules Guerra: Dra. Fernanda. Consta, se o procurador constatar, se o advogado


público constatar um crime, encerra se ali a atuação.

Vereador Cleiton Xavier: Toda vez que um servidor responde a uma ação judicial
ou processo administrativo, em razão de ato praticado no exercício do cargo, ele é
defendido pela PGM?

Hércules Guerra: Veja bem, se ele fizer um requerimento, existe um requerimento. Ele
vai expor os motivos. Vai haver uma análise igual houve a do ex-prefeito Alexandre Kalil
e a Procuradoria vai decidir se vai atuar ou não. Mas depende do pedido do servidor.
Eu pedi para fazer um levantamento, nessa
bagunça de papel aqui, eu não sei se eu vou achar, mas nós temos uma que pedimos.
Me parece que de 2015 para cá, nós recebemos 90 pedidos de atuação de servidor,
negamos sete e fizemos 83.

Vereadora Fernanda Altoé: Então tem um fluxo de pedido do servidor para atuação
da Procuradoria?

Hércules Guerra: tem um decreto, um decreto.

Vereadora Fernanda Altoé: Eu sei qual que é.

Hércules Guerra: decreto de 2016, final de 2016. Lá tem todo o fluxo necessário.

719
Vereadora Fernanda Altoé: mas eu acho que esse eu não conheço, não. É de 2016,
esse decreto?

Hércules Guerra: Eu devo ter aqui, se eu achar te passo.

Vereadora Fernanda Altoé: Nesse caso, então, do Alexandre Kalil, do processo de


improbidade administrativa, teve um pedido dele para defesa.

Hércules Guerra: O parecer, o parecer só que o parecer só aparece em função do


pedido, em função do pedido.

Vereador Cleiton Xavier: Então, esse ato administrativo é discricionário do procurador


geral?

Hércules Guerra: a palavra final é dele. Mas assim, nós temos sempre é uma, é uma,
é uma análise de um parecer. O parecer ele minutado pela assessoria. A gente aprova
ou não o parecer, aprovando o parecer pela representação, se o procurador não ficar
convencido que aquela situação específica não é caso da representação, nega-se. Foi
o que eu acabei de citar, 83 dos 90 que de 2015, salvo engano, para cá, 83 nos
representamos os servidores. Em sete nós negamos.

Vereador Cleiton Xavier: Então, muito obrigado, Sr. Hercules. Presidente sem mais.

Vereadora Fernanda Altoé: E aí, no caso desse servidor, quando ele, quando ele faz
o pedido, esse pedido é negado. Também há toda uma documentação sobre isso?

Hércules Guerra: O processo administrativo

Vereadora Fernanda Altoé: tem um fluxo? Vira um processo, então, interno?

Hércules Guerra: o fluxo está todo nesse decreto, Fernanda. Eu achando ele aqui
nessa minha pequena bagunça eu te, eu te envio, acho que eu não trouxe, não. É um
decreto do final de 2016.

Vereadora Fernanda Altoé: tá, então ali estipula esse trâmite interno para a defesa ou
não daquele servidor que pede a atuação da Procuradoria na defesa dele, em função

720
do ato que ele praticou durante o exercício da função.

Hércules Guerra: Isso mesmo.

Vereadora Fernanda Altoé: eu não tenho mais perguntas, não obrigado.

Vereador Wesley Moreira: Eu não, o Cleiton também não, Tarcísio?

Dr. Tarcísio: Senhor Presidente, Senhora Procuradora, Senhor, perdão, senhora


Vereadora, senhor Vereador, demais presentes, Senhor Procurador Geral, Senhor
Advogado. Queria fazer só um adendo, um pequeno adendo a colocação de Vossa
Excelência, que interessa à defesa do meu constituído também, porque a suspeita que
ele estaria se apropriando de uma, de uma, de um serviço da advocacia pública, de
forma irregular. O que a gente sabe que não é verdade é. Existe um artigo de lei federal,
o artigo 17, parágrafo 20, da lei 8429/92, que ele é muito específico para esse caso,
dizendo: “A assessoria jurídica que emitiu parecer atestando a legalidade prévia dos
atos administrativos, praticados pelo administrador público, ficará obrigada a defendê-
lo judicialmente caso esse venha a responder ação por improbidade administrativa, até
que a decisão transite em julgado.” Ou seja, a ação da Procuradoria não está
condicionada à manutenção do cargo de prefeito, é até que a ação transite em julgado.
O dever de lealdade, e eu já fiz esse esclarecimento em outra oportunidade, à uma
ADI 7142 do Distrito Federal, e o Supremo Tribunal Federal fez só uma leitura conforme
a Constituição, sem redução de texto, dizendo que as advocacias públicas podem e
não são obrigados, por questão de respeito as autonomias dos entes federados. Só
isso. Então, eu acho que essa clareza do artigo 17, paragrafo 20, é importante que
seja explicitado. Eu não tenho, obviamente, procuração para defender o Dr. Hércules,
mas isso interessa diretamente à defesa de Alexandre Kalil. Ou seja.

Hércules Guerra: no caso específico do nosso doutor. Nós temos a lei autorizativa
também, a lei municipal autorizativa.

Dr. Tarcísio: agora faria só algumas poucas perguntas. No procedimento


administrativo, e eu sei que não é atribuição da Procuradoria Geral. No procedimento
administrativo aberto para anulação do índice cadastral, há um usuário identificado

721
como Flávio Luiz Andrade, e no início vem assim descrito: “Descreva a solicitação:
desativação dos índices cadastrais com do lote CTM igual a 30.000 (não localizados e
que não estão pagando e IPTU em 2021, conforme decisão da diretoria do DTAT). O
senhor sabe o que significa essa sigla? E explico a importância disso, porque ela está
indicando que a anulação desses do índice cadastral do Alexandre Kalil não foi uma
atuação pessoal, foi uma atuação de todos os não localizados e que não pagaram IPTU
em 2021. Mas só que eu não sei, e ainda não fiz uma indicação do que, de que órgão
é esse DTAT.

Hércules Guerra: doutor, não sei. Se eu puder colar, eu vou pedir ajuda ao Omar, que
é da Secretaria da Fazenda, mas é uma diretoria da Secretaria da Fazenda.

Dr. Francisco Freitas: Então é a Diretoria de TI e apoio técnico da Secretaria de


Fazenda, DTAT.

Dr. Tarcísio: Uma outra questão me permita, doutor, abusar dos seus conhecimentos
do senhor de direito tributário. Importa para calcular o IPTU, o tamanho de um lote?

Hércules Guerra: Sim, o lote, quanto maior, em tese, um lote do lado do outro. Quanto
maior o lote, maior o preço. Quanto menor o lote, menor o preço. Pelo que eu me
lembre, a não ser que houve alguma alteração na forma de cálculo do IPTU, na minha
época a gente faz, a gente, era fixado qual que era o valor do metro quadrado do
terreno, e esse valor era multiplicado para chegar ao valor do terreno, era multiplicado
pela área do terreno.

Dr. Tarcísio: Perfeito. Em 2003, este lote foi classificado pela prefeitura como CTM
30.000. Então eu posso, se eu tiver equivocado o senhor me corrija. Eu posso concluir
que quando a CDA foi formada, foi constituída, não se sabia o tamanho do lote, já que
não se sabia nem a localização.

Hércules Guerra: Não, não é isso. Nesse caso não. Nesse caso, o tamanho do lote
pode estar errado no lançamento.

Vereadora Fernanda Altoé: Não, não é só uma intervenção Dr. Tarcísio, o tamanho
do lote consta na CDA, e é o mesmo até hoje.
722
Dr. Tarcísio: perfeito.

Hércules Guerra: não é. Eu não sei como eles chegaram, a secretaria, a Secretaria
da Fazenda chegou nesse, nesse, na metragem, mas a metragem coincide com as
áreas que estão nos inventários, ou do Elias Kalil ou do Moisés Kalil.

Dr. Tarcísio: Então, não saber a localização geográfica de um imóvel é causa de


anulação do índice cadastral?

Hércules Guerra: Se o imóvel estiver no local diferente da área, não sei se chama
Ares Ótimo ainda, o Omar que vai saber. Se ele estiver num local diferente da onde se
imagina que ele está, é caso de nulidade.

Dr. Tarcísio: e havendo essa nulidade, isso contamina a CDA?

Hércules Guerra: contamina a constituição do debito tributário, consequentemente a


CDA.

Dr. Tarcísio: se a Procuradoria, dissesse, no pedido de desistência, na verdade de


extinção sem ônus das partes, se a Procuradoria juntasse um PTA anulando o índice
cadastral, juntasse um PTA anulando a CDA. Se ela fizesse isso para justificar aquele
pedido, nós demonstraríamos que a CDA era nula. E se isso acontecesse, o município
poderia ter sido condenado a pagamento de ônus sucumbenciais?

Hércules Guerra: Se houver alguma manifestação da parte contrária na execução,


sim.

Dr. Tarcísio: Perfeito. Sem mais perguntas presidente.

Vereador Wesley Moreira: Vamos lá então. Bom, eu. Mais alguma pergunta,
Cleyton? Vereadora Fernanda? Bom, eu também estou satisfeito já com as perguntas,
com as respostas, abri um tempo a consideração final para o senhor Hércules. Fique
à vontade.

Hércules Guerra: Bem, senhores, Vereador Cleiton, Vereador Wesley, Fernanda, Dr.
Tarcísio, meu colega Chico, Papagaio, Omar, eu tenho 35 anos de serviço público, vou

723
fazer 35 em outubro agora, serviço público aqui na Prefeitura. Foi onde eu fiz a minha
vida profissional, onde que eu fiz a minha vida, até amorosa, porque a minha mulher é
uma auditora, é uma auditora fiscal de tributos municipais. E a vereadora Fernanda
falou do constrangimento de receber uma petição inicial, uma citação em casa. Eu
gostaria só de falar do meu constrangimento ao ler a peça de instauração dessa CPI,
que a peça faz algumas ilações que eu reputo inverídicas, mas que jogam, quem lê a
peça e pega 35 anos de serviços que, a meu ver, bem prestados. Eu hoje, eu sou
procurador geral do município, é um coroamento da minha carreira, é um reconheci,
em todos os meus colegas, todas as pessoas que eu conheço na prefeitura e tomam
isso como um merecimento, coroamento da minha carreira. Então, assim, eu realmente
eu fiquei, não foi, não vou, vou falar constrangido, ao ler ou ver a peça que instaura
essa CPI. Gostaria também de dizer que diversos colegas, o Dr. Luiz Gustavo Levate,
meu colega, um dos maiores especialistas em execução fiscal desse país, reconhecido
pelo Conselho Nacional de Justiça, foi o tratamento dado, não pela CPI, não pelos
senhores vereadores, mas o estardalhaço criado em volta dele, causou muito
constrangimento também, igual quando, o que é normal. Eu já tenho um, meu, o Dr.
Marco Antônio Rezende, o ex procurador geral do município, ele tem uma frase lapidar
para essa situação que eu estou vivendo aqui hoje, está no preço. É isso. Eu sei que
eu estou aqui porque eu sou procurador geral do município, que é um cargo relevante
na administração pública, mas assim, eu realmente eu fiquei completamente
constrangido pelas ilações que aparece. Quem lê isso acha que eu estou cargo por
causa de uma execução fiscal de 20.000 reais. Isso não é verdade. Eu estou no cargo
porque eu mereço, porque eu trabalhei para isso. Muito obrigado a todos. Continuo a
disposição de todos, lá na procuradoria. Precisando de alguma coisa, mesmo que não
seja da CPI. E mesmo que o ex-prefeito Kalil, né vereador, estou à disposição de todos.
Muito obrigado.

Vereadora Fernanda Altoé: a gente afirma e reafirma todas as vezes que, né, a gente
tem sido respeitado, inclusive o limite da CPI, para não fazer disso aqui um circo. A
partir do momento que nós recebemos uma documentação que viu que não era
pertinente, nós não estamos fazendo perguntas. E a CPI é uma investigação. E como
toda investigação, o objetivo é o esclarecimento. A própria atuação do Dr. Gustavo

724
Levate, na questão da desistência, ficou bem clara pra gente, que foi uma atuação, na
verdade, um pedido que não partiu sequer dele. Então eu acho que é um momento,
inclusive, para todo mundo poder esclarecer tudo o que está sendo falado, tudo o que
surgiu e que infelizmente não respondem. Porque se a prefeitura tivesse o hábito de
responder e se a prefeitura tivesse o hábito de esclarecer uma atuação, que para mim
é muito mais importante que fazer lei, é a atuação de fiscalização, acredito que nenhum
de nós deveríamos estar aqui hoje, que nós já teríamos todas as respostas e não teria
sido preciso uma CPI para ter acesso a resposta, que poderiam ter sido enviadas ano
passado, mesmo através de uma documentação. Mas.

Dr. Francisco Freitas: eu até sugerir, por isso eu queria fazer essa intervenção ao
final, que em relação a essas requisições que não foram respondidas, eventualmente,
que refizesse um ofício para que a gente pudesse verificar internamente.

Vereadora Fernanda Altoé: eu posso, posso fazer uma listagem de tudo o que tudo
que nós fizemos e fazendo a indicação de tudo o que foi enviado, e agora já está tudo
esclarecido, já tem informação para tudo quanto é tipo, mas pra vocês terem inclusive
a forma do trâmite interno dentro do executivo, mostrar que alguma coisa tá errado,
que estão, que estão fazendo com que esses papéis eu não sei.

Hércules Guerra: só encerrando, Vereadores, se me permite, se o resultado da CPI


for uma legislação que nos ajude a manter um cadastro atualizado. Hoje nós temos,
salvo engano, 30.000 áreas indivisas que precisam ser georreferenciadas. E é , que
parece que o Eugênio quando esteve aqui falou sobre isso, e seria muito importante,
se o resultado da CPI for um avanço na modernização do nosso cadastro, já terá dado
resultado.

Vereadora Fernanda Altoé: Nós teremos vários encaminhamentos, achamos um


imóvel já foi muito bom, e outras coisas mais, mas teremos vários encaminhamentos
positivos e vai ser preciso, inclusive, a ajuda de quem lida com isso, porque não somos
nós né Wesley, vamos conseguir fazer isso.

Vereador Wesley Moreira: Tudo bem pessoal, para mim não tem que prorrogar. As
11h42, eu encerro essa reunião. Muito obrigado a todos.
725
Às 11h42 encerrou-se a reunião.

2.20 - DA 20ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h35m, do dia 29 de maio de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 20ª Reunião Ordinária19 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Cleiton Xavier, Gilson Guimarães,
Helinho da Farmácia e Loíde Gonçalves.

Foram aprovados os requerimentos de oitiva do Sr. Bernardo Farkasvölgyi


no dia 01/06/2023 e do Sr. Bruno Muzzi, no dia 15/06/2023, para prestarem informações
sobre a construção da Arena MRV.

Foi informado o recebimento da resposta do requerimento 1299/2023 e


do documento externo nº 3274/2023.

Às 9h39m foi encerrada a reunião.

2.21 - DA 21ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 01 de junho de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve início a


21ª Reunião Ordinária20 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador Wesley
Moreira e com a presença dos Vereadores Ciro Pereira, Fernanda Pereira Altoé,
Helinho da Farmácia e Cleiton Xavier.

Foi aprovado Requerimento de Comissão para obter informações sobre o


formulário de requisição de defesa, por parte da Procuradoria Geral do Município, para
o ex-Prefeito Alexandre Kalil na ação de nepotismo nº 5222140-78.2022.8.13.0024 .

Foram acusados o recebimento de resposta ao ofício nº 8/2023 e aos


requerimentos nº 1299, 1300, 1301, 1315/2023.

19

https://www.youtube.com/watch?v=6q_LYo9XHME&t=313s&ab_channel=C%C3%A2maraMunicipaldeBeloHori
zonte

20
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/21%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito---cpi---abuso-de-poder-na-pbh-01-06-
2023

726
Foi recebido o documento externo de protocolo nº 3356/2023 em que a
defesa do ex-Prefeito, Alexandre Kalil, requereu a publicidade, no site da Câmara, da
resposta ao Requerimento 1300/2023 e a petição de protocolo nº 2983/1, enviados por
Luiz Gustavo Levate.

O Presidente esclareceu que a Diretoria Legislativa da Casa entendeu


que havia dados sensíveis nos documentos, e por isso decidiu não publicá-los,
reservado, no entanto, o pleno acesso aos procuradores constituídos na CPI.

Deu-se início a oitiva do Sr. Bernardo Farkasvölgyi, que prestou


compromisso com a verdade.

21ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: às 09h47 minutos, damos início à 21ª reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito ao Abuso de Poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Farei
agora chamada dos Vereadores que compõem essa comissão. Vereador Ciro.

Vereador Ciro Pereira: presente.

Vereador Wesley Moreira: vereadora Fernanda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Helinho da Farmácia.

Vereador Helinho da Farmácia: presente.

Vereador Wesley Moreira: Cleiton.

Vereador Cleiton Xavier: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde, Vereador Gilson, também Vereador


Wesley presente. Com a presença de cinco Vereadores, vamos dar prosseguimento a
ordem dos trabalhos. Hoje nós temos a oitiva. Intimar Bernardo Farkasvölgyi para,

727
pessoalmente, prestar informações pertinentes à contrapartida da Arena MRV. Ele
ainda não chegou. É remoto também. Tá bom. Então vamos apreciar os requerimentos
aqui, vamos. E aí nós retornaremos aqui, após a análise dos outros itens da pauta.

Requerimento de Comissão 1479/2023 - Pedido de informação - Destinatário Prefeito


e Procurador Geral do Município, Sr. Hércules. Finalidade: obter informações sobre
documento mencionado na oitiva realizada em 25/05/2023, na qual Hércules Guerra
menciona que a Procuradoria Geral do Município somente promove a defesa dos
servidores por ato administrativo praticado no âmbito da função, quando há
requerimento para tanto e que a defesa apresentada no processo número 5222140-
78.2022.8.13.0024, movida em face de Alexandre Kalil, foi precedida de formulário de
requisição de atuação da Procuradoria Geral do Município. O prazo para resposta são
cinco dias úteis. De autoria dos Vereadores Cleiton, Ciro, Fernanda, Luís e Wesley, em
discussão, em votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota, Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota, Vereador Hélio?

Vereador Helinho da Farmácia: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: obrigado. Como vota, Vereador Cleiton?

Vereador Cleiton Xavier: de acordo com o requerimento

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado


Requerimento de comissão 1479/2023. Outros assuntos. Respostas a Requerimentos
e indicações da Comissão. Ofícios em resposta ao Requerimento de Comissão número
08/2023, de autoria do Vereador Wesley Moreira. A resposta Ofício número 46/2023,
Casa Civil, Remetente Chefe de Gabinete da Casa Civil da Prefeitura de São Paulo,
Denise Soares Ramos.

728
Ofício em resposta ao requerimento de comissão 1299/2023, de autoria dos
Vereadores Fernanda, Wesley, Ciro e Cleiton. Resposta enviada pela Secretaria
Municipal de Governo número 443/2023, enviada pelo secretário municipal adjunto de
Governo e subsecretário de Relações Institucionais, Leonardo Amaral Castro.

Ofício em resposta ao Requerimento Comissão número 1302/1023, de autoria dos


Vereadores Fernanda Wesley, Ciro e Cleiton. Resposta número 444/2023. Remetente
Secretário Municipal de Adjunto de Governo e subsecretário de Relações Institucionais,
Senhor Leonardo Amaral Castro.

Ofício em resposta ao Requerimento de Comissão 1311/2023, de autoria dos


Vereadores Fernanda, Wesley, Ciro e Cleyton. Resposta número 445/2003. Remetente
Secretário Municipal adjunto de Governo, Subsecretário de Relações Sociais Leonardo
Amaral Castro.

Ofícios em resposta ao requerimento de Comissão 1315/2003, de autoria do Vereador


Wesley Moreira. A resposta é a de número 446/2023. Remetente Secretário Municipal
adjunto de Governo, Subsecretário de Relações Sociais Leonardo Amaral Castro.

Outros documentos recebidos pela Comissão, o documento número 3346/2023.


Assunto: Petição para requerer que seja juntada aos autos da CPI, a resposta ao
requerimento de Comissão 1300, bem como os documentos anexos a petição número
2983/1, por Luiz Gustavo Levate, de autoria Alexandre Kalil, por meio de seus
procuradores Tarciso Maciel Chaves de Mendonça e Maurício Lopes de Paula. Muito
bem. Com relação a essa solicitação, a princípio que a CPI tomou como conclusão, que
esse documento tem alguma questão, questões sigilosas de informação, o documento
vai ficar à disposição do solicitante. Ele está à disposição na nossa DIRLEG, que é o
nosso departamento, aqui jurídico, e quando vocês acharem pertinente, vocês podem
acessá-lo, ok? A princípio é isso mesmo. Perfeito? Tranquilo? É isso mesmo? Então tá
ok. Bom, então agora nós finalizamos com isso, a questão dos requerimentos e das
respostas. Ainda não está presente o senhor Bernardo. Eu vou suspender essa reunião
por dez minutos para darmos aqui um prazo para que seja feito algum comunicado,

729
alguma coisa assim. E aí nós retornaremos a nossa reunião. Então, às 09h54,
suspenda essa reunião por dez minutos.

Então, as 09h59 nós retornamos a nossa 21ª reunião da CPI Abuso de Poder na
Prefeitura de Belo Horizonte. Retornamos também ao nosso segundo item da pauta,
que é a nossa oitiva, intimar o senhor Bernardo Farkasvölgyi para pessoalmente prestar
informações pertinentes às contrapartidas da Arena MRV. Soube que o Bernardo já
está presente, convido para que tome o lugar à mesa, por favor. Sr. Tarcísio, fique a
vontade. Pode ser aqui, na primeira cadeira aqui. Bom dia. Muito bem, Sr. Bernardo,
bom dia! Bem vindo. Pode ligar o microfone, por favor, pode apertar o vermelhinho aí,
isso. Bem vindo à Câmara Municipal. Bem vindo à nossa CPI, e desde já, como
presidente dessa Comissão, nós já agradecemos a sua presença para prestar
esclarecimento, com relação a construção da Arena MRV, e ao estádio do Clube Atlético
Mineiro, essa importante obra que está sendo executada no nosso município. Então,
desde já, eu já o agradeço. Neste momento eu vou solicitá-lo que o senhor faça a
seguinte declaração. Solicito que preste o compromisso nos termos do artigo 203 do
Código de Processo Penal, informo que fazer a afirmação falsa ou negar ou calar a
verdade, poderá incorrer em crime de falso testemunho. De acordo com o artigo 342
do Código Penal. Então foi passada aí o modelo para o senhor. Eu gostaria que eu
fizesse essa declaração aí no microfone, por favor. Endereço precisa, não.

Bernardo Farkasvölgyi: eu, Bernardo Farkasvölgyi, 56 anos de idade, estado civil


casado, residente em BH, profissão Arquiteto, cuja atividade desenvolvida no endereço.
Prometo dizer a verdade, relatando sempre o que souber, explicando sempre as razões
da minha ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Tudo bem. Obrigado. Vamos então. Vamos dar
início aqui a nossa, a nossa oitiva. Sr. Bernardo, qual é o seu período de experiência
como arquiteto de grandes empreendimentos, como da Arena MRV?

Bernardo Farkasvölgyi: bem, eu estou. Eu tenho 34 anos de formado, eu estou à


frente da minha empresa, Farkasvölgyi arquitetura nesses, exatamente, 34 anos,

730
empresa que fez 50 anos esse ano, meu pai fundou em 1973. E a Farkasvölgyi, ela tem
experiência em grandes obras desde sempre. Então a gente, além da Arena, a gente
tem complexos Multiuso, Nova Lima, São Paulo, Goiânia, Brasília, prédios residenciais,
comerciais, shopping center, faculdade, escolas dentre outros. A minha paixão é a
arquitetura. Sou apaixonado por arquitetura e mesmo que a gente receba um convite
de fazer um projeto que nunca fizemos, a gente, obviamente, a gente busca referência
e informações através de visitas, pesquisas, para que a gente possa fazer o melhor
projeto possível.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. E nesse projeto, especificamente, quanto tempo o


senhor atuou nesse projeto, da construção da Arena MRV?

Bernardo Farkasvölgyi: eu fui convidado em novembro de 2013 pela MRV para poder
desenvolver o primeiro estudo. Obviamente, para mim foi uma surpresa extremamente
agradável, porque atleticano como sou, recebi naquele dia o convite para poder fazer
o projeto da Arena, né? Da Arena do Atlético. Foi realmente esse um prazer muito
grande. Então, respondendo sua pergunta, iniciamos os trabalhos em novembro de
2013, os quais até então perduram. Nosso trabalho ainda não finalizou, o trabalho de
arquitetura, ele só finaliza com obra pronta.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Então nós vamos falar em dez anos, em novembro
de 2013?

Bernardo Farkasvölgyi: vão fazer dez anos esse ano, exatos dez anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma dúvida, Presidente, o convite então não
foi através do Atlético para essa construção, para esse desenho, as tratativas iniciais
foram através da MRV?

Bernardo Farkasvölgyi: cem por cento com a MRV. Inclusive, digo nomes. Eu fui
convidado pelo Hudson, que era vice presidente MRV à época. Minha primeira reunião
foi com ele, mas as demais reuniões de apresentação de estudos, a MRV sempre
esteve presente, porque ela que fez a nossa contratação.

731
Vereador Wesley Moreira: perfeito, e com toda a sua experiência, atuação em grandes
empreendimentos, como já foi citado aqui pelo senhor, o senhor consegue nos explicar
quais são e como funciona as modalidades de licenciamento ambiental? Só um
pequeno resumo assim.

Bernardo Farkasvölgyi: sim, todos os projetos na lei atual, não a lei da época da
arena, mas na lei atual. Todos os projetos acima de 20.000 metros quadrados ou acima
de 400 vagas, eles necessitam do licenciamento ou urbanístico ou ambiental. Na época
da construção, se não me engano, empreendimentos acima de 400 vagas para uso
comercial eles exigiriam o licenciamento ou ambiental ou urbanístico. E na época de
definição da Prefeitura de Belo Horizonte, com relação ao tipologia de licenciamento,
se definiu pelo ambiental porque as características ambientais do terreno eram mais
importantes do que as características urbanísticas. Entretanto, a Prefeitura mesmo que
se definiu, no caso da Arena MRV, o licenciamento como ambiental, ele obviamente
teve um viés urbanístico muito forte também. Então, na realidade, fez as duas
modalidades de licenciamento, mas sobre a modalidade de licenciamento ambiental
dentro da Prefeitura de Belo Horizonte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o ambiental, ele, há uma escolha entre o


ambiental e o urbanístico, ou os dois são junto?

Bernardo Farkasvölgyi: na realidade, você não licencia um projeto grande nos dois
conselhos no COMAM que o Conselho do Meio Ambiente, no CONPUR que é o
Conselho de Política Urbana. Então, há uma definição em consenso do poder público
de qual é a modalidade que se encaixa, Vão dizer, com a maior preponderância. No
caso da Arena, em função da gente ter duas nascentes e a gente ter o curso d'água,
vamos dizer o maior, a maior relevância, foi realmente ambiental. Mas não quer dizer
que os aspectos urbanísticos não foram tratados no licenciamento, foram tratados
também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas então assim, não tinha que passar por
COMPUR?

Bernardo Farkasvölgyi: só COMAM, só COMAN.

732
Vereador Wesley Moreira: e quando se iniciou o processo de aprovação da Arena
junto à Prefeitura de Belo Horizonte?

Bernardo Farkasvölgyi: o primeiro contato nosso oficial foi em abril de 2014. Foi uma
reunião que, na época com o secretário de Regulação Urbana, secretário de
Planejamento Urbano, o secretário de Política Urbana. Quer dizer, não me recordo
quantas pessoas, exatamente quais, mas a gente fez uma primeira apresentação do
projeto para uma equipe técnica da Prefeitura em abril 2014, exatamente para a gente
poder desenhar e entender a quatro mãos como é que seria a melhor forma de proceder
com o licenciamento do empreendimento daquele porte.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na época, o prefeito era Márcio Lacerda?

Bernardo Farkasvölgyi: exato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem que era o secretário?

Bernardo Farkasvölgyi: o secretario Política Urbana, se não me engano era o Pierre


Senesi. E na Secretaria de Plano de Regulação Urbana, Branca Macaúbas e Secretaria
de Planejamento Urbano, se não me engano, o Zé Júlio.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e era com essas pessoas que eram tratadas?

Bernardo Farkasvölgyi: exato, exato. E teve também. Desculpe, teve também


BHTrans também estava presente. Estava presente também patrimônio. Isso quer
dizer, é um projeto muito grande de campo, que envolve boa parte da Secretaria de
Belo Horizonte. Não me recordo se nesse primeiro encontro, mas obviamente a gente
teve reuniões com o BHTrans, com SUDECAP, com SLU, com regulação urbana,
planejamento urbano, política urbana quer dizer, tudo o que se envolve dentro do poder
público numa aprovação de um projeto desse porte, a gente teve interface junto ao
poder público.

Vereador Ciro Pereira: o Bernardo, quando você fala que passou pelo COMAM,
quanto tempo demorou para ser aprovado esse projeto dentro do COMAM?

733
Bernardo Farkasvölgyi: olha só, a licença prévia, se não me engano, ela foi emitida
em, se não me engano, no começo de 2019, mas a mais importante, a licença de
instalação, que é a LI que ela foi emitida em 20 de dezembro de 2019.

Vereador Ciro Pereira: mas quando vocês deram entrada no COMAM, vocês lembram
quando foi?

Bernardo Farkasvölgyi: na realidade o processo começou a tramitar na Prefeitura em


2014. Então, de 2014 até 2020, nós estamos falando de seis anos que a gente
conseguiu a licença de instalação. Entretanto, uma série de coisas aconteceu durante
esse processo.

Vereador Wesley Moreira: acho que vou aproveitar a pergunta mesmo assim. Seria
uma próxima pergunta. O sr. poderia falar pra nós de como foi esse processo da
aprovação da Arena junto à Prefeitura. Esse passo a passo.

Bernardo Farkasvölgyi: vamos lá. É um projeto de grande complexidade, não só o


próprio projeto de arquitetura, mas também o terreno. Era um terreno complexo, em
função da gente ter um curso d´água. Em função da gente ter duas nascentes. Eu posso
dizer com muito orgulho e satisfação que a única arena do mundo que tem uma área
preservada de Mata Atlântica de 30.000 metros dentro do seu sítio, dentro do seu
terreno. Isso realmente é uma característica invejável, porque não existe equipamento
igual que tem uma mata preservada, com as duas nascentes preservadas.

A gente tem algumas demandas, dentre as quais como licenciar o projeto, intervindo
numa APP, que era o curso d'água. Então, isso foi uma das coisas bem fortes durante
o trabalho. A época decidiu-se por utilidade pública, só para entendimento, das pessoas
que são leigas no assunto intervir em APP, a gente tem três formas de intervir. Ou tinha,
agora temos duas, mas são três. Se é de interesse público, por exemplo, no poder
público, a Prefeitura quer abrir uma via, ela pode intervir em APP. Se é utilidade pública.

No caso de estádios, não era nem estádio. O termo era empreendimento para
realização de competições esportivas, se não me engano. E era possível também
utilidade pública e, por fim, interesse social. E à época definimos por utilidade pública

734
porque estava muito claro que poderia ser a conseguir intervenção em APP, a partir de
utilidade pública, mas durante o processo, se não me engano, em 2017 para 18, o STF,
ele julgou inconstitucional a questão da utilidade pública para Arenas, e a gente teve
que migrar o processo para interesse social. E daí foi criado o Instituto Galo, que hoje
eu posso falar com muito orgulho, que é uma instituição que está fazendo muito bem
para a comunidade carente da Grande BH. Está fazendo um trabalho excepcional para
quem não conhece, mas que deveria conhecer.

Então, assim, dificuldade que a gente teve na época da aprovação, ela trouxe uma
coisa super bacana, que para se optar, para um interesse social, a solução foi a criação
do Instituto Galo, que está fazendo um trabalho muito legal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma curiosidade, é curiosidade mesmo,


considerando tudo que a gente conhece de Belo Horizonte, essa APP no caso, era pelo
fato de ter água, curso da água?

Bernardo Farkasvölgyi: era um curso d’água, um curso intermitente, as nascentes


estavam completamente assoreadas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: era isso que eu queria saber, estava bem
preservado, protegido?

Bernardo Farkasvölgyi: era um ambiente completamente abandonado. A primeira


visita que eu fiz o terreno em dezembro, no final de novembro, começo de dezembro
2013, eu encontrei um corpo lá dentro. Tivemos que chamar a polícia, tinha um corpo,
um cadáver.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: já ouvir falar que ali era área de desova.

Bernardo Farkasvölgyi: nas audiências públicas que foram feitas foram muito
interessantes, porque a comunidade abraçou muito o projeto, no sentido de que aquele
terreno criava uma insegurança muito grande para a comunidade em volta, era um
lugar realmente, de desova de cadáver e essa insegurança era uma coisa que
preocupava muitas comunidades a época. Então a Arena veio como uma possibilidade
de um equipamento que trouxesse segurança à região. Então, nas audiências públicas,

735
a comunidade sempre foi muito, muito firme no sentido de dizer que gostaria de um
empreendimento fosse realizado e concretizado, também em função da questão de
segurança pública.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o curso d'água, assim, ele morreu?

Bernardo Farkasvölgyi: não, o curso d'água, ele era intermitente, as nascentes


estavam assoreadas. Hoje, se você for lá no terreno, é difícil chegar, mas as nascentes
estão brotando, a água é muito limpa e a gente fez a canalização desse trecho do
córrego entre a nascente e a via Expressas, a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek.
A partir daquele ponto, esse mesmo córrego já estava canalizado. Então o que a gente
fez foi canalizar mais um trecho a partir da nascente. Entretanto, a gente utilizou. Eu
não sou técnico da área de meio ambiente, mas a gente utilizou recursos para poder
fazer essa canalização em termos de engenharia, assim como a capacidade dez vezes
da necessidade que teria, que ser, foi um trabalho de engenharia, sim, que foi
extremamente elogiado por pessoas entendidas, de meio ambiente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então manteve-se ou melhorou a situação do


curso da água?

Bernardo Farkasvölgyi: eu entendo que mesmo a gente tendo canalizado, melhorou


porque hoje a nascente está brotando e a água está escorrendo, dentro da canalização
que foi feita.

Vereador Wesley Moreira: nós estamos falando aqui de dez anos, quase estou falando
de 2013, 2014. Então imagina aí quantas, quantas fases foram necessárias superadas,
fases que também não foram superadas? Seria possível sim, esse ano a ano, o Sr.
poderia?

Bernardo Farkasvölgyi: sim. Sim, eu tenho uma apresentação sim, se possível, que
é uma coisa muito simples, que são alguns documentos que estão foram gerados por
nós, o próprio poder público. Eu acho que facilitaria demais a apresentação. Fazer a
apresentação para responder sua pergunta. É possível fazê-la?

Vereador Wesley Moreira: excelente.

736
Bernardo Farkasvölgyi: apesar, eu não sei nem se eu posso dizer isso, mas apesar
da Farkasvölgyi arquitetura, ela ser talvez a empresa de arquitetura hoje com mais
utilização de tecnologia para o seu trabalho. Eu ainda, eu desenho a mão, então tenho
muito pouca empatia com os computadores. Então ela aqui do PDF tem que abrir um
a um. Infelizmente, foi assim que eu consegui fazer, peço desculpas.

Vamos lá. Esse primeiro documento foi uma ata que nós mesmos fizemos em maio de
2014, que foi exatamente a reunião que eu comentei a pouco, ali com os participantes.
A Branca, que era secretário de Regulação Urbana, Leonardo Castro, secretário de
Política Urbana ou Secretário Adjunto, se não me engano, o Zé Júlio, secretário de
Política Urbana, o Ricardo Cordeiro, também do Planejamento Urbano, Paulo Freitas,
da Gerência de Licenciamento de Alta Complexidade, a Lúcia, também representando
o planejamento urbano e o COMPUR, e o Pedro Franzano representando o meio
ambiente. E eu, e o arquiteto Vinícius Lima, que trabalhou nesse projeto conosco desde
o início.

Aqui a gente coloca basicamente o que a gente vê de dificuldade, que são as questões
ambientais, questão de nascente, questão de curso d'água. E aqui a gente discorre um
pouquinho sobre a forma que a gente quer desenvolver o trabalho. Por quê? Porque
esse terreno ele apresentava três zoneamento à época. Eu tinha um zoneamento
ZAR2, zona de adensamento restrito 2, e eu tinha um zoneamento ZE, zona de grandes
equipamentos, e um zoneamento de PA1, se não me engano, que era de preservação
ambiental, exatamente onde está passando o curso d'água e as nascentes.

E em razão desses três zoneamentos, a proposta nossa da Arena, ela não se encaixou
no parâmetro de coeficiente aproveitamento potencial construtivo. Então, desde o início
do processo, o nosso pleito foi fazer uma operação urbana simplificada. Para quem não
sabe o que é um balanço urbano simplificado, um instrumento urbanístico que está
aprovado no Plano Diretor no município de Belo Horizonte, que, na minha opinião,
inclusive em um instrumento urbanístico inteligentíssimo, aonde é possível fazer
flexibilização de alguns, paramos urbanísticos em função da tipologia do projeto, no
caso, a arena.

737
É muito importante que se diga a Arena MRV não é um estádio, futebol, Arena MRV é
uma arena multiuso. Foi projetada para ser multiuso, aonde dentre os seus eventos
anuais o Atlético terá de 40 a 42 jogos, feitos dentro da Arena, mas não foi projetado
como estádio de futebol. Ele foi projetado como uma arena multiuso porque o
importante é a gente trazer eventos, pensando na necessidade da Grande BH de
espaços para esse tipo de utilização. Hoje a gente tem um Mineirão que você faz
grandes shows, e já está vendo o gramado dele como é que fica depois desses grandes
shows. Até a logística de se fazer grandes shows no Mineirão é complexo, que você
leva de seis, sete dias para você montar e desmontar um show.

E aqui na Arena MRV a gente projetou, que a gente consegue montar, desmontar um
show em 24 horas. Então é importante que se diga que todo projeto, desde o princípio
ele foi pensado como arena multiuso, em função de ser uma arena multiuso e de ser
interessante para o município de Belo Horizonte, do ponto de vista do poder público,
entender que a proposta de projeto é um projeto bacana para a cidade. É que entende-
se que a gente pode utilizar o recurso da operação urbana simplificada para
flexibilização de parâmetros urbanísticos. No caso da Arena MRV, o parâmetro que a
gente pediu para flexibilizar foi potencial construtivo, ok? Então, essa foi uma primeira
reunião que a gente discorreu sobre isso e a partir daí a gente montou um plano
trabalho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o que é esse negócio que você falou, é
simplificado?

Bernardo Farkasvölgyi: Operação Urbana Simplificada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o que que é isso?

Bernardo Farkasvölgyi: é um recurso urbanístico que está dentro do Plano Diretor


Belo Horizonte. São dois, chama Operação Urbana Simplificada e Operação Humana
Consorciada. A Operação Urbana Simplificada, ela é feita em um lote, em um terreno.
A Operação Urbana Consorciada, é feita a partir de dois lotes, dois terrenos ou uma
área. Exemplo uma Operação Urbana Consorciada foi, por exemplo, o Porto Maravilha
do Rio de Janeiro.

738
Quando você pegou um bairro e reestruturou o bairro a partir de elementos que fugiriam
ali no momento, a própria lei de uso ocupação do solo, mas utilizando um recurso novo
interação urbana. A simplificada, ela atende a um único projeto e o nosso pleito por
poder público à época, foi fazer a operação simplificada para que a gente pudesse
flexibilizar o parâmetros de potencial construtivo, porque estava acima do que a lei à
época permitiria.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a questão de ser simplificada, é o trâmite?

Bernardo Farkasvölgyi: de ser simplificado, que a gente está tratando de um único


empreendimento em um único lote. Então a simplificada sempre trata em um único
empreendimento, de um único lote, mas a consorciada e quando você tem, vamos
dizer, se trata de vários, um bairro, uma rua.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o que determina é o lote então?

Bernardo Farkasvölgyi: o que determina é a tipologia. Quando você trabalha, por


exemplo, um único empreendimento em um ou uma quantidade lotes, mas um
empreendimento como se fosse um empreendimento só, e que você pleiteia a
flexibilização de parâmetros, ele vai como simplificada. E quando você tem acima de
um lote, ele vai como consorciado.

Bem, esse documento é um documento importante que lá no início das negociações


com a Prefeitura de Belo Horizonte, ela foi solicitada. É um documento do Governo do
Estado de Minas Gerais, da Secretaria do Meio Ambiente e no sentido de quem iria
fazer o licenciamento desse projeto, estado ou município. Como o município de Belo
Horizonte ele tem estrutura para poder licenciar até a classe seis.

Então o Estado realmente declinou do licenciamento e passou para o município, que


no meu ponto de vista é muito mais acertado. Eu acho que a equipe técnica da
Prefeitura de Belo Horizonte ela está muito mais apta a fazer um licenciamento do
empreendimento dentro de Belo Horizonte do que o governo de Minas Gerais, que tem
que olhar 800 e tantos municípios. Então achei a decisão extremamente acertada. Pode
ir para o próximo, por favor.

739
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Esse documento aí mostra que…

Bernardo Farkasvölgyi: o Estado declinou

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não era uma questão tratada em âmbito estadual,
só tratada em âmbito municipal

Bernardo Farkasvölgyi: na realidade, existia a dúvida. Então fomos ao Estado, e o


Estado realmente disse, não, a gente sabe que a Prefeitura de Belo Horizonte ela tem
estrutura para poder licenciar um empreendimento desse porte, então não cabe ao
Estado fazer esse trabalho aí declinou para a Prefeitura. Então isso é uma formalidade.
No final das contas, é uma formalidade documental. Esse documento é um documento
interessante. Na gestão do prefeito Márcio Lacerda foi criado um grupo, que chamava-
se Grupo GEAL.

O que é o grupo? GEAL é um grupo de acompanhamento a licenciamentos de


complexidade e licenciamentos de projetos que a Prefeitura de Belo Horizonte
enxergava como projetos prioritários. Então, no fundo, no fundo, o que era ideia do
grupo GEAL? Montar um grupo de trabalho com todas as secretarias envolvidas. Se
puder subir o documento um pouquinho para mim, por favor.

No caso aqui também, vendo ali, eu tinha o LEI, que é orientação de licenciamento,
licenciamento ambiental. Aí eu tinha regulação urbana, BHTRANS, SUDECAP, SLU,
DIPC que é Patrimônio, CDPCM - Conselho Deliberativo de Patrimônio Cultural de Belo
Horizonte, COMAM, certidão de origem, que é documentação, porque o terreno era
indiviso, então a gente tinha que trabalhar a questão de informação básica, baixe e
habite-se e alvará de licenciamento de funcionamento.

Então o que que era interessante dessa proposta, à época da gestão do prefeito Márcio
Lacerda? Criava-se um grupo de trabalho, colocavam se todas as secretarias, as que
trabalhariam no licenciamento do projeto na mesma mesa, num espaço como esse, por
exemplo. E ali se definiria o fluxo dos trabalhos e a ordem dos mesmos. E dessa forma,
a gente montava um cronograma entre todos os órgãos da Prefeitura que estariam
envolvidos no projeto e, obviamente, todas as empresas e projetos e projetistas

740
envolvidos no processo de licenciamento, que aí não é só o projeto de arquitetura, ai
entra toda a estrutura da empresa que trabalhou no licenciamento ambiental da
empresa que trabalhou no licenciamento de trânsito.

Então nós estamos falando da Betha Engenharia, nós estamos falando da UMA gestão,
nós estamos falando da Golden. Serão várias empresas trabalhando nesse projeto,
empresa de parcelamento do solo e faríamos um cronograma para poder ser atendido.
Então, isso é um modelo que foi passado para a gente, para a gente poder preencher
os dados do requerente, as datas que o requerente conseguiria entregar os seus
trabalhos e a partir daí montar um cronograma. Podemos ir para o próximo, por favor.

Vereador Wesley Moreira: nós começamos o processo em maio de 2014. Esse grupo
foi criado?

Bernardo Farkasvölgyi: isso aqui já estamos, nós estamos falando aí, se não me
engano, em setembro de 2014. Mas eu acho que o próximo documento ele mais. Aqui
na realidade é, beleza. A partir dali a gente começou a cobrar documentação da
Prefeitura. Então um primeiro documento para iniciar qualquer trabalho é orientação
para licenciamento de empreendimento de impacto, OLEI. E esse é um documento que
a Prefeitura apresenta para o requerente, dizendo o que ela quer que seja feita.

Então no número sete, ali embaixo, ela mostra, olha, eu quero que seja feito um estudo
de impacto ambiental, isso é o Relatório de Impacto Meio Ambiente não é a RIMA. Ele
quer que seja feita laudo da Copasa. Pode subir para mim um pouquinho. O laudo da
Copasa, a anotação de responsabilidade técnica. Isso quer dizer, é uma série de
documentos para poder iniciar os procedimentos de análise do projeto pela Prefeitura
de Belo Horizonte. No caso, podemos passar para o próximo, por favor. Obviamente,
se alguém tiver alguma dúvida, alguma pergunta, por favor.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o fato de ser simplificado interfere na questão de


licenciamentos ou não?

Bernardo Farkasvölgyi: não, vamos lá. A operação urbanística simplificada, só para


entender o processo de uma operação simplificada, a partir do ponto que você está

741
flexibilizando para urbanístico, você tem que fazer um projeto de lei. Então, o que foi
combinado lá em 2014 na gestão do Márcio Lacerda é: vamos fazer um projeto de lei
a partir do Executivo, o Executivo faria o PL, projeto de lei, e encaminharia para a
Câmara Municipal de Belo Horizonte para análise da Câmara e eventual aprovação ou
não. Caso aprovado, obviamente, o projeto volta ao poder público para que o prefeito
o sancione ou o vete.

Então, todo procedimento de operação urbana seja simplificado ou consorciada, ele


parte de um pressuposto de um projeto de lei que tem que ser apreciado pela câmara.
Porque se você está flexibilizando um parâmetro urbanístico, você está flexibilizando,
não flexibilizar, mas você está ferindo a lei de uso ocupação do solo, então, é a forma
legal. Então, desde 2014, o combinado com a gestão do prefeito Márcio Lacerda, o que
eles deram ok, inclusive, concordaram com a operação simplificada, era fazer o projeto
de lei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas em termos ambientais, a gente sabe que
todo empreendimento de grande porte tem várias regras ambientais, essas não são
flexibilizadas pelo fato ser simplificado? Isso aí continua tal qual é para tudo?

Bernardo Farkasvölgyi: vamos lá. Só flexibiliza parâmetro urbanístico. Quais são os


parâmetros urbanísticos? Eu vou te dar alguns exemplos, coeficiente de
aproveitamento, o que é um coeficiente de aproveitamento? Eu tenho um terreno de
1000 metros. O meu zoneamento daquele terreno é X e meu coeficiente é 1,2. Então
eu posso construir 1200 metros de área líquida ou computada em cima de um terreno
de 1000. Esse é o item que a gente pediu para flexibilizar.

Além desses, podemos pedir flexibilização de afastamento frontal, afastamentos


laterais, altura na divisa, taxa de permeabilidade, taxa de ocupação e talvez mais um
ou dois. E esses são os parâmetros urbanísticos que são possíveis serem flexibilizados
a partir de uma proposta de operação urbana, seja simplificado ou consorciada.

Vereador Wesley Moreira: entendeu-se que para a construção desse estágio poderia
ser feito por esse processo de operação urbana simplificado.

742
Bernardo Farkasvölgyi: sim, a gente teve o sim da gestão, na época, gestão do
prefeito Marcio Lacerda ele deu, ele concordou porque entendeu que seria um projeto
muito importante para a cidade, não só para a cidade, mas também para a comunidade
em geral. Como eu disse, é uma arena multiuso para eventos, dentre os quais vão ter
jogos de futebol. Então esta é a visão. Lembrando que a contratação desse projeto foi
feita pela MRV e até a entrada da construtora, todos os contratos Farkasvölgyi
arquitetura foram feitos com a MRV e depois sim, aí já foram feitos diretamente com a
construtora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o que determina se a simplificado não são


legais, de municipais e que todas as secretarias deram ok em relação a isso? É uma
opção da forma de construção, não é um jeitinho.

Bernardo Farkasvölgyi: sim, foi uma proposta do requerente, do empreendedor. No


caso da MRV e obviamente, com todos os técnicos que estavam trabalhando, uma
proposta ao poder público de flexibilizar o parâmetro urbanístico. Porque a média,
quando você pega três zoneamento, a forma correta de você achar o parâmetro
urbanístico, é trabalhar a média do zoneamento de cada, desculpe, a média dos
potenciais construtivos de cada zoneamento. Perfeito? Quando a gente faz isso, fica
uma área muito pequena para fazer arena e a gente queria fazer uma arena maior.
Então, por isso que a gente solicitou a flexibilização do parâmetro urbanístico de
potencial construtivo para poder fazer a arena.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e para o município, eles viam isso como
interessante, porque teria várias coisas que seriam boas para a região e pro Município
como um todo?

Bernardo Farkasvölgyi : vou dar um exemplo. Vou dar um exemplo que fique muito
claro, se eu quisesse pleitear para a Prefeitura fazer uma operação bem simplificada
para pleitear um potencial construtivo maior para fazer um supermercado, a Prefeitura
jamais me daria, porque supermercado, empreendimento privado de interesse
absolutamente privado, não quer dizer que a Arena não seja empreendimento privado.
Ele é privado, mas ela tem um vamos dizer uma amplitude pública de atração de

743
pessoas muito grande. Então é um empreendimento privado, mas com atração de
público para eventos culturais, sociais. A gente tem um centro de línguas lá dentro da
Arena. A Arena construiu um posto de saúde.

Então, se você for pensar todo um apelo que um projeto desse traz do ponto de vista
social, cultural e também ambiental, obviamente as nascentes, elas voltaram a
aparecer. E em função dessa importância que é o poder público, ele analisa se ele
entende que cabe ou não a continuidade num processo desses, como operação
urbana. Pode passar a próxima página.

Aqui são os zoneamentos do terreno, da arena na Lei 7166, na Lei 8137, na Lei
9959/2010. Eu peguei as três últimas leis, aqui do lado esquerdo seria o mapa
consolidado, aonde o Roxo e o ZE, zona de grandes equipamentos. O verde, área de
preservação, e o azul, a zona é ZAR 2, que a zona de adensamento restrito e a gente
observou que quase toda a área ela é classificada como ZE. O que que é isto? Quando
foi feita a lei do uso do solo, e obviamente, outra discutida aqui na Câmara Municipal,
com a sociedade civil e, obviamente, com o poder público, poder público executivo,
com a Prefeitura, tem uma visão daquilo que se quer da cidade. E na hora que você vê
esse mapa todo rosa ou roxo, você vê que a visão da época da legislação é que essa
área se transformasse de fato uma área de grandes equipamentos, sendo assim,
mesmo nosso terreno só tendo um pedacinho de ZE, de zona de grandes
equipamentos, entendemos adequado esse terreno para poder fazer a proposta da
Arena MRV.

E não só por isso, por outros vários motivos. Assim a gente está de frente a via
expressa. O anel rodoviário está à direita, a BR 040 está atrás. Eu tenho a estação do
Eldorado praticamente em frente à arena, 1,3 quilômetros. Eu tenho outras duas
estações de metrô estão próximos. Quer dizer, eu estou aproveitando esse slide para
dizer que quando foi feita a escolha desse terreno, não foi feita aleatória. Pelo que eu
me entendi foi feito um estudo muito forte na época pela equipe técnica não só da MRV
e talvez outros envolvidos também, para o que a gente chama de escolha locacional.

744
Então, quando esse terreno chegou para mim, ele já chegou com uma pré decisão.
Obviamente a gente fez toda a análise técnica e análise legal das possibilidades de
aprovação de projeto aqui dentro para seguir em frente. E nesse momento em que veio
a proposta da Operação Urbana Simplificada, porque esse mapa? Porque a nossa
proposta era transformar o terreno todo numa ZE, obviamente, respeitando as questões
ambientais pertinentes ao terreno, que a manutenção das nascentes é, no nosso caso,
a solicitação de intervenção no curso d'água.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Dr. Ricardo, é normal esse tipo de situação em
relação ao poder público, quando se vai fazer um grande empreendimento, você gerar
alterações em função do benefício que gera para cidade ou não? Ou isso foi uma
exceção só para a arena MRV na sua experiência?

Bernardo Farkasvölgyi: isso é normal não só aqui em Belo Horizonte, mas é normal
no mundo. Isso é um instrumento urbanístico aplicado de uma forma de com bastante
inteligência por várias cidades ao redor do mundo. Isso não é um privilégio da cidade
de Belo Horizonte e nem também um instrumento urbanístico utilizado só no Brasil, é
um instrumento urbanístico, de muita inteligência, na minha opinião.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque a gente até teve a resposta da Arena
Corinthians, né? E a gente vê assim, como que lá o poder público se colocou à
disposição da Arena Corinthians. Inclusive a Arena foi cedida lá em São Paulo. Foi a
resposta que a gente teve deles. Então assim, isso é um instrumento legal para grandes
empreendimentos? E não é uma exceção ou é uma exceção que eles abriram, aí, no
caso do Atlético?

Bernardo Farkasvölgyi: não é uma exceção, de forma alguma. Não é uma exceção,
de forma alguma. Isso é um instrumento urbanístico. Já foi utilizado em Belo Horizonte
em outras circunstâncias, mas, no meu entendimento, um instrumento urbanístico que
inclusive devia ser até mais usado, na minha opinião. E aqui já é o documento nosso
de caracterização de proposta operação urbana simplificada, é um documento maior
que, aí a gente, basicamente, a gente preencheu todos os dados com relação à

745
solicitação da Prefeitura, se quiser dar uma passadinha rápida, só subir um pouco o
documento.

Todo o preenchimento que foi feito por nós e, obviamente, não só para nós, mas para
todo time, com as informações relevantes e pertinentes ao projeto Arena. Então aí tem
a tese questões sócio econômicas, além do EIA RIMA foi feito um Wave também estudo
de impacto de vizinhança, porque como eu comentei, independente de ter sido um
licenciamento ambiental, ele obviamente tem tão viés urbanístico que o projeto está
dentro da urbanidade. Ele está numa área extremamente urbano, então ele também foi
necessário.

Então, um documento bem completo é um dos primeiros documentos que foram


apresentados para que a gente conseguisse dar sequência no processo de
licenciamento do empreendimento. Eu acho que podemos passar para o próximo. Aí
até tem uma carinha da Arena. E olha só que interessante, a gente entre 2014 e 2017,
a gente modificou o projeto quatro vezes, e assim três vezes por questões mais ligadas
ao próprio empreendimento. E da última vez eu vou chegar lá mais lá na frente, em
função já de determinação do poder público. Pode passar para o próximo.

Essa que já é informação básica do parcelamento do solo. Então é só um documento


técnico que a Prefeitura nos forneceu. Está todo certinho, mas podemos para o próximo
também. Esse já é um cronograma que foi feito juntamente ao grupo GEAL. Só para
lembrar, grupo GEAL, que eu comentei que foi um instrumento criado na gestão do
prefeito, Marcio Lacerda, que é um grupo especial de atendimento, de
acompanhamento e licenciamentos de impacto e aqui é um cronograma que foi feito à
época, se vê que ele está. Quem são os responsáveis? Então vamos lá. Formulário de
caracterização da proposta de operação urbana responsável, FKVG que a minha
empresa que é o nome fantasia dela e a UMA gestão, e ali a gente colocou a primeira
data a andar, já estava cumprido. Preenchimento, formulário, cenário para a atual
cenário da operação Urbana Simplificada Futuro.

Então aí já é a três mãos, né Farkasvölgyi, UMA e Farkasvölgyi. Eu vou andando um


pouquinho mais para baixo, vou pegar ali, pareceres a serem emitidos pelo órgão,

746
secretarias, autarquias públicas, secretarias de relação humana, meio ambiente, SLU,
Diretoria de Patrimônio. Então você vê que tem uma datazinha ali, a 11/09 e colocando
o cronograma ali, ser entregue em setembro. Então, é quase que um compromisso que
a Prefeitura fez com os requerentes que em setembro ela apresentaria isso e aí, na
sequência, fecharia um cronograma. Se não me engano, pode chegar um pouquinho
para direita para mim no finalzinho.

Esse cronograma ele estava sendo feito para que a gente conseguisse, no último item,
aprovação da Arena junto à regulação urbana pós licenciamento ambiental. Então pós
emissão de LP e LI, até dezembro 2015, o que não foi cumprido. Não foi assim também
por falta de interesse da Prefeitura de Belo Horizonte à época não cumprir. Porque
mesmo a gente com ansiedade nossa de conseguir evoluir, era um projeto realmente
muito complexo, que tinha uma série de coisas. Então acabou que fez se um
compromisso, mas aí apareceu alguma outra coisa e acabou que esse compromisso a
gente foi refazer todo ele em termos de tempo.

Vereador Wesley Moreira: então uma estimativa de um ano, dois anos


aproximadamente, para poder finalizar o processo?

Bernardo Farkasvölgyi: olha só. Aí eu vou colocar uma questão minha como
profissional. Se você protocolar um projeto em 2014, esses projetos só ser aprovado
em 2020, 6 anos depois. Eu particularmente um absurdo. Eu particularmente acho,
acho muito tempo, mesmo sendo um projeto com a complexidade da Arena MRV e com
tudo que tinha. E eu particularmente acho muito tempo. E assim, eu posso dizer isso
com uma certa convicção. Porque? Porque imagino o desgaste que é você como
responsável técnico pela arquitetura do projeto, você estar que tem que lidar com o
poder público durante mais de seis anos para você licenciar um projeto? É uma loucura,
é uma loucura, é isso. Eu estou dizendo isso até no sentido seguinte puxa vida, a
Prefeitura podia melhorar

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aquilo ali é qual data? 2007 de março, a desculpa,
2016.

747
Bernardo Farkasvölgyi: esse aqui, depois daquele cronograma, esse é um parecer
técnico do planejamento urbano. Vamos lá. Pelo fato de ser licenciamento o
planejamento urbano praticamente pilota esses processos, quando é um projeto de
impacto para o planejamento urbano, ele fica praticamente como um o domínio do
negócio, mas é como se fosse um agente principal do poder público para poder dizer
quais são as diretrizes para o projeto. Então, isso é um relatório grande que a Prefeitura
soltou e dentro desse relatório foram colocados itens e outros detalhes para ser
atendidos pelo requerente. E esse processo ele foi e voltou, foi e voltou algumas vezes.

Então isso é só para mostrar, vão dizer em termos de cronograma de data. Assim, tudo
o que eu estou fazendo aqui é cronológico, gente. Então esse documento que é o da,
7 de março de 2016. Exato, acho que a sra. Já tinha dito isso. Podemos ir pro próximo
documento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você falou assim de seis anos. Qual era a
previsão? Eles deram uma previsão? Eles faziam uma previsão de quanto tempo isso
ia durar?

Bernardo Farkasvölgyi: olha, é muito difícil você fazer uma previsão junto ao poder
público até aprovar um projeto. Isso é muito difícil. Isso, independente do tamanho do
projeto, seja um prédio pequeno, uma casa, alguma coisa, muito difícil. Como a
Prefeitura, quando está muito demandada, ela não consegue cumprir os seus prazos,
é difícil, mas pelo menos a estimativa tinha que ter. Acho seis anos, muito, muito tempo.

Bom, logo depois daquele documento que a gente recebeu da Prefeitura, a gente fez
uma nova proposta de cronograma ainda na gestão do prefeito Márcio Lacerda. Nós
estamos em 2016 com licenciamento do projeto que a gente não conseguiu fazer até
dezembro 2015, junto ao cronograma que eu acabei de apresentar do Grupo GEAL e
para a gente conseguir licenciar o projeto em setembro de 2016, o que infelizmente
também não ocorreu. E aí tem vários fatores. O projeto licenciado pelo COMAM, então
tem toda a documentação que tem que ser passada por conselho.

A gente tem que lembrar que COMAM é um conselho Deliberativo, ele não é consultivo,
então ele toma decisão. Então a gente, infelizmente não conseguiu aprovar o projeto

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até o final de 2016, mas isso mostra toda o interesse e a intenção da Prefeitura, à época
de fazer o possível e o impossível para a gente conseguir licenciar o projeto o mais
rápido possível. Isso quer dizer, a gente via um esforço do poder público para agilizar
os procedimentos.

Enfim, podemos ir para próximo, por favor. Bom, esse já é um outro documento que
nos foi passado ainda em 2016, que é o estudo para Operação Urbana Simplificada.
Então basicamente é levantamento de dados pelo requerente. A apresentação ao poder
público. Podemos dar sequência, por favor. Isso é continuação. Então o nome desse
material é um estudo para Operação Urbana Simplificada da Arena. Aí realmente é um
relatório muito extenso, com muito detalhe, super detalhado. Assim eu não tenho nem
capacidade técnica para questionar um relatório desses, porque é um relatório que tem
viés urbanístico, ambiental, social, etc.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: desde o início ali, que foi início de 2014 até esse
momento aí que, sei lá, maio, meados de 2016, dois anos. Trabalho intenso, muito,
muita preocupação, muita legislação? Era projeto que vinha e voltava? Eles aprovavam
tudo o que vocês apresentavam?

Bernardo Farkasvölgyi: não, não. Assim, a sensação que a gente tem basicamente o
seguinte como é um projeto muito grande, um projeto muito visível, né? Porque afinal
de contas, é um projeto que mesmo sendo contratado pela MRV, o maior utilizador dele
é o Clube Atlético Mineiro, Então futebol é uma paixão. Então, era um projeto que se
tinha muitos holofotes em cima dele. Mas assim, nesse período, se eu não, não, não
tiro assim em nenhum momento. Todo o esforço que foi feito por ambas as partes,
requerente, poder público para a gente conseguir avançar o máximo possível com os
procedimentos de aprovação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tinha trabalho que eles aprovavam ou não?
Quando tinha algum parecer técnico, voltava, refazia?

Bernardo Farkasvölgyi: voltava, voltava, por exemplo, os pareceres técnicos, todos


assim atendido, atendido parcialmente ou não atendido. Então isso voltava para a
gente. A gente tinha que voltar no item, buscar soluções técnicas.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se agente quiser pedir esses documentos eu
consigo ter acesso a todos eles, lá dentro da Prefeitura?

Bernardo Farkasvölgyi: sim a Prefeitura de Belo Horizonte, ela guarda todos os


processos, ela tem toda uma documentação normalmente. Sim. Para nós arquitetos,
quando a gente quer tomar conhecimento do processo, a gente faz um requerimento
de inteiro teor. Você faz esse requerimento de interior para Prefeitura, e ela te cede o
processo inteiro para sua pesquisa. Isso um procedimento normal de se fazer. Podemos
ir para o próximo, por favor.

Em 10 de novembro de 2016 foi marcada a primeira audiência pública. E olha que


interessante pelo COMPUR. Então, naquele momento, a visão do projeto, ela estava
muito mais focada no licenciamento urbanístico. Então foi marcada a primeira audiência
pública no final de novembro. Essa primeira audiência pública, ela foi feita lá ao lado
da arena. Foi realmente o primeiro contato nosso com a sociedade, com a comunidade
envolvida. Eles tinham muita curiosidade para entender o que era o empreendimento,
os detalhes, empreendimento, principalmente as questões ligadas a trânsito. E,
obviamente, nessa primeira o primeiro contato com a comunidade. Já foi dito que,
independente do que a Prefeitura pedisse de contrapartida para o empreendimento, o
empreendedor entendia que fazer um equipamento daquele tamanho ele teria que
realmente mitigar sim, alguns impactos negativos, muito focados, inclusive em trânsito.
Por isso que não se ouve nenhum tipo de economia com relação a contratação da
empresa que a Beta Engenharia duas VIAS e a capacidade toda dele, junto com a tratar
a engenharia que fez todos os estudos micro na região, para que num jogo quarta feira
às 19h00 a gente conseguisse, mesmo com a casa cheia da arena, a gente
conseguisse um trânsito melhor do que é hoje. Por exemplo, no horário de rush, então
hoje eu tô dizendo que as contrapartidas, elas foram obviamente definidas pelo poder
público, mas a Arena MRV, ela trabalhou com aquilo que ela vendeu. Era o necessário
para fazer, para mitigar, mitigar os impactos. Podemos ir para a próxima tela.

Vereador Wesley Moreira: essa audiência pública é uma exigência?

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Bernardo Farkasvölgyi: sim, processual. Sim. Tanto ela é exigência para os dois
casos, tanto para operação urbana simplificada quanto para o licenciamento do
empreendimento. Em ambos os casos, a gente tem que fazer as audiências públicas.
Então, por exemplo, para um empreendimento que, você só está pleiteando operação
urbana simplificado e ele não tem impacto. Você faria audiência pública só para isto.
Ou para o empreendimento que só tem licenciamento ambiental e ou urbanístico?
Também tem que se fazer audiência pública.

Vereador Wesley Moreira: prefeito em audiência. Provavelmente ele vai apresentar


contrapartidas, essas questões? Para própria população.

Bernardo Farkasvölgyi: nessa primeira, sim. Nessa primeira a gente ouviu muita
comunidade, no sentido assim do que como é que a comunidade estava no projeto,
vendo o projeto e o que ela entendia que era bom, que era ruim. E, obviamente, isso
tudo é muito importante para que a gente traga isso para dentro de casa também. E,
obviamente, dentro da relevância do que a comunidade coloca, a gente alterar o projeto
para poder otimizá-lo.

Bom, esse aqui, esse documento, ele já é datado, de novembro de 2017, se não me
engano. Esse é o PL. Então esse aí é o projeto de lei que instituiu a Operação Urbana
Simplificada da Arena Multiuso e outras providências. E entre final de 2016 e novembro
de 2017, a gente já é a nova gestão, já do prefeito Alexandre Kalil.

A gente discutiu muito a questão da operação urbana simplificada. Então, na minha


visão, a gente deu um passo atrás porque entrou um novo prefeito, com uma nova
equipe técnica e novos secretários. E aí meu entendimento é que eles resolveram pegar
esse projeto e estudar esse projeto profundamente, mas dentro da visão deles, o que
eu acho inclusive, e é normal, não vejo nada de errado nisso.

Poxa vida, eu entrei como um novo prefeito, tenho meus novos, eu quero entender esse
processo em que pé que está para eu poder ter conhecimento e a partir daí a gente dar
continuidade a ele. Então gastou-se um ano dentre as conversas que a gente teve com
a secretária Maria Caldas, com o secretário Mário Werneck, do Meio Ambiente, dentre
outros, para poder ter um entendimento do projeto e enfim, a gente partir com o projeto

751
de lei para que o Executivo finalizasse o projeto de lei e encaminhasse ele para a
Câmara Municipal, que é objeto desse documento, pode passar para o próximo, por
favor.

Vereador Wesley Moreira: seria uma minuta?

Bernardo Farkasvölgyi: é uma minuta do PL. Essa já é uma segunda minuta, que ela
já foi feita já. E alguns dias depois, aonde a gente lá no último item foi colocado mais
um parágrafo. E aí a gente entendeu que o desenho do projeto de lei estava pronto,
que já estava até ali com assinatura do prefeito. E tem que a forma legal dos papel
timbrado da Prefeitura e tudo. Mas ficou a base já do projeto de lei para ser
encaminhado para a Câmara Municipal nesse momento nós estamos falando em
novembro de 2017.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: toda a outra parte, todo outro trâmite aconteceu
em dois anos, que foi de 2014 a 2016?

Bernardo Farkasvölgyi: sim. Não, três. 14, 15, 16, quase três. A gente começou em
abril de 2014 e foi dois anos e oito meses, na gestão do prefeito Marcio Lacerda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e esse um ano foi só para eles entenderem o que
estava, tinha sido feito, já?

Bernardo Farkasvölgyi: muitas dúvidas a serem tiradas, entendimento do processo,


um projeto complexo, abrir o projeto, entender e então foi um ano para ter um
entendimento e obviamente nesse um ano houve, houveram muitas conversas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o corpo técnico, a Prefeitura era o mesmo que
mudou foi só os secretários na época ou não? O corpo técnico também mudou todo?

Bernardo Farkasvölgyi: olha só, a gente tratava em nível de secretaria e nível de


gerência, assim, essa grande maioria para mim, os secretários mudaram muitos,
algumas gerências também, mas corpo técnico não sei. Não tenho conhecimento de
quem nos escalões da Prefeitura trabalhou no licenciamento desse projeto, não tem
conhecimento. Podemos ir para o próximo documento, por favor.

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Isso aí, depois a gente fez um cronograma com a própria Prefeitura e esse cronograma
ele já estava trabalhando aí entre março e outubro de 2018, foi feito a quatro mãos com
a Prefeitura. Também está lá uma licença prévia no primeiro momento embaixo, licença
de implantação aonde o que está colorido de azul e verde a gente propôs e o que está
em vermelho foi a proposta da Prefeitura. E aí a sobreposição dos dois. Então, esse foi
um planejamento que a gente fez com a intenção de se aprovar esse projeto até o final
de 2018, caso de outubro 2018, podemos seguir, por favor.

Vereador Wesley Moreira: que a gente pode perceber também Sr. Bernardo, que
houve muito rigor mesmo com relação a esse período da gestão, Márcio Lacerda, com
dois anos de reuniões, mesmo criando um grupo, que tinha esse grupo e tudo mais,
houve um rigor necessário para aprovação dessas documentações e tudo durante a
gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda também.

Bernardo Farkasvölgyi: não é um processo simples. Como eu comentei, a gente está


falando a operação urbana simplificada, a gente está falando em intervenção em APP,
que aí a gente tem as três modalidades que a gente estava utilizando. Até esse
momento, a gente ainda estava falando de utilidade pública. Daqui a pouco eu vou
explicar o que aconteceu que a gente teve que migrar para interesse social. Esse é um
projeto complexo, trata muita documentação e tudo, mas eu ainda acho que é muito
tempo para se licenciar um projeto de, mesmo que seja desse porte, acho muito tempo
e eu estou falando uma opinião pessoal, como arquiteto. Por exemplo, manter um
projeto de dez anos dentro de escritório de arquitetura é prejuízo na certa, é prejuízo
financeiro na certo.

Vereador Wesley Moreira: outros empreendimentos também passam por isso?

Bernardo Farkasvölgyi: claro que passam, mas não é isso não é um caso exclusivo
de um processo licenciamento da Prefeitura de Belo Horizonte. Eu tenho outro projeto,
que é um centro de convenções na região do Engenho Nogueira, que é protocolei lá
em 2014, e não foi aprovado até hoje. Nós estamos em 2023, vão fazer nove anos,
porque é um centro de convenções? porque eu entendo que o Centro de Convenções
é um equipamento importantíssimo para cidade de Belo Horizonte.

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A gente tem um centro de eventos, centro, desculpa, o centro de feiras que é o
Expominas, que é fantástico, atende muito bem. Mas se você for no Expominas hoje e
pedir um evento no final de semana, você não tem no próximos três anos. Então assim,
é um equipamento importante. Então, e eu estou só dando um exemplo que eu acho
muito moroso. Esse é um outro documento de informação básica para parcelamento
do solo, mas podemos passar também. E aí, março de 2018. Quer dizer, no início de
2018, a gente, em conversas com a Prefeitura de Belo Horizonte e com a Maria Caldas,
a secretária Mara Caldas a frente, a Prefeitura, ela desistiu de fazer a operação urbana
simplificada, ela desistiu.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como assim? Acordei hoje e não quero mais?

Bernardo Farkasvölgyi: a secretária nos procurou mediante todas as análises que


foram feitas, etc., nesse período de um ano e pouquinho que eles, que a Prefeitura
examinou o projeto e a Prefeitura entendeu que o projeto tava muito grande, porque
além da arena do que a gente tem lá hoje, a gente tinha junto do projeto o Mall, que
são algumas lojas e tinha um centro de convenções acoplado ao projeto. Era um projeto
maior de fato, era um projeto que à época estava dando uma área líquida de 180.000
metros quadrados, aonde pela média do zoneamento, o potencial construtivo poderia
chegar em 92.000 metros quadrados, se não me engano. A gente tinha mais de
180.000.

Então o poder público nos procurou, disse que estava desconfortável com o tamanho
do projeto. O projeto tinha mais de 4000 vagas. Entendendo o que isso poderia trazer,
talvez mais impactos negativos que positivos, e ela se sentiu desconfortável em
continuar conduzindo a operação urbana simplificada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o tamanho do empreendimento impossibilita


a operação urbana simplificada?

Bernardo Farkasvölgyi: veja bem, eu poderia fazer um projeto pela legislação, com a
medida do zoneamento chegando em 92.000 metros quadrados de área líquida. O
projeto que eu apresentei desde o início do desde 2014, ele tinha em torno de 180.000
metros de área líquida. Então, por que nós pedir uma flexibilização do potencial

754
construtivo? Porque ele estourava em mais de 50% a área líquida do projeto. Ah, mas
isso aqui foi tramitando o tempo inteiro. Mas nesse momento a Prefeitura entendeu que
o projeto era muito grande, tinha mais de 4000 vagas, ele tinha um centro de
convenções além da própria arena e tudo o mais. Se sentiu desconfortável em continuar
conduzindo a operação urbana simplificada

E o que ocorre? O requerente ele ainda tinha a opção de manter a operação


simplificada. Eu, como requerente, eu posso chegar aqui na Câmara Municipal e fazer
o projeto de lei. Algum Vereador poderia fazer o projeto de lei. Só que se a Prefeitura
se sentiu desconfortável com isso, e se eu fizesse o projeto de lei ou qualquer outra
pessoa ou qualquer Vereador mantendo a ideia da operação bem simplificada e isso
fosse para aprovação ou veto do prefeito, a gente entendeu que possivelmente seria
vetado.

Então, naquele momento o mundo caiu e quase que a arena deixou de existir. Para nós
foi um desespero. Eu me lembro que depois desse dia a gente foi pro escritório, a gente
virou uma noite lá, era uma sexta feira, a gente virou passado, virou para domingo e a
gente pegou o projeto e começou a recalcular ele inteiro dentro da legislação.

Então, assim, além da média de zoneada, de potencial construtivo, a gente trabalhou a


média para permeável e para taxa de ocupação. Média de zoneamento, só pra
entender, o zoneamento que tem a preservação ambiental, o coeficiente dele é 0,3 e a
área permeável dele é 70% , e ele representa um percentual alto dentro do terreno.
Então, isso tudo a gente teve que refazer e aí veio o que nós vamos fazer? Vamos
desistir do projeto arena? ou vamos continuar com o projeto Arena e adequar ele?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: um projeto que já estava caminhando há três


anos?

Bernardo Farkasvölgyi: aí a gente pegou e adequou o projeto. O que a gente fez com
o projeto? O projeto tem uma capacidade de 60.000 lugares, teve que baixar para
41.000, e tivemos que tirar o centro de Convenções e o Mall. Mesmo assim o projeto,
desculpe, a gente baixou para 46.000 e isto 47.000, se não me engano. O projeto ainda
estourou e ele foi para 107.000 metros de área líquida e ainda reduzimos ele para

755
41.000 pessoas para poder atender legislação. Depois de feito isso aí, já tô dando um
passo lá na frente eu volto. Depois de feito tudo isso, a gente começou a ajustar. Entra
nos detalhes do projeto e a gente conseguiu aumentar de volta a capacidade um
pouquinho, chegando em 45.000 e pouquinho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só pra entender uma coisa desde que entrou, que
foi lá em 2014 até aqui, março de 2018, todas as secretarias da Prefeitura. O projeto
teve mudanças nesse período ou não? Foi o mesmo de 2014 até esse momento em
2018, era o mesmo projeto?

Bernardo Farkasvölgyi: ele teve mudança, mas não tão significativas. Teve
mudanças, obviamente, um projeto desse porte. No curso da discussão junto ao poder
público, claro que teve algumas mudanças, mas não há uma mudança significativa de
mudança de produto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não é mudança assim, termo assim, a Prefeitura
em nenhum momento pediu para reduzir, porque não dava para fazer simplificado?

Bernardo Farkasvölgyi: não, em nenhum momento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então não tinha irregularidade em fazer


simplificado com esse tamanho?

Bernardo Farkasvölgyi: nenhum, nenhum problema.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eles entenderam que era grande demais para
Belo Horizonte, porque Belo Horizonte tem que continuar pequena?

Bernardo Farkasvölgyi: Veja bem, isso foi uma conversa que tive, que a gente teve,
se não me engano, com a secretária Maria Caldas, que ali, informalmente ela colocou.
Informal tá? Não foi nada formal, que tinha um desconforto pelo porte do projeto.

Vereador Wesley Moreira: nós estamos falando que de cinco anos, cinco anos, 14,
15, 16, 17, 18. Cinco anos com um processo tramitando de uma forma, com uma
capacidade, com centro de convenção, com shopping, ou seja, Belo Horizonte ia ter
esse ganho. Até então, dentro da legislação, tudo correto. E o processo tramitando

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assim com, a com a antiga, com a antiga gestão. Aí um determinado momento, vamos
colocar a Maria Caldas, a Maria Caldas, a então secretária...

Bernardo Farkasvölgyi: ela foi a pessoa que fez a colocação, ela foi agente que fez a
colocação de um certo desconforto do poder público com o tamanho do projeto. Quando
o poder público fala que tem um desconforto, você entende o seguinte: se eu for
continuar com o projeto do jeito que estou, eu vou, eu vou começar a brigar com a
Prefeitura, não vou chegar a lugar nenhum. Então o entendimento que obviamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é famoso o gato subiu no telhado.

Bernardo Farkasvölgyi: todos tiveram é: gente vamos pegar esse projeto, vão
reavaliar para ver se fica de pé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e ela se manifestou isso numa reunião?

Bernardo Farkasvölgyi: não me lembro, não lembro, mas eu acho que foi numa
reunião, acho que foi. Mas realmente não consigo lembrar se.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você atua no Brasil, em vários lugares do Brasil e
em outro lugar do mundo também? O poder público, fica desconfortável, quando tem
projeto grande que traz progresso, é comum isso?

Bernardo Farkasvölgyi: eu acho difícil responder, eu não sei, não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você já passou por outra situação em São Paulo?
Não vou fazer isso na obra porque ela é grande?

Bernardo Farkasvölgyi: não. Por exemplo, eu estou com o projeto em São Paulo de
tamanho da Arena, 185.000 metros quadrados que eu protocolei ele tem 45 dias e a
expectativa de aprovação dele no máximo daqui a cinco meses e meio, nós não aprovar
ele em sete meses. O poder público de São Paulo entendeu o seguinte: é um Hospital,
com clínicas, um hospital para questão de tratamento de câncer, junto com um centro
clínico, um hotel, etc. Etc. O prefeito de São Paulo entendeu esse projeto como da
maior importância, fez, está fazendo uma força tarefa para que a gente consiga aprovar
mais rápido.

757
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como o Márcio Lacerda tentou fazer?

Bernardo Farkasvölgyi: sim.

Vereador Wesley Moreira: não, acho que isso é importante destacar, então perdeu-se
aproximadamente 20.000 lugares, aí depois, hoje são 14.000 lugares.

Bernardo Farkasvölgyi: hoje são 45.000.

Vereador Wesley Moreira: não. Perderam ao final 14.000 lugares.

Bernardo Farkasvölgyi: 14 mil lugares, exato. E esse documento é o documento que


a Prefeitura pediu que a gente apresentasse, aonde é um documento formal, desistindo
da operação urbana simplificada. Informamos que não será mais necessário operação
urbana simplificada em razão da necessidade de flexibilização do parâmetro
urbanístico de potencial construtivo, coeficiente de aproveitamento, já que foram feitas
alterações no projeto Arena Multiuso, onde o potencial construtivo atual atende à
legislação urbanística vigente. Solicitamos ainda que seja mantido o número do
processo do tal, do projeto Arena Multiuso, feita em 2015, dando continuidade aos
procedimentos de licenciamento ambiental e aprovação do projeto para posterior
emissão do alvará de construção. Enfim, nesse momento a operação urbana
simplificada caiu. E aí, obviamente, quando eu, quando a gente fez a carta com um
pouquinho depois, a gente já tinha enxergado uma solução em projeto para atender. Aí
nesse momento o projeto volta para dentro de casa, para a gente refazê-lo, não refazê-
lo inteiro, mas adequar o projeto à circunstância nova que nos foi apresentada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o trabalho já estava todo pronto. Já foi tudo feito
dentro da Prefeitura. A Prefeitura é um órgão independente de quem está lá dentro.

Bernardo Farkasvölgyi: a gente teve que readequar o projeto de arquitetura sim,


porque é como ele ficou muito menor do que ele era. Então, até a forma de avaliação
deles, no meu entender, se altera também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eles aproveitaram alguma coisa de tudo que
foi feito lá dentro?

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Bernardo Farkasvölgyi: obviamente, o trabalho técnico no que diz respeito ao terreno
em si, é claro que foi aproveitado. Entendo que sim. Não faz o menor sentido não
aproveitar. Então, eu acho que muito do que foi feito pelo poder público, principalmente
no que diz respeito ao terreno e às condições sócio econômicas e ambientais do
terreno, foram aproveitadas. Aquilo que diz respeito ao projeto de arquitetura em si não
foi aproveitado porque o projeto se alterou de forma significativa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: essa responsabilidade era sua, de refazer tudo
isso, não é?

Bernardo Farkasvölgyi: veja bem, a demanda veio para quem? Eu sou especialista
em pegar um terreno e uma ideia de projeto e avaliar as questões legais para dizer o
seguinte: eu consigo fazer esse projeto dentro da lei. Então ele voltou para a gente,
para a gente fazer essa avaliação. E nessa avaliação, o resultado que a gente chegou
foi esse, a gente consegue fazer, mas tem que reduzir a capacidade, tem que tirar os
outros equipamentos que tinham na Arena e além dela em si, que eu já comentei que
era o mal de lojas e os centros comerciais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por que decidiram que depois de três anos não
queriam mais simplificado?

Bernardo Farkasvölgyi: na realidade, foi um posicionamento do poder público que


sentiu um desconforto pelo porte do projeto e daí se sentiu desconfortável em dar
continuidade à operação urbana simplificada. Acho que podemos continuar a passar os
documentos, por favor. Eu já tô terminando a documentação. Aí na sequência, esse
documento ele já é de maio de 2018. Aí já foi feito um relatório técnico a fim de
licenciamento ambiental, aonde já foi feita já uma nova análise em cima do novo projeto.
Então aí apareceram outros itens e tudo. Mas é um documento bem esse documento
bem objetivo, muito objetivo, bem focado, tudo. Ele trouxe realmente um panorama
daquilo que teria que dar, aquilo que teria que ser, teria, não, terá que ser feito à época,
teria que ser feito para a gente dar continuidade ao licenciamento da Arena.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual é a data que está ali?

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Bernardo Farkasvölgyi: isso, se não me engano é 3 de maio de 18. Isso, 3 de maio
de 18.

Vereador Wesley Moreira: Sr. Bernardo, não consegue assim, uma explicação? Eu
estou aqui tentando entender por que a gestão Márcio Lacerda não sentia
desconfortável. E aí muda a gestão e essa nova gestão passa a se sentir
desconfortável, porque...

Bernardo Farkasvölgyi: é questão de visão. A secretária Maria Caldas ela tem. Ela
tem instrução técnica para poder fazer o trabalho que ela, que ela sempre fez como
secretária. Assim, tecnicamente, no meu entendimento, ela sempre foi muito capaz,
uma pessoa muito capaz. Mas foi uma visão, um posicionamento. Não sei se é pessoal,
mas foi um posicionamento público de que houve um desconforto com o porte do
projeto e o desinteresse de continuar a com a operação urbana simplificada, eu estou
dizendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e essa visão pessoal prejudicou o andamento das
obras?

Bernardo Farkasvölgyi: atrasou né, porque, veja bem, eu estava andando com o
negócio, tive que voltar para trás. Então eu estou perdendo tempo, e eu perdi.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé : já estava em uma audiência pública. Era para
implementar então?

Bernardo Farkasvölgyi: e a gente perdeu área de, área de projeto, a gente perdeu o
centro de convenções, perdeu o mall, perdeu capacidade da Arena. E obviamente isso,
se trouxer isso para a receita, é claro que isso implica também perda de receita, na
minha opinião.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé :então, esse desconforto trouxe toda essa redução
do projeto? E trouxe um processo, um procedimento novo, porque você já estava em
audiência pública, já era pra implementação e início?

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Bernardo Farkasvölgyi: não é novo. O processo se manteve como, acho que na
pergunta que a senhora me fez há pouco tempo atrás, assim, eu acho que a Prefeitura
aproveitou muita coisa de todos os análise que foram feitos com relação ao terreno,
Obviamente. Todo o trabalho que tinha estava sendo feito pelo meio ambiente, eu acho
que também foi aproveitado e obviamente todas os outros documentos que a gente
teve que trazer também do estado, por que o Estado de Minas Gerais a gente tinha
corte de Mata Atlântica tem que para, por exemplo, na baia. Aí eu já não sou muito
especialista não. Mas obviamente assim, eu acredito que muita coisa foi aproveitada,
mas criou-se realmente um novo marco com relação ao licenciamento do projeto. O
projeto mudou, e mudou de uma forma muito consistente. Exemplo a gente saiu de
4600 e poucas vagas, se não me engano, para 2400, o projeto hoje, está redondando,
tem 2400. Então, assim , a gente tirou mais de 2000 vagas do projeto, que foi uma
consequência da redução do tamanho da sua área, tanto, tanto no Centro de
Convenções, do Mall, como também da capacidade da Arena.

Vereador Wesley Moreira: uma decisão como essa, não. A secretaria Maria Caldas
com a sua função, com as suas prerrogativas. Será que ela teria esse poder? Assim...
É muito. Eu estou aqui ainda tentando. Ela sozinha, tomou essa decisão?

Bernardo Farkasvölgyi: não sei. Não sei se foi sozinha, não sei se foi um colegiado,
não sei. Mas ela como secretária de Política Urbana, ela que estava, vamos dizer, a
frente do, vão dizer, do processo como representante da Prefeitura, trazendo as
informações para a gente. Mas é uma decisão individual, realmente não faz a menor
ideia da onde partiu a decisão. Não sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé :assim, quando começou. O grupo foi formado pelo
Márcio Lacerda?

Bernardo Farkasvölgyi: lá atrás sim, que era o grupo GEAL que deixou de existir,
inclusive quando mudou a gestão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele participou de uma primeira reunião?

Bernardo Farkasvölgyi: o Márcio? Ele participava de todas.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele teve interesse e ele participava?

Bernardo Farkasvölgyi: do grupo, do grupo GEAL. A gente teve algumas reuniões, ele
participava de todas. Era uma prerrogativa daquilo que foi criado à época e dentro do
grupo de trabalho, como eram empreendimentos que o poder público entendia como
importante, o prefeito participar das reuniões também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e a partir do momento que Alexandre Kalil virou
prefeito, ele participava dessas reuniões? Você tinha contato com ele?

Bernardo Farkasvölgyi: não muito pouco, muito pouco contato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a secretária Maria Caldas tomava as decisões e


ela era Prefeita.

Bernardo Farkasvölgyi: ela não. Não posso dizer isso com essas palavras, mas ela
até ela estava à frente, vamos dizer, de trazer as informações com relação ao processo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas ele era do Atlético. Ele não tinha interesse
em participar, acompanhar?

Bernardo Farkasvölgyi: imagino que ele devia de fazer isso lá dentro do próprio
Atlético. Imagino eu, pelo envolvimento dele com o próprio Atlético Mineiro. Realmente
não sei. Eu imagino. Estou supondo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele não participava, como Márcio Lacerda
participou enquanto prefeito?

Bernardo Farkasvölgyi: nessas reuniões de acompanhamento, não. Esse eu já


apresentei, podemos passar pro próximo. Logo depois foi feito um novo memorial
descritivo que aconteceu mais um fato desse mesmo período. Eu não sei, exatamente,
qual o mês que foi, mas foi também no início de 2018, o STF julgou inconstitucional a
utilidade pública para centros esportivos.

E aí nesse, nesse mês, foi mais ou menos nesse momento que eu não fiquei à frente
desse assunto de utilidade pública, interesse social. Então eu não recordo de datas,

762
mas foi mais ou menos nesse momento também. E a gente teve que usar a criatividade
para poder fazer com que a gente conseguisse encaixar a Arena de uma forma.

E aí que eu falei que na hora que se pensou na criação do Instituto Galo, que 1% de
toda a receita da Arena vai para o Instituto, ali se desenhou uma coisa espetacular, que
houve um entendimento de que poderia ser realmente uma instituição para fazer o bem
para quem precisa. O Instituto Galo ele é, ele, não tem ganho um ganho financeiro. Eu
não sei como é que se chama isso a forma correta do nome dessa instituição, sem fins,
sem finalidade financeira, 100% filantropia. E tem feito um trabalho muito legal com
quentinha na rua, muita gente com necessidades especiais. Então trabalho muito
massa, que está sendo feito.

E, em função dessa mudança de utilidade publica para interesse social, foi solicitado
para gente que apresentasse novamente, as alternativas locacionais que lá atrás,
quando eu comecei, antes de iniciar o projeto, em 2013, outros terrenos foram
estudados por sugestão não só da MRV, até por nossa sugestão, a gente começou a
fazer uma pesquisa. Nós que eu falo, um grupo maior, não só Farkasvölgyi, outros
terrenos que a gente poderia encaixar a Arena, que é o que vem aqui nesse relatório
que a gente reapresentou esse relatório em função dessa alteração, mostrando.

E nesse momento a secretaria se mostrou muito interessada em ver se outros terrenos


poderiam. Cabia a Arena MRV, talvez de uma forma que tivesse um impacto menor,
principalmente em função da questão da canalização do córrego. E aí a gente
apresentou os outros terrenos. Se puder subir para mim, por favor. Não desculpa, fazer
isso mesmo, me perdoe. É isso mesmo. Aí o terreno da arena e a gente apresentou
alguns terrenos. Terreno no Barreiro, foi apresentado. Terreno no Olhos d'Água.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu não entendi. Eles cogitaram trocar de lugar?

Bernardo Farkasvölgyi: não, na realidade o seguinte na hora que você faz o interesse
social, uma das coisas que é solicitado é mostrar o que foi estudado para a escolha
daquele terreno para o empreendimento e como isso tinha sido feito, a gente
apresentou novamente neste momento, inclusive foi uma solicitação, inclusive da

763
Prefeitura, já vista está no nosso memorial descritivo, que apresentasse as alternativas
locacionais que foram estudadas à época.

Daí a gente apresentou, e realmente eu me lembro de a gente conversar, e a gente


entender que o terreno escolhido pelos empreendedores para poder fazer a Arena
MRV, em função das poucas alternativas que a cidade de Belo Horizonte apresenta de
grandes terrenos, ele ainda sim se mostrou mais adequado, mesmo com as
dificuldades que a gente tem e teria ali, principalmente em relação à canalização do
córrego. E acho que tem no último documento, só, se não me engano, que aí já é o
retorno com relação ao relatório técnico para fins de licenciamento, que eu vou só
mostrar os mapas, pode, pode, isto que são as médias que a gente fez de cada
zoneamento, para poder achar pelas médias os resultados de parâmetros urbanísticos
de coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação e taxa permeabilidade.

Bom, eu acho que minha contribuição dentro do que me foi solicitado a convidar, eu
acho que até aqui, eu acho que é mais ou menos o que eu poderia trazer para vocês,
que a partir daqui de 2018, aí o Bruno Muzzi, que é o CEO da Arena, ele entra no
processo, o que me deixou muito feliz, porque ele entrou para ajudar no processo de
licenciamento e aí ele fica mais frente do que o nosso escritório no processo de
licenciamento.

Então, a partir desse momento eu acho que o Bruno, eu se não me engano, ele vai. Ele
foi convidado para vir aqui também, se não me engano, ele vai ter informações, acho
que mais precisas a partir deste momento para a frente, para poder apresentar para os
senhores do que eu.

Vereador Wesley Moreira: vamos dar uma organizada nessas perguntas. Então tá
bom eu suspender a reunião aqui por as 11h10, suspende a reunião por cinco minutos.
Só que nós fizemos uma lista de perguntas aqui. Acaba que algumas serão já excluídas,
que já foram respondidas lá. Dez minutos, cinco minutos. As 11h15 prorrogo por mais
cinco minutos.

Muito bem, às 11h19 vamos retomar aqui a nossa reunião. Sr. Bernardo, colocar aqui
que quase 90% das nossas perguntas que seriam feitas já foram até mesmo

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contempladas com a apresentação do Senhor e ficou só, restam poucas perguntas para
nós finalizarmos aqui essa oitiva.

Então aqui a gente vai fazer algumas conjecturas. O sr. fica na liberdade de sempre.
Por exemplo, o Atlético Mineiro, se houvesse tido êxito e conseguido aquele primeiro
processo da operação urbana simplificada, a gente poderia sim prever mais ou menos
quando que essa obra já teria sido finalizada? É só nós retroagirmos uns quatro anos?
E como seria essa conta aproximada?

Bernardo Farkasvölgyi: olha só, é claro que se tivesse mantido a operação urbana
simplificada a gente já teria, com nível, vamos dizer, de procedimentos ao poder público
mais adiantado, porque muita coisa foi feita entre 2014 e 2018. Então talvez a gente
podia ao invés de ter começado a obra em 2020, e ter essa obra antecipada em um
ano, dois anos, talvez.

Vereador Wesley Moreira: vamos fazer aproximadamente uma conta de dois anos. Aí
vamos, vamos imaginar que 21 aí a gente poderia ter a arena.

Bernardo Farkasvölgyi : se partir, se partir do próprio cronograma que foi feito com a
própria Prefeitura, que é aquele que eu mostrei que tem o vermelho, que seria do
empreendedor. Tava assim uma previsão naquele momento, de finalizar o
procedimento de aprovação até outubro 2018, bem entendendo que esse projeto foi
aprovado, eu estou falando o alvará de construção que foi em agosto de 2020. Nós
estamos falando de praticamente dois anos mesmo.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. E é, e desde o início a própria a própria Arena


MRV, o qual o próprio Clube Atlético Mineiro, todos que estavam envolvido com este
investimento de recurso financeiro, que seria feito, estavam preparados para executar
esse primeiro projeto com 60.000 pessoas, shopping, loja, centro de convenções, tudo
isso que seria um grande benefício, vamos colocar como benefício para a população
belorizontina. Acho que tão importante a gente até mesmo tirarmos essa questão que
é o Atlético, são os atleticanos. Estamos falando de um grande benefício que teria sido
trazido para BH.

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Bernardo Farkasvölgyi: na minha visão. Então, obviamente, a minha visão pessoal,
acho que o Centro de Convenções seria realmente um equipamento bem bacana, e
seria muito importante que Belo Horizonte tivesse realmente um, lembrando que a
gente tem um centro de feiras muito, muito bom. Funciona extremamente bem, que é
o Expominas, mas não temos um centro de convenções. Só para entender que a
diferença o Expominas, um espaço para a feira, o centro de Convenções que tem
auditórios, tem ball room, você tem que ter hotel sim. Existem uma série de coisas que
vai junto. No caso da Arena MRV, só não tinha um hotel, mas os outros equipamentos
tinham. Então, na minha opinião, na minha opinião, claro que equipamento importante
que que não é, não chegou a ser feito.

Vereador Wesley Moreira: agora, para a gente que, tem que ter um certo cuidado para
não deixar o coração externar aqui. Como atleticano que sou, você como a cruzeirense
do jeito que você é, né Fernanda, tem que ter um certo, um certo cuidado. Eu imaginei
19.000 atleticanos a menos numa arena. Só uma, uma camisa no varal já é suficiente
para poder parar o vento, lutar contra o vento. Então imagine então.

Realmente, aqui é só um desabafo aqui de um atleticano. 19.000 quase que é o Estádio


Independência hoje lotado. Então eu vejo como uma grande perda para BH, para a
população belorizontina. E agora, digo como atleticano. Aí quando tiver um jogo lá, final
de Libertadores, 40.000, eu vou ficar bravo se eu não conseguir meu ingresso, viu
Fernanda. E vou atrás de você. Então vamos lá. Foi respondido. O parecer técnico, tem
uma sigla aqui, não sei se fala CPOUS, da secretaria de Política Urbana. Ele inviabilizou
o projeto? O Sr. chegou a comentar isso aí?

Bernardo Farkasvölgyi: em qual momento que o senhor fala? Nesse momento em


18? O projeto que estava ali em tela, ele foi inviabilizado a partir do ponto que não
houve mais o interesse em dar continuidade à Operação Urbana Simplificada. Mas a
essência do projeto, que é uma arena multiuso, ela se manteve, obviamente não com
um tamanho menor. Vamos colocar dessa forma e com perda de parte do equipamento
que estava previsto, inicialmente.

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Vereador Wesley Moreira: perfeito. E durante o período de execução e monitoramento
da arena, a arena obteve apoio, suporte dos órgãos municipais com interdição de
trânsito, sinalização, fechamento de ruas, de forma a amenizar os atrasos?

Bernardo Farkasvölgyi: eu realmente não consigo. Não sei, não sei responder essa
pergunta porque eu faço acompanhamento da obra, mas não diário. Então eu costumo
ir na obra uma, duas vezes por mês. Então, isso aí, possivelmente o pessoal mais
ligado à obra, eu acho que tem condições de responder aos senhores.

Vereador Wesley Moreira: diante do que vimos até aqui. O senhor considera que todo
o processo que o Atlético propôs e que, inclusive, como já foi dito, trazia esse benefício
à população, de alguma forma ele foi jogado no lixo?

Bernardo Farkasvölgyi: eu vou falar como minha pessoa, obviamente, do ponto de


vista pessoal. ?Você, andar há tantos anos com o trabalho e chega no momento você
vê que esse trabalho não vai ter continuidade, ele vai ter que ser alterado. E é um
pouco, chateia um pouco, obviamente, porque você tem que rever aquilo que estava
sendo feito. E não foram poucos anos. A gente começou a conversar em 2014 e ali em
2017 se alterou de fato, a forma de análise do trabalho, aonde acarretou numa redução
do tamanho do projeto. Então, obviamente é constrangedor, porque você tem que voltar
para trás naquilo que já estava andando.

Vereador Wesley Moreira: perfeito.

Bernardo Farkasvölgyi: e, obviamente, teve que pagar aditivo em projeto. E não é só


aí não, é só projeto de arquitetura e aí envolve uma série de outras disciplinas também,
né? Assim, para quem não sabe, a Arena MRV é um projeto que foram compartilhadas
36 disciplinas de engenharia dentro desse projeto, além da arquitetura, do que a gente
já fez em termos de arquitetura até hoje, é um dos processos projetos mais complexos
e, ao mesmo tempo, os mais interessantes que a gente já trabalhou.

Até do ponto de vista de engenharia. Não sei quem acompanhou a imprensa, por
exemplo, da viga jacaré, que é uma coisa super bacana, é um solução de engenharia

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assim, fantástica. Então teve muita coisa legal durante o processo, inclusive de
construção da Arena. É um aprendizado muito legal.

Então, além de ser um equipamento bacana para a cidade, obviamente para região,
né, que eu comentei mais cedo que a questão da segurança, que o pessoal se sentia
muito inseguro assim e é um equipamento também, que assim ele cria uma marca, ele
tem alguma coisa interessante, mais vão conseguir trazer eventos para BH pensando
posição geográfica de Belo Horizonte. Nós estamos à 01h00 do Rio, de Brasília, de
São Paulo, de voo. Geograficamente, BH é uma cidade perfeita para turismo de
negócios e a gente não tem esses equipamentos.

Então, a época em que foi proposto o Centro de Convenções junto à Arena foi muito
pensando nisso. Obviamente que depois que a gente adequou o projeto, a gente tentou
trazer para o projeto algumas coisas interessantes. Por exemplo, a largura da
arquibancada inferior dali, entre os bares, o banheiros e a arquibancada, a gente
cresceu ela um pouquinho, fez ela de tal forma que eu posso fazer uma pequena feira
lá, e eu consigo fazer um evento onde tem lounge, eu consigo fazer uma festa de
aniversário, eu consigo fazer um mini congresso. Então toda a Arena, ela foi pensada
realmente para que a gente sim, o futebol seja um dos eventos que vai acontecer lá
dentro. Isso é muito importante no sentido de gerar emprego.

À época de obras já gerou muito emprego direto, indireto, mas o funcionamento da


arena é pensando numa arena multiuso de multi eventos, ela vai trazer nem emprego,
ela trazer impostos, vai trazer receita para o Atlético Mineiro, que aí, obviamente, o
recurso financeiro, ele adveio da própria Arena.

Eu acho que a grande inteligência comparando a Arena do Atlético com as outras


arenas brasileiras que foram feitas em Copa, que todas elas foram feitas ou com
dinheiro emprestado, ou que a gente chama de gestão compartilhada. Por exemplo, o
Palmeiras, com a W Torre, W Torre, então é sócia do Palmeiras no Allianz Parque, mas
ela decide data para show. Então se tiver um jogo importante, o Palmeiras vai ter que
jogar em outro lugar. A Arena do Atlético, ela foi viabilizada economicamente com o
próprio recurso dela mesma, que eu acho que é uma inteligência muito grande, que foi

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vender parte da capacidade por 15 anos das cadeiras, vendeu os camarotes por 15
anos e vendeu os naming rights para a MRV. Só isso aí trouxe um recurso da ordem
de quase 400 milhões de reais. Então ela se viabilizou eu acho que pela própria
inteligência de que foi feita toda a estruturação financeira para que ela se bancasse.

E obviamente isso contou também com a venda de 50% do Diamond Mall lá atrás, que
foi um assunto tão delicado do ponto de vista de conselho do Atlético, convencimento
aos conselheiros e agora, mais recentemente, esses dias. Esses dias aí agora acabou
de efetivar a venda dos outros 50% para poder acabar de pagar a arena.

Obviamente o atraso, não vou dizer a prazo, mas a postergação do início da obra. Ela
trouxe outros efeitos também, que durante a pandemia o custo material de consumo
subiu muito e a gente teve aqui teve acréscimos assim exorbitante de aço, ferro,
cimento, dentre outras coisas. E isso aí também fez com que a obra ficasse um pouco
mais cara.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: está trazendo inúmeros benefícios para a cidade.
Antes seria a questão do centro de convenções, e o mall. Depois a gente viu lá a
questão do interesse social, que lá vai ter questão de atendimento educacional, de
saúde, tudo com valor privado. E o município querendo que mudasse de lugar, depois
que já estava decidido. Mudando um processo simplificado depois que estava pronto,
mudando o projeto que estava pronto e a Arena do Corinthians, em compensação, foi
uma concessão do terreno pelo Estado, pela Prefeitura de São Paulo. Essa é a
diferença. É por isso que Belo Horizonte não vai pra frente.

Vereador Wesley Moreira: bom, Sr. Tarcísio. Fique a vontade para as perguntas,
considerações.

Dr. Tarcísio: Senhor Presidente, senhora Vereadora, senhores Vereadores, senhor


Bernardo, bom dia. Bernardo, o senhor poderia, e é uma uma questão que eu já levantei
aqui na CPI algumas vezes, porque se estamos procurando saber se as contrapartidas
foram além do necessário, a gente precisa saber quais são os danos ambientais e qual
é o impacto urbanístico que aquele equipamento causa naquele local.O senhor poderia
elencar para a gente quais seriam os danos ambientais? E quando eu digo dano, não

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estou dizendo que é proibido construir não, só para mensurar contrapartida. Quais os
danos ambientais que esse equipamento causou naquele local?

Bernardo Farkasvölgyi: e eu não, não sou o responsável pelo processo ambiental da


Arena. Foram duas empresas que trabalharam, a UMA Gestão de projetos e a Golder.
Não sou especialista, então eu posso falar do meu conhecimento como leigo do
assunto. O que eu vejo é o seguinte, óbvio que um empreendimento daquele porte ele
traz impactos, mas eu acho muito mais impactos do ponto de vista de trânsito do que
do ponto de vista ambiental. Do ponto de vista ambiental, a Arena ela adquiriu a Mata
dos Morcegos ali ao lado, com 76.000 metros quadrados. Vai fazer parque.

Dr. Tarcísio: mas isso é uma medida compensatória.

Bernardo Farkasvölgyi: é uma medida compensatória. E ela conseguiu restabelecer


as nascentes que estavam associadas. E ela fez a canalização de um córrego que
também estava com todo seu curso assoreado. Então assim, dano ambiental. Eu não
consigo te elencar. O que eu colocaria, por exemplo, é sempre foi um dano grande. Eu
não consigo realmente elencar até, vamos dizer, pelo meu conhecimento técnico como
arquiteto.

Dr. Tarcísio: eu até acho, me permita e me corrija se eu tiver equivocado. Eu até acho
que a construção de um empreendimento, respeitadas as contrapartidas, o resultado
pode ser até melhor, porque era um local que não estava cuidado e passou a ser
cuidado. Mas desde que respeitadas às contrapartidas, me parece que é isso. O senhor
disse canalização de parte do córrego, o senhor sabe dizer qual é a medida dessa
canalização? Não precisa ser preciso. Não estou querendo exigir muito da memória.

Bernardo Farkasvölgyi: deve ser alguma coisa, aí em torno de, se o campo tem 100
metros, deve ser alguma coisa em torno dos 300 a 400 metros, se não me engano.

Dr. Tarcísio: canalização de leito natural de rio não é um fator que gera inundação? O
risco de inundação?

Bernardo Farkasvölgyi: na realidade pode gerar, mas ali não é um rio, ali é um curso
d'água que na época quando a gente foi lá, as primeiras vezes, ele não tinha água

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porque estava tudo assoreado. Então o volume de água é muito pequeno e assim
também, obviamente, não sou técnico da área, mas o que me contaram, que a
canalização que foi feita, foi algo tão absurdo que se tivesse dez vezes, a chuva de 100
anos, que Belo Horizonte teria, a nossa canalização daria conta. Ela não traria, vamos
dizer riscos, por exemplo, de eventuais inundações ou algum tipo de sinistro, algum tipo
de problema. É o que me reportaram. Tá, eu não, eu não sou especialista nesse
assunto.

Dr. Tarcísio: em relação ao impacto urbano. O senhor participou de algum estudo


prévio para verificar qual seria impacto de se levar, hoje, 45.000 pessoas para aquela
região?

Bernardo Farkasvölgyi: eu acompanhei, principalmente com as equipes de trânsito.


Então, o que é interessante. Eu comentei que a equipe de trânsito, ela desenvolve um
trabalho, uma micro simulação, um trabalho que é muito complexo de ser feito, o que
que ela coloca? Ela consegue colocar a situação de trânsito real. Que eu acho que eles
conseguem dados a partir de satélites, se não me engano, dados reais de qualquer dia,
em qualquer horário.

Então se estudou ali, principalmente nos horários de pico, de rush e essencialmente


também, pelo que me comentaram na sexta feira, às 19h00, na quarta feira, às 19h00,
e depois colocou a Arena sem nenhuma viária a ser feita, o que viraria com o transito,
ele ficou todo vermelho, ocupou, os carrinhos, a micro simulação é real. Você consegue
ver todos os carros andando nas ruas adjacentes, obviamente, com um equipamento
daquele tamanho ficou tudo vermelho.

Então, as propostas de mitigação com relação ao trânsito, foram propostas equipe


técnica da Beta e da Fratar, exatamente para que, num jogo de uma quarta feira, por
exemplo, às 19h00, o trânsito mesmo com 46.000 pessoas, ainda ficasse melhor do
que é a sexta feira, por exemplo, no horário de rush.

Dr. Tarcísio: então, eu posso...

771
Bernardo Farkasvölgyi: isso é o que isso aqui me reportaram, tá? Eu não sou
responsável por esse trabalho.

Dr. Tarcísio: eu posso dizer que muitas das contrapartidas, porque o Sr. falou que a
proposta foi da beta.

Bernardo Farkasvölgyi: a proposta de projeto viário? Sim, a princípio foi da beta.


Obviamente foi discutida junto ao poder público, não é.

Dr. Tarcísio: perfeito. Ou seja, muitas das contrapartidas foram inclusive iniciativa do
próprio empreendedor?

Bernardo Farkasvölgyi: não vou dizer a palavra muitas, mas vou dizer que algumas
sim, com certeza absoluta. Até porque não faz sentido um empreendedor fazer uma
proposta de qualquer tipo de empreendimento que vai causar algum tipo de impacto,
vamos dizer, negativo. E esse empreendimento ele não trouxer sua mitigação. Eu,
como arquiteto, por exemplo, eu se fosse convidado a fazer um projeto que o interesse
meu contratante fosse, não mitigar o impacto, ele não faria o projeto. Aí, já com uma
visão de urbanista e, obviamente, de uma pessoa que entende do assunto, eu
realmente não faria. Então houve realmente algumas propostas do empreendedor, sim.

Dr. Tarcísio: eu imagino que, eu sou leigo no assunto, mas eu imagino que até para
viabilizar o próprio projeto, porque se não tem como chegar lá. Bom, o senhor me falou
que o projeto inicial era de 60.000 e tinha também um mall e que a então secretária
Maria Caldas, eu compartilho da opinião do senhor, é uma pessoa extremamente
técnica, se sentiu desconfortável.

Eu também sei que, eu imagino, e de novo, se eu estiver equivocado na compreensão


da fala do senhor, o senhor me corrija, que ao alterar a capacidade construtiva, o
coeficiente de construção para mais, o que a consequência que isso gera é poder trazer
mais pessoas para aquele empreendimento. Então, se tivéssemos uma capacidade
construtiva, como no projeto inicial, eu teria de ter contra prestações urbanísticas e
viárias maiores? Está correto?

772
Bernardo Farkasvölgyi: sem dúvida, inclusive, assim, o conhecimento que eu tenho
é que estavam sendo previstas contrapartidas viárias para o projeto maior e depois que
o projeto diminuiu, foi revisto. Não, não sei detalhes dessa revisão, mas foi revisto.
Assim, com relação a contrapartida, o que ocorre? É um assunto muito mais, vamos
dizer, é institucional do que técnico. Esse assunto, obviamente, ele tem um viés técnico
muito grande, mas para as pessoas que estavam ligadas, obviamente, a questão do
trânsito, o que as maiores contrapartidas foram ao trânsito, a questão do meio
ambiente.

Então, eu, como escritório de arquitetura, eu acompanhei, mas acompanhei assim mais
como um, como vamos dizer, mais um dos entes técnicos dentro do processo, mais no
sentido de não ter conhecimento. Então, assim, a pessoa que realmente tem um
conhecimento profundo com relação a tudo o que aconteceu com relação às
contrapartidas, desde as primeiras discussões até chegar realmente, vamos dizer,
naquilo que foi definido, é o Bruno Muzzi que se não me engano, virá aqui também
fazer uma oitiva com senhores. É ele, ele é a pessoa que realmente tem um
conhecimento profundo com relação a tudo o que aconteceu, as contrapartidas. Acho
que o senhor terá, assim, condições de ter respostas bem objetivas com relação a esse
tema, com esse tema, na presença do senhor Bruno Muzzi.

Dr. Tarcísio: o senhor me falou também que é, que a alteração da posição da Prefeitura
por meio da secretária Maria Caldas, que era uma distinção de visão. Eu quero, que
seria um problema de visão. É possível dizer isso e o senhor deve enfrentar isso em
vários projetos que o seu escritório, é um escritório muito grande, que se encontre
gestores com uma visão mais desenvolvimentista e, portanto, menos preocupado com
a questão urbanística ou ambiental e gestores que privilegiam a questão
desenvolvimentista. Isso é correto?

E de novo, eu não vejo nenhum pecado nem numa e nem noutra. Isso são versões que
no direito ambiental se vê a todo tempo essa discussão. Mas será que seria essa, a
seu juízo, a mudança de visão denunciada pelo senhor mesmo?

Bernardo Farkasvölgyi: acho que não. Não.

773
Dr. Tarcísio: o teria motivado?

Bernardo Farkasvölgyi: com todo franqueza? Só perguntando para secretária. Não


sei.

Dr. Tarcísio: ótimo. É uma boa, uma boa sugestão que ele faz a CPI. O senhor diz que
nunca conversou. Perdão, o senhor, diz que conversou pouco com o prefeito Alexandre
Kalil. Não sei se conversou com presidente do Galo, Alexandre Kalil, mas estou falando
aqui do Alexandre prefeito. O senhor conversou sobre esse projeto com ele?

Bernardo Farkasvölgyi: conversei principalmente nos anos de 2013 a 2014, quando


ele era presidente do Atlético.

Dr. Tarcísio: mas enquanto prefeito?

Bernardo Farkasvölgyi: em algum momento, talvez, algum comentário, sim, alguma


coisa, mas oficialmente uma reunião técnica com a presença dele, eu não me lembro.
Eu posso estar equivocado. Na minha idade eu já não consigo lembrar de onde eu fui,
e como eu fui. Não lembro.

Dr. Tarcísio: o senhor então também, é possível dizer, que o senhor não conversou
sobre contrapartidas com o prefeito?

Bernardo Farkasvölgyi: de uma forma oficial dentro da Prefeitura de Belo Horizonte,


eu não me lembro. Tá, de uma forma informal dentro do Atlético, possivelmente alguém
deve ter conversado

Dr. Tarcísio: mas eu estou preocupado...

Bernardo Farkasvölgyi: como prefeito, eu particularmente não. Até porque, o que


ocorre? O Bruno Muzzi, ele entrou para poder auxiliar no processo de licenciamento,
se não me engano no início de 2018, e ele ficou à frente disso. Então, a partir desse
momento realmente, todas as conversas ligadas às questões de contrapartida, medidas
mitigadoras, o próprio licenciamento ambiental, o senhor Bruno Muzzi ficou a frente.

774
Dr. Tarcísio: o senhor poderia, é possível dizer, e aí se o senhor tem elementos para
dizer se afirmação é correta ou falsa: é possível dizer que o projeto inicial de custos do
da Arena MRV foi subdimensionado o custo para aprovação pelo Conselho Deliberativo
do Galo?

Bernardo Farkasvölgyi: subdimensionado, não. Não, porque é uma coisa muito séria,
imagina você subdimensionar um negócio de 400 milhões. 10% são 40 milhões. É muito
dinheiro, então não foi subdimensionado.

Dr. Tarcísio: então as alterações foram, o senhor até disse que uma das causas foi a
própria pandemia, que alterou com o custo

Bernardo Farkasvölgyi: pandemia trouxe alteração de custo de materiais de


construção, materiais de construção, especificamente à época, assim, eu pelo que eu
me recordo, cimento e ferro teve um aumento bem significativo em termos de custo de
construção no Brasil.

Dr. Tarcísio: o que obviamente no custo de...

Bernardo Farkasvölgyi: de uma certa forma sim, não tenho dúvida. Sim.

Dr. Tarcísio: então, sem mais perguntas, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: ok,.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma complementação. Se tivesse no processo


simplificado, se a secretária Maria Caldas não tivesse tido a visão dela e mudado um
processo que teve acompanhamento de todas as secretarias da Prefeitura, e todo o
rigor de licenciamento ambiental, porque o procedimento simplificado não envolvia isso.
Essa obra teria começado antes?

Bernardo Farkasvölgyi: e eu imagino que se caso a gente não tivesse essa alteração
significativa de mudança de projeto em função, vamos dizer, da exclusão da operação
urbana simplificada, a gente já taria, vamos dizer, com o andamento desse processo já
com bastante bagagem, então eu acredito que poderia aprovar antes sim.

775
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então provavelmente não teria pegado a
pandemia nesse momento e não teria pegado o aumento de custo?

Bernardo Farkasvölgyi: em termos temporal, não sei, mas assim que pudesse que
ela poderia ter sido aprovada antes, eu acredito que sim.

Vereador Wesley Moreira: e isso mesmo, de 2014 a 2018 o porte não foi questionado,
a locação não foi questionada, o processo simplificado não foi questionado, de 14 a 18.
Daí em 2018, como a Vereadora Fernanda disse, a secretária Maria Caldas começa a
questionar tudo?

Bernardo Farkasvölgyi: não vou dizer, questiona tudo, né? Vamos lá. A palavra
questionamento, uma palavra forte. No fundo, no fundo, o que tem? Existem várias
colocações e várias, vamos dizer, dúvidas que são colocadas entre as partes, poder
público e requerente. E isso realmente é um fato, e isso acontece no dia a dia. Eu não
sei, seria questionamento, mas de fato, quando houve o posicionamento da Prefeitura
com relação à desistência da operação urbana simplificada, isto é, aí sim passa a ser
um fato que o projeto modificou e o projeto, tendo modificado, modificou também a
forma de avaliação da Prefeitura, porque o produto que estava sendo avaliado se
alterou, e na minha opinião, isso fez com que o processo de aprovação postergasse.

Vereador Wesley Moreira: como teve essa mudança agora o Bruno, que assumiu
algumas questões. Não sei se poderia responder essa pergunta também. O que falta
então agora para que a Arena MRV comece a recepcionar jogos oficiais de competições
nacionais e internacionais?

Bernardo Farkasvölgyi: a Arena está pronta. E nós não temos ainda a possibilidade
de eventos oficiais, porque as obras viárias, que dentre as quais elas estão envolvidas
na contra partida, não ficaram totalmente prontas. Então a Prefeitura colocou a
dificuldade que teria de fato, de permitir eventos com capacidade muito alta, sem que
a obra estivesse completamente, todas prontas.

A previsão é que isso seja esteja acontecendo em meados do ano, talvez um pouco
mais. Mas o que me chegou, também não vou dizer, que eu estou falando isso como

776
verdade absoluta, mas me chegou uma informação que a liberação das obras viárias
foi tardia também, porque esse é um outro alvará, não é um alvará de construção, é um
alvará de obra pública. Foi um pouco tardia também. Então a Arena não foi inaugurada
ainda e em função disso, que as obras viárias do entorno da Arena ainda não estão
completamente prontas.

E para isso a gente precisa terminar, para que o empreendimento ele receba LO, que
a sua licença de operação, e com a LO na mão, que é um dos documentos necessários
para emissão da Baixa Habite-se na sequência. Então, o que que é o procedimento da
Arena hoje? É esse, terminar as obras viárias para conseguir a emissão da licença de
operação e logo na sequência, a baixa habite-se do empreendimento.

É uma coisa muito satisfatória também, um projeto daquele tamanho, o equipe técnica
da Prefeitura, que foi fazer a análise da obra para efeito de emissão de baixa habite-
se, que é uma coisa que nos alegrou muito, acho muito pouca coisa de divergência,
entre na visão, obviamente, dos técnicos, daquilo que foi aprovado e daquilo que foi
executado. Todas essas divergências já foram resolvidas e é um motivo de muita
satisfação uma obra daquele tamanho, né? Realmente, na Baixa Habite-se você
praticamente não ter divergência nenhuma, ou seja, o projeto, a obra foi executada
conforme o projeto foi aprovado e isso é motivo de muita satisfação de todos os técnicos
que estão envolvidos no projeto desse porte.

Vereador Wesley Moreira: fico muito feliz com a resposta dele, mas essa resposta
para mim poderia ser lá em 2021. Essa pergunta que eu estou fazendo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e assim, já que tem essa questão do viário que
está sendo feito no entorno, tem alguma força tarefa interna dentro da Prefeitura para
auxiliar isso, se ficar pronto o quanto antes, porque isso é um benefício para a
população e um benefício para a cidade?

Bernardo Farkasvölgyi: assim eu não consigo te responder objetivamente, mas eu


acho que sim, acho que sim. E eu tive uma reunião lá na própria Arena, com algumas
pessoas da Prefeitura, inclusive para olhar a questão da baixa habite-se. Então eu
como técnico, fui convidado para poder acompanhar e ali o que eu ouvi, que realmente

777
parece que a Prefeitura não está medindo esforços para poder fazer, a coisa da uma
forma mais rápida.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: voltou a ter uma força tarefa agora na atual
gestão?

Bernardo Farkasvölgyi: no meu entendimento sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que bom.

Dr. Tarcísio: Presidente, me permite uma complementação de pergunta? Senhor,


Bernardo, o senhor deu uma entrevista na TV Galo. Eu não vou saber a data exata,
mas lá o senhor mencionou que as contra prestações, a maioria delas eram viárias,
mas que haviam contraprestação, e que dentre essas contra prestações a gente teria,
e eu queria ver se confirma isso, a duplicação de um viaduto, a criação de mais uma
faixa na via expressa, a construção da alça do anel com a via expressa, a ampliação
da alça do anel com a BR 40. E nesse, salvo melhor analise, se eu tiver equivocado,
por favor me corrija, nessa entrevista o senhor não viu, pelo menos não expressou
problemas nessas contrapartidas. A opinião do senhor continua sendo que essas
contrapartidas que eu elenquei são necessárias?

Bernardo Farkasvölgyi: eu não consigo dizer pro senhor exatamente se são estas
contrapartidas, ou algumas outras viárias que eu tive conhecimento além dessas que
foram também solicitadas a serem feitas. Mas uma entrevista para a TV Galo, tem um
apelo extremamente emocional. Ali eu estava como torcedor do Atlético, fanático como
sou, e com o apelo emocional. O que eu fiz ali foi basicamente dizer, aquilo que estava
sendo discutido em termos de contrapartida em trânsito. Então, eu não, em nenhum
momento afirmei que seria aquilo, em nenhum afirmei se eu concordava ou discordava,
se era certo ou errado.

O que eu coloquei ali era aquilo que estava sendo discutido na época, como
contrapartidas viárias e muito no intuito de dizer que a comunidade como um todo
também iria ganhar com essas obras viárias também. Mas ali realmente tinha uma

778
carga muito forte, emocional. Então era assim, mais sentido realmente de estar falando
de Atlético e não especificamente de obra.

Dr. Tarcísio: eu entendo, que para mim eu não tenho paixões por times quaisquer,
então mim é mais fácil, mas eu entendo perfeitamente aqueles que tem a paixão. Mas
é claro que na CPI a análise é evidentemente objetiva.

O senhor concorda com essas, hoje, perguntando, o senhor acha que essas
contrapartidas são necessárias ou poderíamos retirar a criação de mais uma faixa da
via expressa, poderíamos retirar a construção da alça do anel com a via expressa,
poderíamos retirar, por exemplo, as passarelas ou a passarela, não sei da estação de
metrô que vai encaminhar os torcedores para dentro da arena, o senhor acha que
poderia alguma delas?

Bernardo Farkasvölgyi: olha só. Especificamente, eu não sei dizer qual que poderia
tirar, o que iria ficar, o que, o que me chegou ao meu conhecimento. E eu não estou
dizendo que eu estou falando isso com absoluta convicção, porque foi um comentário
que me chegou, não foi um documento que eu vi. É que o volume de contrapartidas
viárias aumentou muito depois dessa primeira negociação, de algumas contrapartidas,
das quais o sr. elencou algumas que eu me recordo, mais uma faixa na via expressa,
alça realmente na via expressa com o anel rodoviário, e a possibilidade de mais uma
faixa na Babita Camargo, no Viaduto da Babita Camargo, se não me engano.

Mas o que me chegou, por feito de comentário e não documentação, que essas
contrapartidas viárias aumentaram muito e na visão do empreendedor, que aí o técnico
de trânsito que não sou eu, na visão dele, parece que ele colocou que foram realmente
assim, além que seria necessário. Mas o senhor Bruno Muzzi é a pessoa que com
certeza trará essa informação para o senhor.

Dr. Tarcísio: é isso que eu iria concluir. Eu acho que o senhor Bruno vai ser a pessoa
mais indicada.

Bernardo Farkasvölgyi: com certeza absoluta. Com certeza.

779
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: eu vou acabar, tudo com relação a contrapartidas,
então é melhor deixar para questionar para o Dr. Bruno que vem porque, a partir daí foi
ele quem atuou?

Bernardo Farkasvölgyi: sim, ele entrou para fazer todo o acompanhamento de


licenciamento ambiental e ele é a pessoa que, inclusive, vamos dizer, como
representante do Atlético, é a pessoa que está oficialmente, foi oficialmente designada
para poder, inclusive, negociar e tomar as decisões com relação as contrapartidas.
Então ele é a pessoa que eu entendo, que a pessoa que realmente tem esses dados
de uma forma muito mais precisa do que eu. Eu realmente, a partir de conhecimento
de comentários que foram feitos comigo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: técnico humanístico. E a questão de cálculo de


prejuízo também, porque se o trabalho que você fez de 2014 até 2017 você jogou no
lixo, teve que fazer de novo porque teve uma nova visão.

Bernardo Farkasvölgyi: eu perdi muita coisa.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é. Todo esse gasto, todo esse empenho, isso aí
também, essa quantificação, eu consigo questionar o Bruno ou eu posso fazer um
pedido de informação para o seu escritório e vocês informam pra gente?

Bernardo Farkasvölgyi: eu vou ser muito honesto, assim como é tudo muito difícil em
futebol e o dinheiro é muito pouco, eu, se não me engano, que eu também não me
recordo de números exatos, mas se não me engano eu apresentei uma proposta aditiva
com um valor muito baixo. Sabendo da dificuldade que o Atlético já teria e em função
disso tudo e obviamente, para poder erguer uma obra desse tamanho, se não me
engano, eu fiz um valor muito baixo aí também, envolvendo já a minha paixão como
atleticano também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o projeto de lei que ficou um ano para sair? Aquele
projeto de lei que ficou um ano para sair. Ele tramitou na Câmara?

Bernardo Farkasvölgyi: não, ele nem foi enviado.

780
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele demorou um ano para ser feito, e nunca foi
apresentado?

Bernardo Farkasvölgyi: não foi enviado, nunca foi apresentado.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá bom, obrigada.

Dr. Tarcísio: Presidente, eu esperei terminar as perguntas para fazer uma colocação.
Prometo não passar de dois minutos. Ela tem dois tópicos específicos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas espera aí, Dr. Tarcísio, aqui o senhor está
aqui na condição de advogado. O senhor não tem que fazer conclusões, nem tópicos.
São perguntas.

Dr. Tarcísio: não estou fazendo conclusão nenhuma.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então tá. Serão perguntas então?

Dr. Tarcísio: é uma pergunta, mas não é uma pergunta dirigida ao depoente. É uma
pergunta dirigida à própria Comissão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eu não sou depoente, não.

Dr. Tarcísio: eu sei.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí o seu senhor está aqui querendo fazer
conclusões.

Dr. Tarcísio: não são conclusões.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Presidente, não é papel do advogado fazer


conclusões.

Vereador Wesley Moreira: eu acredito que deve ser, provavelmente, aquilo até que eu
vou te responder.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é um requerimento?

781
Vereador Wesley Moreira: com relação ao ofício que é o requerimento que foi debatido
hoje na pauta?

Dr. Tarcísio: exato.

Vereador Wesley Moreira: já foi consultado, na Procuradoria, a Procuradoria da


Câmara já nos passou aqui. Eu iria te falar, e foi solicitado que o senhor fizesse esse
requerimento, tá aqui: “solicita que o senhor faça esse requerimento por escrito e aí
será analisado pela Câmara Municipal a disponibilidade das cópias que o senhor
pediu”.

Dr. Tarcísio: então deixa eu só entender. Eu tenho acesso para vê-los. Eu não
fotocopiei, porque eu sei que estava pendente essa avaliação.

Vereador Wesley Moreira: aí o senhor vai fazer um requerimento solicitando a cópia.

Dr. Tarcísio: e aí vem o meu outro requerimento, que na verdade é uma repetição do
meu requerimento anterior, que na verdade eu faço coro com a fala da Vereadora
Fernanda Pereira Altoé, e hoje nós já sabemos o nome pela resposta do advogado do
Novo, o senhor Paulo Augusto Fernandes Forte, que diga-se de passagem, a pessoa
que a senhora suspeitou quando fez aquele requerimento, também, perguntando quem
acessou...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: depois eu procurei informações para saber o


que vocês estavam querendo alegar.

Dr. Tarcísio: eu acho que o único Paulo Fortes também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é porque o nome foi Paulo Fernandes que ele
falou. E a gente conhece ele como Paulo Fortes, exatamente.

Dr. Tarcísio: então agora a gente já tem um nome. E a senhora disse quando ele
prestou depoimento, o Luiz Levate que a senhora gostaria de ouvi-lo. E eu fiz coro...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ouvi-lo, quem?

Dr. Tarcísio: o Paulo.

782
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, na verdade, nós não precisaremos ouvi-lo,
porque o senhor sugeriu que o Dr. Paulo, em função de uma questão política, que vocês
gostam de tirar o foco daquilo que é o investigado e o fato verdadeiro, para sempre
colocar nas costas da política de perseguição. O senhor sugeriu que o Dr. Paulo Fortes
teria me passado a informação. Sugeriu. A respeito dos IPTUs de Alexandre Kalil.
Quando eu pedi o nome todo, foi porque, obviamente eu procurei saber qual era a
situação.

E aí nós trouxemos provas de que o primeiro acesso, através da minha assessoria a


qualquer processo de IPTU, foi em dezembro de 2021. E de fato, eu falei com esse
advogado, porque apesar de ser um partido, nós somos unidos. Então existem vários
eventos e eu comentei com ele a respeito de tudo isso. Não sabia que na época a irmã
dele namorava Gustavo Levate, e aí o senhor, inclusive, vai comprovar através desse
documento que o senhor está querendo ter acesso, de que ele acessou esse processo
de IPTU em junho 2022, ou seja, sete meses depois que eu tive o primeiro acesso.

Então eu fiquei na dúvida quando vocês colocaram que tudo foi uma questão política e
de perseguição política, para eu ter provas e dados de que foi em função até de uma
resposta negativa do Conselho de Ética do advogado de Alexandre Kalil, presidente do
Conselho de Ética, de que era para eu procurar nos sites das Justiças, porque é, como
me negaram informações, ao contrário do senhor que recebe no mesmo dia, para mim
demora cinco meses para ter uma resposta. Então eu só em função disso.

Dr. Tarcísio: Vereadora eu não estou acusando ninguém de nada, eu só estou


perguntando, e a pergunta não é em tom de inquisição, porque obviamente a senhora
não é depoente. Só estou perguntando à comissão, não especificamente a senhora, a
todos se, a exemplo do que a senhora diz que era interessante ouvir Paulo Augusto
Fernandes Fortes, que à época foi identificado só como Paulo Fernandes...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós podemos pegar. Eu falei, eu falei se for
necessário. O senhor falou que o Novo estaria, o senhor sugeriu para Gustavo Levate,
que o Novo, o advogado do Novo teria trazido a informação para mim. Quando eu
perguntei, eu perguntei Gustavo Levate, eu conheço? Ele falou que foi ele quem me

783
trouxe a informação? Porque se ele tiver falado isso, nós vamos ouvi-lo e o próprio
Gustavo Levate falou que não e nós já temos documento comprovando que eu tive
acesso à informação sete meses antes.

Dr. Tarcísio: mais uma vez

Vereador Wesley Moreira: só um minutinho, senhor Tarcísio, o que acontece? A gente


tem sido muito respeitador contigo aqui durante todas as nossas reuniões e agora eu
volto a falar, a pedido de informação, qualquer questão só pode enviar via requerimento
como o senhor já tenho feito e será respondido pela Câmara, pela Procuradoria.

Dr. Tarcísio: eu já fiz e não fui…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor vai ter acesso, é porque como tem LGPD
para a gente, vai ter para o senhor também.

Vereador Wesley Moreira: pode ficar tranquilo.

Dr. Tarcísio: não é acesso, mas eu já pedi oitiva do Paulo, não foi avaliado. Fazendo
coro a...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas o senhor que dar um tom político que
nós não vamos dar, porque isso aqui não é isso, aqui não é palco e nem arena não,
isso aqui é CPI, tá?

Dr. Tarcísio: eu sei. E objetivo é chegar a verdade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ah, pois é. Eu quero saber qual?

Dr. Tarcísio: por isso eu estou muito curioso para saber o que o Paulo tem a dizer
sobre isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sobre o que doutor?

Dr. Tarcísio: sobre esse contato que ele teve com o Levate e sobre o conteúdo da
conversa?

784
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o senhor vai ter acesso, é um documento. Não
precisa de depoimento quando as coisas estão comprovadas, não.

Dr. Tarcísio: tá certo. Fica só o meu registo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: isso, o nosso também está registrado.

Vereador Wesley Moreira: fica registrado. Muito bem. Quero agora, mais uma vez,
agradecer a presença do senhor Bernardo. Vou arriscar o sobrenome. Agradeço muito
senhor. Acredito ser um dos depoimentos mais importantes para essa CPI, a CPI
teve muito esse cuidado de separar assuntos, assuntos realmente, que é um clamor
hoje na população belorizontina, que com certeza estamos chegando ao fim com um
relatório que também virá com toda a maestria, com toda a clareza que a nossa
Vereadora Fernanda Pereira Altoé já tem demonstrado e que nesses quase três anos,
né Fernanda? Que está aqui conosco.

Então, realmente essa questão da Arena MRV, né Ciro, é um assunto hoje que está aí,
bem pulsante na cidade. As informações trazidas aqui hoje, pelo senhor foram, assim,
importantíssimas, como esclarecimento para a população belorizontina. Então, mais
uma vez, muito obrigado. Caso queira fazer alguma consideração final, tá tranquilo,
pode ficar à vontade.

Bernardo Farkasvölgyi: é, só vim agradecer mesmo pela possibilidade de estar aqui


para poder trazer esclarecimentos, obviamente da forma mais técnica e correta
possível. Então só agradecer.

Vereador Wesley Moreira: ok, ok, tranquilo, tranquilo. Então as 12h01 declaro
encerrada essa reunião. Muito obrigado.

Às 12h01 foi encerrada a reunião.

785
2.22 - DA 22ª REUNIÃO ORDINÁRIA

Às 9h47 do dia 15 de junho de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 22ª Reunião Ordinária21 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira,
Gilson Guimarães, Loíde Gonçalves.

Foram aprovados requerimentos para desentranhar a petição nº 2983/1,


por entender que eram irrelevantes para a CPI, e para obter informações sobre a
concessão de alvarás para construção da Arena MRV; além da aprovação de visitas
técnicas na Rua das Pedrinhas, 353, Venda Nova e na Arena MRV, ficando canceladas
as reuniões de 22 e 2906/2023.

Foram recebidas as respostas aos requerimentos nº 1.391 e 1.479/2023

Foi dado ciência ao recebimento dos documentos externos nº 3446, 3447,


3448, 3492 e 3493/2023, todos da defesa do Sr. Alexandre Kalil.

Iniciou-se a oitiva do Sr. Bruno Muzzi, que prestou compromisso com a


verdade. O depoente foi acompanhado do advogado Dr. Pedro Vasconcelos Botelho,
OAB/MG 223.438.

22ª REUNIÃO

Vereador Wesley Moreira: bom dia a todos, às 9hrs47, vamos dar início à 22ª reunião
da Comissão Parlamentar de Inquérito CPI Abuso de Poder na Prefeitura de Belo
Horizonte. Farei a chamada dos Vereadores. Compõem essa comissão. Vereador
Gilson Guimarães.

Vereador Gilson Guimarães: presente

Vereador Wesley Moreira: Vereador Ciro.

21
https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/v%C3%ADdeos/reuni%C3%B5es/22%C2%AA-
reuni%C3%A3o---comiss%C3%A3o-parlamentar-de-inqu%C3%A9rito-abuso-de-poder-na-pbh-15-06-2023

786
Vereador Ciro Pereira: presente

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde Gonçalves.

Vereadora Loíde Gonçalves: presente

Vereador Wesley Moreira: Vereador Cleiton Xavier. Vereador Helinho da Farmácia.


Vereadora Fernanda Pereira Altoé.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: presente.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Wesley, presente. Então, já com o quórum


necessário, aqui, vamos dar prosseguimento a ordem dos trabalhos. Comunicação de
aprovação das atas das reuniões 17ª, 19ª e 20ª, visto não ter havido impugnação desta
nos termos regimentais. Hoje nós temos uma oitiva com a finalidade de intimar o senhor
Bruno Muzzi, para pessoalmente prestar informações pertinentes a contrapartidas da
Arena MRV. O Bruno, ele já está presente. Vamos apenas apreciar alguns
requerimentos e depois nós retomamos a oitiva e convidamos vocês para compor a
mesa aqui, ok?

Então vamos lá. Requerimento de Comissão 1546/2023. Solicitação - Requerimento de


Desentranhamento de documentos juntados a pedido do Procurador Municipal Luiz
Gustavo Levate, cujo conteúdo contém dados sigilosos de terceiros estranhos ao objeto
da investigação desta comissão. Petição número 3250/2023, Protocolo 002893-1, de
autoria da Vereadora Fernanda Pereira Altoé. Em discussão, em votação. Como vota o
Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo, Presidente

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde? Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

787
Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo, Presidente.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto de acordo. Obrigado Loíde.. Eu também


voto com requerimento. Fica aprovado requerimento de comissão 1546/2023.

Requerimento de Comissão 1547/2023. Solicitação - Pedido de informação,


destinatário: Prefeito Fuad; Secretário Municipal de Governo, Josué Valadão;
Procurador Geral, o senhor Hércules Guerra; Diretora Geral de Imprensa, Isabela da
Conceição Souto. Finalidade: Obter informações complementares ao requerimento
número 1299/2023, que pediu esclarecimentos na oitiva de Luiz Gustavo Levate, prazo
para resposta de cinco dias úteis, de autoria dos Vereadores Wesley, Ciro, Cleiton,
Fernanda e Loíde de Gonçalves. Em discussão, em votação. Como vota o Vereador
Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde? Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: e eu também voto com o requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 1547/2023.

Requerimento de Comissão 1548/2023, pedido de informação, destinatário: Prefeito


Fuad Noman; Secretário Municipal de Obras, Leandro César Pereira; Secretário
Municipal de Meio Ambiente, José Reis Nogueira Barros. Finalidade: Obter informações
sobre a concessão de alvarás para a Arena MRV. Autoria dos Vereadores Fernanda,
Cleiton, Ciro, Loíde Gonçalves e Wesley Moreira. O prazo para resposta será o prazo
de cinco dias úteis. Em discussão, em votação. Como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereador Gilson?

788
Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Loíde?

Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo

Vereador Wesley Moreira: Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 1548/2023. Para os dois próximos requerimentos eu vou
fazer uma, vamos fazer uma deliberação aqui, porque nas outras duas próximas
reuniões nós teremos visitas técnicas no horário da comissão. Então, para isso eu
preciso colocar aqui em deliberação o cancelamento das duas outras, as duas outras
próximas reuniões aqui no nosso plenário, aqui na Câmara Municipal, porque
estaremos em visita técnica. Perfeito? Como vota a Vereadora Fernanda?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Gilson? Como vota a Vereadora
Loíde?

Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: fala, Gilson.

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: beleza. Então agora vai dar certinho. Eu também voto com
a proposta, então fica cancelada as duas próximas reuniões aqui na Câmara Municipal.
Então vamos agora para deliberar os próximos requerimentos.

789
Requerimento de Comissão 1549. Solicitação: Realização de Visita Técnica.
Finalidade: Apurar a existência do eventual imóvel do então Prefeito Alexandre Kalil,
que é objeto de investigação desta Comissão. Data 22 de junho de 2023, horário às
09h30. Local: Rua das Pedrinhas, 353 Venda Nova. Ponto de encontro no mesmo
endereço, de autoria dos Vereadores Fernanda Pereira, Ciro Pereira, Cleiton Xavier,
Loíde Gonçalves e Wesley Moreira. Em discussão, em votação. Como vota o Vereador
Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Gilson Guimarães?

Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota a Vereadora Loíde Gonçalves?

Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota a Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado


requerimento de comissão 1549/2023.

Requerimento de Comissão 1550, Solicitação: Realização de visita técnica. Finalidade:


Verificar a aplicabilidade de contrapartidas do Poder Executivo para execução das
obras da Arena MRV. Data: 29 de Junho de 2023. Horário: às 09h30. O ponto de
encontro será na rua Cristina Maria de Assis, número 202, bairro Califórnia, de autoria
dos Vereadores Fernanda Pereira, Cleiton Xavier, Ciro Pereira, Loíde Gonçalves e
Wesley Moreira. Em discussão, em votação.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Ciro?

Vereador Ciro Pereira: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como vota o Vereador Gilson Guimarães?

790
Vereador Gilson Guimarães: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como voto a Vereadora Loíde Gonçalves?

Vereadora Loíde Gonçalves: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: como voto a Vereadora Fernanda Pereira?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de acordo.

Vereador Wesley Moreira: eu também voto com requerimento. Fica aprovado o


requerimento de comissão 1550/2023. Respostas a requerimentos indicações da
Comissão. Resposta ao requerimento de Comissão 1391/2023, de autoria dos
Vereadores Loíde, Ciro, Cleiton, Fernanda e Wesley. Resposta número 459/2023,
enviada pelo Secretário Municipal de Governo Josué Costa Valadão.

Ofício em resposta ao Requerimento de Comissão 1479/2023, de autoria dos


Vereadores Cleiton, Ciro, Fernanda, Loíde e Wesley. Resposta número 465/2003,
Remetente: Secretário Municipal de Governo, Subsecretário de Relações Sociais,
Leonardo Amaral Castro.

Outros documentos recebidos pela comissão. Assunto: Petição para requerer a


publicização dos documentos que Luís Gustavo Levate diz ter anexado à petição
número 2983/1, de autoria de Alexandre Kalil, por seus procuradores Tarcísio Maciel
Chaves de Mendonça e Maurício Lopes de Paula.

Documento número 3446/2023. Assunto: Petição para que a CPI reconsidere sua
decisão de manter a resposta ao requerimento 1318 sob sigilo e que a íntegra do
documento, inclusive seus anexos, seja juntada aos autos da CPI. De autoria de
Alexandre Kalil, por seus procuradores Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça e Maurício
Lopes de Paula.

Documento número 3448/2023 é uma petição para requerer que se reconheça o direito
de fotocopiar a resposta ao requerimento Comissão 1300/2023, inclusive os
documentos que a instruem e os documentos que instrui a petição 2983-1. De autoria

791
de Alexandre Kalil, por meio de seus procuradores Tarcísio Maciel Chaves de
Mendonça. Isso foi solicitado e pedido na última reunião. Que fosse feito dessa forma.

Documento número 3492. Petição para requerer que a Comissão Parlamentar de


Inquérito se pronuncie como entender de direito acerca do requerimento formulado pela
petição. A sigla QSL3186, Documentos em pauta na 19.ª reunião, de autoria de
Alexandre Kalil, por meio de seus procuradores Tarcísio Maciel Chaves de Mendonça.
Também será feito, também, estamos só aguardando o parecer aqui da Procuradoria
na Câmara Municipal. Petição para requerer que se oficie a Secretaria de Política
Urbana para que envie cópia integral do procedimento administrativo específico que
analisava a possibilidade de uma operação urbana específica para a arena MRV.
Autoria de Alexandre Kalil, por meio de seu procurador Tarcísio Maciel Chaves de
Mendonça. Muito bom. Beleza.

Bom. Feita a leitura da pauta, dos requerimentos e dos documentos, vamos retornar
neste momento ao segundo item da pauta, que é a oitiva do senhor Bruno Muzzi, para
pessoalmente prestar informações pertinentes a contrapartidas da Arena MRV. Nesse
momento, eu o convido para ocupar aqui, o lugar à mesa. E também convido o senhor
Pedro Vasconcelos Botelho, que é o seu advogado, que estará acompanhando,
acompanhando o depoimento. Bom dia. Beleza? Sr. Tarciso.

Muito bem, mais uma vez. Bom dia, Bruno. Seja bem vindo e bom dia, Dr. Pedro. Nós
vamos iniciar aqui a nossa a nossa oitiva. Mas antes disso eu solicito que o senhor
preste o compromisso, nos termos do artigo 203 do Código de Processo Penal, e
informo que fazer afirmação falsa, ou negar, ou calar a verdade, poderá incorrer no
crime de falso testemunho, de acordo com o artigo 342 do Código Penal. Oh, nós temos
um modelo aí. Você pode apenas ir fazendo a leitura e ir preenchendo os seus dados.
Na hora do endereço, é só falar BH, ok?

Bruno Muzzi: bom dia a todos! Então, eu, Bruno Muzzi, 46 anos de idade, casado,
residente em Belo Horizonte, cuja atividade é desenvolvida aqui em Belo Horizonte,
prometo dizer a verdade, relatando sempre que souber, explicando sempre as razões

792
da minha ciência sobre o fato ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.

Vereador Wesley Moreira: muito obrigado. Bom, Sr. Bruno, inclusive essa oitiva ela
acabou gerando até uma grande expectativa em função da nossa última oitiva, aonde
o senhor Bernardo, ele, muitas perguntas ele acabou falando não é, essa resposta
quem vai dar é o Bruno. Essa resposta quem vai dar ao Bruno. Acabou gerando essa
expectativa mesmo. Mesmo nós, evidentemente ele já tinha o conhecimento que você
já tinha sido convocado para essa oitiva.

Então, hoje realmente é um dia importante aqui para a nossa, para a nossa CPI. Mais
uma vez, obrigado pela presença do Senhor. Então vamos aqui as nossas perguntas.
Caso queira fazer alguma consideração inicial, só fique à vontade. Tranquilo?

Bruno Muzzi: perfeito. Bom, eu queria primeiro me apresentar e o papel que eu


desempenho e contar um pouquinho de todo o processo de licenciamento da obra, e
até onde ela se encontra, porque eu acho que ele vai dar uma boa elucidada de tudo e
depois a gente abre. Eu trouxe uma apresentação também para que eu possa abrir
aqui e a gente ir passando os pontos. Perfeito?

Bom, então eu chamo Bruno Muzzi, eu sou engenheiro civil e eu comecei no Projeto
da Arena MRV, o início das conversas sobre o projeto no finalzinho de 2017. De fato,
começando no projeto, já no início de 2018. Então o projeto já vinha tramitando e logo
que eu entrei, a gente estava discutindo uma questão sobre o interesse social desse
projeto.

Eu queria só dar um passinho atrás antes de entrar nessa questão. Eu não estava
presente, anterior a isso. E o projeto da Arena, ele começou de fato em 2013, até a
concepção do projeto 2013. E aí, quem cuidava desse licenciamento era o Bernardo.
Em 2014, esse projeto começou. E começou a tramitar na Prefeitura. Acho que foi
quando ele fez o primeiro protocolo e começou a tramitar esse projeto. E aí nesse
momento a Prefeitura tinha um cronograma organizado para que esse projeto pudesse
ser concretizado no final de 2015. E aí, durante o final de 2015 e 2016, houve o trâmite

793
de discussão sobre o projeto. Ainda dentro do conceito de operação urbana
simplificada.

Em 2016 houveram várias trocas de, entre o Bernardo e a Prefeitura. Isso até onde,
onde eu tenho conhecimento. E aí, em 2016, havia um novo projeto já concebido para
operação urbana simplificado, que necessitava passar, ser aprovado na Câmara de
Vereadores. E nesse momento muda o governo e passa-se a gestão, do gestão, do
Alexandre Kalil. O projeto fica ali em stand-by. E aí eu entro no projeto final, no final de
17.

E aí quando eu entro em 2018, o projeto da Arena MRV, ele precisou ser transformado
em interesse social, porque ele não mais podia ser utilidade pública. E aí a gente
precisava fazer, ver como transformar o projeto da Arena MRV em um projeto de
interesse social.

Logo após isso, houve essa coincidência de interesse, dessa necessidade transformar
o projeto de interesse social e também teve essa, essa, essa, esse fim de operação
urbana simplificada e passou-se a necessidade do projeto de atender a legislação
vigente com seus, com os usos, com os zoneamentos adequado ali para o terreno.

Vereador Wesley Moreira: fazer uma intervenção rápida aqui, porque isso foi uma
parte do depoimento, no último depoimento do Sr. Bernardo, que realmente trouxe
pontos importantes para nossa CPI, aonde, pelo aquilo que nós podemos captar no
depoimento, nós tivemos um trabalho de quatro anos feito na Prefeitura, de acordo com
o depoimento do Sr. Bernardo, um trabalho com técnicos, um trabalho muito bem
desenvolvido, já com um direcionamento, até mesmo, até com uma, com uma, com
uma previsão de início de obras, com a previsão de até mesmo de uma inauguração, e
pelo aquilo que o Sr. Bernardo trouxe aqui para nós, tudo, tudo caminhando dentro dos
critérios, estabelecido dentro de uma rigidez, evidentemente que um projeto como esse
tem necessidade e, infelizmente, quando já estava ali a ponto de recebermos aqui na
Câmara Municipal, um projeto de Operação simplificada, que aqui entendo eu, que na
gestão do Prefeito Alexandre Kalil.

794
O Prefeito Alexandre Kalil, foi um dos poucos Vereadores, um dos poucos Prefeitos,
talvez na história que teve a alegria de ter uma base de sustentação tão grande. Favor
desligar o microfone. E acredito que dos 41 Vereadores, Vereadora Fernanda, na
legislatura passada, o Kalil tinha aproximadamente de 35 a 36 Vereadores da base.

Então, ou seja, eu acredito que seria um projeto que não teria dificuldade, ou não teria
dificuldade de ser aprovado na Câmara Municipal. Um projeto que como ficou muito
claro, demonstrado pelo o senhor Bernardo, que evidentemente ele tinha que vir do
poder executivo. Quatro anos de trabalho, tudo prontinho. Não deu tempo do ex-
Prefeito Márcio Lacerda enviar o projeto. O projeto fica pronto no final de 2016. Cria-se
uma expectativa que em 2017 esse projeto estaria aqui na casa e dali, incidentemente,
o projeto fica um ano parado, não vem para essa casa. E quando tudo começa,
infelizmente, muda todo o processo por uma fala, em uma, em uma audiência pública.

E hoje nós estamos vivendo essa situação de uma arena que já era para estar aí,
trazendo um grande benefício para a cidade, um grande benefício para os
belorizontinos e por uma decisão de última hora, arbitrária unilateral, perdeu-se esses
dois anos. E realmente deixou a gente impactado com isso. Eu até falei, e volto a falar,
quatro anos de trabalho jogado no lixo. Foi isso. Na troca de gestão, foi isso que
aconteceu. Quatro anos de trabalho jogado no lixo. O que os outros técnicos avaliaram
estava tudo errado.

Então isso realmente deixou. É algo que com certeza tem que ficar bem evidenciado aí
na hora do relatório da nossa Fernanda Pereira Altoé. Desculpa aí a intervenção aí,
pode ficar à vontade.

Bruno Muzzi: não. Perfeito. Então, nesse momento, eu acho que foi 28 de fevereiro de
2018, a gente não poderia mais seguir como utilidade pública, precisaria transformar o
projeto de interesse social e, na sequência, não mais também na operação urbana
simplificada, precisaria seguir a legislação vigente.

Então, naquele momento ali havia-se uma indefinição muito grande se o projeto da
Arena, se a gente conseguiria ir para frente e a gente também não poderia seguir com
o protocolo de projeto, mesmo que tivesse já feito os estudos, se readequando para o

795
novo processo, uma vez que não, a gente não era mais a utilidade pública e sim
precisaria esse interesse social.

Então, eu comecei a preparar um projeto de interesse social no Estado e a gente foi


tramitando esse projeto no Estado e é daí que se deu as contrapartidas sociais. Então,
a gente nunca discute contrapartidas sociais do projeto Arena MRV, uma vez que elas
são em função da transformação da Arena MRV em interesse social e são
contrapartidas que eu posso detalhar um pouco mais à frente, mas são contrapartidas
que de fato trazem benefício. E aí a gente só conseguiu esse decreto no final de
novembro de 18.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o trâmite no Estado demorou quanto tempo?

Bruno Muzzi: oito meses. Oito meses no estado tramitando, passando por diversas
secretarias para finalmente ter o decreto. Acho que foi 28 de novembro de, eu não
lembro exatamente o dia, mas novembro de 2018. A partir desse momento, só então, a
Arena sendo decretada como interesse social, a gente pôde dar seguimento no projeto.

E aí a gente entrou num processo que a gente chama de licenciamento trifásico, que a
gente passa pela licença prévia, pela licença de instalação e pela licença de operação.
E aí a gente fez os estudos de impactos. Todos os estudos foram propostos pela Arena
MRV, pela equipe da Arena MRV, para que a gente pudesse avaliar os impactos e
mitigar. E assim fizemos. Obtivemos a licença prévia e depois fomos para a licença de
instalação para de fato tentar começar a obra.

E nesse momento, entre prévia e licença de instalação, a gente começou a discutir


aquelas propostas que haviam sido feitas por nós até chegarmos num ponto que era
ter um parecer final da Prefeitura para que a gente pudesse levar esse parecer e ser
aprovado, votado no COMAN, que é o Conselho Municipal do Meio Ambiente, que é
quem vota esse parecer. O Conselho, o COMAN, é composto por sete pessoas do
governo, sete pessoas da sociedade civil e o 15.º, é o secretário que desempata.

Então a gente, essas propostas, até o licenciamento, são propostas conceituais de


mitigação e a gente sempre foi tratando ali, em todas as secretarias, seja ambiental,

796
seja na Secretaria de Planejamento Urbano, seja mobilidade, todas as secretarias a
gente foi tratando ali, discutindo aqueles pontos. E na hora que você apresenta o
impacto e a Prefeitura volta com as sugestões, você tem muitas discussões. O que
deve ser feito, o que é que não deve ser feito com o objetivo de ter um parecer positivo
para que a gente possa voltar no COMAN. Porque sem um parecer positivo é muito
difícil de você reverter isso, isso, isso, no COMAN.

Então nós, fizemos todas as proposições, fomos pro COMAN. O COMAN no dia
20/12/2019. Mas a gente recebeu o parecer oficial assinado pela Prefeitura, ele
aconteceu no dia 17/12, três dias antes, quando foi o parecer oficial da Prefeitura. E ali,
naquele momento, havia itens que eu vou mostrar aqui, que não haviam sido discutidos
pela, pela, pela Arena MRV, que não havia sido proposto pela Arena MRV, são alguns
itens, não são em grande sua grande maioria, mas vieram alguns itens que não haviam
sido discutidos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês apresentam o conceitual e aí de repente


colocaram coisas que não foram discutidas em nenhum momento na secretaria?

Bruno Muzzi: vieram alguns itens que não foram discutidos. É verdade.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Kinder Ovo, pareceu igual surpresinha?

Bruno Muzzi: apareceram alguns itens que a gente não havia discutido. Nesse
momento. Na hora que eu vou pra...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pergunta: foram quantos itens?

Bruno Muzzi: eu acho que eu tenho eles listados aqui na apresentação, acho que uns
seis itens, mais ou menos, tá?

Nesse momento, quando eu vou para a apresentação do COMAN, a gente passa a


tarde inteira apresentando, defendendo o parecer. E como a gente teve muito pouco
tempo para poder avaliar todos os itens e no final da votação, eu peço a palavra
dizendo: “Olha, estamos aqui com isso aqui tudo praticamente aprovado, no entanto,
tem alguns itens que eu gostaria de retirar da votação, porque não concordo, porque

797
isso, isso não havia sido discutido”. Eu não lembro mais qual dos conselheiros pediu:
“Bruno - Isso é gravado o COMAN e tal - Bruno, já está tarde, nós passamos o dia
inteiro, você fica à vontade para voltar aqui no COMAN quando bem quiser e retirar
esses pontos que não foram apresentados”. E assim, e assim seguimos, tá? Então, foi
isso que, foi isso que aconteceu. Eu não consegui defender naquele momento e a gente
deixou para definir depois.

Hoje, hoje, vendo isso, talvez não fosse a situação mais adequada, revendo a minha
atitude ali, talvez não fosse a situação mais adequada. Porque depois você que
defender itens que estavam num contexto, ali, para defender e às vezes muda, muda
conselheiros, trazer uma discussão às vezes fora de contexto de tudo que tinha sido
aprovado, talvez não fosse adequado. Alguns desses itens eu de fato consegui retirar
do licenciamento, numa reunião do COMAN em 2022, em julho de 22. Alguns deles eu
também destaco quais são os itens que eu consegui retirar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então o que foi proposto numa discussão em
dezembro de 2019, essa reunião foi em dezembro de 2019?

Bruno Muzzi: isso

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só foi ser discutido de fato, mostrando que não
tinha pertinência em 2022?

Bruno Muzzi: 22. em julho de 22 eu consegui retirar alguns deles, mas aí já é um


desgaste bem grande, né?

Vereador Wesley Moreira: Bruno, você falando assim, itens, itens, são quantos itens
no caso?

Bruno Muzzi: eu tenho que olhar, mas eu acho que são os seis itens, na apresentação
eu coloco, eu mostro aqui, quantifico tudo certinho.

Vereador Wesley Moreira: você já consegue antecipar? Você fala em seis itens, mas
tem algum impacto, valor ou alguma coisa assim?

798
Bruno Muzzi: consigo, consigo. Eu acho que se eu lembrar da apresentação deve ter
aí na casa dos 60, 65 milhões de reais. Eu vou ver o valor certinho aqui, mas eram duas
alças da via expressa com anel rodoviário que eu consegui retirar essas alças, mas
elas nunca haviam sido discutidas. Elas, e eu só consegui retirar no COMAN, eu não
consegui retirar porque simplesmente eu queria que retirasse. Eu provei que não havia
sido discutida pro COMAN, não havia sido proposto pela arena. Eu provei que
tecnicamente essas alças não faziam sentido, porque elas de fato, elas prejudicavam
em vez de melhorar o trânsito da região. Então, por isso, que eles aceitaram que fosse
retirada. E tem mais um item, agora que eu não lembro de cabeça qual que foi retirado,
mas essas duas alças ali na casa de uns 20 milhões reais, mais ou menos.

Vereador Wesley Moreira: três dias antes, 60 milhões de reais. Aí depois você vai
mostrar?

Bruno Muzzi: eu mostro, eu mostro. Esses são os pontos, as demais contrapartidas e


as contrapartidas da Arena MRV, gente, eu queria destacar, elas são compostas em
três grandes grupos: ambientais, sociais e viárias, tá?

As sociais, a gente nunca questionou porque ela veio decorrente do processo de


transformação da Arena MRV em interesse social. A gente tem o Instituto Galo, a gente
tem as entregas. O Instituto Gallo é um instituto que foi criado para transformar em
interesse social, no qual a arena em operação, 1,5% de sua receita é destinada para o
Instituto Galo. O instituto Galo já vem atuando de forma super ativa, ajudando de fato
a comunidade de Belo Horizonte.

A gente está com as obras prontas de três equipamentos comunitários que nós vamos
entregar à Prefeitura, que é o Centro de Línguas Integradas, o Núcleo de Saúde, e um
anexo à Unidade Básica de Saúde do local. Uma unidade básica também no bairro
Califórnia. Então, isso nunca foi questionado pela Arena. Independente se a gente tem
dinheiro ou não, a gente nunca. Eu nunca questionei quanto as contrapartidas sociais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma pergunta. Que o Dr. Bernardo, na oitiva
dele, falou assim, que se fosse processo simplificado não haveria a obrigatoriedade
disso. Isso aí surgiu a partir do momento em que a Maria Caldas falou que não queria

799
mais o simplificado e teve que se desenvolver um projeto com interesse social. É isso
ou, não é?

Bruno Muzzi: É. se você parar para pensar, então, que isso aconteceu, a necessidade
de transformação, pegando a sua pergunta aqui, transformação em interesse social, foi
em fevereiro de 18, e essas contrapartidas sociais surgiram a partir da necessidade de
fevereiro 18, e se havia um projeto de operação urbana simplificado pronto para 2016,
não é isso que o Bernardo falou? Então, nesse momento, essa necessidade, nesse
período de 15, 16, 17, não havia, não havia essa mudança ou essa necessidade de
transformar o estádio de utilidade pública para interesse social. Então, com certeza,
não haveria necessidade de contrapartidas sociais obrigatórias para essa
transformação. Isso, nesse período, não teria.

Dr. Tarcísio: Sr. Presidente, só um esclarecimento, queria que fosse, só um


esclarecimento na resposta dele. Não estou perguntando. Ele está dizendo que as
contrapartidas sociais ocorreram por conta da negativa da operação urbana
simplificada. Gostaria que o Sr. o advertisse que ele está sobre o compromisso de dizer
a verdade.

Bruno Muzzi: pode repetir, por favor, Dr. Tarcísio?

Dr. Tarcísio: só uma questão, só queria que ele confirmasse um dado que ele acabou
de falar, não sei se eu entendi errado, que as contrapartidas sociais só foram
necessárias porque não se aprovou a operação urbana simplificada. É isso mesmo?

Bruno Muzzi: não, não é isso que eu estou dizendo.

Dr. Tarcísio: ah, obrigado.

Bruno Muzzi: o que eu estou dizendo é que as contrapartidas sociais, elas foram
necessárias em função da transformação de equipamento de utilidade pública para
interesse social. Se no período anterior a este período, que essa necessidade não havia
e ainda era operação urbana simplificada, a relação não é direta. Eu, não haveria
necessidade de transformar em interesse social. É isso que eu tô dizendo.

800
Vereador Wesley Moreira: tranquilo, se quiser iniciar a apresentação

Bruno Muzzi: deixa eu só terminar aqui, a narrativa ainda. Então, então eu estava
explicando as contrapartidas da Arena, a gente, contrapartidas sociais, contrapartidas
ambientais.

As contrapartidas ambientais, eu vou explicar aqui também, mas as contrapartidas


ambientais também, nunca houve questionamento, porque elas são contrapartidas
compensatórias. Isso é previsto em legislação, a não ser pelo fato das 46.000 mudas
de árvores que surgiram nesse nessa data do dia 20/12, no processo de licenciamento.
Acho que aquilo ali não veio nem, essas 46.000 mudas, ela não veio nem na, eu tenho
que lembrar, eu acho que ela não veio né Carlinhos, acho que ela não veio. Você pode
me responder aqui? Não, no parecer, ela não veio no parecer. Ela foi levantada por um
conselheiro.

No final da reunião eu falei assim: seria muito interessante que a arena MRV, plantasse
uma muda para cada, para cada torcedor. E ali a gente fez uma conta, eu fiz uma conta
rápida de cabeça, uma muda para cada torcedor, um plantio de muda para cada
torcedor, lá fiz 10 reais a muda, 46.000 mudas, 460.000 reais, ok.

Com o passar do tempo, nas discussões entre licença de instalação e licença de


operação, eles pediram que a gente fizesse o plantio, a manutenção durante três anos
para cada uma dessas mudas, para 46.000 mudas num único momento. 46.000 mudas,
num único momento, vezes, normalmente, você planta uma muda dessa três por três,
nove metros quadrados. Você ia precisar ali de 54.000 metros quadrados para fazer
um plantio desse em Belo Horizonte. Você não tem área para poder fazer 54.000 metros
quadrados de muda de uma só vez.

Vereador Wesley Moreira: e isso foi, isso não veio escrito em lugar nenhum? Isso foi,
apareceu no momento assim, na hora?

Bruno Muzzi: foi. Foi na hora do COMAN, no final, no final, no final da audiência. Um
conselheiro pediu que assim fizesse. Aí a gente conseguiu entrar numa negociação
para que a gente pudesse de fato plantar e dividisse em dez anos, para que a gente

801
pudesse de fato plantar 4600 árvores por ano, que talvez fosse mais factível, mas que
a gente ainda desse a manutenção dessas mudas aí durante esse período. E a gente
vem cumprindo essa exigência.

Eu trouxe aqui também algumas imagens, mas isso traz uma complexidade muito
grande, porque são dez anos de equipe, são dez anos que. São 13 anos, porque se eu
planto uma muda hoje, tem que ter manutenção por mais três anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então, o que era o fornecimento de 46? Era um
plantio de plantio de 46.000 mudas, mas também na hora que foi proposto isso,
ninguém pensou em como seria plantado, onde seria plantado?

Bruno Muzzi: não, o texto da LI, se eu não me engano, ele fala assim plantio de 46.000
mudas, ponto.

Vereador Wesley Moreira: então, o plantio foi tranquilo. Você fez uma conta rápida ali,
10 reais.

Bruno Muzzi: a gente concordou naquele momento. Só que aí, com o desenvolver da
condicionante, porque você, como eu falei, vem a LI e você começa a acordar para
poder ir apresentando essas condicionantes para a Prefeitura. Nesse momento veio
essa solicitação que deveria ser o plantio com manutenção. Eu consegui negociar para
que fizesse o plantio com a manutenção, mas que fosse em dez anos, desde que a
Prefeitura me fornecesse as áreas adequadas. Mas isso traz uma complexidade muito
grande.

Vereador Wesley Moreira: e essa não está nas seis?

Bruno Muzzi: eu estou falando isso tudo porque isso está no rol de contrapartidas
ambientais. Então é esse, esse é o ponto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas não nas obrigações de contrapartidas legais?

Bruno Muzzi: não, não, não é isso. Isso não está previsto na legislação.

802
Vereador Wesley Moreira: e o plantio, você fez uma cota aproximada de 400. Você
falou quantos? 460.000?

Bruno Muzzi: 460 mil

Vereador Wesley Moreira: então esse seria o plantio? Agora, a questão dessa
manutenção, qual é o custo disso? Vocês estimaram em quanto?

Bruno Muzzi: hoje nós estamos chamando na casa, não sei se é 4.6 ou 5.3 milhões
de reais. A gente só fez, a gente já fez dentro da sequência, 4600 no primeiro ano, 4300
e pouco. Esse ano também a gente já fez. 3000 esse ano e assim a gente vai, vai
seguindo. Mas de fato traz uma complexidade, porque são lugares diferentes e cada
parque diferente, a irrigação. Nós tivemos até que fazer uma irrigação automática para
poder manter essas mudas e etc. É isso

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e de qualquer forma, quando você aceitou assim,
não tinha manutenção, né?

Bruno Muzzi: não, não. Era plantio de mudas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você aceitou o plantio, você não aceitou
manutenção por três anos?

Bruno Muzzi: não, não. Aí depois, com o decorrer disso, que veio essa discussão pra
gente plantar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí continuaram fazendo acréscimos em cima do


que tinha sido...

Bruno Muzzi: para poder viabilizar e continuar dando sequência pra gente, cumprindo
as condicionantes. A gente acatou os dez. Aceitamos dividir por dez anos com a
manutenção.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: sim, porque a obra, porque o processo todo
começou em 2013, isso era?

803
Bruno Muzzi: em 2020. Nós começamos o plantio no ano de 2021, no período de
chuvas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então já quase dez anos de história de construção
da arena. Então acabou, vai colocando as situações e vai gerando, tipo assim, uma
impossibilidade de negar né, depois dez anos de luta.

Bruno Muzzi: o processo de licenciamento. Você apresenta os impactos, e aí você vai


conversando com a Prefeitura, organizando né, o que é que impacta ou não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas 65.000 mudas não tinha nada a ver com
impacto?

Bruno Muzzi: não tem nada a ver com isso. Esse foi um foi uma solicitação lá no
COMAN.

Vereador Wesley Moreira: então no mesmo dia que pediu, não pediu para poder
cuidar?

Bruno Muzzi: não, não, não, não.

Vereador Wesley Moreira: no dia que pediu, pediu para poder plantar, beleza. Aí no
outro momento veio a solicitação para poder cuidar também?

Bruno Muzzi: exato. Então eu falei de contrapartidas sociais, eu falei de contrapartidas


ambientais e as contrapartidas viárias. As contrapartidas viárias, é muito importante
também deixar claro, que a gente apresentou para a Prefeitura todos os impactos da
Arena MRV naquela região e propusemos medidas viárias robustas para que pudesse
mitigar esse impactos. E ali você apresenta de novo, até o momento da licença de
instalação, são, são projetos conceituais. Isso foi feito quando a gente obteve licença
de instalação, era no âmbito conceitual e depois a gente foi discutindo sobre os
projetos, passando de um projeto conceitual para chegar até no nível de um projeto
detalhado, um projeto executivo.

Ali a gente tem um exemplo de como esse projeto, ele mudou muito a concepção do
que era inicialmente proposto, que depois ele acabou se transformando, mas foram

804
realmente medidas que a gente propôs, a não ser aquelas que eu já mencionei anterior,
que foram aquelas que vieram adicionais na licença.

E hoje nós estamos ali, com a obra praticamente prontas, com a obra interna
praticamente pronta e as obras viárias do entorno num estágio bem avançado e
algumas dessas contrapartidas viárias, principalmente, que que fazem a ligação ali do
anel rodoviário com a via expressa, com a 040 e uma outra passarela também. A gente
aí, esse nós não tem mais o recurso para fazer e a gente está vendo como, como
proceder em relação a isso. Então é isso.

Vereador Wesley Moreira: qual seria o valor final aproximado?

Bruno Muzzi: daquilo que a gente não tem mais recursos para fazer? Nós estamos
falando ali, só de viária, uns 150 milhões, eu acho. Mas nós já temos comprometidos,
acho que 170 milhões em execução de contrapartida. Eu trago um número aqui que é
para todo mundo enxergar quais são o tamanho das contrapartidas em termos de valor,
o que é o ambiental que a gente não discute, a não ser essa questão das mudas. E tem
a questão do parque também, tem essa questão do parque, mas eu explico aqui. As
sociais que a gente também não discute, as viárias que a gente também não discute, a
não ser aquelas que são, vieram adicionais que eu comentei anteriormente.

Então, a gente discute essas que vieram de forma adicional, aquelas que de fato
ganharam alguma complexidade no momento da discussão entre LI e LO. E é isso.
Essas são as nossas, são as nossas ponderações. Perfeito?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: só uma análise aqui, quantos por cento do que
vocês estão fornecendo, deu quantos por cento o valor da obra?

Bruno Muzzi: hoje a obra, ela vai chegar aqui na casa de 750 milhões, a gente tem
comprometido 170 de contrapartidas, mas o que está de fato colocado na licença para
a gente, na casa de 335 milhões reais. Quase 50%.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quase 50% do valor da obra, em contrapartida?

Bruno Muzzi: em contrapartidas.

805
Vereador Wesley Moreira: os números que a gente fica meio. A obra 750 milhões?

Bruno Muzzi: perfeito. A obra quando eu falo, é a obra dentro do perímetro ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pior que a Receita Federal hein?

Vereador Wesley Moreira: aí, de tudo que foi pedido de contrapartidas, 330?

Bruno Muzzi: o número está ali, 335 milhões, eu acho. Se eu não me engano. É isso
aí, né gente?

Vereador Wesley Moreira: então, por isso que a gente fala que a obra vai chegar
próximo de 1 bilhão de reais, somando o que é obra e o que é a contrapartida.

Bruno Muzzi: quando eu falo assim, que a obra vai chegar em um próximo de um bi,
é aquilo que eu vou conseguir fazer. Mas se você somar 750 com 335, mais os custos
acessórios da arena, vai chegar em 1,2, mas eu não consigo fazer. Eu não tenho
recurso para poder fazer o restante de todas as contrapartidas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e eu não sei se você teria noção disso, porque foi
o Bernardo quem falou, quem estava participando. Do que foi retirado do projeto
original, do que era a Arena MRV, shopping, Centro de Convenções. Isso era quantos
por cento do que era o complexo?

Bruno Muzzi: para mim é difícil falar, Fernanda, porque eu não estava nesse momento
e quando eu cheguei, eu já estava trabalhando no projeto para readequação do projeto
para a nova legislação.

Então assim, o que eu sei, superficialmente, é que tinha de fato um centro de


convenções, acho que tinha mais estacionamento, uma capacidade maior da arena,
dentro do conceito de operação urbana simplificada, que nada mais é do que uma
flexibilização dos parâmetros urbanísticos. É isso que é a operação urbana simplificada,
ela faz.

Essa apresentação, gente, ela é muito para poder exemplificar esse storyline, essa,
essa, isso, que eu narrei aqui, então acho que ela traduz em números e imagens

806
algumas das coisas que eu narrei aqui. Esse é o objetivo. Então essa apresentação
tem por objetivo apresentar as principais variações de custo do empreendimento,
ensejada pelo processo de licenciamento das obras. Pode passar, por gentileza.

Bom, o número está aqui, então vamos lá. O que a gente está falando ali? O número.
Então, esse número nós temos todos os cálculos, todos os projetos, orçamento e
muitas das coisas já de fato executadas. Então nós estamos falando de contrapartidas
ambientais de 95 milhões de reais, dentro desse valor aqui de 95, daqueles que a gente
não discute, a gente tem alguns itens aqui que podem ser discutidos, que é a questão
das mudas e a questão do parque linear, que eu vou entrar num detalhe aqui, que eu
acho que também era uma coisa que que talvez não houvesse necessidade.

É o social, que nós estamos falando aqui praticamente da Unidade Básica de Saúde,
do Instituto Galo, e da, e dos anexos que eu comentei dentro da obra. E as
contrapartidas viárias que a gente está falando aqui, de 212 milhões, sendo que são
183 milhões de obra e mais 25 milhões do processo desapropriação que eu tive que
fazer também. Então eu desapropriei, acho que se eu não me engano 13 áreas, 12
áreas. Eu tive que fazer um processo desapropriação a custo nosso, na casa de 25
milhões de reais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: como assim? O Atlético foi quem fez a
desapropriação?

Bruno Muzzi: foi. Esse processo normalmente é feito pela SUDECAP, mas como a
gente precisava fazer um cadastro técnico e havia, eu acho, que uma fila grande na
SUDECAP e em comum acordo com a gente, falou assim, não, é melhor vocês
fazerem, porque nós não vamos dar conta de fazer aqui no tempo necessário. Então a
gente pegou para fazer os cadastros técnicos com suporte deles, mas fomos nós que
fizemos os cadastros técnicos pra poder determinar todas as áreas, só que...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: com alguma promessa de reparação posterior?

807
Bruno Muzzi: não, não, não, não. Só que aqui, o quê que é importante né, os projetos
conceituais apresentados no momento da licença de instalação, que foi lá em dezembro
de 19, os projetos viários. A partir dessa data a gente começou a entrar na discussão.

É o que eu falei de transformar o projeto conceitual para o projeto detalhado, executivo.


Até que a gente, nós gastamos, aí, um ano e meio para que esse projeto fosse
concordados com a BHTrans, para que a gente pudesse ter o projeto em nível
executivo. Só a partir desse momento de projeto executivo é que eu sabia quais eram
a geometria desses projetos. Para saber o quanto eles de fato interferiam em áreas de
terceiros, para que eu pudesse fazer o processo de desapropriação.

Então, projetos entregues conceituais, dezembro de 19, projetos aprovados em agosto


de 21, processo de desapropriação, concluso em agosto de 22. Então, somente em
agosto de 22 à frente é que eu pude começar a de fato, a fazer as obras viárias
aprovadas. Ficou claro isso? Essa sequência?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ficou. Mas assim, como particular e


empreendedor, como é que vocês conseguiram fazer uma projeção de atuação de uma
obra dessa forma? Vai tudo aparecendo no meio do caminho e com responsabilidades
que não eram suas e vão sendo colocadas? E fico imaginando isso, assim?

Bruno Muzzi: como empreendedor. O que eu acho que...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: porque não tem previsibilidade. Não deram para
vocês previsibilidade nenhuma. Muito pelo contrário.

Bruno Muzzi: o que eu acho como empreendedor, eu sou, não sei nem se eu posso
falar isso aqui, mas eu sou um, eu sou um defensor de contrapartidas. Eu acho que
todo empreendimento, eu moro numa região que tem diversos empreendimentos e a
gente está pagando pela falta de contrapartidas. Então eu acho assim fundamental que
os impactos sejam mitigados em contrapartidas, eu sou um defensor disso.

Como empreendedor, o que é importante, é que eu acho que o poder público pode
ajudar, acho que em duas formas, é ter um processo claro de licenciamento, no qual
estabelece um percentual máximo de investimento em contrapartidas.

808
Acho que várias cidades, isso já existe e aqui em Belo Horizonte eu acho que vai
começar a seguir nesse caminho, com essa nova gestão. Isso é fundamental, porque
você pode chegar num ponto se a gente, olhando para trás, se a gente fosse fazer a
viabilidade dessa obra lá em 2018, sabendo que quase 50% de a gente teria de
contrapartidas, não era, não era viável continuar, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: jamais imaginariam que isso existiria?

Bruno Muzzi: é muito, muito, muito difícil. Era muito difícil de se imaginar a extensão
disso. Mesmo porque a gente também entrou num período de pandemia. Tiveram. Esse
atraso na obra. Eu até mostro sim, e a gente fez com que, ninguém pode prever
pandemia, ninguém pode, mas o impacto da inflação no período de pandemia foi muito,
foi muito severo. Então era impossível prever isso aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês previam que duraria mais dez anos?

Bruno Muzzi: não, não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: jamais, né?

Bruno Muzzi: é difícil, muito difícil. E para o empreendedor, talvez o maior, o maior
vilão de uma história é a falta de previsibilidade, e a falta de um tempo, de um tempo,
porque, é igual numa obra. Se você planeja uma obra com 24 meses, você gasta 48
meses por imprevisibilidade, você tem indiretos.

E você não pode abandonar essa obra mais no meio do caminho, você tem que
continuar. Você já investiu aquele dinheiro, você tem que continuar. Então o
empreendedor, esse eu acho que esse são os principais pontos. Então assim, acho que
é fundamental que daqui pra frente a gente tenha um processo de licenciamento muito
bem claro, com limites específicos para que a gente possa, e defendo, e reforço,
fundamental as contrapartidas.

Vereador Wesley Moreira: o que significa esse licenciamento aqui?

Bruno Muzzi: é porque a partir do momento que você passa, migra para um processo
de licenciamento trifásico que ainda está em curso, você tem consultorias contratadas,

809
você tem diversas taxas que são pagas num processo deste, os custos de projetos,
custos de consultorias. Então assim, a gente gastou durante esse período todo, desde
dois, dois, 2018 até agora, para poder licenciar esse empreendimento, quase 14
milhões de reais.

Vereador Wesley Moreira: então, isso aqui também é mais uma, mais uma despesa,
mais um atraso? Com a questão da mudança da operação simplificada ou essa
operação de fase que vocês dizem?

Bruno Muzzi: eu te falo assim, eu não sei bem como seria a questão da operação
urbana simplificada, mas já que era uma flexibilização de parâmetros, acho que seria
um processo simplificado. Eu já entrei num processo com a Arena, já com esse
processo de licenciamento. Então eu estou trazendo aqui quais são os custos reais,
hoje, do processo de licenciamento de contrapartidas da Arena MRV.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a partir do momento que virou trifásico, só de


licenciamento, quase 15 milhões reais.

Bruno Muzzi: exatamente. Então, aqui eu só queria deixar claro porque muita gente
fala: “pô, quanto custa qualquer contrapartida? 220 milhões, ah 250?” Não. É porque
às vezes a gente está falando do contexto viário, a gente tá falando de contexto
ambiental, a gente tá falando de contexto social, sendo que ambiental e social, como
eu disse, eles são inquestionáveis. O viário, em sua grande maioria, também é
inquestionável, a não ser esse ponto e a não ser aqueles projetos que de fato sofreram
alterações.

E o ponto aqui é dizer que, independente de tudo, nós temos um custo de


contrapartidas de um projeto de 335 milhões, é isso. O que mais, talvez o que mais eu
poderia reclamar aqui do poder público em geral. Assim, posso falar aqui? É mais do
que colocar coisas aqui que a gente vai mostrar, mais que adequação de projeto. Que
tipo de incentivo eu tive para uma obra dessa? Eu tive...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aqui não é incentivo, é apoio, o mínimo é apoio.

810
Bruno Muzzi: não tô falando o que teve de prejuízo. O que eu tive de apoio? A gente
vê em outros lugares, terrenos sendo doados, incentivos fiscais. Aqui eu não tive nada,
sendo que foi uma obra que começou, a licença terraplenagem, eu tive a licença de
terraplanagem no dia 16 de março de 2020, no dia que a cidade fechou na pandemia.
A obra funcionou durante todo o período, no momento de pandemia. Eu tenho, aqui,
até alguns estudos aqui. Deixa eu só pegar alguns números aqui para vocês verem, o
que ela gerou para a cidade aqui, durante o período de pandemia.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês esperaram isso. É uma autorização? É uma
licença para começar?

Bruno Muzzi: isso

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês esperaram por ela quanto tempo?

Bruno Muzzi: quando eu entrei no projeto, lá em 18, eu fiz uma apresentação no


conselho do Atlético que eu ia, a minha expectativa era que em agosto de 18 eu estaria
começando a obra. Isso foi, foi, era a minha expectativa no momento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: seria mais ou menos em agosto de 2018?

Bruno Muzzi: não tinha exatamente a questão do interesse social e utilidade pública.
Não tinha a questão da operação urbana. Então foi quando, foi logo quando eu entrei.
Qual era a nossa expectativa? Mas era uma expectativa. Eu ainda nem conhecia direito
quais eram todos os trâmites, porque ainda achava que estava ali dentro do prazo
anterior.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas depois da expectativa, a partir do momento


que foi caminhando isso, qual seria um prazo que você acha que seria razoável, ele já
ter entregado isso pra gente? E tendo em vista que nós entregamos tudo que era
necessário, quando?

Bruno Muzzi: eu acho, Fernanda, que depois que o processo pôde começar, em
novembro, dezembro, depois que ele teve o decreto de interesse social, em novembro,
dezembro de 18, o processo fluiu normalmente. A gente teve a licença prévia ali em

811
quatro meses, depois a gente teve a licença de instalação no final do ano. Eu acho que
foi um projeto dessa magnitude, desse impacto, eu acho que foi um tempo, um tempo
adequado ali de negociação até o momento da licença de instalação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e aí a licença ter saído logo quando começa a
pandemia?

Bruno Muzzi: aí a gente teve. A gente teve a licença de instalação declarada em 20 de


dezembro de 2019. Aí a gente precisava entrar com processo de licença de
terraplanagem.

O projeto de licença de terraplenagem, ele ainda previa algumas questões ambientais,


que era o manejo de fauna, que eu não sei se cê sabe, o manejo de fauna é até
engraçado. Pra você começar o processo de terraplanagem, você precisa espantar os
animais do local com o barulho, você precisa de ter uma equipe médica ali, se uma
cobra machucar para poder levar para o veterinário, tem que ficar de plantão. Então
você faz esse manejo social e ambiental para depois comprovar e você ter a licença
terraplanagem.

Então a gente obteve licença de terraplanagem no dia 16 de março de 2020. Aí a gente


foi de fato. Eu só dei a ordem de serviço para construtora, porque na hora que eu tinha
a licença de terraplanagem, agora eu vou dar ordem de serviço. Foi 20 de abril de 2020.
Aí eu dei a licença. Aí, de fato, a gente começou a obra e aí a cidade já estava fechada,
a obra nunca parou, respeitando todos os protocolos da Prefeitura.

E aí, eu acho que é que é, isso que eu falo, que é uma coisa assim que eu falo, essa
obra, que é a maior obra do estado, talvez desde o centro administrativo, que foi uma
obra pública, essa é uma obra privada, nenhum tipo, zero de incentivo. Qualquer lugar
no mundo você tem incentivos do poder público para trazer uma obra dessa magnitude.
Então, isso a gente não teve, nenhum.

A gente gerou 4180 empregos diretos, 2100 indiretos, 6685 empregos induzidos,
gerando um total de 13.000 empregos num momento de pandemia. Esse é um relatório
Sinduscon. A gente teve uma renda direta de 270 milhões, indireta de 155, renda

812
induzida de 370. Uma renda de quase 800 milhões reais para o município de Belo
Horizonte.

Além disso, a gente nesse momento de pandemia, a gente teve também uma
valorização do entorno da área. É o que eu falo que é o interesse social, o que a obra
trouxe de benefícios. A gente teve também um relatório sócio ambiental que a gente
teve. Para vocês terem uma ideia, nós tivemos aqui no último ano um aumento de 687
empresas ativas. Ela saiu de 395, isso no entorno tá, 3965 empresas em 2019 para
4652 empresas em 2021. A gente teve uma valorização imobiliária, enquanto na região
de Belo Horizonte foi de 5%, na região do entorno da Arena foi de 21% de aumento.
São todos dados comprovados. Preço médio de imóvel residencial da região,
2.810 reais por metro quadrado em 2019, 3742 no último ano. O preço médio do aluguel
saiu de 13,12 reais o metro quadrado, para 20 reais por metro quadrado na região nos
últimos anos.

Então, é incontestável esse caráter social. Os benefícios que uma obra dessa traz para
a cidade, além de, além de situações físicas. Se você pensar que dentro da arena MRV
a gente tem área preservada de 26.000 metros quadrados, com duas nascentes que
foram integralmente preservadas e isso foi fundamental para que a gente conseguisse
as licenças ambientais.

Era uma área degradada, era uma área que tinha cadáver dentro, era uma área
totalmente em decomposição. Então a gente conseguiu preservar, além do fato de
termos comprado uma mata ao lado, que chama Mata dos Morcegos, de 58 mil metros
quadrados, que foi condição fundamental para o processo de licenciamento, porque ali
aquela mata ela foi fundamental para dois objetivos. Eu vou explicar ela aqui, mas ela
é uma mata que ela era fundamental para o processo de parcelamento. Um processo
que no qual teve um processo de desafetação, aprovado aqui em dois turnos aqui na
Câmara Municipal. E depois também, em função de, durante o processo de
licenciamento, o campo da Arena não ter sido considerável, não ter sido considerado
uma área permeável. A gente precisava substituir essa área, um gramado natural que
não foi considerado área permeável, substituir essa, esse plantio, essa área
equivalente nesta mata. Então essa era uma mata que você passa lá hoje, ela pega

813
fogo, ela tem em toda a sua área lindeira, que na verdade, toda essa área lindeira, ela
é da Prefeitura, com depósito de lixo, sofá, super degradado, com risco de invasão, e
essa é uma área que a Arena MRV adquiriu para esses dois objetivos.

O que aconteceu foi que durante o processo de licenciamento, para além desses dois
objetivos, a gente teve fazer um parque linear que não, que não, acho que não tem,
não tinha legislação previsse isso, e uma manutenção desse parque por 30 anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pera aí, essa área aí foi para compensação
ambiental?

Bruno Muzzi: dois objetivos: parcelamento e compensação ambiental.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e em função do parcelamento da compensação,


vocês têm a obrigatoriedade de manutenção?

Bruno Muzzi: não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: por que isso foi feito?

Bruno Muzzi: foi durante o processo de licenciamento, era a forma de se obter o


parecer positivo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: exigiram? Então, além de vocês cumprirem a lei,
eles exigiram manutenção?

Bruno Muzzi: a criação de um parque, que ainda estamos em discussão no projeto, o


projeto ainda não está totalmente aprovado, e a manutenção. E eu até faço uma
estimativa de manutenção e implantação do parque.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: manutenção por quanto tempo?

Bruno Muzzi: por 30 anos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: de onde tirar os 30? Não sabe?

814
Bruno Muzzi: não sei te falar. E a gente tem questionado também para que pudesse
mandar para a gente o que é manutenção? E aí acho que a gente não teve resposta
ainda. Exatamente. Tivemos? Quais são as determinações?

Vereador Wesley Moreira: se ele, se eu for falar, a gente leva ao microfone porque
tem que ser gravado.

Bruno Muzzi: mas, é porque assim, é muito importante que eu saiba a questão da
previsibilidade, manutenção, quantos porteiros eu preciso em um parque desse? Eu
vou ter uma exigência de ter duas portarias, uma portaria só? A questão da iluminação,
que grau de iluminação eu preciso ter ali no Parque? Qual a frequência de manutenção
das mudas que a gente vai ter que plantar ali? Frequência de limpeza? Porque se eu
não faço...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: manutenção não é só vigiar, não? É melhorar


também?

Bruno Muzzi: é manter um parque em pleno funcionamento, manter um parque e suas


mudas ali, que é o objeto do replantio. Então assim, tem um eu preciso entender isso
melhor. Eu ainda não tenho essa, essa definição ali muito precisa, a gente precisa saber
como será. Então assim, até o tópico de implantação aqui de 12 milhões é uma
estimativa, porque o projeto ainda não está totalmente definido, então a gente precisa
ter isso claro.

Vereador Wesley Moreira: mas vocês não tem nenhum valor aproximado?

Bruno Muzzi: a gente pegou o projeto conceitual e estimamos, mas na hora que você
transforma o projeto. São duas, são duas, são duas contas, uma em implantação e
outra de manutenção. A de implantação, é de implantação do parque. Eu só vou ter
detalhado o custo na hora que eu tiver projeto executivo, sem o projeto executivo ainda
não posso detalhar. A manutenção, é muito difícil de eu saber como, como que será. A
gente estimou 36 milhões de manutenção. Nós estimamos 100.000 reais por ano...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e vocês já estão sendo responsáveis por essa
manutenção?

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Bruno Muzzi: não, a gente não, que a gente não implantou o parque. O que a gente
fez foi, como essa área no projeto desafetação, ela passou a ser de nossa propriedade.
A gente cercou a área, só que a gente cercou e já roubaram toda a cerca ali da área. E
isso e essa questão de manutenção, ela é muito, muito, muito importante, porque você
vê, que na hora que a gente cercou a nossa mata, dentro terreno da arena, a mata de
fato ela recuperou. Ali ainda, ainda não tem essa, essa proteção, mas eu preciso saber
como vai funcionar aquilo ali.

Vereador Wesley Moreira: e quanto custou a mata?

Bruno Muzzi: a mata custou, se eu não me engano, 4.300.000 reais na época. Para
fazer a aquisição da mata. Então aqui, eu acho que está claro como é que foi dividida
as contrapartidas da Arena.

Vereador Wesley Moreira: eu lembro que eu vi, em entrevistas aí, eu vi, ouvi falar em
200, eu ouvi falar em 250, e agora para mim, para mim está sendo novidade, esse 335.
Eu vi você dando entrevista, falando que seria 200, 250, aí, isso foi ano passado,
parece, não sei. Agora está em 335.

Bruno Muzzi: a gente tem que pegar muito contexto, sabe, Wesley, se o contexto
estava falando só de viário, ou se estava falando de contrapartidas como um todo, esse
é um ponto importante. Outro ponto importante é que as contrapartidas viárias, hoje
elas custam 183 milhões, ali está 212 porque tem o custo da desapropriação. Mas
quando a gente orçou as contrapartidas viárias, elas custavam na casa de 100
milhões de reais. A partir do momento que isso, isso vai no tempo e a gente faz uma
tomada de preço real, considerando a inflação, e a inflação ela é só um índice, ela só
uma cesta, ela não absorve exatamente todos os custos. Nós fizemos um processo
com dez empreiteiras de Belo Horizonte, como as obras são muito espalhadas, muito
picadas, mobilização indireta de cada obra e tal, é muito diferente. Esse preço foi para
183 milhões de reais. Então, hoje esses são os números atuais que a gente está
praticando.

Vereador Wesley Moreira: nessa área da construção civil aí, não, aí você não precisa
isso aí a coisa, caso você queira responder ou não. Mas você já teve alguma

816
experiência aí de alguma obra de grande impacto, com um somatório de contrapartidas
chegando no valor de quase 50% do valor da obra? Falo isso porque nós, como nós,
como Vereadores aqui, a gente envolve muito nessa questão de contrapartidas, porque
a comunidade procura e nos chama, nos procura. Atualmente, por exemplo, está tendo
uma grande obra na região do Barreiro, ali na Manesman e muitas contrapartidas
ambientais também têm sido cumpridas, têm sido exigidas. Eu acho que pode até ser
um pedido de informação mais para frente, mas esse valor de 50% na sua vida e na
sua experiência já viu alguma situação parecida como essa?

Bruno Muzzi: não, não tenho conhecimento de nunca ter visto isso.

Vereador Wesley Moreira: então, nós estamos falando de uma obra, como você
mesmo disse aí, depois da Cidade Administrativa, talvez a maior, não, não de BH, não
da região metropolitana, a maior obra do estado de Minas Gerais. Uma obra desse
tamanho, talvez nesses últimos anos aí, a obra, que vai trazer o maior número de
benefício para a população belorizontina, e o que vocês receberam foi 50% de valor de
contrapartida.

Porque o interessante que ele falou até, ele relatou até a questão de não ter incentivo,
de não ter nada nesse sentido. Mas tudo bem, não tem obrigação nenhuma de, talvez
o poder, não teria essa obrigação de dar incentivo nem nada. Mas isso entra muito
numa numa frase que minha mãe falava muito assim “Wesley…”, eu ia ajudar ela a
fazer alguma coisa. Ela falava: “não faz não, muita ajuda quem não atrapalha”.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então é uma curiosidade, porque eu sou


advogada, não sou engenheira. Quando você constrói um prédio, grama é área
permeável? É, mas o campo de futebol não foi?

Bruno Muzzi: não. Não foi.

Vereador Wesley Moreira: e o argumento?

Bruno Muzzi: eu acho que entra uma tecnicalidade ali, gente. Área permeável, você
tem dois, você tem dois, duas situações. Uma é para cumprir os parâmetros
urbanísticos. Quando você tem um zoneamento e você fala assim: olha, o zoneamento

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precisa cumprir 30% de área permeável. Ele é considerado. Então do ponto de vista
urbanístico, o campo foi considerado área permeável. Do ponto de vista ambiental, ele
não foi considerado permeável. Aí tem uma discussão profunda. Eu não sou
extremamente técnico nessa área, mas tem uma discussão profunda.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: dentro da própria Prefeitura tinha duas análises?

Bruno Muzzi: são dois, que são dois conceitos, são dois conceitos. Um conceito legal
de parâmetro urbanístico e um conceito ambiental. O que é permeável. E o permeável,
ele passa pela capacidade de de uma área voltar com a água de chuva para o solo e
ali você tem esse. Ali é um aterro compactado. Isso volta pro solo ou não volta pro solo.
Aí você tem pontos de vistas de técnicos que, que, que divergem dessa situação. E a
gente ia ficar nesse, nesse embate. Que tipo de coeficiente de fato, o coeficiente de
escoamento, você considera numa área dessa? O coeficiente de escoamento ele vai
de 0 a 1. Se ele for um é que não escoa nada. Que escoa tudo, quer dizer, nada
permeia. Se for zero, ele permeia tudo. Se for 0,50, metade. Então tem uma série de
conceitos técnicos ali discutidos. O fato assim, urbanisticamente, ele foi considerado
área permeável, compôs a área, a composição necessária para respeitar a legislação
e do de vista ambiental ele não foi considerado. E para isso a gente teve que fazer a
área do campo. Eu acho que são nove ou dez mil metros quadrados para que a gente
pudesse fazer a compensação dessa área numa área ao lado, que é essa Mata do
Morcego.

Vereador Wesley Moreira: o campo são quantos mil metros quadrados?

Bruno Muzzi: são nove ou dez mil metros quadrados? São sempre 70, não é isso?
Mais as áreas do lado ali. Nove. São nove mil metros quadrados. Isso

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Deixa eu voltar aqui nos 335 milhões,
evidentemente, quando vocês planejaram, fizeram essas contas, vocês tinham aí um
valor que vocês pensavam que essas contrapartidas, num valor total poderia somar no
final da obra, e tudo?

818
Bruno Muzzi: então tinha. A gente fez o valor lá atrás, 410 milhões pelo tamanho do
impacto. A gente imaginava ali que uns 10%, pelo menos a 10 a 15%, a gente iria gastar
contrapartidas. De fato, 40, 60 milhões de reais com certeza iria gastar. E eu acho que
a maioria dos outros lugares, se eu não me engano, são 3 a 5% de contrapartidas. Mas
pelo tamanho do impacto, a gente imaginou que iria gastar isso.

Vereador Wesley Moreira: perfeito. Isso aí você pensando aí no caso de outras, de


outras experiências. De 40 milhões para 335 milhões, eu acho que isso encaixa muito
bem no nome dessa CPI, porque isso é uma conta suas, tudo bem, é uma conta de
você, mas evidentemente com parâmetros técnicos, de outras obras, de outras
experiências, e de repente vocês são surpreendidos com 335 milhões de reais. De 40
para 335 milhões de reais.

Se isso não é abuso de poder, não tem nem mais abuso de poder. 40 milhões de reais
era o esperado. Uma conta feita com embasamento técnico, levantamento técnico. De
repente, depois que a obra começa, vai andando, vai sendo aprovado. É interessante.
Ia ser aprovada alguma coisa, três dias antes, chega lá, seis exigências novas. Eu acho
que mais pra frente. É complicado. Isso para mim, Fernanda, 40 milhões para 335
milhões de reais. Agora eu estou gostando muito do nome dessa CPI.

Bruno Muzzi: bom, vamos lá. Deixa eu passar mais alguns slides aqui, por gentileza.
Essa que é a Mata, gente, que eu estou falando. Aqui é só um conceito aquilo que eu
falei, Mata dos Morcegos. A estimativa de implantação é de 12 milhões, manutenção
por 30 anos, 36 milhões. Eu acho que a gente já abordou esse assunto aqui, agora.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é só uma dúvida que, ô Bruno.

Bruno Muzzi: eu estou falando aqui só pra explicar a lógica da apresentação. Eu


pontuei ambientais, sociais, viários. Então eu estou indo aqui, aqui o que aconteceu,
sociais, ambientais. Alguns exemplos, e viários, alguns exemplos para a gente só poder
elucidar aquilo que de fato, às vezes eu não concordo, não concordo e tal.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá. Vocês estão tendo algum apoio da Prefeitura
em relação a esse espaço ou eles não? Eles têm várias exigências? Eu te falo porque

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assim, tem. A gente foi no Parque do Palmares que a Renata Azeredo. E lá, parece que
está sendo muito usual em Belo Horizonte, é uma tristeza. Caiu com a chuva, a cerca
e roubaram uns pedaços também. Está assim. A Prefeitura não tem dinheiro, ela não
põe outro não. Com vocês também tem essa flexibilização? Ah, não roubaram, Tá, ok.

Bruno Muzzi: não. É responsabilidade nossa, né?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas aí vocês tem notificação, vocês tem multa,
vocês tem que fazer?

Bruno Muzzi: é, essa questão de multa até tá interessante, né? Essa área lindeira é
uma área da Prefeitura e ali você tem uma área que está super degradada, sem
calçadas, com muito entulho sendo jogado, sem nada.

Na obra, quando a gente começou, e a gente estava começando a fazer o tapume, a


gente foi notificado pela Prefeitura lá no início de 2020, para que a gente pudesse. E a
gente recebeu notificação não, nós recebemos uma multa, a gente até recorrendo da
multa, que a gente pudesse, que a gente fizesse a calçada do entorno e fizesse o
fechamento em tapume e fizesse o portão, os portões ali de obra. A gente foi multado
por isso. A gente tava começando a obra naquele momento e a gente tem questionado,
até questionada por que eu sou multado em fazer o tapume, fechamento isso e sou
multado o portão? Se eu não tem tapume, não tem portão. Então isso a gente foi
multado e a gente está. Mas a área da Prefeitura continua da forma como está. E aí a
gente, na hora que a gente assumir de fato a manutenção, a gente tem que fazer.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que já é um gasto que está tendo nenhuma
manutenção, que já começa agora, muito embora os 30 anos não tenham nem
começado, né?

Bruno Muzzi: exato.

Vereador Wesley Moreira: estão outros desenhos e são intervenções, que?

Bruno Muzzi: é o conceito do parque. Esses desenhos é o projeto conceitual do


parque. Você tem calçadas que você tem que fazer ali na margem lindeira. Aí você tem

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um anfiteatro, você tem uma passarela que passa por uma área ambiental, você tem
uma quadra poliesportiva, você tem uma área, uma área social que precisa ser
construída. Então isso tudo é manutenção. Vocês estão vendo as árvores ali, que as
delimitações ali são usáveis de plantio. Então é de fato um parque complexo com
76.000 metros quadrados de área.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas quando esse parque tem duas utilidades, que
é a questão do da compensação ambiental, que foi em função de terem considerado a
grama não permeável, optaram pelo parecer de que não é permeável, que tinha parecer
de que era.

Bruno Muzzi: tinha uma discussão aí

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e também a questão do zoneamento.

Bruno Muzzi: isso

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que você falou. Nesse caso, o usual não seria
entregar para a Prefeitura ou não? O particular fica para ele dar destinação que lhe
bem interessa?

Bruno Muzzi: não sei nem te falar o que é o usual disso, Fernanda. Tem que

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em termos legais.

Bruno Muzzi: assim, o que poderia ser feito é uma área de preservação ali a gente
fechar, preservar ou manter o parque, assim como é a nossa área de preservação
interna. Ela é uma área fechada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é. Isso que eu queria saber. Não existe
exigência legal de ter que transformar isso numa utilidade pública não?

Bruno Muzzi: de ter que transformar isso, essa área num parque, ou por manutenção?
Não

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não é uma exigência legal? Não.

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Vereador Wesley Moreira: e a manutenção?

Bruno Muzzi: Não, também não. Podemos passar. Aqui vocês podem ver a mata. É só
pra vocês entenderem o tamanho dela, né? Que 76.000 metros quadrados. O fato da
gente ter cercado um pouquinho, embora tenham roubado a cerca, ficaram os mourões.
Ela recupera, um pouquinho que cercou, ela recupera. O grande problema são as áreas
lindeiras e eventualmente num momento seco, com fogo. Então a gente, e aí a gente
quando, quando pega fogo, a gente que, que providencia, que apague, etc. Podemos
passar, isso aí é só pra vocês terem uma noção do que que é a mata.

Ah, aqui é o famoso plantio das mudas, dentro ainda do rol de contrapartidas sociais.
Isso aí são a estimativa lá que eu falei, 4,6, mas são 5,3 milhões reais. Aqueles 46 mil
mudas, passados em dez anos, com manutenção a cada três. Esse é o trabalho que a
gente já entregou. Uma delas, a gente já está, a gente já entregou duas áreas e a gente
vai seguir entregando pra Belo Horizonte. Só lembrando, é uma quantidade de árvores
considerável para a cidade de Belo Horizonte, 46.000 mudas. Realmente é muito
impactante. Se eu considerar todas as árvores, disso, mais as áreas de plantio, a gente
vai estar plantando aí esse 54, 55.000 árvores para a cidade de Belo Horizonte, ou
seja...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: plantando e fazendo manutenção por dez anos?

Bruno Muzzi: isso.

Vereador Wesley Moreira: será que representa mais ou menos quantos por cento das
árvores de BH?

Bruno Muzzi: assim eu tive uma conversa uma vez com o Mário Werneck. Ele me falou
que era 10%, 40 e poucos mil era 10% das árvores de Belo Horizonte. Foi numa
conversa que tive com Mário, na época secretário.

Aqui são algumas fotos, só exemplos pra vocês verem ali o trabalho que a gente vem
fazendo. Acho que tem mais um slide que é bacana. Eu acho que ele é um filmezinho
de 10 segundos, que você consegue. Clica aqui. Tá vendo? A gente teve que fazer. E
como a dificuldade de irrigação era muito grande na região, na área, a gente fez um

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processo de irrigação automático para todas essas mudas. Então isso vem sendo
entregue de fato.

Então assim é o que eu insisto, de fato, a Arena, ela traz muitos benefícios, não é só
impacto, ela vem mitigando isso aqui. Aqui é o centro, aqui é contrapartida social, só o
centro de, a Unidade Básica de Saúde que faz parte da contrapartida sociais, em função
lá do interesse, da transformação em interesse social. Nós estamos conversando isso
com a Prefeitura. A Prefeitura tem umas PPP's muito bacanas, com esses centros, e a
gente vai vendo como é que nós vamos coordenar.

Essa aqui, gente, dentro das contrapartidas sociais também. Toda essa área onde
vocês estão vendo aqui, essa área aqui e que hoje é o nosso canteiro de obras,
inclusive, é exatamente naquele ponto. É uma área super legal, de frente pra mata.
Aqui vocês conseguem ver também a mata com 26.000 metros quadrados que a gente
chama de RPE, Reserva Particular Ecológica, que ela tem que ser totalmente
preservada.

É incrível como simplesmente o fechamento, como essa área reviveu. Você se vê como
tava e vê como hoje, como foi muito legal. É único estádio, talvez aí, que tenha dentro
de sua propriedade uma área de preservação com 26.000 metros quadrados. Então
essa área que eu mostrei ali, na hora que eu levantei, é uma de equipamentos
comunitários que serão entregues à Prefeitura, devidamente mobiliados, que temos ali
mais ou menos, se eu não me engano, 1500 metros quadrados de área, ali pra poder
ser entregue pela Prefeitura, que faz parte das contrapartidas sociais.

É aquilo que eu disse, é um centro de línguas integrada, um de ginástica, Núcleo de


Assistência a Saúde a Família e também um anexo Unidade Básica de Saúde pra
comunidade local, inclusive, também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas quem vai prestar o serviço lá é a Prefeitura?

Bruno Muzzi: a Prefeitura, é a gente acordou. Eu vou, eu vou entrar nos projetos viários
e eu acho que esse slide, ele é de suma importância, aqui a gente. Talvez um dos slides
mais interessantes aqui dessa apresentação.

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Isso aqui é de um site da Prefeitura, que se chama GeoSIURBE, no qual eu consigo
ver todas as áreas de Belo Horizonte, seu zoneamento, seus parcelamentos, o limite
dos terrenos, uma série de coisas. E aqui a gente consegue ver nessas áreas
manchadas em roxo. É um projeto da Prefeitura que chama VIURBES, que ele já
demonstrava desde a Lei 7.166 de 1996, quais eram os impactos viários existentes
naquela região.

Então essas áreas manchadas e em roxo, já demonstravam o impacto que tinha, a


necessidade de se fazer obras viárias em função, naquela região, em função dos
impactos existentes da época. Então, desde 96, esses impactos já existiam. E são
exatamente nessas manchas onde estão as contrapartidas viárias da área MRV.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quem determinou o local foi vocês ou foi a
Prefeitura?

Bruno Muzzi: não. Qual delas? Do VIURBES ou...

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: das manchinhas roxas?

Bruno Muzzi: a Prefeitura. Isso desde 96, muito antes de pensar em Arena MRV, você
já tinha, já havia necessidade de fazer obras viárias para mitigar os impactos de trânsito
naquela região.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então não foram obras viárias voltadas para o
impacto, exclusivo, da Arena MRV? São então contrapartidas de situações que já
existem desde 1996?

Bruno Muzzi: é. Ali você já vê problemas viários desde 1996. E tem um projeto da
Prefeitura que VIURBES desde essa época, demonstrando exatamente onde são os
pontos, ali onde a gente está fazendo intervenção viária.

Vereador Wesley Moreira: então aproximadamente 30 anos atrás. Não vamos fazer a
conta certinha aqui agora, independente de se ter construção ou nessa área ou não,
isso já era um desejo da Prefeitura? Já era um plano?

Bruno Muzzi: uma necessidade, uma necessidade.

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Vereador Wesley Moreira: executar essas obras aí.

Bruno Muzzi: perfeito. E ali eu trago no slide seguinte, exatamente quais são todas as
intervenções viárias, a maioria delas, todas propostas por nós para mitigar os impactos
e deixar isso bem claro, proposta pela Arena MRV de forma conceitual, que depois
foram ganhando uma ou outra complexidade para poder mitigar o impacto da arena.

Então, existe uma coincidência entre a necessidade da cidade, que já era apontada, e
uma na hora que a gente coloca a arena exatamente naquele meio, no dia do jogo,
existe a necessidade da gente mitigar o impacto nessas áreas.

E é importante dizer o seguinte, que para a gente poder fazer a projeção, a concepção
desses, dessas obras, a gente dimensionou, a Arena MRV num jogo de quarta-feira, às
19h30 da noite, que é onde o impacto da cidade, viário, se soma ao impacto de uma
arena em funcionamento. Então todo o dimensionamento foi feito no pior cenário
possível.

Então eu vou fazer uma conta aqui com vocês. Se eu pegar, que o Atlético em 2021. O
Atlético, o ano em que o Atlético ganhou todos campeonatos, disputou quase todos, o
único campeonato, o único jogo que o Atlético não disputou foi a final da Libertadores
de 21. Todos os jogos disponíveis o Atlético disputou em 2021. Se eu pegar então 70
jogos no ano, então 70 jogos no ano, 35 em casa, 35 fora, a grosso modo, e você divide
35, você divide metade dos jogos dia de semana, metade dos jogos, final de semana.
Então nós estamos falando de 17. Se você pega desses 17 e joga que metade desses
17 eventualmente joga 19h30 da noite, outra joga 21h30 da noite, então nós projetamos
o tráfego, o trânsito, as medidas intervencionistas da arena, para oito jogos no ano.
Esse é o impacto mais radical para Arena MRV. Se você tirar os jogos de final de
semana e tiver 17 dos dias de semana, que é onde a cidade de fato para, e haja vista
o Mineirão, Mineirão, Independência. Se você parar pra pensar, quando você tem um
jogo no Mineirão de casa cheia, vamos falar casa cheia de 40.000 lugares. Se você vai
para o Mineirão às 19h00 da noite, o que acontece? Quanto tempo você gasta? Quem
frequenta estádio? Mais de 01h30, Duas horas, pelo menos para chegar no Mineirão.

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Então, assim é o equipamento que traz de fato o impacto não é só a Arena MRV é, a
gente está procurando...

Vereador Wesley Moreira: e eu saindo do Barreiro?

Bruno Muzzi: você vai gastar tempo, você vai gastar tempo. Bom.

Vereador Wesley Moreira: você está falando, o Bruno espera aqui. Nós estamos
falando aqui de 30 jogos é até engraçado. Pode fazer um paralelo, 30 jogos. Não vamos
pagar obras que eram para ter sido feita há 30 anos, 30 jogos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o povo gosta do 30. Eu tô achando que esse povo
do Novo. 30 anos para manter o parque, 30 jogos, 30 anos sem obra.

Vereador Wesley Moreira: realmente, é que aqui eu não sei se a gente vai usar a
palavra abuso ou então oportunismo. O que nós estamos falando aqui, de,
provavelmente, demandas que os moradores, que a comunidade, pedem há mais de
30 anos, evidentemente. Inclusive, eu tenho um ofícios, eu tomei posse aqui em 2017,
eu tenho ofícios de 2017 quando a Arena ainda nem, ainda nem estava no processo
ainda de solicitações dessas obras, ainda nem tinha formada essa, havia se falar, mas
ainda não estava confirmado que teria ou não a obra lá.

E sinceramente, eu acho que a Arena MRV ela está agindo como poder executivo. O
Bruno pode quase se tornar um Prefeito, porque está fazendo obras que há 30 anos já
foram mostrado da necessidade lá atrás, e agora aproveita de uma situação, de uma
obra e por isso a gente vai entendendo a questão.

Você estava falando de 40 milhões de contrapartida. Estamos falando agora de 335


milhões. Então a gente está vendo que realmente houve um oportunismo da Prefeitura
em ver a situação do impacto que daria, o que estaria trazendo.

Eu vejo muito essa questão de obras, essa palavra às vezes é o lugar para poder falar
mitigadoras, mitigatórias. Então, essas obras, elas nem se enquadram perfeitamente
como obras mitigatórias em função da construção, porque são obras já desejadas pela
comunidade há muitos anos.

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E outra coisa aqui não tem nada a ver com interesse social, que o interesse social,
foram determinadas outras coisas, então, aqui são obras exigidas por contrapartida e
a gente entende esse valor, aí absurdo.

Eu, como eu volto a dizer hoje, Contagem, BH, você tem muita construção de grandes
condomínios, e a gente sempre briga muito aqui na Câmara, em audiências públicas
com relação a essas obras mitigatórias que são pedidas. E realmente sempre deixa a
comunidade indignada. Ela sempre quer esperar a vez, faz uma rua pequeno, negócio
pequeno e já está atendido. Agora na Arena MRV, foram 30 anos de obras que eram
necessárias, que foram exigidas para que se para que fosse aprovada a construção.

Então assim a gente está passando a entender. Foi um abuso misturado com
oportunismo. 30 anos de espera. A Prefeitura não fez, nenhum outro Prefeito fez,
ninguém fez e a Arena MRV teve que fazer. Realmente eu quero deixar isso registrado
aqui, essa fala, é oportunismo.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Bruno, uma pergunta. Bem, a Prefeitura sabia
desses pontos desde 1996, que são exigências ali e eram necessárias para a cidade.
Em algum momento teve uma reunião com vocês, falando, olha esse ponto, esse, esse
já são pontos de problemas para a gente na região. Vocês já estão entrando em um
local que ele é problemático em termos viários, como que a gente pode convergir os
interesses ou não? Essa conversa nunca esteve explícita dessa forma, simplesmente
foi colocado, as contrapartidas são essas?

Bruno Muzzi: Quando a gente propôs, obviamente que já tinha noção da situação. Por
isso as proposições de mitigar os impactos. Agora, se ouve, ah não, como é que a gente
pode ajudar?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é uma cooperação

Bruno Muzzi: assim não. É: o impacto da Arena MRV, a gente apresenta para você
resolver o impacto da Arena MRV. É isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é que a gente vê em outras regiões da cidade que
passam pelo problema de desenvolvimento, a exemplo da região Vila da Serra e

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Belvedere. Tudo o que foi construído lá, tudo o que cresceu lá e tem crescido. Eu nunca
ouvi falar dessa exigência de contrapartidas.

E gente, e cidadão é cidadão, independente da classe social, independente da região,


da cidade. Todo mundo é cidadão, todo mundo paga imposto. É óbvio que tem regiões
que precisam mais, regiões precisam menos e há diferenças de interesses. Mas eu
nunca vi uma exigência, por exemplo, viária na região do Belvedere, de tudo o que foi
construído lá.

Então, assim, isso foi uma convergência de interesses? Não. É Arena, vocês vão
construir. O que foi feito pela Prefeitura no momento dessas obras? Eles desapropriar,
eles facilitar algum procedimento? Foi feita uma análise de convergência de interesses?

Bruno Muzzi: não. E o impacto, o ponto que eu comecei a explicar, a questão dos
jogos e tal e quantos jogos, porque eu acho que o exemplo você citou é bom. A região
do Belvedere, você tem o BH Shopping, que funciona todos os dias. Você tem um
viaduto que é o maior gargalo, e ele funciona todos os dias. A Arena MRV, com 46.000
pessoas nessa conta que eu fiz, vai funcionar a casa lotada quarta feira, 07h30 da noite.
Vou chutar aqui, extrapolar, dobrar 20 vezes no ano, nesse horário. Porque não é que
você muda pra 09h30, na hora que você muda para sábado, na hora que você muda
para domingo, domingo, a carga de trânsito, a cidade é outra. Então já, já muda, já
muda bem.

E é o que eu disse terá impacto mesmo com as contas, com as intervenções propostas,
porque você vê a dificuldade que é a de chegar no estádio, porque é uma concentração,
são muitas pessoas ao mesmo tempo, não tem jeito, mas é possível mitigar, é possível
mitigar.

Vereador Wesley Moreira: então essas obras, elas na verdade, sim, tem um impacto,
evidentemente, como você disse, quarta feira, 07h30, realmente.

Bruno Muzzi: e essa apresentação aqui, aqui tem todas as intervenções. Ela é
exatamente a apresentação que a gente apresentou no COMAN. O mesmo é o mesmo

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slide para mostrar como isso é de forma conceitual. Na hora que você tem o conceito
para poder passar para o projeto executivo, isso muda.

Vereador Wesley Moreira: então, mas quem impôs essas contrapartidas? Qual o
Prefeito?

Bruno Muzzi: toda vez que você faz um projeto de impacto, você faz o estudo de
impacto é proposto pelo empreendedor. Nós é que propusemos para poder. Nós
fizemos o estudo de impacto, onde eram os gargalos do trânsito nessa hora, e a gente
propôs as medidas daqui. E aí, então isso foi proposto por nós, para a Prefeitura, e aí
a Prefeitura aprovou essas aqui. E aí, na hora da discussão, eu tenho um exemplo claro
de como um projeto se altera em função de um projeto conceitual para um projeto
executivo, e o custo que isso traz e o que a gente coloca, é que no momento que a
gente recebeu a LI tinham itens que não haviam sido discutido, esse é o ponto.

Aqui, gente, eu falei, são as 12 áreas de intervenções aqui, é só pra vocês entenderem.
Tudo que vocês enxergam aqui CT 11, CT 06, CT 07,CT 012, todos esses são cadastros
técnicos de desapropriação que nós fizemos, junto com a SUDECAP. Nós fizemos com
o apoio da SUDECAP, para poder desapropriar todas essas áreas. E a gente começou
esse processo em agosto 21, assim que as obras, os projetos enviados tinham sido
aprovados e obtivemos o resultado final em agosto 22. Foi quando a gente só então
recebemos o alvará de construção das obras viárias nessa data, e ali a gente teve que
fazer as desapropriações. Fizemos todas por custo nosso, do empreendedor, 25
milhões de reais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foram quantas desapropriações?

Bruno Muzzi: 12.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: 12. 25 milhões de reais, a MRV fazendo o


pagamento.

Bruno Muzzi: desapropriações, exatamente, para essas obras que é a Arena MRV
tem, traz o impacto, mas são obras, como eu disse, naquele projeto já prioritárias da
cidade. E são obras que trazem um benefício para a cidade no seu dia a dia, fora dos

829
jogos da Arena MRV. E isso nunca, assim nunca houve a interligação ali da Via
expressa com anel rodoviário em nenhum dos quadrantes ali, isso nunca existiu. Aqui
é só alguns exemplos. Eu acho que podemos passar isso de forma rápida aqui.

Aqui é a duplicação do viaduto, isso também foi um objeto de discussão no COMAN,


porque quando a gente fez o estudo, a nossa duplicação foi prevista para poder fazer
uma passarela de 15 metros, uma passarela de pedestre. Essa passarela de pedestre,
ela é necessária porque quando você faz a ocupação de pessoas, você precisa de ter
um percurso longo e com 15 metros ela era suficiente para poder fazer todo o
escoamento. E no desenvolver das discussões, isso se transformou para a
necessidade de fazer um viaduto para veículos.

Eu consegui comprovar no COMAN, numa das retiradas, que não precisaria fazer o
viaduto de carros, o projeto já estava bem porque ele não traria nenhum tipo de
benefício no momento da operação ali, porque no momento operação ele não vai ser
utilizado para veículo, ele vai ser utilizado para pedestre, mas eu consegui retirar. Mas
o projeto estava tão avançado e tão difícil que a gente não conseguia voltar mais atrás.
Então hoje esse viaduto é um viaduto para veículos.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vocês estão de parabéns. As grandes obras de


Belo Horizonte nos últimos dez anos são suas, nos últimos pelo menos seis anos, são
suas.

Bruno Muzzi: e se eu não me engano também um dos itens que eu menciono aqui e
que não vem no parecer foi o reforço do viaduto existente. Isso nunca havia sido
discutido, então o viaduto existente no qual eu estou duplicando ao lado, eles colocaram
isso na licença para que a gente pudesse fazer o reforço estrutural do viaduto existente.
Podemos passar.

Vereador Wesley Moreira: Bruno Você disse que essas propostas aí foram feitas por
vocês mesmos.

Bruno Muzzi: perfeito.

830
Vereador Wesley Moreira: e então, agora a gente está aqui nessa situação, de
entendermos que houve um abuso, houve um oportunismo. Mas a que ponto chega de
se ter essa necessidade de fazer essa proposta, de desse número volumoso, vamos
falar em recursos de intervenções? Aí eu gostaria de entender, esse caso, porque nesse
momento alguns licenças já havia sido liberadas? Vocês tinham algum temor, ou
alguma coisa que poderia acontecer para que de repente a obra fosse receber algum
tipo de indeferimento impedimento?

Bruno Muzzi: com certeza né, Wesley. Se as proposições, se a gente não mitigasse,
ou se a gente não apresentasse propostas, a gente não iria ter nenhum sucesso em
aprovação dessa obra. A gente precisava fazer. O ponto que eu falo assim, se essas
obras tivessem sido feitas ou, de certa forma, contribuídas, porque que é uma obra uma
necessidade da cidade, ela atinge a cidade, isso de fato facilitaria muito o nosso, o
nosso projeto da Arena MRV com todos esses bens sociais que eu citei, entrega sociais,
empregos e etc. Eu acho que esse é um ponto relevante na minha visão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: minha dúvida é a seguinte, essa foto está
mostrando para a gente, é um projeto conceitual ou é um projeto executivo conceitual?

Bruno Muzzi: conceitual.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então vocês já fizeram essa proposta?

Bruno Muzzi: a gente fez essa proposta.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e nas demais obras viárias, foi mantida a proposta
conceitual, ou executiva depois se transformou em algo que vocês não previram?

Bruno Muzzi: eu tenho um exemplo aqui. Eu não sei, está aqui na sequência. Se
puderem ir passando, que eu mostro como era o projeto conceitual e o que virou o
projeto executivo aqui. Então vou só seguir na apresentação aqui alguns pontos aqui.
Vocês me dão minutinho, para eu ir no banheiro também?

Vereador Wesley Moreira: então tá bom. Para poder ir no banheiro, tem que
suspender aqui. Então, às 11h31 suspendo essa reunião por dez minutos.

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Então, às 11h41, vamos retornarmos a nossa reunião. Primeiro pedir para o Dr. Pedro
para que você apresente uma procuração, um prazo de 24 horas, ok? E pedir o Bruno
para que fale um pouco mais próximo também do microfone, porque houve essa dica
da nossa assessoria. Beleza? Vamos continuar aí na sua apresentação.

Bruno Muzzi: por favor, volte um slide, por gentileza. Aqui, gente, o objetivo desse slide
é só mostrar que onde o período que de fato as obras começaram, como foi o índice
de inflação que a gente acabou enfrentando em função desse, desse novo processo
de licenciamento que se iniciou a partir de 2018. Então, se a obra tivesse começado de
fato em 2018, com o término em junho, a gente iria enfrentar isso em 30 meses de obra,
a gente iria enfrentar um período de quase 10% na obra. O período que a gente
começou, a gente entrou no período de pandemia e ali a gente pegou de fato uma
inflação muito severa, de 33%, o que representa uma variação de custo de 95 milhões.

Esse mesmo raciocínio, utilizado para as obras viárias e a gente representa uma
variação de custo de 85 milhões. Foi aquele número que eu disse lá atrás, 100 milhões
era o número que estava previsto, depois que a gente foi contratar 180 e poucos
milhões de reais. Mas o que eu quero dizer aqui, é que, de fato, essa obra neste período
a gente enfrentou um período de inflação muito grande, e é importante salientar
também. No próximo slide vocês vão ver, que é a sexta de índices de inflação, a inflação
de fato, a gente, eu trouxe alguns exemplos ali, que ocorrem na construção, eles não
se limitam a este valor de 33%. A gente acabou pegando custos inflacionários muito
mais altos nos insumos da construção civil e eu mostro ali.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: tá, só fazer uma análise. Que a gente tem previsto
e realizado isso? E a gente vê que tem diferenças aí de dois anos, entre sempre a
previsão e o que aconteceu de fato. E que essa falta de apoio ou a ineficiência do poder
publico, gerou aí um aumento de quase 180 milhões reais.

Bruno Muzzi: é esse atraso impactou exatamente nesse valor

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: em 180 milhões de reais.

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Bruno Muzzi: isso aí. No slide seguinte são aqueles exemplos que eu mencionei, como
além do índice de inflação, o que a gente acabou tendo de incremento de custo, custo
das cadeiras, custo esquadrias, concreto, mão de obra de capeamento que subiu muito,
o aço.

Então nós estamos falando ali de 21 milhões de reais, lembrando que esse aço, ele é
de certa forma subsidiado aqui, porque quando a gente começou a obra, o Atlético tinha
vendido 50% do shopping Diamond Mall, e esse foi o primeiro dinheiro que eu tive
disponível para começar a obra, e o pagamento era parcelado, mas os primeiros
recursos que eu recebi eu comprei o aço inteiro da obra, praticamente todo o aço de
vergalhão da obra, e aí eu acabei comprando, já prevendo que a gente estimava que
pudesse ter uma subida de preço, não imaginava a magnitude. Então a gente comprou
todo o aço da obra.

Só como exemplo eu comprei o aço a R$ 2,70 o quilo e cheguei a pagar durante a obra
9 reais o quilo do aço. Então eu acabei mitigando bastante esse incremento do aço,
porque de fato ele iria extrapolar significativamente. Então a gente também tem esse
custo ali, que sofremos bastante.

Podemos mudar de slide aqui, aqui foram, aqui um exemplo de como, durante o
processo de licenciamento, as discussões, visando obter um parecer positivo, elas
acontecem e às vezes a gente não consegue superá-las. A gente discutiu bastante a
questão de área verde da obra e a obra tem um parque interno, uma área, um parque,
não desculpa, uma área de preservação interna ao seu empreendimento, de 26.000
metros quadrados.

Além disso, a gente tem quase 9000 metros quadrados de paisagismo, que são todas
essas áreas verdes do entorno, e nos foi exigido fazer um canteiro verde ao redor das
caixas de escadas. Eu lembro muito bem que naquele momento eu debati muito com
os técnicos, que não havia o menor sentido eu colocar esse canteiro no entorno, sendo
que eu já tinha área verde suficiente ali dentro e a gente não conseguiu superar essa
discussão, desse quadrinho preto, tá vendo esse quadro preto? Esses quatro verdinhos
ali onde você está 01, 02, 03 e 04, são canteiros.

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: são aqueles que vocês mostraram no dia da visita
técnica?

Bruno Muzzi: exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que quatro, que foi projetado, foi feito um cálculo
para aquele lugar e eles exigiram que fizesse esses quatro pontos de embelezamento,
porque não tinha necessidade formal técnica e nem legal de construir. É que vocês
tiveram que refazer toda a base de cálculo, reestruturar tudo, o que custou? Eu lembro
que vocês mostraram isso.

Bruno Muzzi: porque os dimensionamento da obra, eles são sempre… exatamente, 4


milhões reais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quanto que o parque custou?

Bruno Muzzi: 4.300.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então um pedido de embelezamento custou o


preço de uma exigência legal.

Bruno Muzzi: exato.

Vereador Wesley Moreira: mas aqui o argumento foi ambiental também?

Bruno Muzzi: não. Era aumentar a área verde na esplanada para deixá-la mais, não
deixá-la tão árida quanto a esplanada do Mineirão. Esse era o argumento.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas tem um parque do lado que vocês estão
fazendo a manutenção e tem...

Bruno Muzzi: dentro do projeto, a gente tem uma área de preservação de 26 metros
quadrados e toda essa área verde que vocês veem nessa foto. Tirando esse quadrado,
você tem mais aproximadamente nove 9 a dez mil metros quadrados de paisagismo
verde, ali dentro da Arena MRV.

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Essa modificação na laje, que é uma laje suspensa, no qual você tem estacionamentos
embaixo. Ela nos obrigou sair de uma laje, se eu não me engano, 600 quilos por metro
quadrado para 1300 quilos por metro quadrado, porque você tem uma concentração
de carga ali muito pontual para colocar essas jardineiras. Isso nos obrigou a reforçar a
laje, consequentemente as vigas, pilares e fundação. Então, esse custo aí é a gente
tem todas as notas, tudo organizadinho, 4 milhões reais.

Vereador Wesley Moreira: a Prefeitura tem direito de intervir no paisagismo também.

Bruno Muzzi: é uma…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: quem pode, manda, quem tem juízo, obedece,
Wesley.

Vereador Wesley Moreira: mas 4 milhões reais, só pra ficar mais bonito?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pelo visto.

Vereador Wesley Moreira: aí, eu no início eu perdi. Você diz que você tentou, você
relutou contra isso tudo, mas perdeu?

Bruno Muzzi: bastante, relutei muito.

Vereador Wesley Moreira: então já tinha a mata, os 30 anos para cuidar da mata.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a área do lado lá que esqueci o nome.

Bruno Muzzi: Mata dos Morcegos.

Vereador Wesley Moreira: a mata dos morcegos, 46.000 árvores, cuidar dessas
árvores.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a RPE.

Vereador Wesley Moreira: e ainda mais 4 milhões pra ficar bonito ali.

Bruno Muzzi: a compensação ambiental ainda tinha mais 9000. Tem mais
aproximadamente 9000 metros quadrados, 9000 árvores. No processo legal de

835
compensação, a gente também teve que adquirir uma área no no Parque do Gandarela,
que é uma área de preservação também em função das compensações legais por
legislação. Uma área de 1,2 hectares também.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e isso aí nunca teve previsto no projeto porque se
não vocês já teriam feito com essa previsão de peso. Vocês tiveram que refazer uma
obra pronta,

Bruno Muzzi: tivemos que reprojetar a laje inteira ali e os processo de fundação para
poder acomodar essas quatro jardineiras.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: as quatro jardineiras

Vereador Wesley Moreira: não. Eu acho que isso tem que deixar bem reforçada, que
4 milhões de reais. Ali, no caso, é que é um, é uma escada?

Bruno Muzzi: e ali é uma caixa de escada. Tem quatro caixas de escada que conectam
embaixo dessa esplanada. Eu tenho quatro níveis de estacionamento, então ela
conecta 01, 02, 03 e 04. São quatro níveis de estacionamento. São quatro caixas de
escadas. Ali, além dos elevadores que estão colocados ali no final. Se você for ver no
quadrante superior à direita do pontilhado, ali tem uma área de elevador também.

Vereador Wesley Moreira: o sr. Bernardo, quando ele esteve aqui aqui na Câmara,
ele foi perguntado sobre porque ele citou algo interessante. Ele disse que havia
reuniões em que o ex-Prefeito Márcio Lacerda até participava, até participava,
demonstrou toda essa questão e tudo. Então, como você disse, você não pegou esse
momento também, você já pegou com a gestão do ex-Prefeito Alexandre Kalil, você
teve também oportunidade também de ter essas reuniões com esse Prefeito. Teve
situações como essa também?

Bruno Muzzi: se eu não me engano, eu tive duas vezes, ou três vezes com Prefeito,
no máximo

836
Vereador Wesley Moreira: perfeito. E ele sempre foi solícito também, falava tranquilo
nesse momento? Porque isso daí provavelmente deve deixar o coração dele cheio de
orgulho, provavelmente pelo atleticano que ele é. Sempre foi tranquilo, então?

Bruno Muzzi: não. Ele, numa dessas reuniões, ele foi bastante duro comigo, assim
dizendo que, acho que tinham várias pessoas presentes no qual ele disse que eu
estava sendo irresponsável por ter assinado essas contrapartidas da Arena. Foi uma
situação um pouco constrangedora, mas faz parte.

Vereador Wesley Moreira: ele já me colocou para correr também. Tá bom, tá tranquilo.

Bruno Muzzi: aqui são aqueles pontos que eu comentei no início, que são todos os
itens aqui, são aqueles itens que não foram discutidos com a Prefeitura, que vieram no
parecer assinado três dias antes, no qual a gente não tinha conhecimento. Foi aqueles
dados que eu que eu gostaria de defender no COMAN e não consegui defender, e que
depois eu retirei alguns deles.

Então se você pegar aqui, dentro a gente tem quase 40 milhões ali, quando a gente vai
“incorporadas” que aquilo que está ainda dentro das condicionantes, nós estão falando
de 40 milhões de reais de obras que não foram discutidas e que vieram no parecer da
Prefeitura.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: que apareceu três dias antes, lá na hora de
aprovar.

Bruno Muzzi: exatamente. E as outras obras, aquelas três retiradas no COMAN eu


consegui retirar 22 milhões de reais dessas obras do COMAN. Eu consegui defender
no COMAN e retirei. Caso contrário seriam 62 milhões de condicionantes.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: você tirou a passarela 040, a alça Contagem

Bruno Muzzi: a passarela zero 40, é até engraçado, que a passarela zero 40, esse
caso específico, porque ela veio sem ter que, sem que houvesse nenhuma discussão,
ela atravessa, ali a zero 40 e eu consegui retirar porque a concessionária via zero 40,
que toma conta do trecho. Ela executou essa obra, ela executou essa obra. E aí eu

837
falei, se está como minha obrigação e alguém já executou, eu não tenho mais que
executar. Aí ainda teve. Eles quiseram que eu. Eu acho que essa discussão ainda nem
está resolvida, essa discussão ainda não está resolvida.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas pediram para trocar,

Bruno Muzzi: pedir para trocar. Exatamente. Eu falei que não iria trocar. E, mas hoje
existe uma discussão para que a gente melhore toda a acessibilidade ao entorno dessa,
dessa passarela, para que a gente adeque a passarela já pronta a toda questão de
passeios e calçadas ali no entorno. Uma coisa que eu de fato…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas isso é BR. Isso não é uma questão da união,
não?

Bruno Muzzi: é. Ali é o trecho da Via zero 40. Então é concessão do DNIT

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a Prefeitura não pode pedir uma pessoa para
fazer uma obra em uma BR que está como concessão, não é isso? E aí Belo Horizonte
também agora está trabalhando para Contagem.

Bruno Muzzi: como é que é?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: nós estamos trabalhando para Contagem


também?

Bruno Muzzi: as alças. Qual que você fala? As alças de, anão, ali é só o sentido, tá, é
só o sentido, a alças. Essas são as duas alças que eu comentei com vocês lá atrás.
Esses dois sentidos, é quem está vindo de contagem e vai em direção ao Rio de
Janeiro. Eles pediram uma alça ali. E também pediram uma alça, quem está vindo de
Contagem em relação a ir em direção a vitória. Essas foram alças que não foram
propostas por nós, que não foram discutidas e que eu consegui retirar. Porque além de
não ter sido discutidas, eu mostrei isso no Coman, elas não faziam sentido técnico, elas
de fato, algumas delas ali, principalmente a alça contagem/ Victória. Ela piorava o
trânsito tecnicamente, do que ela melhorava

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Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e todas as outras ali apareceram sem estar no
projeto. Eu esqueci o nome do primeiro,

Bruno Muzzi: sem estar no parecer,

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aquele do conceitual e sem ter sido discutido.

Bruno Muzzi: não, não, não. Exato.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na hora de votar é que apareceu.

Bruno Muzzi: exatamente

Vereador Wesley Moreira: isso aqui é aquela questão que você falou três dias antes?

Bruno Muzzi: é porque durante o ano de 2018, 2019, você vai discutindo. Se
apresentou relatório de impacto e a Prefeitura “tem esse impacto aqui que você propõe?
A gente propõe isso aqui, não. Deixa eu avaliar. Aí a Prefeitura avalia, não, isso aqui
não está legal. Vamos fazer dessa maneira. Ah Prefeitura não concordo, não concordo
com a jardineira. Não, mas se tem que fazer porque vai ficar, não sei o que, não, essa
peça, essa essa intervenção viária que não faz sentido.” Então você entra numa
discussão aí você, depois de ter discutido com todos, a gente participava de reuniões
semanais com a Prefeitura e inclusive tinha um mecanismo que era bacana, que
chamava a comissão de interface, porque como eram vários, várias secretarias
envolvidas, a gente precisava ter ter a conversa com todos eles, porque às vezes uma
decisão de uma SUPLAN impactava numa decisão de uma de uma BHtrans, porque é
mobilidade. Então, a gente precisava de integração. Então, a gente vinha fazendo isso.

Chegou num momento em que a gente falou, bom, acho que estamos maduros para
poder levar, para poder pedir um parecer e levar ao COMAN para que possa votar. É
assim que funciona o processo.

Então a gente entregou todas as documentações e aí o relatório de fato foi gerado e foi
assinado e disponível oficialmente no dia 17/02. Eu acho que é essa a data. A gente
pode até precisar, tá, se foi 16, 18, mas acho que era 17, na minha cabeça. E ali nesse
momento vieram essas intervenções. Na hora que você vem com descritivo do parecer,

839
veio o parecer é longo, com diversos descritivos, a gente foi lendo isso aqui, a gente
não tinha discutido isso aqui também, não que também não, mas tudo bem, então não
veio. Vamos lá defender no Coman. É exatamente esse. Essa é a história.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: se o viaduto Camargos, já existente, o impacto da


Arena é significativo para ter um reforço estrutural no viaduto?

Bruno Muzzi: eu acho que a gente fala assim. Esse talvez seja um dos menos
significativos para dizer a verdade. Aqui é uma exemplificação, mas assim, implantação
de passarela no bairro Santa Maria…

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: qual a relação disso em termos de arena? O que
a gente está vendo é que eles pegaram pontos que a cidade precisa desde 96 e que
fizeram essa relação.

Vereador Wesley Moreira: pessoal só um minutinho. Às 11h57 eu prorrogo por mais


01h00 essa reunião.

Bruno Muzzi: tá joia. A implantação da passarela do Santa Maria. Ela de fato não tem
nada a ver com a Arena. Não é o acesso da arena, o acesso da arena é na duplicação
do viaduto, é pelas ruas que estão sendo alargadas no entorno. Não tem nada a ver.
Mas era uma necessidade da comunidade, que aí, assim, a Arena não é poder público.
A gente não tem condição de atender tudo. Aí colocaram e eu lembro que ainda teve
uma discussão grande em relação a essa passarela no COMAN e em algum momento,
e ainda isso não foi retirado, porque eles queriam que a passarela fosse com cinco
metros, sendo que a proposição era com dois metros e meio? Mas porque cinco?
Porque é um acesso da arena? Não, ela não é um acesso da arena. Aí nós fizemos a
passarela com três metros. Mas agora a gente precisa que as passarelas sejam
cobertas. Mas por que cobrir a passarela, sendo que os acessos das pessoas já são
descobertos? Ela vai só, se chover, ela vai passar só coberta em cima da passarela.
Não tem. Não tinha sentido. Então foram. Foram essas, essas, essas situações ali que
foram, esses são os pontos, que eu falo assim, que vieram pós discussão.

840
Vereador Wesley Moreira: então não estou falando de 40 milhões, ele
aproximadamente. É isso, as 39 ou é o total?

Bruno Muzzi: não, é 62. O 22 milhões, foi a nossa luta ali de conseguir de fato….

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: seria a bagatela de quase 63 milhões R$. Vocês
conseguiram tirar quase 23. E ainda permanece 40.

Bruno Muzzi: ou seja, tendo os 335, tem 40 ali dentro. Não tem esses 22 que foram
tirados.

Vereador Wesley Moreira: agora, caso vocês não atendessem a todas essas
exigências, acréscimos, mudança de contrapartida, aí, o que poderia acontecer de fato
nesse caso? Ou seja, se vocês não atendessem a tudo que foi exigido pela PBH, e aqui
no caso, nós estamos falando já na gestão Alexandre Kalil, será que será que vocês
teriam essa Arena MRV? O Atlético conseguiria, teria conseguido construir esse
estádio?

Bruno Muzzi: com certeza não. Porque eu te falo assim. Eu fiquei todo esse período
com a equipe técnica robusta em constante conversa, discutindo todos os pontos,
aquilo que era tecnicamente defensável, aquilo que não era, o que a gente concordava,
que a gente não concordava. Diversas discussões, brigas. Brigas, eu falo assim, pontos
de vista muitos divergentes. Se aquilo funcionava ou não funcionava. E chegamos a
uma conclusão final. Esse é o parecer, essa é a maturidade. Esso é o máximo que a
gente pode chegar. Então vamos levar para o COMAN. Foi isso. Só que aí, de forma
muito conceitual, na hora que você vai ainda aprofundando, essa entra nessa
previsibilidade que é muito difícil.

Vereador Wesley Moreira: tá tranquilo.

Bruno Muzzi: pode passar. Vamos lá. Aqui é só exemplificação de cada um dos pontos
desse. Eu acho que pode passar isso de forma super rápida. Eu venho pontuando
qualquer um, cada um deles, mas porque podemos passar. Ali é a passarela Santa
Maria, onde é o lugar, a restauração de pavimentos, reforço Camargos. Pode passar
isso tudo aí. Aqui no mapa desapropriação. Deixa eu ver o slide seguinte, deixa eu ver

841
o que tem nele. Bom! Eu acho que esse aqui é legal, depois eu volto anterior. Aqui,
gente, é um exemplo de como um projeto proposto conceitual se transformou num
projeto de maior magnitude.

Esse trecho aqui vocês vão ver se vocês conseguem visualizar quem está vindo de
Vitória e vai para Contagem, que mergulha ali do Anel Rodoviário em relação à Via
Expressa, que a gente chama de caldo de cana. Ali é uma ligação que nunca existiu,
dentro daquela situação que eu falei. Nunca houve uma ligação adequada do anel
rodoviário com a Via Expressa. Quem já passou ali sabe exatamente o que eu estou
falando. Ali é um trecho praticamente nulo.

O que nós propusemos. A gente propôs uma readequação daquela via, transformando
em pista dupla e asfaltando, fazendo a ligação, chegando até a via expressa, ou seja,
no mesmo trajeto que é hoje, alargando um pouquinho, fazendo uma adequação de
duas pistas, fazendo um acesso decente. E ali, essa foi a nossa proposição é
discutimos bastante.

Só que aí, nas discussões com os técnicos. Ali, nesse momento, há uma discussão
muito severa. Não, isso não funciona, funciona. Eu falei, mas isso é o que já está lá.
Gente, eu estou melhorando, estou fazendo o mesmo acesso, a mesma capacidade,
fluxo. “Não, mas a gente tem que melhorar, aumentar o entrelaçamento das vias para
poder fazer uma conexão melhor na via expressa.” Aí entra nessa discussão que é um
pouco ter um pouco de subjetividade, aquilo que a gente acha que é adequado, não
tem uma… fazer o melhor, dos melhores. Eu acho que assim funciona, porque aqui vai
ficar de forma adequada. O entrelaçamento vai ficar perfeito. É uma melhoria de fato
significativa. E aí, o que que nós vamos fazer para mudar o traçado…

Vereador Wesley Moreira: mas com o parecer técnico de quem estava e quem estava
querendo?

Bruno Muzzi: é. Com os técnicos da BHtrans versus a gente. Assim, discutindo


tecnicamente projetos de engenharia. E aí a solução que ficou definida: a gente teve
que mudar o acesso daquela via, inviabilizar aquela via que tem ali, mudar para que
caso futuramente, a Prefeitura viesse fazer aquele projeto das manchas roxas que eu

842
mostrei ali, ele, a minha obra, não faria a intervenção com a obra projetada da
Prefeitura, que ficou há 30, 40 anos sem fazer.

Então eu tive que mudar esse projeto mais para dentro de um terreno de terceiro. Na
hora que eu mudei para dentro para poder fazer a conexão com as vias, eu tive que
fazer uma passagem superior, tive que fazer um pequeno viaduto, vamos chamar
assim, de forma clara, e é para poder fazer a conexão chegando na Via Expressa. O
que era uma obra de readequação simples, que é o que eu vou fazer agora para a
Arena funcionar até que eu consiga recurso, eu vou, eu já vou fazer essa obra da forma
como eu tinha previsto, que é o que eu consigo, e eu de fato melhoro significativamente
a acessibilidade ali.

Essa obra, ela me impactou em 10,5 milhões em custos adicionais, mais um incremento
de área de desapropriação que eu tive que fazer, que eu acho que é o slide anterior.
Se eu puder mostrar um slide anterior. Exatamente ali, aquela setinha amarela. Ali você
vai ver ali, a setinha amarela e projeto que está atual. Esse projeto que aumento de
10,5 milhões e ali você vê uma alça, ele está apontado CT 04. Vocês estão enxergando,
ali é esse essa orelha, é a orelha que estava projetada naquela mancha verde que a
gente chama de VIURBES lá de trás.

Então a gente teve que tirar a nossa passagem, porque hoje o acesso já é por dentro
dessa mancha roxa, então minha proposição foi manter a mesma coisa. Esse é um
exemplo de como a gente teve, que só essas desapropriações dessa área foi mais de
6,5 milhões. Então essa alteração de projeto hoje, é em torno de 17 milhões reais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: põe no próximo slide, por favor. O que era uma
obra de mitigação que foi proposto, e que estava em tese acordado, para criar aquela
barriga ali, aumentou a obra em 17 milhões?

Bruno Muzzi: perfeito. É isso aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o famoso põe na conta do Papa, eu estou na pega
aí do Tropa de Elite. Mas é isso.

843
Bruno Muzzi: esse é um exemplo de como às vezes os projetos tomam ali algumas
complexidades, perfeito? Podemos passar.

Aqui, eu só reagrupei todos esses números aqui só pra gente poder ter uma dimensão.
Então, ali a diferença em relação à inflação, 95, 20 milhões foram aqueles custos que
foram além da inflação, quase 4 milhões do projeto das jardineiras, as contrapartidas
de 85 milhões reais, o que era de fato previsto no licenciamento e que veio o adicional
40 milhões, estou tirando os 22 que eu já absorvi, que eu consegui tirar. As aprovações
do projeto, as contrapartidas sociais e ambientais eu estou colocando aqui, o parque,
manutenção. Eu fiz uma só, fiz um agrupamento de tudo aquilo que eu mostrei.

Obviamente que isso gera uma exposição significativa para gente, então tem um custo
financeiro disso, e a gente também, seguindo nessa mesma lógica, se eu levei a obra
para trás porque eu deixei de abrir, e eu também deixei de faturar com a Arena
funcionando, a previsão do fluxo de caixa da Arena de faturamento começa na casa de
100 milhões reais, para chegar em 200. Com o passar do tempo, a gente ficou
praticamente dois anos sem poder operar em função desse, não é que é sem poder
operar, seguindo a mesma lógica. Se eu tivesse feito lá atrás, a gente poderia estar
funcionando com mais tempo. É isso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: na engenharia, quando você faz um projeto, faz
uma previsão, tem sempre um cálculo daquilo que pode ter de acréscimo, ao longo da
obra, geralmente esse cálculo é feito em torno de quantos por cento?

Bruno Muzzi: até no nosso contrato ele prevê e a gente chama de contingências. As
contingências previstas no nosso contrato com a consultora são de 5%. O que é isso?
A gente definiu, a gente define o escopo, a gente define as quantidades. A gente tem
um período de maturação para que esse projeto seja concebido.

E a partir do momento que você começa a executar, você considere essa contingência
aí de 5% nas variações de quantidade, não variações preço, porque eventualmente
você fez um projeto, você estava prevendo passar certa tubulação por um pilar e ali, na
hora da execução, nós tivemos que parar a tubulação antiga, fazer um furo pilar.

844
São coisas que acontecem mesmo com projeto detalhado, você tem retrabalho, uma
coisa que não deu certo, então isso é até contratual, a contingência de 5% do nosso
contrato e, eventualmente, quando você tem desequilíbrio de preços, que é o que foi o
nosso caso pela inflação, a consultora, ela entra com os famosos pleitos. Então a gente
tem diversos pleitos da Racional contra a gente dizendo: olha, o nosso preço previa um
índice de inflação de 10%, que era o que quando a Racional deu o preço 2018, mas
nós não falamos 33, então eu preciso que você corrija, mesmo assim, alguns itens
ainda subiram além desse índice de preço.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e então, em função de tudo isso, a contingência


final nessa obra acabou sendo de quanto? Quantos por cento?

Bruno Muzzi: a obra, eu falei que obra que vai custar 750 milhões de reais. Então, aí
você tem ali, custo de inflação, aí você tem custo acima que foram, aí você tem melhoria
de projeto que nós fizemos, você tem uma parte tecnologia que nós fizemos, então é
até difícil quantificar. Se você pegar só inflação de 410, ali nós estamos falando para
500 e tanto.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: é possível fazer uma análise: inflação, opção por
melhorias e interferência do poder público? Tem como fazer uma análise assim? Não
precisa fazer agora, não. Mas pegando o projeto, depois se precisar fazer um estudo,
uma análise, você consegue fazer?

Bruno Muzzi: eu acho que a gente tem que separar aqui, Fernanda, eu acho que é
possível, mas assim, o que a gente tem que separar é o que o que de fato, eu trouxe
alguns exemplos, o que de fato alterou dentro do projeto da arena. Um exemplo foi o
da jardineiras. É um exemplo claro. O custo de inflação.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: jardineiras, a barriga, manutenção das arvores.

Bruno Muzzi: é porque eu ia separar exatamente o que é o custo da obra, o que é o


custo de contrapartidas, entendeu? Então, por isso que a gente separou os 335 milhões
que foram as contrapartidas. E, de novo, você tem contrapartidas ali, grande parte

845
desse valor são ambientais, sociais, que são pouco discutível. Mas você tem uma parte
viária muito pesada.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: a demora do poder público, nos dois anos ali a
gente viu que em questão de previsão e realidade, acaba entrando em toda essa
questão de desequilibro de preços, de inflação, de contingência, de perda de receita,
que deixou de funcionar. Então deixou de arrecadar, né?

Vereador Wesley Moreira: então, eu até reforço isso aí, eu acho que o Brasil inteiro
sabe da situação financeira que o atlético está enfrentando no momento e tudo. Você
fez, falou de questão estimada. Você falou que espera que no primeiro ano a Arena
MRV renda para o clube em torno de 100 milhões de reais?

Bruno Muzzi: esse o faturamento.

Vereador Wesley Moreira: o primeiro ano que vai ali arrastando. Então isso pode
subir?

Bruno Muzzi: isso é com certeza, quando a gente faz o plano negócio da Arena, a
gente começa, a gente faz uma, pega todas as linhas possíveis de receita e começa a
fazer projeção. Então gente começa a fazer projeção de público, projeção de ticket
médio, projeção de patrocínios, projeção de quantidade de shows e, obviamente, como
a gente ainda é super incipiente na gestão de arenas, o Atlético ainda não teve sua
arena.

A gente é super conservador na questão de quantidade de shows, a quantidade de


eventos, para a gente poder operar. Então essas são premissas. Pra você ter uma ideia,
o Atlético esse ano, a previsão de bilheteria, eu acho que chega na casa de oito de 80
milhões, jogando seis meses no Mineirão e seis meses na Arena MRV só de bilheteria.

Vereador Wesley Moreira: então, considerando, vamos pegar o depoimento do Sr.


Bernardo, quer falar sobre o nome dele? O Sr. Bernardo, o arquiteto. Acabou que ele,
no seu, no seu depoimento, ele deixou aqui para que nós entendêssemos isso, que
durante esse processo de licença, liberação, operação simplificada, muda para
operação trifásica, ele considerou ali dois anos de perda de prazo, para poder ter de

846
fato a arena estimava que a arena poderia ser inaugurada no final de 2020, início de
2021. Estamos falando de dois anos de perda de receita, de aproximadamente uns 250
milhões reais. Foi basicamente isso. Mas aí eu estou falando de dois, aumentando,
porque é o primeiro ano sem, aí depois vai vir show, esse show tá todo mundo querendo
comprar ingresso, lá dessa mulher aí. É caro pra caramba, tudo. Imagine um show
desse aqui em BH, Arena MRV, o que poderia ser de renda, um show do Metallica que
teve lá no Mineirão e tudo. Eu acho que não dá para poder assim, né, eu estou aqui
chutando valores aqui, por baixo, uns 250 milhões de reais, no mínimo, o Atlético
Mineiro perdeu de receita aí. Acabou a apresentação? Acho que acabou.

Bruno Muzzi: então espero ter contribuído, aí.

Vereador Wesley Moreira: Então vou suspender às 12h15, suspendo por mais cinco
minutos essa reunião.

Ás 12h20 minutos, suspendo essa reunião por mais cinco minutos. Então vamos lá às
12h24, nós retornamos aqui a nossa reunião, e nesse momento vou, passo aqui, o
momento de fala aqui para fazer as perguntas, ao Dr. Tarcísio, que é o advogado
representando o ex-Prefeito Alexandre Kalil. Esteja a vontade.

Dr. Tarcísio: senhor Presidente, senhora Vereadora, senhores Vereadores e


Vereadoras que nos ouve pela teleconferência, senhor Bruno, demais presentes. Os
questionamentos que tenho são no seguinte sentido. Bruno, eu anotei uns valores que
o senhor mencionou. O sr. levantou aqui 335 milhões de contrapartidas, e realmente é
um valor significativo, mas me chamou a atenção, que o senhor disse que nem todas
essas 350 são responsabilidades da Prefeitura. Primeiro ponto. Segundo ponto, das
que são responsabilidade da Prefeitura, e aí vem a minha pergunta, o senhor disse aqui
que questiona seis. Correto?

Bruno Muzzi: bom, vamos falar na primeira pergunta, eu acho que eu afirmei aqui
algumas vezes, que eu fui bem claro, dizendo que a maioria das contrapartidas foram
propostas pela Arena MRV, eu disse que as ambientais não se discute porque são
questões legais, eu discuti a questão do parque, da manutenção das mudas, as sociais
eu não entrei em nenhuma discussão e as viárias eu acho que menos pela quantidade,

847
mas mais pela monta. Se a gente está falando de 183 milhões reais, eu tenho ali 60
milhões, que foram colocadas sem discussão, mesmo pela quantidade de itens, mas
mais pelo valor.

Dr. Tarcísio: desses 60 milhões. O senhor conseguiu convencer a desnecessidade de


algumas e ficamos com 39 milhões?

Bruno Muzzi: perfeito.

Dr. Tarcísio: 39 milhões. Se a minha conta não está equivocada, que isso significa 11,
aproximadamente, 11,6% do valor das contrapartidas hoje?

Bruno Muzzi: Perfeito.

Dr. Tarcísio: bom, o senhor, o senhor mencionou que quando fez a proposta, quanto
foi feita a proposta para aprovação desse projeto no Conselho Deliberativo do Clube
Atlético Mineiro, foi orçado lá atrás, em 410 milhões. Esse valor incluía as
contrapartidas?

Bruno Muzzi: eu não estava nesse momento na Arena MRV.

Dr. Tarcísio: mas o senhor tem notícia disso?

Bruno Muzzi: sobre?

Dr. Tarcísio: de quanto foi orçado para aprovação do projeto no Conselho Deliberativo?

Bruno Muzzi: eu te confesso que eu não posso responder. Eu não estava nesse
processo, quando eu entrei, quando eu entrei no processo, já em 2018, eu precisava
refazer todo o projeto, tudo.

Dr. Tarcísio: mas o projeto inicial, que chegou à sua mão previa quantos milhões
orçados?

Bruno Muzzi: era uma expectativa que eu disse né, uma estimativa de acordo com as
práticas de construção civil de 10 a 15% de contrapartidas.

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Dr. Tarcísio: desculpa, não foi essa pergunta. O custo da obra na primeira avaliação
do senhor, foi enquanto?

Bruno Muzzi: o projeto que eu recebi era 410 milhões reais.

Dr. Tarcísio: incluía contrapartida?

Bruno Muzzi: não incluía contrapartida.

Dr. Tarcísio: qual era o valor estimado da contrapartida nesse projeto que o senhor
recebeu?

Bruno Muzzi: não tinha contrapartida naquele valor ali era um projeto que foi aprovado
pelo Conselho do Atlético, no qual eu não posso comentar porque não estava.

Dr. Tarcísio: então foi submetido ao conselho do Atlético a aprovação de um valor, sem
falar de contrapartida?

Bruno Muzzi: eu não posso te falar isso. Eu não estava presente.

Dr. Pedro: Dr. Tarcísio Bruno acho que respondeu às perguntas.

Dr. Tarcísio: qual? Qual era a projeção inicial então das contrapartidas? O senhor
mencionou que era em torno de 3 a 5%. Eu não vi mal?

Bruno Muzzi: não, o senhor ouviu mal. O que eu disse era que a expectativa passada
era de 10 a 15%. De 3 a 5% eu disse que algumas cidades do Brasil têm de 3 a 5% e
que provavelmente existe um procedimento na Prefeitura agora para tornar as
contrapartidas mais claras, na casa de 3 a 5%. Isso é uma. São conversas que existem.
Eu disse, acho que algumas vezes aqui, o Vereador Wesley. Qual era sua expectativa?
Minha expectativa de forma generalista, uma vez que não sabia o quanto o processo
ia ser avançado de 10 a 15%. Essa era a minha expectativa que houvesse contrapartida
em função de ser um projeto de alto impacto.

Dr. Tarcísio: e essa é a minha questão. Qual é o critério técnico que o senhor utilizou
para chegar a essa expectativa de 10 a 15%, haja vista que o senhor mesmo disse que
essa é a maior obra privada realizada em Minas Gerais. A outra obra seria pública. Qual

849
o parâmetro o Sr. usou? Me permita, só um adendo, porque a Comissão sempre falou
muito aqui, em comparar com a Arena do Corinthians em São Paulo. Eu sempre me
opus muito a isso, porque legislação ambiental de lá é diferente, tanto da cidade, quanto
do município e obviamente, o engenheiro sabe disso, os impactos são necessariamente
distintos. Então, qual critério técnico utilizou para chegar a esses 10% a 15%?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: espera aí, mas Dr. Tarcísio, impacto ambiental, a
legislação é federal.

Dr. Tarcísio: é federal, mas ela é complementada pela estadual e municipal, que pode
enrijecer a proteção ambiental.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e quantos por cento geralmente há de


enrijecimento numa legislação estadual e municipal?

Dr. Tarcísio: não se tem essa previsão.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é.

Dr. Tarcísio: exatamente o que se parece que está querendo criar aqui.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ninguém aqui falou, ouviu alguém falar hoje aqui
Arena Corinthians? Ninguém.

Dr. Tarcísio: nesse depoimento não.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas nós estamos nesse depoimento, né?

Dr. Tarcísio: sim, mas enfim, qual o critério técnico utilizado?

Bruno Muzzi: eu acho que quando a gente faz uma viabilidade, a gente pega
premissas, assim como eu pego um projeto, eu pego projetos conceituais e vou
aprofundando um projeto executivo, a gente simplesmente pegou contrapartidas de
projetos similares. Projeto similares de estádio, e a gente orçou lá 10 a 15%.

Dr. Tarcísio: você pode dizer qual o projeto? Porque muitos estádios foram construídos
no Brasil na época da Copa, que a flexibilização era muito significativa.

850
Bruno Muzzi: mas qual outra referência eu teria?

Dr. Tarcísio: não tô questionando o senhor.

Bruno Muzzi: está me questionando, e eu estou te respondendo. Qual outra, qual


outra, qual outro projeto similar eu teria este?

Dr. Tarcísio: então é correto dizer que a comparação que o senhor fez com outros
projetos similares, foram outros estádios construídos recentemente no Brasil?

Bruno Muzzi: eu não estou entendendo aonde o senhor quer chegar para te ser
sincero.

Dr. Tarcísio: eu quero chegar no seguinte ponto que eu pretendo demonstrar a


comissão. Se a minha hipótese correta. Não sei está. A comparação muito...

Bruno Muzzi: mas não cabe a mim discutir hipóteses suas. O meu papel aqui é
simplesmente responder. Responder fatos, é o que eu já fiz. Não cabe a mim

Dr. Tarcísio: o senhor está me perguntando onde é que eu quero chegar.

Bruno Muzzi: mas você está me perguntando. Eu não sei como posso, posso te ajudar
com as suas hipóteses.

Dr. Tarcísio: indicando qual o estádio utilizado para fazer a comparação?

Bruno Muzzi: eu já mencionei que são projetos parecidos? Eu não vou ficar entrando
nas suas provocações e perguntas.

Dr. Tarcísio: Senhor Presidente, não há, senhor está percebendo que não há
provocação qualquer? A pergunta é muito simples. A comparação foi feita com qual
estádio? Eu queria que o senhor informasse a testemunha que calar-se a verdade,
assim como respondê-la de forma equivocada, pode incidir em crime.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Tarcísio, ele já respondeu.

Vereador Wesley Moreira: então tá tranquilo. Vou responder para ele aqui, ele podia
usar o Horto outro como referência. Isso é bom demais.

851
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ou podia pegar um supermercado de Belo
Horizonte para usar como referência.

Vereador Wesley Moreira: usar o Horto. Esse é bom demais.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: onde era uma sala, de repente virou um
supermercado. Será que teve análise de impacto viário? Será que teve autorização de
construção? Ele já respondeu gente, não adianta fazer...

Vereador Wesley Moreira: do estádio de 60 anos atrás

Dr. Tarcísio: exatamente.

Vereador Wesley Moreira: pegar o Horto. Ia ser bom pegar o Horto.

Dr. Tarcísio: é exatamente onde eu quero chegar, uma comparação feita com algum
estádio que a gente não sabe qual é, não sabe que época. Foi essa resposta que não
foi dada. Mas vamos seguir em frente

Vereador Wesley Moreira: depois nós vamos pedir para comparar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ele já falou que botou gordura, que o habitual é
de 3 a 5%, botou 15, botou muita gordura, mas não foi suficiente passar para 50.

Dr. Tarcísio: a questão. A outra questão que me levantaria, seria a seguinte: a Arena
MRV pertence, é uma empresa, é uma SPE. Ela pertence a quem?

Bruno Muzzi: a Arena MRV a um fundo de investimento. E as cotas desse fundo de


investimento pertencem, e o Atlético é dono de 100% das cotas desse fundo
investimento.

Dr. Tarcísio: no site do Inter diz que é um condomínio de investidores. Isso não é
correto?

Bruno Muzzi: eu não sei exatamente a tecnicalidade. Para ser sincero, não é muito a
minha praia. O que eu estou dizendo é o seguinte, que o Atlético é dono de 100% de
cotas de um fundo de investimento, no qual ele é administrado pelo Banco Inter. E

852
essas cotas, e esse fundo de investimento detém as cotas da Arena MRV. O único
cotista do fundo investimento é o Clube Atlético Mineiro.

Dr. Tarcísio: deixa levantar uma outra questão com o senhor, eu sei que não é do seu
período, mas eu gostaria de saber, se o senhor tem notícia disso. O senhor mencionou
o processo de licenciamento que foi iniciado lá em 2014. Eu sei que eu não estava lá,
mas esse processo, ele foi iniciado em 18 de abril 2014, e estava gerido pela Diretoria
Licenciamento de Alta Complexidade da Secretaria de Política Pública. O nome já diz
tudo. Emitiu uma OLEI, uma orientação para licenciamento de alta complexidade,
enquadrando o empreendimento ao licenciamento integral, tendo direcionado a
obtenção de licenças e demais documentos com validade de 365 dias, ou seja, validade
lá em 2014, Para cumprimento dessas orientações, foi 365 dias. Esse prazo foi
sucessivamente prorrogado pela Administração Pública, ou seja porque não cumpriu,
10/08/2015 mais 365 dias, 10/08/2016 mais 180 dias, e em 06/02 de… eu não sei a
data certa aqui, mas mais 365 dias. Os documentos relativos a esse procedimento, que
foi sucessivamente prorrogado, foi juntado, aí eu acredito que já na administração do
senhor, o quase nela. Em 02/03/2018, ou seja, foi uma orientação que foi emitida em
2014 na gestão Márcio Lacerda e foi cumprida em 2018 na gestão Alexandre Kalil. Qual
a dificuldade de atender a OLEI 0842A? A administração Márcio Lacerda teria
prejudicado o Galo com exigências excessivas? O senhor tem alguma notícia disso?

Bruno Muzzi: como eu já disse inúmeras vezes, eu não estava nesse processo. Não
faço ideia.

Dr. Tarcísio: quando que o fundo de investimento recebeu os primeiros recursos da


venda do Diamond? Foi quando o senhor comprou o aço.

Bruno Muzzi: se eu não me engano, é difícil de lembrar todas as datas aqui, mas eu
acho que foi junho de 20. Eu acho.

Dr. Tarcísio: o senhor recebeu os primeiros recursos em junho de 20? Ora, então pera
aí, como é que a Prefeitura atrasou a obra se os primeiros recurso a chegaram em
junho de 2020, o processo de licenciamento começa 2014. O primeiro recurso, as
palavras do senhor chega em 2020, e a Prefeitura que atrasou?

853
Bruno Muzzi: quem disse que, bom são ilações...

Dr. Tarcísio: não é o objetivo.

Bruno Muzzi: você está linkando que para começar a obra precisava daquele recurso.

Dr. Tarcísio: ué, não?

Bruno Muzzi: não necessariamente. Não necessariamente.

Dr. Tarcísio: então a Racional trabalhou de graça?

Bruno Muzzi: não. A Racional trabalhou desde 2018, e vários recursos, a gente foi, foi,
foi conversando com a Racional e foi contornando a obra, foi contratada, foi
conversado. Então, assim, não necessariamente a obra precisava começar com a
venda do shopping. Qual que é a relação direta?

Dr. Tarcísio: a relação direta que a propaganda que sempre foi feita, inclusive a carta
encaminhada.

Bruno Muzzi: aí, propaganda não são fatos.

Dr. Tarcísio: o documento encaminhado pelo então presidente Nepomuceno, foi


dizendo que era fundamental vender o shopping para ter dinheiro para começar. Então
não foi assim?

Bruno Muzzi: é difícil de responder uma pergunta dessa. Você está fazendo uma
ligação direta de causa e consequência, que não necessariamente é verdadeira.

Dr. Tarcísio: mas então você vai a verdade?

Bruno Muzzi: a verdade é...

Dr. Pedro: ele já respondeu também, Dr. Tarcísio.

Bruno Muzzi: recebeu o recurso em 20. Agora, o atraso da obra. O que tem a ver o
atraso da obra com o recurso?

854
Dr. Tarcísio: é porque tudo que, aqui está sendo está se dizendo, é que o atraso da
obra é por conta da Prefeitura, mas não tinha dinheiro?

Bruno Muzzi: eu afirmei que o atraso é por conta da Prefeitura, em algum momento?

Dr. Tarcísio: sem cumprir as contrapartidas, não tem licenciamento. O senhor está o
tempo inteiro...

Bruno Muzzi: mas o que tem a ver? Espera aí, as contrapartidas, as contrapartidas
estão acontecendo e a obra começou e elas foram ganhando complexidade e valores
no decorrer do licenciamento.

Dr. Tarcísio: mas não tinha dinheiro nenhum até 2020, o senhor disse

Dr. Pedro: ele também de responder essa pergunta, Dr. Tarcísio. Ele acabou de dizer
o dinheiro do Diamond não era necessário para o início das obras.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: Dr. Tarcísio. O senhor está fazendo uma
correlação com o depoimento do Dr. Bernardo, que foi a fase que ele não participou,
que é de 2014 até 2018, quando o Dr. Bernardo, e o senhor não fez esses
questionamentos com ele, talvez proposital, o Dr. Bernardo afirmou que não teriam as
contrapartidas na hipótese do simplificado, inclusive em relação quando o senhor
questiona a ele, qual o custo que o conselho do Atlético fez para a obra. Esse custo foi
planejado em 2014? Porque se foi em 2014, era uma operação simplificada.

Dr. Tarcísio: então, pela ordem, para esclarecimento, essa informação, com o devido
respeito, não corresponde com a verdade, com a seguinte questão. A operação urbana
simplificada, que era disciplinada por um decreto em 2015, ela não tem nada a ver com
licenciamento ambiental e urbanístico, não tem nenhuma relação uma com a outra.

O certo é que, uma vez aprovada a Operação Urbana Simplificada, se teria uma
flexibilização do coeficiente de construção e para isto, a lei, não o Kalil ou Lacerda,
exige que se estabeleça contrapartidas que não foram estabelecidas. Todas essas
contrapartidas tem nenhuma relação com a operação urbana simplificada. Exatamente

855
nenhuma. Então, eu não, não me parece que se a operação urbana simplificada tivesse
sido aprovada, não haveria as exigências que foram feitas pela Prefeitura. Haveria sim.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: várias que não existiriam. Nós não estamos
falando da totalidade, nós estão falando de outras várias que o Dr. Bernardo falou, que
só surgiram por ter mudado o projeto de Operação Urbana Simplificada para interesse
social.

Dr. Tarcísio: o senhor disse isso?

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, Dr. Bernardo, eu deixei bem claro aqui.

Dr. Tarcísio: então nós vamos conferir a fita, porque se ele disse isso, ele pode ter
incidido em crime de falso testemunho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: aí o senhor processa ele, igual o senhor me


processou.

Dr. Tarcísio: enfim, não tem como eu processar por falso testemunho.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: uai, o senhor colocou pra mim que eu falsifiquei
documento público. Agora está com medo de fazer alguma delação ilegal para outra
pessoa?

Dr. Tarcísio: Vereadora, não precisa agente não precisa entrar nisso.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não, precisa, precisa. Porque o que nós estamos
fazendo aqui? O senhor está falando que precisa do dinheiro, qual pessoa que lida com
o poder público, vende um shopping para demorar dez anos para ter uma obra
concretizada? Só se for um louco. O senhor está lidando com a realidade de Belo
Horizonte? Você precisa de uma autorização, uma certeza de uma construção para
você se desfazer de um patrimônio. Porque, afinal de contas, nós estamos falando aqui,
de uma obra com todas as contrapartidas feitas, de situações que o município precisa
e nunca fez, que exige do outro que não faz por conta própria, e aí você sai vendendo
patrimônio? É isso que o senhor está alegando.

856
Dr. Tarcísio: a aprovação da venda, pelo que consta, foi do ano de 2017.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: então o senhor questiona. Ele não responde. O
senhor traz documento. O senhor já está com ele aí. Está questionando o que?

Dr. Tarcísio: vamos continuar então.

Vereador Wesley Moreira: Sr. Tarcísio, só um minutinho, teve uma pergunta que eu
acho que o Carlos manifestou ali. Você quer complementar? Fale no microfone, por
favor.

Carlinhos: só uma elucidação, Bruno, salvo engano, o desbloqueio dos recursos da


venda do shopping estavam condicionados à obtenção da licença de obra, não? Por
isso eu acho que a distensiona nessa discussão aí. Tinha um dispositivo claro, que esse
dinheiro era carimbado para a obra.

Bruno Muzzi: boa lembrança.

Dr. Tarcísio: até porque era um fundo de imobiliário. Exigência legal. Bom, qual a
contrapartida? O senhor já respondeu. Você me perdoe, que eu vou riscando, é que o
senhor já respondeu muitas das coisas que eu acho que a CPI também fez a mesma
coisa. O senhor mencionou várias vezes aqui que algumas contrapartidas foram
exigidas para além do necessário. Falou que as mudas, não eram, que questiona o
plantio das mudas. Questiona as seis contrapartidas viárias. Questiona o parque. E
ninguém é obrigado a fazer nada, senão em virtude de lei. Os senhores pensaram em
algum momento, já que essas contrapartidas são, na visão dos senhores, ilegais, em
acionar o Judiciário?

Bruno Muzzi: eu não diria que elas são ilegais.

Dr. Pedro: e inclusive, apenas um momento Bruno, em momento algum, salvo melhor
juízo, o Bruno disse que essas contraparte, essas contrapartidas, seriam ilegais. Essa
palavra jamais foi utilizada.

Dr. Tarcísio: então elas são o que? Porque o presidente usou a expressão abusiva.

857
Dr. Pedro: o presidente, o Bruno, até onde consta, não diz nada.

Vereador Wesley Moreira: eu falei, na verdade, oportunistas.

Dr. Tarcísio: e abusivas.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: podia ser abusiva.

Dr. Tarcísio: o sr. tem notícia de obra na Avenida, da Rua Andorindo Ferreira, fazendo
ligação com a Avenida Delta? O senhor foi convidado para uma visita técnica lá, no dia
19 de abril de 2023.

Bruno Muzzi: não, não, não.

Dr. Tarcísio: então deixa eu só ler...

Vereador Wesley Moreira: essa visita técnica foi assinado por mim e pelo José
Ferreira?

Dr. Tarcísio: sim senhor.

Vereador Wesley Moreira: tá bom.

Dr. Tarcísio: deixa eu. Só deixa eu, só pra lembrá-lo.

Vereador Wesley Moreira: o Bruno não esteve, mas a Arena teve lá, tá?
Representado.

Dr. Tarcísio: me perdoe porque o oficio foi em nome do Bruno.

Vereador Wesley Moreira: tá, mas a Arena teve lá representada, a Prefeitura, a Arena.

Dr. Pedro: Vereador, Presidente, só um momento o senhor se recorda quem era o


representante da Arena que estava?

Vereador Wesley Moreira: ele está ali. Olha lá ele levantando a mão. Eu esqueci seu
nome, desculpa, fugiu o nome do Francisco.

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Dr. Tarcísio: me permita. E aí, cansá-lo, um pouco a leitura só de um parágrafo pro
senhor dizer se concorda ou não. A finalidade da visita técnica pedida pelo Vereador
Wesley, nosso presidente, e José Ferreira, a Comissão de Mobilidade Urbana,
Indústria, Comércio e Serviço diz que é para avaliar a continuidade da Rua Andorino
Ferreira, fazendo a ligação com a Avenida Delta, tendo em vista a região ser acometida
de um tráfego muito intenso de veículos, situação essa que tende a se agravar com a
inauguração da Arena MRV, onde em dias de jogos, os torcedores veriam ilhados, entre
aspas, sem alternativa da rota, estando obrigados a se direcionar ao Trevo do Bairro
Califórnia, um dos grandes gargalos do trânsito em Belo Horizonte. Desta forma, a
solicitação vem com a intenção de criar uma nova opção de acesso. Foi criada essa
nova opção de acesso? E 2, essa nova opção de acesso estava prevista no projeto do
Senhor? Do senhor não, da Arena MRV, perdão.

Bruno Muzzi: eu não tive nessa visita, não tive nessa visita técnica, eu desconheço.
Não sei,

Vereador Wesley Moreira: eu estive lá. Essa é mais uma obra prometida pela
Prefeitura 30 anos atrás. Então, na verdade, inclusive meu chefe de gabinete, um
morador lá.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: foi quando você teve resposta da Prefeitura, que
tudo o que vocês tem interesse é para procurar a Arena né?

Vereador Wesley Moreira: antes da própria Arena. Eu tenho vários ofícios, que
inclusive quero pedir para que seja incorporado no relatório, onde eu solicitei várias
intervenções e uma delas foi essa. Então chamamos a Arena. Evidentemente
chamamos a secretaria, inclusive até uma observação Tarcísio, os moradores do bairro
Califórnia, eles têm passado por uma situação constrangedora. Eu sou majoritário ali
no bairro, na última eleição, e todos os meus últimos requerimentos que eu tenho
pedido de, por exemplo, asfaltar uma via, cortar uma árvore, qualquer coisa que eu
peço lá, tampar buraco, eles falam “peça a arena MRV”, então sim, então a gente tem
enfrentado muito essa situação. Então o intuito é o poder público. Todas as minhas
respostas são essas.

859
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o poder público está se omitindo para colocar o
particular, para fazer o trabalho deles.

Vereador Wesley Moreira: e aí que é isso que eu estou falando. Eu entrei junto com
Alexandre Kalil, eu era o líder do coração, nem era um líder oficial. Eu entrei junto com
Alexandre Kalil e todos os meus ofícios, justamente todos, todos nesse mês, nesse
período. Então você vai ver quem foi convidado. Evidentemente, a Arena tinha que ser
convidada, mas o nosso desejo ali é o Poder Executivo, que execute a obra. Mais
vamos embora, vamos sair, vamos sair pedindo.

Dr. Tarcísio: se aprovada, esta o senhor não lembra então de nenhuma obra nessa
região?

Bruno Muzzi: eu não estive presente nenhuma visita.

Dr. Tarcísio: tem uma outra obra também que eu gostaria da avaliação do senhor.
Trata-se do requerimento 1537/2019. É um requerimento de comissão aqui da Câmara.
Não tem obrigação de saber dele. Eu só estou mencionando, para dizer a fonte. Há
aqui uma um pedido de informação sobre quais foram as medidas compensatória e
mitigatórias de impacto previstas na construção da arena? Requeiro informação se é
possível incluir a obra supra citada. A obra supra citada é o seguinte: Moradores do
bairro Califórnia tem clamado há muito tempo pela construção do túnel da BR 040,
ligando o Califórnia Velho ao bairro Califórnia Dois.

Vereador Wesley Moreira: é meu também, meu também. Mas 2017, 2018, tudo antes
da Arena. Para que você ter uma ideia então está piorando.

Dr. Tarcísio: o presidente esse aqui é de dezembro de 19.

Vereador Wesley Moreira: é, mas não tinha começado a obra nem nada. Tanto é que
a Arena não foi convidada.

Dr. Tarcísio: perfeito.

Vereador Wesley Moreira: foi convidada e a Prefeitura.

860
Bruno Muzzi: dezembro 19 não tinha, não.

Vereador Wesley Moreira: foi convidada a Prefeitura, a Prefeitura que teve lá.

Dr. Tarcísio: o que o senhor estava perguntando se era possível a construção de um


túnel.

Vereador Wesley Moreira: túnel, passando de baixo da BR.

Dr. Tarcísio: esse túnel foi construído?

Bruno Muzzi: não.

Dr. Tarcísio: não. Se fosse construído, o senhor julga que seria necessário?

Bruno Muzzi: eu não entro em julgamento aqui de solicitações de comissões, me


perdoe.

Dr. Tarcísio: mas tudo o que foi necessário para viabilizar o empreendimento, o que o
senhor acha adequado que foi previsto no projeto?

Bruno Muzzi: tudo que foi colocado, eu já expliquei algumas vezes, tudo que foi
apresentado de impacto, nós apresentamos o projeto.

Dr. Tarcísio: o túnel não estava lá?

Bruno Muzzi: não estava.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ô Tarcísio, o pedido foi para Prefeito, foi para
quem?

Vereador Wesley Moreira: visita técnica.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não? Pois é, mas o pedido foi para a Arena?

Dr. Tarcísio: Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico Transporte.


Esse sistema viário.

861
Vereadora Fernanda Pereira Altoé: pois é, mas foi para a Arena direcionado para a
arena?

Dr. Tarcísio: “requeiro a essa comissão que seja encaminhado por meio da mesa ao
gabinete do Prefeito”, então foi perguntado ao gabinete do Prefeito.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ainda bem, porque senão as pessoas começariam
a achar que a Arena é quem tinha que fazer obra em Belo Horizonte, não a Prefeitura,
pelo menos a Câmara Municipal ainda sabe para quem direcionar o pedido. Quem atua
é o poder público né.

Dr. Tarcísio: pelo que eu tô entendendo aqui, eu não sei a resposta, mas pelo que eu
estou entendendo aqui, o presidente dessa comissão pediu o túnel e parece que o
Prefeito não encaminhou a solicitação para a...

Bruno Muzzi: mas não é o Prefeito que encaminha solicitação.

Dr. Tarcísio: não, foi pedido para o Prefeito.

Bruno Muzzi: mas em relação à Arena, não é o Prefeito que encaminha solicitação,
quem encaminha solicitação de obra, quem encaminha os impactos. Foi a Arena MRV
que propôs isso.

Dr. Tarcísio: ótimo. E é aí que eu quero chegar. Exatamente.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas eu não entendi, o senhor, a comissão


encaminhou para o Prefeito um pedido da população. Eu estou cheia de coisas, no
Belvedere para fazer. Vou mandar para a Arena também. É o Prefeito

Dr. Tarcísio: e o gabinete do Prefeito. Ele está dizendo que isso não chegou para ele
realizar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: ainda bem, Fuad, tem vergonha na cara

Dr. Tarcísio: não. Mas esse Prefeito aqui o Kalil.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: e o Kalil tinha que mandar para a Arena?

862
Dr. Tarcísio: mas ele está sendo acusado de abusar.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: mas o senhor já está aqui defendendo o Kalil, que
nem é indiciado, ele está com saudade disso?

Dr. Tarcísio: ele está sendo acusado de abusar desde o relatório inicial.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: não estamos falando dele, nós estamos falando
da administração pública. Está parecendo Rei Sol, o Estado sou eu, a administração
pública são secretarias, é o poder público, não é a pessoa só não.

Dr. Tarcísio: que bom. Então, essa fala ainda complementa então a minha pergunta.
O Prefeito, o senhor disse que se reuniu com ele três vezes. O Prefeito Alexandre Kalil,
ele disse

Bruno Muzzi: eu disse duas ou três vezes. Não lembro.

Dr. Tarcísio: sim, mas não precisa ser preciso também. Ele exigiu alguma
contrapartida, senhor?

Bruno Muzzi: não, não.

Dr. Tarcísio: e quando ele disse abre aspas, não sinta isso uma ofensa, eu estou só
reproduzindo a fala do Senhor, quando ele diz que o Senhor estaria sendo
irresponsável, por assinar. Qual foi o contexto dessa fala? O senhor poderia explicar?

Bruno Muzzi: lembro. A gente foi conversar das contrapartidas. Como que a gente
poderia seguir, sabendo que a gente não mais seria recurso, era possível ganhar prazo
no COMAN? Se era possível negociar propostas alternativas? Mas eu não tive nem a
chance de explicar.

Dr. Tarcísio: tá, mas uma vez, desculpe. A pausa é para retirar as perguntas já feitas e
não tomar mais tempo da comissão e nem do senhor. As exigências da Prefeitura em
relação ao isolamento acústico mudaram no meio do projeto?

Bruno Muzzi: não, acho que, deixa eu ver se eu lembro corretamente, as exigências,
acho que ela já veio logo no processo de licenciamento, que precisava ser respeitado

863
uma quantidade de decibéis dentro da Arena MRV, para não acontecer o que acontece
no Mineirão hoje, no qual o Mineirão opera sem o devido licenciamento, também,
operacional e durante muito tempo, a até pouco tempo faz show na Esplanada. A gente,
a gente não teve essa opção e a gente precisava manter uma quantidade de decibéis.
A gente fez um projeto de acústico para que a gente pudesse manter essa quantidade
de decibéis. Então é isso, o que a gente mudou foi o tipo de cobertura externa, Mas era
uma decisão da Arena MRV.

Dr. Tarcísio: foi decisão da Arena?

Bruno Muzzi: da Arena, de trocar por um tipo de, na verdade, foi uma decisão muito
embasada num critério do Corpo de Bombeiros junto com a gente, e a gente em vez
de utilizar um material chamado TPO, a gente utilizou uma telha metálica.

Dr. Tarcísio: corpo bombeiro fez exigências de alteração do projeto? O projeto de obra
já feito?

Bruno Muzzi: já fizeram.

Dr. Tarcísio: isso impactou no custo?

Bruno Muzzi: tiveram alguns impactos.

Dr. Tarcísio: não é necessário, claro, saber de cor.

Bruno Muzzi: não sei, não sei de cabeça. Mas assim eu lembro de algumas, oor
exemplo, algumas escadas de acesso.

Dr. Tarcísio: a rádio.

Bruno Muzzi: exato. Exatamente.

Dr. Tarcísio: precisou aumentar a porta também?

Bruno Muzzi: a porta de?

Dr. Tarcísio: acho que a porta da cabine, eu acho que foi para 80 cm. Eu tô pegando
uma entrevista do senhor. Eu não estou querendo que lembre não, tá?

864
Bruno Muzzi: não, não as portas, as portas. Isso foi no processo de alvará. O código
de obras exige. Acho que nenhuma obra de Belo Horizonte tem portas de banheiros,
de shoppings e etc. com 60 centímetros. E aí você, a nossa obra foi obrigado, dentro
do código de obras a ter portas do banheiro de 80 centímetros.

Dr. Tarcísio: isso impactou em custos também?

Bruno Muzzi: impactou.

Dr. Tarcísio: a obra já estava feita?

Bruno Muzzi: a obra não estava feita, a lateral...

Dr. Tarcísio: a porta já estava feita a porta?

Bruno Muzzi: não, não, não. E a gente alterou o projeto para poder executar conforme
projeto.

Dr. Tarcísio: as exigências que eu mencionou aqui, que são ambientais, sociais,
viárias. As exigências que o Ministério Público do Estado de Minas Gerais fez por meio
de um termo de ajustamento de Conduta, o MP iria promover uma ação civil pública,
fez um acordo.

Bruno Muzzi: perfeito.

Dr. Tarcísio: quais exigências eram essas e qual o custo dela?

Bruno Muzzi: foi o acordo com o Ministério Público foi de 4 milhões e 100, e eram
divididos em seis veículos, mais 200 uniformes, mas acho que 600.000 para o fundo
Ministério Público, se eu não me engano, eram esses valores.

Dr. Tarcísio: o senhor mencionou também que houve uma necessidade de alteração
da obra de interesse utilidade pública para interesse social. Isso impactou em mais
custos?

Bruno Muzzi: a partir do momento que eu precisei transformar o projeto Interesse


Social, eu precisei propor medidas de interesse social.

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Dr. Tarcísio: então, aquelas contrapartidas sociais que o senhor não contesta, é por
conta, é por conta disso?

Bruno Muzzi: perfeito. Corretamente.

Dr. Tarcísio: essa alteração de utilidade para o interesse social. É responsabilidade da


Prefeitura?

Bruno Muzzi: não.

Dr. Tarcísio: não? de quem que é?

Bruno Muzzi: essa, era, era um não, acho que era um Código Florestal. É um Código
Florestal no qual, equipamentos esportivos eram considerados de utilidade pública para
fins de intervenção, em APP. A partir do momento que a Arena, construções de
equipamentos esportivos foi retirado de utilidade pública, e aí sim precisou transformar
interesse social. Mas eu acho que eu reforcei aqui diversas vezes, que foi exatamente
as contrapartidas sociais, foi exatamente em função da necessidade de formar por
interesse social e que também isso nunca houve questionamento da nossa parte.

Dr. Tarcísio: isso eu não tenho obrigação nenhuma de saber disso, isso foi decisão do
Supremo. Está se discutindo os impactos, o senhor falou aqui várias vezes de aumento
de custo.

Bruno Muzzi: perfeito

Dr. Tarcísio: se o senhor discordar da minha conta, por favor, me corrija. Menciona-se
um custo inicial de 410. O senhor diz que não estava lá naquele momento. Entendemos.
Nós passamos hoje, segundo reportagens, para 950 milhões. O senhor disse aqui em
torno de um bi, então eu reputei que essa reportagem...

Bruno Muzzi: atente-se a esses números que eu apresentei aqui do custo de obra,
porque a reportagem sempre pega em contextos diferentes.

Dr. Tarcísio: por isso que eu estou confirmando.

866
Bruno Muzzi: assim o custo da obra em si na casa de 750 milhões, obviamente que
isso é super dinâmico, porque a partir do momento que a obra ainda continua...

Dr. Tarcísio: mas esses 950 eu acho que inclui as contrapartidas? Pelo menos...

Bruno Muzzi: vamos, vamos lá, eu acho que eu até comentei isso aqui nessa
audiência. Falou o seguinte, às vezes tem que olhar bem o contexto o que se fala,
porque às vezes eu falo 200 milhões, tava falando só de viária, às vezes eu falo texto
completo, às vezes eu falo olha, a obra vai custar quanto? Porque é o quanto de
dinheiro que eu tenho. Então assim a obra vai custar 950, vai custar... Então tem que
tomar muito cuidado com essas informações para que a gente possa ser sempre
falando as mesmas coisas.

Dr. Tarcísio: por isso eu estou confirmando.

Bruno Muzzi: então, não há nenhum mal entendido. Eu também estou esclarecendo
para a gente poder ficar na mesma página.

Dr. Tarcísio: parece que então nós temos 700 e alguma coisa milhões.

Bruno Muzzi: 750 milhões

Dr. Tarcísio: mais 335 milhões de contrapartidas

Bruno Muzzi: do qual eu não tenho o recurso completo. Tem só compromissado 170
milhões até o momento.

Dr. Tarcísio: questionado pelo senhor, são 39 milhões.

Bruno Muzzi: perfeito isso.

Dr. Tarcísio: então eu estou fazendo uma conta de diminuição aqui. 950 milhões
aproximadamente, menos 39. 921 milhões. Se eu retiro 410 do inicial, a gente tem um
aumento de 511 milhões. Como é que se explica aqui? Como é que se explica esse
aumento de custo para o Galo, a inflação e o e se é o índice de correção justifica isso?

867
Bruno Muzzi: vamos, vamos lá. Você está fazendo contas de trás para frente, e a conta
que eu apresentei do 750 milhões. Se você pegar 410 lá de trás, trouxesse ali naquele
período da obra, são falar já em 570 milhões reais, tá, 570 milhões reais.

Dr. Tarcísio: esclareceu.

Vereador Wesley Moreira: Tarcísio, tem só mais cinco minutos para encerrar.

Dr. Tarcísio: uma pergunta.

Vereador Wesley Moreira: então tá bom, então você tem mais de uma.

Dr. Tarcísio: confesso que foi por intuição.

Vereador Wesley Moreira: não, tranquilo, você tem só mais uma questão?

Dr. Tarcísio: só mais uma. O senhor, é a CONSTRUSERVICE prestou serviço para a


obra?

Bruno Muzzi: sim senhor.

Dr. Tarcísio: a CONSTRUSERVICE é de propriedade do senhor?

Bruno Muzzi: do meu irmão e minha.

Dr. Tarcísio: teve processo de concorrência interna?

Bruno Muzzi: vou explicar. Esse é um ponto bem bacana, porque eu já escutei algumas
vezes no mercado. Acho que é uma bobeira você estar entrando nesse detalhe, mas
eu te explico. A Arena MRV contrata uma consultora chama Racional Engenharia, a
consultora Racional Engenharia, ela contrata uma terceirizada que chama, CODEME,
é responsável pela construção que qual contrata a CONSTRUSERVE, uma empresa
que eu meu irmão faz parte, eu não faço parte mais do processo de administração
desde 2017, uma empresa de 1974 especializada em guindastes, no qual a CODEME
engenharia e a PRECON, que foram as empresas que fizeram a estrutura da obra, e a
CONSTRUSERVICE é cliente deles há mais de 20 anos. E eles contratam a
CONSTRUSERVICE para poder prestar serviço de guindaste, no qual são guindastes

868
extremamente específicos e no qual foi feito um processo de concorrência de uma
quarteirizada, no qual eu não faço parte desse processo. Só para deixar isso bem claro.

Dr. Tarcísio: então concorrência não foi pela empresa que o gere, foi pela terceirizada?

Bruno Muzzi: exatamente. Eu acho bom deixar claro que eu já vi algumas vezes, eu
já respondi esse processo. Eu fiz esse disclaimer no momento da minha contratação
para a Arena MRV, fiz no compliance do clube, então eu sou muito tranquilo em relação
a esse ponto.

Vereador Wesley Moreira: comunicar que a presença do ex-Vereador dessa casa e


deputado estadual Daniel Barbosa bem-vindo aí.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: o Wesley, será que a UNITOUR teve esse
processo também para contratação lá dentro do Atlético? Vou procurar saber.

Vereador Wesley Moreira: bom, vamos encerrar, acabou que não dá para fazermos
mais perguntas. Acredito que estamos muito bem contemplados.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: deixa eu só fazer uma complementação, bem


rapidinho, inclusive?

Vereador Wesley Moreira: fala aí, eu vou deixar o final para, ele já responde
finalizando.

Vereadora Fernanda Pereira Altoé: vou responder finalizando. O pedido de alteração


de simplificado porque não estava confortável, foi com base na lei? Não. Plantar 46.000
mudas foi com base na lei? Não. Manutenção de 30 anos e parque linear foi com base
na lei? Não. Exigências, seis exigências de última hora foi com base na lei? Não. Quatro
canteiros de embelezamento, foi com base na lei? Não. Então é só fazer um arremate
geral. É uma pena, sabe? É uma pena tentar desviar o olhar de tudo o que é grave,
para tentar vim falar que teve favorecimentos. O Senhor não fez isso com a Eloá, não,
Eloá Starling. Não, o tempo está acabando aqui. É uma pena, tentar desviar sempre o
assunto para detalhes, para fazer sugestões né? Vamos ao foco do que está sendo

869
investigado. Vamos ao foco de valores. 50% da obra foram de contrapartidas em Belo
Horizonte. Nunca na história desse país isso aconteceu.

Vereador Wesley Moreira: Bruno se nós. Considerações finais você tem dois minutos,
aí não vamos encerrar.

Bruno Muzzi: então acho que eu me estendi aqui em todos os pontos. Eu fui da forma
mais objetiva possível, contei todos o histórico de licenciamento, de onde eu tinha
conhecimento, até onde eu pude. Deixei claro o processo que passou, trouxe fatos,
trouxe dados. Meu papel é relatar o fatos. Eu vim como testemunha para relatar esse
tipo de fato, acho. Foi isso que eu tentei fazer. Acho que foi uma obra que a gente trata
com a maior seriedade possível. Enfrentamos muitas dificuldades e estou aberto a
todos os números aqui. Então eu estou disponível. Esse foi, esse foi o meu papel. E
isso sem entrar em maiores detalhes.

Vereador Wesley Moreira: eu também finalizo agradecendo e até aproveitando as


intervenções finais. Aí reforço que agradeço que a gestão Kalil não está lá, porque se
não sei, tem que fazer mais um túnel, e ainda mais uma via nova ligando lá na Delta.
Então você ia pra mais, põe mais uns 100 milhões. Aí então o negócio é complicar. Com
as 13h05, declara. Encerrada essa reunião. Muito obrigado a todos.

Às 13h05m foi encerrada a reunião.

2.23 - DA 23ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 19 de junho de 2023, no Plenário Helvécio Arantes, teve início a


23ª Reunião Ordinária22 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador Wesley
Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira, Gilson
Guimarães, Helinho da Farmácia e Loíde Gonçalves.

Foram aprovados os Requerimentos de Comissão nº 1588, que requereu


informações complementares sobre a certidão de baixa 2018R0349, de 25/11/2021 e o

22
https://www.youtube.com/watch?v=Ya6_iQYuXB4&ab_channel=C%C3%A2maraMunicipaldeBeloHorizonte

870
nº 1589/2023 que requereu todos e-mails da Secretária de Política Urbana, Sra. Maria
Caldas, no período de janeiro a junho de 2018, envolvendo a construção da Arena MRV.

O Presidente deu ciência ao recebimento dos documentos externos de


juntada de procuração do Dr. Pedro Vasconcelos, advogado do sr. Bruno Muzzi e a
petição de considerações finais do sr. Alexandre Kalil.

Às 9h07m foi encerrada a reunião.

2.24 - DA 24ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 06 de julho de 2023, às 9h33m, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 24ª Reunião Ordinária23 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Ciro Pereira,
Gilson Guimarães e Loíde Gonçalves.

Foi aprovado o Requerimento de Comissão nº 1745/2023 para requerer


esclarecimentos acerca da oitiva do Sr. Luiz Gustavo Levate, ocorrida em 11/05/2023.

Foi acusado o recebimento da resposta aos requerimentos nº 1016, 1547,


1548, 1588 e 1589/2023.

Foi dada ciência aos documentos externos nº 003992, 003993 e


004147/2023.

Às 9h39m foi encerrada a reunião.

2.25 - DA 25ª REUNIÃO ORDINÁRIA

No dia 13 de julho de 2023, às 9h46m, no Plenário Helvécio Arantes, teve


início a 25ª Reunião Ordinária24 da CPI Abuso de Poder. Presidida pelo Vereador
Wesley Moreira e com a presença dos Vereadores Fernanda Pereira Altoé, Cleiton
Xavier e Loíde Gonçalves.

23
https://www.youtube.com/watch?v=8gcA1dREKYc&ab_channel=C%C3%A2maraMunicipaldeBeloHorizonte
24
https://www.youtube.com/watch?v=j2Cmb5RTvQs&ab_channel=C%C3%A2maraMunicipaldeBeloHorizonte

871
Foram aprovados os Requerimentos de Comissão nº 1846, 1847 e
1850/2023.

Em relação ao Requerimento nº 1850/2023, o Presidente explicou que


juntou diversos ofícios de seu gabinete, datados desde 2017, com diversos
requerimentos da comunidade do entorno da Arena MRV, dirigidos à Prefeitura, que
foram direcionados ao empreendimento.

De acordo com o Vereador, aquilo que o Poder Público se omitiu em fazer


por mais de 30 anos, teve que ser feito pela Arena em 4 anos. Que eram obrigações
históricas do Município, que não cumpriu o seu dever.

Foi dada ciência ao protocolo externo nº 004283/2023.

Às 10h16m foi encerrada a reunião.

3 - ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS E DOCUMENTAÇÕES CORRELATAS

3.1 - DEPOIMENTO DE ELOÁ STARLING

A empresa Unitour, da depoente Eloá Starling, foi contratada pelo contrato


emergencial nº 01.056.148.17.65, assinado em 09/05/2017, e perdurou até 31/08/2017.
O contrato foi assinado durante da gestão do Prefeito Alexandre Kalil, tendo como
representante do Município o Secretário de Finanças Fuad Noman.

Inicialmente, o contrato tinha previsão de 180 (cento e oitenta) dias e valor


de R$1.243.721,75 (um milhão, duzentos e quarenta e três mil, setecentos e vinte e um
reais e setenta e cinco centavos) mas, segundo a Prefeitura, em resposta apresentada
ao Ministério Público no inquérito civil nº 0024.20.010234-1, foram executados somente
R$ 300.695,28 (trezentos mil, seiscentos e noventa e cinco reais e vinte e oito
centavos). A oitiva buscou entender como a empresa foi convidada a participar do
processo de licitação, como ganhou o contrato e como se deu a liquidação e pagamento
pelos serviços prestados.

Por meio do Requerimento de Comissão 34/2023, foi solicitada a íntegra


do processo licitatório. Na resposta, enviada através do OF.SMGO/DALE N° 88/2023,
foi possível observar que a empresa Unitour foi a terceira colocada; que a primeira
colocada, empresa SX Tecnologia, foi desclassificada por não cumprir os critérios

872
exigidos para o sistema de gestão de passagens e que a segunda colocada, empresa
Master Turismo, não quis reduzir o seu preço.

O inquérito do Ministério Público levantou suspeita sobre a


desclassificação da primeira colocada e consequente classificação da empresa Unitour.

Através da análise dos documentos e também do OF. SMGO/DALE N° n


170/2023, enviado em resposta ao Requerimento de Comissão nº 426/2023, foi
possível observar que a desclassificação da primeira colocada ocorreu em reunião
presencial, sem relatório técnico, tendo o pregoeiro indicado que a empresa não
cumpriu os itens 8 e 9 do edital, que exigiam a criação de perfis e/ou grupos de usuários
do Contratante, com níveis de acesso definidos e manutenção dos dados dos usuários
e gestores do sistema para gerenciamento de grupos específicos de usuários.

Entretanto, no anexo da resposta ao Requerimento de Comissão nº


34/2023 (pág. 127 do processo físico e 251 do PDF) há uma declaração da empresa
SX Turismo de que disporia, no momento da contratação, de todo o aparato operacional
necessário à plena execução do objeto. Foi questionado à Prefeitura se essa afirmação
foi considerada falsa, o que implicaria em fraude à licitação, e se houve a abertura de
procedimento administrativo para apuração, obtendo-se a resposta de que “a
declaração da agência SX faz menção apenas que ela está credenciada pela empresa
detentora do software de gestão de viagem, no qual em uma primeira etapa a tornava
elegível na avaliação das propostas. Contudo, já na segunda etapa, que trata da
avaliação das funcionalidades do sistema em compatibilidade com as necessidades da
Administração Pública, fora verificado que a mesma não atendia aos itens do Anexo II
do Termo de Referência.”

A resposta da Prefeitura não condiz com o teor da declaração


apresentada pela empresa SX Tecnologia, nos autos do inquérito civil nº
0024.20.010234-1, e deixa claro que não houve apuração sobre a inconsistência da
declaração e dos motivos da desclassificação.

Ainda no mesmo documento, perguntada sobre como a Unitour foi


convocada a apresentar o seu sistema e a nova oferta de preço, a Prefeitura atesta que
não houve convite formal e que o contato foi feito por telefone. Informa, ainda, que não

873
houve acompanhamento técnico na análise dos sistemas e que a classificação dos
preços ofertados se deu pelo critério de menor preço global, o que fez a Unitour ocupar
o terceiro lugar, mesmo tendo uma oferta com valor menor que a concorrente Master
Turismo.

Através do Requerimento 210/2023, foram solicitadas à Unitour as notas


da prestação de serviço apresentadas à Prefeitura, a relação dos seus funcionários nos
anos de 2017, 2019 e 2021 e a comprovação do pagamento da garantia da licitação.

De acordo com a documentação enviada, à época da prestação do


serviço com a Prefeitura, a empresa tinha oito funcionários em seu quadro.

Acerca da garantia, não obstante o contrato exigir a sua prestação


imediata até a assinatura, observa-se no doc.5, juntado no requerimento 201/2023, que
foi dilatado o prazo até 07/06/2017 para o seu pagamento, embora a assinatura do
contrato tenha se dado em 09/05/2017.

A garantia foi prestada por meio de fiança bancária, assinada em


07/06/2017, ou seja, após o início da prestação dos serviços.

Sobre as notas apresentadas pela Unitour, diferente do valor informado


pela PBH, observa-se o pagamento de R$308.104,65 (trezentos e oito mil, cento e
quatro reais e sessenta e cinco centavos) na somatória dos documentos.

Ademais, há diversas notas que, apesar de constarem como emitidas


dentro do prazo contratual - a maioria com a mesma data e nos últimos dias do contrato,
em 28/08/2017 - só foram faturadas após o seu encerramento, nos meses de setembro,
outubro, novembro e dezembro de 2017. Vale frisar que o contrato prevê o pagamento
a contar de quinze dias da emissão, conforme cláusula nona

Excluindo-se as notas emitidas fora dos termos contratuais, o valor total


da execução é de R$295.988,44 (duzentos e noventa e cinco mil, novecentos e oitenta
e oito reais e quarenta e quatro centavos).

Dessa forma, considerando os indícios de direcionamento da


contratação, ante a ausência de pareceres técnicos para a desclassificação da
primeira colocada, empresa SX Tecnologia, e a classificação da terceira colocada,

874
empresa Unitour; pela extensão injustificada do prazo de prestação da garantia;
pela inconsistência do somatório das notas fiscais e pela emissão extemporânea
de faturas, fora dos termos contratuais, a maioria na mesma data e perto do fim
do contrato, sugere-se o aprofundamento das investigações para verificar se foi
respeitada a lisura do processo licitatório, no contrato emergencial nº
01.056.148.17.65.

A oitiva de Eloá Starling também foi importante para a apuração das


viagens do ex-Prefeito Alexandre Kalil para o hotel Copacabana Palace, no Rio de
Janeiro, nas datas de 31/01/2019 a 03/02/2019 (quinta a sábado); 14/02/2019 a
17/02/2019 (quinta a domingo); 25/05/2019 a 28/05/2019 (sábado a terça) e 10/06/2019
a 11/06/2019 (segunda e terça).

No ano de 2022, o gabinete da Relatora requereu os registros da agenda


do ex-Prefeito, nas datas indicadas das viagens, através do Requerimento de
Comissão nº 1069/2022.

A CPI reiterou o pedido através do Requerimento 177/2023, tendo ambos


a mesma resposta. De acordo com o GP-DCAT-EXTER-003/OF “este Gabinete não
mantém registros de agenda e compromissos públicos de servidores e autoridades de
gestões anteriores, como já informado àquela Casa em razão do Requerimento n°
1069/2022 da Comissão de Administração Pública.”.

Dessa forma, apesar de as viagens terem ocorrido em dias úteis, não é


possível saber se o então Prefeito estava em agenda oficial, dia comum de trabalho,
ou de licença, nos dias úteis em que se hospedou no hotel Copacabana Palace, no Rio
de Janeiro, o que tem implicação também na prestação de serviços de marcação e
pagamento do hotel e demais despesas de hospedagem pela empresa Unitour e não
pela agência prestadora de serviços da Prefeitura de Belo Horizonte.

Em sua oitiva à CPI, a sra. Eloá afirmou que as viagens foram particulares.

De acordo com os registros do Ministério Público, no inquérito nº


0024.20.010234-1, no total, foram quatro viagens. Três viagens foram integralmente
pagas pela empresa Unitour, e a outra viagem teve parte das diárias pagas pela

875
empresa Unitour e o consumo pago pela empresa Erkal Engenharia, de propriedade
de Alexandre Kalil.

Chamou a atenção da CPI que todas as viagens, à exceção da de


25/05/2019 a 28/05/2019, tiveram os consumos, em restaurante de luxo, pagos pela
Unitour.

Perguntada se era comum pagar pelo consumo dos seus clientes para
posterior reembolso, a sra. Eloá disse que tinha três clientes especiais, amigos de seu
marido, que viajavam e pagavam como queriam. Que tem uma caderneta com
Alexandre Kalil onde anota as viagens, faz os pagamentos pela empresa Unitour e que
ele paga quando pode para ela.

A testemunha já tinha informado ao Ministério Público que recebeu parte


do reembolso das viagens, pagos em seu cartão pessoal, em espécie, muito embora
as notas fiscais sejam em nome da sua empresa.

A testemunha explicou que o dinheiro talvez tenha sido entregue por um


dos filhos de Alexandre Kalil, em espécie, em envelope e de forma fracionada, e que
acabou guardando e gastando o dinheiro em despesas pessoais.

A CPI quis entender qual o lastro e origem do dinheiro dado em espécie


para pagá-la, uma vez que todas as contas do ex-Prefeito, à época, estavam
bloqueadas em execuções fiscais e trabalhistas.

Observou-se que, no mesmo ano de 2019, enquanto a Erkal pagou uma


fatura de R$ 10.342,00 (dez mil, trezentos e quarenta e dois reais) para a hospedagem
de Alexandre Kalil no hotel Copacabana Palace, em 29/05/2019, a Prefeitura de Belo
Horizonte, no processo trabalhista nº 0011138-63.2016.5.03.0108, foi condenada
subsidiariamente a pagar uma dívida da empresa Fergikal (que é sócia da Erkal e tem
como sócios Alexandre Kalil, Jussara Issa Kalil e Leila Antônio Hissa Kalil, que também
eram réus da ação) no valor de R$ 11.741,58 (onze mil, setecentos e quarenta e um
reais e cinquenta e oito centavos), porque não foram encontrados bens dos devedores.

Também foi questionado todo o processo de cobrança, liquidação e


pagamento pela Prefeitura de Belo Horizonte pelos serviços prestados pela empresa

876
Unitour, no contrato emergencial nº 01.056.148.17.65, e os comprovantes de entrega
da prestação efetiva do serviço, os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito.

Notas Fiscais foram questionadas por terem suas especificações falhas,


sem indicação discriminada do gasto e do serviço correspondente, oportunidade em
que a depoente foi questionada se as faturas a serem pagas eram apresentadas da
mesma forma para outros clientes particulares, incluindo o Clube Atlético Mineiro,
cliente da Unitour por quase 20 (vinte) anos.

Como quase todas as perguntas relativas ao Atlético foram respondidas


de forma evasiva, a CPI pediu documentação de cobrança e respectivos pagamentos
realizados pelas empresas privadas para comparar com o modelo de documentação
apresentada à Prefeitura de Belo Horizonte.

Em resposta ao Requerimento nº 304/2023, o Clube Atlético Mineiro


informou que “Diligenciando internamente para se apurar a existência de contratos e
de acervo documental para a aferição do período de prestação de serviços pela Unitour
Turismo Universal junto ao CAM, não foram localizados contratos escritos, mas apenas
faturas e notas fiscais nos Departamentos Financeiro e de Contabilidade, que
remontam ao ano de 2018, sendo possível afirmar, contudo, que a prestação de
serviços pela Unitour ao CAM perdurou por mais de uma década, não havendo
informação precisa sobre eventual(is) interrupção(ões) ao longo desse período.”

Informou, ainda, que a média anual de pagamentos à Unitour era de


R$ R$ 4.958.282,36 (quatro milhões, novecentos e cinquenta e oito mil, duzentos e
oitenta e dois reais e trinta e seis centavos), mas que, no ano de 2019, o Clube pagou
R$ 9.169.371,46 (nove milhões, cento e sessenta e nove mil, trezentos e setenta e um
reais e quarenta e seis centavos). Não foram encontrados registros de campeonatos
ou qualquer outro evento incomum que justificasse a discrepância do valor pago à
empresa, em 2019.

Por fim, o Clube afirmou que foram substituídos os sistemas de


gerenciamento de pagamentos e que não encontrou notas anteriores a 2018.

877
As notas enviadas como amostra contavam com descrição do tipo de
serviço prestado.

Ainda, contrariando o depoimento da proprietária da empresa Unitour,


Sra. Eloá, que afirmou que não se envolvia muito nos negócios da empresa e que os
assuntos eram tratados pelo seu marido e pelo contador, ambos já falecidos, os ex-
funcionários do Clube Atlético Mineiro, Carlos Antônio Fabel e Lucas Couto, afirmaram
em suas oitivas que era frequente a presença e participação da Sra. Eloá na tratativa
dos negócios, atestando, inclusive, que era ela quem cobrava o Clube quando havia
algum atraso no pagamento da prestação de serviço.

O depoimento da Sra. Eloá restou eivado de contradições,


mostrando nítida confusão patrimonial da pessoa física com a pessoa jurídica,
recebimento de dinheiro não contabilizado pela empresa, habitualidade no
recebimento de pagamentos em espécie pelos serviços prestados por sua
agência de turismo com posterior uso para quitação de dívidas pessoais (vide
exemplo da caderneta dos clientes), levantando suspeitas sobre eventual prática
dos crimes de sonegação fiscal e consequente lavagem de dinheiro. Sugere-se
investigação pela Receita Federal para análise de eventual ocultação ou
dissimulação de bens provenientes da vantagem econômica auferida por
eventual prática de crime tributário.

No mesmo contexto, importante investigar a movimentação


incomum de transações comerciais e a respectiva prestação do serviço pela
empresa Unitour, em 2019, ao Clube Atlético Mineiro, e eventual prática dos
crimes de duplicata simulada e de sonegação fiscal.

Importante frisar que está sendo investigado pelo Ministério Público


de Minas Gerais, no inquérito nº 0024.20.010234-1, os pagamentos realizados, em
espécie, por Alexandre Kalil à empresa Unitour, pelas viagens ao hotel
Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Para responder se as viagens foram
particulares ou no exercício do seu cargo de Prefeito de Belo Horizonte, se foram
pagas com dinheiro público ou dinheiro particular e se tais valores foram
efetivamente pagos pelo ex-Prefeito, é necessária, apenas, a remessa do

878
depoimento da sra. Eloá Starling e documentos correlatos para complemento dos
trabalhos da autoridade competente.

Inclusive, caso as viagens pagas pela Unitour (que a testemunha faz


controle por caderneta) não tenham sido pagas, está-se diante de conduta vedada pelo
artigo 12 do Decreto 14.635/2011 que dispõe:

Art. 12 - A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra


remuneração de fonte privada, nem receber transporte, hospedagem ou
quaisquer favores de particulares em desacordo com os princípios e
normas de conduta ética expressos neste Código.

Apurando-se, ainda, que os valores não tenham sido pagos, há que se


verificar se a doação foi devidamente informada na declaração de imposto de renda de
ambos, doador e donatário, bem como se houve recolhimento de imposto de doação,
sob pena de mais uma prática de crime de sonegação de impostos.

3.2 - RODOLFO GROPEN - CONSELHO DE ÉTICA MUNICIPAL

A oitiva do dr. Rodolfo Gropen teve como objetivo entender sua nomeação
e atuação como Presidente do Conselho de Ética Pública Municipal, bem como
eventual conflito de interesse ao atuar como advogado do ex-Prefeito Alexandre Kalil
em execuções fiscais movidas pelo Município.

A testemunha explicou que foi convidado por Alexandre Kalil para fazer
parte do Conselho de Ética, em abril de 2021, e que, posteriormente, foi eleito
Presidente pelos membros Misabel Derzi, Marcelo Leonardo e Rômulo Ferraz, em
outubro de 2021.

Confirmou que são servidores submetidos ao julgamento do Conselho de


Ética os que compõem a Alta Administração tais como Prefeito, Vice-Prefeito,
Secretários e titulares de órgãos de 1º e 2º grau dos órgãos da Administração.
Perguntado onde se encontra a definição de 1º e 2º grau disse que é na legislação
Municipal e deu como exemplos Procuradores do Município, Procurador-Geral,
diretorias, subsecretarias.

879
Assim, os Procuradores que atuam nas execuções fiscais do Município e
contra o seu cliente, submetem-se ao seu julgamento no Conselho de Ética Pública.

Perguntado sobre a periodicidade das reuniões do Conselho, disse que o


Regimento Interno foi alterado para que passassem de mensal a semestral. Que
quando chegou à Presidência, essas reuniões não aconteciam porque não havia
processos. Que, de 2011 até 2021, houve dois processos. Assim alteraram a
periodicidade.

A Vereadora Fernanda Pereira Altoé ressaltou que o Conselho foi criado


em 2011, e que, durante a gestão do Prefeito Márcio Lacerda, eram confeccionadas
atas de reuniões, em cumprimento ao ato normativo que o criou, mesmo não havendo
pautas. Que quando Alexandre Kalil assumiu a Prefeitura, em 2017, não houve mais
reuniões até 2019. E que, em 2021, foi feita essa alteração. A Vereadora deu como
exemplo denúncia que apresentou contra o Procurador Luiz Gustavo Levate, e
perguntou se, nesses casos, teria que aguardar os próximos seis meses ou se seria
realizada reunião extraordinária para seu recebimento.

O depoente disse que não poderia falar do procedimento até que ele fosse
finalizado. Que, nesse caso, como há uma petição do seu escritório acompanhando a
documentação da denúncia, não designou relator para que o decano o fizesse,
conforme Regimento Interno do Conselho de Ética. Mas, não se reconheceu como
impedido ou suspeito.

A denúncia mencionada pela Vereadora é o procedimento 007/2023, para


a apuração da atuação do Procurador Luiz Gustavo Levate em execuções fiscais de
Alexandre Kalil - em que o depoente atuava como advogado do contribuinte executado
-, bem como de indícios de utilização indevida do cargo público, tendo em vista que não
dispensou o mesmo tratamento dado ao advogado de Alexandre Kalil, ao fornecer-lhe
imediatas explicações e documento sobre a desistência de prosseguir na execução
fiscal nº 4408488-71.2015.8.13.0024, mas não o fez, com idêntico pedido, apresentado
pelo jornalista Lucas Ragazzi e tampouco com a parlamentar.

Inclusive, ela foi arquivada “ante a ausência de indícios, provas, ou


elementos objetivos”, muito embora não se tenha ouvido testemunhas e a denunciante,

880
nem solicitado documentos, limitando-se a receber uma defesa escrita apresentada
pelo denunciado.

E, muito embora o procedimento do Conselho de Ética seja sigiloso, o


Procurador Luiz Gustavo Levate, em sua oitiva, foi questionado pelo advogado de
Alexandre Kalil sobre detalhes da decisão de arquivamento. Uma decisão pendente de
recurso, cujo conteúdo nunca foi publicado e que a todos negado acesso.

A Prefeitura de Belo Horizonte e o Conselho de Ética tratam com rigor a


questão do sigilo dos procedimentos, o que gera estranheza o acesso por um
advogado, que não atua para o Procurador do Município, o denunciado dr. Luiz Gustavo
Levate, de forma imediata, antes de sua publicação, estando ciente de todos os
detalhes da decisão.

A título de exemplo sobre mais uma diferença no tratamento dado ao


acesso pela Câmara Municipal, órgão de fiscalização por excelência e por comando
constitucional, e o advogado de Alexandre Kalil, a decisões e documentos da PBH, vale
destacar que, através do requerimento de Comissão 1016/2023, a CPI pediu acesso a
todos os procedimentos já julgados pelo Conselho, o que foi negado em relação aos
que tinham recurso pendente de julgamento pelo Prefeito.

Por meio do OFÍCIO CONEP.EXTER N° 04/2023, a Prefeitura se negou a


enviá-los ao fundamento de que “Os Procedimentos n° 03, 05, 06, 07 e 08/2022 e
01/2023 estão em fase recursal. Sua remessa resta, assim, prejudicada, em
observância ao disposto no art. 20 do Regimento Interno do Conep.”

Esse questionamento também foi objeto dos Requerimentos nº 971 e


1193/2023, que solicitaram a íntegra do Procedimento 008/2023, cuja denúncia envolve
o Procurador-Geral, dr. Hércules Guerra, mas a Prefeitura negou-se a enviá-los.

Inclusive, data venia, entende-se como equivocado esse entendimento.

Ora, o artigo 20 do Regimento Interno prescreve que “As matérias


examinadas nas reuniões do Conselho são consideradas de caráter sigiloso até sua
deliberação final.”

881
Por sua vez, o Decreto Municipal nº 14.635/2011 que “Institui o Código de
Ética do Agente Público Municipal e da Alta Administração Municipal” prescreve que
das decisões do Conselho de Ética Pública caberá recurso ao Prefeito (art. 17, §4º):

Art. 17 - Fica criado o Conselho de Ética Pública, vinculado diretamente


ao Prefeito, competindo-lhe zelar pelo cumprimento dos princípios
éticos explicitados neste Código de Ética e, ainda:

§ 4o - Das decisões finais do Conselho de Ética Pública caberá recurso


ao Prefeito.

Logo, conclui-se que, uma vez em sede de recurso para o Prefeito, o


processo perante o Conselho de Ética teve decisão final, não sendo abarcado pelo
sigilo.

Mas, fato é que fica mais um questionamento sobre a diferença de


compartilhamento de informações entre a Administração Pública, o Poder Legislativo e
o particular.

A Vereadora Fernanda também questionou sobre a Resolução Conep nº


01, de 16 de setembro de 2022, que passou a não aceitar o recebimento de denúncias
anônimas. O depoente disse que fizeram a resolução com base em normativos do
Ministério Público, dando a possibilidade ao relator de sugerir o não recebimento de
denúncias anônimas que não tenham o mínimo indício de autoria e materialidade. Disse
que é apenas uma faculdade e que estão abertos a sugestões de melhorias.

Questionado se havia um paralelo do volume das denúncias anônimas


desde a criação do Conselho até o momento, o depoente disse que não, mas que acha
que a questão política influencia no número de denúncias.

O Requerimento nº 401/2023 pediu os dados sobre o recebimento e


processamento das denúncias, tendo sido respondido pelo OFÍCIO CONEP N° 02/2023
que:

Desde a sua criação, por meio do Decreto n° 14.635, de 10 de novembro de


2011, foram recebidas 22 denúncias neste Conselho, sendo: uma no ano de

882
2013, duas em 2014, uma em 2015, duas em 2019, sete em 2021, oito em
2022 e, até o momento, uma em 2023.

À exceção de uma denúncia, no ano de 2019, que foi arquivada


sumariamente pela Secretaria Executiva do Conselho, todas as demais 21
representações recebidas foram devidamente processadas, com atos de
abertura, designação de relator, etc. Ressalto que, a partir de 2021, todas as
decisões do CONEP passaram a ser publicadas no Diário.

Apenas uma denúncia foi arquivada sumariamente, pela Secretaria


Executiva, sem registros de sua apreciação pelo Conselheiros, conforme a
resposta anterior.

Quantas foram enviadas à Controladoria do Município, em cada um desses


anos;

O Procedimento n° 06/2021 foi encaminhado, em 11 de outubro de 2022,


Controladoria-Geral do Município.

Quantas foram enviadas ao Ministério Público, em cada um desses anos;

O Procedimento n° 03/2021 foi enviado à Ir Promotoria de Justiça de Belo


Horizonte, de Defesa do Patrimônio Público, em 20 de janeiro de 2022.Oficial
do Município, por iniciativa inédita e determinação desse Presidente.

Como se vê, em mais de dez anos do Conselho de Ética, apenas uma


denúncia foi encaminhada para a Controladoria e uma para o Ministério Público, todas
as demais foram arquivadas de plano, sem apuração.

Perguntado sobre as ações judiciais em que é advogado de Alexandre


Kalil e de suas empresas, contra o Município, e nas quais atuou enquanto era também
Presidente do Conselho de Ética, o depoente disse que as ações são execuções fiscais
de natureza patrimonial que não conflitam com a função que desempenha no Conselho
de Ética, que tem natureza de índole disciplinar. Que são interesses jurídicos distintos
e, portanto, não considera essas atuações concomitantes antiéticas.

883
A título de exemplo, a Vereadora trouxe o caso das cobranças de IPTU
em desfavor de Alexandre Kalil, que são investigadas pela CPI, a fim de esclarecer se
houve omissão ou desvio de finalidade na atuação da Procuradoria do Município. A
Vereadora lembrou que eventuais irregularidades nas atuações desses Procuradores
seriam julgadas pelo depoente, como aconteceu com a denúncia de Luiz Gustavo
Levate.

O depoente disse que se houvesse alguma denúncia contra seu cliente


ou que o envolvesse, o Regimento Interno do Conselho já teria uma “vacina”. Que o
art. 20 determina que o Conselheiro que tiver relação com o fato deve se abster do
julgamento, afastando assim, qualquer relação de parcialidade.

Disse que em razão da sua relação com Alexandre Kalil, certamente não
participaria do julgamento de fato que o envolvesse e que sequer participaria da
designação do relator.

A Vereadora, então, lembrou que na denúncia nº 01/2021, apresentada


por Alberto Lage em desfavor de Adalclever Ribeiro, havia prints de conversas de
whatsapp que mencionavam a apresentação à Alexandre Kalil, à época em que era
Prefeito de Belo Horizonte, de pesquisa eleitoral por ele encomendada a prestador de
serviço de publicidade da PBH, com o título “AVALIAÇÃO DAS ATUAÇÕES DOS
GOVERNOS E PERCEPÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES 2022”.

Que o documento constou nos autos do processo no Conselho e que o


depoente não só distribuiu e votou, acompanhando o Relator no arquivamento, como
também não enviou os autos para a Corregedoria ou para o Ministério Público Eleitoral
para investigações.

O depoente argumentou que a denúncia era contra o Secretário


Adalclever e que não falava sobre o ex-Prefeito Alexandre Kalil.

Novamente, projetando o documento no telão, a Vereadora mostrou que,


muito embora a denúncia não fosse contra o ex-Prefeito, as provas ali trazidas deixaram
inconteste que ele sabia da demanda da pesquisa, encomendada a fornecedor
municipal, para apurar intenções de voto em pesquisa de eleitoral para o Governo do

884
Estado, e perguntou se o depoente considerava que o fato de a denúncia não
mencionar o ex-Prefeito, mas a farta documentação o envolver diretamente não seria
causa da sua suspeição ou impedimento no julgamento dos fatos pelo Conselho de
Ética.

O depoente disse que não se lembrava de citações a Alexandre Kalil e


que, em se tratando de denúncia contra o ex-Secretário, entendia que não havia
qualquer conflito com o seu relacionamento com o ex-Prefeito.

Confirmou que o Conselho nunca agiu de ofício, mesmo tendo essa


prerrogativa.

Sobre o arquivamento de plano de procedimentos contra servidores


exonerados, o Vereador Uner relembrou que, pelo teor do Dec. 14.365/2011, é
atribuição do Conselho enviar denúncias que não pode apreciar para a Controladoria
do Município e que, portanto, não extrapolaria a competência do Conselho encaminhar
as denúncias de eventuais servidores exonerados.

Perguntado se algum órgão fiscaliza o Conep, dr. Rodolfo Groppen disse


que a própria Câmara Municipal, e disse que exorta que a Câmara auxilie na construção
de novos regramentos do Conselho já que os que existem são antigos.

O depoimento deixou clara a vulnerabilidade e pouca efetividade do


Conselho de Ética do Município de Belo Horizonte considerando que em sua quase
totalidade as denúncias recebidas foram arquivadas de plano, sob o argumento de falta
de justa causa, não havendo interesse de investigação ou controle de integridade pela
Administração Pública municipal. Nítido que, mesmo nos casos em que há a
apresentação de fortes indícios probatórios (vide a pesquisa eleitoral juntada aos autos
do procedimento 001/2021), o Conselho se omite na investigação dos fatos, não faz
remessa à Procuradoria ou Corregedoria, e tampouco atua com a obrigação que recai
sobre todo servidor público de comunicação dos fatos às autoridades para apuração.

Ainda, vê-se que o Conselho de Ética não possui prazos no seu


funcionamento, não possui distribuição aleatória das denúncias dentre os Conselheiros
e tampouco tem um regramento com segurança jurídica para a cidade, uma vez que se

885
trata de um Decreto e não de lei, tendo sua atuação muito centralizada na pessoa do
Chefe do Executivo, que nomeia os Conselheiros, altera suas normas de
funcionamento com facilidade e é o órgão recursal das decisões finais.

Nesse sentido, apresenta-se sugestão ao Poder Executivo para a


elaboração de lei mais atualizada e com regras mais transparentes para a criação
de um novo modelo do Conselho de Ética, sugerindo-se, desde já que: o mandato
dos Conselheiros seja de 3 (três) anos, sem direito à recondução, iniciando-se ao
final do mandato do Chefe do Executivo que o nomear, de forma que não sejam
coincidentes na totalidade do período de atuação; que seja proibida a indicação
de Conselheiro que tenha relação pessoal ou profissional com o titular do
Executivo ou com os Secretários do Município; a previsão de prazos máximos
para a distribuição, processamento da denúncia recebida e julgamento dos
recursos; revisão obrigatória pela Controladoria e órgãos de integridade nos
casos de arquivamentos de plano; publicidade ampla das sentenças, inclusive
no DOM, ainda que sujeita a recurso; que o órgão recursal seja a Controladoria
do Município e não o Chefe do Poder Executivo; a criação de um canal
confidencial para denúncia, preservando o anonimato do requerente ou
denunciante, quando requisitado; garantir o recebimento de informações de
origem anônima que comunicam irregularidades ou ilícitos com indícios mínimos
de relevância, autoria e materialidade; assegurar a proteção da identidade e dos
elementos que permitam a identificação do autor da denúncia através de
procedimentos administrativos/operacionais e, caso seja indispensável à
apuração dos fatos, o nome do denunciante será encaminhado ao Conselho de
Ética, que ficará responsável por restringir acesso à identidade do manifestante
à terceiros, etc.

3.3 - CARLOS ANTÔNIO SILVA FABEL

Em 13 de abril de 2023, o sr. Carlos Antônio Silva Fabel compareceu à


CPI para falar sobre a sua atuação como Diretor Financeiro no Clube Atlético Mineiro,
uma vez que foi citado pela sra. Eloá como referência na tratativa da prestação de serviço
da Unitour.

886
Contrariando o depoimento de Eloá, que informou não ser muito
participativa nos negócios da empresa, o sr. Fabel atestou que todas as tratativas eram
feitas, pessoalmente, por ela, e que ele sequer teve contato com o seu marido. Ao
contrário do depoimento da Sra. Eloá, Fabel foi categórico em afirmar que ela era quem
fazia a gestão da empresa.

No decorrer da oitiva, perguntado se havia trabalhado para a campanha


de Alexandre Kalil, respondeu que sim, na campanha para reeleição à Prefeitura de Belo
Horizonte, em 2020.

Verificando a prestação de contas apresentadas ao Tribunal Superior


Eleitoral, observa-se que a empresa Art Sports Assessoria Ltda., inscrita no CNPJ nº
22.006.717/0001-83, de titularidade do denunciado, prestou serviços à campanha pelo
valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

O parecer técnico do TSE considerou irregular o lançamento por entender


que houve ausência de comprovação de gastos, na medida em que o administrador
declarado pela campanha era a pessoa física de Antônio Silva Fabel, enquanto o
pagamento da prestação de serviço se deu em nome da pessoa jurídica Art Sports
Assessoria Ltda.

Em sede de recurso, o entendimento foi revisto ao fundamento de que,


considerando que a empresa teria somente um sócio, era possível identificar,
pessoalmente, o responsável pela administração das contas.

Em sua oitiva na CPI, perguntado se a empresa tinha funcionários, o


depoente disse que não. Que sempre teve somente um sócio e que esse sócio era
sempre um familiar, apenas por questões burocráticas.

Ressaltou que sua última e atual sócia é sua mãe, sra. Inês Francisca.

Perguntado se na campanha de Alexandre Kalil a prestação do serviço se


deu por meio da pessoa física ou da pessoa jurídica, o denunciado respondeu que “Foi
na pessoa jurídica e foi até muito difícil para mim, porque eu aceitei o convite e eu fiz

887
uma cirurgia na época e peguei infecção hospitalar. Fiquei hospitalizado 30 dias. Aí eu
tinha que estar reportando direto do hospital. Foi um período complicado para mim, foi
até difícil de aceitar o convite viu.”

Logo depois afirmou que: “Eu prestei serviço como pessoa física e recebi
como pessoa jurídica.”.

Chamou a atenção, para além da obscuridade na identificação do


verdadeiro prestador do serviço na campanha, se a pessoa física ou a jurídica, o fato de
o denunciado declarar que ficou internado por mais de um mês, à época da prestação
do serviço, sendo ele o único funcionário da empresa.

O depoente não conseguiu esclarecer se ficou internado durante a efetiva


prestação do serviço para a campanha, chegando a dizer que trabalhou por noventa dias
quando, efetivamente, a campanha dura quarenta e cinco dias.

Tendo em vista que 99,61% da receita da campanha veio do fundo


especial dos partidos PDS e Progressistas, é indicado que se investigue o tempo
de internação do denunciado e a efetiva prestação dos serviços declarados ao
TSE, no período legal de campanha, diante da possível prática do crime do art. 350
do Código Eleitoral, sugerindo-se a verificação dos registros hospitalares com a
compatibilidade do exercício da atividade contratada.

3.4 - DÍVIDAS DE IPTU

O início de toda a investigação pela CPI foi a condução de execuções


fiscais de cobranças de IPTU pela Prefeitura de Belo Horizonte contra Alexandre Kalil,
ex-prefeito da cidade. Especificamente, os 3 (três) processos judiciais das cobranças
referentes aos imóveis localizados nos endereços da rua Salinas, rua Bernardo Monteiro
e avenida Dom Pedro I.

3.4.1 – IMÓVEL DA RUA SALINAS, Nº 2260, BAIRRO SANTA TEREZA

Verificou-se na ação de execução nº 5098042-26.2019.8.13.0024,


referente à cobrança de dívida ativa de IPTU dos anos de 2001, 2002, 2003, 2015,

888
2017 e 2018, do imóvel localizado à rua Salinas, nº 2260, bairro Santa Tereza, Belo
Horizonte – MG, CEP: 31010-074, que a citação do contribuinte devedor foi
encaminhada pelos Correios, com Aviso de Recebimento, para o endereço: rua
Domingos Costa Rezende, nº 110, bairro Braúnas, Belo Horizonte - MG, CEP: 31370-
295.

Referida citação, expedida em 22 de agosto de 2019, não tinha


retornado aos autos, até 2022. O processo estava parado, sem nenhuma manifestação
da Procuradoria do Município, aguardando o retorno do AR, por quase 3 (três) anos.

Buscou-se entender porque não foi adotado o artigo 10 do Código


Tributário Nacional (Lei nº 4.191, de 24 de dezembro de 1962) que determina o
domicílio fiscal do contribuinte ou do responsável pela obrigação: “tratando-se de
pessoa natural, o lugar onde habitualmente reside; e não sendo este conhecido, o lugar
onde se encontre a sede principal de suas atividades ou seus negócios”.

O processo mencionado tem como partes o município de Belo Horizonte


e o ex-Prefeito Alexandre Kalil, causando estranheza o fato de que o endereço indicado
nos autos para citação JAMAIS apareceu em nenhum outro processo de execução de
dívida fiscal, inclusive naqueles que são conduzidos pelo mesmo Procurador Municipal
atuante nos autos, Dr. Luiz Gustavo Levate.

Inclusive, à época da propositura da ação (2019), o executado ocupava


o cargo de Prefeito do Município, podendo ser facilmente encontrado pelo exequente
na sede da Prefeitura ou em seu endereço residencial, de amplo conhecimento pela
administração pública municipal.

Após a Indicação nº 206/2022 da Vereadora Fernanda Pereira Altoé,


enviada ao Procurador-Geral do Município, em 29/08/2022, foi protocolado novo pedido
de citação, em 19/09/2022, direcionando ao endereço residencial de Alexandre Kalil.
Em seguida, constata-se que a última movimentação dos autos foi a habilitação do
executado, em 17/05/2023, em procuração outorgada ao advogado dr. Rodolfo de Lima
Gropen, ex Presidente do Conselho de Ética da capital.

889
Ora, a fiscalização e a execução dos créditos tributários do Município
são fundamentais para que seja assegurada a captação de recursos ao atendimento
das necessidades públicas da cidade e de toda a população.

Não basta, simplesmente, o Procurador Municipal ingressar com a ação


de execução fiscal, é preciso que ele acompanhe essa medida de forma diligente, ou
seja, é preciso que ele seja responsável no ajuizamento da ação de execução e,
tempestivamente, nas diversas etapas do processo, com especial atenção aos prazos
prescricionais do crédito tributário.

A omissão do Procurador Municipal, sem dúvida, gera prejuízo ao erário.

Na oitiva do Sr. Eugênio Eustáquio Veloso foi questionado como são


definidos os endereços de cobrança fiscal. Em resposta, ele disse que os endereços
constam do sistema SIATU, mas que podem ser alimentados de diversas fontes.

A CPI, então, por meio do Requerimento de Comissão 463/2023,


questionou qual era o endereço de cobrança registrado para o imóvel da rua Salinas.

Em resposta, na página 382, a Secretaria de Fazenda informou que, em


03/05/2018, o endereço de cobrança fiscal do imóvel da rua Salinas foi alterado para
rua Domingos Costa Resende, nº 110, bairro Braúnas, e que a alteração foi feita pela
internet, por usuário não identificado.

Na mesma resposta, à fl. 374, foi possível observar que houve idêntica
alteração para os imóveis localizados na Av. Bernardo Monteiro, realizada nos dias
20/08/2019 e 27/02/2020. Nesses casos, a alteração consta como realizada pelo
usuário 123456 que, conforme resposta ao Requerimento 785/2023, é um usuário geral
que identifica alterações feitas pela internet, sem que seja possível identificar o autor.

O endereço da rua Domingos Costa Resende, nº 110, bairro Braúnas,


apesar de passar a ser indicado como endereço fiscal de vários imóveis pertencentes
a Alexandre Kalil e à sua família, não consta na listagem de imóveis de suas
titularidades, da qual esta CPI tenha conhecimento.

Em sua oitiva, questionado porque a citação foi enviada para esse


endereço, e porque ficou parada por mais de três anos, o Procurador Luiz Gustavo

890
Levate se limitou a dizer que os endereços de citação são retirados dos registros do
SIATU; que apesar de ter a sua assinatura na exordial, a peça foi feita por estagiários;
e que não houve movimentação judicial para que ele se manifestasse nos autos, uma
vez que o AR jamais retornou. Que, diante da indicação da Vereadora Fernanda, foi
dado andamento no feito, indicando-se novo endereço, pesquisado em outras fontes,
que não o SIATU.

Sugere-se, assim, que seja diligenciado pela Secretaria de Fazenda


a identificação do proprietário do referido imóvel, bem como a identificação do
responsável pela inserção do novo endereço de cobrança fiscal do contribuinte,
no sistema digital da PBH.

Importante também que o sistema de informações da Prefeitura de


Belo Horizonte seja mais seguro e transparente nas futuras inserções e
modificações de informações de contribuintes e dados para cobranças de dívidas
tributárias, motivo pelo qual sugere-se a alteração do modelo atual para acesso
vinculado à conta Gov.br ou com fácil identificação do responsável, respeitado o
necessário sigilo.

É preciso, também, que o Município possua um recadastramento


habitual para que o cadastro fiscal permaneça atualizado com o objetivo de
garantir a precisão das informações cadastrais dos sujeitos passivos.

Em relação à atuação do Procurador do Município, dr. Luiz Gustavo


Levate, importante investigar a prática da conduta do art. 10, inciso X, da Lei
8.429/92 (redação da época da conduta), que constitui improbidade
administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação e outros dos bens do
Administração Pública.

A Lei Complementar 101/00, no seu artigo 11, elenca como requisito


essencial da responsabilidade da gestão fiscal a efetiva arrecadação de todos os
tributos da competência constitucional do ente da federação: “Art. 11. Constituem
requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e

891
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação.”

E a competência da arrecadação do IPTU é do município com base no


art. 156, inciso I, da Constituição Federal/88: “Art. 156. Compete aos Municípios instituir
impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana.”

A Lei nº 101/00 possui o chamado dispositivo de extensão, que serve


para ligar ou remeter suas infrações às consequências da lei de improbidade
administrativa (Lei 8.429/92). Desse modo, prevê o artigo 73 da Lei de
Responsabilidade Fiscal: “Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei
Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de
27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da
legislação pertinente.”

3.4.2 – IMÓVEL AVENIDA BERNARDO MONTEIRO, Nº 432

A execução nº 4407530-85.2015.8.13.0024, por dívidas de IPTU do


imóvel localizado na av. Bernardo Monteiro, nº 432, sede da empresa Erkal, também
foi objeto de investigação.

No processo judicial, constatou-se que foi requerida a penhora do imóvel


para pagamento da dívida. Em duas oportunidades (21/06/2018 e 29/01/2019), ao
tentar avaliá-lo para efetivar a penhora, a oficiala de justiça encontrou o imóvel fechado.
Em 25/04/2019, quando voltou ao local, pela terceira vez, encontrou o imóvel demolido.
A oficiala atestou que encontrou no imóvel placa anunciando a construção de um imóvel
de quatro pavimentos, abarcando quatro lotes.

Há algum tempo, existe no local um grande supermercado que, assim


como constatado pela oficiala, ocupa quatro andares construídos em quatro lotes.

Em 2022, já ciente dessa execução, a Vereadora Relatora, através do


Requerimento 1279/2022, questionou como eram cobrados os IPTUs dos imóveis
localizados na Av. Bernardo Monteiro, nº 432, IC 013028 009 001X, e Av. Bernardo
Monteiro, nº 458, IC 013028 011 0018, e quem era o titular desses IPTUs.

892
O Ofício SUREM/SURIN-DALE n° 098/2022 respondeu que a
informação sobre os proprietários era sigilosa, mas que a cobrança de IPTU ainda se
dava como loja e casa comercial, não obstante no lugar estivesse construído um
empreendimento de quatro andares.

Em sua oitiva, o Subsecretário de Finanças, Sr. Eugênio Eustáquio, foi


questionado como é possível que a Prefeitura tenha concedido alvará de demolição e
construção e não tenha atualizado a forma de cobrança de IPTU.

Na oportunidade, o depoente esclareceu que os sistemas não são


automatizados e que é uma obrigação acessória do contribuinte atualizar a área
construída para fins de cobrança do IPTU.

Por meio dos Requerimentos nº 1391 e 1588/2023, a CPI pediu todo o


procedimento da certidão de baixa nº 2018R03497, de 25/11/2021, e do protocolo nº
0329012, que tratou dos alvarás de demolição dos imóveis e de construção do
empreendimento.

Verificou-se que todo o procedimento de demolição e construção foi


requerido pela empresa Erkal Engenharia, do ex-Prefeito de Belo Horizonte.

Interessante notar, no histórico do protocolo nº 0329012-004 e 005


(documento 01- PROCESSO 01-041243-19-44 - FOLHA 02 e 35), que a solicitação do
alvará de construção se deu em 05/04/2019 e foi deferida em 27/05/2019, tempo
recorde para os padrões da cidade.

O histórico demonstra interface com a Secretaria de Regulação Urbana,


a BHtrans e a Secretaria de Meio Ambiente, mais de uma vez com cada uma, em
apenas 50 (cinquenta) dias. Além disso, a vistoria de aprovação do alvará se deu de
forma virtual.

Às páginas 3 e 4, consta a seguinte observação, escrita à mão, “o


requerente apresentou projeto carimbado pela FMC aprovado segundo deliberação
070/2018 e publicado no DOM em 04/10/2018, mas não encontrado no DOM desta data
a deliberação” (...) “foi encontrado no DOM de 06/11/2018 a deliberação 070/2018 do
CDPCM-BH. Gentileza averiguar essa divergência de datas de publicação do DOM”.

893
A deliberação aprovada no DOM25 trouxe as seguintes condicionantes
para aprovação:

Deliberação n.º 070/2018 Análise e Deliberação sobre projeto de Nova


Edificação na Avenida Bernardo Monteiro esquina com Avenida Francisco
Salles (lotes 009, 010, 011 e 012, quarteirão 028, seção décima terceira
urbana), pertencente ao Conjunto Urbano Praça Hugo Werneck e
Adjacências.

Relatoria: Izabel Dias de Oliveira Melo. Deliberou pela aprovação do


parecer que aprovou a proposta apresentada condicionado ao
cumprimento dos seguintes requisitos:

1. Apresentação e aprovação do registro documental da edificação da Av.


Bernardo Monteiro, 458, antes da demolição do imóvel, conforme diretrizes
do Conjunto definidas pelo CDPCM-BH;

2. Os vidros previstos para as fachadas não sejam reflexivos e sejam


incolores, conforme recomendado no relatório técnico da DPAM;

3. Caso se escolha o porcelanato para revestimento da fachada, deverá ser


entregue uma amostra e desenho da paginação proposta para prévia
aprovação da DPAM, e que seja utilizado o porcelanato com acabamento
fosco ao invés do brilhante, conforme recomendado no relatório técnico da
DPAM;

4. Manutenção da árvore frondosa localizada no passeio da Avenida


Francisco Sales próximo ao acesso de veículos, caso essa seja
considerada saudável.

5. Seja considerada a possibilidade de implantação de paredes verdes ou


jardins verticais que, associadas ao projeto paisagístico dos jardins já
propostos junto às fachadas da edificação, podem qualificar o

25
https://dom-web.pbh.gov.br/visualizacao/edicao/2385

894
caminhamento do pedestre e a ambiência urbana no entorno da edificação
proposta.

Não se viu, no processo enviado, a documentação cartorária referente à


construção antes da demolição, conforme requerido. Apesar disso, o processo foi
deferido em 50 (cinquenta) dias. Vale mencionar, que a alteração do Plano Diretor, que
mudou consideravelmente a outorga onerosa no Município, se deu em 06/06/2019,
menos de dez dias depois.

Além disso, em registros cartorários, datados de agosto de 2022,


verificou-se que os imóveis ainda pertencem à empresa e a familiares de Alexandre
Kalil e que, não obstante tenham gravados diversos registros de indisponibilidade em
razão de ações judiciais, foi aprovada a demolição dos imóveis e uma nova construção
no local.

Não foram encontrados registros de transferência de propriedade ou


arrendamento dos lotes, fazendo concluir que a construção pertence à empresa Erkal
Engenharia.

Assim sendo, tendo em vista que a grande maioria das ações


judiciais movidas contra a empresa Erkal Engenharia tem suas execuções
frustradas pela ausência de patrimônio, e que um empreendimento dessa monta
pode significar um grande ativo da empresa, sugere-se o encaminhamento de
toda a documentação para a Procuradoria da Fazenda Nacional, responsável
pelas execuções fiscais contra a empresa, ao Ministério Público do Trabalho, que
acompanha as diversas execuções trabalhistas, principalmente o Procedimento
de Reunião de Execuções - PRE nº 0061800-03.2003.5.03.0006 bem como à
Procuradoria do Município, responsável pelos processos de execução de IPTU
do local, para que se apure em quais condições o empreendimento foi construído,
se houve transferência ou arrendamento da propriedade, bem como para a
atualização da área construída para fins de correção da cobrança do IPTU.

895
3.4.3 – IMÓVEL AVENIDA DOM PEDRO I, S/N, VENDA NOVA (POSTERIORMENTE
IDENTIFICADO COMO RUA DAS PEDRINHAS, 343)

Sobre o imóvel localizado na av. Dom Pedro I, s/n. Venda Nova,


registrado sob o incide cadastral nº 900000000X9668, descobriu-se a existência de
dois processos judiciais de execução fiscal de IPTU: o processo nº 4408488-
71.2015.8.13.0024, que cobrava IPTU de 2003, no valor de R$ 16.014,10 (dezesseis
mil e catorze reais e dez centavos) e o processo nº 4438501-53.2015.8.13.0024, que
cobra IPTU, do mesmo imóvel, dos anos de 2004, 2005 e 2006, totalizando
R$ 42.705,34 (quarenta e dois mil, setecentos e cinco reais e trinta e quatro centavos),
ambos propostos em desfavor do contribuinte Alexandre Kalil.

No primeiro processo (4408488-71.2015.8.13.0024), além de não haver


nenhuma manifestação ou resistência do devedor, Alexandre Kalil indicou o imóvel
gerador da dívida do IPTU como garantia (penhora), avaliando-o em R$ 3.000.000,00
(três milhões de reais), conforme certidão de fls. 08, datada de 26/03/2015.

Mas, ainda que a execução estivesse garantida por bem indicado pelo
próprio devedor, o Município, em petição assinada pelo então Procurador Hércules
Guerra, hoje Procurador-Geral do Município, requereu, em 29/05/2017, a suspensão
do processo “tendo em vista a necessidade de verificação desta Municipalidade sobre
o imóvel objeto da presente ação ter sido desapropriada através da Ação de
Desapropriação n° 0211982-98.2012.8.13.0024.”

Ocorre que, em nenhum momento, foram apresentados sequer indícios


de que o imóvel objeto das cobranças de dívidas de IPTU fazia parte da lista de imóveis
abrangidos pelo processo de desapropriação. Ainda que fizesse, vale destacar que a
cobrança da dívida era referente aos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006, e que a ação
de desapropriação foi proposta em 2012.

Não obstante as atuações no processo nº 4408488-71.2015.8.13.0024


fossem assinadas pelo Procurador Luiz Gustavo Levate, a petição que pediu a
suspensão em razão da suposta desapropriação foi a única assinada pelo Procurador
Hércules Guerra, à época, Subprocurador-Geral Fiscal e atual Procurador-Geral do
Município.

896
A ação da Procuradoria Geral do Município contrariou entendimento
consolidado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais de que não é possível a suspensão
de uma execução de dívida com alegação de desapropriação do imóvel em que se
discuta a propriedade, uma vez que a Certidão de Dívida Ativa possui presunção de
veracidade (TJMG – AgInst. nº 0601382-25.2012.8.13.0000, Rel. Des. Peixoto
Henriques DJE 09/11/2012).

Em 28/02/2020, a Juíza atuante no processo determinou que “a Fazenda


Pública Exequente deverá informar se o imóvel gerador do débito foi desapropriado e,
em caso positivo, a data da imissão na posse.”

A comprovação nunca foi feita nos autos e, após sucessivos pedidos de


suspensão por parte da Procuradoria do Município, que perduraram até 07/06/2021,
baseados no mesmo argumento de desapropriação, foi proferido despacho de vista ao
exequente, para que promovesse o regular andamento do feito, sob pena de
arquivamento.

O Município, então, informou que o executado “não promoveu o


pagamento do crédito exequendo, nem ofereceu bens à penhora no prazo legal, ou
ainda, tendo promovido acordo para pagamento parcelado do crédito, deixou de
cumprir dito acordo”, e requereu nova penhora de bens, ignorando a penhora de fls. 08,
que já recaia sobre o imóvel.

Sem retorno do pedido de penhora e sem qualquer indício de mudança


na situação processual, o Município, em 21/02/2022, se manifestou requerendo a
“SUSPENSÃO do feito pelo prazo de seis meses, tendo em vista a tramitação de PTA
aberto para apurar elementos essenciais ao prosseguimento do feito”, em petição
assinada eletronicamente pela Procuradora Dione Ferreira dos Santos e, digitalmente,
pelo Procurador Luiz Gustavo Levate.

O mencionado PTA (processo tributário administrativo) não foi juntado


aos autos, nem foram indicados quais elementos essenciais ele apurava.

Ainda assim, em 16/03/2022, sem apresentar os fundamentos do pedido


ou fundamentar no citado PTA, o Município requereu a extinção do feito sem

897
julgamento do mérito, sem ônus para as partes, alegando falta de interesse
processual no prosseguimento da execução, nos termos do art. 485, incisos IV, VI
e VIII, do Código de Processo Civil.

A sentença homologatória do pedido foi proferida em 26/06/2022,


julgando extinta a execução e determinando o cancelamento de todos os bloqueios e
penhoras, eventualmente existentes sobre os bens do executado, ou seja, o imóvel que
garantia a cobrança foi desbloqueado.

E, em 18/09/2022, a Procuradoria do Município requereu a baixa e


arquivamento do processo por “não ter interesse em recorrer”.

Quanto a esse processo, visando entender as razões que


fundamentaram o pedido de extinção da ação por falta de interesse processual, bem
como as justificativas produzidas pelo PTA, a Vereadora Fernanda Pereira Altoé
requereu, em 01/08/2022, por meio do Requerimento de Comissão nº 1455/2022, a
íntegra do mencionado Processo Tributário Administrativo. Por meio do requerimento
nº 402/2023, a CPI também o requereu.

O documento traz uma sequência de e-mails sem pareceres, sem


processo administrativo e sem objeto específico mencionando que, por ação de
geolocalização, o Município decidiu desativar índices cadastrais que não foram
localizados e não são pagos há mais de cinco anos.

Em relação ao processo nº 4438501-53.2015.8.13.0024, de cobrança de


dívidas de IPTU do mesmo imóvel, mas de anos distintos, o devedor (Alexandre Kalil)
interpôs embargos de execução sob o nº 6119259-50.2015.8.13.0024, em que alegou,
inicialmente, que “adquiriu, por sucessão, o imóvel descrito na certidão de dívida ativa
– CDA que embasa a Execução Fiscal (doc. anexo), ora embargada, situado à Avenida
Pedro I, no bairro Venda Nova, índice cadastral de IPTU nº 888024W325 0016, no
município de Belo Horizonte/MG”.

Além de atacar os elementos constitutivos da Certidão de Dívida Ativa,


o embargante informou que a área foi desapropriada e, portanto, não era mais o titular
do débito em execução. Ou seja, reconheceu a titularidade do imóvel, mas alegou que

898
não mais era o devedor de IPTU porque o imóvel teria passado à titularidade do
Município.

Ao se manifestar sobre os embargos, o Município, em 02/04/2018,


afirmou que “o imóvel em questão nunca sofreu qualquer desapropriação, sendo, na
verdade, de propriedade do embargante (...) e que houve pedido de parcelamento do
débito, inclusive, no ano de 2012. Acontece que o embargante afirma que o imóvel foi
objeto de desapropriação “a partir do ano de 2012”. Ora, se o embargante havia perdido
a propriedade do imóvel em razão da suposta desapropriação, não faz sentido o pedido
de parcelamento, quando se sabe que “a adesão a programa de parcelamento do
crédito tributário ... importa em reconhecimento e confissão do débito”. Portanto,
evidente que o imóvel em questão não foi objeto de desapropriação, como quer fazer
crer o embargante. Aliás, cabe destacar que não foi colacionado aos autos qualquer
comprovante idôneo de que houve a tal desapropriação. Juntou-se, na verdade,
notícias genéricas sobre o ato expropriatório que atingiu alguns imóveis localizados na
mesma região do imóvel em questão (Avenida Pedro I). Carece, pois, de toda e
qualquer fundamentação a alegação do embargante. Desta forma, há de prevalecer a
presunção de certeza e liquidez que milita em favor do crédito tributário, regularmente
constituído”. (g.n.)

O Procurador do Município, Dr. Luiz Fernando Valadão Nogueira,


rebateu que o imóvel não foi desapropriado, e constatou que o parcelamento do débito
de IPTU era prova da sua titularidade.

Em 23/04/2020, a Juíza determinou que “seja a Fazenda Municipal


intimada a fim de certificar, no prazo de 20 DIAS, ‘a existência de dados específicos
quanto ao endereço do imóvel sob o qual recaem as cobranças dos impostos’, bem
como esclarecer a data da efetivação das desapropriações relacionadas à Avenida
Dom Pedro I, e se alcançaram o imóvel objeto da presente demanda”.

E, em 12/08/2020, a Procuradoria do Município juntou diversos


documentos de comprovação da identificação do imóvel, dentre eles resposta da
Secretaria Municipal de Política Urbana que informa “que em consulta ao sistema
SIATU, foi possível confirmar a quadra CTM em que se localiza o imóvel (...) e que com

899
o número do CTM foi possível localizar o quarteirão em que se encontra a área
referente ao IC 888024W325 0016 com a obtenção de uma informação básica para
parcelamento (documento anexo). (...) Assim, o imóvel referente a esta consulta
localiza-se na quadra compreendida pela Avenida Dom Pedro I, Rua das Pedrinhas,
Rua Campo Alegre e Rua Antônio Rocha. (g.n.).”

Prosseguindo, a SMPU declarou que “não dispõe de matrícula referente


à citada área. A SMPU eventualmente possui cópia da matrícula de áreas que estão
em processo de parcelamento do solo e, na presente data, não foi encontrado processo
de diretriz para parcelamento e nem de parcelamento do solo para o referido quarteirão.
Através de consulta ao Google Maps, foi possível verificar que a desapropriação para
o MOVE da Avenida Pedro I, neste trecho, foi realizada do lado da via em que se
encontra a quadra CTM.19.04010 assim sugerimos consulta à SUDECAP para
informações sobre a desapropriação e documentação existente sobre a área”. (g.n.)

Igualmente, a SUDECAP informou, em 30/07/2020, que “Em consulta


realizada ao MapInfo e Cadastro Técnico de desapropriação é possível identificar a
existência de área remanescente com frente para a Rua das Pedrinhas, bem como a
possível alocação dos índices cadastrais para a localidade (...)” e que “em que pese
identificar a existência das desapropriações acima descritas, o Departamento de
Desapropriações e Contencioso da SUDECAP não possui elementos técnicos
suficiente para afirmar categoricamente se o lançamento tributário tem por objeto a área
remanescente da desapropriação efetivada, quais seriam suas dimensões, nem
mesmo sua titularidade, haja vista que até o presente momento não houve qualquer
manifestação judicial no âmbito da ação de desapropriação em tramitação acerca da
titularidade da área desapropriada.”

Todavia, o documento de resposta anexado como parte da manifestação


da SUDECAP não contém assinatura e tampouco timbre do órgão.

Há de se ressaltar que no processo de desapropriação nº 0211982-


98.2012.8.13.0024, usado para justificar a suspensão do processo de execução fiscal
nº 4408488-71.2015.8.13.0024, por quase quatro anos, o devedor Alexandre Kalil, nem
eventual espólio ou integrante de sua família constam como parte. Em uma única

900
petição, à fl. 301 daquele processo, o Sr. Moyses Kalil, avô de Alexandre Kalil, é citado
como confrontante de uma área supostamente desapropriada.

Vale lembrar que esse mesmo processo de desapropriação foi utilizado


pela Defesa do devedor como argumento para não pagamento das dívidas de IPTU na
execução nº 4438501-53.2015.8.13.0024.

Os imóveis indicados no processo de desapropriação (0211982-


98.2012.8.13.0024) foram TODOS identificados por seus proprietários e respectivos
índices cadastrais (888048W3010017, 888048W3010017 e 888048W3010017,
888048W3020011, 888048W3190033, 888048W3160013, 908289W3100015,
888048W3190025, 888048W3200036, 888048W3210049, 888048W3210022,
888042W3900017, 888048W3080019, 888048W3100024, 888048W3020011,
900000000213X) e não guardam relação com o índice cadastral do imóvel executado,
qual seja, 888024W3250016 (originalmente 900000000X8668).

Além disso, na documentação trazida pela SUDECAP, em 30/07/2020,


foi possível identificar o imóvel, inclusive com fotos, verificando-se que ele se localizava
ao lado, porém, fora da área desapropriada, objeto da ação nº 0211982-
98.2012.8.13.0024.

E, sanadas eventuais dúvidas sobre a metragem e titularidade do imóvel


objeto da execução, o próprio devedor, em 16/09/2020, ao contestar a documentação
juntada pelo Município, apresentou todas as certidões cartoriais, indicando que o bem
pertenceu a seu pai, já falecido, bem como a metragem remanescente, vejamos:

“Após os documentos trazidos pelo Município Embargado, o


Embargante buscou, junto ao Cartório de Registro de Imóveis
competente, informações acerca do imóvel objeto das exações
em testilha, constatando-se, ao cabo, que o bem não é de sua
propriedade, mas, sim, do Sr. Elias Kalil, já falecido,
conforme documentos ora anexados (Docs. anexos). Conforme
se comprova da documentação anexa, o imóvel em questão era
de propriedade do Sr. Antônio João dos Santos e Sra. Doralicia
Amância da Silva, tendo sido vendido para o Sr. Moyses Kalil,

901
em 1943. Após, em 1968, o Espólio de Moyses Kalil vendeu
parcela do imóvel (5.676m²) ao Sr. Pedro Paulo Polizzi, e, da
parcela remanescente, houve desapropriação de 1.259m², em
1969. Por fim, a parcela que remanesceu (1.027,77m²) ficou
com a propriedade do Sr. Elias Kalil, conforme se comprova,
inclusive, do próprio cadastro do Município.”

Ora, se o bem pertencia ao pai do executado Kalil, falecido em 1993, e,


desde 2003, o IPTU teve sucessivos pedidos de parcelamento, inclusive em 2012,
como afirma e comprova as suas manifestações processuais, há indícios consistentes
que o imóvel pertence ao executado, havendo, provavelmente, uma inconsistência
cartorial em relação ao registro.

A prova cabal, nesse caso, encontrava-se no inventário do Sr. Elias Kalil.

Através do processo de inventário nº 0024.93.087440-9, observa-se que


o imóvel foi indicado para partilha na petição inicial, letra Q, comprovando-se, por
escritura, que passou do Sr. Moyses Kalil para Elias Kalil. O imóvel foi avaliado,
constando na partilha amigável, letra Q, a sua transmissão para o executado Alexandre
Kalil.

Ao que tudo indica, o uso de teses defensivas diferentes em dois


processos distintos de cobranças de dívidas fiscais do mesmo imóvel, possibilitou-lhe
confirmar a titularidade do imóvel e ao mesmo tempo negá-la.

Prosseguindo, o Procurador do Município, Dr. Luiz Gustavo Levate, que


no primeiro processo pediu a extinção por falta de interesse processual, sem motivação
explícita da sua decisão e sem juntar os fundamentos do pedido, expediu para o
advogado de Alexandre Kalil o Ofício SUGESFI 10/2022, que foi usado como
argumento para pedir a extinção do segundo processo.

O Ofício, requerido por petição não protocolada oficialmente e


respondido no mesmo dia, às 19:43h, dizia que: “A desistência da execução fiscal não
se deu por nenhum vício processual, mas decorreu de extinção do crédito tributário
pela Secretaria Municipal de Fazenda em razão de nulidade do lançamento. Como é

902
possível apurar no SIATU (Sistema de Arrecadação Tributário e Urbano), o índice
cadastral relativo ao Imóvel desativado a partir de 2022 em razão de não ser possível
identificar a localização do imóvel (lote CTM 30.000).”

Assim, valendo-se desse pedido de extinção do feito sem julgamento do


mérito pela Procuradoria do Município, no processo nº 4408488-71.2015.8.13.0024, o
executado requereu a extinção do processo nº 4438501-53.2015.8.13.0024 sob os
mesmos argumentos.

As incongruências na atuação técnica da Procuradoria do


Município; as informações juntadas pelas Secretarias municipais atestando a
existência e a localização do imóvel; as coincidências da atuação da Defesa do
devedor seguindo-se das teses apresentadas pela Procuradoria do Município;
somados à resistência de apresentação do Processo Tributário Administrativo à
imprensa e ao Poder Legislativo, mas com pronta entrega ao advogado de
Alexandre Kalil, bem como o fato de cinco processos de execução fiscal em seu
desfavor não terem êxito, com nítida mudança na diligência das cobranças, após
2017, indicam a necessidade de uma profunda investigação, para se apurar a
eventual prática de ofensa a deveres funcionais dos Procuradores do Município
atuantes, bem como de eventual advocacia administrativa com possível dano ao
erário.

E todos esses indícios foram o ponto de partida das investigações da


CPI de Abuso de Poder.

A servidora Ana Paula Gonçalves Chaves Lemos, responsável pela


elaboração do documento da Secretaria Municipal de Política Urbana, juntado no
processo nº 6119259-50.2015.8.13.0024, e que atestou que o imóvel estaria dentro da
área desapropriada, foi ouvida pela CPI.

Apesar de na maioria das perguntas alegar que a resposta caberia às


outras Secretarias, a testemunha esclareceu como recebeu a demanda e afirmou que
sua pesquisa partiu do índice cadastral informado, que apontava para um imóvel não
localizado.

903
A segunda testemunha foi o Sr. Eugênio Eustáquio Veloso Fernandes,
subsecretário de Receita Municipal, signatário dos Requerimentos de Comissão 1455
e 1946/2022, que trouxeram várias informações sobre a forma de cobrança do IPTU do
imóvel, bem como a íntegra do PTA (processo tributário administrativo), que ensejou a
extinção do processo por desistência.

Em oitiva extremamente técnica e esclarecedora, o sr. Eugênio explicou


os critérios para se localizar um imóvel, as alterações dos índices cadastrais e afirmou
que todo imóvel constante nos cadastros da Prefeitura tem que ter alguma
documentação original guardada pela Prodabel.

Após insistentes pedidos de informação e oitiva de servidores na CPI, a


Prefeitura enviou o Ofício SUREM/DALE-SURIN n° 060/2023 informando que localizou
o imóvel de Alexandre Kalil, da av. Dom Pedro I.

De acordo com o ofício, após diligência da Procuradoria Geral do


Município, no inventário de Moysés Kalil (processo nº 0348108-74.1983.8.13.0024),
encontraram a planta original do imóvel, feita por um engenheiro particular, e sem data,
mas que sobreposta às plantas de georreferenciamento do local, em 2007 e 2015,
tornou possível a identificação do imóvel.

Ainda, informou que a Prodabel concluiu pela existência de área


remanescente originária do imóvel, com 682,38 m2, situado à Rua das Pedrinhas, nº
343, com o índice cadastral 888024W331 0011, sendo este compatibilizado com o Lote
CTM 190401000270. Destacou que esse lote CTM não tinha índice cadastral até agosto
de 2022 e que, após diligência ao local, foi identificado que o imóvel é ocupado por um
possuidor, que declarou, formalmente, encontrar-se nesta condição desde 2015.

Questionados se a sobreposição de plantas, sem datas, encontradas no


inventário em 1983, seria confiável em relação ao mapa atual do local, a Prodabel
esclareceu, por meio do Requerimento nº 784/2023, que “A sobreposição utilizou as
plantas com as ortofotos de 2007 e 2015, a imagem aérea gerada com drone em 2022,
e a planta cadastral (CTM) de 1989”.

904
A argumentação ganha robustez na medida em que, em petição de fls.
114 do inventário de Moysés Kalil (0348108-74.1983.8.13.0024), datada de 27/05/1982,
indica que a planta teria sido feita naquela época, portanto, sete anos antes da primeira
planta de sobreposição utilizada pela Prodabel, datada de 1989.

Ademais, em resposta ao Requerimento 784/2023, em que a Sudecap


foi questionada se há registro de desapropriação do lote de índice cadastral
888024W331 0011, CTM 190401000270, indicado pela Prodabel como sendo o lote de
Alexandre Kalil, foi informado que “Quanto ao referido endereço, não foi localizada
nenhuma desapropriação.”

E, acerca dos questionamentos sobre o suposto possuidor e sobre a


ausência de índice cadastral atribuído ao imóvel até agosto/2022, a Secretaria
Municipal de Fazenda atestou que:

Todavia, importante salientar, conforme relatado na resposta 3, que esse


IC foi inscrito de ofício no Cadastro Tributário de Imóveis em
Agosto/2022, eis que até esta data tal imóvel não possuía índice
cadastral. Na diligência fiscal, o Auditor Fiscal identificou uma
ocupação no local e obteve a Declaração de Posse e
Responsabilidade Tributária do possuidor do local, Sr. Felipe César
Viana – CPF 108.729.586-63, que assinou o documento e declarou
estar na posse do imóvel desde Fevereiro/2015. Com base nessas
informações a Diretoria de Lançamento e Desonerações Tributárias -
DLDT/SUREM estuda a possibilidade jurídica de se promover o
lançamento dos tributos devidos, vinculados à propriedade/posse desse
imóvel relativos aos últimos cinco anos, para fins de cobrança. (g.n).

Como visto do arcabouço colacionado, restou inequívoco que o


imóvel de Alexandre Kalil foi encontrado e que não foi desapropriado, motivo pelo
qual sugere-se a imediata cobrança de IPTU dos últimos 5 (cinco) anos, bem
como a continuidade das execuções fiscais dos processos nº 4408488-
71.2015.8.13.0024 e 4438501-53.2015.8.13.0024, uma vez que o fundamento do
PTA de não localização do imóvel não mais subsiste.

905
Frisa-se a importância de abertura de processo administrativo pela
Procuradoria e pela Corregedoria do Município para apuração de ofensa aos
deveres de zelo e atuação dos Procuradores dr. Luiz Gustavo Levate e Dra. Dione
Ferreira Santos, na condução da execução fiscal nº 4408488-71.2015.8.13.0024,
tendo em vista que o processo foi sucessivas vezes suspenso, por suspeita de o
imóvel ter sido desapropriado, e nunca terem conferido a informação juntada pelo
Procurador Hércules Guerra, bem como por atuarem em desfavor da arrecadação
do Município, sem observância da jurisprudência consolidada do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sem mencionar a abertura de um
Procedimento Tributário Administrativo para a anulação do índice cadastral do
imóvel com dívida de IPTU, ao invés de atuar para a confirmação da legalidade e
exequibilidade da Certidão de Dívida Ativa, em defesa da arrecadação do
Município.

3.4.4 – APURAÇÃO DE EVENTUAL PRÁTICA DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA


PELO PROCURADOR LUIZ GUSTAVO LEVATE

Passando para o último ponto de apuração, buscou-se entender, em


detalhes, como foi que o advogado de Alexandre Kalil teve acesso, no mesmo dia, ao
PTA, utilizado para pedir a extinção do processo de execução fiscal do imóvel da av.
Dom Pedro, I, bem como para processar Lucas Ragazzi, ao passo que esse jornalista
nunca teve acesso ao mesmo documento requisitado, e a Vereadora Fernanda Pereira
Altoé só o teve cinco meses depois.

Contextualizando, o processo nº 4408488-71.2015.8.13.0024, que


cobrava o IPTU de 2003, do imóvel da av. Dom Pedro I, foi extinto sem julgamento do
mérito por falta de interesse processual, a pedido da Procuradoria do Município, em
razão do PTA, datado de 16/03/2023. Em 05/07/2023, uma petição assinada
digitalmente pelo Procurador Luiz Gustavo Levate e, eletronicamente, pela Procuradora
Dione Santos, renunciou ao prazo recursal e pediu o arquivamento da execução.
Em 18/07/2023, o jornalista Lucas Ragazzi enviou um e-mail à Prefeitura
de Belo Horizonte perguntando as razões da desistência da cobrança de IPTU e pediu
acesso ao citado PTA, que motivou o pedido. Em 19/07/2023, o jornalista publicou

906
reportagem26 intitulada “Prefeitura de BH desistiu de cobrar dívida por IPTU de Kalil nos
últimos dias de mandato do ex-prefeito”, descrevendo as atuações no processo. Ao final
da reportagem, mencionou que a Prefeitura não respondeu aos questionamentos sobre
o caso, até o fechamento da publicação.
No dia 21/07/2022, dois dias após a publicação da reportagem,
Alexandre Kalil distribuiu a representação criminal nº 5154178-38.2022.8.13.0024,
contra o jornalista Lucas Ragazzi, pedindo a “CONDENAÇÃO do querelado pela prática
do crime de injúria, nos termos do art. 140 c/c art. 141, incisos III e IV do Código Penal”,
em razão da publicação.
Como fundamento, o denunciante alegou que o jornalista se omitiu “em
buscar a informação “pela metade” ou até o ponto que interessa tem o objetivo de
ocultar a real finalidade das palavras de Lucas Ragazzi: ofender a honra subjetiva do
querelante e não informar o público em geral.”. Ressalta que é na ““inexplicável”
omissão de Lucas Ragazzi em questionar, diretamente, a Luiz Gustavo Levate sobre
os motivos da desistência da ação de execução n. 4408488-71.2015.8.13.0024 que
reside a prova do dolo específico de injuriar o ora querelante.”
Juntou aos autos uma petição datada de 20/07/2022, em que consta
um “ciente” escrito à mão e datado pelo depoente, sr. Luiz Gustavo Levate, no mesmo
dia 20/07/2022, em que requereu, com base no direito de petição, que fosse esclarecido
os motivos que levaram a Fazenda Pública a desistir do processo nº 4408488-
71.2015.8.13.0024.
Na mesma oportunidade, juntou o Ofício SUGEFIS 10/2022,
confeccionado pelo Procurador do Município, assinado eletronicamente em
20/07/2022, às 19:43h, constando que “A desistência da execução fiscal não se deu
por nenhum vício processual, mas decorreu de extinção do crédito tributário pela
Secretaria Municipal de Fazenda em razão de nulidade do lançamento. Como é
possível apurar no SIATU ( Sistema de Arrecadação Tributário e Urbano), o ìndice
cadastral relativo ao Imóvel desativado a partir de 2022 em razão de não ser possível
identificar a localização do imóvel (lote CTM 30.000).”, citando-se trechos do PTA.

26
https://www.itatiaia.com.br/editorias/politica/2022/07/19/prefeitura-de-bh-desistiu-de-cobrar-divida-por-iptu-de-
kalil-nos-ultimos-dias-de-mandato-do-ex-prefeito

907
O mesmo Ofício SUGEFIS 10/2022 foi juntado, em 21/07/2022, às
16:33h, pela defesa de Alexandre Kalil no processo nº 4438501-53.2015.8.13.0024, de
cobranças de IPTU do mesmo imóvel dos anos de 2004, 2005 e 2006, para pedir a sua
extinção pelos mesmos argumentos utilizados pela Procuradoria no primeiro processo
de execução fiscal.
Em resumo, com um mesmo documento, apresentado pessoalmente ao
sr. Luiz Gustavo Levate e respondido por ele no mesmo dia, o ex-Prefeito Alexandre
Kalil processou um jornalista, alegando que ele se omitiu em buscar a verdade sobre a
extinção da ação, e requereu a extinção da outra ação, de dívidas de IPTU de anos
diversos, sob o fundamento de que a própria Prefeitura teria produzido a prova de que
a cobrança não era devida.
Perguntado como o advogado de Alexandre Kalil, solicitou-lhe o
documento, o depoente explicou que o dr. Tarcísio Mendonça (presente em todas as
sessões de depoimento desta CPI) compareceu ao seu gabinete e lhe pediu
informações documentadas sobre o Processo Tributário Administrativo, que justificou o
pedido de extinção do feito sem julgamento do mérito, em uma das cobranças de IPTU
do imóvel da av. Dom Pedro I. Disse que já estava com o PTA, em mãos, em razão de
um pedido da imprensa sobre o mesmo documento. Disse que foi questionado pelo
advogado qual seria o motivo da extinção. Que já tinha um arquivo em PDF com essa
mesma explicação, em que citava o trecho do PTA e explicava o motivo, pois havia
preparado essa resposta para imprensa. Que o advogado apresentou uma petição
alegando o direito constitucional de saber o ocorrido e que, como já tinha essa resposta
em word no seu computador pessoal, esperou chegar em casa para modificar o
endereçamento e enviar ao advogado.
Perguntado se o advogado tinha um horário agendado para apresentar
essa petição, o depoente disse que não. Que o advogado ligou para ele, em seu celular
pessoal, perguntando se poderia comparecer na Procuradoria, pois queria saber
informações sobre um processo.

908
Vale ressaltar que a nomeação de Luiz Gustavo Levate para o cargo de
Subprocurador-Geral Fiscal deu-se em 06/07/202227, e que o direito de petição de
Alexandre Kalil foi apresentado em 20/07/2022, menos de quinze dias depois. O
documento não foi dirigido ao titular do cargo de Subprocurador, mas nominalmente ao
Procurador do Município dr. Luiz Gustavo Levate, ignorando-se a impessoalidade do
cargo.
A relatora, aproveitando a presença do advogado de Alexandre Kalil na
sessão, perguntou-lhe porque ele foi pedir a informação do processo tributário e não o
advogado atuante, Dr. Rodolfo Gropen. Dr. Tarcisio Mendonça explicou que só atua em
causas criminais e que, como a notícia da extinção atingia a imagem de seu cliente, foi
solicitado para descobrir o motivo do pedido de desistência da cobrança, ainda que não
fosse o advogado atuante no caso.
Em consulta ao quadro docente da Faculdade de Direito Dom Helder
Câmara constata-se que o advogado dr. Tarcísio Mendonça e o Procurador dr. Luiz
Gustavo Levate são professores no mesmo curso.
A relatora perguntou ao depoente se ele havia entregado a resposta à
imprensa. O depoente disse que não e que, conforme apresentando em sua defesa ao
Conselho de Ética, a solicitação lhe foi feita através de um grupo de whatsapp de
Procuradores, e enviada, no mesmo dia, menos de duas horas após a solicitação, ao
Procurador Dr. Caio Perona, Subprocurador-Geral do Contencioso.
A referência do depoente ao Conselho de Ética trata de denúncia
apresentada pela relatora, em que questiona se a ação do depoente teria favorecido
um cidadão comum, extrapolando assim, o dever de impessoalidade.
A decisão28 do procedimento 07/2022 havia sido publicada poucos dias
antes da oitiva do Procurador na CPI, em 25/04/2023, tendo o Conselho decidido pelo
arquivamento de plano da denúncia, sem investigação, fundamentando na ausência de
indícios, provas ou elementos objetivos que justificassem a continuidade da instrução
do procedimento. Não foi feita oitiva do Procurador, que apenas mandou sua defesa
escrita, a denunciante não foi ouvida, não foi requisitada qualquer documentação e

27
https://dom-web.pbh.gov.br/visualizacao/edicao/6608
28
https://dom-web.pbh.gov.br/visualizacao/edicao/6842

909
tampouco enviado os fatos para maior aprofundamento pela Procuradoria ou pela
Corregedoria do Município, como consta no Regimento Interno.
Pois bem, a citada manifestação enviada à imprensa não tem número
de ofício. Aparenta ser um documento avulso sem qualquer referência a uma demanda
ou com identificação do destinatário, ao passo que o documento imediatamente
entregue ao advogado de Alexandre Kalil, não obstante tenha sido demandando por
petição que não contém protocolo físico, foi respondido com o número de registro Ofício
SUGEFIS 10/2022.
O depoente explicou que cita apenas a ASCOM, a assessoria de
comunicação da PBH, pois ela era responsável por responder ao repórter. A relatora
perguntou se há um protocolo do pedido da imprensa na ASCOM, e o depoente disse
que para ele só chegou o pedido pelo whatsapp.
A relatora destacou a imprensa não teve acesso à resposta da
Procuradoria, mas que o advogado de Alexandre Kalil recebeu, no mesmo dia do
pedido, tendo usado as informações para processar o jornalista, bem como para
peticionar pedido de extinção do outro processo de cobrança do mesmo imóvel.
A relatora também destacou que foram necessários cinco meses e
diversas reiterações para que a Câmara Municipal de Belo Horizonte tivesse acesso ao
mesmo documento, sendo que o prazo regimental para resposta, previsto em lei, é de
30 (trinta), sob pena de crime de responsabilidade do Chefe do Executivo.
Relembrou que enviou o Requerimento de Comissão nº 1455/2022, em
01/08/2022, pedindo a íntegra do PTA. O Requerimento foi respondido em 11/10/2022,
mas sem o documento em anexo. Que foi enviado outro Requerimento (nº 1946/2022),
em 29/11/2022, que somente foi respondido em 03/01/2023. Além disso, foram
enviados ofícios, por email, fazendo a cobrança, e a Vereadora esteve pessoalmente
na sede da Procuradoria do Município, mas sem êxito em obter o documento
requisitado que, conforme depoimento do depoente, já estava pronto.
O jornalista ainda não obteve sua resposta.
Ao ser questionado se a solicitação do advogado e a resposta enviada
têm protocolo na Procuradoria, o depoente disse que não. Que encaminhou os

910
documentos da mesma forma que lhe foi demandado. Disse que é comum receber
advogados, sempre que lhe é solicitado.
Em complemento ao depoimento prestado à CPI, através dos
requerimentos nº 1299, 1300 e 1301/2023, foram requeridos: a solicitação original
apresentada pela Rádio Itatiaia à ASCOM pedindo acesso ao PTA nº
3100073384202206; a solicitação original enviada pela ASCOM à Procuradoria e à
Secretaria de Fazenda pedindo uma resposta à solicitação da imprensa; a
comprovação do envio da resposta preparada pelo Procurador Luiz Gustavo Levate e
enviada, por whatsapp, ao Procurador Caio Perona; a comprovação pelo original do
envio da resposta à ASCOM, pelo Procurador Caio Perona; a comprovação pelo meio
original da resposta enviada pela ASCOM à Rádio Itatiaia; eventual registro protocolar
de envio dessas informações, com número de ofício, bem como dos registros; o registro
de acesso do advogado, Dr. Tarcísio Mendonça, à Procuradoria do Município, em
20/07/2022, que nos termos do Decreto nº 9223/1997, art. 2º e da Tabela de
Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivos da Prefeitura de Belo
Horizonte, devem ser preservados pelo prazo de 01 (um) ano; a comprovação de
arquivamento público da petição entregue pelo Dr. Tarcísio Mendonça ao Procurador
Luiz Gustavo Levate, bem como da resposta enviada pelo Procurador, com indicação
do referido número de registro; comprovação de quando foi feito o registro de
arquivamento da petição e sua resposta.
Em resposta ao requerimento 1299/2023 que pediu informações sobre
a solicitação da imprensa, a Prefeitura enviou os e-mails enviados pelo jornalista Lucas
Ragazzi, solicitando esclarecimentos, bem como as conversas do Dr. Caio Perona,
recebendo e enviando a resposta do sr. Luiz Gustavo Levate à ASCOM.
Sobre a comprovação do envio da manifestação feita pelo Procurador à
imprensa, o ofício OF.SUCOM/SMGO nº 012/2023 informou que “não houve uma
resposta à Rádio Itatiaia, uma vez que o assunto demandou um tempo de apuração
bem superior ao deadline do repórter”.
Analisando a documentação, vê-se que o primeiro e-mail enviado pelo
repórter Lucas Ragazzi, no dia 18/07/2022, às 10:01h, requereu acesso ao PTA e CDA

911
relacionados ao processo nº 4408488-71.2015.8.13.0024. Nesse requerimento, ele
informa que seu deadline é às 13h.
Na documentação juntada pelo Procurador Luiz Gustavo Levate,
protocolo nº 003014-2, observa-se que ele enviou ao Procurador Caio Perona a
manifestação sobre a desistência no processo de cobrança e a íntegra do PTA. E, em
sua oitiva à CPI, vale lembrar que afirmou que esses documentos foram entregues ao
Sr. Caio Perona, em menos de duas horas após o requerimento por whatsapp.
A documentação enviada pela PBH, por ofício, confirma as informações
do Sr. Gustavo Levate, demonstrando que, no mesmo dia 18/07/2022, às 15:19h, o
documento “informações itatiaia.pdf”, por ele produzido, foi encaminhado à pessoa
identificada como Luana Carvalho imprensa, nos contatos do Sr. Caio Perona.
No dia 19/07/2022, às 09:10, o repórter da Itatiaia reiterou o pedido de
manifestação da Procuradoria, informando que iria publicar a reportagem, naquele dia,
às 13h.
Ato contínuo, um servidor identificado como Pablo Alessandro Pacheco,
reportando-se como representante da Secretaria de Fazenda Municipal, explicou o
procedimento de cancelamento da CDA, em e-mail datado de 19/07/2023, às 13:24h.
Não obstante a ASCOM estivesse na posse de toda a documentação
solicitada, por um lapso temporal de 24 (vinte e quatro) minutos, já havia se esgotado
o segundo deadline informado pelo repórter para a publicação da matéria.
Mais uma vez, em e-mail enviado no dia 20/07/2023, às 7:18h o repórter
questionou se “a PBH vai se posicionar sobre essa demanda”.
Tais fatos justificaram o Requerimento nº 1547/2023, complementar ao
Requerimento nº 1299/2023, para esclarecer se houve resposta ao e-mail da imprensa,
de 20/07/2022, se houve omissão voluntária na resposta ao requerimento por se tratar
de assunto envolvendo o ex-Prefeito Alexandre Kalil, e se houve ordem para que o
requerimento da imprensa não fosse respondido.
Em resposta, o OFÍCIO SUCOM/SMGO n° 13/2023 afirmou que o último
e-mail da imprensa, datado de 20/07/2022 foi respondido em 02/08/2023, às 15:58,
dizendo que o caso ainda se encontrava em apuração.

912
Sobre o questionamento se houve omissão voluntária na resposta à
imprensa e quem foi o responsável pela decisão, informou que foi uma decisão conjunta
da assessoria de comunicação com o Secretário Municipal de Comunicação, Luiz
Henrique Michalik, por entenderem que “seria mais prudente não encaminhar à
imprensa as informações recebidas porque eram inconclusivas e não haveria tempo
hábil para obter informações completas no prazo solicitado pelo repórter.”
Como se vê, malgrado a documentação estivesse pronta, e malgrado as
diversas insistências, tanto a imprensa quanto a vereadora Fernanda Altoé não tiveram
o mesmo tratamento dado ao advogado de Alexandre Kalil, na requisição e entrega de
documento público.
E para além de todo o exposto, em resposta ao Requerimento nº
1299/2023, com pedido para apresentação da comprovação de arquivamento público
da petição entregue pelo Dr. Tarcísio Mendonça ao Procurador Luiz Gustavo Levate,
bem como da resposta enviada pelo Procurador, com indicação do seu número de
registro, o Ofícío GAB-PGM/SMGO/DALE nº 1451/2023 informou que “quanto à
comprovação de arquivamento público da petição entregue pelo advogado Tarcísio
Mendonça ao Subprocurador-Geral Fiscal, informamos que inexiste previsão legal de
guarda para documentos digitais, dispensando o envio ao Arquivo Público. Quanto a
expedientes recebidos de terceiros, tais têm guarda, em arquivo corrente, por um ano.
Após, o documento pode ser eliminado, conforme tabela de temporalidade da PBH”.
Ocorre que, não obstante a resposta enviada pelo Procurador tenha sido
digital, o advogado apresentou documento físico, inclusive com o “ciente” escrito à mão
e carimbado, pelo Subprocurador dr. Luiz Gustavo Levate.
Uma vez confirmado pelo próprio ofício que o prazo de guarda de
documentos físicos recebidos de terceiros é de um ano, e tendo em vista que a data de
recebimento, constante do documento, é 20/07/2022, foi requerida a consulta
presencial ao documento original.
Por exigência da Procuradoria, a relatora compareceu pessoalmente à
sede da PGM, no dia 03/07/2023, e lhe foram apresentados os documentos: uma cópia
da petição apresentada pelo advogado, Dr. Tarcísio Mendonça, em nome do Sr.
Alexandre Kalil, datada de 20/07/2022, com pedido de informação sobre a desistência

913
da execução fiscal nº 4408488-71.2015.8.13.0024; uma petição original de juntada de
procuração, datada de 19/08/2022; e uma procuração assinada digitalmente pelo Sr.
Alexandre Kalil, em 05/08/2022.
Constatou e foi confirmada a inexistência de petição original do
requerente.
Ademais, analisando a cópia apresentada do direito de petição de
Alexandre Kalil e a cópia extraída do processo que ele moveu contra o jornalista Lucas
Ragazzi, a relatora constatou divergência nos documentos, em especial, no local da
rubrica na primeira página do documento.
A vereadora pediu ao Procurador-Geral e ao Procurador que o
acompanhava na verificação dos documentos a petição original apresentada por
Alexandre Kalil, indagou como a Procuradoria só tinha arquivada uma cópia e não o
documento original, e o Procurador-Geral se limitou a dizer que era o que tinham
arquivado.
Também chamou atenção o fato de a petição de juntada da procuração
de Alexandre Kalil, ao advogado dr. Tarcísio Mendonça, só ter sido juntada em
19/08/2022, sendo esse documento o original.
Quanto ao registro de acesso do advogado, Dr. Tarcísio Mendonça, à
Procuradoria do Município, em 20/07/2022, que nos termos do Decreto nº 9223/1997,
art. 2º, e da Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivos da
Prefeitura de Belo Horizonte, devem ser preservados pelo prazo de 01 (um) ano, a
Prefeitura afirmou no Ofício GAB-PGM/SMGO/DALE nº 1451/2023 que não há registro
de acesso de visitantes e que, atualmente, a liberação de entrada é feita por telefone.
Ora, as informações do OFÍCIO SUCOM/SMGO n° 13/2023
demonstram o tratamento diferenciado da administração pública municipal para
o atendimento de demanda do ex-Prefeito Alexandre Kalil, mas com nítida
limitação do acesso da imprensa e da Vereadora a informações públicas
relevantes. Optou-se, voluntariamente, por omitir informações, que estavam
prontas.
Assim, diante de todo o exposto, sugere-se o envio de toda a
documentação amealhada e do depoimento prestado pelo Procurador dr. Luiz

914
Gustavo Levate ao Ministério Público para o desarquivamento da notícia de fato
nº 0024.22.016521-1, e prosseguimento das investigações sobre a eventual
prática do crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do Código
Penal.
E, em se tratando de um órgão público, em que a entrega de
documentação e a guarda do registro de visitantes é prevista inclusive por
Decretos, é imperioso que se estabeleça um sistema seguro e mais transparente
de identificação como forma de ampla e plena publicidade da atuação dos
agentes públicos.

4 - CONSTRUÇÃO DA ARENA MRV: RELAÇÃO COM O PODER PÚBLICO E


CONTRAPARTIDAS

Os reflexos da atuação da Administração Pública na demora e custo de


construção da Arena MRV também foi objeto de apuração pela CPI, que buscou
entender se houve omissão ou excesso durante as fases de licenciamento da obra.
Foram convocados a depor na CPI o Sr. Bernardo Farkasvölgyi,
arquiteto que projetou e aprovou a construção da Arena MRV na Prefeitura de Belo
Horizonte, e o Sr. Bruno Muzzi, CEO da Arena, responsável pela coordenação dos
processos de obtenção de licenças e apresentação e execução das contrapartidas
exigidas.
Em seu depoimento, o sr. Bernardo Farkasvölgyi explicou que foi
convidado, em novembro de 2013, pela empresa MRV, para fazer os primeiros estudos.
Disse que o projeto da Arena foi apresentado à Prefeitura de Belo
Horizonte, em abril de 2014, sob a gestão do Prefeito Márcio Lacerda, que criou uma
força tarefa com um comissão de diversos Secretários envolvidos no processo de
licenciamento para reuniões periódicas de alinhamento e cooperação.
Que se reconheceu a importância do projeto para a cidade e, por isso,
ficou acordado que seria adotada uma Operação Urbana Simplificada (OUS),
culminando, ao final, em projeto de lei autorizativo, a ser enviado pelo Chefe do
Executivo à Câmara Municipal de Belo Horizonte.

915
Disse que por ser um projeto complexo com intervenção em Área de
Preservação Permanente (APP) seria na modalidade de utilidade pública. Á época, a
Lei 12.651/2012 permitia a intervenção em APP por interesse social, interesse público
ou utilidade pública, incluindo as hipóteses de construção de instalações necessárias à
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais.
O depoente pontuou que, apesar de ser uma APP, a área estava muito
degradada, sendo utilizada para “desova” de cadáveres, com constante risco de
invasões, e que as nascentes existentes no local estavam assoreadas.
O depoente fez uma apresentação demonstrando o passo-a-passo e
fluxo do projeto na Prefeitura de Belo Horizonte, até o final de sua atução.
O primeiro documento projetado foi a ata da reunião, de abril de 2014,
quando o projeto foi apresentado à PBH, com a requisição de adoção da operação
urbana simplificada, demonstração do coeficiente de construção pelo zoneamento da
área.
O depoente pontuou que a Arena não se trata de um estádio de futebol.
Que o projeto foi concebido como um espaço multiuso, com a realização de 40 e 42
jogos do time Atlético Mineiro/ano, mas, sobretudo, com a realização de outros eventos.
Demonstrou o interesse público para o Município e os munícipes, e que
a adoção da Operação Urbana Simplificada, para flexibilização dos parâmetros
urbanísticos estava no potencial construtivo. Que tal opção encontra-se prevista no
Plano Diretor da Capital.
Em seguida apresentou documento em que o Estado declinou de fazer
o licenciamento ambiental por considerar que a Prefeitura tinha capacidade de fazê-lo.
Ato contínuo, apresentou planilha da Prefeitura, mostrando como se
dava a atuação do grupo chamado de GEAL, criado na gestão do Prefeito Márcio
Lacerda, com o objetivo acompanhar os licenciamentos de grande complexidade,
considerados prioritários para o governo, como no caso da Arena.
O grupo era composto por diversas Secretarias envolvidas no processo
de licenciamento, que desenvolvia cronogramas para maior previsibilidade dos prazos
de análise dos procedimentos de licença pelo poder público municipal.

916
O depoente disse que toda Operação Urbana Simplificada depende, ao
final, de lei autorizativa, e que ficou acordado que o Poder Executivo enviaria o Projeto
de Lei à Câmara Municipal. Ressaltou que esse tipo de operação não flexibiliza nenhum
processo, apenas os parâmetros.
O depoente apresentou mapa e demonstrou que, apesar de o terreno da
Arena ter uma parte de zona de grandes equipamentos e uma parte de zona de
proteção, concluíram que, pela classificação do Plano Diretor, o local permitia a
instalação de grandes equipamentos. Que a existência de acessos rápidos para Via
Expressa, Anel Rodoviário e metrô favoreciam a escolha.
A Relatora questionou se a Operação Urbana Simplificada é um
instrumento comum em grandes empreendimentos, e o depoente explicou que é um
instrumento utilizado no mundo todo para viabilização de grandes empreendimentos
com potencial de interesse público.
O depoente apresentou um extenso estudo de impacto e viabilidade, que
foi enviado à Prefeitura, em 2014. Disse que, entre 2014 e 2017, modificaram o projeto
quatro vezes, por questões arquitetônicas e por determinação do Poder Público.
O depoente mostrou o cronograma acordado com o grupo GEAL, onde
se verificou que a expectativa para o início da construção do empreendimento era
dezembro de 2015.
Ressaltou que a Prefeitura de Belo Horizonte se empenhou no
cumprimento dos prazos acordados, assim como a Arena, mas que por questões
burocráticas os prazos atrasaram.
Em 07/03/2016, a Secretaria Municipal de Política Urbana enviou
parecer com as pendências necessárias para a aprovação do licenciamento.
Ainda em 2016, a Arena propôs um novo cronograma ao grupo GEAL,
com previsão de início das obras para setembro de 2016. Nesse novo cronograma,
constava que o Projeto de Lei, a ser enviado pelo Chefe do Poder Executivo para
autorização do Poder Legislativo de adoção de Operação Urbana Simplificada para o
empreendimento, seria enviado em maio de 2016.
A Prefeitura chegou a enviar ao empreendedor um estudo de toda a
documentação necessária para aprovação da Operação Urbana Simplificada.

917
Em novembro de 2016, foi realizada a primeira audiência pública sobre
o projeto com a sociedade.
Em razão de atrasos na aprovação dos projetos pelo Conselho Municipal
de Meio Ambiente (COMAM), não foi possível conseguir o licenciamento até dezembro
de 2016.
Na sequência, o depoente apresentou minuta do Projeto de Lei
autorizativo da Operação Urbana Simplificada para o empreendimento da Arena,
datado de novembro de 2017, e com o timbre oficial da PBH.
A relatora questionou porque todo o trâmite de delimitação e estudos
ocorreu em dois anos (2014-2016) e a confecção do projeto de lei demorou um ano
para ser realizado (2016-2017).
O depoente explicou que, com a troca de gestão (em janeiro de 2017, o
Prefeito Alexandre Kalil tomou posse, substituindo o Prefeito Márcio Lacerda), o novo
governo achou por bem reavaliar o projeto para entender o seu andamento.
Questionado se o corpo técnico também havia mudado, o depoente disse que
Secretários e Gerentes sim, mas os técnicos não tinha conhecimento.
Que foi desenvolvido um novo cronograma com a gestão do Prefeito
Alexandre Kalil, tendo sido projetado que as licenças seriam concedidas entre março e
outubro de 2018.
No entanto, de acordo com o depoente, em março de 2018, sem
nenhuma fundamentação, a Secretária de Política Urbana, sra. Maria Caldas, disse que
“não estava à vontade” com o tamanho do empreendimento (que tinha quase 180 mil
m²), e que a Prefeitura não faria mais a Operação Urbana Simplificada.
Os Vereadores questionaram a motivação dessa postura, mas o
depoente disse que não lhe foi dada explicação. Disse que entendeu o recado e que,
como as chances de aprovação de um projeto de operação simplificada, sem o apoio
da Prefeitura, eram mínimas, refez todo o projeto e os estudos que tinham sido
apresentados e solicitou a aprovação de um novo projeto, usando as aprovações que
já tinham sido conseguidas até aquele momento.

918
Com o cancelamento da Operação Urbana Simplificada, e o recado
transmitido pela Secretária de Política Urbana, o novo projeto apresentado excluiu o
centro de convenções, o mall e quatorze mil lugares da Arena.
O depoente classificou o momento como de “completo desespero” e
disse que por muito pouco o empreendimento não foi interrompido.
A relatora questionou se, desde 2014, houve algum apontamento quanto
ao tamanho do projeto ou qualquer pedido de alteração pelas órgãos e Secretarias da
Prefeitura em relação ao tamanho do empreendimento. O depoente respondeu que
não.
Perguntado se já passou por alguma situação semelhante (o ente
público mudar de ideia sobre um empreendimento em fase avançada de tratativas
gerando risco de não aprovação), em outras cidades ou Estados brasileiros, o depoente
disse que não.
Os Vereadores buscaram entender a mudança de posicionamento da
Prefeitura, pela postura da Secretária Maria Caldas, mas não houve conclusão. O
depoente asseverou, por diversas vezes, que não lhe foram passadas maiores
explicações por parte do Poder Público.
Em maio de 2018, a Prefeitura apresentou a análise técnica do novo
projeto.
De acordo com o depoente, a mudança do projeto (com exclusão do
centro de convenções e do Mall e redução do número de cadeiras da Arena) trouxe
atraso e redução da área, trazendo impactos na receita do empreendimento e na
despesa com o projeto.
Perguntado se a Secretaria de Política Urbana tomou a decisão sozinha
e se tinha prerrogativa para isso, o depoente disse que não sabia, mas a comunicação
partiu dela.
O depoente ainda asseverou que, durante a gestão anterior, o Prefeito
Márcio Lacerda participava de todas as reuniões com o grupo GEAL, mas que na
gestão de Alexandre Kalil o grupo foi extinto, e o Prefeito nunca participou.
Em continuação, o depoente destacou que, no começo de 2018, o
Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional parte do artigo que permitia a

919
construção de instalações esportivas em Área de Preservação Permanente na
modalidade de utilidade pública, o que também trouxe a necessidade de alteração do
projeto, para enquadrá-lo como interesse social.
Que, nesse momento, surgiu o Instituto Galo, de forma que 1% da receita
da Arena será destinada a serviços sociais.
Que a Secretária questionou se não havia outros locais para a
construção do empreendimento, de preferência, sem intervenção em APP. Que,
novamente, apresentou um estudo completo sobre a escolha do local em comparativo
a outras localidades da cidade.
O depoente disse que, a partir de 2018, o sr. Bruno Muzzi, CEO da
Arena, foi quem acompanhou o licenciamento e as contrapartidas do empreendimento.
O depoimento deixou claro o excesso de intervenções do poder público
municipal na viabilidade do empreendimento. Muito embora, no início, tenha sido criada
uma força tarefa, com diversas Secretarias do Município, com um cronograma gerando
previsibilidade para a execução do empreendimento, tudo mudou com o não envio do
Projeto de Lei autorizativa, a alteração do modelo de Operação Urbana Simplificada
para empreendimento de interesse social, as alterações significativas no seu projeto e
a demora nas tomadas de decisões e respectivos licenciamentos.
Vale lembrar que o primeiro parecer sobre pendências para aprovação
do licenciamento data de 07/03/16, com previsão de início de obras para setembro de
2016 e envio do Projeto de Lei previsto para novembro de 2017. Mas, em março de
2018, com o desconforto da Secretaria Municipal de Política Urbana com o cronograma
e adoção do modelo de Operação Urbana Simplificado, o projeto voltou, praticamente,
à estaca zero, com a emissão das licenças para o início das obras só em agosto de
2020.
Em um empreendimento dessa magnitude, os prejuízos advindos de um
atraso de dois anos pela atuação da Administração Pública são incalculáveis.
Nesse ponto, o depoente pontuou que a Arena foi toda pensada para se
pagar com os próprios recursos, como a venda de cadeiras cativas e camarotes por 15
(quinze) anos e também o naming rights à MRV, o que viabilizou quase R$ 400
(quatrocentos) milhões de reais de recursos, além da venda do Diamond Mall pelo

920
Clube Atlético Mineiro. Disse que o atraso da obra, além de trazer prejuízo para o início
dessa operação, projetou a construção para o período da pandemia, fazendo com que
absorvessem a inflação dos preços da construção civil.
Facultada a palavra, o advogado de Alexandre Kalil perguntou quais os
danos ambientais trazidos pelo empreendimento. O depoente disse que não era a sua
especialidade, mas disse que houve o desassoreamento e canalização de um córrego
que passa por baixo da Arena.
Perguntado se participou dos estudos de impacto urbano da mobilidade,
o depoente disse que sim, e que as obras propostas pela Arena não só mitigam os
impactos como deixam o trânsito melhor do que é atualmente.
Perguntado pelo advogado se o cancelamento da operação simplificada
teria vinculação a uma visão mais ou menos desenvolvimentista da Secretária, o
depoente disse que não e que não sabia o que motivou a alteração do entendimento.
O depoente disse não se recordar de nenhuma reunião presencial oficial
com o ex-Prefeito Alexandre Kalil para tratar sobre o projeto.
O segundo depoimento relacionado à construção da Arena MRV foi do
sr. Bruno Muzzi, que se apresentou como engenheiro civil e CEO do empreendimento,
desde o início de 2018.
Disse que não estava presente no começo do projeto, em 2014, mas
reafirmou o depoimento do sr. Bernardo de que havia um cronograma com a Prefeitura
de Belo Horizonte, na gestão do Márcio Lacerda, e que o empreendimento tinha
previsão de início no final de 2015, sob o conceito de Operação Urbana Simplificada.
Disse que com a mudança no governo, o projeto ficou parado por um
ano e que, no início de 2018, começaram as discussões de mudança do projeto para
interesse social, em razão da declaração de inconstitucionalidade do dispositivo que
permitia a construção de estádios como utilidade pública e o “desconforto” com a
operação urbana simplificada.
O vereador Presidente fez a observação de que na legislatura de 2017-
2020, o Prefeito Alexandre Kalil tinha uma base de, aproximadamente, 35 (trinta e
cinco) Vereadores na Câmara Municipal, o que não deixaria dúvidas da aprovação do
Projeto de Lei autorizativo de Operação Urbana Simplificada.

921
Em continuidade ao ser depoimento, Bruno Muzzi disse que a
necessidade de adequação do projeto de utilidade pública para interesse social trouxe
a discussão sobre novas contrapartidas sociais. Disse que o trâmite no Estado para
aprovação do projeto como interesse social demorou oito meses, sendo aprovado em
novembro de 2018.
Que com o fim da operação urbana simplificada, o projeto entrou no
processo de licenciamento trifásico, passando pela aprovação de uma licença prévia,
uma licença de instalação e uma licença de operação.
Que todos os estudos de mitigação de impactos foram feitos e
apresentados pelo empreendimento. Que, após conseguirem a licença prévia,
passaram a discutir as contrapartidas propostas para conseguirem a licença de
instalação.
O licenciamento passou pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente
(COMAM), composto por sete servidores municipais, sete representantes da sociedade
civil e o Secretário Municipal de Meio Ambiente. Explicou que foi ampla a discussão
para que conseguissem aprovar as contrapartidas propostas, antes da votação no
COMAM.
Pontuou que a votação no COMAM seria em 20/12/2019, mas três dias
antes, em 17/12/2019, a Prefeitura apresentou uma análise das contrapartidas
propostas, incluindo dez itens que não haviam sido discutidos. Que as contrapartidas
incluídas pela Prefeitura totalizavam R$ 62 (sessenta e dois) milhões de reais.
Ainda assim, o relatório foi levado para votação no COMAM. Na
oportunidade, o depoente disse que pediu tempo de fala para questionar as
contrapartidas incluídas de forma unilateral pela PBH, mas, pelo adiantar da hora, teve
que esperar a próxima reunião, que só aconteceu em 2022. Nessa oportunidade, o
depoente conseguiu retirar três das dez contrapartidas incluídas, permanecendo sete
que totalizavam quase R$ 40 (quarenta) milhões de reais.

922
A partir daí, em 20/12/2019, foi conseguida a licença de instalação.
O depoente explicou que há três grandes grupos de contrapartidas: as
ambientais, as sociais e as viárias.
Disse que o empreendimento jamais questionou as contrapartidas
sociais, porque decorreram da alteração de utilidade pública para interesse social.
Sobre as contrapartidas ambientais, disse que também nunca
questionaram porque são compensatórias, à exceção daquelas que extrapolam as
exigências legais.
A título de exemplo, falou sobre a exigência de plantio de 46 (quarenta e
seis) mil mudas, incluídas pelo COMAM, que não são exigências legais e tampouco
estavam previstas nas tratativas.
Explicou que durante a reunião do COMAM, um Conselheiro pediu que
fosse incluída a plantação de 46 (quarenta e seis) mil mudas como um ato simbólico
do número de torcedores que caberiam na Arena. Disse que a princípio, numa conta
rápida de R$ 10,00 (dez reais) a muda, aceitou a proposta, mas que, depois, a
Prefeitura passou a exigir a manutenção de cada muda por 3 anos. Que como não foi
definido o local para plantação das 46 (quarenta e seis) mil mudas de uma só vez, isso

923
está gerando custo de deslocamento e equipe de manutenção para diversos locais; que
estão tendo que fazer irrigação automatizada, elevando o custo dessa contrapartida
para R$ 5.300.000,00 (cinco milhões e trezentos mil reais). Como a Prefeitura não
indicou e tampouco tem a área necessária para plantação das 46 (quarenta e seis) mil
mudas de uma só vez, o que exigiria 54 (cinquenta e quatro) mil metros de área, ela
exigiu que o empreendimento efetue o plantio ao longo de 10 (dez) anos, e que faça a
manutenção das mudas por esse período.
Em relação às contrapartidas viárias, o depoente confirmou que foram
propostas pelo empreendimento para mitigarem os impactos causados. Disse que os
projetos apresentados eram conceituais, e que estão sendo constantes as discussões
sobre o tema, após a concessão da licença de instalação e da licença de operação,
que ainda não obtiveram. Disse que não tem mais dinheiro para fazer todas as
contrapartidas apresentadas e as impostas, e que, apesar de ter empenhado
R$ 170.000.000,00 (cento e setenta milhões de reais) em obras, ainda precisará de
mais R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais) para finalizar.
Disse que as contrapartidas giram em torno de R$ 335.000.000,00
(trezentos e trinta e cinco milhões de reais) e que a obra vai custar R$ 750.000.000,00
(setecentos e cinquenta milhões de reais), ou seja, quase 50% do valor da obra será
de contrapartidas.
O depoente apresentou um quadro com os valores de cada tipo de
contrapartida e também com o custo do licenciamento trifásico fruto do cancelamento
da Operação Urbana Simplificada acordada com a antiga gestão da PBH.

924
Também ressaltou que o empreendimento teve que fazer a
desapropriação de 12 (doze) áreas, o que custou R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco
milhões de reais), porque a SUDECAP, órgão responsável por esse procedimento,
disse que não conseguiria fazer a tempo. Ao ser questionado, disse que não houve
promessa de reparação posterior, ou seja, o empreendimento pagou pelas
desapropriações. Ressaltou que, somente em agosto de 2022, após terem os projetos
aprovados pela BHTrans, foi que puderam começar as desapropriações, não obstante
os projetos conceituais tivessem sido apresentados, em dezembro de 2019, e
aprovados, em agosto de 2021.
O depoente criticou a falta de previsibilidade para se fazer
empreendimento em Belo Horizonte, que depende dirtamente da atuação do poder
público, e que se pudessem imaginar que a obra teria um acréscimo de 50% de
contrapartidas ele não seria viável.
Ressaltou que o empreendimento não teve nenhum incentivo do Poder
Público, mesmo sendo a maior obra privado do Estado de Minas Gerais, depois da
Cidade Administrativa.
Que iniciaram as terraplanagens em abril de 2020, empregando quase
13 (treze) mil pessoas durante a pandemia, sem nenhum incentivo do Poder Público.

925
Ponderou que houve aumento de empresas ativas e valorização imobiliária no local por
causa da obra.
O depoente contou que tiveram que adquirir a Mata dos Morcegos, de
58 mil (cinquenta e oito mil) metros quadrados, em razão do parcelamento do solo e
também em razão de o campo de futebol, mesmo sendo de grama natural, não ter sido
considerado área permeável. Disse que mesmo a legislação prevendo apenas a
aquisição da área para a compensação, a Arena foi obrigada a construir um parque
linear no local e fazer a sua manutenção por 30 (trinta) anos. A estimativa de construção
e manutenção do parque é de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais).
Pontuou que, até hoje, a Prefeitura não indicou como se dará essa
manutenção, o número de portarias, as formas de iluminação, etc, o que afeta a
previsibilidade desses gastos que serão custeados pelo empreendimento.
O depoente disse que a projeção inicial era de que a obra custaria
R$ 410.000.000,00 (quatrocentos e dez milhões de reais), e que calcularam de 10 a
15% de contrapartidas, muito embora o habitual é que elas fiquem em torno de 3 a 5%.
Ainda assim, com as exigências e a perpetuação no tempo, o valor da obra quase
dobrou e as contrapartidas atingiram 50% do seu valor.
O depoente apresentou um mapa do SIURBE demonstrando que, desde
a Lei 7.166 de 1996, é de conhecimento do poder público municipal a necessidade de
se fazer obras viárias para atendimento do fluxo de veículos e urbanização da área. As
obras indicadas no mapa datado de 1996, e elencadas como prioritárias, são as
mesmas que os estudos do empreendimento indicaram como necessárias. Ou seja,
mesmo sabendo, há quase 30 anos, que tais intervenções são necessárias, o Município
nunca as executou, mas exigiu que o empreendimento a substituísse.

926
MAPA SIURBE

MAPA ARENA

O depoente apontou que os estudos de impacto do funcionamento da


Arena e a proposição das contrapartidas viárias considerarm o pior cenário para a
região, que são os jogos de quarta-feira, às 19:30h.
Disse que, em 2021, ano em que o Clube Atlético Mineiro disputou todos
os campeonatos possíveis, aconteceram 70 (setenta) jogos, sendo 35 (trinta e cinco)
fora e 35 (trinta e cinco) em casa. Que se dividir os jogos em casa como metade durante

927
a semana e metade durante os finais de semana, tem-se em torno de 17 (dezessete)
jogos durante a semana e, dividindo esse número em 8 (oito) jogos às 19:30 e 8 (oito)
jogos às 21h, tem-se 8 (oito) jogos, no ano, no horário de maior impacto. Que, ainda
assim, o empreendimento arcou com toda a obra viária necessária para o local desde
1996 e que não terá o impacto projetado para os piores dias de jogos com constância.
O vereador Presidente pontuou que se tratava de um oportunismo do
poder público, pois as obras são necessárias e requisitadas pela população há muitos
anos, tendo a PBH deixado tudo a cargo do empreendimento. Que, por isso, as obras
não podiam ser consideradas como mitigatórias, já que não diminui apenas os impactos
do empreendimento, mas também de toda a sociedade, o que é um dever do Poder
Público, e não do particular.
O Presidente disse que seu gabinete juntaria indicações datadas de
2017, com pedidos de realização de obras, pela população da região.
Perguntado pela Relatora se, tendo em vista que as obras já eram
classificadas como prioritárias desde 1996, a Prefeitura teve alguma conversa com o
empreendimento, a fim de colaborar ou viabilizar algumas intervenções em parceria, o
depoente disse que não, que além das obras identificadas pelos estudos deles, ainda
foram incluídas aquelas seis mencionadas anteriormente, às vésperas da votação do
COMAM, e sem qualquer diálogo prévio.
O depoente disse que, com certeza, se não tivessem proposto as
contrapartidas viárias, a obra não teria seria aprovada e se tivessem tido qualquer
auxílio do Poder Público, já que se tratam de obras necessárias há décadas, o
investimento no empreendimento e nos equipamentos públicos seriam outros.
O depoente também pontuou o índice de inflação que enfrentaram pelo
atraso da obra. De acordo com as planilhas apresentadas por ele, se a obra tivesse
começado em janeiro/2018, como previsto no último cronograma, teria acabado em
junho/2020 com um custo inflacionário de 9.69%, que significa um acréscimo de
R$ 39.740.400,69 (trinta e nove milhões, setecentos e quarenta mil, quatrocentos reais
e sessenta e nove centavos). Com o atraso e início apenas em abril/2020 e previsão
de término em outubro de 2022, o que também não aconteceu, a inflação acumulada
já é de 33,02%, totalizando um acréscimo de R$ 135.374.534,07 (cento e trinta e cinco

928
milhões, trezentos e setenta e quatro mil, quinhentos e trinta e quatro reais e sete
centavos), uma diferença de quase R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais).
Em mais um exemplo de concessões do empreendedor às exigências
da PBH, que surgiram durante as conversas anteriores à aprovação do parecer do
COMAM, o depoente apresentou os custos de quatro jardins de embelezamento que
foram exigidos por fiscais da Prefeitura.
De acordo com Bruno Muzzi, não obstante o empreendimento já ter uma
área interna de preservação de 26 mil metros quadrados e mais 9 mil metros de
paisagismo, foi exigida a construção de quatro canteiros verdes na esplanada, porque
o fiscal entendeu que o projeto estava muito árido. A construção das quatro jardineiras
interferiu na estrutura já construída e custou mais R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de
reais.
Perguntado se já esteve, pessoalmente, com o Prefeito Alexandre Kalil,
o depoente disse que esteve duas vezes, e uma delas foi constrangedora, porque foi
xingado pelo ex-Prefeito por ter aceitado as contrapartidas.
O depoente também deu o exemplo da passarela da BR-040 que ele
conseguiu retirar porque já tinha sido feita pela concessionária que cuida da rodovia,
mas ainda está em discussão, porque a Prefeitura exige que ele a mude de lugar ou
que melhore a acessibilidade no entorno.
Passada a palavra, o advogado do sr. Alexandre Kalil fez alguns
questionamentos.
Questionou se quando da aprovação do projeto foi calculado o
percentual de contrapartida, o depoente disse que não podia responder porque não
participou dessa fase, mas que a projeção de gastos para contrapartidas era de 10 a
15%.
Questionado qual foi o parâmetro utilizado para definir o percentual
esperado das contrapartidas, o depoente disse que analisou contrapartidas de estádios
similares para fazer a projeção. Perguntado qual o estádio específico utilizou como
referência, o depoente não respondeu.
Perguntado a quem pertence a Arena MRV, o depoente disse que
pertence a um fundo do qual o Clube Atlético Mineiro detém 100% das cotas.

929
O advogado apontou que a OLEI (Orientação para Licenciamento de
Empreendimento de Impacto) foi sucessivamente prorrogada até 12/03/2018, quando
foi cumprida, e perguntou se a administração teria prejudicado o empreendimento com
exigências excessivas. O depoente não respondeu porque não participou dessa fase.
Perguntado quando o time recebeu os primeiros recursos pela venda do
shopping Diamond Mall, o depoente disse que foi em junho de 2020. O advogado
questionou como a obra teria atrasado se o empreendimento só recebeu esse recurso
em 2020. Em resposta, o depoente disse que não havia vinculação entre o início das
obras e a venda do shopping. Que o recurso da venda estava vinculado à construção
do empreendimento, mas que as obras não dependiam dela para começar.
Vale lembrar que, além da verba da venda do shopping, o depoente já
havia explicado que também foram fruto das vendas de cadeiras, naming rights, e
outras formas de exploração.
O advogado questionou a presença do depoente em algumas visitas
técnicas requisitadas pela Câmara. O depoente disse que não participou de nenhuma
visita.
O Presidente da Comissão pontuou que foi o autor de todos os pedidos
de visitas técnicas e que a população do bairro vem, há muito tempo, passando pelo
constrangimento de ter todas as solicitações à Prefeitura direcionadas à Arena MRV,
para sua solução. Que o objetivo de chamar a Arena para participar das visitas é
conseguir que o Poder Público resolva as demandas, sem direcioná-las a um ente
privado.
Por meio do Requerimento nº 1850/2023, o Presidente juntou diversos
Ofícios dos anos de 2018 e 2019, em que seu gabinete requereu à Prefeitura diversas
das intervenções que foram executadas e/ou exigidas da Arena MRV.
O Of.Ext.VER.WMP. nº 814/2019 requereu a implantação de posto de
saúde para atendimento da população. Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde,
da Secretária Adriano Branco, informou que a solicitação foi registrada no banco de
dados e que seria atendida tão logo houvesse disponibilidade para construção de novos
postos. A construção de centro de saúde foi uma das exigências ao empreendimento
para fins de cumprir o interesse social.

930
O Of.Ext.VER.WMP nº 841/2019 pediu a ampliação do Viaduto da rua
João Batista Vieira, em duas faixas de circulação, nos dois sentidos, e a construção de
nova travessia de pedestres. A justificativa, segundo o ofício, é que “Trata-se de
reivindicação da comunidade, ressalta-se que, segundo os moradores, a situação atual
provoca muitos transtornos aos veículos e transeuntes, visto que, em horários de pico,
o trânsito fica caótico. E mais, em casos de acidentes sobre o viaduto ou próximo de
uma de suas entradas, fica impossível a travessia entre os dois Bairros, levando os
usuários a terem de fazer um desvio de quilômetros.”(g.n.)
Como se vê, a ampliação do viaduto e a construção da travessia de
pedestres já era um problema da região, antes da implantação da Arena.
O ofício não teve resposta da Prefeitura, mas aquela solicitação foi
inserida, três dias antes da votação do COMAM, nas condicionantes para o
empreendedor, em claro repasse de responsabilidade do Poder Público ao ente
privado.
Outras solicitações, tais como implantação de parque e melhoramento
de escolas, também foram exigidas do empreendedor.
Ao final da oitiva, a relatora fez as seguintes considerações: “O pedido
de alteração de simplificado porque não estava confortável, foi com base na lei? Não.
Plantar 46.000 mudas foi com base na lei? Não. Manutenção de 30 anos e parque linear
foi com base na lei? Não. Exigências, seis exigências de última hora foi com base na
lei? Não. Quatro canteiros de embelezamento, foi com base na lei? Não. Então é só
fazer um arremate geral. (...) É uma pena, tentar desviar sempre o assunto para
detalhes, para fazer sugestões né? Vamos ao o foco do que está sendo investigado.
Vamos ao foco de valores. 50% da obra foram de contrapartidas em Belo Horizonte.
Nunca na história desse país isso aconteceu.”
Pois bem, o depoimento do sr. Bernardo Farkasvölgyi demonstra
de forma cristalina a brusca mudança na atuação e comprometimento do Poder
Público municipal nas tratativas, no estabelecimento de cronogramas e no
cumprimentos de prazos durante a execução do projeto e licenciamento da Arena
MRV.

931
De uma relação pautada na cooperação e dedicação de um grupo
especial de trabalho e desenvolvimento de um licenciamento no modelo de
Operação Urbana Simplificada para uma relação conduzida, isoladamente, pela
Secretaria Municipal de Política Urbana com a necessidade de alteração para um
procedimento trifásico de interesse social, baseado no sentimento de
desconforto do agente público, tem um longo e novo caminho a ser percorrido.
Diante disso, resta clara a quebra da justa expectativa criada nos
empreendedores da Arena MRV sobre a conclusão do modelo de Operação
Urbana Simplificada e sua finalização, que culminaria no envio de um Projeto de
Lei, pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo. Ademais, a descontinuidade de
um trabalho preocupado com o cumprimento de prazos, dando previsibilidade ao
início e conclusão das obras, gerou atrasos consideráveis que de grande
repercussão no investimento do empreendedor, a exemplo do início da realização
das obras durante a pandemia.
Sem dúvida que a quebra da proteção da confiança, legitimamente
depositada pelo administrado, em atos oriundos da administração pública, os
quais são, inadvertidamente, modificados, causa instabilidade no sistema
jurídico, ferindo os princípios da segurança jurídica, confiança legítima e boa-fé
subjetiva, e ocasiona, para o Estado, o dever de responder por sua conduta, o
que caracteriza responsabilidade civil do Estado perante o particular lesionado.
Não se pode também deixar de mencionar que a brusca postura da
Prefeitura de Belo Horizonte, notadamente, da sua Secretaria de Política Urbana,
que exigiu a mudança do projeto com a significativa redução do número de
cadeiras da Arena, supressão de um mall e do centro de convenções implica na
aplicação da teoria da perda de uma chance gerando a responsabilidade civil da
Administração Pública Municipal.
A postura do Município diminuiu, consideravelmente, as chances
de retorno do investimento planejado, e que foi desenvolvido pela própria
municipalidade por quase quatro anos, gerando a perda definitiva da vantagem
esperada pelo empreendimento. In casu, a chance perdida não está apenas na
frustração de se obter maior arrecadação e retorno com a exploração do

932
investimento, como também dos danos materiais advindos de contrapartidas
inesperadas e abusivas, que nitidamente se verificou.
Veja que o depoimento do sr. Bruno Muzzi deixou clara a escalada
que as contrapartidas ganharam no decorrer do processo de licenciamento do
empreendimento, chegando a abarcar 50% do valor de todos os gastos.
Dizer que o empreendedor poderia judicializar e se insurgir contra
eventuais excessos impostos, após longos anos de investimentos e obras, é o
mesmo que pedir que faça seu principal parceiro de oponente, num jogo de
forças desigual, em que todos sabem a força e o poder do Poder Público
vingativo, moroso e burocrático.
Não restam dúvidas de que a Administração Pública, aproveitando-
se da falta de regras legais e claras sobre o limite de exigência de contrapartidas,
fez com que o particular o substituísse nas demandas dos cidadãos, cobradas há
quase três décadas, prejudicando os custos do empreendimento.
O abuso de poder fica ainda mais evidente nos casos que
ultrapassam as exigências legais e a razoabilidade, como na obrigação de
construção de um parque linear e manutenção por 30 (trinta) anos, construção
de jardineiras de embelezamento com altíssimos custos e alterações
consideráveis de obras já executadas, plantio e manutenção de 46 (quarenta e
seis) mil mudas por 10 (dez) anos, a realização pelo particular de
desapropriações, que são obrigação do Poder Público, já nitidamente
beneficiado com as obras viárias implementadas pelo empreendimento, dentre
outras.

5 - DENÚNCIAS RECEBIDAS PELO EMAIL INSTITUCIONAL DISPONIBILIZADO À


POPULAÇÃO

No início da CPI, por meio do Requerimento de Comissão nº 05/2023 foi criado


um canal de denúncias anônimas para permitir a participação da população. Ao todo
foram apresentadas 14 denúncias sobre os seguintes temas:
1. Denúncia informando que Guilherme Souza Barcelos, conhecido como
Papagaio, ex-assessor de Alexandre Kalil, foi nomeado na Câmara Municipal
933
como “despachante de luxo”. Em razão da ausência de elementos mínimos
para apuração, não houve indícios que pudessem ser investigados;
2. Denúncia de poda irregular de árvore, registrada na Prefeitura sob o nº
318663791. Por se tratar de assunto fora do escopo da CPI e já registrado na
Prefeitura, não houve aprofundamento do caso;
3. Denúncia informando que o atual Procurador-Geral, Dr. Hércules Guerra,
responde a Tomada de Contas Especial nº 1098420, perante o Tribunal de
Contas do Estado de Minas Gerais. A CPI requereu ao TCE a integralidade dos
autos, o que foi deferido. Apesar de estar fora do escopo da CPI, nos
documentos anexos à denúncia, foi possível observar um relatório técnico que
indicou a condenação do Procurador ao pagamento de multa, por ter sido o
ordenador de despesa de licitações consideradas fraudulentas durante a
reforma da sede da Procuradoria Geral do Município;
4. Foram apresentadas nove denúncias sobre o tratamento dispensado aos ACEs
do Centro de Saúde São Bernardo, pela atual coordenadora, Sra. Terezinha e
outros servidores da área de gestão. Diante da ausência de pertinência com o
escopo da CPI, delineado no Requerimento de abertura nº 298/2022, as
denúncias foram encaminhadas ao setor de integridade da Prefeitura, na
pessoa do seu Diretor Sr. Leonardo Fogaça, para devida apuração;
5. Duas denúncias sobre o controle de temperatura do ar condicionado da
SUDECAP na época de frio. Por se tratar de assunto fora do escopo da CPI
não houve aprofundamento do caso;
6. Denúncia sobre a Co-Vereadora da Regional Norte, por ter usado a imagem
pessoal de funcionários do Centro de Saúde Zilah Spósito em divulgação de
vídeos em suas redes sociais. Foi identificado se tratar da Sra. Amanda Klen,
que atua em programa instituído pelo Vereador Gabriel, como co-Vereadora. A
denúncia, apesar de estar fora do escopo da CPI, foi encaminhada ao
Coordenador do programa no Gabinete do Vereador Gabriel.
7. Denúncia de funcionária da Prefeitura que se diz colocada em readaptação,
porém, com acesso negado ao seu laudo. Considerando a ausência de

934
elementos mínimos para apuração e por se tratar de assunto fora do escopo
da CPI, não houve aprofundamentos;
8. Denúncia sobre a SUDECAP ter implementado o programa de integridade no
órgão somente para atender a exigência legal, justificando que a Comissão de
Integridade da autarquia não mantém sigilo referente às denúncias efetuadas
em seus canais e não trabalha no sentido de corrigir e inibir as situações de
assédio moral e sexual que se tornaram corriqueiras na SUDECAP. Por se
tratar de assunto fora do escopo da CPI não houve aprofundamento do caso;
9. Denúncia sobre uma obra da Prefeitura no bairro Santa Branca, segundo alega
a desapropriação encontra pendente para a satisfação de exigências do art.
198 da Lei n. 6.015/73. Por se tratar de assunto fora do escopo da CPI não
houve aprofundamento do caso;
10. Denúncia sobre a SUDECAP demitir servidores públicos contratados por meio
de aprovação em processo seletivo simplificado, sem prévio processo
administrativo disciplinar, impedindo aos mesmos o acesso à ampla defesa e
ao contraditório, como forma de punição por não atenderem a certas
determinações de seus superiores. Por se tratar de assunto fora do escopo da
CPI não houve aprofundamento do caso.

6 - CONCLUSÕES FINAIS DOS TRABALHOS DA CPI ABUSO DE PODER

6.1- Remessa do relatório ao Ministério Público do Estado de Minas


Gerais investigações para verificar se foi respeitada a lisura do processo licitatório, no
contrato emergencial nº 01.056.148.17.65, da empresa Unitour.
6.2- Remessa do relatório para investigação pela Receita Federal e pelo
Ministério Público Federal da empresa Unitour por eventuais práticas de crimes
tributários, crime de lavagem de dinheiro e crime de duplicata simulada;
6.3- Remessa do depoimento da sra. Eloá Starling e documentos
correlatos para complemento dos trabalhos de investigação do Ministério Público de
Minas Gerais, no inquérito nº 0024.20.010234-1;

935
6.4- Remessa do relatório ao Tribunal Superior Eleitoral para
investigação da eventual prática do crime do art. 350 do Código Eleitoral, por Carlos
Fabel, sugerindo-se a verificação dos registros hospitalares com a compatibilidade do
exercício da atividade contratada;

DO CONSELHO DE ÉTICA

6.5- Diante de tudo que se apurou sobre a atuação do Conselho de Ética


ficou claro que, se não houver uma mudança no seu funcionamento e regulamento, o
órgão continuará funcionando como figurante na Administração Municipal e sendo
omissa no desempenho de sua função de busca de transparência e garantia da ética
no serviço público. Dessa forma, sugere-se:

1. A elaboração de uma lei, em substituição ao Decreto, para a instituição e o


funcionamento do Conselho de Ética Pública Municipal, sendo certo que essa
atribuição é competência privativa do Chefe do Poder Execução;

2. A adoção de mandato de três anos para os Conselheiros, iniciando-se os dois


primeiros anos no mandato do Prefeito que os indicar, restando o ano seguinte para
a próxima legislatura, de forma que os mandatos dos Conselheiros não sejam
totalmente coincidentes com o do Prefeito que os nomear, sem direito à recondução
do cargo;
3. Alterar o modo de escolha dos Conselheiros para que deixe de ser feita apenas pelo
Prefeito, que hoje indica os quatro titulares e os quatro suplentes, para que seja uma
indicação compartilhada com a Câmara Municipal de Belo Horizonte, com duas
indicações do Chefe do Executivo e duas indicações pela Mesa Diretora do Poder
Legislativo;
4. Que seja vedada a indicação de Conselheiro que tenha parentesco em qualquer
grau ou afinidade pessoal ou profissional com o Prefeito ou qualquer membro da
Alta Administração Municipal (Súmula 13) (Art. 6º, IX, Código de Ética)
5. Estabelecimento do prazo de 10 (dez) dias para a distribuição da denúncia para um
dos Conselheiros e prazo de 90 (noventa) dias para o julgamento final dos

936
procedimentos, cabendo sua prorrogação diante da comprovação de necessidade
das investigações;
6. Consolidação do entendimento de que o sigilo previsto no art. 20 do Regimento
Interno dura até a deliberação final, não alcançando o recurso previsto no art. 17,
§4º do Decreto 14.635/2011;
7. Inclusão do requisito formação em Administração Pública ou em Direito
Administrativo para designação ao cargo de Conselheiro;
8. Previsão de reunião extraordinária para recebimento de denúncias, com
designação de relator em até 48 (quarenta e oito) horas;
9. Previsão de que arquivamentos de plano sejam reavaliados (remessa necessária)
para a Corregedoria do município e para os órgãos de integridade e compliance do
município;
10. Ampla publicidade das decisões proferidas, em até 48 (quarenta e oito) horas após
a sua prolação, no Diário Oficial do Município, ainda que sujeita a recurso;
11. Que o órgão recursal seja a Controladoria do Município e não o Chefe do Poder
Executivo;
12. A criação de um canal confidencial para denúncias, preservando o anonimato do
requerente ou denunciante, quando requisitado;
13. Garantir o recebimento de informações de origem anônima que comunicam
irregularidades ou ilícitos com indícios mínimos de relevância, autoria e
materialidade;
14. Assegurar a proteção da identidade e dos elementos que permitam a identificação
do autor da denúncia através de procedimentos administrativos/operacionais e,
caso seja indispensável à apuração dos fatos, o nome do denunciante será
encaminhado ao Conselho de Ética, que ficará responsável por restringir acesso à
identidade do manifestante à terceiros, etc.

SUGESTÕES GERAIS SOBRE PROCESSOS DE COBRANÇA E


LANÇAMENTO DO IPTU

937
A dinâmica das provas produzidas escancarou a possibilidade de manipulação
dos processos de cobrança fiscal, pela desconexão das informações entre órgãos e
Secretarias municipais.

6.6- Para garantir a confiabilidade dos dados e integridade das cobranças sugere-
se:

- Estabelecer convênio com a Corregedoria do TJMG, responsável pela normatização


dos cartórios, a fim de que a base de dados da Prefeitura seja integrada à dos cartórios
de registros de imóvel da capital para validação dos registros, de acordo com os dados
de georreferenciamento do município, impedindo que sejam registrados imóveis que
não sejam localizados;
- Estabelecer a obrigatoriedade de tratamento das informações dos imóveis antigos não
constantes na base georreferenciada, a fim de identificá-los;
- Estabelecer a padronização de todos os processos cartorários;
- Promover a regularização dos imóveis públicos federais, estaduais e municipais, em
Belo Horizonte;
- Propor uma campanha de comunicação das obrigações acessórias fiscais e as
consequências do seu descumprimento ;
- Estabelecer que a identificação de cadastramento do endereço fiscal ou qualquer
alteração de dados pessoais seja feita pelo acesso do GOV.BR, a fim de identificar,
com segurança, cada um dos usuários;
- Estabelecer a automatização da atualização do cadastro tributário com a expedição
de alvarás de baixa e construção, ou seja, compartilhamento de dados da SMPU com
a SMFAZ;
- Uniformizar os procedimentos de regularização de imóvel e cobrança no âmbito da
PBH;
- Automatizar a atualização dos dados de cobrança IPTU
- Automatizar os procedimentos de regularização de construção/demolição de modo
que ao final da aprovação já seja expedida a matrícula atualizada do imovel com as
alterações aprovadas;

938
- Estabelecer um procedimento de aprovação simplificada de imóveis já construídos
em observância às legislações anteriores;

SUGESTÕES ESPECÍFICAS SOBRE OS PROCESSOS


INVESTIGADOS PELA CPI

6.7- Que a Secretaria de Fazenda faça a identificação do proprietário do


imóvel localizado na rua Domingos Costa Rezende, nº 110, bairro Braúnas, Belo
Horizonte - MG, CEP: 31370-295, bem como a identificação do responsável pela
inserção desse endereço na cobrança fiscal do contribuinte Alexandre Kalil, no sistema
digital da PBH.

6.8- Em relação à atuação dos Procuradores do Município, dr. Luiz


Gustavo Levate e Dra. Dione Ferreira Santos, importante investigar a prática da
conduta do art. 10, inciso X, da Lei 8.429/92, que constitui improbidade administrativa
que causa lesão ao erário por ensejar perda patrimonial à Administração Pública, em
sua atuação nas ações de execução fiscal dos imóveis de Alexandre Kalil da rua Salinas
e av. Dom Pedro I, bem como a instauração de processo administrativo para apuração
de suas condutas na condução dos processos;

6.9- O encaminhamento de toda a documentação para a Procuradoria da


Fazenda Nacional, responsável pelas execuções fiscais contra as empresas Erkal e
Fergikal, ao Ministério Público do Trabalho, que acompanha as diversas execuções
trabalhistas, principalmente o Procedimento de Reunião de Execuções - PRE nº
0061800-03.2003.5.03.0006, bem como à Procuradoria do Município, responsável
pelos processos de execução de IPTU do imóvel da av. Bernardo Monteiro, para que
se apure em quais condições o empreendimento foi construído, se houve transferência
ou arrendamento da propriedade, bem como para a atualização da área construída
para fins de correção da cobrança do IPTU.

6.10- O envio de toda a documentação amealhada e do depoimento


prestado pelo Procurador dr. Luiz Gustavo Levate ao Ministério Público do Estado de
Minas Gerais para o desarquivamento da notícia de fato nº 0024.22.016521-1, e

939
prosseguimento das investigações sobre a eventual prática do crime de advocacia
administrativa, previsto no art. 321 do Código Penal.
6.11- Envio ao Ministério Público Estadual para a avaliação e eventual
ajuizamento de ação coletiva de repetição de indébito para os contribuintes que
receberam guias de IPTU, enviadas pela PBH, e efetuaram os respectivos pagamentos,
ainda que a municipalidade estivesse ciente que não eram devedores do imposto;

ENCAMINHAMENTOS SOBRE AS INVESTIGAÇÕES DA


CONSTRUÇÃO DA ARENA MRV
- Remessa do relatório ao Clube Atlético Mineiro para eventual interesse
de responsabilização do Município por dano moral e material, diante da quebra de uma
justa expectativa e ofensa ao princípio da boa fé objetiva, bem como pela perda de uma
chance, gerando responsabilidade civil da Prefeitura de Belo Horizonte;
- Remessa do Relatório à Prefeitura de Belo Horizonte para, em seu
poder de autotutela, faça a revisão das contrapartidas exigidas em excesso ou desvio
de poder, bem como para a elaboração de uma lei com regramentos claros sobre
contrapartidas de investimentos privados no Município.

FERNANDA Assinado de forma


digital por FERNANDA
PEREIRA PEREIRA
ALTOE:04519898 ALTOE:04519898641
Dados: 2023.07.20
641 15:58:25 -03'00'

VEREADORA FERNANDA PEREIRA ALTOÉ

RELATORA

[1]

https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2022/2040602022/MG/13000
1621812/bens

940
ANEXO

ÍNDICE REQUERIMENTOS - CPI ABUSO DE PODER

UNITOUR

-Requerimento 34-2023

-Requerimento 209-2023

-Requerimento 210-2023

-Requerimento 211-2023

-Requerimento 212-2023

-Requerimento 304-2023

-Requerimento 426-2023

IMÓVEL BERNARDO MONTEIRO

-Requerimento 1391-2023

-Requerimento 1588-2023

IMÓVEL PEDRO I

-Requerimento 32-2023

-Requerimento 402-2023

-Requerimento 236-2023

-Requerimento 463-2023

-Requerimento 713-2023

-Requerimento 714-2023

-Requerimento 784-2023

-Requerimento 785-2023

CONSELHO DE ÉTICA

-Requerimento 401-2023

-Requerimento 1016-2023

941
-Requerimento 1193-2023

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

-Requerimento 22-2023

-Requerimento 33-2023

-Requerimento 71-2023

-Requerimento 177-2023

-Requerimento 241-2023

-Requerimento 306-2023

-Requerimento 972-2023

-Requerimento 973-2023

-Requerimento 1479-2023

PROCURADORIA - IPTU

-Requerimento 233-2023

-Requerimento 235-2023

-Requerimento 239-2023

-Requerimento 240-2023

-Requerimento 692-2023

-Requerimento 1299-2023

-Requerimento 1300-2023

-Requerimento 1301-2023

-Requerimento 1390-2023

-Requerimento 1547-2023

ARENA MRV

-Requerimento 21-2023

-Requerimento 305-2023

-Requerimento 1589/2023

942

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