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ANATOMIA DENTAL

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ANATOMIA DENTAL
A anatomia dentária é a parte da anatomia humana que estuda o órgão dental, ou seja, o dente e o
periodonto, e outras estruturas relacionadas como ossos, músculos, lábios, língua, bochechas, artérias,
vasos e nervos.
Constituído por tecidos perfeitamente diferenciados e de origem embrionária distinta, os dentes são
órgãos duros, pequenos, mineralizados, de cor branca amarelada, implantados em ossos próprios, superior
e inferior (maxilares e mandibulares) e compõem em seu conjunto o sistema dental.

As arcadas ou arcos dentários dividem a cavidade bucal em vestíbulo (região externa) e cavidade bucal
propriamente dita (região interna).
Sobre os dentes devemos saber para que servem, como são, quais suas características, quantas dentições
existem, quais são os grupos de dentes e qual a nomenclatura utilizada para identificá-los.
É importante saber que os dentes diferem entre si e de indivíduo para indivíduo. A mesma unidade
dentária, em indivíduos diferentes, pode apresentar características diferentes, sendo elas a cor, o tamanho, a
forma deste dente entre outros.

INTRODUÇÃO À ESCULTURA DENTAL:

Uma das funções da Odontologia é restabelecer forma e função de elementos dentais ou de segmentos
dos arcos dentais, que foram, parcial ou totalmente, destruídos por causas diversas como trauma ou cárie.
A Escultura Dental é a área da Odontologia que visa prover o profissional de uma das ferramentas
necessárias à realização deste trabalho: a reprodução fiel da forma anatômica dos dentes naturais.
É através do profundo conhecimento anatômico que a Escultura Dental objetiva a reintegração do dente
na fisiologia da mastigação e a sua harmonização estética no sorriso, utilizando os mais diversos materiais
restauradores.

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Além do conhecimento anatômico de cada dente, o estudo das relações funcionais dos dentes na
cavidade bucal é de grande importância. No relacionamento de diferentes dentes dentro da mesma arcada,
temos as relações interproximais. Na relação de contato entre dentes de arcos antagonistas temos as
relações oclusais ou, simplesmente, oclusão.

ESTRUTURA DOS DENTES:

O dente é composto, basicamente por quatro tecidos: esmalte, dentina e cemento (sendo esses três
tecidos duros) e a polpa dental (tecido mole).
O esmalte deriva do ectoderma (tecido embrionário) e a dentina, o cemento e a polpa derivam do
mesoderma (tecido embrionário)

Dois dos tecidos duros são periféricos: o esmalte na coroa e o cemento na raiz. Interiormente,
relacionando-se com ambos, se localiza a dentina, circunscrevendo uma cavidade ocupada pela polpa, a
cavidade pulpar.

I) ANATOMICAMENTE, o dente é dividido em coroa, colo e raiz. A coroa, que agirá diretamente no
trabalho mastigatório, dispõe em sua superfície de um tecido duro, o esmalte, apto a suportar as pressões
produzidas durante a mastigação. O esmalte por sua vez, recebe o apoio de outro tecido duro, a dentina,
que possui suficiente elasticidade para prevenir fraturas de sua estrutura, estendendo assim benefícios ao
esmalte. Separando a coroa da raiz, está o colo. Ele é a menor circunferência do dente. A raiz é a
responsável pela fixação do dente no osso, mais precisamente no osso alveolar, em uma cavidade que
abriga a raiz e tem o mesmo formato dela (alvéolo dentário). Ele só existe enquanto houver a presença do
dente.
ANATOMICAMENTE HISTOLOGICAMENTE

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DIVISÃO ANATÔMICA:

Do ponto de vista anatômico o dente é formado de três partes distintas:


Coroa, colo e raiz.

Coroa dentária
É a porção visível e funcionante na mastigação, estética e fonética. Seu aspecto particular distingue-se de
imediato das demais partes. Ela é brilhante (graças ao esmalte) e esbranquiçada (graças a dentina) e
permanece acima dos ossos suportes e da gengiva, desempenhando suas funções graças às suas
características morfológicas apropriadas.

Raiz dentária
É o segmento amarelado e opaco (graças ao cemento) do dente que está alojado em cavidade própria, no
interior do osso (o alvéolo). A raiz do dente sempre tem um comprimento maior do que a coroa e sofre,
também, maior número de variações morfológicas. A fixação do dente no seu osso alveolar dá-se por
intermédio da raiz. A raiz nem sempre é única. De acordo com o dente, ela pode ser dupla ou tripla, como
acontece com os dentes situados mais posteriormente nas arcadas dentárias.

Colo dentário
É uma linha sinuosa entre coroa e a raiz, ou o limite entre esmalte e cemento. É a parte mais estrangulada
do dente. É necessário fazer-se a distinção entre o colo anatômico (e o verdadeiro do dente, que acaba de
ser descrito) e o colo cirúrgico ou clínico, que nada mais é do que a porção inicial ou basal da raiz que fica
sempre acima do alvéolo dentário e que, no indivíduo revestido de suas partes moles, permanece revestida
pela gengiva.
O colo clínico varia de acordo com a saúde gengival. Por isso dizemos que ele está um pouco acima ou
um pouco abaixo do colo anatômico. Se a gengiva estiver saudável, o colo clínico recobre o colo
anatômico (fig. 1); se a gengiva não estiver saudável, ela retrai e expõe o colo anatômico (fig. 2).

II) HISTOLOGICAMENTE o órgão dental é composto por sete tecidos: esmalte, dentina e polpa (no
dente); cemento, ligamento periodontal, osso alveolar e gengiva (no periodonto).

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TECIDOS DO DENTE:

ESMALTE: é o tecido mais duro do corpo humano. Envolve completamente a dentina coronária, logo, só
está presente na coroa. Forma saliências e reentrâncias, dando um aspecto típico a cada dente da arcada.
Esse seu papel morfológico (elevações e reentrâncias) associado à sua dureza lhe confere um papel
importante na mastigação. A espessura do esmalte diminui à medida que se aproxima do colo dentário
onde termina e é continuada pelo cemento, forrando uma linha sinuosa em torno do dente, a junção
cemento-esmalte ou colo anatômico. O esmalte é translúcido, logo, não é ele que determina a cor do dente.

DENTINA: é um tecido que faz parte de todo o dente, ou seja, está presente na coroa e na raiz, e tem
vitalidade própria graças à presença de células que produzem material dentinário constantemente (os
odontoblastos e seus prolongamentos, as fibrilas dentinárias). Na parte coronária do dente, a dentina é
revestida pelo esmalte, enquanto na parte radicular ela é envolta por uma delgadíssima lâmina osteóide, o
cemento. Na chamada junção cemento-esmalte (ao nível do colo dentário), os dois revestimentos
dentinários (esmalte e cemento) encontram-se, um revestindo o outro. Quando isso não acontece, ou seja, o
esmalte e o cemento não entram em contato, uma parte da dentina vai ficar exposta, dando ao dente uma
grande sensibilidade nessa região.

POLPA: único tecido mole do dente. É um tecido mesenquimal de grande potencialidade formadora de
dentina. A polpa é dividida em duas partes: a polpa coronária, localizada no interior da câmara coronária, e
a polpa radicular, que preenche o canal radicular e continuam com os tecidos periapicais ao nível do
orifício apical. Estruturalmente, a polpa caracteriza-se pela presença de tecido conjuntivo frouxo rico em
células do conjuntivo, onde se destacam os vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e odontoblastos.A polpa
desempenha quatro funções importantes: formadora de dentina, nutridora, sensorial e protetora. Sendo
assim, é a responsável pelo dente ser considerado um elemento vivo.

TECIDOS DO PERIODONTO:

PERIODONTO: os dentes se relacionam com os processos alveolares dos maxilares por uma série de
elementos que constituem uma complexa e especialíssima articulação, o periodonto, que possui
características próprias em qualquer dos aspectos em que é considerada. O periodonto é o complexo
estrutural que produz a fixação do dente.

a) Periodonto de inserção: destinado especificamente à função de fixação. Responsável pela fixação do


dente aos maxilares Formado por:
- osso alveolar;
- cemento dental (intimamente aderido à dentina);
- ligamento periodontal ou desmodonto (que é uma massa conjuntiva onde predominam as fibras
colágenas que inserindo-se em ambas as paredes, estabeleçam a veiculação dente-osso).

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b) Periodonto de proteção: responsável por proteger o periodonto de inserção, ou seja, as estruturas que
dão sustentação ao dente. Disposto como um manguito que cobre os processos alveolares e rodeia os colos
dentais, aos quais se une intimamente. É constituído por:
- a gengiva, que é uma dependência da mucosa bucal;

Esses elementos assumem a responsabilidade de dar proteção (donde sua denominação) ao periodonto de
inserção.

Periodonto de inserção:

OSSO ALVEOLAR: possui características fundamentais que possibilitam o mecanismo de migração dos
dentes, tanto em condições normais como durante os tratamentos ortodônticos e ortopédicos Assim se
explica como pode realizar a translação do dente, porque realmente ocorre uma migração do osso alveolar.
O processo alveolar é definido como as partes da maxila e mandíbula que formam e dão suporte aos
alvéolos dos dentes. O processo alveolar se desenvolve em associação com o desenvolvimento e erupção
dos dentes e é gradativamente reabsorvido quando os dentes são perdidos, logo, sem dente, sem osso
alveolar. O osso alveolar acompanha o formato da raiz do dente.

CEMENTO: é a camada osteóide que reveste a parede radicular da dentina. Inicia-se no colo dentário, na
junção cemento-esmalte, e termina no ápice radicular. Sua cor é branco-amarelada semelhante a do osso,
porém menos carregada que a coloração da dentina. Apresenta-se como uma superfície áspera. Sua dureza
é bem menor do que a dos outros dois componentes do dente, possuindo cerca de 50% de substâncias
inorgânicas e outro tanto de material orgânico. Funcionalmente o cemento é importante por causa da
fixação que se dá ao dente no seu alvéolo, através do desmodonto. A sua superfície irregular permite a
inserção de fibras do ligamento periodontal que vão dar sustentação ao dente. Ocorre na porção radicular
recobrindo a dentina. . Na porção apical ocorre uma ou mais soluções de continuidade que correspondem a
orifícios denominados forame apical, o maior, e foraminas, os menores. Por eles passam o feixe vasculo-
nervoso do dente e seus acessórios. Estima-se que seja um tecido pouco frágil.

LIGAMENTO PERIODONTAL: é constituído por uma trama conjuntiva muito irrigada e inervada, com
grande capacidade metabólica, que lhe permite seguir formando o cemento e cortical posteriormente à
entrada do dente em oclusão. Nessa trama se dispõem as fibras colágenas, resistentes à tração, que se
estendem do cemento à cortical alveolar (fibras de Sharpey). Essas fibras são as que regulam a posição do
dente em seu alvéolo, em função da já citada capacidade de resistir a trações a que o dente as submete em
face das pressões mastigatórias que o mesmo recebe. O ligamento periodontal mostra uma capacidade de
trabalho muito intensa, pois não somente deve proporcionar estabilidade ao dente, mas atendendo ao
especial trabalho efetuado pelo dente, deve produzir processos de reabsorção e neoformação no osso e
cemento e diferenciar novas fibras colágenas.

Periodonto de proteção:

GENGIVA: é o tecido epitelial de tonalidade variando entre vermelho-claro a roxo na cavidade bucal que
reveste o osso alveolar (suporte ósseo dos dentes), constituindo parte da mucosa bucal. É subdividido em
partes marginal, inserida e papilar, dependendo da região. É formada por tecido fibroso coberto por mucosa.
A gengiva propriamente dita, gengiva fixa, está firmemente presa aos processos alveolares da maxila e
mandíbula e aos colos dos dentes. Ela é rósea, pontilhada (aspecto de casca de laranja), opaca e
queratinizada. A mucosa alveolar (gengiva livre) é, normalmente, vermelho-brilhante e não queratinizada.

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Importância do Periodonto:
A importância do periodonto depende da enumeração de suas funções, algumas das quais surgiram da
presente descrição e outras vão aparecer no estudo dos movimentos dos dentes. Vejamos quais são:
1. A sujeição do dente, outorgando-lhe a suficiente mobilidade para que cumpra eficazmente seu
fisiologismo.
2. A proteção das estruturas de suporte.
3. A absorção de parte das cargas mastigatórias.
4. Transformação das forças de pressão, que o dente recebe, em forças de tração que transfere ao osso.
5. Regulação das forças mastigatórias através das reações que as mesmas produzem nos elementos
nervosos periodônticos.
6. Reparação do osso e do cemento mediante a atividade periodontal, possibilitando as migrações dentais.
7. Compensação dos desgastes dentais (atrição e abrasão), permitindo a manutenção da oclusão.
8. Condução do dente durante o processo eruptivo até sua localização no arco, função cumprida pelo
periodonto mesmo antes de estar completamente integrado.
9. Adequação ou adaptação da posição do dente ante a necessidade de conseguir novas condições de
equilíbrio com seus proximais e antagonistas. Dessa forma, o periodonto procura sua própria proteção,
porquanto sua integridade está em função da normalidade anatômica e funcional do dente.
10. Função de proteção ante as agressões microbianas pela presença de elementos do sistema retículo-
endotelial nas proximidades da vertente dental da gengiva.

DENTIÇÕES:

Na espécie humana há duas dentições: a primeira dentição ou dentição decídua (temporária, caduca ou
de leite) e a segunda dentição chamada dentição permanente.
A dentição decídua surge em torno do sexto mês de vida, completando-se, mais ou menos, aos dois anos
de idade. Ela é uma dentição temporária e consta de 20 elementos. A diferença em número entre as
dentições se dá pelo fato de que na dentição decídua não existem os pré-molares e o 3º molar. Sendo assim,
temos em cada hemi-arcada:

 DECÍDUOS: IC, IL, C, 1ºM, 2º M = 5 dentes

 PERMANENTES: IC, IL, C, 1º PM, 2º PM, 1º M, 2º M, 3º M = 8 dentes

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Se em cada hemi-arcada decídua apresentam-se 5 dentes, em uma arcada constarão 10, e como a
dentição é composta por duas arcadas, poderemos observar 20 dentes na dentição decídua.
Obs.: a mesma conta pode ser feita com a dentição permanente: 8 x 2 x 2 = 32.
Podemos ainda observar outras diferenças entre as dentições:

 Decídua: branca leitosa, pouco calcificada, colo bem marcado (mais estrangulado), dente com
tamanho menor.

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 Permanente: branca amarelada, mais calcificada, colo menos marcado, dente com tamanho
maior.

No recém-nascido, pode-se verificar radiograficamente, a existência de dentes em formação, germe


dentário no interior dos ossos maxilares e da mandíbula, pois os dentes começam a sua formação na 16a
semana de vida intra-uterina. Os dentes decíduos são conhecidos como dente de leite, por causa de sua
coloração branca leitosa, esta coloração é devido ao baixo teor de sais calcários de seus tecidos.
A dentição permanente substitui a dentição decídua a partir dos seis primeiros anos de vida e completa
quando os 32 elementos erupcionam. São 16 dentes dispostos e alinhados em cada arcada dentária,
formando os grupos de morfologia e funções diferentes. A mudança da dentição decídua para permanente é
gradativa e se inicia quase aos seis anos de idade, quando surgem os primeiros molares permanentes. Nesta
época, o aparelho mastigador da criança começa a sofrer alterações profundas, não só pelo aparecimento
dos primeiros dentes permanentes, mas também, pela preparação que se vai processando nos ossos
maxilares e na mandíbula e no restante do esqueleto facial, preparando-os para transformarem-se no
complexo dento-facial definitivo.
Em casos excepcionais, pode ocorrer uma anodontia, ausência inata de dentes. Essa anodontia pode ser
total ou parcial, onde não são observados, radiograficamente qualquer vestígio do germe dentário ou de
calcificação que indique retardo de erupção.

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DECÍDUO: PERMANENTE
Incisivo Central (ic): 1 Incisivo Central (IC): 1 1° Molar (1M): 6
Incisivo Lateral (il): 2 Incisivo Lateral (IL): 2 2° Molar (2M): 7
Canino (c): 3 Canino (C): 3 3° Molar (3M): 8
1° Molar (1m): 4 1° Pré-molar (1PM): 4
2° Molar (2m): 5 2° Pré-molar (2PM): 5

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DENTES PERMANENTES:

A anatomia dentária cuida, como ramo que é da Biologia, do estudo e da organização do dente isolado e
do dente como integrante do sistema dental e do aparelho da mastigação. O centro eixo de todos os
problemas é o dente. Dele devemos saber o que é, para que servem, quais suas características, dentições,
grupos dentais existentes, nomenclatura para designá-los, etc... . Em seguida, daremos uma série sucinta de
caracteres anatômicos comuns a todos os dentes ou grupos de dentes.

1) Simetria especular bilateral


Os dentes do mesmo arco, de um lado, apresentam uma simetria especular
com os dentes do lado oposto: um primeiro molar, respectivamente direito ou
esquerdo.
2) Divisão Anatômica: Coroa, Colo E Raiz.
A forma dos dentes humanos pode ser considerada como quase invariável, porque todos eles se incluem
dentro de um paralelepípedo. Todos parecem ser construídos segundo um molde primitivo comum,
formado dos seus segmentos principais, isto é, coroa, raiz e colo.

Raiz: esta parte do dente é recoberta pela lâmina de cemento, tem uma tonalidade amarelada que se
destaca da cor da coroa que é bem clara. As raízes são responsáveis pela implantação do dente no alvéolo
dentário. Os dentes podem ser uni, bi ou trirradiculares, fora as anomalias.

Coroa: os dentes permanentes possuem uma coroa que pode ser inscrita num cubo. Apesar de esta forma
coronária ser mais evidente nos dentes pré-molares e molares, é válida também para incisivos e canino
As faces da coroa dentária podem ser divididas em:

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 Faces livres: são as faces dentárias que não entram em contato com nenhum dente e podem ser:
vestibular (V), voltada para o vestíbulo ou lingual (L) voltada para a parte interna da cavidade oral.
 Faces proximais: também chamadas de faces de contato, estão voltadas para os dentes vizinhos e
podem ser mesial (M), voltadas para a linha média ou distal (D), contrárias à linha média.
 Face oclusal (O): é a face que entra em contato com os dentes antagonistas e que realmente
funciona na mastigação. Está presente nos dentes posteriores. Também chamada de face incisal (I), no caso
dos dentes anteriores.
 Face cervical (C): é uma face virtual, oposta à face oclusal, e que corresponde à região do colo
anatômico.

Colo: a região do dente onde termina o esmalte tem aspecto geral de uma linha sinuosa, côncava - convexa
denominada colo dentário. Neste local o esmalte e o cemento continuam-se, sendo mínima a espessura
dessas duas camadas. Quando os dentes estão nitidamente implantados em seus alvéolos, a parte inicial das
raízes exterioriza-se e é coberta pela gengiva. Estas regiões recebem a denominação de colo cirúrgico, em
contraposição ao colo anatômico que é o marco divisório entre coroa e raiz.

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DIVISÕES DA COROA EM TERÇOS:
Todas as faces da coroa dos dentes vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal, são divididas em terços,
tornando mais fácil a localização de certos detalhes anatômicos ou a descrição de lesões coronárias. Os
terços são denominados de acordo com sua localização.
Para as faces vestibular e lingual, a divisão é feita em:

Para as faces proximais (mesial e distal), os terços recebem a


seguinte denominação:

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Nos dentes pré-molares e molares é possível a divisão em terços da sua face oclusal, o que não ocorre
com a borda incisal dos incisivos e caninos. Em cada dente julgal tem-se:

Portanto, em cada face de qualquer dente, distinguem-se nove segmentos ou terços, formados mediante o
traçado de planos verticais e horizontais, que representam pontos de reparo importantes.

DIREÇÕES GERAIS DAS FACES DAS COROAS DENTÁRIAS:

Em todas as faces coronárias, encontramos direções definidas, que permitem estabelecer regras gerais,
cuja finalidade é a melhor compreensão sobre o sentido das várias faces que formam os dentes. O exame
da coroa deve ser feito no sentido vertical (cérvico-oclusal) e no sentido horizontal (mésio-distal ou
vestíbulo-lingual).
Duas regras são observadas no sentido vertical:
(1a) As faces proximais de todos os dentes, têm direção convergente para o colo dentário, ou seja, as faces
mesial e distal são inclinadas no sentido oclusal para o cervical. Observa-se esta inclinação mais acentuada
nas faces distais.
(2a) As faces vestibulares e linguais, de todos os dentes, são convergentes para a superfície oclusal. A
inclinação das faces vestibulares é maior do que as das linguais, sendo que nos dentes inferiores ela é bem
mais marcada. Esta convergência é bem observada nos dentes anteriores, devido à forma característica das
peças dentárias.
No sentido horizontal ou mésio-distal, quando examinamos os dentes pelas faces oclusais, verifica-se:
1º) As faces vestibulares e linguais são ligeiramente convergentes para o lado distal. Isto se explica pelo
fato de que a face distal dos dentes é menor do que a face mesial.

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2º) As faces proximais ou de contato, são convergentes para o lado lingual, fazendo exceção o primeiro
molar superior, onde a face lingual, sendo maior que a vestibular, acarreta uma convergência em sentido
contrário.

DIMENSÕES RELATIVAS DAS FACES DAS COROAS DENTÁRIAS:

Com relação a este assunto, devem ser consideradas as dimensões dos dentes quando examinamos no
sentido vertical, isto é, quando analisamos os dentes por suas faces vestibular, lingual ou proximal. E as
dimensões no sentido horizontal, quando observamos as faces oclusais.
Com respeito ao sentido vertical existem duas regras:
(1ª) As faces vestibulares são maiores do que as faces linguais,
quando medimos os dentes do ponto mais convexo do colo à borda oclusal.

(2ª) Das faces proximais, a distal é sempre menor que a mesial. Uma exceção a esta regra é o caso do
incisivo central inferior, no qual, devido ao desgaste da borda
incisal, a face mesial torna-se menor que a distal. No dente íntegro,
tal fato é importante e as duas faces de contato têm,
aproximadamente o mesmo tamanho.

Verifica-se normalmente no sentido horizontal (quando observamos a face oclusal):


(1º) As faces vestibulares dos dentes são maiores que as faces linguais. Esta
dimensão é tomada nas bordas vestibulares e linguais das faces oclusais. Uma
exceção a esta regra é o primeiro molar superior no qual a face lingual se apresenta
sempre maior que a vestibular, mesmo quando este dente não possui o tubérculo de
Carabelli.

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(2º) Neste mesmo sentido, as faces distais de todos os
dentes são menores que as faces mesiais.

CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO DOS DENTES

Em cada arcada dentária há dezesseis dentes, que estão dispostos em grupos morfofuncionalmente
diferentes. A mastigação é a função primordial dos dentes pela redução das substâncias alimentares em
partículas capazes de serem deglutidas. Enquanto que alguns dentes destinam-se às funções de seccionar,
cortar o alimento, outros o trituram. Consideramos dentro das funções dos dentes, quatro aspectos
característicos: pressão, incisão, dilaceração e trituração. Os incisivos têm a função de seccionar os
alimentos. A pressão das substâncias alimentares é obtida pela ação conjunta dos dentes incisivos e dos
lábios. Os dentes incisivos também colaboram na fonação, na emissão de certas consoantes (c, d, l, n e t).

Os incisivos são elementos espatulados e cuneiformes, que possuem uma borda


cortante e situam-se imediatamente posterior aos lábios, esses funcionam como
suportes, evitando que os incisivos se desloquem para diante.

Os caninos têm a função de dilaceração dos alimentos, ou de rasgar


e reduzir as substâncias alimentares a partículas menores compactas.
Os caninos possuem forma aguçada e são de volume maior que o dos
incisivos. Distinguem-se dos incisivos, por terem a borda cortante
dividida em dois segmentos distintos por uma ponta nítida, que ultrapassa
o plano normal incisal dos dentes espatulados, os dentes caninos completam o grupo anterior.
Os dentes anteriores, incisivos e caninos, além das suas funções de incisão e dilaceração dos alimentos
respectivamente, desempenham papel importante na estética buco-facial.
Os dentes posteriores, pré-molares (1º e 2º) e molares (1º, 2º e 3º), ou dentes julgais,
têm função de trituração dos alimentos, ato de moer partículas maiores em menores. A
morfologia dentária complica-se à medida que retrocedemos na arcada dentária, esse
fato deve-se à presença de saliências, sulcos e depressões mais ou menos acentuadas,
que tornam os pré-molares e molares aptos a desempenharem suas
funções de reduzirem as substâncias alimentares a partículas mais
facilmente deglutíveis e digeríveis.

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No aspecto particular dos vários grupos dentários, vê-se um adequado exemplo de forma aliada à função,
onde cada grupo de elementos trabalha para um desempenho eficiente da primeira e segunda fase da
digestão.

FORMA FUNCIONAL PROTETORA

A forma funcional protetora, desempenhada pelas coroas dentais, está caracterizada pelos seguintes
detalhes anatômicos e seus respectivos significados fisiológicos:

Áreas proximais de contato ou pontos de contato:

Um dos fatores que asseguram a estabilidade dos arcos dentais é a existência dessas eminências
anatômicas proximais que provocam o efetivo contato das superfícies proximais entre si, emprestando
apoio mecânico aos dentes.
. Essa relação de proximidade mantida pelos dentes vizinhos do mesmo arco através das suas faces
proximais – ou contato – apresenta indiscutível importância na preservação, ainda, do órgão dental
isoladamente bem como das estruturas que o suportam:
a. Evitam a impactação de alimentos entre os dentes com todos os possíveis prejuízos sobre o
tecido gengival.
b. Ajudam a estabilizar os arcos dentais graças ao apoio combinado de todos os dentes entre si, não
apenas no mesmo arco, como de um em relação ao antagonista.
Permitindo-se aos alimentos escaparem entre os dentes, passando pela área de contato, quando este é
defeituoso haveria prejuízo para as estruturas de suporte e, em especial, para o tecido mole interdental
(papila interdental).

Uma das consequências da falta adequada do contato entre os dentes vizinhos de mesmo arco é a
reabsorção óssea horizontal da crista alveolar, devido ao traumatismo produzido pelo alimento naquela
região.

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O contato proximal determina quatro áreas ou espaços distintos. Numa visão vestibular teremos dois
espaços:
 Sulco Interdental (ou interproximal): é o espaço que parte da área de contato em direção
incisal/oclusal. Nos dentes posteriores, é o espaço que se estende da área de contato até as cristas
marginais, (crista marginal mesial de um dente e distal de seu adjacente). Nos dentes anteriores, esse sulco
é formado a partir do contato interproximal até o ângulo inciso proximal.

1. Sulco interdental; 2. Espaço interdental


 Espaço interdental (ou interproximal): é o espaço existente a partir da área de contato
interproximal em direção à porção cervical da coroa. Este espaço situa-se entre as faces proximais de
dentes vizinhos de mesmo arco, e normalmente é preenchido pela papila gengival interdentária A
importância desse espaço se dá por guardar íntima relação com o estado de higidez da gengiva e
especialmente da papila gengival. .
Como a configuração do espaço interproximal depende tão acentuadamente do contorno que foi
impresso às faces proximais, durante a reconstrução ou confecção do dente, podem ocorrer ainda, algumas
alterações nocivas em decorrência de uma reconstrução inadequada. Por exemplo, poderá haver giro-
versão, línguo-versão ou vestíbulo-versão de um dente, por reconstrução deficiente de sua face proximal
devido ao deslizamento do elemento dental contíguo sobre a superfície imperfeita, por ação das forças de
mesialização ou pela mastigação.
Ao observarmos a relação interproximal por uma vista oclusal, teremos a formação de duas áreas:
 Ameia vestibular: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em
direção a vestibular.
 Ameia lingual: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em direção
lingual.
3. Ameia vestibular; 4. Ameia lingual

As ameias linguais são maiores que as ameias vestibulares devido à própria posição da área de contato
(terço vestibular), já que as faces linguais de todos os dentes são menores que as faces vestibulares, com
exceção do primeiro molar superior.
. Entre suas principais funções, destacamos as seguintes:
a. Permitem um perfeito escape dos alimentos, durante a mastigação, reduzindo a intensidade das
forças atuantes no dente.

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b. Facilitam a autolimpeza.
c. Permitem um adequado grau de massagem á gengiva, pela ação de fricção dos alimentos que
sobre ela deslizam sem provocar traumatismo.

Bossas vestibulares e linguais:


Bossa, não é mais do que uma elevação vestibular / lingual que se sobressai nessas faces e corresponde
aos pontos de maior espessura do esmalte. Estas saliências são muito evidentes nas faces vestibulares de
todos os dentes, próximo ao colo dentário. Seu desenvolvimento acentua-se ainda mais nos dentes de leite.
Nas faces linguais dos pré-molares e molares também existem bossas que parecem ter importância no
processo de remoção fisiológica de resíduos alimentares e, como consequência, na profilaxia no acúmulo
de cálculo dental da inflamação gengival inespecífica e da cárie dental.
As bossas vestibulares localizadas nos terços cervicais dos dentes, e as bossas linguais localizadas nas
proximidades dos terços médios, desempenham nítida função protetora.

Outras funções das bossas linguais e vestibulares são:


a) Manter a gengiva inserida sob tensão adequada.
b) Proteger as partes marginais gengivais, desviando os alimentos por sobre as mesmas, durante
a mastigação.
c) Possibilitar ligeiro grau de fricção (massagem) gengival.

Quando há excesso de contorno vestibular ou lingual, o alimento não promove um estímulo


fisiológico da gengiva, conduzindo à sua migração, atrofiando-a.
Quando há deficiência no contorno o alimento estimula exageradamente a gengiva, produzindo
inflamação. Por outro lado, esta situação produz também diminuição da tonicidade da gengiva livre.

Linha do colo:
É um detalhe anatômico de grande destaque na proteção fisiológica dos tecidos de suporte.
Realmente, a linha do colo significa importante acidente anátomo-fisiológico no que se refere à
localização normal (altura normal) da inserção epitelial no dente.

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Cristas marginais:

As cristas citadas localizam-se nos limites mesial e distal


das faces linguais dos dentes anteriores, embora alguns
autores neguem a existência deste detalhe anatômico nos
dentes anteriores inferiores; e nas faces oclusais dos dentes
posteriores, também nos terços proximais. São porções adamantinadas, de configuração cilindróide,
recebendo o nome de crista marginal mesial ou distal, de acordo com sua localização. Localizam-se sobre a
superfície que recebe a maior parte da força direta da mastigação. .
Uma vez que se localizam nas faces dentais, onde age com maior intensidade a força de mastigação, é
explicável que não se possa encontrar com maior relevo nas faces linguais dos incisivos inferiores.
Nos pré-molares e molares se estendem de vestibular a lingual, unindo as cúspides, na porção em que
estas se aproximam das faces proximais.
A função da crista marginal é proteger o ponto de contato, impedindo o forte impacto alimentar sobre
essa zona. Nos pré-molares e molares atua mantendo o alimento na face oclusal; nos incisivos e caninos
orienta os alimentos na direção do cíngulo.

Cíngulo: também chamado esporão, é uma saliência, um tanto acentuada, localizada na face lingual dos
dentes anteriores. Localiza-se na lingual - cervical e representa o vestígio de uma cúspide lingual que tais
dentes teriam tido em épocas anteriores, e que evoluiu.

Fossa: depressão ampla de profundidade variável, localizada de preferência na face lingual


dos dentes incisivos e, às vezes nos caninos. Estas fossas linguais acham-se limitadas
pelas cristas marginais mesiais e distais e pelos cíngulos. Mais profunda nos incisivos
superiores do que nos inferiores, podem continuar sob o cíngulo, em forma de prolongamento
denominado buraco cego.

Fosseta: pequena depressão, mais ou menos profunda, que se situa nas faces oclusais e vestibulares dos
dentes pré-molares e molares. São de aspecto variável, ora se apresentando como escavações triangulares,
ora losangulares ou então arredondadas. Nos dentes pré-molares,

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duas fossetas aparecem: mesial e distal. Nos molares, geralmente existem quatro: central, mesial, distal e
vestibular. As mesial e distal ficam nos extremos do sulco principal da face oclusal, enquanto que a fosseta
central localiza-se no centro da face oclusal, no início do sulco vestibular.

Sulco: é uma depressão linear, geralmente pronunciada, que separa uma cúspide da outra.
O sulco pode ser principal, mésio-distal, ocluso -vestibular ou ocluso-lingual.
O primeiro situa-se na face oclusal e os últimos partem deste e se dirigem para
as faces livres dos dentes julgais complicando ligeiramente a morfologia
das faces destas saliências dentárias.

FUNÇÕES DOS DENTES E DO SISTEMA DENTAL

As funções que cumprem os dentes por si mesmos ou integrando entidades mais amplas, como o sistema
dental e o aparelho mastigador, são quatro: mastigatória, fonética, estética e de preservação. No que se
refere à função mastigatória dever-se-á considerar o papel que a mesma desempenha no desenvolvimento
dos maxilares.

Função mastigatória: A ação da mastigação está destinada a produzir fragmentação dos alimentos.
Porém, ao mesmo tempo em que se desintegram os alimentos, inicia-se o processo de salivação, que
determina uma redução de intensidade das forças requeridas porquanto o alimento se torna menos resistente.
Estabelece-se um círculo de reciprocidade: melhor mastigação, maior salivação; a maior salivação, melhor
mastigação. Classicamente, conceituamos que os incisivos cortam, os caninos rasgam e os pré-molares e
molares trituram. Graças a isso, o alimento fica preparado para receber a ação da saliva e dos restantes
fermentos digestivos. Além disso, a saliva atua como lubrificante, favorecendo o deslizamento do bolo
alimentar na deglutição.
A ação mastigatória não depende somente da forma dos dentes, mas também da força que recebe através
do trabalho da musculatura mastigatória. Nos jovens, os relevos dos dentes estão bem definidos, porém,
com o avanço e abrasão desgastam e aplainam as proeminências: cúspides, cristas, rebordos, etc. É por isso
que nos jovens se efetuam melhor as ações de corte, fricção e esmagamento. No adulto, ao contrário, a ação
de corte se reduz porque as arestas perderam detalhes e a fricção e os esmagamentos tornam-se limitados
porque houve diminuição das alturas cuspídeas. Para estabelecer a necessidade de uma correta mastigação,

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deve-se recordar que é na boca onde se produz o primeiro fenômeno físico-químico da sequência digestiva,
cujos passos seguintes serão eficazes quanto mais completas tenham sido a mastigação e a salivação.
Função estética: Os dentes não contribuem com a função estética somente por sua agradável, presença.
Com efeito, tem algo mais do que constituir o motivo decorativo de um belo sorriso: integram junto com os
maxilares a armação onde se apoiam as partes moles, e são, portanto, responsáveis pela posição que adota a
musculatura facial. Em grande parte participam, por isso, da determinação de traços que configuram o
caráter e a personalidade do indivíduo. Além disso, mantêm o equilíbrio das proporções da boca, regendo a
fisionomia e a conservação da dimensão da parte inferior da face, em relação com os segmentos restantes da
cabeça. Quando, por ausência parcial ou total dos dentes, se produz uma diminuição dessa dimensão, a
mandíbula sobe e se propulsiona; aparece assim a característica “face de velho”. A carência total ou parcial
dos elementos do sistema dental provoca deformações de maior ou menor grau, em relação direta com a
magnitude de déficit. Produz-se adelgaçamento da face por depressão das paredes bucais; queda dos lábios;
aparecimento de novos sulcos, sobretudo de direção irradiada nos lábios e comissuras, aprofundamento dos
sulcos normais, particularmente dos nasogenianos. O masseter, potente músculo elevador da mandíbula,
quando não exerce sua ação na plenitude de suas possibilidades, começa a retrair-se, perde tônus e
determina a formação de pregas verticais, especialmente em relação com a posição de seu bordo anterior.
Tudo contribui para dar ao rosto as características de envelhecimento prematuro e a produzir modificações
no mecanismo da mímica. Essas alterações do sistema dental e suas consequências imediatas podem
provocar casos de inferioridade psicológica. A odontologia, mediante a ortodontia, a prótese e
ocasionalmente a cirurgia, atendem à correção e à reparação não só da função perdida como também de suas
repercussões estéticas.

Função de preservação: Além de suas clássicas funções, o dente graças à sua forma, exerce a função de
estabelecer sua própria posição no arco, evitando possíveis deslocamentos, e como consequência disso
mantém a integridade dos tecidos paradentários. Quando ocorrem mudanças de posição, alguns elementos
do dente tornam-se inativos, sua ação perde eficácia, se alteram ou destroem os elementos de sustentação e
o processo somente termina com a perda do dente. Como consequência deste fato é possível esperar
desequilíbrios no arco dental correspondente e na relação de antagonismo. Uma complexa série de
características da forma dos dentes (convexidade das faces livres, convergências das proximais etc.)
presentes nessa porção, deve cumprir eficientemente sua incumbência para que o dente assegure sua própria
manutenção e desempenhe eficientemente suas funções. Essas são as funções que exercem os dentes. Para
que sejam executadas normalmente, é necessária a presença e a integridade dos mesmos. A eficiência
mastigatória, a correta articulação do som e a beleza facial, com suas múltiplas e complexas derivações,
dependem de uma dentadura completa e sadia.

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Função fonética: Os dentes são muito importantes na formação de certas letras como S, F, T, pois a
depender da sua forma ou localização, pode sair da cavidade oral de modo diferente do habitual. Há
mudança da fonética, quando o paciente troca a prótese total (dentadura) ou coloca um aparelho ortodôntico
removível, pois a língua deve ser reposicionada durante a fala.

GRUPOS DENTÁRIOS

Grupo dos incisivos


Formados por um dente central e outro lateral em cada hemi-arco e para cada dentição, que se correspondem
na substituição entre os 7 e 8 anos. Com a coroa uniforme, tem uma porção radicular única que é
continuação da forma coronária. Assinala-se a presença de um bordo oclusal, aresta de união das faces
livres, estendida de mesial a distal.

Grupo dos caninos


É representado por um elemento em cada hemi-arco de cada dentição. O bordo oclusal aparece formado por
duas vertentes que lhe confere o aspecto de um V de ramos muito abertos. Há um crescimento da porção
lingual do dente, sem que, contudo, chegue a alcançar a mesma magnitude da porção vestibular.
A substituição do canino decíduo pelo permanente, um pouco irregular, ocorre entre os 10 e os 13 anos.

Grupo dos pré-molares


Existem tão somente na dentição permanente. Destinam-se a substituir os molares decíduos entre os 10 e 12
anos. Figuram dois pré-molares em cada hemi-arco, colocados em continuação do canino e à frente dos
molares. Aparece a face oclusal como consequência do maior crescimento da porção palatina. Nesta face
oclusal se encontram sulcos, cúspides, fossas, etc., diferentes características entre esses dentes. São como
todos os dentes examinados até agora, unirradiculares, com a citada exceção do primeiro pré-molar superior,
que, quando apresenta duas raízes, dispõe uma por vestibular e outra por lingual.

Grupo dos molares


Mostram um sensível aumento de tamanho em relação aos dentes que os precederam.
Na dentição decídua, o grupo dos molares é constituído por dois dentes em cada hemi-arco que são
substituídos pelos pré-molares entre os 10 e os 12 anos. Na dentadura permanente os molares são três em
cada hemi-arco e erupcionam na porção do processo alveolar onde não existe dentição decídua. A face
oclusal torna-se mais complexa, aumentando o número de cúspides. A porção radicular é múltipla. Os

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molares inferiores possuem duas raízes: uma mesial e outra distal, os molares superiores três raízes: duas
orientadas para vestibular e a terceira raiz emerge da porção palatina da coroa.

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