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WEB AULA 1

Unidade 1 – A influência dos hormônios no envelhecimento cutâneo

Olá alunos, sejam bem-vindos à nossa primeira web aula!


O meu nome é Poliana Milreu, sou Fisioterapeuta, especialista em Dermato Funcional e sou
a professora da disciplina de Recursos Estéticos Aplicados aos Tratamentos Faciais. Estamos
iniciando hoje o tema da influência dos hormônios no envelhecimento cutâneo, onde
abordaremos a influência dos hormônios na saúde da pele, as caracteristicas de uma pele
que apresenta deficiência hormonal e o papel de vocês enquanto tecnólogos em estética no
tratamento desta pele.
Vocês já perceberam alguma vez o quanto os hormônios influenciam a saúde na nossa
pele? Vocês sabem quais são as características de uma pele que apresenta algum tipo de
alteração hormonal? Você já pensou sobre isso? Se a sua resposta for sim, imagino que
talvez tenha pensado sobre a disfunção estética mais comum entre os jovens: a acne.
Sim, quando o hormônio progesterona da mulher ou testosterona do homem encontram-se
aumentados, ocorre um estímulo da glândula sebácea e a pele fica mais oleosa, ou seja,
produz mais sebo. E, por este motivo, os poros ficam entupidos e, muitas vezes, ocorre a
formação da acne. Mas os hormônios também podem estar diminuidos em alguma fase da
vida do ser humano, causando também outras alterações da pele. Então, é sobre isto que
vamos falar agora.
Por meio desta unidade vocês aprenderão a identificar as características de uma pele que
apresenta deficiência hormonal. Espero que vocês consigam reconhecer a importância dos
hormônios na saúde da pele e qual a forma correta de tratamento.
No entanto, para que vocês obtenham um rendimento satisfatório, é importante que leiam
atentamente todo o material ofertado nesta disciplina. Desejo a todos um bom estudo.
Vamos iniciar agora fazendo uma breve revisão sobre o envelhecimento cutâneo.
Há muitas décadas, sabe-se que o envelhecimento é uma consequência dos determinantes
genéticos e ambientais. Por exemplo, os fatores genéticos podem variar em até 100 vezes a
taxa de envelhecimento. Por outro lado, o papel dos fatores ambientais pode ser deduzido
com base em diversas avaliações clínicas realizadas durante os últimos tempos. Entre estes
determinantes está a radiação ionizante, os estresses físico e psicológico graves, as
restrições calóricas intercaladas com excessos alimentares e, claro, não podemos esquecer
a radiação ultravioleta (UVA e UVB).
A radiação UV do sol é considerada o fator mais importante para o envelhecimento cutâneo
prematuro, processo que, por essa razão, também é conhecido como fotoenvelhecimento.
Tanto os raios ultravioletas A quanto o B têm influência em nossa pele. Por exemplo, o UVA
incide sobre a nossa pele durante todo o dia e consegue atingir as camadas mais profundas
dela. O UVB, que incide apenas nos horários em que o sol está mais forte, atinge as
camadas mais superficiais. No entanto, os dois raios são maléficos e conseguem alterar as
nossas células, causando o envelhecimento e, com certeza, as manchas.
Outro fator, que recentemente ficou comprovado que induz ao envelhecimento extrínseco
(de fora para dentro) é a radiação infravermelha (IV), a fumaça do tabaco e o ozônio. A
radiação infravermelha induz a produção de muitas fibras plumosas finas e o aumento
expressivo da substância fundamental (derme), que também é observada na pele humana
lesada pela exposição solar.
O ozônio e o tabagismo também produzem efeitos deletérios na pele, reduzindo a umidade
do extrato córneo facial, contribuindo, desta forma, para o ressecamento e a formação de
rugas.
Estes fatores citados acima são considerados fatores extrínsecos do envelhecimento, ou
também conhecidos como fatores actínicos. No entanto, precisamos estudar um fator
intrínseco (de dentro para fora) muito importante e que está presente em todos os seres
humanos: os hormônios.
A pele humana é órgão-alvo de vários hormônios, cujos efeitos são reconhecidos há muito
tempo e, em alguns casos, estão bem caracterizados. Por exemplo, os folículos pilosos e as
glândulas sebáceas são os alvos dos esteroides androgênicos secretados (estrógeno e
progesterona). E não podemos esquecer que as células melanócitos também são afetadas
diretamente pelos hormônios. Além disso, os hormônios desempenham um papel
importante no desenvolvimento e na função fisiológica dos tecidos da pele humana.
Então quer dizer que a pele humana e suas células são alvos e também produtores de
hormônios? Sim, isso mesmo. Vamos nos aprofundar um pouco mais para que vocês
possam entender.
Os hormônios exercem seus efeitos biológicos na pele por meio da interação com
receptores muito específicos. A pele metaboliza os hormônios e é capaz de ativá-los e
desativá-los. Essas diferentes atividades ocorrem normalmente em diversas populações
celulares da pele e possibilitam o alinhamento dos efeitos biológicos, que é importante para
a homeostasia cutânea, bem como para todo o organismo.
Os hormônios estão comprovadamente envolvidos ao envelhecimento intrínseco, assim
como afetam outras áreas do corpo humano, influenciando em padrões comportamentais
característicos desta faixa etária. Há redução do desejo sexual, da atividade intelectual, da
massa corporal magra, dos pelos corporais, da densidade mineral óssea, aumento da
fadiga, da depressão, da gordura visceral, obesidade e, por fim, de várias alterações na
pele.
Estudar sobre os hormônios não é algo muito fácil, por isso vamos abordar apenas os
hormônios que tem um papel fundamental em nossa pele, desta forma, vamos falar um
pouco sobre o estrogênio e o processo de envelhecimento.
Os níveis declinantes dos hormônios, principalmente do estrogênio estão associados ao
envelhecimento, embora estes efeitos na função da pele não estejam totalmente
esclarecidos. Faltam estudos mais aprofundados para determinar com mais precisão alguns
pontos importantes sobre o envelhecimento relacionado a este hormônio. Mas, nesta
unidade vamos abordar os pontos que já estão devidamente esclarecidos.
Depois da menopausa, as mulheres que fazem suplementação hormonal tendem a ter
índices de enrugamento, mais baixos, menos xerose (ressecamento anormal do tecido) e
pele relativamente mais espessa do que a de mulheres que não fazem a terapia de
reposição hormonal. A suplementação com estrogênio também parece favorecer a
cicatrização das feridas nas mulheres idosas.
A pele é o maior órgão-alvo não reprodutivo de ação do estrogênio. Esse hormônio interage
com a pele e com outros tecidos por meio dos seus receptores, cujas concentrações variam
na pele e diminuem durante a menopausa. O eixo hipotalâmico-hipofisário regula a síntese
de estrogênio, que varia com a idade e diminui durante os anos que precedem a
menopausa.
Fazer ou não a terapia de reposição hormonal? Uma questão polêmica, nos dias atuais. A
decisão final é sempre de um médico especialista, juntamente com sua paciente. Mas
independe disso, vamos abordar um pouco sobre esta terapia que foi utilizada durante
muitos anos.
A terapia de reposição hormonal foi introduzida há 70 anos e, em 2000, foi o segundo
fármaco mais prescrito. Entretanto, recentemente, as mulheres foram forçadas a
reconsiderar os efeitos benéficos da reposição hormonal. Embora os riscos pareçam ser
pequenos, existem relatos que mostraram aumentos pequenos, embora evidentes, dos
riscos de câncer de mama e doença coronariana nas mulheres que faziam a terapia de
reposição hormonal (TRH). Contudo, esses ensaios foram realizados com mulheres idosas
e, sobretudo, obesas, e muitas tinham fatores de risco cardiovascular preexistentes,
inclusive hipertensão e dislipidemias.
Por este motivo, atualmente, poucos médicos têm indicado a TRH, e os que indicam o
fazem depois de realizarem exames clínicos que demonstram que a paciente realmente tem
um deficit de hormônios.
Mas, afinal, o que a menopausa (que é a ausência dos ciclos menstruais e ovulatórios
pelo deficit hormonal) causa de efeitos negativos em nossa pele?
A deterioração do aspecto da pele nos anos precedentes e posteriores à menopausa sugere
que a redução dos esteroides sexuais são importantes para o envelhecimento. As alterações
na pele mais comuns são atrofia (diminuição da espessura da pele), ressecamento, flacidez
cutânea, enrugamento e dificuldades de cicatrização das feridas. Embora alguns destes
sinais possam ser atenuados ou revertidos pela utilização de estrogênio, as evidências
ainda são controversas. A decisão de uso de suplemento de estrogênio para o tratamento
do envelhecimento cutâneo também é dificultada pelas associações negativas recentes com
a utilização desses hormônios. Desse modo, os médicos devem acompanhar as decisões
conscientes das mulheres quanto à segurança e a eficácia da suplementação hormonal.
Como falado anteriormente, essa questão é muito complexa. Devem ser considerados
cuidadosamente, entre médico e paciente, os riscos e benefícios desse tratamento.
O que podemos então fazer para contribuir e melhorar esta pele? Para decidirmos qual o
procedimento tomar, ou que produtos utilizar, precisamos entender completamente o que
acontece dentro desta pele durante o processo de envelhecimento no período da
menopausa. Por este motivo, vamos prosseguir nosso assunto abordando mais um pouco
sobre a fisiopatologia do envelhecimento.
Quero abordar um pouco sobre o teor de colágeno da derme. O adelgaçamento da pele,
evidenciado pela maior suscetibilidade às lacerações e equimoses da pele, é um sinal
comum do envelhecimento. Várias atividades metabólicas diminuem com o envelhecimento,
e o adelgaçamento cutâneo parece ser causado pela diminuição da síntese de colágeno da
derme. Ocorrem declínios médios de 1 a 2% ao ano no teor de colágeno da derme depois
da menopausa. A associação entre a perda do colágeno e a pós-menopausa, mais do que a
idade cronológica, pode refletir uma etiologia hormonal. Desse modo, vários profissionais
consideram a hipótese da reposição hormonal considerando sua eficácia em aumentar a
espessura da pele e o teor de colágeno da derme. É importante considerar que o estrogênio
desempenha uma função profilática na perda de colágeno das mulheres com níveis iniciais
mais altos, mas exerce um papel terapêutico na síntese do colágeno das mulheres com
níveis iniciais mais baixos. No entanto, observa-se muita polêmica a respeito da
suplementação hormonal estrogênica, pois as mulheres que já utilizam nem sempre viram
os efeitos benefícios acontecerem e, em contrapartida, corria-se os riscos de efeitos
negativos já citados anteriormente.
Outro ponto importante a ressaltar no processo do envelhecimento durante a menopausa é
o ressecamento da pele, pois ela perde a capacidade de retenção da água e camada lipídica
da epiderme.
A hidratação cutânea é extremamente influenciada pela capacidade de a pele reter água. O
estado do extrato córneo e o teor de glicosaminoglicanos dérmicos afetam a capacidade de
retenção de água pela pele. Os glicosaminoglicanos são moléculas hidrofílicas que atraem a
umidade para dentro da derme. A redução destas moléculas na derme está associada ao
envelhecimento e, por essa razão, parece contribuir para o ressecamento, o enrugamento e
a atrofia da pele. Com a reposição estrogênica aumenta-se expressivamente o número de
glicosaminoglicanos na derme, aumentando a umidade da pele.
As alterações da camada lipídica da epiderme são associadas comumente ao
envelhecimento e podem afetar a capacidade de retenção água pela pele. Em mulheres que
já passaram pela menopausa, a quantidade de lipídios no extrato córneo é diminuída, ou
seja, a glândula sebácea diminui a sua produção de sebo, depositando menos gordura na
superfície da pele. Quando a função barreira não está adequada, ocorre o ressecamento da
pele.
O enrugamento da pele e a flacidez estão diretamente relacionados ao teor de fibras
elásticas e colágenas da pele. Ou seja, flacidez tissular e rugas são sinais cutâneos de
envelhecimento causados pela perda da elasticidade e sustentação da pele. Estes fatores
estão relacionados à diminuição hormonal, pois uma pele desidratada e com pouca síntese
de proteínas colágeno e elastina, resultará em uma pele com poucas fibras, encadeando a
flacidez cutânea e enrugamento da pele. E por este motivo a pele se encontra com
espessura diminuída (atrofia dérmica).
Chegamos à conclusão que o envelhecimento é um processo inevitável que afeta os
sistemas do organismo humano, inclusive a pele. Pela redução do estrogênio ocorre o
envelhecimento e pode contribuir para as alterações cutâneas associadas à idade, inclusive
atrofia da derme, enrugamento, ressecamento e dificuldade de cicatrização de feridas na
pele. A utilização de reposição hormonal é controversa, e esta decisão deve ser tomada em
conjunto pelo médico e paciente, devido aos riscos e benefícios para a mulher. No entanto,
sabe-se que, se comprovada a redução deste hormônio, e se não houver riscos, a reposição
hormonal torna-se benéfica para a pele, reduzindo os efeitos já citados.
Antes de prosseguirem a leitura desta unidade, acessem o link e leiam o artigo sobre os
Mitos e verdades sobre reposição hormonal: <http://delas.ig.com.br/saudedamulher/mitos-
e-verdades-sobre-reposicao-hormonal/n1237785204017.html>.
No entanto, o que podemos fazer para auxiliar no tratamento de uma pele que se encontra
nestas condições? Vamos pensar em uma mulher que está na menopausa, e não poderá
realizar a reposição hormonal. Qual é o papel de uma profissional tecnóloga em estética?
Vamos ver o que você pode fazer para ajudar uma cliente nestas condições.
Vamos começar pelo ressecamento da pele. Podemos realizar uma hidratação profunda
desta pele, utilizando cosméticos apropriados. Você poderá ver o protocolo clínico de
hidratação facial em nossa primeira aula prática. Alguns exemplos de ativos que podem ser
utilizados:
- Lipossomas de Coenzima Q10: Libera o ativo nas camadas mais profundas da
epiderme e previne o envelhecimento prematuro. Protege contra o alto nível de atividade
dos radicais livres encontrados na mitocôndria celular, que é vital para manter a capacidade
de geração de energia das células. Também ajuda a elevar os níveis de outros
antioxidantes, como as vitaminas C e E.
- Quiditat SRC: Bio ativo à base de água de coco verde integral, rico em aminoácidos e
sais minerais. Além da sua ação hidratante, possui extraordinária capacidade de estimular o
crescimento de fibroblastos, aumentando o nível de colágeno do tipo I na pele.
- Colágeno Marinho: Hidratante e proteína firmadora da pele. Devido à capacidade
formadora de filme e hidratante, promove uma atmosfera de hidratação ideal na superfície
da epiderme, potencializando o metabolismo epidérmico, importante para a manutenção da
pele.
- Extrato de Algas Marinhas (Fucus vesiculosus): Estimulante metabólico, tonificante,
ativador da microcirculação.
- Extrato de Aveia: Fonte de aminoácidos que promove ação hidratante e amaciante.
Bio Soy Milk: Extrato de leite de soja, que contêm aminoácidos responsáveis em
promover hidratação da pele e flavonoides, que promovem ação antioxidante.
- Óleo de Gérmem de Trigo: Emoliente (amacia a pele) e antioxidante.
- Manteiga de Karité: Rica em ácidos graxos e tocoferóis. Ação hidratante (por oclusão),
emoliente (amacia a pele), nutritiva (leva nutrientes para a pele), antioxidante (elimina os
radicais livres nocivos à pele) e protetora (protege contra o ressecamento).
- Óleo Vegetal: Forma um filme protetor, permitindo maior retenção hídrica, diminuindo a
perda de água por evaporação transepidérmica, melhorando a permeabilidade cutânea. Rico
em glicina, fosfolipídeos e poli-insaturados. É excelente fonte de ácidos graxos essenciais e
dermocompatíveis, que restauram a camada protetora da pele: 55% de ácido linoleico
(vitamina F), 7% de ácido linolênico e 24% de ácido oleico.
- Alantoína: Tem ação cicatrizante e reepitelizante (reparação do tecido epitelial da pele),
amaciante de tecidos hiperqueratócicos (tecidos com excesso de queratina) e renovadora
celular (estimula a renovação celular eliminando células velhas, estimulando a produção de
células novas).
- Extrato de Calêndula: Dermoprotetor, adstringente (fecha os poros da pele),
antisséptico (inibe a proliferação de microrganismos na pele) e bactericida (evita a
proliferação de bactérias na pele).
- PCA Sódio: Agente de hidratação fisiológica da pele.
- Extrato de Papaia: Amaciante, hidratante, remineralizante (reconstituição dos minerais
perdidos pela pele) e renovador celular.
- Extrato de Algas Marinhas: Estimulante metabólico, tonificante e ativador da
microcirculação.
Procurem escolher produtos que contenham mais de um tipo de ativo, para que somados
possam potencializar os resultados do tratamento. A escolha da marca do produto
cosmético e dos ativos neles contidos fica a critério de cada profissional.
Podemos também ajudar a amenizar as rugas e a flacidez cutânea. Veja alguns ativos que
podem ser utilizados no tratamento.
- Hydroxyprolisilane CN: Estimula a biossíntese de colágeno, pois contêm na sua
composição aminoácidos vetorizados precursores das fibras de colágeno e silício orgânico
(Silanóis), que é um elemento de fundamental importância para o desenvolvimento do ser
humano. Normatizam a bioatividade celular, reduzindo consideravelmente a oxidação e,
consequentemente, o processo de envelhecimento, melhorando e acelerando a regeneração
celular e o processo de hidratação.
- Physiogenyl: Estimula o crescimento e o metabolismo dos queratinócitos, ativa a
produção de ATP intracelular e é um potente hidratante.
Estes ativos podem estar incorporados em produtos para uso clínico (tratamento este
realizado por você, profissional da estética) ou domiciliar (aplicado pela cliente em casa) e
melhor ainda se for possível que as duas formas sejam realizadas ao mesmo tempo. O
tratamento clínico pode ser em forma de protocolo realizado uma ou duas vezes por
semana. O tratamento domiciliar deve ser aplicado duas vezes ao dia para que seu cliente
tenha um resultado satisfatório.
Agora que estamos chegando ao fim desta unidade, quero convidá-lo a refletir sobre a
importância de entender profundamente o assunto abordado, pois nossa cliente chegará
cheia de dúvidas, e precisamos estar preparados para explicar e ajudar da melhor forma
possível. Com conhecimento técnico e científico, podemos estar traçando uma linha de
conduta de tratamento que seja eficaz e amenize as sequelas do envelhecimento. Nosso
papel é auxiliar nossa cliente.
Na próxima web aula estudaremos sobre a importância da qualidade de vida na prevenção
do envelhecimento cutâneo, como também daremos algumas dicas importantes para
auxiliar na sua vida profissional.
Até lá pessoal e no momento um bom estudo para vocês!
Profa. Poliana Milreu.
WEB AULA 2
Unidade 1 – Qualidade de Vida e o Envelhecimento

Olá pessoal, sejam bem-vindos à nossa web aula 2. Espero que não tenham ficado com
dúvidas sobre a web aula 1, mas a qualquer dúvida estou à disposição para ajudá-los. Para
isso, quero convidar vocês a entrarem no fórum e deixarem sua contribuição a respeito,
registrando inclusive suas dúvidas.
Nesta web continuaremos o assunto envelhecimento abordando a importância da qualidade
de vida na prevenção do envelhecimento cutâneo.
Alguma vez você já pensou ou mesmo ouviu falar que existem diversos tipos de cuidados
especiais para a pele para, desta forma, evitar os efeitos de envelhecimento facial? Além de
cosméticos, uma boa alimentação, atividade física, suplementos em forma de cápsulas ou
sachês... claro, além de amenizar o estresse cotidiano. Enfim, existem várias formas de
orientar a sua cliente a ter uma pele cada dia mais bonita, e ela com certeza ficará
satisfeita com os resultados.
Vamos começar falando da alimentação saudável. De que adiantaria usarmos produtos
especiais e caros, realizar tratamentos estéticos em clínicas conceituadas, se não nos
alimentarmos adequadamente? Precisamos, primeiramente, nos tratar de dentro para fora.
A alimentação está entre as necessidades mais fundamentais do ser humano. Ela é o
combustível que dá suporte à química orgânica, viabilizando a vida e dotando os seres vivos
de capacidade para que possam exercer todo tipo de atividade. As necessidades orgânicas e
a demanda por energia são supridas por meio das substâncias disponíveis nas frutas, nos
legumes, nos cereais, nos grãos, na água, e em outras formas de alimento. Nos alimentos
ingeridos diariamente podem ser encontradas diversas categorias de nutrientes essenciais à
boa saúde, ao bom funcionamento dos órgãos e ao desenvolvimento das células. São eles:
as proteínas, os carboidratos, as gorduras, as vitaminas e os minerais. As gorduras têm
papel fundamental em nossa saúde, mas são altamente energéticas e devem ser
consumidas com moderação. Para manter seu colesterol em dia, evite consumir as gorduras
saturadas de origem animal.
Para que eles possam ser aproveitados pelo organismo, ocorre o processo metabólico,
iniciado na digestão.
Para ter vida sadia, livre de infortúnios causados por enfermidades e disfunções orgânicas,
a pessoa deve ingerir essas substâncias nutricionais nas quantidades corretas. E claro, o
organismo precisa conseguir absorver estes nutrientes. Isto significa dar preferência a
frutas, legumes e verduras, em detrimento de frituras e alimentos gordurosos. Também é
importante evitar o consumo excessivo de sal, e desprezar alimentos industrializados. Estes
são indiscutivelmente os maiores vetores de radicais livres que causam envelhecimento
precoce. O desequilíbrio alimentar causa disfunções orgânicas, entre as quais destaca-se,
por um lado, a desnutrição, cujas características são fraqueza, tontura e palidez, e por
outro, o acúmulo excessivo de gordura, que se manifesta na forma de obesidade.
Quando à desnutrição é mencionada, muitas pessoas pensam nas regiões pobres do nosso
país, ou em regiões mais distantes, localizadas em outro país. Porém, a desnutrição pode
ocorrer entre pessoas aparentemente sadias, que dispõem de condição financeira para
alimentar-se satisfatoriamente. Os casos mais comuns ocorrem como resultado de dietas
restritivas visando a perda de peso. Em algumas famílias, ocorre um erro de gravidade
incalculável: temendo que os filhos se tornem obesos ao crescerem, alguns pais impõem as
crianças dietas pobres em nutrientes e calorias, sem compreender que, para terem
desenvolvimento normal, os filhos necessitam de gorduras e calorias em quantidades
adequadas.
Por outro lado, é comum na adolescência o jovem abusar de alimentos deste tipo, cheios de
gordura, proteínas, sal e açúcar. Nesta idade preferem as lanchonetes e os fast-foods. A
dieta baseada nestas formas alimentares representa um risco muito sério à obesidade, além
de lançar as bases de problemas degenerativos, como doenças do coração, pressão alta,
diabetes e obesidade.
Há consenso segundo o qual as pessoas com deficiência alimentar estão mais propensas a
contrair infecções, pois o sistema imunológico fica enfraquecido. A alimentação ideal é
composta de três tipos básicos de nutrientes fornecedores de energia: carboidratos,
proteínas e lipídios, considerados macronutrientes, e os micronutrientes, que são as
vitaminas e os minerais. Para ser considerada completa, a refeição deve ser composta de
todos os nutrientes.
Vocês podem estar pensando, como nós pessoas leigas no assunto, podemos selecionar
corretamente os alimentos e ter uma alimentação adequada?
Bastam três palavras para descrever a dieta saudável: variedade, moderação e equilíbrio.
Para manter a saúde, o organismo precisa de quantidade adequada de carboidratos,
gorduras e proteínas. É por meio destes nutrientes que o corpo obtém a energia necessária
para crescer e realizar a manutenção das células. Existem, pelo menos, 13 vitaminas e 16
minerais essenciais à saúde. E não podemos nos esquecer da água, que, embora não seja
considerada nutriente, também é essencial à vida.
Acompanhar a ingestão diária de mais de 30 substâncias pode parecer tarefa assustadora,
senão impossível. Felizmente, o monitoramento não precisa ser tão minucioso. Para a
maioria das pessoas, comer boas porções de cada grupo alimentar é suficiente para que o
organismo seja alimentado adequadamente. A dieta pode ser considerada balanceada
quando oferece todos os nutrientes de essência e, ao mesmo tempo, favorece a
manutenção do peso corpóreo ideal.
Leia este artigo sobre nutrição e tire suas dúvidas sobre os carboidratos, proteínas,
gorduras, vitaminas e minerais: <http://www.maxmusclefortaleza.com.br/site/home.php?
pag=Nutricao>.
Existe uma conexão entre alimentação, saúde e beleza. O estilo de vida da humanidade
sofreu alterações profundas nos últimos tempos. Algumas mudanças foram positivas,
entretanto, em algumas áreas percebe-se que as mudanças resultam em prejuízo. A
alimentação moderna impõe ao organismo uma carga tão grande de substâncias nocivas
que este acaba submetido a sofrimento imenso para realizar o processo digestivo. A dieta
baseada em alimentos refinados provoca prisão de ventre, resultando em processo de
intoxicação sanguínea, caracterizado por cansaço, mal-estar, envelhecimento precoce,
perda de brilho e tonicidade da pele e obesidade.
A nutrição é apenas um elo da cadeia orgânica, que inclui o crescimento físico, a reparação
das disfunções e a manutenção orgânica. São as substâncias nutritivas que fornecem
energia e constituem matéria-prima com a qual o organismo realiza suas múltiplas funções,
produzindo substâncias químicas internas necessárias à vida. Quem se alimenta bem, além
de ter saúde e disposição, tem cabelos brilhantes e viçosos, pele luminosa e rejuvenescida.
Pessoas que teimam em suprimir refeições, substituindo-as por diet-shakes e outros
modismos dietéticos, estão entre as vítimas silenciosas deste perigo, que acaba se
manifestando na forma de cabelos e unhas quebradiças, falta de vitalidade e flacidez de
pele.
Infelizmente, estas as pessoas não têm noção de que a finalidade dos alimentos vai muito
além de saciar a fome, ou seja, desempenham um papel fundamental na qualidade da
nossa pele. Percebemos que, atualmente, as pessoas jovens não têm o hábito de
comer frutas, verduras e legumes. Isso se deve ao estilo da vida moderna, que determinou
uma mudança nos hábitos alimentares das populações. Hoje são raras as pessoas que
consomem verduras, legumes e frutas na quantidade recomendada. Este fato pode ser
devido à falta de tempo que a competitividade profissional impõe que pessoas não mais se
alimentem em casa e preparem o próprio alimento. Mas também pode ser pelo fato de que,
na vida moderna, é mais fácil comprar produtos prontos do que cozinhar os alimentos em
casa.
Porém, o consumo de frutas e vegetais deve ser priorizado uma vez que, além de
importantes fontes de fibras, constituem riquíssimas fontes de vitaminas, sais minerais e
antioxidantes, os quais são compostos capazes de combater os radicais livres produzidos no
nosso organismo.
Na idade adulta, especificamente a partir dos 25 anos, alterações significantes começam a
ocorrer. Dentre elas estão a redução do gasto energético, acompanhado de ganho de peso
e o declínio das funções da pele, diminuindo a circulação sanguínea e a produção de
colágeno e elastina.
Pensando por esse lado, consumir frutas e hortaliças em média 4 vezes ao dia será como
consumir um poderoso coquetel que auxiliará no retardo do envelhecimento, e atuará
prevenindo as doenças.
Estes nutrientes também podem ser utilizados em forma de produtos cosméticos, passados
diretamente na região a ser tratada. Desta forma, a pele receberia “de fora para dentro”,
mas claro que seria muito importante também receber “de dentro para fora”, com uma
alimentação correta e balanceada.
Vamos conhecer alguns tipos de nutrientes importantes para a saúde da pele.
Vitamina: A – cenoura.
Vitamina: B1 – castanha-do-pará.
Vitamina: B2 – vegetais verdes folhosos.
Vitamina: B3 – ovos.
Vitamina: B: - farelo de trigo e germe de trigo.
Vitamina: B12 – alimentos de origem animal.
Vitamina: C – a:cerola.
Vitamina: D – ovos, leite e seus derivados.
Vitamina: E – óleos vegetais.
Vitamina: H – soja.
Vitamina: K – brócolis.
Cálcio – leite e seus derivados.
Fósforo – leguminosas.
Ferro – carne bovina.
Potássio – banana.
Para termos uma pele linda, saudável e rejuvenescida, é preciso seguir algumas regras
simples.
No período da manhã, limpar a pele da face, pescoço e colo com sabonete apropriado para
o tipo da pele (normal, mista, oleosa ou seca), em seguida, tonificar com uma loção
específica, reequilibrando o pH da pele. Logo após, hidratar a pele com produtos cosméticos
livres de óleo e, em seguida, passar um bom protetor solar com fator de proteção adequado
para a época do ano e para a cor da pele. Não se esqueça: o protetor solar também deve
ser livre de óleo, para não obstruir os poros e estimular a formação de acne.
Alimentar-se adequadamente com um café da manhã composto de frutas frescas, sucos
naturais, pão integral e leite. Este cardápio fornece as vitaminas e minerais necessários às
atividades do dia.
Na hora do almoço, repetir a higiene da pele, complementando com o hidratante e o
protetor solar, pois a pele se torna oleosa durante o dia e o protetor perde a sua capacidade
de filtrar os raios ultravioleta.
Alimentar-se de variedades de saladas cruas e vegetais cozidos, carnes magras e livres de
gorduras e frituras, arroz de preferência integral e feijão. Evitar alimentos gordurosos e
grande quantidade de carboidratos e frituras.
À noite, repetir a higiene da pele novamente, mas como está perto da hora de dormir pode-
se trocar o hidratante e o protetor solar por um produto cosmético contendo ácidos de
baixa concentração (de preferência fazer isso fora da época do verão intenso), desta forma
irá renovar a pele, trocando as células mortas e dando espaço para a formação de novas
células. Os ácidos são hidratantes naturais e estimulam a circulação sanguínea. Se a pele
for sensível ou se tornar assim pelo uso de produtos contendo ácidos de baixa
concentração, usar apenas algumas vezes durante a semana, intercalando-o nos outros
dias com produtos hidratantes e nutritivos.
Lembre-se sempre de realizar uma avaliação da pele da cliente antes de indicar os produtos
que devem ser utilizados por ela, e tome os devidos cuidados: produtos que contenham
muito óleo não devem ser indicados para peles oleosas e produtos em forma de gel que
tem a base de água não devem ser indicados para peles secas.
A alimentação noturna deve sempre ser mais leve do que o almoço, ou repita o cardápio do
almoço ou troque por lanches leves à base de frutas, saladas, grelhados e pão integral.
Lembre-se: a escolha adequada dos alimentos determina a qualidade de vida.
Outra forma de “alimentarmos” nossa pele é a partir de suplementos. Já ouviram ou leram
a respeito? Quem precisa de suplementos alimentares?
Diariamente, milhões de pessoas ingerem comprimidos com altas doses de vitaminas,
especialmente betacaroteno e vitamina C e E, nutrientes antioxidantes, que têm recebido
tanta atenção da mídia nos últimos anos. Entretanto, os suplementos não devem ser
tomados indiscriminadamente pelas pessoas leigas, que assistem a uma reportagem e vão
imediatamente para as farmácias e casas de produtos naturais procurarem para comprar.
Isso pode ser perigoso, intoxicando o organismo, ou pode não fazer efeito nenhum.
E também precisamos considerar outro fator, os suplementos não podem substituir os bons
hábitos alimentares. Na grande maioria dos casos, para satisfazer as necessidades
nutricionais, basta seguir os princípios de variedade, moderação e equilíbrio.
O que poucas pessoas sabem é que o organismo não absorve vitaminas e minerais além do
que necessita. O excesso, além de desperdício, pode ser perigoso, como eu disse
anteriormente. O que eles podem causar? Armazenados no organismo, eles podem alcançar
níveis tóxicos quando tomados em excesso, podendo interferir na absorção de outros
nutrientes importantes para o organismo.
Não é seguro usar suplementos alimentares sem prescrição de uma nutricionista ou de um
médico.
Existem alguns ativos cosméticos importantes para a pele que, muitas vezes, pelo estresse
do dia a dia, não conseguimos absorver da alimentação. Eles devem ser tomados se
indicados por um profissional habilitado, e irão combater os pilares do envelhecimento.
Vamos ver alguns exemplos:
Exsynutriment: repõe o silício do nosso organismo. Realiza o efeito lifting na pele,
hidratando e dando firmeza à pele, aumenta a espessura da derme, pois estimula a
produção de colágeno e elastina, auxilia o organismo a fixar o cálcio, potencializando seu
efeito, deixa as unhas mais fortes e menos quebradiças, deixa os cabelos mais resistentes e
estimula o seu crescimento, além de efeitos benéficos ao sistema sanguíneo, sistema
cardíaco e nervoso.
O que é o silício? É um importante olioelemento constituinte da MEC (matriz extracelular),
ou seja, da pele. Ele regula o metabolismo de diversos tecidos em nosso organismo: como
ossos, pele, cartilagem, vasos.
Bio-Arct: é uma biomassa marinha originária de uma alga vermelha encontrada nos mares
gelados do mar Ártico, selecionada sob condições controladas de frio intenso e pouca
luminosidade. Especialmente no inverno, um dos principais constituintes desta alga é o
dipeptídeo citrulil-arginina, rico em nitrogênio, representando certa de 7% do extrato seco.
Possui propriedades detoxificante, bionergizante celular, antioxidante e ação hidratante
fisiológica. Melhora a vascularização cutânea e estimula as trocas de nutrientes. Melhora a
luminosidade da pele. Aumenta a oxigenação celular.
No processo de envelhecimento, a função da mitocôndria diminui consideravelmente, desta
forma, as células da pele produzem menor quantidade de proteínas, como o colágeno e a
elastina. O Bio arct tem a função de aumentar a energia mitocondrial.
Glycoxil: é um ativo com capacidade antiglicante e com capacidade de reverter a glicações
já ocorridas. Mas o que é isso? A glicação ocorre quando ingerimos excesso de açucares e
carboidratos, causando danos às proteínas colágeno e elastina, que são responsáveis pela
sustentação e elasticidade da pele.
Ele também melhora a luminosidade da pele, diminui as rugas, além de outros efeitos
gerais ao organismo como um todo.
Fosfolipídeos do caviar: é uma mistura de fosfolipídeos de origem marinha e lipídeos
neutros (ovas de arenque). É rico em ácidos graxos. É um dermoprotetor, atua como anti-
inflamatório da pele, antioxidante, além de outros efeitos gerais ao organismo.
Mas vocês devem estar se perguntando, porque precisamos de um ativo anti-inflamatório
para rejuvenescer? A inflamação da pele está presente no envelhecimento, principalmente
aquela que ocorre diariamente em nossa pele e sequer percebemos. Isto ocorre devido ao
excesso de radicais livres e ao sol, além do desequilíbrio na reposição dos elementos
essenciais para as células.
Estamos chegando quase ao fim da nossa última web e vamos aproveitar para dar umas
dicas de leitura.
Entrem neste blog que dá umas dicas sobre alguns alimentos que podem ajudar a manter a
pele saudável e bonita. <http://beleza.terra.com.br/veja-13-alimentos-que-ajudam-a-ter-
pele-bonita,eaea30f5e0e27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html>.
Assistam a este vídeo sobre disciplina e cuidados diários que são essenciais para que a pele
fique saudável:

Desta forma, percebemos que o nosso papel é fundamental no processo de prevenir o


envelhecimento. E precisamos:
- Utilizar produtos adequados;
- Limpar a pele corretamente;
- Hidratar e proteger a pele todos os dias e várias vezes ao dia;
- Ter uma alimentação correta: que estimule a circulação sanguínea, diminuindo a ingesta
de açúcar para evitar a glicação das proteínas fundamentais para a nossa pele, que elimine
os radicais livres, que proteja nossas células, que aumente o potencial energético das
células, que reduza o processo inflamatório causado pelos fatores citados, que equilibre
nosso organismo.
Somente desta forma ficaremos com a certeza de que estamos envelhecendo menos. Ah!
Não podemos nos esquecer de beber água na medida correta, pois ela tem a função de
regular a temperatura corpórea, eliminar resíduos metabólicos, distribuir melhor os
nutrientes pelo corpo, auxiliar no transporte de nutrientes até as células. O ideal é consumir
uma média de 2 litros de água por dia.
Agora que vocês conhecem todos estes fatos, espero que consigam compreender a
importância de conseguirmos levar uma vida com qualidade, todos os dias das nossas
vidas. Qualidade é fundamental para prevenir doenças, estresses e, claro, o envelhecimento
da saúde da nossa pele.
Agora chegamos ao fim de mais uma web aula onde vocês puderam conhecer um pouco
como buscar mais qualidade de vida para sua vida e, principalmente, para sua pele.
Espero que vocês tenham aprendido com a leitura, qualquer dúvida estou a disposição e
encontro com vocês em breve.
WEB AULA 1
Unidade 2 – Alterações na pigmentação cutânea

Serão abordados também a etiologia relacionada a cada uma delas, manifestações clínicas
e as formas de prevenção.
Olá, sejam bem vindos à nossa primeira web aula!
O meu nome é Heloísa Licha, sou Fonoaudióloga e Esteticista, especialista em Estética
Corporal e Facial.
Hoje iniciamos o estudo das discromias, que são as alterações na pigmentação cutânea,
disfunção estética que será comumente encontrada na prática profissional de vocês.
É importante para que se obtenha um rendimento satisfatório, que vocês leiam e estudem
todo o material da disciplina por meio das web aulas, teleaula, atividades e fóruns.
Desejo a todos um bom estudo e mãos à obra!!!
A face é uma das principais áreas de estudo, pesquisas e procedimentos cosméticos
efetuados por dermatologistas e esteticistas, pois sendo a área do corpo de maior exibição,
é compreensível que a ansiedade e preocupação sejam concentradas na aparência facial.
E nos dias atuas, a indústria cosmética e a própria sociedade fazem com que a beleza seja
um trampolim poderoso que impulsiona cada vez mais a melhoria da categoria cosmética e
dos tratamentos clínicos faciais.
À medida que a pele envelhece em um ciclo perpétuo de giro celular, fazendo com que a
aparência jovem da pele retarde-se consideravelmente, as mulheres e homens de todas as
idades esforçam-se durante toda a vida para manter a pele mais jovem e bonita.
Para melhor entender estas desordens da coloração cutânea, faz-se necessário retomar
alguns tópicos da anatomofisiologia da pele.
A pele é o maior órgão do corpo humano, funcionalmente age como um envoltório de
proteção ao meio externo, controlando a perda de fluidos corporais, evitando a penetração
de substâncias estranhas e nocivas ao organismo, atuando assim como uma capa protetora
e uma barreira impermeável a muitas substâncias.
Divida em camadas, a primeira, a epiderme, é formada por camadas de células epiteliais
que recobrem toda a superfície corporal, é avascular e funciona como barreira,
proporcionando proteção ao organismo, além de exercer função sensorial, já que possui
terminações nervosas.
Localizada logo abaixo da epiderme encontramos a derme, formada de tecido conjuntivo,
possuem fibras elásticas e colágenas que promovem a elasticidade cutânea.
E é na camada basal da epiderme que encontramos os melanócitos, que são as células
especializadas responsáveis pela produção da melanina, um pigmento de cor acastanhada,
e é a melanina que determina a cor racial dos indivíduos, além de proteger a pele dos raios
solares.
Na pele existem dois tipos diferentes de melanina, sendo a eumelanina (cuja coloração
varia do marrom ao preto), característica das pessoas com a pele mais escura e cabelos
negros ou castanhos e a feomelanina, com coloração amarelada, características de
pessoas como os ruivos e loiros.
E não é segredo que a exposição solar é responsável por causar danos na pele, como
manchas, rugas, envelhecimento precoce, sem contar ainda problemas mais sérios, como
câncer de pele.
As manchas na pele são causadas por diferentes fatores e se apresentam em várias
características, representando um verdadeiro problema para as pessoas. Alguns fatores de
desencadeamento são a predisposição genética, o envelhecimento cronológico, lesões,
fatores hormonais e a própria exposição solar.
As discromias são alterações na pigmentação cutânea causadas, de modo geral, pela
alteração na produção, transferência ou na perda de melanina pela pele.
Podem ser classificadas como hipercromias (quando há um aumento da pigmentação da
pele) e hipocromias (diminuição da pigmentação da pele).
Existem várias formas de manifestações das hipercromias: cloasma, dermatite por perfume,
efélides, lentigens, melasma, hiperpigmentação periorbital e hipercromias pós-inflamatórias
são algumas delas.
A hiperpigmentação pode ocorrer por vários fatores como: gravidez, envelhecimento,
exposição solar, distúrbios endócrinos, entre outros.
As hipocromias, ou manchas claras da pele, são alterações na coloração normal da pele
pela pouca quantidade de melanina. Ao contrário das hipercromias, o melanócito produz
menos melanina do que deveria e isso leva ao surgimento de lesões mais claras que a
tonalidade da pele.
Podem ser causadas também pela ausência de vitaminas do complexo B.
Um exemplo de hipocromia é o vitiligo, que é uma doença que afeta 1% da população,
provoca máculas despigmentadas de tamanho variável e com bordas nítidas.
Um processo autoimune é o mecanismo mais provável de destruição de melanócitos, mas
existem outras desordens autoimunes que podem ocorrer com o vitiligo, por exemplo,
tireoidite e anemia perniciosa.
O diagnóstico de vitiligo é clínico, isto é, o médico deve examinar as lesões e pedir exames
laboratoriais para determinar se o paciente é mesmo portador de vitiligo e se existem
outras doenças associadas. Algumas manchas brancas podem ser provocadas pelo sol ou
por micoses e não constituem lesões de vitiligo.
HIPERCROMIAS
Distúrbios pigmentares
O aumento local na síntese de melanina ou sua distribuição irregular pode causar
hiperpigmentação. São exemplos o cloasma ou melasma, efélides ou sardas, pigmentação
pós-inflamatória (acne, queimadura solar).

MELASMA
O melasma é uma desordem hipermelanótica desencadeada pela radiação UV e também por
alterações hormonais, como gestação ou pelo uso de anticoncepcionais.
É uma hipermelanose adquirida, envolvendo principalmente a face, e apresentam-se como
manchas de forma irregular, podendo algumas vezes se apresentar de forma mais definida,
de pigmentação castanho claro a castanho escura, acometendo indivíduos de todas as raças
e sexos, sendo mais frequente em mulheres, sendo observada em apenas 10% dos
homens.
Essas manchas são usualmente vistas no lábio superior, nariz, bochechas, queixo e testa.
É o melanócito o principal agente formador dos melasmas, sendo que o melanócito é a
célula responsável pela produção de melanina.
A melanina, por sua vez, é o principal pigmento biológico que está envolvido com a
pigmentação, sendo o principal fator nas colorações cutâneas.
Os melanócitos são células com memória e, sempre que excitados, ativam o metabolismo,
entram em hiperprodução, desencadeando novamente a hiperpigmentação na pele.
Causada pela associação do hormônio feminino e o sol, associado a altos níveis de
hormônios (estrógeno e progesterona), a predisposição genética, gravidez e o uso de
anticoncepcionais também estão associados ao seu surgimento.
De todos os fatores etiológicos implicados na etiopatogênese do melasma, os mais
importantes são a influência genética e a exposição à radiação ultravioleta.
As máculas se desenvolvem lentamente, são assimétricas e se acentuam com a exposição
solar.
Com relação à sua distribuição, se apresentam da forma centrofacial (a mais encontrada,
ocorrendo em dois terços dos pacientes portadores de melasma, e as lesões se estendem
na frontal, no nariz, região zigomática e no mento).
Região malar (apresenta em 20% dos casos e as lesões se apresentam na região de nariz e
regiões zigomáticas) e região mandibular (ocorre em 15% dos pacientes).
O melasma é classificado de acordo com a profundidade do pigmento melânico sendo:
melasma epidérmico, dérmico, misto e indefinido.
O melasma epidérmico é o mais comum e nele se observa contraste bem definido na área
afetada, bem como o depósito de melanina nas camadas basais e suprabasais da epiderme
e, ocasionalmente, entre as células das camadas córneas.
No melasma dérmico este contraste de cor é mais discreto, há o depósito de melanina da
derme superficial e profunda, no melasma misto, o mesmo paciente apresenta áreas com
muito e pouco contraste de cor.
O melasma indefinido acomete indivíduos de fototipos V e VI de Fitzpatrick, não observando
contraste entre o melasma e a pele normal.
O tratamento do melasma consiste em etapas, sendo: suspensão de medicamentos e
cosméticos desencadeantes porventura identificados; remoção da melanina pré-formada
por meio dos peelings, inibição da melanogênese (despigmentantes) e a fotoproteção.
Sugiro que leiam este link abaixo:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3882>.

CLOASMA
O cloasma é conhecido como melasma do período gestacional, desenvolve-se durante o
período gestacional e, muitas vezes, permanecem após a gestação.
Localiza-se principalmente na região frontal, malar (“maça do rosto”) e supralabial.
Esta dermatose surge, na maioria das vezes, na metade da gestação devido às alterações
hormonais.
O cloasma gravídico são manchas difíceis de serem tratadas e, entre as causas, estão os
fatores hormonais, exposição solar, tendência genética e características raciais também
influenciam no seu surgimento.
Apesar de assintomáticas e benignas, essas manchas são inestéticas e nem sempre
desparecem após a gravidez.
De coloração escura ou acastanhada surgem na face, costumam ter limites precisos e
irregulares, formando placas em seu contorno, apresentando um pontilhamento pigmentar.
Quanto maior for o fototipo, maior a chance de ocorrer a hiperpigmentação decorrente do
número de melanócitos.
A melhor forma de prevenção é o uso de protetores potentes durante a gestação, chapéus,
e evitar a exposição solar.
EFÉLIDES
Conhecidas também por sardas, são manchas cor castanho ou marrom, geométricas ou
arredondadas, que aparecem na infância após a exposição solar, com frequente caráter
hereditário.
As sardas se localizam principalmente nos locais da pele mais atingidos por exposição solar,
como a face, ombros e braços.
Elas aumentam em número, tamanho e profundidade de pigmentação nos meses de verão
(quando ficam mais escuras), e diminuem em número, tamanho e ficam mais claras nos
meses de inverno.
Nas sardas não há aumento do número de melanócitos (células que produzem melanina).
Mas há aumento da produção de melanina pelos melanócitos existentes.
Geralmente, elas param de surgir antes da adolescência e permanecem por toda a vida,
mas também podem surgir de forma repentina no adulto. As sardas possuem herança
genética a partir de um padrão autossômico dominante.
Evitando-se a exposição solar, as sardas tendem a clarear gradualmente. No entanto, os
tratamentos aceleram o seu clareamento.
Os tratamentos incluem o uso de protetores solares sempre que houver exposição da pele
ao sol ou mormaço e no uso de substâncias despigmentantes associadas a alguns tipos
de ácidos.
Peelings superficiais podem acelerar o processo. O tratamento deve ser orientado de acordo
com cada caso, pelo médico dermatologista.

MELANOSES ACTÍNEAS
Também chamadas de manchas senis, se caracterizam por apresentarem coloração
marrom, podendo variar de claras a escuras e surgem nos dorso das mãos e antebraços
geralmente após os 40 anos.
Essas manchas estão relacionadas com o envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento
causado pelos efeitos das radiações solares UVA e UVB.
O dano solar acumulado ao longo dos anos induz ao aumento do número de melanócitos
(célula que produz o pigmento que dá cor à pele) e da sua atividade, produzindo mais
melanina e escurecendo a pele.
O tratamento pode ser feito de várias maneiras, como a cauterização química,
a criocirurgia, a dermoabrasão, os peelings químicos e o uso da luz intensa pulsada. Os
resultados costumam ser bons, desde que a técnica seja empregada de forma adequada. O
exagero na aplicação pode deixar manchas claras ou até mesmo cicatrizes residuais. O
profissional treinado para estes tratamentos é o médico dermatologista.
Sugiro este link para aprimorar os conhecimentos de vocês:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000600008>.

HIPERPIGMENTAÇÃO PÓS-INFLAMATÓRIA
A hiperpigmentação pós-inflamatória, também conhecida como alteração pigmentar pós-
inflamatória, é caracterizada por uma alteração da coloração decorrente de um trauma no
melanócito que aumenta a quantidade de melanina.
A hiperpigmentação pode surgir após traumas repetidos na pele, como fricções e
escoriações, dermatofitoses, após dermatite de contato, sequela de acne, furúnculo e
ectima. Ela pode se apresentar da forma difusa ou localizada e sua distribuição depende da
localização da lesão original que a desencadeou.
O escurecimento da pele é decorrente do processo inflamatório, que altera a atividade dos
melanócitos (células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele) que aumentam
a produção da melanina e a sua distribuição para as células da epiderme. Também pode
ocorrer quando a inflamação rompe a camada mais inferior da epiderme e o pigmento se
deposita na segunda camada da pele, a derme.
A hiperpigmentação pode ser transitória, desde que haja tratamento adequado. Pode se
observar a hiperpigmentação como complicações de peeling superficial e médio.

FITOFOTOMELANOSE
É uma manifestação alérgica causada pela exposição ao sol da pele que teve contato com
plantas ou suco de algumas frutas, principalmente limão, laranja e tangerina.
Caracteriza-se pelo surgimento de manchas escuras nas áreas afetadas. O formato das
manchas depende da exposição da pele às substâncias, sendo frequente lesões pontilhadas
causadas por respingos de limão espremido. As áreas comumente afetadas são o dorso das
mãos, colo e os lábios.
Reações mais intensas, chamadas de fotodermatites, podem dar origem ao surgimento de
manchas avermelhadas e até mesmo de bolhas, acompanhadas ou não de coceira,
sensação de queimação e/ou ardência no local.
Geralmente, o desaparecimento das manchas ocorre de forma espontânea e gradativa,
devendo-se proteger a pele da exposição ao sol, com filtros solares potentes.
Despigmentantes podem ser utilizados para acelerar o processo. As reações mais intensas
podem exigir o uso de medicamentos para seu controle, que devem ser indicados por
um dermatologista.
A estética tem compromisso também com a prevenção e na nossa rotina diária de
atendimento. Precisamos orientar quanto aos efeitos prejudiciais e cumulativos das
radiações solares.
Com a exposição contínua aos raios solares durante anos, os prejuízos podem ser desde
uma hiperpigmentação resultando nos melasmas, até as neoplasias malignas.
A orientação profissional não deve ser apenas no aspecto estético das lesões causadas pela
radiação solar, mas também aos danos que esta exposição pode causar.
E cabe a nós, profissionais da estética, a orientação adequada aos clientes quanto à
importância do filtro solar, sua reaplicação a cada 3 horas, inclusive em dias nublados e
chuvosos.
Chegamos ao fim desta web aula onde estudamos as alterações da pigmentação cutânea, a
etiologia, as manifestações clínicas e as formas de prevenção.
Sugiro que leiam o material de apoio e até a próxima.

WEB AULA 2
Unidade 2 – Procedimentos usados para o tratamento das discromias

Resumo da unidade:
Nesta unidade serão abordados alguns procedimentos e substâncias que auxiliam no
tratamento das discromias.
Estaremos dando ênfase aos despigmentantes, que são substâncias que auxiliam no
tratamento das discromias, e no peeling enzimático, que tem uma proposta diferenciada
que, por ação de enzimas, entra como um recurso coadjuvante no tratamento das
alterações de pigmentação da pele.
Com a chegada do século XX, descobertas de novas matérias-primas e com as pesquisas
avançando, temos uma maior eficácia dos cosméticos. Nos últimos anos houve um aumento
considerável nas pesquisas e no mercado dermocosmético.
Os dermatologistas e os esteticistas desempenham papel importante na vida dos clientes,
efetuando procedimentos que conferem uma aparência mais jovem, educando e orientando
as clientes quanto aos métodos de prevenção do envelhecimento e das alterações estéticas.
A busca pela beleza e a saúde é universal e atemporal, e os profissionais da área da
estética devem incentivar seus clientes a fazerem escolhas adequadas que intensificarão
sua autoestima visando a melhoria na qualidade de vida.

DESPIGMENTANTES
Os despigmentantes são substâncias que atuam na região discrômica hiperpigmentada e
são formuladas em diferentes produtos cosméticos. Eles agem por três mecanismos, sendo
eles: o clareamento da melanina depositada, a inibição da função melanocitária e por meio
da destruição dos melanócitos.
E estas substâncias, os despigmentantes agem diretamente na síntese da melanina.
O mecanismo de atuação dos despigmentantes acontece por seletividade (destruindo de
forma seletiva ou descaracterizando os melanócitos), pela interferência (na biossíntese de
melanina e precurssores), pela inibição (da formação de melanossomas e alteração de sua
estrutura) e por atuação química sobre a melanina.
Os ativos com ação despigmentante apresentam características próprias que devem ser
levadas em consideração, no momento da manipulação das formulações que os contêm.
Alguns podem ser associados, a fim de se buscar uma potencialização no efeito terapêutico.
Cada princípio ativo despigmentante possui características próprias, como características
físicas, químicas, terapêuticas, que interferem na efetividade da sua ação.
Os despigmentantes são princípios ativos utilizados em preparações tópicas industrializadas
ou magistrais que interferem diretamente na síntese da produção de melanina.
Os despigmentantes estão disponíveis em várias formas de apresentação, como pomadas,
cremes e loções. Podem estar combinados nos produtos cosméticos com outros princípios
ativos úteis, como, por exemplo, os esfoliantes químicos.
A segurança das preparações de uso tópico devem ser criteriosamente avaliadas, pois todos
os compostos químicos apresentam toxicidade em algumas concentrações, devendo estas
serem estudadas e bem definidas, buscando minimizar os riscos associados ao uso destas
substâncias.
Souza (2003) relata que no protocolo de tratamento para hipercromias, é interessante a
associação de princípios ativos com obtenção de resultados mais revelantes, seja de
princípios ativos despigmentantes ou mesmo a associação de princípios ativos
despigmentantes e princípios ativos esfoliantes químicos.

EXEMPLOS DE ALGUNS DESPIGMENTANTES:


Albatin:
Atua na pele inibindo a melanogênese, uniformizando o tom da pele.
Concentração usual: 0,5 a 1,5% conforme indicação médica.
Encontrado em produtos clareadores e antimanchas.
Ácido Fítico
É obtido a partir do farelo de arroz, aveia ou gérmem de trigo, tem efeito despigmentante
porque inibe a enzima tirosinase, pode ser associado a outros ácidos. Hidrata a pele e
suaviza rugas finas da pele, muitas vezes é associado ao ácido glicólico pelos
dermatologistas.
Ácido Kójico
Obtido por meio da fermentação do arroz, tem ação inibidora sobre a tirosinase e pode ser
associado a outros ácidos.
O potencial sensibilizante do ácido kójico é alto, com elevada frequência de sensibilidade de
contato nos pacientes que o utilizaram.
Ácido Azelaíco
É inibidor competitivo das enzimas de óxidorredução e também um antioxidante. É eficaz
no tratamento de hiperpigmentação pós-inflamatória e melasma por meio da ação inibitória
sobre a tirosinase, diminuindo a síntese de melanina em melanócitos hiperativos.
Ácido Glicólico:
Tem ação descamativa na pele, é um alfa hidroxiácido muito usado em danos cutâneos
provocados pela exposição solar.
Ácido Mandélico:
Inibe a síntese de melanina, ajuda na remoção dos pigmentos hipercrêomicos e atua na
estimulação da renovação celular.
Alpha-arbutin:
Despigmentante que clareia e promove um tom uniforme na pele, bloqueia a síntese da
melanina.
Arbutin:
Extraído de substâncias obtidas das folhas da uva ursi, é um despigmentante seguro, age
por redução da atividade da tirosinase, com baixo potencial de irritação, pode ser associado
a outros despigmentantes com sua concentração reduzida, não devendo ser associado ao
ácido glicólico.
Ácido Ferrúlico:
Ação antioxidante, presente em frutas e verduras e inibidor da tirosinase.
Ácido Retinóico:
Utilizado como despigmentante devido à sua ação de descamação. Diminui a pigmentação,
principalmente nas hipercromias superficiais.
Belides:
Clareador natural obtido da flor de margarida.
Apresenta importante efeito inibitório sobre a melanogênese, atua em todas as fases de
formação da melanina: antes, durante e depois, a concentração usual é de 2 a 5%
conforme indicação médica.
Biosome C
É um despigmentante lipossomado que traz consigo um grande diferencial, trata-se de uma
dispersão aquosa de um tipo de vitamina C estável (ascorbil fosfato de sódio) com acetato
de tocoferol (vitamina E). Este princípio ativo, além de clarear a pele, possui atividade
antioxidante que causa um grande sinergismo ao ativo, agindo na inibição da tirosinase nos
melanócitos.
Quimicamente, é estável em pH de 5 a 9 e, preferencialmente, deve ser veiculado em géis
não iônicos ou loções não iônicas, com baixo teor de tensoativo.
Biowhite
É um despigmentante bastante usado no mundo, tem uma composição de origem vegetal,
possui uma ação suave e pode ser usado em peles sensíveis. Seu mecanismo de ação
baseia-se no bloqueio da tirosinase.
Hidroquinona:
É um agente despigmentante potente e rápido, no entanto, alguns cuidados devem ser
levados durante o uso, pois este produto pode ocasionar efeito rebote e lesões em confete.
A hidroquinona inibe a enzima tirosinase e acelera a degradação dos melanossomas.
Não deve ser usada por tempo prolongado e pode ser associada a outros ácidos.
Em alguns países como a França, o uso da hidroquinona foi banido, já que existem
suspeitas que esta substância pode estar associada a risco do desenvolvimento de câncer.
Idebedona:
Possui estrutura similar à coenzima Q10, tem ação antioxidante, hidratante redutor de ruga
e despigmentante, sua concentração usual é de 0,5 a 0,1% conforme orientação médica.
Melawhite:
Tem ação clareadora e despigmentante, age por meio da inibição da tirosinase. Tem
concentração usual de 2 a 5 % conforme indicação médica e é um produto obtido por
biotecnologia.
Skin Whitening:
Obtido através do extrato de uva ursi, extrato de grapefruit e extrato de arroz.
Modo de ação: despigmentação, a indicação é a hiperpigmentação, a concentração usada
por dermatologistas está entre 2 e 5%.
Whitessence
Concentrado despigmentante obtido de proteínas derivadas da semente da Nangka fruit
(jaca).
Inibe a fagocitose dos melanossomos pelos queratinócitos, diminuindo a quantidade de
melanina na superfície da pele.
A concentração usual conforme indicação médica fica entre 1 e 3%.
Indicação: Produtos clareadores e antimanchas.
O processo de despigmentação deve ser lento e progressivo, de forma a não inflamar a pele
em momento algum.O ideal é usar uma combinação de agentes despigmentantes
veiculados numa mesma fórmula, contendo um esfoliante leve (ácido glicólico, mandélico) e
um despigmentante (kójico, fítico).
É importante ressaltar os efeitos nocivos da radiação UV, que produz não somente
distúrbios pigmentares, mas envelhecimento precoce, rugas, além de câncer. Enquanto os
filtros solares são imprescindíveis para a proteção dos tecidos contra os danos imediatos da
exposição solar, os despigmentantes auxiliam na prevenção e eliminação de distúrbios
pigmentares que resultam da melanogênese induzida pelo UV.
Exemplos de alguns produtos que são encontrados nos mercado e que possuem
despigmentantes agindo como clareadores são:
Skin Plus Fluido Clareador, Dermatus. Sua fórmula possui extratos para clarear os
pontos escuros;
Clariderm, Stiefel. Possui hidroquinona, o propilenoglicol e ácido cítrico, que ajudam a
clarear as manchas e a melhorar a textura da pele;
Serum No-Dark, Valmari. Contém flor de lótus e extrato de uva ursi, que produz um
clareamento progressivo da pele, que auxiliam no clareamento.
Soft Peel, Cosmoderm Profile. Possui ácido lático e salicílico, importantes agentes.
Biomedic Pigment Control La Roche Posay. Sua formula possui ácido salicílico, glicólico
e kójico, que atuam no clareamento da pele.
Melan Off Adcos. É formulado com combinação de ativos como ácido kójico, alfa arbutin,
que agem em diferentes aspectos para uma ação em prol do clareamento uniforme.
Clareador de pele Buona Vita. Combinação de belides, extrato de arroz, extrato de uva
ursi, extrato de grape fruit.
Ionto White Skin Buona Vita. Clareador de alta eficácia que atua antes, durante e depois
da melanina.

Estes são somente alguns exemplos existentes no mercado da cosmética, lembrando que o
médico dermatologista é quem indicará o produto mais adequado para cada caso.
No Brasil, os clareadores de pele são produtos cujas características exigem comprovação de
segurança, eficácia, bem como informações e cuidados, modo de restrição de uso.
O consumidor, antes de fazer uso de produtos para mancha, deve ter o conhecimento do
diagnóstico clínico da mancha, e isso ocorre por meio de uma consulta com o
dermatologista.

PEELING ENZIMÁTICO
Outro procedimento usado para o tratamento dos melasmas é o peeling enzimático.
Também chamado de peeling biológico, tem por objetivo a retirada da camada mais
superficial da pele por meio de enzimas, e estas enzimas tem a capacidade de promover a
renovação celular a partir da hidrólise da queratina.
Estas enzimas recebem o nome de proteolíticas e são capazes de romper as ligações entre
os aminoácidos das proteínas. Os ativos usados são enzimas que tem a função
queratolítica, diminuindo a camada córnea, resultando, desta forma, em uma pele com uma
textura mais uniforme.
Apesar de serem derivadas de substâncias naturais, possuem caráter ácido o que as tornam
eficazes. Por causa de seu caráter ácido, deve-se ter bastante cuidado no uso destes
produtos, a fim de evitar consequências desagradáveis.
As enzimas mais usadas são a bromelina (encontrada no abacaxi), papaína (encontrada no
mamão), da abóbora (pumpking), romã e fermentação de lactobacilos.
Sendo um método menos agressivo que os ácidos, é usado até em peles sensíveis e
durante o verão, promove renovação celular, clareamento da pele, proporcionando uma
pele macia e acetinada.
Este procedimento é rico em antioxidantes, promovendo o rejuvenescimento, a harmonia e
a cor, deixando uma pele macia e saudável.
As enzimas deste peeling renovam as células e é muito usada nas peles com aparência
cansadas e opacas.
A vantagem deste tipo de peeling é que se trabalha com agentes esfoliantes não
sensibilizantes.

BROMELINA
A bromelina é uma mistura obtida no caule do abacaxi,
contém vitamina C, tiamina, vitamina B6 e minerais como potássio, cálcio, magnésio.
Possui propriedades adstringentes, nutritivas e emolientes.
A presença das enzimas protease no abacaxi foi detectada pela primeira vez em 1892 por
Chittenden, que denominou o extrato de bromelina. Posteriormente, foi introduzido o termo
"bromelaína", que é definição a qualquer protease de qualquer planta da família
Bromeliaceae.

PAPAÍNA
Extraída do leite das folhas e frutos verdes do mamoeiro.
A papaína contem grandes quantidades de sais minerais como o cálcio, fósforo, ferro,
potássio e vitaminas A e C, além de conter propriedades hidratantes e remineralizantes.
A concentração usual é de 2% a 10% de acordo com a indicação do médico.

PEELING DE ABÓBORA
O pumpkin, peeling enzimático de abóbora também apresenta enzimas proteolíticas e são
obtidas a partir da fermentação do fruto da abóbora com lactobacilos lacti.
Promove renovação celular natural, intensa hidratação, tem atividade similar à do ácido
glicólico sem causar efeitos indesejáveis desse ácido.
PEELING DE ROMÃ
É feito do extrato de romã, que é um produto natural e rico em antioxidantes que
promovem o rejuvenescimento, através de suas enzimas proteolíticas, promove a esfoliação
das células superficiais, causando a renovação celular.
Rica em ácido elágico, com ação antioxidante, que oferece resistência à proliferação dos
melanócitos causada pela radiação solar, faz renovação celular e regeneração cutânea.
Ao remover as células mortas, será estimulada a renovação , resultando não só na redução
de manchas, como também em uma pele mais hidratada e tonalidades e relevos cutâneos
uniformes.

ALGOWHITE
Algowhite é um peeling enzimático obtido a partir do extrato concentrado da alga
marrom Ascophyllum nodosum.
O Algowhite aumenta a expressão da enzima SCCE (serina proteinase) em 56%. Essa
enzima participa do processo natural de renovação celular promovendo a lise dos
desmossomos do estrato córneo, diminuindo a adesão entre as células, facilitando sua
retirada.
Reduz a síntese de melanina por meio da: inibição da tirosinase e a inibição da ligação
entre a endotelina e seu receptor.

EFICÁCIA DO PEELING ENZIMÁTICO:


Renovação celular, atividade antioxidante, segurança comprovada.

BENEFÍCIOS PARA A PELE


Remoção das células mortas da epiderme, inibição da peroxidação lipídica, neutralização
dos radicais livres, propriedades levemente clareadoras, regeneração dos tecidos
epidérmicos e dérmicos, não agride e não irrita o tecido cutâneo.
Chegamos ao fim desta web aula e vocês perceberam que existem recursos que podem
proporcionar um clareamento da pele. O peeling enzimático é bastante usado nos centros
estéticos, com resultados satisfatórios.
BAUMANN, L. Dermatologia Cosmética. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
DAMAZIO, M. G. Descomplicando os princípios ativos. 3. ed. São Paulo: Livraria Médica
Paulista, 2009.
KEDE, M. P. Dermatologia estética. 2. ed. São Paulo: Atheneu,2009.
SOUZA, V. M. Ativos Dermatológicos. São Paulo: Tecnopress, 2003. v. 2.

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