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Lei n. 12.

846/13
Lei Anticorrupção
• Controladoria-Geral da União (CGU)
* Corregedoria-Geral União (CRG)
*Diretoria de Responsabilização de Entes Privados (DIREP)
Objetivo
Apresentar uma visão geral sobre a Lei nº 12.846/2013
Breve Contextualização
De onde surgiu a Lei Anticorrupção (LAC)?

Por que o Brasil decidiu editar essa Lei?


Breve Contextualização
O FCPA (Foreign Corrupt Practices Act)

Lei Americana Anticorrupção no Exterior (1977)

Problema concorrencial para as empresas americanas

EUA começam movimento de pressão na década de 80/início 90 em organismos internacionais

convenções internacionais
Convenção Ano Característica Ano
Ratificação*
(Brasil)
Convenção da Organização dos Estados 1996 medidas preventivas e punitivas aos atos de 2002
Americanos (OEA) contra a Corrupção corrupção
“Convenção Interamericana contra a Corrupção”
Convenção da Organização para a Cooperação 1997 estipulou que o Estado participante deveria 2000
e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) adequar sua legislação interna para que a conduta
sobre o combate à corrupção de funcionários de oferecer, prometer ou entregar qualquer
públicos estrangeiros em transações vantagem indevida a funcionário público
comerciais internacionais estrangeiro, de forma direta ou indireta, fosse
tipificada como crime.
Convenção da Organização das Nações Unidas 2003 trata de quatro temas principais: a prevenção, a 2005
(ONU) criminalização dos atos de corrupção, a cooperação
internacional e a recuperação de ativos.

* a partir da ratificação da Convenção pelo Brasil, ela ingressa no ordenamento jurídico como lei ordinária, ou seja, a partir desse momento, torna-se lei
interna brasileira, exceto para as cláusulas de direito penal, e seu cumprimento é obrigatório por todos.
2010 (CGU + AGU + MJ) Projeto de Lei

2013 Lei nº 12.846/2013 Lei Anticorrupção (LAC)


Sujeitos Ativos e Passivos (LAC)

Quem pratica o ato lesivo PAR Sujeito Passivo

Pessoas Jurídicas
Art. 44 do Código Civil. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada [EIRELI].
Sujeitos Ativos e Passivos (LAC)
Sociedades empresárias, sociedades simples e fundações, personificadas ou não,
nacionais ou estrangeiras, são alcançadas pela LAC, desde que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, mesmo que temporariamente.

Uma eventual empresa com sede em outro país, que prometeu, após 29 de
janeiro de 2014 (início da vigência da LAC), vantagem indevida a agente público
brasileiro no exterior será alcançada pela LAC?

SIM, será processada, no Brasil, por meio de PAR, além do cabimento, em tese, de
processo judicial.
Sujeitos Ativos e Passivos (LAC)
A LAC alcança as entidades do Terceiro Setor (OSCIP, OS,...)?

SIM!

Há possibilidade de os efeitos das sanções previstas na LAC


alcançarem pessoas naturais?

SIM! Previsão do art. 14 → desconsideração da personalidade jurídica


Sujeitos Passivos (LAC)
Administração dos três Poderes da República em todas as
Quem sofre o ato lesivo esferas de governo. Inclui consórcios públicos.

Nacional
Administração Pública
Estrangeira

órgãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de


país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público de país estrangeiro. Inclui as organizações
públicas internacionais.
Atores na LAC
Competências para instauração e julgamento de Processos Administrativos de Responsabilização

Competência ORIGINÁRIA Competência CONCORRENTE


Autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos CGU (órgão central do SISCOR)
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Instaurar, processar e julgar (PAR)

Exemplos no Poder Executivo Federal Competência EXCLUSIVA


Ministro de Estado (administração direta)
CGU (órgão central do SISCOR)
Reitor (universidades federais)
Avocação de PAR (exame de sua regularidade ou corrigir
andamento)
Pode delegar? Instaurar, processar e julgar (PAR) os atos lesivos
Subdelegação é permitida? transnacionais (praticados por PJ brasileiras contra a administração
pública estrangeira)

Celebrar acordos no PEF


Inovações
Panorama das inovações trazidas pela Lei nº 12.846/2013

Responsabilidade OBJETIVA
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.

Responsabilidade Subjetiva Responsabilidade Objetiva


Depende da comprovação de dolo ou Independe de dolo ou culpa;
culpa
Deve-se comprovar o nexo causal.
Inovações
Panorama das inovações trazidas pela Lei nº 12.846/2013

Extraterritorialidade
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a
administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.

Princípio da Extraterritorialidade incondicionada


Único requisito para alcançar atos cometidos fora do País é o do próprio art. 28.
Inovações
Panorama das inovações trazidas pela Lei nº 12.846/2013

Princípio do Non Bis in idem


Ninguém pode ser condenado ou processado duas ou mais vezes por um mesmo fato.

Não impede a cumulação de sanções administrativas, penais, civis ou, ainda, de qualquer delas entre si. O que se
exige nesse caso de cumulatividade é a existência de proporcionalidade entre o ato praticado e as suas
consequências.
Inovações
Panorama das inovações trazidas pela Lei nº 12.846/2013

Exemplo:
Ilícito de cartel, o qual pode ser sancionado com base na legislação aplicável:
a) às infrações contra a ordem econômica (Lei n. 12.529/2011);
b) às licitações e contratos;
c) ao combate à corrupção (Lei Anticorrupção).
Tipos Normativos Vantagem indevida a Agente
Infrações previstas pela Lei n. 12.846/2013
Público

Financiar a prática dos atos


lesivos
Atos
Uso de interposta pessoa
Lesivos

Dificultar investigação ou
fiscalização

“Fraudes” em licitação e
contratos
Estrutura da Responsabilização

Procedimento
• Exame inicial do fato. preliminar • Processo em
contraditório.
• Procedimento
preparatório;
• Busca por indícios de
autoria e materialidade.
Admissibilidade PAR
Estrutura da Responsabilização
Sanções Administrativas
Penalidades previstas pela Lei n. 12.846/2013

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas


responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida,
quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
Multa

0,1% 20%

Atenuantes Nunca inferior à vantagem


Agravantes
Sanções Administrativas
Penalidades previstas pela Lei n. 12.846/2013

Metodologia do cálculo da multa


Limites
Base de Definição da Multa Calibragem da
mínimo e
cálculo alíquota preliminar multa
máximo
Publicação Extraordinária da condenação

• Sanção reputacional;
• Registro em meio de comunicação de grande circulação na
área de atuação da empresa;
• Edital no estabelecimento;
• Divulgação no site da empresa.
Prescrição
Efeitos práticos e circunstâncias que interferem na contagem dos prazos prescricionais

Aspectos Gerais
Quando o PAR é instaurado, a Administração precisa observar dois prazos:

Prazo prescricional de cinco anos, previsto no art. 1º da Lei 9.873/1999, que é reiniciado quando a
Administração instaura o processo. Esse prazo ocorre independentemente de a Administração manter o
processo tramitando ou parado.

Prazo de três anos do § 1º do art. 1º da mesma lei, o qual só incidirá se o processo permanecer
completamente parado, sem trâmite ou despacho. Esse prazo menor visa proteger o administrado contra
a inércia administrativa e incentivar os administradores a dar andamento periódico aos processos.
Prescrição
Efeitos práticos e circunstâncias que interferem na contagem dos prazos prescricionais

Prescrição – Lei Anticorrupção

Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da
ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver
cessado.
Publicações
Controladoria-Geral da União
Corregedoria-Geral da União

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