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—— ‘A GEOGRAFIA AGRARIA E AS ‘TRANSFORMACOES TERRITORIAIS RECENTES NO CAMPO BRASILEIRO" Arivaldo Unbelino de Olvera Minho vida € andar por este pat Praver sewn dia descaso elie Guandandn a econdages Das eras onde eu passe! “Andondo peo series Ear amigos que die Le Gonzagae Hervé Condovl — vide deviant INTRODUGAO 0 tema Geografia agrdriae as ransformagdes territoriais recentes no campo brasileiro abre perspectivas para discuss@es profundas sobre os tumos que o Brasil est tilhando na virada do éeulo xx Discutiresse tema também éfunco bésicada produc lacadémica, Discemir entre 0 politico, o ideolbgico e oteérco € igualmente area dareflexdo intelectual, Assim, estaapresentagio caminha entre as contradigBes que formam 0 entendimento do ‘mundo atual eoestado daarte da geografia brasileira “roa dent urintad pra conc de provinetd crgode pest lrg Deprun ert ea degra na Fc Pile Peer in Humans da Uterine de Sh Pac Se ayo 9 pte ard Deparment deGegaia— Fs ee) a ‘Todos estamos inseridos no trbillo mundial da moderns de, Uns engajam-se no esrablishment, outros critieam-no. Uns fazem da ciéncia instrumento de ascensio socal e envolvimento politico, outros procuram colocar oconhecimento cientifico a ser igo da transformagao e da justia socal. Nao se trata, pois, de apontar o que esti cert ou errado. Trata-s, isso sim, de consteuir asexplicagdes das diferengas, emarcé-laserevelé-as por inteto, A produgdo intelectual da geografia brasileira na atualidade ests smareada poresssdiferengas, portantorata-se de aprofundé-las.E aprofundé-as significa compreender também que aciéneiae ate nologia tornaram-se Forgas produtivas. Deixaram de ser mero suport do capital paras converter ements de sua acum CConsequentemente, mudowo modo de insers0dos iemtistasedos ‘enicos na sociedade air ‘osde capitas no desenvolvimento de pesquisasconstiui a base da Possibilidade de avango teenol6gico das empresas. A constitugto ‘de associagdes entre empresas tem visado redo da relago cs {o-beneficio para esses empreendimentos. Os pesquisadores ou adminstradores, a cada dia que pass, transformamse em verda- {eirospareiros nos negécios. Transformam-se, portanto,em capi talistasassociados. Discutr esas contradigdes € um dos objtivos desta apresen- tao, que procurard, além da necessria reflexo a respeito dessa Prixis, dar conta da utopia para pens-a como instrumento que Pesmitaa construgio daliberdade, da autonomiae do compromis- $0 socal no interior da pética universitiia, E nesse contexto que entendo as transformagdes recentes ‘coridas na configuragio territorial do Brasil e do mundo neste final de século e milénio, Essas ransformagSes revelam que 0 Brasil mudou, qe o mundo mudou. Ocapitalismo adquiri novos padres de acumulagio eexplorasio. Eessanova feigio do capita lismo que muitos chamaram de modernidade ou que alguns ges- _rafos denominaram pes-moderniade. final, estamos diane da _P6s-modernidade? Aliés, como emtodo modismo,est tema jest 6 sendoabandonado pela geograta. Entio pergunto:afinal.estamos| em pleno apogen da mademidade ou, como prefere Robert Kurz, fem pleno apogeu do colapso da moderna? ‘Nancahouve tant fi, Com claps do socialism rea, oa una gocadsaparece evra hist, A constlgto familiar dt sociedade mundial gpa ps ueraestisedisolvendo dane de ossos aos om rapide ner Actbo-e to ua er as evant pre mente pergunt: que eraoiessi™ Como se sabe, arealidade é nica referéncia para submeter- mos a discussfo nossas concepgbes te6ricas. Desse modo, este dae deve estar submetido ao entendimento que temosarespeito dos processos de desenvolvimento dudricultura capitalist, Caso contri, podemos continuar, como tem sido regra na historia do peasamento geogrifco,a” geografizar” um debatequetem dimen: ‘es FilosGtias, histricase politica APRODUGAO GEOGRAFICA EA AGRICULTURA A geograia moderna, como a maioria das cincias humanas, naseeu noséculo x1x)s0b a égide do debate filos6ticoente0 pos. tivismo,0 historicismo e por eeto a influéncia da dialtica. Penso ‘que esss rs correntes fossfias de pensamento esto na forma- ‘oda raizes do pensamento geogrficomoderno. Os rabalhos de “Manuel Coreia de Andrade e Horacio Capel luminam nessadio- ‘i, Manuel Corea de Andrade aponta para. exsténcia de uma _geografia ibertiiarepresentada pelos trabalhos de Elisée Reclus «Piotr Kropotkin Cape? fazreferénciaa.um geégrafoanarqus- ‘tamarginalizao. ‘Assim, estou assumindo uma posiglo eitica em relagdo a autores que tratam desse perf da histéria da peografia quali cando-ocomo geografia tradicional, comoéoeasode Antonio Jos Robert Moraes' e Ruy Morera’. Esta expressio ndo permite revelararaiz historcista da geografia nem di conta do importante debate eftre 0 materialism eo idealismo nas eiéncias humanas, particularmente no século passado. Em minha tese de doutorado, 65 i: a7 isponuvaceagoceounyrorea Ma doquocame fare dsb a osc em contin pr qu cs pegs onic ara weeserogrfenoaacusto seb Sug dye deeguany veut spun, ear enilugr eas cash Joctpoda stare auc deve ln cemetoad ade dane acne a ‘Sisdadeea neces) que que eachsivanentnt ‘paler ev sude apr rete a ongem a gograi exc: mee go Ee ps oa ex ‘endo 0 palin de eiudneia de ua evein nz€o ‘$clsmento peogrific,constuida soba in laéncs da alte) ‘achat tnsco, avo nstclo xara com Cro pound dens cis tans poston eatcient ee popieerscanatota us purest vasehi soni tare taboshquelesinucaindoe plo pensanenio Hegelian. Ese nico dobs deve ser ened agrsoimeir deta vido fell de mundo etn cam pnpsiva de onjnt como 4 ‘unre cugorid como oetlooepromentocimeneco , ona gue como lo bes pode erage ou coNineetan pos de cporcinlnaeologaoulseobgiaato- ple que rca eas omas ead pensar doc Shea as hisercaments cone prope Miche Ly Opalvomo quem Ags Cem ees pie cis pena como tna vt da dtd ili. shabu cau unafoemncnjnto rasa turan an temaperomecoperacioal ue enende gue: teledadereldeporlesaurah oe eerie depen dcr de von deaohanar:nvida a. in nah Inn natura 2) stead ode, portant eee tne assntlad pla nse fo que cascaenos Como ‘maualism pasa’) ese ead ees mesmr modes, Semarches cide, mole de cour, raed) e processes cupsadepi tbr datatre)decbcar desc dtuncomoas dana devenintarsedabuerngdoe dept cagtio causal dos fendmenos, de forma objeriva, neutra, livre de jul- . Ohislorcitino, por sua ver, como escola de pensamento fun gamentos de valorou ideologias,descartando previamentetodasas ‘pré-nogdesepreconccitos." ‘dius dessa iias,pantcularmente do postulado de uma cincia axiologicamente neutra, aparece também fora do quadro estrito do postvismo, aeangando mesmo o historicismo e 0 mar xismo, Esse Fendmeno revela, antes de tudo, uma certa dimensdo -psitvsta no interior de vetents dessa escolas de pensamento, ‘Nao cust lembrar que emborao positivism tena surgido como ‘lop ertico-evolucionéria da burguesiaaniabsolutistatornou-se, ainda no século xix, umaideologia conservadora identificada coma ‘ordem industrial barguesaestabeleida, Esse postulado da netrali- dade valoratva dis eigncias humans conduzi, inevtavelmente,& negaeio ou a que os seguidoresignorassem ¢condicionament his- {rico-socal do conhecimento, Por outro lado, reforgou sua base dourindria naibjeividadse neuralidadecientico-scial. Parece| ‘vo nsistr que movimento neopesitvista na geografa, Ouse, ‘empirismo Idgico, manteve paticamenteintacto esses postulados, hasicos, sobreudo oda objetividade eneutaidade ‘Ahistoria do pensamento geogrfico na geografia agitia no foi,emhipstesenenhuma, diferente da influéneiadessacomrentede pensamento,sobretudona sua versioatval(e6tico-quantitativista, estéclaramente presente entre os pesirafos queestudam 0 campo. O artigo "Renovagio da geografia agriia no Brasil” in Simpésio: 4 renovagdo da geografa, publicado pela Aos-Associagio dos GedgrafosBrasilerosem 1973,co livre Geografiada agricultra, publicado pla Difel em 1984, de autoriade José Alexandre Filizo JaDini2®, sto 6timos exemplos dessa corrente,n rismo liso + jets : «dada na Afemanha, eve como um de seus principals representan- ‘es Withelm Dilthey”. Essa escola, que nasceu no interior do ies- Jism defendendo a antonomia do estatto eientifco das ciéncias ‘humana, admita que 1) Tao fendmeno ultra, socio potico istic eno pode ser compendid sent através dem sb historcdade, 2) Existence ‘eg fundamentals ent oft nature oft hints, en poate 6 seqienements, entre a eitcias que os estudam. 3) Nbo somente 0 ‘Seo dapesulsa ests merono Mako dahisia mastanbemo ste to pri pestusdoy, si peng emt, sa po O istoricism est, pois, ma raz flosfica daquilo que os ge6- grafos chamam de possbilism, Também nfo € demais lembrat ‘Gve a dscussdo sobre a regio na geografa tem que passar neces sariamente peo histriismo. Entretanto,o historciso ressurge ‘como uma espécie de eo-hisioricismo) Movimento que aparece também no interior do marxismo e que, via de regra, além de man- ter0s principios basilares do historicismo, ou sea, o conservado- rismo, incorre quase sempre na “tentagdo reducionista (da His ‘éria, sobretudo como método), ou ao menos na auséncia de rlicilagio preisae sem equivecoentre ocondicionamento socal \oy do pensamento ea autonomia da préticacientifica™. : "Abistériado pensamentogeogréficona geografiaagrératam- ‘bém foi fortementeinfluenciada pelo historicismo, O excelente ‘k_capitulo “Metodologia da geogatia agréia”, do livro Geografia ‘agrdria do Brasil, de Orlando Valverde, étalvez uma espécie de ‘marco hist6rico na histéria da geografia agréria do Brasil ‘Valverde, anossojuizo, quando escreveweste liv viviaa contra igo intelectual daquela época, entre uma visio historcista da _geografia enquanto cigncia ea sua firme posigio poltica de com- romisso coma transformagio dasociedade: Nodecoerd can de 195, entetanto os debates sore a questo gra brasileira, que semantinscore bandeira de serena Shes das eager seangaram 0 Congreso Noone pags publ ‘x Urpin problema seu equacionamento into esem piso ‘Aguile que fore um compromisso moral como meu mestre (LS. ‘Wain, pasou es locome pove braille.” CCabe também mencionsrmos o avango da fenomenologia. 20 pensamento googrifico, Tale essas duas correntes,neo-histor- ‘ismo e fenomenologia, estejam se consttuindo na base do maior riimero de trabalhos em desenvolvimento na geografia atualmen- 3k .le. Pesquisas sobre percepgio e modo de vida das populagées do | {campo esto setomando pratca usual na geografia agri, 68 ~ | thos dessa corrente, como 60 aso de trabal Adialética por sua vez, coma correnteiloséfica da geografia, meu ver, constitu uma espécie de az, propositadamente esque~ cida, do pensamento geogrifico. Nascida das obras de Elisée Recluse Piotr Alekseievitch Kropotkin, petmaneceu praticamente nointeriordomovimento anarquistadosulo xixe inicio doséeu- Jo xx. Contemporineos de Karl Mars diseutiram, profundamente, as concepybes de Hegel sobre a dialétiea ea transformagio da ‘ociedade capitalist, Esse debate foi retomado depois, no final da 6 ode julgarums dpa de ransfrogdo apart desu ripia.cone lencla:o coma, previo expiear esta consiénca apart 3s nraigbs da vida marl pairdo confi existent ne 5 or Sas rts soca relates de prod.” ‘Marx deixou explicitada a demarcapo de seu método: Porsuafandunentag, mewmétodo dato nto sé dere do heli: ocmas tbe asi anteve dea Para Helo proceso depen “Shien, qu ele st o nome de fa ransfomta num ueito atone mos odenarg do al el que consi apenas sua manifesta xt. Pra mim, pe coneio, dea nao ¢ naa ras qu oie Fal anspost etre a eabeys do home.” Nahhistéria do marxismo, entetanto, diferentes autores no ‘eseaparam imunes a influénci positivist, histricista ou mesmo racionalista,e diferentes vertentes de pensamento foram gestadas| fem seu interior, Deum lado, desenvolveu-se um marxismo post vista de outro, umbstorcista. Ebvo que geografiaea geogra- fia agréra foram influenciads por essasconcepgdes. De uma for- .. masinttica, as divergéncias, emborajtivessem sido colocadas", preci oraretomadas, tem of por muita an anAlgu autre een pode wt deque aD ce oc ter eects SO Irae Sivan aso separ gc ocanpose deseo va seria preciso acabar com essas relagdes feudais ou semifeudais Tiipliothuabe utdsiads no emp Pert eae tus Do Capos cone on San experi wane Aocstadennexingdo eal, Panta ftapelaer suai rat untexoeno qu fritermyaocopealenogo Says Eacs auorescnunamamearincluve qe capa eas ponardo bs corpo ast pacipus eos pucm ee concpro en Maurice Dob, Neon eres SiEre, Albero Ps Gumaves nici Ranges © To dos de georai grr asia, oe and pects ccs abcess 1. dasoramenta de Miguel Ginener Bets” Brat cel peu % tio: intresses e conflitos ea dssen.agio de mest de Maria ‘AparcidaSerpio Teixeira "A dversidae ediversidae dos produtores delete de pecuaristas-mercans a prolettios ova Empesirios, defends aqui na Geosrafia da ‘Outravertenteetende ue ocampo brasileiro jestise desen- ‘volvendo do ponto de vstacapitaliste que ine tavelmente ito despareer poisclesseram uma us o progress captalistaextnguiria. Ou sea. 05 ‘amponeses ao nla produit para o mercado acabariam indo facia perdendo sas teas para 0 bancos ou mesmo ttimn SO milhies de hectares de eras aos seus latifindios. Dessa forma, assiste-seno Brasil simultaneamente ao crescimento da dreads ati- {ndios e a0 crescimento das unidadescamponesss, ‘Osdados sobre oquaro gerald distibuigdo daterrano Brasil, no anode 1985, io aexpressio desta statu fundidriaconcentra a, pois, enquanto 90% dos estabelecimentas (mais de 5 milhes) ‘commen de 100 ha dispurhan de apenas 21, 1% da dea ocupa- da, 1% dos estabelecimentos (cerca de 50 mil} com mais de 1.000 ‘ha contolavam 43,9% da drea ocupada. Aids, esse aspecto con- ‘centrador da tera pode ser verificado também quando secomparam (0 164 milhdes de hectares controlados pelos latfunditios com estabelecimentos de mais de 1,000ha, como atl da rea ocupada pelos estabelecimentos de menos de 10 ha, ou seja, apenas 10 milhies de hectares. Nesse caso, so 3 milhes de pequenos campo- neses dividindo 10 milhies de hectares de terra, enquanto 50 mil latifundidrios dividem 164 mies de hectares ~.y Sepundo o Inera, entre 0s maiores ltifundiérios registrados + > naquele 6rgioestio: Manasa-Madeireira Nacional S/S, com mais dle 4,1 milhbes de hectares; Jari— Floresial e Agropecuara Lid, com mais de 2,9 mithoes de hectares; Arius — Agroflorestal da Amazénia, com mais de 2,1 milhdes de hectares; Cia. Florestal ‘Monte Dourado (também da Jar) com mais 16 milo de hecta- res etc. Nototalo quadro referente aos vinte cinco maior at- findios do Brasil permite rar duas conclus6es. primeira é que a maioria absoluta desses superlatiindios est na Amazinia. A segunda, que eles ocupam uma drea quase igual quela ocupada 86 pelo estado de Sto Paulo. Assn, oque se assistenasdtimas dé + das deste século Xx 6d formagao, na Amaz6nia brasileira, dos Imaiores latinos que a historia la humanidade jd registrow em todos os tempos. E convenient ressaltar que nlo se trata de um trago"feudal” da estrutrafundidra brasileira, poisentteesses lati fundidrios esti os grandes grupos empresarais do Cento:Sul do pis, O que essa realidade revela €o carder rentistadocapitalismo @ ‘quese desenvolve no Brasil, (Ocaréter rentsta da terra eo uso do solo, ‘Comojéfispontadoanteriorment, produ agropecusia soBrasileonem as contallges inerents 3 open do desenvolv- tment captalinta no pals Esse process gral marcado pea con Centro de ter nos afin pela expan da nidad ca pes aparece sobretudo mascarado pelos diferentes sosaguea {ers etd submetida, Un exemplo expressive da maguagem do mocesso de concentago da terra est na distibuigdo do vs0 do To plas atvadesagropecusrias. Os datos referees 0 uso da ter epindo os grupos de ies, demonsiram que 80S cOmparar arelidade do campo ene 1940 198, verifies quem et thos lobaso Brasil em mas de 45% de ss tras ocypaas por ages go em sido forma dso mals cont pra “con “Ee aterna mercadora reserva de valor —aesperadacspecu- Jago mobili "sn evidencia 6 tanto mais acentuada quando se tmam os cstabelecimentos com menos de 10 ha, que, inversamente aos grandes esabeecimentos, tm visio atmentar a pereenagem da {fea destinada ds Laouras (sta de 10% em 1985), ante apenas Tsedasuperficieocupada plas pastagens, Enguat sso, osesta- teleciments commas 1,00Dha tnham apenas 3% desta rea eupaapelasavoura, ao pasoquecerea de 40% desuaieaest- ‘atomada peas pstagens outros 40% ocupada pels malas. ene papel dafera mereadoria na economia brasileira qe tem caracterzado a exrutirabisica do nosso campo, Dados do Tncra mostam que hi no pts als de 140 mies de hectares de 87 terras aproveitveisndo exploradss,distributdas praicamente por todas as regides,sendo que a maioria delas esti no Centeo-Oeste (mais de 45 milhdes de hectares), Ese raga caractertco da esteutura agréria brasileira est na base do processo de concentrasdo fundiria existente, que de certo ‘modo caracteriza o campo com dominado pela pect de corte ‘denote su, de lest aoeste. Narealidade, quando se analisa sta ‘estrutura produtiva,verfia-se ue ocaréter da era como reserva de valor se manifesta na err improdutiva, em pate na terra ainda ‘coberta por mata natural contd nos latinos, mas, sobretudo, naterraecupadapelas pastagens. Jin pélo opostoestaterraocu- pada produtivamente pelas lavoura, nos estabelecimentos com menos de 100 ha (0 papel da producio camponesa no valor da produgdo animale vegetal (Os das referents ao valor da produgao animale vegetal do CCenso Agropecuério de 1985 revelam esse carter improditivo da ‘era na estrutura agrria brasileira, As unidades com drea inferior 1100 ha — que, aids, detém apenas 21% da étea ocupada total — esponderam por mas de 48% do valor da produgioanimale vege- {al do pais. Os médios estabelecimentos, com drea entre 100 € 1,000 ha (35% da rea ocupadia total) ficaram com 35% do valor total da produsio agropecusta, Ii os grandes estabelecimentos, aqueles que tém rea acima de 1.000 hae ocupam 439% da eea age ‘ola do pas, foram responsdves por apenas 17% do valor da ro ‘dugo vegetal e animal total do pas naguele ano. ssa caracterstica, mareada pelo no uso da terra para fins rodutivos no Brasil fcaainda mais evidente quandose tomar os dados referentes principalmente 8 pecuiria bovina, expressos pelos resultados da produgo animal de grande ponte. Esses dads revelam que 31% do valor total dessa produgi0 animal foi obtida os estabelecimentos com menos de 100 ha, ue ocupam apenas 15% (26 milhdes de hectares} da superficie oal do pals destinada| Aspastagens. Enquanto isso, 0s grandes estabelecimentos (mais de 88 100) esponeram por apenas 28% do valor profs ani- Int de grande pot emo coolnsm mas de 4% da ea Compastagens fins de83 mies debts) ‘Ro ge. poe se amb verifier ura produ vegetal Cavour pertanente tempi) exponsiel por 70% do ‘alorda produit send ques metade desta prado est tos ctcecento comes ner 100 a, Cabe estar tind que mex com flag no tsa produ nial incu grande, mio epeqeno pone) os exaelesimentos comarca inferior 10D harespondem por42%o vata es roto. roe temo loa, elo valor da prod por hectare inostn quem 1985 os exaelecimentos com menos de 10 ha tors malo apg bata 2 ers maar que atetes com made 10.000 ha. Mose ambem gue, mesmo tcnandooretabelesientos om aeaente 1.000 TG ha, © ‘Valor da produgao por hectare dos estabelecimentos com menos de Wha fot nave vezes maior que aquele.Esses dados revelam, prj cipalmente que terra nos pequenos estbelecimentosestéccupa> |" dda produtivamente enguanto nos grandes estabelecimentos ela é pouco utilizada produtivamente, pois est relia como reserva de valor. A importancia da produgao.camponesa ‘entre os principals produtos agropecudrios ‘Quando se anasto volume da produgio dos prinipais produ tos da agropecuéria nacional, verficase que 0s estabelecimentos ‘commenos de 10hasioresponséveis por um percentual elevais- ‘Simo da maior parte deles, Osdados mostram que nos Okimos vnte anos esses pequenos estabelecimentos foram responsiveis por/ ~ = Ins de 50% do volume da produg0 de morango, absbora, bata doce, melanca,jta, Fumo em flha, mamona,uva, alho,cebol,| mello, mandioca, feijdo, batata-inglesa, tomate, coco-da-baia banana, amendoim em casca, milho em gro, algodio em carog0 | rbreo, ea em gro, agave ecacau,alémdos suos, aves vos 89 es | es ee roduzidos. 1 prods tas como tigo, sj, lranja aroze ete foram aumentando sua produgdo gradativameate, nests limos vinte anos, em mais de 30% nos médiosestabelecimentos (sobre: tudo aqucles entre 100 1.000 ha). A eanade-agécar ea pecuria ‘ovina so poueo produsidas aos pequenos estabelecimento, constituindo-se pois, em produ agropecnstatipicadosestabe- Tecimentos médiose grandes De certo mad, 0 qe s v8 6 reflexo do pape fundamental que aterratemadquiridonasociedae brasileira, ove, umalgi- adit, por um ldo, pla tra improduiva nos grandes estahe- _leeimentos e, por outro, pela ter produtiva nas pequenos, "Narealidade,oprocessocontaitrio da expan da agrcul- ‘ura fez com que os stores capitalists no campo optassem prin palmente pela pecudra bovina (corte clit) e plas cultras da | canasde-apiear soja, aor, laranjae,emescala menor, pelottigo, | saca, café te. Enguant iso, as pequenssunidades cammponesas {Em sid esponsiveis pela maior pare da prod ds alimentos | bisicos da populagioe de varias matrias-primasindustais. Eo | capital abrindo,simultaneamente, camino para a expansdo dele \ proprio da preduciocamponess ‘ADISTRIBUIGAO TERRITORIAL DESIGUAL DA PRODUGAO AGROPECUARIA, A andlise da dstribuigo territorial da produgio agropecudria no Brasil apresenta também a desigualdade como caracteritica bisica. No que se refere ao setprpecuitio, pode-severficar que a istribuigdo do rebanho bovino apresenta-se mais concentrada no Centro-Sul do pais (Centro-Oeste— 28%; Sudeste — 28%; Sul — 19%), o que nfo ocorre com o rebanno de caprinos (Nordeste — 92%). 60 ebanko de suinos eo plantel de aves esti concentra dos sobretudo ns rezides Sudeste e Sul do Brasil Esse processa de concentragao dos ebanhos tem ra2bes hits rieas que convém recordar. Em primeiro lugar, a concentragio da pecusa de conte eleiteira no Centro-Sul est ligada nto s6 8 for- 90 tno doe grandes mercaosrbanos es gies etoplianas Bae Pas Rio de Incr e Belo Herz ma tbe ‘Spotagbede are Cnn etm dns res Sc do papel dss de embutdos Sa Perio sequen mctismos deez rodeo em ats $2. Sager orto dos mean da atepagl, aor Seadoo pool cenpossu Sul dopa “proud avout prmanets enya tm oe deci sina eave etna ef exprso i ‘eee Seda Eat ra econpertivsol empress nds 8a Dena forma geval pers ie que aclu e “SS exportagiio tém sido responsdveis pela caracterizagio basica da Serie erica catalan Bra Fl ani qocs ‘Sia ome on goverms liars por ine dat a Feoperaan nol do Bre varam expat dca de -SSipnqulspd, Mas foam o acta sia e974 ratty lpi Proicce) qv ablizou nexpa ‘Spa Mato Gresdo Sul Mato Grosso, ois, Mins Gras EES pan Em 980 os dan mostavam gu cee de Oe spn d sojaesuna nm eiosul (Rio Gand 32%, Fa i etna SSO nates Contest (ato Goo [3 Nate Growsod ul 108 ois 68), cabelembrar tan {decoeenpeai on ado vom endo pssvelpelamigio de ‘Rison parece J psc azdo Jos poss J cocen ae itn pros cosine; pa ropes ajc Sue Br Cab wn dear edo o ma ten de molanads ras vestments qv capistsdo {ro natn eto pa realzar investment roto seen esedincen ta Pung! na Bolom decors ds pater plays date de vartages at ‘Ocatbeoura cultura qv temconkecioumeateragoem sua expan O aren que fou ascado een po Sa Maas conolsalsdo qo lO%du posto acon Hoje ee etacefas cao expands om Minis Geral (83) apt Sam 5) to Poem manos pro maces Ferssa eqs be pete mcrae em sgundo aga ops: 91 Cro aspecto importante que acore com a cultura doef foi a lero nasrclgdes deabaho, cesta dominantmente bose, otrabalhoasalariado,crguantonoperodo reo desta expen Patan an area Ce ai resalara presen da ctra do ca na Baia 4%) ecm Rond- | tia (6%), sobretudo por causa dos movimentos migratris de Daranacnses para a Amazdnia.O café tanbén oi leva par © _. Paap porcapitalsadosetrqueabriamagiclpisparasms verdadeita inves delavradores brasileiro, hoje conhesios Como basic. : Outracltraquctemconhecidoumgrandecressimento ade -cana-de-agticar, devido ao Prodlcool. E oportuno ressaltar também. ‘econ expan da cultura da cana contem um aspect contra {ro do pont de vitae, pos, em fngio do process de tertoriizaio do capital ess expansio também estem grande tate concentada.E por iso que Sao Paulo pone hoje 32% da -produgio de cana e, ao analisar a cultura no interior do estado, Tese-e verge cinestconentad prncpalmente regis do Praccabae Ribeirio Preto. Jé no que se refere a produs3o em cts regies do pis, acannde-aiea expanse par os et “+ dos do Parané Goi, coninua send produida ns ees icionas como Camposno Ri de Janeito Zonda Mata 0 Nor stebaseir, onder seexpadido porque todos osestados Lape 2 A cultura da laranja € outro produto que tem na indiistria do © suco 0 mével de sua expansio, Sao Paulo continua concentrando 83% daprodugso nacional, porém novas eas de implantas (novos pomare) jacomevam ase dscnbar no pts: o Trango Minicom seaatematva pra aexpanso deol no norte de Sto Pato, a reito de Paranva no nome do Pra, fu ‘80 da implanagao de mais uma india de suco concentra. Alem dsss.caeressalarafomagio de uma nova dead pro ona regi de Srocaba ov mesmo civicultiraem Srsipe (uanto’participaio das grandes empress no meron nacional do sco delaranja, vemos em 1991 a sepuint perfor. Imac nas expres: Cutale 2.6%, Crosuo 22.6%, Prt 2 ase, Fruopic 7.5%, Cargill 7, Montecirus 6.9% eoutas empressmenoes, 182% ‘aor, culture alimentarbisca de grande pred popula com predcnni dotipo“apuhinh”no mereado bras, vem {tango o Rio Grande do Sul si grande ae produora nacional (G34), Hoje prodetoes de ror da Rio Grande do Sul vo para a ‘argentina procurade eras malsbarts para aumentr eS pro- asi. No conjunto nacional vrios estado participa da prod- {Ha textan ene eles Santa Catarina e Minas Gerais, com 85% {Si um: Maeno Mano Grosso, com 6% cade um; Goiése So Pale com 4% cada um. Oro uma ds cults qetem ers ‘ido cada ver mais nas médias e grandes uidaes capitalists no Cet So pie porn canoe mA im gr, dibs eitorial da prodogo dos principals proto agrcolas mosta ua fore concentraio nei Sal> des econ a pncpal rei agricola do pais, A rego S ‘enc sabe outa ata signicaiva da produso agricola no campo brasiei ‘(AACAODOESTADOEA REORDENACAO TERRITORIAL 0 desenvotvimento capitalista no Brasil em imposto uma, reordenagi territorial a campo brasileito. A formagdo dos 2ran- ‘des mereados urbanos nas regiGes metropolitanas permitiv que novos produtos agricolas fossem cultivados, formando assim hnovas dre produtoras ou mesmo revigorando outrasjédecaden- tex, Somada a da produglo voltada para o mercado interno estéa texpancto das culturas de exportacio, via de regra inanciadas com {ncentivos fiscas oriundos das politicasterritoriis do Estado. ‘Assim, combinando mercado interno eexterno,o Estado atvou no Sentido de incrementar a producéo,principalmente de gros ‘Ocariter industrial da agricultura capitalstano paispossibil- toua produgaoem grande escaladas culturascujaobtengo de pre {gos altosno meteado gerantia lero certo nesses empreendimen- 93 tos. © Estado atu estimalando esses stores compatitivs, di xandopraticamenteabandonadas aquelscalturas qi témsecons- ‘tudo, hstoricaments, na alimentago bisica dos wabathadores brasteiros Entre a polticaspiblicas abe ressaltar as votadas para a implementago de novos polos de desenvolvimento: oPolacento, ‘PolonowesteoPolamazdnia. 0 Polocentoestev ests vlta- éo para a expansio da cultura de grios — soja e aoz,pincipal- ‘mente —no eed do Brasil ental. © Polonorest [0 espon- ‘vel, sobretudo, pelos investments na Zona da Mata nonestina € no set. Na repo semi-rida, sss polcas governments Drivlegaram investimentosem projets de igo, gust nas reas dos ages, que nos vales dos ribs daregio. Papel de deta {ue couhe rea do rio Sao Francisco, nos estas da Bahia e Per ‘nambuco, ao vale do rofade Agu no Rio Grande do Norte e a0 ‘ale do ri Jaguaribe, no Cea, © Polamazbnia fi responsvel “ploestbelecmento dos pos de desenvolvimento grominerle "gropecuio na regio amazdaica, Seguament, dessa politica os processos de desmatamento ede violéncaatualmen- sss agdes estimuladas pelo Estado, somadas& prprialogi- «eade concentrago do capital partir dos grandes centros mettopo- Jitanos,fizeram surgirno campo brasileiro uma reordenaga tert ‘oral, proto da combinagdoconiraditsrae desigual daexpansio da agriculturaespecificamente capitalist e da agricultura campo: esa. Assim, a reordenagio territorial do campo provoca até mes- smoalteragdesnafronteira ‘A forte concentracio industrial e metropoitana de Sao Paulo atic hoe pratcamente toda a producio agricola brasileira, Sio Paulo no s6 sedia a Bolsa de Cereais smo também sua Similar elandestina, 5 da rua da Cantaeira, préximo ao Mercado Central da cidade. Além dessas das, S80 Paulo conta também com a Bolsa de Mercadoras e Futuros, que ‘tua fortemente no mercado das commodities (mereadorias tis como: café, soja, boi gordoet. 4 ‘Seni bastassem essasduas bosas, capazes de centraizar na ‘metrépotepaulistana.a principal pate da comercializagio dos pro- datosde origem agririado pais em SioPauloenconttasetambém | aprineipal unidade de comercializagaode produtoshorfrutgran jeiros do pas: a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de Sao Paulo, Ceagesp; Nese entreposto forma-sepratica- | mente a base de todos os pregosnacionaisdessesprodutos,confe- ‘indo-Ihe capaeidade de cenraizasao edeciso sobre ess parcela | dda prodgao agricola. oA ‘Sto Paulo articulaambas as produges, capitalistae campone- sa, no campo brasileiro, Essa aticulaglo faz com que o pais vi trando dreas de certasespecializagdes do ponto de vista produ ‘yo. As regides da Grande Sto Paulo, Campinas, undia a porcio| | sul repo de Sorocaba tm se espeializado na prodo hort- |. | truigraneira, Sto reas produtora de verduras, legumes, mo | go, uva,pessego, cagu, ceboa, tomate et, cultivados sobretudo por unidades camponesas de producio, aticuladas ou ndo por frandes coopertivas, como foram os casos da Cooperativa Agr: ‘cola de Cotiae da Sul-Brasil 'A Coupercotia fo também responsive pela expansio das cul- turas datas no Nordeste brasileiro: mamo, no su! da Bahiae nore a i) ‘ativo dos movimentos socias rurais, em Iuta pela terra ou por melhores condigdes de trabalho, Ese processo io érecentee tet suas raizes na prépria histria do Brasil. As lutas dos eseravos negros contra a escravidio redundaram na formagao dos quilom= bos, muitas vezes destrufdos pelos bandeirantes, esses jagungos| dos senhores de escravos. No século passado a lta de Canudos; neste século, 0 Contestado, Trombas e Formoso, Porecau, entre tanas utr, além dos itimeros movimento grevists de colonos| nas fazendas paulists de caf, sio exemplos dessetrago histético das lutas no campo brasileiro. Entetanto foi o Movimento das Ligas Camponesas que nas to capitalist a agdo dos Sindicatos de Trabalhadores Rus tem feito avangar as Tuts por melhores condigSes de vida e trabalho. ‘Sioexemplos dessas uta as greves dos bias-frias de Guariba,em 1984, Leme eAraras, em Sto Paulo, em 1986, eas grandes greves dos canavieios da Zona da Mata nordestina ‘Os movimentossocais ras também chegaram 3 Amaz6nia, «No Acre, os seringueiros organizados nos Sindicatos de Traba- adores Rurais tm aberto luta contra os ltfundidrios. O movi- mento tem aparecido na imprensa como lta contrao desmatamen- to da Floresta Amaz6nica (ecolégica, portanto), mas, na sua cesstneia, uma uta pelareforma agrria da loresta,Liderados ini- cialmente por Wilson Pineiro (assassinado em 1980), depois por Chico Mendes (assassinado em 1988) eatualmente por Raimundo de Barros, Osmarino Améncio Rodrigues, Jlio Barbosa e Pedro Ramos, entre outros, ests seringueiros se orpanizaram,propuse ram eesti lutando pela mplantagso da Reservas Extrativislas na ‘AmazOnia, como uma formando séde preservagdodafloresta,mas ‘também de reforms agrria na regio. Como instrumento de lta «rim oConsetho Nacional dos Sringueiros procuram unific- Jacom ados povos indigenas da regi pela demarcagio das reser “vas indigenas, Para isso fundaram, junto com a Unido das Nagées > Indigena, usa Alianga dos Povos da Floresta, > Ospovos indigenas também esto presenes nas frentes delta ‘ela preservagio de suas terras, Movimentos nacional ¢ interns ] que aprofunda lua pela reforma ageria no campo (0 aumento da © #] violencia é uma evidéncia deste proceso), transferepgulatina mas ‘4 decididamente esta lta (pelareforma agri) paras cidades. Ate ‘mesmo 0 latifundirios/rileiros da Ug, atuam a0 mesmo tempo no campo, fazendo aumentara violencia, e também decididamen- tenascidadesfazendo seu marketing poliicoesuas manifestacbes (ildes de gado, passeatas etc), Ali, esta violEncia tem ceifado, a vida de trabalhadores do campo ou de suas iderangas sindicais, politicasereligiosas nas cidades. essa forma, cidade e campo vo se unindo dialticamente, quer no process produtivo, que no processo de uta por melhores salrios, por melhores pregos paraos produtos agricola, particu: larmente, pela reforma agréva 108 ‘KANALISETEGRICANA GEOGRAFIA [AGRARIA: A TERRITORIALIZACAO DO CAPITAL EA MONOPOLIZACAO DO TERRITORIO (0 desenvolvimento da agricultura (pela industrializaga0) revela assim que ocapitalismo est unificando contraitoriamente fo que ele separou no incio de seu desenvolvimento: indGstriae agticultura, Essa nificagio esta sendo possvel porque ocapitalis 1a torou-setambsm proprietirio de terra portant ltifundirio, Isso se dew tambsim porgue o capital desenvolveu Tames de sue: _¢f.que funcionam como peias, como amarras a0 campesinto, fazendo com que cle produza, as vezes, exclusivamente para a india, ‘Umexempla deste processo contraditrio de desenvolvimen- toocortecomasusinas ou destilariasdeagicareslcool,onde atl mente indisria ¢agricultura so partes ou etapas de um mesmo processo, Capitalista da india, proprietério de terra eit ta da agricultura tim um s6 nome, sfo uma s6 pessoa ou uma s6 empresa, Para produzi,ulizam o wabalho asslariado dos bias {its que moram nas cidades, ‘0 outro exemplo se di com os produtores de furno, no Sul do Brasil, que entregim sua produgao as multinacionais do cigaro esse e480, ocapitlistaé ima empresa industrial, enquantoo pro «pettio da terra eo trabalhador so uma tnieapessot, 0 campo neses, Jé nos easos em que os camponeses artendam tera para plantar ofumo com o trabalho de suas familias temos como perso nagens socias dese processoo capitalista industrial o propriet ro de terra rentista (que vive da renda em dinero recebia pelo aluguel de terra) eo camponés rendeiro que trabalha a terracom a fama (O que esses processos contraditérios do desenvolvimento, capitalstano campo revelam que, 0 primero caso, capital ter- sitrializa-se. Trata-se, portato, do proces 'No segundo caso, 50 pro- ‘cesso contra io revela que: 105 o (iaence cnet aa [coi posi Pp et ern | Neste segundo caso ainda, 0, as condigbes: ean oy oie i ao ps ee comme are meaner i Ops omer, amine ti en entree ate corer ean Se coer emis ge ome maa, meaner emacs 106 CConcluindo, teritorilizagio do monopélio ea monopoliza «io dotenritério podem se consttuireminstrumento deexplicagio _eogrifics para as transformagGes teritoriais do campo, ‘Quigé sirva de instrumento para os trabalhadores sem terra ajudarem na construgio de una nova sociedad ‘OTAS 1 mz Rae, is madera Rea Tere 1 Ke Ce Sopot cea Sta Skies " 1. te Gog eid vid AnlagiCokio Cag Bosc EF 4. un Oe Fae Calsion Pat Me 1996 $ SOSTIDAE te secinenlsCaruftouenfrsce Baron 4. tom aon aR Sopp oP 2, mt Ry Gepf StPa:B. Bss 18 TASEMARECRT eestor bd de Mactan “attain am o. ute me Cen pin Cle Os rsa Pa ‘treason to uma 17 ee I Sop nora of” Rind ii: AGHA 2 mere José Alexandre, Geografia da agriculture. Sho Puulo: DIFEL, 1 oy, Wien. adc bre Eames 9) Sloe 1. i on ep ee on 8 1 Sv itn Gti do Br Rie nee NEP MEC- Garner sons tt gf So ab Dea Ii Stones tin der de Me ae tape 8 1 Sloatietaons Greatest seg io fo Ach zn Cat Bear sem psi decomp a Ske Teas — ety cn 21 fan Rene es ei Reese Geog So oss, ax ind expri Mesc: Fondo de ie laconerin dt mond Mec Pane 107 22. mes Oca alt ia nRefexi tes Ose 23 cus, Arvid Uden © eons ata Geogr ceoniica de Pee George Emerton pur uma Disa Grog Tae Cr ‘tbe pos on gto) Org Rey orn. Pepi a oy, 198. 2+. ee Oia Bene ep ari be, ep 25 onan, Manuel Cot. A tert € homem no Node 2 react, Pas Aloe ii, io Pa: et, 196 oon i E 2, Seams Manoa rem Grande orga trnformao denser do ‘nur send pin, So Pal, 11 ets mi 29, Nano aacria decom pltcn Colo Os Pears ‘StoPans Abi Cua 194, pp.358, ‘olumet Now Clr Si Par 185.29 E og rnp SP EA, 98, 52. bom, Mace ewtiedcoptin. Riode ane: Zohar 1973¢ ed [34 Soe Neon Were Formed Bran Rode ans ‘orale, 962 | ats, Alera Paes, Que ul defini Ri de as: Pa 1Sste Aira ds ase air nes: coma Pica ve sear. Si Pol, [6 Yate Orland. Erdos de gegn agriia brstea, Peps Ea Vines 985 Te Miguel iene Bras entapecuineresere cons Tee road, rao er Gp Huma Departed Geo Tet, Maris Ap. Sempi. A deride vei dx prdaoresde Ie decane Diseases, 29, atone queer Sh Pal Prop 9 4. Ln, Vidi 0 desemotinemt do capstan asia Col Os Bo toni Sh Pal: Ab Cla. 982 {2 Sven Pal rund deemelimento capita Rese ane: Zab Eh 18 48 D0 Ca Aue ania Bre Pale: set, 17, 108, |. wncvo wes, Mat Cone 0 bela — amu ema Fenton 45. find Gt Pres eve lent SP Hc Amor Soo Noga ar 46, abso, Rane Padima copie arti om gent, lo i ck, oe 9, ay deem do captain gordon mre seme kaso AG, oe SONTKa Oto! Vlome so meso —tono Cla Or Feemontnsvelane VSP vse 8p? 49, intr Ron oa dca Rea: 2a 76 $0, Sule acco Na Ae 98 5 RSet. Koes. Gund po option Rade 52. rod Soa der Soul: 1979: gp: ‘Mises poate) SP Tes 90 Os Sopenie satan at Pat ons, 4; Amarone eeuiayae Benes ae opacity Fert ee 1984 Rf rnb is mera oe Rp’ SP ce, Ne po la nese vero Comer gras dr ao ao cen tei deep Pat es 188 Coat cdo d= ‘EnanineLcrt ns Mrinene Sait do Congo, to Pa, ec 84 ho duran SP asi, 09 pa {ton sin PH, 8 or ta, Sa Fa PI © lne nada ae sels omnes Sn Pa A 86, 5% Sd Ven Tre Cor dn, SP a1 [5 un Matin Tlie tne Ba oop ee Des {LiDiputanenede Gevpa: ioPlo mcr 46. gavoun Ato Unb ppg oda rapa “intone Line ol, Sic, eg “Tcl Cl pends Cp Pa Cotes en Chitin meno export econ Cals Bot ‘pnt CSB Pape s7. divans hore Unload Br Ble ‘at pnp we Sas 58. vn Arts Unio. penn campones Bre Cleo ‘mes eng tof EC 59, ros He eprantind epee ape, 197 i Cur naatscoetvin br seo Stem Ce Pore gerfep SnPa , 2 srr, Ap ve eps tne St Pt 83 109 ie. 6, coma Jon Lai Foes em Odean Tera pan ‘Slonen anu 1982) One d rr ne arte te? . a Ot SR ‘A GEOGRAFIA: £5: ces, Pepi dcop SPs Na VATE, 33. PESQUISA E ENSINO SF Rann go igen pare neta ps" Brin, ‘Tamera cones pinto Geared Br an Nida Nib Ponca? tons (Og Sia Pan: EDUSP. 1985, tec on Bl Ft os, (0, rome Ai Fh de, Car Bs S587... Adlisciplina escolar geografiaesténo jogo dalético entre a realidade da sala de aulae da escola, entre as ransformagdes hist ‘eas da produto geogrfica na academia eas vitias agdes gover rhamentaisrepresentadas hoje pelos gui, proposas curricular, pparimetros curiculares nacionais de geografa; avaliagbesimpos- ta os professores, sem mudangas racais naestrtura da escola «na organizasio pedagégica global e pelo embate acitrado entre escola pli privada, Diane das mikiplasagdese orients origintias ds rgios cemtais da educagao vinculadas& politica educacional do pas, per _Zuntamos: ue eaminkos o professor escola podem wilhar para ‘que os alunos dos diferentes niveis deensino compreendam esp ‘pageogricoeampliem sua visio de mundo, conhegam oseu papel ‘a sociedade moderna ou pés-modema, como querer alguns, em ‘uma economia mundializadae de vida globalizada? ‘Como a globalizago se radz no espago de vida do profesor do alano? Como, do ponto de vita do espago geositico, integrara ‘excalinternacional(lobalizagio) hescala loca (espagovivencialy? 'Nio existem respostas mégicas para esas quests, auniver- sade tem um papel importante naandlise do context da educa- (ho atual do pais a serrealizada junto com os pofessores das esco- "Poesia de Emin de Geografia da Fae ce aod io m1

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