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SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 4
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 4
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
VOLUME 4
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Instalações elétricas / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/ DN, 2013.
112 p.: il. (Série Construção Civil)
ISBN 978-85-7519-764-6
1. Instalações elétricas 2. Curso. 3. Eletricista instalador industrial.
4. Construção Civil.. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. II.
Departamento Nacional. III. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional da Bahia. IV. Título. IV. Série Construção
Civil, v.4.

CDU 621.037

SENAI - DN Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Eletroduto (tubo) protegendo os condutores (cabos e fios elétricos).......................................27
Figura 2 - Fornecimento de energia elétrica ..........................................................................................................29
Figura 3 - Quadro de distribuição...............................................................................................................................30
Figura 4 - Esquema unifilar............................................................................................................................................31
Figura 5 - Projeto elétrico...............................................................................................................................................37
Figura 6 - Planta baixa de uma instalação elétrica................................................................................................39
Figura 7 - Projeção ortogonal.......................................................................................................................................45
Figura 8 - Circuito de distribuição...............................................................................................................................58
Figura 9 - Instalação embutida e externa.................................................................................................................59
Figura 10 - Instalação aérea...........................................................................................................................................59
Figura 11 - Instalação subterrânea.............................................................................................................................60
Figura 12 - Fusível.............................................................................................................................................................61
Figura 13 - Disjuntores monopolar, bipolar e tripolar.........................................................................................62
Figura 14 - Disjuntor (DTM)...........................................................................................................................................63
Figura 15 - Diferencial residual.....................................................................................................................................64
Figura 16 - Interruptor simples....................................................................................................................................65
Figura 17 - Three-way.......................................................................................................................................................65
Figura 18 - Four-way.........................................................................................................................................................66
Figura 19 - Dimmer...........................................................................................................................................................66
Figura 20 - Minuteria e interruptor temporizado..................................................................................................67
Figura 21 - Pulsador.........................................................................................................................................................67
Figura 22 - Interruptor remoto.....................................................................................................................................68
Figura 23 - Relé fotoelétrico..........................................................................................................................................68
Figura 24 - Cabo ...............................................................................................................................................................72
Figura 25 - Fio.....................................................................................................................................................................72
Figura 26 - Quadro de iluminação..............................................................................................................................76
Figura 27 - Circuito de iluminação com vista de cima dos eletrodutos........................................................76
Figura 28 - Esquema elétrico - luz com visão de cima e detalhada dos condutores.................................77
Figura 29 - Tomadas.........................................................................................................................................................77
Figura 30 - Quadro de energia.....................................................................................................................................84
Figura 31 - Legenda..........................................................................................................................................................85
Figura 32 - Padrão de entrada - parede, pontalete, muro e poste..................................................................86
Figura 33 - Circuito de TV...............................................................................................................................................87
Figura 34 - Ligação de interfone..................................................................................................................................88
Figura 35 - Espaçador de redes (dentro do círculo) com cabo mensageiro e cabos elétricos...............92
Figura 36 - Identificação de poste...............................................................................................................................93
Figura 37 - Medidor de energia...................................................................................................................................94
Figura 38 - Disjuntor........................................................................................................................................................94
Figura 39 - Conjunto de aterramento........................................................................................................................95
Quadro 1 - Dutos e distribuição 1................................................................................................................................40
Quadro 2 - Dutos e distribuição 2................................................................................................................................41
Quadro 3 - Quadro de distribuição..............................................................................................................................41
Quadro 4 - Interruptores: simbologia utilizada em plantas e diagramas......................................................42
Quadro 5 - Simbologia das luminárias, refletores e lâmpadas..........................................................................43
Quadro 6 - Simbologia - tomadas................................................................................................................................44
Quadro 7 - Limites de queda de tensão em instalações......................................................................................72
Quadro 8 - Tipos de isolamento x temperaturas do condutor..........................................................................73
Quadro 9 - Quadro geral de cargas..............................................................................................................................79

Tabela 1 - Levantamento da potência em um apartamento residencial típico...........................................70


Tabela 2 - Demanda de energia diurna de um apartamento residencial típico..........................................71
Tabela 3 - Fator de demanda diurno para um apartamento residencial típico...........................................71
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................15

2 Qualidade..........................................................................................................................................................................19
2.1 Definição.........................................................................................................................................................20
2.2 Normas.............................................................................................................................................................20
2.3 Procedimentos..............................................................................................................................................20
2.4 Normalização.................................................................................................................................................20

3 Planejamento...................................................................................................................................................................25
3.1 Definição.........................................................................................................................................................26
3.2 Etapas...............................................................................................................................................................26
3.2.1 Análise inicial...............................................................................................................................27
3.2.2 Fornecimento de energia .......................................................................................................28
3.2.3 Levantamento das instalações..............................................................................................30
3.2.4 Esquema básico da instalação..............................................................................................31
3.2.5 Dimensionamento de componentes..................................................................................32
3.2.6 Especificações e contagem dos componentes...............................................................32
3.3 Organização...................................................................................................................................................33
3.4 Controle...........................................................................................................................................................33
3.5 Cronograma...................................................................................................................................................34

4 Projeto de instalações elétricas.................................................................................................................................37


4.1 Representação gráfica................................................................................................................................38
4.1.1 Itens que devem constar nas plantas baixas...................................................................38
4.2 Plantas de detalhes......................................................................................................................................38
4.3 Planta baixa....................................................................................................................................................39
4.4 Simbologia......................................................................................................................................................39
4.5 Projeção Ortográfica...................................................................................................................................44

5 Orçamento........................................................................................................................................................................49
5.1 Definição.........................................................................................................................................................50
5.2. Tipos do Orçamento...................................................................................................................................50
5.2.1 Orçamento de mão de obra direta......................................................................................51
5.2.2 Orçamento de despesas administrativas..........................................................................51
5.3 Custo.................................................................................................................................................................51
5.4 Cotação............................................................................................................................................................51
5.4.1 Modalidade de fixação de preços........................................................................................51
5.5 Elementos do orçamento..........................................................................................................................52
5.6 Margem............................................................................................................................................................53
5.7 Levantamento de materiais......................................................................................................................53
6 Circuito alimentador e de distribuição...................................................................................................................57
6.1 Definição.........................................................................................................................................................58
6.2 Tipos de distribuição...................................................................................................................................58
6.3 Manobra e proteção dos circuitos..........................................................................................................60
6.3.1 Fusível............................................................................................................................................61
6.3.2 Disjuntores e chaves.................................................................................................................61
6.3.3 Dispositivo de controle............................................................................................................64
6.4 Categorias de emprego das proteções................................................................................................68
6.5 Fator de demanda (FD)..............................................................................................................................69
6.6 Quedas de tensão admissíveis normalizadas.....................................................................................71
6.7 Potência máxima por circuitos................................................................................................................73
6.7.1 Previsão para Iluminação........................................................................................................73
6.8 Quadros de Luz e Força..............................................................................................................................75
6.8.1. Quadro de luz (QL)...................................................................................................................76
6.8.2. Quadro de força (QF)..............................................................................................................77
6.8.3. Quadro de distribuição (QG)................................................................................................78

7 Instalação de quadro.....................................................................................................................................................83
7.1 Distribuição com quatro circuitos comandados por disjuntores...............................................84
7.2 Entrada.............................................................................................................................................................85
7.3 Equipamentos audiovisuais para chamadas......................................................................................87

8 Técnicas de inspeção de sistemas de redes elétricas.........................................................................................91


8.1 Redes protegidas..........................................................................................................................................92
8.1.1 De sinalização..............................................................................................................................92
8.2 Proteção e segurança..................................................................................................................................94
8.3 Normas e procedimentos aplicáveis.....................................................................................................95
8.4 Técnicas de manutenção...........................................................................................................................96
8.4.1 Manutenção preventiva..........................................................................................................96
8.4.2 Manutenção corretiva..............................................................................................................97
8.5 Segurança em instalações e serviços com eletricidade.................................................................98

Referências

Minicurrículo do autor

Índice
Introdução

Sejam bem-vindos ao universo das Edificações com o curso de Qualificação Profissional em


Eletricista Instalador Residencial!
Temos como objetivo executar e manter as instalações elétricas em edificações conforme
projetos, normas técnicas vigentes e procedimentos específicos, planejando o trabalho de for-
ma limpa e organizada, assegurando o desenvolvimento do processo de execução das obras
dentro dos prazos, com segurança, qualidade, economia e respeito ao meio ambiente.
O nosso curso se dará pelo estudo do livro Instalações Elétricas, que é divido em 04 vo-
lumes. Neste quarto volume, abordaremos planejamento, qualidade, projeto de instalações,
orçamento, inspeção e instalações de equipamentos. De forma integrada, desenvolveremos
também as capacidades sociais, organizativas e metodológicas necessárias, adequadas a dife-
rentes situações profissionais, favorecendo uma base consistente para a construção das com-
petências específicas, conforme descritas abaixo:

CAPACIDADES TÉCNICAS:
a) identificar a energia e suas formas;
b) identificar os sistemas de fornecimentos e distribuição de energia elétrica;
c) identificar grandezas elétricas;
d) identificar as leis e diretrizes de eletricidade;
e) identificar os princípios de organização do trabalho, qualidade e meio ambiente;
f) identificar as normas técnicas e regulamentadoras;
g) interpretar projetos elétricos de baixa tensão residenciais;
h) dimensionar condutores e dispositivos de segurança de redes elétricas;
i) medir grandezas: tensão, resistência, corrente, potências, frequência, luminância e capa-
citância elétrica, utilizando instrumentos específicos;
j) elaborar cronograma das etapas de serviço;
k) elaborar orçamento;
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
16

l) interpretar projetos elétricos residenciais de baixa tensão;


m) instalar dispositivos e componentes elétricos e eletroeletrônicos de ilumi-
nação empregados em instalações elétricas residenciais de baixa tensão;
n) montar circuitos auxiliares segundo projeto;
o) montar quadros de distribuição, considerando as características do projeto
normalizado;
p) manusear instrumentos e ferramentas típicas da área de instalações elétri-
cas residenciais de baixa tensão;
q) utilizar equipamentos de proteção individual;
r) descartar materiais de acordo com normas ambientais;
s) transportar materiais, considerando normas de segurança, de saúde e reco-
mendações do fabricante;
t) locar as instalações elétricas a serem executadas;
u) realizar manutenção em instalações elétricas residenciais.

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS:


a) desenvolver consciência prevencionista em relação à saúde, segurança e
meio ambiente;
b) trabalhar em equipe;
c) ser metódico;
d) ser detalhista;
e) ser organizado;
f) manter relacionamento interpessoal;
g) ter visão sistêmica;
h) ser analítico;
i) ser responsável;

Vamos em frente e bons estudos!


1 INTRODUÇÃO
17

Anotações:
Qualidade

Neste capítulo, trataremos do tema Qualidade, conhecendo sua definição, as normas que o
compõem e seus procedimentos, aplicando-os à realidade do eletricista instalador residencial.
É muito importante para o profissional ter posse desses conhecimentos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
20

1 IMPLÍCITO: 2.1 DEFINIÇÃO


Algo que não foi dito. O termo qualidade é usado em diversas situações. Segundo Campos (2009),
Manifestado mais por atos
do que em palavras. qualidades são as características de um produto ou serviço que suportam sua
capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas1, um produto ou
serviço livre de deficiências. Em nosso universo, a qualidade está relacionada com
uma instalação elétrica residencial, seu funcionamento até a satisfação do cliente.
Existem diversos fatores que irão contribuir para se alcançar a satisfação total,
por exemplo, adequação do projeto às necessidades do cliente, material usado,
tempo de montagem e a própria instalação, custo, entre outros. As referências
normativas têm papel importantíssimo nisto porque servirão de parâmetro em
todas as etapas do serviço.

2.2 NORMAS

Todo projeto de instalação elétrica deve seguir as normas segundo a NBR –


Normas Brasileiras. A norma técnica utilizada é a NBR 5410:2004 – Instalações elé-
tricas em baixa tensão. Ao seguirmos as normas estabelecidas para as atividades
de nossa qualificação, estamos trabalhando com foco na qualidade.

2.3 PROCEDIMENTOS

Os procedimentos são as etapas que devem ser seguidas pelo profissional a


fim de atender ao desejado pelo cliente e cumprir com todas as normas de quali-
dade. Numa instalação elétrica, devem ser seguidas fielmente as etapas definidas
pelo projeto. Trouxemos abaixo alguns procedimentos básicos que devem ser
seguidos pelo eletricista na manutenção de um serviço de instalação:
a) a manutenção só deve ser feita com a instalação desligada;
b) devem ser respeitadas as especificações dos equipamentos das instalações;
c) devem ser inspecionados e conservados os equipamentos e ferramentas
utilizados pelo eletricista.

2.4 NORMALIZAÇÃO

A Normalização estabelece meios eficientes de padronização de determinada


atividade, facilitando a troca de informações comerciais e munindo a sociedade
de maneira eficaz para verificar a qualidade dos produtos.
2 QUALIDADE
21

A normalização tem sido a melhor opção para se conquistar a redução de cus-


to no processo ou serviço e, consequentemente, alcançar a qualidade.
A garantia da qualidade de um projeto de instalações elétricas está relaciona-
da com diversos fatores que devem ser considerados, como o prazo de execução
do serviço, o material utilizado, o cumprimento das normas técnicas, os procedi-
mentos de execução e a segurança contra acidentes.

CASOS E RELATOS

O uso da Norma
O eletricista Carlos foi contratado para trabalhar na montagem de uma
instalação elétrica por uma construtora que estava concluindo um condo-
mínio com 20 casas. Carlos pensou que iria fazer a instalação elétrica e o
serviço seria rápido. Acostumado a fazer o trabalho de qualquer jeito e pen-
sando em terminar a atividade o mais rápido possível, pela primeira vez se
viu numa situação em que precisava padronizar a instalação elétrica. Carlos
desconhecia a padronização, contudo, a empresa fez um treinamento onde
foram apresentados os critérios de qualidade, todos os procedimentos de
execução e as regras de segurança contra acidentes.
A empresa disponibilizou todos os diagramas elétricos projetados de acor-
do com a NBR 5410:2004-Instalações elétricas de baixa tensão e o instruiu
quanto ao cumprimento, mas que não executasse nada caso tivesse dúvi-
das. Isto proporcionaria a ele autoconfiança nas atividades
Ao concluir a instalação, Carlos notou a grande diferença ao trabalhar obe-
decendo a padrões.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
22

RECAPITULANDO

Neste capítulo, foi visto o conceito de qualidade e o quanto é importante


alcançá-la, assim como é fundamental seguir o que é estabelecido na nor-
ma NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão.
Vimos também que os procedimentos informados no projeto para realiza-
ção da instalação elétrica devem ser seguidos fielmente pelo profissional.
Esses conceitos ajudarão você a desenvolver as atividades com maior segu-
rança, ou seja, evitará falhas no funcionamento, o que faria perder tempo
em reparos.
2 QUALIDADE
23

Anotações:
Planejamento

Neste capítulo, falaremos da importância do planejamento da instalação elétrica. Serão vis-


tos seus níveis, sua definição e etapas. A organização, o controle e cronograma também serão
apresentados aqui de forma que você perceberá que o eletricista não poderá trabalhar sem
esses conhecimentos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
26

1 DIMENSIONAR: 3.1 DEFINIÇÃO


Saber o tamanho, calcular A palavra planejamento é derivada da palavra planejar, que significa prever,
ou preestabelecer as
dimensões ou proporções antecipar ou vislumbrar algo que ainda não aconteceu, é também o ato de proje-
de algo.
tar ou preparar algo.
Veremos a partir de agora que projetar uma instalação elétrica, para qualquer
tipo de construção, seja ela industrial, predial ou residencial, nada mais é que es-
2 MALHA DE colher, dimensionar e localizar, com coerência, os dispositivos, equipamentos e
ATERRAMENTO:
ferramentas que serão utilizados.
Circuito destinado para a
terra ligando a carcaça dos Um projeto de instalação elétrica tem o objetivo de garantir o bom funciona-
equipamentos elétricos à mento dos equipamentos elétricos.
terra.

FIQUE Toda instalação elétrica deve ser planejada de acordo com


as normas técnicas, principalmente a NBR 5410:2004 - Ins-
ALERTA talações elétricas de baixa tensão.

3.2 ETAPAS

No projeto elaborado, serão apresentadas as etapas para a instalação elétrica.


Deve-se respeitar cada uma delas e caso exista necessidade ou possibilidades
de alteração ou eliminação de alguma etapa, deve ser avaliada com bastante cri-
tério para não haver comprometimento do resultado final.

O projeto de instalações elétricas é apenas um entre di-


VOCÊ versos projetos existentes numa construção, e a elabo-
SABIA? ração dele deve estar em harmonia com outros projetos,
como o arquitetônico, o hidráulico e o civil.

É fundamental que fique definido e identificado, todos os elementos ou as


partes que compõem o projeto, que, basicamente, se constitui em:
a) quantificar e determinar os tipos e localizações dos pontos de utilização da
energia elétrica;
b) dimensionar1 condutores (cabos e fios elétricos nos quais as cargas elétricas
se deslocam) e eletrodutos (proteção física dos condutores elétricos) consi-
derando tipo e percurso;
c) dimensionar tipo e a localização dos pontos de medição de energia elétri-
ca (onde ficarão os medidores para calcular consumo) e da malha de ater-
ramento2 seguindo as orientações da concessionária de energia do estado,
3 PLANEJAMENTO
27

bem como dispositivos de manobras e de proteção, e os componentes exis-


tentes na instalação.

Figura 1 - Eletroduto (tubo) protegendo os condutores (cabos e fios elétricos)


Fonte: SENAI, 2013.

Veremos agora, de forma detalhada, as etapas do projeto de instalação, que


são definidas em análise inicial, fornecimento de energia, levantamento das ins-
talações, esquema básico das instalações, dimensionamento de componentes e
especificação e contagem de componentes.

SAIBA Para uma melhor compreensão, consulte o Livro Instalações


MAIS Elétricas de Prediais de Cavalim e Cervelim da editora Érica.

3.2.1 ANÁLISE INICIAL

A análise inicial é a primeira etapa do projeto de instalações elétricas em qual-


quer construção. Nela são coletadas todas as informações básicas que servirão de
orientação à execução do trabalho. Considerando os seguintes passos:
a) previsão de uso para todas as áreas da construção;
b) definição da distribuição física dos equipamentos de utilização previstos;
c) definição das características elétricas dos equipamentos;
d) classificação das áreas quanto às influências externas, ou seja, qualquer situ-
ação que interfira no projeto e execução do trabalho;
e) determinar setores que precisam de iluminação de segurança;
f) determinar equipamentos que precisam de energia de segurança;
g) levantar dados sobre a resistividade do solo;
h) realizar uma estimativa da potência elétrica instalada;
i) definir a localização preferencial da entrada de energia.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
28

CASOS E RELATOS

A importância do planejamento
Dona Célia estava realizando uma reforma em sua residência e foi orien-
tada pelo pedreiro que fosse feita uma avaliação nas instalações elétricas,
então ela contratou Joaquim, um eletricista experiente no qual confiava.
Depois de alguns minutos observando, Joaquim achou melhor refazer toda
a instalação, pois as intervenções civis tinham sido grandes e fazer comple-
mentos na rede poderia sobrecarregá-la.
Dona Célia acatou a sugestão e pediu a Joaquim que estabelecesse uma
data de inicio, pois não queria comprometer a entrega final da obra. Con-
tudo, Joaquim precisava avaliar a necessidade de ampliação do número
de pontos na rede, definir os caminhos para a passagem de condutores
elétricos, bem como verificar a possibilidade de instalações de outros equi-
pamentos na residência, e isso requereria muito tempo, pois reformar uma
instalação elétrica seria mais difícil que construir uma nova, já que temos
uma estrutura que funciona e que não pode ser descartada. A difícil tarefa
consiste justamente em aproveitá-la de maneira eficiente. Joaquim afirmou
para dona Célia que só seria possível executar o trabalho após o planeja-
mento, pois seria mensurado o custo dos materiais, o tempo e os recursos.

3.2.2 FORNECIMENTO DE ENERGIA

A etapa seguinte à análise inicial se refere ao fornecimento de energia. Deve-


rá ser definida a alimentação de entrada de energia da construção. Neste caso,
conhecer as regras da concessionária distribuidora de energia é importante, pois
será necessário saber:
a) qual é o sistema de distribuição e de entrada;
b) onde será a entrada de energia;
c) qual a tensão de fornecimento (monofásico, bifásico ou trifásico);
d) qual o padrão de entrada;
e) qual o nível de curto-circuito no ponto de entrega.
3 PLANEJAMENTO
29

Figura 2 - Fornecimento de energia elétrica


Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
30

3.2.3 LEVANTAMENTO DAS INSTALAÇÕES

No levantamento das instalações, é importante ter definidos todos os equi-


pamentos que serão instalados no local da obra, assim como suas potências de
funcionamento e a tensão de alimentação.
O levantamento de uma instalação é feita, geralmente, em vários grupos (cir-
cuitos). Consideram-se os pontos de utilização agrupados de acordo com o tipo
e características de funcionamento. Em geral, é no quadro de distribuição que
estão organizados estes circuitos elétricos. Assim, podemos administrar com pre-
cisão a quantidade de potência liberada para cada circuito.

11 12 10
2

4
5 F1 F2 N PE

1
3A

3B

13

6 7

2
1 - Dispositivo DR tetrapolar de 30 mA;
2 - Circuitos de saídas protegidos por disjuntores;
3A- Dispositivo de proteção contra surtos - DPS, instalados entre
fase (F) e terra (PE);
3B - Dispositivo de proteção contra surtos - DPS, instalados entre
neutro (N) e terra (PE). Nos casos onde a separação do condutor
neutro (N) e terra (PE) ocorre dentro do Quadro de Distribuição, não
é necessária aplicação desse módulo;
4 - Barramento para condutores de proteção - terra (PE);
5 - Barramento para condutores neutro (N);
6 - Barramento bifásico isolado para alimentação dos circuitos;
7 - Terminal para derivação;
8 - Trilho de fixação rápida;
9 - Isolador terminal (reserva);
10 - Circuitos de saída dos cabos terra;
11 - Circuitos de saída dos cabos neutros;
12 - Cabos de entrada;
13 - Cabos de interligações internas do quadro.

Figura 3 - Quadro de distribuição


Fonte: SENAI, 2013.
3 PLANEJAMENTO
31

No quadro de distribuição de uma residência existem vários circuitos que se-


rão responsáveis por conduzir a energia para os diversos pontos já determinados.
Ele deve ser instalado num local em que tenha a menor distância possível entre
os pontos de uso, pois isso diminui a queda de tensão e os custos da instalação.

3.2.4 ESQUEMA BÁSICO DA INSTALAÇÃO

Após o levantamento das instalações, deverá ser feito um esquema unifilar


inicial, no qual estarão mostrados os componentes principais da instalação e suas
interligações elétricas principais.
O esquema elétrico nasce no início do projeto, como um esquema simples
onde é indicado os quadros de distribuição de energia. É nesta hora que é feita a
escolha preliminar dos dispositivos de proteção, pois é baseada em informações
preliminares de potência em cada circuito.
L1/ 4

3X5/6/5mm2

CD01
GERAL

10A

10A
1- Iluminação
40A
NEUTRO
40A 2 - Tomada 2
40A
3 - Tomada 3
TERRA 25A
4 - Chuveiro
20A
5 - Ar condicionado

Figura 4 - Esquema unifilar


Fonte: SENAI, 2013.

3.2.5 DIMENSIONAMENTO DE COMPONENTES

O dimensionamento dos componentes consiste em uma das principais fases


de um projeto de instalações elétricas. Ele baseia-se nos itens apresentados abai-
xo:
a) entrada, cabina de barramentos ou simplesmente, caixa de entrada;
b) quadros de distribuição;
c) aterramentos;
d) sistema de proteção contra descargas atmosféricas (spda);
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
32

e) cálculos de curto-circuito, determinando valores de correntes de curto-cir-


cuito presumidas em todos os pontos necessários;
f) verificação do tempo de atuação dos dispositivos de proteção geral em rela-
ção à proteção localizada mais próxima da carga;
g) revisão final dos vários esquemas, observando e alterando interferências
existentes com outros sistemas da instalação.

3.2.6 ESPECIFICAÇÕES E CONTAGEM DOS COMPONENTES

Esta etapa final de especificação e contagem de componentes tem uma fun-


ção importante porque facilita o planejamento da obra, e nela devem ser consi-
derados:
a) indicação das especificações de todos os componentes da instalação, regis-
trando, descrevendo e citando as normas que devem ser usadas e, sempre
que possível, informar pelo menos um tipo e uma marca de referência;
b) contagem de todos os componentes da instalação;
c) os valores podem também acompanhar uma planilha.

3.3 ORGANIZAÇÃO

É nesta fase que o profissional irá selecionar as ferramentas e materiais


necessários para realizar o serviço, devendo guardar, após a conclusão, as fer-
ramentas e descartar sobras de matérias tais como, resto de fio, latas, invólucro,
pedaços de fita isolante dentre outros.
Devem ser observados pelo eletricista quais as ferramentas e equipamentos
são armazenados em locais adequados e, portanto, as recomendações do fabri-
cante devem ser respeitadas. O eletricista deve utilizar em suas atividades apenas
o necessário, devendo transportar ferramentas ou equipamentos que não serão
usados, porque o peso pode comprometer sua saúde, lembrando-se da ergono-
mia. Outras recomendações também são importantes como:
a) não espalhar ferramentas pelo chão, utilizar caixa ou sacola de ferramentas
ajuda na organização;
b) não deixar de usar os equipamentos de proteção e armazená-los de forma
adequada;
c) não jogar restos de fio ou pacotes em qualquer lugar, procurar o lixo ade-
quado.
3 PLANEJAMENTO
33

SAIBA Para complementar seu conhecimento sobre o Planejamento


MAIS de Instalações elétricas, acesse o site Fórum da Construção.

3.4 CONTROLE

Em toda obra ou serviço, há a necessidade de acompanhar cada uma das ati-


vidades, com seus respectivos prazos de início e término. Atualmente, existem
programas de computador específicos para facilitar o acompanhamento das ati-
vidades, possibilitando inclusive informações mais detalhadas. Em obras ou servi-
ços maiores, existe a possibilidade de desenvolver atividades paralelas, pois, este
caso interfere no prazo e acompanhá-lo é muito importante, já que quanto mais
atividades paralelas houver, melhor para a redução do prazo de finalização, con-
tudo mais complexo será o acompanhamento.

3.5 CRONOGRAMA

Toda obra ou serviço deve ter analisados seus prazos de entrega, e em algu-
mas situações é válido estabelecer etapas intermediárias para facilitar o controle
e visualizar as atividades paralelas. Os prazos de entrega devem ser respeitados,
pois eles transmitem uma confiança ao cliente, que consegue acompanhar cada
uma das etapas concluídas.

Segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros, Instala-


ções elétricas malfeitas estão entre as principais causas
VOCÊ de incêndios no Brasil. O risco aumenta quando uma
SABIA? instalação é feita sem planejamento, com material ruim
e por pessoas não qualificadas.
Fonte: www.forumdaconstrucao.com.br.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
34

RECAPITULANDO

Neste capitulo, foram apresentados os aspectos do planejamento de uma


obra, levantando a importância deste item e seus impactos quando não
percebidos anteriormente. Conhecemos as etapas e suas principais ferra-
mentas e informações, considerando sempre as particularidades de cada
obra, suas referências normativas, as definições técnicas estabelecidas em
um projeto, materiais e ferramentas utilizadas.
Outro ponto de muita importância são as contagens de material, pois está
diretamente relacionada com o planejamento e o custo.
E por último, foram apresentados o controle e o cronograma, pois eles es-
tarão presentes continuamente na obra, em todos os níveis e também nas
etapas.
3 PLANEJAMENTO
35

Anotações:
Projeto de instalações elétricas

O principal objetivo do projeto é garantir que a instalação esteja segura de acidentes e sinis-
tros ou simplesmente incômodos como quedas de disjuntores e curtos-circuitos, que podem
provocar incêndios na sua residência. Quando cliente e o eletricista estão com projeto elétrico,
conseguem listar materiais, o que mostra com maior certeza a quantidade de cabos e eletrodu-
tos da instalação, além de prever quantas tomadas, de que tipo, quantos interruptores, tudo o
que será necessário. Considerando que o eletricista é o profissional qualificado para ler, enten-
der e executar o projeto, quando precisar definir a quantidade de material necessário deverá
buscar no projeto estas informações, evitando assim sucessivas compras.

Figura 5 - Projeto elétrico


Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
38

4.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Eles deverão ter o máximo de informações possível, de forma a facilitar a leitu-


ra e execução da atividade. A elaboração dos projetos deve seguir as normas das
Técnicas Brasileiras, das Prefeituras, da concessionária do estado e dos demais
órgãos competentes.
No caso de projeto de ampliação, apresentar a interligação à parte existente,
obedecendo todas as condições anteriormente citadas.
Projetos de reforma ou ampliação devem ser harmonizados com o projeto de
arquitetura, examinando o não comprometimento dos diversos sistemas e res-
peitando o acesso para inspeção e manutenção das instalações necessárias no fu-
turo. As particularidades do projeto elétrico não devem comprometer as de outro
projeto da obra, e deverão ser discutidas em conjunto.

4.1.1 ITENS QUE DEVEM CONSTAR NAS PLANTAS BAIXAS

Segue abaixo os itens que devem constar nas plantas baixas:


a) planta de localização na escala 1:500;
b) planta de situação da edificação no terreno na escala 1:200;
c) planta baixa dos pavimentos na escala 1:50;
d) identificação de caixas de passagem com sua respectivas medidas;
e) quadro de símbolos adotados.

4.2 PLANTAS DE DETALHES

Devem conter todas as informações possíveis da construção, ou seja, da arqui-


tetura, que poderão ajudar nas definições do projeto elétrico. As características
da construção podem impactar em:
a) entrada de serviço e quadros de medição e distribuição;
b) passagens de eletrodutos através de juntas de dilatação;
c) caixas de passagem subterrâneas;
d) disposição de aparelhos e equipamentos em caixas ou quadros;
e) conexões de aterramento.
4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
39

4.3 PLANTA BAIXA

O principal objetivo da existência da planta baixa de uma instalação elétrica


é permitir uma previsão de todos os pontos de energia, bem como por onde de-
vem passar os condutores e a existência de diversos componentes, o que facilita
o serviço não só de manutenção como também sua montagem.

Quadro de distribuição

-3- 2500W
-4-
Sala de estar

-1- - 5 -- 6 -
1500W -4-
-2-
-2-

Banheiro
10VA
-1- -3-
-2-
-1-
-3-
1
200VA
-1- -5-
-6-
-1- -3- 140VA
-1- -6- -3-
-1- -6-
-6-
1
-6-
100VA -1- -6-
-1- -6-

-1-
Cozinha
Quarto

1
160VA -5-
220VA

-5-
-1-
-5- 600VA

Figura 6 - Planta baixa de uma instalação elétrica


Fonte: SENAI, 2013.

Nunca executar uma instalação elétrica sem uma planta


FIQUE baixa ou mesmo um esboço, pois ela facilitará a contagem
ALERTA de materiais, evitando prejuízos tanto ao eletricista como
ao cliente.

4.4 SIMBOLOGIA

Os símbolos são usados em diagramas unifilares e definidos pela norma de


Simbologia NBR 5444: 1989 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais,
usados em planta baixa1 de residência. Estes desenhos permitem a localização
exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e outros.
Os quadros abaixo apresentam a simbologia do sistema unifilar para ins-
talações elétricas prediais. São 08 quadros que trazem a simbologia dos dutos
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
40

e distribuição, quadro de distribuição, interruptores, lâmpadas, refletores,


luminárias, tomadas, motores, transformadores e acumuladores. É importante que
o profissional qualificado em eletricista tenha conhecimento dessas informações
para sua prática de trabalho.

VOCÊ Existem dois tipos de simbologia: a padronizada, cha-


mada de unifilar oficial, e a antiga. As duas são utiliza-
SABIA? das normalmente pelos projetistas.

Neste quadro, serão apresentados todos os itens relacionados a dutos e dis-


tribuição existentes na Norma Técnica de Instalações Elétricas em baixa tensão.

Dutos e distribuição
Símbolo Significado Observação
Eletroduto embutido no teto ou parede
Eletroduto embutido no piso Para todas as dimensões em
ø 25 milímetros, indicar a seção, se esta
Telefone no teto não for de 15 mm.

Telefone no piso
Tubulação para campainha, som, Indicar na legenda o sistema
anunciador ou outro sistema. passante.
Condutor de fase no interior do
eletroduto

Condutor neutro no interior do eletroduto Cada traço represente um condutor


indicar a seção, nº do circuito e a
seção dos condutores, exceto se
Condutor de retorno no interior do forem de 1,5mm2.
eletroduto
Condutor terra no interior do eletroduto

P Caixa de passagem no piso Dimensões em mm.


Cx. pass
(200x200x100)

P Caixa de passagem no teto Dimensões em mm.


Cx. pass
(200x200x100)
P
Indicar a altura e se necessário fazer
Cx. pass Caixa de passagem na parede detalhe (dimensões em mm).
(200x200x100)
Eletroduto que sobe

Eletroduto que desce

Eletroduto que passa descendo

Quadro 1 - Dutos e distribuição 1


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.

No Quadro 1, mostramos os diferentes símbolos relacionados aos condutores


fase, neutro, de retorno e terra, que vimos no conteúdo do volume 2. Neste caso,
sua simbologia está apresentada conforme a NBR 5410:2004.
4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
41

Dutos de distribuição
Símbolo Significado Observação
Eletroduto embutido no teto ou parede

Eletroduto que passa subindo

No desenho aparecem quatro sistemas que


são habitualmente:
Sistema de calha de piso I - Luz e força;
II - Telefone;
III - Telefone (P(A)BX, KS, ramais);
Tomadas
IV - Especiais (comunicações).
Caixas de pass

Condutor seção 1,0 mm2, fase para


campainha

Condutor seção 1mm2, neutro para Se for de seção maior, indica-la.


campainha

Condutor seção 1mm2, retorno para


campainha

Quadro 2 - Dutos e distribuição 2


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.

No Quadro 2, temos a sequência do quadro 1, pois são as variações de uso de


condutores.

Quadro de distribuição
Símbolo Significado Observação

Quadro parcial de luz e força aparente

Quadro parcial de luz e força embutido

Quadro geral de luz e força aparente

Indicar cargas de luz em Watts e de


força em kWatt.
Quadro geral de luz e força embutido

Caixa de telefone

MED Caixa para medidor

Quadro 3 - Quadro de distribuição


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.

No Quadro 3, vimos o quadro de distribuição, já falado anteriormente.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
42

Interruptores (simbologia utilizada em plantas)


Símbolo Significado Observação
a Letra minúscula indica
Interruptor de uma seção
o ponto comandado.
a b Letras minúsculas indicam
Interruptor de duas seções
os pontos comandados.
a b
Interruptor de três seções Letras minúsculas indicam
c os pontos comandados.
a Interruptor paralelo ou Letra minúscula indica
Three-Way o ponto comandado.
a Interruptor intermediário ou Letra minúscula indica
Four-Way o ponto comandado.

M Botão de minuteria

Botão de campainha na parede (ou


comando à distância)
Botão de campainha na piso (ou
comando à distância)
Interruptores (simbologia utilizada em diagramas)
Símbolo Significado Observação

Fusível Indicar a tensão, correntes nominais.

Chave seccionadora com fusíveis, Indicar a tensão, correntes nominais.


abertura em carga. Ex.: chave tripolar.
Chave seccionadora com fusíveis, Indicar a tensão, correntes nominais.
abertura com carga Ex.: chave bipolar.
Indicar a tensão, correntes nominais.
Chave seccionadora abertura sem carga Ex.: chave monopolar.

Chave seccionadora abertura em carga Indicar a tensão, correntes nominais.


Indicar a tensão, correntes, potência
Disjuntor a óleo capacidade nominal de iterrupção e
polaridade.
Indicar a tensão, correntes, potência
Disjuntor a seco capacidade nominal de iterrupção e
polaridade através de traços.

Chave reversora

Quadro 4 - Interruptores: simbologia utilizada em plantas e diagramas


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.
4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
43

Abaixo, temos a simbologia das luminárias, refletores e lâmpadas.

Luminárias, refletores e lâmpadas


Símbolo Significado Observação
a Ponto de luz incandescente no teto. A letra minúscula indica o ponto de
Indicar o nº. de lâmpadas e a potência comando e o número entre dois
-4- 2 x 100W em watts traços o circuito correspondente.
a
Ponto de luz incandescente na parede Deve indicar a altura da arandela.
-4- 2 x 60W
(arandela)
a Ponto de luz incandescente no teto
-4- 2 x 100W embutido
a Ponto de luz fluorescente no teto (indicar A letra minúscula indica o ponto de
4 x 20W o nº. de lâmpadas e na legenda o tipo de comando e o número entre dois
-4- partida a reator) traços o circuito correspondente.
a
-4- 4 x 20W Ponto de luz fluorescente na parede Deve indicar a altura da luminária.

a Ponto de luz fluorescente no teto


-4- 4 x 20W (embutido)

Ponto de luz incandescente no teto em


-4- circuito vigia (emergência)

Ponto de luz fluorescente no teto em


-4- circuito vigia (emergência)

Sinalização de tráfego (rampas,


entradas, etc.)

Lâmpadas de sinalização

Refletor Indicar potências, tipo de lâmpadas.

Poste com duas luminárias para Indicar potências, tipo de lâmpadas.


iluminação externa

Lâmpada obstáculo

M Minuteira Diâmetro igual ao do interruptor.

Ponto de luz de emergência na parede


com alimentação independente

Exaustor

Motobomba para bombeamento da


reserva técnica de água para combate a
incêndio

Quadro 5 - Simbologia das luminárias, refletores e lâmpadas


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
44

Tomadas
Símbolo Significado Observação
300 VA
Tomada de luz na parede, baixo (300 mm
-3- do piso acabado)

300 VA Tomada de luz a meio a altura (1300 mm


-3- do piso acabado) A potência deverá ser indicada ao
lado em VA (exceto se for de
300 VA Tomada de luz alta (2000 mm do piso 100VA), como também o número do
circuito correspondente e a altura da
-5- acabado) tomada, se forem diferente da
normalizada; se a tomada for de
força, indicar o número de W ou KW.
Tomada de luz no piso

Saída para telefone externo na parede


(rede Telebrás)

Saída para telefone externo na parede a


Especificar “h”.
uma altura “h”

Saída para telefone interno na parede

Saída para telefone externo no piso

Saída para telefone interno no piso

Tomada para rádio e televisão

Relógio elétrico no teto

Quadro 6 - Simbologia - tomadas


Fonte: ABNT NBR 5444,1989.

SAIBA Para obter mais informações sobre simbologia, pesquise na


edição especial da revista Eletricidade Moderna sobre a NBR
MAIS 5410: 2004 comentada.

4.5 PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA

É a maneira que o desenhista tem de representar objetos decompondo-os em


seis vistas. Conforme a posição do observador em relação a esse objeto, essas
vistas são:
a) vista superior;
b) vista frontal;
c) vista lateral esquerda;
d) vista lateral direita;
4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
45

e) vista inferior;
f) vista posterior.

b
c

a
f

Figura 7 - Projeção ortogonal


Fonte: SENAI, 2012.

Podemos representar diversas vistas de direções diferentes que são comple-


mentares, mas não conseguimos ver em duas dimensões. A projeção ortogonal é
uma representação bidimensional de um objeto tridimensional.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
46

CASOS E RELATOS

O Projeto na instalação elétrica


Lourival trabalha numa construtora como eletricista e monta quadros de
força e iluminação, cujo critério é proteger os quadros elétricos das pessoas
e das intempéries, já que são externos.
Feita esta montagem, sua função é ligar betoneiras, máquinas de solda, re-
fletores, lixadeiras e outros equipamentos usados na obra. Não tem muito
critério para este trabalho, mas os cabos devem ser protegidos de veículos,
de água ou mesmo de ferramentas, e ele não vacila, pois a eletricidade é
perigosa.
Mas ele relata o que mais gosta de fazer: montar a instalação elétrica das
residências quando a construção está no final porque tudo está dentro dos
padrões e as normas são seguidas à risca.
Lourival, quando pega o projeto elétrico com todos aqueles desenhos, fica
maravilhado, pois se lembra de quando começou a trabalhar e não enten-
dia nada. Achava difícil. A empresa investiu para que ele fizesse um curso
de eletricista instalador e, então, Lourival descobriu a importância dos de-
senhos, do dimensionamento, da simbologia. O que antes era indecifrável,
hoje é facilmente compreendido.

RECAPITULANDO

Neste capitulo, vimos a importância do projeto elétrico, sua representação


gráfica, simbologia e normas. Foram abordados ainda alguns tipos de re-
presentação gráfica, como planta baixa, e Planta de detalhes. Além disso,
vimos a importância da projeção ortográfica no Planejamento.
4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
47

Anotações:
Orçamento

Veremos, neste capítulo, conhecimentos sobre orçamento que o eletricista deve dominar.
Ele tem como principal objetivo prever toda a despesa existente numa instalação elétrica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
50

5.1 DEFINIÇÃO

Orçamento é o resultado de uma quantidade de serviços previstos e planeja-


dos, necessários à execução de uma atividade, variando conforme o tipo. Orçar
é prever toda a despesa possível antes da execução. Um orçamento pode ser de
toda obra, apenas para alguns serviços ou mesmo a alguns itens.
A etapa de preparação de um orçamento pode ser feita de diversas maneiras,
dependendo do tipo de empresa, da sua estrutura, do tipo de obras, dos recursos
de software disponíveis, enfim, de uma quantidade de fatores da organização e
sua conjuntura. Para fazer um orçamento, é necessário atentar para alguns itens:
a) características superficiais da obra, constando localização, dimensões, como
área, custo, previsão de orçamento e tempo de execução;
b) licenciamento e documentação exigida contendo local de entrega do con-
trato;
c) nome do projetista, eletrotécnico, tecnólogo ou engenheiro eletricista, re-
gistrado no CREA do se respectivo estado;
d) registros necessários para o contrato dos executantes, definição do regime
da empreitada;
e) contrato contendo serviço, possibilidades de erros, omissões, revisão de
preços, seguros e cauções;
f) prazos de entrega, pagamentos e outros.

5.2. TIPOS DO ORÇAMENTO

A dificuldade mais comum encontrada no dia a dia é que as pessoas, de uma


maneira geral, não estão acostumadas a fazer um planejamento orçamentário de
suas despesas, tendo a mesma dificuldade para orçar uma obra.
As técnicas e ferramentas de planejamento, organização e controle das finan-
ças para qualquer atividade são muito importantes para o bom resultado do ser-
viço e para o retorno financeiro.
Os orçamentos evidenciam, de forma numérica, as informações de todos os
custos envolvidos numa obra. Daí a necessidade de enumerar ou apontar todas
as informações, mesmo aquelas que parecem ser de pouca importância. Existem
diversos tipos de orçamento, contudo serão abordados neste item apenas os
mais usuais.
5 ORÇAMENTO
51

5.2.1 ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA

Para executar uma instalação elétrica, o eletricista pode optar em fazer este
tipo de orçamento, que nada mais é do que projetar em quantas horas vai fazer o
trabalho e multiplicar essas horas pelo valor da hora do eletricista em sua região.

5.2.2 ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS

Este orçamento deve considerar as despesas administrativas existentes. Na


situação do eletricista de instalações residenciais, deve-se considerar todas as
despesas existentes que vão desde os custos com alimentação, transporte e pre-
vidência social a equipamentos e ferramentas.

FIQUE O valor do serviço é formado com base nas despesas ad-


ministrativas somadas ao lucro, o que evita despesas ines-
ALERTA peradas.

5.3 CUSTO

É o valor final que um serviço ou produto deve ter levando-se em consideração


todos os gastos. Na instalação elétrica residencial, basicamente os custos são de
mão de obra e de materiais.

5.4 COTAÇÃO

É o preço de um produto ou serviço no mercado (região). É comum, nas insta-


lações elétricas, o cliente fazer, no mínimo, três cotações de mão de obra e decidir
pela que melhor lhe convém, observando preço e qualidade do serviço.

5.4.1 MODALIDADE DE FIXAÇÃO DE PREÇOS

Na execução, existem várias maneiras de definir preço, contudo iremos apre-


sentar apenas as mais utilizadas no dia a dia do eletricista instalador residencial.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
52

a) Empreitada por preço unitário


O contrato dessa empreitada é feito levando-se em conta quantidades prees-
tabelecidas de serviço. Utiliza-se unidades como m2, m3, litros e outros. Sendo
mais comum seu uso em obras de pequeno porte, facilitando a formação de pre-
ço;
b) Empreitada global
A empreitada global é a soma de todos os preços unitários e os custos ad-
ministrativos, de materiais e outros; neste caso, as quantidades de serviços são
previamente determinadas, arcando o responsável pelo serviço com os riscos de
um eventual erro na quantificação de cada serviço.
A medição em campo é feita pela determinação do percentual executado em
cada serviço até o limite proposto;
c) Empreitada integral
Na empreitada integral, o responsável pelo serviço assume todas as despesas
do início do serviço até o fim, com tudo funcionando;
d) Administração contratada
Na administração contratada é cobrada uma taxa, previamente estabelecida, a
ser aplicada mensalmente sobre os gastos da obra;
e) Tarefa
A tarefa é destinada, em geral, para serviços de pequena monta, ou seja, pe-
queno porte.

5.5 ELEMENTOS DO ORÇAMENTO

Devem ser consideradas todas as despesas existentes num serviço, conside-


rando impostos e outras. Veremos os principais encargos fixos:
a) imposto local ISS (Imposto sobre serviços), que depende do percentual es-
tipulado pela prefeitura;
b) recolhimento do INSS (Imposto Nacional de Seguridade Social), cujo per-
centual é determinado pelo Governo Federal, pois existe uma tabela que
varia de acordo com o valor do serviço;
c) despesas correntes são valores que dependem do tempo do serviço;
d) alimentação;
e) transporte.
5 ORÇAMENTO
53

FIQUE A ausência de algumas informações no orçamento produ-


zirá impactos no preço final do serviço gerando um possí-
ALERTA vel prejuízo ao eletricista.

5.6 MARGEM

Na elaboração de um orçamento, o eletricista deve ser criterioso para não ter


surpresas no decorrer do serviço. Deve ter uma pequena “folga” em torno de 10%
para cobrir despesas não previstas (quebra de material, tempo não propício etc.).

SAIBA O Sinduscom (Sindicato da Construção civil) de seu estado


é uma instituição que mensalmente disponibiliza tabelas de
MAIS preços e serviços.

5.7 LEVANTAMENTO DE MATERIAIS

É a relação de materiais que serão gastos na instalação elétrica. O eletricista


deve ser minucioso nessa atividade para não pedir material demais e também,
por falta de um trabalho mais elaborado, esquecer alguns itens. Por falta de ma-
teriais o cliente não confia na mão de obra e, por excesso, desconfia da lisura do
profissional.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
54

CASOS E RELATOS

Planejando gastos
Dona Maria, depois de uma reforma em sua casa, teve que refazer parte
de sua instalação elétrica, pois, com a ampliação da construção, precisou
ajustar toda a parte elétrica e assim evitar danos ou sinistros. O eletricista
contratado por Dona Maria teve que avaliar toda a instalação elétrica, defi-
nindo tudo que precisaria desde um interruptor até a lâmpada. Dona Maria
não tolerava surpresas, declarava que todo serviço deveria ser planejado.
Exigiu que o eletricista fizesse uma listagem de todo material, contendo
preço, quantidade, especificação, além determinar os prazos de execução
da atividade.
Dona Maria, depois de receber do eletricista o orçamento, definiu como
seriam divididas as etapas, pois ela não tinha todo o dinheiro em mãos e
dependeria do salário a cada mês. Por isso, o planejamento seria muito im-
portante para garantir que o serviço não parasse por qualquer motivo.

RECAPITULANDO

Neste capitulo, vimos um pouco sobre orçamento, a sua importância e de-


finição. Ainda foram apresentados alguns dos principais aspectos do pla-
nejamento.
O orçamento tem um papel fundamental quando considera diversos cus-
tos, despesas e tudo que envolve recursos.
5 ORÇAMENTO
55

Anotações:
Circuito alimentador
e de distribuição

Neste capítulo, abordaremos o circuito alimentador e de distribuição. Conheceremos a sua


definição, seus tipos, manobras, categorias e outras características importantes para o desen-
volvimento do trabalho do eletricista residencial, como fator de demanda e quedas de tensão,
potência máxima e os quadros de luz, força e distribuição.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
58

1 CANALETA: 6.1 DEFINIÇÃO


São canais de pequeno Definir o circuito alimentador é muito importante, pois ele terá que apresentar
porte, normalmente em
forma de “U”, fabricados uma capacidade de suportar o funcionamento de toda a instalação residencial
em PVC ou metálicos, que
servem para acomodar sem apresentar problemas. Contudo só será possível defini-lo depois que esti-
os condutores de uma ver clara a existência de todas as cargas existentes na instalação, que devem ser
instalação elétrica.
divididas de maneira a facilitar a manutenção, funcionalidades e outros. Retoma-
remos o seu conceito logo em breve. Veja, abaixo, onde se localiza o circuito de
distribuição, assim como os outros elementos de uma instalação. Abordaremos
2 BANDEJAMENTO: todos eles neste capítulo.

São canaletas de maior


porte, mais comuns em
indústrias.

Figura 8 - Circuito de distribuição


Fonte: SENAI, 2013.

6.2 TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO

A distribuição de energia elétrica em uma residência pode ser realizada de vá-


rias maneiras, atendendo às previsões estabelecidas em projeto e cumprindo o
estabelecido em Normas Técnicas. Vamos conhecê-las:
a) eletroduto: distribui a energia pela residência, podendo ser embutido na
parede ou aparente. Veja na figura, a seguir, as duas formas.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
59

Figura 9 - Instalação embutida e externa


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008b; 2007a ; SENAI, 2014.

O mais comum são eletrodutos embutidos na parede, por contada estética


e do custo do material, além da facilidade durante uso. Já os eletrodutos exter-
nos são mais vistos em construções comerciais e/ou industriais devido ao fato de
a estética não precisar ser considerada. Instalações com canaletas1 ou bandeja-
mentos2, apresentadas na figura acima, são mais comuns em instalações comer-
ciais e industriais, em que é necessário ligar vários equipamentos a uma distância
grande;
b) aéreo: distribui a energia em locais abertos por meio de fios, podendo ser
instalado em postes.

Poste particular Ponto de entrega


A B

Limite da propriedade

Figura 10 - Instalação aérea


Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
60

3 PONTALETE: Neste caso, é mais comum quando a distância entre o pontalete3 ou o ponto
de entrega da concessionária e a construção é grande, logo é avaliado o custo
Poste pertencente à
residência em que a entre o embutido ou aéreo;
concessionária de energia
amarra os condutores que a c) subterrâneo: a distribuição é realizada pelo solo, podendo ser instalada em
alimentam.
canaletas ou eletrodutos.

4 PONTO DE FUSÃO:

No caso do fusível, é o
momento em que o elo
metálico abre, desligando o
circuito.

1,75m
5 EFEITO JOULE:

Potência dissipada por calor.

Figura 11 - Instalação subterrânea


Fonte: SENAI, 2013.

Esse tipo de distribuição, atualmente usado como uma opção viável por causa
do nível de segurança oferecida pela instalação, mesmo com investimento maior
por causa dos materiais usados, se ganha em manutenção e estética.

6.3 MANOBRA E PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS

A manobra e proteção dos circuitos se referem aos dispositivos de segurança,


que são de grande importância numa instalação elétrica, pois vão garantir que,
em situações anormais como sobrecargas, corrente de curto-circuito, sobreten-
sões (tensões maiores que a estabelecida pela concessionária) e subtensões (ten-
sões menores que a estabelecida pela concessionaria), o circuito seja desligado
antes mesmo de causar quaisquer danos aos equipamentos instalados. Portanto,
os dispositivos de proteção devem permitir o desligamento dos circuitos nesses
casos. Vamos conhecê-los!
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
61

6.3.1 FUSÍVEL

Os fusíveis são dispositivos construídos de um material metálico capaz de in-


terromper a passagem de corrente elétrica quando estas estão acima dos valores
estabelecidos. Normalmente, utilizam-se fusíveis feitos de ligas de chumbo, que
é um material de baixo ponto de fusão4.

Figura 12 - Fusível
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2010b.

6.3.2 DISJUNTORES E CHAVES

Os disjuntores são dispositivos de proteção mais comuns utilizados nas ins-


talações, mas seu funcionamento é diferente do fusível. As chaves têm apenas o
objetivo de controle, ou seja, abrir e fechar circuitos.
Os disjuntores são solicitados em dois casos distintos:
a) quando há uma sobrecarga através do efeito joule5 ou calor, produz um
aquecimento na lâmina bimetálica existente no disjuntor, desligando-o;
b) quando acontece um curto-circuito, ele atua como um dispositivo magnéti-
co, desligando o disjuntor em décimos de segundo.
Os disjuntores podem atuar através de um curto-circuito ou quando há sobre-
carga elétrica na instalação por período definido pela instalação, apresentando
benefícios sobre os fusíveis, pois não precisam ser substituídos quando desligam,
sendo necessários apenas de um religamento, como se fossem um interruptor.
Caso o defeito permaneça, o disjuntor desarmará novamente, o que necessitará
investigar a causa do defeito. O melhor critério para a escolha do disjuntor é cal-
cular a corrente máxima do circuito a proteger em que este deve ter em torno de
80% de sua capacidade nominal.

VOCÊ Os disjuntores atuam em caso de curto-circuito, sobre-


carga e ainda podem ser elemento de manobra, en-
SABIA? quanto o fusível atua apenas em curto-circuito.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
62

Figura 13 - Disjuntores monopolar, bipolar e tripolar


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008a; 2012; 2010a.

Exemplo:
Um disjuntor de 15 A pode ser utilizado em circuitos de no máximo 12 A. Já os
disjuntores de 20 A devem ser usados em circuitos de no máximo 16 A.
Os disjuntores existentes no mercado são:
a) termomagnéticos (DTM);
b) DR (Diferencial Residual);
c) caixa moldada para correntes nominais de 5 a 100 A;
d) disjuntor unipolar (QUICKLAG);
e) disjuntor tripolar (NOFUSE);
f) disjuntor de potência.
Falaremos abaixo dos dois primeiros disjuntores citados, por serem os mais
utilizados no mercado. Os disjuntores caixa moldada, o unipolar, o tripolar e o de
potência normalmente são usados em instalações de maior porte, ou seja, comer-
ciais ou industriais.
- Disjuntor termomagnético (DTM)
O disjuntor termomagnético é o dispositivo de proteção mais usado em resi-
dências por causa do seu baixo custo, confiabilidade e facilidade de instalação.
Suas principais vantagens são:
- oferecer proteção aos condutores do circuito, interrompendo automati-
camente quando há uma sobrecorrente provocada por um curto circuito
ou sobrecarga;
- permite operação manual;
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
63

- são ligados apenas aos condutores fase dos circuitos;


- interrompe apenas o circuito necessário.

Figura 14 - Disjuntor (DTM)


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008a.

- Disjuntor DR
O Disjuntor DR é um dispositivo de proteção com dupla função, um disjuntor
termomagnético acoplado a um diferencial residual. Suas funções principais são:
- proteger os condutores dos circuitos contra sobrecarga e curto-circuito;
- proteger pessoas de choques elétricos provocados por contatos direto ou
indireto.
São ligados aos condutores fase e neutro dos circuitos, sendo que o neutro
não pode ser aterrado após o DR.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
64

6 THREE-WAY:

Interruptor de três vias.

Figura 15 - Diferencial residual


Fonte: SENAI, 2013.

FIQUE Não devemos confundir interruptor DR, disjuntor DR e


disjuntor DTM, os três são encontrados no mercado, toda-
ALERTA via o disjuntor DR é o único que possui as duas funções.

6.3.3 DISPOSITIVO DE CONTROLE

Os dispositivos de controle desenvolvem um papel fundamental no circuito


elétrico, pois sem eles não poderíamos acender uma lâmpada ou ligar um motor
ou mesmo controlar a luminosidade de um ambiente. Existem várias maneiras
de comandar ou controlar determinadas funções numa instalação elétrica, mas
deve-se analisar a necessidade do usuário de maneira satisfatória. Aqui estão os
controles e acionamentos mais utilizados no mercado.

a) Interruptores
Os interruptores são dispositivos de controle usados com objetivo de contro-
lar circuitos de iluminação. Estes são dimensionados para suportar corrente elétri-
ca suficiente, sem haver exposição de pessoas e instalações a danos. Os locais em
que serão instalados na construção estão definidos na NBR 5410: 2004 no item
6.3.7 - Dispositivo de seccionamento e comando, adaptados à necessidade de
funcionalidade dos ambientes. Existem diversos tipos de interruptores de forma
a atender às várias necessidades, aqui são apresentados os mais comuns.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
65

- Interruptores Comuns
São os mais simples, pois sua função é ligar e desligar;

Figura 16 - Interruptor simples


Fonte: SENAI, 2013.

- Interruptores Three-Way ou paralelo


Os interruptores do tipo Three-way6 ou paralelo possuem 3 caminhos para a
corrente elétrica. O aspecto externo é semelhante aos outros interruptores, mas
as ligações que ele permite são diferentes. São muito utilizados em escadas de
prédios em que, ao subir ou descer, a pessoa acende a luz e, quando atinge o
outro pavimento, pode apagá-la;

Retorno
Fio Neutro

Retorno
Fio Fase

Retorno

Figura 17 - Three-way
Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
66

- Interruptor Four-Way (S4w) ou intermediário


Utilizado para comandar o circuito a partir de três pontos diferentes, porque
seu esquema são 2 condutores de entrada e 2 de saída, ou seja, exige interrup-
tores three-way, também chamado de interruptor paralelo, tanto junto à fonte
quanto junto à lâmpada.

Figura 18 - Four-way
Fonte: SENAI, 2013.

Normalmente são soluções para grandes corredores, galpões ou mesmo vá-


rios lances de escadas;
- Interruptor controlador de luz ou variador
Utilizado para variar o iluminamento de um ambiente, desde a intensidade
máxima até o desligamento completo. Só deve ser aplicado para lâmpadas incan-
descentes. Podem ser do tipo potenciômetro ou dimmer.

Figura 19 - Dimmer
Fonte: SENAI, 2013.

Geralmente são utilizados em iluminação de ambientes nos quais não há


necessidade de luz intensa, como sala de televisão, em luminárias de quarto, em
ventiladores etc;
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
67

VOCÊ O potenciômetro não deve ser ligado em série com car-


ga para regular corrente, senão queima, já o dimmer é
SABIA? recomendado para cargas maiores.

- Interruptores temporizados
Os interruptores temporizados acendem a um leve toque e apagam depois de
certo tempo; em alguns dispositivos, são reguláveis, resultando em economia de
energia. Substituem, com vantagem, as minuterias porque podem ser instalados
nos halls (lê-se rol) dos andares dos edifícios, próximos a elevadores. Permite ins-
talação em caixas comuns de 4 x 2” e possuem um indicador luminoso para serem
facilmente localizados na escuridão;

Figura 20 - Minuteria e interruptor temporizado


Fonte: SENAI, 2013.

- Pulsadores
Os pulsadores são interruptores usados quando se deseja somente um “pulso”
de energia.
Exemplo: campanhia, cigarras, sirenes de alarme etc.

Figura 21 - Pulsador
Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
68

7 IEC: - Interruptores remotos

International Os interruptores remotos são capazes de apagar e acender lâmpadas


Electrotechnical incandescentes ou fluorescentes a distância, também é possível variar a intensi-
Commission. Em português,
Comissão Internacional de dade das lâmpadas incandescentes como o dimmer;
Eletricidade.

ON / OFF
8 INVÓLUCROS:

Envoltório ou algo que


possui a capacidade de
cobrir ou envolver.

Figura 22 - Interruptor remoto


Fonte: SENAI, 2013.

b) Relé fotoelétrico
Em circuitos de iluminação de exteriores como ruas, pátios, quadras áreas ex-
ternas, etc. é comum o comando de ligação e desligamento ser automático por
elementos fotossensíveis, que acionam o circuito quando o ambiente escurece e
desliga com a claridade. Estes dispositivos são úteis, pois eliminam o interruptor
de comando da lâmpada, excluindo o operador de apagar e acender.

Figura 23 - Relé fotoelétrico


Fonte: SENAI, 2013.

6.4 CATEGORIAS DE EMPREGO DAS PROTEÇÕES

As categorias de emprego das proteções representam a indicação das caracte-


rísticas físicas dos equipamentos elétricos, considerando como referência a per-
missão da entrada de corpos estranhos para seu interior ou acesso com mãos ou
objetos.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
69

O grau de proteção é definido pelas letras IP seguidas por dois algarismos que
o representam. Ele é apresentado na norma NBR IEC7 60529:2005 - Graus de pro-
teção para invólucros8 de equipamentos elétricos (códigos IP).

Para complementar este conteúdo, a IEC NBR 60529:2005 -


SAIBA Graus de Proteção traz orientações e tabelas sobre o acesso
MAIS a partes energizadas em instalações elétricas com as mãos e
os graus de proteção.

6.5 FATOR DE DEMANDA (FD)

Caso todos os componentes existentes numa instalação fossem dimensiona-


dos e considerássemos todas as cargas previstas, os valores seriam muito altos
e, consequentemente, haveria um desperdício de dinheiro com material. A utili-
zação do fator de demanda é importante para a determinação da instalação de
entrada, pois a carga demandada da instalação é referência para a determinação
do padrão da entrada de energia a ser utilizada para alimentar a residência.
Uma demanda de consumo mal calculada vai comprometer a demanda de
energia fornecida pela concessionária, o que influencia na elevação do custo e
que nunca seja utilizada na sua totalidade, ou ainda, uma entrada dimensionada
abaixo do padrão subdimensionada pode ocasionar desligamentos por sobrecar-
ga frequente.
Na etapa inicial do projeto, devem ser feitos previsões da quantidade de pon-
tos de consumo de energia, sendo consideradas todas as cargas de iluminação,
de tomadas de uso geral e de tomadas de uso específico, já devidamente distri-
buídas através de seus respectivos circuitos no projeto. Ao somarmos todas as
cargas previstas, obtém-se a carga Instalada, assim:

CI = Iluminação +_TUG’ s +_TUE’ s

Onde:
a) CI é a carga instalada em kW ou kVA;
b) TUG é tomada de uso geral;
c) TUE é tomada de uso específico.

Portanto, fator de demanda é a relação entre a potência usada e a instalada,


ou seja, num ambiente com 10 tomadas, utiliza-se apenas 4. Seu FD=0,4 ou 40%.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
70

9 ANEEL:

SAIBA O fator de demanda é importante num projeto e, para obter


Agência Nacional de Energia informações complementares, o Livro de Instalações Elétri-
Elétrica. MAIS cas de Hélio Creder, em seus capítulos iniciais trata do tema.

Segundo a resolução normativa nº 414 de 9 de setembro de 2010 da ANEEL9,


o fator de demanda é a razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo
especificado e a potência instalada na unidade consumidora.

FD = Potência instalada (kW) / Potência instaladas

O fator de demanda que o profissional eletricista precisa conhecer é a quan-


tidade de aparelhos elétricos existentes na residência usados simultaneamente
(ao mesmo tempo). Este fator é obtido pela razão entre a demanda máxima da
residência e a sua potência instalada. Se este valor for próximo de 1, significa que
o cliente consegue utilizar simultaneamente toda a sua potência instalada.
Você entenderá facilmente o Fator de demanda após a exemplificação abaixo.
O primeiro passo para encontrar o Fator de Demanda é levantar todas as car-
gas existentes na residência, ou seja, numerar os equipamentos, dispositivos com
suas respectivas potências unitária e total, conforme apresentado na tabela. Veja
abaixo:

Qtde Descrição Potência

10 Fluorescente 40 watts 400


3 Incandescente 60 watts 180
2 Televisão 180
1 Computador 500
1 Geladeira 200
1 Ferro elétrico 630
1 Lavadora de roupa 500
1 Liquidificador 300
1 Aspirador de pó 250
1 Chuveiro 3920
Total 7060
DEMANDA 7,06
Tabela 1 - Levantamento da potência em um apartamento residencial típico
Fonte: SENAI, 2013.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
71

Feito o levantamento da carga total, o próximo passo é encontrar a potência


dos equipamentos que serão usados naquele período, para daí calcular a potência
total, conforme apresentado na tabela seguinte.

Item Descrição Potência (W)

1 Chuveiro 3290

2 Geladeira 200

3 Lavadora de roupa 500

4 Liquidificador 240

Total 4860

DEMANDA 4,86
Tabela 2 - Demanda de energia diurna de um apartamento residencial típico
Fonte: SENAI, 2013.

Encontrado as duas potências, aplica-se a fórmula de Fator de Demanda, apre-


sentada na sequência.

Período Fator de demanda Potência (W)


(FD)

Dia 4860 / 7060 0,688

DEMANDA 0,69
Tabela 3 - Fator de demanda diurno para um apartamento residencial típico
Fonte: SENAI, 2013.

Vimos que o valor do apartamento residencial do nosso exemplo foi próximo


a 1 e isso significa que o cliente conseguirá utilizar simultaneamente toda a sua
potência instalada.

6.6 QUEDAS DE TENSÃO ADMISSÍVEIS NORMALIZADAS

A queda de tensão em condutores de energia elétrica é uma das principais


dificuldades encontradas pelo projetista e o eletricista, pois este problema apre-
senta como efeito uma tensão menor do que o necessário para o funcionamento
do equipamento, além de um aquecimento prejudicial e perigoso para instalação
elétrica.
Uma das maneiras mais importantes para adequar o dimensionamento dos
condutores é o cálculo de sua seção, pelo método da Queda de Tensão. Para que
uma instalação elétrica com motores, aparelhos e equipamentos funcionem de
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
72

10 SUBESTAÇÃO: maneira adequada, é importante que a tensão em que os equipamentos estão


ligados esteja dentro de limites determinados.
Instalação elétrica destinada
a elevar ou abaixar as No caminho entre o quadro geral ou a subestação10 até o ponto de utilização,
tensões elétricas.
ou seja, no consumo, ocorre uma queda de tensão produzida pelas resistências11
dos condutores e equipamentos. Por causa dessa queda de tensão, é necessário
que os condutores sejam dimensionados respeitando os limites de queda de ten-
11 RESISTÊNCIA:
são, em que estes valores encontram-se estabelecidos pela norma NBR-5410:2004
da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Conforme apresentados no
É a oposição a passagem de
corrente elétrica.
quadro seguinte.

Iluminação Outros
Tipo da instalação
e tomadas usos
Instalações alimentadas diretamente por um ramal de baixa tensão, a
5% 5%
partir de uma rede de distribuição pública de baixa tensão.
Instalações alimentadas diretamente por subestação transformadora,
7% 7%
a partir de uma instalação de alta tensão.

Instalações que possuam fonte própria. 7% 7%


Quadro 7 - Limites de queda de tensão em instalações
Fonte: CREDER, 1991.

Nas instalações residenciais, deve-se sempre que possível utilizar condutores


que tenham proteção antichamas. Existem, no mercado, vários tipos de isola-
mento, dentre eles: PVC (policloreto de vinila), EPR (borracha etileno-propileno) e
XLPE (polietileno reticulado). O isolamento deve ser do tipo não propagador de
chamas. Neste caso, existem dois tipos de condutores: cabos e fios.
A diferença entre fios e cabos está associada a estrutura física dos condutores,
considerando que quanto mais aumenta a seção transversal (bitola), sua flexi-
bilidade diminui. No entanto, os cabos são mais flexíveis que os fios porque são
constituídos de vários fios bem finos.

Figura 24 - Cabo
Fonte: SENAI, 2013.

Figura 25 - Fio
Fonte: SENAI, 2013.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
73

O tipo de revestimento isolante dependerá da variação de corrente do circuito


e da temperatura do condutor. Estes valores são tabelados com o objetivo de
facilitar a escolha do uso do condutor, veja abaixo.
Tipo de isolamento x Temperatura do condutor
Temperatura Temperatura Temperatura
máxima para limite de limite de
Tipo de isolação serviço contínuo sobrecarga curto-circuito
(condutor) (condutor) (condutor)
ºC ºC ºC
Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm2 70 100 160
Policloreto de vinila (PVC) maior que 300 mm2 70 100 140

Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250

Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Quadro 8 - Tipos de isolamento x temperaturas do condutor


Fonte: CREDER, 1991.

A forma que os condutores serão instalados influenciará na troca térmica en-


tre eles e o ambiente. Devem ser consideradas perdas térmicas por efeito Joule
nos condutores devido às características intrínsecas do condutor, chamado de
resistividade elétrica. Quanto mais eficiente for a troca de calor num condutor,
menor é o aumento da sua resistência elétrica melhorando a condução de cor-
rente elétrica. Os critérios de dimensionamento são definidos de acordo com o
tipo de instalação dos condutores. Deve-se sempre que possível, para minimizar
o efeito Joule, calcular corretamente a bitola do condutor e instalar os mesmos
em ambiente onde possa ser dissipado o calor.

6.7 POTÊNCIA MÁXIMA POR CIRCUITOS

Numa instalação elétrica, cada um dos aparelhos ou dispositivos elétricos, uti-


lizados como lâmpadas, televisão, liquidificador, máquina de lavar e outros, solici-
ta da rede elétrica uma determinada potência. Daí a necessidade de prever as car-
gas que serão usadas e a determinação de todos os pontos onde deverá ser ligada
a energia elétrica que fará parte da instalação. Nesta etapa, são determinadas as
potências, a quantidade e a localização de todos os pontos onde haverá consumo
de energia elétrica na instalação. Vimos isso detalhadamente no tema fator de
demanda.

6.7.1 PREVISÃO PARA ILUMINAÇÃO

Para se alcançar uma boa iluminação, é preciso considerar alguns critérios, e as


referências normativas não podem ser esquecidas, neste caso, a NBR 5410:2004
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
74

Instalações Elétricas em Baixa Tensão. Trouxemos, abaixo, pontos da norma que


devem ser considerados:
a) um ponto de luz no teto para cada ambiente, comandado por interruptor
de parede;
b) arandelas no banheiro devem ter distância mínima de 60 cm do boxe.

- Critérios para a determinação da potência mínima de iluminação


- para recintos com área menor que 6 m2, atribuir um mínimo de 100W;
- para recintos com área maior que 6 m2, atribuir um mínimo de 100W para
os primeiros 6 m2, acrescidos de 60W para cada aumento de 4 m2 inteiros;
- para iluminação externa em residências, a norma não estabelece critérios
o projetista e o cliente definem as necessidades.
Veja os critérios para previsão de tomadas:

- Critérios para a determinação da quantidade mínima de TUG:


- Recintos com área menor que 6m2 – no mínimo 1 tomada;
- Recintos com área maior que 6m2 – no mínimo, 1 tomada para cada 5 m
ou fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível.
Cozinhas e copas – 1 tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro, in-
dependente da área; acima de bancadas com largura > 30 cm prever no
mínimo 1 tomada;
- Banheiros – no mínimo 1 tomada junto ao lavatório, a uma distância míni-
ma de 60 cm do boxe, independentemente da área;
- Subsolos, varandas, garagens, sótãos – no mínimo, 1 tomada, indepen-
dentemente da área.

- Critérios para a determinação da potência mínima de TUG:


- Banheiros, cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e assemelha-
dos. Atribuir 600W por tomada, para as 3 primeiras tomadas e 100W para
cada uma das demais;
- Subsolos, varandas, garagens, sótãos – atribuir 1000W;
- Demais recintos – atribuir 100W por tomada.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
75

- Critérios para a determinação da quantidade mínima de TUE:


A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o número de aparelhos
de utilização, devendo ser instalada no máximo 1,5 m do local previsto para o
equipamento a ser alimentado;

- Critério para a determinação da potência de TUE’s:


- Atribuir para cada TUE a potência nominal do equipamento a ser alimen-
tado;
- As potências típicas de aparelhos eletrodomésticos são tabeladas.

FIQUE A NBR 5410: 2004 determina que todas as tomadas sejam


ALERTA aterradas.

A previsão de cargas de uma instalação é facilitada quando existe o preenchi-


mento de um quadro de previsão de cargas.

6.8 QUADROS DE LUZ E FORÇA

O quadro de distribuição também chamado quadro geral de força e luz tem o


objetivo de centralizar toda a distribuição da instalação elétrica, onde recebe os
condutores que vêm do medidor na entrada da instalação, e possui os dispositi-
vos de proteção como disjuntores e distribui os circuitos aos pontos de consumo
da residência, que farão a alimentação de toda a instalação.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
76

Figura 26 - Quadro de iluminação


Fonte: SENAI, 2013.

Veremos o Quadro de Luz e de força, separadamente, para melhor compreen-


der sua função.

6.8.1 QUADRO DE LUZ (QL)

Numa instalação residencial, é recomendado que o circuito de iluminação,


que pode ser observado na figura abaixo simulando uma residência com seus
cômodos, seja diferente do circuito de força. Nesta situação, também dimensio-
na-se a potência do circuito quando necessário.

ED EF

EE

EC
EA

EB

Figura 27 - Circuito de iluminação com vista de cima dos eletrodutos


Fonte: SENAI, 2013.

Podemos observar, na figura abaixo, a presença de vários circuitos que, neste


caso, foram denominados de EA até EF. Logo estão saindo do quadro um disjun-
tor, com seus respectivos condutores para ponto de consumo.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
77

100
1 b

-2-
EF
-2- ED
-2-

a b

EE -2-
EC
220 100
1 a 1 c
-2-
EB EA

Figura 28 - Esquema elétrico luz com visão de cima e detalhada dos condutores
Fonte: SENAI, 2013.

Toda simbologia utilizada na figura acima pode ser consultada na seção sim-
bologia.

6.8.2. QUADRO DE FORÇA (QF)

Para o quadro de força, segue o mesmo raciocínio feito anteriormente com o


de luz, contudo deve-se considerar que existem três tipos de tomadas.

-1- 300 VA - Tomada Baixa - 0,30 m do Piso Acabado

-1- 600 VA - Tomada Média - 1,30 m do Piso Acabado

-1- 4000 VA - Tomada Alta - 2,00 m do Piso Acabado


Figura 29 - Tomadas
Fonte: SENAI, 2013.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
78

Como as tomadas altas devem estar em circuitos individuais, já as outras, baixa


e média, podem ser agrupadas em um só circuito, avaliando apenas a corrente
total.

6.8.3. QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO (QG)

A instalação do quadro de distribuição (QG) normalmente é realizada em áreas


de serviço ou cozinha, mas deve ser considerada como ponto mais central possí-
vel, para facilitar a passagem dos condutores sem esquecer a economia de mate-
rial. Isto influencia no valor do disjuntor geral e, como consequência, a proteção
contra curtos e sobrecargas podem ficar fragilizadas.
A seguir, trouxemos um quadro geral de cargas.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
79

Circuito Tensão Locais Potência Tensão Corrente Ic


Nº (V~) (V~) calculada
Qde x Pot. Total Ic = P
(VA) (VA) U
1 127 Sala 1 x 220 640 127 5A
Iluminação Dormitório 1 x 220
Social Corredor 1 x 100
Banheiro 1 x 100

2 127 Cozinha 1 x 160 260 127 2A


Iluminação Área de serviço 1 x 100
Serviço

Circuito Tensão Locais Potência Tensão Corrente Ic


Nº (V~) (V~) calculada
Qde x Pot. Total
(VA) (VA)

3 127 Cozinha 3 x 600 1.900 127 15A


Pontos de 1 x 100
tomada

4 127 Área de serviço 3 x 600 2.800 127 22A


Pontos de Corredor 1 x 100
tomada Banheiro 3 x 100
1 x 600
5 127 Sala 4 x 100 800 127 6A
Pontos de Dormitório 4 x 100
tomada

6 220 Torneira elétrica 1 x 3.500 3.500 220 16A


Circuitos
independentes

7 220 Chuveiro 1 x 4.400 4.400 220 20A


Circuitos
independentes

Circuito Tensão Locais Potência Tensão Corrente Ic


Nº (V~) (V~) calculada
Qde x Pot. Total
(VA) (VA)

Circuitos 220 Circuito entre 10.843 220 50A


de o quadro de
distribuição distribuição
e o quadro
do medidor

Quadro 9 - Quadro geral de cargas


Fonte: SENAI, 2013.

O quadro de carga tem a função de facilitar a visualização e distribuição dos


circuitos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
80

CASOS E RELATOS

A importância do orçamento com o eletricista


Francisco, ao passar numa loja de material elétrico, lembrou que precisava
comprar alguns condutores para a instalação de sua nova casa sem consul-
tar o eletricista. Pensando em economizar, comprou vários rolos de condu-
tor de 1,5 mm2. Como a instalação elétrica demorou de ser feita, o eletricista
só foi contratado três meses depois. Fez uma lista de material, onde descre-
via todos os itens necessários para execução da instalação.
Francisco se deparou com um prejuízo grande porque pensou que o mate-
rial que havia comprado seria usado, já que tinha aproveitado um feirão de
material elétrico. O eletricista explicou para Francisco que não poderia usar
tanto cabo de 1,5 mm2, pois, numa instalação, existem padrões normativos
que devem ser cumpridos, como por exemplo, não se deve usar cabo de 1,5
mm2 em circuitos de força, além de serem recomendadas cores diferentes
para cada função do condutor, como o cabo neutro deve ser azul, verde
para terra.
Com este caso, percebemos que o eletricista é de suma importância na ava-
liação preliminar da instalação elétrica, pois o mesmo prevê todas as neces-
sidades, evitando gastos desnecessários.

RECAPITULANDO

Neste capitulo, foram contextualizados os principais elementos de uma


instalação elétrica. Temas apresentados em capítulos anteriores que nesta
etapa do curso se relacionam, pois, numa instalação elétrica, cada um dos
itens citados impacta no resultado final.
As referências normativas estão presentes em todos os momentos, portan-
to, não devemos esquecê-las. Para facilitar a execução de uma obra, foram
apresentadas várias tabelas calculadas previamente.
6 CIRCUITO ALIMENTADOR E DE DISTRIBUIÇÃO
81

Anotações:
Instalação de quadro

A maioria das residências existentes no Brasil é considerada popular, ou seja, residências


com um padrão de consumo menor, sendo até 80 kWh mensais. Neste caso, as instalações
elétricas em sua maioria não vão possuir mais do que quatro circuitos, pois até esta potência
de consumo os eletrodomésticos existentes são atendidos satisfatoriamente com esta quanti-
dade de circuitos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
84

7.1 DISTRIBUIÇÃO COM QUATRO CIRCUITOS COMANDADOS POR


DISJUNTORES

Ao iniciar a manutenção ou uma montagem de uma instalação elétrica resi-


dencial, o primeiro passo será verificar se o mesmo se encontra desligado (isso em
caso de manutenção), feito isso, observar seus componentes, condições, ligações,
posições adequadas e o espaço físico para trabalhar. O que deve ser encontrado
no mínimo em quadros residenciais:
a) cinco disjuntores: sendo um disjuntor geral, que desliga todos os outros,
e quatro disjuntores em que o primeiro servirá para iluminação, o segundo
para tomadas baixas, o terceiro para tomadas médias e o quarto para o chu-
veiro;
b) barramentos de neutro: que deverá estar ligado ao sistema de aterramen-
to;
c) barramento de proteção: que deverá estar ligado ao neutro vindo da con-
cessionária.

QUADRO MONOFASCIO
Disjuntor geral
(monopolar)

Fase
Neutro
Proteção

Jumps de ligação
Liga a fase a todos Barramento de neutro
os disjuntores dos Faz ligação dos fios neutros
circuitos dos circuitos terminais com o
neutro do circuito de distribuição,
devendo ser isolado eletricamente
da caixa do QD.
Barramento de proteção Disjuntores dos Circuitos terminais
Deve ser ligado eletricamente Recebe a fase do disjuntor geral e
à caixa QD. distribui para os circuitos terminais

Figura 30 - Quadro de energia


Fonte: SENAI, 2013.

A NBR 5410:2004 recomenda que os condutores sejam identificados pela cor.


Logo, o condutor fase, o neutro, retorno e de proteção (terra) seguem uma deter-
minação estabelecida pela norma NBR 5444:1989.
7 INSTALAÇÃO DE QUADRO
85

Alvenaria

Retorno
Fase
Neutro
Terra

Neutro Fase Retorno Terra Eletrodo embutido


na alvenaria

Figura 31 - Legenda
Fonte: SENAI, 2013.

A energia elétrica que abastece uma residência é fornecida por transformado-


res abaixadores, ou seja, transforma de alta tensão para baixa tensão, localizados
na rua, instalados nos postes da rede secundária de distribuição mantida pela
concessionária de cada região. Pelo ramal de distribuição aérea ou subterrânea,
vem do poste na rua para o pontalete na entrada de cada residência, onde se
encontra o quadro geral com medidor de energia. Deste quadro geral saem os
fios para o quadro de distribuição, instalado na parte interna da residência, e fi-
nalmente para os circuitos terminais para alimentar as cargas, ou seja, lâmpadas,
chuveiros, geladeiras e aparelhos eletroeletrônicos ligados às tomadas.

7.2 ENTRADA

Padrão de Entrada é o conjunto de instalações formado com equipamentos e


dispositivos elétricos, além de caixa de medição, sistema de aterramento, condu-
tores e outros.
O Padrão de Entrada é dimensionado para a residência onde dependerá do
tipo de ligação, que pode ser monofásica, bifásica ou trifásica, e do local adequa-
do para sua instalação, que pode ser em poste, pontalete, muro ou parede.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
86

Figura 32 - Padrão de entrada - parede, pontalete, muro e poste


Fonte: SENAI, 2013.

O Padrão de Entrada deve ser instalado no limite da via pública com o imóvel,
podendo ser na parede, muro, pontalete ou poste. É recomendado que, ao mon-
tar um padrão de entrada, o eletricista deve se informar com relação aos parâ-
metros da concessionária de cada região. O dimensionamento adequado do dis-
juntor e dos condutores para ligação do medidor e do aterramento é primordial
para a manutenção caso haja no futuro, bem como da qualidade e segurança do
fornecimento de energia.
A escolha do tipo de ligação é baseada na carga instalada feita pelo projetis-
ta ou levantada pelo eletricista, que pode ser monofásica, bifásica ou trifásica. O
quadro de carga feito com fidelidade às necessidades de atendimento do cliente
é importante, pois influenciará em toda a instalação.
a) Ligação monofásica
A rede monofásica possui dois fios, uma fase e um neutro, somente é instalada
quando a carga residencial somada chega a 8000 watts (8kW). Nesta situação,
esta residência poderá ter um nível de tensão 127V ou 220V para o segundo caso
apenas em algumas localidades no Brasil;
b) Ligação Bifásica
Ligações bifásicas, mais comuns em áreas rurais, possuem três fios de duas
fases e um neutro. Neste caso, esta residência poderá ter duas tensões: 127/220V
ou 220/380V, contudo deverá ter uma potência instalada de 12kW a 25kW;
7 INSTALAÇÃO DE QUADRO
87

c) Ligação Trifásica
Ligações trifásicas são mais comuns em instalações comerciais e industriais,
mas também ocorre em quantidades muito menores em residências. Neste caso,
as instalações apresentam cargas de 25kW até 75kW, e a concessionaria fornecerá
apenas os condutores.

Saiba mais sobre este assunto no site da ANEEL – Agência


SAIBA Nacional de Energia Elétrica. Você saberá ainda mais seus
MAIS direitos e conhecerá os deveres da concessionária de sua
região.

7.3 EQUIPAMENTOS AUDIOVISUAIS PARA CHAMADAS

Atualmente, a necessidade de garantir segurança às residências faz com que


o mercado produza novas tecnologias, e que esteja acessível à população de ma-
neira geral. Por esse motivo, as câmeras de segurança vêm sendo utilizadas cada
vez mais, e sua maior vantagem é a possibilidade de visualizar o ambiente, além
de poder gravar imagens ou ver em tempo real o local mesmo quando não hou-
ver ninguém no ambiente.

Figura 33 - Circuito de TV
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2008c.

Até a década de 1980, os equipamentos audiovisuais


VOCÊ para chamada só eram utilizados em instalações de
SABIA? grande porte. Hoje, com a tecnologia mais acessível e a
automação, seu custo barateou bastante.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
88

1 CFTV: O Circuito Fechado de TV é uma das maneias mais eficientes para prevenção e
controle da segurança pessoal e do patrimônio. Mas este sistema não é usado so-
Circuito fechado de TV.
mente com o propósito de segurança e vigilância, também é utilizado em outras
áreas como lojas, escolas e praças.
Com o surgimento da tecnologia e com a facilidade de acesso à internet, é
possível, através de equipamentos e softwares específicos, visualizar o local que
possui CFTV1 de um computador remoto, ou seja, alguém que tenha acesso à
internet pode conectar-se ao CFTV de sua casa e verificar o que está acontecendo
em tempo real. O circuito interno encontra-se em evolução, quer em termos de
tecnologia, quer em aplicações. Em termos tecnológicos, atualmente é possível
ter o sistema em formato digital. Em se tratando de aplicação, o CFTV já não ser-
ve apenas como um sistema de monitorização de segurança, ele vem evoluindo
para áreas como a identificação do rosto.

FIQUE É necessário tomar cuidado ao instalar os equipamentos


ALERTA CFTV para não invadir a privacidade alheia.

Outro equipamento bem mais simples de encontrar nas residências são os


porteiros eletrônicos, que podem apresentar visor, sendo estes mais caros, ou um
simples interfone. A facilidade em sua instalação aliada ao menor faz com que
sua utilização seja maior. É necessário apenas um fio para comunicação entre o
interfone e o telefone e uma fonte de energia.

Figura 34 - Ligação de interfone


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2007b.
7 INSTALAÇÃO DE QUADRO
89

CASOS E RELATOS

Equipamentos audiovisuais e o eletricista


Francisco, em sua casa nova, previu que havia necessidade de instalar um
circuito interno de TV, pois leu em um artigo que melhoraria a segurança
de sua família e que não seria muito dispendioso. Contratou um eletricista
para avaliar a possibilidade e o custo, considerando que ele já possuía com-
putador, TV e internet, logo sua despesa seria apenas a fiação e as câmeras,
além da mão de obra.
Quem não aprovou muito a ideia de Francisco foram seus filhos, pois agora
seu pai conseguiria saber a hora que eles chegariam a casa. Sua esposa gos-
tou porque não precisaria mais ficar abrindo a porta para qualquer pessoa
que acionava a campainha.
Com esse relato, fica evidente que o eletricista é de suma importância em
toda intervenção na instalação elétrica e que esses novos produtos foram
incorporados às suas atividades. É de fundamental importância que todos
esses novos serviços sejam acompanhados pelo profissional qualificado
para evitar futuros problemas.

RECAPITULANDO

Este capítulo iniciou-se com a explicação de quadro elétrico em instalação


residencial, que ocorre no momento em que a previsão das cargas, a divi-
são dos circuitos e a instalação dos eletrodutos são feitas.
Foi vista a etapa seguinte, que é a definição do tamanho do quadro e loca-
lização, considerando o mais central possível, para economizar condutores
e diminuir quedas de tensão. Na sequência, foi apresentada a instalação de
CFTV de maneira simples e fácil compreensão.
Técnicas de inspeção de sistemas
de redes elétricas

A Rede Aérea Convencional de Distribuição de Energia Elétrica está exposta a várias con-
dições ambientais, como chuvas, descargas atmosféricas, ventos fortes, sujeira, alta umidade
relativa do ar, a ação do sal em locais próximos a praias, árvores plantadas em calçadas etc. e,
estas situações apresentadas são responsáveis por 90% das interrupções e defeitos nas redes.
Para apresentar uma melhoria da qualidade e da confiabilidade no fornecimento de energia,
diminuição dos impactos ambientais e, consequentemente, redução dos custos operacionais,
soluções de redes de distribuição mais modernas estão sendo implantadas. Vamos conhecer
as técnicas de inspeção de sistemas de redes elétricas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
92

1 TRANSEUNTES: 8.1 REDES PROTEGIDAS


São passantes, pessoas As redes elétricas protegidas são aquelas que necessitam de separadores em
circulando no local.
intervalos regulares, cabos guias ou mensageiros (ver a figura abaixo) para que
ocorra boa isolação elétrica. O eletricista que trabalha com sistema de inspeção
de redes elétricas necessita de um treinamento específico.

Cabo mensageiro

Espaçador

Cabos elétricos

Figura 35 - Espaçador de redes (dentro do círculo) com cabo mensageiro e cabos elétricos
Fonte: SENAI, 2013.

O eletricista precisa reconhecer se a rede é primária ou se-


SAIBA cundária antes da inspeção por conta do nível de tensão.
MAIS Saiba mais sobre esse assunto no site da concessionária de
sua região.

8.1.1 DE SINALIZAÇÃO

Em rede de distribuição urbana ou rural, seus equipamentos (compostos de


postes, condutores, isoladores cruzetas, chaves seccionadoras, transformadores,
luminárias) são sinalizados por códigos (letras e números), pois o objetivo é fa-
cilitar a localização e manutenção. Outro momento em que há necessidade de
sinalização é nas intervenções dos profissionais da concessionária com o objetivo
de promover a segurança deles e dos transeuntes1, sendo compostos de: cone,
fita zebrada, cavaletes e outros.
8 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS
93

Figura 36 - Identificação de poste


Fonte: SENAI, 2013.

SAIBA Para obter mais informações a respeito de sinalização em re-


des é só procurar informações nos sites das concessionárias
MAIS locais, pois cada estado possui uma normalização.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
94

8.2 PROTEÇÃO E SEGURANÇA

Atualmente, o ponto de entrega de energia pela concessionária tem sido no


medidor, pois, com este procedimento, evita-se o manuseio indevido na instala-
ção de entrada, garantindo proteção e segurança a todos. Esta instalação é com-
posta de:
a) medidor de energia, que é instalado pela concessionária e dimensionado ao
padrão de consumo da residência;

Figura 37 - Medidor de energia


Fonte: SENAI, 2013.

b) disjuntor geral que deve ser dimensionado e instalado pelo cliente, seguin-
do as orientações da concessionária de energia de cada estado;

Bucha e arruela Bucha e arruela


galvanizada galvanizada

Fase
Caixa do Disjuntor
disjuntor
Saída de
energia
Condutor de cobre
para aterramento Neutro

Bucha e arruela Eletroduto de PVC


Eletroduto de PVC
galvanizada rígido rosqueável
rígido rosqueável
a 25mm
a 20mm
Saída para
aterramento

Figura 38 - Disjuntor
Fonte: SENAI, 2013.
8 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS
95

c) haste de condutores de aterramento, que faz parte do sistema de aterra-


mento da instalação, que deve ser instalado pelo cliente e dimensionado
conforme necessidade da residência.

CAIXA DE
DISTRIBUIÇÃO
GERAL

TAT

ATERRAMENTO DA REDE DE ENERGIA CONDUTOR DE


ELÉTRICA EM CAIXA DE INSPEÇÃO EQUIPOTENCIALIDADE
TUBULADO COM
ELETRODUTO DE 19mm

Solo

Figura 39 - Conjunto de aterramento


Fonte: SENAI, 2013.

O sistema de aterramento exigido pela concessionária tem como objetivo pro-


teger não só a instalação, como também os moradores.

FIQUE O aterramento é um dos itens mais importantes numa ins-


talação elétrica, pois ele elimina a possibilidade de choque
ALERTA por contato direto e indireto com partes energizadas.

8.3 NORMAS E PROCEDIMENTOS APLICÁVEIS

Os procedimentos e padrões usados pelas distribuidoras de energia elétrica


são adaptados à realidade de cada empresa ou região do país, contudo elas são
sempre baseadas nos seguintes órgãos:
a) Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que através
das NBR’s definem uma padronização das instalações de maneira mais ade-
quada possível, considerando economia, segurança, qualidade e outros;
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
96

b) Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, que tem como principal pa-
pel fiscalizar as ações da concessionária garantindo uma prestação de servi-
ço satisfatória por parte da distribuidora de energia.

8.4 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

É recomendado realizar manutenção em instalações residenciais. O desgas-


te dos equipamentos numa instalação acontece naturalmente em função do
uso, e será preciso fazer alguma intervenção no futuro, contudo, não existindo a
manutenção, será necessária intervenção de maneira inesperada, sem programa-
ção. A manutenção permite avaliar as peças e equipamentos de toda a instalação
e acompanhar sua vida útil, fazendo com que o equipamento seja utilizado até o
seu limite máximo, planejando uma troca logo após, de maneira que o dono do
imóvel possa orçá-lo sem alterar muito suas despesas.

Existem outros tipos de manutenção, sendo que a ma-


VOCÊ nutenção preditiva proporciona um melhor controle
sobre o equipamento, pois ela acompanha o desgaste
SABIA? natural do equipamento e, consequentemente, o tempo
de intervenção.

Vamos conhecer, a seguir, os tipos de manutenção preventiva e corretiva.

8.4.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Determinados problemas relacionados com a vida útil podem ser bastante mi-
nimizados na construção com a manutenção preventiva. Um projeto bem feito,
uma orientação adequada, o correto cumprimento das normas e dos manuais de
instruções, a qualidade dos materiais e produtos empregados são condutas im-
portantes que vão determinar essa vida útil das instalações. Consequentemente,
durante a fase seguinte, a de uso, uma quantidade de problemas começa a apa-
recer por conta do desgaste com o manuseio inadequado de peças empregadas.
Logo, em pouco tempo, intervenções serão necessárias para, em determinados
casos, repor as condições originais, e, em outros, fazer algum tipo de instalação
dentro de padrões de qualidade que permita o uso correto da construção. Isto
produz gastos e imprevistos. Todavia, independentemente das condições, atu-
ações regulares e programação de manutenção são vitais para a conservação e
8 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS
97

eficácia da edificação, pois evitam o surgimento de situações inesperadas, permi-


tindo previsão segura de gastos periódicos.
Atividades planejadas de Manutenção Preventiva nada mais são que inspe-
ções e verificações que, apesar de simples, muitas vezes evitam custos de refor-
ma. Em muitos casos, serviços de limpeza adequados, utilizando produtos e equi-
pamentos corretos, aumentam a vida de sistemas e materiais.
Algumas verificações que podem ser feitas pelo eletricista:
a) observar todas as conexões e condições dos condutores;
b) verificar folgas em tomada;
c) verificas uso de pontos de tomadas por vários equipamentos;
d) inspecionar chuveiros, observando se o disjuntor está compatível com a po-
tência;
e) iluminação externa, observar se existe infiltração, pois nesta situação pode
haver fugas;
f) verificar se houve aumento de carga na instalação e se as proteções estão
compatíveis.
Estas inspeções não têm uma determinação normativa, cabe ao eletricista,
sempre que fizer uma intervenção, observar estes itens.

8.4.2 MANUTENÇÃO CORRETIVA

Este tipo de manutenção não visa garantir o funcionamento de um sistema,


pois ela pode gerar um alto custo ou pelo menos um transtorno como conse-
quência de um mau funcionamento ou parada de equipamentos ou sistemas.
Contudo, ela pode existir em algum momento durante a vida útil de um equipa-
mento, mas o que se pode fazer é preparar-se para que os impactos da manuten-
ção corretiva sejam minimizados.
Dependendo do equipamento, às vezes, pode ser mais viável usá-lo até o limi-
te e então parar e resolver o problema o mais rápido possível. Esta manutenção
pode ser chamada de manutenção corretiva programada, lembrando que tudo
que é planejado é sempre mais barato, mais seguro e mais rápido.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS VOLUME 4
98

8.5 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Ao executar qualquer atividade, o eletricista deverá avaliar todos os possíveis


riscos existentes, tanto na instalação, quanto na execução da atividade; para isto,
serão considerados pré-requisitos básicos:
a) fazer análise de risco no local, levantando as etapas da atividade, os riscos e
os devidos controles;
b) utilizar os EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual adequados à ativida-
de e mantê-los em bom estado de conservação;
c) seguir os procedimentos estabelecidos pelo fabricante e/ou serviço;
d) antes de iniciar trabalhos em equipe, os seus membros, em conjunto com o
responsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia,
estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de
forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de se-
gurança aplicáveis ao serviço.

CASOS E RELATOS

A importância da sinalização
Luiz, eletricista de rede de distribuição, contratado pela concessionária de
seu estado, muito experiente, foi chamado para fazer uma instalação elé-
trica de um novo consumidor. Ao chegar à residência e estando apressado,
esqueceu-se de colocar os cones sinalizadores (utilizados para informar aos
passantes a existência de uma ação local) para subir no poste e instalar o
ramal.
Um motociclista, ao desviar de um carro que o fechou, deslocou-se ao en-
contro de Luiz na escada, mas como ele não havia subido ainda, deu tempo
de sair, evitando assim um acidente. Logo, Luiz observou que se esquecera
do cone de sinalização, corrigindo-se imediatamente.
Agora ele podia realizar sua atividade com toda a segurança recomendada.
O motociclista se desculpou, contudo, não havia visto que estava havendo
uma intervenção no local. Com esse caso, percebemos a importância da
sinalização na execução de uma instalação, que deve ser pensada antes do
seu início, evitando assim possíveis acidentes.
8 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO DE SISTEMAS DE REDES ELÉTRICAS
99

RECAPITULANDO

Este capítulo apresentou importantes aspectos externos da instalação elé-


trica residencial para que o eletricista instalador residencial compreenda
como a entrada de energia elétrica acontece. Foram abordados estruturas
e aspectos de instalações de distribuição, seus principais componentes
como poste, condutores, medidores, aterramento e sinalização.
A importância de executar e planejar manutenção em instalações também
não foi esquecida, tornando compreensível a sua necessidade. A manuten-
ção corretiva é importante, não devendo ser a principal estratégia para ga-
rantir o funcionamento dos equipamentos, sendo ela complementada com
a manutenção preventiva, pois esta antecede a necessidade de paradas por
defeitos não previstos, causando prejuízos financeiros.
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MINICURRÍCULO DO AUTOR

PAULO DE TARSO DO NASCIMENTO


Paulo de Tarso do Nascimento é bacharel em Ciências Estatísticas, Licenciado em Matemática, MBA
Executivo em Logística e Distribuição, Eletrotécnico e atualmente cursando Tecnólogo em Siste-
mas Elétricos. Atua no SENAI desde 2000, na área de eletricidade e treinamentos em Industrias nas
disciplinas de Gestão da Produção, Projetos de Instalações elétricas, Comandos elétricos, Segurança
em eletricidade – NR10, Normas Técnicas Brasileiras, Medidas elétricas, Circuitos elétricos e eletro-
técnica.
ÍNDICE
A
ANEEL 70

B
Bandejamentos 59

C
Canaletas 59, 60
CFTV 86

D
Dimensionar 26

E
Efeito Joule 61

I
IEC 69
Implícitas 20
Invólucros 69

M
Malha de aterramento 26

P
Planta baixa 38, 39
Pontalete 60
Ponto de fusão 61

R
Resistências 72

S
Subestação 72

T
Three-way 65
Transeuntes 90
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Paulo de Tarso do Nascimento


Elaboração

Luiz Argeu Oliveira Costa


Revisão Técnica

Luiz Argeu Oliveira Costa


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Igor Nogueira Oliveira Dantas


Coordenação de Projeto

Ticianna Talitha Fontes Castelhano


Design Educacional

Joseane Maytê Sousa Santos Sousa


Revisão Ortográfica e Gramatical
Débora Maria Mangueira Gomes
Fabio dos Santos Passos
Leonardo Silveira
Diagramação e Fechamento de Arquivo

Rita Fonseca
Normalização

FabriCO
Ilustrações

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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