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Técnica Cirúrgica Veterinária

Professor Esp. Jhonatan Fantin Pereira


CIRÚRGIAS DO TRATO DIGESTIVO:
Esôfago e Estômago
Esôfago
■ Transporte de alimento, água e saliva.

■ Anatomia:
■ Mucosa, submucosa, muscular e adventícia;
■ Não possui serosa;
■ Não envolto por omento;
■ Localizado dorsal à traqueia;
■ Está à esquerda da linha média: cervical e torácico proximal;
■ À direita: bifurcação traqueal até o estômago.
Esôfago

■ Submucosa é a camada de sustentação, deve ser incorporada em todas as


suturas;
■ Por não ter a serosa: vedação de fibrina de forma mais lenta;
■ Irrigação: ramos das artérias tireóidea e subclávia - esôfago cervical;
■ Artérias broncoesofágicas e ramos da aorta – esôfagotorácico;
■ Artérias gástricas e frênica esquerdas - esôfago abdominal.
Indicações

■ Corpos estranhos
■ Tumores
■ Perfuração
■ Estenoses
■ Divertículos
Diagnóstico
■ Histórico
■ Sinais clínicos:
– Regurgitação
– Tosse
– Dispneia
– Apetite alterado
– Disfagia
– Perda de peso
– Crepitações pulmonares
■ Radiografia, radiografia contrastada - iodo
■ Alimento pastoso misturadoao iodo
– Dilatação esofágica, deslocamento da traqueia, efusão pleural, pneumomediastino
■ Endoscopia
■ Tomografia
Esofagotomia
Técnica cirúrgica

■ Abertura do esôfago – incisão dentro do lúmen esofágico


■ Linha média cervicalventral
■ Toracotomia lateral
■ Tricotomia de toda área cervical ou hemitórax
Técnica cirúrgica

■ Linha média cervical


■ Divulsão de subcutâneo
■ Divulsão da muscultura
■ Afastamento das estruturas importantes: traqueia à direita, tiroide, vasos e
nervos (nervo laringorecorrente, nervo vago, artéria carótida, veia cava)
■ Passar um tubo, sonda nasogástrica para auxiliar na identificação do
esôfago.
■ Incisão do esôfagolongitudinal
Técnica cirúrgica

■ Isolar o esôfago
■ Suturas de apoio
■ Remover conteúdo intraluminal
■ Incisões longitudinais
■ Incisar na região saudável
Técnica cirúrgica
Síntese:
Fechamento em camada dupla
■ Primeira camada:
– Mucosa e submucosa
– Ponto Swift
■ Segunda camada:
– Submucosa, muscular e adventícia
– Simples separado
– Fio absorvível
– Monofilamentar
■ Verificar contra extravasamentos
Pós-operatório

■ Não possui serosa


■ Sem omento
■ Movimentação constante da região
■ Distensão pelo boloalimentar
Pós-operatório
■ Observar quanto extravasamento esofágico eInfecção
■ Antibioticoterapia
■ Gastrostomia temporária – 7 dias
■ Administração de água, alimento, medicamentos suspenso por 24 horas
por via oral
■ Água e alimentação introduzida gradativamente – 3 a 7 dias
■ Microenteral?
■ Alimentação macio – 7 dias
■ Retorno gradual da alimentação normal
Pós-operatório

Controle de acidez:
■ Omeprazol – 1 mg/kg/BID ou SID
■ Sucralfato – 0,5 – 1g/ animal/BID
■ Antibióticos – Amoxicilina + Clavulnato, (25mg/kg/BID), Metronidazol
(15mg/kg/BID)
■ Antiinflamatórios – Meloxicam (0,1mg/kg/SID)
Esofagectomia
Esofagectomia parcial

■ Remoção de uma parte do esôfago


■ Segmentos desvitalizados
■ Estenoses não resolvidas por meio de dilatação
Técnica cirúrgica
■ Preparação e exposição como anteriormente
■ Incisão transversal entre a porção que se deseja remover
■ Apor as extremidades juntas
■ Suturar as camada adventícia, muscular e submucosa
■ Suturar as camadas submucosa e mucosa
■ Não remover mais que 5 cm
■ Incisão das camadas musculares externas
Esofagostomia
Esofagostomia
■ Abertura do esôfago na pele
■ Tubos de alimentação
■ Fornecer suplementação nutricional
– Lipidose hepática em gatos
– Fenda palatina
– Fratura de mandíbula
Técnica cirúrgica

■ Colocar no esôfagomédio
■ Decúbito lateral direito
■ Região média entre o ângulo da mandíbula e ombro
■ Tricotomia
■ Medir até o 6º, 7º ou 8º espaço intercostal
■ Localizar a epiglote e aritenoides
Técnica cirúrgica

■ Inserir uma pinça hemostática e incisar sobre ela


■ Cuidado com estruturas importantes
■ Divulsionar o subcutâneo
■ Passar a sonda presa pela pinça (porção final na sonda)
■ Puxar em direção à boca
■ Reinserir no esôfago e progredir
■ Amarrar com sutura em bailarina
■ Cicatrizam por segunda intenção
■ Porção média ou final do esôfago
ESTÔMAGO
Anatomia
■ Localizado no quadrante cranial esquerdo
■ Hipocôndrio
■ Divide-se em:
■ Cárdia
■ Fundo
■ Corpo
■ Antro
■ Piloro
■ Esvaziamento: 30 a 40 minutos
Anatomia

■ Camadas:
■ Serosa
■ Muscular
■ Submucosa
■ Mucosa
Anatomia
Indicações

■ Remoção de corpos estranhos


■ Biópsias
■ Exploração da mucosa do estômago - úlceras, neoplasias, hipertrofias
■ Perfurações ou rupturas
Pré-operatório

■ Casos de dilatação
■ Sondas para aspiração e descompressão gástrica
■ Antibiótico
■ Jejum
■ Alimentar: 24h
■ Hídrico: 12h
Técnica cirúrgica

■ Ampla tricotomia de todo o abdômen


■ Antissepsia
■ Celiotomia mediana
■ Pré-umbilical
Técnica cirúrgica

■ Incisão de pele
■ Incisão da parede abdominal
■ Localizar o estômago e isolá-lo com compressas úmidas
Técnica cirúrgica

■ Aplicar pontos de reparo - seromuscular


■ Incisar a parede gástrica
■ Ponto médio entre a pequena e grande curvatura
Técnica cirúrgica

■ Incisar a serosa e muscular com bisturi


■ Incisar submucosa e mucosa com tesoura
■ Substituir compressas contaminadas
Técnica cirúrgica
■ Gastrorrafia
■ Uma camada - questionável
■ Pontos simples separados
■ Serosa, muscular e submucosa
■ Duas camadas:
■ Primeira: simples separada, invaginante não contaminante
■ Segunda: Invaginante não contaminante
■ Fio monofilamentar absorvível
■ Omentalização
■ Trocar instrumentais e luvas
Pós-operatório

■ Antibiótico
■ Antiinflamatório
■ Analgésico
Pós-operatório

■ Alimentação
■ 24 h: líquida em pequenas quantidades
■ 48h: pastosa
■ 72h: sólida
Complicações

■ Vômito
■ Anorexia
■ Peritonite secundária
■ Pancreatite
Gastrostomia

■ Pós-operatório de cirurgias esofágicas


■ Descompressão gástrica pós-operatória
■ Administração de medicações
Gastrostomia

■ Incisão paracostal direita caudal à última costela, 4 a 10 cm lateral à linha média


■ Cateter de Foley
■ Região do antro pilórico
■ Sutura em bolsa de fumo
■ Incisão através da sutura e inserir a ponta do cateter
■ Inflar o cateter com salina
■ Aperta a sutura da bolsa de fumo
■ Colocar 3 ou 4 suturas suturas absorvíveis entre o antro e a parede muscular
■ Prender o tubo à pele - bailarina
CIRÚRGIAS DO TRATO DIGESTIVO:
Enterotomia e Enterectomia
Anatomia
Anatomia
Anatomia
■ Cinco vezes o comprimento do corpo
■ 80% intestino delgado
■ Duodeno, jejuno e íleo
■ Duodueno: do piloro, aprox. 25 cm até o jejuno
■ Jejuno: abdômen ventrocaudal. Mais longo e móvel. Muitas dobras
■ Íleo: 15 cm de comprimento. Do jejuno até o cólon
■ Irrigação: artérias celíaca e mesentérica cranial
Anatomia - cão
Anatomia
Indicações
■ Obstrução mecânica
– Luminais
■ Corpos estranhos
■ Intussuscepção
■ Impactações
– Intramurais
■ Neoplasias, abscessos
– Extramurais
■ Neoplasias, abscessos, aderências
■ Obstrução isquêmica
– Tromboses
– Torção
– Hérnias
Diagnóstico
■ Anamnese
■ Sinais clínicos:
– Vômito
– Diarreia
– Anorexia
– Distensão abdominal
– Hematoquezia
– Melena
– Dor abdominal
– Choque
■ Radiografia simples e contrastada
■ Ultrassonografia
■ Endoscopia e colonoscopia
■ Tomografia
Pré-operatório
■ Hemograma, bioquímico
■ Correção dedesidratação
■ Desequilíbiro ácido-base e eletrolítico
■ Emergências? Perfuração, vólvulo, peritonite, estrangulamento
■ Antibiótico
– Conteúdo estagnado
– Parede desvitalizada
– Perda da função de barreira
– Absorção de toxinas
■ Jejum
■ Alimentar 12 - 18h
■ Hídrico - 4h
■ Tricotomia ampla
Enterotomia

■ Abertura cirúrgica do intestino


■ Pilorotomia, duodenotomia, jejunotomia, cecotomia, colotomia
Técnica cirúrgica
■ Decúbito dorsal
■ Incisão mediana retro-umbilical
■ Inspecionar todo o intestino
■ Exposição da alça intestinal acometida
■ Isolamento com compressasúmidas
Vitalidade tecidual

■ Coloração
■ Peristaltismo
■ Perfusão
■ Pulsações arteriais
■ Sangramento ao corte
■ Banhar em solução salina morna
Vitalidade tecidual
■ Injeção de fluoresceína
■ Boa precisão para identificação do instetino
viável
■ Avalia apnas perfusão e não viabilidade de
mucosa
■ Injetado intravenoso
■ Visualização com lâmpada de Wood
■ Áreas fluorescentes
Técnica cirúrgica
■ Pinças intestinais atraumáticas cranial e caudal
– Dedos do auxiliar
– Ocluir o lúmen - evitar contaminação
■ Pode-se ocluir vasos mesentéricos
■ Incisão borda antimesentérica
■ Porção sadia
■ Incisão longitudinal
■ Serosa e muscular com bisturi
■ Submucosa e mucosa com Metzenbaum
Enterorrafia

■ Incorporar a camada submucosa nos pontos


■ Evitar tensão no local de anastomose
■ Manter suprimento sanguíneo adequado
■ Síntese em posição transversal pode ser realizada
Técnica cirúrgica
■ Em uma camada
– Pontos simples separados
– Difícil individualizar a mucosa em animais muito pequenos
– Incluir a submucosa
■ Em duas camadas – grandes animais
– Primeira: Contínua simples, simples separado, invaginante
(Cushing, Lembert)
– Segunda: Lembert ou Cushing não contaminante
Técnica cirúrgica

■ Fio:
■ Monofilamentar absorvível
■ Monofilamentar inabsorvível
■ Multifilamentar absorvível – NÃO PERFURANTE TOTAL, NÃO CONTAMINANTE
Técnica cirúrgica

■ Distender o lúmen com solução salina


– Verificar pontos de extravasamento
■ Troca de instrumental e luvas
■ Omentalização
ENTERECTOMIA
Enterectomia e enteroanastomose

■ Ressecção de parte do instestino e anastomose com o segmento


saudável
■ Indicações:
■ Obstruções - necrose
■ Rupturas
■ Intussuscepção irredutível
■ Encarceramento eestrangulamento
■ Torção
Enterectomia
■ Avaliar a viabilidade
■ Avaliar quantidade de intestino a sofrer ressecção
■ Tracionar e posicionar externamente toda a região a serremovida
■ Isolar com compressas cirúrgicas úmidas
■ Ordenhar o conteúdo na região a ser removida
Enterectomia
■ Posicionar os clampes intestinais
■ Suprimento sanguíneo da anastomose tem que ser mantido
■ Identificar e ligar os vasos que irrigam a região a ser removida
■ (ligadura dupla)
■ Fio monofilamentar absorvível
■ Incisar o intestino em direção perpendicular em ambas as extremidades se
forem de igual diâmetro
■ Caso contrário, incisão perpendicular no segmento com maior diâmetro e oblíqua
no intestino de menor diâmetro
Enteroanastomose
■ Tipos:
■ Término-terminal
■ Término-lateral
■ Latero-lateral
Término -terminal
■ Mais utilizada em pequenos animais
■ Disparidade de segmentos podem ser resolvidos
■ Menor formação de aderências
■ Incisão perpendicular no segmento com maior diâmetro e oblíqua no
intetsino de menor diâmetro
■ Suturas no lúmen maior mais distantes que no lúmen menor
■ Remover uma cunha na borda antimesentérica do segmento maior
■ Não suturar juntas as bordas do intestino com lúmen maior
– Tendência a estenoses
Término-lateral

■ Mais utilizada em equinos


■ Anastomose de intestino delgado e grosso
Latero-lateral

■ Mais utilizada em equinos


■ Para anastomose de intestino delgado para evitar estenoses pós-
operatórias
Enterorrafia

■ Padrão simples separado


■ Através de todas camadas
■ Agulha atramáutica
■ Fio monofilamentar absorvível
■ Sutura simples contínua pode ser feita
– Muito apertadas: estenose
– Simples contínua modificada
Enterorrafia

■ Sutura simples interrompida na borda mesentérica


■ Simples interrompida na borda antimesentérica
■ Espaçar suturas em 2 mm
Enterorrafia

■ Fechar o mesentério também


■ Trocar instrumental cirúrgico e luvas
■ Realizar omentalização
■ Sutura da cavidade abdominal subcutâneo e pele como de costume
Pós-operatório
■ Antibióticos
■ Antiinflamatórios
■ Analgésicos
■ 24 a 72h – parenteral
■ 24 a 72h – pequenas quantidades de alimento líquido com baixo teor
de gordura
■ 48 – 72h – iniciar dieta pastosa a macia
■ Manter até 10 dias
Complicações

■ Estenose
■ Deiscência
■ Infecção
■ Perfuração
■ Peritonite
■ Choque
■ Síndrome do intestino curto

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