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Introdução - À Arqueologia Do Conhecimento - Cairn - Info
Introdução - À Arqueologia Do Conhecimento - Cairn - Info
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primeiro [2].
Do ponto de vista filológico , como indica a nota na página 27, a introdução definitiva 2
ocupa parcialmente um texto dado no Cahiers pour l'Analyse , “Sur l'Archéologie des
Sciences. Resposta ao Círculo de Epistemologia ”, ( Cahiers pouralyse , n ° 9, Genealogy
des sciences , verão de 1968, pp. 9-40; Dits et Écrits volume I, texto n ° 59, [Paris
Gallimard 1994], Quarto , 2001, volume I, pp. 724-759) e em parte as respostas da
revista Esprit (“Resposta a uma pergunta”, Esprit , n ° 371, maio de 1968, Dits et Écrits ,
texto n ° 58, ibid., pp. 673-795). Foi normal, principalmente estudantes de Althusser,
que publicaram entre 1966 e 1969 as dez edições de Cahiers pour l'Analyse . Podemos
indicar a participação de Alain Badiou, Alain Grosrichard, Patrick Hochart, Jacques-
Alain Miller, Jean-Claude Milner, Jean Mosconi, François Regnault. O texto de
Foucault aparece em uma edição em que também encontramos textos de François
Regnault, Thomas Herbert, Jacques-Alain Miller, Antoine Culioli, Alain Badiou,
Judith Miller, Jacques Nassif, François Dagognet, mas também d'Alembert, Cuvier ,
Lavoisier e Gaston Bachelard. As perguntas dirigidas a Foucault foram escritas por
Jacques-Alain Miller. "Não haverá outro desenho nas perguntas aqui colocadas ao
autor de Histoire de la folie ,Nascimento da clínica e de As Palavras e as Coisas do que
pedir que ele declare sua teoria e as implicações de seu método das proposições
críticas que encontraram a possibilidade dela. O interesse do Círculo foi pedir que ele
definisse suas respostas em relação ao status da ciência, sua história e seu conceito.
"Após recordar a noção de ruptura epistemológica, o Cercle aponta:" O autor de Les
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Do ponto de vista sistemático , esta introdução não aparece como tal no índice, mas 3
como uma primeira parte sem título à qual a quinta parte sem título responde
(diferentemente das três partes centrais). No entanto, a palavra introdutória aparece
no título atual (o mesmo vale para a conclusão). O dispositivo de A Arqueologia do
Conhecimento é, portanto, o de um tríptico (o campo : regularidades discursivas; o
objeto : a afirmação e o arquivo; o método : a descrição arqueológica), enquadrado por
uma introdução e uma conclusão. que não dizem exatamente o nome deles. A
introdução e a conclusão se referem menos ao significado do livro do que à
suaposição ou, como Foucault diz, em seu “registro” ( cf. “este trabalho, como os que o
precederam, não se registra ...”).
2. Vamos chegar a esta primeira introdução, que não é de modo algum o primeiro 4
estado da introdução publicada, mas um texto completamente diferente.
"Introdução 9
1. Descreva as declarações 10
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2. A existência de declarações 11
b. Condições de realidade 14
O fato de uma parte intitulada "História e condição da história" ser riscada pode 17
oferecer uma indicação essencial do projeto de Foucault. Não é, no momento deste
primeiro rascunho, a história que é o objeto do primeiro projeto de A Arqueologia do
Conhecimento ; é linguagem, sua existência, sua emergência, sua "remanência". Não é
para os historiadores que Foucault está se dirigindo neste primeiro projeto: é para os
filósofos da linguagem e, mais interessados em factum loquendi do que em factum
linguae [4], para o último ainda mais do que para os gramáticos. Para os filósofos da
linguagem? Quem quiser discutir com a fenomenologia husserliana para estabelecer
a possibilidade de um " histórico a priori [5] », Aquele que considera os historiadores
dos Annales (Fernand Braudel e Pierre Chaunu em sua maior parte), mas também os
epistemólogos e historiadores da ciência (especialmente Canguilhem [6]) para fundar
sua arqueologia, é com os filósofos analíticos que ele quer discutir, a fim de
estabelecer a possibilidade do que deve ser chamado de ontologia da linguagem, pois
o que interessa a Foucault são os modos de formação, existência e persistência de
declarações. Seu objetivo não será a sentença dos gramáticos (Foucault então lê
Chomsky), nem a proposição dos lógicos, mas a afirmação.
Entre o final de 1966 e 1967, Foucault preencheu arquivos inteiros sobre lógicos e 18
filósofos analíticos - nesse sentido, ele estava bem à frente de seu tempo e a tese de
um Foucault alheia às questões técnicas de afirmações verdadeiras e semânticas
formais. ideologia, se não má-fé. A caixa XLIII dos arquivos contém no envelope n ° 2
um grande número de arquivos no formato A4, cortados ao meio e agrupados em
folhas no formato A4 dobradas e permitindo estabelecer o conhecimento preciso de
que Foucault teve mais debates. contemporâneos.
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5. É possível datar este bolso rosa? Les Mots et les Choses foi publicado em março de 25
1966 com que sucesso, como sabemos. Em setembro de 1966, Foucault decidiu se
estabelecer na Tunísia.
Um caderno espiral verde (Fonds Foucault - caixa 91, código 28730) mostra as 26
seguintes informações na capa:
"Althusser 65 27
15 VII 66 28.
Tunis 67 " 29
"Althusser 31
Tunis 32.
Fala e enunciabilidade 33
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6. Em abril de 1967, Foucault declarou a Georges Fellous (“A filosofia estruturalista 38.
nos permite diagnosticar o que é hoje”), La Presse de Tunisie , 12 de abril de 1967, p. 3;
Dits et Écrits , texte n ° 47, tomo I, p. 584): “O trabalho que estou preparando agora é
um trabalho metodológico sobre as formas de existência da linguagem em uma
cultura como a nossa. Depois de ler a primeira "introdução", os leitores de A
Arqueologia do Conhecimento não poderão mais ignorar, ou pretenderão ignorar, que
devem levar essa indicação a sério. Eles serão forçados a se perguntar se as
dificuldades que acompanharam a redação deste livro e nublaram sua recepção até
hoje [9] não advém do fato de que um livro sobre ontologia da linguagem ainda
produz seus efeitos em um livro de epistemologia da história.
7. Fornecemos aqui uma transcrição sem anotação nesta introdução. Numeramos as 39.
folhas entre colchetes.
* 42.
** 43
[1] Descreva o que foi dito. Projeto que faz parte dessa grande atividade murmurante 44
e indefinida pela qual nossa cultura, há anos, descreve, ou seja, articula em propostas
as relações entre fatos, Tatsachen. Descrever é fazer passar para um dado código
lingüístico definido com precisão o que é dado de acordo com códigos "naturais",
códigos que não são re letidos, não são purificados, códigos recebidos, mas não
dominados. Descrever, portanto, em certo sentido nada mais é do que transcrever,
mas dentro de uma linguagem e isso graças ao estabelecimento de uma sub-
linguagem cujos elementos semânticos e sintáticos foram definidos. Qualquer
descrição implica, portanto, uma operação metalingüística. Descrever o que foi dito
é [2] transcrever o que foi dito em um conjunto de proposições. Aparentemente, isso
é pura e simplesmente uma "tradução": temos um grupo de frases em um
determinado idioma - com palavras e construções bem caracterizadas, as
transformamos em outro grupo de frases em um idioma ou sub Língua diferente.
No entanto, tradução e descrição de declarações não são atividades idênticas.
Traduzir uma afirmação é transformá-la em outra afirmação que é equivalente a ela,
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ou seja, que ela pode substituí-la corretamente e exercer as mesmas funções que ela
em relação ao contexto. O entendimento linguístico dos ouvintes ou leitores sendo [-
--] alterado, as duas declarações traduzidas e traduzidas [sic] são equivalentes
idênticos e de um sempre podemos mudar para o outro. Descrever uma afirmação,
por outro lado, não é substituí-la por uma afirmação equivalente a ela. A frase "Ele
disse para ela se levantar" descreve muito bem a afirmação "levantar", mas
obviamente não pode substituí-la para desempenhar o mesmo papel no mesmo
contexto. [3] Descrever uma expressão é fazê-la passar para outro idioma ou outra
sub-linguagem de tal maneira que pelo menos uma das relações que essa expressão
tenha com o idioma em que é pronunciado ou com. o contexto em que foi
pronunciado: a descrição do enunciado não o mantém no mesmo contexto: revela
pelo menos um elemento de sua relação com o que se poderia chamar de espaço de
enunciado ( idioma ou contexto). Portanto, teremos três tipos muito simples de
descrições de afirmações: "esta frase foi dita em francês" (relação ao espaço
linguístico), "trata-se da conclusão lógica de um discurso" (relação ao contexto
enunciativo); “Ele disse para ele se levantar” (relação com o contexto não linguístico).
Observe que a atividade linguística não tem o mesmo papel que na tradução. Isso 45
supõe tal atividade no sentido em que supõe que o significado e as regras para o uso
de símbolos nas duas línguas sejam definidos. No caso da descrição, a posição da
atividade metalingüística é mais ambígua: por um lado [4] a metalinguagem é uma
das possíveis descrições de enunciados (descrição metalingüística, uma vez que se
trata de afirmar a relação entre afirmações - reais ou possíveis, atuais ou futuras - e o
conjunto de regras que determinam o significado e o uso de elementos linguísticos).
Mas, por outro lado, não há descrição que, de alguma forma ou de outra, não assuma
tais definições.
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d’abord un xxx [Foucault a barré sans remplacer]. En ce sens on peut dire que toute
l’analyse sur le commentaire de l’aphorisme de Wittgenstein où il est dit que les
tableaux sont des faits [sic].
[6] 47
Peut-être un des traits qui caractérisent notre modernité, c’est qu’elle a établi, c’est 48
qu’elle est en train d’établir un certain mode de rapports aux énoncés qui ont été
déposés avant nous et le sont quotidiennement autour de nous.
Certes il n’y a pas une seule culture au monde où ce qui se dit tombe, sans trace ni 49
réapparition possible dans l’indi férence d’un oubli monotone. L’érosion de paroles
prononcées n’est jamais totale, ni leur disparition immédiate. Une promesse faite,
un règlement, une prescription ou une loi, un mythe qu’on raconte, un récit qu’on
répète, une certaine parole toute puissante dont on garde, pour la transmettre le
secret e ficace et fragile, le décompte des lieux, l’énumération d’une fortune, les
consignes [7] d’un apprentissage, tout ceci, et bien d’autres énoncés, constitue à
chaque instant, une masse de discours qui sont, dans une culture donnée,
enregistrés, conservés, valorisés, utilisés. Il n’y a pas de groupe humain, il n’y a pas
non plus d’individu qui n’ajoute à sa capacité de former des énoncés nouveaux, un
certain pouvoir de « manipuler » des énoncés déjà existants, comme on manipule
des outils, des livres, des objets naturels, ou d’autres individus. La « manipulation »
des énoncés se fait cependant selon des modes singuliers dont il faudra bien un jour
entreprendre l’inventaire et la description. Il est vrai qu’on en connaît beaucoup, et
qui nous sont bien familiers : s’emparer d’un énoncé pour le vérifier, ou, s’il est
considéré comme vrai, pour le lier à un autre selon un rapport de principe à
conséquence ; s’emparer d’un énoncé pour le répéter tel qu’on l’a entendu et
produire sur l’auditeur, sur le dieu qu’on prie, sur le subordonné, sur la docilité
magique des choses un e fet semblable ; s’emparer d’un énoncé pour le transformer
en un autre qui lui soit équivalent [8] ou pour faire apparaître, au-dessous du sens
manifeste et premier, un autre qui demeure comme enfoui. Mais il existe encore
bien d’autres traitements possibles des énoncés déjà articulés. On pourrait, peut-
être, concevoir de décrire une culture selon le sort qu’elle fait aux énoncés qui, d’une
manière ou d’une autre, apparaissent dans son aire : ceux qu’elle néglige et ceux
qu’elle conserve : ceux qu’elle valorise, ceux qu’elle interdit : ceux qu’elle accueille de
l’étranger, ceux auxquels elle refuse l’accès ; de quelle façon elle les conserve ; de
quelle façon elle les di fuse ou les garde en réserve, quelles formes de réutilisation
elle autorise, et à qui elle les permet etc. Notre culture actuelle a elle aussi des modes
de manipulation des énoncés : beaucoup d’entre ces modes étaient pratiqués avant
elle ou le sont ailleurs, certains lui sont propres.
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Ainsi apparaît dans notre culture une dimension qui n’existe probablement dans 51
aucune autre, c’est l’expérience du langage comme tel. Cette expérience n’est pas
celle du pouvoir merveilleux ou des limitations, ou de l’origine énigmatique du
langage, ce n’est pas celle non plus des lois qui régissent, soit la constitution des
énoncés, soit les relations entre les éléments linguistiques, soit encore l’évolution
historique des sons, des mots ou des règles. C’est l’expérience que le langage existe,
comme un immense corpus d’énoncés qui n’a pas cessé de s’accumuler depuis que
les hommes parlent. Ces énoncés ont des sorts divers : certains sont restés valables et
nous pouvons les répéter aujourd’hui comme s’ils étaient actuels. Rien ne les lie à la
date de leur apparition ; d’autres au contraire ne subsistent plus qu’à titre de traces
endormies et nul ne pourrait les réactiver, si ce n’est à titre de curiosité, de fait
historique, d’événement situé dans le temps et l’espace. Certains subsistent tels
qu’ils ont été formulés : voix enregistrée ou graphismes déposés sur une pierre, un
[15] parchemin ou un papier ; d’autres ont subi des métamorphoses qui les ont
éloignés de leur forme d’origine. Certains sont demeurés dans le seul domaine de
l’expression verbale, où ils ont pu avoir une place plus ou moins importante ; d’autres
se sont noués aux choses, se sont transformés en institutions, ont constitué des
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pratiques ou se sont gre fés sur elles : et c’est dans cet enchevêtrement qu’ils ont
survécu ou qu’ils se sont éteints mais cette diversité de fortune suppose que l’énoncé
existe ; qu’il existe au moment même où il naît, dans cette voix qui le prononce, dans
ces signes alignés qui les manifeste[nt] sur ce petit fragment d’espace, mais qu’il
existe aussi après que se soit tue la voix qui l’articulait, une fois que fut suspendu ce
geste qui le traçait, et que seule cette existence de l’énoncé rend possible l’actuel
traitement qui le réactualise, le combine, le transforme, l’analyse. Cette existence des
énoncés qui les rend ainsi disponibles, c’est elle qui se découvre, maintenant dans sa
neutralité ; c’est elle dont l’expérience, formulée [16] encore de façon bien imprécise
se dessine sous toutes les manipulations théoriques et pratiques qu’on fait subir au
langage : c’est elle sans doute qui contraint de poser la question du mode d’être des
énoncés.
Cette question n’est pas facile à repérer dans son autonomie ; et sans doute faut-il 52
toute une élaboration pour pouvoir la poser avec précision. On peut cependant
reconnaître, au moins sur le mode négatif et à titre de préalable, ce qu’exige sa
détermination. Il faut essayer d’atteindre les énoncés dans ce qui les fait exister et
subsister indépendamment de tous les traitements qui assurent leur réactualisation
e fective pour les ressaisir dans cette dimension qui les rend, d’une façon générale,
réutilisables. D’une façon singulière, il faut les a franchir de deux grands types
d’opération qui servent dans la culture occidentale à les réactiver depuis des siècles :
la critique et le commentaire. [17] La critique d’un énoncé le confronte à un ensemble
de règles. Celles-ci peuvent être des règles de validation et permettent de déterminer
dans quelle mesure et par rapport à quoi un énoncé peut être considéré comme vrai.
Elles peuvent être aussi des règles de construction : elles permettent alors de
déterminer si l’énoncé est correct, si l’utilisation des symboles est conforme à la
définition qu’on en a donnée, si leur composition suit en e fet les types
d’enchaînement qui ont été posés ou reconnus. Cette critique – qui peut être, selon la
nature des éléments qu’elle traite, logique, grammaticale ou rhétorique – introduit
toujours l’énoncé dans un univers de règles considérées comme actuelles, et c’est
comme ensemble d’unités à construire, e fectivement construites, et pouvant être de
nouveau construites au moment même où elle s’exerce, que la critique considère les
énoncés et entreprend de les analyser. Elle les situe dans un espace de perpétuelle
possibilité où se détermine leur conformité à des règles mais où leur mode
d’existence se trouve nécessairement esquivé.
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[22] 2- L’énonciabilité
langue, et qui constituent tout autour de l’énoncé – avant lui, en même temps que lui
– son versant extralinguistique qu’il s’agit de décrire – non pas certes, en lui-même,
mais dans son rapport à l’énoncé, plus exactement, dans cette fonction qui lui
permet de délimiter le formulable et de faire apparaître la région singulière du
formulé. Quelle est donc cette instance qui détermine de l’extérieur l’univers virtuel
de la langue ? En ce point, on rencontre une objection préalable et une solution toute
faite. Elles semblent tout à fait di férentes et comme d’inspiration opposée ; en fait
elles s’appuient l’une à l’autre.
[25] L’objection consiste à dire qu’en fait la langue en tant que système a été établie 56
par le linguiste à partir des énoncés e fectivement articulés, et que pour les sujets
parlants eux-mêmes, elle n’est point donnée en dehors de ce qui est e fectivement
dit, il serait donc faux d’imaginer la langue comme une sorte de vaste domaine
virtuel qu’une série de choix viendrait ensuite découper et faire passer partiellement
à l’actualité : une langue, c’est le système des énoncés réels. On peut répondre à cette
objection que la langue, telle qu’elle est construite par le linguiste, est bien établie à
partir des seuls énoncés qui ont été formulés, ou qui le sont actuellement ; mais que
le propre de ce système, c’est de pouvoir engendrer, à chaque instant, des énoncés
nouveaux, qui sont corrects, qui ont un sens, qui sont compris des interlocuteurs et
qui ne modifient pas la langue elle-même. Il faut donc reconnaître que la langue est
moins un ensemble d’éventualités données a priori, qu’une possibilité [26] quasi
indéfinie d’énoncés nouveaux. Mais le problème est alors de savoir à quelles limites
se heurte e fectivement cette prodigieuse fécondité. Comment peut-il se faire que
certains énoncés apparaissent, et seulement en un moment déterminé du temps ?
comment peut-il se faire que certains énoncés n’apparaissent pas ? Qu’est-ce qu’une
nouveauté dans l’ordre de l’énonciation si on met à part les mutations de la langue
elle-même ? Le pouvoir d’engendrement d’une langue dépasse toujours la totalité des
énoncés qui y figurent : et c’est seulement lorsque cette limite qui maintient toujours
l’étage des énoncés en dessous des pouvoirs du langage aura été ressaisie qu’on
pourra décrire les énoncés comme événements dans leur existence réelle. Les
énoncés e fectifs appartiennent de toute nécessité à la langue dans laquelle ils ont
été articulés ; mais si on veut savoir ce que c’est pour un énoncé qui existe réellement
[d’] avoir été prononcé à un moment donné, il faut déterminer la ligne qui sépare les
pures possibilités de la langue de la masse des choses dites : la ligne de l’énonciation
impossible [27]. Quant à la solution toute faite elle consiste à supposer que
l’apparition des énoncés dans le champ de possibilité de la langue est due à
l’existence de sujets qui parlent, de circonstances qui provoquent l’acte de parole, de
représentations individuelles ou collectives qui déterminent ce qu’on dit. Ces
éléments constitueraient le principe de choix qui assure parmi tous les énoncés
l’apparition de certains d’entre eux à un moment donné. Poser la question des
énoncés réellement e fectués reviendrait donc à poser une question qui, échappant
entièrement au domaine du langage, reviendrait aussitôt à la psychologie des
individus, à leur histoire concrète, au champ culturel auquel ils appar- tiennent. Les
énoncés e fectifs ne seraient que la découpe, par une histoire réelle (celle des
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hommes et des choses) d’un espace virtuel ouvert par la langue. À la linguistique de
dire quels sont les énoncés possibles (signifiants, corrects ou « grammaticaux »), à
l’histoire de dire pourquoi et comment certains d’entre eux (et ceux-là seulement)
ont été choisis. Mais cette hypothèse [28] – qui vaut presque comme une évidence
tant elle est familière – laisse entier le problème de savoir comment, jusqu’à quel
point, et de quelles façons les individus (compte tenu des circonstances dans
lesquelles ils se trouvent, des représentations qu’ils se font ou qu’ils ont reçues)
disposent de la langue qui est la leur. À dire vrai, ils n’en disposent pas comme d’un
ensemble infini de combinaisons possibles dont certaines sont valorisées, appelées,
et comme rendues nécessaires, alors que les autres seraient sans signification ou
sans utilité et par conséquent demeureraient muettes ; ils en disposent plutôt à
l’intérieur d’un ensemble de choses dites et de choses à dire (même si elles n’ont
jamais encore été dites) ; et cet ensemble – beaucoup moins vaste que celui des
énoncés possibles – constitue le champ réel qui limite et conditionne les énoncés qui
apparaissent. L’homme qui parle n’est pas un être qui d’une part détiendrait avec sa
langue un pouvoir infini d’énoncer et qui d’autre part se trouverait dans des
circonstances ou au milieu d’une culture ou avec la charge d’un passé, d’une
mémoire, d’une accoutumance [29] le contraignant à choisir de préférence ou mieux,
exclusivement, tel énoncé aux dépens de tous les autres ; il ne dispose de son langage
qu’à l’intérieur d’un domaine « d’énonciabilité » qui prescrit les limites de sa parole,
et constitue la condition de réalité de son énoncé. On voit que l’objection et la
solution toute faite qu’on a rencontrées, supposaient l’une et l’autre que les énoncés
e fectifs sont prélevés directement sur les possibilités de la langue ; et que s’ils
constituent par rapport à tout ce qui pourrait être dit un sous-ensemble, les critères
qui permettent de définir et les catégories qui autorisent sa description ne peuvent
être empruntés qu’à une réalité extérieure non seulement à la langue, mais aux
énoncés eux-mêmes. Les énoncés e fectifs seraient donc au point de croisement
entre un pur espace de possibilité et un principe externe de réalisation : la limite
séparant ce qui « peut » se dire et ce qui est réellement dit n’a d’autre origine que ce
principe externe. Or, il semble au contraire que chaque énoncé, pris dans sa réalité
(chaque énoncé en tant qu’il est réellement prononcé) appartient [30] à deux
systèmes de possibilités : l’un qui est défini par la langue et qui constitue la
« grammaticalité » de l’énoncé ; l’autre plus restreint qui constitue son
« énonciabilité ». Le premier a sans doute été établi à partir des énoncés réels, mais il
permet de construire n’importe quel type d’énoncés, et le propre d’une grammaire,
c’est justement de pouvoir construire des énoncés acceptables pour les sujets qui
parlent la langue en question. Quant au second, il a été établi à partir des énoncés
réels, mais de telle façon qu’il fasse apparaître ce qu’il y a de commun aux énoncés
étudiés et à ceux-là seulement : c’est un système de possibilité qui ne détermine pas
les règles d’une construction légitime, mais les lois immanentes aux seules
constructions e fectives ; il définit la possibilité réelle d’un énoncé : comment peut-il
se faire qu’il ait été réellement prononcé ?
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Cette question et l’analyse qui se déploie à partir d’elle ne suppriment pas pour 57
autant la considération de l’individu qui parle, des circonstances dans lesquelles il se
trouve, et des représentations qu’il peut avoir dans l’esprit. On [31] sait bien que pour
dire « la même chose » deux individus n’emploieront pas les mêmes mots ni les
mêmes tournures, et produiront deux énoncés di férents ; on sait bien que selon le
contexte extralinguistique la même signification peut passer [par] des énoncés qui
n’auront peut-être qu’un seul mot en commun ; on sait bien que le même énoncé
peut avoir aussi deux significations di férentes selon les propositions qui l’entourent
ou même selon les représentations de celui qui parle. Tout ceci permet de
caractériser l’énoncé dans ce qu’il a d’individuel. C’est le système de son actualité :
non pas ce qui l’a rendu possible en général [ ?] c’est-à-dire grammatical et
acceptable pour tous les sujets parlants, non pas ce qui l’a rendu lui (et tous ceux qui
ont été prononcés réellement) possible c’est-à-dire e fectivement énonçable par un
sujet parlant quel qu’il soit, mais ce qui lui a donné sa forme singulière (qu’il ne
partage peut-être avec aucun autre). Mais quand bien même cet énoncé serait
absolument singulier, quand bien même personne d’autre ne l’aurait prononcé, il
faut bien, pour qu’il soit énoncé dans telle langue et compris de ceux qui la parlent,
[32] qu’il obéisse aux conditions de possibilité qui définissent le champ
grammatical ; et il faut bien aussi, pour qu’il ait été prononcé par quelqu’un, qu’il
obéisse aux conditions de possibilité que définit le champ de l’énonçabilité.
Dans la mesure où il est plus malaisé à définir et peut-être à atteindre, c’est à lui qu’il 58
faut s’arrêter. Il faut remarquer d’abord qu’il semble aussi di ficile à percevoir que les
deux autres semblent donnés immédiatement à l’expérience. Cette quasi-invisibilité
tient au fait que le champ de l’énonciabilité n’est peuplé que des énoncés
e fectivement articulés, et qu’il pourrait bien n’être que la somme de ce qui a été dit :
est-il autre chose que cette mémoire oublieuse qui enregistre pour une part ce qui a
été dit, et pour une autre part, le laisse s’e facer dans le mouvement d’un murmure
continu ? Elle tient aussi au fait que le système de la langue, établi à partir du corpus
des énoncés, définit les éléments et les lois de construction qui sont communes à
tous ces énoncés. Le champ de l’énonçable n’est donc d’un côté que la somme jamais
totalisable de ce qui a été dit ; et de l’autre, il n’est que le matériau infini dont la
grammaire [33] définit, par récurrence, les règles. Mais qu’il soit ainsi dispersé dans
la masse des énoncés réels si démesurée qu’on ne peut la parcourir en entier, puis
recouvert par l’analyse de la langue qui en définit les structures, si générales qu’elles
peuvent valoir encore pour une infinité d’autres énoncés, tout ceci n’empêche pas
que le domaine de l’énonçable ait sa configuration propre : c’est elle qu’il s’agit de
découvrir entre les conditions de la langue et les déterminations des énoncés
particuliers.
Il faut remarquer d’autre part que ce domaine de l’énonçable a comme la langue une 59
histoire. À dire vrai, il n’est même qu’histoire, puisque chaque énoncé, pourvu qu’il
soit nouveau (soit qu’il dise autrement la même chose, soit qu’il dise exactement de
la même façon et avec les mêmes mots, une autre chose) modifie, ne serait-ce que de
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façon infinitésimale, le domaine en question. Tout énoncé est événement dans cet
espace et celui-ci est toujours modifié peu ou prou par cet événement. En cela, il
n’est guère di férent de la langue qui elle aussi est sans cesse modifiée par ce qui se
dit. Mais il est beaucoup plus mobile qu’elle, sa périodisation est bien plus di ficile à
établir, et ses découpages [34] sont loin de coïncider avec ceux qu’elle autorise. On a
cru parfois qu’il su fisait de faire l’histoire de la langue (noter l’apparition d’un mot,
ou faire l’inventaire d’un champ sémantique) pour définir ce qui a été énonçable à
une époque donnée : en fait les phénomènes linguistiques peuvent signaler et
souvent avec e ficacité une réorganisation du champ des énoncés possibles ; ils ne
permettent pas de la décrire de façon adéquate, dans la mesure où ils n’en sont, la
plupart du temps qu’un e fet ou un épisode adjacent. L’histoire du mot « progrès »
n’épuise en aucune manière (bien qu’elle puisse aider dans cette direction) la grande
réorganisation du XVIII esiècle, de ce qui était énonçable, à propos du temps et de
l’histoire ; l’apparition du mot « mammifère » signale mais ne permet pas de décrire
la mutation dans le régime des énoncés descriptifs qui a permis qu’on isole
l’ensemble des corrélations caractéristiques du genre « mammifère ». L’analyse des
énoncés et de leur domaine ne se confond pas avec l’histoire des mots qu’ils
utilisent : celle-ci, ce n’est que l’histoire des dénominations. Mais la principale
di férence entre l’analyse d’une langue historiquement donnée et l’analyse [35] d’un
ensemble d’énoncés, c’est que celui-ci peut être choisi d’une façon beaucoup plus
arbitraire : on peut prendre un groupe d’énoncés très restreint pendant une période
très brève, ou au contraire un ensemble fort vaste qui embrasse des siècles, et des
groupes linguistiques très di férents : on pourrait prendre l’ensemble des énoncés
qui concernent l’histoire, et ceci dans la culture occidentale depuis les premiers
historiens grecs. L’espace de l’énonçabilité ne comporte guère de marques qui
permettent un découpage irrécusable et surtout immédiatement acceptable : les
délimitations sont toujours des hypothèses de travail qui se vérifient de l’intérieur et
ne peuvent présenter leur justification qu’après coup. L’analyse des énoncés suppose
toujours une construction (découpage, isolement, rapprochement) qui permet de les
décrire : les groupes d’énoncés ne se manifestent pas d’eux-mêmes comme objets à
décrire.
Enfin, il faut remarquer que ce domaine ne peut être assimilé à la pure et simple 60
somme des énoncés singuliers. En e fet ceux-ci [en e fet] sont liés à un contexte
(verbal ou non), et ils sont destinés soit à passer sans trace (comme un appel, un
ordre) soit au contraire à durer [36] quelque temps (un règlement a fiché, une loi), ou
éternellement (une démonstration, une constitution). Dans le domaine de
l’énonçabilité, les énoncés nouent entre eux ou avec le temps des rapports très
di férents. D’une part, ils deviennent contemporains les uns des autres, puisque
l’énonçabilité doit définir l’ensemble des conditions qui les ont rendus tous réels ;
leur « contexte » n’est donc plus celui qui les a vus apparaître et qui forme leur
entourage immédiat ; c’est un contexte qui ne leur était pas présent (et dont le sujet
parlant ne pouvait avoir conscience) et qui n’apparaît que par la médiation d’une
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opération constructive. D’autre part, ces énoncés qu’on décrit sont tous par
définition des énoncés à la fois passés ou conservés [sic] : ils sont passés (même si
celui qui les analyse est absolument contemporain de ceux qui les ont formulés), et
ils sont conservés (même s’ils n’étaient point [ ?] destinés à l’être, même si un hasard
les a sauvés de l’oubli). Il apparaît alors que leur destinée temporelle, dans le champ
de l’énonçabilité, n’est pas celle qui leur était prescrite par leur formulation
première : un énoncé qui devait être éternel peut être tombé très [37] vite hors du
domaine de ce qu’on a pu désormais [sic] prononcer ; il ne figure plus dans aucune
mémoire, personne ne peut le réactiver et le reprendre à son compte ; il dort dans
une archive muette. Mais d’un autre côté rien de ce qui a été énoncé n’est indi férent
par rapport à ce qu’on peut énoncer. Et c’est par un groupe de transformations
propres au domaine des énonçables qu’on passe d’une limite à une autre
d’énonçabilité. Ce domaine a donc une historicité qui le caractérise et qui le
distingue aussi bien de la langue que du cumul des énoncés individuels.
Il s’agissait au point de départ de départ, de décrire les énoncés dans leur existence 61
propre : non point comme manifestation d’une structure dont l’analyse de la langue
nous donnerait le principe et la loi, mais plutôt comme événement. Le problème était
de savoir ce que c’est pour un énoncé d’exister. Si fortes en e fet sont les structures
qui définissent sa validité, sa correction ou sa « grammaticalité », si manifestes aussi
le sens qu’il exprime et la chose qu’il vise, qu’entre la langue dont il relève et le
monde dont il parle, il semble ne guère détenir par-devers lui d’existence propre. Il
n’apparaît que pour disparaître aussitôt : ou s’il demeure, conservé par quelque
artifice ou par un accident, n’est-ce pas comme l’ombre à peine perceptible, et en
elle-même sans importance de ce qu’il dit ? De là [39] sans doute qu’on a si peu
considéré le mode d’être propre aux énoncés – sauf peut-être lorsqu’il se donne sous
les espèces de l’écriture et dans cette mesure seulement. En fait, pour pouvoir le
ressaisir, malgré sa quasi-transparence, ce n’est point à ce qui entoure l’énoncé qu’il
faut s’adresser, ni même sans doute à ce tout proche support que peuvent être
l’écriture ou la voix : mais bien à l’énoncé lui-même dans cette région équivoque où il
réside et où il n’est ni bruit ni trace, mais quelque chose qui se donne une première
fois, puis se répète ou se maintient dans la forme des sons ou dans celle des
graphismes. Certes ni les sons ni les traces ne sont inutiles pour définir le mode
d’être de l’énoncé ; mais ils n’en détiennent pas à eux seuls le secret. Le mode d’être
de l’énoncé a son principe dans l’énoncé lui-même.
Celui-ci est un événement qui demeure. Événement puisqu’il a une date et un lieu de 62
naissance qu’il est parfois facile – toujours [40] possible en droit – de fixer à
l’intérieur d’une chronologie et d’une géographie objectives. Mais cet événement
demeure toujours au moins un peu au-delà de son incidence : ne serait-ce qu’à titre
de pure vibration dans la mémoire de qui l’a suscitée ou entendue. L’énoncé a une
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L’autre raison d’attention, c’est que la rémanence des énoncés n’est pas comme une 63
annexe de leur existence première. Il n’y a pas d’un côté l’énoncé dans sa singularité
d’événement (irruption d’une série de sons articulés ou d’un ensemble de gestes
produits par un individu à propos [43] d’une occurrence déterminée) et de l’autre
l’ensemble des techniques qui permettent de le conserver et des situations qui
donnent occasion de le répéter. Il n’y a pas séparés l’un de l’autre, la vie précaire de
l’énoncé qui dure le temps où il naît, s’articule et s’achève, puis cette survie, cette
post-existence, toute remplie d’aléas, qui peut aussi bien lui garantir une quasi-
immortalité, qu’une chute provisoire dans l’oubli ou encore une irrémédiable
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disparition. Ce n’est pas par une addition que l’événement-énoncé est doté d’une
rémanence. Il faut plutôt dire qu’on a a faire à un phénomène paradoxal : la
rémanence de l’énoncé appartient à sa singularité d’événement. Quand bien même
l’énoncé est lié de la façon la plus forte qui se puisse concevoir à la situation de celui
qui l’articule (comme dans le cas d’un appel qui demande réponse urgente ou d’un
ordre qui doit être exécuté dans l’immédiat) son existence n’est point tellement, n’est
point seulement définie par ce surgissement des signes au milieu du silence ou dans
le blanc d’une feuille de papier, mais par le maintien de ce qu’il dit et du fait qu’il le
dit, au moins [44] jusqu’à ce que l’appel ait reçu exécution, l’ordre obéissance.
L’énoncé continue à dire ce qu’il dit bien après que se soit tu celui qui l’a prononcé,
bien longtemps après que sa main ait reposé sa plume. Et à vrai dire cette
formulation, ce dessin de traces n’ont constitué que l’instant initial, le point premier
de manifestation d’une curieuse existence par quoi l’énoncé, même s’il n’a plus pour
l’instant, de support sensible, même s’il ne subsiste plus que dans le silence de la
mémoire, ou le murmure confus de la pensée, persiste à énoncer ce qu’il énonce.
Comme « chose énoncée » et qui continue à s’énoncer, l’énoncé ne disparaît point
avec l’activité qui le suscite, et ce n’est point alors une survie qui le prolonge ; c’est
son existence même qui déborde, jusqu’à le recouvrir et le faire parfois oublier,
l’instant de sa naissance. La rémanence ne constitue pas l’accident qui s’ajouterait à
l’événement de l’énoncé ; elle est le propre de cet événement.
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qui se dit. Il ne faut donc pas renoncer à traiter les énoncés comme étant eux-mêmes
des choses et non point simplement des ensembles de signes, liés en outre, et pour
leur seule conservation au destin obstiné ou précaire des choses.
pas utile de le noter, si on choisit délibérément d’en e facer toutes les traces, on ne
lui fait pas subir des avatars avec lesquels il n’aurait point de commune mesure ; en
fait, on se loge à l’intérieur de sa rémanence. Pouvoir être supprimé, pouvoir tomber
dans l’oubli absolu appartiennent de plein droit au mode d’être d’un énoncé. Et s’il
lui arrive en e fet de disparaître complètement, ce n’est point que sa trop fragile
existence est soumise, bien plus que toute autre chose, à des accidents extérieurs,
c’est que cette possibilité d’e facement le définit d’entrée de jeu. Tout comme on
aurait tort de considérer la conservation d’un énoncé comme une chance qui
viendrait s’ajouter au pur événement [51] de son apparition, de même il ne faudrait
pas considérer son e facement comme l’événement qui vient barrer son maintien
indéfini. Maintien, oubli, disparition, réactivation, sont autant de modalités de sa
rémanence. Mais il faut noter de plus que dans la mesure où l’énoncé existe comme
chose dite et qui continue à se dire, au milieu des choses, sa disparition n’est jamais
absolue : il ne se produit jamais sans qu’une place vide soit ménagée où l’énoncé peut
être sinon restitué, du moins deviné, en tout cas répété. L’absence d’un énoncé est
une partie du monde : partie le plus souvent presqu’imperceptible, tellement
infinitésimale qu’aucun instrument sans doute ne pourrait la déterminer, tellement
peu importante aussi que nul ne songerait à la rechercher et à la restaurer dans ses
droits ; mais partie quelquefois assez essentielle pour qu’il soit à la fois utile et
possible de la situer, de l’analyser, d’en établir le fonctionnement et de montrer
comment elle existe aux lieux et places d’un énoncé.
Entreprendre d’analyser les énoncés non pas dans la structure qui les rend possibles, 67
mais dans [52] cette énonciabilité qui est leur condition de réalité conduit donc à
interroger d’abord leur mode d’être, c’est-à-dire leur existence d’événements
rémanents. Existence dans laquelle le fait d’être un événement et le fait d’être
rémanent ne sont point indépendants ni même séparés ; de sorte que la singularité
des énoncés par rapport aux autres « choses » du monde n’est pas dans le fait qu’ils
sont purs et simples « latus vocis » destinés à s’évanouir, mais dans le fait que
choses parmi les choses, choses qui s’entrelacent avec les autres, les modifient, les
rejouent / les [??] séparent, altèrent leur configuration, ils ont un mode propre
d’apparaître et de demeurer, dans le surgissement même de leur apparition, sur un
mode si singulier qu’on ne peut les assimiler ni les confondre avec aucune autre
chose. C’est peut-être cette singularité qui a laissé croire qu’il su fisait d’étudier les
énoncés selon leur structure (grammaticale et sémantique) ou d’après leur rapport à
l’occurrence dont ils parlaient ; mais à dire vrai, c’était profiter de cette singularité
pour la gommer et l’omettre, [53] et faire comme s’il n’y avait pas à analyser pour lui-
même dans son étrange complexité, le mode d’être des énoncés.
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des objections de Strawson : N.E. Christensen, On the Nature of Meanings, pp. 41-42 » ;
« Fiche : Meaningless expressions – cf. Christensen, p. 25 » ; « Fiche : Church – le meaning
est-il intralinguistique ? Christensen, The Nature of Meanings, p. 24 » ; « Fiche : le sens
comme fonction Christensen The Nature of Meanings, p. 24 » ; « Fiche : rapport du
référent et du sens – Wittgenstein et Tarski, – Onoma, avant propos à Ayer, p. 27 ? » ;
« Fiche : on ne peut établir la synonymie sur la compréhension, Nelson Goodman,
Analysis, vol. X, n° 1, 1949, pp. 55-56 » ; « Fiche : comment définir la synonymie, à
partir de Nelson Goodman, « On likeness of meaning », Analysis, X, n° 1, 1944,
Philosophy and Analysis, pp. 55-62 ; P. Nowell Smith, « Fugitive propositions », in
Analysis, X, n° 5, 1950 » ; « Fiche : usage d’une expression et sens d’un énoncé ; “les
énoncés make sense, les mots ou expressions ont un meaning” ; Ryle, Ordinary
Language, pp. 119-121 » ; « Fiche : l’intelligibilité d’une formulation, Putnam, Dreaming
and Death Grammar »; « Fiche : le changement de meaning et l’histoire de la science ;
H. Putnam ».
Mentionnons enfin une pochette « le langage idéal c/o Russell » qui contient : 73
« Fiche : connaître le langage et connaître le monde (Russell) ; T. Geach, Russell’s
Theory of Descriptions » ; « Fiche : critique du paradoxe russellien des “hétérologiques”,
Ryle : Heterologicality » ; « Fiche : l’existence selon Russell » ; « Fiche : commentaire et
métalangage – Ryle Heterogicality » ; « Fiche : modalité formelle, et matérielle du
langage » ; « Fiche : proposition et sentences, Searle, What is a speech act? Philosophy in
America, pp. 225-227 » ; « Fiche : les excluders “il y a des adjectifs qui sont : attributifs
sans être prédicatifs ; servent à mettre quelque chose hors jeu sans ajouter au sens
quoi que ce soit : … des choses di férentes selon le contexte. On peut les appeler
‘excluders’” ; R. Hall, Analysis, 1959, vol. XX, Philosophy and Old Language, pp. 67-73 ».
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Enfin, un Dossier Firth : « Bibliography – J.R. Firth : Personality and Language and 74
Society ; a Synopsis of Linguistic Theory, Essays and Studies, R.H. Robin, A Problem in the
Statement of Meanings ; W.S. Allen, ‘Structure and system’ in T.F. Mitchell” ; “Fiche : le
fonctionnalisme dans la langue – Ethnography analysis and Language” ; “Fiche : Firth
Théorie du meaning – R.H. Robins, Trends in modern linguistics : Haas, ‘On defining
linguistic unites’” ; “Fiche : Firth : Le contexte toujours à partir de R.H. Robins”.
Pour finir un dossier : “Avowals : Fiche : « l’analyse des avowals chez Wittgenstein ; ed 75
Gasking : Avowals in Butler, Analytical Philosophy, pp. 161-162 » ; « Fiche : “ego
statements” ; “Fiche : exprimer et déclarer” ».
Notes
[3] Foucault semble avoir hésité entre deux dénominations : « énonciabilité » et « énon-
çabilité ».
[4] Sur ces distinctions, voir Jean-Claude Milner, Introduction à la science du langage,
Paris, Seuil, 1989, pp. 41- 43.
[5] Voir Serge Valdonici, « Les incertitudes de l’Archéologie : archè et archive », in Revue
de métaphysique et de morale, 83e année, n° 1, janvier-mars 1978, pp. 73-101 ; Gérard
Lebrun, « Notes sur la phénoménologie dans Les Mots et les Choses », in Michel
Foucault philosophe, Rencontre internationale, Paris, 9, 10, 11 janvier 1988, Paris, Seuil,
Des Travaux, 1989, pp. 33-53 ; Béatrice Han, L’Ontologie manquée de Michel Foucault,
entre l’historique et le transcendantal, Grenoble, Jérôme Million, 1998, pp. 66-117 ; Jean-
François Courtine, « Foucault lecteur de Husserl. L’a priori historique et le quasi-
transcendantal », in Giornale di Metafisica, nuova Serie, xxix, 2007, pp. 211-232 ; Luca
Paltrinieri, L’Expérience du concept, Michel Foucault entre épistémologie et histoire, Paris,
P.U.S., 2012, pp. 120-144 ; Dominique Pradelle, Généalogie de la raison, Essai sur
l’historicité du sujet transcendantal de Kant à Heidegger, Paris, Puf, Épiméthée, 2013, pp.
421-431 et Walter Goris, « L’a priori historique chez Husserl et Foucault », traduction
J. Farges, in Philosophie, n° 123 (2014), pp. 3-27 et n° 125 (2015), pp. 22-43.
[8] J’extrais du cahier les dates et les indications suivantes : « 23 VIII Archéologie :
méthode de description du pensé. Mais étant bien entendu que le pensé peut être
investi dans une institution dans une pratique etc. » ; « 28 IX Contre l’hypothèse
Whorf Sapir » ; « 29 IX fait de parole : Le discours est le sol général sur fond duquel
s’établissent la discipline de la langue, de la forme des propositions, des actes de
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Plan
1. L’existence des énoncés
[22] 2- L’énonciabilité
Auteurs
Michel Foucault
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