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7 Capitulo 2008
7 Capitulo 2008
1- INTRODUÇÃO
Na Figura 7.1
• X, Y e Z são os eixos de um sistema topográfico (o plano XY é o plano horizontal ou
topográfico de o);
• P, Q e R são pontos no espaço definido pelo sistema XYZ, com coordenadas conhecidas;
• p, q e r as projeções de P, Q e R no plano horizontal;
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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
y≡N
R
r Ẑ QR
VQR
ÎQR Q
O r r
VPR VPQ
q
r γ
r P
r j a
k
p
o r x
i
Vertical de o
A Tabela 7.1 mostra o que deve conter um arquivo de informações topográficas de pontos
conhecidos, como P, Q e R. As variâncias de X, Y e Z e as covariâncias dos pares XY, XZ e YZ devem
constar na estrutura; porém, como variâncias e covariâncias são números pequenos elevados ao quadrado,
recomenda-se amezenar os desvios padrão e os coeficientes de correlação.
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
r r r r r r
Empregando o terno ortogonal fundamental, i , j e k , os vetores VPQ , VPR e VQR , mostrados na
r r r r
VPQ = ∆X PQ ⋅ i + ∆YPQ ⋅ j + ∆Z PQ ⋅ k (7.1)
r r r r
VPR = ∆X PR ⋅ i + ∆YPR ⋅ j + ∆Z PR ⋅ k (7.2)
r r r r
VQR = ∆X QR ⋅ i + ∆YQR ⋅ j + ∆Z QR ⋅ k (7.3)
∆X PQ = X Q − X P , (7.4)
∆YPQ = YQ − YP (7.5)
e
∆Z PQ = Z Q − Z P (7.6)
EXERCÍCIO:
i) Na Tabela 7.2 estão contidas as coordenadas de quatro pontos P, Q, R e O. Determinar as
r r r r
componentes dos vetores VPQ , VPR , VPO e VQR bem como suas variâncias.
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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
2- CÁLCULO DE DISTÂNCIAS
As distâncias podem se referir a um plano horizontal, a plano vertical ou podem ser distâncias
espaciais entre os pontos na superfície física.
r
Por definição, a grandeza VPQ , norma do vetor de P para Q, é a distância espacial entre os
[ ]
r 2 2 2
1
DPQ = VPQ = + ∆X PQ + ∆YPQ + ∆Z PQ 2 , (7.7)
DH PQ = D XYPQ = + ∆X PQ
2
+ ∆YPQ
2
, (7.8)
Vale lembrar que uma distância no plano XY horizontal, plano topográfico, é bem diferente de uma distância
no plano XY coicidente com o plano do equador, por exemplo. A distância no plano XY depende, portanto,
do sistema de referência.
A distância vertival de P para Q, DVPQ, é também conhecida como diferença de nível de P para Q,
DNPQ, e dada por:
118
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
podendo, portanto, ser negativa ou positiva. Se DVPQ é menor que zero é porque o ponto Q está mais baixo
que o P.
EXERCÍCIOS:
i) Calcular as distâncias espaciais entre os pontos P e Q, P e R e Q e R da Tabela 7.2.
ii) Calcular as distâncias horizontais entre os pontos P e Q, P e R e Q e R da Tabela 7.2
iii) Calcular as distâncias verticais de P para Q, de P para R e de Q para R.
Como visto no item 3 do Capítulo 5, azimutes são ângulos horizontais com origem no lado norte do
meridiano, que podem ser calculados empregando a seguinte equação:
⎛ ∆X PQ ⎞
AZ PQ = arctg ⎜⎜ ⎟ ,
⎟ (7.10)
⎝ ∆YPQ ⎠
Se o ponto Q estiver no segundo ou terceiro quadrante, em relação ao sistema topográfico com origem
no ponto P, soma-se 180º ao resultado da operação com a equação (7.10). Se estiver no quarto quadrante
soma-se 360º. Para mais detalhes, inclusive quanto às restrições de uso da (7.10), veja o item 3 do Capítulo
5.
Rumos podem ser derivados dos azimutes como mostrado na Figura 2.25.
4- CÁLCULO DE ÂNGULOS
Os ângulos podem se referir ao plano horizontal, ao plano vertical ou ao plano que contenha os
pontos na superfície física.
Teodolitos medem ângulos horizontais e verticais, porém, o ângulo no plano que contém os três
pontos na superfície física pode, mesmo que raramente, ser uma informação requerida em cálculos
topográficos.
Na Figura 7.1 γ é um ângulo contido no plano determinado por três pontos na superfície física e que
pode ser determinado a partir das distâncias espaciais entre os pontos envolvidos ou a partir das
componentes vetoriais.
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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
As distâncias espaciais entre os pontos P, Q e R, Figura 7.1, podem ser calculadas empregando a
equação (7.7) e o ângulo γ, no plano definido pelos pontos P, Q e R, empregando a lei dos cossenos, ou
seja,
⎛ D PQ
2
+ D PR 2
− D QR
2
⎞
⎜
γ = arccos ⎜ ⎟ , (7.11)
2 ⋅ D PQ ⋅ D PR ⎟
⎝ ⎠
com γ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DPQ ou DPR, pode ser nula.
r r
O produto escalar entre os vetores VPR e VPQ , que limitam o ângulo γ, é definido por:
v v r r
VPR • VPQ = VPR ⋅ VPQ ⋅ cos γ , (7.12)
ou seja,
r v
VPR • VPQ
cos γ = r r , (7.13)
VPR ⋅ VPQ
Empregando as componentes vetoriais mostradas nas equações (7.1) e (7.2), o produto escalar
pode ser calculado por:
v v
VPR • VPQ = ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ + ∆Z PR ⋅ ∆Z PQ . (7.14)
r
A norma do vetor VPQ é dada pela (7.7) e, semelhantemente,
v 2 2 2
VPR = DPR = + ∆X PR + ∆YPR + ∆Z PR . (7.15)
Portanto,
⎛ ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ + ∆Z PR ⋅ ∆Z PQ ⎞
γ = ar cos ⎜⎜ ⎟ ,
⎟
(7.16)
⎝ D PR ⋅ D PQ ⎠
com γ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DPQ ou DPR, pode ser nula.
120
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
Como visto no item 5 do capítulo 2, o ângulo horizontal horário RP̂Q , a da Figura 7.1, pode ser
determinado a partir de azimutes empregando a seguinte equação:
lembrando de somar 360º caso o valor encontrado seja menor que zero. Assim, a e b estarão no intervalo
[0 a 360º).
Para mais detalhes veja o item 5 do Capítulo 2.
⎛ DHPQ
2
+ DHPR 2
− DHQR
2
⎞
α = arccos ⎜⎜ ⎟
⎟
(7.19)
⎝ 2 ⋅ DHPQ ⋅ DHPR ⎠
com a no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DHPQ ou DHPR, pode ser nula.
Fazendo, na equação (7.16), ∆ZPR e ∆ZPQ iguais a zero, uma vez os vetores envolvidos agora são
horizontais, tem-se:
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⎛ ∆X PR ⋅ ∆X PQ + ∆YPR ⋅ ∆YPQ ⎞
α = ar cos ⎜⎜ ⎟
⎟
(7.20)
⎝ DHPR ⋅ DHPQ ⎠
com a no intervalo [0 a 180º]. Obviamente nenhuma das distâncias, DHPQ ou DHPR, pode ser nula.
Ângulos zenitais como o de P para Q – veja item 6 do Capítulo 2 - podem ser calculados,
conhecendo-se as coordenadas dos pontos, empregando a seguinte equação:
Z Q − ZP
Ẑ PQ = ar cos ( ) (7.21)
[ (X ]
1
Q − XP ) 2
+ ( YQ − YP ) 2
+ (Z Q − ZP ) 2 2
com Ẑ PQ no intervalo [0 a 180º], luneta em PD. Obviamente a distância, DPQ não pode ser nula.
Ângulo vertical de inclinação de P para Q, îPQ, pode ser derivado do ângulo zenital.
EXERCÍCIOS:
i) Calcular o ângulo no plano inclinado PQR com vértice em P, ângulo interno do triângulo PQR, γ na
Figura 7.1, empregando as coordenadas da Tabela 7.2.
ii) Calcular o ângulo horizontal o interno do triângulo pqr, α na Figura 7.1, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2
iv) Calcular o ângulo de inclinação de Q para R, îQR , empregando as coordenadas da Tabela 7.2
5- CÁLCULO DE ÁREAS
A Figura 7.2 mostra o plano inclinado definido pelos pontos P, Q e R e o paralelogramo definido pelos
r r r
vetores VPQ e VPR - não estão em uma mesma direção e nenhum dos dois é nulo. Na Figura, A
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
r r r
A = VPQ × VPQ (7.22)
R
r
VQR
r r
VPR A
S∆ = Q
2
γ r
VPQ
r
A
P
r r r
i j k
r r ∆YPQ ∆Z PQ r ∆Z PQ ∆X PQ r ∆X PQ ∆YPQ r
VPQ × VPR = ∆X PQ ∆YPQ ∆Z PQ = ⋅i + ⋅j + ⋅k
∆YPR ∆Z PR ∆Z PR ∆X PR ∆X PR ∆YPR
∆X PR ∆YPR ∆Z PR
r r
= ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ i + ( ∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR ) ⋅ j +
r
( ∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ k
(7.23)
r
Tem-se que o vetor A é igual a:
r r r
A = ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ i + ( ∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR ) ⋅ j +
r.
( ∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ k
(7.24)
Fazendo
∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ = ∆X A (7.25)
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∆Z PQ ⋅ ∆X PR − ∆X PQ ⋅ ∆Z PR = ∆YA (7.26)
e
∆X PQ ⋅ ∆YPR − ∆YPQ ⋅ ∆X PR = ∆Z A (7.27)
Tem-se:
r r r r
A = ∆X A ⋅ i + ∆YA ⋅ j + ∆Z A ⋅ k (7.28)
Como a área do triângulo inclinado definido pelos pontos P, Q e R, S ∆ , Figura 7.2, é a metade da norma de
r
A tem-se:
r
[ ]
1
A + ∆X 2A + ∆YA2 + ∆Z 2A 2
S∆ = = (7.29)
2 2
r r r
A = VPQ ⋅ VPR ⋅ sen γ = D PQ ⋅ D PR ⋅ sen γ (7.30)
EXERCÍCIOS:
r r
i) Calcular as componentes do vetor área do paralelogramo definido pelos vetores VPQ e VPR ,
A Figura 7.3 mostra um polígono num formato qualquer definido pelas coordenadas X e Y dos cinco
pontos definidores do limite. Se o plano horizontal XY é o plano topográfico a área S do polígono é a área
reduzida a este plano.
Como visto no ítem anterior, a área de um triângulo pode ser determinda pelo produto vetorial de
dois de seus vetores, equação (7.29). A Figura 7.3 mostra o poligono dividido em triângulos e pares de
r r r r r r
vetores dos triângulos com origem num mesmo ponto: V12 e V15 , V23 e V25 e V34 e V35 .
Na Figura
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
Y (m)
5
4
S∆3
r
V34
r r
V15 S∆2 V35 3
S∆1
1 r
r
V12 V25
r
V23
2
•
Z X (m)
S = S ∆1 + S ∆ 2 + S ∆ 3 , (7.31)
r
O dobro da área do primeiro triângulo, S ∆1 , é a norma do vetor A 1 , ou seja:
r
2 ⋅ S ∆1 = A 1 (7.32)
r
Mas o vetor A 1 é dado por:
r r r r r r
A 1 = V12 × V15 = ∆X A1 ⋅ i + ∆YA1 ⋅ j + ∆Z A1 ⋅ k (7.33)
125
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Dessa forma,
r
A 1 = + ∆Z 2A1 = ∆Z A1 . (7.39)
Portanto
2 ⋅ S ∆1 = ∆Z A1 (7.40)
e portanto,
De onde se conclui que realizando produtos vetoriais aplicando rotação sempre no mesmo sentido (horário
ou anti-horário), tem-se:
(7.45)
ou
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∑ ( X j ⋅ Yj +1 )
n −1
2⋅S = − X j+1 ⋅ Yj + X n ⋅ Y1 − X1 ⋅ Yn (7.47)
j =1
ou
∑ (X ⋅ Y j +1 ) + ∑ (X ⋅ Y j ) − X 1 ⋅ Yn
n −1 n −1
2⋅S = j X n ⋅ Y1 − j +1
(7.48)
j =1 j =1
Fazendo
∑ ( X j ⋅ Yj +1 )
n −1
SPD = + X n ⋅ Y1 (7.49)
j =1
∑ ( X j+1 ⋅ Yj )
n −1
SPA = + X1 ⋅ Yn (7.50)
j =1
tem-se que:
SPD − SPA
S= (7.51)
2
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plano topográfico com uma altitude média hm, acima nível do mar, é maior que a área em um plano
topográfico ao nível do mar e dada por:
2
⎛ R + hm ⎞
S hm = S ⋅ ⎜ ⎟ (7.52)
⎝ R ⎠
4
3
1
2.1
Y
2.3
2.2
X
EXERCÍCIOS:
Dados modelo numérico planimétrico, Tabela 7.4, e o croqui, Figura 7.5, de um lote, calcular:
i) A área do polígono definido pelos pontos 1, 2, 2.2, 3, e 4.
ii) Calcular a ordenada do ponto 2.3 (Y2.3) para que a área interna ao polígono formado pelos pontos 2,
2.1, 2.2, 2.3 e 3 seja 217,5162 m2 .
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
2 31,926 - 42,806 3
2.1 50,381 - 41,510
P: YP = -42,73 m
2.2 47,222 - 47,895
2 2.3 2.1
2.3 32,081 Y2.3
2.2
3 63,614 - 27,271
4 29,771 40,655
Figura 7.5: Croqui do lote que tem as
coordenadas na Tabela 7.3
6- CÁLCULO DE VOLUMES
r
l3 b
. .. l2
l1 B
R
B⋅h
6.2- Volume de uma Pirâmide: V= (7.54)
3
h
6.3- Volume de um Tronco de uma Pirâmide: V= ( B + b + B.b ) (7.55)
2
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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
π ⋅ R2 ⋅ h
6.4- Volume de um Cone: V= (7.56)
3
π ⋅ h ⋅ (R 2 + R ⋅ r + r 2 )
6.5- Volume de um Tronco de Cone: V= (7.57)
3
4 ⋅ π ⋅ R3
6.6- Volume de uma Esfera: V= (7.58)
3
6.7- Volume de um tetraedro: Na Figura 7.7 estão representados dois tetraedros com vértices
nos pontos O, P, Q e R. O da 7.7-a tem os lados perpendiculares
entre si no ponto O.
R
Q r
VOR
Q r
l3 O
VOQ
R r
O VOP
l2
l1 P P
a b
A equação para calcular o volume de um tetraedro é a mesma para o volume da piramide, ou seja,
um terço do produto da área da base pela altura. Como para o tetraedro da Figura 7.7-a a área da base é a
metade da área do retângulo de lados iguais a l1 e l2 e a altura é l3, tem-se:
1 l1 ⋅ l 2 l ⋅l ⋅l
V= ⋅( ) ⋅ l3 = 1 2 3 (7.59)
3 2 6
Figura 7.7-b, por exemplo, pode ser determinado empregando o produto misto ou triplo produto escalar.
Assim, o volume V é o valor absoluto do seguinte determinante:
∆X OP ∆YOP ∆Z OP
r r r
V = VOP • ( VOQ × VOR ) = ∆X OQ ∆YOQ ∆Z OQ (7.60)
∆X OR ∆YOR ∆Z OR
Portanto,
130
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
∆X OP ⋅ ( ∆YOQ ⋅ ∆Z OR − ∆YOR ⋅ ∆Z OQ )
V= + ∆YOP ⋅ ( ∆X OR ⋅ ∆Z OQ − ∆X OQ ⋅ ∆Z OR ) (7.61)
+ ∆Z OP ⋅ ( ∆X OQ ⋅ ∆YOR − ∆X OR ⋅ ∆YOQ
r r r
V = VOP ⋅ VOQ ⋅ VOR (7.62)
V = l1 ⋅ l 2 ⋅ l 3 (7.63)
EXERCÍCIO:
i) Calcular o volume do tetraedro definido pelos pontos O, P, Q e R da Figura 7.1, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2.
A Figura 7.7 representa um prisma cuja área da base pode ser a de um trapézio, dada por:
⎛L + l⎞
B=⎜ ⎟⋅a (7.64)
⎝ 2 ⎠
A1
L
a
h
h A2
l
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Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
⎛L + l⎞
V=⎜
(L ⋅ h + l ⋅ h) ⋅ a = (A1 + A 2 ) ⋅ a
⎟ ⋅a ⋅h = (7.65)
⎝ 2 ⎠ 2 2
onde A1 e A2 são as áreas dos retângulos envolvidos, que podem interpretados como seções transversais.
Dessa forma, o volume pode ser visto como o produto da média das áreas das seções transversais pela
distância entre estas seções.
Observe então que um valor aproximado para o volume total representado na Figura 7.8 pode ser
calculado empregando a seguinte equação:
V = h1 ⋅
(A 1 + A 2 ) + h2 ⋅
(A 2 + A 3 ) (7.66)
2 2
onde Ai representa as áreas de seções transversais, obtidas a partir das coordenadas X.Y, equação (7.48),
e hi as distâncias entre seções transversais.
A1
A2
h1 A3
h2
(A 1 + A 2 ) (A 2 + A 3 ) (A n−1 + A n )
V = h1 ⋅ + h2 ⋅ + L + h n−1 ⋅ (7.67)
2 2 2
h
V= ⋅ ( A 1 + 2 ⋅ A 2 + 2 ⋅ A 3 + L + 2 ⋅ A n−1 + A n ) (7.68)
2
132
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
EXERCÍCIO:
i) O croqui abaixo, Figura 7.9, representa o trecho de um terreno demarcado pelas estacas 1.1, 1.2,
…e 2.3 separadas tanto num quanto noutro sentido por distâncias horizontais de 10 m. As cotas
ou alturas do terreno, em metros, estão representadas entre parênteses. Calcular o volume acima
do plano de referência de cota igual a 10 m.
10 m
Neste caso, basta calcular a área da base, um quadrado com 10 m de lado, e multiplicá-la pela cota
média do quadrado.
Na Figura 7.10 îmáx é o ângulo vertical entre o vetor área e o eixo Z, ou seja, é o ângulo vertical de
inclinação máxima do plano PQR. A reta ab, linha de inclinação máxima, é definida pela interseção do plano
r
inclinado PQR com o plano vertical definido pelo eixo Z e o vetor A .
133
Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
r r
Z• A
cos îmáx = r r (7.69)
Z ⋅ A
r
Z r
Z
r
R b A
r b
r VQR îmáx
VPR
r Plano îmáx
A Q • •
horizontal
P
îmáx
r
VPQ a
• P
a a b
Figura 7.10 – Ângulo vertical de inclinação máxima do plano definido pelos pontos P, Q e R
Se o vetor unitário
r r
Z = 1⋅ k (7.70)
Então
r r
Z • A = ∆Z A (7.71)
e
⎛ ∆Z A ⎞
îmáx = ar cos ⎜ ⎟ (7.72)
⎜ ∆X 2 + ∆Y 2 + ∆Z 2 ⎟
⎝ A A A ⎠
r
onde ∆X A , ∆YA e ∆Z A , são as componentes do vetor A , calculadas em função das coordenadas
r r
A Figura 7.11-a mostra o vetor H resultante do produto vetorial entre o vetor unitário Z e o vetor
r r r r
A . Uma vez que H é perpendicular ao plano definido pelos vetores Z e A , ele será perpendicular à linha
de inclinação máxima, estará contido no plano horizontal e pode ser interpretado como a tangente à curva
de nível no ponto P. Já a Figura 7.11-b mostra os ângulos que o eixo Y, eixo norte, faz com a linha
134
Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
r
inclinação máxima, r, e com o vetor H , θ. Teta varia de zero a cento e oitenta graus e r de zero a mais ou
menos noventa graus.
Portanto,
r r r
i j k
r r r 0 1 r 1 0 r 0 0 r
H = Z × A = 0 0 1 = ⋅i + ⋅j + ⋅k
∆YA ∆Z A ∆Z A ∆X A ∆X A ∆YA
∆X A ∆YA ∆Z A
(7.73)
r r
= (0 − ∆YA ) ⋅ i + ( ∆X A − 0) ⋅ j + (0 − 0 ) ⋅ k
ou seja:
r r r
H = − ∆YA ⋅ i + ∆X A ⋅ j (7.74)
r r b
r Z Y
Z
b
HZ
r
A r
îmáx
•
P •• θ
P •
r r
a H H
a a b
Figura 7.11 – Rumo norte da linha de inclinação máxima (r) e da tangente à curva de
nível no ponto P (θ).
Se o vetor unitário
r r
Y = 1⋅ J (7.75)
Então
r r
H • Y = ∆X A (7.76)
135
Rodrigues, D. D. - 2008 Informações topográficas a partir do modelo numérico do terreno
r r
que também é igual ao produto entre as normas dos vetores Y e H e o co-seno do ângulo, menor que
180º, entre estes vetores – ângulo θ da Figura 7.11-b -, ou seja:
r r r r r
H • Y = Y ⋅ H ⋅ cos θ = H ⋅ cos θ (7.77)
Portanto
⎛ ⎞
⎜ ∆X ⎟
θ = ar cos ⎜ r A ⎟ (7.78)
⎜ H ⎟
⎝ ⎠
ou
⎛ ∆X A ⎞
θ = ar cos ⎜ ⎟ (7.79)
⎜ ∆X 2A + ∆YA2 ⎟⎠
⎝
r
Substituindo os valores das componentes do vetor A , dadas pelas equações (7.26) e (7.27), tem-se:
r r r
H = ( ∆X PQ ⋅ ∆Z PR − ∆Z PQ ⋅ ∆X PR ) ⋅ i + ( ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ) ⋅ j (7.80)
E portanto,
⎛ ⎞
⎜ ∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ ⎟
θ = ar cos ⎜ ⎟ (7.81)
[ ]
1
⎜ (∆X ⋅ ∆Z ⎟
PR − ∆Z PQ ⋅ ∆X PR ) + (∆YPQ ⋅ ∆Z PR − ∆YPR ⋅ ∆Z PQ )
2 2 2
⎝ PQ ⎠
com θ no intervalo [0 a 180º]. Obviamente o denominador da equação (7.80) não pode ser nulo.
Da Figura 7.11-b verifica-se que o ângulo entre o eixo Y e a linha de inclinação máxima, r, é dado por:
r = θ − 90 0 (7.82)
EXERCÍCIOS:
i) Calcular o ângulo de inclinação máxima do plano PQR, Figura 7.10, empregando as coordenadas
da Tabela 7.2.
ii) Calcular o rumo norte da linha de inclinação máxima do plano PQR, Figura 7.10, empregando as
coordenadas da Tabela 7.2.
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Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
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