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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

D E L E G AÇ ÃO R E G I O N AL D O C E N TR O
C E N TR O D E E M P R E G O E F O R M AÇ ÃO P R O F I S SI ON AL L E I R I A

7216 - Abordagem física e psicológica da doença na


prestação de cuidados de higiene, alimentação, hidratação,
conforto e eliminação

Formadora: Susie Correia


Objetivos
❑Identificar os conceitos e princípios fundamentais acerca

da doença aguda e crónica.

❑Identificar as características da doença crónica e aguda e as

suas principais expressões.

❑Identificar os aspetos psicológicos e sociais da pessoa com

doença crónica.

2
Conceito de doença aguda e de
doença crónica
❑As doenças agudas são aquelas que têm um curso

acelerado, terminando com convalescença ou morte


em menos de três meses.

❑A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias


fases.

3
❑O início dos sintomas pode ser abrupto ou

insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até


um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com
manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos,
seguido de uma longa recuperação com
desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência,
em que já não há sintomas específicos da doença, mas o
indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças.

4
Doença Aguda - Fases

Plateau

5
❑As doenças agudas distinguem-se dos episódios

agudos das doenças crónicas, que são exacerbação de


sintomas normalmente menos intensos nessas
condições.

❑As doenças agudas podem atacar o homem


individualmente (doença aguda individual) ou diversas
pessoas ao mesmo tempo (doença coletiva).

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❑A doença aguda coletiva (epidemias) pode ser
esporádica, atacando diversas pessoas suscetíveis a uma
influência externa ao mesmo tempo (por exemplo, várias
pessoas podem ficar constipadas depois de mudança súbita
da temperatura ambiente), ou epidémica.

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❑A doença crónica é uma doença que persiste por

períodos superiores a seis meses e não se resolve


num curto espaço de tempo.

❑Exemplos de doenças crónica são: diabetes, doença de

Alzheimer, hipertensão, asma, SIDA, doenças autoimunes


etc. Nas crianças, a asma é a doença crónica mais comum.

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❑As doenças crónicas acompanham o indivíduo durante

um tempo relativo da sua vida e, em muitos casos


não há cura, apenas tratamentos periódicos, tornando-
se assim um agravante no bem-estar e qualidade de vida
do indivíduo.

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❑Apesar da doença crónica não ser uma emergência,

pode ser extremamente séria em determinadas doenças


respiratórias, doenças cardiovasculares, entre outras.

❑Em alguns casos, as doenças crónicas são


assintomáticas (o portador não possui nenhum sintoma),
mas quando se manifestam, as crises podem ser
intensas, dolorosas e muito incómodas.

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❑Em geral, as doenças crónicas não podem ser resolvidas

apenas com um medicamento, exigem tratamentos maiores,


como é o caso de doenças infeciosas ou doenças como
a SIDA, o mal de Alzheimer etc.

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Principais doenças agudas e suas
características
❑Como exemplos de doenças agudas temos:

➢ A maioria das infecções por vírus, bactérias, como por

exemplo constipação/resfriado, gripe, infeções


gastrointestinais, pneumonia e meningite.

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A constipação ou resfriado

❑A constipação é uma infeção das vias respiratórias

superiores (nariz, garganta e cordas vocais) causada por


um vírus. É habitualmente uma infeção benigna e
ligeira.

❑A constipação transmite-se, geralmente, de pessoa para

pessoa, através do contacto com as secreções respiratórias


da pessoa infetada.
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Este contacto pode ser:

❑Através da inalação das pequenas gotículas de saliva

contaminadas, expelidas pela pessoa infetada ao tossir,


espirrar ou simplesmente falar muito próximo;

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❑Através do contacto direto com essas mesmas

gotículas, por exemplo, tocando com as mãos em objetos


do meio ambiente que tenham ficado contaminados com as
secreções, expelidas pela pessoa infetada ao tossir, espirrar
ou falar.

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❑A constipação pode afetar qualquer pessoa. Os

grupos mais suscetíveis, são:

➢ Crianças (sobretudo quando frequentam o meio escolar e

pré-escolar)

➢ Fumadores

➢ Portadores de doenças respiratórias crónicas:


Asma/Sinusite/Bronquite e Enfisema pulmonar

➢ Idosos

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Quais os sintomas e sinais?

❑Comichão e vermelhidão do nariz

❑Corrimento (muco) nasal intenso, normalmente fluído e

transparente

❑Congestão nasal (sensação de nariz entupido)

❑Dificuldade em respirar (pela congestão nasal)

❑Espirros

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❑Lacrimejo

❑Diminuição ou perda do cheiro e do paladar

❑Dor de garganta

❑Eventualmente febre baixa, que não ultrapassa

normalmente os 38º C

❑Mal-estar geral

❑Dor de cabeça

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Como se faz o diagnóstico?

❑Habitualmente a constipação diagnostica-se apenas com

base na história das queixas do doente, não sendo


geralmente necessário mais nenhum exame complementar
de diagnóstico.

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Qual o tratamento?

❑Não existe nenhum medicamento que cure a constipação.

Geralmente, esta cura espontaneamente, sem tratamento,


em poucos dias.

❑Assim, o que se procura fazer é aliviar e minimizar os

sintomas e evitar possíveis complicações.

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Aconselha-se:

❑Repouso

❑Evitar exposição ao frio

❑Correntes de ar

❑Alterações bruscas de temperatura

❑Evitar fumar
❑Beber com frequência líquidos

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❑ Para aliviar as dores de cabeça, dores de garganta ou febre,

tomar paracetamol ou outro anti-inflamatório ou


analgésico.

❑Muito importante: Os antibióticos não se usam

para tratar constipações, uma vez que não são úteis


para matar vírus mas sim apenas bactérias.

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Como se previne?
❑Lavar com frequência as mãos

❑Utilizar lenços de papel

❑Evitar contactos muito próximos com outras pessoas

❑Sempre que tossir ou espirrar colocar o braço à frente da

boca

❑Ventilar diariamente a casa

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Gripe
❑A gripe é uma doença aguda viral que afeta

predominantemente as vias respiratórias.

➢ Em que altura do ano é que surge a gripe?

❑A gripe ocorre, geralmente, entre Novembro e

Março, no hemisfério Norte, e entre Abril e Setembro,


no hemisfério Sul (meses frios locais) – sazonal.

24
❑Só há gripe quando chove e está frio?

➢ Não. Mesmo durante os Invernos mais amenos, menos

frios e chuvosos, pode haver gripe.

❑O que é uma epidemia de gripe?

➢ É a ocorrência de casos de gripe em número superior ao

esperado numa determinada comunidade ou


região.
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❑Como se transmite a gripe?

➢ O vírus é transmitido através de partículas de saliva

de uma pessoa infetada, expelidas sobretudo através da


tosse e dos espirros, mas também por contacto direto,
por exemplo, através das mãos.

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❑Qual o período de incubação?

➢ O período de incubação (tempo que decorre entre o

momento em que uma pessoa é infetada e o aparecimento


dos primeiros sintomas) é, geralmente, de 2 dias, mas
pode variar entre 1 e 5 dias.

27
❑Qual o período em que uma pessoa infetada pode

contagiar outras?

➢ O período de contágio começa 1 a 2 dias antes do

início dos sintomas e vai até 7 dias depois; nas crianças


pode ser maior.

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❑Quais os sintomas/sinais da gripe?

❑No adulto, a gripe manifestase por início súbito de mal-

estar, febre alta, dores musculares e articulares, dores de


cabeça e tosse seca. Pode também ocorrer inflamação dos
olhos.

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❑ Nas crianças, os sintomas dependem da idade. Nos

bebés, a febre e prostração são as manifestações mais


comuns. Os sintomas gastrintestinais (náuseas, vómitos,
diarreia) e respiratórios (laringite, bronquiolite) são
frequentes. A otite média pode ser uma complicação
frequente no grupo etário até aos 3 anos. Na criança
maior os sintomas são semelhantes aos do adulto.

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❑A gripe e a constipação são a mesma doença?

❑Não. Os vírus que as causam são diferentes e, ao

contrário da gripe, os sintomas/sinais da constipação são


limitados às vias respiratórias superiores: nariz
entupido, espirros, olhos húmidos, irritação da garganta e
dor de cabeça. Raramente ocorre febre alta ou dores no
corpo. Os sintomas e sinais da constipação surgem de
forma gradual.
31
32
Gripe como proceder. Se estiver
com gripe, o que fazer?
❑Fique em casa, em repouso;

❑Não se agasalhe demasiado;

❑Meça a temperatura ao longo do dia;

❑Se tiver febre pode tomar paracetamol (mesmo as crianças).

33
34
❑Se está grávida ou amamenta não tome medicamentos sem

falar com o seu médico;

❑Utilize soro fisiológico para a obstrução nasal;

❑Não tome antibióticos sem recomendação médica. Não

actuam nas infeções virais, não melhoram os sintomas nem


aceleram a cura;

❑Beba muitos líquidos: água e sumos de fruta;

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❑Se viver sozinho, especialmente se for idoso, deve pedir a

alguém que lhe telefone regularmente para saber como


está.

❑Evite transmitir a gripe

❑Reduza, na medida do possível, o contacto com outras

pessoas;

❑Lave frequentemente as mãos com água e sabão. Caso não

seja possível, utilize toalhetes;

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37
Infeções gastrointestinais

❑O termo “gastroenterite” refere-se a uma irritação e

inflamação do tubo digestivo, incluindo o estômago e o


intestino.

❑As causas mais comuns são agentes virais, bactérias,

parasitas e as intoxicações alimentares, e as queixas mais


comuns são a diarreia, dor abdominal, cólicas,
náuseas e vómitos.
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❑A gastroenterite é um problema bastante comum na

infância e em crianças pequenas.

❑As crianças até aos 3 anos têm, em média, 1 a 2 episódios

por ano, com um pico de incidência entre os 6 e os 23


meses.

❑A diarreia tem habitualmente duração média de 5 a 7

dias.

39
❑Cerca de 40% dos casos de diarreia nos primeiros 5 anos de

vida devem-se ao Rotavírus e 30% a outros vírus.

❑Em 20 a 30% são identificados agentes bacterianos

(Salmonella, Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolítica, E. coli


enteropatogénica ou Clostridium difficile).

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Como se manifesta a
Gastroenterite?
 É importante reforçar que a gastroenterite pode ser
extremamente infeciosa.
 As pessoas infectadas devem lavar as mãos após ir à casa
de banho e antes de preparar comida para outras pessoas.
 O ideal seria o doente permanecer em casa até que se
verifique uma ausência dos sintomas (diarreia e/ ou
vómitos) durante pelo menos 48 horas.

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Quais os sintomas da Gastroenterite?

 Principais: Diarreia e vómitos

 Comuns: dores abdominais, febre e cefaleias

 Os sintomas geralmente duram apenas alguns dias, mas

podem durar até 1 semana.

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Quando a diarreia ou os vómitos são graves e persistentes,
pode ocorrer desidratação:

 olhos encovados
 boca seca
 sensação de língua grossa
 redução do volume de urina (urina concentrada)

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Dieta:
 Alimentos sem gordura
 Carnes magras e peixe grelhados ou cozidos
 Maçã ou Pêra Cozida ou assada
 Muitos Líquidos

Proibído:
 Café, gorduras, sementes, fritos, legumes
(principalmente crus), chocolate e leite e seus derivados.

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Pneumonia

❑A pneumonia é uma infeção que se instala nos

pulmões (órgão duplo localizado um de cada lado da caixa


torácica).

❑Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares

onde desembocam as ramificações terminais dos


brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um
alvéolo e outro).

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❑ Basicamente, as pneumonias são provocadas pela
penetração de um agente infecioso ou irritante
(bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço
alveolar, onde ocorre a troca gasosa.

❑ Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de substâncias

que possam impedir o contacto do ar com o sangue.

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❑Existem diversos tipos de pneumonia:

❖Pneumonia provocada por vírus

❖Pneumonia provocada por fungos

❖Pneumonia provocada por bactérias

 Streptococcus pneumoniae – + comum de pneumon bacteriana


 Haemophilus influenzae type b (Hib) – 2ª+ frequente de
pneumonia bacteriana;
 Vírus respiratório sincicial, a causa viral mais comum

47
Fatores de risco
❑Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a
penetração de agentes infecciosos

❑Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade

de defesa do aparelho respiratório

❑Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a

infecção por vírus e bactérias

❑Resfriados mal cuidados

❑Mudanças bruscas de temperatura.


48
Sintomas
Os sintomas mais comuns são:
 febre, muitas vezes elevada
 arrepios de frio
 tosse com mais ou menos expetoração
 dificuldade respiratória ou mesmo falta de ar
 dor torácica
 dor de cabeça ou mialgias

49
Sintomas
❑Falta de ar
❑Secreção de muco purulento de cor amarelada ou
esverdeada
❑Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo
sangue)
❑Prostração (fraqueza).

 Estes sintomas instalam-se geralmente de forma rápida


e podem, ou não, existir todos ao mesmo tempo.

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51
Como se Diagnostica a
Pneumonia?
 História clínica e do exame médico.
 Radiografia torácica é imprescindível para garantir o
diagnóstico de pneumonia e excluir outras doenças que
possam dar sintomas do mesmo tipo.

52
Como se trata a Pneumonia?
 Na maioria dos casos, talvez mais de 80%, o tratamento
faz-se em ambulatório não sendo necessário
internamento.

 Este está indicado quando o doente apresenta outros


problemas de saúde, quando a evolução da pneumonia
não decorre de modo favorável nas primeiras 48 a 72
horas, quando ocorre um agravamento dos sintomas ou
do quadro clínico ou quando surgem complicações.

53
 O tratamento baseia-se em antibióticos, quase sempre
por via oral, e outras medidas de apoio conforme
necessário (medicamentos para a febre, tosse, etc.).

 Nas pneumonias virais, poderão estar indicados


medicamentos antivirais.

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Prevenção
 Em Portugal são comercializadas duas vacinas contra os
pneumococos, as principais bactérias responsáveis pelas
pneumonias.

 A chamada vacina antipneumocócica conjugada pediátrica,


tem indicação para ser utilizada em crianças entre os 6 meses
e os 5 anos e confere proteção contra sete diferentes tipos de
pneumococos.

 É comercializada no nosso país e os pediatras administram-na


aos 2, 4 e 6 meses, reforçando a vacinação aos 18-24 meses.

55
Prevenção
 A outra vacina antipneumocócica poliosídica, comercializada
no nosso país confere proteção contra 23 tipos diferentes de
pneumococo e está indicada para crianças com idade superior
a dois anos e para adultos.

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Meningite

❑A meningite é uma inflamação das meninges, que

são as membranas que envolvem o cérebro. Existem


diversos tipos de meningite, e para cada um deles há
causa e sintomas específicos.

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Tipos
❑A maioria dos casos de meningite é provocada por

vírus ou bactérias, mas a doença também pode ser


transmitida via fungos. Outros fatores também podem
desencadear num quadro de meningite, como alergias a
determinados medicamentos, alguns tipos de cancro
e também inflamações.

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❑Principais tipos de meningite existentes:

➢ Meningite viral

➢ Meningite bacteriana

➢ Meningite fúngica.

➢ Esses três tipos podem levar a um quadro de

meningite crónica.

59
Principais doenças crónicas e suas
características
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as

doenças crónicas de declaração não obrigatória, como as


doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o
cancro e as doenças respiratórias, representam cerca de
59% do total de 57 milhões de mortes por ano e 46% do
total de doenças.

 Afetam países desenvolvidos e países em vias de


desenvolvimento.
60
❑A expansão das doenças crónicas reflecte os

processos de industrialização, urbanismo,


desenvolvimento económico e globalização alimentar,
que acarretam:

❖Alteração das dietas alimentares;

❖Aumento dos hábitos sedentários;

❖Crescimento do consumo de tabaco.

61
❑Cerca de metade das mortes causadas por doenças

crónicas está directamente associada às doenças


cardiovasculares.

❑Os ataques cardíacos e os enfartes do miocárdio

matam cerca de 12 milhões de pessoas por ano. A


hipertensão e outras doenças cardíacas matam, por sua vez,
3,9 milhões de pessoas.

62
Cerca de 75 por cento das doenças cardiovasculares são
atribuíveis a:

❖Colesterol elevado;

❖Tensão arterial elevada;

❖Dieta pobre em frutas e vegetais;

❖Sedentarismo;

❖Tabagismo.

63
A diabetes
❑Devidamente tratada, a diabetes não impede o

doente de ter uma vida perfeitamente normal e


autónoma.

❑Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si

mesmo, autocontrolando a sua doença. Aliás, se o


doente for determinado neste papel de autovigilância, a
sua vida ficará muito facilitada.

64
O que é a diabetes?

❑A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza

pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e


pela incapacidade do organismo em transformar toda a
glicose proveniente dos alimentos.

❑À quantidade de glicose no sangue chama-se

glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está


com hiperglicemia.

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❑A diabetes é uma doença silenciosa que se pode

desenvolver sem sintomas durante muitos anos.

❑É uma doença em crescimento, que atinge cada vez

mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No


entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se
tornarem diabéticos:

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❑Pessoas com familiares diretos com diabetes;

❑Homens e mulheres obesos;

❑Homens e mulheres com TA alta ou níveis elevados de

colesterol no sangue;

❑Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;

❑Crianças com peso igual ou > 4 Kg à nascença;

❑Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças

endócrinas.

67
Quais são os sintomas típicos da
diabetes?
❑Todas as pessoas em risco devem fazer análises.

❑Quando já tem valores muito elevados manifesta-se de

forma diferente nos adultos e nas crianças.

68
Quais são os sintomas típicos da
diabetes?
❖Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e

manifesta-se através dos seguintes sintomas:

➢ Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes,

especialmente durante a noite (poliúria);

➢ Sede constante e intensa (polidipsia);

➢ Fome constante e difícil de saciar (polifagia);

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➢ Fadiga;

➢ Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos

órgãos genitais;

➢ Visão turva.

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❑Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do

tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas


muito nítidos. Entre eles encontram-se:

➢ Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;

➢ Ter muita sede;

➢ Emagrecer rapidamente;

71
➢ Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;

➢ Comer muito sem nada aproveitar;

➢ Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

72
73
❑É importante ter presente que os sintomas da

diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos.

❑Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão

claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode


passar despercebida durante alguns anos.

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Os sintomas surgem com maior intensidade:

 Quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos,

podem já existir complicações (na visão, por exemplo)


quando se deteta a doença.

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Como se diagnostica a diabetes?

❑Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o

médico do centro de saúde da sua área de residência, o


qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.

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Pode ser diabético...

❖Se tiver uma glicemia ocasional de 200 mg/dl ou superior

com sintomas;

❖Se tiver uma glicemia em jejum (8h) de 126 mg/dl ou

superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de


tempo.

77
A obesidade
❑A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado

quase sempre por um consumo excessivo de calorias


na alimentação, superior ao valor usada pelo organismo
para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia.
Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão
alimentar é maior que o gasto energético
correspondente.

78
Diagnóstico da obesidade

❑A obesidade é determinada pelo Índice de Massa

Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso


(em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O
resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo
ou acima do desejado - revelando sobrepeso ou
obesidade.

79
80
Tratamento de obesidade
❑ adoção de um estilo de vida mais saudável;

❑ menor ingestão de calorias;

❑aumento das atividades físicas.

Essa mudança não só provoca redução de peso e reversão


da obesidade, como facilita a manutenção do quadro
saudável!

81
Doenças cardiovasculares
❑O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença

neurológica provocada pela diminuição súbita do aporte


de sangue a uma determinada região do cérebro.

❑Poderá ter como origem o “entupimento” de uma

artéria cerebral, ficando impossibilitada a chegada de


sangue a essa região do cérebro (AVC isquémico) ou o
“rompimento” de uma artéria (AVC hemorrágico).

82
Quais os sintomas?
❑Dificuldade, súbita, em mexer uma perna ou braço ou

ambos os membros de um dos lados do corpo

❑Desvio da boca para um dos lados

❑Dificuldade em falar, com início

súbito

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❑Perda súbita de visão

❑Diminuição da sensibilidade ou sensação de


encortiçamento de uma perna, de um braço ou de ambos
os membros de um dos lados do corpo

84
❑O diagnóstico é feito a partir dos sintomas do doente.

Perante a suspeita de AVC, deverá ser feita uma


tomografia computorizada (TAC), para saber se este é
isquémico ou hemorrágico.

85
Como se trata?
❑Se for um AVC isquémico, e caso o doente não tenha

contraindicações para o tratamento, deve fazer-se


trombólise (procedimento que visa fragmentar/desfazer o
trombo que está a “entupir” a artéria), de modo a permitir
o restabelecimento do suprimento sanguíneo ao
cérebro, o mais rápido quanto for possível, para evitar
sequelas.
86
Quais as formas de prevenção?

❑Não há uma cura para a hipertensão arterial. Contudo,

apesar de ser uma doença crónica, na maioria dos casos é


controlável.

❑A adoção de um estilo de vida saudável proporciona

geralmente uma descida significativa da pressão arterial.

87
❑A diminuição do consumo do sal reduz a pressão

arterial em grande número de hipertensos.

❑A prática regular de exercício físico pode reduzir

significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido


deve compreender movimentos cíclicos (marcha, corrida,
natação ou dança são boas escolhas).

88
❑Felizmente, já existem muitos medicamentos
eficazes na redução da pressão arterial.

❑Nem sempre é fácil medicar com 1 tipo de medicamente

que o doente tolere e que tenha a PA equilibrada.

89
Enfarte Agudo do Miocárdio

❑Trata-se de uma urgência médica em que parte do

fluxo sanguíneo que chega ao coração se vê


reduzido ou interrompido, produzindo a
destruição (ou morte) do músculo cardíaco
(miocárdio), por falta de oxigénio.

90
❑O enfarte agudo do miocárdio produz-se quando a

obstrução de uma artéria coronária restringe ou


interrompe o fornecimento de sangue a uma
região do coração.

❑Se o fornecimento for interrompido durante mais de uns

minutos, o tecido cardíaco é destruído.

91
❑Existem vários tipos de sintomas. No entanto, o mais

típico é a dor no meio do peito, que se estende às


costas, ao maxilar e ao braço esquerdo. Esteja, por
isso, particularmente atento a este tipo de dor.

92
❑Tratamento

Tomar imediatamente uma aspirina mastigável, para reduzir


o coágulo e depois beta bloqueantes e oxigénio.

❑ Como prevenir

Tomar diariamente 1 comprimido de aspirina infantil ou 1/2


comprimido para adultos evita que as plaquetas formem
coágulos, reduz o risco de morte e a ocorrência de um segundo
enfarte em 15-30%.

93
❑Deixar de fumar, controlar a tensão arterial e reduzir o

colesterol diminuem o risco de enfarte.

❑ Após o enfarte, descansar num ambiente relaxado, evitar o

mal-estar emocional, e abrandar o esforço físico ajudam à


recuperação.

94
Doenças Respiratórias
❑As doenças respiratórias são as que afetam o trato e os

órgãos do sistema respiratório.

❑ Quais são os fatores de risco?

➢ O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a

poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do


sistema imunitário, entre outros.

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Doenças Respiratórias
❑As doenças respiratórias são as que afetam o trato e os

órgãos do sistema respiratório.

❑ Quais são os fatores de risco?

➢ O tabagismo, a poluição, a exposição profissional a

poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do


sistema imunitário, entre outros.

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❑Que tipos de doenças respiratórias existem?

Existem 14 tipos diferentes de doenças respiratórias

➢ Broncopatias: doenças dos brônquios, como:


- Asma
- Bronquiectasia
- Bronquite

97
Pneumopatias: grupo de doenças pulmonares, entre as
quais se destacam:
 a atelectasia
 as doenças pulmonares intersticiais
 neoplasias pulmonares
 tuberculose pulmonar
 hipertensão pulmonar
 pneumopatias obstrutivas
 Pneumonia

98
❑Transtornos respiratórios: são assim designadas as

doenças respiratórias em geral ou aquelas que não são uma


doença específica.

❑Neste grupo incluem-se a apneia, síndrome do desconforto

respiratório do recém-nascido, dispneia, insuficiência


respiratória, hiperventilação, etc.

99
❑A tosse, a rouquidão, a aspiração de mecónio, respiração

bucal, laringismo, síndroma do desconforto respiratório do


adulto, também são considerados transtornos
respiratórios.

100
❑Fístula do trato respiratório: passagem anormal na

comunicação entre algum componente do trato


respiratório ou entre qualquer parte do sistema
respiratório e os órgãos circunvizinhos.

❑Doenças torácicas: doenças que afetam o tórax.

101
❑Transtornos da motilidade ciliar: desordens
caracterizadas pelo movimento ciliar anormal no nariz, nos
seios nasais, no trato respiratório, entre outras.

❑Doenças respiratórias crónicas, a sinusite crónica e a otite

crónica constituem manifestações deste tipo de transtornos.

102
❑Doenças nasais: doenças do nariz em geral ou não

especificadas (as neoplasias nasais, doenças dos seios


paranasais e a rinite)

❑ A epistáxis (hemorragia nasal), a granuloma letal da linha

média, a obstrução nasal, as deformidades adquiridas nasais,


a rinoscleroma (infeção) e os pólipos nasais (tumores)
integram-se também nas doenças nasais.

103
❑Hipersensibilidade respiratória: uma forma de
hipersensibilidade que afeta o trato respiratório, como
acontece com a asma, a febre dos fenos e a rinite alérgica.

104
❑ Infeções respiratórias: infeções do trato respiratório superior.

Resultam dessas infeções as seguintes doenças: empiema pleural,


complexo da doença respiratória bovina, bronquite, laringite,
legionelose, pneumopatias fúngicas, pneumopatias parasitárias,
pleurisia, pneumonia, rinite, sinusite, tonsilite, tuberculose pleural,
tuberculose pulmonar, coqueluche, constipação, influenza, abcesso
pulmonar, faringite, rinoscleroma, síndroma respiratório agudo grave,
traqueíte (inflamação da traqueia) e tuberculose laríngea.

105
❑Doenças da traqueia: incluem neoplasias da traqueia,

estenose traqueal (estreitamento patológico da traqueia),


traqueíte, traqueobroncomegalia, fístula traqueoesofágica.

106
❑Doenças da laringe ou laringopatias: doenças da

laringe em geral ou não especificadas, entre as quais se


contam a laringite, os distúrbios da voz, o granuloma
laríngeo, o edema laríngeo, as neoplasias laríngeas, o
laringismo, a laringoestenose, a tuberculose laríngea, a
paralisia das cordas vocais. Estas doenças relacionam-se
também com as otorrinolaringopatias.

107
❑Doenças pleurais: empiema pleural, hemotórax (derrame

de sangue no tórax), derrame pleural, neoplasias pleurais,


pleurisia e tuberculose pleural, bem como quilotórax
(derrame de quilo na cavidade pleural), hemopneumotórax,
hidropneumotórax, hidrotórax e pneumotórax.

108
❑Anormalidades do sistema respiratório:
anormalidades congénitas estruturais do sistema respiratório,
como o cisto broncogénico, o sequestro broncopulmonar, a
atresia coanal, a malformação adenomatóide, a cística
congénita do pulmão, o síndrome de Kartagener, a síndroma
de Cimitarra e a traqueobroncomegalia.

109
❑Como se diagnosticam as doenças respiratórias?

❑ Pela observação clínica, através de técnicas e meios

complementares de diagnóstico, entre os quais: testes


da função respiratória, aucultação, broncoscopia,
laringoscopia, radiografia pulmonar de massa, depuração
mucociliar, testes de provocação nasal, Rx Torax e
Espirometria.

110
❑Quais são os principais sintomas de doença
respiratória?

➢ Cada doença tem sintomas específicos, que só o médico pode

avaliar. Contudo, a tosse, a rouquidão, o nariz


entupido, dores no peito, dores de garganta,
garganta irritada, pingo no nariz, dificuldade em
respirar quando não está a fazer esforço (a subir
escadas, a andar, a fazer exercício), dispneia, entre outros,
são sintomas de doença respiratória.
111
Doenças Oncológicas

 O cancro surge da combinação de fatores genéticos com

outros fatores de risco como tabaco, álcool, envelhecimento


e radiação UV.

 Os sintomas variam de acordo com o tipo de cancro e um

diagnóstico precoce é essencial para obter sucesso na cura da


doença.

112
 Atualmente, existem diversos tratamentos para o cancro
como a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e
imunoterapia.

O que é?
 O termo “cancro” refere-se a um conjunto de doenças
que se caracterizam pelo crescimento desregulado de
células com capacidade de se dividir de forma
descontrolada e de se infiltrar e destruir tecidos normais
do corpo.

113
 Os tumores podem ser classificados em tumores
benignos, que geralmente crescem mais lentamente e não
invadem outros tecidos;

 Ou tumores malignos, constituídos por células agressivas

que se dividem rapidamente e invadem tecidos próximos.

114
Fatores de Risco

 Envelhecimento: a maioria dos cancros aparece com + 65


anos
 Exposição contínua a substâncias químicas ou tóxicas como
amianto, benzeno, níquel, etc…
 Tabaco: o contacto regular com o fumo do tabaco, seja como
fumador ativo ou passivo, aumenta o risco de aparecimento de
certos tipos de cancro.
 Álcool: consumo exagerado de bebidas alcoólicas aumenta o
risco de desenvolvimento de cancro da boca, garganta, esófago
ou fígado.

115
 Radiação ionizante: o contacto regular e desprotegido
com substâncias como urânio, Rx ou radiação alfa, beta e
gama aumenta o risco de cancro, especialmente leucemia e
cancros da tiróide, mama, pulmão e estômago.
 Radiação ultravioleta: provoca o envelhecimento e
alterações nas células da pele, aumentando o risco de cancro
da pele.
 Agentes patogénicos: alguns vírus como, EBV –Vírus
Epstein-Barr, Vírus da Hepatite B e C ou HIV, assim como
alguma bactérias como a Helicobacter pylori aumentam
risco de aparecimento de certos tipos de cancro.

116
 Alguns cancros, como o cancro colo-rectal, mama ou
ovário, estão associados a fatores genéticos, geralmente
hereditários.
 No entanto, para que ocorra o desenvolvimento destas
patologias, é necessária a conjugação dos fatores
genéticos com alguns fatores de risco.

117
A Doença de Parkinson
❑A Doença de Parkinson é uma doença crónica que afeta

o sistema motor, ou seja, que envolve os movimentos


corporais, levando a tremores, rigidez, lentificação dos
movimentos corporais, instabilidade postural e alterações
da marcha.

118
❑A doença surge quando os neurónios de uma

determinada região cerebral, denominada substância negra,


morrem, sendo que, quando surgem os primeiros
sintomas, já há perda de 70 a 80% destas células.

❑Em condições normais, estas células produzem

dopamina, um neurotransmissor que ajuda a transmitir


mensagens entre as diversas áreas do cérebro que
controlam o movimento corporal

119
❑Assim, quando as células da substância negra morrem, os

níveis de dopamina tornam-se anormalmente baixos, o que


leva a dificuldades no controlo do tónus muscular
e movimentos musculares, afetando, portanto, os músculos
quer durante o repouso quer quando em atividade.

120
❑Até agora, a razão porque algumas pessoas desenvolvem

a doença e outras não, não foi determinada.

❑Há quem defenda que tudo se deve aos chamados

radicais livres, que são moléculas produzidas no nosso


corpo em resultados das normais reações metabólicas, e que,
eventualmente, podem provocar lesões cerebrais através de
um processo denominado oxidação.

121
❑A manifestação inicial da doença é, geralmente, um

tremor ligeiro numa mão, braço ou perna que ocorre,


normalmente, a uma frequência de três por segundo
quando extremidade afetada está em repouso mas, que pode
aumentar em momentos de tensão.

122
❑Tipicamente, o tremor melhora quando o utente

move voluntariamente a extremidade afetada e pode,


mesmo, desaparecer durante o sono.

❑À medida que a doença progride, o tremor torna-se mais

difuso, acabando, eventualmente, por afetar as extremidades


de ambos os lados do corpo.

123
❑Para além do tremor, que classicamente caracteriza a

doença, surgem ainda outros sintomas, nomeadamente


rigidez das extremidades, lentificação dos
movimentos corporais voluntários (bradicinésia),
instabilidade postural e alterações da marcha.

124
❑Os problemas com o equilíbrio e a instabilidade

postural podem tornar muito difíceis actos tão simples


quanto o sentar-se ou levantar-se de uma cadeira e o
andar pode implicar pequenos passos, arrastados, geralmente,
sem o normal movimento pendular dos braços.

125
❑Para além de tudo isto, ainda estão associados à
Doença de Parkinson outros sintomas, incluindo:
➢ depressão;
➢ ansiedade;
➢ alterações do sono;
➢ perda de memória;
➢ discurso indistinto;
➢ dificuldades de mastigação e deglutição;

126
➢ obstipação;

➢ perda do controlo vesical;

➢ regulação anormal da temperatura corporal;

➢ aumento da sudação;

➢ disfunção sexual;

➢ cãibras, entorpecimento, formigueiros (parestesias) e dores

nos músculos.

127
➢ Apesar de não haver, atualmente, uma cura para a

Doença de Parkinson, os sintomas podem ser controlados


através de diversos tipos de medicações.

128
❑Há que referir que medidas gerais, como a prática regular

de exercício físico e uma dieta equilibrada podem


contribuir para melhorar o bem estar destes utentes e
também o controlo corporal.

129
❑O que esperar?

❑ A Doença de Parkinson é uma afeção não reversível, que

se prolonga por toda a vida. No entanto, a qualidade de


vida dos utentes pode ser, substancialmente, melhorada com
a utilização da medicação, sendo que, por exemplo, com a
levodopa há uma redução dos sintomas em cerca de 75% dos
utentes.

130
VIH/Sida

❑A palavra SIDA significa síndrome da


imunodeficiência adquirida, em caso de deficiência do
sistema imunitário, as defesas do corpo humano diminuem
em relação ao aparecimento de agentes patogénicos.

❑Uma deficiência avançada no sistema imunitário pode

conduzir ao desenvolvimento de doenças graves ou mesmo à


morte.
131
❑O aparecimento simultâneo de diferentes sintomas de

doenças é chamado síndrome em medicina.

❑A Sida é a consequência tardia de uma infeção pelo

VIH (vírus da imunodeficiência humana) é por isso que


falámos de síndrome de imunodeficiência humana adquirida.

132
❑Como se transmite oVIH?

➢ O VIH pode-se transmitir de um indivíduo para o outro

através de relações sexuais não protegidas, troca de seringas


e agulhas aquando o consumo de drogas por via endovenosa
e de mãe para filho durante a gravidez, no momento do
nascimento e durante o aleitamento.

133
❑Detetar uma infeção de VIH

➢ Um teste ao VIH permite confirmar ou excluir a

contaminação pelo vírus da SIDA, em geral os resultados só


são fiáveis após 3 meses da exposição ao risco (conferir teste
ao VIH).

134
❑O VIH como ameaça

➢ A SIDA continua a gerar mitos e crenças infundadas e

a conduzir à descriminação e à exclusão.

➢ É por esta razão que é preciso informar, acabar com os

preconceitos e encorajar o apoio e a ajuda.

135
❑O HIV, vírus da

SIDA, entra no corpo


humano via corrente
sanguínea, secreções
vaginais, esperma e leite
materno.

136
 Desta forma, o vírus HIV pode ser transmitido através de
relações sexuais com pessoas contaminadas sem uso
de preservativo, transfusão de sangue contaminado,
uso de agulhas, seringas e objetos perfuro-cortantes
contaminados, da mãe infetada para o filho durante
a gravidez, parto ou amamentação.

137
❑As vias mais comuns de transmissão são:

➢ Sexo desprotegido com pessoas contaminadas;

➢ Transfusão de sangue contaminado até junho de 1987 (até

esta data não existia a obrigatoriedade de testes anti-HIV nos


bancos de sangue);

➢ Partilha de objetos perfuro-cortantes (alicates de unha,

agulhas, lâminas...);

➢ Transmissão vertical - da mãe para o feto.

138
O vírus HIV só contamina grupos
de risco, como homossexuais?

❑Há muito tempo a SIDA deixou de ser uma doença que

atinge grupos sociais específicos, como os homossexuais. “Não


existe grupo de risco e sim comportamento de risco”.
Homens, mulheres, crianças, adolescentes, brancos, negros,
índios, velhos, pobres ou ricos estão vulneráveis à infeção pelo
vírus HIV, independente da orientação sexual

139
❑O indivíduo após se infetar com o HIV, passa por

diferentes estágios clínicos da infeção até chegar ao estágio de


AIDS.

❑Isto significa que, um indivíduo, mesmo apresentando

resultado positivo para a infeção pelo HIV pode não estar com
a SIDA.

140
❑Dizemos, então, que o indivíduo é infetado pelo HIV,

seropositivo para o HIV, HIV positivo ou portador do HIV.


A SIDA, por sua vez, representa o estágio mais
avançado da infeção, quando o sistema imunológico já se
encontra bastante comprometido.

141
❑Como comportamentos de risco, podemos destacar

os seguintes:

➢ Toxicodependentes que se injetam e partilham agulhas,

seringas e outro material usado na preparação da droga para


injeção.

142
➢ Pessoas que não praticam sexo seguro, isto é, que não

usam preservativos e têm mais do que um parceiro sexual.

➢ Profissionais de saúde - acidentes com contacto com

objetos cortantes contaminados (agulhas) ou com sangue,


ou outros líquidos orgânicos, contaminados.

143
Problemas genito-urinários

❑As doenças do aparelho génito-urinário nos utentes

do sexo masculino incluem a prostatite, a hiperplasia


benigna da próstata (HBP), o cancro urogenital, a
ejaculação precoce e a disfunção erétil.

❑As infeções bacterianas são responsáveis por apenas 5 a

10 % dos casos de prostatite.

144
❑A HBP acomete 90% dos homens com 85 anos de idade.

❑Os tipos mais comuns de cancro urogenital incluem o cancro

de próstata, o carcinoma de células transicionais da bexiga e o


cancro de testículo.

❑Embora cerca de 10% dos homens desenvolvam cancro da

próstata, o rastreamento dessa doença ainda é motivo de


polémica.

145
❑A ejaculação precoce ocorre em até 40% dos homens, e o

tratamento com antidepressivos tricíclicos,


aconselhamento psicológico e terapia comportamental podem
trazer benefícios.

❑A disfunção erétil acomete cerca de 30% dos homens

entre 40 e 70 anos de idade. Bons resultados terapêuticos têm


sendo obtidos com a administração oral de sildenafil e o uso
intra-uretral do alprostadil.
146
❑Muitas queixas ou sintomas génito-urinários nos utentes do

sexo masculino não são trazidos para o médico generalista, a


menos que sejam feitas perguntas direcionadas sobre o
desempenho sexual e a função urinária.

❑Perguntas dirigidas para identificar essas condições devem

ser incluídas na anamnese desses utentes

147
Problemas músculo-esqueléticos

❑As perturbações músculo-esqueléticas podem afetar

os músculos, as articulações, os tendões, os ligamentos, os


ossos e os nervos.

148
❑As perturbações músculo-esqueléticas (ME) são

extremamente comuns e incluem mais de 150 doenças e


síndromes diferentes, estando habitualmente associadas a
dor e inflamação.

❑Estas condições são a principal causa de dor crónica e de

incapacidade.

149
❑Neste grupo, incluem-se patologias do foro
ortopédico, traumatológico e reumatológico,
nomeadamente:

➢ Lesão dos tecidos moles (contusão, rutura tendinosa ou

muscular, lesão cápsulo-ligamentar, entre outras);

➢ Síndromes compartimentais (por exemplo o síndrome

do túnel cárpico, síndrome do túnel társico, entre outros);

150
❑Alterações posturais (segmentares, como alterações do

eixo articular de uma dada articulação ou multisegmentares


como escoliose, cifoescoliose, hipercifose, hiperlordose, e
muitos outros tipos de atitudes posturais erradas);

❑Patologias / Deformidades da coluna (incluindo

lombalgia, dor ciática ou ciatalgia, dorsalgia, cervicalgia,


cervicobraquialgia, entre outros);

151
 Hérnias discais;
 Alterações da neurodinâmica;
 Reabilitação pós-fratura;
 Reabilitação pós-cirúrgica;
 Luxação / Subluxação;
 Artrose;
 Osteoporose;
 Artrite Reumatoide;
 Espondilite Anquilosante;
 Doenças reumáticas periarticulares ou das partes moles;
 Outras síndromes de dor e fadiga crónicas.

152
Especificidade das doenças
crónicas incuráveis
❑Apesar de todos os avanços que já ocorreram na
Medicina e das muitas doenças que já foram erradicadas,
ainda existem outras tantas por aí que continuam sem cura —
isso sem falar nas enfermidades que seguem sendo pouco
conhecidas.

❑Podemos referir a seguir uma lista com cinco patologias


sinistras que, apesar dos esforços de milhares de cientistas,
continuam sem tratamento após o contágio:

153
❑Creutzfeldt-Jakob

➢ A Creutzfeldt-Jakob é uma doença degenerativa

rara e fatal provocada pela transmissão de uma


proteína chamada príon. Afeta o sistema nervoso
central e provoca tremores, perda de memória,
convulsões, paralisia facial — dando a impressão de
que o doente está sempre a sorrir, problemas motores e
rigidez muscular.

154
❑Descrita pela primeira vez na década de 20 por

neurologistas alemães, ainda não existe uma cura para


a doença de Creutzfeldt-Jakob, e os afetados
costumam falecer após um ano do surgimento dos sintomas.

❑Uma nova variante desse distúrbio — capaz de atingir

vítimas muito mais jovens — foi reconhecida por cientistas


britânicos na década de 90, e ficou popularmente conhecida
como “a doença das vacas loucas”.

155
❑Lúpus eritematoso:

➢ O lúpus é uma doença autoimune que provoca a

inflamação de várias partes do corpo e da qual existem três


tipos conhecidos — o discóide, o sistémico e o induzido
por drogas.

156
❑Lúpus Discóide - afeta apenas a pele e provoca o

surgimento de erupções cutâneas no rosto, couro


cabeludo e pescoço.

❑Cerca de 10% das pessoas que sofrem de lúpus discóide

evoluem para o tipo sistémico, que é o mais comum e pode


afetar qualquer órgão ou estrutura do corpo.

157
❑Lúpus Sistémico -

costuma afetar
principalmente a pele
e as articulações,
assim como o trato
gastrointestinal, os
rins, o coração e o
sangue.

158
 Lúpus induzido por drogas — aparece em decorrência
do uso de determinados medicamentos, e os sintomas são
parecidos aos do lúpus sistêmico.

 Entre os sintomas, além das erupções cutâneas, estão o


surgimento de úlceras na boca e manchas
avermelhadas pelo corpo, dores e mal-estar.

159
A raiva
❑Embora a raiva seja tratável caso o atendimento seja

realizado imediatamente após o contágio, depois que a


doença se instala a cura é extremamente rara e a
doença é fatal.

❑Trata-se de uma infeção viral que afeta o sistema

nervoso transmitida através da mordida de um animal —


mamífero — portador do vírus.

160
❑É bastante difícil que humanos contraiam a raiva,

mas, quando isso ocorre, os principais sintomas são


mudanças comportamentais, hipersensibilidade a
determinadas faixas sonoras, fotofobia ou aversão à
luz, pânico de ficar exposto ao ar livre, hidrofobia,,
e o desenvolvimento de uma capacidade de olfato
muito aguçada.

161
Ébola
➢ O vírus foi descoberto no Zaire — atual Congo — em

1976 já foram registadas epidemias que resultaram na


morte de centenas de doentes. É infeciosa e
transmitida pelo contato direto com o sangue e outras
secreções, e os sintomas: febre alta, dor de cabeça,
falta de apetite e conjuntivite, progredindo para
náuseas, diarreia e profundas hemorragias.

162
❑Isto ocorre porque o vírus multiplica-se nas células do

pulmão, baço, fígado e tecido linfático — onde causa


grandes danos —, provocando posteriormente a
destruição das células que revestem os vasos sanguíneos.

❑O índice de fatalidade é de 50% a 90% dos casos, e o

ébola ainda não tem vacina ou cura conhecida.

163
Poliomielite
➢ Conhecida popularmente como paralisia infantil, é

uma infeção viral aguda que afeta o sistema nervoso.

➢ No início, os doentes apresentam sintomas como dor de

cabeça, febre, náusea, mialgias e espasmos, podendo


evoluir para a paralisia permanente de 1 ou mais
membros.

164
Aspetos psicológicos e sociais da
pessoa com doença crónica
❑Existem algumas características psicológicas comuns aos

utentes crónicos.

❑Ser doente crónico implica em realizar uma elaboração

psicológica da sua própria existência. Uma vez que o


utente vai entrar numa condição permanente, que prejudicará
a sua saúde e poderá acarretar algumas consequências na sua
vida.
165
❑A maneira como uma pessoa assume o seu destino e com

ele o sofrimento que lhe foi reservado é uma das muitas


possibilidades de dar sentido à vida.

❑A forma como experienciamos o sofrimento é pessoal

e há distintas possibilidades para lidar com esta experiência,


seja retirando do sofrimento lições que poderão levar ao
crescimento pessoal e a repensar os valores principais da
vida, seja revoltando-se e caindo em desespero.

166
❑A situação de crise poderá ser um pilar fundamental

para a resignação e aceitação da doença, nos seus


aspetos sociais, afetivos e psicológicos.

❑Desde que haja um amparo integral desse utente, as

oportunidades para a compreensão e equilíbrio da


doença tornam-se mais abrangentes.

167
❑Segundo Zosaya (1985), a doença crónica produz uma

série de conflitos emocionais, ansiedade, angústia,


que vão desencadear no utente uma série de
mecanismos defensivos múltiplos; entre os mais
frequentes encontram-se:

168
❑Regressão: o utente assume uma postura infantil frente à

sua doença, e põe em jogo um mecanismo regressivo.

❑Esse comportamento é observado em utentes com

caraterísticas dependentes, acabam por pedir uma


necessidade de atenção maior, de serem apreciados. Podendo
provocar uma desorganização no seio familiar.

169
❑Negação: nesse mecanismo, o sujeito não reconhece a sua

enfermidade e engana-se a si mesmo e aos seus familiares.


São pouco colaboradores e negam-se em receber ajuda
médica.

170
❑Intelectualização: o paciente visa investigar os vários

aspetos da sua doença e pretende que, ao conhecê-la de


modo mais abrangente, ela deixe de existir.

❑Esse mecanismo pode ser positivo, se o paciente for bem

orientado pela equipa médica.

171
❑No ambiente hospitalar, em situações de terminalidade e

morte, o processo psicoterapêutico deve enfatizar a


expressão dos sentimentos, a melhora da qualidade de vida e
a facilitação da comunicação

172
❑A reação dos pacientes que recebem um
diagnóstico de doença crónica é de acentuada tristeza
e dor, pois ameaça a sua trajetória no mundo e emerge a
questão da morte, que é um fenómeno temido e
provocador de ansiedade e angústia na vida do
sujeito.

173
Alterações físicas, psicológicas e
sociais causadas pela doença
crónica
❑O doente com dor crónica é multifacetado, com

frequente morbilidade física e psíquica, podendo


sofrer das mais variadas patologias, desde doenças
reumáticas, neurológicas ou psiquiátricas, a doenças
oncológicas.

174
❑Apesar de frequentemente pouco valorizada, exceto

tratando-se de doença oncológica, a dor crónica também


afeta as crianças.

❑Estima-se também que uma percentagem não


negligenciável de pessoas idosas sofra de dor crónica. Isto
porque a maioria dos idosos tende a encarar a dor
como sendo normal na sua idade.

175
❑A maioria dos doentes com doença oncológica

avançada sofre de dor crónica, a qual pode ser aliviada na


quase totalidade dos casos (cuidados paliativos).

❑A dor é também a segunda maior causa de

internamento e o segundo sintoma mais frequente em


doentes com SIDA.

176
❑Segundo Kubler Ross (apud Santos 2003) o paciente e

família ao tomarem conhecimento da gravidade da doença


podem passar por cinco estágios emocionais, notória e
geralmente ocorrendo nesta ordem: negação, revolta,
barganha, depressão e aceitação.

177
❑Negação: esse estágio funciona como uma defesa

temporária, em que o doente não aceita o seu diagnóstico


e acredita que os seus exames foram trocados e geralmente
procurará outro serviço médico para realizar novos exames
com a expectativa de que o diagnóstico inicial esteja errado.

178
❑Revolta: nesse estágio o paciente tem um comportamento

de pergunta: Porque eu? É difícil lidar com o indivíduo


nesse estágio, visto que o paciente projeta toda sua raiva à
equipa de saúde e aos familiares.

179
❑Barganha: esse estágio acontece num período de tempo

muito curto e há uma tentativa de adiamento, em que


muitos pacientes decidem barganhar através de uma meta
auto-imposta.

180
❑Depressão: existem dois tipos de depressão: depressão

reativa que é uma aflição no que diz respeito a enfrentar


a idéia da morte e a depressão preparatória que
aparece no doente crónico com a morte simbólica, isto é, as
perdas impostas pelo próprio processo de adoecimento.

181
❑Aceitação: nesse estágio o indivíduo está cansado, a luta e a

dor cessam, dando lugar a um sentimento de desejo de


permanecer sozinho. No caso da doença crónica a
aceitação relaciona-se com a permanência da doença.

182
Implicações das alterações na
prestação de cuidados pessoais
❑Na fase terminal de uma doença, que se caracteriza por

sofrimento constante, “Para além do controlo da dor, é


fundamental encarar o doente no seu todo
biopsicossocial e ensinar ao doente como utilizar a
medicação de forma eficaz e segura e a que estratégias
deverá recorrer para prevenir ativamente os múltiplos
sinais e….
183
❑..sintomas da doença, corrigir os efeitos secundários de

medicação em curso (analgésica ou oncológica) e permitir


menor repercussão na sua qualidade de vida.

184
❑No caso dos doentes oncológicos existe a agravante de a sua

situação clínica sofrer múltiplas intercorrências ao longo da


evolução do seu processo de doença, contribuindo para uma
progressiva degradação da sua performance física,
funcional e psicológica.

185
❑Extremamente relevante é o papel assumido em

todo este processo pelo cuidador, enquanto elo de


uma cadeia de cuidados paliativos que vê o seu rol de
funções aumentar à medida que o doente vai perdendo
autonomia.

186
❑É geralmente o responsável pela correta
administração de medicação e de cuidados ao
doente, o acompanhante em múltiplas consultas e exames,
o depositário de ‘más notícias’ e a pessoa significativa para o
doente. O cuidador encontra-se habitualmente submetido
a um grande desgaste, pelo esforço físico, psicológico e
até económico aqui subjacente.

187
❑Por isso mesmo, para além de ser incluído no plano e

objetivos de tratamentos do doente, devem-lhe ser prestadas


informação e ensino sobre medicação, cuidados e
estratégias, de igual forma que ao doente.

188
❑Minimizar a dor e proporcionar algum bem-estar a

doentes em fase terminal é a tarefa principal dos


cuidados paliativos. Uma missão que não é fácil e que
engloba não só elementos farmacológicos, mas também
psicológicos. Quer o doente quer o cuidador, devem
procurar apoio para ajudar a enfrentar a fase mais difícil
da doença, a fase terminal.

189
A comunicação com o doente, seus
familiares e/ou cuidadores

❑A comunicação em saúde pode definir-se, segundo

Teixeira (1996:135) como: “O estudo e utilização de


estratégias de comunicação para informar e para influenciar
as decisões dos indivíduos e das comunidades no sentido de
promoverem a sua saúde.”

190
❑Esta definição pode aplicar-se não só à promoção da

saúde, mas a todas as áreas da saúde nas quais a


comunicação é importante, e tem relevância em contextos
muito diferentes como por exemplo, na relação entre os
profissionais de saúde e os utentes dos serviços de
saúde, na formação dos profissionais de saúde e na
qualidade do atendimento dos utentes por parte dos
serviços e funcionários.
191
❑Para que a comunicação seja um processo eficiente com

as pessoas em situações de vulnerabilidade devemos ter com


conta alguns aspetos fundamentais:

192
❑A ESCUTA ATIVA

❖“Escutar” não é sinónimo de “ouvir”. Escutar é constatar por

meio do estímulo do sistema auditivo; é um processo ativo e


voluntário em que o indivíduo se permite impregnar pelo
conjunto das suas perceções externas e internas. Na relação
de ajuda, escutar representa um instrumento para
compreender a pessoa vulnerável de forma a poder
determinar com precisão as intervenções necessárias.

193
❑Ao escutar a pessoa vulnerável, O técnico de apoio

familiar e à comunidade, pretende:

❖Mostrar-lhe a sua importância;

❖Permitir que a pessoa vulnerável identifique as suas

emoções;

❖Auxiliá-lo na identificação das suas necessidades e na

elaboração de um planeamento objetivo e eficaz para as


satisfazer.

194
❑Procurar compreender não só a linguagem verbal, mas

principalmente a não-verbal da pessoa vulnerável.

❑Evitar julgamentos com base em valores pessoais.

❑Reformular com a pessoa vulnerável, porém com as

próprias palavras, o que ele lhe referiu, validando sua


compreensão.

❑Respeitar, compreender e interpretar o silêncio da pessoa

vulnerável.

195
❑O silêncio pode traduzir a intensidade da procura

da resposta considerando tudo o que a precedeu; pode


significar o medo ou o sofrimento que impedem a
elaboração de palavras ou, ao contrário, uma alegria tão
intensa que também não pode ser traduzida por
palavras.

196
❑É a escuta do silêncio que exige a presença mais intensa e

mais verdadeira do técnico de apoio familiar e à


comunidade, dado que isso pode levá-lo ao encontro real do
que o outro vive de mais profundo. Silêncio não é
sinónimo de vazio nem ausência de relação; costuma
ser rico em significados.

197
❑Escutar não é memorizar as palavras emitidas pela

pessoa vulnerável; é compreendê-la, ver, apreender e sentir


o contexto e os sentimentos relacionados com o conteúdo
das mensagens emitidas. Exige grande empenho,
vigilância sensorial, intelectual e emocional, o que consome
muita energia e requer preparação e amadurecimento.

198
❑O técnico de apoio familiar e à comunidade que de

facto escuta a pessoa vulnerável reflete atentamente sobre o


significado das suas mensagens (verbais e não verbais),
visando o estabelecimento de intervenções apropriadas
às necessidades identificadas.

199
❑Escutas que não ajudam

➢ Escuta inadequada – O técnico de apoio familiar e à

comunidade está mais atento às próprias reflexões do que às


da pessoa vulnerável, está distraído, tem “pressa” em
responder ou identifica a situação descrita como familiar e
faz um processo de transferência.

200
❑Escuta apreciativa – O técnico de apoio familiar e à

comunidade faz juízos de valor durante a escuta. Embora


normal, essa atitude pode ser nociva. Para evitar isso, o
técnico de apoio familiar e à comunidade precisa
desenvolver a habilidade de aceitar as pessoas vulneráveis e
escutá-los objetivamente.

201
❑Escuta filtrada – relaciona-se a nossa defesa pessoal, ou

seja, selecionamos de modo inconsciente o que permitimos


ou não entrar em contacto connosco e criamos barreiras
que, mesmo involuntariamente, deformam a nossa
capacidade de escutar. Isto pode ser evitado com o
desenvolvimento de um profundo autoconhecimento.

202
❑Escuta compassiva – refere-se ao sentimento de

compaixão desenvolvido pelo técnico de apoio familiar e à


comunidade em relação à pessoa vulnerável. Tal atitude pode
deturpar a perceção dos factos, gerando ações inadequadas.

203
❑Capacidade de clarificar:

❑“Clarificar” significa tornar claro, limpo ou puro. Na relação

de comunicação, significa ser capaz de delimitar mais


precisamente o problema em si e os envolvidos de maneira
concreta e realista.

204
❖Para tanto, o técnico de apoio familiar e à
comunidade deve ser capaz de auxiliar a pessoa vulnerável
a refletir sobre os seus problemas e a descrevê-los com toda
a sua extensão, intensidade e complexidade. Depois de
escutá-lo, deve repetir com as suas palavras a mesma
questão, permitindo, assim, sua reinterpretação.

205
❖As perguntas “Quem?”, “o quê?”, “onde?”, Como?” E

“Por quê?” Auxiliam na clarificação, mas o uso


indiscriminado do “por quê?” Pode despertar na pessoa
vulnerável a necessidade de se justificar, geralmente
defendendo-se. Cada pergunta deve ter por objetivo auxiliar
a pessoa vulnerável a perceber com maior clareza o
problema ou as suas soluções.

206
❖A utilização, pelo técnico de apoio familiar e à

comunidade de generalizações, abstrações ou termos


imprecisos pode estar relacionada ao medo de enfrentar o
problema. Ao agir dessa forma, o problema torna-se maior.
O técnico de apoio familiar e à comunidade não deve
utilizar linguagem intelectual, abstrata, impessoal e/ou vaga,
uma vez que isso não ajuda a pessoa vulnerável a clarificar e
precisar seu pensamento.
207
❖Conhecer-se não é fácil, pois isso geralmente coloca-nos

diante de questões que não queremos ou com as quais não


gostamos de nos confrontar. Tememos ser rejeitados,
julgados, cobrados, correr riscos ou falhar e ter de admitir as
falhas.

208
❖Tememos, sobretudo, tomar consciência do nosso
verdadeiro “eu” e descobrir que é preciso mudar o nosso
comportamento e a nossa vida. Apenas com esse
conhecimento pessoal podemos compreender o outro e,
então, tentar estabelecer uma relação de ajuda. É
fundamental entender que ajudar é “dar de si”, já que
envolve doação (de tempo, competência, saber, interesse),
capacidade de escuta e compreensão.

209
❖Nas relações interpessoais, e através da comunicação, o

técnico de apoio familiar e à comunidade, ajuda as


pessoas vulneráveis a enfrentar e a superar uma situação de
crise com os recursos que elas dispõem.

210
❖Tais situações manifestam-se de diferentes
maneiras, mais ou menos explícitas e/ou penosas. A
capacidade e o limite de cada pessoa vulnerável são inerentes
à própria pessoa e construídos durante as suas experiências
pessoais, cabendo ao a habilidade para os reconhecer.
técnico de apoio familiar e à comunidade

211
❖Embora toda relação de ajuda envolva
comunicação, nem toda a comunicação é
obrigatoriamente uma relação de ajuda. Quando o técnico
pergunta à pessoa vulnerável sobre dados precisos (quantas
vezes urinou no dia, se tomou o pequeno almoço, se já
almoçou, etc..), ela vai-lhe dar uma resposta precisa (desde
que tenha capacidade de ouvir e compreender). Nesse caso,
ambos apenas circulam informações.
212
❖O estabelecimento de uma relação de comunicação

eficaz possibilita-o identificar, sentir, saber, escolher e


decidir sobre suas ações (autonomia). Ao TAFC cabe
auxiliá-lo a descobrir ou redescobrir capacidades e
potencialidades próprias, redirecionando as suas energias
para um novo olhar sobre si mesmo, que, diante das
circunstâncias, pode não existir ou estar muito
deteriorado.
213
❑A relação de comunicação visa auxiliar a pessoa

vulnerável a:

➢ Ultrapassar uma situação-limite.

➢ Resolver uma situação atual ou potencial.

➢ Encontrar um funcionamento pessoal mais satisfatório,

aumentando sua autoestima e seu sentimento de segurança e


diminuindo sua ansiedade ao mínimo.

214
➢ Desenvolver atitudes positivas perante suas (in)
capacidades.

➢ Melhorar sua capacidade de comunicação e suas

relações com os outros.

215
❑Para desenvolver uma relação de comunicação, é

fundamental que o técnico de apoio familiar e à


comunidade seja:

➢ Preciso e objetivo no que lhe diz respeito e no que diz

respeito aos outros.

➢ Capaz de respeitar-se e de respeitar os outros.

➢ Congruente consigo mesmo e com a pessoa com quem se

relaciona. Empático.
216
❑É importante destacar que, para ser um bom

profissional, este deve:

➢ Reconhecer os seus valores pessoais;

➢ Ser capaz de analisar as próprias emoções;

➢ Estar apto a servir de modelo e a influenciar outros; Ser

altruísta; Desenvolver alto senso de responsabilidade em


relação a si mesma e aos outros;

➢ Ter ética.
217
Impacto da doença crónica ou aguda na
qualidade de vida do indivíduo, família e
cuidadores

❑Quando pensamos numa doença crónica associamos

geralmente, a algo que envolve sofrimento físico e


psíquico no doente, tendo em consideração, que este
tem que lidar com a patologia durante a maior parte
da sua vida.

218
❑No entanto, este sofrimento não se restringe apenas ao

elemento que padece da doença crónica, mas sim, a


toda a rede de relações estabelecidas, principalmente
ao ciclo familiar, quando convive diariamente com os
problemas inerentes à própria doença.

219
❑Dependendo da gravidade da patologia, a família acaba por

alterar as suas rotinas diárias, para poder cuidar e


apoiar o doente, o que acaba por influenciar não só o
relacionamento, como modifica o estilo de vida familiar.

220
❑Naturalmente, nem todos são afetados da mesma forma,

dependendo das características individuais de cada


pessoa, da forma mais ou menos intensa de sentir e
vivenciar os problemas, e do tipo de proximidade ao
elemento da família que sofre a doença, bem como, o grau
de gravidade e incapacitação da patologia.

221
❑No entanto, se os membros da família entenderem que uma

doença crónica afeta as pessoas em geral, provavelmente


estarão melhor preparados para enfrentar os desafios
específicos da sua situação.

222
❑De igual forma, se pessoas fora do contexto familiar:

colegas de trabalho e de escola, vizinhos, amigos, entre


outros, entenderem o impacto causado pela doença
crónica, poderão ser um apoio significativo e criar empatia.
Neste sentido, passo a explicar de que forma a família pode
ser afetada por uma doença crónica.

223
❑Quando a família enfrenta uma doença crónica, é

como se ela estivesse pela primeira vez num país estrangeiro.


Embora alguns aspetos sejam bem semelhantes à sua terra
natal, outras são completamente diferentes. Quando um
membro da família tem uma doença crónica, poderá não
existir uma mudança drástica no estilo de vida familiar, em
alguns casos, no entanto, noutros a situação poderá ser bem
diferente.
224
❑Para começar, a própria doença pode ter um impacto

sobre a rotina normal da família e forçar cada membro a


fazer ajustes, a fim de lidar com a situação.

❑Mesmo o tratamento, que deveria servir de alívio da

doença, pode interferir ainda mais na nova rotina da


família.

225
❑À medida que o paciente se ajusta ao desconforto, e

às vezes à dor, do tratamento médico e de ser examinado


pelos profissionais de saúde, torna-se, cada vez mais
dependente do apoio emocional da família. Em resultado
disso, os membros da família não só têm de aprender novas
capacidades para prestar cuidados físicos ao paciente, mas
também se vêem obrigados a ajustar sua atitude, as emoções,
o estilo de vida e a rotina.

226
❑Quando a família se envolve demasiado com a

própria doença sente de forma mais intensa o impacto


que esta exerce, podendo haver uma probabilidade maior
para desenvolver problemas psicológicos como a
depressão ou um transtorno obsessivo-compulsivo,
entre outros.

227
❑Como lidar com a Doença Crónica do familiar?

❑Após o choque inicial que o aparecimento da doença

crónica provoca no paciente e no seio da sua família, e


depois de ter atingido a fase da aceitação, que na maioria dos
casos é encarada como um enorme obstáculo, é tempo do
paciente e da sua família aprender a lidar com a doença,
proporcionando assim, uma maior qualidade de vida ao
doente e reduzindo o sofrimento psicológico e emocional de

228
ambos.
❑Para tal, é importante a Família:

➢ Prestar os cuidados necessários e básicos ao

paciente, tendo sempre consciência, que não deve descurar


a sua própria vida, ao centrar-se exclusivamente na vida do
familiar;

229
❑É importante que a família procure apoio e ajuda no

esclarecimento de dúvidas, junto de profissionais da


saúde que acompanham o paciente, mas também por
amigos, vizinhos ou mesmo parentes mais distantes do
paciente, deverá ainda procurar acompanhamento
psicológico, caso sinta essa necessidade;

230
❑Tentar não transmitir preocupação excessiva nem

sentimentos como: pena, desgosto ou demasiada


tristeza, pois poderão aumentar os níveis de tensão ou
ansiedade e irão dificultar o processo de tratamento e a
forma como o paciente vivencia a doença.

231
❑É essencial a transmissão de pensamentos positivos

e optimistas, apelando sempre à boa disposição. Tente


distrair o paciente, através de actividades do interesse do
próprio e compatíveis com o seu estado de saúde para que o
doente se possa abstrair do seu problema, ainda que por
momentos.

232
❑O lado positivo é que muitas famílias descobrem ou

acabam por se habituar às novas rotinas, acabando por


pensar que não é tão difícil lidar com o problema quanto
parecia inicialmente. Esteja certo de que outras famílias
sobreviveram à viagem pela terra desconhecida da doença
crónica. Muitos descobriram que simplesmente saber que
outros conseguiram lidar com o problema lhes dava um
certo alívio e esperança.

233
❑Mais uma vez, os profissionais de saúde, são de extrema

importância, no sentido, de apoiar, promover, orientar e dar


suporte à adaptação do núcleo familiar, uma vez que, a
Doença Crónica implica situações de crise, limitações e
perdas que irão influenciar e marcar drasticamente a
estrutura familiar.

234
❑MUITO OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO! ☺

235

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