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Cálculo Numérico

Notas de Aulas

Prof. MSc. Rômulo Lima da Gama


2019

1 de junho de 2021
Sumário

1 Revisão de Cálculo 4
1.1 Estudo de funções: Continuidade, Diferenciabilidade e Integração . . . . . . . . . 4
1.1.1 Teorema de Rolle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.2 Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.3 Teorema do Valor Extremo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.4 Teorema do Valor Intermediário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.5 Teorema de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 Sistemas Numéricos 9
2.1 Sistemas de numeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.1 Sistemas Decimal e Binário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Exercı́cios: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3 Aritmética de Ponto Flutuante e Erros 15


3.1 Números de máquina decimais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Tipos de Erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3 Aritmética com número finito de dı́gitos/algarismos . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

4 Introdução a Algoritmos e Convergência 19


4.1 Algoritmos Estáveis e Instáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.2 Convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

5 Solução de Sistemas Lineares 22


5.1 Métodos Diretos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.1.1 Eliminação de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.1.2 Estratégias de Pivotamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.1.3 Fatoração de Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2
SUMÁRIO 3

6 Técnicas Iterativas Para Resolução de Sistemas Lineares 33


6.1 Métodos Iterativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6.1.1 Método de Gauss-Jacobi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6.1.2 Método de Gauss-Seidel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
6.1.3 Convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

7 Soluções de Equações com uma Variável 41


7.1 Método da Bissecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
7.2 Critérios de parada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
7.3 Estimativa de Número de Iterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.4 Método da Posição Falsa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7.5 Método do Ponto Fixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

8 Interpolação e Aproximação Polinomial 48


8.1 Interpolação Polinomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
8.2 Interpolador de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
8.3 Interpolação Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
8.4 Forma de Newton-Gregory para o polinômio interpolador . . . . . . . . . . . . . . 51
8.5 Método dos mı́nimos quadrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
8.5.1 Método dos mı́nimos quadrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Capı́tulo 1

Revisão de Cálculo

1.1 Estudo de funções: Continuidade, Diferenciabilidade


e Integração

1.1.1 Teorema de Rolle

Suponha que f ∈ C[a, b] e que f seja diferenciável em (a, b). Se f (a) = f (b), então existe um
número c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0.

yy
f(x)=y
f(x)=y
f’(x)=y
f’(x)=y
f’(c)=0
f’(c)=0

f(a)=f(b)
f(a)=f(b)

xx
aa cc b
b

1.1.2 Teorema do Valor Médio

Suponha que f ∈ C[a, b] e f seja diferenciável em (a, b), então existe c ∈ (a, b) tal que
f (b) − f (a)
f (c) = .
b−a

4
1.1. ESTUDO DE FUNÇÕES: CONTINUIDADE, DIFERENCIABILIDADE E INTEGRAÇÃO5

yy Retas
Retas paralelas
paralelas

Inclinação
Inclinação f’(c)
f’(c)
f(x)=y
f(x)=y

Inclinação
Inclinação
f(b)-f(a)
f(b)-f(a)
b-a
b-a

xx
aa cc b
b

1.1.3 Teorema do Valor Extremo

Se f ∈ C[a, b], então existem c1 , c2 ∈ [a, b] com f (c1 ) ≤ f (x) ≤ f (c2 ), para todo x ∈ [a, b].
Além disso, se f for diferenciável em (a, b), então os números c1 , c2 ocorrem nas extremidades de
[a, b] ou nos pontos para os quais f 0 for zero.

yy

f(x)=y
f(x)=y

xx
aa cc22 cc11 b
b

1.1.4 Teorema do Valor Intermediário

Se f ∈ C[a, b] e k é qualquer número entre f (a) e f (b), então existe um número c em (a, b)
para o qual f (c) = k.
6 CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CÁLCULO

f(x)=y
f(x)=y
yy

f(a)
f(a)

kk

f(b)
f(b)

xx
aa cc b
b

Exemplo 1: Mostre que as seguintes equações possuem pelo menos um zero nos intervalos dados.

i) x cos −2x2 + 3x − 1 = 0, [0.2, 0.3] e [1.2, 1.3]

ii) (x − 2)2 − ln(x) = 0, [1, 2] e [e, 4]

Exemplo 2: Mostre que f 0 (x) tem pelo menos um zero no intervalo dado:

π 
i) f (x) = 1 − ex + (e − 1) sin x , [0, 1]
2

ii) g(x) = (x − 1) tan(x) + x sin(πx), [0, 1]

1.1.5 Teorema de Taylor

Suponha que f ∈ C n [a, b], que f (n+1) exista em [a, b] e que x0 ∈ [a, b]. Para todo x ∈ [a, b],
existe um número (x) entre x0 e x com

f (x) = Pn (x) + Rn (x)

onde Pn (x) é o polinômio de grau menor ou igual à n e Rn é o Resto ou erro de truncamento.

f 00 (x0 )(x − x0 )2 (x − x0 )n
Pn (x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )(x − x0 ) + + · · · + f (n) (x0 )
2! n!
n
X f (i) (x0 )(x − x0 )i
=
i=0
i!
1.1. ESTUDO DE FUNÇÕES: CONTINUIDADE, DIFERENCIABILIDADE E INTEGRAÇÃO7

e
f (n+1) ((x))
Rn (x) = (x − x0 )(n+1)
(n + 1)!
A série infinita obtida pelo limite de Pn (x) quando n → ∞ é chamada Série de Taylor de
f em x0 . No caso de x0 = 0, o polinômio de Taylor é frequentemente chamado polinômio de
Maclaurin e a série de Taylor é geralmente chamada Série de Maclaurin.
Exemplo 3: Considere a função f (x) = cos(x) e x0 = 0. Determine.

i) Encontre o polinômio de Taylor de ordem 2 em torno de x0 = 0


Solução:

0 f 00 (x0 )(x − x0 )2
P2 (x) = f (x0 ) + f (x0 )(x − x0 ) +
2!
Assim, temos
f 0 (x) = − sin(x), f 00 (x) = − cos(x)
cos(0)(x)2 x2
P2 (x) = cos(0) − sin(0)(x) − =1−
2! 2

yy

y=P
y=P22=1-x
=1-x22
2
2
y=cos(x)
y=cos(x)
1
1

−π π
2 2

xx

-π -π

ii) Encontre R2 (0, 5)

iii) Calcule o erro entre P2 (0, 5) e f (0, 5)

iv) Encontre P2 (x) em x0 = 1

v) Determine R2 (0, 5) em torno de x0 = 1.


8 CAPÍTULO 1. REVISÃO DE CÁLCULO

vi) Use o P2 e R2 em torno de x0 = 1 para aproximar

Z 0,1
x3 dx
0
Capı́tulo 2

Sistemas Numéricos

A resolução de problemas envolve várias fases que podem ser estruturadas assim:

Os resultados obtidos dependem também:

ˆ Da precisão dos dados de entrada;

ˆ Da forma com estes dados são representados no computador;

ˆ Das operações numéricas efetivadas.

Os dados de entrada contêm uma imprecisão inerente, isto é, não há como evitar que ocorram,
uma vez que representam medidas obtidas usando equipamentos especı́ficos, como, por exemplo,
no caso de medidas de corrente e tensão num circuito elétrico.

9
10 CAPÍTULO 2. SISTEMAS NUMÉRICOS

2.1 Sistemas de numeração

2.1.1 Sistemas Decimal e Binário

Considere os números (347)10 e (10111)2 . Estes números podem ser assim escritos:

ˆ (347)10 = 3 × 102 + 4 × 101 + 7 × 100

ˆ (10111)2 = 1 × 24 + 0 × 23 + 1 × 22 + 1 × 21 + 1 × 20

De modo geral, seja x um número na base β

x = (aj aj−1 · · · a2 a1 a0 )β (2.1)

com 0 ≤ ak ≤ β − 1 e k = 0, 1, 2, 3, · · · , j.
Escrito na forma polinomial:

x = aj β j + aj−1 β j−1 + aj−2 β j−2 + · · · + a2 β 2 + a1 β 1 + a0 β 0 (2.2)

Para converter um número de base 2 para a base decimal, fazemos:

(10111)2 = 1 × 24 + 0 × 23 + 1 × 22 + 1 × 21 + 1 × 20 = (16 + 4 + 2 + 1) = (23)10

.
O processo de conversão do número (347)10 para a base binária, temos

ˆ 347 = 2 × 173 + 1

ˆ 173 = 2 × 86 + 1

ˆ 86 = 2 × 43 + 0

ˆ 43 = 2 × 21 + 1

ˆ 21 = 2 × 10 + 1

ˆ 10 = 2 × 5 + 0

ˆ 5=2×2+1

ˆ 2=2×1+0

ˆ 1=2×0+1
2.1. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO 11

Considerando os restos das divisões, temos que

(347)10 = (101011011)2

Podemos observar outros sistema numéricos:

a. Sistema ternário: 0, 1, 2
Exemplo: (1022)3 = 1 × 33 + 0 × 32 + 2 × 31 + 2 × 30

b. Sistema quartenário: 0, 1, 2, 3
Exemplo: (301)4 = 3 × 42 + 0 × 41 + 1 × 40

c. Sistema octal: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Exemplo: (1353)8 = 1 × 83 + 3 × 82 + 5 × 81 + 3 × 80

d. Sistema Hexadecimal: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F
Exemplo: (E2A)1 6 = E × 162 + 2 × 161 + A × 160

Conversão de números decimais.

x = (aj aj−1 · · · a2 a1 a0 , a−1 a−2 · · · )β (2.3)

Parte inteira:

xint = aj β j + aj−1 β j−1 + aj−2 β j−2 + · · · + a2 β 2 + a1 β 1 + a0 β 0

Parte fracionada:
xf rac = a−1 β −1 + a−2 β −2 + a−3 β −3 + · · ·

Exemplo: Converter o número (9, 625)10 em um número em base 2.

(9)10 = 1 · 23 + 0 · 22 + 0 · 21 + 1 · 20

(0, 625)10 = 1, 25 · 2−1 ⇒ (1 + 0, 25) · 2−1 = 1 · 2−1 + (0, 25) · 2−1

⇒ 1 · 2−1 + (0, 5 · 2−1 ) · 2−1 = 1 · 2−1 + ((1 · 2−1 ) · 2−1 ) · 2−1

⇒ 1 · 2−1 + 0 · 2−2 + 1 · 2−3

(9, 625)10 = (1001, 101)2


12 CAPÍTULO 2. SISTEMAS NUMÉRICOS

Um número real entre 0 e 1 pode ter representação finita no sistema decimal, mas representaçao
infinita no sistea binário. No caso geral, seja r um número entre 0 e 1 no sistema deciaml e
(0, d1 d2 d3 · · · dj · · · ) sua representação no sistema binário.
Os dı́gitos d1 , d2 , d3 , · · · , dj , · · · são obtidos através do seguinte algorı́tmo:

// Convertendo número decimal para base 2


r_1 = r; k=1
Calcule 2r_k
Se 2r_k >= 1, faça d_k =1,
caso contrário, faça
d_k =0
Faça r_{k+1}= 2r_k - d_k
Se r_{k+1} =0,
pare.
Caso contrário
k=k+1
Calcule 2r_{k+1}
(repita o processo)

Exemplo: Converter (0, 1)10 para base 2.

k = 1 ⇒ 2r1 = 0, 2 ⇒ d1 = 0 e r2 = 0, 2
k = 2 ⇒ 2r2 = 0, 4 ⇒ d2 = 0 e r3 = 0, 4
k = 3 ⇒ 2r3 = 0, 8 ⇒ d3 = 0 e r4 = 0, 8
k = 4 ⇒ 2r4 = 1, 6 ⇒ d4 = 1 e r5 = 0, 6
k = 5 ⇒ 2r5 = 1, 2 ⇒ d5 = 1 e r6 = 0, 2
k = 6 ⇒ 2r6 = 0, 4 ⇒ d6 = 0 e r7 = 0, 4
k = 7 ⇒ 2r7 = 0, 8 ⇒ d7 = 0 e r8 = 0, 8
k = 8 ⇒ 2r8 = 1, 6 ⇒ d8 = 1 e r9 = 0, 6
..
.

Como r6 = r2 = 0, 2, temos que o resultados para k de 2 a 5 se repetião, isto é: r2 = r6 = r10 =


r14 = · · · = r4P +2 = · · · = 0, 2 para P ∈ N. Logo, temos

(0, 1)10 = (0, 0001100110011 · · · )2

Como vemos, o número (0, 1)10 não tem representação finita em base binária.
2.1. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO 13

O fato de um número não ter representação finita no sistema binário pode acarretar a ocorrência
de erros aparentemente inexplicáveis em cálculos efeetuados em sistemas computacionais binários.
Um computador que opera no sistema binário irá armazenar uma aproximação para (0, 1)10 ,
uma vez que possui uma quantidade fixa de posições para guardar os dı́gitos da mantissa de
um número, e esta aproximação será usada para realizar os cálculos. Não se pode, portanto,
esperar um resultado exato.
A conversão de um número em base binária, entre 0 e 1, para base decimal é dada da seguinte
maneira:

// Convertendo número de base 2 para decimal entre 0 e 1


r_1 =r, k=1
Calcule w_k = (1010)_2 x r_k
Seja z_k a parte inteira de w_k
b_k é a convers~
ao de z_k para a base 10.
Faça r_{k+1}= w_k - z_k
Se r_{K+1}=0,
pare.
k=k+1
(repita o processo)

Exemplo: Converter (0, 000111)2 para base 10.

r1 = 0, 0001111
k = 1 ⇒ w1 = (1010)2 × r1 = 1, 00011 ⇒ b1 = 1 r2 = 0, 00011
k = 2 ⇒ w2 = (1010)2 × r2 = 0, 1111 ⇒ b2 = 0 r3 = 0, 1111
k = 3 ⇒ w3 = (1010)2 × r3 = 1001, 011 ⇒ b3 = 9 r4 = 0, 011
k = 4 ⇒ w4 = (1010)2 × r4 = 11, 11 ⇒ b4 = 3 r5 = 0, 11
k = 5 ⇒ w5 = (1010)2 × r5 = 111, 1 ⇒ b5 = 7 r6 = 0, 1
k = 6 ⇒ w1 = (1010)2 × r6 = 101 ⇒ b6 = 5 r 2 = 0

Portanto (0, 000111)2 = (0, 109375)10 .


14 CAPÍTULO 2. SISTEMAS NUMÉRICOS

2.2 Exercı́cios:
Exercı́cio 2.1. Converta para um número decimal cada um dos seguintes números:

a. (100)2
Solução: (100)2 = 1 × 22 + 0 × 21 + 0 × 20 = (4)10

b. (12)5

c. (100)3

d. (AA)16

e. (7, 1)8

Exercı́cio 2.2. Escreva cada número para a base indicada.

a. (45)8 ⇒ base 2
Solução: (45)8 = 4 × 81 + 5 × 80 = 22 × 23 + (22 + 1) × 1 = 25 + 22 + 20 = (100101)2

b. (21)8 ⇒ base 16

c. (1001)2 ⇒ base 8

d. (1001)2 ⇒ base 16
Capı́tulo 3

Aritmética de Ponto Flutuante e Erros

3.1 Números de máquina decimais

Devido as dificuldades computacionais no uso da representação binária, consideraremos agora,


por simplicidade, que os números de máquina sejam representados na forma normalizada de ponto
flutuante decimal
±0, d1 d2 d3 · · · × 10n (3.1)

onde 1 ≤ d1 ≤ 9 e 0 ≤ di ≤ 9 para i = 2, · · · , k. Esses números são chamados de números de


máquina decimais de k algarismos.

A forma em ponto flutuante de um número y, denotada por f l(y), é obtida terminando a


mantissa de y em k algarismos decimais. Para isso existe duas formas:

ˆ Truncamento: “cortar” (truncar) os algarismos dk+1 dk+2 · · ·

ˆ Arredondamento: adiciona 5 × 10n−(k+1) a y e então trunca o resultado; modo prático:

– se dk+1 ≥ 5, resulta em 1 + dk ;

– se dk+1 < 5, retornamos para o simples truncamento.

Exemplo 3.1.1. Usando truncamento e arredondamento determine π ∈ Qc com cinco


dı́gitos/algarismos.

π ≈ 3, 14159265 · · ·

Na forma normaliza, temos:


π = 0, 3141559265 · · · × 101

15
16 CAPÍTULO 3. ARITMÉTICA DE PONTO FLUTUANTE E ERROS

Por truncamento: f l(π) = 0, 31415 × 10 = 3, 1415


Por arredondamento: f l(π) = (0, 31415 × 101 ) + (10−5 × 101 ) = 3, 1416

3.2 Tipos de Erros


Definição 3.2.1. Considere x∗ uma aproximação de x, o erro real é dado por x − x∗. O erro
absoluto é
|x − x ∗ |

E o erro relativo é determinado por

|x − x ∗ |
com x 6= 0.
|x|

Definição 3.2.2. Um limitante do erro é um número não negativo maior do que o erro absoluto.

Ele é as vezes obtido pelos métodos do cálculo para determinar o valor absoluto máximo de
uma função. Esperamos encontrar o menor limitante superior para o erro para obter uma
estimativa do erro real que seja tão precisa quanto possı́vel.

Definição 3.2.3. Diz-se que o número x∗ aproxima x até t dı́gitos/algarismos significativos


(ou posições) se t for o maior natural para qual

|x − x ∗ |
≤ 5 × 10−t
|x|

Exemplo 3.2.1. Para x = 0, 1 o menor limitante superior do erro absoluto para t = 4 é

|x − x ∗ | ≤ 5 × 10−4 × |10−1 | = 0, 00005

3.3 Aritmética com número finito de dı́gitos/algarismos


Suponha que as representações em ponto flutuante f l(x) e f l(y) sejam dadas para os números
reais x e y e que os sı́mbolos ⊕, , ⊗ e represente, as operações de máquina. Consideraremos
uma aritmética com um número finito de algarismos dada por

ˆ x ⊕ y = f l(f l(x) + f l(y))

ˆ x y = f l(f l(x) − f l(y))

ˆ x ⊗ y = f l(f l(x) × f l(y))


3.3. ARITMÉTICA COM NÚMERO FINITO DE DÍGITOS/ALGARISMOS 17

ˆ x y = f l(f l(x) ÷ f l(y))

5
Exemplo 3.3.1. Dados os números reais x = 7
e y = 13 , use truncamento, com 5 dı́gitos, para
calcular x ⊕ y, x y e x ⊗ y.
Truncando os valores, temos:

f l(x) = 0, 71428 × 100 e f l(y) = 0, 33333 × 100

Temos
x ⊕ y = f l(1, 04761 × 100 ) = 0, 10476 × 101

Exemplo 3.3.2. As raı́zes de ax2 + bx + c = 0, quando a 6= 0, podem ser determinadas da forma


√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
x1 = e x2 =
2a 2a

Considere a equação x2 + 62, 10x + 1 = 0, cujas raı́zes aproximadas são:

x1 = −0, 01610723 e x2 = −62, 08390

Usando aritmética de ponto flutuante normalizado com arredondamento para 4 dı́gitos, temos que
as raı́zes são:

√ p
b2 − 4ac = (−0, 6210 × 102 )2 − (0, 4 × 101 ) × (0, 1 × 101 ) × (0, 1 × 101 )

p p
= (0.3856 × 104 ) − 0, 4 × 101 = 0, 3852 × 104 = 0, 6206 × 102
−0, 6210 × 102 + 0, 6206 × 102 −0, 4 × 10−1
f l(x1 ) = f l( ) = f l( ) = f l(−0, 002 × 10)
0, 2 × 101 0, 2 × 10
f l(x1 ) = −0, 2 × 10−1

Calculando o erro relativo temos,

| − 0, 1610 × 10−1 − (−0, 2 × 10−1 )|


Er = = 0, 242236
| − 0, 610 × 10−1 |

gera um erro grande de 24%.


No caso de x2 , temos

−0, 6210 × 102 − 0, 6206 × 102 −1, 2416 × 102


f l(x2 ) = f l( ) = f l( )
0, 2 × 10 0, 2 × 10
18 CAPÍTULO 3. ARITMÉTICA DE PONTO FLUTUANTE E ERROS

−0, 1242 × 103


= f l( ) = −0, 621 × 102
0, 2 × 10
Calculando o erro relativo, temos

| − 0, 6208 × 102 − (−0, 621 × 102 )|


Er = = 0.0003
| − 0, 6208 × 102 |

gera um erro grande de 0, 03%.


Podemos obter um resultado mais próximo para x1 usando uma forma racionalizada da fórmula
de Bhaskara.
−2c
x1 = √
b + b2 − 4ac
Para x1 temos

−0, 2 × 10
f l(x1 ) = 2 2
= f l(−0, 1610825 × 10−1 ) = −0, 1611 × 10−1
0, 621 × 10 + 0, 6206 × 10

Que gera um pequeno erro de aproximadamente 0, 062%. Já para x2 ,

−2c
x2 = √
b − b2 − 4ac

Porém, a resultante não é satisfatória, pois x2 = −0, 5 × 102 , que gera um erro de aproximanda-
mente 19%.

Exercı́cio 3.1. Usando uma série de Maclaurin de ordem 6 para aproximar a função arco tan-
gente, calcule o erro absoluto e o erro relativo nas seguintes aproximações de π usando o
polinômio em vez da função.
    
1 1
i) 4 arctan + arctan
2 3
    
1 1
ii) 16 arctan + 4 arctan
5 239
Utilize 5 dı́gitos significativos e erro de arredondamento.
Capı́tulo 4

Introdução a Algoritmos e Convergência

Em Análise Numérica (Burden and Fares), um algoritmo é um procedimento que descreve,


sem ambiguidades, uma sequência finita de passos a serem feitos em uma ordem especı́fica. O
objetivo do algoritmo é implementar um procedimento para resolver um problema ou aproximar
uma solução do problema.

Os sı́mbolos (.) e (;) são usados em algoritmos para indicar o término de um passo (etapa) e
separar tarefas dentro de um passo, respectivamente.

Os laços são empregamos das seguintes formas:

i) Por contadores, por exemplo:

Para i = 1, 2, 3, · · · , n
Faça xi = ai + i + h

ii) Por condicionais, como:

Quando i < N faça os Passos 3-6

As formas de condicionais padronizadas são:

Se ... então ou Se...então; senão

19
20 CAPÍTULO 4. INTRODUÇÃO A ALGORITMOS E CONVERGÊNCIA
Pn
Exemplo 4.0.1. Algoritmo para calcular i=1 xi
ENTRADA n, x1 , x2 , x3 , · · · , xn .
SAÍDA Sum = ni=1 xi .
P

Passo 1 Faça Sum = 0. (inicializar acumulador)


Passo 2 Para i = 1, 2, 3, · · · , n; faça Sum = Sum + xi . (A soma propriamente)
Passo 3 SAÍDA Sum; PARE

4.1 Algoritmos Estáveis e Instáveis


Definição 4.1.1. Um algoritmo é dito estável, quando as alterações realizadas nos dados iniciais
produzem alterações diretamente proporcionais nos resultados finais. Caso contrário, o algoritmo
é dito instável.

Alguns algoritmos são estáveis para certos dados iniciais, esses são chamados de algoritmos
condicionalmente estáveis.

Definição 4.1.2. Suponha que em alguma etapa dos cálculos seja introduzido um erro E0 > 0 e
que En represente o módulo do erro após n operações.

i) Se En ≈ CnE0 , onde C é constante, então dizemos que o crescimento do erro é linear;

ii) Se En ≈ C n E0 , para C > 1, então o crescimento do erro é exponencial.

Figura 4.1: Comparação entre o crescimento do Erro linear e exponencial no algoritmo.

Exemplo 4.1.1. Considere a equação recursiva

10
pn = pn−1 − pn−2 , n = 2, 3, ...
3
4.2. CONVERGÊNCIA 21

1
onde c1 e c2 são constantes arbitrárias e p0 = 1 e p1 = .
3
i) Mostre que  n
1
p n = c1 + c2 3n
3
é solução da equação.

ii) Usando aritmética de ponto flutuante normalizado de cinco dı́gitos com arredondamento,
determine os termos de p1 , p2 e p3 . Use c1 = 0, 1 × 101 e c2 = −0, 12500 × 10−5 .

iii) Determine o erro relativo para os três termos.

4.2 Convergência
Em geral, os métodos numéricos iterativos são dados por sequências as quais devem conver-
gir para a solução exata, pelo menos é o esperado. Logo usa-se um critério para testar esta
convergência.

Definição 4.2.1. Dadas as sequências βn e αn , suponha que:

lim βn = 0 e lim αn = α.
n→∞ n→∞

Se existir uma constante k > 0 tal que

|αn − α| ≤ k|βn |,

para n suficientemente grande, então dizemos que αn converge para α com a taxa ou ordem de
convergência O(βn ).

Exemplo 4.2.1. Sejam


n+1 n+3
αn = 2
e αn =
n n3
Temos
n+1 n+n 1
|αn − 0| = ≤ = 2 = 2βn
n2 n2 n
n+3 n + 3n 1
|αn − 0| = 3
≤ 3
= 4 2 = 4βn
n n n
Assim, segue
1 1
αn = 0 + O( ) e αn = 0 + O( 2 )
n n
Capı́tulo 5

Solução de Sistemas Lineares

5.1 Métodos Diretos

Métodos diretos são aqueles que fornecem a “solução exata” após um número finito de operações.

5.1.1 Eliminação de Gauss

Definição 5.1.1. Consiste em transformar o sistema original em um sistema triangular superior


por operações elementares.




 a11 x1 + a12 x2 + · · · + an xn = b1


a x + a22 x2 + · · · + an xn = b2


 21 1


...





 ...


 a x + a x + ··· + a x = b

n1 1 n2 2 nn n n

Ainda,
Ax = b

Ou na forma matricial
    
    
 A  x  =  b 
    
    

22
5.1. MÉTODOS DIRETOS 23

Considere a matriz aumentada:

.
 
a11 a12 · · · a1n .. a1,n+1
 
.
 
a21 a22 · · · a2n .. a2,n+1
   
   
 AB =
.. .. .. .. .. ..

   
   . . . . . . 
..
 
an1 an2 · · · ann . an,n+1

Método de eliminação de Gauss se resume em duas etapas sendo elas:


Etapa 1: Zerar todos os elementos abaixo da diagonal principal da matriz A. Seja a11 6= 0,
Li , i = 1 : n são as linhas. Onde o processo de Eliminação é dado por:
 
aij
Lj ← Lj − · Li “Nova Linha” .
aii

Para a11 6= 0, temos:

 
aj1
Lj ← Lj − · L1
a11

j = 2, 3, 4, ..n, para eliminar os coeficientes de x1 , logo,

..
 
a11 a12 · · · a1n . a1,n+1
 
..
 
a22 · · ·
   
   0 a2n . a2,n+1 
 AB =
.. .. .. .. .. ..

   
   . . . . . . 
..
 
0 0 ··· ann . an,n+1

Etapa 2: Substituição retroativa:


1
1o x1 = · [a1,n+1 − (a12 ∗ x2 + a13 ∗ x3 + ... + a1n xn )]
a11

1
2o x2 = · [a2,n+1 − (a23 ∗ x3 + ... + a2n xn )]
a22
..
.
an,n+1
no xn =
ann

Exemplo 5.1.1.



 x1 − 3x2 + 2x3 = 11

−2x1 + 8x2 − x3 = −15


− 6x2 + 5x3 = 29

 4x
1
24 CAPÍTULO 5. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

    
1 −3 2 x1 11
    
 −2 8 −1   x2  =  −15 
    
    
4 −6 5 x3 29

   
   1 −3 2 | 11 
 
 AB = −2 8 1 | −15 

  
   
4 −6 5 | 29


 


 ( −2 8 1 −15 )
−2 
L2 ← L2 − · L1 ⇒ + Nova L2 = (0 2 3 7)
1 

−6 4

 ( 2 22 )

 


 ( 4 −6 5 29 )
−4 
L3 ← L3 − · L1 ⇒ + Nova L3 = (0 6 − 3 − 15)
1 

−4 12 −8 −44 )

 (

 


 ( 0 6 −3 −15 )
6 
L3 ← L3 − · L2 ⇒ + Nova L3 = (0 0 − 12 − 36)
2 

0 −6 −9 −21 )

 (

   
1 −3 2 | 11
   
 AB  =  0 |
   
2 3 7 
   
0 6 −3 | −15

   
1 −3 2 | 11
   
 AB  =  0 2 3 | 7
   

   
0 0 −12 | −36

logo,

−36
x3 = =3
−12
1
x2 = [7 − (3 ∗ x3 )] = −1
2
5.1. MÉTODOS DIRETOS 25

x1 = [11 − (−3 · (−1) + 2 · 3)] = 2

Assim, a solução do sistema é x = (2 − 1 3)t . Abaixo um exemplo de algoritmo da eliminação de


gauss feito no programa Scilab.

// Criando a funç~
ao Eliminaç~
ao de Gauss x=x(A,b)
function x=Eliminacao_de_Gauss(A,b)
// Determinando o tamanho da Matriz A
[m,n]=size(A)
// Mensagem de erro caso a matriz A n~
ao seja de ordem nxn
if m~=n, then
error(’A matriz A deve ser quadrada’)
end
// Definindo a matrzi aumentada [A b]
Au=[A b]
// A matriz aumentada tem uma coluna a mais que a matriz A, logo n_coluna_Au=n+1
n_coluna_Au = n+1
// Estrutura de repetiç~
ao para realizar a Eliminaç~
ao de Gauss na matriz Au
// k => colunas
for k=1:n-1
// i => linhas
for i=k+1:n
// Definindo os multiplicadores que ser~
ao usados para a eliminaç~
ao.
mult=Au(i,k)/Au(k,k)
// Atualizando as linhas da matrzi Au
Au(i,k:n_coluna_Au)=Au(i,k:n_coluna_Au)-mult*Aug(k,k:n_coluna_Au)
end
end
// Criando o vetor soluç~
ao de zeros que será preenchido
x=zeros(n,1)
// Soluç~
ao x(n)
x(n)=Au(n,n_coluna_Au)/Au(n,n)
// Estrutura de repetiç~
ao para calcular as demais entradas do vetor x
for i=n-1:-1:1
x(i)=(Au(i,n_coluna_Au)-Aug(i,i+1:n)*x(i+1:n))/Aug(i,i)
end
26 CAPÍTULO 5. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

endfunction

5.1.2 Estratégias de Pivotamento

Quando um dos pivôs na eliminação de Gauss é zero, fazemos a troca de linhas, isto é

Lk ↔ Lp

onde p é o menor inteiro maior que k com apk 6= 0.


Para reduzir os erros de arredondamento, frequentemente é realizada a mudança (troca) de linhas,
mesmo quando os elementos dos pivôs não são iguais a zero.

Exemplo 5.1.2.

 0.003x + 59, 14x = 59, 17 (L1 )
1 2
 5, 291x − 6, 13x = 46, 78 (L2 )
1 2

1ª Solução:

−46, 78 + 5, 291 · x1
L 2 : x2 = (5.1)
6, 13
 
5, 291x1 − 46, 78
L1 : 0, 003x1 + 59, 14 · = 59, 17 (5.2)
6, 13
   
312, 90974x1 2766, 5692
0, 003x1 + − = 59, 17 (5.3)
6, 13 6, 13
0, 003x1 + 51.045635x1 − 451.31635 = 59, 17 (5.4)
59, 17 + 451.31635 510.48635
x1 = = = 10 (5.5)
51.048635 51.048635

x1 = 10 (5.6)
−46, 78 + 5, 291 · 10 6, 13
x2 = = =1 (5.7)
6, 13 6, 13

Portanto,
 
10
x= 
1

2ª Solução: Usando Eliminação de Gauss

5, 291
L2 − L1 ⇒ L2 − (1763, 66) · L1
0, 003
5.1. MÉTODOS DIRETOS 27

Arredondando para o número “grande” 1764 e arredondando os demais, temos:


 
0, 003 59, 14 59, 17
 
0 −104300 −104400

Com isso, obtemos que:

x2 ∼
= 1, 001
59, 17 − 59, 14(1, 001) ∼
x1 = = −10
0, 003

Portanto,  
−10
x∼
= 
1.001

Isto arruı́na a aproximação do valor real x1 = 10.


Esse problema acontece porque o pivô akk é pequeno em relação as entradas aij , para k ≤ i ≤ n
e k ≤ j ≤ n. Para evitar, o pivotamento é realizado selecionando-se um elemento maior apq para
o pivô, trocando a k-ésima e a p-ésima linhas, seguindo-se a mudança entre k-ésima e q-ésima
colunas, quando necessário.
A escolha do pivô consiste em selecionar o maior elemento em módulo da coluna, cujos ele-
mentos serão eliminados.
Agora, vamos mostrar um algoritmo da eliminação de gauss com pivotamento.

// Criando a funç~
ao Eliminaç~
ao de Gauss com pivotamento parcial x=x(A,b)
function x=Eliminacao_de_Gauss_com_Pivotamento(A,b)
disp(A) // Comando para mostrar a matriz "A"
disp(b) // Comando para mostrar o vertor "b"
Au=[A b] // Concatenaç~
ao da matriz "A" com o vetor "b" (Matriz aumentada)
[n h]=size(Au) // n-lindas e h-colunas de "Au"
// Estrutura de repetiç~
ao para iniciar a escolha do piv^
o e eliminaç~
ao
for coluna= 1:n-1
disp("Coluna:") // Coluna que se encontra o cálculo
disp(coluna) // Mostra a coluna
pivo=Au(coluna,coluna) // Primeiro piv^
o
for linha= coluna + 1 : n // Laço para examinar o pivotamento
if abs(Au(linha,coluna))>abs(pivo) then // condicional
Linha_do_pivoteamento = linha // linha do novo piv^
o
28 CAPÍTULO 5. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

pivo = Au (linha,coluna) // novo piv^


o
// (Au_auxiliar => matriz auxiliar)
Au_auxiliar = Au(coluna,:) // seleciona a linha do pivo
Au(coluna,:)=Au(Linha_do_pivoteamento,:) // troca de pivos
Au(Linha_do_pivoteamento,:) = Au_auxiliar //troca de linhas
end
end
disp("Matriz aumentada com pivotamento pacial:")
disp(Au) // mostra a matriz com pivotamento parcial
disp("Pivo:")
disp(pivo) // mostra o piv^
o
//Iniciando o processo de escalonamento
for linha = coluna+1:n
m=Au(linha,coluna)/pivo
for j= 1:n+1
Au(linha,j)=Au(linha,j)-m*Au(coluna,j)
end
end
disp("A matriz escalonada é:")
disp(Au)
end
disp("A matriz escalonada é:")
disp(Au)
//realizando a retrossubstituiçao//
Au_auxiliar = 0
x(1,n)=Au(n,n+1)/Au(n,n);
for i= n-1:-1:1
for k=n :-1:1
Au_auxiliar= Au_auxiliar +x(1,k) * Au(i,k);
end
x(1,i)=(Au(i,n+1)-Au_auxiliar)/Au(i,i);
Au_auxiliar=0
end
//exibe resultado final
5.1. MÉTODOS DIRETOS 29

disp("Soluç~
ao do sistema é:")
disp(x’)
endfunction

5.1.3 Fatoração de Matrizes

A fatoração é útil pra resolvermos sistemas lineares do tipo AX = b, onde a matriz A será
desmembrada no produto LU , em que L é uma matriz triangular inferior e U é triangular supe-
rior. Embora nem todas as matrizes tenham este tipo de representação, muitas das que ocorrem
frequentemente no estudo de técnicas numéricas o têm.

Etapas

a. Suponha que A = LU . Então, podemos determinar “x” mais facilmente usando o seguinte
processo.

(a) Primeiro fazemos (LU )x = b e resolvemos Ly = b para y. Como L é triangular inferior,


determinar y exige apenas θ(n2 ) operações.

(b) Uma vez que y seja conhecido, o sistema triangular superior U x = y exige somente
θ(n2 ) operações adicionais para determinar x.

Teorema 5.1. Se a eliminação de Gauss puder ser realizada no sistema Ax = b sem trocas de
linhas, então a matriz A pode ser fatorada no produto de uma matriz triangular inferior L e uma
aij
matriz triangular superior U , A = LU em que mij =
aii
 
  1
a11 a12 · · · a1n  
 m21 1 −0−
   

a22 · · ·
 
 a2n   
U = L =  m31
 
. ..

 −0− ..
  
. a1n   ..
 

   . 
a1n  
mn1 ··· 1

Exemplo 5.1.3.



 x1 + x2 + 3x4 = 8


− x3

 2x
1 + x2 + x4 = 7
 3x1

 − x2 − x3 + 2x4 = 14


 −x

+ 2x2 + 3x3 − x4 = −7
1
30 CAPÍTULO 5. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

Daı́, temos que:

   
1 1 0 3 1 1 0 3
   
1 −1 1   0 −1 −1 −5 
   
 2
A= ∼ 
 3 −1 −1 2   0 −4 −1 −7 
   
   
−1 2 3 −1 0 3 3 0

Para obter esta segunda matriz fazemos:

a. L2 ∗ → L2 − m21 L1 .

b. L3 ∗ → L3 ∗ − m31 L1 .

c. L4 ∗ → L4 − m41 L1 .

onde, m21 = 2; m31 = 3; m41 = −1.


Agora, para obter a matriz triangular superior, fazemos:

a. L3 ∗∗ → L3 ∗ − m32 L2 ∗ .

b. L4 ∗∗ → L4 ∗ − m342 L2 ∗

Disso, obtemos as matrizes


   
1 1 0 3 1 0 0 0
   
 0 1 −1 5
   
  2 1 0 0 
U =


 L=



 0 0 3 13   3 4 1 0 
   
0 0 0 −13 −1 −3 0 1

A seguir um exemplo de algoritmo da Fatoração LU feito para ser executado pelo programa
Octave.

function [L,U]=Fatoracao_LU(A) % Funç~


ao que fatora a matriz quadrada A em L e U;
n=size(A,1) % n <- tamanho da matriz A;
L=eye(n,n) % Define uma matriz identidade de ordem n;
for j=1:n-1 % Inicı́o da estrutura de repetiç~
ao para j colunas;
for i=j+1:n % Inicı́o da estrutura de repetiç~
ao para i linhas;
L(i,j)=A(i,j)/A(j,j) % Valores da Matriz L;
A(i,j+1:n)=A(i,j+1:n)-L(i,j)*A(j,j+1:n) % Valores atualizados da Matriz A;
A(i,j)=0 % Zerando os demais termos de A;
5.1. MÉTODOS DIRETOS 31

end % Fim do for para i;


end % Fim do for para j;
L % Matriz triangular inferior L;
U=A % Matrzi triangular superior U;
endfunction % Fim da Funç~
ao

O próximo passo é determinar o vetor y auxiliar para encontrar a solição do sistema x.

     
1 0 0 0 y1 8
     
      Falta fazer
 2 1 0 0 y 7 
· 2 =
   
Ly = b ⇒ 
    


 3 4 1 0   y3   14 
     
−1 −3 0 1 y4 −7

Na forma de equações, segue:




 y1 + 0 + 0 + 0 = 8



 2y
1 + y2 + 0 + 0 = 7


 3y1 + 4y2 + y3 + 0 = 14


 −y

− 3y2 + 0 + y4 = −7
1

Logo, temos que:

 
y1 = 8
 
y2 = 7 − 2 · 8 = −9
 
 
y= 
 y3 = 14 − [3 · 8 + 4 · (−9)] = 26
 

 
y4 = −7 − [−8 − 3 · (−9)] = −26

Assim, para encontrar o vetor solução temos:


     
1 1 0 3 x 8
   1   
 0 1 −1 5   x2   −9 
     
Ux = y ⇒ 

·
 
=
 


 0 0 3 13   x3   26 
     
0 0 0 −13 x4 −26

Na forma de equações, segue:


32 CAPÍTULO 5. SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES




 x1 + x2 + 0 + 3x4 = 8


+ x2 − x3 = −9

 0 + 5x4


 0 + 0 + 3x3 + 13x4 = 26


− 0 − 13x4 = −26

 0 + 0

A solução do sistem é:  


3
 
 −1 
 
x=



 0 
 
2
Capı́tulo 6

Técnicas Iterativas Para Resolução de


Sistemas Lineares

6.1 Métodos Iterativos

Considere o sistemas Ax = b. A ideia é escrever o mesmo da forma

x = Cx + G

onde:

x → vetor n × 1

C → matriz n × n

x → vetor n × 1

G → matriz n × 1

Podemos considerar a função iteração:

φ(x) = Cx + G.

Assim para cada k-ésima solução temos:

φ(xk ) = Cxk + G = xk+1 .

Para encontrar a solução do sistema partimos de uma solução inicial (“chute”) x0 , que pode
ser qualquer vetor da mesma ordem da solução, porém existirá alguns critéios de escolha, pois

33
34CAPÍTULO 6. TÉCNICAS ITERATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

implicará na convergência do método:

k = 0 ⇒ φ(x0 ) = Cx0 + G = x1

k = 1 ⇒ φ(x1 ) = Cx1 + G = x2

k = 2 ⇒ φ(x2 ) = Cx2 + G = x3
..
.

k = n ⇒ φ(xn ) = Cxn + G = xn+1

Assim temos uma sequência de solução X : {x1 , x2 , x3 , ..., xk , ...}, com

lim xk = x
k→∞

6.1.1 Método de Gauss-Jacobi

Para um sistema 3 × 3:

 a x + a12 x2 + a13 x3 = b1 (1)
 11 1


S: a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 = b2 (2)



 a x + a x + a x =b
31 1 32 2 33 3 1 (3)

O processo inicia isolando as componentes do vetor solução na forma das equações abaixo:

b1 [a12 x2 + a13 x3 ]
(1) x1 = −
a11 a11

b2 [a21 x1 + a23 x3 ]
(2) x2 = −
a22 a22

b3 [a31 x1 + a32 x2 ]
(3) x3 = −
a33 a33

Na forma matricial, segue:

−a12 −a13  b1
  
0
a11 a11     a11
  
    
x1   x1  
   

 
  −a21 −a23    b2
  
 x2  = 

0 · x2 +

 a22 a22 
 
  a22
 
     
 
x3 


 x3  
 −a  
31 −a32   b3 
0
a33 a33 a33
6.1. MÉTODOS ITERATIVOS 35
      
xk+1
1 x1 k
      
 k+1
 =  C   x2 k + G 
     
 x2
      
xk+1
3 x3 k

O vetor inical é dado por:


 
x1 0
 
k = 0 → X 0 =  x2 0
 

 
x3 0

O primeiro processo iterativo é dado por:

x1 1 = Cx1 0 + G
x2 1 = Cx2 0 + G
x3 1 = Cx3 0 + G

A solução gerada a partir do valor inicial é:


 
1
x
 1 
X 1 =  x2 1
 

 
x3 1

  
x1 2 = Cx1 1 + G 

 x1 2
  
2
k = 1 ⇒ x2 = Cx2 + G
2 1 ⇒ X =  x2 2
 


  
x 2 = Cx 1 + G  x3 2

3 3

O critério de parada será estabelecido a partir do número de iterações ou tolerância (erro).


Existem outros ainda que podem ser aplicados, mas iremos enfatizar esses mencionados anterior-
mente mais a frente.

Exemplo 6.1.1. Resolva usando Gauss-Jacobi com 3 iterações





 10x1 + 3x2 − 2x3 = 57 (1)

S: 2x1 + 8x2 + x3 = 20 (2)


+ x2 + 5x3 = −4 (3)

 x
1

Escrevendo as funções iterativas, temos:


36CAPÍTULO 6. TÉCNICAS ITERATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

(1) Isolando x1 na 1ª equação

57 [3x2 k − 2x3 k ]
x1 k+1 = −
10 10
(2) Isolando x2 na 2ª equação

20 [2x1 k + x3 k ]
x2 k+1 = −
8 8
(3) Isolando x3 na 3ª equação

4 [x1 k + x2 k ]
x3 k+1 = − −
5 5
Para k = 0, temos (“chute inicial para a solução”):
 
0
 
X0 =  0 
 
 
0

57 [3 · 0 − 2 · 0]
(1) x1 1 = − = 5, 7
10 10
20 [2 · 0 − 0]
(2) x2 1 = − = 2, 5
8 8
4 [0 + 0]
(3) x3 1 = − − = −0, 8
5 5

 
5, 7
 
X 1 =  2, 5
 

 
−0, 8

Para k = 1, temos:
57 [3 · (2, 5) − 2 · (−0, 8)]
(1) x1 2 = − = 4, 79
10 10
20 [2 · (5, 7) + 0, 8]
(2) x2 2 = − = 0, 975
8 8
−4 [5, 7 + 2, 5]
(3) x3 2 = − = −2, 44
5 5

 
4, 79
 
X 2 =  0.975 
 
 
−2, 44
6.1. MÉTODOS ITERATIVOS 37

Para k = 2, temos:

57 [3 · (0, 975) − 2 · (−2, 44)]


(1) x1 3 = − = 4, 9195
10 10
20 [2 · (4, 79) + 2, 44]
(2) x2 3 = − = 0, 9971
8 8
4 [4, 79 + 0, 975]
(3) x3 3 = − − = −1, 983
5 5

 
4, 9195
 
X 3 =  0, 9975
 

 
−1, 983

Uma boa aproximação para a solução do sistema, calculado por software Octave, é
 
4, 8187
 
X =  1, 5547
 

 
−2, 0747

Se calcularmos os erros relativos entre as soluções, temos

|X i − X 3 |
Eri =
|X i |

|4, 8187 − 4, 9195|


⇒ Er1 = = 0, 020926 = 0, 20926 × 10−1 ≈ 2%
4, 8187
|1, 5547 − 0, 9975|
⇒ Er2 = = 0, 35838 ≈ 35%
|1, 5547|
| − 2, 0747 + 1, 983|
⇒ Er3 = = 0, 044184 ≈ 4%
| − 1, 983|

6.1.2 Método de Gauss-Seidel

Assim como no método de Gauss-Jacobi, o método de Gauss-Seidel o sistema linear Ax = b é


escrito da forma Cx + G.
Para um sistema 3 × 3, sem perda de generalidade, temos:

b1 [a12 x2 k +a13 x3 k ]
(1) x1 k+1 = a11
− a11

b2 [a21 x1 k+1 +a23 x3 k ]


(2) x2 k+1 = a22
− a22

b3 [a21 x1 k+1 +a22 x2 k+1 ]


(3) x3 k+1 = a33
− a33
38CAPÍTULO 6. TÉCNICAS ITERATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

No processo, no momento de calcular xj k+1 usamos todos os valores x1 k+1 , x2 k+1 , x3 k+1 , ..., xj−1 k+1
que já foram calculados os valores xj+1 k , ..., xn k restantes.

Exemplo 6.1.2.



 10x1 + 3x2 − 2x3 = 57 (1)

S: 2x1 + 8x2 + x3 = 20 (2)


 x + x + 5x = −4 (3)

1 2 3

Resolva S usando Gauss-Seidel com 3 iterações.

Critério de Parada

ˆ Nº de iterações

ˆ Tolerância (Erro)

Assim, vejamos como calcular o erro:

dk = max ||xi k − xi k−1 ||


1≤i≤n

dk
dR k =
max{||xi k ||, 1 ≤ i ≤ n}
Se  > 0 , como tolerância, então o processo iterativo para em

dR k < 

Exemplo 6.1.3.



 10x1 + 2x2 + x3 = 7 (1)

x1 + 5x2 + x3 = −8 (2)



 2x + 3x + 10x = 6 (3)
1 2 3

ˆ Gauss-Jacobi

–  = 5 × 10−1

7 [2x2 k +x3 k ]
(1) x1 k+1 = 10
− 10

−8 [x1 k+1 +x3 k ]


(2) x2 k+1 = 5
− 5

6 [2x1 k+1 +3x2 k+1 ]


(3) x3 k+1 = 10
− 10
6.1. MÉTODOS ITERATIVOS 39
 
x1 0
 
0
K = 0 → X =  x2 0
 

 
x3 0

ˆ x1 1 = 0, 7

ˆ x2 1 = −1, 6

ˆ x3 1 = 0, 6

 
0, 7
 
X 1 =  −1, 6
 

 
0, 6

d1 = max{|0, 7 + 0|, | − 1, 6 − 0|, |0, 6 − 0|} = 1, 6


1, 6
dR 1 = =1>
1, 6
Para k = 1, temos:

7 [2.(−1,6)+0,6]
x1 2 = 10
− 10
= 0, 96

−8 [0,7)+0,6]
x2 2 = 5
− 5
= −1, 86

6 [2(0,7)+3(−1,6)]
x3 2 = 10
− 10
= 0, 94

 
0.96
 
X 2 =  −1, 86
 

 
0, 94

d1 = max{|0, 96 − 0, 7|, | − 1, 86 − 1, 6|, |0, 94 − 0, 6|} = 0, 34


0, 34
dR 1 = = 0, 1828 > 
1, 86
Para k = 2, temos:

7 [2.(−1,86)+0,94]
x1 3 = 10
− 10
= 0, 9994

−8 [0,96+0,94]
x2 3 = 5
− 5
= −1, 9888

6 [2(0,96)+3(−1,86)]
x3 3 = 10
− 10
= 0, 9984
40CAPÍTULO 6. TÉCNICAS ITERATIVAS PARA RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES
 
0, 9994
 
2
X =  −1, 9888
 

 
0, 9984

d1 = max{|0, 9994 − 0, 96|, | − 1, 9888 + 1, 86|, |0, 9984 − 0, 941|} = 0, 0324


0, 0324
dR 1 = = 0, 0163 < 
1, 9888

6.1.3 Convergência

Ax = b
n
X |aij |
αi =
j=1,j6=i
|aii |

α = max αi
1≤i≤n

x̃ → x

Exemplo 6.1.4.
 
10 2 1
 
A= 1 5 1
 

 
2 3 10

|2| + |1|
α1 = = 0, 3
|10|
|1| + |1|
α2 = = 0, 4
|5|
|2| + |3|
α3 = = 0, 5
|10|
Portanto,
α = max{0.3, 0.5, 0.4} = 0.5 < 1
Capı́tulo 7

Soluções de Equações com uma Variável

Considere o problema de encontrar a raiz (ou solução) de uma equação da forma f (x) = 0.
Essa raiz também é chamada de zero da função f . Numericamente, iremos utilizar técnicas para
aproximar esse valor.

7.1 Método da Bissecção


Este método é baseado no Teorema do Valor Intermediário. Suponha que f é uma função
contı́nua no intervalo [a, b], com f (a) e f (b) de sinais opostos. De acordo com o teorema, existe um
valor c ∈ [a, b] tal que f (c) = 0. O método requer repetidas divisões na metade de subintervalos
de [a, b] e, a cada passo, a localização da metade contendo c. O processo é dado da seguinte forma:

a. Definimos a1 = a e b1 = b e considere c1 o ponto médio de [a, b].

a1 + b 1
c1 =
2

b. se f (c1 ) = 0, então o c1 é o zero da função.

c. se f (c1 ) 6= 0, então temos os seguintes casos:

(a) se f (c1 ) e f (a1 ) têm sinais iguais, então definimos c ∈ [c1 , b1 ] com a2 = c1 e b2 = b1 .

(b) se f (c1 ) e f (a1 ) têm sinais opostos, então definimos c ∈ [a1 , c1 ] com a2 = a1 e b2 = c1 .

Método da Bissecção
Entrada a, b; número máximo de iterações N0 .
Saı́da um zero da função f .
Passo 1 Faça i = 1;

41
42 CAPÍTULO 7. SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES COM UMA VARIÁVEL

F A = f (a).
Passo 2 Enquanto i ≤ N0 , execute os Passos 3 a 6.
Passo 3 Faça c = (a + b)/2;
F C = f (c).
Passo 4 Se F C = 0, então
Saı́da c;
senão
Passo 5 Faça i = i + 1.
Passo 6 Se F A ∗ F C > 0, então faça a = c;
FA = FC
senão faça b = c;
Passo 7 Saı́da (”O procedimento falhou”);
Pare.

Exemplo 7.1.1. Use o método da bissecção para determinar uma aproximação da raiz de f (x) =
x3 + 4x2 − 10, no intervalo [1, 2] para 10 iterações.

Solução:
43

n a b f(a) f(b) c=(a+b)/2 fc


1 1 2 -5 14 1.5 2.375
2 1 1.5 -5 2.375 1.25 -1.796875
3 1.25 1.5 -1.796875 2.375 1.375 0.162109375
4 1.25 1.375 -1.796875 0.162109375 1.3125 -0.848388671875
5 1.3125 1.375 -0.848388671875 0.162109375 1.34375 -0.350982666015625
6 1.34375 1.375 -0.350982666015625 0.162109375 1.359375 -9.6408843994140625E-2
7 1.359375 1.375 -9.6408843994140625E-2 0.162109375 1.3671875 3.2355785369873047E-2
8 1.359375 1.3671875 -9.6408843994140625E-2 3.2355785369873047E-2 1.36328125 -3.2149970531463623E-2
7.1. MÉTODO DA BISSECÇÃO

9 1.36328125 1.3671875 -3.2149970531463623E-2 3.2355785369873047E-2 1.365234375 7.2024762630462646E-5


10 1.36328125 1.365234375 -3.2149970531463623E-2 7.2024762630462646E-5 1.3642578125 -1.6046690754592419E-2
44 CAPÍTULO 7. SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES COM UMA VARIÁVEL

O método da Bissecção apresenta alguma desvantagens, a principal é a sua convergência lenta


(isto é, N0 pode crescer muito antes que |x − x ∗ | se torne pequeno o suficiente) e uma boa
aproximação intermediária pode ser descartada de modo inadvertido. Entretanto, o método tem
a propriedade importante de sempre convergir para uma solução e, por isso, é utilizado muitas
vezes como o iniciador de métodos mais eficientes.

7.2 Critérios de parada

Outro ponto que deve ser destacado, são os critérios de parada. No exemplo anterior, foi estabe-
lecido apenas um número de iterações, porém existem outros critérios para interromper o processo
iterativo. Por exemplo, podemos selecionar um tolerância  > 0 e gerar x1 , x2 , x2 , · · · , xN até
que uma das condições a seguir seja satisfeita:

|xN − xN −1 |
|xN − xN −1 | < , < , |f (xN )| < . (7.1)
|xN |

Quando um computador é utilizado para gerar aproximações, é boa prática definir um limite
superior para o número de iterações. Isso elimina a possibilidade da ocorrência de um laço infinito,
uma situação que pode ocorrer quando a sequência diverge (e também quando a codificação do
programa é incorreta). Agora vejamos o algoritmo com a tolerância como critério de parada
também.
Método da Bissecção
Entrada a, b; tolerância TOL; número máximo de iterações N0 .
Saı́da um zero da função f .
Passo 1 Faça i = 1;
F A = f (a).
Passo 2 Enquanto i ≤ N0 , execute os Passos 3 a 6.
Passo 3 Faça c = (a + b)/2;
F C = f (c).
Passo 4 Se F C = 0 ou (b − a)/2 < T ol, então
Saı́da c;
senão
Passo 5 Faça i = i + 1.
Passo 6 Se F A ∗ F C > 0, então faça a = c;
FA = FC
7.3. ESTIMATIVA DE NÚMERO DE ITERAÇÕES 45

senão faça b = c;
Passo 7 Saı́da (”O procedimento falhou”);
Pare.
Iremos refazer o exemplo anterior usando como critério de parada um erro relativo inferior a
0.0001

Exemplo 7.2.1. Use o método da bissecção para determinar uma aproximação da raiz de f (x) =
x3 + 4x2 − 10, no intervalo [1, 2], que tenha precisão de pelo menos 10−4 .

7.3 Estimativa de Número de Iterações


Dada uma precisão  > 0 e um intervalo inicial [a, b], é possı́vel saber, a priori, quantas iterações
serão efetuadas pelo método da Bissecção até que se obtenha |b − a| < .
Sabemos que
bk−1 − ak−1 b 0 − a0
bk − ak = =
2 2k
Devemos obter o valor de k tal que |bk − ak | < , isto é,

b 0 − a0 log(b0 − a0 ) − log()
<  ⇒ k ≥
2k log(2)

Exemplo 7.3.1. O zero da função f (x) = x log(x) − 1, no inetrvalo [2, 3] com precisão  = 10−2 ,
é aproximado com k ≥ 7, pois:

log(3 − 2) − log(10−2 )
k≥ ≈ 6, 64.
log(2)

7.4 Método da Posição Falsa


Seja f (x) contı́nua no intervalo [a, b] e tal que f (a)f (b) < 0.
Vamos supor que o intervalo (a, b) contenha uma única raiz da equação f (x = 0).
Em vez de tomar a média aritmética entre a e b, como no método da bisseção, o método da
posição falsa toma a média aritmética ponderada entre a e b com pesos |f (b)| e |f (a)|, respectiva-
mente:
a|f (b)| + b|f (a)| af (b) − bf (a)
x= =
|f (b)| + |f (a)| f (b) − f (a)
visto que f (a) e f (b) têm sinais opostos.
46 CAPÍTULO 7. SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES COM UMA VARIÁVEL

Exemplo 7.4.1. Encontrar uma raiz da função f (x) = x3 − 9x + 3, no intervalo I = [0, 1] com
erro  = 5 × 10−4 , usando o método da falsa posição. Temos a0 = −0.3979 < 0

7.5 Método do Ponto Fixo


Um ponto fixo de uma função é um número cujo valor de uma função não é alterado pela
aplicação da função, isto é,
f (ε) = ε. (7.2)

O processo para aproximar uma raiz da equação f (x) = 0 é posto da seguinte forma:

ˆ Dada a equação f (p) = p, podemos definir funções g como um ponto fixo em p de diversas
formas, exemplo:

g(x) = x − f (x) ou como g(x) = x + 3f (x).

ˆ Reciprocamente, se a função g tiver um ponto fixo em p, então a função definida por

f (x) = x − g(x)

terá um zero em p

Exemplo 7.5.1. Dado a função g(x) = x2 − 2, os seus pontos fixos são:

p = g(p) = p2 − 2 ⇒ 0 = p2 − p − 2 ⇒ p = −1 e p = 2.

Teorema 7.1. Existência e Unicidade

i) Se g ∈ C[a, b] e g(x) ∈ [a, b], então g terá um ponto fixo em [a, b].

ii) Além disso, se g 0 (x) existe em (a, b) e existir uma constante k < 1 com |g 0 (x)| ≤ k para todo
x ∈ (a, b), então o ponto fixo em [a, b] será único.
7.5. MÉTODO DO PONTO FIXO 47

Figura 7.1: Gráficos das funções e os pontos fixos.


Capı́tulo 8

Interpolação e Aproximação Polinomial

8.1 Interpolação Polinomial

Considere ua função definida em x0 , x1 , x2 , ..., xn pontos distintos em um intervalo [a, b] e


y1 = f (x1 ), y2 = f (x2 ), ..., yn = f (xn ).
Interpolar f consiste em aproximar esta função por um polinômio de gru menor ou igual a n, tal
que

P (x1 ) = f (x1 ) = y1

P (x2 ) = f (x2 ) = y2
..
.

i=1:n

Teorema 8.1. Seja f definida em n + 1 pontos distintos no intervalo [a, b] então existe um po-
linômio de grau menor ou igual a n tal que P (xi ) = f (xi )

Espera-se que P (x) = f (x), isto é,

E(x) = f (x) − P (x) → erro

48
8.2. INTERPOLADOR DE LAGRANGE 49

8.2 Interpolador de Lagrange

n
X
P (x) = yk Lk
k=0

onde,

n
Y (x − xj )
Lk (x) =
j=0
(xk − xj )
j6=k

Exemplo 8.2.1.

x0 = 0 → y1 = f (x0 ) = 1, 3

x1 = 0, 5 → y2 = f (x1 ) = 2, 5

x2 = 1 → y3 = f (x2 ) = 0, 9.

Estimar f (0, 8)

(x − x1 )(x − x2 ) (x − 0, 5)(x1 )
L0 (x) = =
(x0 − x1 )(x0 − x2 ) (0 − 0, 5)(0 − 1)
(x − x0 )(x − x2 ) (x − 0)(x − 1)
L1 (x) = =
(x1 − x0 )(x1 − x2 ) (0, 5 − 0)(0, 5 − 1)
(x − x0 )(x − x1 ) (x − 0)(x − 0, 5)
L2 (x) = =
(x2 − x0 )(x2 − x1 ) (1 − 0)(1 − 0, 5)

x2 − 15x + 0, 5
L0 (x) =
0, 5
x2 − x
L1 (x) =
−0, 25
x2 − 0, 5x
L2 (x) =
0, 5

Temos que:
P (x) = y0 L0 + y1 L1 + y2 L2 .

Portanto,
P (x) = 1, 3L0 (x) + 2, 5L1 (x) + 0, 9L2 (x) = −5, 6x2 + 5, 2x + 1, 3

Logo,
f (0.8) = P (0, 8) = 1, 8760

Teorema 8.2. Seja f (x) definida em (n+1) pontos distintos e diferenciável em [a, b]. Se P(x)
50 CAPÍTULO 8. INTERPOLAÇÃO E APROXIMAÇÃO POLINOMIAL

interpola f (x) nestes pontos, então o erro E(x) é dado por:

ϕ(x) n+1
E(x) = f (x) − p(x) = f (ξ)
n+1

em que
n
Y
ϕ(x) = (x − xi )
i=0

onde ξ ∈ [a, b].

8.3 Interpolação Inversa

Dado y ∈ f (x0 , f (xn) ), obter x, tal que f (x) = y

Exemplo 8.3.1.

x0 = 0, 5 → y0 = f (x0 ) = 1, 62

x1 = 0, 6 → y1 = f (x1 ) = 1, 82

x2 = 0, 7 → y2 = f (x2 ) = 2, 01

x3 = 0, 8 → y3 = f (x3 ) = 2, 23

x4 = 0, 9 → y4 = f (x4 ) = 2, 46

x5 = 1, 0 → y5 = f (x5 ) = 2, 72

Determine x0 tal que:

(1) f (x) = 2

x → y = f (x)

x0 = 0, 6 → y0 = f (x0 ) = 1, 82

x1 = 0, 7 → y1 = f (x1 ) = 2, 01

Onde,
P (x) ∼
= f (x) = y0 ∗ L0 + y1 ∗ L1
8.4. FORMA DE NEWTON-GREGORY PARA O POLINÔMIO INTERPOLADOR 51

Neste caso, iremos fazer uma interpolação inversa, logo:

x = x0 ∗ L0 (y) + x1 ∗ L1 (y)

Em que L0 , L1 são polinômios de Lagrange tal que:

(y − y1 ) (y − 2, 01) (y − 2, 01)
L0 (y) = = =
y0 − y1 1, 82 − 2, 01 (−0, 19)
(y − 1, 82) (y − 1, 82)
L1 (y) = =
2, 01 − 1, 82 0, 19
(y − 2, 01) (y − 1, 82)
x = x0 ∗ L0 + x1 ∗ L1 = (0, 6) ∗ + (0, 7) ∗
(−0, 19) (0, 19)
x = −3, 1578y + 6, 3473 + 3, 6842y − 6, 7052

x = 0, 5264y − 0, 3579

Logo,
⇒ 0, 5264 · (2) − 0, 3579 = 0, 6929

8.4 Forma de Newton-Gregory para o polinômio interpo-


lador

Definição 8.4.1. Seja f(x) uma função contı́nua no intervalo [a,b] e sejam x0 , x1 , ...,xn os
(n+1) pontos de [a,b] que se sucedem com passo h, isto é xj = x0 + h. Chamamos de operador de
diferenças ordinárias:
∆0 f (x) = f (x)

∆1 f (x) = ∆0 f (x + h) − ∆0 f (x)

∆2 f (x) = ∆1 f (x + h) − ∆1 f (x)
..
.

∆n f (x) = ∆n−1 f (x + h) − ∆n−1 f (x)

Desde que conhecemos f (x) e seu valores sejam conhecidos em x0 , x1 , ...,xn podemos construir
uma tabela de diferenças ordinárias:
Teorema: Seja f(x) uma função contı́nua e diferenciável em um intervalo [a,b].
Sejam x0 , x1 , ...,xn os (n + 1) pontos distintos e igualmente em [a, b]. Então:
52 CAPÍTULO 8. INTERPOLAÇÃO E APROXIMAÇÃO POLINOMIAL

Tabela 8.1: Tabela de Diferenças Ordinárias

x ∆0 f (x) ∆1 f (x) ∆2 f (x) ∆3 f (x)


x0 f [x0 ]
f [x0 , x1 ] = f [x1 ] − f [x0 ]
x1 f [x1 ] f [x0 , x1 , x2 ] = f [x1 , x2 ] − f [x0 , x1 ]
f [x1 , x2 ] = f [x2 ] − f [x1 ] f [x0 , x1 , x2 , x3 ] = f [x1 , x2 , x3 ]
x2 f [x2 ] f [x1 , x2 , x3 ] = f [x2 , x3 ] − f [x1 , x2 ] −f [x0 , x1 , x2 ]
f [x2 , x3 ] = f [x3 ] − f [x2 ]
x3 f [x3 ]

∆n f (xn )
f [x0 , x1 , ..., xn ] =
n!hn

Por indução chegaremos na fórmula:

∆1 f (x0 ) ∆2 f (x0 ) ∆n f (x)


Pn (x) = f (xo )+(x−x0 ) +(x−x 0 )(x−x 1 ) +...(x−x 0 )(x−x 1 )...(x−x n−1 )
1!h1 2!h2 n!hn

Exemplo 8.4.1.

x → f (x) = y

x0 = 1 → y0 = f (x0 ) = 0, 0000

x1 = 2 → y1 = f (x1 ) = 0, 6931

x2 = 3 → y2 = f (x2 ) = 1, 0986

x3 = 4 → y3 = f (x3 ) = 1, 3863

Determine: P1 (x), x ∈ (2, 3), com x0 = 2 e x1 = 3

∆1 f (x0 ) f (x1 ) − f (x0 )


P1 (x) = ∆0 f (x) + (x − x0 ) 1
= f (x0 ) + (x − x0 )[ ]
1!h x − x0

1, 0986 − 0, 6931
P1 (x) = 0, 6931 + (x − 2)
3−2
Portanto,
P1 (x) = 0, 4055x − 0, 1179
8.4. FORMA DE NEWTON-GREGORY PARA O POLINÔMIO INTERPOLADOR 53

x
Exemplo 8.4.2. Seja f (x) = x+1
com

x → f (x) = y

x0 = 0 → y0 = f (x0 ) = 0
1
x1 = 1 → y1 = f (x1 ) =
2
2
x2 = 2 → y2 = f (x2 ) =
3

Determine: f (1, 3) e P2 (1, 3). Determine o erro relativo entre f(1,3) - P(1,3)

Tabela 8.2: Tabela de Diferenças Ordinárias

∆0 ∆1 ∆2
1 −1
0 0 2 3
1 12 1
6
2 23

Temos,
∆1 f (x0 ) ∆2 f (x0 )
P2 (x) = ∆0 f (x0 ) + (x − x0 ) + (x − x 0 )(x − x 1 )
1!h1 2!h2
1 −1
P2 (x) = 0 + (x − 0) + (x − 0)(x − 1)
2 6
x x − x2
P2 (x) = +
2 6
2 1
P2 (x) = x − x2
3 6
P2 (1, 3) = 0, 586

e
1, 3
f (1, 3) = = 0, 5652
1, 3 + 1
Logo, o erro relativo será:

x−x ∼
Er = = 2%
x

Para intervalo não igualmente espaçado


54 CAPÍTULO 8. INTERPOLAÇÃO E APROXIMAÇÃO POLINOMIAL

Tabela 8.3: Tabela de Diferenças Ordinárias

x ordem 0 ordem 1 ordem 2 ordem 3


x0 f [x0 ]
f [x1 ]−f [x0 ]
f [x0 , x1 ] = x1 −x0
f [x1 ,x2 ]−f [x0 ,x1 ]
x1 f [x1 ] f [x0 , x1 , x2 ] = x2 −x0
f [x2 ]−f [x1 ] f [x1 ,x2 ,x3 ]−f [x0 ,x1 ,x2 ]
f [x1 , x2 ] = x2 −x1
f [x0 , x1 , x2 , x3 ] = x3 −x0
f [x2 ,x3 ]−f [x1 ,x2 ]
x2 f [x2 ] f [x1 , x2 , x3 ] = x3 −x1
f [x3 ]−f [x2 ]
f [x2 , x3 ] = x3 −x2
x3 f [x3 ]

8.5 Método dos mı́nimos quadrados

8.5.1 Método dos mı́nimos quadrados

Caso discreto

Considere f(x) definida em m pontos.

xi → f (xi )

x1 → f (x1 )

x2 → f (x2 )

x3 → f (x3 )
..
.

xn → f (xn )

Seja g(x) uma função que possui o comportamento de uma reta.

g(x) = a1 g1 (x) + a2 g2 (x) = a1 x + a2

Problema

Encontrar a1 e a2 que melhor ajusta a função g(x) com os dados da tabela.


8.5. MÉTODO DOS MÍNIMOS QUADRADOS 55

Critério

Definimos e(xi )=f (xi )–g(xi ) como o erro ou desvio cometido em uma operação “i”. Desse
modo, desejamos que

e(xi ) → 0

Neste caso, é tentador que a soma dos erros ( m


P
i=1 e(xi )) seja mı́nima. Porém, isso não significa

que a aproximação para g(x) seja ”boa”.

Tarefa
- Implementar/Resolver o método dos mı́nimos quadrados.
- Usar Scilab/Matlab.
- Plotar gráficos: Solução e pontos discretos.
- Usar a tabela.

B(1,i) , B(2,i)
B=

xi -2 -1 0 1 2 3
yi 19,01 3,99 -1 4,01 18,99 45

Caso 1:
f (x) ∼
= g(x) = ax + b → g(x) = ag1 (x) + bg2 (x)
f (x) ∼
= ax + b
g1 (x) = x; g2 (x) = 1

Caso 2:
f (x) ∼
= g(x) = ax2 + bx + c

xi 0 1 2 3 4
fi 0,98 -3,01 -6,99 -11,01 -15

Exemplo 8.5.1.
4
X
i) xi = 10
i=0
56 CAPÍTULO 8. INTERPOLAÇÃO E APROXIMAÇÃO POLINOMIAL

4
X
ii) x2i = 30
i=0

4
X
iii) f ixi = −110, 02
i=0

4
X
iv) f i = −35, 03
i=0


 10a + 30a = −110, 02
2 1
 5a + 10a = −35, 03
2 1

a1 = −3, 996x
a2 = 0, 986
Reta: r1 : −3, 996x + 0, 986

4
X 4
X
e2i = (f i − gi)2
i=0 i=0

i)(f (0) − g(0))2 = (0, 00)2 = 0, 000036

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