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Cópia de Deficiencia1
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Estatuto da Pessoa com Deficiência
Paulo Lépore
Aula 02
ROTEIRO DE AULA
Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência (NY -2007) + protocolo facultativo.
Criado no âmbito da Organização das Nações Unidas;
Tratado internacional de direitos humanos
Tratado com caráter vinculante – os estados se obrigam internacionalmente e em caso de descumprimento
podem sofrer sanções internacionais
Dúvida: O Brasil aderiu ao tratado internacional em defesa do direitos das pessoas com deficiência?
R.: O Brasil aderiu ao tratado por meio do decreto legislativo 196/2008 (c.f. Art. 5º§3º da CF).
A Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência, no Brasil, já havia sido incorporada a nossa constituição no §3º
do art. 5º, pela emenda constitucional 45/04, foi o primeiro tratado internacional a ser incorporado no ordenamento
jurídico brasileiro.
Essa emenda foi a emenda de reforma do poder judiciário, mas que trouxe também outros dispositivos além daqueles
objeto da reforma, dentre eles o §3º do art. 5º. Por meio dele os tratados internacionais de direitos humanos que forem
aprovados, em cada casa do congresso nacional, por três quintos dos votos de seus respectivos membros, em dois turnos
de votação, serão equivalentes as emendas constitucionais.
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O procedimento de aprovação desses tratados no Brasil concedem a eles status de norma constitucional.
Boa parte dos dispositivos da Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência foi adotado pelo Estatuto da Pessoa
com Deficiência, hoje temos uma proteção fantástica aos direitos humanos das pessoas com deficiência no Brasil.
Mudança de
paradigma
Modelo social, de direitos humanos, de dignidade da pessoa (Capacidade – sociedade e meio social se
enquadram à pessoa).
A pessoa com deficiência, até bem pouco tempo, era assim considerada a partir de critérios médicos, por conta das suas
limitações físicas, psíquicas e sensórias exclusivamente. A limitação definia a pessoa como uma portadora de deficiência
e o sistema lhe considerava uma pessoa incapaz em razão da sua deficiência. No modelo médico, a pessoa com deficiência
é quem deve se enquadrar ao meio social.
A Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência mudou esse paradigma médico para um modelo social de
direitos humanos. A pessoa com deficiência deixou de ser presumidamente um incapaz para ser uma pessoa capaz sendo
uma obrigação da sociedade e do meio social adaptar-se a ela.
A deficiência passou a ser aferida por meio de um avaliação biopsiquicosocial, leva em consideração a forma como a
pessoa interage com o meio social, vai além da sua limitação física.
A deficiência:
A Convenção de Marraqueche também foi recepcionada no ordenamento brasileiro com status de norma constitucional,
equivalem a emenda constitucional.
Objeto: estabelecimento na legislação nacional de direito de autor de normas que facilitem a disponibilidade de obras
em formatos acessíveis à pessoas:
Cegas
Com deficiência visual ou qualquer outra deficiência perceptiva ou de leitura;
Que estejam impossibilitadas, de qualquer outra maneira devido a uma deficiência física, de sustentar ou
manipular um livro ou focar ou mover os olhos de forma que normalmente seria apropriada a leitura.
A Convenção de Marraqueche tem por objetivo fomentar que as leis nacionais criem exceções sobre os direitos dos
autores que facilitem a disponibilização de obras em formatos que permitam o acesso de pessoas com limitação visual de
qualquer natureza.
1. Título VIII - Da Ordem Social - Capítulo VII - Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
Art. 227, § 1º da CF: O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do
jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos
seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
[...]
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física,
sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010)
Art. 227, § 2º, da CF: A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Na Constituição não temos um capítulo referente à pessoa com deficiência, de modo que o art. 227 foi alocado
no capítulo que versa sobre a ordem social, junto com os dispositivos que tratam da família, d criança, do
adolescentes, do jovem e do idoso.
O art. 227 ainda trata as pessoas com deficiência de acordo com o paradigma médico, mas quando a constituição
foi elaborada a terminologia utilizada era “pessoa portadora de deficiência”.
O §2º e o caput do art. 227 trazem uma divergência do ponto de vista da técnica legislativa. O parágrafo 2º se
interpretado isoladamente nos sugere que o acesso será garantido a todos os portadores de deficiência, quando
na verdade se nos voltarmos para o caput do art. 227 veremos que ele só se refere a criança, adolescente e jovem.
A crítica que se faz é que ele deveria estar em um artigo específico ou a CF deveria ter feito a referência expressa
às pessoas portadoras de deficiência no caput.
O legislador constituinte apenas reproduziu o que já havia dito no art. 227, §2º nas disposições gerais, não criou
um capítulo específico as pessoas com deficiência.
Mas já temos na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência um “grande capítulo” sobre o direitos das
pessoas portadoras de deficiência.
O intuito é que a pessoa tenha a possibilidade de maior integração possível, por isso preferencialmente é que
ele esteja matriculada em uma rede regular de ensino.
5. Direitos Sociais e Administração Pública
Art. 7°, XXXI, da CF: proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
Art. 37, VIII, da CF: a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
6. Precatórios
Art. 100, § 2º, da CF: Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago
na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
Precatórios- Requisições feitas pelo poder judiciário para que a administração direta e indireta pague suas
dívidas.
O pagamento às pessoas com deficiência tem preferência sobre os demais.
1. Lei 7.853/99 e Decreto 3.298/99: Dispõe sobre o “apoio” às pessoas portadoras de deficiência.
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O estatuto da pessoa com deficiência não revogou a lei 7.853/99 e nem o seu decreto.
O Estatuto alterou alguns de seus dispositivos, vejamos:
a) Tutela Coletiva
Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e
individuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída há mais de 1 (um)
ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista que
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com
deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
b) Tutela Penal
Art. 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015)
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em
estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua
deficiência;
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua deficiência;
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa
com deficiência;
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando
requisitados.
§ 1o Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um
terço).
§ 2o A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferimento de inscrição, de aprovação e de
cumprimento de estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do
administrador público pelos danos causados.
§ 3o Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em planos privados de
assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
§ 4o Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
3. Lei 8.112/99
Art. 5. § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso
Referências normativas:
- Constituição Federal – Art. 37, VIII – garantia da reserva
- Decreto 3.298/1999 – Art. 37, §1º e §2º - percentual mínimo de 5%
- Lei 8.112/90 - Art. 5. § 2o – percentual máximo de 20%
Regra geral: Os concursos públicos devem garantir no mínimo 5% e no máximo 20% de suas vagas para as
pessoas portadoras de deficiência.
Dúvidas:
- Concurso com 05 vagas, deve se assegurar vagas para os portadores de deficiência?
- O edital do concurso pode estabelecer, 5%, 10% ou somente 15% da vagas para portadores de deficiência?
- A lei 8.112/90 é de âmbito federal, o percentual de 20% não seria somente aos concursos federais?
STF – MS 30.861/2012. Rel. Min. Gilmar Mendes. 22/05/2012. Aplicam-se os limites mínimo e máximo 5% e 20% ao
mesmo tempo. + STF, RE-AgR 440988. Rel. Min. Dias Tóffoli 28/02/2012 + STF. MS 26.310-5. Rel. Ministro Marco Aurélio.
20/09/2007.
STJ – RMS 36359 / PR. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. 27/11/2012. Fez menção ao 5% mais 20%. Arredondamento
não pode conduzir à desigualdade.
STJ – RMS 38595 / MG. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. Mandou aplicar limite máximo da 8.112 para cargo de
Técnico de MP Estadual).
STF: percentuais se aplicam para o número de vagas de cada cargo, não do concurso todo. (RMS 25.666/DF. 2ª turma,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 03/12/2009)
A lei 8112/90 é regulamento para os concursos de âmbito federal. Na hipótese de existir regulamentação
estadual ou municipal definindo o percentual de vagas, está terá prevalência, reflexo da autonomia do pacto
federativo.
STJ – Se existir lei estadual ou municipal estabelecendo o limite máximo de vagas para pessoas com deficiência
aplicaremos a legislação correspondente, na ausência de regulamentação e apenas uma referência editalícia,
usamos os parâmetros da lei 8112/90 quanto a limite máximo.
Concurso com 05 vagas:
Ex.: Se for na área federal – mínimo de 05% e máximo de 20% - precisaria de no mínimo 20 vagas para reservar
uma vaga para pessoa com deficiência.
- Ficou definido que se aplicaria os limites mínimo e máximo 5% e 20% ao mesmo tempo (STF - MS 30.861/2012,
STF, RE-AgR 440988. Rel. Min. Dias Tóffoli 28/02/2012 e STJ – RMS 36359)
Concurso com cadastro reserva – a cada quatro classificados da lista geral entra um portador de deficiência.
I. Beneficiários:
a) pessoas com deficiência (Lei 13.146/2016);
b) idosos com idade igual ou superior a 60 anos,
c) gestantes,
d) lactantes,
e) pessoas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritário;
II. Obrigados:
a) repartições públicas;
b) empresas concessionárias de serviços públicos;
c) instituições financeiras.
b) Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público, terão normas de construção,
para efeito de licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridade competente, destinadas a
facilitar o acesso e uso desses locais pelas pessoas portadoras de deficiência.
c) Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos após doze meses da publicação desta Lei (publicada
no DOU em 9.11.2000) serão planejados de forma a facilitar o acesso a seu interior das pessoas portadoras
de deficiência.
3. Lei 11.126/2005: Dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes
de uso coletivo acompanhado de cão-guia.
- É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer
com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados
de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei (redação dada pela Lei 13.146/2015)
- Art. 12-B. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015). Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão 10%
das vagas para condutores com deficiência. § 1o Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo, o
condutor com deficiência deverá observar os seguintes requisitos quanto ao veículo utilizado: I - ser de sua propriedade
e por ele conduzido; e II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação vigente. § 2o No caso de não
preenchimento das vagas na forma estabelecida no deste artigo, as remanescentes devem ser disponibilizadas para os
demais concorrentes.
5. Lei 13.146/2015: Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência
(EPCD)
PCD: aquela que tem impedimento de longo prazo
+
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
+
o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
+
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
•Pessoa com
PCD deficiêncioa
•física,
Impedimento mental,
de longo prazo intelectual ou
sensorial,
A limitação deve impedir a pessoa de viver em situação de igualdade com as demais pessoas.
Não basta uma deficiência médica, a deficiência precisa ser biopsicossocial.
Biomédica + Psicológica + social
IV. Alterações geradas pelo EPCD: Capacidade das Pessoas com Deficiência
Código Civil - CC
Art. 3º do CC: são absolutamente incapazes apenas os menores de 16 anos
Excluídos do “rol”:
* os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; e
* os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
O Estatuto da Pessoa com deficiência trouxe modificações no Código Civil no tocante a teoria das incapacidades.
3. Aqueles que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade*;
4. Os pródigos.
* Deixaram de ser absolutamente incapazes para se tornarem relativamente capazes.
Enfermidade ou deficiência Mental – a presunção de incapacidade das pessoas com deficiência deixou de existir.
Pessoas com deficiência são presumidamente CAPAZES.
Permite-se que a pessoa com deficiência sejam auxiliadas em sua tomadas de decisões por pessoas de sua
confiança. Não são curadores, tão somente pessoas que vão auxiliar.
Pedido judicial: a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio
a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos
direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
Legitimidade: Em regra, da pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio.
A própria pessoa a ser apoiada poder escolher quem irá lhe apoiar já demonstra a sua capacidade.
Procedimento e regras:
a) O juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as
pessoas que lhe prestarão apoio.
b) Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o
contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
c) Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniõ es entre a
pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
d) Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigaçõ es assumidas, poderá a
pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. Se procedente a denúncia, o
juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de
apoio.
e) A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão
apoiada.
f) O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
g) Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposiçõ es referentes à prestação de contas na curatela.
1ª posição - doutrina mais moderna entende que o termo interdição já não existe mais o que existe é a
curatela, com as alterações do Código Civil a interdição deixou de existir.
2ª posição – A interdição permanece no ordenamento civil brasileiro e o novo CPC continua a se referir
a processo de interdição como sendo o meio para se chegar a curatela.
Código Civil
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
a) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
b) os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
c) os pródigos.
OBS: “aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida
civil” – hipótese excluída
É na hipótese do art. 1767, I do CC que se enquadra as pessoas com deficiência – “aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade” – são de capacidade relativa.
A interdição somente é possível quando a pessoa com deficiência não conseguir exprimir sua vontade.
Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:
IV - pela própria pessoa.
Autocuratela ou autointerdição
Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o processo que define os termos da curatela:
a) Nos casos de deficiência mental ou intelectual;
Art. 6° do EPCD: A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e
planejamento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.
Art. 1.550, § 2º do CC: PCD poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu
responsável ou curador.
4. Pródigos.
1. Regra para os maiores de 18 anos Se sujeitam a curatela
(art. 1.767 do CC)
(MPDFT – Promotor de Justiça – MPDFT/2015) A recém-editada Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, entra em vigor 180 dias após sua publicação, e
opera importantes modificações no Código Civil Brasileiro. A respeito dessas modificações, assinale a única alternativa
CORRETA:
a) Em relação ao regime das incapacidades, a alteração operada foi que as pessoas que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade deixaram de ser absolutamente incapazes e passaram a relativamente
incapazes.
b) Quanto à possibilidade de serem testemunhas, foi revogado o dispositivo relativo aos cegos e surdos, mantendo-se o
relativo às pessoas que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da
vida civil.
c) Sobre a nulidade do casamento contraído “pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida
civil", essa nulidade, antes absoluta, foi tornada relativa.
d) Quanto à interdição, ficou estabelecido que o processo que define os termos da curatela pode ser promovido pela
própria pessoa a ser curatelada.
e) Foi inserido novo instituto para suprir a capacidade das pessoas com deficiência, a tomada de decisão apoiada, pela
qual o juiz elege duas pessoas idôneas para apoiar a tomada de decisão das pessoas com deficiência nos autos de
processos judiciais.
Gabarito: D
É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação,
à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à
cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à
dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição
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Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras
normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico
A constituição garante as pessoas com deficiências os mesmos direitos garantidos às pessoas em geral, e
além disso algumas especificidades atinente somente a elas.
• Ações Afirmativas: a pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios
Ex: vagas em concursos
Ações afirmativas – aquelas que buscam corrigir desigualdades historicamente consideradas.
As pessoas com deficiência não estão obrigadas a usufruírem de benefícios decorrentes de ações afirmativas.
• Proteção contra toda forma de: negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e
tratamento desumano ou degradante.
- Sujeitos especialmente vulneráveis: criança, adolescente, mulher e idoso, com deficiência.
• É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da
pessoa com deficiência.
- Juízes e os tribunais: devem remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
FCC -Técnico Judiciário – TRE/SP – 2017) Os direitos relacionados ao atendimento prioritário da pessoa com deficiência,
são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, EXCETO, dentre outra hipótese,
quanto
a) à proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.
b) ao atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público.
c) ao recebimento de restituição de imposto de renda.
d) à disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia
de segurança no embarque e no desembarque.
e) ao acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis.
Gabarito: C
Extensivo ao acompanhante
da pessoa com deficiência ou
Hipótese ao seu atendente pessoal
* Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida pelo EPCD é condicionada aos protocolos
de atendimento médico.
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2. Direitos Fundamentais
Direito à Vida
Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida. Em situações de
risco, emergência ou estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável, devendo o
poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
Cuidado! Não confundir vulnerabilidade com incapacidade!
sociedade. Nesse contexto, resguarda-se, por meio da interdição civil com internação compulsória, a vida do próprio
interditando e, secundariamente, a segurança da sociedade. Além disso, deve-se ressaltar que não se pretende, com essa
medida, aplicar sanção ao interditado seja na espécie de pena seja na forma de medida de segurança, haja vista que a
internação compulsória em ação de interdição não tem caráter penal, não devendo, portanto, ser comparada à medida
de segurança ou à medida socioeducativa. HC 169.172-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/12/2013.
A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em
caráter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras
pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes não
tutelados ou curatelados.
• Destaques:
a) atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS,
garantido acesso universal e igualitário;
b) capacitação inicial e continuada aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente
em serviços de habilitação e de reabilitação;
c) serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a
manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
d) atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
e) atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;
f) respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência;
g) atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
h) informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus familiares sobre sua condição de saúde;
i) oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais,
conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.
OBS: Essas garantias/diretrizes aplicam-se também às instituições privadas que participem de forma complementar do
SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.
Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio
de:
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado
integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de triagem neonatal;
IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
Atenção! As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no
mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes. São vedadas todas as formas de discriminação
contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores diferenciados por planos e seguros privados
de saúde, em razão de sua condição.
Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de residência, será prestado
atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a acomodação da
pessoa com deficiência e de seu acompanhante.
À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal,
devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições adequadas para sua permanência em tempo integral.
Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com
deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos
arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que atendam às especificidades das pessoas com
deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além
dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Para os efeitos da Lei 13.146/2015, considera-se violência contra
a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano
ou sofrimento físico ou psicológico.
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.
Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e
aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a
inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços
e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como
segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social
dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições
de ensino;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de
equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de
organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
tecnologia assistiva;
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade
escolar;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e
profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta
de formação continuada para o atendimento educacional especializado;
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OBS: Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, não estão obrigadas aos itens IV e VI (oferta
de educação bilíngue pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas equipamentos e recursos),
sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no
cumprimento dessas determinações.
Atenção! A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino – Confenen ajuizou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, em tramite sob o Nº 5357 perante o Supremo Tribunal Federal
para questionar a constitucionalidade da obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem a inserção das pessoas com
deficiência no ensino regular e prover as medidas de adaptação necessárias sem que o ônus financeiro seja repassado às
mensalidades, anuidades e matrículas.
A medida cautelar foi indeferida. Posteriormente, no mérito, por maioria de votos, o Plenário do STF rejeitou a ADI se
valendo dos argumentos utilizados pelo Ministro Relator Edson Fachin, quando do indeferimento da Cautelar.
Trechos da ementa da decisão de indeferimento da cautelar: “A atuação do Estado na inclusão das pessoas com
deficiência, quer mediante o seu braço Executivo ou Legislativo, pressupõe a maturação do entendimento de que se trata
de ação positiva em uma dupla via. Explico: essa atuação não apenas diz respeito à inclusão das pessoas com deficiência,
mas também, em perspectiva inversa, refere-se ao direito de todos os demais cidadãos ao acesso a uma arena
democrática plural. [...] Se é certo que se prevê como dever do Estado facilitar às pessoas com deficiência sua plena e
igual participação no sistema de ensino e na vida em comunidade, bem como, de outro lado, a necessária disponibilização
do ensino primário gratuito e compulsório, é igualmente certo inexistir qualquer limitação da educação das pessoas com
deficiência a estabelecimentos públicos ou privados que prestem o serviço público educacional. [...] Não se acolhe o
invocar da função social da propriedade para se negar a cumprir obrigações de funcionalização previstas
constitucionalmente, limitando-a à geração de empregos e ao atendimento à legislação trabalhista e tributária, ou, ainda,
o invocar da dignidade da pessoa humana na perspectiva de eventual sofrimento psíquico dos educadores e “usuários
que não possuem qualquer necessidade especial”. Em suma: à escola não é dado escolher, segregar, separar, mas é seu
dever ensinar, incluir, conviver. Ademais, o enclausuramento em face do diferente furta o colorido da vivência cotidiana,
privando-nos da estupefação diante do que se coloca como novo, como diferente. [...] Frise-se o ponto: o ensino privado
não deve privar os estudantes - com e sem deficiência – da construção diária de uma sociedade inclusiva e acolhedora,
transmudando-se em verdadeiro local de exclusão, ao arrepio da ordem constitucional vigente. [...] O ensino inclusivo é
política pública estável, desenhada, amadurecida e depurada ao longo do tempo em espaços deliberativos nacionais e
internacionais dos quais o Brasil faz parte. Não bastasse isso, foi incorporado à Constituição da República como regra.”
(STF. ADI 5357 MC, Relator Ministro Edson Fachin. Julgado em 18/11/2015).
(FCC – Defensor Público – BA/2016) A pessoa com deficiência recebeu um novo estatuto que, dentro dos limites legais,
destina-se a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Dentre as novidades introduzidas, destaca-se o
entendimento que
a) a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para casar-se, constituir união estável e exercer
direitos sexuais e reprodutivos.
b) para emissão de documentos oficiais será exigida a situação de curatela da pessoa com deficiência.
c) a pessoa com deficiência está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
d) a pessoa com deficiência poderá ser obrigada a se submeter à intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou à
institucionalização forçada, sempre com recomendação médica, independentemente de risco de morte ou emergência.
e) a educação constitui direito da pessoa com deficiência, a ser exercido em escola especial e direcionada, em um local
que não se conviva deficientes e não-deficientes.
Gabarito : A
A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou
companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em
residência inclusiva.
O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida
independente da pessoa com deficiência.
A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência
em situação de dependência que não disponha de condições de autossustentabilidade, com vínculos familiares
fragilizados ou rompidos.
Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu
responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para pessoa com deficiência;
II - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades
habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
III - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis;
IV - elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a instalação de elevadores.
OBS: O direito à prioridade especial será reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho
acessíveis e inclusivos
A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e
favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
O poder público deve implementar serviços e programas completos de habilitação profissional e de reabilitação
profissional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, respeitados
sua livre escolha, sua vocação e seu interesse. Equipe multidisciplinar indicará programa de habilitação ou de reabilitação
que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
e habilidades de trabalho.
A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de
conhecimentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente de
desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.
Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em
ambientes acessíveis e inclusivos.
Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas
as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de
trabalho.
Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com
deficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida, da habilitação e da
reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a
direitos e da plena participação social.
A assistência social à pessoa com deficiência deve envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da Proteção Social
Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento
de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.
É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por
sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos
da Lei Complementar no 142, de 8 de maio de 2013
A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e
esportivos.
É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer
argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade intelectual.
Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares,
serão reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade de lotação da
edificação, observado o disposto em regulamento.
De acordo com o art. 23 do Decreto 5.296/2004, os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de
espetáculos, salas de conferências e similares:
Reservarão, pelo menos, 2% da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas, distribuídos pelo
recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se
áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de
acessibilidade da ABNT.
É obrigatória, ainda, a destinação de 2% dos assentos para acomodação de pessoas portadoras de deficiência
visual e de pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obesos, em locais de boa recepção de mensagens
sonoras, devendo todos ser devidamente sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de
acessibilidade da ABNT.
Os espaços e assentos deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um
acompanhante da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. Nos locais referidos haverá,
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a saída segura de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, em caso de emergência.
Os espaços e assentos devem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os
setores, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e
obstrução das saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com
deficiência.
O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os princípios do desenho universal, além
de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. Os estabelecimentos já existentes
deverão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
1 (uma) unidade acessível. Os dormitórios deverão ser localizados em rotas acessíveis.
Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as
jurisdições, consideram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos de
parada, o sistema viário e a prestação do serviço.
São sujeitas ao cumprimento dessas disposições, sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a
outorga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de
transporte coletivo.
Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de
passageiros dependem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação
do serviço.
Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias
públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente
sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade,
desde que devidamente identificados.
As vagas devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente
sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de
acessibilidade.
Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de
beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e
condições de uso. A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções previstas
no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). (Redação
dada pela Lei nº 13.281, de 2016). A credencial é vinculada à pessoa com deficiência que possui
comprometimento de mobilidade e é válida em todo o território nacional.
São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e segurança nos procedimentos de embarque e de
desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.
O poder público incentivará a fabricação de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, de forma a
garantir o seu uso por todas as pessoas. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de
seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a
que se refere o caput deste artigo.
As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência,
a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio
automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.
A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma
independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
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São sujeitas ao cumprimento das disposições do Estatuto da Pessoa com Deficiência, e de outras normas relativas à
acessibilidade, sempre que houver interação com a matéria nela regulada:
A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio físico, de transporte, de informação e comunicação,
inclusive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de outros serviços, equipamentos e instalações
abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos
princípios do desenho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade. O desenho universal será sempre
tomado como regra de caráter geral. Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser
empreendido, deve ser adotada adaptação razoável. Caberá ao poder público promover a inclusão de conteúdos
temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curriculares da educação profissional e tecnológica e do ensino
superior e na formação das carreiras de Estado.
OBS: nos termos do art. 3°, II, do Estatuto da Pessoa com Deficiência, desenho universal é a concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas sem necessidade de adaptação ou de projeto
específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.