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“Impactos do envelhecimento da população brasileira”

No livro “O Cidadão de Papel”, do jornalista Gilberto Dimenstein, a denúncia da ineficácia de diversos


mecanismos legais é feita, evidenciando uma cidadania aparente — metáfora utilizada pelo autor. Nesse
sentido, pode-se relacionar tal premissa ao que ocorre no Brasil, por exemplo, os impactos do envelhecimento
da população. Isso é causado pela banalização do problema e pelo silenciamento midiático, fatos que culminam
em preocupantes mazelas.
A princípio, conforme o conceito “Banalidade do Mal”, cunhado pela filósofa Hannah Arendt, quando uma
atitude hostil ocorre constantemente, a sociedade passa a vê-la como banal. Desse modo, isso evidencia a
irracionalidade da população em relação aos impactos do envelhecimento da população, configurando a
trivialização da maldade, o que, para Arendt, ocorre quando a falta de reflexão sobre os males ao redor dos
indivíduos. Nesse viés, percebe-se que a população não dá a devida importância para esse tópico, visto que, a
diminuição das taxas de natalidade e aumento da expectativa de vida, traz consigo uma série de impactos, por
exemplo, uma sobrecarga no sistema previdenciário, que afeta à economia, à saúde pública e o bem-estar dos
idosos.
Ademais, de acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, o que foi criado como instrumento de democracia, não
deve ser convertido em mecanismo de opressão. A mídia, segundo ele, é um desses instrumentos, mas, ao
invés de promover debates que elevem os níveis de conhecimento da população sobre os impactos do
envelhecimento da população brasileira, influencia em sua invisibilidade. Dessa forma, devido ao desprezo dado
pelos canais midiáticos, o que pode ser verificado na ausente abordagem desse tema em novelas, propagandas
e notícias, os cidadãos brasileiros, condicionados a refletir as posturas da mídia, passam a ignorar e ver como
pouco relevante esse tópico. Em decorrência disso, e somado à desinformação vigente na sociedade
contemporânea, a população idosa será prejudicada.
Portanto, faz-se necessário analisar os caminhos para amenizar os impactos do envelhecimento da
população idosa. Para isso, cabe ao Governo, criar políticas públicas eficazes para o incentivo a um
envelhecimento saudável, garantindo o acesso a serviços de reabilitação e cuidados paliativos quando
necessário, juntamente com uma reformulação do Sistema Previdenciário Brasileiro, por meio de investimentos
de uma parte do PIB nacional, para se elaborar um programa de previdência que consiga fornecer uma vida
digna para a população idosa aposentada. Além disso, fica a cargo do Ministério das Comunicações estimular o
engajamento social, por meio de propagandas televisivas e em redes sociais, com o fito de democratizar o
acesso à informação e refutar a cidadania aparente abordada por Dimenstein.

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