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2.

Funções Reais de Variável Real

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Carla Reis

Funções Reais de Variável Real

2.1. SISTEMA de COORDENADAS CARTESIANAS

Em ℝ: para representar números reais recorremos à recta real:

Em ℝ2 : para representar pares de números consideramos duas rectas reais:

eixo das
ordenadas a é a abscissa do ponto P e
b é a ordenada do ponto P.

eixo das
abcissas

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Exemplo:

1) Coordenadas dos pontos P, Q, R e T?

P(1, −2)
Q(−3, −1)
R(−2,3)
T(2,5)

2) Represente, num referencial ortonormado, os pontos:


A 0,3 , B −2,1 , C −2,0 , D 5, −1 .

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2.2. FUNÇÃO REAL de VARIÁVEL REAL

Uma função é uma transformação de Dados dois conjuntos A e B, uma função de


elementos de um conjunto em A para B transforma cada elemento de A
elementos de outro conjunto. num e num só elemento de B.

A B

Regra de
transformação

Apple slicing function by Theresa Knott


(licensed under CC BY-SA 3.0)

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A B

Regra de
transformação

𝑥∈𝐴 𝑦 = 𝑓(𝑥)

Aos elementos de A chamamos objetos.


Um elemento genérico de A é representado por 𝑥.

𝑓 𝑥 é a expressão analítica de 𝒇: representa a transformação que deve ser


aplicada ao objeto 𝑥 pela função 𝑓.

𝑦 = 𝑓 𝑥 diz-se a imagem de 𝒙.

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Exemplo:

𝑓 𝑥 = 3𝑥 + 2
𝑓 1 =3+2 =5

𝑓 −30 = −90 + 2 = −88

𝑥−2
𝑔 𝑥 =
𝑥2 + 3 0−2 2
𝑔 0 = =−
0+3 3
4−2 2
𝑔 4 = =
16 + 3 19

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𝐀⊆ ℝ 𝐁⊆ ℝ

f é uma função real de variável real f


quando A  IR e B  IR.

Domínio de f: conjunto dos números reais para os quais a expressão analítica de f


está bem definida.
𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑓 𝑥 ∈ ℝ}

Contradomínio de f: conjunto dos valores reais que são imagem pela função f dos
elementos do domínio.
𝐷′𝑓 = {𝑦 ∈ ℝ: 𝑦 = 𝑓 𝑥 ∧ 𝑥 ∈ ℝ}

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Exemplos:
𝑥−2
𝑓 𝑥 = 3𝑥 + 2 𝑔 𝑥 =
3−𝑥
𝐷𝑓 = ℝ
𝐷𝑔 = 𝑥 ∈ ℝ: 3 − 𝑥 ≠ 0
𝐷𝑓′ = ℝ
= ℝ\{3}

h 𝑥 =3+ 𝑥−2

Como 𝑥 − 2 ≥ 0
𝐷ℎ = 𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 − 2 ≥ 0
temos 3 + 𝑥 − 2 ≥ 3
= [2, +∞[
Então D′ℎ = [3, +∞[.

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Gráfico de uma função f: conjunto de pontos do plano de coordenadas (x, f(x)),


com xD.
𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓 𝑥 ) ∈ ℝ2 : 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 }

Exemplos:
𝑥−2
𝑓 𝑥 = 3𝑥 − 2 g 𝑥 = 1 − 𝑥2 ℎ 𝑥 =
3−𝑥

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2.3 FUNÇÕES POLINOMIAIS

Função polinomial de grau n:


𝑓(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 +. . . +𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0

com 𝑛 ∈ ℕ0 e 𝑎0 , 𝑎1 , . . . , 𝑎𝑛−2 , 𝑎𝑛−1 , 𝑎𝑛 ∈ ℝ

Exemplos:

𝑓 𝑥 = 2 + 𝑥 4 − 𝑥 3 − 2𝑥

g 𝑥 = 1 − 𝑥2

ℎ 𝑥 = 20𝑥 5 − 2𝑥 4 + 3𝑥 2 − 𝑥 + 2

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Casos Particulares:

Função polinomial de grau 0 ou função constante: 𝒇 𝒙 = 𝒂, 𝒂∈ℝ

Exemplos:

𝑓 𝑥 =1

g 𝑥 = −2

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Casos Particulares:

Função polinomial de grau 1 ou função afim: 𝒇 𝒙 = 𝒎𝒙 + 𝒃, 𝒎, 𝒃 ∈ ℝ, 𝒎 ≠ 𝟎

O gráfico é sempre uma reta.


Como 𝑓 0 = 𝑏, a 𝑏 chamamos ordenada na origem: dá-nos a ordenada do
ponto de intersecção da recta com o eixo Oy – ponto 0, 𝑏 .

A 𝑚 chamamos declive da reta.


Se 𝑓 𝑥1 = 𝑦1 e 𝑓 𝑥2 = 𝑦2 , o declive é dado por:

Δ𝑦 𝑦2 − 𝑦1
𝑚= =
Δ𝑥 𝑥2 − 𝑥1

Em geral, para uma função qualquer, o valor de m é a


taxa de variação média de f no intervalo [𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 ]. 𝑏
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Exemplos:

1) 𝑓 𝑥 = 𝑥 + 1

Temos que m=1 e b=1.

Desta informação obtemos o ponto de intersecção


da recta com o eixo Oy:
(0,1) é um ponto do gráfico.

Para esboçarmos o gráfico precisamos de mais um


ponto. Por exemplo, fazendo x=1:
f(1)=1+1=2.
Então (1,2) é outro ponto do gráfico.

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Exemplos:
2) Considere-se a seguinte representação gráfica de uma função f:

O gráfico de f é uma recta então 𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏

• m=?
A recta passa nos pontos (1,1) e (0,-1), pelo que
1 −1 − 1
m= =2
0−1
-1
Então 𝑓(𝑥) = 𝟐𝑥 + 𝑏.

• b=?
O ponto de intersecção da recta com Oy é
(0,-1), pelo que b = -1.

Então a expressão analítica de f é 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − 1.

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Casos Particulares:

Função polinomial de grau 2: 𝒇 𝒙 = 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 + 𝒄, 𝒂≠𝟎

O gráfico de uma função quadrática é sempre uma curva que se chama parábola.
Se o valor de a for positivo a concavidade da parábola está voltada para cima.
Se o valor de a for negativo a concavidade da parábola está voltada para baixo.
Apresenta um eixo de simetria vertical que passa no seu vértice.

h(x) = x2 f(x) = 4-x2 f(x) = x2+3x-5

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2.4 COMPOSIÇÃO de FUNÇÕES

A composta 𝑓 ∘ 𝑔 de duas funções 𝑓 e 𝑔 é uma função tal que

𝐷𝑓∘𝑔 = 𝑥 ∈ 𝐷𝑔 : 𝑔(𝑥) ∈ 𝐷𝑓 𝑓 ∘ 𝑔 (𝑥) = 𝑓(𝑔(𝑥))

Dg D’g Df D’f
g f

x
g(x) f(g(x))

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𝑥−2
Exemplo: Sendo 𝑓 𝑥 = 2𝑥 − 1 ℎ 𝑥 =
3−𝑥
1) Vamos caracterizar 𝒇 ∘ 𝒉.
O domínio da função composta é construtivo ou seja deve ser definido de modo a que
a construção (=composição) funcione corretamente.
Sabemos que:
𝐷𝑓 = ℝ e 𝐷ℎ = ℝ\{3}

Então:
D𝑓∘ℎ = {𝑥 ∈ 𝐷ℎ : ℎ 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 }
= ℝ\{3}

A expressão analítica de 𝑓 ∘ ℎ é:
𝑥−2 𝑥−2
𝑓∘ℎ 𝑥 =𝑓 ℎ 𝑥 =𝑓 = 2. −1
3−𝑥 3−𝑥

2) Caracterize a função 𝒉 ∘ 𝒇.

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2.5 MONOTONIA

Sendo 𝑓 uma função real de variável real e I ⊆ 𝐷𝑓 :

𝑓 é constante em I se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏), ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐼


𝑓 é estritamente crescente em I se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) < 𝑓(𝑏), ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐼
𝑓 é crescente em sentido lato em I se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑏), ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐼

𝑓 é estritamente decrescente em I se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) > 𝑓(𝑏), ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐼


𝑓 é decrescente em sentido lato em I se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) ≥ 𝑓(𝑏), ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐼

𝑓 é monótona se é crescente ou decrescente em sentido lato em D.

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Exemplo:

A função é crescente em:

[−2,0] e em [1 + ∞[.

A função é decrescente em:

] − ∞, −2] e em 0,1 .

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2.6 TAXA MÉDIA de VARIAÇÃO

Seja 𝑓 uma função real de variável.

A variação de f no intervalo I = [a, b] é o valor de 𝑓 𝑏 − 𝑓(𝑎).

A taxa média de variação de f no intervalo


I = [a, b] é o valor do quociente

𝛥𝑓 𝑓 𝑏 − 𝑓(𝑎)
𝑡. 𝑚. 𝑣.[𝑎,𝑏] = =
𝛥𝑥 𝑏−𝑎
Taxa de Variação Média, por Carlos Carvalho em
https://www.geogebra.org/m/txUcftxC

A t.m.v. mede a variação de f por unidade de Geometricamente a t.m.v. em I = [a, b]


x, em média, no intervalo considerado. é o declive da recta secante ao gráfico
de f nos pontos (𝑎, 𝑓 𝑎 ) e 𝑏, 𝑓 𝑏 .

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Fontes de Dados: DGEG/MAAC


Exemplo: Fonte: PORDATA
Última actualização: 2021-03-03

Preços médios de venda ao público dos combustíveis líquidos e gasosos – Continente


Anos 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Gasóleo Rodoviário
0,68 0,67 0,79 1,04 1,26 1,15 1,45 1,30 1,18 1,39 1,30
(Euro/litro)

A taxa média de variação do preço do gasóleo rodoviário nos primeiros 10 anos é:


𝑓 2010 − 𝑓(2000) 1,15 − 0,68 0,47
𝑡. 𝑚. 𝑣.[2000,2010] = = = = 0,047 €/𝑎𝑛𝑜
2010 − 2000 10 10
e nos últimos 10 anos é
𝑓 2020 − 𝑓(2010) 1,30 − 1,15 0,15
𝑡. 𝑚. 𝑣.[2010,2020] = = = = 0,015 €/𝑎𝑛𝑜
2020 − 2010 10 10

Nos primeiros 10 anos o preço do gasóleo rodoviário cresceu, em média, 0,047€ por ano,
enquanto que nos 10 anos seguintes esse crescimento se reduziu para 0,015 € por ano.

Qual a t.m.v. do preço mensal do gasóleo desde janeiro de 2020 até novembro de 2022?

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Exemplo: Qual a taxa média de variação de f


a) no intervalo [-2, -1]?

b) no intervalo [-1,1]?

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2.7 EXTREMOS RELATIVOS e ABSOLUTOS

Seja 𝑓 uma função real de variável real.

EXTREMOS RELATIVOS de f:

𝑓(𝑎) é um máximo relativo (ou local) de f se e só


se existe uma vizinhança de 𝑎 tal que, se 𝑥 ∈ 𝐷𝑓
está nessa vizinhança, então 𝑓 𝑥 ≤ 𝑓(𝑎).

𝑓(𝑏) é o mínimo relativo (ou local) de se e só se


existe uma vizinhança de 𝑏 tal que, se 𝑥 ∈ 𝐷𝑓
está nessa vizinhança, então 𝑓 𝑏 ≤ 𝑓(𝑥). Fonte: https://www.mathsisfun.com/algebra/functions-
maxima-minima.html

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EXTREMOS ABSOLUTOS:

𝑓 𝑎 é o máximo absoluto de 𝑓 se e só se
𝑓 𝑥 ≤𝑓 𝑎 , ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 .

𝑓(𝑏) é o mínimo absoluto de 𝑓 se e só se


𝑓 𝑏 ≤𝑓 𝑥 , ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓 .

Fonte: https://www.mathsisfun.com/algebra/functions-
maxima-minima.html

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Exemplo:

Extremos relativos
máximos:
mínimos:

Extremos absolutos
máximo:
mínimo:

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2.8 ZEROS e SINAL de uma FUNÇÃO

Seja 𝑓 uma função real de variável real.

𝑎 ∈ 𝐷𝑓 é um zero ou raiz de 𝑓 se
𝑓 𝑎 = 0.

𝑓 é positiva em 𝑎 se 𝑓 𝑎 > 0.
𝑓 é positiva em 𝐼 ⊆ 𝐷𝑓 se
𝑓 𝑥 > 0, ∀𝑥 ∈ 𝐼.

𝑓 é negativa em 𝑎 se 𝑓 𝑎 < 0.
𝑓 é negativa em 𝐼 ⊆ 𝐷𝑓 se
𝑓 𝑥 < 0, ∀𝑥 ∈ 𝐼.
Fonte: https://sites.google.com/site/reimerprecalculus/home/unit-1/1-5

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Exemplo:

Os zeros da função são:

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2.9 FUNÇÃO EXPONENCIAL

Seja 𝑎 ∈ ℝ+ \{1}. Define-se função exponencial como sendo qualquer função da forma:

𝒇 𝒙 = 𝒂𝒙

Caraterização da função exponencial:


𝐷𝑓 = ℝ 𝐷𝑓′ = ℝ+
Monotonia:
a>1: a função é crescente pois tem-se
∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑎 𝑥1 < 𝑎 𝑥2

0<a<1: a função é decrescente pois tem-se


∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ 𝑎 𝑥1 > 𝑎 𝑥2

É injectiva pois ∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷, 𝑎 𝑥1 = 𝑎 𝑥2 ⇒ 𝑥1 = 𝑥2


Por Picknick, CC BY-SA 4.0,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37162129
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37163262

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Exemplo: Função exponencial natural

Nº de Neper 𝑒 = 2,7182818284 …

Função exponencial natural


𝒇 𝒙 = 𝒆𝒙

Por Picknick, CC BY-SA 4.0,


https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37179910

A função exponencial natural surge em problemas em áreas do saber diversas:


Economia, Biologia, Física, Química, etc.

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Exemplos de aplicação: juros compostos e


função logística
Por exemplo,
Para modelar situações que envolvem no cálculo do capital acumulado ao fim de
um crescimento rápido consideram-se t anos, quando aplicada uma quantia
funções da forma: 𝑪𝟎 a uma taxa de juro nominal anual 𝒓,
capitalizável 𝒏 vezes ao ano:
𝒇 𝒙 = 𝑨𝟎 𝒂𝒌𝒙
𝒓 𝒏𝒕
𝑪 𝒕 = 𝑪𝟎 𝟏 +
Em que 𝒏
𝑨𝟎 = 𝒇 𝟎
𝒌 é uma constante.
Taxa nominal: relativa a um período de tempo
diferente do período de capitalização.

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Exemplos de aplicação: juros compostos e


função logística
Para modelar situações que envolvem
um crescimento rápido mas com
posterior estagnação, consideram-se
funções da forma:
𝒄
𝒇 𝒙 =
𝟏 + 𝒂𝒆−𝒃𝒙
Em que
𝒂, 𝒃 > 𝟎
𝒄: supremo da função ou valor máximo
que a função pode atingir (para o qual
Aramson, J. (2014). Precalculus. OpenStax under Creative Commons Attribution
tende à medida que x cresce). License 4.0. Book URL: https://openstax.org/books/precalculus/pages/1-
introduction-to-functions.

“The logistic function finds applications in a range of fields, including biology, biomathematics, chemistry, demography,
economics, geoscience, mathematical psychology, probability, sociology, political science, linguistics, statistics, and
artificial neural networks.” (in Wikipedia https://en.wikipedia.org/wiki/Logistic_function, consultada a 11/11/2022)

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2.10 FUNÇÃO LOGARITMICA

Seja 𝑎 ∈ ℝ+ \{1}.
Considere a relação 𝑦 = 𝑎 𝑥 , que carateriza a função exponencial.

• 𝑦 ∈ ℝ+ pois 𝑦 é o valor de uma potência de base positiva;

Podemos considerar que


𝒙 = 𝒆𝒙𝒑𝒐𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒅𝒆𝒗𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒆𝒍𝒆𝒗𝒂𝒓 𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐𝒃𝒕𝒆𝒓 𝒚

a que chamamos logaritmo na base a de y:


𝒙 = 𝒍𝒐𝒈𝒂 (𝒚)

Podemos assim definir uma família de funções, designadas por funções logarítmicas:

𝑓 ∶ ℝ+ → ℝ
𝑥 ↦ 𝑙𝑜𝑔𝑎 (𝑥)
para 𝑎 ∈ ℝ+ \{1}.

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Funções Reais de Variável Real

Logaritmo de b na base a é o expoente c a que é preciso elevar a para obter b.


Ou seja:
log 𝑎 𝑏 = 𝑐 ⇔ 𝑏 = 𝑎𝑐

Observações:
A base de um logaritmo é sempre um número positivo e diferente de 1.
Em qualquer base só os números positivos têm logaritmo.
log 𝑎 𝑎 = 1 e log 𝑎 1 = 0

𝑎log𝑎 𝑁 = 𝑁 e log 𝑎 𝑎 𝑦 = 𝑦

Propriedades operatórias dos logaritmos: sejam x, y  IR+ e a, b  IR+ \{1}

log 𝑎 ( 𝑥 × 𝑦) = log 𝑎 𝑥 + log 𝑎 𝑦 log 𝑎 𝑥 𝑧 = 𝑧 log 𝑎 𝑥


𝑥 1
log 𝑎 = log 𝑎 𝑥 − log 𝑎 𝑦 log 𝑎 𝑏 =
𝑦 log 𝑏 𝑎

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Para 𝑎 ∈ ℝ+ \{1}, função logarítmica é qualquer função da forma:

𝑓 𝑥 = 𝑙𝑜𝑔𝑎 (𝑥)

Caraterização da função logarítmica

𝐷𝑓 = ℝ+ e 𝐷′𝑓 = ℝ

Monotonia:
a>1: a função é crescente pois tem-se
∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ log 𝑎 𝑥1 < log 𝑎 𝑥2

0<a<1: a função é decrescente pois tem-se


∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷 𝑥1 < 𝑥2 ⇒ log 𝑎 𝑥1 > log 𝑎 𝑥2

https://escolaeducacao.com.br/funcao-logaritmica/

É injectiva pois ∀𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐷, log a 𝑥1 = log a 𝑥2 ⇒ 𝑥1 = 𝑥2

Função logarítmica natural ( de base e): 𝒇 𝒙 = 𝒍𝒏(𝒙)


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2.11 Aplicação – função procura, função oferta e equilíbrio

𝐐 = 𝒏. º 𝒅𝒆 𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 (𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆) 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝒃𝒆𝒎


𝒑 = 𝒑𝒓𝒆ç𝒐 𝒅𝒂 𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒖𝒎 𝒃𝒆𝒎

Procura (Demand): relação entre a quantidade procurada de um bem e o seu preço,


quando tudo o resto é constante.

Nesta relação, quando o preço aumenta a procura diminui e vice-versa.

Esta relação pode traduzir-se numa


função designada por função procura.

QD = 𝑓(𝑝) ou 𝑝 = 𝑔(𝑄𝐷 )

Image by Julie Bang © Investopedia 2019


https://www.investopedia.com/terms/d/demand-curve.asp

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Funções Reais de Variável Real

Oferta (Supply): relação entre a quantidade disponível de um bem e o seu preço, quando
tudo o resto é constante.

Nesta relação, em geral, quando o preço aumenta a oferta aumenta.

Esta relação pode traduzir-se numa


função designada por função oferta.
QS = 𝑓(𝑝) ou 𝑝 = 𝑔(𝑄𝑆 )

Image by Julie Bang © Investopedia 2019


https://www.investopedia.com/terms/s/supply-curve.asp

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Funções Reais de Variável Real

Indústria: totalidade de empresas que produzem a mesma mercadoria.

Mercado de uma mercadoria: refere-se ao sistema constituído pela indústria e pelos


consumidores de uma mercadoria.

Equilíbrio de mercado:
quando a procura (QD ) do mercado a um
dado preço é igual à oferta (QS ) a esse preço.

𝑸𝐄 – quantidade de equilíbrio
𝒑𝐄 – preço de equílibrio
Ponto (𝑸𝑬 , 𝒑𝑬 ) – ponto de equílibrio

Samuelson, P. A., & Nordhaus, W. (2005). Macroeconomia


(18ª ed), McGraw-Hill.

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Funções Reais de Variável Real

Análise do comportamento dum mercado:

Se 𝒑 = 𝒑𝟏 < 𝒑𝐄 :

A indústria estima vender/oferecer Q S1 ;


P2
Os consumidores estimam comprar/procurar QD1 .

PE
Faltam QD1 − QS1 unidades no mercado.
P1

O preço cresce para 𝑝E e a quantidade


𝑸 𝑺𝟏 𝑸 𝑺𝟐 𝑸 𝑬 𝑸 𝑫𝟏 𝑸 𝑫𝟐
oferecida cresce para QE
Adaptado de: Samuelson, P. A., & Nordhaus, W. (2005).
Macroeconomia (18ª ed), McGraw-Hill.

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Funções Reais de Variável Real

Análise do comportamento dum mercado:

Se 𝒑 = 𝒑𝟐 > 𝒑𝐄 :

A indústria estima vender/oferecer Q S2 ;


P2
Os consumidores estimam comprar/procurar QD2 .

PE
Há Q S2 − QD2 unidades não vendidas
P1

O preço desce para 𝑝E e a quantidade


𝑸 𝑺𝟏 𝑸 𝑫 𝟐 𝑸 𝑬 𝑸 𝑫𝟏 𝑸 𝑺𝟐
oferecida desce para QE
Adaptado de: Samuelson, P. A., & Nordhaus, W. (2005).
Macroeconomia (18ª ed), McGraw-Hill.

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Funções Reais de Variável Real

Exemplo: Se a procura se traduzir na relação 𝑄 2 + 𝑝2 = 25 e a oferta por


2𝑄 − 𝑝 + 2 = 0, onde 𝑄 representa a quantidade (em centenas de unidades)
e 𝑝 o preço de um bem, determine o ponto de equílibrio.

Para representar graficamente as curvas


recorremos ao Geogebra e obtemos o O ponto de equilíbrio obtém-se
seguinte resolvendo o sistema:

𝑄 2 + 𝑝2 = 25

2𝑄 − 𝑝 + 2 = 0

𝑄 = 1,4
⟺⋯ ⟺ቊ
𝑝 = 4,8

O mercado atinge o equilíbrio


quando a produção é de 140
unidades a 4,8€.

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Material de apoio:
• GeoGebra: https://www.geogebra.org/
• https://pt.khanacademy.org/math/algebra/algebra-functions
• https://pt-pt.khanacademy.org/math/algebra/x2f8bb11595b61c86:functions
• https://openstax.org/books/precalculus/pages/preface

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