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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

VII – INFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS A PARTIR DAS COORDENADAS DE TERRENO


______________________________________________________________________________________
A partir de um arquivo com coordenadas, covariâncias e informações temáticas de pontos sobre a
superfície da Terra, abaixo dela ou sob as águas de lagos, rios e mar, pode-se extrair informações
posicionais (X, Y, Z ou ∆X, ∆Y e ∆Z) e geométricas (distâncias, ângulos, áreas e volumes) e avaliar a
precisão dessas informações. Naturalmente que, se o arquivo dispõe de informações temáticas de cada
ponto, estas poderão ser resgatadas.
É interessante observar que a partir de um arquivo de informações topográficas pode-se extrair
informações que não puderam ou não podem ser obtidas diretamente no campo. Alinhamentos, ângulos e
distâncias, com precisão devidamente avaliada, entre pontos que não apresentam visibilidade entre si
poderão agora ser determinados e materializados se necessário for. A direção de perfuração de um túnel ou
de construção de uma grande ponte pode ser materializada e a execução de tais obras pode ser realizada
partindo-se dos dois extremos. Até mesmo informações temáticas, não visualizadas diretamente no campo,
podem ser inferidas após analisar um conjunto de informações levantadas. Àreas e volumes são
informações que não podem ser medidas diretamente.
Este Capítulo tratará da extração de informações geométricas a partir de um arquivo de
coordenadas, excepcionalmente, tridimencionais, ou seja, com X, Y e Z. Para que a precisão da grandeza
determinada possa ser avaliada, é necessário que o arquivo contenha, no mínimo, o desvio padrão de cada
coordenada. Se o arquivo contem também as covariâncias, a incerteza pode ser melhor avaliada.
______________________________________________________________________________________

1- INTRODUÇÃO

Na Figura 7.1
• X, Y e Z são os eixos de um sistema topográfico (o plano XY é o plano horizontal ou
topográfico de o);
• P, Q e R são pontos no espaço definido pelo sistema XYZ, com coordenadas conhecidas;
• p, q e r as projeções de P, Q e R no plano horizontal;

• γ é o ângulo horário RP̂Q , no plano definido pelos pontos P, Q e R;

• a é o ângulo horizontal horário RP̂Q ;

• ÎQR é o ângulo vertical de inclinação de Q para R;

• Ẑ QR é o ângulo vertical zenital de Q para R;


r
• VPQ é o vetor espacial de P para Q;
r
• VPR é o vetor espacial de P para R;
r
• VQR é o vetor espacial de Q para R e
r r r
• i , j e k é o terno ortogonal fundamental associado ao sistema topográfico.

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y≡N
R

r Ẑ QR
VQR
ÎQR Q
O r r
VPR VPQ
q
r γ

r P
r j a
k
p
o r x
i

Vertical de o

Figura 7.1 – Informações geométricas a partir das coordenadas topográficas

A Tabela 7.1 mostra o que deve conter um arquivo de informações topográficas de pontos
conhecidos, como P, Q e R. As variâncias de X, Y e Z e as covariâncias dos pares XY, XZ e YZ devem
constar na estrutura; porém, como variâncias e covariâncias são números pequenos elevados ao quadrado,
recomenda-se amezenar os desvios padrão e os coeficientes de correlação.

Tabela 7.1 - Modelo Numérico do Terreno: Arquivo de informações topográficas processadas

Descrição do Sistema Topográfico de referência: _____________________________________________


____________________________________________________________________________________
Responsável Técnico:____________________________________________ CREA: ________________

Desvios padrão (mm) e coeficientes de


Coordenadas Topográficas
ID do Descrição correlação
(m)
Ponto temática entre as coordenadas
X Y Z σX σY σZ ρ XY ρ XZ ρ YZ
P XP YP ZP
Q XQ YQ ZQ
R XR YR ZR
M M M M M M M M M M M

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r r r r r r
Empregando o terno ortogonal fundamental, i , j e k , os vetores VPQ , VPR e VQR , mostrados na

Figura 7.1, são expressos das seguintes formas:

r r r r
VPQ = ∆X PQ ⋅ i + ∆YPQ ⋅ j + ∆Z PQ ⋅ k (7.1)

r r r r
VPR = ∆X PR ⋅ i + ∆YPR ⋅ j + ∆Z PR ⋅ k (7.2)

r r r r
VQR = ∆X QR ⋅ i + ∆YQR ⋅ j + ∆Z QR ⋅ k (7.3)

sendo ∆X, ∆Y e ∆Z as componentes vetoriais. Vale enfatizar que

∆X PQ = X Q − X P , (7.4)

∆YPQ = YQ − YP (7.5)

e
∆Z PQ = Z Q − Z P (7.6)

Feitas estas considerações e apresentada a estrutura de dados; distâncias, ângulos, áreas e


volumes podem ser determinados e suas incertezas avaliadas. Uma vez que o assunto propagação de
covariâncias foi tratado no capítulo 4, deixa-se a cargo do estudante a propagação das covariâncias das
coordenadas para as componentes vetoriais e informações geométricas. Tal propagação não será realizada
neste capítulo a fim de não tornar-lo demasiadamente extenso.

EXERCÍCIO:
i) Na Tabela 7.2 estão contidas as coordenadas de quatro pontos P, Q, R e O. Determinar as
r r r r
componentes dos vetores VPQ , VPR , VPO e VQR bem como suas variâncias.

Tabela 7.2: Coordenadas topográficas, seus desvios e coeficientes de correlação


Desvios padrão (mm) e coeficientes de
Coordenadas Topográficas
ID do correlação
(m)
Ponto entre as coordenadas
X Y Z σX σY σZ ρ XY ρ XZ ρ YZ
P 51,231 12,525 9,734 2 2 2 0 0 0

Q 97,564 73,246 15,987 2 2 2 0 0 0


R 9,289 38,721 64,280 2 2 2 0 0 0
O 9,289 38,721 15,987 2 2 2 0 0 0

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2- CÁLCULO DE DISTÂNCIAS

As distâncias podem se referir a um plano horizontal, a plano vertical ou podem ser distâncias
espaciais entre os pontos na superfície física.

2.1 Distância Espacial ou Inclinada entre dois pontos.

r
Por definição, a grandeza VPQ , norma do vetor de P para Q, é a distância espacial entre os

pontos P e Q, dada por:

[ ]
r 2 2 2
1
DPQ = VPQ = + ∆X PQ + ∆YPQ + ∆Z PQ 2 , (7.7)

lembrando que, desprezando o efeito da relatividade, a distância espacial independe do sistema de


referência, ou seja, a distância espacial será a mesma se as componentes vetoriais forem topográficas,
topocênctricas, geocêntricas (obtidas pelo rastreio de satélites), etc.

2.2 Distância Horizontal

È o comprimento da pojeção da distância espacial no plano topográfico. Também conhecida como


distância reduzida. A distância horizontal entre dois pontos é a norma do vetor planimétrico definido pelas
componentes vetoriais planimétricas, ou seja:

DH PQ = D XYPQ = + ∆X PQ
2
+ ∆YPQ
2
, (7.8)

Vale lembrar que uma distância no plano XY horizontal, plano topográfico, é bem diferente de uma distância
no plano XY coicidente com o plano do equador, por exemplo. A distância no plano XY depende, portanto,
do sistema de referência.

2.3 Distância Vertical

A distância vertival de P para Q, DVPQ, é também conhecida como diferença de nível de P para Q,
DNPQ, e dada por:

DVPQ = DNPQ = ∆Z PQ = Z Q − Z P , (7.9)

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podendo, portanto, ser negativa ou positiva. Se DVPQ é menor que zero é porque o ponto Q está mais baixo
que o P.

EXERCÍCIOS:
i) Calcular as distâncias espaciais entre os pontos P e Q, P e R e Q e R da Tabela 7.2.
ii) Calcular as distâncias horizontais entre os pontos P e Q, P e R e Q e R da Tabela 7.2
iii) Calcular as distâncias verticais de P para Q, de P para R e de Q para R.

3- CÁLCULO DE AZIMUTES e RUMOS

Como visto no item 3 do Capítulo 5, azimutes são ângulos horizontais com origem no lado norte do
meridiano, que podem ser calculados empregando a seguinte equação:

⎛ ∆X PQ ⎞
AZ PQ = arctg ⎜⎜ ⎟ ,
⎟ (7.10)
⎝ ∆YPQ ⎠

Se o ponto Q estiver no segundo ou terceiro quadrante, em relação ao sistema topográfico com origem
no ponto P, soma-se 180º ao resultado da operação com a equação (7.10). Se estiver no quarto quadrante
soma-se 360º. Para mais detalhes, inclusive quanto às restrições de uso da (7.10), veja o item 3 do Capítulo
5.
Rumos podem ser derivados dos azimutes como mostrado na Figura 2.25.

4- CÁLCULO DE ÂNGULOS

Os ângulos podem se referir ao plano horizontal, ao plano vertical ou ao plano que contenha os
pontos na superfície física.
Teodolitos medem ângulos horizontais e verticais, porém, o ângulo no plano que contém os três
pontos na superfície física pode, mesmo que raramente, ser uma informação requerida em cálculos
topográficos.

4.1- Ângulos no plano determinado por três pontos na superfície física

Na Figura 7.1 γ é um ângulo contido no plano determinado por três pontos na superfície física e que
pode ser determinado a partir das distâncias espaciais entre os pontos envolvidos ou a partir das
componentes vetoriais.

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4.1.1- A partir das distâncias espaciais calculadas

As distâncias espaciais entre os pontos P, Q e R, Figura 7.1, podem ser calculadas empregando a
equação (7.7) e o ângulo γ, no plano definido pelos pontos P, Q e R, empregando a lei dos cossenos, ou
seja,

⎛ D PQ
2
+ D PR 2
− D QR
2


γ = arccos ⎜ ⎟ , (7.11)
2 ⋅ D PQ ⋅ D PR ⎟
⎝ ⎠

com γ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DPQ ou DPR, pode ser nula.

4.1.2- A partir das componentes vetoriais

r r
O produto escalar entre os vetores VPR e VPQ , que limitam o ângulo γ, é definido por:

v v r r
VPR • VPQ = VPR ⋅ VPQ ⋅ cos γ , (7.12)

ou seja,

r v
VPR • VPQ
cos γ = r r , (7.13)
VPR ⋅ VPQ

Empregando as componentes vetoriais mostradas nas equações (7.1) e (7.2), o produto escalar
pode ser calculado por:

v v
VPR • VPQ = ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ + ∆Z PR ⋅ ∆Z PQ . (7.14)

r
A norma do vetor VPQ é dada pela (7.7) e, semelhantemente,

v 2 2 2
VPR = DPR = + ∆X PR + ∆YPR + ∆Z PR . (7.15)

Portanto,

⎛ ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ + ∆Z PR ⋅ ∆Z PQ ⎞
γ = ar cos ⎜⎜ ⎟ ,

(7.16)
⎝ D PR ⋅ D PQ ⎠

com γ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DPQ ou DPR, pode ser nula.

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4.2- Ângulos Horizontais

Os ângulos horizontais podem, conhecendo-se as coordenadas topográficas dos pontos envolvidos,


ser calculados a partir, dos azimutes determinados pela (7.10), das distâncias horizontais calculadas pela
(7.8) ou das componentes dos dois vetores envolvidos.

4.2.1- A partir de azimutes calculados

Como visto no item 5 do capítulo 2, o ângulo horizontal horário RP̂Q , a da Figura 7.1, pode ser
determinado a partir de azimutes empregando a seguinte equação:

α = ang. hor. RP̂Q = AZ PQ − AZ PR (7.17)

e o ângulo anti-horário RP̂Q , b, obtido por:

β = ang. anti − hor . RP̂Q = AZ PR − AZ PQ , (7.18)

lembrando de somar 360º caso o valor encontrado seja menor que zero. Assim, a e b estarão no intervalo
[0 a 360º).
Para mais detalhes veja o item 5 do Capítulo 2.

4.2.2- A partir das distâncias horizontais calculadas

Calculando as distâncias horizontais entre os pontos P, Q e R, Figura 7.1, o ângulo horizontal a


pode ser determinado empregando a lei dos cossenos, ou seja,

⎛ DHPQ
2
+ DHPR 2
− DHQR
2

α = arccos ⎜⎜ ⎟

(7.19)
⎝ 2 ⋅ DHPQ ⋅ DHPR ⎠

com a no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DHPQ ou DHPR, pode ser nula.

4.2.3- A partir das componentes vetoriais

Fazendo, na equação (7.16), ∆ZPR e ∆ZPQ iguais a zero, uma vez os vetores envolvidos agora são
horizontais, tem-se:

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⎛ ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ ⎞
α = ar cos ⎜⎜ ⎟

(7.20)
⎝ DHPR ⋅ DHPQ ⎠

com a no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DHPQ ou DHPR, pode ser nula.

4.3- Ângulos Verticais

Ângulos zenitais como o de P para Q – veja item 6 do Capítulo 2 - podem ser calculados,
conhecendo-se as coordenadas dos pontos, empregando a seguinte equação:

Z Q − ZP
Ẑ PQ = ar cos ( ) (7.21)
[ (X ]
1

Q − XP ) 2
+ ( YQ − YP ) 2
+ (Z Q − ZP ) 2 2

com Ẑ PQ no intervalo [0 a 180º], luneta em PD. Obviamente a distância, DPQ não pode ser nula.

Ângulo vertical de inclinação de P para Q, îPQ, pode ser derivado do ângulo zenital.

EXERCÍCIOS:
i) Calcular o ângulo no plano inclinado PQR com vértice em P, ângulo interno do triângulo PQR, γ na
Figura 7.1, empregando as coordenadas da Tabela 7.2.
ii) Calcular o ângulo horizontal o interno do triângulo pqr, α na Figura 7.1, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2

iii) Calcular o ângulo zenital de Q para R, Ẑ QR , empregando as coordenadas da Tabela 7.2.

iv) Calcular o ângulo de inclinação de Q para R, îQR , empregando as coordenadas da Tabela 7.2

5- CÁLCULO DE ÁREAS

Semelhantemente a distâncias e ângulos, áreas podem se referir a um plano horizontal, a um plano


vertical ou ao plano definido por três pontos na superfície física.

5.1- Área de um triângulo plano inclinado definido por três pontos

A Figura 7.2 mostra o plano inclinado definido pelos pontos P, Q e R e o paralelogramo definido pelos
r r r
vetores VPQ e VPR - não estão em uma mesma direção e nenhum dos dois é nulo. Na Figura, A

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representa o vetor área do paralelogramo - perpendicular ao plano PQR - e S ∆ é a metade da área do


paralelogramo, ou seja, é a área do triângulo PQR.
r r r
Se o vetor área, A , é resultante do produto vetorial dos vetores VPQ e VPR , ou seja,

r r r
A = VPQ × VPQ (7.22)

R
r
VQR
r r
VPR A
S∆ = Q
2
γ r
VPQ
r
A
P

Figura 7.2 – Vetor área e área de um triângulo qualquer, inclinado.

Como produto vetorial é dado por:

r r r
i j k
r r ∆YPQ ∆Z PQ r ∆Z PQ ∆X PQ r ∆X PQ ∆YPQ r
VPQ × VPR = ∆X PQ ∆YPQ ∆Z PQ = ⋅i + ⋅j + ⋅k
∆YPR ∆Z PR ∆Z PR ∆X PR ∆X PR ∆YPR
∆X PR ∆YPR ∆Z PR

r r
= ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ i + ( ∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR ) ⋅ j +
r
( ∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ k

(7.23)
r
Tem-se que o vetor A é igual a:

r r r
A = ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ i + ( ∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR ) ⋅ j +
r.
( ∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ k

(7.24)

Fazendo
∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ = ∆X A (7.25)

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∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR = ∆YA (7.26)

e
∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR = ∆Z A (7.27)

Tem-se:

r r r r
A = ∆X A ⋅ i + ∆YA ⋅ j + ∆Z A ⋅ k (7.28)

Como a área do triângulo inclinado definido pelos pontos P, Q e R, S ∆ , Figura 7.2, é a metade da norma de
r
A tem-se:

r
[ ]
1
A + ∆X 2A + ∆YA2 + ∆Z 2A 2
S∆ = = (7.29)
2 2

Portanto, calculando-se as componentes do vetor área, ∆X A , ∆YA e ∆Z A , a partir das


coordenadas cartesianas dos pontos P, Q e R - equações (7.25), (7.26) e (7.27) -, a área do triângulo plano
definido por tais pontos pode ser determinada empregando a equação (7.29).
r
Se o ângulo γ foi calculado empregando a equação (7.16) a norma de A pode ser determinada por:

r r r
A = VPQ ⋅ VPR ⋅ sen γ = D PQ ⋅ D PR ⋅ sen γ (7.30)

EXERCÍCIOS:
r r
i) Calcular as componentes do vetor área do paralelogramo definido pelos vetores VPQ e VPR ,

Figura 7.2, empregando as coordenadas da Tabela 7.2.


ii) Calcular a área, no plano inclinado, do triângulo PQR, empregando as coordenadas da Tabela 7.2.
iii) Calcular a área, no plano horizontal, do triângulo pqr, Figura 7.1, empregando as coordenadas da
Tabela 7.2.

5.2- Área de um polígono regular qualquer no plano XY

A Figura 7.3 mostra um polígono num formato qualquer definido pelas coordenadas X e Y dos cinco
pontos definidores do limite. Se o plano horizontal XY é o plano topográfico a área S do polígono é a área
reduzida a este plano.
Como visto no ítem anterior, a área de um triângulo pode ser determinda pelo produto vetorial de
dois de seus vetores, equação (7.29). A Figura 7.3 mostra o poligono dividido em triângulos e pares de
r r r r r r
vetores dos triângulos com origem num mesmo ponto: V12 e V15 , V23 e V25 e V34 e V35 .
Na Figura

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S ∆1 é a área do triangulo definido pelos pontos 1, 2 e 5;


S ∆ 2 é a área do triangulo definido pelos pontos 2, 3 e 5;
S ∆ 3 é a área do triangulo definido pelos pontos 3, 4 e 5;

Y (m)
5
4
S∆3
r
V34
r r
V15 S∆2 V35 3
S∆1
1 r
r
V12 V25
r
V23
2

Z X (m)

Figura 7.3 – Área de um polígono plano qualquer a partir de suas coordenadas.

A área S do polígono é a soma das áreas dos triângulos, ou seja,

S = S ∆1 + S ∆ 2 + S ∆ 3 , (7.31)

r
O dobro da área do primeiro triângulo, S ∆1 , é a norma do vetor A 1 , ou seja:

r
2 ⋅ S ∆1 = A 1 (7.32)
r
Mas o vetor A 1 é dado por:

r r r r r r
A 1 = V12 × V15 = ∆X A1 ⋅ i + ∆YA1 ⋅ j + ∆Z A1 ⋅ k (7.33)

sendo, de acordo com as equações (7.25), (7.26) e (7.27),

∆X A1 = ∆Y12 ⋅ ∆Z 15 − ∆Y12 ⋅ ∆Z 15 (7.34)

∆YA1 = ∆Z 12 ⋅ ∆X15 − ∆X12 ⋅ ∆Z 15 (7.35)

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∆Z A1 = ∆X12 ⋅ ∆Y15 − ∆Y12 ⋅ ∆X15 (7.36))

Como os pontos do polígono estão no plano XY, ∆Z12 = ∆Z15 = 0 e portanto,

∆XA1 = ∆YA1 = 0 (7.37)


e
r r r r
A 1 = V12 × V15 = ∆Z A1 ⋅ k . (7.38)

Dessa forma,

r
A 1 = + ∆Z 2A1 = ∆Z A1 . (7.39)

Portanto

2 ⋅ S ∆1 = ∆Z A1 (7.40)

e, de acordo com a eq. (7.36), tem-se:

2 ⋅ S ∆1 = ∆X 12 ⋅ ∆Y15 − ∆Y12 ⋅ ∆X 15 . (7.41)

Da mesma forma pode-se verificar que:

2 ⋅ S ∆ 2 = ∆X 23 ⋅ ∆Y25 − ∆Y23 ⋅ ∆X 25 (7.42)

2 ⋅ S ∆ 3 = ∆X 34 ⋅ ∆Y35 − ∆Y34 ⋅ ∆X 35 (7.43)

e portanto,

2⋅S = ∆X12 ⋅ ∆Y15 − ∆Y12 ⋅ ∆X15 + ∆X 23 ⋅ ∆Y25 − ∆Y23 ⋅ ∆X 25


+ ∆X 34 ⋅ ∆Y35 − ∆Y34 ⋅ ∆X 35
(7.44)

De onde se conclui que realizando produtos vetoriais aplicando rotação sempre no mesmo sentido (horário
ou anti-horário), tem-se:

2⋅S = ∆X12 ⋅ ∆Y15 − ∆Y12 ⋅ ∆X15 + ∆X 23 ⋅ ∆Y25 − ∆Y23 ⋅ ∆X 25 + ∆X 34 ⋅ ∆Y35 − ∆Y34 ⋅ ∆X 35

(7.45)
ou

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∑ (∆X j, j+1 ⋅ ∆Yj, n )


n−2
2⋅S = − ∆Yj , j+1 ⋅ ∆X j , n (7.46)
j =1

Desenvolvendo a equação (7.46) pode-se chegar a:

∑ ( X j ⋅ Yj +1 )
n −1
2⋅S = − X j+1 ⋅ Yj + X n ⋅ Y1 − X1 ⋅ Yn (7.47)
j =1

ou

∑ (X ⋅ Y j +1 ) + ∑ (X ⋅ Y j ) − X 1 ⋅ Yn
n −1 n −1
2⋅S = j X n ⋅ Y1 − j +1
(7.48)
j =1 j =1

Fazendo

∑ ( X j ⋅ Yj +1 )
n −1
SPD = + X n ⋅ Y1 (7.49)
j =1

∑ ( X j+1 ⋅ Yj )
n −1
SPA = + X1 ⋅ Yn (7.50)
j =1

tem-se que:

SPD − SPA
S= (7.51)
2

O emprego da seguinte regra minemônica facilita o uso dessas equaçòes:


Preencher uma tabela como a Tabela 7.3 (primeira coluna com a identidade do ponto definidor do
limite, segunda coluna com as abscissas e terceira com as ordenadas do ponto), partindo de um ponto
qualquer, seguindo o polígono sempre no mesmo sentido, horário ou anti-horário, até o final, lembrando de
repetir o ponto inicial e realizar os produtos entre abscissas e ordenadas, descendo a tabela para se obter o
Somatório dos Produtos Descentes (SPD) e subindo, para se obter o Somatório dos Produtos Ascendentes
(SPA). A Tabela 7.3 foi preenchida partindo-se do ponto 1, seguindo o sentido anti-horário. Mas poderia ser
preenchida partindo-se de qualquer ponto, desde que o primeiro ponto fosse repetido na ultima linha.
Poderia também ser utilizado o sentido horário, ou seja, na seguinte ordem: 1, 5, 4, 3, 2, 1. A segunda
coluna poderia ser com as ordenadas e a terceira com as abscissas. O uso do valor absoluto da diferença
entre SPD e SPA, possibilita estas diferentes formas de cálculo. A única e severa restrição é que a tabela
seja preenchida seguindo o poligono em um determinado sentido. Não poderia ser, de forma alguma,
preenchida alternando os pontos do polígono. Para calcular a área do polígono representado na Figura 7.4,
por exemplo, duas das sequências poderiam ser: 1, 2.2, 2.3, 3, 4, 2.1, 1 ou 3, 2.3, 2.2, 1, 2.1, 4, 3. O fato
de as coordenadas serem positivas ou negativas em nada altera o valor da área. Porém é bom lembrar que
a área calculada está no plano XY e dependerá, portanto, do sistema de referência empregado. A área no

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plano topográfico com uma altitude média hm, acima nível do mar, é maior que a área em um plano
topográfico ao nível do mar e dada por:

2
⎛ R + hm ⎞
S hm = S ⋅ ⎜ ⎟ (7.52)
⎝ R ⎠

sendo R o raio da Terra.


Obviamente, a unidade da área determinada depende da unidade empregada para as coordenadas.
Se as coordenadas estão em metros a área estará em m2 e poderá ter que ser transformada para uma outra
unidade qualquer como hectares, por exemplo.

Tabela 7.3: Regra


minemônica
para cálculo
de áreas
+
Ptº X (m) Y (m)
+
1 X1 Y1 SPD − SPA
+
S= (m2)
2 X2 Y2 + 2
3 X3 Y3
+ = SPA
4 X4 Y4
+
5 X5 Y5
+
1 X1 Y1
+
= SPD

4
3

1
2.1
Y

2.3

2.2
X

Figura 7.4: Determinação de área

EXERCÍCIOS:
Dados modelo numérico planimétrico, Tabela 7.4, e o croqui, Figura 7.5, de um lote, calcular:
i) A área do polígono definido pelos pontos 1, 2, 2.2, 3, e 4.
ii) Calcular a ordenada do ponto 2.3 (Y2.3) para que a área interna ao polígono formado pelos pontos 2,
2.1, 2.2, 2.3 e 3 seja 217,5162 m2 .

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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

Tabela 7.4: Modelo numérico de terreno 4 N


Coordenadas topográficas
Identidade
(m)
do ponto
X Y
1 0,000 0,000 1

2 31,926 - 42,806 3
2.1 50,381 - 41,510
P: YP = -42,73 m
2.2 47,222 - 47,895
2 2.3 2.1
2.3 32,081 Y2.3
2.2
3 63,614 - 27,271

4 29,771 40,655
Figura 7.5: Croqui do lote que tem as
coordenadas na Tabela 7.3

Observe, portanto, a necessidade de visualizar o croqui para calcular áreas.

6- CÁLCULO DE VOLUMES

O cálculo de volumes em topografia é feito, normalmente, empregando figuras e fórmulas conhecidas


da geometria espacial básica. A Figura 7.6 mostra algumas figuras geométricas básicas comumente
usadas. O cáculo do volume se baseia no produto da área da base (B) pela altura (h) do sólido.

r
l3 b

. .. l2
l1 B
R

Figura 7.6: Algumas figuras geométricas básicas

A seguir são apresentadas fórmulas que fornecem o volume de diferentes sólidos:

6.1- Volume de um paralelepípedo V = l1 ⋅ l 2 ⋅ l 3 (7.53)

B⋅h
6.2- Volume de uma Pirâmide: V= (7.54)
3
h
6.3- Volume de um Tronco de uma Pirâmide: V= ( B + b + B.b ) (7.55)
2

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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno

π ⋅ R2 ⋅ h
6.4- Volume de um Cone: V= (7.56)
3
π ⋅ h ⋅ (R 2 + R ⋅ r + r 2 )
6.5- Volume de um Tronco de Cone: V= (7.57)
3

4 ⋅ π ⋅ R3
6.6- Volume de uma Esfera: V= (7.58)
3

6.7- Volume de um tetraedro: Na Figura 7.7 estão representados dois tetraedros com vértices
nos pontos O, P, Q e R. O da 7.7-a tem os lados perpendiculares
entre si no ponto O.

R
Q r
VOR
Q r
l3 O
VOQ
R r
O VOP
l2
l1 P P

a b

Figura 7.7: Volume de tetraedros

A equação para calcular o volume de um tetraedro é a mesma para o volume da piramide, ou seja,
um terço do produto da área da base pela altura. Como para o tetraedro da Figura 7.7-a a área da base é a
metade da área do retângulo de lados iguais a l1 e l2 e a altura é l3, tem-se:

1 l1 ⋅ l 2 l ⋅l ⋅l
V= ⋅( ) ⋅ l3 = 1 2 3 (7.59)
3 2 6

ou seja, o volume do tetraedro é um sexto do volume do paralelepipedo.


r r r
O volume V de um paralelepipedo cujos lados são definidos por três vetores, VOP , VOQ e VOR da

Figura 7.7-b, por exemplo, pode ser determinado empregando o produto misto ou triplo produto escalar.
Assim, o volume V é o valor absoluto do seguinte determinante:

∆X OP ∆YOP ∆Z OP
r r r
V = VOP • ( VOQ × VOR ) = ∆X OQ ∆YOQ ∆Z OQ (7.60)

∆X OR ∆YOR ∆Z OR
Portanto,

130
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

∆X OP ⋅ ( ∆YOQ ⋅ ∆Z OR − ∆YOR ⋅ ∆Z OQ )
V= + ∆YOP ⋅ ( ∆X OR ⋅ ∆Z OQ − ∆X OQ ⋅ ∆Z OR ) (7.61)
+ ∆Z OP ⋅ ( ∆X OQ ⋅ ∆YOR − ∆X OR ⋅ ∆YOQ

Lembrando que o volume do tetraedro O, P,Q, R é um sexto do volume do paralelepípedo.

Se os vetores são perpendicuares entre si, tem-se:

r r r
V = VOP ⋅ VOQ ⋅ VOR (7.62)

que para o paralelepipedo da Figura 7.7-a seria:

V = l1 ⋅ l 2 ⋅ l 3 (7.63)

EXERCÍCIO:
i) Calcular o volume do tetraedro definido pelos pontos O, P, Q e R da Figura 7.1, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2.

6.8- Volume de um prisma qualquer:

A Figura 7.7 representa um prisma cuja área da base pode ser a de um trapézio, dada por:

⎛L + l⎞
B=⎜ ⎟⋅a (7.64)
⎝ 2 ⎠

A1
L

a
h

h A2
l

Figura 7.7: Volume de um prisma qualquer

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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno

e o volume dado por:

⎛L + l⎞
V=⎜
(L ⋅ h + l ⋅ h) ⋅ a = (A1 + A 2 ) ⋅ a
⎟ ⋅a ⋅h = (7.65)
⎝ 2 ⎠ 2 2

onde A1 e A2 são as áreas dos retângulos envolvidos, que podem interpretados como seções transversais.
Dessa forma, o volume pode ser visto como o produto da média das áreas das seções transversais pela
distância entre estas seções.
Observe então que um valor aproximado para o volume total representado na Figura 7.8 pode ser
calculado empregando a seguinte equação:

V = h1 ⋅
(A 1 + A 2 ) + h2 ⋅
(A 2 + A 3 ) (7.66)
2 2

onde Ai representa as áreas de seções transversais, obtidas a partir das coordenadas X.Y, equação (7.48),
e hi as distâncias entre seções transversais.

A1

A2

h1 A3

h2

Figura 7.8: Cálculo aproximado de volume envolvendo


diferentes seções transversais

Em estradas é comum emprego da seguinte equação:

(A 1 + A 2 ) (A 2 + A 3 ) (A n−1 + A n )
V = h1 ⋅ + h2 ⋅ + L + h n−1 ⋅ (7.67)
2 2 2

Se a distância entre as seções transversais, hi, é constante, tem-se:

h
V= ⋅ ( A 1 + 2 ⋅ A 2 + 2 ⋅ A 3 + L + 2 ⋅ A n−1 + A n ) (7.68)
2

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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

EXERCÍCIO:
i) O croqui abaixo, Figura 7.9, representa o trecho de um terreno demarcado pelas estacas 1.1, 1.2,
…e 2.3 separadas tanto num quanto noutro sentido por distâncias horizontais de 10 m. As cotas
ou alturas do terreno, em metros, estão representadas entre parênteses. Calcular o volume acima
do plano de referência de cota igual a 10 m.

1.1 10 m 1.2 1.3


(14,4) (15,0) (16,2)

10 m

2.1 2.2 2.3


(13,2) (14,0) (15,3) m

Figura 7.9 – Malha de pontos com cotas conhecidas

Neste caso, basta calcular a área da base, um quadrado com 10 m de lado, e multiplicá-la pela cota
média do quadrado.

7- OUTRAS INFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS

Além de distâncias, ângulos, áreas e volumes, é comum a necessidade de se conhecer a inclinação


máxima de uma plano, a direção da linha de inclinação máxima ou a direção da tangente à curva de nível
num determinado ponto.

7.1- Ângulo vertical de inclinação máxima do plano definido pelos pontos P, Q e R:

Na Figura 7.10 îmáx é o ângulo vertical entre o vetor área e o eixo Z, ou seja, é o ângulo vertical de
inclinação máxima do plano PQR. A reta ab, linha de inclinação máxima, é definida pela interseção do plano
r
inclinado PQR com o plano vertical definido pelo eixo Z e o vetor A .

De acordo com a equação (7.13),

133
Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno

r r
Z• A
cos îmáx = r r (7.69)
Z ⋅ A

r
Z r
Z

r
R b A
r b
r VQR îmáx
VPR
r Plano îmáx
A Q • •
horizontal
P
îmáx
r
VPQ a

• P

a a b
Figura 7.10 – Ângulo vertical de inclinação máxima do plano definido pelos pontos P, Q e R

Se o vetor unitário

r r
Z = 1⋅ k (7.70)

Então
r r
Z • A = ∆Z A (7.71)
e
⎛ ∆Z A ⎞
îmáx = ar cos ⎜ ⎟ (7.72)
⎜ ∆X 2 + ∆Y 2 + ∆Z 2 ⎟
⎝ A A A ⎠

r
onde ∆X A , ∆YA e ∆Z A , são as componentes do vetor A , calculadas em função das coordenadas

espaciais dos pontos P, Q e R empregando as equações (7.26), (7.27) e (7.28).

7.2- Direção da linha de inclinação máxima

r r
A Figura 7.11-a mostra o vetor H resultante do produto vetorial entre o vetor unitário Z e o vetor
r r r r
A . Uma vez que H é perpendicular ao plano definido pelos vetores Z e A , ele será perpendicular à linha
de inclinação máxima, estará contido no plano horizontal e pode ser interpretado como a tangente à curva
de nível no ponto P. Já a Figura 7.11-b mostra os ângulos que o eixo Y, eixo norte, faz com a linha
134
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

r
inclinação máxima, r, e com o vetor H , θ. Teta varia de zero a cento e oitenta graus e r de zero a mais ou
menos noventa graus.
Portanto,

r r r
i j k
r r r 0 1 r 1 0 r 0 0 r
H = Z × A = 0 0 1 = ⋅i + ⋅j + ⋅k
∆YA ∆Z A ∆Z A ∆X A ∆X A ∆YA
∆X A ∆YA ∆Z A
(7.73)
r r
= (0 − ∆YA ) ⋅ i + ( ∆X A − 0) ⋅ j + (0 − 0 ) ⋅ k

ou seja:

r r r
H = − ∆YA ⋅ i + ∆X A ⋅ j (7.74)

r r b
r Z Y
Z

b
HZ
r
A r
îmáx


P •• θ
P •
r r
a H H

a a b

Figura 7.11 – Rumo norte da linha de inclinação máxima (r) e da tangente à curva de
nível no ponto P (θ).

Se o vetor unitário

r r
Y = 1⋅ J (7.75)

Então

r r
H • Y = ∆X A (7.76)

135
Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno

r r
que também é igual ao produto entre as normas dos vetores Y e H e o co-seno do ângulo, menor que
180º, entre estes vetores – ângulo θ da Figura 7.11-b -, ou seja:
r r r r r
H • Y = Y ⋅ H ⋅ cos θ = H ⋅ cos θ (7.77)

Portanto

⎛ ⎞
⎜ ∆X ⎟
θ = ar cos ⎜ r A ⎟ (7.78)
⎜ H ⎟
⎝ ⎠
ou

⎛ ∆X A ⎞
θ = ar cos ⎜ ⎟ (7.79)
⎜ ∆X 2A + ∆YA2 ⎟⎠

r
Substituindo os valores das componentes do vetor A , dadas pelas equações (7.26) e (7.27), tem-se:

r r r
H = ( ∆X PQ ⋅ ∆Z PR − ∆Z PQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ i + ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ j (7.80)

E portanto,

⎛ ⎞
⎜ ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ⎟
θ = ar cos ⎜ ⎟ (7.81)
[ ]
1
⎜ (∆X ⋅ ∆Z ⎟
PR − ∆Z PQ ⋅ ∆X PR ) + (∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ )
2 2 2
⎝ PQ ⎠

com θ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente o denominador da equação (7.80) não pode ser nulo.

Da Figura 7.11-b verifica-se que o ângulo entre o eixo Y e a linha de inclinação máxima, r, é dado por:

r = θ − 90 0 (7.82)

com r no intervalo [0 a ± 90º].

EXERCÍCIOS:
i) Calcular o ângulo de inclinação máxima do plano PQR, Figura 7.10, empregando as coordenadas
da Tabela 7.2.
ii) Calcular o rumo norte da linha de inclinação máxima do plano PQR, Figura 7.10, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2.

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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos

Embora todas as informações geométricas possam ser determinadas diretamente do arquivo de


coordenadas, viu-se que no cálculo de áreas há necessidade de se conhecer pelo menos um croqui do
polígono. Além disso, projetos de engenharia só podem ser realizados a partir de uma descrição gráfica do
terreno, planta ou mapa.

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