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Bostentura de Sousa Santos A CRITICA DA RAZAO INDOLENTE: Contra 0 desperdicio da experiéncia Ge Catalogacio na Pu a do Livro, SP, Br Sots Sei = Tae ag a ane Para um novo senso comum Contssdo:v 2 A ciénca, 0 direito ea poltica na transicéo paradigm: da experiéncia, a 280 indolent conta 0 despericia | 1. Citra 4. Péssmocies VOLUME Pedigéo SSe A Meso encaeo h:mem eM cama ee deve Pouca aqueles gue oc Sei fet 26 pode se at am {2 iin cea a estes en oy torndio, ja, uma ordem scobertaseie a gee ren a mod Moderne que ea é mata é Pressentida ou ident i ¥8 autonomi No explics satel identiticar parte sodireito, A medida que a dis tic? a modernidade cue acabo. crag Postel, também eee m Sti final da modern, adoptada pad. conceptualizacg s0tamento das Procura antes opor. eFistemolégea. Contuco, ib da {ira da mesma, como parte da crie que se pricura de doconhecimento relairamente is condicSesque anal Lando momentaneamerte surperse entre um interia § Sétcie moderna e, em segundo liar, a0 diel modem, Yo (as dferentes racionaiiades ds emerjpagio meer Da ciécia moderna a0 now senso comum! DEREGRESSO AS PERCUNTAS swipes '¢80 da viragem uma dada defini- 0 pono de vista de uma definigio alterna ioridade apenas proviséri, es- © passeda ou pré-tefie. lecimento, sobretudo o tencle dade fatira ou pés-refleiva. O co nim, e uma SPebecimento ciico, wovese, asim, entie aoniolog temolagia (a crise da intepretacio\, sm quae we caiba decidir Gua dos dois estatutos prevalecess, e por quinto ten o ge de fico -procurarei desenvolver uma poss eitica da epistenslogia dornante. syeeinhs epinido, © que mas nitidamate caractesza a ebndito 32 goadean ce Sctle 6a absorto do pilaria emancipate plo ca agulaghy Gz BestdO reconstrutva dos dies e dos ncessos ds noderidade ean a pela racion 1 Pen pede STUN GD «spk a wes if aprestins em Un Dic Str s Citas Pe sant» towns goes ae ea ‘treo, corn gta ‘Neen aie Me Me eke ew gun foes pase no desenvol. ha mobilizado a recionalidade si mesmo (0 marxismo como ciéncia) « 0" si pensado (0 socialismo nesmo poder dizer-se do sor seqquente, 0 fouriersmo, era profundaments ntilicos, como exemplarmente o demons, rminar a dimengso exacta dos 05 (Fourier, "1967; 762). 4 promesses brilhantes e ame ‘ , tomou-se claro nao s6 que rmuitas dessas pr mas também que a ro a, fonge de el Contribuiu para 05 recr Aes sempre renovados,¢,ra veda, para agravaralgur dle, c Se can geminagio da natureza, © do seu uso para 0 benelicioeamum oe conduzu a uma exporecto excesiva e despreacupada dese ameaga nuclear, 4 destuigso da cameds ae gia, da engenharia genética e da consequente a. A promessa de uma paz perpé- dos processos de decisdo & da guerra e ao aumento sem Precedentes do livre, assente na criagio da rique: cach Yee maior ee @ Nene a lo more mais ert de Tone oe aque em qualquer dos seeder Imesmo nos pesmi deen, Continua 3 sbi a percentage des sosalnnte sce a oe %0 do nivel de pobre fo cham "Tercera Manes ee Para entender corectamenteodesenvehiments das tificizaclo do pilar da emi é one concomitant e igualment dere sels. Em ver de um desea ado hibercié. fondo exquecer o dese do ico des wes prncpos da agence = Esta, mercado com os galmente ao desenaine ‘excessivo do principio do mercado em detrimento do principio do. Esta: fo ao Princpio ds Comunidade, Desde a princi vga tncusaay coo, a do 2. Sopundo dades ea idades om mai de 1 3. Bte proces uaete a segundo, AKI OA RUio NOOLNE: CONTRA ODEECIN LEELENCA sf Z das cidades comercais 0 aparecimento de novas cidades indusriais no perfodo do capitalism liberal — até ao espectacular desenvolvimento dos mercados mun. diais — com 0 aparecimento de sistemas de producéo de dimenséo mundi industiazagao do Terceiro Mundo e a emergéncia de uma ideologia mundial de consumismo no actual periodo do “capitalismo desorganizado” —, 0 plar da regulagdo sofreu um desenvolvimento desequilibrado, orientado para’o mercado, A reducio da emancipacio moderna 2 racionalidade cognitivo-instrumental a ciéncia e a redugio da regulacio modema 20 principio do mercado, incentive das pela conversio da cincia na principal forca produtiva, constituem as cond ‘s6es determinantes do processo histérico que levou a emancipacéo modema a fender-se & regulagso moderna. Em vex de se dissolver no pilar da regulagdo, 0 2s com uma luz que jé nio provinha lagio e emancipaggo — tenséo que ainda a, jf sob © crepisculo, na divisa do pesitivismo oitocentista “or. dem e progresso” —, mas sim dos diferentes espelhos que reflectiam a regulacéo, Neste proceso, a emancipagio deinou de ser 0 outro da regulacio para se con. verter no seu duplo. Assim se compreende a sindroma de esgatamento ¢ bloqueamesto globes: proliferagio dos espelhos da regulagio di ugar a priticas socials cada vez mais Contingentes e convencionais, mas essa contingéncia e essa convencionsidade coenistem, a nivel global, com um grau cada vez maior de rigi- deze de inflexibilidade. Tuco parece possivel na arte e na ciéncia, na religido e na ‘oral, mas, por outro lado, nada de novo patace ser vidvel ao nivel da sociedade » tomo um iodo. ‘A absorgio da emancipacéo pela regulagdo — fruto da hipercientificizagio dda emancipagéo combinada com a hipermercadorizagéo da regulacéo—, neutra. lidou eficazmente 05 recelos ovtrora associados & perspectiva dle uma tansforma fo social profunda ¢ de futuros akernativos. Todavia, preduziu ao mesmo tempo luma nova sensa¢do de inseguranca, mativada pelo receio de desenvalvimentos incontrclévels, que pudessem ocorter aqui e agora, precisemente como resultado 4a contingéncia e da convencionalidade generalizadas de priticas soc A prépria cegulagio desacreditou-te niidade, cevido as suas contradigbes int Blobal e a convencionalidacde minaram a regulagSo sem promover a emencl fenquanto 2 regulagéo se torna impossivel, a emancipacio torna-se impensével A um nivel mais profundo, esta sensagéo de inseguranca tem as suas rafves na crescente assimetria entre a capacidade de agir e @ capacidade de prever ws. Por outras palavras, a continggncia ‘pais equlndsentr 0 princiio do mercado eo princi d Estado que condutiy 2 uma nova ferns de Estado: a sado-rordinca, Ete to sed devenvoido Ho Captulo 2 Cle Of (1987 pra ua niece eng de egtament ¢ogueamento ttl dos pes iiss fez acompanhar de uma 5 0 2 pre io s8o intermutaves lenciam preocupacées Cientifico © a segunda ais progresso cien de ciéncial que pre OU utepismo autom: presente Uonas, Hans Jonas char #0 “elbnica” do py ) mas arpreceu, como é que a r IPaGzo que sus- ramente a 's da comunicagéo de ign Cuts parecem defender, coms no sabemos 20 certo 0 que tos momentos, que essa sen Cede 06 cikimos da nossa percepeso do a mesma figura, ora Perguntas que, como que, depois de minha crianca prefer simples sobre as ci responde, de modo igualmente {que viviam e sobre o impacto rdem cientiica emergente. Ho. Fistas e produtos desse nova order Produziu, Mas 0 mesmo tempo profunda e to eloquence que ea virtude vulgar que temos da Estévamy atentos ¢ 0s fa 5 NOSSOS costumes de Copémico, 05 dos seus cultores para todos protago- hes vivos das transformagSes que ela @ ohodcR None AO NDIO SHED COMM Dai a ambiguidade e complexidade do tempo present, Dat também a idel, de estarmos numa fase de transigéo, , resposta a perguntas simples, elementares, inte € uma pergunta que atinge © magma mais p idual e colectiva com a transparéncia técnica de to ord ou vulgar que usamos dar set fence que a , de perge bi Finalmente do no en 'o papel de todo 0 canhecimento ci 10 empobrecimento prético das nossa Positivo ou negative da ciéncia para a nossa 1980 a Rousseau & que, a, no pode obter-se sem 1arem as pretensées epistemolégicas da ciéncia moderna, Eo idade que preside & cigncia moderna cons do século XVI e foi desenvolvido nos sécu! te no dominio das ciéncias natura € 56 no século XIX que >, na medida em que nega o cardcter racional a todas as formas de conhecimento que se ndo pautarem pelos seus principios ef pelas suas regras metodoldgi com os que o precedem nica do mexi s Grbitas dos planetas, grande sntese da order céumica los6fica que Ihe corferem Bacon e De cares ar_uma ruptura fundante que peste uma e 6 uma forma de conhecimento verdadeiro etd bem patente na attude ‘mental dos protagonisias, no seu espanto perante as prépriss descoberias © ra extzema © a0 mesmo tempo serena arrogincia com que se medem com os seus ‘ontemporsnecs. Para citar apenas dois exemplos, Kepler escreve no seu lve sobre a Harmo- stiardo Mundo publicado em 1618, a propésito das harmenias naturais que desco-, ‘ria nos movimentos celesias Petcoaisme, mas estou feliz; se vos zangardes eu pexever (pode esperar muitos séculs pelo seu leit. Mas mesma Deus ‘anos por aqueles que pudessem concemplir o seu trabalho (Kep| 1939: 280), Por outro lado, Descartes Discurso do Método © a que si encontrado: maravithosa autobiegra is tarde, diz, referindo-s sal que $0 sétodo por dele tas fatos que, embora no juizo que fago de mim prépria rime mais para o lado da descorfanga Co que para 0 da pre 3, ofhando com clhar de fiéolo ae dveras acqSes © emorcendimner tos de todos 0s homens, no haja quase nenhuma que no me parega vSe int, néo deixo de receber uma ex da verdade e de concebsr tt esperangas des homens, puramente homens, uso crer que & aquela que ecol 1 0 futuro que, 2 entve as ccupaciet jrma hi que sea solcamerte boa @ importants Para compreendet dda que sucintamente, 05 ainda dominante no € ape- as, nem tanto, uma melhor observagéo dos factos como sobretuda uma nova visio do mundo e da vida, os protagonistas do navo paradigma conduzem uma ‘iodo diferente’, Deste lugar ce dues cost e Einstein no pensa nna ciéncia moderna d lugar passam a O que nao é qua tamente, Con poder determinar relagies sist tuma das regras da Método cor uer outa qualidade ou desvendsmento idade que fend € contemy ico avanca pela ob © tanto quanto possivel s6€ @ incerteza da razig . Como bem observa Eugene Wigh 1970: 3). No entanto, € nela que as feza tebrica do. conheciment prever 0 comportamen §, Ente muitos outs pasos do Dog ste os Gandes te Sait tender’ tomado a aco de dene dad proposal + LGIICH NODE O NOD seKO com 1 lado, » como js refi, no lament det conde iinig {oor explo no caso da queda dos compos a penshs nena ence Cidade do capo em queda) por oir lide, no posuncoce wees gee id indgpendentemente do lar e do tempo em que sree as Por outs pals, a desahera ch els dncress eo © de que a posgio absolute ¢ tempo sie Cis rlantes. Ee princi sega Wen sca clasiea Wigner 1570 1 dade, repousam num conceito de iamente,enve o ofereidos pela ngue quatt tipos de causa: a causd materia; a L ‘ ea causa final. As leis da cibncia moderna S80 ur tipo Ge erga {arma que prea 0 camo funcena dss cosas em devimento de val sent Fanci ds esas. por esa via que o conhecimento cetticsronpennn Ss 2gnecimento do senso comm. E que enquara no senso comm, ¢ ratory mm que ele se wadue, a causa e a intengao cower a determinagio da causa formal obtém-ssignoonds 2 de causa formal que perme prevere, portant tens oo ma irsincia, permite & cércia modema responder Are "ec lundamenio do seu igor eda wa verdade como een oe er 12 manipulacio e na tansformagso do sea Um conhecimente ba:eado na for smetateérico Bes se podem determiner exactamente por meio de nde gaatmnatcas, um mundo esidtico e eterno afutuar num espaco vase ens tnundo que o racionalismo eartesiano toma cagnoscvel por vis dace decompa- a Ideia do mundo-maquina & de tal tse universal da época moe | ‘mento assente numa da ideia de progresso que XVIIl e que & o grande si & que a ordem e a estabiidas tecnoldgica do real. © deter ‘ma de conhecimento que se pretende 8. Ver enre mus, Poland 11971: 39. AcaTCA Oto noouE- cor ODEHROICODASIREAC bs J que comesava 2 dominar, 0 estécio fi da evolugio da humanidade (0 estado positive de Come; a sociedade industrial de Spencer; a solidariedade orginica de Durkheim. Daf que o prestgio de Newton e das leis simples a que reduzia toda ‘a complexidade da ordem césmica tenham convertido a ciéncia madera no modelo de racionalidade hegeménica que a pouco e pauco transbordou do estudo da natureza para 0 estudo da sociedade. Tal coma foi possivel descobrir as leis da ratureza, seria igualmente possvel descobrir as leis da sociedade. Bacon, Vico e Montesquieu so os grandes precursores. Bacon afirma a Plasticidade da natureza humana e, portanto, a sua perf aigbessoclas, juridicas e politicas adequadas, condiges que é possivel determiner com rigor (Bacon,1933). Vico sugere a existencia de leis que governam deterministcamente a evolucdo das sociedades ¢ tornam poss tados das aogdes colectivas. Com extraordinéria premonigao, Viet solve a contadigéo ent imprevisibilidade da acco humana indi- lade da acgao colectiva (Vico, 1953) considerado um precursor da Sociologia do direita 20. belecer a relacio entre as leis do sstema juridico, feitas pelo homem, ¢ as leis inescapéveis da natureza (Montesquieu, 1950). NNo século XVil, este espitito precursor € ampliade e aprofundado, e o fer ‘mento intelectual que dat resulta, as Luzes, vi criar as condigées para a emergén- cla das citncias socais no século XIX. A consciénciafiloséfica da ciéncia moderna, {gue tivera no racionalismo cartesiana e no empirismo baconiano as suas arimeiras +g0es, veio a condensar-se no postvismo oitocentisa. Dado que, segundo 36 hd duas formas de conhecimento cientifico — as disciplinas formals da ldgica e da matematica e as as segundo 0 modelo mecanicsta das ciéncias naturals ~ as ci ociais nasceram para ser empiricas. O modo (© modlelo mecanicista foi assumido teve, dluas vertentes principas: a primeira, sem dl na medida do possvel, ao estudo das 1d0s 0s principios epistemoldgicos ¢¢ metodoligicos que dominavam o estudo da natureza desde 0 século XVI; @ He muito tempo marginal mas hoje cada vez mais seguid, consis indicar para as cién ico e metadolégico ‘com base na especificidade do ser humana e na sua distingSo radical em relagéo & natureza. Estas das concepgbes tém sido consideredes antagénices, 4 primeira sujita 20 jugo positivist, a segunda liberta dele, e ambas reivindicando © monopélio do conhecimento cientfico-social. Apresentarei adiante uma inter. pretagdo diferente, mas para jé caracteriarel sucintamente cada urna destas var antes A primeira do no nome de cientificos da so Montesquieu pode s consistiu em aplicer, inte — cujo compromisso epistemol6gico esté bem simbolizae ica social” com que inicialmente se designaram os estudos lade — parte do pressuposto de que as ciéncias naturals sto uma aplicaczo ou valido e, de resto, 0 dnico va iversalmente Concetzaio eum malo de conecinn jabs clowns fo. Portanto, por maiores que se Geese fermenos natura © 0s fenbmenes Sociais, € sempre possvel estudar ac Skimos como se fossem os primeine Reconhoce-se que esses cife Contra os fenémenos soci Imetodolégico © menos rigoroso o cen rengas qual ete dos fendmenos natura, Para ested Fenémenos soci fepbmenes naturais, ou sea, para coneatee 08 factos sociais com retendia Durkheim, o fundador da sociologia académica, & nace FiGOS Sons 3s suas cimensbes externas, observiv veis1990). Assim, see IO, 88 causas do aumento da tae fe a Europa do virar do Sule, nfo sio procuradas nos motes jnvocados pelos suicidas © deivados ern Fangio come € costume, mas antes a parti ae ficagio de regularidaces em {intio de condiges tis como osecos ¢ stado civ, a existéncia cu nao de flhos distorcer g Controlado, também a tam abstrair do real para de versais porque os fend; rave e882 teducio nem sempre & {cil © nem sempre se consegue sem regan 95 factos ou sem os reduzir 4 eee Drimeira variante, tém um longo cam levincia, as ciéme fo nesta variante para at superacéo. Fs alguns dos prin de modo metodologicamens ” & Prova adequada; as citnciassociis Rio so objectivas porque o Bn pi 9, eres que infrmam a sua pedi cP Beral e, pantanto, Jonge atte de cientsta (Nagel, 1961: 44r'e en erp telagio a cada um destesobsticules, Nagel tenta demonstar que a opo Sigdo entre © que, na Recorhece, meses socials © as cltnciasnatuaiende ee ar Quanto $2 julga so eae QUE hi dlferencas, las sho spend ou ne 2 prince GUE 8 Superaczo des abstéculos none sempre que a fom telacio as ciéncias natu ia central da argumentacéo i ie AIM UA! RULE: LONIA URRALOUR LIRR 67 J Na teoria das revolugbes cientficas de Thomas Kuhn o atraso das ci ter présparadigmatico destas citncias, 20 cont paradigmiticas. Enquanto, nas ciéncias naturals, o de. senvoWimento do conhecimento tomou possvel aformulacao de cconjurto de DPrincipios « de teoras sobre a exrutura da matéria que sSe aceltes se ‘Be toda a comunidade cientica, conjunto que Kul design or paradigma, nas ‘nfo hé consenso paracigmtico, pelo que a debate tends» aoe muito accies, para o.que epistemolégicas is, métodos quelitativos em vez de conhecimento intersubjective, desert. ™ vez de um conhecimento objectivo, explicative ¢ Esta concepsdo de cigneia social feconhecese num postr A sua tradigéo flos6fica & a fenomerologia e wr farrell io mais aprofundada, esta concepcho, borac, revela-se mais subsididria da modelo’ de que parece. Partilha com este modelo 10 ele, tem dang como tem vindo a ser ‘acionalidade das ciénciss 1 lstinggo natureza/ser humano e, 23.2 qual cont humano. A esta di lebrar 0 cardcter fece entre c-estudo do ser de ser prisioneira do reconhecimento ais, pois se, por um lado, se recusam as erto human, pelo outro usainse argu lade do ser humana, SB PACEDA MOOREA AO nO S60 Comat ‘ACB Do INDOLENT: CONTRA OCEPHDIOO BA DAERENL “eb : / Pode, pois, conclir-se que ambas as concepgses de ciénca social a we aludi ssa haver contradigbes nos resultados uma vez que estes nos devolverda a simule en soin ip ee ec aretha cvepio mena | Reeds ns tacos oa ot en a i ipa ett ePesente dento deste paradigma, um nal dete econteane | Esa teva veio revoucionar as nosas concepcbes de espago © de tempo ‘ins dos componenies da vansigéo para um outro paracigma G Nao havendo simukaneidade universal, o tempo e 0 espaco absolutos de Newton dear de exist. Do's acontecimertos simulténeot num sistema de referencia nso so simultaneos noutro sistema de referéncia, As leis da fice e da geometia ba. selam-se em madigées locas, ‘A CRISE EPISTEMOLGGICA DO PARADIGMA DOMINANTE AZo heje muitos ¢ fortes os sais de que o modelo de racionalidede cent tue acabo de descrever em alguns dos seus tages principe’ stances ont, round crise, Defendereinesia secgto: primeio, que exe Coma ineversivel; segundo, que extimos a vver um pevod setae $2 iniciu com Estin a mecinica quanica endow abe siege trumentas de medias, jam reldgios ou metros, nde tém magnitudes inde- justam-se 20 campo méivico do espaca, cuja estutura se manifesta mais 05 raios de luz |Reickentbach, 1970: 8. © carécter local das medites e, portanto, do rigor do conhecimento que do acabaré; terceiro, que os sinais nos permitem ta0.s6 especular acerca do com base melas se obtém, vai ingpiar 0 surgimento da segunda condiczo teGrica igma que emengird des mas que, desde jé, pode da crise do paradigma dominante, 2 mecanica quantica, Se Einstein rel se com seguranga que colapsacdo as dsingbes bse: em wpe ears ‘igor ds els de Newton no domini da astrofsica, a mecinica quéntc paradigma dominante a que ade deh dominio da micofsica, Heisenberg e Bohr demonstram que nfo ¢ posivel obsex, particles hepa ey var cu medi um objecto sem intererirnele, sem o altar, © 4 tal porto que o Soares ited ua ute ecto gue de um proce de neigio nie € 6 mesneaalk ene ens lustra Wigner, "a medio da curatura do espago causada por uma patcula nae pode ser levada a cabo sem criar novos carnpos que sio bildes de veres malores que © campo sob investgacio” (1970: 7) A idsia de que nao conhecemos do real endo 0 que neleintroduzimos, ou que no conheceros do real senio a nossa intervencdo rele, esti bem ex Bessa no principio da incerteza de Heisenberg: no se podem redusir simultane amente 05 eros da medigio da velocidade e da posigdo eas paulag, 0 que for to para reduiro erro da ura das medicées aumento eto da oura(Hesenderg, pio e, portanta, a demonstragio da inteferéncia esiutural do observado, tem i 25 de vlto, Por um lado, sendo estru- tado 0 rigor do nosso conhecimento, 36 podemos asprar a resuhas eo a resolver € 0 sequinte: coma € que o oerag dos aproximados @ por isso as les a fsca 880 140-56 probabilsticas, Por outro lem temporal de acontecimentos no espace! Coranen lado, 2 hipétese do determinismo mecancista é inviablizada uma vex qué a tots, bes cia volocidade dl lidade do real nio se reduz & soma cas partes em que a dividimos para obsenvay de que nd medi. Por dkimo, a dstingio syeia/objecto & muito mais compexa do que cli a veloeidade urna primera vista pode parecer. distin perde os seus contornos dicotémcos ¢ assume a forma de urn continuum. tantes€necessrio confer a velocidade; mas, para media vlociede oe, O igor da medigio posto em causa pela mecdnica quintica serd ainda mais jecer 2 simulanedide dos accrtecimentes. Com um goede gevis, profundamente abalado se se questonaro rigor do veteulo formal em que a me, " rompe com este culo, demonstrando que a simukaneidade de verre Aligda.g expressa, ou ja, 0 rigor da matemitica, € isso 0 que suceds Corn as os cstantes no pode ser veriicada, pode tio ser defini €. ponantg \ __infestigagbes de Gee, as quais, por esta razio, considero serem a tereeia conch, 2 @ dof que, como sallenta Reichenbach, quando fazemos medicGes nic fo da crise do paradigma, O teorema da incompletude e os teoremas sobre clas n ido do grande avango no ropiciou. © aprofundamento do cenhacimerto per iaglidade dos pilares em que se funda ‘AAI UN UY MORALE IRA UURRROUDLA BEACH / vez da ordem, a desordeim; em vez da necessidade, a ci teorla de Prigogine recupera inclisvamente conc concctes de potencialidade e vinualdade que a revolugdo a WI pureca ter atirado definthamente para © lixo de Flkstva pis & Imporincia maior desa tora esté em que ela nio 6 um fendmeno dons ineatats de Um movimerto convergente, pure sbretide eon he dans iltimas dBcadas, re nOcacto tanscsciplinar que Jatsch (1980) cesigna por ra da auto-organizacio e que tem afloragtes, entre ontias, na nen [a Sneaia de Haken 1977; 1985: 205 es), noconosia de hpecics 975), no conceto de rofes de Thom (1985), na tee da "orden implicada® te ti 1364 Bateson, 1985) cu na teva da mata de Caathey Sr sus bros do “bootstrap” que Ihe subjaz". Este movimento denice © ar, cae peraGées tesrcas que atés detint come outras tants cones teins oy crarennsPatedigma dominant tem vindo a propiciar uma proeda renee K6gica sobre 0 conhecimento cio da que, melha” do que qualquer outta circu platmente a stuagéo intelectual do tempo presente, Esta reledo apresenta dua: f ics importantes. Em primero Wvidade © 0 acidonte, & i aie Possive! 40 enquant for. nay ante estes temas ereconhece hoje que e a, Nm de rigor, assenta num criteria de sla ‘Somo tal, tem um lads construivo © um lade desirutivo, ‘A quarta condigi > teérica da crise pelos progressos do ci nhecimento nos a Biologia nos Gltimos trista anos. a fsico-quimico ta Prisogine. A tee (oder através ce fut sages” esta 85 € 0 principio da em sistemas abertos, ou los 3 cientifica, Nao 6 arriscado dizer que munea ientistas-idsofos como actualnente, ¢ isso nao se ¢ Ditréria do interesse intelectual. Depois da consequente aversdo & reflexao floss elo positvismo, che- componente c ecu© XX possuldos pelo desejo quase desesperndo uo roan ames 0 conhecimento das coisas com 0 conhecimente dh wee oe frceimerto das cltas, iio &, com o conhecimento de rés meme A segunda faceta desta relexio & que ela abrange questaes que aries oe deixadas aos socislogos. A an: s, dos contextos cu antes acantonads no campo separado Passou a ocupar papel de releva na reflexio (Prigogine e Star tancia dest uma concepcéo di Em vez da eternida ¥B#-s80.questionados a conceita de lek. 0 conceit de 2.0 impacto dos teres. s de Godel na 5p, emo, Ladi 1967": 13'¢ say ora 38) Bigs e Beat (1905, 13) sinc tem sido denamer 92: 158; Paranal (0983; So 55) er, tambien, Capra 1979: 11 es 7 Dh woDeeN 0 no sO COMU die que he ext asia. A fer ideia de que os fendmencrobseradenindependor a orazoaselmentepequeno de congo a6 obsevada media. Eta dis — reconheeeae ge ante eee Bost ene os fendmenes, sptasis que sie dovenpre povianee ee pre de um conheciens pera. ses aaa ee Sen Sc, aproxiatvee promo, hem exese neni Popper as, acima de tu, a smpleads ds eno srbivsa da realidad qu nos conina aun bore ‘ute conhecimentos da atreva, pennants nag humane, ca por eonhacee, : da natureza funcs-se na tudo excepto de um cone 3s condigbes iniciais)cuja intererén- além do qual interesse © declinio da hegemonia da legalidade € conc ede dcr da hggemont da causalidade. © questionamento da causalidad 7 le ers tempos moderces em de smo lige. reflsdo ertes no prcblema onlin ds cavalcade uns meses cm no problema merodelenco js de causlidadet como vetonhece ums nero ce, sal ou testar uma hipdtese causal?) ae as Hoje, a telatvizasio do cnesto de causa pate sobretudo do recorkec moro de gue lug ctl qu em ecupdo sites ele ene es renos po rabesancéigeas ou metodliirs do que per taser eas 9c catale nea bar aura cas ues Que made o eu txt plo sme dass nervensha abe ee ee sobre que se pode agin Mesmo os defensores Gl cutee, core Woes ee (1979), reconhecem que ela é apenas uma das f de ' por, 8 do determinismo e que, 7m um lugar limitado, ainda que insubstitukel, no conhecimerto cic da biologia © também da micro igbilidace do rea 10 em favor do © segundo grande tema de relexéo epistemolégica versa mais sabre 0 con! tetdo do conhecimente cientifico do que sobre a sua forma, Sendo um conheci. | Bunge afm: “Em poucas plas, 0 plese pal subsume pi 353) Em Portugal js 1870, 1900, 1982, 1985, ‘ncn nao moouust coma o piseROID O\EABOS| 7 J nto minimo que fecha as poras a muitos cuties saberes sabre o mundo, 0 conhecimento cientfico modemo é um conhecimente desencantado e viste gue tvansforma a natureza num autémato, ou, como diz Prgogine, num interlocutor torrivelmente estdpido (Prigogine e Stenge’s, 1978: 13). Este avitamento da natu reza acaba por avitar 0 proprio cintsta ra medida em que reduz 0 suposi cis logo experimental ao exercicio de uma prepoténcia sobre a natureza. O rigor cien- 0, porque fundado no 0s object 05 fenémenos, os caricaturiza. £, em suma e nar a personalidade do cientista, des tudi a personalidade da natureza. Desta forme, 0 conhecimento ganha em 1igo" 0 que perde em riqueza e a retunbincia dos éxitos da intervengio tecnolégice es conde os limites da nassa compreensio do mundo e reprime a pergunta sebre 0 valor humano de um aff cientiico assim concebidlo, Esta pergunta esté, no enten- to, inscrita ma propria relagao sujltofobjecto que preside a ciéncia moderna, uma relagdo que interioriza 0 sujeito & custa da exteriorizagéo do cbjecto, tornando-os estanques e incomunicavess, Os limites deste tipo de conhecimento so, assim, quslitativos © no sé com maiores quantidades de investigacio ou maiar preciso dos instu- ids, a piépria precisio quantitativa do conhecimento é estruturalmerte limitada. Por exemplo, no dominio cas teorias da informasz0, o teorema ce entropia. Ora, segundo Brillouin, esse ‘endimento & sempre inferior & unichde e 56 em casos raros & préximo dela. Neste: termos, a exoeriéncia rgarass ¢ irealive, inito de actividades humanas. la sorque, se verdade que © conhecimerto um disp 10, 8 preciso & 6 sabe avangar pela via d3 pro tada nas crescentes especislizagies di. ciéncia, € exactamente por essa via que ‘melhor se confiema a iredutibilidade das totalidades orginicas ou inorginicas 8s partes que as constituem e, portante, © cardcter disorcida do conhecimento centrado na observagdo destas citimas. Os factos obsenvados tém vindo a escapar a0 regime de isolamento prsional a que a ci8ncia os sujeta, Os objectos tém frox- teiras cada vez menos deinidas; sio constitufdos por anéis que se entrecruzam en teas complexes com os dos restantes bjectos, @ tal ponto que os objectos em si s80 menos reais que as relagdes enire ales. Pautada pelas concligéos tebricas e sociais que acabei de refetir, a crise do paradigma da ciéncia modema nio co stitul um pantano cinzento de cepticismo ‘ou de irracionalismo, € antes 0 retrato ie uma familia intelectual numerosa ¢ “Actic DA aio nocLNT: CONTA O DISRON CA EeGRENCK 75 Z no € menos verdade De facto, F rao msesit Maderidade tudo o que 6 necessiio part ruler eg 3 Solucto, tudo menos essa solugdo, : le deixou até agora | io da comunida- do. Mas, também por Pprtanto, 0 mals bem colocade para da emancioagio, a pre i nle — e os seus elemen- Noses até agora apresentacas, $2" € da metamorfose da cigncia ova fiscal e do Tac 884), Eugene 970) Eich Jantsch do paradigma ie que 2 sua diferenca pode ter larei do paracgrna de um conte alidades epistemol6gicas do iBMaG%o, quero sg imensSes: participagio e sol atravessames & extrusions iphns ccolonizados pela ciéncia tice que ocorre ' propria revolucionada gma dee 3 MI dela nBo pode ser agen de forma bastante crmacimento prucrt), tem de sertambeg e demacracia represen (© paradigma de uma vida decente, nios da vi especi AS Representacdes tnacabadas dy Modernidade radigma cie ir nas solugdes 0 feaccionério ou "m0 Inconsequente, Se. fagdo, a solidariedade comunit 1 jf antigo de ; ‘dede-providéncia — continua a 2 de art da idenitiacio tanto a nacbudss do noo tempo , sido invadidas pela le moderidede po lade. Se € verd, ‘acional- 'éade mio pede fornecer a soso poe exces:05 & dices, por tal. Hou: Perce een aie he estética. Num artigo mi Weitz defende veementemente que a arte no € susceptivel de def por isso, nem os a aS nem os tesricos a conseguiram tz, a arte néo tem esséncia porque nenhuma qualidade 6 ne- ® suficiente para que uma coisa seja obra de arte. Se concluiremos que mos com aten- ¢ ide que seja comum a todas as obras de arte e 56 a elas Nao cabe aqui, ps debate desencadeado por Weitz, De certo modo, za da beleza estética que remonta, pelo menos rovas dimensées, em parte cecorrentes da progres lade Ga arte no periodo do “capitaismo desorganizado", como o debate sobre o pes wente: demons funde 0 jogo ente os rexpressiva que 0 prazt mente mais do que semi A nogio de autor — de par com todos 05 out dos, tais como os de ini lade — @ 0 conceito que subjaz & organizagéo do do: da modemidade. Esté também relacionado com a nogdo, igu moderna, de Estes dois conceites cepresentam a descontinuidade entre © mundo medieval e ¢ nova mundo do Renascime dos desco ov analog Em sum com as tipologias inertes estabelecides pelo conhecim significam 0 15. Ver, também, Pease (1980: 105 es) ,grtcvlemenea part do Romania: 0 ures ener. ‘ auténomo capaz de os crx, imager « pobiaes ci repetigo ce acybes arteries semelnantes, 2 autonomy do aloe assent na es ireduthvel ene a acre as condigGes do seu desempenbo Estes do a razbes diferentes: @ autonor fe autonomia sfo ambos precios, embara por razbe : rs de no se disinguir das condigaes que 2 tornam possvel ante quando sepa- rada das condigdes que & 20 carécter transcendente da di imarginalizagéo) renga e da descontinuidade, © cconseq pelo es de desvendar 2 venta toda a verdade porque nen (a causa de propria produgéo ant io & assim, um dominio em que as we © toda. Além do mais, como a desconstrucéo é po a | e inacabada, © pés-estruturalismo néo pode deca fo nascimento de um cia © Ge um ato constvo espectic. A cra itenglo sora ea adequacio desi inengfoe des cos ‘Stern exc 1190" 62, itima a 8 emancipacto, uma a: P6s-modemidade de oposic dingmico ou assimet Po Conhecimento-Regutacto ao Conhecimento-Ema Todo 0 conheciente implica uma ou estado A, designade por saber. As formas de connecimer separa (causa e inteng vés de uma forma de fazer esquecer, 0 co- m-se pelo modo como ia que conduz de um ao outro, jem saber em geral. Cada forma de con! de saber aque contrapte um ceno te de gnorancia, lagio e ja falencia intelectual ¢ intmico que penda para ipagto 8 repulacdo. Se a tamente esse dlesequiltorio Tea o£ feconhecida como tal quando en; Contronto com esse tipo de odo o saber & saber sobre uma cetalgnoranece ©, vices ‘gnorincia de um certo saber mento-regulagéo é uma tajecti 208 @ um estado de saber que a, Sonhecimento progride do tole tho eaos pata a ordem. Nes termes ‘eciproca entre o dois modelos de dindmico. © conheci- ue designa por iro modelo de Segundo progride lade, a vinculago 2530 implica que estes ACA aA ROLE CONIA ISEROC UA EARL 79 le cognitivo-instry mas duzentos anos a racicnaldade cogni : se fi imponcio as demals. Com ito, © conhecimento-regulacto conguistou a 0 Conhecimento-emancipacso: a ordem transformou-se na forma mazia sobre o conheci paca re i ue urge salt. E 0 cami- ‘o-emancipacio e conceder- sgeménica de Ge caos decorrente da negli © que abrlga a dais do ca0s, no seio scorer na Gk, 1987; Haley 1990, HN ey de tac sven a on mea no nee ene ‘uma positividade propria inseparsvel 10u a mecénice newtoniana Uma das postividedes 6 a ideia de ndocineay temas complexos as fungdes nto siolineares e, por "= nas fungbes linares, uma pequera causa pode prods ‘Ora, como as indviduos eas sciedades néo podem prod Sendo através de causas coma estas, segundo a5 tenrins do coos ‘mesma escala dos seus efeitos, nio & fo das cai 1 BACECK UODERUAAD NOVO SEO CosAaK idlade imprevisvel (potencialmente de consequéncias. 0 rolo das causas, serdo absoluto, é absolutamente precério. As teorias do caos contibuem, assim, para ekicidar 0 modo como @ ciéncia ‘moderna, transformadia em recuiso tecnolégico de sistemas sociais cada ver ‘mais ‘complexos, levou ao extrema a ciscrepincia entre a capacidade de acgio (contra. lo das causas) ¢ a capacidade de previsio (contyolo das consequéncias) Transfor. mado em maxima de acréo social e politica, o caos apela a suspeitar da capacida. dle de aceéo e a pir em causa a ideia da transparéncia entre a causa e @ to de outro modo, © caos convida-nos a um conhecimenta prudeate. A prusén. Pouca ao pragmatismo. Ser pragmtico é analisar a realidade partindo das “dltimas coisas" (no sentido que W James (1969: 380) gleu & expres », das consecuéncias, e quanto menor for a cistincia entre os actos € as consequéncias, maior seri a preciso do julgamento sobre a velidade. A prox’. xde deve ter a primzzia como forma mais decisiva do real execugio porque fem jogo quando jé esti, de facto, em jogo. Depois de dois séculos de utopismo automitico da eiéncia e da tecn iculdade tem de aumentar, mas, como jé refer, a dnica alter: da prud8neia faz-nos uma duple exigéncia. Por um lado, exige que, perante os limites da nossa capacidade de previsio, em com. Paragéo com o poder © @ complexidade da pravis tecnalégiea, privilegiemos pers. rutar as consequéncias negatvas desta em detrimento das suas consequencias positivas. Nao deve ver-se nisto uma ative p vi }opismo tecnolégico ¢ que, ho} mos melhor aquilo que ndo queremos do que aquilo que queremos, Se ' ACCA 0 Rio NGOLENTE: CONTA O DEFEICO Da DFENDNCR “1 J a conhecemos, néo ter medo € @ atitude mais so construir uma teoria da personalidade asserte véncia da humanidade tal consenvadora. Em suma, ¢ ra coragem de ter medo, A aceitagio € a revalorizagée do caos 6, pois, uma das duas estratégias epistemalégicas que tornam posstvel desequilibrar @ conhecimento a favor da temancipacio, A segunda estratéga consiste, como refer, em revalovizar a solidar ‘edade como forma de saber. Estas duas estratégias esto de tal forma ligadas que rnenhuma delas ¢ eficaz sem a outra. A solidariedade 6 uma forma espectfica de saber que se conquista sobre © colonialismo. © colonialsmo consiste na ignorér- ‘iads reciprocidace ena incapacidade de conceber 0 outro a ndo ser como Object. ‘A solidaredade ¢ 6 conhecimento obtido no processo, sempre inacabado, de nos tamarmos capazes ce reciprocidade através da construgSo e do reconheciments da inersubjectvidade, A énfase na solidariedace converte a comunidade no car- legado do conhecimento emancipatério. Acontece que, depois de do's sgdes sociais, a comunidade nao pod idade prépria do espaco contiguo ea temporal propria do tempo midido (0 imediate). Vivemos numa época de nexos opacos, Tocaisglobas e imediatos-ciferidos. A neo-comunidade & um campo simblico cuja produtividede nio gxige um genius loci fixo, Trata-se de um hic et nunc, um local € imediato, que pode englobar o planeta e o mais distante futura. A neo-comun dade transforms 0 local nua forma de percepgdo do global, ¢ 0 imediato numa forma de percepgio do futuro. € um campo simbdlico em que se cesenvolvern teritorialidades e temporalidades especificas que nos permitem conceber © nosso préximo numa tia intersubjectiva de reciprocidades. Como a nova subjectividade Cepende menos daidertidade do que da reciprocidade, pode e deve ser construlda | margem do antropocentrismo: a natureza, dita ndo-humana, ndo nos sendo idén- tica, €-nos recfproca na medida em que, por exemplo, 2 sua destruigdo acerrete a nosta prépria destruigdo. Assim, a nossa subjectividade nao se completa sem oa. Da perspectiva do p6s-moderno de oposigo que proporho aqui, a opsio epistemoldgica mais adequada & fase de transigéo paradigmatica em que nos en- coniramos consiste na revalorzagio e reinvengio cla uma das tradigbes ma zadas da modernidade ocidental: © conhecimento-emancipacéo. Nao € f& rmular uma tal opgio e ainda 0 é menos segui-la. Nao devernos esquecer-nos de que, dada a hegemenia do cenhecimento-regulacdo, a solidariedade € hoje cors~ derada uma forma de caos e 0 cclonialismo uma forma de ordem. Assim, nfo ppodemos pressegur sendo pela via da negacto critica 0 sujeito e 0 objecto: todo o canhecimento é autoconhecimento A cincia moderna consagrou © homem enquanto sujeito epistémico, mas expulsou-o enquanto sujeito empirico. Esta duplicidade esté graficamente repre- EMTEADA BHO WOOLEN COMA DDEERIGD OA EERINOA ta sentada na ep’ ‘outras pelaveas, y O humana na a dlitingso entre sujeito © objeto, que aprofunda © humano eo ndo pode is huranes e de percepctes atligone Fol nesta base que se consti a ditncto Gicotémica sujeitolobjecto, forma do saber era a conquisa do caos pela ordem cimento emancipatério, a dstincio entre Spunc’ um ponto de chegada. Conespande ao mom #0, que & nada mais nada menos do que com 0 outro a ni he- um ponto de partida da ignorancia, ox pacidade de estabelecer jecto. O saber enguanto reciprocidade enire su. Esta revisso radical da distingio senvolvimn ‘mais do que 0 conjunto das se possivel levar jecto para conhacer lentifico sem condigées 1s as cond io delicado, en iltada pelo de- 2 Sociedade de consumo assente na ico-naturais © regresso do a0 demonstrar que o acto de cones insepardveis. Os avangos da mi da astrofsica e da biologia da ‘natureza as propriedades de que a cigncia moderna xdamento do conhecimento ondluzido segunco a matriz m, desembocar num conheciment Healisa. Por euro lado, a producto potencialmse de objectos na soc ade de consumo encheu os a0 mesmo Bau lace a esses of na fase ‘enumeregéo das cond) Por ouvras palavras, é como um conheci 05 meios, Po utoconhecimento, Ele no descol as de crengas, 0s jufzos de valor, ‘seus concidados. Neste ca fosse aumentada através do uso dem i pa de etudo pase. ids, © Osu estas 3805, 4 3 descolneaszo e a gues do Vi ‘necevidade de pr em cause 21 RON MonBA AO NOS fentfico na raz8o que hoje nos leva api ada na previsio e controlo dos fenémenos. No f cexplicagio ci 140 da citncia medema nestes lizou a explicagao do « mos quatrocentos anos natura- oncebar send nos termos cho foi lento ¢, no i fo cientifiea tiveram a nogdo clara de que a prov recedia e dava coeréncia as provas extemas melhor que ninguém o caricter autobiografico da 0 do Métado ras de Vida pessoas & 85,28 crence do nosso conhecimenta, sem 0 qual ou de arquivo, os nossos célcules ou o qual pode- inea e clandestinamente, nos pressup. nto compreensiva e e © antes nos una pessalmente a0 que val Peranie uma tealidade hos possufda do sopro és dvindade, rudincia perante um mundo que, apesar de domesticado, nos marie + Guat Gis 8 precaridade do sentido da nossa vida, por mais segura que sats c ja Francia cae a avenels, Sendo ceno que para a esmagadora malorie da populate mundial ndo 0 est ‘NGRTEA DA tio ootEE: CONTA ssoed oA PERAK : Natureza e cultura: toda a natureza é cultura Enquanto a distingdo ent objecto & uma distinggo epistemeclégica {que supostamente tem consequéncas én gjcas entre nat muito diveigentes. Enquanto a distngé com 0 desenvolvimen: mando a natureza num artefacto atefacto intrometido num mundo Como quer qui distincéo 5 do par natureza/cultura tém todas as ciéncias serio conce bidas 0 entve natureza e cultura 6 jé 0 de um conceito relativamente jum tempo, as condigées da sua criegio. fo é tural do que natural per $e politicos que presidiram & sua formacio Go permite mostrar que a cincia moderna, além também ocidental, capitaista ¢ sexista. Esta tripla adjectivac3o nao I. Com ela de mo, capaz de sak Mas 0 facto de 2 5 @m certas co- inagdo atirja a imente 2 estar presentes em complexas articule- da ciéneia tm vindo a rev natureza/cultura é part clas da vida. Escolno, entre muitos outros teoria da evolugéo de Darwin 2 a piimatologga fam um daservalmentesnialével se 0 mtiveltabsho de Joa Arado Nunes, imporanie €oabatho de tris Eduarda Corp em Portugal de que o mohorreprezentanie€ Annie Fears * are 4 Ama vawyrenuintn a3 e ¢ z stHo sinto- : 7 Ir isto mesmo & comparada, porque sem naam i Pespecivashsttricase ocas dose tempo e ques sone, lar em que medida diferentes tradicBes e condigées soci, polices, Ga sua inpiracdo em concepgtes toca ¢ if los6ficas eiam diferentes guiées para diferentes naratvas primatol, 9 prtpro Danvinrecanhece que a teora da gies: Eestaa via escohida por Haraway que, para efeto, compara a prmtologa Ensaio sobre os Prncipios da Populagto de ‘cidental com a japonesa. A conclisio geal a que chega € que os laponeses ef. 983: 73). lita pela existinciseg | ara, depois da Segunda Guera Mundial, uma primatologia independent cues fam explicar 0 mativo caracterstcas so parte intogrante das narativas culturais que d Preservadas e as desfavoriveis ten. dee a culture japonesas. Assim, tal como of primatas trepicss io espelhos do clam 2 desaparecer. lta pela existnciaconduza 0 que Hetben Srew ten 0 primata japaneses so espelho do homer japanés, Enquen. * Sear erence des mais apos'20, Para Ruth Hubbard, a cetaao ees idental considera fundamental a distingdo entre homem ¢ Ga teora de Darwin assenta, por um lado, no facto de ser uma teeta Maes natureza, 2 primatologiajaponesa assenta na ideia de uma continuiiade e de ume raeanua Conguente com o ambiente intelectual do tempo, e, por ome lode unidade essencial entre sees humanos e animais, A luz da tradicdo confudonisa, ere oe set umateoraintinsecamente optimita que se adcquare ben's ee essa continuidade @ essa unidade no sio incompativeis com a idee de logi a encorajada pelos éitos do mercantisma inglés, quia, Pelo contrério, desta decorte uma preacupago com as questées d do capitalismo ind ismo (Hubbard, 1983: 51) Petsonalidade, mudanga social, estabildade e lideranca, uma preocupagio muito gllvamente a slecsio natural & uma hstra de progres, de expanso, malo not estudosjaponeses do que nos ocidentais Por outro lado, enquanto na de imasioe de colnizagio; 6, em sma, quase cre Fee primatologia ocidental a “boa” (nabre)natureza 6 a natureza selvagem e intocade, Fg uma Ristris do captalsma natural. € Mary, em carta a th "a primetologia japonesa a natureza € uma obra de arte que pode ser eniquecida pols da publcacso de A Origom das Espécies, coments ser nui, Pela interacsdo humana. Veja-se, por exemplo, a domesticagso de macacos em tenha teconhecide entre os animaise a plantas cativero, uma prética que & altamonte acerinhada no Japiio & penalizada no Oct lho, concorréncia, abertura de novos mercados, dente. malthusiana pela existéncia (Hubbard, 1983: 50) Haraway comiplementa 0 seu estude com outras comparacées, ideologia do liber designadamente enire’a a ou a indiana, No seu {eoria foi utiizada por teéricos sociais e por Conjunto, essas comparagbes convergem para a conclusto cle que a primatobogja é Portanto, a inevsblidade da referida ideologia, Nito reside 4 vs um campo multicultural, influenciade por uma biopoltica que, em tferentex eu, ualsmo naturezalcutura do paradigma evolecionian belece diferentes redes de signticagSo entre seres humans e prima No que respite preatologa, a circa que estuda os macacos ost entre cultura e natureza. No fundo, consituem modos culturalmente dferensa, Donne Haraway demonstra eioquentemente como os temes ea r2¢2, do sexo, da dos de o ser humano inteligir a sua propria subj ade. Fae, 24 femtia eda clase tem vindo a ser. insrts no corpo dx sousce vet Gitncias da vida desde 0 século XVI 1989). Neste contexte, os mace. ma ciéacia sexista caisac Simis tem, na Ocicente, uma posisio prlegada na disincto seco) a Glue, recisamente por cuparem uma zona de frontia ene te ae ace a € sexsta.O bindmio Os macacos e 0s simios sén, assim, uma das Imatérias-primas a partir das quals 0 a/natureza pertence a uma longa familia de dualismos em que podemos di remem ocidentl conti a imagem de si propo como ser nal sera ie, i, entre outros, abstactafconcreto, espritolcorpo, sujettvabject, idealeal, Was re, 9.2 primactoga é, no fundo, um conjunto de meidfous sa hs Todos estes dualises so sexistas n@ medida em que, em cada um dele, 0 pr pha sobre a org e a usiureza do homem, um distur octdesal cores ado dominate, sendo ao mesmo tempo astociado corn o dem social, masculine. Eta € uma associagdo muito antiga que tom a sua versio mat sofa, cada em Arisisteles, cuja biologie, polticae ética assentam no pressuposto da ‘Anta Ht | Sanat en Date mane a ‘ idade da mulher. Por seu ture, a ciéncia moderna tone ester et danse ae cr tet am arn Goa epicure \ eficazes, dado que 0 flso (e hegeménico) universalsmo da ‘pen ‘oe, strumental se presta patcularmente a tansfor 8 Dycthor Manan Ao nova S50 com antes (experitncias de uma classe, sexo, raga ou etnia dominant as universais (verdad objecvedl, Se 0 organisma & a forma lechovclenthen iy ‘corpo, 0 organismo da mulher & a forma teeno dominado de qualquer dos dvatsmos rete bjecio, o reall. Por esta va, o masculin tra fora da natureze, enquanto 0 feminina 6 ta de particularismos e de vinculagées naturalists! | que acima reconhecemos na teoria da evolucéo in, dlosdobra-se em ancocenismo nas suas conctpcbes sobre as relarkee entre as sexos. © reino animal extécheio de machos avidamente promiscass ors Perseguicio de fémees que se manitm passvas,linguidase expectant sd care ere um parceiro, © mals fort Ou 0 mais bonito, Exe eexisme cientco pelo ge n , sobretuclo nas explicagées dadas para as assimetrias entre 0s sex0s. Segunclo Ruth Bie, ot estos para exit, 0 loo Blip as ores des poses © ds pa rexualnenecfrncndes da mlere do omen ra ciao roses Cot lags antes 50 ndanenas pare qe 1 eos adap eos ne Latha do demi blige Des toma cs ccabgas Gack be ‘tulsa lmeres de organ seca lees sb Os estucios feministas, sobretudo os dos ue, nas Concepgées dominantes das ciferentes ci de homens, organizado segundo principios sot ‘asculinos, como os da guetra, do in da descontinuidade com ido explicativo de concepts ‘ago inequivoca de auséncia de co» solug8o “natural” do cientista andvocént Tan como fuga & competigio e nio, por excn Mas 0 soxismo & notétio e iicas. No caso da Preponderancia do “métoda s6fco (1983: 149). Nos ter- © avanco filosdico assenta no debate entre adversrios, © umn bem sucedico deve submeter as posigées contitias 4 cf mais agressiva. Ora, segundo Moulton, a agressvidade & precsamenie um doe butos ou tipes de comporamento cue & considerado bom para o sexo mane, temoogia macerna hoje sbundane, Erie mut outa o ng ¢ Hlealka org) les « Nin (org) 19831, © Nihon ei (1988, o excelente tabaho de Haraway (1969 ¢ 1995, Se nae Actica D\ zio NooLeMEconTN oDEMECIOO oa BERINCA -8¢ e mau para o sexo ‘©. Moulton identifica ainda outras limitacées deste método: € dedutivo e assenta em contra-exemplos, isola os argumentes e impede a problematizacéo nos contextos mais amplos dos sistemas de idelas e de ideolo. jas de uma dada época, Nio é necessério subscrever completamente a opinido de Moulton para aceitar que, tanto na ciéncia moderna como na flosoia, 0 sexs salidade das “generalizagdes transcendentes”, uma questa muito bem analisada por Nancy Fraser @ Linda Nicholson. De facto, a atgumentagéo que apresentam tem muitas “semalhangas de femfia", pare usar uma expressio Ge Wittgenstein, com a nogéo de conhecimento emancipatério pés-moderno que aqui tenho vinds a defender, Todas as ciéncias séo ciéncias sociais > A transformagéo da natureza num artefacto global, gracas & imprudente pro- ugio-destruigdo tecnoldgica, e 2 critica epistemolégica do etrocentiismo © androcentrismo da citncia modeme, converger na conclusso de que a a segunda natureza da sociedade e que, inversamente, ndo hé uma ureza hu ‘mana porque toda a natureza é humana, Assim sendo, todo 0 conhecimento clen. tico-natural & cientifico-social. Este passo epistemolégico & um das mais decsivos a transigio paredigmatica que estamos a atravessar. € também um passo particu larmente di 5 titimas deservolvimentes na ice na biologia, que eu mencionei atiés, pparecem apontar nesta direcsdo, ainda que eles pidprios considerem ter multe POUuco que ver coma critica femin'sa ou pés-moderna da ciéneia, Assim, os evan. 05 recentes da fsica @ da biologic poem em causa a distingso entre o erginico e+ © inorganico, entre seres vivos & to e mesmo entre o humana € © no hhumano, As caracteristicas de auto-arganizacBo, do metabolismo e da auto-repro. lucdo, antes consideradas espectfic s dos seres vivos,sdo hoje atribuldas aos se. mas pré-celulares de moléculas, E, quer num quer nouttos, reconhecem-se pro- j0 dorsnante edo de acon quale «peso especcn, maa dacorkam guano sem. Fara mas, cbjects & Wak fipeiinciaobjctna e univena &semehang oe que Ma ‘us, essa ataformagio urn rata cas oxporigncas da mules, pontos de vita aval Nene jerentes epstemoiogas fers, Hawkeave ariges do volume 1 de Oierence Verda do cada 8 “Sere ‘bre oessencamo’ cobs, Kale e Shutteworth (1990 ¢ Sandoval! superagio. Recorrendo de novo a fisca, trata-se de saber se 0 “parimetro de or diem” (segundo Haker) ou 0 “atractor” Gegundo Prigogine) dessa superacdo resi, ri nas ciéncias natu i estado de curbulén reservado para si inergética de Hake Geoffrey Chew e a filesofia do a fisica contemporines e o Contra esta posigéo, pode objectarse que ela tem do fi cepgo com que as ciéncias SPatecer os abjecios mais ditatese diferentes de née chegados, nos descobritmos reflectdos como nun expelho écada de sessenta, © extra Considerava que o is, pata, uma vez af J4 no principio da . Eugene Wigner que ele repete o presente, Se, pelo co ‘atentarmos no conteddlo ter je da natureza 6 ciéncias sociais. Para ras dissipativas de Prigogine quer a articulas através dos democracia nu- cigncia maxima’ de Durkheim estudados como 3 DiCENCA HooEIA HO NOVO c ‘ere DAMoIO NODE cont ODSFROICD DA BPEKBACA’ $3 (sem fendmenos naturals, serem os fendmencs natura ser estudados como Se fossem ienémenos soci i € abjecto sem renunciar & dimensio actha Caer € © orginador, por multa dlscutivel e secundatia que a sue iginatdade posse ser. Por iso mesmo, a crtica lteréria vatcina a subrersio ds 3 reac ene seo « objects, uma subvesto que o paradigna emergents ton, ‘modelo de conhecimento no. pa Seoten oven Meri, ¢ objecto de estado, como 38 dia em Inguagers conhecimento emancipatéria poe Gantfca madera, sempre fol, de facto, um super-sujeito (om poeta, umeoen Siis S008 constutam-se no século MX sega A cis, um dramaturg) em relagdo a0 qual o crico € apenas um sulein secnchan as ciéncias natura clissicas e, asim, Si aor Secunditic. & verdade que, utimamente, o crtco tem sido teniade « Imais, pode revelarse iluséia, Refer, contuio, 10 ds cidncias sy, ‘obrepor se 20 excor que exude, a ponto de poder false de lta pal supre jae | metedaant wetentes: uma mais divecameste vineiede semente por ser uma lula, @ relagdo 6 entre dois sujeftos ¢ néo lia Postivistas das ciéncas naturale outa, de vet srugum sujcto @ um objecto. Cada um é 2 tradugio do outro e ambos wee t, caldeada numa tradigfo filosatica com Frade de textos, tetos esses ecrts em inguagenseferenten, eas wo ‘er sob a égide das ciéncias sor ca, hermendutica, 3, ragmitca, revi ‘essrias para aprender a amar as pelavras € 0 minido. meee da Sciedde mas tendo, pataeo, de pes Fe ete lad, 0 conceto de anefacualdade alscursiva, embera aparent- ujanga desta. segund: [rents basealo na dsingao entre ratrezae cultura, acaba na verdade portatreve, tes para a producdo de objectos artisticos, a natureza & desde emerge et de ferclusto ceetica, wanspora a marta pry o, cultura em acco. A infinita dscursividede da arte © da emergente. Trata-se, como refer 0 seu cardcter antelactual contra © utopismo automético da tecnoley ue define a especiicidade do humano por Contraposigio a uma concer {tertura sho apenas aquilo que, por determinadasrazdes, uma cotuneleoe cro & tends Cigna dese modo. A necexade de atibuirrezbes imple aoe nes prende a0 htwcr © Pred a0 pasado & mens forte do’ coe aqui raat eit ete contemplast etarsformagto que subordina atime & oy, rence a0 futuro, mein, tl como a transformacto activa da natureza pelo escultor que cinzela 2 acd medida que as cinciasnaturas se aproximam das ciéncias Besa ft de ceo modo subordnada 3 contomplagso do artelacier a cect POs, estas aproximam-se das humanidades, + revalarizacao dos estucos acabada, humanisticos acompanina 2 ro izagéo da racionalidade A superacio da dicotomia Géncias naturaisci tende assim a artes da hteraura ‘pio da com realaar 0s “esos humans", Mas esa realizado nio tears rt pres beds da ‘ue as humanidades sejam, elas também, profendsnon Pour?" Temas e isos da etn, de Rowena Sakae Polanyi a hd nels de futuro & terem resisiso sero Pope: Mas, na vanstdo paradigm Glimensio € ainda mais fare: Matured e cultura, trem preerido a cory ee ee ce araigma emergent recarna pra sire poe "mundo. Este neo genuino fi, ree ma ott atta Dat que 0 dicuao caricoe mis © numa poltica vez mats do dscuno antsica e lies transys Ma © suelo 8 que as hunanidades se remeteram foi em parts tors iis, armadas do carécter cien- tera en eats brandido, Mas fc também o produto do esaziamenta gus ser {gram em lace de ocupardo do sev espace pelo modelo clemtata, for ages nos studs histéricas com a historia qua , Nos estudas jurfdicos com a ciéncia ura do direito e a dogmatica juridica, nos estudos Como js wetnos obsenar, 0s dois conceios organizadores da aco estética-express Slo a autoria © a artefacualidade dlscursiva, © eon 3 conainacbes recracs ene o dans 0 fs, 2 ren it ge enconea na bade Bach enoe ne cso cg © oa tan eet tp amen orcasee gee 27.0 exemple So Ra cia a su Arty of inuence como Bacholed (1972, paccuiamente + pendants oe oema aster i Hata se requentemente exuados com “orginal Ver Rematho 1964, 6 nos faculta conhe- 12 ordlem qui modemo da ratureza lwro de conhecimento-regulacio. Para podermos tes ‘emancipago como uma nova es inacabad: Hé que recupera slobal sobre © mundo, as analo cimento, das ciéncias naturais e clas 9S a procurar categorias gl ue 56 Bode haver discurso argumen 06 auditérios relevantes de retirice, A citncia pos © 0 que conhece pior textual e julgo que tanto aa 8 analogia bicgrética, Bente: © mundo, que hoje é nat F com um inimigo poderoso: os monopélios © Estado, a fa lonizou a8 outras formas de brio dintmico entre regulacSo.e emancipagao em det contra 0s monopélios de in sempre a de quem se Soubermos imaginar: a © jngo pressupse um paleo 6 ogratia do seu autor. Quando = € conscientes de que canstiuem tacos" — através dos quai se nega « a force P&B © paleo ¢ 0 texto, ov atreves dee quai forge — podem entdo trensformerse ane Pr conhecimenta pés-mocden 75e5 Ov processos ‘duos ou grupos hecimento emancipatér 0 dois poder sho. O com ago de comunidades Buiada pelo comunidades imei neo-comuri- idas que © consenso #0 F emancipatéria ARCUMENTAGRO, RELATIUSNO E ETNOCENTRISMO A anterior discussio sobre © etnoce moderna permite-me conclu, de aa dade aqui apresentada, que foi escrito segundo o py alingvagem de racionaldade cogn segunda 0 principio da commu 19 € 0 androcentrismo da ciéncia a conceptual da mock 8 de interpretacso, 0 guramen nidade. E antes um ber fundamentas, reer alguns estas analogs hu Conotbo come categoas mes a $6 BLOBER Woe Al Novo snsO com © do alcance do conhecis redid smo-solidariedade & ge racomunitérias. Os nas relagbes intracomunitérias © ng Jon (Clasbes intercomunitérias quer a interacgaat 2 sempre 2s domina, ae 7 rajecséria que parte do toas smo para a soldariedade tem de atraves. arias como as relacées intercom faite socal emerge da tensio dalética entre o comuniterone gue domin relagdes intracomunit ico vestigacio-acgio, de um conhecimer 8S, © conhecimento reside a sua proximidade com @ citncia madera visa naturalzar 6 s, de descrgtes e de regularidades, © clerna assume a sua arefactualdade discurs ica, uma pausa mitica numa ravada entre 1odesno & retérico, lade estético-ex e que, 10" dizendo, uma pl enclaves precétios de caos 2 4 *ci.0k eo nDoLETE: covTa ODEECN oBPRREN. 97 2 irefutivel @ da I6gica apodictice. A revolugdo cientifica dos séculos XVI e XVIL jzada no Diseurso do como uma das regras fundamentals do novo métedo, que tudo aqullo que apenas for provével deveser considerado fala, Desde as “idelas claras e distintas" de Descar “raciocinio pela experimentacao” de Bacon até aos diferentes tipos de p cio do século XX, a retérice {ol sendo flememeate expuisa do novo terréro da racionalidade cieniien lustra claramente @ colonizagdo da racionalidade hegemdnica da céncia, to sempre foi um os campos favoritos da retGrica, Na ldade Média, os estulantes exercluwarn a sun pericia argumentanclo a favor das pares liigantes em dlsputaslepas simuladee Aut. 1953: 64 ¢ ss.: Giuliani, 1963: 54; Barthes, 1970: 172; Caro, 1973) ‘Mas as amplas tendénci la racionalidade cartesiana foram-se gradualmente impondo na cultura e na prética juridieas. O movinenes Coditicador do sécula XIX e @ positvismo jurdico que o acompanhou condusrars url 8 chamacia “ogmiticajuridica”. ole a este tema no proximo capi, © nosio século foi, portant, o século da diéspora da retévica, Durante uns rovével, resultante de uma argumentacéo mente suplantado pelo conhecimento exacto recut. Hea, No entarto, desde a década de 60 que se comecou 2 considerado prematuro @ até 20 abandone total da retéricajurcicae & sua substitu pels ciéne ncia moderna. O debate entre o conhecimento retbrico (no fund © © conhecimento apadictico (fundacional) é talez o dnico de. bate fundacional da tradicdo ecideral,e, como tal, tende a explod, om Periocos Ge transicdo paradigmitica®. De faco, 2 perguna scbre a existénca eg sense, Ge,tma transicéo paradigmatic € em s, uma pergunta relic, Seré que o seed eects a ciencia modem, por mim aponaces, permitio concur que se Sree eats uma kransigdo paradignatica que levar8 a um novo paradigms cen 621 © “eomtecdo de verdade" taro da esposa postiva como da resposta re arena nad PCBunEa & provavelmente © mesmo. Se eu tiver boa res pare Sereiler que a resposa postive € a mais azoivel, pio hs nenhuma etetégie de verdade que possa convencer-me do conti "Hn Un AAU PUREE LUNI UEP UA RRA 9) Num periado d rarmos da andlse da revelugs. cies Por Koyré na qual Thomas egundo Koyré atureza da pode ter uma de verd He, precismente pore of o tte b Sprios em causa, O que exé env oon veg er cecikg @ @ validade des 1 dvas descoberta 180 de uma neva a argumentacio; tem de Percepeto da realidad. Assim, aquesiag ; Hi dois tipos de prem da forge dos argument: 5 que os Brupos 7 , ‘es: por um lado, 0s factos e as verdades ©, por outro, fem defess de uma det a retérica os A centalidede cla io exigr roforco pela argue uss vertentes. Por um mente deste estatuto eas. Suas pretensées a ser ur Os factos¢ 2s verdades reo, Ea af, 3. Segundo Perelman, acordo com a versdo feat Gia, esd saturado de su silésa versio forte, © conhecin enio Na segunda verente, 2 sen ee na cMergene 0 “onhecimento seréasumidements retSrica ser vente daquela que 2 de ide, mas «6 podem ser aplicados e argumentacfo se estiverem preenchidas duas candle umas premissas geralmente aceites ¢ qu eixam de o sere convertem * bi dois proces ca comoretérieg. de que ro nove e de que ess Os topo’ ou loci sé0 de conteddo m s0 tempo, des, © termo (p08) tem a ver de uma man: A ret6rica da ciéncia moderna ue jd & conhecido e, mutes ve 3 (1977: 149). Para Lausb fico modemo advém-the de tris gumentos quando se lugar, da j Perelman os topoi ‘Quer queira quer nio, todo aquele que preter Perelman faz fe A natureza retérica do conhecimento cient eles dstingue entre os topo q nhecimento (como os topo’ do justo ¢ a ética © no direito, mas n relman, que ica da citncia e tam importante ca do direito cos, estuda o discurso 3, 0 reporta a contextos de de Perelman ou a de My DACEACK MoDRD40 NOVO SSD COMME ‘ATCA DA wzio nooLeTe: CoA 0 DeHRCO BA ERANER “1 / © s premises se encontram definidas, a srgumentagdo 4 desenrola-se de acordlo com um plane cujo objective € persu venta “tem de ser realizada, num dado mon 3¢ plano implica a escolha de argument de expits”, tem de haver um “encont de técnica da sua apresentag, No pode determinarse a frga argumertatva de um argumentoisoladamente, porque ela depende da forma come ele ce aneis, urns e2deia ou numa tea ce A deteminagio das el igacdo no campo — e dado que os vie 6 um audit le e para que essa adaptagio Este € um dos principios ba nguém: Uma segunda linha de invesigacdo diz respeito aos métodos cienticos. Os métodos cie umentos cuja sequéncia e téenica de apreseniagéo slo a. O conhecimento cientiico 6, portant imeiros autores a chamar a nossa atencdo para este facta {oi Michael Polanyi na sua obra Canhecimento Pessoal, e um dos mals recentes ¢ Peul Feyerabend em Contra 0 Método (Polanyi, 1962; Feyerabend, ‘undo Polanyi, 08 métods cir fia da citncia os def um resumo drido © deturpadr da utfzacio concreta de métodos tstas concretes. Os métados séo ambiguos © 6 seu use & sen, fem muitas premisas de as 0 auditério quando pondera uma decisso ou justica as suas acgbes, inda de um tercel univers importincia muito e da ciéncia moder § potenciaimente toda a humanidzde, é uma ¢ da genuinidade das suas mot objectivas* do que e linha de investigagio conquistar para 0 eu encia moderna, A and n base no que conhece do seu ‘ 82 8 natureza dos topo! usados ra cie € especialmente importante, Nas die- ng ei cs arguments quate lige ents dat, ve esabolecem 3 er lucidating, porque nos er ‘humana, nas ehierentes Spocas da Mistéra considers, valido (Perelman © Olorechts-Tyteca, 1969. 33). Que (05 Copoi get maxima, no caso de um audi BRRANEIR MODEEIA AD WOWO SENSO COMIN, ente determinar 0 nim um grande ndmero de a superioridade do q ara uma circuiagso em discursos desqu desvalorizados precisamente devido & incapac quantidade. Ze foi um ds processos de que a racionalidade cog citncia moderna se serviv para colon Por sua vea, £6 py lade que, topes da 2 da retorica cientfica relacionasse com o au "como um conjunto de argumentos di :0 que lhe vai peu 36. Pode fazerse ums dade eo emo ne cis emis hr A ASE Z pendulares entre um e outro. A distincia cto. Pode ser grande ou pequer © lugar ou conforme o dominio especifica visto 8s premissas hegeménicas da argumentacéo cleni Premissas ou argumentos provenient lade estético-expressiva. Dado que essas pres 10 podem ser aceites pela comuinidade cient 10 decurso da emigragéo simbs costumava chemar “oport escindalo, como o que act érica da ica), quer na versio fraca cia mod momen- cognitivo exige a © 0 pragmatismo se (2 0 seu cardcter reérico: um conhecimento prucente para uma vida decen Para poder contibuir #2 2 reinvengio do conhecimento-emancipacéo, a mente reconstruida. A retbrica de Perelman & téc- wo adjudica ente as duas formas de influ ‘sto e convencimento); parte do pr flectindo, assim, nem os processas so isis de inclusdo neles ou de exclusdo dele, nem o: processos sociais de'cringdo « de destruigéo de comunidades; por dim, é manipuladora porque os “oradores” apenas influenciar o auditério e ndo se consideram influe excepto na medida em que se lhe adaptam pare conseguirem i resumo, a retérica de Perelman 6, em meu entender, demasiack lr para © conhecimento pés-maderno sem uma alteragdo profun fica deve, portanto, conduzir 2 uma novisima retorica, Motivos ¢ acces A retérica é uma forma de argumentar através de motives razoéves, no int to de explicar resutades jé consumados ou de procurar adesso a produgio de ados futuros. ésta é a dimensio activa e irrecotivel da retérica. Mas neensio pode ser mais ou menos saliente conforme © tipo de adesso pretendida Persuasio ou convencimento. A persvasdo é uma adesio baseacia na motivagao ‘a argumentacio destinada a tende a lentos emecionais, o elemento psicagdgico da retdrica refer es no livro Wi da Retérica. O convencimento, por seu lado, é u 10 baseada na avaliagSo das razSes para agir; para isso 2 argumentagio m campo caético onde 2 acgdo pede ov nio ocarrer. No f considera que ¢ it 10 pudermos tarsbém persuad la. Quando a ténica € posta nos resutades, 0 discutso argumentativa para uma adesio pela persuasio e, pelo contrdtio, quando a tonics recai no esfor 0 de epreseniar razBes para eventuais resultados, o discurso argumentative i rra-se para uma adeséo pelo convencimento, ‘A meu ver, a novissima retérica deve privilegiar 0 conver mento da persuasio, dave acentuar as boas razbes em detrimento da produgio de resultados, Hfectivamente, 2 persuasso & uma forma de adesio que se edapta a0 da tecnologia moderna que € a expressio tipico-ideal da 04 240 NDOLENTE: CONTRA esc A ERENCA. “as / cinar, ele proprio, as raz6es aos resultados tende a transformar-se num utopismo automético de outro tipo. Pelo contrério, uma retérica que privilegie a obtencio de convencimento tenderd a contibuir para um maior equilibrio entre razbes € resultados, entre contemplacio e accao e para uma maior indetermminacSo da acco, dois pressupostos de um conhecimento prudente pata uma vida decente num do de transic8o paradigmatica, Uma retérica dialégica A nova ret6rica assenta na polaridade orador/auditério € no quase total protagonismo do orador, Esta polaidade exige, na realidade, um certo didlogo entre © orador e 0 audltério, dado que a argumentagao ndo $6 pressupse “um tencontro de esptitos” como, para ser eficaz, obriga a um conhecimento prévio do auditrio que se pretende influenciar. A dimenséo dial6gica €, porém, reduzida 20, minimo incispensdvel e s6 se admite por ser necesséria para influencar o aust ouvas palaveas, a relacéo entre o orador e 0 auditério tem algumas seme. tangas com a relagéo entre sujelte objecto. ido que a novissima retsrica deverd intensificar a dimensio dlialégica intersticial da nova retérica e converti-la no principio regulador da pritica argumentativa, Em termos ideais, a polaridadle orador/auditério deve perder a rigi- ddez para se transformar numa sequéncia dindmica de posigées de orador e de posigdes de audltério interm, iprocas que torne 0 resultado do inter Ccembio argumentativo verdad inacebado: por um lado, porque o orador ode acabar por vansiormar-se 2m auditério e, vice-versa, 0 auditéria em corador e, por outro lado, porque a direccSo do conven:

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