PL1 – Determinação do KM e Vmáx do enzima invertase
Reação: Sacarose+ H 2 Oinvertase Glucose + Frutose
→ Enzima invertase catalisa a hidrólise das ligações glicosídeas 1,2 da molécula de sacarose. O reagente DNS permite a identificação dos açucares redutores O reagente tem de ser adicionado em meio ácido. Caso seja adicionado em maio alcalino este irá reagir com o carbono anomérico livre, sendo reduzido a ácido 3-amino- 5-nitrosalicilico. Fonte do enzima é a levedura S. cervisiae. A reação decorreu durante um intervalo de 5 min num banho de água a 35C, tendo os tubos sido transferidos para um banho de água a 100C de modo a desnaturar o enzima e parar a reação. Quando a concentração do substrato é bastante superior à do enzima, a velocidade da reação é apenas dependente da capacidade do enzima formar o complexo enzima- substrato, com posterior formação do produto. Os parâmetros cinéticos serão determinados a partir da equação de Michaelis-Menten e o gráfico de Lineweaver-Burk. V máx × [ S ] Equação de Michaelis-Menten: v 0= K M+⌊S ⌋ A preparação da solução de invertase passa por uma centrifugação de 3000 rpm. Em todos os tubos é adicionada solução tampão 0,2M a pH= 4,5, água e sacarose 0,05M. Preparam-se tubos padrão de glucose para a construção do gráfico. Após o arrefecimento dos tubos foi adicionado o reagente DNS. Foram lidas as absorvências dos tubos da reação e dos tubos padrão Determinação dos parâmetros cinéticos: 1. Construção do gráfico padrão 2. Substituição do y pelos valores das absorvências dos tubos da reação 3. Dividir os valores obtidos de x por 2 de modo a determinar a concentração de glucose em g/L. 4. Passar g/L a mM (MM=180,2 g/mol) 5. Calcular v0, 1/v0, 1/[S] 6. Construir o gráfico 7. Determinar KM e Vmáx PL2 - Determinação do KM e Vmáx da fosfatase ácida de gérmen de trigo e o efeito do inibidor Na2PO4
Reação: P−nitrofenilfosfato+ H 2 O fosfatase
→ ácida P−nitrofenol+ P i P−nitrofenol+ KOH → anião P−nitrofenilato As fosfatases são proteínas diméricas que contém um centro ativo com resíduos de serina. As fosfatases ácidas têm um pH ótimo inferior a 7 e existem em plantas e animais. As fosfatases básicas têm um pH ótimo superior a 7 e existem em bactérias, fungos e animais superiores. O substrato da reação é o PNPP. Após a formação do PNP é adicionado KOH que aumenta o pH da reação, de modo a para-la e a originar o anião P-nitrofenilato que absorve a 405nm (Ԑ=1.88×104 M-1 cm-1). A cada tubo de ensaio é adicionado o substrato com diferentes concentrações e água. Posteriormente é adicionado uma solução de tampão fosfato 1M pH=5.7, de modo a garantir o pH ácido para a ação do enzima, e MgCl2 que serve como cofator da reação. A cada 2min é adicionada a solução do enzima, que são transferidos para incubação 30C. Passados 15min é adicionado o KOH. Preparar novamente os tubos com a posterior adição do inibidor Na2PO4. Registar as absorvências lidas. Determinação dos parâmetros cinéticos: 1. Determinação das concentrações em Mm (A=Ԑcd). 2. Calcular v0, 1/v0, 1/[S]. 3. Construção dos gráficos com inibidor e sem inibidor. 4. Determinar KM e Vmáx K M s /inibidor Cálculo do Ki: K M c/inibidor=K M s /inibidor + ×i Ki Caso KM s/inibidor KM c/inibidor e Vmáx s/inibidor Vmáx c/inibidor, trata-se de um inibidor anti-competitivo. Caso KM s/inibidor = KM c/inibidor e Vmáx s/inibidor Vmáx c/inibidor, trata-se de um inibidor competitivo. PL3 – Separação de componentes celulares por centrifugação diferencial
Obtenção da fração mitocondrial e citosólica para posterior análise
Métodos de rutura da membrana celular: choque osmótico (soluções com diferentes concentrações), vibrações ultrassónicas, detergentes, trituração (método utilizado em aula). A escolha do meio de isolamento correto permite manter as propriedades bioquímicas dos organitos. A separação dos diferentes organitos é possível através de ultracentrifugas preparativas. Centrifugação diferencial: método que permite a separação dos vários constituintes celulares através de centrifugações sucessivas com velocidade crescente de rotor. Rotações baixas permitem a deposição de partículas mais pesadas e rotações mais altas a deposição de partículas mais leves. A centrifugação tem de ser realizada no frio para impedir a destruição dos organelos por parte dos enzimas. A fração nuclear contém DNA, RNA e proteínas. A fração mitocondrial contém mitocôndrias, peroxissomas e lisossomas. A presença de mitocôndrias permite o estudo da respiração aeróbia devido à presença do ciclo do ácido cítrico e da fosforilação oxidativa nestas. A fração microssomal contém pequenas vesiculas, formadas a partir da fragmentação do reticulo endoplasmático, ribossomas e polissomas. A fração citoplasmática contém proteínas solúveis. A primeira centrifugação ocorre a 4000g durante 10min, a 4C, com um rotor JA20 raio 7cm. O sedimento desta centrifugação diz respeito à fração nuclear, que é descartada. O sobrenadante é novamente centrifugado, a 4C, a 15000g durante 20min co um rotor JA21 raio 7.3cm. O sedimento diz respeito à fração mitocondrial e o sobrenadante à citosólica. O meio de isolamento utilizado para a trituração do fígado de vaca é constituído por sacarose, EDTA, HEPES e KOH. O KOH é utilizado para acertar o pH a 7,5. Converter g em rpm: g=1,118 ×10−5 × raio(cm)×rpm2 Cuidados a ter com a centrifugadora: colocar tubos com igual volume em posições opostas de modo a garantir o equilíbrio das forças. PL4 – Análise da atividade da succinato desidrogenase em mitocôndrias
Reação: Succinato SDH
→ Fumarato
+¿¿ F ADH 2−SDH + DCIP ox → DCIP red + FAD−SDH +2 H
Reação do ciclo do ácido cítrico, presente na mitocôndria.
Enzima SDH catalisa a oxidação de 2H do succinato originando fumarato, com o auxilio do cofator FAD que é reduzido a FADH2. Dois eletrões do FADH2 são transferidos para a ubiquinona, um componente da fosforilação oxidativa, restaurando o FAD. Como nenhum dos componentes da reação pode ser medido, a atividade da SDH é seguida pela redução de um aceitador artificial de eletrões, o DCIP. Para tal é necessário interromper o percurso natural dos eletrões, através da azida de sódio (veneno). Este veneno impede a passagem dos eletrões do citocromo a3 para o oxigénio. O aceitador artificial de eletrões, DCIP, na forma oxidada apresenta uma coloração azul e na forma reduzida apresenta-se incolor. À medida que o succinato é convertido em fumarato, o FAD é reduzido a FADH 2. O DCIPox recebe os eletrões do FADH2 sendo reduzido a DCIPred. À medida que o succinato é oxidado a fumarato, os valores de absorção lidos a 600nm vão diminuindo, uma vez que o DCIP vai sendo reduzido, perdendo assim a sua coloração. Foram preparados 6 tubos, sendo que quatro deles funcionaram como controlo. O tubo 1 continha a azida de sódio, o succinato (substrato), as mitocôndrias e o DCIP. O tubo 2 continha os mesmos componentes e o inibidor malonato, sendo o único tubo a conter o inibidor. O tubo C1 não continha mitocôndrias, permitindo avaliar a reação na ausência de mitocôndrias. O tubo C2 não continha succinato, permitindo verificar o efeito do substrato. O tubo C3 não continha a azida de sódio, permitindo avaliar o efeito do veneno. O tubo C4 só continha mitocôndrias, permitindo verificar a influência das mitocôndrias. O DCIP foia adicionado antes da leitura de cada tubo. Cálculo da velocidade de desaparecimento do DCIPox: 1. Calcular a variação da absorvência entre t=0s e t=180s |¿| 2. Calcular v 0=∆ ¿, com Ԑ= 2,06×104 M-1cm-1 ε∆t Cálculo da velocidade da SDH: 6 v 0 × 10 1. atividade= m 2. v0 corresponde à velocidade do tubo 1. Na presença do inibidor a velocidade da reação diminui, pelo que é possível afirmar que se trata de um inibidor competitivo. PL5 – Análise da fração citosólica (trasaminases)
Reação: L− Alanina+α −cetoglutarato GTP
→ Piruvato + L−glutamato Piruvato+2 , 4−dinitrofenilhidrazina → Hidrazina Uma reação de transaminação consiste na transferência do grupo amina de um aminoácido para um α-cetoácido, originando um novo aminoácido e um novo α- cetoácido. Na maioria dos casos o α-cetoácido aceitador utilizado é o α-cetoglutarato, que ao receber o grupo amina transforma-se em L-glutamato, sendo utilizado o coenzima PLP. A aspartato transaminase ou GOT converte o aspartato em oxaloacetato. A alanina transaminase ou GPT converte a alanina em piruvato, sendo esta a transaminase estudada na aula. Foram preparados 4 tubos de ensaio, 2 contendo alanina como substrato (A1 e A2) e outros dois contendo treonina como substrato (B1 e B2). Todos os tubos continham α-cetoglutarato, o aceitador do grupo amina. Os tubos A1 e B1 não continha enzima, servindo de controlo, enquanto que o A2 e B2 continha a fração citosólica. Depois de um período de incubação é adicionada o 2,4-dinitrofenilhidrazina, um reagente de cor que permite a quantificação dos carbonilos. A solução do 2,4-dinitrofenilhidrazina é preparada em meio ácido. É adicionada posteriormente a cada tubo uma solução de NaOH, que permite a formação de um complexo intensificando a cor, para a leitura da absorvência a 540nm. O α-cetoglutarato tem uma concentração bastante inferior à da alanina para evitar que reaja com o 2,4-dinitrofenilhidrazina. Os tubos B1 e B2 servem para avaliar a presença do enzima treonina desidrogenase. O facto de se observar absorvência no tubo B2 é um indicio da existência do enzima treonina desidrogenase na fração citosólica.