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A Protegida Do Cowboy - NINA PIMENTA
A Protegida Do Cowboy - NINA PIMENTA
Querida Leitora,
Primeiro eu devo dizer a você que a linguagem desta novela foi
adaptada para dar mais realidade ao texto, ressaltando o regionalismo e as
gírias. Portanto, como em outros livros meus cujas histórias se passam no
interior, as “falhas gramaticais” foram propositais.
NINA
SINOPSE
Oi, meu nome é Joana, e tenho dezenove anos. Eu tenho uma colega
muito legal, a Cândida. Ela tem a minha idade, mas abandonou o colégio
deve ter mais ou menos uns dois anos, para ajudar a mãe em casa com o
irmãozinho mais novo que nasceu, pegando todos de surpresa. E deve ter
quase uns dois anos também que a Cândida começou a trabalhar no bar do
Tião, um boteco copo sujo, mas que é a maior sensação da vila, vive lotado!
Também, acho que um dos motivos é porque não existe muita opção de
passeios por aqui. Aqui tudo é mato, não tem quase nada perto não!
Cândida fazia de tudo nesse bar, ajudava o Tião para caramba, era o
braço direito dele. E como o Tião gostava dessa menina, viu... ela quase
sempre fazia hora extra para ver se aumentava um pouco do salário no final
do mês. Ajudava na cozinha, fritava um torresmo se precisasse, ajeitava as
louças, mas o forte dela mesmo era servir, era onde o Tião gostava que ela
ficasse, servindo as mesas. Ele fazia questão. Ela não percebia, mas eu sei
muito bem o porquê desse sucesso todo, que coincidiu com a fama do bar
atingir as alturas, não havia mais onde enfiar tantas mesas, o Tião acabou
tendo que cimentar o piso ao redor do boteco do lado de fora para colocar
mais mesas. Lá até havia outras garçonetes, mas todos queriam ser
atendidos e servidos por ela.
Minha amiga era muito educada, doce e gentil. Mas não era isso o que
aquele tanto de macho levava em consideração. Ela era linda. Morena cor
de jambo e o corpo cheio de curvas, seus cabelos eram escuros e lisos e
batiam na cintura, fininha, fininha... ela não era alta, daquelas mulheres
parecendo modelo de passarela, mas os seios e o bumbum eram grandes,
empinados, e isso enlouquecia os homens. E os vestidos de verão que ela
usava? Meu Deus...
Mas a Cândida não tinha noção disso, coitada. É sério, não tinha
mesmo. Ela não fazia para provocar, longe disso! Minha amiga era muito
ingênua, muito tímida.
Eu não tinha nada contra, mas ir trabalhar daquele jeito, num lugar
onde parecia o clube do bolinha, só os homens da região é que
frequentavam, isso era um perigo! Pelo menos eu achava, né? Para mim, só
não faziam nada com ela no bar porque aqui é roça, e todo mundo conhece
todo mundo.
Num belo dia, sem querer, eu vi, eu entendi o que ele queria com a
minha amiga. Me deu uma inveja que não sei nem explicar...
Depois disso, agora não sei como vai ser a vida dela mais.
CÂNDIDA
Minha vida era só tristeza, eu não vou mentir. Mais um dia de trabalho
tinha acabado. Eu estava super cansada e desanimada.
A chácara que a gente tinha era boa, mãe tinha ganhado esse pedaço de
chão havia dezenove anos, logo quando eu nasci. Tinha pomar, horta, uma
área boa para boi pastar. A casa era simples, fogão de lenha, dois quartos, o
meu e o de mãe; ela dormia junto com o meu irmão.
- Deixa isso aí, Cândida! Amanhã eu varro! Abaixa essa porta, já deu
por hoje!
Eu ficava feliz pelo Tião e pelos dois filhos. Pelo que o meu patrão me
contava, ele sofreu muito quando a esposa pediu a separação, tanto que ele
nunca mais arrumou ninguém. Ele vivia numa solidão de dar pena, e ela
para completar havia levado tudo. De uns tempos para cá é que ele
começou a se reerguer e pagou as dívidas. Os rapazes moravam com ela e
vinham de vez em quando para vê-lo, mas como eu disse coincidia com o
final de mês. Tião ficava numa alegria que até contagiava.
- Ai, Tião... não faz isso... – Gemi. Eu sentia gratidão por ele, e é claro
que eu jamais o imaginei como meu namorado ou qualquer outra coisa
parecida, mas esse era o único contato com um homem que eu tinha, e me
dava tesão.
- Vai ser rapidinho, Tião? Mãe está me esperando para fazer o jantar...
Ele não parava de me apertar, de se esfregar em mim. Mordia meu
ombro, arranhava meu pescoço com os dentes, me enchia de beijo nas
costas. Tião era bonitão (eu achava). Era bem mais velho, já grisalho, mas
fogoso demais, não me dava sossego. E me defendia como ninguém no bar.
Quando alguém mexia comigo ele virava bicho! Os clientes o respeitavam
pra caramba.
Ele gostava que eu falava, gostava de fingir que era o meu dono. Eu era
falsa com ele, respondia o que ele queria, falava só da boca para fora. Não o
amava, de jeito nenhum. Mas ele cuidava de mim enquanto eu estava no
bar, e ainda me dava dinheiro. Ultimamente, eu e mãe pelo menos tínhamos
o que comer, e o leite do Bernardo estava garantido.
- Ai, Tião...
- Aaai...
- Olha que gostoso, morena... – Ia e voltava... ia e voltava... esfregando,
empurrando meu clitóris com a cabeça do pau.
- Ai, Tião...
Eu sabia que era errado, mas esse dinheiro me ajudava muito. Ele era
sozinho e muito carente, eu nunca o via com nenhuma namorada.
Eu nunca tinha feito nada com outro homem, foi ele quem tirou a
minha virgindade. Ele foi chegando aos poucos, mês após mês, cantadas,
carícias, presentes. Ele me ajudou a comprar a geladeira e a TV. Eu sentia
gratidão, e era gostoso o que fazia, Tião era carinhoso. Me tratava com
respeito na frente dos clientes, me defendia. Ninguém nunca ficou sabendo
de nós dois, ele me protegia. Quando começamos a transar, não paramos
mais. Ele fazia até atingir seu gozo.
- Estou indo, Tião. – Peguei minha bolsa e fui até ele, que estava no
caixa molhando o dedo com a língua e contando as notas de dinheiro.
- Toma aqui, morena. Para te ajudar a comprar o seu celular que está
tanto querendo...
- Pois fala com o seu patrão para não permitir isso não. Ele tem que
apagar tudo, fechar as portas e largar o sujeito lá sozinho para tomar
vergonha!
- Deus me livre, mãe. Assim eles não voltam mais não. Pega mal...
- Pois o Tião devia saber que você não é escrava dele, Cândida. Você
tem os seus compromissos dentro de casa.
Não respondi mais. Fui andando para a cozinha, olhei as panelas no
fogão. Mãe tinha feito sopa de repolho com tomate outra vez.
- E a carne, mãe?
- Tá bom.
Fui para o meu quarto, tirei o vestido e a calcinha, saí nua para o
banheiro.
Acabei o banho, vesti uma camisola e fui jantar com mãe e o Bernardo.
Todo dia era assim, eu gostava quando conseguia chegar mais cedo, porque
às vezes cozinhava um arroz, picava uma salsicha, pelo menos alguma coisa
para mastigar.
Mãe estava esquisita, calada. Eu sabia que tinha alguma coisa no ar.
Ela estava mais ansiosa do que de costume me esperando, e eu sabia que
não era por causa do horário. Toda semana ao menos umas três vezes o Tião
me prendia lá, e ela já estava se acostumando com isso, era papo dela fingir
que estava achando ruim. Mas ela acabou com o mistério antes que eu
começasse a perguntar.
- Que homem?
- Fazendeiro... Disse que é vizinho nosso aí... mora numa fazenda aqui
perto, um pouco pra lá da ponte...
- Falou que quer comprar a chácara. Que passou aqui perto e viu o
nosso terreno, ele cria gado, quer uma área maior para colocar eles para
pastar...
- Nossa... que estranho... é a primeira vez que alguém vem falar isso...
essa chácara nossa, simples do jeito que é...
- Pois é. Mas uma vez o motorista da dona Dalva, não sei se lembra
dela, minha patroa, ele falou que isso aqui valia dinheiro. Aquela vez que
passei mal e ela o mandou me trazer, logo que descobri a gravidez do seu
irmão.
- Lembro. Mas o que é que aquele moço também entende de terra? Sei
não, mãe.
- Eu?
- Você mesma.
Comecei a rir.
- Olha, eu não sei. Só sei que ele vai voltar amanhã. Falei para vir de
tardezinha que a gente conversa, que você já vai ter saído do seu serviço.
- Quem sabe que não é coisa boa para a gente, Cândida? O tanto que eu
te escuto rezar de noite...
- Nossa, mãe... mas e ele, como era? A senhora nunca o viu mesmo?
- Eu nunca vi. Parecia um artista! O homem é bonito para danar, viu?
Um olhão azul...
- Ah, Cândida... não é rapaz da sua idade não... é homem feito já,
homem experiente... parece que é montado na grana...
- Que foi, Cândida? Você acha que um homem desse vai te dar bola?
Você é linda filha, mas a gente não tem onde cair morta. E outra, aposto
como deve ser casado. Homem assim não fica solteiro nem se quiser, ainda
mais na idade dele!
- Ah, bom.
É. Falei meio que uma mentira. Fiquei muito curiosa para conhecê-lo,
nem que não fosse bonito. Nem que não fosse rico. Era um homem, e eu
ficava pensando se podia ser o meu namorado, sonhava com isso.
Eu nunca tinha namorado na verdade, sempre fui tímida. E agora
também nem que eu quisesse eu... deixa pra lá. A Joana era muito mais
espevitada do que eu, ficava só me atiçando, falando que eu perdia tempo,
que eu era a mulher mais gostosa do colégio, das redondezas... mas isso
para mim não fazia a menor diferença.
- Mãe. Já sei. Vou chamar o Tião para vir comigo depois do serviço.
Ele entende tudo de conta, mexe com muito dinheiro lá no bar.
- Será, Cândida?
- É sim.
Ela mal acabou de falar, nós olhamos lá para fora. Uma luz de farol
bem no rumo da nossa janela, quase nos cegou. Barulho de motor de
caminhonete. Chegou e estacionou, apagou os faróis.
- Mãe. Me fala, com quem eu vou namorar? Ahn? Com quem? Nesse
fim de mundo! E que horas eu tenho para sair? E para onde? – Fiquei
irritada.
Gente. Mas foi igual cena de novela. Assim que eu acabei de falar
bateram na porta, e uma voz grossa, imponente, gritou, seguida de palmas.
- Ô de casa!
- É o fazendeiro de novo.
- Ai meu Deus. Mas assim, sem avisar?
Chegar depois dos trinta e cinco e já estar sossegado para mim era
motivo de comemorar, de agradecer a Deus! E tudo mérito meu! Não que
isso fosse um crime, mas nunca fui herdeiro de nada não. Tudo o que
conquistei foi com muito suor, muita luta!
Meu nome é João Luiz, mas a maioria das pessoas me chama de "Rei
do Agro". Sou um homem que aprendeu o valor do trabalho duro e da
determinação desde muito jovem. Cresci nas vastas terras que agora chamo
de minhas, observando meu pai plantar as sementes que se tornariam
colheitas abundantes. A terra era nossa vida, e eu sabia que era meu destino
continuar esse legado.
Desde cedo, aprendi que a terra responde ao cuidado que você lhe dá.
Tornei-me um estudioso da agricultura, absorvendo conhecimento como
uma esponja e testando inovações em minhas próprias terras. Logo, o título
de "Rei do Agro" começou a se espalhar, não por vaidade, mas como um
reconhecimento da minha paixão pela terra e meu compromisso em fazê-la
prosperar.
Mas minha vida não era apenas sobre plantações e gado. Eu era
conhecido por ser autoritário, e minha arrogância frequentemente precedia
minha reputação. Acreditava que tudo na vida poderia ser conquistado com
dinheiro e poder, e estava determinado a expandir minhas terras e meu
domínio a qualquer custo.
Eu falo que sou muito religioso, confio muito nas mãos de Deus para
me guiar e nem sei explicar, mas nesse dia alguma coisa me encaminhou
para entrar nessa chácara.
Uma mulher bonita me atendeu, era nova mas judiada, cara de sofrida,
carregava uma criança no colo, menino lindo. Gente muito simples, devia
ser esposa do caseiro.
Falei com ela que tinha gostado do terreno, ela me disse que era a dona.
Estava meio ressabiada, conversamos da porta mesmo, nem me convidou
para entrar. Falou da filha, que ia ver com ela, que era para eu voltar no dia
seguinte.
Acontece que mais tarde eu fui num mercado lá perto e a chácara era
caminho meu. E eu não era homem de dia seguinte. E estava para nascer a
mulher que me daria qualquer ordem.
- Pois não?
Ela olhou para trás, ressabiada. Limpou a boca com a mão. Parecia que
estava com vergonha, mas não era de mim não, era do lar.
- Tá bom.
- Tá bom.
- Falou sim.
- Não.
- Não? Mas é bem famoso aqui. Mãe disse que o senhor mora aqui
perto.
- Uhum.
- Ah não, a Cândida não pode tomar essas coisas à noite, se não custa a
dormir. Amanhã ela tem que acordar cedinho para ir para o bar.
- Nesse caso eu aceito. Fica acordada até tarde, menina? – Perguntei
antes de tomar um gole.
- Essa é ruim pra dormir, viu? Fica rezando, rezando... só escuto ela
rolando na cama até tarde da noite...
- E o namorado? Aposto que não acha ruim de você ficar acordada...
ficam vendo TV...
- Obrigada.
- Ela nunca namorou não. Difícil também achar rapaz que presta, né
João?
- Falei. Ele vai voltar aqui amanhã. E por que veio hoje, mal lhe
pergunte?
- Para te conhecer.
- Ah.
- É muito bom, João. Espero que um dia o senhor ache uma moça para
te dar uma criança linda. O senhor parece que vai ser um bom pai. Gosta de
criança?
- Adoro.
- Pois é.
- Bom, vou embora. Obrigada pelo café e pela conversa, dona Antônia.
E Cândida, foi um imenso prazer conhecer você. Amanhã eu volto.
Gostosa...
‘
Fui embora feliz da vida para casa. Ela era linda, mas maior do que a
sua beleza era a sua simpatia, o jeito doce de menina, meiga, tímida.
Derretia meu coração. Mulher assim era o meu ponto fraco.
Cheguei em casa, fui tomar um banho, e é lógico que eu homenageei
aquela morena. Gozei gostoso no banho, fiquei imaginando ela montada em
mim, me cavalgando, eu ensinando tudo... devia ter o cabacinho ainda.
Não foi nada como planejei. A ida do tal do Tião à chácara atrapalhou
tudo! O cara não entendia nada, só dava pitaco errado, sem noção. Falou
com a dona Antônia para não vender a chácara, que as duas não teriam para
onde ir e que a Cândida não arrumaria outro emprego porque não tinha
estudo. Além de tudo insinuou que eu queria passar a perna na mulher.
Mas o pior não foi isso. O pior foi o que eu vi na cozinha...
Eu fiquei de cara. Passado. Coroa mais sem vergonha! Eu tinha que dar
um jeito naquilo! Acabar com aquela canalhice!
- Vamos sim. – Ela me mirou com aquele olhão castanho lindo. Tinha a
voz tão doce, parecia tão ingênua... que vontade de cuidar dela que me deu,
caramba.
- Será possível que vou ter que te tirar daqui pra ter sossego para
conversar, caramba?! - Saí pisando duro, passei por ele na porta, ele não
afastou, nossos ombros trombaram com força. O dele deve ter doído mais
que o meu, ele era mais baixo, tinha menos corpo.
- Dona Antônia, vou levar sua filha ali no mercado pra comprar umas
coisas aí para a senhora.
- Tá bom.
Fingiu que não queria mas vi que o olho da mulher brilhou. Parecia que
não tinham quase o que comer. Ontem à noite eu tinha visto, estiquei o
pescoço e em cima da mesa só havia uma panela de sopa, parecia uma água
rala.
A hora que dei as costas vi que o filho da puta tinha ido atrás da
menina. Cheguei da porta, estavam cochichando lá fora e ele já vinha
trazendo-a cá para dentro.
- Vamos comigo ali, já avisei sua mãe. – Peguei ela pelo braço, saí
pisando duro.
Eu não respondi e muito menos ela, só olhou para ele fazendo sinal que
voltava. O cara ficou puto. Quase veio atrás da gente.
Bufei.
- Não sei do que está falando. – Ela emburrou de uma vez, cruzou os
braços e olhou lá pra fora.
- Sabe sim. Claro que sabe. Cândida, presta atenção: eu quero ser
amigo seu. Estou falando como amigo, sou do bem. Vi ele enfiando a mão
dentro da sua calcinha.
Fiquei parado olhando para ela. Vontade de chegar perto, saber como
era o seu cheiro, a textura da pele, o gosto do beijo, da língua. Não devia
pensar nisso numa hora dessa, mas eu pensava. Eu estava sendo honesto,
falando a verdade. Mas que tinha desejo demais por ela, isso eu tinha.
- Vamos sim, Cândida. Mas não comenta nada com ele, por favor. Te
peço de verdade. Ele ficou olhando a gente, parece que acha que é o seu
dono.
- Fica tranquila. Isso não vai acontecer jamais. Vou te perguntar então,
e você responde, tá bom?
- Sim.
- Uhum.
- Sim.
- E outra coisa? Deixou ele colocar dentro?
- Uhum.
- Não.
- Foi.
- Entendi.
Droga. Eu não sabia mais o que falar. Se já tinha feito tantas vezes
assim sem ele forçar nada, talvez fosse porque estivesse gostando. Mas que
essa história estava estranha, estava. Menina nova, linda, com os hormônios
à flor da pele, na fase de descoberta do corpo, do sexo. Era para estar com
namoradinho novo, dando gostoso no sofá enquanto a mãe fazia o jantar na
cozinha.
Mas talvez ela ficasse o dia inteiro nesse boteco sujo cheio de macaco
velho safado. O vagabundo devia estar se aproveitando disso.
- Uhum.
- Você gosta?
- De quê?
- De dar pra ele.
- Eu...
- Uhum.
- É?
- Sim.
- É por isso então que você deixa. Porque você acha gostoso. É só por
isso, não é?
- Desculpa. Não vou mais chatear você, menina. Mas prometa para
mim, ponha mais juízo nessa cabecinha. – Escorri meus dedos por aquele
cabelão preto macio. Puxei ela para perto, dei um abraço apertado. Ela
deitou a cabeça no meu peito, ficou encolhidinha. Dei um beijo no cabelo
cheiroso de xampu. Fiz que ia soltar mas ela parece que travou em mim.
- Vamos agora? – Ela afastou de mim, ficou me olhando nos olhos pela
primeira vez.
Não resisti. Segurei seu rosto, cheguei perto, depositei um beijo nele.
- É sim.
- Azul-claro, da cor do céu. – Abriu um sorriso. – É lindo.
- Obrigado.
- Sei que sou muito mais velho que você, tenho idade para ser seu pai
quase, mas não precisa me chamar de senhor. Prefiro que me chame só de
João. A gente é amigo agora, não é?
- Uhum. – Ela sorriu pra mim, continuou com seu olhar de admiração,
nós dois pertinho um do outro. Parecia era clima de paquera, gostoso
demais.
- Olha, sua mãe daqui a pouco pega o salafrário e vem atrás da gente.
Vamos descer e fazer as compras?
- Vamos.
- Tá bom.
Desci e contornei a caminhonete para abrir a porta para ela. Esticou os
braços e se jogou em cima de mim.
Agora sim, pude dar um abraço gostoso nela, sentir seu corpo colado
no meu. Apertei com vontade, minhas mãos contornando sua cinturinha,
espalmadas no comecinho da bunda. Que vontade que deu de alisar... Ela
deu um gritinho com medo de cair.
Já falei, tem coisa do destino que a gente não sabe explicar. Parece uma
voz falando na cabeça da gente. Quando eu vi essa morena meu coração
revirou dentro do peito, e juro que não foi só pela beleza dela, pela
sensualidade. Tinha alguma coisa a mais. Não era carência minha, era
sentimento. Vontade de cuidar, de ensinar tudo, mostrar como o mundo era
bonito, como existiam coisas lindas, passear, viajar com ela...
Caramba, que gostoso que era sentir isso! Que vontade doida que eu
estava de viver de novo!
Sério. Parece que Deus estava ouvindo minhas preces. O tanto que eu
pedia, que eu queria sair dessa situação com o Tião mas não sabia como, e
esse fazendeiro danado de bonito chegou vasculhando minha vida toda.
Meu Deus... que vontade que deu de me entregar para ele... Vontade de
abraçar, fazer amor.
Chegou todo valente, era grandão, forte. O Tião ficou miudinho perto
dele. Homem gostoso, cheiroso demais, já tinha uns fios de cabelo grisalhos
mas era inteiraço, muito mais do que o Tião. Os olhos azuis da cor do céu,
cabelo meio crespo curtinho, uma sombra de barba na cara, queixo lindo.
Fiquei quietinha observando ele botar banca perto do outro, me
arrastou me levando para o seu carro. Vontade que deu de fugir com ele, de
deixar tudo para trás. Que diacho de homem bravo, viu!
Ele tinha me flagrado. Tião falou que queria sentir o cheiro da minha
buceta, enfiou a mão com tudo, ficou esfregando meu botãozinho. Eu me
sentia mal com essa situação, mas ao mesmo tempo era muito gostoso.
Fomos conversando...
- Mas e então, João. Quanto você está querendo pagar pela chácara?
Ele falou muito bravo, fiquei até com medo. Parecia que estava com
ódio mortal do Tião.
- Estou sim, João. Pode deixar, não vou falar nada com o Tião não.
- No centro da vila.
- Saio.
- Te pego duas então. Você acha que sua mãe vai importar?
- Minha filha, vocês demoraram muito. Tião estava aqui até agora há
pouco esperando pra ver que horas vocês iam voltar.
Olhei para a cara do João e ele olhou para mim, nosso olhar foi de tanta
cumplicidade que nem precisamos falar nada um com o outro.
- Meu Deus, isso tudo é aqui pra casa?! Não precisava não, como vou
te pagar? Não tenho dinheiro pra isso não!
- Dona Antônia, é agrado meu, tá certo? Não tem que pagar nada não.
É pra vocês aí se alimentarem direito. Trouxe iogurte pro moleque.
- Ah meu Deus, olha aqui, Cândida. Igual aquele da propaganda na
televisão! – Mãe ria sem parar.
- Bom. Vou deixar vocês aí. Dona Antônia, hoje nosso papo não
rendeu. Eu vou te ser sincero, quero conversar somente com você e a
Cândida. Nada do Tião.
- Combinado.
- Pois não.
- Ah, é?
- É sim. Posso?
- Pode sim. Mas vocês não demoram, né? Voltam antes de escurecer...
Ai meu Deus... ele me olhou de um jeito... mãe fez uma cara engraçada
para ele, parece que percebeu na hora.
- Dá sim!
- Tá certo.
- Até amanhã.
- Bom dia, Tião! – Passei por ele no caixa, estava contando dinheiro.
Não respondeu. Levantou da cadeira e veio atrás de mim.
- Vou ter que ter uma conversa séria com a Tonha! – Pegou no meu
maxilar e apertou, minha boca fez um bico.
- Foi só ontem. Não vou mais sair... – Falei com dificuldade. Vontade
de xingar, de dar um soco na cara dele.
Eu comecei a chorar.
- Quero.
- Não importa o que falta. Vou te dar um dinheirão hoje! – Ficou rindo,
risada maldosa.
- Tá bom. Mas é a última vez, Tião. Não quero mais ficar fazendo isso,
Tião.
Não falei nada. Não ia começar esse assunto de novo. Deixei ele falar o
que bem queria, se gabando por eu ter atingido o prazer.
- Está vendo porque é que não podemos parar com isso? Você faz bem
para mim e eu cuido de você.
Ignorei tudo o que ele falava. Coloquei a mão na barriga e limpei, fui
para o banheiro para me lavar na pia com água e sabão.
- Toma. Com isso aqui você vai comprar o modelo mais chique!
Ele veio igual uma onça, eu achei que ia bater no pai, fiquei encolhida.
Fiquei pronta para sair correndo. Rezei para o namorado da Joana não
dizer nada a ela, porque se não é certo que mãe saberia.
- Eu vi! – Ele passou por mim e foi para perto dele tirar satisfação.
Zeca riu com ironia, óbvio que não acreditou. Ainda mais que era
homem, e conhecia o pai.
Resolvi sair dali porque o clima pesou demais. Antes que saísse alguma
briga, reforcei a fala do Tião.
- Ela vai perder a hora com a mãe lá, Zeca. Deixa a menina ir! Está
com ciúme, caralho!
Saí correndo e não escutei mais nada. Os dois que se entendessem lá.
Eu queria era que o Tião levasse um bom sermão, e que não sobrasse para
mim depois. Mas isso era difícil de acontecer.
Tudo corria perfeito, tudo tinha terminado bem. Perdão, meu Deus!
- Não! Minha bolsa não! Me dá! – Tentei puxar, mas ele era mais forte,
tirou uma faca do bolso, colocou na minha cintura.
Já estava sonhando com ela... Levar aquela coisinha linda para chupar
um sorvete bem gostoso... vontade que eu estava era de beijar aquela boca,
sentir o gosto da boca, o gosto dela todinha.
Na parte da manhã eu tive uma conversa por telefone com o Ricardo,
grande amigo meu e advogado, adiantei para ele o assunto da compra da
chácara, resolvi mais uns outros assuntos, manter uma fazenda do porte da
minha não era fácil, era muito empregado, tinha uma empresa de orgânicos
que estava a todo vapor, crescendo mais a cada dia, criação de cavalos,
gado, envolvia muita coisa. E agora eu estava entrando no ramo de venda
de maquinaria agrária.
Corri ao encontro dela. Ela me abraçou com força, sua mãe veio lá de
dentro preocupada.
- Não. Fizeram não! O meu dinheiro! Na trilha mãe, foi ali na trilha no
matagal!
- Tem almoço pronto aqui para ela, João. Só não vou te oferecer porque
sobrou pouco. – Antônia intrometeu.
Fiquei à vontade.
Passados uns minutos meu benzinho chegou na sala, até puxei o ar com
força ao vê-la tão linda...
- Não.
- Eu falei para vocês, vou levar a Cândida para comer alguma coisa.
Pode ficar tranquila Antônia, sua filha comigo está em boas mãos.
- Você é homem direito, maduro. Confio em você, João.
Igual sogra quando vigia a filha sair com namoradinho novo. Sorri em
pensamento.
CÂNDIDA
Ele abriu a porta de casa e eu não segurei minha emoção. Saí correndo
para abraçá-lo, aquele homem todo grande, homem determinado, lindo,
charmoso... seus olhos azuis me hipnotizavam, me olhavam com paixão,
com fogo. E ele já ia deixando escapar um sorriso daquela boca linda, mas
me viu chorar e veio correndo, abrindo os braços para me acolher.
Com ele eu iria para qualquer lugar, até para o fim do mundo! Fiz tudo
o que ele pediu, e depois de tomar um banho e ficar toda bonita para ele,
entrelaçamos nosso dedos e despedimos de mãe, fomos para o seu carro.
- Não tem que agradecer, menina. Pra mim é um prazer imenso, sabia?
Ele percorreu os dedos pelo meu rosto, falou que eu era linda. Depois
mudou de assunto.
Droga.
- Você age igual criança tem hora. Quer fazer o favor de virar para mim
e me responder?
Olhei para ele, estava ficando brava também. Respondi no mesmo tom.
- O Tião que me deu!
- É. É isso aí que você está pensando! – Meu olho encheu d’água e ele
percebeu. Pegou o pote de sorvete da minha mão e colocou do lado do dele,
na ponta do banco. Eu já sabia o que ele queria, e era um abraço, um abraço
apertado. E eu também. Vontade de ficar agarrada nele. Nos grudamos de
novo.
- Menina... Eu já tinha te falado, Cândida... foi hoje? Fez hoje de novo?
- Uhum. – O abraço dele era tão gostoso, o corpo dele era quente,
cheiroso, ele me envolvia toda, abraçava com vontade.
- Escuta aqui. Olha pra mim. – Segurou meu rosto, me fez olhar para
ele. – Eu vou te dar um celular novo, está me entendendo?
- Não. Não, João. Você não pode ficar gastando dinheiro assim comigo!
- Posso e quero!
- Não vai me dar nada em troca, Cândida. Nada! Presente não é dívida,
caramba!
- Cândida.
- Oi?
- O que foi?
- Namora comigo.
- Mas...
- Eu sei que é cedo. Mas por favor, deixa eu ser seu namorado...
- Eu...
- É o quê? Tem que falar com a sua mãe? Eu falo. A gente vai lá agora,
eu peço para ela.
- Por que quer namorar comigo, João? Eu não tenho nada para te
oferecer, eu não sou nada. – Aquele pedido fez meu coração disparar de
emoção, mas ao mesmo tempo deu tristeza.
- Eu não tenho nada com isso. Quero que você esqueça. Esqueça tudo o
que passou, Cândida. Quero te levar para morar comigo. Você não vai
precisar pisar lá naquele boteco sujo nunca mais!
Eu não me importei com mais nada, com o que ele iria pensar. Pulei no
seu colo, abri as pernas e contornei sua cintura, me encaixei. João me
abraçou, me puxou pela cintura, ficamos agarrados, juntinhos, meu corpo
sentindo cada parte dele, minha calcinha colada bem em cima da sua parte
mais gostosa, o danado estava duro igual pedra.
Ele pediu com fome, com desespero. E o seu beijo também foi assim. E
foi delicioso. Eu também estava louca para sentir, encostamos nossos
lábios, a vontade de experimentar era tanta que nossas línguas invadiram
nossas bocas numa dança muito gostosa. Seu beijo era quente, me apertou,
suas mãos passearam pelas minhas costas, minha cintura.
- Eu queria passar a tarde toda com você, mas agora já quero ir embora,
encontrar sua mãe, pedir a permissão dela... você acha que ela vai deixar?
- Acho que vai sim, João. Para te falar a verdade, a mãe é doida para
me arrumar um namorado.
- E você nunca namorou mesmo? Agora que estamos sozinhos, você
pode me contar meu docinho...
- Não.
- Por quê?
- É que... Bom. Agora que a gente vai ser namorado, eu vou te contar
tudo...
- Ele quem?
- O Tião.
- Calma uma ova! Vamos lá na sua casa, vou conversar com sua mãe, e
vai ser uma conversa muito séria!
- João, você prometeu que não ia falar nada para ninguém, você falou
que eu podia te contar tudo, que você era meu amigo! Você me enganou,
João!
Comecei a chorar. Droga, esse homem ia achar que eu era uma boba
chorona.
- Estou bravo, mas não é com você! É com aquele desgraçado, safado!
É com ele que eu estou bravo. Estou puto por tudo o que ele fez você
passar, você é uma menina indefesa, Cândida, você não tem maldade de
nada!
- Eu sei...
- Pode ficar tranquila, eu não vou contar nada para a sua mãe, eu só
quero tirar você dessa vida, caralho!
- Vem aqui, vem. – Me puxou para o seu colo. Sentei de frente, com as
pernas bem abertas.
João me abraçou com força, não falou nada. Começamos a nos beijar
gostoso de novo, peguei as mãos dele, coloquei na minha bunda, ele gemeu.
- Ah, morena... você quer me deixar louco, quer?
- Tira a calça...
- Caralho...
Não sei o que me deu, mas perdi a vergonha daquele homem. Fiquei de
joelhos e ele desafivelou o cinto, desabotoou e desceu o zíper, arriou a calça
até os joelhos. Olhei para baixo, louca para ver. Usava uma cueca branca, e
meu Deus, eu fiquei sem acreditar... Não era possível que aquele formato
todo era o pau dele. Era muito grande, grosso, as bolas enchiam a cueca.
Muito maior que o do Tião. Sentei em cima, fiquei me esfregando nele.
- Que delícia, João... ai, que delícia... – Minha calcinha estava molhada,
afastei para o lado, desci a cueca dele.
- Ai, delícia... você acaba comigo desse jeito, morena... Olha, a gente
vai ter tempo... vamos... ah... fazer gostoso... ah, tesão... mas me deixa...
deixa ao menos pedir sua mãe pra te namorar, morena...
- Então vamos, meu amor... você fica me olhando assim, com esse olho
azul lindo... – Continuei esfregando, escorregando, rebolando. Estava tudo
melado, a carne de tão dura chegava a me machucar. Coloquei na
entradinha, senti a pressão da cabecinha que começava a me engolir.
- Não fala assim não... Deixa eu guardar porque se não vou fazer uma
besteira! - João ajeitou o pau dentro da cueca, subiu a calça jeans e abotoou,
deixou a camisa para fora.
Respirei fundo.
- Vamos, Cândida. Tenho muita coisa pra conversar com sua mãe.
Ele arrancou em disparada pela estrada adentro, poeira comendo para
trás.
- Nada que vai precisar da Cândida. Até vai, mas primeiro quero
conversar em particular com você.
- Tá bom. Cândida, vai pro seu quarto com o Bernardo.
- Vamos ali fora. Pode deixar o menino aqui na sala, está quietinho
brincando.
- Vamos.
- João... – Olhei aflita para ele, com medo de surgir assunto do Tião.
João na hora entendeu meu recado só com o olhar. A nossa sintonia era
incrível.
Era muito sentimento que rolava dentro de mim desde que conheci essa
menina.
Eu não podia negar que estava sem sexo há muito tempo, depois que
me divorciei tive um caso ou outro, por pura carência, vontade de ir para a
cama me consumia, eu estava no auge da minha maturidade, tinha minhas
necessidades de homem, e a falta mexia comigo, não havia porra nenhuma
de trabalho que distraísse meus pensamentos e meu sentimento, minhas
vontades.
Agora com a Cândida eu sentia que não era só carência (eu não ia ser
mentiroso de dizer que não estava carente, que não tinha necessidades), mas
era algo muito mais profundo do que isso. Ela havia mexido com algo
dentro de mim que eu ainda não sabia explicar, mas eu queria embarcar, eu
já imaginava, fazia planos que nunca fiz com as outras, com quem estive só
por uma ou duas noites.
Que desespero que me deu para tirar essa menina de casa, de cuidar
dela!
Fomos eu mais a mãe dela para o quintal, sentamos debaixo do pé de
goiaba.
- O quê?!
- Oh, meu Pai... Cândida não tem juízo na cabeça não, João. É uma
menina. Você é bem mais velho do que ela...
- Eu sei disso. Mas isso não é problema para mim e nem para ela, te
garanto. A gente vai resolver isso junto.
- Eu entendo tudo isso que está me dizendo. Mas a senhora não está me
entendendo, Antônia. Meu encanto é pela Cândida. É a Cândida que eu
quero.
- Vi tudo o que um homem repara numa mulher. Sua filha tem muitas
qualidades. E sei que a cada dia vou descobrir mais uma.
- Depois não vai dizer que eu não avisei, João. E ó: não quero que faça
a Cândida sofrer. Ela é uma menina ainda.
- Não vou. Prometo. Vou cuidar dela com muito amor, dar tudo o que
ela merece. Eu quero levar a Cândida para morar comigo, dona Antônia.
- O quê?!
- É isso mesmo. Olha, eu quero que a Cândida volte a estudar. Sei que a
senhora está preocupada com dinheiro, mas vai ganhar um bom valor nessa
chácara, sou homem de palavra, honesto. E eu prometo ajudar a senhora e o
moleque. Vocês não vão passar necessidade, eu prometo isso.
- O Tião cuida dela muito bem para mim, João. Ele é igual um pai para
a Cândida.
- Já passou pela cabeça da senhora que a sua filha não quer te ver
sofrer? Que não quer te preocupar, porque o único jeito que ela tem de
ganhar alguma coisa para colocar comida na mesa é naquele boteco copo
sujo?
Antônia ficou calada, mas vi que a havia atingido em cheio. Seus olhos
estavam lacrimejando. Finalmente ela parecia começar a acreditar no que eu
falava.
Mas eu tinha que ter cuidado para não falar besteira. Eu media cada
palavra, engolindo meu orgulho, minha impaciência com ela. A mulher era
turrona, mas eu não tirava a sua razão, se fosse minha filha macho nenhum
ia chegar perto. Hipocrisia para mim era pouco.
- Olha, João. Deixa eu ver se entendi direito: você quer levar a minha
Cândida para morar com você, é isso?
- É isso mesmo.
- Ela topou.
- Topou de cara assim?
- Olha lá hein, João. A Cândida nunca namorou, acho que nunca nem
beijou na boca. É moça virgem, você sabe disso, não sabe?
- Uhum. Tenho medo só de ela arrumar barriga. Ferrar com a vida dela
igual eu ferrei com a minha. Não tive homem para me ajudar, o pai fugiu,
não quis assumir a Cândida. O Bernardo então... bom, deixa para lá.
- Eu sou homem de palavra. Não sou canalha, não vou fazer isso com a
sua filha. Se porventura ela engravidar, vai ter todo o meu apoio, a minha
presença.
- O que eu tenho para te falar, é que eu quero cuidar dela. Que ela não
merece ficar o dia todo naquele bar levando cantada de homem e olhar
maldoso. Quero tirar ela de lá o quanto antes.
- Com a sua permissão ela leva as coisas dela para a fazenda amanhã
mesmo. Volto aqui e pego tudo. É aqui perto, se a senhora quiser, pode até
levar o moleque, os dois vão junto para conhecer. Amanhã. Combinado,
Antônia?
- Meu Deus, mas e o Tião? Vai ficar na mão, o bar vive cheio! Ele é
muito bom para a Cândida, eu não posso fazer isso com ele.
- Isso aí eu te garanto que não vai ser problema pra ele. Já já ele arruma
outra menina nova para o lugar da Cândida.
- Será?
- Cândida, você vai namorar o João? Vai morar com ele, minha filha?
- Vou sim, mãe. Eu quero. – Seu olhar cruzou o meu, fazendo meu
coração dar um rodopio.
Ficamos nos encarando, sorrindo um pro outro, boca, olhar, tudo junto,
radiante, iluminado. Vontade que deu foi de abraçar ela ali mesmo, tascar
um beijo na boca, provar do gosto, lamber a língua dela.
- Ó. Já conversei tudo com a sua mãe. Agora vou deixar as duas aí,
deixar você despedir, arrumar suas coisas. Amanhã eu te busco, Cândida.
- Vou deixar vocês dois aí à vontade. – Antônia saiu toda sem graça, já
ia entrando na casa mas eu a chamei, a menina agarrada na minha cintura.
- Eu só queria pedir uma coisa pra vocês duas: não contem nada pro
Tião.
- Tá bom.
Depois que a minha sogra saiu, a Cândida me deu um abraço apertado.
- Você sabe...
- Vou.
- Você não faz ideia a vontade que eu estou... me abraça pra você
sentir... olha... – Fiquei roçando a calça na barriga dela. Eu já tinha deixado
o meu bom senso para trás, já não estava raciocinando nada direito perto
dela. Misto de felicidade, tesão, ansiedade. Eu me sentia um adolescente
ridiculamente emocionado.
- Uhum. Tá...
Segurei o rosto dela e fiz o que meu corpo pedia, tasquei um beijo de
língua gostoso naquela boca. Cândida ficou na ponta dos pés, seu corpo
grudado no meu. Veio aquele aperto gostoso no pau.
- Menina...
- Você tem muito fogo, sua sapeca... não vejo a hora... deixa eu ir
embora, meu docinho... se não vou dar um jeito de te comer escondido em
algum lugar por aqui...
A nossa primeira vez foi aqui em casa mesmo, não teve jeito. Nenhum
dos dois conseguiu esperar.
No dia seguinte, o João chegou cedo para me buscar. Mãe não quis ir
com o Bernardo para conhecer a mansão dele, falou que iria num outro dia
qualquer.
- Hum... espera delícia, sua mãe está ali, vai nos ver...
- Vem pra cá... – Puxei ele pela camisa, saímos andando agarrados, ele
quase caiu em cima de mim na cama. Fui guiando ele para um cantinho do
quarto escondido da porta.
Eu era uma moça muito tímida, mas ele conseguiu me deixar tão à
vontade que eu não tinha vergonha de dizer o que estava sentindo, e era um
sentimento muito forte, uma atração que chegava a doer. Era como se eu
tivesse o esperado a minha vida inteira, tivesse que ter passado tudo o que
passei para encontra-lo. Eu já estava apaixonada pelo João. Muito.
- Quero...
- Sapeca... vai na cama, vira de costas para mim...
- Não...
Ele abriu um sorriso tão safado, tão cafajeste, que me fez sentir um
arrepio.
Fiz o que mandou, fiquei de pé com as mãos apoiadas na cama, ela era
alta, minha barriga colou no colchão.
- Ai... que gostoso, João... – Gemi. Estava com muita vontade de sentir
a penetração.
- Nossa... está meladinha... – Olhei para trás, para a mão dele, um fio
da lubrificação saiu junto.
Não falei nada, só mordi o lábio. Ele abriu a calça rapidinho e desceu a
cueca, levei um susto quando colocou o pau para fora. Esqueci como era
grandão.
- Vou fazer com carinho, tá? Mas tem que ser rápido...
Era engraçado ver aquele homem tão grande, a voz grossa, jeito macho,
falar da forma que ele falava comigo. Ele era carinhoso demais, fazia tudo
com muito cuidado, eu sentia sua preocupação comigo em cada gesto. Era
homem à moda antiga, o tipo dele não existia mais, eu tinha certeza.
Mas foi tão gostosa nossa primeira vez que fiquei com gostinho de
quero mais. Eu sabia que ele ia fazer devagarinho só para me acostumar
porque era muito grande, e a gente ainda estava se conhecendo.
- Então toma mais um pouquinho, mas não grita, por favor não grita...
- Cândida? João?
Mãe entrou no quarto e ele saiu de dentro de mim com tanta rapidez
que eu senti um vácuo. Virou de costas e fingiu estar mexendo nos
travesseiros. Ajeitei a calcinha depressa e baixei o vestido, me sentindo toda
melada no meio das coxas, um líquido quente escorrendo de dentro de mim
e molhando minha calcinha.
- João, esses travesseiros são para quando vem alguma visita... – Falei
ofegante, ajeitando meu cabelo.
- Você sabe que eu rasgo o verbo, e eu vou te falar uma coisa viu,
Cândida, presta bem atenção... se facilitar as coisas para ele assim,
rapidinho ele vai te largar... eu já te expliquei como é que homem é, não
escondo nada de você, não quero que vire mulher boba. A gente é da roça
mas tem que ser esperta, inteligente. Com isso aí que você tem, você
consegue tudo. Mas tem que saber agir.
- Eu não vou entregar, mãe. Não sei por que a senhora está falando
isso.
- Eu sei que vocês dois já estão de fogo, não vai demorar nada para se
deitar com ele, ainda mais indo morar junto. Escuta sua mãe... homem é
bicho traiçoeiro, a tentação é grande... vocês dois ficam aí de abraço,
cuidado...
Nós três caímos na risada, paramos foi quando ouvimos uma voz
gritando “ô de casa” lá fora.
- Namorado?!
Como eu sabia?
Menina... que homem lindo! O bicho era bonito demais, viu? Alto,
fortão, com aquele ali ninguém mexia, era macho demais. Cândida ficava
pequenininha perto dele, já tinha aquela carinha de menina...
- Prazer, Joana.
- Prazer. – Simpático, estendeu a mão para me cumprimentar. Tinha um
jeito de olhar... seus olhos azuis penetravam fundo na gente, parecia gato.
- Foi bem rápido esse namoro, Cândida. Nem eu que sou sua amiga
fiquei sabendo! – Alfinetei.
- Pois é. Logo hoje que eu vim até aqui para mostrar meu celular novo
pra você... – Tirei o aparelho do bolso e entreguei a ela.
- Poxa... o Tião está rico mesmo, hein? Primeiro deu aquele bolo de
dinheiro para a Cândida, se não fosse o assaltante ela também estaria com
um celular desse. – Dona Antônia também entrou no meio da conversa.
- Que azar...
- Pois é.
- Mas ela vai ganhar um novo, Joana. Semana que vem vamos na
cidade, vou levá-la para escolher o modelo mais bonito da loja, vai levar o
modelo que quiser! – O gostoso chegou por trás e deu um abraço apertado
na minha amiga, que ficou me olhando com cara de boba. Ele estava num
fogo com ela, não tirava a mão dela um minuto, sempre dando um jeito de
alisar.
- Pois é.
- Ai Joana, não tive tempo também de falar, mas é que eu estou indo
morar com o João...
Fiquei olhando para os dois, pareciam tão alegres... mas foi tudo tão
rápido, já tinham até trepado gostoso. Minha amiga estava mesmo tirando o
atraso. Foram anos sem beijar e nunca transar, coitadinha.
- Bom. Eu vou nessa então. Estou vendo que o João está te ajudando
com as malas. Depois a gente conversa, quando ganhar seu celular me dá
um toque. Vou deixar o meu número anotado aqui.
- Tá bom.
Depois que a intrusa saiu, pudemos conversar com calma nós três
enquanto tomávamos o café gostoso da dona Antônia, sossegados. Falei
com elas que o advogado já estava com tudo arrumado, falei um valor por
alto para a minha sogra e ela quase se engasgou com o café.
Falei com ela que já queria depositar alguma coisa para elas, mas dona
Antônia disse que só a Cândida tinha conta no banco, e que trabalhava sem
carteira assinada, que o Tião dava para ela o valor de acordo com o
movimento do bar, mas considerava até bom porque conseguiram juntar e
comprar a maioria das coisas que tinha na casa. Televisão, geladeira e sofá.
Pensei logo na origem desse dinheiro; sem querer desmerecer a Cândida,
era trabalho honesto, mas eu sabia muito bem que aquele vagabundo não
molharia a mão dela assim a troco de nada.
- Cândida, você tem que ter maldade para as coisas. Em quem você
acha que essa Joana vai confiar mais? No cara que dorme com ela e lhe dá
presentes caros ou na colega que ela vê vez ou outra?
- Pois pense, meu benzinho. E eu estou aqui para abrir esses olhinhos
lindos.
A fazenda dele era enorme. Uma porteira grande, dava para uma
estrada cheia de coqueiros enfileirados um do lado do outro, parecia a
entrada do paraíso. De longe víamos a casa, uma mansão de dois andares,
acho que dava umas dez casas minhas no tamanho.
Meu Deus, eu achei que estava dentro de uma cena de novela, de tão
bonito que era aquele lugar. Parecia mesmo daquelas novelas com fazenda,
com aquelas mansões. Tudo muito bem cuidado, os jardins verdinhos, cada
flor mais linda que a outra, as árvores então... quem passava de fora no
asfalto não tinha noção do tamanho que era lá dentro, e de como era bonito.
O João me surpreendia cada vez mais. Era tão carinhoso comigo que
me dava até medo, desconfiança. Eu ficava pensando no que tinha feito
para merecer um homem assim, e o que ele tinha visto em mim, se podia ter
a mulher que quisesse.
Mas a nossa química era algo inexplicável, talvez fosse isso. Eu nunca
senti por homem nenhum o que senti quando o vi entrar pela porta lá de
casa. E o jeito que ele me olhou... meu Deus... parecia que sentiu a mesma
coisa, me deu um calor, fiquei toda arrepiada...
- Você nunca me atrapalha, Cândida. Você veio para somar, para ser
feliz, me fazer feliz junto, só isso. Agora tira esse pensamento ruim da sua
cabeça. E eu é que te peço por favor!
-Tá bom.
Eu quis ficar bonita para ele, quis que me desejasse, elogiasse. E não ia
contar para ele que foi o Zeca que tinha me dado a camisola de aniversário
(até porque para mim não tinha nenhuma importância, eu não ia vestir para
ele, como muito me pediu). Era branca, toda transparente em cima e
curtinha, eu nunca tinha usado, boba que eu era guardava para uma ocasião
que achei que nunca fosse chegar.
- Quer jantar, meu bem? – Fui chegando perto, abracei ele, fiquei na
ponta dos pés, mas antes que meus lábios o tocassem ele me agarrou, me
pegou no colo, dei um gritinho. Passei minhas pernas ao redor da cintura
dele, João apertou minha bunda e me abocanhou gemendo, sua língua
entrou com tudo, me lambendo, devorando. Agarrei seus cabelos macios e
fiquei acarinhando enquanto o lambia, boca macia, cheiroso, tinha tomado
banho e estava todo fresquinho, foi caminhando para a cama e caiu deitado
de costas, comigo em cima dele.
- Puta que pariu... – Tornamos a nos beijar, ele era muito mais maldoso
que o Tião, o outro nunca tinha mexido atrás igual esse fazia. Ficou
alisando o meu reguinho, desceu o dedo e rodeou meu cuzinho, segurei a
mão dele.
- Deixa...
- Combinado...
- Que delícia ficar assim com você, João... – Fechei os olhos e fiquei
paradinha com as pernas abertas, só sentindo o que ele fazia comigo. Seu
pau era grande, grosso, a cabeça muito macia, e estava meladinha também.
Ele segurou e ficou esfregando na minha buceta, escorregando.
Ele levantou o quadril e segurou o pau abri minha bunda para ajudá-lo
a enfiar.
- Então fica...
Ele me empurrou para trás e me fez sentar, fiquei sentada no colo dele.
- Ai... é muito fundo...
- Aaah.... aaah...
Fiquei deitada em cima dele com as pernas abertas, João ficou alisando
minha bunda devagarinho, descia o dedo pelo meu reguinho. Ele não
conseguia ficar sem me tocar, era muito carinhoso.
- Eu também...
Já tinha passado uma semana, e eu ainda achava que estava num sonho.
Que doideira que eu tinha feito, fui muito corajoso. Chegar naquela
casa simples, oferecer para comprar a chácara...
Mas isso era o de menos... a loucura maior era pegar essa menina para
criar... fiquei pensando no que meus amigos iam achar, cabra tudo casado e
com filho entrando na adolescência... mas eu tinha o direito de recomeçar a
minha vida, comi o pão que o diabo amassou na mão da minha ex.
Eu era muito mais velho do que ela, mas tenho certeza que ia cuidar
dela melhor do que muito moleque por aí, e era só o que tinha na roça e nas
redondezas: moleque!
Lembrei do tal do Zeca, era outro que estava na minha mira. Amanhã
cedo já ia atrás do meu advogado, ia deixar meu docinho aqui dormindo e ia
acordar cedo, conversar com a dona Amélia, minha cozinheira, deixar tudo
pronto, pedir aos empregados para darem uma assistência para a Cândida
enquanto eu estivesse fora.
Manhã seguinte até tomei banho na outra suíte para não acordar o meu
benzinho. Me aprontei, tomei um café rápido e passei a mão na chave da
caminhonete, papelada já pronta para levar para o Ricardo na cidade.
Mostrei uma foto da Cândida para ele. Numa noite antes de descermos
para jantar, pedi que ela fizesse uma pose com uma das camisolas que eu
tinha dado. Ela juntou o cabelão no alto e fez beicinho, arrebitando os dois
melões deliciosos. Menina mais linda do Universo!
- Para com isso, Ricardo. Minha cabeça já fica cheia de minhoca, não
preciso de mais um para me encher o saco.
Dito e feito.
- E foi bom?
- Apertadinha?
- Demais.
- Você que pediu, caralho! E para de fazer pergunta senão vai continuar
levando!
- Beijo gostoso?
- Ô, se beija...
- Tá louco, cara?
- Calma lá, cara. Estou ensinando aos poucos, se não ela assusta...
- Não, desgraça.
O garçom chegou com as duas xícaras. Esperamos ele sair para
continuar com a putaria.
- Você deve estar doido pra... você sabe... aquilo que você mais gosta
de fazer... sua tara...
- Tá falado, Rique.
Depois que nos despedimos eu dei uma volta pelas lojas, saí do
shopping carregado de roupa, biquíni e lingerie para o meu docinho, a
mulherada ficou me olhando tudo curiosa, gastei dinheiro pra caramba, só
loja de grife!
Nossa sim. Tudo que era meu já era dela, eu queria dividir tudo. A
sapeca pulou e rebolou de todo jeito, já estava aprendendo direitinho,
ficamos agarrados, fui ao seu encontro levantando meu quadril, batendo
fundo, com pressão, até gozar, meu dedo enterrado no cuzinho. Cândida
gemia alto e eu incentivava aquele espetáculo, e mesmo que tivesse alguém
lá para escutar, eu não estava nem aí.
O dia estava perfeito para a gente tomar sol, aproveitar a área linda e
enorme da piscina.
Cheguei com o biquíni e ele quase babou, ficou de boca aberta. Falou
que só não ia me abraçar porque o celular estava tocando, seu amigo tinha
acabado de chegar e ele ia até lá abrir. Me mandou deitar na espreguiçadeira
para esperá-los. E assim eu fiz. Deitei de costas, fiquei tomando sol. João
tinha dispensado todos os empregados para ficarmos bem à vontade nesse
dia, e eu achei ótimo.
Olhei para cima, visão até meio embaçada. Dois homens lindos, um do
lado do outro, me encarando. Levantei depressa para cumprimentar o amigo
do João.
- Oi...
Que homem lindo. Era mais novo que o João, menos corpulento.
Moreno, cavanhaque, usava uma regata branca mostrando os braços
torneados e uma tatuagem grande no braço, a cara de um lobo.
Meu Deus, como ele parecia com o João, só que mais novo. No jeito de
falar, seus pensamentos, tudo. Fiquei encantada. Muito gentil, um amor. E
fora que era lindo. Não sei como um homem desse ainda estava solteiro...
tirou a camisa e ficou só de short e óculos escuros. Com todo o respeito, eu
não tinha interesse algum, mas qualquer mulher olharia.
João chegou junto, sentou do nosso lado. Seu olhar estava um pouco
baixo, parecia que já tinha bebido um pouco lá dentro.
- Uhum, docinho...
Fiz o que ele pediu. Estava um caldinho grosso, parecendo até uma
sobremesa, só um fundo ardido da pinga. Depois que provei, fiquei
lambendo.
- Assim não...
- Cacete, Ricardo.
- O quê?!
Meu coração acelerou, ele me deixava cada vez mais apaixonada com
esse jeito de falar, essas declarações. E cheia de tesão.
O Ricardo era tão lindo, tão gente boa... acho que só um beijo não ia
fazer mal, era um jeito de agradecer as gentilezas dele comigo. E agradecer
pela amizade dele com o meu namorado.
- Muito...
- Ah, não estou querendo nadar não, Jão... estou querendo é outra
coisa... continuar esse beijo em outro lugar...
- Ricardo, Ricardo... – João falou em tom de ameaça.
- Por quê? O Jão não liga. Sabe que é só brincadeira... e o safado sabe
que é uma delícia também...
- Ai meu Deus...
- Deixa... sei que está com vontade, você vai adorar ganhar isso. E o
beijo foi gostoso, não foi? – João falou baixinho, entre um beijo e outro no
meu pescoço. Os dois olhavam para mim com expectativa.
- Não... só um ciuminho...
Meu namorado já estava meio zonzo. Aquele jeito de falar era de
quando ele baixava a guarda, não era do homem duro mais. Já estava
rendido a mim, apaixonado, cego de tesão. Nós dois parecíamos almas que
se procuraram a vida inteira.
- Brincadeira, morena...
Ele riu.
- Posso?
- Ricardo!
- Caralho...
- Filho da puta que você é, Ricardo. - João veio por trás e abriu as
pernas, se sentou atrás de mim, colocou as mãos pesadas sobre a minha
barriga. Seu pau estava duro, enorme, cutucando minha bunda.
- Ai... aaai...
Me entreguei. Não tinha forças mais. Deitei no peito do João, ele não
tirava as mãos dos meus biquinhos, pinçando com os dedos, puxando de
leve. Eu gemia alto, rebolava, ele sussurrava no meu ouvido que era para eu
deixar o Ricardo chupar, que não era para segurar.
- Ai, Deus.... meu Deus... que loucura... – Fiquei cansada, mas relaxada
como nunca estive antes. Suada, entregue aos dois, toda nua com as pernas
na água e o tronco no colo do João.
- Vamos nadar, meu amor?
- Fica assim, meu bem. Não veste não... – João pediu com tanto jeito
que eu não consegui recusar.
- Não tem problema, você tem dois homens à sua disposição para o que
você quiser, somos seus escravos, minha morena! – João brincou comigo
me arrancando um beijo na boca.
Eu fiquei rindo. Sentei nos braços deles e fomos para a parte rasa da
piscina que era imensa.
- Jão, nós não vamos ter paz com essa mulher desse jeito... parece uma
sereia, que peixão que você pescou hein, cara... os dois abaixaram um
pouquinho para eu não ficar toda fora da água, ficou batendo na minha
cintura.
Ficar ali com os dois se tornou uma tortura para mim. Eu precisava
concretizar o que estava me matando por dentro, eu queria o João, precisava
dele dentro de mim.
Me colocaram de pé na hora.
- Ai!
Fiquei rindo, mas parei na hora quando senti o dedo dele me rodeando,
começou a me penetrar.
- Ai, João...
- O que é que você está fazendo, caralho? – Ricardo perguntou, nós três
andando para a parte funda da piscina onde estava a escada.
- Porque tem um lugar muito mais quentinho pra você esfolar esse pau
gostoso...
- Safada...
Eu só ria. Homem é bicho bobo, não pode ver mulher. Depois que os
dois subiram, cada um me ofereceu um braço e fomos andando para buscar
nossas toalhas e seguir para dentro da casa.
Conversávamos sobre tudo, ele falava que o prazer dele era me ensinar,
me mostrar tudo. Dentre outras coisas, falávamos de sexo, ele queria que eu
aprendesse com ele, que sentisse como era gostoso, falava que o corpo era
meu mas que ele queria sentir tudo junto comigo. Eu ficava cada dia mais
apaixonada por esse homem, queria agradá-lo, me fazia bem, eu estava feliz
demais...
João me puxou pela cintura e começamos a nos beijar, eu sentia que era
o momento, estava muito excitada, cheia de coragem, de desejo. E ele não
me dava sossego, era tarado pela minha bunda, sempre que podia estava
mexendo, metendo a mão, alisando...
- Eu quero...
- Mas...
- O quê?
- É.
Ricardo tirou o short e veio correndo de pau duro, era enorme, grosso...
pulou em cima de mim, me agarrou com violência, nossas línguas se
lamberam com fome, seu beijo era gostoso demais. Praga de homem lindo
e delicioso!
- Safada... putinha...
- Delícia...
Que raio de diabo que passava pela minha cabeça nem eu mesmo sabia.
Mas vivia uma fase de paixão, de tesão, como há muito tempo não
acontecia. Eu estava amando de novo, alucinado por essa menina, doido por
cada pedacinho dela, vontade de provar até o caroço, de cuidá-la, de vê-la
feliz, fazê-la toda minha! Parecia que eu tinha rejuvenescido uns vinte anos,
toda aquela emoção forte que jovem sentia vinha dentro de mim, eu estava
em chamas!
Topei dividir meu tesouro com o Ricardo, melhor amigo meu, ele
parecia minha alma gêmea, alma de irmão. O que ele sentia eu sentia
também.
A menina topou, sentia atração por ele. O filho da puta era bonito
mesmo, mais jovem, viciado em academia, tatuado. Comedor do caralho.
Deixei rolar; ela mandava no meu coração, no meu juízo. E ninguém mais
ia saber, éramos só nós três, e era pura diversão aquilo, eu estava morto de
tesão com essa brincadeira.
E ela sempre me falava que no momento certo iria realizar meu desejo,
ia me dar aquele rabo gostoso.
- Vocês dois podem parar um pouco aí? – Do jeito que ele a fodia com
força, não ia conseguir tirar, ia esporrar dentro. E já estava quase fazendo a
minha menina gozar de novo, ele era foda.
- Vem, Jão. Entra na brincadeira aí, do jeitinho que você gosta... Espera
docinho, fica paradinha... – Ele cochichou no ouvido da Cândida.
- Vou fazer devagarinho, meu bem. Se doer muito, me fala que eu paro.
- Dois, gostosa... você aguenta... olha que delícia o pau do João, olha...
– Ricardo deu um beijo gostoso na boca dela, tentando aliviar a dor.
Quanto mais eu entrava mais ela gemia, contraía. Ricardo gemia junto,
falando que estava apertando o pau dele. Coloquei a cabeça toda e ela
gemeu, falou que estava ardendo, mas me liberou para continuar, disse que
era gostoso. Cuzinho apertado pra caralho, minha porra já estava na porta,
eu não ia aguentar muito tempo.
- Foi tudo, meu amor. Foi tudo...
Acelerei, fiz pressão com carinho. Ricardo sacou logo, era velhaco.
Ficou chupando aquele bicão do seio e gemendo, metendo gostoso,
tentando massagear o clitóris dela. E quando ele mordiscou um mamilo, aí
que ela não aguentou mais.
Cândida explodiu num gozo como eu nunca tinha visto. Ela berrou, foi
uma mistura de gemido com grito, se tivesse empregado em casa eu tenho
certeza que teriam escutado tudo.
Ficou rebolando, presa entre nós dois; apertamos sua cintura juntos,
ficamos metendo, urrando igual bicho, nos esfregando nela, até que nosso
gozo veio junto, de uma vez.
- Ah, caralho!
- Tesão, porra! – Ele tirou correndo, esporrou na barriga.
Meu pau ficou latejando, deixei esvaziar a última gota e tirei fora
devagarinho.
Cândida caiu em cima dele exausta e ficou deitada no peito dele igual
ficava comigo, aninhada, os dois abraçadinhos, se acarinhando.
- Cara, na boa... na hora deu tesão, todo mundo zureta, mas não quero
ficar falando disso não, acabou, morreu o assunto.
- Beleza.
Entre a gente não existia clima ruim, apesar de saber que no dia
anterior ele tinha fodido a minha menina. Eu concordei, ficar lamentando
isso agora não fazia o menor sentido. Na hora todo mundo aproveitou, eu,
ele, e principalmente a gostosa, ficou igual uma rainha com seus súditos,
gozou gostoso, curtiu demais a nossa brincadeira.
- Foi mal, Jão. – Ricardo riu. Ele fazia de sacanagem para me provocar.
- Não é nada, meu bem. Toma o seu café para a gente ir.
Cândida acabou de tomar seu café, pegou sua bolsa e fomos os três
para o meu carro.
O primeiro lugar que nós fomos foi na cidade, comprei para ela o
aparelho celular mais caro que tinha na loja, e fiquei puto quando o Ricardo
ficou rindo de mim - o vendedor perguntou se eu era pai da Cândida e ele, o
namorado.
Para a minha vingança ela respondeu à altura. Era inocente mas sapeca
pra danar. Virou para ele quando estávamos indo embora e perguntou “ei,
olha se pai e filha se beijam desse jeito”, me puxou pelo pescoço e trocamos
um beijo de língua delicioso, meti a mão na bunda dela. O vendedor e o
Ricardo ficaram rindo e o cara pediu desculpas.
Falei para ela não contar a ninguém, as duas não tinham parentes ali e
nem amizades próximas, então ninguém precisava saber para onde a dona
Antônia iria com o Bernardo. Ricardo era foda, sabia de uma chácara linda
ao da minha fazenda, e já estava de olho, fazendo toda a tramitação para
mostrar a ela. Nessa nossa reunião ele já introduziu esse assunto; aí que as
lágrimas da minha sogra rolaram de vez.
- Quem são esses, Tião? – Não deu outra, ela perguntou e veio
chegando junto.
Mulher dele. Tião era casado e não tinha contado à menina. Falava que
haviam se divorciado. E agora estava se borrando de medo dela.
- Por quê? Está com ciúme? Fica não... é só molhar a mão dela que ela
solta rapidinho!
- Fala logo o que você quer, desgraça! – Além de tudo era atrevido.
Quando saímos a mulher dele estava no caixa, nos viu sair lá de dentro
e ficou nos encarando. Ele que se entendesse com ela, queria ver a desculpa
esfarrapada que ia dar para a coitada.
Um amigo igual a esse era raridade. Nossa amizade não tinha preço.
CÂNDIDA
Hoje faz nove meses que aconteceu isso tudo, e eu só falo uma coisa...
Se não fosse ele, eu viveria aquela vida para sempre, dependendo das
migalhas do Tião, dos abusos dele! Essa praga sumiu da minha vida, nunca
mais nem vi, nem tive notícias, Graças a Deus! Também rompi amizade
com a Joana, achei melhor assim. Da última vez que nos falamos ela ainda
estava com o Zeca, apaixonada que só! Era Deus no céu e o Zeca na Terra.
Ela não quer que eu conte porque morre de vergonha, mas está
namorando um empregado do João aqui da fazenda. Ele é que nos
comunicou, ela ficou caladinha na hora, mas dava para ver na cara dela
como está apaixonada.
E eu tenho que falar sobre o Rique também, porque é um amigo que eu
amo... Não rolou nada entre a gente depois, sexo foi só aquela vez, só de
brincadeira mesmo. Temos um carinho imenso um pelo outro, um grande
respeito. Eu vejo como ele gosta do João, como é um cara companheiro,
amigo mesmo, para todas as horas.
Eu e o João estamos juntos para valer. Ele prometeu casar comigo, quer
marcar a data de todo jeito, mas falei que vamos fazer com calma, depois
que o nosso filho nascer. A barriga já está crescendo, e ele anda rindo à toa,
só fica fazendo carinho...
Rapaz...
Eu estou maluco com isso, nem acredito que o meu filho vai nascer
daqui a poucos meses!
Não me arrependo de nada que fiz por ela. Mesmo que não ficássemos
juntos, eu sinto que precisava salvá-la, parece que foi Deus tocando no meu
coração.
Quero dar o mundo para ela e para o nosso filho na sua barriga.
Amanhã mesmo vamos fazer uma viagem... Ela vai andar de avião pela
primeira vez, vou levar para conhecer o mar. Ela fala que é um sonho. Estou
feliz pra burro!
Bom. É isso. E o que eu tenho para dizer é que a gente tem que seguir o
coração, porque eu acho que ele nos leva para o caminho certo!
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NINA
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